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| Telefone: 232 437 461 · Rua Dr. Álvaro Monteiro, lote 12 r/c - 3510-014 Viseu · [email protected] · www.jornaldocentro.pt | pág. 02 pág. 06 pág. 08 pág. 10 pág. 17 pág. 18 pág. 20 pág. 22 pág. 26 pág. 29 pág. 30 pág. 31 UM JORNAL COMPLETO > PRAÇA PÚBLICA > ABERTURA > À CONVERSA > REGIÃO > EDUCAÇÃO > ECONOMIA > DESPORTO > CULTURA > SAÚDE > CLASSIFICADOS > NECROLOGIA > CLUBE DO LEITOR SEMANÁRIO DA REGIÃO DE VISEU DIRETOR Paulo Neto Semanário 10 a 16 de outubro de 2013 Ano 12 N.º 604 1 Euro 0,80 Euros Distribuído com o Expresso. Venda interdita. Novo acordo ortográfico Pedro Morgado Agora com novo preço xxx Publicidade Publicidade Luís de Vasconcelos, presidente da câmara municipal de Oliveira de Frades, em entrevista ao Jornal do Centro | págs. 8 e 9 “Somos hoje um concelho “Somos hoje um concelho mais competitivo, mais mais competitivo, mais evoluído e mais apetecível” evoluído e mais apetecível”

Jornal do centro ed604

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Jornal do Centro - Ed604

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| Telefone: 232 437 461 · Rua Dr. Álvaro Monteiro, lote 12 r/c - 3510-014 Viseu · [email protected] · www.jornaldocentro.pt |

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UM JORNAL COMPLETO

> PRAÇA PÚBLICA

> ABERTURA

> À CONVERSA

> REGIÃO

> EDUCAÇÃO

> ECONOMIA

> DESPORTO

> CULTURA

> SAÚDE

> CLASSIFICADOS

> NECROLOGIA

> CLUBE DO LEITOR

S E M A N Á R I O D A

REGIÃO DE VISEU

DIRETOR

Paulo Neto

Semanário

10 a 16 de outubrode 2013Ano 12

N.º 604

1 Euro

0,80 Euros

Distribuído com o Expresso. Venda interdita.

Novo acordo ortográfico

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Agora com

novo preçoxxx

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∑ Luís de Vasconcelos, presidente da câmara municipal de Oliveira de Frades, em entrevista ao Jornal do Centro | págs. 8 e 9∑

“Somos hoje um concelho “Somos hoje um concelho mais competitivo, mais mais competitivo, mais evoluído e mais apetecível”evoluído e mais apetecível”

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praçapública

palavrasdeles

rHá um conjunto de planos subtraídos e escondidos de popula-ções e de autarcas”

Acácio PintoDeputado do Partido Socialista, em conferência de imprensa

rNos tempos que correm, é uma respon-sabilidade acrescida ser autarca porque as difi-culdades aumentaram. No entanto, também é um desafio mais ali-ciante que nos leva a sentirmo-nos mais úteis junto da sociedade que representamos”

Luís de VasconcelosPresidente da Câmara Municipal de Oliveira de Frades, em

entrevista ao Jornal do Centro

rGostariamos que o plano de ação (da CIM) desse principal relevân-cia ao apoio às zonas industriais existentes, atraindo investimento, emprego e procurando dotar a região das ferra-mentas para proporcio-nar condições de instala-ção e desenvolvimento aos empresários que se queiram fixar”

Luís de VasconcelosPresidente da Câmara Municipal de Oliveira de Frades, em

entrevista ao Jornal do Centro

rNão farão, senhor Director, não serão estes senhores obrigados a fazer uma cadeira de Ética quando se estuda para jornalista?!... Não haverá ao menos uma espécie de juramento, como o de Hipócrates, aqui para garantia da verdade, tão importante quanto a vida?!”

Alberto CorreiaAntropólogo, em carta escrita ao diretor, a propósito de uma

notícia saída num periódico local, acerca da estátua de Aquilino

Neste hoje tão fantastica-mente mutante tempo, a cada dia que passa aprendemos no-vas palavras, oriundas das re-alidades imaginosas e fecun-das que o léxico dos políticos, ou politiquês, desvia da norma em uso e vigorante para todos os falantes, a fim de mentirem, serem opacos ou, apenas cí-nicos.

Quando Paulo Portas fala ao país (um bailinho com Coe-lho, onde vêm à vez para não se desgastarem tanto nas más notícias), acolitado pela mi-nistra-swap-albuquerque, e nos vem, o inefável matreiro, convidar para a corrida das 12 voltas à pista – 9 das quais já estão no papo-e-agora-é-que-vai-ser-bom – os portugueses mais cautos, inconscientemen-te, levam logo a mão à cartei-ra. Ainda lá está? Por quanto tempo?

Começamos a perceber que o politiquês significa exacta-mente o oposto do que é afir-mado e de que o lobo mau, na sua fome secular e insaciá-vel, uma vez mais, vem comer o capuchinho vermelho… fa-las mansas, garras retraídas, avidez sorridente e cupidez disfarçada.

Ah, rica zagalotada!

Dos EUA, de onde, desde 2008 parece vir toda a porca-ria do mundo, chegou agora uma expressão globalmente moderna e nova: o “shut-do-wn”. Passando por cima do “bota abaixo”, o “shut down” é a consequência da chantagem que um grupo de senadores re-publicanos liberais, que não gosta de Obama, está a exercer sobre a economia norte-ameri-cana e, a partir do dia 17 de Ou-tubro, sobre o mundo em geral. Não nos bastavam os nossos

vampiros…E depois, esta gente, ao ser-

viço de insondáveis e ignóbeis mandantes, admira-se que os “serial killers” surjam ao do-brar de cada esquina. Lamen-tável é que as vítimas sejam sempre cidadãos inocentes…

Autárquicas concluídas, va-mos às legislativas. Ainda fal-tam uns meses, mas passarão tão depressa quanto as 3 voltas de Portas.

No distrito de Viseu há de-putados eleitos por 3 partidos: PSD – 5; PS – 3; CDS/PP – 1.

Os do PSD são discretos, cin-zentões, apagados, ninguém sabe quem são nem o que fa-zem no Parlamento, sendo des-conhecidas intervenções suas no hemiciclo.

O PS tem 3 deputados activos

e relevantes.O CDS/PP tem 1 deputado

mediático e protagonista em várias frentes.

Com a continuidade do in-competente descalabro gover-nativo Passos Coelho/Portas é conjecturalmente previsí-vel que este cenário se altere, mantendo o CDS/PP o seu de-putado (apesar das tropelias de Portas), o PSD baixe de 5 para 3 e o PS suba de 3 para 5. O Cavaquistão não acabou já a 29 de Outubro?

O CDS/PP tem possíveis can-didatos de grande qualidade, capazes de enriquecer qual-quer lista: Carmo Abreu, Elvi-ra Gaspar, Ana Cristina Mega, Fernando Figueiredo, Jorge Azevedo, Álvaro Meneses, Isa-bel Brito, Amadeu Fernandes, Helena Esteves Correia e mais uma série deles…

O PSD, além de Carlos Mar-ta, João Cotta, Jorge Lourei-ro, Catarina Sobral, José Mário Cardoso, Adriano Azevedo… poucos mais parece ter, po-dendo ainda reciclar a autarca perdedora de Nelas ou alguma vereadora não eleita...

O PS além dos 3 bons deputa-dos em funções pode acrescen-tar-lhe António Borges, Afon-so Abrantes, Leonor Pais…

A não ser que, e neste car-rocel imprevisível do mundo em que vivemos, tudo se alte-re de um dia para o outro e to-dos os cenários se presentifi-quem, entre eles o de eleições antecipadas por ingovernabi-lidade da nau e/ou o da saí-da de Portugal da UE o que, quem sabe, talvez fosse pre-ferível a tanta fétida mentira ou a essa estertorante agonia tipo Grécia…

Maldito politiquês!Editorial

Paulo NetoDiretor do Jornal do Centro

[email protected]

Jornal do Centro10 | outubro| 20132

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OPINIÃO | PRAÇA PÚBLICA

Com estes resultados eleitorais o que pensa que vai mudar no seu concelho?

Importa-se de

responder?

Espero que exista uma maior aposta na indústria e o au-mento de oportunidades de trabalho, especialmente para os jovens. Gostava também que investissem na cultura.

Não espero grandes mudanças, uma vez que o autarca elei-to parece apostar na continuidade do antigo presidente além de que, dada a conjuntura na contenção de gastos, está limi-tado a nível financeiro.

Para já mudou a liderança do meu município, facto com o qual fico muito contente. Espero que esta seja uma oportuni-dade para diminuir ou mesmo para acabar com a dívida do nosso concelho. Julgo que todos juntos, habitantes e este novo executivo, iremos conseguir fazer crescer o nosso concelho. Sobretudo porque, na minha opinião, a sua equipa mudou para muito melhor.

Os partidos são como os pacotes televisivos, mudam o pre-ço mas mantêm o serviço, mudam a gravata e no fim vota-mos no “palhaço” que vestiu a mais bonita. Não obstante dis-so nenhuma das ofertas televisivas, neste caso nenhuma das ofertas partidárias, conseguiu oferecer ao consumidor final aquilo que ele procura.

Daniela NunesEscriturária

João TaveiraEstudante

Ricardo TavaresEstudante

Diogo SantosEstudante

estrelas

Escola Superior Agrária de Viseu

Uma chuvada maior provoca o caos nalguns pontos da cidade e subúrbios: Ribeira; Repeses, jun-to ao Politécnico, Vildemoinhos e São Salvador… onde as inundações causaram danos avultados por fal-ta das adequadas condições de es-coamento das águas pluviais.

Domingos FernandesPiloto

números

500Os quilos de detritos reti-

rados pelos voluntários da Associação SOS Rio Paiva, das margens deste rio, a 28 de Setembro e 5 de Outu-bro.

Câmara Municipal de ViseuSMAS

Piloto natural de Armamar, sagrou-se campeão nacional do Campeonato de Montanha, na Rampa da Penha.

Com o projecto “Iogurtes enri-quecidos com antioxidantes extraí-dos a partir dos compostos fenóli-cos do vinho”, ganhou o Concur-so Universitário CAP, promovido pela Confederação dos Agriculto-res Portugueses, no montante de nove mil euros.

O Presidente Cavaco Silva resolveu sair da sua imodesta Gaiola Dourada e falou. Des-ta vez, Cavaco classificou os portugueses de “masoquistas”, porque enquanto devedores classificam a sua própria dívi-da de “insustentável”. Eu assu-mo, sou masoquista. Não emi-grar e continuar a lutar por um Portugal diferente é, objecti-vamente, uma atitude maso-quista. Agravada por uma clas-se política, com o excelso Pre-sidente à cabeça, que dá uma vontade masoquista de cortar os pulsos.

A jornalista Fernanda Cân-cio publicou um artigo de opi-nião, de uti l idade máxima, onde se limitou a fazer “copy-past” de várias afirmações de,

entre outros, Cavaco. Este re-feria-se em 2010, 2011, 2012 e 2013 à dívida como sendo “in-sustentável”. Esta incongruên-cia, já habitual, mostra como o Presidente ao ausentar-se da sua Gaiola, onde vive protegi-do por uma reforma Dourada e pelo aconchego da sua Maria, fica amnésico e num estado de transe tal que o leva a ser ca-paz de criticar aqueles maso-quistas que destruíram a agri-cultura e nada fazem pelo bem da pátria.

Depois de Paulo Portas ter falado durante 1 hora sem nada dizer, confirmando a, essa sim, irrevogável habilidade de ma-labarista, parece que entrámos, finalmente, num Mundo Novo. Não haverá TSU para os refor-

mados (ah!) nem mais medi-das de austeridade, diz o Paulo. Pois que, cortar mais de 4 mil milhões de euros não passará por novas medidas de auste-ridade, somente aquelas que já foram anunciadas em Maio. Mas infelizmente, com mais ou menos maquilhagem, a isso chama-se medidas de austeri-dade. Não há volta a dar.

Cavaco Silva quis entrar na onda. Faltam 3 voltas para aca-bar os 5 mil metros. Todas as desistências por fome, sede e incapacidade serão apenas da-nos colaterais. A partir de ago-ra vai ser uma alegre “colour run” até ao f im. Será anima-ção e optimismo até ao cortar da meta do paraíso que será o regresso aos ditos mercados.

Mas antes temos de calar os inconscientes masoquistas. Os mercados, figura incorpórea e abstracta, não sabem de nada do que por cá se passa. Passa-ram ignorantes às habilidades irrevogáveis do Portas, aos fa-lhanços do Gaspar e à incom-petência do Passos. Eles não vêem, só ouvem. Afinal para quê tanto medo dos mercados, se eles são totós? Fiquemos caladinhos e festejemos mais duas voltas completadas. Tudo vai funcionar quando formos aos mercados com uma dívida de mais de 130% em relação ao PIB. Para Cavaco uma dívida de 94% era insustentável, mas que importa? Basta acreditar e estar calado. Os mercados são totós!

Os mercados são totósOpinião

David Santiago

Jornal do Centro10 | outubro | 2013 3

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PRAÇA PÚBLICA | OPINIÃO

Quando me dei conta já tinha começado outro daqueles progra-mas em que trancam uns indiví-duos dentro de uma casa. Tenho pouco tempo para ver televisão, e quando tenho tempo estou normal-mente sem sinal, resultado da pas-sagem para a TDT. A TVI como ca-nal de televisão não me diz absolu-tamente nada, pois de cada vez que por lá passo, parece-me que recuei no tempo…os programas, novelas e blocos informativos são de um

mau gosto e exagero tal, que o ní-vel cultural a que se dotam não me transporta para o século em que vivemos. Não bastasse o culto da novela, em que levamos com 4 e 5 num único dia, tínhamos de passar agora pelo inferno repetitivo e anu-al de conjuntos de pessoas escolhi-das a dedo fechadas em casas, por vezes ainda acompanhadas de se-gredos, ou melhor, degredos. Num zapping breve aquando do interva-lo do “5 para a meia-noite” (este sim

programa de verdadeiro entreteni-mento), dei por mim a pensar que faltavam as legendas em português no tal programa em que brincam às casinhas com degredos, estive cer-ca de 3 ou 4 minutos sem conseguir perceber uma única palavra e sem encontrar qualquer rumo ou coe-rência de discurso…a seguir, a pala-vra “tipo” foi dita pelo menos umas duas dezenas de vezes sem que para tal houvesse explicação ou necessi-dade, quase que utilizada como si-

Tipo?!? Que língua é esta?

Para quem leu o que foi dito com o mesmo título no último número deste Jornal, creio ter ficado clara a forma como a Lei enquadra a questão da investi-gação daquilo que define como fogos e contrafogos e a forma como imputa responsabilidades e competências nesta área.

Em jeito de síntese, dir-se-á:1 . É crime provocar incên-

dios;2. Quem quiser fazer queima-

das tem de pedir autorização e assistência técnica;

3. Os fogos de supressão (tácti-

cos e contrafogos) só podem ser feitos sob autorização expressa, e controlada temporalmente, pe-las chefia da ANPC;

4. Nos outros casos os fogos de supressão são da inteira respon-sabilidade de quem decide ac-cioná-los e obriga à informação às autoridades policiais;

5 . O fogo de supressão fora do âmbito previsto é, nas suas consequências, incluindo as cri-minais, da inteira responsabili-dade dos seus executores;

6. Em caso de imperiosa ne-cessidade de estabelecer um

fogo de supressão, quem o fizer assume inteira responsabilida-de, incluindo, assim, o próprio COS;

7. Os fogos de supressão impli-cam que se avisem os meios hu-manos empenhados com a devi-da antecipação;

8. A investigação das causas dos incêndios, fogos de supres-são incluídos, obviamente, é da competência da GNR, nomeada-mente através do SEPNA.

Assim se entende:1 . O porquê da investigação

que a GNR levou a efeito no con-

Por quem morrem os Bombeiros (Parte II)

DiretorPaulo Neto, CTE-261

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Redação([email protected])

Micaela Costa, C.P. n.º TP-1866 [email protected]

Pedro Morgado, colaborador [email protected]

Departamento Comercial [email protected]

Diretora: Catarina [email protected]

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ImpressãoCoraze - Oliveira de AzeméisTelf.: 910252676 / 910253116 / 914602969

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GerênciaPedro Santiago

Os artigos de opinião publicados no Jornal do Centro são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. • O Jornal reserva-se o direito de seleccionar e, eventualmente, reduzir os textos enviados paraa secção “Cartas ao Director”.

SemanárioSai à quinta-feiraMembro de:

Associação Portuguesade Imprensa

União Portuguesada Imprensa Regional

Opinião

Fernando [email protected]

Viseu visto da campanha autárquica!Embora, honra lhe seja feita, o

director deste jornal não tivesse solicitado mas, devido a ser can-didato independente pelo CDS-PP à Assembleia Municipal, no decurso da campanha entendi, por bem e em nome da igualdade de oportunidades, interromper este espaço de opinião. Retomo-o agora embora sabendo que mui-tos dos leitores me passarão a ler de forma diferente apesar de a única coisa que tenha mudado em mim é a maior responsabilização para com o eleitorado que enten-deu dedicar-me essa confiança e a experiência adquirida, na cam-panha, de que Viseu é mais do

que o Rossio. Vi um concelho onde muito foi feito e outro tanto ainda está por fazer. De um lado a freguesia com os caminhos flo-restais alcatroados mas onde as gentes já ali não residem, excep-ção feita a 3 idosos isolados à es-pera do regresso dos filhos emi-grantes nas férias do próximo ano para de novo lhes darem vida, e no outro a freguesia com gente mas aonde o saneamento básico ainda não chegou às suas portas. De um lado a inauguração da não concluída “Serralves” da Quinta da Cruz e um quilómetro abaixo, às portas de Viseenses, um rio cheio de dejectos (a palavra ajus-

tada seria outra, mas a educação impede o seu uso) preenche os seus Verões há mais de uma dé-cada. De um lado zonas indus-triais sem indústria ou emprego e do outro cheques oferecidos no adro das igrejas. Muita requalifi-cação, boas acessibilidades, me-lhores serviços de proximidade, bons projectos urbanísticos, tu-rísticos ou empresariais, é certo, mas também muito caciquismo, muita política baixa, muito medo de assumir a mudança, o que diz bastante sobre a cidade com me-lhor qualidade de vida de acordo com a Deco. Terá sido esse o mo-tivo pelo qual muitos viseenses

Opinião

Opinião

Em cr iança , pensava , com f requência , que a s pessoa s das terras tinham o humor das suas terras, um pouco como o disse Miguel Torga: “O meu p e r f i l é d u r o c o m o o p e r -f il do mundo.” Assim, na mi-nha cabeça, o vazio estéril do Alentejo profundo imprimia um humor depressivo às suas gentes, que o deviam às terras perdidas no meio da gigante planície que não deixava adi-vinhar o f im a nada. Todas as

emoções tinham a inf initude do latifúndio, que não deixa-va adivinhar o fim de emoções que se querem passagei ras , para não esmagarem, com a força dos abismos que desper-tavam, o quotidiano calmo e pachorrento das gentes do Sul. As pessoas das grandes cida-des, por seu turno, bem como do mar e da faina, ganhavam o humor intempestivo das ve-locidades e do movimento, do trânsito e do mar, dos aviões

e do vento e das pa r t idas e das chegadas. Porque parar é morrer, era, para mim, lógico, que só ao pé do mar se vivia com a intensidade com que se deve honrar a dádiva da vida. Trás-os-Montes eram misté-rio, protegidos pelas brumas e pelo xisto, nas suas tradições cheias de misticismo e coisas que aos olhos não se revelam. São, por isso, inintel igíveis , escondidos entre os socalcos do Douro e Montesinho, e ir

O que somos

Maria do Céu Sobral Geóloga

[email protected]

Sílvia Vermelho Politóloga

Opinião

Jornal do Centro10 | outubro| 20134

Page 5: Jornal do centro ed604

OPINIÃO | PRAÇA PÚBLICA

Artigos de opinião redigidos sem observação do novo acordo ortográfico

nónimo de “e assim sucessivamente”, sem haver qualquer assunto que justifi-casse a sucessão. Decidi prolongar a mi-nha visualização de tal programa para ver se conseguia pelo menos discernir se a completa inutilização de linguagem compreensível se tratava de algum jogo, mas a única coisa que descobri foi que a expressão “comer gelados com a testa” faz parte do conjunto lexical de todos e todos a compreendem...só eu é que não! Chego a sentir medo de que venha a ser usada com provérbio, mesmo que a sua

lógica seja absolutamente nula. Se em edições anteriores eram valorizados os degredos do género: salvei pessoas da morte, fui para a cama com x pessoas, namorei com x figura pública, ou rela-cionados com determinada atividade profissional menos conceituada; agora, e confessando que não sei que segredos apresentam tamanhos figurinos, o cas-ting parece ter focado um conjunto de pessoas que até se conseguem enten-der entre si, mas que definitivamen-te não devem nada à lustrosa língua

portuguesa. Este culto do programa de completo degredo cultural está-nos a deseducar gerações de jovens, que só ainda não tem consequências maiores porque o adiantado da hora a que este se prolonga em dias de gala ou nome-ações, impede a continuidade da vi-sualização por obrigações da hora de acordar para ir para a escola, mas no dia a seguir, e infelizmente, aquilo que mais ouvimos na escola é o “tipo” de linguagem absurda usado pelos “tipos” e “tipas” do programa. Quando será

que este “tipo” de programa deixa de fazer parte das preferências do espeta-dor? Talvez quando um certo “tipo” de gente que não consegue perceber o que lhes convém ou não ver em televisão, entender que com isto não se aprende nada e ao invés se desaprende. A com-pleta desculturação linguística que fo-mentam os programas da TVI, com o consentimento inocente de quem os toma por entretenimento, leva ao apa-recimento de um “tipo” de indivíduo…o “tipo” burro!

cernente às causas de alguns incên-dios, que, no estrito cumprimento da Lei, manifestamente incluiu al-guns elementos de corporações de bombeiros. E, diga-se, para que fi-que bem claro, que a GNR nada tem contra os seus companheiros, os sol-dados da Paz. Mais. Não há perse-guição quando se levanta um auto por estacionamento indevido de uma viatura de bombeiros. Há, isso sim, uma viatura mal estacionada, “ tout court”.

2. Que houve erro humano quan-do em vários casos alguns bombei-ros foram mortalmente envolvidos

pelas chamas;3. Que haverá um lógico receio de

os bombeiros accionarem fogos de supressão, mesmo que urgentes, por não haver cobertura legal, nem se crer no chamado risco calculado;

4. Que há manifesta falta de con-t ro lo ; mu i to a m ador i smo com muita coragem à mistura; muita irresponsabilidade e chefias impre-paradas, pelo menos.

Há que chegar mais longe e perceber de onde parte todo o somatório de cir-cunstâncias que permitem este caus conectando-o, sempre, com o resulta-do final que é, antes de mais, a perda

de vidas de gente abnegada, altruísta e de uma coragem que, bem orientada, pode e deve fazer a diferença.

Parece claro, a todos nós, que esta coisa dos fogos e incêndios florestais se tornou um negócio de largo espec-tro. Sim, porque não há outra forma de justificar as inúmeras decisões po-líticas que têm vindo a ser tomadas ao longo dos últimos anos, começando pelo afastamento da nossa Força Aé-rea ao combate dos incêndios, com o equipamento entretanto adquirido e que jaz, imóvel e inútil, nos hangares, a aguardar que o tempo os inopera-cionalize. O então Ministro Arman-

do Vara foi o cérebro desta decisão e de outras que são conhecidas e no-ticiadas. Afinal o que se passa? E as outras instituições envolvidas e com responsabilidades, como sejam as autarquias, a ANPC, o ICNF, a GNR, a PJ, os Bombeiros e os OCS, sem es-quecer a população, os proprietários e demais envolvidos, não terão to-dos algo que os imiscua na directa responsabilização quanto ao que se está a passar? Claro que sim.

Trataremos disso nos próximos números deste jornal.

Pedro Calheiros

decidiram não votar e de se abster de reclamar a sua quota na participação política? Estas eleições autárquicas parecem ter sido um gato por lebre da política – muitos não atenderam às escolhas, às equipas e aos progra-mas e olharam-nas como se fossem eleições legislativas. Não tardará es-tarão a aproveitar as legislativas para outras encomendas e represálias - como se fossem autárquicas. E não passamos disto, desta incapacidade de estar no local à hora combinada. O mérito e o demérito político coe-xistem como um matrimónio feito num oito desde a primeira hora. O ci-dadão vota, mas uma vez pensa com a barriga e noutra com o coração e a

maioria abstém-se porque ainda tem saudades de um outro tempo (aten-ção! não disse senhora). Tenho algu-ma razão ou não? Enquanto os cida-dãos não acertarem as agulhas da sua presença política, vão andar sempre a correr atrás do prejuízo. O cidadão tem de se deixar de coisas e ser po-lítico - eleger-se diariamente. É no dia-a-dia que cada um de nós deve reclamar e participar na construção das comunidades, porque se a lógi-ca for apenas de representatividade ou delegação de poder, mais cedo ou mais tarde pagaremos a factu-ra. Mas na rua, nesta campanha, en-contrei e falei com muitos viseenses sem esperança e cansados de serem

governados por quem, na sua opi-nião, lhes rouba salários, lhes tira reformas, aumenta impostos, não cumpre promessas e compromete o futuro sem sequer lhes dar uma pa-lavra de explicação, sem diálogo e sem debate. Convivi de perto com a sua frustração, como estão desacre-ditadas da coerência e da democra-cia, perdidos das suas convicções so-bretudo fartos, fartinhos da política e dos políticos mostrando-se cada vez mais indisponíveis para ouvir, prestar atenção, ver o que é diferen-te e reflectir sobre a alternativa. Por isso, optaram pela abstenção ou pelo voto nulo e em branco. Fizeram mal na minha modesta opinião. Dizia-me

um idoso numa aldeia que “com o di-nheiro que dizem que Ruas lá deixa ficar e com quem vai para lá será de esperar o pior” mas por certo que não será assim e que poder e oposi-ção saberão no próximo mandato en-contrar o melhor caminho para que Viseu seja efectivamente a melhor cidade para se viver! Como há dias dizia Norberto Pires, “ é preciso di-zer às pessoas, olhos-nos-olhos, que havemos de construir o País que de-sejamos”. É preciso fazê-lo, para que voltem a acreditar. Precisamos de compromissos, mas acima de tudo precisamos de EXEMPLO. É esse o nosso maior problema. Um problema de que muitos não têm consciência.”

até lá demora sempre tanto como percorrer as sete partidas do mun-do. Assim eram as suas pessoas, esquivas e misteriosas . As gen-tes graníticas, que somos nós e os companheiros do Pinhal Interior, acompanhavam os af loramentos de granito, que brotaram da ter-ra sem a ela pedir l icença. Onde o granito se fez obstáculo, as gen-tes o fizeram sua casa. Aqui a vida não é misteriosa, nem rápida, nem melancólica. É rude. É pedra. É o realismo do presente. Talvez, por

isso, daqui das Beiras saiam sem-pre muitos políticos, gente que lida com o mundo como ele é, que não tem tempo para embarcar em pen-samentos nostálgicos, místicos ou em modo velocidade furiosa . As quatro estações do ano pareciam ter sido desenhadas aqui, o único sítio em Portugal onde não apenas o Verão e o Inverno eram exacta-mente como descritos nos livros, mas também a Primavera e o Ou-tono. Não há meios-termos nem termos mais que inteiros, aqui é o

que é. E assim são as suas gentes. Os nossos poros l igam-se, inva-riavelmente, às terminações ner-vosas dos sítios que habitamos e que nos f izeram, numa constante dança entre natural e social, como yin e yang da História dos povos. Talvez não por isto, mas também por isto, a nossa cultura organi-zacional é das mais aborrecida-mente conservadoras que o país tem. É notória a aceitação que te-mos relativamente às estruturas de Poder e às instituições. O Nor-

te pode sempre ser o reacionário por excelência , mas a reacção à revolução é sempre revolução à nova reacção. Nós , por seu tur-no, neste Centro-interior chuta-do para Espanha, deixados, entre calhaus, à nossa sorte, aceitamos o que há, porque “as coisas são as-sim e não podiam ser de outra ma-neira”. Aqui não há brumas nem mares que vão e voltam, nem há planícies que nos deixam sair para onde queremos quando queremos. Aqui, é isto. Somente isto.

Jornal do Centro10 | outubro | 2013 5

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PDM: Boas e más notíciasO tempo passa. Enquanto muitos portugue-

ses digeriam os resultados de mais uma noite eleitoral e nas ruas se comentava a “esmaga-dora maioria” obtida pela estreia do reality show Casa dos Segredos, Viseu acordava para uma nova realidade.

Muitos não deram por isso. No dia 30 de se-tembro, depois do terramoto eleitoral que em Viseu deixou tudo na mesma, a cidade tinha um novo Plano Director Municipal (PDM). Dezoito anos depois, Fernando de Carvalho Ruas , presidente da Câmara Municipa l de Viseu, logo cedinho, mandava publicar em

Diário da República o aviso 2115/2013 que con-substanciava a visão e a estratégia de desen-volvimento territorial, a política municipal de ordenamento do território e de urbanismo e as demais políticas urbanas deste executivo. Em suma, a perpetuação de um “velho” modelo de desenvolvimento para uma cidade, entregue “chave-na-mão” aos “novos” atores políticos.

Seguindo todas as etapas que decorrem da legislação aplicável, no último ano o municí-pio de Viseu aligeirou o passo e cumpriu qua-tro etapas essenciais: concluiu o processo de concertação com as entidades que, no decur-

so dos trabalhos da comissão de acompanha-mento, apresentaram objeções às soluções definidas, apresentou e discutiu publicamen-te o documento, obteve o parecer f inal (não vinculativo) da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro e fez aprovar em Assembleia Municipal, no passa-do dia 3 de setembro, a versão final da revisão do Plano Diretor de Viseu, incluindo o regu-lamento, a planta de ordenamento e a planta de condicionantes com 34 votos a favor, oito abstenções socialistas e um voto contra do Bloco de Esquerda.

textos ∑ Pedro Morgadoabertura

Quando se olha apenas para os últimos 12 me-ses, sentimo-nos tenta-dos a acreditar que, efeti-vamente, a Câmara Mu-nicipal e o seu executivo foram eficazes. Aparen-temente, Fernando Ruas conseguiu passar, uma vez mais, a imagem de um presidente cumpri-dor. Comprometeu-se a deixar terminado o novo Plano Director Munici-pal (PDM) e, assim acon-teceu.

Contudo, quando levan-tamos o olhar e perscruta-mos o desenrolar de todo este processo, as águas ficam turvas… À mesma questão, apenas uma mú-sica da emblemática ban-da portuguesa Xutos e Pontapés parece respon-der convenientemente: “Mas não foi assim”.

Recheada de avanços e recuos, de promessas e respostas, de metas e prazos falhadas, o novo Plano Director Munici-pal (PDM) de Viseu teve de tudo no seu percurso. Nunca se ouviu um mea culpa a este executivo. Resumo: este plano fica-rá para sempre marcado na memória dos viseen-ses pelo tempo que de-morou. Foram 12 anos de espera e de incerteza que “deixaram na gaveta” lar-gas centenas de projetos pessoais ligados à cons-trução de habitação pró-pria e, decerto, algumas dezenas de projetos de in-vestimento de empresas do concelho.

“Aguardarmos que o PDM de Viseu seja re-

velado para que possa-mos construir um hotel de raiz, de 4 estrelas”. Este caso paradigmático, o novo hotel das Termas de Alcafache, foi apenas mais um episódio noticia-do pela comunicação so-cial que, já em 2006, ima-gine-se, aguardava pela eventual luz verde de um Plano Director Munici-pal. No caminho não se perdeu apenas a capa-cidade de investimento, bastante degradada pe-las condições impostas pela banca nos dias de hoje, perdeu-se a cria-ção de postos de traba-lho e esfumou-se o seu contributo para a econo-mia local.

Foi também a mesma pessoa, Fernando de Car-valho Ruas, que em 9 de janeiro 2001 deu o ponta-pé de saída com a nome-ação da comissão técni-ca que acompanharia a revisão ao Plano Direc-tor Municipal de Viseu, aquela que três mandatos depois se encarregaria de fazer discutir e apro-var o dito plano a menos de um mês de umas elei-ções autárquicas. Contra todos os apelos da opo-sição, em pleno período eleitoral, Fernando Ruas e a sua maioria aprova-ram a submissão do do-cumento para aprovação na Assembleia Munici-pal, mas não se livraram de que, na mesma acta, constasse a “abstenção violenta” dos vereadores socialistas.

“Considerando que o atual executivo se encon-

tra a pouco mais de um mês do término de go-vernança, e indo de en-contro a outras decisões tomadas pelo próprio Se-nhor Presidente da Câ-mara de Viseu de não vincular o próximo exe-cutivo com decisões to-madas atual legislatura; os vereadores do Parti-do Socialista optam pela abstenção na votação do Plano Diretor Munici-pal”, justificaram.

Quanto à caraterização do percurso, escolher a palavra “atribulado” po-deria ser entendido como um eufemismo. Espalha-dos pela imprensa local e nacional estão inúme-ros anúncios do execu-tivo camarário que vati-cinavam a aprovação do documento. Uma notícia publicada a 23 de novem-bro de 2006 por um di-ário local dava já conta que o novo PDM ia ser aprovado até ao final do mês e uma outra entra-da pomposa na imprensa nacional, datada de mar-ço de 2009, revelava que o PDM tinha entrado na fase de acertos finais.

É caso para perguntar quem errou: terá sido a imprensa que ouviu mal ou foi o executivo que foi mal interpretado? Nunca saberemos. A verdade é só uma: Viseu demorou 144 meses a fazer aquilo que o município do Pom-bal, com o dobro dos ha-bitantes e com mais 100 quilómetros quadrados de área, fez em 40 meses – e “que começou do zero no início do mandato”.

Eficácia?

Se no passado, sobre outras questões, a opacidade do mu-nicípio era a nota dominante, nesta reta f inal e após a Comis-são Técnica de Acompanhamen-to ter dado parecer favorável à proposta de revisão apresenta-da pela autarquia viseense, as “ janelas da Câmara” parecem ter-se aberto: desde que se en-trou no período de discussão pública da proposta f inal da re-visão do Plano Diretor Muni-cipal, todos os documentos fo-ram disponibilizados na página da internet do município e este período divulgado convenien-temente nos órgãos de comuni-

cação social. Mudança de para-digma?

Não nos i ludamos . O muni-cípio de Viseu cumpriu escru-pulosamente os “serviços mí-nimos” a que estava obrigado pelo Regime Jurídico dos Ins-trumentos de Gestão Territorial (RJIGT): abriu o período de dis-cussão pública, através do aviso que publicou no Diário da Re-pública (II Série) em 19 de fe-vereiro (RJIGT, Artº 77º, n.º 3), anunciou o período de discus-são pública , que não pode ser inferior a 30 dias, com a ante-cedência prevista na lei (5 dias), ponderou as reclamações, as su-

A discussão do plano

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PDM | ABERTURA

Como já alguém escre-veu neste jornal, tentar interpretar, de uma pe-nada só, um documento tão exigente é tarefa para poucos. Não o vou ten-tar, quando é do conhe-cimento público o mani-festo desagrado que al-guns presidentes de junta apresentaram ao execu-tivo municipal no último dia do processo de discus-são pública.

Quando se olha para os documentos que cons-tituem o Plano Director Municipal, algumas das questões que sempre po-voaram o imaginário dos viseenses materiali-zam-se e tomam corpo. A

construção da 2ª circular vai ser uma realidade: um pouco por toda a cidade, vão nascer inúmeras con-fluências, quilómetros de asfalto novo, que ligarão esta nova infraestrutura à que existe atualmente. Da rotunda do Viso à Casa de Saúde São Mateus, de Ranhados à Universidade Católica, de Cabanões de Baixo à rotunda de Nelas, de Tondelinha à rotunda Carlos Lopes entre outros exemplos. Viseu terá óti-mas ligações ao centro da cidade, com todos os pro-blemas daí decorrentes. Viseu com esta rede vi-ária terá aquilo que Fer-nando Ruas anunciou há

muitos anos: uma capa-cidade instalada capaz de acolher 250 mil habitan-tes.

Contudo, a que custo? Muitas das freguesias do concelho serão absorvi-das pela malha citadina de forma agressiva e ali ficarão, como “ilhas da história”, entalhadas em avenidas modernistas que como fim têm sem-pre uma rotunda.

Ainda nesta perspetiva analítica, nunca duvidan-do que uma imagem vale mais do que mil palavras, importa referir que não é, por exemplo, nas cartas do património arqueoló-gico e arquitetónico, da

estrutura ecológica muni-cipal ou da Reserva Agrí-cola Nacional, que encon-tramos os desafios que se colocam a este plano: eles não estão lá. Nestes docu-mentos está plasmado o que vai ser construído, o que pode ser feito e as li-mitações que se impõem. A parte mais “apetitosa” está no documento que se debruça sobre a avalia-ção ambiental estratégi-ca e onde as imagens dão lugar ao pensamento es-tratégico.

Este é, naturalmente, um Plano Director Mu-nicipal de “segunda gera-ção”. Em Portugal há mui-to que foram abandonados

os planos da primeira ge-ração: aqueles instrumen-tos que apenas visavam o ordenamento, enumera-vam restrições e proibi-ções. O legado de Fernan-do Ruas concretizará, nas mãos de António Almei-da Henriques, uma polí-tica de ordenamento do território ao mesmo tem-po que procurará garantir as condições para um de-senvolvimento socioeco-nómico sustentado. Sim… Aquilo que falhou.

A verdade é que difi-cilmente se encontra um saldo positivo neste âm-bito. Viseu é tecnicamen-te a melhor cidade para viver e pouco mais. E, o

O plano dos planos?

gestões e os pedidos de esclarecimen-to apresentados, respondeu por escri-to e divulgou os resultados.

Durante o período em que esteve em discussão pública a proposta f inal da revisão do Plano Diretor Municipal, de 27 de fevereiro a 10 de abril de 2013, os viseenses não ficaram em casa. Nos serviços da câmara municipal foram recebidos mais de 500 contributos , processados e publicados na íntegra no relatório de ponderação das parti-cipações recebidas, disponível na pá-gina da internet do município.

Os dados da Câmara Municipal de Viseu (CMV) indicam que 525 pesso-as participaram neste processo de dis-cussão, sendo a taxa de reclamações

cerca de 50 por cento, ou seja, aproxi-madamente metade dos intervenientes consideraram que o novo Plano Direc-tor Municipal colidia com os seus in-teresses, levando-os a participar nes-te processo.

As estatísticas mostram ainda que, longe de contestarem as disposições regulamentares do plano, os viseenses que entraram nesta discussão, cerca de 60 por cento, teceu considerações ou questionou o município sobre par-celas ou áreas de terreno específ icas o que parece demonstrar a falta de es-clarecimento das populações quanto ao entorno estratégico do documen-to. Dos 525 participantes, 93 são mu-lheres, 408 são homens e 24 aparecem

como não identif icados.Contudo, tamanha transparência

peca no tratamento estat íst ico dos dados . Quando, no referido relató-rio encontramos uma análise inicial de dados, a síntese dos contributos, as condicionantes e o despacho f inal (resposta) a cada pedido, nota-se a au-sência do tratamento f inal de dados, isto é, da leitura exaustiva deste docu-mento não saltam à vista os números que permitem resumir as alterações realizadas ao plano: quantas solicita-ções foram atendidas, quantas foram parcialmente aceites, quantas não fo-ram consideradas? É uma questão de fazer as contas (mesmo quando o des-pacho pouco aclara).

Plano Diretor Municipal assume claramente esta realidade ao apontar os pontos fracos da cidade de Ruas: Viseu tem uma dinamização económi-ca moderada, constran-gimentos na rede viária existente, um grau de dependência face ao ex-terior quanto ao empre-go e ao rendimento das famílias, a taxa de de-semprego está a aumen-tar, o tecido empresarial é débil e constituído por micro empresas de ca-rácter familiar, a implan-tação industrial é pouco estruturada, existe uma falta de modernidade nos setores tradicionais e verifica-se uma dimi-nuição do número de empresas. Doeu?

Por tudo isto, Fernan-do Ruas quer agora in-verter o ciclo e a sua vi-são progressista entende como possível no futuro a afirmação do concelho como um centro urba-no de primeira linha, o crescimento da relevân-cia patrimonial e turísti-ca de Viseu, a contenção de novas frentes urbanas desinseridas e o aprovei-tamento económico da mancha florestal do con-celho. Para isso legou à cidade o “seu” PDM onde se assume que nada disto será verdade se não existir concertação com os atores locais e a par-ticipação da população nos processos de gestão do território.

A Almeida Henriques cabe agora assegurar, implementar e acom-panhar o cabal cum-primento deste plano. Ameaçada pela desvita-lização e por fortes sinais de alguma inconsistên-cia na atividade econó-mica, pela inexistência de um desenho das re-des de transportes, pelo aumento do transporte individual, pelo esva-ziamento de áreas im-portantes do concelho, pela perda da identida-de cultural, pelo enve-lhecimento da popula-ção e pela diminuição da competitividade turísti-ca que dispersa a procu-ra e enfraquece a ofer-ta, bem que Viseu pre-cisa de um ex-secretário de Estado da Economia e Desenvolvimento Re-gional em plena forma. Mãos à obra.

Jornal do Centro10 | outubro | 2013 7

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Luís Manuel Martins de Vasconcelos nasceu a 17 de Setembro de 1963, em An-gola, sendo filho de Arminda Maria Martins e de António Pinheiro da Silva e Vascon-celos.

Aí fez os estudos primá-rios, frequentando depois a Escola Básica “2.º Duque de Lafões”, em Oliveira de Fra-des e concluindo os estudos secundários na Escola Secun-dária de S. Pedro do Sul. Ma-triculou-se na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em Matemática Apli-cada, tendo-se licenciado em Estatística e Investigação Operacional.

Casou com Ermelinda Ma-ria Tavares de Almeida Vas-concelos, com quem tem qua-tro filhas: Jéssica Gabriela (1992); Joana Andresa (1995); Rute Rafaela (1997) e Bruna Raquel (1999).

A nível profissional foi ad-ministrador de empresa e, posteriormente, foi docente do ensino secundário e entre

1999 e 2005 desempenhou o cargo de presidente do Con-selho Executivo da Escola Se-cundária de Oliveira de Fra-des.

Fez parte da Direcção da Associação dos Bombeiros Voluntários de Oliveira de Frades no biénio 2001/02.

Entre 2002 e 2004 foi vice-Presidente da Comissão Poli-tica da Secção de Oliveira de Frades do PSD, e seu Presi-dente de 2004 a 2006, sendo desde essa data Presidente da Mesa da Assembleia.

É também desde 2006 Pre-sidente da Assembleia Geral do Grupo Desportivo de Oli-veira de Frades.

Actualmente é Presidente da Câmara Municipal de Oli-veira de Frades, cargo que de-sempenha desde 29 de Outu-bro de 2005.

Que expectativas tra-

zem mais este mandato

autárquico?

Nos últimos anos, o con-celho de Oliveira de Fra-des conseguiu atingir um patamar de qualidade de vida elevado comparativa-mente com os concelhos da nossa dimensão.

Para o próximo manda-to espero que o trabalho da equipa que lidero conti-nue a potenciar esse cres-cimento, e que o concelho de Oliveira de frades con-tinue neste ciclo de cres-cimento e incremento de qualidade de vida.

O desafio é cada vez maior, atendendo à con-juntura nacional e à crise que o país atravessa mas, com a colaboração de to-dos espero conseguir mais e melhor para este nosso concelho.

A nossa gente é, sem dúvida, o maior poten-cial deste concelho e, es-tou certo que contribuirá para minorar as dificulda-

des e potenciar as oportu-nidades dos tempos vin-douros.

Quais os projetos que espera

implementar e concluir?

Durante o próximo mandato iremos concluir o ciclo da água, dotando o concelho de um sistema de abastecimento de altíssima qualidade, exclusivamente explorada por este Muni-cípio.

Queremos, ainda, con-cluir o plano estratégi-co que implementámos, desde há 8 anos, nas vá-rias áreas de intervenção, de que são exemplo os se-guintes projetos:

A construção de um Centro Escolar e a con-clusão das obras da Esco-la Sede do Agrupamento

de Escolas (2.º, 3.º e Secun-dário) permitindo, assim, ter uma educação de ex-celência.

A requalificação das Pis-cinas Municipais, propor-cionando melhores con-dições de ocupação dos tempos livres das nossas crianças e jovens finali-zando, assim, o investi-mento no complexo des-portivo.

A finalização dos in-vestimentos nas acessi-bilidades, nomeadamen-te na conclusão da Via Estruturante, crucial para o desenvolvimento do con-celho de Oliveira de Fra-des. A persistência junto da Empresa Estradas de Portugal para a requalifi-cação da Estrada Nacio-nal 16.

Também nas áreas da ação social, ambiente, or-denamento do território e zonas industriais preten-demos implementar as medidas e ações constan-tes do Plano Estratégico, que fomentem a fixação das populações e o desen-volvimento social e econó-mico de Oliveira de Frades e de cada freguesia.

Q ue re m o s , a i nd a , requalificar o centro ur-bano da Vila com o apoio do próximo quadro comu-nitário e finalizar as obras da nova Biblioteca Muni-cipal.

Obviamente, a nossa in-tervenção não se cinge a estes projetos que desde início definimos como es-tratégicos para o conce-lho.

Estamos e estaremos sempre empenhados a tra-balhar e a dedicar o nosso esforço em prol de Oliveira de frades.

Só estaremos satisfei-tos proporcionando me-lhor educação e futuro às nossas crianças, mais em-prego e condições de vida à nossa população ativa e mais conforto e qualidade de vida aos nossos idosos.

É nesse propósito que orientaremos sempre a nossa linha de atuação.

Que desafios tem pela fren-

te?

No próximo mandato te-remos vários desafios pela frente.

O primeiro, desde logo, consiste em continuar a fixar investimento nes-

“Iremos concluir o cicloda água, dotando o concelhode um sistema de abastecimento de altíssima qualidade, exclusivamente exploradapor este Município”

à conversa Entrevistas ∑ Emília Amaralfotos ∑ DR

As últimas eleições au-tárquicas de 29 de Ou-tubro trouxeram algu-mas surpresas, nome-adamente nas câmaras de Mortágua, Santa Comba Dão, Carregal do Sal, Nelas, Penalva do Castelo, São Pedro do Sul, Tarouca e Ta-buaço.Onde não houve dúvi-das nenhumas foi na autarquia de Oliveira de Frades. Luís Manuel Vasconcelos, do PSD, obteve 71,42% dos vo-tos. Este foi o sufrágio mais expressivo do dis-trito de Viseu. Ouvimos o presidente em quem, os eleitores confiaram de forma tão inequívoca para os pró-ximos quatro anos.

Jornal do Centro10 | outubro| 20138

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LUÍS MANUEL VASCONCELOS | À CONVERSA

te concelho, conseguindo mais emprego e, por con-seguinte, fixar mais popu-lação.

O segundo, continuar a orientar as políticas públi-cas na procura de um con-celho mais justo, mais so-lidário, mais desenvolvi-do e com maior qualidade de vida.

E, por último, continu-ar a procurar o investi-mento nacional em obras prioritárias para o nosso desenvolvimento.

Nos últimos anos con-seguimos iniciar cada um destes desafios com re-sultados bem visíveis. Os dados estatísticos confir-mam que somos, hoje, um concelho mais competiti-vo, mais evoluído e mais apetecível. Assim quere-

mos continuar.

Quais as maiores dificulda-

des que o esperam?

É impossível dissociar a nossa intervenção da cri-se que atingiu o País e que muito tem constrangido a nossa atuação.

A diminuição das recei-tas e das transferências do orçamento de estado têm implicado uma maior aten-ção e ponderação em todas as nossas ações.

Manteremos sempre a necessária e responsável estabilidade financeira contornando essa dificul-dade.

Investiremos, porque te-mos a certeza que só com investimento se poderá atenuar os efeitos da crise, mas associaremos sempre

a ponderação financeira e a responsabilidade econó-mica ao investimento que vamos executando.

Nos tempos que cor-rem, é uma responsabili-dade acrescida ser autarca porque as dificuldades aumentaram. No entan-to, também é um desafio mais aliciante que nos leva a sentirmo-nos mais úteis junto da sociedade que re-presentamos.

Que comentário tem a fazer

sobre o resultado obtido nes-

ta eleição autárquica?

O resultado das últimas eleições autárquicas de-mostra um grau de satis-fação da grande maioria dos nossos munícipes no caminho que temos per-corrido.

Traz-nos, também, uma responsabilidade acrescida de continuar a desenvolver este nosso concelho.

Os nossos concidadãos sabem que saímos moti-vados do seu voto de con-fiança para continuar a trabalhar, afincadamente, pelo nosso concelho, sem-pre na procura incessan-te de um concelho melhor e com mais qualidade de vida.

Continuaremos, assim, a trabalhar e a dedicar o nosso esforço e empenho no crescimento e desen-volvimento deste nosso concelho.

Quais as metas que espera

ver cumpridas pela “nova”

direção da CIM Dão Lafões

saída destas eleições?

As metas que espero ver cumpridas pela nova di-reção da CIM são aquelas que já se encontravam de-finidas pelos intervenien-tes municipais e que julgo serem consensuais em to-dos os quadrantes.

Potenciar o aumen-to da taxa de emprego na região, aumentar a efici-ência energética, contri-buir para uma educação e uma escolarização da nossa população e reduzir as assimetrias sociais são prioridades que temos que conseguir implementar na nossa região.

Conseguiremos isso pro-curando um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo.

A direção terá que imple-mentar ações e medidas que permitam atingir estas me-tas e que possibilitem aos Municípios as ferramentas para direcionar os seus in-vestimentos nesse sentido.

De referir a gestão isenta e rigorosa que foi implementada nestes anos de funcionamento da CIM, ansiando que assim conti-nue.

Quais as áreas que gostaria

de ver contempladas no

plano de ação desta associa-

ção?

O Plano de ação da Co-munidade Intermunici-pal deve contemplar vá-rias áreas de intervenção, procurando represen-tar a diversidade e as potencialidades da região que representa.

Oliveira de Frades é um concelho industrializado, fixando na região um con-junto alargado de empre-gos que valorizam toda a região.

Por esse facto gostaría-mos que o plano de ação da Comunidade que in-tegramos desse principal relevância ao apoio às zo-nas industriais existentes, atraindo investimento, em-prego e procurando dotar a região das ferramentas para proporcionar condi-ções de instalação e desen-volvimento aos empresá-rios que se queiram fixar.

O setor avícola, impor-tante para a região, terá que ter igualmente a de-vida atenção e apoio, para continuar a ser um poten-cial económico de valor acrescentado para as nos-sas populações.

Jugamos, também, que se contribuirá para o in-cremento da qualidade de vida da nossa região, do-tando os espaços urbanos de melhores condições,

requalificando-os.O plano de ação da Co-

munidade Intermunicipal deve, assim, dar relevân-cia a estas áreas de atua-ção e planear a região para que consigamos fixar a nossa população, propor-cionando-lhes a qualidade de vida necessária ao seu desenvolvimento pessoal e profissional.

A aplicação dos fundos

comunitários é vista como

uma oportunidade para

o País. Que anseios tem

Oliveira de Frades a este

respeito?

A aplicação de fundos comunitários é sempre uma oportunidade para o País e para cada região.

Há investimentos que se revelam cruciais para o desenvolvimento do nosso concelho. Estes só são pos-síveis com o necessário apoio e comparticipação de fundos provenientes dos quadros de apoio co-munitário.

Oliveira de Frades pre-tende, no próximo quadro de apoio, usufruir da ne-cessária comparticipação nos investimentos priori-tários e estratégicos para o concelho.

Com esse apoio con-seguiremos finalizar um conjunto de ações e inves-timentos que dotarão Oli-veira de Frades de mais e melhor Futuro.

A cooperação intermunici-

pal tem funcionado? Quais

as expetativas que tem em

relação ao período 2013-

2017?

A cooperação inter-municipal tem sido um caminho que se tem de-senvolvido e que tem fun-cionado, consoante as ex-pectativas e necessidades de cada concelho.

Acredito que nos pró-ximos anos, fruto da cria-ção de unidades de gestão territorial como as Comu-nidades Intermunicipais, seja expectável que a co-operação intermunicipal se desenvolva e que se procurem soluções mais abrangentes para o terri-tório.

A cooperação intermu-nicipal deverá, sempre, desenvolver-se, respeitan-do a diversidade de cada concelho, procurando as economias de escala e o aumento da massa críti-ca que traga benefícios a todos.

Se assim for feito, acre-dito, seriamente, que tem tendência a crescer nos próximos anos.

Jornal do Centro10 | outubro | 2013 9

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região

Terminou no passado fim-de-semana a iniciati-va “Vamos Limpar o Rio Paiva”, promovida pela Associação S.O.S. Rio Paiva (que decorreu nos dias 28 de setembro e 5 de outubro).

A ação, que envolveu cerca de uma centena de voluntários, permitiu a re-colha de meia tonelada de resíduos das margens do Rio Paiva nas cinco inter-venções realizadas e que contaram com a participa-ção de várias associações e do Serviço de Protecção da Natureza da GNR.

No final, e segundo o que a S.O.S Rio Paiva fez saber em comunicado, “verificou-se a existência de grandes quantidades de lixo doméstico nas mar-gens das zonas de lazer do Rio Paiva, situação preocupante uma vez que este lixo seria arrastado pelas correntes durante o inverno, ficando espalha-do pelo vale, muitas vezes em locais inacessíveis”.

No comunicado pode ainda ler-se que “entre as centenas de quilos de lixo recolhido encontravam-se sobretudo garrafas de vidro, comida, fraldas, ta-lheres, utensilios de cozi-nha, redes de pesca ilegal, pneus, calçado, roupa, sa-

cos de plástico, champôs, garrafas de água”.

A organização apontou ainda o dedo aos cidadãos que ao deixarem lixo nas zonas de lazer, ajudam à poluição do rio. “O lixo acumulado, e muitas ve-zes escondido entre a ve-getação, demonstra uma grande falta de sensibi-lidade e consciência de alguns cidadãos que fre-quentam o Paiva nos me-ses de verão”.

Uma facto que vem au-mentar as preocupações da Associação SOS Rio Paiva “para o alargamen-to das zonas de lazer no rio com as construções em curso nos concelhos de Vila Nova de Paiva, Castro Daire e futura-mente em Arouca onde cerca de 8 km do rio serão abertos ao público através da construção de passadi-ços nas margens”.

A S.O.S Rio Paiva lem-brou ainda que “o lixo acumulado nas margens prejudica o turismo, au-menta o risco de incên-dio, contribui para a de-gradação da qualidade da água e afeta negativamen-te a biodiversidade num rio classificado na Rede Natura 2000, e habitat de várias espécies protegi-das”.

Para além do lixo dei-xado pelos turistas, a as-sociação recorda que “o Paiva tem sido alvo de des-cargas poluentes, algumas com origem nas Estações de Tratamento de Águas Residuais construídas nas últimas décadas, que, comprovadamente, não estão a funcionar corre-tamente causando gran-des danos na qualidade da água do Paiva e na sua biodiversidade, situação que se arrasta sem que se-jam tomadas medidas efe-tivas para resolver o pro-blema”.

Participaram nas ope-rações de recolha as se-guintes entidades: SEP-NA- GNR Coma ndo Territorial de Viseu, As-sociação de Produtores Florestais de Montemuro e Paiva, Associação Cami-nhos da Memória, Asso-ciação Cultural e Recrea-tiva de Soutosa, Associa-ção Eco-Turística Douro Paiva, Associação de Es-tudo e Defesa do Patrimó-nio Histórico-Cultural de Castelo de Paiva, Associa-ção Florestal do Vale do Sousa, Associação Aldeias de Magaio, Associação Bi-naural, CLDS, Associação Ardena e Naturpaiva.

Micaela Costa

Meia tonelada de resíduos recolhidos do Rio PaivaIniciativa ∑ Cinco ações possibilitaram limpar as margens

A Ação envolveu cerca de uma centena de voluntários

DR

Assim que o passado dia 5 de outubro se começou a revelar ensolarado, já a Comunidade Educativa do Colégio da Imaculada Conceição de Viseu, as-sociada a diversas escolas católicas do país e em par-ceria com a Cáritas Por-tuguesa, se encontrava a organizar a recolha de gé-neros alimentícios em di-versos estabelecimentos comerciais. Como é prá-tica comum nesta “Casa de Aprender”, antes de partirem em missão, to-dos os intervenientes se uniram num momento de oração, onde se elevaram os valores fundamentais do dia que tinham pela frente: a partilha, a soli-dariedade e a entreajuda, pois esta campanha reve-lar-se-ia uma resposta ati-va às necessidades básicas imprescindíveis e conti-nuamente crescentes das populações carenciadas, permitindo que os jovens envolvidos desenvolves-sem os valores da partilha, da gratuitidade e do espíri-to de voluntariado, indo ao encontro do minimizar dos problemas, das desigualda-des e injustiças sociais das pessoas mais vulneráveis em situação de pobreza e exclusão social, lema tão caro à Cáritas Diocesana. Neste sentido, o Colégio da Imaculada Conceição de Viseu não poderia ficar indiferente a esta tão no-bre e pertinente iniciativa, nos dias que hoje correm e, desta forma, esteve com 25 professores, 60 alunos, 25 Encarregados de Educação e 2 Mães de Paula, devida-mente distribuídos pelos seguintes estabelecimen-tos comerciais: Continen-te, Pingo Doce do Fórum Viseu, Pingo Doce de Pas-coal, Minipreço, em frente à Central de Camionagem, Spar, na Praça de Goa e os supermercados asso-ciados à Misericórdia de Viseu. E assim, mais uma vez, esta instituição de en-sino demonstrou os pila-res da sua união e o quão é pautada por verdadeiros valores de fraternidade e comunhão, pois, apesar de se tratar de um dia não laboral, estas pessoas de-cidiram levar o seu sorri-so, a sua simpatia e o seu carinho, a quem se diri-

gia a esses locais e devida-mente identificados com camisolas brancas que orgulhosamente salien-tavam o símbolo da cam-panha, iam entregando sacos referentes à mes-ma, pois “PARTILHAR É…URGENTE!”. Consta-tou-se, portanto, que os vo-luntários estiveram muito empenhados, colaboran-do com entusiasmo na sua dinamização. Apesar da situação de crise no país e consequentemente nas famílias em geral, foi no-tória a vontade manifes-tada por todos em ajudar quem mais precisa, sen-do um verdadeiro sinal de coesão e de grande ge-nerosidade, uma vez que se recolheram quantida-des muito significativas de géneros alimentares, principalmente embala-gens de leite, arroz, mas-sa, açúcar, azeite, óleo e enlatados, sendo portanto um resultado muito ani-mador. Estes donativos foram sendo entregues, ao longo do dia, à Cáritas de Viseu, que ia fazendo a respetiva recolha pe-los estabelecimentos co-merciais anteriormente mencionados. De salien-tar a presença da Diretora do Colégio da Imaculada Conceição de Viseu nos vários locais destinados à recolha, Irmã Teresa San-tos, e ainda a presença do Presidente da Cáritas Dr. José Fernando Pereira Borges que se deslocou ao Continente de Viseu para efetuar o seu donativo e

aproveitou para agrade-cer à Direção do Colé-gio e a todos os elemen-tos que constituem a sua comunidade educativa (Professores, Pais/En-carregados de Educa-ção e Alunos) em nome da Cáritas Diocesana e de todas as famílias que serão ajudadas graças a esta campanha. O Colé-gio da Imaculada Concei-ção vem, por seu lado, re-tribuir o agradecimento a esta instituição de benefi-cência, uma vez que estas iniciativas são essenciais para a formação integral de todos e devem ser repe-tidas, e deixar um agrade-cimento especial aos Alu-nos intervenientes; aos Encarregados de Educa-ção, em particular a todos os elementos da APACIC (Associação de Pais do Co-légio) pela ajuda, nomea-damente com os veículos para recolha e transporte de alimentos, com os auto-colantes “CIC Solidário”, e com os lanches oferecidos aos voluntários, quer no turno da manhã, quer da tarde; aos Professores en-volvidos, salientando o tra-balho das professoras Ana Afonso e Rosa Figueiredo pelo empenho e dedicação extrema conferidos à or-ganização da dita campa-nha, à Direção Pedagógi-ca e à Direção Geral, por-que “Partilhar é urgente” e “Edificar o bem comum é tarefa de todos e de cada um”.

Prof. Alexandra Rodrigues

Partilhar é... urgente

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REGIÃO | VISEU

Comida de segunda para gente de primeira

Opinião

O valor da solidariedade e do voluntarismo clama-do por muitos será o novo pilar da reconstrução eu-ropeia. Os futuros desíg-nios com que muitos con-tam, tanto por parte da UE como da Alemanha.

Segundo os recentes da-dos do INE, a taxa de pou-pança das famílias nacio-nais subiu para os 13.6% (+0.5%) durante o 2º tri-mestre de 2013, isto é, esta-mos a aforrar mais “para o que der e vier”.

Em termos alimentares, e para não nos tornarmos fastidiosos, no tema do des-perdício alimentar impor-ta referir que a problemáti-ca em causa tem vindo, e bem, a mobilizar organis-mos, estruturas e pessoas por todo o mundo.

Em Copenhaga (Dina-marca) será inaugurado por estes dias um restau-rante sem fins lucrativos, cujos proveitos serão ca-nalizados para progra-mas relacionados com a cooperação internacio-nal. A maioria dos ingre-dientes a serem servidos nos diferentes pratos são oriundos dos excedentes existentes nos supermer-cados, em particular fru-tas e legumes com formas e tamanhos não unifor-mes, resultantes ainda de um excesso de stock ou da sua acomodação em espa-ços exíguos nos estabeleci-mentos, bem como os que se aproximam do fim do prazo de validade. As refei-ções terão um custo entre os 11 e os 15 euros, valor bas-tante aceitável para o pú-blico dinamarquês. A ini-ciativa conta com a partici-pação de 70 colaboradores em regime de voluntariado, o que só engrandece a ini-ciativa. Se os países nór-dicos se encontram mais predispostos para estes be-névolos gestos, e não ou-tros que muito nos tolhem, por cá existem já alguns movimentos que importa enaltecer. A partir de No-vembro, em Lisboa, passa a ser possível adquirir fru-ta de hortícolas “feios”, em cabazes concebidos para o efeito. Trata-se, como é óbvio, de fruta e hortícolas da época, que são sempre as mais agradáveis de con-sumir a preços muito con-vidativos. Esta iniciativa é também possível de avis-tar em muitas outras regi-

ões, como a nossa, com a oferta de cabazes de pro-dutos regionais que visam fomentar a prática de uma agricultura de pendor e di-mensão familiares, que en-contra nesta via mais um modo de escoar os produ-tos. Pese embora, possa-mos adjectivar de diferen-tes formas esta nova gama de produtos, é fundamen-tal e crucial que a sua qua-lidade alimentar assuma uma condição irrepreen-sível. No que diz respeito aos seus sabores e aromas, não há reprimendas. Refi-ro-me, obviamente, aos as-pectos relacionados com a sua segurança alimentar que passam pela ausência de contaminações (físicas, químicas e microbiológi-cas), a par da inexistência de vestígios de produtos veterinários, farmacêuti-cos e fitossanitários. A le-gislação actual aplicada ao sector alimentar é bastante restritiva no modo de uti-lização e aplicação destes produtos, o que melhora em muito o nível de con-fiança que toda a cadeia deve adoptar. O controlo aplica-se de forma sistemá-tica em todos os estabeleci-mentos alimentares, mas em situações ocasionais e pontuais (ex: mercados e feiras) provavelmente a temática escapa aos seus organizadores ou a quem tem a tutela dos espaços, por vezes mais apoquenta-dos com o valor das licen-ças a cobrar. Assim, talvez seja conveniente, oportu-no e desejável que nos ac-tuais e futuros eventos os requisitos necessários à venda dos diferentes pro-dutos, quer num formato sublime e uniforme, quer num malparecido e des-conforme, fiquem correc-tamente acauteladas estas condições. Se não for pos-sível contratualizar empre-sas, convidem instituições e entidades para poderem colaborar fornecendo co-nhecimento e instrumen-tos para o seu controlo e monitorização.

Importa não esquecer que, pese embora esteja-mos a trabalhar com arti-gos de segunda, as pesso-as a quem se destinam são por certo de primeira.

Rui CoutinhoTécnico Superior Escola Superior Agrária de Viseu

[email protected]

José Junqueiro e Acácio Pinto, deputados do Par-tido Socialista (PS) elei-tos pelo círculo de Viseu, alertaram esta segunda-feira, dia 7, para a possibi-lidade de 17 repartições de Finanças virem a fechar no distrito de Viseu.

Em conferência de im-presa, os deputados apon-taram o dedo ao Governo, por não estar a fazer “jogo limpo”, pois “há um con-junto de planos subtraí-dos e escondidos de po-

pulações e de autarcas”.Segundo Acácio Pinto

esta questão já havia sido levantada a 19 de setem-bro, mas nunca obtive-ram resposta. “Quando os deputados socialistas questionaram a ministra das Finanças sobre as re-partições que tenciona-va encerrar no distrito de Viseu, não obtiveram resposta”. Acrescentado que “essa resposta devia ter sido dada antes das eleições autárquicas, por

uma questão de transpa-rência”.

Para José Junqueiro es-tes encerramentos “não são uma inevitabilidade”, mas apenas “uma orienta-ção do Governo”, que re-presenta não só “o fim de um conjunto de postos de trabalho”, mas também “a saída de massa crítica”, e como consequência “a desertificação”.

Das 24 repartições, 17 podem ter que vir a fechar as portas (Armamar, Car-

regal do Sal, Castro Daire, Cinfães, Mortágua, Ne-las, Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, Pene-dono, Resende, São João da Pesqueira, Sátão, Santa Comba Dão, Sernancelhe, Tabuaço, Tarouca e Vila Nova de Paiva), ficando apenas disponíveis aos utentes Viseu, Tondela, Moimenta da Beira , Lamego, Mangualde, S. Pedro do Sul e Vouzela.

Micaela Costa

PS alerta para o encerramento de 17 repartições de Finanças Medidas∑ Deputados acusam Governo de não fazer “jogo limpo” e de “esconder”

informações ás populações e autarcas

A Acácio Pinto e José Junqueiro, deputados do Partido Socialista eleitos pelo círculo de Viseu

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NELAS | VISEU | REGIÃO

O futuro da presidência da Câmara Municipal de Nelas está nas mãos do Tri-bunal Constitucional (TC).

Depois dos resultados das autárquicas do pas-sado dia 29 de setembro, terem levantado dúvidas e gerado alguma polémi-ca, entre as candidatu-ras do PS e da coligação PSD/CDS-PP, cabe agora ao TC decidir se é, ou não, confirmada a vitória de Borges da Silva e do Par-tido Socialista (PS).

Em causa estão os 13 vo-tos de vantagem sobre a coligação (que voltava a apresentar o nome de Isaura Pedro como cabe-ça de lista) e que inconfor-mada com os resultados pediu uma recontagem dos mesmos.

Segundo avança José Borges da Silva, em co-municado, “as vitórias do PS na Câmara, na Assem-bleia Municipal, na As-sembleia de Freguesia de Nelas e de Vilar Seco são inquestionáveis”, acres-centando que chegaram até a ser “confirmadas na recontagem dos votos de

todas as Assembleias de Voto requerida pelo PSD/CDS” e que atestavam a veracidade dos números iniciais, tendo sido o resul-tado ratificado pela juíza do Tribunal de Nelas.

Segundo a coligação, as dúvidas estão na reconta-gem total dos votos, situa-ção que, segundo a candi-datura de Borges da Silva, é ilegal, já que a legislação, e com base numa jurispru-dência do Tribunal Cons-titucional, só podem ser “reapreciados os votos que hajam sido protestados ou reclamados nas Assem-bleias de Apuramento Lo-cais, e não o sendo a sua va-lidade posterior não pode ser questionada”. Acres-centando que, na ocasião, “a única reapreciação que foi efetuada na Assembleia de Apuramento Geral foi a dos votos nulos e cuja nuli-dade foi integralmente re-confirmada”.

No mesmo comunicado, o candidato refere ainda que “questionar a vitória do PS para a Câmara mes-mo através de um recurso para o Tribunal Constitu-

cional é manobra para ga-nhar tempo, cuja intenção, para além do mau perder, visa certamente outros objetivos já sobejamente denunciados nos últimos dias da campanha eleito-ral e que certamente serão apurados depois da toma-da de posse do novo Presi-dente da Câmara”.

A resposta do TC deve-ria ser conhecida até se-gunda-feira, dia 7, mas ao fecho desta edição nada foi adiantado por aquele órgão judicial. O Jornal do Centro tentou entrar em contacto com Borges da Silva e Isaura Pedro, mas sem sucesso.

Caso o TC se pronun-ciar no sentido de ter havi-do alguma ilegalidade, em alguma das assembleias de voto, e declarar nulo o ato eleitoral, haverá repetição das eleições no segundo do-mingo posterior à decisão. Se a resposta for positiva Borges da Silva será o novo presidente da Câmara Mu-nicipal de Nelas, seguindo-se assim a Isaura Pedro.

Micaela Costa

Constitucional decide vencedor em NelasAutárquicas ∑ Diferença de votos deixou incorformado o

PSD que recorreu ao TS. Borges da Silva (PS) entende a ati-

tude como “manobra para ganhar tempo”

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DETENÇÃOViseu. A PSP deteve no passado dia 2, pelas 16h00, numa das arté-rias da cidade, um jo-vem de 20 anos de ida-de, durante uma fisca-lização rodoviária, por posse de engenhos ou instrumento sem apli-cação definida por se-rem usadas como ar-mas de agressão.

ILEGALIDADEViseu. Uma jovem de

19 anos, foi detida, no passado d ia 3 , pela P SP, p or conduç ão sem habilitação legal para o efeito.

ALCOOLViseu. Foi detido um indivíduo de 36 anos de idade, na passada sexta-feira, dia 4, pela PSP. O homem conduzia com uma taxa de 1,49 g/l de alcool no san-gue.

EM 520REQUALIFICADA

A estrada Municipal 520, que faz a ligação da Zona Industrial de Armamar com a fron-teira do município vi-zinho de Tarouca foi objeto de interven-ção.

A obra com extensão de 11 quilómetros con-sistiu na reabilitação da estrada existente e traduziu-se num in-vestimento elegível de 865.473,98 euros, com uma comparticipação FEDER de 85%.

O projeto foi subme-tido a uma candidatu-ra inserida no objeti-vo específico de pro-moção da mobilidade urbana do Eixo IV – Qualificação do Siste-ma Urbano do Progra-ma Operacional Re-gional do Norte ON2) 2007-2013 e enqua-drado no contrato de delegação de compe-tências com subven-ção global celebrado entre a Autoridade de Gestão do PO Norte e a Comunidade Inter-municipal do Douro (CIMDOURO).

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educação&formação

Uma equipa da Escola Superior Agrária do Insti-tuto Politécnico de Viseu foi a grande vencedora do Concurso Universitá-rio CAP – Cultiva o Teu Futuro, este ano alusivo à temática da “Inovação no Setor da Vinha e do Vi-nho”, promovido pela Con-federação dos Agricultores de Portugal, com o proje-to “Iogurtes enriquecidos com antioxidantes extraí-dos a partir dos compostos fenólicos do vinho”.

O concurso, que tem como objetivo promover a criatividade e a inovação junto da população acadé-mica, premiando os me-lhores trabalhos de diver-sas áreas científicas apli-cadas ao setor agrícola, contou este ano com a se-

gunda edição e dedicou-se ao setor da vinha e do vinho.

A equipa da Escola Su-perior Agrária de Viseu (ESAV), constituída pelas alunas Suzanna Ferreira e Ana Rodrigues, com a orientação científica da professora Raquel Guiné e coorientação do profes-sor Fernando Gonçalves, ambos docentes da ESAV, recebeu um prémio no va-lor total de nove mil euros (destinados seis mil aos alunos concorrentes e três mil aos respetivos profes-sores orientadores), das mãos do Secretário de Es-tado da Agricultura, José Diogo Albuquerque.

Para o secretário de es-tado da Agricultura, que procedeu à entrega do

prémio, o concurso repre-senta “um sinal positivo de modernização do setor agrícola” e que a inovação patente nos projetos apre-sentados é “fundamental para o setor”.

O trabalho de investi-gação agora premiado foi desenvolvido pelas alu-nas no âmbito da unidade curricular de “Inovação, Desenvolvimento e Apro-veitamento de Produtos

Alimentares” do curso de Engenharia Alimentar da ESAV.

Ao concurso foram sub-metidos 125 projetos con-correntes, com trabalhos de áreas académicas di-versas, dos quais 16 foram selecionados para apre-sentação na sessão “Ele-vator Pitch”, que decor-reu ontem, e que apurou os 6 finalistas e o grande vencedor: a Escola Supe-

rior Agrária do Instituto Politécnico de Viseu.

O júri do concurso foi composto por João Ma-chado, presidente da CAP; Luís Pato, enólogo e produ-tor; Frederico Falcão, pre-sidente do IVV – Instituto da Vinha e do Vinho; Jor-ge Monteiro, presidente da Viniportugal; e por Telmo Vieira, Partner da Premi-valor Consulting, promo-tora da iniciativa.

O Concurso Univer-sitário CAP – Cultiva o Teu Futuro destina-se a alunos que à data da candidatura frequentem uma Licenciatura, Pós-Graduação, Mestrado, ou Doutoramento cujos programas contemplem conteúdos de Agrono-mia, Ambiente, Design, Gestão, Economia, Ges-tão Industrial, Saúde, Marketing, entre outros, e que pretendam apre-sentar um projeto no âmbito do tema em vigor para cada edição do con-curso.

A 1ª edição, lançada no ano letivo 2011/2012, foi dedicada ao tema “Inova-ção no setor do Azeite”.

Micaela Costa

Projeto da Agrária de Viseuvence concurso universitário

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economia

A Casa da Ínsua, ho-tel de charme da cadeia Montebelo Hotels & Re-sorts, em Penalva do Cas-telo, está a preparar um fim-de-semana dedicado às vindimas.

Como é tradição, a Casa da Ínsua propõe aos clientes um programa de-safiante, no qual são con-vidados a participar na secular vindima da quin-ta. Por 138 euros por pes-soa, com alojamento em quarto duplo na Ala do Arco, curiosos e aprecia-dores da vida no campo são desafiados para um dia inteiramente dedica-do à vindima.

O fim-de-semana te-mático tem início na sex-ta, dia 11, sendo os clientes brindados à chegada com uma t-shirt e um chapéu “típico” para a participa-ção na vindima. No sába-do, dia 12, após o peque-no-almoço, os clientes te-rão então a oportunidade de participar na apanha da uva, actividade segui-da de uma refeição ligei-ra, a recordar o ambien-te das vindimas de anti-

gamente. Um almoço ao ar livre, recheado de pro-dutos típicos cultivados e fabricados naquela uni-dade da Visabeira Turis-mo, antecede o processo de pisa e vinificação da uva, uma das etapas mais apreciadas pelos turistas que anualmente se deslo-cam a Penalva do Castelo para participar nas vin-dimas da Casa da Ínsua. O programa termina no domingo, 13, após o pe-queno-almoço.

O programa inclui ain-da uma deslocação às di-ferentes vinhas da Quin-ta, entre as quais a par-cela Touriga Nacional, considerada por diver-sas vezes como uma das melhores do Dão, pro-porcionando uma ex-periência única de de-gustação dos diferentes tipos de bagos ali culti-vados, uma prova de vi-nhos da Casa da Ínsua, acompanhada de queijos Serra da Estrela elabora-dos na queijaria da uni-dade, e visita ao Núcleo Museológico da Casa da Ínsua.

Vindimas na Casa da ÍnsuaAtividade∑ Unidade hoteleira propõe um programa, para este fim-de-semana

(11, 12 e 13) que recorda outros tempos

O Empreendedorismo

nas prioridades estratégicas

de Viseu

Clareza no Pensamento

Por dever de ofício, não poderia deixar de notar as opções que so-bre o “empreendedoris-mo” constam do progra-ma de candidatura do recém-eleito Presiden-te da Câmara Municipal de Viseu. As treze vezes que a palavra empreen-dedorismo ali é mencio-nada, não poderão dei-xar de ser entendidas como um propósito no âmbito das três priorida-des estratégicas: Desen-volvimento económico; Solidariedade e inclu-são social; Coesão terri-torial, do centro históri-co regenerado às aldeias revitalizadas.

Começando por reco-nhecer, na Visão, o “em-preendedorismo” como uma característica da gente de Viseu, o pro-grama desenvolve-se em cinco áreas de apos-ta, em que todas elas o empreendedorismo sur-ge enformando propos-tas concretas de medidas de política.

No que respeita à área da “Competitividade”, aponta para a criação de um ambiente favorável ao empreendedorismo e iniciativa empresarial, que passa pela simplifi-cação e desburocratiza-ção dos processos, apoio na captação de investi-dores externos e parce-ria com instituições de ensino superior e asso-ciações empresariais e outras.

Na área da “Qualida-de de vida”, preconiza a abertura de edifícios re-abilitados à microincu-bação empresarial e ao empreendedorismo jo-vem e qualificado.

No âmbito da área da “Solidariedade, família

e coesão social”, o pro-grama aponta no sentido da promoção da econo-mia social através do es-tímulo ao empreendedo-rismo social virado para o acesso a bens e servi-ços sociais de qualidade e sustentáveis e para o combate à pobreza, pela via da promoção de pro-gramas de microcrédito e mobilização de agen-tes da área formativa no sentido da requalifica-ção de desempregados.

Na área da “Arte, cul-tura e educação”, é visa-da uma política integrada de valorização e comu-nicação do património histórico e de criação contemporânea, através de iniciativas como fo-mento da microincuba-ção de indústrias criati-vas e atividades artísti-cas no Centro Histórico, apoiada pela “mentoria” de projetos de empreen-dedorismo cultural.

Finalmente, na área da “Proximidade, transpa-rência e participação”, o programa aponta para a promoção da criativi-dade, inovação e empre-endedorismo junto dos colaboradores da autar-quia, na procura de ga-nhos de eficiência e sa-tisfação dos mesmos colaboradores e dos ci-dadãos.

Ca ro Dr. A lmeida Henriques, uma clara maioria dos eleitores de Viseu deu-lhe um voto de confiança no passa-do dia 28/9, elegendo-o Presidente da Câmara. Tenho a certeza que na área do empreendedo-rismo, como nas outras, tudo fará para honrar os compromissos assumi-dos no programa de can-didatura. Boa sorte!

(http://clarezanopensamento.blogspot.com)

Samuel BarrosDocente do Instituto Politécnico de Viseu

[email protected]

VINDIMAS NA CASA DA ÍNSUA 2013

Hotel Casa da Ínsua Preço: desde 138 euros por pessoa

*Inclui:

• Alojamento de 2 noites em quarto duplo na Ala do Arco • Pequeno-almoço buffet no Restaurante do Hotel • “Presente da Casa” no quarto à chegada: chapéu e t-shirt a usar nas vindimas• Actividade de vindima: apanha das uvas (incluin-do refeição ligeira), pisa e vinificação• Almoço ao ar livre na Quinta• Prova de Vinhos Casa da Ínsua, acompanhada de queijos• Visita guiada ao Núcleo Museológico da Casa da Ínsua• Voucher de descontos em restaurantes e activi-dades de lazer na região nas unidades da Visabei-ra Turismo

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Decorre amanhã, dia 11, a cerimónia pública de entrega dos prémios do concurso Poliempreen-de de onde saiu vence-dor o projeto “Cereja no topo da Cavaca” (marca nacional registada), do Politécnico de Viseu.

O concurso que com-preende um universo de mais de 100 mil alunos e 7 mil docentes, escolheu como vencedora para o prémio Delta “Equi-pa Empreendedora”, a ideia, da autoria das alu-nas finalistas do curso de licenciatura em Turismo da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu (ESTGV), Daniela Dias e Sandra Cunha.

O projeto tem como ob-jetivo valorizar e inovar as Cavacas de Resende através da incorporação da Cereja de Resende, consolidando o valor gastronómico do conce-lho através de um forte compromisso com o de-senvolvimento e forma-ção dos recursos huma-nos locais.

Para já foram desen-volvidas 14 novas cria-ções (Cherry Creations) que integram a cereja não só na cobertura das cavacas (com caviar de cereja, e cereja no topo, por exemplo), mas tam-bém na massa, e outros produtos, como gelado, compota e licor de cereja de Resende, e ainda gela-do de cavaca.

Este projeto tem ain-da uma vertente turísti-ca, através da criação de uma exposição relativa

às Cavacas de Resende, que permitirá a participa-ção dos visitantes no pro-cesso de fabrico, também ideia das vencedoras.

O concurso Poliempre-ende, este ano na sua dé-cima edição, é uma ini-ciativa que visa, através de um concurso de ideias e de planos de negócios, avaliar e premiar proje-tos desenvolvidos e apre-sentados por alunos, di-plomados ou docentes de instituições de ensino su-

perior politécnico, ou ou-tras pessoas, desde que integrem equipas cons-tituídas por estudantes e/ou diplomados.

O concurso tem uma componente regional e outra nacional. A fase re-gional decorreu no passa-do mês de junho no Insti-tuto Politécnico de Viseu (de onde saiu vencedora a ideia de Daniela Dias e Sandra Cunha) e a fase na-cional decorreu nos dias 19 e 20 de setembro no Ins-

tituto Politécnico da Guar-da (IPG), instituição que assegura a coordenação nacional da 10ª edição do Poliempreende.

Amanhã assinala-se também o encerramen-to da edição de 2013, bem como o lançamento da 11ª edição do concur-so Poliempreende 2014, que terá a coordenação nacional do Instituto Politécnico do Porto.

Micaela Costa

Poliempreende distingue Politécnico de ViseuProjeto ∑ Valorizar e inovar as Cavacas de Resende através da incorporação de

cereja de Resende vence prémio Delta

A Daniela Dias e Sandra Cunha, alunas da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu

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DR

Seguro de Vida.

Aquilo que deve saber!

Consultório Jurídico

O seguro de vida surge, entre outros, como forma de acautelar, a nível econó-mico, as consequências da morte/invalidez de um qual-quer cidadão.

Desde logo, garante como cobertura essencial o risco de morte e/ou sobrevivên-cia de uma ou mais pessoas. No entanto, também pode-rá incluir, como coberturas complementares, o risco de invalidez, de acidente ou até de desemprego.

No que concerne à In-validez Total e Permanen-te, existem seguros de vida que apenas a consideram se a incapacidade correspon-der à percentagem igual ou superior a 70%.Esta modali-dade de seguro é mais aces-sível, no entanto, exclui as in-capacidades de 66% a 69%. Temos que ter cuidado na subscrição deste tipo de se-guro pois, como diz o povo, “o barato pode sair caro”. O nosso conselho é de que os interessados subscrevam sempre um seguro com In-validez Total e Permanente correspondente a 66%.

No momento da contra-tação de um seguro de vida, torna-se necessário o preen-chimento de um questioná-rio médico com vista à segu-radora proceder à avaliação do risco de morte do interes-sado.

Alertamos que, na respos-ta àquele questionário, o in-teressado deverá ser bastan-te transparente e rigoroso, isto porque, fazendo-se pro-va de que o segurado, inten-cionalmente, omitiu ou adul-terou alguma das informa-ções prestadas, a seguradora reserva-se ao direito de não liquidar qualquer indemni-zação, ficando ainda com os prémios que até à data te-nham sido pagos.

Ultrapassada esta questão, na eventualidade da segura-dora considerar que as infor-mações prestadas através do preenchimento do questio-

nário são insuficientes, po-derá exigir a realização de determinados exames mé-dicos, assumindo aquela os respectivos custos.

Outro aspecto importante é o facto de, por regra, a se-guradora estabelecer limi-tes de idade na contratação e manutenção das coberturas. A título de exemplo, é bas-tante comum as segurado-ras extinguirem as cobertu-ras a partir dos 70 anos de idade da pessoa segura.

No caso do seguro de vida que cobre o risco de morte da pessoa segura, se esta fa-lecer durante o período de vigência do respectivo con-trato, é liquidado ao benefici-ário o capital acordado, que poderá revestir duas moda-lidades: receber a totalidade da indemnização de uma só vez (modalidade que acon-selhamos) ou sob a forma de uma renda.

Em caso de falecimen-to, os beneficiários deverão dirigir-se à seguradora em causa, acompanhados dos respectivos documentos de identificação, apresentando a apólice e certidão de óbi-to.

Chamamos ainda à aten-ção para o facto de, durante a vigência de um seguro de vida, alterações de activida-de profissional, início de prá-tica de desportos perigosos, entre outros factores suscep-tíveis de alterar o risco, de-vem ser prontamente comu-nicados à seguradora.

Por fim, não deixamos de sublinhar que em todos os seguros de vida existe uma cláusula que confere ao se-gurado o direito à livre reso-lução. Por outras palavras, até 30 dias depois de rece-ber a apólice, pode desistir do seguro que contratou, enviando à seguradora uma carta registada com aviso de recepção.

Emanuel SimõesAdvogado

[email protected]

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desportoLiga 2 Cabovisão

P J V E D GMGS1 FC Porto B 20 10 6 2 2 12 82 Portimonense 19 10 6 1 3 17 103 Marítimo B 18 10 5 3 2 11 64 Moreirense 17 8 5 2 1 16 55 Penafiel 17 10 4 5 1 9 36 Sp. Covilhã 17 9 5 2 2 13 77 Benfica B 16 10 4 4 2 22 118 Tondela 15 9 5 0 4 15 149 Leixões 14 10 4 2 4 11 1210SC Braga B 13 10 4 1 5 13 1611Chaves 13 9 4 1 4 10 1612Atlético CP 12 8 3 3 2 6 913Desp. Aves 12 9 3 3 3 8 714Sporting B 12 9 4 0 5 9 1315Feirense 11 10 2 5 3 6 1016U. Madeira 11 9 3 2 4 7 817Santa Clara 10 9 3 1 5 9 1018Oliveirense 9 9 2 3 4 11 1519Beira-Mar 8 9 1 5 3 9 1220Ac. Viseu 6 10 1 3 6 7 1621Farense 6 9 1 3 5 4 1022Trofense 5 10 0 5 5 8 15

FC Porto B 1-2 Sp. CovilhãPortimonense 0-1 Santa ClaraUD Oliveirense 1-1 Chaves

Atlético CP 0-2 Marítimo BFeirense 1-0 U. MadeiraPenafiel 3-0 Leixões

Benfica B 5-1 Ac. ViseuTrofense 1-1 SC Braga BBeira-Mar - Desp. AvesFarense (12/10) Tondela

Sporting B (13/10) Moreirense

Marítimo B - TrofenseAc. Viseu - OliveirenseTondela - FC Porto B

Sp. Covilhã - Sporting BLeixões - Portimonense

Desp. Aves - PenafielSC Braga B - Atlético CPMoreirense - Beira-MarU. Madeira - FarenseSanta Clara - Benfica B

Chaves - Feirense

11ª Jornada

Camp. Nacional de Seniores - Serie D

P J V E D GMGS1 S. João Ver 10 5 3 1 1 9 62 Anadia 10 5 3 1 1 11 103 Lusitano FCV 9 5 2 3 0 11 84 L. Lourosa 9 5 3 0 2 4 35 Cinfães 6 5 1 3 1 4 36 Bustelo 6 5 1 3 1 5 67 AD Grijó 5 5 1 2 2 8 88 Cesarense 5 5 1 2 2 7 99 Estarreja 4 5 1 1 3 5 810Sp. Espinho 2 5 0 2 3 4 7

S. João Ver 1-0 AD GrijóBustelo 1-1 Cesarense

Lusitano FCV 1-0 L. LourosaEstarreja 0-0 Cinfães

Sp. Espinho 2-3 Anadia

5ª Jornada

AD Grijó - Sp. EspinhoCesarense - S. João VerL.Lourosa - BusteloCinfães - Lusitano FCVAnadia - Estarreja

6ª Jornada

10ª Jornada

Após a pesada derrota frente ao Benfica B (5-1), o Académico tem agora uma semana de descanso para “lamber feridas” deixadas pela goleada no Seixal e que manteve o clube pela cauda da tabela.

Filipe Moreira vai po-der aproveitar esta para-gem para preparar a 3ª eliminatória da Taça de Portugal (dia 20), em Lis-boa, frente ao Oriental, numa altura em que au-mentam as vozes de pro-testo contra o técnico. Um treinador pressiona-do pela necessidade de regressar, rapidamente, aos resultados positivos. Outro resultado que não seja uma vitória na Taça poderá ser o princípio do fim do técnico em Viseu, isto se, até lá, não houver novidades.

Em ano de regresso às

competições profissionais as coisas não estão a correr como os dirigentes do clu-be desejavam, e se numa fase inicial Filipe Moreira assumia que poderia ter de “hipotecar um ou dois jogos”, para organizar a equipa, o certo é que à 10ª jornada, o Académico só conseguiu arrecadar uma vitória, frente ao vizinho Tondela.

Com seis derrotas, três empates e uma vitória os academistas ocupam ago-ra a 20 posição, com seis pontos, os mesmos que o 21º classificado Farense e apenas mais um que o úl-timo, Trofense.

Já o Tondela, orienta-do por Vítor Paneira, tem este sábado jogo em Faro, contra o Farense, e uma vitória pode catapultar a equipa para os lugares do topo. Depois da derrota ca-

seira com o Sporting B, o Tondela procura o regres-so às vitórias, isto numa se-mana em que o clube deci-diu rescindir com Carlos André, um dos jogado-res mais carismáticos do plantel, e que era um dos capitães de equipa. Um processo disciplinar ins-taurado ao jogador acabou por culminar com a resci-são de contrato, sem que a direção do clube tonde-lense, ou o próprio jogador, tenham acrescentado algo mais sobre o caso.

O Tondela chega a Faro na oitava posição, com me-nos um jogo que alguns dos adversários (ao fecho desta edição o Beira Mar defron-tava o Desportivo das Aves e no domingo o Sporting B), para defrontar o o pe-núltimo classificado.

Micaela Costa

Futebol

Académico afunda-se e

Tondela espreita o topoCalendário∑ Academistas regressam aos jogos apenas dia 20, para a Taça de Portugal. Tondela acertam calendário este sábado em Faro

É já este domingo, em jogo a contar para a 6ª jor-nada, que as duas equipas que representam o distri-to de Viseu no Campeo-nato Nacional de Seniores se encontram para a pri-meira volta deste “duelo” distrital.

O recém-chegado ao campeonato nacional, Lu-sitano, vai a Cinfães numa sequência de bons resulta-dos à qual soma a vitória do passado fim-de-sema-na frente ao então primei-ro classificado, Lusitânia de Lourosa. Os trambelos continuam sem derrotas, nesta fase inicial do cam-peonato.

Já a equipa do norte do distrito somou mais um empate, desta vez frente ao Estarreja e conta agora com uma vitória, três em-pates e uma derrota.

Esta é uma partida com particular importância para as duas equipas vi-seenses. Por um lado se o Lusitano vencer e as for-mações de São João de Ver e Anadia tiverem um deslize (empatarem ou perderem) os trambelhos podem passar para a pri-

meira posição. Por outro, o Cinfães, ao vencer, arre-cada mais três pontos que o deixam numa posição mais confortável e nos lu-gares do topo da tabela.

Um jogo repleto de emoções com duas equi-pas que já se conhecem de outras andanças, e onde o favoritismo não é fácil. Se recuarmos ao campe-onato distrital da época de 2006/2007 encontra-mos um resultado favo-rável aos trambelos (com uma vitória por 0-2), se ti-vermos em conta a épo-ca seguinte sai à frente o Cinfães com uma golea-da por 4-1.

Frente-a-frente esta-rá o jovem, mas promis-sor treinador responsável por subir o Lusitano aos campeonatos nacionais de futebol, Rui Cordei-ro e do lado do Cinfães, o experiente e conheci-do ex-jogador de equipas como Benfica, Porto ou Belenenses, João Manuel Pinto.

A partida decorre do-mingo, pelas 15h00 no Municipal Prof. Cerveira Pinto, em Cinfães. MC

Futebol

“Duelo” distrital no Campeonato Nacional de Seniores

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Jornal do Centro10 | outubro| 201320

Page 21: Jornal do centro ed604

MODALIDADES | DESPORTO

No seguimento do pro-tocolo assinado entre a Federação Portuguesa de Andebol (Associação de Andebol de Viseu) e o EduFor, estão abertas as inscrições para a forma-ção acreditada para do-

centes de Educação Física (grupos 260 e 620)

Aa oficina de formação de 15 (+15) horas intitula-se “Didática do Andebol: no-vas metodologias de ensi-no - nível II” vão decorrer no Sátão (11 de novembro)

e outra em Mangualde (3 de novembro).

As inscrições estão abertas (on-line) até 15 de outubro.

Mais informações e inscrições em www.edu-for.pt MC

Andebol

Incrições abertas para docentes de Educação Física

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Domingo, dia 13, o Pa-vilhão do Inatel recebe o primeiro derbi viseen-se desta época 2013/2014, no Nacional de Futsal, na série A da II Divisão.

AJAB Tabuaço, que soma e segue na lideran-ça, com dois jogos, duas vitórias, defronta o Viseu

2001, que ainda não ven-ceu, registando uma der-rota e um empate.

Nesta segunda jorna-da, a formação de Ta-buaço venceu por 6 a 4 no recinto do CRECOR, equipa que na partida anterior havia empata-do com o Viseu 2001.

Já a equipa viseen-se orientada por Ro-ger Augusto, perdeu na Guarda com o Lameiri-nhas, por 4 a 3.

Na classif icação, o Viseu 2001 ocupa o 8º lugar, com um ponto, já a AJAB lidera o campeo-nato com 6 pontos. MC

Futsal

Derbi em Viseu II Divisão ∑ Viseu 2001 e AJAB Tabuaço jogam no Inatel, pelas 17h00

Domingos Fernandes sagrou-se no passado dia 29 de setembro campeão nacional de automobi-lismo na modalidade de clássicos 75. O piloto, de Armamar, que graças ao bom resultado obtido na rampa do Caramulo se colocou na liderança da classe, venceu a derra-deira prova deste ano do Campeonato Nacional e Montanha, na rampa da Penha.

Domingos Fernandes,

ao volante do seu habitual Autobianchi A 112, conse-guiu somar 53 pontos nas 7 provas em que partici-pou de um total de 8 que compõem a competição.

A juntar a este títu-

lo, Domingos Fernandes conseguiu ainda o segun-do lugar no Troféu Nacio-nal de Baixa Cilindrada de Clássicos de Monta-nha na categoria 3 (viatu-ras até 1.300 cc). MC

Automóveis

Piloto de Armamar vence Campeonato de Montanha

A duas provas do final do campeonato nacional de Offroad e depois de ter garantido em Sever do Vouga a conquista do títu-lo nacional na categoria de Iniciação, o jovem piloto viseense, Hugo Lopes, dá este fim-de-semana mais um passo na sua afirma-ção como piloto, com a es-treia na categoria Super 2000.

Hugo Lopes parte para a penúltima prova da épo-

ca, em Lousada, já cam-peão, depois de ter venci-do em todas as provas dis-putadas. Agora, o piloto da AMS Sport “dá o salto” para uma divisão superior, curiosamente a mais con-corrida, e que mais compe-titiva se tem mostrado esta temporada.

O Peugeot 106, do piloto viseense, sofreu algumas alterações mecânicas para esta nova etapa de Hugo Lopes. Principalmente ao

nível do motor, já que foi trocado o 1400, com que competia na Iniciação, por um propulsor 1600, bem mais potente.

O piloto teve oportuni-dade de fazer um peque-no teste na Pista do Alto do Roçário, em Sever do Vouga, e mostrou-se satis-feito com o potencial do carro preparado pela AMS Sport, e com que este fim-de-semana se vai apresen-tar em Lousada. MC

Automóveis

Hugo Lopesestreia-se nos Super 2000

DR

Na III Divisão Nacional série B, sortes diferentes para as equipas do distri-to.

O Sport ing Clube de Lamego, que havia goleado na primeira jor-nada (1-10 frente ao Leça), perdeu no passado fim-de-semana num jogo en-volto em polémica, dentro e fora das quatro linhas. Alguma desconcentração por parte da equipa da casa e a expulsão, que o

clube encara como injus-ta, do guarda-redes Pedro Carvalho, ditaram um re-sultado que “empurrou” o Lamego para a sétima posição, depois de serem derrotados por 0-5 pelo Sangemil.

Os lamecenses viajam este sábado até ao Sabugal para defrontarem a equi-pa da casa e 6º classifica-do, pelas 16h00, em parti-da da 3ª jornada.

Já o ABC Nelas venceu

em casa, por 7-3 a forma-ção do Prodeco. A equi-pa de Nelas, que ocupa a oitava posição, joga fora, frente ao Leça, também no sábado.

O ACRD Rio de Moi-nhos perdeu em casa frente ao primeiro clas-sificado, Feirense, por 1-5 e este fim-de-semana, a equipa de Sátão, volta a jogar em casa frente ao quinto classificado, Cru-zeiro Santana. MC

Lamegoda goleada ao pesadelo

DR

Jornal do Centro10 | outubro | 2013 21

Page 22: Jornal do centro ed604

culturasArcas da memória

roteiro cinemas Estreia da semana

Gravidade – Sandra Bullock e George Clooney lideram o elen-co de “Gravidade”, um thriller de tirar o fôlego que nos leva para o implacável e infinito campo pro-fundo do espaço

VISEUFORUM VISEU

Sessões diárias às 13h50,

16h00, 18h10, 00h00*

A Gaiola Dourada

(M12) (Digital)

Sessões diárias às 14h20,

17h05, 21h20, 00h10*

Rush - Duelo de rivais

(M12)

Sessões diárias às 14h30,

16h50, 19h05, 21h30,

23h50*

Gravidade

(CB)

Sessões diárias às 14h05,

16h25, 18h45

Justin e a espada da

coragem

(M6)

Sessões diárias às 21h10,

00h05*

Armadas e Perigosas

(M12)

Sessões diárias às 13h10,

15h20, 17h30

Aviões VP

(M6)

Sessões diárias às 19h40,

22h00, 00h20*

R.I.P.D. - Agentes do

outro Mundo

(M12) (Digital)

Sessões diárias às 19h00

Parque Jurássico

(CB) (3D)

Sessões diárias às 14h00,

16h30, 21h50, 00h30*

A Evocação

(CB) (3D)

PALÁCIO DO GELOSessões diárias às 14h00, 16h15, 18h30, 21h10, 23h25*Gravidade(CB) (3D)

Sessões diárias às 13h50, 16h25, 19h00, 21h35, 00h20* Diana(M12)

Sessões diárias às 11h00*(*Dom.), 13h30, 15h50, 18h10, 21h40, 00h10* A Gaiola Dourada(M12) (Digital)

Sessões diárias às 14h10, 17h10, 21H00, 23h50*Duelo de rivais(M12)

Sessões diárias às 11h10*

(*Dom)Gru - O mal disposto 2 VP (M6 - 2D)

Sessões diárias às 14h30, 16h50, 19h10, 21h25, 00h15* Don Jon(CB)

Sessões diárias às 13h40, 16h00, 18h20, 21h40, 00h00*Jogos de risco(M12)

Legenda: *sexta e sábado;

**exceto sexta e sábado

expos

Vandalismo do espírito

A propósito da estátua a Aquilino Ribeiro na Rua Formosa

Quem fez a casa na praça / A mui-to se aventurou;/ Uns dizem que fi-cou alta, /

Outros que baixa ficou. (Quadra popular)

Esta saborosa quadra da voz popular que carrega sa-bedoria de séculos estava ain-da há pouco inscrita numa cartela de azulejo num muro exterior da Casa museu Al-meida Moreira. E vem a lume citá-la a propósito da recen-te implantação da notável es-tátua que na Rua Formosa de Viseu homenageia o grande escritor beirão Aquilino Ri-beiro, monumento que sendo agora pertença do Município de Viseu, quer dizer, de todos nós que nele habitamos, teve como promotor maior o Cen-tro de Estudos Aquilino Ribei-ro que continuará, por obriga-ção moral, a velar pelo mes-mo. Homenagem clara, liberta de ideologias, materialmente implantada em lugar de pri-vilegiada presença de Aqui-lino, sabemos nós que ficará sujeita a vandalismos, que a figura de Aquilino é contro-versa, como a de Cristo, Buda ou Maomé, mas para além da conseguida marcação estéti-ca, o que mais se deseja é que uma pedagogia activa se exer-ça a partir dela, que o conheci-mento, tanto do homem como da obra que escreveu se pro-mova, mais da obra, até por-que nela se espelha o homem. Deixem lá de dizer que se pa-rece com o “Pessoa” do Chia-do. Não parece. É original. É obra-prima. Como a obra-pri-ma da abóbada dos nós da nos-

sa Catedral que reinventa, em parte, a dos Jerónimos, como a obra-prima do Claustro baixo da Sé de Viseu que reproduz modelo italiano, como a facha-da barroca da Igreja da Miseri-córdia, uma das últimas obras de um modelo mil vezes repe-tido. Que diabo, deixem de di-zer mal! Só por dizer.

Desejaríamos que este bronze fosse eterno, maneira de dizer, como algum que nos chegou do Egipto Antigo, da Grécia Clássica, da Roma Im-perial, rostos de deuses, de im-peradores, de certos homens fora do comum. Basta-nos que a chuva lhe bata e o vento e a poeira que por ela se arrasta e as nossas mãos que a tocam e essa doce patine do tempo que a há-de cobrir, tanto que se hão-de esquecer os pro-motores e o escultor também, que esse é homem como nós que carregamos vaidades e frustrações. Não temo tanto o vandalismo da matéria. Acho que não vai haver. Para além do que foi feito. Temo mais o

“vandalismo de espírito”, as-sim lhe chamo, a esse dene-grir do homem, da cidade que assim o honrou, a esse mentir estreme sobre o que não se co-nhece. Esse vandalismo corrói as consciências, o que é muito pior que danificar o bronze que se restaura em oficina. O vandalismo de espírito destrói a consciência e o seu restauro, através da educação, demora quatro gerações. Por favor, se-jamos homens por uma vez.

Alberto CorreiaAntropólogo

[email protected]

SANTA COMBA DÃO

∑ Galeria Principal da

Casa da Cultura

Até 21 de outubro, uma

exposição de pintura

na qual o autor retrata

costumes, tradições e

sentimentos variados

VISEU

∑ Casa do Miradouro

Durante o mês de ou-

tubro está patente a

coleção arqueológica

Dr. José Coelho, para a

atividade lúdico peda-

gógica:

“Conhecer o passado

para perceber o pre-

sente”

VILA NOVA

DE PAIVA

∑ Museu Rural de

Pendilhe

Durante o mês de ou-

tubro e novembro uma

exposição Coletiva dos

Artesãos do Concelho

de Vila Nova de Paiva

Literatura

Arranca hoje, dia 10, a nova temporada da inicia-tiva Quintas ao Jazz.

Esta edição surge in-tegrada na programação

“Outono Quente” (inicia-tiva da Zunzum) no Par-que Aquilino Ribeiro em Viseu.

Na tenda Outono Quente, Luís Lapa em trio vai pro-porcionar uma viagem ao jazz contemporâneo que culmina com palco aberto para jam session.

Estes concertos de entra-da livre programados pela Gira Sol Azul vão continu-ar a realizar-se no Lugar do Capitão, em Viseu, com as já habituais apresentações de grupos nacionais e in-ternacionais.

Ainda neste mês de ou-tro, as presenças de Miguel

Ângelo Quarteto (que apre-senta o novo disco “Bran-co”), Luísa Vieira/Nuno Campos e João Mortágua/Diego Dinis.

Novembro traz mais es-petáculos com alguns no-mes sonantes: o guitarris-ta lisboeta André Santos com Marcos Cavaleiro e Demian Cabaud e Gin Só-nico em trio.

Em dezembro os Sal-gueirinha com Miguel Moreira e Filipa Santos abordam a música im-provisada com elemen-tos da música tradicional portuguesa, jazz e world music. Manuel Linhares apresenta em quarteto o seu mais recente traba-lho discográfico “Traces of Cities” e Azul Espiga também marca presença

com paisagens jazzísticas inspiradas no cancioneiro tradicional português pela mão do pianista Alberto Rodrigues.

A 21 de novembro e 26 de dezembro acontecem Jam Sessions cuja aber-tura está a cargo, respe-tivamente, de Miguel Rodrigues Quarteto (nova geração de músicos estu-dantes do Curso Profis-sional Instrumentista Jazz do Conservatório da JO-BRA) e Combo Jazz da Gira Sol Azul (sob a orien-tação do pianista Joaquim Rodrigues).

As sessões de Quintas ao Jazz estão marcadas para as 22h00, no Lugar de sem-pre.

Micaela Costa

“Quintas ao Jazz” estão de voltaLugar do Capitão ∑ Evento começa hoje, dia 10, integrado na programação “Outono Quente” (Parque Aquilino Ribeiro) e depois regressa ao Lugar de sempre

A Miguel Ângelo Quarteto é uma das presenças confirmadas para este mês de outubro

D Noite de estreia no Teatro ViriatoA peça de teatro “Sangue na Guelra” da autoria de Fernando Giestas é uma das estreias absolutas para este trimestre no Teatro Viriato. Esta é a primeira vez que Rogério de Carva-lho (um dos encenadores mais prestigiagos a trabalhar em Portugal) colabora com a Amare-lo Silvestre/Magnólia Teatro. A peça sobe ao palco sexta e sábado pelas 21h30.

DR

Jornal do Centro10 | outubro| 201322

Page 23: Jornal do centro ed604

culturasD FNAC divulga vencedores da maratona fotográfi ca

Sábado, dia 12, pelas 16h00, a Fnac Viseu dá a conhecer os vencedores de mais uma Maratona Fotográfica FNAC Viseu, num dia totalmente dedicado à fotografia.

Musical ∑ Uma surpreendente viagem pelo passado com os dois pés bem assentes

no presente

Música

Jornal do Centro10 | outubro | 2013 23

O som e a fúria

Mulheres carnívoras no Japão… Não!

No último sábado fiz algo extremamente pe-rigoso: peguei no “co-mandante” e carreguei no botão “on”. A cai-xa acendeu e eu, com algum receio daqui-lo que podia dali sal-tar, carreguei logo no número dois – a julgar que a RTP2 seria, ain-da, o último bastião de lucidez dos quatro canais – e fiquei a ver o documentário cujo tema era o Japão con-temporâneo. No ecrã figurava um indivíduo que respondia à se-guinte pergunta: “o se-nhor considera-se um herbívoro?”, ao que o jovem respondia: “sim, considero”.

Ora, a minha educa-ção seguiu os trâmites normais (mas, caro lei-tor, tenha sempre o pé atrás que eu segui al-gumas dicas da Jenni-fer Saunders ao longo da minha adolescência e a Edwina louca das Absolutely Faboulous dizia que “normal is what you know”) pelo que entendia que um herbívoro é um animal que se alimenta de ve-getais. Somando esta pré-compreensão com aquela resposta do jo-vem japonês julguei, na minha profunda inocência, que o tipo era vegetariano.

Continuei a ver o documentário e fiquei verdadeiramente im-pressionada com o que ouvia. A crise, o pessi-mismo (terei de discor-dar de Scruton quanto às vantagens do pessi-

mismo nesta matéria) e a falta de comunicação levaram os japoneses a mostrarem indiferen-ça em relação ao sexo e a transferirem esse

“interesse” para o cui-dado pessoal, algo que deu lugar a uma nova categoria social bap-tizada de “herbívoro” (“soshokukei danshi”). Ou seja, as mulheres carnívoras estão tra-madas para aquelas bandas orientais. O

“Sexo e a Cidade” da Carrie Bradshaw não é, afinal, sinónimo uni-versal de metrópole, modernidade, cosmo-politismos. Os animas fazem sexo, os insec-tos fazem-no também… mas 21% dos meninos japoneses não o fazem. Será este Homem um meta-animal ou já não é um animal? Mas o que me chocou não foi só isso. Foi a transfor-mação que estava ali diante de mim: o Ho-mem, no Japão, dei-xou de ser um ser so-cial, perdeu uma com-petência fundamental do seu íntimo: a capa-cidade de se relacionar. Fragmentado, quebra-do, desvirtuado, viola-do, este Homo Sapiens japonês assustou-me e deprimiu-me.

Duas perguntas f i-nais se impõem: esta-rá o Japão à frente ou simplesmente noutra dimensão? E o leitor? Considera-se Herbívo-ro ou Carnívoro? Veja lá , não é uma ques-tão de comer carne ou não.

Maria da Graça Canto Moniz

“Nós temos é que ser gente”: é a frase de José Afonso, um dos músicos mais ligados à revolu-ção de 1974, que marca a passagem do espetáculo

“ContraCanto” por terras de Santa Comba Dão no passado fim de semana.

A Casa da Cultura de Santa Comba Dão - uma obra inaugurada em 2004 pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, tornou-se pequena para acolher todos os que qui-seram assistir a esta extra-ordinária homenagem à música e poesia de Zeca Afonso e que estabelece um paralelismo perfeito entre os fluxos migrató-rios da década de 60 e o atual momento histórico que se vive no país.

Se, a intenção primeira de qualquer encenador é criar um elo de ligação en-tre os espetadores e toda a ação que acontece em pal-co, António Leal merece ser congratulado: em ne-nhum outro espetáculo se verifica uma tão grande identificação do público com o “drama” de Pedro e de Ricardo, pai e filho, que nestes dois momen-tos difíceis da história são obrigados a emigrar face ao seu desencanto com o rumo do país.

Marcado por uma li-nha de contrastes que junta em palco, em mui-tos momentos, duas ge-rações em tudo distintas ao som das imortais com-posições de José Afonso que ainda hoje mantêm

viva a mente irrequieta e o poder criativo do artis-ta, “ContraCanto” trans-forma-se num palco sim-bólico onde se retratam as dificuldades de hoje e às quais o público não conse-gue ficar indiferente.

Saltitando entre dinâ-micas suaves e movimen-tos fortes que se aprovei-tam do brilhante espe-táculo de som, luz e cor para tocar a essência da alma lusitana – um grande amor que agrega as gentes, as terras e os seus sonhos, António Leal, um elenco constituído por 34 atores e uma orquestra de sete mú-sicos, conseguem duran-te os 60 minutos em cena contrariar a força gravita-cional e “descolar” os es-petadores das cadeiras.

Caminhando numa re-lação segura entre a retó-rica das palavras e uma imagem sonora marcante, o encenador, António Leal, destaca que esta sua obra merece ser lida como o

“eco de um canto”. A sua vi-são e a sua perspetiva, en-

quanto artista, dos tempos que vivemos, “uma respos-ta numa perspetiva social” que retrata nos palcos a re-alidade vivida por milha-res de portugueses e que em tudo se assemelha ao êxodo dos anos sessenta.“É altura de dizer às pes-

soas exatamente o que es-tamos a viver. Estes são tempos em tudo seme-lhantes aos tempos que vivemos nos anos 60”, re-alça o encenador quando, defende, o povo portu-guês deve lutar para que o rumo das coisas possa ser alterado.“Esta situação é reversí-

vel se não nos mantiver-mos impávidos. Quando nos “revoltarmos”, quan-do “ContraCantarmos”, quando reagirmos, toma-remos como nossos os di-reitos adquiridos com o 25 de abril. Enquanto houver pessoas que não tenham medo de se expor e de di-zer que o país tem remé-dio, este país tem “cura”, disse.

“Eu sou a Mariana e que-

ro ser violinista”, “Eu sou o João e quero ser médi-co”, “Eu não quero nada de transcendente”, “Que-ro acordar de manhã e olhar sempre em frente. Abrir a janela e ver o sol nascer e sentar-me à mesa com uma família, conten-te”, “Quero uma brisa fres-ca no calor do verão e no frio do inverno uma lareira de chão”, “Um batalhão de amigos que nunca me dei-xam só”, tudo sonhos que os artistas deixaram caí-dos no palco com os “olhos no presente” e uma enor-me esperança no futuro.

Sábado, ContraCanto regressa ao palco no Cen-tro Cultural de Carregal do Sal, espetáculo que re-verte inteiramente a favor da Associação Humanitá-ria dos Bombeiros de Car-regal do Sal e que, apurou o Jornal do Centro, já se encontra esgotado. A não perder dia 18 e 19 de Ou-tubro, no Centro Cultural de Tábua.

Pedro Morgado

“ContraCanto”: umaperformance extraordinária

João, Aderente

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Page 24: Jornal do centro ed604

culturasD Santa Comba Dão abre inscrições para workshop

Estão abertas as inscrições para o workshop de Imagem Digital. A formação, conduzido por Pedro Cravinho, terá a duração de um mês com duas sessões por semana que decorrerão nas instalações da Escola d’Artes

O Teatro Viriato no con-junto das suas propostas de programação até De-zembro trouxe a Viseu, 4 e 5 de Outubro, em estreia nacional o Teatro Praga com a peça Terceira Ida-de.

Protagonista, em boa verdade, é o tempo, Kro-nos, esse irreversível tira-no. O cenário é nu e negro. Três letras iluminadas, ao contrário, DLO ou OLD… dão a tónica. As inversões temporais iniciam o fluir narrativo. Uma anacronia começada em flash-back milhões de anos atrás para chegar a um presente ale-atoriamente passado em 2063. A curta distância, mas devastador nos efei-tos. Um percurso de des-coberta baseado no estere-ótipo, no cliché, mordente na ironia e satirizado no excesso.

Este texto de José Manuel Vieira Mendes, com obra publicada, pelo menos, pela Cotovia, re-percute em seco na pele e no eco destes cinco figu-rantes-protagonistas, nem sempre sendo facilmente discernível na amplitude da mensagem.

Não são ‘gauches’ os actores, mas entre o dra-maturgo (a peça) e o encenador, Pedro Penim, conceituado e premiado, a fluidez textual por vezes soluça, talvez por um ex-cessivo e caótico figurinis-mo cénico, ou porque esta-mos velhos e nem de pou-co nem de longe acedemos à prolepse retratada no in-cógnito ano de 2063…

Uma convulsiva desar-ticulação e acordo com os abismais saltos tem-porais dados, com sin-cronias começadas no primeiro dia do princí-pio do mundo, sucessi-vas nas épocas onde o fu-turo começa com a mor-te, no fundo, tão próxima dos vícios decadentes da Terceira Idade, sabedora, saudosa e viciosa, nem que não seja através da memória. Uma memó-ria desfocada do real dos factos, recriada por seres transgénicos e incoeren-tes. Ou de uma coerên-

cia desconhecida neste presente.

Antigamente, os homens pensavam, e por isso havia ódio, vento, havia chuva e certezas e até Vietnais, corruptela ácida de Vit-nam. Vem o gelo, vêm os mamíferos, os 5 dedos, os homens erectos… até que há 50 mil anos chega en-fim a fecundação, idade em que nenhuma mulher envelhece da cintura para baixo. Só os homens…

Ano zero. Cinco anos depois, a linguagem. Tre-ze anos depois, a adoles-cência até à 14ª Idade 65 anos depois.

Terceira Idade, os Ve-lhos. Terceira Idade, hoje e aqui. Salteadores e salta-dores, estes seres atópicos em choque crónico.

Who needs Realism when we can have Fakism? Pode ser excelente ponto de partida, entendendo o fakism próximo do “fac-tice” francês, que nos dá o artificial ou o habitual. Este virar costas ao refe-rente para entrar numa ficção em busca de con-frontos elucidativos está subliminar a toda a repre-sentação.

Toda a peça se confina ao terceiro e único acto, ou seja, forma iterada de co-meçar e permanecer pelo e no fim, numa longuíssi-ma diacronia que vai ace-lerando dos primórdios humanos ao presente-fu-turo onde tudo é estranho, questionável, risível, ab-surdo, velho e sábio, mas de um saber anquilosado e desprovido de utilidade, num mundo definitiva-mente arredio do seu pas-sado. Sem memória. Per-dida numa insondável de-mência. Ou na recordação folclórica e kitsch.

Tropeça-se sempre aqui no tempo. Nas palavras. Nos conceitos. No ‘esta-blishment’.

É um diálogo perverso sobre a irredutibilidade temporal, premonitório, onde “VELHO” é quase um grito, nessa Fénix não sabemos se renascida se demenciada.

Paulo Neto

Terceira Idade – Uma comédia-guerra de identidades?Literatura

Pau

lo N

eto

Jornal do Centro10 | outubro| 201324

Page 25: Jornal do centro ed604

culturasD “A Árvore Genealógica da Humanidade” na FNAC Viseu

Hoje, dia 10, pelas 20h00, a FNAC Viseu transmite o documentário do National Geographic , “A Árvo-re Genealógica da Humanidade”. Um documentário inovador onde uma equipa de cientistas retiram amostras da mucosa bucal de 200 Nova-iorquinos escolhidos ao acaso, esperando revelar pistas acerca das nossas pegadas ancestrais e provar que todos somos primos na “família humana.”

Música

Jornal do Centro10 | outubro | 2013 25

Palestra ∑ Médicos de Viseu identificaram sinais de uma extensa influência da

Medicina na obra de Aquilino

Destaque

Este é certamente o ano da consagração de Aquili-no. Cinquenta anos depois da morte do escritor, o ano de 2013 está a ser marcado, um pouco por todo o país e em muitas das suas insti-tuições, por inúmeras ini-ciativas que enaltecem a vida, a obra e o legado do engenheiro Aquilino Ri-beiro Machado.

Em Viseu, terra que sempre fez parte da sua geografia sentimental do escritor, depois de inau-gurada na Rua Formosa a estátua que lhe presta uma justa homenagem, a secção distrital de Viseu da Ordem dos Médicos (SDOM) realizou na pas-sada semana uma palestra sobre “Aquilino Ribeiro - A sua obra e a Medicina”.

Coube ao médico João Manuel Meruge Dias, um

“curioso e um estudioso” da obra de “um dos maio-res prosadores da língua portuguesa”, abrir este ci-clo de “conversas” na re-cém-inaugurada sede da secção distrital de Viseu, enquadrado nas atividades culturais regulares prome-tidas pelo atual presidente da SDOM, José Pedro Sa-raiva.

“A minha investigação feita, sobretudo, enquan-to leitor da obra de Aqui-lino aponta para a existên-cia de algumas dezenas de factos relacionados com a Medicina, com tratamen-tos, com as curas que ao longo de anos identifiquei, transcrevi e compilei e que hoje tive oportunidade de partilhar com os meus co-legas, quando se comemo-ra também o centenário da publicação do seu pri-meiro livro, o Jardim das Tormentas”, destacou.

“Curiosamente, há cerca de 30 anos, num dos pri-meiros contactos sociais que tive aqui na região com o CEAR (Centro de Estudos Aquilino Ribei-ro), tive a oportunidade de assistir a uma palestra de um ex-aluno de Aqui-lino, o jornalista José Qui-tério do Expresso, que ti-nha feito uma coletânea deste género que aborda-va a vertente gastronómi-ca. Quando comecei a ler Aquilino fui fazendo, ao longo dos tempos, esta co-letânea que era para mim. Quando, no início deste ano, face às celebrações nacionais que têm tido lu-gar, revelei que tinha este

trabalho feito, foi-me pe-dido que partilhasse esse levantamento. Foi apenas isso que fiz hoje. Divul-guei a obra, tentei criar um estímulo para que a leitura destes livros se intensifi-que e espero ter contribu-ído para que este grande autor não caia no esqueci-mento”, salientou.

Para João Meruge, as referências médicas pre-sentes na obra do mestre não podem ser entendidas como fruto de um traba-lho de pesquisa minucioso feito pelo escritor mas, so-bretudo, como reveladoras da existência de um acon-selhamento especializado que atribui a grandes figu-ras da Medicina portugue-sa: ao médico Pulido Va-lente e a António José de Almeida, fundador do Hos-pital de Carcavelos, quan-do, destacou, Aquilino Ri-beiro poderia teria dado um excelente clínico.“Ele se não tivesse sido

escritor, provavelmen-te daria um bom médico, pelas características que todos lhe reconhecemos”, salientou.“Quem adoecia, ou cura-

va-se ou ia para o cemité-rio, porque o doutor não

dava grandes passadas nem cuidava de saber”, na qual Aquilino visava o tra-balho do delegado de saú-de de Vila Nova de Paiva, ou até mesmo “Todos os ofícios têm os seus ossos, [...] o médico é vítima de contágio dos doentes”, são algumas das referências ao trabalho médico pre-sentes na vasta obra do autor, enunciadas duran-te este evento.

Relativamente ao facto de a sua obra já não cons-tar dos programas de Por-tuguês desde os anos 80, ainda que o mestre te-nha sido um dos escrito-res mais populares do seu tempo, João Meruge vê com tristeza esta realida-de pois entende que, nesta região do país, faria todo o sentido a integração dos seus escritos no desenho curricular das escolas.

Já José Pedro Sarai-va, presidente da SDOM, destacou o caráter atual e pertinente desta preleção, tendo ainda anunciado a realização regular deste tipo de iniciativas a con-cretizar todas as primeiras quintas-feiras do mês.

Pedro Morgado

Aquilino foi “médico”por uma noite

Começou ontem, dia 9, a segunda edição do evento cultural “Outono Quente”.

A festa , orga n iza-da na cidade de Viseu pela Zunzum Associa-ção Cultural, no Parque Aquilino Ribeiro, marca presença até domingo, dia 13 .

Este é um festival de

música, teatro, dança, cinema, fotografia, para toda a comunidade, que visa proporcionar um ambiente de alegria e boa disposição, com a presença de grupos e ar-tistas que representam a região e o país, inspi-rados na cultura portu-guesa e nas novas abor-dagens. MC

“Outono Quente” invade ParqueAquilino Ribeiro

Ped

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org

ado

Page 26: Jornal do centro ed604

saúdeDECO pede retirada de ambientadores do mercado

Após a análise a 18 ambien-tadores, levada a cabo pela revista Teste Saúde, a Defe-sa do Consumidor (DECO) exige a retirada do mercado de quatro marcas de incen-sos e cinco marcas de óleos essenciais para queimar, en-tre as quais marcas conhe-cidas como Natura e Gato Preto.

Em causa está a emis-são, por parte destes pro-dutos, de substâncias “no-civas para o consumidor e inaceitáveis em produtos de uso doméstico”, como pode ler-se no comunicado en-viado pela DECO, que faz também referência a outras marcas como Devineau e Jacob Hooy.

Segundo a análise da Tes-te Saúde a maioria dos in-censos e óleos essenciais li-bertam compostos tóxicos

ou nocivos para a saúde, aproveitando a falta de legis-lação para estes produtos.

Benzeno e formaldeído, duas substâncias reconhe-cidas pelos seus efeitos can-cerígenos, são algumas das substâncias que estes produ-tos contêm. “Um só pau de incenso pode emanar ben-zeno em quantidade equi-valente à de cinco cigarros”, revela a publicação.

No caso dos óleos essen-ciais, a situação não é me-lhor: as marcas a evitar são a Cardiff, Claremont & May Duft, Gato Preto, Jacob Hooy e Natura, por libertarem níveis de for-maldeído que prejudicam a qualidade do ar interior, segundo os valores de refe-rência propostos pela Or-ganização Mundial da Saú-de e pela Agência de Prote-

ção Ambiental dos Estados Unidos, entre outros orga-nismos.

No comunicado a DECO explica ainda que “a falta de legislação específica não pode impedir a proteção da saúde dos consumidores”. E nesse sentido, a associação já pediu à Direção-Geral do Consumidor para declarar perigosos os incensos e óle-os para queimar testados e a sua consequente retirada do mercado.

A DECO e as associa-ções de consumidores da Bélgica, de Espanha e de Itália estão a desenvolver esforços junto da Comis-são Europeia para criar um regulamento europeu e um sistema de fiscalização para estes produtos.

Micaela Costa

Riscos∑ Incensos e óleos essenciais para queimar de marcas como Natura e Gato Preto emitem substâncias nocivas para o consumidor e inaceitáveis em produtos de uso doméstico

A Um pau de incenso pode emitir benzeno em quantidade equivalente à de cinco cigarros, concluiu a análise da Teste Saúde

DR

Jornal do Centro10 | outubro| 201326

Page 27: Jornal do centro ed604

SAÚDE

Porquê ortodontia?

Opinião

Ana Granja da FonsecaOdontopediatra, médica dentista de crianças

CMDV Kids - [email protected]

A colocação de implan-tes dentários tem como objectivo reabilitar espa-ços sem dentes, que mui-tas vezes se encontram as-sim há bastante tempo ou reabilitar dentes que têm que ser extraídos devido a algum problema ou infla-mação.•

O facto de ter os dentes tortos não leva a que tenha que os tirar para colocar uns direitos. É totalmente desaconselhado a extrac-ção de dentes sem que esta seja extritamente neces-sária.

Para qualquer tipo de reabilitação dentária, tem que se avaliar vários fac-tores, tais como, Higiene Oral (é essencial manter

uma boa saúde oral, ter os dentes limpos, fazer vi-sitas regulares ao Médi-co Dentista ou Higienista para tentar prevenir a acu-mulação de placa bacteria-na, cáries e infecções nos dentes, osso e gengiva), boa quantidade e qualida-de do osso dos maxilares e o estado de saúde geral.

A movimentação de dentes desalinhados é o tratamento de eleição por não ser evasivo, uma vez que mantém intactos os dentes naturais.. Tal é possível com o auxílio de um aparelho dentá-rio. Para colocar aparelho dentário também é funda-mental que tenha um osso maxilar e mandibular em

boa quantidade e qualida-de para que seja possível exercer as forças suficien-tes para endireitar os den-tes.

É um tratamento demo-rado, uma vez que são for-ças que vão ser exercidas nos dentes para os endi-reitar e têm que ser feitas de uma forma muito lenta para não os lesar.

Quanto ao facto de ser inestético, actualmente já existem brackets transpa-rentes, em vez dos metá-licos, e em certos casos é possível colocar o apare-lho na parte palatina e lin-gual dos dentes, isto é na parte de trás dos dentes, sem que se perceba que tem aparelho dentário.

Tratamos-lhe da Saúde... Todos os dias!

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Jornal do Centro10 | outubro | 2013 27

Page 28: Jornal do centro ed604

SAÚDE

Hiperplasia benigna da prós-

tata afeta um em cada três

homens com mais de 65 anos

Opinião

Tomé LopesPresidente da Associação

Portuguesa de Urologia

A hiperplasia benigna da próstata (HBP) é uma con-dição com um grau de pre-valência bastante elevado. Esta doença corresponde ao aumento da zona da próstata que envolve a uretra. A sua incidência aumenta com a idade, afetando de forma sin-tomática aproximadamen-te 25 por cento dos homens com idade superior a 40 anos e um em cada três ho-mens com mais de 65 anos.

A HBP tem um impacto profundo na qualidade de vida dos doentes e é uma do-ença progressiva que, caso não seja tratada, pode levar a complicações tais como a retenção urinária, infeções urinárias, litíase (“pedras”) vesical, lesões na bexiga, nos rins, incontinência urinária e eventualmente cirurgia.

Os sintomas estão tec-nicamente agrupados em sintomas de esvaziamen-to e sintomas de armaze-namento. Muitos deles são bastante conhecidos (mic-ção fraca, hesitação no iní-

cio da micção, gotejamento terminal, sensação de não esvaziamento completo, fre-quência urinária aumenta-da, urgência, dor/desconfor-to ao urinar), mas os doentes costumam olhar para estes sintomas como sendo “nor-mais” com o avançar da ida-de, não lhes dando muita im-portância. Visto a HBP ser uma doença progressiva que pode levar a complicações (nomeadamente retenções urinárias agudas e cirurgia), é importante que os homens acima dos 50 anos visitem regularmente o seu médico e que avisem caso sintam al-gum dos sintomas descritos anteriormente.

Os fármacos mais utiliza-dos para tratar sintomas são da classe “alfa-bloqueantes”, que são medicamentos que funcionam como “relaxan-tes musculares”. Como a próstata é constituída na sua grande maioria por músculo liso, o alfa-bloqueador vai fa-zer com que haja um relaxa-mento do músculo da prós-tata, libertando por sua vez um pouco a uretra e fazendo com que os sintomas melho-rem. No entanto, estes me-dicamentos não impedem que a doença progrida e não impedem que a próstata au-mente de tamanho.

Isso leva-nos a outro gru-po de medicamentos – os inibidores da 5-alfa-reduta-se. Esta classe de fármacos actua no balanço testoste-rona/dihidro-testosterona. Com o passar da idade, acre-dita-se que este balanço de-sequilibra-se o que pode le-var ao aumento da próstata. Com estes medicamentos é possível travar esse cresci-mento e diminuir em mui-to a probabilidade de com-plicações associadas à HBP (ex. retenções urinárias agu-das e cirurgia). Em alguns casos, estas duas classes de medicamentos podem ser utilizados em conjunto para uma maior eficácia.

O diagnóstico precoce da HBP pode ser realizado atra-vés de uma análise ao san-gue para medir o PSA e com toque rectal.

A Associação Portugue-sa de Urologia vai promover o seu Congresso Nacional, entre os dias 10 e 13 de Outu-bro. Para mais informações consulte o site www.apuro-logia.pt

SUB de Moimenta da Beira um dos melhores do país

A laborar há quatro anos o Serviço de Ur-gência Básica (SUB) em Moimenta da Beira foi oficialmente inaugura-do, no passado dia 3, pelo secretário de estado ad-junto do ministro da Saú-de, Fernando Leal da Cos-ta, que consideriou este como “um dos melhores SUB do país”.

O governante, em res-posta à coordenadora do SUB, a médica Elisa Bento da Guia, que falou da ne-cessidade de apetrechar as áreas da gasimetria e da ra-diologia, prometeu dotar a estrutura de mais equipa-mento. “Vamos saber cor-responder na hora certa”, afirmou.

O presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira, José Eduardo Ferreira, para além de su-

blinhar a importância do SUB em Moimenta garan-tiu ainda a contribuição necessária para a adapta-ção de um terreno anexo ao SUB que permita ao he-licóptero do INEM pousar e levantar. “É seguro que o vamos fazer, para o bem de todos”, sublinhou.

Segundo o autarca o SUB em quatro anos re-

gistou “80 mil atendimen-tos”. A estrutura assegu-ra o atendimento 24 horas por dia, com dois médicos e dois enfermeiros em per-manência, bem como ser-viços de radiologia e aná-lises clínicas, e que cobre a área geográfica de cinco concelhos: Moimenta da Beira, Tabuaço, Sernance-lhe, Penedono e S. João da

Pesqueira que, em conjun-to, representam uma po-pulação aproximada de 35 mil pessoas.

Para além do SUB em Moimenta da Beira funcio-nam ainda no distrito de Viseu os SUB de São Pedro do Sul, Tondela, Lamego e Cinfães.

Micaela Costa

Serviço∑ Assegura atendimento 24 horas por dia e em quatro anos registou 80 mil utentes

A Fernando Leal da Costa, secretário de estado adjunto do ministro da Saú-de, inaugurou o SUB

DR

Jornal do Centro10 | outubro| 201328

Page 29: Jornal do centro ed604

DIVERSOS

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EMPREGO

Empregado de mesaRef. 588108766 – São Pedro do SulEmpregado de mesa/sala com experi-ência.

CozinheiraRef. 588146675 – Oliveira de Frades

Ajudante familiarRef. 588005690 – São Pedro do Sul

Pessoa para preparação de refeições sim-ples e para limpeza doméstica.

MotosserristaRef. 588157355 – VouzelaPessoas para limpeza de florestas.

TratoristaRef. 588160002 – S. Pedro do SulPessoa para condução de máquinas agrí-

colas e florestais.

Bate-chapas de veículos automóveisRef. 588158771 – S. Pedro do SulBate-chapas de automóveis, preferencial-mente com conhecimentos de pintura e mecânica.

PasteleiroRef. 588161603 – S. Pedro do Sul

Centro de Emprego de Dão Lafões. Serviço de Emprego de São Pedro do SulRua do Querido, 108 – R/C Dto - 3660-500 São Pedro do Sul | Tel: 232 720 170

e-mail: [email protected]

Centro de Emprego e Formação Profissional de Viseu. Serviço de Emprego de ViseuRua D. José da Cruz Moreira Pinto , Lote 6 - 3514-505 Viseu | Tel: 232 483 460

e-mail: [email protected]

Costureira Trabalho em SérieRef. 588150590 - Tempo Completo - Nelas

Vendedor ao domicilioRef. 588129354 – Tempo Completo – Viseu

PedreiroRef. 588120569 Tempo Completo – Viseu

Téc. TelecomunicaçõesRef. 588150690 - Tempo Completo - VIseu

CozinheiroRef. 588161714- Tempo Completo – Viseu

Condutor Máquina EscavaçãoRef. 588161894 - Tempo Completo – Viseu

Servente Construção CivilRef. 588161905- Tempo Completo – Viseu

SoldadorRef. 588163141 - Tempo Completo – Viseu

O Centro de Estudos “Uma Mente Brilhante”, recruta professores de todas as áreas e níveis de ensino.

Enviar CV para: Centro de Estudos “Uma Mente Brilhante”, Rua das Minas,

nº3 - Abraveses - 3515-131 Viseu [email protected]

IEFP - Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P.Av. Visconde Guedes Teixeira ,25 R/C - Apartado 96

5100-073 Lamego | Tel: 254 655 192

Mecânico de automóveis. Sernancelhe - Ref. 587801020

Eletricista da construção civil. Armamar - Ref. 587858126

Fiel de armazém. Lamego - Ref. 587857844

Caixeiro. Lamego - Ref. 587821100

Canalizador. Lamego - Ref. 587869103

Ajudante de cozinha. São João da Pesqueira - Ref. 587869870

Canteiro. Lamego - Ref. 587823179

Carpinteiro de tosco. Moimenta da Beira - Ref. 587823653

Encarregado de armazém. Lamego - Ref. 587869222

Centro de Emprego de Dão Lafões. Serviço de Emprego de TondelaPraceta Dr. Teófilo da Cruz - 3460-589 Tondela | Tel: 232 819 320

e-mail: [email protected]

Eletromecânico de eletrodomésticosRef. 587889139 – Tondela

Trabalhador não qualificadoRef. 588136881 – Tondela.Candidato para trabalhar na serra-ção e pinhal.

PedreiroRef. 588142033 – TondelaCom experiencia em acabamentos

ManicuraRef. 588162674 – Tondela.Profissional para estética e unhas.

CabeleireiroRef. 588095585 – Carregal do Sal.Experiencia mínima de 2 anos.

Tratorista agrícolaRef. 588165454 – Santa Comba DãoCom experiencia

As ofertas de emprego divulgadas fazem parte da Base de Dados do Instituto do Emprego e Formação, IP. Para obter mais informações ou candidatar-se dirija-se ao Centro de Emprego indicado ou pesquise no portal http://www.netemprego.gov.pt/ utilizando a referência (Ref.) associada a cada oferta de emprego. Alerta-se para a possibilidade de ocorrência de situações em que a oferta de emprego publicada já foi preenchida devido ao tempo que medeia a sua disponibilização ao Jornal do Centro.

Vende-se ou Arrenda-se pavilhãoÁrea edifício:800 m2, terreno:2000 m2Localizado a:5 km de Viseu, 2 km da

A25, 5 km da A24 e IP3Espaço com:escritórios,armazém,sala

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Jornal do Centro10 | outubro | 2013 29

Page 30: Jornal do centro ed604

DIVERSOS

INSTITUCIONAIS OBITUÁRIOGabriel Ferreira, 84 anos, casado. Natural e residente em Bri-tiande, Lamego. O funeral realizou-se no dia 8 de outubro, pe-las 16.30 horas, para o cemitério de Britiande.

Agência Funerária IgrejaArmamar Tel. 254 855 231

Rosa de Jesus, 92 anos, viúva. Natural e residente em Sobral. O funeral realizou-se no dia 9 de outubro, pelas 17.45 horas, para o cemitério local.

Agência Funerária São BrásCarregal do Sal Tel. 232 671 415

Maria dos Anjos Gonçalves Moreno, 81 anos. Natural de Barra-quinhos de Montalegre e residente em Vila Pouca, Castro Daire. O funeral realizou-se no dia 6 de Outubro, pelas 17.00 horas, para o cemitério de Castro Daire.

Alzira do Carmo Rosário, 90 anos. Natural de Gafanhão, Castro Daire e residente em Leiria. O funeral realizou-se no dia 8 de Outubro, pelas 16.00 horas, para o cemitério de Gafanhão.

Agência Funerária Amadeu Andrade & Filhos, Lda.Castro Daire Tel. 232 382 238

José Augusto de Almeida, 83 anos, viúvo. Natural de Muxa-gata, Fornos de Algodres e residente em Quintela de Azurara, Mangualde. O funeral realizou-se no dia 8 de outubro, pelas 14.30 horas, para o cemitério de Quintela der Azurara.

Clementina Oliveira Gonçalves, 71 anos, casada. Natural e resi-dente em Mangualde. O funeral realizou-se no dia 9 de outubro, pelas 16.00 horas, para o cemitério local.

Agência Funerária Ferraz & AlfredoMangualde Tel. 232 613 652

Irene dos Santos Pereira Martins, 70 anos, casada. Natural e residente em Aguieira, Nelas. O funeral realizou-se no dia 8 de outubro, pelas 18.00 horas, para o cemitério de Aguieira.

Agência Funerária Nisa, Lda.Nelas Tel. 232 949 009

Roosevelt Couceiro de Almeida, 71 anos, casado. Natural de Campia e residente em França. O funeral realizou-se no dia 9 de outubro, pelas 17.30 horas, para o cemitério de Campia. Agência Funerária Figueiredo & Filhos, Lda.Oliveira de Frades Tel. 232 761 252

José Martins, 91 anos, casado. Natural de Bispeira, São João da Serra e residente em Amadora. O funeral realizou-se no dia 3 de ou-tubro, pelas 16.00 horas, para o cemitério de São João da Serra.

Agência Funerária Loureiro de Lafões, Lda.S. Pedro do Sul Tel. 232 711 927

Ermelinda de Jesus Serra, 81 anos, viúva. Natural de Tonda, Tondela e residente em Viseu. O funeral realizou-se no dia 3 de outubro, pelas 16.30 horas, para o cemitério de Tonda.

Agência Funerária AbílioViseu Tel. 232 437 542

João Morgado, 84 anos, casado. Natural de Soure e residente em Cumieira, São João de Lourosa. O funeral realizou-se no dia 4 de outubro, pelas 15.30 horas, para o crematório de Viseu.

Francisco José Morais Varandas, 62 anos, casado. Natural de Rio de Loba e residente em Póvoa de Sobrinhos. O funeral rea-lizou-se no dia 5 de outubro, pelas 15.30 horas, para o cemité-rio de Barbeita.

Agência Funerária D. DuarteViseu Tel. 232 421 952

Maria Alice de Jesus Leitão, 74 anos. Natural de Eirado, Aguiar da Beira e residente em Viseu. O funeral realizou-se no dia 3 de outubro, pelas 15.00 horas, para o cemitério de Eirado, Aguiar da Beira.

Berta Ribeiro Rodrigues, 76 anos, viúva. Residente em Viseu. O funeral realizou-se no dia 3 de outubro, pelas 15.30 horas, para o cemitério novo de Viseu.

Albano de Jesus Simões, 43 anos. Residente em Orgens. O fu-neral realizou-se no dia 3 de outubro, pelas 17.00 horas, para o cemitério local.

José de Figueiredo Caetano, 69 anos, casado. Residente em San-tiago. O funeral realizou-se no dia 4 de outubro, pelas 16.00 ho-ras, para o cemitério novo de Viseu.

Alberto Teixeira de Figueiredo, 73 anos, casado. Residente em Quintela, Orgens. O funeral realizou-se no dia 4 de outubro, pe-las 17.30 horas, para o cemitério de Orgens.

Manuel Lourenço Gonçalves, 78 anos, casado. Residente em Abraveses, Viseu. O funeral realizou-se no dia 8 de outubro, pe-las 16.00 horas, para o cemitério de Santa Ana de Azinha.

Agência Funerária Decorativa Viseense, Lda.Viseu Tel. 232 423 131

1ª Publicação

(Jornal do Centro - N.º 604 de 10.10.2013)

Jornal do Centro10 | outubro| 201330

Page 31: Jornal do centro ed604

DESCRIÇÃO GERAL DO CURSOExecutar cuidados estéticos de rosto, do corpo, das mãos e dos pés, por processos manuais e mecânicos, em institutos de beleza e estabelecimentos similares.

SE TENS ENTRE 15-24 ANOS

Subsídio de AlimentaçãoSubsídio de Transporte Bolsa de Material de EstudoBolsa de Profissionalização

Avenida Alberto Sampaio, nº 130 - 1º Andar3510-028 Viseu

CONTACTOST. 232 400 935T. 965 231 754E. [email protected]@. www.shformacao.pt

clubedoleitorDEscreva-nos para:

Jornal do Centro - Clube do Leitor, Avenida Alberto Sampaio, nº 130 - 3510-028, Viseu. Ou então use o email: [email protected] As cartas, fotos ou artigos remetidos a esta secção, incluindo as enviadas por e-mail, devem vir identificadas com o nome e contacto do autor. O semanário Jornal do Centro reserva-se o direito de selecionar e eventualmente reduzir os originais.

LAZER

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1 7 6

5 9 4 7

7 6 2 8

SUDOKU

DIFERENÇAS (DESCUBRA AS 5 DIFERENÇAS)

HÁ UM ANO

EDIÇÃO 552 | 12 DE OUTUBRO DE 2012

∑ Farmácias viseenses estão doentes. Não há

melhoras e algumas vão morrer

∑ “A rede de distribuição de medicamentos à

população está em risco” (Lucília Simões)

∑ “Não me sinto ofendido, mas sinto alguma

desilusão pela menoridade política que está no

terreno” (José Junqueiro)

∑ Segurança Social “emagrece” pouco em Viseu

∑ Crise alastra ao abandono de animais

∑ Segundo a AHRESP o IVA na restauração é uma

calamidade

∑ Festa dos anos 60 atrai mais de 700 pessoas à

ExpoCenter

∑ Faleceu Aquilino Ribeiro Machado

cias viseenses estão doentes Não há

| Telefone: 232 437 461 · Rua Santa Isabel, Lote 3 R/C - EP - 3500-680 Repeses - Viseu · [email protected] · www.jornaldocentro.pt |

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UM JORNAL COMPLETO

> PRAÇA PÚBLICA

> ABERTURA

> À CONVERSA

> REGIÃO

> ECONOMIA

> DESPORTO

> CULTURA

> EM FOCO

> SAÚDE

> CLASSIFICADOS

> NECROLOGIA

> CLUBE DO LEITOR

S E M A N Á R I O D A

REGIÃO DE VISEU

DIRETOR

Paulo Neto

Semanário

12 a 18 de outubro 2012

Ano 11

N.º 552

1,00 Euro

Distribuído com o Expresso. Venda interdita.

Nu

no

An

dré

Fer

reir

a

Novo acordo ortográfico

∑ José Junqueiro, deputado do PS, em entrevista ao José Junqueiro, deputado do PS, em entrevista ao

Jornal do Centro Jornal do Centro | págs. 8 e 9

“Sempre estive

disponível para a

Câmara de Viseu”

Pu

bli

cid

ad

e

Escrevo-lhe, senhor Director do Jornal do Centro, e estranhamen-te o faço para lamentar o insólito texto inserto num Semanário desta cidade, no passado dia 26 de Setembro, que eu considero um despre-zível atentado à nossa inteligência. Escrevo para o seu jornal, isto porque amigos meus, vendo que o tal artigo era tão reles na forma e no conteúdo, me dis-seram para não lhe res-ponder, ao tal jornal, mesmo enquanto mero cidadão desta cidade, porque também nessa postura senti o enxo-valho, senti que a ci-dade era desonrada, o seu Município vilipen-diado. E mais, como o texto tinha a ver com a estátua de Aquilino

Ribeiro recentemente implantada na Rua For-mosa, a cuja causa não sou estranho, senti que se ofendia de uma for-ma ignóbil o f i lho do escritor, Eng. Aquilino Ribeiro Machado, que já não mora entre nós, af irmando (difaman-do!) que ele não con-corda ra com ta l ho -menagem a seu pai, (e que os promotores da estátua capciosamen-te a fizeram executar à pressa após a sua mor-te), ele, Eng. Aquilino, que escolhera o escul-tor há já cinco anos, que acompanhou, feliz, a execução de maque-tas, que escreveu ao Dr. Fernando Ruas incitan-do-o, estimulando-o a levantar a estátua, ele que tantas vezes a mim me confessou o quanto

desejava que a Câmara de Viseu levantasse na cidade um monumen-to a Camilo a partir de maqueta preparada por Anjos Teixeira, amigo e retratista de seu pai, maqueta existente em museu sito nas imedia-ções de Lisboa!... Santa ignorância! Não farão, senhor Director, não serão estes senhores obrigados a fazer uma cadeira de Ética quan-do se estuda para jor-nalista?!... Não haverá ao menos uma espécie de jura mento, como o de Hipócrates, aqui para garantia da ver-dade, tão importante quanto a vida?!

Foi só um desabafo, senhor Director. A car-ta não é para respon-der.

Um abraço.

CARTA DO LEITOR

Carta ao director

Alberto CorreiaAntropólogo

[email protected]

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Jornal do Centro10 | outubro | 2013 31

Page 32: Jornal do centro ed604

Foi em setembro de 1993 que, pela primei-ra vez, se organizou em Viseu o evento «Os Me-lhores Anos». Desde en-tão esta tornou-se uma das festas de referência da região Centro. Ao longo destas duas déca-das, passaram pela cida-de nomes incontornáveis da música portuguesa como Skeiks, José Cid, Carlos Mendes, Paulo de Carvalho, Taxi, GNR e Pedro Abrunhosa.

A edição de 2013, que decorre este sábado, dia 12, não vai ser diferen-te e tem como convida-do musical o pai do rock português, Rui Veloso,

A ExpoCenter/Forno da Mimi, vai ser o palco de mais uma edição des-te emblemático momen-to viseense e que, como todos os anos, promete

muita música, gastro-nomia requintada e mo-mentos de convívio ím-pares.

A animação fica ainda a cargo dos DanceExpert Project, dos dançarinos profissionais conhecidos do grande público e que fizeram parte do pro-grama da TVI “Dança com as Estrelas”, André, Pedro, Dima, Guilene e Mónica, pelos The Peak-les, banda tributo aos Be-atles, pelo Colectivo Gira Sol Azul e pela Orques-tra Os Melhores Anos, dirigida pelo maestro Jaime Baptista. Uma or-questra que reúne músi-cos profissionais e que têm na sua “playlist” te-mas intemporais, êxitos e clássicos de sempre, criando a atmosfera ide-al para todos os que gos-tam de dançar e apreciar

a boa música, durante cerca de sete horas.

A festa, que se inicia pelas 19h30, inclui aperi-tivos variados que se pro-longam até de madruga-da, um jantar de comida regional com múltiplas entradas, várias opções de peixe e carne e varias sobremesas. Mais tarde é servida uma ceia e de madrugada um cacau ou chocolate.

Micaela Costa

Números20ª edição1500 metrosquadrados de espaço100 metros quadrados de pista de dança19h30 abertura 65 euros925 981 875 reservas

JORNAL DO CENTRO10 | OUTUBRO | 2013Impresso em papel que incorpora 30 por cento de fibra reciclada, com tinta ecológica de base vegetal

Hoje, dia 10 de outubro, céu limpo. Temperatura máxima de 22ºC e mínima de 13ºC.Amanhã, 11 de outubro, céu limpo. Temperatura máxima de 19ºC e mínima de 11ºC.Sábado, 12 de outubro, nublado. Temperatura máxima de 16ºC e mínima de 10ºC.Domingo, 13 de outubro, nublado. Temperatura máxima de 17ºC e mínima de 9ºC.Segunda, 14 de outubro, nublado. Temperatura máxima de 18ºC e mínima de 8ºC.

tempo

Quinta, 10 outubroViseu

∑ Sessão de

esclarecimento

“Responsabilidade

Civil de

Administradores,

Diretores e Gerentes”,

pelas 17h30, na

AIRV - Associação

Empresarial da Região

de Viseu.

Sexta, 11 outubroViseu

∑ O núcleo de

Viseu da Associação

Nacional de

Pensionistas e

Reformados realiza

uma reunião com

elementos da Direcção

Nacional que terá

lugar pelas 15h00, no

Anfiteatro 1 da Escola

Superior de Tecnologia

de Viseu.

Domingo, 13 outubroMoimenta da Beira

∑ Caminhada solidária

(5km) a favor dos

Bombeiros Voluntários

de Moimenta da Beira,

a partir das 9h30,

junto ao edifício dos

Paços do Concelho.

Carregal do Sal

∑ Marcha Contra a

Fome e a Pobreza,

com início pelas 14h30

no Santuário Nossa

Senhora das Febres

Olho de Gato

Joaquim Alexandre [email protected]

1. Em 2002, o país caiu no pântano, pântano que Guterres viu antes que ninguém e que nos iria le-var à bancarrota. Desde então, tudo quanto era decisão desconcentrada do estado foi desapare-cendo. Dois exemplos na educação para se per-ceber do que se fala:

(i) em 2002, os professores eram colocados em Viseu, agora são-no em Lisboa; o processo de co-locação não melhorou, pelo contrário;

(ii) em 2002, as escolas compravam uma res-ma de papel no comércio local; agora é uma cen-tral de compras em Lisboa que o faz, a resma não fica mais barata, a escola gasta-se em buro-cracias para a receber e, entretanto, a papelaria local faliu.

Poderá parecer que a despesa centralizada em Lisboa é melhor para o estado que precisa de poupar. Não é.

É contra-intuitivo, mas fica mais barato se a de-cisão sobre a despesa pública for espalhada pelo país. É que, como as coisas estão, a corrupção tem a vida facilitada: só precisa de se concentrar nas poucas mãos que, em Lisboa, têm o poder de decidir sobre muitos milhões de euros. A corrup-ção tinha muito mais dificuldades se a decisão es-tivesse diluída no território.

2. Transcorridas as eleições autárquicas, vêm aí as tomadas de posse dos novos órgãos do po-der local.

Vamos ter um presidente socialista da Associa-ção Nacional de Municípios, depois de doze anos da presidência social-democrata de Fernando Ruas. O dr. Ruas foi um bom presidente da câma-ra e foi também um bom presidente da ANMP no período difícil a que correspondeu o pântano cen-tralista descrito no ponto anterior desta crónica.

3. Em 18 de Maio, numa assembleia geral no Au-ditório Mirita Casimiro, o sempitermo presiden-te daquilo ficou encarregado de organizar umas eleições que pudessem ressuscitar aquela sala há anos a ganhar teias-de-aranha.

Passaram cinco meses. Nada foi feito. O homem nem coiso nem sai de cima...

http://twitter.com/olhodegatohttp://joaquimalexandrerodrigues.blogspot.com

Nem coiso nem...

Comemoração ∑ Sábado assinalam-se20 anos desde a primeira edição

agenda∑

“Os Melhores Anos” de volta a Viseu

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A Rui Veloso é o convidado desta edição