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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU UNIVERSIDADE JUDAS TADEU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU DOUTORADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA KÁTIA REGINA PONCIANO MONITORAMENTO DOS PARÂMETROS DE CARGA INTERNA DE TREINO NA DISTRIBUIÇÃO DA PRÁTICA DURANTE A AQUISIÇÃO E RETENÇÃO DE UMA TAREFA MOTORA DO NADO SINCRONIZADO ORIENTADOR: PROF. Dr. DANILO SALES BOCALINI CO-ORIENTADOR: PROF. Dr. CÁSSIO M. MEIRA JÚNIOR SÃO PAULO 2017

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU UNIVERSIDADE JUDAS … · na distribuiÇÃo da prÁtica durante a aquisiÇÃo e retenÇÃo de uma tarefa motora do nado sincronizado orientador: prof

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU UNIVERSIDADE JUDAS TADEU

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

DOUTORADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

KÁTIA REGINA PONCIANO

MONITORAMENTO DOS PARÂMETROS DE CARGA INTERNA DE TREINO NA DISTRIBUIÇÃO DA PRÁTICA DURANTE A AQUISIÇÃO E RETENÇÃO

DE UMA TAREFA MOTORA DO NADO SINCRONIZADO

ORIENTADOR: PROF. Dr. DANILO SALES BOCALINI

CO-ORIENTADOR: PROF. Dr. CÁSSIO M. MEIRA JÚNIOR

SÃO PAULO

2017

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU UNIVERSIDADE JUDAS TADEU

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

DOUTORADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

KÁTIA REGINA PONCIANO

MONITORAMENTO DOS PARÂMETROS DE CARGA INTERNA DE TREINO NA DISTRIBUIÇÃO DA PRÁTICA DURANTE A AQUISIÇÃO E RETENÇÃO

DE UMA TAREFA MOTORA DO NADO SINCRONIZADO

Tese apresentada ao Programa de

Doutorado em Educação Física da

Universidade São Judas Tadeu para análise

da banca examinadora como requisito

parcial à obtenção do título de Doutora em

Educação Física.

Área de concentração: Escola, Esporte,

Atividade Física e Saúde.

Linha de Pesquisa: Fenômeno Esportivo.

Orientador: Prof. Dr. Danilo Sales Bocalini

Co-orientador: Prof. Dr. Cássio de Miranda

Meira Júnior.

SÃO PAULO

2017

Ponciano, Kátia Regina.

P795m Monitoramento dos parâmetros de carga interna de treino

na distribuição da prática durante a aquisição e retenção de

uma tarefa motora do nado sincronizado / Kátia Regina

Ponciano. - São Paulo, 2017.

f.: il.; 30 cm.

Orientador: Danilo Sales Bocalini.

Tese (doutorado) – Universidade São Judas Tadeu, São

Paulo, 2017.

1. Nado sincronizado. 2. Aprendizagem motora. 3. Treinamento. I.

Bocalini, Danilo Sales. II. Universidade São Judas Tadeu,

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física. III.

Título

CDD 22 – 796

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca

da Universidade São Judas Tadeu Bibliotecária: Cláudia Silva Salviano Moreira - CRB 8/9237

KÁTIA REGINA PONCIANO

MONITORAMENTO DOS PARÂMETROS DE CARGA INTERNA DE TREINO NA DISTRIBUIÇÃO DA PRÁTICA DURANTE A AQUISIÇÃO E RETENÇÃO

DE UMA TAREFA MOTORA DO NADO SINCRONIZADO

Tese apresentada ao Programa de

Doutorado em Educação Física da

Universidade São Judas Tadeu para análise

da banca examinadora como requisito

parcial à obtenção do título de Doutora em

Educação Física. Orientador: Prof. Dr. Danilo

Sales Bocalini e Co-orientador: Prof. Dr.

Cássio de Miranda Meira Júnior.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________

Prof. Dr. Danilo Sales Bocalini

Universidade São Judas Tadeu - USJT (orientador)

______________________________________________

Prof. Dr. Cássio de Miranda Meira Júnior

Escola de Artes, Ciências e Humanidades - Universidade de São Paulo

(co-orientador)

______________________________________________

Prof. Drª Ida Carneiro Martins

Universidade Nove de Julho - UNINOVE

_____________________________________________

Prof. Dr. Gerson dos Santos Leite

Universidade Nove de Julho - UNINOVE

______________________________________________

Prof. Dr. Marcelo Callegari Zanetti

Universidade São Judas Tadeu - USJT

______________________________________________

Prof. Dr. Érico Chagas Caperuto

Universidade São Judas Tadeu – USJT

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a pessoa guerreira que sempre tive e sempre terei

como exemplo na minha vida, me ensinou a ser forte e sempre olhar para

frente. Que de uma forma ou de outra me fez sonhar. À minha baixinha linda,

minha mãe ADELINA CAPRISTI PONCIANO (in memorian), obrigada por tudo,

serei eternamente grata. E ao meu pai JOSÉ PONCIANO (in memorian) por

todos os conselhos sempre, saudades eternas. Agradeço a Deus por ter me

presenteado vocês como meu pai e minha mãe pelo tempo que ele determinou.

AGRADECIMENTOS

"Ser sábio é melhor do que ser forte, o conhecimento é mais importante

que a força. Afinal antes de entrar numa batalha, é preciso planejar bem,

e, quando há muitos conselheiros, é mais fácil vencer". PROVÉRBIO 24:5

Obrigada DEUS por me fazer entender tantas coisas da vida, parece um

preparo para melhor entender a morte. Estamos de passagem.

Á minha querida Rosangela, companheira, amiga, parceira de todos os

momentos, bons ou ruins, sem palavras, obrigada por toda cooperação e ajuda

na coleta dos meus dados. Muitíssimo obrigada. Serei eternamente grata.

Á minha família de sangue e de coração, Famílias Ponciano e Alves, meus

sinceros agradecimentos pelo apoio e por entender as ausências em várias

ocasiões. Amo vocês de montão.

Aos meus amigos SMEJ, em especial a Casa do Professor, já compartilhamos

tantas coisas, obrigada por entender minha ausência, vocês são especiais.

Aos professores da USJT que me auxiliaram no processo desta tese

colaborando de diversas formas: Drª Graciele por ter me ajudado com o local

de coleta, Dr. Marcelo por ter me dado à oportunidade de conhecimento em

outras áreas, Drª Cláudia por me auxiliar com a estatística da tese e dos

artigos científicos que nasceram a partir da tese, muito obrigada a vocês.

A Drª Bettina Ried da Escola de Educação Física de Jundiaí - ESEF por me

ajudar a conseguir local e voluntário para a coleta e instruções pontuais sobre

aprendizagem motora. Muito obrigada.

À minha grande amiga Drª Meico Fugita, jamais poderia esquecer de ti

querida, tantas conversas sobre nado sincronizado, aprendizagem motora,

orientações infinitas, pela participação nos artigos científicos, por corrigir tantas

escritas malucas e me ensinar sobre aprendizagem motora. Muitíssimo

obrigada.

Ao Clube Paineiras do Morumbi, técnicas, atletas do nado sincronizado,

coordenador e supervisora que colaboraram na coleta do estudo piloto e outras

investigações interessantes neste processo.

Ao Clube Espéria, em especial ao Profº Fábio e seus alunos de natação que

participaram deste processo.

À Escola de Educação Física - ESEF de Jundiaí por ceder seus espaços e

aos alunos fantásticos que lá se formam e me ajudaram tanto. Muito obrigada à

todos.

Aos juízes de várias partes do mundo e Brasil que contribuíram com sua

experiência nesta tese e nos artigos científicos, Muito obrigada, Thank you:

Andida Bouma, Laura Ealing, Louise Kennedy, Mireya Andrade, Marlon

Falcon, Ulla Lucenius, Yasuko Higuchi, Tomoko Yamada, Celma Souza,

Rosangela Alves, Lucia Algaba, Andrea Batista, Ana Paula Batista, Roseli

Farias, Marcela Alves, Solange, Luciana Avelheda, Juliana Dias, Cintia

Cruz,

A CAPES, muito obrigada pelo apoio e fomento à pesquisa.

Obrigada Universidade São Judas Tadeu, essa instituição tem excelentes

profissionais.

Obrigada ao grupo de estudos da Escola de Artes, Ciências e Humanidades -

Universidade de São Paulo - EACH, especificamente à Jaqueline, Thiago e

Beatriz, aprendi muito com vocês. E agradeço duplamente ao Thiago pela

ajuda na coleta dos meus dados, sem pensar nos obstáculos que você poderia

ter, muito obrigada meu querido.

Ao meu co-orientador Dr. Cássio de Miranda Meira Júnior por acreditar que

este projeto seria possível e me fazer compreender e gostar de aprendizagem

motora. Muito obrigada.

Ao meu grande orientador Dr. Danilo Bocalini, sem palavras para agradecer o

quanto você me fez crescer como pesquisadora e o fato de respeitar a área

que atuo e me incentivar a escrever sobre ela foi incrível, jamais esquecerei

isto. Muitíssimo obrigada. Torço muito por você, ouço e ainda ouvirei falar

muito de sua trajetória.

Perdoem-me se esqueci de alguém, mas agradeço a todos aqueles que de

alguma forma estiveram presente nestes 4 anos. Obrigada a todos!

"Se eu vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes"

(Isaak Newton)

SUMÁRIO

Lista de Figuras, Quadros e Tabelas v

Resumo vi

Abstract vii

Lista de Abreviações viii

1. INTRODUÇÃO 01

1.1 Trajetória Acadêmica 01

1.2 Problematização 03

2. OBJETIVOS 09

2.1 Objetivo Geral 09

2.2 Objetivo Específico 09

3. HIPÓTESES E JUSTIFICATIVA 09

4. REVISÃO DE LITERATURA 13

4.1 Caracterização histórica sobre distribuição da prática 13

4.1.1 Conceituação da Distribuição da Prática: Prática Maciça vs

Prática Distribuída 18

4.1.2 Classificação das habilidades motoras e suas relações com a

prática maciça e prática distribuída. 20

4.1.3 Descrição dos estudos sobre a distribuição da prática: prática

maciça vs prática distribuída 21

5. CARGA INTERNA DE TREINO 31

5.1 Quantificação da Carga Interna de Treino 34

5.1.1 Métodos de quantificação da CIT baseados no

comportamento da frequência cardíaca. 34

5.1.2 Métodos de quantificação da CIT baseados na percepção

subjetiva de esforço 36

5.1.3 Percepção Subjetiva de Recuperação 44

6. CARACTERÍSTICA DO NADO SINCRONIZADO 45

6.1 Julgando Nado Sincronizado 47

6.1.1 Estudos do Nado Sincronizado 48

7. MÉTODOS 64

7.1 Amostra 65

7.1.1 Tarefa 66

7.1.2 Delineamento Experimental 69

7.1.3 Determinação da carga interna de treino 71

7.1.3.1 Método PSE sessão 71

7.1.3.2 Análises Subjetivas Psicofisiológicas 72

7.2 Critérios de atribuição de notas 73

7.3 Instrumentos 73

7.3.1 Registro e Análise dos dados 73

7.3.1.1 Vídeo filmagem 73

7.3.1.2 Análise Estatística 74

8. RESULTADOS 75

8.1 Medidas Antropométricas 75

8.2 Resultados da Análise 1 75

8.2.1 Desempenho - Notas 75

8.2.2 Discussão dos resultados da Análise 1 76

8.3 Resultados da Análise 2 81

8.3.1 Monitoramento da carga interna de treino pelos métodos de

quantificação, a saber: Frequência Cardíaca; Percepção

Subjetiva de Esforço (PSE-sessão) e Percepção Subjetiva de

Recuperação. 81

8.3.2 Discussão dos resultados da Análise 2 87

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS E APLICAÇÕES PRÁTICAS 91

10. LIMITAÇÕES DO ESTUDO 91

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 93

Apêndice 1 106

ANEXO I 107

ANEXO II 121

ANEXO III 124

ANEXO IV 125

Apêndice 2 126

Apêndice 3 127

Apêndice 4 128

Apêndice 5 130

Apêndice 6 131

Apêndice 7 132

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Instrumento Rotor de Perseguição 15

Figura 2 Ambiente da coleta de dados, ponto inicial da tarefa A 66

Figura 3 Ambiente da coleta de dados, execução da tarefa B 67

Figura 4 Elementos obrigatórios avaliados na rotina técnica 68

Figura 5 Intervalo de descanso entre as tentativas utilizando

flutuadores 70

Figura 6 Delineamento Experimental (período de aquisição e teste de

retenção), momentos: Pré; Pós e Retenção. 72

Figura 7 Dados expressos como média ± desvio padrão. ANOVA com

medidas repetidas. * para p < 0,05 quando comparado ao

tempo zero. 82

Figura 8 Dados expressos como média ± desvio padrão. ANOVA com

medidas repetidas. * para p < 0,05 comparando as FCs e os 3

momentos. 84

Figura 9 Dados expressos como média ± desvio padrão. ANOVA com

medidas repetidas. * para p < 0,05 quando comparado ao

tempo 1º.

85

Figura 10 Dados expressos como média ± desvio padrão. ANOVA com

medidas repetidas, * para p < 0,05 entre as sessões.

85

Figura 11 Dados expressos como média ± desvio padrão. ANOVA com

medidas repetidas, * para p < 0,05 entre às sessões. 86

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Síntese descritiva de estudos sobre distribuição da prática

e aquisição de habilidades motoras 22

Quadro 2 Notas e suas categorias de acordo com FINA (2013) 73

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Parâmetros antropométricos dos sujeitos analisados 75

Tabela 2 Média e desvio padrão das notas atribuídas pelos juízes 1,

2 e 3 de ambos os grupos nos 3 momentos (Pré, Pós e

Retenção). 76

Tabela 3 Correlações entre a carga interna e as notas dos

elementos de 1 a 5 mais a nota final no momento Pré, Pós

e Retenção. 86

LISTA DE ABREVIAÇÕES

AM - Aprendizagem Motora

DP - Distribuição da Prática

PD - Prática Distribuída

PM - Prática Maciça

NS - Nado Sincronizado

FINA - Federação Internacional de Natação

FAP - Federação Aquática Paulista

RT - Rotina Técnica

CIT - Carga de Treino Interna

CT - Carga de Treinamento

PSE - Percepção Subjetiva de Esforço

FC - Frequência Cardíaca

PSR - Percepção Subjetiva de Recuperação

TF - Treinamento Físico

CET - Carga Externa de Treinamento

TE - Treino Externo

TI - Treino Interno

TRIMP - Impulso de Treinamento

U.A - Unidade Arbitrária

CBDA - Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos

GC - Grupo Controle

DT - Dueto Técnico

EL - Equipe Livre

ST - Solo Técnico

SL - Solo Livre

DL - Dueto Livre

ET - Equipe Técnica

RL - Rotina Livre

CCI - Crio estimulação de Corpo Inteiro

TCA - Terapia de Contraste em Água

RA - Recuperação Ativa

RP - Recuperação Passiva

CR - Conhecimento de Resultado

Resumo

Não há consenso na literatura sobre os efeitos da distribuição da prática (DP) (prática distribuída versus prática maciça) durante aprendizagem de uma tarefa motora, e não existem estudos que monitoraram a carga interna de treino (CIT) e nem aspectos psicofisiológicos na organização da DP. O presente estudo teve por objetivo analisar os efeitos da DP (PM versus PD) por meio de análise de desempenho (notas) de 5 elementos além da nota final de uma rotina técnica (RT) de nado sincronizado (NS), além disso foi monitorado os parâmetros de carga interna (CIT) por meio da percepção subjetiva de esforço (PSE) sessão e aspectos psicofisiológicos por meio da percepção subjetiva de recuperação (PSR). Participaram do estudo 24 voluntários de ambos os sexos, os grupos foram caracterizados como: PD e PM. Ambos os grupos receberam 10 sessões com frequência de três vezes por semana, sendo 9 sessões no período de aquisição e 1 sessão para o teste de retenção após 48 horas. Cada voluntário recebeu um feedback visual e verbal antes da tarefa ser executada e, em cada sessão, foram realizadas 4 tentativas da RT, com intervalos de descanso (ID) distintos entre elas. Já no teste de retenção, ambos os grupos tiveram o mesmo ID para cada tentativa. Os resultados identificaram efeito do fator teste no elemento 3, entre os momentos pré e retenção com nota maior na retenção (3,45±0,96 vs 4,02±0,62) e (3,86±0,56 vs 4,17±0,83) (p=0,009). Nos elementos 1, 2, 4 e 5 não houve efeito do fator teste nem interação entre os fatores teste e grupo. Já na nota final, houve efeito do fator teste identificando uma tendência entre os momentos pré e retenção (3,73±0,80 vs 4,10±0,60) e (3,85±0,58 vs 4,14±0,74) (p=0,013). Os resultados da carga interna de treino identificaram que a frequência cardíaca (FC) ao longo do tempo na execução da tarefa proposta nos momentos pré, pós e retenção aumentaram no fator tempo, pré (p = 0,001); pós (p = 0,001) e retenção (p = 0,001). A FCméd identificou efeito do fator teste (p = 0,024), mostrando diferença entre o momento pós e o momento retenção (p = 0,048), a qual foi inferior no pós. A FC de intervalo identificou efeito no momento pré (p = 0,020), identificando que a sessão 3 foi diferente das sessões 1 e 2. A PSE sessão não mostrou diferença no fator teste e nem na interação entre os grupos. Já na PSR identificou efeito do fator sessão identificando que as sessões 7, 8 e 9 foram diferentes da sessão 2 e que a sessão 9 foi diferente da sessão 3 (p = 0,016), identificando melhor recuperação ao longo das sessões nos momentos pré e pós. A análise da correlação de Pearson entre a carga interna de treino e as notas de cada elemento (1-5) e a nota final da RT nos momentos pré, pós e retenção não revelaram significância entre as medidas. Conclui-se que a aprendizagem de uma habilidade seriada é possível independente da prática utilizada: PM e PD. Além disso, a correlação da PSE sessão com os 5 elementos técnicos executados e a nota final também identificaram neste estudo que as variáveis analisadas são independentes. Entretanto, uma variável importante que merece discussão para futuras investigações em tarefas desta natureza corresponde ao feedback. Palavras-chave: nado sincronizado, aprendizagem motora, treinamento.

Abstract

There is no consensus in the literature about the effects of the practice distribution (PD) (distributed practice versus massive practice) during motor task learning, and there are no studies that watch the internal training load (ITL) and no psycho-physiological aspects in the organization PD task. The present study aimed to analyze the effects of PD (PM versus PD) by means of performance analysis (scores) of 5 elements beyond to the final score of a synchronized swimming (SS) technique routine (TR), in addition it was watched the internal training load (ITL) through the rate of perceived exertion (session RPE) and psycho-physiological aspects through the rate of perceived of recovery (RPR). The study included 24 volunteers of both genres, and the groups were characterized as: PD and PM. Both of groups received 10 3-time-a-week sessions for the retention test after 48 hours. Each volunteer received visual and verbal feedback before the performance of the task, and in each session, 4 TR attempts were performed, with distinct rest breaks (RB) between them. In the retention test, both groups had the same RB for each trial. The results identified an effect of the test factor in element 3 between the pre and retention moments with a higher retention score (3.45 ± 0.96 vs 4.02 ± 0.62) and (3.86 ± 0.56 vs 4.17 ± 0.83) (p = 0.009). In elements 1, 2, 4 and 5 there was no effect of the test factor or interaction between the test and group factors. On the final score, there was an effect of the test factor identifying a trend between the pre and retention moments (3.73 ± 0.80 vs 4.10 ± 0.60) and (3.85 ± 0.58 vs 4.14 ± 0.74) (p = 0.013). The internal training load results showed that heart rate (HR) over time in the execution of the proposed task in the pre, post and retention moments increased in time- factor, pre (p = 0.001); post (p = 0.001) and retention (p = 0.001). The Maximum HR identified the effect of the test factor (p = 0.024), showing a difference between the moment after and the retention moment (p = 0.048), which was lower in the post. The rest HR identified effect at the pre-time point (p = 0.020), identifying that session 3 was different from sessions 1 and 2. The RPE session showed no difference in the test factor neither in the interaction between the groups. In the RPR, the effect of the session factor was recognized by identifying that sessions 7, 8 and 9 were different from session 2 and that session 9 was different from session 3 (p = 0.016), identifying a better recovery during the sessions before and after. The analysis of the Pearson’s correlation between the internal training load and the scores of each element (1-5) and the final score of the RT in the pre, post and retention moments did not reveal significance between the measures. It is concluded that the motor learning of a serial skill is possible independently of the practice used: PM and PD. In addition, the correlation of the RPE session with the 5 technical elements performed and the final score also identified in this study that the analyzed variables are independent. However, an important variable that deserves discussion for future investigations in tasks of this nature corresponds to feedback. Key words: synchronized swimming, motor learning, training.

1

1. INTRODUÇÃO

1.1. Trajetória acadêmica.

Meu contato com a prática esportiva teve inicio aos 12 anos de idade

com voleibol. Em 1991 havia finalizado o ensino médio e através de colegas e

professores brilhantes que tive nesta fase, pensava em cursar o ensino

superior, e o voleibol me fez caminhar para a Educação Física. Assim dei inicio

ao curso superior em Educação Física na Faculdade do Clube Náutico

Mogiano – Mogi das Cruzes, em 1992.

No mesmo ano em que ingressei no Ensino Superior fiz também meu

primeiro curso de arbitragem em nado sincronizado, jamais imaginei que se

tornaria uma profissão.

Após este curso participei de várias competições como juiz sombra,

durante um bom tempo. Juiz sombra é o nome atribuído ao juiz que dá notas

numa competição, mas suas notas não são validadas, são avaliadas pelo

árbitro geral e esta avaliação pelo árbitro geral faz com que ele analise se as

suas notas estão em consenso com os juízes mais experientes. Desta forma,

você poderá ser convocado como um dos juízes titulares de outras

competições caso esteja indo bem nas avaliações, utilizando os mesmos

critérios de avaliação dos outros juízes.

Ingressei no Estado com a educação física escolar, foi um período curto,

mas foi muito boa, qualquer experiência é sempre bem vinda, e após um tempo

no Estado, iniciei nas academias com a natação.

Aos poucos fui ganhando mais e mais experiência na natação e no nado

sincronizado, no nado sincronizado eu participava de todas as competições

dentro de SP. Foi a partir de 1993 que passei a ser convocada para os

2

Campeonatos Brasileiros pela Confederação Brasileira de Desportos

Aquáticos. Nesta época os clubes que desenvolviam a modalidade era apenas

o eixo Rio e São Paulo. Meu TCC foi com nado sincronizado, e quando me

formei em 1995 pensei em me planejar nos meses iniciais de 1996, pensar na

organização da minha vida profissional depois de formada.

Sai do Estado e fui definitivamente para a academia com natação e

musculação além é claro do nado sincronizado. Os anos foram se passando e

percebi que precisava fazer uma pós-graduação, assim cursei a pós-graduação

em Fisiologia do Exercício na UNIFESP, em 2000.

Voltando ao nado sincronizado, em 2002 participei do meu primeiro Sul-

Americano em Belém do Pará e em 2006 minha primeira experiência

internacional foi no Sul-Americano em Medellin/Colômbia.

Ainda em 2000 retornei ao ensino público, no Centro Educacional

Unificado (CEU) na prefeitura de SP como técnica de Educação Física.

Em 2004, conheci a Profª Kátia De Angelis da Universidade São Judas

Tadeu - USJT, este contato fez com que em 2004 meu projeto de Mestrado

nascesse assim me inscrevi no processo seletivo do Mestrado. Defendi minha

dissertação de mestrado em dezembro de 2006, e em 2007 iniciei minha

primeira experiência no ensino superior como docente, em Campinas, na

Metrocamp. Nesta instituição consegui formar meu grupo de estudos e orientar

TCC, sendo que um deles foi com nado sincronizado.

EM 2007 participei do 1º Pan-Americano, como mesária, ainda não tinha

tanta experiência para julgar um Pan-Americano. Neste mesmo ano fiz meu

primeiro curso pela Federação Internacional de Natação (FINA), em Cali na

3

Colômbia. Com aprovação no teste meu nome passou a constar no Bureau da

FINA, me tornei juiz G da lista de juízes FINA.

Ainda em 2007, prestei outro concurso e assumi em 2008 o cargo de

Coordenadora de Educação Física na Secretaria da Educação de Jandira, meu

cargo atual. E em 2008 minha carreira de juiz decolou mais ainda, participei de

várias competições internacionais e atualmente sou juíza A na lista FINA,

podendo ser convocada para Mundiais e Olimpíadas. Até o momento tenho

em meu currículo 3 Mundiais e 1 Pré Olímpico. A expectativa é ser convocada

para Tókio 2020.

Meu Doutorado aconteceu no momento certo, eu creio, tendo iniciado

em 2014 por meio de uma disciplina como aluna especial na USJT em 2013.

Tive a oportunidade de conhecer O Profº Cássio e o Profº Danilo, a

combinação do conhecimento de ambos me fez enxergar novas metas e

possibilidades, acrescentando este conhecimento acadêmico ao nado

sincronizado.

1.2 Problematização.

A aprendizagem motora (AM) é uma área que estuda a aquisição de

uma habilidade motora e os fatores que a influenciam. Assim, uma pessoa

pode ser submetida a uma prática para adquirir uma habilidade e melhorar o

desempenho de uma habilidade motora, independente da modalidade esportiva

e/ou tarefa proposta (MAGILL, 2010).

Tendo em vista esse conceito, é plausível citar que um dos fatores mais

importantes em aprendizagem motora é a prática e, consequentemente, sua

organização é o fator mais investigado na área. Há dois diferentes tipos de

4

prática: mental e a física, sendo que a prática física é dividida em

fracionamento, distribuição e variabilidade de prática (UGRINOWITSCH &

BENDA, 2011). Portanto, o planejamento da prática deve ser elaborado de

forma que a prática de uma tarefa motora seja distribuída corretamente,

permitindo que a tarefa a ser aprendida seja otimizada. A variabilidade da

prática, como a variabilidade do ambiente e a variabilidade das habilidades

motoras que está sendo praticada também devem ser observadas e analisadas

para decidir da melhor forma nas sessões de treinos, a quantidade de intervalo

de descanso, o tamanho deste intervalo de descanso, a partir do tipo de prática

que um indivíduo será submetido (UGRINOWITSCH & BENDA, 2011;

FAIRBROTHER, 2012).

A quantidade e a duração de aulas ou de ensaios em contextos motores

são finitas e, por isso, o responsável pelo planejamento, execução e avaliação

das sessões de prática deve distribuir a prática racionalmente dentro de um

limite que o permita oferecer oportunidades suficientes para promover

aprendizagem (FAIRBROTHER, 2012; MAGILL, 2010). Esse tema dentro da

área de aprendizagem motora (AM) é abordado por um paradigma de pesquisa

denominado “distribuição da prática” (DP), em que dois tipos de prática são

confrontados, a prática maciça (PM) e a prática distribuída (PD). A

conceituação mais atual desses dois tipos de prática apoia-se na relação

temporal entre prática real manifesta e intervalo de descanso. Grosso modo, o

regime de PM caracteriza-se por mais prática real do que descanso enquanto o

regime de PD caracteriza-se por mais descanso do que prática real (MAGILL,

2010). Assim, a PM é mais ativa porque pressupõe maior concentração de

execução manifesta.

5

A DP foi muito estudada nas décadas de 1930 a 1950, os estudos

inclusive se referiam a DP como espaçamento da prática. O tema também foi

investigado para verificar e analisar sobre teorias de aprendizagem. As

investigações também se pautaram na quantidade de pausa que os indivíduos

precisavam ter entre as tentativas em prol de melhor desempenho ou

aprendizagem (FAIRBROTHER, 2012; MAGILL, 2010; SCHMIDT & LEE,

2015). Deste modo, em revisão, LEE & GENOVESE (1988) verificaram que a

PD proporciona grandes aumentos de desempenho durante a aquisição e

melhor retenção (aprendizagem) quando comparada à PM. Como toda a

literatura sobre a DP é baseada na distinção entre tarefas discretas e

contínuas, vale a pena destacar o que isso significa. Habilidades discretas são

aquelas em que se pode especificar o início e o final da ação, e geralmente

duram milissegundos. Podemos exemplificar uma habilidade motora discreta:

tocar uma tecla de piano, pressionar a embreagem de um carro, arremessar

uma bola ou lançar um dardo de salão. Já as habilidades contínuas têm início e

final de difícil identificação, geralmente duram segundos e envolvem ciclos das

mesmas ações; exemplos: andar, correr, nadar, remar, pedalar. Há ainda as

habilidades que misturam características das discretas e contínuas ou que são

uma sequência de discretas: as habilidades seriadas ou sequenciais.

Habilidades seriadas são aquelas que reúnem uma série de ações distintas.

Muitos movimentos são uma sequência de ações discretas ou distintas

(FAIRBROTHER, 2012; MAGILL, 2010).

Estudos iniciais sobre DP tiveram como foco as habilidades contínuas de

laboratório, sem utilização de testes de aprendizagem, os quais distinguem

aprendizagem de desempenho (AMMONS, 1947; AMMONS, 1951; ADAMS &

6

REYNOLDS, 1954; SINGER, 1965; CARRON, 1969). Estudos recentes

continuam a investigar o tema com testes de aprendizagem e habilidades

contínuas e seriadas de laboratório (GARCIA et. al. 2008; LEITE et. al. 2013) e

do esporte (HERRERO et. al. 2011; PANCHUK et. al. 2013; DAIL &

CHRISTINA, 2014). Até o momento, nas bases de dados consultadas

(AMMONS, 1946; AMMONS, 1956; ADAMS & REYNOLDS, 1954; SINGER,

1965; CARRON, 1969; HERRERO et. al. 2011; PANCHUK et. al. 2013; DAIL &

CHRISTINA, 2014; GARCIA et. al. 2008; LEITE et. al., 2013), não foram

identificados estudos em DP que tenham investigado habilidades seriadas,

bem como se pode constatar um número reduzido de pesquisas com

habilidades motoras esportivas, e destas, não há registro de investigações no

ambiente aquático.

O nado sincronizado (NS), por exemplo, é uma modalidade cujas

habilidades englobam sequências de movimentos discretos distintos, podendo

ser caracterizada como uma modalidade de habilidades seriadas.

Existem duas provas no NS, uma prova de figuras e outra prova de

rotinas. Além disto, existem ainda duas provas distintas dentro da prova de

rotinas, as rotinas livres (sem elementos obrigatórios) e as rotinas técnicas

(com 5 elementos obrigatórios). As provas de rotinas são coreografias

estruturadas com partes de figuras e outros movimentos sequenciados,

caracterizados pela execução técnica e artística, por meio de um tema musical.

As atletas podem competir em provas de: solo (1 atleta); dueto (duas atletas);

equipe (8 atletas); livre combinada (10 atletas) e highlight (10 atletas) (FINA,

2013).

7

A Federação Aquática Paulista (FAP) organiza um torneio chamado de

“Primeiros Passos”, é uma competição de base para estimular as iniciantes a

continuarem sua carreira na modalidade. Neste torneio as atletas iniciantes

deverão desenvolver duas provas: a prova de figuras e a prova de rotina

técnica (RT). A prova de RT foi adaptada às condições das iniciantes, com

elementos básicos a partir de figuras e parte de figuras.

Segundo FUGITA (2010), deve haver uma pedagogia que oportunize

aquisição de fundamentos para sustentação, deslocamento, inversão,

afundamento entre outros movimentos necessários nesta fase inicial do NS.

SCHMIDT & WRISBERG (2010) também citam que o estabelecimento de

metas claras para os aprendizes definirão: Onde o aprendiz quer chegar - Que

habilidades o aprendiz quer dominar - Sob quais condições o aprendiz quer ser

capaz de realizar as habilidades. De acordo com FUGITA (2010), com metas

definidas, a prática poderá ser eficiente, pois o aprendiz ao fazer ou executar

tentativas deliberadas seus movimentos poderão ser executados de forma

diferenciada. Por isso é importante citar que um planejamento requer

condições apropriadas de prática, assim proporcionando possibilidade de

desempenho bem sucedido.

A principal razão pela qual uma pessoa pratica uma habilidade motora é

adquiri-la ou aumentar a capacidade de executá-la ou usá-la em situações

futuras (MAGILL, 2010). Desta forma o planejamento da execução de

habilidades motoras nos mais variados contextos da aprendizagem motora,

neste caso a DP, poderá ser compreendido por uma prática de um exercício ou

atividade física. Portanto, ao se tornar sistemática ou organizada, a prática de

exercícios ou atividade física pode ser compreendida como treinamento.

8

De acordo com BARBANTI (2010), na teoria do treinamento, volume é a

quantidade total de estímulo de movimentos oferecida ao corpo no treinamento.

Além disto, é a soma da duração (tempo ou distância) e das repetições de

todos os estímulos no treinamento. LAMBERT & BORRESEN (2010)

corroboram com este conceito, citando que o princípio do treinamento pode ser

reduzido a uma simples relação "dose-resposta".

Treinadores e preparadores físicos, ao elaborar um treinamento,

provavelmente manipularão as cargas de treino (CT), pois deste modo as

respostas fisiológicas ocorrerão e se forem positivas aumentarão o

desempenho esportivo. Atualmente, o monitoramento do estresse fisiológico

por meio da carga interna de treinamento (CIT) se faz por diversos métodos,

por exemplo, métodos baseados em impulsos (TRIMP), este integra volume e

intensidade de exercício a partir de respostas fisiológicas (EDWARDS, 1993;

BANISTER, 1991; STAGNO et. al. 2007) e da percepção subjetiva de esforço

(PSE) (FOSTER et. al. 1995). Assim, é importante salientar que o

monitoramento da carga interna de treino nunca foi investigado através da DP

durante o período de aquisição (desempenho) e retenção (teste de

aprendizagem) em nenhuma modalidade esportiva, quer ela seja terrestre ou

aquática.

Portanto, considerando as investigações aqui citadas que demonstram a

escassez dos estudos sobre DP em modalidades esportivas, a ausência de

estudos com habilidades motoras seriadas, ausência de estudo sobre

modalidades aquáticas, ausência de estudos monitorando variáveis fisiológicas

e/ou psicofisiológicas na DP, e falta de consenso sobre o melhor tipo de prática

(maciça ou distribuída), seria enriquecedor investigar o monitoramento

9

dos parâmetros de carga interna de treino na distribuição da prática (prática

maciça versus prática distribuída) durante o desempenho e retenção de uma

tarefa motora do nado sincronizado.

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Analisar o efeito da distribuição da prática em variáveis comportamentais

e monitorar a carga interna de treinamento na aprendizagem de uma tarefa

motora seriada aquática.

2.2 Objetivo Específico

Analisar o efeito da prática maciça versus prática distribuída em

variáveis comportamentais (nota de cada elemento e nota final da rotina) e

monitorar a carga interna de treinamento (frequência cardíaca, percepção

subjetiva de esforço) e os aspectos psicofisiológicos, a percepção subjetiva de

recuperação, durante o desempenho e retenção de uma rotina técnica do nado

sincronizado.

3. HIPÓTESE E JUSTIFICATIVA

A investigação referente à DP é de grande importância no processo de

desempenho (aquisição) e retenção (aprendizagem) de habilidades motoras.

No entanto, com base na revisão de literatura que foi realizada para essa

pesquisa ainda há pouca preocupação em avaliar o tema com medidas que

vão além dos escores de desempenho. Além disso, o processo de

desempenho (aquisição) de habilidades motoras no NS também necessita de

10

maior quantidade de investigações, haja vista que são raras as pesquisas

científicas na área de comportamento motor. Não foram encontradas pesquisas

referentes ao desempenho (aquisição) e retenção (aprendizagem) durante uma

rotina técnica em seus diferentes graus de dificuldade. A rotina que será

investigada será construída com elementos que constituem os fundamentos do

NS e que fazem parte do conteúdo avaliado no “Torneio Primeiros Passos” da

FAP. Em todos os eventos para todas as categorias de idade da modalidade,

segue-se basicamente o regulamento da FINA, havendo adaptações caso a

ocorrência não tenha sido prevista neste.

Em se tratando de iniciantes aprendendo uma nova tarefa seriada,

temos que considerar os estágios pelos quais tais aprendizes irão passar. Por

exemplo: inicialmente, terão que entender o que fazer o que vai demandar

tempo e esforço devido às várias tentativas. Essas lhes darão condições de

perceber quais resultados foram falhos, quais foram bem sucedidos e por quais

razões.

Os estudos em DP sugerem que a PD é vantajosa quando se trata de

habilidades motoras discretas, ou seja, com pontos iniciais e finais bem

definidos. Para habilidades contínuo-cíclicas, nas quais não é possível

identificar pontos iniciais e finais, a literatura sugere que os efeitos, tanto da

prática maciça quanto da prática distribuída, são similares. No entanto, a rotina

técnica de NS é realizada em ambiente estável e é constituída de habilidades

motoras discretas em sequência, portanto, uma habilidade motora seriada

(HMS).

11

Um dos critérios de avaliação no NS é a execução, sendo assim, como

tornar a HMS bem executada e consistente e como fazer para que a sequência

se torne fluente, bem executada e consistente?

O presente estudo se propõe a investigar, adicionalmente aos escores

de desempenho no processo de aprendizagem de uma rotina técnica do NS, os

parâmetros de carga interna de treinamento por meio de medidas específicas

para este monitoramento (frequência cardíaca (FC), percepção subjetiva de

esforço (PSE)), além disto, analisaremos também e percepção subjetiva de

recuperação (PSR) como aspecto psicofisológico).

Não há estudos que comprovaram a eficácia de uma ou outra variável

de distribuição de prática com esse tipo de tarefa (HMS). De acordo com o

exposto na revisão de literatura, pode-se avançar a hipótese de que a prática

distribuída proporcionará melhor desempenho nos valores de nota atribuídos à

tarefa motora seriada do NS (rotina técnica). Por outro lado, a PD

proporcionará um maior tempo de recuperação enquanto a PM um menor

tempo de recuperação podendo influenciar de alguma forma na carga interna

de treinamento. Assim, a melhora no desempenho motor estaria associada à

melhora concomitante nas condições fisiológicas do aprendiz de modo que o

aprendiz teria um gasto energético reduzido, uma característica básica do

conceito de habilidade motora (WHITING, 1980), sobretudo durante a prática

distribuída, favorecendo parâmetros de economia de movimento.

Desta forma a PD pode fazer com que o aprendiz use a via aeróbia mais

efetivamente, tendo em vista o tempo da tarefa motora executada, bem como o

tempo de recuperação para uma próxima execução da mesma tarefa. O

contrário poderá ocorrer na PM, tendo em vista a mesma tarefa motora exigida,

12

mas com menor tempo de recuperação para uma próxima tentativa da tarefa

motora, ou seja, a quantidade de contrações musculares exigidas num curto

período de tempo e através de várias tentativas poderá comprometer o

desempenho motor (MAUGHAN et. al. 2002; FOSS & KETEYIAN, 2000).

Assim, a presente investigação poderá apresentar resultados de que a PD leve

uma maior vantagem com relação a PM na aprendizagem da habilidade motora

seriada do NS devido ao maior descanso entre as tentativas.

13

4. REVISÃO DE LITERATURA

4.1 Caracterização histórica sobre a distribuição da prática

A teoria de Hull (1943) sobre o princípio do comportamento humano

estimulou diversos experimentos sobre a distribuição da prática (DP). Estudos

importantes para compreender essa variável basearam-se na teoria que

descreveu as respostas de um organismo com o conceito de reactive inhibition

(inibição reativa - IR). A IR é aumentada em resposta à realização contínua ou

com pequenos intervalos de descanso, resultando na diminuição do

desempenho, a mesma pode ser instável e temporária (ADAMS, 1987).

Os objetivos nos diversos experimentos iniciados nas décadas de

1930/1940/1950 foram analisar as formas de curva que relacionavam a IR e a

inibição condicionada (IC – aprendizagem variável e permanente) (KIMBLE,

1949; KIMBLE & SHATEL, 1952; ADAMS & REYNOLDS, 1954). Esses

experimentos enfatizaram as diferentes organizações de prática maciça (PM) e

seus intervalos de descanso comparando-os ao grupo controle (GC). As tarefas

eram realizadas de forma ininterrupta com diferentes organizações da DP

dentro da estrutura da PM. As diferenciações estipuladas nos intervalos de

descanso (ID) nos grupos experimentais refletiam os resultados em relação à

quantidade de IR, bem como a relação funcional da IR e a tarefa realizada

anteriormente, ou seja, acúmulo de prática.

Estudos iniciais sobre práticas físicas trouxeram o primeiro conceito da

IR, conhecido como inhibitory state (estado inibitório - EI), o qual é gerado na

realização de uma tarefa contínua e com intervalos curtos de descanso ou

ininterruptos, ocasionando fadiga ao organismo em resposta a uma ação

motora (HULL, 1943; ADAMS & REYNOLDS, 1954; ADAMS, 1987). O EI

14

possui as seguintes propriedades: a) desenvolve-se de forma crescente ao

número de respostas numa sequência e quantidade de trabalho físico

envolvido; b) dissipa-se exponencialmente em função do tempo; c) existe um

drive denominado como propriedade da unidade, sendo responsável pela

dissipação, como redução dessa unidade.

O segundo conceito sobre IR foi conditioned inhibition (inibição

condicionada – IC), sendo o IR um opositor à continuidade da tarefa, a

dissipação entre as respostas resulta em diminuição da movimentação e um

aumento do habit strenght (força do hábito – FH). A FH para a resposta

contínua se desenvolve quando o IR se dissipa, sendo este um movimento

condicionado. Portanto, quanto maior o período de ID após uma PM, maior o

ganho da reminiscência devido a dissipação da IR. Segundo BUXTON (1943)

reminiscência pode ser definida como: “a melhoria do desempenho, por alguma

medida na capacidade de recordar em algum momento após a prática original

sem qualquer intervenção verbal ou prática”.

ADAMS & REYNOLDS (1954) citam que os grupos estudados, tiveram

ganhos significativos de desempenho após o intervalo de descanso. Entretanto,

ao retomar a tarefa, os ganhos no desempenho foram reduzidos, em função da

quantidade da PM pré-acumulada nos grupos em que os intervalos de

descanso foram mais curtos ou ininterruptos. Assim, o descanso e a retomada

da tarefa foi considerado como resting response (resposta ao repouso - RR). A

RR entra em conflito com a resposta que o organismo está tentando aprender,

devido ao aumento da IR, fazendo com que a realização da tarefa resulte num

EI, reduzindo o desempenho durante uma nova sessão de tentativas. Os

15

autores interpretam seus dados citando que a PM não resulta na diminuição do

trabalho permanente (DTP).

Nesse contexto, a DP era considerada como variável de desempenho,

entretanto, Adams (1987) ao analisar a tarefa pursuit rotor (rotor de

perseguição), cita que esses dois conceitos (EI e IC) resultam numa variável de

desempenho instável e temporária, passando para uma variável de

aprendizagem permanente. Portanto, é imprescindível que a organização da

DP, principalmente da PM seja elaborada de forma que a quantidade de prática

e seus intervalos de descanso tragam benefícios positivos na aprendizagem de

uma tarefa motora.

A partir das investigações de Hull (1943) sobre esses dois conceitos: EI

e IC, estudos posteriores investigaram um sistema quantitativo para analisar as

curvas do desempenho motor de acordo com os intervalos de descanso

(AMMONS, 1951; AMMONS & WILLIG, 1956), utilizando para isso o rotor de

perseguição (FIGURA 1).

Figura 1: Instrumento utilizado nos estudos em laboratório sobre DP

Fonte: http://lacm.fade.up.pt/instrumento

AMMONS (1947), AMMONS & WILLIG (1956) e BOURNE & ARCHER

(1956) sugerem que durante ou após uma prática contínua ou quase contínua,

16

na qual há um período de descanso de alguns minutos anterior à retomada da

prática, observa-se uma curva de desempenho na qual se pode supor quanto

de prática versus intervalo seria adequado para um melhor desempenho.

AMMONS (1947) relata que, para ocorrer alguns fenômenos significativos para

aprendizagem, o ritmo da execução do movimento no início da aquisição de

uma habilidade será decisivo. O autor cita, por exemplo, o rotor de

perseguição. A aprendizagem desta habilidade poderia fazer com que o sujeito

trabalhasse num ritmo mais alto do que ele mesmo escolheria. Assim, por meio

da teoria de HULL (1943), AMMONS (1951) definiu algumas variáveis como,

por exemplo, a diminuição do aquecimento (DA), a diminuição do trabalho

temporário (DTT) e a diminuição do trabalho permanente (DTP).

De acordo com a proposta de AMMONS & WILLIGS (1956), em

condições variadas com variados blocos de prática e variados intervalos de

descanso, a curva de desempenho pós-repouso seria caracterizada por um

aumento inicial acentuado, seguida por uma diminuição relativa e, logo em

seguida, uma retomada do desempenho. Esses achados relacionam-se

diretamente com o desempenho na tarefa, pois vários períodos de prática

contínua são realizados e seguidos por cinco minutos ou mais de descanso

entre os períodos. Logo, os resultados deste estudo supõe que: (A) em função

da quantidade de aquecimento, haverá redução do mesmo, conforme o número

de vezes que a prática será iniciada; (B) há uma previsão de que a diminuição

do trabalho temporário ocorra, pois está presente ao final do período da prática,

e o mesmo ocorre em função dos períodos das práticas anteriores, pelo menos

após 8 minutos de prática; (C) a diminuição do trabalho permanente terá um

17

aumento considerável em função da diminuição do trabalho temporário, sendo

que este se fez presente durante o período de prática e ao final da mesma.

As suposições acima foram formuladas por meio do estudo de AMMONS

& WILLIGS (1956) testando as suposições acima com quatro grupos

organizados associando a PD e PM. Os quatro grupos realizaram 20 minutos

de teste e períodos de prática de 90 minutos divididos em duas condições: a)

10 minutos de prática com intervalo de 20 minutos de descanso e b) 1 minuto

de prática com intervalo de 2 minutos de descanso. Cabe salientar que o tempo

de duração de ambas as práticas foram iguais. Nas quatro combinações foram

analisadas: diminuição do aquecimento (DA); diminuição do trabalho

temporário (DTT) e diminuição do trabalho permanente (DTP), de acordo com

as respostas aos efeitos das práticas gerados. Os autores concluíram que: 1) a

DA não foi confirmada e isso pode ter ocorrido por causa da quantidade de

períodos de prática, a qual foi diferente da teoria de Hull; 2) os resultados não

confirmaram a DTT, que não foi significativa, e as pequenas DTT que

ocorreram podem ter relação com a diminuição da motivação e 3) não houve a

DTP. Os autores sugeriram que a alteração de uma prática maciça (PM) para

uma prática distribuída (PD) não resultou na IC. Verificou-se que: (a) prática

contínua levou a um desempenho mais fraco em todas as etapas da prática; (b)

a proficiência aumentou rapidamente nos primeiros 20 minutos de prática e

mais lentamente depois disso; (c) a diminuição de aquecimento e a

reminiscência permaneceram aproximadamente no mesmo nível durante a

prática; (d) a DTT não foi significativa na medida em que a prática continuava;

e (e) houve pouca ou nenhuma evidência da DTP.

18

Esta revisão histórica sobre DP se fez importante para que possamos

compreender, no capítulo seguinte, as pesquisas posteriores sobre o DP, em

que duas práticas se confrontam: a PD e a PM. Deste modo, no próximo

capítulo, por meio dos estudos consultados serão apresentados os resultados

principais, e as controvérsias na literatura sobre o tema, tentando manter uma

linha temporal.

4.1.1 Conceituação da Distribuição da Prática: prática maciça

versus prática distribuída

A DP é um paradigma abordado dentro da área de aprendizagem

motora (AM), em que dois tipos de prática são confrontados, a PM e a PD.

Esse paradigma pressupõe que a prática de uma habilidade motora seja

distribuída corretamente, entretanto, existem limitações externas que

determinarão quanto tempo (minutos, horas ou dias) deve ser devotado à

prática. Esses dois tipos de prática diferenciam-se na relação temporal entre a

prática real manifesta e o intervalo de descanso (FAIRBROTHER, 2012;

MAGILL, 2010; SCHMIDT & LEE, 2015; SCHMIDT & WRISBERG, 2010).

Assim, a PM é mais ativa porque pressupõe maior concentração de

execução manifesta. O conceito de quantidade de prática também é fortemente

associado à DP, pois uma programação de PD distribuirá a mesma quantidade

de tempo de prática ao longo de um maior número de sessões, de maneira que

cada sessão será mais curta do que cada sessão na programação da PM. As

sessões de prática da PD devem ser estendidas por um período mais longo

para alcançar a mesma quantidade total de prática.

19

Portanto, há duas formas de aplicar o conceito de DP, ao nível

macroscópico e microscópico. A primeira (macroscópico) considera as sessões

de forma progressiva com uma quantidade única de prática real manifesta ao

longo de um ciclo de sessões, na qual se pode concentrar várias sessões ou

espaçar várias sessões. Na PM, a quantidade total é integralizada em poucas

sessões de prática com longa duração, ao passo que na PD a quantidade total

é integralizada em muitas sessões de prática com curta duração.

Geralmente o intervalo entre as sessões é considerado em horas ou dias

e é mais curto para a PD e mais longo para a PM. No nível microscópico, a

decisão pela PM ou PD é tomada no decorrer de cada sessão de modo a

proporcionar uma prática mais concentrada (PM) ou mais espaçada (PD). O

foco, portanto, é o intervalo entre as tentativas em cada sessão. Nesse

contexto, a PM implica em descansar menos tempo do que a duração da

atividade proposta, ou seja, em sua estrutura de prática o intervalo de

descanso entre as tentativas não poderá ultrapassar o tempo necessário para

realização da tarefa.

Na PD, deve-se descansar mais que executar, sendo o intervalo de

descanso maior do que ao tempo da realização da tarefa. O intervalo é

considerado em segundos ou minutos e é mais longo para a PD e mais curto

para a PM (FAIRBROTHER, 2012; MAGILL, 2010; SCHMIDT & LEE, 2015;

SCHMIDT & WRISBERG, 2010).

4.1.2 Classificação das habilidades motoras e sua relação com a PM

e a PD

20

Como toda a literatura sobre a DP é baseada na distinção entre tarefas

discretas e contínuas, segue uma explicação sobre esse critério de

classificação de tarefas motoras. Habilidades discretas são aquelas que

geralmente duram milissegundos e cujo início e fim são de clara identificação,

tais como, tocar uma tecla de piano, pressionar a embreagem de um carro,

arremessar uma bola ou lançar um dardo de salão. As habilidades contínuas

(ou cíclicas) têm início e final de difícil identificação, geralmente duram

segundos e envolvem ciclos das mesmas ações, tais como andar, correr,

nadar, remar e pedalar. As habilidades que misturam características das

discretas e contínuas ou uma sequência de habilidades discretas são

classificadas como habilidades seriadas ou sequenciais (FAIRBROTHER,

2012; MAGILL, 2010; SCHMIDT & LEE, 2015; SCHMIDT & WRISBERG, 2010).

De acordo com MAGILL (2010), habilidades contínuas tem sido o tipo

mais comum de tarefas motoras usadas para investigar os efeitos da PM

versus PD. Em suma, a maioria dos estudos com habilidades motoras

contínuas identificam nos resultados que a PD foi melhor para desempenho e

aprendizagem quando comparada à PM. Outro fato relevante, é que a PM pode

ser benéfica em habilidades motoras discretas, principalmente na

aprendizagem.

A maioria dos estudos até o momento investigou sujeitos iniciantes para

analisar os efeitos de ambas as distribuições de prática, esses estudos serão

apresentados no capítulo posterior. De acordo com UGRINOWITSCH &

BENDA (2011), a PD seria a mais adequada no início da aprendizagem, por

outro lado, no treinamento de alto rendimento, os resultados são inexistentes,

não havendo informações sobre intervenções nesta área.

21

4.1.3 Descrição dos estudos sobre a DP: PM versus PD

Este capítulo destina-se a fornecer informações acerca das pesquisas

que envolveram a DP dividida em PM e PD, com estudos em laboratório,

estudos de revisão e estudos que envolveram tarefas motoras no contexto

esportivo. Abordar-se-ão resultados controversos sobre ambas as práticas, PM

e PD, bem como apresentar-se-ão diferenças metodológicas dos estudos aqui

citados. A descrição dos estudos seguirá uma sequência cronológica com

informações sobre dimensão amostral, objetivos, método básico (tarefa, fase

de prática e de testes) e resultados principais para que se compreenda o

processo histórico das investigações, bem como de que forma foram

formuladas as teorias que levaram os pesquisadores às diversas discussões e

conclusões sobre a DP (QUADRO 1).

Quadro 1: Síntese descritiva de estudos sobre distribuição da prática e

aquisição de habilidades motoras.

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28

De acordo com MAGILL (2010), existem pelo menos três possíveis

razões para explicar a superioridade da PD comparada à PM. Uma das razões

seria a fadiga negativa em PM que interfere na aprendizagem. A segunda

razão seria que a PM, dentro de um dia ou de alguns dias, reduz a quantidade

de esforço cognitivo usado em cada tentativa como prática contínua para além

de uma quantidade crítica segura. Isso pode ocorrer devido à repetição

monótona da tarefa, podendo diminuir o esforço cognitivo e, dessa forma,

prejudicando a aprendizagem. A terceira razão seria a consolidação da

memória no processo de armazenamento de memória de longo prazo.

A consolidação da memória é um termo usado para caracterizar

mudanças neurobiológica da memória em como elas são transformadas,

passando de um estado à outro, ou seja, de um estado instável para

permanente (SHEA et. al. 2000). A consolidação da memória é considerada

uma manutenção de um processo contínuo e longo da mesma após uma série

de repetições. Além disso, períodos de inatividade, intervalos de descanso e o

próprio sono podem desencadear processos biológicos colaborando para esta

consolidação.

A aplicação e escolha da DP na melhora da aprendizagem e

desempenho de uma habilidade motora ainda é questionável, pois os estudos

refletem uma falta de consistência e coesão nos resultados, principalmente no

rigor metodológico em ambas as práticas e a escolha das habilidades motoras

a serem aprendidas.

De acordo com DAIL & CHRISTINA (2004), os resultados de alguns

estudos demonstram que a tarefa investigada parece estar atrelada aos

intervalos inter-tentativas. Desta forma, tarefas simples podem resultar em

29

efeitos grandiosos no desempenho, quando os intervalos são pequenos. Por

outro lado, para tarefas complexas, períodos de descansos mais longos

mostraram ser mais benéficos para aprendizagem. Assim, é importante

conhecer e planejar a tarefa a ser investigada, tendo em vista o campo de

aplicação, bem como a estruturação das sessões de prática (DAIL &

CHRISTINA, 2004).

De acordo com MAGILL (2010) embora exista uma grande quantidade

de pesquisas sobre a DP e a relação da duração do intervalo entre tentativas,

há muita controvérsia sobre qual prática (PM ou PD) leva a uma melhor

aprendizagem. Dois problemas estão na base desta controvérsia. O primeiro é

o problema do desempenho da prática versus efeitos de aprendizagem, pois

em muitos experimentos carecem de testes de retenção e/ou de transferência.

A forma mais comum de avaliar a aprendizagem é fazer um teste depois

de um intervalo de tempo suficiente para permitir que qualquer efeito

temporário desapareça. Esse teste é denominado de retenção. Além disso,

pode-se medir também a capacidade de adaptação a situações novas,

geralmente mais complexas, com a modificação de alguma característica da

tarefa (teste de transferência). A avaliação da aprendizagem apenas por meio

por meio da descrição da fase de aquisição não contempla efeitos

permanentes de aprendizagem, mas efeitos de desempenho, que podem ser

temporários, ou seja, sujeitos à dissipação (FAIRBROTHER, 2012; MAGILL,

2010; SCHMIDT & LEE, 2015; SCHMIDT & WRISBERG, 2010). Essa questão

foi abordada na revisão de DONOVAN & RADOSEVICH (1999), na qual se

identificou que, na maioria das investigações, o desempenho foi avaliado com

comparações de evolução do pré para o pós-teste, ou seja, o foco foi exclusivo

30

na fase de aquisição, passível de efeitos temporários. Poucos estudos, então,

utilizaram testes de retenção/transferência, assim, embora se possa dizer que

a PD é mais benéfica que a PM na aquisição de habilidades motoras, essa

conclusão deve ser cautelosa por causa da limitação metodológica apontada

(ausência de testes de aprendizagem).

Os resultados e as informações nos estudos aqui citados poderiam ter

auxiliado em mais informações sobre este fenômeno da DP, entretanto, a

manipulação metodológica com relação aos períodos de descanso na

realização da tarefa não foi utilizada de forma uniforme, produzindo diferentes

intervalos, de alguns segundos a vários minutos, dificultando a interpretação

dos resultados (DAIL & CHRISTINA, 2004).

Os fatores motivacionais para realizar a tarefa também são importantes.

A maioria dos estudos citados nesta revisão não aplicou nenhum tipo de fator

motivacional ou algum tipo de feedback entre as tentativas, por exemplo.

Poucos estudos analisaram os efeitos da DP com algum tipo de feedback aos

sujeitos. No período de aquisição, a escolha de um feedback pode ser

adequado para a PM, porém esta intervenção não foi relatada nos estudos

sobre a DP. Os autores argumentam que a PM, por gerar mais fadiga,

acarretará num pior desempenho durante o período de aquisição,

principalmente nas habilidades com tarefas contínuas. Desta forma a redução

da eficiência pode estar atuando em conjunto com a fadiga mental neste tipo

de tarefa (ADAMS & REYNOLDS, 1954) e um feedback adequado poderia

contribuir na aprendizagem durante o processo e/ ou no teste de retenção.

Cabe salientar que feedback é uma das variáveis importantes no

processo de aprendizagem motora e que o tipo feedback é fundamental no

31

processo de aprendizagem (FAIRBROTHER, 2012; MAGILL, 2010; SCHMIDT

& LEE, 2015; SCHMIDT & WRISBERG, 2010).

5. CARGA INTERNA DE TREINAMENTO

A repetição sistemática de exercícios físicos pode ser definida como

treinamento físico (TF), resultando em modificações e adaptações, anatômicas,

fisiológicas, bioquímicas e funcionais (IMPELLIZZERI et. al. 2004), o TF

também pode induzir destreza na execução de habilidades motoras

especializadas gerando adaptações funcionais (VIRU, 1995). Essas

adaptações ocorrem devido a variação de volume e intensidade, sendo esta

característica básica da carga de treinamento (CT) (IMPELLIZZERI et. al.

2004). Por outro lado, a falta de treinamento com duração e intensidade

insuficiente poderá ser negativa em respostas máximas ao treinamento

(FOSTER, 2001).

A adequada sistematização do treinamento pode permitir ao atleta atingir

o desempenho ideal, sobretudo quando se considera o planejamento e

administração do programa de treinamento. Por outro lado, quando algo dá

errado na competição, surge um questionamento: onde falhamos? Desta forma

é sabido que a carga de treino é progressiva ao estabelecer marcadores de

desempenho de forma quantitativa para que os resultados durante o processo

seja possível (FOSTER et. al. 2017). E este processo é comumente

caracterizado como carga externa de treinamento (CET) atribuída pelo

treinador ou preparador físico (IMPELLIZZERI et. al. 2004).

IMPELLIZZERI et. al. (2004) destacam que a CET é influenciada por

componentes qualitativos (intensidade e densidade) e quantitativos (volume,

32

duração e frequência), o qual ocorre por meio do treinamento sistematizado -

periodizado intercalando os estímulos de forma progressiva. A aplicação deste

estímulo externo associado às características individuais do atleta promoveria

diferentes ajustes internos.

Entretanto, os autores IMPELLIZZERI et. al. (2004) preconizam um novo

conceito sobre a CT, inflamando novas discussões e investigações. O estresse

fisiológico gerando adaptações ao organismo do atleta por meio de estímulos

do treinamento é definido como carga interna de treinamento (CIT) e não a

CET. Portanto organizar e controlar o treinamento durante todo o processo de

preparação do atleta e também as metodologias no monitoramento diário do

trabalho são imprescindíveis (BORIN et. al. 2007).

IMPELLIZZERI et. al. (2004) citam que a CIT é uma nova proposta de

TF relacionando a CET às características individuais do atleta, assim

determinando a magnitude da CIT. A CIT é quem se responsabilizará pelo

surgimento das adaptações desejadas e o aumento do desempenho. A

estruturação da CIT baseia-se em volume e intensidade. Sendo o volume

(duração da carga) e a intensidade (força momentânea da carga) imposta ao

atleta, sendo essa, a intensidade, mais difícil de controlar (MOREIRA et. al.

2010).

Essa inter-relação de volume e intensidade que influenciará a carga

sobre o organismo, e a mesma não se restringe apenas ao tempo de execução

do exercício sistematizado, mas deve contemplar também o intervalo de

descanso após a atividade realizada. Além disso, o efeito do treinamento,

obtido como resultado da aplicação da CET e CIT poderão alterar em função

33

da continuidade do intervalo de descanso, devido às influências geradas pelas

cargas e o acúmulo de novas cargas (GOMES, 2002).

De acordo com SMITH (2003) uma sucessão inadequada de relação

estímulo-pausa ao longo do processo de treinamento poderá levar o atleta a

ultrapassar seu limite de adaptação e ocasionar perda de desempenho ou

mesmo overtraining. Períodos de recuperação adequados parecem auxiliar na

resposta adaptativa positiva de treinamento.

Desta forma alguns parâmetros fisiológicos podem ser utilizados na

prescrição do treinamento para controle da intensidade do esforço, a saber:

volume máximo de oxigênio (VO2 máx), frequência cardíaca (FC), limiar

ventilatório (LV), limiar anaeróbio (LA) e a percepção subjetiva de esforço

(PSE) entre outros.

Tendo em vista o exposto da literatura citada, surge um novo formato de

monitoramento da quantificação da CIT. Esse monitoramento se baseia pelo

volume de treino e a intensidade empregada como já citado anteriormente.

Desta forma, o volume se traduz na duração do processo de treino e a

intensidade seria monitorada pela resposta de algum parâmetro interno. O

comportamento da FC pode ser um dos parâmetros internos a ser monitorado,

mais especificamente sobre o tempo gasto nas diferentes zonas da FC

(BANISTER et. al. 1991; EDWARDS et. al. 1993; LUCIA et. al. 2003). Além do

monitoramento do comportamento da FC, a PSE também pode ser util izada

como parâmetro de intensidade do treinamento (FOSTER, 1998). A PSE

representa a percepção do atleta em resposta ao treinamento ou em situação

competitiva (FOSTER et. al. 2001).

34

Atualmente, estas ferramentas podem ser consideradas práticas e

acessíveis podendo auxiliar no monitoramento da CIT, principalmente para

periodização da CET. Auxiliando na distribuição apropriada das cargas nas

diversas situações de treinamento e período competitivo colaborando com a

equipe técnica.

De acordo com estudo de BOURDON et. al. (2017) que diz respeito à

uma declaração de consenso, a CIT pode ser definida como uma relação

biológica, ou seja, a relação do fisiológico e psicológico impostas ao atleta

durante o treinamento e competição. Várias medições por meio da sistemática

da CT são realizadas constantemente. Entretanto, a integração dos vários

fatores que abordam a CT são importantes, assim as cargas de treino externa

(TE) e as cargas de treino interna (TI) devem ser combinadas para fornecer

maior visão e amplitude do treinamento (BOURDON et. al. 2017; WILLIAMS et.

al. 2017). Os autores ainda citam que: atletas que repetem exatamente a

mesma sessão em dias diferentes pode manter a mesma potência para a

mesma duração (ou seja, a mesma carga externa), mas realiza diferentes

cargas internas (FC, Lactato sanguíneo, PSE, etc) dependendo do estado de

fadiga, distúrbios emocionais, histórico de treino recente ou doença. Assim, a

separação desta relação das cargas TE e TI, é que determinarão se o atleta

está descansado ou fadigado.

5.1 Quantificação da carga interna de treino

5.1.1 Métodos de quantificação da CIT baseados no comportamento da

frequência cardíaca.

35

Há algum tempo o uso de frequencímetros cardíacos se tornou popular,

sua utilização para monitoramento de treino é positiva. E dependendo do local

e indivíduos que o utilizarão, seu baixo custo pode auxiliar na sistematização

do treino. Além disso, o uso de frequencímetros cardíacos é aceito na

comunidade científica.

BANISTER et. al. (1991) elaboraram um método para quantificar a CIT,

integrando intensidade e volume, sugerindo que a resposta da FC durante o

exercício e a duração da sessão de treinamento, associadas, determina o

impulso do treinamento (TRIMP). Esse método é baseado no comportamento e

duração da FC entre o repouso e o nível máximo durante o

exercício/treinamento. O cálculo da duração e intensidade do exercício físico

por meio do TRIMP é expresso de forma quantitativa, o qual permite quantificar

a CIT referente a uma sessão de treino.

A partir do modelo de BANISTER et. al. (1991) para quantificar a CIT,

outros métodos foram investigados e utilizados pela comunidade científica. Por

exemplo, o modelo de EWARDS et. al. (1993) um dos mais populares,

elaboraram este modelo por meio do TRIMP para quantificar a CIT por meio do

produto do tempo despendido (minuto) em cada uma das zonas de FC: (50-

60% da FCmáx = zona 1; > 60-70% da FCmáx = zona 2; > 70-80% da FCmáx =

zona 3; > 80-90% da FCmáx = zona 4; > 90-100% da FCmáx = zona 5). O tempo

despendido (minutos) em cada zona (1,2,3,4 e 5) é multiplicado pelo número

referente à mesma.

Posteriormente FOSTER et. al. (2001) modificaram a versão por meio do

TRIMP utilizado por EDWARDS et. al. (1993), os autores integraram o volume

total, separando-o da intensidade total, que foi dividida em 3 zonas. A

36

intensidade do exercício foi dividida em 3 zonas de acordo com a FC de

referência obtidos durante um teste de ciclo-ergômetro de forma incremental:

Zona 1 ("baixa intensidade" - abaixo do limiar ventilatório); Zona 2 ("intensidade

moderada" - entre o limiar ventilatório e o ponto de compensação respiratória) e

a Zona 3 ("alta intensidade" - acima do ponto de compensação respiratória).

Outro método criado a partir do TRIMP foi descrito por LUCIA et. al.

(2003), quantificando a CIT por meio da multiplicação do tempo despendido em

3 diferentes zonas de FC, porém essas 3 zonas são iguais ao modelo de

FOSTER et. al. (2001). A diferença entre os modelos está na multiplicação do

tempo despendido por um coeficiente (k) relativo a cada zona para posterior

somatório dos resultados (LUCIA et. al. 2003). O coeficiente (k) de cada zona é

determinado da seguinte forma: 5 minutos na zona 1 é atribuído o valor 1

(TRIMP 5X1); 5 minutos na zona 2 é atribuído o valor 2 (TRIMP 5X2) e 5

minutos na zona 3 é atribuído o valor 3 (TRIMP 5X3). A contagem total do

TRIMP é obtida pelo somatório dos resultados das 3 zonas. Por exemplo: Zona

1: 5 U.A + Zona 2: 10 U. A + Zona 3: 15 U.A, totalizando 30 U.A (LUCIA et. al.

2003).

De acordo com o estudo de ANTA & ESTEVE-LANAO (2011) há

limitações no método de Edwards, o mesmo não analisa o tempo de intervalo

de descanso e não permite a quantificação do treinamento acima de 100% da

FCmáx. O uso da FC tem suas limitações e vantagens.

5.1.2 Métodos de quantificação da CIT baseados na percepção subjetiva

de esforço

37

BORG & DAHLSTROM (1962) foram um dos primeiros pesquisadores

interessados em investigar quais as sensações que um indivíduo percebia por

meio de algum trabalho realizado. Assim, os autores investigaram a

confiabilidade e a validade de um exercício físico por meio de um ciclo

ergômetro. Algumas variáveis fisiológicas foram testadas sendo estas

relacionadas a outras variáveis, por exemplo, morfológicas, para entender

como as pessoas seriam capazes de responder a uma demanda de trabalho

físico. Os resultados deste estudo mostraram uma correlação intra-teste alta

com r = 0,97, e após 8 meses no reteste a correlação continuou alta com r =

0,75. Por meio desse estudo, os autores criaram uma escala para quantificar

os sintomas subjetivos por meio de sua percepção, a escala de percepção

subjetiva de esforço (PSE).

O instrumento PSE apresenta um termo descritor e uma numeração

associado ao descritor, que desta forma representaria o nível de esforço

realizado/percebido pelo indivíduo. Tradicionalmente, a PSE por integrar

algumas informações por meio dos sinais periféricos: (músculos e articulações)

e centrais (ventilação) interpretado pelo córtex sensorial se tornou um dos

melhores instrumentos para indicar o grau de estresse físico de um indivíduo

(NAKAMURA et. al. 2010). Posteriormente outras escalas foram construídas

de acordo com os critérios numéricos estudados, por meio de um exercício

físico no ciclo ergômetro (braços e pernas) com incremento de cargas e

aumento linear de algumas variáveis fisiológicas (FC, lactato, pulmonar)

(EKBLOM & GOLDBARG, 1971; BORG, 1982; NOBLE et. al. 1983; BORG et.

al. 1985; BORG et. al. 1987).

38

BORG & KAIJSER (2006), neste estudo utilizaram as escalas CR-100 e

CR-10 para comparação, o teste foi desenvolvido no ciclo ergômetro com

incremento de carga e correlacionadas à duas variáveis fisiológicas, FC e

lactato sanguíneo. Os resultados mostraram uma alta correlação linear de

ambas às escalas com as variáveis fisiológicas investigadas. As correlações

individuais médias foram de 0,98, isto sugere que a escala de PSE é sensível

às alterações da CET. Além disto, a escala CR-100 e CR-10 aumentaram de

forma proporcional ao aumento da FC. Neste estudo apenas a FC foi

considerada como variável preditora, podendo assim auxiliar na quantificação

da CTI.

Construir uma escala de proporção por meio de técnicas de estimativas

de magnitude não é simples, a relação do psicofísico com o estímulo físico e

sua magnitude percebida enfatizam altas demandas e métodos válidos. Pois

não se deve perder de vista as influências da instrução, o desenho

experimental, o comportamento da classificação e os efeitos do contexto.

Gunnar Borg conclue que o alcance subjetivo de intensidades mínimas a

máximas pode ser ajustado aproximadamente igual a todas as pessoas por

meio das respostas de escalas verbalmente niveladas. (BORG & KAIJSER,

2006).

Além dos estudos com testes aeróbios, recentemente BORG & BORG

(2013) correlacionaram um teste de força muscular (preensão manual) com a

CR-10 e CR-100, o objetivo foi obter medidas de capacidade funcional, os

resultados também mostraram uma alta correlação r=0,78. A partir da

construção e validade destas escalas de ancoragem da PSE nos mais variados

contextos de atividade física e treinamento físico, outros autores criaram seus

39

métodos de quantificar a CIT por meio destas escalas. O amplo uso destas

escalas fez com que Carl Foster identificasse uma forma de quantificação da

magnitude da CIT pelo método da PSE de uma sessão de treino.

FOSTER (1997; 2001), desenvolveu a seguinte modificação, por meio

do método da PSE (CR-10) de uma única sessão, o numeral escolhido pelo

indivíduo representará a intensidade, esta será multiplicada pela duração da

sessão de treino. Por meio deste método o autor demonstra uma forma fácil e

útil em avaliar as alterações experimentais no treinamento fazendo uma

relação com um maior controle para um melhor desempenho. A metodologia

deste modelo é simples, trinta minutos após o término da sessão, você deve

perguntar ao indivíduo: Como foi sua sessão de treino? O indivíduo ou atleta

deverá responder de acordo com o termo descritor e uma numeração

associado ao descritor na CR-10, que desta forma representará o nível de

esforço realizado/percebido. Neste procedimento é importante que o avaliado

explique o quadro ao indivíduo, instruindo a escolher um número de 0 a 10,

podendo ser escolhido também os números decimais. Após esta classificação

da numeração escolhida pelo indivíduo, esta ancoragem será multiplicada pela

duração total da sessão de treinamento (minutos), gerando a CIT em unidades

arbitrárias (U.A) (incluindo o aquecimento, à volta à calma e as pausas entre

esforços, no caso do treinamento intermitente). Por exemplo, uma sessão de

treinamento classificada como 8 na PSE e com duração de 30 minutos,

representaria uma CIT igual a 240 U.A.

Este método da PSE por meio de uma sessão de treino se mostrou

positiva no estudo de FOSTER et. al. (1995) ao relacionar com o

comportamento da FC. Outro estudo FOSTER et. al. (2001) validaram o

40

método da PSE da sessão comparando com o método de TRIMP (EDWARDS

et. al. 1993) em sessões intervaladas de treinamento em duas modalidades

esportivas diferentes. Os resultados da análise demonstraram que as linhas

dos dois métodos estão sobrepostas, mesmo tendo analisado que as linhas da

PSE da sessão estavam mais altas.

O estudo de NUNES et. al. (2011) analisou a correlação do método de

Edwards e Foster numa partida de basquetebol. Em relação a CIT os

resultados confirmaram uma correlação moderada entre os dois métodos

(r=0,64 - p<0,05). Também foram detectadas correlações entre a CIT pelo

método de Edwards e a pontuação ao final da partida (r=0,53 - p<0,05).

IMPELLIZZERI et. al. (2004) investigaram a correlação do método de

Foster com os outros métodos TRIMP (BANISTER et. al. 1991; EDWARDS et.

al. 1993 e LUCIA et. al. 2003) com gravação da FC num teste incremental em

esteira com jogadores de futebol durante 7 semanas de treinamento. Os

resultados identificaram uma alta correlação entre a PSE-sessão e a FC

baseada na CT (p<0,01 a p<0,001). Além disso, os resultados mostraram uma

correlação significativa entre a PSE-sessão e as várias cargas de FC com os

métodos de: Edwards, Banister e Lucia durante as 7 semanas de CT.

BARA FILHO et. al. (2013) investigaram um período de treinamento de

voleibol, com exercícios técnico-tático propondo correlacionar a PSE-sessão

com os métodos TRIMP de Edwards e Stagno. Os resultados mostraram alta

correlação entre os métodos de Edwards e Stagno de 0,95%. As correlações

dos dados da PSE-sessão com os valores das zonas de FC de cada método

obtiveram r=0,301 (p<0,001) entre TRIMP Stagno e PSE-sessão e r=0,409

(p<0,001) entre TRIMP e Edwards e PSE-sessão.

41

Os estudos acima (NUNES et. al. 2011; IMPELLIZZERI et. al. 2004;

BARA FILHO et. al. 2013) sugerem que a PSE pode ser uma medida confiável

ao avaliar a intensidade do exercício nos sistemas aeróbios e anaeróbios, no

caso em atividades intermitentes, como o treinamento do futebol, basquetebol

e voleibol, enfatizando a utilização da PSE-sessão.

WILLIAMS et. al. (2017) citam que este método simples de ancoragem

auxilia as várias modalidades de esportes por equipe, incluindo treinamento de

resistência e exercícios de condicionamento. Neste contexto, se trata de uma

ferramenta barata e altamente prática para monitorar a CIT por meio da CET.

Entretanto, as medidas por meio da CIT calculadas pela PSE diária têm

sido investigadas em relação ao risco de lesões. Estes riscos podem ter

relação com as cargas cumulativas (4 ou mais semanas de treinamento), tendo

em vista o treinamento da semana anterior e seu acúmulo e mudanças nas

carga nas semanas seguintes (WILLIAMS et. al. 2017). Estudos (VEUGELERS

et. al. 2016; ROGALSKI et. al. 2013; WILLIAMS et. al. 2017), tem relatado

maiores chances de lesões se o método da PSE-sessão não for bem

monitorado e sistematicamente trabalhado ao longo de uma temporada.

O estudo de VEUGELERS et. al. (2016) que investigaram jogadores de

futebol de alto nível durante 15 semanas de treino pré-temporada objetivou

quantificar para CT e suas relações com lesões e doenças. Utilizaram 4

métodos diferentes para quantificar a CT, incluindo a PSE, os grupos foram

divididos com uma CT elevada e a outra CT baixa de acordo com os

exercícios. Os resultados nos 4 métodos investigados identificaram uma menor

probabilidade de lesão ou doença no grupo de jogadores com CT elevadas. O

método de quantificação da CT por meio da PSE de uma semana identificou

42

chances reduzidas de lesão nos grupos com CT elevadas em comparação com

o grupo CT baixa (p<0,05 - OR = 0,199-0,202). Entretanto, o grupo que fez

exercícios em campo e avaliado pela PSE identificou probabilidade de doenças

mais baixas no grupo de CT elevada (p<0,05 - OR= 0,083-0,182). A CT mais

elevada parece informar por meio dos métodos utilizados um efeito protetor

contra lesões e doenças. Porém a inclusão de duração de quantificação da CT

por meio da PSE não melhorou a capacidade da PSE em prever mudanças nas

probabilidades de lesões ou doenças. ROGALSKI et. al. (2013) também

verificaram que jogadores de futebol submetidos a várias semanas de

treinamento com mudanças nas CT semanais revelaram um maior risco de

lesão durante toda a temporada (p<0,05). Jogadores com menor tempo de

experiência (2-3 e 4-6 anos) tiveram menores riscos significativos de lesão

quando comparado aos jogadores com maior tempo de experiência (7 anos ou

mais) (OR = 0,22; OR = 0,28).

WILLIAMS et. al. (2017) investigaram jogadores de rúgbi por meio do

monitoramento da CT utilizando a PSE CR-10 em todas as sessões, de forma

individualizada. Os autores descreveram um processo sistemático que permitiu

selecionar as medidas mais relevantes para monitoramento e identificação de

lesões. Estas medidas representativas fazem análise do componente principal

(ACP) em 3 dimensões: cargas cumulativas, mudanças nas cargas e cargas

agudas, sendo o componente 1: acúmulo de 1 a 4 semanas de carga;

componente 2: mudança de semana a semana: carga trabalho aguda para

carga de trabalho crônica e o componente 3: carga diária de treinamento. Esta

análise se deu tendo em vista o histórico de leões na população de rúgbi.

Foram 32 semanas de treinamento com uma média semanal de treino durante

43

a temporada de 1706 ± 239 U.A. Os resultados identificaram o componente 1

como maior proporção de variância (57%), as medidas de acúmulo de carga

tem sido fortemente associadas com lesões em jogadores de futebol

australiano. Uma explicação para estas lesões podem estar associadas ao

acúmulo de fadiga devido ao acúmulo da CT, provocando uma perda de

capacidade do tecido muscular ocasionando as lesões. Outra consequência

negativa em relação ao acúmulo da fadiga estaria relacionada às alterações da

resposta ao controle neuromuscular potencializando os movimentos

descontrolados aumentando a probabilidade de lesões. Os resultados do

componente 2 identificaram que a proporção de variância foi de (24%), porém

as mudanças nas cargas de uma semana para outra fez que aumentasse

significativamente as lesões nos jogadores de rúgbi. Esses resultados alertam

que os aumentos repentinos de carga devem ser evitados, principalmente a

associação de CT agudas e crônicas. As CT devem sistematicamente

aumentadas em relação a cada carga cumulativa de cada jogador. Os

resultados do componente 3 identificou uma proporção de variância

correspondente (9%). Por se tratar da CT diária, pode ser considerada como

uma CT aguda, assim poderá refletir o nível de fadiga no sistema, desta forma

o monitoramento será imprescindível para garantir que as CT nas semanas

posteriores estejam apropriadas as variáveis descritas nos componentes 1 e 2.

WILLIAMS et. al. (2017) citam que as diferentes medidas adicionais ao

método da PSE têm sido relatadas na literatura, a saber: treinamento de

monotonia, treinamento de tensão e médias móveis ponderáveis. Entretanto, o

desafio do ponto de vista do profissional é pontuar quais medidas utilizar para

calcular e monitorar seus atletas de forma adequada. E por questões

44

estatísticas a inclusão de várias medidas pode não ser o melhor caminho,

tendo em vista a associação entre a quantificação da CT e o risco de lesões.

5.1.3 Percepção Subjetiva de Recuperação.

A percepção subjetiva de recuperação (PSR) foi avaliada a partir da

escala subjetiva de esforço proposto por BORG (1982), adaptado para

recuperação por KENTTÄ & HASSMÉN (1998). O instrumento PSR apresenta

um termo descritor e uma numeração associado ao descritor, que desta forma

representaria o nível de recuperação percebido pelo indivíduo.

HOOPER et. al. (1988) citaram a importância de uma recuperação

adequada antes de uma competição e que a PSR pode ser um instrumento

adequado para monitoramento desta variável. Para LEITE et. al. (2014) a

recuperação é essencial para o desempenho de atletas de alto nível,

principalmente após períodos de cargas elevadas, principalmente quando os

treinos estão associados às competições. Atualmente os atletas treinam de 2 a

3 vezes por dia, consequentemente, o número de atletas que estão sobre

treinamento e não tem descanso suficiente está aumentando.

O estudo de KENTTÄ & HASSMÉN (1998), citam que o excesso de

treinamento positivo pode ser considerado normal ao atingir o resultado

esperado à adaptação e desempenho melhorado. O princípio da

supercompensação, treinamento e recuperação (repouso) é utilizado na área

esportiva. Entretanto, excessos negativos podem ocorrer, resultando na má

adaptação entre outras consequências que irão prejudicar o desempenho do

atleta. Por isso é tão importante conhecer os sintomas fisiológicos,

45

psicológicos, bioquímicos e imunológicos, separados e juntos, para entender a

complexidade das respostas psicofisiológicas, atrelados ao CET e CIT.

Portanto o estresse e a recuperação devem ser monitorados

constantemente durante o processo de treinamento. Não basta monitorar e

aplicar diferentes métodos às CTE e CTI. A abrangência do treinamento vai

além das cargas de treino-sessão, o indivíduo deve ser monitorado durante

toda a temporada de treino (WILLIAMS et. al. 2017).

6. CARACTERÍSTICAS DO NADO SINCRONIZADO

Sua principal característica é a sincronização de atletas entre si e com a

música, na execução de coreografias (rotinas) em piscina. Estreou como

esporte olímpico em Los Angeles (EUA) em 1984, época em que ainda era

necessário fazer alusão ao seu precursor, o balé aquático que foi popularizado

pela nadadora e atriz, Esther Williams (SYDNOR, 1998). Atualmente, é

possível falar em NS sem que alguém pergunte do que se trata, mas, embora a

característica estética favoreça a sua veiculação na mídia, ainda é um esporte

pouco praticado no país (FUGITA & PONCIANO, 2013). Talvez pelo alto

grau de exigência física ou até pela complexidade das regras, pois não

havendo um objetivo externo claramente visível, como a consecução de um gol

ou cesta, o público tem dificuldade em entender a classificação. Em esportes

acrobáticos, rítmicos e expressivos como a Ginástica Artística, Ginástica

Rítmica, Saltos Ornamentais e Nado Sincronizado, o objetivo é a própria

performance e a pontuação final é obtida por meio das notas dos juízes

(PONCIANO et. al. 2017, ANEXO I).

46

Num programa de competição pode haver rotinas livres (sem elementos

obrigatórios) e rotinas técnicas (com cinco elementos obrigatórios). Tanto uma

como outra pode ser executada por uma atleta (solo), duas atletas (dueto) ou

por uma equipe com, no mínimo quatro atletas e, no máximo 10 atletas. Para

julgar, por exemplo, uma rotina técnica convocam-se 15 juízes, os quais são

divididos em três painéis de cinco juízes para julgar: 1) Execução +

Sincronização, 2) Impressão Geral + Dificuldade e 3) Execução dos cinco

elementos obrigatórios (FINA, 2013).

No Brasil, os eventos locais são promovidos pelas federações de cada

Estado e os eventos nacionais pela Confederação Brasileira de Desportos

Aquáticos (CBDA). Cabem às federações promover o esporte no seu Estado,

ou seja, incentivar a sua prática. Assim, no Estado de São Paulo, a Federação

Aquática Paulista (FAP) promove desde 1991, o torneio “Primeiros Passos”,

que é um evento para que iniciantes conheçam a dinâmica das competições de

NS, e para estimular as iniciantes a continuarem na modalidade. São 3 etapas

por ano e cada uma é constituído da prova de flexibilidade, prova de figuras e

prova de rotina técnica (RT), sendo provas adaptadas às condições das

iniciantes, abrangendo os fundamentos do NS e com graus de dificuldade

crescentes.

Este torneio é também uma preparação para novos juízes e novos

técnicos. A FAP preocupa-se com a progressão pedagógica das atletas, com a

formação e progressão dos juízes, assim como de técnicos. Este triângulo

formado pelos atores principais da modalidade é que construirá a melhoria e a

popularidade do NS.

47

6.1 Julgando Nado Sincronizado

O regulamento da modalidade está descrito no livro de regras da

Federação Internacional de Natação (FINA) para juízes, técnicos e árbitros em

geral. Este manual apresenta os fundamentos, elementos e a escala explicativa

de notas, entre outras regras para o julgamento, visando objetividade e

uniformidade no olhar do avaliador.

Na medida em que o esporte evolui, aumenta a quantidade de

especificações exigindo do juiz, a cada vez, mais conhecimento e experiência

de julgamento (FINA, 2013). Assim, formar bons juízes e promover

atualizações eficazes para seu bom desempenho é um grande desafio, pois se

sabe que uma boa avaliação resulta em melhoria técnica de atletas. Sendo

assim, o Brasil tem investido também na carreira de juízes. Da categoria

iniciante segue-se para intermediário e avançado e, partir daí, são oferecidos

cursos nacionais e internacionais (PONCIANO et. al. 2017, ANEXO I).

Os juízes brasileiros de nível intermediário, de acordo com seu

desempenho em âmbito nacional, podem fazer parte do quadro de juízes de

instituições externas, como a Confederação Sul-Americana de Natação

(CONSANAT) e União Americana de Natação (UANA). Caso pretendam seguir

na carreira internacional devem especializar-se e submeter-se à avaliação para

serem listados no Bureau FINA para, então, participar a cada quatro anos da

escola de juízes da FINA para atualização. Um juiz FINA pode ser da categoria

G ou A, dependendo de seu desempenho, sendo que somente os juízes A

estão aptos para atuar em campeonatos Mundiais e Olimpíadas.

Nos últimos oito anos o manual da FINA passou por muitas alterações,

destacando-se, entre outras, o aumento no número de juízes, de sete para 15.

48

O intuito foi priorizar o foco para a especificidade de cada um dos três

componentes. Assim, em rotinas técnicas, por exemplo, cinco juízes julgarão

apenas a Execução, outros cinco exclusivamente a Impressão Geral e os

demais, somente os Elementos.

As notas atribuídas às atletas são os parâmetros de desempenho e de

evolução dos juízes e, também, da eficácia dos cursos. A partir delas e do

feedback dado pelos juízes a técnicos e atletas, é possível medir se o critério

de avaliação usado foi o mesmo e se foi usado apropriadamente.

6.1.1 Estudos do Nado Sincronizado

A descrição dos estudos que serão abordados neste capítulo terá uma

sequência cronológica pontual e recente para que se compreendam as

investigações sobre as respostas fisiológicas no NS. Serão relatados os

resultados de estudos que contribuíram para a comunidade científica bem

como para aplicação prática nas provas de figuras e rotinas (HOMMA, 1994;

FIGURA et. al. 1993; DAVIES et. al. 1995; CHATARD et. al. 1999; YAMAMURA

et. al. 1999; PAZIKAS et. al. 2005; ALENTEJANO et. al. 2008; 2010;

RODRÍGUEZ-ZAMORA et. al. 2012; 2013).

ALENTEJANO et. al. (2008) analisaram 11 atletas de elite num

campeonato nacional, as provas das 11 solistas foram gravadas. As gravações

analisaram o tempo total em que a atleta ficou com o rosto fora da água e o

número de vezes em que a atleta colocou o rosto dentro da água. Além disso,

foram gravados também o 1º e o 2º período mais longo em apneia. O objetivo

do estudo foi analisar o tempo em apneia, em que momento ocorreu o período

mais longo em apneia e a relação deste período com a classificação destas

49

atletas na prova. No presente estudo foi realizado dois cálculos em apneia:

tempo total em apneia e a quantidade de tempo em apneia por mais de 6,8

segundos. As notas dadas pelos juízes em Mérito Técnico (MT) é um dos itens

a ser julgado numa prova de rotina livre, estas notas foram relacionadas ao

desempenho técnico de cada atleta. Os resultados mostraram que não houve

diferença em nenhum dos períodos gravados entre as sete primeiras solistas

classificadas dentre as 11 solistas. As notas dos juízes em MT para as

primeiras solistas foram 95.1 vs 91.3, respectivamente às atletas que tiveram

suas classificações mais baixas. Por outro lado o 1º período mais longo em

apneia foi colocado na primeira parte da rotina e o 2º período mais longo no

final da rotina. De acordo com tempo da rotina, os resultados deste estudo

mostraram que a execução em apneia durante a 2º parte da rotina tem uma

tendência a ser mais curta.

Houve correlação significativa entre o 1º tempo maior em apneia,

distância percorrida na rotina e a nota em MT (r = ,975, p<0,05), e a

experiência da atleta também mostrou uma correlação significativa com sua

nota em MT (r = ,683, p<0,05). O período mais longo em que atletas

executaram movimentos em apneia foi de 38 segundos, segundo o estudo de

ALENTEJANO et. al. (2008); FIGURA et. al. (1993) mostraram resultados

próximos, em que atletas permaneceram em apneia entre 20 a 30 segundos.

Estes estudos (ALENTEJANO et. al. 2008; FIGURA et. al. 1993) relatam que o

uso da apneia é uma característica da modalidade.

Por outro lado o estudo de DAVIES et. al. (1995) verificaram respostas

diferentes, com atletas apneia por 50 segundos. Esse tempo foi maior em

comparação aos 38 segundos de ALENTEJANO et. al. (2008) e 20 e 30

50

segundos de FIGURA et. al. (1993). O comitê médico da FINA sugere que uma

rotina segura para as atletas é a que não ultrapassa 40 segundos em apneia.

Dependendo de sua elaboração, as provas de rotina em solos, duetos ou

equipe podem variar muito seus períodos em apneia.

O estudo de ALENTEJANO et. al. (2008), identificou uma correlação

positiva nas variáveis, notam mais altas atribuídas e período mais longo em

apneia. É importante citar que Mérito Técnico era um item de avaliação que

compreendia: Execução, Sincronização e Dificuldade (FINA, 2008), atualmente

o item dificuldade está separado de execução e sincronização. Assim, pode-se

supor que a correlação positiva das variáveis estudadas, nota mais alta e

longos períodos em apneia, esteja atrelada a um maior peso no item

dificuldade, em 2008, quando se avaliava MT, o juiz deveria fazer uma média

dos itens analisados e atribuir uma única nota. Além disso, os períodos longos

em apneia tem uma forte relação com o que está descrito no manual de regras,

em que dificuldade exige: força, conhecimento cinestésico e eficiência técnica.

Essa pode ser a explicação mais plausível dos achados nesse estudo.

Os resultados de ALENTEJANO et. al. (2008) mostraram que os

períodos curtos em que as atletas faziam movimentos em apneia

corresponderam a 13% e 27% corresponderam ao período mais longo sobre o

tempo total da rotina com movimentos em apneia. Portanto não se pode afirmar

qual seria o tempo seguro em apneia para as atletas de NS, mas neste estudo

as atletas não excederam o tempo de 40 segundos.

ALENTEJANO et. al. (2012) utilizaram como sujeitos 15 atletas de NS e

15 mulheres universitárias que fizeram parte do grupo controle (GC). O objetivo

do estudo foi investigar as respostas cardiorrespiratórias associadas à uma

51

apneia máxima em repouso para ambos os grupos. Após o período de

adaptação e conhecimento do protocolo, cada voluntária foi orientada, sem

aparelhagem, a exalar o ar ao máximo e por completo esvaziando os pulmões,

seguidos por uma inspiração de ar máxima e completa para enchimento dos

pulmões, em seguida, segurar a respiração pelo maior tempo possível. A

hiperventilação antes da apneia não foi permitida, 1 a 2 minutos foi liberado

entre as tentativas.

Na segunda visita ao laboratório, cada voluntária utilizou um ciclo

ergômetro aquático, um instrumento que foi colocado dentro de um tanque com

água, aparelho projetado para o exercício subaquático, as voluntárias ficaram

com água até a clavícula.

Cada voluntária realizou duas tentativas de apneia máxima com

comando e usando um aparelho bucal com as mesmas técnicas feitas no 1º

dia, exceto as que foram imersas na água. Após inspirarem elas foram

instruídas a se inclinar para frente e colocar seu rosto na água ao nível do

ouvido em apneia. Na terceira sessão, cada voluntária foi pesada e um monitor

de FC foi posicionado a um oxímetro, uma sonda foi colocada no centro da

testa para medir a saturação do sangue arterial. A monitoração da FC e as

medidas metabólicas iniciaram de forma simultânea ao experimento.

Os resultados mostraram que houve um aumento significativo do tempo,

em ambos os grupos comparados aos 5 períodos em apneia. Entretanto o

grupo NS tinham tempos mais longos em apneia quando comparado ao GC,

nos cinco períodos coletados. Houve uma correlação significativa entre o

tempo máximo de apneia e a capacidade vital forçada (CVF) (r = 0.382

p<0,05). Houve um efeito significativo na FC aos 15 segundos que antecedia a

52

apneia e no início da apneia no grupo NS quando comparado ao GC, aos 30 e

45 segundos durante a apneia os valores significativos ocorreram no GC

quando comparado ao grupo NS respectivamente. Independentemente dos

grupos, as análises mostraram que houve indicativos de que os valores de

saturação de oxigênio diminuíam à medida que os períodos de apneia

aumentavam. Apenas no grupo NS no 4º período em apneia foi verificado

resultado significativo diferente de zero (44.5%). A FC durante a recuperação

teve aumentos significativos entre o final da apneia e os 10 segundos após o

final da apneia e uma diminuição significativa entre os 10 segundos após a

apneia e os 25 segundos após a apneia no grupo NS.

Estudos que investigaram respostas fisiológicas ao aumento do tempo

da apneia durante a imersão em água foram descritos como “reflexo do

mergulho” ou “resposta ao mergulho” (GOODEN, 1994 apud ALENTEJANO et.

al. 2010; SCHAGATAY et. al. 2000). A resposta ao mergulho faz com que haja

uma diminuição da FC devido ao aumento cardíaco de atividade do nervo

parassimpático e também há uma vasoconstrição periférica na árvore vascular

arterial (FOSTER & SHEEL, 2005). A resposta ao mergulho humano envolve

bradicardia, vasoconstrição de leitos vasculares selecionados, redução do fluxo

sanguíneo para leitos capilares periféricos e aumento do fluxo simpático para a

periferia. A FC do ser humano em apneia pode cair para 20-30 bpm durante o

mergulho (FOSTER & SHEEL, 2005).

A apneia é uma característica única do NS, pois os movimentos em

apneia são muitas vezes utilizados de forma intermitente, ocorrendo períodos

curtos ou longos, de alta ou baixa intensidade (ALENTEJANO et. al. 2010;

2008). Fatores psicológicos também são conhecidos e importantes quando

53

humanos são submetidos à períodos em apneia, sendo que as respostas

fisiológicas podem ser suportadas por mais tempo. O treinamento em atletas

de alto nível pode contribuir para uma melhor resposta psicológica, ou seja,

mais tolerância, para que o fator medo praticamente inexiste. Atletas mais

experientes na modalidade podem aumentar a capacidade de suportar os

estímulos respiratórios, resistindo à vontade em respirar por longos períodos

(HENTSCH e ULMER, 1984 apud ALENTEJANO et. al. 2010). Tendo em vista

os efeitos psicofisiológicos que possam ocorrer devido aos períodos em apneia

que uma atleta de NS realiza, seria interessante mais investigações sobre o

tema e maior monitoramento das variáveis psicofisiológicas. Inclusive, este

monitoramento poderia ser utilizado em outras categorias como análise do

processo de treinamento. A organização da prática e seus componentes

externos de treinamento já não são mais suficientes para garantir um

desempenho otimizado.

RODRÍGUEZ-ZAMORA et. al. (2012) utilizaram 34 voluntárias, sendo 24

atletas da categoria júnior, competidoras nacionais e 10 atletas da categoria

sênior. Os objetivos do estudo foram: descrever a resposta cardiovascular,

lactato e à percepção subjetiva de esforço durante uma competição oficial, nas

provas de rotina técnica e livre, e relacioná-las com o desempenho destas

atletas.

Amostras de sangue foram coletadas após o aquecimento e

imediatamente antes da prova oficial, além dos minutos 3, 5, 7 e 10 após cada

rotina. A FC foi medida utilizando monitores à prova de água em que gravavam

batimento a batimento. Amostras de sangue foram retiradas do lóbulo da orelha

(10 mL) de cada atleta com 5 minutos de recuperação e antes da realização da

54

prova competitiva. Outras amostras de sangue foram retiradas nos minutos: 3,

5, 7 e 10 após cada rotina. A escala de Borg CR-10 foi utilizada para avaliar a

percepção subjetiva de esforço (PSE). Das 96 rotinas, 54 rotinas foram

analisadas por completo. Os resultados mostraram o perfil da análise da FC

nas provas de duetos antes, durante e após a prova.

Foi observado que após um período de pré-ativação antecipatória, a FC

aumenta de forma rápida e progressiva até níveis elevados de taquicardia, a

qual intercalou com períodos de intensa bradicardia durante um exercício

intenso em apneia. O padrão de resposta da FC durante a execução de seis

rotinas foi semelhante na maioria dos parâmetros de FC em todas as

nadadoras. Por outro lado, houve uma significativa diferença na recuperação

da FC, (após 3 minutos e 5 minutos) entre as rotinas solo técnico (ST) e equipe

livre (EL) (p<0,01). Da mesma forma, após 3 minutos de recuperação, a FC foi

maior na prova de dueto técnico (DT) quando comparado às provas de EL

(p<0,01). Embora a FC pré fosse significativamente maior nas atletas da

categoria júnior quando comparadas as atletas da categoria sênior (135.7±

10.6 vs 119.66 ± 10.6 bpm, p<0,001), não foram encontradas diferenças dentro

dos grupos das rotinas, júnior e sênior.

Os achados da FC no estudo de RODRÍGUEZ-ZAMORA et. al. (2012)

corroboram com o estudo de ALENTEJANO et. al. (2010), relatando alta

intensidade antecipatória da FC pré-ativa em todas as nadadoras e que as

demandas cardiovasculares se elevaram igualmente com a FC, intercalando

com períodos de bradicardia durantes os movimentos intensos em apneia. As

alterações da FC foram mais pronunciadas nas atletas da categoria juniores,

pois se entende que as atletas da categoria sênior tenham mais experiência,

55

sugerindo que essas atletas tenham melhores adaptações. Corrobora também

ao citar que atletas mais experientes na modalidade podem aumentar a

capacidade de suportar os estímulos respiratórios, resistindo à vontade em

respirar por longos períodos (ALENTEJANO et. al. 2010).

Em repouso a média do lactato sanguíneo foi 1.72 ± 0.49 mmol-L. Os

valores máximos de lactato em recuperação foram alcançados em todos os

casos, nos minutos 5 e 7. Em todos os grupos de nadadoras o pico de lactato

na prova de solo livre (SL) foi (8.5 ± 1.8mmol-L) quando comparado à prova de

DT (6.8 ± 1.8 mmol-L, p<0.001), bem como na prova de EL (6.2 ± 1.9mmol-L,

p<0.001). O pico de lactato também foi significativamente mais alto na prova de

dueto livre (DL) (7.6 ± 1.8 mmol-L) quando comparado à prova de EL (6.2 ±

1.9mmol-L, p<0.001). Não houve diferenças significativas entre os grupos de

atletas júnior e sênior (6.7 ± 2 e 7.4 ± 2.1 mmo-L) respectivamente.

Os resultados da PSE em ambos os grupos na prova de SL (8.0 ± 0.9) e

na prova de DL (8.1 ± 0.9) os valores foram mais altos do que ambas as provas

de EL (7.5 ± 1.1, p<0.05) e equipe técnica (ET) (6.6 ± 1.2, p<0.01). Em ambas

as rotinas de DL (8.1 ± 0.9) e DT (7.6 ± 0.9), os valores foram mais altos

quando comparado às provas de ET (6.6 ± 1.2, p<0.01). Atletas de NS são

expostas a uma possível hipóxia devido à combinação de momentos em

apneia e exercícios vigorosos. Mas os resultados mostraram moderado pico de

lactato em ambas às categorias (~5 a 13 mmol-L), tendo uma média geral de

7.3 mmol-L (RODRÍGUEZ-ZAMORA et. al. 2012).

RODRÍGUEZ-ZAMORA et. al. (2012) analisaram que os altos valores

dos picos de lactato que foram obtidos em SL e DL demonstram que existe

uma influência específica dos períodos em apneia, bem como uma ativação

56

metabólica glicolítica na musculatura em uso, além das adaptações ao

treinamento. Os valores da PSE foram significativamente mais altos nas atletas

juniores (7.8 ± 0.9) quando comparada as atletas sênior (7.0 ± 1.4, p<0.05).

As sensações relacionadas ao sistema cardiorrespiratório como

taquicardia, taquipneia ou dispneia podem ter origem de fator central e estar

atrelado ao PSE. Portanto a categorização da escala PSE CR-10 pode ser

instrumento valioso para medir o nível de estresse, bem como o uso dos

grupamentos musculares, e a mesma nunca havia sido utilizada no NS e em

competição. A média de valores da PSE no estudo de RODRÍGUEZ-ZAMORA

et. al. (2012) foram 6.6 para ET e 8.1 para DL.

Os resultados das notas atribuídas pelos juízes nesta competição

identificaram que as atletas atingiram pontuações mais altas na EL (84.0 ± 4.2)

do que na prova de DT (81.0 ± 5.7, p<0.01), e as notas das atletas seniores

(87.0 ± 5 pontos) foram superiores às atletas juniores (79.1 ± 3.4, p<0.001). Os

resultados das notas em geral e as notas de desempenho correlacionaram

negativamente com a FC pré (r = 0.41; p<0.001) e FC min (r = -0.24; p<0.05), e

uma correlação positiva com FC média (r = 0.22; p<0.05).

Os resultados apresentados em relação às notas no estudo de

RODRÍGUEZ-ZAMORA et. al. (2012) seguem o mesmo raciocínio de

suposição do que possa ter nos resultados em relação as notas mais altas no

estudo de ALENTEJANO et. al. (2008). Em 2012, final do quadriênio das

regras, que compreendeu 2009-2013, a nota de Mérito Técnico era subdividida

em: Execução, Sincronização e Dificuldade. Portanto, as notas mais altas

atribuídas para as provas de equipe livre (EL) quando comparado as provas de

duetos técnicos (DT) podem estar atreladas a análise em relação a diminuição

57

da FC com os períodos longos em apneia. Assim identificando, uma

possibilidade do maior período em apneia da EL, uma vez que não era

requerida a execução dos elementos obrigatórios. A rotina livre como o próprio

nome diz, pode ser executado qualquer movimento em qualquer sequência,

assim podendo ficar maiores períodos em apneia. Estes resultados corroboram

com os resultados de ALENTEJANO et. al. (2008), sobre os períodos em

apneia e em que parte da rotina esses períodos tem maior ocorrência.

Podendo supor que o peso da nota pode ter sido atribuído ao subitem

dificuldade, o qual era julgado dentro de MT até o quadriênio de 2009-2013.

Atualmente o item dificuldade se avalia em separado quando se julga provas

de rotina livre, assim novas investigações serão necessárias.

Um alto nível de habilidade pode ser relacionado com um baixo custo de

energia metabólica, bem como redução da demanda de atenção e um uso de

energia mais eficiente, que por sua vez implicaria na resposta pré-ativa da FC.

A experiência e a formação competitiva são essenciais, pois tem efeito sobre a

pré-ativação da FC das atletas sênior, relacionada com os níveis mais elevados

de automaticidade no desempenho da tarefa, níveis mais baixos de ansiedade

pré-competição e padrão diferenciado como o foco de atenção (RODRÍGUEZ-

ZAMORA et. al. 2012).

Com a mesma linha de raciocínio ao estudo anterior, RODRÍGUEZ-

ZAMORA et. al. (2013) investigaram o monitoramento da carga interna em 17

atletas de alto nível, sendo 7 atletas júnior e 10 sênior. O objetivo do estudo foi

avaliar se a PSE seria um instrumento adequado para avaliação da carga

interna na modalidade NS e determinar as relações entre: PSE e a resposta

fisiológica durante as competições; além disto, verificar se existe relação entre

58

períodos de imersão e PSE e determinar quais parâmetros poderia explicar a

PSE no NS.

Foram avaliadas 30 rotinas, o protocolo do estudo iniciou no

aquecimento, sendo este padronizado pelo seu técnico. A escala de Borg CR-

10 foi utilizada para analisar a PSE de cada rotina. Um monitor cardíaco gravou

batimento a batimento de cada atleta. Foram calculadas: FC antecipatória,

média, de pico, a mais alta e mais baixa, além das FC em repouso, nos

minutos: 1 3 e 5. Amostras de sangue foram retiradas do lóbulo da orelha (10

ml) de cada atleta com 5 minutos de recuperação e antes da realização da

prova competitiva. Outras amostras também foram retiradas nos minutos: 3, 5,

7 e 10 após cada rotina. Todas as rotinas foram registradas usando um vídeo

digital. As rotinas foram avaliadas pelos juízes durante todo o tempo de sua

execução.

Os resultados da PSE para todas as rotinas foram (7,7 ± 1,1) com

variações de 6 (“muito forte”) e 10 (“extremamente forte”). As respostas mais

altas em PSE foram analisadas em provas de solo e dueto, no livre e no

técnico (média de ± 9,1%). Nas provas de equipe não foram analisadas valores

altos em PSE, o mesmo se justifica se analisarmos que existe um menor

número de habilidades motoras nos elementos a serem executados. Em apneia

e sua possibilidade de influencia na PSE foi verificado que as respostas de

PSE são afetadas quanto à construção coreográfica, ou seja, as RT têm

valores mais baixos quando comparadas as RL.

Os itens avaliados nas provas técnicas são distintos na avaliação das

provas livres, a rotina livre favorece maior possibilidade de apneia, pois o

tempo desta prova é maior. Além disto, como a rotina é livre, muitos

59

movimentos de figuras e suas partes em apneia são executados, provocando

assim mais bradicardia frequentes e intensas.

RODRÍGUEZ-ZAMORA et. al. (2013) citam que um menor período em

apneia é que explicaria uma menor PSE em equipes quando comparada as

provas de solo e duetos. Assim, o mecanismo responsável da PSE no NS não

parece estar relacionado, principalmente aos valores mais altos atingidos pela

FC, mas sim para a menor FC durante o exercício com longo período em

apneia. Por outro lado, a fadiga metabólica parece desempenhar um papel

importante na PSE nas atletas, pois reflete na relação moderada com o pós-

exercício e o pico de lactato (R = 0.50; p=0.003). Ainda que haja esta relação, a

apneia, assim como a remoção de lactato nos músculos pode ser

comprometida por vasoconstrição seletiva, e o fluxo de sangue restrito podem

levar a diferentes concentrações de lactato.

Estudos como de JOULIA et. al. (2003) indicou que a pós-apneia e

também pós-exercício a acidose no sangue e a produção de radicais livres

foram atenuadas com treinamento de apneia em mergulhadores. YAMAMURA

et. al. (2000) relataram que atletas de NS poderiam ser beneficiados ao

submeter-se a formação de tolerância ao lactato para melhorar o hidrogênio na

captação dos íons. A FC pré e a FC mínima explicam 26% de variação no

desempenho, apoiando a ideia de que a “resposta ao mergulho” aumentada

está associada a um maior desempenho em NS.

O estudo de RODRÍGUEZ-ZAMORA et. al. (2013) verificou que 46% da

variância no TNC poderiam ser previsto pelo pico de lactato, media do tempo

de imersão (MTI) e FC pré, o qual cresceu para 53%, adicionando número de

imersões (NI) e imersões máximas (IM). A grande diminuição da FC para as

60

atletas com alto desempenho refletiu na relação entre TNC e no NI e no MTI, a

máxima imersão, sugerindo que as melhores atletas de NS mostram uma maior

adaptação à retirada da respiração, que provavelmente enfatiza o efeito da

eficiência na conservação de O2. Além disto, é importante lembrar que as

adaptações ao treinamento são determinadas pela qualidade, quantidade e

organização das variáveis envolvidas como volume e intensidade, além das

características individuais.

SCHALL et. al. (2013) analisaram 11 atletas de alto nível, o objetivo do

estudo foi descrever as respostas autonômicas e metabólicas utilizando 4

métodos diferentes de recuperação usados no treinamento esportivo. Os 4

protocolos diferentes foram: crio estimulação de corpo inteiro (CCI); terapia de

contraste em água (TCA); recuperação ativa (RA) e recuperação passiva (RP).

Cada atleta completou 4 sessões de testes (execução de figuras da

modalidade) uniformemente em 5 semanas no período pré-competitivo. Ao

realizarem as sessões-teste, elas foram submetidas em diferentes métodos de

recuperação entre 2 exercícios máximos, com duração de 3 minutos. A ordem

no processo de recuperação nos 4 protocolos foi randomizado.

Os procedimentos em cada sessão foram com aquecimento usual antes

da competição, 45 minutos e preparação mental de 5 minutos. Cada atleta

realizou sua sessão-teste com 3 minutos de duração, com fase em apneia

adicionando 64% ao tempo total. A segunda vez em que elas executaram a

sessão-teste foi de forma idêntica, a qual precedia um aquecimento por um

período mais curto, 15 minutos. Ao final de cada execução as atletas fizeram a

respiração diretamente na máscara do sistema de telemetria portátil. Variáveis

ventilatórias e troca de gases foram coletadas em mais de 4 ciclos respiratório,

61

o consumo máximo de oxigênio (VO2 pico) foi calculado. Imediatamente antes

e depois de cada sessão-teste, as atletas utilizaram a escala de Borg através

da PSE.

Nos 4 protocolos diferentes, o de PAS, RP foi feita de forma em que as

atletas ficaram deitadas numa espreguiçadeira por 30 minutos. Já no protocolo

de TCA, as atletas foram encaminhadas para a hidroterapia, se colocavam em

ciclos de imersão em água fria e quente de forma alternada. Na RA, 15 minutos

de nado livre a uma velocidade que correspondia a 40% do VO2 máx foi

seguido por 15 minutos com intensidade de luz com exercícios técnicos do NS

dentro da água. No protocolo de CCI, consistiu em 3 contínuas temperatura

controlada (-10º; - 6º e -110º C). Ao final de cada período, pouco antes do

procedimento chamado de B2, as atletas foram marcadas, numa escala

analógica visual de 10 cm, a percepção de cada atleta foi relatada no período

de recuperação (a escala tinha: 0 como completamente ineficaz e 10 como

extremamente eficaz). Os monitores de FC foram colocados nas atletas,

gravando intervalo R-R para 6 minutos. As amostras de sangue foram obtidas a

partir da ponta do dedo com utilização do aparelho portátil, assim foi medido a

concentração de lactato sanguíneo, em 6 momentos: pré B1; 4 minutos após

B1, pós B1; pré B2 e nos minutos 4; 10 e 15 após B2; ou seja, pós 4; pós 10 e

pós 15 respectivamente. Após os 400 metros de natação e após 4 minutos de

seu término, o lactato também foi medido.

Os resultados demonstraram que o uso de CCI logo após a execução

completa da sessão-teste proposta resultou em forte reativação do

parassimpático, o qual aumentou de 2 a 4 vezes a relação vagal aos índices de

variabilidade da FC quando comparados aos valores pré-exercício, em apenas

62

1 hora. Este tipo de “terapia recuperativa” a CCI exerceu uma influencia

significativa sobre os parâmetros metabólicos de recuperação e subsequente

exercício com enorme remoção do lactato sanguíneo e aumento do trabalho

máximo aeróbico durante a execução do exercício pela segunda vez.

A execução deste exercício específico, denominado na sessão-teste, da

modalidade requer um esforço físico intenso, o qual exigiu um trabalho máximo

aeróbio com grandes contribuições anaeróbias. A produção de energia à custa

das taxas de exigência aeróbia ao final do exercício proposto foi semelhante

aos obtidos sobre o tempo de natação, 400m, no entanto, a exigência

anaeróbia foi significativamente maior ao final da execução do exercício na

sessão-teste do que o tempo de natação 400m.

Os valores de PSE obtidos ao final da B1 e B2 foram altos, indicando

que as atletas sentiram seus desempenhos em escala de “muito difícil”. Os

picos de lactato sanguíneo foram 11,0 ± 1,9 mmol-L obtidos ao final de cada

execução B1 e B2, bem como os valores de VO2 máx também foram altos

(62,1 ± 3,0 mmo-L – kg-1 min-1), consolidando na literatura de que o NS é uma

modalidade com momentos aeróbios e anaeróbios em suas diversas provas

(HOMMA, 1994; YAMAMURA et. al. 1999).

Os índices de variabilidade da FC obtidos no estudo apresentado

(SCHALL et. al. 2013) mostrou que após a execução de B2 existe uma

influência do sistema nervoso simpático sobre o controle da FC, tendo este

permanecido por 10 minutos após sua execução. Por outro lado, esta influência

do sistema nervoso simpático não foi maior quando comparado aos 10 minutos

após B1.

63

Os resultados mostraram que o uso da CCI, TCA e RA, fez com que as

atletas fossem capazes de repetir a mesma carga máxima com semelhança

autonômica, metabólica e respostas à PSE. Assim os resultados do estudo de

SCHALL et. al. (2013) relatam que a exposição ao frio e imersão em água é

uma alternativa para suprimir a atividade simpática e aumentar a modulação

parassimpática como resultado da ativação do baroreflexo arterial (SCHALL et.

al. 2013). Uma das contribuições para a ativação do baroreflexo se deve, pois,

o indivíduo ao ser imerso na água, independentemente da temperatura, a

pressão hidrostática exercida sobre o corpo proporciona uma estimulação

mecânica, contribuindo para a passagem central do volume de sangue

(SCHALL et. al. 2013).

Outros estudos buscaram investigar e reportar na literatura as respostas

fisiológicas durante sessões de treino em figuras e em provas competitivas de

figuras (GEMMA & WELLS, 1987; HOMMA, 1994; HOMMA & TAKAHSHI,

1999), elementos de rotina (SMITH, 1988; YAMAMURA, 2000) ou mesmo

simulando rotinas competitivas (CHATARD et. al. 1999; JAMNIK et. al. 1987;

PAZIKAS et. al. 2004) com o intuito de quantificar a carga de treinamento

externa ou interna, bem como estabelecer as vias metabólicas mais utilizadas.

Tendo em vista o exposto acima, a cada evento mundial do NS, verifica-

se o aumento e exigência do desempenho técnico das atletas. Similarmente a

outras modalidades esportivas, é fato que seus praticantes buscam superar

seus limites psíquicos, fisiológicos, metabólicos e motores.

Por outro lado, os estudos em NS em sua maioria têm focado suas

investigações nas provas de rotinas para investigar variáveis fisiológicas, são

64

poucos os estudos que analisaram variáveis psicofisiológicas (PONCIANO et.

al. 2017, ANEXO I).

Cabe destacar também, que os estudos apresentados tiveram como

voluntários em sua maioria, atletas de alto nível. Não há relatos de estudos que

investigaram outras categorias do NS e também não existem estudos que

analisaram fatores psicofisiológicos com categorias menores, tendo em vista o

baixo custo do material e fácil aplicabilidade para um acompanhamento

progressivo de iniciantes.

Por fim, estudos que investiguem a distribuição da prática no NS e

monitorem a carga interna de treino na fase inicial da aprendizagem ou durante

uma temporada não foram investigados, existindo neste contexto uma lacuna

na literatura. Portanto, investigações nesta linha poderão contribuir para a

qualidade e estruturas de treinamento mais específico da modalidade na fase

inicial de aprendizagem-treino.

7. MÉTODOS

O presente estudo foi quantitativo, descritivo de caráter quase

experimental (THOMAS et. al. 2012), em que um grupo de sujeitos foi

submetido à uma intervenção durante um período e medido o resultado. O

projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com

humanos da Universidade São Judas Tadeu no dia 18 de novembro de 2015,

sob o número CAAE 48449415.8.0000.0089 com o parecer número 1.327.770

(ANEXO II).

A primeira fase do projeto consistiu por meio de um estudo piloto para

possíveis adequações do delineamento teórico inicial. O estudo piloto foi

65

apresentado na defesa de qualificação e os ajustes propostos pela banca

foram efetuados.

7.1 Amostra

A amostragem foi não probabilística e deu-se por acessibilidade. A

mesma foi constituída por 24 voluntários de ambos os sexos, sendo 11

voluntários do sexo feminino com idade média 21,6 (DP = 7,6) e 13 voluntários

do sexo masculino 21,0 (DP = 4,3). A participação dos voluntários foi efetivada

somente após a leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE - ANEXO III), dois voluntários que tinham 17 anos de idade

assinaram o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE - ANEXO IV) e

seus pais assinaram o TCLE.

Ao período que antecedeu a coleta, todos os voluntários tinham vivência

no meio aquático, porém, nenhum voluntário tinha experiência anterior com

nenhuma habilidade motora do nado sincronizado (NS).

Deste modo, os critérios de inclusão foram: 1) ter praticado natação e

estarem aptos ao meio líquido. 2) ter disponibilidade de participação de acordo

com o cronograma estabelecido; 3) declararem ausência de experiência na

tarefa motora. Os critérios de exclusão foram: 1) recusa em fazer alguns dos 5

elementos e seus componentes propostos (por exemplo, a cambalhota grupada

atrás); 2) ter alguma lesão ou impedimento motor, 3) ausência nas sessões

durante todo o processo de coleta.

66

7.1.1 Tarefa

A coleta de dados foi realizada na parte funda da piscina, cuja

profundidade nessa parte é de mais ou menos 2,50 m, via de regra, qualquer

prova do nado sincronizado (NS) não pode haver possibilidade de apoiar-se

com os pés no piso do fundo da piscina. Portanto a realização desta tarefa

deveria ser na parte funda por se tratar de uma rotina técnica (RT). A piscina é

coberta e era aquecida em temperatura constante (27º a 29º graus durante

todas as etapas da coleta). A borda lateral na parte funda da piscina era ponto

inicial da tarefa e a borda do fundo da piscina era a referência para a

execução/deslocamento da tarefa (FIGURAS 2 e 3).

Figura 2: Ambiente da coleta de dados, ponto inicial da tarefa.

(Foto da autora)

67

Figura 3: Ambiente da coleta de dados, execução da tarefa.

(Foto da autora)

A tarefa proposta foi uma rotina técnica (RT) do nível 2, executada pelas

praticantes dos clubes de São Paulo (SP). Essa RT faz parte do processo de

aprendizagem na iniciação da modalidade. As atletas (não federadas) realizam

essa RT, pois a mesma faz parte do "Torneio Primeiros Passos", constante no

regulamento da Federação Aquática Paulista (FAP, 2017), e está de acordo

com o Synchronized Swimming Manual for Judges, Coaches and Referee

(FINA, 2013, Apêndice II e III) sobre as posições e movimentos de transições

básicos.

A RT consistiu na execução de componentes e elementos técnicos

específicos que compreendeu uma sequência, a saber: inicia com o eggbeater,

pernada de crawl lateral, posição de costas (flutuação), veleiro alternado, tina

com giro de 180º, cambalhota grupada atrás, eggbeater simples finalizando

com uma alçada de egg beater. Entretanto, os 5 elementos obrigatórios que

68

foram avaliados estão descritos na figura 4 como elementos em sequência de 1

a 5 (FIGURA 4).

Figura 4: Elementos obrigatórios avaliados na rotina técnica.

(Foto da autora)

A RT escolhida como tarefa, (1) se deu por ser uma habilidade

relativamente fácil, passível de ser aprendida por sujeitos iniciantes, e (2) tem

componentes de posição e transição claramente definidos com requisitos

explícitos de desenho e controle que permitem a avaliação do desempenho

(FUGITA, 2010), além disso, estes componentes caracterizam os 5 elementos

obrigatórios desta RT.

69

7.1.2 Delineamento Experimental

Os voluntários foram designados para os grupos equitativamente de

acordo com os resultados do pré-teste, que precedeu a fase de aquisição, o

pré-teste constou da execução de todos os componentes e elementos

obrigatórios da RT do NS. Entretanto, apenas os 5 elementos obrigatórios

tiveram um escore de 0 a 3, portanto de acordo com o sorteio para cada

elemento executado, os voluntários formaram os grupos. Os voluntários foram

distribuídos em dois grupos: 12 voluntários no grupo Prática Distribuída (PD) e

12 voluntários no grupo Prática Maciça (PM).

Na fase de aquisição, ambos os grupos executaram 36 tentativas, essas

tentativas foram distribuídas em 9 sessões compreendendo o período de

aquisição. A cada sessão, os voluntários executavam 4 tentativas. Após 48

horas do período de aquisição, todos os voluntários de ambos os grupos foram

submetidos ao teste de retenção, também com 4 tentativas. O tempo de

duração da tarefa foi de 1 minuto e 20 segundos para ambos os grupos.

De acordo com a literatura estudada, esses dois tipos de prática

diferenciam-se na relação temporal entre a prática real manifesta e o intervalo

de descanso. Sendo a PM caracterizada por mais prática real do que descanso

e a PD caracterizada por mais descanso do que prática real (MAGILL, 2010;

SCHMIDT & LEE, 2015). Portanto, a PD tinha um intervalo de descanso (ID) de

2 minutos entre as tentativas ao passo que a PM tinha um ID de 30 segundos

entre as tentativas no período de aquisição, já no teste de retenção, o ID foi de

1 minuto para ambos os grupos. O ID de todos os voluntários de ambos os

grupos foi realizado da mesma forma. Ao término de cada tentativa era

entregue à eles flutuadores, de forma que eles apoiassem seus membros

70

superiores e inferiores, na tentativa de não haver qualquer tipo contração

muscular, tendo em vista que a tarefa foi realizada na parte funda da piscina

(Figuras 5: A e B).

Figura 5 (A e B): Intervalo de descanso entre as tentativas utilizando

flutuadores.

(Foto da autora)

Em todas as sessões no período de aquisição e retenção, antes da

execução da tarefa, ambas os grupos receberam uma demonstração visual

(modelo humano executando a RT) e uma instrução verbal com a seguinte

frase: "Tente executar igual ao modelo do vídeo, tentando manter o corpo

acima da superfície da água, buscando um alinhamento de corpo vertical e

horizontal com máxima extensão, execute com calma sem pressa, fazendo a

contagem dos 8 tempos para cada movimento".

A frequência cardíaca (FC), percepção subjetiva de esforço (PSE) e a

percepção subjetiva de recuperação (PSR) foram coletadas nas 10 sessões

(aquisição e retenção). O programa de treino se deu em relação à organização

da prática, PD versus PM. Os voluntários utilizaram a fita do monitor cardíaco,

71

e a FC foi gravada a cada 5s durante cada sessão de treino, utilizando um

transmissor V800 (Polar Team System©, Polar, Finlândia). A FC em repouso foi

gravada durante 5 minutos, antes de cada sessão, e após cada sessão,

durante 10 minutos de descanso. Ao final dos 10 minutos e após cada sessão

de treino os dados da FC eram transferidos para o computador.

7.1.3 Determinação da carga interna de treinamento

7.1.3.1 Método da PSE sessão

Foi utilizada a escala CR-10 (BORG et. al. 1987) para quantificar a carga

interna de treino (CIT) por meio do método da PSE sessão proposto por Foster

et. al. (1998; 2001). Os voluntários foram questionados 30 minutos após o

término de cada sessão de treino: "Como foi a sua sessão de treinamento?".

Os voluntários foram instruídos a escolher o descritor e depois o número de 0 a

10, o qual poderia ser fornecido em decimais (por exemplo: 4,5). O valor

máximo (10) foi comparado ao maior esforço físico experimentado e o valor

mínimo foi estabelecido como condição de repouso absoluto (0). No referido

método, o escore da PSE sessão equivale à intensidade da atividade e a

duração da atividade é representada pelo volume. A magnitude da CIT em U.A

é calculada por meio do produto entre a intensidade (PSE) e o volume (Ex:

PSE = 5,5 e duração de 20 minutos = 110 U.A).

7.1.3.2 Análises subjetivas psicofisiológicas

A percepção subjetiva de recuperação (PSR) foi avaliada a partir da

escala subjetiva de esforço proposto por BORG (1982), adaptado para

recuperação por KENTTÄ & HASSMÉN (1998). A escala da PSR foi coletada

72

ao final de 10 minutos após cada sessão, Os voluntários foram instruídos a

escolher o descritor e depois o número de 6 a 20. O valor mínimo (6) foi

comparado à sem recuperação e o valor máximo (20) à uma total recuperação.

Em suma, o delineamento experimental consistiu de pré-teste (PRÉ1), fase

de aquisição - Pré e Pós (AQ 1 a AQ 9), e o teste de retenção (RE 1) (FIGURA

6).

Figura 6: Delineamento Experimental (período de aquisição e teste de

retenção), momentos: Pré; Pós e Retenção.

7.2 Critérios de atribuição de notas

Participaram dessa avaliação 3 juízes de NS com no mínimo 4 anos de

experiência, alguns passos foram pedidos aos juízes antes de avaliarem as RT

(ANEXO IV). Os juízes atribuíam notas de execução para cada elemento (de 1

a 5) e uma nota final na RT. O quadro de notas utilizado está de acordo com a

descrição do Synchronized Swimming Manual for Judges, Coaches and

Referees (FINA, 2013).

73

As notas atribuídas pelos juízes (QUADRO 2), aos 24 voluntários foram

analisadas nos 3 momentos (pré, pós e retenção) realizando a primeira

avaliação (teste/T1) e, 7 dias após, foi feita a segunda avaliação (reteste/T2).

de acordo com o estudo (PONCIANO et. al. 2017) (ANEXO V).

Quadro 2: Notas e suas categorias de acordo com FINA (2013)

7.3 Instrumentos

7.3.1 Registro e Análise dos dados

7.3.1.1 Vídeo Filmagem

Para a realização da filmagem foi utilizado um iPad com tela de retina e

resolução de 2048 x 1536 pixels, sendo 326 pixels por polegada. O iPad foi

instalado num tripé de mão e o pesquisador acompanhou a execução das 4

tentativas por sessão.

74

7.3.1.2 Análise Estatística

Os testes de normalidade de distribuição Shapiro-Wilk indicaram que os

valores não violaram os critérios de normalidade e homogeneidade. Além disto,

foi conduzida uma ANOVA com medidas repetidas para verificar a existência

de diferenças entre os grupos. Todos os testes foram realizados no programa

SPSS (v 22.0; IBM. Armonk. NY. USA) com nível de significância estabelecido

para as análises de p<0,05. Em relação às notas, foi usada a média das notas

de todos os juízes, para cada elemento de cada atleta, no teste t para

comparar as notas médias dos juízes (teste e reteste, por grupo e como um

todo). Todos os valores foram expressos como média ± desvio padrão.

Consistência interna de cada avaliador, para cada elemento e para cada atleta,

no momento T1 e, uma semana após em T2. Concordância entre avaliadores,

para cada elemento e para cada atleta, no momento T1 e T2. Foi usado o Alfa

de Cronbach admitindo-se 0.70 como limite inferior de acordo com HAIR JR et.

al. (2009) e a dispersão Bland-Altman para analisar o grau de concordância

das notas atribuídas bem como o grau de concordância entre todos os juízes.

Todas as análises foram realizadas com software SPSS (v 22.0; IBM. Armonk.

NY. USA) (BLAND & ALTMAN, 1986).

8. RESULTADOS

Neste capítulo serão apresentadas as medidas antropométricas dos

sujeitos que participaram desta pesquisa, posteriormente como primeira análise

os resultados da variável independente: desempenho, referente às notas

atribuídas aos 5 elementos individualmente e a nota final da rotina técnica.

Numa segunda análise a variável referente ao monitoramento da carga interna

75

de treino (CIT) por meio da quantificação de dois métodos diferentes: (FC, PSE

e PSR). A exploração dos dados relativos às variáveis revelou que não houve

valores faltosos "missing data". Os testes de normalidade de distribuição

Shapiro-Wilk indicaram que os valores não violaram o pressuposto.

8.1 Medidas Antropométricas

As características antropométricas dos sujeitos que completaram todas

as etapas de coleta (período de aquisição e retenção) estão na Tabela 1.

Tabela 1. Parâmetros antropométricos dos sujeitos analisados.

Parâmetros Gênero

Feminino Masculino

Idade (anos) 21,6 ± 7,06 21,0 ± 4,3 Peso (kg) 67,9 ± 12,6 76,4 ± 8,3 Estatura (cm) 161,7 ± 8,5 177,4 ± 5,0 IAC 16,0 ± 1,9 14,7 ± 1,2

Valores expressos em media e desvio padrão. IAC = Índice de Adiposidade Corporal. Dados expressos como média ± desvio padrão. Teste-t independente.

8.2 Resultados da Análise 1.

8.2.1 Desempenho - Notas

O teste de normalidade de distribuição Shapiro-Wilk indicou que apenas

o elemento 5 (cinco) no momento retenção apresentou valores que violaram

este pressuposto. Foi feita ANOVA com medidas repetidas e no elemento 3

(três) houve efeito do fator teste [F(2,21) = 6,88; p = 0,005; ɳ2 = 0,39]. O Post Hoc

de Sidak identificou diferença entre os momentos pré e retenção com nota

maior na retenção (p = 0,009).

Nos elementos 1, 2, 4 e 5 não houve efeito do fator teste nem interação

entre os fatores teste e grupo. Já na nota final, houve efeito do fator teste [F(2,21)

76

= 4,84; p = 0,019; ɳ2 = 0,316], e o Post Hoc de Sidak identificou uma tendência

entre os momentos pré e retenção com p = 0,013 (TABELA 2).

Tabela 2 - Média e desvio padrão das notas atribuídas pelos juízes 1, 2 e 3 de ambos os grupos nos 3 momentos (Pré, Pós e Retenção).

Elementos Grupos Notas Pré Notas Pós Notas

Retenção

1 Distribuída 4,16 ± 1,38 4,20 ± 0,64 4,57 ± 1,09 Maciça 4,08 ± 1,12 4,15 ± 1,06 4,05 ± 1,00

2 Distribuída 4,05 ± 0,74 4,06 ± 0,59 4,11 ± 0,58 Maciça 4,26 ± 0,87 4,30 ± 0,93 4,04 ± 0,84

3 Distribuída 3,45 ± 0,96 3,71 ± 0,68 4,02 ± 0,62* Maciça 3,86 ± 0,56 4,01 ± 0,97 4,17 ± 0,83*

4 Distribuída 3,42 ± 0,84 3,70 ± 0,66 3,89 ± 0,73 Maciça 3,85 ± 0,55 3,75 ± 0,76 3,87 ± 0,74

5 Distribuída 3,47 ± 1,01 3,77 ± 0,68 3,86 ± 0,57 Maciça 3,77 ± 0,75 3,72 ± 0,82 3,95 ± 0,91

Nota final Distribuída 3,73 ± 0,80 4,04 ± 0,57 4,10 ± 0,60* Maciça 3,85 ± 0,58 4,05 ± 0,84 4,14 ± 0,74*

Dados expressos como média ± desvio padrão. ANOVA com medidas repetidas seguida do teste de Sidak. * para p<0,05 quando comparado à nota pré. 8.2.2 Discussão dos resultados da Análise 1.

A DP na área da Aprendizagem Motora poderia ser mais bem

investigada, pois existem várias controvérsias sobre o tema. Dentre os estudos,

são apontadas possíveis vantagens e desvantagens em determinadas tarefas

motoras de acordo com a programação da prática (MAGILL, 2010; DONOVAN

& RADOSEVICH, 1999). Além disso, nos trabalhos desenvolvidos, conforme

meta-análise realizada por LEE & GENOVESE (1988) que analisaram 116

estudos, pode ser identificada uma grande diversidade metodológica, o que

dificulta o cruzamento de informações. Além disso, outros estudos investigaram

as influências no desempenho em habilidades discretas sem o teste de

retenção com tarefas de modalidades esportivas (SINGER, 1965; CARRON,

1969; HERRERO et. al. 2011).

77

O presente estudo realizou o teste de retenção após 48 horas da

conclusão do período de aquisição, indicando que, para este tipo de habilidade

“seriada” o uso de ambos os tipos de prática resultaram em efeitos positivos. É

sabido que as tarefas no NS são complexas, talvez pela exigência de itens

específicos da modalidade como força, conhecimento sinestésico e dificuldade

(YAMAMURA et. al. 1999; PAZIKAS et. al. 2005; ALENTEJANO et. al. 2008).

Importante destacar que os estudos iniciais não se preocupavam com a

avaliação do teste de retenção, esse teste após um período da conclusão da

aquisição é importante para o processo de aprendizagem. De acordo com DAIL

& CHRISTINA (2004), a maioria dos estudos demonstrou que o desempenho

da tarefa foi conceituado e medido como desempenho imediatamente após o

término das sessões de treino (aquisição). Poucos estudos examinaram o

desempenho da tarefa após algum período de tempo decorrido desde a

conclusão das condições de prática (retenção). A ausência da estruturação de

forma consistente sobre o período de aquisição (desempenho) e o teste de

retenção deixaram os estudos confusos. Embora os pesquisadores geralmente

concordem que a PM é inferior à PD para a aquisição de habilidades motoras,

os efeitos da DP na retenção de habilidades motoras são muito menos claros.

Vale destacar também que as análises do presente estudo indicaram

que ambas as práticas para o NS resultam em algum efeito de aprendizagem

mesmo com intervalos diferentes de descanso. Esta é outra característica da

DP que distingue o intervalo de descanso de ambas as práticas, PM e PD.

Mesmo não tendo identificado diferença significativa entre os grupos, é

interessante citar que no processo de aprendizagem da modalidade para

iniciantes, a utilização de ambas as práticas pode trazer bons resultados tanto

78

no período de aquisição quanto no teste de retenção independente do intervalo

de descanso.

DONOVAN & RADOSEVICH (1999) verificaram em sua meta-análise

que os resultados também indicaram que o intervalo inter tentativas parece ser

em função do tipo de tarefa que está sendo aprendida. Foram encontrados

efeitos melhores para tarefas simples ao usar períodos de descanso curtos.

Para tarefas mais complexas, incluindo as que são representativas das

configurações de treinamento organizacional, períodos de descanso mais

longos pareciam ser mais benéficos para a aprendizagem de tarefas. Essas

descobertas indicam que se deve ter em mente que o tipo de tarefa que está

sendo praticada e o intervalo de descanso entre as sessões de prática pode ter

um efeito profundo sobre a superioridade da PD sobre a PM. Além disso,

fatores motivacionais para realização da tarefa durante o intervalo de descanso

podem afetar os efeitos na DP (DONOVAN & RADOSEVICH, 1999). Em nossa

revisão de literatura sobre a DP, essa informação não foi incluída na maioria

dos estudos.

Entretanto cabe citar a sugestão dos autores BLOOM & SHUELL (1981)

sobre a organização das duas práticas. Os autores sugerem que durante o

período de aquisição, um feedback inicial e com uso da PM podem ser

apropriados para intensificar o desempenho. Posteriormente quando a

aquisição for estabelecida em algum momento, outro feedback com a aplicação

da PD podem ser apropriados para garantir maior retenção.

Este formato que autores sugerem (BLOOM & SHUELL, 1981) pode ser

um caminho interessante, porque em nossa revisão identificamos que a maioria

dos estudos mostraram resultados positivos em ambas as práticas em

79

momentos diferentes (aquisição e retenção), tendo estes resultados relação

com a tarefa utilizada: contínua e discreta. Uma lacuna nesses estudos

também foi identificada, a ausência de feedback, fator este imprescindível para

aprendizagem, assim outras investigações poderão ser implementadas neste

formato sugerido pelos autores podendo identificar resultados diferentes.

Sendo o feedback um componente fundamental do processo de

aprendizagem (SCHMIDT & WRISBERG, 2008; MAGILL, 2010; SCHMIDT &

LEE, 2015) o presente estudo utilizou o feedback visual mais a instrução

verbal, em todas as sessões (aquisição e retenção) antes da realização das

tentativas. Em nossa revisão de literatura sobre a DP, apenas dois estudos

utilizaram algum tipo de feedback. DAIL & CHRISTINA (2004) utilizaram um

feedback verbal após cada teste no período de aquisição e LEITE et. al. (2013)

utilizou o conhecimento de resultado (CR) após cada teste.

Pela complexidade da tarefa utilizada nesse estudo, o tipo de feedback

pode ter sido insuficiente para gerar algum efeito de aprendizagem (retenção)

ou aumento de desempenho (aquisição) significativo perante as notas.

Entretanto, uma tese de doutorado (FUGITA, 2010), que investigou o processo

de aprendizagem de um movimento de transição do nado sincronizado (NS)

utilizando o feedback verbal associado a dois modelos distintos de

aprendizagem, o modelo boneca e o modelo humano mostraram resultados

diferentes do presente estudo. Os resultados mostraram que o feedback visual

associado ao modelo boneca e ao modelo homem são eficientes no processo

de aquisição e aprendizagem de todos os componentes do movimento de

transição estudado. Por outro lado, a tarefa utilizada nos estudos foi diferente,

pois no estudo de FUGITA (2010) foi utilizado um único movimento de

80

transição que é utilizado principalmente na prova de figuras e muitas vezes nas

provas de rotina no NS na fase inicial de aprendizagem da modalidade. Já o

presente estudo investigou uma rotina técnica (RT), referente à uma prova de

rotinas, também utilizada na fase inicial de aprendizagem da modalidade,

porém a construção desta rotina se dá após ou concomitante a aprendizagem

dos movimentos de transições básicos da modalidade. Assim cabe citar que

uma RT tem mais movimentos de transição. Talvez esta seja uma das

explicações para os resultados não significativos desse estudo, porque ambas

as tarefas tem graus de dificuldade diferentes, uma RT é mais complexa

quando comparada à apenas um movimento de transição. A aprendizagem das

posições e movimentos básicos de transição são a base para construção de

uma rotina do NS. Entretanto, a conceituação aqui citada sobre a DP, e a

ausência de estudos que investigassem as habilidades seriadas, mostra a

escassez dos mesmos sobre modalidades esportivas aquáticas justificando a

realização deste estudo. Desta forma, novas investigações devem ser

delineadas, assim como foi o estudo de FUGITA (2010) que demonstrou

resultados interessantes para o NS, que investigou os efeitos de modelo de

aprendizagem.

As diferentes metodologias utilizadas nos estudos sobre a DP

demonstram a importância de metodologias mais sistematizadas nas diferentes

habilidades motoras, elevar o número das investigações nas habilidades

seriadas e nas diversas modalidades esportivas seria interessante.

81

8.3 Resultados da Análise 2. 8.3.1 Monitoramento da carga interna de treino pelos métodos de

quantificação, a saber: Frequência Cardíaca; Percepção Subjetiva de

Esforço (PSE-sessão) e Percepção Subjetiva de Recuperação.

A FC foi analisada ao longo da sessão nos momentos pré, pós e

retenção. A ANOVA com medidas repetidas revelou efeito do fator tempo para

a FC nos momentos pré [F(14,308) = 10,746; p = 0,001; ɳ2 = 0,328], pós [F(14,308) =

11,113; p = 0,001; ɳ2 = 0,336] e retenção [F(14,308) = 15,115; p < 0,001; ɳ2 =

0,407]. Adicionalmente, o effect size de ambos os grupos (PD: 0,26 e PM: -

0,37).

82

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70

80

100

120

140

160

180

Pré

* * ** *

A

*

PM

PD

*

** *

* ***

Tempo (s)

FC

(b

pm

)

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70

100

120

140

160

180

Pós

* * * * * * * *

BPD

PM

*

* * * * * * * **

Tempo (s)

FC

(b

pm

)

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70

80

100

120

140

160

180

Ret

C

* * * * * * * * * *

* *

PD

PM

* * * * * * * * * ** *

Tempo (s)

FC

(b

pm

)

83

Figura 7: Dados expressos como média ± desvio padrão. ANOVA com

medidas repetidas. * para p < 0,05 quando comparado ao tempo zero.

As FCs mínima, média e máxima foram analisadas nos momentos pré,

pós e retenção. Foi feita ANOVA com medidas repetidas e para a FCmín e para

a FCmáx não houve efeito do fator teste nem interação entre os fatores teste e

grupo. Para a FCméd houve efeito do fator teste [F(2,21) = 4,49; p = 0,024; ɳ2 =

0,300]. O post hoc de Sidak mostrou que há diferença entre o momento pós e o

momento retenção (p = 0,048), sendo que a FCméd foi inferior no pós.

Adicionalmente, o effect size de ambos os grupos (PD: FCmín: - 0,42; FCméd: -

0,03 e FCmáx: - 0,32 e PM: FCmín: - 0,23; FCméd: - 0,13 e FCmáx: 0,10).

84

0

50

100

150

Pré Pós Retenção

PD PM

FC

mín

ima (

bp

m)

0

50

100

150

Pré Pós Retenção

PD PM

* **

*

FC

méd

ia (

bp

m)

0

50

100

150

200

Pré Pós Retenção

PD PM

FC

máxim

a (

bp

m)

Figura 8: Dados expressos como média ± desvio padrão. ANOVA com medidas repetidas. * para p < 0,05 comparando as FCs e os 3 momentos.

A FC de intervalo entre cada tentativa foram analisadas, nos momentos

pré, pós e retenção, em ambos os grupos PD e PM. Foi feita ANOVA com

medidas repetidas e houve efeito do fator sessão para a FC de intervalo no

momento pré [F(2,21) = 4,741; p = 0,020; ɳ2 = 0,311]. O post hoc de Sidak

mostrou que a sessão 3 foi diferente das sessões 1 e 2. Para os momentos pós

e retenção, não houve efeito do fator sessão nem interação entre os fatores

sessão e grupo. Adicionalmente, o effect size de ambos os grupos (PD: - 0,61 e

PM: - 0,39).

85

1º 2º 3º

80

100

120

140

160*

*

A

Tempo (s)

FC

(b

pm

)

PM

PD

1º 2º 3º

80

100

120

140

160B

PM

PD

Tempo (s)

FC

(b

pm

)

1º 2º 3º

80

100

120

140

160C

Tempo (s)

FC

(b

pm

)

PM

PD

Figura 9: Dados expressos como média ± desvio padrão. ANOVA com

medidas repetidas. * para p < 0,05 quando comparado ao tempo 1º.

A quantificação da CIT foi determinada a partir do método da Percepção

Subjetiva de Esforço, PSE-sessão por FOSTER et. al. (2001). Para a carga

interna, não houve efeito do fator sessão, nem interação entre os fatores teste

e grupo (FIGURA 1B). Adicionalmente, o effect size de ambos os grupos (PD: -

2,82 e PM: - 5,32).

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º

0

2

4

6

8

10A

Aquisição Retenção

10º

Sessões

Perc

ep

ção

de e

sfo

rço

(0-1

0)

PM

PD

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º

0

20

40

60

80

100

PM

PD

B

Aquisição Retenção

10º

Sessões

Carg

a in

tern

a (

ua)

Figura 10: Dados expressos como média ± desvio padrão. ANOVA com

medidas repetidas, * para p < 0,05 entre as sessões.

Para a percepção subjetiva de recuperação (PSR), houve efeito do fator

sessão [F(9,14) = 3,62; p = 0,016; ɳ2 = 0,700]. O post hoc de Sidak mostrou que

86

a sessão 2 foi diferente das sessões 7, 8 e 9 e que a sessão 3 foi diferente da

sessão 9. Adicionalmente, o effect size de ambos os grupos (PD: 3,66 e PM:

3,33).

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º

6

8

10

12

14

16

18

20

PM

PD

Aquisição Retenção

10º

* * *

* * *

Sessões

PS

R

Figura 11: Dados expressos como média ± desvio padrão. ANOVA com

medidas repetidas, * para p < 0,05 entre às sessões. Foi realizada a correlação de Pearson entre a PSE sessão (Foster) e as

notas de cada elemento e a nota final da RT nos momentos pré, pós e

retenção. Não houve correlações significativas entre essas medidas (Tabelas:

3 (Pré), 4 (Pós) e 5 (Retenção)).

Tabela 3: Correlações entre a carga interna e as notas dos elementos de 1 a 5 mais a nota final no momento Pré, Pós e Retenção.

Momento PD PM Geral

Pré Nota Final r 2 = 0,088

p = 0,347 r 2 = 0,096 p = 0,325

r 2 = 0,007 p = 0,695

Elementos 1 r 2 = 0,023

p = 0,631 r 2 = 0,243 p = 0,102

r 2 = 0,003 p = 0,777

2 r 2 = 0,126 p = 0,256

r 2 = 0,000 p = 0,977

r 2 = 0,002 p = 0,803

3 r 2 = 0,015 p = 0,698

r 2 = 0,022 p = 0,639

r 2 = 0,008 p = 0,676

4 r 2 = 0,069 p = 0,406

r 2 = 0,077 p = 0,381

r 2 = 0,034 p = 0,385

5 r 2 = 0,156 r 2 = 0,326 r 2 = 0,005

87

p = 0,202 p = 0,052 p = 0,736 Pós Nota Final r 2 = 0,007

p = 0,791 r 2 = 0,033 p = 0,567

r 2 = 0,005 p = 0,726

Elementos 1 r 2 = 0,000

p = 0,923 r 2 = 0,038 p = 0,543

r 2 = 0,004 p = 0,743

2 r 2 = 0,070 p = 0,405

r 2 = 0,058 p = 0,449

r 2 = 0,000 p = 0,935

3 r 2 = 0,008 p = 0,777

r 2 = 0,030 p = 0,588

r 2 = 0,005 p = 0,733

4 r 2 = 0,004 p = 0,827

r 2 = 0,012 p = 0,734

r 2 = 0,000 p = 0,890

5 r 2 = 0,018 p = 0,673

r 2 = 0,003 p = 0,862

r 2 = 0,011 p = 0,617

Retenção Nota Final r 2 = 0,034

p = 0,562 r 2 = 0,028 p = 0,601

r 2 = 0,001 p = 0,869

Elementos 1 r 2 = 0,012

p = 0,725 r 2 = 0,086 p = 0,3523

r 2 = 0,007 p = 0,686

2 r 2 = 0,040 p = 0,532

r 2 = 0,205 p = 0,138

r 2 = 0,000 p = 0,955

3 r 2 = 0,001 p = 0,916

r 2 = 0,021 p = 0,649

r 2 = 0,000 p = 0,919

4 r 2 = 0,000 p = 0,940

r 2 = 0,048 p = 0,490

r 2 = 0,002 p = 0,811

5 r 2 = 0,030 p = 0,587

r 2 = 0,042 p = 0,518

r 2 = 0,000 p = 0,969

*A correlação é significativa no nível p < 0,05, ⅀ (soma).

8.3.2 Discussão dos resultados da Análise 2.

O presente estudo investigou o comportamento de variáveis fisiológicas

e psicofisiológicas por meio do monitoramento em função das cargas externas

(CET) e internas de treino (CIT) em sujeitos com experiência em natação mas

sem experiência com a tarefa do NS.

Os resultados da FC ao longo do tempo na execução da tarefa proposta

nos momentos pré, pós e retenção aumentaram no fator tempo, pré (p =

0,001); pós (p = 0,001) e retenção (p < 0,001), o que já era esperado tendo em

vista a realização da tarefa. A FCméd identificou efeito do fator teste (p = 0,024),

88

mostrando diferença entre o momento pós e o momento retenção (p = 0,048), a

qual foi inferior no pós. A FC de intervalo identificou efeito no momento pré (p =

0,020), mostrou que a sessão 3 foi diferente das sessões 1 e 2. A PSE sessão

não mostrou diferença no fator teste e nem na interação entre os grupos. Já na

PSR identificou efeito do fator sessão identificando que as sessões 7, 8 e 9

foram diferentes da sessão 2 e que a sessão 9 foi diferente da sessão 3 (p =

0,016), identificando melhor recuperação ao longo das sessões nos momentos

pré e pós. A análise da correlação de Pearson entre a PSE sessão (Foster) e

as notas de cada elemento (1-5) e a nota final da RT nos momentos pré, pós e

retenção não revelaram significância entre as medidas.

A quantificação da carga por meio do método de Foster não apresentou

resultado significativo, é possível que o mesmo ocorreu devido ao tempo de

execução da tarefa, curto demais para gerar qualquer efeito psicofisiológico

e/ou fisiológico. A ausência de significância nos resultados apresentados pode

indicar que o volume e intensidade foram insuficientes. Assim pode-se inferir

que a organização deste treinamento para esta tarefa não foi suficiente para

gerar nenhum efeito metabólico, por exemplo. E os resultados significativos

não identificam nenhuma significância em relação a hipótese levantada.

O objetivo da distribuição das cargas de treinamento é o aumento

competitivo do atleta. Por outro lado, o objetivo do presente estudo foi à

aprendizagem de uma tarefa nova com sujeitos inexperientes na mesma,

dentro de uma organização de treino, com mesmo volume, mas com

intensidade diferente, sendo monitorado pela CIT.

O estudo de RODRÍGUEZ-ZAMORA et. al. (2014) investigaram a CIT

em atletas de elite de NS numa competição nacional, correlacionando a escala

89

de valores subjetivos PSE por meio da CR-10 de Borg com os valores objetivos

da FC. Os resultados identificaram que a interação entre ambos os indicadores

(PSE e FC) na realização das rotinas de dueto durante um treinamento foi a

mesma durante uma competição (r = 0,67; p=0,034). Os valores obtidos por

meio da PSE foram inversamente relacionados aos valores de FC mínima

(r=20,545; p=0,008) e positivamente relacionado à FC média (r=20,452;

p=0,026). Portanto o estudo mostrou uma forte relação entre intensidade da

PSE e magnitude e frequência dos esforços bradicárdicos nas rotinas,

refletindo nas respostas psicofisiológicas. Os movimentos em apneia são

característicos dessa modalidade, assim o estresse causado por meio dos

períodos repetitivos e prolongado em apneia refletiram nas respostas

psicofisiológicas. Por outro lado, não se pode comparar os resultados do

presente estudo com os resultados do estudo de RODRÍGUEZ-ZAMORA et. al.

(2014), o delineamento é diferente, bem como a amostra investigada.

Cabe destacar que o uso de frequencímetros para avaliar intensidades

do exercício físico é muito utilizado na ciência, por se tratar de um método

simples e não invasivo. Entretanto no NS, as informações são limitadas sobre o

estresse fisiológico durante a execução de uma rotina. Os desafios na

mensuração dos parâmetros fisiológicos no NS são grandes, porque até 50%

dos exercícios executados são utilizados dentro de água, ou seja, em apneia

(RODRÍGUEZ-ZAMORA et. al. 2014). Esse estudo formula a hipótese de que o

nível de habilidade alta, normalmente encontrado em atletas de elite, estaria

associado a maior automatização dos atos motores com menor custo

energético para alcançar o objetivo da tarefa, favorecendo a redução das

demandas de atenção resultando no uso eficiente da energia nos movimentos

90

exigidos. Esses achados mostraram que o controle e conhecimento das

respostas fisiológicas e psicofisiológicas nesta modalidade, podem resultar no

sucesso competitivo (RODRÍGUEZ-ZAMORA et. al. 2014).

BOURDON et. al. (2017) citam que a combinação da CET e a CIT

devem ser usadas para ampliar a visão do treinamento e do estresse em

atletas. Os autores citam que será importante perceber que a mesma sessão

em dias diferentes de treinamento, poderá ocorrer a mesma intensidade e

duração, mas podendo ocorrer diferentes respostas em relação a CIT (FC,

lactato sanguíneo, PSE, etc), isto irá depender do estado de fadiga, distúrbios

emocionais, doença e histórico de treino. A visão ampla de ambas as cargas

separadamente poderão auxiliar e determinar a condição de uma atleta, se ele

está cansado ou descansado.

Assim é importante destacar que o diferente sistema de periodização do

treinamento tem sido propostos e aplicados, inclusive muito discutidos devido

as diferentes formas de organização dos ciclos durante uma ou mais

temporada (VERKHOSHANSKY & LAZAREV, 1989; MATVEEV, 1997), com

foco em atletas de alto rendimento. Entretanto, as diferentes formas de

organização de um treinamento para indivíduos não atletas também devem ser

mais discutidas.

Uma elaboração apropriada do conteúdo e magnitude de cargas de

treinamento no processo de aprendizagem de uma modalidade esportiva

poderá depender na maioria das vezes, do conhecimento da dificuldade da

tarefa a ser aprendida com o objetivo de propiciar estímulos fisiológicos e/ou

psicofisiológicos adequados para seu desenvolvimento durante este processo,

91

bem como conhecer amplamente as respostas ao treinamento terrestre e

aquático.

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS E APLICAÇÕES PRÁTICAS

Através da análise das variáveis de CIT e CET, aliadas à PSR dos

voluntários, pode-se concluir que a distribuição das cargas de treinamento

aplicadas não foi a mais adequada para que os voluntários atingissem algum

desempenho melhor comparando os 3 momentos investigados.

Um dos fatores pode ser atribuído à excessiva diminuição das cargas

tanto internas (PSE), quanto externas (volume e intensidade), bem como o

período de aquisição e o teste de retenção, os quais foram insuficientes para

gerar qualquer efeito. Este fato foi confirmado pelos resultados identificados em

todas as variáveis do estudo, principalmente a correlação de Pearson da PSE

sessão com os elementos técnicos e a nota final avaliada pelos juízes.

Entretanto, podemos afirmar que o delineamento do presente estudo

carece de melhor organização em relação à CIT e CET. É possível inferir que

um microciclo ou um mesociclo para esta tarefa fosse mais adequado para

gerar efeitos significativos na CIT e principalmente notas mais altas na

execução da tarefa proposta. A correlação da PSE sessão com os 5 elementos

técnicos executados e a nota final também não identificaram nenhum resultado

significativo, identificando neste estudo que as variáveis analisadas são

independentes.

Futuros estudos devem se debruçar na busca de entendimento do NS,

ancorados a partir de modelos teóricos como método global e parcial, tendo em

vista a natureza das tarefas motoras que compõe esta modalidade,

92

reconhecidamente marcadas pela seriação de movimentos. Bem como a

utilização de outros feedback aumentado em diferentes momentos (inicio,

durante ou final) do processo de aprendizagem de uma rotina técnica do NS.

10. LIMITAÇÕES DO ESTUDO

O número de voluntários poderia ser maior.

A piscina onde foi realizada a coleta de dados não foi exclusiva para o

estudo.

O período de coleta poderia abranger um micro ciclo.

93

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105

Apêndice 1: Tabela complementar

Tabela 4: Correlações entre a média da frequência cardíaca e a média da PSE-sessão (aquisição e retenção), bem como as notas dos elementos de 1 a 5 mais a nota final nos momentos: Pré, Pós e Retenção.

Frequência Cardíaca: 3 Momentos

FC - Pré FC - Pós FC - Retenção

PSE - sessão

Aquisição r 2 = 0,059 p = 0,786

r 2 = 0,247 p = 0,245

r 2 = 0,321 p = 0,126

PSE - sessão

Retenção r 2 = 0,123 p = 0,567

r 2 = 0,070 p = 0,744

r 2 = 0,074 p = 0,730

Pós

Nota Final X r 2 = 0,003 p = 0,987

r 2 = 0,611 p = 0,109

Elementos 1 X r 2 = -0,119

p = 0,581 r 2 = 0,018 p = 0,934

2 X r 2 = -0,032 p = 0,883

r 2 = 0,063 p = 0,770

3 X r 2 = -0,020 p = 0,927

r 2 = 0,125 p = 0,562

4 X r 2 = -0,011 p = 0,958

r 2 = 0,056 p = 0,796

5 X r 2 = -0,060 p = 0,780

r 2 = 0,181 p = 0,398

Retenção Nota Final X r 2 = -0,069

p = 0,747 r 2 = -0,049 p = 0,819

Elementos 1 X r 2 = -0,231

p = 0,277 r 2 = -0,177 p = 0,408

2 X r 2 = -0,015 p = 0,945

r 2 = -0,049 p = 0,822

3 X r 2 = -0,003 p = 0,879

r 2 = -0,012 p = 0,955

4 X r 2 = -0,086 p = 0,689

r 2 = 0,074 p = 0,732

5 X r 2 = -0,093 p = 0,667

r 2 = -0,084 p = 0,696

*A correlação é significativa no nível p < 0,05.

106

ANEXO I: Artigo de Revisão Sistemática.

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110

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120

ANEXO II: Parecer Consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa

121

122

123

ANEXO III:

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu_________________________________________________RG_______________gostaria de participar como voluntário (a) no projeto de pesquisa intitulado: “Carga de controle interno de treino e distribuição da prática na aquisição de uma tarefa de nado sincronizado”. Declaro que fui informado no presente estudo que a análise será no padrão dos movimentos executados e também gravação frequência cardíaca (FC), verificação da percepção subjetiva de esforço (PSE) e da controle interno de carga (CIC). Fui esclarecido (a) que serei avaliado (a) por profissionais da Educação Física. Estou ciente e autorizo que as submissões à prática da tarefa motora sejam filmadas por meio de câmeras de vídeo e suas imagens tem a finalidade especificamente de análise da execução da tarefa motora seriada. Estou ciente de que as imagens serão armazenadas em software de análise de vídeo e que os dados coletados serão

utilizados apenas pelos pesquisadores, no entanto, poderão ser usadas para fins de pesquisa científica e publicadas de acordo com o rigor ético de pesquisa científica. Fico ciente de que minha participação contribuirá para um melhor conhecimento através dos resultados na comunidade científica. Os pesquisadores esclareceram que não haverá custo na participação, sendo que há qualquer momento eu poderei interromper a minha participação na pesquisa. Caso ocorra qualquer intercorrência comigo, tenho ciência de que terei os primeiros socorros necessários e direcionado à um hospital mais próximo. Após a análise de resultados através dos dados coletados, os mesmos serão arquivados e mantidos em sigilo no Laboratório do Movimento Humano da Universidade São Judas Tadeu, os quais serão utilizados apenas para fim acadêmico científico e guardados por 5 anos, após este período os mesmos serão destruídos. Em nenhum momento haverá identificação dos avaliados participantes desta pesquisa. Com isso esclareço que estou ciente: 1- Obtivemos todas as informações necessárias para decidir sobre a minha participação na pesquisa; 2- Os dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados farão parte de publicações científicas na área do conhecimento da saúde; 3- Todas as informações que recebemos no momento das avaliações foram conduzidas pelos próprios pesquisadores. Em caso de dúvidas poderemos contatar os pesquisadores Profª Ms. Kátia Regina Ponciano (011-98138-9614), o Profº Dr Danilo Bocalini (011- 99892-3897) e o Profº Dr. Cássio Meira Junior (011-96310-8565), estarão à disposição, bem como o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu para conhecimento da veracidade do estudo pelo telefone 011- 2799-1665. São Paulo, ______ de ___________, 20___. ________________________________ ______________________________

Assinatura do Responsável Assinatura do Pesquisador (a)

124

ANEXO IV:

TERMO DE ASSENTIMENTO (no caso do menor)

Você está sendo convidado (a) a participar como voluntário (a) da pesquisa: “Carga de controle interno

de treino e distribuição da prática na aquisição de uma tarefa de nado sincronizado” Pretende-se, no

presente estudo, analisar os padrões de movimentos executados e também da frequência cardíaca (FC),

do lactato sanguíneo (LA), da percepção subjetiva de esforço (PSE) e do controle interno de carga (CIC).

Estas coletas serão feitas antes e após a rotina técnica. A FC será registrada com um frequencímetro e o

registro dos movimentos será por filmagem, sendo as imagens guardadas e utilizadas apenas pelo

pesquisador. Objetivo: Investigar o efeito da distribuição da prática maciça e distribuída em variáveis

comportamentais, fisiológicas e CIC na aquisição das habilidades de uma rotina seriada do NS.

Justificativa: não há estudos que analisaram o comportamento fisiológico no processo de aprendizagem

motora, sendo esta uma relação importante para planejamento da prática. Procedimento: para participar

deste estudo, o responsável por você deverá autorizar e assinar um termo de consentimento. Você não

terá nenhum custo, nem receberá qualquer vantagem financeira. Haverá esclarecimento para qualquer

dúvida e você estará livre, em qualquer momento, para participar, recusar ou desistir. O responsável por

você poderá retirar o consentimento ou interromper a sua participação a qualquer momento. A sua

participação é voluntária e a recusa em participar não acarretará qualquer penalidade ou modificação na

forma em que é atendido (a) pelo pesquisador que irá tratar a sua identidade com padrões profissionais

de sigilo. Você não será identificado em nenhuma publicação. Este estudo apresenta risco mínimo e

para quaisquer danos eventualmente produzidos pela pesquisa, você tem assegurado o direito a

ressarcimento ou indenização. Ao final do estudo, os resultados estarão à sua disposição e seu nome ou

o material que indique sua participação não será liberado sem a permissão do seu responsável. Os

dados e instrumentos utilizados na pesquisa ficarão arquivados com o pesquisador responsável por um

período de 5 anos, e após esse tempo serão destruídos. Este termo de consentimento encontra-se

impresso em duas vias, sendo que uma cópia será arquivada pelo pesquisador responsável, e a outra

será fornecida a você.

Eu, ________________________________________________________, portador (a) do

documento de Identidade _____________________________, fui informado (a) dos objetivos

do presente estudo de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a

qualquer momento poderei solicitar novas informações, e o meu responsável poderá modificar

a decisão de participar se assim o desejar. Tendo o consentimento do meu responsável já

assinado, declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste termo

assentimento e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas.

São Paulo, ____ de ______________ de 20____.

125

Apêndice 2: Carta de aceite do Artigo: “Reliability of judge evaluation on

technical elements of synchronized swimming vídeo” na Revista Brasileira de

Medicina do Esporte.

From: Revista Brasileira de Medicina do Esporte RBME <[email protected]> Sent: Wednesday, April 12, 2017 9:54 AM To: Professor Danilo Sales Bocalini Subject: [RBME] Decisão editorial - Correções Obrigatórias Prezado(a) Doutor(a) Professor Danilo Sales Bocalini O artigo "Reliability of judge evaluation on technical elements of synchronized swimming video" enviado para publicação na Revista Brasileira de Medicina do Esporte, foi avaliado pelo Corpo Editorial. Pedimos sua atenção aos comentários dos revisores do artigo de sua autoria, submetido no site Scielo. Necessitamos que as adequações solicitadas pelos revisores sejam providenciadas e anexadas no Sistema de Submissão Online pelo link versão do autor ou como documento suplementar. Estamos enviando abaixo o parecer dos avaliadores para apreciação e adequação. Favor destacar em vermelho as adequações solicitadas. Avaliadores: Reviewer comments The article is relevant and brings contributions to the sport field. However, it needs some adjusts to be ready for publication in RBME. First of all, the text needs a language review by a native speaker. There are some mistakes throughout the text. The abstract does not present the purpose of the paper. Still in the abstract, the correlation coefficient is missing. It is required that authors put the tables in word editable format The authors cited an appendix that not exists. Please complete the information needed in the text. We suggest change the topic “practical applications” to after the “Conclusions”. Some references used to discuss about fotogrametry are a little bit old (more than 10 years)… there is one more actualized from the RBME: Perin Andrea, Ulbricht Leandra, Ricieri Denise da Vinha, Neves Eduardo Borba. Use of biophotogrammetry for assessment of trunk flexibility. Rev Bras Med Esporte [Internet]. 2012 Jun [citado 2017 Abr 11] ; 18( 3 ): 176-180. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922012000300008&lng=pt.

126

Apêndice 3: Carta de aceite do Artigo: “Efeitos da distribuição da prática no

desempenho e retenção de uma tarefa motora do nado sincronizado”.

127

Apêndice 4: Carta de aceite do Artigo: “Influência verbal nas estratégias de

coping em atletas de nado sincronizado”. Revista de Psicologia Del Deporte

Apreciado colega: Le adjuntamos los resúmenes de las revisiones efectuadas anónimamente a su manuscrito de referencia #2191. Como verá, los revisores destacan que debe mejorarse: 1) el lenguaje utilizado, hay errores de português, necessita de corrección ortográfica y gramatical.; 3) el referencial bibliográfico necesita ser más actualizado; 4) el método usado necesita una revisión, introducir el tipo de investigación y de aspectos apuntados por los revisores; 5) los resultados necesitan de una revisión acerca de los aspectos apuntados; y 5) la discusión puede ser mejorada, acabando con las limitaciones y futuros posibles desarrollos. Asimismo, por favor revise que las referencias tanto en el texto como en la sección propia, se ajusten a las normas APA específicas de la RPD/JSP. Le rogamos que cuando haya realizado las modificaciones sugeridas por los revisores, introduzca la nueva versión del manuscrito (con el mismo número de referencia) en la plataforma de la revista (rpd-online), junto con una carta a los Editores en la que se enumeren y expliquen los cambios/modificaciones realizadas y el lugar en el texto. Tiene usted quince días para llevar a cabo estas modificaciones. Reciba un cordial saludo, Regina Brandao Editora Especial Alexandre Garcia-Mas Senior Editor, responsable de Suplementos y Monográficos Revisor A 1. O artigo é bom, porém ressalto a importância de se realizarem as pequenas mudanças que sugeri, pois desta forma o artigo fica mais claro e conciso. 2. Introdução - Bem desenvolvida, estruturada e fundamentada com aspectos científicos atuais da temática. 3. Método - Faltou mencionar a natureza da pesquisa e como ocorreu a escolha dos participantes. Bem como, revisar algumas frases que assinalei, pois ficaram um pouco confusa e deixando a desejar no entendimento das mesmas. 4. Resultados - Estão adequados e compatíveis com a metodologia proposta. 5. Discussão - Acredito que a discussão poderia ser um pouco mais explorada e relacionada com outras pesquisas, mas no geral ela está boa e adequada. 6. Como o artigo não está indicando o número de linhas irei colocá-lo no arquivo em anexo para que os autores possam visualizar melhor as dicas. REVISOR B 1. Na pág. 5 A descrição do estresse ficou perdida no meio do texto, fazer uma ligação mais clara com o coping. 2. Será que apenas a competição na infância e adolescência geram estresse? 3. Quando fala das pesquisas acerca do coping demonstram a importância desta estratégia no desempenho esportivo, citar pesquisas mais atuais. 4. Na pág. 7 Explicar o que é T1 e T2, ficou confuso. 5. iCASC-40, Este teste foi validado e adaptado para o português? Descrever com mais detalhes a validação do instrumento. 6. No tratamento estatístico faltou apresentação da normalidade dos dados, foi feito? Qual procedimento? Pois pelo número de participantes

128

seria a indicação de testes não paramétricos. Com isso a análise seria outra. 7. Porque 10 pares se são 23 participantes, descrever melhor. 8. Quando escreve "Os valores médios obtidos nos dois momentos foram..." Estes valores são as notas dos árbitros? Deixar mais claro. 9. Discussão - Clara e pertinente. Atualizar referências. 10. O manuscrito apresenta vários erros de português, acentos, pontuação e ortografia. ________________________________________________________________________ Revista de Psicologia del Deporte http://rpd-online.com

129

Apêndice 5: Carta de aceite do Artigo - co-autora: “As diferentes fases do ciclo

menstrual não influenciam o rendimento de atletas de nado sincronizado”.

De: Atha RBME <[email protected]> Data: 21 de ago de 2017 12:13 PM Assunto: RBME 175109 – APROVAÇÃO LAYOUT 48hs Para: [email protected] Cc: Prezada Dr. Danilo, boa tarde.

O referido artigo RBME 175109 foi aprovado, revisado e adequado e

será publicado na próxima edição.

Segue em anexo o arquivo com as solicitações para as devidas revisões, com retorno em 48 horas para este e-mail.

As adequações e alterações adicionais devem ser destacadas pelo

autor no texto/arquivo em anexo.

(A conferência dos nomes, instituições, n. ORCID, tabelas e figuras,

são de inteira responsabilidade dos autores)

O artigo entrará em produção, portanto, necessitamos de sua valiosa

colaboração.

Se houver alguma dúvida, por gentileza entrar em contato.

Atenciosamente,

Mª. Selda Costa / Arthur T. Assis Atha Comunicação e Editora. (55 11) 5579-5308 / 5087-9502

130

Apêndice 6: Carta de aceite do Artigo - co-autora: “Futsal as a strategy for the

improvement of elementar abilities and for the development of the body image

in children”. Revista Motricidade.

Sra. Katia Regina Ponciano: It is a pleasure to accept your manuscript entitled "Futsal as a strategy for the improvement of elementary abilities and for the development of the body image in children". Please, refine your manuscript according to some minor revisions pointed out by the reviwers. Submit the new document to the OJS system. Please note that your article cannot be published until you have signed the appropriate license agreement and some further actions to be taken. Within the next few days you will receive an email by our staff. Thank you for your contribution. On behalf of the Editors of Motricidade, we look forward to your continued contributions. Sincerely, Nuno Domingos Garrido Director of Motricidade (ISSN 1646-107X, eISSN 2182-2972) Available in http://revistas.rcaap.pt/motricidade/index ------------------------------------------------------

131

Apêndice 7: Artigo Original - co-autora: “Prevalência de sobrepeso e

obesidade infantil em instituições de ensino: públicas vs. privadas”.