87
Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu Mestrado em Ciências do Envelhecimento O EFEITO DA QUIMIOTERAPIA NO CONSUMO ALIMENTAR, ESTADO NUTRICIONAL E QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM NEOPLASIAS COLORRETAIS JESSICA SILLAS DE FREITAS SÃO PAULO 2020

Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

Universidade São Judas Tadeu

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu

Mestrado em Ciências do Envelhecimento

O EFEITO DA QUIMIOTERAPIA NO CONSUMO ALIMENTAR, ESTADO

NUTRICIONAL E QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM NEOPLASIAS

COLORRETAIS

JESSICA SILLAS DE FREITAS

SÃO PAULO

2020

Page 2: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

JESSICA SILLAS DE FREITAS

O EFEITO DA QUIMIOTERAPIA NO CONSUMO ALIMENTAR, ESTADO

NUTRICIONAL E QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM NEOPLASIAS

COLORRETAIS

Dissertação apresentada ao Curso de

Mestrado do Programa de Pós-Graduação

Stricto Sensu em Ciências do

Envelhecimento da Universidade São Judas

Tadeu para obtenção do título de Mestre em

Ciências do Envelhecimento.

Orientadora: Profª. Dra. Rita de Cássia de Aquino

SÃO PAULO

2020

Page 3: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

Não tratar o caso como um desafio científico, mas sim como uma

paixão. Unir o esforço técnico e o compromisso afetivo, associar

a inteligência da pesquisa biológica ao desejo apaixonado de

defender a vida dos outros, sentir como um ato de fé que o valor

de cada uma dessas vidas é infinito, eis a tarefa.

Jean Bernard

[ESPERANÇAS E SABEDORIA DA MEDICINA, EDITORA UNESP, 1997, CAP. 7.]

Page 4: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelo oportunidade, força, saúde para desenvolver este lindo

projeto.

Agradeço a minha família, em especial meus pais e minha irmã que tanto auxiliaram

e compreenderam minha falta de tempo e ausência nas festividades familiares;

Agradeço a Erica Line que desde meu primeiro interesse super apoiou, incentivou e

guiou-me até os últimos minutos do mestrado, minha madrinha;

Agradeço minha ex coordenadora Denise Cunha que mesmo com diversos

empecilhos da equipe, permitiu que eu inicia-se o mestrado;

Agradeço a minha coordenadora Rosimeire Lessi e a equipe da nutrição H9J por

acolhimento, apoio e incentivo que recebi;

Agradeço a Josiane Cadedo e Joyce Aliprandi por todo auxilio e parceria ne amizade

desenvolvida na coleta;

Agradeço a Laide por toda ajuda nos cálculos das dietas

Agradeço as minhas amigas do mestrado Rejeane, Carina e Eliana por sempre estar

de ouvidos e corações abertos para me acalentar;

Agradeço as minha amigos Marcelo Cristiano, Felipe Galdino, Franciele Maciel, por

todo incentivo e compreensão;

Agradeço em especial a Larissa Samara, Maria Cristina e Sandra Souza por toda

torcida, apoio e companheirismo;

Agradeço ao meu namorado Anderson Pereira que me aturou e apoiou nos

momentos em que estava mais atribulada;

Agradeço ao Ambulatório da Gastroenterologia da UNIFESP em especial a Dra Nora

Manoukian Forones e a nutricionista Rafaela Destri pela oportunidade e auxilio;

Agradeço aos professores Agatha Nogueira Previdelli, Ana Lucia Gatti e Gilberto

Cândido Laurentino por todo ensinamentos e auxílio prestado;

Agradeço a minha Orientadora Rita de Cássia de Aquino por toda orientação, apoio,

ensinamentos e compreensão

Agradeço também a UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU por esta oportunidade

desenvolvimento profissional.

Page 5: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

RESUMO

Introdução: A população brasileira encontra-se em processo de envelhecimento e o

avançar da idade é um dos fatores de oncogênese. O câncer de colón e reto é o

segundo câncer mais incidente nos homens e mulheres, sendo que quanto maior a

faixa etária, maior o risco. Dentre os tratamentos antineoplásicos a quimioterapia pode

diminuir os índices de recidiva e melhorar a sobrevida geral. O acompanhamento

nutricional dos pacientes oncológicos, em especial o idoso, contribui para a obtenção

de melhores níveis de qualidade de vida e maior eficácia terapêutica. Uma detecção

precoce das alterações nutricionais, toxicidade do tratamento e qualidade de vida

permite a intervenção em momento oportuno. Objetivo: Avaliar o efeito da

quimioterapia no consumo alimentar, o estado nutricional e a qualidade de vida em

pacientes com neoplasias colorretais em tratamento quimioterápico. Casuística e

Métodos: Estudo de pesquisa epidemiológica observacional, com delineamento

descritivo transversal de campo realizado Ambulatório de Gastroenterologia da

Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), com 35 pacientes de ambos os

sexos, com idade igual ou superior a 50 anos. Resultados: Foram coletados no

período de janeiro a agosto de 2019, 35 pacientes com idade média de 67,5 anos,

51,4% homens, 82,9% com localização tumoral em colón sigmoide e reto e a maioria

em estadiamento avançado. O consumo alimentar foi menor e as diferenças foram

estatisticamente significantes para energia, carboidratos, lipídios, folato, selênio,

magnésio e ferro após a infusão da quimioterapia. Em relação ao estado nutricional,

segundo a ASG-PPP, 94,3% dos pacientes apresentaram desnutrição, sendo que

48,6% desnutrição grave. Na avaliação das atividades de vida diária, 34,3%

apresentaram algum grau de dependência funcional e quanto a qualidade de vida, os

pacientes apresentaram piora do desempenho de papel, função física e dor.

Conclusão: O tratamento impactou na redução do consumo alimentar dos pacientes

imediatamente após a realização da sessão de quimioterapia, o que demostra a

importância de orientação e intervenção nutricional, principalmente energética, após

o procedimento. A composição corporal entre uma sessão e outra não se alterou, uma

vez que o estado nutricional se mostrou comprometido na maioria dos pacientes. O

nível de dependência e a qualidade de vida pioraram ao decorrer do tratamento, e a

maior frequência de toxicidade ocorreu após a infusão. Assim, o presente estudo

demonstrou que a intervenção nutricional deve ocorrer no momento do diagnóstico,

até o término do tratamento, principalmente entre cada sessão de quimioterapia,

visando melhorar a adequação da ingestão alimentar de todos os nutrientes, manter

ou recuperar o estado nutricional e colaborar com melhor qualidade de vida.

Page 6: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Períodos dos atendimentos realizados para coleta de

dados..........................................................................................................................24

Page 7: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Classificação do estado nutricional de idosos segundo o índice de massa

corporal.......................................................................................................................29

Quadro 2. Classificação do estado nutricional de adultos segundo o índice de massa

corporal.......................................................................................................................29

Quadro 3. Critério comum de terminologia para eventos adversos – alterações de

trato gastrointestinal...................................................................................................31

Quadro 4. Critério comum de terminologia para eventos adversos – alterações trato

gastrointestinal...........................................................................................................32

Page 8: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

LISTA DE ABREVIATURAS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

ASCO American Society of Clinical Oncology

ASG-PPP Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo próprio paciente

AVD Atividades de Vida Diária

CCR Câncer Colorretal

CEP Comitê de Ética e Pesquisa

CB Circunferência do Braço

CP Circunferência da Panturrilha

CTCAE Common Terminology Criteria for Adverse Events

DCNT Doenças Crônicas não Transmissíveis

DCT Dobra Cutânea Tricipital

DPE Desnutrição Proteica Energética

DRIs Dietary Reference Intake

ECOG Eastern Cooperative Oncology Group

EORTC European Organization for Research and Treatment of Cancer

ESMO European Society for Medical Oncology

IDH Índice de Desenvolvimento Humano

INCA Instituto Nacional de Câncer

IMC Índice de Massa Corporal

NCI National Cancer Institute

NDSR Nutrition Data System for Research

NIH National Institute of Health

Page 9: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

OMS Organização Mundial da Saúde

OPAS Organização Pan-Americana da Saúde

QV Qualidade de vida

QVRS Qualidade de vida relacionada a saúde

SOBRAFO Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

SUS Sistema Único de Saúde

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIFESP Universidade Federal de São Paulo

USDA Departamento de Agricultura dos Estados Unidos

USJT Universidade São Judas Tadeu

USP Universidade de São Paulo

WCRF World Cancer Research Fund

WHO World Health Organization

5-FU 5-Fluoracil

Page 10: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 12

1.1 ENVELHECIMENTO E CÂNCER ................................................................................................... 12

1.2 NEOPLASIAS COLORRETAIS....................................................................................................... 13

1.3 CONSUMO ALIMENTAR ............................................................................................................ 16

1.4 ESTADO NUTRICIONAL ............................................................................................................. 18

1.5 QUALIDADE DE VIDA ................................................................................................................ 19

2. JUSTIFICATIVA .............................................................................................................................. 21

3. HIPÓTESE ...................................................................................................................................... 22

4. OBJETIVOS .................................................................................................................................... 23

4.1 Geral ............................................................................................................................................... 23

4.2 Específicos ...................................................................................................................................... 23

5. CASUÍSTICA E MÉTODOS .............................................................................................................. 24

5.1 Tipo de estudo................................................................................................................................ 24

5.2 População de estudo ...................................................................................................................... 24

5.3 Critérios de Inclusão e Exclusão ............................................................................................... 24

5.4 Aspectos Éticos ............................................................................................................................... 24

5.6 Descrição das Etapas ...................................................................................................................... 25

5.6.1 Protocolos de Quimioterapia (UNIFESP).................................................................................. 26

5.6.2 Consumo alimentar ................................................................................................................. 27

5.6.3 Avaliação da composição corporal .......................................................................................... 28

5.6.3.1 Triagem Nutricional- Avaliação Nutricional Subjetiva Global Produzida Pelo Próprio

Paciente (ASG-PPP) .......................................................................................................................... 28

5.6.3.2 Avaliação Antropométrica .................................................................................................... 28

5.6.4 Toxicidade ............................................................................................................................... 30

5.6.5 Qualidade de Vida ................................................................................................................... 34

5.6.5.1 EORTC QLQ – C30 ................................................................................................................. 34

5.6.5.2 EORTC QLQ – C29 ................................................................................................................. 35

5.6.5.3 ECOG .................................................................................................................................... 36

5.6.5.4 Avaliação das atividades básicas de vida diária .................................................................... 36

6. ANÁLISE ESTATISTICA ................................................................................................................... 38

7. RESULTADOS ................................................................................................................................ 39

8. DISCUSSÃO ................................................................................................................................... 48

Page 11: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

9. CONCLUSÃO ................................................................................................................................. 57

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................. 58

APÊNDICE 01...............................................................................................................................67

APÊNDICE 02...............................................................................................................................68

ANEXO 01....................................................................................................................................74

ANEXO 02....................................................................................................................................76

ANEXO 03....................................................................................................................................78

ANEXO 04....................................................................................................................................80

ANEXO 05....................................................................................................................................82

ANEXO 06....................................................................................................................................84

ANEXO 07....................................................................................................................................86

ANEXO 08....................................................................................................................................87

Page 12: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

12

1. INTRODUÇÃO

1.1 ENVELHECIMENTO E CÂNCER

O envelhecimento pode ser definido como um conjunto de modificações

fisiomorfológicas, bioquímicas e psicológicas, que são determinantes na perda

gradual da capacidade de adaptação do indivíduo ao ambiente (FERREIRA et.al.,

2010). Este é um processo dinâmico, irreversível e progressivo que ocasiona no

organismo complexas alterações nos aspectos biológicos, psicológicos e sociais

(LIMA et al., 2017).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2014) o número de pessoas

com 60 ou mais anos de idade aumentará de 900 milhões para 2 bilhões entre 2015

e 2050. A OMS publicou em 2015 o projeto de estratégia global e plano de ação sobre

envelhecimento e saúde, com a proposta de que até 2020 os governos e as

instituições não governamentais construam uma plataforma para apoiar a década do

envelhecimento saudável (2020-2030), definido como o processo de desenvolvimento

e manutenção da capacidade funcional que permite o bem-estar de idosos (WHO,

2016; WHO, 2017). De acordo com o Ministérios da Saúde (2016), o Brasil possui a

quinta maior população idosa do mundo, com cerca de 28 milhões de pessoas com

60 anos ou mais, o que representa 13,7%¨da população geral.

O expressivo aumento do envelhecimento populacional é uma realidade

brasileira e mundial e ocorre devido a dois fatores principais: o declínio da mortalidade

e a queda da natalidade. Este processo de transição demográfica acarreta mudanças

no padrão de morbidade, caracterizado pelo aumento da prevalência das Doenças

Crônicas não Transmissíveis (DCNT), que podem gerar incapacidades, sequelas e

óbitos (MANSO e GALERA, 2015; PIMENTA et al., 2015).

Dentre as DCNT de maior impacto mundial destacam-se as doenças

cardiovasculares, diabetes, doenças respiratórias crônicas e câncer. A maioria dos

óbitos por DCNT é atribuída às doenças do aparelho circulatório e ao câncer, porém

apesar de elevada, observou-se redução de 20% na última década, principalmente

em relação às doenças do aparelho circulatório. Entretanto, é incontestável que a

transição demográfica e a falta de controle das DCNT geraram aumento de casos

Page 13: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

13

novos e mortes por câncer, principalmente entre os idosos. Se nada for feito, em 2029

o câncer se tornará a primeira causa de morte no país (OBSERVATÓRIO DE

ONCOLOGIA, 2018 e CARVALHO MALTA et al., 2016).

O câncer é uma doença em ascensão e os números de novos casos são cada

vez maiores, e figura entre as enfermidades com os custos sociais mais elevados

(OBSERVATÓRIO DE ONCOLOGIA, 2018). O Instituto Nacional de Câncer (INCA)

estima que no triênio de 2020 a 2022 cerca de 625 mil novos casos da doença sejam

diagnosticados no Brasil para cada ano. Ainda de acordo com o INCA, esses números

são o reflexo do envelhecimento geral da população brasileira (INCA, 2020).

O avançar da idade é um dos fatores que mais se destaca no processo de

oncogênese em decorrência da maior exposição aos fatores de risco ao longo dos

anos. A incidência de câncer é 11 vezes maior em indivíduos maiores de 65 anos e

mais de 80% das mortes por neoplasias malignas são diagnosticadas em pessoas

com mais de 60 anos (SCHMALTZ, 2011).

O câncer é uma doença que se caracteriza pelo crescimento descontrolado,

rápido e invasivo de células com alteração em seu material genético. Vários fatores

predispõem para seu desenvolvimento, tais como: tabagismo, idade, obesidade,

excessos de radiações ambientais, alimentação, exposição a determinados tipos de

vírus e outros agentes infecciosos, inatividade física, poluição ambiental,

carcinógenos ocupacionais, hereditariedade e etilismo (ROTTENBERG et al., 2010,

PAZ et al., 2011).

Nesse contexto, é importante destacar que as alterações no padrão alimentar

como o baixo consumo de alimentos ricos em fibras, vitaminas e minerais, e o elevado

consumo de alimentos processados, açúcares e gorduras saturadas compõem um

dos principais fatores de risco para determinados tipos de câncer, como o de colorretal

(WCRF, 2017 e ESMO, 2017).

1.2 NEOPLASIAS COLORRETAIS

O câncer colorretal (CCR) é a neoplasia que acomete intestino grosso que é

subdividido em cólon (ascendente, transverso, descendente e sigmoide) e reto. A

maioria dos casos tem origem em pólipos adenomatosos ou áreas de displasia, e a

progressão para adenocarcinoma é lenta, em média dez anos, fazendo com que esse

Page 14: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

14

tipo de neoplasia seja o alvo ideal de programas de prevenção e rastreamento da

população (MENEZES et al., 2016).

As neoplasias colorretais possuem relevância epidemiológica em nível mundial,

uma vez que é a terceira neoplasia maligna diagnosticada e a quarta principal causa

de morte por câncer, e representou 1,4 milhões de casos novos e quase 700 mil óbitos

em 2012. Uma grande variação geográfica tem sido observada, com taxas elevadas

nos países mais desenvolvidos comparados àqueles menos desenvolvidos. Mais de

50% dos casos manifestam-se em indivíduos com idade superior a 60 anos e quanto

maior a idade, maior o risco de desenvolvimento (INCA, 2018 e JONES et al., 2017).

As taxas de incidência e mortalidade por câncer colorretal variam no mundo

segundo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), sendo identificados três

padrões: (1) elevação de ambas as taxas nas mais recentes décadas em países que

passaram por uma rápida transição econômica, entre eles o Brasil; (2) aumento da

incidência e diminuição da mortalidade em países com alto IDH, incluindo Canadá,

Reino Unido, Singapura e Dinamarca; e (3) diminuição de ambas as taxas nos países

com IDH elevado, como Estados Unidos, Japão e França (INCA, 2018). No Brasil,

estimam-se, para cada ano do triênio de 2020 e 2022, 41.990 novos casos de câncer

de cólon e reto. Atualmente é o segundo câncer mais incidente nos homens e em

mulheres sem considerar os tumores de pele não melanoma (INCA, 2020).

As neoplasias colorretais geralmente são assintomáticas, entretanto, devem

ser valorizados os sintomas e sinais de alerta, tais como sangramento retal, sangue

nas fezes, mudança no hábito intestinal ou na consistência e formato das fezes,

tenesmo, cólicas abdominais, inapetência e perda de peso. Em estágio inicial

geralmente não apresenta sintomas, e por isso é necessário o rastreamento para

detecção precoce desta neoplasia (AMERICAN CANCER SOCIETY, 2018).

O rastreio é o processo para detectar a neoplasia em estágio inicial ou

displasias em pessoas assintomáticas sem história prévia de câncer. A American

College of Gastroenterology e a American Gastroenterological Association endossa

que o rastreamento das neoplasias colorretais em indivíduos de risco médio (pessoas

sem alto risco história familiar) deve iniciar a partir dos 50 anos e como a incidência

desta neoplasia está aumentando em indivíduos com menos de 50 anos, é

Page 15: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

15

recomendada a avaliação diagnóstica completa de jovens e adultos com suspeita de

sangramento retal (REX et al.,2017).

O tratamento das neoplasias colorretais pode ocorrer com terapias isoladas ou

combinadas, com cirurgia e/ou quimioterapia e radioterapia. A seleção do tratamento

deve considerar as características fisiológicas e a capacidade funcional de cada

paciente, perfil de toxicidade, tolerâncias e preferências do doente e protocolos

terapêuticos institucionais, sendo que a cirurgia oferece a melhor chance de cura.

Porém a associação da quimioterapia e radioterapia (em pacientes com câncer de

reto) complementa o tratamento por aumentar a sobrevida do indivíduo (LINDSKOG

et al., 2014 e MELO et al., 2017).

A quimioterapia é uma modalidade de tratamento que utiliza medicamentos

específicos que agem na interrupção ou retardo da oncogênese com o objetivo de

diminuir o volume da doença, retardar seu crescimento, evitar recidivas e aliviar os

sintomas do câncer (AMERICAN CANCER SOCIETY, 2018). O tratamento

quimioterápico pode contar com um ou combinações de medicamento e pode ser

indicado como neoadjuvante, ou seja, antes da cirurgia, utilizado para diminuir o tumor

e a agressividade do procedimento cirúrgico ou adjuvante, como tratamento

complementar (REX et al.,2017).

A quimioterapia adjuvante possibilita uma redução de 35% a 40% na taxa de

recorrência, o que significa ganho de sobrevida total de 12%, além de diminuir os

índices de recidiva e melhorar a sobrevida geral em cerca de 30% dos pacientes com

câncer de cólon estadio III (ANELLI et al., 2000; ROQUE e FORONES, 2006).

Em que pese os benefícios clínicos alcançados com o uso da quimioterapia, é

importante destacar que os medicamentos empregados no tratamento podem

provocar várias toxicidades nos pacientes (MELO et al., 2017). A toxicidade e a

tolerância aos quimioterápicos podem apresentar diferentes efeitos adversos. Os

efeitos adversos mais comuns na quimioterapia são a mielossupressão, diarreia,

mucosite, náuseas e vômitos (MELO et al., 2017).

As fluoro pirimidinas são os agentes quimioterápicos mais utilizados nos

protocolos antineoplasicos do câncer colorretal e apesar dos progressos terapêuticos

adquiridos, a toxicidade frente ao tratamento é variável e pode ser fator limitante de

sua continuidade (ROQUE e FORONES, 2006; MELO et al., 2017).

Page 16: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

16

O agravamento das toxicidades pode provocar graves consequências como

atrasos no ciclo de quimioterapia, redução de dose de medicamentos, internações

hospitalares bem como a substituição e/ou a interrupção do tratamento vigente e risco

de morte. De acordo com Common Terminology Criteria for Adverse Events (CTCAE),

as toxicidades provocadas pelos medicamentos antineoplásicos podem ser

classificadas em cinco tipos: grau 1 – leves ou assintomáticas; grau 2 – moderadas;

grau 3 – severas ou graves; grau 4 – ameaçadoras à vida; grau 5 – morte (MELO et

al., 2017 e SOBRAFO, 2011).

Em 2011 a Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia (SOBRAFO)

e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicaram o Guia para

Notificação de Reações Adversas em Oncologia para avaliar a toxicidade do

tratamento antineoplásico, com informações sobre critérios comuns, que foram

traduzidas a partir do material original Common Terminology Criteria for Adverse

Events (CTCAE).

Na neoplasia colorretal o quimioterápico de base utilizado para o tratamento é

o 5-fluorouracil (5-FU), que apresenta um alto grau de toxicidade e que pode ser

associado com outros quimioterápicos como ácido folinico (Leuvocorin), Irinotecano,

Oxaplatina e Cabecitabina. A toxicidade apresentada por estes quimioterápicos

depende da via e duração da infusão e pode apresentar reações cardiovasculares,

respiratórias, dermatológicas, hematológicas e gastrointestinais como anorexia,

diarreia, esofagofaringite, estomatite, náusea e vômitos, sangramento e ulceração

(HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, 2013).

As terapias antineoplásicas associadas ao câncer podem ter efeitos que

impactam de forma significativa no consumo alimentar e estado nutricional, levando

ao aumento da mortalidade, período de internação e óbito (ROLIM et al., 2011).

1.3 CONSUMO ALIMENTAR

A fase diagnóstica do câncer é cercada de muita ansiedade, depressão,

incertezas e sintomas como anorexia, inapetência e fadiga, em razão do perfil

catabólico da doença. Somado a isso, o tratamento oncológico ocasiona efeitos

colaterais como xerostomia, náusea, vômitos e redução do peristaltismo intestinal, que

deixam o organismo vulnerável e debilitado (PEREIRA et al., 2015).

Page 17: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

17

São inúmeras as situações que podem impactar na ingestão alimentar, tais

como, recursos econômicos, condições de moradia, presença ou ausência de

acompanhantes, além dos aspectos psicológicos e comportamentais. O planejamento

alimentar poderá minimizar a evolução e o agravamento da doença e efeitos

colaterais, e um conjunto de mudanças dietéticas combinadas e ajustadas podem

garantir uma ingestão alimentar que prioritariamente previna o catabolismo proteico e

a desnutrição (PHILIPI et al., 2015).

A redução no consumo alimentar do paciente com câncer é multifatorial e está

relacionada a problemas específicos do tumor e do tratamento. Algumas terapias

antineoplásicas ocasionam efeitos colaterais responsáveis pela baixa ingestão

alimentar, isto porque a maioria dos sintomas estão relacionados ao trato

gastrointestinal. O fato do paciente apresentar neoplasia maligna classifica-o em risco

nutricional, devido às alterações metabólicas que os tratamentos utilizados

acarretarão (BRANDALIZE et al., 2013; MASTELARO et al., 2016; POLTRONIERI e

TUSSET, 2016).

Muitos pacientes atribuem a diminuição do apetite e da ingestão alimentar a

alterações desagradáveis do paladar e do olfato e os fatores que afetam são

complexos (anatômicos, fisiológicos ou de outra natureza) e causam rejeição de

alimentos nutritivos, contribuindo para a anorexia e diminuição no consumo alimentar

(PACHECO, 2005). Durante o tempo em que a droga antineoplásico continua ativa,

as células sensoriais do paladar são prejudicadas, possibilitando a diminuição da

sensibilidade aos sabores, o que pode favorecer as aversões alimentares

desenvolvidas decorrentes da relação entre o mal-estar acarretado pela quimioterapia

e o sabor do alimento consumido (FERREIRA et al., 2016).

Segundo o estudo de SANTOS et al. (2015), que correlacionou a

recomendação nutricional com a ingestão alimentar de pacientes oncológicos, houve

um déficit calórico de -773,63 kcal/dia e de -46,5 g/dia de lipídeos. O não alcance das

necessidades nutricionais, em especial de lipídeos, torna-se um ponto negativo na

terapia nutricional, haja vista que essa população de pacientes tende a responder com

a instalação da síndrome da caquexia do câncer, caracterizada por degradação de

tecido adiposo e proteico (PACHECO, 2005).

Page 18: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

18

Sendo assim, torna-se imprescindível uma avaliação nutricional e dietética em

pacientes com neoplasia colorretal, a fim de possibilitar uma terapêutica nutricional

para minimizar os desconfortos gastrointestinais que possam prejudicar o consumo e

impactar no estado nutricional e a qualidade de vida (AZEVEDO e BOSCO, 2011).

1.4 ESTADO NUTRICIONAL

Na população em envelhecimento, mesmo quando a doença em estudo não é

a neoplasia, os indivíduos com idade maior ou igual a 60 anos com perda de peso

maior que 5% e baixo índice de massa corporal (IMC) apresentam maiores riscos de

mortalidade. Os efeitos adversos da perda de peso e do baixo IMC têm sido

demonstrados nos pacientes mais velhos, incluindo com neoplasias (INCA 2016).

As alterações nutricionais associadas ao tratamento quimioterápico do câncer

são complexas, de etiologia múltipla e sofrem interações com eventos relacionados

ao próprio câncer, tratamento e a alteração cognitivo-comportamentais. Dentre estas

alterações, a redução no consumo alimentar é um efeito colateral muito frequente e

que está relacionado tanto com a doença quanto com ao tratamento (ROLIM et al.,

2011; PEREIRA et al., 2015).

O estado nutricional dos individuos com neoplasias colorretais é um fator

determinante e está fortemente associado com o prognóstico, além de permitir a

estimativa da tolerabilidade ao tratamento e progressão da doença. A desnutrição está

associada à progressão tumoral e pode refletir o aumento no metabolismo ocasionado

pela doença e tratamento (ROQUE e FORONE, 2006).

A desnutrição é uma condição frequente nos pacientes idosos com câncer.

Tal condição aumenta a sua vulnerabilidade para a doença, podendo ocorrer redução

da massa muscular e do tecido adiposo, e coloca-os assim em maior risco de

síndrome de realimentação, caquexia e/ou sarcopenia (CONSENSO NACIONAL DE

ONCOLOGIA, 2016).

Page 19: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

19

A síndrome anorexia-caquexia é responsável pela perda involuntária e

progressiva de peso, massa magra, astenia e é considerada o distúrbio nutricional

mais importante observado nos idosos oncológicos. Essa síndrome, aparece na fase

mais tardia da doença. O componente inflamatório da caquexia do câncer contribui

para essa perda ponderal e para as complicações que se seguem ao trauma

oncológico clínico e à resposta inflamatória. O impacto dessa condição clínica na

saúde dos idosos, faz com que esse grupo apresente pior prognóstico, agravos à

saúde, menor tolerância ao tratamento e maiores taxas de internações hospitalares

(OZORIO et al. 2017; VAN DER WERF et al., 2018).

Um dos desafios de tratar os idosos oncológicos é o risco de maior toxicidade

dos tratamentos. A utilização da avaliação geriátrica ampla que identifica o nível de

dependência do indivíduo idoso frágil, é uma alternativa que abrange aspectos

médicos, psicológicos, funcionais, nutricionais e sociais e tem sido recomendada para

pacientes idosos com câncer pela Sociedade Internacional de Oncologia e Geriatria.

(CONSENSO NACIONAL DE ONCOLOGIA,2016).

O acompanhamento nutricional dos pacientes em tratamento oncológico, em

especial o idoso, contribui para a obtenção de melhores níveis de qualidade de vida e

maior eficácia terapêutica (GALLEGO et al., 2006; ROLIM et al., 2011).

1.5 QUALIDADE DE VIDA

O conceito de qualidade de vida (QV) é multidimensional, subjetivo, complexo

e busca relacionar saúde física com aspectos sociais, culturais, ambientais e

espirituais. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) a QV está relacionada com

a percepção do indivíduo com seu meio, além de avaliar suas expectativas e objetivos

para o futuro. Pode-se dizer que a qualidade de vida é a satisfação individual ou

felicidade com a vida nos domínios em que o indivíduo considerar relevante, sendo a

saúde um dos critérios (MIRANDOLA, 2014).

Outras definições da QV, bem como métodos para mensurá-las podem ser

encontrados, o que ressalta o fato de ser um conceito complexo, com uma diversidade

de significados, e embora seja uma medida subjetiva, tem sido reconhecida como um

construto importante no meio cientifico cujo os resultados possibilitam a tomada de

decisão em programas e tratamentos na área da saúde (CRUZ, 2012).

Page 20: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

20

A qualidade de vida está relacionada a autoestima e bem-estar, desta forma

tende a ser influenciada por vários aspectos como saúde global, nível sócio

econômico, estilo de vida, interação social, suporte familiar e satisfação com a vida

(CAMELLO et al., 2016). Enquanto alguns estudos enfatizam a saúde funcional e

incapacidade/deficiência, outros destacam fatores sociais e psicológicos como por

exemplo, satisfação corporal e felicidade, também se referindo a manutenção da

saúde nos aspectos físicos, espirituais, psíquicos, sociais, abrangendo a percepção

sobre a posição na vida, nível de dependência e sistema de valores (PEREIRA et al.,

2015).

A qualidade de vida do idoso tem sido associada a questões de dependência-

autonomia observadas no envelhecimento e que resultam em diversas alterações

associada a autoestima, bem-estar pessoal e engloba fatores como autocuidado,

satisfação com as atividades diárias, interação social e estado de saúde

(MIRANDOLA, 2014).

Para idosos com câncer, uma avaliação geriátrica abrangente é a base para o

desenvolvimento de um plano integrado e coordenado de cuidados, tratamento e

acompanhamento. Diversas ferramentas de QV relacionadas à saúde (QVRS) podem

ser usadas na prática clínica para avaliar a QV inicial dos pacientes, monitorar e medir

alterações. Além disso, nos últimos anos, a QV tem sido reconhecida e recomendada

por órgãos como o Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) e Sociedade

Europeia de Medicina Oncologia (ESMO) (SCOTTÉ et al., 2018).

No câncer colorretal os pacientes apresentam diversos sintomas, como

problemas relacionados aos efeitos colaterais da quimioterapia, radiação e cirurgia. É

de extrema relevância pensar em QV nos pacientes oncológicos, tendo em vista que

eles estão vulneráveis a condições que afetam a sua perspectiva de vida (GANASH

et al., 2016 ; PEREIRA et al., 2015).

Uma detecção precoce das alterações nutricionais, toxicidade e qualidade de

vida no paciente oncológico permite a intervenção em momento oportuno. Esta

intervenção inicia-se no primeiro contato com o paciente, através da sua percepção

crítica, da história clínica e de instrumentos adequados que definirão um plano

terapêutico ideal (INCA, 2011).

Page 21: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

21

2. JUSTIFICATIVA

Considerando que pacientes com neoplasias colorretais estão propensos a

apresentar múltiplos efeitos colaterais em decorrência da evolução da doenças e da

toxicidade do tratamento quimioterápico, que impactarão no consumo alimentar, na

involução do estado nutricional e, na redução da qualidade de vida, e que podem

ocasionar maiores taxas de complicações clínicas, pior prognóstico, interrupção do

tratamento e aumento da morbimortalidade, justifica-se a relevância deste estudo ao

se propor a avaliar o efeito da quimioterapia no consumo alimentar, o estado

nutricional e qualidade de vida em pacientes com câncer de colorretal em tratamento

quimioterápico.

Page 22: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

22

3. HIPÓTESE

Hipotetizou-se que, pacientes em tratamento antineoplásico por câncer

colorretal, apresentam comprometimento no consumo alimentar, estado nutricional e

na qualidade de vida decorrentes de toxicidade do tratamento quimioterápico.

Page 23: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

23

4. OBJETIVOS

4.1 Geral

Avaliar o efeito da quimioterapia no consumo alimentar, o estado nutricional e

qualidade de vida em pacientes com neoplasias colorretais em tratamento

quimioterápico.

4.2 Específicos

Analisar o consumo alimentar e a adequação nutricional;

Avaliar o estado nutricional e possíveis involuções;

Verificar a qualidade de vida do paciente;

Identificar a presença e graduação da toxicidade em trato gastrointestinal.

Page 24: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

24

5. CASUÍSTICA E MÉTODOS

O presente estudo foi conduzido no ambulatório de Gastroenterologia da

Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), que realiza atendimentos

especializados em oncologia à pacientes do Sistema Único de Saúde – SUS. O

ambulatório é localizado na região central do munícipio de São Paulo. O atendimento

médico aos pacientes com neoplasias colorretal ocorre toda segunda-feira no período

da tarde e toda terça-feira no período da manhã. O presente estudo foi aprovado pelo

Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu (USJT) sob o número

96596218.3.0000.0089 (ANEXO 01) e da UNIFESP, sob o número

96596218.3.3003.5505 (ANEXO 02).

5.1 Tipo de estudo

Este estudo foi caracterizado como pesquisa epidemiológica observacional,

com delineamento descritivo transversal de campo.

5.2 População de estudo

A amostra foi constituída por 35 pacientes em tratamento quimioterápico

(neoadjuvante, adjuvante e paliativo) de câncer colorretal.

5.3 Critérios de Inclusão e Exclusão

Foram incluídos no estudo pacientes de ambos os sexos, maiores de 50 anos

de idade, com diagnóstico de câncer colorretal em quimioterapia e que concordaram

com o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Foram adotados como

critérios de exclusão pacientes em terapia nutricional enteral, com mais de um tumor

primário, em tratamento de quimioterapia concomitante a radioterapia ou em

tratamento quimioterápico via oral.

5.4 Aspectos Éticos

Page 25: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

25

Todos os participantes foram informados dos objetivos e procedimentos da

presente pesquisa, bem como da possibilidade reduzida de riscos na sua participação

e da total isenção de custos de ordem financeira. Todas as informações sobre os

riscos e benefícios dos procedimentos foram descritos no TCLE elaborado a partir da

Resolução nº 466/2012. Os pacientes selecionados receberam orientações e foram

esclarecidos sobre os objetivos da pesquisa e todas as etapas realizadas, e ao

concordar em participar assinaram o TCLE (ANEXO 03).

5.6 Descrição das Etapas

Os pacientes foram avaliados no primeiro dia de um dos ciclos quimioterápico

realizados, que geralmente são de 06 a 08, com intervalos de 14 até 21 dias. No

primeiro atendimento foi aplicado uma anamnese nutricional composta por dados

gerais e nutricionais (alergias e/ou intolerâncias alimentares, alteração recentes do

apetite e uso de suplementos - APÊNDICE 01), dados antropométricos (peso corporal

atual aferido e habitual, circunferências, dobras cutâneas e força de preensão

manual), avaliação subjetiva global realizada pelo próprio paciente (ASG-PPP) e um

recordatório de 24 horas. Também no primeiro atendimento ao paciente avaliou-se a

qualidade de vida e as atividades de vida diária por meio de instrumentos validados e

questionários específicos para indivíduos com câncer.

Para avaliar a dieta habitual após a quimioterapia, o paciente e os familiares

receberam orientações para a realização de dois registros de consumo alimentar em

domicílio, e a presença de sinais e sintomas de reações adversas e toxicidade

(APÊNDICE 02).

Considerando que as reações adversas e a toxidade ao tratamento iniciam

geralmente no segundo dia após infusão do quimioterápico, o registro do consumo

alimentar ocorreu no terceiro e no sexto dia após infusão (ou no 4º e 7º). Para o correto

preenchimento, o nutricionista responsável entrou em contato com o paciente (ligação

telefônica) para relembrar sobre as orientações prestadas na primeira consulta.

No primeiro dia do próximo ciclo de quimioterapia, os registros de consumo

alimentar retornaram preenchidos, conforme orientação do nutricionista responsável

pela pesquisa, e foram conferidos os dados de consumo e toxicidade registrados e

realizou-se um novo recordatório de 24horas, uma segunda avaliação antropométrica,

Page 26: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

26

avaliação subjetiva global realizada pelo próprio paciente (ASG-PPP), além da

aplicação dos questionários para avaliar a qualidade de vida e atividades básicas de

vida diária (FIGURA 1).

Figura 1. Período dos atendimentos realizados para coleta de dados

5.6.1 Protocolos de Quimioterapia (UNIFESP)

Há inúmeros protocolos e combinações de quimioterápicos para o tratamento

do câncer colorretal, e a escolha de qual será utilizado decorre do estadiamento,

localização do tumor e do período a ser administrado e ao objetivo do tratamento

(neoadjuvância, adjuvância e paliativo). Cada serviço hospitalar apresenta

disponibilidade para oferecer ao paciente o tratamento adequado, baseado nos

diversos Guidelines disponíveis.

Na central de quimioterapia da UNIFESP os protocolos utilizados e os

respectivos quimioterápicos são:

Flox: Composto por Oxaplatina 85mg/m², Leucovorin 500mg/m² e 5-fluorouracil

500mg/m², infundido em intervalos de 14 dias.

Flox Nórdico: Composto por Oxaplatina 85mg/m², Leucovorin 60mg/m² e 5-

fluorouracil 500mg/m², infundido em intervalos de 14 dias.

Xelox: Composto por Cabecitabina 1000mg/m² Oxaliplatina 130mg/m²,

infundido a cada 21 dias.

Page 27: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

27

IFL: Composto por Irotecano 125mg/m², Leucovorin 20mg/m² e 5-fluorouracil

500mg/m², infundido em intervalos de 14 dias.

5.6.2 Consumo alimentar

No primeiro dia de abordagem foi realizado um recordatório de 24 horas, com

a finalidade de registrar o consumo alimentar do paciente no dia anterior a realização

do ciclo de quimioterapia e também auxiliar na compreensão para o preenchimento

do registro alimentar em domicílio.

Para a avaliar o consumo alimentar após a quimioterapia foi utilizado o método

denominado registro alimentar. Para este registro foi disponibilizado um impresso com

orientações sobre o preenchimento, informações sobre horário, local, refeição,

preparação, alimentos e quantidades em medidas caseiras e hidratação. Neste

impresso também consta um quadro para a anotação da ausência, presença e

graduação da toxicidade e avaliação do apetite. Para melhor compreensão foi

elaborado um instrumento com orientações de como preencher, um exemplo de dieta

com todos os itens a serem considerados e descritos (APÊNDICE 2). Ao retorno deste

paciente no segundo atendimento foi realizado um novo recordatório de 24 horas.

A partir dos dados coletados foram avaliados a ingestão de nutrientes e suas

adequações de acordo com recomendações nutricionais. Para a obtenção de energia,

macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos), micronutrientes (vitaminas e

minerais) e fibras alimentares utilizou o Software Nutrition Data System for Research

(NDSR), versão 2013, da Universidade de Minessota. O programa é considerado um

software de precisão para o cálculo de ingestão alimentar, baseado na Tabela

desenvolvida pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Os micronutrientes foram avaliados como variáveis quantitativas (mg e μg),

segundo as recomendações da DRIs (Dietary Reference Intake). A proteína foi

avaliada segundo a ingestão de gramas por quilogramas de peso corporal, assim

como a leucina, aminoácido essencial para a síntese proteica e manutenção do tecido

muscular, de acordo com a recomendação do PROT-AGE Study Group.

Page 28: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

28

5.6.3 Avaliação da composição corporal

5.6.3.1 Triagem Nutricional- Avaliação Nutricional Subjetiva Global

Produzida Pelo Próprio Paciente (ASG-PPP)

A ASG-PPP (GONZALEZ, 2010) foi aplicada na primeira abordagem do

paciente (ANEXO 04). A primeira parte da avaliação é auto aplicada, com perguntas

sobre peso atual e alteração de peso no último mês e há 06 meses, alterações da

ingestão alimentar, presença de sintomas de impacto nutricional e capacidade física

e funcional. Este instrumento avalia sintomas específicos de pacientes com câncer,

como xerostomia, disgeusia, saciedade precoce e dor. A segunda parte deste método

avalia a doença e suas necessidades nutricionais, assim como o aumento da

demanda metabólica (presença de febre e/ou uso de corticoides). O exame físico

considerado na avaliação é realizado avaliando as reservas de massa gorda, massa

magra e presença de edema através de inspeção e palpação. O resultado da ASG-

PPP classifica o paciente oncológico em:

A – Eutrofia e/ou bem nutrido;

B – Risco de desnutrição ou desnutrição moderada;

C – Gravemente desnutrido.

5.6.3.2 Avaliação Antropométrica

Para a avaliação antropométrica foram aferidas medidas que

convencionalmente usa-se na pratica clinica, peso corporal, estatura, circunferência

do braço e panturrilha, dobra cutânea tricipital e força da preensão manual. As

medidas do peso, estatura e circunferência da panturrilha foram aferidas conforme as

técnicas preconizadas por FRISANCHO (1990).

A aferição do peso corporal e estatura foi realizada com pacientes vestidos com

roupas leves e descalços, posicionados de pé no centro da base de uma balança

digital com estadiômetro, da marca Filizola®, com escala 0,1kg de carga máxima de

150kg. Para a aferição da estatura os pacientes estavam com os pés unidos, em

postura ereta, braços estendidos ao longo do corpo, com o olhar fixo no horizonte.

Page 29: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

29

Para calcular o índice de massa corporal utilizou-se da equação onde o peso

em quilogramas é dividido pela estatura em metros ao quadrado (peso/estatura²) e o

resultado obtido foi classificado para idosos segundo a Organização Pan Americana

de Saúde (OPAS, 2002) (QUADRO 1) e para pacientes adultos utilizou-se com

referência a World Heath Organization (WHO, 2000).

Quadro 1- Classificação do estado nutricional de idosos segundo o índice de massa

corporal.

CLASSIFICAÇÃO kg/m²

Baixo peso < 23 Peso normal 23 – 27,9 Sobrepeso 28 – 29,9 Obesidade ≥ 30

Fonte: SABE/OPAS, 2002.

Quadro 2- Classificação do estado nutricional de adultos segundo o índice de massa

corporal.

CLASSIFICAÇÃO kg/m²

Desnutrição < 18,5 Eutrofia 18,5 – 24,9

Sobrepeso 25,0 – 29,9 Obesidade I 30,0 – 34,9 Obesidade II 35,0 – 39,9 Obesidade III >40,0

Fonte: WHO 2000

Para aferição da circunferência do braço (CB) foi utilizado uma fita métrica

flexível, com variação em milímetros. Os pacientes ficaram em posição ereta e os

braços soltos ao lado do corpo, a medida foi obtida no ponto médio entre o acrômio e

o olecrano do braço direito, com o mesmo relaxado. Os valores de CB foram

confrontados com os padrões de referência em percentis de acordo com o sexo e

idade, respectivamente publicados nas tabelas do National Health and Nutrition

Examination Survey- NHANES III para americanos adultos e idosos, e classificados

por NHANES II.

A medida de espessura de dobra cutânea tricipital (DCT) foi aferida com o uso

do adipômetro da marca Sanny® (pressão constante de 10 g/mm2), sendo realizada

no lado direito do avaliado, utilizando o dedo indicador e o polegar da mão esquerda

Page 30: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

30

para diferenciar o tecido adiposo subcutâneo do tecido muscular. No mesmo ponto

utilizado para avaliar a CB, foram introduzidas as pontas do adipômetro pinçada pelos

dedos. As hastes do compasso foram colocadas perpendiculares à superfície da pele

no local da medida. Foram executadas três medidas não consecutivas da dobra

tricipital. As medidas foram realizadas com o avaliado em posição ortostática e em

repouso. Os valores da dobra foram confrontados com os padrões de referência em

percentis de acordo com o sexo e idade, respectivamente publicados nas tabelas do

National Health and Nutrition Examination Survey- NHANES III para americanos

adultos e idosos, e classificados por NHANES II.

Para aferição da circunferência da panturrilha (CP) foi utilizada fita métrica

flexível com variação em milímetros. A CP indica modificações da massa livre de

gordura, que se produzem com o envelhecimento e a diminuição de atividade física.

A medida foi realizada com o paciente sentado, joelho dobrado em ângulo de 90 graus

e pés apoiados ao chão. Foi colocada a fita métrica ao redor da panturrilha esquerda

movimentando-a para encontrar o local de maior protuberância e classificada como

“perda de massa muscular” inadequada sendo ≤ 33 cm para as mulheres e ≤ 34 cm

para os homens com base nos dados de (PAGOTTO,2018).

A Força de Preensão Manual foi avaliada por meio da utilização de um

dinamômetro, Jamar® escala de 0 a 90 kg, obedecendo a seguinte técnica: paciente

sentado, com ombro aduzido, cotovelo fletido a 90ºC, antebraço em posição neutra e

punho da mão dominante com 0 a 30º de extensão. O paciente apertou o dinamômetro

com a maior força possível, para obter-se ao final sua medida de força (GERALDES

et al., 2008). Considera-se força de preensão diminuída em mulheres inferior a 16 kg

e em homens, inferior a 27 kg (CRUZ-JENTOFT et al.,2019).

5.6.4 Toxicidade

O registro da presença/ausência e graduação dos efeitos adversos e

toxicidade em trato gastrointestinal foi realizado pelo próprio paciente em domicílio,

nos dias de realização dos registros alimentares.

Como referência para identificação de toxicidade em trato gastrointestinal

utilizou-se o Guia de Notificação para Reações Adversa em Oncologia

(SOBRAFO/ANVISA, 2011). Este guia é composto por critérios comuns de toxicidade

Page 31: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

31

por graduação, baseado no Common Terminology Criteria for Adverse Events

(CTCAE, 2009 version 4.0) desenvolvido pelo National Câncer Institute (NCI) e

National Institutes of Health (NIH), publicado em 2009. Os eventos adversos de acordo

com o CTCAE, considerando a gravidade do evento, é graduada em grau 1 a 5

(Quadro 3).

Quadro 3. Critério comum de terminologia para eventos adversos – alterações de trato

gastrointestinal.

GRAU 1 – LEVE: assintomático ou leve sintoma; apenas observações

clínicas ou de diagnóstico; sem indicação de intervenção;

GRAU 2 – MODERADO: indicada intervenção mínima, local ou não invasiva;

limitação das atividades apropriadas para a idade relacionadas ao cotidiano, tais

como: preparar as refeições, sair para compras em supermercado, usar o telefone,

gerenciar suas contas etc.;

GRAU 3 – GRAVE: ou, do ponto de vista médico, algo significante que não

representa risco à vida. Indicada hospitalização ou prolongamento desta;

incapacitante; limitação do autocuidado nas atividades cotidianas, tais como: tomar

banho, vestir-se e despir-se, alimentar-se, usar o sanitário, tomar medicamentos;

GRAU 4 – RISCO DE MORTE: consequências que representam risco de

morte; indicada intervenção urgente;

GRAU 5 – MORTE: relacionada ao evento adverso.

Fonte: Adaptado do Guia de Notificação para Reações Adversa em Oncologia (SOBRAFO/ANVISA,

2011).

A toxicidade, registrada pelo próprio paciente (APENDICE 2), foi adaptada

considerando a graduação de 1 a 3 (1-leve, 2- moderada e 3-grave) dos critérios

comuns de terminologia para eventos adversos no trato gastrointestinal

(SOBRAFO/ANVISA, 2011). O Guia de Notificação para Reações Adversa em

Page 32: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

32

Oncologia apresenta as alterações decorrente da toxicidade da terapia antineoplásico

em diversos seguimentos, tais como sistema nervoso central, sistema imunológico,

sistema endócrino entre outros, porém, para o presente estudo, será avaliado as

principais toxicidades em trato gastrointestinal, que podem afetar o consumo

alimentar, segundo critérios estabelecidos (Quadro 4).

Page 33: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

33

Quadro 4. Critério comum de terminologia para eventos adversos – alterações trato gastrointestinal

Fonte: Adaptado do Guia de Notificação para Reações Adversa em Oncologia (SOBRAFO/ANVISA,

2011).

EFEI

TO C

OLA

TERA

LD

EFIN

IÇÃ

OG

RAU

1G

RAU

2G

RAU

3

Boca

Sec

ade

sord

em c

arac

teri

zada

pel

a re

duçã

o

do fl

uxo

saliv

ar n

a ca

vida

de o

ral.

Sint

omát

ico

(ex.

, pou

ca s

aliv

ação

ou

saliv

a es

pess

a) s

em s

igni

fica

nte

alte

raçã

o na

alim

enta

ção,

flux

o sa

livar

lent

ific

ado

> 0.

2 m

l/m

in

Sint

omas

mod

erad

os; a

lter

açõe

s na

inge

stão

ora

l (ex

., ág

ua e

m

abun

dânc

ia, o

utro

s lu

brif

ican

tes,

alim

enta

ção

limit

ada

a al

imen

tos

past

osos

e/

ou o

u le

ves,

úm

idos

); fl

uxo

Inab

ilida

de p

ara

alim

enta

ção

oral

adeq

uada

; ind

icad

o o

uso

de s

onda

para

alim

enta

ção

ou n

utri

ção

pare

nter

al; f

luxo

sal

ivar

< 0

.1 m

l/m

in

Cons

tipa

ção

deso

rdem

car

acte

riza

da p

or ir

regu

lar e

freq

uent

e di

ficu

ldad

e de

eva

cuaç

ão

inte

stin

al.

Sint

omas

oca

sion

ais

ou in

term

iten

tes;

uso

de la

xati

vo; m

odif

icaç

ão d

a di

eta

ou a

plic

ação

de

enem

a

Sint

omas

per

sist

ente

s, c

om u

so re

gula

r

de la

xati

vos

ou e

nem

as;

limit

ação

das

ativ

idad

esdo

cot

idia

no

Obs

tipa

ção

com

indi

caçã

o de

evac

uaçã

o m

anua

l, lim

itaç

ão d

e

cuid

ados

pes

soai

s e

de a

tivi

dade

s do

coti

dian

o

Dia

rrei

ade

sord

em c

arac

teri

zada

por

freq

uent

es e

vacu

açõe

s líq

uida

s.

Men

os q

ue 4

eva

cuaç

ões

ao d

ia4

a 6

evac

uaçõ

es a

o di

a

Mai

or o

u ig

ual a

7 e

vacu

açõe

s ao

dia

;

inco

ntin

ênci

a; li

mit

ação

par

a

ativ

idad

es d

iári

as d

o co

tidi

ano;

indi

cada

hos

pita

lizaç

ão

Dis

peps

ia

desc

onfo

rto,

dor

no

estô

mag

o

resu

ltan

te d

a di

gest

ão d

ifíc

il,

prom

oven

do q

ueim

ação

Sint

omas

leve

s; n

ão h

á in

dica

ção

de

inte

rven

ção

Sint

omas

mod

erad

os; i

ndic

ada

inte

rven

ção

méd

ica

Sint

omas

gra

ves;

indi

cada

inte

rven

ção

cirú

rgic

a

Dis

tens

ão A

bdom

inal

deso

rdem

car

acte

riza

da p

elo

aum

ento

no v

olum

e do

abd

ômen

resu

ltad

o do

acúm

ulo

de g

ases

ou

líqui

dos

no

inte

stin

o.

Ass

into

mát

ica;

som

ente

dia

gnós

tico

clín

ico

e ob

serv

acio

nal;

inte

rven

ção

não

indi

cada

Sint

omát

ica;

lim

itaç

ão p

ara

ativ

idad

es d

o co

tidi

ano

Gra

ve d

esco

nfor

to; l

imit

açõe

s

para

ati

vida

des

do c

otid

iano

Muc

osit

ede

sord

em c

arac

teri

zada

por

infl

amaç

ão

da m

ucos

a or

al.

Sint

omas

leve

s ou

ass

into

mát

ico;

inte

rven

ção

não

indi

cada

Dor

mod

erad

a, n

ão in

terf

erin

do n

a

inge

sta

oral

; ind

icad

a m

odif

icaç

ão d

a

diet

a

Dor

gra

ve, i

nter

feri

ndo

na in

gest

a or

al

Náu

seas

des

orde

m c

arac

teri

zada

por

sen

saçã

o

de e

njoo

e e

stím

ulo

ao v

ômit

o.

Perd

a do

ape

tite

sem

alt

eraç

ão d

os

hábi

tos

alim

enta

res

Dec

résc

imo

na in

gest

ão d

e al

imen

tos,

sem

per

da s

igni

fica

nte

de p

eso,

desi

drat

ação

ou

mal

nutr

ição

Inad

equa

da in

gest

a de

flui

dos

ou

alim

ento

s ca

lóri

cos;

alim

enta

ção

por

sond

a; in

dica

das

hosp

ital

izaç

ão e

nutr

ição

par

ente

ral

Vôm

itos

deso

rdem

car

acte

riza

da p

or a

to

refl

exiv

o e

ejeç

ão d

o co

nteú

do d

o

estô

mag

o pe

la b

oca.

Um

a d

ois

epis

ódio

s (s

epar

ados

por

cinc

o m

inut

os) e

m 2

4 ho

ras

Três

a c

inco

epi

sódi

os (s

epar

ados

por

cinc

o m

inut

os) e

m 2

4 ho

ras

Seis

ou

mai

s ep

isód

ios

(sep

arad

os p

or

cinc

o m

inut

os) e

m 2

4 ho

ras;

alim

enta

ção

por s

onda

; ind

icad

as

hosp

ital

izaç

ão e

nut

riçã

o p

aren

tera

l

Page 34: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

34

5.6.5 Qualidade de Vida

5.6.5.1 EORTC QLQ – C30

Para a avaliação da qualidade de vida aplicou-se o EORTC QLQ – C30

(European Organization for Research and Treatment of Cancer – Quality of Life) no

primeiro dia do próximo ciclo de quimioterapia. Este questionário foi desenvolvido pela

European Organization for Research and Treatment of Cancer (EORTC) para avaliar

a qualidade de vida de pacientes com câncer que incorpora aspectos físicos,

emocionais e sociais relevantes aos pacientes. Constitui-se de um questionário

câncer-específico, com 30 perguntas que compõem escalas funcionais (função física,

desempenho de papel, função cognitiva, função emocional e função social); escalas

de sintomas (fadiga, náuseas e vômito, dor, dispneia, anorexia, insônia, constipação

e diarreia); avaliação do impacto financeiro da doença e do tratamento, e uma medida

de saúde global e qualidade de vida (EORTC, 2018).

As questões solicitam ao paciente para considerar o que ocorreu na última

semana e para cada item o paciente escolhe entre as respostas: não, pouco,

moderado ou muito. A cada uma das respostas é atribuído um valor de 1 a 4 (EORTC,

2018) (ANEXO 05).

As pontuações do EORTC QLQ-CR30 podem ser linearmente transformadas

para fornecer uma pontuação de 0 a 100. Nas escalas funcionais e na escala medida

de saúde global e qualidade de vida uma pontuação elevada representa um alto nível

de funcionamento ou elevada qualidade de vida. Nas escalas e itens de sintomas, um

escore alto significa um nível elevado de sintomatologia ou problemas (GANESH et

al., 2016).

A transformação linear da pontuação foi realizada de acordo com as

recomendação do manual de procedimentos de pontuação da EORTC:

Método para cálculo dos escores:

1. Cálculo do Raw Score de cada escala: RS =

(Questão 1 + Questão 2 +….+Qn) / numero de questões

2.Transformação linear (escore entre 0 a 100):

Page 35: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

35

- para as escalas funcionais: Escore = {1-[(RS-1)/variação]} x 100

- para a escala saúde geral / QV: Escore = [(RS-1)/variação] x 100

- para as escalas / itens de sintomas: Escore = [(RS-1)/variação] x 100

É complementado por módulos específicos da doença, como o câncer de cólon,

e outros tipos de câncer (mama, pulmão, cabeça e pescoço, esôfago, ovariano,

gástrico, câncer cervical, mieloma múltiplo, esôfago, próstata, metástases hepáticas

e cérebro) (EORTC, 2018).

5.6.5.2 EORTC QLQ – C29

Como complemento também foi aplicado o EORTC QLQ C29 (European

Organization for Research and Treatment of Cancer – Quality of Life) módulo

complementar desenvolvido para avaliar a qualidade de vida de pacientes com câncer

colorretal. Este instrumento consiste de 29 questões: 19 são respondidas por todos

os pacientes e as outras 10 questões são respondidas por subgrupos de pacientes

(homens ou mulheres e pacientes com ou sem estoma). O instrumento é composto

por escalas de sintomas/problemas (problemas de micção; efeitos da quimioterapia;

sintomas do trato gastrointestinal; problemas sexuais femininos; problemas sexuais

masculinos e problemas relacionados ao estoma). O questionário solicita ao paciente

avaliar as questões em relação ao que ocorreu na última semana, exceto para a

atividade sexual, na qual o paciente avalia o que ocorreu no último mês (EORTC,

2018) (ANEXO 06).

As pontuações do EORTC QLQ-CR29 tambem podem ser linearmente

transformadas para fornecer uma pontuação de 0 a 100. Nas escalas funcionais e na

escala medida de saúde global e qualidade de vida uma pontuação elevada

representa um alto nível de funcionamento ou elevada qualidade de vida. Nas escalas

e itens de sintomas, um escore alto significa um nível elevado de sintomatologia ou

problemas (GANASH et al, 2016). O cálculo do Raw Score e a transformação linear

para a obtenção do escore de 0 a 100 seguem os mesmos princípios do EORTC QLQ-

CR30.

Page 36: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

36

5.6.5.3 ECOG

Como complemento da avaliação da qualidade de vida, também foi aplicado no

primeiro dia do próximo ciclo de quimioterapia o “ECOG Perfomance Status”

(EASTERN COOPERATIVE ONCOLOGY GROUP, 1982), um instrumento utilizado

para avaliar o desempenho dos pacientes por meio da capacidade física e da

autossuficiência (ANEXO 07). A Escala ECOG é um instrumento utilizado para avaliar

o desempenho dos pacientes, com pontuação que variam entre 0 (sem evidência de

doença, sintomas) a 5 (morte) segundo cinco niveis de desempenho:

0: Totalmente ativo, capaz de realizar todo o desempenho pré-doença sem

restrição;

1: Restrito em atividades fisicamente extenuantes, mas capaz de realizar

trabalhos de natureza leve ou sedentária, por exemplo, trabalho no escritório;

2: Sem restrição no autocuidado porem incapaz de realizar quaisquer

atividades de trabalho;

3: Autocuidado limitado; confinado à cama ou cadeira e mais de 50% das horas

de vigília;

4: Completamente debilitado; autocuidado insuficiente; totalmente confinado a

cama ou cadeira;

5: Morte do paciente.

O ECOG é aplicado pelo médico oncologista a cada ciclo de quimioterapia e

disponível no prontuário eletrônico.

5.6.5.4 Avaliação das atividades básicas de vida diária

Como complemento da avaliação da qualidade de vida, aplicou-se no primeiro

dia do próximo ciclo de quimioterapia a escala de Barthel ou Índice de Barthel, que é

um instrumento que avalia as atividades da vida diária (AVDs) e mede a

independência funcional no cuidado pessoal, mobilidade, locomoção e eliminações

em pacientes com doença crónica, indicando a necessidades de cuidados ou não

(MINOSSO et al., 2010).

Page 37: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

37

A escala é constituída por 11 itens: alimentação, banho, uso do vaso sanitário,

vestir-se, eliminação vesical, eliminação intestinal, movimentação, transferência

cadeira/cama, mobilidade e subir escadas. A pontuação varia de 0 a 100 (LOBO et

al., 2014), com intervalo de 5 pontos, sendo que a pontuação: inferior a 20 pontos:

dependência total; 20-35 pontos: dependência elevada; 40-55 pontos: dependência

moderada; 60 – 99 pontos: dependência mínima; 100 pontos: independente (ANEXO

08).

Page 38: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

38

6. ANÁLISE ESTATISTICA

A análise descritiva das variáveis contínuas considerou a medida de tendência

central (mediana, média e desvio-padrão, valores mínimos e máximos). Frequências

absolutas e relativas foram calculadas para as variáveis categóricas.

Os dados de consumo alimentar, avaliação do estado nutricional e composição

corporal e escores de qualidade de vida foram avaliados nos tempos T0, T1, T2 e TF

e tratados estatisticamente pelo software SPSS® 21.0 (Statistical Package for the

Social Sciences), considerando o nível de significância de 5%. Para verificar a

distribuição das variáveis numéricas foram utilizados o teste de normalidade de

Kolmogorov-Smirnov.

Para a comparação dos dados foi utilizada a análise de variância ANOVA de

medidas repetidas, two way com post roc de Bonferroni. Posteriormente, realizou-se

a comparação múltipla entre os pares de médias pelo teste de Bonferroni para verificar

a diferença entre os momentos. Quando as distribuições não foram paramétricas

utilizou-se o teste de Mann-Whitney e Wilcoxon para a comparação entre os tempos

estudados. E para avaliação de diferenças nas frequências observadas durante a

quimioterapia, foi utilizado o teste teste de homogeneidade marginal, que é uma

extensão do teste de McNemar para mais que duas categorias de respostas, que testa

mudanças de resposta devido à intervenção experimental em designs de antes e

depois.

Page 39: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

39

7. RESULTADOS

A amostra foi constituída de 35 pacientes, sendo 51,4% do sexo masculino

e 48,6% do sexo feminino. A idade média observada foi de 67,5 anos sendo que

48,6% dos participantes com a faixa etária de 60 a 69 anos. Em relação a escolaridade

71,5% apresentaram baixo nível escolar e 85,7% apresentaram diagnóstico da

doença com estadiamento avançado (Tabela 1 e 2).

Tabela 1. Distribuição sociodemográficas de pacientes com neoplasias colorretais em

tratamento quimioterápico atendidos no ambulatório de oncologia da

gastroenterologia UNIFESP, São Paulo 2019.

N (%)

Idade (anos)

50 a 59 7 20,0

60 a 69 17 48,6

70 a 79 5 14,3

80 + 6 17,1

Sexo

Homens 18 51,4

Mulheres 17 48,6

Estado Civil

Solteiro 4 11,4

Casado 15 42,9

Divorciado 7 20,0

Viúvo 9 25,7

Escolaridade

Analfabeto 3 8,6

Fundamental 22 62,9

Ensino Médio 8 22,8

Superior 2 5,7

Page 40: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

40

Tabela 2. Distribuição clínica de pacientes com neoplasias colorretais em tratamento

quimioterápico atendidos no ambulatório de oncologia da gastroenterologia UNIFESP,

São Paulo 2019.

N (%)

Localização Tumoral

Ascendente 4 11,4

Descendente 2 5,7

Sigmoide 9 25,7

Reto 14 40,0

Retossigmoide 6 17,2

Estadiamento

I 2 5,7

II 3 8,6

III 18 51,4

IV 12 34,3

Metástases

Sim 13 37,2

Não 22 62,9

Presença de Estoma

Sim 15 42,9

Não 20 57,1

Tipo de Tratamento

Neoadjuvante 3 8,6

Adjuvante 20 57,1

Paliativo 12 34,3

Ciclos de Quimioterapia

1 a 3 12 34,3

4 a 6 11 31,4

7+ 12 34,3

Com relação a avaliação de consumo alimentar (Tabela 3) foram observadas

diferenças entre os momentos de coleta e o total de ingestão de alguns nutrientes. A

Page 41: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

41

ingestão foi menor ou maior, e a diferença estatisticamente significante para energia,

carboidratos, lipídeos, folato, selênio e ferro.

O consumo de energia observado mostrou redução quando comparado o T0

(1.419,8 ± 527,1 kcal) com T1 (1.181,9 ± 423,2 kcal), e aumento entre T1 e T2 (1.370,9

± 499,5 kcal), e T1 com TF (1443,4 ± 425,4 kcal), quando comparado T2 com T0 e TF

verifica-se que o consumo menor, porém não houve diferença estatisticamente

significante.

Com relação aos macronutrientes, carboidratos e lipídios apresentaram

diferenças entre T1 (151,6 ± 52,7g e 39,5g ± 18,7g) e TF (179,5 ± 51,5g e 50,6 ± 20,6g),

constatando-se aumento de consumo. Entre o T0 e T1 observou-se a redução, mas não

houve diferença estatisticamente significante.

Na análise das vitaminas, apenas o folato apresentou diferença entre T1 (270,8

± 99,1 µg) e TF (316,8 ± 103,1 µg). As demais vitaminas, apesar de apresentarem

redução e aumento entre os tempos T0 e T1 e T1 e TF, respectivamente, não

apresentaram diferenças estatisticamente significantes. Porém, observou-se que o

consumo médio de vitaminas A, C, E, B6 e niacina estão abaixo das recomendações

nutricionais na maioria dos tempos em que o consumo alimentar foi avaliado.

Quando analisado os minerais, verificou-se diferenças significativa entre T1 e TF

para o ferro (9,7mg ±4,5mg e 12,0 ± 4,0mg), selênio (77,4 ± 29,7µg e 93,6± 37,8µg).

Também se observou que o consumo médio de cálcio, potássio, selênio e zinco estão

inferiores as recomendações nutricionais em todos os períodos avaliados, e o

consumo médio de sódio acima da recomendação.

Page 42: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

42

Tabela 3. Comparação do consumo alimentar de pacientes com neoplasias colorretais em tratamento quimioterápico atendidos no

ambulatório de oncologia da gastroenterologia UNIFESP, São Paulo 2019.

T0 T1 T2 TF RDA Média ± DP Média ± DP Média ± DP Média ± DP p*

Energia (kcal) - 1419,8 a, c ± 527,1 1181,9 b ±423,2 1370,9 a, c ±499,5 1443,4 a, c ± 425,4 0,003

Carboidratos (g) - 177,3 ±57,4 151,6 a ±52,7 174,9 ±71,7 179,5 b ±51,5

0,038

Lipídios (g) - 50,3 ±26,0 39,5 a, ±18,7 46,5 ±23,8 50,6 b ±20,7 0,012

Proteínas (g) - 67,8±31,1 57,6±25,5 65,4±26,6 68,5±8 0,109

Leucina (mg) 5 5,2±2,5 4,6±1,9 5,1±2,1 5,3±1,9 0,146

Fibras (g) 21 15,7±11,2 13,4±7,2 13,7±5,0 15,6±6,1 0,568

Vitamina A (µg) 900 216,1±139,6 179,9±103,6 208,3±125,1 228,2±138,9 0,336

Vitamina C (mg) 90 107,2±167,2 52,4±50,7 72,5±116,3 86,6±132,8 0,686

Vitamina E (mg) 15 4,9±3,0 3,6±2,1 4,2±2,8 4,6±1,7 0,122

Vitamina K (µg) 120 100,6±163,7 57,2±41,5 71,1±79,4 104,3±162,9 0,722

Tiamina (mg) 1,2 1,2±0,4 1,0±0,4 1,2±0,5 1,2±0,5 0,239

Riboflavina (mg) 1,3 1,2±0,5 1,1±0,3 1,3±1,2 1,2±0,5 0,835

Vitamina B6 (mg) 1,7 1,4±0,7 1,2±0,5 1,2±0,6 1,3±0,5 0,091

Vitamina B12 (µg) 2,4 2,8±1,7 2,5±1,2 2,4±1,6 2,8±2,2 0,410

Niacina (mg) 16 16,1±8,1 14,0±6,9 15,6±9,8 15,7±5,7 0,456

Folato (µg) 400 306,8±106,1 270,8±99,1 a 307,2±160,5 316,8±103,1 b 0,050

Cálcio (mg) 1000 583,1 ±310,4 481,9 ±209,5 521,4 ±268,3 574,9 ±389,3 0,289

Magnésio (mg) 420 206,2±83,8 179,4±65,5 199,1±85,5 219,1±71,5 0,054

Sódio (mg) 1500 2537,1±1086,6 2017,2±1003,4 2337,5±933,7 2416,5±748,4 0,313

Potássio (mg) 3400 2092,4±880,2 1849,9±676,4 1842,4±663,6 2125,1±795,6 0,489

Cobre (mg) 900 0,9±0,5 0,8±0,3 0,9±0,6 0,9±0,4 0,241

Selênio (µg) 55 92,3±42,3 77,4±29,7 a 90,4±26,4 93,6±7,8 0,042

Fósforo (mg) 700 875,3±343,1 719,9±211,7 818,7±332,5 871,4±336,0 0,111

Ferro (mg) 8 11,3±5,2 9,7±4,5 a 10,7±5,7 12,0±4,0 b 0,020

Zinco (mg) 11 9,4±5,1 7,7±3,5 8,3±4,3 9,1±2,8 0,575

DP = Desvio Padrão; Nota: Médias seguidas de letras diferentes há diferenças estatisticamente significantes entre si; p* Referente ao T1 e TF

Page 43: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

43

Ao avaliar a evolução do estado nutricional do primeiro atendimento (T0) com o

ultimo atendimento TF, não se observaram diferenças e valores menores

estatisticamente significantes entre os percentis das variáveis peso, circunferência do

braço, dobra cutânea tricipital, circunferência da panturrilha e força de preensão

manual (Tabela 4).

Tabela 4. Evolução da composição corporal e força de preensão manual de pacientes

com neoplasias colorretais em tratamento quimioterápico atendidos no ambulatório de

oncologia da gastroenterologia UNIFESP, São Paulo 2019.

T0 TF p

VARIAVEL P25 P50 P75 P25 P50 P50

Avaliação Nutricional Antropométrica

Peso (kg) 55,0 62,5 70,3 54,7 60,1 71,8 0,784

IMC (kg/m²) 20,9 23,5 25,5 20,8 23,3 25,6 0,798

Circunferência do Braço (cm) 23,0 27,0 30,0 23,2 26,0 29,3 0,195

Dobra Cutânea Tricipital (mm) 9,0 14,0 18,0 9,0 14,0 17,0 0,151

Circunferência da Panturrilha (cm) 30,5 33,0 36,5 30,5 33,0 36,0 0,525

Força de Preensão Manual (kg) 12,0 18,0 28,0 11,0 18,0 28,0 0,685

Na análise do diagnóstico do estado nutricional segundo a ASG-PPP, nível de

dependência para as atividades de vida diária por meio da escala de Barthel e ECOG,

verificou que três participantes (8,6%) apresentaram piora no estado nutricional,

evoluindo de desnutrição moderada para desnutrição grave e pioram o grau de

dependência funcional (Tabela 5).

Page 44: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

44

Tabela 5. Evolução do estado nutricional e nível de dependência de pacientes com

neoplasias colorretais em tratamento quimioterápico atendidos no ambulatório de

oncologia da gastroenterologia UNIFESP, São Paulo 2019.

Na análise da qualidade de vida nos dois momentos de atendimento T0 e TF verificou-

se redução significativa nos escores das escalas de função física (77,0 DP= 24,6; 70,3

DP= 30,6) e desempenho de papel (65,7 DP= 27,9; 54,3 DP= 36,2). As demais

escalas também apresentaram redução da pontuação, porém não estatisticamente

significantes. Em relação aos sintomas, houve aumento do escore para fadiga (18,6

DP= 16,7; 33,0 DP= 33,1), dor (26,7 DP= 30,6; 38,5 DP= 38,3) e insônia (20,9 DP=

29,3; 30,5 DP= 34,6), e também houve piora dos sintomas de inapetência e dispneia,

entretanto sem significativa. Quanto ao efeito do tratamento, observou-se piora da dor

retal, maior frequência urinária e melhor adaptação ao estoma (p< 0,05) (Tabela 6).

T0 TF p

N % N %

ASG

Bem nutrido 2 5,7 2 5,7

0,758 Risco de Nutrição ou Desnutrição Moderada 16 45,7 13 37,1

Desnutrição Severa 17 48,6 20 57,2

Escala de Barthel

Dependência Grave 0 0,0 1 2,9

0,317 Dependência Moderada 1 2,9 0 0,0

Dependência Leve 9 25,7 11 31,4

Independente 25 71,4 23 65,7

ECOG

Restrito a atividades intensas 32 91,4 29 82,9 0,685

Incapaz de trabalhar 3 8,6 6 17,1

Page 45: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

45

Tabela 6. Avaliação da qualidade de vida de pacientes com neoplasias colorretais em

tratamento quimioterápico atendidos no ambulatório de oncologia da

gastroenterologia UNIFESP, São Paulo 2019.

T0 TF p

Média ± DP Média ± DP

EORTC QLQC30

Função Física 77,0 ± 24,6 70,3 ± 30,6 0,019

Desempenho de papel 65,7 ± 27,9 54,3 ± 36,2 0,012

Função Emocional 75,0 ± 25,0 71,4 ± 29,1 0,365

Função Cognitiva 93,3 ± 12,3 89,5 ± 22,2 0,282

Função Social 64,8 ± 29,1 61,9 ± 34,4 0,666

Fadiga 18,6 ± 16,7 33,0 ± 33,1 0,002

Náuseas e Vômitos 10,5 ± 15,2 13,8 ± 20,4 0,391

Dor 26,7 ± 30,6 38,5 ± 38,3 0,018

Dispneia 7,6 ± 16,3 14,3 ± 25,9 0,172

Insônia 20,9 ± 29,3 30,5 ± 34,6 0,034

Inapetência 23,8 ± 29,8 31,4 ± 40,4 0,313

Constipação 10,5 ± 22,5 5,7 ± 17,1 0,129

Diarreia 18,1 ± 31,7 10,5 ± 25,2 0,227

Dificuldade Financeira 40,0 ± 35,9 36,2 ± 37,4 0,667

Saúde Global 70,9 ± 22,6 69,9 ± 22,1 0,854

Qualidade de Vida 72,4 ± 21,4 68,5 ± 23,1 0,182

EORTC QLQCR29 Imagem Corporal 76,2 ± 26,9 70,8 ± 32,0 0,365 Função Sexual

Homens 79,4 ± 7,3 73,5 ± 21,3 0,197 Mulheres 81,5 ± 5,4 81,5 ± 17,0 1,000

Efeitos do Tratamento Dor Retal 15,9 ± 20 22,2 ± 23,5 0,048

Frequência de Micção 35,2 ± 29,3 54,3 ± 28,9 0,006

Incontinência Urinária 7,6 ± 19,9 20 ± 35,4 0,089

Dejeções 20,6 ± 18,2 22,3 ± 19,5 0,523

Problemas Esfincteriano 16,2 ± 13,0 13,0 ± 13,3 0,224

Problemas com Estoma 24,4 ± 27,4 18,4 ± 21,5 0,019

Ao avaliar a presença de sintomas decorrentes da toxicidade da quimioterapia

nos períodos T1 e T2, verificou-se que os sintomas relatados mais frequentes foram

boca seca, distensão abdominal, diarreia e náuseas. Com exceção da boca seca, que

apresentou aumento da frequência entre T1 e T2 (de 68,6% para 77,1%), e da

distensão abdominal, que manteve os mesmos valores de distribuição (62,9%), todos

Page 46: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

46

os outros sintomas apresentaram redução: diarreia de 20% para 11,4% e náuseas de

57,1% para 40%, porém, essas diferenças não foram significativas (Tabela 7 e 8).

Tabela 7. Avaliação da presença da toxicidade em pacientes com neoplasias

colorretais em tratamento quimioterápico atendidos no ambulatório de oncologia da

gastroenterologia UNIFESP, São Paulo 2019.

T1 T2 p

N % N %

Boca seca

ausente 11 31,4 8 22,9 0,11

presente 24 68,6 27 77,1

Distensão Abdominal

ausente 13 37,1 13 37,1 0,535

presente 22 62,9 22 62,9

Diarreia

ausente 28 80,0 31 88,6 0,487

presente 7 20,0 4 11,4

Náuseas

ausente 15 42,9 21 60,0 0,545

presente 20 57,1 14 40,0

Page 47: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

47

Tabela 8. Distribuição da graduação da toxicidade em pacientes com neoplasias

colorretais em tratamento quimioterápico atendidos no ambulatório de oncologia da

gastroenterologia UNIFESP, São Paulo 2019.

T1 T2

N % N %

Boca seca

ausente 11 31,4 8 22,9

grau1 6 17,1 10 28,6

grau2 12 34,3 11 31,4

grau3 6 17,1 6 17,1

Distensão Abdominal

ausente 13 37,1 13 37,1

grau1 9 25,7 7 20,0

grau2 10 28,6 10 28,6

grau3 3 8,6 5 14,3

Diarreia

ausente 28 80,0 31 88,6

grau1 5 14,3 2 5,7

grau2 1 2,9 2 5,7

grau3 1 2,9 0 0,0

Náuseas

ausente 15 42,9 21 60,0

grau1 13 37,1 5 14,3

grau2 6 17,1 8 22,9

grau3 1 2,9 1 2,9

Page 48: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

48

8. DISCUSSÃO

O presente estudo avaliou as mudanças no consumo alimentar, nas medidas

antropométricas, estado nutricional, na qualidade de vida de indivíduos e na toxicidade

durante o tratamento quimioterápico de câncer colorretal, com o intuito de analisar o

impacto na disponibilidade alimentar de nutrientes, alterações na composição corporal

e nas escalas relacionadas a funcionalidade nesse período.

O câncer colorretal ocorre principalmente em indivíduos idosos e vem ao

decorrer das décadas aumentando sua incidência, o que representa um grave

problema de saúde pública. Quando o paciente é diagnosticado, um plano terapêutico

é proposto e a quimioterapia, seja ela neoadjuvante, adjuvante ou paliativa, é um dos

tratamentos mais utilizados na prática clínica. Porém, como a quimioterapia é um

tratamento sistêmico, após a infusão dos agentes antineoplásico, alguns efeitos

colaterais podem ocorrer e permanecer por dias, semanas ou até meses, como

náuseas, inapetência, distensão abdominal e diarreia. A presença destes sintomas

pode impactar diretamente no consumo alimentar habitual do paciente, promovendo

aversões alimentares, deficiências nutricionais, em especial de micronutrientes e

impactar no estado nutricional. Aliado a estas consequências do tratamento sistêmico

da quimioterapia e da própria condição clínica do paciente decorrente ao diagnóstico

do câncer, verificam-se também alterações na funcionalidade, autonomia e qualidade

de vida dos pacientes oncológicos.

Mudanças no comportamento, como melhora no estilo de vida e adesão a uma

alimentação saudável, podem ser observadas em pacientes após o diagnóstico de

câncer colorretal. Os principais motivos destas alterações são as recomendações da

equipe de saúde, a possibilidade de cura e a redução dos efeitos colaterais causados

pelo tratamento, porém, pacientes oncológicos são frequentemente suscetíveis as

alterações metabólicas decorrentes da doença e tratamento. Fatores como disgeusia

(alteração no paladar), inapetência, aversões alimentares, depressão, alterações

mecânicas e funcionais do trato gastrointestinal e presença de sintomas digestivos

impactam no consumo alimentar e favorecem a piora do estado nutricional.

Alguns quimioterápicos utilizados no tratamento do câncer colorretal são

indutores de náuseas, diarreia e alteração do paladar, com isso os pacientes tendem

a alterar a escolha e a ingestão de determinados alimentos e, consequentemente o

consumo alimentar. Esta diferença no consumo alimentar pode impactar na redução

Page 49: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

49

de 900 a 1100 kcal por dia, o que pode levar a desnutrição, impacto na imunidade e

mudanças na qualidade vida (MARDAS et al., 2014). No presente estudo, observou-

se que o consumo de energia (kcal) reduziu após a infusão da quimioterapia, em

especial após os três primeiros dias sequentes a infusão, o que demonstra que o

tratamento influencia o consumo quantitativo e qualitativo dos alimentos. Este

resultado difere do estudo de FERREIRA et al. (2016) que avaliou mulheres com

câncer de mama em quimioterapia e encontrou uma ingestão energética adequada,

porém esta avaliação ocorreu em um único atendimento e não avaliou a diferenças

entre o dia da infusão e os dias subsequentes. Em outro estudo que comparou a

ingestão alimentar de mulheres com câncer de mama em quimioterapia com mulheres

sem o diagnóstico da doença VRIES et al. (2017) encontraram uma média de ingestão

energética de 2069 kcal para paciente em quimioterapia e 2070 kcal para paciente

sem câncer de mama, valores médios de ingestão calórica superiores ao encontrado

no presente estudo, porém em tipos de neoplasias diferentes.

Além do consumo energético, o presente estudo também demonstrou a redução

no consumo de carboidratos e lipídios, que são fontes de energia de grande impacto

no valor energético total. Uma possível explicação para esta redução é o consumo de

quantidades inferiores de alimentos fontes, como arroz, batata, macarrão e óleos, que

compõem o cardápio das principais refeições como o almoço e jantar.

O estudo PEREIRA et al. (2015), que avaliou a adequação do consumo alimentar

de pacientes oncológicos, encontrou resultados semelhantes, como a redução no

consumo de cereais e outros alimentos fontes de carboidratos e ao trabalho de

SANTOS et al. (2015), desenvolvido em uma unidade de saúde do Maranhão, que

encontrou déficit calórico e ingestão menor de alimentos fontes de carboidratos e

lipídios.

No estudo de YANG et al. (2020), que analisou os hábitos alimentares por meio

de questionário de frequência alimentar de dois grandes estudos de coorte

desenvolvidos nos Estados Unidos da América, constatou que o consumo regular de

gordura vegetal monoinsaturada e poli-insaturada e a redução do consumo de gordura

de origem animal, apresentou relação positiva com a redução do risco de desenvolver

hepatocarcinoma. OCVIRK et al. (2019) também relata que dietas ricas em gorduras

saturadas e pobres em gordura insaturada, promoveu o crescimento de Bilophila

wadsworthia, um membro da microbiota intestinal associada a colite e ao risco de

Page 50: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

50

câncer colorretal e também apontou que a gordura saturada afeta a formação de

agentes cancerígenos no DNA e desencadeia o processo de oncogênese.

No Brasil, observa-se que os tipos de câncer que se relacionam aos hábitos

alimentares estão entre as seis primeiras causas de morte por câncer. O consumo de

alimentos como frutas, legumes, leguminosas e vegetais é cada vez menor o que

acentua as deficiências de micronutrientes vitaminas e minerais. No presente estudo

as vitaminas A, E e folato apresentaram valores inferiores as recomendações diárias

e redução na ingestão após a infusão da quimioterapia, sendo que estes nutrientes

apresentam importante funções antioxidantes e anti-inflamatórias. No estudo de

OLIVEIRA et al. (2019) ao avaliar idosos com câncer de próstata em radioterapia

apresentou resultados semelhantes para vitamina A e o estudo de FERREIRA et al.

(2015), que avaliou mulheres em quimioterapia, também apresentou resultados

similares para a vitamina A, porém, não avaliou o consumo de vitamina E e folato.

O folato possui ações como coenzima no metabolismo dos carboidratos, mantém

a função do sistema imunológico e em conjunto com a vitamina B12, está presente na

síntese de DNA e RNA, sendo que a Sociedade Americana de Câncer (2017) declarou

que a vitamina previne a progressão da doença. Dentre os principais alimentos fontes

destaca-se vegetais folhosos verdes, fígado, beterraba, oleaginosas, grãos e

leguminosas, alimentos com baixa frequência nos registros alimentares coletados o

que justifica a baixa ingestão em especial ao período T1 após a infusão da

quimioterapia.

No estudo de CHAMBERLAIN et al. (2018), que avaliou a associações entre a

ingestão alimentar de vitamina B6, B12, riboflavina e folato entre o processo de

metilação do DNA em adultos australianos, encontrou resultados de que a ingestão

média ficou acima da recomendada, diferente do presente estudo em que a ingestão

de folato estave abaixo das recomendações nutricionais em todos os momentos

avaliados, sendo que a recomedação de ingestão de folato não difere entre adultos e

idosos.

Segundo o Consenso de Nutrição e Oncologia (2016) o selênio é um

componente essencial de diversas vias metabólicas e desempenha importante função

no estímulo ao sistema imune e interfere no processo de oncogênese na fase da

progressão da doença. Dentre as principais fontes de selênio destacam-se castanha-

do-brasil, além da carne bovina, frango, peixe e ovos, leite e também brócolis. O

presente estudo apresentou redução no consumo de selênio entre os períodos de T1

Page 51: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

51

e TF, que pode estar relacionado com a redução na ingestão de carnes e verduras

uma vez que não foi constatado o habito do consumo da castanha do brasil.

A ingestão de fibras alimentares na dieta tem sido implicada como fator protetor

para vários tipos de câncer em vários estudos epidemiológicos por conter em sua

composição um grupo heterogêneo de carboidratos complexos que não digeríveis e

que são fermentado por bactérias intestinais no lúmen colônico e transformados em a

ácidos graxos de cadeia curta como acetato, propionato e butirato. Desta forma o

maior consumo de fibras pode estar associado a uma diminuição significativa na

incidência do câncer colorretal.

Segundo OCVIRK et al. (2019) que analisou dados recentes sobre o papel e as

interações de fibras e gorduras como fatores de risco da dieta associados ao risco de

câncer colorretal, confirmou que a baixa ingestão de fibra alimentar apresenta

correlação significativa com o risco do desenvolvimento do cancer colorretal, enquanto

o consumo de gordura saturada e carne vermelha está associado com o aumento do

risco de desenvolvimento da doença.

Neste presente estudo o consumo das fibras alimentares foi inferiores às

recomendações, além de o consumo do mineral magnésio, assim como nos estudos

de MARDAS et al. (2016) e de MALIHI et al. (2015), que acreditam que a redução

acontece devido a recomendação de que os alimentos crus devem ser evitados

durante o tratamento antineoplásico para proteger de possíveis infecções decorrentes

da neutropenia.

No estudo de SILVA et al. (2014) o ferro foi o mineral menos consumido por

idosos com câncer (média de 13,8 mg/dia), quando comparado a adultos, e LANE et

al. (2017), ao avaliarem o consumo de ferro em pacientes com média idade de 62

anos, observaram resultados semelhantes ao estudo anterior (média de 13,0mg/dia).

A ingestão menor de ferro geralmente é constatada devido a frequente aversão ao

consumo de carnes. A ingestão de ferro neste estudo também apresentou redução ao

início do tratamento passando 11,3g para 9,7g e depois retornando para 12,0g após

a infusão da quimioterapia. Porém, os valores médios não indicam risco de

inadequações, uma vez que a farinha de trigo é enriquecida e o consumo de pães

parece ser mantido.

O estudo de MARDAS et al. (2014), que avaliou mulheres com câncer de ovário

entre os ciclos de quimioterapia, apresentou resultado diferente ao presente estudo,

Page 52: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

52

mas não encontraram diferenças estatisticamente significantes entre o consumo de

micronutrientes (vitaminas e minerais).

Em outro estudo de MARDAS et al. (2016), que realizou pesquisa semelhante

ao presente estudo ao avaliar mulheres com câncer de ovário no dia anterior a infusão

da quimioterapia, no dia da quimioterapia e dois dias após a infusão, foi identificado

a redução no consumo de energia, proteínas, carboidratos, gorduras, fibras,

magnésio, ferro, vitamina E, folato e Vitamina C no segundo dia após quimioterapia,

resultado muito semelhante ao presente estudo, que identificou a redução de

nutrientes no terceiro dia após infusão da quimioterapia.

Com relação a avaliação do estado nutricional dos pacientes com câncer, é

importante destacar que geralmente este é comprometido de forma progressiva em

decorrência ao diagnóstico e ao tratamento. Atender às necessidades nutricionais

durante o tratamento pode manter ou recuperar a composição corporal e prevenir a

desnutrição associada a fatores oncológicos ou do tratamento antioneplásico, como

anorexia e perda de peso (HILAL et al., 2017). Nos idosos, a associação entre perda

de peso e mortalidade está bem estabelecida, e a avaliação do estado nutricional é

muito aplicada na prática clínica (SCHAAP et al., 2017). No estudo de HIGUERA-

PULGAR et al. (2015), durante o tratamento quimioterápico de vários tipos de

neoplasias (45,5% renal e 22,7% hepático), não se observou perda de peso, assim

como no presente estudo.

A dobra cutânea tricipital (DCT) foi avaliada neste estudo e os resultados foram

semelhantes nos dois momentos de atendimento T0 e TF com um valor médio 13,5mm.

HIGUERA-PULGAR et al. (2015), ao avaliarem pacientes que iniciaram tratamento de

quimioterapia, apresentou o valor médio de DCT de 19,6mm no início do tratamento,

porém essa medida foi coletada somente antes do início da quimioterapia, e não

relataram se houve perda durante o tratamento.

BOURDEL-MARCHASSON et al. (2016) referem que a circunferência da

panturrilha é um fator prognóstico de mortalidade, que pode prevenir a sarcopenia e

ser um provável marcador da síndrome da caquexia em idosos com câncer. Neste

estudo o valor da circunferência da panturrilha, na maior parte dos pacientes,

apresentou valores inferiores a 33cm, e não houve redução estatisticamente

significante durante o tratamento, assim como no trabalho de HILAL et al. (2017), que

avaliaram o estado nutricional, a anorexia e a caquexia em mulheres com metástase

no peritônio durante a quimioterapia.

Page 53: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

53

Idosos com câncer têm alto risco de desnutrição e sarcopenia, que podem

ter efeitos prejudiciais na função física e mobilidade, e estão associados ao aumento

da morbidade e mortalidade (NORMAN et al., 2015). Uma metanálise realizada por

BOZZETI (2019) confirmou em que idosos oncológico apresentaram pior estado

nutricional quando estavam em quimioterapia paliativa, uma vez que o estágio da

doença está bem avançado. Além disso, também analisou que há o aumento relativo

da toxicidade da quimioterapia em pacientes sarcopênicos quando comparados com

pacientes não sarcopênicos. No presente estudo, a maioria dos pacientes não

estavam em tratamento paliativo, porém apresentavam estadiamento avançado.

A força de preensão manual é um método clínico para avaliar a função

muscular e é indicado como importante parâmetro que reflete o estado nutricional. A

American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (ASPEN) e American Dietetic

Association (ADA) sugerem avaliar a força de preensão manual para determinar a

desnutrição. No estudo atual o valor médio de força de preensão manual encontrado

foi de 13,9 kg/f para mulheres e 25,2 kg/f para homens, sem diferenças entre os

momentos de atendimento T0 E TF. Estes valores estão abaixo das recomendações

do Consenso Europeu revisado sobre definição e diagnóstico de sarcopenia, e do

estudo de ALKAN et al. (2018) que avaliou a relação do estado nutricional com a força

de preensão manual em pacientes com câncer no qual encontrou valore de 14,2 kg/f

para mulheres e 28,7 kg/f para homens.

No presente estudo os pacientes não apresentaram alterações no peso,

circunferências, dobra cutânea e força de preensão manual, o que é possível supor

que não houve redução uma vez que o público avaliado já apresentava baixo peso,

medidas antropométricas inferiores as recomendação para idade e sexo, decorrente

a possíveis fatores como estadiamento avançado, baixo nível escolar e sócio

econômico e hipermetabolismo da doença, que é considerado agressiva devido à

localização em trato gastrointestinal o que impacta no desfecho clinico.

Segundo ADES et al. (2019) que avaliou o impacto e discrepâncias das variáveis

socioeconômicas, assistenciais, capacidade médica instalada, educacionais na

incidência, mortalidade e letalidade por câncer nos 26 estados e Distrito Federal do

Brasil, confirmou que quanto maior o desenvolvimento humano, quanto mais idosa é

a população, quanto menor a desigualdade social, maior é a incidência da doença,

sendo que, observa-se a correlação inversa na população pobre, ou seja, quanto

Page 54: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

54

maior o percentual de pobres, menor é a incidência, porém maior é a letalidade da

doença.

As disparidades de saúde por região, educação, renda, riqueza e formação

social são evidentes no Brasil entre adultos e idosos o que tambem pode impactar na

funcionalidade individual. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde realizada em 2013,

30,1% dos idosos brasileiros relataram ter dificuldade em realizar atividades básicas

da vida diária (ABVD), que estão relacionadas atividades de sobrevivência. Embora a

maioria das pessoas sofra declínios na saúde com o envelhecimento, a independencia

não é igualmente distribuída entre grupos sociais, e indivíduos de maior nível

socioeconômico frequentemente apresentam melhor saúde funcional. No presente

estudo quando avaliado as atividades de vida diária, 28,6% dos entrevistados

apresentava algum grau de dependência para a realização das AVDs, sendo que no

segundo momento de avaliação este percentual aumento para 34,3%, porém sem

diferença estatisticamente significante.

No estudo de LOBO e GOMES (2014), 46,2% dos idosos da comunidade

apresentavam algum grau de dependência relacionada a AVD, sendo que GOMES e

SANTOS (2015) ao avaliarem as AVDs em pacientes hospitalizados de Curitiba

encontraram 46,1% com algum grau de dependência, ambos estudos com valores

superiores de dependência observada no estudo atual.

As atividades de vida diárias e independência se correlacionam diretamente

com a qualidade de vida e satisfação pessoal. No presente estudo, ao avaliar a

qualidade de vida por meio do EORTC QLQC30 e QLQCR29, verificou-se um menor

escore da pontuação para função física e desempenho de papel quando comparado

ao estudo de SANTOS et al. (2003), que também avaliou idosos com câncer colorretal,

porém em um momento único. O estudo de MONASTYRSKA (2016), que avaliou

pacientes com câncer colorretal submetidos a procedimento cirúrgico, também

apresentou resultados semelhantes ao estudo de SANTOS (2003), ou seja, valores

superiores ao presente estudo.

Ao avaliar as opções de tratamento para pacientes com câncer colorretal, a

consideração da qualidade de vida (QV) após o tratamento deve ser incluído junto

com a avaliação sobrevida, recorrência da doença, morbidade do tratamento e

toxicidade, ou seja, avaliação de todas as escalas funcionais e sintomas proposta pela

The European Organization for Research and Treatment of Cancer (EORTC) é

Page 55: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

55

fundamental e de suma importância independente do momento do tratamento em que

o paciente esteja.

No presente estudo, além da piora nas escalas de função física e

desempenho de papel entre o primeiro e o segundo atendimento, os paciente

apresentaram piora nos escores de sintomas como fadiga, dor, insônia e micção,

resultado diferente do estudo de PENG et al. (2011), que ao avaliar a qualidade de

vida entre os diferentes tratamentos utilizados em pacientes com câncer colorretal,

não encontrou piora nos escores, sendo que a pontuação encontrada nos paciente

submetidos a quimioterapia foi inferior (menor índice de dor, fadiga, insônia) à

verificada no presente estudo. No estudo de MARDAS et al. (2014) que avaliou

mulheres com câncer de ovário em diferentes momentos de quimioterapia, também

apresentou resultados divergentes ao encontrado no presente estudo, sendo que

além da pontuação para desempenho de funções foram superiores, não houve

diferenças estatísticas entre o primeiro e os subsequentes ciclos de quimioterapia

tanto para as escalas funcionais quanto para a sintomatologia.

Dentre os sintomas decorrentes aos efeitos colaterais da toxicidade da

quimioterapia, os que mais se destacam são náuseas, emeses, disgeusia,

inapetência, diarreia, xerostomia e alopecia, porem cada grupo de quimioterápico

pode apresentar maior frequência de um determinado efeito colateral. No tratamento

do câncer colorretal, os mais comumente relatados são diarreia, náuseas e vômitos.

No presente estudo, os sintomas mais frequentes foram boca seca, náuseas e

distensão abdominal, sendo que 80% do público estudado não apresentaram quadro

de diarreia em nenhum momento após infusão da quimioterapia.

No estudo de ABASAEED et al. (2018), que avaliou as alterações

quimiossensoriais e qualidade de vida em pacientes submetidos a transplante de

células-tronco hematopoiéticas por meio do EORTC QLQC30, constatou uma

pontuação similar de sintomas como diarreia e inapetência. No estudo de WERF et al.

(2017) que avaliou os fatores que influenciam na redução do consumo alimentar de

paciente com câncer colorretal hospitalizados encontrou uma frequência elevada de

inapetência. Quando comparado as toxicidades presente entre determinados

protocolos de quimioterápicos utilizados no tratamento do câncer colorretal como no

estudo de MELO et al. (2017) verifica-se uma alta frequência de toxicidades

gastrointestinais como náuseas, vômitos e diarreia ocorridas em tratamento com os

protocolos FOLFOX ou FOLFIRI, no entanto, a ocorrência de reações graves (> grau

Page 56: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

56

3) foi mais presente nos pacientes que utilizaram o esquema FOLFOX6, protocolo

padrão e muito utilizado no tratamento do câncer colorretal, porém não disponível para

a instituição no qual foi desenvolvido o estudo, o que pode justificar o baixo índice de

diarreia verificado no presente no presente estudo.

Page 57: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

57

9. CONCLUSÃO

O tratamento impactou no consumo alimentar dos pacientes imediatamente após

a realização da infusão da quimioterapia, principalmente na redução do consumo

energético, além de nutrientes como carboidratos e lipídios, folato, selênio e ferro, o

que demostra a importância de orientação, intervenção e acompanhamento

nutricional.

A composição corporal entre uma sessão de quimioterapia e outra não se

alterou, uma vez que o estado nutricional se apresentou comprometido desde o início

do tratamento, na maioria dos pacientes acompanhados.

O nível de independência e a qualidade de vida apresentaram piora ao decorrer

do tratamento quimioterápico, principalmente nas questões de atividades de vida

diária, função física e desempenho de papel, além de ao decorrer do tempo os

pacientes apresentarem maior frequência de sintomas como fadiga, insônia e dor, o

que pode comprometer o bem-estar do paciente, e reforça a importância da atenção

interdisciplinar no acompanhamento do tratamento do câncer colorretal.

A toxicidade em trato gastrintestinal apresentou maior frequência imediatamente

após a quimioterapia e persistiu, com menor intensidade, o que demonstra que após

a infusão os pacientes apresentaram um quadro agudizado.

Assim, o presente estudo demonstrou que a intervenção nutricional deve ocorrer

no momento do diagnóstico, até o término do tratamento, principalmente entre cada

sessão de quimioterapia, visando melhorar a adequação da ingestão alimentar de

todos os nutrientes, manter ou recuperar o estado nutricional e colaborar com melhor

qualidade de vida.

Page 58: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

58

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Abasaeed R, Coldwell SE, Lloid ME, Soliman SH, Macris PC, Schubert

MM.Chemosensory changes and quality of life in patients undergoing hematopoietic

stem cell transplantation. Support Care Cancer. 2018 Oct;26(10):3553-3561. doi:

10.1007/s00520-018-4200-7.

Ades F, Correa-Netto NF, Oliveira JS, Cepas T, Melo N. Inequality and cancer in

brazilinvestment, installed health services capacity and social development: a

comparative analysis of the factors related to different cancer outcomes in the 26 states

and the Federal District of Brazil. Braz J Oncol. 2019; 15(Supl.1): S56.

Alkan ŞB, Artaç M, Rakıcıoğlu N. The relationship between nutritional status and

handgrip strength in adult cancer patients: a cross-sectional study. Support Care

Cancer. 2018 Jul;26(7):2441-2451. doi: 10.1007/s00520-018-4082-8.

American Cancer Society. Chemotherapy Drugs Work. Disponível em:

https://www.cancer.org/treatment/treatments-and-side-effects/treatment-

types/chemotherapy/how-chemotherapy-drugs-work.html. Acesso em 16 de maio

2019.

Andrade FB, Duarte YAO, Souza Junior PRB, Torres JL, Lima-Costa MF, Andrade

FCD. Inequalities in basic activities of daily living among older adults: ELSI-Brazil,

2015. Rev Saude Publica. 2018 Oct 25;52Suppl 2(Suppl 2):14s. doi:10.11606/S1518-

8787.2018052000617.

Anelli A.; Gadellha AP.; Gimenes DL.; Feher O.; Pizão PE.; Markus SN., et.al. Manual

prático de condutas em oncologia clínica.1ª ed. São Paulo: Lemar, 2000. Capítulo 18:

Câncer de colon. p 145-152.

Azevedo, CD.; Bosco, SMD. Perfil nutricional, dietético e qualidade de vida de

Pacientes em tratamento quimioterápico. Conscientia e Saúde, 2011 ; 10 (1) : 23-30.

Page 59: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

59

Bozzetti F. Nutritional interventions in elderly gastrointestinal cancer patients: the

evidence from randomized controlled trials. Support Care Cancer.2019 Mar;27(3):721-

727. doi: 10.1007/s00520-018-4532-3

Brandalize PC, Santos EF, Bennemann GD, Flor FL, Sanches Z. Avaliação da

qualidade de vida e consumo alimentar de pacientes oncológicos de uma 2013.

instituição na cidade de Guarapuava-PR. Rev Bras Nutr Clin. 2013. 28(4) 282-287.

Malta DC, Oliveira TP, Santos MA, Andrade SS, Silva MM; Grupo Técnico de

Monitoramento do Plano de DCNT. Progress with the Strategic Action Plan for Tackling

Chronic Non-Communicable Diseases in Brazil, 2011-2015. Epidemiol Serv Saude.

2016 Apr-Jun;25(2):373-390. doi: 10.5123/S1679-49742016000200016.

Chamberlain JA, Dugué PA, Bassett JK, Hodge AM, Brinkman MT, Joo JE, Jung CH,

Makalic E, Schmidt DF, Hopper JL, Buchanan DD, English DR, Southey MC, Giles

GG, Milne RL. Dietary intake of one-carbon metabolism nutrients and DNA

methylation in peripheral blood. Am J Clin Nutr. 2018 Sep 1;108(3):611-621. doi:

10.1093/ajcn/nqy119.

Consenso Nacional de Nutrição Oncológica, volume 2. 2° edição revista, ampliada e

atualizada. Instituto Nacional de Câncer. Rio de Janeiro : INCA, 2016.

Consenso Nacional de Nutrição Oncológica, volume 2. Instituto Nacional de Câncer.

Rio de Janeiro : INCA, 2011.

Cruz-Jentoft AJ, Bahat G, Bauer J, Boirie Y, Bruyère O, Cederholm T, Cooper C,Landi

F, Rolland Y, Sayer AA, Schneider SM, Sieber CC, Topinkova E, Vandewoude

M,Visser M, Zamboni M; Writing Group for the European Working Group on

Sarcopenia in Older People 2 (EWGSOP2), and the Extended Group for EWGSOP2.

Sarcopenia:revised European consensus on definition and diagnosis. Age Ageing.

2019 Jul;48(4):601. doi: 10.1093/ageing/afz046.

Einstein, HIA. Guia de protocolos e Medicamentos para Tratamento em Oncologia e

Hematologia 2013, 518-555.

Page 60: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

60

European Society For Medical Oncology (ESMO) : Rectal cancer : ESMO Clinical

Practice Guidelines for diagnosis, treatment and follow-up:

https:academic.oup.com/annonc/a&icle/28/suppl 4/iv22/3958158. Acesso em 23 de

abril 2018.

Ferreira IB, Marinho Eda C, Custódio ID, Gontijo CA, Paiva CE, Crispim CA, Maia YC.

Food intake and the nutritional status of women undergoing chemotherapy. Cien

Saude Colet. 2016 Jun;21(7):2209-18. doi: 10.1590/1413-81232015217.05412015.

Ferreira, OG et al. O envelhecimento ativo sob o olhar de idosos funcionalmente

independentes. Rev. esc. enferm. USP [online]. 2010, vol.44, n.4, pp.1065-1069

Frisancho, AR. Anthropometric standards for the assessment of growth and nutritional

status. University of Michigan Press, 1990.

Gallego R, Sanchez N, Maurel J. Chemotherapy for elderly patients with advanced

colorectal carcinoma. Expert Rev Anticancer Ther. 2006 May;6(5):795-800.

Ganesh V, Agarwal A, Popovic M, Cella D, McDonald R, Vuong S, Lam H, Rowbottom

L, Chan S, Barakat T, DeAngelis C, Borean M, Chow E, Bottomley A. Comparison of

the FACT-C, EORTC QLQ-CR38, and QLQ-CR29 quality of life questionnaires for

patients with colorectal cancer: a literature review. Support Care Cancer. 2016

Aug;24(8):3661-8. doi: 10.1007/s00520-016-3270-7.

Geraldes AAR, Oliveira RMA, Albuquerque RB, Carvalho M, Farinatti PT. A Força de

preensão Manual é Boa Preditora do DesempenhoFuncional de Idosos Frágeis : um

Estudo Correlacional Múltiplo. Revista Brasileira de Medicina e Esporte. 2008 ; 4(1) :

12-16.

Gonzales MC, Borges LR, Silveira DH et al. Validação da versão em Português da

avaliação subjetiva global produzida pelo paciente, Revista. Brasileira J Nutrição

Clínica, 2010 ; 25 (2) : 102-8.

Page 61: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

61

Higuera-Pulgar I. et al. Ingesta dietética y estado nutricional de pacientes oncológicos

que inician tratamiento com inhibidores tirosina quisana. Nutr. Hosp. 2015. 32(3).1200-

07.

Hilal Z, Rezniczek GA, Klenke R, Dogan A, Tempfer CB. Nutritional status, cachexia,

and anorexia in women with peritoneal metastasis and intraperitoneal chemotherapy:

a longitudinal analysis. J Gynecol Oncol. 2017 Nov;28(6):e80.

doi:10.3802/jgo.2017.28.e80.

Instituto Nacional do Câncer (INCA) – Estimativa 2020. Disponível em

https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//estimativa-

2020-incidencia-de-cancer-no-brasil.pdf

Instituto Nacional do Câncer (INCA) – Estimativa 2018. Disponível em: http : //www.

inca. gov. br/estimativa/2018/estimativa-2018. pdf. acesso em 18 de abril.

Jones RP, Kokudo N, Folprecht G, Mise Y, Unno M, Malik HZ, Fenwick SW, Poston

GJ. Colorectal Liver Metastases: A Critical Review of State of the Art. Liver Cancer.

2016 Nov;6(1):66-71.

Lane JA. et al. Prostate cancer risk related to foods, food groups, macronutrients and

micronutrients derives from the UK Dietary Cohort Consortium food diaries. European

Journal of Clinical Nutrition,2017.(71) 274-83.

Lima, MG et al. Envelhecimento ativo: prevalência e diferenças de gênero e idade em

estudo de base populacional. Cad. Saúde Pública 2018; 34(11).

Lindskog EB, Gunnarsdóttir KÁ, Derwinger K, Wettergren Y, Glimelius B, Kodeda K. A

population-based cohort study on adherence to practice guidelines foradjuvant

chemotherapy in colorectal cancer. BMC Cancer. 2014 Dec 13;14:948.

doi:10.1186/1471-2407-14-948.

Lobo Ade J, Santos L, Gomes S. [Level of dependency and quality of life of elderly].

Rev Bras Enferm. 2014 Nov-Dec;67(6):913-9. doi:10.1590/0034-7167.2014670608.

Page 62: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

62

Malihi Z, Kandiah M, Chan YM, Esfandbod M, Vakili M, Hosseinzadeh M, Zarif

Yeganeh M. The effect of dietary intake changes on nutritional status in acute

leukaemia patients after first induction chemotherapy. Eur J Cancer Care (Engl).2015

Jul;24(4):542-52. doi: 10.1111/ecc.12262.

Manso MEG, Galera PC. Perfil de um grupo de idosos participantes de um programa

de prevenção de doenças crônicas. Estud. Interdiscipl. Envelhec. 2015. 20(1) 57-71.

Mardas M, Jamka M, Mądry R, Walkowiak J, Krótkopad M, Stelmach-Mardas M.

Dietary habits changes and quality of life in patients undergoing chemotherapy for

epithelial ovarian cancer. Support Care Cancer. 2015 Apr;23(4):1015-23.

doi:10.1007/s00520-014-2462-2.

Mardas M, Mądry R, Stelmach-Mardas M. Dietary intake variability in the cycle of

cytotoxic chemotherapy. Support Care Cancer. 2016 Jun;24(6):2619-25.

doi:10.1007/s00520-015-3072-3.

Mastelaro I, Pupin MP, Ribeiro SM, Oliveira HF, Peria FM, Cunha SF. Longitudinal

assessment of nutritional risk in patients under chemo or radiotherapy. Rev Assoc Med

Bras (1992). 2016 Oct;62(7):659-663. doi:10.1590/1806-9282.62.07.659.

Melo MM, Cardoso RM, Da Silva MJS. Reação adversa a medicamento Uma análise

comparativa de protocolos utilizados para o tratamento do câncercolorretal. Medicina

(Brazil) 2017. 50 (4). 245-54.

Menezes C, et al. Câncer colorretal na população brasileira: taxa de mortalidade no

período de 2005-2015. Revista Brasileira em Promoção da Saúde. 2016. 29(2) 172-

79.

Minosso JSM, Amendola F, Alvarenga MRM, Oliveira MAC. Validação no Brasil do

Indice de Barthel em idosos atendidos em ambulatórios. Acta Paulista de

Enfermagem. 2010 ; 23 (2) : 21 8-23.

Page 63: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

63

Monastyrska E, Hagner W, Jankowski M, Głowacka I, Zegarska B, Zegarski

W.Prospective assessment of the quality of life in patients treated surgically for rectal

cancer with lower anterior resection and abdominoperineal resection. Eur J Surg

Oncol. 2016 Nov;42(11):1647-1653. doi: 10.1016/j.ejso.2016.07.007.

Norman K, Wirth R, Neubauer M, Eckardt R, Stobäus N. The bioimpedance phase

angle predicts low muscle strength, impaired quality of life, and increased mortality in

old patients with cancer. J Am Med Dir Assoc. 2015 Feb;16(2):173.e17-22. doi:

10.1016/j.jamda.2014.10.024.

Observatorio de oncologia. “câncer como a primeira causa de morte nos municípios

brasileiros”. Disponível em: - https://observatoriodeoncologia.com.br/cancer-como-a-

primeira-causa-de-morte-nos-municipios-brasileiros-em-2015/. Acesso em 01 de

fevereiro 2018.

Ocvirk S, Wilson AS, Appolonia CN, Thomas TK, O'Keefe SJD. Fiber, Fat, and

Colorectal Cancer: New Insight into Modifiable Dietary Risk Factors. Curr

Gastroenterol Rep. 2019 Dec 2;21(11):62. doi: 10.1007/s11894-019-0725-2.

Oliveira Pedron ÉL, de Cássia de Aquino R, Borin da Silva C. Impact of the

antifermentative diet during radiotherapy for prostate cancer in elderly, SÃO Paulo,

Brazil. Support Care Cancer. 2019 Nov 27. doi: 10.1007/s00520-019-05187-0.

Opas-Organização Pan Americana De Saúde, Saúde, Bem-Estar E Envelhecimento

(SABE), Encuestra Multicêntrica-Salud Bienestar y Envejecimento (SABE) em

America Latina e el Caribe, In : XXXVI Reunión Del Comitê Asesor de Investigaciones

em Salud [informe preliminar}; 2002. Disponivelem <http:/{www.,

orgmrogram/salmhtm>. acesso em 1 3 abril 201 8.

Organização Mundial da saude. Relatório mundial do envelhecimento e saúde.

Disponível em: https://sbgg.org.br/wp-content/uploads/2015/10/OMS-

ENVELHECIMENTO-2015-port.pdf

Page 64: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

64

Ozorio GA, Barão K, Forones NM. Cachexia Stage, Patient-Generated Subjective

Global Assessment, Phase Angle, and Handgrip Strength in Patients with

Gastrointestinal Cancer. Nutr Cancer. 2017 Jul;69(5):772-779.

doi:10.1080/01635581.2017.1321130.

Pacheco Nunes da Silva M. Sindrome da anorexia-caquexia em portadores de câncer

Anorexia-cachexia syndrome in cancer patients. 2015. Disponível <http:/{www.

nutrabem. ind. brlanorexia. pdf>. acesso em 18 set. 2018.

Pagotto V, Santos KFD, Malaquias SG, Bachion MM, Silveira EA. Calf circumference:

clinical validation for evaluation of muscle mass in the elderly.Rev Bras Enferm. 2018

Mar-Apr;71(2):322-328. doi: 10.1590/0034-7167-2017-0121

Paz RC, Fortes RC, Toscano BAF. Processo de envelhecimento e câncer: métodos

subjetivos de avaliação do estado nutricional em idosos oncológicos. Com.Ciências

Saúde 2011 : 22 (2) : 143-56.

Peng J, Shi D, Goodman KA, Goldstein D, Xiao C, Guan Z, Cai S. Early results of

quality of life for curatively treated rectal cancers in Chinese patients with EORTC

QLQ-CR29. Radiat Oncol. 2011 Aug 12;6:93. doi:10.1186/1748-717X-6-93.

Pereira DS, Nogueira JAD, Silva CAB. Qualidade de vida e situação de saúde de

idosos: um estudo de base populacional no Sertão Central do Ceará. Rev. bras.

geriatr. gerontol. [online]. 2015

Pereira PL, Nunes ALS, Duarte SFP. Qualidade de vida e Consumo Alimentar de

Pacientes Oncológicos. Revista Brasileira de Cancerologia. 2015. 61(3) 243-51.

Philipi, S.T. e Aquino, RC.,Dietética – Principio para o planejamento de uma

alimentação saudável. 1 ed. Barueri: Editore Manole, 2015.

Pimente FB, Pinho L, Silveira MF, Botelho ACC. Fatores associados a doenças

crôncias em idosos atendidos pela Estratégia de Saúde da Família.2015. Ciências da

Saude 20(8); 2489-98.

Page 65: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

65

Poltronieri TS, Trusset C. Impacto do tratamento do câncer sobre o estado nutricional

de paciente oncológico e atualização da literatura. Revista Brasileira de Ciências da

Saúde.2016. 20(4); 327-32.

Portal European Orgamzation for Research and Treatment of Cancer - Quality of life

(EORTC QUALITY OF LIFE) Disponível em. http://groups. eortc. be/qol/eortc-c30.

Acesso em 18 de abril 2018.

Rex DK, Boland CR, Dominitz JA, Giardiello FM, Johnson DA, Kaltenbach T, Levin

TR, Lieberman D, Robertson DJ. Colorectal Cancer Screening: Recommendations for

Physicians and Patients From the U.S. Multi-Society Task Force on Colorectal Cancer.

Gastroenterology. 2017 Jul;153(1):307-323. doi:10.1053/j.gastro.2017.05.013.

Rolim PM, Souza KM, Filgueira LP, Silva LC. Apresentação da refeição versus

desperdício de alimentos na alimentação de pacientes oncológicos. Alimentação e

Nutrição., Araraquara. 2011;22(1);137-42.

Roque VMN, Forones NM. Avaliação da qualidade de vida e toxicidades em pacientes

com câncer colorretal tratados com quimioterapia adjuvante baseada em

fluoropirimidinas. Arquivos de Gastroenterologia. 2006; 43(2); p. 94-101

Rottenberg Y, Barchana M, Liphshitz I, Peretz T. The changing face of cancer in the

elderly: only a demographic change? Arch Gerontol Geriatr. 2010 May-Jun;50(3):e59-

62. doi: 10.1016/j.archger.2009.05.011.

Santos AF. et al. Ingestão alimentar versus recomendações nutricionais em pacientes

oncológicos em unidade de saúde de São Luís, Maranhâo. Rev Bras

NutrClin.2015;30(1); 50-4,

Schaap LA, Quirke T, Wijnhoven HAH, Visser M. Changes in body mass index and

mid-upper arm circumference in relation to all-cause mortality in older adults. Clin Nutr.

2018 Dec;37(6 Pt A):2252-2259. doi:10.1016/j.clnu.2017.11.004.

Page 66: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

66

Schmaltz RMLC. Avaliação do consumo alimentar de idosos institucionalizados da

cidade de Paracatu, MG. Rev Nutri. 2011, 16 (32) : 143-150.

Scotté F, Bossi P, Carola E, Cudennec T, Dielenseger P, Gomes F, Knox S, Strasser

F. Addressing the quality of life needs of older patients with cancer: a SIOG consensus

paper and practical guide. Ann Oncol. 2018 Aug 1;29(8):1718-1726.doi:

10.1093/annonc/mdy228.

Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia-Sobrafo, Agência Nacional de

Vigilância Sanitária-ANVISA. Guia para notificação de reações adversas em

oncologia. 2 ° edição. São Paulo, 2011.

Van Der Werf A. et al. Cancer Cachexia : Identification by Clinical Assessmentvers us

International Consensus Criteria in Patients with Metastatic Colorectal Cancer.

Nutrition and Cancer. 2018; 31(2) 1-8.

Vries YC, van den Berg MMGA, de Vries JHM, Boesveldt S, de Kruif JTCM, Buist N,

Haringhuizen A, Los M, Sommeijer DW, Timmer-Bonte JHN, van Laarhoven HWM,

Visser M, Kampman E, Winkels RM. Differences in dietary intake during chemotherapy

in breast cancer patients compared to women without cancer. Support Care Cancer.

2017 Aug;25(8):2581-2591. doi: 10.1007/s00520-017-3668-x.

World Cancer Research Fund. Diet, Nutrition, Physical Activity and Cancer: a Global

Perspective. Disponível em: https://www.wcrf.org/dietandcancer/about. Acesso em 23

de julho 2019.

World Health Organization. Obesity preventing and managing the globalepidemic.

WHO Technical Report Series, Geneva, n. 894, 1998 (Technical ReportSeries, n. 894).

Yang W, Sui J, Ma Y, Simon TG, Petrick JL, Lai M, McGlynn KA, Campbell PT,

Giovannucci EL, Chan AT, Zhang X. High Dietary Intake of Vegetable or

Polyunsaturated Fats is Associated With Reduced Risk of Hepatocellular

Carcinoma.Clin Gastroenterol Hepatol. 2020. doi:10.1016/j.cgh.2020.01.003.

Page 67: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

67

APÊNDICE 01 – ANAMNESE NUTRICIONAL

Page 68: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

68

APÊNDICE 02 – DIÁRIO ALIMENTAR

Page 69: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

69

Page 70: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

70

Page 71: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

71

Page 72: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

72

Page 73: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

73

Page 74: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

74

ANEXO 01 – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP (USJT)

Page 75: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

75

Page 76: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

76

ANEXO 02 – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP (UNIFESP)

Page 77: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

77

Page 78: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

78

ANEXO 03 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

O senhor(a) está sendo convidado a participar, como voluntário, do projeto de pesquisa

“Relação entre o consumo alimentar, estado nutricional, toxicidades em trato

gastrointestinal e qualidade de vida em pacientes com câncer de colorretal em

tratamento quimioterápico”, que será realizado no ambulatório de gastroenterologia (Casa

da Gastroenterologia) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) no período de

novembro de 2018 a outrubro 2019. Caso o senhor concorde em participar, por favor assine

esse documento e, se preciso leve consigo para consultar algum familiar e entregue

posteriormente. Sua participação não é obrigatória, e a qualquer momento o senhor poderá

desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo para

a sua relação com os pesquisadores ou com a instituição. O senhor receberá uma via desse

termo em que constam o telefone e endereço da pesquisadora principal, bem como do Comitê

de Ética em Pesquisa, para que possa esclarecer eventuais dúvidas sobre o projeto e sua

participação.

PESQUISADOR (A) RESPONSÁVEL: Jessica Sillas de Freitas

OBJETIVO DA PESQUISA: Relacionar o consumo alimentar, estado nutricional, toxicidades

em trato gastrointestinal e qualidade de vida em pacientes com câncer de colorretal em

tratamento quimioterápico.

JUSTIFICATIVA PARA PROPOSTA DA PESQUISA: Pacientes com neoplasias

colorretais estão propensos a apresentar múltiplos efeitos colaterais em decorrência da

toxicidade do tratamento quimioterápico, que podem impactar no consumo alimentar, na

involução do estado nutricional, na redução da qualidade de vida, justifica-se avaliar o

consumo alimentar, o estado nutricional, a toxicidade em trato gastrointestinal e a qualidade

de vida em pacientes com câncer colorretal em tratamento quimioterápico.

DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTO DA PESQUISA: O senhor (a) será atendido pela

nutricionista responsável pela pesquisa no primeiro dia de cada ciclo de quimioterapia e

responderá um questionário sobre frequência alimentar, relatando hábitos alimentares no

último ano, além disso, realizará a avaliação nutricional, com aferição do peso, altura,

circunferência da panturrilha, força de preensão palmar e composição corporal em um

aparelho de bioimpedância, em que serão colocados dois eletrodos, um e sua mão e outro

em seu pé, ambos procedimentos que poderão dispensar cerca de uma (1) hora. Também

receberá o impresso de anotação do consumo alimentar e presença/ausência das reações

adversas decorrentes da toxicidade do quimioterápico, e será orientado como preencher em

sua residência. No 3° e 6° ou no 4° e 7° dia após quimioterapia e no dia que antecede o

próximo ciclo, o senhor receberá uma ligação solicitando que preencha o impresso que deverá

Page 79: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

79 retornar preenchido. No primeiro dia do próximo ciclo de quimioterapia, o senhor novamente

será avaliado com aferição do peso, altura, circunferência da panturrilha, força de preensão

palmar e composição corporal em um aparelho de bioimpedância e responderá 02

questionarios sobre qualidade de vida e atividades de vida diária, que poderá dispensar cerca

de uma (1) hora.

RISCOS E DESCONFORTOS ESPERADOS: Os riscos possíveis a serem considerados são:

1) As questões de entrevista podem lhe causar desconforto emocional e irão utlizar seu

tempo, podendo impactar na sua rotina durante o atendimento; 2) A avaliação da composição

corporal (aferição de peso e altura, bem como a Bioimpedância) apresentam risco de queda

e também irão utilizar seu tempo, podendo impactar na sua rotina durante o atendimento; 3)

O registro do consumo de alimentos em domicílio pode impactar na sua rotina e utilizar seu

tempo. Se for observado comprometimento emocional ou constrangimento a entrevista será

interrompida pelo tempo necessário para melhor conforto e acolhimento do senhor que poderá

ser encaminhado ao Centro de Psicologia Aplicada (CENPA) da Universidade São Judas

Tadeu para melhor suporte. Se ocorrer algum mal- estar ou queda, o senhor (a) será

imediatamente transferido ao pronto socorro do Hospital São Paulo (UNIFESP), localizado na

Rua Pedro de Toledo, 720 - Vila Clementino, São Paulo – SP, e acompanhado pela

pesquisadora até o término do atendimento hospitalar e melhora de qualquer

sintoma/consequência após a queda. A pesquisa não atrapalhará seu atendimento médico e

quimioterápico e poderá ser imediatamente suspensa caso necessário. A pesquisadora da

pesquisa lhe garantem que os dados são sigilosos e utilizados para publicação científica, sem

a identificação do paciente e serão armazenados por um período de cinco anos e então

descartados.

BENEFÍCIOS QUE PODERÃO SER OBTIDOS: A identificação da qualidade nutricional de

sua alimentação a partir da presente pesquisa poderá ser utilizada para o desenvolvimento

e/ou aprimoramento de condutas e orientações favoráveis a pacientes com diagnóstico de

câncer de colorretal.

CUSTO/REEMBOLSO PARA O PARTICIPANTE: Não haverá nenhuma remuneração pela

participação na pesquisa, como também não haverá despesas extras cotidianas pela

participação no estudo, pois a coleta de informações será realizada em situação agendada e

local pré-estabelecido em acordo entre a pesquisadora e o senhor.

CONFIDENCIALIDADE DA PESQUISA: As informações levantadas serão utilizadas

somente para a pesquisa, não sendo divulgada nenhuma informação pessoal sobre nenhum

participante. Sua identidade será preservada, sendo que somente a pesquisadora e o Comitê

de ética em Pesquisa terão acesso aos dados. A pesquisa será utilizada para fins acadêmicos

Page 80: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

80 e para a publicação do estudo. Os questionários serão preservados por até cinco anos e

depois descartados.

AUTORIZAÇÃO PARA PARTICIPAÇÃO DA PESQUISA

Nome do participante:____________________________________________________

RG:________________ Eu, pelo presente, concordo em participar voluntariamente da

pesquisa sob a supervisão da nutricionista Jessica Sillas de Freitas. Reconheço que li, que

me foi explicado em linguagem de meu entendimento, o documento de consentimento

anexado. Tive a oportunidade de perguntar sobre o estudo e todas as minhas dúvidas foram

respondidas de maneira satisfatória. Entendo que tenho a liberdade de retirar esta autorização

e descontinuar minha participação deste estudo a qualquer tempo. Fui informado que, se

necessário, poderei entrar em contato com a pesquisadora responsável ou com o Comitê de

Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu 2799 1677, ou Comitê de Ética em

Pesquisa da Unifesp – Rua Prof. Francisco de Castro 55, tel: (011)-5571-1062; (011)-5539-

7162. E-mail: [email protected].;

Obs.: Assinar abaixo e rubricar todas as páginas.

_________________________________________________________________

Assinatura do participante ou responsável

__________________________________________________________________

Nutricionista Jéssica Sillas de Freitas CRN3: 35290

Contato: [email protected] Telefone: 2701 – 9528 / 940240206

Rua Guaiana Timbó 192 – Parque Santa Madalena – São Paulo – SP

Page 81: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

81

ANEXO 04 – AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL

Page 82: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

82

ANEXO 05 - EORTC QLQ – C30

Page 83: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

83

Page 84: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

84

ANEXO 06 - EORTC QLQ – C29

Page 85: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

85

Page 86: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

86

ANEXO 07 - EGOC STATUS

Page 87: Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação

87

ANEXO 08 - ESCALA DE BARTHEL