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| Telefone: 232 437 461 · Avenida Alberto Sampaio, 130 - 3510-028 Viseu · [email protected] · www.jornaldocentro.pt | pág. 02 pág. 06 pág. 08 pág. 10 pág. 16 pág. 19 pág. 22 pág. 23 pág. 26 pág. 27 pág. 29 pág. 31 UM JORNAL COMPLETO > PRAÇA PÚBLICA > ABERTURA > À CONVERSA > REGIÃO > ECONOMIA > DESPORTO > FEIRA DE S. MATEUS > CULTURA > EM FOCO > SAÚDE > CLASSIFICADOS > CLUBE DO LEITOR SEMANÁRIO DA REGIÃO DE VISEU DIRETOR Paulo Neto Semanário 19 a 25 de setembro de 2013 Ano 12 N.º 601 1 Euro 0,80 Euros Distribuído com o Expresso. Venda interdita. Aquilino já mora em Viseu... Aquilino já mora em Viseu... Novo acordo ortográfico Paulo Neto Agora com novo preço x xx | págs. 10, 11 e 12 Publicidade Publicidade Publicidade Tel: 232 420 850 Inglês e Espanhol Cursos a iniciar em Outubro José Alfredo fotógrafo Tlm. 962 364 449 [email protected] Rua dos Loureiros, 7 • 3500-148 Viseu

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Jornal do Centro - Ed601

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| Telefone: 232 437 461 · Avenida Alberto Sampaio, 130 - 3510 - 028 Viseu · [email protected] · w w w.jornaldocentro.pt |

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UM JORNAL COMPLETO

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> ABERTURA

> À CONVERSA

> REGIÃO

> ECONOMIA

> DESPORTO

> FEIRA DE S. MATEUS

> CULTURA

> EM FOCO

> SAÚDE

> CLASSIFICADOS

> CLUBE DO LEITOR

S E M A N Á R I O D A

REGIÃO DE VISEU

DIRETORPaulo Neto

Semanário19 a 25 de setembro de 2013Ano 12N.º 601

1 Euro0,80 Euros

Distribuído com o Expresso. Venda interdita.

Aquilino já mora em Viseu...Aquilino já mora em Viseu...

Novo acordo ortográfico

Paul

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Agora com

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| págs. 10, 11 e 12

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José Alfredofotógrafo

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praçapública

palavrasdeles

rAqueles que me acusam de chegar tar-de e sair cedo de uma Assembleia Municipal é gente que nunca tra-balhou numa empresa privada. Não sabem o que é uma avaliação semanal, mensal, não sabem o que é ter metas para atingir”

Hélder AmaralCandidato do CDS-PP à Câmara Municipal de Viseu

na apresentação dos candidatos do CDS-PP às eleições autárquicas,

rA região de Viseu não tem sido tratada como deve ser”, o que está a falhar”

João CottaPresidente do Conselho Geral do IPV,

na tomada de posse da presidência do IPV

rO Almeida Henriques é um personagem espe-cial que consegue com-binar coisas que não é fácil combinar. Não é, evidentemente, o candi-dato perfeito, o candida-to perfeito não existe em lado nenhum”

Pedro Passos CoelhoPrimeiro-ministro, na apresentação da comissão de honra da

candidatura de Almeida Henriques

rAqui tenho que ser bairrista. Sou de Viseu e, por isso, o senhor presidente, o senhor primeiro-ministro per-deu um grande secretá-rio de estado da saúde (Almeida Henriques)”

Mota FariaPresidente da Distrital do PSD e candidato à Assembleia Muni-

cipal, na apresentação da comissão de honra da candidatura de Almeida Henriques

Sempre pensei que a solidarie-dade fosse um acto pessoal ou colectivo por livre decisão/op-ção/arbítrio do(s) solidário(s). A corja governativa impõe-nos agora, autocraticamente, por de-cisão unilateral, o pagamento de uma “contribuição extraor-dinária de solidariedade” men-sal, a ser surripiada directamen-te aos salários, aposentados in-cluídos. Solidários com quem? Com os ladrões do BPN? Com os swap-gestores-fraudulentos? Com a má gestão governativa? Com a compra de 2 submarinos por 700 milhões de euros? A so-lidariedade com gente deste qui-late e políticas devastadoras des-te teor apenas seria possível com governantes e responsáveis pe-los consecutivos desaires ata-dos num pelourinho, expostos, insultados e açoitados por to-dos quantos por eles foram e são roubados e de quem escarnecem com desdém inqualificável.

A ministra-swap-Albuquerque-qualquer-coisa disse que a culpa do descalabro financeiro era do Tribunal de Contas e da comuni-cação social. Já ninguém se ofen-de, indigna ou admira. Esta se-nhora diz o que lhe vem à cabeça com uma cara-de-pau esfíngica. A mentira, naqueles abtrusos cé-rebros, tornou-se a verdade em que chafurdam e o “politiquês” transformou a escorreita e mile-nar língua lusitana num cano de esgoto fétido de fel podre.

Aquilino mora em Viseu. À porta do antigo Mercado Mu-nicipal, frente à pastelaria Hor-ta que frequentou, para sempre entre nós, a partir do dia 13 de Setembro em que faria 128 anos. Inauguração condigna. Com três

gerações de familiares do escri-tor presentes. Com o executivo camarário em peso e muitos “ga-fanhotos” a saltaricarem para fi-car na fotografia.

A redução dos salários na fun-ção pública, funcionários na mo-bilidade e aposentados vai ser brutal. Prevêem-se cortes que podem chegar aos 80%. Apesar de reconhecermos a diferença entre poder local e central, entre autárquicas e legislativas, como pode, em boa verdade, o cida-dão-eleitor, no momento do voto esquecer a quem deve a desgra-ça da sua vida?

A propósito de cortes nas pen-sões cita-se a insuspeita Manuela Ferreira Leite que escreve no Ex-presso, com o título “Inadmissível - Anunciados cortes das pensões dos beneficiários da Caixa Geral de Aposentações que, em nome de uma suposta correcção de injusti-ças relativas, poderão ser vítimas de uma medida arbitrária que, na sua cegueira, pode causar danos dramaticamente imorais a milha-res de pessoas.”

Crato veio ao IPV dar pos-se a Fernando Sebastião. Não é costume os ministros virem às tomadas de posse dos presi-dentes dos politécnicos. É cos-tume, isso sim, andarem por aí no tempo que antecede as elei-ções a vender “banha-da-cobra” política. Escusavam era de se acautelar com cortes de trânsi-to, barreiras de ferro e polícia aos magotes. Sombrias e sujas devem trazer as consciências para demonstrarem sem rebuço nem pudor tanto descaramento e tal medo.

Mas não ficamos por Crato. Vêm Portas, Seguro e Passo Co-elho. Escrevemos este editorial no sábado à tarde e de concre-to pouco sabemos destas visi-tas. Certo é que Viseu nunca teve tantos “turistas ilustres” na Feira de S. Mateus. Amigo José Moreira, estás de parabéns!

Passos Coelho não baixa o IVA alegando não querer criar uma “renda” para os donos dos restaurantes. Esperamos que

quando o primeiro-ministro for comer fora, nenhum “rendeiro” lhe cuspa na bifana. Ou melhor, na lagosta suada…

Como é possível, um fulano de nome Ricardo Oliveira, acusado de burla qualificada e fraude fis-cal, com uma dívida de milhões ao “buraco-BPN”, vender num leilão em Londres a sua colecção privada de 74 Mercedes-Benz clássicos por 20 milhões de euros. Se fosse o “Tóino” que não pagasse o IUC as finanças penhoravam-lhe o Toyota com 17 anos… Felizmente a Parva-lorem foi a tempo de arrestar o produto da venda.

Mas animemo-nos um pouco: a Porsche ainda não oficializou a venda do seu supermodelo 918 Spyder, que custará por cá 808 mil euros, mas já tem quatro en-comendas firmadas em Portugal. Sabendo o gosto de Dias Lourei-ro pela marca, será um dos qua-tro clientes? Ou serão dos efica-zes mega-gestores da CGD, em Espanha e no Brasil?

Nem social, nem democraciaEditorial

Paulo NetoDiretor do Jornal do Centro

[email protected]

Jornal do Centro19 | setembro| 2013

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OPINIÃO | PRAÇA PÚBLICA

Que signifi cado tem para si a recém-inaugurada estátua da Aquilino Ribeiro, na Rua Formosa em Viseu?

Importa-se de

responder?

Significa que é bom não esquecer os filhos da terra. É de terras de Viseu e foi um grande romancista.

No ano em que se assinala o cinquentenário da morte de Aquilino Ribeiro, o mestre esquecido, aparece agora na Rua Formosa, na cidade de Viseu. Finalmente, fez-se justiça, não só ao grande escritor, mas a um grande homem do seu tempo.

Todo e mais algum! É o regresso simbólico ao centro de Viseu de um homem do mundo, um autor universal e um pro-fundo conhecedor da nossa língua e diáspora. Ainda hoje me causa perplexidade a sua ausência dos programas escolares, onde constam etno-frivolidades que não lhe chegam às bar-bas. Aquilino é universal, traz em si a profundíssima revolu-ção da vertigem da consciência. Há muito Portugal a ilumi-nar com a luz de Aquilino, sobretudo nestes dias em que os Lobos uivam.

No ano em que se assinala o cinquentenário da morte de Aquilino Ribeiro, o mestre esquecido, aparece agora na Rua Formosa, na cidade de Viseu. Finalmente, fez-se justiça, não só ao grande escritor, mas a um grande homem do seu tem-po.

Senhorinha TeixeiraFormadora

Isabel OliveiraProfessora

Nicolau do Vale PaisProfessor

Ramiro FigueiredoDirigente na Autoridade

Tributária e Aduaneira

estrelas

José JunqueiroCandidato do PS

à autarquia de Viseu

Pela sua intervenção em favor de todos quantos vivem a angústia de ver as suas carreiras profissionais destruídas por esta política, foi a única voz dissonante perante Pas-sos Coelho, na apresentação da Co-missão de Honra da candidatura de Almeida Henriques, dia 16.

Fernando RuasPresidente da Câmara

Municipal de Viseu

números

30%Quebra nas vendas, em re-

lação ao ano passado, du-rante a época de saldos, em Viseu.

Mota FariaPresidente da Distrital

do PSD Viseu

Ao acarinhar e apoiar a home-nagem da estátua de Aquilino Ri-beiro em Viseu, materializou um anseio de muitos e dignificou a Li-teratura Portuguesa na figura do grande escritor beirão.

Juntou um pack 2 em 1, na sua campanha eleitoral, ao ir buscar os produtos endógenos da região para distribuir promocionalmen-te, ao mesmo tempo que apoiava instituições de solidariedade so-cial da cidade, como por exemplo, a APPACDM.

Quando vemos políticos, com ar so-lene, estabelecer “linhas vermelhas” de irrevogável ultrapassagem, perce-bemos que uma qualquer manobra po-lítica está em curso. Quanto um políti-co pede para ser internado se algum dia exercer determinado cargo polí-tico, é porque Deus está mesmo para descer à terra. É com este descrédito que, ao ouvir o primeiro-ministro fa-lar em “esperteza saloia”, se incendeia uma raiva que nem os bombeiros, des-tacados para a simulação de incêndio no Chiado, poderiam suster.

Depois da última sondagem da Eu-rosondagem, a raiva deu lugar à desilu-são. Todos os líderes partidários conse-

guiram subir os níveis de popularidade. Até o PSD consegue ser o partido que mais cresce nesta sondagem. Dou de barato, que de um lado está o pouco entusiasmante José Seguro e, até con-cedo, que Passos Coelho seja encarado como o mal menor, especialmente de-pois de ter saído vitorioso e reforçado com a crise política de Julho.

No detalhe, a sondagem mostra que até a Assembleia da República sobe e detém uma percepção positiva por par-te dos portugueses. O surpreendente é que estes valores aparecem depois de comprovarmos que a Lei de Limitação de Mandatos, afinal não era para limi-tar mandatos coisa nenhuma e que os

deputados continuam militantemente a tomar-nos por papalvos.

Poderão dizer-me que depois da crise política de Julho e da relati-va acalmia, perturbada pelos “brie-fings” e sucedâneos de Agosto, a credibilidade terá descido até níveis tão baixos que a partir daí só poderia mesmo subir. Este é a mesmíssima conversa que ouvimos relativamen-te à crise, e que ainda está por pro-var. Quanto a esta detenho-me, para já, a mais comentários. Mas quanto à primeira devo sublinhar que não será bem assim. Aquilo que pertinen-temente Pacheco Pereira classifica como a novilíngua da crise, nada mais

é do que o maior ultraje e insulto aos cidadãos desde que me lembro.

Quando os termos “requalificação” e “mobilidade” são eufemismos utili-zados para mascarar despedimentos, e “convergência” significa cortes nas pensões dos que já nada poderão fa-zer para se defender, estamos perante a consagração do desrespeito total da classe política para com aqueles que governa. Já nos habituámos às inver-dades e não verdades a que estamos sujeitos, até porque a mentira em Por-tugal não existe, mas quando se trata de canalhice mascarada de “esperteza saloia” tem de ser chegado o momento de dizer basta!

Ultraje saloio

David Santiago

Opinião

Jornal do Centro19 | setembro | 2013

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PRAÇA PÚBLICA | OPINIÃO

No período em que somos invadi-dos por outdoors em cada esquina, rotunda, baldio, parede, e por aí fora, permito-me pensar na criatividade e grafismo dos mesmos…que diga-se, é extremamente pobre. Dá a impressão que o grosso do investimento vai para a quantidade e não para a qualidade. Atentos a estas coisas, uns jovens deci-diram criar uma página onde se escru-tina não só a qualidade em termos de design como o conteúdo dos milhares

de outdoors que pululam pelos olhos de todos. O resultado em termos de adesão foi um sucesso, mas em termos de acei-tação dos intervenientes, o caso muda de figura. Nem todos nos permitimos a ter o mesmo tipo de humor ou a aceitar um diferente humor nos outros, mas é muito desapontante ver que figuras que se tornam de alguma forma públicas não tenham a capacidade de se rir um pouco delas próprias. Essa página que todos os dias arranca gargalhadas, seja

pelos bracinhos unidos, figuras levi-tantes, penteados e bigodes estranhos, cabeças acrescentadas, localização ge-ográfica estranha, dizeres alarmantes e com atentados à língua portuguesa; é o nítido espelho de que a qualidade foi empurrada para segundo plano. Mas e então a qualidade do conteúdo? Res-pondo com uma pergunta: Qual con-teúdo? Esta é a campanha da falta de conteúdo, não se vêm promessas nem ideias, e as palavras de ordem são “con-

Artes de rua

Foi celebrizada esta frase, dita em circunstâncias inesperadas, por um co-nhecido arquitecto. E é a que me ocorre neste momento em que a canícula pro-mete esmaecer e se começam a formar os orvalhos que amolecem as crocan-tes folhas, até agora pasto dos incên-dios e onde os criminosos se divertem a ateá-los. As aves de arribação aguen-taram-se mais algum tempo, aguar-dando que os fumos omnipresentes sejam descidos pelas chuvas que tar-

dam num Verão que, dizem, foi o mais quente e seco desde há décadas. O dou-rado do Sol anuncia o fim da estação. A passarada está mais parca nos cânticos e interessada em aforrar as gorduras que lhes ajudem a passar os frios da in-vernia. O arvoredo, cansado pela fai-na da reprodução e adormecido pelo silêncio crescente, vai-se esquecendo de alimentar as folhas que definham e mudam, no seu extortor, as cores com que se vestiram para aguentar o Sol

terrífico e sem dó que sobre elas de-sencadeou o processo de aceleração da seiva e o consequente despertar para o ciclo da reposição da espécie. Algumas ficaram pelo caminho às mãos dos cri-minosos, outras aguardam que o mes-mo fim lhes toque à porta, pois não se podem mover. Pois se fossem como as pessoas que, querendo, podem ir para onde procurar melhor vida e fugir dos também criminosos que lhes dão cabo da esperança no futuro, dos políticos

Já passou…!

DiretorPaulo Neto, C.P. n.º TE-261

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Redação([email protected])

Emília Amaral, C.P. n.º 3955

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Micaela Costa, C.P. n.º TP-1866 [email protected]

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Diretora: Catarina [email protected]

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ImpressãoCoraze - Oliveira de AzeméisTelf.: 910252676 / 910253116 / 914602969

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Sede e RedaçãoAvenida Alberto Sampaio, 1303510-028 ViseuApartado 163Telefone 232 437 461

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Internetwww.jornaldocentro.pt

PropriedadeO Centro–Produção e Ediçãode Conteúdos, Lda. Contribuinte Nº 505 994 666 Capital Social 114.500 Euros Depósito Legal Nº 44 731 - 91Título registado na ERC sobo nº 124 008SHI SGPS SA

GerênciaPedro Santiago

Os artigos de opinião publicados no Jornal do Centro são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. • O Jornal reserva-se o direito de seleccionar e, eventualmente, reduzir os textos enviados paraa secção “Cartas ao Director”.

SemanárioSai à quinta-feiraMembro de:

Associação Portuguesade Imprensa

União Portuguesada Imprensa Regional

Opinião

1. “Não há eleições sem sondagens, tal como não há bruxas sem bolas de cristal.” Era mais ou menos assim que, às 08h, de um Outono de 2007, que começava mais uma aula de Es-tudos Eleitorais. Chego a 2013 e con-firmo, a academia não anda a dor-mir. Mais umas eleições, mais umas sondagens, mais uma visita à Maya -caro leitor, nunca negue à partida uma ciência que desconhece. A últi-ma sondagem atribui 48% a Almeida Henriques; 35,8% a José Junqueiro; 7% a Hélder Amaral; 3,5% à Manuela

Antunes; e 2,6% a Francisco Almeida. Calma meus caros, moderem o vosso entusiasmo. Não há vencedores an-tecipados. Em relação às sondagens, não sendo crente também não sou ag-nóstico. Uma sondagem é um estudo estatístico que, pela sua própria natu-reza, mesmo ponderando as mais di-versas variáveis, será sempre incerto. Arrisco afirmar que, por vezes, é té-nue a linha que separa algumas son-dagens das previsões do falecido pol-vo Paul [2008-2010 Como a vida pode ser curta para um cefalópode.]. Em

noites eleitorais grandes vencedores deram miseráveis derrotados e der-rotados da vida emergiram estadis-tas. Agora, vamos entrar na cadeira de história. Convido-vos a recuar um pouco no tempo e a viajar umas mi-lhas: Segundo a Eurosondagem, nas eleições presidenciais de 2006, Má-rio Soares tinha larga vantagem so-bre Manuel Alegre, e o resultado…; não quero ser picuinhas mas também recordo Rui Rio versus Fernando Go-mes, 2001; como não recordar Pau-lo Rangel frente a Vital Moreira nas

Da Tribuna

Opinião

Opinião

Há uma página no Facebook – Te-sourinhos Autárquicas 2013 – que se dedica a “colecionar” as situações cari-catas que acontecem nas candidaturas por esse Portugal fora. Do vídeo viral do candidato do PTP a Gaia, em que ele assume que se escolheu mal a sua equipe, ao cartaz da CDU em que os candidatos abdicam do seu vencimen-to em prologo da população, há muitos momentos divertidos ou deprimen-

tes. A verdade é que muitas das par-tilhas da página só têm piada sempre que conseguirmos dissociar o ridículo do facto de que as pessoas envolvidas são candidatas a órgãos autárquicos e a executivos do Poder Local.

O desinvestimento de Portugal na educação para todas/os está à vista. A fórmula é bem antiga. Salazar sabia que um povo ordeiro só precisava de saber ler e contar para poder orientar a sua

vida. Educação a mais traz problemas a qualquer regime que se pretende per-petuar. Depois da ditadura Salazarista, também a ditadura mascarada do ro-tativismo da 3ª República soube reco-nhecer que só o desinvestimento na escola pública conseguiria manter o povo suficientemente desinteressado da política num mundo com uma com-plexidade crescente. E não precisamos de nos cingir, neste exercício, ao ensino

Na ignorância e no silêncio

Maria do Céu Sobral Geóloga

[email protected]

Sílvia Vermelho Politóloga

Opinião

Jornal do Centro19 | setembro| 2013

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OPINIÃO | PRAÇA PÚBLICA

tenção de custos”, “estabilização das contas”, “captação de investimento”, ou “continuida-de do bom trabalho”. Por um lado parece-me bem, afinal de promessas está o povo cheio, assim como o está de gastos desajustados e supérfluos. Mas somos tidos como desen-rascados e criativos, e estes outdoors que ve-mos todos os dias são tão…coitadinhos. Sal-vou-nos portanto a criatividade e engenho de uns quantos que decidiram arrancar des-tes coitadinhos o melhor que o humor tem, gozar com nós próprios. Fazer um outdoor,

criar uma imagem publicitária, é uma arte, e a quantidade que uma campanha política implica devia ser devidamente acompanha-da de um mínimo de qualidade, salvaguardo no entanto que também há bons exemplos, são é em menor número. Na cidade do Por-to, de onde também nos surgem muitos des-tes exemplos engraçadinhos, há uma arte de rua que foi atacada na sua essência, o anoni-mato e a ilegalidade de um graffiti foi o que o tornou famoso, nem sempre eles aparecem no melhor lugar ou com a melhor qualida-

de, mas a sua maior beleza é quando apare-cem do nada, feitos na escuridão da noite e se nos apresentam na galeria do amanhe-cer. Bansky, o graffiter mais conhecido do mundo por ser um perfeito desconhecido, não poderá mostrar a sua arte no Porto, pois ou acaba com o seu anonimato para ir tirar a licença que custa 40 euros para pintar uns míseros 8 m2, ou a coima é-lhe apresentada, se o encontrarem claro! No país a coima por grafito, desenho, afixação ou picotagem é de 2500 eur para locais públicos e transportes,

até aqui tudo bem, já que ninguém gosta de ver paredes de monumentos centenários vandalizadas. A arte tem destas coisas, para uns algo não passa de rabiscos, para outros uma forma de expressão máxima e perfeita. Os graffitis nunca foram consensuais, mas os outdoors parecem reunir o consenso de aceitáveis. As ruas de todos nós são públi-cas, e os outdoors sem arte abundam (mas coima para o mau gosto ou relativa falta de arte ainda não há)…salve-nos o facto de esta “arte de rua” ser temporária.

alarves a soldo de organizações e ávidos de se empanturrarem com o dinheiro alheio e duma sociedade em que o crime compen-sa, foi despenalizado e a justiça ficou en-cortiçada, tolhida, muda, quêda e inactiva. Pobres árvores que se deixam consumir e, apesar de tudo, teimam na preservação do seu ADN, guardando as sementes das lín-guas do fogo para depois as lançarem na terra azotada pelas cinzas, numa atitude marcada pelo acervo geracional e ajudada a construir por uma natureza que os seus arqui-inimigos – os Homens – teimam, por outro lado, em destruir.

Hão-de vir, agora: os frios que nos acoi-tam às lareiras; as tardes douradas sem bru-mas que nos impeçam de ver bem ao longe; os cheiros acres e almiscarados do folhedo alterado pelas humidades e do ozono liber-tado pelas chuvas derramadas no chão se-dento; a visão dos restolhos, como cabeças de recrutas, reluzentes e promissores de no-vas colheitas; os espelhos de água por todos os lados, incluindo as perigosas estradas e nas matas, onde se acolhe, mudo, o desespe-ro daqueles que vivem dos incêndios e têm de aguardar uns fastidiosos oito meses para se lançarem, de novo, na “aventura” de fu-

gir à GNR e à PJ enquanto iniciam os fogos e, caso não corra tão bem, se verem, depois de detidos, a serem, de novo, soltos e mais ricos, pois ganham o epiteto de doidos, in-sanos, que os leva a casa, de onde se riem da patetada que os acolhe.

Está, então, a serenar a vidinha de Verão. As senhoras alteram o miolo dos guarda-fa-tos e da sapateira ansiando uma alternância climatérica que lhes propicie o uso mais alargado das vestes em que se vêem mais bonitas. Os cavalheiros organizam os seus instrumentos para a caça, ou o seu espaço de lazer, na perspectiva da fruição inteligente

da alternância das estações. A ambos preo-cupa a preparação dos anos lectivos dos fi-lhos e/ou netos e a todos atinge a nostalgia dos dias quentes e da leveza dos trajes.

De facto, já passou. Passou mais um perío-do em que as pessoas andaram adormecidas da vida, das preocupações e dos violentos noticiários. Fizeram férias do trabalho, das decisões dos governos, dos colegas/camara-das e da monotonia. Descansaram das preo-cupações rotineiras e aguardam, de mãos à cintura e batendo as palmas à frente do pei-to, que os “toiros” invistam.

Pedro Calheiros

Artigos de opinião redigidos sem observação do novo acordo ortográfico

eleições Europeias; agora, vamos mais longe, vamos saltar fronteiras e viajar até 1992, no Reino Unido, quando os conser-vadores ganharam com um avanço sobre os trabalhistas – os vencedores segundo os “estudos de opinião”. A falha essencial das sondagens reside na diferença entre a intenção [de voto] e a acção [votar efec-tivamente]. A separar uma da outra pode estar um oceano de razões.

2. Há algo intrigante no slogan “Compro-misso com Viseu”. Alguém, provavelmente um realista, disse que um bom compro-

misso é aquele em que ambas as partes ficam descontentes. Esse alguém, hipote-ticamente, estaria a falar de relações amo-rosas ou de uma mera transacção comer-cial. Acontece que, por diversas ordens de razão, às eleições não devemos associar o mesmo tipo de características que atribu-ímos às relações ou a transacções comer-ciais. Relativamente ao discurso político, fartos que estamos de gato por lebre, de-vemos exigir mais, devemos esmiuçar as palavras de modo a evitar quaisquer equí-vocos. Sendo este compromisso o suficien-temente vago para significar muito ou não

significar nada, lá fui ao dicionário. Para quem não conhece, o dicionário, é uma obra recomendável que, sem fazer juízos de valor, salta, sem delongas, directamen-te para as conclusões –nada precipitadas- então um compromisso é: “uma forma de criar um vínculo ou de assumir uma obriga-ção com alguém, com um objectivo”. Volto ao mesmo ponto, enquanto slogan políti-co, compromisso, continua a parecer-me vago. Porém, no último domingo, as dúvi-das foram afastadas e ficou definido o nível de comprometimento de Hélder Amaral: Caso seja eleito assume o lugar. Assunto es-

clarecido. Resta esperar que José Junquei-ro, sem engulhos de Miguel Ginestal 09, as-suma o mesmo tipo de compromisso com o eleitorado [socialista e não socialista] e com a cidade. Caro José Junqueiro – agora, escrevo directamente para o meu amigo-, o slogan “Só desisto se for eleito” apenas pare-ce resultar com o candidato Vieira e Viseu merece ser esclarecida antes de uma ida às urnas. Não acha?

Miguel Fernandespolitólogo

[email protected]

básico. Se durante o Estado Novo, os estu-dos em Ciência Política não existiam aber-tamente, dado o seu carácter subversivo, foi preciso esperar 22 anos para que o curso abrisse em Portugal, depois de Relações In-ternacionais ter conseguido essa vitória logo no início dos anos 80. Diz quem sabe que os Regimes sempre tiveram medo dos estudos em Ciência Política, e que a III República ti-nha muito medo que esses estudos viessem pôr em causa o processo revolucionário em

curso e reavivar memórias do tempo da ou-tra senhora. O processo foi de tal forma lento que foi preciso estar outros 10 anos, já corria o ano de 2006, para que mais cursos de Ci-ência Políticas fossem autorizados e abertos nas universidades públicas. Num país em que sobreviver da iniciativa privada é uma miragem, e em que a estrutura laboral frágil impede a valorização do mérito e a mobilida-de social sustentável, manter os quadros com o Regime não é difícil. As pessoas escolherão

o seu conforto e a sua aparente estabilidade. As pessoas escolherão ter dono.

Mas o povo, esse, que não conhece confor-to nem estabilidade, porque neste país é a ri-queza sempre foi só de alguns, precisa de um outro tipo de abordagem. E essa abordagem passa pela estupidificação que é feita pela Es-cola Pública e a alienação que é feita por este circo do consumismo sem mais.

A Escola Pública destrói-se, governo após governo, para que os candidatos às autárqui-

cas sejam uma nulidade. Depois, os ilumina-dos, verão o seu papel de “donos” renovado com relativa facilidade, com as máquinas de propaganda do seu lado e a educação do Colégio Moderno e a saúde do grupo Mello a darem-lhe os ares de liderança inteligente e de confiança.

A Escola Pública já nasceu moribunda. Nela não se ensina a pensar, mas apenas a fazer a vénia aos salvadores de uma Pátria que há muito que nos foi tirada.

Jornal do Centro19 | setembro | 2013

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Durante a intervenção de Nuno Cra-to, Delmira Figueiredo, professora há 21 anos, descontente com o estado da edu-cação no país, interrompeu-o.

O ministro discursava sobre a impor-tância de “dotar os jovens, em todo o seu percurso de estudo, das ferramentas que lhes permitam ter uma capacidade e uma liberdade de escolha nos momentos de-cisivos”. Continuou dizendo que “essas ferramentas têm nomes”, como Portu-

guês, Matemática, Inglês, Física, História e Geografia, tendo sido nesse momento interrompido pela professora, da Esco-la Básica 2/3 do Caramulo, que proferiu “há mais”.

Nuno Crato concordou, referindo-se também à Música, à Astronomia, à Po-esia, à Pintura e ao Cinema e foi nova-mente interrompido pela professora, que o questionou se “tem consciência do que está a fazer à educação?”. MC

Ministro interrompido por professsora

abertura fotografia ∑ Micaela Costa

Novo Mandatode Fernando Sebastião à frente do IPV

A Aula Magna, lotada de professores, colaboradores e convidados, aplaudiu de pé Fernando Sebastião após o ato de toma-da de posse do segundo e último mandato como presidente do Instituto Politécnico de Viseu (IPV), que decorreu na sexta-fei-ra, dia 13, na Aula Magna da instituição.

Num discurso de 11 páginas, Fernando Sebastião falou do passado, do futuro, das preocupações e da estratégia que traçou para o Politécnico de Viseu. “Reforçar a importância do Instituto enquanto pilar estruturante do desenvolvimento da re-gião”, explicou mais tarde numa entrevista ao Jornal do Centro (ver página ao lado).

A cerimónia de tomada de posse foi pre-sidida pelo ministro Nuno Crato. O res-ponsável pela pasta da Educação, da Ci-ência e do Ensino Superior considerou que “os politécnicos, pela proximidade às empresas, pela proximidade às esco-las e pelo trabalho que desenvolvem em colaboração com o ensino secundário e com o ensino profissional, têm um pa-pel fundamental no desenvolvimento do nosso país”.

A desejada alteração da designação de Instituto Politécnico de Viseu para uni-versidade de ciências aplicadas, mais uma vez reclamada pelo presidente do Conse-lho Geral do IPV, João Cotta e pelo pró-prio Fernando Sebastião, acabou por ser ‘chumbada’ pelo ministro ao responder: “pessoalmente não gosto do nome de uni-

versidades aplicadas”. Mas Nuno Crato argumentou que, quando se pensa nos politécnicos, pensa-se nas grandes esco-las internacionais de engenharias nome-adamente francesas. “O nome politécnico corresponde a uma ambição democrática e republicana, pela existência de um ensi-no superior mais democrático no país”.

Depois de ter sido interrompido por uma professora no decorrer da cerimónia, quando falava da importância de “dotar os jovens, em todo o seu percurso de es-tudo, das ferramentas que lhes permitam ter uma capacidade e uma liberdade de escolha nos momentos decisivos” apon-tando que “essas ferramentas têm nomes”, como Português, Matemática, Inglês, Físi-ca, História e Geografia e outras, o minis-tro da Educação respondeu aos jornalistas estar a fazer aquilo que sempre pensou ser “melhor para a educação”.

No ensino superior, Nuno Cra-to acrescentou que dentro da “política diversificada que existe” é dada “grande importância ao que os politécnicos fazem na economia regional e o Politécnico de Viseu é um exemplo para os politécnicos, tem cursos adaptados à realidade local, tem investigação útil às empresas locais”, sendo este, segundo o governante, “um dos caminhos fundamentais para sair da crise económica”.

Emília Amaral

∑ Paula Carvalho (Escola Superior de Educação), José Costa (Escola Superior de Saúde) e Pedro Rodrigues (Escola Superior Agrária) foram reconduzidos nos cargos de vice-presidentes do IPV, tendo tomado posso no mesmo dia do presidente.

∑ O Centro de Inovação e Transferên-cia de Tecnologia (CITTEC) foi inaugu-rado pelo ministro da Educação e Ciên-cia. O investimento de dois milhões de euros contou com uma comparticipação do Estado de 200 mil euros, tendo a res-tante verba sido suportada pelo IPV. EA

Momentos da cerimónia

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TOMADA DE POSSE DA PRESIDÊNCIA DO IPV | ABERTURA

Qual é o grande objetivo a al-cançar neste segundo e último mandato?Temos várias frentes em

que é necessário intervir, no entanto, o objetivo geral será reforçar a importância do Instituto enquanto pilar estruturante do desenvolvi-mento da região. Tem sido uma luta permanente, mas começamos a ter alguns re-sultados visíveis. Isso nota-se inclusive na forma como hoje a sociedade civil vê o Instituto e reconhece a sua importância. Nós temos preocupações de qualida-de em termos de ensino, em que a qualificação do cor-po docente é fundamen-tal, pois apoiámos 150 pro-fessores com bolsas para doutoramento, que permite um reforço da componen-te da investigação, fizemos uma aposta forte na investi-gação aplicada, temos uma ligação forte com o tecido empresarial, temos forma-ções a vários níveis, desde as licenciaturas aos mestrados e, ultimamente, temos apos-tado nos cursos de curta du-ração que são importantes para as empresas. A ques-tão da internacionalização é igualmente uma aposta im-portante.

Tem havido resultados posi-tivos no campo da internacio-nalização feita ao nível dos pro-gramas Erasmus e Leonardo da Vinci?Temos. Dou o exemplo

concreto de uma empresa portuguesa que se interna-cionalizou e que tem uma delegação em França chefia-da por um ex-aluno nosso. O aluno, através do progra-ma Leonardo da Vinci, este-ve a estagiar nessa empresa em Portugal, que depois o contratou para responsável da delegação que existe em França. Com este processo de internacionalização tem sido possível também ter-mos projetos conjuntos com várias universidades estran-geiras.

Como é que se conseguem concretizar estes objetivos com as dificuldades pelas quais estão a passar as instituições de ensino superior?

Não é nada fácil. A situa-ção financeira tem vindo a degradar-se nos últimos três anos, nós tivemos um corte superior a 30% e a gestão fi-nanceira torna-se muito di-fícil. Começamos a ter al-gumas dificuldades na atu-alização de equipamentos de laboratório. Corremos o risco de, a prazo, estarmos a utilizar equipamentos que as empresas já não usam. Esse investimento [na investiga-ção] deve ser permanente e, neste momento, isso não é possível, com a agravante de haver um pouco a ideia de que não vale a pena ir para o ensino superior face às taxas de desemprego conhecidas e os estudantes a terem que emigrar, apesar de as esta-tísticas demonstrarem que a taxa de empregabilidade das pessoas que têm formação superior é superior.

As instituições de ensino supe-rior estão no limite como anun-ciou o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos?Em termos financeiros

sim. No próximo ano [aca-démico] vamos ter muitas dificuldades porque há rú-bricas que estão com valores muito aquém do que tínha-mos para gastar, trabalhan-do já com valores mínimos.

Só dá para as prioridades?Em primeiro lugar temos

que assegurar os salários das pessoas e as despesas normais, só depois podemos investir e não há margem para isso. Nós temos feito al-guns investimentos com di-nheiro acumulado ao longo do tempo. Dou-lhe o exem-plo das obras do Centro de Inovação e transferência de Tecnologia (CITTEC), que custou dois milhões de euros, a administração cen-tral financiou com 200 mil euros e o resto foi pago por despesas próprias.

O que vai ser o CITTEC?Aquele espaço está orien-

tado para que estudantes do Instituto, antigos estudantes e por ventura a comunidade em geral, possam criar a sua própria empresa. Se tiverem uma ideia de negócio inte-

ressante, se tiverem um pro-duto interessante que possa ser vendável… o CITTEC oferece condições para de-senvolverem a sua ideia. O nosso objetivo é incentivar os estudantes a criarem em-presas, que mais tarde pos-sam crescer e criar até em-prego para outras pessoas, desenvolvendo novos pro-jetos.

Quais são os cursos do IPV com maior empregabilidade?Ao nível das engenha-

rias não temos capacidade de resposta em relação ao mercado, sendo que o cur-so de engenharia civil é o que tem maior dificuldade de empregabilidade. Estou a falar de engenharia eletro-técnica, informática, mecâ-nica e outras.

Ou seja?Os alunos mal terminem

o curso têm lugar garanti-do no mercado de trabalho inclusive em empresas de Viseu.

Por outro lado foram os cursos com menos adesão na 1ª Fase de candidaturas, em que o IPV tem quatro cursos com zero alunos e outros tantos com um aluno colocado. Qual é a expli-cação para esta realidade?Por isso é que no meu dis-

curso falava da falta de in-teresse dos alunos pela ma-

temática e pela física, dos resultados desastrosos nas provas nacionais, que estão a criar um desajustamento en-tre aquilo que são as neces-sidades do país em termos tecnológicos. Não se pode pensar em desenvolvimen-to tecnológico das empresas, inovação ou competitivida-de internacional, sem haver quadros altamente qualifi-cados e isso está nas áreas tecnológicos onde estão as engenharias.

Porque é que os alunos conti-nuam a “fugir” da matemática e da física?Eu acho que tem a ver

com a forma como as maté-rias são abordadas ao nível do básico e do secundário. Tem havido um esforço nos últimos anos no sentido de reforçar o ensino das ciên-cias e da matemática, mas tem que ser mais forte e tem que ser dito aos estudantes que se tiverem maior forma-ção nessas áreas, podem ter maior sucesso.

Preocupa-o o facto de ter, para já, quatro cursos no IPV sem alunos?Esses não são números re-

ais. No caso, por exemplo, da Escola Superior Agrá-ria, está a haver um núme-ro muito significativos de estudantes que estão a fre-quentar a escola e não en-

tram nesses números. A en-genharia Agronómica neste momento já tem cerca de 30 alunos (não concorreu ne-nhum aluno na 1ª fase). O fenómeno interessante é o seguinte: pessoas que con-cluíram uma formação su-perior e que, não tendo em-prego na área, têm a família com uma quinta abandona-da mas não percebem nada de agricultura, estão neste momento a inscrever-se na Escola Agrária.

O número de alunos tem vindo a diminuir no IPV?Este ano só se candidata-

ram ao ensino superior 42% dos possíveis candidatos. Havia no 12º Ano cerca de 100 mil alunos que termina-ram e só 42 mil é que se can-didataram, portanto, temos aqui uma margem muito grande de pessoas que não estão a frequentar o ensi-no superior. Esta margem aumentou [este ano], mas do meu ponto de vista teve mais a ver com a taxa de re-provação nas provas do que outra coisa. A questão finan-ceira pode ter peso, mas se os alunos estiverem bem in-formados percebem que as bolsas de estudo, não sen-do o ideal, podem em situ-ações de carência resolver a questão. Nós [IPV] tivemos uma percentagem na ordem dos 40%, ficámos nos pri-

meiros cinco lugares da lista dos politécnicos (15 em todo o país) em relação ao núme-ro de pessoas colocadas. Es-tamos na transição entre o litoral e o interior.

A proposta é para reduzir nu-merus clausus?É fundamental. Acho que

isto ficou claro e tive opor-tunidade de falar sobre isto com o senhor ministro. A primeira reforma a ser feita no ensino superior era este ajustamento do numerus clausus que teria até pou-panças em relação ao Orça-mento de Estado. Tem que haver regulação do sistema por parte da tutela sob pena de colocar isto numa selva completa.

Admite fechar mais alguns cursos?Nós temos vindo a ajustar

ofertas há já algum tempo. Fechámos a Escola Superior de Educação em Lamego. Na formação de professo-res só temos Educação Bási-ca. Na Escola Superior Agrá-ria fechou engenharia Zoo-técnica por ter menos de 10 alunos - embora neste mo-mento se o curso estivesse a funcionar já tinha mais de 20 estudantes- e vamos ver daqui para a frente.

Que áreas são solicitadas pe-las empresas e o IPV não tem alunos para dar capacidade de resposta?É a área das engenha-

rias. Temos um conjunto de empresas de referência em Viseu, por exemplo, o Gru-po Visabeira que é um dos nossos maiores emprega-dores, recruta mensalmen-te bastantes pessoas e nem sempre temos capacidade de resposta às necessidades do grupo, nomeadamente, na eletrotécnica, na infor-mática e nas telecomunica-ções. Essas pessoas tinham todas emprego praticamente garantido. Nós estamos aqui para colaborar com a região e o que pedimos a todas as instituições é para colabo-rarem connosco, algo que reconheço ter conseguido nestes últimos quatro anos.

Emília Amaral

“A primeira reforma a ser feita no ensino superior era o ajustamento do numerus clausus”

A Fernando Sebastião, presidente do IPV

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ABERTURA | TOMADA DE POSSE DA PRESIDÊNCIA DO IPV

Que balanço faz desde que to-mou posso como presidente do Conselho Geral?Faço naturalmente um ba-

lanço positivo. O presidente do Conselho Geral é um ór-gão do Instituto Politécnico de Viseu (IPV) que não só elege o presidente, como aprova estratégias. É um ór-gão que tem uma influência no caminho que o IPV se-gue e, por isso, ocupo este cargo com o grande objetivo de dar o meu máximo, ob-ter os melhores resultados e melhorar o desempenho do IPV, pois este é um Instituto de formação muito impor-tante na região.

Tendo um papel tão próximo e determinante nas decisões, como é que para si deve ser o futuro do IPV?O futuro passa muito pela

afirmação da qualidade de ensino, pela exigência, pela ligação às empresas, inves-tigação aplicada a favor das empresas, e por conseguir atrair os melhores alunos e os melhores professores. Mas este é um trabalho que se faz degrau a degrau, não é um trabalho de dois ou três meses. Portugal e a re-gião precisam de um IPV que se afirme pelo mérito e pelo rigor. As pessoas têm que sentir que vir para o

IPV é a garantia de uma ex-celente formação e de em-pregabilidade.

Fala na ligação do Politécnico com as empresas. É também responsável pela Associação Empresarial da Região de Viseu (AIRV), de que forma este órgão tem interagido com o IPV?A AIRV tem tido ao longo

do ano uma excelente rela-ção com o IPV, nem sem-pre traduzido em resulta-dos. Mas temos trabalha-do em conjunto, através da formação para empresas e da realização de vários pro-jetos. Agora, temos é que aproveitar esta colabora-ção entre as instituições e chegar às empresas. E, atra-vés da minha participação nos dois órgãos, procurar que as empresas se aproxi-mem do Politécnico e que o Politécnico se aproxime das empresas. No fundo mudar os comportamentos, que é o mais difícil.

Quando fala em comporta-mentos refere-se às empresas ou aos próprios alunos?Obviamente a todos nós.

Como disse o ministro da Educação, é fundamental que os alunos sejam trei-nados para estudar e ques-tionar. É importante que

os alunos percebam que a garra é fundamental para singrar na vida. E o que dis-tingue um bom profissional de um mau profissional é a capacidade de se questio-narem e de querer apren-der mais.

Na sua intervenção disse que a “região de Viseu não tem sido tratada como deve ser”, o que está a falhar?A região de Viseu perdeu

a Faculdade de Medicina, tínhamos um modelo novo de universidade que nun-ca chegou a vir, a região de Viseu precisa de uma insti-tuição universitária de ensi-no superior. A palavra uni-versidade tem um signifi-cado cultural importante, dizem que isto não importa, mas importa. E daí pensar-mos que o Politécnico não pode ser tratado como ou-tros politécnicos dos gran-des centros. Porque em Lisboa, Porto ou Coimbra, existem universidades, e em Viseu não. Se reti-ram valências ao IPV, se o Politécnico fica enfraque-cido, perdem as empresas e perdem os jovens, porque muitos não têm dinheiro para sair daqui. E é neste âmbito que sugiro a criação de uma universidade de ci-ências aplicadas. MC

“As pessoas têm que sentirque vir para o IPV é a garantia de uma excelente formaçãoe de empregabilidade”

Fotogaleria

A João Cotta, presidente do Conselho Geral do IPV

A Chegada das entidades ao IPV

A Momento da tomada de posse de Fernando Sebastião

A Plateia composta por várias figuras do panorama político do distrito de Viseu

A João Cotta, Nuno Crato, Fernando Sebastião e Joaquim Mourato

A Inauguração do CITTEC A Entidades recebidas por tuna do IPV

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A senhora Dona Alexandra é a viúva do segundo filho de Aquilino, também ele Aqui-lino, mas Ribeiro Machado, recentemente falecido, neto do presidente da República Bernardino Machado. Como sentiria Aquilino Ribeiro Ma-chado este momento e esta homenagem nos 128 anos do nascimento do seu pai?Senti-la-ia com muita ale-

gria. Ele gostava muito do pai e por ele daria toda a vida. Tenho muita pena de ele já não estar entre nós, mas estou certa de que se sentiria muito feliz, pois achava que o pai merecia uma estátua aqui em Viseu. E como ele acompanhou o processo desde o início, com Alberto Correia, teria fica-do muito contente com sua a concretização. Teria gos-tado muito da homenagem e até do seu resultado.

Olhando para a estátua que se lhe apraz dizer?É uma interpretação do es-

cultor. Aquilino já está mui-to para além da sua imagem real, física e o fundamental é o seu simbolismo. Isso é importante. Aquilino per-siste, também assim, na sua identidade com Viseu, com os bons amigos que por cá manteve e com a História da cidade.

Mariana, a única neta que co-nheceu o avô Aquilino. Que representa para si “O Livro de Marianinha” que seu avô para si escreveu, como escre-veu “O Romance da Raposa” para seu tio Aníbal Aquilino e “Arca de Noé – III Classe, para seu pai. Coloco-lhe já a questão seguinte: Qual o seu livro preferido de entre a vasta produção literária de seu avô?Relativamente ao Livro da

Marianinha e ao que ele re-presenta… Eu sempre vivi com o livro, ele veio logo depois de eu nascer. Gosto muito de voltar a ele, perio-dicamente. Desde muito pe-quenina que me lembro de o ouvir ler pela minha avó, antes de eu saber ler. Lia-mo muitas vezes e há partes “que estão cá dentro”, quase que o

sei de cor. O meu pai conta-va-me a história da génese do livro, que tinha surgido a partir de uma obra que ti-nha comprado, de um autor francês. O meu avô achou-lhe muita graça e disse: “Eu também era capaz de fazer um livro assim”. Fez e dedi-cou-mo. Gosto muito deste livro porque é uma história que o avô deixa à neta. Um legado. Uma história dele, não propriamente da sua vida, mas das coisas que ele conheceu, que foi aprenden-do e me deixa a mim, me en-sina a mim. Ouvi o meu pai várias vezes contar isto, o Cardoso Pires dizia que era o “velho raposão que deixa a herança à raposinha que acaba de nascer”. É um bo-cadinho essa a ideia que te-nho sobre o livro. Quanto ao livro que gosto mais… gosto de vários, não sei se consi-go eleger um preferido. Gos-to muito de “A Casa Grande Romarigães”. Foi o primeiro livro que li “a sério”, quando se começa a ter a capacidade de ler e de interpretar as coi-sas. Foi o livro que li primei-ro. Mas gosto muito de todos os livros à volta da Serra da Nave. O que o António Val-demar chamava o Quinte-to da Beira: “Aldeia, Terra, Gente e Bichos”, “Geografia Sentimental”, “Arcas Encoi-radas”, “Abóboras no Telha-do”, “O Homem da Nave”. Gosto muito desses livros.

Mónica… O seu nome foi uma homenagem de seus pais ao romance com esse título publicado em 1939, o romance de “incursão urba-na”…Eu nem estive para me

chamar Mónica, tinha ou-tro nome em opção, Maria Benigna, do romance com o mesmo nome. Eu gosto des-se nome. Acho-o até mais bonito. Chamar-me Mónica, como o título de um livro, é estranho. E no fundo, talvez a Mónica seja um pouco o meu género. Até no desenho que existe dela na capa do livro. E até nem acho que a Mónica seja muito urbana… Sabe, eu nasci numa fase muito conturbada da vida

de meu pai que sofria mui-to a morte do meu avô. E eu, embora sem uma consciên-cia clara disso, sofri também essa vicissitude. Tenho essa mágoa. Meu pai, avassala-do pelo desgosto da morte de seu pai, não se debruçou muito sobre mim. Nasci em Agosto. Meu avô morreu em Maio. Agora não, mas na al-tura ficou-me uma pequena “revolta”. O meu pai gostava, naturalmente muito de mim, mas foi tão grande o desgos-to pela morte do pai que o desviou de outros momen-tos afectivos… Ele fechou-se num quarto e não saiu de lá durante um dia.

Aquilino, que continuidade quer dar ao trabalho assu-

mido por seu pai em prol da obra de seu avô?É uma pergunta muito

difícil. O meu pai e o meu avô eram pessoas insubs-tituíveis. É impossível al-cançar o patamar de meu pai que eu conheci, e por aquilo que eu tenho vindo a conhecer pela obra lite-rária do meu avô, também o seria. Estou no mesmo patamar das minhas ir-mãs. A nossa missão ac-tual é a de continuar a perpetuar a divulgação da obra.

Mas como sabe, seu pai tinha um papel determinante como congregador de energias e sinergias, não só locais como regionais. Neste momento

já conhece, por exemplo, os três autarcas das Terras do Demo?Não. O único que conheço

até ao presente é o autarca de Moimenta da Beira.

Diga-me o que pensa que po-deria ser a Fundação Aquilino Ribeiro.O território que eu co-

nheço melhor é o da Casa Grande (de Romarigães). Para fazer um enquadra-mento, esse território tem sido muito bem acarinhado pelo empenho autárquico. Uma fundação, no meu pon-to de vista, também tem que viver para a população en-volvente. Tem que servir a população local e deve ter um trabalho de inclusão. Só

à conversa fotos ∑ Paulo Neto

Desde 6ª feira passada, 13 de Setembro, dia em que faria 128 anos, o escritor do Carregal – Sernancelhe, passou a ter residência, também na Rua Formosa, em Viseu.Recordamos que Aqui-lino Ribeiro teve uma relação profícua com Viseu, começada em Junho de 1902 quando vem estudar Filosofia com um sobrinho do bispo Alves Martins, residindo à época, por escassos meses, na Rua do Arco, na casa da se-nhora Joaquina e depois na república estudantil da Rua do Gonçalinho, a Pensão Milheiro. Em 1928, no decurso da sua participação na rebelião do Regimento de Pinhel é feito prisioneiro em Contenças, Mangualde e encarcerado no presídio do Fontelo de onde se evade no dia da Senhora da Lapa, 15 de Agosto do mesmo ano. Regressa-do do 3º exílio em Paris, entra em Portugal clan-destinamente e reside em casa de um amigo em Abraveses. A partir desta data, sempre que vem à casa familiar na Soutosa, Moimenta da Beira, visita seus ami-gos que são Cristovão Moreira de Figueiredo, professor e investiga-dor, avô do recentemen-te falecido Henrique Torres, nosso saudoso Amigo, Mestre Malho o “poeta do ferro”, Almei-da Moreira, professor, militar e museólogo, Gilberto de Carvalho, jornalista, Mário Ma-tos (o Pirolito), alfaiate, entre outros mais. Na sua extensa bibliogra-fia, Viseu aparece re-correntemente. A Rua Formosa é, assim lhe chamemos, o palco das suas tertúlias. Aquilino morre em Lis-boa a 27 de Maio de 1963. A 13 de Setembro de 2007 os seus restos mortais são trasladados para o Panteão Nacio-nal. Ouvimos a alma-mater deste processo, Alberto Correia, o filho do escul-tor Joaquim Correia que iniciou a obra (concluída por Yuraldi Rodriguez Puentes) e os familiares de Aquilino presentes no acto.

Aquilino já mora em Viseu...

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EM MEMÓRIA DE AQUILINO | À CONVERSA

é possível fazer um trabalho de abertura à população se a população interagir, envol-vendo-se, nesse trabalho. Haver uma articulação com o Ensino, com as escolas que permita fazer work-shops educativos, ambientais em torno da obra literária de Aquilino Ribeiro e tentar, também dinamizar do pon-to de vista turístico a região, de forma a que ela, a Funda-ção e o nome do meu avô transbordem para outras regiões, extrapolando para todo o Portugal e para o es-trangeiro.

Tem-se feito um trabalho grande de divulgação e tem havido retorno desse traba-lho. Neste momento há teses de mestrado e doutoramento sobre Aquilino sendo o pró-prio território, na sua fauna, flora e geografia alvo dessa investigação…Sem dúvida. Agora tem

é que existir um trabalho mais articulado entre os três concelhos: Sernancelhe, Moimenta da Beira e Vila Nova de Paiva e há um pro-blema a montante mais com-plicado: a região das Terras do Demo sofre um grande recuo demográfico, despo-voando-se. Há que arranjar uma estratégia que permita dar sustentabilidade ao ter-ritório. Com essa estratégia, tentar captar alguma atrac-tividade que permita robus-tecer a própria região. E é aqui que eu acho relevante o desafio da FAR, abrindo-a também a um público aca-démico, fazendo residência para investigadores…

E instituir o Prémio Nacional Aquilino Ribeiro… que é uma luta que tenho há anos, que partilhei com o seu pai e para o qual o autarca de Sernan-celhe, José Mário Cardoso, sempre mostrou disponibi-lidade.Muito bem. É importan-

te, por um lado, que as pes-soas da região tenham uma acção útil do ponto de vista cultural. Depois é captar as eventuais pessoas que pos-sam vir de fora, estudiosos, turistas. Ou seja, são dois trabalhos em paralelo que devem ser realizados. Dou-lhe o exemplo da professo-ra Ana Isabel Queirós que reformulou a sua tese de doutoramento centrando-a, a posteriori, nas aves presen-tes na obra de meu avô.

Mas sabe, também, que na

Universidade de Aveiro há muita gente a escrever sobre Aquilino, na Universidade de Coimbra, etc. Trabalhos de Seabra Pereira, Marina Infante do Carmo, Vidigal, Eugénia Pereira, Ana Marga-rida Ramos, Paulo Pereira, António Manuel Ferreira,... estão publ icados com empenhamento e vigor.Penso que a FAR deve ser,

também, um repositório de todos esses estudos, con-gregando-os e facultando-os a todos os investigadores para que deles possam sair novos trabalhos, novos es-tudos. Mesmo agindo a par-tir das redes sociais, usando a internet, fazer um reposi-tório de tudo em contínua actualização. Sem quere-las de qualquer tipo, nome-adamente interautárquicas. Porque se Aquilino nasce no Carregal, é baptizado em Vila Nova de Paiva e tem a sua residência secundária na Soutosa. E a obra, que é o fun-damental, compreende todo esse território, sem excepção, além de outros, obviamente.

Posso dizer-lhe que a câma-ra de Sernancelhe se dispõe mesmo a fazer um Museu de Aquilino Ribeiro, se a família estiver de acordo e der, tam-bém, o seu contributo para isso, facultando o espaço e os funcionários para a sua concretização. Se tudo que se fizer por

Aquilino Ribeiro o for em rede, de forma sustentada e em diálogo, será benéfi-co para todos superando todas e quaisquer eventu-ais querelas, criando um fio condutor e uma lógi-ca sequencial de acções concretas. O meu tio quis transformar a casa da Sou-tosa num núcleo etnográ-fico, museológico, mas não teve êxito. Há que rever essa perspectiva acrescen-tando-lhe meios activos de concretização e efectiva-ção. Não deixando de fazer todo o sentido a existência de um núcleo museológico em Sernancelhe, porque é um âmbito diferente e dis-tinto do que pode existir na Soutosa, até e porque foi lá

que Aquilino nasceu. Se as coisas forem bem feitas es-ses dois pólos terão tudo a ganhar.

Contudo há um pormenor re-levante: a família de Aquilino Ribeiro tem de ser cooptada e estar presente em todos os projectos presentes e futuros…Temos todo o interesse

nisso e devemos isso ao nos-so pai e ao nosso avô. A nos-sa missão – não gosto muito de utilizar esta palavra – é a de estarmos empenhados a 300% em tudo que venha a ser realizado. E apesar das limitações, podem contar connosco.

Qual a obra de seu avô que mais gosta?Talvez “A Casa Gran-

de Romarigães”. Mas há outros. É difícil de elencar uma preferência. Por exem-plo, “Uma Luz ao Longe” é um livro lindíssimo… Mas não são todos?

Paulo Neto

Inauguração do memorial Aquilino Ribeiro

Considera que foi hoje feita justiça (com esta homena-gem) ao Mestre Aquilino Ribeiro?Foi, com efeito, conce-

dida a merecida justiça ao grande Aquilino Ribei-ro. O Centro de Estudos Aquilino Ribeiro (CEAR) e a Câmara Municipal de Viseu tiveram uma atitu-de, que tive a oportunida-de de enaltecer, extrema-mente ética e afetiva tam-bém no que concerne à memória do meu pai que viveu com Aquilino Ribei-ro e teve a oportunidade de conhecer muito bem este grande mestre da li-teratura Portuguesa.

Apesar de ser mais novo, o meu pai fez par-te da mesma tertúlia no Chiado e daí, o facto, de o engenheiro Aquilino Ri-beiro ter feito questão que ele fosse o autor da estátua que hoje esteve em desta-que aqui na homenagem em Viseu.

Penso que foi, sobretu-do, uma homenagem mui-to bonita nos seus mais variados aspetos, muito conseguida e muito pre-senciada pela cidade que se associou de corpo e alma a este gesto do mu-nicípio.

Surpreendeu-o a moldura humana que quis estar pre-sente neste evento?Mais que tudo, consi-

dero que é muito invulgar encontrar uma moldura humana, tão rica e tão es-pontânea, como aquela que se juntou e que esteve hoje aqui nesta homena-gem. Normalmente estes ajuntamentos apenas po-

dem ser vistos noutro tipo de acontecimentos, rara-mente em acontecimentos culturais como por exem-plo numa homenagem a um qualquer escritor por maior que ele seja. E isto diz-nos muito daquilo que é Viseu neste momento: certamente uma cidade de muitas outras coisas, mas hoje uma cidade que vive a cultura.

No seu entender, a coloca-ção desta escultura numa das mais movimentadas artérias da cidade irá contri-buir para a disseminação da obra do(s) Mestre(s) pelas novas gerações?Não tenho qualquer dú-

vida a esse respeito. No meu entender, este local foi muito bem escolhido até no plano do espaço que tem, nesta cidade, ca-racterísticas únicas. Não é um local de passagem, fica situado em frente a uma das histórias pastelarias da cidade onde muita gen-te permanece e é uma pra-ceta dentro da própria rua o que torna, portanto, esta escolha numa escolha ex-tremamente feliz, um lo-cal muito “humano”, per-feito ao nível da escala e exemplar ao nível do am-biente.

Esta combinação per-feita entre um enquadra-mento invejável e uma es-cultura de inegável beleza vai suscitar a curiosidade das novas gerações que, estou certo, as guiará mais tarde a uma intrínseca von-tade de conhecer mais, de conhecer o autor.

Pedro Morgado

A João Correia (arquitecto), filho do Mestre Joaquim Correia

José

Alfr

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À CONVERSA | EM MEMÓRIA DE AQUILINO

Súmula breve de uma grande história – A estátua de Aquilino Ribeiro

Em memória do Eng. Aquilino Ribeiro Machado

Longa travessia foi a de um singular projecto que alcançou seu fim, de tão longe almejado, quando, na luminosa tarde de sex-ta-feira, 13 de Setembro de 2013, se descobriu, sobre o emblemático chão da Rua Formosa, em Viseu, o bron-ze que retratava a impres-sionante figura de Aquili-no Ribeiro justamente re-presentada na momentânea suspensão do seu aturado labor de homem da escrita.

De há muito (1999) vinha o Centro de Estudos Aqui-lino Ribeiro reclamando para Viseu um memorial ajustado à dimensão do Ho-mem de Letras que manti-vera uma relação de forte afectividade com a cidade que, todavia, o não esque-cera e lhe dedicara monu-mento não despiciendo, o Parque Aquilino Ribei-ro, gratificante memória constituída por um pode-roso tufo de vegetação aga-salhado no coração da urbe, lição do palpitante amor pela natureza que os Fra-des Menores de S. Francis-co sentiram em seu tempo e que Aquilino, à sua manei-ra, partilhava.

Quando, em 2007, o reno-mado escritor recebia hon-ras de Panteão Nacional, quando se augurava, no re-

lance da homenagem, que a voz do escritor ecoasse nas salas de aula ou sobre os jo-elhos de um pai que lesse ao filho pequeno a encan-tatória história da Salta-Pocinhas, invocado quase em vão o nome grande do Mestre, o Centro de Estu-dos Aquilino Ribeiro teima-va, outras vozes se ouvin-do ao tempo, em reclamar para Viseu a edificação de uma estátua que se requer servidora de um projecto pedagógico tanto quanto catalizadora de um turismo de matriz cultural.

O Presidente da Câmara, Dr. Fernando Ruas, convo-cado por extensivas vozes que ecoavam com algum vi-gor na imprensa local, acei-ta o repto e, naturalmente pragmático, disponibiliza-se a apoiar o projecto logo que o mesmo possa estar concretizado em termos formais e de lugar.

Aquilino Ribeiro Macha-do que, de longe, acalenta-va sonho idêntico ao do Centro de Estudos Aqui-lino Ribeiro que teimosa-mente não esmorecia na porfia de tão nobre objec-tivo, constituiu-se como rectaguarda fortíssima no amparo da já estrénua vontade de erguer o mo-numento e é naturalmen-te junto dele que se requer indicação de idóneo e ca-paz escultor e avalização do lugar para implantação da estátua a partir de uma pré-definição do Parque Aquilino Ribeiro.

Aquilino Ribeiro Macha-do aceita que o Parque, que guardava já o nome de seu pai, possa tornar-se o lugar matricial da estátua e é ele que, requerido pela Direc-ção do Centro de Estudos Aquilino Ribeiro, estava-se no ano de 2008, indica o nome de Mestre Joaquim Correia para autor da está-tua.

Mestre Joaquim Correia, em tempo já de jubilação, mantinha um saudável vi-gor e ainda uma operosa actividade no seu ateliê de Paço d’Arcos, exercera um longo magistério na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa onde fora Director e que empenhadamente a modernizara e, razão sobe-ja, convivera intensamente

com Aquilino Ribeiro nas tertúlias do Chiado lisboe-ta e dele guardava memória fecunda.

Em 2009, eu próprio, presidindo à Direcção do Centro de Estudos Aquili-no Ribeiro e pela mesma mandatado, o Senhor Eng. Aquilino Ribeiro Machado e o distinto jornalista, pro-fundo conhecedor da obra de Aquilino com o qual hou-vera conhecimento, Dr. An-tónio Valdemar, confiámos a Mestre Joaquim Correia, na serena atmosfera da sua casa, as nobres intenções que ali nos levavam e que o escultor acolhe, feliz. Uma e outra vez ali voltei com o filho do escultor, com An-tónio Valdemar, com Sílvia Costa, ela também da Di-recção do CEAR.

A uma inicial e ainda li-berta proposta de enco-mandantes que entendia representar Aquilino Ri-beiro em seu concreto lu-gar de escrita apreendido de antiga fotografia colhida na Soutosa, acrescenta o es-cultor, com o consentimen-to dos proponentes, outras sugestões que ficaram ma-terializadas em maquetas já dadas a conhecer. Que ao tempo não se assumira ain-da concreto lugar para pou-so da estátua.

Corre veloz o tempo, mais que o projecto que atraves-sa sem grande avanço o pe-ríodo das Comemorações do 1.º Centenário que de-corria sobre a implantação da República Portuguesa. Todavia a larga maturação do mesmo faz aceitar a pro-posta do Parque Aquilino Ribeiro como lugar propí-cio, para ali definindo Mes-tre Joaquim Correia, ainda

obediente a programa nos-so, um modelo que conteria a arquitectura de um muro de habitação onde, através de aberta janela o escritor olharia o mundo como nós colheríamos lição sobre o homem entregue ao seu ofí-cio de escrita.

Demoras ainda, urgência de seleccionar outro lugar e a voz de Sílvia Costa, que não são despiciendas estas notas menores, apontando a Rua Formosa, o desvão fronteiro ao Mercado 2 de Maio e a imediata aceitação do emblemático lugar que configurava a centralidade do trajecto de Aquilino pela cidade e o seu habitual sítio de paragem na acolhedo-ra oficina de seu alfaiate de sempre. Mário Ferreira Ma-tos, que ali reunia amigos de longa data na aberta ter-túlia de que ficou fama.

Mestre Joaquim Correia orienta a esta nova voca-ção os seus estudos, dese-nhos, maquetas, entusias-mo, enquanto se aguarda o pronunciamento definitivo da Câmara Municipal ava-lizado pela competente As-sembleia Municipal no sen-tido de garantir a suficiên-cia de meios que permitisse a concretização do referido e augurado projecto.

O Centro de Estudos Aquilino Ribeiro jamais desanima na porfia e an-corado na atitude também persistente do Dr. Fernan-do Ruas, Presidente da Câ-mara Municipal, apresen-ta, em 2011, no seu stand promocional, na Feira de S. Mateus, as históricas ma-quetas do monumento de que uma se havia já selec-cionado como matriz.

A Direcção do Centro

de Estudos Aquilino Ri-beiro não esmorece e em harmoniosa reunião com o senhor Presidente da au-tarquia defende que o ano de 2013 que se aproximava trazia consigo duas singu-lares efemérides capazes, por elas próprias, de justi-ficar de vez a homenagem que se pretendia através da falada estátua, os cinquen-ta anos decorridos sobre o passamento do escritor, os cem anos decorridos sobre a publicação da primeira obra de Aquilino, ao tempo sedeado em Paris.

Em Fevereiro de 2013, quando a Direcção do Cen-tro de Estudos Aquilino Ri-beiro era convocada para assinar, com o Município, o Protocolo que, de vez, dava luz verde ao projecto, ocorre a morte de Mestre Joaquim Correia.

Comungámos com a fa-mília do escultor um perío-do de luto, garantimos junto da mesma o nosso afecto e o ético respeito para com o empenhamento do querido familiar e, mandatados pela Câmara partimos em busca de novo escultor.

Não tínhamos já, infeliz-mente, o apoio amigo e se-reno do Senhor Eng. Aqui-lino Ribeiro Machado que a morte levara há alguns meses atrás tornando-se todavia, a sua grata memó-ria, estímulo para prosse-guir caminho de que fomos dando conta aos familiares do escritor.

Assumo como honra ter apresentado aos com-panheiros da Direcção do CEAR, como possível pro-posta, o nome do novo es-cultor, Yuraldi Rodriguez Puentes que havia conhe-

cido por intermédio de Ana Maria Barbero Franco que se tornava, para mim, além do seguro conhecimento que tinha já do escultor ami-go, esteio absoluto para que se garantisse em tempo jus-to a consecussão da estátua. A Direcção do CEAR ava-lizou a minha proposta e a Câmara de Viseu a propos-ta do CEAR e fui eu próprio, mediador verdadeiramen-te, que confiei a missão ao escultor com o correcto e exigente programa defi-nido pelo CEAR, sobre o qual ele deveria assumir compromisso e um esta-belecido calendário que no seu término conteria a cerimónia de inauguração da estátua no dia 13 de Se-tembro desse ano de 2013.

Construída réplica exac-ta da escrivaninha onde, por mais de vinte anos se debruçara o escritor, e da cadeira que permanece na sua Casa da Soutosa, hoje sede da Fundação Aquili-no Ribeiro, estabelecendo um conjunto de livros bá-sicos que, dispostos sobre a mesa, evocariam a pro-dução do Mestre da escri-ta, colocado ainda sobre a banca, aberta, a figuração do “Elucidário” de Viter-bo como representação de obra de consulta, deixava-se ao escultor inteira liber-dade para reconstruir a fi-gura de Aquilino de acor-do com a fotografia que lhe fora fornecida e ninguém interferiu, em absoluto, nes-te designativo.

A obra estava pronta a inaugurar na data própria. Bela, digna, como eu dis-se nas palavras da inaugu-ração. O bronze está digno do escultor, o primeiro que ele realizou em sua vida e que foi por encomenda do CEAR e eu me orgulho da confiança que no escultor depositei. Mas tenho de dizer, por justiça, que Ana Maria Barbero Framco me-recia assinar, também, num cantinho, aquela estátua.

Ei-la agora, não mais nos-sa, do CEAR, nem do escul-tor, nem de Ana, mas da ci-dade, do mundo que já co-meçou a fotografá-la, que é só o primeiro acto de a usu-fruir, o segundo é conhecer quem está ali representado. AQUILINO.

Alberto Correia, à fren-te do CEAR, foi mentor, animador e concretizador deste projecto. Moroso, com vicissitudes várias, imprevistas ocorrências, teve tudo para ficar pelo ca-minho. As mortes do Engº Aquilino Ribeiro Machado e do escultor Joaquim Cor-reia foram duas pesadas perdas, porque neles luzia a ideia, o acarinhamento e parte da obra final. Tudo foi superado. Aquilino veio morar para a Rua Formosa. Viseu enriqueceu-se com esta presença. A autarquia dignificou-se com esta ho-menagem. No fundo, o tributo pago a um escritor que levou a toda a parte o nome das terras beiroas. A história, com um final feliz, assim fechada é moti-vo de júbilo e de orgulho de todos quantos encaram, hoje, quotidianamente o mestre e o saúdam com um desafectado e caloroso “Bom dia, Aquilino!” Ouvimos Alberto Cor-reia contar a diacronia dos factos…

Em memória do Eng. Aquilino Ribeiro Machado

Jornal do Centro19 | setembro| 2013

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região

O secretário-geral do PS, António José Seguro, esteve no passado domin-go na sessão política or-ganizada pela candidatu-ra de José Junqueiro que marcou o encerramento da pré-campanha para as eleições autárquicas de 29 de setembro.

Perante uma Aula Mag-na onde se encontravam centenas de socialistas, Manuel Maria Carrilho, presidente da Comissão de Honra, António Segu-ro e José Junqueiro, cen-traram o seu discurso numa análise da realida-de do País, realçando a necessidade de mudança.

Ao intervir durante a cerimónia, Manuel Ma-ria Carrilho quis deixar aquela que considera ser a radiografia do conce-lho e do País onde, con-cluiu, se torna imperioso o aparecimento de “no-vos projetos, novas po-lítica e novas equipas” para que se possa “res-pirar”.

Já o candidato socialis-ta, José Junqueiro, para além da apresentação das linhas programáticas que

norteiam a sua candida-tura à presidência da au-tarquia, procurou fazer notar aos presentes toda a obra feita no concelho pelos governos socialis-tas realçando mesmo que, em Viseu, “tudo o que mexe, tem a mão do PS”.

Na sua intervenção, o lí-der socialista, detendo-se sobre os reais problemas do País, destacou aquele que considera ser o logro

“vendido” aos portugueses nas últimas legislativas com o único intuito de ga-nhar as eleições.“Não foi isto, não foi o

engano, não foi a destrui-ção de empresas e de em-prego, não foi o aumento de insolvências, não foi negar o futuro aos jovens e aos mais desfavoreci-dos”, frisou.

O secretário-geral do PS apelou ainda aos mi-litantes socialistas para que desvalorizem as son-dagens, ao mesmo tem-po que considerou que o candidato do Partido So-cialista, José Junqueiro “já fez história neste distrito ao derrotar pela primeira vez o PSD”. PM

Líder do PS está “seguro” da vitória

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AUTÁRQUICAS

No mesmo dia em que a troika aterrou em Lisboa para dar início à oitava e nona avaliações regulares em que o Governo terá de especificar as medidas de corte na despesa pública a incluir no Orçamento do Estado para 2014, o líder do Partido Social Democrata (PSD), Pedro Passos Coe-lho, rumou a Viseu para a apresentação da comissão de honra da candidatura de Almeida Henriques à presi-dência da autarquia.

Dirigindo-se à sua base de apoio, o ex-secretário de Es-tado da Economia e Desen-volvimento Regional, An-tónio Almeida Henriques, sublinhou a importância da sua comissão de honra, da qual constam “600 cida-dãos de primeira linha deste concelho”, ao mesmo tempo que, em tom crítico, acusou os seus adversários de, nas últimas semanas, terem de-negrido a imagem positiva do concelho.

“É lamentável que os meus adversários, quer da esquer-da, quer da direita, depois de se procurarem colar ao tra-balho feito nestes 24 anos, se tenham apressado a arran-jar trivialidades para atacar esse legado e denegrir quem fez tanto por Viseu”, referiu.

Num discurso que durou cerca de 25 minutos, por vá-rias vezes interrompido por aplausos, o candidato não deixou de responder ao seu principal adversário políti-co que, em várias ocasiões, o acusou de ter dois discur-sos: um em Lisboa, alinha-do com o Governo, e outro em Viseu, mais consonante com o seu estatuto de can-didato à presidência da au-tarquia.“Ainda ontem lia num jor-

nal que o meu adversário me acusava de ter dois dis-cursos: um aqui e outro em Lisboa. Eu quero dizer aqui, também, ao meu adversário do Partido Socialista que eu prefiro ter dois discursos do que ter só um, que é o dis-curso de Lisboa, que é o que ele tem tido ao longo destes últimos anos”, sustentou Al-meida Henriques.

Lembrando, os tempos em que cumpriu funções como secretário de Estado Adjunto da Economia e De-senvolvimento Regional, Al-meida Henriques recordou algumas das medidas em-blemáticas postas em práti-ca por este Governo, experi-ências e práticas que espera poder “trazer para o conce-lho, “fruto” de um trabalho intenso que cumpriu, com orgulho, nos dois anos de governação.“A minha experiência no

Governo ser-me-á útil para concretizar medidas como por exemplo o Viseu Inves-te, o gabinete de apoio ao investidor e o conselho da diáspora de Viseu. […] Que-ro por isso, neste momento, dizer-lhe o grande orgulho que tenho em ter pertenci-do à sua equipa durante es-tes dois anos, naquilo que eu apelido mesmo como um governo de salvação nacio-nal que hoje Portugal tem”,

afirmou.Ao presidente do PSD e

primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, aproveitan-do o mote dado pelo ainda presidente da Câmara de Viseu e da Associação Na-cional de Municípios Por-tugueses, Fernando Ruas, o candidato lembrou que, caso seja eleito no próximo dia 29, a defesa do seu concelho poderá levar a decisões que podem “afrontar” este Go-verno mas, perante as quais, garantiu, não vacilará.“Em primeiro lugar estará

Viseu mas, se tiver que to-mar uma posição contra o Governo, esteja certo que o farei, com amizade, mas em nome dos viseenses”, assu-miu.

Pedro Passos Coelho ou-viu, e perante as centenas de militantes social-demo-cratas que esta segunda-fei-ra quiseram estar presentes, separou as águas e distin-guiu esta campanha eleito-ral autárquica da realidade que vive o País.

“Tenho procurado que aquilo que diga ao País não seja fruto de circuns-tância muito conjunturais e, em particular, de nature-za eleitoral. As campanhas eleitorais, durante muitos anos acreditou-se, deviam ser feitas apenas para criar essa esperança e, mal seria,

se uma campanha eleitoral não fosse por ela própria um motivo de esperança. Mas, não pode ser um exercício de eleitoralismo. Ninguém levaria a sério que eu viesse hoje aqui desdizer a necessi-dade das políticas que temos prosseguido”, salientou.

À constatação do candi-dato do PSD à Assembleia Municipal e presidente da distrital laranja, Mota Faria, que disse existir “angústia nos viseenses, angústia na sociedade”, Passos Coelho foi firme e expressou a sua visão pessoal sobre os sacri-fícios pedidos e sobre o futu-ro dos portugueses.“Mal seria, na posição que

eu ocupo, que não tivesse uma noção clara dessa an-gústia que as pessoas sen-tem, dessa necessidade também que os portugue-ses precisam de acreditar numa esperança e numa confiança em relação ao fu-turo como não tiveram nos últimos anos”,

Falando da realidade que encontrou, o líder laran-ja questionou os presentes em tom crítico: “Se vos fosse dado a escolher em 2011, em 2010, em 2009, em 2008, em 2000, em 99, foi quando esta dívida foi gerada, foi nestes últimos 15 anos, se vos fosse dado a escolher a cada um: querem em 2013 pagar qua-se 8 mil milhões de euros de juros de dívida, os senhores tinham dito queremos? […] Com certeza que não”, con-cluiu.

Se as eleições legislativas se realizassem hoje, o PSD ganharia com 48 por cen-to das intenções de voto de acordo com um estudo rea-lizado pela Eurosondagem para um jornal diário nacio-nal. PM

Passos entra na campanhaPe

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REGIÃO | AUTÁRQUICAS

Foi um Paulo Portas vi-sivelmente impressionado aquele que, no passado do-mingo, marcou presença no jantar de apresentação dos candidatos do CDS-PP às eleições autárquicas de 29 de setembro: impres-sionado com o número de apoiantes, impressionado com o forte apoio que en-controu, impressionado com o seu partido.

Perante uma sala cheia com centenas de apoiantes onde o improviso permitiu sentar outros tantos, o pre-sidente do CDS-PP e vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, ouviu em primeira mão e da boca do candidato centrista, Hélder Amaral, o seu “compromisso” com o concelho.

“Se os viseenses quise-rem que eu seja presiden-te de Câmara, lá estarei. Mas, se apenas me derem o lugar de vereador, eu lá estarei todas as vezes que forem necessárias para de-fender os nossos interes-ses”, prometeu o candida-to do CDS-PP.

Na sua intervenção, Hélder Amaral, lançou um claro aviso ao próximo presidente de Câmara para que não tente “ganhar na secretaria aquilo que não ganhou nas urnas”, mudan-do a data das reuniões para impedir a presença do tam-bém deputado da Assem-bleia da República, prome-tendo estar presente “nem que tenha que ir a pé”.

Contudo, o candidato centrista foi rápido a deitar água na fervura: “Eu que-ro pedir uma campanha porta a porta, olhos nos olhos, sempre presentes, com atenção, com respei-to, com simplicidade, com carinho para todos os vise-enses. Nós somos homens de bem, vamos resistir a to-das as provocações, vamos resistir a todas as tentações. Apenas uma coisa nos pre-ocupa: o futuro de Viseu e o futuro dos viseenses”, as-severou o candidato.

Aludiu depois às três preocupações centrais da sua candidatura: uma Feira de S. Mateus que possa ser referenciada como um dos maiores cartazes turísticos da cidade, a transformação do Instituto Politécnico de Viseu numa referência na-cional e a promoção do maior produto da região: o vinho do Dão.

Já o líder democrata-cristão, Paulo Portas, que nestas eleições autárqui-cas apenas irá marcar pre-sença em Viseu, Leiria, Aveiro e Guarda, apoiou o compromisso de “proximi-dade” desta candidatura e deixou vincada a ideia de que o que está em jogo nes-tas eleições autárquicas é muito mais do que um sim-ples ato eleitoral ao mesmo tempo que destacou a di-mensão nacional destas eleições.

“Quem queira governar Portugal tem que o conhe-cer. Não de livros, nem de metáforas. Tem que ter os 480 mil quilómetros que eu tenho no velho carri-nho do partido, nas horas boas e nas horas más, nas horas de alegria e nas horas de tristeza, de correr Portu-gal de norte a sul, porque é de Portugal que se trata e é

só de Portugal que se trata”, proclamou.

Feito o desafio, o líder centrista recorreu aos nú-meros para enaltecer o tra-balho feito “com humildade e dever” em Viseu: pela pri-meira vez o CDS-PP con-corre com listas próprias à quase totalidade das fre-guesias do concelho.

“Eu quero saudar o facto de aqui em Viseu, o CDS se apresentar a 23 das 25 fre-guesias quando, há quatro anos, só tínhamos conse-guido apresentarmo-nos a 16 das então 34. É um pro-gresso”, disse.

Quanto às orientações de campanha, Paulo Por-tas apressou-se a assina-lar um facto: “não se ouviu “esta noite um único ata-que pessoal”, defendendo que “quem argumenta não precisa de ofender”.

“Em Viseu viveu-se um ciclo. Por força das circuns-tâncias esse ciclo vai mu-dar. Há uma janela que se abre, há um tempo novo que aí vem. Não interes-sa nada discutir o passa-do, concentremo-nos em abrir as portas do futuro, porque é para o futuro que nós vamos contribuir”, de-fendeu.

Mas, reforçou Portas,

hoje importa que “todos os dirigentes do CDS ou inde-pendentes que nos apoiam” saibam “governar melhor” ao mesmo tempo que, en-tendeu, “é possível ge-rir melhor, é possível dis-tribuir melhor, é possível respeitar melhor” mesmo quando esta candidatura “não tem mais cartazes, tantos como os outros”.

“Nós não queremos des-perdícios com os dinheiros das campanhas eleitorais e a nossa forma de respei-tar as famílias que passam dificuldades, as empresas que passam dificuldades e um País que ainda passa di-ficuldades é gastamos mui-to pouco, o mínimo possí-vel nas campanhas eleito-rais. Em vez de publicidade, oferecemos autenticidade”, sustentou.

O CDS-PP tem no es-tudo de opinião realizado pela Eurosondagem para um jornal diário nacional o seu melhor resultado des-de o arranque da sua cam-panha, ao subir 1,9 por cen-to, ficando agora com 7 por cento das intenções de voto (mas ainda assim sem con-seguir eleger um único ve-reador).

Pedro Morgado

Paulo Portas reuniu comas suas tropas em ViseuCDS ∑ Líder democrata-cristão esteve em Viseu no lançamento da ofensiva centrista

Desperdício

Opinião

O recente estudo da FAO sobre a alimentação indica que um terço dos alimentos produzidos em todo o mun-do é desperdiçado.

Em termos económicos, esbanjam-se 570 milhões de euros e 1.3 mil milhões de to-neladas de alimentos/ano são destruídos. No entanto, verifica-se que 870 milhões de pessoas passam fome.

Em Portugal, os vários es-tudos apontam para um de-créscimo e envelhecimen-to acentuado da população mas, em termos globais, es-tima-se que nos próximos 40 anos haverá um acrésci-mo de mais mil milhões de pessoas. Onde iremos en-contrar alimentos para tan-ta gente?

A diminuição do desper-dício alimentar é o cami-nho que todos temos de tri-lhar. Nos países tidos como ricos, a delapidação ocorre na fase de consumo (rejei-ção de vegetais e fruta im-perfeita, excesso de zelo na observação dos prazos de validade e na conformidade dos alimentos).

Nos países em vias de desenvolvimento, o desa-proveitamento ocorre na fase de produção. Na Ásia (China, Japão e Coreia do Sul), o desperdício atinge os 100 kg/habitante. A nível ambiental estas perdas são também possíveis de men-surar. Ocupam 30% da terra cultivada em todo o mundo. O consumo de água é equi-valente ao fluxo de água do rio Volga na Rússia e a emis-são de gases com efeito de estufa atinge os 3.3 mil mi-lhões de toneladas de CO2/ano.

O conselho de minis-tros afectou para 2013-2014 uma verba de 55 milhões de euros para as refeições escolares, um acréscimo de 4 mil milhões relativa-mente a 2011-2012. Chegará? Não serão necessárias mais campanhas de solidarieda-de? Haverá desperdícios? Os professores, os técnicos operacionais e os assisten-tes técnicos já estão na ca-lha.

A banca, ávida de negó-cios, olha agora para a agri-cultura como um sector a potenciar. O presidente do BES, na conferência “Agri-cultura sinónimo de desen-volvimento”, organizada nos Açores, salientou a sua importância nos sectores

do leite e seus derivados, da carne, das frutas e das flo-res. A aposta na diversifica-ção dos produtos inovado-res de maior valor acrescen-tado, bem como o aumento das exportações e o reforço na internacionalização, são descritas como uma opor-tunidade.

Os produtos elaborados de modo tradicional, a que se junta um processo de certificação, são um dos caminhos apontados dan-do como exemplos o queijo do Pico e São Jorge, o ana-nás, o maracujá e o mel. O mercado da saudade é tam-bém indicado como um iti-nerário, uma vez que 3.7% da população mundial fala português e detém um peso de 4.2% no PIB mun-dial. Alvitra ainda sobre os

“5 destinos top” para as ex-portações da região. Para o leite e natas, a Alemanha e a Holanda; para o queijo, a Alemanha e a Suécia; e para a carne de vaca congelada os EUA, a Holanda e Angola. Segundo Ricardo Salgado, presidente do BES, o ban-co tomou a liderança desta nova epopeia ao ter lança-do as soluções “BES agri-cultura”.

Estão abertas até 10 de Novembro as candidatu-ras ao programa “Prémio Agricultura”. Uma parceria do Correio da Manhã/BPI que visa seleccionar as me-lhores empresas do sector agrícola, florestal e agro-in-dustrial independentemen-te da sua dimensão e tomá-las como exemplos a seguir. O prémio permitirá publici-tar nos jornais e revistas do grupo Cofina as marcas e produtos vencedores.

Na apresentação do pro-grama, o presidente do BPI afirmou que o sector agrí-cola modernizou-se, deixou de ser defensivo, conserva-dor, sempre na procura do subsídio e acolhe agora um conjunto de pessoas com formação que estão a revo-lucionar o sector.

A questão que podemos colocar nesta fase é a se-guinte: no meio de tudo isto, o que é o desperdício? É apenas a estragação de ali-mentos ou foi e é a falta de visão?

Rui CoutinhoTécnico Superior Escola Superior Agrária de Viseu

[email protected]

A Sala cheia na receção ao líder do CDS-PP

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Jornal do Centro19 | setembro| 201314

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VOUZELA | VISEU | TAROUCA | RESENDE | REGIÃO

A Festa da Labareda, em Resende arranca já este sábado, com a tra-dicional “Perícia da La-bareda” que vai invadir a Avenida Rebelo Moniz, em frente à Câmara Mu-nicipal e deixar delicia-dos os amantes das qua-tro rodas.

No domingo, o evento prossegue com o XXIV Encontro de Pescadores, mas é no último fim-de-semana de setembro, dias 27, 28 e 29 que a tradição da festa se impõe. Para o dia 27 de está reserva-do o início da animação noturna. A Academia de Música de Resende dará início à noite de espetá-culos, que será seguida por “J. Rabassa + Reven-ge” e, a terminar a noite, pelas 23h30, sobe ao pal-co André Sardet. A noite fechará com um espetá-culo de fogo de artifício.

Dia 28, a Feira de S. Miguel dará início a mais um dia de “Laba-redas” que conta com o Passeio Turístico “2 Ro-das Labareda/2013”. Du-rante a tarde decorre o desfile dos grupos folcló-ricos e etnográficos do concelho pelas ruas da vila. À noite, a banda de Resende “Enigma” inicia mais uma momento de espetáculos, que inclui o conjunto Raio de Sol e o concerto de Emanuel.

No Domingo, dia 29, pelas 12h00, o desfile motorizado/apeado dos Bombeiros pelas ruas de vila marca o início de mais um dia de fes-ta. À tarde, a festa fica marcada pelo festival de folclore “Labareda/2013” e à noite com o conjunto TomVintém e Amigos, o grupo “Feedback” “Nuno Machado + Sinopse”.

Festa da Labareda regressa a Resende

A s ins talaçõ es do Centro de Actividades Ocupacionais (CAO) e Lar Residencial da APPACDM situadas em Vila Pouca, resultantes de uma parce-ria entre a APPACDM e a Câmara de Santa Comba Dão, foram inauguradas no dia 11, pelo secretário de Estado da Segurança Social, Agostinho Bran-quinho.

O novo equipamento, a

funcionar no edifício da antiga escola primária, foi construído para colmatar uma falha na proteção so-cial daquele concelho, no apoio especializado às pessoas portadoras de de-ficiência.

O centro para cidadãos portadores de deficiência, tem capacidade para rece-ber 30 utentes na valência de centro de actividades ocupacionais e 12 em Lar

Residencial, gerando mais de 20 postos de trabalho.

Para o presidente da Câmara de Santa Comba Dão, João Lourenço o principal objetivo foi “dar resposta especializada a quem dela necessita e aproximar os utentes de Santa Comba Dão, que frequentam a APPACDM em Viseu, das suas famí-lias”.

Inaugurado o Lar daAPPACDM em Santa CombaEspaço ∑ Estrutura visa dar resposta aos utentes que até

agora se deslocavam a Viseu

A Secretário de Estado da Segurança Social presidiu à cerimónia de inauguração

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INCÊNDIOSVouzela. Morreu na terça-feira o presidente da jun-ta de freguesia de Queirã, em Vouzela, que estava in-ternado no hospital de S. João no Porto, desde o dia 23 de Agosto, após ter so-frido queimaduras graves em 60% do corpo num in-cêndio florestal. Joaquim Mendes, de 62 anos esta-va a ajudar no combate ao fogo quando foi apanha-do pelas chamas, que des-truíram também duas via-turas, uma dos Sapadores Florestais e outra da Junta de Freguesia.

ASSALTOViseu. Uma ouriversa-ria no centro histórico de Viseu foi assaltada na madrugada de segunda-feira. Cinco assaltantes levaram quase todo o re-cheio do estabelecimen-to, entre ouro e joias, no valor de vários milhares de euros. O assalto terá ocorrido pouco depois das 03h30, quando os as-saltantes arrombaram as grades que tapam a mon-tra da ourivesaria, par-tiram a porta em vidro e entraram. O alarme to-cou, mas a rapidez do as-salto deu espaço para os cinco homens fugirem.

DETENÇÃOTarouca. Um jovem, de 18 anos, foi detido na terça-feira pela PJ, em colabora-ção com a GNR, suspeito de atear um incêndio em Tarouca. O rapaz, desem-pregado, é acusado de ter deitado o fogo na locali-dade de Ponte da Pedra, em Várzea da Serra. O in-cêndio consumiu dois mil metros quadrados de flo-resta e segundo a Polícia Judiciária só não se pro-pagou a outras áreas flo-restais devido à rápida in-tervenção dos bombeiros e populares. No distrito de Viseu já foram detidos este ano 27 alegados in-cendiários.

As famílias do concelho de Lamego dispõem, pela primeira vez, de um auxí-lio financeiro de incentivo à natalidade e de apoio so-cial.

O projeto “Enxoval Bebé”, promovido pela Câmara Municipal oferece a cada criança nascida no concelho um subsídio de 500 euros para a aquisição de bens de primeira necessidade e uma comparticipação nas men-salidades da creche.

“Concebido para contra-riar a baixa taxa de natali-dade registada em Lamego, o Regulamento Municipal de Incentivo à Natalida-de abrange todas as crian-ças nascidas e registadas no concelho, desde 27 de agosto último, independen-temente da situação finan-ceira familiar”, esclarece uma nota da autarquia.

Para além da atribuição deste incentivo, a Câmara compromete-se a comparti-

cipar o pagamento da men-salidade das crianças que frequentam as creches do concelho, a partir do quin-to mês de vida e até com-pletarem três anos de ida-de. Os interessados devem apresentar a respetiva can-didatura até sessenta dias úteis, após a data de nasci-mento da criança, no Ser-viço de Atendimento do Município, através de re-querimento disponível em cm-lamego.pt. EA

Câmara de Lamego incentiva natalidade com oferta de enxoval

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REGIÃO | TONDELA

Joaninha (padaria e pastelaria), Gialmar (unidade de congelação e embalamento de pes-cado) e Bodum (produ-ção de louça metálica e artigos de uso doméstico) são as três empresas que vão investir 18,3 milhões de euros no concelho de Tondela e garantir a cria-ção de mais de 200 postos de trabalho.

O anúncio foi feito na passada quarta-feira, dia 11, na Câmara Municipal de Tondela, na presença dos representantes das empresas, do presidente da Câmara, Carlos Marta e do secretário de Estado adjunto da Economia, Le-onardo Mathias.

Joaquim Lourenço, proprietário da Joaninha, empresa familiar criada em 1997, afirmou que a grande aposta vai ser no aumento da produção e da quantidade dos pro-dutos. O investimento vai rondar os 6,2 milhões de euros e visa a construção de uma linha de produ-ção de pastelaria para a exportação e vai criar 50 postos de trabalho.

O responsável adian-tou ainda que pretendem produzir nesta nova uni-dade “pastéis de nata, tendo já alguns contratos firmados”. Joaquim Lou-renço sublinhou que dis-põe já de “uma carteira de encomendas no que diz respeito a 12 milhões de pastéis/ano, produção de bolacha para o grupo Lidl (50% para Espanha e 50% para nacional) e de croissants”. Sendo que para este último produto têm já “um parceiro em França que está a nego-ciar com o grupo Éclair e Carrefur” onde preve-em que sejam adquiridos “cerca de 100 mil crois-sants/dia”

O arranque das obras está previsto para janeiro de 2014 e espera-se que a produção na nova unida-de se inicie em maio.

A Gialmar, unidade de congelação e embalamen-to de pescado, vai investir cerca de seis milhões de euros na requalificação e expansão de uma uni-dade já existente no Bo-tulho, Tondela, sendo o investimento comparti-

cipado em 2,8 milhões de euros pelo PROMAR.

A empresa, que já existe há 20 anos, com forte pre-sença em cidades como a Figueira da Foz, será res-ponsável pela criação de 25 postos de trabalho di-retos e 100 indiretos

Gilberto Coimbra, ad-ministrador da Gialmar, afirmou que este inves-timento em Tondela é “fruto da expansão que a Gialmar teve nos últi-mos anos, sobretudo no ramo da exportação”, uma vez que “a empresa vem sendo muito solici-tada na Europa Central, PALOP e, agora, nos paí-ses de leste”.

Gi lber to Coi mbra a c r e s c e n to u a i n d a que este investimen-to, em Tondela, foi a concretização de um so-nho. “Podia ter criado na Figueira da Foz, mas en-tendi que chegou a hora de valorizar a minha ter-ra, onde nasci e onde vou morrer”, concluiu.

O responsável felici-tou a “ousadia” de todos aqueles que investem “numa altura em que toda

a gente fala de crise”, su-blinhando que “é preciso acreditar para que tudo se torne realidade”.

A Bodum, empresa que fabrica louça metálica e artigos de uso doméstico, vai investir 6,2 milhões de euros, dos quais 2,8 milhões são compartici-pados pelo IAPMEI e é responsável por criar 49 postos de trabalho.

A empresa vai apostar na ampliação das atuais instalações e, segundo Tiago Gil, responsável pela Bodum em Portugal “serão criadas novas li-nhas de produção, apos-tando em produtos que primam pela qualidade e ‘design’ diferenciado”

Tiago Gil sublinhou que este novo investimento vai permitir que se fabri-que em Tondela peças que atualmente são feitas na China e na Polónia. E vai possibilitar ainda a produ-ção de novos artigos (lan-çados este ano) como gre-lhadores a carvão e a gás.

Micaela Costa

Empresas investem18 milhões em TondelaEconomia ∑ Joaninha, Gialmar e Bodum vão criar 210 postos de trabalho, anúncio

feito na presença do secretário de Estado adjunto da Economia, Leonardo Mathias

A Uma das empresas investidoras (Bodum) passa a fabricar em Tondela peças que eram feitas na China e na Polónia

“TONDELA É UM EXEMPLO DE EMPREENDEDORISMO”

Na sua intervenção, Leonardo Mathias, secretário de Es-tado adjunto da Economia, sublinhou que “Tondela é um exemplo de empreendedorismo” para as autarquias e sa-lientou a importância que este tipo de investimentos têm para o país. “O trabalho do tecido empresarial é funda-mental para ajudar a economia nacional e superar uma das mais graves crises económico financeiras das últimas décadas”, afirmou.Leonardo Mathias acrescentou que “Tondela se distingue pela sua capacidade de atração de investimento, tanto na-cional como estrangeiro, também pela sua competência na fixação de empresas e talentos, que é uma caracterís-tica fundamental para a criação de riqueza, postos de tra-balho, coesão territorial e valorização do interior”.Leonardo Mathias lembrou que o Estado tem um papel importante no apoio à captação de investimento. “É mi-nha convicção que o papel do Estado na economia deve ser de potenciar a existência de um clima de negócios que seja favorável ao investimento, gerador de riqueza e de emprego”.

A Leonardo Matias, secretário de Estado adjunto da Economia

“O MÉRITOÉ TODO DAS EMPRESAS”

Carlos Marta, presidente da Câmara Municipal de Tondela, sublinhou que “o mérito é todo das empre-sas, proprietários administradores e funcionários que, com uma grande visão estratégica, decidiram arriscar e acreditar que é possível vencer a crise”. Quanto ao trabalho da autarquia, o responsável sa-lientou o apoio a estes três projetos industriais. “Fo-mos parceiros ativos na resolução de problemas buro-cráticos, acompanhámos a aprovação financeira dos projetos, abrimos portas e tentámos com rapidez e eficiência arranjar soluções legais para os problemas que iam surgindo”. Destacando o trabalho do verea-dor Pedro Adão, responsável pelo pelouro do desen-volvimento económico, “que acompanhou de perto todos os processos”.Carlos Marta terminou reconhecendo “o trabalho, o in-vestimento, a ambição e a aposta decisiva no território”.

A Carlos Marta, presidente da Câmara de Tondela

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O concelho de Tabuaço foi, até meados da década de 70, um exemplo de prosperidade e desenvolvimento em relação aos concelhos vizinhos, com boa qualidade de vida para os seus cidadãos.

Hoje esse progresso está de volta. Nos últimos 4 anos a Câmara Municipal realizou, finalmente, obras de grande notoriedade e importância para o desenvolvimento e progresso de Tabuaço.

Com a concretização de tais obras estamos a recuperar o tempo perdido e a caminhar para um futuro que queremos sempre melhor e que garanta às próximas gerações as condições necessárias para aqui trabalharem e viverem.

Os investimentos estão à vista de todos. Estamos, de novo, no bom caminho.

Tabuaço é uma terra de paisagens invulgares, onde a natureza sorri!

PALACE HOTEL DOURO & SPA

CENTRO ESCOLAR DE TABUAÇO

REQUALIFICAÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO

VILA DE TABUAÇO

MUSEU E CENTRO DE ESTUDOS ABEL BOTELHO

MUSEU E CENTRO DE ESTUD

RECUPERAÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS RECURSOS

NATURAIS DO FRADINHO - TABUAÇO

PARQUE URBANO ABEL BOTELHO

NOVO QUARTEL GNR

ESTRADA MUNICIPAL 512 - ADORIGO

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economia

Chegou ao fim, na pas-sada segunda-feira, dia 16, a 21ª edição da Feira Industrial e Cultural de Tondela (FICTON).

Segundo José Antó-nio Jesus, vice-presiden-te da Câmara Municipal de Tondela, “as expec-tativas foram largamen-te superadas”. As condi-ções climatéricas foram o grande aliado para esta edição de umas das prin-cipais feiras da região.

José António Jesus afirmou que “por dia, passaram mais de oito mil pessoas pelo recin-

to”, sendo que nos dois primei-ros dias de cer-tame, “os números terão ultrapassado os 10 mil vi-sitantes por dia”.

O programa “diferen-ciado e homogéneo”, foi uma das principais ra-zões para que milhares de pessoas visitassem a cidade de Tondela en-tre os dias 13 e 16. O vice-presidente da autarquia destacou toda “a qualida-de de exposições, do as-sociativismo e da oferta industrial e cultural da FICTON”.

Um dos grandes mo-

mentos desta edição foi o registo de 1200 fran-gos assados o que levou

Tondela a bater um re-cord nacional. O desafio, lançado pelo programa “Portugal em Festa” da SIC, que marcou pre-sença no passado do-mingo, integrou-se na Semana do Frango. Re-corde-se que o produ-to é uma das principais atividades económicas da região de Tondela.

Associado à FICTON est ivera m a inda vá-rios eventos marcan-tes. “Em particular os dois investimentos que espelham o contributo da autarquia na rege-neração urbana. Fala-mos da inauguração da 2º fase do Parque Ur-bano da cidade, a Praça de Besteiros e ainda do centro histórico”, des-tacou José António Je-sus.

Questionado sobre a próxima edição, edil af irmou que “a autar-quia está numa fase de avaliação”.

José A ntónio Jesus aproveitou ainda para saudar todos os envolvi-dos em mais uma edição da FICTON “desde, as-sociações, juntas, grupos musicais e tantos outros que fazem desde projeto um desafio aliciante”.

Micaela Costa

Expectativassuperadas na Ficton 2013Balanço∑ Milhares de visitantes na edição do certame. Autarquia avança com

mais de oito mil por dia

Sinais positivos

Clareza no Pensamento

No quadro de recessão continuada e de dificulda-des profundas que Portu-gal tem vindo a enfrentar nos últimos anos, quais-quer indicadores que pos-sam contrariar esse cená-rio são, naturalmente, muito importantes, nomeadamen-te enquanto sinais de espe-rança em melhores dias. Fe-lizmente foram publicados recentemente alguns valo-res que podem ser entendi-dos, de facto, como sinais positivos. O primeiro sinal, porventura o mais impor-tante, foi o crescimento de 1,1% da produção em Portu-gal (medida pelo PIB, Pro-duto Interno Bruto) em ter-mos reais (ou seja, em vo-lume, em quantidades), no 2º trimestre de 2013 (relati-vamente ao 1º trimestre do ano), conforme dados do INE (Instituto Nacional de Estatística) de 6 de Setem-bro. Após um período de dez trimestres consecuti-vos de queda da economia portuguesa, eis, finalmen-te, um resultado que contra-ria essa tendência. Trata-se, por outro lado, de um valor de alguma dimensão, sendo mesmo o valor mais eleva-do registado entre os países da União Europeia naquele período. Sublinhe-se ainda que, por componentes, este crescimento do PIB resultou não só do aumento (de cerca de 5,2%) da procura externa (exportações), mas também de um aumento (finalmen-te!), próximo de 0,8%, da Pro-cura Interna (Consumo Final e Investimento), que regista-va quedas sucessivas desde o início de 2011. Pese embo-ra o caráter positivo do que se disse, há que ter alguma moderação na interpretação daquele valor, sobretudo em função do “efeito Páscoa”. É que o simples facto de a Pás-coa ter ocorrido, no corrente ano, ainda em Março (31 de Março) e não em Abril (como tem acontecido na maior par-te dos anos), contribuiu para a “grandeza” do indicador. É que, tradicionalmente, está associado ao período pas-cal alguma perda de ativi-dade em alguns setores (me-nos horas de trabalho), que se manifesta de modo par-ticular ao nível das expor-tações (como o reconhece o próprio INE). Assim sendo, tal significa que o facto de a Páscoa ter ocorrido em Mar-ço prejudicou as contas do 1º trimestre de 2013 (e não o 2º trimestre como habitual-mente). Dizendo-o de outro modo: caso a Páscoa tivesse

ocorrido em Abril, a ativida-de produtiva do 1º trimestre teria sido maior que a regis-tada e a do 2º trimestre teria sido menor que o que foi, o que resultaria, obviamente, numa variação percentual inferior a 1,1%. Bom, mas o calendário foi o que foi, e há que, ainda assim, valorizar o que aconteceu. Outro sinal positivo foi a queda da taxa de desemprego para 16,4% no 2º trimestre de 2013 (con-tra os 17,7% do 1º trimestre), segundo os dados do INE de 7 de Agosto. Também aqui há que ter cuidado com as in-terpretações. Desde logo de-vido aos efeitos de sazonali-dade associados à época de Verão, mas também aos flu-xos de emigração de muitos portugueses, particularmen-te de jovens, que se têm vindo a registar. De todo o modo, no período referido, o núme-ro de indivíduos estatistica-mente considerados desem-pregados diminuiu, enquan-to o número de empregados aumentou. Um terceiro si-nal que importa sublinhar é o desempenho das exporta-ções portuguesas. Como já se referiu, esse desempenho contribuiu fortemente para o crescimento do PIB no 2º trimestre de 2013. Acresce porém (de acordo com va-lores do INE de 6 de Setem-bro) que essa performance positiva se manteve em Ju-lho, com as exportações a crescerem significativamen-te em relação ao mês ante-rior (acréscimo de 9,6%) e a atingirem um valor recorde. A procura externa mantém assim o papel fundamental que vem desempenhando na economia portuguesa (e que tem evitado, aliás, males maiores ao longo dos últi-mos tempos). Sublinhe-se o facto de o aumento das ex-portações se ter verificado quer para os países da União Europeia (aumento de 8,3% em Julho, face a Junho), quer para países extracomunitá-rios (acréscimo de 13%), o que evidencia a capacidade que muitas empresas (e em-presários) revelaram para “responder” à crise, incre-mentando a sua presença nos mercados internacio-nais, quer pelo reforço da presença em alguns deles, quer pela penetração em no-vos destinos. (Continua...)

(http://clarezanopensamento.blogspot.com)

Joaquim SimõesDocente na Escola Superior de Tecnologia de Viseu

[email protected]

A Emanuel foi um dos artistas a animar a 21ª edição

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18 Jornal do Centro19 | setembro | 2013

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INVESTIR & AGIR | ECONOMIA

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O Hotel Montebelo, em Viseu, foi o palco escolhido para a realização da cerimó-nia de entrega dos prémios da sexta edição dos Prémios Europeus de Ecopistas e a noite dos “óscares”, organiza-da pela Associação Europeia de Vias Verdes (EGWA), sor-riu à região Dão Lafões: a ecopista do Dão alcançou o terceiro lugar na categoria Excelência.

Lá dentro, Carlos Marta, autarca de Tondela que pre-side também a Comunida-de Intermunicipal (CIM) da Região Dão Lafões, teve que esperar pela parte final do evento para ouvir da boca de Gilbert Perrin, presiden-te da Associação Europeia de Vias Verdes (EGWA), a confirmação deste galardão para a Ecopista do Dão, equipamento que integra a rede nacional de ecopistas, conforme disse Mercedes Muñoz.“Há dois terceiros prémios,

individuais, cada um deles bastante merecido, na ca-tegoria de Excelência que premeia a qualidade e a inte-gridade destas vias verdes”,

explicou a diretora da As-sociação Europeia de Vias Verdes (EGWA) aguardan-do por Gilbert Perrin que anunciaria finalmente a ecopista do Dão e a ecopis-ta Vasco Navarro (Espanha) como as obras que conquis-taram o júri e este terceiro lugar ex-aequo.

Nascidos em 2003, estes prémios, entregues na pas-sada semana, são atribuídos de dois em dois anos a proje-tos que se destaquem pelos exemplos de boas práticas no desenvolvimento deste tipo de infraestruturas e que promovam a sua utilização pelo maior número de pes-soas possível.

Apesar da formalidade do momento, Carlos Mar-ta aceitou o galardão com humor: “eu chamava natu-ralmente os meus colegas e amigos de Santa Comba Dão e de Viseu, João Lou-renço e Américo Nunes, para receberem o prémio comigo, uma vez que este prémio é pesado” ao mesmo tempo que reforçou a exce-cional colaboração dos três municípios na realização

desta obra. Para além da Comunida-

de Intermunicipal (CIM) da Região Dão Lafões ter, re-centemente, integrado “uma parceria, num novo projeto europeu relacionado com a criação de produtos turísti-cos nas ecopistas europeias“, o autarca salientou a apre-sentação de “um projeto para a aprovação da marca Viseu-Dão Lafões no qual a divulgação da ecopista apa-rece como um dos princi-pais produtos turísticos”.

A ecopista do Dão com os seus 49, 2 quilómetros de extensão, obra da Comuni-dade Intermunicipal da Re-gião Dão Lafões, foi inaugu-rada em julho de 2011 e re-presentou um investimento de 5 milhões de euros que liga os concelhos de Viseu, Tondela e Santa Comba Dão, no distrito de Viseu.

Já entre os grandes ven-cedores internacionais en-contram-se a Áustria (Tuer-nitzer Radweg) e a Irlanda (Great Western Greenway) na categoria de Iniciativas Exemplares. (ver fotos pág. 27) PM

A “noite do Dão” nos prémios das ecopistas

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Exoneração do Administrador do CondomínioConsultório Jurídico

Muitas têm sido as vezes em que os nossos Clientes, na qualidade de condómi-nos dos prédios onde habi-tam, manifestam uma pro-funda preocupação e, até mesmo, alguma discórdia, pela defeituosa administra-ção do condomínio.

Pelo que, resolvemos es-clarecer os Leitores dos meios de reacção dispos-tos na Lei que permitem a qualquer condómino pug-nar pela exoneração/des-tituição do administrador numa situação de deficiente gestão e administração do condomínio.

Resumidamente, o que fa-zer perante a intransigência do administrador na apre-sentação do relatório de re-ceitas e despesas e na regu-lar convocação de uma as-sembleia de condóminos? A lei determina que a assem-bleia de condóminos se reú-na, no mínimo, uma vez por ano, na primeira quinzena de Janeiro. Nessa reunião, deverão ser apresentadas, discutidas e aprovadas as contas respeitantes ao ano anterior e deverá ser apre-sentado o orçamento de re-ceitas e despesas para o ano em curso. No caso de cons-tatarmos alguma relutância do administrador na con-vocação de uma assembleia

de condóminos com aque-la ordem de trabalhos, a lei assiste aos condóminos que representem, pelo menos, vinte e cinco por cento da permilagem total do prédio, a possibilidade de convoca-rem uma assembleia.

Se o administrador in-sistir em menosprezar as suas obrigações, negando ou prorrogando a submis-são das contas à discussão e aprovação em assembleia, e esgotados todos os meios de resolução extra-judicial, as-siste sempre aos condómi-nos a faculdade de recorrer ao competente mecanismo judicial: a acção de presta-ção de contas, nos termos do disposto no artigo 941.º do Código de Processo Ci-vil. Desta forma, o tribunal obrigará o administrador à apresentação das contas, que deverão ser exibidas em forma de conta-corrente e nelas se especificará a pro-veniência das receitas e a aplicação das despesas, bem como o respectivo saldo. Neste cenário parece-nos que, impreterivelmente, não resta outra solução que não o recurso à destituição do administrador. Como pro-ceder? Esse procedimento não tem necessariamente de ser avaliado e decidido pelo tribunal. A assembleia

de condóminos poderá ser convocada por quem re-presente, pelo menos, um quarto do valor investido no edifício e fazer constar a in-tenção de exoneração do ad-ministrador na respectiva ordem de trabalhos. Para tal, será suficiente que a maio-ria simples vote favoravel-mente na proposta de exo-neração e registar o resulta-do na acta.

Caso não seja possível reunir aquele número mí-nimo de condóminos para a convocatória, é possível re-querer ao tribunal que avalie a actuação do administrador e, se ficar demonstrado que o mesmo praticou irregula-ridades e agiu com negligên-cia no exercício das suas fun-ções, o tribunal decretará a sua exoneração/destituição. Não obstante a explanação apresentada, a destituição do administrador do condomí-nio, atendendo à sua com-plexidade e às especificida-des de cada caso, carece de acompanhamento por parte de um profissional do foro.

Ângela Figueiredo SantosAdvogada

[email protected]

20Setembro

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às 20h30Palco Agua

Viagem a1º Premio Paris

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www.feirasaomateus.pt

19Jornal do Centro19 | setembro | 2013

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desportoLiga 2 Cabovisão

P J V E D GMGS1 Moreirense 14 7 4 2 1 14 42 FC Porto B 14 6 4 2 0 7 33 Leixões 13 7 4 1 2 11 74 Sp. Covilhã 12 6 4 0 2 9 45 Penafiel 12 6 3 3 0 5 16 Tondela 12 7 4 0 3 12 117 Chaves 12 7 4 0 3 8 138 Atlético CP 11 6 3 2 1 6 79 Portimonense 10 6 3 1 2 9 510Benfica B 9 6 2 3 1 13 711SC Braga B 9 6 3 0 3 7 712Sporting B 9 6 3 0 3 6 813Marítimo B 8 6 2 2 2 4 414U. Madeira 7 6 2 1 3 5 615Santa Clara 7 6 2 1 3 5 516Oliveirense 7 6 2 1 3 5 817Feirense 6 7 1 3 3 3 818Desp. Aves 5 6 1 2 3 2 519Ac. Viseu 5 7 1 2 4 5 920Trofense 4 7 0 4 3 3 621Beira-Mar 3 6 0 3 3 6 1022Farense 3 7 0 3 4 2 9

Beira-Mar 0-1 PortimonenseFC Porto B 0-0 Moreirense

UD Oliveirense 3-2 TondelaFeirense 1-0 SC Braga B

U. Madeira 0-1 Marítimo BAtlético CP 1-0 Desp. AvesTrofense 0-0 PenafielFarense 1-1 Ac. Viseu

Sporting B 2-1 Santa ClaraChaves 0-2 Sp. Covilhã

Benfica B 5-1 Leixões

Moreirense 2-1 FarenseLeixões 1-0 Trofense

Ac. Viseu 1-2 ChavesTondela 2-0 Feirense

Portimonense - Sporting BSp. Covilhã - U. MadeiraMarítimo B - FC Porto B

Penafiel - Beira-MarDesp. Aves - Benfica BSC Braga B - OliveirenseSanta Clara 13/10 Atlético CP

7ª Jornada

Camp. Nacional de Seniores - Serie D

P J V E D GMGS1 L. Lourosa 6 3 2 0 1 3 22 Anadia 6 3 2 0 1 7 73 Lusitano FCV 5 3 1 2 0 9 74 S. João Ver 4 3 1 1 1 7 65 AD Grijó 4 3 1 1 1 7 66 Cinfães 4 3 1 1 1 3 27 Bustelo 4 3 1 1 1 3 48 Cesarense 3 3 1 0 2 5 79 Estarreja 3 3 1 0 2 5 710Sp. Espinho 2 3 0 2 1 2 3

Sp. Espinho 1-1 CinfãesBustelo 1-0 S. João Ver

Lusitano FCV 2-2 AD GrijóEstarreja 3-1 CesarenseAnadia 2-1 L. Lourosa

3ª Jornada

S. João Ver - Sp. EspinhoAD Grijó - Bustelo

Cesarense - Lusitano FCVL. Lourosa - Estarreja

Cinfães - Anadia

4ª Jornada

6ª Jornada

FutebolVISEU E BENFICA HOMENAGEIA FERNANDO RUAS

O S p o r t V i s e u e Benfica vai homena-gear Fernando Ruas, p r e s i d e n t e d a C â -mara Municipa l de Viseu.

S e g u ndo not a de imprensa, o clube ex-plica que esta distin-ção resulta de “todo o apoio que deu ao clube, durante os 24 anos que esteve na presidência”.

Nesse sentido, con-vidou o autarca a es-tar presente, no jogo de apresentação da equipa sénior para a nova época despor-t iva , a re a l i z a r no Ca mpo 1º de ma io, pelas 19h30, este sá-bado, 21 , dia do mu-nicípio de Viseu.

Futebol

Domingo é dia de TaçaA segunda eliminatória da

Taça de Portugal joga-se este domingo pelas 15h00.

Ao relvado sobem as quatro equipas do distrito de Viseu que não precisaram de passar pelo teste inicial, Académico e Tondela, da Liga 2 Cabovisão e Lusitano e Cinfães, do Cam-peonato Nacional de Seniores, isentos no sorteio da ronda inaugural.

O Académico de Viseu jo-gou pela primeira vez a prova rainha do futebol português na época 1947/1948. Esta época tem como primeiro adversário o Nogueirense, equipa com menos experiência nesta com-petição (estreou-se em 1990). A equipa filiada na Associa-ção de Futebol de Coimbra, ocupa a 7ª posição do grupo E do Campeonato Nacional de Seniores.

Quanto ao Clube Desporti-vo de Tondela, estreou-se na competição em 82/83 e rece-be este domingo uma equipa já sua conhecida, em partida a contar para a Taça. Na época de 2004/2005, ainda o Tondela

andava pelos distritais, e tam-bém a jogar em casa, perdeu na ocasião por 0-1, frente ao mesmo Torres Novas, e aca-bariam por ser eliminados da competição. Hoje, a realida-de é outra e o Tondela é clara-mente favorito, mas na Taça tudo pode acontecer.

Já o Lusitano, que foi a jogo na prova, pela primeira vez, em 63/64, regressa agora, após alguns anos, à prova rainha do futebol português. Pela fren-te o Clube Futebol Benfica. Ambas marcam presença no Campeonato de Seniores, ain-da que em grupos diferentes. Os trambelos no grupo D e a equipa de Lisboa no grupo G (onde ocupa o último lugar da tabela).

O Cinfães é a única a jogar fora de casa. O clube do Norte do distrito, que já marca pre-sença na Taça desde 82/83, viaja até Estarreja onde de-fronta o “colega” de grupo, na série D do Campeonato Na-cional de Seniores.

Micaela Costa

Jogos ∑ Academico-Nogueirense, Tondela-Torres Novas, Lusitano-C.F.Benfica, Cinfães-Estarreja

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“Este é um jogo em que temos a responsabi-lidade de seguir em frente. Uma competição onde não queremos ser surpreendidos”

Filipe MoreiraTreinador do Académico de Viseu

Vítor PaneiraTreinador do Clube Desportivo de Tondela

“Vamos encarar este jogo com a mesma seriedade do campeonato, mesmo sabendo que o adversário é das distritais”

“A equipa está preparada para esta elimina-tória. Graças ao trabalho e ambição acredita-mos que é possível passar à fase seguinte”

Rui CordeiroTreinador do Lusitano Futebol Clube

João Manuel Pinto Treinador do Clube Desportivo Cinfães

“As expectativas são positivas. Há con-fiança, mesmo sabendo que o adversário não é fácil. Mas os jogadores têm que ter espírito ganhador e é isso que lhes tenho transmitido”

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Ao fecho desta ediçãodecorriam alguns jogos da 7ª jornada

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A Bruno Magalhães, ex-campeão nacional, ao volante do estreante Peugeot 208 R2

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Rali Mortágua 201320 e 21 de Setembro

especial

É já amanhã, sexta-feira, que o Rali de Mortágua vai para a estrada. Ao longo de dois dias, o principal cam-peonato do calendário nacional da Federação portuguesa de Automobi-lismo e Kart (FPAK), volta às estradas da região. É mesmo a única prova do Campeonato de Portugal de Ralis que se realiza no distrito de Viseu.

Esta penúltima ronda do Campe-onato promete voltar a fazer as delí-cias dos milhares de visitantes que fazem questão de marcar presença nesta prova já que a lista de inscritos, sem ser extensa, tem um conjunto de pilotos de carros que promete emo-ção, e velocidade. Aliciante extra, a possibilidade de Mortágua voltar a consagrar o piloto campeão. A duas provas do final do campeonato 2013, Bernardo Sousa tem uma larga vanta-gem sobre Ricardo Moura e pode sair de Mortágua virtual campeão.

O Rali de Mortágua, organiza-do pelo Clube Automóvel do Centro (CAC), é composto por sete provas especiais de classificação (PEC s), co-meçando com a já famosa Super-Es-pecial noturna desta sexta-feira, com início às 20h15. Decorre junto à EN 234 e rotunda de Vale de Açores, num circuito com 1,86Km que permite aos pilotos mostrarem todos os seus dotes de condução, e para os espectadores é a oportunidade de verem as máquinas em ação em vários ângulos e num ce-nário pouco comum, durante a noite.

No segundo dia, sábado, disputam-se as duplas passagens pelas especiais

de Felgueira, Trezói e Caparrosinha, com o rali dividido em duas secções, com uma passagem por cada um dos três troços. Uma secção durante a ma-nhã, e uma outra de tarde.

A classificativa da Felgueira destaca-se como novidade absoluta, sendo o regresso do rali à freguesia do Sobral. Quanto às outras duas classificativas, Trezói e Caparrosinha, haverá algu-mas ligeiras alterações no traçado, in-vertendo-se também o sentido de iní-cio e final dos respetivos troços.

Em prova, 19 participantes e várias máquinas das quais se destacam três S2000. Os Skoda Fábia de Ricardo Moura (vencedor do Rali de Aguiar da Beira) e Pedro Meireles, e o Ford Fiesta de Bernardo Sousa.

Em estreia dois Peugeot 208 R2, um dos quais com o ex-campeão nacio-nal, Bruno Magalhães, ao volante. O outro, Peugeot 208 R, está entregue a Diogo Gago e Jorge Carvalho, máqui-na que têm utilizado em França, na 208 Rally Cup.

Destaque ainda para o Porsche 997 GT3, que se estreou no Rali de Guimarães, pelas mãos do piloto Carlos Oliveira.

Para além do escalão prin-cipal, a prova pontua ainda para o Campeo-nato de Portugal de Ralis R2 (duas rodas motrizes), Campeonato Regional do Centro de Ralis e Troféu Nacional de Clássicos.

No Regional de Ralis, destaque para a presença do piloto do Caramulo, Pedro Duarte, navegado por Nuno Costa, ao volante do Peuge-ot 205, com o número 38 na porta.

Micaela Costa

A Porsche 997 GT3 é uma das máquinas nas estradas de Mortágua

A Ricardo Moura (vencedor do Rali de Aguiar da Beira) ao comando de um Skoda Fábia S2000

Paulo Duarte/Motores Magazine

todoterreno.pt

autosport.pt

Campeonato de Portugal de Ralis

Mortágua pode decidircontas do título de pilotos

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Opinião

ESPECIAL | RALI MORTÁGUA

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O Rali de Mortágua é um evento que promove o concelho e a região e que contribui para a sua afirmação no panorama desportivo nacional. Eu lembro que Mortágua tem uma grande tradi-ção em provas de Ra-lis, pois recebeu duran-te vários anos o Rali de Portugal, integrado no Campeonato do Mundo, e nunca deixou de aco-lher outras provas, no-meadamente campeo-natos regionais, após a saída de Portugal desse campeonato.

Até que em 2006 deu-se a subida do Rali de Mortágua ao escalão principal da modalida-de e felizmente tem-se mantido entre nós, me-recendo a confiança e o reconhecimento por parte da Federação. Tal só é possível dadas as excelentes condições que temos em Mortágua para os desportos moto-rizados, quer em termos de rede pavimentada quer em termos de ca-minhos florestais, inves-tindo muito o Município na sua boa conservação. Ainda este ano estamos a fazer um grande inves-timento, superior a 1 mi-lhão de euros, na manu-tenção e beneficiação da rede viária do concelho. E também devo registar esta parceria e coope-ração entre o Municí-pio e o Clube Automó-vel do Centro, que tem sido exemplar, no nosso ponto de vista.

A estratégia de desen-volvimento sustentado do Município, nomea-damente a nível do tu-rismo, passa muito pela promoção e valorização das condições e recur-sos endógenos do terri-tório,

porque temos a água, a floresta, no fundo a na-tureza, mas também as vias de comunicação, as infraestruturas e equi-pamentos construídos, ou seja, qualidade de vida.

Mas além do impacto deste evento na promo-ção do concelho, devo acrescentar a dimensão económica. O Rali traz muita gente a Mortágua, entre pilotos, organiza-ção, equipas de assistên-cia, fotógrafos, jornalis-tas, pessoas que acom-panham os pilotos, que aqui permanecem dois, três ou mais dias, con-soante as situações. E naturalmente que o Co-mércio, e sobretudo a Hotelaria e o setor do Alojamento locais be-neficiam com essa es-tadia, sendo uma mais-valia económica para o concelho.

E depois temos as mi-lhares de pessoas de fora do concelho que vêm assistir ao desenro-lar da prova, incluindo a Super-Especial, que ha-bitualmente atrai muito público. A Câmara Mu-nicipal quando faz este investimento financeiro tem também em conta todo esse retorno para a

economia local. Mas é preciso também

salientar que o sucesso do Rali, que já vai na sua oitava edição, não seria possível sem a colabo-ração das populações do concelho, em parti-cular daquelas que são abrangidas pelo traça-do do Rali. A popula-ção de Mortágua tem sido exemplar na forma como tem acolhido esta prova nacional, não só em termos de partici-pação e entusiasmo, o que é reconhecido pe-los próprios pilotos, mas também em termos de compreensão, civismo e colaboração na segu-rança do Rali.

E a terminar gostaria de convidar todos a vi-sitarem Mortágua neste fim de semana, para as-sistir ao Rali e ao mesmo tempo conhecerem me-lhor o nosso concelho, porque também temos a nossa gastronomia, as nossas paisagens, e di-zer que cá os esperamos de braços abertos, com a tradicional hospitalida-de beirã.

“Mortágua tem excelentes condições para receber este desporto, além do enorme entusiasmo do público local”

AFONSO ABRANTESPresidente da Câmara

Municipal de Mortágua

Participantes Campeonato de Portugal de Ralis

Participantes Campeonato de Portugal de Ralis R2(duas rodas motrizes)

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RALI MORTÁGUA | ESPECIAL

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PROGRAMASEX 20 | 1ª ETAPA | 1ª SECÇÃO

19h30 | Partida 20h15 | PE1 Super Especial de Mortágua – 1,86 Km 21h35 | Chegada

SÁB 21 | 2ª ETAPA | 1ª SECÇÃO09h30 | Partida 10h18 | PE2 Felgueira - 9,38 km10h56 | PE3 Trezoi - 20,65 km11h49 | PE4 Caparrosinha - 15,90km12h34 | Chegada

SÁB 21 | 2ª ETAPA | 2ª SECÇÃO13h00 | Partida13h53 | PE5 Felgueira – 9,38 Km14h31 | PE6 Trezoi – 20,65 Km 15h24 | PE7 Caparrosinha – 15,90 Km (Power Stage) 16h44 | Chegada

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DESPORTO | MODALIDADES

O município de Vouzela apresentou publicamen-te, no passado sábado, dia 14, o projeto do Centro de BTT concelhio, o primei-ro a ser criado no distri-to de Viseu e terceiro no país.

Trata-se de uma rede de trilhos com aproximada-mente 200km de itinerá-rios sinalizados no terre-no, distribuídos por seis percursos de diferente dificuldade e que passam por todas as freguesias do

concelho.O Centro de BTT de

Vouzela, foi homologado pela Federação Portugue-sa de Ciclismo. Com esta distinção o Centro passa a corresponder aos crité-rios para este tipo de infra estruturas, apto a receber provas a nível nacional e internacional, nomeada-mente a sinalética dos percursos e o centro de acolhimento.

O projeto resulta de uma candidatura ao PRO-

DER, no âmbito da Me-dida 3.2.2 – “Serviços Bá-sicos para a população rural”, com um investi-mento de 60 mil euros, comparticipado em 75%.

O Centro, segundo a autarquia, entra em fun-cionamento na próxima primavera e disponibiliza uma zona de lavagem de bicicletas, duche, casa de banho, local de estacio-namento e uma mini ofi-cina em regime self-ser-vice. MC

Ciclismo

Vouzela cria primeirocentro BTT do distrito

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Decorrem este sába-do, dia 21, os jogos da Supertaça de Futsal, masculina e feminina, no pavilhão do Inatel, em Viseu.

Pelas 15h30 joga-se a partida do escalão fe-minino com duas das melhores equipas do distrito a entrarem em campo. A formação de Penedono, campeãs distritais em título, de-frontam as vencedoras da Taça da Associação de Futebol de Viseu, o Unidos da Estação, de São Pedro do Sul.

Esta é a primeira com-petição da época, para as duas equipas.

Unidos , orientada por Carlos Pinheiro, fez algumas mexidas no plantel para a nova época, com entrada de novos reforços, como é o caso de Inês Pais (ex-Sport Club Naval Viseu) e de Daniela Aguiar (ex-Penedono).

A equipa de Penedo-no, que interrompeu o “reinado” de seis tem-poradas como Campeãs distritais, às adversárias de Lafões, esperam ar-recadar mais uma taça antes do campeonato arrancar no próximo dia 5 de outubro.

Em masculinos de-frontam-se as formações

de Sporting Clube de Lamego e do Pedreles.

Recorde -se que a equipa de Lamego con-quistou na passada épo-ca o título Distrital da Divisão de Honra da As-sociação de Futebol de Viseu e joga este ano na 3ª Divisão Nacional de Futsal.

O Pedreles venceu na passada temporada a Taça de Viseu e termi-nou em 3º lugar na Divi-são de Honra de Viseu, sendo uma das equipas de Viseu que este ano vai também disputar a Taça de Portugal.

Micaela Costa

Futsal

Supertaça no pavilhão do Inatel Feminino/Masculino ∑ Pela primeira vez jogam-se no mesmo dia e local

Hugo Lopes, jovem pi-loto viseense que com-pete no Campeonato de Portugal de Offroad, na categoria Iniciação, está muito perto do título que persegue há dois anos.

Depois de uma categó-rica vitória em Montale-gre, onde dominou dos treinos até à Final, com vitórias nas três mangas e na corrida decisiva, Hugo Lopes ficou a um passo do título.

Agora em Sever do Vouga, este fim-de-sema-na, o piloto viseense pode ficar com o título pratica-mente no bolso, caso con-firme o favoritismo que lhe é atribuído, já que ga-nhou as cinco provas já disputadas.

De fato, Hugo Lopes e o seu Peugeot 106, têm sido demasiado para a concor-

rência.A três provas do final -

Sever do Vouga, Lousada e Mação - a conquista do campeonato pode chegar já na Pista do Alto do Ro-çário, dependendo do que Hugo Lopes faça, e a con-corrência também.

O piloto viseense tem

a esperança de fechar as contas do título mais rápido possível para as-sim, pois é seu desejo e da equipa AMSport, po-der ainda competir esta temporada numa catego-ria superior, que ao que tudo indica seja os Super 2000. MC

Automóveis

Piloto viseense perto do título

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culturas

São três dias de ani-m a ç ã o , espetácu los multimédia, teatro de rua com fadistas, atores e gru-pos locais numa coreogra-fia em torno da obra de Aquilino Ribeiro e das gen-tes de Moimenta da Beira, encenações de apologia à maçã (a marca e âncora da Expodemo), ilusionistas, uma mulher-estátua, um chef de cozinha e Djs.

A Expodemo, uma mos-tra de atividades, produtos e serviços da região, volta a ter na sua programação vá-rias atividades culturais.

Na primeira noite desca-se a Banda Karrosel (pelas

22h30), uma viagem pela música do mundo, onde o público é convidado a par-ticipar.

No sábado, dia 21, estão agendados dois espetácu-los encenados por Nuno Paulino, da Companhia de Teatro “Artelier”, de Lisboa. Pelas 22h00, o espetáculo multimédia, “Fados! Ficção e Folcore”, uma encenação teatral comunitária com a participação de ranchos folclóricos locais, artesãos, grupos de teatro e fadistas, numa viagem multimédia em torno da obra de Aqui-lino Ribeiro e das gentes de Moimenta da Beira.

O segundo, às 23hoo, o teatro de rua “Manel dan-ça Maria”, que vai fazer uma apologia à maçã. O espetáculo que se cha-ma “Era uma vez. . . .a maçã”, evoca o mito do fruto proibido num mo-mento épico e inovador que cruza as novas tec-nologias de vídeo map-ping, com as artes do cir-co aéreo e da pirotecnia, tudo suspenso por uma grua que eleva todos os cenários e actores voan-do acima do publico em 45 minutos.

Micaela Costa

roteiro cinemas Estreia da semana

Riddick – Um anti-herói, um prisioneiro em fuga e perigo-so, perseguido por todos os ca-çadores de prémios da galáxia. O infame Riddick foi deixado a morrer num planeta queimado pelo sol e que aparenta não ter qualquer vida.

VISEUFORUM VISEUSessões diárias às 13h50, 16h10, 18h30, 21h10, 23h30* R.I.P.D. - Agentes do outro Mundo(M12) (Digital)

Sessões diárias às 14h40, 17h00, 19h00, 21h50, 00h10* A Evocação(M12) (Digital)

Sessões diárias às 14h30, 16h50, 19h10, 21h40, 00h20* A Gaiola Dourada(M12) (Digital)

Sessões diárias às 13h40, 16h00Gru - O mal disposto 2 2D VP (M6 - Dobrado)

Sessões diárias às 18h50, 21h20, 00h05* Elysium (M12) (Digital)

Sessões diárias às 14h10, 16h30, 18h40Aviões VP (M6) (Digital)

Sessões diárias às 21h00, 23h40* Mestres da ilusão

(M12) (Digital)

Sessões diárias às 14h00, 16h20, 19h00Justin e a espada da coragem(CB - 2D)

Sessões diárias às 21h30, 00h00* Paranoia(M12)

PALÁCIO DO GELOSessões diárias às 14h00, 16h45, 21h10, 00h00* Riddick(CB)

Sessões diárias às 13h30, 16h00, 18h30, 21h50, 00h30* Circuito fechado(M12)

Sessões diárias às 15h00, 17h40, 21h30, 00h10* Armadas e Perigosas (M16)

Sessões diárias às 11h10*Gru - O mal disposto 2 VP (M6 - Dobrado)

Sessões diárias às 19h10Ronaldo o bárbaro(M16)

Sessões diárias às 13h40, 16h30, 21h20, 00h20*Ataque ao poder(M12)

Sessões diárias às 11h00*(*Dom.), 13h50, 16h10, 18h50, 21h40, 00h15* A Gaiola Dourada(M12) (Digital)

Sessões diárias às 14h10, 17h10, 21h00, 23h50* O Mordomo(M12Q) (Digital)

Legenda: *sexta e sábado; **exceto sexta e sábado

expos Destaque Arcas da memória

Memórias da Maria Castanha

A propósito do livro homó-nimo do Dr, Jorge Lage

O Dr. Jorge Lage assina as suas obras e a sua vida como transmontano e da rurali-dade onde teve berço faz bandeira e é sob esse signo que empreende, como cam-panha de Almançor, estas aventuras em favor da cas-tanha e também da sua ár-vore-mãe, marcando com marcos poderosos o territó-rio físico e cultural deste gi-gante da terra, o castanheiro, e o do seu emblemático fruto, a castanha, “dádiva dos deu-ses”, como ele já lhe chamou. Jorge Lage entregou-se a esta empresa com paixão, como os reis antigos, levando de vencida constrangimentos bastantes, sofrendo algumas feridas nesta batalha de soli-tário curso, parece. No fim colocando bandeiras sobre a linha de fronteira de uma pá-tria finalmente conquistada. Jorge Lage leva consigo a sua louvável teimosia, a sua cora-josa persistência, leva o amor da terra, nem sempre pródi-ga, nem sempre avara, leva os saberes que herdou da cul-tura onde pertença, e carre-ga depois saberes acrescen-tados que nos traz como se em nau da Índia regressasse com a fortuna de um profun-do saber agenciado.

“Memórias da Maria Cas-tanha” é, sem dúvida, uma espécie de vade-mécum da relação do povo com a cas-tanha, como Pires Cabral, de modo feliz, lhe chamou. Roteiro é o que ele é. Jeito de

“Elucidário”, como aquele, de Viterbo, que a Aquilino fez conhecer toda a Beira.

Aqui, vamos por aí fora, Portugal de lés-a-lés, mar além, e lá encontramos esse avantajado glossário, cente-nas de nomes, que nomeiam castanha e castanheiro, listagem de expressões e esse amálgama de provérbios e ditos populares, já literatura de rica consistência a que se alia a poética do Cancionei-ro, a ludicidade sustentada por adivinhas, lengas-lengas e trava-línguas e deleitosas lendas onde a mourama ain-da vive. E depois, com suas materialidades, os jogos e os brinquedos de um universo infantil vivido em natureza.

E muitas mais memórias condensa o livro – saberes da sua conservação e do seu uso em mágicos ritu-ais, alguns cristãos, como os “rosários de castanhas” da Lapa aquiliniana, o seu antigo, restaurado e exten-sivo préstimo no quadro da alimentação humana de que o livro também se faz guia. E os “magustos” com que se inicia a trajectória do Ciclo de Inverno. Livro de pausa-da leitura, como a dos guias, livro de andar na mão, alar-gado mapa por onde se es-tende o manto do grande amor que Jorge Lage tem por sua terra.

Alberto CorreiaAntropólogo

[email protected]

Expodemo com cultura Moimenta da Beira ∑ Certame decorre entre os dias 20 e 22 no centro da vila

VISEU

∑ Multiusos da Feira de S.

Mateus

Até 22 de setembro, XVIII

Salão Internacional de Ban-

da Desenhada do GICAV.

VISEU

∑ Galeria de Exposições

do IPDJ

De 2 a 27 de setembro,

exposição de pintura de

Daniel Barreiros “Metamor-

phósis”.

RESENDE

∑ Museu Municipal

Durante o mês de setem-

bro, exposição de fotografia

“Sensibilidades” da autoria

de Eduardo Pinto.

SANTA COMBA DÃO

∑ Casa da Cultura

Até 7 de setembro, expo-

sição fotográfica “A Flor

da Pele”, de Alexandre

Sampaio.

TONDELA

∑ Mercado Velho

Setembro, exposição de fo-

tografia “Olhares”, o mais

recente projecto de

Fernando Costa.

A O grupo Karrosel promete uma viagem pelas músicas do mundo no primeiro dia do certame

D Richi Campbell na Feira de São MateusO cantor português de reggae sobe ao palco principal amanhã, dia 20, pelas 22hoo

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Page 26: Jornal do centro ed601

culturas

O viseense Luís Belo apresenta hoje, dia 19, pe-las 22hoo, no Palco Luz o livro “Emergir”.

A primeira edição da obra, que se apresen-ta como um livro de fo-tograf ia e poesia , foi lançada no final do ano passado.

Exibido numa exposi-ção em Bristol, Inglater-ra, o livro foi destacado

pelo P3 (Público) e esgo-tou numa semana, não dando muito espaço a apresentações públicas.

Produzida a segunda edição, esta é a segun-da apresentação pública com o autor (a primeira foi em Coimbra). Nela dá-se a conhecer o processo de criação desta obra que tem Viseu como matéria-prima. MC

Luís Belo apresenta livro na Feira de São MateusLiteratura

Destaque

João, Aderente

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O som e a fúria

Uma arqueóloga das relações

humanas: Doris Lessing

Quando, em 2007, Doris Lessing ganhou o prémio Nobel da li-teratura a academia de sc reveu-a como

“um exemplo de expe-riência feminina que, com cepticismo, fogo e poder visionário, su-jeitou uma civilização ao escrutínio”. O No-bel mais não fez do que reconhecer a per-sistência desta mulher, de 88 anos, que escre-veu 70 livros sem se acomodar à sombra do establishment e que se tornou escritora por

“frustração”, como dis-se numa entrevista à Paris Review. No pri-meiro livro, “A erva canta” (1949), conta a relação amorosa entre uma mulher de um fa-zendeiro branco e um criado negro, o tipo de história que não ia com o ar do tempo. A partir daí foi sempre a surpreender.

Livros como “Um Casamento Apropria-do” (1954), “O caderno dourado” (1962), “Me-mórias de um sobrevi-vente” (1975) ou o pri-meiro volume da auto-biografia, “Debaixo da minha pele” (1994), no qual descreve os anos em que viveu na Ro-désia do Sul (o actual Zimbabue), a saída de África e a dissidência do comunismo, justi-f icam plenamente a aura de que goza.

Sobre Lessing, não é possível separa a obra

da vida. Os romances relatam as peripécias, a autobiograf ia con-firma e os ensaios ex-plicam a deriva ideo-lógica e religiosa. Na vida como nos livros, o desenraizamento é a regra. Nascida no Curdistão iraniano, onde o pai estava co-locado, foi em criança para a Rodésia do Sul. Naquela antiga coló-nia britânica viveu durante 25 anos, casou duas vezes, teve três f ilhos, tornou-se co-munista. Só depois de deixar África, aban-donando o segundo marido e os dois f i-lhos do primeiro, se fez escritora e femi-nista. Em 1954 , rom-peu com o comunis-mo, e nos anos 1970 aderiu ao sufismo, tal-vez por influência do filósofo afegão Idries Shah, passando a es-crever livros de f ic-ção científica e trans-formando-se numa espécie de guru não só político-metafísi-co. A saga em cinco volumes “Canopus em Argos” (1979-1984) é justamente conside-rada um clássico do género. A sua obra e st á publ ic ad a em Portugal, em várias editoras, sendo uma das mais populares escritoras, em para-lelo com nomes como Marguerite Yourcenar. A sua última obra cha-ma-se “The cleft”.

Maria da Graça Canto Moniz

Filipa Duarte, natural de Tondela e a comemo-rar 25 anos de amor às palavras, apresentou no passado domingo, dia 15, a mais recente obra

“Singulares e Eternos”, no Museu Grão Vasco.

O livro reúne um con-junto de olhares de uma escritora que tem sem-pre a poesia dentro de si. A obra, como a pró-pria explicou são “vá-rios olhares pelo mun-do” de viagens que foi fazendo, ao longo dos anos.

Filipa Duarte escreve em Singulares e Eternos, tudo aquilo que obser-va, escuta e sente. Conta histórias dos laços que foi criando com as pessoas, que foi conhecendo em cada viagem.

Singulares e Eternos, não é para Filipa Duarte a des-crição do que vê, mas sim daquilo que sentiu. “Que-ro que o leitor viaje comigo, que crie as suas próprias sensações”, afirma.

A autora recorda que “uma das primeiras via-gens começa há 20 anos quando andava na Facul-dade de Agronomia. E que as viagens são uma paião antiga. “Lembro-me que sempre tive von-tade de ir, de sonhar, e o poeta é isso”.

Quanto a novos proje-tos Filipa Duarte garan-te que já anda a preparar um novo livro. Mas para já, e até ao final do ano, vai divulgar o Singulares e Eternos.

Micaela Costa

“E é bom nós sonharmos e tornar os nossos sonhos rea-lidade. A vida é assim, é fei-ta de sonhos, de lindos va-les floridos ondulados pelo vento, que importa viver apenas um minuto, ou um segundo, se a maior força da vida nos vem dos sonhos vividos” Filipa Duarte

Viajar pelaspalavras de Filipa Duarte

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em foco

O Hotel Montebelo, em Viseu, foi o palco escolhido para a realização da cerimónia de entrega dos prémios da sexta edição dos Prémios Europeus de Ecopistas e a noite dos “óscares”, organizada pela Associação Europeia de Vias Verdes (EGWA), sorriu à região Dão Lafões: a ecopista do Dão alcançou o terceiro lugar na categoria Excelência.

Nascidos em 2003, estes prémios, entregues na passada semana, são atribuídos de dois em dois anos a projetos que se destaquem pelos exemplos de boas práticas no desenvol-vimento deste tipo de infraestruturas e que promovam a sua utilização pelo maior número de pessoas possível. PM

A “noite do Dão” nos prémios das ecopistas

Forum comemora aniversário em grande estilo

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O passado fim-de-semana foi de festa no Forum Viseu. O espaço comercial comemorou o oitavo aniversário na presença de várias figuras conhecidas do público e de centenas de visi-tantes.

O desafio foi dar a conhecer a nova coleção de forma original e divertida e para isso foram utilizados quatro cubos gigantes onde os modelos pousaram. Os irmãos Guedes, Kelly Baron, Isabel Figueiras e a apresentadora de serviço Bárbara Guimarães foram as grandes figuras dos três dias de festa. Na abertura do evento marcou ainda presença o presidente da autarquia de Viseu, Fer-nando Ruas. A festa continuou pela noite dentro no Bar da cidade de Viseu, Maria Xica.

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em foco

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Festas de Lamego atraem milhares de visitantes

Milhares de pessoas acorreram mais uma vez a Lamego para honrar a pa-droeira da cidade – Nos-sa Senhora dos Remédios, nesta que é conhecida como “A Romaria de Por-tugal”.

De 22 de agosto a 9 de setembro, o programa das Festas dos Remédios ofere-ceu um cartaz bastante di-versificado que constituiu um autêntico chamariz para muitos veraneantes e foliões: exposições, con-certos, desfiles, procis-sões, feiras, eventos cul-turais e desportivos.

Durante estes dias de di-

versão, uma multidão teve a oportunidade de admi-rar, pelas principais ruas da cidade, a tradicional Marcha Luminosa, a Ba-talha das Flores e a Majes-tosa Procissão do Triun-fo, na qual os andores, que percorrem a Igreja das Chagas até à Igreja de San-ta Cruz, ostentam imagens sagradas puxadas por jun-tas de bois, como manda a tradição. Este ano tem a te-levisão faltou, o programa da TVI “Somos Portugal”, levou o nome de Lamego pelo mundo, com a trans-missão das festividades, em direto. MC

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saúdesaúde e bem-estarBastonário inaugura nova sede dasecção distrital da Ordem dos Médicos

A secção distrital de Viseu da Ordem dos Mé-dicos (SDOM)acaba de inaugurar a nova sede situada na Rua do Semi-nário em frente ao Cen-tro Pastoral Diocesano. A cerimónia decorreu no passado dia 12, presidida pelo bastonário da Or-dem dos Médicos (OM), José Manuel Silva.

O novo espaço, moderno e funcional pensado pelo arquiteto Ricardo Carva-lho, onde foram investidos cerca de 200 mil euros, oferece agora aos sócios – cerca de 750 médicos do

distrito de Viseu – todas as condições para a realiza-ção de encontros, debates, palestras, tendo anuncia-do o presidente da SDOM, José Pedro Saraiva, que a sede vai ter atividades cul-turais regulares.

“É um espaço de todos os médicos que a partir de hoje (dia 12 de setem-bro) poderá ser a pedra de toque para a realiza-ção de eventos não só de índole profissional mas também de âmbito so-ciocultural”, adiantou, ao anunciar a primeira pelestra cultural para o

dia 3 de outubro, às 21h30 “Aquilino Ribeiro e a in-

tegração da sua obra com a classe médica”.

Durante a inauguração, o bastonário da OM, ape-

lou aos médicos para de-nunciarem todos os casos onde a atividade médica ou a relação médico/do-ente seja alvo de pertur-bações. “Comuniquem à Ordem dos Médicos se têm dificuldades em ter acesso ao que é necessá-rio para a prática médica, denunciem qualquer coi-sa ou qualquer pessoa que se procure intrometer en-tre o médico e o cumpri-mento do seu código de-ontológico”, sublinhou.

Emília [email protected]

Espaço aberto ∑ A nova casa vai ter atividades regulares de âmbito profissional e sociocultural

A Bastonário da Ordem dos Médicos presidiu à cerimónia de inauguração

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SAÚDE

Muitas pessoas têm falta da maioria ou mes-mo de todos os dentes. Para estas pessoas, uma solução de substituição das próteses dentárias que elimine a necessida-de de materiais adesivos, significa um novo nível de conforto e facilidade na sua vida. A melhor e mais eficaz alternativa de substituição de próte-se utiliza implantes den-tários para suporte, re-movendo assim a neces-sidade de utilização dos incómodos e pouco fiá-veis materiais adesivos de prótese. Além disso, as lesões nas gengivas provocadas por instabi-lidade das próteses tor-nam-se obsoletas.

Os implantes dentários fornecem a base para as alternativas de substitui-ção dentária. A utilização de implantes dentários pode devolver o aspecto

estético e funcional que próteses removíveis con-vencionais e materiais adesivos de prótese não proporcionam.

Próteses fixas sobre implantes dentários. Esta solução consiste numa ponte dentária so-bre implantes que é su-portada por quatro ou mais implantes dentá-rios. Neste tratamento os implantes dentários funcionam de forma se-melhante às raízes na-turais e a sensação das próteses definitivas será muito semelhante à dos dentes naturais.

Próteses removíveis estabilizadas com im-plantes dentáios. Uma prótese removível é uma outra forma de prótese suportada por implan-tes dentários, mas que é removível para limpe-

za, sendo semelhante às próteses convencionais. Porém ao contrário des-tas, esta prótese é su-portada por implantes dentários. Estas podem “encaixar” em apenas em dois implantes den-tários, conferindo um aspecto e funcionamen-to muito semelhante ao dos dentes naturais.

Se necessitar de reparar a sua prótese ou se estiver cansado(a) de utilizar as suas próteses, considere as alternativas de subs-tituição de prótese e dei-xe que os materiais ade-sivos de próteses passem a fazer parte do passado. Pergunte ao seu Médico Dentista se é um candi-dato a implantes dentá-rios com uma prótese re-movível ou fixa.

É tempo de dizer adeus aos materiais adesivos de prótese e melhorar a sua qualidade de vida.

EM CASO DE INTOXICAÇÃO

chamada local808 250 143

800 202 669ANGÚSTIA, SOLIDÃO E PREVENÇÃO DO SUICÍDIO

SOS VOZ AMIGA

CHAMADA GRÁTIS

ENFERMEIRO DE FAMÍLIA CHEGA A SANTA COMBA DÃO

A partir do dia 1 de ou-tubro, o Centro de Saú-de de Santa Comba Dão vai dar lugar à Unidade de Saúde Familiar Rio Dão.

Esta muda nça , ta l como tem vindo a acon-tecer noutras unida-des de saúde, pretende “aproximar os cidadãos dos cuidados de saúde e melhorar o seu acesso” adianta um comunicado técnico da futura Uni-dade de Saúde Familiar Rio Dão.

Na nova unidade de saúde vai ainda ser im-plantado o conceito de enfermeiro de família. “Para cada ficheiro mé-dico foi destacado um enfermeiro que ficará responsável pela presta-ção de cuidados de enfer-magem às famílias”, es-clarece a nota à impren-sa, realçando que “nesta nova etapa pretende-se que exista mais ligação entre a equipa médico/ enfermeiro e maior pro-ximidade com as famí-lias dos utentes”. EA

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Opinião

Pedro Carvalho GomesCMDV Supreme Smile

Jornal do Centro19 | setembro| 201330

Page 31: Jornal do centro ed601

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1ª Publicação

(Jornal do Centro - N.º 601 de 19.09.2013)

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(Jornal do Centro - N.º 601 de 19.09.2013)

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(Jornal do Centro - N.º 601 de 19.09.2013)

OBITUÁRIOSidónio da Fonseca Cardoso, 73 anos, casado. Natural de São Pedro do Sul e residente em Abra-veses. O funeral realizou-se no dia 11 de setembro, pelas 15.30 horas, para o cemitério novo de Viseu.

Maria Arlete Almeida Gaspar, 67 anos, casada. Natural de Fornos de Algodres e residente em Bar-beita. O funeral realizou-se no dia 14 de setembro, pelas 16.00 horas, para o crematório de Viseu.

Agência Funerária D. DuarteViseu Tel. 232 421 952

António da Moita Alves, 51 anos. Natural de São Pedro de France e residente em Viseu. O funeral realizou-se no dia 12 de setembro, pelas 15.00 horas, para o cemité-rio novo de Viseu.

Laura da Maia Boloto, 76 anos, solteira. Natural de Ribafeita e re-sidente em Gumiei. O funeral re-alizou-se no dia 12 de setembro, pelas 18.00 horas, para o cemité-rio de Gumiei.

Amadeu de Jesus Duarte, 75 anos. Residente em Marzovelos. O fune-ral realizou-se no dia 13 de setem-bro, pelas 15.30 horas, para o ce-mitério novo de Viseu.

Fernando Marques, 82 anos, viúvo. Residente em Casal Jusão, Silguei-ros. O funeral realizou-se no dia 13 de setembro, pelas 17.00 horas, para o cemitério de Silgueiros.

José Esteves Luís Ferreira, 87 anos, viúvo. Residente em Abra-veses. O funeral realizou-se no dia 15 de setembro, pelas 15.00 horas, para o cemitério velho de Abraveses.

Cidalina da Cunha de Frias, 62 anos. Residente em Viseu. O fu-neral realizou-se no dia 15 de se-tembro, pelas 16.00 horas, para o cemitério novo de Viseu.

Manuel Simões de Almeida, 60 anos, casado. Residente em San-tiago. O funeral realizou-se no dia 16 de setembro, pelas 11.00 horas, para o cemitério novo de Viseu.

Beatriz Brás, 90 anos, viúva. Resi-

1ª Publicação

(Jornal do Centro - N.º 601 de 19.09.2013)

dente em Santiago. O funeral rea-lizou-se no dia 16 de setembro, pe-las 15.00 horas, para o cemitério velho de Viseu.

Dozinda de Jesus, 86 anos, casa-da. Residente em Marzovelos. O funeral realizou-se no dia 17 de setembro, pelas 15.00 horas, para o cemitério novo de Viseu.

Norminda Marques dos Santos, 85 anos, casada. Residente em Oliveira de Cima, Bodiosa. O fu-neral realizou-se no dia 17 de se-tembro, pelas 17.30 horas, para o cemitério de Bodiosa.

Ag. Fun. Decorativa Viseense, Lda.Viseu Tel. 232 423 131

Jornal do Centro19 | setembro | 2013 31

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A história da cidade de Viseu apresentada por quem a conhece é o que vai acontecer nos próxi-mos dias 20 e 21, no Mu-seu Grão Vasco, durante o congresso “Habitar [Patri-mónio] Viseu” organiza-do por quatro instituições locais: o Projeto Patrimó-nio, a Universidade Cató-lica, A Escola Superior de Educação (ESEV) e o Mu-seu Grão Vasco.

Rui Macário, da comis-são organizadora adianta que este encontro inédito na região vai “tentar fazer um ponto de situação relati-vamente ao que têm sido as investigações mais recentes da história da cidade”.

O reconhecido arquite-to da atualidade, Gonçalo Byrne, autor de três obras na cidade de Viseu - a Far-mácia da Misericórdia, a transformação do velho hospital na Pousada de Viseu e o plano de porme-nor da Cava de Viriato - é um dos participantes no congresso, ao encerrar os trabalhos no sábado, às 17h00 com a apresentação do painel “Viseu, Arquite-tura, História e Contempo-raneidade”.

O Congresso, com ses-são de abertura marcada para as 15h00 de sexta-fei-

ra, tem como primeiro pai-nel “História (s) da cidade e património urbanístico em Viseu: do Passeio Pú-blico oitocentista à ação da Comissão de Iniciativa e Turismo (1845-1936)”, pro-ferido por Luís Fernandes, docente da Universidade Católica Portuguesa. Se-gue-se o painel “História e morfologia urbana da cidade de Viseu na épo-ca moderna”, por Liliana Castilho, docente da ESEV. Neste primeiro dia há ain-da tempo para a visita guia-da “Viseu Moderna e Con-temporânea” e, às 19h00 a apresentação pack Viseu-pédia, no Museu da Elec-tricidade/Recinto da Feira de S. Mateus, com textos de Gonçalo Byrne e ima-gens de Luís Calheiros.

O segundo dia do con-gresso vai arrancar às 10h00, com o painel “Viseu nos séculos XVI e XVII: identidades e mobilidades em contexto de fronteira”, por Teresa Cordeiro, do-cente da Escola Secundária Emídio Navarro. Durante a manhã será ainda profe-rido o tema “O disciplina-mento clerical no contexto da renovatio tridentina: a “domesticação” do cabido de Viseu”, por João Nunes, docente da ESEV. Para a

tarde estão agendados os painéis “Viseu na antigui-dade tardia e alta idade mé-dia - dúvidas e perspetivas de investigação”, pelos in-vestigadores Catarina Ten-te e Manuel Luís Real e, an-tes do encerramento com Gonçalo Byrne, “As entra-nhas da cidade de Viseu: As origens do urbanismo”, pelo arqueólogo viseense, Pedro Sobral, dos especia-listas que mais tem acom-panhado as escavações ar-queológicas efetuadas na cidade.

O congresso “Habitar [Património] Viseu” tem lotação esgotada, com par-ticipantes vindos de todo o país e promete uma “pa-norâmica da história” de Viseu desde a antiguidade, passando pela época me-dieval, pela época moder-na e a contemporânea.

Para Rui Macário a ini-ciativa tem a particularida-de de juntar pela primeira vez quatro instituições da cidade onde se faz inves-tigação, e reunir investiga-dores para “colocar o en-foque onde ele deve ser co-locado: quem investigou é quem deve participar no trabalho daqui para a fren-te. Isso é que faz uma cida-de moderna”.

Emília Amaral

JORNAL DO CENTRO19 | SETEMBRO | 2013Impresso em papel que incorpora 30 por cento de fibra reciclada, com tinta ecológica de base vegetal

Hoje, dia 19 de setembro, céu limpo. Temperatura máxima de 28ºC e mínima de 15ºC.Amanhã, 20 de setembro, céu limpo. Temperatura máxima de 28ºC e mínima de 17ºC.Sábado, 21 de setembro, céu limpo. Temperatura máxima de 29ºC e mínima de 18ºC.Domingo, 22 de setembro, céu limpo. Temperatura máxima de 30ºC e mínima de 18ºC.Segunda, 23 de setembro, céu limpo. Temperatura máxima de 30ºC e mínima de 18ºC.

tempo

Quinta, 19Viseu∑ Apresentação do

“Pacto Autarcas e de

uma das suas medidas:

Bicicletas Elétricas”,

às 10h00, no Pórtico

do Fontelo (sala de

estudo).

Quinta, 19Viseu∑ Repasto “ Sabores

Tradicionais da Feira

de São Mateus-Viseu”,

às 19h30 na feira de

S.Mateus.

Sexta, 20Moimenta da Beira∑ Segunda edição

da “Expodemo –

Mostra de Produtos,

Actividades e Serviços

da Região”, dias 20, 21

e 22.

Sábado, 21Viseu ∑ Dia do Município

Sábado, 21Viseu ∑ Encontro “Viseu

em Viseu” , a partir

das 13h30, com um

encontro/almoço,

no Hotel Palácio dos

Melos.

Olho de Gato

Joaquim Alexandre [email protected]

1. Barack Obama ainda só estava a viver há nove meses na Casa Branca e foi logo agraciado com o Prémio Nobel da Paz. Escrevi aqui sobre isso, em Outubro de 2009: “Obama ainda não fez nada que se visse para merecer o prémio Nobel da Paz. É ab-surdo, depois da “guerra preventiva” de Bush, vir-se agora com a “paz preventiva” de Obama. De qual-quer forma, este prémio estúpido não muda nada: a política externa americana vai passar a ser menos intervencionista.”

Prémio estúpido, claro: dá-se um prémio a uma pessoa pelo que ela fez, não por aquilo que ela vai fazer. Nesse caso não é um prémio, é um incentivo.

Obama é um mestre a usar o “poder suave” da pa-lavra e tem usado a estratégia de falar directamente para a rua islâmica e tem sido ouvido. A rua árabe, que saiu em esperança de uma primavera democrá-tica, contava com Obama. As coisas não têm corrido bem e na Síria tornaram-se num pesadelo.

Putin, na semana passada, decidiu imitar o “soft power” de Obama e publicou no New York Times uma carta dirigida ao povo americano sobre a Síria, uma carta que é uma lição de moral e uma bofeta-da de luva branca. Vai sair um Prémio Nobel da Paz para Vladimir?

2. A deserção em massa da última lista de Miguel Ginestal é um triste exemplo da forma como os elei-tos desrespeitam o voto das pessoas e José Junquei-ro fez bem em agora não ter colocado nenhum dos desertores nas listas.

O bloco de esquerda vai mais longe neste desres-peito: põe os eleitos a “rodar” e acha que assim é que é bem. No último mandato na assembleia municipal de Viseu, Carlos Vieira, o único e esforçado deputa-do bloquista, foi “rodado” por uma substituta, bem mais fraquinha por sinal.

Era importante que Carlos Vieira, novamente a votos, dissesse ao que vem: vai estar lá quatro anos ou a fotografia dele nos outdoors é uma mentira e vai deixar-se “rodar” outra vez?

http://twitter.com/olhodegatohttp://joaquimalexandrerodrigues.blogspot.com

Respeitar o voto

Programa ∑ Paineis apresentam as várias épocas

agenda∑ Investigação sobre Viseu apresentada em congresso

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