36
| Telefone: 232 437 461 · Rua Santa Isabel, Lote 3 R/C - EP - 3500-680 Repeses - Viseu · [email protected] · www.jornaldocentro.pt | pág. 02 pág. 06 pág. 08 pág. 11 pág. 14 pág. 15 pág. 22 pág. 28 pág. 30 pág. 32 pág. 34 pág. 35 UM JORNAL COMPLETO > PRAÇA PÚBLICA > ABERTURA > À CONVERSA > REGIÃO > EDUCAÇÃO > ECONOMIA > DESPORTO > CULTURA > SAÚDE > CLASSIFICADOS > NECROLOGIA > CLUBE DO LEITOR SEMANÁRIO DA REGIÃO DE VISEU DIRETOR Paulo Neto Semanário 19 a 25 de outubro 2012 Ano 11 N.º 553 1,00 Euro Distribuído com o Expresso. Venda interdita. Nuno André Ferreira Novo acordo ortográfico Manuel Maria Carrilho, em entrevista ao Manuel Maria Carrilho, em entrevista ao Jornal do Centro Jornal do Centro | págs. 8 a 10 “Temos que pensar o mundo para pensar a Europa, para pensar Portugal e para pensar Viseu” Nesta edição Aquecimento & Climatização e especial Rali de Mortágua N N N N Nesta ediç Rali Mortágua 2012 19 e 20 de Outubro Campeonato de Portugal de Ralis Rali de Mortágua renovado, e mais económico Decisões Nacional Absoluto decidido, atenções no 2L/2RM e no Regional Centro Novidades Novas Especiais de Classificação especial Mortágua é um concelho com tradição no desporto automóvel A A A çã ã ã ã ão st taed d d di i i iç t tág gu gu gu u u u u u u u 2 a2 a 2 a 2 a 2 a 2 a 2 a 2 12 012 012 012 012 012 012 012 012 012 d O 20 de O 19 e 20 de O 19 e 20 de O 19 e 20 1 tub utub utub a renovado, o entro No ov vid id da ad de de es s s Novas Especiais de Classificaç esporto automóvel A A A A A A 2 br o, çã suplemento Aquecimento & Climatização Conforto e bem-estar

Jornal do Centro - Ed553

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Jornal do Centro - Ed553

Citation preview

Page 1: Jornal do Centro - Ed553

| Telefone: 232 437 461 · Rua Santa Isabel, Lote 3 R/C - EP - 3500-680 Repeses - Viseu · [email protected] · www.jornaldocentro.pt |

pág. 02

pág. 06

pág. 08

pág. 11

pág. 14

pág. 15

pág. 22

pág. 28

pág. 30

pág. 32

pág. 34

pág. 35

UM JORNAL COMPLETO

> PRAÇA PÚBLICA

> ABERTURA

> À CONVERSA

> REGIÃO

> EDUCAÇÃO

> ECONOMIA

> DESPORTO

> CULTURA

> SAÚDE

> CLASSIFICADOS

> NECROLOGIA

> CLUBE DO LEITOR

S E M A N Á R I O D A

REGIÃO DE VISEU

DIRETORPaulo Neto

Semanário19 a 25 de outubro 2012

Ano 11N.º 553

1,00 Euro

Distribuído com o Expresso. Venda interdita.

Nun

o A

ndré

Fer

reira

Novo acordo ortográfico

∑ Manuel Maria Carrilho, em entrevista ao Manuel Maria Carrilho, em entrevista ao

Jornal do Centro Jornal do Centro | págs. 8 a 10

“Temos que pensar o mundo para pensara Europa,para pensar Portugal e para pensar Viseu”

Nesta edição Aquecimento & Climatizaçãoe especial Rali de Mortágua

NNNNNesta ediç

O concelho de Mortágua

tem uma grande tradição

neste desporto, que vem

dos tempos do mítico TAP

Rallye de Portugal, inte-

grado no Mundial de Ralis

(WRC) e só lamentamos que

o Rali de Portugal tenha dei-

xado o norte do país para ir

para o sul, quando de facto

está provado que é a norte

que há mais público e en-

tusiasmo à volta deste des-

porto. Aliás, acho que é tem-

po dos municípios da região

unirem vontades e esforços

no sentido de fazer regressar

o Rali de Portugal ao seu lo-

cal de eleição e da nossa par-

te estamos disponíveis para

integrar essa plataforma.

É sabido que o concelho

de Mortágua possui condi-

ções únicas para a realização

deste tipo de evento despor-

tivo, porque temos uma rede

de caminhos florestais mui-

to extensa, mais de 1300 Km,

como também temos uma

rede pavimentada muito ex-

tensa e bem conservada, que

resulta do facto de sermos

um concelho com 250 Km2

e 92 povoações.

Tem sido estratégia do

Município promover e va-

lorizar as condições endó-

genas do território, de uma

forma harmoniosa, procu-

rando compatibilizar as di-

mensões económica, so-

cial, ambiental, desportiva

e lúdica. O Rali de Mortágua é o

exemplo disso mesmo. Tra-

ta-se de um cartaz que pro-

move o concelho a nível

nacional e contribui para a

afirmação do concelho, mas

também da região, como pal-

co privilegiado do desporto

automóvel. Por outro lado,

é um evento que traz muita

gente a Mortágua. Estamos a

falar de centenas de pessoas,

entre pilotos, organização,

equipas de assistência, fotó-

grafos, jornalistas, pessoas

que acompanham os pilotos,

que aqui permanecem dois,

três ou mais dias, consoante

as situações. Finalmente te-

mos os milhares de pessoas

que vêm assistir ao desenro-

lar da prova. A presença des-

tes milhares de pessoas tem

um impacto significativo na

economia local. A título de

exemplo, durante os dias do

Rali e até nos dias antece-

dentes, as nossas unidades

de alojamento e restauração

ficam normalmente lotadas.

Naturalmente que há ou-

tros setores do comércio lo-

cal que beneficiam também

com esse acréscimo de mo-

vimento. A Câmara Muni-

cipal quando faz este esfor-

ço financeiro tem em conta

todo esse retorno para a eco-

nomia local, que no contexto

atual do país, tem uma im-

portância ainda maior.

Deixo o convite a to-

dos para que venham a

Mortágua ver o Rali, incluin-

do a Super-Especial notur-

na, que é uma novidade para

muita gente e um espetáculo

diferente, aproveitando ao

mesmo tempo para sabore-

ar a nossa gastronomia e co-

nhecer as nossas belezas na-

turais.

Rali Mortágua 201219 e 20 de Outubro

É um Rali de Mortágua re-

novado, e adaptado à realidade

dos tempos, o que hoje sai para

a estrada com a Super Especial

noturna que abre a edição des-

te ano.Racionalizar meios e minorar

os custos, estiveram no pensa-

mento dos responsáveis do Clube

Automóvel do Centro, que assim

mexeram com alguma profundi-

dade na estrutura da prova, mais

uma vez pontuável para o Cam-

peonato de Portugal de Ralis,

Campeonato Regional do Cen-

tro e Taça de Portugal, Campeo-

nato de 2 Litros 2 Rodas Motrizes,

e Troféu Nacional de Clássicos.

A Super Especial, a abrir, é o

retomar dos primórdios do rali,

esperando a organização levar

até ao local milhares de espec-

tadores que sempre fazem ques-

tão de marcar presença nesta

classificativa.

No sábado, tudo se decidirá

com as duplas passagens em seis

Especiais de Classificação, das

quais apenas Mortágua se man-

tém do figurino do ano passado.

É assim um rali com novida-

des ao nível dos troços escolhi-

dos, o que representa um alician-

te extra para a prova.

Competitivamente, se no Na-

cional Absoluto de Pilotos Ricardo

Moura chega a Mortágua já com o

título “no bolso”, no demais há ain-

da muita coisa por decidir.

Nos 2L/2RM, Ivo Nogueira

está bem colocado para alcançar

o tri, com Renato Pita e Pedro leal

na expectativa. Na Taça de Portu-

gal, Vítor Pascoal está a um curto

passo do título, e pode sair cam-

peão de Mortágua. Já no Regional

do Centro, luta animada na frente

com três pilotos na disputa pelo

título: Luís Mota, Fernando Teo-

tónio e Daniel Nunes vão decidir

tudo em Mortágua, última prova

do regional.

Quanto a pilotos de Viseu,

João Leonardo/Nuno Costa mar-

cam presença com o Skoda Feli-

cia KitCar.

Depois de um experiência em

Aguiar da Beira e dos problemas

no Mesão Frio, Mortágua será o

primeiro verdadeiro teste para o

novo carro do piloto viseense.

Gil Peres

Campeonato de Portugal de Ralis

Rali de Mortágua renovado,

e mais económicoDecisões ∑ Nacional Absoluto decidido, atenções no 2L/2RM e no Regional Centro Novidades ∑ Novas Especiais de Classificação

textos e fotos ∑ Gil Peres

DR

especial

Mortágua é um concelho com tradição no desporto automóvel

Opinião

AFONSO ABRANPresidente da C

Municipal de M

A Ricardo Moura

A Ivo Nogueira

A João Leonardo

çãããããostta eddddiiiiç

fos, jornalistas, pessoas

e acompanham os pilotos,

e aqui permanecem dois,

ês ou mais dias, consoante

situações. Finalmente te-

mos os milhares de pessoas

ue vêm assistir ao desenro-

ar da prova. A presença des-

es milhares de pessoas tem

um impacto significativo na

economia local. A título de

exemplo, durante os dias do

Rali e até nos dias antece-

dentes, as nossas unidades

de alojamento e restauração

ficam normalmente lotadas.

Naturalmente que há ou-

tros setores do comércio lo-

cal que beneficiam também

com esse acréscimo de mo-

vimento. A Câmara Muni-

cipal quando faz este esfor-

ço financeiro tem em conta

todo esse retorno para a eco-

nomia local, que no contexto

atual do país, tem uma im-

portância ainda maior.

Deixo o convite a to-

dos para que venham a

Mortágua ver o Rali, incluin-

do a Super-Especial notur-

na, que é uma novidade para

muita gente e um espetáculo

diferente, aproveitando ao

mesmo tempo para sabore-

ar a nossa gastronomia e co-

nhecer as nossas belezas na-

turais.

t ggggtágguguguuuuuuuu 2a 2a 2a 2a 2a 2a 2a 2 12012012012012012012012012012d O20 de O19 e 20 de O19 e 20 de O19 e 20 19 tubutubutub

eo-dir ova

seu, mar-Feli-

ia em emas será o para o nse.

Gil Peres

a renovado,

oentro Noovvididdaaddedeesss ∑∑ Novas Especiais de Classificaç

textos e fotos ∑ G

DR

esporto automóvel

AFONSO ABRAPresidente d

Municipal de

AA Ivo Nogueira

AAAA João Leonardo

2br

o,

çã

Gil

RAdae M

Publicidade

suplementoAquecimento & Climatização

A nossa casa, o local de trabalho ou simplesmente um espa-ço público fechado, são os locais que mais frequentamos no nosso dia-a-dia. Em qualquer um deles o conforto e o ambien-te são fundamentais para que possamos relaxar ou trabalhar com mais qualidade. Então nestes dias que se avizinham frios, o aquecimento de qualquer espaço é imprescindível. E é aqui que várias questões nos começam a surgir no pensamento: “Qual a melhor solução de aquecimento e climatização?”, “Qual é o mais sustentável?”, “Qual é o mais económico e eficiente?”. Para lhe ajudar nesta escolha e para que tenha um Inverno mais quente e confortável apresen-tamos-lhe várias soluções.

Conforto e bem-estar

Textos: Micaela CostaGrafismo: Marcos Rebelo

ESTE SUPLEMENTO É PARTE INTEGRANTE DO SEMANÁRIO JORNAL DO CENTRO, EDIÇÃO 553 DE 19 DE OUTUBRO DE 2012 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE.

Page 2: Jornal do Centro - Ed553

praçapública

palavrasdeles

rNão permitirei que se instale em Viseu uma lógica de exclu-são, promoção pes-soal e valorização dos interesses pessoais em detrimento dos inte-resses do partido”

Hélder AmaralPresidente da Comissão Política Distrital do CDS-PP Viseu

(Jornal do Centro, 17 de outubro)

rHoje os partidos estão muito virados para si próprios, para a vida das suas classes dirigentes, para os seus interesses e têm um desconhecimento do mundo e um desinte-resse pela sociedade que é intolerável nos representantes políti-cos”

Manuel Maria CarrilhoEm entrevista ao Jornal do Centro

r Os ministros da Economia e das Finanças têm sido verdadeiros caixeiros-viajantes”

João Inês VazArqueólogo

(Apresentação pública do grupo de análise e reflexão do PS Novos desafios para Viseu, 15 de outubro)

rÉ tempo dos muni-cípios da região unirem vontades e esforços no sentido de fazer regressar o Rali de Portugal ao seu local de eleição e da nossa parte estamos disponí-veis para integrar essa plataforma”

Afonso AbrantesPresidente da Câmara Municipal de Mortágua em declarações

ao Jornal do Centro

XXIII. Haja justiça1. Em inícios de setembro passa-

do, soubemos que Ronaldo estava triste (tão triste que os espanhóis, jocosamente, lhe trocaram o nome para Tristiano Ronaldo). Não se co-nhece, até ao momento em que es-crevo, a razão segura de tal tristeza, embora se apontem razões finan-ceiras e o próprio jogador garanta que não.

Diz quem sabe que, por ano, Ronaldo ‘fatura’ um total de 33 mi-

lhões de euros, entre salário e ga-nhos com publicidade. Ou seja, mais de 90 mil euros por dia. Ou seja, quase 4 mil euros por hora.

2. The Phnom Penh Post fez-nos saber que uma mulher de 48 anos, pressionada pela fome, tinha vendi-do o seu cabelo por pouco mais de 6 euros. Ao jornal explicou que todas as mulheres gostam de estar lindas, “mas entre a beleza e a fome, o

que devo escolher?”.O comércio do cabelo natural está

em expansão no Camboja. O cabe-lo das cambojanas parece-se mui-to com o das índias, que lideram o setor e conseguem os preços mais altos; dependendo do seu compri-mento e da qualidade, bem como da idade da mulher, pode valer en-tre 5 e 10 euros.

3. Quando, em inícios 2012, se soube que Eduardo Catroga pode-ria vir a receber 600 mil euros por ano, pelas suas funções de presi-dente do Conselho Geral da EDP, houve indignação em Portugal: o ex-ministro tinha participado nas negociações com a troika – a razão recorrentemente invocada para jus-tificar os cortes nos salários de pes-soas que estão muito longe de re-ceber valores próximos daqueles. Aos seus críticos, Catroga explicou

que, tal como acontece no futebol (e referiu explicitamente o nome de Ronaldo), o seu salário era dita-do pelo valor de mercado.

Ficamos, assim, a saber que o va-lor de mercado do cabelo de uma cambojana de 48 anos é de 6 euros. E que a fonte de muitos problemas poderá estar num sistema basea-do no mercado.

4. Um mundo habitado por gente tão rica como se sabe (e os exem-plos que referi nem são, globalmen-te, os mais “exemplares”) mas onde a maioria das pessoas é tão pobre que tem poucas alternativas de ul-trapassar uma vida abaixo dos limi-tes da dignidade – um mundo assim, sem equidade, não pode ser justo.

O modo proposto por John Ra-wls (1921-2002) para a construção de uma sociedade justa é um “gol-pe de génio”: vamos conceber essa

sociedade imaginando que não sa-bemos a posição que ocuparemos nela – se seremos ricos ou pobres, “normais” ou “deficientes”, boni-tos ou feios, homens ou mulheres, jogadores de futebol ou mineiros, homossexuais ou outra coisa... Este é o único modo de definir-mos os princípios de uma socie-dade nova e melhor.

Diz o povo que quem parte e re-parte e não fica com a melhor par-te ou é tolo ou não tem arte. Contu-do, se eu partir sem saber que parte me tocará, tentarei partir de modo a que a repartição seja equitativa: é o único modo de garantir a minha satisfação, seja qual for o bocado que me toque em sorte.

Nota: pode concordar ou discor-dar deste texto no blogue O meu baú (http://omeubau.net/haja-jus-tica/)

Este governo recebeu o País numa situação muito complicada, fruto do desvario dos anos anteriores. As-sinámos um memorando que nos obriga a cumprir a meta do défice público e a fazer reformas estrutu-rais. Temos de cumprir mas não de forma cega.

A austeridade, prevista no OE de 2012, foi pensada para corrigir o défice público e a balança comer-cial. As medidas de austeridade tive-ram um impacto muito mais forte no consumo do que o previsto. E por-quê? Porque as famílias e as empre-sas estão demasiado endividadas. Com a redução do rendimento dis-ponível e das vendas, aquelas op-taram por reduzir o consumo e o investimento, para cumprirem as obrigações das suas dívidas. Como comprámos menos ao exterior e ex-portámos mais equilibrámos a nos-

sa balança comercial com o exte-rior. No entanto, com a austeridade e a recessão económica, a colecta de impostos reduziu-se bastante geran-do um défice público acima do pre-visto. Resultado, a recessão econó-mica não permite sequer que pague-mos os juros da dívida pública, que se acumulam assim à dívida.

O governo, em meados de 2012, devia ter percebido que esta recei-ta não funciona. A austeridade pelo controlo da despesa pública pode ser virtuosa e permitir a competi-tividade rápida do País. Mas a aus-teridade pelo aumento da receita, sobretudo com os cidadãos e as em-presas muito endividados, é o ciclo da pobreza. Com mais impostos há cada vez menos consumo, logo me-nos receita. As empresas fecham, há menos dinheiro a circular, há mais desemprego, há mais despesas so-

ciais, há menos investimento. Este é um ciclo destruidor da economia. Assim, em meados de 2012 o Gover-no devia ter pedido para renegociar o prazo da dívida, pois nas circuns-tâncias atuais nem sequer pagamos os juros.

Chegámos à preparação do OE de 2013 num estado de emergência. O governo mesmo alertado pelo FMI insiste na mesma receita. É o orça-mento impossível! Vamos ter uma arrasadora subida do IRS, maior evasão fiscal, destruir o mercado nacional, ter um desemprego a su-bir a níveis impensáveis. Não vamos cumprir o défice! Vamos dizimar as empresas! As empresas precisam de duas coisas para viver, mercado e fi-nanciamento. E não terão ambas! Se não fizermos nada, no início do pró-ximo ano vamos ter novas medidas de austeridade.

Temos um País desfeito a todos os níveis. O desânimo é geral, nin-guém acredita no futuro. Portugal tornou-se hostil aos Portugueses. O que tem de ser feito? Temos de renegociar o prazo da dívida e esta é a base fundamental. Temos de au-mentar o rendimento disponível dos Portugueses, para manter o mer-cado nacional e assegurar o finan-ciamento às empresas. Temos de ter uma fiscalidade inteligente, que analise a relação custo/benefício de cada medida. Temos de manter o controlo da despesa e a disciplina orçamental rigorosa.

Ninguém é dono da verdade ou da competência. Pode haver uma direcção mas esta pode ter vários caminhos. Na negociação do OE 2013 ainda acredito no bom senso, na capacidade de ouvir os outros, na grandeza da humildade.

Haja bom sensoOpinião

Pensaro quotidiano

A. GomesProfessor de Filosofia

João Cotta Presidente da AIRV

Jornal do Centro19 | outubro | 2012

2

Page 3: Jornal do Centro - Ed553

OPINIÃO | PRAÇA PÚBLICA

Uvas ou castanhas?Qual prefere e porquê?

Importa-se de

responder?

Eu prefiro uvas. Pela textura, pelo sumo e sobretudo pelo sabor. Para mim é um fruto mais agradável.

Talvez as uvas... Para além de ser um fruto mais doce é muito saudável.

Eu prefiro uva, talvez por ter uma maior variedade do que castanhas.

Eu escolho as castanhas, primeiro porque não gosto de uvas e segundo porque as castanhas são bastante nutritivas.

Celeste MartaProfessora

Sandra FerreiraEstudante

Maria Vitória Abreu Professora

Lisa LopesEstudante

estrelas

Manuel Maria CarrilhoProfessor

Este autarca é o verdadeiro obrei-ro da dignificação e visibilidade da castanha sernacelhense.

Com mais uma edição da Festa da Castanha, Sernancelhe assume-se como a capital da martaínha, rico produto endógeno cuja cultura já é modo de vida de muitos agricul-tores.

Johnny Reis, Romeu Videira Vencedores regionais do 9º

“Poliempreende”

números

50O número de camiões de

empresas de transportes da região que, juntamente com dezenas de veículos ligei-ros, integraram um buzinão e numa marcha lenta contra as portagens, na sexta-feira, dia 12, em Viseu.

José Mário CardosoPresidente da Câmara de

Sernancelhe

Com o projeto inovador baseado na reciclagem das pontas de cigar-ro, os empreendedores arrecada-ram o primeiro lugar a nível regio-nal e o terceiro a nível nacional. O IPV está de parabéns também por ter sido palco da cerimónia de en-cerramento do concurso.

Com a publicação da obra, em dois volumes, “Pensar o Mundo”, o também filósofo dá-nos uma visão das metamorfoses atuais e vertigi-nosas que ocorrem na sociedade contemporânea, permitindo assim uma reflexão lúcida sobre o que nos rodeia.

Quando andava na escola primária, os pelourinhos – ou picotas - transfor-maram-se numa espécie de paragem obrigatória em todas as passeatas fa-miliares. Impressionada pelas histó-rias que a História me fazia chegar, os pelourinhos representavam para mim, já na altura, o desconforto perante cer-tas manifestações (para usar um eufe-mismo) de poder e autoridade. Claro que a História está cheia de histórias romanceadas de como eram os maus

da fita que acabavam ali, expostos em praça pública, depois de punidos, mas também havia a história dos Távoras e essa, para mim, significava muito mais do que qualquer outra história de anóni-

mos ladrões do mercado e da feira.Depois da carnificina ter passado de

moda, os pelourinhos sempre arran-jaram ao longo do tempo os seus legí-timos substitutos e, não haja dúvida, o Estado de Direito foi um deles. As injus-tiças arranjaram um poderoso escudo

– a Lei e as suas filhas leis.Ao abrigo da lei, em sentido lato, ainda

que esta se abrigue sob nomes e tecnicis-mos de códigos e regulamentos, Pedro Afonso, aluno do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, viu-se alvo de inquérito disciplinar por ter proferido um insulto contra o Primeiro-ministro, que entrou na Universidade rodeado por um séquito de seguranças.

Um vulgaríssimo insulto a um Pri-meiro-ministro ganhou um rosto e um nome que, provavelmente, Pedro Afon-so, que não conheço, nunca quis dar. Mas estas coisas de rostos e de nomes (no uso do imperativo: identifique-se) são um dos novos pelourinhos que a Lei erigiu como símbolos de controlo, poder e autoridade.

Aqui ao lado, em Espanha, 50 mora-das de IP foram dadas pela Google e pelo Facebook à “Justiça” Espanhola que, invocando a figura de “crime de associação”, procura identificar os fi-nanciadores do movimento 25 de Se-tembro. Que importará o significado da mobilização de milhares de pessoas de-

pois de perseguir e encontrar alegados responsáveis por este devaneio massivo da população, que se rebela contra um governo-pastor de um rebanho insu-bordinado? Façamos dos rostos e dos nomes os instrumentos da política pú-blica do exemplo.

Felizmente há luar!, diz D. Miguel no texto, aludindo à possibilidade da exe-cução de Gomes Freire de Andrade ser visível ainda que noite adentro. Mas Fe-lizmente há luar!, diz também Matilde, invocando a luz espelhada pelo luar da-quela noite como fonte de liberdade. Se-jamos Matilde - e saludemos o luar em todos os exemplos a que o Terror nos queira fazer vergar.

A política do exemplo

Sílvia Vermelho Politóloga

Opinião

Jornal do Centro19 | outubro | 2012

3

Page 4: Jornal do Centro - Ed553

PRAÇA PÚBLICA | OPINIÃO

1. A Assembleia Municipal de Viseu aprovou a proposta do PSD de diminui-ção de freguesias do Concelho, de 34 para 25, com 40 votos a favor, 16 contra e 3 abstenções.

Este resultado legitima democratica-mente tal decisão.

Qual é então o novo cenário? Repeses com S. Salvador; Couto de Cima com Couto de Baixo; Fail com Vila Chã de Sá; Barreiros com Cepões; São Cipria-no com Vil do Soito; Boaldeia, com Far-minhão e Torredeita. Na cidade, fun-dem-se as três freguesias numa só. Ou seja, São José, Santa Maria e Coração de Jesus desaparecem e surgirá uma ma-cro freguesia com muita abrangência, grande poder e até, apetecida retribui-ção monetária.

Se até aqui um Presidente de Junta de uma destas três referidas usufruía,

se a tempo inteiro, uma retribuição de 850 euros mais senhas de presença no valor de 75 euros por reunião (fregue-sia urbana, que as rústicas dão um “su-plemento” sete vezes inferior), é con-jectural pensar-se que, para poupar ao Estado, o futuro PJ de Viseu passará a receber 25% do salário do Presidente da República (7.415 euros), para mais de 20 mil eleitores. Ou seja, por volta dos 1.854 Euros, uma vez que os partidos do poder, PSD e CDS, não se entenderam quanto à Lei Eleitoral, devendo assim manter-se o regime retributivo.

Ainda veremos um Super-Regedor com mais poder que o Presidente do Município. Doravante não hão-de faltar candidatos à missão de servir a “coisa pública”…

Por falar nisso, Diamantino Santos, presidente da Junta de Freguesia do Sa-

grado Coração de Jesus, após ter sido alertado para uma situação anómala no “seu território”, pelos JC, mandou can-celar a assinatura institucional. O PSD no seu melhor. Imaginam agora um indivído destes à frente de uma super-freguesia? A seguir...

2. Um trabalho da Eurosondagem para o Expresso diz-nos que o Governo teve uma quebra no seu índice de po-pularidade de 20%, seguido dos juízes com 19,5% e do ministério público com 17,7%.

Porque será que a governação está tão próxima da justiça, neste óbvio des-crédito?

3. Fala-se hoje muito da Tecnoforma. Empresa de formação à qual estão ou estiveram ligados Miguel Relvas e Pas-

Editorial O Super-Regedor

Paulo NetoDiretor do Jornal do Centro

[email protected]

Houve uma altura em que pen-sava que a expressão “vida de cão” nada tinha de depreciativo, nem re-portava de forma alguma para uma maneira de viver desagradável, an-tes porém um estilo de vida alta-mente descontraído e fácil, comida certa, carinho e atenção garantidos, e longas sonecas numa qualquer en-trada solarenga. Claro que entendia que nem todos auferiam por parte de seus donos o mesmo tratamento ou as mesmas condições, mas nun-ca como agora vejo…não se percor-re uma estrada sem os ver a vaguear (talvez no encalço daqueles que os

abandonaram), multiplicam-se os apelos na comunicação social e re-des sociais, seja para adopção, seja para famílias de acolhimento ou tão simplesmente para contribuir com ajudas preciosas para a manuten-ção das próprias instituições, es-paços que se encontram a rebentar pelas costuras com habitantes a que tudo é alheio. Tudo porque o tempo vai de contenção, de poupança, de corte em tudo o que se julga super-ficial, e o cão, esse “melhor amigo” por nós domesticado e hominizado, completamente dependente da mão que um dia lhe retirou a natureza

selvagem, se tornou simplesmente dispensável, causador de despesa, e sem qualquer tipo de utilidade men-surável. Mas que triste sina esta, a dos humanos, num dia precisam noutro dia não, esquecem a história num piscar de olhos ou por entre o tilintar de vil metal. Volvidos mais de 30 000 anos de domesticação, o objectivo inicial alterou-se, já não precisamos que sejam nossos com-panheiros e guardiões nas viagens por comida quando ainda eramos naturalmente nómadas, mas ainda os usamos para caçar, para farejar, para guiar, para guardar e proteger.

Vida de Cão

DiretorPaulo Neto, C.P. n.º TE-261

[email protected]

Redação([email protected])

Emília Amaral, C.P. n.º 3955

[email protected]

Gil Peres, C.P. n.º 7571 [email protected]

Tiago Virgílio Pereira, C.P. n.º 9596

[email protected]

Departamento Comercial [email protected]

Diretora: Catarina [email protected]

Ana Paula Duarte [email protected]

Departamento GráficoMarcos [email protected]

Serviços AdministrativosSabina Figueiredo [email protected]

ImpressãoGRAFEDISPORTImpressão e Artes Gráficas, SA

DistribuiçãoVasp

Tiragem média6.000 exemplares por edição

Sede e RedaçãoRua Santa Isabel, Lote 3 R/C EP 3500-680 Repeses, ViseuApartado 163Telefone 232 437 461

[email protected]

Internetwww.jornaldocentro.pt

PropriedadeO Centro–Produção e Ediçãode Conteúdos, Lda. Contribuinte Nº 505 994 666 Capital Social 114.500 Euros Depósito Legal Nº 44 731 - 91Título registado na ERC sobo nº 124 008SHI SGPS SA

GerênciaPedro Santiago

Os artigos de opinião publicados no Jornal do Centro são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. • O Jornal reserva-se o direito de seleccionar e, eventualmente, reduzir os textos enviados paraa secção “Cartas ao Director”.

SemanárioSai às sextas-feirasMembro de:

Associação Portuguesade Imprensa

União Portuguesada Imprensa Regional

Opinião

Opinião

Anda tanta gente numa tarefa ufa-na e desesperada, fixada no comentar e coscuvilhar, que se desligaram da existência de outra coisa, que é funda-mental para quem não se quer deixar afastar da realidade, a que se chama análise. Análise é a decomposição de um “todo” nos seus elementos consti-tuintes, seja referido a coisas material-mente palpáveis ou ao domínio do im-palpável (sentimentos, pensamentos, intenções, recalcamentos, etc). Mas mais do que a análise simples, convém que se tente perceber o que represen-ta cada um dos elementos constituin-tes daquilo que se está a analisar. Ten-tando aplicar o conceito no domínio do substantivo, palpável, ao vinho, por exemplo, iremos mandar o dito ao la-boratório de onde esperamos que ve-nha, em relatório de análise, uma lista dos componentes e as respectivas per-centagens que, somadas, nos permi-

tem entender que amálgama de subs-tâncias ingerimos às refeições, embora saibamos que:

1. Para alguns não era preciso que fosse ao laboratório porque é bom de sabor e cheiro;

2. Outros gostam da percepção sen-sorial experimentada, mas querem ir mais longe e saber o que estão exacta-mente a beber (taninos, sulfurosos, an-tocianas, flavonoides, álcool, açúcares, ácidos, etc);

3. E ainda há uns tantos que querem saber como, quando e porquê esses ele-mentos estão presentes na constituição do vinho e a forma como a parte quí-mica e organoléptica se relacionam no que se refere ao resultado do percep-cionado na degustação.

Então, poderemos decidir que há, neste caso, três diferentes tipos de aná-lise. Uma primeira que é básica, direc-ta, sensorial. Uma segunda que é mais

profunda, dependente de exploração e a terceira que está mais longínqua, me-nos acessível e que carece, em absoluto, de trabalho de exploração, de investi-gação e reanálise.

Ora, como no caso do vinho, que vi-mos, em tudo que é substantivo, palpá-vel, a análise é simples e pode depen-der de processos mecânicos, manuais e da interacção operacionalizada com coisas com massa volume e forma. Já o que é do domínio do imaterial tem de ser tratado de outra forma e depende exclusivamente do empenho de cada um no estudo e aculturação específica que permite chegar ao entendimento daquilo que se quer alcançar.

Perceber o que determinou que S. Francisco de Assis tenha deixa-do o fausto dos bens materiais para se entregar de forma mendicante à espiritualidade e a ajudar os mais des-favorecidos envolve, vos garanto, mais

Em terra de cegos…

Maria do Céu Sobral Geóloga

[email protected]

Jornal do Centro19 | outubro | 2012

4

Page 5: Jornal do Centro - Ed553

OPINIÃO | PRAÇA PÚBLICA

sos Coelho, que andou a “formar quadros” das autarquias por toda a parte e a receber fundos europeus astronómicos para o efeito. Segundo Clara Ferreira Alves, “Só em 2003, 82% das candidaturas aprovadas a empresas privadas na região centro, no quadro do pro-grama Foral, coube à Tecnoforma.”

Relvas era então secretário de Estado da Administração Local. Por acaso.

Lembro que já por volta de 2003 ou 2004 denunciei este facto no jornal do qual era director, “O Zurara”, assim como referi os pontas-de-lança no terreno: dois “homens de leis”, um ex vice-presidente de câmara e um quadro superior do ensino politécnico, ambos do PSD. E se bem me lembro, a nível nacional, ainda havia um tal Elias…

4. “Napalm”, “terramoto”, “carnificina fis-cal”, “saque despudorado”, ” terrorismo fis-cal”, “roubo sem precedentes”… são alguns dos epítetos usados pelos críticos (alguns da cor do poder) para designar as novas regras tributárias impostas por Passos Coelho a um país exangue, a precisar de transfusões, ao qual se tiram as derradeiras gotas da sei-va vital…

5. Há dias coloquei esta pergunta numa rede social:

“O Estado enquanto comunidade tem 3 fins: proporcionar segurança, justiça e bem-estar. Qual(ais) vos parece que falta(m) hoje ao Estado português?

Unanimemente, as respostas foram: “TO-DAS!”

6. “Mitigar os sacrifícios dos portugueses” é uma expressão muito comum na boca dos

nossos governantes, cuja maioria nem sa-berá o quer dizer. Eu explico: vem do latim mitigare, adoçar, de mitis, doce. Percebem agora porque o fel vem açucarado?

7. “À angústia do presente, junta-se a in-tranquilidade pelo futuro.”

“Não se pode governar com base num acto de fé e destroçar o país.”

“Se a humildade democrática é de aplau-dir, os impulsos são de evitar.”

“Pior que a certeza dolorosa é a dúvida ansiosa.”

O leitor consegue saber de quem são es-tes pensamentos e a quem se dirigem?

De Manuela Ferreira Leite, que foi Mi-nistra de Estado e das Finanças do XVº Governo e para o Ministro das Finanças do XIXº Governo Constitucional, Victor Gaspar, conhecido pela alcunha o “Sala-zarinho”.

O processo de domesticação e repro-dução selectiva gerou um sem número de raças e espécies caracterizadas por um número ainda maior de variedade de formas, cores e habilidades, infeliz-mente também gerou uma febre de sta-tus pela posse de determinados espé-cimes, como se de um troféu ou jóia se tratasse para que alegremente o pavo-neássemos rua fora enquanto no res-to do dia o encaixotávamos no T2 com uma varanda de 2 metros quadrados. Na minha aldeia, e nas outras também, não há semana em que não apareça um cão abandonado, todas as semanas vejo mais e mais…os donos dão-se ao tra-

balho de fazer uma última via-gem misericor-diosa, e nas ime-diações de uma aldeia aí os dei-xam, deve-lhes p e s a r m e n o s na consciência. Eu sempre tive cães, o meu pri-meiro melhor amigo foi um pastor alemão, já recolhi 3 abandonados (2 deles por caçadores), agora só tenho 7, e só tenho 7 porque este ano foi doloroso, faleceram-me

3…e nenhum dos que tenho ou virei a ter poderá de al-guma forma subs-tituí-los! São todos diferentes, cada um com a sua ma-nia ou característi-ca excêntrica, mas todos comungam uma mesma filo-sofia, a de adora-

ção e respeito ao dono. Conseguimos humanizar um animal ao ponto de ele exibir quase todas as nossas caracte-rísticas como donos, e depois aban-

donamo-los. Quem é mais humano? Quem persegue o carro ou quem se recusa a olhar pelo retrovisor? Nestes tempos de crise de dinheiro, os cães não fazem contenção ao amor e afecto, à companhia, à alegria que nos dão e à maneira como abanam o rabo quando nos recebem à vinda para casa, ricos ou pobres, empregados ou desempre-gados, com mais fartura de comida ou menos, eles são sempre leais e nunca nos julgam por aquilo que temos mas pelo que somos, tentemos por isso dar-lhes a vida digna que merecem e por nunca quererem algo em troca de quem os condenou.

Artigos de opinião redigidos sem observação do novo acordo ortográfico

do que se ficar pelo assumir de que tal «lhe deu “na bolha”» e/ou que «foi um capricho de menino bem». Haverá que dar-lhe o be-nefício da dúvida, no mínimo. Não era um qualquer desequilibrado a tentar viver uma aventura diferente por se ter cansado de ser servido e de poder alcançar tudo o que os bens materiais pudessem permitir-lhe.

O estado lastimoso, tendencial e poten-cialmente degradado a que se chegou no País não passa só pelo resultado das medi-das que têm vindo a ser tomadas. É tema que demanda análise. Uma Análise profunda, séria, despartidarizada, livre de quaisquer preconceitos e o mais intelectualmente ho-nesta que possa ser. As pessoas têm tendên-cia a não ser sérias e a deixar-se manipular. A esquecerem-se do que sabem ter-se passa-do há bem pouco e a imputar culpas a quem esteja mais perto ou que seja mais favorável atingir. Não se dão ao trabalho de procurar, como na análise que vimos ao vinho, quais foram as causas do descalabre, onde quan-

do e como começou. E o quê e porquê do seu início.

Há um fluxo de informação que nos che-ga pelos telejornais , jornais e rádio mas que é, a bem dizer, quase só factual. A informa-ção é servida a frio, sem delongas, porque quebra a capacidade de concentração de quem ouve, ou lê, e isso é contrário às leis do mercado. O jornalismo de investigação está moribundo. Deixou de ter “mercado”. E esse era o que poderia, através da análise cuidada das coisas e dos factos ocorridos, meter-se a caminho de encontrar aquilo que interessa conhecer - a génese das questões. A génese que tem meios próprios, circuns-tâncias específicas e actores. A génese que leva ao percurso que termina onde estamos e que permite observar com clareza e enten-dimento, formular juízos de valor acertados e honestos e mais seguramente ajudar a que decidamos sem “pôdres” sobre as medidas a tomar.

Ultimamente temos observado um cres-

cendo de impaciência nas pessoas. Uma fer-vilhante revolta que pode levar a um estado de convulsão, porque está latente, e à ceguei-ra da actuação em massa, em turba. Estamos em “ponto-de-rebuçado” e, se calhar, porque a tal nos levaram sem que tivéssemos dado conta. Talvez tenhamos chegado ao ponto pretendido por algumas pessoas/entidades. Deste ponto começa a não se ter escapató-rias e quando não as há estamos enjaulados. Ora, enjaulados perdemos a capacidade de nos movimentarmos. Em suma: Perdemos a Liberdade. Tantos anos a anunciarem-nos que rumávamos a ela, à Liberdade, para que não nos apercebêssemos do ninho que nos faziam atrás da orelha. E tão cegos, como autistas, em rebanhos acarneirados segui-mos o pasto que nos iam deixando no trilho a pisar. Chegámos!

Se tivéssemos feito um esforço, sério e ho-nesto, para entender o que para alguns era evidente, não teríamos entrado na “gaiola”. Agora, há que aguentar e tentar fugir logo

que se possa. E sairemos porque nada é imu-tável. Mas, revela-nos a História, iremos cair no mesmo depois de termos esquecido o que passámos, e chegar, de novo, outro ou outros grupos de políticos charlatões que nos sirvam pasto fácil até se entrar na jaula de novo. A próxima jaula, aquela a usar da-qui a décadas talvez até já esteja pronta á es-pera da “clientela”.

A fórmula para nos defendermos é sim-ples:

Gostarmos de nós, da nossa família dos nossos amigos e da nossa Pátria. A eles nos consagrarmos como paga daquilo que os demais nos consagram a nós. Soltarmos de nós e aprisionar em cela de aço os egoísmos que temos servido tão denodadamente e que são as ferramentas com que nos manipulam as bestas a quem damos poder. Por fim, ole-ar e operacionalizar uma Justiça que o seja efectivamente.

Pedro Calheiros

Jornal do Centro19 | outubro | 2012

5

Page 6: Jornal do Centro - Ed553

Alguns desentendimen-tos entre o presidente da Comissão Política do CDS-PP Viseu demissionário, José Carreira e o presiden-te da distrital do partido, Hélder Amaral terão sido a gota de água para a demis-são de José Carreira, menos de três meses depois de ter tomado posse.

A sua demissão desen-cadeou depois, ao longo de uma semana, a demis-são paulatina da maioria dos órgãos da estrutura e a consequente a dissolução da Mesa da Comissão Polí-tica por força dos estatutos. Também os membros da mesa do plenário acabaram por se demitir, tendo justi-ficado a posição através de comunicado interno.

José Carreira enviou uma carta ao presidente do CDS-PP, Paulo Portas a enunciar as razões que o levaram a tomar tal “deci-são irreversível” e deu a co-nhecer o conteúdo da mes-ma aos elementos da co-missão política. Ainda sem resposta de Paulo Portas, o ex-líder recusa-se a di-

vulgar o conteúdo da car-ta, mas nega que na origem da demissão tenham esta-do motivos pessoais como chegou a ser noticiado.

“Senti que mudar é muito difícil e foi essa dificuldade que me levou a tomar esta posição”, adianta José Car-reira sem nunca responder à pergunta se houve de-sentendimentos internos. “Entendi que não estavam reunidas as condições para continuar e não me arre-pendo. Saio de consciên-cia tranquila, quer em re-lação ao trabalho que fiz, quer em relação aos cole-gas”, conclui.

Mesmo sem qualquer dirigente o assumir, o am-biente tenso em várias reuniões é apontado por alguns militantes como o problema de base para o vazia agora criado na con-celhia.

O presidente da distri-tal refere que as demissões não lhe “merecem qual-quer tipo de comentário, é um assunto interno do partido e, como todas as demissões, serão tratadas

“no seio dos órgãos do par-tido”.

Questionado sobre os alegados desentendimen-tos, o deputado centrista diz que “até à data não foi explicado por José Carrei-ra, por carta ou por outro meio, as razões da sua de-missão”, mas lembra que foi ele “quem convidou José Carreira para o cargo que agora resolveu aban-donar”, sublinhando que, como presidente da distri-tal do CDS-PP, se relaciona “de forma excelente” com os dirigentes das estruturas partidárias, sendo “amigo” e “admirador de vários di-rigentes”.

Para Hélder Amaral “nada é colocado em causa com a demissão dos órgãos concelhios. Trata-se de um processo normal na vida de qualquer partido político, e a uma queda de um órgão segue-se a eleição de novos elementos, o que sucederá muito em breve”.

Jorge Azevedo, atual-mente presidente da mesa da Assembleia, assumiu a liderança da concelhia em

abertura

Embora afastado da vida ativa do CDS-PP diz que ficou preocupado com o estado do partido em Viseu. Porquê?Fiquei preocupado com a saída

de José Carreira. Entendo que ti-nha condições para fazer um bom mandato. Agora, entendo que está na altura do CDS se refundar em Viseu. Estamos a um ano das elei-ções autárquicas que vão ser mui-to importantes para o partido e isso é que me preocupa. É um mo-mento de vital importância para todos os partidos a começar pelo próprio PSD e em que o CDS ti-nha todas possibilidades de alcan-çar um bom resultado.

Já não tem?Não é isso. Esta fase menos boa

do CDS pode-se repercutir numa menor preparação das autárqui-cas e, depois, perde o CDS e perde a cidade por ficar sem um projeto alternativo e credível que surgiu com Francisco Mendes da Silva (ex-presidente da concelhia e can-didato à Câmara de Viseu nas ul-timas eleições autárquicas).

Porque diz que o partido está na altura de se refundar?Refundar no sentido em que o

partido regrediu. Voltou a fechar-se mais um pouco em termos lo-cais. Cresceu no plano interno, mas não fez o trabalho externo que devia ter feito. A voz do par-tido no concelho limita-se muitas vezes à Assembleia Municipal e isso foi nefasto para o CDS.

Quem são os culpados?Somos todos nós.

Acha que Francisco Mendes da Sil-va se devia ter mantido à frente da concelhia?Eu penso que sim. Sou suspeito

porque fazia parte do projeto, mas era um projeto com a mais-valia de trazer pessoas para a discus-são, de apresentar propostas no-vas e de fugir do marasmo que é a política local.

O CDS devia ter continuado a traba-lha no projeto de Francisco Mendes da Silva?

Ou num outro do mesmo género, de abertura a ideias e a pessoas que não tenham uma mentalidade acéfala. Acho que as concelhias podiam ter ido mais além do que foram. O par-tido tem mais militantes, mas não gere alternativas dentro dele. Esse é o erro de todos os partidos pequenos. O CDS não sabe acarinhar quem está com ele, é um partido de muitos sim-patizantes, mas não de militan-tes.

Qual é a sugestão que dá a quem deve agora seguir com o processo?Que o partido não pode espe-

rar. Cada dia que passa a parti-do em Viseu vai entrando numa agonia.

Já devia ter anunciado o candidato à Câmara?Não necessariamente. O CDS

tem capacidade para gerar can-didaturas à Câmara de Viseu com qualidade, muito na óptica de no-vas gerações de políticas. E tem que ser inteligente percebendo

conversas

“É um erropensar-se que o CDS é o Hélder Amaral”

Rui SantosEx-presidente da Comissão Política Distrital de

Viseu do CDS

textos ∑ Emília Amaralfotos ∑ Nuno André Ferreira (arq.)

Desentendimentos no

Jornal do Centro19 | outubro | 20126

Page 7: Jornal do Centro - Ed553

O receio de que a demis-são da Concelhia do CDS Viseu possa comprometer o processo das eleições au-tárquicas de 2013, é a gran-de preocupação manifesta-da pelo partido. Por outro lado, na origem da alegada tensão das estruturas locais estará mesmo o desenrolar do processo à volta da esco-

lha de um candidato.O ex-presidente, José Car-

reira confirma que “estava a trabalhar num projeto para as eleições autárquicas”, in-clusive a desenvolver con-tactos com potenciais candi-datos. “O processo não está completo mas deixei traba-lho feito. Há um perfil lógi-co, gente com experiência política e reconhecida pelos viseenses”, esclarece.

Jorge Azevedo, acrescen-ta que, passados seis meses de ter assumido a liderança na concelhia tinha um can-didato definido: “O Hélder Amaral era o meu candidato. Foi-lhe dito para pensar e não

deu resposta nenhuma”.O ex-líder do CDS Viseu

reconhece que o candida-to à Câmara de Viseu em 2009 “iniciou uma nova ge-ração de política”, mas que o projeto foi “parado abrup-tamente”. “Se não se tivesse demitido naquela noite [das eleições] o Francisco Men-des da Silva seria hoje um candidato e à altura dos de-safios”, responde.

O Jornal do Centro apu-rou que, em bastidores já se fala no regresso do Francis-co Mendes da Silva à conce-lhia. Hélder Amaral escla-rece que “o novo presiden-te será quem os militantes

de Viseu escolherem”, mas “Francisco Mendes da Silva é um dos melhores quadros do partido e é hoje o úni-co membro de Viseu elei-to para a Comissão Politica Nacional”. “Vejo nessa pos-sibilidade uma continuidade que sempre defendi para o partido. Não permitirei que se instale em Viseu uma ló-gica de exclusão, promoção pessoal e valorização dos in-teresses pessoais em detri-mento dos interesses do par-tido. Espero, por isso, uma nova Comissão Política que ponha o interesse de Viseu e do CDS em primeiro lugar”, termina.

DEMISSÃO DAS ESTRUTURAS LOCAIS DO CDS-PP VISEU | ABERTURA

Publicidade

que há novas oportunida-des com a saída do dr. Ruas. O betão está feito e essa é a grande obra do dr. Ruas, mas Viseu concelho tem que ser refundado.

Hélder Amaral seria um bom candidato à Câmara de Viseu?É um dos possíveis candi-

datos do CDS. Conhece bem o concelho e tem ideias, ago-ra é um erro pensar-se que o CDS é o Hélder Amaral.

Esse tem sido um erro do partido?O maior erro do partido

foi ficar à espera que os mes-mos resolvessem as situa-ções. Quando saí deixei essa mensagem para ver se aba-nava as mentes, mas o parti-do não o fez.

Já está em condições de expli-car melhor a sua saída?Há coisas que ficam co-

migo.

O regresso de Helder Amaral descansou-o?Era a melhor solução na

altura, agora, havia outras. Acho que o partido nesse especto deu um paço atrás. Não por ser o Hélder a re-gressar, mas no seu conjun-to, não continuou o trabalho de abertura a novas pessoas.

E qual é a solução para a conce-lhia de Viseu.Encontrar alguém que

consiga fazer a ponte en-tre o CDS antigo e um novo projeto para as eleições au-tárquicas. Não temos mui-to tempo para experimen-tações.

O regresso de Francisco Mendes da Silva era uma boa solução?Era um bom candidato. O

Francisco Mendes da Silva tem muito para dar a Viseu. Faz parte de uma nova ge-ração de políticas e de uma nova geração de pessoas.

O futuro

2010, numa fase em que o partido estava sem con-celhia depois da demis-são de Francisco Mendes da Silva após as eleições autárquicas. No final do primeiro mandato, Jorge Azevedo decidiu não se recandidatar. Alguns mili-tantes não encararam a sua saída como um processo natural, sabendo-se que ti-nha um projeto abrangente para desenvolver, que in-cluía as eleições autárqui-cas de 2013.

O centrista admite que houve razões de força maior, que faltou o reco-nhecimento do trabalho feito, mas lembra que José Carreira seria a pessoa para dar continuidade ao projeto que estava a ser de-senvolvido.

“O Hélder Amaral fez o seu trabalho nos últimos 20 anos que nunca foi pos-to em causa, nem nun-ca ninguém questionou a sua militância nem a suas condições como deputa-do. Divergimos muitas ve-zes, mas sempre fui fron-tal com ele, ele sempre foi

frontal comigo e consegui-mos encontrar o consen-so mínimo para coabitar”, responde, salvaguardando: “Não podemos ver as mu-danças como algo de mal”.

Quanto à demissão do líder da concelhia, Jorge Azevedo diz que ficou “es-pantado”, que está “triste” e rotula o processo de “la-mentável, escusado, evi-tável, não desejável”, em que se está “a discutir uma questão menor”.

Jorge Azevedo não en-tende a demissão da con-celhia do CDS Viseu como uma interrupção no proje-to que estava ser seguido, mas deixa uma aviso: “O CDS deve aproveitar este momento para, de uma vez por todas, perceber que os partidos só crescem quan-do se ouvem pelos seus di-rigentes, pelas suas bases e que as decisões devem ser tomadas pelo coletivo e não por cada um indivi-dualmente”.

A Comissão Política Dis-trital do CDS-PP de Viseu deverá agora marcar elei-ções em Novembro.

CDS Viseu

Jornal do Centro19 | outubro | 2012 7

Page 8: Jornal do Centro - Ed553

Um avoengo meu, quando achava alguém perigoso avi-sava: “Cuidado, aquele é um filósofo!”. A perigosidade dos filósofos vem desde a imemorialidade dos tempos. Acha-se um ci-dadão perigoso?Não. Na História houve

filósofos de todos os tipos. Naturalmente que eles par-tilham essa perigosidade com as pessoas que põem questões. Vivemos hoje, e na história, sobre o impé-rio de opiniões dominantes, e eles colocam em questão aquilo que é influente, que é confortável, que faz os con-sensos mais óbvios, o sta-tus quo. Seja poeta, filóso-fo ou pintor, gera esse lado um pouco inconformista de todos esses perfis que são considerados perigosos. Eu preferiria dizer que, em ge-ral, são incómodos. É talvez uma visão romântica, e até arrogante…

Por uma análise breve dos 19 títulos que publicou per-cebemos um afastamento da filosofia enquanto ciência para a uma “polisofia”, ou se quisermos, uma intervenção directa e activa do homem do saber na política. Será uma leitura abusiva?A leitura que eu tenho é

diferente. O que está na ori-gem da publicação deste li-vro é, como diz o meu edi-tor, uma grande continuida-de do meu trabalho. Numa primeira fase, com uma in-cidência académica e filo-sófica, mas que diz respeito à construção da sociedade, da democracia, da Europa, da racionalidade, do que é a actividade fundamen-tal da filosofia ligada com o exercício de problemati-zação, contra aquilo que eu chamo a “ruminação”. Ele [editor] pensou, e eu fico contente que alguém pen-se isso, que há uma grande

continuidade, apesar de ha-ver algumas diferenças de incidência muito grandes na parte académica – mais técnica do ponto de vista fi-losófico – noutra com pre-ocupações mais políticas, mais culturais. Mas eu ten-to sempre seguir uma má-xima, que não é muito fácil, de Bergson: “O que é impor-tante na vida é agir como ho-mem de pensamento e pen-sar como homem de acção”. Tenho a presunção que este meu livro possa represen-tar uma aproximação desta máxima.

Os seus nove últimos livros a ver o prelo têm os títulos seguintes:O Estado da Nação; A Cul-tura no Coração da Política; Política à Conversa; Crónicas Intempestivas; O Impasse Português; Sob o Signo da Verdade; E agora? – Por uma Nova República; De Olhos

Abertos e, finalmente, Pen-sar o Mundo.Este ementário de títulos tem que relação com Manuel Maria Carrilho, o político crítico, interventivo, cons-ciente e desiludido?Não é uma ideia de de-

silusão. A política, desde sempre, faz-se de dois mo-vimentos, os movimentos de esperança e de desilusão, de expectativa e decepção. Este balancear, de dizer “ah, isto agora está terrível, só há críticos”… Eu aconse-lho a ler Tito Lívio ou Sue-tónio, para verem como a política desde sempre, des-de a Grécia Antiga, desde Roma, tem este movimento balanceado de períodos de grande decepção, de gran-de depressão, de grande negatividade, porque esta é a natureza do homem. E também períodos de gran-de esperança, de utopia, de grandes optimismos. To-

dos temos na nossa expe-riência, como políticos ou como cidadãos, os dois mo-vimentos. Os últimos anos têm sido muito difíceis, e decorrem de muitos facto-res – uma boa parte se ti-vesse sido pensada a tempopodia ter sido evitada ou reorientada noutro senti-do. Uma das coisas que me impressionou, na leitura de todos os meus textos, que eu fiz agora, foi o que escre-vi sobre a Europa, sobre o País, sobre a orientação po-lítica do país, durante toda a década. Via-se que muitas coisas na altura iam condu-zir a problemas mais graves e nunca se pôs um travão nessa orientação. Eu pen-so que, e procurei assumir isso quando estive na polí-tica, um político que está no executivo tem que se res-ponsabilizar pelas acções que desencadeia, mas tam-bém pelos efeitos previsí-

veis dessas acções e, muito daquilo que veio a aconte-cer, era previsível. Mistu-rou-se com muitos dados e acontecimentos impre-visíveis, mas era possível ter feito melhor e isso sig-nificaria que o país estaria numa situação mais fácil, pois hoje a situação é mui-to difícil.

Tendo nascido em Coimbra em 1951 vive em Viseu até aos 18 anos. Estuda no Liceu de Viseu. Que memórias lhe ficaram desse tempo e desta cidade?Memórias sempre magní-

ficas. Eu tenho boas memó-rias desses 18 anos, em tudo, desde a família, os amigos, a cidade, as escolas onde an-dei, onde fiz grandes amigos, onde tive grandes professo-res, e eu sou professor por-que tive grandes professores, tenho paixão de ensinar por-que senti essa paixão com os

entrevista ∑ Paulo Netofotos ∑ Nuno André Ferreira à conversa“Isto não se resolve com contas de mercearia e sobretudo com soluções políticas que desmentem tudo aquilo que foi prometido”

Jornal do Centro19 | outubro | 2012

8

Page 9: Jornal do Centro - Ed553

continua »

MANUEL MARIA CARRILHO | À CONVERSA

meus [professores], Augusto Saraiva, Osório Mateus, José Manuel de Melo, Ilídio Sar-doeira, Simões Gomes… Eram pessoas com quem eu tive muito contacto no liceu, e fora do liceu. Digo sempre que foi em Viseu que eu me fiz. Lembro-me também de um grupo de estudan-tes fantástico, interessadís-simos na actualidade. O fim do liceu coincide com o ano de 68/69, surgem grandes acontecimentos no mundo e em Portugal. Tenho gran-des recordações e continuo muito ligado a Viseu, venho cá várias vezes e tenho cá muita família.

É militante do PS desde 1986. Entre outros cargos, foi depu-tado; candidato à autarquia lisbonense; vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS; Embaixador de Portugal junto da Unesco, em Paris… Estamos perante um notável

percurso político, coroado com o desempenho de Minis-tro da Cultura de 1995 a 2000. Há quem o considere não um Ministro da Cultura mas sim O Ministro da Cultura, tal foi a profusão da obra encetada e concluída. É esse o maior risco de termos um erudito acadé-mico na governação?Estive estes anos na po-

lítica um pouco por acaso. Sempre me dividi muito entre a filosofia e a políti-ca e sempre escolhi na mi-nha vida a filosofia. Desde o liceu que foi uma opção de fundo. Para mim foi muito claro, nítido e normal. De-pois do 25 de Abril fui sem-pre um companheiro de ‘route’ do Partido Socialista, fui sempre muito soarista, todos os meus amigos eram de extrema-esquerda, mas mantive-me sempre muito à parte, não me inscrevi, nun-ca militei no partido, mas quando me pediam opini-

ões, eu dava. Entrei no par-tido socialista em 86, quan-do saiu o Dr. Mário Soares para a presidência da repú-blica. Havia na altura o há-bito de nos congressos os candidatos apresentarem novos militantes e eu apoiei o Jaime Gama - que conheci na faculdade. Ele era então um social-democrata radi-cal, muito corajoso. Tive ou-tras ligações mais próximas, como por exemplo a ajuda ao Jorge Sampaio no domí-nio da cultura em 91. É uma altura em que eu estou mui-to distante da política. Em 95, Guterres honra-me com o convite para ser Ministro da Cultura - para o qual o parti-do socialista estava prepara-do, porque eu acho que em vários domínios esse gover-no teve os primeiros tem-pos muito bons, justamente porque se tinha preparado, todos sabiam o que iam fa-zer, passaram anos a estu-dar o que se ia fazer. Coisa que acontece nos partidos da Europa e em Portugal é uma raridade. Eu integrei esse governo, fiz o melhor que sabia, consegui motivar uma equipa muito boa de colaboradores e directores gerais, houve imensa gente, em todos os domínios, que veio trabalhar com espírito de missão e todos juntos fi-zemos uma obra que infeliz-mente não foi seguida.

Traz no nome um apelido que representa muito para viseenses da nossa geração. Que herança cultural e viven-cial lhe deixou seu pai, o Engº Agrónomo Engrácia Carrilho, que foi deputado de 61 a 65; governador civil de Viseu de 64 a 71; Presidente da Comis-são da Região Centro de 71 a 75 e Presidente da Câmara Mu-nicipal de Viseu, eleito em 86?Não é fácil falarmos do

nosso próprio pai nestas funções. Somos certamen-te parciais, mas como eu já disse, sou professor pelos professores que tive e, na política, certamente teria feito qualquer coisa muito diferente se não fosse a in-fluência do meu pai, apesar de ele já ter falecido quan-do entrei a sério na ativida-de política. Era uma perso-nalidade muito forte que me marcou muito. Opuse-mo-nos em termos políti-cos, sobretudo nos meus 16, 17 anos, mas tínhamos grandes cumplicidades, apesar das nossas diferen-ças, conversávamos mui-

to, com muita abertura. O meu pai era uma pessoa muito aberta. Eu acho que o meu pai foi a personalida-de pública mais notável de Viseu, na segunda metade do século passado, por to-das as funções que exerceu, pela forma como as exer-ceu. Foi também provedor da Misericórdia, durante 40 anos, sempre graciosamen-te, tendo sido esse o cargo que sentimentalmente lhe disse mais. Em todas essas funções o meu pai marcou, porque tinha uma visão e espírito público – e isso sei que lho devo a ele. Eu nun-ca vim a Viseu que o meu pai não dissesse “vamos ver isto, vamos ver aquilo. Es-tou a pensar nisto, estou a pensar naquilo…”, era uma pessoa completamente vi-rada para o mundo e para o que ia fazer no mundo e para as pessoas. Falava com toda a gente e queria sem-pre saber os problemas de toda a gente, com uma enor-me generosidade. Acho que a visão dele e as iniciativas notáveis, marcaram Viseu. É uma grande herança.

Foi convidado pela Concelhia do PS local para ser candidato nas próximas autárquicas. A aceitação deste desafio não seria uma extraordinária home-nagem do filho Manuel Maria a seu pai Manuel Augusto?Parte de um pressuposto

que eu não lhe posso confir-mar, que é esse convite. Pen-so que o PS Viseu procura-rá e encontrará, certamen-te, um excelente candidato para a Câmara de Viseu. A cidade merece ter bons can-didatos. Hoje, eu estou total-mente envolvido na minha vida académica, nacional e fora do país também. Es-tive 15 anos na política, fo-ram anos muito felizes mas também muito desgastantes, mas hoje, as minhas opções estão claramente feitas. Este livro, este conjunto de obras,

não fecha a minha vida inte-lectual, pelo contrário, pois estou neste momento a tra-balhar noutros projectos, e em vários outros livros, mas as minhas opções es-tão feitas e são as de me de-dicar exclusivamente à mi-nha vida intelectual e aca-démica. E as homenagens ao meu pai acho que as fiz e farei conforme as circuns-tâncias da minha vida.

Referentemente à publicação da sua última obra “Pensar o Mundo”, da Grácio Editor, 2 volumes, 1600 páginas, es-tamos perante uma reflexão filosófica ou uma narrativa diarística e crítica de um “Ho-mem Público”? Ou perante ambas?É tudo, porque realmen-

te recolhe os meus 20 livros. Tem trabalhos de fôlego, tra-balhos mais técnicos, tem re-colhas de crónicas… Porque é que eu escolhi este título? Eu acho que a preocupação de todos é essa, porque pen-sar o mundo é perceber que o mundo tem que ser pensa-do para nós podermos agir bem. Nós hoje tendemos muito, na sociedade mediá-tica em que vivemos, a des-ligar as coisas. Mas é impos-sível agir apenas com uma preocupação de eficácia, de pragmatismo, de imediatici-dade de resultados. As coi-sas têm de ser pensadas e se nós não pensamos no mun-do não conseguimos apro-priar-nos dele. É este o meu ponto fundamental, seja em que sentido for, num senti-do mais político, mais cul-tural, mais económico. Nós temos que pensar o mun-do e perceber que está tudo ligado, a grande novidade deste século – que vem das últimas décadas do sécu-lo passado – é que está tudo completamente interliga-do. Nós temos que pensar o mundo para pensar a Eu-ropa, para pensar Portugal e para pensar Viseu… Isto

é necessário, ninguém con-segue pensar as coisas ape-nas localmente e para isso são precisos instrumentos, são precisos conceitos, re-visitações da história. Só as-sim conseguimos pensar de novo para resolvermos os problemas. Isto acaba por ser a síntese possível. É tal-vez a síntese possível a fazer hoje sobre essa necessida-de que eu senti sempre des-de miúdo, senti mais nesses anos efervescentes da ado-lescência, dos anos 60, que é pensar o mundo. A minha família, o meu pai, ajudaram muito porque o que eu senti é que nós estávamos sempre a olhar para o mundo, ainda que em família, nas nossas conversas. Nós eramos uma família enorme e o tema da nossa vida não éramos nós, era o mundo. O que aconte-cia no mundo.

Esta publicação compulsa ensaios e crónicas do filósofo político, passe a tautologia. Como concebe hoje o pensa-mento filosófico em Portugal e a praxis política que se tem vindo a instalar, grosso modo, nas duas últimas décadas no seio da governação?Sobre a vida filosófi-

ca… eu não gosto de ava-liar sem conhecer bem. Nos últimos 15 anos esti-ve afastado da vida acadé-mica e não tenho uma no-ção muito exacta do que se faz hoje. Eu integrei umperíodo e um grupo entre os anos 70 e o começo dos anos 90, que foi muito di-nâmico na actividade filo-sófica, que colaborou com entrevistas, escreveu mui-to, pensou muito, fundou um departamento de filo-sofia na Universidade Nova que teve projecção interna-cional, trouxe muita gente, dinamizou muito o inter-câmbio com o melhor que há no mundo e na Europa…Quanto ao que se seguiu, não tenho uma noção para

aaon-arn-a-o-ee-ti-s s s,n-

ui-

Dia 26 de outubro de 2012, pelas 21h30, no

Hotel Montebelo, em Viseu, o lançamento

do livro «Pensar o Mundo (Obras 1982-

2012)», de Manuel Maria Carrilho.

A entrada é livre.

Apresentação do livro“Pensar o Mundo”

9Jornal do Centro19 | outubro | 2012

Page 10: Jornal do Centro - Ed553

À CONVERSA | MANUEL MARIA CARRILHO

que me possa pronunciar. De qualquer forma, há vita-lidade na vida filosófica, tal-vez não haja atenção à vida pública por parte da filoso-fia, a filosofia vive de uma atração pública e de uma atração privada, a história da filosofia foi sempre as-sim, há filósofos muito cen-trados no seu aperfeiçoa-mento individual e na sua subjetividade e muitos fi-lósofos mais interessados no mundo, na sociedade, na comunidade e nos pro-blemas públicos. Quanto à vida política, à evolução, eu sou muito crítico nestes úl-timos 20 anos, quanto a três pontos. Portugal falhou sis-tematicamente as batalhas da qualificação. O grande défice não é o défice finan-ceiro, é o défice de quali-ficação, tanto das pesso-as, como do território e das distribuições. A minha única causa política foi e é acreditar que é possível fa-zer alguma coisa neste do-mínio. O outro ponto tem sido a descredibilização dos partidos políticos. Hoje os partidos estão muito vi-rados para si próprios, para a vida das suas classes di-rigentes, para os seus inte-resses e têm um desconhe-cimento do mundo e um desinteresse pela socieda-de que é intolerável nos re-presentantes políticos. Algo que também se sente na Eu-ropa, mas que se passa de uma forma agudíssima em Portugal. Os representan-tes não nos representam. Quando as pessoas se sen-tem assim, e isto se junta à ineficácia pública, como acontece neste momento, o que acontece é a deslegi-timação dos políticos e esse é um processo muito grave em democracia, quando o povo, os cidadãos sentem que os governantes não os representam e, portanto, os deslegitimam. O terceiro problema é a desvitalização da democracia. Por um lado, sentimo-nos todos muito satisfeitos com a nossa li-berdade individual, que é naturalmente preciosa para todos nós, mas em termos globais produziu-se, nas úl-timas décadas, a disjunção entre a nossa liberdade in-dividual e a nossa capaci-dade pública e colectiva. A nossa democracia nasceu com a Revolução France-sa e com outras revoluções no mundo, quando se liga à afirmação da liberdade

individual, os meus direi-tos individuais e a capaci-dade de transformar isso em acção colectiva, de mu-dar o mundo e a sociedade. Hoje estamos muito fecha-dos nos nossos direitos in-dividuais, numa área mui-to privada. Na história da humanidade nunca houve tanta liberdade como a que temos hoje, nunca o indi-vidualismo foi tão pujante, mas nunca, como socieda-de, fomos tão impotentes, tão incapazes e talvez este seja o problema mais grave de todos os que enunciei.

Que futuro para Portugal? Que futuro para Manuel Maria Carrilho?O meu futuro… Trabalho

neste momento num livro, que não sei sinceramente se é um livro ou uma trilo-gia, que tem a ver com as metamorfoses. Eu resis-to um bocado à conversa e histeria da crise. A crise nos gregos era um momen-to de decisão. Há um con-junto de dificuldades, há uma decisão e depois aca-ba, mas há seis anos a esta parte vivemos uma crise que não acaba. Portanto, a crise passou a ser uma coisa paradoxal, uma cri-se permanente, tornou-se um bocado como o ar que respiramos, há crise por todo o lado. Às vezes até pergunto “mas afinal onde é que não há crise?”, por-que parece que já não sa-bemos enunciar o que quer que seja na nossa vida pú-blica ou na nossa vida pes-soal, que não seja em ter-mos de crise, é quase como se um assunto que não te-nha crise não valha a pena. Esta crise era, em vários aspetos, previsível, menos num: que os mercados fi-nanceiros pudessem espe-cular contra as dívidas so-beranas.

Eu interessei-me sem-pre, e particularmente, por aquilo que muda sobre essa capa da crise, e é a isso que eu chamo de metamorfoses. O que é que muda na demo-cracia? Porque é que hoje nós nos satisfazemos com mecanismos mais expressi-vos, como é o caso das ma-nifestações, que não mudam nada e damos pouca aten-ção aos mecanismos repre-sentativos que podiam mu-dar? Os conjuntos de meca-nismos que estão a mudar na democracia, na esquer-da e no indivíduo – a esquer-

da que era o partido do pro-gresso, da inovação, hoje é o partido que quer conservar e não quer mudar. O último tópico tem a ver com a cul-tura, a digitalização, a gra-tuitidade, o desaparecimen-to das fronteiras… E este é o meu, digamos futuro em termos filosóficos e de tra-balho.

Portugal… Estamos na concha de uma vaga e te-mos que começar a pen-sar na globalização, na in-tegração da Ásia na nossa vida. A produção, o comér-cio é tudo isto que está a alterar o mundo e temos que perceber e encontrar uma saída para o país, nes-te contexto. Penso que o actual governo não o está a fazer, está apenas a apli-car uma receita de contabi-lidade, uma leitura conta-bilística do endividamento, que é gravíssimo. Fui mui-to crítico das políticas de José Sócrates, porque para mim era absolutamente cla-ro, em 98, que as soluções que o partido socialista ti-nha pensado, para os pro-blemas do país, em termos do massivo investimento público, tinham deixado de ser possíveis. Escrevi-o vá-rias vezes. A partir daquele momento, aquelas políticas iam-nos conduzir a isto. O que é fundamental é fazer uma leitura política desta situação e encontrar solu-ções a partir de uma leitura global. Isto não se resolve com contas de mercearia e sobretudo com soluções políticas que desmentem tudo aquilo que foi prome-tido, todo o enquadramento que deu ao país. É devasta-dor do ponto de vista da ex-pectativa, das convicções, da legitimidade política. O partido socialista precisa de assumir a sua respon-sabilidade, porque é isso que se faz na política, assu-mem-se responsabilidades. E não há nada pior do que dizer que não há alternati-vas, porque há-as sempre e é isso que o PS tem que fa-zer: apresentar alternativas. Os partidos políticos têm de ser capazes de dizer ao país que há futuro e qual é esse futuro. Não basta cri-ticar o governo e apresen-tar remendos “eu não corta-va aqui, eu cortava ali”, isso não basta, temos de ter uma leitura das dificuldades do país, que são muitas, com uma visão global do futuro e das potencialidades.

Jornal do Centro19 | outubro | 2012

10

Page 11: Jornal do Centro - Ed553

região

“Viseu é uma cidade bo-nita para quem vem de fora. Mas isso será uma verdade? É esse o diag-nóstico que queremos fa-zer”. Foi desta forma que João Inês Vaz, antigo go-vernador civil de Viseu (PS) começou a falar do tema “Novos Desafios para Viseu”.

O tema da palestra dá nome ao grupo de análise e reflexão criado pela Co-missão Política Concelhia do PS, constituído por in-dependentes de várias áreas e militantes do par-tido, com o objetivo de

“pensar Viseu” para os próximos anos, que foi apresentado na passada segunda-feira.

Com a certeza de que Viseu “está numa mudan-ça de ciclo que tem que ser aproveitada pelo Partido Socialista”, o historiador e arqueólogo deixou um conjunto de questões para reflexão futura: “De que vive a cidade? O que pode fixar as pessoas? Quantas empresas de média di-mensão já se instalaram em Viseu nos últimos 20 anos? Que economia que-remos? Perguntas que nunca tiveram resposta”.

João Inês Vaz falou de “ilusões dos últimos 20 anos” e citou a universi-dade que nunca foi criada na cidade, o fecho do Pólo da Faculdade de Arquite-tura do Porto, a prometida

ligação à Linha Ferroviá-ria da Beira Alta, a falta de debate à volta do futuro do Instituto Politécnico, entre outras promessas. “O bom político tem que saber mu-dar a agulha no momento em que vê que as suas rei-vindicações não dão resul-tado”, criticou.

Para o professor, “Viseu nunca se afirmou como uma referência nacional”, defendendo a necessidade de construir “um novo pa-radigma” para o concelho.

O coorden ador ge -ral do Grupo, Pedro Bai-la Antunes apresentou a estrutura e a orgânica do mesmo. O projeto vai co-meçar por ter uma fase de diagnóstico para iden-tificar “pontos negativos e pontos positivos, ame-aças e oportunidades do concelho de Viseu”. Numa segunda fase o grupo de reflexão irá promover um conjunto de ações de ín-dole diversa no sentido de

“perspetivar uma política estratégica planeada, ger-minando com ideias e so-luções articuladas”.

Pedro Baila Antunes cri-ticou que a marca “Viseu a melhor cidade para vi-ver” segundo um estu-do de opinião realizado pela Associação de Defe-sa do Consumidor (Deco),

“morre pela base” para de-fender “um planeamento mais estratégico” para o concelho. EA

PS faz nascer grupo de análise para refletir Viseu

A Zunzum Associação Cultural vai promover diversas atividades cul-turais, no Parque Aqui-lino Ribeiro, em Viseu, entre os dias 22 e 27 de outubro. A iniciativa denominada “Outono Quente”, pretende jun-tar amigos e desafiar o público a “acampar” numa tenda, com todas as condições para a to-tal comodidade dos es-petadores, que será ins-talada no coração da ci-dade de Viriato, durante seis dias. Animação não vai faltar, numa festa que promete ser tão “agita-da” como “aconchegan-te” e direcionada para todas as faixas etárias. A entrada é livre.

Música, teatro, novo circo, dança, workshops e muita animação vão dar vida ao renovado Parque da cidade. O evento sur-ge na sequência do quin-to aniversário da associa-

ção, mas não é visto como uma celebração especial, “a ideia passa pela pro-moção da cultura, num mês em que há pouca ati-vidade cultural e usando um espaço que precisa de ser dinamizado”, referiu André Cardoso, 32 anos, presidente da Zunzum.

O evento, que con-ta com a colaboração de cerca de 20 voluntá-rios, para além dos oito elementos que formam o núcleo ativo da Zun-zum, pretende “colmatar a falta de espaços alter-nativos ao Teatro Viriato, para grupos e bandas, de média dimensão mas com valor, atuarem”, re-feriu André Cardoso. “Outono Quente” quer chegar a toda a popula-ção. “A programação di-reciona-se para todas as faixas etárias. Desde tea-tro infantil para as esco-las, em colaboração com a Associação Cultural e

Recreativa de Tondela (ACERT), passando por workshops de danças europeias, música para bebés, concertos e peças de teatro durante a noite, e com entrada livre”, ex-plicou Mariana Veloso, 24 anos. Da heterogénea programação, destaque para a atuação de Carlos Peninha, num tributo ao Jazz, e o espetáculo “Mal empregados”, d’Orfeu, na quinta-feira, dia 25, à noi-te. Na sexta-feira, dia 26, atua o grupo de música de danças europeias “B de Baile”, de Lisboa. A banda Ósmavati sobe ao palco no sábado, com a contagiante música Klez-mer. Numa altura de cri-se, a criação deste evento só foi possível graças aos vincados laços de ami-zade com outras associa-ções culturais do país.

A Zunzum Associação Cultural nasceu há cin-co anos com o objetivo

de criar e promover cul-tura mas diversas áreas. Fomentou mais de 250 es-petáculos e apresentações por todo o país, com es-pecial enfoque no distri-to de Viseu. A associação começou de forma qua-se amadora, apesar de to-dos os elementos serem especializados nas áre-as da música, do teatro e animação e, de ano para a ano, tornou-se mais pro-fissional. A maior fatia, no que a apoios financeiros concerne, vem da Funda-ção Lapa do Lobo.

Em jeito de conclusão, Márcia Leite, 38 anos, lembrou que “o estado da cultura em Viseu e no país não é animador”, culpa do poder político que “sim-plesmente não acredita”, ideia contrária tem a Zun-zum Associação Cultural que garante continuar a acreditar.

Tiago Virgílio Pereira

Zunzum revitaliza Parque da cidade com “Outono Quente”De 22 a 27∑ Objetivo passa por chegar a todos os públicos com espetáculos

culturais diversificados

A André Cardoso, Márcia Leite e Mariana Veloso são alguns dos elementos da direção da associação

Tiag

o V

irgíli

o Pe

reira

DR

Jornal do Centro19 | outubro | 2012 11

Page 12: Jornal do Centro - Ed553

REGIÃO | VISEU

conversas

votos a favor40

Votação

votos contra16

abstenções

3

Qual a razão para o PSD insistir na apresentação de uma proposta?Se não tivesse sido apro-

vada esta proposta o mode-lo da régua e esquadro se-ria sempre pior, não tinha os 20% do benefício, as agru-padas seriam mais do que estas e a agregação era feita sem benefícios financeiros para as autarquias associa-das enquanto que aqui ga-rantimos um reforço de 15% no financiamento destas freguesia agrupadas . Não é o PSD que quer isto é a sen-sibilidade das pessoas face à incerteza que vinha lá de baixo e ninguém quis correr esses riscos.

Esta proposta pode ser alte-rada pela Unidade Técnica para a Reorganização Admi-

nistrativa do Território?Em princípio a decisão é

final porque comporta to-dos os parâmetros. Se even-tualmente a proposta fosse para a diminuição de oito freguesias, é que já estava fora do parâmetro e a co-missão poderia aceitar ou não e, portanto, estava-se a correr outro risco. Desta forma beneficia-se das pror-rogativas no sentido de não se perderem vantagens, ga-rantindo o desaparecimento mínimo de freguesias.

O que muda?No fundo muda o órgão

que gere as freguesias, por-que as freguesias vão man-ter a sua individualidade como tal, o órgão que gere é que vai ser comum no caso das que são agregadas.

“O modelo da régua e esquadro seria sempre pior” Manuel Teodósio

Porta-voz do PSD

∑ “Não se podem extinguir freguesias sem o acordo das mesmas”, como decorre da Carta Europeia da Autono-mia do Poder Local.

Nuno Cavaco portava-voz da PN-CEF (jornal Público)

A Novas freguesias propostas para o concelho de Viseu

O presidente da Junta de Freguesia de Repeses, José Pais Ferrão (PSD) vai enviar uma exposição à Unidade Técnica para a Reforma Administrativa Territorial Autárquica da Assembleia da República a contestar a forma como foi aprovada uma proposta de reorgani-zação do concelho de Viseu na reunião da Assembleia Municipal (AMV) de sexta-feira, dia 12. José Ferrão vo-tou contra discordando da agregação da sua freguesia com a de S. Salvador.

A AMV aprovou, por maioria, a redução de 34 para 25 freguesias, apesar de es-tar contra a Reorganização Administrativa Territorial Autárquica.

A proposta a enviar à As-sembleia da República foi aprovada com 40 votos a fa-vor, 16 contra e três absten-ções, depois de quatro horas de reunião extraordinária. O PS e o Bloco de Esquerda votaram contra, assim como alguns presidentes de junta do PSD, o CDS absteve-se.

Apresentada pelo PSD, a proposta prevê que o con-celho fique com menos nove freguesias, com a agregação das de Coração de Jesus/Santa Maria e São José (to-das urbanas), Repeses/São Salvador, Couto de Cima/Couto de Baixo, Fail/Vila Chã de Sá, Barreiros/Ce-pões, São Cipriano/Vil de Soito e, por fim, Boa Aldeia/Farminhão/Torredeita.

O porta-voz do PSD, Manuel Teodósio, explicou que estas agregações orien-taram-se pela proposta A, de um estudo que tinha sido pedido à Escola Superior de Tecnologia de Viseu, “com afinações feitas de acordo com a sensibilidade das fre-guesias”. Nesse estudo, eram apresentadas duas propos-tas: a A, que previa a dimi-nuição de dez freguesias, e a B, que indicava a redução de 12.

Depois de a Câmara Mu-nicipal ter deliberado por unanimidade que a AMV seria o palco de discussão e de decisões, a AMV criou

uma comissão de trabalho eleita por unanimidade com poderes para decidir sobre a matéria. Em simultâneo, cada uma das 34 assem-bleias de freguesia tomou posição.

“Se deram poderes ao grupo de trabalho que, não havendo consenso, decidiu que se mantinha tudo como estava. Se a maioria das as-sembleias de freguesia se pronunciaram contra a al-teração, se a decisão não era aquela, como é que depois a Assembleia Municipal vota o contrário?”, Alerta José Pais Ferrando ao interpre-tar que “há uma ilegalidade dos próprios presidentes de junta que votaram contra a deliberação das suas assem-bleias de freguesia.

José Ferrão diz ainda não entender a negociação fei-ta “sobre o joelho e à reve-lia” de deliberações anterio-res durante os 30 minutos em que a AMV foi suspensa para voltar a reunir o gru-po de trabalho. O Jornal do Centro sabe que durante

essa reunião o presidente da Câmara, Fernando Ruas tentou alertar para a neces-sidade de travar a aprovação da proposta, assim como ou-tros membros do PSD, mas sem sucesso.

Na exposição, o presiden-te da Junta lembra aos par-lamentares que a Fregue-sia de Repeses é recente e avança com números para provar que a desanexação de Ranhados em 1993 per-mitiu um “grande desenvol-vimento” naquela zona do concelho.

O presidente de Boaldeia, António Neves (PSD), outra autarca que se manifestou contra a reforma na AMV, vem hastear uma bandeira negra na sede da junta a pro-testar a deliberação.

Na reunião de sexta-fei-ra , o presidente da Junta de Freguesia de Abraveses, Jorge Mota (PSD) também discordou da proposta do PSD porque esta implica que o concelho de Viseu fi-que com uma única fregue-sia urbana, que integrará

“um quarto da população, em dois por cento do territó-rio”. “Qualquer especialista em demografia sabe bem as consequências nefastas que trará a prazo”, alertou.

Ao contrário do que de-fendeu Manuel Teodósio (ver caixa abaixo), o deputa-do do PS, João Paulo Rebelo, considerou que a proposta do PSD “não é nenhum mal menor, é a pior opção, a que menos defenderá os interes-ses de Viseu”.

O deputado do BE, Carlos Vieira disse estar “contra qualquer proposta de alte-ração” da atual organização administrativa do concelho defendendo desde o início que a população local devia ser ouvida.

Estas decisões demons-tram que embora a Assem-bleia Municipal de Viseu te-nha aprovado uma proposta de reorganização do con-celho de Viseu, o pro-cesso está longe de ser consensual

Presidente da Junta de Repeses contesta proposta de reorganização de Viseu junto da ARAssembleia Municipal ∑ Deliberação aprovada reduz a divisão do concelho de 34 para 25 freguesias mas gera muita contestação

tendo, pela primeira vez, aparecido um PSD dividi-do, com muitas vozes con-tra o que levou a reunião da AMV a estender-se por quatro horas.

Emília [email protected]

∑ Mais de dois ter-ços dos municípios não se pronunciaram sobre a agregação das freguesias.

Nacional

∑ Dia 27 de outubro, a Plataforma Nacional Contra a Extinção de Freguesias (PN-CEF) promove uma ação de protes-to em vá-rias cida-dos do país.

Jornal do Centro19 | outubro | 201212

Page 13: Jornal do Centro - Ed553

VILA NOVA DE PAIVA | TONDELA | SÁTÃO | TONDELA | REGIÃO

O Auditório Carlos Paredes, em Vila Nova de Paiva, vai receber o “XIII Encontro de Co-municação Autárquica”, no dia 25 de outubro, quinta-feira.

O programa conta com três painéis pertinentes e de qualidade superior e oradores de renome que irão debater “o impacto das tecnologias informa-tivas e da comunicação contemporânea no siste-

ma social”, “boa imagem dispensa protocolo?” e “projetos culturais: es-tratégias e desafios”.

A sessão de abertura, marcada para as 09h30, estará a cargo de José Morgado, presidente da Câmara de Vila Nova de Paiva.

Luísa Roseira, do Con-selho Regulador da En-tidade Reguladora para a Comunicação Social, o jornalista Hernâni de

Carvalho, Cristina Fer-nandes, consultora e formadora em protoco-lo, eventos e imagem e Paulo Sérgio Pais, ad-ministrador executivo da “Feira Viva”, são al-guns dos nomes mais sonantes do “XIII En-contro de Comunicação Autárquica”.

O encontro nacional encerra às 17h00.

Tiago Virgílio Pereira

“XIII Encontro deComunicação Autárquica”Vila Nova de Paiva∑ Painéis e oradores de qualidade

reunem-se no Auditório Carlos Paredes

Aprecatar

Opinião

Os vinhos já se encon-tram correctamente aco-modados nas pipas, nos tonéis ou nas cubas. A azáfama das vindimas findou e muitos crêem que as preocupações ter-minaram. Puro engano. A partir deste momento é indispensável desen-volver um conjunto de acções para preservar o vinho em condições de ser amplamente desfru-tado. Estes cuidados de-vem desde logo começar pela primorosa e irrepre-ensível higiene a perpetu-ar na adega.

Finda a fermentação, quer ela tenha decorri-do de modo controlada ou não, de forma espon-tânea ou não, provida de correcções e desinfec-ções ou não, o vinho já está feito.

Neste período, o ar é o maior inimigo do vinho e há que procurar preservá-lo do modo mais eficaz. Assim, é recomendável atestar as cubas, colocar os batoques de fermenta-ção (anti-sépticos) e pro-curar estimular de modo célere a fermentação ma-loláctica (FML) nos vi-nhos tintos, impedindo-a de ocorrer nos brancos.

Estes procedimen-tos passam, entre outras condições, por manter a adega a uma temperatu-ra ambiente de 15ºC, pro-mover correcções da aci-dez (com ácido tartárico), mantendo o sulfuroso num valor que favoreça a sua ocorrência ou não. Neste espaço já referimos a quantidade a adicionar deste precioso e indispen-sável auxiliar aquando da vinificação. No entanto, a questão poderá nesta al-tura ser sempre colocada. Digo mais, deve. O vinho está protegido? A fermen-tação (FML) pode ocorrer em que condições?

Estas correcções têm o propósito de estimular a fermentação maloláctica (FML), indispensável à es-tabilização microbiológi-

ca dos vinhos tintos, per-mitindo o início da sua ampla degustação. Em condições ideias, a prova tem início em Novembro pelo São Martinho ou em Março, no caso de Outo-nos e Invernos frios. Nes-sa altura o vinho já está

“liso”, pronto a beber.A f im de evitar sur-

presas desagradáveis, aquando da abertura do pipo ou da cuba onde se encontram os vinhos que laboriosamente criaram, é indispensável ir verifi-cando ao longo do tempo o seu estado de conserva-ção. Após a encubada dos vinhos (deitar na cuba) é recomendável e desejá-vel efectuar uma análise completa para determi-nar o seu estado de con-servação, sensorial e sa-nitário.

Procurando dar respos-ta a muitas das questões que por vezes são colo-cadas, importa conhecer os parâmetros a avaliar. Sem querer entrar num exame técnico e moro-so, importa dominar: o teor alcoólico, a acidez total e pH, a massa vo-lúmica, o sulfuroso total e livre, bem como a aci-dez volátil. Estes dois úl-timos parâmetros permi-tem aferir, não só o modo como a fermentação de-correu, mas fundamental-mente o seu actual estado de conservação, impedin-do eventuais alterações, ditando ainda as suas condições sanitárias.

Depois de determina-dos estes parâmetros pro-curem, se assim o enten-derem, respeitar os trata-mentos que normalmente acompanham o boletim ou consultem um técni-co para aclarar as futuras acções a adoptar.

Deixo como eventual sugestão a prova regular e periódica dos vinhos com o propósito de de-tectar, apurar e acurar as alterações que estão a de-correr.

Previnam-se.

Rui CoutinhoTécnico Superior Escola Superior Agrária de Viseu

[email protected] A Evento realiza-se no dia 25 de outubro, a partir 09h30

Publicidade

JULGADATondela. O início do julga-mento da florista Cidália Calheiros, 49 anos, acusada do homicídio da tia Maria Cília de Sousa, 69 anos, na sexta-feira, no Tribunal de Tondela, ficou marcado por insultos à arguida e à famí-lia, por populares que acom-panharam a sessão e enche-ram a sala de audiências. Se-gundo a acusação, a florista perseguiu a tia até junto das escadas, meteu-lhe as mãos na cara e arranhou-a. De-pois, lançou as mãos ao pes-coço da vítima e apertou-o com força, até aquela ficar com falta de ar, desfalecer e cair morta.

MORTESátão. Um casal de vende-dores ambulantes naturais de Alvite, Moimenta da Bei-ra, morreu na segunda-feira, de manhã, quando a carri-nha onde seguiam se despis-tou contra o muro de betão de uma ponte, na EN329, nos arredores de Sátão. ”As víti-mas ainda tinham sinais vi-tais, mas não resistiram aos graves ferimentos sofridos”, disse um elemento que pres-tou socorro a Adérito Ribeiro Carvalho, de 59 anos, condu-tor do veículo, e à sua mulher, Maria Dolores Clemêncio, de 55 anos. As causas do aciden-te são ainda desconhecidas. Sabe-se que a viatura saiu da via para a berma esquerda, galgou a proteção metálica e foi embater “com grande vio-lência” num muro. A GNR está a investigar o caso.

MORTETondela/S. Pedro do Sul. Dois acidentes com tratores resul-taram em duas mortes, na terça-feira. Um na localida-de de Pindelo dos Milagres, em S. Pedro do Sul, às 14h50. Amadeu Ferreira, 61 anos, conduzia um trator e, ao ten-tar desviar-se de um veículo pesado, caiu numa ribancei-ra. Cerca de 40 minutos de-pois, na localidade de Couço de Mouraz, em Tondela, Luís Br s, 46 anos, capotou o tra-tor agrícola em que seguia. O veículo tombou para o lado e o condutor ficou imobilizado junto da máquina.

Jornal do Centro19 | outubro | 2012 13

Page 14: Jornal do Centro - Ed553

educação&formação

A Escola Profissional de Tondela procedeu à aber-tura oficial do ano letivo 2012/2013, no auditório da ACERT. O evento que reuniu centenas de alunos

teve como objetivo dar as boas-vindas ao novo ano escolar, apesar das aulas terem iniciado em setem-bro, e premiar o melhor aluno do ano transato. A

direção da escola decidiu entregar ao aluno um che-que no valor de 500 euros, de forma a incentivar ou-tros alunos a ter melhor prestação. TVP

Profissional de Tondela abre 2012/2013

O Instituto Politécnico de Viseu (IPV) esteve em des-taque na 9ª edição do con-curso “Poliempreende”. Para além de ter sido pal-co da cerimónia de encer-ramento, arrecadou o pri-meiro prémio na categoria regional e ficou em terceiro lugar a nível nacional.

Cigarrete butts Recycla-ble, que significa reciclagem de pontas de cigarro, foi a ideia empreendedora ven-cedora a nível regional. Os mentores são Johnny Reis, 30 anos, natural de Águeda, estudou no Insti-tuto Politécnico de Viseu e estabeleceu-se na terra de Viriato. É engenheiro do ambiente. Romeu Videira, 43 anos, natural de Pinhel, vive em Viseu e é investi-gador na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Dou-ro, já foi docente no IPV. E Alexandra Tavares, 31 anos, natural de Estarreja, vive em Viseu e é gestora.

“A ideia base passa pela reciclagem das pontas dos cigarros, depois de fumadas. Os objetivos são retirar a ni-

cotina que ficou concentra-da e recuperar o acetato de celulose para transformar, ambos os produtos, em mais-valias de mercado. A nicotina vai ser transforma-da em inseticidas ecológicos e o acetato de celulose vai ser transformado numa cola que será usada como agen-te aglomerante em painéis, como penas que vão permi-tir um isolamento acústico e sonoro melhor do que qual-quer elemento no mercado”, explicou Romeu Videira. “O inseticida ainda está numa fase de desenvolvimento. A nicotina como inseticida ecológica é conhecida há mais de 700 anos, no entan-to a sua utilização tem pro-blemas como a falta de esta-bilidade temporal, o que sig-nifica que ainda estejamos a desenvolver uma tecnolo-gia à base de nano partículas para incorporar a nicotina e depois ser utilizada na agri-cultura biológica”, referiu o investigador.

Quem estava visivelmen-te satisfeito com a conquista era Johnny Reis. “É sempre

bom ter um conjunto de pes-soas que reconhecem o nos-so mérito. Os prémios são fruto de trabalho e dedica-ção e este é o exemplo per-feito disso”. E deixou uma garantia: “Não costumo ini-ciar um projeto para perder, acredito na ideia e em breve vão ter noticias nossas, estou muito confiante”.

Para já, a ideia está a ser amadurecida e as ne-cessidades financeiras

contabilizadas. No início, será necessário um finan-ciamento de dezenas ou até centenas de milhares de euros e por isso, não está acessível a um investimento próprio. “Temos uma equi-pa polifacetada, o ideal era conseguirmos um parcei-ro que nos ajudasse na par-te inicial, ficando com uma quota da empresa, que nos permitisse trabalhar duran-te dois anos sem termos ne-

cessidade de vender coisas”, sustentou Romeu Videira. Para o ex-docente do IPV, “Portugal tem bons empre-endedores mas temos falha-do em dois pontos: na pas-sagem da ideia, que surge em Politécnicos e Univer-sidades, para a empresa. E depois da empresa criada, faltam os inputs financeiros necessários para a sobrevi-vência e aposta na interna-cionalização”.

Agradado com o resultado final e com a generalidade dos projetos apresentados, Fernando Sebastião referiu como fundamental “dizer aos jovens que o mercado de trabalho está difícil, mas que é possível ter alternati-vas que passam por criar a própria empresa e, para isso, é necessário conjugar esfor-ços com entidades que quei-ram financiar com os pro-fessores que possam fazer o plano de negócio”. O pre-sidente do IPV, disse ainda que “as instituições de ensi-no superior do interior têm um papel fundamental no desenvolvimento do país

e na fixação das pessoas e, estes projetos, são o reflexo disso mesmo”. Em breve, será criada a Incubadora do Politécnico, que vai permitir aos alunos iniciar a própria empresa para depois pude-rem expandir. Segundo José Costa, vice-presidente do IPV, “o primeiro lugar a ní-vel regional e o top três a ní-vel nacional demonstra que há ideias inovadoras e com pernas para andar. Há estu-dantes com qualidade que não estão nada à rasca e que precisam de concretizar as brilhantes ideias que têm”.

Em jeito de conclusão, João Cotta, presidente da As-sociação Empresarial da Re-gião de Viseu (AIRV), falou sobre as razões que levam as pessoas a empreender.“Ou por insatisfação ou por ne-cessidade”, mas, acima de tudo, “o empreendedoris-mo tem de estar vivo e, ape-sar do momento difícil, es-tas boas ideias têm de passar para o terreno, sempre com a colaboração da AIRV”.

Tiago Virgílio Pereira

Politécnico de Viseu ganha concurso regional de empreendedorismo9º “Poliempreende”∑ Reciclagem de pontas de cigarro foi a ideia inovadora que convenceu o júri

A Johnny Reis e Romeu Videira. Dois dos três men-tores do projeto vencedor

Publicidade

Tiag

o V

irgíli

o Pe

reira

Cat

arin

a Fo

nte

Jornal do Centro19 | outubro | 201214

Page 15: Jornal do Centro - Ed553

economia

Publicidade

As novas tendências para a estação Outo-no/Inverno do Atelier Castelo e do pronto-a-vestir Preto e Bran-co vão ser conhecidas amanhã, dia 20, a partir das 21h00, na Pousada de Viseu, com um des-

file de moda intitulado “Sonhos de Outono”.

M a r i a do Ca ste lo , est i l ista e proprietá-ria do Atelier Castelo, revelou ao Jornal do Centro que acessórios

“das cores bordô, ver-de azeitona e amare-

lo mostrada” serão as mais “fashion” nesta estação.

Durante o desfile, irá atuar Angelicus Musi-cae. O grupo viseense apresenta um repertó-rio predominantemen-te clássico. Utiliza tam-

bém temas contempo-râneos revestidos de uma sonoridade muito própria. A noite encer-rará com chave de ouro pela voz da pequena mas talentosíssima fa-dista Mara Pedro.

A entrada é livre. TVP

Desfile de moda na Pousada de Viseu

A Vários convidados na inauguração do espaço

Foi no Rossio, no co-ração da cidade de Viseu, que Rio Sucos abriu portas no passa-do dia 11. Um “espaço integrado na cidade que apoia e dinamiza o centro e que procura oferecer serviços alter-nativos à restauração local”, explicou André Cabral, sócio gerente.

Este novo projecto, com um conceito dife-rente do Grupo Rio Sul, pretende oferecer aos clientes uma alimenta-ção saudável e com pre-ços atrativos.

Desde baguetes inte-grais, saladas ou os tí-picos bitoques e as fa-tias de pizza, o Rio Su-cos oferece um menu variado que se adap-ta às necessidades de cada cliente. “Pensou-se neste conceito deri-vado ao que nos rodeia, as pessoas têm cada vez mais uma vida agi-tada e dedicam pouca atenção à alimentação,

o nosso espaço ofere-ce-lhes fast food (comi-da rápida) mas ao mes-mo tempo saudável. E depois temos os turis-tas que inevitavelmen-te passam pelo Rossio e podem parar por ali e provarem os nossos sumos ou os variados menus de que dispo-mos. No fundo é o con-ceito de passar, comer e seguir”, acrescentou André Cabral.

A grande novidade são os sumos de fru-tas naturais e que ser-viu de inspiração para o nome do projeto.

Os preços praticados variam entre os dois e os seis euros, depen-dendo do que o cliente escolher.

Com uma decoração minimalista e “vestida de branco” o Rio Sucos” pretende satisfazer as delícias dos viseenses e não só.

Micaela Costa

O Rio Sucos abre portas no Rossio

A André Cabral, António Lemos, Guilherme Almeida, Fernando Ruas e Mário Cabral na abertu-ra do Rio Sucos.

15Jornal do Centro19 | outubro | 2012

Page 16: Jornal do Centro - Ed553

ECONOMIA | INVESTIR & AGIR

A edição 2012 da “Fes-ta da Castanha”, que vai ter lugar no Exposalão de Sernancelhe, nos dias 26, 27 e 28, apresenta um programa diversificado de atividades culturais e desportivas e aposta na valorização da castanha, enquanto produto funda-mental para a economia local.

Esta edição é vista como decisiva para a valorização da castanha de Sernancelhe. Pelo protocolo celebrado entre o município e a Uni-versidade de Trás-os-Mon-tes e Alto Douro (UTAD), a castanha e os castanhei-ros de Sernancelhe são ago-ra acompanhados de perto pelos técnicos, os solos são analisados, foram criados campos de ensaio e novas soluções estão a ser experi-

mentadas. Os objetivos são o combate às doenças dos soutos, mas também o au-mento da produção, man-tendo a qualidade e exclu-sividade da martaínha. É aguardada com expetativa a palestra “A Importância de cuidar o solo na saúde do souto”, marcada para o dia 27, da responsabilida-de dos professores Ester Portela e Miguel Martins, da UTAD, até porque mais de meia centena de produ-tores concelhios aderiram já aos conselhos técnicos daquela Universidade.

No interior do Exposalão vão estar mais de meia cen-tena de expositores, entre produtores e transforma-dores de castanha, juntas de freguesia e restaurantes para mostrar o melhor do concelho. TVP

“Festa da Castanha” em Sernancelhe

Doze funcionários de todas as áreas da Gara-gem Lopes, em Viseu, vão entrar em regime de “lay-off”, disse ao Jornal do Centro o presidente do conselho de adminis-tração.

“A quebra de mais de 50 por cento na venda de au-tomóveis e assistências pós-venda obrigam-nos a tomar esta, inevitável, medida. Fazemo-lo para salvaguardar os postos de trabalho”, sublinhou Octávio Soares.

O empresário lembrou que “esta situação de difi-culdades não é exclusiva à Garagem Lopes, mas do mercado automóvel em geral”. Os trabalhado-res já foram informados da situação. O Jornal do Centro sabe que não irá ser formada, para já, uma comissão de trabalhado-res. Os funcionários que vão entrar no regime de “lay-off” são vendedo-

res, gestores de vendas e mecânicos. “Não sei por-que motivo atacaram as chefias de determinadas áreas, mas temos de sa-ber lidar com a situação que não é, de todo, ani-madora”, referiu um dos funcionários visados. Os trabalhadores efetivos da Garagem Lopes são ago-ra 19.

Octávio Soares sabe

que, pelo seu historial, a Garagem Lopes “é uma referência e conhecida por todos em Viseu” e está convencido que “da-qui a seis meses, os fun-cionários possam ser reintegrados”. Contudo, os trabalhadores não es-tão confiantes. “Sabemos que é difícil voltar a tra-balhar. Se hoje está mau, daqui a seis meses esta-

rá pior”, referiu um fun-cionário que pediu ano-nimato.

Fundada em 1910, e ten-do sido o primeiro con-cessionário autorizado da Ford em Portugal, em 1924, a Garagem Lopes re-corre ao processo de “lay-off” pela primeira vez na sua história.

Tiago Virgílio Pereira

Garagem Lopes avança para “lay-off” de 12 trabalhadoresMotivo∑ Quebra de mais de 50 por cento na venda de automóveis e assitências pós-venda

A A Garagem Lopes, em Viseu, foi o primeiro concessionário autorizado Ford em Portugal

A FormaSanus – For-mação Profissional e Consultoria, tem abertas as inscrições para o cur-so de Técnico de Massa-gem e Auxiliar de Fisiote-rapia e Reabilitação Físi-ca a iniciar amanhã, 20.

O curso visa formar terapeutas e profissio-nais competentes para exercer funções como técnicos auxiliares de fi-sioterapia e técnicos de massagem.

Com a modalidade de Formação Inicial e For-mação de Qualificação presencial com estágio, tem a duração total de 462 horas e destina-se ao público em geral, ativos ou desempregados, com a escolaridade mínima obrigatória. No final o formando tem direito a

um certificado de For-mação Profissional.

A FormaSanus tem ain-da outras formações com inscrições abertas para o novo ano lectivo: Dre-nagem Linfática, Refle-xologia e Especialização em Massagem Despor-tiva e Reabilitação, entre outros.

Mais informações em www.formasanus.com MC

FormaSanus tem inscrições abertas

DR

Seja um “campeão”

Clareza no Pensamento

“Eu posso aceitar a fa-lha, todos falham em al-guma coisa. Mas eu não posso aceitar não tentar.”

Michael Jordan

A palavra campeão está associada a vence-dor, a ganhador, a resul-tados e desempenhos de excelência, no fundo é aquilo que reconhece-mos a todas as pessoas que consideramos serem bem sucedidas. Ter su-cesso na vida não signi-fica necessariamente ba-ter recordes. Ter sucesso é um sentimento interno de bem-estar, felicidade e realização pessoal, é um sentimento de auto-eficácia e adequação às situações de vida.

O campeão não sosse-ga, é um desafiador nato, é um executante de topo, está sempre a procura de desafios. Nunca se aco-moda e está constante-mente à procura de mais, inventando novas formas de fazer melhor e com mais eficácia. Foi assim com Carlos Lopes, Cam-peão Olímpico na mara-tona em Los Angeles 1984, aos 37 anos de idade.

Mas efectivamente, que características, que com-portamentos, que atitu-des deveríamos de adop-tar para sermos uns cam-peões?

VONTADE CONTÍNUA - O campeão quer saber o máximo de detalhes so-bre aquilo que faz. Escu-ta as críticas, pede opini-ões, analisa a sua perfor-mance, antecipa situações de dificuldade e prepara-se para as conseguir ultra-passar. Tudo com o objec-tivo de ir mais além.

COMBATIVIDADE PE-RANTE O FRACASSO - O campeão sabe que as der-rotas fazem parte da vida. Provavelmente como to-das as pessoas, ele detes-ta-as, evita-as, no entanto tem sangue frio suficiente para não entrar em deses-

pero nos momentos mais difíceis e duros. Ele tem sabedoria para aprender com os seus erros e, prin-cipalmente, não atribui os maus desempenhos aos outros.

AÇÕES ORIENTADAS PARA A VITÓRIA - Nem todos têm de ser campe-ões no verdadeiro sen-tido da palavra, por isso adequa-se mais falar em executantes de topo, são todas as pessoas que con-seguem elevados desem-penhos seja no desporto, nos negócios ou na vida em geral.

PAIXÃO - Todas as pes-soas que conseguiram resultados extraordi-nários são apaixonadas pelo que fazem. Na gran-de maioria da vezes estas pessoas têm dificuldade em separar o trabalho de diversão, pois estão sem-pre muito empenhadas pelo trabalho que rea-lizam. Elas sabem que existem problemas, po-rém não se fixam neles. Concentram a sua aten-ção nos seus objectivos e desenvolvem um pen-samento positivo acer-ca de si próprio e dos re-sultados que pretendem atingir.

IMPETUOSIDADE - Os campeões têm uma vontade enorme de se-guir em frente. Quando estudam, planificam, exe-cutam, emanam energia capaz de ofuscar todas as limitações. Sabem que estão sempre a viver mo-mentos de decisão.

CONFIANÇA - Perce-ba quais são as suas for-ças, que características tem que o diferenciam? Avance, percorra o ca-minho e dirija-se para a meta, não pare, force-se a impor um ritmo nas ac-ções, relembre-se daquilo a que se propôs.

Tornem-se os campeões da vossa própria vida!

(http://clarezanopensamento.blogspot.com)

Paloma CabañasDir. Recursos Humanos, Huf Portuguesa, Lda.

Docente da cadeira de Gestão de Recursos Humanos IPV

16 Jornal do Centro19 | outubro | 2012

Page 17: Jornal do Centro - Ed553

Publicidade

suplementoAquecimento & Climatização

A nossa casa, o local de trabalho ou simplesmente um espa-ço público fechado, são os locais que mais frequentamos no nosso dia-a-dia. Em qualquer um deles o conforto e o ambien-te são fundamentais para que possamos relaxar ou trabalhar com mais qualidade. Então nestes dias que se avizinham frios, o aquecimento de qualquer espaço é imprescindível. E é aqui que várias questões nos começam a surgir no pensamento:

“Qual a melhor solução de aquecimento e climatização?”, “Qual é o mais sustentável?”, “Qual é o mais económico e eficiente?”. Para lhe ajudar nesta escolha e para que tenha um Inverno mais quente e confortável apresen-tamos-lhe várias soluções.

Conforto e bem-estar

Textos: Micaela CostaGrafismo: Marcos Rebelo

ESTE SUPLEMENTO É PARTE INTEGRANTE DO SEMANÁRIO JORNAL DO CENTRO, EDIÇÃO 553 DE 19 DE OUTUBRO DE 2012 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE.

Page 18: Jornal do Centro - Ed553

SUPLEMENTO | AQUECIMENTO & CLIMATIZAÇÃO

Publicidade

O conforto térmico de um espaço é fundamental para a qualidade de vida de quem o utiliza. Muitas vezes a escolha recai nos sistemas de climatização que regulam a temperatura e a humidade do am-

biente interior. No mercado da climatização, exis-tem várias opções, no que diz respeito aos sistemas que proporcionam frio ou calor. É importante que a escolha do melhor sistema de climatização co-

meçe na construção, quando isso não é possível a climatização de um espaço implica que se recorra a equipamentos de energias renováveis, electricida-de ou gás.

Ideias e soluções

Solar térmicoOs painéis solares são uma boa opção de investi-

mento para o aquecimento das águas de uma casa mas, se o intuito é aquecer o ambiente, o investi-mento passa a ser maior, uma vez que são necessários mais painéis. Se a intenção é o aquecimento do ambiente deve ser feito com um sistema de piso radiante, pois ao contrário dos radiadores, não ne-cessitam de água tão quente.

Publicidade

AQUECIMENTO CENTRAL

CANALIZAÇÕES

AR CONDICIONADO

ENERGIA SOLAR

ASPIRAÇÃO CENTRAL

PISO RADIANTE

REMODELAÇÃO DE INTERIORES

Tel / fax 232 084 232 - 964 007 698 e.mail: [email protected]

Sistemas de energias renováveis:

BiomassaAtravés de lareiras com recuperador de calor ou sistemas a pellets. Relativa-

mente à primeira opção, lareiras fechadas, há um consumo racional e con-trolado da madeira o que possibilita economizar a matéria-prima e tem uma irradiação de calor superior às de lareira aberta. A segunda, per-mite a utilização de pellets (granulado da madeira, produzidos a par-tir dos desperdícios resultantes da limpeza de florestas e das sobras da indústria da madeira). Ambos os sistemas podem ser utilizados no aquecimento da divisão onde o sistema está colocado ou em ou-tras divisões, através de tubagens.

Solar térmico + BiomassaUm sistema misto que possibilita aquecer as águas

sanitárias no verão, através dos painéis solares, e no inverno o painel contribui para o aquecimento da ha-bitação, com o pré aquecimento da água, que depois

circula com o sistema a biomassa que funciona com radiadores ou piso radiante - este último com um con-

sumo energético mais baixo, que os radiadores.

Bomba de calor geotérmicaEmbora as bombas de calor geotérmicas não

sejam sistemas que utilizam energias renováveis, pois precisam sempre de energia eléctrica para funcionarem, tornam-se uma solução a considerar

devido aos elevados rendimentos energéticos que estes equipamentos atingem. São sistemas que utili-

zam a temperatura estável do subsolo e/ou lençóis de água para aquecerem ou arrefecerem o espaço.

Piso radianteEste tipo de aquecimento é uma boa solução para qual-

quer espaço, desde habitação, empresas, escolas, entre outros. Confere um grande conforto térmico, mantendo uma temperatura uniforme e distribui o calor. A sua co-locação é discreta uma vez que é imersa na argamassa, é um aquecimento invisível e pode ser colocado em qualquer tipo de piso, tijoleira, madeira, alcatifa, ou outros. Proporciona um ambiente agradável, a temperatura é controlada através de termóstato, ficando assim li-vre de temperaturas elevadas que possam causar queimaduras. Dentro do piso radiante pode optar por piso radiante eléctrico ou piso radiante hidráulico. A colocação deste tipo de equipamento é aconselhada nas casas ainda em cons-trução ou nas que estão em fase de remodelação, devido à instalação de toda a estrutura por baixo do pavimento da habitação.

¼ Um sistema solar térmico corretamente dimensionado permite poupar, em média, mais de 70% da energia?

¼ O sistema a biomassa é pouco poluente e não emitindo dióxido de carbono?

¼ O piso radiante permite uma temperatura uniforme entre os 21 e os 25ºC?

¼ Com a energia geotérmica pode poupar aproximada-mente 55% do valor habitual?

Sabia que...Sabia que...

?

Jornal do Centro19 | outubro | 201218

Page 19: Jornal do Centro - Ed553

AQUECIMENTO & CLIMATIZAÇÃO | SUPLEMENTO

Sistemas de climatização tradicionais

Aparelhos móveisExistem vários tipos de climatização tradicionais como é o caso dos irradiadores a óleo, irradiadores

de infravermelhos, convetores, termoventiladores, aquecimento de halogéneo, braseiras e escalfle-tas e aquecedores a gás e todos eles, à exceção do último mencionado, têm um consumo energético semelhante e consomem na proporção direta à sua potência.

Aparelhos fixos

Sistema central (gás ou eléctrico)

Quanto a este modelo de aquecimento é im-portante que se avalie a localização de apli-cação dos aparelhos na casa, para que se tire maior partido do mesmo. A colocação des-tes equipamentos requer alguma logística, os radiadores devem ser montados nas paredes exteriores, normalmen-te abaixo das janelas – que não podem ter inf i lt rações de ar, para além das neces-sárias à renovação do ar. Os emissores (radiadores), são afi-xados na parede.

Acumulador de calor Se tem um tarifário bi-horá-

rio este pode ser um bom sis-tema de aquecimento para a habitação uma vez que acu-mula calor e torna-se assim mais económico. Não preci-sa de pré-instalação e liga-se à tomada.

Existem os acumuladores estáti-cos que são mais adequados para habitações com necessidades permanentes de aquecimento e sem perdas de calor e os dinâmicos que possuem uma regulação maior que os estáticos, tem um peque-no ventilador que provoca a movimentação de ar, recomendados para salas ou escritórios.

No entanto há que ter em atenção a utilização destes aparelhos, pois o uso de vários pode neces-sitar maior potência contratada, ao distribuidor de electricidade, causando assim mais custos.

Ar condicionadoAlguns destes aparelhos têm uma dupla funciona-

lidade, tanto produzem ar quente como ar frio, nem sempre fazem renovação de ar e por isso é necessário um bom sistema de filtragem para que se preserve a qualidade do ar.

Existem vários modelos de ar condicionado e uns são mais económicos que outros, o coeficiente de de-sempenho (COP), traduz a relação entre a energia produzida pelo aparelho e a energia absorvida para o efeito, a grande maioria tem um COP superior a 3 e quanto maior for este valor, melhor é a sua eficiência energética.

Pode optar por um aparelho fixo, que carece de colocação nas pare-des ou então os móveis que pode levar para qualquer divisão, mas que requer um tubo extensor que deve ser acoplado a uma ja-nela ou a um espaço exterior.

Jornal do Centro19 | outubro | 2012 19

Page 20: Jornal do Centro - Ed553

SUPLEMENTO | AQUECIMENTO & CLIMATIZAÇÃO

Publicidade

O Grupo ENAT - Ener-gias Naturais tem uma larga experiência no pa-norama da climatização e energias renováveis em Portugal. A actividade da empresa desenvolve-se em torno das energias na-turais, baseando-se essen-cialmente na comerciali-zação e instalação de equi-pamentos que aproveitem a energia proveniente da terra, do ar e do sol. Com cerca de uma dezena de delegações espalhadas pelo país, a ENAT aposta nos produtos de qualida-de e que tragam benefícios aos clientes na certificação energética, bem como na poupança económica dos gastos necessários ao uti-lizador.

Orlando Portinha, En-genheiro e responsável pela delegação de Viseu, acredita que “a aposta nes-te tipo de energia é uma mais-valia. O combustível

fóssil começa a tornar-se incomportável, o ambien-te precisa de práticas sus-tentáveis e apesar de o in-vestimento ser grande em relação aos equipamentos tradicionais o retorno é sa-tisfatório.”

As energias renováveis apresentam várias gamas de produtos, que devem ser escolhidas tendo em conta a necessidade do cliente e sobretudo a logística técni-ca. Os preços são também diferentes e oscilam conso-ante o equipamento que se pretende. Orlando Portinha destaca alguns exemplos “o sistema de recuperador de calor é uma gama com cus-tos mais baixos, no entan-to satisfaz termicamente e é rentável, embora neces-site de algum trabalho em termos de manutenção. Os sistemas de biomassa a pel-letes são também relativa-mente acessíveis, situam-se numa gama intermé-

dia na relação qualidade – preço. As bombas de ca-lor são por excelência uma boa opção, sistemas com uma manutenção pratica-mente inexistente e com um coeficiente de rendi-mento elevado, sendo que neste caso é necessário despender mais algum di-nheiro no investimento. Temos também os painéis solares fotovoltaicos, tér-micos e termodinâmicos, estes têm como finalidade a produção de electricida-de, aquecimento de águas sanitárias e aquecimento central. “

Para quem está a pen-sar recorrer aos sistemas de energias renováveis, a ENAT disponibiliza várias soluções, a equipa de pro-fissionais desloca-se ao lo-cal e avalia as condições de viabilidade técnica e eco-nómica, dando assim a me-lhor aplicabilidade ao in-vestimento do cliente.

ENAT aposta nas energias naturaisPanéis fotovoltaicos instalados até ao final de 2011

19.000Números

Painéis termodinâmicos

9300 m2

Geotermias84

Aerotermias223

Painéis solares térmicos

6240 m2

Piso radiante.

61.000 m2

Jornal do Centro19 | outubro | 201220

Page 21: Jornal do Centro - Ed553
Page 22: Jornal do Centro - Ed553

desportoVisto e Falado

Vítor [email protected]

Cartão FairPlay Viseu tem uma equipa a

comandar a 2.ª divisão na-cional, Centro: Clube Des-portivo de Cinfães. Come-çar bem um campeonato é meio caminho andado. O CDC traçou como objetivo a permanência e nada me-lhor que amealhar já pontos que o permitam o mais rá-pido possível. Depois tudo será possível.

Cartão FairPlay O “ m á g i c o ” d o

Académico voltou a resol-ver no Fontelo. Rui Santos teima em fazer história. Nem as lesões que tem tido ao longo da carreira o im-pedem de responder bem, sempre que é solicitado a fazê-lo. O último resistente de uma geração de futebo-listas de Viseu que orgulha os viseenses. Marcou dois golos e foi decisivo na revi-ravolta do resultado.

Cartão FairPlay Jorge Matos sagrou-se

campeão Nacional de Ma-ratona de Montanha no Es-calão de M40. O atleta de Ranhados nunca deixou de acreditar mesmo depois de várias dificuldades e le-sões. Parabéns!

Visto

FUTEBOLCinfães

RUI SANTOSAcadémico de Viseu

ATLETISMOJorge Matos

Publicidade

A Segundo golo do Académico (reviravolta) foi muito festejado, dentro e fora do relvado

Futebol - II Divisão B

Entrar a dormir e sair bem acordadoAcadémico ∑ Vitória (3-1) frente ao Pampilhosa Cinfães ∑ Liderança da série Centro

O Académico de Viseu regressou às vitórias. Venceu o Pampilhosa por 3 a 1 com dois golos de Rui Santos e um de Hélder Rodrigues.

Não que sem antes te-nha pregado um susto dos grandes aos adep-tos nas bancada. A equi-pa entrou “sonolenta” com um futebol apático e desgarrado, sem con-seguir uma jogada com princípio, meio e fim.

A p r o v e i t o u o Pampilhosa, sem que tenha feito muito para o merecer, para se adian-tar no marcador.

O intervalo chegou, sem que a primeira par-te deixasse saudades en-tre os academistas.

Foi na segunda parte

que a equipa de Carlos Agostinho finalmente deu um ar da sua graça, embalando para uma vitória justa e sem mar-gem para dúvidas so-bre qual das equipas era mais forte.

Importa va lor iza r o que a equipa conse-guiu na segunda meta-de, onde jogou muito, e bem, sobretudo pelos flancos, onde encontrou a chave para a vitória.

Importa também, e so-bretudo, não esquecer uma primeira parte apá-tica que frente a um ad-versário mais poderoso que o Pampilhosa, po-deria ter causado sérios danos no resultado final aos homens da casa.

Foi , de facto, uma

segunda metade em tudo diferente, com o Académico a conse-guir mais velocidade no jogo, evidenciando as li-mitações da equipa do Pampilhosa, acabando por conseguir a revira-volta no marcador com dois golos de Rui San-tos - entrou ainda na primeira parte pra o lu-gar de Álvaro - , muito iguais, aproveitado duas jogadas pelo lado direito do ataque para rematar, à entrada da área, de for-ma perfeita.

E m v a n t a g e m o Académico não permi-tiu veleidades ao ad-versário, nem quando o Pampilhosa procurou o jogo directo com a en-trada de duas “traves”

para a frente.A “machadada” final

no jogo foi o aproveitar de um brinde da defe-sa do Pampilhosa com Hélder Rodrigues a iso-lar-se e a colocar, com um toque subtil, a bola sobre o guarda-redes ad-versário.

C o m o t r i u n f o o Académico subiu ao sé-timo lugar com 7 pon-tos, mas menos um jogo disputado. Já o Cinfães é agora l íder com 1 1 pontos. Venceu o Bus-telo por 4 a 1 e aprovei-tou o empate sem golos do Coimbrões frente ao Sousense, para se iso-lar no comando da série Centro.

Gil Peres

ATLETISMO REGIONAL DE FUNDO EM SILGUEIROSNo domingo, dia 21 de ou-tubro, vai decorrer em Sil-gueiros mais uma edição do Campeonato Regional de Fundo da Associação de Atletismo de Viseu. Numa organização da Associação Cultural e Desportiva de Silgueiros, a prova tem uma distância de 15 quilómetros e está aberta aos escalões competitivos de seniores – masculinos e femininos – e ainda de veteranos. O início está marcado para as 10h00, e leva os atletas num percurso que passa pelo Areeiro, Bela Vista, Loureiro, Pindelo, Ramal de Passos, Passos, cruza-mento de Parada de Gonta e Lages.

BTT TUDO DECIDIDOEM CASTRO DAIREMichel Machado do BTT Seia conquistou o título da Maratona na edição de 2012 do Up And Down organi-zado pelo Inatel de Viseu. À entrada para a sétima e derradeira etapa, em Cas-tro Daire, Michel Machado tinha uma vantagem im-portante, mas não facilitou e venceu também a etapa. Na classificação feminina da Maratona, Flávia Lopes, do Vasconha BTT, somou a sexta vitória consecutiva em etapas e conquistou o troféu. Na prova da Meia-Maratona, o título foi para Carlos Nascimento, do Ser e Parecer Team, que em Castro Daire se limitou a gerir a vantagem para conquistar o título. Em femininos a vencedo-ra do Troféu Up And Down 2012, na Meia-Maratona, foi Catarina Machado, do Dá Gás de Mangualde.

Gil

Pere

s

Jornal do Centro19 | outubro | 2012

22

Page 23: Jornal do Centro - Ed553

MODALIDADES | DESPORTO

Publicidade

Futsal - II Divisão Nacional

Viseu 2001 e

AJAB lideram

na Série A

Há duas equipas de Viseu na frente da série A da II Divisão Nacional de Futsal.

Viseu 2001 e Associa-ção Juvenil Abel Bote-lho, de Tabuaço, vence-ram na primeira jornada do campeonato e repar-tem a liderança da clas-sificação com mais três formações.

O Viseu 2001, que en-tra na época com aspi-rações aos primeiros lu-gares, e memso discutir uma eventual subida, foi

até Macedo de Cavalei-ros para defrontar o Ma-cedense, equipa que no seu reduto é sempre um “osso difícil de roer”.

O jogo terminou com a vitória do Viseu 2001 por 4 a 3, com Valter Canho-to e Claudinho, mais re-cente reforço da equipa, a bisarem na partida.

Até aqui tudo normal, menos o que se terá pas-sado no final da partida. Os viseenses, em comu-nicado, acusam os adep-tos do Macedense de in-

sultos racistas durante o jogo ao guarda-redes Nil-ton, de agressões a diri-gentes e jogadores no fi-nal do jogo, e de apedre-jamento ao autocarro.

A direcção do Viseu 2001 pondera avançar com queixas nas auto-ridades competentes, adiantando ainda que vai também levar o caso até à federação.

Quanto à AJAB de Ta-buaço, nesta estreia na II Nacional, recebeu a equi-pa do Vale de Cambra.

A Viseense venceram em Macedo de Cavaleiros

O D e s p o r t i v o d e Tondela, pela voz do seu presidente, Gilber-to Coimbra, não poupa críticas à arbitragem de Vasco Santos no jogo do passado fim-de-sema-na, frente ao Feirense, em partida antecipada da 10ª jornada da II Liga Profissional de Futebol.

Em comunicado, Gil-berto Coimbra, presi-dente do clube, lembra que o Tondela se tem pautado pela modera-ção e pela ausência de críticas às arbitragens nos anteriores jogos da época, mas agora che-gou a vez de dizer “bas-ta”.

E m c a u s a , d i z e m os tondelenses, estão dois lances passíveis de grande penal ida-de na área do Feiren-

se, um dos quais já nos descontos, e que Vasco Santos não apitou. Diz o Tondela que “por falta de coragem” do árbitro da partida. As críticas e acusações são funda-mentadas com recurso às imagens que fez da partida.

Ainda no Tondela é notícia a confirmação da ausência de Jô até ao final da época. A le-são sofrida no Restelo provocou rotura de li-gamentos no joelho e obrigou a operação. O tempo de recuperação aponta para seis me-ses.

O Tondela que joga e s t e s á b a d o , p e l a s 17h00, no Bonfim fren-te ao Vitória de Setúbal. Jogo da III Eliminatória da Taça de Portugal. GP

Futebol

Tondela critica arbitragem

II DIVISÃO NACIONAL FUTSALSÉRIE A

2ª jornada (20 Out)

Lameirinhas - AJAB

Viseu 2001 (21/10 - 17h00) ADR Mata

II DIVISÃO NACIONAL FUTSAL

2ª jornada

Série B (20 Out)

S. M. Mouros Abeira Douro

Rio Moinhos - Leça

Série C

ABC Nelas - Caldas

Jornal do Centro19 | outubro | 2012

23

Page 24: Jornal do Centro - Ed553

O concelho de Mortágua tem uma grande tradição neste desporto, que vem dos tempos do mítico TAP Rallye de Portugal, inte-grado no Mundial de Ralis (WRC) e só lamentamos que o Rali de Portugal tenha dei-xado o norte do país para ir para o sul, quando de facto está provado que é a norte que há mais público e en-tusiasmo à volta deste des-porto. Aliás, acho que é tem-po dos municípios da região unirem vontades e esforços no sentido de fazer regressar o Rali de Portugal ao seu lo-cal de eleição e da nossa par-

te estamos disponíveis para integrar essa plataforma.

É sabido que o concelho de Mortágua possui condi-ções únicas para a realização deste tipo de evento despor-tivo, porque temos uma rede de caminhos florestais mui-to extensa, mais de 1300 Km, como também temos uma rede pavimentada muito ex-tensa e bem conservada, que resulta do facto de sermos um concelho com 250 Km2 e 92 povoações.

Tem sido estratégia do Município promover e va-lorizar as condições endó-genas do território, de uma

forma harmoniosa, procu-rando compatibilizar as di-mensões económica, so-cial, ambiental, desportiva e lúdica.

O Rali de Mortágua é o exemplo disso mesmo. Tra-ta-se de um cartaz que pro-move o concelho a nível nacional e contribui para a afirmação do concelho, mas também da região, como pal-co privilegiado do desporto automóvel. Por outro lado, é um evento que traz muita gente a Mortágua. Estamos a falar de centenas de pessoas, entre pilotos, organização, equipas de assistência, fotó-

grafos, jornalistas, pessoas que acompanham os pilotos, que aqui permanecem dois, três ou mais dias, consoante as situações. Finalmente te-mos os milhares de pessoas que vêm assistir ao desenro-lar da prova. A presença des-tes milhares de pessoas tem um impacto significativo na economia local. A título de exemplo, durante os dias do Rali e até nos dias antece-dentes, as nossas unidades de alojamento e restauração ficam normalmente lotadas. Naturalmente que há ou-tros setores do comércio lo-cal que beneficiam também

com esse acréscimo de mo-vimento. A Câmara Muni-cipal quando faz este esfor-ço financeiro tem em conta todo esse retorno para a eco-nomia local, que no contexto atual do país, tem uma im-portância ainda maior.

Deixo o convite a to-dos para que venham a Mortágua ver o Rali, incluin-do a Super-Especial notur-na, que é uma novidade para muita gente e um espetáculo diferente, aproveitando ao mesmo tempo para sabore-ar a nossa gastronomia e co-nhecer as nossas belezas na-turais.

Rali Mortágua 201219 e 20 de Outubro

É um Rali de Mortágua re-novado, e adaptado à realidade dos tempos, o que hoje sai para a estrada com a Super Especial noturna que abre a edição des-te ano.

Racionalizar meios e minorar os custos, estiveram no pensa-mento dos responsáveis do Clube Automóvel do Centro, que assim mexeram com alguma profundi-dade na estrutura da prova, mais uma vez pontuável para o Cam-peonato de Portugal de Ralis, Campeonato Regional do Cen-tro e Taça de Portugal, Campeo-nato de 2 Litros 2 Rodas Motrizes, e Troféu Nacional de Clássicos.

A Super Especial, a abrir, é o retomar dos primórdios do rali, esperando a organização levar até ao local milhares de espec-tadores que sempre fazem ques-tão de marcar presença nesta classificativa.

No sábado, tudo se decidirá com as duplas passagens em seis Especiais de Classificação, das quais apenas Mortágua se man-tém do figurino do ano passado.

É assim um rali com novida-des ao nível dos troços escolhi-dos, o que representa um alician-

te extra para a prova.Competitivamente, se no Na-

cional Absoluto de Pilotos Ricardo Moura chega a Mortágua já com o título “no bolso”, no demais há ain-da muita coisa por decidir.

Nos 2L/2RM, Ivo Nogueira está bem colocado para alcançar o tri, com Renato Pita e Pedro leal na expectativa. Na Taça de Portu-gal, Vítor Pascoal está a um curto passo do título, e pode sair cam-peão de Mortágua. Já no Regional do Centro, luta animada na frente com três pilotos na disputa pelo

título: Luís Mota, Fernando Teo-tónio e Daniel Nunes vão decidir tudo em Mortágua, última prova do regional.

Quanto a pilotos de Viseu, João Leonardo/Nuno Costa mar-cam presença com o Skoda Feli-cia KitCar.

Depois de um experiência em Aguiar da Beira e dos problemas no Mesão Frio, Mortágua será o primeiro verdadeiro teste para o novo carro do piloto viseense.

Gil Peres

Campeonato de Portugal de Ralis

Rali de Mortágua renovado, e mais económicoDecisões ∑ Nacional Absoluto decidido, atenções no 2L/2RM e no Regional Centro Novidades ∑ Novas Especiais de Classificação

textos e fotos ∑ Gil Peres

DR

especial

Mortágua é um concelho com tradição no desporto automóvelOpinião

AFONSO ABRANTESPresidente da Câmara

Municipal de Mortágua

A Ricardo Moura A Ivo Nogueira

A João Leonardo

Page 25: Jornal do Centro - Ed553

RALI DE MORTÁGUA | ESPECIAL

LISTA DE INSCRITOSCAMPEONATO PORTUGAL DE RALISRicardo Moura António Costa Mitsubishi Lancer Evo IXMiguel Barbosa Justino Reis Mitsubishi Lancer Evo IXPedro Peres Tiago Ferreira Mitsubishi Lancer Evo IXPedro Meireles Mário Castro Subaru ImprezaJoão Silva Hugo Magalhães Renault Clio R3Ivo Nogueira Nuno Rodrigues Silva Citroen DS3 R3Pedro Leal Redwan Cassamo Citroen Saxo S1600Paulo Neto Vitor Hugo Citroen DS3 R3Renato Pita Alberto Silva Renault Clio R3Ricardo Marques Paulo Marques Citroen C2 R2 MaxVitor Calisto Joaquim Batalha Citroen Xsara 2.0 16V

Taça de PortugalVitor Pascoal Luis Ramalho Mitsubishi Lancer Evo VIIArmindo Neves Bernardo Gusmão Mitsubishi Evo VIILuis Mota A lexandre Ramos Mitsubishi Lancer Evo IVDaniel Ribeiro Jorge Carvalho Opel Corsa OPCCarlos Fernandes Fábio Vicente Citroen C2 R2 MaxDaniel Nunes Daniel Amaral Mitsubishi Lancer Evo VIRaúl Aguiar P edro Pereira Mistubishi Lancere EVO IVCarlos Cruz Paulo Santos Peugeot 206 RCJosé Vieira Hugo Rodrigues Carisma EVO VFern. Teotónio Luis Morgadinho BMW 325 IJoão Soares João Barata Citroen SaxoAndré Portugal Pedro Colaço Mitsubishi Lancer Evo IIIPaulo Carvalheiro Marco Cordeiro BMW M3Paulo Correia Mitsubishi Lancer Evo VIRicardo Coelho Daniel Pereira Toyota StarletJoão Leonardo Nuno Costa Skoda Felicia Kit Car

Troféu Nacional ClássicosCarlos Neves João Reis Datsun 1200

Publicidade

RALI DE MORTÁGUA 2012

ONDE VER (COOR-DENADAS GPS)

A parte competitiva do Rallye de Mortágua será constituída pela já refe-rida Super Especial de Mortágua, com 1,86 Km

junto às rotundas de Vale de Açores , e no dia seguin-te pela dupla passagem em 3 Provas Especiais (PE’s) em piso de Asfalto: Mortágua – 15,39 Km (que terá po seu inicio junto à povoação de Caporrosinha e terá o seu final perto da EN 234), So-brosa com 20,65Km (à volta

da serra de Espinho, sendo o seu início junto ao cruza-mento entre a povoação de Meligioso e Trezoi a Norte da EN 234) e finalmente a terceira PE Vila Pouca com 9,55Km (terá o seu início em Falgaroso da Serra e tam-bém o seu final).

As Zonas Espetáculo re-

comendadas pela organiza-ção para melhor ver o Rali de Mortágua são:

PE 1 - SUPER ESPECIALLocalização – Estra-

da EN km 51 sentido Mortágua Luso

PE 2/5 – MORTÁGUA

ZP 1 - MARMELEIRAKm 5,43 / Marmeleira

(40º 21,103’ N, 08º 15,616’ W) – Cruzamento em Gancho à esquerda

PE 2/5 – MORTÁGUAZP 2 - CERCOSA Km 6,96 / Cercosa

(40º 20,433’ N, 08º 16,122’

W) – Dupla direita na povoação, após zona rá-pida

PE 2/5 – MORTÁGUAZP 3 - CERDEIRAKm 13,42 / Cerdeira

(40º 21,833’ N, 08º 18,663’ W) – Esquerda em 90º seguida de direita após forte travagem

Jornal do Centro19 | outubro | 2012

25

Page 26: Jornal do Centro - Ed553

SUPLEMENTO | RALI DE MORTÁGUA

LISTA DE INSCRITOSRALLYE CLASSICOS DE MORTÁGUA

João Mexia Leitão Nuno Machado Porsche 911Parcidio Summavielle Jorge Oliveira BMW 2002 tiCipriano Antunes António Caldeira Audi QuattroSinel Martins Ivo Tavares BMW 2002Jorge Dinis Tiago Caio Porsche 911Bruno Vasconcelos João Gil VW GolfPedro Marques Rui Oliveira BMW 2002Tiago Prata João Paulo Baptista Ford Escort 2.0João Cruz Luís Brito Ford Escort 2.0Rui Ribeiro Pedro Fernandes Ford Escort RS 1.6Henrique Damásio João Guerra Marques BMW 1602Jorge Santos José Segarra Marques Alfa GTV 2.0Óscar Lemos Paulo Silva Triumph DolomitePedro Lopes NN Porsche 911Filipe Freitas António Serrão BMW 2002José Meiavia João Brito Fiat 124 SpiderJosé Fresco António Fresco Ford Escort RSJoão Fernandes Ricardo Oliveira BMW 2002 tiiJoão Ribeiro Cunha João Silva Cunha Porsche 911Gonçalo Rosado José Moreira BMW 328 iAntónio Pinto Manuel Lebre Fiat 124 SportJosé Tomás Carlos Paredes Toyota CorollaAntónio Abrantes André Abrantes Datsun 1200Mário Antunes David Lúzio Austin CooperJoão Sousa Gonçalo Fortuna MG BGTLuís Ribeiro José Ribeiro Ford Escort XR3J Ferreira Rolo André Keim Citroen 2 cvSander Kuipers Jorge Daniel Fiat 127

Uma das grandes no-vidades deste ano é o “Mortágua Clássicos” pontuável para o Auto-Vintage CAC Rally Tro-phy e para o Critérium de Ralis Centro.

Decorre integrado no programa do Ral i de Mortágua, disputado in-tegralmente em estrada fechada, com um figuri-no inédito de rali sprint com 91,64 Km de provas cronometradas, distribu-ídos por sete especiais de classificação.

Hoje, dia 19, disputa-se a Super-Especial, pro-va espetáculo com 1,86 Km de extensão, com o primeiro piloto a sair por volta das 21h00, logo depois de todos os car-

ros inscritos no Rali de Mortágua terem cumpri-do a classificativa.

Amanhã , sábado, o primeiro concorrente do “Mortágua Clássicos” sairá para a estrada cer-ca das 10h30 horas para a 1ª secção composta pelas especiais de Mortágua 1 com 16,27 Km, Sobrosa 1 com 19,08 e Vila Pouca 1 com 9,54 Km.

Depois de um reagru-pamento segue -se a 2ª secção, por volta das 13h30, onde se repetem as especiais já disputa-das na 1ª secção.

Aberto a clássicos até 1983 e a desportivos até aos dias de hoje - des-de que assim considera-dos pela organização -

o “Mortágua Clássicos” apresenta-se diferente no panorama da regularida-de nacional, desde logo porque os concorrentes terão previamente aces-so ao percurso e poderão reconhecê-lo.

As provas especiais de classificação serão todas feitas por tabela de mé-dia, que oscilará entre os 60 e os 100 Km/, de forma a garantir um ritmo en-tusiasmante e “próximo” dos concorrentes do rali de velocidade.

Os pilotos cumprem sempre as classificativas após os pilotos do rali de Mortágua, pelo que os ho-rários de início das PEC s estarão sempre condicio-nados. GP

AutoVintage CAC Rally Trophy e Critérium Centro

“Mortágua Clássicos”é uma novidade

RALI DE MORTÁGUA 2011 - HORÁRIOS

1ª ETAPA | 1ª SECÇÃO >> SEX 1920h15 | PE1 - Super Espec. | 1,86 Km

2ª ETAPA | 1ª SECÇÃO >> SÁB 2010h12 | Caparrosinha

10h15 | PE2 - Mortágua 1 | 15,39 Km10h45 | Meligioso

10h48 | PE3 - Sobrosa 1 | 20,65 Km11h28 | Falgaroso da Serra

11h31 | PE4 - Vila Pouca 1 | 9,55 Km12h11 | Aeródromo / Reagrupamento

2ª ETAPA | 2ª SECÇÃO >> SÁB 2013h31 | PE5 - Mortágua 2 | 15,39 Km

14h01 | Meligioso14h04 | PE6 - Sobrosa 2 | 20,65 Km

14h44 | Falgaroso da Serra14h47 | PE7 - Vila Pouca 2 | 9,55 Km

Mortágua (1,86 km)

A Viseense Óscar Lemos vai estar presente

Publicidade

Jornal do Centro19 | outubro | 2012

26

Page 27: Jornal do Centro - Ed553
Page 28: Jornal do Centro - Ed553

culturasD “À descoberta do Primeiro Santo, São Teotónio”

No âmbito das comemorações jubilares de São Teotónio, padroeiro da diocese e cidade de Viseu, a autarquia apresenta a obra infanto-juvenil “À descoberta do Pri-meiro Santo, São Teotónio”, amanhã, às 16h00, na Biblioteca Municipal. Os textos são da autoria de Carlos Paixão e ilustrações de Carlos Pais.

expos Arcas da memória

A Poça das Feiticeiras

Na minha terra, a minha aldeia, havia a Rua das Feiti-ceiras, jeito de estreita viela, mais larga do que as vulga-res “quelhas” que por lá tam-bém havia, e ligava o Adro da Igreja à Rua das Amoreiras onde ficava a casa de meus pais. Era através dela que eu fazia o trajecto para a Escola. Foi também nos muros dela que eu achei, um dia, um ni-nho de “ferreiro”, num bura-co que ainda sei, hoje vazio. Havia ao lado o boqueirão de uma porteira e dentro dela uma armação só de ruína, e era ali, no meio dela, o hahi-tat das feiticeiras. Passava por ali no dia a dia, enquanto des-se lá na rua a luz do dia, que nessas horas andavam bem por longe as feiticeiras. Mas quando, às vezes, noite já caí-da, minha mãe me mandava, com recado, a casa da madri-nha, dava, com receio de pas-sar pela viela, uma volta gran-de pela estrada. Lembro-me que em certa ocasião, alguém teria dito que era noite de Sa-bbath, andariam lá por longe as feiticeiras, deitei, ainda as-sustado, a correr pela viela, e só me lembro que bati de en-contro à corrida de um cão que vinha a atravessar, tão as-sustado quanto eu.

Na cidade de Viseu, que não é a minha terra, à mar-gem dela, havia nesse tempo, me contaram, uma rua que era dita, tal e qual na minha terra, a Rua das Feiticeiras, não que ali houvesse casario em ruína, ali o que era razão dela, era a cruz antiga dos ca-minhos e uma presa de águas

escorridas que regavam chãos das quintas lá por perto. E era ali, quando à meia-noite as águas já dormiam, que as feiticeiras reuniam nos seus místicos encontros das noites de Sabbath. E tal e qual como eu na minha terra, ninguém se atrevia, noite alta, a pas-sar por lá. E às águas represa-das, sem que ali se visse fonte, onde só vinham beber bichos do monte, houve em tempos quem chamasse, a Poça das Feiticeiras, e foi esse o nome que ficou.

Conta-se de um crime que, certa noite, ali perto acon-teceu. Nunca se soube, foi feitiço, do autor que o con-sumou. Era Verão, não era ainda a lua-cheia, as águas já dormiam, noite fora, não ficaram no chão marcas de pegadas, medonho, só, foi o grito que alguém ouviu na perturbante escuridão quan-do, de assustado, um esquisito bando de aves com estrondo levantou. E o estranho silên-cio que voltou. Rompia a ma-drugada quando um homem, de viagem, lá passou. E foi ele quem fez a descoberta. Ho-mem morto! E espalhou a no-tícia no lugar.

Chamaram Crime da Poça das Feiticeiras o crime que, nessa noite, ali perto aconte-ceu. Há que tempos que isso foi!... Mas a história ainda bole em nosso coração.

Alberto CorreiaAntropólogo

[email protected]

VILA NOVA DE PAIVA

∑ Auditório Municipal

Carlos Paredes

Até dia 31 de outubro-

Exposição fotográfica

“Sombras entre So-

nhos”, de Luís Rigueira.

Até dia 31 de outubro-

Exposição de escultura

“Barro Preto da Olaria

Moderna”, de António

Manuel Marques.

MANGUALDE

∑ Biblioteca Municipal

Até dia 31 de outubro

Exposição “Zootrope”,

no qual se aliam o ci-

nema de animação e a

reciclagem.

TONDELA

∑ Mercado Velho

Até dia 4 de novembro

Exposição “Mundos à

Parte”, de Nuno Lou-

reiro, Diogo Rocha e

Sandra Rocha.

MOIMENTA DA BEIRA

∑ Biblioteca Municipal

Aquilino Ribeiro

Até dia 4 de novembro

Exposição de caricaturas

de André Carrilho.

roteiro cinemas Estreia da semana

Astérix e Obélix: ao serviço de sua majestade – Conduzidas por Júlio Cesar, as gloriosas legiões de Roma invadiram a Britânia. Mas uma aldeia continua a resistir à inva-são, todos os dias com mais dificul-dade. A rainha dos bretões resolve enviar o seu leal funcionário Anticlí-max à Gália para procurar ajuda jun-to de outra aldeia, famosa pela sua heroica resistência aos romanos.

VISEUFORUM VISEUSessões diárias às 14h10, 16h30, 18h50Paranorman VP(M6) (Digital 3D)

Sessões diárias às 21h10, 00h00*Selvagens(M16) (Digital)

Sessões diárias às 14h00, 16h40Astérix e Obélix: ao serviço de sua magestada VP(CB) (Digital)

Sessões diárias às 19h15, 21h40,

00h20*Astérix e Obélix: ao serviço de sua magestada VO(CB) (Digital)

Sessões diárias às 21h20, 23h50*Ted(M12) (Digital)

Sessões diárias às 13h50, 16h15, 18h40Brave VP(M4) (Digital)

Sessões diárias às 14h50, 17h00Impy na terra da magia(M4) (Digital)

Sessões diárias às 21h50, 00h30*Dredd(M16) (Digital)

Sessões diárias às 14h20, 17h45, 21h00, 00h10*Linhas de Wellington(M12) (Digital)

Sessões diárias às 14h40, 17h15, 21h30, 00h05*Para Roma, com amor(M12) (Digital)

PALÁCIO DO GELOSessões diárias às 11h00* (dom.), 13h30, 16ho5, 18h40

Astérix e Obélix: ao serviço de sua magestada VP(CB) (Digital 3D)

Sessões diárias às 21h10, 23h50*Astérix e Obélix: ao serviço de sua magestada VO(CB) (Digital 3D)

Sessões diárias às 13h40, 16h20, 19h00, 21h40, 00h20*Looper - reflexo assassino(M16) (Digital)

Sessões diárias às 14h30, 17h30, 21h00, 00h00*Balas e Bolinhos 3 – O

Último Capítulo(M16) (Digital)

Sessões diárias às 13h50, 16h40, 19h10, 21h50, 00h30*Arbitrage - a fraude(M12) (Digital)

Sessões diárias às 14h00, 16h30, 18h50, 21h20, 00h10*Taken - a vingança(M12) (Digital)

Sessões diárias às 15h00, 17h10, 19h20, 21h30, 23h40*A cilada(M16) (Digital)Legenda: * sexta e sábado

Destaque

Um viseense deci-diu lançar-se à desco-berta de São Tomé e Príncipe. Através de um olhar independen-te, crítico e sociológi-co, José Simões conta a história de um país que ainda não se libertou do processo da desco-lonização, ocorrido há mais de trinta anos. O autor vai apresentar a obra “São Tomé e Prín-cipe – Um paraíso ain-da sem rumo”, no dia 27 de outubro, sábado, a partir das 16h00, nos Claustros da Pousada de Viseu.

A obra foca-se, primaria-mente, do território São To-mense sob o ponto de vista geográfico. O autor demo-ra-se na caracterização físi-ca e climática, uma vez que esses elementos tiveram e têm profundos reflexos na vida das gentes daquelas paragens. As ilhas do ar-quipélago são como labo-ratórios agrícolas transcon-tinentais, desde as origens do seu povoamento. José Simões, através de relatos recolhidos no local, analisa e descreve com pormenor os laços laborais que, após a

abolição esclavagista se es-tabelecem entre emprega-dores e empregados. Para além destas componentes de cariz mais sociológico, este é também um livro que se enquadra na litera-tura de viagens. Por isso, o autor não se coibiu de lan-çar um olhar crítico sobre as condições menos dignas em que a sociedade santo-mense se orienta hoje, face aos parcos recursos en-dógenos do seu território. E denuncia novas formas de esclavagismo, quando constata que a subsistên-

cia de alguns homens, chefes de família, é limi-tada pelos quinze euros mensais que recebem pelo seu trabalho nas ro-ças. Nas ruas, constatou o binómio entre a pobre-za vivida pela maioria, sobretudo no interior, e a ostentação que o “novo-riquismo” de alguns não deixa esconder. Sentiu o bulício das gentes em torno de pequenos negó-cios de ocasião e soube deixar na tela deste livro traços marcantes sobre as condições em que estes se praticam.

Segundo António Bar-ros Cardoso, professor dou-torado da Faculdade de Le-tras da Universidade do Porto, e autor do prefácio da obra, “este livro represen-ta a materialização da irre-quietude do espírito que o autor transporta consigo, revelador de saberes conso-lidados que reclamam sem-pre mais e novos saberes”. Durante a apresentação, serão projetados slides que irão ajudar a compreender a estória. No final, será servi-do um “Dão de Honra”.

Tiago Virgílio Pereira

São Tomé e Príncipe sob o olhar de José Simões “São Tomé e Príncipe – Um paraíso ainda sem rumo” ∑ Autor apresenta a obra no dia 27, na Pousada de Viseu

Jornal do Centro19 | outubro | 2012

28

Page 29: Jornal do Centro - Ed553

culturasD “Bipolar, o lado de cá”

No auditório da Fundação Lapa do Lobo, em Nelas, será apre-sentada a obra “Bipolar, o lado de cá”, de Ana Ventura, no dia 27, pelas 21h30. No final será servido um “Dão de Honra”. A entrada é livre.

O jornalista Carlos Ferreira vai lançar o livro “Alguma dor cura a alma”, em Viseu. A obra descre-ve a caminhada dos pe-regrinos pelos trilhos de Santigo de Compostela e Fátima, contada em for-mato de reportagem.

A apresentação está

marcada para amanhã, dia 20, a partir das 18h00, na Associação Cultural e Recreativa do Rancho Folclórico do Caçador.

Carlos Ferreira, 45 anos, tem uma forte relação afetiva com a cidade de Viriato. Foi em Viseu, no ano de 2005, que o jorna-

lista começou a peregri-nação. O gosto pela desco-berta e pelo desafio deram o mote para que voltasse a repetir a experiência, cin-co anos depois. “Em ambas caminhei os 175 quilóme-tros que separam o Caça-dor, em Viseu, de Fátima. As peregrinações, em gru-

po, foram completamente diferentes desta a Santia-go de Compostela. Em três dias e meio, divididos em quatro etapas, chegámos ao Altar do Mundo, culmi-nando um esforço enorme, num traçado muito can-sativo, sobretudo porque sempre em alcatrão, por

estradas nacionais, e o es-sencial cumprido duran-te a noite”, referiu Carlos Ferreira.

“É tempo de recor-dar histórias como a de Tondela”, é o mote para o encontro. Carlos Ma-chado é o orador convi-dado. TVP

Carlos Ferreira vem a Viseu apresentar a obra “Alguma dor cura a alma”

“Utopia” no Obviamente

A exposição “Utopia” pode ser vista, até dia 13 de novembro, no Ob-viamente Bar, na zona histórica de Viseu.

Pela primeira vez, Alexandre Alves, 35 anos, mostra os seus trabalhos ao público. A coleção particular é composta por seis qua-dros, dos mais antigos, de 1997, até aos mais re-centes. As técnicas uti-lizadas são o pastel e o óleo. “Esta é a manei-ra como vejo o mundo. Confuso, pouco me-tódico e definido”, es-clareceu o artista vise-ense. Os quadros ex-postos não estão para venda contudo, Alexan-dre Alves aceita enco-mendas. O artista é um autodidata. Começou a pintar em tenra ida-de e o gosto pelo dese-nho não mais abando-nou. TVP

Variedades

Literatura

Jornal do Centro19 | outubro | 2012

29

O som e a fúria

“Who do I call if I want to call

Europe?”

A Comissão Noruegue-sa entregou o Prémio No-bel da Paz de 2012 à União Europeia apesar do bloco enfrentar a mais grave cri-se desde que surgiu nos pós-guerras. Um prémio que serviu, simultanea-mente, como um aviso, uma “aprovação” e um im-pulso moral (se bem que é discutível até que ponto este prémio encorajara os Gregos, Espanhóis e Por-tugueses). O Comité disse que o prémio é uma forma de reconhecer mais de seis décadas durante as quais o anteriormente conflitu-oso continente se tornou um prenúncio de paz, de-mocracia (tenho algumas dúvidas acerca da natureza democrática do processo de integração per se), di-reitos humanos, interna e externamente.

Mas, Thorbjørn Jagland, presidente do comité, não deixou de injectar a tra-dicional dose política ao prémio, alertando para que os europeus encarem o prémio como um aviso de que o bloco de 27 países (e, acrescento eu, o mun-do em geral) fica a perder se a atual turbulência eco-nómica quebrar a sua coe-são. I.e., é muitíssimo im-portante assegurar o pre-cioso e único património que a UE conseguiu criar ao longo destes anos todos e que não se resume a ta-xas de juro, fundos de res-gate, etc. Por outro lado, o prémio também pode ser

uma chamada de atenção para a Europa adoptar uma postura mais musculada nos assuntos internacio-nais. A UE é o maior doa-dor mundial de ajuda hu-manitária (peço descul-pa pela franqueza, mas é de louvar uma instituição que trabalha não só para o benefício dos seus cida-dãos como também para o de todo o mundo) mas, os seus membros, muitas ve-zes lutam para ter uma vi-são comum em assuntos cruciais de política exter-na (por exemplo, as divi-sões, o ano passado entre Alemanha por um lado e a França e o Reino Unido, relativamente à Líbia).

Numa altura em que os sinais de extremismo e na-cionalismo vão surgindo já se fala do perigo real da de-sintegração europeia pelo que é importante pensar-mos no core deste projecto. No entanto, no mesmo dia em que o prémio foi anun-ciado em Oslo, os respon-sáveis políticos europeus novamente manifestaram os seus desacordos acer-ca do resgate Grego. Além disso, alguns funcionários europeus imediatamente levantaram a questão de quem iria aceitar o prémio em nome do bloco. Estas rivalidades “intra-UE” fa-zem-me lembrar uma per-gunta do antigo funcioná-rio de Estado Norte-Ame-ricano, Henry Kissinger:

“Who do I call if I want to call Europe?”

Maria da Graça Canto Moniz

Destaque

A cultura forados grandes centrosProjeto Llull ∑ Residência artística portuguesa e espanhola em Carregal

Duas companhias por-tuguesas e duas compa-nhias espanholas esco-lheram o Centro Cultural de Carregal do Sal, para permanecerem em resi-dência artística durante cerca de mês e meio, e ali preparar um espetáculo ibérico que vai ser apre-sentado no Brasil, EUA, Beirut, Índia, Portugal e Espanha.

O Projeto Llull, uma coprodução do Tea-tro de Cerca (Barcelo-na), Propositário Azul (Lisboa), Companhia Voadora (Santiago de Compostela) e Nicho As-sociação cultural (Viseu), é uma adaptação para a atualidade do clássico do catalão Ramon Llull, “O livro do gentil e dos três sábios” do século XIII, que se debruça sobre o diálogo inter-religioso e tem como ideia central a necessidade do perma-nente o diálogo entre as religiões para que o mun-do viva em paz.

A adaptação teatral inédita da obra de Llull transpostada para a con-temporaneidade - “Sots l’Hombra d’un bell Arbre – The future is unwrit-ten” -, é encenada por Graeme Pullyn do Tea-tro Serra do Montemuro, conta com a dramaturgia de Helena Tornero do Te-

atre Nacional Catalunya e com a participação de atores português e espa-nhóis.

“O nosso objetivo é criar uma nova drama-turgia desta obra” adian-ta Cristóvão Cunha, co-ordenador do Projeto Llull. Além da peça de teatro, o projeto Llull conta com várias confe-rências nomeadamente a conferência “Ouvin-do o Outro”, dia 3 de de-zembro, às 17h30 na Acert em Tondela, e um ciclo de workshops paralelo à digressão do espetáculo, em 2012 e 2013, alguns de-les já a acontecer em Car-regal do Sal.

“No contexto atu-al de eventual secessão da Catalunya e crise na Península Ibérica, de conflitos sanguinários no Médio Oriente e da crescente ascensão dos

fundamentalismos ex-tremados, esta obra nas-ce do centro do olho do furacão. E é engraçado como Llull já previa este caldeirão prestes a explo-dir há 500 anos. E como lê-lo hoje pode ser tão atual, comenta.

Cristóvão Cunha reco-nhece-o com “um proje-to para, de certa forma, dinamizar e fomentar” a criação de cultura fora dos grandes centros ur-banos. “Este projeto acon-tece em Carregal do Sal porque sou natural de lá e decidi investir a minha experiência ganha na Eu-ropa. Fazendo o contrá-rio do que muitos acredi-tam ser a solução, acredi-to que devemos começar a investir no nosso terri-tório mas pensar a largo prazo”, termina.

Emília Amaral

A Adaptação de “O livro do gentil e dos três sábios”

Page 30: Jornal do Centro - Ed553

Projeto∑ A nova estrutura visa dar apoio aos alunos de mestrado e servir a comunidade

Centro de dislexia nasce na Universidade Católica

A psicóloga Cláudia Co-elho, depois de terminar o mestrado em educação especial no Centro Regio-nal das Beiras da Univer-sidade Católica, lançou o desafio para criar em Viseu um centro de dis-lexia (dificuldade espe-cífica de aprendisagem). A ideia foi bem aceite. O primeiro centro de disle-xia do distrito de Viseu está a funcionar desde o dia 1 de outubro, nas ins-talações da Universidade Católica.

O Centro de Dislexia (CD) nasce no âmbito do mestrado em Educação Especial que vai na quin-ta edição. Uma equipa de seis profissionais orien-tada pela psicóloga, Célia Ribeiro, também coor-denadora do mestrado, trabalha diariamente no projeto. A nova estrutura tem como primeiro objeti-vo apoiar na investigação e na formação dos mes-trandos, mas encontra-se igualmente equipada para a realização de consultas e acompanhamento de utentes, nomeadamente crianças e jovens em ida-de escolar.

“A ideia base é servir a comunidade, abrir consul-tas para crianças e jovens inclusive alunos da nos-sa universidade”, adian-ta a coordenadora do CD.

A responsável reconhece que hoje as escolas, por força da legislação em vigor, “estão mais volta-das para a área das difi-culdades intelectuais, de-ficiências motoras, visu-ais e auditivas”, deixando “um pouco de lado as si-tuações de dificuldades específicas de aprendiza-gem como a dislexia”. De acordo com Célia Ribeiro é aí que o CD pode prestar um novo serviço à comu-nidade.

Praticando-se valores abaixo do mercado, os in-teressados pode efetuar marcações de consultas no CD através do número de telefone 232419500 ou pelo email www.-crb.ucp.pt.

As verbas conseguidas no CD serão canalizadas para apoio à investigação na uni-versidade, como confirmou Célia Ribeiro.

O próximo passo deste projeto passa pela assinatu-ra de protocolos com esco-

las, associações, hospitais e a própria Segurança Social no sentido de serem cana-lisadas para o CD crianças diagnosticadas em consul-tas de desenvolvimento.

Emília Amaral

A Célia Ribeiro (esq.) coordena uma equipa de seis profissionais

saúde e bem-estar

A Câmara Municipal de Nelas vai dar conti-nuidade aos dois proje-tos de saúde e bem-es-tar “Atividade Física em População com Diabe-tes” e “Crianças em Mo-vimento”. Para tal, aca-ba de assinar protocolos com várias entidades do concelho parceiras nos programas. O projeto “Atividade Física em Po-pulação com Diabetes” é dirigido à população do

concelho com a diabetes diagnosticada. O progra-ma “Crianças em Movi-mento” vai permitir que cerca de 400 crianças do ensino pré-escolar pos-sam beneficiar da práti-ca de natação, no sentido de criar nas mesmas “um desenvolvimento salutar, autonomia, coordenação e aprendizagem”, escre-ve a autarquia numa nota envia à comunicação so-cial. EA

Câmara de Nelas assegura manutenção de projetos paraatividade física

∑ A psicóloga Cláudia Coelho realizou um estudo com 40 alunos dos antigos agrupamentos de escolas de Silgueiros e Infante D. Henrique sobre o percurso dos alunos disléxicos, e concluiu que os alunos diagnosti-cados que não sofreram qualquer intervenção tiveram piores resultados no seu percurso escolar. De acordo com Cláudia Coelho, oito desses alunos acabaram por abandonar os estudos, “porque não havia apoios, a es-cola deixou andar e eles perderam completamente o in-teresse pela escola”. As conclusões do estudo revelam que alguns dos alunos intervencionados já estavam no ensino superior. EA

Estudo: Escolas de Silgueiros e Repeses

Tiag

o V

irgíli

o Pe

reira

Arq

uivo

Jornal do Centro19 | outubro | 201230

Page 31: Jornal do Centro - Ed553

SAÚDE E BEM-ESTAR

Os nossosdentes

Opinião

Ana Granja da FonsecaOdontopediatra, médica dentista de crianças

CMDV Kids - [email protected]

Os nossos den-tes são uma parte importante da nos-sa personalidade, além disso propor-c ion a m-nos qu a-l id a d e d e v id a e autoconfiança. Per-mitem-nos comer com prazer, rir des-preocupadamente, falar com clareza e oferecem-nos segu-rança no dia-a-dia, bem-estar e gosto pela vida.

M a s a v id a n ão passa pelos nossos dentes sem deixar marcas. Acontece com frequência que se perde um ou vá-rios dentes. As cau-sas podem ser doen-ças dos dentes ou da gengiva (por exem-plo, periodontite) ou ainda acidentes (des-porto, dia-a-dia).

A falta de dentes não é apenas uma questão estética mas também interfere com a funcionalida-de, limitando-nos de várias formas.

Por isso deve con-fiar no seu Médico Dentista/Higienis-ta oral . A visita ao Médico Dentista não deverá ser dolorosa e deverá ser regular! Estamos no ano de 2011 e foi percorrido um longo caminho no avanço tecno-lógico e nas condi-ções de conforto que são proporcionadas numa consulta de Medicina Dentária. Nos dias de hoje, já não deverá ter medo de ir ao Médico Den-tista. Pelo contrário, deverá ter consciên-cia que está a fazer algo de bom para a saúde ao controlar a sua saúde oral.

Modalidade ∑ Escola de Natação do Fontelo faz primeira experiência este mês

Hidroginástica em águas profundas chega a Viseu

A Escola de Natação do Fontelo (ENF), em Viseu disponibiliza a partir deste mês au-las de hidroginástica em águas profundas.

A modalidade ori-ginalmente chamada “Deep Water” com origem nos Estados Unidos, leva à reali-zação de exercícios com a utilização de um colete que permi-te a flutuação do cor-po e mantém a cabeça fora da água. Ao con-trário da hidroginás-tica comum, a “Deep Water” deixa o cor-po totalmente mer-gulhado, exceto a ca-beça do aluno.

A modalidade pode ser praticada por pes-soas de todas as ida-des não tendo neces-sariamente de saber nadar. As aulas serão ministradas nas Pis-cinas do Fontelo.

No sentido de pro-mover a modalida-de, a ENF promove uma aula gratuita de divulgação a 28 de outubro ou 11 de no-vembro, com início às 10h30.

As inscrições, gra-t u ita s e l i m itad a s p o d e m s e r f e i t a s através do número 962912526.

Emília Amaral

A Escola Superior de Saú-de do Instituto Politécnico de Viseu promove na ter-ça-feira, dia 23 o seminá-rio “Juntos na Prevenção de Riscos Psicossociais - Setor da Saúde”.

A abertura do encontro está marcada para as 9h15. Ao longo do dia serão abor-dados temas como a Cam-panha Europeia de Ava-liação de Riscos Psicosso-ciais, a avaliação dos riscos

psicossociais no ambien-te de trabalho, os riscos psicossociais numa pers-petiva de enfermagem no trabalho, a avaliação dos cuidados psicossociais na unidade de cuidados palia-tivas do Centro Hospita-lar Tondela - Viseu, entre outros.

As inscrições são gratui-tas e podem ser efetuadas até ao final desta sexta-fei-ra, dia 19. EA

Escola Superior de Saúde debate riscos psicossociais

A Câmara de Mangualde acaba de lançar o Guia do Idoso”. O documento dis-ponível no serviço de ação social da autarquia, pre-tende ser um instrumen-to orientador de ajuda para melhorar a qualidade de vida dos idosos do con-celho. Ofertas culturais e

desportivas, formas de ocu-par os tempos livres, apoios económicos e sociais, são algumas das questões práti-cas abordadas no guia, dis-ponibilizando ainda infor-mação sobre um conjunto de valências de que os ido-sos hoje podem usufruir em Mangualde. EA

Guia apoia idosos

Jornal do Centro19 | outubro | 2012 31

Page 32: Jornal do Centro - Ed553

Uma das coisas mais im-portantes para a manuten-ção da cartilagem articu-lar saudável é o desporto e a actividade física, em ge-ral. Ironicamente, muitas pessoas com deterioração das articulações - em al-guns casos, causada pelo desporto excessivo ou ina-dequado postos de traba-lho, etc - são impedidos de exercer as suas actividades desportivas favoritas. Com uma combinação de sul-fato de glucosamina e sul-fato de condroitina, dois compostos biologicamen-te activos que estão envol-vidos na síntese de carti-lagem articular saudável, pode inverter esta situa-ção e voltar a ter uma vida mais activa!

Tijolos de cartilagem. A glucosamina é um amino-açúcar, produzido a partir dum aminoácido e de glu-cose. É um tijolo biológi-co e um componente es-trutural da cartilagem das articulações. O que torna a glucosamina tão especial é a sua capacidade de es-timular a síntese corporal de cartilagem e foi exacta-mente isso que a investiga-ção mostrou ser benéfico na osteoartrose.

A condroitina, o outro componente, é extraído normalmente da cartila-gem de porco ou de vaca, mas também é usada a cartilagem de tubarão. A condroitina é um compo-nente estrutural vital da cartilagem.

Nenhuma outra subs-tância tem este efeito. Ao contrário dos medica-mentos analgési-cos e anti-in-flamatórios, que eram a opção não cirúrgica mais co-m u m

para as pessoas com os-teoartrose, a glucosami-na e a condroitina têm ou-tros efeitos para além de melhorar a dor. IMPEDE A DEGRADAÇÃO DA CARTILAGEM.

Até ao momento, este é o único tratamento capaz de prevenir a futura perda de cartilagem articular. Al-guns peritos reclamaram ainda que a glucosamina pode recuperar alguma da cartilagem já degradada.

Documentado cientifi-camente. Actua mesmo? De acordo com estudos científicos, definitivamen-te parece que sim. Não só melhora o funcionamen-to das articulações, como os estudos também de-monstram que reduz as dores articulares tão efi-cazmente como os AINE’s (medicamentos anti-infla-matórios não esteróides) que são amplamente utili-zados para tratar articula-ções inflamadas e doloro-sas. De facto, investigado-res Espanhóis do Hospital Universitário Dr. Peset em Valência publicaram recentemente um estudo na revista científica Radio-logia Europeia (European Radiology), no qual com-provaram a capacidade da glucosamina diminuir a dor e melhorar o funciona-mento das articulações em pessoas com a cartilagem do joelho degradada.

Utilização muito segura. Num artigo de

revisão publi-cado no iní-cio deste ano na revista Artroscopia

(Arthros-c o py) ,

i n -

vestigadores americanos referem o sulfato de glu-cosamina como “uma mo-dalidade inicial de trata-mento para muitos doen-tes com osteoartrose”.

A osteoartrose, como mencionado anterior-mente, é uma parte natu-ral do processo de enve-lhecimento. Para além da relação com a idade, e da degradação enzimática da cartilagem articular, a osteoartrose pode ser provocada pela utilização inadequada das articula-ções ou por uma combi-nação de excesso de peso e pouco exercício físico. Glucosamina combinada com condroitina parece ser uma solução benéfica para a osteoartrose ligei-ra a moderada, não apenas pelos seus efeitos compro-vados, mas também pela sua segurança.

Eur Radiol. 2009A r t h r o s c o p y . 2 0 0 9

Jan;25(1):86-94.

Porquê “sulfato”? Es-tudos demonstram que o melhor efeito é obtido com sulfato de glucosamina e sulfato de condroitina. O prefixo “sulfato” refere-se ao facto dos componen-tes serem combinados com enxofre. Biologica-mente, a glucosamina e a condroitina necessitam da presença de enxofre para actuar adequada-mente. Outra forma de glucosamina predomi-nantemente utilizada em preparações de glucosa-mina nos Estados Unidos é o “cloridrato de glucosa-mina”. Esta forma da subs-tância não actua tão bem quanto o sulfato de gluco-samina, explicando a ra-zão por que alguns estudos não apresentam os efeitos esperados. A maioria dos estudos publicados com

efeitos comprovados na osteoartrose utiliza-

ram sulfato de glu-cosamina.

GUIA DE RESTAURANTES Veja online em www.jornaldocentro.pt

Alugo T2 novoAlugo T2 novoEquipado e mobilado

Colina verdeColina verdeperto do IPVperto do IPV

350€T. 968 824 790

TRESPASSA-SETRESPASSA-SELoja num dos shoppings da cidade

(por motivos profissionais)

T: 91 814 28 49

As dores articulares não permitem que tenha um estilo de vida activo?

Opinião

Inês VeigaFarmacêutica

cartilagem.

Nenhuma outra subs-tância tem este efeito.Aocontrário dos medica-mentos analgési-cos e anti-in-flamatórios, que eram aopção não cirúrgica mais co-m u m

Num artigo de revisão publi-cado no iní-cio deste ano na revista Artroscopia

(Arthros-c opy) ,

i n -

nantementepreparaçõemina nos Esé o “cloridramina”. Esta fotância não aquanto o sulsamina, expzão por que anão apresentesperados. Aestudos pub

efeitos comosteoart

ram sco

ÚLTIMAS VAGASÚLTIMAS VAGAS

Jornal do Centro19 | outubro | 201232

Page 33: Jornal do Centro - Ed553
Page 34: Jornal do Centro - Ed553

CLASSIFICADOS

Mecânico de automóveis. Sernancelhe - Ref. 587801020

Outros operadores de máquinas de imprimir - Artes gráficas. Tarouca - Ref. 587820907

Canteiro. Lamego - Ref. 587823179

Carpinteiro de tosco. Moimenta da Beira - Ref. 587823653

Fiel de armazém. Lamego - Ref. 587857844

Eletricista da construção civil. Armamar - Ref. 587858126

Condutor de máquina de escavação. Lamego - Ref. 587858819

Caixeiro. Lamego - Ref. 587821100

Canalizador. Lamego - Ref. 587869103

Encarregado de armazém. Lamego - Ref. 587869222

Ajudante de cozinha. São João da Pesqueira - Ref. 587869870

Serralheiro civil. Lamego - Ref. 587873168

Enfermeiro. São João da Pesqueira - Ref. 587875029

Cozinheiro. Sernancelhe - Ref. 587877167

NECROLOGIAMaria Engrácia Santos Ribeiro, 70 anos, casada. Natural e residente em Pó-voa de Montemuro, Pinheiro, Castro Daire. O funeral realizou-se no dia 10 de outubro, pelas 14.30 horas, para o cemitério de Póvoa de Montemuro.

Aida de Figueiredo de Almeida Matos, 94 anos, viúva. Natural de Pinheiro e residente em Castro Daire. O funeral realizou-se no dia 14 de outubro, pelas 10.30 horas, para o cemitério de Castro Daire.

Maria Alice Ferreira, 89 anos, viúva. Natural e residente em Folgosa, Castro Daire. O funeral realizou-se no dia 17 de outubro, pelas 15.30 horas, para o cemitério de Castro Daire.

Agência Funerária Amadeu Andrade & Filhos, Lda.Castro Daire Tel. 232 382 238

Olga da Conceição Amaral, 81 anos, viúva. Natural e residente em Guima-rães de Tavares, Mangualde. O funeral realizou-se no dia 14 de outubro, pe-las 17.00 horas, para o cemitério de Chãs de Tavares.

Domicilia dos Anjos, 82 anos, viúva. Natural de Cativelos, Gouveia e residente em Mangualde. O funeral realizou-se no dia 17 de outubro, pelas 14.30 horas, para o cemitério de Vila Nova de Tazem, Gouveia.

Lucília da Conceição, 90 anos, casada. Natural e residente em Quintela de Azurara, Mangualde. O funeral realizou-se no dia 18 de outubro, pelas 14.30 horas, para o cemitério de Quintela de Azurara.

Alberto Peixoto do Amaral, 82 anos, viúvo. Natural de Fornos de Maceira Dão, Mangualde e residente em Mangualde. O funeral realizou-se no dia 18 de ou-tubro, pelas 17.00 horas, para o cemitério de Mangualde.

Agência Funerária Ferraz & AlfredoMangualde Tel. 232 613 652

Fernando Correia Fernandes, 61 anos, divorciado. Natural e residente em No-gueirães, Cambra, Vouzela. O funeral realizou-se no dia 13 de outubro, pelas 15.00 horas, para o cemitério de Cambra.

Agência Funerária Figueiredo & Filhos, Lda.Oliveira de Frades Tel. 232 761 252

Maria Augusta Morais Meleiro, 79 anos, viúva. Natural e residente em Quei-riga, Vila Nova de Paiva. O funeral realizou-se no dia 10 de outubro, pelas 15.00 horas, para o cemitério de Queiriga.

Rosa Azevedo Moreira, 84 anos, viúva. Natural e residente em Queiriga, Vila Nova de Paiva. O funeral realizou-se no dia 13 de outubro, pelas 16.00 horas, para o cemitério de Queiriga.

Maria Luísa de Jesus, 81 anos, casada. Natural de São Miguel de Vila Boa e residente em Abrunhosa, São Miguel de Vila Boa, Sátão. O funeral realizou-se no dia 16 de outubro, pelas 15.00 horas, para o cemitério de São Miguel.

Agência Funerária Sátão Sátão Tel. 232 981 503

Armando Fernandes, 89 anos, casado. Natural de Ranhados e residente em Viseu. O funeral realizou-se no dia 17 de outubro, pelas 16.00 horas, para o cemitério velho de Viseu.

Agência Funerária AbílioViseu Tel. 232 437 542

Gracinda de Jesus Alves, 86 anos, casada. Natural e residente em Rio de Loba, Viseu. O funeral realizou-se no dia 12 de outubro, pelas 17.00 horas, para o cemitério de Rio de Loba.

Rosalina de Jesus Ferreira de Almeida, 81 anos, viúva. Natural de Abraveses e residente em Pascoal, Viseu. O funeral realizou-se no dia 13 de outubro, pelas 17.00 horas, para o cemitério novo de Abraveses.

Maria Gracinda Augusta Monteiro Oliveira, 64 anos, casada. Natural e resi-dente em Abraveses, Viseu. O funeral realizou-se no dia 15 de outubro, pelas 16.00 horas, para o cemitério velho de Viseu.

João Carlos Cardoso, 41 anos. Natural de São Pedro do Sul e residente em Viseu. O funeral realizou-se no dia 17 de outubro, pelas 16.00 horas, para o cemitério novo de Viseu.

Alberto de Sousa Soares, 83 anos, viúvo. Natural de Ranhados e residente em Repeses. O funeral realizou-se no dia 17 de outubro, pelas 17.00 horas, para o cemitério velho de Repeses.

Agência Funerária Decorativa Viseense, Lda.Viseu Tel. 232 423 131

INSTITUCIONAIS

(Jornal do Centro - N.º 553 de 19.10.2012)

2ª Publicação

Natália Teixeira Garcia Agente de Execução

� � � � � � �EDITAL�DE�VENDA�

� �Afixado�em��..…/…../…..�A�Agente�de�Execução,�

Processo:�232/06.8TBVZL� � N/Referência: PE/292/2006�Data:�09/10/2012�

Exequente:�Caixa�de�Crédito�Agrícola�Mútuo�de�Lafões,�Crl.�Executados:�Zulmira�Guimarães�Pereira�Gashi�e�outros��

Processo�n.º�232/06.8TBVZL�Tribunal�Judicial�de�Vouzela�–�Secção�Única��FAZ�SE� SABER� que,� nos� autos� acima� identificados,� encontra�se� designado� o�dia� 19� de� Novembro� de�2012,�pelas�14:30�horas�no�Tribunal�Judicial�da�Comarca�de�Vouzela�para�a�abertura�de�propostas,�que�sejam�entregues�até�esse�momento�na�secretaria,�pelos�interessados�na�compra�dos�seguintes�bens:�

�Verbas�

Verba�n.º�1�–�Prédio�rústico,�constituído�por�terreno�de�cultura,�com�1020�m2,�sito�no�Lugar�de�Caria,�freguesia� de� São� Miguel� do� Mato� e� concelho� de� Vouzela,� inscrito� na� matriz� sob� o� artigo� n.º� 1773� e�descrito�na�Conservatória�do�Registo�Predial�de�Vouzela�sob�o�n.º�1463/20070713.�Valor�Base:�10.000,00�euros.��Verba�n.º�2�–�Prédio�rústico,�constituído�por�terreno�de�cultura�e�oliveiras,�com�290�m2,�sito�no�Lugar�de�Caria,�freguesia�de�São�Miguel�do�Mato�e�concelho�de�Vouzela,�inscrito�na�matriz�sob�o�artigo�n.º�1739,�e�descrito�na�Conservatória�do�Registo�Predial�de�Vouzela�sob�o�n.º�70/19851218.�Valor�Base:�5.000,00�euros.���Os�bens�pertencem�a�Marília�Marques�Guimarães,�residente�no�Lugar�de�Caria,�freguesia�de�São�Miguel�do�Mato�e�concelho�de�Vouzela.��Serão�aceites�as�propostas�de�melhor�preço�acima�de�70%�do�valor�base.��Não�se�encontra�pendente�oposição�à�execução.��Não�foram�reclamados�créditos.��É�fiel�depositária,�que�os�deve�mostrar�a�pedido,�a�executada�Marília�Marques�Guimarães,�residente�no�Lugar�de�Caria,�freguesia�de�São�Miguel�do�Mato�e�concelho�de�Vouzela.��Albergaria�a�Velha,�09�de�Outubro�de�2012��

A�Agente�de�Execução,��

(Jornal do Centro - N.º 553 de 19.10.2012)

2ª Publicação

IEFP - Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P.Av. Visconde Guedes Teixeira ,25 R/C - Apartado 96

5100-073 Lamego | Tel: 254 655 192

CENTRO DE EMPREGO DE SÃO PEDRO DO SULRua do Querido, 108 – R/C Dto - 3660-500 São Pedro do Sul | Tel: 232 720 170

e-mail: [email protected]

CENTRO DE EMPREGO DE TONDELAPraceta Dr. Teófilo da Cruz - 3460-589 Tondela | Tel: 232 819 320

e-mail: [email protected]

CENTRO DE EMPREGO DE VISEURua D. José da Cruz Moreira Pinto , Lote 6 - 3514-505 Viseu | Tel: 232 483 460

e-mail: [email protected]

As ofertas de emprego divulgadas fazem parte da Base de Dados do Instituto do Emprego e Formação, IP. Para obter mais informações ou candidatar-se dirija-se ao Centro de Emprego indicado ou pesquise no portal http://www.netemprego.gov.pt/ utilizando a referência (Ref.) associada a cada oferta de emprego. Alerta-se para a possibilidade de ocorrência de situações em que a oferta de emprego publicada já foi preenchida devido ao tempo que medeia a sua disponibilização ao Jornal do Centro.

EMPREGO

Serralheiro CivilRef. 587822144 – tempo completo – São Pedro do Sul

Serralheiro MecânicoRef. 587852583 – tempo completo – Castro Daire

Serralheiro CivilRef. 587872592 – tempo completo – Oliveira de Frades

Soldador de Arco ElectricoRef. 58787707 – tempo completo – Oliveira de Frades

Marceneiro - Ref. 58780025 - Carregal do Sal - tempo completoPretende-se profissional para ope-rário com máquinas no fabrico de móveis, com experiência

Outras costureiras, bordadeiras e trabalhos similares - Ref. 58783912 - Carregal do Sal - tempo completo.

Bate-chapas de veículos automó-veis - Ref. 58782240 - Tondela - tempo completo

Padeiro, em geral - Ref. 58783787 - Tondela - tempo completoCom experiência profissional do setor da panificação

Outros trabalhadores não qualifi-cados da indústria TransformadoraRef. 58786212 - TondelaA tempo completoPretende-se candidato para traba-lhos em serração de madeiras com ou sem experiência.

CabeleireiraRef. 587868125 Tempo Completo - Viseu

CozinheiroRef. 587862301 – Tempo Completo - Viseu

Mecânico automóvelRef. 587870583 - Tempo Completo - Penalva Castelo

EstucadorRef. 587872917- Tempo Completo - Viseu

CanalizadorRef. 587873121- Tempo Completo – Viseu

PedreiroRef. 587873326 - Tempo Completo - Viseu

PasteleiroRef. 587873118- Tempo Completo – Viseu

CanalizadorRef. 587874765- Tempo Completo - Nelas

(Jornal do Centro - N.º 553 de 19.10.2012)

1ª Publicação

Jornal do Centro19 | outubro | 201234

Page 35: Jornal do Centro - Ed553

clubedoleitorDEscreva-nos para:

Jornal do Centro - Clube do Leitor, Rua Santa Isabel, Lote 3, R/C, EP, 3500-680 Repeses, Viseu. Ou então use o email: [email protected] As cartas, fotos ou artigos remetidos a esta seção, incluindo as enviadas por e-mail, devem vir identificadas com o nome e contacto do autor. O semanário Jornal do Centro reserva-se o direito de selecionar e eventualmente reduzir os originais.

HÁ UM ANO

EDIÇÃO 501 | 21 DE OUTUBRO DE 2011

∑ “Causa estranheza que os nove deputados eleitos

pelo círculo de Viseu, não tenham erguido um dedo

sobre portagens”. (Francisco Almeida)

∑ Viagem na EN16 prova que “não é alternativa”.

∑ Ministro garante auto-estrada Viseu/Coimbra.

(Álvaro Santos Pereira)

∑ “A Castanha é o emblema de Sernancelhe”. (José

Mário Cardoso)

∑ “Assistíamos ao sorriso de uma criança por uma

bolacha”. (Fernando Figueiredo)

| Telefone: 232 437 461 · Fax: 232 431 225 · Rua Santa Isabel, Lote 3 R/C - EP - 3500-680 Repeses - Viseu · [email protected] · www.jornaldocentro.pt |

pág. 02pág. 06pág. 08pág. 12pág. 18pág. 19pág. 21pág. 25pág. 29pág. 35pág. 37pág. 40pág. 42pág. 43

UM JORNAL COMPLETO

> PRAÇA PÚBLICA

> ABERTURA> À CONVERSA> REGIÃO> EDUCAÇÃO> ECONOMIA> SUPLEMENTO

> ESPECIAL> DESPORTO> CULTURA> SAÚDE> CLASSIFICADOS

> NECROLOGIA

> CLUBE DO LEITOR

S E M A N Á R I O D A

REGIÃO DE VISEU

DIRECTOR

Paulo Neto

Semanário

21 a 27 de Outubrode 2011

Sexta-feira

Ano 10

N.º 501

1,00 Euro

Pub

licid

ade

Distribuído com o Expresso. Venda interdita.

Nun

o A

ndré

Fer

reira

“Parece que estamos perante uma engenharia

financeira que vai beneficiar grupos privados que hoje exploramas auto-estradas”

| páginas 8 a 10

Pub

licid

ade

Pub

licid

ade

∑ Francisco Almeida, Porta-voz da Comissão de Utentes

Contra as Portagens nas auto-estradas A25, A23 e A24

PORTAGENS

Publicidade

FOTO DA SEMANA

O nosso leitor João Matos, utente da eco-pista, mandou-nos uma série de fotografias que dividiremos por mais que uma edição. Nas duas primeiras ima-gens, podemos consta-tar placas arrancadas e vedações destruídas.

A terceira imagem mostra uma lixeira à vista de quem passa.

A quarta imagem, já noutro concelho, prova que existem veículos proíbidos e perigosos a circular indevidamente onde circulam peões e ciclistas.

João

Mat

os

Publicidade

A ACERT É UMA ESTRUTURA FINANCIADA POR APOIO ASSOCIAÇÃO CULTURAL E RECREATIVA DE TONDELA

Rua Dr. Ricardo Mota, s/n3460-613 Tondela +351 232 814 400 www.acert.pt

Jornal do Centro19 | outubro | 2012 35

Page 36: Jornal do Centro - Ed553

JORNAL DO CENTRO19 | OUTUBRO | 2012Impresso em papel que incorpora 30 por cento de fibra reciclada, com tinta ecológica de base vegetal

Hoje, dia 19 de outubro, aguaceiros. Temperatura máxima de 13 e mínima de 6ºC. Amanhã, 20 de outubro, céu pouco nublado. Temperatura máxima de 14ºC e mínima de 5ºC. Domingo, 21 de outubro, céu pouco nublado. Temperatura máxima de 16ºC e mínima de 3ºC. Segunda, 22 de outubro, céu com períodos de muito nublado. Temperatura máxima de 16ºC e mínima de 3ºC.

tempo

Sexta, 19Figueira da Foz∑ Entrega dos prémios aos vencedores do concurso “Os Melhores Vinhos do Dão 2012”, às 19h30, no Casino da Figueira da Foz.

Viseu∑ Cerimónia comemorativa do 86º aniversário da Associação de Futebol de Viseu, às 18h30, no Auditório Carlos Lopes.

Domingo, 21Santa Comba Dão∑ Marcha Nacional Contra a Fome a a Pobreza em Portugal, às 15h30, a partir do Largo do Município.

Quinta, 25Viseu∑ Seminário “As oportunidades de negócios com a Colômbia”, às 18h00, no Hotel Montebelo.

agenda∑

Sobre a memória de Aquilino Ribeiro Ma-chado nos dobramos, que só ela agora perma-nece neste chão de re-cordações que a ele nos fica prendendo pelo tem-po fora. Porque ele este-ve connosco, o Centro de Estudos Aquilino Ribei-ro, desde a hora primei-ra. Indefectível. Presti-moso. Solidário. Amigo. Sempre perto, através da mensagem que chegava sobre a hora, de afectiva quentura, se outro com-promisso o retinha, atra-vés de uma presença fei-ta de disponibilidade in-teira, o sorriso rasgado como o seu coração aber-to, a mão estendida, calo-rosa, os braços alargados num abraço que a todos continha. Partilhou nos-sos entusiasmos, comba-teu nas nossas lutas, que a mesma bandeira seguí-amos, aquela que se pou-sa sobre o Memorial de

seu pai - Aquilino Ribei-ro - no Panteão da Nação, a obra e o homem torna-dos ideais de paz, de justi-ça e de bem. Quando, em breve, sobre o privilegia-do chão de uma rua da cidade, Viseu, se levan-tar a promessa do bron-ze da homenagem a seu pai, será o místico gesto da sua mão que nós ve-remos no amorável ges-

to do retirar de uma ban-deira. Presentes, nós, e o calor das nossas palmas. Jeito de tributo, nos do-bramos sobre a grata me-mória do amigo. E à famí-lia nos unimos, sentindo a perda, participando na saudade.

Alberto CorreiaPresidente da Direcção do CEAR - Centro de Estu-

dos Aquilino Ribeiro

Tributo a Aquilino Ribeiro Machado

Publicidade

Olho de Gato

Joaquim Alexandre [email protected]

1. Já uma vez falei aqui de um truque narrativo usado pelo grande Alfred Hitchcock, truque a que ele cha-mava MacGuffin.

Um MacGuffin num filme serve para aumentar o interesse do espectador e tanto pode ser um objecto (umas luvas de mulher, em “Chantagem”; um colar, em “Vertigo”), como pode ser uma canção (“Que sera, sera”, cantada por Doris Day em “O Homem Que Sa-bia Demais”), como pode ser uma pergunta (porque é que as gaivotas começaram a atacar os humanos, em

“Pássaros”?) Um MacGuffin é um “engodo” metido no enredo,

é um “nada”, ou, traduzido para bom português, é um “gambozino”.

O facto é que um MacGuffin-gambozino faz-nos fi-car agarrados, do princípio ao fim, a uma “narrativa”.

2. O ministro Relvas tem sentido da “narrativa”, é um bom criador de gambozinos e, em menos de dez anos, já conseguiu prantar dois no país autárquico: — em 2003 foi a dita “Reforma Relvas”, uma

“regionalização” que me causou a mais severa indi-gestão dos meus oito anos de autarca, quando tive que engolir um sapo numa sessão da câmara de Viseu, e votar a favor da putativa “Grande Área Metropolitana de Viseu”, um gambozino “urbano” que ia dos lamei-ros de Tarouca às vinhas de Castendo; — esta semana a assembleia municipal de Viseu

aprovou a agregação de freguesias; graças à união do Coração de Jesus, com Santa Maria e com S. José, o futuro “mega-presidente-da-junta” deste gambozi-no, mesmo recebendo dois mil euros por mês, lá terá de ir como os outros, de chapéu na mão, ao gabinete do presidente da câmara para poder ter uma ou ou-tra obrazita.

Espera-se que esta “Grande Freguesia Urbana de Viseu” venha a ter o mesmo destino que teve a “Gran-de Área Metropolitana de Viseu”.

E espera-se ainda que este tenha sido o último gam-bozino do ministro Relvas, por cessação definitiva da sua prodigiosa carreira governativa.

http://twitter.com/olhodegatohttp://joaquimalexandrerodrigues.blogspot.com

Gambozinos

A vila de São Romão, no concelho de Seia, organi-za amanhã um evento de valorização do comércio local.

A iniciativa, que partiu de vários comerciantes da vila, visa divulgar o co-mércio local, trazer gente às ruas da vila e valorizar o comércio de rua.

O “São Romão Fashion 2012” tem ínico a partir das 19h00 com um desfile de bombos da Escola Eva-

risto Nogueira, seguindo-se o concerto da banda lo-cal “Banda Academia de Santa Cecília” e à noite, pelas 22h00, o ponto alto do evento, uma passagem de modelos com a cola-boração de várias lojas do comércio local, sapa-tarias, lojas de roupa, ca-beleireiros, esteticistas e ópticas. Os comes e be-bes ficam a cargo dos vá-rios cafés da vila. Micae-la Costa

São Romão valoriza comércio local

Paul

o N

eto