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Escola de Aprendizes do Evangelho - Aliança Espírita Evangélica (8ª turma/GEAEL) 1 Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de Limeira Escola de Aprendizes do Evangelho - 8ª turma 12ª aula: Textos complementares GEAEL Transcrito do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec 11. O egoísmo, esta chaga da humanidade, deve desaparecer da Terra, porque impede a sua evolução moral. É ao espiritismo que está reservada a tarefa de fazer a Terra elevar-se na hierarquia dos mundos. O egoísmo é, portanto, o alvo contra o qual todos os verdadeiros cristãos devem dirigir suas armas, suas forças, sua cora- gem. Digo coragem, porque é preciso mais coragem para vencer a si próprio do que aos outros. Que cada um, então, empenhe todos os esforços para combatê-lo dentro de si, pois esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho, é a fonte de todas as misérias deste mundo. Ele é a negação da caridade, e, consequen- temente, o maior empecilho à felicidade dos homens. Jesus vos deu o exemplo da caridade, e Pôncio Pilatos, o do egoísmo. Enquanto o Justo vai percorrer as santas estações de seu martírio, ou melhor, o caminho do calvário, Pilatos lava as mãos, dizendo: “Que me importa!”. E disse aos judeus: “Este homem é justo, por que quereis crucificá-Lo?”. Mas, no entanto, permite que O con- duzam ao suplício. É a esse antagonismo entre a caridade e o egoísmo, à contaminação por essa lepra que invadiu o coração humano, que o cristianismo deve o fato de ainda não ter cumprido toda a sua missão. É a vós, novos apóstolos da fé esclarecidos pelos espíritos superiores, que cabe a tarefa e o dever de extirpar esse mal, para dar ao cristianismo toda a sua força e descartar os obstáculos que lhe impedem a marcha. Expulsai o egoísmo da Terra, para que ela possa elevar-se na escala dos mundos, pois já é tempo de a humanidade crescer, mostrar-se adulta! Mas para isso é preciso, antes, banir do vosso coração o egoísmo. (EMMANUEL, Paris, 1861). 12. Se os homens se amassem uns aos outros, a caridade seria melhor praticada. Mas, para isso, seria preciso que vos esforçásseis no sentido de livrar vossos corações da couraça que os envolve, a fim de torná-los mais sensível ao sofrimento do próximo. A indiferença acaba com os bons sentimentos. Jesus nunca Se aborrecia com aquele que se dirigia a Ele. Quem quer que fosse, nunca era repelido: tanto a mulher adúl- tera, como o criminoso eram socorridos por Ele, que não temia que Sua reputação viesse a sofrer por causa disso. Quando, pois, O tomareis por modelo de todas as vossas ações? Se a caridade reinasse na Terra, o mal não teria mais poder; fugiria envergonhado e se esconderia, pois se sentiria deslocado. O mal então desaparece- ria. Convencei-vos muito bem disso. Começai por dar o exemplo a vós mesmos. Sede caridosos para com todos, sem distinção. Esforçai-vos para não dar atenção a quem vos olha com desprezo, e deixai aos cuidados de Deus a aplicação da justiça, pois todos os dias, no Seu Reino, Ele separa o joio do trigo. O egoísmo é a negação da caridade. Ora, sem a caridade não haverá paz de es- pírito na sociedade. E digo mais: não haverá segurança. Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, haverá sempre uma competição para ver quem é mais esperto; uma luta de interesses em que as mais nobres afeições são espezinhadas; em que sequer os sagrados laços familiares são respeitados. (P ASCAL, Sens, 1862). Se a caridade reinasse na Terra, o mal não teria mais poder; fugiria envergonhado e se esconderia, pois se sentiria deslocado.

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Escola de Aprendizes do Evangelho - Aliança Espírita Evangélica (8ª turma/GEAEL) 1

Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de LimeiraEscola de Aprendizes do Evangelho - 8ª turma

12ª aula: Textos complementaresGEAEL

Transcrito do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec

11. O egoísmo, esta chaga da humanidade, deve desaparecer da Terra, porque impede a sua evolução moral. É ao espiritismo que está reservada a tarefa de fazer a Terra elevar-se na hierarquia dos mundos. O egoísmo é, portanto, o alvo contra o qual todos os verdadeiros cristãos devem dirigir suas armas, suas forças, sua cora-gem. Digo coragem, porque é preciso mais coragem para vencer a si próprio do que aos outros. Que cada um, então, empenhe todos os esforços para combatê-lo dentro de si, pois esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho, é a fonte de todas as misérias deste mundo. Ele é a negação da caridade, e, consequen-temente, o maior empecilho à felicidade dos homens.

Jesus vos deu o exemplo da caridade, e Pôncio Pilatos, o do egoísmo. Enquanto o Justo vai percorrer as santas estações de seu martírio, ou melhor, o caminho do calvário, Pilatos lava as mãos, dizendo: “Que me importa!”. E disse aos judeus: “Este homem é justo, por que quereis crucificá-Lo?”. Mas, no entanto, permite que O con-duzam ao suplício.

É a esse antagonismo entre a caridade e o egoísmo, à contaminação por essa lepra que invadiu o coração humano, que o cristianismo deve o fato de ainda não ter cumprido toda a sua missão. É a vós, novos apóstolos da fé esclarecidos pelos espíritos superiores, que cabe a tarefa e o dever de extirpar esse mal, para dar ao cristianismo toda a sua força e descartar os obstáculos que lhe impedem a marcha. Expulsai o egoísmo da Terra, para que ela possa elevar-se na escala dos mundos, pois já é tempo de a humanidade crescer, mostrar-se adulta! Mas para isso é preciso, antes, banir do vosso coração o egoísmo. (EmmanuEl, Paris, 1861).

12. Se os homens se amassem uns aos outros, a caridade seria melhor praticada. Mas, para isso, seria preciso que vos esforçásseis no sentido de livrar vossos corações da couraça que os envolve, a fim de torná-los mais sensível ao sofrimento do próximo. A indiferença acaba com os bons sentimentos. Jesus nunca Se aborrecia com aquele que se dirigia a Ele. Quem quer que fosse, nunca era repelido: tanto a mulher adúl-tera, como o criminoso eram socorridos por Ele, que não temia que Sua reputação viesse a sofrer por causa disso. Quando, pois, O tomareis por modelo de todas as vossas ações? Se a caridade reinasse na Terra, o mal não teria mais poder; fugiria envergonhado e se esconderia, pois se sentiria deslocado. O mal então desaparece-ria. Convencei-vos muito bem disso.

Começai por dar o exemplo a vós mesmos. Sede caridosos para com todos, sem distinção. Esforçai-vos para não dar atenção a quem vos olha com desprezo, e deixai aos cuidados de Deus a aplicação da justiça, pois todos os dias, no Seu Reino, Ele separa o joio do trigo.

O egoísmo é a negação da caridade. Ora, sem a caridade não haverá paz de es-pírito na sociedade. E digo mais: não haverá segurança. Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, haverá sempre uma competição para ver quem é mais esperto; uma luta de interesses em que as mais nobres afeições são espezinhadas; em que sequer os sagrados laços familiares são respeitados. (Pascal, Sens, 1862).

Se a caridade reinasse na Terra, o mal não teria mais poder; fugiria envergonhado e se esconderia, pois se sentiria deslocado.

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2 12ª aula: História de Israel e dominação estrangeira até o reinado de Adriano

Mente e CérebroA ciência materialista atribui sempre ao cérebro a quase

totalidade dos fenômenos intelectuais e psíquicos manifesta-dos pelo homem encarnado, enquanto que o Espiritualismo, a seu turno, sempre ensinou que o cérebro é somente o órgão físico das manifestações ambientais do Espírito; uma estação receptora-transmissora de idéias, pensamentos e impressões outras, vindas do Espírito no sentido de “dentro para fora” e do ambiente exterior, no sentido de “fora para dentro”, ao mesmo tempo uma espécie de cabina de comando, da qual o Espírito se utiliza para agir sobre o corpo orgânico ou o meio ambiente, através da mente, que é a área onde essas transmis-sões se manipulam.

Podemos sugerir o trinômio espírito-mente-cérebro, se-gundo o qual o espírito, através da mente situada no perispí-rito, utiliza o cérebro material e, em sentido contrário, pelos sentidos, toma conhecimento do que ocorre no exterior, ou no corpo orgânico.

Mas, ultimamente, a ciência está cedendo lugar à realida-de e vacila em sustentar sua concepção escolástica exposta da seguinte maneira:

1°) o cérebro é órgão vital, de altíssima sensibilidade;2°) possui 19 bilhões de células, de forma e constituição química particular, que respiram e se alimentam da linfa sangüínea;3°) setecentos centímetros cúbicos de oxigênio é o quanto exige a respiração de 100 gramas de cérebro;4°) a inteligência depende do número de células do cére-bro e, conseqüentemente, quanto maior o número delas, maior será o cérebro e maior a inteligência demonstrada.

Esta teoria fixava a ciência no pressuposto de que as ma-

nifestações atribuídas à alma, pelas correntes espiritualistas, eram produto simplesmente da fisiologia cerebral.

Esta tese materialista que atribui à célula cerebral (que não passa de matéria sensível), a capacidade de fabricar idéias e pensamentos da mais variada escala ou expressão moral ou intelectual, tem resistido séculos e formado mentalidades frias e exclusivistas aos centos de milhares em todo o mundo.

Mas, com a evolução das coisas, a Ciência começou a es-barrar com fatos concretos que estremeciam os alicerces da en-ganosa suposi-ção como, por exemplo, este: o cérebro huma-no, é cinco ou seis vezes menor

que os do elefante ou da baleia, mas nem por isso estes podem fazer o que o do homem faz, a ponto de competir com velozes máquinas calculadoras, ou executar funções que nenhum ou-tro ser ou máquina poderão imitar, sequer.

Este impasse, entretanto, não foi ainda eliminado, porque a ciência permanece na obstinação de não aceitar o elemento espírito, desprezando assim a chave que abrirá portas novas e definitivas para o entendimento de problemas insolúveis por outros meios.

A regra certa, como tudo o demonstra, é esta: em um cé-rebro de pequeno porte pode manifestar-se uma inteligência de alto nível porque, justamente em contrário à teoria cien-tífica, não é o cérebro que gera idéias e pensamentos, porque estes são privativos do Espírito que usa o cérebro.

Há outro ponto de interesse complementar: em estudos e trabalhos doutrinários são comuns as confusões entre cérebro e mente, termos estes que são usados indistintamente para desig-nar o mesmo órgão ou a mesma atividade; mas deve-se entender:

MENTE — Como órgão situado no perispírito, através do qual o Espírito age diretamente sobre o cérebro, a matriz perispiritual do cérebro material, podendo dizer-se analogica-mente que é o cérebro do Espírito, através do qual este age sobre o cérebro do corpo denso.

A mente comporta três divisões ou setores distintos e complementares de manifestações:

a) o superconsciente — para as ligações do Espírito en-carnado com o Plano Espiritual.

b) o consciente — para o remanejamento das idéias, pen-samentos e outras impressões em trânsito no momento, do ambiente em que vive.

c) o subconsciente — para o fornecimento ao Espírito da maior parte dos conhecimentos anteriormente arquivados de que ele carece para suas atividades funcionais, como auxílio poderoso à memória relativa, que ele utiliza na presente en-carnação.1

A Ciência, que levou milhares de anos indiferente ao co-nhecimento da energia nuclear, esboçada pelos sábios da anti-güidade grega e que, com sua atual adoção e brilhante mani-pulação, está agora escalando os céus, tentando arrombar as portas dos astros, continuará entretanto, a marcar passo em muitos setores, de importância fundamental, enquanto não adotar a existência, atualmente mais que provada e evidente, dos Espíritos desencarnados e de sua interferência constante, multiforme na vida dos homens encarnados.

Enquanto não admitir a existência de Deus — o criador supremo — e mesmo podendo resolver inúmeros problemas do campo intelectual, a ciência não transporá os limites que abrem as portas dos conhecimentos definitivos ligados à vida do cosmo e do Espírito imortal e eterno.

Enquanto é TempoEdgard Armond

1 Maiores detalhes sobre o assunto poderão ser encontrados no livro Psiquismo e Cromoterapia, do mesmo autor.

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Escola de Aprendizes do Evangelho - Aliança Espírita Evangélica (8ª turma/GEAEL) 3

O que se pode transformar intimamente (V)nEy PiEtro PErEs — Manual Prático do Espírita

CONHEÇA MELHOR O ÓDIO E A AGRESSIVIDADE

Responda ao Questionário:

1. É a agressividade um efeito do ódio?2. Como, ou de que modo, a agressividade pode se ma-

nifestar?a) Por pensamentos. Dê exemplos.b) Por palavras. Dê exemplos.c) Por atos (corporais). Dê exemplos.3. O ódio é considerado como uma deformidade mental,

ou, se quiser, como o oposto ao amor. Você concorda? Por quais razões?

4. O ódio consome muito mais depressa aquele que odeia do que aquele que é odiado. Por quê?

5. Segundo um psicólogo, em geral, o ódio manifesta-se de cinco modos:

I. atos agressivos;II. palavras ofensivas;III desconfiança;IV. fuga;V. inveja.Procure identificá-los em você mesmo, lembrando, como

exemplo, as manifestações de desconfiança, fuga e inveja. Para isso, damos abaixo algumas pistas:

Desconfiança: A amizade desentendida induz à dúvida e à suspeita. Sentimentos traídos levam à revolta, ao ódio. Origens: amor-próprio ferido, intolerância.Remédio: perdão, tolerância, paciência.

Fuga: Quando se fere alguém injustamente vem o remorso, o ódio a si mesmo. A falta de coragem em enfrentar a própria insensatez leva o indivíduo a fugir das situações que possam apro-ximá-lo da pessoa por ele ofendida. Zangado, consome a si mesmo.Origens: insegurança, medo.Remédio: coragem, reconcilação.

Inveja: Não-aceitação da condição relati-vamente superior de alguém, ou de uma situação de vida de outrem me-lhor que a sua, leva à inconformação, ao ódio, procurando ferir e destruir o objeto da inveja.Origens: insegurança, ambição.

Remédio: tolerância, conformação.

6. Pode o ódio tornar-se um hábito da personalidade? Como? É uma questão de colocação íntima?

7. Comente cada um dos incidentes descritos no quadro abaixo e as reações negativas ou positivas que teria:

INCIDENTE REAÇÃO NEGATIVA REAÇÃO POSITIVA

Você é punindo quando criança.

“Meus pais não me amam.”

“Eu errei, estou arre-pendido.”

Como adolescente, você não é convidado para um grupo que você cobiçava.

“Eles são uns conven-cidos. Não quero nada com eles.”

“Perguntarei a meus pais o que eles pensam sobre o caso.”

Você é despedido de um emprego.

“O patrão tem os seus protegidos. Eu me vin-garei.”

“Que poderá esta expe-riência ensinar-me, que me auxilie no próximo emprego?”

Você perde um filho. “Como Deus pôde fazer isso comigo?”

“Aceito a vontade de Deus acima da minha.”

Você é atingido por alguma grave enfermi-dade.

“O destino me pregou uma peça.”

“Aprenderei como con-viver com ela.”

Você perde sua inde-pendência financeira.

“Fulano e sicrano são responsáveis por isso.”

“Tenho saúde, darei um jeito.”

8. Desde a leve irritação, até a paixão violenta, o ódio se manifesta. Já pensou que isso tudo tem uma única origem? Qual é?

9. Uma autocorreção poderá auxiliá-lo a vencer .o ódio?10. Acha que o amor e o perdão são os verdadeiros antí-

dotos do ódio?

GEAEL

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4 12ª aula: História de Israel e dominação estrangeira até o reinado de Adriano

CAUSA GRAU

1 2 3 4 5 Notas

1. Impaciência minha família considera-me uma pessoa muito impaciente.

Demonstro impaciência várias vezes por dia.

Sou conhecido como uma pessoa muito paciente.

2. Palavras ásperas Sou franco e rude. Usu-as quando me provocam. Aprendi a refrear-me.

3. Sacasmo Receio usá-lo com frequência. Usu-o talvez uma ou duas vezes por semana.

Creio que não o uso mais do que uma vez por mês.

4. Mexericos ou maledicências

Gosto de ouvir e repetir novidades picantes.

Creio que sou normal nesse sentido. Às vezes também me envolvo nisso.

Aprendi a fechar meus ouvidos e meus lábios nesse sentido.

5. Desconfiança Todos tem suas “manhas”, eu me acautelo.

Aprendi a confiar em algumas criaturas.

6. Intolerância (religiosa, racial, política etc)

Evito as pessoas cujas crenças sejam diferentes das minhas.

Algumas dessas pessoas são boas. Tenho bons amigos de diferentes raças, religiões e opiniões políticas.

7. Ressentimento (ódio) pensamentos sombrios

Receio passar uma hora diária com essa atitude.

Talvez esses resentimentos me assaltem uma hora por semana.

Não muito seguido; não mais do que uma hora por mês.

8. Raiva violenta dirigida contra alguém

Perco as “estribeiras” talvez uma vez por semana.

Uma vez por mês. Uma vez por ano.

9. Inveja ou cobiça Invejo muitas pessoas. Queria ter o que elas tem.

Confesso que invejo algumas pessoas. A inveja praticamente não passa no meu pensamento.

10. Ciúme Tenho muito ciúme de quem amo. Sinto ciúme, porém, procuro vencê-lo. Esta é a emoção que praticamente não me incomoda.

CURA VERIFIQUE A ExTENSÃO DO USO QUE FAZ DESSES MEIOS

11. Supressão das fontes do ódio.

Lembro-me constantemente de pessoas odiosas.

Procuro ignorar minhas fontes de ódio. Procuro compreender as causas das ações odiosas.

12. Reação demorada quanto à irritação.

Eu ainda reajo impetuosamente em algumas situações.

Procuro refrear as reações repentinas nas situações irritantes.

Adquiri o hábito da deliberação, de ponderar.

13. Fé nas pessoas. Perdi a fé na integridade da maioria das criaturas.

Tenho fé naqueles que me provaram merecê-la.

Acredito que a maioria das pessoas quer fazer o que é direito.

14. Auxílio àqueles que você odeia ou inveja.

Já experimentei; não deu resultado. Algumas vezes experimentei com êxito. Realmente tento fazê-lo quase sempre.

15. Perdão aos que o ofendem.

Eu guardo rancor, procuro vingar-me.

Ignoro, porém não perdôo. Perdôo e esqueço prontamente.

16. Relaxar conscientemente a tensão muscular.

Uma parte do tempo eu fico tenso; dá-me cansaço.

Fico tenso quando me irritam. Aprendi a relaxar conscientemente a tensão muscular.

17. Atividade física. Uso os quatro grandes músculos do meu corpo quatro horas por semana ou menos.

Oito horas por semana. Doze ou mais horas por semana.

18. Exame médico. Há cinco anos ou mais me examinei uma vez.

Há três anos. Faço um exame anualmente ou com mais frequência.

19. Oração Experimentei sem resultados. Oro quando não posso vencer sozinho o ódio.

Oro regularmente; dá-me paz de espírito e compreensão.

20. Os pensamentos positivos substitutos dos pensamentos depressivos.

Não consigo fazer isso. Às vezes me livro do malefício do ódio. Uso-os sempre para vencer meus ódios.

Total

Faça seu pRópRIO teste — avalIe O óDIO em vOcê.Abaixo estão arroladas vinte características importantes na análise de seu problema do ódio. As dez primeiras referem-se

à causa. As dez seguintes, ao combate dos efeitos. Se nenhuma delas se aplica a você ou ao seu caso marque três pontos a seu favor na coluna das notas. Confira o grau de cada uma que se aplica a você. Caso não possa decidir entre duas delas, marque na coluna estreita entre duas delas. A nota do grau de cada causa ou cura encontra-se acima de cada coluna. Seja justo consigo mesmo. Ponha os valores na coluna das notas, some-as e verifique o total.

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Escola de Aprendizes do Evangelho - Aliança Espírita Evangélica (8ª turma/GEAEL) 5

AVALIAÇÃO

Estude o total de suas notas pela tabela seguinte:Notas significado

76 a 100 .................. Você tem bom controle de si mesmo.59 a 75 .................... Normal. Tente, entretanto, ter mais

controle.Até 58 ..................... Você está se envenenando. Precisa de

mais paz de espírito. Desenvolva mais esforço na Reforma Íntima.

PARA SUA MEDITAÇÃO

O ódio abrange uma grande faixa de manifestações, des-de a irritação até a paixão violenta. Pode manifestar-se em ações, palavras ou disposição de espírito.

Confunde-se às vezes com a culpa e o medo. Você pode estar adquirindo hábitos que não passam de reações de ódio. Uma autocorreção é necessária e poderá auxiliá-lo a vencer o ódio e todas as outras emoções negativas. Os verdadeiros antídotos do ódio, na realidade, são o amor, o perdão, já nos ensinou o sublime Amigo Jesus.

lemBRe‑se: “O amor cobre todas as transgressões.”

1. A TERRA PROMETIDA

A história do povo judeu nos seus primeiros séculos de vida nacional está de tal forma vinculada a da maioria dos povos orientais que, fazer o seu relato, é o mesmo que narrar, também, em grande parte, a história daqueles povos, princi-palmente dos que habitavam a antiga Ásia Menor.

Cordilheiras e desertos separam a Palestina dos vizinhos países da Síria, Egito, Arábia; porém, as estradas que lhe cor-tam o território de norte a sul foram trilhadas, na antigüida-de, por exércitos de muitas nações e camelos de caravanas inúmeras, vindas de todas as partes do mundo, porque a Pa-lestina era passagem obrigatória entre o Oriente e o Ocidente.

Naqueles tempos, o centro da civilização planetária esta-va no Mediterrâneo, onde se localizavam as grandes cidades de Atenas, Roma, Tiro, Jerusalém, Cartago, Alexandria, e os portos palestinos recebiam navios, mercadorias e viajantes de todas as nações.

Em épocas remotas, seu território foi habitado por ho-mens de elevada estatura, tidos como gigantes, aproximados das raças primitivas do planeta; mais tarde, esses povos foram substituídos por invasores de origem semita, vindos da Atlân-tida, e que se espalharam por toda a bacia do Mediterrâneo assenhoreando-se da terra. Os hebreus, mais tarde, quando ali chegaram, ao fim do Êxodo, conduzidos por Moisés e por Josué, tiveram de combatê-los e dominá-los para que tomas-sem posse da Terra Prometida.

2. DA ORIGEM ATÉ A CONQUISTA ROMANAA semente dos hebreus, como se sabe, é representada

pelo semita Abraão que, mais ou menos há 3 mil a.C., par-tindo de Ur, na Caldéia, com grande comitiva, emigrou para Canaã, onde formou o núcleo do futuro povo de Israel.

No tempo de José, quando se estabeleceram no Egito, já eram os hebreus tão numerosos que cruzavam toda a Ásia Menor em caravanas comerciais e mantinham núcleos popu-losos em vários lugares, principalmente na Babilônia.

Depois do Êxodo (1.400 a.C.), Josué colonizou Canaã e,

após sua morte, sobreveio um longo período de inquietação e de guerras, no Governo dos Juízes, que durou dois séculos (de Josué a Samuel).

No século 11 a.C. iniciou-se a época dos Reis, tendo o profeta Samuel — o último dos Juízes —sagrado a Saul o primeiro dos reis.

Plantaram ambos os alicerces do engrandecimento de Israel. Seus sucessores, Davi e Salomão, consolidaram as conquistas: no terreno religioso, com a construção do Templo Judaico (uma das maravilhas arquitetônicas da época) e, no político, com a dominação de todos os inimigos de Israel e sua expansão territorial. Foi também nesse período que se levantaram muitas cidades e se construiu a segunda muralha de Jerusalém.

Pelo ano 937 a.C., com a morte de Salomão, a pátria judaica dividiu-se, como já foi ensinado, em dois reinos: o de Israel, ao norte, e o de Judá, ao sul. Esses reinos duraram dois e quatro séculos respectivamente, tendo sido o primeiro destruído pelos assírios e o segundo pelos babilônios, que ar-rasaram Jerusalém e levaram os judeus cativos. Na Babilônia, os hebreus permaneceram escravizados de 50 a 70 anos, até a data em que o rei persa, Ciro, tendo-se apoderado do país, deu liberdade aos judeus e permitiu que voltassem para sua terra e reconstruíssem seu grande templo.

Durante essa dominação, a Palestina permaneceu como província persa até a data em que Alexandre, o Grande, rei da Macedônia e Grécia, conquistou a Ásia Menor e apoderou-se também de seu território. Abriu-se, então, para os judeus, com o helenismo (cultura grega) uma época brilhante, de civiliza-ção mais apurada e liberal, que culminou com a fundação da cidade egípcia de Alexandria, situada às margens do Mediter-râneo, à esquerda do delta do Nilo, e que, naqueles tempos e nos séculos seguintes, se tornou o foco principal e o mais forte baluarte da vida judaica.

Mais tarde, na Palestina, o clã poderoso dos Macabeus se revoltou contra a dominação exercida pelo governo da Síria, venceu a este país e reinou durante um século, até quando foi novamente a Palestina conquistada, agora pelos romanos sob

Escola de Aprendizes do Evangelho - 8ª turma12ª aula: História e Israel e dominação estrangeira até o reinado de AdrianoGEAEL

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6 12ª aula: História de Israel e dominação estrangeira até o reinado de Adriano

o comando de Pompeu, em 63 a.C.Foi nessa época que surgiram os partidos político-religio-

sos dos fariseus e saduceus, bem como acentuou-se na vida social do país as atividades da Fraternidade dos Essênios. Os primeiros, fariseus, eram gente do povo e por isso numerosos; criam na imortalidade da alma e se revelavam fortemente or-todoxos em relação à Thora (conjunto de livros que forma-vam a Lei de Moisés), enquanto que os segundos (saduceus) eram aristocráticos, filósofos e cépticos.

Quanto aos Essênios eram uma fraternidade de homens virtuosos, devotados ao bem do povo, às obras de caridade e aos estudos espirituais. A Fraternidade, fora fundada há mui-tos séculos atrás, porém, como sempre divergiu do espírito e dos processos religiosos adotados pelo sacerdotalismo hebreu, que detinha o poder em Jerusalém, seus membros viviam in-sulados nas montanhas do País, e somente alguns deles, — os terapeutas — misturavam-se com o povo, percorrendo as aldeias e as moradias ensinando, curando, esclarecendo. Os essênios obedeciam a rígidos princípios de moral e de pureza espiritual e nos seus recolhimentos agrestes realizavam anu-almente assembléia iniciática, que reuniam todos aqueles que pertenciam à congregação.

Habitavam os santuários de Moab, Quarantana, Monte Hermon, Monte Nebo, Monte Carmelo, Monte Tabor e outros menores, espalhados pela Palestina e deram forte apoio mate-rial e espiritual ao Messias Jesus quando este ali esteve em desempenho de sua tarefa planetária.

3. A PRIMEIRA REVOLTA DOS JUDEUSQuando o Divino Mestre veio, no ano 7, fazia já 63 anos

que a Palestina era uma província romana, dividida em vários governos; na Judéia imperava Herodes, o Grande, o rei san-guinário que morreu roído pelos vermes.

Desde a conquista de Pompeu o ódio dos judeus pelos ro-manos e o desprezo destes por aqueles crescia de vulto a todo instante, estourando em tumultos cada vez mais graves até que, no ano 68, os judeus se revoltaram abertamente e Nero, o César de Roma, mandou contra eles o general Vespasiano que avançou país adentro sem encontrar resistência e pôs cerco a Jerusalém. Tendo sido Vespasiano com a morte de Nero, me-ses depois, proclamado imperador pelas suas próprias legi-ões, assumiu a direção da guerra seu filho Tito que, no ano 70 apoderou-se da cidade, arrasou o Templo e dispersou o que restava da população judia.

Este acontecimento teve grande influência na vida dos judeus porque estes, tendo perdido a autoridade politica e a liberdade, voltaram-se com mais fervor para a existência reli-giosa; destruído o culto externo aferraram-se à Lei; desauto-rizados os sacerdotes avultaram como autoridade os rabinos.

A capital mudou-se para Jamnia, na costa de Iabné, que se tornou centro da influência nacional. Em Iabné instalou-se como governo um tribunal (Beth-Din), cujo presidente (Ab-Beth-Din) ficou sendo o chefe civil e religioso dos judeus. Todo judeu diplomado nas escolas rabinicas tinha voto nes-se tribunal, que substituiu o antigo Sinédrio. A Thora, mais que nunca, permaneceu como lei e se lhe acrescentaram dois

livros: A MISCHNÃ, que era um repositório das decisões e sentenças desse tribunal de governo e de usos e costumes dos judeus e o Talmude, de caráter mais doutrinário-filosófico que era sobretudo um livro de comentários de Mischnã.

Nessa época, com a queda do judaísmo, ganhou forças o cristianismo nascente, que procurou estender-se e consolidar-se por toda parte.

4. NOVAS REVOLTASDesde então mais forte se tornou a dominação romana e

mais tarde o imperador Trajano, tendo invadido a Ásia Menor avançando até o Mar Cáspio, foi subjugando e obtendo votos de obediência de todos os povos dessa vasta região. Os judeus, porém, e os parthos se rebelaram nas retaguardas dos exér-citos romanos e passaram a trucidar centenas de milhares de gregos, romanos, egípcios e outros povos, súditos romanos, assolando toda a terra com uma violência incrível. Trajano, encolerizado, mandou contra eles seus exércitos e os judeus foram então por sua vez exterminados impiedosemente, por toda parte.

Isto se deu no ano 117.Adriano, sucessor de Trajano, foi um imperador ambu-

lante: viajava sempre e por onde passava ia levantando ci-dades, construindo estradas, erigindo monumentos. Por toda parte nessa época imperava a paz e a prosperidade.

Entretanto, na Palestina, que de província se tornara uma simples colônia romana, os judeus reuniam-se de novo, pre-parando nova revolta contra EDON, o estrangeiro opressor.

Adriano, passando por Jerusalém, visitou as ruínas do Templo onde agora as feras do deserto faziam suas tocas. Generoso e displicente deu ordens para que a cidade fosse reconstruída e em seguida partiu para o Egito e dali para a Grécia.

Mas a revolta, há muito tempo sopitada, explodiu furiosa por verem os judeus que a cidade sagrada estava sendo pro-fanada por estrangeiros, que a reconstruíram à sua vontade, como cidade pagã. De fato, por toda a parte surgiam estátuas, banhos públicos, anfiteatros, centros ruidosos de vida pro-

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fana. No próprio templo se levantavam estátuas em honra a deuses romanos.

Foram, pois, se retirando e concentrando nas montanhas de Bethel e ali construindo fortificações enterradas nas coli-nas, enquanto que dos países vizinhos diariamente afluíam centenas de voluntários inflamados de zelo e ódio.

Os cristãos, que já então eram muito numerosos na Ju-déia, não aderiram à revolta e por isso foram se afastando do perigoso fanatismo revolucionário. Quanto aos judeus, orto-doxos, não tendo reconhecido a Jesus, que há poucos anos haviam crucificado, mas precisando de um motivo religioso que galvanizasse o povo, unindo-o fortemente em torno de um ideal sobre-humano, necessitando dar-lhe ânimo para a luta de vida e de morte que se prenunciava, aceitaram pressurosos a pregação de um fanático surgido naqueles dias, conhecido pelo povo como Bar cosiba e que se intitulava o Messias das promessas seculares de Israel.

Sob a autoridade do rabi Aquiba, o mais prestigioso sacerdote judeu daquela época, foi Bar Cosiba reconhecido como o Messias esperado. Aquiba investiu-o publicamente desse título místico, sagrou-o cingindo-lhe o manto vermelho, entregando-lhe o bastão de mando e pegando-lhe por fim nos estribos, para que a profecia messiânica fosse também cum-prida no ponto em que dizia: “quando Ele montou no seu ca-valo de batalha ... para inaugurar o seu reinado de Messias...”

Bar Cosiba, assim sagrado perante o povo, assumiu ime-diatamente a chefia da revolução e decidiu a guerra, deter-minando a concentração do exército judeu clandestino em Bethel e o ataque às tropas romanas.

E todo o povo se rejubilou porque ele, como Messias “ver-dadeiro” fez aquilo que o “falso” Messias de Nazaré se recu-sara a fazer: levantar sua espada e decretar a libertação de Israel das mãos do Edon. E assim como sucedeu em 68 a.C., em 117, também nesse ano de 132 o movimento alastrou-se por toda a Ásia Menor.

5. EXPULSÃO DOS JUDEUSAssim que adriano, vindo do Egito, chegava à Grécia,

soube do levante dos judeus e da proclamação da indepen-dência da Palestina, determinou que as legiões localizadas nos países vizinhos atacassem os judeus e os destruíssem.

A guerra foi longa e terrível. Durou mais de dois anos e as tropas romanas, após reveses muitas vezes cruentos, foram encurralando os judeus nos seus subterrâneos das montanhas e aí foram sendo eles reduzidos pelos combates e pela fome. Penetrando lentamente nos subterrâneos escuros, os roma-nos massacraram perto de 200 mil judeus, inclusive mulheres e crianças. A Judéia se transformou num deserto e as feras entravam livremente pelas casas abandonadas. Os judeus so-breviventes foram vendidos pelo preço de gado, nos mercados de Terebinto (que, por isso, ficaram para sempre malditos) e aqueles que permaneceram no fundo dos subterrâneos acaba-ram por se entredevorarem, roídos pela fome e pelo desespero.

Roma decretou a perseguição oficial dos judeus, e em todo o Império, eles foram caçados como feras, presos e torturados. Aquiba — o chefe espiritual da revolta —torturado a fogo e

empalado, até o último suspiro repetia a frase: “Deus é um só, um só, um só”... E os mártires que lhes seguiam a esteira de agonia repetiam até o último instante: “é um só, um só”...

Por fim, um decreto de César expulsou os judeus de Jeru-salém e de toda a Palestina para sempre.

Nessa época, terminou a reconstrução de Jerusalém, que se passou a chamar aelia adriana, cidade pagã e pervertida; no Templo judaico ergueu-se a estátua de Júpiter e junto ao Gólgota erigiram-se templos a Vênus Afrodite...

Por isso, no talmude, esta revolta ficou sendo chamada “a guerra do extermínio”, porque Israel desapareceu dos ma-pas, dispersou-se, tornou-se errante pelo mundo.

6. A DISPERSÃO PELO MUNDODepois desse extermínio, os judeus que se salvaram

concentraram-se novamente na Babilônia, governados por exilarcas até o ano 1038, quando foram se espalhando pelo mundo como povo sem pátria, porém ligados sempre entre si por fortes laços religiosos. Nas épocas de crise nunca se acovardaram e sempre tiveram líderes que os conduzissem e orientassem. Entre esses líderes convém citar Hasda Saprut e Abravanel, que os defenderam e prestigiaram junto aos mu-çulmanos de Espanha; Rashi, na França; Maimonides, que escreveu o Guia para os Judeus, em 1204.

Durante a Idade média foram perseguidos e obrigados a viver em bairros separados nas cidades, como também a usar, sobre as vestes, uma estrela amarela de identificação, reabili-tada nos nossos dias pela Alemanha, por Hitler. A Inquisição perseguiu-os impiedosamente. Em 1290 foram expulsos da Inglaterra; em 1306, da França; e em 1492, da Espanha, o seu mais forte e seguro reduto na Europa. a sua expulsão da espanha foi o mais duro golpe sofrido por eles desde a destruição do Templo, no ano 70. Expulsos de toda a parte e encurralados em guetos, podia-se dizer então que a estrela de Israel desaparecera para sempre.

Além disso, o Papa Inocêncio III proibiu que exercessem qualquer profissão honesta, podendo unicamente dedicar-se a comerciar com dinheiro. Mas, com a Reforma Protestante, eles se firmaram de novo e surgiu a época do Humanismo, que sucedeu a Renascença e durante a qual foram de novo redimidos os estudos sobre o judaísmo e o helenismo antigos. Com esse movimento, readquiriram liberdade civil e religiosa, tendo-se destacado os judeus Spinoza, Mendelson e outros, sendo que este último é considerado o terceiro Moisés, por ter sido aquele que ensinou os judeus a se adaptaram a vida mo-derna. A partir daí, voltaram eles a se estabelecer na Europa e por fim na América, em 1655.

Não se cruzando com outras raças, mantendo a fé reli-giosa e usando o poder do dinheiro e da grande experiência comercial que adquiriram no curso dos séculos, venceram eles todas as vicissitudes, impondo-se ao respeito dos povos e, nem mesmo as últimas perseguições e morticínios que sofreram nas últimas guerras, impediram que se conservassem unidos e estejam agora voltando à sua pátria, cuja posse, mais uma vez, disputam a povos estrangeiros, como o fizeram há 4 mil anos quando ali chegaram conduzidos por Moisés e Josué.

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8 12ª aula: História de Israel e dominação estrangeira até o reinado de Adriano

A ciência magnética compreende um certo número de divisões, conforme sua aplicação a diferentes categorias de fenômenos. Limitar-nos-emos a assinalar aqui os fatos que têm ligação com o desligamento da alma, deixando de lado o aspecto terapêutico dessa ciência cultivada pelos nossos ancestrais. Sem descrever detalhadamente a história do magnetismo, podemos lembrar que ele era conhecido desde tempos imemoriais. Os anais dos povos da Antiguidade estão repletos de nar-rativas circunstanciadas que relatam o profundo conhecimento que os sacerdotes antigos possuíam do magnetismo.

Os magos da Caldéia, os brâmanes da Índia curavam pelo olhar, por meio do qual provocavam o sono. Ainda hoje, na Ásia, os sacer-dotes guardam em seu poder os segredos de seus predecessores, e, particularmente no Industão, as faquires cultivam com sucesso as práticas magnéticas, como contam todos os viajantes que percorreram aquelas regiões. Os egípcios hauriram sua religião e seus mistérios na grande fonte da Índia; para alívio dos sofrimentos, empregavam passes e toques, tal como os executamos atualmente. Em várias passagens, Heródoto cita os santuários para onde acorriam os peregrinos desejosos de curar-se por meio de remédios que os hierofantes descobriam em sonho. Diodoro da Sicília diz terminantemente que enfermos chegavam em massa ao templo de Ísis para serem adormecidos pelos sacerdotes. Em sua maioria, os pacientes entravam em transe e eles próprios indi-cavam o tratamento que devia recuperar-lhes a saúde.

O templo de Serapis de Alexandria era renomado por restituir o sono aos que dele estavam privados. Estrabão conta que em Mênfis os sacerdotes adormeciam e, nesse estado, davam consultas médicas. A história está cheia de relatos de curas obtidas desse modo. Arnóbio, Celso e Jâmblico, nos seus escritos, dizem que, entre os egípcios, sempre existiram pessoas dotadas da faculdade de curar por meio de toques e insuflações, e que freqüentemente conseguiam fazer desaparecer certas afecções consideradas incuráveis.

Os gregos, por sua vez, assimilaram numerosos conhecimentos dos povos do Egito e não tardaram a igualar-se a seus mestres, ou até mesmo a superá-los. Os hierofantes que serviam ao altar de Trofônio haviam adquirido grande celebridade nesses assuntos. O que prova que o magnetismo estava muito difundido na época é que, no dizer de Heródoto, os sacerdotes, por ciúme, mandaram matar uma maga que operava curas através de fricções magnéticas. Apolônio de Tiana, ilustre taumaturgo, não ignorava essas práticas; curava a epilepsia por meio de objetos magnetizados, predizia o futuro e anunciava acontecimentos que ocorriam ao longe. Conservou-se a lembrança do seguinte fato:

Na velhice, o filósofo se havia refugiado em Éfeso. Um dia, quando ensinava em praça pública, seus discípulos viram-no parar de repente e exclamar com voz vibrante: “Coragem, golpeie o tirano!” Interrompeu-se de novo por alguns instantes, na atitude de um homem que aguarda com ansiedade, e recomeçou: “Não tenhais medo, efésios! O tirano não existe mais, ele acaba de ser assassinado.” Alguns dias depois, soube-se que, no momento em que Apolônio assim falava, Domiciano caía sob o punhal de um liberto.

Os romanos também possuíram templos onde se recuperava a saúde através de operações magnéticas. Celso conta que Asclepíades adormecia magneticamente pessoas acometidas de frenesi. Galeno, um dos pais da medicina moderna, acabava com certas doenças pela aplicação desses mesmos remédios, que fizeram com que passasse por feiticeiro e o obrigaram a sair de Roma. Esse ilustre sábio confessava que devia grande parte da sua experiência às idéias que lhe ocorriam em sonhos. A propósito, Hipócrates dizia que a melhor medicina lhe era indicada durante o sono. Mas o homem que obteve maior renome nessas matérias foi Simão, conhecido como “o mago”, que, soprando sobre os epilépticos, destruía o mal de que estavam acometidos.

Na Gália, os druídas e as druidesas possuíam a faculdade de curar em grau muito elevado, como o atestam inúmeros historiadores; sua medicina magnética tornara-se tão famosa que de todos os luga-

res pessoas iam consultá-los. É fácil confirmar o quanto sua fama era universal consultando Tácito, Plínio e Celso. Durante a Idade Média, o magnetismo foi praticado principalmente pelos sábios. O clero, ignoran-te e supersticioso, temia a intervenção do diabo nessas operações um tanto estranhas, de modo que essa ciência ficou sendo o apanágio dos homens instruídos.

Avicena, famoso doutor que viveu de 980 a 1036, escrevia que a alma age não somente sobre seu corpo, mas também sobre os corpos alheios, que ela pode influenciar à distância.

Fizzino, em 1460, Cornélius Agrippa, Pomponazzi, em 1500, e, principalmente Paracelso, seu contemporâneo, assentaram as bases do magnetismo moderno, tal como mais tarde devia ser ensinado por Mesmer.

Arnaud de Villeneuve buscou nos autores árabes o conhecimento dos efeitos magnéticos, e seu sucesso logo tornou-se tão grande que ele atraiu sobre si o ódio de seus confrades e foi condenado pela Sorbonne.

Em 1608, Glocenius, professor de medicina em Marbourg, publicou uma obra tratando das curas magnéticas. A partir de então, tentou dar uma explicação racional para esses fenômenos.

Reabilitando a memória de Paracelso, de quem foi o continua-dor, Van Helmont dizia: O magnetismo tem de novo só o nome, é um paradoxo somente para os que riem de tudo e atribuem a Satã o que não conseguem explicar... Existe no homem, diz mais adiante, tama-nha energia, que pode atuar no seu exterior e influenciar de maneira duradoura um ser ou um objeto do qual esteja afastado... Essa força é infinita no Criador, mas limitada na criatura pelos obstáculos naturais. Essas concepções novas, essas ousadas considerações, foram atacadas pela Igreja, que sempre se encontra no caminho dos inovadores, obsti-nando-se em barrar-lhes a passagem, e o célebre médico foi obrigado a refugiar-se na Holanda, onde já estava o grande Descartes.

Na sua luta, Van Helmont foi auxiliado por um escocês chamado Robert Fludd; mais tarde, em 1679, Maxwell sustentou as mesmas idéias. O Pe. Kircher, falando de Robert Fludd, dizia que seus escritos tinham sido inspirados pelo diabo; contudo, cita numerosos exemplos de simpatias e antipatias, e até dá indicações para bem magnetizar.

Em 1682, devemos assinalar Greatrakes, na Inglaterra, que fez milagres operando simplesmente por toques, sem, aliás, procurar enten-der de que modo a ação se produzia.

Na França, no início do séc. xVIII, Borel e Valée empregaram o magnetismo por insuflação para combater doenças nervosas rebeldes a qualquer outro tratamento. Gassner tomou conta da Alemanha com os rumores dos êxitos obtidos por ele pelo magnetismo tal como hoje é praticado. Fixava energicamente o olhar nos olhos do doente e friccionava-o de alto a baixo, sacudindo os dedos quando chegava à extremidade, como se para livrá-los dos princípios ruins que estavam contidos neles.

Não contaremos a odisséia de Mesmer; é por demais conhecida para que achemos necessário reproduzi-la: basta registrar que se deve a ele a popularidade da ciência magnética.

O magnetismo atualmente é estudado metodicamente, e uma extraordinária propriedade descoberta pelo Marquês de Puységur fê-lo dar passos de gigante: estamos nos referindo ao sonambulismo provocado, que será objeto do nosso próximo estudo. Não sendo nosso objetivo estender-nos sobre a história do magnetismo, encerramos aqui este resumo. Tínhamos simplesmente a intenção de mostrar que essa ciência, ridicularizada pelos ignorantes ou por pessoas com opiniões preconcebidas, tem uma gloriosa genealogia e que sua origem remonta às mais remotas épocas.

Há pouco tempo ainda, atribuíam-se à credulidade e à superstição todos os relatos dos antigos relativos a curas magnéticas. Atualmente, como as pesquisas sobre esse ponto revelaram que podíamos obter os mesmos resultados, estamos cheios de admiração pelos sacerdotes que possuíam um conhecimento tão completo da vida, e que o empregavam com tanta habilidade.

O magnetismo, sua história O Espiritismo Perante a CiênciaGabriel Delanne

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Escola de Aprendizes do Evangelho - Aliança Espírita Evangélica (8ª turma/GEAEL) 9

A beleza é uma coisa de convenção, e relativa a cada tipo? O que constitui a beleza para certos povos não é para outros uma horrível fealdade? Os negros se acham mais belos do que os brancos e vice-versa. Nesse conflito de gos-tos, há uma beleza absoluta e em que consiste ela? Somos realmente mais belos do que os Hotentotes e os Cafres, e por quê?

Esta questão que, à primeira vista, parece estranha ao objeto de nossos estudos, a ele se refere, todavia, de maneira direta, e toca o próprio futuro da Humanidade. Ela nos foi sugerida, assim como a sua solução, pela passagem seguinte de um livro muito interessante e muito instrutivo, intitulado: As revoluções inevitáveis no globo e na Humanidade, por Charles Richard.

O autor dedica-se a combater a opinião da degeneres-cência física do homem desde os tempos primitivos, e refuta, vitoriosamente, a crença na existência de uma raça primitiva de gigantes, e se dedica a provar que, do ponto de vista da força física e do talhe, os homens de hoje valem os antigos, se não os ultrapassam mesmo.

Passando à beleza das formas, assim se exprime, às pági-nas 44 e seguintes:

“No que toca à beleza do rosto, à graça da fisionomia, a esse conjunto que constitui a estética do corpo, a melhoria é ainda mais facilmente constatada.

“Basta, para isso, lançar um olhar sobre os tipos que os medalhões e as estátuas antigas nos transmitiram intactos através dos séculos.

“A iconografia de Visconti e o museu do conde de Clarol são, entre várias outras, duas fontes onde é fácil haurir os elementos variados desse estudo interessante.

“O que toca, primeiramente, nesse conjunto de figuras, é a rudeza dos traços, a animalidade da expressão, a crueldade do olhar. Sente-se, com um arrepio involuntário, que se tem relações com pessoas que vos cortariam sem piedade em pedaços, para vos dar a comer às suas moréias, assim como fazia Polion, rico gastrônomo de Roma e familiar de Augusto.

“O primeiro Brutus (Lucius-Junius), aquele que fez cor-tar a cabeça aos seus dois filhos e assistiu, de sangue-frio ao seu suplício, se parece a um animal de rapina. Seu perfil sinis-tro empresta à águia e ao mocho o que esses dois carniceiros do ar têm de mais selvagem. Não se pode duvidar, vendo-o, que não haja merecido a vergonhosa honra que a história lhe confere; se ele matou os seus dois filhos, certamente degolou sua mãe pelo mesmo motivo.

“O segundo Brutus (Marius), que apunhalou César, seu pai adotivo, precisamente na hora em que este mais contava com o seu reconhecimento e seu amor, lembra em seus traços

um tolo fanático; não tem mesmo essa beleza sinistra que o artista descobre, freqüentemente, nessa energia exagerada que impele ao crime.

“Cícero, o brilhante orador, o escritor espiritual e profun-do, que deixou uma tão grande lembrança de sua passagem neste mundo, tem um rosto esborrachado e comum que devia torná-lo muito menos agradável ao ver do que ao escutar.

“Júlio César, o grande, o incomparável vencedor, o herói dos massacres, que fez sua entrada no reino das sombras com um cortejo de dois milhões de almas, que matara, quando vivo, foi também tão feio quanto o seu predecessor, mas num outro gênero... Seu rosto magro e ósseo, montado sobre um longo pescoço, mal ornado a propósito de uma maçã do rosto saliente, fá-lo antes parecer a um grande palhaço feirante do que a um guerreiro.

“Galba, Vespasiano, Nerva, Caracala, Alexandre Severo, Balbino, não são somente feios, são horrendos. Num museu dos antigos tipos de nossa espécie, quase que não se encon-tram, aqui e ali, algumas figuras a salvar de um olhar sim-

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12ª aula: Texto complementarteoria da beleza

GEAEL

Transcrito do livro Obras Póstumas, Allan Kardec

Dizem que no passado, os átomos de nosso corpo foram estrelas

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10 12ª aula: História de Israel e dominação estrangeira até o reinado de Adriano

pático. A de Cipião, o Africano, de Pompeu, de Cômodo, de Heliogábalo, de Antinoo o favorito de Adriano, são desse pequeno número. Sem serem belas, no sentido moderno da palavra, essas figuras são, entretanto, regulares, de um aspec-to agradável.

“As mulheres não são muito melhor cuidadas do que os homens, e dão lugar às mesmas notas. Lívia, filha de Augusto, tem o perfil pontudo de uma fuinha; Agripina, dá medo ver, e Messalina, como para confundir Cabanis e Laváter, assemelha-se a uma gorda criada, mais amorosa de boa sopa do que de outra coisa.

“Os Gregos, é necessário dizê-lo, estão geralmente menos mal do que os Romanos. Os rostos de Temístocles e de Milcíades, entre outros, podem ser comparados aos mais belos tipos modernos. Mas Alcebíades, esse antepassado tão distante de nossos Richelieu e de nossos Lauzun, cujas explosões galantes enchem, só por eles, a crônica de Atenas, tem, como Messalina, muito pouco o físico de seu emprego. Ao ver os seus traços solenes e sua fronte de pensador, é tomado antes por um jurisconsulto apegado ao seu texto de lei, do que por esse audacioso fogazão, que se fazia exilar em Esparta, unicamente para enganar esse pobre rei Ágis, e se vangloriar depois de ter sido o amante de uma rainha.

“Qualquer que seja a pequena vantagem que pode ser concedida, sobre esse ponto, aos Gregos sobre os Romanos, quem se dá ao trabalho de comparar esses velhos tipos com os de nosso tempo, reconhecerá, sem dificuldade, que o progresso se fez nesse caminho como em todos os outros. Somente, será bom não esquecer, nessa comparação, que aqui se trata de classes privilegiadas, sempre mais belas do que as outras, e que, conseqüentemente, os tipos modernos a se opor aos antigos deverão ser escolhidos nos salões, e não na espe-lunca. Porque a pobreza, ai!, em todos os tempos, e sob todos os aspectos, jamais foi bela, e é precisamente assim para nos fazer vergonha e nos forçar a dela nos libertar um dia.

“Não quero, pois, dizer, está tão longe, que a fealdade desapareceu inteiramente de nossas frontes, e que o cunho divino se encontra, enfim, sob todas as máscaras que velam uma alma; longe de mim uma afirmação que poderia tão facilmente ser contestada por todo o mundo. Minha pre-tensão se limita unicamente a constatar que, num período de dois mil anos, tão pouca coisa para uma Humanidade

que tem tanto a viver, a fisionomia da espécie melhorou de maneira já sensível.

“Creio, além disso, que as mais belas fisionomias antigas são inferiores àquelas que podemos diariamente admirar em nossas reuniões públicas, nas festas e até no corrente das ruas. Se não temesse ferir certas modéstias, e também excitar certos ciúmes, cem exemplos conhecidos de todos, no mundo contemporâneo, confirmariam a evidência do fato.

“Os adoradores do passado têm, geralmente, a boca cheia de sua famosa Vênus de Médicis, que lhes parece o ideal da beleza feminina, e não se acautelam que essa mesma Vênus passeia, todos os domingos, nos bulevares de Arles, tirada em mais de cinqüenta exemplares, e que há poucas de nossas cidades, particularmente entre as do Sul, que não possuam algumas delas.

“... Em tudo o que acabamos de dizer, não comparamos nosso tipo atual senão ao de povos que nos precederam de alguns milhares de anos somente. Mas, se remontarmos mais longe nas idades, perceberemos as camadas terrestres onde dormem os restos das primeiras raças que habitaram o nosso globo, a vantagem em nosso favor virá a ser, nesse ponto, sensível, e toda degeneração a esse respeito será eliminada por si mesma.

“Sob essa influência teológica, que deteve Copérnico, Tycho-Brahe, que perseguiu Galileu, e que, nestes últimos tempos, obscureceu um instante o gênio do próprio Cuvier, a ciência hesitava em sondar os mistérios das épocas antedilu-vianas. O relato bíblico, admitido ao pé da letra no seu sen-tido mais estreito, parecia ter dito a última palavra de nossa origem e dos séculos que a separam de nós. Mas a verdade, impiedosa em seu crescimento, acabou por romper a casaca de ferro na qual queriam aprisioná-la para sempre, e para mostrar a nu as formas até aqui ocultas.

“O homem que vivia antes do dilúvio, em companhia dos mastodontes e dos ursos das cavernas, e outros grandes mamíferos hoje desaparecidos, o homem fóssil, em uma palavra, por tanto tempo negado, foi enfim encontrado e a sua existência colocada fora de dúvida. Os trabalhos recentes dos geólogos, particularmente os de Boucher de Perthes,1 de

1 Ver as duas sábias obras do Sr. Boucher de Perthes: Do homem antedilu-viano e de suas obras., broch. in-4, e Das Ferramentas de Pedra, broch. in-8.

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Escola de Aprendizes do Evangelho - Aliança Espírita Evangélica (8ª turma/GEAEL) 11

Filippi e de Lyell, nos permitem agora apreciar os caracteres físicos desse vene-rável antepassado do gênero humano. Ora, apesar dos contos imaginados pelos poetas sobre a beleza original, apesar do respeito que lhe é devido como ao antigo chefe de nossa raça, a ciência foi obrigada a constatar que ele era de uma fealdade prodigiosa.

“Seu ângulo facial não ultrapassava muito 70º; suas mandíbulas, de um volume considerável, estavam armadas de dentes longos e salientes; a fronte era fugente, as têmporas achatadas, o nariz esborrachado, as narinas largas; em uma palavra, o pai venerável devia se assemelhar muito mais a um orangotango do que aos seus filhos distantes de hoje. Foi ao ponto que, se não tivessem se encontrado, junto dele, machados de sílex que fabricara, e, em alguns casos, os animais que tinham ainda as marcas das feridas produzidas por essas armas informes, ter-se-ia podido duvidar do papel importante que desempenhou na nossa filiação terrestre. Não só sabia fabricar os machados de sílex, mas ainda maças e pontas de lança da mesma maté-ria. A galanteria antediluviana ia mesmo até confeccionar braceletes e colares com as pequenas pedras arredondadas, que ornamentavam, nesses tempos recuados, o braço e o pes-coço do sexo encantador, que se tornou muito mais exigente depois, assim como todos disso podem se convencer.

“Não sei o que pensarão a respeito as elegantes de nossos dias, cujas espáduas cintilam de diamantes; quanto a mim, eu o confesso, não posso me defender de uma emoção profunda, pensando nesse primeiro esforço do homem apenas liberto do animal, para comprazer-se em sua companhia, pobre e nu como ele, no seio de uma natureza inóspita, sobre a qual a sua raça deve reinar um dia. Ó nossos distantes antepas-sados! Se já vos amáveis, sob as vossas faces rudimentares, como poderíamos duvidar de vossa paternidade a esse sinal divino de nossa espécie?

“Está, pois, manifesto que esses informes humanos são nossos pais, uma vez que nos deixaram marcas de sua inte-ligência e de seu amor, atributos essenciais que nos separam do animal. Podemos, pois, examinando-os atentamente, desembaraçados das aluviões que os cobrem, medir com um compasso o progresso físico alcançado pela nossa espécie, desde o seu aparecimento sobre a Terra. Ora, esse progresso que, ainda há pouco, podia ser contestado pelo espírito de sistema e os preconceitos de educação, adquire aqui uma tal evidência que não há senão que reconhecê-lo e proclamá-lo.

“Alguns milhares de anos poderiam deixar dúvidas, algumas centenas de séculos as dissipam irrevogavelmente...

“... Quanto somos jovens e recentes em todas as coi-sas? Ignoramos ainda o nosso lugar e o nosso caminho na imensidade do Universo, e ousamos negar os progressos que, por falta de tempo, não puderam ainda ser suficientemente constatados. Crianças que somos, tenhamos, pois, um pouco de paciência, e os séculos, aproximando-nos do objetivo, nos revelarão os esplendores que escapam na distância, aos nos-sos olhos apenas entreabertos.

“Mas, desde hoje, proclamamos altamente, uma vez que

a ciência já no-lo permite, o fato capital e consolador do progresso, lento mas seguro, de nosso tipo físico para esse ideal entrevisto pelos grandes artistas, através das inspirações que o céu lhes envia para nos revelar os seus segredos. O ideal não é um produto enganoso da imaginação, um sonho fugidio destinado a dar, de tempos em tempos, logro às nossas misérias, é um objetivo marcado

por Deus para o nosso aperfeiçoamento, objetivo infinito, porque só o infinito, em todos os casos, pode satisfazer ao nosso espírito e oferecer-lhe uma carreira digna dele.”

Dessas observações judiciosas, resulta que a forma dos corpos se modificam num sentido determinado, e segundo uma lei, à medida que o ser moral se desenvolve; que a forma exterior está em relação constante com o instinto e os apetites do ser moral; que quanto mais os seus instintos se aproximam da animalidade, mais a forma, igualmente, dela se aproxima; enfim, que à medida que os instintos materiais se depuram e dão lugar aos sentimentos morais, o envoltório exterior, que não está mais destinado à satisfação das necessidades grossei-ras, reveste formas cada vez menos pesadas, mais delicadas, em harmonia com a elevação e a delicadeza dos pensamentos. A perfeição da forma é, assim, a conseqüência da perfeição do Espírito: de onde se pode concluir que o ideal da forma deve ser aquela que reveste os Espíritos no estado de pureza, a que reveste os poetas e os verdadeiros artistas, porque eles penetram, pelo pensamento, nos mundos superiores.

Há muito tempo se diz que o rosto é o espelho da alma. Esta verdade, tornada axiomática, explica esse fato vulgar, que certas fealdades desaparecem sob o reflexo das qualida-des morais do Espírito, e que, muito freqüentemente, prefere-se uma pessoa feia dotada de eminentes qualidades, àquela que não tem senão a beleza plástica. É que essa fealdade não consiste senão nas irregularidades da forma, mas não exclui a finura dos traços necessários à expressão dos sentimentos delicados.

Do que precede se pode concluir que a beleza real con‑siste na forma que mais se distancia da animalidade, e reflete melhor a superioridade intelectual e moral do espírito, que é o ser principal. O moral influindo sobre o físico, que apropria às suas necessidades físicas e morais, segue-se: 1º que o tipo da beleza consiste na forma mais própria à expressão das mais altas qualidades morais e intelectuais; 2º que, à medida que o homem se eleva moralmente, seu envoltório se aproxi‑ma do ideal da beleza, que é a beleza angélica.

Tendo este artigo sido lido na Sociedade de Paris, foi objeto de um grande número de comunicações, apresentando todas as mesmas conclusões. Não citaremos senão as duas seguintes, como sendo as mais desenvolvidas:

paris, 4 de fevereiro de 1889. ‑ (médium srª malet):

Pensastes bem, a fonte primeira de toda bondade e de toda inteligência é também a fonte de toda beleza. O amor engendra a perfeição de todas as coisas, e ele mesmo é a per-feição. – O Espírito é chamado a adquirir essa perfeição, essa

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12 12ª aula: História de Israel e dominação estrangeira até o reinado de Adriano

essência é o seu des-tino. Deve, pelo seu trabalho, se aproxi-mar dessa inteligên-cia soberana e dessa bondade infinita; deve, pois, revestir, cada vez mais, a forma perfeita que caracteriza os seres perfeitos.

Se, nas vossas sociedades infelizes, sobre os vossos glo-bos ainda mal equi-librados, a espécie humana está longe dessa beleza física,

isso decorre de que a beleza moral está mal desenvolvida ainda. A conexão entre essas duas belezas é um fato certo, lógico, e do qual a alma, desde este mundo, tem a intuição. Com efeito, sabeis todos o quanto é penoso o aspecto de uma encantadora fisionomia desmentida pelo caráter. Se ouvis falar de uma pessoa de mérito reconhecido, a revestis em seguida com os traços mais simpáticos, e ficais dolorosamen-te impressionado em vista de uma fisionomia que contradiga as vossas previsões.

Que concluir disso? senão que, como todas as coisas que o futuro mantém em reserva, a alma tem a presciência da beleza à medida que a Humanidade progride e se aproxima de seu tipo divino. Nunca tireis argumentos contrários a esta afirmação da decadência aparente em que se encontra a raça mais avançada deste globo. Sim, é verdade, a espécie parece degenerar, abastardar-se; as enfermidades se abatem sobre vós antes da velhice; a própria infância sofre de doenças que não pertencem habitualmente senão a uma outra idade da vida; mas é uma transição. Vossa época é má; ela acaba e cria; acaba um período doloroso e cria uma época de regeneração física, de adiantamento moral, de progresso intelectual. A raça nova, da qual já falei, terá mais faculdades, mais cordas ao serviço do espírito; será maior, mais forte, mais bela. Desde o começo, pôr-se-á em harmonia com as riquezas da criação que a vossa raça, indiferente e fatigada, desdenha ou ignora; tereis feito grandes coisas por ela, e disso se aproveitará e caminhará no caminho das descobertas e dos aperfeiçoamen-tos, com um ardor febril do qual não conheceis a força.

Mais avançados também em bondade, os vossos descen-dentes farão o que não soubestes fazer desta Terra infeliz, um mundo feliz, onde o pobre não será nem repelido, nem des-prezado, mas socorrido por instituições generosas e liberais. A aurora desses pensamentos já chega; seu clarão nos chega por momentos. Amigos, eis o dia, enfim, em que a luz brilhará sobre a Terra obscura e miserável, onde a raça será boa e bela segundo o grau de adiantamento que houver conquistado, onde o sinal colocado no rosto do homem não será mais o da reprovação, mas um sinal de alegria e de esperança. Então, a multidão dos Espíritos avançados virá formar entre os colo-nos desta Terra; estarão em maioria e tudo será concedido

diante deles. A renovação se fará e a face do globo será muda-da, porque essa raça será grande e poderosa, e o momento em que ela vier marcará o começo dos tempos felizes.

pamphile. (paris, 4 de fevereiro de 1869.)

A beleza, do ponto de vista puramente humano, é uma questão muito discutível e muito discutida. Para bem julgá-la, é necessário estudá-la com curioso interesse, aquele que está sob o encantamento não poderia ter voz no capítulo. O gosto de cada um entra também em linha de conta nas apre-ciações que são feitas.

Não há de belo, de realmente belo, senão o que o é para todos: e essa beleza é eterna, infinita, é a manifestação divina sob os seus aspectos incessantemente variados, é Deus em suas obras, em suas leis! Eis a única beleza absoluta. – Ela é a harmonia das harmonias, e tem direito ao título de absoluta, porque não se pode conceber nada de mais belo.

Quanto ao que se convencionou chamar belo, e que é ver-dadeiramente digno desse título, não é necessário considerá-lo senão como uma coisa essencialmente relativa, porque se pode sempre conceber alguma coisa de mais bela, de mais perfeita. Não há senão uma única beleza, senão uma única perfeição, que é Deus. Fora dele, tudo o que decoramos com esses atribu-tos, não são senão pálidos reflexos da beleza única, um aspecto harmonioso das mil e uma harmonias da criação.

Há tanto de harmonias quanto de objetos criados, conseqüentemente, tantas belezas típicas determinando o ponto culminante de perfeição que pode alcançar uma das subdivisões do elemento animado. – A pedra é bela e diver-samente bela. Cada espécie mineral tem as suas harmonias, e o elemento que reúne todas as harmonias da espécie possui a maior soma de beleza à qual a espécie pode atingir.

A flor tem as suas harmonias; ela também pode possuí-las todas ou isoladamente, e ser diferentemente bela, mas não será bela senão quando as harmonias que concorrem para a sua criação estiverem harmonicamente fundidas. Dois tipos de beleza podem produzir, pela sua fusão, um ser híbrido, informe, repugnante de aspecto. Há então cacofonia! Todas as vibrações eram harmônicas isoladamente, mas a diferença de sua tonalidade produziu um desacordo no encontro das ondas vibrantes; daí o monstro!

Descendo na escala criada, cada tipo animal dá lugar às mesmas observações, e a ferocidade, a astúcia, a inveja mesmo, poderão dar nascimento a belezas especiais, se o princípio que determina a forma está sem cruzamento. A har-monia, mesmo no mal, produz o belo. Há o belo satânico e o belo angélico; a beleza enérgica e a beleza resignada. – Cada sentimento, cada reunião de sentimentos, desde que a reunião seja harmônica, produz um tipo de beleza particular, da qual todos os aspectos humanos são, não degenerescências, mas esboços. Também é verdadeiro dizer, não que se é mais belo, mas que mais se aproxima da beleza real à medida que se eleva para a perfeição.

Todos os tipos se unem harmonicamente no perfeito. Eis porque há o belo absoluto. – Nós que progredimos, não possuímos senão uma beleza relativa, fraca e combatida pelos elementos desarmônicos de nossa natureza.