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Histórico É importante reproduzirmos o histórico publicado em O Trevo, de fev /2000, sobre a caderneta pessoal: Em sua casa, Armond percebeu a presença do venerável da Fraternidade do Trevo, o espírito Razin, sugerindo que seguisse o exemplo dos essênios; posteriormente recebia também um exemplar do livro Harpas Eternas, enviado pela médium Josefa Rosalia Alvarez, no qual está detalhada a iniciação essênia. Iniciação Essênia O primeiro grau desta iniciação era o da hospitalidade e do silêncio. Hospitalidade, para que se exercitasse a abertura ao semelhante em receber uma pessoa estranha dentro do seu próprio lar. Silêncio, para valorizar a palavra. Tanto que os essênios saudavam com a mão fechada, o indicador erguido, mão em riste sobre a boca. No gesto que costumamos relacio‑ nar com o ficar quietos. No requisito da hospitalidade, o essênio tinha de acolher, dar abrigo a quem precisasse, sem vacilar ao prestar auxilio. Essa era uma situação a ser superada pelo iniciado, exerci‑ tando assim o seu preconceito, a doação para com o próxi‑ mo e ao mesmo tempo era um teste para aferir a sua fé, o desprendimento e a plena confiança na espiritualidade maior. O silêncio era um verdadeiro processo de auto‑análise, que considerava os seguintes aspectos: a) Manter o silêncio, procurando valorizar e medir as suas palavras; b) Evitar falar de si mesmo, ouvir o próximo — ato de humildade; c) Evitar comentar sobre os outros: a maledicência, o jul‑ gamento e sentimentos negativos poderiam aflorar. Ti‑ nham de analisar e vibrar positivamente, enfim era o exercício da prática da disciplina, do auto‑controle das atitudes e pensamentos. O segundo grau era o do serviço. Consiste, a exemplo dos dias de hoje, comparativamente ao aspecto trabalho (grau de servidor). O essênio tinha de praticar e vivenciar todo o proces‑ so de trabalho em qualquer situação, predispondo atender o seu semelhante seja quem fosse e no local que fosse designado. Exigia‑se do iniciado a sua plena disponibilidade, desprendi‑ mento em servir. Na passagem de um grau para outro, os essênios entra‑ vam para um período de clausura de até sete dias, realizando uma retrospectiva de conquistas e fracassos do grau em curso. Todos levavam placas de madeira ou pergaminhos para fazer anotações”. Essa prática inspirou Armond. Foi daí que surgiu a idéia de caderneta pessoal, entre os vários instrumentos do processo da reforma íntima, na EAE. Lembrando o texto contido no Guia do Aprendiz, de Armond: “A iniciação espírita evangélica difere da iniciação clássica oriental, porque na primeira os aprendizes não se iso- lam do mundo, lutam no aconchego moral efetivo dos com- panheiros e sabem que lhes está assegurada, pela bondade de Deus, a assistência sábia dos protetores espirituais”. Após este período de clausura, os iniciados eram argui‑ dos por um grupo de essênios mais experientes avaliando as suas condições para o ingresso no próximo grau de iniciação. “Com esse procedimento, o essênio era levado a pensar so‑ bre si mesmo, permanentemente. Estou caminhando? Como estou? Ao invés da utilizacão concentrada na passagem de grau, Armond considerou ser mais proveitoso que a caderneta pessoal pudesse ser utilizada ao longo do tempo, sem se fixar num certo período, para que o benefício do seu uso também não se restringisse”. Certamente, entre os iniciados que postulavam a passa‑ gem de um grau para outro, nem todos obtinham êxito na sua tentativa. Assim, tinham de continuar se esforçando, ano após ano, para que pudessem obter a sua qualificação para o grau seguinte. Muitos acabavam permanecendo, pois poucos eram os que conseguiam superar as etapas da iniciação essênia. Na caderneta devemos escrever as dificuldades vivencia‑ das no dia‑a‑dia. Descobrindo a cada registro o que está neste mundo interior ainda desconhecido. Ser um relato das nos‑ sas conquistas e das nossas quedas morais. É um documento Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de Limeira Escola de Aprendizes do Evangelho — 8ª turma 24ª aula: Caderneta pessoal GEAEL Parcialmente transcrito de O Trevo, fev/2000 Aula 24ª — Entre muitas, a lição que fica: ... a caridade e a humildade, essas duas irmãs que andam de mãos dadas, são as qualidades mais eficazes para se obter perdão diante do Eterno. O Evangelho Segundo o Espiritismo

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HistóricoÉ importante reproduzirmos o histórico publicado em O

Trevo, de fev /2000, sobre a caderneta pessoal: Em sua casa, Armond percebeu a presença do venerável da Fraternidade do Trevo, o espírito Razin, sugerindo que seguisse o exemplo dos essênios; posteriormente recebia também um exemplar do livro Harpas Eternas, enviado pela médium Josefa Rosalia Alvarez, no qual está detalhada a iniciação essênia.

Iniciação EssêniaO primeiro grau desta iniciação era o da hospitalidade e

do silêncio. Hospitalidade, para que se exercitasse a abertura ao semelhante em receber uma pessoa estranha dentro do seu próprio lar. Silêncio, para valorizar a palavra. Tanto que os essênios saudavam com a mão fechada, o indicador erguido, mão em riste sobre a boca. No gesto que costumamos relacio‑nar com o ficar quietos.

No requisito da hospitalidade, o essênio tinha de acolher, dar abrigo a quem precisasse, sem vacilar ao prestar auxilio. Essa era uma situação a ser superada pelo iniciado, exerci‑tando assim o seu preconceito, a doação para com o próxi‑mo e ao mesmo tempo era um teste para aferir a sua fé, o desprendimento e a plena confiança na espiritualidade maior. O silêncio era um verdadeiro processo de auto‑análise, que considerava os seguintes aspectos:

a) Manter o silêncio, procurando valorizar e medir as suas palavras;

b) Evitar falar de si mesmo, ouvir o próximo — ato de humildade;

c) Evitar comentar sobre os outros: a maledicência, o jul‑gamento e sentimentos negativos poderiam aflorar. Ti‑nham de analisar e vibrar positivamente, enfim era o exercício da prática da disciplina, do auto‑controle das atitudes e pensamentos.

O segundo grau era o do serviço. Consiste, a exemplo dos dias de hoje, comparativamente ao aspecto trabalho (grau de

servidor). O essênio tinha de praticar e vivenciar todo o proces‑so de trabalho em qualquer situação, predispondo atender o seu semelhante seja quem fosse e no local que fosse designado. Exigia‑se do iniciado a sua plena disponibilidade, desprendi‑mento em servir.

Na passagem de um grau para outro, os essênios entra‑vam para um período de clausura de até sete dias, realizando uma retrospectiva de conquistas e fracassos do grau em curso. “Todos levavam placas de madeira ou pergaminhos para fazer anotações”. Essa prática inspirou Armond. Foi daí que surgiu a idéia de caderneta pessoal, entre os vários instrumentos do processo da reforma íntima, na EAE.

Lembrando o texto contido no Guia do Aprendiz, de Armond: “A iniciação espírita evangélica difere da iniciação clássica oriental, porque na primeira os aprendizes não se iso-lam do mundo, lutam no aconchego moral efetivo dos com-panheiros e sabem que lhes está assegurada, pela bondade de Deus, a assistência sábia dos protetores espirituais”.

Após este período de clausura, os iniciados eram argui‑dos por um grupo de essênios mais experientes avaliando as suas condições para o ingresso no próximo grau de iniciação. “Com esse procedimento, o essênio era levado a pensar so‑bre si mesmo, permanentemente. Estou caminhando? Como estou? Ao invés da utilizacão concentrada na passagem de grau, Armond considerou ser mais proveitoso que a caderneta pessoal pudesse ser utilizada ao longo do tempo, sem se fixar num certo período, para que o benefício do seu uso também não se restringisse”.

Certamente, entre os iniciados que postulavam a passa‑gem de um grau para outro, nem todos obtinham êxito na sua tentativa. Assim, tinham de continuar se esforçando, ano após ano, para que pudessem obter a sua qualificação para o grau seguinte. Muitos acabavam permanecendo, pois poucos eram os que conseguiam superar as etapas da iniciação essênia.

Na caderneta devemos escrever as dificuldades vivencia‑das no dia‑a‑dia. Descobrindo a cada registro o que está neste mundo interior ainda desconhecido. Ser um relato das nos‑sas conquistas e das nossas quedas morais. É um documento

Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de LimeiraEscola de Aprendizes do Evangelho — 8ª turma

24ª aula: Caderneta pessoalGEAEL

Parcialmente transcrito de O Trevo, fev/2000

Aula 24ª — Entre muitas, a lição que fica:

... a caridade e a humildade, essas duas irmãs que andam de mãos dadas, são as qualidades mais eficazes para se obter perdão diante do Eterno.

O Evangelho Segundo o Espiritismo

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para registrar os nossos sentimentos, não pode ser considera‑do como um instrumento de leitura ou de troca de vivência em aula, qualquer que seja o objetivo ser alcançado, ou seja, como se fosse um caderno de temas.

Começamos a perceber através desta auto‑análise que a atitude tomada pelo nosso próximo, muitas vezes é reflexo da nossa própria conduta. O caderno de temas, como já expla‑nado, propicia uma reflexão através das situações, dos fatos ocorridos, inicia uma observação como estou interiormente, uma auto‑análise do EU interior. A caderneta proporciona uma outra forma de reflexão, é algo interno que trago para o exterior: “como estou por dentro? Descobrindo novas caracte‑rísticas da minha personalidade. Ao tomar uma determinada atitude não me importava com as conseqüências, no entanto, a partir do momento que comecei a realizar os registros na caderneta, ela me impulsionou a uma reflexão com relação às minhas atitudes, ao meu comportamento”.

Há determinadas fases em que os alunos encontram di‑ficuldades na anotação da caderneta em função do bloqueio, pois o registro faz refletir uma situação, sendo difícil fazer‑se re‑conhecer. Há casos em que o aluno efetua uma análise no com‑portamento geral da sociedade, sem estar inserido na situação.

O relato numa caderneta será feito sempre objetivando o trabalho de sentimentos.

Uma obra muito interessante dando este perfil é o livro Manual Prático do Espírita, de Ney Prieto Perez. Essa orien‑tação inicial facilitará muito a identificação de determinado sentimento a ser relatado na caderneta. Também é muito co‑mum ocorrerem registros na caderneta em que se confunde comportamento com o sentimento, será muito interessante definir e orientar neste sentido.

Comportamentos são atos ou manifestações exterioriza‑das por um certo período de tempo. Um exemplo comum de anotação bem simples: “ultimamente estou envolvido numa profunda depressão por estar desempregado”. Há sempre dú‑vidas neste tipo de relato. Depressão, neste caso, caracteriza‑mos como uma manifestação de comportamento da pessoa por uma circunstância, uma situação... No entanto, por trás da depressão certamente há um sentimento que prepondera, que está gerando este tipo de comportamento e numa primei‑ra análise, de acordo com a situação da pessoa, poderá ser de tristeza, orgulho, vaidade, melindre e outros. Caberá ao aluno identificar o sentimento a ser trabalhado para poder mudar o comportamento. Outra análise: “ultimamente estou envolvido numa profunda tristeza por estar desempregado”. Identifica‑mos a tristeza como um sentimento. Um outro exemplo hipo‑tético: “Dentro do trabalho da minha reforma íntima tenho encontrado ainda dificuldades de aceitar o relacionamento assumido pela minha irmã”. Neste exemplo, identificamos aceitar como um comportamento. Se fizermos uma análise mais detalhada o aceitar pode ser em função do orgulho, vai‑dade, ciúme, ódio e outros. Percebemos ainda que estamos relatando uma situação, um comportamento como se fosse um sentimento. Mas no momento que descobrirmos qual o

sentimento preponderante, o trabalho da caderneta ficará mais fácil. Então a anotação correta seria: “dentro do traba‑lho da reforma íntima, tenho encontrado ainda dificuldades pelo meu sentimento de orgulho de aceitar o relacionamento assumido pela minha irmã”.

Finalizando. Se relatarmos um hábito comportamental ou determinada atitude, evidentemente é em função de um senti‑mento (orgulho, vaidade impaciência). O trabalho da reforma íntima neste caso fica a desejar, pois estaremos tentando traba‑lhar um comportamento sem identificar o sentimento que nos leva a tornar uma de terminada atitude.

Pode ocorrer, no início do uso da caderneta, que o aluno enumere uma série de sentimentos, por exemplo: impaciência, intolerância, ciúme, orgulho, vaidade, maledicência e outros. Neste caso, percebemos também por parte do aluno a multi‑plicidade de anotações e relatos sem priorizar o trabalho de alguns sentimentos. O dirigente deve orientar o aluno a priori‑

INSTRUÇÕES PARA O USO DA CADERNETA PESSOAL

A caderneta pessoal é uma arma eficiente na luta pela refor-ma íntima, que é o objetivo essencial da Escola de Aprendizes do Evangelho.

Não a confunda com confessionário. Ela não tem o dom de perdoar pecados.

Quando sentimos que estamos cultivando determinados ví‑cios ou defeitos, devemos relacioná‑los na caderneta. Assim, auxiliados por estas mesmas anotações, iremos fazendo um ba‑lanço periódico de nossa conduta e pensamentos, para verificar se já conseguimos vencer alguns desses defeitos. Grave bem: o esforço de vencê-los é todo nosso; a caderneta é apoio eficiente de que nos valemos.

A caderneta deve receber somente aquilo que diz respeito à nossa reforma moral. É um erro utilizá‑la como diário senti‑mental, transformando suas páginas em muro de lamentações. Ora, lamentações denotam a existência de pelo menos um de‑feito íntimo: o egoísmo. Assim, a auto‑análise nos diz que é o egoísmo que devemos combater para terminarmos com o vício da lamentação.

A caderneta não é, também, para receber somente anota‑ções do tipo ‘eu sou inferior e não consigo melhorar’ ou ‘nada tenho a dizer, tudo vai bem’. Ora, basta reconhecer nossa infe‑rioridade uma única vez; reconhecida esta condição, partamos para objetivos superiores. E, se nada temos a dizer, é porque não estamos levando a sério o nosso procedimento, pois um simples gesto — como a forma de cumprimentarmos um irmão — traz sempre consigo uma carga vibratória que fala daquilo que temos no coração.

O ideal será fazermos anotações periódicas na caderneta, cada anotação numa folha. Cada anotação com a data respecti‑va, para que possamos acompanhar cronologicamente a nossa caminhada.

Enfim, a caderneta deve ser a testemunha silenciosa dos esforços feitos em prol da reforma íntima; elemento de com-paração nas mudanças que se operarão, troféu de uma batalha que o aprendiz venceu contra si próprio e contra as ilusórias atrações do mundo. Uma espécie de diário de atividades es-pirituais, sempre à mão; uma bússola que aponta e relembra compromissos de caminhos retos e de conduta perfeita.

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Escola de Aprendizes do Evangelho - Aliança Espírita Evangélica (8ª turma/GEAEL) 3

zar determinados sentimentos plausíveis de serem trabalhados.Há casos e casos em que alunos, mesmo com esses es‑

clarecimentos, têm dificuldades de registrar os seus defeitos. Nada impede de valorizarmos o oposto do defeito, aprimo‑rando as nossas virtudes. Se uma determinada pessoa sen‑te‑se incomodada em relatar o seu orgulho, nada impede que ela desenvolva a sua humildade. Temos como exemplo: “Nesta fase da escola tenho tido dificuldade em reconhecer os meus erros por causa do meu orgulho. Nesta fase da escola tenho tido progresso em reconhecer os meus erros, por estar traba‑lhando a minha humildade”. São duas anotações que tem o mesmo objetivo de aprimorar a auto‑análise.

Mencionaremos alguns relatos de anotações hipotéticas e fictícias, que não são recomendáveis quanto à forma ou a manei‑ra de descrever os relatos na caderneta:

Exemplo 1:Dia 2.1.2002 ‑ IntolerânciaHoje fui intolerante com o meu chefe.Dia 5.2.2002 ‑ ImpaciênciaHoje fui bastante impaciente com a minha esposa.Dia 10.3.2002 ‑ OrgulhoFui bastante orgulhoso em não admitir o erro.Dia 14.4.2002 ‑ ÓdioTive um acesso de ódio com o meu colega de trabalho.Dia 18.5.2002 ‑ MelindreFiquei muito melindrado e chateado com o meu chefe.

No exemplo 1, observamos que neste período houve ano‑tações de cinco diferentes sentimentos, sem ao menos saber qual a prioridade em trabalhar um determinado sentimento. Outro aspecto, as anotações são muito sucintas. Embora rela‑tem o sentimento, pela forma descrita não há como analisar‑mos os resultados, os progressos ou conquistas desses senti‑mentos. Portanto esta forma de anotação não é recomendável.

Exemplo 2:Dia 3.2.2002Hoje nada de anormal aconteceu, tudo está bem.Dia 5.3.2002Perdi o meu autocontrole diante daquela situação.Dia 10.4.2002Hoje não comecei bem o dia, briguei com a minha esposa.Dia 14.5.2002Sinto cada vez mais que não estou indo bem com a minha reforma íntima.Dia 20.6.2002Não tenho conseguido manter o meu melhor equilíbrio.Dia 26.7.2002Cada vez mais, sinto dificuldade com a minha auto‑análise.

No exemplo 2, todas as anotações tem apenas relato de fa‑tos, situações ou lamentações. Não há evidência de nenhum tra‑balho de análise de sentimentos, que é o objetivo da caderneta.

Exemplo 3:Dia 7.1.2002 ‑ RaivaSenti muita raiva da minha colega pelo seu autoritarismo.Dia 8.2.2002 ‑ Ódio

Cada vez mais o meu ódio com esta minha colega é maior, dá vontade de partir para uma agressão.Dia 9.3.2002 ‑ ImpaciênciaPassei por momentos de impaciência com o meu chefe, e comecei também a sentir raiva dele.

No exemplo 3, embora identifique o sentimento nas suas anotações, o trabalho da reforma íntima está muito centrado sempre em função dos outros. Não há preocupação em buscar um melhor autocontrole e análise de si mesmo. Neste caso, deve‑se buscar também uma proposta de mudança.

Exemplo 4:Dia 5.2.2002 ‑ ImpaciênciaPerdi a paciência na volta do meu trabalho, com o ônibus demorado e cheio que estava. Vou procurar me controlar mais.Dia 6.3.2002 ‑ IntolerânciaFui muito intolerante com o meu irmão, talvez seja por excesso de cobrança a que venho sendo submetido. Vou controlar‑me mais.Dia 7.4.2002 ‑ ImpaciênciaHoje fui pego novamente com a minha impaciência no trân‑sito. Tento me controlar.Dia 8.5.2002 ‑ IntolerânciaInfelizmente fui novamente intolerante com o meu irmão, por causa de um assunto sem muita importância. Tenho que me controlar mais.

No exemplo 4, embora exista uma identificação de sentimen‑to a ser trabalhado e a descrição esteja correta, devemos observar que no final de cada uma das anotações existem propostas, no entanto, há anotações deste tipo que são relatadas sistematica‑mente sem analisar nenhum progresso obtido, o ideal seria:

a) Vou controlar‑me mais.b) Consegui me controlar mais, no entanto, recaí novamente na falha.c) Já consegui me controlar, observo um maior autocontrole e equilíbrio.d) Fracassei novamente, mas tenho certeza que na próxima vez conseguirei.

Desta forma conseguiremos analisar o empenho e o pro‑gresso nos relatos. Ao iniciar um relato na caderneta é in‑teressante inicialmente conter alguns detalhes importantes para analisar o progresso realizado, a saber:

a) Data, mês e ano do relato;b) Sentimento a ser relatado, por exemplo, orgulho;c) A descrição não pode ser muito sucinta de uma ou duas linhas, e nem extensa demais ocupando mais do que duas páginas da caderneta;d) Evitar enfoque filosófico — escrever frases com “eu” (pri‑meira pessoa do singular) e não “nós”;e) Conter uma proposta de mudança.

Caderneta pessoal ‑ parte 1Taqueo Kusaba ‑ CEAE Genebra

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O relato sobre “A tiara espiritual”, contido em Obras Póstumas, é um documento que mostra o perfil psicológico de Allan Kardec, bem como da evolução espiritual e da sua missão. A tiara é um ornamento de cabeça utilizado pelos antigos soberanos medos e persas, adotado e adaptado pelos papas católicos, com uma mitra de três coroas. Ao mesmo tempo que simbolizava o poder papal, a mitra também era usada como carapuça de papel sobre a cabeça dos condena‑dos da Inquisição. O depoimento e a análise de Kardec sobre si mesmo e as informações sobre sua personalidade é um ad‑mirável exemplo de atitude racional e de bom‑senso diante do nosso destino e das coisas, aparentemente, sobrenaturais.

Nas sessões do sr. Roustan tive a ocasião de ver a sra. De Cardone. Contaram‑me, creio que foi o sr. Carlotti, que ela possuía notável talento para ler a mão. Eu nunca acreditara que as linhas da mão tivessem alguma significação, mas sem‑pre achei que, para certas pessoas dotadas de uma espécie de dupla vista, poderia ser um meio de estabelecer uma relação que permitisse, como acontece com os sonâmbulos, dizer, às vezes, coisas verdadeiras. Os sinais da mão são apenas pre‑texto, um meio de fixar a atenção, de desenvolver a lucidez, como são as cartas, a borra de café, os espelhos mágicos, para indivíduos que gozem dessa faculdade. A experiência me confirmou, por mais de uma vez, a veracidade desta opinião. Fosse o que fosse, aquela senhora convidou‑me a visitá‑la e aceitei o convite. Eis um resumo do que ela me disse:“Nasceste com grande abundância de recursos e de meio intelectuais... extraordinária força de julgamento. Vosso gosto firmou‑se; governado pela cabeça, moderais a inspira‑ção pelo julgamento; sujeitais o instinto, a paixão, a intuição ao método, à teoria. Sempre apreciastes as ciências morais... amor da verdade absoluta... amor da arte definida.Vosso estilo tem número, medida, cadência; mas, às vezes, permutais um pouco de vossa precisão pela poesia.Como filósofo idealista, subordinastes‑vos às opiniões de outros; como filósofo crente, sentis agora a necessidade de ter as vossas próprias opiniões.Benevolência judiciosa; necessidade imperiosa de aliviar, socorrer, consolar; necessidade de independência.Pouco a pouco vos corrigis da impetuosidade dos assomos de vosso gênio.Estáveis singularmente apto para a missão que vos foi confiada, porque sois mais talhado a tornar‑vos o centro de imensos desenvolvimentos do que é capaz de fazer trabalhos isolados… vossos olhos têm a expressão do pensador.Vejo aqui o sinal da tiara espiritual... muito pronunciado... olhai (Olhei e nada vi de particular).”– Que entendeis por tiara espiritual? – perguntei‑lhe. Quereis dizer que vou ser Papa? Se isto tem que acontecer, não será certamente nesta existência.Resposta – Notai que eu disse tiara espiritual, o que quer dizer autoridade moral e religiosa, e não soberania efetiva…Estou referindo pura e simplesmente as palavras daquela senhora, transcritas por ela própria. Não me cabe julgar se são ou não absolutamente exatas. Reconheço que algumas foram verdadeiras, porque estão de acordo com meu caráter e as disposições do meu espírito. Mas há uma passagem evi‑

dentemente falsa: aquela em que ela diz, a propósito do estilo, que às vezes tenho tendência de trocar um pouco da minha precisão pela poesia. Não tenho o menor instinto poético. O que procuro, acima de tudo, o que me agrada, o que estimo nos outros é a clareza, a nitidez, a precisão e, longe de sacrifi‑car esta à poesia, poderiam antes censurar‑me por sacrificar o sentimento poético à aridez da forma positiva. Sempre preferi o que fala à inteligência àquilo que fala à imaginação.Quanto à tiara espiritual, O Livro dos Espíritos acabava de aparecer: a doutrina estava se iniciando e não se podiam pressupor ainda os seus resultados ulteriores. Dei pouca importância a essa revelação e limitei‑me a dela tomar nota a título de informação.Aquela senhora deixou Paris no ano seguinte e só a tornei a ver oito anos mais tarde, em 1866. As coisas tinham pro‑gredido muito neste entretempo. Disse‑me ela: “Lembrais de minha predição sobre a tiara espiritual? Ei‑la realizada.”– Como realizada? Não estou, que eu saiba no trono de São Pedro.– Não, mas não foi isto que eu vos prognostiquei. Não sois de fato o chefe da doutrina reconhecida pelos espíritas do mundo inteiro? Não são os vossos escritos que constituem a lei? Vossos adeptos não se contam por milhões? Há alguém cujo nome tenha mais autoridade que o vosso em matéria de espiritismo? Não vos foram dados espontaneamente os títulos de sumo‑sacerdote, de pontífice, e mesmo de papa? Foram, principalmente, os vossos adversários e por ironia, eu sei, mas nem por isso deixa de ser o indício do gênero de influência que eles reconhecem em vós: pressentem o vosso papel e esses títulos permanecerão. Em suma, conquistastes, sem procurá‑la, uma posição moral que ninguém poderá roubar‑vos, por‑que quaisquer que sejam os trabalhos que se façam depois de vós, ou competindo convosco, sereis sempre considerado o fundador da doutrina. Desde esse momento possuís, de fato, a tiara espiritual, isto é, a supremacia moral. Vêdes, portanto, que acertei. Credes agora um pouco mais nas linhas da mão?– Menos que nunca, e estou convencido de que, se alguma coisa vistes, não foi na mão, mas em vosso próprio espírito, e vou prová‑lo.

Kardec conclui o texto explicando, pela ótica científica espírita, a naturalidade de todos os detalhes do fenômeno e das habilidades mediúnicas da sra. De Cardone. E sobre a tiara espiritual, conclui:

Quanto à tiara espiritual, é evidente, algo especial, excep‑cional e de certo modo individual. Estou convencido de que não achastes esta palavra no vocabulário de nenhum tratado de quiromancia. Como, pois, vos veio ela ao pensamento? Por intuição, por inspiração, por essa espécie de presciência inerente à dupla vista que certas pessoas possuem sem sus‑peitar. Vossa atenção estava concentrada nas linhas da mão, aplicastes o pensamento a um sinal em que outra pessoa teria visto coisa diferente, ou a que teríeis atribuído uma outra significação em outro indivíduo.

Nova História do EspiritismoDalmo Duque dos SantosEditora do ConhECimEnto

A tiArA espirituAl

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Escola de Aprendizes do Evangelho - Aliança Espírita Evangélica (8ª turma/GEAEL) 5

As virtudes (VI)Ney Pietro Peres — Manual Prático do EspíritaGEAEL

RENÚNCIA

Vosso apego aos bens terrenos é um dos maiores entraves ao vosso aprimoramento moral e espiritual. Com o apego à matéria aniquilais as vossas faculdades efetivas, voltando‑as inteiramente para as coisas do mundo. Sede sinceros: a fortuna proporciona uma felicidade sem máculas? Quando o vossos cofres estão abarrotados, não há sempre um vazio em vossos corações? No fundo dessa cesta de flores, também há sempre um réptil oculto?Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo XVI. “Não se pode servir a Deus e a Mamom”. Item 14. Desprendimento dos bens terrenos — Lacordaire.

O esquecimento completo e absoluto das ofensas é inerente às grandes almas, e o rancor é sempre um indício de senti‑mentos menos edificantes e da pouca evolução espiritual. Não deveis esquecer que o verdadeiro perdão se reconhece muito mais nos atos do que nas palavras.(Id., ibid. Capítulo X. “Bem‑aventurados os misericordio‑sos”. Item 15. Perdão das ofensas — Paulo, apóstolo.

Como nos manter razoavelmente equilibrados, sobrevi‑vendo hoje com as onerosas despesas sem nos atormentar?

Será possível conciliarmos a preocupação pelo ganho fi‑nanceiro e o desprendimento dos bens terrenos?

Como vivermos nessa época de lutas pelos valores mone‑tários, renunciando a eles?

Como esquecer os prejuízos que nos causam economica‑mente, sem contrair desgostos e rancores pelo infrator?

A perícia está em administrar adequadamente os bens e valores, como usufrutuários e depositários, sem deles fazer‑mos exclusivo uso para o nosso prazer, poupando‑nos os ex‑cessos, distribuindo‑os em oportunidades de trabalho, empre‑gando‑os para matar a fome, diminuir o frio e proporcionar abrigo a quem esteja na miséria.

O maior engano é fazer das ambições e desejos de possuir móveis, imóveis, veículos, aparelhos domésticos, vestuário e utensílios os principais objetivos do nosso salário, a eles nos condicionando com avidez e desassossego.

Renunciar é principalmente não viver preso à posse de valores monetários. Mas é também estar liberto da impor‑tância dada aos valores profissionais, intelectuais, sociais ou políticos.

Em poucas palavras: ninguém precisa ser rico ou social‑mente evidenciado para ser respeitado, admirado ou amado. Vejamos o exemplo de Chico Xavier, cuja admiração e respei‑to do público está no bem que ele realiza.

Vejamos como aplicar a renúncia em algumas das inú‑meras ocasiões:

a) Avaliando os principais motivos que nos têm até hoje impulsionado ao trabalho desenfreado, aprimorando daí os nossos propósitos de ganho;

b) Pesando tranqüilamente o que possuímos em bens e valores monetários para responder honestamente se os estamos empregando para gerar benefícios ao próximo;

c) Examinando acertadamente de quais necessidades supérfluas precisamos nos libertar;

d) Observando com profundidade se alimentamos quaisquer desejos de proeminência profissional, in‑telectual, social ou política;

e) Dedicando uma parcela do nosso tempo em algum serviço não‑remunerado ao próximo;

f) Atenuando e relegando certas dívidas por emprésti‑mos feitos a nós, que porventura estejam nos abor‑recendo;

g) Oferecendo utensílios, objetos e roupas que possuí‑mos em proveito de outros;

h) Inclinando nossos ideais de vida no próprio aprimo‑ramento moral e espiritual de forma mais objetiva.

Aprendei a contentar‑vos com o pouco. Se sois pobres, não invejeis os ricos, porque a fortuna não é necessariamente a felicidade. Se sois ricos. não esqueçais de que esses bens vos foram confiados, e que deveis justificar o seu emprego, como numa prestação de contas de tutela. Não seja depositários infiéis, fazendo‑os servir à satisfação do vosso orgulho e da vossa sensualidade. Não vos julgueis no direito de dispor deles unicamente para vós, pois não os recebestes como doa‑ção, mas como empréstimo. (Id., ibid. Capítulo XVI. “Não se pode servir a Deus e a Mamom”. Item 14 Desprendimento dos bens terrenos — Lacordaire.)

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Ensinava o grande Albert Schweitzer, que herói não é o homem da ação. Herói é o homem da renúncia.

Portanto, grandes não foram Napoleão, Hitler, Stalin, Bismark. Grande foi Jesus, Francisco de Assis e o próprio Schweitzer, que, um dia, resolveu deixar o conforto da Europa civilizada, para enfrentar a selva africana, onde foi cuidar dos negros famintos e doentes.

Mas a gente costuma valorizar os homens de ação, os homens práticos que fazem o progresso material e as guerras. Para eles todas as homenagens.

O ato da renúncia é mais louvável do que o ato do apego. E a gente vive, o tempo todo, se apegando às coisas, ás pes‑soas, aos lugares, como se essas coisas, essas pessoas, esses lugares estivessem, sempre, à nossa disposição.

O medo que estamos sentindo, freqüentemente, é o medo das nossas perdas. Perda da mocidade, perda do dinheiro, perda da saúde, perda do prestígio, perda do amor, perda do emprego, perda da amizade.

Renunciar é, sobretudo, um ato de coragem. E poucos conseguem praticá‑lo. É fácil apegar‑se. Difícil é desapegar‑se.

E eu estou, agora mesmo, me lembrando daquele encon‑tro de Jesus com o moço rico, que desejava ir para o céu: “Mestre, o que é necessário para alcançar a vida eterna?”

O rapaz possuía muitas propriedades, muito dinheiro e era religioso, pois cumpria todos os mandamentos da lei mo‑saica: não mentia, não roubava, não caluniava, não pronun‑ciava o nome de Deus em vão. No conceito dos homens, era um bom moço.

Jesus veio, então, com aquela recomendação que valeu por um difícil teste: dá tudo o que tens aos pobres e terás o paraíso.

Aí o moço baixou a cabeça e saiu, envergonhado, sem dizer uma palavra. O preço do paraíso era muito alto. Renun‑ciar aos bens, aos interesses mundanos, jamais. Foi difícil for‑mar um patrimônio; porém, mais difícil, ainda, foi renunciar, ou melhor, desapegar‑se.

Não vamos interpretar o episódio ao pé da letra. A re‑núncia que Jesus queria era a renúncia ao apego, porque o apego é o que nos escraviza, é o que nos preocupa, é o que nos angustia, é o que nos torna infelizes, deprimidos, egoístas.

Não é o ato da renúncia que importa. O que importa é

o espírito da renúncia. Você pode ter muitos bens e não ser apegado a eles, desde que se conscientize de que tudo passa, de que tudo nos chega como empréstimo, porque chegará, um dia, em que teremos de abandoná‑los. Ninguém é proprietário de nada, a não ser de sua própria consciência.

É difícil renunciar. Até mesmo a um simples cigarro.Rico é aquele que é pobre de necessidade ‑ escreveu um

grande pensador. Parafraseando, diríamos: rico é aquele que é pobre de apegos.

Renunciar ao ódio, à vingança, aos vícios, aos ressenti‑mentos, à inveja, eis aí o grande heroísmo.

Afinal, como devemos viver no mundo?Paulo de Tarso tem a receita. Ei‑la: “viver como possuin‑

do tudo, nada tendo, com todos e sem ninguém”.

Tribuna Espírita ‑ Out/Dez ‑ 95

Apego e renunciAcarlos romero

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Escola de Aprendizes do Evangelho - Aliança Espírita Evangélica (8ª turma/GEAEL) 7

Do grupo mediúnico que Edgard

Armond reunia em seu apartamen‑to, faziam parte as confreiras d. Car‑men Diva, médium vidente e de incor‑poração; d. Mag‑dalena Armond Correia, médium vidente e de incor‑poração inconscien‑te; d. Eleni, vidente; d. Diva Bernardino, médium de cura; d. Thirzah Riether, sustentação.

Como grande pesquisador que foi desvendando o

mundo espiritual e suas atividades, mesmo impossibilitado de se locomover, continuou com esse grupo de médiuns a nos trazer mais informações sobre as Fraternidades do Espaço. Abaixo transcrevemos algumas de suas experiências pesgui‑sando as fraternidades junto ao grupo acima referido.

Prosseguimos hoje no estudo das fraterni‑dades que oferecem cobertura espiritu‑

al à Aliança. Comandante convoca a Fraternidade do Triângulo e da Cruz.Fazem‑se presentes alguns hindus, che‑fiados ao que parece, por um deles mais idoso, de turbante volumoso, barba grisalha, capa semelhante à usada pelo

irmão maior Ramatís. Apresentaram‑se para cooperar, atendendo à chamada.

Este mais idoso fala pelos outros.Eis o que disse: ‘Trabalhadores da Grande fra‑

ternidade Hindu, dinâmicos e irrequietos, ávidos de conhe‑cimentos novos, pediram reencarnação em várias regiões do globo.Quando reencarnaram vieram cheios de fé, de idéias, de planos, do desejo de união e de sentir o espírito religioso de habitantes de várias regiões do planeta.Resolveram então tentar a fusão dos que tinham, como eles mesmos, sentimentos melhores ou piores, inclusive ainda de agressividade para com os semelhantes.Criaram o símbolo do triângulo e da cruz.Observaram o planeta e viram como o povo mais jovem e a Terra menos amadurecida, nas fronteiras da Europa e das Américas aceitaram o agrupamento que conservou esse nome.Aqueles que já conheciam o Cristo e outros que passaram a conhecê‑lo ofereceram‑se para trabalhar por essa nova Ordem sob o novo símbolo e convidaram aquele, não o irmão mais velho entre eles, mas o que lhes pareceu mais adequado de idéias para dirigi‑los, aquele que já se desper‑sonalizara intimamente, libertando‑se dos liames que ainda

o prendiam a regiões, hábitos e filosofias, para olhar mais de alto e ajudar com mais grandeza o homem encarnado.Ele aceitou e pôs‑se ao trabalho. E, por isso, não está ele aqui neste instante para transmitir estas informações. E por isso o fazemos nós que, de longa data, o conhecemos e seguimos e temos tido até mesmo o privilégio e permissão de promover as nossas encarnações mais ou menos na mesma época.No agrupamento inicial aumentou o número de companhei‑ros atraídos para, talvez surpresa tua, 5.000 esparramados por todo o planeta.Talvez por isso poucas notícias se tem de nós, porque os trabalhadores se diluem na magnitude das tarefas e na imensidão do campo de trabalho onde devem agis’.Esta foi a mensagem da qual falou por Ramatís, e suas informações são preciosas e ficarão registradas em nosso estudo histórico das fraternidades com as quais mantemos intercâmbio espiritual desde 1940.”

(16.12.1977)

No Tempo do ComandanteEdelso da Silva Júnior

Um fato bastante curioso foi quando os médicos iden‑tificaram nele um câncer na bexiga. Segundo o relato de d. Carmen Diva e d. Magdalena Armond, o espirito Ramatís, que tanto preocupa os espíritas, apresentou‑se a ele e disse que estava desenvolvendo na espiritualidade um tratamen‑to para o câncer. Disse que precisava de uma “cobaia”, e se não gostaria de submeter‑se ao tratamento que viria bene‑ficiar muitas pessoas. Ele só aceitou porque, justamente, estava sendo objeto de teste para um tratamento que viria beneficiar muitas pessoas com câncer. Ramatís e sua equi‑pe espiritual mostraram aos videntes uma réplica do corpo humano do comandante na espiritualidade, e no local onde se encontrava a bexiga foi colocada uma cápsula prateada cujo formato lembrava um ovo e dividida em duas partes encobrindo todo o órgão doente. Segundo as nobres con‑freiras, foi este recurso de Ramatís que possibilitou a per‑manência do comandante entre eles por mais alguns anos.

conhecendoas fraternidades

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Instruções dos espírItos

12. Homens, por que vos queixais das calamidades que vós mesmos atraístes sobre vossas cabeças? Menosprezastes a santa e divina moral do Cristo; não vos espanteis, portanto, se a taça da maldade transbordou. Então, o mal‑estar é geral. A quem responsabilizar senão a vós mesmos, que procurais incessantemente destruir uns aos outros? Não podeis ser feli‑zes sem mútua benevolência. Mas como pode a benevolência conviver com o orgulho? Orgulho, eis a origem de todos os vossos males! Empenhai‑vos, pois, em destruí‑lo, se não qui‑serdes que suas consequências funestas se perpetuem. Só há um meio ao vosso alcance, e ele é infalível: tomai por regra de conduta a Lei do Cristo, lei que tendes rejeitado, ou interpre‑tado de maneira equivocada.

Por que valorizais mais aquilo que brilha e encanta aos olhos, do que aquilo que comove o coração? Por que reveren‑ciais o vício da opulência, ao passo que só tendes um olhar de indiferença para o verdadeiro mérito, que muitas vezes se esconde na simplicidade? Quando um rico corrupto, perdido de corpo e alma, se apresenta em qualquer lugar, todas as portas lhe são abertas, todas as atenções se voltam para ele; enquanto que para o homem de bem, que vive do seu traba‑lho, mal se dignam a saudá‑lo, com ar acolhedor. Quando a consideração que se tem pelas pessoas é medida pelos bens que possuem, ou pela importância do seu nome, que interes‑

se elas podem ter em corrigir os seus defeitos?Seria bem diferente se o apego ao dinheiro fosse tratado

pela opinião pública com o mesmo desprezo com que ela trata a pobreza. Contudo, o orgulho é tolerante com tudo que o sa‑tisfaz. E diríeis: “Vivemos na era da ambição e do dinheiro”. Sem dúvida! Mas, por que deixastes as necessidades materiais se sobreporem ao bom senso e à razão? Por que cada um quer ficar acima do seu irmão? Hoje a sociedade sofre as conse‑quências.

Não esqueçais que esse estado de coisas é sempre um sinal de decadência moral. Quando o orgulho chega ao limite máximo, é sinal de uma queda próxima, pois Deus sempre pune os orgulhosos. E se algumas vezes os deixa subir, é para lhes dar tempo para refletirem e se corrigirem, sob os golpes que, vez por outra, desfere em seu orgulho a fim de alertá‑los. Mas, ao invés de se curvarem, eles se revoltam. Então, quando passam dos limites, Deus os derruba defi‑nitivamente. Assim, quanto mais alto tiverem subido, mais terrível é a queda.

Pobre raça humana, cujos caminhos o egoísmo desvir‑tuou, reanima‑te, apesar de tudo! Em Sua infinita misericór‑dia, Deus envia um poderoso remédio para teus males, um inesperado socorro à tua aflição. Abre os olhos para a luz: eis aqui as almas dos que se foram, vindo lembrar‑te dos teus verdadeiros deveres! Com a autoridade da experiência, elas te dirão como as vaidades e os valores de tua breve existência são muito pouco diante da eternidade. Elas te dirão que lá o maior será quem tiver sido o mais humilde entre os peque‑nos da Terra; que aquele que mais amou seus irmãos será também o mais amado no Céu; que os poderosos da Terra, que abusaram da autoridade, serão obrigados a obedecer aos seus servos; que a caridade e a humildade, essas duas irmãs que andam de mãos dadas, são as qualidades mais eficazes para se obter perdão diante do Eterno. (Adolfo, Bispo de Argel, Marmande, 1862).

O Evangelho Segundo o Espiritismo

Alan Kardec

Capítulo 16 ‑ Não se deve servir a Deus e a MamonEditora do ConhECimEnto

É preciso que se dê mais importância à leitura do Evangelho. E, no entanto, abandona‑se esta divina obra;faz‑se dela uma palavra vazia, uma mensagem cifrada. Relega‑se este admirável código moral ao esquecimento.