90
Como interpretar o Hemograma? Natasha Slhessarenko

Como se interpreta um Hemograma

Embed Size (px)

Citation preview

Page 2: Como se interpreta um Hemograma

Hemograma Exame que avalia a semiologia do sangue;

Reflexo, no sangue periférico, do que ocorre a nível central (MO);

Avalia os elementos celulares do sangue:

- Quantitativamente;

- Qualitativamente;

Os elementos celulares do sangue analisados:

Hemáceas – Série Vermelha (Eritrograma);

Leucócitos – Série Branca (Leucograma);

Plaquetas – Série Plaquetária (Plaquetograma);

Page 3: Como se interpreta um Hemograma

Fase Pré-analítica

Tubo de coleta

ROTINA DA COLETA

Anticoagulante: EDTA; Citrato; Heparina

Volume anticoagulante

X

Volume da amostra

Page 4: Como se interpreta um Hemograma

Fase Pré-analítica – Volume da amostra

Volume máximo de sangue que pode ser retirado de uma criança até 18Kg /dia:

Peso (Kg) Máximo/amostra (mL)

2,7 a 3,6 2,5

3,6 a 4,5 3,5

4,5 a 6,8 5,0

7,3 a 9,1 10,0

9,5 a 11,4 10,0

11,8 a 13,6 10,0

14,1 a 15,9 10,0

16,4 a 18,2 10,0

Page 5: Como se interpreta um Hemograma

VALORES DE REFERÊNCIA EM PEDIATRIA

Volume total de sangue por kilograma de peso: Recém nascidos Pré-termo (RNPT) – 89 a 105 mL/Kg;

Recém nascidos a termo (RNT) – 82 a 86 mL/Kg;

Lactentes e pré-escolares – 73 a 82 mL/Kg. Approximations of Total Blood Volume. HENRY, JB. In: Clinical Diagnosis and Management by Laboratory Methods, 20th ed.

Page 6: Como se interpreta um Hemograma

Um recém nascido prematuro de 1000g:

Tem 80 mL de sangue;

45 mL é plasma;

1 colher de chá tem 4,5 mL;

Na primeira semana de vida

Coletam-se 5 a 12 amostras/dia;

Transfusão

Se > 10% (8mL) for coletado em 2 a 3 dias;

Crianças não são adultos em miniatura!

Page 7: Como se interpreta um Hemograma

Fase Pré-analítica – Sítios de punção

Page 8: Como se interpreta um Hemograma

Fase Pré-analítica

Jejum recomendado:

Crianças menores de 1(um) ano: 3 horas ou antes da próxima mamada;

Crianças de 1 a 5 anos: 3 horas;

Adultos ou demais idades: 3 horas;

Page 9: Como se interpreta um Hemograma

COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA?

Cuidados pré-analíticos:

Pode ser coletado em qualquer período do dia, não sendo obrigatório jejum;

A contagem basal de leucócitos é variável, sendo mais fiel no final da

manhã;

Stress, atividade física, refeições lautas, obesidade, fumo e café levam a

leucocitose;

Pode ser coletado de veias, artérias ou do sangue capilar;

Page 10: Como se interpreta um Hemograma

HEMOGRAMA

Leucócitos

Hemácias

Plaquetas

Microscopia

Page 11: Como se interpreta um Hemograma

COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA?

Como é realizado?

Duas análises distintas:

Contagem dos parâmetros: realizado de forma manual (Câmara de

Newbauer) ou automatizada (foto-óptico ou impedânciometria);

Hematoscopia: verificar no microscópio a morfologia das hemácias, a

contagem diferencial dos leucócitos e avaliação das plaquetas;

Page 12: Como se interpreta um Hemograma
Page 13: Como se interpreta um Hemograma

COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA?

Quais os parâmetros analisados?

Série Vermelha - Eritrograma:

Número de hemácias;

Hemoglobina;

Hematócrito;

Índices Hematimétricos: VCM; HCM; CHCM; RDW;

Série Branca- Leucograma:

Número total de leucócitos;

Diferencial dos leucócitos (número absoluto)

(segmentados; eosinófilos; basófilos; linfócitos e monócitos);

Série Plaquetária- Plaquetograma:

Número de plaquetas;

Page 14: Como se interpreta um Hemograma

ERITROGRAMA

Avaliação quantitativa:

* Contagem de eritrócitos;

* Dosagem da hemoglobina;

* Cálculo do hematócrito;

* Índices hematimétricos: VCM;

HCM;

CHCM;

RDW;

Page 15: Como se interpreta um Hemograma

COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA?

ERITROGRAMA:

Número de Hemácias:

São contadas após diluição e expressas em células/mm3;

É um parâmetro de valor muito limitado na clínica;

As hemácias são contadas por pulso (impedância) ou por

dispersão da luz (elétro-ópticos) – Coeficiente de variação <2%;

A partir da sua contagem constróem-se os histogramas;

Seu valor depende da idade, sendo maior no recém nascido;

Page 16: Como se interpreta um Hemograma

COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA?

Histograma de Células Vermelhas - RBC

Volume (tamanho)

Co

ncen

traçã

o

RDW-SD : Indice de anisocitose -SD

RDW-CV : Indice de anisocitose -CV

Page 17: Como se interpreta um Hemograma

COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA?

ERITROGRAMA:

Número de Hemácias – Histograma

Representação gráfica do tamanho e quantidade das hemácias.

O eixo x apresenta o tamanho natural das hemácias e o eixo y a sua freqüência;

Page 18: Como se interpreta um Hemograma

COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA?

F R E Q Ü E N C I A

TAMANHO NATURAL DAS HEMÁCEAS

Page 19: Como se interpreta um Hemograma

COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA?

SÉRIE VERMELHA OU ERITROGRAMA

Hemoglobina:

É o parâmetro de maior valor na clínica, pois define anemia;

Quando totalmente saturada, cada grama de Hb retém 1,34 mL de O2;

São contadas após hemólise e expressas em g/dL;

Feita por espectofotometria após conversão da hemoglobina em

cianometemoglobina: após serem contadas, as hemácias são lisadas e

diluídas em uma solução de ferricianeto e cianeto de potássio, formando a

cianometemoglobina que é determinado no espectofotômetro com

comprimento de onda de 540 nm;

Seu valor depende da idade e do sexo;

Causas de erro: lipemia;

Page 20: Como se interpreta um Hemograma

COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA?

Valores de referência Idade Valor de referência

(g/dL)

Recém-nascido 14,7 a 18,6

15 a 30 dias 10,6 a 15,4

1 a 2 meses 8,9 a 11,9

3 a 6 meses 9,7 a 12,2

7 meses a 2 anos 10,3 a 12,4

3 a 6 anos 10,5 a 12,7

6 a 12 anos 11,0 a 13,3

13 a 18 anos 11,5 a 14,8

Page 21: Como se interpreta um Hemograma

COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA?

SÉRIE VERMELHA OU ERITROGRAMA:

Hematócrito:

É a razão entre a massa de eritrócitos em relação ao sangue total;

É expresso em porcentagem;

O aparelho calcula através: VCM x contagem de eritrócitos;

É um parâmetro de menor valor atualmente, pois anemia é definida pela

hemoglobina;

Relação com Hematócrito com a Hemoglobina: 3:1;

Os valores de referência dependem da idade e do sexo;

Page 22: Como se interpreta um Hemograma

HEMATÓCRITO

.

Page 23: Como se interpreta um Hemograma

Relação entre Número de Hemáceas, Hemoglobina, Hematócrito e Volemia

• Aumento volemia (hemodiluição) → falsa anemia: gestantes; ICC;

IRC; infusão excessiva de líquidos;

• Diminuição da volemia (hemoconcentração) → falsa poliglobulia:

uso de diuréticos; queimaduras; sudorese excessiva; diarréia;

dengue; sepse;

• Diminuição harmônica de plasma e componente eritróide –

inalterado - hemorragias recentes;

Page 24: Como se interpreta um Hemograma

COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA?

SÉRIE VERMELHA OU ERITROGRAMA:

Índices Hematimétricos:

VCM (Volume Corpuscular Médio);

HCM (Hemoglobina Corpuscular Média);

CHCM (Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média);

RDW (Amplitude de distribuição do tamanho das hemáceas);

Objetivo: Classificam as anemias

Page 25: Como se interpreta um Hemograma

COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA?

SÉRIE VERMELHA OU ERITROGRAMA:

Índices Hematimétricos:

VCM (Volume corpuscular médio):

- Volume (tamanho) médio das hemácias;

- Classifica as anemias em micro; normo e macrocíticas;

- Cada pulso gerado pela passagem de uma hemácia, desenha o

histograma das hemácias, sendo o VCM, o ponto médio do

histograma;

- Fiel para avaliação do tamanho das hemácias;

Page 26: Como se interpreta um Hemograma

COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA?

Histograma de Células Vermelhas - RBC

Volume (tamanho)

Co

ncen

traçã

o

RDW-SD : Indice de anisocitose -SD

RDW-CV : Indice de anisocitose -CV

VCM

Page 27: Como se interpreta um Hemograma

INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DO HEMOGRAMA

VCM

• Anemias microcíticas – • Anemia ferropênica;

• Talassemia;

• Policitemia vera;

• Hemoglobinopatias;

• Anemias normocíticas – • Anemia de doença crônica;

• Deficiência combinada de vit.B12 e ac.fólico com def. ferro;

• IRC;

• SMD;

• Anemias macrocíticas - • Alcoolismo;

• Uso de fármacos como: AZT, anticonvulsivantes (carbamazepina, ácido válpróico, fenitoína), quimioterápicos ;

• Hepatopatias;

• Esplenectomia;

• Hiper-regeneração eritróide;

• Anemias megaloblásticas(def. vit B12 e /ou ac. Fólico);

• Anemia aplástica; SMD;

Page 28: Como se interpreta um Hemograma

INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DO HEMOGRAMA

SÉRIE VERMELHA OU ERITROGRAMA:

Índices Hematimétricos:

RDW (Amplitude de variação do tamanho das hemácias):

Avalia a variação do tamanho das hemácias;

É medida pelo aparelho e é expresso em %;

Mede a anisocitose (mede a heterogeneidade das hemáceas);

Grande valor clínico, pois é primeiro parâmetro a se alterar na

anemia ferropriva;

Alto VPP se alto, baixo VPP se normal;

Page 29: Como se interpreta um Hemograma

COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA?

Histograma de Células Vermelhas - RBC

Volume (tamanho)

Co

ncen

traçã

o

RDW-SD : Indice de anisocitose -SD

RDW-CV : Indice de anisocitose -CV

RDW

Page 30: Como se interpreta um Hemograma

Índices Hematimétricos

• HCM – conteúdo médio de hemoglobina por eritrócito;

HCM = Hb x 10 ÷ Número de Hemáceas (pg/dl);

Valores normais – 24-33;

• CHCM - percentagem de hemoglobina em 100 ml de hemáceas;

CHCM= Hb /Ht x 100;

Valores normais 31-36%;

Classificam as anemias quanto à concentração de hemoglobina

• Hipocrômica;

• Normocrômica;

Page 31: Como se interpreta um Hemograma

Na hematoscopia...

Page 32: Como se interpreta um Hemograma

Macrocitose Normocitose Microcitose

Hipocromia Normocromia

Page 33: Como se interpreta um Hemograma

RETICULÓCITOS

.

• É a hemácea jovem após a perda do núcleo;

• Célula rica em RNA ribossômico;

• RNA atribui aos eritrócitos coloração acinzentada ou arroxeada

configurando policromatofilia;

Page 34: Como se interpreta um Hemograma

Esferócitos

Esferocitose hereditária e anemias hemolíticas

Page 35: Como se interpreta um Hemograma

Decorrente de defeitos genéticos que afetam as membranas do

citoesqueleto.

Anemias microcíticas e megaloblásticas e nas síndromes mieloproliferativas

Eliptócitos

Page 36: Como se interpreta um Hemograma

Estomatócitos

. RN, Estomatositose hereditária, doenças hepáticas, uso de asparginase

Page 37: Como se interpreta um Hemograma

Drepanócitos

.

Page 38: Como se interpreta um Hemograma

Equinócitos

.

Artefatos; uremia; hipotireoidismo e no uso de heparina

intravenosa

Page 39: Como se interpreta um Hemograma

Acantócitos

Espículas e dimensões irregulares.

São comuns em hepatopatias, pós esplenectomia.

Page 40: Como se interpreta um Hemograma

Hemáceas em Alvo

. Hemoglobinopatias C e S; na ß-talassemia; asplenia; icterícias obstrutivas.

Page 41: Como se interpreta um Hemograma

Dacriócitos

Mielofibrose e anemia

Page 42: Como se interpreta um Hemograma

COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA?

SÉRIE BRANCA OU LEUCOGRAMA:

Número de Leucócitos e diferencial:

São contados após hemólise das hemácias em uma solução onde

permanecem apenas os leucócitos;

Resultado é em: células/mm3;

Quanto a diferencial, a contagem é feita com base no tamanho da célula,

presença de grânulos e complexidade nuclear (Citometria de fluxo);

A partir da sua contagem constroem-se os histogramas;

Seu valor depende da idade, sendo maior no recém nascido;

Page 43: Como se interpreta um Hemograma

COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA?

Granulócitos

Monócitos

Linfócitos

Eosinófilos

Plaquetas e

fragmentos

celulares

Vo

lum

e (

tam

an

ho

)

Complexidade

Scatter

Page 44: Como se interpreta um Hemograma
Page 45: Como se interpreta um Hemograma

Bastonete

Meta

Promielo

Mielo

Blasto

Estrutura interna

Info

rmação

RN

A/D

NA

Posição das células anormais no dispersograma

Page 46: Como se interpreta um Hemograma

Leucograma

• Ao contrário da contagem de leucócitos, muito variável na

população, a proporção entre os tipos de leucócitos varia pouco

de pessoa a pessoa;

• Cada pessoa tem uma contagem própria de leucócitos, mas

todas têm, mais ou menos, a mesma distribuição, com amplo

predomínio de neutrófilos (entre metade e 2/3 do total), alguns

eosinófilos e monócitos, e a terça parte restante de linfócitos.

Basófilos são raros, plasmócitos só ocasionalmente vistos;

Page 47: Como se interpreta um Hemograma

INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DO HEMOGRAMA

Série branca ou Leucograma

Leucócitos: - Neutrófilos ( *);

- Eosinófilos (0 a 4%);

- Basófilos (0 a 3%);

- Linfócitos ( *);

- Monócitos (2 a 10%);

Page 48: Como se interpreta um Hemograma

Leucograma

• Citopenias e citoses relativas nada significam se não

acompanhadas de citopenias ou citoses absolutas;

• A única exceção em que o valor percentual tem significado

interpretativo é no número de neutrófilos bastonados;

Page 49: Como se interpreta um Hemograma

Neutrófilos

– Precursores de neutrófilos:

* pool mitótico – blastos a mielócitos - evolução em torno de 8 dias;

* pool pós-mitótico(maturativo) - mielócitos e metamielócitos;

* neutrófilos de reserva- bastonados e segmentados – com vida intra-

medular de 3-7 dias;

Esta reserva granulocítica medular contém aproximadamente 14

vezes o número de neutrófilos circulantes. Nela predominam os

neutrófilos bastonados sobre os segmentados, na proporção de

3/2.

Page 50: Como se interpreta um Hemograma

Neutrófilos

• A distribuição dos neutrófilos na circulação é disposta na corrente

circulatória, pool circulante, e outra parte adere ao endotélio dos

vasos, pool marginal, sendo que esta última não é contada na

avaliação quantitativa leucocitária;

• Descargas adrenérgicas podem causar neutrofilia rápida e fugaz pela

mobilização do pool marginal;

Page 51: Como se interpreta um Hemograma

Neutrófilos

Page 52: Como se interpreta um Hemograma

NEUTROFILIAS (> 8.000/mm3)

Expressão hematológica da resposta defensiva do organismo

Causas fisiológicas – Gravidez; stress.

Infecções bacterianas e fungos.

Infecções agudas, localizadas ou generalizadas.

Acompanhamento infecções virais – complicação;

Doenças inflamatórias agudas e crônicas;

Uso de corticóides; queimaduras; Recém nascidos;

Desvio a esquerda (bastões acima de 5 a 7%);

Reação leucemóide: estafilococcias, tuberculose, difteria;

mieloblasto

promielócito

mielócito

metamielócito

bastões

segmentados

Page 53: Como se interpreta um Hemograma

Desvio à Esquerda

• É a quebra da hierarquia na liberação dos neutrófilos da reserva

granulocítica medular para o sangue;

• É a única eventualidade em que o valor percentual é o parâmetro a

ser julgado na interpretação – 5 a 7%;

Page 54: Como se interpreta um Hemograma

Reação leucemóide

Células mielóides imaturas com o escalonamento maturativo;

Neutrofilia da gravidez;

Uso de fármacos: corticóide; filgrastima;

Neoplasias;

Infecções graves;

Page 55: Como se interpreta um Hemograma

COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA?

NEUTROPENIAS (< 1500/mm3/< 1000/mm3/<500mm3)

Infecções virais: dengue; EBV; CMV; hepatite viral; sarampo; rubéola;

caxumba; varicela; HSV; AIDS; VSR;

Infecções bacterianas: febre tifóide e paratifóide;

brucelose, tuberculose; sepsis BGN;

Infecções fúngicas: histoplasmose;

Infecções protozoários: malária; calazar;

Medicamentos: fenotiazinas, antitireoideos, clozapina, quimioterápicos;

Neoplasias (invasão de M.O.);

Page 56: Como se interpreta um Hemograma

COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA?

LINFOCITOSES

(> 8000/mm3)

Crianças/Mulheres;

Infecções virais: dengue, EBV, CMV, hepatite, sarampo,

rubéola (plasmócitos), caxumba, varicela,

HSV, AIDS, VSR.

Infecções bacterianas: coqueluche, sífilis 2a. e congênita.

Linfócitos atípicos**: EBV, CMV, toxoplasmose, hepatites virais,

rubéola, exantema súbito, sarampo, reações a drogas.

Page 57: Como se interpreta um Hemograma

COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA?

LINFOPENIAS

(<1000/mm3)

Relativa;

AIDS;

Tuberculose

Page 58: Como se interpreta um Hemograma

58

Linfócito Atípico

Page 59: Como se interpreta um Hemograma

COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA?

EOSINOFILIAS (>500/mm3)

Infecções parasitárias: síndrome de Löeffler, toxocaríase; esquistossomose;

equinococose; toxoplasmose;

Infecções bacterianas: escarlatina; hanseníase;

Doenças alérgicas e da pele;

Radioterapia

Síndromes hipereosinofílicas;

Leucemias;

Eosinofilia discreta pode ocorrer em: colagenoses; serosites; tuberculose;

EOSINOPENIAS

(<50/mm3)

Estímulo do eixo hipófise-supra renal;

Stress;

Uso de corticóides;

Infecções bacterianas com neutrofilia, retorno dos Eo indica bom prognóstico.

Page 60: Como se interpreta um Hemograma

COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA?

MONOCITOSE (>1000mm3)

Endocardite subaguda;

Tuberculose; Hanseníase; Brucelose;

Sífilis;

Cças. até os 2 anos de idade;

Na regeneração medular pós quimioterapia;

Na recuperação de infecção aguda;

BASOFILIA (>3%)

Sinusite crônica, varicela;

Síndromes mieloproliferativas;

Page 61: Como se interpreta um Hemograma

Na hematoscopia...

Page 62: Como se interpreta um Hemograma

Granulações Tóxicas

Encurtamento do estágio intermitótico e diminuição dos prazos de maturação das células precursoras.

Os neutrófilos chegam ao sangue periférico com granulações primárias, próprias dos prómielócitos.

O tratamento com filgrastima também pode causar o

aparecimento de granulações tóxicas.

Page 63: Como se interpreta um Hemograma

Vacuolização Citoplasmática

Exocitose de material fagocitado e do conteúdo de

conglomerados de lisossomos. São freqüentes em

infecções.

Page 64: Como se interpreta um Hemograma

Hipersegmentação Nuclear

Defeito genético;

IRC;

Neutrofilias de longa duração;

Hematopoise megaloblástica;

SMD e SMP;

Tratamento com HU;

Queimaduras extensas;

Page 65: Como se interpreta um Hemograma

Neutrófilos da anomalia

de Pelger-Huët

.

Page 66: Como se interpreta um Hemograma

Síndrome de Chediak-Higashi

Grave defeito genético recessivo.

Há neutropenia e defeito funcional dos neutrófilos, pancitopenia. progressiva,

deficiência imunológica, albinismo óculo-cutâneo, alterações neurológicas e

morte prematura.

O hemograma mostra leucócitos com granulações gigantes, decorrentes da

coalescência de lisossomos, coradas em vermelho ou pardo-escuro.

Page 67: Como se interpreta um Hemograma

Linfócitos atípicos

Plasmócitos

.

Page 68: Como se interpreta um Hemograma

Hemograma Automatizado

Histograma de

Plaquetas - PLT

Volume (tamanho)

Co

ncen

traçã

o

PDW : Indice de anisocitose Plt

MPV : Volume plaquetário médio

P-LCR : Largura plaquetária média

Page 69: Como se interpreta um Hemograma

COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA?

TROMBOCITOSES (> 400.000/mm3)

Síndrome de Kawasaki;

Reacional;

Doenças Inflamatórias;

Doenças Infecciosas ou reumatológicas;

Anemia ferropênica;

Pós operatório;

Pós esplenectomia;

Page 70: Como se interpreta um Hemograma

TROMBOCITOPENIAS

(< 140.000 /mm3)

TORCHS;

Infecções virais: influenza, sarampo, rubéola; varicela; HIV;

Sepsis, leishmaniose;

Medicamentos;

Esplenomegalia;

Anemias hemolíticas microangiopáticas;

PTI aguda(idiopática ou não) e PTI crônica;

Gestação- pré eclampsia, HELLP, trombocitopenia

gestacional

Page 71: Como se interpreta um Hemograma

Plaqueta Fluorescente

PLT-O * PLT-I

Page 72: Como se interpreta um Hemograma

Plaquetograma

• Causa de erro:

Agregação plaquetária – EDTA

atraso na coleta

conservação in vitro

Satelitismo plaquetario- é mediado por um fator plasmático ( IgG ou IgM), as plaquetas aderem in vitro aos neutrófilos, envolvendo-os como uma coroa

Page 73: Como se interpreta um Hemograma

Agregação Plaquetária

e Satelitismo

.

Page 74: Como se interpreta um Hemograma

Plaquetas normais

.

Page 75: Como se interpreta um Hemograma

Macroplaquetas

.

Page 76: Como se interpreta um Hemograma

Condição hematológica definida como a queda da hemoglobina no sangue

Definição

Anemia

Page 77: Como se interpreta um Hemograma

Anemia

Fonte: NHANES III. CDC. MMWR 1989; 38:400-4; Yip R et al. Am J Clin Nutr 1984; 39:427-36.

6m-1a 1-2 2-5a 5-8a

Hb média 12.2 12.3 12.4 12.5

- 2 DP 10.5 10.7 10.7 10.9

Ht média 35.7 35.9 36.3 37.2

- 2 DP 31.0 32.0 32.0 33.0

Segundo a OMS: Para crianças até 5 anos: Hb < 11 g/dL

Crianças 5 a 11 anos: Hb < 11,5 g/dL

Cças 12 a 14 anos e gestantes: Hb < 12 g/dL

Para homens....: Hb < 13 g/dL

Page 78: Como se interpreta um Hemograma

Déficit funcional tecidual de ferro que resulta dos estoques

depletados e é caracterizado por mudanças no metabolismo do ferro e

índices bioquímicos relacionados ao ferro;

Deficiência de ferro pode existir com e sem anemia;

Importante a sua detecção pois quando a anemia se manifesta o

acometimento do SNC já se iniciou;

Definição

Deficiência de ferro

Page 79: Como se interpreta um Hemograma

Anemia e deficiência de ferro

Avaliação do estado nutricional relativo ao ferro

* falha da incorporação do ferro no heme

Exame laboratorial Estoques depletados

Def. Fe sem anemia

Def. Fe com anemia

Talas-

semia

Hemoglobina normal normal ↓ ↓

Contagem de reticulócitos

normal normal ↓ normal ou ↑

RDW (red cell distribution width)

normal normal ↑ normal

VCM normal normal ↓ ↓

Ferritina ↓ ↓ ↓↓ normal

Saturação transferrina

normal ↓ ↓ normal ou ↑

Protoporfirina eritrocitária*

normal ↑ ↑↑ normal

- RDW (índice de variação do tamanho dos GV)

Page 80: Como se interpreta um Hemograma

Deficiência de ferro

Page 81: Como se interpreta um Hemograma

Deficiência de ferro

Avaliação do estado nutricional relativo ao ferro

- Hb para crianças entre 6 a 59 meses < 11 g/dl (WHO)

- Receptor de transferrina (reflete a taxa de eritropoiese, mais precoce que a ferritina)> 8.5 μg

Pontos de corte utilizados

Ponto de Corte 1-2 a 3-5 a

6-11 a 12-15 a

(masc.)

12-15 a

(fem.)

VCM (fl) 77 79 80 82 85

Saturação de transferrina (%) 9 13 14 14 14

Ferritina (μg /l) 10 10 12 12 12

Protoporfirina eritrocitária (μg /dL GV) 70 70 70 70 70

Dallman PR et al. 1996. (Cut-off values for laboratory tests of iron status, and hemoglobin reference for non-black children

who had fewer than two anormal tests in NHANES survey in USA) / Wharton BA. Br J Haematol 1999; 106: 270-80.

Page 82: Como se interpreta um Hemograma

PARÂMETROS LABORATORIAIS

FERRITINA

Reflete os estoques do ferro corpóreo;

Parâmetro bioquímico mais específico, pois se correlaciona com o ferro

corporal total. As baixas concentrações indicam depleção do depósito de

ferro na ausência de processos infecciosos vigentes;

Nos recém-nascidos de termo, seus níveis no sangue do cordão são

bastante elevados. Aumentam até atingir um máximo no 1º. mês de

vida, para depois cair aos níveis mais baixos com 6 meses, devido à

mobilização do ferro de seus sítios para a produção de hemácias.

Cada μg/L de ferritina sérica representa cerca de 8 a 10 μg de ferro

armazenado;

Os valores de referência de ferritina para identificação de deficiência nos

estoques de ferro variam de 10 a 16 μg/L;

Page 83: Como se interpreta um Hemograma

PARÂMETROS LABORATORIAIS

FERRITINA

Os níveis mantêm-se estáveis até a puberdade

quando os indivíduos do sexo masculino passam a

ter valores maiores que os do sexo feminino;

Nos prematuros, o estoque de ferro pode estar

prejudicado devido ao seu nascimento antecipado,

uma vez que a maior velocidade de depósito de

ferro nos sítios de estoque ocorre no 3º. trimestre

de gestação;

Deve ser coletada com 3 horas de jejum;

Page 84: Como se interpreta um Hemograma

PARÂMETROS LABORATORIAIS

CAPACIDADE TOTAL DE LIGAÇÃO DO FERRO (CTLF)

Aumenta na deficiência de ferro, mas diminui na inflamação. Portanto, pode se encontrar na faixa de normalidade quando inflamação e deficiência de ferro coexistem.

A CTLF pode aumentar antes mesmo de as reservas de ferro estarem completamente depletadas.

Consiste em exame bioquímico menos sensível que a ferritina.

A faixa normal de CTLF consiste em 45 a 70 μmol/l, ou 250 a 390 μg/dL;

Deve ser coletada pela manhã e com jejum de 3 horas.

FERRO SÉRICO E SATURAÇÃO DE TRANSFERRINA

As dosagens de ferro sérico, transferrina e saturação da transferrina (ST)

são limitadas para avaliação da deficiência de ferro;

O ferro sérico é considerado baixo em crianças de 1 a 5 anos quando inferior a 30 μg/dl ou 5,4 μmol/L;

Sempre dosado pela manhã e com jejum de 3 horas.

Page 85: Como se interpreta um Hemograma

PARÂMETROS LABORATORIAIS

PROTOPORFIRINA LIVRE

A protoporfirina eritrocitária livre, precursora do heme, tende a aumentar

na deficiência de ferro, indicando desequilíbrio entre a produção de porfirina e a

oferta de ferro na célula, que acarreta baixa eritropoiese;

Grande parte da protoporfirina livre no interior das células liga-se ao zinco, formando

um complexo zincoprotoporfirina;

Assim, a concentração de protoporfirina pode ser determinada diretamente

no sangue ou por meio de medida de zinco-protoporfirina, cuja dosagem

tem sido preferencialmente escolhida pelos pesquisadores por sua fácil

determinação;

A infecção e/ou inflamação, a intoxicação por chumbo e a anemia hemolítica

também podem levar à elevação da zinco-protoporfirina;

Page 86: Como se interpreta um Hemograma

PARÂMETROS LABORATORIAIS

RECEPTOR DE TRANSFERRINA

É o método mais promissor para a avaliação funcional e representa a expressão

plasmática dos receptores de transferrina presentes em todas as células;

Esses receptores são tanto mais numerosos na superfície celular quanto maior o

grau de deficiência de ferro. Seu número é proporcional as necessidades de ferro na

célula;

A concentração plasmática é diretamente proporcional a sua concentração na

membrana celular, não sofrendo interferência de processos infecciosos e/ou

inflamatórios, idade, gênero e gravidez;

Em indivíduos saudáveis, observaram-se valores médios de receptores de

transferrina de 5,6 mg/L;

O nível médio em indivíduos com anemia ferropriva é de 18 mg/L.

Ainda há poucos estudos que definam sua utilização e pontos de corte em crianças e

adolescentes.

Page 87: Como se interpreta um Hemograma
Page 88: Como se interpreta um Hemograma

A Arte do Diagnóstico

O melhor caminho para o sucesso do tratamento passa pela estrada

do diagnóstico

Page 89: Como se interpreta um Hemograma

Obrigada !

Page 90: Como se interpreta um Hemograma

Muito Obrigada!