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DIRECTOR JOSÉ ROCHA DINIS | DIRECTOR EDITORIAL EXECUTIVO SÉRGIO TERRA | Nº 3938 | TERçA-FEIRA, 03 DE JANEIRO DE 2012 WWW.JTM.COM.MO AO SERVIÇO DE MACAU DESDE 1982 Tribuna de Macau Jornal 10 PATACAS Duas perguntas à espera de resposta Em duas questões, o Governo quer saber junto da população se há necessidade de rever os métodos de escolha dos deputados e do Chefe do Executivo e, em caso afirmativo, quais os princípios a defender. Estas são questões que podem ser respondidas até ao dia 31, no mais recente desenvolvimento quanto à reforma do sistema político. Entre quarta-feira e 18 deste mês, o Executivo organiza ainda oito colóquios para perceber as várias sensibilidades, mas apenas um é destinado à população em geral. Deputados ouvidos pelo JTM estão divididos quanto ao processo da consulta. PÁG 5 Galaxy superou rivais na Bolsa As acções da Galaxy Entertainment foram as que tiveram o melhor desempenho em 2011 entre as operadoras do jogo listadas na Bolsa de Hong Kong, ao registarem uma valorização de 61,8%. Segundo dados divulgados pela “Macau Business”, a Sands China e a Wynn Macau viram as suas acções crescerem 28,5 e 18,1% no ano passado, enquanto que a Sociedade de Jogos de Macau beneficiou de um acréscimo mais moderado (cinco por cento). O sinal positivo estendeu-se à Melco International Development, com as acções da empresa que detém um terço da Melco Crown a subirem cerca de 30%. Já as acções da Melco Crown, operadora que apenas entrou na Bolsa de Hong Kong no início de Dezembro, fecharam o ano nos 24,5 dólares de Hong Kong, abaixo do preço da estreia (26,4). Em baixa situou-se ainda a MGM China, cujas acções valiam 10,16 dólares de Hong Kong no final de 2011, um valor inferior aos 15,34 da oferta pública inicial de venda, realizada em Junho. Novo prédio alto motiva queixas A construção de um prédio de 16 andares num terreno localizado na Avenida de Sidónio Pais, junto ao Edifício Hoi Fu, está a gerar críticas de vários residentes, especialmente dos que costumam passear pela Colina da Guia. Os contestatários do projecto, que já está em fase de construção, consideram que o ambiente em torno da Colina da Guia tendo sido prejudicado por várias obras e frisam que os prédios altos prejudicam a paisagem. O presidente da Associação de Ecologia também já se pronunciou, exortando o Governo a garantir um equilíbrio entre o aproveitamento dos terrenos e o ambiente. Ho Wai Tin apelou ainda ao Executivo para fiscalizar as obras em consonância com o respectivo relatório de avaliação ambiental. A DSSOPT garante que vai estar atenta à evolução da obra. Fumadores criticam zonas “cinzentas” da Lei do tabaco PÁGS 4 E 5 “Têm que nascer mais vocações para o sacerdócio em Macau” BISPO D. JOSÉ LAI EM ENTREVISTA AO JTM PÁGS 2 E 3 SOCIEDADE DE MACAU VAI PRONUNCIAR-SE SOBRE REFORMA POLÍTICA ATÉ AO FINAL DO MÊS

JTM 03-01-2012

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Jornal Tribuna de Macau

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Director José rocha Dinis | Director eDitorial executivo sérgio Terra | Nº 3938 | terça-feira, 03 De jaNeiro De 2012

www.jtm.com.moao serviço De macau DesDe 1982

Tribuna de Macau Jornal

澳門論壇日報 10 PaTacas

Duas perguntas à espera de respostaEm duas questões, o Governo quer saber junto da população se há necessidade de rever os métodos de escolha dos deputados e do Chefe do Executivo e, em caso afirmativo, quais os princípios a defender. Estas são questões que podem ser respondidas até ao dia 31, no mais recente desenvolvimento

quanto à reforma do sistema político. Entre quarta-feira e 18 deste mês, o Executivo organiza ainda oito colóquios para perceber as várias sensibilidades, mas apenas um é destinado à população em geral. Deputados ouvidos pelo JTM estão divididos quanto ao processo da consulta. Pág 5

Galaxy superou rivais na Bolsaas acções da Galaxy entertainment foram as que tiveram o melhor desempenho em 2011 entre as operadoras do jogo listadas na Bolsa de Hong Kong, ao registarem uma valorização de 61,8%. Segundo dados divulgados pela “Macau Business”, a Sands china e a Wynn Macau viram as suas acções crescerem 28,5 e 18,1% no ano passado, enquanto que a Sociedade de jogos de Macau beneficiou de um acréscimo mais moderado (cinco por cento). o sinal positivo estendeu-se à Melco international Development, com as acções da empresa que detém um terço da Melco crown a subirem cerca de 30%. já as acções da Melco crown, operadora que apenas entrou na Bolsa de Hong Kong no início de Dezembro, fecharam o ano nos 24,5 dólares de Hong Kong, abaixo do preço da estreia (26,4). em baixa situou-se ainda a MGM china, cujas acções valiam 10,16 dólares de Hong Kong no final de 2011, um valor inferior aos 15,34 da oferta pública inicial de venda, realizada em junho.

Novo prédio alto motiva queixasa construção de um prédio de 16 andares num terreno localizado na avenida de Sidónio Pais, junto ao edifício Hoi fu, está a gerar críticas de vários residentes, especialmente dos que costumam passear pela colina da Guia. os contestatários do projecto, que já está em fase de construção, consideram que o ambiente em torno da colina da Guia tendo sido prejudicado por várias obras e frisam que os prédios altos prejudicam a paisagem. o presidente da associação de ecologia também já se pronunciou, exortando o Governo a garantir um equilíbrio entre o aproveitamento dos terrenos e o ambiente. Ho Wai tin apelou ainda ao executivo para fiscalizar as obras em consonância com o respectivo relatório de avaliação ambiental. a DSSoPt garante que vai estar atenta à evolução da obra.

Fumadores criticam zonas“cinzentas” da Lei do tabaco Págs 4 e 5

“Têm que nascer mais vocações para o sacerdócio em Macau”

BISPo D. joSÉ LAI Em ENtREVIStA Ao jtm

Págs 2 e 3

SocIEDADE DE mAcAu VAI PRoNuNcIAR-SE SoBRE REfoRmA PoLítIcA AtÉ Ao fINAL Do mêS

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jornal Tribuna De Macau terça-feira, 03 de janeiro de 2012 pág 03pág 02 terça-feira, 03 de janeiro de 2012 jornal Tribuna De Macau

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grande Repórter: Raquel Carvalho • Redacção: Fátima Almeida, Paulo Barbosa e Viviana Chan • Colaboradores: José Luís Sales Marques, Miguel Senna Fernandes, Rogério P. D. Luz (S. Paulo) e Rui Rey • Colunistas: Albano Martins, António Aresta, António Ribeiro Martins, Daniel Carlier, Henrique Manhão, João Guedes, Jorge Rangel, Jorge Silva, José Simões Morais, Luis Machado e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected] e [email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa e Xinhua Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

jornal Tribuna De Macau

“Macau não é só um lugar de divertimento, mas

também um lugar cultural e espiritual. Isso é muito

importante.”

local local(...) “Há cada vez menos [padres]. É muito importante conseguir ter vocações para o sacerdócio em Macau. Buscar de fora não é fácil, têm que nascer mais vocações dentro de Macau” (...) - D. José Lai

(...) “Dado que as igrejas estão classificadas como herança mundial, o Governo ajuda, através do Instituto Cultural. Quando precisamos de alguma coisa, eles vêm prestar apoio, enviando técnicos para nos ajudarem na conservação das igrejas” (...) - Idem

(...) “As famílias macaenses não são muitas em Macau e a nova geração de famílias não parece inclinada para esta cultura tradicional, mas antes para a cultura moderna” (...) - Idem

(...) “Por causa do desenvolvimento material e económico, começam-se a perder valores. Depois acontece o egoísmo. Toda a gente pensa em si e não pensa no outro. Isso também faz mal” (...) - D. José Lai

BISPo ALERtA PARA PERIGoS DA “PERDA DE VALoRES”

“Temos que cultivar o espírito de educação séria”D. José Lai é o primeiro bispo natural de Macau (e o segundo de etnia chinesa, sucedendo a Domingos Lam) a administrar a Diocese do território. Em entrevista ao JTM, o prelado descreve os factores que levam a que o catolicismo esteja a perder influência no território e defende que o desenvolvimento económico conduziu a uma crise de valores. Aos 65 anos, D. José Lai recorda a Macau da sua juventude, analisando os prós e contras do progresso

paulo barbosa

Comparando com outros pontos do mundo, a Igreja nunca teve uma força evangeliza-dora tão forte na China. Isto acontece por

razões culturais ou linguísticas?-A China tem a sua política. A Igreja Católica

regula-se na China Interior, de fora não podem in-terferir. É uma nação autónoma, que não quer ser dependente, é assim o seu pensamento. [O Vatica-no e a China não têm relações diplomáticas desde 1951. Para que estas sejam retomadas, Pequim quer que Santa Sé reveja a sua posição relativamente a Taiwan e garanta a não interferência nos assuntos internos chineses. Na China interior, padres e bis-pos são ordenados pela Associação Patriótica Ca-tólica Chinesa, sem que o Vaticano tenha voto na matéria.]

-No que diz respeito a Macau, podemos cons-tatar diferenças relativamente a outros pontos asiáticos onde os missionários se começaram a implantar no século XVI, como Goa, onde o cato-licismo mantém uma forte presença...

-Quando os missionários chegaram, eles não pensavam em Macau. Naquela altura, Macau tinha poucos habitantes. O objectivo era evangelizar nas muitas nações do Extremo Oriente, como a Indo-nésia, Timor, a Tailândia e o Vietname. Macau era uma plataforma para eles, que partiam daqui para fora. Depois, já talvez no século XX, é que Macau começou a crescer. O clero nativo começou no sé-culo XIX, antes eram missionários que vinham de fora.

-No entanto, em declarações que tem feito, reconhece que o catolicismo perdeu força nos 12 anos de administração chinesa do território, la-mentando que a população esteja a perder valores básicos. Por que motivos acha que isso acontece?

-Há diversos factores. O crescimento económi-co traz muitas coisas materiais, depois as pessoas só pensam nas coisas materiais e é muito fácil es-quecer as espirituais. Essa é uma tendência huma-na. Creio que o Homem, no fundo do seu ser, não é só matéria, mas também espírito. Acho que são muito importantes a educação e as actividades cul-turais. Macau não é só um lugar de divertimento, mas também um lugar cultural e espiritual. Isso é muito importante. Para além disso, Macau tem esta cultura portuguesa que, no princípio, era cristã. A cultura chinesa também tem esta ideia de Deus e o anseio pelo espiritual. Por causa do desenvolvi-mento material e económico, começam-se a perder valores. Depois acontece o egoísmo. Toda a gente pensa em si e não pensa no outro. Isso também faz mal. Quando vivemos numa sociedade e cada um só pensa em si mesmo e não pensa nos outros... É muito fácil que quem só tenha em conta bem pró-prio vá prejudicar o bem comum. Creio que em

Macau temos que cultivar o espírito de educação séria, para dar valores autênticos à nossa vida. O Governo reconhece isso, o Chefe do Executivo já o disse.

-Nasceu em Macau em 1946, logo após a II Guerra Mundial, e conheceu uma cidade comple-tamente diferente da actual. Entre essa sociedade que conheceu e a de hoje, o que se ganhou e o que se perdeu?

-Era muito diferente. Perdemos aquela pai-sagem serena. Antigamente dizíamos que a Praia Grande tinha uma paisagem muito bonita, mas agora só se vê trânsito e as pontes [risos]. Depois a amizade também não é tão fácil. Dantes saíamos à rua e encontrávamos todos os nossos vizinhos e amigos. Agora é difícil, porque a cidade começa a crescer. Há muitos turistas estrangeiros e etc. Já não há a atmosfera de amizade e vizinhança. Mas ganhámos, digamos assim, uma visão mais global. Antigamente Macau era como uma aldeia, mas agora há pessoas que vêm de todas as partes do mundo e começamos a ver a diferença da cultura internacional.

-Segundo dados publicados na imprensa, a percentagem de macaenses que se consideram católicos caiu e é de menos de cinco por cento, uma queda face aos 15 por cento nos anos 70. No entanto, afluem ao território outras comunidades fortemente católicas, como a filipina. Estes novos moradores vão manter muito vivo o catolicismo local?

-Temos filipinos e católicos que vêm da Euro-pa, da Austrália e dos Estados Unidos, entre outros. Também temos os chineses locais. As famílias ma-caenses não são muitas em Macau e a nova geração de famílias não parece inclinada para esta cultura tradicional, mas antes para a cultura moderna. Isso também faz com que se perca aquele fervor antigo. Para além disso, temos poucos recursos humanos para acompanhar os paroquianos. Por exemplo, agora aqueles que falam português são poucos. E muitos macaenses das novas gerações também não falam português, falam inglês, e até estão a come-çar a aprender mandarim. Há uma mudança de tendência nos macaenses, estamos num tempo de transição.

-As comunidades que vêm de fora já são maioritárias nas missas realizadas em Macau?

-São muitos, há uma multidão de católicos que vem das Filipinas. Mas a formação católica tam-bém é importante, porque muitos vêm só trabalhar e não têm tempo para formar a sua vida espiritual e cristã. Ir à missa dominical é bom, mas não é su-ficiente. Não é só ir à missa, é necessário ver como vivem a fé cristã. Para isso, é preciso ter tempo para reflectir e formar.

-Mas esse afluxo de novos católicos tem im-plicações em termos dos idiomas em que são mi-nistradas as missas. Isso está a ser acautelado?

-Sim, agora já temos três padres filipinos, que vieram para acompanhar a comunidade natural daquele país. E há irmãs religiosas que falam inglês e que também podem prestar ajuda pastoral para os nossos imigrantes filipinos. Mas temos também que formar gente para os macaenses. Em Macau, há missas em várias línguas, nomeadamente o por-tuguês, o inglês, o mandarim e o cantonês. Agora até há em coreano, porque há um padre coreano que quer dizer a missa aos seus conterrâneos.

-E qual é o critério para estabelecer o número de missas em cada língua?

-Isso é definido conforme a necessidade local. Cada paróquia tem que analisar a população que serve.

caminhadas e natação a bem da saúdeBem humorado, o Bispo de Macau aprecia passear fora da cidade. No verão, combina as caminhadas campestres com a natação, em piscinas ou na praia. “acho importante para a saúde fazer ginástica e exercício”, conta D. josé lai, que nasceu na taipa a 14 de janeiro de 1946, no seio de uma família numerosa (teve nove irmãos). corria o ano de 1967 quando foi enviado pelo Seminário de S. josé para frequentar o curso teológico no Seminário Diocesano de leiria. Desde então, manteve o gosto pelas visitas a Portugal, onde vai com menos frequência desde que se tornou bispo-residencial (principal) da Diocese de Macau. “tinha o costume de ir a fátima quase todos os anos, de Maio a outubro. Mas agora tenho poucas oportunidades para ir a Portugal, porque estou muito ocupado aqui”, conta. ainda assim, sempre que pode D. josé lai gosta de voltar ao local onde estudou, para rever alguns padres franciscanos que foram seus colegas ou professores quando era seminarista.

Nos seus discursos, tem falado na necessidade de promover mais a evangelização e a ac-

ção pastoral? Que estratégias pre-tende implementar?

-A formação cristã é muito impor-tante. Actualmente dispomos de pou-cos recursos humanos. Temos o padre Domingos Soares, que trabalha na Sé, o padre Xavier, na Taipa e uma con-gregação de religiosas franciscanas, que está estabelecida na Taipa e tra-balha para a formação das nossas fa-mílias cristãs. Esses estão a trabalhar e aproveitamos também os recursos da Universidade de São José. Agora temos o padre João Eleutério [coorde-nador da Escola de Estudos Cristãos da USJ], que também dá cursos de formação para a nossa comunidade. Esta formação cristã e espiritual está a avançar a pouco e pouco.

-Mas não existem padres sufi-cientes?

-Depois de 1999 muitos padres regressaram para Portugal. E alguns não voltaram a Macau. Há cada vez menos [padres]. É muito importante conseguir ter vocações para o sacer-dócio em Macau. Buscar de fora não é fácil, têm que nascer mais vocações dentro de Macau.

-E têm surgido muitos jovens que querem ser padres?

-Sim, pouco a pouco. A forma-ção espiritual, sobretudo das famílias cristãs e nos jovens, é muito impor-tante. Está-se a começar a trabalhar nesse sentido.

-Fora das igrejas, a Diocese tem também um papel relevante, prin-cipalmente em termos caritativos. Que ponto de situação faz desta área de actividade?

-Em termos de serviço social, a Caritas é uma organização grande que procura prestar serviço à comu-nidade de Macau. Há também o cam-po da educação, onde temos várias escolas, algumas dirigidas pelas reli-giosas e por padres diocesanos.

-Gerindo várias instalações es-palhadas pelo território, a Caritas tem tido um papel importante no apoio a crianças, idosos e a portado-res de deficiência física ou mental, bem como a outras pessoas carencia-

das de ajuda. Contam com a colabo-ração do Governo nesta missão?

-Sim, o Governo também contri-bui com uma parte e a própria orga-nização da Caritas também angaria fundos todos os anos. Fazem campa-nhas de recolha de fundos e recebem também alguns donativos concedidos por benfeitores.

-Em Macau dá-se o caso raro de estarem implantadas dezenas de igrejas com grande valor histórico e artístico numa área muito reduzida. É a Igreja que assegura a manuten-ção de todo este património classifi-cado?

-Sim, a Igreja tem a obrigação de cuidar de cada estrutura. Mas, por outro lado, dado que as igrejas estão classificadas como herança mundial, o Governo ajuda, através do Instituto Cultural. Quando precisamos de al-guma coisa, eles vêm prestar apoio, enviando técnicos para nos ajudarem na conservação das igrejas.

-Um pouco à semelhança do que existe na Santa Casa da Misericór-dia e em São Domingos, a Diocese pondera a possibilidade de criar um espaço onde possa expor de forma sistemática a colecção algumas pe-ças de arte sacra com maior valor re-ligioso e artístico?

-São Domingos já tem um mu-seu e o Seminário de São José tam-bém tem algo do género. Mas são [espaços] um pouco reservados, não apelam ao público. Vamos renovar o edifício do Centro Católico [situado no cruzamento da Avenida da Praia Grande com a Rua do Campo], onde existe um espaço para exposição dos objectos e da história da Igreja em Ma-cau. Vamos fazer uso desse edifício, para que seja um ponto de encontro e contacto para os visitantes, sobretudo

os turistas que passam por Macau. O edifício será muito útil para conhecer um pouco a Diocese

-O Centro Católico está fechado há vários anos. Quando pensam rea-bri-lo? E que outros serviços poderia albergar esse edifício?

-O nosso plano é abrir o Centro Católico em 2013. Para além do espa-ço de exposição e de encontro com os nossos peregrinos e turistas, também haverá um serviço de formação para a comunidade católica em Macau.

-Foi instalado um órgão de tubos na Igreja de São Lázaro e têm sido feitos concertos. Na Igreja de São Domingos são frequentes os concer-tos de música clássica, organizados pelo Instituto Cultural. Esta também é uma forma de abrir as igrejas ao público?

-Sim, há colaboração com grupos artísticos. O Instituto Cultural pode usar o órgão se quiser realizar concer-tos. Pretendemos continuar com esta actividade, porque são igrejas bonitas e que não funcionam como igrejas pa-roquiais, mas igrejas de devoção. Por-tanto, é melhor usar do que não usar

[risos]. Sobretudo é mais importante que haja concertos com peças de mú-sica religiosa. Isso pode promover o espírito da arte religiosa. Há outros concertos, que não são desse tipo, e que se podem fazer num auditório.

-Em Macau coexistem várias re-ligiões com um número significativo de praticantes. E observam-se até, por exemplo, pessoas que tanto vão ao templo chinês como à igreja. Como tem sido o diálogo ecuménico?

-Todos os anos, em Janeiro, te-mos a semana da oração pela unida-de da Igreja. É organizado pela Igreja Católica de Macau pelas igrejas pro-testantes e cristãs. Fazemos uma reu-nião para orarmos juntos. Este ano vai acontecer na Igreja de São Do-mingos no dia 14, pelas 20 horas. Ali junta-se a comunidade católica com a de outras denominações cristãs. Com as comunidades budista e taoista não temos uma colaboração tão próxima, mas também temos boa amizade com eles. Simplesmente, ainda não con-seguimos fazer este estilo de oração conjunta.

-Pondera a possibilidade de convidar o Papa Bento XVI para uma visita a Macau?

-Ele visitou Macau, não como Papa, mas como Cardeal Perfeito da Congregação da Doutrina da Igreja. Isso aconteceu em 1994, julgo que já não se lembrará. Uma visita [do Papa] tem que ter uma razão, até agora não encontrámos nenhum motivo. Vamos lá ver no futuro.

p.b.

centro católico reabre em 2013D. José Lai fala nas actividades caritativas e formativas da Igreja, que deverão ser alargadas com a reabertura do Centro Católico. O Bispo acrescenta que a escassez padres dificulta o trabalho da Diocese e só se conseguirá resolver através das vocações locais. O rico património da Igreja tem vindo a ser mantido com o apoio do Governo

“[No Centro Católico] para além do espaço de exposição e de encontro com os nossos

peregrinos e turistas, também haverá um serviço de formação para a comunidade católica

em Macau”

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pág 04 terça-feira, 03 de janeiro de 2012 jornal Tribuna De Macau jornal Tribuna De Macau terça-feira, 03 de janeiro de 2012 pág 05

local

PRocuRADoRA-ADjuNtA SuBStItuI cHu KIN

Song Man lei nomeada para o TUIO Chefe do Executivo de Macau nomeou a procuradora-adjunta do Ministério Público Song Man Lei para o cargo de juíza do Tribunal de Última Instância (TUI)

Song Man Lei vai substituir no cargo o magistra-do Chu Kin, o primeiro juiz de nacionalidade chinesa de Macau que morreu no passado dia

22 de Novembro, na sequência de graves ferimentos causados num acidente de viação no interior da Chi-na que sofreu durante o Verão.

O nome da procuradora, que será a primeira mu-lher a integrar a tempo inteiro o colectivo de três juí-zes do TUI, foi proposto pela Comissão Independente para a Indigitação de Juízes e produz efeitos desde 01 de Janeiro de 2012, refere uma nota oficial.

Nascida em 1966, Song Man Lei obteve a Licen-ciatura e Mestrado em Direito na Universidade de Pe-quim, frequentou os cursos de Língua Portuguesa na Universidade de Coimbra e de Introdução ao Direito de Macau na Universidade de Macau, tendo concluí-do a sua formação no Centro de Formação de Magis-trados de Macau.

A partir de Setembro de 1996, iniciou funções como delegada do Procurador no Ministério Público de Macau. De Março de 2000 até ao presente, desem-penhou o cargo de procuradora-adjunta.

De acordo com um comunicado do Gabinete do Porta-voz do Governo, Song Man Lei exerceu ainda funções como membro não permanente do Conselho Pedagógico do Centro de Formação de Magistrados e do Centro de Formação Jurídica e Judiciária e de pro-fessora convidada da Universidade de Macau.

Song Man Lei foi a primeira delegada do Pro-curador e também é a de maior antiguidade entre os magistrados locais tendo participado em diversos processos nos Tribunais de Segunda e Última Instân-cias.

REfoRmA Do SIStEmA PoLítIco

Governo continua sem posição definidaForam agendadas pelo Executivo oito rondas de auscultação da população, mas apenas uma é destinada a ouvir a população em geral. As outras sete estão reservadas para associações e outros decisores políticos. Tal como em Novembro, Governo não se compromete e não avança com qualquer posição. Deputados dividem-se

Depois da luz verde de Pequim, o Executivo já avançou com a ca-lendarização de todo o processo

que vai dominar a revisão dos dois ane-xos da lei que dizem respeito à escolha dos deputados e à escolha do chefe do executivo. Até ao final de Janeiro vão ser feitas oito rondas de auscultações, sendo que uma, a 18 de Janeiro, é destinada ao público em geral e as restantes a associa-ções. E tal como em Novembro, Governo continua sem posição definida.

Todo este processo de alteração à Lei Básica vai decorrer em cinco passos. Segundo explicou a Secretária para a Ad-ministração e a Justiça, Florinda Chan, estas rondas de auscultações populares vão culminar na apresentação, pelo Che-fe do Executivo, no início de Fevereiro, de um relatório ao Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular que, num segundo passo, toma uma decisão.

Nesta altura, de acordo com Florin-da Chan, o Executivo prevê apresentar um documento de consulta pública que vai conter não só a decisão do Comité Permanente mas também as opiniões re-colhidas na primeira fase.

Num terceiro momento, o Governo apresenta à Assembleia Legislativa (AL), uma proposta relativa às alterações que devem ser efectuadas nos dois anexos da lei básica sobre a escolha dos deputados e do Chefe do Executivo. Esta proposta para se tornar efectiva deve ser aprova-da na AL por uma maioria de dois terços

dos deputados.O quarto passo diz respeito à ra-

tificação pelo Chefe do Executivo da proposta que vier da AL e apenas num quinto momento é que o documento se-gue para o Comité Permanente da ANP para ser registado.DEPUTADOS DIVIDIDOS. Da parte dos deputados, as opiniões dividem-se. Ao JTM, Pereira Coutinho (presidente da Associação dos Trabalhadores da Fun-ção Pública) defende que “o ideal seria que o Governo já tivesse uma proposta para apresentar às pessoas, para que pu-desse ser discutida”, uma vez que “pro-nunciar-se sem uma proposta concreta é difícil”. Em todo o caso, espera que o número de deputados eleitos pela via directa aumente para 16, diminuindo o número deputados nomeados pelo Che-fe do Executivo.

Já Ng Kuok Cheong, do Novo Ma-cau, diz que “é uma oportunidade para a população se exprimir”, se bem que não achava mal que o executivo também apresentasse uma proposta, segundo disse ao JTM.

Gabriel Tong, nomeado pelo Che-fe do Executivo, diz, por seu lado, que

a apresentação de uma proposta prévia pelo Governo “tem vantagens e desvan-tagens”, mas o mais importante é “que as vozes da sociedade de Macau sejam ouvidas”. Certo é que Gabriel Tong se mostra “contente com o avanço do pro-cesso, uma vez que foi dado um passo em frente”.CALENDÁRIO. Entre quarta-feira e 18 de Janeiro o Governo vai organizar oito colóquios com vista a recolher as várias sensibilidades. Destes, sete são destinados a associações ou organizações de diferen-tes sectores, e um é destinado a auscultar a população em geral. Este colóquio está agendado para 18 de Janeiro à noite. De resto, até ao final do mês, o Executivo re-cebe opiniões por correio, e-mail ou fax. Actualmente, já recolheu 290, se bem que no comunicado oficial não eram especifi-cadas a quem pertenciam. A população é ainda convidada a responder a duas questões concretas (ver caixa).

Pereira Coutinho só pede que “não

se caia na ratoeira de ouvir sempre as mesmas opiniões”. Segundo diz, “tem estado na moda ouvir determinadas opiniões de associações, por se consi-derarem predominantes. Mas o que são opiniões predominantes? Que método científico é que o determina? Quais são as associações que as têm e as que não têm?”, questiona.

Já Gabriel Tong relativiza o período de tempo em que a população vai ser ou-vida. “Não é fácil, quem está mais pre-parado e já tem as ideias formadas pode dar uma opinião, mas também é natural que algumas pessoas achem que preci-sam de mais tempo”, diz este deputado que refere que ele próprio ainda está “numa fase de organizar as ideias sobre esta temática”.

Larry So, sociólogo e analista polí-tico, considera que neste momento “está a ser tudo feito à pressa” mas também porque “o Governo não tem muitas op-ções”. Em todo o caso, espero que “em Março ou Abril [após a resposta do Co-mité Permanente] possa haver uma con-sulta popular mais profunda”.

Este é, como afirmou Chui Sai On, no sábado, o “primeiro passo a dar sobre a iniciação do processo de desenvolvi-mento do sistema político”.

O Chefe do Executivo solicitou, em Novembro, orientações e o aval de Pe-quim sobre a reforma do sistema eleito-ral de Macau no âmbito do pedido de in-terpretação das metodologias previstas na Lei Básica - semelhante ao efectuado por Hong Kong.

Mas já na altura, não se comprome-teu com nenhuma ideia, assegurando que o Governo ainda não tinha qualquer posição definida. Na altura, Chui Sai On apenas falou em “promover uma cultura de eleições justas”.

H.a.

Este é “primeiro passo a dar sobre a iniciaçãodo processo de desenvolvimento do sistema político”, disse Chui Sai On

pUblIcIdade

Novo Macau exige mais sessões junto da populaçãoo Novo Macau entregou ontem uma petição ao Governo porque quer mais participação dos residentes na reforma do sistema político. a associação exige ao Governo que realize junto da população mais sessões de esclarecimento.

as duas questões que vão sercolocadas à população- “Haverá necessidade de rever a metodologia para a constituição da assembleia legislativa em 2013 e a metodologia para a escolha do chefe do executivo em 2014?”

- “Se for necessário alterar a metodologia para a constituição da assembleia legislativa em 2013 e a metodologia para a escolha do chefe do executivo em 2014, quais serão os princípios a defender com firmeza? e como será feita a revisão?”

RESTAURANTES SOBEM PREÇOS. com a entrada em 2012, alguns estabelecimentos de comida em Macau decidiram aumentar os preços dos respectivos menus entre cinco a 10 por cento, para atenuar o impacto da inflação nos negócios. Segundo o canal chinês da rádio Macau, alguns espaços da restauração preferiram esperar pelo ano Novo lunar para rever as tarifas em alta.

GRANDE MOVIMENTO NAS FRONTEIRAS. Mais de 240 mil pessoas cruzaram ontem, até às 17 horas, as fronteiras de Macau, naquele que foi o segundo dia das férias do ano Novo no interior da china. os dados incluem 83 mil residentes da china e 105 mil de Macau. No primeiro dia de 2012, os postos fronteiriços contabilizaram mais de 330 mil pessoas até às 21 horas.

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localSALINIDADE PODE AUMENTAR. o nível de salinidade da água poderá registar um ligeiro aumento no início deste mês, advertiu a capitania dos Portos, explicando que a influência do ar frio na costeira meridional causou “uma enorme redução da taxa da captação da água doce de cada bombagem da cidade de Zhuhai”.

ACORDO FISCAL COM ÍNDIA. os Governos de Macau e da Índia estão prestes a assinar um acordo que prevê a troca de informações em matéria fiscal para prevenir a evasão fiscal, indicou a imprensa indiana. a data da assinatura não foi revelada, mas a agência Pti avançou que um responsável do Governo indiano viajou domingo para Macau para celebrar o acordo.local

VACINADOS 2.500 EM QUATRO DIAS. entre 27 e 30 de Dezembro, 2.538 residentes foram registados para o efeito de administração gratuita da vacina contra a gripe, elevando o total para 65.318. a vacinação gratuita foi estendida a toda a população na semana passada.

NOVOS DÍSTICOS PARA VEÍCULOS. o conselho executivo aprovou um projecto de regulamento sobre os novos modelos dos dísticos relacionados com o imposto de circulação que introduziu, além de alterações relativas ao ano civil e à cor dos dísticos, o código de leitura óptica. através da ligação informática, pretende-se reduzir eventuais erros resultantes da introdução manual de dados por parte dos agentes da DSat e PSP.

70 AGENtES VISItARAm mAIS DE 300 LocAIS oNDE É PRoIBIDo fumAR

detectados 16 infractores em dois diasDezasseis pessoas, das quais sete turistas do Continente chinês, já foram acusadas de infringir a nova lei de prevenção e controlo do tabagismo, que proíbe fumar em espaços fechados ou cobertos como passagens de peões ou restaurantes de Macau

Os dados, apresentados pelo Go-verno de Macau, dizem respeito aos dois primeiros dias de vi-

gência da nova lei quando 70 agentes de fiscalização percorreram mais de 300 estabelecimentos ou locais onde é agora proibido fumar.

Até às 18 horas de ontem, um total de 16 pessoas, sete das quais turistas e nove residentes de Macau foram detecta-dos a infringir a lei em estabelecimentos de comidas e bebidas (oito pessoas), em jardins (três pessoas), sala de um prédio (duas pessoas), agência de automóveis (uma pessoa) e numa passagem superior para peões (uma pessoa). Os infractores detectados são todos do sexo masculino.

Apesar das multas – no valor de 600 patacas para os prevaricadores – e de acordo com os serviços oficiais, as ins-pecções foram bem acolhidas pelos pro-prietários dos estabelecimentos que têm colaborado com as autoridades no cum-primento da nova lei.

“Os Serviços de Saúde sublinham que dificuldades e desafios durante a aplicação da lei são esperados, e que to-dos os agentes de fiscalização de taba-gismo receberam a respectiva formação pelo que, acreditam e confiam, que eles têm capacidade de responsabilizar con-tinuamente as acusações e inspecções ta-bágicas”, refere uma nota oficial.

Segundo os Serviços de Saúde, os

agentes de fiscalização de tabagismo constataram que os gestores de estabele-cimentos retiraram os utensílios de fumo ou de combustão e afixaram nos espaços interiores os dísticos de proibição de fu-mar, facto que para o organismo “revela as expectativas dos cidadãos quanto ao ambiente sem tabagismo”.

Os agentes de fiscalização também realizaram inspecções nos chamados “lo-cais graves (pontos pretos)”, onde foram registadas queixas antes da entrada em vigor do Regime de Prevenção e Contro-lo do Tabagismo, mas não encontraram fumadores em infracção.

Entre as 19 horas do dia 1 e as 18 horas de ontem, a linha telefónica para denúncias e esclarecimentos do Gabine-te para a Prevenção e Controlo do Ta-bagismo atendeu um total de 121 casos, envolvendo 83 esclarecimentos, 32 recla-mações e seis situações que envolveram a apresentação de opiniões.OS LOCAIS PROIBIDOS. Com a en-

trada em vigor da lei do tabaco, o fumo passou a ser proibido em recintos públi-cos fechados, mas os casinos, bares, salas de dança, massagens e saunas gozam de excepções.

Desde domingo, é proibido fumar no local de trabalho, onde estejam insta-lados órgãos legislativos e judiciais, nos serviços e organismos da Administração Pública, nos estabelecimentos de restau-ração, bem como nos “karaokes”, nas su-perfícies comerciais e nos mercados - com a excepção das zonas ao ar livre.

No entanto, há outros locais onde o fumo é interdito até ao ar livre, incluindo-se nesta lista as áreas envolvendo os esta-belecimentos onde se prestam cuidados de saúde, como farmácias, os locais des-tinados a menores de 18 anos, as piscinas públicas e instalações desportivas e os abrigos afectos aos transportes colectivos de passageiros.

Noutros pontos da lei prevê-se a cria-ção de salas ou a delimitação de áreas para

os fumadores. A título de exemplo, no ae-roporto manter-se-á a sala de fumo, en-quanto nas instituições de ensino superior só será permitido acender o cigarro em áreas demarcadas ao ar livre. Ao abrigo do novo regime, igual imposição visa os par-ques, jardins e zonas arborizadas geridos pelos serviços públicos e nas praias.

Já os bares, salas de dança, massa-gens e saunas vão gozar de um período de três anos até que a interdição seja imposta. Contudo, a maior excepção que o regime prevê - e que gerou celeuma no seio da so-ciedade - é facultada à indústria do jogo, já que o fumo continuará a poder “inva-dir” o espaço dos casinos até 01 Janeiro de 2013, sem qualquer tipo de restrição.

Para prevenir um eventual impacto sobre as receitas do jogo, a lei dá aos ca-sinos a possibilidade de criarem áreas re-servadas a fumadores que, contudo, não podem exceder mais de metade do total da área destinada ao público.

Volvido algum tempo sobre a en-trada em vigor da lei, o executivo ana-lisará o impacto da sua aplicação para ponderar uma proibição total do fumo nos casinos da Região.

Os que ousem aceder o cigarro nos locais onde o fumo é interdito ar-riscam uma coima que oscila entre as 400 e 600 patacas.

As restrições consagradas no novo Regime de Prevenção e Controlo do Ta-bagismo, aprovado pelo hemiciclo em Abril, enquadram-se no âmbito da Con-venção Quadro da Organização Mundial de Saúde para o Controlo do Tabaco, ra-tificada pela China em 2005 e que entrou em vigor em 2006, e pretendem comba-ter o facto de as três principais causas de morte em Macau estarem directamente relacionadas com o consumo do tabaco.

A taxa de consumo de tabaco em Macau é actualmente de 17 por cento.

fumADoRES DIZEm QuE NoVA LEI NÃo É EXPLícItA

Fumo ainda paira em locais proibidosO regime de prevenção e controlo do tabagismo entrou em vigor no domingo, mas há fumadores que alegam que a lei “não é clara”, enquanto apagam à pressa o cigarro no jardim, temendo que as perguntas lhes venham a ser feitas por fiscais do Governo. Os espaços públicos parecem ser os locais onde são registadas mais infracções. Já nos restaurantes, os proprietários ouvidos pelo JTM asseguram que a lei está a ser implementada sem problemas, mas lamentam que não lhes tenha sido dada a oportunidade de escolher se deixavam ou não entrar o fumo

No Jardim de São Francisco nem os poucos metros que separa-vam Wat e os colegas de uma

placa que indica a interdição de fumar naquele espaço - sob pena de incorrer numa transgressão punível até 600 pa-tacas – suspendiam o fumo. De repente alguém esborracha um cigarro com o pé para esconder a infracção. Só depois de ter passado o receio do grupo estar na presença de fiscais do Governo é que Wat começou por contestar a lei. “Então onde é que podemos fumar? A lei não é clara sobre os sítios que são ou não proibidos”, argumentou ontem em declarações ao JTM, apontando que a interdição só de-veria ser válida para escolas, hospitais e outros locais fechados.

Lo não ignora a visibilidade da in-formação sobre a proibição de fumar, mas também se queixa das definições impos-tas pela lei. “Vimos a placa, e sabíamos que no jardim é proibido fumar, mas não tínhamos consciência que mesmo neste canto, longe do espaço onde as crianças brincam não eram permitidos cigarros”, justificou, salientando que vai ser mais cuidadoso para “não gastar o dinheiro em multas”.

Dois dias depois da entrada em vi-gor do regime de prevenção e controlo do tabagismo, o fumo continuava a entrar sobretudo em locais ao ar livre. Apesar das infracções que ainda se avistam, as bolas de fumo parecem começar a dimi-nuir nos jardins, observa Shun Mei, uma das responsáveis por tratar das plantas naquela área. “Hoje [ontem] já há menos pessoas a fumar”, referiu, notando que já se vêem menos beatas no chão.

No Jardim Triangular, na Zona Norte, o cenário acabava por ser dife-rente, uma vez que o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) delimitou uma zona para fumadores. As linhas azuis, que delineiam as áreas em que é o tabaco é proibido em locais ao ar livre, sofrem um interrupção de poucos metros. Enquanto se disputam partidas de xadrez chinês são dezenas os cigarros que vemos acesos, como se estivéssemos dentro de um esfera de fumo.

“Aqui é permitido fumar”, alerta de imediato Wong, apontando para uma placa com o logótipo do IACM. Além de linhas cor de laranja a delimitar o espa-ço, existe um dístico, quase escondido no

vaso de uma planta, que dá permissão para acender os cigarros. Apesar desta excepção, os fumadores reclamam por mais espaço. “Entre estas linhas há mui-ta gente. Concentramo-nos aqui todos, é impossível”, reclamava Wong.

Kam chega mesmo a pedir um área inteira reservada para os cigarros. “Era melhor deixarem o jardim todo para os fumadores, porque aqui quase todos fu-mam, somos 80 por cento”, alegou. “Não devia ser proibido fumar em toda esta área, porque juntam-se aqui tantos fuma-dores”, acrescentou Lei.

Já na área reservada a não fumado-res reinava o silêncio, com os que não

tocam em cigarros a expressarem poucas opiniões. Também naquele espaço eram sobretudo os fumadores, numa pausa do cigarro, que teciam comentários. “Eu sei que quando quero fumar tenho de ir para a outra zona, mas era melhor se o jardim fosse dividido ao meio”, referiu Lan de 67 anos, queixando-se ainda de o facto dessa zona não ter acesso às entradas do jardim. FISCALIZAÇÃO MAIS APERTADA E TAXAS MAIS DURAS. Chan Pui Chan não fuma, mas também prefere que seja criada uma zona de fumadores para afas-tar o fumo de outros espaços. “Concordo que haja uma zona para fumadores aqui, para que não vão fumar para zonas onde

nos possam afectar. Assim sabemos que terão de estar ali e não vêm desrespeitar outros espaços”, disse enquanto passea-va com o filho de sete anos.

Para a senhora Chan é “bom ter uma política anti-tabaco no território”, mas para que seja mais eficaz é necessário que haja mais inspecção. “É preciso que tenham câmaras de videovigilância para reforçar a fiscalização”, considerou.

À semelhança de Shun Mei também Chan disse ter verificado que as pessoas continuam a fumar em “parques e jar-dins”, pelo que sem recurso à tecnologia será difícil ter uma fiscalização totalmen-te eficaz, considerou. Apesar dos “se-nãos” e de ser necessário algum tempo para implementar a lei, Chan acredita que esta “poderá melhorar o ambiente sobretudo para os mais novos, uma vez que já poderão brincar em jardins sem ta-baco”, vincou.

Se Macau quer uma cidade sem fumo, Kuok aposta no agravamento das taxas do tabaco. “Se continuarem a ven-der os cigarros e não houver restrições, as pessoas vão continuar a fumar de certeza. Se o objectivo é proibir o fumo então terão de colocar o tabaco como ile-gal”, referiu Kuok, que trabalha na área do marketing num casino. De cigarro na mão, Kuok admite que a excepção para os casinos “talvez não seja justa, mas esta é uma longa história”, daí considerar que a proibição total do tabaco só poderia ser conseguida se fosse proibido de raiz.CONFORMISMO NOS ESTABELECI-MENTOS. Longe do fumo estão também os restaurantes, que se vão habituando à ideia de ver os clientes a sair mais cedo da mesa para acender um cigarro no exterior. Os dísticos que indicam a proi-bição de fumar estão em todo lado. “É proibido fumar”, responde Mandy Ha, proprietária de um restaurante na zona norte, assim que ouve “lei do tabaco”. “Os clientes [que fumam] não estão satis-feitos. Quase todos os pequenos almoços são tomados no exterior do nosso restau-rante”, referiu, temendo sofrer quebras na facturação. “Vejo que há menos clien-tes. Também quero fazer negócio, mas só é permitido fumar nos casinos, não é jus-to. Isto mexe com a liberdade dos clien-tes”, disse.

Apesar de recear que o negócio fi-que mais fraco, Mandy Ha reconhece que a legislação traz benefícios. “Claro que a lei tem vantagens, porque o ar está muito melhor”, mencionou.

No restaurante “Afonso III”, a im-plementação das novas regras está a acontecer naturalmente, referiu o pro-prietário. “Toda a gente aceitou a lei. Não tem havido nenhum problema”, relatou, lamentando, no entanto que não tenha sido dada outra opção aos restaurantes que não a proibição de fumar. “Só foi pena que não tivessem dado a escolher se queríamos que o nosso espaço fosse para fumadores ou não fumadores. Depois, as pessoas decidiam onde queriam ir”, refe-riu Afonso Pereira.

Para já, da parte dos clientes não houve reclamações. “Toda a gente sabe que a lei está a ser implementada, e a maioria não concorda com o que está na legislação, mas é o que teremos de seguir”, constatou, notando que agora o cinzeiro fica à porta para quando apertar a vontade de acender um cigarro.

Cumprimento de Obrigações Pecuniárias nº PC1-11-0443-COP Juízo de Pequenas Causas Cíveis

Autor: BANCO NACIONAL ULTRAMARINO, S.A., com sede em Macau, na Avenida Almeida Ribeiro, n.º 22.Réu/Ré: ACE CHEN CHANG DA, residente em Macau, na Rua de Nam Keng, Edifício Nova City, Torre 4, 18.° andar “E”, ora ausente em parte incerta.

FAZ-SE SABER que pelo Juízo de Pequenas Causas Cíveis do Tribunal Judicial de Base da RAEM, correm éditos de TRINTA (30) DIAS, contados da data da publicação do anúncio, para citar o Réu/a Ré ACE CHEN CHANG DA, querendo, no prazo de quinze (15) dias, findo o dos éditos, contestar a acção supra identificada, na qual pede que se julgue procedente e provada e, em consequência condena o(a) Réu/Ré a pagar as dívidas, as despesas e os juros de mora na quantia de MOP$16.857,07 (dezasseis mil oitocentas cinquenta e sete patacas e sete avos), a que acrescem os juros que se forem vencendo, à taxa de juros convencionais, após a propositura da acção e até integral pagamento, o respectivo imposto de selo que sobre os mesmos incide e, ainda, as custas e condigna procuradoria.

Tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial, que se encontra nesta Secretaria do Juízo de Pequenas Causas Cíveis à disposição do(a) citado(a).

Fica advertido(a) de que não é obrigatória a constituição de mandatário judicíal.

Para constar se lavrou este e outros de igual teor, que serão fixados nos lugares designados pela Lei.

R.A.E.M., aos 13 de Dezembro de 2011.

A Juiz,Lou Silva, Lap Hong

O Escrivão Judicial Auxiliar,Ng Kuai On

“JTM” - 3 de Janeiro de 2012

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUízO DE PEqUENAS CAUSAS CívEIS

ANÚNCIO A SAAM irá realizar obras de manutenção na rede de abastecimento durante o período abaixo indicado, pelo que o abastecimento de água será interrompido nos locais abaixo indicados: Data da Interrupção: 2012/1/4 Quarta-feira Horário da Interrupção: Entre as 10.00 e as 16.00 Local da Obra: Nº 34, Rua de Pedro Nolasco da Silva Locais Afectados: Nº 26 e Nº 34, Rua de Pedro Nolasco da Silva,Banco Delta Ásia, S.A.R.L., Consulado-G Portugal em Macau (Todas as residências & lojas) Local de Abastecimento Temporário: Nº 1, Pátio do Rochedo, HIDRANTE Nº. 3236 Linha Aberta de Informação: 28220088 A SAAM irá afixar este aviso nas portas dos locais onde o abastecimento de água será interrompido, antes das 17.30 do dia que precede a interrupção do abastecimento, no sentido de confirmar o período de interrupção. Pedimos desculpas por qualquer inconveniente causado!

Cumprimento de Obrigações Pecuniárias nº PC1-11-0477-COP Juízo de Pequenas Causas Cíveis

Autor: BANCO NACIONAL ULTRAMARINO, S.A., com sede em Macau, na Avenida Almeida Ribeiro, n.º 22.Réu/Ré: SAADI BIN HASSAN, residente em Macau, na Rua de Évora, n.º 233, Edifício Flower City - Lei Hong, 9.º andar “B”, Taipa, ora ausente em parte incerta.

FAZ-SE SABER que pelo Juízo de Pequenas Causas Cíveis do Tribunal Judicial de Base da RAEM, correm éditos de TRINTA (30) DIAS, contados da data da publicação do anúncio, para citar o Réu/a Ré SAADI BIN HASSAN, querendo, no prazo de quinze (15) dias, findo o dos éditos, contestar a acção supra identificada, na qual pede que se julgue procedente e provada e, em consequência condena o(a) Réu/Ré a pagar as dívidas, as despesas e os juros de mora na quantia de MOP$11.966,49 (onze mil novecentas sessenta e seis patacas e quarenta e nove avos), a que acrescem os juros que se forem vencendo, à taxa de juros convencionais, após a propositura da acção e até integral pagamento, o respectivo imposto de selo que sobre os mesmos incide e, ainda, as custas e condigna procuradoria.

Tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial, que se encontra nesta Secretaria do Juízo de Pequenas Causas Cíveis à disposição do(a) citado(a).

Fica advertido(a) de que não é obrigatória a constituição de mandatário judicial.

Para constar se lavrou este e outros de igual teor, que serão fixados nos lugares designados pela Lei.

R.A.E.M., aos 13 de Dezembro de 2011.

A Juiz,Lou Silva, Lap Hong

O Escrivão Judicial Auxiliar,Ng Kuai On

“JTM” - 3 de Janeiro de 2012

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUízO DE PEqUENAS CAUSAS CívEIS

ANÚNCIO

Director dos Serviços de Saúde participou nas primeiras acções de fiscalização

fátima almeidaviviana cHan

Jardim Triangular contempla espaço para não fumadores

No Jardim de S. Francisco um dístico alerta para as áreas onde é proibido fumar

No restaurante Afonso III, o cinzeiro também ficou à porta

Page 5: JTM 03-01-2012

pág 08 terça-feira, 03 de janeiro de 2012 jornal Tribuna De Macau jornal Tribuna De Macau terça-feira, 03 de janeiro de 2012 pág 09

localAPRENDER A FAZER LANTERNAS. o albergue ScM vai realizar a sétima parte do workshop “execução de lanternas tradicionais chinesas”, envolvendo duas turmas entre os dias 9 e 17 deste mês. a execução da lanterna de Peixe Dourado é o objectivo deste curso que será ministrado em cantonense pelo mestre Sou Wa Kwai.

“Sky SHUTTLE” VENDE HELICóPTEROS. a “Sky Shuttle”, operadora de voos de helicóptero entre Macau, Hong Kong e Shenzhen, vendeu quatro dos seus cinco aparelhos agustaWestland aW139, passando a usar apenas os Sikorsky S76c+, disse uma fonte da companhia à “Macau Business”. No ano passado, um helicóptero agustaWestland foi forçado a fazer uma aterragem de emergência no mar, mas o acidente não causou vítimas.pUblIcIdade

voX populi

LAM WENG I(residente de Macau)

-Qual é a sua opinião geral sobre Macau?-É uma cidade com áreas muito bonitas,

como por exemplo a Colina da Penha, que é uma das zonas mais calmas da península de Macau. O Governo de Macau deve preser-var as paisagens naturais, porque é sempre bom manter o que já temos. A mudança nem sempre é boa.

-Costuma frequentar as zonas verdes?-Gosto de passear nos parques, apesar do

ar dos espaços públicos ser poluído pelos fumadores. Mas, acho que a maioria das pessoas será beneficiada com a Lei de Con-trolo do Tabagismo, que entrou agora em vigor. Por outro lado, também sou fuma-dora passiva em casa, pois o meu pai fuma muito, mesmo quando está toda a gente no mesmo espaço. Penso que sou uma vítima do tabaco.

-Acha que deveria haver ainda mais re-gulamentos para limitar os fumadores?

-Claro que sim. Julgo que não é razoável proibir as pessoas de fumar em casa, mas pelo menos é necessário reforçar a educação sobre os malefícios do tabaco na saúde, es-pecialmente das mulheres e crianças. Con-sidero que a nova lei é uma medida útil que pode diminuir o impacto do fumo junto das pessoas, mas ainda não chega para proteger os que não querem fumar.

-Sendo residente permanente de Macau, concorda com o plano de comparticipação pecuniária?

-Concordo. O plano de apoio pecuniário só deve parar quando a taxa da inflação es-tiver muito baixa. Por outro lado, o dinheiro público deve ser distribuído aos mais caren-ciados.

v.c.

“o Governode Macau

deve preservar as paisagens

naturais”

PESo Do joGo NA EcoNomIA VoLtou A cREScER Em 2010

diversificação faz marcha atrásO peso do jogo na formação do PIB de Macau subiu quase nove pontos percentuais em 2010, comparativamente ao ano anterior. O sector secundário manteve-se em declínio

As estatísticas oficiais relativas a 2010 voltaram a ser penalizadoras para a estratégia de diver-sificação económica do Governo da RAEM, ao

revelarem uma estrutura sectorial cada vez mais depen-dente da actividade do jogo.

Segundo os dados da Direcção dos Serviços de Es-tatística e Censos (DSEC), o peso do sector terciário na formação do Produto Interno Bruto (PIB) subiu de 89,1% em 2009 para 92,6% no ano passado. No sector terciário, o destaque vai para o jogo, cujo peso passou de 32,0% para 40,9% no intervalo de um ano.

Em sentido ascendente, mas mais moderado, com-portaram-se também os ramos do comércio por grosso e a retalho, (com um peso de 7,0%, mais um ponto do que em 2009), dos hotéis (peso no PIB cresceu de 4,3 para 4,6%) e dos transportes, armazenagem e comunicações (passou de 3,57 para 3,69%).

Em contrapartida, nos restantes ramos de activida-de económica do sector terciário verificaram-se decrés-cimos, com a maior descida (2,5 pontos) a envolver as actividades imobiliárias.

Com o terciário em alta, o peso do sector secundá-rio na formação do PIB acabou por recuar de 10,9% em 2009 para 7,4% em 2010. Segundo a DSEC, esta evolu-ção negativa foi motivada pelas quebras de 2,6 e 0,6 por cento, respectivamente, do valor acrescentado bruto da construção e das indústrias transformadoras na forma-ção do PIB. Já o peso da produção e distribuição da elec-tricidade, gás e água registou uma descida de 0,2 pontos percentuais, fixando-se em 1,1%.

Na análise aos dados de 2010, a DSEC sublinha ainda que o valor acrescentado bruto, o consumo inter-médio e as remunerações dos empregados de todos os ramos de actividade económica de Macau aumentaram 26,4%, 30,0% e 6,0%, respectivamente, face a 2009. Neste capítulo, a nota mais saliente voltou a ir para o jogo, com subidas de 61,5% no valor acrescentado bruto, de 56,2% no consumo intermédio e 7,7% nas remunerações dos empregados.

Em todos os ramos de actividade económica, o rá-cio global entre o valor acrescentado bruto e o valor bru-

to de produção baixou de 47,0% em 2009 para 46,3% em 2010. O rácio global entre as remunerações dos empre-gados e o valor acrescentado bruto também diminuiu de 41,0% para 34,3%.RENDIMENTO NACIONAL BRUTO. A DSEC reve-lou ainda que o Rendimento Nacional Bruto (RNB) a preços correntes cresceu 25% em termos reais e 30,4% em termos nominais no ano passado, tendo sido estima-do em 201,88 mil milhões de patacas. O valor do RNB perfaz 10,8% do PIB do ano passado (226,26 mil milhões de patacas).

De acordo com os mesmos dados, o RNB “per ca-pita” situou-se em 369.778 patacas em 2010, enquanto o PIB “per capita” correspondeu a 414.444 patacas.

O RNB refere-se ao rendimento total obtido pelos residentes de uma economia pela realização das suas actividades económicas dentro ou fora de uma dada economia.

Tendo em conta que o RNB “per capita” em 2010 foi inferior ao PIB “per capita”, a DSEC salienta que o rendi-mento obtido pelos investidores não residentes em Ma-cau superou o alcançado pelos residentes no exterior.

No ano em referência, o rendimento dos investi-dores não residentes em Macau subiu 35,0%, graças ao acréscimo substancial no domínio do investimento directo. Por outro lado, o rendimento obtido pelos resi-dentes no exterior desceu 5,4%.

Peso do jogo cresceu de 32,0% em 2009 para 40,9% em 2010

GARANtIA DoS SERVIÇoS DE SAÚDE

Vacinas guardadas contra H5N1

A recente morte de um ho-mem em Shenzhen, devido ao vírus H5N1, conhecido

também como gripe das aves, levou as autoridades sanitárias de Hong Kong a embargar por um período de 21 dias, a importação de carne de aves domésticas de um fornece-dor próximo do local onde ocorreu a morte.

Por enquanto, as autoridades de Macau ainda não se pronuncia-ram sobre este caso nem forneceram informações sobre qualquer contro-lo. Mas afirmam que têm vacinas armazenadas.

O presidente da Associação de Carne Congelada e Aves Domésti-cas, Kwok Shi-hing, assegurou ao South China Morning Post que o medo da gripe aviária não ia afectar a procura de carne de galinha e de frango, apesar da proximidade do Ano Novo Chinês, um período em que o consumo deste tipo de carne normalmente sobe muito.

Uma outra notícia da Asia One dava conta de que o Gover-no Central em Pequim garantia o abastecimento de produtos agrí-colas seguros tanto a Macau, como a Hong Kong durante o Ano Novo chinês.VACINAS CONTRA A GRIPE. Os Serviços de Saúde de Macau (SSM)

garantiram ontem que têm armaze-nados doses de “Tamiflu” (o medica-mento usado tanto para combater os efeitos do H5N1 como do H1N1, ou gripe suína) para 140 mil sessões de tratamento e de “Relenza” (medica-mento em forma de pó com os mes-mos objectivos do “Tamiflu”) para 50 mil sessões.

Os medicamentos guardados em Macau para combater a gripe das aves dão para 190 mil doses. Em Hong Kong, as autoridades já suspenderam a importação de carne de aves de um fornecedor de Shenzhen, perto do local onde um homem morreu no sábado devido ao H5N1

www.iacm.gov.mo

Aviso de recrutamentoPretende admitir, mediante contrato individual de trabalho, nos termos do “Novo Estatuto

de Pessoal do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais”, homologado pelo Despacho n° 49/CE/2010, trabalhadores para os seguintes cargos:

1. Um Técnico Superior de 2ª classe, 1º escalão (Referência n°5008/MAM/2011)Área funcional: Técnico Superior (área de design): Desempenhar funções de consulta,

pesquisa, estudo, criação e coordenação de métodos e processos de tecnologia científica, em domínios gerais ou específicos, com autonomia e responsabilidade, requerendo uma especialização e, no mínimo, Licenciatura, para apoiar o superior hieráquico na tomada de decisões. Responsabilizar-se por trabalhos de planeamento e design de decoração de exposições, conceber e coordenar projectos de optimização e emissão de pareceres técnicos profissionais.

2. Dois Técnicos Superiores de 2ª classe, 1º escalão (Referência n°5408/SzvJ/2011)Área funcional: Técnico-superior (área de zonas verdes e jardins): Exercer funções

consultivas, de investigação, estudo, concepção e adaptação de métodos e processos científico-técnicos, de âmbito geral ou especializado, executadas com autonomia e responsabilidade, tendo em vista informar a decisão superior. Requerem uma especialização e formação básica de nível de licenciatura, sobretudo, na área do desenvolvimento de gestão sistemática das zonas verdes e jardins e da educação para a natureza, promoção da arborização, melhoramento do ambiente ecológico da natureza, organização e planificação de projectos de optimização relacionados com os jardins e áreas verdes.

3. Um Técnico de 2ª classe, 1º escalão (Referência n°5308/DFAA-SAL/2011)Área funcional: Técnico (área de administração pública): funções de estudo e aplicação

de métodos e processos de natureza técnica, com autonomia e responsabilidade, enquadradas em planificação estabelecida, requerendo uma especialização e conhecimentos profissionais adquiridos através de um curso superior, sobretudo, na área de coordenação de trabalhos de fiscalização e autuação, concepção e apoio na elaboração de diversos projectos de optimização, realização de forma regular de avaliação de desempenho de trabalho e análise de dados estatísticos, e emissão de pareceres técnicos.

4. Quinze Operários Qualificados de 5º escalão (Referência n°5208/DSB-SSVMU/2011)Área funcional: Operário qualificado (área de saneamento básico): funções executivas no

âmbito de actividade produtiva ou reparação e manutenção de operação manual ou mecânica com certo grau de complexidade, enquadradas em instruções gerais, bem definidas requerendo habilitações profissionais ou respectiva experiência profissional, sobretudo, na área de operação, limpeza e manutenção diária da maquinaria de desentupimento, apoio na desobstrução e manutenção da rede de esgotos, podendo, caso necessário, aceder, munido de cilindro de ar comprimido, a recintos fechados, para a manutenção dessa rede. Apoio no tratamento de queixas, entre outras.

Requisitos gerais:Aplicável para a inscrição de Técnico Superior e Técnico:

1) Titular do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM;2) Idade não superior a 50 anos nem inferior a 18 anos; 3) Capacidade profissional;4) Inexistência de impedimento legal;5) Aptidão física e mental para o desempenho de funções;6) Possuir Licenciatura ou Bacharelato (para mais pormenores relativos à exigência

habilitacional, queira consultar os respectivos avisos de recrutamento).

Aplicável para a inscrição de Operário Qualificado:1) Titular do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM;2) Capacidade profissional;3) Inexistência de impedimento legal;4) Aptidão física e mental para o desempenho de funções;5) Possuir habilitações profissionais na área de operação de maquinaria de desentupimento

de esgotos ou de sistemas de equipamento de compressão de ar, bem como de aparelhos de detecção de gases tóxicos ou experiência profissional que possa substituir as habilitações referidas;

6) Ter 12 ou mais anos de experiência profissional na área de saneamento básico.

Forma e prazo de apresentação da candidatura:• O prazo de apresentação das candidaturas terminará no dia 13 de Janeiro de 2012.• Os interessados poderão obter os formulários de candidatura através da internet do IACM,

efectuando o download dos formulários no endereço (http://www.iacm.gov.mo/recruit/apply.pdf) ou, durante a hora de expediente, dirigir-se aos Centros de Prestação de Serviços ao Público e Postos de Atendimento e Informação e solicitá-los.

• Os formulários devidamente preenchidos e assinados, deverão ser entregues pessoal-mente nos Centros de Prestação de Serviços ao Público e Postos de Atendimento e Informação, acompanhados da seguinte documentação:- Fotocópia do Bilhete de Identidade de Residente Permanente na RAEM (em papel de

formato A4, com os dois lados na mesma página) *;- Nota curricular (devem indicar o conteúdo e o período funcional);- Para se candidatar a técnico superior de 2ª classe, 1º escalão (Referência n°5008/

MAM/2011 ou 5408/SZVJ/2011) é necessária a entrega da fotocópia do respectivo diploma de licenciatura * e boletim de classificação;

- Para se candidatar a técnico de 2ª classe, 1º escalão (Referência n°5308/DFAA-SAL/2011) é necessária a entrega da fotocópia do respectivo diploma de bacharelato * e boletim de classificação;

- Para se candidatar a operário qualificado de 5º escalão (Referência n°5208/DSB-SSVMU/2011) deve entregar a cópia dos certificados das habilitações profissionais de operação de maquinaria de desentupimento de esgotos ou de sistemas de equipamento de compressão de ar, bem como de aparelhos de detecção de gases tóxicos ou, cópia do certificado de experiência na área referida emitida pela entidade empregadora, ou original da declaração prestada pelo próprio interessado e comprometendo-se, por sua honra, que este possui a experiência profissional referida nos pontos 2.1 5) e 2.1 6) deste Aviso.

* Os concorrentes devem apresentar, para efeitos de autenticação, o original dos respectivos documentos no acto de entrega das fotocópias. Se não apresentarem os origi-nais, serão considerados em falta esses documentos.

• Os candidatos que não entregarem todos os documentos deverão fazê-lo obrigatoriamente até à data limite de inscrição no concurso, sob pena de a candidatura ser considerada nula.

Os interessados podem consultar os avisos, com informações pormenorizadas sobre estes concursos, na página da internet deste Instituto (http://www.iacm.gov.mo/main_p.htm) ou nos citados Centros de Prestação de Serviços ao Público e Postos de Atendimento e Informação abaixo indicados, durante a hora de expediente.Locais e horário de expediente dos Centros de Prestação de Serviços ao Público e Postos de Atendimento e Informação:➢ Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona Norte

– Rua Nova da Areia Preta, n° 52, Centro de Serviços da RAEM (Tel. 2847 1366)

➢ Centro de Prestação de Serviços ao Público das Ilhas – Rua da Ponte Negra, Bairro Social da Taipa, n° 75 K

(Tel. 2882 5252)➢ Posto de Atendimento e Informação Central

– Avenida da Praia Grande nos 762-804, China Plaza, 2° andar (Tel. 2833 7676)

➢ Posto de Atendimento e Informação de T’ói San – Avenida de Artur Tamagnini Barbosa, n° 127, r/c,

Edf. D. Julieta Nobre de Carvalho, bloco “B” (Tel. 2823 2660)

➢ Posto de Atendimento e Informação de S. Lourenço – Rua de João Lecaros, Complexo Municipal do Mercado de S. Lourenço, 4° andar

(Tel. 2893 9006)

Horário: Centro de Prestação de Serviços ao Público:

2ª a 6ª feira, das 09:00 às 18:00 horas, sem interrupção ao almoço.Posto de Atendimento e Informação:

2ª a 6ª feira, das 09:00 às 19:00 horas, sem interrupção ao almoço.

A lista dos candidatos admitidos, com indicação da data, hora, local da prestação das provas, bem como a lista classificativa final e demais dados serão afixadas na Divisão de Gestão de Recursos Humanos, deste Instituto, (Calçada do Tronco Velho, n.º 14, Edifício Centro Oriental “M”) e divulgada através da página da internet (http://www.iacm.gov.mo/main_p.htm).

Os dados que o concorrente apresente, servem apenas para efeitos de recrutamento. Os dados pessoais apresentados serão tratados de acordo com as normas da Lei n° 8/2005, “Lei da Protecção de Dados Pessoais”, da RAEM. Caso advenham algumas dúvidas na verificação de documentos dos candidatos, os respectivos dados poderão ser entregues às entidades competentes para o devido apuramento ou para a obtenção de informações. Os candidatos, no uso do direito que lhes assiste nos termos legais, podem obter as informações que pretendam, consultar os seus dados e exercer o direito de oposição, necessitando, para o efeito, de apresentar o respectivo pedido, por escrito, ao IACM.

Macau, 29 de Dezembro de 2011

Presidente do Conselho de Administração, Substº.Lo Veng Tak

Autoridades de Hong Kong suspenderam importação de aves de um produtor de Shenzhen

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pág 10 terça-feira, 03 de janeiro de 2012 jornal Tribuna De Macau jornal Tribuna De Macau terça-feira, 03 de janeiro de 2012 pág 11

pUblIcIdade local

as boas-vindas de Macau a 2012Na rua ou nos casinos, a festa de recepção ao novo ano juntou milhares de pessoas. No concerto organizado pelo IACM, junto ao lago de Sai Van, estiveram cerca de 40 mil

Cerca de 40 mil pessoas concentraram-se na praça do lago Sai Van para festejarem a passagem do ano. À hora certa, o fogo de artifício rebentou nos

céus de Macau, ajudando a “espantar” o ano velho e dando as boas-vindas ao ano novo. A noite continuou com muita música.

Na Taipa, um outro concerto de passagem de ano, promovido pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, e que ocorreu junto das casas-museu, con-tou com os artistas Eddie Ng, Germano e Arie & the Roof. Mas como nem só de música se fez esta festa, no local havia expositores das comunidades locais da Aus-trália, Filipinas, França, Indonésia, Japão e Tailândia.

Este concerto acabou por ser transmitido em direc-to para um ecrã gigante que foi colocado pelo IACM na praça do Leal Senado, e que reuniu à sua volta muitas outras pessoas que escolheram a rua como local para receber o ano novo.

Quem escolheu o Galaxy para passar a noite de fim-de-ano, teve direito a espectáculos 3D num ambien-te do outro mundo, em que adereços como um OVNI gigante e outros motivos de uma galáxia desconheci-da animaram os foliões. O conhecido cantor de Hong Kong Kenny Bee e a sua banda aqueceram a noite com clássicos do rock.

No MGM, a festa foi feita na Grande Praça, onde esteve a banda LA Allstars, de Los Angeles, que animou o público com interpretações de “Moves Like Jagger” (de Maroon 5) e “Paparazzi” (de Lady Gaga). Também aqui foi o fogo de artifício o rei da noite, aclamando o novo ano.

No Grand Lisboa, a festa foi na rua, em frente da entrada principal, onde foi montado um palco que reu-niu centenas de pessoas à sua volta. Um grupo de ani-madores de Hong Kong, King Kong e Paisley Wu, não deixaram a multidão desanimar.

Os primeiros bebés do ano foram um menino, que nasceu no Kiang Wu, à 1:25, com três quilos, e uma me-nina, que nasceu no Hospital Conde de São Januário, com 2,7 quilos.

FALHA DE SEGURANÇA AFECTA CANDIDATOS A VISTOS. uma falha de segurança no “site” do Departamento de Segurança Pública de Guangdong possibilitou o acesso não autorizado a dados pessoais de mais de quatro milhões de habitantes daquela província que usaram a internet para solicitar vistos para viagens a Macau e Hong Kong. o caso está a ser investigado.

RAE’S NA MENSAGEM DE HU JINTAO. como tem sido habitual, o Presidente chinês voltou a mencionar Hong Kong e Macau na mensagem de ano Novo, reiterando que Pequim vai persistir na defesa do princípio “um país, dois sistemas”. Hu jintao prometeu ainda trabalhar com as gentes de Hong Kong e Macau em prol da “prosperidade e estabilidade duradoura das duas regiões”.

DESPEDIDA “AROMÁTICA” DE 2011. Na recta final de 2011, várias centenas de pessoas passaram diariamente pela zona do largo do carmo, na taipa, para apreciar uma exposição de flores bulbosas, organizada pelo iacM. realizada entre 17 e 31 de Dezembro, a exposição “o Mundo das flores” traduziu-se num verdadeiro festival de cores e aromas que deu ainda mais encanto à avenida da Praia, paredes meias com as casas-Museu.

Fotolegenda

“Um ano inesquecível e repleto de desafios”o ano de 2011 foi “inesquecível e repleto de desafios”, afirmou o chefe do executivo na tradicional mensagem de ano Novo dirigida à população. “Sentimo-nos regozijados com o facto de Macau ter registado um desenvolvimento económico estável ao longo do ano, sustentado num ambiente seguro e estável e alicerçado em sólidas bases fiscais e financeiras”, disse chui Sai on, ao frisar que tem sido dada prioridade “à optimização das condições urbanas, promoção de valores humanistas, implementação de um Governo transparente e consolidação dos regimes vigentes”. olhando para 2012, o chefe do executivo reiterou as principais estratégias inscritas nas linhas de acção Governativa, como a concretização do projecto de “centro mundial de turismo e lazer” e empenho em prol da “diversificação adequada” da economia, bem como da elevação da qualidade de vida da população, aperfeiçoamento do regime de segurança social e apoio às camadas mais carenciadas. “estamos determinados na concretização das diversas políticas que assegurem o emprego, a habitação, o ensino, a assistência médica e o apoio aos idosos, dando continuidade à promoção de valores humanistas”, vincou.

Concerto na Taipa Concertos foram vistos pela TV no Largo do SenadoO cantor de Hong Kong Kenny Bee aqueceu a noite no Galaxy

Espectáculo na Grande Praça do MGM

Cerca de 40 mil pessoas estiveram na contagem decrescente junto ao lago de Sai Van

Palco montado em frente do Grand Lisboa

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pág 12 terça-feira, 03 de janeiro de 2012 jornal Tribuna De Macau

deSpoRToBRUNO ESTEVES FOI O áRBITRO QUE MAIS «FACTUROU». Bruno esteves foi o árbitro da primeira categoria que mais «facturou» na primeira metade da época 2011/12, mas seguido de muito perto por Hugo Miguel e rui costa, segundo e terceiro colocados no «ranking» de rendimentos.

SÉRGIO CONCEIÇãO APRESENTADO EM OLHãO. o antigo internacional português Sérgio conceição, de 37 anos, é apresentado na segunda-feira como o novo treinador do olhanense, substituindo Daúto faquirá no comando técnico da equipa da liga de futebol.

jornal Tribuna De Macau terça-feira, 03 de janeiro de 2012 pág 13

deSpoRToBIELSA PARA SUCEDER A GUARDIOLA. o contrato de Pep Guardiola ainda não foi renovado. os jogadores pedem que fique, mas a decisão ainda não foi tomada. em espanha o jornal “as” aponta Marcelo Bielsa, treinador do atlético de Bilbao, como o escolhido para treinar o Barcelona.

ALEx FERGUSON COM MãO DURA. os futebolistas do Manchester united, Wayne rooney, jonny evans e Darron Gibson foram multados numa semana de ordenado pelo clube, por “uma noite de copos” no Boxing Day, após a vitória sobre o Wigan, por 5-0.

Jogadores a custo zeroAimar, Rodríguez e Polga estão livres, a partir de agora, para negociarem com qualquer clube. Abidal ou Drogba também...

isaura almeida

SPoRtING

espera-se capital asiáticoGodinho Lopes admite abrir a Sociedade leonina a investidores internacionais e diz que não há dinheiro para reforços

fc PoRto

Ganhou mais títulos que o barçaEquipa do Dragão conquistou 55 troféus, enquanto o Barça ganhou 48 durante o ‘ reinado’ de quase 30 anos de Pinto da Costa

Jorge Nuno Pinto da Costa, que é presidente do FC Porto desde 1982, é o líder de clube com mais

títulos conquistados a nível mun-dial: 55 troféus em diversas com-petições de futebol. Durante a sua gestão, o FC Porto foi duas vezes campeão europeu – Taça dos Cam-peões Europeus e Liga dos Campe-ões – e ganhou duas Taças UEFA, além de ter sido campeão nacional por 18 vezes e conquistado a Taça de Portugal em 12 ocasiões.

Por todos estes motivos, o presidente portista foi distinguido com o prémio Carreira nos Globe Soccer Awards, na quarta-feira, no Dubai. O prémio foi entregue pelo treinador italiano Fabio Capello.

“O FC Porto é o clube com mais títulos conquistados no sécu-lo XXI, tendo ganho, neste período, quatro troféus internacionais”, afir-mou o presidente portista.

Pinto da Costa salientou que treinadores de qualidade, como “José Mourinho, André Villas-Boas e até Jesualdo Ferreira e Fernando Santos, nunca tinham sido campe-ões antes de chegar ao FC Porto e apresentam agora carreiras que muito nos honram”.

O dirigente portista referiu-se também à política de contratações do clube, que considerou altamente rentáveis e promissoras, destacando os casos de Hulk, James, Iturbe e “a quantidade de ex-jogadores do FC Porto agora a representar as equipas mais competitivas da Europa”.

Nas últimas três décadas, o FC Barcelona foi o clube que mais se aproximou do FC Porto, com 48 títulos conquistados na várias competições internas e externas. O Barça tem, contudo, mais títulos de campeão europeu: quatro.

O Manchester United totali-za durante o mesmo período 41 títulos, dois deles de campeão eu-ropeu. O Bayern de Munique tem 36 títulos, mas apenas um de cam-peão europeu. Durante os quase 30 anos – completam- se em 2012 – de “reinado” de Pinto da Costa à fren-te do FC Porto, o Sporting foi diri-gido por dez presidentes e ganhou 13 troféus, enquanto o Benfica to-talizou sete líderes e conquistou 21 títulos. JTM/ DN

O Sporting está a pre-parar a entrada de in-vestidores asiáticos no

capital social da SAD em 2012, segundo o DN apurou. Aliás, o presidente do Sporting, Go-dinho Lopes, em entrevista ao Expresso, já admite a pos-sibilidade de fazer um novo aumento de capital, que em Junho passou a ser de 39 mi-lhões de euros.

Para isso acontecer o clu-be tem de colocar acções no mercado (clube e SGPS detêm 70% dos título da SAD e po-dem fazer essa operação sem perder a maioria) ou fazer um novo aumento de capital, que permita injectar alguns mi-lhões de euros de imediato.

Esta não é uma decisão pacífica e há alguma contes-tação na própria estrutura di-rectiva às ideias do presidente. Mas, ao que o DN soube, Go-dinho Lopes já prometeu por várias vezes que jamais deixa-rá que o clube perca a maioria na Sociedade. O fantasma da compra do clube há muito que paira em Alvalade, mas o engenheiro não o admite com ele ao leme.

O líder dos leões revelou, também, que “não há dinheiro

para ir ao mercado” e que Do-mingos terá reforços da casa ou por empréstimo. A decisão do dirigente está relacionada com a realidade financeira do clube e do País, onde a ordem é para poupar. No entanto, Godinho não baixa os braços na procura de receitas e não fecha as portas a investidores com capital disponível para ajudar o futebol do Sporting a crescer.

O presidente quer fazer-se valer da formação do clube e dos nomes que foram “pro-duzidos” na Academia, como Ronaldo, Figo e Nani entre muitos outros, para cativar os milionários asiáticos. Por isso tem intensificado esforços para implementar academias nesse continente e a partir daí puxar investidores para o Sporting.

Mas as tentativas de fa-zer negócio tardam em dar frutos. A deslocação a Angola não correu bem – nem o ca-chet acordado foi pago – e a viagem de Carlos Barbosa ao Qatar (com intermediação do empresário Ângelo Correia) não foi tão proveitosa como se esperava. Portugal parece continuar a ser um país pouco atractivo para o investimento Qatari, que têm preferido Es-panha (Málaga), França (PSG)

ou Inglaterra (M. City). As mi-ras estão agora apontadas a Singapura, China e Coreia do Sul.

Segundo o DN apurou os dirigentes leoninos mantive-ram há um mês uma reunião com um empresário portu-guês, que gere um fundo de investimento com capital de Singapura e ambas as parte fi-caram agradadas com as pos-sibilidades de negócio. Para-lelamente houve contactos de um sportinguista que trabalha com a Câmara de Comércio e Indústria Portugal – Singapu-ra, que estabeleceu contactos com possíveis investidores, bem como com um fundo sul-coreano.

O capital social da Spor-ting SAD é de 39 milhões de euros desde Junho. O aumento decorreu da “operação harmó-nio” lançada em 2010, integra-da no plano de reestruturação financeira, que visava a saída da falência técnica. Antes des-se aumento, a SAD procedeu à descida do capital social de 42 para 21 milhões de euros, por redução do valor das acções de 2 para 1 euro. Seguiu-se uma emissão de 18 milhões de acções e consequente aumen-to do capital para 39 milhões de euros.

JTM/DN

madalena esteves

lampard salva o chelseaa maratona da “Premier league” prosseguiu ontem com mais uma jornada em que o chelsea, teve domínio intenso, mas só conseguiu a vitória no final do tempo regulamentar. ramires marcou aos 54’, Ward repôs para o Wolverhampton aos 85’ e já aos 90 minutos, frank lampard arrebatou os três pontos. Nos outros encontros três vitórias fora: o Swansea city por 2-0 ao campo do aston villa, o Stoke city e o Norwich city por 2-1 respectivamente frente ao Blackburn e Queens Park ranger. Mais tarde jogava-se o fulham-arsenal. a jornada prossegue hoje com o tottenham Hotspurs-West Bromwich, o Wigan athletic- Sunderland e o Manchester city-liverpool, o jogo grande desta jornada que termina amanhã com o everton-Bolton Wanderers e o Newcastle united-Manchester united.

A partir deste mês, os atletas que te rminam con-trato no verão (regra geral, a 30 de Junho) fi-cam disponíveis para negociar com qualquer

outro clube. E ainda há muita estrela com o futuro indefinido, seja porque as conversas para a renova-ção de contrato com o actual emblema não chegaram a bom termo ou porque tem uma mudança de ares no horizonte. Muitos poderão sair já, na reabertura de mercado – para os actuais empregadores ainda ganharem alguma coisa com a transferência. Outros sairão mesmo no defeso... de borla.

Só na Liga portuguesa há mais de 50 futebolistas em final de contrato – e nem os “três grandes estão imunes a esta situação.

Aimar e Saviola são dois destes casos. A proro-gração do contrato de Saviola só ontem foi conhecida, e tudo indica que Aimar também continuará na Luz, devendo estar para breve a divulgação da notícia.

Ambos, ressalte-se, são muito desejados na Amé-rica do Sul – principalmente pelo River Plate, mas também há clubes espanhóis candidatos à dupla que tem feito as delícias dos adeptos encarnados.

No FC Porto, a incógnita é Cristián Rodríguez, de 26 anos. O uruguaio, uma das contratações mais caras da história dos dragões (sete milhões de euros), foi perdendo espaço na equipa e parecia ter a saída mais do que certa.

Mas, nos dois últimos jogos, voltou aos golos e às

boas exibições, aumentando a especulação quanto ao seu destino: vai para o Uruguai, o Brasil, a Grécia, a Turquia ou a Alemanha... ou fica no Dragão? A verda-de é que Rodríguez tem rejeitado ofertas, parecendo preferir resolver o seu futuro com o passe na mão de modo a obter maiores dividendos financeiros.

Quem não deve ficar mesmo no futebol portu-guês é Anderson Polga. O defesa-central, de 32 anos, está a cumprir os últimos meses de vínculo com o Sporting, devendo depois regressar ao Brasil. O ter-ceiro guarda-redes dos leões, Tiago (36 anos), também está em final de contrato.

De resto, a oferta é grande, tanto em Portugal como lá fora. Os principais campeonatos europeus também têm muitos nomes sonantes prestes a torna-rem-se livres à conta da Lei Bosman (a tal que permite que saiam sem dar qualquer compensação aos actuais clubes). O francês Abidal, bicampeão europeu pelo Barcelona, é um dos mais mediáticos, mas poderá es-tar prestes a renovar pelos catalães.

Já Didier Drogba deverá mesmo estar de saída do Chelsea de Villas- Boas – onde há um largo núcleo de jogadores em fim de ciclo (como Kalou, Malouda e os portugueses Bosingwa e Hilário).

E, por essa Europa fora, também Arsenal, AC Mi-lan, Inter de Milão ou Bayern de Munique poderão enfrentar uma grande renovação de planteis, se dei-xarem ir embora todos os jogadores que têm os vín-

culos prestes a expirar.Não é certo que todos saiam; aliás o mais pro-

vável é que alguns renovem os seus vínculos contra-tuais. Mas este mês, com o mercado aberto e as pro-moções em alta, há de ajudar a decidir muita coisa quanto ao futuro.

Pablo Aimar é um dos jogadores que fica livre...

Pinto da Costa recebeuo prémio Carreira no Dubai

Atribuição de subsídio a pilotos locais participantes nas corridas no exterior em 2012

Os interessados podem apresentar o requerimento, a partir do dia 3 até ao dia 31 de Janeiro de 2012, na Comissão do Grande Prémio de Macau.

Comissão do Grande Prémio de Macau

I. Requisitos do pedido e critérios de atribuição do subsídio1. O requerente, ao abrigo do n.º 1 do artigo 34.º do Decreto-Lei n.º 67/93/M, de 20 de Dezembro,

deve satisfazer uma das seguintes condições: 1) Ser natural da Região Administrativa Especial de Macau (R.A.E.M.);2) Ser de nacionalidade portuguesa ou chinesa e ter na R.A.E.M. a sua residência há mais de

1 ano;3) Residir na R.A.E.M. há, pelo menos, 3 anos.

2. O requerente deve, ainda:a) Ser sócio da Associação Geral de Automóvel de Macau, China (AAMC), e ser portador de

todas as licenças legais e indispensáveis para a participação em corridas no exterior e obter a representividade da AAMC;

b) Ter terminado e obtido classificação oficial nas corridas do Grande Prémio de Macau (GPM) realizado no ano de 2011.

3. A atribuição de subsídio será limitada à participação em corridas homologadas pela Fédération Internationale de Motocyclisme (FIM) ou pela Fédération Internationale de l’Automobile (FIA), devendo estas competições no exterior ser do mesmo tipo e de nível equivalente ao da efectivamente participada pelo piloto requerente no GPM em 2011 (motos, carros de turismo ou fórmula 3). A atribuição está sujeita aos seguintes padrões de avaliação:1) Classificação geral numa das corridas do Grande Prémio de Macau realizado no ano de 2011

(em comparação com o resultado dos primeiros 3 classificados na mesma corrida), analisando o nível de competição do requerente nestas corridas;

2) Classificação geral do requerente nas corridas realizadas no exterior (em comparação com o resultado dos primeiros 3 classificados da mesma corrida), analisando-se o nível de competição do requerente nestas corridas;

3) Potencialidade de desenvolvimento do requerente no desporto motorizado (incluindo idade, etc.);

4) Importância e popularidade da corrida em que irá participar, analisando-se o nível de competição do requerente em diferentes tipos de corridas, internacionais ou regionais;

5) Efeito promocional e divulgação de Macau.4. A atribuição será calculada com base na percentagem correspondente à participação efectiva

nas corridas declaradas pelo piloto no pedido de atribuição de subsídio no ano de 2011.

II. Documentos a apresentar com o requerimento:1) Carta de pedido, indicando obrigatoriamente o valor do subsídio requerido;2) Plano de actividades (incluíndo a designação, datas, locais e os nos. das corridas no exterior

da RAEM e respectivas mangas);3) Mapa pormenorizado das despesas previstas;4) Curriculum vitae do requerente;5) Cópia do B.I.R. do requerente;6) Cópia do cartão de sócio na Associação Geral de Automóvel de Macau, China;7) Cópia de todas as licenças legais e indispensáveis para a participação em corridas no exterior

da RAEM;8) Documento comprovativo da obtenção de representatividade da Associação Geral de

Automóvel de Macau, China;9) Prova de participação obrigatória e obtenção de resultados oficiais das corridas do Grande

Prémio de Macau no ano de 2011;10) Prova da classificação final e oficial do requerente obtida em corridas realizadas no exterior

da RAEM no ano de 2011.

III. qualquer alteração às informações apresentadas deve ser comunicada dentro do prazo de 30 dias a contar da apresentação do pedido de subsídio, com declaração expressa do motivo justificativo, findo o qual, salvo comprovadas situações de cancelamento por parte da organização do evento ou motivos de força maior, o piloto terá necessariamente que concretizar as restantes corridas que no pedido de atribuição de subsídio declarou ter a intenção de participar, para lhe ser reconhecido o direito ao subsídio.

Endereço da Comissão do Grande Prémio de Macau: Nº. 207, Av da Amizade, Edif. do Grande Prémio de Macau. Telefone: (853) 87962200 ou 87962204.

PREmIER LEAGuE

Villas-boas, o pior da era abramovichAndré Villas-Boas não tem vida fácil pela frente. No passado sábado, no último dia de 2011, o seu Chelsea registou nova derrota, desta feita em casa, diante do Aston Villa (1- 3)

É verdade que Manchester United e Manchester City também tive-ram idênticos resultados, dian-

te de Blackburn (3- 2) e Sunderland (1- 0), respectivamente, mas mesmo assim o antigo treinador do FC Porto não se livra de ter o pior registo da era Abramovich nesta fase da temporada,

estando a onze pontos da liderança e a cinco da zona que dá acesso à Liga dos Campeões.

Em Inglaterra, no entanto, o tra-balho de André Villas-Boas não parece estar em causa, pelo menos no que diz respeito ao magnata russo, que , segun-do a imprensa britânica, entrou em con-tacto com o treinador português para lhe desejar um bom ano de 2012.

Os adeptos, esses, já criticam e as-sobiam André Villas- Boas, exigindo uma mudança na equipa técnica.

Os jogadores, contudo, parecem estar do lado de... Villas- Boas e Abra-movich.

“Villas-Boas trouxe uma diferente

filosofia de futebol e está a tentar fazer as coisas à sua maneira. Precisamos de esperar até ao final da temporada e de-pois, então, julgar. Acredito que temos um grande potencial. Já mostrámos vá-rias vezes esta temporada que jogamos bom futebol e acredito que vamos ainda melhorar”, começou por dizer o guarda redes Petr Cech, salientando acreditar no sucesso de Villas Boas em Inglaterra.

“Tudo se resume a personalidade e carácter. Se um jogador tem 16 anos mas

já é bom, então joga. Com o treinador é igual. Ele não veio para o Chelsea com 33 anos por milagre, mas sim porque sabiam da sua qualidade”, salientou. Entretanto, a ronda 19. ª encerrou , com aderrota do Manchester City em Sun-derland, com o golo da equipa da casa a ser marcado no derradeiro segundo da partida, aos 93’, por intermédio do sul-coreano Ji, que estava em posição de fora de jogo, “marginal” segundo o técnico do Sunderland.

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pág 14 terça-feira, 03 de janeiro de 2012 jornal Tribuna De Macau jornal Tribuna De Macau terça-feira, 03 de janeiro de 2012 pág 15

acTUalTRANSFERêNCIAS PARA ISALTINO MORAIS SOB SUSPEITA. a irmã do presidente da câmara municipal de oeiras e os sogros terão transferido 240 mil euros para contas de isaltino Morais e da mulher,entre 2003 e 2005, noticiou ontem o correio da Manhã.

LEE MyUNG-BAk ABERTO AO DIáLOGO. o presidente sul-coreano lee Myung-bak disse estar aberto à possibilidade de negociações sobre o programa nuclear da coreia do Norte, mas advertiu que qualquer provocação será enfrentada severamente.

coREIA Do NoRtE

liderança pede lealdade a KimEditorial do jornal oficial do partido aposta na continuidade das políticas e no reforço da posição de Kim Jong- un

O regime norte-coreano exortou a população a defender “até à morte” o seu novo líder, Kim Jong-un, que ontem visitou uma uni-

dade blindada, acompanhado pelo tio, Jang Song- thaek e pelo chefe do Estado- Maior, Ri Yongho. Estes factos indicam que a transição de poder em curso em Pyongyang estará a decorrer de forma re-lativamente tranquila.

O novo ditador norte-coreano sucedeu ao seu pai, Kim Jong-il, cujo funeral teve cenas de histeria de massas. Com apenas 26 ou 27 anos, o terceiro membro da dinastia comunista norte-coreana já é denominado “Supremo Líder”, mas pode deparar-se com dificuldades para se afirmar no poder.

Kim Jong-un é uma incógnita política (nin-guém sabe o que pensa) e o seu influente tio de-

verá dominar as decisões nos próximos meses ou até anos.

Sendo o país mais fechado do mundo, pouco se sabe sobre a liderança. Os especialistas confiam nos poucos indícios disponíveis, interpretados se-gundo a experiência do passado.

Todos os anos, a 1 de Janeiro, o jornal oficial Rodongsinmun explica a direcção política do ano. Na avaliação feita ao editorial publicado no órgão oficial do partido Comunista, 2012 será dedicado pela hierarquia ao reforço do poder do terceiro membro da dinastia.

O texto fala nas forças armadas e no partido, ataca os Estados Unidos e refere o objectivo da “prosperidade”, mas também reconhece as dificul-dades alimentares. A Coreia do Norte sofreu uma fome em larga escala na segunda metade dos anos 90 e a falta de comida é crónica, devido ao peso na economia de manter várias ameaças: um programa nuclear, outro balístico e ainda um exército de 1,3 milhões de soldados.

Refira-se que o editorial do Rodongsinmun deste ano não menciona o programa nuclear, o que pode equivaler a um desejo de negociar o assunto, tal como aconteceu na anterior transição.

cHINA

património cada vez mais ameaçadoCerca de 44 mil ruínas antigas, templos e outros locais de grande importância cultural desapareceram na China nos últimos 20 anos, segundo informa o governo do país

De acordo com o primeiro censo do património cultural reali-zado pela China em duas dé-

cadas, cerca de um quarto dos locais pesquisados está em mau estado de conservação.

Ao explicar os resultados, o vice-diretor do levantamento, Liu Xiaohe, disse aos media estatais chineses disse que muitos pontos de grande relevân-cia cultural estão desprotegidos, sendo demolidos para dar lugar a projectos de construção civil.

Segundo Liu, o desenvolvimento económico do país é a razão principal dos danos causados às relíquias cultu-rais chinesas.

O censo, realizado pela Agência Estatal de Patrimônio Cultural da Chi-na, registou cerca de 700 mil áreas em todo o país.

Na região mais afectada, a Provín-cia de Shaanxi, onde ficam os famosos

guerreiros de terracota, as estatísticas indicam que desapareceram mais de 3.500 locais de grande relevância cul-tural. O censo não cita especificamente quais construções ou monumentos de-sapareceram no período de pesquisa.MURALhA AMEAÇADA. Apesar disso, correspondentes da BBC afir-mam que até mesmo a Grande Muralha da China está ameaçada pela erosão e

pelo progresso desordenado, marcado por construções irregulares.

Segundo os jornalistas, as leis de conservação chinesas não são cumpri-das por moradores de peqeunas cida-des e vilas que cobram as suas próprias taxas de admissão aos patrimónios cul-turais.

Relatos indicam que, há dois anos, uma parte da muralha construída du-

rante a dinastia Qin foi danificada por pessoas que fizeram buracos na edifi-cação, em busca de ouro.MAU ESTADO. De acordo com um estudo da Xinhua, citado pela Lusa, “mais de um quarto dos locais histó-ricos estão em mau estado de conser-vação”. Concretamente, 17,7 por cento dos locais histórico-culturais estão num estado de conservação “relativamente pobre” e 8,43 por cento teve a classifi-cação de “pobre”, referiu o director da Administração Estatal da Herança Cul-tural, Shan Jixiang.

A China, uma das mais antigas civi-lizações do mundo - com 4.000 anos de História ininterrupta - reúne um dos pa-trimónios culturais mais amplos e valio-sos do planeta, apesar dos danos irrepa-ráveis infligidos na Revolução Cultural - entre 1966 e 1976 - em que os guardas-vermelhos tinham como missão destruir todo o património “feudal”.

No entanto, nas últimas década, foi renovado o interesse por recuperar o passado histórico da China, também para fins turísticos e, por isso, o país tornou-se no terceiro local do mundo com bens listados como Património da Humanidade pela UNESCO, só ultra-passado pela Espanha com 43 e pela Itália com 47, conclui a Lusa.

VoLtA AomuNDCavaco apela ao diálogoo Presidente da república, cavaco Silva, considerou que a resolução das dificuldades nacionais exige, além de rigor orçamental, uma agenda para o crescimento e em-prego, sem a qual «a situação so-cial poderá tornar-se insustentável». Na sua mensagem de ano Novo, transmitida pela rtP, cavaco Silva apelou ao «diálogo construtivo en-tre o Governo e a oposição» e ao «aprofundamento da concertação social», alertando para a necessi-dade de preservação da «coesão nacional» e da «coesão social».

Hu Jintao contra ocidentalizaçãoo presidente chinês, Hu jintao, ad-vertiu contra as forças «hostis» que considera tentarem «ocidentalizar» a cultura da china, e defende que esta seja promovida de maneira mais eficiente no exterior. o presi-dente chinês também defende o desenvolvimento da cultura chine-sa para «responder à crescente procura da população no plano es-piritual e cultural». «a influência in-ternacional da cultura chinesa não está à altura do estatuto internacio-nal da china», criticou Hu, que em outubro deixará o cargo à frente do Partido comunista e em 2013 a presidência. «a cultura do oci-dente é forte no plano internacional e a nossa é frágil», completou.

Menos 5% de fumadoresQuatro anos depois da entrada em vigor da lei do tabaco em Portugal houve uma redução de cinco por cento do número de fu-madores, mas um em cada quatro portugueses ainda morre prema-turamente, em parte devido ao tabaco. um estudo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia indi-ca que a lei do tabaco levou a que 5,1 por cento(%) dos fumadores deixassem de fumar e 22,3% di-minuísse o consumo.

China experimenta 3D TV o primeiro canal chinês de tele-visão em três dimensões, o china 3D tv, começou ontem a emitir experimentalmente, anunciou a estação estatal cctv, uma das envolvidas no projecto. o canal, que requer receptores especi-ais para poder ser visto em três dimensões, é operado conjunta-mente pela cctv e cinco estações regionais nas cidades de Pequim, xangai, tianjin, Shenzhen e na província oriental de jiangsu.

Inundaçõesno sul da Tailândiaas autoridades tailandesas orden-aram a retirada dos residentes de várias regiões do sul do país devido às inundações derivadas dos últimos dias de chuva que se fizeram sentir na região. as províncias de Songkla, Narathiwa, Phatthalung e Yala, no sul, foram as mais atingidas e em Hai Yai, no centro de Songkla, as águas atingiram dois metros de altura com os residentes a colocarem os bens possíveis em zonas mais el-evadas da região.

acTUalPREJUÍZOS MILIONáRIOS AO ESTADO BRASILEIRO. operações da Polícia federal brasileira realizadas durante o ano de 2011 detectaram um desvio de verbas públicas em cerca de 1,3 mil milhões de euros na maioria das vezes, para pagamento de «luvas» a funcionários públicos, políticos e empresários, noticou ontem a “folha de São Paulo”.

portas dita “regras e objectivos” económicos para embaixadoresPaulo Portas vai aproveitar a presença dos embaixadores em Lisboa na próxima semana para ditar “as regras e os objectivos” do modelo de diplomacia económica – a sua principal aposta e uma pasta por cuja tutela se teve de bater no interior do Governo

No discurso de abertura do semi-nário diplomático, o ministro dos Negócios Estrangeiros vai

apresentar as linhas das cartas de missão que enviará de seguida para todas as em-baixadas. Os pormenores ainda não são conhecidos, mas é certo que o texto con-terá objectivos económicos que variam de posto para posto.

No Parlamento, há dois meses, Por-tas acrescentou que o documento explici-tará como as embaixadas vão integrar as representações da AICEP, como vai fun-cionar a hierarquia e o dever de reporte e como vai ser feita a avaliação das várias redes externas.

Cumprida esta etapa, o ministro de-verá avançar com o aguardado movimen-

to diplomático e preencher os lugares va-gos em embaixadas como Brasília, Atenas, Suécia e da OCDE em Paris. O DN sabe que o movimento está a ser “ultimado” e pode avançar no final de Janeiro.

O seminário, à porta fechada, mar-ca a rentrée diplomática. O inicia-se hoje no Instituto de Defesa Nacional. Além de Portas, discursam o Primeiro-Ministro, o ministro das Finanças e o Presidente da República, que tem acompanhado de perto as reformas nas Necessidades.

O ministro dos Negócios Estran-geiros francês, Alain Juppé, é convidado para falar sobre a situação internacional.

A diplomacia económica foi uma bandeira do Governo de Passos Coelho que vê na internacionalização da econo-mia uma das poucas armas para promo-ver o crescimento. O Governo sofreu um rude golpe com a suspensão do investi-mento da Nissan numa fábrica de bate-rias para carros eléctricos.

O Primeiro-Ministro chamou a si a tutela directa da diplomacia económica e encarregou Braga de Macedo de liderar o grupo que definiu a estratégia para a in-ternacionalização da economia. Mas Pas-sos acabaria por delegar competências no ministro dos Negócios Estrangeiros.

Portas ficou encarregue de coorde-nar a rede diplomática com a rede exter-na da Agência para a Associação Interna-cional das Comunicações de Expressão Portuguesa ( AICEP).

A definição de objectivos para os postos diplomáticos são a terceira fase das mudanças nas Necessidades. O mi-nistro pôs em marcha com um plano de reorganização interna que levou à substituição do secretário-geral, Vasco Valente. Um passo que falta dar é o pre-enchimento do cargo de director-geral de política externa.

A segunda fase foi a reestruturação da rede diplomática e consular. Foram encerradas sete embaixadas e cinco vice-consulados. A decisão foi mal recebida pelos emigrantes, que ameaçam parar com o envio de remessas.

Ontem, o secretário de Estado das Comunidades divulgou dados que con-trariam a hipótese. José Cesário assegu-rou no Facebook que as remessas para a banca portuguesa aumentaram relati-vamente a 2009 e 2010. Até finais de Ou-tubro foram contabilizados 1 967 865 mi-lhões de euros, o “que traduz um maior investimento das nossas Comunidades”.

JTM/DN

Espera-se muito dos tribunais em 2012. Muitos casos complexos, muitos milhões em jogo, homicídios, ‘ carjacking’, uma universidade e ainda o processo da Casa Pia

É verdade: 2012 começa com o julgamento do processo da Casa Pia. Não a continuação da primeira instância, mas sim com audiências no Tribunal da Relação de Lisboa,

onde os advogados vão alegar durante vários dias em sessões abertas. O regresso da Casa Pia aos tribunais, logo em Janeiro, marca o arranque de um ano que promete muita polémica: pe-los mais diversos banco dos réus passarão banqueiros, advoga-dos, espiões, empresários, polícias, desempregados e até uma actriz.

Preso preventivamente em Novembro, Duarte Lima de-verá ser acusado no âmbito do processo BPN no decorrer de 2012. Ao mesmo tempo, e caso se confirme a intenção da justiça brasileira em enviar para Portugal o processo do homicídio de Rosalina Ribeiro, o antigo líder parlamentar do PSD ainda po-derá ser alvo de uma nova acusação.

Mas Duarte Lima não estará sozinho no que diz respeito a processos ligados ao BPN. Também o antigo ministro da Saú-de Arlindo de Carvalho deverá conhecer uma decisão final do Ministério Público sobre os financiamentos que uma sociedade sua, a Pousa Flores, obteve junto do banco entretanto naciona-lizado e privatizado. Ao mesmo tempo, José Oliveira e Costa continuará a ser julgado no chamado processo principal, cujo desfecho ocorrerá este ano. Neste caso, estão em causa sus-peitas de actos ligados à gestão do banco que provocaram um enorme buraco financeiro.

Ainda em matéria de banca, João Rendeiro, antigo presi-dente do BPP ( Banco Privado Português), poderá fazer a sua estreia no banco dos réus: ao que tudo indica, o Ministério Pú-blico vai concluir a acusação em 2012, devendo o processo en-trar, ainda durante o próximo ano, na fase de julgamento.

Ainda falando de milhões, e depois de alguns adiamentos, o julgamento do caso BCP também poderá arrancar este ano. Em causa estão crimes de falsificação de documentos e mani-

pulação de mercado.Mas o ano de 2012 vai ainda ficar marcado pelo envol-

vimento de espiões dos serviços de informações em casos ju-diciais. O primeiro envolve Jorge Silva Carvalho, ex- director do Serviço de Informações Estratégicas e Defesa ( SIED) e João Luís, um técnico superior deste serviço. Ambos são suspeitos de espiarem um jornalista. Caso o MP conclua uma eventual acusação, muito provavelmente este caso entrará em julgamen-to ainda em 2012.

Mas não serão os únicos espiões sob suspeita. Há também um terceiro caso que envolve a ligação de um agente do Serviço de Informações e Segurança ( SIS) a uma rede de tráfico de armas, desmantelada no Algarve. O agente estaria a actuar por conta própria, procurando investimentos em Portugal para, eventual-mente, lavar dinheiro proveniente do tráfico de armas.

Em Aveiro, depois da juíza Liliana Carvalho recuperar da doença, o julgamento do processo “Face Oculta” deverá entrar em velocidade cruzeiro. Pelo menos até o Tribunal Constitucio-nal se pronunciar sobre a questão das escutas entre Armando Vara e José Sócrates, cuja destruição foi ordenada pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha do Nascimento, sem dar direito a recurso. E é isto que está em causa. Se o Constitucio-nal der razão ao arguido Paulo Penedos, lá se vai a velocidade de cruzeiro. O caso pode embater num iceberg e afundar- se.

Na resumida lista de casos para 2012, está ainda Sónia Bra-zão. A actriz foi acusada pelo Ministério Público da autoria da explosão da sua casa, em Algés. Também pode enfrentar julga-mento para o ano. JTM/DN

PoRtuGAL

banqueiros, espiões, políticos e uma actriz no banco dos réus

carlos rodriGues lima

HuGo filipe coelHo

O novo Kim começou o ano a visitar um quartel

Kim Jong-nam terá ido a pyongyango filho mais velho do antigo líder da coreia do Norte Kim jong-il visitou Pyongyang em segredo para o último adeus ao seu pai, referiu o jornal japonês Yomiuri Shimbun. a ausência do filho mais velho no funeral de estado de Kim jong-il e de outras cerimónias de tributo ao “querido líder” foi dada como certa e interpretada como sinal de uma possível luta pelo poder com o seu meio-irmão, o jovem Kim jong-un, que sucederá a Kim no comando dos destinos do país. Kim jong-nam, de 40 anos, viajou para a capital a 17 de Dezembro, após ter sido informado da morte do seu pai – dado tornado público somente dois dias mais tarde –, precisou o jornal, indicando que ele voltou “depois de alguns dias” para a sua residência habitual em Macau. No regresso a casa, Kim jong-nam evitou passar por Pequim e viajou com uma identidade falsa, com o nome de Kim chol, por não querer tornar pública a sua visita, acrescenta o jornal que cita fonte norte-coreana. Kim jong-un, com menos de 30 anos, terá acompanhado o seu irmão ao local onde repousavam os restos mortais do seu pai, escreve ainda o jornal citado pela afP. o filho mais velho de Kim terá recusado participar nas exéquias, que decorreram a 28 de Dezembro, para não dar a impressão de uma eventual polémica a propósito da sucessão, justificou a fonte norte-coreana, de acordo com o diário. Kim jong-nam “retirou-se da corrida pela sucessão há muitos anos, indicando que não tinha interesse pela política”.

Page 9: JTM 03-01-2012

pág 16 terça-feira, 03 de janeiro de 2012 jornal Tribuna De Macau jornal Tribuna De Macau terça-feira, 03 de janeiro de 2012 pág 17

opINIão“Para o Brasil potência económica jogar bonito tem ainda de garantir que o nível de vida dos cidadãos sobe. Como notava o Globo, “Brasil passa Reino Unido, mas só terá renda igual em 20 anos”.” - Leonídio Paulo Ferreira

(...) “Assumir as medidas de austeridade como suas e até como boas foi uma ingenuidade voluntarista que pagou, à bruta, nas urnas.” - Fernanda Câncio

TRIbUNa

Uf. Que ano. Tanto para reter, rever e digerir. Ficando por Portugal, comecemos pelo fim:

o de 2011 e do prazo que o PR tinha para enviar o OE para o Tribunal Constitucional. Quando o or-çamento ainda não fora sequer discutido no Par-lamento, Cavaco fez questão de dizer que extor-quir os subsídios só aos funcionários públicos e pensionistas é “uma violação do princípio básico da equidade fiscal” - ou seja, é inconstitucional. Tendo como obrigação estrita e jurada fazer cum-prir a Constituição, tinha de pedir a fiscalização preventiva de uma medida sobre a qual tem esta opinião; não o fez. O que só surpreende quem ainda não tivesse concluído estar no palácio de Belém um político inconformado com o facto de ter visto fugir, com a derrota de Ferreira Leite, a oportunidade de assumir uma presidência à fran-cesa em que dirigiria, in loco ou não, o Conselho de Ministros, e que perante governos que não controla se especializou no toca e foge do discurso incendiário (quando não nas conspirações), sem

lições de 2011jamais assumir as consequências. Que uma con-duta deste teor possa passar sem sequer escândalo público (outra punição a Constituição, hélas, não prevê) indicia que o cargo de Presidente, embora o mais alto da nação, é tão pouco levado a sério pelos portugueses como pelo seu actual detentor. O que suscita a questão óbvia: precisamos mesmo de um Presidente? É que sempre se poupavam uns milhões, além das vergonhas.

A segunda lição do ano é para o PS. Como to-dos os partidos de centro-esquerda no poder quan-do a crise do euro levou a UE a mudar radicalmente a orientação das políticas, do hiper-investimento que foi a sua reacção ao crash financeiro mundial para a austeridade e a obsessão com os défices e as dívidas, cometeu o erro de não exprimir o seu desa-cordo e de não procurar dentro da União parceiros nessa oposição. Assumir as medidas de austeridade como suas e até como boas foi uma ingenuidade vo-luntarista que pagou, à bruta, nas urnas.

Terceira: parece que já se pode concluir com

toda a certeza que, ao contrário do que BE e PCP tanto repetiram, o PS no governo não é igual ao PSD e ao PP. Pena que toda a gente, mesmo a que já suspeitava, tenha de pagar, e com língua de pal-mo, a aula prática. E que quem mais precisasse de a aprender dê mostras de ainda não ter percebido, o que - quarta lição - nos diz que jamais o BE e o PCP viabilizarão governos de esquerda, criando espaço (vide os 40% de abstenção nas legislativas) para uma nova força política, capaz de alianças com o PS.

Mas, claro, podemos não precisar mais de partidos. Se o golpe de Estado europeu que está a substituir a democracia representativa por um império “dos mercados” vingar, seremos governa-dos por “especialistas”. E, quinta lição, parece que é mesmo possível fazer isso sem enfrentar grandes indignações e resistências. Se calhar, andamos a le-var o desígnio de Passos tão a sério que nos cremos - e queremos - pobres até no espírito.

JTM/DN

Fernanda Câncio

car

toon

JTM/DN

“Num momento de depressão em Portugal, o investimento chinês não é irrelevante. É mesmo uma forte pedrada no charco. Ajudará a criar músculo financeiro, tecnológico e empresarial. ”

Marques Mendes in “Correio da Manhã“d

ito

opINIãoIn “Jornal de Macau”e “Tribuna de Macau”

03/01/1992

Há 20 anos

eCoNomiA de mACAusAtisFAz PequimO valor das trocas comerciais entre Macau e a República Popular da China, em 1991, deverá ter ultrapassado, pela primeira vez, mil milhões de dólares - disse a agência noticiosa oficial chinesa. No mesmo período, as receitas da filial do Banco da China em Macau registaram um aumento de oito por cento - realçou a mesma fonte. Num balanço difundido em Pequim, a agência noticiosa oficial chinesa elogiou o crescimento econónico de Macau, nomeadamente o “Florescimento do Turismo” e os “progressos susbstanciais” feitos no campo financeiro. O índice de crescimento económico do Território sob addministração portuguesa, em 1991, ronda os seis por cento, percentagem que deverá manter-se em 1992 diz a agência noticiosa oficial chinesa citando economistas de Macau. Segundo a agência, em 1991 verificou-se, contudo, uma quebra nas exportações de Macau ao “proteccionismo de alguns países europeus e dos Estados Unidos” e à “forte concorrência dos custos de produção” praticados noutras regiões do Sudoeste Asiático.

NovAs moedAs já em CirCulAçãoNovas moedas de uma e cinco patacas foram ontem posts em circulação pela Autoridade Monetária e Cambial de Macau, através do Banco Nacional Ultramarino. O anverso da moeda de uma pataca representa a ermida e o farol da Guia com indicação do valor em caracteres chineses e em português. A moeda de cinco patacas apresenta no anverso as ruinas de São Paulo e um junco chinês, contendo a indicação do valor em português e em caracteres chineses. Ambas as moedas apresentam no reverso a palavras Macau e respectivos caracteres chineses, para além de um morcego (simbolo chinês da felicidade) e da indicação do ano de cunhagem. As moedas en cupro-niquel têm limites máximos de tiragem de 80 milhões de exemplares para as unidades de cinco patacas e de 150 milhões de exemplares para as de uma pataca.

FalaR de NóS jorge A. H. rangel*

Melo egídio e o bom relacionamento com as autoridades chinesas

“(Ho Yin) era um declarado amigo dos portuguesese nas negociações, (...), até mesmo nos acontecimentos do 1-2-3,

teve uma influência extraordinária, favorecendo o apaziguamento de hostilidades criadas ...”

Melo Egídio, “Macau entre dois mundos”, 1984

Como vimos nos dois artigos anteriores, uma das priori-dades do Governador Melo Egídio foi o desenvolvimen-

to de relações amistosas com as autoridades chinesas e com os seus representantes tradicionais em Macau. Tendo inicia-do funções imediatamente após o estabelecimento de rela-ções diplomáticas de Portugal com a República Popular da China, assumiu como uma das principais preocupações da acção governativa a utilização de Macau como instrumen-to privilegiado ao serviço da consolidação dessas relações, a par da estabilidade do território, que dependia também do bom entendimento com organizações e personalidades chi-nesas locais.

Assim, procurou manter um diálogo franco e intenso com Ho Yin, figura muito influente da comunidade chinesa local, e com O’ Cheng Peng, responsável pela Agência Nam Kwong, organismo que representava oficiosamente os inte-resses da China neste território. Foi nestes termos que des-creveu os seus contactos com Ho Yin, na entrevista conce-dida a Fernando Lima e Eduardo Cintra Torres para a série televisiva “Macau entre dois mundos”:

A figura de Ho Yin “Falar de Ho Yin é simples, mas também difícil. Era um ho-

mem extraordinário. O Senhor Ho Yin, como lhe chamávamos, era bondoso, afável, pacífico, muito fumador, que irradiava simpatia logo ao primeiro contacto. Era um líder por natureza e era implici-tamente reconhecido por toda a gente como o chefe da comunidade chinesa de Macau.

Quando eu fui para Macau tinham acabado de ser estabele-cidas relações diplomáticas com a China. Não estava ainda conve-nientemente definida a importância de um outro homem de quem fiquei amigo, que também foi muito importante para a China, para Macau e para Portugal, o O’ Cheng Peng. Era uma figura que es-tabelecia relações como que oficiosas e conversava periodicamente com o Governador de Macau. Antes dele, todo esse contacto era feito com Ho Yin.

A partir do aparecimento de O’ Cheng Peng, a importância de Ho Yin não diminuiu socialmente. Continuou a organizar os janta-res da Primavera, continuou muito preponderante na comunidade e devíamos-lhe esse apreço, porque era uma figura importante, de-sempenhou funções relevantíssimas. Era presidente da Associação Comercial de Macau, presidente do Banco Tai Fung, membro per-manente da Assembleia Popular Nacional da China e foi, interi-namente, presidente da Assembleia Legislativa até à eleição do Dr. Carlos Assumpção.

Era um declarado amigo dos portugueses e nas negociações, nos acordos, que por vezes surgiram por conflitos fronteiriços, até mesmo nos acontecimentos do 1,2. 3, teve uma influência extra-ordinária, favorecendo o apaziguamento de hostilidades criadas, sentidas entre os chineses e os portugueses. Contribuiu para desa-nuviar o ambiente, sempre com a mesma fleuma, a mesma maneira afável de tratar todos os assuntos.

Posso dizer sem sombra de dúvida que o Ho Yin era um mem-bro muito respeitado, muito querido da comunidade, no seu todo, chinesa e portuguesa, macaense e portuguesa, mesmo de residentes da metrópole em Macau, que o apreciavam imenso pelo bem que fazia e pelo amor que ele tinha a Portugal”.

Para assegurar a eficácia do diálogo com essas entida-des, Melo Egídio aconselhava-se muito junto de Roque Choi e de Joaquim Morais Alves. Também me envolveu em várias iniciativas neste âmbito, pelo que posso confirmar o interes-se genuíno do Governador na manutenção de um relaciona-mento correcto com os seus interlocutores chineses.

A sua visita oficial à China e o encontro com Deng Xiaoping marcaram-no profundamente. Incentivou de-pois as deslocações de entidades portuguesas àquele país, à medida que a abertura se concretizava, e as de chineses a Portugal. Em 1980, apoiou uma visita de personalidades

da comunidade chinesa de Macau a Portugal, as quais fo-ram recebidas pelo Presidente da República, António Ra-malho Eanes.

Também acompanhou com entusiasmo a criação das zo-nas económicas especiais chinesas, acreditando no significa-do da sua implantação como sinal inteligente de abertura e de mudança. E lia toda a informação que lhe era preparada sobre a China, bem como as traduções da imprensa local ela-boradas pelos Serviços de Assuntos Chineses.

No processo de revisão do Estatuto Orgânico de Ma-cau (E.O.M), que não mereceu a sua concordância, teve nos deputados chineses aliados decisivos. A posição por estes assumida inviabilizou essa primeira tentativa de revisão. Aprovado em Fevereiro de 1976, como Lei Constitucional, o E.O.M. devia ser revisto na vigência da primeira legisla-tura na parte respeitante à composição e ao funcionamento da Assembleia Legislativa. O projecto preparado avançava, porém, com outras modificações de fundo que o Governador recusava liminarmente, apontando sobretudo a forma preco-nizada de designação do Governador como geradora inevi-tável de instabilidade política. Escolhido pelo Presidente da República e dele dependente politicamente, defendia-se no projecto de revisão que a nomeação passasse a pertencer ao Primeiro-Ministro. Até ao fim da administração portuguesa esta alteração nunca chegaria a ser feita.

O encontro com Zhao ZiyangJá na qualidade de Chefe do Estado-Maior General das

Forças Armadas, Melo Egídio voltou à China, a convite das autoridades chinesas. Nessa visita, foi recebido por outra fi-gura carismática, caída depois em desgraça na sequência dos incidentes de Tiananmen:

“Mais tarde, depois de deixar Macau, era Chefe do Estado-Maior General e voltei à China. Apesar de eu então ter categoria de Primeiro-Ministro, não estava previsto o meu encontro com o Primeiro-Ministro Zhao Ziyang, porque era uma visita de âmbito militar e enquadrava-se no intercâmbio, também muito importante, numa retribuição de uma visita que uma delegação chinesa havia feito a Portugal a convite do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas.

Fui recebido e contactei na China com chefes militares, com várias entidades militares. Visitei muitas instalações, algumas das quais soube que normalmente não eram abertas a visitas de enti-dades estrangeiras, e tive encontros também com entidades civis, como o Primeiro-Ministro e o Ministro da Defesa.

Com o Primeiro-Ministro Zhao Ziyang eu tive realmente uma conversa muito interessante, de cerca de 45 minutos, num ambien-te de muita cordialidade. Revelou-se um homem profundamente conhecedor dos problemas a nível mundial e fundamentalmente estratégicos.

Disse-me que tinha um grande apreço pelo Presidente da Re-pública Portuguesa e que tinha tido apreço pela revolução feita em Portugal. Que considerava Portugal como um país amigo da China e que a situação criada pelo estabelecimento das relações diplomáti-cas estreitaria laços de amizade entre Portugal e a China e também entre Macau e a China e que considerava que Macau poderia ter um papel relevantíssimo como porta de entrada da China ou elo de ligação entre a China e Portugal, ampliando este conceito até entre a China e o Ocidente, não esquecendo que Portugal estava inserido na União Europeia.

Zhao Ziyang era um homem com ideias muito abertas. E tão abertas que depois dos acontecimentos de Tiananmen foi afastado do poder, foi-lhe fixada residência em Pequim, mas é um homem por quem continuo a ter muito apreço. Considero-o inteligente e desassombrado.”

Retirado de funções públicas, Melo Egídio continuou a acompanhar a evolução da China, como membro activo da Liga da Multissecular Amizade Portugal-China e através de diversos organismos ligados a Macau. E até ao fim da vida, em Dezembro passado, foi um promotor sincero e empenha-do das relações luso-chinesas.

* Presidente do Instituto Internacional de Macau. Escreve neste espaço às 2.as feiras.

brasil marca golo à Inglaterrae passa a ser o sexto mais rico

O Brasil cansou-se de ganhar aos ingleses só no futebol e é já

mais rico que o Reino Unido. Bastou ao gigante lusófono em 2011 jogar a meio-gás (3,5% de crescimento, depois de 7,5% em 2010) para bater uma economia britânica que se ar-rastou em campo (0,9%). Na liga das grandes potências, o Brasil passa a sexto, enquanto o Reino Unido des-ce para sétimo. Não se via uma troca de posições tão marcante desde que a China tirou o segundo lugar ao Ja-pão.

Quando olhavam para os due-los futebolísticos com a maior das nações britânicas, os brasileiros sentiam uma vingança de pobre. Ganhar 11 jogos com a Inglaterra e perder três continua a ser uma bela estatística, além dos cinco campe-onatos do mundo contra um só. E compensa a memória de que os na-

vios britânicos só levaram o futuro D. Pedro I para o outro lado do Atlântico depois de Portugal prometer abrir os portos brasileiros à marinha mercante inglesa (e, já agora, escocesa, galesa e irlandesa). Mas com um PIB em dó-lares de 2,5 biliões (os trillions anglo-saxónicos) ninguém ousa mais falar do Brasil como terceiro mundo. Até os ta-blóides londrinos notaram ser inédito o êxito sul-americano.

E o primeiro a exibir o golo foi o CEBR, um instituto do país de Sua Ma-jestade.

No topo da classificação continu-am os Estados Unidos, mas a China não deverá tardar mais que uma déca-da a disputar o título de primeira eco-nomia. É, aliás, tradição: até inícios do século XIX era o crónico campeão. Em 1822, ano da independência brasileira, a China produzia um terço do PIB glo-bal, com a Índia em segundo lugar mas

como se tivesse metade dos pontos. Seguiam-se Reino Unido, França e a actual Alemanha. Os Estados Unidos eram amadores (1,8% do PIB mun-dial, contra hoje 20%).

A mostrar bom jogo têm também estado a Índia e a Rússia, e por isso se prevê que a Itália seja batida com facilidade por estas duas economias, descendo para décimo. E mesmo a França, quinto, e a Alemanha, quar-to, vão ser incapazes de resistir ao ataque daquelas que, para continuar em futebolês, são as selecções emer-gentes. O tal Centre for Economic and Business Research (ou CEBR) prevê que em 2020 a tabela seja: Estados Unidos, China, Japão, Rússia, Índia, Brasil, Alemanha, Reino Unido, Fran-ça e Itália.

Que o Brasil com o triplo da po-pulação e um território 35 vezes maior bata por margem mínima os invento-

res do futebol não deveria dar festejo especial. É como os chineses chama-rem goleada ao dia em que produzi-rem mais que os americanos, que são quatro vezes menos. Mas por ser tão natural esta vitória brasileira, serve para lembrar que, graças à revolução industrial, às colónias e ao domínio da Finança, a Europa impôs uma su-premacia desfasada da sua demogra-fia e das riquezas do seu território.

Acabou essa época de jogos de baliza aberta. Os emergentes já lutam de igual para igual. Mas falta mais um passo. Para o Brasil potência econó-mica jogar bonito tem ainda de garan-tir que o nível de vida dos cidadãos sobe. Como notava o Globo, “Brasil passa Reino Unido, mas só terá renda igual em 20 anos”. Aí sim, em vez de golo pode gritar goooooooolo!!!

JTM/DN

TRIbUNa leonídio Paulo Ferreira

Page 10: JTM 03-01-2012

pág 18 terça-feira, 03 de janeiro de 2012 jornal Tribuna De Macau

lazeRDEPARDIEU NA “PELE” DE STRAUSS-kHAN. Gerard Depardieu deverá interpretar o papel de Dominique Straus-Khan no filme do cineasta abel ferrara sobre o escândalo que envolveu o ex-director do fMi. isabelle adjani deverá protagonizar a mulher de DSK no filme.

MICHAEL JORDAN PEDE yVETTE PRIETO EM CASAMENTO. Michael jordan, ex-estrela da NBa e actual dono do charlotte Bobcats, pediu a mão da sua namorada de mais de três anos, a modelo cubano-americana Yvette Prieto. o casal ainda não fixou uma data para o casamento. jordan já foi casado com juanita jordan durante 17 anos.

jornal Tribuna De Macau terça-feira, 03 de janeiro de 2012 pág 19

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Holly Valance parte costela a jogar volei embriagadaHolly valance está a recuperar de uma costela partida depois de um animado jogo de voleibol de praia com uns copos a mais… a cantora e actriz, que anunciou recentemente o noivado com o “peso pesado” da imobiliária Nick candy, decidiu primeiro participar num jogo de bebidas alcoólicas, em que ingeriu diversos copos de rosé. o problema foi que a seguir resolveu participar num jogo de voleibol de praia, perto do apartamento de férias onde o casal está nas Maldivas. através do twitter, valance escreveu que tem tomado anti-inflamatórios para as dores e garante que “aprendeu” a lição sobre o álcool.

Russell brand adora Katy perry mas pediu o divórcioapós vários dias de especulação, o casamento de Katy Perry, 27 anos, e russell Brand, 36 anos, chegou mesmo ao fim, 14 meses após ter sido celebrado na Índia. o actor emitiu um comunicado emotivo em que explicou que o casal punha fim à relação, mas que esperava continuar a ser amigo da cantora. “infelizmente a Katy e eu vamos pôr fim ao casamento. adorá-la-ei sempre e sei que continuaremos amigos”, disse. o actor deu entrada com os papéis do divórcio na sexta-feira, no tribunal Superior de los angeles, e alega diferenças irreconciliáveis.

Saven Mi achava quenão tinha atributos para ser modeloNasceu na tailândia, mas é filha de cambojanos e foi criada na província canadiana de ontário. juntando a esta fusão cultural um corpo de sonho, não estranha que Saven Mi seja considerada uma verdadeira mistura explosiva, mas a jovem modelo garante que nunca imaginou atingir tanto sucesso. “Secretamente, quis sempre ser modelo, mas nunca pensei que tinha a aparência necessária”, confessou ao site “intuned”, ao revelar que foi descoberta há cerca de quatro anos num “show” de automóveis em Montreal. romance, comida, praia e “todas as coisas simples e belas da vida” estão entre as suas preferências.

beyoncé já terá dado à luz uma meninaa primeira filha de Beyoncé e jay-Z terá nascido na sexta-feira, em Nova iorque. Segundo a revista “New! Magazine”, tiana May carter nasceu com 3,17 kg, no Hospital St. luke’s roosevelt. a agência da cantora ainda não confirmou, no entanto, o nascimento da filha de Beyoncé. ainda segundo a mesma publicação, o quarto ocupado por Beyoncé foi o mesmo usado por alicia Keys, quando esta deu à luz, em outubro de 2010, egypt Daoude Dean.

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40 FoX movies12:10 Maximum Risk13:55 Marine 2, The15:30 Cars17:25 Shadow Man19:00 Prince Of Persia: The Sands Of Time21:00 Avatar

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51 ngc12:30 Dangerous Jobs

13:25 Mega Bridges14:20 The Mafia15:15 The Indestructibles16:10 Python Hunters17:05 Built For The Kill18:00 Dangerous Jobs19:00 Animal Extractors20:00 China’s Great Wall21:00 The Indestructibles22:00 Python Hunters23:00 Year of The Storm00:00 The Indestructiblesr

54 hisTory13:00 Modern Marvels14:00 And Man Invented Animals...16:00 Pawn Stars17:00 The Pickers18:00 Modern Marvels19:00 America: The Story Of The U.S.20:00 Modern Marvels21:00 Greatest Tank Battles22:00 Battleplan23:00 Hidden Cities00:00 Top Shot

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62 aXn12:15 Csi: Miami13:05 Wipeout14:00 Numb3Rs14:55 Wipeout15:45 Breaking The Magician’S Code16:35 Blue Bloods17:25 Csi: Miami

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TheaTer granD TheaTer (9*)MISSION IMPOSSIBLE:- Ghost Protocol11:40 • 12:10* • 14:15 • 19:15 • 21:50

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pág 20 terça-feira, 03 de janeiro de 2012 jornal Tribuna De Macau feCHo deSta edição jtM - 00:00HoraS

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Han Han: o rebelDe cHinês que renunciou à revolução O mais popular bloguer da China, Han Han, visto como um símbolo de rebeldia, está de novo a agitar o país, mas, desta vez, assumindo uma postura política considerada pró-go-vernamental e abertamente contrária à ideia de Revolução

antÓnio caeiro*“Revolucionário reformista ou reformista revolucionário? O espírito livre mais seguido do país declara-se adepto de reformas, defendendo que a Revolução não é para a China”, disse um comentador do China Daily, num artigo de uma página dedicada à “mudança” de Han Han.Han Han, 29 anos, escritor e piloto de automóveis, foi uma das “100 Personalidades mais influentes do mundo” eleitas pela revista Time em 2010. O seu blogue, um dos mais lidos do mundo, recebeu até hoje 517 milhões de visitas, indicou na sexta-feira o China Daily.Han Han costuma criticar o governo, mas no passado fim-de-semana defendeu que o Partido Comunista Chinês (PCC) “já não é simplesmente um partido ou uma classe”.“O PCC tem hoje 80 milhões de membros e se acrescentarmos os familiares faz 300 milhões (?) Não é um partido mas parte do povo (?) As suas debilidades são as debilidades do povo, escreveu Han Han num dos três ensaios que colocou na internet sobre “Revolução”, “Demo-cracia” e “Liberdade”.O escritor é perentório: “Uma revolução não garante democracia (?) O que necessitamos ur-gentemente é de reformas e não de outra revolução (?) A coisa fundamental é o primado da lei, educação e cultura”.No poder desde 1949, o PCC não abdica do seu “papel dirigente”, mas os cargos políticos na China já não vitalícios e os líderes do país reformam-se ao fim de dois mandatos de cinco anos. “A China não tem um ditador contra o qual se concentre o descontentamento popular”, referiu Han Han a propósito da “primavera árabe”.Numa coluna publicada no Global Times, jornal do grupo Diário do Povo, o órgão central do PCC, um professor universitário saudou os ensaios de Han Han como “uma manifestação de frescura”, afirmando que o autor “evoluiu de um criticismo instintivo para uma reflexão sensível”.Um ideólogo do “novo nacionalismo chinês”, Wang Xiaodong, disse que Han Han se tornou um fenómeno cultural porque foi “apadrinhado” por “intelectuais liberais que viram nos seus escritos um apelo à rebelião”.Nascido e criado em Xangai, Han Han saiu da escola sem concluir o ensino secundário, um gesto raro nas famílias urbanas constituídas após a imposição da política de “um casal, um filho”, no final da década de 1970.Numa conferência na Universidade de Xiamen, em 2010, disse que os líderes chineses eram “analfabetos” e “assim a China nunca poderá ser uma potência cultural”.Han Han sempre rejeitou assumir-se como “dissidente”, mas agora, em vez dos comunistas ortodoxos, irritou muitos dos antigos admiradores, entre os quais o artista plástico Ai Weiwei, detido este ano durante quase três meses por alegados “crimes económicos”. “Parece que ele se rendeu”, disse Ai Weiwei, citado pela revista The New Yorker.Um comentador do China Daily afirmou que Han Han “já não será tão radical”, mas “conti-nua a ser um vagabundo errante - e talvez ainda mais do que antes”.

JTM/Lusa

conFronTos enTre MuçulManose polÍcia cHinesaCentenas de muçulmanos enfrentaram elementos da polícia chinesa que destru-íam uma mesquita no nordeste da China, disseram ontem activistas dos direitos humanos e elementos da polícia local, dando conta de mortos e feridos nos con-frontos. Os confrontos, no passado fim de semana, causaram dois mortos e 50 feridos na aldeia de Taoshan, da Região Autónoma de Ningxia Hui, quando a polícia disparou gás lacrimogéneo e usou facas e bastões para afastar os grupos de manifestantes da etnia hui, de acordo com o Centro de Informação para os Di-reitos Humanos e Democracia, com sede em Hong Kong, que citou testemunhas de locais. A violência entre os muçulmanos e os cerca de mil polícias armados começou quando a polícia declarou ilegal uma mesquita recém-construída e de-cidiu destruí-la, de acordo com o grupo de Hong Kong. A polícia da localidade de Hexi, à qual pertence Taoshan, negou a existência de mortos nos confrontos, mas confirmou as cenas de violência, de acordo com a agência noticiosa Fran-ce Presse. “Dois polícias e duas pessoas da aldeia ficaram feridos e outros resi-dentes foram detidos, mas não sei quantos”, disse um polícia local, citado pela France Presse. O Centro de Informação para os Direitos Humanos e Democracia disse, em comunicado, que tinham sido os muçulmanos da região de Ningxia e da província vizinha de Gansu a doar verbas para a construção da mesquita. Os hui são uma das várias minorias étnicas muçulmanas da China.

Ficou DeseMpregaDo coM a MorTe Do “queriDo lÍDer”

O sul-coreano Kim Young-sik, que fez de sósia do ditador da Coreia do Norte durante qua-se dez anos, pensa que parte da sua vida se perdeu com o desaparecimento de Kim Jong-ilFoi insultado na rua, protago-nizou um filme e imitou vezes sem conta o “Querido Líder” da Coreia do Norte. Agora,

Kim Young-sik, proprietário de uma pequena loja nos arredores de Seul e conhecido como o mais célebre sósia de Kim jong-il, contempla a pos-sibilidade de pendurar no cabide o blusão de caqui do ex-número um de Pyongyang, que lhe valeu inúmeras aparições na televisão japonesa e pro-tagonizar um anúncio no Médio Oriente.“Sinto-me vazio, como se tivesse desaparecido uma parte de mim. As pes-soas procuram confortar-me, dizem-me que algumas personalidades se tornam ainda mais famosas depois de mortas, mas não me parece que seja o caso de Jong-il”.Este pai de família de 61 anos começou por acaso a fazer de sósia. “Um dia saí do banho e tinha os cabelos em pé. Estava parecido com Kim Jong-il”.Em 1995, o comerciante protagonizou a figura do “Querido Líder” num filme de ficção sul-coreano em que se contava a história de um cientista do Sul que ajudava o Norte a obter a arma nuclear, para impedir uma invasão japonesa...Depois apareceu ao lado de outros sósias de personalidades conhecidas, como George W. Bush e Vladimir Putine.A sua carreira conheceu um impulso suplementar com o início do diálogo entre as duas Coreias no final dos anos 90, uma iniciativa do presidente sul-coreano Kim Dae-jung. “Comecei a ser convidado para uma série de programas de televisão”, recorda.Mas as semelhanças com Kim Jong-il tinham também um lado negativo. “Insultavam-me, chamavam-me ‘ditador’ na rua, mas quem me conhecia saudava-me gritando ‘Kim Jong-il’, e respondia-lhes com um aceno à ma-neira dele”.Kim Young-sik possui cinco pares de sapatos com saltos, como os usados pelo líder norte-coreano, e quatro conjuntos de roupa, com destaque para o célebre blusão que quase transformava Kim Jong-il num cantor pop.Hoje, o sul-coreano só lamenta não ter conhecido o dirigente do Norte nem de nunca ter visitado o outro lado da fronteira. “Recusaram-me um visto de turista”, diz.Com a morte de Kim Jong-il e a sucessão de Kim Jong-un, pensa que che-gou a hora de passar testemunho à nova geração. “Até me perguntaram se o meu filho se parecia com Jong-un, mas não. Ou já o teria levado a uma audição!”, afirma com melancolia na voz.

“laDrão Mais esTúpiDo Da aleManHa” assalTa banco FecHaDo Há 17 anos

Um homem de 57 anos foi condenado a sete anos de prisão depois de ter tentado assaltar uma agência bancária que, no en-tanto, estava fechada há 17 anos, levan-do o jornal “Bild” a considerá-lo como o “ladrão de bancos mais estúpido da Alemanha”. Identificado como Siegfried K, o arguido entrou de arma em punho na suposta agência bancária, localizada na cidade alemã de Osnabruck, fez uma refém e exigiu um resgate de cerca de 10 mil euros aos alegados funcionários do banco. Depois de perceber que o alvo do

assalto era afinal uma clínica de fisioterapia, o arguido ainda conseguiu obri-gar uma pessoa a levantar 400 euros numa caixa automática. Conseguiu fugir num carro, também roubado, mas acabou por ser detido depois da polícia ter encontrado a viatura abandonada e as suas impressões digitais na arma do crime... uma pistola de plástico. Em 40 anos, Siegfried já tinha sido condenado 22 vezes pela prática de diversos crimes.