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TALK MORITZ WALDEMEYER CENOGRAFIA NATASHA KATZ FOTOGRAFIA MARIO TESTINO Uma Publicação Brilia - Luz Muda Tudo

Revista brilia 3ª Edição

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Life Style Magazine, Design, Arts, Culture, Decor, Architecture, editorial, branded content, custom, LED, light design, luz

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TALKMORITZ WALDEMEYER

CENOGRAFIANATASHA KATZ

FOTOGRAFIAMARIO TESTINO

Uma Publicação Brilia - Luz Muda Tudo

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A imaginação sem fronteiras, o avanço da tecnologia e a inventividade para encontrar novas soluções. Essas são qualidades básicas encontradas em todos os artistas e inventores das mais variadas formações. Pensando nessa genialidade, esta edição da Brilia Insight foi atrás de criadores contemporâneos que se tornaram referência por estabelecerem novos padrões em suas áreas de trabalho. Todos inspirados no po-der transformador da luz. É o caso do fotógrafo peruano Mario Testino, que se tornou um ícone no mundo da moda. Perfi lado na seção Fotografi a, descobrimos que a pesquisa é uma ferramenta permanente por trás de cada clique de sua máquina fotográfi ca. Enquanto Mario vai buscar inspiração no passado, o designer alemão Moritz Waldemeyer gosta da engenhosidade da tecnologia na busca por algo inovador em cada peça que desenha em seu estúdio na capital inglesa. Ao fl ertar com a moda e o mundo dos espetáculos, Moritz – que tem alma de engenheiro – nos deixa bem próximos do futuro que se aproxima. O LED tem sido matéria-prima para a maioria de suas invenções que encantam estilistas como Husseyn Chalayan e Philip Treacy. Conheça um pouco mais sobre ele ao ler sua breve entrevista na seção Talk.

Outro designer que nos deixa encantados é o jovem inglês Paul Cocksedge, que teve o privilégio de ter Ingo Maurer e Ron Arad bem próximos nos anos de sua formação profi ssional. Com esses contatos, o designer deu prosseguimento a um estilo de criação que segue os mesmos passos de seus mestres. Na seção Email ele nos conta de onde vêm as boas ideias de seus projetos. Em Cenografi a, o leitor poderá conhecer melhor a poesia visual da premiada Natasha Katz, uma das mais atuantes lighting designers da Broadway. Se o homem é capaz de se desdobrar para deixar sua marca entre nós, a natureza não precisa de muito esforço para se fazer notar. Uma prova disso é o espetáculo luminoso da Aurora Polar, foco de nossa reportagem na seção Especial. Em Cidade, o Festival de Luzes há mais de 10 anos tornou-se evento turístico que atrai uma multidão curiosa, disposta a descobrir o que a luz pode fazer por Berlim em instalações públicas planejadas por artistas. Um show democrático que nos revela o quanto todos nós gostamos de novidades.

Boa leitura!

Vinicius Marchini e Leandro NevesCo-Fundadores da Brilia

* Sugestões e comentários:

[email protected]

| CARTA EDITORIAL |005

RAIO DE LUZ

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sumáriofevereiro / 2015

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008 ART�O minimalismo do norte-americano Dan Flavin

014 �FOTOGRAFIA O glamour das fotos de moda e portraits do peruano Mario Testino

018 TALK A imaginação sem limites do technodesigner Moritz Waldemeyer

026 CENOGRAFIA O teatro iluminado da lighting designer Natasha Katz

Capa: A modelo Carmen Kass, fotografada por Mario Testino para a revista Allure

030 CINEMA Do cinema à TV, a arte de Walter Carvalho

036 �EMAIL Um bate-papo exclusivo com o inventivo Paul Cocksedge

040 ��SPOT O design inspirado em clássicos contemporâneos

044 LUMINOTÉCNICA A influência da luz no trabalho de quatro criadores paulistanos

050 ESPECIAL Em variados tons de verde, o espetáculo luminoso da Aurora Polar

056 �CIDADE A paisagem urbana de Berlim ganha um novo olhar com seu Festival de Luzes

060 FIAT�LUX A evolução da lâmpada sob a óptica de três especialistas

EqUiPE BriLiAVinicius MarchiniLeandro NevesPamela Gerard Edilson Mateus

PROJETO EDITORIAL

www.studiolemon.com.brrua Harmonia, 293CEP 05435-000 Tel (11) 2893 - 0199São Paulo - SP

DirETOr DE CriAÇÃOCesar [email protected] DirETOr EXECUTiVOChico Volponi [email protected]

PrOjETO GráFiCOLemon Design & Comunicação

DESiGN Cesar rodriguesEduardo Barletta

EDiTOrLuiz Claudio rodrigues

jOrNALiSTASLauro LinsClaudio Gues

DiAGrAMAÇÃOPedro Enrike ArTE FiNALOsmar Tavares junior rEViSÃOClaudio Eduardo Nogueira ramos

TALKMOriTZ WALDEMEYEr

CENOGRAFIANATASHA KATZ

FOTOGRAFIAMAriO TESTiNO

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| 08 ArT | POR: LUIZ�CLAUDIO�RODRIGUES�•�FOTOS:�DIVULGAÇÃO

A ARQUITETURA E A LUZ são os pilares para as obras de arte de Dan Flavin. Todas as suas obras não têm título como convém ao conceito minimalista

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miNimAL

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| 09 ArT |

A�simplicidade,�a�pureza�e�o�equilíbrio�marcam�a�arte�de�Dan�Flavin,�o�artista�que�criou�esculturas�de�luz�e�instalações�minimalistas

O circuito internacional de artes plásticas aguarda as exposições retrospectivas do norte-ameri-cano Dan Flavin (1933-1996). No próximo ano seu trabalho ganhará os holofotes por ocasião dos vinte anos de sua morte. Para marcar a data, o Dan Flavin Art institute – instituição criada para preservar seu legado – já iniciou a curadoria de uma grande mostra que será exibida em alguns dos mais im-portantes museus e centros de arte no mundo. A largada da mostra será em Nova York, mas sem data definida por enquanto. O que se sabe é que o MoMA e o Guggenheim estão na disputa para exibir, em primeira mão, a mostra comemorativa de um dos mais importantes artistas do minimalismo.

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Dan despontou na década de 1960 num período considerado como o das neo-vanguardas internacionais, que incluíam correntes artísticas inovadoras como o mi-nimalismo e a arte conceitual. Suas esculturas de luzes, construídas com lâmpadas fluorescentes, são a marca registrada de seu trabalho. Outro aspecto importante de suas criações é o diálogo com a arquitetura, mais precisamente, obras que foram concebidas como site-specifics. Mesmo que uma parcela de suas esculturas possa ser instalada numa variedade de espaços, todas as instalações seguem orientações estabelecidas pelo próprio Flavin. “Sua arte sempre esteve em sintonia com o es-paço que a abrigava, era uma resposta à arquitetura do lugar, uma abordagem es-pecial do espaço com um conteúdo que poderia ser espetacular, muito colorido ou não tão colorido, calmo, forte ou até vazio”, lembra a curadora de arte Tiffany Bell, responsável pelo catálogo raisonné do artista. A simplicidade e o caráter sistemáti-co de sua obra, aliados à descoberta e exploração da luz, tornaram o artista um dos principais expoentes do minimalismo. Seus primeiros trabalhos, chamados de

| 010 ART |

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Ícones, são caixas construídas com lâmpadas incandescentes e luzes fluorescentes. Logo em seguida, sua produção evoluiu para instalações em larga escala e corredores de luz. Além de Tiffany Bell há dois importantes conhecedores do trabalho de Flavin: Steve Morse e Stephen Flavin, responsáveis pela instalação de obras do artista após sua morte. Juntos, esses es-pecialistas desenvolveram um consenso sobre a forma que cada obra deve ser montada, com padrões estabelecidos por desenhos, rascu-nhos e documentação, além da expertise que foi acumulada com o processo de instalação coordenado por eles nos últimos anos.

A luminosidade é o que diferencia a obra de Dan da pintura. Esse é o aspecto mais impor-tante de sua arte segundo a curadora Tiffany Bell. “Certamente a compreensão de sua obra vai mudar com o tempo, mas espero que nós pos-samos estabelecer algumas diretrizes de como seu trabalho deva ser montado na posteridade.” Sobre a natureza e o significado da arte de Dan Flavin, Steve Morse lembra que o artista temia interpretações equivocadas. “Dan sempre tentou dizer que seu trabalho era livre de conteúdo, que é luz, é a situação da luz e nada mais.” Os estu-diosos afirmam que o legado de Dan Flavin tem a ver com a natureza temporal de suas obras.

O EFEITO LUMINOSO das cores, nas esculturas do artista, estabelece uma abordagem especial do espaço com instalações que se tornam espetaculares

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ART |

“Há uma qualidade efêmera em seu trabalho. Sua obra não é tão resoluta como uma escultura em mármore ou uma pintura a óleo. É mais uma proposta”, afirma Tiffany Bell. “Uma única estrutura pode ter cores diferentes, a qualidade da luz é evasiva e as alterações ao longo do tempo são pertinentes a essa proposta de instalação efêmera. É uma obra aberta e contraditória de muitas maneiras. Sua arte é baseada na simplicidade, pureza e equilíbrio que outros artistas, que também utilizaram a luz fluorescente, não abordaram em seus trabalhos”, prossegue a curadora, que admite o caráter mutante na obra do artista. “Muitas vezes mudaram as cores de instalações durante uma exposição. Acho que essas mudanças mostram o alcance do trabalho, apesar das limitações materiais impostas pela obra. As cores transformam o espaço expositivo e trazem à tona as questões de temporalidade e até mesmo da relatividade da obra de arte. Uma única construção pode ser isto ou aquilo”, afirma Bell. Ainda falta um tempinho para vermos como a retrospectiva de Dan Flavin será apresentada, mas certamente sua obra será vista, pela primeira vez, por um público jovem que nem havia nascido na época de seu desaparecimento.

A SIMPLICIDADE DAS formas e o caráter sistemático e repetitivo de suas obras tornaram Dan Flavin numa referência quando o assunto é a exploração da luz

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| 014 FOTOGRAFIA | POR: LUIZ CLAUDIO RODRIGUES • FOTOS: DIvULGAçãO

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| FOTOGRAFIA |015

Para quem teve a oportunidade de acompanhar o back- -stage de uma sessão de fotos com Mario Testino sabe que o fotógrafo está sempre sério e concentrado no trabalho. Per-feccionista, ele sabe exatamente o que faz. Para isso, a cada novo trabalho mergulha numa pesquisa de imagens em se-bos, bibliotecas, livrarias e museus a fim de se inspirar para obter resultados compatíveis com seu elevado nível de exi-gência estética. Com mais de 30 anos atuando com fotografia de moda, Mario conta com um currículo invejável. É colabora-dor das principais revistas de moda no mundo, já fotografou as principais top models para editoriais ou campanhas publi-citárias e personalidades famosas, como a princesa Diana, a atriz Angelina Jolie e o cantor David Bowie, somente para citar algumas das centenas de celebridades que se renderam aos seus cliques. Com esse background não é de se estranhar que Testino não seja uma das pessoas mais simpáticas do plane-ta. Sua fama de mal-humorado não é segredo para ninguém. Tanto que pode se dar ao luxo de ficar estressado com Anna Wintour, a poderosa editora de moda da Vogue americana. E vice-versa. Um dos momentos dessa guerra de titãs ficou registrado no documentário September Issue, dirigido por J.R. Cutler em 2007. Com luvas de pelica, Anna e Mario se enfren-tam em frente às câmeras por conta de uma capa da Vogue com Sienna Miller. Nesse episódio, ele ganhou o round. Mes-mo com nariz empinado, Mario Testino merece nosso respeito. Filho de pais ricos, iniciou a carreira como centenas de fotó-grafos mundo afora. Na década de 1970 trocou sua confortável casa em Lima, no Peru, para tentar a sorte em Londres onde foi viver num modesto apartamento próximo à Trafalgar Squa-re. Seu primeiro trabalho consistia em produzir books para modelos em início de carreira. As sessões eram negociadas pela bagatela de 25 libras esterlinas, incluindo cabelo e ma-quiagem. Simplesinho, né?

FASHIONISTAConhecido pelo glamour de suas fotos de moda, o fotógrafo Mario Testino se reinventa a cada novo trabalho

RETRATO DA MODELO Carmen Kass para a revista Allure

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FOTOGRAFIA |016

Mesmo no topo da indústria da moda, Mario Testino admite que ainda não conseguiu reali-zar a imagem perfeita. “Para mim a perfeição é o quão perto se pode chegar da foto ideali-zada para quem eu esteja trabalhando. Minha experiência com a Gucci, Burberry ou Versace revelam momentos de como eu tento chegar à imagem da mulher que os designers tenta-ram criar. Eu sou tão duro com o meu trabalho que nunca irei vê-lo como as outras pessoas o veem. É difícil ser seu próprio juiz”, afirmou o fotógrafo numa recente entrevista para o site Talk. Para chegar o mais próximo da foto idealizada, Mario participa de todas as etapas que envolvem uma sessão. “A primeira foto é sempre a mais difícil, é feita apenas para obter o direito de olhar. Cinquenta por cento do meu trabalho é o planejamento, 20% é a fotografia real e 30% é o que acontece depois. Não é um feriado”, brinca o fotógrafo.

Com esse grau elevado de confiança, os ami-gos mais próximos o consideram um narcisista. “Alguns dos meus amigos dizem que só falo so-bre mim mesmo. É engraçada essa percepção. A minha casa, por exemplo, está coberta de arte, mas nada de minha autoria e quando estou tra-balhando só penso no que o cliente quer. Então não me vejo dessa forma”, defende-se. Sobre a sua condição de estrela no mundo da fotogra-fia, Mario Testino afirma que nunca pretendeu se tornar mais famoso que seu trabalho. “As coisas aconteceram sem qualquer tipo de planejamen-to. Eu nunca pedi para fotografar a princesa Dia-na e isso me fez mais famoso do que eu queria. Nunca pedi para fotografar Madonna e isso me levou a um outro nível. Há coisas que simples-mente nos levam para a ribalta. Isso é benéfico, mas nunca corri atrás disso”. A fama faz parte do seu dia a dia, mas ele garante que não é deslum-brado por conviver com pessoas famosas.

ACIMA:A atriz Sienna Miller em foto para a Vogue americana

AO LADO: A cantora Madonna fotografada por Mario Testino para a capa do álbum Ray of Light

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FOTOGRAFIA |

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FotograFia não é sobre quantas luzes você tem. trata-se apenas de registrar o

que é certo, de captar a beleza”mario testino

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FOTOGRAFIA |

“conteúdo é a coisa que mais importa para mim e para todo o ser humano. se alguém faz filmes ou compõe músicas que nos conectam automa-ticamente com essas obras de arte, então essas pessoas conseguiram produzir um conteúdo bri-lhante. toda pessoa famosa começou como não famosa. então, se estávamos interessados em pessoas que não eram famosas, elas nunca se tornariam famosas. é um processo natural e má-gico”. com olhar clínico para detectar a beleza, mario testino foi um dos responsáveis, senão o grande mentor do surgimento das top models na década de 1990, como linda evangelista, nao-mi campbell, claudia schiffer, christy turlington e cindy crawford. “eu estava aborrecido com as modelos usuais e descobri uma nova gera-ção que me impressionou. e isso permanece até hoje. depois surgiram gisele bündchen e Kate moss e estou sempre à procura de novos rostos interessantes. a vida tem a ver com descobertas e nunca devemos parar de procurar. eu aprecio o que a vida me traz”. como nem tudo são flores na vida do fotógrafo, seus detratores costumam cri-ticá-lo por colocar no mesmo patamar comércio e arte. “muitas pessoas se queixam que construí um negócio como artista. muitos dos meus re-bentos têm o propósito de vender um produto e acho interessante desenvolver uma estratégia para isso. a arte vem, muitas vezes, tornando essa estratégia linda. gosto de assegurar aos meus contratantes de que entendi direito o que desejam para que eles me deixem em paz para que eu consiga fazer as minhas coisas. eu posso ser muito criativo dentro do meu mundo”, defen-de-se. se esse é o preço da fama, testino costu-ma fazer ouvidos moucos e seguir a máxima de que a caravana passa e os cães ladram.

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1. Campanha publicitária para a grife italiana Dolce&Gabbana

2. A atriz Keira Knightley em editorial para a revista Vogue

3. Campanha publicitária para a Versace

4. Kate Moss, a musa mais recente de Mario Testino

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TALK | POR: Lauro LinS • FOTOS: DiVuLGaÇÃo

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multifacetado, o designer alemão moritz Waldemeyer é especialista em criar peças com led para a moda, design e entretenimento. com estúdio em londres, moritz tem um port-fólio de clientes que incluem o estilista Hus-sein chalayan, a designer zaha Hadid, o cha-peleiro philip treacy, além de famosas grifes internacionais. em 2013, a sua luminária my new Flame – desenvolvida para ingo maurer – foi adquirida para a coleção permanente de design do moma de nova York. nesta breve entrevista, o designer fala sobre inovação, ele-trônica e tecnologia.

insight brilia: Qual é a filosofia do seu

trabalho?

moritz Waldemeyer: a experimentação lúdica que forja laços entre a tecnologia, arte, moda e de-sign. com essa abordagem criamos produtos e instalações sob medida, como as desenvolvidas para a audi, bombay sapphire e microsoft, além de trajes de luz criados para a banda u2 e a cantora rihanna.

insight brilia: onde e como você busca

inspiração?

moritz Waldemeyer: gosto de buscar influências de diferentes setores do mundo criativo e de combi-nar pessoas de diferentes origens e experiências, assim tenho a chance de fazer algo novo.

insight brilia: E como você faz suas

pesquisas?

moritz Waldemeyer: minha fonte de ideias é muito democrática. gosto de conhecer coisas de todos os lugares, mas a internet é um dos meus favoritos pontos de observação. a internet tem aberto os olhos das pessoas para o que está acontecendo em todo o mundo.

insight brilia: Qual é a sua principal

habilidade?

moritz Waldemeyer: eu consigo ver os dois lados de um projeto: o criativo e o técnico. posso ter uma ideia maluca e ser capaz de realizá-la. Felizmente é um talento natural.

insight brilia: Quais são seus materiais favo-

ritos para desenvolver suas criações?

moritz Waldemeyer: o sistema eletrônico é um dos materiais que gosto de trabalhar. por um lado está inovando sempre, num ritmo louco, mas por outro lado há períodos de desenvolvimento mui-to lento. Há tecnologias que existem há muito tempo e que evoluem gradualmente. todas as técnicas e métodos de fabricação que uso são os mesmos há mais de dez anos.

ACIMA:Vestido produzido em parceria com o estilista Hussein Chalayan

NA PÁGINA SEGUINTE:1 e 2. Produzidos com LED, a arte conceitual de Waldemeyer para o chapeleiro inglês Philip Treacy.

3. Roupa iluminada para apresentação em eventoda montadora Audi

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insight brilia: Já dá para ter uma ideia dos materiais

do futuro que você gostaria de trabalhar?

moritz Waldemeyer: sempre que se ouve sobre novos materiais todos leem os comunicados de imprensa sobre algo que soa fantástico e então descobrimos que tudo é limitado a uma pequena produção. essas novas tecnologias levam um tempo muito grande para se popularizarem. por isso, temos que ser criativos com materiais testados e aprovados que já estejam no mercado.

insight brilia: Entre as suas criações qual a que lhe

deu mais satisfação?

moritz Waldemeyer: um projeto que significa muito para mim é a escultura ovo que fizemos para um hotel em como. Foi a primeira vez que senti ter feito algo de novo, que reúne design paramétrico e eletrônica. parece ser um ponto de partida para uma viagem que comecei agora.

insight brilia: Com tanta genialidade e inovação em

seus projetos, você já é um homem rico?

moritz Waldemeyer: eu tenho inveja das pessoas que sabem trans-formar seus projetos em bons negócios. eu tenho uma boa vida, mas certamente não sou rico.

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024 PERFIL ||

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BroaDWaY

024| CENOGRAFIA | POR: Lauro LinS • FOTOS: DiVuLGaÇÃo

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se há um lugar no mundo onde os holofo-tes brilham mais do que as próprias estrelas do céu esse lugar é a broadway, em nova York. com prestigiadas montagens teatrais e musi-cais, seus 43 teatros abrigam a nata de atores, diretores, cenógrafos, produtores e técnicos no circuito teatral mais lucrativo em língua ingle-sa. é no meio desses movimentados palcos que podemos encontrar a lighting designer natasha Katz, uma das mais conceituadas e premiadas iluminadoras dos estados unidos. vencedora por quatro vezes do tony award – a mais importante premiação do teatro americano, com as produ-ções the glass menagerie (2014), once (2012), the coast of utopia (2007) e aida (2000) –,

Na foto maior, cena do espetáculo Alice’s Adventures in Wonderland, do Royal Opera Ballet. Acima, The Glass Menagerie, a mais recente montagem iluminada por Natasha Katz, que lhe rendeu seu terceiro prêmio Tony

natasha parece ser incansável. além dos musi-cais, também desenvolve projetos para o circuito off-broadway, teatros regionais norte-america-nos e importantes companhias de ópera e balé, como a royal opera House, o american ballet theatre, o new York city ballet e o metropolitan opera, entre outros.

mas não é só a quantidade que chama a atenção, mas a qualidade de sua produção. ape-sar de estar no métier desde a década de 1980, somente nos anos 2000 seu trabalho ganhou reconhecimento e projeção. Foi nesse período que iniciou sua parceria criativa com o coreógra-fo christopher Wheeldon do royal ballet, onde colaborou em tryst (2002), alice no país das maravilhas (2011) e o conto de inverno (2014). a respeito do sucesso da montagem the glass menagerie (um clássico do dramaturgo tennes-see Williams), natasha trabalhou em parceria com o cenógrafo bob crowley. a famosa peça da década de 1940 foi um desafio e tanto para a dupla. the glass menagerie veio com todo seu histórico de montagens anteriores, além das anotações de Williams sobre como ele desejava que a peça fosse encenada. o desafio consis-tia em tentar encontrar uma linguagem visual nova e uma abordagem criativa que atendesse aos instintos de crowley e Katz. “o processo de criação da cenografia e iluminação foi coletivo. John (o diretor John tiffany), bob e eu entramos em simbiose, com todos pensando no mesmo nível. quando estamos trabalhando em equipe não estamos apenas criando, mas também con-versando sobre as nossas vidas”, revela natasha sobre o desenvolvimento da montagem que lhe deu um prêmio tony.

Com projetos de iluminação em teatro, ópera e dança, natasha Katz atingiu um novo patamar em sua arte com a montagem de The Glass Menagerie, trabalho no qual conquistou seu mais recente prêmio Tony.

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o ponto de partida para o conceito visual da peça foi o isolamento. “nós conversamos sobre como a memória é muito confiável, como todo mundo tem a sua própria versão da mesma his-tória. em sua essência, a cenografia é uma metá-fora para algo e decidimos trabalhar com menor quantidade possível de objetos no palco. decidi-mos tirar tudo fora”, recorda a iluminadora. com cenários e objetos cênicos reduzidos, a luz ga-nhou uma dimensão extraordinária em the glass menagerie. na peça, o preto é a cor predomi-nante e a água um elemento recorrente. a ideia da iluminação era criar a sensação de flutuação, quase no cosmos. “tivemos que fazer todos os tipos de experimentações e por fim decidimos por três plataformas suspensas no espaço, sem paredes, mantendo a luz fora da água e fora do pano de fundo. um recurso cênico para dar a im-pressão de que os personagens estão em sus-pensão no tempo”, recorda bob.

o trabalHo em equipe Faz parte da metodologia de trabalHo da

iluminadora natasHa Katz

Em sentido horário, The Glass Menagerie, The Chorus Line, Alice’s Adventures in Wonderland e Aida

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durante a encenação de the glass menage-rie sete luzes estão em movimento. “optei pela iluminação incandescente porque há tantas ca-madas de memória e tempo que precisávamos tratar essas passagens com diferentes tipos de luz, com cores e ângulos diferenciados. sabíamos que era necessário separar os dois mundos da narração: o tempo real e o que está na memória de tom, o personagem principal”, explica natasha, que atualmente está envolvida na produção do musical alladin e o próximo balé do royal opera House, em londres, inspirado em shakespeare com coreografia de christopher Wheeldon e mú-sica de Joby talbot. cercada por esse time de es-trelas, natasha está predestinada a ganhar mais luz sobre o seu trabalho nos próximos anos.

Na foto maior, solo do espetáculo Tryst do Royal Opera Ballet, em Londres; e cena do musical Aida: sucessos que levam a assinatura da iluminadora Natasha Katz

CENOGRAFIA |

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ao lado de diretores brasileiros como Walter Salles, Karim aïnouz, Claudio assis, Luiz Fernando Carvalho e José Henrique Fonseca, Walter Carvalho imprime sua marca no cinema, mais inspirada na pintura e no desenho do que na fotografia.

ImAGEm Em

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030| CINEmA | POR: LuiZ CLauDio roDriGuES • FOTOS: DiVuLGaÇÃo

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o diretor de fotografia Walter carvalho não para. após lançar o documentário “brincante” (so-bre o coreógrafo antonio nobrega) e finalizar as filmagens de “redemoinho” (do diretor José luiz villamarim, a ser lançado no segundo semestre desse ano), ainda sobrou tempo para lançar o li-vro “contrastes simultâneos”, editado pela cosac &naify. tudo isso em 2014 quando também se destacou na tv com a minissérie “o rebu”. sua carreira segue de vento em popa ao acumular prestígio em produções que contam a história recente do cinema brasileiro, com filmes de su-cesso como central do brasil (1998), madame satã (2001), carandiru (2003), Heleno (2011) e getúlio

(2014), entre mais de 42 filmes onde atuou como diretor de fotografia. “não me limito às questões da fotografia exclusivamente. procuro me envolver com a ideia da narrativa. posso descobrir a ima-gem de um filme numa frase do roteiro ou num pensamento do diretor quando conversamos. deixo a tecnologia por último, ela é apenas uma ferramenta. quando iniciei no cinema me preocu-pava com os refletores, com equipamentos e com o aparato técnico. depois, com o tempo, fui en-tendendo que tudo deveria estar a serviço. o filme é feito com tecnologia, mas o cinema é construído com linguagem e isso é o que me interessa”, diz carvalho sobre o seu processo de criação.

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À esquerda, cena do filme “Cazuza – O tempo não para” (2004), dirigido por Walter Carvalho e Sandra Werneck. À direita, “Getúlio” (2014), filme de João Jardim, com direção de fotografia de Walter Carvalho

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o início de sua carreira foi com o irmão, o cineasta vladimir carvalho, que o convidou para fazer a fotografia do filme “no país de são saruê” (1971). na época, Walter estudava Fotografia na esdi, no rio de Janeiro, e descobriu que somen-te com a experimentação era possível criar. anos mais tarde, ao fazer a direção de fotografia de “madame satã”, do diretor Karim aïnouz, Walter carvalho teve a ideia de mexer no negativo no la-boratório ao dispensar o banho de bleach, dilace-rando todos os padrões indicados pelo fabricante.

“Fui pressionado pelos produtores e pelo pró-prio laboratório que, mesmo não recomendando, topou modificar a máquina de revelação para atender o meu desejo. o diretor topou na hora e vibrou ao ver o primeiro teste na cabine do la-boratório. o resultado do filme não é uma ex-periência feita no computador na pós-produção, mas sim uma experiência com a prata da emul-são fílmica submetida à luz e ao processamento fora dos padrões da Kodak e dos laboratórios. Fiz uma longa pesquisa e muitos testes para atingir o resultado que desejava”, lembra o diretor de fo-tografia sobre o momento da grande virada em seu trabalho ao extrapolar algumas regras con-vencionais de se fazer cinema.

mesmo sem eleger um filme que possa ser considerado marcante em sua trajetória, Walter prefere dizer que cada trabalho tem uma histó-ria em sua vida. para ele, seu melhor trabalho é sempre o próximo desafio. “depende da forma como ele se apresenta, depende de como con-sigo entender o tamanho dele. central do brasil foi um filme que abriu uma janela de reconheci-mento para meu trabalho.

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outro filme importante é “lavoura arcaica”. “em qualquer trabalho que estou envolvido pri-meiro preciso entender o que conheço para de-pois descobrir os limites do desconhecido. o mais importante não é o resultado, mas o processo da construção que vivemos. uma fotografia não nas-ce da fotogenia, nasce do desconhecido, daquilo que não sei ou daquilo que não vejo. temos duas maneiras de entender o objeto: o nosso olhar sobre ele e como captar este objeto com a luz, com o quadro e com a câmera. o grande desafio é o da representação, que só acontece quando entendemos que uma cadeira na tela não serve para sentar, serve para sentir. a forma nova não existe, o que existe é a vontade de encontrar a emoção desconhecida”. da direção de fotografia à direção cinematográfica foi um caminho natural

na carreira de Walter carvalho, que se autodefine como um fotógrafo que dirige. entre as películas dirigidas por ele estão “a Janela da alma”, “cazu-za” e “budapeste”. “Fui aos poucos conhecendo e compreendendo o quanto é difícil dirigir um filme, mas todo filme que iniciava era como se fosse o primeiro. a vivência nem sempre servia para o próximo filme a ser feito, que sempre tra-zia o mesmo desafio do anterior e mais o uni-verso desconhecido do que seria feito. apesar de conhecer os caminhos e os atalhos, ali estava eu sempre a recomeçar”, filosofa carvalho que tira a satisfação de seu trabalho na luz. “sem ela não há imagem e sem imagem não existe cinema. gosto do set iluminado, dos assistentes correndo atentos contra o tempo, do circo armado, mas sobretudo da busca pelo plano.

01 e 02. “Carandiru” (2003), filme dirigido por Hector Babenco e iluminado por Walter Carvalho.03. Filme “A Máquina” (2006), dirigido por João Falcão

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esse é o grande desafio: pensar, arquitetar e construir o plano para o ator, da mesma forma que o poeta constrói a palavra para o poema. o cinema só acontece quando todas essas forças convergem, porque o cinema é feito da combi-nação de equações que não se combinam”. nos últimos anos, a televisão tem sido uma nova pla-taforma para o talento de carvalho. ao lado de José luiz villamarim e george moura fez as mi-nisséries “amores roubados” e “o rebu”, exibidas pela tv globo em 2013 e 2014 respectivamente. nesta última também assina a direção. “aceitei o desafio de assinar a fotografia da novela, prepa-rando com minha equipe, na largada, a implan-tação do projeto de luz na criação da atmosfera visual. e só depois assumi uma das frentes na direção. topei, e fiquei muito feliz com a expe-

riência e com o resultado”. antes já havia dirigido quatro episódios da série “carandiru – outras histórias”. com sua colaboração, a tv tem eleva-do seu padrão de imagem nos últimos anos. um verdadeiro deleite!

FoToLiVrouma panorâmica sobre o trabalho de fotografia de Walter carvalho está no livro “contrastes si-multâneos”, editado pela cosac&naify. a publi-cação reúne fotografias realizadas há mais de 30 anos, todas desvinculadas do cinema, com imagens que revelam os contrastes do bra-sil: matadouros, foliões no carnaval, detentos, crianças na rua e no playground, jogos de fute-bol e outdoors em cidades grandes e pequenas. tudo em preto-e-branco.

A fotografia preto-e-branco em flagrantes do cotidiano capturados por Walter Carvalho no seu livro “Contrastes Simultâneos”, lançado pela editora Cosac&Naify.

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a única coisa que pode resistir à morte é a arte, ela resiste ao tempo

Walter carvalho

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EmAIL | POR: Lauro LinS • FOTOS: MarK CoCKSEDGE

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mPLES

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iniciado pelas mãos e genialidade de ingo maurer, o inglês paul cocksedge despon-tou na década de 2000 como um dos mais brilhantes designers de sua geração. em seu estúdio cria instalações interativas e luminárias inovadoras. com esse espírito livre, suas experimentações também podem ser observadas em projetos arquitetônicos e de interi-ores. uma parte de suas criações é feita com objetos descartados encontrados nas ruas que se transformam em belas luminárias. além de maurer, o designer ron arad – que foi seu professor – tornou-se um entusiasta de seu trabalho. atualmente seu estúdio londrino desenvolve projetos para clientes estrelados como Hermès, sony, swarovski e o prestigiado london design Festival. nesta entrevista para a brilia, cocksedge nos fala de seu inventivo processo de criação.

brilia insight: o que você aprendeu com o designer alemão ingo Maurer?

paul cocksedge: Foi muito importante conhecer ingo nos primeiros anos de minha vida como designer. ao estagiar em seu escritório, além dos conselhos sínceros, ele me dava carta aberta para desenvolver minhas ideias.

brilia insight: Como surgiu a ideia de criar peças interativas?

paul cocksedge: é importante para mim que o meu trabalho se conecte com as pessoas. na instalação Kiss que fiz para a exposição design luz, no salão do móvel em milão, em 2009; projetei uma sala onde os casais que se beijavam ativavam uma sequência de luzes em um dossel com led. esse trabalho está viajando o mundo e fico emocionado ao ver as fotos das pessoas que experimentam o espaço.

Abaixo:Com cúpula de alumínio, a maxiluminária desenhada por Paul Cocksedge tem circunferência de 1,60 m

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brilia insight: E o uso de sucata em suas criações. o que o

incentivou a desenvolver peças com materiais descartáveis?

paul cocksedge: eu olho para as coisas que as pessoas jogam fora nas ruas e vejo oportunidades de criação. entre as peças que desenvolvi com esse conceito, o Kickstarter é um dos que mais gosto. a peça é um alto-falan-te inspirado nos velhos modelos descartados nas ruas. com eles, criei um dispositivo magnético acionado por bluetooth. as crianças que adoram alta tecnologia curtiram, pois esses velhos alto-falantes produzem uma ótima qualidade de som. as luzes de led nesse projeto foram inspiradas nas luzes de bicicletas que recriei em círculos de luz mais suaves.

brilia insight: Como você avalia a produção atual de seu estúdio

de design?

paul cocksedge: nosso estúdio ganhou fama internacional por seu design original e inovador, sempre apoiado por pesquisas sobre os limites da tecnologia, materiais e processos de fabricação. nossa principal caracte-rística é o foco na simplicidade e imaginação para criar projetos originais e centrados nas pessoas. temos uma atenção incansável nos detalhes e uma inquietação permanente em romper suposições estabelecidas sobre o que é design.

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EmAIL |

brilia insight: a simplicidade está presente na sua criação e na

sua vida. Sabemos que você prefere usar bicicleta para se

locomover pela cidade e que sua casa é bem próxima de seu

escritório. Como é o seu dia a dia?

paul cocksedge: minha casa é um espaço social. não gosto de estar sozinho, por isso sempre estou acompanhado de amigos para trocar ideias, discutir e dar boas gargalhadas. minha regra básica é viver a uma curta distância do meu estúdio. gosto de uma boa e tranquila caminhada pela manhã.

brilia insight: Que conselho você daria para os jovens designers?

paul cocksedge: acredito que devemos universalizar o ensino do design. tenho vontade de criar oficinas e compartilhar minhas ideias com jovens que não podem pagar seus estudos. meu conselho para os jovens é que permaneçam fiéis à sua criatividade. Há momentos que todos nós pensamos em desistir, mas é preciso manter o foco, liberar nossas ideias e acreditarmos em nós mesmos.

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1. Produzida em edição limitada, a mesa desenhada por Cocksedge é feita com uma única folha de aço dobrada

2. A escada em espiral no lobby do Staircase Living for Ampersand, no Soho, em Londres.

3. A escultura Bourrasque apresentada no Festival de Luzes de Lyon.

4. Criada para ser um farol de bicicleta, a luminária Double é confeccionada com LED

5. Detalhe de instalação experimental feita com grafite

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O melhOr dO clássicO cOntempOrâneO em luminárias assinadas por designers internacionais

LÁPiS DE Corcom o colorido do século 21, a luminária

de chão shakti 200 tem base fixa com

acabamento acetinado ou cromado. a peça

é uma criação do designer marzio rusconi

clerici para a italiana Kundalini. www.kundalini.it

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SCi-Fi O designer dinamarquês poul henningsen

criou a luminária pendente snowball na

primeira metade do século 20. com seu

design futurista, com lâminas alinhadas

que recebem fachos de luz, a peça

tornou-se um clássico contemporâneo

por sua luz suave e contida. Fabricada

pela empresa louis poulsen, a luminária é

comercializada pela danish design.www.danishdesign.com.br

SPOT |

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TiC TaCa luminária de mesa tic tac é um clássico

da Kartell. desenhada pelo italiano Giotto stoppino,

em 1970, a peça tem design simples e funcional, tal

qual o conceito modernista da famosa Bauhaus. www.lojakartell.com.br

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aVanT-GarDEFigura-chave da avant-garde na França dos

anos 1950, o designer Jean royère criou

a luminária liane. desenhada na forma

de galhos retorcidos e com cúpulas de

pergaminho, a peça é um ícone vintage

disputada por colecionadores aficionados

em design. sua reedição é encontrada na

empresa australiana Jason mowen.www.jasonmowen.com

ESFEra a luminária styrene, do designer

inglês paul cocksedge, é composta por

centenas de copos de café. sua luz é

projetada por pequenas aberturas em

sua superfície. a peça foi criada em

2002 para a formatura do designer no

royal college of art e lançada em 2012

para comemorar os dez anos de seu

famoso estúdio em londres. www.paulcocksedgeshop.com

SPOT |

Page 42: Revista brilia 3ª Edição

LuZ MaGiada Brilia, a fi ta multitemperatura de cor

permite o controle da temperatura de

cor no ambiente, do branco quente

mais aconchegante (2700K) até

o branco frio (6500K), ideal para

espaços de trabalho que exigem

maior concentração. O modelo

possui controle de dimerização e 12

temperaturas pré-programadas através

do controle slim multitemperatura. www.brilia.com

SoB MEDiDacom design ultramoderno,

e temperatura de cor quente

especial (2700K), a lâmpada

ar70 Gu10 dimerizável garante

sofi sticação em qualquer ambiente

da casa. entre as inovações desse

produto está sua ótica 100%

refl etora, livre de ofuscamento.www.brilia.com

MiLKa marca holandesa droog mistura

imaginação e design para desenvolver

peças que surpreendem pelo inusitado.

É o caso da milk Bottle feita com

garrafas de vidro leitoso que lembram

as tradicionais garrafas de leite de

nossos avós. no Brasil, a peça é

encontrada na decameron.www.decamerondesign.com.br

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SPOT |

Page 43: Revista brilia 3ª Edição

TECHa lâmpada led Bulbo autodimerizável,

é ideal para quem é perfeccionista na

hora de selecionar a intensidade de luz

no ambiente de forma prática. para isto

basta acionar o interruptor, aguardar

a intensidade desejada, desligar e ligar.

com isso, a iluminação permanece na

intensidade selecionada. sua temperatura

de cor é quente e aconchegante (2700K).www.brilia.com

CLÁSSiCo MoDErnocriada por Verner panton,

a moon lamp é um sucesso

desde o seu surgimento, na

década de 1960. em forma de

anéis sobrepostos e suspensos

em torno de um bulbo central,

a luminária tornou-se um

clássico do design. www.verpan.com

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SPOT |

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LuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESLuMinarESQuaTro EXPEriEnTES ProFiSSionaiS Da ÁrEa DE CriaÇÃo rEVELaM

DE QuE ForMa SE rELaCionaM CoM a LuZ

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| 044 LUmINOTÉCNICA | POR: Lauro LinS • FOTOS: DiVuLGaÇÃo

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a fi m de agregar visões de criadores sobre a luz, a brilia criou a websérie luminares. nela, o público pode conhecer a faísca criativa por trás do trabalho de jovens criadores de são paulo. a ideia da websérie surgiu com a intenção de aproximar as pessoas e o universo led, uma vez que a tec-nologia já faz parte de nosso dia a dia. gente criativa, com boas ideias, que revelam que o led pode ser uma boa ferra-menta de criatividade, beleza e funcionalidade. “o objetivo da produção é mostrar um pouco as experiências e concep-

ções artísticas desses entusiastas, além de retratar como a luz tem o poder de infl uenciar e inspirar as pessoas tanto no trabalho quanto na vida, por isso a escolha de profi ssio-nais que representam territórios de afi nidade com a marca”, afi rma pamela gerard, gerente de marketing da brilia.

Formada por quatro episódios, a série apresenta depoi-mentos exclusivos do arquiteto e designer Felipe protti, do grafi teiro thiago mundano, do publicitário max petrucci e do fotógrafo lufe gomes.

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| 045 LUmINOTÉCNICA |

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em seu depoimento na websérie, protti afi rma que o design muda tudo para as pessoas. explica, por exemplo, que a arte plástica é egoísta, uma obra só, enquanto no design, a obra pode ser replicada e muitas pessoas podem usufruí-la. “a criação tem muito do momento e do objetivo de quem está no processo de dar vida a um projeto. para mim sempre foi doloroso fazer uma peça única, pois costu-

mo ter uma relação emocional com o que crio. a ideia vem do coração, não vem da cabeça”, diz o designer. protti con-sidera que na arquitetura a iluminação é essencial. “não adianta você fazer um bom projeto e ser mal iluminado, é preciso criar uma energia no espaço. um ambiente pode ter várias utilidades se você souber fazer a iluminação cer-ta”, ensina o arquiteto.

FELiPE ProTTi / ARQUITETO E DESIGNER

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presidente da agência garage, o publicitário max pe-trucci explica que a luz é importante para ter um conforto, tornando-se essencial no ambiente de trabalho, especial-mente da direção de arte. “prefi ro luzes calorosas e que não sejam totalmente funcionais, mas também decorati-vas. no caso da garage, ela precisa ser inspiradora”, afi rma.

“quando se fala de simbologia algumas coisas são muito importantes e, sem dúvida nenhuma, estamos falando de imagem e nesse aspecto a luz é preponderante, desde a plasticidade da luz na casa, no escritório e até na rua com um projeto urbanístico que valoriza lugares e destaque marcos arquitetônicos”, observa o publicitário.

MaX PETruCCi / PUBLICITÁRIO

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THiaGo MunDano / GRAFITEIRO

da arquitetura para as ruas, thiago mundano faz ques-tão de levar iluminação à arte urbana. engajado em projetos sociais, ele fez de um muro da vila madalena uma verda-deira vitrine de ideias. durante o dia, a pintura é totalmente diferente de como aparece à noite, graças às intervenções do artista. com a aplicação de led, a obra de mundano é um presente para a cidade de são paulo, que recebe o pri-meiro grafi te composto por led. “o grafi te é uma extensão

da minha pessoa. com ele, revelo a minha identidade, mi-nha visão de mundo, as minhas refl exões. é uma forma que encontrei de deixar mensagens para as pessoas. a luz tem uma relação importante com o grafi te porque na essência é considerada uma arte marginal, pois toma o espaço alheio, então no mundo inteiro se pinta à noite com pouca luz. de certa forma, essa situação favorece, pois não somos nota-dos e temos liberdade para pintar”, refl ete o grafi teiro.

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LuFE GoMES / FOTÓGRAFO

LUMINARES: Para assistir acesse o Youtube: www.youtube.com/user/brilialed ou o Facebook: www.facebook.com/brilia.led

lufe gomes fala sobre suas inspirações no mundo da fotografi a. em seus trabalhos, costuma captar a luz das pessoas, a vida delas. quer que tudo seja o mais real pos-sível, pois gosta da naturalidade e procura trazê-la para suas fotos. segundo ele, não dá pra fotografar sem luz: seja da pessoa ou do ambiente. “sempre tive uma bus-

ca muito grande para me comunicar através da imagem. quando chego para fotografar, pode ser um ambiente ou uma pessoa, a primeira coisa que faço é fi car em silêncio, sentindo a luz daquele lugar. é a maneira que encontrei de me conectar com o objeto de minha fotografi a e trazer a verdade em minhas fotos”, revela o fotógrafo.

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a aurora polar é um dos fenômenos naturais mais surpreendentes do mundo. Confira quais são os principais

pontos de observação na Europa e américa do norte para ver esse show de luzes

Há milênios a aurora polar vem encantando e intrigando os homens. composta por luzes brilhantes observadas no céu das regiões polares, a aurora polar é um fenômeno óptico promovido pelo impacto das partículas de vento solar na alta atmosfera da terra capturadas pelo campo magnético terrestre. no Hemisfério norte é chamada de aurora boreal e ocorre de setembro a outubro e de março a abril todos os anos. no Hemisfério sul é conhecida por aurora austral. o fenômeno não é exclusivo da terra. outros planetas do sistema solar, como Júpiter, saturno, marte e vênus também têm suas auroras. a aurora polar aparece como um brilho difuso ou como uma cortina de luz estendida em sentido horizontal. algumas vezes são formados arcos que mudam de forma constante-mente. cada cortina apresenta vários raios paralelos e alinhados na direção das linhas do campo magnético terrestre e assumem tonalidades de cores específicas.

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ESPETÁCULO

LUZDE

ESPECIAL | POR: CLauDio GuES • FOTOS: DiVuLGaÇÃo

Vista da Aurora Boreal no mar Ártico

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| 051 ESPECIAL |

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a aurora polar é causada pelos ventos solares que carregam

partÍculas liberadas em eXplosÕes solares. quando atingem o campo

magnético da terra, algumas dessas partÍculas Ficam retidas

na atmosFera, o que provoca a intensa luminosidade

no céu”

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apesar do visual incrÍvel, a aurora polar é sinal de que as tempestades

solares alcanÇaram a terra. esse FenÔmeno não representa riscos para a Humanidade, mas a energia liberada pelo sol pode interFerir em satélites,

em sistemas de telecomunicaÇÕes e aparelHos eletrÔnicos”

as tempestades solares acontecem por causa de erupÇÕes na superFÍcie da estrela. esse tipo de FenÔmeno ocorre

por mudanÇas repentinas no campo magnético do sol e emite uma enorme quantidade de energia

no espaÇo”

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A Aurora Boreal vista por um de seus famosos

pontos de observação: o Parque Nacional

Skaftafell , na Islândia

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o efeito luminoso das auroras está ligado à emissão de átomos de oxigênio nas altas cama-das atmosféricas – em torno de 200 quilômetros de altitude – que produzem a tonalidade verde. quando a tempestade solar é forte, camadas mais baixas da atmosfera são atingidas pelo vento solar produzindo a tonalidade vermelho escuro, graças à emissão predominante de áto-mos de nitrogênio. o fenômeno também pode ser observado com uma iluminação ultravioleta, violeta e azul. matizes que só podem ser vistos do espaço, pois nossa atmosfera absorve os raios uv. os melhores pontos de observação das auroras encontram-se no canadá para as auroras boreais e na ilha da tasmânia ou sul da nova zelândia para auroras austrais. veja, aqui, quais os países no Hemisfério norte que oferecem excelentes zonas de observação:

Canadáa região em volta do lago superior, em ontário, tornou-se um dos mais importantes lugares para ver a aurora boreal do país. outras opções incluem a tundra no norte do canadá e o ter-ritório de Yukon, próximo ao alasca.alascapara visualizar o fenômeno atmosférico, o ideal é ir para as áreas remotas do parque nacional de denali. uma boa forma de certificar se o passeio vale a pena é conferir a previsão das auroras na universidade do alasca.Groenlândiamesmo que a aurora boreal seja vista em praticamente todo o território da groenlândia, os lugares mais acessíveis encontram-se no sul e no leste do país, como Kulusuk e ammassalik.

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noruegasituada acima do círculo polar ártico, a cidade de tromso – no norte da noruega – as auroras boreais chegam com o fim dos longos dias de verão no país. o espetáculo tornou-se a principal atração turística da cidade norueguesa.Suéciao vilarejo de abisko, na região da lapônia, é o mais visitado pelos turistas. durante o inverno, no parque nacional de abisko, o entorno do lago tometrask garante uma vista privilegiada de observação.Finlândiana cidade de luosto, no norte da Finlândia, o hotel aurora chalet entrega aos hóspedes um alarme de auroras que toca quando as luzes coloridas fazem sua aparição no céu. esse serviço especial só é possível graças ao centro de investigação de auroras boreais, localizado na cidade de sodankyla.islândiapróximo de reykjavic, a capital; o parque nacional de pingvellir tem amplas planícies para ob-servar o espetáculo natural das luzes coloridas. outro bom lugar é o parque skafteafell.Escócianas raras noites de céu claro do inverno escocês, os turistas têm boas chances de apreciar as luzes em aberdeen, na ilha de skye e nas terras altas do norte.rússiaa península de Kola, no noroeste do país, está situada quase inteiramente acima do círculo polar. com essa vantagem, é um dos mais populares na rússia para avistar o fenômeno atmosférico.

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ESPECIAL |

Acampar nos parques públicos, nos países nórdicos, é uma ótima opção para ver de perto o fenômeno da Aurora Boreal. Enquanto a cidade de Tromso, na Noruega, é uma das que mais atraem turistas no mundo

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HOTSPoTS Conexão entre arte e luz. assim é feito o Festival de Luzes,

evento que acontece em Berlim todos os anos e atrai multidões dispostas a experimentar novas experiências visuais.

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| 056 CIDADE | POR: CLauDio GuES • FOTOS: FranK HErrMann E uGiS riBa

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Há mais de 10 anos, no mês de outubro, ber-lim se transforma em uma cidade cheia de luz e arte. durante esse tempo, o Festival de luzes transformou-se numa das mais importantes atrações turísticas da capital alemã. as instala-ções de luz – planejadas por artistas internacio-nais – tomam conta de pontos turísticos, monu-mentos, ruas, praças, lugares da moda e edifícios. instalações que fazem da cidade um grande ce-nário a céu aberto. com diferentes inspirações, as projeções de luz chamam a atenção para dife-rentes culturas, artes e mensagens. com mais de

2 milhões de visitantes a cada edição, o Festival movimenta 1,8 bilhão de euros na cidade. com tanto sucesso, o festival se multiplicou e também acontece nas cidades de lyon, na França; sydney, na austrália; moscou, na rússia; e eindhoven, nos países baixos. “a luz é vida, a luz é energia, a luz fala todas as línguas e se conecta com os povos”, diz birgit zander, da agência zander&partner, res-ponsável pela produção do Festival de luzes. para se manter atualizado, a cada edição do evento o público encontra novas ideias, conceitos criativos, inovações e novas tecnologias.

Com instalação de Daniel Margraf, a fachada da instituição Juristisch Fakultat no centro de Berlim

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CIDADE |

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01. Portão de Brandenburgo02 e 03. A instalação Kakeidoskope na Potsdamer Platz04. Catedral de Berlim

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os materiais utilizados nos diferentes tipos de lâmpadas sofreram grandes mudanças tecnoló-gicas nos últimos anos para atender à evolução desses produtos. na maioria das vezes tais mu-danças não são percebidas, daí a importância de mostrar o que está por trás ou, na verdade, por dentro desses emissores de luz.

A EVOLUÇÃO DaS LÂMPaDaS

Saiba quais foram as principais mudanças tecnológicas das lâmpadas

desde a invenção da eletricidade

POR: GEorGES BLuM, aLFrEDo BoMiLCar E ruBEnS roSaDo* • FOTOS: DiVuLGaÇÃo

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Tubos e bulbos de vidroas lâmpadas fl uorescentes possuem formato tu-bular de diâmetros variados que podem se apre-sentar no formato reto, circular ou na forma de “u”. os tubos de vidro são usados nas lâmpadas compactas ou econômicas em formato de “u” e normalmente com dois ou até seis desses tubos interligados. com a evolução, surgiram tubos no formato de hélice espiral, reduzindo o compri-mento da lâmpada. a redução do tamanho das lâmpadas sem perda da qualidade fotométrica proporcionou a miniaturização das luminárias, aumentando a diversidade das mesmas e dos lustres, o que permitiu aos arquitetos e lighting designers criar e aproveitar melhor as lâmpadas nos mais diversos ambientes.

para serem maleáveis e poderem ser dobra-dos, os tubos eram fabricados com uma porcen-tagem de metais pesados na sua composição, material nocivo ao meio ambiente. pouco de-pois do ano 2000 foram substituídos por outros componentes que mantiveram as características de resistência mecânica, transmitância e uma maior facilidade de se obter formas diferen-ciadas. as lâmpadas incandescentes utilizam a mesma composição do vidro das fl uorescentes tubulares, mas possuem formatos diferentes. nesse tipo de lâmpadas existem muitas outras formas como vela, bolinha e tubular. os bulbos e tubos usados nas lâmpadas de descarga como mista, vapor de sódio, vapor de mercúrio e va-por metálico eram produzidos com vidro boros-silicato, material pesado, devido à sua espessu-ra. eram extremamente resistentes, inclusive a respingos de chuva, e foram sendo substituídos por fórmulas que deixaram o vidro mais leve e quase tão resistente.

A mudança de materiais na composição das lâmpadas ainda não se refl etem no formato e no design das mesmas

Basesas bases têm a função de dar o contato elé-trico nas lâmpadas para que elas funcionem. nas lâmpadas compactas/eletrônicas e in-candescentes de corrente mais baixa usam-se as roscas de alumínio. nas de corrente maior, como vapor de sódio, vapor metálico e vapor de mercúrio usa-se as de latão niquelado, que têm maior rigidez mecânica e resistem melhor à vibração do tráfego nas ruas. nas lâmpadas tubulares retas utilizam-se duas bases – uma em cada extremidade – de alumínio com dois pinos de latão para o contato elétrico. esses pi-nos eram soldados e atualmente são crimpados, eliminando-se os metais pesados da solda da liga estanho/chumbo. alguns outros tipos de lâmpadas, como as Halógenas retas, têm bases de cerâmica nas extremidades para resistir a maiores temperaturas de operação. nas bases das lâmpadas led tubulares em vez do alumínio usa-se o plástico, uma vez que elas não aque-cem. nas bases, as mudanças foram apenas nos materiais utilizados, incluindo-se novas ligas de alumínio e de latão, uma vez que no formato é difícil inovar.

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Tubos de descargao tubo de descarga das lâmpadas de vapor de sódio teve uma evolução na qualidade fotomé-trica com a redução da granulometria, com a maior pureza da alumina policristalina do tubo e com o desenvolvimento do tubo de descarga que tinha um “fi o” de molibdênio incrustado no tubo de alumina, para auxiliar na partida. as lâmpa-das de descarga de luz branca evoluíram para a tecnologia do tubo de descarga de cerâmica, in-clusive em formato esférico, como as lâmpadas de descarga compactas que têm uma efi ciência luminosa (lm/W) superior às de sódio. nesse caso, os tubos de descarga são de cerâmica, mas diferentes dos convencionais devido à altíssima pressão e aos gases usados, que atacariam os eletrodos e sairiam pela porosidade das paredes dos tubos de descarga de sódio.

LED E oLEDo led tem uma nova tecnologia, com dois ma-teriais diferentes que geram uma luminescência quando se aplica uma corrente sobre eles e as novidades estão nos materiais usados para essa luminescência, com novos substratos.

inovações como o led cob (chip on board) e melhorias no processo de fabricação estão sur-gindo rapidamente, alterando o cenário de de-senvolvimento desse produto. produtos melhores surgem em laboratórios hoje já com efi ciência luminosa de quase 200 lm/W. por sua vez, o oled (organic light-emitting diode ou diodo emissor de luz orgânico) é um diodo emissor de luz (led) em que a camada de emissão electro-luminescente é um fi lme orgânico que emite luz em resposta a uma corrente elétrica. essa cama-da de semicondutor orgânico fi ca situada entre dois eletrodos. geralmente um desses eletrodos é transparente. o oled, material orgânico de várias camadas, é utilizado em luminárias com placas rígidas ou fl exíveis. Já é uma realidade em algumas aplicações em iluminação. a evolução dessa tecnologia é constante com a mudança de substratos, gerando, assim, o Woled (White oled), smoled (small molecule oled) e pled (polymer oled). atualmente já se fala em lâm-padas biológicas ou bioenergéticas. a única cer-teza é que para a tecnologia não há limites.

(*) Georges Blum é presidente-executivo da Abilumi (Associa-ção Brasileira dos Importadores de Produtos de Iluminação) e engenheiro de produção; Alfredo Bomilcar é diretor técnico da Abilumi e engenheiro eletricista; e Rubens Rosado é assessor técnico da Abilumi e engenheiro eletricista.

Acima, formatos tradicionais das lâmpadas

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