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15 minutos NO TEMPO DO SEU RECREIO 3 # EDIÇÃO NOVEMBRO | 2011 A revista da oficina de jornalismo do A Liessin 2012: O MUNDO ACABA? RESERVA Entrevista com Rony, dono da marca O que você faria se o próximo ano fosse realmente o último? let’s live it up Veja a história da camisa mais famosa da escola WILSON E REGINA Como é o dia a dia deles? Saiba tudo aqui INTERCÂMBIO Confira as experiências de quem já foi ou ainda está lá MARCHA DA VIDA Reflexões da galera da oficina que foi e de quem ainda vai eventos Música, teatro, cinema: tudo o que rola no Liessin

Revista Liessin - 3ª edição

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Publicação dos alunos do Ensino Médio do "Colégio A. Liessin" que fazem parte da Oficina de Jornalismo.

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Page 1: Revista Liessin - 3ª edição

15minutosNO TEMPO DO SEU RECREIO

3#EDIÇÃO

NOVEMBRO | 2011A revista da oficina de jornalismo do A Liessin

2012: O MUNDO ACABA?

RESERVAEntrevista com Rony, dono da marca

O que você faria se o próximo ano fosse realmente o último?

let’s live it upVeja a história da camisa mais

famosa da escola

WILSON E REGINAComo é o dia a dia deles? Saiba

tudo aqui

INTERCÂMBIOConfira as

experiências de quem já foi

ou ainda está lá

MARCHA DA VIDAReflexões da galera da oficina que foi e de quem ainda vaieventos

Música, teatro, cinema: tudo o que rola no

Liessin

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EDITORIALF-I-N-A-L-M-E-N-T-E!

Finalmente, finalmente, finalmente. Ok, estou ficando um tanto repetitiva. Mas “final-mente” é a palavra que todo mundo que faz parte da Oficina de Jornalismo não para de repetir desde que esta revista ficou pronta. Pois é, demorou, mas chegou. Tudo isso por-que em 2011 resolvemos fazer de outro jeito: em vez de duas revistas pequenas, como em 2010, produzimos uma grande, maior no formato e com mais páginas. É uma espécie de retrospectiva do ano, com o que rolou de melhor no Liessin (e fora dele também) nos últimos meses.

Nas próximas páginas, vocês verão reportagens sobre Rock in Rio, Marcha da Vida, Ação Social, xadrez, vestibular antes da hora, intercâmbio, uma entrevista com o dono da grife Reserva (que é ex-aluno do Liessin), outra entrevista com um cara que manda muito bem na Pixar/Disney (e começou sua carreira fazendo as capas do jornal da Chazit)...

Tem tudo isso aí que eu falei e ainda uma pequenina reflexão: o que vocês fariam se o mundo acabasse em 2012? Bom, a brincadeira é engraçadinha (pensa aí em tudo o que ainda tem para fazer na vida, sai até fumacinha da cabeça!). Mas, se tudo der certo, a hu-manidade não vai ter fim no ano que vem, como profetizaram os Maias, e a gente vai ter tempo de sobra para fazer muitas outras revistas da Oficina de Jornalismo.

Josy Fischberg - Editora

NOSSO BLOG, PASSA LA!http:// oficinajornal.wordpress.com

JOSY FISCHBERGEditora2

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A GALERA

DAPHNE SCHINAzI repórter

AMANDA AzuLAYrepórter

HANNAH FARBIASz repórter

LEONARDO BORDOVKSY repórter

TAMAR BAKMAN repórter

CADu BOCAIdiagramador

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RONY MEISLERPor Amanda Azulay e Leonardo Bordovsky

15 minutos: Como você era como aluno?Rony: Eu nunca consegui prestar atenção à aula, sempre fiz muita zona. Mas, quando minha mãe vinha ao colégio, não tinham nada para reclamar das minhas notas. Eu era ótimo aluno, ganhava matrícula e tudo. Eu sempre fui muito baguncei-ro e muito CDF. Uma coisa legal é que eu conhe-ci a minha mulher aqui no Liessin. Eu tinha 14 anos e nós fomos melhores amigos a vida toda. Quando fiz 26, a gente começou a namorar.

15 minutos: De onde veio a ideia do pica-pau, que é a logo de vocês?Essa história é legal. Nós inventamos uns 15 nomes e mandamos para a nossa lista de e--mails de amigos. Mas era um

nome pior que o outro. Um dia, estávamos jan-tando, todos os amigos, num bar. Nós íamos quase toda semana para a praia de Reserva e alguém falou: “Pô, amanhã tem Reserva, né?”. Aí o nome pegou. Sobre o pica-pau, eu precisa-va de um mascote para me representar. Con-tratamos um estúdio de design, de uma grande amiga minha, e eu mandei esse desafio pra ela. Os caras fizeram uns 5 ou 6 desenhos, não gos-tei de nenhum. Aí eu virei pra ela e falei: “Tem alguma coisa aí que vocês não mostraram?”. Veio o pica-pau e ele ficou.

15 minutos: Você que desenha as roupas?No começo, eu que fazia meus “monstros” e nem sei como os fornecedores entendiam o que eu desenhava. Acho que é por isso que antes o produto era pior (risos). Hoje eu tenho uma enorme equipe criativa, no meu estilo, que eu coordeno. Sou diretor criativo da marca e brinco com eles dizendo que estou lá pra atrapalhar, para dar ideia, pitaco...

15 minutos: De onde surgiu o boato sobre o Luciano Huck ter comprado a Reserva? O Luciano acabou, por causa da Reserva, vi-rando meu amigo. Ele tinha um produtor que ia nas lojas comprar as roupas para ele usar no programa. Ele mesmo perguntou para o

cara de onde eram as camisetas. Nisso ele foi fazer um “Lar doce Lar”, em uma ONG no Can-tagalo, e pediu para nós fazermos uma camiseta para ser revendida e levantar fundos para uma instituição de lá. O projeto foi um sucesso, por conta disso ele quis nos conhecer. Começaram a nos ver em alguns lugares, e imagino que tenha sido daí que tenha surgido o boato.

Nesta edição da nossa revista, resolvemos entrevistar o dono de uma grife muito conhecida por nós, adolescentes, a Reserva. Rony Meisler conta tudo: desde o surgimento da marca até hoje, no seu auge. Além disso, ele, que é ex-aluno do Liessin, conta como o judaísmo

influenciou na sua vida pessoal e profissional, entre outras curiosidades da Reserva e de sua vida.

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15 minutos: Como você define o preço das roupas da Reserva?Por quê? Você acha caro ou barato? (risos). No momento em que a gente acha uma roupa cara, acaba dando valor para ela. Além disso, é o preço que torna o produto mais exclusivo. E há coisas fora da caixa também, como, por exemplo, a inovação. Tem ainda um outro ponto: a gente tem um negocio muito grande de multimarcas. Por isso, nem que eu quisesse ser uma marca popular, conseguiria ter um preço baixo. Eles compram com preço de atacado e têm que fazer uma marcação para ter o mesmo preço de venda final que o nosso.

15 minutos: Como surgiu a Reserva Mini?Surgiu junto com um boato de que eu vou ser pai (risos). Nós começamos a ter muitos pedidos das lojas mul-timarcas que revendem nossas rou-pas para fazer uma coleção infantil. Eu nunca tinha pensado nisso, mas, como a demanda cresceu, resolvemos experimentar e foi um sucesso. Quan-do encontram minha mulher na rua e perguntam se ela está grávida, ela não sabe se é porque ela está gorda ou se é por causa da Reserva Mini (risos).

+ FrasesA Reserva coleciona uma porção de frases legais que traduzem - pelo menos um pouco - o que é a marca. Selecionamos aqui algumas que foram ditas pelo pró-prio Rony, durante a entrevista, e outras que estão no site deles (www.usereserva.com.br). + “Somos muito barulhentos. Adoramos ouvir e fazer

barulho. Em alto e bom som. Somos passionais, preferimos o beijo ao aperto de mão”.+ “Preferimos o sorriso ao blasé. Somos saudáveis de corpo e alma”+ “Somos pessoas que realizam sonhos, não empreendedores. Somos completamente apaixonados pela vida” + “Somos nós mesmos, mas não sempre os mesmos. Somos - todos nós - Reserva”

15 minutos: Como a criação na comu-nidade e a formação no colégio judai-co influenciaram na sua vida adulta? Influenciaram muito. O judaísmo pas-sa diversos valores que são fundamen-tais. Acho que principalmente a questão da família. Sou casado há 2 anos e, ape-sar de a minha “nova família” ainda ser pequena, ela é gigantesca no amor, na felicidade, e nas coisas que a gente acredita para a vida. Além disso, minha família mesmo é muito grande, unida e absurdamente feliz. Esses exemplos que temos em casa e no colégio levamos para a “vida adulta”. Olha só: eu tenho os mesmos dez amigos que eu fiz aqui no Liessin, da época em que eu tinha 2 anos de idade. Eu diria que aqui no Liessin a gente não faz amigos, mas sim irmãos. Esse grupo até brincava dizendo que, se um dia qualquer um de nós passasse por di-ficuldades, não ia morrer de fome, porque, com dez irmãos, com certeza alguém se daria bem.

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Tudo começou num dia comum da oficina. A entrevista com o Rony estava se-guindo normalmente quando ouvi uma pergunta totalmente inesperada. ‘‘Quer um desafio? Crie uma estampa para a Reserva e, se for boa, a gente produz’’.

Fui tomado por um sentimento de euforia e respondi que sim. O fim de semana inteiro foi dedicado a ideias e criação da estampa e, no domingo, eu já tinha três modelos prontos. A inspiração da fra-se veio de uma música. Ouvi a opinião de vários amigos e com a ajuda deles e da Josy cheguei a dois modelos finais e enviei ao Rony. Ele gostou e resolveu produzir! Aqui está ela!

Cadu Bocai para Reserva

PROMOÇÃO ESPECIAL

Foram dez alunos premiados com a cami-seta que você vê ao lado. Para ganhar, eles tinham que inventar bons caôs sobre a esco-la. Aqui vocês veem duas das frases que le-varam camisetas. Todas as premiadas estão no nosso blog (oficinajornal.wordpress.com)! - Disseram que o Liessin vai dar um Mac-Book Pro para cada aluno para que eles não gastem mais folhas de caderno e preservem a natureza (Dan Grossman)- Dizem que o Liessin foi fundado por dois homens muito humildes, Liedson e Nissin, que não chegavam a um acordo sobre o nome da escola (Matheus Stolerman)

a galera com a camisa! somos lindos.a outra estampa (que não foi escolhida):

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ROCK IN RIO: 10 anos depois, eu voltei

Há 10 anos, eu tinha entradas para três dias de Rock in Rio. Fiquei em uma fila interminável para comprar, cheguei cedo à Cidade do Rock todos os dias, assisti a tudo freneticamente até o final. Naque-la edição, a grama não era sintética: no último dia, o que era verde virou marrom, a pobre da vegetação ficou completamente destruída e eu voltei de lá com lama até o joelho. No dia seguinte, trabalhei tran-quilamente. Neste ano, eu não tinha entrada para nenhum dia de Rock in Rio até os 45 do segundo tempo. Abriram um dia extra de apresentação e eu pensei: “Por que não?”. Comprei meu ingresso em menos de um minuto pelo site. Cheguei cedo à Cidade do Rock, mas o meu ritmo ao final do dia já não era nem um pouco frenético. Nesta edição, a grama era de mentira e permaneceu com aquela cara de “sou nova” até o fim. No dia seguinte, mal conseguia ficar em pé no trabalho.Em 10 anos, eu e o Rock in Rio, como vocês podem notar, mudamos. E eu vou contar um pouco como foi voltar ao festival depois desse tempo todo. Minha primeira impressão, assim que cheguei à Cida-de do Rock, foi que o espaço aumentou MUITO. Em 2001, o local dos shows era muito menor – e me-lhor, na minha opinião. Não rolava preguiça de ir a todos os cantos. Já em 2011, a simples ideia de sair do palco Sunset e dar uma voltinha na Rock Street fazia o povo revirar os olhos e dizer “ai, minhas pernas”. Acho que foi isso que destruiu quem tinha mais de 30 anos: a quantidade de quilômetros percorridos nas andanças pelo evento. Por outro lado, aquele lance da tirolesa em cima do público foi simplesmente fantástico: essa pirotecnia não existia no festival passado. O tamanho do palco principal também me chocou. Com aquela multidão, inclusive, foi impossível repetir o feito de 2001, quando fiquei muito, mas muito perto do Sting, do REM, do Beck... No final, entre pontos melhores e piores, acho que deu empate. Ainda bem que a próxima edição está marcada para daqui a dois anos. Não sei como seria encarar essa maratona aos 40 e poucos anos.

quem você gostaria de ter visto no

rock in rio 2011? Lady gaga(8 votos)

JUSTIN BIEBER(6 votos)

LINKIN PARK(4 votos)

akon(4 votos)

u2(3 votos)

Por Josy Fischberg

Aproveitando o clima de Rock in Rio, fizemos uma pes-quisa com 50 alunos da escola para saber o que eles gostariam de ter visto no maior festival de Rock do mundo. Deu Lady Gaga em primeiro. Aqui no quadro ao lado, estão os cinco mais votados. ->

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Como é o seu trabalho?Eu sou diretor técnico do estúdio de animação da

Pixar/Disney. Atualmente, trabalho no departa-mento de cenários, desenhando e modelando pré-dios, carros, máquinas, móveis e vegetação para os filmes e curtas. Já trabalhei em outras áreas, como iluminação de cenas e modelagem de per-sonagens.

Como você virou animador?Eu sempre gostei de desenhar. Na escola, eu

era aquele cara que ficava desenhando nos ca-dernos e fazendo caricaturas dos professores.

Resolvi estudar Desenho Industrial, mas minha paixão era animação e histórias em quadrinhos.

Após me formar, comecei a trabalhar com histórias em quadrinhos na Editora RioGráfica, atual Editora

Globo. Escrevi muitos roteiros para o “Recruta Zero” e supervisionei a produção de vários ou-tros títulos, como “Fantasma” e “Mandrake”.

Depois de alguns anos de trabalho, consegui uma bolsa do Ministério da Educação para fa-

zer mestrado em Computação Gráfica, na Es-cola de Artes Visuais em New York. Assim, co-mecei a trabalhar com animação, primeiro com comerciais para TV e depois com efeitos espe-ciais para filmes. E, enfim, cheguei à Pixar, onde trabalho já há 12 anos.

Como você era na escola?Eu gostava de desenhar, das aulas de Ciências e de escrever redações. O que eu não gostava era de estudar Hebraico e Inglês. Infelizmen-te, tive que aprender as duas línguas na mar-ra, porque morei um ano em Israel e acabei me mudando para os EUA.

IVO KOS Quando pequeno, você com certeza assistiu aos filmes “Montros S.A.” e “Toy Story”. Já um pouco maior, deve ter assistido a “Carros”, “Os Incríveis” e “Ratattouille”, apesar de não admitir. Aposto até que você assistiria a todos novamente! O que você não sabe é que, por trás de fil-mes assim, está um cara que há alguns anos foi chanich da Chazit e fazia, inclusive, as capas dos jornais do movimento juvenil (o “Kol Chazit”). O nome dele é Ivo Kós e ele é diretor técnico de animação da Pixar/Disney. Aqui embaixo você lê uma entrevista que fizemos com ele.

Por Tamar Bakman

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Como o judaísmo influenciou seu trabalho e sua vida?Dois valores judaicos sempre estiveram pre-sentes na minha trajetória profissional: justiça e busca pelo conhecimento. Sempre achei muito importante ser justo com meus colegas, intera-gindo de uma maneira aberta, direta e respei-tosa. Isso contribuiu muito para a minha repu-tação como profissional e o respeito que tenho dos meus colegas. A busca por conhecimento também foi muito importante na minha carrei-ra, pois quem trabalha com tecnologia deve es-tar sempre disposto a aprender novas técnicas.

Você imaginaria que um dia chegaria onde chegou?Desde cedo eu sonhava em fazer filmes de ani-mação e desenhar quadrinhos. Com 15 anos, fiz meu primeiro curta, bem simples, filmado em fil-me Super-8. Naquela época, não me passava pela cabeça que um dia eu trabalharia para Disney!

Você desenhava as camisas da Chazit?Eu desenhei uma camisa da Chazit e muitas ca-pas do “Kol Chazit”, o jornal da Chazit. Também fazia as capas do “Reflexo”, o jornal dos alunos do Eliezer. Meu primeiro trabalho profissional com desenho foi inclusive para o Jornal Israeli-ta, o qual ilustrei por várias edições.

Qual é o seu atual projeto?Estou trabalhando em um filme chamado "Monsters University".

Qual foi trabalho mais legal que você já fez até hoje?Os filmes que mais me deram satisfação de trabalhar foram: "Matrix" e "Ratatouille". No "Matrix", eu criei o modelo, as texturas e a ilumi-nação dos Sentinelas, aquelas máquinas que tinham tentáculos. Já no "Ratatouille", modelei mais de metade dos cenários do filme (durante quatro anos!).

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WILSON XA gente nem lembra quem chegou antes. Mas sabemos que

comprar no Wilson é mais barato e que só na Regina tem cachorro-quente. A gente só não tem certeza de uma coisa:

será que rola uma rixa entre os dois, que são responsáveis pelas barraquinhas que ficam na porta da Sorocaba? E quais seriam os motivos dessa briga? Fomos investigar. Bom, de diferenças mes-mo só a hora em que eles chegam aqui. Já em comum, há o fato de sofrerem com caloteiros de vez em quando, aquele pessoal que sai do colégio e não quita suas dívidas. A verdade é que eles não se

consideram inimigos.Wilson Raimundo Damazio (mais conhecido pelos estudan-

tes como Vilso) não largaria seu ponto que fica na frente do Liessin por nada, apesar de nas férias procurar uns bicos

por aí. Regina Célia Lucas dos Reis (certamente você nem imaginava o nome completo dela!) acredita que Deus é

maior que a competitividade.- Como eu definiria o Wilson em uma palavra? Ele faz a parte dele, chega sempre na hora – diz Regina.Wilson acha que a concorrência é gente boa e que

não o deixa para baixo. Ele ainda diz que tem os pre-

A BARRACA DO WILSON

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rEGINAXços mais baratos da Rua Sorocaba. Vamos combinar que isso não é tão difícil, pois são só ele e a Regina... Seus produtos preferi-dos são também os mais baratos de suas barraquinhas (e a gente acha que é para poder beliscar de vez em quando). Regina curte bala de tamarindo e Wilson, bala de leite.

REGINA EM SUA BARRAQUINHA

O que tem de melhor...na barraca da Regina: Cachorro-quente baratinhoMilho (tinha até há um tempo atrás e nunca mais vimos. Aproveitamos para pedir o milho de volta!)Suco que é puro corante, mas é ótimoBala de tamarindo (melhor custo-benefício) na barraca do Wilson:Variedade grande de balas e chicletesBatata “Sensações”Paçoca a um preço ótimoBiscoito Fofura (sai por algumas moedinhas)

A BARRACA DO WILSON

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É muito mais complicado do que gastar uma grana e pegar um avião. E complicado, aqui, não quer dizer ruim, mas sim desafiador. Tem um monte de coisas envolvidas na hora de fazer um intercâmbio: o quanto você domina o outro idioma, a sua capacidade de fazer novos amigos e o apego que tem em relação ao Brasil. Passar um tempo fora de casa, estudando em outro país, pode representar desafios e experiências que você certamente não vai viver em outras situações.

Intercâmbio

- No começo eu estranhei muito, era esquisito pensar que nos próximos seis meses aqueles seriam “meus pais e ir-mãos” – conta Jose Serruya El Mann, de 16 anos, aluno do segundo ano, que em 2010 fez intercâmbio para o Canadá.Jose pensou em fazer essa viagem depois que passou 15 dias nos EUA com a família e ouviu experiências do namorado da irmã. Já Breno Abramovitch May, de 17 anos, também do segundo ano, sempre pensou em fazer intercâmbio porque queria “sentir o gostinho da liberdade”. A liberdade foi tanta que ele até teve vontade de morar lá: - Tive muita vontade, mas nenhum lugar é melhor do que o Brasil – afirma Breno, que passou seis meses na Inglaterra.Rafaella Filarde, de 16 anos, que está fazendo intercâmbio agora no Texas (EUA), disse que sempre quis passar seis me-ses fora. Sua primeira opção era ir para a França, mas, como não sabia nem falar “oi” em francês, escolheu os Estados Uni-dos que a fazia lembrar de High School, ônibus amarelo, time de futebol americano, cheerleaders e clubes. Além disso, tem um preço mais acessível. Tanto Jose quanto Breno, no tempo livre, saíam com ami-gos, iam pra festas, interagiam com a família, praticavam es-portes e se divertiam. Já a família de Rafaella só a deixa sair depois que os deveres de casa estão prontos, o que a faz se esforçar durante a semana. Quando chega o final de semana, ela vai a jogos de times da escola, ao shopping, para casa de alguém, para churrascos ou assiste a filmes. Mas nem tudo é festa. Existe a possibilidade de não se dar bem com a família, discutir e/ou brigar, como aconteceu com Jose. Ou até mesmo ficar em uma casa com pouca comida para tantas pessoas, como rolou com o Breno, que sempre tinha uma batata frita Pringles no quarto para compensar. - Eu tinha quatro irmãos mais novos, então era como se eu fosse o irmão mais velho deles. Por isso, de vez quando, a comida não era suficiente. Mas a minha “host mother” era muito legal e cozinhava muito bem. No caso do Jose, as brigas com a família aconteciam cons-tantemente. - Esses eram os momentos mais difíceis - ele conta.

Por Amanda Azulay Campos

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Intercâmbio A família de Rafaella liga muito para os progra-mas familiares e gosta de sair com ela pelo menos uma vez por semana, o que a deixa meio irritada. Ela se dá muito bem com o “irmão” de 14 anos, mas acha a “irmã” de 12 meio chata. - Tenho um “host dad” e uma “host mom” que são fofinhos, mas exigem muito de mim. Por exemplo: eu só posso tirar A na escola e sempre tenho que sair com eles – diz Rafa. Para ela, o momento mais difícil foi no seu ani-versário, pois ninguém sabia a data e o dia acabou sendo meio deprimente. Além da diversão, dos conflitos, da família e da fome, tem ainda uma parte muito importante: a escola. Jose e Breno concordam que o ensino de cada um desses países é absurdamente diferen-te do que conhecemos. Na Inglaterra, Breno ti-nha cinco matérias, sendo que uma era futebol. Já Jose achou o ensino canadense mais fácil do que o brasileiro e curtiu as aulas de marcenaria e tecnologia Rafaella, que aqui no Brasil tinha muita dificul-dade em Matemática, no Texas só tira A. Ela diz que a maior diferença é na estrutura. - Aqui, a escola pública é muito bonita, tem qua-

dra de quase todos os esportes, computadores de última geração, as salas são lindas, muito diferen-te das escolas públicas no Brasil. Sem contar que aqui podemos escolher as matérias, o que é muito bom, porém não temos as aulas sempre com as mesmas pessoas, o que dificulta na hora de fazer amigos. Rafa disse que no primeiro dia não conseguia falar nada, mas no dia seguinte acordou falando normal: - O inglês melhora sem perceber. Quando eu me-nos esperava, passei a sonhar em inglês, falava “ew!” em vez de “eca!” ou “ouch” no lugar de “ai” . Além de aprender inglês, eles também pagam mico de vez em quando. Com a palavra, Rafaella:- Num fim de semana, minha familia me levou para atirar, só que eu segurei a arma errada e aca-bei ficando com um roxo no braço. No dia seguin-te, meu amigo perguntou por que eu estava com aquele roxo e eu disse: “shooting”. Ele entendeu “shitting”. Foi mico porque o professor de Histó-ria ouviu, perguntou por que estávamos rindo e, quando o meu amigo explicou, ele ficou abismado. Eu tive que explicar tudo de novo, sorte que não tinha mais ninguém na sala!

HIGH and LOWOpinião do José: para ele, o melhor foram as ami-zades. Já os atritos com a família foram o grande problema.

Opinião do Breno: a melhor parte foi conhecer a cul-tura europeia. No outro extremo, a falta de comida foi o que teve de pior.

Opinião da Rafaella: o mais incrível é viver o “ameri-can way of life”. O pior é aturar a irmã mais nova e ter que sair com a família sempre.

“ Quando menos espe-rava, falava ‘ew!’ em vez

de ‘eca!’ ou ‘ouch’ no lugar de ‘ai’

”Rafaella FilardeRafaella tirando onda no carro dos amigos

Breno May com amigos em Amsterdã

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XADREZU

ma caminhada pelo pátio, na hora do recreio, faz a gente perceber que tem alguma coisa diferente nesta escola: o xadrez veio com tudo e parece que não vai sair da modinha tão cedo. E não são só os enxadristas – aqueles que jogam o xadrez –

que estão curtindo isso. O grupo recebe incentivos de quem para em volta das mesas para observar (e opinar). Isso não aconteceu do nada. Desde que rolou uma competição de xa-drez que juntou 32 alunos do nono ano até o vestibular, em junho, esse esporte se tornou popular entre a galera do Liessin. Depois, teve uma segunda edição do campeonato, com 40 participantes. Ilan Stern foi o grande vencedor. O Ilan, aliás, foi protagonista da megabatalha em que se transformou a final do primeiro campeonato. Essa partida moveu todo o colégio e contou também com Eduardo London, o invicto. Ambos lutaram bravamente, porém Dudu consagrou-se campeão da primeira vez. Ele foi um dos que criaram o campeonato.- A ideia surgiu enquanto eu jogava uma partida de xadrez durante o recreio. Falamos com o (Rafael) Bronz, que disse que podíamos na mesma hora. Passamos de sala em sala, tentando conseguir participantes, e, para nossa surpresa, contamos com mais 30 alunos

inscritos. O xadrez começou a se popularizar no colégio e hoje não vemos uma mesa vazia entre as aulas – explica Dudu.

Agora, além das pessoas que jogam no recreio, existe tam-bém o Clube de Xadrez Boris Gelfand, que ganhou

esse nome por causa de um jogador israelense muito famoso. - O clube tem um sistema de pontuação feito no Excel pelo próprio Dudu, junto com o Jorge Frias, coordenador. Ao final das partidas realizadas no recreio, os jogadores completam uma fichinha e o resultado é computado – afir-ma Bronz, que nunca conseguiu vencer o Dudu

em uma partida.

a febre do liessin

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XADREZa febre do liessin

Rafael Bronz explica que esse jogo é bom em diversos aspectos:- O xadrez traz vários benefícios. A galera de-senvolve a concentração, o raciocínio lógico... E ele ainda faz com que os alunos de várias séries diferentes se conheçam.

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Comecei o mês de maio na melhor viagem da minha vida. A Marcha da Vida é, sem dúvida, uma viagem fascinante em todos os sentidos. Passei uma se-mana pesada na Polônia pisando no mesmo chão em que, há alguns anos, parentes meus e dos meus amigos eram injustamente assassinados e tor-turados pelo simples fato de serem ju-deus. Para fechar a viagem, eu e mais 90 adolescentes do segundo ano do Liessin fomos para Israel, um lugar encantador. Apesar de cansativa, com certeza não existem palavras que descrevam a ex-periência maravilhosa que é participar dessas duas semanas de aprendizado e vivência. Voltei mais orgulhosa ainda de fazer parte desses 13 milhões de judeus e cheia de vontade de gritar para o mun-do inteiro: AM ISRAEL CHAI! Que não se esqueça jamais.Amanda Azulay Campos

Após duas semanas, 91 alunos e 6 responsáveis chegaram cansados ao Galeão. Era o fim da Marcha da Vida 2011, que aconteceu na Polônia e em Israel. A seguir, alguns depoimentos sobre a viagem.

O programa Marcha da Vida”abre os nossos olhos, mos-trando um grande contraste entre a Polônia, onde judeus eram humilhados e perseguidos, e Israel. Até hoje a Polô-nia nos causa grande tristeza e sufocamento ao ver que, no passado, indivíduos morreram por causa da religião que seguiam e perderam suas famílias. Por outro lado, percebi em Israel a grande variedade de judeus existen-tes, e que todos vivem felizes, apesar das barreiras” que se formaram ao longo de nossa história. Estamos aqui para mostrar principalmente que o povo vive!Leonardo Bordovsky

A viagem que esperávamos desde o ano passado finalmente chegou, passou voando e não nos decepcionou. Apesar da passagem pela Polônia, com visitas a guetos e campos de concentração e ex-termínio, ter sido triste, emocionante e revoltosa, isso fez com que a chegada a Israel fosse ainda mais alegre. O país é lindo, vibrante e eu realmente me sen-ti em casa! Brincamos, nos divertimos, compramos e nos unimos ainda mais. Apesar de toda a alegria que sentimos, tiveram também alguns momentos que nos fizeram voltar à Polônia, como a ceri-mônia de Iom Hazicaron e o Yad Vashem, Museu do Holocausto. Foi realmen-te uma experiência única com todos os meus amigos. Espero que ainda consiga voltar para Israel!! Daphne Schinazi”

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Depois de passarmos 7 dias na Polônia e 7 dias em Israel... ficamos presos em Paris. Mas nem esse imprevisto diminuiu nossa conclusão sobre a Marcha da Vida: foi magnífico. A parte da Polônia, apesar de triste, foi muito enri-quecedora: nos campos, vimos tudo que aprendemos durante anos no colégio, constatando o horror e a desumani-dade pelos quais os judeus passaram no Holocausto. Embora muitos reclamassem da comida e do frio, passamos a dar valor a tudo que temos, pois, naquela época, eles não tinham nada. A Marcha de Auschwitz para Birkenau foi emocionante, triste, mas, de certa forma, também feliz. É uma alegria saber que os planos de extermínio total dos judeus deram errado. Nós somos a prova viva dessa falha e, ainda por cima, tivemos a honra de ouvir depoimentos de sobreviventes. Nossa geração, provável e infelizmente, será a última a conhecer quem viveu aqueles dias horrí-veis, presenciou e sofreu atrocidades inimagináveis e, ainda assim, saiu vivo. Por isso, visitar a Polônia é tão impor-tante, para termos uma ideia, mesmo que mínima, do que ocorreu, e reafirmarmos nosso passado para garantir-mos nosso futuro. Já em Israel, foi só diversão. Fomos recebidos por um lindo dia de sol e seguimos do aeroporto direto para o Muro das Lamentações. A emoção de todos, mesmo daqueles que já conheciam o país, foi muito grande. Boiar no Mar Morto, andar de camelo, visitar uma tenda beduína, subir Massada, fazer compras na feira de Tel Aviv e nas ruas de Jerusalém, presenciar a angústia do Dia da Lembrança e a alegria do Dia da Independên-cia: tudo isso, feito com os nossos amigos, foi inesquecível. A tristeza da Polônia não foi anulada, mas balanceada com a festa de Israel. A Marcha de Jerusalém foi divertidíssima, alegre, descontraída, e, no fim, nos concentramos no Muro, dando outra chance para o pessoal rezar ou apenas contemplar. O evento de encerramento foi uma das coisas mais legais: delegações de vários países reunidas, trocando camisetas, bandeiras, broches, conversando e, enfim, assistindo a um show super legal, com direito a coreografias, batucada em latas de lixo e fogos de artifício. Eu temia não aguentar a parte da Polônia, ou morrer de saudades de quem ficou aqui, mas a viagem acabou sendo uma experiência muito válida. Mais que isso, foi engrandecedora, tanto acadêmica quanto culturalmen-te, além de extremamente divertida. Valeu muito a pena, tudo, das lágri-mas aos risos, das longas e, às vezes, entediantes explicações dos guias às festas e compras, do desconforto de dormir pouco (ou no ônibus) ao prazer de conhecer lugares interessantes e belas paisagens - da Polônia a Israel.Hannah Farbiasz

Expectativas para a Marcha 2012:Por Tamar BakmanQuando você entra no Ensino Médio, um dos assuntos que mais ouve é a Marcha. Desde que o meu irmão foi, em 2008, eu escuto falar dessa viagem. Agora que a minha vez está se aproximan-do, não consigo ouvir falar da viagem e não me animar pensando o quão legal será ano que vem! Além de toda a diversão, espero muito por toda a experiência e a emoção pela qual vamos passar. Sei que tudo isso vai transformar muitos dos meus pensamentos. Tenho certeza que será uma viagem inesquecível para mim, como é para todos!

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O ano está quase acabando, galera! E foi em 2011 que o pessoal da Ação Social arregaçou as mangas e se es-forçou mais do que nunca. Até agora foram duas cam-panhas: arrecadação de roupas para os moradores da Região Serrana e leite para as crianças com câncer. Além disso, todas as segundas e quintas-feiras, vários alunos do Liessin foram para a ASIA, uma instituição que atende a crianças no Dona Marta, ou para o Raio Dourado, que organiza aulas de reforço escolar no Hashomer Hatzair.

SOLIDARIEDADEPor Tamar Bakman

PROJETO NO DONA MARTAO projeto foi muito diferente do que aquele que existia na Romão Duarte, no ano passado. Os voluntários do Liessin se dividiram em grupos e cada um ficou responsável por uma turma. São seis turmas na instituição. Alguns grupos trabalham com crianças de 2 a 4 anos, falando sobre mú-sica e meio ambiente.

DEPOIMENTO DO BRENO CARVALHO, ALUNO DO SEGUNDO ANO, 16 ANOS“Às quintas-feiras, acontece o projeto Raio Dourado, uma parceria entre o Liessin e o Hasho-mer Hatzair. No horário das 15h às 17h, tanto eu quanto outros voluntários nos tornamos professores de jovens alunos de escolas públicas, com o objetivo de tirar as dúvidas deles e incentivá-los a estudar.As aulas conseguem ser divertidas e produtivas, há sempre um lanchinho antes para as crianças descontrairem, rirem, interagirem conosco e, é claro, comerem.Esse trabalho voluntário que fazemos é muito legal e, ao mesmo tempo, extremamente gra-tificante. Basta ver o sorriso de cada aluno ao saber que seu "professor" chegou!Portanto, quem tiver algum interesse em fazer parte desse projeto será sempre bem-vindo para ensiná-los um pouco de Português e Matemática!”

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PASSEIO AO DONA MARTAPara sabermos mais um pouco sobre como vivem as pessoas atendidas pelos programas da Ação Social, houve uma visita guiada ao Dona Marta, em Botafogo. O nome do nosso guia, super gente-fina, era Fumaça. Ele nos levou até o alto de bondinho (alguns “sortudos” tiveram que ir andando!) e des-cemos a pé, onde passamos por diversos lugares.Sabe aquelas casinhas coloridas que a gente vê lá no alto? Nós vimos lá de cima, de pertinho. Pas-samos pela casa que o Luciano Huck deu no “Lar Doce Lar”, em seu programa, e visitamos a estátua, a arena e uma parede com a assinatura do Michael Jackson, de quando ele gravou seu clipe lá. Além disso, vimos o clipe – e até o Fumaça, que apareceu na multidão no meio de uma cena!A vista lá de cima é linda! Conseguimos até ver a escola! Só ficou prometido subirmos por uma trilha para o mirante, ainda mais no alto, de onde conse-guimos ver a cidade inteira. Estamos esperando!

RAIO DOURADOJá no Raio Dourado, os voluntários aju-dam as crianças com os deveres de casa e suas dúvidas. As crianças passam a tarde inteira na Shomer, fazendo várias ativi-dades. Geralmente, o participante fica a semana toda com a mesma criança e, às vezes, pode ajudar mais de uma ao mes-mo tempo. Eles são muito carinhosos e engraçados!

DEPOIMENTO DO RAFAEL BRONZ, COORDENADOR DE PROJETOSO projeto de Ação Social em 2011 apresentou duas mudanças em relação aos anos anteriores. Em primeiro lugar, conseguimos realizar um sonho antigo que era interagir com a comunidade do Dona Marta, que fica em frente à nossa escola. Acho importante para a sociedade esse tipo de integração. Esse trabalho começou muito bem, com vários participantes, mas, como venho observando em todos os anos, ao longo do trabalho os compromissos individuais vão se sobrepondo a essa ati-vidade. O trabalho com crianças pequenas demanda um esforço físico muito grande, e, de certa forma, isso é natural, mas espero que no ano que vem essas duas atividades possam ser melhor equilibradas.Também oferecemos outra proposta de trabalho que foi a da ONG Raio Dourado, que funciona na Shomer. Surpreendentemente, esse trabalho foi ganhando novos adeptos e, no final do ano, tivemos mais alunos do que no começo. Parece que a opção de realizar essa atividade na quin-ta-feira, depois da aula, foi bem aceita pelos alunos. O trabalho também é mais tranquilo que o do Dona Marta, apesar de ser mais longo. Gosto dessa atividade porque, além de ajudar as crianças com reforço escolar, estamos ajudando também a Shomer, que precisa manter essas ativi-dades para continuar existindo naquele snif, portanto são duas ajudas em uma. Eu costumo dizer que, no final das contas, essas atividades são tão importantes para os nossos alunos quanto para os que são “ajudados”. Outro dia, uma aluna do primeiro ano me contou que cruzou com uma menina que ela ajudou no CCE do Dona Marta, e que a meni-na veio dar “tchau” pra ela. Faz muito tempo que essa aluna não vai lá, mas a menina não esqueceu dela. Eles não esquecem…

DEPOIMENTO DO RAFAEL MELLO, ALUNO DO PRIMEIRO ANO, 15 ANOSA ação social de segunda-fei-ra, para mim, é algo especial. Eu não faço isso pensando em nota, eu simplesmente me sinto bem fazendo. Quando eu chego lá e vejo aquelas crian-ças sorrindo e brincando, não tem coisa mais gratificante. Lá funciona assim: tem turmas diferentes e, em cada turma, tem um grupo de pessoas que dá um tipo específico de aula. Eu, por exemplo, ensino sobre meio ambiente. Outro dia, nós fomos até o terraço ensinar a plantar. Também teve a festa junina, em que a gente levou comida e fez vários jogos com eles... Para concluir, gostaria de chamar as pessoas para participarem. Garanto que não vão se arrepender: nem vão querer mais sair!

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!?SCHOOL SUCKS!

VESTIBuLAR NO 2º ANO

A ideia de fazer o Enem, para Marcella Setton, era só acumular experiência. Mas as coi-sas saíram diferentes. A estudante de 19

anos, que hoje está no 5º período de Design da PUC, teve uma excelente colocação no exame e mudou de planos. Já Ilana Bulak, de 16 anos, alu-na do segundo ano do Liessin, afirma que passar no vestibular um ano antes definitivamente não está nos planos: ela quer cursar Direito na UERJ, e entrar em uma faculdade par-ticular significa, para ela, de-pender dos pais por mais cinco anos. O coordenador Jorge Frias entrou na universidade com 17 anos (hoje ele tem 55). Não, ele não tentou o vestibular antes do tempo, mas era bem novi-nho e isso não foi bom, em sua opinião. Aí fica a pergunta: será que passar no vestibular no se-gundo ano vale a pena? Se você é aluno do segundo ano e está lendo esta reportagem, certamente acha que é lógico que vale. Mas, calma, não é bem assim. A maio-ria dos educadores julga que os alunos ainda não estão prontos nessa fase. “Acho que, no nosso país, as pessoas já entram muito cedo na facul-

dade, com uma certa imaturidade, despreparadas do ponto de vista da maturidade e do conteúdo”, afirma o

coordenador de projetos do Liessin, Rafael Bronz.

Para quem fez vestibular antes da hora e ago-ra está na faculdade, a experiência é

válida. Marcella Setton diz que não se arrepende. “Minha decisão foi

muito pensada. Como curso Design, que é da área de Artes, acabo não usando o que aprendi no colégio. Então, para mim, o terceiro ano não faz nenhuma falta”. Os motivos que levam tan-tos alunos a quererem entrar na universidade mais cedo são distintos. Para Marcella, não foi planejado. Já Layla Shpielman, de 18 anos, que cursa o 1º período de Publicidade e Propaganda na ESPM, se preparou: quando repetiu o primeiro

ano, em 2008, decidiu que tentaria passar no vestibular no segundo. “Eu estudava além das provas do colégio, lia muito jornal, revistas, notícias na internet”. Tanto Mar-cella quanto Layla resolveram ingressar na universidade por-que acreditavam que as matérias que aprenderiam no terceiro ano não fariam falta em seus cursos. Mas ambas concordam que, de-pendendo da faculdade escolhi-

da, o terceiro ano pode ser necessário. Frias, por exemplo, diz que só estudou Física, Química, Ma-temática e Português e que sentiu falta de ma-térias como História e Biologia. A maioria dos estudantes não quer passar pelo terceiro ano por ser muito estressante e “puxado”. Um fator que Marcela também considerou foi a dis-tância: ela mora na Barra da Tijuca, um pouco longe do colégio. Como no terceiro ano as aulas vão até as 17h, ficaria bastante cansativo. Bernardo Izecksohn Garcia, de 16 anos, aluno do segundo ano do Liessin que quer cursar Cinema,

Por Hannah Farbiasz

Não uso muito o que aprendi no colé-gio. Então, o terceiro

ano não me faz muita falta.”MARCELLA SETTON

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!?tem outra explicação: “Ingressando na faculda-de agora, eu teria mais tempo para perceber se esse curso é mesmo o que eu quero. Entrando no terceiro ano, se eu mudasse de ideia, perderia um ano”. Para Frias, essa vontade que os jovens têm de adiantar as coisas é um problema social, não só do Liessin. “O aluno quer tudo mais cedo. Cada coisa tem seu tempo”, diz. De certa forma, passar no vestibular no segun-do ano seria um alívio para muitos. Porém, essa não é uma opção para todos. É muito difícil con-seguir entrar antecipadamente em universidades públicas, e nem todo mundo pode ou quer pagar particulares. Bernardo afirma: “Eu só cursaria se fosse com bolsa, porque me recuso a pagar pre-ços absurdos podendo ter a mesma qualidade de ensino – ou melhor – em universidades públicas”. Há muitos estudantes que discordam do fato de as públicas não deixarem alunos do segundo ano que passam no vestibular ou no Enem cursarem. Ilana acha certo, pois o terceiro ano dá maturidade e essas instituições querem isso. “As faculdades particulares pensam no seu dinheiro, não querem saber se você é maduro, se é bom ou não”. Bernar-do acha que, se alunos do segundo ano de escolas boas começassem a entrar, ocupariam vagas de alunos do terceiro que precisam passar. Se você perguntar para pais e educadores, pro-vavelmente grande parte deles dirá para cursar o terceiro ano. Os alunos que resolvem entrar mais cedo na universidade enfrentam opiniões dividi-das. Layla diz que seu pai queria que ela continu-asse no colégio, mas sua mãe a apoiou em fazer supletivo. Já os pais de Marcela a apoiaram e aju-daram a tomar essa decisão. As duas afirmam que alguns professores apoiaram, outros não. A opinião de Bronz e Frias é clara: os dois são contra. “Os alunos que ingressam na universidade mais cedo não estão prontos, falta maturidade”, alega Frias. Bronz completa: “Muitos querem entrar no

segundo ano porque é mais cômodo não passar pelo terceiro, ou porque têm poucas ambições”. Bernardo e Ilana acham que estariam prontos. Ele diz que responsabilidade é mais importante que maturidade, e ela afirma que depende muito do curso que a pessoa quer fazer. “Acho que para Direito eu estaria pronta, porque é um curso que não exige muitas matérias da escola, como acon-tece com Engenharia, por exemplo”. E como é entrar mais cedo na faculdade? Layla diz que os alunos não tratam os “adiantados” de maneira diferente. Marcella diz que sua adapta-ção foi bem tranquila: “A faculdade é um mundo novo para todos que estão entrando. Então logo fui me enturmando e fazendo amigos. Sou a mais nova, mas isso não faz muita diferença”. Deixar de cursar o terceiro ano pode parecer ten-tador, principalmente para os alunos do segundo ano que já começam a sentir a pressão. Para quem quer entrar na universidade mais cedo, é impor-tante conversar com educadores, com os pais e com pessoas que passaram por essa situação, e ponderar se o terceiro ano não vai fazer falta – isso muda de acordo com o curso. Há conteúdos dados no colégio que podem ser muito necessários para um bom entendimen-to das matérias da fa-culdade escolhida. Nós, adolescentes, temos pressa para crescer, sair do colégio, arranjar um trabalho, mas temos que pesar se toda essa ansiedade vale a pena. No meio da correria, podemos acabar per-dendo detalhes impor-tantíssimos que farão a diferença em nosso futuro - ou não.

Bernardo

Marcella

Layla

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Violência GráficaCrítica por: Hannah FarbiaszAêêê, enfim, o tão esperado curta da oficina de cinema saiu! Depois de um ano, a galera pode ver o resultado, e, na minha opinião, o fil-me não deixou a desejar. Gostei da cena inicial com foco apenas nos olhos do protagonista, as luzes da TV em seu rosto e o fundo musical de Beethoven. Curti também que o filme é divi-dido em capítulos, muito no estilo do Quentin Tarantino. Isso dá mais sentido ao curta, que não precisa seguir uma linha cronológica dire-ta. Outra coisa muito legal foi o uso de duas câmeras diferentes durante a primeira luta do personagem principal, e a cena que mostra sua visão ao cair no chão. A trilha sonora e os ele-mentos de game ficaram legais. As atuações foram melhores do que eu esperava, boas até. Não posso deixar de destacar as participações dos inspetores, que não fizeram feio, e do nos-so ilustríssimo Fróes, que não estuda mais no Liessin, mas merece os parabéns pelo papel de apresentador. Só não curti uma coisa: as cenas com sangue falso foram meio forçadas. Na primeira sequência do capítulo três, não havia necessidade de filmar o sangue falso por tanto tempo. Fora isso, o pessoal da oficina está de parabéns. Seria legal se saísse outro ano que vem! O que acham?

Miriam Altman participou do show de bandas e deu uma en-trevista para a gente!Como e quando você começou a cantar?Foi no início de 2010 que comecei a fazer aulas de cantos, depois

de muitos pedidos de amigas que gostavam de me ouvir cantar e achavam que eu devia investir nisso.Você sempre gostou de cantar?Sempre gostei de cantar e escutar, desde pequena gosto muito de música!Qual estilo você gosta mais de cantar?Gosto mais de cantar músicas americanas no estilo pop. Prefiro aquelas que são mais conhecidas pelas pessoas e que expressem algo que eu sinto.Sua família apoia?Com certeza! Se tem alguém na minha vida que me influenciou muito foram os meus pais. E é muito bom ter o apoio deles!Você pretende virar uma cantora profissional? Vai seguir carreira?Não sei se vou seguir carreira, mas pretendo continu-ar cantando por um bom tempo. Isso me tranquiliza e me faz bem. Por enquanto, é mais uma atividade que eu faço por ser algo que eu gosto bastante. Mas,

para o futuro, eu ainda vou esperar para ver no que isso vai dar.

ENTREVISTA MIRIAM

CINEMA E MuSICANO LIESSIN

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Rolaram na escola, neste último mês, diferentes eventos realizados pelas ofi-cinas. Teve a apresentação do filme “Violência Gráfica”, feito pelo pessoal do Cinema, um show das bandas, além da peça da galera do Teatro, que contou com a participação do Samuca e do Patrick (professor de Biologia)!

´

Por Amanda Azulay Campos

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Com os ouvidos aguçados, nossos repórteres ficaram atentos com o objetivo de ouvir as me-lhores pérolas do dia a dia. Imperceptíveis como ninguém, anotaram as mais engraçadas, que você lerá a seguir.

Química é humanas, né? – escutado no labo-ratório de Química. (Claro, já que História é exata...)

“Trabajo” em português é tabaco? - escuta-do na aula de espanhol da turma 11

Eu estudo fascismo no livro de História Geral ou do Brasil? - escutado na turma 22.

O que tem para fazer em Washington de bom? Além de ver a Estátua da Liberdade - escutado na turma 11.(em Washington eu não sei, mas em Nova York você pode visitar a Torre Eiffel)

Galinha é ave ou mamífero? - escutado na turma 23.(é anfibio, né?)

A apresentação da peça de teatro acon-teceu no início de novembro e vários alunos atuaram neste ano. Contamos com a participação não só do Samuca, mas também do Patrick, professor de Biologia. E entrevistamos dois alunos, o Thomas Gleizer e o Felipe Saceanu Le-ser, ambos alunos do nono ano. Vejam o que eles disseram!

Como foi participar do teatro neste ano?Thomas: Foi uma experiência muito divertida, só que cansou bastante. Mas, no final, valeu a pena.Felipe: Foram muitos ensaios, mas a experiência foi muito boa e no dia da apresentação foi muito legal! Valeu muito a pena.A correria retratada na peça é real para vocês?Thomas: Acho que o tema da peça com-binou muito com o que nós vivemos, pois essa pressa é a realidade.Como foi ensaiar junto com o professor de vocês, o Patrick?Thomas: Foi diferente, a gente viu um lado dele que não conhecíamos, foi bem bacana.Felipe: No dia da peça, nós ficamos lá a tarde toda e ficamos conversando sobre vários assuntos diferentes, como conversamos com amigos. Foi bem estranho, mas, ao mesmo tempo, muito maneiro. 23

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2012V

ocê já escutou falar em boatos sobre o fim do mundo? Na virada do século 20 para o século 21, fanáticos religiosos nos EUA anunciaram o fim do mundo. Felizmente, nada aconteceu estamos todos aqui para ouvirmos mais uma vez um outro boato sobre o final dos tem-

pos. Agora a história é a seguinte: de acordo com o calendário da civilização Maia, não existiremos mais em 21 de dezembro de 2012. Desta vez, tem até filme sobre esse acontecimeno catastrófico. Bom, pensamos muito sobre isso e começamos a montar a nossa lista de coisas que gostaríamos de fazer antes que a data chegue. E você? O que quer fazer? É melhor começar a pensar antes que seja tarde demais!

2012o mundo acaba?

E SE O MUNDO ACABAR EM 2012?

Largaria a escola e iria a todos os jogos do Flu, independentemente de

onde estiver.Benno Bryskier

Eu viajaria para todos os lugares possíveis, e sairia pela rua pegando todas

as mulheres bonitas.Rafael Mello

Eu faria uma festa que duraria o ano todo com todos os meus amigos, tudo junto e misturado.

Cadu Bocai

Eu passaria um ano via-jando e indo a festas ou

boates muito iradas. Faria tudo o que ainda não fiz (e iria à festa do Cadu).

Amanda Azulay

Eu faria a oficina da Josy, e uma festa mais irada

que a do Cadu. :)Rafael Bronz

Acho que eu ensinaria meu pai a tocar bateria!

Gabriel Sergio Nigri

Eu viajaria, doaria

todos os livros que te-nho, adotaria uma criança, daria festas, escreveria um livro, plantaria uma árvore, seria feliz (e iria à festa do

Cadu).Josy Fishberg

Eu viajaria pelo mundo (e iria à festa do Cadu).Leonardo Bordovsky

Eu veria todos os filmes que estão na minha lista. São uns 500 que eu quero assistir ainda (e não iria à festa do Cadu, são muitos filmes).

Hannah Farbiasz24

Por Amanda Azulay Campos