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Dice Ifá Página 362 de 633 DESVENDANDO OS SEGREDOS DE IFÁ PARTE X I I I I I I I I I I OSÁ MEJI REZA DE OSÁ MEJI Osá Meji Ifá joko adafun Ogue dire iyun kode akasa fará tefiko digbe kale Ifá. Babá buru bururu bala foxê efan Babá obaragadá omó odo bani inundie Oparaká enu Orun koji nasileeni bana adifafun Oke nigba bofe re fefe Legba enibara lagbe lejé eiyelé meni axetin beleré aunko anunse epô lorubó. Osá Meji é um Odu feminino, filho de Eiyjé e Ogué. Seus filhos são revoltados e um tanto trágicos, gostam de imiscuir-se em assuntos dos outros e vivem inventando coisas absurdas. São como o vento, cada dia virados numa direção e se não colocarem as coisas em ordem, ficam sempre no ar. Rege as relações entre a Terra e o Sol e a Terra e a Lua. Não diferencia ricos de pobres, nobres de plebeus. Rege o sangue e todos os homens, porque possuem sangue, estão sob sua influência de forma idêntica. É a representação do Mundo dos Espíritos. Representa o domínio da mulher sobre o homem e por isto todos os trabalhos de amarração de homens são feitos através dele e sua figuração indicial deve ser traçada no local onde serão feitos os sacrifícios necessários. É o Odu da magia negra e da bruxaria, caminho predileto para comunicação das Ajés 1 Osá Meji proporciona fortuna, mas a pobreza persegue a pessoa. 1 - Espíritos de hierarquia inferior aos Orixás e que se utilizam do poder feiticeiro existente em todas as mulheres para a prática da bruxaria.

Osá - Meji

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Uma pequena síntese sobre Osá Meji, a décima porta de Ifá.

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DESVENDANDO OS SEGREDOS DE IFÁ

PARTE X

I I I I I I I I I I

OSÁ MEJI

REZA DE OSÁ MEJI

Osá Meji Ifá joko adafun Ogue dire iyun kode akasa fará tefiko digbe kale Ifá.

Babá buru bururu bala foxê efan Babá obaragadá omó odo bani inundie Oparaká enu

Orun koji nasileeni bana adifafun Oke nigba bofe re fefe Legba enibara lagbe lejé

eiyelé meni axetin beleré aunko anunse epô lorubó.

Osá Meji é um Odu feminino, filho de Eiyjé e Ogué.

Seus filhos são revoltados e um tanto trágicos, gostam de imiscuir-se em assuntos

dos outros e vivem inventando coisas absurdas.

São como o vento, cada dia virados numa direção e se não colocarem as coisas em

ordem, ficam sempre no ar.

Rege as relações entre a Terra e o Sol e a Terra e a Lua.

Não diferencia ricos de pobres, nobres de plebeus. Rege o sangue e todos os

homens, porque possuem sangue, estão sob sua influência de forma idêntica.

É a representação do Mundo dos Espíritos.

Representa o domínio da mulher sobre o homem e por isto todos os trabalhos de

amarração de homens são feitos através dele e sua figuração indicial deve ser traçada no local

onde serão feitos os sacrifícios necessários.

É o Odu da magia negra e da bruxaria, caminho predileto para comunicação das

Ajés1

Osá Meji proporciona fortuna, mas a pobreza persegue a pessoa.

1 - Espíritos de hierarquia inferior aos Orixás e que se utilizam do poder feiticeiro existente em

todas as mulheres para a prática da bruxaria.

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Os filhos deste Odu sobrevivem aos seus irmãos e participam de seus funerais.

A mulher para quem saia este signo em Akofá pode morrer na prostituição.

Aqui nasceram os glóbulos vermelhos do sangue, os chifres dos ruminantes, os

musgos, a abertura dos olhos, os órgãos internos das mulheres, os intestinos, as amígdalas, as

sudações entre as pessoas, a hipocrisia, os pólipos uterinos, a artrite e o Axé de Xangô.

Por este caminho falam Oduduwa, Egun, Oiyá, Aganjú, Obatalá, Osain, Iroko, Iyami

Aje e Oxun.

Assinala problemas de saúde relacionados com o sangue, paralisias, artrites,

suspensão ou excesso de menstruação, hemorragias de todas as origens (principalmente as

vaginais), inflamações da garganta, tuberculoses, úlceras intestinais e hemorróidas.

Rege as orelhas, as fossas nasais, os olhos, as pernas, os braços e o aparelho

genital feminino.

Suas folhas são: sempre-viva e malva.

Assinala traição, viagens, prisão, inveja, obtenção de alguma coisa e vitória nos

objetivos.

Aqui nasceu a incorporação do Orixá em seus filhos.

Nasceu o intercâmbio e a troca de mercadorias em substituição ao dinheiro.

Nasceu o veneno da tarântula e o segredo da canela.

Neste caminho fazem-se oferendas e acendem-se velas para as árvores, pois é

através deste Odu que os espíritos das árvores inspiram e orientam os homens.

Nasceu o intercâmbio cultural que permite a troca de conhecimentos e experiências

entre os povos de diferentes costumes.

Aqui nasceu o cheiro característico das vulvas que, atraindo aos homens, faz com

que sintam vontade de beijá-las e introduzir-lhes suas línguas.

Assinala neurastenia e enfermidades nos ossos.

As pessoas não queriam cultuar os Orixás que, por este motivo, obtiveram permissão

para tomarem suas cabeças.

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Neste Odu falam três espíritos que existem em cada pessoa: O Iporí, o Orixá e o

Ojijí2.

Fala de falsidade e de inveja. A família é a pior inimiga da pessoa.

Este signo fala de descrédito, de ostentação de sabedoria e de delírios de grandeza.

Neste caminho Oxun entrega seu filho à Yemanjá para que o salve.

Aqui a mãe, para que seu filho não passe pelas dificuldades que ela própria está

passando, entrega-o para que outra pessoa o crie.

A pessoa deve ir à uma praia levando um ramo de flores, contar à Yemanjá suas

dificuldades e oferecer-lhe as flores sem nada pedir. Yemanjá irá ajudá-la.

Este Odu criou os glóbulos vermelhos do sangue.

Em osogbo arun pode falar de problemas mais ou menos graves no sangue, desde

anemias e simples diabetes, até leucemia.

Foi aqui que a pomba transmitiu doença a Xangô.

Ogue3 possuía proteção contra feitiços e nenhum mal podia afetá-lo, por este motivo

come os pombos que são oferecidos a Xangô.

O Awo deste Odu não deve comer nada que lhe seja mandado por outra pessoa.

Deve pegar esses alimentos e colocá-los diante de Elegbara, recomendando-lhe que, se algum

mal existir naquela comida, deve ser devolvido a quem o enviou.

A pessoa corre o risco de ser enfeitiçada pela comida.

2 - Protótipo idêntico ao corpo físico, representado pela sombra projetada por este. O Ojijí seria o

corpo telúrico, fornecido pela terra, e que funciona como uma espécie de guardião do corpo

físico.

3 - Orixá que acompanha Xangô e que, no seu assentamento, é representado por um par de chifres

de touro.

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O CAMINHO DAS TRÊS DIFICULDADES

A pessoa dona deste Odu passará em sua vida pelas seguintes dificuldades:

1 - Viver separado de seus filhos.

2 - Ser preso ou condenado pela justiça.

3 - Para vencer, não pode queixar-se ou maldizer a sua sorte.

Este Odu garante que a pessoa tem a proteção incondicional de Obatalá.

A pessoa não pode se unir a ninguém para fazer mal a uma terceira pessoa, pois,

além de não conseguir o que pretende, sairá muitíssimo prejudicada.

Tem que ter muito cuidado com pancadas ou objetos estranhos que lhe caiam nas

vistas para que não fique cega.

A mulher possui uma parasita em seus órgãos sexuais que a impossibilita de gerar

filhos.

Se estiver grávida tem que fazer ebó para não perder o filho.