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DIRECTOR JOSÉ ROCHA DINIS | DIRECTOR EDITORIAL EXECUTIVO SÉRGIO TERRA | Nº 3994 | SEGUNDA-FEIRA, 26 DE MARçO DE 2012 10 PATACAS Portugal adiantou relógios e reduziu diferença para Macau Portugal implementou na madrugada deste domingo o horário de Verão, com os relógios a avançarem 60 minutos, o que fez reduzir para sete a diferença de horas face a Macau. Segundo o director do Observatório Astronómico de Lisboa, a mudança para o regime de Verão “é uma decisão do espaço europeu” que é estudada periodicamente. “Há uma análise que é feita periodicamente na Europa sobre o impacto [que esta medida] tem sobre todas as actividades que são executadas na Europa, nomeadamente no turismo, indústria, comércio, agricultura”, disse Rui Agostinho. Melinda Chan exige regime para trabalhadores sociais Melinda Chan apelou às autoridades para criarem um amplo regime de inscrição dos trabalhadores sociais por forma a responder às necessidades reais a longo prazo, promover a profissionalização na área dos serviços sociais e garantir os direitos dos destinatários do apoio por eles prestado. A deputada da Assembleia Legislativa pretende que o Governo defina datas concretas para a constituição daquele regime e conclua a respectiva proposta ainda no primeiro semestre deste ano. Melinda Chan exortou ainda o Executivo a abrir cursos de formação profissional para os trabalhadores sociais. “Riqueza histórica e cultural é que faz a diferença” JOHNNY LAM EM ENTREVISTA AO JTM PÁGS 2 E 3 Académico adverte que investimento está “pouco saudável” PÁG 5 “Grande projecto” do IPOR é responder ao recorde de alunos PÁG 7 Gerente de sala VIP suspeita de burla de 53 milhões PÁG 4 Protestos pelo sufrágio universal na vitória de Leung CENTRAIS HELDER ALMEIDA em Hong Kong

JTM 26-03-2012

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Jornal Tribuna de Macau

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Director José rocha Dinis | Director eDitorial executivo sérgio Terra | Nº 3994 | seguNDa-feira, 26 De março De 2012

澳門論壇日報 10 PaTacas

Portugal adiantou relógiose reduziu diferença para MacauPortugal implementou na madrugada deste domingo o horário de verão, com os relógios a avançarem 60 minutos, o que fez reduzir para sete a diferença de horas face a macau. segundo o director do observatório astronómico de lisboa, a mudança para o regime de verão “é uma decisão do espaço europeu” que é estudada periodicamente. “Há uma análise que é feita periodicamente na europa sobre o impacto [que esta medida] tem sobre todas as actividades que são executadas na europa, nomeadamente no turismo, indústria, comércio, agricultura”, disse rui agostinho.

Melinda Chan exige regime para trabalhadores sociaismelinda chan apelou às autoridades para criarem um amplo regime de inscrição dos trabalhadores sociais por forma a responder às necessidades reais a longo prazo, promover a profissionalização na área dos serviços sociais e garantir os direitos dos destinatários do apoio por eles prestado. a deputada da assembleia legislativa pretende que o governo defina datas concretas para a constituição daquele regime e conclua a respectiva proposta ainda no primeiro semestre deste ano. melinda chan exortou ainda o executivo a abrir cursos de formação profissional para os trabalhadores sociais.

“Riqueza históricae cultural é que faza diferença”

johnny lam EM ENTREVISTA AO JTM

Págs 2 E 3

Académico adverteque investimento está“pouco saudável” Pág 5

“Grande projecto” do IPOR é responderao recorde de alunos Pág 7

Gerente de sala VIPsuspeita de burlade 53 milhões Pág 4

Protestos pelo sufrágio universal na vitória de leung

CEntRAIs

helder almeidaem hong Kong

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Pág 02 segunda-feira, 26 de março de 2012 joRnal tRibuna de macau

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grande Repórter: Raquel Carvalho • Redacção: Fátima Almeida, Helder Almeida, Pedro André Santos e Viviana Chan • Colaboradores: José Luís Sales Marques, Miguel Senna Fernandes, Rogério P. D. Luz (S. Paulo) e Rui Rey • Colunistas: Albano Martins, António Aresta, António Ribeiro Martins, Daniel Carlier, Henrique Manhão, João Guedes, Jorge Rangel, Jorge Silva, Luis Machado e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected] e [email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa e Xinhua Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

joRnal tRibuna de macau

local“(...) A legislação em vigor tem mais de 20 anos e não é adequada para satisfazer as necessidades actuais. Embora haja preocupação com a protecção de cada um dos edifícios do Centro Histórico falta a consideração dos bairros históricos como um todo” (...) - Johnny Lam

(...) “Em Macau e para a comunidade chinesa a Língua Portuguesa é muito importante, porque é um laço portador de Cultura e História. Por isso, consideram que deve manter-se como símbolo de preservação. Mas corre riscos” (...) - idem

fátima almeidaViViaNa ChaN

JOHNNY LAM EM ENTREVISTA AO JTM

“Riqueza histórica e cultural faz a diferença” Johnny Lam fala com paixão e não tem dúvidas: a riqueza da história e cultural de Macau pode contribuir para o desenvolvimento da cidade. Embora os mais novos pouco conheçam deste capítulo da sua terra surgiu um sentimento de “nostalgia” entre os que têm dificuldade em encontrar a “nova face” da cidade, observa o professor do Instituto Politécnico em entrevista ao JTM. Para o académico, a consciência de protecção do legado histórico cresceu sobretudo depois do reconhecimento da UNESCO, mas o Património continua a correr riscos sem uma lei de salvaguarda mais ampla. A língua portuguesa também assume um papel importante para perpetuar este legado, mas só continuará “viva” se a comunidade macaense não descurar o idioma com as novas gerações

Tendo vários livros publicados sobre a história e cultura do território, como vê o papel destas vertentes na Macau de hoje em dia?

- A história de Macau tem conotações culturais for-tes e o seu conteúdo é extremamente rico, o que pode contribuir muito para a educação e desenvolvimento futuro da cidade. Por exemplo, no âmbito da educação, pode ajudar a nova geração a conhecer melhor esta ter-ra. Já no contexto do desenvolvimento da cidade este legado contribuirá para o turismo cultural.

- Teme que, com o desenvolvimento acelerado, a História acabe por se diluir?

- Há esse risco, que conseguiremos, no entanto, minimizar através da recolha, agrupamento de dados e da realização de estudos sobre o Património Cultu-ral. Este é um meio que poderá salvar e preservar a História para que as gerações vindouras a conheçam e perpetuem. Quando me refiro à Educação não significa apenas que a História e a Cultura locais sejam apenas ensinadas como matérias do passado, mas também que seja transmitida essa consciência de risco.

- Como professor que relação sente que os mais novos têm com esse legado?

- De uma forma geral, os jovens locais não conhe-cem muito a História de Macau. Isto porque não mos-tram muito interesse. Porém, nos últimos 10 anos, com a glória de Macau ter o seu legado classificado como Património Mundial, surgiu uma tendência de nostal-gia. A cidade tem evoluído muito rapidamente e mui-tas pessoas não conseguem acompanhar o seu desen-volvimento, por isso, vão também pensando mais no passado. Assim temos estes dois factores de “alerta”: a consideração do legado de Macau pela UNESCO e a nostalgia.

- Mas, disse que havia riscos de se perder a parte histórica. Que riscos são esses?

- A nossa cidade tem conhecido um desenvolvi-mento muito rápido, assim, a “face” original da cidade mudou muito e os cidadãos têm, na verdade, dificul-dade em reconhecer a nova “face”. Temos duas verten-tes. Depois do reconhecimento da UNESCO, Macau recebeu uma nova missão, que contribui para que se elevasse a consciência de preservação. Antes desse reconhecimento não tínhamos experiência na preser-vação e protecção do Património, por isso, havia algu-mas falhas individuais a esse nível. A classificação e as mudanças repentinas também vieram deixar um alerta entre os cidadãos.

- Como é que se pode encaixar a História no de-senvolvimento do futuro?

- Agora já temos uma orientação para seguir: transformar Macau como um Centro Mundial de Turis-mo e Lazer e verificamos que a RAEM não tem muitos recursos naturais, mas tem muita riqueza histórica e cultural e é isso que faz a diferença. São heranças her-dadas dos antepassados, por isso, teremos de fazer es-tudos, recolher dados e fazer uso dessa potencialidade. Por exemplo, a Casa do Mandarim parecia e era tida como uma casa antiga e estragada, mas descobriu-se que era um monumento importante depois de terem sido realizados estudos. Também temos a Pousada de São Tiago, na Barra, que foi transformada num espaço muito especial em Macau... e ninguém diria. São bons exemplos de transformação que resultaram de estudos. Não estou a categorizar os exemplos, apenas os usei para explicar que há muitos projectos do género que poderemos fazer no futuro.

- Mas a política do Governo tem conseguido pre-servar e valorizar esses recursos?

- A Lei de Salvaguarda do Património Cultural que esta a ser elaborada poderá fazê-lo. Penso que o diploma já passou pelo Conselho Executivo e irá ser entregue na AL. Se for aprovado no futuro poderemos ter mais resultados para a preservação.

- O que deverá ser observado na nova lei para que a preservação do Património fique assegurada?

- É essencial que abranja a preservação e definição do Património Cultural de forma mais ampla, uma vez que o Património é um conceito amplo. Na nova lei, as definições de património foram sistematizadas e por-menorizadas incluindo mais algumas novas divisões, para contemplar, por exemplo, o património imaterial que é um conteúdo novo. A literatura e as antiguidades também estão incluídas e isso é bom porque também

representam uma parte muito importante do nosso le-gado histórico e cultural.

- Os cidadãos e a própria UNESCO mostraram preocupação com a preservação do legado histórico e cultural de Macau. Também considera que têm fal-tado medidas adequadas para a protecção? Ou uma política a longo prazo?

- Como referi, é necessário alargar o âmbito do Património. Em segundo, deve-se dar o direito aos ci-dadãos para que participem na preservação. Quando alguns edifícios com valor correrem o risco de ser de-molidos, os cidadãos poderão ajudar a impedir que tal aconteça.

- Desde 2006 que a proposta de lei está a ser ela-borada. Temos corrido o risco de não estar a ser feita uma preservação ampla?

- Percebo que esta lei tenha demorado para che-gar à AL, porque envolve não só o âmbito de protec-ção, mas também está ligada ao desenvolvimento da cidade, ao planeamento urbanístico. São questões que implicam os interesses de várias entidades. Depois, durante a consulta pública foi necessário algum tempo para que se chegasse a um consenso. Mas, sim, sem uma lei mais abrangente há riscos, porque a legislação em vigor tem mais de 20 anos e não é adequada para satisfazer as necessidades actuais. Embora haja preo-cupação com a protecção de cada um dos edifícios do Centro Histórico falta a consideração dos bairros histó-ricos como um todo.

- Qual é o papel da comunidade e da língua por-tuguesa na preservação deste legado?

- Em Macau e para a comunidade chinesa a Lín-gua Portuguesa é muito importante, porque é um laço portador de Cultura e História. Por isso, consideram que deve manter-se como símbolo de preservação. Mas corre riscos, porque como a cultura chinesa cresceu em Macau tornando-se dominante e tende a generalizar-se, assimilando o que há à sua volta. Neste sentido pre-ocupamo-nos com a fluência da língua portuguesa ser cada vez mais pequena. Por outro lado, neste momento há um péssimo ambiente para que a língua portuguesa esteja mais viva em Macau. Embora seja uma língua oficial, de ensino e profissional, não é usada no dia a dia. Isto faz que esteja a enfrentar muitos riscos.

- Como é que vê o futuro da língua portuguesa em Macau e na China?

- Vai continuar a existir, por fazer parte das medi-das para manter as especificidades de Macau. Se a lín-gua portuguesa se extinguir há, por exemplo, muitos conteúdos históricos que não vão poder ser conheci-dos. Outro exemplo é o papel de Macau como platafor-ma entre a China e os países lusófonos – sem a língua portuguesa este papel desaparecia. Mas o mais impor-tante é que a comunidade macaense mantenha a lín-gua portuguesa, porque é a sua raiz. O papel da língua portuguesa para a comunidade chinesa tem mudado depois da transferência, já que enquanto antigamente os chineses de altos cargos precisavam de dominar o idioma por ser uma capacidade que lhes seria muito útil no futuro, agora já não é assim. A excepção ainda é a área jurídica.

- O que pode ser feito para preservar esta língua em Macau?

- É muito importante que os falantes locais dessa língua, ou seja a comunidade macaense, continuem a perpetuar a língua e a passá-la às novas gerações. De-vem mesmo saber falar esta língua para a preservar, porque será impossível que todos os cidadãos de Ma-cau venham a falar português. Por isso, torna-se mais relevante que os macaenses mantenham estas raízes do que sensibilizar os chineses para falar português fluentemente. Digo isto também porque alguns jovens macaense pouco falam português já que estudam em escolas chinesas e não usam o português como língua no dia a dia... E se isso acontecer poderá perder-se.

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local(...) “O papel do Governo deve ser o de fiscalizador e não de gestor. no contexto da reforma do ensino superior é necessário dar-se cada vez mais autonomia às instituições de ensino superior, para haver um melhor desenvolvimento” (...) - idem

(...) “É preciso verificar também que se aquilo que as pessoas estão a estudar é o que a sociedade precisa no sentido de elevar a competitividade. Além de dar dinheiro o Executivo tem de pensar na melhor forma de poder ajudar a aumentar a competitividade da população” (...) - Johnny Lam

Um contador de históriasapaixonou-se por História porque em macau era inevitável. Para Johnny lam não se pode desligar o território dessa capa rica que acabou por o transformar num professor e estudioso daquela disciplina, melhor num contador de histórias. mas o interesse pela docência começou antes, como uma causa humana. ainda frequentava a licenciatura de literatura chinesa, quando assistiu a um episódio que mudou o seu rumo. “Havia alunos que comiam o resto que os outros deixavam, porque não tinham dinheiro, e então faziam-no para conseguir estudar”, recordou. Percebeu o quanto o ensino é uma vertente essencial da vida, como “um sonho”. Passou um ano inteiro na biblioteca a ler livros, documentos -“incurável - dedicou-se ao estudo da educação. Não passou muito tempo até que começasse a leccionar para o 3º ciclo, até completar um mestrado e doutoramento em História, unindo as duas áreas que o fascinam. Participa ainda na associação de História e educação de macau e na associação de História oral, partilhando um legado infinito.

“Talentos locais” sem “palco” para brilharA taxa de educação entre a população empregada é baixa, mas a RAEM tem vindo a formar os seus talentos, salienta o director do Centro de Formação Contínua e Projectos Especiais do IPM. Só não brilham por lhes faltar “palco”, crê Johnny Lam, notando a necessidade de o Governo sensibilizar as grandes empresas

Como analisa a evolução do ensino em Ma-cau?

- Nos últimos anos a qualidade do sistema educativo tem vindo a aumentar, mas a história tem deixado contradições. Por exemplo, 80% dos alunos que concluem o ensino secundário conseguem ter acesso ao ensino superior, mas de uma forma geral, na população empregada, encontramos uma taxa de educação muito baixa. Isto acontece também porque Macau é uma cidade migrante e muitas pessoas que chegaram ao território não tiveram as mesmas oportu-nidades. O sistema educativo deve e ainda tem muito espaço para ser melhorado. Por exemplo, a maioria das pessoas pensa que o regime educativo é muito li-beral, porque o Governo permite que cada associação possa abrir uma escola mediante um plano baseado em critérios definidos por si. O facto do Governo não intervir neste âmbito tem a vantagem de a escola po-der diversificar e ter a máxima autonomia, mas por outro, apresenta a desvantagem de cada escola ficar muito independente, correndo-se o risco de ser ofere-cido um ensino pouco profissional e científico, porque não há uma grande exigência na qualidade.

- Como é que o Governo pode actuar, sem inter-ferir na autonomia das escolas?

- Uma das formas é a criação de legislação para regularizar e fiscalizar o ensino, como o quadro geral dos docentes das escolas particulares do ensino não superior que foi aprovado recentemente. A elaboração de legislação pode diminuir minimamente o impacto e intervenção do Governo e ao mesmo tempo garantir as exigências básicas. Este é o caminho correcto. No entanto, há sempre coisas que ficam ‘omitidas’. Por exemplo, o quadro geral do pessoal docente estipu-la que 70% das verbas sejam gastas com os salários dos docentes, mas não ficou definido que parte deve direccionada para cada escalão, ou seja a proporcio-nalidade não está patente, o que poderá levar a in-justiças.

- Há críticas ao facto do ensino chinês ser con-servador e até ‘omitir’ partes da História. Que retra-to faz dos alunos que chegam ao ensino superior?

- O conhecimento que trazem não é suficiente so-bretudo no que diz respeito à história local. Em rela-ção às críticas de o ensino ser conservador podemos analisar de acordo com duas vertentes: os conteúdos e

o método de ensino. No conceito educativo das esco-las chinesas ainda domina um estilo conservador, mas também podemos verificar que no âmbito da reforma educativa foram tidas em conta muitas concepções ocidentais, que são mais abertas e criativas.

- 80% dos alunos conseguem entrar na univer-sidade, mas a taxa de educação é baixa. Como se in-verte esta situação?

- É uma realidade histórica, porque o ensino su-perior foi aumentando a sua qualidade nos últimos anos, por isso as pessoas com mais de 40 anos não ti-nham as mesmas oportunidades. Por outro lado, mes-mo que haja uma taxa de entrada elevada no ensino superior, vemos que metade da população entre os 18 e 22 anos, não está no ensino superior. O que quer dizer que houve muitas pessoas que abandonaram os estudos antes de chegar ao 12º ano. Assim como hou-ve várias pessoas que não prosseguiram os estudos por terem chumbado vão ingressando no mercado de trabalho sem tanta formação.

- Há quem defenda que a aposta em cursos téc-nicos devia ser mais forte...

- A educação profissional é essencial, mas a ques-tão é que estas escolas estão cada vez mais parecidas às outras [de currículo regular], porque os alunos também mantêm a expectativa de vir a estudar na universidade. No contexto do regime educativo não é bom, já que os alunos que escolhem esta via deviam ter assente que esta é mais prática, direccionada para o mercado de trabalho. Devia haver uma orientação clara sobre o perfil destas escolas e ser estabelecida uma ligação entre estas instituições e as empresas para que o aluno pudesse ser contratado, durante os estudos, para depois seguir para fazer estágio.

-Sendo director de um centro de formação contí-nua como analisa a aposta nesta vertente?

- Concordo com o plano de aperfeiçoamento de avaliação contínua porque permitiu criar em Macau um ambiente para que os cidadãos estudem ao longo da vida. Mas houve problemas que advieram desta política. Como há mais procura também se verifica uma oferta maior, por isso é necessário analisar se os conteúdos fornecidos estão a acompanhar o desenvol-vimento e as necessidades de Macau. Se não, devem ser ajustados. É preciso verificar também se aquilo que as pessoas estão a estudar é o que a sociedade precisa no sentido de elevar a competitividade. Além de dar dinheiro o Executivo tem de pensar na melhor forma de poder ajudar a aumentar a competitividade da população.

- O ensino superior tem qualidade para inverter a baixa taxa de educação com a nova vaga de estudantes?

- O ensino superior tem uma curta história, te-mos de o reconhecer. Passaram 30 anos, pelo que esta-mos a falar de um desenvolvimento recente. O nosso ensino situa-se no nível médio no contexto mundial, o que é compreensível porque a experiência ainda se

está a acumular. O ensino superior está dividido entre o privado e público. O público está a seguir as regras do Governo, que acabam por limitar. O Governo não atrapalha de todo a liberdade dos académicos ao ní-vel dos estudos, mas por exemplo na preparação de programas temos de seguir bem as regras, obedecer aos recursos humanos exigidos e isso faz com que se perca dinamismo. O papel do Governo deve ser o de fiscalizador e não de gestor. No contexto da reforma do ensino superior é necessário dar-se cada vez mais autonomia às instituições de ensino superior, para ha-ver um melhor desenvolvimento.

- Ficou satisfeito com o facto do coordenador do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior ter referido que haverá mais autonomia para este ensino?

- Esta direcção de dar mais autonomia ao ensino superior que Macau quer traçar é uma consciência co-mum em todo o mundo e tenho muita confiança em Sou Chio Fai. Depois de ter visto o desenvolvimento operado no ensino não superior, [Sou Chio Fai foi di-rector da DSEJ] considero que é muito profissional. Se continuarmos a seguir este rumo com ele o ensino su-perior daqui a alguns anos terá uma nova aparência.

-Quais são as suas expectativas para a Lei do En-sino Superior?

-Agora muitas universidades privadas conse-guem ter programas de doutoramento mesmo que não disponibilizem licenciaturas na mesma área, por ou-tro lado as escolas públicas de ensino superior, como o Instituto de Formação Turística e Instituto Politéc-nico de Macau não estão autorizadas a fazê-lo. Esta é uma questão que não tem a ver com a capacidade de ensino, porque desde que as escolas passem na ava-liação de qualidade deviam estar aptas para ministrar programas acima da licenciatura. Assim, neste casos não é a qualidade que as impedem, mas o regime e isso pode atrapalhar o desenvolvimento.

- Face à falta de mão-de-obra, deveriam ser me-lhor geridos os talentos que estudam cá?

- Não concordo que haja falta de talentos em Ma-cau. O que acontece é que não lhes é dada uma opor-tunidade para começar a ganhar experiencia, ou seja, não têm um palco onde se possam mostrar. Uma das formas para resolver os problemas da geração de 80 é as grandes empresas, como as operadores de jogo, e o Governo darem mais oportunidades aos jovens para que consigam mostrar o seu potencial em cargos mais elevados. Acredito que nos próximos 10 anos have-rá cada vez mais locais a ocupar quadros de direcção nas grandes empresas. Para que tal seja possível o Go-verno deve ter políticas para apoiar ou pelo menos orientar as empresas. O Governo pode sensibilizar e incentivar as empresas, dando a perceber que têm li-berdade para gerir os seus negócios mas que também é necessário haver uma proporcionalidade entre resi-dentes e não residentes.

f.a./V.C.

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Pág 04 segunda-feira, 26 de março de 2012 joRnal tRibuna de macau

localFURTO EM VEÍCULO. estacionou o veículo e uma hora depois já tinha ficado sem a mala que estava guardada no interior. o lesado, um residente do território, acabou por apenas reparar no furto quando chegou a casa e não encontrou a mala, onde estava um computador avaliado em 14 mil patacas.

RELÓGIO DE LUXO DESAPARECIDO. um turista do continente ficou sem um relógio avaliado em 620 mil patacas que tinha deixado num cacifo numa sauna situada na rua de xangai. Não foram encontradas marcas de arrombamento, suspeitando-se da utilização de uma chave-falsa.

Relocation announcement

effective from 1st april 2012, our clinic will be relocating to the following address:

Rm. 1907, 19/F, aia tower, nºs. 251a-301, avenida commercial de macau

(opposite to New Yaohan and Grand Emperor Hotel)

tel: (853)28373266 Fax: (853)28356483Website: www.icqoral.com e-mail: [email protected]: www.facebook.com/icqoral

Consultation by Appointment Office hour: Mon to Sun 10:30 - 19:30

Close on Tue and Public Holiday

Direcção dos Serviços de turismo

mandado de Notificação Nº 197/AI/2011

---Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora 梁杰开, que, na sequência do Auto de Notícia n.º 27.1/DI-AI/2011, de 09.04.2011, levantado pela DST, por controlar a fracção autónoma situada na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edf. Centro Internacional de Macau, Bloco 13, 6° andar D, e utilizada para a prestação ilegal de alojamento, bem como por despacho do signatário de 21.03.2012, exarado no Relatório nº 198/DI/2012, de 15.03.2012, Auto cuja fotocópia se anexa, aqui se dá por reproduzida e faz parte integrante desta notificação, foi determinado a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas), e ordenado a cessação imediata da prestação ilegal de alojamento no prédio ou da fracção autónoma em causa, nos termos do n˚1 do artigo 10º e n˚1 do artigo 15°, todos da Lei nº 3/2010. ---O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o n° 1 do artigo 16° dos Lei n° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n° 2 do artigo 16° do mesmo diploma. ---Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo, a interpor no prazo de 60 dias, conforme estipulado na alínea b) do n° 2 do artigo 25° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n° 110/99/M, de 13 de Dezembro e no artigo 20° da Lei n° 3/2010. ---Haverá lugar à execução imediata de decisão caso esta não seja impugnada. ---O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção nºs 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18° andar, Macau. ----Direcção dos Serviços de Turismo, em Macau, aos 21 de Março de 2012.

O Director dos Serviços,João Manuel Costa Antunes

DiVinia WonG SancHeZa família de Divinia Wong Sanchez tem o penoso dever de informar que este seu

ente querido faleceu no dia 23 do corrente mês, com 89 anos de idade, no Hospital

Kiang Wu.Deixa uma filha e três filhos, oito netos e

cinco bisnetos.a missa de corpo presente será celebrada

quarta-feira, dia 28, pelas 20 horas, na casa funerária do Kiang Wu.

no dia seguinte, 29 de março, pelas 11:00 horas, no cemitério de São miguel, será

rezada missa de corpo presente seguida do enterro.

também no mesmo dia, mas pelas 18 horas, realiza-se a missa de sétimo dia na

igreja da Sé catedral de macau.a todos quantos se queiram associar a estes piedosos actos, a família enlutada

agradece antecipadamente.

PRINCIPAL SUSPEITA TERÁ CONSEGUIDO FUGIR DO TERRITÓRIO

Burla em sala VIP rendeu 53 milhõesUma gerente da sala VIP de um casino no COTAI terá conseguido desviar quase 53 milhões de dólares de Hong Kong, fugindo de seguida do território juntamente com o namorado. As autoridades conseguiram deter uma funcionária do mesmo departamento que terá também ajudado na burla. A detida é irmã da gerente, que se encontra a monte

Faz lembrar uma história de cinema. Uma mulher, gerente de uma sala VIP de um casino no COTAI, terá

conseguido desviar 52,85 milhões de dóla-res de Hong Kong para a conta do namora-do, conseguindo fugir do território através das Portas do Cerco.

O caso foi denunciado por um res-ponsável da mesma sala VIP que começou a notar algumas incongruências nalguns registos e transacções. Tentou contactar a gerente sénior a fim de saber o que se pas-sava mas sem sucesso.

As autoridades começaram a inves-tigar e conseguiram deter uma residen-

PedrO aNdrÉ SaNtOS

Suspeita terá fugido com o namorado pelas Portas do Cerco

para a conta do marido, que o usou para a compra de um automóvel.

Segundo as autoridades, a gerente terá deixado o território no dia 21 de Mar-ço, embora o paradeiro seja ainda incerto, pelo que as investigações continuam a de-

te do território que trabalhava no mes-mo local e é irmã da suspeita. Segundo foi apurado, a detida terá recebido 160 mil dólares de Hong Kong pela alegada participação na burla que envolveu fal-sificação de transações e assinatura de cheques sem supervisão dos altos supe-riores. O montante terá sido transferido Medidas de coacção para jovens

suspeitos de violação de menorDois residentes de macau, de 17 e 18 anos, ficaram sujeitos a apresentação periódica às autoridades competentes e proibição de ausência bem como de contactos com a vítima, num caso suspeito de violação de uma menor. De acordo com o ministério Público (mP), a vítima, de 16 anos, conheceu os dois suspeitos através da internet em Janeiro do corrente ano, namorou com eles mas em ambos os casos o romance acabou em separação. Porém, na tarde do dia 9 do mês passado, um dos suspeitos telefonou à vítima que concordou em encontrar-se com ele na residência do outro jovem, indica o mP, acrescentando que, durante o encontro, a jovem acabou por ser violada pelos dois suspeitos. Depois da análise do caso e das provas obtidas, o delegado do Procurador titular do processo considerou haver fortes indícios do crime de estupro, pelo que promoveu e viu ser aceite pelo juiz a aplicação das referidas medidas de coacção, tendo o caso sido devolvido à polícia para mais investigações.

correr.FURTO ARRISCADO EM CASA DE JO-GOS. Uma casa de jogos foi alvo de tentati-va de assalto, com o ladrão a tentar roubar a caixa de registadora quando o funcionário do estabelecimento fez uma pausa para ir à casa-de-banho. Quando regressou tentou bloquear o indivíduo no interior da sala, mas este partiu o vidro e procurou fugir. Outras pessoas no local tentaram ajudar o funcionário a interceptar o suspeito, mas este terá utilizado uma seringa para ame-açar quem se aproximasse, afirmando que era seropositivo, fugindo de seguida.DENUNCIADO PELA EMPREGADA DA LIMPEZA. Um homem, residente da China Continental, que estava hospedado num hotel acabou por ter uma recepção inesperada ao encontrar vários agentes da Polícia Judiciária (PJ) à espera quando re-gressava ao quarto. No local foram encon-tradas 0,43 gramas de “Ice” e ainda vários utensílios habitualmente usados para o consumo de droga.

Terá sido a empregada da limpeza que encontrou tudo horas antes quando limpava o quarto, acabando por alertar os seus superiores que posteriormente de-nunciaram o caso à PJ.

Toca e foge em “efeito dominó”Bastou um momento de distracção para duas dezenas de motos caírem no asfalto. um homem ligou para a polícia afirmando que tinha visto um veículo a embater numa moto, acabando por derrubar 22 em “efeito dominó”, fugindo de seguida. as autoridades começaram a investigar o caso mas não havia câmaras cctv no local, tornando a investigação mais difícil. No entanto, cerca de meia hora depois do incidente uma mulher apresentou-se na esquadra afirmando-se culpada pelo sucedido. segundo terá contado, baixou-se para apanhar algo que tinha caído na carpete do automóvel e, com a distração, acabou por derrubar os motociclos. como ficou nervosa, fugiu de seguida. em casa, já mais calma, decidiu confessar o que tinha feito, disponibilizando-se ainda para pagar todos os estragos. apesar de ter confessado, a mulher foi notificada por fuga à responsabilidade.

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localTRÊS COLISÕES CONSECUTIVAS NO COTAI. um condutor e dois passageiros sofreram ferimentos ligeiros em três acidentes envolvendo dois carros privados e um autocarro de turismo no sábado no cotai. a circulação na zona foi suspensa por mais de duas horas.

18 CASOS E CINCO ACUSAÇÕES POR ABUSO DE MENORES. macau registou 18 casos de abuso sexual de menores em 2011, mas o ministério Público só deduziu cinco acusações, indicam dados das forças de segurança revelados pela rádio macau. em 2010, verificaram-se 23 casos e cinco acusações.

ACADÉMICO DEFENDE IMPOSTO SOBRE IMÓVEIS MAIS RÍGIDO

Investimento “está pouco saudável”O mercado do investimento no território tem evidenciado crescentes factores de risco e encontra-se numa situação “pouco saudável”, advertiu Joey Lau, presidente da Associação de Economia de Macau. Considerando que o combate à especulação imobiliária não teve efeitos satisfatórios, até porque os preços das casas continuam em alta, o académico da Universidade de Macau exorta o Governo a alargar o prazo do imposto de selo especial sobre a transmissão de imóveis

Joey Lau entende que o Governo deve prolongar o prazo do imposto de selo especial sobre a transmis-são de imóveis de dois para três anos. Implementa-

da em Junho de 2011, para combater a especulação imo-biliária, a lei do imposto de selo especial incide sobre as transmissões de imóveis para habitação – incluindo casas em construção ou fase de projecto - realizadas no prazo de dois anos a contar da data da liquidação. Ao abrigo da lei é cobrada uma taxa de 20% sobre a maté-ria colectável nos casos de transmissões ocorridas no primeiro ano e de 10% no segundo ano após a compra.

Queixando-se do impacto negativo da lei nos negó-cios do sector, a Associação Geral do Sector Imobiliário de Macau já apelou à suspensão daquela medida, mas Joey Lau tem uma opinião distinta, por considerar que os re-sultados do combate à especulação continuam a ser pouco evidentes. Para o presidente da Associação de Economia de Macau, apesar da nova lei ter contribuído para uma grande quebra no número das vendas, a verdade é que os preços das casas são cada vez mais elevados.

Na perspectiva do também académico da Universida-de de Macau, essa situação é um dos sinais de que o “mer-cado de investimento da RAEM está pouco saudável”, algo que é reflectido na actual situação dos preços das habita-ções de segunda mão e que também foi evidente noutros

casos, como a especulação gerada em torno da emissão das notas comemorativas do Ano do Dragão. Estes fenómenos revelam uma nova atitude dos investidores, segundo ad-verte Joey Lau, que acredita ainda que as políticas macro-económicas da China possibilitaram a entrada de muitos capitais especulativos em Hong Kong e Macau.

Salientando que o Governo de Singapura cobra uma taxa entre 15 e 20 por cento aos compradores de imóveis não residentes, o académico sustenta que, em termos com-parativos, até seria razoável que em Macau esse valor ron-dasse entre 25 e 30 por cento, uma vez que se trata de um mercado muito pequeno e, por isso, facilmente influenci-ável. A título de exemplo, Joey Lau referiu à imprensa de língua chinesa que determinadas famílias podem mesmo comprar um prédio inteiro, o que teria grande impacto grande no mercado local.

Segundo números divulgados pelo jornal “Ou Mun”, os preços das habitações com mais de 30 anos já ultrapas-

saram os dois milhões de patacas, enquanto que o valor por pé quadrado para casas construídas há mais de duas décadas já se aproxima das três mil patacas, fazendo com que muitos residentes duvidem da eficácia das medidas implementadas pelas autoridades.

Atendendo a que o número das vendas das casas vol-ta a subir numa altura em que os preços estão em alta, o presidente da Associação de Economia avisou ainda que reapareceram no mercado alguns consumidores pouco sensatos que já se habituaram ao imposto de selo especial. Por outro lado, Joey Lau nota que a procura de casas para arrendar deverá aumentar este ano, uma vez que o Go-verno prevê um aumento de 10 por cento na população activa.

O académico entende, no entanto, que tais fenóme-nos são temporários e terminarão quando forem disponi-bilizadas mais habitações públicas. Nessa altura, poderão verificar-se “bolhas no mercado imobiliário”, avisou.

Política demográfica em consultaO Governo vai submeter a consulta pública um estudo que está a ser desenvolvido sobre políticas demográficas, anunciou Chui Sai On

O Gabinete de Estudo das Políticas já está a realizar um estudo so-bre política demográfica, men-

cionado no relatório das linhas de acção governativa para 2012, adiantou o Chefe do Executivo, acrescentando que, após a apresentação do respectivo relatório, será realizada uma consulta pública.

Em declarações aos jornalistas, no regresso de Hefei, capital da provín-cia de Anhui, onde se deslocou para participar na “Semana Dinâmica de Macau”, Chui Sai On não adiantou muitos pormenores sobre o estudo, sublinhando ainda assim que deverá incluir vertentes como “a situação real do crescimento da população”, desde o estabelecimento da RAEM, a “variável demográfica do território em relação ao desenvolvimento da economia”, a “melhoria das condições da vida dos cidadãos” e o “desenvolvimento sus-tentável”.

De acordo com uma nota oficial, o Chefe do Executivo disse ainda acreditar que, depois de uma série de estudos, os serviços competentes já poderão dar pa-receres sobre política demográfica para referência do Governo na elaboração

das futuras linhas de acção governativa.FÓRUM BOAO LEVA CHEFE A HAI-NÃO. Entretanto, o Governo indicou que Chui Sai On voltará à China Con-tinental a 1 de Abril, desta vez para as-sistir à cerimónia de abertura da reunião anual do Fórum Boao da Ásia 2012, acompanhado pelo Comissário do Mi-nistério dos Negócios Estrangeiros na RAEM, Hu Zhengyue.

“A Ásia num Mundo de Mudança: Avanço para Desenvolvimento Saudá-vel e Sustentável” será o tema central deste fórum que se realiza anualmente na Província de Hainão. O vice primei-ro-ministro do Conselho de Estado, Li Keqiang, irá proferir o discurso inaugu-ral na abertura do Fórum.

Durante a estadia em Boao, o Che-fe do Executivo terá também encontros com os dirigentes do governo provincial de Hainão. Chui Sai On vai liderar uma delegação oficial que incluirá ainda o chefe do Gabinete do Chefe do Execu-tivo, Alexis Tam, a secretária-geral do Conselho Executivo, O Lam, os assesso-res do Gabinete do Chefe do Executivo, Fung Sio Weng, Kou Chin Hung, entre outros.

“ROLLS-ROYCE” ABRIU “SHOWROOM” EM MACAU

Uma “montra” de luxo

Estamos aqui por causa do desenvolvi-mento de Macau e do potencial de cres-cimento que a economia local perspec-

tiva”, disse o director de vendas e e marketing da Rolls-Royce, Jolyon Nash, à agência Lusa.

Uma “base de clientes” já existente e “re-lações importantes” estabelecidas no territó-rio impulsionaram a abertura da “montra” da Rolls-Royce em Macau, mercado considerado “único” e onde as vendas são animadas pela indústria do jogo.

“Abrimos o showroom para atender à procura crescente de modelos como o Phantom & Ghost. Por exemplo, a [operadora de casinos] Wynn é nosso cliente em Macau”, adiantou Jolyon Nash, embora sem avançar números so-bre as vendas ou encomendas locais.

Com 2.600 metros quadrados, o “sho-wroom” de Macau é o 12º da Rolls-Royce na região da Ásia Pacífico, incluindo a China.

O espaço contempla uma área de expo-sição para dois carros e uma “sala do cliente”, onde este é convidado a personalizar os reves-

timentos interiores do modelo escolhido, de acordo com várias opções de verniz e peles.

Globalmente, a Ásia-Pacífico é já o pri-meiro mercado da marca, tendo registado um recorde nas vendas pelo segundo ano conse-cutivo e um crescimento de 47 por cento em 2011. “Este mercado foi recordista de vendas, para ambos os modelos Phantom e Ghost. E o mercado da Grande China também registou um bom desempenho enquanto maior mer-cado a nível mundial, seguido de perto pelos Estados Unidos”, acrescentou.

A abertura do “showroom” de Macau está em linha com a estratégia de expansão na região. “Num quadro maior, enquanto mer-cado único, a abertura em Macau reforça a implantação estratégica da marca nas cidades consideradas ‘portas de entrada’ do Delta do Rio das Pérolas”, explicou.

Depois de Macau, as cidades de Tianjin, Chongqing e Qingdao são apontadas como as próximas bandeiras da Rolls-Royce na Ásia.

JTM/Lusa

A Rolls-Royce abriu um “showroom” em Macau, elevando para 12 o número de “lojas” na região da Ásia-Pacífico, que tem vindo a registar recordes de vendas nos últimos dois anos e é o principal mercado da marca

ViViaNa ChaN

Joey Lau defende que o prazo do imposto de selo sobre imóveis deve ser estendido para três anos

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Pág 06 segunda-feira, 26 de março de 2012 joRnal tRibuna de macau

localAPOSTAS ATRAEM 70% DE INQUIRIDOS. cerca de 70% dos 231 inquiridos (entre 10 e 29 anos de idade) num estudo feito pela união geral das associações de moradores admitiram que já apostaram e jogam sobretudo mahjong, cartas e “slots”. leong Wai lam, responsável pelo estudo, disse à tDm que mais de metade entrou em casinos, sendo que 60% são menores de idade.

ANTÓNIO VISEU VAI APOSENTAR-SE. antónio viseu, subdirector dos serviços meteorológicos e geofísicos (smg), vai aposentar-se. segundo a rádio macau, viseu deixará os smg a 1 de maio, após 37 anos de serviço, devendo ser substituído por florence leung.

PEDREIRA CONTINUA A DAR QUE FALAR NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

“Uma questão política”Esta já não é apenas uma situação cuja legalidade é questionada, trata-se sobretudo de uma “questão política.” A transferência dos direitos de concessão sobre o terreno da pedreira de Seac Pai Van continuam a suscitar dúvidas entre os deputados. Au Kam San chamou o assunto ao Hemiciclo, Jaime Carion respondeu em português para dizer que tudo ocorreu dentro das normas legais

Algumas leis estão somente em português e, por isso, não alcançam o entendimento de todos, dizem os elementos da Associação Novo Macau. Mas mais

do que estar em causa a legalidade da transferência dos direitos de concessão sobre o terreno da pedreira de Seac Pai Van, esta transformou-se numa “questão política.” A atitude do Governo não caiu bem aos olhos da população, dizem os deputados.

Em interpelação oral, Au Kam San voltou a exigir por-menores sobre a transferência dos direitos de concessão na pedreira de Seac Pai Van. O peso do Conselho Executivo na decisão final foi outro dos pontos questionados, já que Liu Chak Wan, membro daquele organismo, integra as duas empresas no centro da polémica.

Numa extensa resposta em português, o director da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Trans-portes, Jaime Carion (DSSOPT), elencou os procedimentos legais que legitimaram a transferência dos direitos de con-cessão do referido terreno. Não satisfeito, Au Kam San vol-tou a lançar dúvidas, dizendo que parte do mal entendido pode residir no facto de algumas das leis em causa estarem redigidas apenas em língua portuguesa.

“Segundo a sua resposta tudo foi feito nos termos da lei, mas o problema é que este caso não foi justo,” corro-borou Chan Wai Chi, também do Novo Macau. O preço do terreno, a rondar os 240 milhões, ficou aquém do que é praticado no mercado, acrescentou Ho Ion Sang, igual-mente insatisfeito com a transacção. Au Kam San classifi-cou mesmo o valor de “bom e baixo”. Ora, “o que é que entende por justiça e imparcialidade?”, perguntou Pereira Coutinho. “Não devia o Governo reaver o terreno para de-pois realizar um concurso?,” quis saber o deputado.

Ng Kuok Cheong, referindo-se ao envolvimento de um elemento do Conselho Executivo no processo e à criação da segunda empresa, entende que “esta já não é uma questão de lei, é uma questão política.” A sociedade, lembrou Kwan Tsui Hang, não está a gostar do rumo da situação.

Jaime Carion explicou que a Empimac fez uma pro-posta ao Governo de desenvolvimento daquela zona. “Como se tratava de uma empresa que não podia exercer actividade de construção e exploração imobiliária, sugeriu-se que fosse criada uma outra,” admitiu, escusando-se a comentar o envolvimento de um membro do Conselho Executivo.

Deste modo, o terreno adjacente ao projecto de ha-bitação pública de Seac Pai Van, detido pela Empimac, foi transferido para a empresa imobiliária New Hong Yee, nascida em Dezembro de 2011 e com os mesmos accionis-tas que a primeira. Um dos elementos do Conselho Execu-tivo, Liu Chak Wan, detém uma participação em ambas as empresas.

Os solos que eram para exploração industrial vão dar agora lugar a um projecto de finalidade mista, habitação e comércio, bem como a estruturas viárias. Em troca da alte-ração da finalidade do terreno, a empresa passou a deter 19.832 metros quadrados, cedendo cerca de 197 mil metros quadrados ao Governo para a construção de habitações públicas.

Segundo explicou a subdirectora da DSSOPT, Chan Pou Ha, a transmissão de quotas dentro de empresas, o modo de concessão de terrenos, os prazos, o pedido de al-teração da finalidade, o cálculo do prémio e a fiscalização são alguns dos aspectos em análise na revisão da Lei de Terras. Já foi entregue um relatório sobre o assunto à Direc-ção dos Serviços de Assuntos de Justiça, acrescentou.

r.C.

GOVERNO QUER INTRODUZIR EXAMES DE CONDUÇÃO MAIS EXIGENTES

autocarros vão ter mecanismo de avaliaçãoA DSAT já contratou uma empresa de consultadoria para estudar o sistema de autocarros do território. No terceiro trimestre deste ano, Wong Wan espera colocar em marcha um mecanismo de avaliação e classificação das companhias. A população também vai ser ouvida anualmente através de inquérito. E os exames de condução vão tornar-se mais complicados

raquel CarValhO

Wong Wan foi à Assembleia Le-gislativa (AL) ouvir pela voz dos deputados muitas das

queixas que ecoam nas ruas do território. Condutores descuidados, autocarros api-nhados, falta de consciência generalizada de peões e motoristas. Os problemas que o líder da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) tem para re-solver não parecem ter fim à vista. Wong Wang anunciou que no terceiro trimestre deste ano deverá avançar um mecanismo de avaliação e classificação das compa-nhias de autocarros. Isto para além da população poder expressar o grau de sa-tisfação através de um inquérito anual.

Três das interpelações orais apresen-tadas na sexta-feira no Hemiciclo lança-ram palavras de contestação e pontos de interrogação em direcção à política de transportes. O director da DSAT admitiu que “há a necessidade de avaliar os ser-viços de autocarros de Macau”. Assun-tos que, segundo esclareceu, já estão nas mãos de uma empresa de consultadoria.

Com base nos resultados obtidos, Wong Wan acredita que na segunda me-tade do ano o Governo já estará em con-

dições para “avançar com um mecanismo de avaliação e classificação das socieda-des de autocarros.” Além disso, faz parte dos planos da DSAT lançar “um inquérito anual” que ajude a averiguar “o grau de satisfação da população.”

O deputado dos Moradores, Ho Ion Sang, foi um dos que colocou a boca no microfone para pedir a introdução de “um regime de pontuação para as infrac-ções rodoviárias.” Já Lam Heong Sang fo-cou-se no novo modelo de serviços de au-tocarros, que entrou em vigor em Agosto do ano passado, altura em que a Reolian se juntou às duas companhias já existen-tes. “O Governo fiscaliza a gestão deste serviço? Já foram aplicadas sanções?”, questionou, salientando o caos nas arté-rias de Macau, a demora na chegada de autocarros e os acidentes ocorridos nos últimos meses.

Confrontado com uma realidade cada vez mais negra, Wong Wan garantiu

que “houve um aumento de queixas so-bre os condutores, mas as queixas sobre os serviços propriamente diminuíram.” O director da DSAT admitiu, contudo, que é preciso trabalhar para “reforçar a qualidade dos condutores.”

A pensar no futuro, Wong Wan in-dicou que o Administração vai rever os exames de condução. A “exigência” será agravada “moderadamente”, através “do estudo da avaliação por prova teórica e aumento do número de perguntas sobre a consciência da segurança na condução e atitude correcta de condução”. Já em relação à “prova prática, os critérios se-rão mais rigorosos, efectuando-se o estu-do da inserção das regras de reprovação para a atitude e conduta indevidas de condução.”CONDUTORES, UM BEM PRECIOSO. Mak Soi Kun entrou em cena para avisar o Governo sobre uma futura nova fuga de condutores, já que se avizinham novos

empreendimentos. O director da DSAT afirmou estar consciente do problema. “Sabemos que com o início de várias obras públicas e de casinos vão ser necessários motoristas de camiões. Vamos adoptar medidas para estabilizar o salário dos condutores de autocarros”, indicou.

Para colmatar a escassez de moto-ristas, Lee Chong Cheng, da bancada dos Operários, chegou mesmo a colocar a hipótese de alargar a idade dos condu-tores, dizendo que a “experiência e téc-nica de condução” podem ser valiosas. Wong Wan torceu o nariz à ideia. Segun-do argumentou, o tempo prolongado de condução, a pressão física e mental e a intensidade laboral são condições pouco adequadas para quem tem uma idade su-perior a 65 anos. “Vários acidentes fatais que se registaram nos últimos anos por causa do estado de saúde dos condutores profissionais de idade avançada eviden-ciam que o abrandar das restrições quan-to à idade dos condutores profissionais representa um risco bastante elevado,” disse o responsável, baseando-se num parecer dos Serviços de Saúde de Macau.

Ao invés de colocar em causa a “se-gurança no trabalho”, o Governo diz pre-ferir incentivar o “sector ou empresários de veículos pesados de passageiros a apostar em mais recursos para criar me-lhores condições de trabalho, atraindo os condutores mais jovens.”

Com vários deputados a apontarem os entraves com que se deparam aqueles que circulam diariamente nas artérias do território, mas também a salientarem a fal-ta de consciência generalizada, o director da DSAT falou em campanhas de sensibi-lização e na “optimização das rodovias.” Este ano, acrescentou, deve arrancar ain-da a revisão do “Regime de Aprovação de Modelos de Capacetes para uso dos Con-dutores e Passageiros de Ciclomotores e Motociclos.”

DSAT promete exames de condução mais exigentes

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local

fátima almeida

IPOR PROMETE EMPENHO PARA SATISFAZER PROCURA PELO PORTUGUÊS

“Resposta competente” ao recorde de alunosO número de alunos aumentou e a preocupação do IPOR é dar uma resposta “adequada e competente” à procura. As marés de crise em Portugal não serão capazes de afectar o funcionamento do instituto em Macau, afirma Rui Rocha. O IPOR voltou a abrir portas à comunidade desvendando as histórias de quem lá aprende a explorar a língua de Pessoa

São perfis diferentes que se cruzam na mesma folha de papel através de pa-lavras escritas em português. Altino

Chau aprendeu a língua de Camões quan-do Macau ainda era um território sob ad-ministração portuguesa. O cenário mudou, mas o fascínio pelo idioma não se perdeu nas gerações. O filho, de 11 anos, pediu-lhe para estudar português porque queria com-preender o mundo nesta língua. Pelo meio, Jasmim, de sete anos, diz “bom dia” ainda que todas as expressões teimem em sair. Já Elisa Chu e Shanley Lei, universitárias, degustam um pastel de nata enquanto fa-lam fluentemente em português, dois anos depois de terem começado a lidar com os vocábulos de uma cultura que apreciam.

Pelo corredor do Instituto Português do Oriente (IPOR) vêem-se cada vez mais alunos, alguns debruçados nos livros, ou-tros entretidos nas salas. O número de es-tudantes não pára de crescer, prevendo o IPOR receber este ano 2.050 alunos inte-grados nos cursos geral e específicos minis-trados dentro e fora de portas. Apesar do o Instituto Camões – que através do Estado português detém 55% das acções do IPOR - ter avançado que os sintomas da crise em Portugal se poderão reflectir na sua contri-buição associativa para o IPOR, a qualida-de do ensino continua assegurada, afirma Rui Rocha.

“Não houve quebra em termos de funcionamento do serviço. Este não vai fi-car lesado em termos da sua acção cultural e da sua acção na promoção e divulgação da língua”, refere o director do IPOR. “O que nos pediram foi de facto para reduzir a contribuição associativa, mas as receitas essas continuam a ser de seis milhões e com um saldo transitado de 55.000 euros para este ano. E convém dizer que até 31 de Dezembro as despesas de funcionamen-to estavam pagas, não transitando dívidas para 2012”, salientou.

Rui Rocha explica ainda que o impac-to não será forte e no caso de cortes tentarão encontrar soluções. “Aquelas que são as preocupações dos associados em Portugal não nos afectam grandemente. É evidente que se nos dizem que temos de cortar em 30% o orçamento que apresentarmos, de facto temos de cortar nas despesas”, disse ao exemplificar.

“Tínhamos previsto quatro manuais para este ano e só vamos fazer três, o que já é muito bom”, referiu não avançando nú-meros para os cortes. “Preferia que fosse a Drª Ana Paula Laborinho a falar sobre este assunto. Tenho orientações para fazer e faço sem alterar aquilo que é o funcionamento do serviço”, disse ao notar que o orçamento submetido foi aprovado e será semelhante ao do ano passado.

Recorde-se que Ana Paula Laborinho,

presidente do Camões, admitiu à Rádio Macau que o IPOR iria sentir os efeitos dos momentos difíceis que Portugal atravessa, salientando, no entanto, que a aposta em Macau é para manter e o objectivo passa agora pela procura de novas parcerias. MAIS DUAS SALAS SERIA BOM. Com o crescente número de alunos, o IPOR teve anteriormente de alugar duas salas à Esco-la Portuguesa, situação que este semestre não se mantém, já que embora o número global de estudantes tenha aumentado face aos outros anos, o curso geral (ministrado nas instalações do IPOR) tem menos inscri-

tos nos próximos meses. No entanto, Rui Rocha considera que seria útil haver mais duas salas nas instalações do IPOR.

“As obras no Consulado estão em es-tudo. É uma decisão que não me cabe a mim tomar. Terá de ser o Instituto de Camões a falar com o senhor cônsul (ambos afectos ao Ministério dos Negócios Estrangeiros), mas penso que é sempre oportuno termos a oportunidade de possuir mais duas salas aqui para a eventualidade de haver um crescimento”, disse o director do IPOR, su-blinhando que cabe aos associados discutir esta temática.

“Nem fiz nenhuma previsão orçamen-tal para essas coisas. Os associados falam sobre esse assunto, negociam e eu tentarei arranjar o dinheiro para cobrir esse excesso. A minha função aqui é a gestão orçamental para criar resultados positivos de explora-ção”, adicionou, reiterando que o sucedido com o IC, cuja presidente alegou não ter sido informada sobre o aluguer das salas à EPM foi completamente ultrapassado.

O “grande projecto” do IPOR é dar “uma resposta adequada, com credibilida-de e competência” ao número recorde de alunos. Como explica Rui Rocha embora tenham diminuído os alunos do curso geral (uma vez que é frequentado por funcioná-rios públicos e neste semestre os SAFP só abrem inscrições para o I nível) o número total aumentou através dos programas es-pecíficos. “Para este ano prevemos 2.050 alunos. Temos no momento cerca de 16 cur-sos específicos e curiosamente são cursos que provêm de instituições como o Gabine-te de Apoio ao Ensino Superior, a Univer-sidade de Ciência e Tecnologia e os nossos parceiros habituais”, disse Rui Rocha. PORTUGUÊS DE FUTURO. Pelas salas do IPOR e muitas vezes no refúgio da bi-blioteca já encontramos essas pessoas que vêem futuro na língua portuguesa. Altino nasceu numa família em que não se falava uma palavra de português, mas ao apren-der tornou-se um motivo de inspiração para o filho, que encontrou no IPOR a opor-tunidade de estudar o idioma mantendo o seu ensino regular numa escola chinesa.

Depois das aulas pega nos livros de português, e Altino vê progressos. “Não fui eu que escolhi. Ele é que quis aprender. Em pequeno aprendi português e quando falava com as pessoas achava graça e como queria entender o que falávamos pediu-me para estudar”, conta Altino na biblioteca do IPOR, enquanto o seu menino vê os dese-nhos animados.

“Aprender mais uma língua é muito bom”, começa por justificar o contentamen-to por o filho ter a iniciativa de aprender. “Também vejo futuro para o português em Macau e no Continente chinês, por causa dos países lusófonos. Acho que será um idioma cada vez mais importante no mun-do”, referiu.

Shanley Lei e Elisa Chu também en-contraram no português uma via para a carreira. A estudar Direito, a língua de Camões torna-se essencial, e no IPOR en-contraram um complemento para as aulas da faculdade. “Na universidade não nos ensinam muita gramática, o estudo é mais voltado para o Direito, e aqui ensinam-nos essas questões de maneira mais porme-norizada”, explicou Shanley. “Os cursos são interessantes, porque os professores mostram-nos vídeos o que nos permite co-nhecer melhor o lado cultural de Portugal”, complementou Elisa Chu.

Embora o IPOR não esteja a pensar contratar mais professores de português, “colmatando as lacunas” com docentes a tempo parcial, conta pelo menos até Maio com Cristina, Eva e Rebeca, três estudantes da Universidade de Macau que estão a esta-giar no instituto. A frequentarem a licencia-tura em Estudos Portugueses, além de te-rem contacto com o português diariamente conseguem cultivar ainda a vertente educa-tiva. “Tivemos uma entrevista e tinham um plano perfeito. E, depois, aqui podemos ter uma experiência ao nível da tradução mas também da educação”, explicaram.

Elisa Chu e Shanley Lei encontraram no IPOR um complemento para as aulas de Direito

IPOR voltou a abrir portas ao público no sábado

Cristina, Eva e Rebeca, três estudantes da Universidade de Macau, estão a estagiar no IPOR

ALUNOS DO IFT VOLTA A FAZER DE GUIAS. alunos do segundo ano do curso de gestão de Negócios de turismo do instituto de formação turística vão voltar a organizar e gerir passeios turísticos, a título gratuito, para residentes e turistas. as visitas decorrerão aos sábados e domingos até 21 de abril e inserem-se na componente prática do curso.

METEOROLOGIA EM DESTAQUE NO CENTRO DE CIÊNCIA. o centro de ciência terá patente até setembro uma exposição sobre equipamentos meteorológicos antigos que assinala o 60º aniversário da Direcção dos serviços meteorológicos e geofísicos de macau (smg). o público poderá ver mais de 20 equipamentos cedidos pelos smg, alguns dos quais com mais de 100 anos.

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Pág 08 segunda-feira, 26 de março de 2012 joRnal tRibuna de macau

localGALAXY LEVOU 300 IDOSOS AO CINEMA. em cooperação com a caritas e a associação geral das mulheres, a galaxy convidou 300 idosos para assistirem a um dos filmes incluídos no festival de cinema chinês de macau. os convidados especiais puderam ver “the star and the sea”, filme que aborda a história de xian xinghai, músico natural de macau.

CCM PROCURA PRODUÇÕES LOCAIS. o centro cultural de macau desafiou os artistas locais a submeterem propostas de produções destinadas a subir ao palco em 2013. a apresentação de projectos para as séries “multiformas” e “Profissional” poderá ser feita até 30 de abril.

ELEITOS NOVOS ÓRGÃOS SOCIAIS EM LISBOA

Por uma casa “cada vez melhor”A única lista candidata às eleições para os órgãos sociais da Casa de Macau em Portugal foi eleita no sábado para um novo mandato de três anos, com a ambição de fazer mais e melhor

António Faria Fernandes vai conti-nuar a liderar a Direcção da Casa de Macau em Portugal nos próxi-

mos três anos, depois de ter sido reeleito no acto eleitoral de sábado. Com apenas uma lista concorrente, as eleições para os novos órgãos sociais não produziram, por isso, surpresas e confirmaram ainda Vítor

Serra de Almeida e Rogério Duarte Leiria como presidentes da Assembleia-Geral e do Conselho Fiscal, respectivamente.

“Vontade, temos, empenho, também, assim possamos igualmente ter sorte para continuar a fazer uma Casa de Macau cada vez melhor”, salientou António Faria Fernandes ao JTM.

No manifesto eleitoral, a lista única sublinhou a intenção de atrair pessoas que nasceram e cresceram em Macau, mas também aquelas que, de alguma for-ma, “têm fortes ligações ao território”. “As comunidades macaenses na diáspo-ra, seja aqui em Portugal, seja em outros locais, vão avançando na idade, sem que as novas gerações venham demonstrando

capacidade de renovar com a mesma in-tensidade a ligação a Macau, situação que urge inverter”, referiram os membros da lista, ao salientarem que, nesse contexto, “a Casa de Macau terá de assumir um pa-pel cada vez mais preponderante como um importante canal de ligação com Ma-cau, e como vector de união da comuni-dade macaense, no sentido mais lato do termo.”

Ao longo do próximo triénio, os no-vos órgãos pretendem ainda “promover uma cada vez maior proximidade com os sócios, de modo a que estes sintam a Casa como sua, e como um verdadeiro e forte elo de ligação entre todos, e com Macau, incrementando iniciativas e actividades

que os envolvam”.Nesse lote de iniciativas integram-se

os tradicionais Chás Gordos, o último dos quais foi realizado no próprio dia das elei-ções e visou celebrar a Páscoa.

De acordo com António Faria Fernan-des, o evento foi “bastante concorrido”, com cerca de 120 participantes, e permitiu saborear as habituais delícias macaenses, como chilicotes e chamussas, wan tan e apabico, chau min e minchi, bebinca e bolo-menino, entre outras.

Entre 4 de Abril e 27 de Julho, a Casa de Macau vai ainda organizar mais um “workshop” de iniciação à língua e cul-tura chinesas, composto por 12 sessões e orientado por Jorge Cheang.

Casa de Macau elegeu novos órgãos sociais e celebrou a Páscoa, com um Chá Gordo a que também aderiram os mais jovens

Para os devidos efeitos, vimos por este meio notificar os representantes dos agregados familiares seleccionados da lista de espera de habitação económica abaixos mencionados:

anÚncio

[ n.º 85/2012 ]

De acordo com os termos do artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 26/95/M, de 26 de Junho, o Instituto de Habitação (IH) informa os representantes dos agregados familiares acima referidos, através de ofícios, para se dirigirem pessoalmente ao IH, sita na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau (perto da Escola Primária Luso-Chinesa do Bairro Norte), no dia 12 de Abril de 2012, às horas fixadas nos respectivos ofícios, para escolha das fracções de habitação económica disponíveis de T2 na zona de Taipa.

Nessa altura, os agregados familiares da lista de espera acima referidos devem apresentar os documentos comprovativos (originais e cópias) abaixo mencionados, para efectuar a nova verificação dos requisitos da candidatura da aquisição de habitação económica. Caso as respectivas informações afectem os actuais requisitos da aquisição de fracção ou existirem mudança da composição dos agregados familiares acima referidos, este Instituto irá suspender, imediatamente, o procedimento da escolha de habitação económica:

1. Documentos de identificação de todos os elementos do agregado familiar e os seus cônjuges (caso houver) registados no boletim de candidatura de habitação económica.

2. Prova de casamento (aplicável aos indivíduos casados. Caso tenha entregue ao IH, nos últimos três meses, não é necessário a entregar de novo).

3. Boletim de candidatura dos dados dos agregados familiares de habitação económica devidamente preenchidos e assinados.

De acordo com os termos do n.º 2 do artigo 13.º do decreto-lei acima referido, com as alterações introduzidas pelo Regulamento Administrativo n.º 25/2002, caso os agregados familiares da lista de espera acima referidos não tenham comparecido no IH, no dia e horas fixados, e apresentado os documentos acima referidos, para escolha de habitação ou não pretendam adquirir nenhuma das fracções de habitação económica disponíveis no momento podem optar entre, por motivo não justificado, implica a perda do direito de escolha e passagem automática para o último lugar da lista geral; ou após a apreciação dos dados apresentados, verifique que não reunirem com os requisitos da candidatura, os agregados familiares seleccionados serão excluídos na lista geral.

* Em caso da 2.ª convocação, os agregados familiares seleccionados que não tenham comparecido no IH, no dia e horas fixados, e apresentado os documentos acima referidos, para escolha de habitação ou não pretendam adquirir nenhuma das fracções de habitação económica disponíveis no momento podem optar entre, serão excluídos na lista geral, de acordo com os termos das alínea a) do artigo 14.º do decreto-lei acima referido, com as alterações introduzidas pelo Regulamento Administrativo n.º 25/2002 e alínea 2 do n.º 5 do artigo 60.º da Lei n.º 10/2011.

No intuito de proporcionar os agregados familiares seleccionados para terem mais conhecimentos sobre as informações das fracções de habitação económica disponíveis, o IH juntamente os ofícios enviará em anexo o catálogo com descrições das fracções para venda, tabela dos preços, rácio bonificado, pontos de observação, informações sobre a fracção de modelo. Caso os agregados familiares seleccionados não tenham recebidos os ofícios remetidos pelo IH, até sete dias antes da data fixada, poderão dirigir-se ao IH sito na Travessa Norte do Patane n.º 102, Ilha Verde, Macau) ou consultar através do telefone n.º 2859 4875, durante o horário de expediente

O Presidente,Tam Kuong Man

23 de Março de 2012

NomeN.º do

boletim de candidatura

NomeN.º do

boletim de candidatura

*894629242393351102447102935107854119541119649121827127458127890706371033527784411825186170900451267696113510789171612106342*11486510411010214675191112243101798*11772891111

*LEONG KIT IENGIONG KA IANLAO FOK KALAO KONG SEAKU KA IANLEI NGAN KOKCHOI WAI SEONGLAO WENG MENGCHEONG SUT TENGWONG HIO TONGCHAN U LONGWILLIE LEICHEONG FAI IONGCHAO SOK ILAO TEKCHONG HONG WAICHAN SHUK TSZWONG KA YANCHAU CHI FONGCHAN SOK PENGLEUNG KA HOWONG KONG*CHEUNG WAN CHINGWONG IENG CHONWONG IAO NGANLEI CHAN KUONGMIGUEL PAKKAN TANGLEONG TONG FAI*SERRAO CONSTANTINO VIVACIOLAM KA WAI

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CHIO HIO IEONGAO IEONG CHI FONGLEONG KA HOU CARLOS*CHAO WENG SANWONG SENG IATWONG KA IFAN WENG CHIHO KIT LENGCHAN HIO SENGMA KA LAI*LOK CHAN TONGLAM NGAI FONGTSE KA YANCHIO IENG HALEONG IENG CHAKCHAN SAI KUNLEONG CHAN SENGWONG KA YUITANG NGAI PANCHEONG IN TENG*CHAU LAI LAIWONG UFONG CHAN HENG*WONG KIM PENGLEE WAI KITCHAN MEI YUKLEI MEI IENGCHAN SOU SAMWONG CHEONG SENG ALIAS WONG WENG SANCHEONG MAN CHAO

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joRnal tRibuna de macau segunda-feira, 26 de março de 2012 Pág 09

localPALESTRA ABORDA PLASTICIDADE CEREBRAL. “compreender a plasticidade cerebral” é o tema de uma palestra que francisco Botelho, professor da universidade de Hong Kong, vai proferir hoje, pelas 18:30, na universidade de são José. Natural de macau, francisco Botelho é mestre na área das neurociências pela universidade de londres.

6.000 MULHERES NO FESTIVAL DESPORTIVO. o “festival Desportivo das mulheres” atraiu cerca de 6.000 participantes de 54 entidades, num total de 70 equipas. o programa incluiu um seminário sobre Desporto e saúde e jogos recreativos e desportivos.

Breves

Ponte sino-lusófonadivulgada em Hefeio papel de plataforma desempenhado por macau permitirá proporcionar mais oportunidades de negócio na expansão das empresas da província de anhui no mercado externo e na captação de investimento, particularmente, nos países de língua portuguesa, sublinhou o secretário para a economia e finanças na inauguração da “semana Dinâmica de macau”, em Hefei. Desde 2009, a acção promocional “semana Dinâmica de macau” já percorreu as cidades de Pequim, xangai, chongqing, entre outras capitais de província, devendo a mongólia interior constituir a próxima etapa.

AirAsia planeia abrir rotaChiang Mai-Macau a 21 de Maioa thai airasia anunciou que vai suspender os voos directos entre singapura e chiang mai a 21 de maio e planeia iniciar ligações entre macau e aquela cidade do norte da tailândia no dia seguinte. segundo a imprensa tailandesa, a nova rota poderá redireccionar para macau parte do tráfego actualmente vocacionado para os casinos do laos e camboja.

novo terreno para Exércitonão afecta espaços de lazera concessão de um terreno com 18.000 m2, a favor da guarnição em macau do exército de libertação do Povo chinês, no quadrante leste do Quartel militar da taipa, não irá afectar a disponibilização de instalações desportivas e recreativas públicas, apesar de obrigar a trabalhos de relocalização, assegurou a DssoPt. segundo o organismo, além da instalação de um campo de basquetebol e um de futebol de pequenas dimensões no Jardim central da taipa, serão construídos junto ao Parque de Hác sá um recinto de hóquei em patins e um campo de areia para futebol.

Visitantes aumentaram 8,3 por cento até FevereiroNos dois primeiros meses do corrente ano, macau recebeu 4.592.617 visitantes, o que representa um acréscimo de 8,3% em relação ao período homólogo de 2011. o número de visitantes da china continental, coreia do sul e Japão cresceu 14,7%, 12,5% e 5,2%, respectivamente, compensando as quebras nos mercados de Hong Kong (-2,4%) e taiwan (-5,3%). Destaque ainda para o aumento de 97,9% dos visitantes da rússia. em fevereiro, o total de visitantes desceu 1,5%, facto natural se tivermos em conta que em 2012 o ano Novo chinês começou em Janeiro.

Venetian Macau inauguraanfiteatro a 8 de Abrila nova sala de espectáculos do venetian macau será inaugurada a 8 de abril, com um concerto que juntará a conhecida violonista Jue Yao e elisa chan, estrela de Hong Kong. segundo a sands china, o “venetian theatre” será um dos palcos de entretenimento mais luxuosos da grande china. “a expansão da oferta da sands china marcará o início de uma nova era de entretenimento em macau”, frisou gus liem, vice-presidente da área do entretenimento do venetian macau.

equiPaS PONtOS

Windsor arch Ka i .................................26monte carlo...........................................21Benfica de macau ..................................19Kuan tai ................................................17PsP macau ...........................................16lam Pak ................................................15lam ieng ...............................................14casa do fc Porto ..................................11sub-23 ....................................................8Hong Ngai ...............................................0

tabela ClaSSifiCatiVa

PedrO aNdrÉ SaNtOS

LIGA DE ELITE

Benfica bate Porto em jogo intenso

Imagem com desafio alargado

Promovido pelo Centro Cultural (CCM), “Macau - O Poder do Do-cumentário” está de volta com

“cara renovada e uma nova gama de categorias cinematográficas”. Este ano, o projecto adoptou a designação “O Poder da Imagem” por forma a incluir “os melhores trabalhos concebidos por cineastas estabelecidos e emergentes”, salienta a organização.Segundo o CCM, desde que arrancou em 2007, este projecto já produziu 42 documentários e prossegue o objectivo de impulsionar a cena cinematográfica local.Na linha das edições anteriores, o even-to divide-se em três níveis de experiên-cia: “avançado” e “aberto”, destinados a realizadores maiores de 18 anos, e o

nível “iniciado”, visando todos os “en-tusiastas aspirantes a realizadores”. No entanto, o “documentário” deixa de ser categoria única uma vez que o projecto passa a incluir também as ca-tegorias de “curtas-metragens” e “ani-mação”. Para apoiar as equipas selecciona-

das, o CCM atribuirá subsídios que variam entre as 10.000 patacas (nível “iniciado”) e as 120.000 patacas (ní-vel “avançado” da categoria “curtas-metragens”).As propostas terão de ser entregues até 14 de Maio, sendo que os can-didatos aprovados para a segunda fase terão de apresentar os seus pla-nos de produção em pormenor (in-cluindo um guião de rodagem deta-lhado) e respectivos orçamentos até 9 de Julho. As equipas seleccionadas para a últi-ma fase devem concluir as suas produ-ções entre Agosto deste ano e Abril de 2013 e todos os trabalhos concluídos irão estrear no “Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Macau”.

O Centro Cultural lançou mais uma edição do projecto “Macau - O Poder do Documentário”, que passa a incluir as categorias de “curtas-metragens” e “animação”

O Benfica regressou às vitórias e logo frente ao rival FC Porto numa jornada em que Ka I e Monte Carlo tiveram de suar para levar de vencida as equipas do Lam Pak e dos Sub-23, respectivamente

No arranque da segunda volta do campeonato da Liga de Elite, o Benfica voltou a vencer o FC Porto, desta vez por 2-1.

O início de jogo foi repartido, com ligeiro ascendente para os encarnados que se adiantaram no marcador à passagem do minuto 20 após uma bela desmarcação pela esquerda do avançado Vinício Alves que se isolou, colocando a bola fora do alcance do guardião portista.

A vantagem foi ampliada dez minutos depois após um cruzamento da esquerda que encontrou o nigeriano Christo-pher Nwaorou solto no coração da área, empurrando a bola para o fundo das redes. As “águias” ainda podiam ter marcado mais uma ou duas vezes antes do descanso mas faltou acerto na finalização.

A segunda metade trouxe um Porto mais afoito na procu-ra de inverter os acontecimentos, conseguindo reduzir a dife-rença após um golo do inevitável Alison, aos 76 minutos, que veio animar a partida. Até ao final os “dragões” deram tudo por tudo para chegar à igualdade com várias bolas “bombea-das” para a área adversária, mas sem causar grande perigo. O Benfica podia mesmo ter ampliado a diferença perto do final mas o remate acabou por embater no poste após um desvio acrobático de Simbo num lance em que o guarda-redes já es-tava batido.

“Foi uma boa partida, o Benfica jogou o seu futebol, limpo e esclarecido. A primeira parte foi mais bem conseguida, na se-gunda fomos um pouco remetidos ao nosso terreno mas tam-bém tivemos algumas oportunidades e se tivéssemos dilatado

o marcador não tinha ficado mal”, afirmou ao JTM Fernando Margarido, da equipa técnica encarnada. O responsável lamen-tou ainda o “deslize” que culminou no golo do adversário, mas nunca sentiu que a vitória pudesse estar em casa porque “os jogadores souberem bem dar conta do recado e mantiveram a postura dentro do campo”.

Do lado da equipa azul-e-branca, Daniel Pinto era um homem conformado com o resultado embora sentisse que a sua equipa não merecia ter perdido. “Foi um jogo emotivo. O Benfica teve a sorte de marcar dois golos, nós só marcámos um. Na segunda parte fomos à procura do segundo golo mas infelizmente não aconteceu. Não foram em nada superiores a nós”, disse ao JTM.

O técnico portista mostrou-se, contudo, satisfeito com o crescimento desde o início da temporada que está a acontecer “a olhos vistos”, numa equipa que “foi-se organizando e tor-nando mais coesa”, fruto também da chegada de mais reforços. “Até ao final da época penso que podemos ainda melhorar a nossa classificação”, concluiu.

Nas restantes partidas o líder Ka I teve que suar para ven-cer o Lam Pak, por 1-0, numa partida algo quezilenta que en-volveu alguns lances mais ríspidos. Os comandados de Jose Clér conseguiram três pontos importantes para manterem a diferença para o Monte Carlo, actual segundo classificado, que venceu nesta jornada os Sub-23 por 2-1. Nas restantes partidas o Lam Ieng venceu o último, Hong Ngai, por 2-0, o mesmo resultado com que o Kuan Tai derrotou a Polícia. CASA DE PORTUGAL GOLEIA. No campeonato da segunda divisão a equipa da Casa de Portugal venceu o Chang Wai por 6-0 num jogo que durou apenas 29 minutos já que o adversário entrou em campo apenas com oito jogadores e ficou sem um atleta, supostamente por lesão, antes da meia hora de jogo.

Simbo e o poste impediram o terceiro golo dos encarnados

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Pág 10 segunda-feira, 26 de março de 2012 joRnal tRibuna de macau

Jackson, Rachel, Kevin, Elizabeth e Keith. Todos de idades e pro-fissões diferentes, mas com opiniões semelhantes quanto ao modo como os residentes de Hong Kong escolhem o seu chefe

político máximo. Ontem, convergiram em Harbour Road, em frente ao Centro de Convenções e Exposições da cidade (em Wan Chai), onde decorreu a votação da Comissão Eleitoral constituída por 1.200 membros, e juntaram a sua voz aos milhares de outros manifestan-tes, sobretudo jovens estudantes mas também trabalhadores, que gritaram pelo sufrágio universal e contra a influência do Partido Co-munista Chinês (PCC) nas eleições locais.

Centenas de polícias rodeavam o Centro de Convenções e man-tinham uma vigilância apertada sobre os mais de mil que protesta-vam na rua, cortada ao trânsito. Apesar de ao início da manhã algu-mas centenas terem tentado furar o cordão policial, o que obrigou ao uso de spray de gás-pimenta, o protesto decorreu na maior parte do tempo sem quaisquer incidentes.

Para Elizabeth Lai, 19 anos, estudante universitária de Estudos Políticos e Administração da Universidade Cidade de Hong Kong, não é nada que seja de admirar. “Estamos bem preparados para o sufrágio universal. Na eleição simulada houve filas com centenas de pessoas para votar. Eu também votei, mas em branco, porque nenhum destes candidatos representa os sete milhões de residentes da cidade. Temos boa educação, temos consciência, a sociedade está pronta e não podemos esperar mais. Como se pode ver, tudo isto é racional, não há aqui violência”.

Apesar do sufrágio universal estar no horizonte para a próxima eleição, em 2017, não são muitos os que acreditam que se concreti-ze com facilidade. Jackson Yeung, de 29 anos, comerciante, distribui panfletos, vende livros relacionados com Tiananmen e Che Guevara e recolhe donativos numa barraca improvisada mesmo em frente ao Central Plaza. Pertence à Acção Socialista. “Defendo o sufrágio uni-versal e até espero que seja aplicado em toda a China. Temos mem-bros no Continente a escrever artigos. O que hoje está a acontecer aqui é um pequeno círculo, suportado pelo PCC e pelos mais ricos, a escolher por toda a população. Mas tenho receio de que eles não cumpram a promessa de haver eleições livres daqui a cinco anos, até porque não confio em nenhum destes candidatos”, explica, en-quanto vai tentando conquistar adeptos para a sua causa. “Digo às pessoas que é preciso unirmo-nos contra a tirania, o partido único e pelo sufrágio universal”.

Elizabeth até admite que possa ser a população a escolher o próximo líder, mas “o PCC vai sempre mexer os cordelinhos. Os jo-vens deviam estar com esperanças mas vai ser difícil”. E os próximos tempos? “Vão ser ainda piores. Leung é um dos do PCC. Isto não é gente de Hong Kong a governar”.

“LUTAR PELA DEMOCRACIA”Um dos grupos mais barulhentos no protesto era constituído

por estudantes de Serviço Social da Universidade de Hong Kong, mas também de outras instituições de ensino superior. Às palavras de ordem junta-se um Leung e um Tang simulados, que lutam entre

PROTESTOS EM HONG KONG NO DIA DA ELEIÇÃO DO CHEFE DO EXECUTIVO

o sufrágio universal ficou na rua mas fez-se ouvirManifestantes gritaram pelo direito a participar na eleição do seu dirigente máximo em Hong Kong. Querem “o sufrágio universal”, a “democracia” e estão contra qualquer candidato que só seja escolhido por uma minoria, bem como rejeitam a influência do Partido Comunista Chinês. Para eles, Leung representa “os ricos”. Esperam “o pior” daqui para a frente

eles. Dois alunos mascarados de candidatos personificam o adversá-rio, o outro lado da barreira. “Estamos aqui a lutar pela democracia” explica Rachel Lam, de 19 anos, estudante de Serviço Social, que in-terpreta para inglês o que estão a exigir. “Leung e Tang têm proble-mas de integridade e Pequim controla-os. Lutamos aqui por direitos iguais, porque não fomos nós que os nomeámos, e lutamos porque não temos a certeza do voto universal”.

Apesar de ter sido anunciado que não seria tolerado material de protesto, como bandeiras e faixas, elas não faltam. As mais visí-veis e em maior número são as do “People Power”, uma coligação política que por vezes radicaliza posições. Mas as centenas de ban-deiras amarelas agitadas ao vento não ficam muito tempo em frente do Centro de Convenções, pois rapidamente a polícia varre da zona os manifestantes. Dali, partiriam para um protesto em frente ao Ga-binete de Ligação do Governo Central, segundo alguns repórteres locais.

Os líderes dos vários grupos presentes em frente ao Centro de Convenções vão discursando à vez. Palavras de ordem não faltam. Quando um dos líderes do Partido Cívico volta a pegar no microfo-

helder almeidaem hong Kong

O tecnocrata CY Leung, 57 anos, que sucede a Donald Tsang, que termina o seu segundo mandato no final de Junho, comprometeu-se ontem a salvaguardar os valores fundamentais de Hong Kong,

garantindo formalmente que os direitos e liberdades de que o território usufrui neste momento não serão diminuídos durante a sua governação.

O antigo membro do Conselho Executivo CY Leung, abreviatura de Leung Chun-ying, venceu ontem as eleições para Chefe do Executivo de Hong Kong à primeira volta, após conquistar a maioria dos votos do co-légio que escolhe o líder do Governo. Leung, 57 anos, obteve 689 votos contra os 285 conquistados por Henry Tang no seio do colégio de 1.200 membros. Já o candidato do campo democrata, Albert Ho, não foi além dos 76.

A vitória de ontem de Leung, veio confirmar os resultados das son-

dagens, que o davam como favorito, e as manifestações de intenção de voto de “blocos” chave do colégio, nas vésperas do acto, como do maior partido político de Hong Kong – o pró-Pequim Aliança Democrática para a Melhoria e Progresso de Hong Kong (DAB) –, com mais de 200 assentos no “pequeno círculo”.

O tecnocrata Leung partiu para a corrida em segundo lugar – no-meado por 305 membros do comité eleitoral, atrás dos 379 que apoiaram o também candidato pró-Pequim Henry Tang –, contudo, começou a ser apontado como vencedor desde o primeiro debate, beneficiando, no de-correr da campanha, das polémicas que tiveram o seu principal oponente como protagonista.

Henry Tang, ex-número dois do Governo de Hong Kong, foi per-dendo vigor com o estalar continuado de escândalos, aliás, foco principal

leung garante respeito pelos direitos e liberdadesO antigo membro do Conselho Executivo partiu em segundo lugar mas conquistou ontem 689 votos na Comissão Eleitoral, contra 285 conquistados por Tang

VOTO EM BRANCO EM ELEIÇÕES SIMULADAS. a maioria das mais de 220 mil pessoas que participaram na eleição “simulada” para o chefe do executivo de Hong Kong rejeitou os três candidatos, optando por votar em branco, em sinal de descontentamento para com o actual sistema. Do total de 222.990 votos contabilizados no exercício, colocado em marcha Programa de opinião Pública da universidade de Hong Kong, 54,6 por cento foram em branco. leung teve 17,8 por cento dos votos, seguido de perto por Henry tang que conquistou 16,3 por cento.

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esPecIalPROTESTOS EM HONG KONG NO DIA DA ELEIÇÃO DO CHEFE DO EXECUTIVO

o sufrágio universal ficou na rua mas fez-se ouvirManifestantes gritaram pelo direito a participar na eleição do seu dirigente máximo em Hong Kong. Querem “o sufrágio universal”, a “democracia” e estão contra qualquer candidato que só seja escolhido por uma minoria, bem como rejeitam a influência do Partido Comunista Chinês. Para eles, Leung representa “os ricos”. Esperam “o pior” daqui para a frente

eles. Dois alunos mascarados de candidatos personificam o adversá-rio, o outro lado da barreira. “Estamos aqui a lutar pela democracia” explica Rachel Lam, de 19 anos, estudante de Serviço Social, que in-terpreta para inglês o que estão a exigir. “Leung e Tang têm proble-mas de integridade e Pequim controla-os. Lutamos aqui por direitos iguais, porque não fomos nós que os nomeámos, e lutamos porque não temos a certeza do voto universal”.

Apesar de ter sido anunciado que não seria tolerado material de protesto, como bandeiras e faixas, elas não faltam. As mais visí-veis e em maior número são as do “People Power”, uma coligação política que por vezes radicaliza posições. Mas as centenas de ban-deiras amarelas agitadas ao vento não ficam muito tempo em frente do Centro de Convenções, pois rapidamente a polícia varre da zona os manifestantes. Dali, partiriam para um protesto em frente ao Ga-binete de Ligação do Governo Central, segundo alguns repórteres locais.

Os líderes dos vários grupos presentes em frente ao Centro de Convenções vão discursando à vez. Palavras de ordem não faltam. Quando um dos líderes do Partido Cívico volta a pegar no microfo-

ne, já se sabia que Leung tinha conquistado 689 votos na Comissão eleitoral, o que o tornava Chefe do Executivo e dispensava outra vo-tação. “Não o queremos como Chefe do Executivo, queremos o su-frágio directo! Estão aqui milhares de pessoas a protestar, a votação simulada também foi muito participada, por isso, até vermos esta exigência cumprida, o povo de Hong Kong nunca estará satisfeito”, explica Kevin Poon, 31 anos, consultor e membro do partido.

Leung Kwok-hung, conhecido por “cabelo comprido”, mem-bro do Conselho Legislativo e pertencente à Liga dos Sociais De-mocratas, também está presente e anda sempre de um lado para o outro. Acaba a discursar numa “reunião” em que os membros da Liga discutem se invadem ou não o Centro de Convenções. Mas após uma meia hora de muitas opiniões, com os manifestantes cada vez mais dispersos, bem como a polícia, que entretanto, começa a desmobilizar, acabam por desistir.

“LEUNG ESTÁ PELOS RICOS”A desmontar dois beliches, em frente ao Central Plaza, sempre

vigiado pelos seguranças, está Keith Au, de 36 anos e trabalhador na

área social. “Nestas camas estivemos quatro pessoas a dormir duas noites, como forma de protesto. Queremos que o Governo olhe mais para os problemas que afectam a vida das pessoas, como a educação, a saúde e a habitação pública. E Leung? “Ele está pelos ricos, estou muito preocupado com tudo isto”.

Com uma votação mais rápida do que o esperado, uma vez que era colocada a possibilidade de ter de haver mais do que uma votação, os manifestantes desmobilizam e cerca das 14:00 a Harbour Road volta a ser reaberta ao trânsito. Quase nem dá para imaginar a multidão que uma hora antes impedia a circulação. Pelo resto da cidade, pouco se dava pelas eleições. Nos bares da zona de Wan Chai, adeptos de râguebi assistiam aos jogos das suas selecções, que participaram no Torneio de Sevens, que também decorreu na cidade e que acabou por re-partir as atenções mediáticas. Em Central, como já é habitual, centenas de domésticas, da Indonésia e sobretudo das Filipi-nas, aproveitavam o dia livre, sentadas em pedaços de pape-lão, a comer, a jogar ou a dormir, para admiração de alguns que por ali passavam.

dagens, que o davam como favorito, e as manifestações de intenção de voto de “blocos” chave do colégio, nas vésperas do acto, como do maior partido político de Hong Kong – o pró-Pequim Aliança Democrática para a Melhoria e Progresso de Hong Kong (DAB) –, com mais de 200 assentos no “pequeno círculo”.

O tecnocrata Leung partiu para a corrida em segundo lugar – no-meado por 305 membros do comité eleitoral, atrás dos 379 que apoiaram o também candidato pró-Pequim Henry Tang –, contudo, começou a ser apontado como vencedor desde o primeiro debate, beneficiando, no de-correr da campanha, das polémicas que tiveram o seu principal oponente como protagonista.

Henry Tang, ex-número dois do Governo de Hong Kong, foi per-dendo vigor com o estalar continuado de escândalos, aliás, foco principal

de debates e de jogos de bastidores no seio do campo pró-Pequim. Desde relações extraconjugais, aos rumores de um filho ilegítimo até às obras ilegais em sua casa, pelas quais responsabilizou a mulher, Henry Tang foi “condenado” na praça pública e chegou a ser pressionado, em várias frentes, a abandonar a disputa.CHUI SAI ON SAÚDA NOVO LÍDER. O líder do Governo de Macau endereçou ontem a Leung Chun-ying uma mensagem de felicitações pela vitória nas eleições para Chefe do Executivo de Hong Kong.

Chui Sai On destacou, num comunicado oficial, que, ao longo dos últimos anos, Macau e Hong Kong “têm cooperado intensamente, de-signadamente na implementação do projecto de construção da Zona Me-tropolitana do Delta do Rio das Pérolas e da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau”.

leung garante respeito pelos direitos e liberdadesO antigo membro do Conselho Executivo partiu em segundo lugar mas conquistou ontem 689 votos na Comissão Eleitoral, contra 285 conquistados por Tang

Leung (dir.) obteve 689 votos contra os 285 de Henry Tang

Leung e Tang foram os principais alvos dos manifestantes

Eleição decidida por 1.200 membrosnuma população de sete milhões é contestada

Manifestantes à entrada do Centro de Convenções, sempre vigiados pela polícia

TSANG TERMINA EM JUNHO COM POPULARIDADE EM BAIXA. Donald tsang cessa funções como chefe do executivo de Hong Kong a 30 de Junho, mas sem a popularidade de outrora, beliscada pelo impacto da crise mundial no centro financeiro e sobretudo pelos “erros” que marcam o final do segundo mandato. Donald tsang chegou à cadeira do poder há sete anos para substituir, a meio do mandato, tung chee-hwa que, depois de uma sucessão de fracassos políticos e protestos, se demitiu em Julho de 2005 alegando problemas de saúde.

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Pág 12 segunda-feira, 26 de março de 2012 joRnal tRibuna de macau

bruNO PireS, CarlOS diOGO SaNtOS e luÍS fONteS

VOLTA AOMUNDMYANMARProblemas de saúde forçaram aung san suu Kyi a cancelar abrupta-mente a campanha eleitoral, a uma semana das eleições legislativas que são consideradas como um teste fundamental à reforma politi-ca do país. Porém, ainda ontem e contra as ordens dos médicos, suu Kyi esteve presente num comício de dezenas de milhares de apoian-tes em zona remota do sul do país, revelou a france Press.

PAQUISTÃOQuatro pessoas morreram e outras duas ficaram feridas num ataque perpetrado por desconhecidos na cidade paquistanesa de Peshawar, revelou uma fonte policial citada pela imprensa local. Peshawar é a capital da província fronteiriça com o afeganistão e habitualmente uma zona de conflitos e ataques.

CHInAa fabricante de bebidas coca-cola pretende acelerar o seu investi-mento na china, face ao aumento do consumo interno do país, para tornar o gigante asiático no maior mercado da marca em 2020, noti-ciou ontem o “china Daily”.

tAIWAno primeiro-ministro de taiwan, sean chen, afirmou que a fórmula “um país, duas áreas” regula a re-lação com a china na actual presi-dência de ma Ying Jeou e está de acordo com a constituição da ilha. sean chen falava aos jornalistas em taipé depois de, em Pequim, o presidente honorário do Kuomin-tang ter dito que taiwan e a china têm “uma relação especial”, no final de um encontro com o presidente chinês, Hu Jintao.

PORTUGALQuase sete mil imóveis foram en-tregues aos bancos em dação em pagamento por famílias e por pro-motores imobiliários em 2011, em resultado do incumprimento nos créditos à habitação e à construção, segundo estimativas da associa-ção que representa o setor imobili-ário. De acordo com as estimativas da associação dos Profissionais e empresas de mediação imobiliária de Portugal (aPemiP), “cerca de 6.900 imóveis foram entregues em dação em pagamento”.

JAPÃONuma entrevista ao diário económi-co japonês Nikkei ontem publicada na véspera da sua visita ao Japão, o primeiro-ministro italiano mario monti apelou aos empresários japo-neses para investirem no seu país, acentuando que sob sua liderança reformista, a itália está aberta aos negócios internacionais.

FILIPINAScombates entre grupos rebeldes rivais armados que lutam pela li-bertação do mindanao fizeram dois mortos, queimaram duas casas e obrigaram a deslocar dos seus la-res 270 famílias, disse ontem um porta-voz militar.

acTUal FALECEU ANTÓNIO TABUCCHI. o escritor italiano antónio tabucchi faleceu na manhã de ontem em lisboa aos 68 anos, vítima de doença, e será sepultado na capital, onde residia há várias dezenas de anos.

COREIA DO SUL

Barack obama visitou “fronteira da liberdade”O Presidente americano Barack Obama visitou a DMZ entre as Coreias, no dia em que Seul revelou que Pyongyang prepara um teste para o próximo mês

A Coreia do Sul e as autoridades dos Estados Unidos estão conscientes de que a Coreia do Norte transportou o

corpo de um míssil de longo alcance (para Tongchang-ri) e está a preparar-se para um teste”, revelou o porta-voz do ministério da Defesa à agência noticiosa France Presse (AFP), sem adiantar mais pormenores.

Os Estados Unidos advertiram que o lançamento poderia comprometer um acordo recente de envio de ajuda alimen-tar dos EUA para o Norte em troca de uma moratória sobre mísseis e testes nucleares.

Washington referiu que Coreia do Norte usa tais lançamentos como cobertu-ra para testar sistemas de mísseis de armas nucleares que poderiam alcançar o Alasca ou mais além.

Os planos de Pyongyang deverão do-minar as discussões paralelas entre o Pre-

sidente norte-americano, Barack Obama, e outros líderes mundiais que se reunirão em Seul para uma cimeira sobre segurança nuclear.

Pyongyang disse que estava a testar tecnologia de satélites com objectivos pa-cíficos, mas abandonou em seguida uma mesa de negociações sobre desarmamento nuclear e realizou um novo teste semanas depois.

Ontem, o presidente Barack Obama chegou ao destacamento de Camp Bonifas acompanhado do embaixador dos Estados Unidos, Sung Kim, onde foi recebido pelo

comandante das forças conjuntas na Coreia do Sul, general James Thurman.

Saudando todos os 50 soldados norte-americanos destacados no local, Obama disse que estes se encontram “na fronteira da liberdade”.

“O contraste entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte não podia ser mais abrup-to, não podia ser mais claro”, afirmou ao destacar também que os soldados ali desta-cados integram a “longa linha” de militares que permitiram a prosperidade da Coreia do Sul.

JTM/Lusa

Ameaça com descrição da rotina da filha do árbitro leva polícia a tomar medida preventiva

Bruno Paixão, árbitro internacional da Associação de Setú-bal, recebeu uma ameaça à sua filha que o obrigou a deixar a sua residência, juntamente com a família. O DN sabe que

permanece agora em parte incerta.Questionado ontem sobre esta ameaça, Bruno Paixão con-

firmou ter deixado a casa onde habita mas recusou acrescentar qualquer detalhe: “Não posso falar dos contornos que me levaram a tomar essa decisão.”

Segundo o DN apurou, terão sido as autoridades policiais a aconselhar o árbitro a optar por uma medida preventiva depois de ter sido recebida uma ameaça que descrevia ao pormenor todas as rotinas da filha de sete anos – nomeadamente localização do colégio, as horas a que esta entrava e saía, bem como outro locais que frequentava durante o dia.

Dado o nível de detalhe, as autoridades consideraram que a ameaça não podia ser ignorada. E Bruno Paixão foi aconselhado a retirar-se da sua residência, localizada na Margem Sul do Tejo, jun-tamente com a mulher e a filha, sugestão que acatou de imediato.

Depois de terem sido publicados na Internet os dados pes-soais dos 25 árbitros das ligas profissionais – contactos, moradas, nomes de familiares e números de documentos de identificação –, alguns foram já alvos de ameaças, mas nenhuma com esta di-mensão. Este árbitro internacional esteve na berlinda na passada segunda-feira, no Gil Vicente- Sporting, um jogo muito criticado pelos dirigentes do clube de Alvalade e que os minhotos vence-ram por 2-0.

No final do encontro os responsáveis leoninos pediram a ir-radiação de Bruno Paixão. “A única forma é alguns agentes serem banidos. Bruno Paixão? É um deles”, disse Carlos Freitas, director-geral da SAD. E Godinho Lopes, presidente do Sporting, foi ainda mais longe. “Não devia arbitrar mais nenhum jogo do Sporting ou de outra equipa qualquer. Devia ser irradiado”, disse, referindo-se a Bruno Paixão.

Durante toda a semana, os adeptos seguiram os incentivos e em vários fóruns pediam a morada e os contactos de Bruno Paixão.

Essa foi talvez a razão para os contactos deste árbitro – publicados na Internet, de forma ilegal, no dia 17 – serem os mais consultados. Três dias depois contavam já com mais de mil visitantes.

Talvez por isso, Bruno Paixão tenha sido um dos árbitros que pediram escusa para esta jornada. Pedro Proença, Duarte Gomes, João Ferreira e os assistentes José Braga, José Lima e Paulo Ramos foram os restantes juízes que justificaram com férias a dispensa.

Resta agora saber se o Gil Vicente-Sporting foi o último jogo da carreira de Bruno Paixão. “Sobre isso vou, como se diz na arbitragem, manter-me em black out”, afirmou o árbitro, deixando em aberto uma retirada prematura – por lei pode arbitrar mais oito anos.LINHA PARA ÁRBITROS. A difusão dos dados pessoais, que continuam online e a natureza de algumas ameaças a árbitros, leva-ram já as autoridades a criarem uma linha telefónica especializada para estes profissionais.

Contactado ontem pelo DN, um dos 25 árbitros – que preferiu não ser identificado – explicou que a morada que está a ser difundi-da como sendo a dele é onde moram agora alguns familiares. Dada a desactualização foi obrigado a fornecer esta linha, direccionada para árbitros, a alguns elementos da sua família que residem na-quela morada.

JTM/DN

PORTUGAL

Bruno Paixão e família forçados a sair de casa

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joRnal tRibuna de macau segunda-feira, 26 de março de 2012 Pág 13

EQUIPA DE PACHECO PERDE EM HANGZHOU.a equipa orientada pelo técnico português Jaime Pacheco, o Beijing guoan, perdeu 1-0 com o Hangzhou, na segunda derrota em três jornadas da super liga chinesa.

nELO VInGADA GAnHA EM DALIAn. a equipa orientada pelo técnico português Nelo vingada, o Dalian shide, alcançou ontem a primeira vitória na edição de 2012 da super liga chinesa, ao vencer em casa o Qingdao Jonoon por 2-1. desPoRToLIGA ESPANHOLA

‘Tridente’ goleador afasta a crise do santiago BernabéuReal Madrid responde ao triunfo do Barça em Maiorca. Messi e Ronaldo iguais nos “melhores marcadores”

Depois de dois empates e exibições com pouco brilho, a máquina go-leadora do Real Madrid voltou a

funcionar. Os merengues golearam a Real Sociedad, por 5- 1, no Santiago Bernabéu, e responderam da melhor maneira à vitória do Barcelona em Maiorca, por 2- 0, mantendo a vantagem de seis pontos para os catalães a nove jornadas do final da Liga espanhola.

Numa partida em que José Mourinho, Rui Faria e Pepe cumpriram castigo, o “tri-dente” goleador composto por Higuaín, Cristiano Ronaldo e Benzema voltou a fazer a diferença, ao apontar os cinco golos do Real Madrid, com o português e o francês a repetirem a dose. O espanhol Sergio Ra-mos também marcou, mas na baliza errada. Os três atacantes do Real Madrid já levam 95 golos nesta temporada e estão a cinco de bater o recorde do futebol espanhol, estabe-lecido em 2008/ 09 por Messi, Eto’o e Ronal-dinho. Mas há mais recordes a bater e outros que Cristiano Ronaldo e Messi fizeram ques-tão de quebrar.

O Real Madrid de José Mourinho está a “apenas” uma dúzia de golos de igualar o melhor registo de sempre da Liga espanho-la. Em 1989/ 90, John Toshack conduziu os merengues às marca de 107 golos, que tudo leva a crer que será alcançada pelo técnico português. A formação madridista já igua-lou, inclusive ainda com nove jogos por dis-putar, o número de golos do Barcelona, que se sagrou campeão na época passada.

À parte do registo goleador colectivo, Cristiano Ronaldo e Messi continuam em luta acesa pelo “pichichi”, cada um com 35 golos, mas o argentino até contou com uma pequena “ajuda” por parte do árbitro do Maiorca-Barcelona. O primeiro golo da partida foi atribuído a Messi, mas foi Alexis Sanchéz a desviar, de cabeça, a bola para o

fundo da baliza. Piqué fez o segundo do Bar-ça, numa altura em que os catalães jogavam com dez, por expulsão de Thiago, e estavam em dificuldades perante o Maiorca de Nu-nes.

Lionel Messi, por si só, também somou mais um recorde ao serviço do Barcelona. Ao chegar ao 35.º golo na Liga, o astro argenti-no tornou-se o maior marcador da história do Barça num só campeonato, superando o brasileiro Ronaldo, que teve 34 remates cer-teiros em 1996/ 97.

E neste “ping- pong” de recordes, mais um para o português Ronaldo: é o primeiro jogador da história da competição a marcar a 17 adversários diferentes na mesma época.A REVOLTA CONTRA MOURINHO. Inde-pendente, orgulhoso, inspira algum medo e tem o respeito de todos no balneário do Real Madrid. E não falamos de José Mourinho, mas sim do francês Lass Diarra, o médio que quis sair de Espanha no Verão, mas que o português recusou dispensar. No último mês, Lass tem aparecido frequentemente en-tre o lote de lesionados. Segundo revelou o diário espanhol El País, tal deve-se ao facto de o gaulês ter enfrentado Mourinho como nenhum outro jogador o fez.

Lass terá entrado no gabinete do treina-dor e, segundo conta a publicação, Mouri-nho não fez nada mais que ouvir, em silên-cio, as críticas do francês. “Tu és um traidor! Impediste-me de sair no Verão e prometeste que eu iria jogar sempre contigo. Tens medo que alguém saia e seja bem sucedido!”, terá dito o jogador.

E se Lass tem o respeito de todos no Bernabéu, o mesmo não se poderá dizer de Fábio Coentrão. Conta um dos jogadores, não identificado pelo El País, que o Real já perdeu jogos por causa de Coentrão, mas como faz parte do grupo de “protegidos” de Mourinho o técnico procura outros cul-pados. Por norma, dizem, são os espanhóis do plantel. Pepe, Di María, Ronaldo e Co-entrão são intocáveis e os “aliados” do téc-nico, que terá mesmo pedido aos jogadores para se juntarem a ele contra a imprensa e os espanhóis do plantel. Os quatro atletas são representados por Jorge Mendes, também empresário de Mourinho, algo que estará li-gado à preferência pelos atletas. Há, ainda, quem diga que Mourinho forçou a expulsão em Villarreal para “escapar” à pressão no Bernabéu.

JTM/DN

LIGA ITALIANA

ac Milan ultrapassa as Romacom “bis” de IbrahimovicO líder da Liga italiana de futebol AC Milan recuperou hoje de desvantagem na recepção à AS Roma (2-1), com um “bis” do sueco Ibrahimovic, distanciando-se da perseguidora Juventus, na 29.ª ronda

cabeçade Messientregue à ciênciaEsta semana Leo Messi entrou para um pedestal eterno na história do FC Barcelona. O jogador ar-gentino tornou-se o me-lhor marcador de sempre do clube azulgrana com 234 golos, mais dois que o mítico César, o eterno goleador das décadas de 40 e 50.Aos 24 anos Messi colec-ciona números estratosfé-ricos: 19 hat-tricks, cinco golos num jogo, 103 golos nas últimas 97 partidas, três vezes vencedor da Bola de Ouro, uma Taça do Rei, dois Mundiais de Clubes da FIFA, três Ligas dos Campeões e cinco Li-gas espanholas.É por tudo isto e mais al-guma coisa que Daniel Kahnemann, um psicó-logo galardoado com o Prémio Nobel da Econo-mia em 2002, anunciou publicamente a intenção de “abrir” a cabeça de Leo Messi. O israelo-norte-americnao pretende ler a mente do jogador para “descobrir o mecanismo que lhe permite pensar e decidir tão rápido”. Kah-nemann compara Messi a um bombeiro que peran-te uma casa em chamas consegue antecipar o mo-mento da explosão. Não se treina, é algo inato, daí a curiosidade da ciência.Outro interessado no cé-rebro do internacional argentino é Norbert Ha-gemann. O professor uni-versitário alemão quer in-vestigar o “sexto sentido” de Messi, ou seja, a capa-cidade extraordinária que o jogador tem para, du-rante um jogo e com um simples olhar, recolher mais informação do que qualquer outro colega de profissão.Leo Messi é um verdadei-ro caso clínico... pelo me-lhores motivos.

JTM/DN

jOãO ruela

Em “cima” do intervalo, Osvaldo desviou um cruzamento-remate de De Rossi e inaugurou o marcador a favor dos forasteiros.

Na segunda parte, os espectadores do Estádio San Siro pude-ram ver mais uns toques de “Ibracadabra”: primeiro, na conversão de uma grande penalidade, aos 53 minutos, depois um novo tento brilhante, já aos 83.

Ibrahimovic aproveitou um lançamento longo, dominou a bola, fê-la passar por cima do guardião contrário, e, já na pequena área e pressiona-do por um defesa, ganhou em altura e cabeceou para a reviravolta final.

A “Juve”, agora sete pontos atrasada face aos “rossoneri”, só joga domingo, em casa, frente ao Inter de Milão.

No outro encontro antecipado, o Palermo empatou com o Udinese a uma bola.

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Pág 14 segunda-feira, 26 de março de 2012 joRnal tRibuna de macau

LIGA PORTUGUESA

leão vence, mas não convenceO Sporting recebeu e venceu o Feirense por 1-0, na 24ª jornada da Liga, mas não teve futebol para se impor ao último da classificação de forma clara e acabou o jogo com o credo na boca

O primeiro factor que ex-plica a escassez de lan-ces de ataque criados

pelo Sporting ao longo do jogo, susceptíveis de redundarem em golo, foi o baixo ritmo que im-pôs, salvo alguns momentos ex-cepcionais de aceleração, o que tornou as suas transições ofensi-vas mais previsíveis e neutrali-záveis pela defesa do Feirense.

O segundo factor foram as insuficiências que o Sporting re-velou a nível do jogo colectivo, o que é difícil de explicar ao fim de sete meses, traduzidas por uma inadequada ocupação dos espaços, falta de entrosamento, escassez de automatismos e de fio de jogo.

Capel foi a expressão mais viva desse défice colectivo ao insistir em inúmeros lances in-dividuais, em que driblava dois ou três adversários para ser de-sarmado por um terceiro ou um quarto, por excesso de volunta-rismo, mas também por inexis-tência de linhas de passe, o que se explica pelo facto de a equipa não ocupar devidamente os es-paços.

Além do plano colectivo, houve, também, factores de na-tureza individual e física que ajudam a explicar o sub-ren-dimento da equipa, nomeada-mente a fraca produtividade de alguns jogadores-chave, como é o caso de Elias, que, a jogar na

posição oito, teve escassa parti-cipação no jogo ofensivo.

Um jogador da sua valia técnica tem obrigação de não se esconder tanto, de assumir mais o risco e se envolver no proces-so ofensivo, ao contrário do que fez. Jéffren foi titular e revelou, com toda a naturalidade, falta de entrosamento com os compa-nheiros, designadamente João Pereira na ala direita, pelo que vai precisar de tempo para me-lhorar o seu desempenho.

O seu substituto, Carrillo, que entrou na segunda parte, demonstrou estar ainda “muito verde”, não obstante o seu ta-lento, não tendo acrescentado qualquer mais-valia ao ataque.

Face à ausência de Matías, coube a Izmailov ser o número 10, tendo o russo sido o único factor de desequilíbrio, pela sua leitura de jogo, criatividade, ca-pacidade de drible e de meter o último passe. O problema de Izmailov é que ainda não con-segue acrescentar velocidade - que perdeu por força dos seus continuados problemas físicos - a todos aqueles atributos.

O Sporting criou raros lan-ces de perigo e uma única opor-tunidade de golo na primeira parte, aos cinco minutos, por Wolfswinkel, após uma das ra-ras jogadas colectivas bem con-geminadas, além do lance que originou a grande penalidade, números que refletem a exibição pálida que realizou até ao inter-valo.

Se chegou ao golo, fê-lo

através de um erro de Ludovic, que tendo a bola dominada na área e com tempo para a tirar de lá, facilitou e permitiu que Insúa surgisse nas suas costas a roubá-la, forçando a cometer uma grande penalidade, que Capel viria a concretizar.

O Feirense, bem posicio-nado em campo, a defender com o bloco baixo, e revelando um bom espírito de entreajuda e sentido de dobra, foi chegan-do, e por vezes, sobrando para o ataque “leonino”.

Na segunda parte, ao con-trário do que se esperaria, o Sporting não foi capaz de au-mentar o ritmo do jogo, impor mais mudanças de velocidade, o que remete para a questão da condição física e do momento

que atravessa.Aliás, seria mesmo o Fei-

rense, aos 54 e 62 minutos, a ameaçar o empate, e a ganhar atrevimento, à medida que o tempo passava, para subir as suas linhas na tentativa de concretizar esse objetivo, pe-rante um Sporting que podia ter chegado ao segundo golo em duas ocasiões, aprovei-tando o maior balanceamento ofensivos dos homens de Santa Maria da Feira.

A verdade é que nem com o adiantamento do Feirense em campo o Sporting revelou “arte e engenho” para aproveitar os espaços abertos nas costas da defesa nortenha para fazer o se-gundo golo e “matar” o jogo.

JTM/Lusa

Capel converteu a grande penalidade que deu a vitória aos “leões”

BENFICA

Presidente acusou jogadores de “pouca entrega” em olhãoLuís Filipe Vieira fez questão de dizer que a arbitragem não podia servir de desculpa

Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, fez questão de demonstrar o seu desagrado ao grupo de traba-

lho após o empate (0- 0) com o Olhanen-se, no Algarve. De acordo com o que o DN apurou, o máximo dirigente do clu-be da Luz acusou os jogadores utilizados em Olhão de “pouca entrega” durante os 90 minutos.

Luís Filipe Vieira, no entanto, incen-tivou também o grupo para os seis jogos que ainda faltam até final do campeona-to. Procurou incutir-lhes que a luta pelo título ainda não está posta de parte, qual-quer que seja o resultado do FC Porto em Paços de Ferreira.

No entanto, em Olhão, onde o Ben-fica não ganha para o campeonato desde

1975, o presidente fez saber que desta feita os jogadores não se podem apenas desculpar pela perda de pontos exclusi-vamente com alegados erros de arbitra-gem. A conversa decorreu logo após o apito final do árbitro e durou pouco mais de dez minutos, tendo mesmo atrasado a habitual conferência de imprensa do trei-

nador Jorge Jesus após cada partida.Estas palavras, algumas muito du-

ras, foram perceptíveis, sabe o DN, até no balneário do Olhanense, e do lado de fora do vestiário encarnado as pessoas tam-bém estranharam as palavras em voz alta que ecoavam do outro lado da porta.

No discurso esteve também implí-

cito o encontro de amanhã, na Luz, com o Chelsea, de Inglaterra, embate esse da primeira mão dos quartos de final da Liga dos Campeões. Luís Filipe Vieira pediu uma resposta célere ao jogo com o Olhanense e quer ver “outro tipo de en-trega” no embate com os “blues”.

Após as palavras de Luís Filipe Viei-ra, foi a vez de Jorge Jesus, o treinador, falar com o grupo de trabalho. O técnico não pediu justificações sobre a alegada “pouca entrega” dos futebolistas, como presidente encarnado destacou, mas fez saber também que espera um jogo total-mente diferente contra o Chelsea, mas também diante do Sporting de Braga, equipa que se desloca no próximo sába-do ao Estádio da Luz em encontro da 25ª jornada.

Refira- se também que o director-geral, António Carraça, foi um dos que mais conversou com os jogadores, al-guns de forma individual, para tentar também passar-lhes nova mensagem de confiança.

JTM/DN

GONÇalO lOPeStiaGO SilVa PireS

Figura: Rui Patrícioo internacional português foi novamente a figura do clube de alvalade. teve apenas trabalho no segundo tempo, mas acabou o jogo com mais defesas (oito contra quatro) que o seu homólogo do feirense, o experiente Paulo lopes. e acabou por ser rui Patrício, com um par de excelentes defesas, a garantir a vitória do sporting e a manter a baliza inviolável em alvalade nesta era de sá Pinto à frente dos destinos da equipa principal dos “leões”.

BRASIL TROCA COPA AMÉRICA COM CHILE. a confederação Brasileira de futebol deu conta que chegou a um entendimento para organizar a copa américa em 2019, por troca com a prova de 2015, com o chile. a alteração vem na sequência do conjunto de eventos internacionais desportivos que o Brasil vai receber nos próximos anos.

BAYERN MUNIQUE VENCE SEM BRILHO. o Bayern de munique venceu em casa o Hannover por 2-1, em encontro da 27ª jornada da liga alemã de futebol. o Bayern marcou um golo em cada parte, primeiro por toni Kross (36 minutos) e depois por mario gomez (68). desPoRTo

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LOKEREN CONQUISTA TAÇA DA BÉLGICA. o lokeren conquistou a taça da Bélgica ao vencer na final o Kortrijk por 1-0, fruto de um golo do tunisino Hamdi Harbaoui (77’). a primeira conquista da taça da sua histórica fez-se com esforço uma vez que o lokeren jogou com dez jogadores desde o minuto 20.

CHELsEA CHEGA AOs 36 MILHÕEs POR CAVAnI. o chelsea iniciou conversações para contratar cavani, avançado uruguaio que representa o Nápoles. De acordo com o “the sun”, representantes do jogador estiveram em londres para discutir uma proposta na ordem dos 36 milhões de euros. desPoRTo

Peter Crouch marcouum dos melhores golos da época

PREMIER LEAGUE

“citizens” falham liderança isoladaO Manchester City desperdiçou a oportunidade de ultrapassar provisoriamente o líder Manchester United, ao empatar na visita ao Stoke City (1-1), na 30ª jornada da Liga inglesa de futebol

Com o empate a um golo, o Manches-ter City, afastado pelo Sporting na Liga Europa, ficou com os mesmos

70 pontos que o Manchester United, que hoe recebe o Fulham.

O Stoke City inaugurou o marcador aos 59 minutos, com um golo “monumen-tal” do avançado Peter Crouch, após um passe do médio Jermaine Pennant, mas o costa-marfinense Yaya Touré igualou o re-

sultado, aos 76.Por seu turno, o Arsenal aproximou-se

da qualificação para a Liga dos Campeões, ao somar a sua sétima vitória consecutiva, desta vez frente ao Aston Villa, por 3-0.

Invencíveis há cerca de um mês, os “gunners” impuseram-se graças aos golos marcados logo ao início do jogo, por Gibbs, aos 16 minutos, e Walcott, aos 25. O tercei-ro golo surgiu já em período de descontos, aos 90+2, num livre de Arteta.

O Chelsea, adversário do Benfica nos quartos de final da Liga dos Campeões, e o Tottenham abriram a 30ª jornada com um empate sem golos.

A três dias da deslocação ao Estádio da Luz, para a primeira “mão” dos quar-tos de final, a equipa londrina deixou dois

pontos pelo caminho frente ao Tottenham, que ocupa o quarto lugar da classificação, o último de acesso à “Champions”.

O Bolton disputou o seu primeiro jogo após o incidente cardíaco ocorrido com o médio Fabrice Muamba: venceu por 2-0 o Blackburn, estando agora um lugar acima da linha de água.

Os adeptos fizeram uma pequena ho-menagem ao jogador de origem congolesa, que continua hospitalizado nos cuidados intensivos, formando a inscrição “Muam-ba 6” num mosaico vivo.

Por seu turno, o Liverpool continua a lutar contra as derrotas, mas acabou por perder, pela sexta vez consecutiva, na re-cepção ao Wigan, penúltimo classificado.

JTM/Lusa

FÓRMULA 1

alonso assume liderança do MundialO piloto espanhol Fernando Alonso acabou com um “jejum” de vitórias de oito meses ao ganhar o Grande Prémio da Malásia, segunda prova do Mundial de Fórmula 1 de 2012

O piloto da Ferrari, campeão mundial de 2005 e 2006, foi o que melhor geriu a acidentada cor-rida no circuito de Sepang, muito por culpa da

chuva, que chegou a interromper este grande prémio.“Foi um resultado inacreditável e consequência

de um grande trabalho da equipa. Conseguimos po-tencializar aos limites o que tínhamos em mãos. Este será um momento que vamos lembrar para sempre”, exultou, no final, Alonso, que passa a liderar o Mun-dial.

Se o triunfo de Alonso não estaria na maioria dos prognósticos, o segundo lugar do mexicano Sergio Pe-rez (Sauber) muito menos, mas o piloto sul-americano até chegou a assustar Alonso na fase final da corrida.

Perez tinha, até agora, como melhor resultado o

sétimo lugar no Grande Prémio da Grã-Bretanha de 2011, mas desta vez conseguiu subir pela primeira vez na carreira ao pódio, um feito que, segundo o próprio, até podia ter sido melhor.

“Queria ganhar e cheguei a pensar que fosse pos-sível. Não aconteceu, mas estou muito feliz e orgulho-so com este segundo lugar”, admitiu Perez, que mui-tos apontam estar na “pole position” para substituir o brasileiro Felipe Massa na Ferrari.

O pódio no circuito de Sepang encerrou com o britânico Lewis Hamilton (McLaren), que tinha parti-do na “pole-position”.

Menos sorte teve o alemão Sebastian Vettel, o ac-tual bicampeão do Mundo, que não fez melhor que o 11.º posto, muito por culpa de um incidente que origi-nou um rebentamento de um pneu.

Com duas provas disputadas, Alonso passou a liderar o Mundial, com 35 pontos, mais cinco que Ha-milton e dez que o companheiro de equipa, e compa-triota, do britânico, Jenson Button.

JTM/Lusa Espanhol terminou com um “jejum” de oito meses

HONG KONG SEVENS

“lobos” garantem presença no circuito mundial em 2013Portugal garantiu ontem presença no circuito mundial de “sevens” de 2013 após vencer a congénere do Japão por 33-19

O objectivo ficou cumpri-do e a selecção nacional portuguesa de râguebi

garantiu lugar entre as 15 selec-ções que em 2013 vão participar em todas as etapas do circuito Mundial de “sevens” após vitó-ria frente ao Japão por 33-19.

Depois de vencer o Zim-babué nos quartos-de-final por 21-17, Portugal foi derrotado nas meias-finais pelo Canadá (14-12), mas no jogo de atribui-ção do terceiro lugar a formação portuguesa não deu qualquer hipótese ao Japão.

A partida contra os japo-neses, que foram afastados nas meias-finais pela Espanha após

prolongamento, acabou por ser o melhor dos “Lobos” na pro-va. Numa partida de “tudo ou nada”, a selecção portuguesa fez uma excelente exibição e não deu qualquer hipótese aos asiá-ticos, vencendo ao intervalo já por 21-7 graças a dois ensaios de Adérito Esteves e um de Gonça-lo Foro. Na segunda parte Por-tugal conseguiu dilatar a vanta-gem até 33-7 (Francisco Almeida e Carl Murray marcaram os dois ensaios de portugueses).

Com a vitória garantida, Frederico Sousa fez várias subs-tituições e os japoneses aprovei-taram para marcar dois ensaios e encurtar a desvantagem para

14 pontos (33-19), mas o triun-fo e a importante conquista do cobiçado lugar do circuito mun-dial de 2013 já estava garantido por Portugal.ILHAS FIJI COM RECORDE DE VITÓRIAS. A selecção das Ilhas Fiji venceu a Nova Zelândia por 35-28 num duelo de “gigantes” que colocou o vencedor na rota para o título da “World Series”.

As Ilhas Fiji começaram me-lhor mas a Nova Zelândia, graças a Mark Jackman, ainda ripostou e conseguiu ir para o intervalo com uma igualdade a 14.

Na segunda parte, contu-do, os “Kiwis” não aguentaram o ritmo imposto pelas Ilhas Fiji que embalaram para o triun-fo, conseguindo um recorde ao atingirem a marca de 13 vitórias em Hong Kong.

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Pág 16 segunda-feira, 26 de março de 2012 joRnal tRibuna de macau

“A destruição massiva de emprego é uma verdadeira guerra que rompe a coesão e o tecido social do País. Nenhuma sociedade tem futuro se as pessoas não acreditarem que as coisas vão melhorar num prazo razoável.”

Armando Esteves Pereira in “Correio da Manhã”d

ito

oPInIãoIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

26/03/1992

Há 20 anos

GOverNAdOr visitOusim e imPreNsA OficiAlOs Serviços de Identificação de Macau (SIM) estão a emitir os novos Bilhetes de Identi-dade de residente à cadência de cerca de 300 unidades por dia, foi revelado durante uma visita do Governador àquele departamento da Adminis-tração. Os SIM, que passaram recentemente por um proces-so de renovação tecnológica, estão ainda todos os dias a renovar cerca de uma centena de outros títulos, designada-mente, Bilhetes de Identidade de cidadão nacional, Pas-saportes e Salvo-Condutos. Durante a sua visita de tra-balho às instalações da SIM, o Governador Rocha Vieira deu conhecimentos aos jor-nalistas do estado actual do processo de microfilmagem dos registos de nascimentos, casamentos e óbitos a decor-rer no âmbito dos Serviços de Justiça. Estes microfilmes es-tão concluídos e disponíveis em cerca de 150 cassetes, que correspondem a mais de 1.800 livros de registos de actos de estado civil. Todos os livros de registo desde 1900 até 1991 foram passados a microfil-me, estando actualmente os responsáveis da Direcção dos Serviços de Justiça a preparar o envio de uma cópia deste arquivo para a Conservató-ria dos Registos Centrais em Lisboa. Segundo foi explicado durante a visita em que o Go-vernador se fez acompanhar pelo secretário-adjunto da Justiça, Macedo de Almeida, a Conservatória dos Registos Centrais em Lisboa está apta a fornecer todas as certidões necessárias à obtenção de documentos de identificação a ex-residentes de Macau, desde que transfiram o seu domicílio para Portugal.

“Este livro apresenta pistas que vão muito além das relações interculturais e

podem influenciar e motivar a criação de um novo conceito de Turismo: o do Turis-

mo da Memória.”

Este espaço foi dedicado, na sema-na passada, a uma nova edição do

Instituto Internacional de Macau (IIM) intitulada “À Descoberta da China e dos Países Lusófonos — Potencialida-des Turísticas e Estratégias Promocio-nais”, apresentada recentemente em Lisboa, na Delegação Económica e Co-mercial de Macau, após um lançamen-to muito concorrido no Rio de Janeiro, em sessão levada a efeito na sede da Confederação Brasileira do Comércio, e em Macau, no auditório do IIM.

Fez a apresentação da obra o Dr. Manuel Coelho da Silva, ex-presidente do Instituto de Formação Turística de Portugal e ex-director dos Serviços de Educação e Juventude do Governo de Macau, sendo actualmente presidente do Conselho de Opinião da RTP — Ra-diotelevisão de Portugal e membro do Conselho Geral do Instituto Politéc-nico do Tomar, onde desempenhou funções docentes como professor co-ordenador. Dado o interesse da sua apreciação e pelos conceitos expressos sobre a relevância do Turismo como actividade económica com uma di-mensão cultural única, transcrevem-se as partes mais substanciais do texto de apresentação:

PRECIOSA MAIS-VALIA“Esta obra veio trazer-nos uma

preciosa mais-valia: o inventário do património consolidado e dos poten-ciais recursos turísticos de Macau, da China, e dos Países Lusófonos, que, creio, é a primeira vez que é realiza-do.

Sob a coordenação geral do Dr. Jorge Rangel, cuja experiência e conhe-cimentos em matéria de Turismo são sobejamente conhecidos e reconheci-dos e a orientação de Gonçalo César de Sá que, enquanto jornalista, tem dedicado a Macau largos anos da sua vida, com uma rede de colaboradores com vivências em cada um dos Países, nesta obra procurou-se propiciar um ‘olhar’, ou melhor, ‘olhares’ sobre o que de mais belo a natureza nos pro-porciona, ou que o homem construiu, bem como as manifestações culturais, fruto do diálogo entre os povos, aqui-lo que hoje se designa por património imaterial.

Numa análise sintética, mas co-lorida e até emotiva, País a País, mo-numento a monumento, procurou-se captar e capturar a essência do lugar. Para além disso, elencou-se a capaci-

Uma apreciação da obrasobre potencialidades turísticas

dade de alojamento e de outros meios que permitem poder usufruir desses activos. Os dados mais relevantes, no âmbito do Turismo, da História e da Cultura também não foram esqueci-dos. (...)

Nós sabemos, ensinei isso a milha-res de alunos, que o Turismo, enquan-to actividade económica, não pode ser apenas e tão só vista dos lado dos re-cursos. Precisamos de infra-estrutura, transportes e, principalmente, gente preparada para os desenvolver, pois, só assim, o recurso turístico se trans-forma em produto turístico.

Mas, para além desses, há um outro desafio maior, e talvez por isso mais aliciante, a criação de uma rede de lugares que ligando o ocidente ao oriente, percorra o Mundo que os por-tugueses ajudaram a desbravar. Da Europa à África, da América à Ásia e à Oceânia, podemos promover visitas e diálogos, sem nunca deixarmos de pensar naqueles que, antes de nós, imprimiram uma indelével ‘pegada’ reflectida nas pedras e nos povos.

É talvez chegado o momento de mobilizar a nossa capacidade de criar operações à escala global e que hoje os transportes nos permitem concretizar, numa espécie de ‘novas descobertas’. É este o desafio do Turismo, reconhe-cidamente uma actividade económica ímpar, fonte de conhecimento e apro-ximação dos Povos.

Parafraseando e adaptando Fran-cis Bacon, ‘nenhum império, nenhu-ma seita, nenhuma estrela parece ter exercido maior poder e influência so-bre os assuntos humanos’, que o Tu-rismo. Por isso, importa acreditar que é possível percorrer o mundo falando português e chegar à China que, desde os finais do século XIV, sempre preen-cheu o imaginário popular europeu.”

O PAPEL DE MACAU“Uma última reflexão que esta

obra nos motivou: o papel de Ma-cau neste seu extraordinário renascer como ponte da China para os Países Lusófonos.

Para os mais desatentos pode parecer estranho que a China tenha mantido Macau em interacção com os Países Lusófonos. Mas, quem conhe-ce o pragmatismo chinês, a sua visão política de longo prazo e o reconheci-do respeito pela memória do passado, sabe que esta construção de uma rede de contactos comerciais, e outros, com o mundo dos países lusófonos, que se estende por todos os continentes, não é obra de um impulso momentâneo, mas sim uma reflectida opção de se criar, em conjunto, um ‘mundo’ em que as pessoas possam tecer uma teia

de ligações e trocas, como nunca acon-teceu, até hoje, com outros povos.

O fragmento da memória históri-ca que Macau representa para a China revive e transforma-se num lugar de encontros repetidos com um mundo vivido por pessoas reais, onde brotam oportunidades e ligações, que vão mui-to para lá das diferenças políticas, e ser-vem de âncora a projectos de desenvol-vimento económico, cultural e social.

Este livro ajuda-nos e apresenta, nesse sentido, pistas que vão muito além das relações interculturais e po-dem influenciar e motivar a criação de um novo conceito de Turismo: o do Tu-rismo da Memória.

Só por isso valeu a pena o esforço de todos os que colaboraram nesta obra e o do IIM que, vencendo as habituais dificuldades financeiras, a editou e pro-moveu, projectando os mais de setenta e cinco monumentos e lugares que, nos Países que fazem parte do inventário da Obra, foram consagrados pela Unes-co, como Património da Humanidade.

Também a partir daqui, outras po-tenciais candidaturas poderão surgir, desafiando os profissionais do Turismo e os responsáveis políticos a desenca-dearem novos roteiros que tragam ri-queza e sustentabilidade futura.

O Secretário-geral da Organização Mundial de Turismo (OMT) afirmou recentemente que, apesar da crise, os turistas a viajar em 2011 ultrapassaram os mil milhões, criando mais postos de trabalho e oportunidade de desenvol-vimento económico no mundo.

Por isso, lembramos, a finalizar, que esta obra ‘À Descoberta da China e dos Países Lusófonos’, com o subtítulo ‘Potencialidades Turísticas e Estratégias Promocionais’, convoca os profissionais do Turismo, enquanto actividade eco-nómica criadora de emprego, riqueza e desenvolvimento económico e social, a olharem para os ‘espaços territoriais’ aqui trazidos, como detonadores de cri-ses e fonte de oportunidades criadoras de esperança.”

De facto, o Turismo tem um efeito multiplicador impressionante. Impor-ta que se saiba tirar pleno proveito da sua dimensão económica, cultural e social e avaliar o binómio custo/bene-fício na promoção, o que tem muitas vezes falhado nos serviços nacionais do sector.

O terceiro volume da colecção “No-vos Caminhos” deverá sair do prelo no primeiro trimestre de 2013, dedicado ao património arquitectónico nos paí-ses lusófonos, na China e em Macau.

* Presidente do InstitutoInternacional de Macau.

Escreve neste espaço às 2.as feiras.

FalaR de nós Jorge A. H. rangel*

rectificAÇÃOPor lapso de que nos penitenciamos, no artigo intitulado “Pequim tem um cocktail molotov nas mãos”, publicado na edi-ção de sexta-feira do JTM, Arnaldo Gonçalves foi identificado como profes-sor do Instituto Politéc-nico quando, de facto, é investigador do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Por-tuguesa. Pelo facto pedi-mos desculpas aos visados e aos nossos leitores.

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joRnal tRibuna de macau segunda-feira, 26 de março de 2012 Pág 17

oPInIão“É a fragilidade política de Cavaco silva, visivelmente temeroso de voltar ao contacto na rua com os portugueses, que motiva as várias ambições presidenciais, manifestadas fora de tempo.” – João Marcelino

“E o melhor da greve geral foi o povo que a transformou num fiasco vergonhoso, isto na vaga hipótese de os perpetradores da coisa estarem familiarizados com a vergonha.”– Alberto Gonçalves

a razão do frenesim

1. E de repente só se fala das pró-ximas eleições presidenciais, que

estão, imagine-se, a “apenas” quatro anos de distância! À Direita, Marce-lo Rebelo de Sousa martela no tema todas as semanas no seu programa da TVI. Pedro Santana Lopes, em entrevista ao Expresso, aparece fo-tografado junto a um piano e dizem que toca o My way, de Sinatra. As sondagens já realizadas integram ainda duas mulheres - Assunção Esteves, a actual segunda figura do Estado, e Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud.

À Esquerda, ainda assim mais calma, António Costa já dissera na semana anterior (quando lançou o livro Caminho Aberto...) que não descarta qualquer responsabilidade futura; percebe-se que José Sócrates, desde o exílio filosófico em Paris, não acredita estar fora desta corrida, e imagina-se que Manuel Carvalho da Silva ande a estudar como pode um comunista abrir caminho para uma candidatura tipo Lula, hipótese que de resto ele não afastou quando

há poucas semanas deixou de ser se-cretário-geral da CGTP. Curiosamen-te, Jaime Gama consegue, na sua op-ção de sempre pelas águas profundas, escapar a este frenesim de candidatos e de estudos de opinião.

Enquanto tudo isto acontece, os dois únicos candidatos naturais a Be-lém também marcam terreno.

António Guterres, calado há três anos e meio no que a Portugal dizia respeito, fez-se ouvir em entrevista à Rádio Renascença.

José Manuel Durão Barroso, sem-pre omnipresente e, de todos, o can-didato mais forte, veio cá cinco vezes desde Dezembro para conferências e outras cerimónias públicas.

E a pergunta só pode ser uma: além do nervosismo aspiracional que motiva algumas destas personalida-des (sobretudo Marcelo e Santana, que se sabem reféns da vontade de Durão Barroso e sem prioridade na de Pedro Passos Coelho), que sentido faz andar a falar das próximas eleições presi-denciais a quatro anos de distância? O que significa este frenesim de livros e

declarações quando pelo meio o País tem uma crise para resolver e outras duas eleições para fazer (autárqui-cas e ainda umas legislativas)?

2. A resposta está na imagem de-cadente e fragilizada de Cavaco

Silva, minado por sucessivos erros de comunicação. Um ano depois de reeleito num painel de candidatos que não tinha escolha alternativa, o Presidente da República está na pior fase de sempre da sua vida pública.

Cavaco Silva já havia visto a sua cotação ser minada pelos estilhaços do BPN. Lidara com dificuldade com a alegada acusação de espiona-gem (da Presidência pelo gabinete de José Sócrates) que o seu assessor Fernando Lima tentara vender ao jornal Público.

E agora, depois de ter traba-lhado para dar um outro governo a Portugal, quando pareciam estar reunidas as condições para um man-dato com um período sereno, embir-rou rapidamente com as medidas de austeridade de Vítor Gaspar (na

alegada falta de equidade do Orça-mento do Estado para 2012, que lhe saiu nas palavras mas que depois não teve qualquer consequência na ac-ção...). Atingiu o auge da inabilidade política com a gafe sobre o valor das suas reformas e evidenciou falta de coragem na renúncia à visita a uma escola e, sobretudo, no prefácio do li-vro sobre o seu ano de 2011, no qual atacou violentamente José Sócrates sem perceber o boomerang das suas palavras: se o anterior primeiro-mi-nistro foi politicamente desleal - ao não o informar das medidas contidas no chamado PEC IV -, porque não o assinalou na altura e não agiu logo em conformidade?

É a fragilidade política de Cava-co Silva, visivelmente temeroso de voltar ao contacto na rua com os por-tugueses, que motiva as várias ambi-ções presidenciais, manifestadas fora de tempo. Mau sinal para o País, que ainda precisa de quatro anos da vida deste Presidente.

* Director do Diário de Notícias. JTM/DN

O pior da greve geral? Por incrível que pareça, não foi a própria greve, pensada para recupe-

rar a economia e o emprego através da destruição abreviada da economia e do emprego. Durante o PREC, Arménio Carlos, vestígio arqueológico que constitui o novo rosto da Intersindical, combateria as paralisações e apelaria aos dias de trabalho em prol da Nação. Sem uma ditadura que o motive ou sombra de juízo, o sr. Carlos luta pelos propósitos inversos sob argumentos idênticos.

E não, o pior da greve geral não foram os “pi-quetes”, embora a respectiva contemplação (pelo televisor, salvo seja) me provoque uma reacção se-melhante à dos programas do National Geographic sobre animais bizarros. Como classificar criaturas que não só abdicam do direito ao trabalho em cir-cunstâncias socialmente difíceis e individualmente frágeis, mas vão ao ponto de usar uma opção que

a greve delestomaram em liberdade para limitar a liberdade dos restantes e, a bem ou a mal, impedi-los de trabalhar? Os integrantes dos “piquetes” de greve não são ape-nas um insulto ou um assalto explícito aos cidadãos que pretendem cumprir o seu dever e que, graças à intervenção de milícias, não o conseguem: são um insulto e um assalto à democracia.

O pior da greve geral também não foi a quadri-lha autodesignada 15, 17 ou 23 de Outubro, ainda que, ao invés dos sindicatos que usurpam a represen-tação de uns poucos para tentar prejudicar a maio-ria, a quadrilha não represente ninguém. O trabalho da CGTP é a política: a política do Não Sei Quantos de Outubro não apresenta qualquer nexo com o tra-balho. Na impossibilidade técnica de fazerem gre-ve ao que nunca possuíram ou desejaram, os sócios do Não Sei Quantos de Outubro fazem asneiras. Os dias de protesto são os únicos em que semelhante

rapaziada pratica alguma tarefa aparentada com o esforço, se por esforço entendermos o lançamento de pedregulhos e o ataque a propriedade alheia.

Por fim, o pior da greve geral nem sequer fo-ram as forças policiais, por muito que consentis-sem os pequenos e médios crimes dos “piquetes” e do Não Sei Quantos de Outubro e se dedicassem, mediante bastonadas preventivas, a orientar a acti-vidade dos repórteres de serviço.

O pior da greve geral foi, se me permitem a pa-lavra, o povo, o exacto povo que tolera com exces-siva paciência as abjecções cometidas em seu nome e contra si. E o melhor da greve geral foi o povo que a transformou num fiasco vergonhoso, isto na vaga hipótese de os perpetradores da coisa estarem familiarizados com a vergonha.

* Extracto do artigo semanal.JTM/DN

TRIBUna João marcelino*

TRIBUna Alberto Gonçalves*

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toon

JTM/DN

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Pág 18 segunda-feira, 26 de março de 2012 joRnal tRibuna de macau

lazeR“YELLOW SUBMARINE” REEDITADO. “Yellow submarine”, o filme de 1968 dos Beatles, vai ser reeditado, assim como o álbum da banda sonora, com alguns extras. segundo o site da “Nme”, o lançamento no reino unido está previsto para 28 de maio.

MORREU O HUMORISTA CHICO ANYSIO. o humorista brasileiro chico anysio morreu sexta-feira no rio de Janeiro, aos 80 anos de idade, devido a problemas cardíacos. anysio ficou conhecido pelos mais de 200 personagens que criou, como o professor raimundo e o vampiro Bento carneiro, e destacou-se na televisão, no teatro, no cinema e na rádio.

A PERsPECtIVA DAs COIsAs...

Recuando um pouco no tempo, será necessário para que o presente tenha e faça sentido. E, porque o meu pre-sente já foi o meu passado, e sendo a sua base comum não deixo de, ao analisar, preferir este meu presente... Eu sei, parece confuso mas passo a decifrar.No último semestre do ano passa-do, transformei-me no que carinho-samente chamo de “holo” (vulgo coca-cola aqui no Território), um ser gaseificado - os médicos optam por chamar pneumotórax ou colapso pulmonar.Se numa crónica passada critiquei as urgências pediátricas (e muitas tantas me apetecia escrever sobre as restantes), devo aqui ressalvar que se hoje respiro (leia-se vivo), devo-o inteiramente à competência e profis-sionalismo de todo o piso 4 (medici-na e cirurgia 3), especialmente à de-dicação e persistência da Dr. Maria Teresa Pinto, cuidados do Dr. Chan, companhia e terapia do Mesquita, que durante quase dois meses não me largaram e muito menos alguma vez me senti abandonada (situação fácil de suceder, quando nos encon-tramos rodeados de pacientes, mé-dicos, auxiliares e estagiários, tv’s, rádios e conversas em chinês... alie-nação total).Muitos dias e noites chorei, confes-so... Se há doenças em que nos senti-mos impotentes, esta é uma delas. É esperar que o pulmão feche e pron-to!Mas voltando ao presente... Escre-vo esta crónica, deitada novamente numa cama do hospital, mas desta vez não me sinto a desesperar, nem sinto necessidade de saber quando saio!!! Tudo difere... A perspectiva muda! Os motivos... esses são vá-rios! Primeiro já conheço o pessoal que me segue e sei que estou em boas mãos; segundo, desta vez só estou a oxigénio (nada de operações, tubos espetados no peito, soros, me-dicamentos, máquinas... Só por aí o alívio é 97% total); terceiro já apren-di que neste tipo de situações não existe planos nem datas; quarto, te-nho de dar razão a muito boa gente e tenho de abrandar.A perspectiva é mesmo essa... Tudo o que damos por certo hoje, muda num fechar de olhos amanhã... Há um ditado que fazendo sentido para muitos, deixem-me que discorde - Não deixes para amanhã o que po-des fazer hoje - pois eu digo “deixe, deixe sim” se quer ter amanhã, não mate tudo hoje, inclusivamente a si! Somos super-heróis, mas de espíri-to, os órgãos não assinaram o mes-mo pacto de heroísmo... São meros involuntários dentro do nosso ego-centrismo!

PS - Agora... NÃO... depois... Obri-gada!

Suzana TôrresEspEcificidadEs

irina “sexy” e atrevida em miami

Claudia “abusa” na humildadea modelo claudia abusada não quer ser vista apenas como uma das mulheres mais sexy do Peru: “Não me considero uma ‘colita’ [rabinho], mas sim uma grande pessoa com defeitos e virtudes. os meus fãs apreciam-me mais pela minha maneira de ser”, disse claudia à imprensa peruana, acrescentando que “os homens falam do meu traseiro, porque ele sobressai, mas há para todos os gostos”.

Kardashian atacadacom farinha

Kim Kardashian ficou coberta de farinha após uma mulher a ter atacado durante o lançamento do seu novo perfume “true reflection”, num hotel de Hollywood. a estrela da tv norte-americana chegou ao evento com um blazer e calças de napa pretas, mas em

poucos segundos ficou literalmente “pintada” de branco. “esta foi provavelmente a coisa mais louca e inesperada que me aconteceu!”, disse, já depois da “agressora” ter sido detida. a mulher foi libertada, uma vez que Kardashian optou por não apresentar queixa.

Hillary Duff já é mãeHillary Duff deu à luz o primeiro filho. “Bem vindo ao mundo luca cruz comrie. Na madrugada de terça-feira fomos pais de um lindo menino”, escreveu a actriz e cantora no twitter. luca é o primeiro filho da artista, fruto do casamento com mike comrie.

“Hacker” assume que roubou fotos de Scarlettchristopher chaney, 35 anos, deverá declarar-se hoje como culpado num tribunal de los angels após ter admitido que atacou o email de scarlett Johansson e disponibilizou na internet fotos da actriz nua. o “hacker”, que também entrou nas contas de email de outras celebridades, incluindo christina aguilera e mila Kunis, enfrenta uma pena de 60 anos de prisão.

Namorada de Cristiano Ronaldo celebrou o aniversário da amiga, Anne V, na praia

Com um biquíni bastante sensual – a parte de cima com padrão leopar-do e a de baixo na cor verde-ácido

–, a manequim russa foi o centro de todas as atenções em South Beach. Irina Shayk e Anne Vyalitsyna (Anne V) aproveitaram o momento para tirar uma foto divertida, não qual é possível ver os seus corpos es-culturais. Anne V, que também é uma ma-nequim de nacionalidade russa, partilhou a imagem com os fãs na conta pessoal do Twitter, gerando de imediato dezenas de comentários com elogios à forma física de ambas. A sessão fotográfica também se estendeu a Ali Kavoussi, um reputado fotógrafo e agente de celebridades, que acompanhou as duas manequins russas no extenso areal de South Beach.

Além de ter apanhado banhos de sol deitada numa espreguiçadeira, a namo-

rada do jogador do Real Madrid também experimentou as cálidas águas das praias de Miami. E até no mar houve espaço para a diversão, já que Anne V apanhou Irina Shayk de surpresa ao puxá-la para baixo

de água. Depois de terem dedicado o dia à praia, as duas manequins russas encontra-ram-se com um grupo de amigos à noite para continuarem a celebrar o aniversário de Anne V, que, na última semana, com-pletou 26 anos.

O semblante alegre e descontra-ído de Irina Shayk não demonstrou preocupações relativamente às últimas manchetes que fizeram correr tinta na imprensa. Na semana passada, a revis-ta espanhola “Que Me Dices’ noticiou o encontro entre Cristiano Ronaldo e Malena Costa, ex-namorada do capitão do Barcelona, Carles Puyol. Segundo a publicação, ambos dançaram animada-mente numa discoteca madrilena e, à saída, o avançado português dos meren-gues terá entregado um bilhete à jovem manequim espanhola com o seu número de telefone, ficando assim lançada no ar uma suspeita de traição.

JTM/DN

márCia GurGel

ver vídeO NA ediÇÃO ONliNe dO Jtm www.Jtm.cOm.mO

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joRnal tRibuna de macau segunda-feira, 26 de março de 2012 Pág 19

28822866www.macaucabletv.comRoTeIRo Red

22:30 23:00

The Road

fox movies hbo

TDm 13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:45 RTPi DIRECTO17:20 Lost S4 18:00 Música Movimento (Repetição)18:35 Contraponto (Repetição)19:35 Amanhecer20:30 Telejornal21:00 TDM Desporto22:10 Passione23:00 TDM News23:30 Portugueses sem Fronteiras00:00 Telejornal (Repetição)00:30 RTPi DIRECTO

30 esPn13:00 America’s Cup Uncovered14:00 FINA Aquatics World 201214:30 NASCAR Sprint Cup Series 201217:30 Asian Olympic Qualifiers Syria vs. Oman19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 201220:00 Monday Night Verdict20:30 Caribbean Golden Moments 21:00 Mundialito De Clubes - Flamengo vs Seattle Sounders22:00 Sportscenter Asia 201222:30 Asian Olympic Qualifiers Syria vs. Oman 31 sTar sPorTs 12:00 (Delay) GP2 Series 201214:00 Planet Speed 2011/1214:30 Rebel TV 1915:00 Enjoy Jakarta Indonesia Open 18:00 Inside WTCC18:30 HSBC Sevens World Series 2011/1221:00 When The Games Begin21:30 (LIVE) Score Tonight 201222:00 The S-League Show22:30 Engine Block 201223:00 FIA F1 World Championship 2012 - Highlights Malaysia GP

40 fox movies11:50 Are We Done Yet?13:25 The Bone Collector15:25 127 Hours17:05 The One18:35 Sniper 220:10 The Walking Dead21:00 True Justice22:30 The Road00:25 Sniper 2

41 hbo12:00 The Adjustment Bureau13:45 True Grit15:40 Dickie Roberts17:25 Dumb & Dumber19:15 You Don’T Know Jack21:30 Hbo Central22:00 Luck23:00 Red00:50 Trapped 42 cinemax12:00 Watchmen14:30 Painkiller Jane16:00 We’Re No Angels18:00 Funeral In Berlin19:45 Epad On Max20:25 Red Faction22:00 Rocky IV23:35 Out Of Sight

43 mgm12:30 Cuba14:30 Conflict of Interest16:00 Blood Red17:30 Stanley & Iris19:15 Mystery Date21:00 Rolling Thunder22:45 Jiminy Glick in Lalawood00:15 American Heart

50 Discovery13:00 I (Almost) Got Away With It14:00 Lou Ferrante’s Mob Rules15:00 Track Me If You Can16:00 Lobstermen17:00 Deadliest Catch

18:00 How It’s Made 1118:30 How Do They Do It?19:00 Dirty Jobs20:00 Solving History With Olly Steeds21:00 Surviving The Cut22:00 One Man Army23:00 Deadliest Catch

51 ngc12:30 Dog Whisperer13:25 Don’t Tell My Mother14:20 Fight Masters15:15 Knights of Mayhem16:10 Hitler’s Secret Bunkers17:05 The Known Universe18:00 Dog Whisperer19:00 Ancient X Files20:00 The Toilet Men21:00 Knights of Mayhem22:00 Hitler’s Secret Weapon23:00 Machines Of War00:00 Drugs Inc

54 hisTory14:00 Civilization Lost16:00 Mas Selamat, The Fugitive Terrorist17:00 The Universe18:00 Pawn Stars18:30 Kings Of Restoration19:00 The Pickers20:00 Ice Road Truckers21:00 Pawn Stars23:00 The Pickers

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62 axn13:55 Wipeout14:50 Ncis: Los Angeles15:45 Wipeout Australia16:40 Csi: Miami17:30 Csi: Ny18:20 Wipeout19:15 The Amazing Race20:10 101 Ways to leave a Game Show21:05 Leverage22:00 Hawaii Five-022:55 Blue Bloods23:50 Csi: Miami

63 sTar WorlD12:10 Best of How I Met Your Mother13:05 American Idol14:00 Glee14:55 Happy Endings15:25 Ugly Betty17:10 Model Specials18:05 The Glee Project19:00 Melissa & Joey19:30 Happy Endings20:00 How I Met Your Mother 20:25 New Girl20:55 Friends With Benefits21:50 Model Specials22:45 Revenge23:40 How I Met Your Mother00:05 New Girl

82 rTPi18:00 Telejornal Madeira 18:30 Couto & Coutadas19:00 Sexta Às 920:00 Bom Dia Portugal 21:00 Portugal De Negócios21:30 O Preço Certo (Rep.) 00:00 Jornal Da Tarde 01:16 O Preço Certo 02:15 Correspondentes (Rep.) 02:42 Portugal No Coração 05:00 Portugal Em Directo

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fax: 28703224

Telefones ÚTeis

avenida da Praia grande, 975, macauTel: 28714000

Clube Militar de Macau

cinema

número de socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PsP 28 573 333serviços de alfândega 28 559 944Centro Hospitalar Conde s. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCaC 28 326 300iaCm 28 387 333dsT 28 882 184aeroporto 88 982 873/74Táxi (amarelo) 28 519 519Táxi (Preto) 28 939 939Água - avarias 28 990 992Telecomunicações - avarias 28 220 088electricidade - avarias 28 339 922directel 28 517 520rádio macau 28 568 333

cineTeaTros1 The Hunger Games14:15 • 16:45 • 19:15 • 21:45

s2 A Simple Life14:30 • 21:30

Torre De macauJohn Carter 3D14:30 • 16:45 • 19:15 • 21:30

galaxyTheaTer 9John Carter in 3D 14:10 • 16:40 • 19:10 • 21:40 • 00:10

TheaTer granD TheaTerThe Hunger Games13:40 • 16:20 • 19:00 • 21:40 • 00:20

TheaTer Dir. club 1 (6*, 9**)A Simple Life - 14:20** • 16:40** • 19:40* • 19:50 • 22:00* • 22:10 • 00:20**

TheaTer Dir. club 2 (8*)Carnage14:40* • 16:25 • 18:00 • 20:00*

TheaTer 8Jack and Jill 16:20 • 18:10 • 23:50

TheaTer granD TheaTerWrath of the Titans 3D(estreia dia 29) 14:30 • 16:30 • 18:30 • 20:30 • 22:30 • 00:30

TheaTer Dir. club 2 (6*)Nightfall - 14:10* • 16:05* • 18:10* • 19:40 • 20:15* • 21:50 • 22:20* • 00:25*

TheaTer DirecTors cl 2Ghost Rider: Spirit of Vengeance 3D 14:30

TheaTer DirecTors cl 1Hugo in 3D - 14:50

TheaTer DirecTors club 23d Sex & Zen: Exteme Ecstasy00:05

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Pág 20 segunda-feira, 26 de março de 2012 joRnal tRibuna de macau feCHo desTa edição JTm - 00:45Horas

úlTIMajoRnal tRibuna de macau

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Passos coelho FaZ novas PRomessasO primeiro-ministro e presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, prometeu “acabar com os privilé-gios dos seCtores mais protegidos da economia” portuguesa, incluindo a energia, defendendo que todos têm de contribuir para a recuperação do país. No discurso com que encerrou do XXXIV Congres-so do PSD, na Sala Tejo do Pavilhão Atlântico, em Lisboa, Passos Coelho afirmou que tem “um pro-jeCto ambicioso para Portugal” e que quer “cons-truir uma sociedade mais aberta, mais democrática na economia, mais justa na repartição do rendi-

mento”, o que implica “acabar com os privilégios que permanecem nos seCtores mais protegidos da economia” em Portugal. “E seremos determinados, através de toda a trans-formação legal e negocial, que nos permitirá reduzir esses privilégios, acabar com esses privilégios e democratizar ainda mais a nossa economia e o nosso país”, assegurou Passos Coelho. Isso será feito “também na energia, acabando com o défice tarifário pesado que todos os portugueses, famílias e particulares ou empresas, têm vindo a suportar”, acres-centou. “Nós temos de olhar para todos os portugueses e poder dizer-lhes: não há uns que possam mais e outros que possam menos. Respeitamos todos, mas todos têm de dar um contributo para a recuperação do país”, defendeu o primeiro-ministro e presidente do PSD. Passos Coelho disse que a eliminação de “privilégios” e a “democratização” da eco-nomia portuguesa passará também pela renegociação dos contratos de parcerias público privadas, referindo que, se nada fosse feito, estes custariam aos contribuintes “mais de mil dois milhões de euros todos os anos a partir de 2014 e por quase 35 anos”.

meXicanos Pedem inteRvenÇÃo do PaPaOs mexicanos que denunciaram os abusos sexuais alegadamente cometidos pelo fundador dos Legionários de Cristo, Mar-cial Maciel (1920-2008), pediram ao Papa Bento XVI que reconheça a responsabilida-de da Igreja no encobrimento deste caso. Os mesmos cidadãos pediram ainda a Bento XVI que afirme que “nunca mais” será to-lerada a pedofilia. Em 1999, o ex-sacerdote Alberto Athié enviou a Bento XVI (naquela data cardeal Ratzinger), por intermédio do bispo mexicano Carlos Talavera, uma carta na qual denunciava atos alegadamente pe-dófilos de Marcial Maciel, que foi recebida no Vaticano e nunca teve resposta. O ex-sacerdote considera que com Bento XVI à frente da Igreja, “só ele e mais ninguém do que ele pode dar um caminho diferente a este tremendo problema” dos abusos sexuais de menores, “este holocausto de milhares de meninas e meninos que foram abusados em muitas partes do mundo”. “Com isto não lhe pedimos que cometa um ato anticristão. É a raiz da consciência cristã”, referiu Alberto Athié. Algumas vítimas dos abusos sexuais, alegadamente cometidos por sacerdotes mexicanos, la-mentaram, entretanto, a recusa de Bento XVI em reunir-se com eles durante a sua visita de três dias ao país. “É lamentável que não o queira fazer, infelizmente faz com que o próprio Papa seja cúmplice deste tipo de crimes”, afirmou, em declarações à agência EFE, uma das vítimas, Joaquín Aguilar Méndez.

Real ResoRt nos emiRatos“Real Madrid Resort Island” é o nome de um complexo habitacional de luxo e parque temático que vai nascer nos Emirados Árabes com a marca do Real Madrid. O projecto é apoiado pelo governo local, que busca na marca merengue o melhor veículo de promoção. Consta de um conjunto de residências milionárias, uma torre de apartamentos de luxo, uma marina e mesmo um estádio

relvado com vista para o mar. O projecto dirige-se ao mercado asiático, tentando capitalizar o facto dos Emiratos Árabes Unidos se situarem a meio caminho entre a Ásia e a Europa. Foi lançado em Madrid com a presença do presidente do Real Madrid Florentino Perez, José Mouri-nho, Zinadine Zidane e vários jogadores.

eQuiPa de tiRo do caZaQuistÃo ouviu hino de “boRat”

A equipa de tiro ao alvo do Cazaquistão foi surpreendida por um hino nacional falso, que por erro, foi tocado por engano na cerimónia de entrega de medalhas num campeonato no Koweit. Em vez dos acordes oficiais, os atletas ouviram o hino cómico do Cazaquistão editado para o filme “Borat”, do actor britânico Sacha Baron Cohen. A versão cómica ce-lebra o país pelas suas “grandes exportações de potássio” e por ter as “prostitutas mais bonitas da região”. O técnico da equipa explicou mais tarde que os organizadores da cerimó-nia retiraram o hino de “Borat” da Internet por engano. A entrega de medalhas foi realizada novamente após o erro, desta vez com o hino correcto.

hainÃo oFeRece licenciatuRa em PoRtuguÊsO Centro de Cooperação Internacional em Educa-ção vai lançar uma licenciatura em Português em conjunto com a Associação de Macau-Hainão para a Promoção Económica & Cultural e o Instituto Politécnico de Leiria, a decorrer em Portugal e na China. O programa contempla três anos de estudo da Língua e Cultura Portuguesas em Hainão, e o quarto e último ano da licenciatura em Portugal, no Instituto Politécnico de Leiria (IPL), onde os alunos vão optar entre duas vias de especialização: Gestão Turística e Hoteleira e Tradução e Interpre-tação Português/Chinês e Chinês/ Português. Segundo o Centro de Cooperação Internacional em Educação (CICE), a licenciatura em Português deverá arrancar em Setembro, no próximo ano lectivo na Faculdade de Línguas Estrangeiras de Hainão (Universidade de Hainão na capital Haikou na foto), estando em curso o processo de candidaturas – até ao final de Abril –, e o recrutamento de docentes, a maior parte deles da China, e incluindo alguns do IPL. O projecto conjunto foi agilizado na semana passada, depois de uma delegação do IPL se ter deslocado a Hainão e assinado protocolos de cooperação para a implementação de programas conjuntos de ensino superior luso-chinês com o CICE, a HFLCPD e a Universidade de Hainão. Da visita à ilha de Hainão resultou ainda um in-tercâmbio de docentes portugueses do IPL “para o ensino da língua portuguesa na Universidade de Hainão e a troca de especialistas para efeitos de investigação e partilha de conhecimentos no âmbito do turismo”, informou o CICE. As licenciaturas de português na China mais do quintuplicaram na última década, passando de duas para catorze, e contando com os cursos privados, o número ultrapassará os vinte.

JTM/Lusa

en PassanT

Leung Chun-ying foi ontem eleito como Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Hong Kong, uma vitória que comprova a velha máxima de que “não há vencedores antecipados”. O favorito inicial, Henry Tang, mostrou como a credibilidade tão difícil de se alcançar, se pode perder em segundos.A sua teimosia em ir a votos, depois de todas as polémicas em que se envolveu, aliás, vai ter con-sequências no mandato de Leung.A forma como “obrigou” Pequim a intervir desca-radamente na eleição, fazendo com que 94 mem-bros da Comissão Eleitoral mudassem de voto (a primeira vez que tal aconteceu nas eleições das Regiões Administrativas) acaba por pôr em causa a confiança no processo eleitoral.E isso não é bom, sequer, para Macau...

José rocha dinis

confiança

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