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AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEGUNDA-FEIRA 4 DE MARÇO DE 2013 ANO XII Nº 2803 PUB ANTÓNIO FALCÃO A ESTRANHA MORTE DE ELISA LAM UM CASO QUE CAUSA ARREPIOS NA INTERNET PÁGINA 8 ENTREVISTA RUA DAS MARIAZINHAS TRÊS ANOS A ANIMAR AS TARDES DE MACAU CENTRAIS PUB LAI TONG SANG Expulsão do Canadá só depois de Julho PÁGINA 7 LEONEL ALVES Deputado pede nova atitude na AL PÁGINA 2 REVERSÃO DE TERRENOS Governo ainda espera recuperar 48 PÁGINA 3 PUB POUCO NUBLADO MIN 12 MAX 20 HUM 45-80% EURO 10.1 BAHT 0.2 YUAN 1.2 VENHAM MAIS CINCO (SÉCULOS) Ter para ler No dia aberto da EPM à comunidade, o Hoje Macau quis saber como vai a instituição. Em entrevista ao nosso jornal, Edith Silva, mostrou-se satisfeita pela recente avaliação feita pelo Ministério da Educação português e relembrou os “excelentes” resultados alcançados pelos alunos, pelos professores e, consequentemente, pela escola. A directora da EPM diz mesmo, sem pejo, que “os alunos de Macau estão acima da média nacional”. PÁGINAS 4 E 5 Edith Silva, directora da Escola Portuguesa de Macau, orgulhosa com o trabalho desenvolvido e com o reconhecimento de Portugal Sua excelência, o ensino

Hoje Macau 4 MAR 2013 #2803

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Edição do jornal Hoje Macau N.º 2803 de 4 de Março de 2013

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AgênciA comerciAl Pico • 28721006 Mop$10 Director carlos Morais josé • segunda-feira 4 de Março de 2013 • Ano Xii • nº 2803

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Deputado pede nova atitude na AL

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Governo ainda espera recuperar 48

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poUco nUblAdo min 12 mAx 20 hUm 45-80% • eUro 10.1 bAht 0.2 yUAn 1.2 Venham mais cinco (séculos)

Ter para ler

No dia aberto da EPM à comunidade, o Hoje Macau quis saber como vai a instituição. Em entrevista ao nosso jornal, Edith Silva, mostrou-se satisfeita pela recente avaliação feita pelo Ministério da Educação português e relembrou os “excelentes” resultados alcançados pelos alunos, pelos professores e, consequentemente, pela escola. A directora da EPM diz mesmo, sem pejo, que “os alunos de Macau estão acima da média nacional”. páginAs 4 e 5

edith silva, directora da escola portuguesa de macau, orgulhosacom o trabalho desenvolvido e com o reconhecimento de portugal

sua excelência, o ensino

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segunda-feira 4.3.2013política2 www.hojemacau.com.mo

Numa entrevista à agência Lusa, o deputado eleito pela via indirecta frisa que não quer chegar à vice-presidência ou mesmo presidência da Assembleia Legislativa, lugar que, aponta, precisa de uma nova atitude dos seus deputados para responder aos desafios do futuro

Andreia Sofia Silva*[email protected]

“Digo com toda a sinceridade que não me sinto ca-pacitado para de-

sempenhar tão importante e difícil cargo”. É esta a posição assumida pelo deputado indirecto Leonel Alves sobre a hipótese de vir a

A China compreende e aceita que Macau é um

produto da História que tem a ver com o cruzamento das civilizações e das culturas portuguesa e chinesa, disse o deputado Leonel Alves. Em entrevista à agência Lusa, Leonel Alves falou da sua experiência como delegado da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), que teve ontem início em Pequim. Este é um órgão semelhante ao Sena-do, sem poderes legislativos, e que conta com cerca de três mil delegados de todas as províncias chinesas, bem como as RAE.

Leonel Alves, o primei-ro e único luso-chinês a

Deputado diz que é preciso nova atitude política no hemiciclo

Leonel Alves não “se sente capacitado” para presidir à AL

Leonel Alves falou da sua experiência como delegado da CCPPC

Presença portuguesa na RAEM “muito apreciada” por Pequim

que de alguma maneira espelhe o sentimento e a ideologia desta comunidade lusófona de Macau.”

Contudo, daqui a dez anos o panorama político da RAEM poderá ser diferente, com os mais velhos a ajudarem os novos rostos que se querem lançar na politica, “encorajando e apoiando”.

Macau hoje conhece uma “fase de desenvolvimento económico com estabilidade, a necessidade de uma intervenção activa e premente talvez não seja a mesma. Hoje os objectivos e os desafios são outros e porventura esta é a causa principal de uma relativa apatia, e falta de condições, das novas gerações para se lançarem e dedicarem às causas públicas”. - *com agência Lusa

assumir um cargo na presidência da Assembleia Legislativa (AL). Apesar disso, Leonel Alves voltou a afirmar, em entrevista à agência Lusa, a total disponibilidade para continuar como deputado, apesar de garantir que essa decisão não depende apenas de si, mas de quem o apoia.

Questionado sobre o futuro do hemiciclo, que irá passar por mudanças aquando das próximas eleições legislativas, em Setembro, o deputado considera que a AL tem de mostrar aos cidadãos uma nova atitude politica”, dado que Macau “vai ter de enfrentar um novo ciclo de desenvolvimento, um ciclo exi-gente”. “Creio eu que, em termos políticos, muito deve ser feito ao

nível da AL, quer na actividade da produção legislativa, que tem sido escassa, mas que tem de se inverter um bocadinho, quer numa maior cooperação e diálogo com o governo no sentido de procurar os máximos consensos possíveis para ultrapassar as diversas questões que nós temos.”

Esse desenvolvimento de que fala o deputado trouxe “muitas outras demandas e solicitações” na sociedade, apesar da “robustez financeira registada nos últimos anos”. Leonel Alves considera que a habitação, saúda e ensino são as grandes áreas que precisam de me-lhorias, cujos problemas advém do “crescimento próprio de Macau”. “Macau, depois de uma década de

experimentação como RAE, vai entrar sem dúvida num novo ciclo económico e social, interessante, mas também exigente, para o qual os políticos e os representantes que estarão aqui na AL terão um papel bastante decisivo”, acrescentou.

FALtAm “PeçAS no xAdrez”Sobre a possibilidade de surgir uma lista de matriz portuguesa ou macaense, Leonel Alves considera que tal hipótese é remota, porque os mais novos ainda não “no patamar ideal para a assunção de tais cargos públicos”. “o que se constata com facilidade é que há uma ausência de peças no xadrez político para que no próximo ato eleitoral em Setembro possa surgir uma lista

diálogo com os diversos representantes das provín-cias chinesas a reacção é de “grande amizade e fraterni-dade e a grande curiosidade de saber o que é Macau, o que é a comunidade macaense, o que é Portugal, o que é que os portugueses fazem em Macau e também às vezes fazem perguntas sobre a si-tuação política de Portugal”.

Leonel Alves acrescen-tou ainda que sente algum “exotismo” no plenário da CCPPC, onde estão presen-tes todas as etnias do país e refere que, quando olham para ele, sentem uma grande curiosidade em saber qual a região que representa. - A.S.S. com agência Lusa

integrar a CCPPC, garante também que a herança portuguesa de Macau é um “factor muito apreciado, não só a nível de discursos oficiais, mas facilmente detectável pelo contacto mais simples, quer com os delegados da conferência, quer com o povo que se encontra na rua, nas uni-versidades ou em diversas

reuniões”. “A minha experi-ência destes últimos anos é quase sempre neste sentido. Há uma receptividade muito grande das pessoas com quem tive oportunidade de dialogar de perceber Macau e aceitar Macau como um produto da História que tem a ver com o cruzamento das duas civilizações e as duas culturas”, acrescentou.

Neste sentido, Leonel Alves considera que é preciso promover mais as línguas, por forma a divulgar “uma cultura específica para a qual muito contribuíram os portugueses”.

Macau é, assim, encara-do como sendo “um produto da história”, “uma cidade in-ternacional em que pessoas de origens diferentes vivem

e convivem num ambiente de paz e de amizade, é um factor que transparece a todos os instantes”.

o “exotiSmo” dA PArtiCiPAçãoDefinindo a participação nas reuniões de Pequim como uma experiência “muito positiva e gratificante” Le-onel Alves destaca que no

Inscrições para o Ano Lectivo de 2013/2014

Informam-se os Senhores Encarregados de Educação de que estão abertas as inscrições na Escola Portuguesa de Macau.

Período de inscrição : de 4 a 8 de MarçoLocal: Secretaria da Escola Portuguesa de MacauHorário: das 8:30 às 13:00; das 14:30 às 18:30Valor da inscrição: $500,00 (quinhentas patacas) não—reembolsáveis, que serão descontadas ao montante da primeira prestação de propinas.

Os alunos de outros estabelecimentos de ensino que pretendam frequentar a Escola Portuguesa de Macau devem trazer, no ato de inscrição, documentos relativos à avaliação, exceto os que pretendem frequentar o 1º ano.

Para mais informações pode consultar a nossa página da internet em www.epmacau.edu.mo ou a secretaria da escola (tel. 28572240) ou contactar-nos por email em [email protected].

ESCOLA PORTUGUESA DE MACAUAv. Infante D. Henrique - Macau

Tel. 28572240, 28510605Website: www.epmacau.edu.mo

Email: [email protected]

CONVOCATÓRIA

Rita Botelho dos Santos, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, vem, nos termos do nº 3 do artigo 29º dos estatutos desta Associação, convocar a Assembleia Geral para o próximo dia 16 de Março de 2013 (Sábado), pelas 15H00, na sede da A.T.F.P.M., sita na Avenida da Amizade Nºs. 273-279 r/c, Macau, com a seguinte ordem de trabalhos:

1. Aprovação do Relatório de Contas do exercício do ano de 2012, que estará patente na sede da Associação, a partir do dia 08 de Março corrente, para consulta dos associados.2. Outros Assuntos.

Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, aos 21 de Fevereiro de 2013.

A Presidente da Mesa da Assembleia Geral Rita Botelho dos Santos

3políticasegunda-feira 4.3.2013 www.hojemacau.com.mo

Joana Freitas [email protected]

O Governo ainda tem por recuperar 48 terre-nos não aproveitados , desde 2009. De acordo

com dado fornecidos ao Hoje Ma-cau pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transpor-tes (DSSOPT), foram concluídos os relatórios de análise à razão porque estão ainda os lotes sem ser aproveitados. “O não aproveita-mento deve-se a razões imputáveis à concessionária.”

Este facto implica que seja obrigatório seguir alguns proce-dimentos legais, o que, de acordo com a DSSOPT, tem complicado os trabalhos. Desde 2009, o Governo apenas iniciou as batalhas legais para 20 casos. Trâmites legais que ainda não estão concluídos. “Por se tratar de questões jurídi-cas complexas, foi necessário ao departamento jurídico um período de tempo relativamente mais longo

BO Xilai, antigo chefe do partido comunista

de Chongqing caído em desgraça, pode estar ligado a actividades ilícitas ligados ao grupo Neptuno de Macau. A operadora junket do terri-tório opera um casino-barco que estará alegadamente ligado a “transacções eco-nómicas ilícitas”, suportadas por uma longa lista de au-toridades chinesas de poder influente. O nome de Bo Xi-lai consta da lista, segundo a publicação financeira Cajing Magazine, citada pelo jornal Macau Daily Times.

A reportagem da Ca-jing menciona o nome do patrão do grupo Neptuno, Lin Cheuk Chiu, conhecido como “o magnata do jogo dos altos mares”, por operar um casino num navio de luxo com nove andares. De acor-do com a publicação, Lin será um dos membros de uma rede de lavagem de dinheiro, contrabando e corrupção, em conjunto com alguns dos empresários e políticos mais

O secretário de Estado do Desporto e Juven-

tude de Portugal, Alexandre Mestre, concluiu na noite de quinta-feira uma visita oficial a Macau que terá tradução prática já no verão com estágios e formação entre as duas partes.

Em declarações em Macau, Alexandre Mestre, que chega hoje a Portugal, disse que o balanço da visita “é muito positivo” e que esta surge na sequência de vários contactos feitos em Lisboa e em Macau. “Tivemos oportunidade de debater questões conexas com o desporto e com a juventude, a questão das Pousadas da Juventude, como gerir, como financiar, como potenciar a mobi-lidade juvenil, também actividades de férias para as crianças e para os jovens”, disse o governante.

Com um protocolo as-sinado com Macau desde 2001, Alexandre Mestre garantiu que a cooperação

Quase meia centena de terrenos por recuperar para o Governo

Questões legais atrasam processoa estes dados, bem como não respon-de também para que serão utilizados os lotes de terras que integrem o domínio público.

A semana passada, segundo despachos publicados no Boletim Oficial (BO), revisões de contratos de concessão fizeram com que 75 metros quadrados de terreno fossem revertidos à RAEM, “livres de encargos ou ónus”. Ainda assim, foram mais as revisões a favor dos concessionários do que do Governo.

Num dos casos, por exemplo, o Governo recebeu cerca de 57 metros quadrados de terreno em cinco parcelas, mas concedeu cerca 49 metros quadrados por arrendamento, sendo que apenas oito metros quadrados reverteram para o Executivo. Num outro caso, o Governo conseguiu reaver 51 metros quadrados, mas arrendou 44 metros quadrados.

Ainda de acordo com despa-chos do BO da semana passada, a Administração concedeu a conces-sionárias 54 metros quadrados de terreno por arrendamento.

Face à reduzida extensão terri-torial de Macau, o Governo decidiu em 2009 dar início ao tratamento da questão dos terrenos não apro-veitados, “de modo a assegurar assim uma melhor gestão do uso dos solos”.

Bo Xilai pode estar ligado a actividades ilícitas

Grupo Neptuno a afundar?

Alexandre Mestre concluiu visita a Macau

Promessa de estágios e formação

para a realização de uma profunda análise a alguns casos, sendo assim necessário prosseguir com a reali-zação destes trabalhos”, explica o departamento da DSSOPT. Assim que terminarem os processos, 20 terrenos vão ver declarados caduca-dos os seus contratos de concessão.

Os restantes 28, que a Admi-nistração não sabe ainda qual a justificação para não estarem a ser aproveitados, ainda estão a ser analisados. “Se se averiguar, após análise, que o não aproveitamento destes terrenos se deve a razões imputáveis à concessionária, virá então a Administração de imediato avançar com os procedimentos jurídicos relativos à declaração de caducidade da concessão dos terre-nos”, compromete-se a DSSOPT.

ReveRsões O Hoje Macau tentou perceber junto das Obras Públicas quantos terrenos não aproveitados foram já revertidos à RAEM. No entanto, a resposta do Governo não faz qualquer referência

proeminentes do continente. Isto inclui Huang Guangyu, que já foi o homem mais rico da China, presidente da Gome, a maior vendedora de material eléctrico da China, e a família de Bo Xilai, diz a reportagem. “Resultados de uma investigação recente dão conta que os registos fi-nanceiros de Bo Gu Kai Lai, cliente do casino e mulher de Bo Xilai, bem como a sua família estão ligados ao casino. Investigadores do continente interceptaram di-versos empresários que têm

ligações a Bo e Gu Kai Lai e suspeitam que estes tenham feito negócios ilegais com a família de Bo Xilai.”

O artigo da revista men-ciona que enquanto alguns oficiais e empresários do continente foram mandados prender, Lin continua livre e activo nos casinos de Ma-cau, apesar de documentos mostrados em tribunal terem mostrado que Lin e a família estavam envolvidos em ac-tos de corrupção, lavagem de dinheiro, contrabando e agiotagem.

De acordo com a Cajing, o navio do grupo Neptuno tem capacidade para receber mais de dez mil pessoas por mês, que são enviados para jogar em alto mar, onde não têm de pagar impostos, licenças ou outras restrições legais que existem no território.

Há dois meses, o jornal The British Times também dava conta de que Bo Xilai estaria a ser investigado por lavagem de dinheiro feita em Macau.

é vasta, mas há possibilida-des de alargamento, estan-do já gizado um seminário de ética cujos pormenores da organização serão defi-nidos mais tarde, mas que também visa “tentar exter-nalizar o plano nacional de ética do desporto” que existe em Portugal.

Em Macau, o gover-nante português percebeu existirem as condições ideais para que os atletas portugueses que forem participar nos Jogos Olím-picos da Juventude na China possam adaptar-se ao fuso horário - com uma diferença

entre sete a oito horas para Portugal - e teve a opor-tunidade de visitar infra--estruturas de “excelência” existentes na cidade, tal como deu a conhecer condi-ções idênticas em Portugal, nomeadamente nos centros de alto rendimento. “Há uma grande cumplicidade e grande amizade que se reforça e que penso que vai ser positiva para ambos”, as-sinalou Alexandre Mestre, salientando que não existin-do um plano completamente fechado para a cooperação entre Portugal e Macau no campo desportivo, esta continuará já no verão com estágios para atletas das duas partes.

Ao longo da sua esta-da em Macau, Alexandre Mestre manteve encontros com os dirigentes do Insti-tuto do Desporto de Macau, bem como com o secretário Cheong U, que tem a tutela do desporto, educação e juventude no Executivo de Macau. - Lusa

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segunda-feira 4.3.2013sociedade4 www.hojemacau.com.mo

Rita Marques [email protected]

Em Dezembro do ano passado foi feita uma avaliação externa à escola pelo pela Inspecção Geral de Educação e Ciência (IGEC), do Ministério de Educação. Nos três domínios - resultados aca-démicos, prestação de serviço educativo e liderança e gestão - nota máxima. Qual o significado destes resultados?Isto é gratificante para a escola. É óbvio que é o trabalho de uma equipa, não é trabalho de uma pessoa só. Os inspectores tiveram oportunidade de falar com todas as pessoas – funcionários, professo-res, alunos, pais, entidades externas à escola, até falaram com a própria DSEJ -, fizeram inquéritos a pes-soas escolhidas aleatoriamente, nada indicado pela escola. Fizeram observações de aulas, do 1.º ao 12.º ano. Foi uma avaliação completa e a escola colaborou.

Estava à espera deste reconhe-cimento e desta avaliação de excelência?Como directora não posso dizer que estava à espera de uma coisa pior. Estou confiante, sei aquilo que a escola faz. Os professores de facto dedicam-se à escola. Eu estava à espera, com certeza, de uma avaliação boa. Julgo que há motivos para estar orgulhosa da escola e também julgo que isto vai poder transmitir aos encarregados o que é a EPM.

Quando em Portugal baixam, nós também. Fazemos as mesmas provas. mas os alunos de macau estão acima da média nacional, isto nas provas intermédias, nas provas de aferição e nos exames nacionais

Entrevista Edith Silva, directora da EPM, está confiante no trabalho da instituição avaliada com excelência pela Ministério de Educação

“Os alunos de Macau estão acima da média nacional”Em Dezembro do ano passado, a Inspecção Geral de Educação e Ciência (IGEC), tutelada pelo Ministério da Educação fez uma avaliação à Escola Portuguesa de Macau. Nesta segunda avaliação do Governo português, desde a criação da instituição de ensino há 15 anos, os resultados foram “excelentes” nos três domínios - resultados académicos, prestação de serviço educativo e liderança e gestão. A directora diz-se “orgulhosa”, depois de cumprir o objectivo do primeiro fundador, Gilberto Carneiro, em tornar a EPM numa “escola de referência”. Ao nível do desempenho dos alunos, Edith Silva garante que estão “acima da média nacional”

vo: uma escola de excelência, tal como os dados o indicam.

Sobre a avaliação externa feita pela DSEJ também já houve resultados?Foi feita no ano passado, em Janeiro de 2012, mas ainda não temos resultados. Nem sabemos quando sairão.

Acredita que poderá ser um re-sultado igualmente bom?Espero que sim mas não faço pre-visões. São avaliações um pouco diferentes. Porque o currículo da escola não é igual às de outras de Macau, mas à de portuguesas. Mas julgo que o grupo de avaliação que esteve aqui, saiu muito satisfeito.

Ainda sobre a avaliação da IGEC, no domínio de resultados académicos a EPM foi avaliada com excelente. Acha que o de-sempenho dos alunos é assim tão perfeito tendo em conta os resultados nos últimos exames nacionais?Quando em Portugal baixam, nós também. Fazemos as mesmas provas. Mas os alunos de Macau estão acima da média nacional, isto nas provas intermédias, nas provas de aferição e nos exames nacionais. Aqui o próprio relatório fala. Estamos com os valores acima do esperado. No entanto, acho que tem a ver com os alunos. Talvez também os exames tenham sido mais exigentes. Mas os alunos estão bem preparados.

Mas há espaço para melhoria?Sim, há sempre. Há sempre pontos que temos de melhoria, no próprio relatório fala em pontos a melhorar. Ficamos satisfeitos, é bastante mo-tivadora para quem aqui trabalha. Preocupa-me é conseguir manter a qualidade, e cada vez melhor. Isto é uma preocupação minha, em termos de direcção.

Esse é o principal interesse: cativar mais alunos?Queremos prestar, antes demais, um serviço à própria comunidade. A escola portuguesa não serve só a comunidade portuguesa. Temos 13% de alunos com 18 nacionalidades diferentes. Tam-bém conseguimos atrair alunos de outros sistemas de ensino, de outras nacionalidades. A EPM tem o objectivo de ser o pólo difusor da língua e cultura portuguesa aqui em Macau. Recordo-me que há 15 anos atrás [quando foi fundada a EPM], o presidente da Fundação, o senhor Gilberto Carneiro, naquela altura aspirou que a EPM fosse uma escola para a comunidade, de referência para Macau. Julgo que neste momento posso afirmar que conseguimos atingir este objecti-

segunda-feira 4.3.2013 5sociedadewww.hojemacau.com.mo

Dia aberto

Quais as adaptações da escola ao novo Estatuto da Carreira Docente?A escola terá de se adaptar. E nós já começámos. Uma primeira fase foi a redução de horas lectivas aos docentes, os do secundário passa-ram para 18 horas lectivas [menos 4h] e os do primário para 20 horas [menos 5h] lectivas. Equivale a di-zer que, com mais alunos, tivemos que recrutar mais professores. Mais três, um no primário e dois no se-cundário. Claro, também é preciso usar das horas extraordinárias. Ás vezes, mais vale pagar algumas horas extraordinárias do que con-tratar um professor porque temos muito mais encargos. A segunda fase vai entrar para o próximo ano lectivo, que diz respeito à avaliação do desempenho dos professores. Estamos a trabalhar nela, neste momento. Temos até finais do ano lectivo para o fazer.

Recentemente, foram lançados pela DSEJ os resultados de uma avaliação feita pela Universidade de Hong Kong sobre as capaci-dades de leitura dos jovens que estudam em língua chinesa. O relatório final, refere falta de compreensão. A que é que isto se deve?Eu concordo com o relatório onde diz que a leitura deve ser feita entre os 0 e os 9 anos. Aí é que começam de facto a ganhar o gosto. Infelizmente, sinto que com as novas tecnologias - claro, há o lado mau e bom - muitos dos nossos jovens acabam por não ter contacto com o livro.

Estes resultados aplicam-se tam-bém aos alunos da EPM?Não. Aliás, os nossos alunos gos-tam muito de ler. A sala de leitura tem sido um sucesso. Está aberta. E vamos mudando o acervo, todos os anos a coordenadora propõe a aquisição de livros e compramos. Temos 16 mil volumes na biblio-teca, o que é muito. Daí que temos um projecto até de digitalização da biblioteca para o próximo ano.

Que dinamização é feita na escola?Aqui temos uma coordenadora para dinamização e promoção da cultura. A DSEJ paga a tempo parcial através do Fundo de De-senvolvimento Educativo, tem 18 horas semanais para trabalhar com os alunos. E há um plano de leitura. Já tem alguns anos. A professora trabalha com vários níveis de es-colaridade, fazendo a promoção de acordo com o seu nível. Os resultados da escola são bons.

Os últimos números divulgados mostram que a escola tem vindo a ter mais alunos interessados a aprender mandarim e a escolher a via A de ensino, na qual o man-darim é obrigatório. Hoje a aprendizagem das línguas é muito importante. As pessoas já não conseguem ter só uma língua veicular e uma língua estrangeira, pelo menos duas a três. O objecti-vo da direcção é que o aluno saia trilingue da escola portuguesa, da parte do português e inglês não temos dúvidas, da parte do manda-rim ainda não conseguimos atingir

este objectivo porque começámos muito tarde. Só em 2005 começá-mos com o mandarim obrigatório portanto, esperamos que daqui a uns anos saiam trilingues, o que faz falta a Macau.

No entanto, ainda optam por ter duas vias de ensino, ou seja, não é totalmente obrigatória a aprendizagem do mandarim?É preciso ver que em Portugal não existe mandarim e os alunos transferidos, de lá para cá e de cá para lá, se não levam o francês têm menos uma disciplina, o que penso não seja realista. Daí que damos a opção ao encarregado, se ele tem um limite de estadia no território, não podem depois os filhos regressar com uma disciplina em falta. Mas pode optar outra vez pelo mandarim, para princípios de ciclo. Temos vários níveis.

Há também sucesso a nível dos alunos cuja língua materna não é portuguesa, tal como o mostra-ram os exames nacionais de por-tuguês no último ano. Como é que conseguem obter este resultado?Isto deve-se ao ano preparatório, um ano de português intensivo. Isto foi uma grande criação porque pen-sámos em atrair alunos de outros métodos de ensino e não falantes

de português. Depois de um ano, são integrados em turmas normais. Temos dois grupos, com 17 alunos no total. Um é primário e outro secundário. O acompanhamento é muito bom. Entendemos que não deve ultrapassar os 15 mas se houver muita afluência, podemos pensar em abrir mais turmas

Estão previstos novos cursos de ensino superior de língua portu-guesa em Macau. Como é que vê esta realidade?No último ano foram muito poucos a escolherem cursos superiores em Portugal, apenas 17 alunos. Muitos vão para a UMAC, IPM e IFT e mui-tos também optaram pela Austrália e Inglaterra. Portugal e cada vez menos a escolha, se calhar devido à situação político-económica. Te-mos um contingente para imigran-tes e não temos falta de números ‘clausus’ para os alunos entrarem nas universidades portuguesas. Os nossos alunos, quase todos, entram na primeira opção nas universida-des portuguesas e os que vão para Austrália e Inglaterra têm a entrada directa porque o inglês é bom. Na Universidade de Macau há muitos que vão para o de Direito.

Isto terá a ver com as necessi-dades de mercado em Portugal?

Sim, depende do que o território quer. Numa altura até estávamos a tentar sensibilizar os nossos alunos para o curso de intérpretes-traduto-res. Temos tido alguns, que são os melhores alunos. Mas ultimamente não tem havido tanta gente. Mas claro, depende se querem ficar aqui ou ir para o estrangeiro.

Recentemente, o presidente da Fundação Macau (que este ano, veio assumir os financiamentos feitos pela Fundação Oriente até 2017) disse que o Governo estaria disponível para apoiar em mais do que os 9 milhões acordados. O que tem a dizer sobre isto?O presidente tem sido muito simpático. Este subsídio já nos permite um conforto muito grande sem termos de pensar se há ou não dinheiro. Durante cinco anos podemos estar tranquilos. A partir de 2017, tudo me leva a crer que também haverá apoio do Governo. Esta abertura da Fundação Macau, aliás o Dr. Wu Zhiliang teve aqui com a UNESCO e viu a escola com os seus próprios olhos e disse que se precisássemos de mais alguma coisa para dizermos. E por isso é que temos de dizer o que somos, o que fazemos e quais os resultados. Para o Governo também é gratificante.

A mudança da escola?Ultrapassa a direcção, é compe-tência da Fundação EPM. Nada nos foi comunicado, o que quer dizer que durante alguns anos ainda aqui estaremos. Até termos projecto, construção e mudar são alguns anos.

Hoje a aprendizagem das línguas é muito importante. As pessoas já não conseguem ter só uma língua veicular e uma língua estrangeira, pelo menos duas a três. O objectivo da direcção é que o aluno saia trilingue da escola portuguesa

No sábado, a EPM abriu pelo quarto ano as suas portas à comunidade. A encarregados de educação, a pais, visitantes, curiosos e outros alunos. Uma ideia e um projecto, levado a cabo por professores e pelos 492 alunos entre as 10 e as 17h, para mostrar os trabalhos da escola ao longo do ano, nas várias disciplinas, sem esquecer a multiculturalidade que a distingue dos restantes estabelecimentos de ensino. A directora, Edith Silva, apelida-o de “o melhor marketing” que a escola pode fazer, onde o passa-palavra é estruturante para garantir mais alunos no ano lectivo seguinte, numa altura em que o objectivo é atingir os 500 alunos. “Naquele dia aberto do primeiro ano, já havia pais chineses que perguntavam se podiam matricular logo os filhos. No segundo ano, já vinham pessoas da China para ver a escola”, explica a dirigente. Este ano, no momento cultural houve poemas recitados, canções em português, mandarim e francês, houve teatro, folclore e fado moderno, coros e pequenas orquestras de instrumentos, aos

quais alunos do 1.º ao 12.º ano dão corpo e voz. Cátia, do 11.º ano, acompanhou os visitantes da escola, direccionando-os às diferentes áreas, num dia que lhe parece importante para a instituição. “A nossa escola era só para alunos portugueses e ao mostrar que é uma escola onde se aprendem diferentes línguas, torna-a mais atraente para diferentes pessoas e mais multicultural.” Francisco, do 10.º ano, apresentou o momento cultural, entre as 11 e as 12h30 e destaca a importância deste dia: “Ajuda as pessoas de fora a perceberem o currículo e os projectos da escola. Pretendemos não só promover a cultura portuguesa e a educação, como também abrir as portas da escola a outras pessoas.” Como estudante da via a, o mandarim é a sua terceira língua, a “língua do futuro, como indica. “Estou-me a sair bem. No Verão passado participámos no Programa de Aperfeiçoamento Linguístico, e fomos três semanas a Pequim estudar a língua e conhecer melhor a cultura chinesa e foi muito produtivo porque nos ajudou a integrar melhor o mandarim no dia-a-dia. Senti que lá evolui muito”, revela.

6 sociedade segunda-feira 4.3.2013www.hojemacau.com.mo

A Santa Casa da Mi-sericórdia entre-gou pela segunda vez bens de pri-

meira necessidade a famílias carenciadas - seleccionadas pela Associação Geral dos Moradores de Macau e pela Federação das Associações dos Operários - através do novo projecto, a loja social.

No sábado, houve mais 200 famílias (a juntar às 212 do mês passado) que benefi-ciaram desta iniciativa (ava-liada em 200 mil patacas), que conta com o patrocínio de empresas e particulares para os próximos seis meses. Uma destas entidades beneméritas foi a Sands China, que se fez representar pelo presi-dente e director executivo, Edward Tracy. “Nós estamos envolvidos com muitas asso-ciações e muitos eventos e angariações de fundos mas a da Santa Casa sentimos que é muito importante porque apoia pessoas que estão em desvantagem sem ter culpa nenhuma”, explicou o em-presário aos jornalistas, em declarações divulgadas pela TDM.

Em todo o projecto, a

A empresa Macao Water está disposta a ceder para valores

mais baixos no que diz respeito ao pedido de aumento de tarifas a ser suportado pelo Executivo, desde que o mesmo se concretize. A garantia foi dada ao Hoje Ma-cau por Óscar Chu, director-geral da empresa. “Estamos abertos a qualquer ponto de discussão para chegarmos a um aumento aceitá-vel, por mútuo acordo. Não tenho um número, apenas digo que esta-mos abertos a qualquer discussão”, explicou o responsável, garantindo que as discussões com o Governo continuam.

“Ainda estamos a trabalhar nesta questão e esperamos que pos-samos chegar a um mútuo acordo.”

Recorde-se que na semana passada Susana Wong, directora da Capitania dos Portos, considerou que o pedido de aumento das tarifas pedido pela empresa, na ordem dos 26,2%, comportava um valor “elevado”. “Segundo os dados, os ganhos obtidos pela Macao Water nos anos de 2010 e 2011 foram de 59 milhões de patacas e 56 milhões de patacas, respectivamente”, disse a responsável através de uma nota de imprensa, onde admitiu que a

Mais duzentas famílias beneficiaram de cabazes alimentares da Misericórdia

Sands China juntou-se à causa

Valor de 26,2% para aumento de tarifas pode descer, afirma Óscar Chu

Macao Water disposta a recuarno diálogo com Governo

Venda de apartamentos do Four Seasons em stand by SCM conta com 500 vo-luntários, na distribuição dos cabazes - com produtos alimentares e artigos de higiene pessoal - neste fim--de-semana participaram 30 “embaixadores” da Sands China, que mostram, segundo Tracy, o envolvimento da em-presa nesta causa, não apenas através de apoio pecuniário. “Os embaixadores da Sands

entidade ainda iria “ponderar todos os factores de forma cuidadosa, incluindo a qualidade do serviço, os recursos humanos, os custos de

exploração e os ganhos da Macao Water”, por forma a “apreciar o pedido de forma global”.

Face a estas declarações, Óscar

Chu considera que a empresa “não tem mais nada a acrescentar”, mas aponta para um ano “muito duro”. “Se não tivermos nenhum

ajustamento este ano vai ser muito difícil para nós, porque os custos estão a aumentar.”

A Macao Water registou em 2012 quebras nos lucros na or-dem dos dois dígitos, situação que se verifica desde 2009. Félix Fan, director-executivo da em-presa, frisou, num almoço com jornalistas na semana passada, que a situação económica do grupo não é assim tão satisfa-tória como disse Susana Wong. “A situação da empresa é muito má, a capacidade financeira é muito fraca, assim, se não tiver apoio do Governo, a qualidade do serviço irá sair prejudicada e penso que isso ninguém quer ver. O Executivo tem de fazer muito mais do que aquilo que tem feito e a inflação não pode continuar a subir desta forma.” - A.S.S.

são todos voluntários, traba-lham em muitos projectos connosco. Também fazemos acções de limpeza do novo nas casas dos idosos, também fazemos a instalação de tele-fones de emergência, há uma série de coisas que podemos fazer pela comunidade e que não é possível fazer só pas-sando cheques.” O número um da Sands China, ainda fez questão de frisar a sua cooperação estrita com o Go-verno, sobretudo no que toca a apoiar a sociedade. “Não acredito que estivesse no acordo de concessão seja de quem for que tivesse de apoiar a sociedade inteira, isso é responsabilidade do Gover-no. Mas nós trabalhamos de mãos dadas com o Governo, aceitamos as sugestões deles e fazemos o possível para ajudar a sociedade.”

António José de Freitas, provedor da SCM, garante que haverá outros patroci-nadores a juntarem-se às acções dos próximos meses, incluindo já a de dia 6 de Abril que terá a colaboração do City of Dreams.

Recorde-se que a SCM garantiu donativos durante seis meses, no valor total de um milhão e 150 mil patacas, mas a instituição indica que se não houver apoios após este período, pondera incluir estas despesas nos seus en-cargos para que o projecto tenha continuidade. - R.M.R.

A venda dos apartamentos do Four Seasons, hotel da cadeia Sands China, construído no cotai, ainda não tem desenvolvimentos, segundo o presidente da empresa. O processo com o Governo vem-se arrastando há três anos, tendo já sido alvo de polémicas que envolviam o antigo presidente e directos da Sands China, Steve Jacobs, e o deputado Leonel Alves. O Governo, segundo Edward Tracy, ainda não formalizou nenhuma decisão mas a Sands China mostra-se confiante. “Continuo

à espera. Mas estamos esperançosos, sim. Há um processo sobre o qual temos de passar e estamos a observá-lo e a antecipar que iremos ter a aprovação a seu tempo e estamos entusiasmados com isso”, indicou em declarações divulgadas pela TDM, ainda que o contracto estabelecido com o Governo para concessão do terreno só prevê-se unidades hoteleiras e jogo. O custo dos apartamentos está avaliado em cerca de 1,8 mil milhões de patacas.

7sociedadesegunda-feira 4.3.2013 www.hojemacau.com.mo

pub

Joana [email protected]

A audiência que deter-minará se Lai Tong Sang, alegado líder da Gasosa, fica ou

não no Canadá terminou na última sexta-feira e é bastante incriminatória. De acordo com agências e imprensa do país, Lai Tong Sang poderá enfrentar dificuldades para manter a autorização de resi-dência, devido a testemunhas nada a favor do alegado líder da Gasosa. Testemunhos que incluem acusações de que Lai terá ordenado a morte de Wan Kuok Koi, ex-líder da 14K,

Um grupo de ciclistas preparou uma acção no sábado contra a construção

do novo projecto turístico junto ao mercado Sai Van numa altura em que se aproxima a data do fim da auscultação pública, a 12 de março. Pedalaram durante cerca de quatro horas. Em dia de chuva, percorreram a zona junto ao lago, passaram junto ao Palácio do Governo, na Avenida Praia Grande, e também ao largo do edifício do Instituto para os Assuntos Cívicos e municipais (IACm). Nas t-shirts envergavam peremp-toriamente: “Anti-mercado nocturno de Sai Van”, para que não houvesse dúvidas sobre o propósito da iniciativa.

“Parem com o projecto do mercado nocturno do lago Sai Van. Esta é a nossa forma de manifestar o nosso carinho lago Sai Van e a nossa determinação e vontade em preservar a paz deste local”, explicava um dos organizadores à TDm, da acção preparada e divulgada pela Internet.

No seu entender, o projecto vem destruir a tranquilidade do lugar, onde ainda é possível fazerem algumas actividades desportivas e passeios, longe da confusão dos pontos mais turísticos da cidade. “Há demasiados turistas a congestionar as ruínas de São Paulo e outros pontos turísticos. Se construírem aqui um mercado nocturno, vai ser barulhento e vão poluir a zona. Espero que não façam isso”, indicava outra protestante.

Grupo de ciclistas manifestou-secontra o projecto turístico de Sai Van

Não ao projecto Sai Van

mercado nocturnona zona norteAs atenções do Governo voltam-se para a zona norte, numa estratégia de diversificação de zonas para turistas. A Associação do Comércio da Zona Norte diz que a parada do ano novo revela poder haver mais iniciativas, já que correu muito bem, pelo que a sugestão é exactamente construir um projecto idêntico ao que está delineado para Sai Van. “Podemos ter Taiwan como referência para fazer um mercado nocturno. Faltam espaços desses em Macau, como mercados nocturnos ou espaços comerciais onde se possam juntar muitos negócios. Podia ser construído um mercado nocturno desde que não afectasse a qualidade de vida dos residentes ou poluísse o ambiente”, adianta Lio Qun Fai. A associação pede mais divulgação da zona norte na Internet e guias turísticos para atrair mais turistas.

Testemunho liga alegado líder da Gasosa a assassinato de membro da 14K

Decisão sobre expulsão do Canadá só será conhecida em Julhoe um outro membro de uma das maiores rivais da Gasosa.

Jean-Paul Delisle, agente da imigração, frisou em tribunal que um polícia de macau lhe disse que foi Lai quem ordenou os homicí-dios, em 1997, segundo cita

o jornal de Hong Kong South China morning Post.

Wan Kuok Koi não morreu, mas o ataque a Shek Wing Cheung, um membro sénior da 14K, foi bem sucedido. O homem morreu em conjunto com

outros dois subordinados, no carro onde seguiam, depois de terem sido cercados por homens que os balearam na luz do dia.

Ainda de acordo com o jornal, a morte de Shek deu o mote para a guerra entre as duas tríades, a Gasosa e a 14K. Terá sido a primeira vez que um testemunho li-gou a morte de Shek Wing Cheung a Lai Tong Sang. Isto, depois de, na audiência anterior, um superintendente ter testemunhado que Wan Kuok Koi tinha planos para matar Lai, em Vancouver, o que ligava o homem à guerra entre tríades.

Segundo o South China morning Post, o advoga-do de defesa de Lai, Pe-ter Chapman, contrapôs o testemunho do agente de

imigração, alegando que ele estava a “exagerar” na forma como falava do envol-vimento do seu cliente nos homicídios encomendados. Ainda assim, Deslile man-teve o testemunho de que Lai encomendou as mortes pessoalmente.

A construção do mercado nocturno ainda está a ser estudada pelo Governo, depois de duas fases de consulta pública, com sessões públicas. muitas vozes se têm mostrado discordantes, mas a decisão do IACm mostra-se algo irredutível quanto ao lugar de construção de um projecto já concluído.

O Governo do Canadá pretende expulsar Lai e a família do país, depois de as autoridades terem acusado o homem de ter escondido a verdadeira identidade quando emigrou para o país. A decisão da deportação de Lai não de saberá até Julho.

segunda-feira 4.3.2013nacional8 www.hojemacau.com.mo

A investigação às causas da morte da jovem turista canadiana, de ori-

gem chinesa, num hotel de Los Angeles, continua a ser seguida com muita atenção na China. Elisa Lam, de 21 anos foi descoberta num tan-que de água no Hotel Cecil, situado na baixa da cidade norte-americana. Os pri-meiros exames ao corpo da jovem foram inconclusivos, tendo o departamento de me-dicina legal informado que serão necessárias mais seis a oito semanas até completar outros testes toxicológicos, para determinar as causas da morte.

O corpo em decomposi-ção de Lam foi retirado de um tanque do hotel no dia 19 de Fevereiro, quase três semanas após ter sido vista pela última vez. Segundo as autoridades, a jovem que vivia em Vancouver, viajou do Canadá para a Califór-nia, no dia 26 de Janeiro. O seu destino final seria Santa Cruz, acrescentaram. O caso está a ser abordado como uma investigação de morte, disse o porta-voz do departamento de medicina legal, Ed Winter, que não confirmou se a investigação em curso conseguiu apurar quanto tempo esteve o corpo de Lam dentro de água.

Vários detectives parti-culares que acompanham o misterioso caso, têm postado as suas teorias sobre o que aconteceu em websites. Os meios de comunicação es-trangeiros, sobretudo cana-dianos e chineses, também têm feito o acompanhamen-to da história.

A maioria das especula-ções surgem a partir de um

O quarto centro de lan-çamento espacial da

China, situado na província de Hainan, no sul do país, estará pronto para operar daqui a dois anos, informou a agência oficial Xinhua.

Segundo o responsá-vel do programa espacial tripulado da China, Zhou Jianping, estas instalações - em construção desde 2009 - servirão para lançar para o

China vai inaugurar 4.º centro de lançamento espacial em 2015

Melhor localizaçãoespaço os foguetes Longa Marcha-VII e Longa Mar-cha-V, que ainda estão em fase de desenvolvimento.

O centro de Hainan será o de mais baixa latitude da China e terá a capacidade de

realizar entre 10 a 12 lança-mentos anuais. Actualmente, o gigante asiático possui três bases de lançamento espacial, sendo a de Jiuquan a prin-cipal. Situada na província noroeste de Gansu, a base tem

capacidade de lançamento de missões tripuladas.

As outras são: as de Taiyuan, (na prov íncia de Shanxi) para o envio de satéli-tes em órbitas médias e baixas, e a de Xichang (na província

de Sichuan), para lançamentos a órbitas geoestacionárias.

Segundo a “xinhua”, os três centros já realizaram mais de 100 operações. No entanto, as bases estão situa-das em planaltos ou em regi-

ões montanhosas com pouco desenvolvimento comercial, o que gera dificuldades para o transporte e as comunica-ções, inconvenientes que serão solucionados com esta nova localização.

Para além disto, devido à sua melhor localização, espera-se que os foguetes lançados da base de Hainan consumam menos combus-tível para entrar em órbita.

Morte de jovem de origem chinesa num hotelde Los Angeles cria arrepios na Internet

O fantasmagóricocaso de Elisa Lam

vídeo mostrado pela polícia e captado pelas câmaras de segurança do elevador do hotel, em que se pode ver Lam a carregar em botões de vários andares e depois a sair do elevador a acenar. O vídeo tornou-se um fenóme-no viral no site chinês You-ku.com, com mais de três

milhões de visualizações e mais de 40.000 comentários. Muitos deles são de pessoas que afirmam terem ficado bastante perturbadas com o que viram, com alguns a classificarem a cena de “arrepiante”. “Ouvi falar de Elisa, mas só agora vi o vídeo. Estou assustado,

a tremer, completamente estarrecido,” escreveu um cibernauta.

Na verdade, este não é o primeiro caso de morte misteriosa, ou violenta, a acontecer no Cecil Hotel. O hotel de 600 quartos, construído nos anos 1920, tem uma longa história de

suicídios, homicídios e de casos de morte por resolver. Os especialistas em cenas de crime, Richard Schave e a sua mulher Kim Cooper, contaram à CNN muitas das histórias arrepiantes do Cecil. Para além dos as-sassínios em série, Richard Ramirez e Jack Unterweger

terem sido hóspedes do Ce-cil, há muitos outros casos de pessoas que ali morreram. Nos anos 1950 e 1960 o hotel era conhecido como um local de suicidas.

Eis alguns dos casos de morte do Cecil: Helen Gur-nee, de 50 anos, atirou-se da janela do seu quarto, no sétimo andar, em 22 de Ou-tubro de 1954; Julia Moore, saltou da janela do quarto, no oitavo andar, a 11 de Fevereiro de 1962; existem outros casos de suicídio no oitavo andar; Pauline Otton, de 27 anos, saltou da janela do quarto, no nono andar, depois de uma discussão com o marido, a 12 de Ou-tubro de 1962. Pauline caiu em cima de George Gianini, de 65 anos, que passava na rua. Morreram ambos. “Pidgeon Goldie” Osgood, uma telefonista reformada, foi encontrada morta, depois de ter sido violada, no seu quarto, a 4 de Junho de 1964. O caso continua por resolver.

O Cecil funcionou como um “hostel” para residentes de longa duração, desde os anos 1970 a 1990. Embora parte das instalações ainda mantenham essas carac-terísticas, os novos donos do hotel remodelaram três andares, que voltaram a funcionar com quartos de hotel. Não se sabe se Elisa Lam estava hospedada num dos quartos, ou no “hostel”.

segunda-feira 4.3.2013 www.hojemacau.com.mo 9região

O vice-governador do Banco Po-pular da China, o banco central

do país, Yi Gang, afirmou sábado que o gigante asiático “está muito bem preparado” para enfrentar uma guerra cambial, apesar de defender que esta deve ser evitada, noticiou a Xinhua.

Yi Gang sublinhou que esta si-tuação “pode ser evitada se as auto-ridades dos principais observarem o consenso alcançado na reunião recente do G20 em Moscovo”. “A política monetária deve servir principalmente como uma ferra-menta para a economia nacional”, acrescentou o vice-governador.

Por outro lado advertiu que a segunda economia mundial “terá plenamente em conta as políticas de expansão qualitativa levadas a cabo pelos bancos centrais de outros países”.

Desde que o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe assumiu o cargo, o valor do iene caiu 20%, em resultado da flexibilização da política monetária e de crédito no país.

Na última reunião do G20, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a OCDE negaram que os países sejam responsáveis por uma “guerra cambial” e sublinharam que a actual cotização das diferentes moedas reflecte o seu valor real.

Os membros do G20 compro-meteram-se a não travar uma guerra cambial. Por outro lado temem que o fim dos estímulos mergulhe as suas economias na recessão, escreve a Xinhua.

Começou a Conferência Consultiva Política do Povo ChinêsA primeira sessão do 12.º Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), o órgão consultivo político mais importante da China, foi aberta este sábado no Grande Palácio do Povo, na capital chinesa. A primeira sessão anual do 12.º Comité Nacional da CCPPCh, em mandato para os próximos cin co anos contou com a presença dos líderes chineses, Hu Jintao e Xi Jinping. Mais de 2,2 mil membros do Comité Nacional do CCPPCh iniciaram o mandato, dos quais 39,9% são membros do Partido Comunista da China e 60,1% não. Nos próximos nove dias, vão eleger um presidente, um vice-presidente e membros da nova edição da CCPPCh, para além de fazerem consultas sobre as decisões a tomar nos sectores político, económico e social.

A presidente sul-coreana Park Geun--hye, que assumiu o cargo na

segunda-feira, apelou sexta-feira ao Japão para que assuma a responsabili-dade pelo seu passado colonial como um passo necessário para “construir uma confiança sólida” entre ambos os países.

Park Geun-hye falava nas cerimó-nias em que os defensores da soberania nacional coreana proclamaram, a 1 de Março de 1919 a independência face ao Japão e instou os nipónicos a reflectirem “sobre a História e a tomar uma atitude de responsabilidade”.

Para a presidente, a primeira mulher a assumir a chefia do Estado na Coreia do Sul, “chegou a hora dos líderes políticos desta geração demonstrarem a sua determinação e coragem” para poderem “sarar as feridas do passado”.

Durante a colonização japonesa – entre 1910 e 1945 – o Japão expropriou terras a muitos coreanos aos quais proi-biu também o uso da língua nas escolas,

obrigou a que se alistassem na armada ou condenou a trabalhos forçados, além de que cerca de 200.000 mulheres foram utilizadas como “escravas sexuais” do exército imperial.

Além disso, várias organizações de comerciantes sul-coreanos comprome-teram-se a não adquirir nem a vender produtos japoneses até que Tóquio deixe de reclamar o arquipélago de Dokdo como seu território e peça desculpa pelo período de colonização forçada.

O pequeno arquipélago é conhecido por Dokdo em ambas as Coreias e por Takeshima pelo Japão, tem cerca de 0,2 quilómetros quadrados e é formado por duas ilhotas e 35 rochedos e habitado por três sul-coreanos e protegido por Seul desde 1954.

A chefe de Estado apelou ainda à Coreia do Norte para abandonar o seu programa nuclear e assumir um papel responsável na comunidade interna-cional.

Japão e UE vão lançar negociações para acordo de livre comércioO Japão e a União Europeia vão realizar uma cimeira no final deste mês para lançar oficialmente as negociações sobre um acordo de livre comércio, noticiou ontem a imprensa japonesa. Os presidentes da União Europeia Herman Van Rompuy e da Comissão Europeia Durão Barroso vão deslocar-se a Tóquio na última semana de Março, onde deverão encontrar-se com o primeiro-ministro Shinzo Abe, de acordo com o jornal económico Nikkei, citado pela agência francesa AFP. Segundo o jornal japonês, ambas as partes pretendem chegar a um acordo final para lançar as bastante aguardadas negociações para liberalizar o comércio e remover as barreiras ao nível dos serviços e investimentos. Os líderes da UE e do Japão também planeiam iniciar conversações separadas com vista à obtenção de um “acordo político” para a cooperação nas áreas da segurança, ambiente, ciência e tecnologia.

Soldados norte-americanos condenados a prisão por violaçãoDois fuzileiros norte-americanos acusados de violarem uma mulher japonesa na ilha de Okinawa em Outubro do ano passado, foram condenados a nove e dez anos de prisão, noticia a AFP, ao citar a agência Jiji. Ambos os militares admitiram os factos na terça-feira, o primeiro dia do julgamento em Naha, na ilha de Okinawa (sul do Japão). O tribunal de Naha determinou que Christopher Browning, de 24 anos, devia ser condenado a uma pena de 10 anos, e Skyler Dozierwalker, 23 anos, a um total de nove anos. Além do caso da violação, que remonta a Outubro de 2012, um mês depois um adolescente terá sido alegadamente atacado por um militar de uma base da força aérea dos Estados Unidos no Japão. Os incidentes reacenderam o sentimento anti-americano na ilha japonesa, onde no final do ano passado estavam estacionados mais de metade dos 52.000 militares norte-americanos em missão no Japão.

China está “muito bem preparada”para eventual guerra cambial

Ferramentas afinadasPresidente da Coreia do Sul apela ao Japão que assuma responsabilidades da ocupação

Sarar feridasdo passado

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segunda-feira 4.3.2013www.hojemacau.com.mo10 entrevista

Joana [email protected]

Como começou a Rua das Maria-zinhas?Jorge Vale (JV) - Helder...Helder Fernando (HF) - Como é que começou? Um dia eu e o Jorge estávamos a passear e fomos jantar...JV - Fomos jantar naquele casino flu-tuante que está ali... Não, vá, agora a sério. Como é que começou a Rua das Mariazinhas? Eu estava a fazer o pro-grama da manhã, o Bom Dia Ou Mun, o Helder estava a fazer o programa da tarde, o Pôr-do-Sol. O Helder fechava a rádio e eu abria a rádio. E nós não nos cruzávamos. Eu só ouvia o Helder à noite dizer “amanhã, a emissão abre com o Jorge Vale” e eu dizia “bom dia” e praticamente não nos cruzávamos.HF - Certo...JV - Então , depois, surgiu a oportu-nidade de criar algo novo, por uma questão da estrutura, juntar dois DJs. E curiosamente, dois homens com ida-des diferentes e gostos diferentes, que resultou depois no “Acorda Macau”. Está certo?HF - Exactamente. O “Acorda”, a partir das sete da manhã.

Como passaram daí para a tarde?JV - Depois, o Helder percebeu e muito bem que se tivéssemos um programa de manhã não iríamos conseguir cobrir os eventos culturais que acontecem sempre àquela hora, às 18h30. É a hora típica.HF - Ele não cobria porque estava de manhã e as coisas quando acontecem, não só de manhã, a vernissage é à tarde. E eu também não cobria porque estava em estúdio à tarde para a noite. Havia que encontrar aqui uma dupla que estivesse sensível a estes horários para

Enchem as tardes da rádio e levam a língua portuguesa além-fronteiras, directamente do extremo Oriente. O Hoje Macau foi falar com os produtores do programa Rua das Mariazinhas, que celebrou três anos na sexta-feira. Mais de 3500 horas de emissão, 800 programas e centenas de entrevistas. Para quem não conhece as duas vozes por detrás dos microfones, que prometem não nos deixar em paz por mais algum tempo, aqui ficam Jorge Vale e Helder Fernando

Rua das Mariazinhas, programa da tarde da Rádio Macau, celebra três anos de emissões, em directo da Fundação Rui Cunha

Com Macau no coração e amor à rádio

podermos cobrir e então sugerimos à hierarquia para fazer um programa das 15h às 20h, que ocupa quase metade da emissão da rádio.

Como surgiu o nome “Rua das Mariazinhas”?JV - Acho que tu é que tens uma pa-lavra a dizer...HF - Não, foi espontâneo. Estávamos a jantar...JV - Estávamos a almoçar!HF - Na Lorcha. Pensei numa coisa que identificasse Macau. Como estou aqui há muito mais tempo do que ele...JV - Só um bocadinho....HF - Já vi que, em todas as cidades, há sempre programas que querem identi-ficar o local... Aqui já havia “Macau,

boa noite” ou “Bom dia, Macau”, “Nam Van”, “Rio das Pérolas”, tudo isso. De maneira que para identificar um programa quase comprometia a ser para cobrir essencialmente as coi-sas de Macau, o que podemos cobrir, queríamos algo que identificasse Ma-cau. Para não ser qualquer coisa “Ou Mun”, foi Rua das Mariazinhas, que é o nome de uma rua que, em língua portuguesa, é conhecida assim. É onde está o Consulado, a livraria.... Não é o nome oficial, mas optamos por isso. Chegámos a um acordo e, olha, isto é que é giro.

Contentes com a escolha?JV - Sim, um nome que localizou o programa.

HF - Bem, também já nos aconteceu, pessoas que não nos conhecem ouvi-rem o nome “Rua das Mariazinhas” e pensam que vão encontrar duas gajas.JV - Duas Marias!HF - Um programa gay? (Risos)

E o que respondem?HF - Que não, que não é. (risos) Mas não temos nada contra, agora na es-sência não é um programa gay! A rua é conhecida assim, de forma popular, mas confunde. As pessoas chegam, vêem dois homens e perguntam “mas onde estão as Marias?” (Risos)

Jorge, como é trabalhar com uma pessoa que tem mais experiência e com a diferença de idades que vocês têm? Há conflitos?JV - A diferença existe, a diferença de gostos musicais... Somos pessoas muito diferentes um do outro, mas é fantástico como eu não sinto que o Hel-der tenha qualquer tipo de paternalismo ou de atitude que está cá há x anos e utilize isso como um estatuto porque sabe mais. Pelo contrario, há que va-lorizar uma pessoa com a experiência do Helder ter esta atitude humilde de aceitar um puto, de trabalhar com um puto e ter a mente aberta para aprender

com o puto. Claro que aprendo muito e aprendi com o Helder, mas é uma re-lação de reciprocidade. Curiosamente seria de esperar mais conflitos, coisas do dia-a-dia, que é normal as pessoas se chatearem, mas não. Em três anos de Mariazinhas tivemos diferentes pontos de vista, sim, mas nunca nos chateamos profundamente. Nunca. Sempre nos entendemos com essas diferenças e somos muito diferentes. Eu acho que conseguimos capitalizar essas diferenças e transformá-las num ponto forte do programa, em que tudo pode passar, tudo pode acontecer, com qualquer pessoa, qualquer música tem espaço. O programa é diversificado e isso, eu acho, tem a ver com o facto de sermos muito diferentes mas nos darmos tão bem.

Helder, a mesma pergunta agora, como é que é levar com o “puto” na rádio?HF - O programa é generalista. Eu também já tive a idade dele e estava na rádio e não tinha ninguém da idade que tenho eu agora que me recebesse. Não era nada contra ninguém, eu admiro muito as pessoas com quem trabalhei, mas era assim. Nunca trabalhei com ninguém com mais... Quantos anos?

11segunda-feira 4.3.2013 entrevistawww.hojemacau.com.mo

Rua das Mariazinhas, programa da tarde da Rádio Macau, celebra três anos de emissões, em directo da Fundação Rui Cunha

Com Macau no coração e amor à rádio

Trinta! Isso era impossível. Primeiro porque as pessoas dessa idade eram velhos de mentalidade.

Então o Helder não se considera um velho?HF - Não posso considerar. Enquanto eu estiver minimamente lúcido, há uma juventude espiritual e essa é a que vai funcionando em qualquer profissão. Além disso, o nosso programa de rá-dio é generalista, não se dirige a uma camada etária e tem que ter ambas as experiências. Como eu trabalho com uma estrela, automaticamente há uma luminosidade....JV - Não.HF - Não , isto é assim e acho bem que escrevas isso. Como eu trabalho com uma estrela, a luz dele ilumina esta coisa diária, a minha luz é o poente. O dinamismo existe até uma determinada altura, é fundamental estarmos a falar para a maioria das pessoas e esta luz que ele transmite diariamente com as suas experiências, os seus gostos, a sua irreverência, isso é que é importante para um programa de rádio. Se eu fizesse um programa com alguém com os mesmos gostos que eu, duvido... Não é fácil haver alguém da minha idade que tenha os gostos que eu posso ter.

E o Jorge também recebe muito bem as coisas que eu gosto. E eu recebo as que ele gosta. Não é a música que vou escolher para adormecer ou vou estar a curtir ao fim de semana, mas estas duas fusões de interesses, de sensibilidades, de gostos, seja na música, seja nas his-tórias da vida que cada um viveu, estas duas experiências é que é importante.

Jorge, está a abanar a cabeça...JV - No dia 1 de Maio faço sete anos de TDM e o Helder foi a pessoa que encontrei na rádio que fez um papel que penso que muitas pessoas da ge-ração dele se esquecem de fazer, que é o enquadramento dos mais jovens quando chegam a Macau. Vimos para aqui sem o conhecimento de Macau e são pessoas como o Helder que são fundamentais para nos enquadrarem na cidade e no nosso trabalho, para o fazermos bem. Ao menos, tenho um companheiro de trabalho que o faz.

Já tinham trabalhado com alguém em conjunto na rádio?JV - A fazer emissão esta é a primeira vez que eu estou a co-produzir e co--apresentar um programa de rádio.HF - Sim, necessariamente em 40 e tal anos já trabalhei com muitas pes-

soas. Cheguei a trabalhar com uma senhora, em Moçambique, uma diva da rádio. E eu era um puto. Mas não tenho experiência de trabalhar com esta cumplicidade. Nós realizamos os dois um programa diário. A nossa fórmula de nos entendermos é realizarmos os dois, não é um estar dependente do ou-tro. Ambos dependemos um do outro.

Num programa em directo durante cinco horas diárias, onde vão bus-car a e energia que transmitem ao público?HF - Amor, não é? É o amor ao que fazemos. É o amor, o amor à rádio. Não é um modo de vida, é um modo de amar. Eu falo por mim.JV - Não, falas pelos dois. Nós amamos a nossa profissão. E isso é fundamental.HF - Não é apenas um modo de vida, é um modo de amar.JV - E podemos acrescentar, calor, o incentivo dos ouvintes. O contacto diá-rio que acontece através do Facebook, do email. É óbvio que isso também nos motiva a fazermos mais e e melhor e, felizmente, o programa foi reconhecido e aceite que forma a que muitas vezes são as pessoas que nos procuram e isso faz com que tenhamos esta dinâmica.

Momentos mais engraçados, carica-tos, que tenham tido no programa?JV - Há muitas coisas engraçadas. Por exemplo, estarmos a fazer um cocktail em directo na rádio. Que é visual, mas com a ajuda do Facebook conseguimos dar voz a uma pessoa que levou o nome de Macau mais longe, que é o Bruno. A malta da capoeira, que encheu o estúdio, que eram tantos que havia pessoal sentado no chão, tudo a cantar e naquela folia...HF - Temos alguns momentos embara-çosos, por exemplo, temos entrevistas ao vivo e às vezes os ouvintes metem-se através do chat, do email, do facebook. E há pessoas que nos vão falar das suas actividades e há casos de ouvintes que vêm dizer “atenção, que isto não é assim como ele está a dizer” e nós ou tentamos reproduzir aquelas questões, que muitas vezes evitamos, ou então temos de gerir. E nós gerimos isso no dia-a-dia.JV - Acabei de me lembrar de um

momento engraçado! Houve um dia em que o Gonçalo Lobo Pinheiro, editor do Hoje Macau, estava a dar uma entrevista e o Helder mandou uma boca qualquer no seguimento de algo que o Gonçalo disse e aquilo demorou a descodificar no meu cérebro e eu tive que sair do estúdio, porque me deu um ataque de riso...HF - Ele meteu-se debaixo da cadeira...JV - Eu pus-me debaixo da mesa, fugi, tive que sair do estúdio.

Momento mais marcante, que vos tenha emocionado?JV - Este de hoje, sem dúvida. [Ce-lebração do terceiro aniversário em directo da Fundação Rui Cunha]HF - Houve muitos momentos que nos emocionaram, quase às lágrimas, de pessoas que têm muito que dizer de si, em diversas áreas. Há pessoas que nos emocionaram muito aos dois. Agora, este momento em que estiveram aqui algumas dezenas de pessoas, que mostraram a sua generosidade, ver o público a passar no passeio e a parar, isto é sempre uma coisa boa, quere-mos fazer isto uma vez por mês. Ou duas. Três anos, quase 800 programas, claro que houve momentos especiais, vividos por mim, isoladamente, por ele, pelos dois. Mas aqui, sem dúvida. Destacar a generosidade da fundação que não teve nenhuma hesitação em aceitar-nos.JV - Este momento foi marcante. E o primeiro também, na Livraria Portu-guesa, a primeira emissão. Foi quase um pontapé de saída para o que estava para vir.HF - Foi a síntese de tudo aquilo que nós tencionamos fazer.

Quais são os vossos projectos fu-turos?HF - A nossa ideia é fundamentalmente falar aos ouvintes de Macau. Imedia-tamente a seguir, é falar do universo da lusofonia. Quem nos dera poder contar aos outros, desse universo, o que é Macau e irmos lá para depois contarmos aqui o que é a lusofonia. E divulgar-mos tudo aquilo que a co-munidade chinesa, tailandesa, filipina faz... Tudo o que é possível.JV - Sim, o Helder dizia e muito bem que a nossa preocupação é o universo da lusofonia. E este programa em Ma-cau ensinou-me a valorizar a língua portuguesa e a perceber que ela vai muito mais além de Portugal. Mas, perante essa prioridade, obviamente que tentamos dar conta do que se está a passar nas outras comunidades. E convidamos, como tivemos hoje aqui, artistas de etnia chinesa. Obviamente

para dar esse passo de entrarmos mais dentro da comunidade chinesa, irmos ao mercado perguntar às senhoras a quanto está o repolho, por exemplo, ou reportagens que têm a ver com a vida das pessoas, precisamos de alguém.

Querem estar em contacto real com Macau.JV - Exactamente. Houve quem, por brincadeira, tenha chamado ao nosso programa “Macau no Coração”, numa referência ao programa “Portugal no Coração”. Na minha opinião, isso é um grande elogio, não é nada depreciativo. Porque, por um lado reconhece que estamos a fazer uma rádio de proximidade, estamos a dar conhecimento de Macau às pessoas de fora. E realmente temos Macau no coração.HF - Tu tens, eu tenho, ela também tem. Para nós, isto é uma coisa que não é surpreendente porque é o dever mínimo de um comunicador. É aliar prazer com dever.

Divertem-se enquanto estão a fazer o programa?HF - Imenso.JV - Bastante.HF - Fartamo-nos de rir...JV - Conversamos imenso, rimos imenso... Ah..HF - Comemos chocolates, ele come aquelas coisas horrorosas cheias de químicos... E queijinhos frescos. Isso e chocolate é o melhor que nos podem dar, para além da atenção de nos ouvirem.

Estavam a falar de chegar a outras comunidades. O que falta?JV - O que eu sinto é que eu e o Helder já damos bastante de nós e há muitos sacrifícios pessoais, aliados a esta profissão. Não temos dificuldades em fazer o programa, perante as que existem, encaramos com naturalida-de. Agora, como é óbvio se pudesse acontecer um reforço, principalmente alguém que fosse bilingue e falasse chinês e português, isso permitiria entrarmos noutro tipo de actividades.HF - Gostaríamos que a nossa Rua das Mariazinhas não estagnasse. Mão querendo isso, naturalmente, seria interessante haver um reforço técnico na equipa. Porque não queremos que o programa pare, mas agora não pode passar mais além do que é isto, impos-sível. Apenas mais um elemento. Se fosse possível, tecnicamente, termos estas condições, podemos evoluir e ficamos ainda mais felizes. Não por nós, pelos ouvintes.

Uma mensagem para os nossos leitores/vossos ouvintes.JV - O cliente tem sempre escolha, desde que seja a Rua das Mariazinhas. (Risos) Comprem muito o Hoje Ma-cau, às toneladas. Não...HF - Escrevam para nós, dêem-nos mais sugestões, contactem, exijam. Sejam exigentes para o que ouvem, lêem...JV - Desenvolvam o vosso sentido crítico.

segunda-feira 4.3.2013publicidade12 www.hojemacau.com.mo

13segunda-feira 4.3.2013 www.hojemacau.com.mo vida

Um rato aprende a desempenhar uma tarefa motora, o outro

não. mas, a seguir, o cérebro do primeiro “ensina” o cérebro do segundo, via transmissão eléctrica directa, a desempenhar essa mesma tarefa, da qual nada sabe à partida. Este tipo de transmissão interce-rebral, que mais parece saída de um filme de ficção científica do que de um laboratório de neuroci-ências, acaba de ser comprovado por uma equipa internacional cujos resultados foram publicados esta quinta-feira na revista Scientific Reports, do grupo da Nature.

miguel Nicolelis e os seus cole-gas, da Universidade de Duke, nos EUA, e Edmond e Lily Safra, do Instituto Internacional de Neuroci-ências de Natal, no Brasil, implan-taram uma série de eléctrodos no córtex motor e no córtex sensorial de pares de ratos, cujos cérebros ficaram assim ligados directamente entre si por um feixe de finíssimos fios eléctricos.

Um dos ratos, que os cientistas designaram “codificador”, foi trei-nado a desempenhar tarefas sim-ples, onde aprendia a escolher entre dois estímulos visuais ou tácteis. A seguir, quando esse animal carrega no botão certo, a sua actividade cerebral é codificada e transmitida pelos eléctrodos directamente e em tempo real ao cérebro do segundo rato. Este tem, por sua vez, de fazer

a sua própria escolha, só que sem ter recebido qualquer treino e sem ter acesso ao que o primeiro rato viu ou sentiu (ou seja, aos estímulos que lhe permitiriam escolher em que alavanca carregar para receber água), explica um comunicado da universidade norte-americana. No entanto, o segundo rato – o “des-codificador” – consegue, em 65 a 70% dos casos, fazer a escolha certa apenas com base na informação eléctrica recebida do cérebro do seu parceiro. Uma taxa de sucesso significativamente mais elevada do que se esse segundo rato tivesse carregado numa das alavancas ao acaso. “Já tínhamos a convicção, com base em experiências que tínhamos realizado anteriormente, de que o cérebro conseguia assi-milar sinais vindos de sensores artificiais. Agora, quisemos saber se o cérebro também seria capaz de assimilar informação vinda de outro corpo”, diz Nicolelis, citado pelo mesmo documento.

“Basicamente”, acrescenta Nicolelis, “estamos a criar aquilo a que eu chamo um computador orgânico, capaz de resolver um problema de uma maneira diferente (…) dos computadores convencio-nais”. Nas experiências, faz notar, a informação transmitida entre os ratos não era uma série de instru-ções, como nos computadores de silício, mas “apenas um sinal que

representa uma decisão tomada pelo codificador, que é transmitida ao cérebro do descodificador, que tem de descobrir como resolver o problema. Portanto, estamos a criar um único sistema nervoso central feito de dois cérebros de rato.”

Para mais, a comunicação fazia--se nos dois sentidos: quando o se-gundo rato falhava na sua escolha, o primeiro recebia uma quantidade menor de água. “Vimos então que, quando o rato descodificador se enganava, o codificador alterava a sua função cerebral e o seu compor-tamento para facilitar o sucesso do seu parceiro, melhorando a relação sinal-ruído da actividade cerebral que representava a sua escolha para tornar o sinal mais fácil de detectar. E, ao mesmo tempo, as suas deci-sões tornavam-se mais rápidas e nítidas”, diz Nicolelis. Isso levava os dois animais, segundo ele, a estabelecerem uma “colaboração comportamental”.

Quais as implicações destes resultados? “Nem sequer é possível prever que tipo de propriedades poderiam emergir quando um gru-po de animais começar a interagir como componente de uma rede de cérebros”, diz Nicolelis. “Em princípio, seria possível imaginar que uma combinação de cérebros fosse capaz de fornecer soluções que um cérebro sozinho seria in-capaz de formular.”

hoje na chávena

Alfazema

Paula BichoNaturopata e Fitoterapeuta • [email protected]

Nome botânico: Lavandula angustifo-lia Mill. = Lavandula officinalis Chaix = Lavandula vera DC.Família: Lamiaceae (Labiadas).Nomes populares: Lavanda, Lavandu-la, Lavândula.

Com um aroma magnífico que se sente à distância, a Alfazema é uma planta subarbustiva, originária da Europa mediterrânica, com pouco mais de meio metro de altura e pequenas flores de cor azul-violácea. Os Gre-gos e Romanos já lhe conheciam a fragância e as virtudes terapêuticas, utilizando-a nos seus banhos, em produtos de beleza e como desinfe-tante e calmante dos nervos e das dores. Integrou a farmácia caseira ao longo dos séculos, foi imprescindível nos jardins dos conventos e, nas duas Guerras Mundiais, foi utilizada no tratamento dos ferimentos dos soldados. Do seu néctar as abelhas oferecem-nos um delicioso mel.As suas flores dentro de saquinhos nos armários são usadas contra a traça e em pot-pourris aromatizam o ambiente. O seu óleo essencial é utilizado pela indústria alimentar e em perfumaria de alta qualidade. Em medicina botânica usam-se as flores e as folhas, e o óleo essencial.

COMpOsIçãOÓleo essencial de composição muito complexa (com linalol, acetato de linalilo), ácidos fenólicos (ácido rosmarínico), taninos, cumarinas, flavonoides (luteolina), triterpenos (ácido ursólico) e fitosterois.

ACçãO tERApêutICACom uma ação tónica sobre o sis-tema nervoso, a Alfazema acalma e equilibra o sistema nervoso central e o neurovegetativo, melhorando o humor e favorecendo o sono. É muito apreciada em estados de intranquili-dade, nervosismo, agitação e insónia, bem como em diversas afeções que, sendo de origem psicossomática, se agravam com o stress e a ansieda-de: neurastenia, enjoos, vertigens, tendência para desmaios, dores de cabeça, perturbações digestivas, palpitações cardíacas e hipertensão arterial, entre outras.Não obstante a sua ação sedativa, suave mas eficaz, esta aromática é igualmente estimulante das funções cognitivas: melhora a memória e a con-centração, o raciocínio e a velocidade de reação, aumentando a capacidade

de trabalho e de aprendizagem. por estes efeitos, tem sido utilizada por estudantes e na prevenção e tratamen-to das doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.Falta de apetite, más digestões, flatulência e cólicas gastrintestinais são outras das suas indicações mais comuns pelas suas propriedades aperitivas, digestivas e antiespas-módicas; esta erva atua ainda sobre o fígado e a vesícula, melhorando o seu funcionamento.

OutRAs pROpRIEDADEspelas suas propriedades analgésicas e anti-inflamatórias, recomenda-se esta aromática em situações de reumatis-mo, artrite e gota, dores artrósicas, torcicolos, lumbagos e ciáticas, bem como em luxações, entorses, contu-sões e distensões musculares.tradicionalmente, a Alfazema tem sido usada topicamente como antis-sética (antibiótica), anti-inflamatória e cicatrizante, no tratamento de feri-das e úlceras, mesmo que infetadas, cortes, picadas de insetos, queima-duras, e ainda na acne, eczemas e alergias de pele. Em banhos, esta aromática tem um efeito tonificante e regenerador da pele.

COMO tOMARusO INtERNO• Infusão: 1 colher de sobremesa por chávena de água fervente. tomar 3 chávenas por dia, depois das refeições.Na forma de gotas, ampolas, xaropes ou cápsulas, em diversas fórmulas, potenciando os seus efeitos.• As flores podem ser usadas, com parcimónia, no tempero de carne e saladas e para aromatizar doces e bolinhos secos.usO ExtERNO• Óleo essencial: Pode ser inalado diretamente do frasco, de um lenço ou até de uma almofada (1 ou 2 gotas são suficientes). pode ser adicionado à água do banho (6 a 10 gotas).• Óleo essencial diluído num óleo neutro: Em massagens e fricções.• Infusão: 30 a 50 g por litro de água fervente. Em lavagens e compressas.• Banhos: Adicionar 2 litros da infusão anterior à água do banho.

pRECAuçõEsA Alfazema é uma planta segura podendo ser administrada às crian-ças. usado puro, não diluído, o óleo essencial pode provocar dermatites de contacto.

Foi demonstrada, pela primeira vez, uma transmissão directa e em tempo real

Ratos com os cérebros ligados entre si conseguem comunicar

segunda-feira 4.3.2013cultura14

O artista plástico Eduardo Nery, que em 2012 foi condecorado

pelo Presidente da Repúbli-ca como Grande Oficial da Ordem do Infante D. Hen-rique pela sua obra, faleceu este sábado em Lisboa, disse à Lusa uma amiga da família. Tinha 76 anos.

Nascido em 1936, for-mado em pintura pela Escola de Belas-Artes de Lisboa, foi um dos artistas mais activos da sua geração, aquela que, na década de 60, conseguiu pela primeira vez estabelecer um paralelismo com a arte internacional sua contemporânea. Interessou--se pela Pop, praticando colagens e fotomontagens inesperadas, e logo a seguir pela arte Op de Vasarely, de que é considerado o único representante em Portugal. Este movimento, que incidiu sobre o trabalho da cor e os efeitos do movimento na

Morreu Eduardo Nery, criador de painel de azulejos do Aeroporto de Macau

Arte pública

percepção visual, adaptou--se com sucesso aos muitos trabalhos de Nery em arte pública, tanto através do painel de azulejos como dos pavimentos de calçada “à portuguesa”, que também realizou.

Do Centro de Saúde de Angra do Heroísmo, nos Açores, à abstracção dos pai-néis que ladeiam a Avenida Calouste Gulbenkian ou o Viaduto da Infante Santo, em Lisboa, a sua obra plástica é familiar ao quotidiano de muitos portugueses. Nela avulta o trabalho desen-volvido para a estação do metropolitano do Campo Grande, onde se apropriou da tradicional figura de convite do azulejo do século XVIII, desconstruindo-a em gradações de azul e amarelo. Simultaneamente, no viadu-to fronteiro, retomou o pro-cesso de colagem preferido nos seus começos de carreira para criar um jogo de figuras

inusitadas que decoram os pilares em altura.

Nery, que se destacou também na tapeçaria, na gravura, na pintura mural e no vitral, realizou dezenas de exposições no país e no estrangeiro, da Alemanha ao Egipto, passando pelo Brasil e os EUA, ficará de-certo como um dos criadores plásticos portugueses mais destacados no âmbito dos projectos de arte pública.

O trabalho de Eduardo Nery pode também ser apreciado no território da RAEM, no aeroporto de Macau, onde é exibido um gigantesco painel de azulejos criado pelo artista plástico.

Euardo Nery foi um “inovador, mesmo em ter-mos internacionais”, na pintura ligada à arte abs-tracta e tem uma vasta obra a abranger diversas áreas, do azulejo à fotografia, disse, sábado, o presidente

da Associação Portuguesa de Arte Outsider, Vítor Albuquerque Freire. “O seu trabalho em pintura, mais ligado à arte abstrac-ta, foi inovador mesmo em termos internacionais e acompanhou Vasarely [que se salientou na Op art ou arte cinética], um papel que nunca foi reconhecido”, realçou.

Também o crítico de arte Rui Mário Gonçalves sublinhou, no sábado, o papel de Eduardo Nery na arte moderna portuguesa e apontou o seu trabalho para mostrar a adaptabilidade da pintura geométrica à arqui-tectura, patente em vários locais de Lisboa. O artista começou por “experimentar uma pintura gestual que cedo abandonou a favor de uma arte geométrica, em 1964 de-signada internacionalmente por Op, as primeiras letras de optical”, explicou Rui Mário Gonçalves à agência Lusa.

Tratava de “uma utiliza-ção de formas geométricas conhecidas, geralmente quadriláteras, no caso dele, e que, pela interacção de cores muito contrastantes, provo-cam um movimento virtual” transmitindo a sensação de que o quadro se mexe, por isso, era chamada de arte cinética virtual, referiu.

O crítico, que acom-panhou a obra de Eduardo Nery, salientou que o artista “investigou a adaptabilida-de, que era grande e possí-vel, da arte mais avançada dos anos 60 à arquitectura, nomeadamente num edifício bem conhecido, o Franji-nhas, da rua Braamcamp”, em Lisboa, do arquitecto Nuno Teotónio Pereira.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa lamen-tou, também sábado, a morte de Eduardo Nery, por quem tinha “uma profunda amiza-de”, e convidou os lisboetas a prestarem homenagem ao

artista plástico revisitando as suas obras espalhadas pela cidade.

Foi com grande tristeza que tomei conhecimento do falecimento de Eduardo Nery, grande artista plástico por quem tinha profunda amizade”, sublinha António Costa numa nota enviada à agência Lisboa.

O autarca salienta que fica uma “expressão impor-tante” da obra de Eduardo Nery registada no espaço público da cidade, através do desenho artístico da calçada e dos painéis de azulejos da sua autoria. “Convido os lisboetas a homenagearem Eduardo Nery, revisitando as obras que nos legou em Lisboa”, apela na nota.

Uma amiga da família, Mónica Oliveira, referiu que o Nery tinha vários problemas de saúde e morreu devido a “causa súbita”. O funeral está marcado para as 12h desta segunda-feira.

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Vindos de nice, chega-ram este fim-de-semana à

RAEM, os representantes de Macau no Carnaval de Nice, um projecto que reforçou as parcerias entre as duas cidades.

depois de terem partici-pado no “Desfile por Macau, Cidade Latina”, os elementos da Associação dos Comer-ciantes de Peixe Fresco de Macau e da Casa de Portugal em Macau, foram até ao sul de França, apresentar as suas actuações.

A Associação dos Co-merciantes de Peixe Fresco de Macau fez-se representar com a tradicional Dança do Dragão Embriagado, a qual se encontra já inserida nas Listas do Património Cul-tural Imaterial de Macau e Nacional. Já a Casa de Portugal teve uma actuação temática com marionetas artesanais, numa fusão de elementos culturais orientais

Uma das estrelas do cinema francês,

Isabelle Adjani, fez saber na sexta-feira, que já não irá participar no novo projecto do realizador americano Abel Ferra-ra, centrado no caso do ex-director do Fundo Monetário Internacio-nal (FMI), Dominique Strauss-Kahn.

Strauss-Kahn, de 63 anos, teve que renunciar ao cargo no FMI e às ambições políticas – era apontado como potencial candidato às eleições presidenciais em França – depois de se envolver num escândalo sexual com uma empregada de hotel, em Nova Iorque, em maio de 2011. o pro-jecto do filme centra-se na relação entre Strauss--Kahn e a sua esposa na altura em que rebentou o escândalo, Anne Sinclair.

Representantes da RAEMno Carnaval em França voltam a casa

macau e nice quase irmãosIsabelle Adjani recusa filme

de Abel Ferrara sobre Dominique Strauss-Kahn

Invasão de privacidade

e ocidentais, combinando dança e teatro com caracte-rísticas de Macau.

O Carnaval de Nice - um dos três maiores e mais reco-nhecidos carnavais do mundo e o maior de França - celebra, este ano, de 15 de Fevereiro a 6

de Março, a 129.ª edição, a qual é subordinada ao tema “Rei dos Cinco Continentes”. O evento contou com a presença da nova cecretária do Turismo de Macau, Helena de Senna Fernandes, que acompanhou a delegação. - J.C.M.

Num comunicado, a actriz refere que admira “a energia redentora do cinema de Abel Ferrara” e que “sempre disse que apreciava o seu projec-to”. Sublinha, no entanto, que a decisão inicial de participar no filme já não é pertinente, “por-que no contexto actual tudo parece centrar-se

na intrusão destruidora da esfera privada dessas duas personalidades.”

Isabelle Adjani retira--se assim do projecto, pese embora “o entusias-mo inicial por ir actuar ao lado de Gérard Depar-dieu”, refere no mesmo comunicado. Depardieu irá interpretar, claro, o papel de Strauss-Kahn.

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Liga de eLite 20137.ª Jornada

segunda-feira 4.3.2013desporto16 www.hojemacau.com.mo

O Estádio de Alvalade re-cebeu mais um capítulo

dos “clássicos” em Portugal, na noite em que o Sporting travou o FC Porto. 0-0 no encontro da 21.ª jornada da I Liga, realizado neste sába-do. Em dia de reencontros, Izmailov e Liedson ouviram assobios - sobretudo o russo, sempre que tocava na bola.

Não houve golos na primeira parte, mas jogadas de perigo não faltaram. So-bretudo junto da baliza de Rui Patrício. Houve espaço para Jackson (várias vezes), Danilo, Defour e Fernando, mas a pontaria não estava muito afinada e, noutras joga-das, o guarda-redes português salvava a sua equipa.

Os portistas estavam melhores. Mais posse de bola, mais tentativas de chegar ao golo, enquanto um remate

Sara Moreira conquista ouronos 3000 metrosVitória destacada de Sara Moreira na final dos 3000 metros, a conquistar a primeira medalha para Portugal nos Europeus de pista coberta que decorrem em Gotemburgo. Depois de chegar à final com o melhor tempo das meias-finais (9:01.00), Sara Moreira, medalha de prata em 2009, melhorou o registo na final sagrando-se campeã europeia com o tempo de 8:58.50 minutos. A atleta portuguesa descolou da concorrência nas duas últimas voltas, cruzando a meta destacada com dois segundos de vantagem sobre a alemã Corinna Harrer e a irlandesa Fionnuala Britton, segunda e terceira classificadas, respectivamente.

• ClassifiCação

Equipa J V E D GM-Gs Pontos

Ka i 7 7 0 0 31-4 21

Monte Carlo 7 7 0 0 23-2 21

Benfica 7 5 0 2 13-3 15

lam Pak 7 5 0 2 18-4 15

Kuan Tai 7 3 0 4 6-9 9

Polícia 7 2 1 4 9-15 7

lam ieng 7 2 1 4 5-25 7

Chao Pak Kei 7 2 0 5 8-21 6

Kei lun 7 1 0 6 6-23 3

sub-23 7 0 0 7 3-20 0

• REsulTaDos

Chao Pak Kei 3 – 1 Kei lun

lam Pak 2 – 3 Ka i

sub-23 0 – 5 Benfica

Kuan Tai 0 – 1 lam ieng

Monte Carlo 2 – 1 Polícia

Não houve golos no “clássico”.E o Benfica agradece.

Sporting travaFC Porto em Alvalade

de Van Wolfswinkel para defesa de Helton foi prati-camente o único momento ofensivo de destaque na tur-ma caseira, até ao intervalo.

Para a segunda parte voltou a ser o FC Porto a aparecer com mais vontade de alterar o marcador, mas desta feita sem criar joga-das de registo como antes do descanso. Aliás, e num dos raros ataques leoninos, foi Bruma a protagonizar o remate mais perigoso (saiu pouco ao lado); Atsu respon-deu, Patrício fez boa defesa.

Wolfswinkel também teve espaço para o golo, mas voltou a falhar no momento decisivo, isto já numa altura em que o Sporting tinha apenas 10 jogadores, já que Rojo viu o segundo cartão amarelo aos 77’, após falta sobre Jackson. Jesualdo

Ferreira também foi expulso, por protestos, já nos instantes finais.

O Sporting, sem brilhar ofensivamente, e apesar dos “sustos” vividos na primeira parte, cumpriu defensiva-mente, com garra, e com este empate pode ajudar o Benfica.

17segunda-feira 4.3.2013 www.hojemacau.com.mo futilidades

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regras |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3x3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

Solução do pRoBlemado dia anTeRioR

Aqui há gato

Pu Yi

HoriZontais: 1-Chegar ao meio. agasalhar. 2-adoçar as cores, misturando água. além. 3-Cobalto (s.q.). ponto cardeal. declama. 4-guardadora de bois. 5-Berílio (s.q.). assumiam expressão de alegria. preflixo latino., o m. q. sub. 6-unidade prática de força electromotriz. Capa sem mangas (pl.). 7-duas vogais. nome de homem. alameda (abrev.). 8-Corpulentos, espessos. 9-debaixo. Rio de França. 49 (Rom.). 10-diz-se do estudante pouco aplicado. Que tem sour. 11-doeça do íleo. deslocam-se para fora.vertiCais: 1-padiola para transporte de doentes. viajo de avião. Contemplei. 2-a personalidade do indivíduo (psic.). Benévola. gosto, sabor. 3-ouro (s.q.). unidade de medida da intensidade sonora (Fís.).Tigelinha em que se desfaz a tinta para pintar a aguarela. 4-nivelado. elemento metálico que pertence ao grupo do ítrio (Quím.). 5-desmoronar-se. Tecido fino. aqueles. 6-Com o aspecto de leite, lácteal. 7-Bário (s.q.). partia. deusa egípcia. 8-Sem tronco. peso, carga. 9-em país estranho. as partes mais largas das enxadas. asa (arc.). 10-metade de um batalhão. pilhéria. Caminhai., 11-Regimento de artilharia (abrev.). esfarrapados. vamos!.

Sala 19-9-81 [c](Falado em THai, legendado em CHinêS e inglêS)um filme de: disspong Sampattavanich, pirun anusuriya, pitak Ruangrojsin, SutCom: patthita attayatomwittaya14:30, 16.15, 18.00, 21.25

Não APreNderCom oS erroSmacau, assim como a China, está a ir pelo mau caminho. de facto, pouco aprenderam com os erros do ocidente, em matéria de finanças e economia. Ou estarei enganado?Falemos apenas do caso da rAem. estamos fartos de saber que o dinheiro transborda nos cofres do Governo. muitos são os que nas suas contas bancárias mostram saldos confortáveis e até a classe média não se pode queixar do dinheirinho que possui. mas uma coisa é certa, o dinheiro não dura para sempre e, de acordo com as leis da economia, este lado do mundo passará daqui a uns anos – esperemos que muitos – para o reverso da medalha, a não ser que se comporte com deve ser.A economia não é uma ciência exacta mas está lá quase. Tem ciclos de prosperidade e ciclos de recessão. os eUA e, em especial, a europa estão a sentir na pele os erros acumulados durante anos a fio. Créditos ao desbarato, especulação imobiliária, inflações galopantes ou consumismo desmedido foram alguns dos aspectos negativos que levaram o ocidente à ruptura económica. e macau parece que está a ir pelo mesmo caminho. mais tarde ou mais cedo, se não se criar um ponto de inflexão o território pode experimentar as agruras da economia. O povo, apesar de viver bem, pode começar a preocupar-se com um Governo inoperante que não sabe criar qualquer medida para combater estes problemas, talvez porque nunca viveu sem a galinha dos ovos de ouro que são os casinos.mas tudo isto funciona de forma perfeita. A economia não se engana. Quando a China, e a restante Ásia, não conseguir vir a macau para jogar, o dinheiro acaba. e por isso é que uma economia como a de macau não pode viver exclusivamente dos lucros do jogo. É preciso diversificar, é preciso aprender com os erros cometidos por outros países e regiões, é preciso encontrar uma solução para a inflação, é preciso terminar com a especulação imobiliária, entre outros.o executivo liderado por Chui Sai on tem de entender, de uma vez por todas, que estas questões só ajudam alguns – que enchem os bolsos a bel-prazer -, piorando a vida de todos os outros que trabalham e vivem nestes 28 quilómetros quadrados e que querem fazer de macau um ponto estratégico no mundo, longe da loucura do jogo. Aposte-se no turismo, aposte-se na cultura, aposte-se naquilo que se quiser mas crie-se condições para que, quando a economia mundial virar o lado da medalha, macau possa sofrer o menos possível. miau...

Um Encontro • Milan KunderaA mais recente colecção de ensaios de Milan Kundera é uma apaixonada defesa da arte numa era que, segundo o autor, não valoriza a arte e a bele-za. Com a cativante mistura de emoções e pensamento presente nos seus romances, Kundera revisita artistas cujas obras permaneceram importantes ao longo da sua vida: reflecte sobre a pintura de Francis Bacon, a música de Leos Janacek, os filmes de Federico Fellini e os romances de Philip Roth, Fiodor dostoievski e Gabriel García márquez. Aproveita também para fazer justiça a Anatole France e Curzio Malaparte, que considera serem grandes escritores caídos na obscuridade. em “Um encontro” a assinatura de milan Kundera – os temas da memória e do esquecimento, a vivência do exílio e a defesa da arte modernista – cruza-se com as suas reflexões pessoais e histórias de vida. Elegante e provocador, Kundera segue as pisadas das suas antologias anteriores.

MiZé - antes gaLdéria do que norMaLE rEmEdiada • ricardo adolfoNos arredores de Lisboa, Mizé, a boa da vizinhança, tenta conciliar os sonhos de uma vida de estrela com a rotina entre o salão unissexo e o bairro social Esperança. Mas não é fácil. Ela quer mais, muito mais. E está preparada para usar tudo o que tem para o conseguir. Por outro lado, Palha, que largou as saias da mãe para casar com mizé, só quer manter o pouco que lhe resta - a começar pelo emprego a vender batatas fritas. Numa noite de enganos, Palha descobre aquilo que nunca quis ver. desesperado, parte em busca da inocência de mizé e acaba por desenterrar a sua própria mentira.

one pieCe Film Z

tdM13:00 Tdm news - Repetição13:30 Telejornal + 360º (diferido)14:45 RTpi directo17:00 liga Sagres: Beira mar- Benfica (Repetição)18:30 Contraponto (Repetição)19:30 vingança20:30 Telejornal21:00 Tdm desporto22:10 escrito nas estrelas23:00 Tdm news23:30 História essencial de portugal00:00 Telejornal - Repetição00:30 RTpi directo

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30 - FoX sports12:00 naSCaR Sprint Cup Series 201315:00 australian ironwoman 2012/1317:30 Big Ten Conference Basketball 2012/13 iowa vs. indiana19:30 (live) Fox SpoRTS Central live 20:00 naSCaR Sprint Cup Series 201322:00 Fox SpoRTS Central 22:30 Russian premier liga 2012/13 FK Rubin Kazan vs. Spartak moscow

31 - star sports13:00 vendee globe 2012/1314:00 adidas Terrex adventure 2012

15:00 F1 Classics - 2001 malaysian grand prix16:00 F1 Classics - 2001 Brazilian grand prix17:00 v8 Supercars Championship Series - Race 119:30 game 201220:00 The verdict20:30 motogp World Championship 2009 - Highlightsgran premi de Catalunya 21:30 (live) Score Tonight 201322:00 F1 Classics - 2003 malaysian grand prix23:00 The verdict 23:30 Fim Snowcross World Championship 2013 - Highlights

40 - FoX Movies12:35 Transporter: The Series13:25 Confessions of a Shopaholic15:10 Zombieland16:40 The Fighter18:35 underworld20:10 The Walking dead21:00 enough22:55 The Woman in Black00:35 Zombieland

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one piece film z [b](Falado em JaponêS, legendado em CHinêS)um filme de: Tatsuya nagamine19:45

Sala 2jack the giant Slayer [3d] [b]um filme de: Bryan SingerCom: darren lemke, Christopher mcQuarrie, dan Studney, david dobkin14.30, 16.30, 19.30, 21:30

Sala 3lincoln [b]um filme de: Steven SpielbergCom: daniel day-lewis, Tommy lee Jones, Joseph gordon-levitt14:30, 18:15, 21:00

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segunda-feira 4.3.2013opinião18 www.hojemacau.com.mo

(continuação)

Erros nos tExtos dE ExamE Os exames devem ser um assunto sério, tanto para os estudantes, como para a universidade. O conteúdo e o estilo do exame devem ser os mais correctos. Estes documentos podem ser usados para avaliar os padrões académicos dos estudantes e da universidade.

O exame que me foi apresentado era ligeiramente “engraçado”. Primeiro, não tinha o logo da universidade. Depois, era diferente de matéria para matéria. Alguns dos temas não tinham página de abertura, e, pior ainda, não continham numeração. Isto é um exame? Foi a primeira pergunta que me veio à cabeça. O exame representa uma imagem da universidade e como tal o seu estilo tem de ser correcto em todas as circunstâncias, enquanto propriedade da universidade. Deve ser formal.

Quando fiz os exames, encontrei erros em pelo menos dois temas. Recordo-me bem que, quando apresentei uma questão, sobre uma das matérias ao examinador, que era também o professor dessa disciplina, este teve de pensar à volta de três minutos para se lembrar das perguntas do seu exame. Fiquei muito surpreendido e nem queria acreditar no que se estava a passar. Pensava que o professor que prepara o texto de um exame deve ter um conhecimento suficientemente amadurecido sobre este documento, vital e secreto. Este era um texto de avaliação. Se a mente do examinador não estava su-ficientemente esclarecida como poderia o texto ser usado como prova de avaliação? O docente tentou responder à minha pergunta, porque quando levantei a questão todos os meus colegas pousaram a caneta à espera de uma explicação. A resposta foi que era requerido que a preparação do exame fosse feita apenas três dias antes da sua execução. Era esta a regra da universidade de modo a “manter o mais secreto possível o texto do exame”. Quanto menos tempo, mais secreto seria o texto. Assim sendo tornou-se claro para mim que a existência de erros se de-via à falta de tempo para preparar o exame meticulosamente.

a situação dE Hong Kong

• Tempo suficiente de revisãoOs estudantes do ensino nocturno têm provavelmente um emprego a tempo in-teiro durante o dia. Actualmente, embora os estantes universitários sejam livres de estudar qualquer matéria por semestre, a universidade aconselha-os a não terem mais de três matérias por semestre. A razão prende-se com o que disse anterior-mente, sobre a falta de tempo para rever a matéria que faz com seja impossível ter conhecimento suficiente para alcançar bons resultados nos exames. Se alguém obtém boas notas num exame, logo após

Os estudantes do ensino nocturno têm provavelmente um emprego a tempo inteiro durante o dia. Actualmente, embora os estantes universitários sejam livres de estudar qualquer matéria por semestre, a universidade aconselha--os a não terem mais de três matérias por semestre

Reunificação VIIImacau visto de hong kongdavid Chan*

*professor Associadono Instituto politécnico de Macau

ter dado a matéria nas aulas, deve ser um super-homem.

• Exames anteriores, materiais usados e outros documentos Os textos de exame têm um tratamento diferente de universidade para universidade. Em Hong Kong algumas universidades recusam divulgar os exames anteriores alegando várias razões. Quando tirava o meu curso de PCLL, podia requisitar os exames anteriores na secretaria. Tal como na minha experiência de Macau, o enorme arquivo não continha índice, nem indicação do seu conteúdo. Mas tal não era necessário porque se tratava de uma quantidade de papéis de exame relativos a anos académicos específicos. Bastava dizer ao funcionário qual o ano que se desejava consultar. Depois de feita a fotocópia era necessário devolvê-la. Se faltasse alguma página pedia-se ao funcionário e este fazia a correcção necessária.

Se os meus leitores pensarem que esta é a única forma de lidar com os papéis de exame, digo-lhes que estão enganados. O curso PCLL começava no fim de Agosto. Antes do seu início, o calendário e os materiais usados tinham sido submetidos à Law Society de Hong Kong e à Hong Kong Bar Association para aprovação. Os representantes destas duas instituições edu-cacionais visitavam de tempos a tempos, com ou sem aviso, a nossa universidade. A razão era simples. Era suposto ser possível verificar em qualquer altura os documentos submetidos àquelas instituições. A visita de verificação, sem aviso prévio, era a melhor forma de o fazer. Ainda me lembro de um desses representantes que apareceu de surpresa e começou a dar a aula. No final, não concordou com as respostas que tínhamos preparado com o nosso professor.

Hoje apenas abordámos parte do que é ensinar e aprender, sobretudo no que diz respeito à gestão de programas. Para a semana continuaremos a perceber, entre outras coisas, como é que as universidades de Hong Kong lidam com os erros nos exames. Tenham um bom dia.

19opiniãosegunda-feira 4.3.2013 www.hojemacau.com.mo

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Exmo. Sr. Director,

Perdoe-se-me, antes de mais, o facto de ocupar, novamente, algum espaço deste conceituado diário para responder à carta subscrita pelo sr. Manuel de Senna Fernandes (MSF), publicada no passado dia 1 do corrente.

Lamento, desde logo, que haja pessoas que teimem em tomar partido por uma causa, sem procurarem conhecer o âmago das questões em debate. Da minha parte, não retiro sequer uma vírgula do que disse em relação à atitude do actual conselheiro e deputado Pereira Coutinho, quando este promoveu aquela cena em frente à Sede do Governo da RAEM. Repito, portanto, que foi uma atitude imprópria e politicamente incorrecta de quem ainda exerce as funções de conselheiro das Comunidades Portuguesas (CP) na RAEM, pois, nessa qualidade, nunca deveria solicitar a intervenção de um dirigente Chinês para pressionar o “seu” Governo (Português). Um conselheiro das CP tem, acima de tudo, de servir de elo de ligação entre a sua comunidade, aqui residente, e o Governo Português e jamais apostar no incitamento, muito menos pedir apoio a um Governo estrangeiro, para haver uma intervenção sobre um assunto da exclusiva competência e responsabilidade de Portugal. Não se deve, nunca, brincar com coisas sérias, pois pode-se criar uma “tempestade” diplomá-tica com graves prejuízos para as boas relações de amizade entre as duas Nações, tratando-se, como se trata, de uma questão interna e soberana de Portugal.

O sr. Manuel de Senna Fernandes anda baralhado ou, é caso para perguntar, o que se passa consigo? Digo isto porque todos aqueles que percebem um pouco de leis e de política também afirmaram, publicamente, que aquela cena não fazia qualquer sentido. Para não ser fastidioso e ter que responder agora ao seu baralhado arrazoado, pedia-lhe, tão somente, o favor de ler o editorial do dia 30 de Janeiro p.p., do Jornal Tribuna de Macau, da autoria do respectivo director, e de ouvir atentamente o programa semanal da TDM, “Contraponto” (http://portugues.tdm.com.mo/ppgm.php?pid=10&vid=688), do dia 3 de Fevereiro p.p., da responsabilidade do sr. director de informação da Rádio Macau, mormente a opinião unânime dos três convi-dados, sr. Sérgio Terra, sr. Paulo Rego e sra. Isabel Castro. Será que aqueles intervenientes também não percebem patavina de Leis e de Política? Ouso, portanto, apostar duplo contra singelo que o Chefe do Executivo da RAEM não irá intervir sobre a questão em causa, por motivos óbvios.

Quanto ao tal acordo entre os dois Governos, antes da transferência de Macau, que volta a referir, agradecia, então, que esclarecesse, de uma vez por todas, onde e quando é que isso aconteceu, caso contrário, pode muito bem o

sr. Manuel de Senna Fernandes estar a cuspir para o ar. Que eu saiba, nunca houve qualquer acordo, nos termos referidos pelo sr. MSF. O que aconteceu, efectivamente, foi que, nos derradeiros momentos da Administração Portu-guesa em Macau e por inteligente iniciativa de quem tutelava a pasta das Finanças, foi decidido preparar uma Convenção entre o Governo de Macau e o Governo de Portugal, para evitar a dupla tributação, ajuste que entrou em vigor em 1 de Janeiro de 1999, sendo depois ratificado por Resolução da Assembleia da República n.º 80-A/99 e publicado no Diário da República, em 16 de Dezembro de 1999.

Pelos vistos, o sr. MSF leu, releu e tresleu, mas de nada valeu, pois não se inteirou sobre a questão dos dinheiros que foram transferidos daqui para a Caixa Geral de Aposentações (CGA), limitando-se a informar o público leitor, de forma abstracta e abstrusa, que “saiu muito dinheiro para a cobertura das correspondentes despesas”. Pois bem, nesta altura, embora con-trariado, julgo caber-me a missão de informar que o valor transferido para a CGA foi, no total, de cerca de 1,5 mil milhões de patacas, o que equivale a cerca de 145 milhões de euros, e que estes apresentavam, segundo as contas presta-das no final de 2010, um saldo de pouco mais de 10 milhões de euros. Perante esta mais leve realidade, podem agora ser feitas as contas para se poder contabilizar melhor por quanto tempo mais poderá este saldo cobrir “as correspon-dentes despesas”. Logo, seria descabido, senão estultice, dizer que os fundos transferidos dariam para cobrir os respectivos encargos por muitos e muitos anos e continuar a advogar que tais fundos estão à “consignação” da CGA. Ainda bem que tal “consignação” nunca aconteceu, caso contrário, teríamos uma pensão durante pouquíssimos anos.

Já agora, para tranquilizar a mente do sr. Manuel de Senna Fernandes, ainda que temporariamente, julgo oportuno e necessário esclarecer que os Pensionistas da CGA, que sejam residentes permanentes da RAEM, estão ISENTOS do pagamento do famigerado IRS (imposto sobre rendimentos ou imposto profissional), por força da aplicação do dis-posto no n.º 2 do art.º 19.º da supramencionada Convenção, negociada e redigida por pesso-as que, por decisão que remonta aos finais dos anos 90 do século passado, souberam defender, com muita inteligência, as nossas preocupações, ou seja, a questão da isenção de pagamento do IRS. Aproveito, nesta altura, para aqui prestar a minha homenagem aos juristas portugueses que, com mestria, partici-param neste processo. Contudo, importa não esquecer que se trata de uma Convenção que, a qualquer momento, pode ser renegociada ou denunciada (art.º 30.º) e, por conseguinte, se e quando isto vier a acontecer, faça o sr. MSF o favor de não ultrajar o seu “amado”

conselheiro. Pois bem, reivindicar por reivin-dicar, por motivos inconfessáveis e sem olhar às consequências, mormente com recurso a megafone, sem contenção nem discrição, pode ser altamente desastroso para o conjunto dos Aposentados de Macau, particularmente para os que aqui residem e ainda gozam do privilégio de estarem isentos do pagamento do IRS, o que não sucede com nenhum outro aposentado da CGA, onde quer que esteja.

Para servir de orientação ou referência so-bre a tributação praticada, hoje, em Portugal, cumpre-me ainda esclarecer os estimados lei-tores e, muito em especial, o sr. MSF que, a ser tributada, uma pensão, por exemplo, de 3.000 euros, ficaria reduzida a dois terços do valor actual, o que significa que seriam deduzidos 1.000 euros mensais, no mínimo, com efeitos PERMANENTES, contrariamente ao actual sacrifício, conforme foi prometido, que seria temporário, por uma questão de emergência nacional. Sendo também visado neste processo, não poderei, nunca, deixar de me sentir mago-ado pela quebra de uma promessa feita pelo Governo Português, mas nem por isso deixo de confiar na justiça portuguesa, particularmente nas decisões do Tribunal Constitucional. Prefiro acreditar mais na Justiça do que em políticos e muito menos no actual conselheiro e deputado Pereira Coutinho, que gosta de “atirar” para todos os lados, como bem disse uma destacada jornalista, mas que, no final, em pouco ou nada acerta, acrescentaria eu.

Para finalizar, aproveito para deixar claro que pouco me preocupa ou incomoda o juízo de valor que o sr. Manuel de Senna Fernandes possa ter a meu respeito. De resto, durmo muito bem, ando sempre de cabeça levantada e estou sempre de consciência tranquila. Quanto a sarilhos, foram todos estes de ordem político-sindical, sempre em defesa dos direitos e interesses dos Trabalha-dores e Aposentados da Administração Pública de Macau, ficando agora os leitores a saber que nunca tiveram aqueles sarilhos a dimensão e as consequências tsunâmico-catastróficas que atingiram alguns ilustres desconhecidos deste burgo. Apraz-me registar, entretanto, com satis-fação, o afastamento de todos aqueles que não interessam à “nossa” comunidade aposentada e que, por sinal, pouco ou nada fizeram de construtivo, quer hoje, quer no passado, para a sociedade onde estão inseridos.

Ficamos a aguardar, então, pelo prometido expediente.

Respeitosos cumprimentos.

Macau, 3 de Março de 2013

Jorge Fão

carta ao director

POLITICAMENTE INCORRECTO II

segunda-feira 4.3.2013www.hojemacau.com.mo

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car toon por Steff conferência da citeS em banguecoque

a Sands china Las Vegas está mais uma vez envolvida num caso de subornos e corrupções ocorridas na china. desta vez, quem o denuncia é um relatório

interno enviado à comissão de Valores mobiliários (Securities and exchange commission) que admite a possibilidade de uma violação da lei federal de Práticas

Las Vegas Sands admite possível violação de lei

Subornos na China

Portugueses saíram à ruaOs portugueses saíram as ruas e protestaram contra as políticas de austeridade seguidas pelo Governo liderado por Pedro Passos Coelho. Em Lisboa, e de acordo com os números divulgados pelo movimento Que se Lixe a Troika, cerca de 500 mil pessoas estiveram no Terreiro do Paço. Mais de 40 cidades, em Portugal e no estrangeiro, viram milhares de portugueses nas ruas. De acordo com o movimento “Que se lixe a troika”, estiveram presentes nas manifestações cerca de 1,5 milhões de pessoas.

José Maria Neves reafirma que não irá candidatar-seO primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, anunciou que vai recandidatar-se à liderança do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV). As eleições directas estão marcadas para o próximo dia 10 de Março. No entanto, Maria Neves, que está no poder desde de 2001, voltou assegurar que não voltará a candidatar-se a um quarto mandato como primeiro-ministro, nas eleições de 2016. O actual mandato de Maria Neves, 53 nos, na presidência de Cabo Verde acaba em 2016. “Não serei candidato a primeiro-ministro, e para já não penso numa candidatura presidencial. O PAICV estará muito forte em 2016”, assegurou o político. José Maria Neves espera que dentro de 17 anos o “Produto Interno Bruto (PIB) triplique, passando dos actuais cerca de 28.500 para 92.300 patacas”, desejou. O Governo irá apostar fortemente nas áreas da educação, saúde e segurança social.

Obama tem novo coordenador para o Médio Oriente O presidente dos Estados Unidos nomeou um novo coordenador para o Médio Oriente, o norte da África e a região do Golfo. A Casa Branca anunciou a nomeação de Philip Gordon, um veterano especialista em política externa, que tomará posse no dia 11. A nomeação acontece duas semanas antes da visita do presidente a Israel e Jordânia. Gordon já foi secretário de Estado adjunto para assuntos europeus e euro-asiáticos, tendo tido também ligações à União Europeia e à NATO.

Venezuelanos exigem notícias de Hugo ChávezFace à enxurrada de notícias sobre o estado de saúde de Hugo Chávez, milhares de venezuelanos invadiram as principais ruas da capital Caracas, exigindo explicações. Alguns dos protestantes surgiram acorrentados. O governador do estado de Miranda, Henrique Capriles, foi mordaz. “Estão a mentir. Maduro mentiu repetidamente aos apoiantes do presidente e aos venezuelanos sobre a sua situação real. Vamos ver como é que eles vão explicar ao país, nos próximos dias, todas as mentiras que foram ditas sobre a real situação do presidente”, escreveu Capriles, que foi adversário de Chávez nas últimas eleições no país, na sua conta na rede social Twitter. Na última sexta-feira o diário espanhol ABC anunciou que o estado de saúde do presidente venezuelano tinha piorado nos últimos dias. Notícias entretanto desmentidas pelo vice-presidente Nicolas Maduro.

de corrupção no exterior, que proíbe subornos de entidades oficiais no estrangeiro. A notícia é avançada pelo diário americano Wall Street Journal, depois de em agosto ter anunciado que o comité de auditoria da empresa a que teve acesso, o ter já denunciado embora com “evidências insuficientes para concluir que havia pagamentos corruptos para funcionários da república Popular da china”.

Neste relatório anual à situação financeira e patrimonial, divulgado na sexta-feira, a Sands china indica que o mesmo comité de auditoria deu conta à empresa e seus contabilistas de que uma recolha preliminar indicava “prováveis vio-lações de livros e registos e provisões de controlo internos” face à lei de anti-corrupção.

na base disto estão negócios feitos no conti-nente e conduzidos por directores que já não estão na empresa, de acordo com uma fonte conhecida do processo citada pelo Wall Street Journal.

a Sands revelou há dois anos que estava a ser investigada pelo departamento de Justiça por violações. a investigação, que a empresa diz estar relacionada com o processo civil de nevada levan-tado em 2010 por Steve Jacobs, ex-presidente e director executivo da Sands china, ainda continua a decorrer. recorde-se que Jacobs acusa a conces-sionária de despedimento sem justa causa, e lança várias acusações, entre as quais alegadas tentativas de tráfico de influências junto do Governo de Macau.

o relatório concluiu, no entanto, que os resul-tados preliminares não têm impacto nos resultados financeiros, nem tão pouco indicam uma falha a nível de controlos internos da empresa.

em resposta à investigação federal, a San-ds contratou uma empresa de advogados - a o’melveny & myers LLP - para conduzir a in-vestigação a favor do quadro e depois alterou a informação para o departamento de justiça.

os negócios em questão terão sido condu-zidos durante os primeiros tempos de expansão da empresa na Ásia na última década, aquando procurava redes de contacto no continente para se estabelecer em macau. Segundo apurado pelo jornal norte-americano, os acordos de então estão relacionados com tentativas falhadas de construir uma organização de comércio em Pequim com o nome de Sheldon adelson, presidente da Las Vegas Sands, e um patrocínio da equipa de basquetebol da china. - R.M.R.