20
ENTREVISTA ANTÓNIO AGUIAR MUNDIAL DE CLUBES EM HÓQUEI EM PATINS AVENTADO PARA MACAU PÁGINAS 12 E 13 • CONVENTO DA ILHA VERDE Companhia Wu San reinvindica direito de propriedade PÁGINA 6 • FUNÇÃO PÚBLICA Comissão que avalia salários sofreu mudanças PÁGINA 5 Já diz o provérbio e pode aplicar- -se a José Pereira Coutinho que, ontem, durante a apresentação do seu programa político, rei- terou a vontade de entregar os onze projectos-lei que foram chumbados na Assembleia Legislativa, durante a legislatura que agora finda. Caso seja elei- to, o número um da Nova Esperança, prome- te começar pela proposta que prevê a actualização das rendas do imobiliário de acordo com a inflação. Ontem, o HM também ouviu Lam Heong Sang. O candi- dato pela via indirecta meteu a foice em seara alheia e afir- mou que Kwan Tsui Hang pode ter a sua reeleição em risco. Tudo por culpa das “difamações”. PÁGINAS 2 E 3 PUB AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 PUB Ter para ler METRO LIGEIRO DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • TERÇA-FEIRA 3 DE SETEMBRO DE 2013 • ANO XII • Nº 2928 ELEIÇÕES Pereira Coutinho vai repetir a entrega dos onze projectos-lei anteriormente chumbados na AL A esperança é a última a morrer EMPRESA DE HONG KONG RECEBE 11 MILHÕES DE PATACAS POR ESTUDO PÁGINA 5 JOGO PATENTES DE EQUIPAMENTOS TRIBUNAL NÃO ACEITA RECURSO DA SHFL CONTRA LT GAME PÁGINA 4 GONÇALO LOBO PINHEIRO

Hoje Macau 3 SET 2013 #2928

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Edição do jornal Hoje Macau N.º 2928 de 3 de Setembro de 2013.

Citation preview

Page 1: Hoje Macau 3 SET 2013 #2928

• ENTREVISTA ANTÓNIO AGUIAR

MUNDIAL DE CLUBES EM HÓQUEI EM PATINS AVENTADO PARA MACAU

PÁGINAS 12 E 13

• CONVENTO DA ILHA VERDE

Companhia Wu San reinvindica direitode propriedade

PÁGINA 6

• FUNÇÃO PÚBLICA

Comissão queavalia saláriossofreu mudanças

PÁGINA 5

Já diz o provérbio e pode aplicar--se a José Pereira Coutinho que, ontem, durante a apresentação do seu programa político, rei-terou a vontade de entregar os onze projectos-lei que foram chumbados na Assembleia Legislativa, durante a legislatura que agora finda. Caso seja elei-to, o número um da Nova Esperança, prome-

te começar pela proposta que prevê a actualização das rendas do imobiliário de acordo com a inflação. Ontem, o HM também ouviu Lam Heong Sang. O candi-

dato pela via indirecta meteu a foice em seara alheia e afir-mou que Kwan Tsui Hang pode ter a sua reeleição em risco. Tudo por culpa das

“difamações”. PÁGINAS 2 E 3

PUB

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10

PUB

Ter para ler

METRO LIGEIRO

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • TERÇA-FE IRA 3 DE SETEMBRO DE 20 13 • ANO X I I • Nº 2928

ELEIÇÕES Pereira Coutinho vai repetir a entregados onze projectos-lei anteriormente chumbados na AL

A esperança éa última a morrer

EMPRESA DE HONG KONG RECEBE 11 MILHÕES DE PATACAS POR ESTUDO PÁGINA 5

• JOGO PATENTES DE EQUIPAMENTOS

TRIBUNAL NÃO ACEITA RECURSO DA SHFL

CONTRA LT GAME PÁGINA 4

GONÇ

ALO

LOBO

PIN

HEIR

O

Page 2: Hoje Macau 3 SET 2013 #2928

A BATATA FRITA DE CHAN MENG KAM

2 hoje macau terça-feira 3.9.2013ELEIÇÕES2013

CECÍLIA L [email protected]

L AM Heong Sang, deputado indirecto à Assembleia Le-gislativa (AL) pelos

Operários, disse ontem ao HM que se mostra preo-cupado com a eleição da lista de Kwan Tsui Hang, a colega do hemiciclo e da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM).

O deputado diz que existem, neste momento, muitas difamações contra a União para o Desen-volvimento (UPD) – lista liderada por Kwan Tsui Hang – e afirma que não se sente nada optimista com a eleição da lista. “Com 20 listas [a candidatar-se] pela via directa, a competição vai ser muito intensa, sem dúvida. Para mim, como sou deputado da FAOM, não estou nada optimista em relação à eleição da lista UPD. Existem tantas difamações e abusos ver-

O jornal Exmoo News fez ontem uma pequena entrevista com o número um da lista Frente

do Movimento Operário, Leong Seac, onde o candidato aponta as diferenças entre os salários dos trabalhadores residentes e não-residentes.

Carpinteiro de profissão, o candi-dato aponta que o desenvolvimento económico de Macau não traz van-tagens aos trabalhadores locais. “O preço diário para um trabalhador local é de 800 patacas por dia. Antes, nos 1970 e 1980, quando a economia de Macau ainda não estava tão bem desenvolvida, tínhamos 20 e tal dias por mês para trabalhar, mas agora se tivermos 15 dias de trabalho já agradecemos a Deus. Porquê? Porque um trabalhador que não seja local apenas precisa de 600 patacas por dia e trabalha mais que os locais. Nós, trabalhadores locais, perdemos espaço.” Leong Seac diz ainda que os operários locais são despedidos em prol do recrutamento de trabalhadores não-residentes. “É só pedir quotas à Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais”, desafia.

Leong Seac explicou que, em 2000, ele e outros colegas foram despedidos sem justa causa e, depois, disse ter descoberto que muitas obras de construção não recrutavam traba-lhadores locais precisamente pelo acesso fácil aos não-residentes. Sem resposta oficial do Governo, Leong Seac incentivou a uma manifestação contra o desemprego e a importação de mão-de-obra estrangeira. “De-pois de ter feito esta manifestação, já não fui recrutado mais para as obras dos casinos no Cotai, apenas recebo obras pequenas ou privadas. Uma vez consegui aprovação para obras na decoração de um edifício, com o preço total de 75 mil patacas, mas depois o responsável avisou-me que já tinha recrutado trabalhadores não-residentes, porque estes são mais baratos do que nós.”

Leong Seac conta apenas com quatro pessoas na sua lista, mas acredita que teria um bom papel da AL. “Acho que na Assembleia não há mais pessoas como eu, por isso queria fazer o que pudesse para ajudar a população.” - C.L.

Observatório Cívico tem programa político em português na internet

Em todo o lado

existem adereços de

campanha eleitoral.

São cartazes,

autocolantes,

canetas, leques,

porta-chaves,

camisolas. Mas a

lista 13, liderada por

Chan Meng Kam, foi

mais longe e anda a

distribuir pacotes de

batatas fritas com a

sua cara.

INDIRECTO LAM HEONG SANG FALA DAS DIFAMAÇÕES CONTRA KWAN TSUI HANG

“Não estou optimista com a eleição da UPD”FOLHETOS NA CRECHE NÃO SÃO CAMPANHAInstado a comentar sobre o envio de produtos de campanha em livros escolares para uma das creches sob a tutela da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), Lam Heong Sang descarta que seja um problema. “É normal a FAOM oferecer cartas aos operários”, começou por dizer. “De facto, entregar esta carta não significa que quem a recebe tenha que votar em nós. Toda a gente tem a sua liberdade para exercer a votação. Para explicar a situação já falou Lam Lon Wai (número dois da União para o Desenvolvimento, de Kwan Tsui Hang) e eu concordo com o que ele disse.” No domingo, Lam Lon Wai disse que esta era uma acção regular e que a FAOM não usa o financiamento para as campanhas para enviar estes produtos para as creches e escolas e “se as outras listas querem fazer campanha nas escolas da FAOM”, também são bem-vindas. Ontem, como foi o primeiro dia da escola, os alunos da FAOM receberam produtos de campanha da UPD, com a deputada e número um da lista - Kwan Tsui Hang – na capa.

“Não vou dar exemplos porque depois isto vai causar ainda mais polémica. Mas posso dizer que a CAEAL tem muitas provas mas não toma qualquer posição [em relação à violação de regras na campanha eleitoral]LAM HEONG SANG Deputado candidato pela via indirecta

LEONG SEAC, CARPINTEIRO E CANDIDATO À AL, FALA DE DIFICULDADES DOS OPERÁRIOS EM MACAU

“Perdemos espaço”

bais [dessa lista] contra a FAOM, as eleições já não são tão objectivas.”

CAEAL “NÃO AGE”O guia da Comissão para os Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) não oferece re-gras claras, diz Lam Heong

Sang, acusando que, desta forma, se causam muitos conflitos entre as listas. “O resultado é que quase todas as listas violam as regras da campanha e as que não o fazem vão estar atrasa-das na campanha [face às outras].” O HM pediu ao deputado para dar algum

exemplo sobre as acusações que faz, mas Lam Heong Sang recusou-se a tecer mais comentários. “Não vou dar exemplos porque depois isto vai causar ainda mais polémica. Mas posso dizer que a CAEAL tem muitas provas mas não toma qual-quer posição.”

Só no website do Observatório Cívico (www.agnesmacau.net), os eleitores poderão ter acesso ao programa político da lista sete em português e inglês. Em declarações ao HM, o número três da lista encabeçada por Agnes Lam, Rui Leão, disse que não houve tempo para entregar à Comissão para os Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) o programa em língua portuguesa pelo que não constará do documento lançado e distribuído pela CAEAL em vários locais públicos. Ainda

assim, a lista estará a distribuir, em mãos, em vários comícios de campanha. As promessas eleitorais passam por batalhar para que o sufrágio universal se concretize “o mais depressa possível”, procurar uma distribuição mais equitativa dos recursos, salvaguardar os terrenos, promover a reforma da educação, reformar e consolidar as políticas na área cultural, cuidar e proteger os mais desfavorecidos promovendo a sua integração social e regular a escala do desenvolvimento urbano.

Page 3: Hoje Macau 3 SET 2013 #2928

3

Pereira Coutinho quer que a actualização das rendas seja feita de acordo com a inflação. E, por isso, este será o primeiro projecto-lei a ser entregue à Assembleia Legislativa em Outubro, caso seja eleito, logo seguido dos restantes onze chumbados em plenário. A violência doméstica está também na lista. E a sua luta vai manter-se a favor da eleição do Chefe do Executivo em 2019 por sufrágio universal e da responsabilização dos titulares de altos cargos

O ESSENCIAL

eleiçõeshoje macau terça-feira 3.9.2013

RITA MARQUES [email protected]

F ORAM onze os projectos--lei apresentados por Pe-reira Coutinho e rejeitados pelos seus colegas na última

legislatura. A justificação de falta de tempo não convenceu o actual deputado e candidato pela lista Nova Esperança, que se compro-mete a entregar os mesmos diplo-mas logo no início da próxima legislatura, começando pelo Regi-me da Actualização das Rendas de Bens Imóveis Destinados a Habi-tação. “Se for eleito, em Outubro começarão a dar entrada, um a um, todos os projectos que apresentei na Assembleia Legislativa. Penso que entretanto o Governo já perce-beu e vai antecipar a minha corrida e vamos ver quem é que vai dar entrada na Assembleia Legislativa em primeiro lugar porque é assim que funciona”, explica Coutinho, numa conferência de imprensa ontem à tarde para apresentação do programa político da lista 9, na sede da Associação dos Trabalhadores de Função Pública de Macau.

“O projecto sobre as rendas é importantíssimo. Não pode haver abusos na celebração dos contratos. Defendo neste projecto-lei que só se possa actualizar as rendas de acordo com a inflação. Isto é uma injustiça social. Eu acho que este projecto é dos mais importantes da próxima legislatura”, destacou como primeiro projecto a ser entregue, depois de ter sido chumbado com onze votos con-tra e cinco abstenções (contabiliza no seu panfleto de campanha). A escolha é feita a título pessoal, ressalvou, já que ainda não discutiu com os seus parceiros de lista qual o primeiro pro-jecto a subir à consideração da AL.

Assumindo que a entrega de alguns destes diplomas foi de facto tardia, o candidato entende como “caricato que os diplomas que foram apresentados e não foram criticados sejam despachados pelo facto de não haver tempo”. “Muitos só tinham um ou dois artigos, por exemplo, o de Co-loane. Não têm tempo para discutir um artigo quando na mesma altura estavam a discutir quatro diplomas que são autênticos códigos”, frisou ironicamente.

Na lista para dar entrada na AL, caso seja eleito, encontram-se por exemplo diplomas relaciona-dos com a associação sindical, a protecção dos animais, a crimina-lização da violência doméstica, as medidas de protecção da imagem dos detidos, defesa de Coloane, direitos humanos, impugnação da confidencialidade de informações.

Pereira Coutinho apontou tam-

ACTUAÇÃO DA CAEAL É SUSPEITAPereira Coutinho denuncia “almoços, jantares, prendas e dádivas” dados por candidatos para corromper o eleitorado mas, diz, embora possa por isso não ser eleito, não lhe ocorre apresentar queixa sobre esses actos porque “é inútil”. “Não temos confiança na constituição da CAEAL, para além do juiz presidente [Ip Son Sang], o próprio director dos SAFP [José Chu] é uma pessoa suspeita porque colocou fibra óptica em sua casa, e o director do GCS, outro membro, é também uma pessoa que é muito suspeita por ter comportamentos tendenciosos para afectar a actividade jornalística dos meios de comunicação de Macau, portanto, não confio neles com excepção do presidente, que talvez esteja a remar contra a maré”, justifica. “Prefiro estar em contacto diário com a população do que perder tempo a fazer queixa à CAEAL que não irá fazer nada. A CAEAL tem de ser permanente de ensino cívico à população de Macau, permanente de educação política, pensado para o futuro, nomeadamente alterações às leis eleitorais e que emita instruções aos candidatos às eleições.”

MAIS TRANSPARÊNCIANA AL, EXIGE COUTINHOÉ preciso publicar no website da AL a forma de votação de todos os deputados para que haja transparência, defende Pereira Coutinho. “Não querem mostrar à população de Macau a forma e o comportamento de alguns deputados”, explica. Acho que a AL tem de ser mais transparente. A AL é a casa do povo. Sendo a casa do povo, os jornalistas devem ter acesso às reuniões das comissões. Não podem ser secretas. Portanto, espero que haja mudanças na próxima legislatura.”.Por outro lado, defende, é preciso ainda alterar o regimento da AL para que as discussões em plenário não se fiquem pelas 20 horas e prossigam pela madrugada, tal como em 2005. “

PEREIRA COUTINHO, CANDIDATO DA NOVA ESPERANÇA, QUER ENTREGAR OS ONZE PROJECTOS CHUMBADOS

Actualização de rendas é primeiro na fila

bém dedo aos seus colegas deputa-dos que, agora, em plena campanha eleitoral se mostram defensores da criminalização pública da violência doméstica naquilo que vê como uma “atitude e comportamento diferentes”. “Quanto ao regime de violência doméstica em que as senhoras e miúdos levam tareia dos maridos depois de alguns copos, e que propusemos que seja crime público somente seis votaram a

favor, de resto, tudo votou contra ou simplesmente absteve-se”, explicou Pereira Coutinho, acompanhado do número dois Leong Veng Chai e dos restantes oito candidatos pela Nova Esperança, maioritariamente funcionários públicos.

A NOMEAÇÃO DO CHEFE E A RESPONSABILIZAÇÃO DE TITULARESTal como já tinha anunciado, a sua luta nesta campanha passa

também pela imposição do su-frágio universal para a escolha do Chefe do Executivo em 2019. “Não aceitamos atestados de incompetência e de burrice de pessoas que não estão prepara-das para o sufrágio universal. Isto é para continuar os seus interesses privados e a árvore das patacas. Temos de acabar com os monopólios”, destacou Coutinho. E quem fala no líder máximo do Governo, fala dos responsáveis que gravitam à sua volta, nomeadamente, se-cretários e directores. Por essa razão, uma das bandeiras da lista nove na campanha eleitoral é a responsabilização dos titulares dos principais cargos públicos. “Queremos que seja aplicada a responsabilidade dos principais titulares de cargos públicos, uma vez que a mesma foi publicada em Boletim Oficial em 2010, nomeadamente as normas de conduta e o estatuto dos titulares dos principais cargos, pena que até hoje nada. É melhor rasgar e deitar fora. Não há nenhum caso em que o Governo tivesse a coragem de chamar a atenção dos principais cargos. Isto tudo se não for feito, vai prejudicar a habitação, a saúde e os transpor-tes”, salienta, algumas áreas que diz estão mal e quer lutar para que sejam melhoradas.

Page 4: Hoje Macau 3 SET 2013 #2928

4 hoje macau terça-feira 3.9.2013POLÍTICA

JOANA [email protected]

O Tribunal de Segunda Instância (TSI) não admitiu um recurso da SHFL Entertainment

Inc (antes conhecida como Shuffle Maters) contra a LT Game, após uma providência cautelar ter leva-do a empresa a pagar um milhão de patacas como caução.

Há anos que uma luta devido a patentes se arrasta, mas o culminar deu-se o ano passado, aquando da realização da G2E Asia – exposição de jogo em Macau: quatro empresas fornecedoras de equipamentos – entre as quais a SHFL - viram-se obrigadas a retirar as suas máquinas da exposição, em Maio no Venetian, devido a uma providência cautelar emitida pelo Tribunal Judicial de Base, a pedido da LT Game. É que esta – liderada por Jay Chun e associada à Natural Noble Limi-ted, ‘off shore’ das Ilhas Virgens Britânicas – detém as patentes de invenção de um “método e sistema para jogar o prémio grande de baca-rá” e de um “terminal e sistema de jogo”, registadas na Direcção dos Serviços de Finanças do território e a ser, actualmente, utilizados em alguns casinos de Macau. A LT

A S trocas comerciais entre a China e os países lusófo-nos sofreram uma quebra

de 2,98% entre Janeiro e Julho para 73,65 mil milhões de dólares, indicam dados oficiais ontem di-vulgados.

Segundo as estatísticas dos Serviços da Alfândega da China, divulgadas hoje pelo Secretariado Permanente do Fórum Macau, a segunda maior economia mundial comprou aos oito países lusófonos bens avaliados em 49,43 mil mi-lhões de dólares, ou seja, menos 6,94% face aos primeiros sete meses de 2012.

Em sentido inverso, as expor-tações da China para a lusofonia cresceram 6,32% entre Janeiro e Julho relativamente ao período homólogo do ano passado, to-talizando 24,22 mil milhões de dólares.

O Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, com o volume global das trocas comerciais a ascender a

49,71 mil milhões de dólares até Julho - menos 0,06% em termos anuais.

Até Julho, as exportações chi-nesas para o Brasil subiram 7% atingindo 19,99 mil milhões de dó-lares, ao passo que as importações de Pequim diminuíram 4,28% face aos primeiros sete meses de 2012 para 29,77 mil milhões de dólares.

Com Angola, o segundo par-ceiro chinês no universo lusófono, as trocas comerciais sofreram uma queda mais acentuada - de 9,29% - para 20,82 mil milhões de dólares. Pequim vendeu a Luanda produtos avaliados em 2,16 mil milhões de dólares - mais 3,18% - e comprou mercadorias no valor de 18,66 mil milhões de dólares - menos 10,55% em termos anuais.

Com Portugal, terceiro parcei-ro da China na lusofonia, as trocas comerciais recuaram 7,79% atin-gindo 2,18 mil milhões de dólares até Julho, numa balança comercial favorável a Pequim.

Portugal vendeu à China pro-

dutos no valor de 776 milhões de dólares - menos 16,11% em termos anuais - enquanto adquiriu a Pequim bens de 1,41 mil milhões de dólares, menos 2,48% comparativamente aos primeiros sete meses de 2012.

Ao nível do comércio bilateral com a China, apenas Moçambique e Guiné-Bissau viram as suas trocas comerciais com Pequim crescerem no cômputo dos pri-meiros sete meses do ano.

Timor-Leste foi o país do universo da lusofonia que sofreu a maior quebra em termos do vo-lume de comércio bilateral com a China, o qual caiu 38,13% entre Janeiro e Julho para 19,68 milhões de dólares principalmente devido ao recuo - em idêntica proporção - das exportações chinesas.

Apesar de as trocas comerciais sino-lusófonas terem recuado nos primeiros sete meses do ano, em Julho, e face ao mês anterior, au-mentaram 11,78% para 13,1 mil milhões de dólares.

As importações da China aos

países lusófonos cifraram-se em 8,89 mil milhões de dólares em Julho, mais 11,69% face a Junho, enquanto as exportações da China para a lusofonia foram de 4,20 mil milhões de dólares, reflexo de uma subida de 11,96%.

Os dados divulgados incluem São Tomé e Príncipe, apesar de o país manter ligações com Taiwan e não participar directamente no Fórum Macau.

Este ano, vai realizar-se em Macau a 4.ª Conferência Ministe-rial do Fórum Macau, plataforma que celebra o 10.º aniversário.

FÓRUM MACAU COMÉRCIO ENTRE CHINA E PAÍSES LUSÓFONOS RECUOU 2,98% ATÉ JULHO

E as trocas continuam em baixa

LAS VEGAS SANDSPERDE MAIS UMA TENTATIVA DE REGISTAR “COTAI”Num outro acórdão, também publicado ontem, fica a saber-se que a Las Vegas Sands perdeu a oportunidade de registar uma outra marca com o nome “Cotai”. Desta vez, “The Heart of Cotai” era o nome que a empresa queria manter registado, mas uma reclamação veio fazer o tribunal mudar de ideias. Já saíram quatro recursos que impedem a Venetian de registar marcas que contenham Cotai na expressão. Foi o caso de uma decisão de Maio também do TSI, que indicava que “Cotai é uma zona geográfica entre as Ilhas da Taipa e de Coloane e o facto de ser uma zona geográfica está fora do âmbito de protecção [de marca]”. Este é o argumento que se mantém neste recurso.

JOGO TRIBUNAL NEGA RAZÃO A SHFL POR PAGAMENTO DE CAUÇÃO CONTRA PROVIDENCIA CAUTELAR

“Duas vestes”, acusa o tribunal

Game sentiu-se ameaçada aquando da exposição e conseguiu impedir que a Alfastreet, da Eslovénia, a F2 Systems Inc, da Coreia do Sul, a Shuffle Master Asia e a Interblock Asia Pacific mostrassem as suas máquinas na RAEM.

CAUÇÃO POR TERCEIROS Mas a SHFL pagou uma caução no valor de um milhão de patacas em nome da Shuffle Master Asia, para que esta pudesse expor as suas máquinas no Venetian. Posterior-

mente, interpôs então um recurso contra para o TSI, reclamando a devolução do dinheiro, uma vez que LT Game frisava aceitar o dinheiro da empresa com sede em Macau, a SHFL Entertnainment, mas dizia que a Shuffle Master, nome anterior da empresa com sede na Austrália, não estava directamente relacio-nada com a providência cautelar.

No acórdão ontem analisado pelo HM, o TSI concorda com isto, dizendo que a empresa utilizou “duas vestes” para apresentar o seu recurso. “A recorrente é parte ilegítima no recurso, porque não é parte principal nem ficou directa, ou efectivamente, prejudicada pela decisão”, pode ler--se no acórdão como argumentos do TSI. “O facto de ter prestado uma caução em nome de terceiro – [a empresa Shuffle Master Asia] – a recorrente carece de legitimidade para recorrer da decisão.”

Apesar de o argumento da parte da empresa considerar que “a recla-mante tem legitimidade para recorrer, uma vez que prestou a caução em substituição da caução não decretada contra ela e que prestou indevida-mente a caução por erro, razão pela qual se deve conferir-lhe o direito de vir a reaver o dinheiro que, inde-vidamente, saiu da sua algibeira”, como se pode ler, o tribunal acusa a empresa de “falsa representação feita ao tribunal” e de “dupla veste”, porque esta admite ter sido afectada ao mesmo tempo que admitiu que não é parte principal nos autos. “A mesma deve manter-se desembol-sada”, conclui o TSI.

IPM e Obra Social da Alfândega com orçamentos suplementares O Instituto Politécnico de Macau (IPM) recebeu mais de dez milhões de patacas como orçamento suplementar para este ano. Um despacho, publicado ontem em Boletim Oficial, dava conta que este é o primeiro deste género para este ano do IPM. Além do instituto superior – que, no total, recebe 13.607.353 patacas -, também a Obra Social dos Serviços de Alfândega foi beneficiada com um orçamento suplementar para este ano. O valor é de quase um milhão e meio e é também listado como sendo o primeiro orçamento suplementar do ano de 2013. Os orçamentos suplementares servem para dotações provisionais, o que significa que podem ser utilizados, por exemplo, como verbas para novas acções de elevada prioridade ou urgência ou como reforço da verba de acções já iniciadas.

Page 5: Hoje Macau 3 SET 2013 #2928

TIAG

O AL

CÂNT

ARA

O aumento do número de membros na Comissão de Avaliação das Remu-nerações dos Trabalha-dores da Função Pública apanhou de surpresa as associações afectas. Mais membros das associa-ções de trabalhadores de função pública seria bom, defende Lun Sai Ho. Já Pereira Coutinho elogia a rotatividade dos membros mas diz que as alterações são “insu-ficientes”

O ESSENCIAL

5hoje macau terça-feira 3.9.2013 SOCIEDADE

RITA MARQUES [email protected]

A Comissão de Ava-liação das Re-munerações dos trabalhadores da

Função Pública sofreu al-gumas alterações na sua constituição. Segundo um despacho publicado do Che-fe do Executivo, publicado ontem em Boletim Oficial (BO), que entra hoje em vi-gor, a comissão passará a ser presidida por um presidente e vice-presidente académi-cos de “reconhecido mérito nas áreas de actuação da comissão”, cujos nomes ainda não são conhecidos. Assim sendo, José Chu, director dos Serviços de Administração e Função Pública, e Kong Pek Fong, directora dos Serviços de Estatística e Censos, per-dem, respectivamente, os dois cargos máximos, embora se mantenham como membros.

Outras mudanças dizem respeito à representação de trabalhadores e emprega-dores. A Associação Co-mercial de Macau passará a ter quatro representantes na comissão, em vez de apenas um, e a Federação das Associações dos Ope-rários de Macau, passará a ter dois elementos em vez de apenas um.

Já as associações dos funcionários públicos man-tém-se com três represen-tantes, em regime rotativo.

JOANA [email protected]

A Ove Arup & Partners Hong Kong Limited vai receber mais de

dez milhões de patacas por serviços relacionados com o metro ligeiro de Macau. A empresa foi quem ganhou a adjudicação para elaborar um estudo de viabilidade do sistema de metro ligei-ro em Seac Pai Van, onde existe habitação pública. A necessidade do estudo surgiu precisamente devido à existência de apartamentos

METRO LIGEIRO EMPRESA BRITÂNICA DE HONG KONG RECEBE CERCA DE 11 MILHÕES POR ESTUDO DE VIABILIDADE

Preço mais baixo venceu

IDQ ANALISA ÁGUASE RESÍDUOS SÓLIDOS Ontem, também em Boletim Oficial, foi publicada a autorização para o contrato com o Instituto para o Desenvolvimento e Qualidade de Macau (IDQ) para a supervisão da qualidade das instalações de tratamento de águas residuais e de resíduos sólidos. O organismo vai receber cerca de dois milhões e meio de patacas pelos serviços.

na zona, mas à ausência de paragem de metro no local.

Ontem, foi autorizada oficialmente a celebração do contrato com a Ove Arup & Partners Hong Kong Li-mited, pelo montante de 10

milhões e 850 mil patacas. Este ano a empresa recebe exactamente metade desse valor, ficando o resto do pa-gamento para o próximo ano.

Foi este ano que quatro empresas se candidataram

FUNÇÃO PÚBLICA ASSOCIAÇÕES APANHADAS DE SURPRESA SOBRE MUDANÇAS NA COMISSÃO

Rotatividade mas pouca representatividade

E apenas três, no entender de Lun Sai Hoi, represen-tante da Associação dos Técnicos da Administração Pública, que considera que

haveria mais opiniões a recolher entre as cerca de 25 associações existentes. “Não é bom que o número de associações de funcionários

à realização do estudo de viabilidade, num concurso feito por consulta – ou seja, onde as empresas são convidadas. A Ove Arup & Partners Hong Kong - britâ-nica – competiu com a Mott Macdonald Hong Kong Limited, a CPG Consultants PTE. LTD e a AECOM Asia Company Limited.

A Ove Arup foi a que deu um preço mais baixo, no valor do contrato agora celebrado, enquanto as outras apresentaram preços entre os 13 milhões e os 37 milhões de patacas.

públicas continuem a ser representados apenas por três representantes, ainda que rotativamente. Seria preferencial haver mais. O

mais importante é que o Governo deve ouvir a voz dos funcionários públicos. Dentro do comité, têm de ser ouvidas mais vozes de associações e mais opiniões. Isto é mais importante do que o balanço entre o número de representantes dos em-pregadores e empregados”, explica Lun, que se diz surpreendido com o anúncio das mudanças e vai pedir explicações ao Governo. “Mais transparência para todos seria melhor”, deixa o recado.

GOVERNO NÃO QUIS SABERLei Chi Hong também foi apanhado de surpresa. O representante da Associa-ção dos Trabalhadores da Função Pública de Origem Chinesa diz que nem sabia que estaria prestes a deixar o seu cargo. “Não falámos sobre isso. Na última reu-nião nada nos foi fito sobre estas alterações. Não sei se continuarei a ser um membro do comité. Não sei quando terei de sair. O Governo não perguntou a nossa opinião”, frisou.

Já Pereira Coutinho dá louvores à decisão de rota-tividade entre os represen-tantes destas associações, de dois em dois anos, prevista no novo diploma, e espera que sirva de exemplo a outras comissões. “Este despacho é importante mas insuficiente. Em primeiro

lugar traz uma inovação em que não permite que os membros da comissão sejam eternos, não exerçam as suas funções de forma indefinida [...] A única coisa é que es-pero que esta rotatividade seja extensiva às outras comissões consultivas, em que muitas pessoas exercem as suas funções por largos anos”, disse em declarações à Rádio Macau.

Em declarações à Ou Mun Tin Toi, Lei Cheng I, representante dos operá-rios, critica o facto de ter não ter sido informada das alterações e, embora con-corde com mais vozes na comissão, pede ao Governo que explique por que razão a parte patronal terá quatro representantes e a laboral apenas dois.

Page 6: Hoje Macau 3 SET 2013 #2928

TIAG

O AL

CÂNT

ARA

6 sociedade hoje macau terça-feira 3.9.2013

CECÍLIA L [email protected]

O convento da Ilha Verde é uma residên-cia ilegal, acu-

sa o CEO da Companhia Wui San, Jack Fu. Depois de um esclarecimento publicado no jornal Ou Mun, o HM chegou à fala com Fu que acusa Fong Lap de ser um falso responsável da antiga proprietária do terreno, a empresa Kong Cheong, e que tem andado a enganar o público através de várias conferências de imprensa e provas fora de prazo. “A Companhia Wui San tem o direito de propriedade sobre o terreno com 56 mil metros quadrados na Ilha Verde.

O S casinos de Macau en-cerraram o mês de Agos-to com receitas brutas de

30.737 milhões de patacas, mais 17,6% do que no período homólo-go do ano passado, indicam dados oficiais ontem divulgados.

Agosto foi o segundo melhor mês de sempre dos casinos de

O Aeroporto Internacional de Macau recebeu até Agosto mais de 3,3 milhões de pas-

sageiros, número que representa um aumento de 12,5% face ao período homólogo do ano passado, segundo os números da empresa proprietária hoje divulgados.

Em comunicado, a CAM - Socie-dade do Aeroporto Internacional de Macau - indica que o tráfego aéreo também cresceu, com mais de 32 mil movimentos, entre aterragens e descolagens, valor que traduz uma

Terminal do Pac On a funcionar no próximo VerãoSegundo o jornal Ou Mun, o terminal marítimo do Pac On vai ser aberto no próximo verão. O diário não revelou mais informações mas disse que como o Terminal Exterior de Hong Kong-Macau já opera há 20 anos, com instalações velhas, no dia 29 de Julho começou a ser renovado. A primeira fase de obra de renovação de terminal exterior estará pronto no início de Fevereiro. O acompanhamento diário do terminal do porto exterior é de 40 mil pessoas, com 14 cais, sendo a capacidade máxima de acolhimento de passageiros de 90 mil por dia.

CONVENTO DA ILHA VERDE CONTINUA A SERVIR DE RESIDÊNCIA ILEGAL, DIZ JACK FU

Wu San reivindica propriedade

JOGO RECEITAS DOS CASINOS SOBEM 17,6% EM AGOSTO

Com um sentido apenasAEROPORTO DE MACAU REGISTOU 3,3 MILHÕES DE PASSAGEIROS ATÉ AGOSTO

Aumento de 12,5%

mais processos a decorrer em tribunal com ele.”

Mas Jack Fu acredita que, o mais tardar, no meio do próximo ano todos os pro-cessos com o antigo funcio-nário da Kong Cheong Wu Tek Neng terão fim. “Nessa altura já estarão a decorrer três anos dos mesmos em que Fong Lap tem aproveitado o lento processo jurídico para ganhar dinheiro durante os processos. Só temos um processo com Wu Tek Neng mas nas conferências de imprensa é sempre Fong Lap quem dá a cara. Obviamente, ele apenas aproveita o caso para chamar a atenção aos seus interesses”, esclarece.

Segundo Fu, os pro-cessos nada têm a ver com o aproveitamento e de-senvolvimento da terra e, neste momento, existem comunicações com as partes interessadas. “Quando dis-persar os residentes ilegais da terra, vamos começar um projecto de desenvolvimento da terra.”

Muita gente tem interesse nessa terra porque agora vale muito dinheiro. Como a Companhia Kong Cheong fez muitas conferências de imprensa a confundir o público, hoje [ontem] pu-blicámos uma declaração no jornal Ou Mun a esclarecer os factos”, explica Jack Fu.

“Este falso responsável da empresa ainda arrenda o convento, uma residência ilegal, e um edifício ao lado para trabalhadores continen-tais não-residentes. Quando, no ano passado, tentámos dispersar os arrendatários ilegais, Fong Lap chamou a Polícia Judiciária e criou um litígio malicioso com a nossa empresa. Ou seja, não conseguimos tirá-los da terra e temos cada vez

Macau, a seguir a Março, mês em que se registaram receitas brutas recorde de 31.336 milhões de patacas.

Dados compilados pela agência Lusa indicam que na primeira metade do ranking dos seis operadores, a Sociedade de Jogos de Macau, fundada

por Stanley Ho, continua na liderança com cerca de 24% de quota, mas com pouco mais de um ponto percentual da Sands China com uma fatia acima dos 22,5%. No terceiro lugar, longe dos dois primeiros, está a Galaxy, ligada a interesses de Hong Kong, e que detém uma quota de cerca de 17%.

Com os valores de Agosto, as receitas acumuladas dos primeiros oito meses deste ano totalizaram 231.670 milhões de patacas, valor que traduz um aumento na ordem de 16,2% face ao apurado entre Janeiro e Agosto de 2012, de acordo com os dados divulgados pela Direc-ção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).

O sector do jogo em casino é a principal fonte de receitas da administração de Macau, tendo encerrado 2012 com um recorde global de cerca de 305.235 mi-lhões de patacas.

Além de um imposto indi-recto de cerca de 4% e de um conjunto de taxas e licenças, a Administração de Macau cobra aos seis operadores de jogo de Macau um imposto directo de 35% sobre as receitas brutas do sector, pago no mês seguinte ao de referência e que, em termos orçamentais, é contabilizado entre Dezembro de um ano até Novembro do ano seguinte.

subida de 18,5% comparativamen-te aos primeiros oito meses do ano.

Só durante o mês de Agosto, o volume de passageiros sofreu um crescimento “significativo” de 9,5% - foram 496 mil ou uma média diária de 16 mil -, num resultado que a CAM atribui ao crescente número de resi-dentes que viajam durante as férias e aos turistas que visitam Macau.

Em Agosto foram registados mais de 4.300 movimentos de aeronaves, mais 9,5% do que no mesmo mês de 2012.

Page 7: Hoje Macau 3 SET 2013 #2928

hoje macau terça-feira 3.9.2013 7 sociedade

O Comissariado con-tra a Corrupção (CCAC) procedeu

à detenção de um agente no activo do Serviço de Mi-gração do Corpo de Polícia de Segurança Pública. O arguido, de apelido Lio,terá aproveitado o sistema infor-mático dos Serviços para falsificar os registos de en-trada e saída de um visitante proveniente do interior da China, suspeitando-se de ter praticado os crimes de “abuso de poder” e “falsi-ficação de notação técnica”.

O caso, que foi já enca-minhado para o Ministério Público e Juízo de Instrução Criminal, surgiu depois da análise dos respectivos registos de entrada e saída do território, bem como dos dados de vídeo dos balcões de controlo para entradas e saídas do território, foi verificado que no início de Julho do corrente ano entrou em Macau um visitante de

apelido Shen, vindo do in-terior da China e portador de Salvo-Conduto duplo, a quem foi concedida a auto-rização para a entrada por uma só vez na RAEM, vá-lida para apenas sete dias de estadia no território. A fim de prorrogar o mesmo prazo de estadia, o dito agente policial acedeu ao sistema informático do Serviço de Migração, para lançar, antes do termo do prazo de validade da respectiva auto-rização de estadia, o registo de saída e, em simultâneo, o registo de entrada do mesmo visitante, registos estes que foram concluídos dentro de um minuto. Pos-teriormente, para prorrogar uma vez mais o mesmo prazo de estadia de 7 dias, o referido agente policial voltou a recorrer ao mesmo esquema, ou seja, falsificou novamente um registo de saída e de entrada do visi-tante atrás referido.

No início de Agosto do corrente ano, quando o referido visitante pretendia regressar ao interior da Chi-na, um agente em serviço reparou que o visto que o mesmo detinha era um visto de entrada por uma só vez, ou seja, era impossível conter registos de múltiplas entradas e saídas durante aquele período, e quando o mesmo visitante foi in-terceptado e interrogado, o arguido de apelido Lio tentou, por telefone e por envio de mensagem escrita exigir ao agente em serviço que deixasse passar o tal visitante.

Durante a investigação, o suspeito confessou que in-troduziu registos de entrada e saída falsos no sistema informático do Serviço de Migração. A par disso, confessou ainda que exigiu a outros agentes policiais que prestassem auxílio para a saída do mesmo visitante.

PUB

Anúncio

O Pedido do Projecto de Apoio Financeiro do FDCTpara à 3ª vez do ano 2013

(1) Fins O FDCT foi estabelecido por Regulamento Administrativo

nº14/2004 da RAEM, publicado no B. O. N° 19 de 10 de Maio, e está sujeito a tutela do Chefe do Executivo. O FDCT visa a concessão de apoio financeiro ao ensino, investigação e a realização de projectos no quadro dos objectivos da política das ciências e da tecnologia da RAEM.

(2) Alvos de Patrocínio(i) Universidades, instituições de ensino superior locais, seus

institutos e centros de investigação e desenvolvimento (I&D);(ii) Laboratórios e outras entidades da RAEM vocacionados para

actividades de I&D científico e tecnológico;(iii) Instituições privadas locais, sem fins lucrativos;(iv) Empresários e empresas comerciais, registadas na RAEM,

com actividades de I&D;(v) Investigadores que desenvolvem actividades de I&D na

RAEM.

(3) Projecto de Apoio Financeiro(i) Que contribuam para a generalização e o aprofundamento do

conhecimento científico e tecnológico;(ii) Que contribuam para elevar a produtividade e reforçar a

competitividade das empresas;(iii) Que sejam inovadores no âmbito do desenvolvimento

industrial;(iv) Que contribuam para fomentar uma cultura e um ambiente

propícios à inovação e ao desenvolvimento das ciências e da tecnologia;

(v) Que promovam a transferência de ciências e da tecnologia, considerados prioritários para o desenvolvimento social e económico;

(vi) Pedidos de patentes.

(4) Valor de Apoio Financeiro(1) Igual ou inferior quinhentos mil patacas. (MOP$500.000,00)(2) Superior a quinhentos mil patacas. (MOP$500.000,00)

(5) Data do PedidoAlínea (1) do número anterior Todo o anoAlínea (2) do número anterior A partir do dia 2 – Set. – 2013 até 1 – Nov. – 2013 (O próximo pedido será realizado no dia 2 –Jan. – 2014 ao 3 –Mar. – 2014)

(6) Forma do PedidoDevolvido o Boletim de Inscrição e os dados de instrução

mencionados no Art° 6 do Chefe do Executivo nº 273 /2004,《Regulamento da Concessão de Apoio Financeiro》, publicado no B. O. N° 47 de 22 de Nov., para o FDCT. Endereço do escritória: Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n° 411-417, Edf. “Dynasty Plaza” 9° andar, Macau. Para informações: tel. 28788777; website: www.fdct.gov.mo.

(7) Condições de AutorizaçõesPor despacho do Chefe do Executivo nº 273 /2004, processa o

《Regulamento da Concessão de Apoio Financeiro》.

O Presidente do C. A. do FDCT,Tong Chi Kin29 / 8 / 2013

AGENTE DA PSP DETIDO POR SUSPEITA DE ABUSO DE PODER

Falsificação de registos

Page 8: Hoje Macau 3 SET 2013 #2928

8 hoje macau terça-feira 3.9.2013CHINA

A China, que em 2012 atraiu 57,7 milhões turistas estrangeiros, sofre uma certa estag-

nação no sector e, por isso, oferece agora a possibilidade de visitantes sem visto possam ir a mais cidades do país, uma estratégia com a qual espera manter-se entre os destinos mais procurados do mundo.

Desde o dia 1 de Janeiro de 2013, o país tradicionalmente restrito em relação à emissão de vistos tornou o documento desnecessário para aqueles que quisessem visitar Xangai e Pe-quim (norte), contanto que per-manecessem menos de 72 horas nesses locais.

Esta isenção aplica-se a cida-dãos de 45 países, entre os quais Brasil, Espanha, Chile, México e Argentina.

No dia 1 de Agosto, Guan-gzhou, a principal cidade do sul do país, passou também a fazer parte desta iniciativa. A partir de agora o mesmo acontecerá com Chengdu (centro do país e famosa pela sua reserva de pandas). No final do ano, uma quinta cidade passará a fazer parte deste lote: Kunming, a capital da turística província de Yunnan (na fronteira com o Laos e Mianmar).

A cidade de Tianjin, vizinha de Pequim e principal porto do norte do país, também deve entrar em breve para esta lista.

A ideia constitui uma medida de “choque” para combater, pre-cisamente, os maiores requisitos que, desde 2012, foram impostos aos turistas que viajam para a China durante mais de três dias: cartas-convite ou reserva de hotel, uma forma similar a países como a Rússia.

Isto fez com que a China, que em 2010 superou a Espanha pela primeira vez e se tornou o terceiro maior destino turístico mundial, praticamente não aumentasse o número de visitantes em 2012 (subida de 0,3%), e empatasse com o país ibérico, onde o sec-tor apresentou uma queda nesse período.

Director de órgão do Governo sob investigaçãoO director da Comissão de Supervisão e Administração de Activos Estatais da China, Jiang Jiemin, está a ser investigado por supostas “sérias violações de disciplina”, informou o Ministério de Supervisão do país em comunicado. Jiang foi promovido em Março para o cargo de chefia do órgão que supervisiona os activos estatais, depois de presidir à companhia de petróleo estatal China National Petroleum Corp. (CNPC) e à PetroChina. Um executivo da CNPC e três da PetroChina também estão sob investigação pelas mesmas suspeitas. “Sérias violações de disciplina” é um termo normalmente usado pelas autoridades chinesas quando investigam casos de corrupção.

GOVERNO RECORRE À ISENÇÃO DE VISTOS PARA SER LÍDER MUNDIAL DE TURISMO

Número de visitantes triplica em 20 anos

Em 2013, as notícias sobre o alto nível de contaminação das cidades chinesas (algo que não é novo, mas que este ano foi abordado mais vezes pela imprensa) e o recente

alerta por causa do novo tipo de gripe aviaria H7N9 aumentam o medo do governo de outro ano de estagnação ou até de redução de visitas.

Já na primeira metade do ano, a China viu cair em 4,06% o número de turistas para os 22,93 milhões, e em Pequim (que em Fevereiro alcançou níveis de

poluição recorde) a queda foi de 14,3% em relação ao mesmo período de 2012.

Tudo isto perturba os planos da China - previstos pela Orga-nização Mundial do Turismo, da qual procedem todos os dados anteriores - de se transformar no principal destino turístico mundial até 2020, embora por enquanto esteja longe da França (83 milhões de visitantes em 2012) e dos Estados Unidos (67 milhões).

Os vistos de três dias parecem ser preferencialmente concedidos a turistas de países próximos, como a Coreia do Sul, o Japão e até mesmo Hong Kong (que para as estatísticas chinesas contam como visitantes do exterior), e por causa da previsão de receber mais visitantes destes países, as grandes cidades passam a dispo-nibilizar mais serviços em outras línguas da Ásia Oriental, assim como letreiros multilingues.

Em 20 anos, o país triplicou o número de visitantes estrangeiros, enquanto o turismo interior, antes quase inexistente, também come-çou a desenvolver-se nos últimos tempos graças a uma “invenção” que há 15 anos não era conhecida no país: os fins-de-semana, feria-dos prolongados e férias.

No entanto, a atitude da China face à chegada de estrangeiros ao país é complexa e às vezes contraditória.

Apesar das políticas de isen-ção de vistos, cada vez é mais complicado para os cidadãos de outros países conseguirem vistos para trabalhar ou fazer negócios no país asiático.

De facto, no dia 1 de Setem-bro, o mesmo dia em que uma cidade foi acrescentada à lista de “livres de visto” para estadias de 72 horas, entraram em vigor novas exigências e trâmites para a emissão de vistos de trabalho e de negócios que tornarão ainda mais complicada a sua obtenção.

Além disto, aumentarão os casos nos quais um residente de outro país pode ser considerado “imigrante ilegal”, já que segun-do a nova legislação “qualquer estrangeiro que se mude para qualquer área fora daquela à qual a sua estadia está restrita” estará a cometer irregularidades.

Não se sabe, por enquanto, qual será a punição contra estes “imigrantes ilegais”, que pode variar desde multas de até cerca de 600 patacas por dia de residência irregular e detenções de 15 dias até deportações nos casos mais graves.

Page 9: Hoje Macau 3 SET 2013 #2928

9 chinahoje macau terça-feira 3.9.2013

O S números expli-cam a preocupa-ção do governo chinês em esti-

mular o êxodo para as cidades. Kam Wing Chan, um dos

maiores estudiosos do mundo em urbanização na China, calcula que a migração foi responsável por entre 16% e 20% do acelerado crescimento económico do país das últimas décadas.

Em grande parte, diz ele, o milagre chinês só foi possível devido ao sistema de registo de residência (hukou) em vigor no país, que nega aos migran-tes rurais o acesso a serviços públicos como a educação e a

saúde nas cidades. “Um enor-me exército de mão de obra barata contribuiu para que a China se tornasse a fábrica do mundo”, afirma Chan. O académico estima que haja 230 milhões de migrantes rurais no gigante asiático, a grande maioria sem o “hukou”.

Professor da Universidade de Washington (EUA), Chan participou recentemente numa conferência sobre urbanização em Pequim, onde apresentou sugestões para abolir gradual-mente o registo de residência.

Segundo Chan, a reforma é uma necessidade moral, mas também faz sentido do ponto de vista económico.

Sem mudar o “hukou”, diz Chan, o plano do governo de acelerar a urbanização para au-mentar o mercado doméstico naufragará, pois os migrantes continuarão à margem do consumo.

O perito sublinha que será preciso uma reforma fiscal, para redistribuir os recursos do Estado de forma racional.

Chan lembra que um dos maiores obstáculos à reforma do “hukou” é a oposição dos governos locais, porque serão eles que pagarão a maior parte da factura. “Actualmente, o orçamento para os benefí-cios sociais é direccionado de acordo com o registo de

residência”, explicou à Folha de S. Paulo. “Quando uma criança migra do campo para a cidade, o dinheiro continua a ir para a sua aldeia de origem, e não para a cidade onde ela está a viver.”

Para Chan, cultiva-se entre a classe dirigente chinesa a ideia equivocada de que a re-forma do “hukou” teria custos enormes para os governos. “Na verdade, se a reforma for feita de forma gradual, ela não será cara a longo prazo. Os migrantes são geralmente jovens. Não usam muito os serviços de saúde e não rece-bem pensões nos primeiros anos”, afirma.

Cerca de dez milhões de novos automóveis vão circular este anoO número de automóveis e condutores na China aumentou em 9,53 milhões e 9,04 milhões respectivamente nos primeiros sete meses de 2013, disse Huang Ming, vice-ministro da Segurança Pública. Huang disse num simpósio sobre segurança nas estradas que a China se tornou numa sociedade repleta de automóveis devido ao rápido desenvolvimento económico e social. Até o final de 2012, o país contava com mais de 240 milhões de veículos motorizados, incluindo 120 milhões de automóveis, e mais de 200 milhões de pessoas com licença para conduzir. A extensão das estradas ao dispor atingia os 4,24 milhões de quilómetros, com as estradas mais longas no mundo, disse Huang. Huang acrescentou que, embora a China registe agora poucos acidentes rodoviários em comparação com anos anteriores, o país ainda está muito atrás das nações desenvolvidas na questão da segurança rodoviária.

Índice Gerente de Compras regista aumento em dois meses consecutivos O Índice Gerente de Compras (IGC) da China atingiu os 51% em Agosto, um aumento de 0,7 pontos percentuais em relação ao mês anterior, revelou este domingo a Confederação Chinesa de Logística e Aquisição. O IGC da China registou um aumento em dois meses consecutivos, impulsionado sobretudo pelos novos pedidos e exportações, cujo aumento superou um ponto percentual. O investigador do Instituto de Desenvolvimento do Conselho de Estado, Zhang Liqun, afirmou que o aumento notável do IGC em Agosto sinaliza a tendência de estabilização económica da China. Já a subida dos índices de pedidos, produção, quantidade de compra e de empregabilidade, ocorrida pela primeira vez este ano, demonstra a melhoria da perspectiva do mercado e o reforço da adaptação das empresas à mudança do contexto actual, informa a rádio China.

Mês de Agosto foi o mais quente em meio séculoA China viveu o mês de Agosto mais quente dos últimos cinquenta anos, informaram os serviços meteorológicos do país. Um mapa publicado no site da Administração Meteorológica da China (CMA) mostra que grande parte do centro e do leste do país, e a província ocidental de Xinjiang, atingiram, em média, temperaturas diárias de mais de 40 graus centígrados entre 31 de Julho e 29 de Agosto. O recorde de temperatura foi registado em Xinchang, na província costeira de Zhejiang, onde os termómetros marcaram 44,1 graus no dia 11 de Agosto passado. Estas cifras foram publicadas numa altura em que grande parte da China sofre as consequências de uma intensa onda de calor, com pelo menos 10 mortos em Xangai. A onda de calor provoca, ainda, uma concorrência maciça às piscinas públicas, ainda mais cheias que de costume.

ÊXODO DE MÃO-DE-OBRA BARATA ACELERA CRESCIMENTO ECONÓMICO

Migrantes garantem “milagre”

Page 10: Hoje Macau 3 SET 2013 #2928

10 hoje macau terça-feira 3.9.2013ÓBITO

“O LÁ, boa noite e bem--vindo.” Durante 50 anos, David Frost apresentou-se assim

ao telespectadores. Agora, ficará apenas a memória de quem disse, um dia, “querer ser extraordina-riamente famoso pelo facto de ser David Frost”.

Estávamos em 1692 quando Frost, nascido em Kent, foi con-vidado pela BBC para apresentar o programa ‘That Was The Week That Was’, entre 1962 e 1963. Este programa, que fazia uma sátira às notícias da semana, ajudou a impulsionar argumentistas como John Cleese, dos Monty Python. “Ele foi a primeira super estrela do ecrã. Era pura e simplesmente um produto televisivo. Um artista, um jornalista, um empresário. Uma espécie de homem do Renascimen-

MORREU DAVID FROST, LENDÁRIO JORNALISTA QUE FEZ NIXON ASSUMIR PARTE DA CULPA NO WATERGATE E MUITO MAIS

Olá, boa noite e adeus Sir DavidConseguiu o que qualquer jornalista sonha: uma entrevista exclusiva com um presidente caído em desgraça. Em toda a sua carreira, sentou à mesa oito primeiros-ministros britânicos, sete presidentes norte-americanos e muitos, muitos considerados famosos. Era David Frost, jornalista que levou Richard Nixon a confessar-se culpado no caso Watergate. Morreu este fim-de-semana, aos 74 anos

to da televisão, que tanto podia entrevistar Richard Nixon como ganhar um prémio de comédia no Festival Goden Rose de Montre-aux”, descreveu ao “The Guardian” Michael Grade, que trabalhou com Frost mais de 30 anos.

Para a história fica a série de 12 encontros exclusivos com Nixon em 1977, mais tarde adaptados aos palcos e ao cinema, naquele que foi o regresso do antigo presidente dos EUA aos holofotes três anos depois da sua resignação. Cerca de 45 milhões de espectadores assisti-ram à primeira entrevista, sobre o escândalo Watergate, perdurando até hoje o pedido de perdão à América e o recorde da entrevista política mais vista de sempre.

Na sequência do escândalo de Watergate, Nixon esteve cerca de dois anos afastado da vida pública,

Page 11: Hoje Macau 3 SET 2013 #2928

11 óbitohoje macau terça-feira 3.9.2013

MORREU DAVID FROST, LENDÁRIO JORNALISTA QUE FEZ NIXON ASSUMIR PARTE DA CULPA NO WATERGATE E MUITO MAIS

Olá, boa noite e adeus Sir DavidConseguiu o que qualquer jornalista sonha: uma entrevista exclusiva com um presidente caído em desgraça. Em toda a sua carreira, sentou à mesa oito primeiros-ministros britânicos, sete presidentes norte-americanos e muitos, muitos considerados famosos. Era David Frost, jornalista que levou Richard Nixon a confessar-se culpado no caso Watergate. Morreu este fim-de-semana, aos 74 anos

mas em 1977 aceitou dar uma série de entrevistas a Frost, a troco de 600 mil dólares (cerca de 450 mil euros). As doze entrevistas foram recusadas pelas televisões norte--americanas, que não concordaram com o pagamento a Nixon, pelo que a filmagem ocorreu de forma independente em quatro longos programas, com três entrevistas cada, com quase 29 horas.

Nas primeiras entrevistas, Nixon monopolizou a conversa com longos monólogos, mas, no final, David Frost acabou por conseguir que o Presidente norte-americano admi-tisse que agiu mal no cargo, depois de ter proferido uma das frases mais famosas da conversa: “Quando o Presidente o faz, isso quer dizer que não é ilegal”.

Nixon ficou desarmado. De tal forma, que acabou por dar a Frost,

em primeira mão, o que qualquer jornalista sonha alguma vez con-seguir. “Peço desculpa. Desiludi os meus amigos. Desiludi o meu país.”

Durante a sua carreira, Frost sentou à sete presidentes dos EUA, oito primeiros-ministros britânicos, vários membros da família real e uma constelação de celebridades, como Muhammad Ali e John Len-non. Dele contam-se histórias como o facto de ser o homem a quem todos os grandes nomes atendiam o telefone. “Era um dos melhores entrevistadores. A sua simpatia extrema podia levar-nos a dizer o que não queríamos”, tweetou o antigo chefe de gabinete de Tony Blair, Alastair Campbell.

‘Sir’ David Frost – assim nomea-do em 1993 - morreu sábado à noite de um ataque cardíaco, a bordo do navio Queen Elizabeth II.

Page 12: Hoje Macau 3 SET 2013 #2928

GONÇ

ALO

LOBO

PIN

HEIR

O

12 hoje macau terça-feira 3.9.2013ENTREVISTA

MARCO [email protected]

A Associação de Patina-gem de Macau cumpre este ano 30 anos de existência e assinala a

efeméride com um torneio qua-drangular que traz ao território as selecções do Japão e de Taiwan. A semana é de festa para o organis-mo que tutela o mais lusitano dos desporto sobre rodas, mas os dias de celebração não ocultam, nem obscurecem os problemas com que se deparam os campeões asiáticos de hóquei em patins. A falta de instalações próprias continua a ser uma dor de cabeça. António Aguiar, presidente da Associação de Patinagem de Macau, abre o livro e fala sobre o futuro do hóquei no território.

Os nomes de Portugal e Espanha chegaram a estar equacionados para este torneio. A ausência das duas maiores potências mundiais da modalidade tira magnitude à prova?Confesso que inicialmente ten-cionávamos fazer uma celebra-ção mais em grande, com outras equipas, nomeadamente com a presença de Portugal e Espanha, como disse. Deparámo-nos a certa altura com um problema. Um dos nossos objectivos passava também por organizar um torneio que desse competitividade à nossa selecção de Sub-20 que vai participar no Mundial. A prova estava prevista para Novembro; entretanto foi an-tecipada para Outubro e isso condi-cionou bastante a realização deste torneio. Tivemos de organizar o torneio nesta altura e nesta altura é, de facto, extremamente difícil conseguir que alguma equipa da Europa venha cá. Para além das questões que têm a ver com a crise e com a falta de disponibilidade financeira para custear as viagens e tudo isso, há outras questões que tornam difícil trazer formações dessa parte do globo. Se fosse em Outubro era tudo muito mais fácil e teríamos com certeza aqui equipas portuguesas, como aliás tivemos duas ou três muito, muito perto de virem. O acordo só falhou mesmo à última da hora.

Perde relevância o torneio, sem essas equipas?Não, não. O torneio, para além de celebrar os trinta anos da As-sociação, tem de certa forma um aspecto, digamos, sentimental porque o Japão tinha de estar cá. O Japão foi a primeira equipa contra

ANTÓNIO AGUIAR, NOS 30 ANOS DA ASSOCIAÇÃO DE PATINAGEM DE MACAU

“Fomos abordados para organizar um Mundial de Clubes”quem nós jogámos em termos de registo internacional. Trinta anos depois nós tínhamos de os trazer de novo. O Japão - até porque nós não nos pudemos encontrar no último Asiático se bem se lembra por causa de questões, enfim, de foro político que existiam na altura - é uma equipa com a qual nós, a nível asiático, gostamos e temos de jogar. O Japão tinha de cá estar, inevitavelmente. Taiwan tinha que estar porque é a selecção que nos está mais próxima. Taiwan fica aqui ao lado e traz, aliás, três equipas a esta celebração. Para além da selecção masculina, traz também a selecção feminina e uma selecção masculina de hóquei ‘in line’ e é o nosso parceiro habitual nestas celebrações. Como é evi-dente, para além da nossa selecção principal, vamos também ter a nossa selecção de Sub-20 e estas quatro equipas juntas já garantem um torneio muitíssimo bom. O fundamental é fazer jogos e isso nós vamos acabar por fazer. As equipas vão fazer cinco jogos em quatro dias. Isto é, no fundo, nós vamos tentar também simular o mais aproximadamente possível o ambiente e a competitividade que a nossa selecção de Sub-20 vai en-contrar em Outubro na Colômbia, no Campeonato do Mundo.

A ida à Colômbia pauta a estreia de Macau em mundiais de Sub-20. Até onde pode ir esta selecção jovem do território?É assim... Não é a primeira vez que vamos participar num Mun-dial de juniores, é a segunda. Já disputamos a prova por uma oca-sião, na Colômbia, precisamente, numa altura em que a prova não era validada oficialmente nessa altura. Oficialmente é de facto a primeira vez. Aliás, este é apenas o sexto Campeonato do Mundo de Juniores organizado à escala glo-bal. O Campeonato do Mundo de Sub-20 é de organização relativa-mente recente. Quando decidimos formar uma equipa para participar neste mundial, devo dizer-lhe muito francamente que hesitamos, ponderamos bastante. Se calhar na altura a razão até aconselhava que não fossemos, porque factu-almente esta equipa é uma equipa de Sub-17, não é de Sub-20. Neste momento não há um Mundial de Sub-17. Após ponderar bastante e discutir a possibilidade com bas-tante profundidade, nós chegámos à conclusão que mesmo assim valeria a pena, porque no fundo nós vamos prepará-los para daqui a dois anos e para aqui a quatro,

Page 13: Hoje Macau 3 SET 2013 #2928

13 entrevistahoje macau terça-feira 3.9.2013

Confesso que inicialmente tencionávamos fazer uma celebração mais em grande, com outras equipas, nomeadamente com a presença de Portugal e Espanha, como disse. Deparámo-nos a certa altura com um problema

ANTÓNIO AGUIAR, NOS 30 ANOS DA ASSOCIAÇÃO DE PATINAGEM DE MACAU

“Fomos abordados para organizar um Mundial de Clubes”

porque uma boa parte deles daqui a quatro anos ainda são Sub-20. Estamos a passar por uma fase de transição, por uma primeira etapa que vai conduzir a que possamos ter uma equipa competitiva e que possa fazer um brilharete daqui a dois e, quase de certeza, daqui a quatro anos. Desta vez não é esse o objectivo, nem contamos que isso aconteça.

Há qualidade neste grupo de trabalho para que a Associação de Patinagem de Macau alimente a prerrogativa de continuar a dominar o cenário do hóquei em patins no continente asiático?Parece-me evidente que a renova-ção da nossa equipa de seniores é um dos mais fortes imperativos que temos em mãos. A nossa equi-pa de seniores ainda aguenta com a actual estrutura mais alguns anos, mas não muitos mais. O processo de renovação, necessariamente, a qualquer altura teria de ser feito. Existe neste momento um hiato de cinco a seis anos entre os nossos seniores e aqueles que os vão substituir. São fundamen-talmente esta base que está na origem da Selecção de Sub-20 e mais alguns que ainda estão na calha e que ainda são mais novos. Esse hiato, necessariamente, vai ter de ser reduzido através da competitividade que estes rapazes vão ter, o que torna possível que alguns deles - eventualmente até no próximo asiático - já possam jogar nos seniores.

Muita gente nova também na selecção feminina. Renovação assegurada ou nem por isso?A selecção feminina é aquela que nos tem dado mais preocupações ao nível da renovação. Enquanto que na selecção masculina sai um e entra outro e o grupo continua sempre composto, na selecção feminina normalmente saem quatro ou cinco. Não há hipótese nenhuma de fazer uma renovação de certa forma faseada e com al-gum equilíbrio, sem alguma perda de qualidade. Já não é a primeira vez nem a segunda, nem a terceira vez em que nós começamos tudo

de novo. Neste momento, e em relação ao último asiático, saíram quatro jogadoras. Quatro jogadoras é meio plantel de hóquei em patins e uma equipa inteira de campo. Nós estamos a tentar renovar com jogadoras ainda muito novas, em idade ainda muito tenra. Eu tenho duas filhas aqui, por exemplo. Uma tem apenas doze anos e já aqui está a jogar com elas. Para além destas que aqui estão a jogar nós temos ainda mais doze miúdas que estão ainda na fase de aprendizagem do hóquei em patins. Ainda não têm competências para poder jogar e competir, mas daqui a um ano já o poderão fazer. Neste momento estou em posição de garantir que Macau vai participar no próximo asiático com uma equipa feminina e daqui a três anos garantidamente haverá duas equipas femininas, para poder ter finalmente escolha, algo que raramente acontece na equipa feminina.

O próximo ano será um ano em cheio para a selecção sénior. Te-remos o Mundial possivelmente no Egipto e o Asiático na Índia, em datas a anunciar. O que poderá a selecção fazer, sobre-tudo no Asiático? O objectivo passará sempre pela revalidação do título?Obviamente. Para já não estão confirmados os locais. São apenas hipóteses que não estão confir-madas. No masculino lutamos, obviamente, para o título. A nossa equipa continua a ser a mais forte a nível asiático. Nas lides do hóquei feminino, eu tenho muita esperança que possamos definitivamente vir a lutar pelo primeiro e segundo lugar a uma distância não muito longínqua. É bom não esquecer que estamos a investir bastante nas equipas de ‘in line’, de hóquei em linha. Temos bastantes miúdos de 12, 13 e 14 anos não só a aprender a patinar, mas já a aprender a jo-gar ‘in line’. Temos ainda a nossa equipa de ‘in line’ sénior que é razoável a nível asiático. Ocupa a metade baixa da tabela, mas foge aos últimos lugares. Eles vão ter, aliás, a possibilidade de competir esta semana com Taiwan, que

possui uma belíssima equipa e com Cantão, em representação da República Popular da China. Recentemente batemo-nos com Cantão, vencendo o Interport. Es-tamos também a fazer uma aposta na renovação da nossa equipa de ‘in line’ por forma de conseguirmos levar a selecção à metade superior da tabela a nível asiático. A nível asiático não alimento qualquer pes-simismo. Pelo contrário, acredito que o trabalho está a ser bem feito e poderemos colher alguns frutos muito em breve.

E a nível mundial?A nível mundial, as coisas são um bocadinho mais difíceis, porque há uma questão em Macau que não temos qualquer hipótese de ultrapassar, que é a questão da competitividade. Para além de não termos campeonatos internos, nós não temos grande possibilidades de jogar com outras equipas e quando o fazemos, fazemo-lo sempre com as mesmas. O panorama na Ásia obviamente não se pode comparar com a Europa, que faz campeonatos de Sub-15, de Sub-16, de Sub-17, Sub-18, Sub-19. Os campeonatos são frequentes na Europa e têm também campeonatos nacionais. Nós, como se sabe, não temos e esta faceta debilita-nos muito mas isto são contingências de quem está nesta parte do mundo.

A renovação em curso pode sig-nificar que a médio prazo o Cam-peonato de Hóquei em Patins de Macau poderá ser reabilitado?Pode. Mas confesso-lhe uma coisa: eu não sou grande adepto de fazer campeonatos com três equipas. Não sou mesmo nada adepto. Ou mesmo de dinamizar uma fórmula que também por nós

foi adoptada, que é competir nas variantes de dois para dois ou três para três, optar por campeonatos e equipas com menos jogadores só para poder competir. Não sou adepto porque uma razão muito simples: ganham-se muitos vícios. Os nossos atletas habituam-se a jogar uns com os outros, já sabem para que lado será feita a finta e não se esforçam tanto. Acaba por não haver a competitividade que deveria haver. Para além disso, continuamos a ter problemas graves de espaços e não podemos disponibilizar espaços para cam-peonatos e para treinos da selecção e para ‘in line’ e para feminino, para miúdos e para as escolas... Pura e simplesmente não dá para isso tudo. Nós não temos, de facto, privilegiado os Campeonatos. O que podemos fazer é este tipo de torneios. Isto, sim. Isto é que nos dá a competitividade. Jogar uns com os outros, sempre aqui, durante três ou quatro meses é até contra-producente, do meu ponto de vista. Acaba por criar rotinas que não são as que interessam ao hóquei em patins.

Falava na organização de tor-neios como o que se inicia na quinta-feira. E outro tipo de con-cretizações. Poderemos voltar a ter um Asiático ou um Mundial B em Macau?Nós já organizamos um Asiático, em 1991 e três Mundiais B. Neste momento, nós não temos qualquer possibilidade de organizar um Campeonato Asiático porque a prova envolve as modalidades todas do espectro da patinagem e nós só temos capacidade para fazer o hóquei em patins e o hóquei em linha. Não temos uma pista para fa-zer corridas de patins. A patinagem artística, enfim, também poderia ser feita num pavilhão destes, mas as corridas - que passam, neste mo-mento, por ser a modalidade mais importante a nível mundial - nós não a podemos fazer porque não temos uma pista. Este é, aliás, um dos nossos grandes sonhos e um dos nossos grandes objectivos, o poder ter de uma forma ou de outra uma pista provisória ou temporária e isso impede que nos abalancemos à organização de um Asiático. No que diz respeito ao hóquei em patins, posso lhe dizer que já fui variadíssimas vezes abordado para organizar um mundial de clubes em Macau.

Mundial de Clubes?Sim, um Mundial de Clubes como existe no futebol, com o campeão da Europa, da América do Sul, da América do Norte, da Ásia e de África. O problema é que um Mundial de Clubes é uma compe-tição que é bastante cara, porque de acordo com os regulamentos a organização tem de custear tudo e assegurar as despesas das equipas. Estamos a falar de equipas como

o Porto, o Benfica, o Barcelona ou o Liceu da Corunha, ou seja, das melhores equipas do mundo. Macau não é propriamente o sítio ideal, porque acho que não é bom ter um Porto-Barcelona ou um Benfica-Liceu da Corunha com vinte, trinta ou cinquenta pessoas a assistir nas bancadas. Exigem-se pavilhões cheios. Estamos a falar de cinco ou seis mil lugares. Se o aspecto monetário ainda se pode-ria resolver, o facto deste tipo de competições não serem aquelas a que nos podemos abalançar com sucesso limita as nossas ambições. Um Mundial B outra vez eventu-almente sim, porque não? Ainda assim, apenas quando houver as mudanças que consideramos que terão que existir ao nível da ges-tão do hóquei em patins mundial. Neste momento, com este tipo de gestão, nós não estamos de facto interessados em organizar o que quer que seja aqui em Macau.

A questão das infra-estruturas que têm ao vosso dispor continua a ser o grande calcanhar de Aqui-les da Associação de Patinagem de Macau. Há novidades neste capítulo?Neste momento ainda não. De concreto não há nada. Há algumas hipóteses que têm vindo a ser equacionados. Temos dialogado com o Instituto do Desporto, que tem sido bastante cooperativo nesse aspecto. Aqui há uns quinze dias, mais ou menos, nós tivemos um conjunto de reuniões e um conjunto de visitas, em conjunto com elementos do Instituto do Desporto e também do Instituto para os Assuntos Cívicos e Muni-cipais, nomeadamente para tentar perceber o que é que se pode fazer com algumas das instalações que já existem, nomeadamente aquele ringue que está em Coloane, que foi construído e que ainda não está a ser utilizado porque não está em condições. Propusemos a eventualidade de podermos vir a montar uma pista amovível, com capacidade para montar e desmontar sempre que for preciso. Estudamos a hipótese de o fazer no Dome ou noutro sítio qualquer. Convidamos inclusivamente um especialista de uma fábrica de pavimentos para patinagem e para outras modalidades. Esse senhor veio cá e nós tivemos algumas reuniões, tivemos algumas con-versas. Não há nada de concreto, são apenas situações ainda numa fase exploratória, mas nós temos esperança de que mais dia menos dia vamos conseguir aquilo de que desejámos , até porque soluções existem. O problema de Macau é o espaço. Os terrenos, como sabe, são escassos. Nem sequer é tanto um problema de dinheiro, é mais um problema de espaço. É um problema que eu compreendo muito bem, mas vamos continuar a lutar por isso, indiscutivelmente.

A selecção feminina é aquela que nos tem dado mais preocupações ao nível da renovação. Enquanto que na selecção masculina sai um e entra outro e o grupo continua sempre composto, na selecção feminina normalmente saem quatro ou cinco

Page 14: Hoje Macau 3 SET 2013 #2928

14 hoje macau terça-feira 3.9.2013DESPORTO

A primeira aven-tura de um português na terceira ronda

do Open dos Estados Uni-dos em ténis durou exac-tamente 100 minutos. Foi o tempo que João Sousa, 95.º do ranking, resistiu ao número um mundial, Novak Djokovic.

O sérvio venceu pelos parciais de 6-0, 6-2 e 6-2, não dando qualquer hipótese ao tenista de Guimarães.

Djokovic não facilitou e quebrou o serviço ao português por oito vezes. Já João Sousa apenas por uma vez venceu um jogo quando o adversário servia, já na parte final do encontro.

João Sousa foi o pri-meiro português a chegar à terceira ronda deste torneio do Grand Slam, depois de ter derrotado o búlgaro Grigor Dimitrov (29.º do ranking mundial) e o finlandês Jarkko Nie-minen (41.º).

Djokovic segue agora para os oitavos-de-final, fase em que defrontará o espanhol Marcel Gra-nollers.

Nos outros jogos do dia, também não houve surpresas. Andy Murray, vencedor em título do Open dos EUA, derrotou o alemão Florian Mayer, por 7-6, 6-2 e 6-2. Na próxima ronda, o britânico vai defrontar o uzbeque Denis Istomin.

A campeão feminina Serena Williams também passou facilmente à ronda seguinte, batendo a com-patriota Sloane Stephens, por 6-4 e 6-1. A adversária de Serena nos quartos-de--final é a espanhola Carla Suarez Navarro.

O outro encontro já de-finido dos quartos-de-final é entre a chinesa Li Na, que derrotou Jelena Jankovic (6-3- e 6-0), e a russa Ekaterina Makarova (que já tinha derrotado a polaca Agnieszka Radwanska por um duplo 6-4).

CANOAGEM DUPLA OBTEVE O PRIMEIRO TÍTULO MUNDIAL PARA A MODALIDADE EM PORTUGAL

Silva e Ribeiro campeões em K2 500

REAL MADRID CONTRATAÇÃO DO EXTREMO GALÊS É A MAIS CARA DA HISTÓRIA DO FUTEBOL

Bale garantido por 99 milhões de euros

Bruma certono GalatasarayNegócio fechado. Sporting e Galatasaray acordaram este domingo, em Lisboa, a transferência de Bruma para o bicampeão turco. Ao que A Bola apurou, o negócio vai permitir um encaixe na ordem dos 12 milhões de euros à SAD leonina. Bruma tem à sua espera em Istambul um contrato milionário válido por cinco temporadas. O extremo viaja na noite deste domingo para Istambul, para realizar exames médicos e oficializar o vínculo com o Galatasaray.

Atsu confirma transferênciapara o ChelseaO ganês Christian Atsu, do FC Porto, publicou neste sábado uma fotografia na conta pessoal no Twitter com a camisola do Chelsea, clube que tem sido dado como provável destino do futebolista, que não faz parte dos planos dos “dragões”. “Azul é a cor. Gostava de agradecer à minha família e conselheiros por todo o apoio. Grande época pela frente”, lê-se no Twitter oficial do jogador. O futebolista, cujo contrato com o FC Porto terminava no final da temporada, deverá mudar-se para o Chelsea, treinado pelo português José Mourinho, faltando ainda a confirmação oficial. Atsu, de 21 anos, chegou ao FC Porto em 2009-10, ainda em idade júnior, tendo estado emprestado ao Rio Ave em 2011-12.

Kaká regressaao MilanO brasileiro Kaká deixou o Real Madrid e voltou ao Milan, assinando um contrato por dois anos, anunciou o clube italiano. “Operação concluída”, revelou Adriano Galliani, administrador-delegado do Milan, no site do clube. O valor do negócio não foi revelado, mas a imprensa italiana adianta que o Real Madrid deixou sair Kaká a custo zero, depois de o ter contratado ao Milan por 65 milhões de euros em 2009. Kaká, que recebia 10 milhões de euros por ano no clube espanhol, terá aceitado baixar o salário para quatro milhões, acrescidos de prémios.

TÉNIS PORTUGUÊS ELIMINADO DO OPEN DOS EUA

João Sousa nãoresistiu a Djokovic

É oficial: Real Madrid chegou a acordo com o Tottenham para a con-

tratação de Gareth Bale, por 99 milhões de euros, naquela que será a transferência mais cara da história do futebol. O extremo galês será apresen-tado esta segunda-feira em Santiago Bernabéu, pelas 13h (12h, em Portugal) e assina um contrato por seis temporadas. “Passei seis anos muito felizes no Tot-tenham, mas esta é a altura certa para dizer adeus”, disse este domingo o jogador, de 24 anos, citado pela BBC: “Vivemos tempos muito especiais juntos e adorei cada minuto no Tottenham.

A operação terá sido encerrada nos últimos dias,

mas existia um diferendo em relação à forma de pa-gamento que foi, entretanto, resolvido. Esta transferência supera o anterior recorde de Cristiano Ronaldo.

Está assim encerrada uma longa novela que se prolongou pelos últimos meses, com o jogador a dar o seu contributo para este desfecho, depois de se ter recusado a jogar pela equipa londrina.

Contratado pelo Tot-tenham ao Southampton na temporada de 2007-08, Bale recebeu na temporada passada o prémio de melhor jogador da liga inglesa, e deverá passar a receber um salário próximo dos 10 mi-lhões de euros anuais.

E MANUEL Silva e João Ribei-ro sagraram-se este domingo campeões do mundo de K2

500 metros, em Duisburgo, na Alemanha, fazendo história na ca-noagem portuguesa com o primeiro título mundial.

A dupla portuguesa conquistou a medalha de ouro ao terminar a pro-va com um tempo de 1m32,662s, superando a dupla da Bielorrússia, formada por Raman Piatrushenka e Vadzim Mkhneu (1m32,711s), e da França, constituída por Sebas-

tien Jouve e Maxime Beaumon (1m33,023s), medalhas de prata e bronze, respectivamente.

A quarta medalha da história da canoagem em Mundiais - três delas já no “reinado” do seleccionador Ryszard Hoppe - surge num mo-

mento conturbado da modalidade, uma vez que Fernando Pimenta e Teresa Portela prescindiram da selecção: o limiano por não com-petir em K1 e a atleta do Benfica incompatibilizada com a equipa técnica.

Page 15: Hoje Macau 3 SET 2013 #2928

15hoje macau terça-feira 3.9.2013 VIDA

O S esforços necessá-rios para fazer face a problemas materiais esgotam as capaci-

dades mentais das pessoas pobres, deixando-as com pouca energia cognitiva para se dedicarem à sua formação ou educação, concluiu um estudo publicado esta sexta--feira na revista Science.

Esta mobilização das capa-cidades cerebrais para enfrentar situações stressantes, como seja o facto de se saber que se tem pouco dinheiro para alimentar a família ou pagar a próxima renda da casa, pode resultar numa redução de 13 pontos do quociente de inteligên-cia (QI).

Uma tal diminuição das ca-pacidades mentais é equivalente àquela que acontece depois de uma noite mal dormida, especificam os investigadores. “Para muitos pobres, estes problemas tornam--se de tal forma persistentes que é difícil concentrarem-se noutras coisas, como a educação, a for-mação profissional ou mesmo

ESTUDO DO DESEMPENHO DE CLIENTES DE CENTRO COMERCIAL NOS EUA E DE AGRICULTORES NA ÍNDIA

Pobreza reduz as capacidades cognitivasa organização do seu tempo”, explica um dos principais autores do estudo, Sendhil Mullainathan, economista da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. “Isto não significa que os pobres sejam menos inteligentes do que as outras pessoas. O que mostramos é que a mesma pessoa a viver em condições de pobreza sofre de um défice cognitivo por oposição a quando não está nessa situação”, refere ainda Sendhil Mullainathan, citado num comunicado da sua universidade. “Também é errado sugerir que a capacidade cognitiva de uma pessoa é menor por causa da pobreza. Na realidade, o que acontece a capacidade cognitiva diminuiu, porque, como há estas outras coisas todas na cabeça, há menos espaço para o todo o resto.”

Exemplificando: “É como um computador que funciona lenta-mente porque está a descarregar um vídeo muito grande. Não é o computador que é lento, está é a fazer outra coisa, por isso parece lento.”

Por sua vez, Jiayingt Zhao, professor de psicologia da Uni-versidade da Columbia Britânica, no Canadá, sublinha: “A pobreza é apenas vista como o resultado de uma desgraça pessoal ou como consequência de um ambiente desfavorável, mas o nosso estudo mostra que a falta de recursos financeiros pode em si mesmo prejudicar as funções cognitivas”,

Para este estudo, os investiga-dores fizeram uma experiência com 400 pessoas, escolhidas ao acaso num centro comercial de Nova Jersey, nos Estados Unidos, entre 2010 e 2011. Tinham um rendimen-to médio anual de 70.000 dólares (53 mil euros), sendo o mais baixo 20.000 dólares (15 mil euros).

REDUZIR O FARDOCOGNITIVO LIGADO À POBREZARepartidos por dois grupos, um formado por ricos e outro por pobres, os participantes do estudo foram submetidos a diferentes cenários – como ter de pagar uma grande reparação do carro (1500

dólares) ou uma factura menos elevada (150 dólares), ao mesmo tempo que lhes eram aplicados testes cognitivos e de autocontrolo (tinham de fazer tarefas simples no computador).

Confrontados com uma fonte fi-nanceira facilmente ultrapassável, os pobres até tiveram resultados comparáveis com os ricos nestes testes. Mas assim que o problema do dinheiro se tornou omnipresen-te, os mais desfavorecidos tiveram resultados claramente inferiores nos testes, com uma diferença de até 13 pontos do QI.

A equipa repetiu a experiência na Índia, com agricultores que cultivam cana-de-açúcar, e que colhem os frutos do seu trabalho só uma vez por ano. Assim, no mês a seguir à colheita são de alguma forma ricos e no mês anterior são muito pobres, quando já esgotaram os rendimentos do ano anterior.

Submetidos aos mesmos testes cognitivos do que os grupos de New Jersey, estes agricultores indianos viram os resultados do

seu QI aumentar 10 pontos no mês seguinte à colheita, comparativa-mente com o mês anterior.

Os resultados deste trabalho podem ter implicações nas polí-ticas sociais, inspirando soluções para problemas ligados à pobreza, sem ter de aumentar o montante das ajudas financeiras. Trata-se principalmente de ter a preocu-pação de reduzir o fardo cogni-tivo dos pobres, sublinham os investigadores. “Um dos grandes desafios nos Estados Unidos para as famílias de baixos rendimentos é encontrar uma creche para os filhos”, refere à AFP outro autor do estudo, Eldar Shafir, professor de psicologia da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. “É um enorme peso para as suas capacidades mentais, que se fosse desaparecesse, permitiria a estas pessoas trabalharem e aumentar o seu QI”, acrescenta Eldar Sha-fir, sublinhando que o “sistema de apoio aos pobres está mais desenvolvido na Europa” do que nos Estados Unidos.

Page 16: Hoje Macau 3 SET 2013 #2928

16 hoje macau terça-feira 3.9.2013CULTURA

O mestre da anima-ção japonesa Hayao Miyazaki vai retirar--se do cinema, foi

anunciado este domingo a uma plateia de jornalistas apanhados de surpresa no 70.º Festival de Veneza. Aquele que sabemos agora ser o mais recente, mas também o último filme de Miyazaki, The Wind Rises, foi apresentado este domingo no festival.

Autor de onze longas-me-tragens aclamadas pela crítica e detentor de um Óscar de melhor filme de animação por A Viagem de Chihiro, Hayao Miyazaki não se encontra no Festival de Veneza, sendo conhecido pela sua discri-ção e reclusão. O anúncio do fim da sua carreira cinematográfica foi feito então pelo seu sócio,

O Castelo de Guimarães e o Paço dos Duques de Bragança foram esco-

lhidos para representar Portugal, na passada sexta-feira, num en-contro sobre monumentos, em Pequim, na China. A iniciativa ‘2013 Prince Kung’s Mansion Forum’ terminou na sexta-feira e reuniu representantes de castelos e palácios históricos da Europa e daquele país asiático.

O fórum visa o debate sobre conservação, gestão e desenvol-

vimento de castelos históricos e palácios da Europa e da China e ainda a discussão das vantagens da cooperação entre ambos. Durante três dias, foram troca-das ideias, conceitos e práticas sobre a manutenção e promoção turística de monumentos. “Os castelos europeus e as grandes mansões nobres da China são elos de ligação entre a família real e a sociedade civil. Hoje, todos representam uma época histórica e tradição, não sendo

apenas relíquias culturais, mas também grandes pontos de interesse turístico”, escreve a organização.

No total foram 19 os castelos e palácios históricos representa-tivos da Europa que participaram no evento. Portugal foi um dos países a marcar presença, com o Castelo de São Mamede e o Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães, representados pelo seu director, Manuel Aze-vedo Graça.

O atelier S&F - Sítios e For-mas, em Coimbra, venceu um concurso lançado pela

Organização das Nações Unidas (ONU) para desenhar o mais jovem Arquivo Nacional do mundo, no Sudão do Sul.

A empresa portuguesa foi a elei-ta entre cinco finalistas a concurso, sendo as outras candidaturas oriun-das da França, Holanda, Espanha e EUA, sendo que a equipa vencedora contou com nove elementos do ate-liê luso, cujo trabalho foi realizado em parceria com três colegas do Sudão do Sul.

Organizado pela UNOPS (Uni-ted Nations Office for Project Servi-ces), o concurso internacional visava dotar o Sudão do Sul, país formado há dois anos, de um edifício que pre-serve as suas memórias documentais e reforce a sua identidade nacional.

O projecto luso tem por base uma cobertura icónica com jardins de som, que resulta numa “integração perfeita na paisagem envolvente”. Conta ainda com “uma estética evocativa dos traços culturais em-blemáticos do mais jovem país do mundo, marcando um sentimento de afirmação e identidade”.

Grécia sugere que Louvre devolva “Vitória de Samotrácia”O ministro da região de Evros, onde se encontra a ilha de Samotrácia, disse à rádio privada Skai que “se os franceses têm um problema, nós estamos disponíveis para receber a estátua e coloca-la em exposição, desde que a entreguem”. O Museu do Louvre, em Paris, lançou esta semana um apelo para doações, esperando angariar um milhão de euros até 31 de Dezembro, para financiar um parte das obras de restauro da escultura e da escada onde se encontra exposta. “Samotrácia é uma ilha magnífica, foi lá que a “Vitória” foi encontrada, é lá que está o local arqueológico e o museu. Nós, habitantes de Evros, somos os melhores colocados para a promover”, acrescentou, precisando que falava a título pessoal e não do governo. Descoberta em 1863 partida em várias peças na ilha de Samotrácia, a estátua representa Nike, a deusa mensageira da vitória.

MESTRE DA ANIMAÇÃO HAYAO MIYAZAKI NÃO VAI FAZER MAIS FILMES

Fim da história

MONUMENTOS PORTUGAL PARTICIPA EM FÓRUM NA CHINA

Promoção de turismo cultural

ARQUITECTURA ATELIER PORTUGUÊS VENCE CONCURSO DA ONU

Mais jovem Arquivo Nacional do mundo

Koji Hoshino, que gere com o mestre da animação o Studio Ghibli. “Miyazaki decidiu que Kaze Tachinu (The Wind Rises) será o seu último filme, e vai retirar-se”, disse Hoshino, citado pela Variety.

Os detalhes adicionais sobre esta decisão serão dados pelo próprio realizador, em Tóquio, no Japão, disse ainda Hoshino. Aos 72 anos, Miyazaki, que se descre-ve como um workaholic, é autor de A Princesa Mononoke (1997), A Viagem de Chihiro (2001), O Castelo Andante (2004) ou Ponyo à beira-mar (2008), acumulando prémios como o Óscar de melhor filme de animação, o Urso de Ouro em Berlim (2002) ou o Leão de Ouro pela sua carreira (Festival de Veneza, 2005).

O facto de ter espaçado as suas longas-metragens fez com que em 2007 surgissem rumores sobre a sua intenção de se retirar - algo que foi afastado quando lançou Ponyo à beira-mar. A sua carreira é atravessada por histórias infantis que conversam com os adultos, por seres humanos e a sua relação com a natureza, por aventuras e aspirações, por desenhos feitos a lápis e com muito pouco com-putador nos seus filmes. Várias das suas obras tiveram presença regular no festival de cinema de animação português Mons-tra, além de terem tido estreia comercial nas salas portuguesas. Nascido em Janeiro de 1941 em Tóquio, aos 20 anos já trabalhava em animação, tocando as várias áreas do sector, dos argumen-tos à produção ou montagem. Este domingo, apresentou aquele que será o seu derradeiro filme, The Wind Rises. “Ele quer despe-dir-se de vocês”, disse o seu sócio em Veneza aos jornalistas, deixan-do mais detalhes sobre a decisão do cineasta para a conferência de imprensa que deve acontecer na próxima semana em Tóquio.

Page 17: Hoje Macau 3 SET 2013 #2928

C I N E M A Cineteatro[ T E L E ] V I S Ã O

Pu Yi

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

hoje macau terça-feira 3.9.2013 FUTILIDADES 17

TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 25 MAX 30 HUM 75-95% • EURO 10.5 BAHT 0.2 YUAN 1.3

POR MIM

FALO

Adoro o ambiente das campanhas

[ ] SALA 1THE MORTAL INSTRUMENTS:CITY OF BONES [C]Um filme de: Harald ZwartCom: Lily Collins, Lena Headey, Robert Sheehan, Kevin Zegers14.15, 16.45, 19.15, 21.45

SALA 2 THE CONJURING [C]Um filme de: James WanCom: Patrick Wilson, Vera Farmiga, Ron Livingston, Lili Taylor14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 3THE INTERNSHIP [B]Um filme de: Roland EmmerichCom: Channing Tatum, Jamie Foxx, Maggie Gyllenhaal, Jason Clarke14.30, 16.45, 19.15, 21.30

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Campanha Eleitoral para a Assembleia Legislativa13:45 Telejornal + 360º (Diferido)14:30 RTPi DIRECTO18:40 Caminho das Índias (Repetição) 19:30 Vingança20:30 Telejornal21:00 Campanha Eleitoral para a Assembleia Legislativa21:20 Irmãos e Irmãs Sr.A22:10 Caminho das Índias 23:00 TDM News23:30 Portugal Aqui Tão Perto00:30 Telejornal (Repetição)01:00 RTPi DIRECTO

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:35 Portugal Selvagem15:00 Iniciativa15:30 O Nosso Tempo16:00 Bom Dia Portugal17:00 Recantos17:15 Verão Cá Dentro18:15 O Teu Olhar (Telenovela)19:05 Viva a Música20:00 Jornal da Tarde 21:15 O Preço Certo 22:10 5 Minutos Num Instante22:20 Verão Total

30 - FOX Sports13:00 Liga Bbva 2013/14 Valencia CF vs. FC Barcelona14:30 Liga Bbva 2013/14 RCD Espanyol vs. Real Betis16:00 British Triathlon Championships17:00 NASCAR Nationwide Series 2013 - Highlights18:00 The Football Review 2012-201318:30 Liga Bbva 2013/14 Weekly Review19:30 (LIVE) FOX SPORTS Central20:00 Dutch Eredivisie 2013/14 Highlights21:00 La Liga 2013/14 Valencia CF vs. FC Barcelona22:00 FOX SPORTS Central22:30 Dutch Eredivisie 2013/14 Highlights23:30 La Liga 2013/14 Real Madrid CF vs. Athletic Club de Bilbao

31 - STAR Sports13:00 Planet Speed 2013/1413:30 FIM Mx1 & Mx2 World Championship 2013 - Highlights Grand Prix of Great Britain14:00 Sydney Darts Masters 201316:00 International Motorsport News 201317:00 Inside Sailing 201317:30 Achilles Formula Drift Malaysia 201319:30 The Football Review 2012-201320:00 V8 Supercars C’ship Series 2013 - Highlights21:00 Golf Focus 201321:30 (LIVE) Score Tonight 201322:00 The Football Review 2012-201322:30 Golf Focus 201323:00 SBK Superbike World Championship 2013 - Race 2

40 - FOX Movies12:15 Bait13:50 21 Jump Street15:40 The Chronicles Of Riddick17:40 Big Daddy19:15 Wreck-It Ralph21:00 John Carter23:15 Once Upon A Time00:00 Eve Of Destruction

41 - HBO13:00 Xxx: The Next Level14:45 Star Trek16:55 Cool Runnings18:50 Enemy Of The State21:00 Snake Eyes22:40 Game Of Thrones00:35 Mary Shelley’S Frankenstein

42 - Cinemax11:30 Into The Sun13:05 The Salton Sea14:50 Batman: Year One16:00 Castle Keep18:00 Mississippi Burning20:15 Seeking Justice22:00 Spartacus: War Of The Damned23:00 Hall Pass00:45 Idle Hands

THE CONJURING

O ambiente de campanha eleitoral “turn me on”. Mas acho que não é toda a gente gosta desta ideia de campanha. Muitos odeiam, pensam que os veículos de campanha fazem apenas barulho e mais nada. Ouvi num restaurante uma senhora a perguntar a um senhor: “Dia 15 é dia de votação? Não sabia?”Não tenho palavras para este fenómeno, porque não posso obrigar toda a gente a gostar das campanhas. Contudo, considero que o ambiente de campanha eleitoral ainda pode ser mais “quente”. Tenho visto poucos veículos na rua, ou seja, não é o que pensava que fosse uma campanha eleitoral, ainda por cima, para a Assembleia Legislativa. Tudo me parece normal e tranquilo nas ruas de Macau. Durante o dia não há coisas anormais. Coisas para contar, mais tarde, uma história aos meus netinhos. Porém, nas escolas, os alunos já receberam “prendas” das listas de candidaturas, os idosos já foram a jantares, o dinheiro já foi entregue e recebido, a comida já foi consumida. Então, o que falta? Palavra e ordem para os eleitores voltarem. Toda a gente pede votos, mas continuo com uma dúvida existencial: será que todas as listas têm qualificações? Para ser candidato basta ser residente permanente. Pergunto se todos os permanentes têm qualificação para deputado? Duvido.Durante os debates podemos ver as capacidades de cada um. Nem todos sabem falar. Muitos fogem aos debates na televisão. Porquê? Porque, simplesmente, não têm jeito para a política. São advogados, empresários, engenheiros e afins, e de política pouco ou nada sabem. Não há aquela conversa demagoga que os políticos do mundo nos habituam. Em Macau, é tudo muito sem sal. Política, aqui, só para alguns.É que, ainda existem outros, que muito falam e nada dizem. Se formos espremer a fruta não há sumo que lhe seja retirado. Na política é preciso manha, truque. Um candidato, por exemplo, como o Paul Pun não vai conseguir ser eleito. É “bonzinho” de mais. Truques e conversas da treta não é com ele e isso não lhe traz benefícios. Siga a dança!

M A C A U [ S Ã ] A S S A D OAMIGOS, ESTE ANO É DA FÁ Foto: Jordan Miguel de Freitas

• Caros crentes e demais seguidores da fé, este ano estão de fora. Este ano é dedicado à fá, não à fé. Essa, talvez para o ano. Lamentamos.

SÉRGIO GODINHO • Mútuo Consentimento No ano em que passavam 40 anos da edição de “Os Sobreviventes”, o primeiro longa duração da sua carreira, Sérgio Godinho olhava em frente e apre-sentava um disco constituído por 11 novas canções como só ele sabe fazer. “Mútuo Consentimento” inclui algumas parcerias inéditas: Bernardo Sassetti, Noiserv, Francisca Cortesão (aka Minta), o percus-sionista António Serginho (Foge Foge Bandido) e a Roda de Choro de Lisboa são alguns dos que se juntaram à banda que tem acompanhado Sérgio Godinho nos últimos anos - “Os Assessores”.

BURAKA SOM SISTEMA • KombaO sucessor de “Black Diamond”, gravado na vila algarvia de Monchique, conta com as colaborações de Igor Cavalera, fundador dos Sepultura, do austrí-aco Stereotyp e de outros nomes. A origem do nome Buraka Som Sistema, já se sabe, é o da freguesia da Buraca, na cidade da Amadora, arredores de Lisboa. O conceito de sound system, esse é oriundo da Jamaica.

Page 18: Hoje Macau 3 SET 2013 #2928

18 hoje macau terça-feira 3.9.2013OPINIÃO

António MArinho e Pintoin Jornal de Notícias

O país está a ser submergido, na área da justiça, por uma avalanche de alterações le-gislativas como não há me-mória mesmo em períodos revolucionários. Parece que um alucinado tomou conta dos instrumentos legislati-vos e, completamente igno-rante das consequências dos

seus actos, desatou a mudar tudo o que via. São dezenas e dezenas de diplomas legais que são alterados como que por capricho, sem que se vislumbre um sentido coerente, a não ser escorraçar as pessoas dos tribunais e dificultar a acção de quantos neles trabalham. Em apenas dois dias da última semana de Agosto, foram publicados nove diplomas que modificam mais de uma dezena de leis em vigor, com a agravante de todas essas altera-ções entrarem em vigor no dia 1 de Setembro.

As situações mais preocupantes resultam das alterações à organização do sistema judiciário e ao chamado “novo” Código de Processo Civil (publicado em finais de Junho), ou seja, o velho CPC completamen-te aldrabado. Em pleno período de férias judiciais, este Governo publica à pressa, sem a adequada “vacatio legis” (tempo que deve mediar entre a publicação de uma lei e a sua vigência efectiva), leis sobre leis, muitas delas cheias de gralhas e outros erros, sem tempo para que magistrados e advogados possam preparar-se para a sua correcta aplicação.

Processos que durante séculos foram tramitados por juízes (como o processo de inventário) foram, de repente, entregues a profissionais privados como se fossem magistrados. Tudo serve para extinguir processos, mesmo os simples atrasos no pagamento dos honorários a alguns desses profissionais privados, como os agentes de execução, fazendo com que o Estado só exe-cute uma sentença judicial se o credor pagar esses honorários. Extinguem-se os tribunais colectivos, reduz-se arbitrariamente o núme-ro de testemunhas, restringe-se gravemente o direito de recurso, o uso da internet passa a ser obrigatório, as partes viram testemu-nhas de si próprias, o juiz transforma-se num mestre-escola com poderes arbitrários, enfim, todo o absurdo parece realizável por este Governo.

O sentimento de impunidade é tão grande que se chegou ao ponto de impedir o acesso aos tribunais do Estado, obrigando as pessoas a recorrerem às arbitragens, ou seja, a essa espécie de “tribunais” clandestinos em que os juízes são substituídos por advogados designados e pagos pelas partes e onde as decisões são em regra favoráveis a quem tem mais dinheiro. Esse tipo de “tribunais” é frequentemente utilizado como forma de legitimar as mais escandalosas negociatas público-privadas ou mesmo verdadeiros

As situações mais preocupantes resultam das alterações à organização do sistema judiciário e ao chamado “novo” Código de Processo Civil (publicado em finais de Junho), ou seja, o velho CPC completamente aldrabado

Diarreia legislativa

actos de corrupção. Sublinhe-se que, hoje, praticamente não há contratos do Estado com privados em que se não inclua uma cláusula arbitral com renúncia aos tribunais do Estado, obviamente, para não se correr o risco de algum magistrado mais diligente descobrir coisas inconvenientes. É preciso que os “juízes” sejam da confiança absoluta das partes. Tudo isto feito por uma ministra da Justiça que tem interesses directos nesse tipo de negócios, já que é fundadora da Associação Portuguesa de Arbitragem. Só mesmo em Portugal é que isto fica impune.

As modificações à organização judiciária traduzem-se em um enorme aumento das despesas dos cidadãos em todo o país, pois vai obrigar milhares deles a percorrerem centenas de milhares de quilómetros por ano para acederem aos tribunais. Praticamente nenhum concelho escapa ao delírio que

HANS

VON

AAC

HEN,

O T

RIUN

FO D

A JU

STIÇ

A, A

LEGO

RIA

se apoderou do Ministério da Justiça. São dezenas de tribunais que vão ser encerrados e ainda muitos mais os que vão ser desqua-lificados, obrigando sempre as populações a deslocarem-se dezenas e dezenas de quilómetros para acederem à justiça. Em alguns casos, as pessoas terão de percorrer cerca de 200 quilómetros para chegarem ao tribunal, havendo casos em que serão pre-cisos dois dias para essas deslocações caso se use apenas transportes públicos. Em tudo isto sobressai o silêncio cúmplice de muitos autarcas que, anestesiados pelo Governo e pelos partidos da coligação, estão a enganar as respetivas populações com tagarelices inconsequentes.

Enfim, na nave de loucos em que se transformou este Governo, o Ministério da Justiça sobressai como um manicómio em autogestão.

Page 19: Hoje Macau 3 SET 2013 #2928

19 opinião

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana de Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos; Zhou Xuefei [estagiária] Colaboradores Amélia Vieira; Ana Cristina Alves; António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Tiago Alcântara; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

à f lor da peleHELDER FERNANDO

RicaRdo Pinhotwitter.com/ricardo

Que se anda a ensinar às crianças com a canção sobre se ter atirado um pau a um gato,mas tal ter-se revelado insuficiente para o matar?

disse-me um passarinho...

hoje macau terça-feira 3.9.2013

U M balcão alto, quase em semicírculo com períme-tro de metro e meio. Uma funcionária inexpressiva indica-me o tipo de senha que devo escolher para ser atendido. Num suporte de plástico transparente lê-se que existe um livro de recla-mações. Isto sim, é transpa-

rência oficial, penso optimista, recebendo imediatamente uma mão cheia de boas sensações, a maior delas é sentir-me tipo cidadão bem inserido numa loja do dito cujo.

Assuntos sérios como renovação de passa-porte às 8h45 de uma manhã que se admite ir ser quente, mas não se adivinha ir ser cómica, também não fazem prever as coisas estranhas que imediatamente acontecem. Sem qualquer espera, surge num ecrã o chamamento. Na mão o passaporte e o bilhete de identidade.

- Bom dia, desejo renovar o passaporte, entrou nos seis meses que antecipam o prazo de validade.

De ar grave, o funcionário leva a minha documentação e desaparece pela direita baixa. Uns três minutos depois regressa com os do-cumentos, respectivas fotocópias, e expressão ainda mais grave:

- Não temos conhecimento de que o senhor recebeu este passaporte.

- Mas olhe que recebi, está nas suas mãos e com carimbos de entrada e saída em vários países incluindo Portugal.

- O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras não tem registo de que o senhor recebeu este passaporte.

- Acontece que recebi, foi solicitado por mim, também como renovação do anterior, junto do consulado português em Macau onde me foi entregue. Agora, quase expirado o prazo, e aproveitando a minha passagem por Portugal, pretendo a renovação.

- Não podemos renovar um documento do qual não temos conhecimento estar em vigor.

Insisto no sentido de verificarem me-lhor. Gravemente indiferente, o funcionário devolve-me, intactos, passaporte e bilhete de identidade, género daqui lavo as minhas mãos, vai bater a outra freguesia. Confronto--o com factos reais: nos anos de validade do documento em questão, viajei por três continentes, entrei e saí por mais do que uma ocasião por fronteiras portuguesas, os invo-cados Serviços de Estrangeiros e Fronteiras que, segundo aquele funcionário da Loja, desconheciam que eu alguma vez levantara o passaporte, jamais me colocaram perante semelhante problema. Nem qualquer outro. Diz-me para voltar a esperar mais um pouco, desaparecendo com as fotocópias. De novo

A casa de banho éao pé dos impostos!

pela direita baixa. Estes intervalos de espera vão sendo cada vez maiores. Até que regressa. Gravemente:

- Acho muito estranho os Serviços de Estrangeiros e Fronteiras não terem detectado.

- O senhor acha estranho. O que acha que eu ache?

- Esse passaporte que o senhor usa foi emitido, mas não foi recebido. Realmente não podemos renovar.

Fico sem argumentação educada. Invoco espiritualmente o melhor, reconheço que podia ser ainda melhor, da minha generosa paciência já com a bateria no sinal vermelho. Quase la-mento sempre ter recusado consumir aqueles livrinhos de auto-ajuda. Nisto, uma luzinha tremelicou cá dentro: Ah! Já é alguma coisa de positivo a Loja ter reconhecido que o passaporte foi emitido, era um bom princípio. O pior é a insistência de que eu não o tinha levantado. E o passaporte ali, nas minhas mãos, nas do funcionário, por certo nas mãos sabe-se lá de quem, para lá daquela porta fechada situada na direita baixa do funcionário.

- Então os senhores acham que eu sou clandestino ou que este passaporte é falso.

- Não disse isso. Repito o que lhe disse: Não temos nenhum comprovativo em como o senhor recebeu esse passaporte ou que ele lhe foi entregue. Não posso fazer nada.

- Ai pode, pode! Eu vim aqui para re-novar o passaporte, preciso de viajar, não tenho culpa de não estarem informados que o documento me foi entregue.

- Com os passaportes feitos em Macau, muitas vezes acontecem problemas.

- Não desejo saber que problemas são esses, quero é a renovação do meu passaporte e não tenho muito mais tempo para continuar a ouvir que o meu passaporte não me foi entregue, quando o tenho comigo, viajo com ele duran-te anos e não fui pela força ou secretamente buscá-lo ao consulado português em Macau.

De semblante inalterável, situação que até pode ser aconselhável naquelas circuns-tâncias em que o cidadão, mesmo numa Loja dita sua, está prestes a explodir de indignação, o funcionário informa-me que ele não pode fazer mais, mas que uma outra funcionária - e olha para a tal porta fechada

na direita baixa – tem o caso em análise e que virá falar comigo.

- Pode esperar sentado naquelas cadeiras ali, a senhora vem já falar consigo.

As cadeiras ali, eram quatro, encostadas a uma parede, mesmo à porta de um WC destinado a pessoas com alguma deficiência.

Já passam três horas desde que cheguei àquela denominada Loja do Cidadão nas Laranjeiras. Uma, depois outra, deduzo que funcionárias, saem e entram por aquela porta verde à direita baixa do primeiro colega que me atendeu, olhando-me de soslaio, julgo eu, perante o suspeitíssimo facto de, na versão oficial da Loja, me não ter sido entregue o passaporte português que eu tenho nas mãos há anos e que ali desejo renovar. Imagino que me observam com feroz desconfiança. Não será todos os dias que lhes aparece ali à mão de algemar, um sujeito possuidor de um passaporte que ninguém lhe entregou le-galmente. Para mais, e com a parva e suicida intenção de o renovar.

Uma senhora funcionária interroga-me se já fui atendido e o que pretendo. Explico que estou, por instruções de um seu colega, esperando uma senhora que abrirá uma porta verde para atender ao meu caso relacionado com a renovação do passaporte.

- Quem é essa senhora?- Desculpe mas também não sei. O seu

colega ali da ponta disse-me que uma senhora virá lá de dentro atender-me. Estou aqui a gastar uma manhã por causa de um questão que me ultrapassa completamente e ninguém aparece para me explicar o que está acontecendo.

Como tivesse falado em tom mais alto, precisamente para que alguém para lá da porta verde se lembrasse da existência de um cidadão no limite da paciência, eis que a porta se abre e uma senhora se aproxima dizendo mais ou menos o que eu já sabia – a não existência de qualquer prova de que o meu passaporte repleto de carimbos válidos, incluindo de Portugal, me tinha sido realmente entregue, recebido por mim.

- Aguarde mais um pouco, estamos à espera de resposta. Temos outro processo semelhante para resolver.

Interrogo-me sobre qual dos 2 processos, o

meu e o desse desconhecido, será o de Kafka. Numa ousada auto-manifestação de optimismo terapêutico, decido que será o outro, pois não sou banqueiro. Olho para o relógio, rapidamen-te faço contas de cabeça e digo para a senhora que veio do gabinete de porta verde:

- Sugiro que telefone, enquanto é tempo, para o consulado de Portugal em Macau.

- Não podemos telefonar. Enviei um e-mail. Com Macau é costume existirem problemas relacionados com passaportes.

- Esses problemas, como entenderá, não são o meu problema neste momento. Tenho de viajar, vários assuntos a tratar, estou aqui desde as 8h45, a manhã está a chegar ao fim, preciso com urgência de renovar o passaporte, o obstáculo que me é anunciado ultrapassa--me, sou um cidadão que merece respeito e tem direitos. Caso não resolvam os vossos problemas que me estão a prejudicar com gravidade, quem provoca a abertura de um processo na Justiça contra os senhores sou eu. Alguém irá ter de pagar os prejuízos.

A senhora funcionária ouve-me aparen-temente com toda a atenção.

- Estamos aguardando resposta, compre-endo a sua situação.

- A senhora diz que não pode telefonar para Macau, vou eu fazê-lo.

Dali mesmo, ligo para Macau de onde pessoa amiga e solidária me fornece ime-diatamente os contactos do cônsul-geral e do chanceler. Começo a digitar quando reaparece a senhora funcionária perguntando-me:

- O senhor quer a renovação do passaporte com urgência?

- Claro que sim. - Sabe, é o sistema...- O sistema? A senhora diz-me que a culpa

está no sistema?Ouvem-se risos nas dezenas de pessoas

que ali estavam aguardando a vez de serem atendidas.

- Agora o sistema já está a funcionar, aceite as nossas desculpas. Venha comigo até este senhor funcionário que tratará de tudo.

Assim foi. Quatro ou cinco minutos de-pois, após a foto, as impressões digitais dos indicadores, a assinatura, o pagamento de 100 euros, e nova justificação apontando ao sistema, pergunta-me o funcionário se desejo receber o novo passaporte no aeroporto de Lisboa. Aceito, recebo um papelinho, novo pedido de desculpas, cumprimento o funcionário e saio dali quatro horas depois de ter entrado.

Nas minhas costas, a proclamação de um outro funcionário que foi sonorizando alegremente toda aquela manhã sempre que alguém, aparentemente sem deficiência, se aproximava do já mencionado WC especial:

- A casa de banho é ao pé dos impostos!!

Page 20: Hoje Macau 3 SET 2013 #2928

INCÊNDIOS PATRICK, O MAIS PROCURADO DO LUXEMBURGO

A revolta no Facebook

hoje macau terça-feira 3.9.2013

Al-Qaeda terá tentado infiltrar-seA Al-Qaeda, o Hamas e o Hezbollah tentaram infiltrar-se algumas agências de informação norte-americanas, revelou o jornal «The Washington Post» esta segunda-feira. O diário informa, citando um documento divulgado pelo ex-analista informático da Agência de Segurança Nacional (NSA) Edward Snowden, que a CIA descobriu que um quinto dos seus candidatos a trabalhadores com historial suspeito «tinha ligações a terroristas e/ou serviços de informações hostis», nomeadamente o Hamas, o Hezbollah e a Al-Qaeda. Perante a ameaça de infiltração, a NSA decidiu investigar cerca de 4.000 funcionários, tendo detectado actividades potencialmente suspeitas, nomeadamente o acesso de trabalhadores a bases de dados secretas que não costumam consultar durante o trabalho ou o «download» de documentos.

George Bush pai anuncia morte de Mandela por enganoGeorge Bush (pai), antigo presidente dos Estados Unidos, expressou por engano as suas condolências à família de Nelson Mandela, pensando que o antigo presidente sul-africano tinha morrido este domingo. Jim McGrath, porta-voz de Bush, enviou um e-mail cujo título era: «Comunicado do Presidente George H. W. Bush sobre a morte de Nelson Mandela». Pouco depois, McGrath lançou um comunicado a pedir desculpas pelo «erro estúpido» e confessou que tinha lido mal a notícia que dava conta de que Mandela tinha tido alta hospitalar.

Bruxelas aprovou reestruturação do BCP O BCP revelou esta segunda-feira que a Comissão Europeia aprovou o seu plano de reestruturação, por considerar que cumpre as leis europeias e que o banco é viável sem o constante apoio estatal. O BCP indicou, num comunicado enviado à CMVM (Comissão de Mercado de Valores Mobiliários), que «o foco nas actividades `core´ [de fundo] permitirá reforçar o apoio à economia e às famílias» e «robustece a estratégia». O novo plano baseia-se num «reforço do financiamento à economia com o cumprimento pleno das exigências reguladoras dos níveis de capital» e o «enfoque estratégico da actividade através da separação entre activos considerados `core´ e não `core´, tendo como objectivo a redução dos activos não core de forma progressiva», informou o banco.

Troika volta a Lisboa dia 16A troika vai regressar a Lisboa no próximo dia 16, no âmbito da 8.ª e 9.ª avaliação do programa de ajustamento financeiro português. De acordo com um comunicado do Governo revelado esta segunda-feira, as reuniões vão começar a ser preparadas esta semana. Entre terça e quinta-feira, o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, têm encontros em Bruxelas (Bélgica), Frankfurt (Alemanha) e Washington (Estados Unidos). «Estas reuniões de alto nível permitirão, designadamente, um primeiro encontro de novos responsáveis do programa, tanto do lado do Governo português, como da Comissão Europeia e do FMI», indica a mesma nota.

Argumentos dos EUA sobre a Síria não convencem MoscovoO Governo russo disse não ter ficado convencido com os argumentos apresentados pelos Estados Unidos sobre a alegada utilização de armas químicas pelo regime sírio de Bashar al-Assad. Para o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, as provas apresentadas por Washington não são específicas, carecendo de rigor. «Mostraram-nos uns relatórios que não continham nada de concreto: nem coordenadas geográficas nem nomes nem provas de que as amostras foram recolhidas por profissionais», afirmou o chefe da diplomacia russo, explicando que nos documentos não é referido o facto de haver dúvidas sobre as imagens de vídeo transmitidas na internet sobre o uso de gás.

Portugueses cresceram 8 cm em 70 anosOs homens portugueses cresceram 8 centímetros em 70 anos, de acordo com um estudo do jornal «Oxford Economic Papers», citado pelo DN. Entre 1870 e 1980, a altura dos homens europeus subiu 11 centímetros, enquanto os portugueses cresceram 8 cm entre 1911 (primeiros registos) e 1980, passando dos 164 cm para 172 cm. Segundo o estudo, a média de alturas continuou a aumentar no período entre as duas Guerras Mundiais e a Grande Depressão, quando uma série de fatores, como a pobreza e fraca alimentação, poderiam ter contribuído para um cenário inverso. Timothy Hatton, professor na Universidade de Essex, aponta a melhoria nas condições de saúde como explicação para esta evolução na altura.

cartoonpor Stephff

FRANÇA A REBOQUE

C HAMA-SE Luís Patri-ck Alves Teixeira e é um dos dois acusados de terem ateado o fogo

que lavrou durante mais de uma semana na serra do Caramulo. Este residente no Luxemburgo é alvo de uma onda de ódio nas redes sociais depois de o seu nome ter sido revelado publi-camente.

Desde que foi criada, uma página no Facebook intitulada “Vamos encontrar o incendiário Patrick” conseguiu mais de 15 mil seguidores e revela continu-amente as paixões que este caso desperta na opinião pública.

Recorde-se que o incêndio na serra do Caramulo lavrou durante mais de uma semana, tendo estado na origem da morte de três bombeiros. Na sexta-feira passada, a Polícia Judiciária por-tuguesa revelou ter identificado

um “forte suspeito” que teria estado na origem do fogo.

Durante o fim-de-semana veio a saber-se que Fernando Marinho, de Alcofra, Viseu, não terá agido só e que esse cúmplice seria um residente no estrangei-ro. Poucas horas depois vinha a público que o “estrangeiro suspeito” era Luís Patrick Alves Teixeira.

Na manhã de domingo, o Bom Dia tentou contactar o suspeito, sem sucesso, mas conseguimos apurar que o homem, de 28 anos, casou-se recentemente, e vivia em Bonnevoie, bairro da capital luxemburguesa onde o seu pai explorava um café até há muito pouco tempo.

Segundo amigos de Patrick Teixeira, ele “sempre foi um bocado despistado”, enquanto que outros já adivinhavam um destino menos feliz: “Parecia-me

que ele ia acabar mal, mas nunca poderia imaginar uma situação como esta”.

Este acto despoleta mais reacções de surpresa em quem conhece Fernando Marinho: “Teve uma vida pouco fácil mas custa a crer que fizesse isto”, disse uma vizinha do suspeito.

Luís Patrick Alves Teixeira é - com Fernando Marinho - sus-peito de ter ateado o fogo, acto que terá sido motivado pelo facto de ter sido multado pela GNR, durante a sua estadia em Portugal. As autoridades - portuguesas e luxemburgueses - recusam-se a revelar mais elementos sobre o inquérito em curso. Fernando Marinho está detido desde sexta--feira, enquanto que Luís Patrick Alves Teixeira poderá ser objecto de um mandado internacional o que significa que será procurado também fora de Portugal.

Patrick Teixeira Fernando Marinho