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TEMPO POUCO NUBLADO MIN 21 MAX 27 HUMIDADE 55-85% CÂMBIOS EURO 11.1 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ QUINTA-FEIRA 27 DE OUTUBRO DE 2011 ANO XI Nº 2481 PUB Ter para ler Eric Sautedé, académico RAEM TEM MEDO DE ANDAR PARA A FRENTE • Páginas 4 e 5 Programa “Portugueses Pelo Mundo” PRÓXIMA PARAGEM: MACAU • Página 11 Cheias na Tailândia RESIDENTES ENCALHADOS POR CÁ E POR LÁ • Página 7 Boletim Oficial | Governo português aceita crime contra a História Eles por lá todos bem O governo português quer lá saber se a RAEM retirou o escudo luso das páginas do Boletim Oficial, nos documentos anteriores a 1999. Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros, tudo se passa no melhor dos mundos, ou seja, nunca Macau e Portugal andaram tanto aos beijinhos como agora, sendo que a obliteração do passado não preocupa Paulo Portas. Já a opinião de pessoas locais é “ligeiramente” diferente. > PÁGINA 6

Hoje Macau 27 OUT 2011 #2481

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Edição do Hoje Macau de 27 de Outubro de 2011 • Ano X • N.º 2481

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Page 1: Hoje Macau 27 OUT 2011 #2481

TEMPO POUCO NUBLADO MIN 21 MAX 27 HUMIDADE 55-85% • CÂMBIOS EURO 11.1 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUINTA-FEIRA 27 DE OUTUBRO DE 2011 • ANO XI • Nº 2481

PUB

Ter para ler

Eric Sautedé, académico

RAEM TEM MEDO DE ANDAR PARA A FRENTE

• Páginas 4 e 5

Programa “Portugueses Pelo Mundo”

PRÓXIMA PARAGEM:MACAU

• Página 11

Cheias na Tailândia

RESIDENTES ENCALHADOS POR CÁ E POR LÁ

• Página 7

Boletim Oficial | Governo português aceita crime contra a História

Eles por lá todos bemO governo português quer lá saber se a RAEM retirou o escudo luso das páginas do Boletim Oficial, nos documentos anteriores a 1999. Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros, tudo se passa no melhor dos mundos, ou seja, nunca Macau e Portugal andaram tanto aos beijinhos como agora, sendo que a obliteração do passado não preocupa Paulo Portas. Já a opinião de pessoas locais é “ligeiramente” diferente. > PÁGINA 6

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QUINTA-FEIRA 27.10.2011

2www.hojemacau.com.mo ACTUAL

CHINA COM 102 MILHÕES DE UTILIZADORES DE TELEFONES 3GA China, o país com mais utilizadores de telefones móveis do mundo ao registar 940 milhões de números, alcançou os 102 milhões de telefones móveis 3G no final de Setembro, indicam estatísticas oficiais do Ministério das Industria, Tecnologia e Informação. Entre os 102 milhões de aparelhos de tecnologia de terceira geração, 43,16 milhões de aparelhos utilizam a tecnologia TD-SCDMA desenvolvida no país, especifica a informação publicada pela agência oficial, a Xinhua. A soma de telefones móveis e fixos eleva a fasquia das linhas ou números para 1240 milhões de utilizadores de telefone, um número muito próximo do total da população do país com cerca de 1400 milhões de pessoas. Nos primeiros nove meses do ano, o sector chinês das comunicações aumentou as suas receitas em 10%, acrescentam os dados estatísticos sem, contudo, especificar números.

ÁLCOOL BANIDODA TELEVISÃO CHINESANove dos mais de 20 canais da estação estatal chinesa CCTV vão cortar a publicidade à cerveja, vinho, licores ou outras bebidas alcoólicas, disse o subdirector de publicidade da emissora, He Haiming, revelou o diário “Novo Pequim”. Os anúncios a produtos ou bebidas alcoólicas serão concentrados nos canais CCTV1, generalista, CCTV2, económico, e CCTV News, em inglês, mas no horário nobre da televisão não poderão passar mais de dois anúncios e, por dia, não mais de 12. Dos nove canais da estação oficial sem publicidade ao álcool, cinco são em línguas estrangeiras, três em mandarim para a Europa, Ásia e América e um canal infantil.

UE SOCORRE-SE NA CHINAO chefe do fundo de resgate da zona euro, Klaus Regling, visitará a China ainda esta semana, numa altura em que os lideres europeus tentam resolver a crise da dívida soberana, anunciou ontem a União Europeia. Klaud Regling, chefe-executivo do Fundo de Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), estará em Pequim na sexta-feira, diz um comunicado da delegação da União Europeia na China. Criado para “assegurar a estabilidade financeira na zona euro”, o FEEF “está no centro da resolução da crise”, salienta o comunicado. Um jornal oficial chinês disse ontem que a China e outras economias emergentes estavam dispostas a ajudar os países da zona euro através do Fundo Monetário Internacional (FMI).

ESTÁ farto de fazer ‘zapping’ e ver pessoas egocêntricas a

falarem de quão famosos querem ser um dia? E dos programas de talentos com pessoas a fazerem as maiores barbaridades pelos seu minuto de fama? Se sente que a televisão de hoje já não é o que era, não está sozinho. As autoridades chinesas acham o mesmo e anun-ciaram esta semana a suspensão de ‘reality shows’ e programas popularescos de entretenimento. É o fim dos espectáculos de rapazes

à procura de uma mulher, ou de gordos a quererem emagrecer em directo. A grelha de programação vai passar a ser ocupada com pro-gramas sobre artes, astronomia e de civismo.

A medida passa a valer a partir de 1 de Janeiro. Os canais próprios das províncias não poderão trans-mitir mais do que dois programas de entretenimento em horário no-bre (entre 19h30 e 22h). Programas de namoro estão proibidos e não poderá haver mais o que 10 con-

cursos de talentos por ano em toda a televisão, sem que os conteúdos sejam repetidos.

“A Administração Estatal de Rádio, Filme e Televisão também recomenda a produção de pro-gramas harmoniosos e saudáveis, tais como sobre cultura, história, geografia e astronomia, bem como aqueles dedicados à construção da paz social”, aponta o comunicado oficial.

Todos os canais, sem excepção, serão obrigados a transmitir pelo

menos um programa por semana para “a construção da moralida-de”. O número de participantes de Taiwan também será restringido.

O jornal britânico “The Guar-dian” tentou obter mais esclare-cimentos juntos às autoridades chinesas, mas ninguém se mostrou disponível para comentar. Fontes televisivas, contudo, garantiram que formatos comprados ao estrangeiro, principalmente aos Estados Unidos como o “Ídolos” vão ser muito restringidos.

DE acordo com dados ontem divul-gados pelo Ministério do Trabalho e da Segurança Social chinês, o salário mínimo médio de 21 das 31

províncias da China avançou 21,7% face ao período homólogo.

Segundo várias agências de informação, a cidade de Shenzhen, a norte de Hong Kong, é a que oferece o salário mínimo mais elevado. Por mês, as empresas são obrigadas a pagar 1320 yuans aos seus funcionários. A remune-ração por hora mais elevada é oferecida em Pequim, indicam os mesmos dados, com 13 yuans por hora.

Os custos laborais na China estão, assim, a

GOVERNO ORDENA SUSPENSÃO DE PROGRAMAS “VULGARES”

A dura realidade do ecrã

Salário mínimo na China dispara 22% até Setembro

Mão-de-obra mais caraaumentar, com o impulso dos rendimentos a ser uma das prioridades do Governo de Wen Jiabao. Contudo, como refere o “Financial Times”, vários economistas alertam para a pressão que é exercida sobre as empresas, que têm já de se debater com uma procura global mais fraca. A “BBC News” indica que o aumento dos custos laborais poderá fazer com que a China deixe de ser um mercado procurado pelas empresas que procuram reduzir os custos de investimento.

Segundo a mesma fonte, a consultora KPMG indica que a Indonésia e o Bangla-desh poderão ser os países a beneficiar desta deslocalização. Isto porque o salário mínimo

praticado na China supera em quatro vezes o que se verifica noutros mercados na Ásia.

DESILUSÃO EM HONG KONGUm total de 66 empresas de Hong Kong de um universo de 92 inquiridas planeia aumentos sa-lariais na ordem dos 5% em 2012, percentagem inferior à taxa de inflação fixada acima dos 5,7%. De acordo com os resultados de um inquérito realizado entre Julho e Setembro a 92 empresas, envolvendo cerca de 70 mil trabalhadores, cerca de dois terços planeia aumentos salariais, em média, de 4,5% para os funcionários da linha da frente e de 5,1% para os supervisores.

Contudo, o aumento de 4,5% previsto para 2012 vai ser inferior ao implementado este ano, dado que a média foi de 4,9 por cento. Já os fun-cionários que desempenham elevados cargos devem ter um aumento salarial superior - mais 0,7% - face à actualização introduzida este ano. O inquérito foi conduzido pela Associação de Gestão de Hong Kong, Universidade Baptista e Centro de Recursos Humanos, Estratégia e Desenvolvimento.

A boa notícia para os trabalhadores por conta de outrem é a de que podem esperar receber mais ao final do mês em 2012, a avaliar pelo rol de intenções do patronato, mas a má é que tal não será suficiente para acompanhar a escalada dos preços.

De acordo com o vice-presidente da Asso-ciação de Gestão de Hong Kong, Alan Wong Hoi-ming, a inflação assume-se como um factor menor para as empresas quando consideram actualizações salariais, sendo o desempenho da empresa um dos principais aspectos a ter em conta.

Para que os trabalhadores consigam acompanhar o crescente ritmo da inflação, era necessário uma actualização na ordem dos oito por cento, defendeu o deputado da ala laboral Lee Cheuk-yan.

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QUINTA-FEIRA 27.10.2011

3www.hojemacau.com.mo

AUTORIDADES da pro-víncia chinesa de Hu-

nan condenaram 21 pessoas ao trabalho forçado porque recorreram ao sistema judi-ciário para serem ressarci-das de expropriações e da demolição de suas casas. O Comité de Reeducação de Changsha aplicou penas de 12 a 18 meses de reclusão em campos de trabalho forçado a 14 mulheres e 11 homens.

Um grupo havia che-gado a Pequim em Agosto passado, com a intenção de apresentar uma petição ao Governo. As pessoas con-seguiram apenas fazer uma manifestação com cartazes na Praça Tiananmen, mas a polícia prendeu-os sob a acusação de terem “orga-nizado um encontro para perturbar a ordem social”.

Entre esses 21 condena-dos, alguns lutam na justiça há mais de 12 anos para serem ressarcidos. O proble-

UM menino de cinco anos que morreu atropelado na província de Sichuan foi

enterrado na noite de domingo, pondo fim a uma revolta popular que já durava a três dias devido aos contornos do acidente. Na quinta-feira passada, Xiong Maoke, tinha acabado de sair do jardim de infância na vila de Yunfeng quando foi atropelado por um camião. A criança morreu imediatamente, mas o seu corpo só foi retirado de debaixo das rodas sete horas mais tarde devido à reacção os habitantes da aldeia.

Os vizinhos de Xiong exigiam que o camionista pagasse uma indemnização imediatamente à família e afirmavam terem visto o homem a passar por cima do menino duas vezes – a primeira acidentalmente e a segunda para matar a criança e evitar processos judiciais após fugir. No entanto, investigações levadas a cabo pelas autorida-des locais mostraram que não há nenhuma evidência que o motorista tenha atropelado duas vezes Xiong.

A autópsia revelou que a criança mor-reu em decorrência de um traumatismo craniano. Simulações do acidente indicam que o rapaz foi atropelado uma única vez e foi apanhado pelo veículo quando estava a caminhar.

Segundo o motorista, Ao Yong, assim que se deu conta que havia atropelado a criança, puxou o travão de mão, mas não conseguiu impedir que Xiong fosse arrasta-do por mais uns quantos metros debaixo da roda dianteira. O homem, de 35 anos, foi o primeiro a chamar a polícia e disse não ter intenção de fugir. Ao estava a transportar cimento entre uma vila e outra para uma obra pública.

Quando desceu do camião, Ao deu-se conta que o corpo do rapaz estava preso e não quis tocá-lo, com receios de piorar o estado de saúde da criança. Ao ser detido pelas autoridades, o motorista disse que não se importava de trabalhar a vida inteira para recompensar a mãe de Xiong.

Ontem, no entanto, vários jornais pelo mundo denunciaram a situação no calor do que se passou na semana passada com Yue Yue, a menina de dois anos atropelada por dois veículos em Foshan e que não foi socorrida por nenhum dos 18 transeuntes que a viram esvair em sangue. A imprensa internacional optou pela versão mais sen-sacionalista dos factos, a dar conta que um homem havia atropelado uma criança por duas vezes para depois fugir e não pagar compensações.

A política do filho único impediu o nascimento de quase 500 milhões de chineses, mas transfor-

mou-se numa bomba-relógio, já que o envelhecimento da popu-lação criará enormes problemas económicos e sociais no país mais populoso do mundo.

Se não tivesse aplicado a limi-tação de nascimentos, medida que a esta escala e com tal rigor não foi aplicada em nenhum lugar do mundo, a China teria cerca de 2000 milhões de habitantes que seria incapaz de alimentar, em vez dos actuais 1340 milhões.

Desde 1979, a política do filho único fez a taxa de fecundidade cair para cerca de um filho e meio por mulher chinesa, mas, da me-trópole às aldeias rurais isoladas, essa queda ocorreu de maneira acelerada, com esterilizações em massa, abortos até os oito meses de gravidez, “feminicídios” (assassi-natos de meninas para tentar um filho homem) e grande abandono de bebés do sexo feminino.

Os casais “rebeldes” podem ser multados com vários anos de salá-rios, com a anulação do acesso aos serviços sociais e por vezes podem ser presos. As “crianças negras”, aquelas nascidas na ilegalidade,

TRABALHO FORÇADO POR PEDIREM PROPRIEDADES DE VOLTA

Sem tecto e escravizadosCRIANÇA MORTA POR CAMIONISTA REACENDE POLÉMICA

Outra vida perdidama começou porque, para acompanhar o crescimento económico do país, iniciou--se uma busca incessante por terrenos onde empresas pudessem ser instaladas e grandes empreendimentos residenciais fossem cons-truídos. Com frequência, pequenos agricultores e moradores do campo são expulsos das suas terras, ou, com sorte, recebem uma pequena quantia, muito in-ferior ao preço de mercado.

Nos últimos 50 anos,

pelo menos 50 milhões de camponeses perderam as suas propriedades, passan-do a viver pelas ruas e peri-ferias das grandes cidades. E esse tornou-se factor de grande discórdia e graves tensões sociais na china. O presidente chinês, Hu Jintao, declarou, em Agosto passado, que as empresas imobiliárias deveriam parar de ocupar terrenos férteis com construções e criticou os responsáveis locais quanto à requisição de terras.

Política do filho único é uma bomba-relógio para a China

Ameaça ao desenvolvimentonão têm nenhum reconhecimento legal.

Mas três décadas depois, os demógrafos soam o alarme quando começa a surgir uma grave crise de envelhecimento. A China é o único país em desenvolvimento que en-frenta o paradoxo de ser um país com população maioritariamente idosa antes de ser um país rico.

A crise do envelhecimento é “incomparavelmente mais rápida” que na Europa, onde “a fecundida-de caiu, assim como a mortalidade, muito gradualmente em um sécu-lo”, declarou à AFP o demógrafo Christophe Guilmoto.

Nos próximos cinco anos, os que têm mais de 60 anos passarão de 170 milhões a 221 milhões, representando 16% da população (contra 13,3% actuais). Em meados do século, os habitantes com mais de 65 anos representarão 25% da população chinesa, considera a Comissão da População e Planeamento Familiar, contra apenas 9% actualmente. E a

metade dos maiores de 60 anos vive num lar vazio, algo impensável no passado, quando viviam “quatro gerações sob o mesmo tecto”.

A pirâmide invertida dos 4-2-1 faz o Governo temer: quatro avôs, dois pais e um filho único incapaz de satisfazer as necessidades fami-liares e muitas vezes no desempre-go ou a fugir para outras cidades em busca de trabalho.

“Em dez anos será um enorme desafio para o Governo”, disse à AFP Liang Zhongtang, especia-lista em planeamento familiar. A China já sofre com uma falta de infra-estruturas médicas, lares para idosos e funcionários de saúde qualificados. Para 2015, o país quer duplicar a quantidade de camas nos institutos especializados, para alcançar seis milhões. Mas seis

milhões é a quantidade de camas que faltam actualmente.

A China começou só agora a delinear um sistema de segurança social e reforma universal. Esta crise é “brutal de um ponto de vista económico pela ausência de reformas”, explicou Guilmoto. Será preciso “acelerar ainda a introdu-ção de sistemas de segurança social e de aposentadorias, que por en-quanto envolve apenas uma parte limitada da população urbana e é muito reduzida entre a população rural”, disse o demógrafo.

“O direito a se reproduzir é um direito humano”, afirmou He Yafu, demógrafo chinês. Mas, “inclusive se a China flexibilizar as regras do filho único, não acredito que muitos casais queiram uma grande quantidade de filhos”, explicou à AFP. ,Guilmoto espera que “talvez a fecundidade aumente no futuro”, mas “é incerto se observarmos as províncias mais avançadas, onde é quase de um filho por mulher”.

Pois, esses mesmos privilegiados [alguns deles que aparecem amíude na televisão a alertar os compatriotas para o dever nacional de apertar o cinto dos sacrifícios] tiveram a desfaçatez de requerer uma pensão vitalícia que encerra valores pecuniários entre os dois e os nove mil euros. Imoral. Desgraçadamente imoral o recebimento de verbas de um erário público que não tem capacidade para aumentar pensões de idosos de 200 euros. Carlos M. Cordeiro, P. 15

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4www.hojemacau.com.mo ENTREVISTA

GONÇ

ALO

LOBO

PIN

HEIR

OGonçalo Lobo [email protected]

ERIC Sautedé, fran-cês e residente em Macau há oito anos, é professor de Ciên-

cias Políticas na Universida-de de São José e considera que a RAEM necessita de uma reforma política para fazer face ao futuro. Para o académico, “o grande servi-ço que Macau e Hong Kong podem prestar à China, e a eles mesmos, é tentar serem mais inovadores no âmbito da Administração Pública”. Ao Hoje Macau falou ainda da emergência da China no panorama internacional e mostrou admiração pelo trabalho feito pelos depu-tados independentes na Assembleia Legislativa. O que pensa do crescimento chinês?A China é neste momento a segunda maior economia do mundo e é, igualmente, o país mais populoso do mundo. Contudo, ainda é um país em desenvolvimento. Quem for à China sabe perfeitamente que metade da população é urbana mas a outra metade ainda vive com bastantes problemas. Estão à procura do seu próprio crescimento. A China depara-se com bastantes problemas domésticos, o que também não a abona no panorama internacional. Os governantes eleitos em 2002 reorientaram as prioridades do regime que, contrariamente ao que seria de esperar de um sistema comunista, são mais viradas para o crescimento económico. É preciso equilibrar a balança com um crescimento mais sustentável, com mais justiça social, entre outras coisas.E depois a China tem os problemas chamados Tibete e Taiwan...Taiwan é um resquício da guerra civil. Para o Tibete é diferente. Mao Tsé Tung sempre falou de uma autonomia especial para

“O grande serviço que Macau e Hong Kong podem prestar à China, e a eles mesmos, é tentar serem mais inovadores no âmbito da Administração Pública. Quando se é conservador e se tem medo da sua própria sombra não se pode ir mais além no serviço à comunidade”

Eric Sautedé, professor da Universidade de São José

“Quando se tem medo da própria sombra, não se pode ir mais além”

os territórios do Tibete e da Mongólia. Mesmo que sejam consideradas como tal, não gozam desse privilégio. Tudo passa também por uma questão de afirmação. A China foi humilhada pelo Ocidente durante o século XX e agora quer afirmar-se no panorama internacional. A ideia de uma China unificada é sinal de um país forte e moderno. A arquitectura “um país, dois sistemas” foi desenhada primeiramente para Taiwan, e só depois é que foi considerada para Hong Kong e Macau, numa altura em que a China admitiu que Taiwan seria um objectivo a longo prazo.Acredita que vai haver uma reunificação no futuro? A China é um país

complicado para se viver. Pode ser mesmo bastante tenso viver-se aqui. Existe, de facto, um sentir geral em Hong Kong e Macau de que se vive de modo diferente da China. A própria sociedade está organizada de um modo completamente distinto. O civismo das pessoas é completamente diferente nas regiões administrativas especiais em comparação com a China continental. Para uma possível

reunificação teremos de esperar algum tempo. E no caso de Taiwan, falando honestamente, as pessoas esperam que a ilha se torne mais numa confederação, o que não é bem visto por Pequim.Como vê estas “guerrinhas” entre a China e os EUA, muito alimentadas por questões económicas e comerciais?É sabido que o yuan está desvalorizado. A máquina do desenvolvimento chinês

está bem oleada e claro que se houver uma reavaliação da moeda chinesa, a China vai sofrer consequências. A China optou pela exportação contrariamente à promoção do consumo interna. Houve uma queda de consumo interno na China. Claro que há preocupações. A relação entre os EUA e a China é bastante complicada. Um pouco antes do 11 de Setembro de 2001, o Pentágono redigiu um documento afirmando que o inimigo futuro dos EUA seria a China. No final da história, ambos precisam um do outro em diversos aspectos. A China está cada vez mais uma forte aliada da Europa. Como vê esta ajuda para que a Europa se volte a reerguer?

Penso que por agora é insignificante. E digo isso porque é algo de novo. A China, apesar de tudo, ainda não investiu muito dinheiro nas dívidas europeias. Se repararmos nos montantes exactos que a China investiu na Europa, estes não são muito elevados. Penso que a ajuda tem sido mais simbólica do que outra coisa. A Europa está a atravessar um momento negro. Fala-se até do fim do euro. A China aparece, neste jogo, como um peão capaz de disponibilizar dinheiro no tabuleiro europeu, apesar dos montantes reduzidos até agora.Vamos falar sobre Macau. Qual o seu pensamento sobre o que é a RAEM?Essa é uma questão muito abrangente. Vivo aqui há oito anos e, como tal,

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“O único problema é que não existe um debate verdadeiro. O que existe são pessoas que levantam problemas, especialmente os deputados na Assembleia Legislativa, mas nem sempre se obtêm respostas”

Eric Sautedé, professor da Universidade de São José

“Quando se tem medo da própria sombra, não se pode ir mais além”acho o território bastante interessante. Gosto de lugares que mudam rapidamente. Macau é um lugar desses, onde tudo acontece e muito rapidamente. Hoje é uma coisa mas amanhã pode ser outra completamente diferente. Depois da transferência, muito por culpa do jogo, Macau cresceu muito, mudou muito. Essas mudanças rápidas são questões que me interessam muito. Outra coisa que eu gosto de Macau é a manutenção do seu património depois de 1999. Nunca houve o pensamento de Hong Kong que era o de levar o território para a modernidade, sem qualquer cuidado com a história passada e com o património por aqui deixado.O que é que falta a Macau para ser uma cidade verdadeiramente internacional?Por agora está a tornar-se numa cidade original. É preciso subir degrau a degrau. Ainda existem certas mentalidades que levam a que o desenvolvimento esteja sempre entregue ao mesmo grupo de pessoas. Penso que Macau ainda está a pagar uma factura alta com o caso Ao Man Long. Depois, as pessoas são sempre as mesmas nos cargos decisórios. Os secretários de Chui Sai On são quase os mesmos de Edmund Ho. Na Assembleia Legislativa não há grande margem de manobra para alterar os deputados. Apenas existem 12 que são eleitos directamente e os restantes, da orla governamental, são os mesmos desde 1999. Claramente, com este cenário, há pouco espaço para a mudança. O grande serviço que Macau e Hong Kong podem prestar à China, e a eles mesmos, é tentar serem mais inovadores no âmbito

da Administração Pública. Quando se é conservador e se tem medo da sua própria sombra não se pode ir mais além no serviço à comunidade.Acredita que na teoria de que as regiões especiais só podem mudar profundamente aquilo que a China deixar?

Não acredito de caras nessa realidade. Nas últimas eleições em Hong Kong já houve um candidato desalinhado. Houve debate. Mesmo aqui a pressão pública tem vindo a crescer substancialmente. Há muita auscultação pública, apesar de nem sempre ser bem feita. Porque a grande parte das vezes a população é ouvida muito tarde, não lhe dando oportunidade para poder debater verdadeiramente os problemas. Não quero dizer que o Governo não se preocupa com a opinião da população. O que digo é que não se preocupa de um modo correcto. Penso até que Pequim dá margem a Macau para mudar, mas essa mudança esbarra sempre em interesses locais, deste ou daquele. Não podemos afirmar que a China quer decidir tudo em Macau e Hong Kong, porque eles querem que o modelo “um país, dois sistemas” funcione.

Internacionalmente isso é muito importante para a China.Recentemente afirmou que o Governo ajuda os mais desfavorecidos mas esquece-se da classe média.A maioria da população de Macau é de classe média e é aquela que vai ajudar no desenvolvimento do território. Esquecer essa franja da população é um grande erro. Se falarmos de educação, muitos indivíduos de classe média estão desesperados por conseguir estudos fora de Macau. As famílias enviam os seus jovens para estudarem nos EUA, na Europa ou na Austrália. É preciso criar condições para que as pessoas da classe média vivam bem cá. No campo imobiliário, é preciso terminar de vez com a especulação. Está a ser cada vez mais caro as pessoas poderem comprar a sua própria casa. A inflação também é um problema. Já o foi mais, até 2008. Mas está a voltar. Existem produtos muito caros no mercado. Os combustíveis ainda estão com preços aceitáveis, mas a carne de porco, o peixe fresco ou o arroz estão a começar a atingir preços proibitivos.Macau precisa de uma reforma política?Claro que sim. Hong Kong vai já começar no próximo ano. Tudo tem de ser feito de um modo progressivo. Não estamos a falar de mudanças na Lei Básica. Se os deputados forem todos eleitos podem ser levados mais a sério e o Governo, certamente, irá responder mais adequadamente às questões e em tempo útil. Acho que isso faz todo o sentido e penso mesmo que a reforma política tem de ser feita. Desde Sun Yat-sen que se diz que se aprende a caminhar caminhando.Alguns dos deputados eleitos directamente costumam ser os mais

acutilantes na Assembleia Legislativa. Qual é a sua opinião sobre o trabalho deles?Conheço-os bastante bem. O José Pereira Coutinho preocupa-se mais com os problemas de base da sociedade. Defende igualmente os interesses dos trabalhadores. Pode estar na oposição, mas não confronta sistematicamente o Governo. Com os democratas é diferente. Batalham por um princípio e não são apoiados por nenhuma associação ou empresa. Ng Kuok Cheong está na Assembleia há muitos anos. Tenho muito respeito pelo seu

trabalho. Confrontam o Governo com questões sensíveis mas nem sempre recebem respostas às suas interpelações.Acha que falta em Macau uma verdadeira discussão acerca dos verdadeiros problemas?Certamente. O único problema é que não existe um debate de verdade. O que existe são pessoas que levantam problemas, especialmente os deputados na Assembleia Legislativa, mas nem sempre se obtêm respostas. A criação de várias fases de auscultação trouxe uma drástica mudança ao debate em Macau. O Governo também já disponibiliza os resultados das consultas públicas com destaque na Internet. Contudo, ninguém está autorizado a criar debates, e eu sei que a Universidade de Macau adoraria promover

debates para se discutir os problemas do território. Além dos problemas sociais, a RAEM debate-se também com um certo esquecimento na área da preservação do meio ambiente, apesar do seu forte crescimento sustentado. Estamos a ficar para trás nisso?Já há alguns regulamentos que estão a ser cumpridos. Contudo, Macau tem muitos veículos motorizados. Só para se ter noção, eu tenho um vizinho que tem sete carros. Existem muitos motociclos e o Governo não tem feito o trabalho certo para fazer com que quem compra mota nova possa entregar a sua mota velha. Tem de se incentivar a compra de veículos amigos do ambiente. Mas acho que não chega apenas dar incentivos monetários. É preciso educar a população para as questões ambientais.

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QUINTA-FEIRA 27.10.2011

6www.hojemacau.com.mo POLÍTICA

Gonçalo Lobo [email protected]

PORTUGAL pouco se im-porta com o facto de o escudo português ter sido removido na versão digital

(PDF) dos Boletins Oficiais (BO) até 1999. Confrontado com esta realidade, denunciada há duas semanas pelo Hoje Macau, o Mi-nistério dos Negócios Estrangeiros (MNE) do Governo português “não tem qualquer comentário a fazer relativamente a esse assunto”.

Seja como for, o porta-voz do MNE, Miguel Guedes, salientou ao Hoje Macau que “o Governo português mostra-se, no entanto, satisfeito pelo facto de, globalmen-te, a RAEM tratar o legado portu-guês como património a valorizar”.

O escudo português foi remo-vido da versão online dos Boletins Oficiais até 1999, ano da transfe-rência de soberania. Confrontada

com a situação, a Imprensa Oficial, organismo responsável pela feito-ria e publicação dos BO, referiu que a medida não é recente e tem sido implementada gradualmente. “A página electrónica da Imprensa Oficial, como pertencente ao Go-verno da Região Administrativa Especial de Macau, só apresenta em circunstâncias normais o Emblema Regional da RAEM”, explicou a Imprensa Oficial.

UMA QUESTÃODE FAC-SÍMILE, OU NÃOA jurista e presidente da Casa de Portugal, Amélia António, não con-cretizou muito acerca do sucedido resguardando-se no “desconheci-mento” da situação em concreto. “Ainda não tive oportunidade de ver os documentos. Contudo, te-mos de verificar a autenticidade do documento. Se tiver características de fac-símile do Boletim Oficial não deve ser retirado o escudo porque

um fac-símile tem valor e reproduz o original”, explicou.

Mas para outro jurista, ouvido pelo Hoje Macau e que quis manter o anonimato, não há dúvida de que se trata de uma “falsificação”. “Cria um engano ao utilizador porque é um logro. É apresentado como fac--símile mas não é”, referiu.

O jurista vai mais longe e acusa a Imprensa Oficial de ser um ban-do de “garotos”. “Mas afinal quem é que a Imprensa quer enganar? Na verdade só se enganam a eles próprios. A Imprensa Oficial é dirigida por mentecaptos e esta foi mais uma das muitas garotices que têm feito. Porque é que também não apagam os nomes dos gover-nadores? Hong Kong ainda tem uma moeda em circulação com a esfinge da Rainha e uma rua inti-tulada ‘Queen’s Road’. Aqui se vê a diferença entre mentes grandes e mentes tacanhas”, argumentou.

Ouvido pelo Hoje Macau, o

presidente do Conselho Perma-nente das Comunidades Portu-guesas, Fernando Gomes, disse, na altura, que achava “no mínimo indelicado” a alteração de docu-mentos nos quais as leis ainda estavam em vigor e questionou a validade desses mesmos docu-mentos depois do corte.

O conselheiro defendeu que “não se deve apagar algo que já existe” por se tratar de um docu-mento oficial que, depois de pu-blicado, “não pode ser adulterado.

Para o representante máxi-mo do Governo de Portugal no território, a questão não passa de “um mero aspecto gráfico”. Afinando no mesmo diapasão da pátria, Manuel Cansado de Carvalho referiu que “quanto ao aspecto gráfico não tenho nada a dizer”. “Não consulto o Boletim Oficial diariamente, contudo o que mais me importa é saber que a lei e todo o seu conteúdo

material não é alterado. Esse sim é o legado negociado aquando da transferência e deve ser mantido até 2049”, acrescentou.

COTAI EM CIMA DA MESA ENQUANTO SE DISCUTEM AUMENTOS SALARIAIS NA SJM

Agenda preenchida no reino de Stanley Ho

GANHOU A OITOSão nove as “Racing Girls” da SJM para o Grande Prémio de Macau. Os jornalistas foram convidados a eleger a mais bonita e venceu a número oito. “Ganhou a rapariga com uma cara mais chinesa”, ouviu-se na sala. O Hoje Macau votou na “racing girl” número três e, com isso, não ajudou na esmagadora votação dos jornalistas chineses que escolheram a candidata vencedora. “Nove belas modelos estão divididas em três grupos. São eles ‘Grand Lisboa GP Racing Girls’, ‘Crystal Palace at Casino Lisboa GP Racing Girls’ e ‘Oceanus GP Racing Girls”. O grande vencedor deste concurso ganhará um BMW Z4”, referiu Ambrose So.

O Cotai continua a in-teressar à Sociedade

de Jogos de Macau (SJM). Quem o garantiu foi o direc-tor da SJM, Ambrose So, à margem da conferência de imprensa que serviu para a apresentação das “Racing Girls” da SJM durante o 58.º Grande Prémio de Macau. “Estamos numa posição privilegiada que é o centro de Macau, mas claro que nos interessa ir até ao Cotai. Quando se proporcionar acontecer, acontecerá”, re-feriu.

A bola está agora do lado do Governo, que tem em mãos uma proposta da con-cessionária para exploração de terrenos no Cotai. Um dos problemas para Ambrose So, caso a SJM continue sempre na península, é a possível mudança do Porto Exterior de jet-foil para a Taipa. “Isso não seria uma boa opção, com certeza.”

So também acedeu a falar

sobre os recentes problemas relacionados com os aumen-tos salariais dos trabalhado-res da SJM. Apesar de não falar em montantes frisou que “é necessário ouvir os

trabalhadores”. “Cada caso é um caso mas queremos en-contrar um equilíbrio entre o que pedem e a exigência do mercado”, adiantou.

Os trabalhadores da

concessionária têm pro-movido diversos protestos nos últimos tempos. Esta semana mais de 100 pesso-as manifestaram-se à porta de um dos escritórios da administradora-delegada da SJM, a deputada Angela Leong.

HO E OS 90 ANOSO magnata do jogo está a recuperar bem dos seus problemas de saúde, referiu Ambrose So aos jornalistas. Próximo de fazer 90 anos, Stanley Ho irá organizar uma grande festa durante o próximo mês em Hong Kong.

Mas para quando uma visita de Ho ao vizinho? “Ele adora Macau e virá ao território assim que tiver nas melhores condições de saúde”, afirmou So.– G.L.P.

GONÇ

ALO

LOBO

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HEIR

O

BO | Corte do escudo português não é problema para Governo de Passos Coelho

Portas abertas, sínicos amigos

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QUINTA-FEIRA 27.10.2011

7www.hojemacau.com.mo

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Joana [email protected]

ATÉ ontem à noite, Nicole Langreiter ainda não

tinha sido avisada pela Air Asia de qualquer cancela-mento do voo que tem para Banguecoque hoje ao início da tarde. A estudante, a resi-dir em Macau, afirma que não vai, por isso, desistir da via-gem de férias, que comprou há cerca de dois meses. “Não estou preocupada, eu vou de qualquer forma”, disse ao Hoje Macau, admitindo, no entanto, ter ouvido os conse-lhos do Governo de Macau.

A catástrofe na Tailândia está a afectar alguns cida-dãos, mas a situação não é, ainda, grave. Ontem à noite, a Embaixada da China na Tailândia não tinha recebido nenhum pedido de ajuda de cidadãos do território. Já o Gabinete de Gestão de Crises de Turismo (GGCT) recebeu,

TAILÂNDIA | HÁ QUEM NÃO DESISTA DAS FÉRIAS E QUEM NÃO CONSIGA VOLTAR

Desastre divide cidadãosem dois dias, 19 pedidos de informação.

Uma cidadã de Macau, de sobrenome Lei, acompanha-da por duas outras pessoas, contactou o GGCT a partir de Banguecoque. A mulher teria voo marcado para regressar ainda ontem ao território, mas a Air Macau “cancelou--lhe o voo”, explicou Louis Wong, membro do GGCT. De acordo com a entidade, Lei não pediu ajuda para regressar a Macau, mas o GGCT aconselhou-a a con-tactar embaixadas ou outras companhias aéreas.

Contactada pelo Hoje Macau, a Air Macau não disse, no entanto, estar a ter qualquer dificuldades com os voos. “Estamos a operar

normalmente”, referiu um funcionário do gabinete de assistência do aeroporto da companhia.

Mas a Direcção dos Ser-viços de Turismo (DST) avisa que qualquer cidadão que esteja inscrito em excursões para a Tailândia através da Air Macau deverá entrar em contacto com as agências de viagem onde comprou os bilhetes, para que possam receber o dinheiro de volta.

Também em nota enviada às redacções, a companhia diz aceitar alterações nas da-tas de partida de Macau para Banguecoque, para todos os cidadãos cujo voo estivesse marcado até 31 de Outubro.

Neste momento, estão na Tailândia cerca de 60 visitan-

tes da RAEM, divididos em três grupos, mas estes regres-sam ao território entre hoje e amanhã. Segundo a Direcção de Serviços do Turismo (DST) não há mais excursões mar-cadas para aquele país.

Louis Wong, do GGCT, afirmou ontem que os tele-fonemas dos residentes são sobretudo devido a informa-ções sobre reembolsos. “Não recebemos pedidos de ajuda. A maioria das pessoas que li-gou mostrava-se preocupada com o facto de se ter inscrito em viagens de excursão para a Tailândia e queria saber se lhe poderia ser devolvido o di-nheiro”, disse ao Hoje Macau.

O porta-voz da Embai-xada da China na Tailândia disse também não ter recebido

nenhum pedido de ajuda de residentes de Macau, mas deixou o alerta: “Aconselho vivamente que não viajem para Banguecoque. É, neste momento, a área mais afec-tada”, frisou. O responsável disse, contudo, ser seguro ainda viajar para Phuket.

A capital da Tailândia é o local mais afectado pelas cheias. O governo já decretou cinco dias de feriado, para que haja tempo para fugir às enchentes. Mais de 300 pessoas morreram e há 2,5 milhões de pessoas afectadas pelas águas.

A Embaixada de Portu-gal em Banguecoque está de prevenção. Jorge Ryder Torres Pereira, embaixador, afirmou ontem que a repre-sentação diplomática está em risco de ficar inundada no fim-de-semana, mas afastou um cenário de evacuação do edifício. “A embaixada, que é composta pela chancelaria e residência, está muito perto do rio Chao Phraya, e anuncia-se para este fim de semana que poderá, eventualmente, ex-travasar o muro de protecção [que permite níveis de água até 2,5 metros acima do nível do mar]”, explicou à agência Lusa.

SOCIEDADE

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QUINTA-FEIRA 27.10.2011

8www.hojemacau.com.mo vida

Clickecológico

APRENDE-SE sobre a história da Ter-ra olhando para o lado. A jovem

estrela TW Hydrae tem água na região mais exterior do disco de material que a rodeia, o equivalente a milhares de vezes a massa dos oceanos terrestres, dizem os cientistas.

A última bomba nuclear construí-da pelos EUA durante a Guerra

Fria está prestes a ser desmantelada. Trata-se da B53, bomba que pesa mais de quatro toneladas e estima-se que pudesse ter um efeito 600 vezes mais destrutivo em relação à bomba atómi-ca lançada em Hiroxima, no final da Segunda Guerra Mundial.

A bomba foi a última de cariz atómico a ser produzida na era da Guerra Fria, sendo igualmente a derradeira bomba a ser desmantelada no âmbito de um programa de desmantelamento de ar-mamento nuclear promovido pelos EUA.

De acordo com a BBC, a bomba foi

CADELA CEGA VIVE COM AJUDA DE UM CÃO-GUIALily é uma cadela de raça Great Dane, cega desde o primeiro ano de vida. Lily tem seis anos e os seus olhos tiveram de ser removidos quando ainda era bebé. A sua vida foi facilitada com a companhia do cão Maddison, de sete anos, que foi treinado para ajudá-la a orientar-se. Porém, os donos dos cães, impossibilitados de continuarem com os animais, deixaram-nos na associação Shrewsbury Dogs Trust. Os responsáveis da instituição afirmaram à BBC que o par é inseparável. Mal foi lançado um apelo para a adopção dos animais, a associação recebeu centenas de chamadas. “Acho que se adivinha um excelente futuro para os dois”, disse a treinadora Gemma Pinchin. Os dois foram entregues a um canil inglês em Julho e centenas de britânicos já se ofereceram para adoptar os animais, escreve a BBC.

Descoberta estrela rodeada por “enorme reservatório de gelo”

A estrela que tem um oceano

EUA PRESTES A DESMANTELAR A SUA ÚLTIMA BOMBA NUCLEAR DA GUERRA FRIA

Enterrar literalmente o passado

Esta água pode agregar-se em cometas, e o bombardeamento destes corpos num planeta pode formar um oceano. Essa é uma das teorias para a existência de água na Terra que a descoberta publicada na Science vem reforçar.

O sistema estelar da TW Hydrae é um recém-nascido à

criada em 1962 e permaneceu no ar-mamento do exército norte-americano até 1997, cerca de seis anos após o fim da Guerra Fria.

Aproximadamente do tamanho de uma carrinha de oito lugares, a bomba será agora desmantelada e as suas par-tículas de urânio serão armazenadas numa central nuclear localizada em Amarillo, no estado do Texas.

O Departamento de Segurança e Administração da Energia Nuclear (NNSA) norte-americano exaltou o desmantelamento como um “marco significativo”, que fará do mundo “um lugar mais seguro”.

Sabia que...

UM comité da ONU con-cluiu o esboço de um

fundo destinado a ajudar os países em desenvolvimento

• A gaveta da salada, no frigorífico, pode

conter 750 vezes mais bactérias do que é

considerado seguro?

MODELO DE FUNDO CLIMÁTICO VERDE ESTÁ PRONTO, DIZ ONU

Dinheiro para travar mudanças

a enfrentarem a mudança climática, o que permitirá o seu lançamento em 2013.

Países de todo o mundo

decidiram no ano passado criar o Fundo do Clima Verde de modo a canalizar até 2020 em torno de 100 mil milhões de dólares por ano para ajudar os países em desenvolvimento a enfren-tarem a mudança climática global.

Um comité internacional encarregado de moldar o fundo reuniu-se na semana passada na África do Sul, com algumas organizações a acusaram os Estados Unidos e a Arábia Saudita de atra-palharem o processo.

Negociadores de todo o mundo vão discutir o mo-delo numa cúpula climática no mês que vem em Durban - na qual praticamente não há mais hipótese de que seja selado um novo tratado climático de cumprimento obrigatório, para vigorar a partir de 2013 no lugar do Protocolo de Quioto.

“O comité encerrou o seu trabalho submetendo à con-sideração e à aprovação em Durban tanto um esboço de instrumento para o Fundo do Clima Verde como reco-mendações sobre os acordos transitórios para que seja lançado”, disse Christiana Figueres, secretária-execu-tiva da Convenção Quadro da ONU para a Mudança Climática.

A proposta “inclui um forte apelo para envolver o sector privado, e uma sólida base para desenvolver ope-rações impulsionadas pelos países por meio de acesso directo às verbas”. “Uma vez aprovada em Durban, [as recomendações] permi-tirão que o fundo cresça bem rapidamente, especialmente com a melhora do ambiente financeiro, e estaria aberto o caminho para um estabe-lecimento bastante rápido do fundo em 2012, e para operações iniciais plenas em 2013”, acrescentou.

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QUINTA-FEIRA 27.10.2011

9www.hojemacau.com.mo

OS adolescentes que be-bem mais de cinco latas

de bebidas gaseificadas são significativamente mais pro-pensos a ter atitudes violentas entre as quais se inclui utilizar armas e perpetrar agressões, revela um estudo publicado no jornal Expresso e baseado numa sondagem feita em Boston a 1.878 adolescentes entre os 14 e os 18 anos de 22 escolas públicas.

Os jovens foram “classi-ficados” em duas categorias: baixo consumo - até quatro latas por semana - e alto consumo - mais de cinco latas por semana.

Um terço dos entrevista-dos classificou-se na catego-ria de alto consumo, levando os analistas a questionar

A BORDO DO “RENA”

• O cargueiro “Rena”, que encalhou a 5 de Outubro no Recife Astrolábio, a 22 quilómetros de Tauranga, Nova Zelândia, continua no centro das atenções dos trabalhos para conter o derrame de combustível. Quatro navios têm vindo a recolher várias toneladas do navio, em equilíbrio instável.

CADELA CEGA VIVE COM AJUDA DE UM CÃO-GUIALily é uma cadela de raça Great Dane, cega desde o primeiro ano de vida. Lily tem seis anos e os seus olhos tiveram de ser removidos quando ainda era bebé. A sua vida foi facilitada com a companhia do cão Maddison, de sete anos, que foi treinado para ajudá-la a orientar-se. Porém, os donos dos cães, impossibilitados de continuarem com os animais, deixaram-nos na associação Shrewsbury Dogs Trust. Os responsáveis da instituição afirmaram à BBC que o par é inseparável. Mal foi lançado um apelo para a adopção dos animais, a associação recebeu centenas de chamadas. “Acho que se adivinha um excelente futuro para os dois”, disse a treinadora Gemma Pinchin. Os dois foram entregues a um canil inglês em Julho e centenas de britânicos já se ofereceram para adoptar os animais, escreve a BBC.

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Descoberta estrela rodeada por “enorme reservatório de gelo”

A estrela que tem um oceano

ELEVADO CONSUMO DE BEBIDAS GASEIFICADAS

ASSOCIADO A VIOLÊNCIA NA JUVENTUDE

Fúria do gás

escala do Universo. Encontra--se a cerca de 175 anos-luz da Terra, e faz parte da constela-ção da Hydra. A estrela tem um tamanho semelhante ao Sol, mas se o nosso sistema tem 4,6 mil milhões de anos e está na meia-idade, a TW Hydrae tem entre cinco e dez milhões de anos. É mui-

to jovem e não tem planetas formados.

Em vez disso há um enor-me disco de material, com-posto por vários tipos de moléculas, com um potencial para a formação de planetas. Foi para este disco que a equi-pa de Michiel R. Hogerheijde, do observatório astronómico

da Universidade de Leiden, na Holanda, olhou, com ajuda do telescópio espacial Herschel da Agência Espacial Europeia (ESA).

O satélite tem um espec-trómetro especializado em ler radiação em infravermelho. O instrumento detectou a meio do disco protoplanetário da TW Hydrae uma pequena película de vapor de água que está a temperaturas muito baixas. Este vapor de água é produzido devido ao fluxo de radiação ultravioleta e de raios-X proveniente da estrela.

A pequena película detec-tada pelo telescópio é equi-valente, dizem os cientistas, a 0,5% da massa de água existente na Terra. Mas é uma prova de que existe muito mais. “Para se produzir esta quantidade de vapor, é neces-sário um enorme reservatório de gelo à espreita no disco protoplanetário, o equivalente a vários milhares de vezes a massa da água que cobre a superfície do nosso planeta”, disse Hogerheijde, num co-municado da ESA.

No futuro, tal como acon-teceu na Terra, este disco protoplanetário poderá agre-gar-se e produzir planetas. A reserva de gelo que os cien-tistas encontraram agora, se for transformada em milhões e milhões de cometas, pode bombardeá-los com água e repetir o fenómeno que pos-sivelmente foi responsável pelos oceanos da Terra.

sobre recentes comporta-mentos ou atitudes violentas com colegas ou familiares e de usavam facas ou pistolas.

As atitudes foram avalia-das junto a outros factores que poderiam influenciar os resultados como o género, consumo de álcool, tabaco e as horas de sono.

Cerca de 23% dos jovens que disseram beber uma ou nenhuma lata de refrigeran-tes responderam que saíam de casa, habitualmente, com

armas, enquanto que no gru-po de jovens que consumiam mais de 14 latas por semana, a percentagem subia para 43%.

Entre as conclusões do estudo, os investigadores afirmaram que os adoles-centes que mais consumem bebidas refrigerantes gaseifi-cadas possuem entre nove a 15% de mais probabilidades de amanifestar condutas violentas. “Pode haver uma relação directa de causa/efeito, quem sabe devido ao açúcar ou cafeína presente nestas bebidas, ou pode ha-ver outros factores não ainda analisados, que provoquem um elevado consumo de re-frigerantes gasosos e acções violentas”, acrescentam as conclusões do estudo.

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QUINTA-FEIRA 27.10.2011

10www.hojemacau.com.mo CULTURA

Livraria Portuguesa lança livro do americano Nicholas Kralev

Páginas para lá das viagensLia [email protected]

VI A J A R . To d o s querem, mas nem todos o conse-guem. Ou talvez

pensem que não. Pode ser demasiado caro ou dar muito trabalho - enfrentar filas, burocracias, depender de serviços. As duas maio-res razões evocadas pelas pessoas para não saírem do sofá de casa. Comprar viagens económicas é bom, mas pode cansar e não ser o melhor, falta de um bom funcionamento, viajar em lugares não tão confortá-veis. Pelo menos, é o mais fácil pensar.

Mas, e se lhe apresen-

NOTAS DO AUTORNicholas Kralev escreve e dá palestras sobre viagens, diplomacia e relações internacionais. Foi correspondente no Financial Times e no Washington Post. Viajou pelo mundo seguindo quatro secretários de Estado dos EUA - Hillary Clinton, Condoleezza Rice, Colin Powell e Madeleine Albright. Cerca de 2 milhões de quilómetros percorridos por mais de 80 países. É também o fundador e CEO da Kralev International LLC, uma consultoria de viagens e empresa de formação.

responde o escritor. Em dez anos de uma vida jorna-lística dedicada a escrever sobre diplomatas, o mundo apresentou-se-lhe mais do que um interesse entre na-ções. A missão das relações internacionais é fazer um mundo melhor e para isso é preciso ver a realidade de perto, nas palavras do autor. Este defende que para tal, não se pode limitar essa vida real a diplomatas, é preciso que gente comum o faça. “Dar oportunidade para ver outros países, experienciar diferentes culturas e tentar

de assistir todos os passa-geiros”, declara. Nicholas Kralev, afirma que todos são partes interessadas. Assim sendo, cada um tem que fazer o que lhe compete, para no fim os benefícios serem de todos.

O INÍCIO DA JORNADANicholas Kralev estreou-se nestas andanças quando começou a trabalhar como correspondente no Wa-shington Times, em 2001. Um orçamento mais que re-duzido que levava o seu an-tecessor para outros países apenas três ou quatro vezes por ano. “Se era suposto co-brir eventos diplomáticos e relações internacionais, não era sentado em Washington que o ia fazer”. Aumentar o orçamento não estava nos planos do jornal. A solução encontrada era manusear o dinheiro da melhor forma. “Decidi então saber tudo sobre o sistema de viagens e num ano dupliquei o número de viagens, com o mesmo dinheiro disponí-vel”, conta.

Mas, as longas viagens, de continente em conti-nente, sentado na coxia revelaram-se estafante. Porém, o dinheiro não esticava e comprar um bilhete de classe executiva era impensável. “A solução era dominar o jogo das mi-lhas”. Com tanta viagem estampada no passaporte, Kralev não demorou muito até atingir um “estatuto de elite”. Daí foi sempre a so-mar distâncias e a aprender tudo o que podia - alianças de companhias aéreas, mi-lhas, upgrades, prémios em forma de bilhetes e outros benefícios.

Um ano depois, decorria o ano de 2002, Kralev deixou de se sentar na coxia em voos intercontinentais e du-rante os dez anos seguintes manteve-se um viajante de luxo. “A não ser que a classe económica fosse a única dis-ponível, claro”, refere ainda o jornalista. Era um viajante com um baixo orçamento, que no ar já teve as melho-res refeições gourmet que “dificilmente podia pagar em terra”, comenta. Para além de viagens de pri-meira classe, no aeroporto, esperavam-no Mercedes e Porsches.

entender pontos de vista, que possam não ter em conta”, explica.

Segundo o autor há coisas, na hora de viajar, impossíveis de controlar - como o estado do tempo, tsunamis, guerras ou pro-blemas no avião. Por outro lado, defende que existe toda uma estratégia que os “viajantes mais espertos” podem assumir para tornar todo o sistema mais fácil e eficiente. “Algumas pessoas dependem muito dos ser-viços, mas os funcionários nem sempre são capazes

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AVISORECRUTAMENTO

Os Serviços de Saúde vão proceder ao recrutamento de motorista de pesados, 1.º escalão – 14 vagas (Referência n.º 00411/01-MP) em regime de contrato de assalariamento:

Exige-se:• Habitação literária ao nível do ensino primário;• Qualidade de residente permanente da R.A.E.M.;• Experiência profissional de pelo menos 3 anos na condução de automóveis pesados;• Titulares da carta de condução de automóveis pesados (categoria D1 ou D2);• Possua os requisitos gerais de “Estatuto dos Trabalhos da Administração Pública de Macau” para o desempenho de funções públicas.

Oferece-se:• Motorista de pesados, 1.º escalão, índice 170;• Contrato de assalariamento (com um período experimental de seis meses);• Direitos e regalias de acordo com o “Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau” em vigor.

As informações precisas poderão ser obtidas ou na página electrónica dos Serviços de Saúde http://www.ssm.gov.mo referente ao “RECRUTAMENTO” ou os interessados poderão consultar a placa de anúncios de recrutamento colocada na Divisão do Pessoal sita no 1.º Andar do Edífício da Administração dos Serviços de Saúde na Estrada do Visconde de S. Januário.

A data para apresentar a inscrição será a partir do dia 28/10/2011 até 16/11/2011.

Aos 26 de Outubro de 2011.

O Director dos Serviços de Saúde,

Lei Chin Ion

tassem um livro onde todas estas ideias pré-concebidas se desvanecessem? Vai ser possível, já amanhã com Nicholas Kralev. Escritor e jornalista americano que se dedicou a escrever sobre relações internacionais abre

o seu livro sobre como viajar a baixo preço e quebrar bar-reiras que podem daí advir e que “impedem de ir dar uma voltinha por aí”. “E isto é o meu livro”, resume. “Deconding Air Travel” chega a Macau, pelas mãos da Livraria Portuguesa. Se-gundo o autor e as críticas, este pode ser o livro que vai mudar a forma como viaja.

O Hoje Macau ficou curioso e foi ao encontro do autor numa viagem simples e sem custos – através de correio electrónico.

E porque escrever um livro, no qual o tema é descodificar o processo de viagens? “Porque quero que as pessoas viajem mais e vejam o mundo”, assim

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QUINTA-FEIRA 27.10.2011

11www.hojemacau.com.mo

CORREIOS LANÇAM CARTEIRA FILATÉLICA COM OBRAS DE TALENTOS LOCAISOs Correios de Macau lançam hoje uma carteira filatélica com emissões de selos ilustrados pelo pintor Charles Chauderlot e com toques artísticos de seis designers do território - Lio Man Cheong, Yu Si, Victor Hugo Marreiros, Leong Chi Hang, Wilson Chi Ian Lam e Lai Ieng. O artista franco-espanhol mudou-se para Macau em 2006, depois de quase uma década a inspirar-se nas paisagens de Pequim para as suas obras. Conhecido pelo domínio das técnicas de pintura chinesa sobre papel de desenho ocidental, Chauderlot anda pelo território a retratar o que vê. A pintura “Travessa da Paixão”, por exemplo, foi a imagem escolhida para figurar na capa da carteira filatélica “Macau Visto por Artistas”, que contém os selos de sete emissões com temas dedicados a tradições e arquitectura do território.

Carlos [email protected]

ESTÁ entre o registo documentário e o programa de via-gens e descobertas e

é um dos espaços mais bem conseguidos, em termos de audiências, pela Rádio e Televisão de Portugal (RTP). Chama-se “Portugueses Pelo Mundo”, segue a vida e os quotidianos de por-tugueses radicados, ou de passagem, em vários pontos do globo. No fim do mês de Novembro chega a vez de Macau. Uma equipa de filmagem deverá deslocar--se à RAEM e acompanhar vinte e quatro horas por dia a vida de vários residentes de nacionalidade portuguesa que aqui se fixaram.

Apesar de Macau ser uma escolha óbvia, na Ásia, a produção do programa que há muito ultrapassou a primeira série de emissões, começou por evitar esses lugares mais evidentes e contornar cidades com presença histórica de por-tugueses. Daí que, nesta parte do mundo, as equipas de filmagens tenham privi-legiado, antes de Macau, localidades do Japão, de vários pontos da China, Pequim, Xangai ou Hong

“Portugueses Pelo Mundo”, segue a vida e os quotidianos de portugueses radicados, ou de passagem, em vários pontos do globo. No fim do mês de Novembro chega a vez de Macau.

Programa de culto da RTP estará em Macau no próximo mês

A máquina de fazer portugueses

PAULISTA com timbre mineiro, garota de um olho de cada cor,

“exorcista, pedicure e madame”, assim se define no Twitter, que esperava que os votos de parabéns pelas letras abafassem os votos de felicidades que uma gravidez tanto merece. O Brasil enchia a bolsa de apostas, com João Paulo Cuenca, Carlos de Brito e Mello ou Daniel Galera a liderarem a corrida, mas foi Andréa del Fuego, com o romance “Os Malaquias”, quem levou a melhor na sétima edição do Prémio Literário José Saramago, anunciado anteontem, pela presi-dente do júri, Guilhermina Gomes, no edifício Grupo BertrandCírculo, em Lisboa.

As 272 páginas com chancela da Língua Geral, à espera de publica-ção em Portugal, foram repasto de excelência em Julho de 2010 para a revista “Bula”. “’Os Malaquias” veio como prato de entrada e de-pendendo de leitura e leitor, pode satisfazer todo o jantar e dispensar o resto, inclusive bebida, garçom e bons modos à mesa onde nossos

Kong, Singapura, ou na Austrália, Melbourne ou Sidney. Inicialmente, as emissões eram preenchidas pelas vidas de portugue-ses oriundos de meios privilegiados ou a exercer profissões com reconheci-mento económico e social mas, numa segunda fase, sem optar explicitamente por ser um documentário de natureza sociológica, o

espectro dos portugueses ali retratados parece ter-se alargado.

No fundo, “são pesso-as que partiram das suas terras, mas que mantêm vivas as referências com Portugal”, lê-se na apre-sentação do programa na página de internet. E pessoas que, pelo conhe-cimento que recolheram das cidades onde residem,

são capazes de contar uma história ou “os costumes do lugar visitado, em muitos casos curiosos ou ousados, alguns inimagináveis para a mente ocidental ou, sim-plesmente, portuguesa”.

“Em cada programa retratam-se cinco a sete histórias de portugueses que residem algures no planeta. As histórias de cada programa irão entre-

laçar-se umas nas outras e serão bem diferentes entre si, baseadas nas caracterís-ticas individuais dos entre-vistados, nos seus amigos, nos colegas de trabalho”. O programa pretende “mos-trar a realidade daqueles que, pese embora a passa-gem dos anos e a distância que os separa da Pátria, continuam a manter alguns costumes portugueses, a

comer os mesmos pratos e a dançar as mesma danças”.

“Todos os ‘novos emi-grantes’ chegam aos países que os acolhem com gran-des sonhos, olhando para o futuro mas também para um passado querido reple-to de recordações e costu-mes. Têm bem enraizada a identidade de origem mas não põem limitações à incorporação de novos hábitos.”, afirma ainda o portal.

De momento, os con-templados pela produção ainda não estarão decidi-dos embora tenha já havido alguns contactos com resi-dentes locais. “Portugueses Pelo Mundo” começou a ser emitido na televisão pú-blica portuguesa há cerca de um ano e meio, em Junho de 2010 e, desde então, as emissões já contaram histó-rias e vidas de cidades e de portugueses ali residentes, dos cinco continentes, de Buenos Aires a Nova Deli, da Cidade do Cabo a Nova Iorque.

PRÉMIO LITERÁRIO PARA BRASILEIRA AUTORA DE “OS MALAQUIAS”

Saramago para Andréa del Fuegoolhos derramam nos 73 capítulos: curtos como já é marca da escritora, mas longos na representação literá-ria, na simbologia linguística e aci-ma de tudo na qualidade”, escreve Alex Sens Fuziy sobre a obra, que resgata a história dos antepassados da autora na terra onde nasceram e cresceram. Pais electrocutados por um raio, orfandade, o nanismo do tio-avô Antônio, o avô Nico. “Não podia deixar essa história para trás, o romance é uma oferenda aos meus antepassados. A partir desse ponto, tudo é invenção”, explicou del Fuego em entrevista a Fuziy.

A LUZ DE GUIMARÃES ROSAHá oito anos no caminho da es-crita, Andréa, de 36 anos, retoma o realismo fantástico que encetou ao assinar a trilogia de contos “Minto Enquanto Posso” (2004),

“Nego Tudo” (2005) e “Engano Seu” (2007), e ao participar em antologias como “Os Cem Meno-res Contos Brasileiros do Século” (Ateliê Editorial), “Uma Antologia

Bêbada” (Ciência do Acidente) e “+ 30 Mulheres que Estão Fazendo a Nova Literatura Brasileira” (Re-cord). Em 2007 publicou “Blade Runner”, pela editora Mojo Books.

No ano seguinte, lançou o romance juvenil “Sociedade da Caveira de Cristal”. Cuidadosa na lapidação do texto, dela se escreve que a ração de poesia é muito mais que uma dose suave, antes um copo cheio de imagens, capazes de transformar uma letra rabiscada num “elec-trocardiograma de um gato em salto”. Formada em publicidade, fez produção de cinema e realizou duas curtas-metragens, “Morro da Garça”, inspirada nas paisagens de Guimarães Rosa, e “O Beijo e Ela”. Antes de se dedicar à literatura, Andréa, cujo pseudónimo Fuego foi resgatado ao nome da bailarina brasileira Luz del Fuego, que dan-çava seminua, acompanhada por uma cobra, colaborou em várias revistas, assinando uma coluna em que respondia a dúvidas sexuais de leitores de uma revista de rádio paulista. O ano passado experi-mentou a escrita para a infância, tendo editado “Irmãs de pelúcia”. Andréa del Fuego sucede a João Tordo, que recebeu o prémio pelo romance “As Três Vidas”, em 2009.

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QUINTA-FEIRA 27.10.2011

12www.hojemacau.com.mo DESPORTO

Gonçalo Lobo [email protected]

O médico Hum-berto Évora vai estar hoje, pelas 18h30, no Clube

C&C para dar uma palestra sobre medicina desportiva. Especialista em medicina desportiva, traumatologia e medicina aeronáutica, vai explicar os benefícios e os malefícios da prática desportiva. Falámos com o médico que nos garantiu que “é possível prevenir” as lesões desportivas.Amanhã [hoje] vai dar uma palestra intitulada “Lesões Desportivas: é possível prevenir?”. É possível?É. Nós vivemos numa época em que número de praticantes desportivos é muito maior do que era antigamente. Havia uma divisão muito standard, com profissionais a praticarem no seio dos clubes ao nível do alto rendimento, e havia um pequeno grupo das pessoas que faziam exercício. Depois, motivados pelas autoridades sanitárias, que começaram a incentivar a prática desportiva, começaram a nascer mais clubes e organizações desportivas, e com isso muito mais gente a praticar. Contudo, a par dessa evolução, não há transmissão dos conhecimentos científicos dos benefícios e malefícios, quando mal praticado, do desporto. Há uma necessidade de colmatar essa desinformação no sentido de evitar gestos desportivos que sejam mais prejudiciais à saúde e com isso podemos prevenir o aparecimento de lesões desportivas.E o que é que vai dizer às pessoas que forem ao Clube C&C?Vou falar sobre a relação do indivíduo com as diversas actividades

Entrevista | Humberto Évora, médico de Medicina Desportiva e Traumatologia

“A pressão dos treinadores é um entrave”desportivas. Explicar a ruptura muscular. Como a tratar. Lesões do joelho e dos tendões. Há muita gente que corre de forma exagerada sem fazer uma adaptação progressiva. Aparecem as tendinites que são lesões de sobrecarga. Também falarei sobre a reabilitação. Existem várias lesões.Talvez as mais vulgares são a lombalgia ou a pubalgia...Existe um grande número de problemas osteomusculares de tendões e ligamentos. Onde é que vamos encontrar essas lesões? Tudo depende do gesto desportivo e da zona anatómica que é solicitada por esse desporto. É óbvio que se eu jogar ténis vou encontrar mais lesões no ombro, embora também ocorram nos joelhos. Se for natação não vou ter entorse do joelho, mas se for futebol a predominância das lesões no joelho ou tornozelo é muito grande. A característica das lesões desportivas vai depender da modalidade praticada, como ela é praticada e também daquilo a que chamamos de factores intrínsecos – constituição do próprio indivíduo. Há ainda os factores extrínsecos como a qualidade do terreno ou os sistemas de treino. E estamos a falar da prevenção primária.Que outra prevenção existe?Há a prevenção secundária. Se um indivíduo se lesionar vamos administrar a reabilitação adequada para que uma musculação adequada possa debelar todos esses factores negativos. O paciente tem de saber o que deve fazer e não fazer quando voltar à prática desportiva.Lembrei-me agora do caso Mantorras. É apenas um exemplo, mas como é

que o médico lida com a possibilidade de não ter feito tudo o que estava ao seu alcance no tratamento de uma lesão desportiva?Isso é uma situação do acto médico. Há situações que consigo resolver e outras que não consigo. Você fala do caso do Mantorras, mas aí não se sabe muito bem de quem é a culpa porque é a palavra dele contra a dos médicos, e eu não sou conhecedor profundo do caso. Contudo, há interesses muito fortes que estarão por detrás dessa situação. E não se esqueça que o jogador tudo fez para voltar a jogar, se calhar antes do tempo. Mas quem não erra? O

que fazemos é lidar com percentagens.É possível fazer uma reabilitação adequada em Macau?Tudo depende. O mais importante é respeitar o tempo de cura biológica. Ter médicos capazes de fazer “frente” aos treinadores, porque o atleta não pode regressar à competição enquanto não estiver curado. A pressão dos treinadores é sempre o grande entrave. Faz algum acompanhamento dos atletas de futebol, hóquei ou outras modalidades do território?Em termos de equipas não, mas posso dizer que

as pessoas acabam por vir ter comigo. Já há alguns treinadores a pedirem aconselhamento.Além da medicina desportiva, também dá cartas na medicina aeronáutica. O que é isso?Quando um piloto vai voar fica tranquilo se souber que está com plena saúde. Que não vai ter um enfarte do miocárdio ou que vê mal. A medicina aeronáutica que faço são os exames de admissão para os pilotos que obedecem os padrões internacionais.Mas se os pilotos de Macau estão de boa saúde o mesmo não se pode dizer dos aviões. Os pilotos não desabafam consigo?

(Risos) Alguns podem contar, mas não vou falar muito sobre esse assunto, como calcula. Aquilo que sei é o que tem vindo na imprensa. A situação que a Air Macau está a passar, por exemplo, pode ter repercussões na saúde, pelo menos mental, dos pilotos?Não conheço o caso por dentro. Mas havendo situações de conflito, seja nesta companhia ou noutra qualquer, podem interferir na parte psicológica dos pilotos e de certo modo afectar as suas performances.E como está a saúde em Macau?Saí da função pública, agora só exerço no privado. Por isso prefiro apenas falar sobre a medicina desportiva.Mas não acha que Macau tem muito para melhorar na saúde?Sim. O que eu posso dizer é que, por alto, dadas as circunstâncias relacionadas com o crescimento de Macau, podia ter um sistema de saúde melhor. Acho que podiam mais vezes prever as situações e saber adequar as estruturas para o futuro. Macau é um território que tem dinheiro para o fazer.Faz falta cursos de medicina nas universidades do território?Eu concordo perfeitamente. Há muito tempo que Macau devia de ter uma escola de medicina para ensinar as diversas especialidades. É com as escolas que se conseguem criar internos, que são os futuros especialistas. Caso contrário, estamos perante uma medicina seca, onde se contratam pessoas e depois acabam-se contratos e estas voltam para os seus países. É como um clube que está sempre a mudar de jogadores.

GONÇ

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[ ] CinemaCineteatro | PUB

[f]utilidadesQUINTA-FEIRA 27.10.2011www.hojemacau.com.mo

13

HORIZONTAIS: 1-Fardamento. Inaugurem. 2-Volvo, vólvolo. Metal amarelo. 3-Caprichos ou modos de borboleta. 4-Nota musical. Ratara. O espaço sobre a Terra. 5-Nojos. Desce no mar (o hidroavião). 6-Marchar. 7-Adiante dinheiro. Veleiros. 8-Entre nós. Constelação austral. Assisti. 9-Passássemos de fora para dentro. 10-Cederá gratuitamente. Seta de pau tostado ao fogo. 11-Desenruga. Não falam.VERTICAIS: 1-Rijeza, músculo. Não diga que não, anua. 2-Madeira aromárica da India. Corriqueiro, vulgar. 3-Raer. Apetite sexual dos mamíferos. O m. q. tris (Pref.). 4-O duplo. Poço de onde se extrai água por meio de engenho (pl.). 5-1. 6-Grita-se nas touradas. Nome de mulher. 7-Tesouro ou fazenda pública (pl.). 8-Deitam. Anexada. 9-Nome de homem. Antigo (abrev.). Pouco, a custo. 10-Tomar sobre se as responsabilidades. Distrito alentejano. 11-Reduzir a pó. Pagam sisa.

[Tele]visãoTDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h RTPi14:30 RTPi Directo18:30 Que Loucura de Família19:00 Montra do Lilau (Repetição)19:30 Amanhecer20:30 Telejornal21:00 TDM Talk-Show21:30 Castle22:15 Passione23:00 TDM News23:30 Ecomundo00:00 Reportagem Sic00:40 Telejornal (Repetição)01:10 RTPi Directo

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira 14:36 Especial Saúde15:08 Grandes Livros I Peregrinação De Fernão Mendes Pinto16:00 Bom Dia Portugal 17:00 O Elo Mais Fraco 18:00 Resistirei 18:48 Correspondentes19:16 Sagrada Família 20:00 Jornal Da Tarde 21:16 O Preço Certo 22:14 Com Ciência(R) 22:43 Portugal No Coração

ESPN 3012:30 Euro Asia Allstars Cup 2010 15:30 World Series 2011 Texas Rangers vs. St. Louis Cardinals18:30 (Delay) Baseball Tonight International 2011 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 Total Rugby 2011 20:30 Wgc HSBC Champions Preview 2011 Preview 21:00 KIA X Games Asia 2011 22:00 Sportscenter Asia 22:30 Total Rugby 2011 23:00 FINA Aquatics World 2011 23:30 World of Gymnastics 2011

STAR SPORTS 3112:00 (LIVE) Lake Malaren Shanghai Masters 2011 Day 1 16:00 Ace 2011 16:30 WTA - Luxembourg Open Final 18:00 FA Classics FA Cup 1992/93 Final Sheffield Wednesday vs. Arsenal19:00 Inside Grand Prix 2011 19:30 FIA Wtcc 2011 - Highlights 20:00 WTA - Luxembourg Open Final 21:30 (LIVE) Score Tonight 22:00 Engine Block Indian GP Special 22:30 Game 23:00 AFC Champions League 2011 Jeonbuk Hyundai Motors vs. Al lttihad STAR MOVIES 4012:25 The Perfect Roommate14:05 500 Days Of Summer15:45 The Silence Of The Lambs17:45 Alien Hunter19:25 Let Me In21:30 Piranha23:00 Wrong Turn 300:35 Madison

HBO 4112:00 Platoon14:10 The Blind Side16:30 The Next Karate Kid18:30 Legendary20:15 Facing Ali22:00 Dinocroc Vs Supergator23:30 Charlie’S Angels

CINEMAX 4212:50 Poltergeist Ii The Other Side14:20 Poltergeist Iii 16:00 The Wolfman17:15 Frankenstein Meets The Wolf Man18:30 Hollywood Buzz19:00 American Ninja 220:30 The Funhouse22:00 A Nightmare On Elm Street 4 The Dream Master23:30 A Nightmare On Elm Street: The Dream Child

Su doku

[ ] Cru

zadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

HORIZONTAIS: 1-FARDA. ABRAM. 2-ILEO. O. OURO. 3-BORBOLETICE. 4-RE. ROERA. AR. 5-ASCOS. AMARA. 6-I. FOR. N. 7-ABONE. IATES. 8-CA. ORION. VI. 9-ENTRASSEMOS. 10-DARA. A. XARA. 11-ALISA. CALAM.VERTICAIS: 1-FIBRA. ACEDA. 2-ALOES. BANAL. 3-RER. CIO. TRI. 4-DOBRO. NORAS. 5-A. OOSFERA. A. 6-OLE. O. ISA. 7-A. ERARIOS. C. 8-BOTAM. ANEXA. 9-RUI. ANT. MAL. 10-ARCAR. EVORA. 11-MOERA. SISAM.

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

SALA 1YOU ARE THE APPLE OF MY EYE [C] (Falado em putonghua, legendado em chinês/inglês)Um filme de: Giddens KoCom: Zhendong Ke, Yanxi Chen, Siu-Man Fok14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 2IN TIME [B] Um filme de: Andrew NiccolCom: Justin Timberlake, Amanda Seyfried14.15, 18.15, 20.00, 22.00

MAYDAY 3DNA 3D [B] (Falado em putonghua, legendado em chinês/inglês)Um filme de: Yann Kung

Com: Mayday, Richie Jen, Rene Liu 16.15

SALA 3SPY KIDS: ALL THE TIME IN THE WORLD 4D 3D [A] (Falado em cantonês)Um filme de: Robert RodriguezCom: Jessica Alba, Joel McHale, Jeremy Piven14.15, 16.00, 19.45

MAYDAY 3DNA 3D [B] (Falado em putonghua, legendado em chinês/inglês)Um filme de: Yann KungCom: Mayday, Richie Jen, Rene Liu 17.45, 21.45 Aqui há gato

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA

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AS MEMÓRIAS SECRETAS DA RAINHA D. AMÉLIA • Miguel RealFurtado do espólio de Salazar aquando da invasão dos seus antigos aposentos no dia 25 de Abril de 1974, o manuscrito «As Memórias Secretas da Rainha D. Amélia», escrito nos últimos anos de vida e doado pela própria à Casa de Bragança, em Lisboa, através da mão do chefe do Estado Novo, foi recuperado em Sófia, na Bulgária, na Comemoração do Centenário da República, por Miguel Real, que foi incumbido de o depositar na Torre do Tombo, já o tendo feito. Neste manuscrito, a Rainha D. Amélia retrata a sua vida em doze pequenos capítulos, equivalente a um por cada mês do ano, orga-nizados em quatro grandes partes, seguindo o ritmo das estações, da Primavera, na infância, ao Inverno triste da sua velhice. Um documento pungente, doloroso e comovente, fortemente crítico de Portugal e dos Portugueses, permanentemente iludidos pelas artimanhas de elites ineptas e ignorantes.

HISTÓRIA DA LITERATURA PORTUGUESA - (WIN) - DVD-ROM• Óscar Lopes e António José SaraivaA disponibilização de diversas ferramentas de trabalho, vastos conteúdos adicionais relacionados com autores, obras e perso-nagens e inúmeros recursos multimédia tornam esta aplicação obrigatória para todos os que se interessam pela nossa literatura. Inclui inúmeros textos complementares sobre a vida e obra dos mais relevantes escritores portugueses. O Elucidário explica o significado de mais de meio milhar de termos de índole literária. Uma base bibliográfica composta por milhares de referências permite a procura imediata de obras pelo respectivo título, nome do autor ou editora e data de edição. A maioria das palavras são clicáveis, facilitando a pesquisa de qualquer conteúdo associado à consulta que se está a efectuar.

TU PORTAS O QUÊ? É difícil trabalhar em Macau. Não em todos os tipos de trabalho, é certo, mas como jornalistas somos obrigados a andar sempre com duas pedras na mão. E uma é para atirar. Não vamos sacrificar quem não sabe falar a nossa língua. Não, que já nem falo sobre o português. O que eu quero mesmo é que me ajudem a perceber qual é o papel de um porta-voz. Não é ele um profissional? Alguém que fala pelos outros? Devia. Mas, em Macau? Nem profissional nem falador. Eles remetem-se ao silêncio e frequentam mais vezes o Facebook do que o próprio email do trabalho. Não passam de meros moços de recados dos seus superiores – que, coitados, sempre que ligamos estão em reuniões malfadadas, que duram toda a tarde - e nem isso sabem fazer bem. Querem dados sobre quantas pessoas morreram atropeladas? Esperem um ano. Se a coisa já diz respeito a um comentariozito de algum senhor do Governo, aí já só têm de aguardar de duas semanas a um mês. Enquanto os artigos ficam na pilha dos “incompletos”, os dados vão mudando, as respostas que chegam não fazem sentido por causa do espaço temporal, a vontade muda, perdemos a pica de escrever. Acontece mesmo que, às vezes, abrimos um e-mail com um “RE:” e pensamos “mas o que quer esta senhora?” Não nos lembramos de que assunto se trata. Mas há outros métodos: há respostas que chegam – depois de perdidas entre o ano anterior e o actual – que nos dizem só “não temos comentários”. Obrigado. É pouco, não diz muito, não ajuda com nada, mas com certeza, dado o tempo utilizado para pensar nesta resposta, foi um comentário muito ponderado. Agradecidos. Depois, temos a categoria dos espertalhões. Eu explico: ligam para um porta-voz de um qualquer organismo público e pedem dados sobre algo que só vocês sabem que existe. É uma história vossa, querem espetá-la na capa do jornal a letras bem gordas e pôr a língua de fora, enquanto gritam “tomem lá um furo”. Esqueçam. Estes senhores porta-vozes vão pegar nas vossas perguntas – feitas em segredo para evitar a concorrência -, responder-lhes num tom coloquial, de resposta oficial, e espetá-las na página da internet do Gabinete de Comunicação Social. Ali mesmo, escarrapachado num acesso público, onde todos terão acesso aos dados. Queremos armar-nos em jornalistas de investigação, eles não nos deixam. Cortam-nos logo as asas, que é para aprendermos a voar baixinho. Os porta-vozes filtram-nos as ideias , sugam-nos a vontade de trabalhar e o mérito de conseguir qualquer coisa única. Nunca hei-de perceber porquê criar barreiras entre jornalistas e responsáveis dos serviços públicos. Eu sei que somos teimosos, metemos nojo aos cães porque andamos sempre a escarafunchar no “cocó”, que não se pode utilizar linguagem obscena. Mas acreditem, se nos impedirem de obter respostas minimamente inteligentes, é pior. Ganhamo-vos alergia, passamos a não simpatizar convosco, senhores porta-vozes. Mas, pronto, também sejamos justos: nem todos são assim. Por exemplo, os do Gabinete... Deixem. Falar de (raras) excepções não tem tanta piada.

Pu Yi

(COM 18 CASAS PRETAS)

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OPINIÃOQUINTA-FEIRA 27.10.2011

14www.hojemacau.com.mo

Clóvis RossiFolha de S. Paulo

voo 455 da Air France, São Paulo/Paris, chega com to-lerável atraso de cinco minu

tos ao aeroporto Charles de Gaulle. As portas se abrem, e nada. Os passageiros ficam esperando 20 minutos até que o desembarque seja autorizado.

A falha e a culpa não são da Air France, é bom dizer. Há três semanas, no mesmo voo, aconteceu a mesma coi-sa. O avião chega, mas não há pessoal em terra para providenciar a libera-ção do desembarque, como se todo o mundo tivesse se surpreendido com a chegada do aparelho, programada para aquele horário há séculos.

Enquanto bufo na fila que, ao contrário da frase usual, não anda, fico imaginando cena semelhante durante a Copa de 2014. Até ouço turistas estran-geiros apontando o subdesenvolvi-mento, o atraso do país tropical. Mas, no Charles de Gaulle, não ouvi reclamações como se o mundo rico tivesse uma autorização es-pecial para viver seus momentos de despreparo.

Atenção, a ob-servação acima não é “patriotei-rismo”, o único pecado de que não posso ser acusado. É simplesmente para dizer que o Brasil, para não ser esculhambado, terá que fazer dez vezes melhor do que eles em termos logísticos e operacionais durante a Copa.

Nada fácil, convenhamos. Há três semanas, após audiência em Bruxelas com a presidente Dilma Rousseff, o secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, fez, como se fosse casual, a seguinte observação: uma coisa é viajar de Paris para Marselha (sedes na Copa de 1998) ou de Colônia para Berlim (2006) e, ou-tra, completamente diferente, é viajar de Recife para São Paulo, por exemplo.

De fato, Paris/Marselha dá para

fazer em duas horas, pouco mais ou menos, de trem. O Brasil nem sabe como se escreve a palavra trem.

Passemos agora do aeroporto para o percurso até Paris propriamente dita. Só para chegar ao Stade de France (sim, é aquele em que a França humilhou o Brasil na final de 98), leva uma meia hora, pelo congestionamento. E é só a metade do caminho, pouco mais ou menos.

Tudo bem que, em francês, é “bou-chon”, não congestionamento, mas a irritação é a mesma. Fico imaginando quantos anos levará para chegar do Itaquerão a Congonhas ou vice-versa e já me dá vontade de reservar ime-diatamente um voo para 2014 para um país próximo, como Japão ou Austrália.

Claro que o “bouchon” não é culpa de ninguém em especial, a não ser do predomínio avassalador da civilização

do automóvel, que vai acabar se auto-inviabili-zando, mais cedo que tarde. Não importa: também o congestiona-mento será atri-buído ao subde-senvolvimento.

Não se iluda, leitor, essa histó-ria de potência emergente vale para investido-res, diplomatas e para alguns aca-dêmicos, mas, para torcedor de futebol, o Brasil só é potência no

campo (assim mesmo com crescentes dúvidas). Fora dele, é subdesenvol-vido. E os visitantes do mundo rico estarão loucos para provar para eles próprios que têm razão.

No total, entre o momento em que o avião tocou terra e a chegada ao hotel, no centro de Paris, foram-se quase duas horas, tempo suficiente para voar de São Paulo a Salvador. No céu, não há problemas. Em terra, nem países que estão habituados a lidar com um mun-dão de turistas todos os dias escapam de tormentos. Imagine o Brasil, com sua enorme dificuldade até para lidar com os nacionais.

Viagem às Copas de ontem e de amanhã

O

Não se iluda, leitor, essa história de potência emergente vale para investidores, diplomatas e para alguns acadêmicos, mas, para torcedor de futebol, o Brasil só é potência no campo (assim mesmo com crescentes dúvidas). Fora dele, é subdesenvolvido. E os visitantes do mundo rico estarão loucos para provar para eles próprios que têm razão

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QUINTA-FEIRA 27.10.2011

15www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Vanessa Amaro Redacção Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Lia Coelho; Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; Carlos M. Cordeiro; Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

da es t re laCarlos M. Cordeiro

O friO que gelOu a indignaçãO

A TÉ que enfim chegou o frio aqui à serra. O Verão foi comprido e até os ossos já se sentiam inchados

de tanto calor. É o primeiro vento gélido que nos obrigou a ir até à Guarda comprar um agasalho novo. No café do costume lá estavam os amigos do costume, aliás, o tio Gervásio já se tinha ido porque o raio de uma artrite reumatóide foi dando cabo dele aos poucos. Homem sensato, protestante de todas as injustiças e cidadão que faria agora muita falta quando se assiste a um número infindável e contraditório de disparates.

“Traz lá uma bica bem quente, ó Zé, já que a conversa por aqui está a ferver!”. Falava-se de política e da situação do país. Em todos os cafés do território nacional deve ser o tema mestre de uma população desanimada, triste, sem esperança de melhores dias. Até o correspondente da Reuters de passagem aqui pela serra nos veio perguntar por que é que andamos tristes. Ora, por quê?

Então, ele não vê o que se passa lá em Lisboa com tantas manifestações, com tantos indignados, com tantos despedi-

Pois, esses mesmos privilegiados [alguns deles que aparecem amíude na televisão a alertar os compatriotas para o dever nacional de apertar o cinto dos sacrifícios] tiveram a desfaçatez de requerer uma pensão vitalícia que encerra valores pecuniários entre os dois e os nove mil euros. Imoral. Desgraçadamente imoral o recebimento de verbas de um erário público que não tem capacidade para aumentar pensões de idosos de 200 euros

mentos, com tantos suicídios, com tantos polícias e militares a querer pôr a fusca de fora, com tantos desempregados a ir viver para casa dos pais e dos avós, com tantos adoslescentes a abandonar a escola porque os pais comunicaram-lhes que já não têm dinheiro para o pagamento das propinas, com tantos funcionários cheios de medo de perder o emprego, enfim, um cardápio desolador que fere a alma de quem assistiu ao 25 de Abril e que ainda teve alguma esperança que Portugal fosse um país de-cente, independente, garboso e rico. Rico em dignidade e perseverança, no mínimo,

se atendermos que na nossa História já tivemos fases de glória.

Mas não, a rapaziada que caminha pelas ruas não levanta a cabeça e no café a discussão tinha debandado para um es-cândalo nacional badalado pelas notícias da semana: para aquele caso dos ex-políticos sem vergonha e sem honra. Para aquelas “personalidades” que se assumiram como gestores de topo auferindo salários nas mais diversas empresas e grupos económicos na ordem dos 15, 25, 30 e 50 mil euros mensais. Pois, esses mesmos privilegiados [alguns deles que aparecem amíude na televisão

a alertar os compatriotas para o dever nacional de apertar o cinto dos sacrifícos] tiveram a desfaçatez de requerer uma pen-são vitalíca que encerra valores pecuniários entre os dois e os nove mil euros. Imoral. Desgraçadamente imoral o recebimento de verbas de um erário público que não tem capacidade para aumentar pensões de idosos de 200 euros.

As vozes levantaram-se, alguns murros foram dados na mesa do café, chegaram-se a ouvir apelos ao início de um movimento para a ocupação das câmaras municipais enquanto os idosos não auferissem uma pensão mínima de 500 euros, “olha, ó Zé, traz-me mais um café e um bagaço, que eu já estou maluco com a conversa!”. Passadas duas horas, em tempo de regresso a casa e quando alguém abriu a porta da rua, dei por mim a pegar na samarra e a constatar que toda a revolta que nos ia na alma devido aos erros e disparates de políticos e ex-políticos ficava por ali com o pagamento da continha. A indignação gelara. Certamente, que era da chegada do frio...

Ciclone Os petrocratas não se lembraram de condenar a morte atroz de Saddam 2o. Por Fernando

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QUINTA-FEIRA 27.10.2011www.hojemacau.com.mo

HK TRIBUNAL VAI REVER PEDIDO DE EMPREGADA FILIPINAUm juiz de Hong Kong decidiu ontem que o tribunal de imigração deve considerar o pedido de residência permanente apresentado por uma empregada doméstica filipina, o que poderá levar à obtenção do estatuto pela requerente. Esta sentença no caso de Evangeline Banao Vallejos segue a decisão do tribunal de primeira instância de Hong Kong. O tribunal de primeira instância considerou inconstitucional uma lei que proíbe milhares de empregadas domésticas filipinas ou indonésias de obter um visto de residência permanente. Na decisão, o tribunal considerou que a lei em causa viola a Lei Básica de Hong Kong, que funciona como a Constituição do território.

EUROPA TRATADOS TÊM DE SER ALTERADOS, DIZ MERKELA chanceler alemã, Angela Merkel, disse ontem que os tratados europeus devem ser alterados para a Europa combater de forma mais eficaz a crise da dívida soberana e admitiu recorrer a mais financiamento por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI). Num discurso no Parlamento alemão, Merkel afirmou que a Alemanha não pode prosperar com a Europa em sofrimento, endereçou os parabéns à Grécia por ter encetado reformas “dolorosas, mas necessárias” e considerou que o país helénico vai enfrentar “um longo e duro caminho” até equilibrar as contas públicas.

PORTUGAL CONSUMO DE ÁLCOOL AUMENTA ENTRE OS IDOSOSO consumo de álcool pelos idosos está a aumentar em Portugal, uma realidade “escondida” ligada muitas vezes ao isolamento e que exige respostas integradas da sociedade, alertam especialistas. Segundo o presidente da Associação Portuguesa de Gerontopsiquiatria, os idosos consomem muitos psicotrópicos, principalmente as mulheres, e recorrem também ao álcool, muitas vezes para fugir de situações que os atormentam.

TURQUIA MULHER ENCONTRADA VIVA 66 HORAS APÓS O ABALOUma professora de 27 anos foi encontrada viva nos escombros do sismo que abalou o leste da Turquia, 66 horas após o abalo. Gözde Bahar foi imediatamente levada para o hospital de campanha montado em Ercis, a cidade mais atingida pelo sinistro e onde a jovem foi encontrada, avançaram as cadeias de televisão NTV e CNN-Turk. Ontem foi igualmente encontrado com vida uma bebé de duas semanas, Azra, que foi retirada dos escombros de um edifício de apartamentos em Ercis. Teve que ser arrancada dos braços da mãe, Semiha, que quando a terra começou a tremer se acocorou ao lado de um sofá, protegendo a filha com o peito. Uma hora depois de terem resgatado a menina, as equipas de socorro conseguiram arrancar a mãe dos escombros, também com vida.

PORTUGAL SEGUNDA PIOR TAXA DE FECUNDIDADE NO MUNDOPortugal vai ter nos próximos quatro anos a segunda mais baixa taxa de fecundidade do mundo, com apenas 1,3 filhos por mulher, apenas ultrapassado pela Bósnia-Herzegovina (1,1), de acordo com um relatório das Nações Unidas. Em contrapartida, apresenta o 11.º melhor lugar na mortalidade até aos cinco anos de vida, com 3,7 crianças falecidas em cada mil que nascem. O estudo do Fundo das Nações Unidas para a População indica que também na esperança de vida o país surge com um dos mais elevados valores entre os 188 estados da tabela, com uma previsão de 83 anos para as mulheres e 77 para os homens que nasçam até 2015.

TECNOLOGIA CARRO SEM CONDUTOR COMPLETA PRIMEIRO TESTE Um carro que não requer condutor completou em Berlim, Alemanha, o seu primeiro na teste na estrada com sucesso. O VW, que foi adaptado por peritos da Universidade Free de Berlim, usa um computador de bordo para controlar a direcção, os travões e o acelerador, enquanto um conjunto de câmara, radares e scanners monitorizam o trânsito. Paralelamente, um GPS de precisão permite ao carro saber em que local está com margem de erro de apenas um metro. Apesar do sucesso do teste, o veículo não é ainda considerado à prova de erro, e requer ainda um condutor para assegurar que não se despista.

car toonpor Steff

REUNIÃO DE EMERGÊNCIA

Marco [email protected]

ARRANCA, no próximo domingo, a nova tempo-rada da mais britânica das modalidades desportivas

disputada na RAEM. As instalações da Escola Internacional vão rece-ber o pontapé-de-saída, que fica, na nova época, pautado por mais dúvidas do que certezas.

Os responsáveis pela Associação de Críquete de Macau decidiram este ano dividir a temporada em duas fases distintas. O período de abertura da nova época prolonga-se até 18 de Dezembro, dia em que o organismo leva avante a edição de 2011 da Taça da Harmonia, uma competição disputada entre atletas do território e da vizinha RAEHK e criada pela Macau Cricket As-sociation (MCA), para celebrar o regresso do território à soberania da República Popular da China.

A segunda fase da temporada de críquete de 2011/2012 abre no início de Fevereiro e prolonga-se até meados de Julho, mês para o qual a Associação, dirigida por Adnan Nasim, tem prevista a organização da terceira edição do Festival de Crí-quete de Macau. Em Julho último, a prova reuniu mais de uma centena e meia de praticantes da modali-dade, setenta dos quais residentes no território. O número deixou na altura os responsáveis pela MCA entusiasmados com as perspectivas de crescimento da modalidade, mas menos de cinco meses depois a in-certeza é a nota dominante junto do organismo que chama a si a tutela do

críquete no território. Adnan Nasim reconhece que a Associação ainda não conseguiu criar as bases neces-sárias para promover a modalidade no seio da comunidade chinesa e a lacuna ajuda a explicar porque razão o desenvolvimento do críquete é tão frágil no território: “Em Julho, foram entre 60 e 70 os praticantes de Macau que participaram no Festival organizado pela Macau Cricket Association, mas uma boa parte dos atletas eram estrangeiros e estavam na RAEM a termo certo. Alguns já terão saído do território porque o contrato de trabalho que tinham acabou e outros entusiastas da modalidade poderão ter chegada entretanto. De qualquer forma, só no próximo domingo podemos ter uma ideia mais tangínvel do número de praticantes com que podemos contar para a nova temporada”, explica Adnan Nasim.

Para além das duas grandes competições com que pretende rematar a fase de abertura e de clau-sura da nova época, a Associação de Críquete de Macau vai procurar atrair novos praticantes junto dos casinos, das empresas e dos grandes grupos económicos com interesses em Macau. Novidade absoluta no plano de trabalho do organismo, o programa de críquete corporativo proposto pela Macau Cricket As-sociation visa sobretudo afirmar a modalidade como uma forma de reforçar a cultura empresarial das marcas e organizações que se possam eventualmente aliar ao projecto.

O novo programa surge como resposta ao falhanço parcial das

estratégias de promoção da mo-dalidade junto das escolas do ter-ritório. Em três anos, a Associação de Críquete de Macau conseguiu convencer apenas outros tantos estabelecimentos de ensino a in-cluírem o críquete no rol das acti-vidades extra-curriculares. Adnan Nasim reconhece que o organismo a que preside tentou dar um passo maior do que as pernas, ao procurar promover a modalidade junto de educadores que nunca ouviram falar de críquete: “Devo dizer que já fui bem mais optimista. Ao longo dos últimos anos, contactámos mais de meia centena de escolas e só três manifestaram interesse em acolher o nosso projecto, não obstante o facto de facultarmos treino e material de apoio gratuitamente. Uma das ra-zões pelas quais o programa falhou prende-se com o facto das escolas funcionarem durante a semana e nós não termos ninguém que faça vida profissional do ensino do crí-quete. Não sei, ainda assim, se seria diferente se tivessemos alguem que se dedicasse a cem por cento à di-vulgação da modalidade”, lamenta o dirigente.

Das escolas contactadas pela Associação de Críquete de Macau, só a International School, o Colégio Anglicano da Taipa e a Escola Sam Yuk mostraram interesse em incluir o críquete na lista das actividades extra-currículares. Ao todo, são cerca de duas dezenas os alunos dos três estabelecimentos de ensino que dão os primeiros passos na moda-lidade pela mão de Adnan Nasim e dos restantes responsáveis pela Associação de Críquete de Macau.

Temporada de críquete arranca no fim-de-semana

Bolas, bastões e incertezas