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AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEXTA-FEIRA 14 DE JUNHO DE 2013 ANO XII Nº 2871 PUB PUB VENHAM MAIS CINCO (SÉCULOS) Ter para ler MOP$10 PUB • caso das campas Deputados pedem esclarecimentos sobre Florinda Chan página 4 mediação passa para a alçada do instituto da Habitação página 2 IMOBILIÁRIO possibilidade de trovoadas min 24 max 27 Hum 80-98% euro 10.4 baHt 0.2 yuan 1.2 licença à las vegas sands macau consciência acusa edmund Ho de abuso de poder página 3 limpeza urbana Urbaser interpõe recurso contra a escolha da CSR página 5 ANTÓNIO CONCEIÇÃO JÚNIOR O TRÂNSITO DA LUZ h No dia em que a Federação das Associa- ções dos Operários de Macau entregou a sua comissão de candidatura pela via indirecta, ficou a saber-se que Lau Cheok Va e Lee Chong Cheng vão abandonar a Assembleia Legislativa. Em relação ao actual presidente do plenário, a FAOM afirma que a “idade e a saúde” são as razões para o afastamento, mas deixa pouco claro o porquê da não recandida- tura de Lee Chong Cheng. “É normal” e “não tem qualquer ligação com questões polémicas”, fazendo alusão ao escândalo que o deputado esteve envolvido, no ano passado, por uso indevido de dinheiros públicos na renovação do Centro de Es- tudo do Desenvolvimento de Qualidade dos Cidadãos de Macau, cujo escritório está sediado no prédio do jornal Ou Mun. página 6 FAOM entregou candidatura para atacar a via indirecta Novos operários na AL ELEIÇÕES 2013

Hoje Macau 14JUN 2013 #2871

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Edição do jornal Hoje Macau N.º 2871 de 14 de Junho de 2013

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AgênciA comerciAl Pico • 28721006 D irector carlos morais josé • sexta-feira 14 de junho de 2013 • Ano Xii • nº 2871

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Venham mais cinco (séculos)

Ter para lermop$10

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• caso das campas

Deputados pedem esclarecimentossobre Florinda Chan

página 4

mediação passa para a alçada do instituto da Habitação página 2imobiliário

possibilidade de trovoadas min 24 max 27 Hum 80-98% • euro 10.4 baHt 0.2 yuan 1.2

licença à las vegas sands

macau consciência acusaedmund Ho de abuso de poder

página 3

limpeza urbana

Urbaser interpõe recurso contra a escolha da CSR

página 5

antónio ConCeição JúnioR

o tRânSitoDa lUz

hNo dia em que a Federação das Associa-ções dos Operários de Macau entregou a sua comissão de candidatura pela via indirecta, ficou a saber-se que Lau Cheok Va e Lee Chong Cheng vão abandonar a Assembleia Legislativa. Em relação ao actual presidente do plenário, a FAOM afirma que a “idade e a saúde” são as razões para o afastamento, mas deixa pouco claro o porquê da não recandida-

tura de Lee Chong Cheng. “É normal” e “não tem qualquer ligação com questões polémicas”, fazendo alusão ao escândalo que o deputado esteve envolvido, no ano passado, por uso indevido de dinheiros públicos na renovação do Centro de Es-tudo do Desenvolvimento de Qualidade dos Cidadãos de Macau, cujo escritório está sediado no prédio do jornal Ou Mun.

página 6

Faom entregou candidatura para atacar a via indirecta

novos operários na al

eleições 2013

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tiago alcântara

sexta-feira 14.6.2013política2 www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia [email protected]

Foi ontem anunciado em sede de Conselho Exe-cutivo a implementação do regulamento adminis-

trativo que vai determinar a nova “organização e funcionamento do instituto da Habitação (iH)”. Na prática trata-se de um aumento de funções e de funcionários, que vai entrar em vigor a partir do dia 1 de Julho. Leong Heng Teng, porta-voz do Conselho Executivo, disse que a decisão de mudança prende-se com a entrada em vigor de muitos diplomas, nomeadamente a lei de actividade de mediação imobili-ária, que entrou em vigor o ano passado.

Joana [email protected]

É já na próxima quinta-feira que os deputados vão poder

fazer debater a questão da ma-nutenção de Coloane como zona verde e sem prédios. o debate pedido em Abril pelos demo-cratas Paul Chan Wai Chi e Ng Kuok Cheong – e aprovado no mês passado – está marcado para o dia 20 de Junho, no plenário da Assembleia Legislativa.

Às 15h começa a discussão que os dois deputados conside-raram de interesse público. Ng

Kuok Cheong disse ao Hoje Ma-cau que foi requerida a presença de responsáveis do Governo e que estes já garantiram que vão estar presentes.

Paul Chan Wai Chi e Ng Kuok Cheong pediram que fosse deba-tido entre deputados e Governo a possibilidade de se recorrer ao planeamento urbanístico para a manutenção de Coloane enquanto reserva verde e a suspensão da autorização de quaisquer pro-jectos de construção de grande envergadura incompatíveis com esta realidade.

os deputados dão como

exemplo da necessidade de proteger Coloane o facto de ter sido admitido recentemente um projecto na Estrada do Campo, cujo edifício pretende subir mais do que a altura definida para o local. “Estas situações mostram que todos querem ocupar esta zona natural protegida e, se não tivermos cuidado, Coloane será devorada aos poucos, até que não seja mais possível protegê-la”, reiterou Paul Chan Wai Chi.

Recorde-se que Coloane foi admitido, durante a Administra-ção Portuguesa, como uma zona natural protegida e reserva verde.

Imobiliário Área da mediação passa a ser da alçada do iH

O super instituto

Mexidas na lista de doenças transmissíveis O Conselho Executivo anunciou ontem ainda as mudanças a um regulamento administrativo sobre o mecanismo de declaração obrigatória de doenças transmissíveis. O projecto propõe, segundo o comunicado oficial, “a integração da infecção respiratória severa associada a outros coronavírus na lista de doenças transmissíveis que devem ser declaradas no prazo de uma hora, a partir do momento em que se encontram reunidos os requisitos da declaração”.

Coloane Debate sobre manutenção do “pulmão verde da cidade” marcado para dia 20

Governo vai à AL Rejeitado pedido a Au Kam San Além da discussão na Assembleia Legislativa (AL) com o Governo sobre a protecção de Coloane, o deputado Au Kam San pede ainda que seja feita uma votação sobre o tema. Au Kam San disse ao Hoje Macau que preferia que houvesse uma votação “que pressionasse o Governo a fazer medidas que realmente protegessem Coloane”. Pedido que foi já rejeitado pelo presidente da AL, Lau Cheok Va, que o passou à Comissão de Regimento e Mandatos. - C.L.

As responsabilidades do Instituto da Habitação vão aumentar e vai caber a este organismo, entre outras iniciativas, fiscalizar as actividades das agências imobiliárias. Dos actuais 133 os funcionários passam a 225 e vai haver mais um vice-presidente, o que simboliza mais 10 milhões no orçamento

Face a essa legislação, o Gover-no decidiu adjudicar ao iH todas as responsabilidades ligadas às agên-cias imobiliárias, nomeadamente a fiscalização do exercício de acti-vidade e a concessão das licenças. Cabe ainda ao iH “estudar e propor medidas de apoio favoráveis ao desenvolvimento da actividade de mediação imobiliária”, e ainda promover, em conjunto com outros departamentos, “a organização de acções de formação no âmbito da actividade da mediação imobili-ária”, sem esquecer a criação de uma base de dados.

A resposta de Leong Heng Teng foi vaga quando questionado sobre o órgão ao qual competia, até ao momento, a fiscalização das agên-cias. “Antes da entrada em vigor

(do novo regulamento administra-tivo) as empresas tinham de fazer o seu registo comercial. Por forma a promover a qualidade já afectámos as competências ao iH.”

EntrA mAiS um viCE-prESiDEntEPara além do acréscimo de com-petências, o iH vai passar a ter uma nova estrutura orgânica. Tam Kwong Man, o actual presidente, vai passar a ter dois vice-presi-dentes, cuja escolha ainda não terá sido feita, segundo garantiu Leong Heng Teng. Vão existir cinco departamentos com treze divisões, sendo que três ficam sob responsabilidade directa do presidente.

Actualmente com 133 funcio-nários, o iH vai passar a ter 225, sendo que o orçamento vocaciona-do para esta área promete passar de 150 para 160 milhões de patacas em 2014.

o iH passa ainda a ter um departamento apenas para a reali-zação de estudos sobre as políticas de habitação económica, para a “definição da politica, e estudos no âmbito da tipologia, preço de venda, limites de rendimento e de património, graduação e ordenação de habitação económica”, pode ler-se no comunicado.

Cabe ainda ao iH “a emissão de pareceres e a prestação de sugestões quanto à definição das políticas respeitantes a esta área”. Na opinião do Governo, o reforço de recursos humanos vai acontecer porque existe a “perspectiva de um aumento considerável quer da quantidade dos trabalhos a realizar quer da sua complexidade”. Contas oficiais falam em mais de 45 mil habitações públicas geridas pelo iH neste momento, estando previstas mais de 7300 novas habitações. Há mais de 80 mil habitantes a viver em casas económicas e sociais.

Paul chan Wai chi

ng Kuok cheong

leong Heng teng

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3políticasexta-feira 14.6.2013 www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

O grupo Macau Cons-ciência acredita que Edmund Ho, ex-Chefe do Executivo, deve

responder às autoridades por abuso de poder. O membro da Macau Consciência e candidato a deputado pela lista Liberais da Novo Macau defende que Ho esteve envolvido na atribuição da licença de jogo à Galaxy, quando esta ainda era detida pela Las Vegas Sands. “Acreditamos que usou a sua posição para atribuir a licença à Galaxy e que os oficiais do Governo não mantiveram a impar-cialidade no processo de garantir essa concessão”, disse Jason Chao ao Hoje Macau. “Eles deveriam

A Direcção dos Serviços de Solos, Obras Pú-

blicas e Transportes (DS-SOPT) autorizou a venda de seis edifícios inacabados. De acordo com um comu-nicado, enviado ontem ao Hoje Macau, a DSSOPT explica que, desde a entrada em vigor do Regime Jurídi-co da Promessa de Trans-missão de Edifícios em Construção, o organismo recebeu estes seis pedidos de promotores imobiliá-rios que pretendiam uma autorização para vender os seus empreendimentos. A DSSOPT garante que todos cumpriram os requisitos, que passam, por exemplo, por estarem concluídas as fundações do edifício.

Fórum da Novo Macau em inglês A Associação Novo Macau vai apresentar a primeira sessão em inglês do Fórum da Novo Macau, no próximo domingo. Das 15 às 17h30, na sede da associação, na Calçada de Santo Agostinho, n.º6, Edf.”Ka Wa Kok”, 2ºA, Jason Chao, presidente da associação, vai ser o apresentador. Os últimos desenvolvimentos face aos direitos humanos em Macau é um dos tópicos do fórum. A intenção, diz Jason Chao, é tentar incentivar portugueses e ingleses de Macau a participarem na vida política do território.

Licença à Sands Macau Consciência pede investigação a ex-líder do Governo

“Tragam Edmund Ho à justiça”

Sheldon Adelson pedecancelamento da indemnizaçãoEntretanto, e de acordo com a agência de notícias Bloomberg, a Las Vegas Sands terá pedido ao tribunal que cancele a indemnização que previamente Sheldon Adelson foi obrigado a pagar a Richar Suen. O tribunal ordenou que fossem pagos quase 102 mil dólares a Suen, dando como provado que este teria ajudado a operadora a obter a licença de jogo em Macau.

Edifícios em construção Seis prédios receberam autorização para venda de fracções inacabadas

Coloane no topoQuatro dos prédios que

vão, então, começar a ser vendidos estão em Coloane e compreendem cerca de 1580 fracções. Um outro localiza--se na Taipa, mas tem apenas 620 apartamentos. O Hoje Macau consultou o site da DSSOPT, onde podem ser verificados quantos casos destes existem, e percebeu que um dos prédios de Coloane está localizado na Estrada de Seac Pai Van, no aterro da Concórdia.

De acordo com a DS-SOPT, até finais de Maio, 81 edifícios habitacionais particulares estavam em construção, sendo que 21 já podem pedir a autorização revia de venda de edifício inacabado. - J.F.

ficar longe disso, incluindo dos oficiais de Pequim.”

Chao entregou ontem uma pe-tição ao Ministério Público (MP), onde pede que “Edmund Ho seja trazido à justiça”. O candidato a deputado decidiu avançar com este pedido, depois de um tri-bunal dos EUA ter decidido que Sheldon Adelson teria de pagar mais de cem milhões de dólares americanos a Richard Suen, o

empresário de Hong Kong que diz ter ajudado a Las Vegas Sands a obter a licença de jogo no ter-ritório. Suen alega que ajudou a operadora a ter a autorização para que Sheldon Adelson conseguisse autorização para operar casinos na RAEM, em 2002, depois de ter arranjado encontros com oficiais de Pequim e “com o então Chefe do Executivo de Macau”, diz Jason Chao, que indica diversas

fontes de notícias de agências norte-americanas. “Os oficiais de Pequim e o então Chefe do Executivo de Macau ajudaram a Galaxy a ganhar a concessão. A Sands era a accionista da Galaxy antes da subconcessão.”

À ESpEra daS auToridadES“Os factos são que o tribunal dos EUA considerou isso como verda-de [a ajuda de oficiais a Suen] e, por isso, especulamos que Edmund Ho possa ter abusado do seu poder”, continua Jason Chao ao Hoje Ma-cau. “Se olharmos para a definição do abuso de poder, vemos que se um oficial beneficiar alguém, comete uma ofensa. Parece que a acção de Edmund Ho corresponde a isso, mesmo que não tenha be-neficiado com isso.”

Jason Chao quer, então, que o procurador, Ho Chio Meng, lance uma investigação a Edmund Ho, não só pelo alegado abuso de poder, como “por outros crimes, como corrupção, em particular.” Chao acredita que mesmo que os factos tenham acontecido em 2002, devam existir documentos que provem esta concessão de licença de jogo.

Sobre se acredita que algo possa vir a acontecer, Jason Chao diz “esperar que sim”, mas admite que pode vir a ser difícil para as autoridades lançarem uma inves-tigação ao ex-líder do Governo da RAEM. “Não me disseram se iam ou não lançar uma investigação, mas esperamos que o tribunal em Macau continue a ser imparcial nestes casos.”

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sexta-feira 14.6.2013www.hojemacau.com.mo4 política

Joana [email protected]

Cecilia [email protected]

José Pereira Couti-nho entregou ontem uma petição a pedir ao Chefe do Executivo

que esclareça a população sobre porque está Florinda Chan a ser investigada pelos tribunais. o deputado e pre-sidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) disse ao Hoje Macau que não pretende interferir no

Caso das campas Pereira Coutinho pede esclarecimentosobre investigação de Florinda. Ng Kuok Cheong pede suspensão

Dois deputados, o mesmo motivo

das Campas, mas só poderá saber-se se é declarada ar-guido no processo ou não no próximo dia 18. Ainda assim, Pereira Coutinho assume que, sendo uma dirigente máxima, deveria haver uma explicação sobre Florinda Chan. “se fosse um simples funcionário num escândalo como estes [das campas], já tinha sido corrido.

o Hoje Macau quis saber se o deputado e presidente da ATFPMP espera obter resposta do Executivo, mas Pereira Coutinho assegura que não está preocupado. “Estou a fazer o meu dever enquanto deputado e presi-dente de uma associação de funcionários públicos. é o meu dever.”

DemoCrata peDe suspensão preventiva o deputado Ng Kuok Che-ong disse ontem ao Jornal do Cidadão que Florinda Chan deveria ser suspensa, pelo menos preventivamen-te. Citando o texto do Hoje Macau – onde se dá conta de que a secretária para a Administração e Justiça é considerada arguida até dia 18 -, o deputado democrata afirmou que “se mais um secretário do Governo for considerado arguido no tribunal, Macau vai ser uma brincadeira internacional”.

Ainda assim, Ng Kuok Cheong diz que, mesmo que não seja indiciada, o caso das campas já teve danos significativos. “Mesmo em tribunal, o Governo conti-nuou a permitir que Flo-rinda Chan fosse secretária e a sociedade já não tem confiança nos dirigentes do Governo.”

o deputado pede mesmo que o Chefe do Executivo não nomeie Florinda Chan no novo Governo, em 2014, após a eleição do líder do Governo. “se quiser co-mentários positivos da so-ciedade, então não há razão para não fazer a suspensão preventiva dos dirigentes ou a mudança dos secretários.”

o democrata acusa ain-da Chui sai on de ter dado, deliberadamente, férias a Florinda Chan até dia 20. E diz mais. “suspeito que Florinda Chan tenha persu-adido o Chefe do Executivo a não suspender, nem ela, nem os funcionários do Ins-tituto para os Assuntos Cí-vicos e Municipais (IACM) [constituídos arguidos no âmbito do caso das campas]. Para já ninguém sabe, daí que seja preciso esclarecer o público.”

Um quer uma declaração política do Chefe do Executivo que explique porque está a secretária para a Administração e Justiça a ser investigada. O outro acusa Florinda Chan de ter persuadido o líder do Governo a não suspender os funcionários envolvidos e pede que a secretária não integre o novo Governo. Pereira Coutinho e Ng Kuok Cheong dedicaram o dia ao caso das campas

problema, mas que quer ouvir de Chui sai on o que se passa exactamente. “Queremos uma declara-ção política, afinal ela é a número dois da hierarquia do Governo e, sobretudo sendo a secretária para a Administração e Justiça, tem que responder pelo primado da lei e pelo Esta-tuto dos Trabalhadores da Função Pública.”

Pereira Coutinho volta a relembrar que, noutros casos, em que funcionários públicos foram investiga-dos, estes saíram imediata-

mente dos postos que ocu-pavam. “Foram despedidos ou coagidos a apresentar demissão e, alguns, nem foi preciso o processo dar entrada no tribunal, foram corridos do serviço.” o de-putado fala em casos como o de orieta Lau, directora das finanças, que foi imedia-tamente suspensa quando se viu estar alegadamente envolvida em ilegalidades decorridas, no período entre 2006 a 2008, no âmbito da Comissão de Avaliação de Veículos Motorizados.

“Nós queremos saber o que se passa para Florinda Chan estar a ser investigada e Chui sai on não pode esconder-se no segredo de justiça, porque não é parte interveniente no processo”, defende Pereira Coutinho, quando questionado pelo Hoje Macau sobre a im-possibilidade de se falar de Florinda Chan. A secretária está a ser investigada e foi alvo de um debate instru-tório no Tribunal de Última Instância, devido ao Caso

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sexta-feira 14.6.2013 www.hojemacau.com.mo 5política

ANÚNCIO 【N.º 104/2013】

Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar os representantes dos agregados familiares da lista de candidatos a habitação social abaixo indicados, no uso da competência delegada pelas alíneas 16) e 18) do n.º 2 do Despacho n.º 34/IH/2013, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 22, II Série, de 29 de Maio de 2013 e nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

Nome N.º do boletimde candidatura

Nome N.º do boletimde candidatura

LAI SOI NGO 31200902060 LAO CHI VENG* 31200906513

VONG KAM SENG 31200902835 LIU KWOK

MAN* 31200906441

CHOI KA KOI 31200904577 WONG UT WO* 31200902307

DOMINGUES PINTEUS

WONG HUGO31200907268 WAN HON

WENG* 31200905441

NGAI NGA LAI 31200905415 LEI WAI SENG* 31200904094

LAM FOK ON 31200904980 SE IN CHENG* 31200903501

LENG WAI MAN 31200904655 LAM WAI FONG* 31200901801

KWAN IAU HENG 31200903206 SIO MEI

LENG* 31200905367

De acordo com o n.º 2 do artigo 9.º do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe Executivo n.º 296/2009, para nova verificação, se os candidatos preenchem os requisitos de candidatura ao arrendamento de habitação social, o Instituto de Habitação (IH) informou-os por meio de ofícios, para que sejam entregues os documentos indicados no prazo fixado, mas os interessados acima referidos não entregaram os documentos dentro do prazo fixado, pelo que não reúnem nos termos do n.º 3 do artigo 9.º do mesmo regulamento.

Tendo este Instituto publicado um anúncio na imprensa de língua chinesa e língua portuguesa, no dia 20 de Maio de 2013, a solicitar aos interessados acima mencionados para apresentarem por escrito as suas contestações pelos factos acima referidos no prazo de 10 (dez) dias a contar da data de publicação do referido anúncio, mas não fizeram a entrega das suas contestações dentro do prazo indicado. Nos termos da alínea 1) do artigo 11.º do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009, assim como do despacho do signatário, exarado na Informação n.º 1220/DAHP/DAH/2013, as respectivas candidaturas foram excluídas da lista geral de espera.

* Simultaneamente, foram cessado a concessão de abono de residencia por o agregado familiar beneficiário ter em sido excluido da lista geral de espera, de acordo com os termos da alinea 1) do n.º 1 do artigo 8.º do Regulamento Administrativo n.º 23/2008 (Plano Provisório de Atribuição de Abono de Residência a Agregados Familiares da Lista de Candidatos a Habitação Social) e o despacho do signatário, exarado na Informação acima mencionada.

E de acordo com o disposto no n.º 9 do Despacho n.º 34/IH/2013, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 22, II Série, de 29 de Maio de 2013 e no artigo 155.º do Código do Procedimento Administrativo, cabem recurso hierárquico necessário da respectiva decisão adminstrativa, ao Presidente deste Instituto, no prazo de 30(trinta) dias a contar da data de publicação do presente anúncio, o recurso hierárquico tem efeito suspensivo.

O Chefe do Departamento de Assuntos de Habitação Pública,

Subst.º

Chan Wa Keong11 de Junho de 2013

Joana [email protected]

A empresa espanhola Ur-baser S.A. vai interpor

um recurso em tribunal contra a decisão de atribuir a conces-são de recolha de lixo à CSR – Companhia de Sistema de Resíduos de Macau.

De acordo com o jornal Macau Business Daily, a Urbaser – que foi uma das perdedoras no concurso pú-blico – quer que a atribuição seja rejeitada e diz mesmo que quaisquer novas nego-ciações contratuais com a CSR devem ser suspensas até decisão dos juízes. “Até lá, a CSR só pode ofere-cer uma extensão do seu contrato”, diz a Urbaser, citada pelo jornal em língua inglesa.

A empresa espanhola não refere o motivo para o recurso. Mas, recorde--se, a Urbaser mostrava-se bastante confiante com a competição. A subsidiária da empresa portuguesa Suma garantiu ter tido uma ava-liação muito positiva tanto no critério preço, como de currículo. Os representantes da empresa estavam con-

Lixo Empresa espanhola que competiu comCSR interpõe recurso contra decisão do Governo

Urbaser desafiadorafiantes, tendo apresentado ideias como a introdução de uma educação ambiental, inovações nos equipamentos (menos poluentes e ruido-sos) e a instalação de mais ecopontos de reciclagem no território.

Ainda assim, não foi suficiente. O concurso foi ganho pela CSR, que fica mais dez anos a recolher o lixo de Macau.

O concurso público foi aberto em Dezembro, depois de uma terceira prorrogação do contrato entre Governo e CSR, e tinha como prin-cipais pontos a avaliar a experiência e tecnicidade das empresas e o valor da adjudicação, entre pontos como as garantias dadas aos trabalhadores. A CSR foi a que obteve a pontuação mais alta.

No dia em que anunciou a vencedora, o Governo fez questão de ressalvar que a avaliação das propostas foi feita “de forma intensiva” e através de uma “plata-forma de concorrência justa, imparcial, transpa-rente, rigorosa e prudente”. Na altura do anúncio da abertura do concurso, o

Executivo foi questionado sobre o facto de a CSR estar envolta em polémica – devido a estar envolvida no caso Ao Man Long - e continuar a ser a preferida no concurso para a recolha de lixo. A DSPA, contudo, descartou o problema, assegurando que as situ-ações de corrupção eram questões “encerradas” e que se exigia às “empresas concorrentes que cumpris-sem o princípio da hones-tidade, imparcialidade e integridade”. Recorde-se, contudo, que no Caderno de Encargos apresentado pelo Executivo não há qualquer cláusula anti--corrupção.

Nos pontos que avaliam as propostas remetidas pelas empresas a concurso estão o tempo de experiência – que a DSPA frisa terem de ser mais de dez anos – e os preços de adjudicação. A CSR foi a empresa que, das cinco, pediu o valor mais baixo – de 2,06 mil milhões.

De acordo com o Macau Business Daily, a empresa teve receitas no valor de 39,2 milhões de patacas no ano passado.

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sexta-feira 14.6.2013www.hojemacau.com.mo6 política

Cecília [email protected]

Comissão Conjunta da Candidatura das Asso-ciações de Empregados (CCCAE) é o nome da

candidatura pela via indirecta da Federação das Associações dos operários de macau (FAom). ontem, o grupo entregou, na sede dos serviços da Administração e Função Pública (sAFP), a sua comissão da candidatura e afirmou que a comissão foi feita por 54 eleitores legais do sector operário.

Assim, o deputado Lam Heong sang vai continuar a participar nas eleições legislativas através da via indirecta. Lei Cheng i, de 30 anos, vai ser o número dois. A CCCAE poderá obter dois cargos na AL através da via indirecta.

Quem parece estar de saída da AL é o deputado e presidente da Assembleia Legislativa (AL) Lau Cheok Va, que anteriormen-te afirmou que “tudo depende

Joana [email protected]

o 2.º simpósio de Co-operação e intercâm-

bio Pequim – macau vai realizar-se no território, a 10 e 11 de Julho. Com o tema “Aprofundar o In-tercâmbio e a Cooperação e Promover o Desenvolvi-mento mútuo”, o evento vai permitir que sejam assinados protocolos e

acordos de cooperação, que vão passar pela área da saúde, desporto e indús-trias culturais e criativas.

o sector dos negócios, contudo, também não fica de fora. “Associações comerciais e câmaras de comércio irão também assinar quatro protocolos de cooperação abrangen-do as áreas de turismo, comércio, ciência popu-lar e Pequenas e médias

Empresas”, refere um comunicado do Governo, entregue numa conferência de imprensa para apresen-tar o evento. “Urge também desenvolver activamente as funções organizacionais das associações comerciais e câmaras de comércio não-governamentais. o comércio de serviços, as indústrias culturais e criativas, a tecnologia inovadora, as Pequenas

e médias Empresas e o turismo serão os princi-pais sectores para que se promova o intercâmbio e a cooperação.”

Pequim vai enviar uma delegação de representan-tes a macau, com cerca de 60 empresários, para a realização de negociações com as empresas e institui-ções da RAEm.

outro dos objectivos deste simpósio é ainda

reforçar o reconhecimento do público, especialmente por parte dos jovens, à cultura chinesa, estando, por isso, preparada uma exposição de fotografias intitulada “Encantos de Pequim”, no Centro de Convenções e Entreteni-mento da Torre de macau. Exibições desportivas por parte dos jovens dos dois territórios vão também colorir o simpósio.

SAAM pagamais, clientes não Vai aumentar a taxa de serviço de abastecimento de água, depois de terem sido revistos os valores respectivos à taxa sobre os recursos hídricos, no contrato entre o Governo e a Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau. De acordo com o Boletim Oficial, esta taxa vai ter um aumento de 5,92%. “De acordo com o contrato aprovado, o governo usufrui do direito predominante quanto ao ajustamento da taxa de serviço de abastecimento de água”, refere o Executivo, em comunicado. As facturas de água dos clientes não vão ser afectadas com o ajustamento da taxa de serviço de abastecimento de água.

Mak Soi Kun querabuso sexual de menores como crime públicoO deputado Mak Soi Kun escreveu ontem na sua interpelação que o Governo deve tomar uma atitude considerando o abuso sexual de menores como crime público. O deputado referiu que nos últimos dois anos os caso de abuso sexual infantil em Macau tem tido uma clara tendência ascendente e, por isso, pede para que as autoridades analisem e tomem as medidas necessárias no sentido de prevenir e combater esse tipo de crimes. Mak Soi Kun considera que é necessário melhorar o ensino da moral e dos bons costumes, bem como a educação sexual.

Opiniões para melhorar serviço de autocarrosnas Portas do CercoA Associação de beneficência e Assistência Mútua dos Moradores do Bairros da Toi San anda há três dias a recolher opiniões e assinaturas na estação de autocarros das Portas do Cerco. À cabeça da iniciativa, o deputado Ho Ion Sang disse que o calor durante Verão e as inundações durante o tempo de monções e tufões causam sempre problemas naquele local. O deputado acusa o Governo de canalizar o dinheiro para muitas coisas que não resolvem os verdadeiros problemas da população. Este semana a associação ainda vai recolher opiniões na zona central da cidade e na Taipa.

Novo Macau quer reunir com Lau Pun LamOs três deputados da Associação de Novo Macau (ANM) pediram uma reunião com o Gabinete de Estudo das Políticas através da Assembleia Legislativa (AL). Os democratas afirmaram que o gabinete já disse que está a analisar a questão dos estudantes estrangeiros e a questão da habitação. Os deputados querem saber qual a direcção do estudo do gabinete e qual o calendário político a prosseguir.

Eleições 2013 FAom entregou comissão da candidatura para a via indirecta

Lau Cheok Va e Lee ChongCheng vão abandonar a AL

mais duas candidaturaspara eleição directaCuidados para Macau, é o nome da comissão de candidatura do Wiliam Kuan. O grupo terá 7 ou 8 candidatos e já conseguiu recolher cerca de mil assinaturas. Ainda não está decidida a lista final mas William Kuan, o rosto mais conhecido, será o número dois. A outra candidatura apresentada ontem vem da Macao Tri-decade Action Union. Com o nome Breakthrough Action, o primeiro lugar fica entregue a Kou Ngon Fong que afirmou que o grupo vai dar mais atenção à habitação pública, incentivo de política aos jovens e protecção ambiental. A candidatura, com mais de 500 assinaturas, ainda não decidiu a lista final.

Pequim/Macau Simpósio de cooperação vai permitir cooperação e negócios

saúde, turismo e PmEs

da decisão da FAom”. ontem, o porta-voz da entidade, Chan Kam Meng, confirmou a saída de Lau Cheok Va, justificando a decisão com questões de “idade e saúde”. “Queremos mais jovens a participar nos assuntos políticos

e sociais”. A AL perderá, assim, o seu presidente.

igualmente anunciado foi a saída de cena de Lee Chong Cheng. Na verdade, havia ainda uma incerteza quanto ao seu nome poder ou não aparecer na candida-

tura. os rostos para as eleições de setembro são Lam Heong sang e Lei Cheng I, o que significa que o actual deputado estará fora da AL nos próximos anos.

Lam Heong sang explicou que a saída de Lee Chong Cheng é “normal” e “não tem qualquer ligação com questões polémi-cas”. “Ele vai continuar a servir a sociedade através da FAom”, explicou, garantindo que no final do ano a estrutura da FAom irá ser modificada.

Relembra-se que, no ano pas-sado, Lee Chong Cheng esteve envolvido no escândalo de uso indevido de dinheiros públicos para fazer renovação do Centro de Estudo do Desenvolvimento de Qualidade dos Cidadãos de macau. o deputado foi acusado de criar instalações luxuosas para um centro que ainda nada tinha feito pela sociedade de macau. Para além disso, o facto de estar no prédio do jornal ou mun, também não foi bem visto pela população.

Cuidados para MacauMacao Tri-decade Action Union

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7sexta-feira 14.6.2013 www.hojemacau.com.mo publicidade

ANÚNCIO

[N.º100/2013]

Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar os representantes dos agregados familiares da lista de candidatos a habitação social abaixo indicados, no uso da competência delegada pela alínea 16) do n.º 2 do Despacho n.º 34/IH/2013, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 22, II Série, de 29 de Maio de 2013 e nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

Nome N.º do boletim de candidaturaCHEONG MAN KIT 5014303CHAU YIU WING 31200902378

Após as verificações deste Instituto, notamos que os representantes dos agregados familiares de candidatos a habitação social acima mencionados são ou têm sido proprietários de fracções autónomas na Região Administrativa Especial de Macau, desde o termo do prazo para entrega do boletim de candidatura até à data de assinatura do contrato de arrendamento com este Instituto, pelo que, estes não reúnem os requisitos exigidos para a candidatura, nos termos das alíneas 2) do n.º 4 do artigo 3.º do Regulamento Administrativo n.º 25/2009(Atribuição, Arrendamento e Administração de Habitação Social). Tendo este Instituto publicado um anúncio na imprensa de língua chinesa e língua portuguesa, no dia 22 de Maio de 2013, a solicitar aos interessados acima mencionados para apresentarem por escrito as suas contestações pelos factos acima referidos no prazo de 10 (dez) dias a contar da data de publicação do referido anúncio, entretanto não o fizeram. Nos termos dos n.º 1 do artigo 46.º do Regulamento Administrativo no.º 25/2009(Atribuição, Arrendamento e Administração de Habitação Social), artigo 5.º e alínea 2) do artigo 11.º do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009, e n.º 2 do artigo 9.º do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009, com as alterações introduzidas pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 141/2012, assim como da decisão do despacho do signatário, exarado na Informação n.º 1181/DAHP/DAH/2013, as respectivas candidaturas serão excluídas da lista geral de espera por IH. E de acordo com o disposto no n.º 9 do Despacho n.º 34/IH/2013, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 22, II Série, de 29 de Maio de 2013 e no artigo 155.º do Código do Procedimento Administrativo, cabem recurso hierárquico necessário da respectiva decisão adminstrativa, ao Presidente deste Instituto, no prazo de 30(trinta) dias a contar da data de publicação do presente anúncio, o recurso hierárquico tem efeito suspensivo.

O Chefe do Departamento de

Assuntos de Habitação Pública, subst.º

Chan Wa Keong10 de Junho de 2013

ANÚNCIO

[N.º101/2013]

Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar os representantes dos agregados familiares do concurso de habitação económica abaixo indicados, no uso da competência delegada pela alínea 19) do n.º 2 do Despacho n.º 34/IH/2013, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 22, II Série, de 29 de Maio de 2013 e nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

Nome N.º do boletimde candidatura

Nome N.º do boletim de candidatura

TANG KAI CHONG 1835 LEE LOK KUAN 72688WONG KUAI NOI 2236 UN SOK HAN 108235WU KAM TONG 34634 CHAN KIN LENG 116322CHAN KIO NA 60161

Por causa dos representantes dos agregados familiares acima mencionados não comparecerem no

este Instituto para escolha de habitação após a emissão da segunda convocação, as respectivas candidaturas serão excluídas na lista geral, de acordo com os termos da alínea 2) do n.º 5 do artigo 60.º da Lei n.º 10/2011 (Lei da habitação económica) e alínea a) do artigo 14.º do Regulamento de Acesso à Compra de Habitações Construídas no Regime de Contrato de Desenvolvimento para a Habitação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 26/95/M, de 26 de Junho, revisto pelo Regulamento Administrativo n.º 25/2002. Tendo este Instituto publicado um anúncio na imprensa de língua chinesa e língua portuguesa, no dia 14 de Maio de 2013, a solicitar aos interessados acima mencionados para apresentarem por escrito as suas contestações pelos factos acima referidos no prazo de 10 (dez) dias a contar da data de publicação do referido anúncio, mas não fizeram a entrega das suas contestações dentro do prazo indicado, assim como da decisão do despacho do signatário, exarado na Informação n.º1186/DAHP/DAH/2013, as respectivas candidaturas foram excluídas da lista geral de espera. E de acordo com o disposto no n.º 9 do Despacho n.º 34/IH/2013, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 22, II Série, de 29 de Maio de 2013 e no artigo 155.º do Código do Procedimento Administrativo, cabem recurso hierárquico necessário da respectiva decisão adminstrativa, ao Presidente deste Instituto, no prazo de 30(trinta) dias a contar da data de publicação do presente anúncio, o recurso hierárquico tem efeito suspensivo.

O Chefe do Departamento deAssuntos de Habitação Pública, Subst.º

Chan Wa Keong10 de Junho de 2013

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sexta-feira 14.6.2013nacional8 www.hojemacau.com.mo

O caso do ex-técnico da CIA Edward Snowden, que está escondido em Hong Kong depois denunciar

o programa de espionagem dos EUA, põe à toda prova as relações entre Pequim e Washington, afirmou esta quinta-feira a imprensa oficial chinesa.

O governo dos EUA acusou vá-rias vezes Pequim de espionagem, mas em entrevista concedida ao jornal de Hong Kong “South China Morning Post”, Snowden revelou que Washington faz o mesmo com a China e Hong Kong há anos. “A forma como o governo dos EUA vai conduzir este caso pode representar um desafio para a incipiente boa vontade entre Pequim e Washing-ton, já que Snowden se encontra em

Exigida punição contra crimes que afectam a produção e a segurança no trabalhoO Supremo Tribunal Popular da China divulgou esta quarta-feira um comunicado exigindo que os tribunais de diferentes níveis reforcem os trabalhos de julgamento para os casos criminais que afectam a segurança da produção e punam seriamente os envolvidos nessas acções. Recentemente têm ocorrido vários acidentes em várias regiões do país durante o processo de produção, que provocaram grande número de vítimas e prejuízos materiais. A este respeito, o Supremo Tribunal exigiu que as autoridades locais julguem a tempo os envolvidos e tomem decisões firmes, a fim de desempenhar um papel positivo para o bom funcionamento do ambiente de trabalho.

Diplomacia Imprensa chinesa diz que CasoSnowden põe à prova relações entre China e EUA

Equilíbrio instávelterritório chinês e a relação China--EUA está em constante tensão na questão da ciber-segurança”, afirmou o China Daily, que citou alguns especialistas.

O jornal dedicou um editorial na sua edição de ontem ao escân-dalo e considera que os trabalhos de inteligência americanos são “in-justificados”, já que “as operações, que incluem a recolha de cerca de

milhões de registos de informações por dia, são uma violação dos direitos civis”.

O escândalo despertou um debate sobre as fronteiras entre a segurança e a privacidade que “pode ajudar o povo e o governo americanos a encontrar um melhor equilíbrio”, já que, por outro lado, concluiu o editorial, factos como os atentados da Maratona de Boston

demonstraram que estes esforços não estão a surtir efeito.

A agência Xinhua citou o inves-tigador Li Haidong, da Universida-de de Relações Exteriores da China, para afirmar que “durante meses Washington acusou a China de ciber-espionagem e agora a maior ameaça à liberdade individual e à privacidade nos Estados Unidos é o poder de seu próprio governo”.

Segundo Li, Washington en-contra-se numa posição incómoda, pois terá de dar explicações aos seus cidadãos e aos de outros países.

Para o analista Zhang Tuo-sheng, da Fundação Chinesa para Estudos Internacionais e Estra-tégicos, o caso prova que “EUA e China, em vez de se acusarem mutuamente (de espionagem na internet) deveriam trabalhar em conjunto para criar regras que sejam respeitadas”.

Zhang sublinhou que os EUA deveriam abandonar a sua política de procurar a “segurança absoluta, o que pode, por vezes, provocar danos para os interesses de outras nações”.

Outros meios oficiais chineses afirmaram que os Estados Unidos têm de encontrar um melhor equilí-brio entre segurança e privacidade.

O jornal Global Times, por exemplo, ressalta que “muita gente tem medo que as suas comunica-ções privadas sejam violadas num país (EUA) que sempre se orgulhou da sua liberdade”.

A publicação destaca que a forma como o governo americano vai lidar com o escândalo irá rede-finir as relações entre sociedades e nações, e que o futuro da internet “depende das decisões tomadas pelos Estados Unidos”.

Até o artista chinês Ai Weiwei, o mais conhecido crítico do go-verno comunista, emitiu ontem opiniões sobre as revelações de Snowden, assinalando que, se forem verdade, podem ser usadas como desculpa pela China para au-mentar a espionagem e o controle da população.

O artista, que durante anos criticou a falta de liberdade na China, criticou desta vez os Estados Unidos, destacando que ambos os países “não são muito diferentes quando se trata de invadir a priva-cidade de seus cidadãos”.

Nave chinesa com três astronautasacoplou com módulo espacialA nave chinesa Shenzhou-10 acoplou ontem ao módulo espacial Tiangong-1, numa operação destinada a aperfeiçoar a tecnologia necessária à manutenção de uma estação permanente em órbita da Terra. Lançada na passada terça-feira, com três astronautas a bordo, a Shenzhou-10 atracou automaticamente ao Tiangong-1 ao princípio da tarde (hora local). O Tiangong-1, lançado há quase dois anos, é o protótipo da estação espacial que a China tenciona colocar em órbita em 2020, altura em que a actual Estação Espacial Internacional deverá ser desactivada. A missão da Shenzhou-10, a mais longa do programa espacial chinês, está programada para durar quinze dias. Entre os três astronautas a bordo figura a professora Wang Yaping, a segunda mulher chinesa a viajar no espaço.

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sexta-feira 14.6.2013 www.hojemacau.com.mo 9região

O envelhecimento populacional pode significar menos receitas

e mais despesas para Hong Kong a longo prazo. A questão passou a ser motivo de preocupação, prin-cipalmente depois do orçamento publicado pelo governo de Hong Kong no início do ano. Em resposta, o governo da região anunciou esta terça-feira a criação de uma equipa de trabalho para estudar soluções sobre a questão do envelhecimento da população.

Hong Kong possui uma popu-lação nativa de 7,14 milhões, da qual, 13% são pessoas com idade superior a 65 anos, segundo dados divulgados em Agosto de 2012. O governo prevê que esta percenta-

gem deve chegar a 28% em 2030, o que representaria cerca de 2,3 milhões de pessoas.

Com base no orçamento elabo-rado no começo do ano, o secretário de Finanças de Hong Kong, John C Tsang, disse que com o aumento da população idosa e a redução do número de empregados e de contribuintes, Hong Kong não vai poder cobrir as suas despesas, caso seja mantido o actual sistema de impostos. Para além do mais, está prevista uma desaceleração económica e dentro 10 a 20 vinte anos, dois trabalhadores passarão a sustentar uma pessoa, contra a percentagem actual que é de cinco para um.

Pequim prende jornalista que denunciou abusos no trabalho A irmã dum jornalista chinês que desapareceu recentemente depois de completar um documentário sobre abusos no trabalho num acampamento, disse que as autoridades de segurança do Estado detiveram o fotógrafo. Residente em Pequim, Du Jirong, irmã do fotógrafo Du Bin, disse esta quinta-feira que as autoridades de You’anmen informaram que o jornalista foi preso num centro de detenção sob ordens de segurança do Estado. Hu Jia, um amigo próximo do fotógrafo, disse que Du Bin interrogado a 31 de Maio e que seu apartamento foi revistado pela polícia no dia seguinte. Hu disse que a prisão de Du está provavelmente relacionada com o seu trabalho que expõe a tortura supostamente sofrida por presos num campo de trabalho no nordeste da China, assim como a denúncia da repressão militar de 1989 contra os manifestantes pró-democracia em Pequim.

Hong Kong Governo estuda soluções para lidar com o envelhecimento populacional

Sistema de impostos ameaçado

A Coreia do Norte criticou ontem duramente o Go-

verno de Coreia do Sul, que responsabilizou pelo cancela-mento de um encontro de alto nível previsto para quarta-feira.

O regime de Kim Jong-un acusou Seul de, deliberada-mente, “criar um obstáculo” à reunião que teria sido o primeiro encontro bilateral de alto nível em seis anos, indicou o Comité norte-coreano para a Reunifica-ção Pacífica da Coreia.

Este organismo norte-core-ano argumentou no seu comu-nicado, citado num despacho da agência estatal de notícias KCNA, que a Coreia do Sul “não tinha a intenção, desde o início, de manter um diálogo e só procurava criar um obstáculo para as conversações, atrasá-las e miná-las”.

Ainda assim, acusou Seul de manter um “comportamen-to provocador, deselegante e imoral” que, considerou, “leva a duvidar sobre se vai poder debater assuntos ou melhorar as relações, incluindo se se abre no futuro o diálogo entre autoridades”. “Não esperamos

Obama e Abe falam sobreCoreia do Norte e ChinaA Casa Branca disse que o presidente dos EUA, Barack Obama, conversou com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, sobre o programa nuclear da Coreia do Norte e a disputa territorial entre os japoneses e a China. Os dois líderes concordaram, via telefone na quarta-feira, em colaborar para interromper os programas nuclear e de mísseis balísticos de Pyongyang. A Casa Branca disse que também foi abordada a necessidade de estabilidade e de diálogo no Mar da China Oriental. O Japão e a China estão envolvidos numa longa disputa sobre ilhas no Mar da China Oriental que ambos reivindicam. O assunto veio à tona este mês, quando Obama se encontrou na Califórnia com presidente chinês, Xi Jinping. Segundo a Casa Branca, Obama e Abe também discutiram a entrada do Japão na Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês). Os EUA aprovaram a entrada do Japão nas negociações do pacto em Abril.

Presidente de Timor-Leste realiza visitas oficiais à Indonésia e Nova ZelândiaO Presidente de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, inicia na quarta-feira visitas oficiais à Indonésia e à Nova Zelândia, informou ontem a Presidência timorense, num comunicado enviado à imprensa. A visita à Indonésia vai realizar-se entre quarta e sexta-feira (20 a 22 de Junho) e o Presidente timorense vai reunir-se com o seu homólogo indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono. O chefe de Estado timorense segue depois para a Nova Zelândia, onde vai permanecer durante quatro dias. Durante a sua estada na Nova Zelândia, Taur Matan Ruak vai reunir-se com o primeiro-ministro, John Key, e com o governador-geral daquele país, Jeremiah “Jerry” Mateparae. Desde que tomou posse, a 20 de Maio de 2012, o Presidente timorense só realizou duas visitas oficiais, a Moçambique e ao Vaticano para a cerimónia de tomada de posse do papa Francisco.

Coreias Norte culpa Sul por cancelar reunião bilateral

Diálogo minado

nada das negociações entre as autoridades do Norte e do Sul”, sentenciou.

O encontro de alto nível previsto para esta quarta-feira entre ambas as Coreias foi cancelado na véspera, devido à falta de acordo, na reunião preliminar, entre as partes sobre a patente dos líderes das respectivas delegações. Seul e Pyongyang, que viveram um pico de tensão em Março

e Abril, pareciam ter iniciado uma fase de entendimento depois de na semana passada terem acordado celebrar o ci-tado encontro bilateral.

A Coreia do Norte e Coreia do Sul permanecem tecnica-mente em guerra, desde que a Guerra da Coreia (1950-53), concluída com um armistício que até hoje não foi substi-tuído por um tratado de paz definitivo.

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sexta-feira 14.6.201310 entrevista www.hojemacau.com.mo

Helder [email protected]

Está em andamento o acordo entre a Fundação Rui Cunha e a Faculdade de Direito de Coimbra, para já na organi-

zação da Biblioteca desta Fundação. Maria do Céu Oliveira, técnica de biblioteca daquela Universidade, deslocou-se a Macau para organizar os primeiros milhares de livros da biblioteca da FRC. Fala ao Hoje Macau do trabalho que desenvolveu durante dois meses, conta-nos num traço o ambiente da “sua” Biblioteca em Coimbra. Quem disse que os bibliotecários são pessoas obscuras, sem humor, e que as bibliotecas são organismos passivos? Há um intenso movimento. E os profissionais são dinâmicos, alegres com a vida e com a sabedoria adquirida. O Nobel Jorge Luís Borges era bibliotecário quando foi preso no primeiro consulado de Péron, sendo mais tarde director da Biblioteca Nacional da Argentina e o escritor e poeta que se sabe. Berlioz, Engels, tantos. A técnica de biblioteca que hoje nos fala, dignifica a profissão de forma elegante e objectiva. Consi-dera positivamente inesquecíveis as semanas que trabalhou na Fundação Rui Cunha.

Ao abrigo do acordo entre a Fun-dação Rui Cunha e a Faculdade de Direito da Universidade de Coim-bra, veio a Macau para organizar a biblioteca daquela Fundação. Trabalho terminado?O trabalho não acabou, para grande mágoa minha. O tempo disponível foi relativamente curto, tenho a minha actividade na Biblioteca da Faculdade de Direito em Coimbra, não foi possível prolongar mais o meu tempo em Macau. Neste mo-mento a Biblioteca da Fundação Rui Cunha já contém cerca de cinco mil livros, é um volume considerável para organizar.

Nessa organização seguiu critérios diferentes dos que são utilizados na Biblioteca da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra?segui idêntico critério utilizado na casa onde trabalho, embora natu-ralmente com algumas adaptações. separei os livros de Direito e os de Literatura por grupos. Como deve ser, dentro do Direito há várias subdivisões, tudo isso tem de ter a sua identificação muito específica e o seu lugar adequado. O serviço de biblioteca é muito diversificado, desde o carimbar, registar, catalogar, depois a introdução de dados, a clas-sificação, colocar organizadamente nas prateleiras, etc. tudo isto leva o seu tempo, sendo necessário uma

os livros de Direito preenchem, neste meu trabalho em Macau, a grande preocupação da própria Fundação e dos seus extraordinários profissionais, como minha também. ainda falta o aspecto da catalogação

Maria do Céu Oliveira, técnica bibliotecária da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

“A biblioteca não é um lugar isolado nem passivo, é dinâmico e com muito trabalho”

formação específica. Mesmo depois desta formação, há uma necessidade imperiosa de muita prática para se conseguir realizar um serviço mini-mamente perfeito.

Uma biblioteca naturalmente vocacionada para todas as áreas do Direito.Absolutamente. Os livros de Direito preenchem, neste meu trabalho em Macau, a grande preocupação da própria Fundação e dos seus extraor-dinários profissionais, como minha também. Ainda falta o aspecto da catalogação.

Regressará a Macau para nova colaboração com a Fundação Rui Cunha?Não sei, não depende de mim, mas quem sabe? O que me satisfaz é o facto de ter tentado transmitido o básico para dois elementos que trabalharam ao meu lado, por exemplo uma jovem muito empenhada que me pareceu bas-tante empenhada em prosseguir parte das tarefas que me viu desenvolver, por certo que o fará. Disponibilizei-me para, mesmo à distância, tirar dúvidas.

Como observou a preocupação de uma fundação muito jovem, como

a Fundação Rui Cunha, ter a reco-nhecida preocupação de possuir e disponibilizar uma biblioteca não apenas literária, mas também ou sobretudo técnica dirigida às áreas do Direito?Devo dizer que fiquei muito agra-davelmente surpreendida. O Dr. Rui

Cunha tem uma atitude muito nobre para com este espaço geográfico que é Macau e que ele certamente ama mais que ninguém. É realmente de louvar toda a sua atitude, o seu tra-balho reconhecidamente a favor de Macau. Para mim é obviamente uma honra muito grande ter vindo pela

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11sexta-feira 14.6.2013 entrevistawww.hojemacau.com.mo

Maria do Céu Oliveira, técnica bibliotecária da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

“A biblioteca não é um lugar isolado nem passivo, é dinâmico e com muito trabalho”solitária, tímida, circunspecta, que vive obsessivamente por entre livros...Realmente pode haver essa ideia, mas não corresponde, dentro do que testemunho, à realidade. Penso até que talvez nunca tenha sido bem as-sim. O cidadão comum naturalmente sabe pouco do que é o trabalho no interior de uma biblioteca. Falo com experiência, há muitas pessoas, ainda hoje, imaginando o trabalho de um técnico de biblioteca, que é o meu caso, como uma pessoa que atende o leitor quando ele vai a uma sala de leitura de uma biblioteca. Ora tanto um bibliotecário como um técnico de biblioteca possuem uma série de conhecimentos específicos para levar a cabo toda uma série de tarefas até que o livro esteja disponibilizado para o leitor poder consultá-lo.

Na sua actividade profissional lida diariamente com oceanos de informação...É verdade, se bem que não seja uma biblioteca geral, é uma biblioteca direccionada para um determinado perfil de leitor: basicamente, os alu-nos das licenciaturas, os docentes ou investigadores tanto da Universidade como do exterior, incluindo outras universidades.

Existe relacionamento entre o téc-nico de biblioteca e o conhecimento que o rodeia?Dependerá de cada um a dimensão desse relacionamento. O facto é que, de certo modo, tem de se relacionar, mesmo não sendo no seu todo. Dou um exemplo, a nossa bibliotecária, não sendo licenciada em direito, é uma bibliotecária de uma biblioteca com as características de pertencer a uma Faculdade de Direito. Ela tem de conviver com o conhecimento pelo menos mínimo dos professores que trabalham na Faculdade, da bibliografia de que eles necessitam. Tem de haver uma relação muito próxima entre a bibliotecária e os docentes, porque são estes que fazem as propostas para aquisição das obras que lhes interessam. Portanto, não é, de forma alguma, como em muitas ocasiões se julga, um trabalho isolado, tímido. Isso não pode acontecer ali nem em qualquer biblioteca.

Uma pessoa bibliotecária ou téc-nica de biblioteca, tem muito de investigador.Absolutamente, desde logo localizar com precisão a informação pretendi-da e disponibilizá-la ao leitor.

A tecnologia actual também é im-portante numa biblioteca?Importantíssima, direi que já não

poderíamos viver sem ela. Através da tecnologia, dos sistemas informá-ticos e das bases de dados, damos conhecimento ao leitor, seja ele especializado ou um leitor comum, como também acontece.

Apesar de a Biblioteca da Facul-dade de Direito da Universidade de Coimbra ser, obviamente, direccionada para determinada área, ela proporciona a existência de uma comunidade de leitores?Qualquer pessoa, incluindo o ci-dadão comum, tem acesso a esta biblioteca, até porque, apesar de ser específica, é uma biblioteca pú-blica. Naturalmente que esse leitor sabe que ali só poderá encontrar obras relacionadas com o Direito nas suas mais variadas secções. Uma biblioteca geral tem um perfil completamente diferente, uma vez que dispõe de obras para os mais diferentes interesses. Temos leitores frequentes, habituais, é um espaço onde também se pode estudar, temos salas de leitura em espaços diferentes. O espaço é cada vez mais pequeno, pelo movimento de leitores e pelo aumento constante das obras que vamos tendo. Existe um projecto do arquitecto Siza Vieira para remodelação da antiga Faculdade de Farmácia. Se for con-cretizado, passará a ser a Biblioteca da Faculdade de Direito.

Há influência da biblioteca nas em-presas que optam por ter cultura empresarial própria, influência nos hábitos de leitura, entre ou-tras coisas. Esse papel também pode ser desempenhado por uma biblioteca?Talvez isso deva partir mais de quem frequenta as bibliotecas de uma maneira geral, devia depender, como disse, da cultura da empresa relacionada com o empenho em aumentar e fazer aumentar aos seus colaboradores o nível de conheci-

primeira vez até Macau, observar tudo e particularmente os trabalhos, as iniciativas do Dr. Rui Cunha, todo o trabalho das pessoas que directa-mente colaboram na Fundação. São pessoas excepcionais! Para além do nível profissional, pelo convívio fra-terno que têm tido comigo - e deixe acrescentar que tenho sido tratada maravilhosamente por todos! O que me tem deixado por vezes com uma pontinha de emoção.

A imagem de um bibliotecário, ou de um técnico de biblioteca, ainda hoje é relacionada com uma pessoa

mentos. Também há exemplos de empresas que se preocupam em or-ganizarem as suas bibliotecas muito próprias com informação disponível para os seus funcionários. Em casos destes já poderemos falar que uma biblioteca pode exercer influência nos hábitos de leitura.

Cada vez mais, a necessidade de retirar a ideia de que a biblioteca é um organismo passivo.Nem pode ser. No caso da biblioteca onde exerço funções, é dessa que me-lhor posso falar, há um movimento constante, temos leitores desde as 9h da manhã até às cinco e meia da tarde. No caso da sala principal de atendimento, penso que se o horário fosse alargado, ainda mais leitores teríamos. A Sala de Revistas, que é uma sala belíssima tem perma-nentemente leitores até à hora de encerramento. A Sala de Leitura dos alunos, excepto o tempo de férias, está sempre repleta. Uma biblioteca não pode ser passiva, tem pessoas a trabalhar, pessoas a requisitar obras, a estudar, a investigar, para se actu-alizarem, para aumentarem o seu nível de conhecimentos.

Não é o seu caso, mas tem opinião sobre as bibliotecas itinerantes, as bibliotecas escolares?As bibliotecas itinerantes, fazendo chegar livros a locais onde não existe organismo que faculte obras para consulta pública em geral, são uma boa solução para quem gosta de ler, para quem gosta de se cultivar. É um princípio de desenvolvimento do gos-to pela leitura, que levará as pessoas a frequentar, quando possível, outras bibliotecas mais completas.

Quem trabalha numa biblioteca adquire vício de leitura?Também dependerá de cada pessoa. No entanto, há a circunstância de não termos tempo para ler. É uma pena, mas essa é a verdade, não temos tempo. Posso dizer que na “minha” biblioteca existe muito, muito trabalho. Somos sete técnicas dentro de uma sala onde estamos permanentemente a trabalhar, muito intensamente, inclusivamente fazendo tarefas que habitualmente não seríamos nós a executar, não nos sobrando tempo para ler como naturalmente tanto desejaríamos. Re-metemos a satisfação dessa vontade, desse interesse para as horas vagas.

O cidadão comum naturalmente sabe pouco do que é o trabalho no interior de uma biblioteca. Falo com experiência, há muitas pessoas, ainda hoje, imaginando o trabalho de um técnico de biblioteca, que é o meu caso, como uma pessoa que atende o leitor quando ele vai a uma sala de leitura de uma biblioteca

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sexta-feira 14.6.2013publicidade12 www.hojemacau.com.mo

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sexta-feira 14.6.2013 www.hojemacau.com.mo 13www.hojemacau.com.mo vida

Cecília [email protected]

Ng Kuok Cheong deu ontem a co-nhecer a resposta do Instituto para

os Assuntos Cívicos e Muni-cipais (IACM) sobre a inter-pelação escrita do deputado em Abril, onde o governo era questionado sobre quan-do seria implementada uma legislação para a protecção aos animais. Raymond Tam, presidente do IACM, garantiu ontem que a proposta da lei vai entrar em processo legis-lativo “após a análise”, mas o responsável não avançou com datas.

O responsável do IACM disse ontem que o governo dá muita atenção à necessida-de de protecção aos animais de Macau e admite que o pro-jecto de lei está feito e regula as responsabilidades e obri-gações no que toca à criação e tratamento dos animais, bem como proíbe qualquer perse-guição irrazoável, abuso ou violência contra animais. “As autoridades estão a planear sanções, como multas ou limites à criação de animais”, revela a resposta do IACM. “O projecto da lei está em análise, quando se completar a análise vão estar criadas

Joana [email protected]

A Humane Society In-ternational está a fazer

circular uma petição na in-ternet para parar o Festival de Verão de Carne de Cão, que acontece anualmente em Junho. A organização de protecção animal revela fotografias perturbadoras dos animais enjaulados e a serem mortos de forma cruel, já antes do festival, diz. “[Os cães] começam a sofrer semanas antes da fes-ta, quando são apanhados nas ruas ou, até, roubados de algumas casas. Desde aí, são confinados a jaulas de ferro, sem comida ou água, e colocados em camiões onde ficam durante longas viagens.”

O destino: Festival de

OS hotéis do Sands Macau e do grand Lis-boa e o Hotel guia venceram o prémio de

prata do Prémio Hotel Verde de Macau 2012. No total, nove hotéis locais foram galardoa-dos, com o bronze a ser atribuído ao MgM Macau, Hotel grande Waldo, Riviera Macau, Hotel Dragão Dourado e Rossio da Taipa.

O Prémio Hotel Verde Macau, instituído em 2007, é organizado anualmente e vai, actualmente, na sua 6.ª edição. É organizado pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) e com a colaboração da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) e tem como objectivo promover uma melhor gestão ambiental nos hotéis.

Pela primeira vez, dois hotéis de duas estrelas participaram, tendo um vencido na Categoria II, de hotéis de pequena e média dimensão. Foi o Hotel East Asia.

Este ano, introduziram-se novos crité-

rios de avaliação, incluindo na redução de produção de resíduos de cozinha.

Os hotéis Crown Towers, The Venetian Macao-Resort-Hotel e Hard Rock Hotel, galardoados com o prémio de ouro em 2011, vão manter a sua atribuição, bem como o grand Hyatt Macau, grandview Hotel, Hotel Beverly Plaza e Hotel Waldo, galardoados com o prémio de prata em 2011, e a Pousada Marina Infante e o Hotel Animação Imperial, galardoados com o prémio de bronze em 2011. Também o The Westin Resort Macau e a Pousada de Mong-Há, galardoados com o prémio de prata em 2010, e o Hotel Metrópole, Emperor Hotel, Hotel Holiday Inn e Hotel Lan Kwai Fong Macau, galar-doados com o prémio de bronze em 2010, vão ficar com os seus certificados, uma vez que mantiveram todas as características para serem hotéis verdes.

Protecção animal IACM garanteque proposta vai entrar no processo legislativo

Quando, não se sabeProtecção animal Petição pede

travão em festival de carne de cão na China

“Eles sofrem semanas antes da festa”

Hotel Verde Prémio sobre responsabilidade ambiental entregue a nove hotéis

Macau mais cumpridor

Verão de Carne Canina, nas regiões do nordeste e do sul da China. “A morte dos cães começa logo com o sofrimento insuportável que têm e os festivais duram até duas semanas.”

Diversas organizações de protecção animal chi-nesas estão no terreno para tentar parar os eventos, tendo conseguido que um deles não fosse avante em 2010. Ainda assim, para

este festival – que se realiza em Yulin, na província de guangxi -, devido a fal-tarem poucos dias, nem o presidente da Humane Society International, que se encontra no conti-nente em trabalho, nem os activistas podem ser suficientes para travarem a situação. “Muitos dos animais já morreram, mas o resto mantém-se ‘empa-cotado’, uns em cima dos outros, até serem mortos. Mas garantimos que en-tregaremos esta petição às autoridades locais, de forma a mostrar-lhes que o mundo os observa”, diz o presidente da associação, Andrew Rowan.

Os interessados podem assinar a petição, que pode ser encontrada no Face-book do Hoje Macau.

condições para que entre no processo de legislação.

Sobre o registo dos ve-terinários e a regulação dos instalações de saúde animal, o governo vai “oportu-namente fazer a consulta pública”.

Ng Kuok Cheong con-sidera que, uma vez findo o projecto de lei, deveria entre-gar-se ao Conselho Executivo para que este preparasse uma apresentação da proposta à Assembleia Legislativa (AL) no final do ano.

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sexta-feira 14.6.2013www.hojemacau.com.mocultura14

Tiago [email protected]

A extensão do Festival Internacional de Cinema DocLisboa teve início on-tem, pelas 18h15, no Café

Oriente do IPOR, com a exibição da longa metragem Amanhecer a Andar. Hoje, à mesma hora e no mesmo local, será exibido Reconversão, filme realizado por Thom Andersen a propósito da obra do arquitecto português Eduardo Souto de Moura. Reconversão é um filme sobre grani-to. O filme começa com um grande bloco a ser extraído de uma pedreira e com todo o seu peso a ser pousado por um caterpillar no reboque de um camião. Enquanto o bloco é cortado e transformado em placas, uma voz--off explica-nos, com o seu sotaque americano, que “Portugal is two countries, two civilizations: in the south, clay; in the north, granite”. Esta afirmação serve para pôr o es-pectador perante o argumento central do filme: a arquitectura de Souto de Moura funda-se como uma parede de granito. Thom Andersen quer saber porque é assim que Souto de Moura constrói a sua arquitectura, e Reconversão é a materialização cinematográfica dessa investigação.

“Durante as últimas três dé-cadas, Eduardo Souto de Moura produziu um corpo de trabalho que é do nosso tempo mas que também tem ecos da arquitectura tradicional. Os seus edifícios apre-

O bairro de Alfama foi o vencedor da edição

deste ano das Marchas Po-pulares de Lisboa, anunciou ontem a EGEAC, empresa municipal responsável pe-los equipamentos e pela animação culturais.

Depois de conquistar o primeiro lugar durante dois anos consecutivos o bairro do Alto do Pina ficou na segunda posição com 230 pontos, menos 24 pontos que o vencedor e mais dois pontos que o bairro da Bica, que conquistou a terceira posição.

Por categorias, Alfama foi o bairro melhor classi-ficado na coreografia, ce-nografia, figurino e desfile

da Avenida, São Vicente conquistou o título de melhor letra com “Ai,Ai S. Vicente” e Marvila o de melhor musicalidade.

Os temas da edição deste ano das Marchas Populares de Lisboa, a 81.ª, foram os 500 Anos do Encontro Cultural Portugal/China, o quinto centenário da construção do Bairro Alto e o 125.º aniversário do nascimento de Fernando Pessoa.

Em competição entre a noite de quarta-feira e a ma-drugada de hoje estiveram as marchas de Marvila, Alto do Pina, Penha de França, Bairro Alto, Ajuda, Lumiar, Alfama, Benfica, Alcânta-

ra, São Vicente, Olivais, Belém, Beato, Mouraria, Bica, Madragoa, Graça, Castelo, Carnide e Santa Engrácia.

Pela Avenida da Liber-dade passaram também, como habitualmente, as marchas dos Mercados e A Voz do Operário e, en-quanto convidados, uma associação de Macau que mostrou a dança do leão, um grupo japonês que recriou a dança do cavalo selvagem, a Confraria dos Pãezinhos de Santo António e a marcha “Pequenas Pessoas”, orga-nizada pela Casa Fernando Pessoa e pela Escola Básica do 1.º Ciclo Engenheiro Ressano Garcia. - Lusa

Educação ICAS 8 decorre no Venetian entre 23 e 27 de JunhoO ICAS 8 (International Convention of Asia Scholars) consiste num encontro internacional centrado no estudos asiáticos em áreas científicas como as humanidades e ciências sociais. De dois em dois anos, académicos e investigadores provenientes de todo o mundo, encontram-se numa cidade previamente escolhida para debaterem estudos e investigações em curso. Desde 1998, o ICAS tem decorrido em cidades diferentes, incluindo Leiden, Berlim, Singapura, Xangai, Kuala Lumpur, Daejeon e Honolulu. Este ano, o ICAS acontece pela mão da Universidade de Macau e decorre, entre 23 e 27 de Junho, no Venetian. 1300 académicos e investigadores, terão a oportunidade de dialogar e abolir fronteiras entre disciplinas, nações e origens geográficas. O convidado de honra deste ano é o Professor Wim Stokhof, fundador do ICAS e grande especialista em estudos asiáticos.

Diário da viagem de Vasco da Gama faz parte da memória do mundo?O diário da primeira viagem de Vasco da Gama à Índia, de 1497 a 1499, está entre os 84 pedidos de inscrição no Registo da Memória do Mundo, que serão analisados na próxima semana, anunciou esta quarta-feira a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Os pedidos serão analisados pelo Comité Internacional do Programa Memória do Mundo, que se reúne entre os dias 18 e 21 em Gwangju, na Coreia do Sul. O Comité faz as recomendações, cabendo depois a decisão de classificação à directora-geral da Unesco, Irina Bokova. Propriedade da Biblioteca Municipal do Porto, o original do diário da viagem de Vasco da Gama à Índia, em 1497, é atribuído a Álvaro Velho, do Barreiro.

Documentário Reconversão de Thom Andersen

Do tempo sobre a arquitectura

Lisboa em festa 81.ª edição das Marchas Populares

Bairro de Alfama venceu

do Porto, Cadeia da Relação) e ter-ritoriais (Metro do Porto e Estádio de Braga).

Nascido em 1952, no Porto, Edu-ardo Souto de Moura é o segundo arquitecto português a receber o prémio Pritzker, depois de Álvaro Siza Vieira ter vencido em 1992. O arquitecto sucede, assim, a nomes como Oscar Niemeyer (1988), Frank Gehry (1989), Norman Foster (1999) e Zaha Hadid (2004). Este ano a Fundação Hyatt distinguiu Toyo Ito. Em relação ao trabalho do arquitecto português, o júri do Prémio Pritzker sublinhou a confiança que Souto de Moura tem em “usar uma pedra com mais de mil anos ou a inspirar-se num detalhe moderno de Mies van der Rohe”. Ao longo da sua carreira, Souto de Moura viu o seu trabalho ser reconhecido diversas vezes, tendo recebido o Prémio Pessoa (1998), o Prémio Secil de Arqui-tectura (1992 e 2004), o 1º Prémio da Bienal Ibero-Americana (1998), o Prémio Internacional da Pedra na Arquitectura (1995), a Medalha de Ouro Heinrich Tessenow (2001) e o Prémio Internacional de Arqui-tectura de Chicago (2006). Criado em 1979 pela Fundação Hyatt, com sede nos Estados Unidos, o Prémio Pritzker é considerado o Prémio Nobel da Arquitectura.

As últimas obras de Eduardo Souto de Moura indiciam um in-conformismo vibrante. Ao procu-rar o risco, o arquitecto portuense elimina as “dúvidas” – procura uma arquitectura sem fim. Em Re-conversão, sente-se a passagem do tempo sobre a arquitectura, a ideia de ruína. E o trabalho de Souto de Moura surge num desenho que reduz e simplifica, visando omitir para não desequilibrar. Talvez seja isso, afinal, a arquitectura.

sentam uma capacidade única de conciliar características opostas, como o poder e a modéstia, a coragem e a subtileza, a ousadia e a simplicidade”, podia ler-se no comunicado emitido pelo júri do prémio Pritzker, atribuído em 2011 ao arquitecto português.

Ao construir um discurso estabi-lizado, assertivo e sedutor, Eduardo Souto de Moura resolve o impasse estilístico com que a Escola do Porto se confronta nos anos 80. Segundo Jorge Figueira “Há uma deflexão da linha corbusiana dos anos 50 para a linha miesiana, mas a família segue

sendo a mesma.” Com efeito, a vocação analítica e a obsessão de Souto de Moura em encontrar uma “gramática” construtiva operativa, levam-no ao encontro de Mies van der Rohe.

Reconversão é uma viagem de 65 minutos por 17 obras e projectos, segundo uma selecção que recupera muitas obras e casas do seu percurso inicial, particularmente habitações privadas, como por exemplo as casas no Gerês, Baião, Moledo do Minho ou na rua de Nevogilde, no Porto. A narração que acompanha o filme cita, por sistema, palavras de Souto de Moura, e o realizador procura traduzir nas imagens ideias que as palavras contêm. Perante o confronto entre as afirmações do arquitecto e o resultado da observação directa de um estrangeiro curioso e atento, assistir ao filme permite acompanhar um diálogo profícuo entre autor e ob-servador. O filme de Thom Andresen mostra-nos que na arquitectura de Eduardo Souto de Moura, o problema dá lugar à solução. À medida que o filme vai avançando, de projecto em projecto, cresce a materialidade contextual – vibra o sítio, a cor da terra – primeiro nas moradias uni-familiares (Nevogilde 1, 2, Casa na Quinta do Lago, Casa em Alcalena, Casa em Baião) e depois em alguns edifícios públicos (Mercado de Braga e Casa das Artes). Numa segunda fase o discurso é posto à prova em intervenções patrimoniais (Convento de Santa Maria do Bouro, Alfândega

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15culturasexta-feira 14.6.2013 www.hojemacau.com.mo

Mais visibili-dade e mais mercado. são as duas novi-

dades da Macau Fashion Link (MFL) que hoje inau-gura oficialmente pelas 18h30, e que reúne no

Moda Pop Up shop - Macau Fashion Link 2013 a partir de hoje no albergue

Mais visibilidade e mais mercadoalbergue da santa Casa da Misericórdia, uma Pop Up shop em que se destacam nomes emergentes e con-firmados do design local ao lado de referências do design português, como é o caso do estilista Dino alves,

informa o comunicado de imprensa da organização.

ao contrário das edições anteriores do MFL, a Pop Up shop procura nesta edição de Junho assumir, deci-didamente, uma vertente mais comercial procurando

estabelecer uma articulação entre o design local e um mercado emergente cada vez mais apto para o consumo de objectos que se impõem por dois traços distintos: a qualidade dos materiais mas, sobretudo, pela singu-

laridade dos seus criadores, informa a nota de imprensa.

Para além da visibilidade que as anteriores edições do MFL procuraram garantir aos produtos, a Pop Up shop representa uma aposta num mercado cada vez mais atento

e predisposto ao consumo de produtos locais e é também uma oportunidade para os criadores locais se afirmarem junto dos visitantes do MFL.

segundo a organização, um dos eixos mais relevantes da Macau Fashion Link assen-ta na integração dos designers locais nos circuitos de promo-ção e nas redes de visibilidade internacionais, em particular da Ásia e dos mercados da lu-sofonia. Na edição de Junho, estarão presentes designers e estilistas portugueses como Dino alves ou o estúdio “aforest Design” como, em 2011, já tinha acontecido com designers oriundos do Brasil ou de angola.

Designer’s rooM DayO Designer’s Room Day é uma iniciativa destinada à promoção dos trabalhos de cada um dos designers ou estúdios de design presentes no evento.

De acordo com o dia, estará presente na Pop Up shop um designer disponí-vel para um diálogo e troca de impressões com os visi-tantes. Nesse dia, as peças do designer em destaque têm um desconto de 25 por cento.

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sexta-feira 14.6.2013desporto16 www.hojemacau.com.mo

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Open Tender Notice

Request for Proposal – MIA - Maintenance Dredging Work for Navigational Channel – RFQ-168

1. Company: Macau International Airport Co. Ltd. (CAM)2. Tendering method: Open tendering3. Objective: To select a qualified contractor to perform the maintenance

dredging work for navigational channel. 4. Request for tender documents:

Tender Notice and Tender Document can be downloaded from the website www.macau-airport.com and www.camacau.com until 7 days prior to the deadline for submission of Bidders’ tenders. Please regularly check the website for any clarification or changes/modification/amendment of the Tender Document.

5. Location and deadline for submission of Bidders’ tenders:Macau International Airport Co. Ltd. (CAM)4th Floor, CAM Office Building, Av. Wai Long, Taipa, MacauBefore 12:00(noon) on 5 Aug 2013 (Macau Time)The addressee of the tender shall be Mr. Deng Jun – Chairman of the Executive Committee. The tenders received after the stipulated date and time will not be accepted.

6. CAM reserves the right to reject any tender in full or in part without stating any reasons.

-END-

Aviso sobre a formulação dos pedidosde apoio financeiro para actividades no âmbito de Quyi

(2.ª ronda do ano 2013)

1. Âmbito de aplicaçãoOs pedidos de apoio financeiro para a realização de espectáculos de óperas chinesas e de canções clássicas e populares durante o período compreendido entre os dias 1 de Julho e 31 de Dezembro de 2013 devem ser formulados no prazo abaixo indicado.

2. DestinatáriosInstituições constituídas em Macau e em funcionamento nos termos da lei e que não têm fins lucrativos.

3. Destinatários/Projectos não-prioritários ou aos quais não serão dados apoios(1) Instituições sem fins lucrativos e constituídas há menos de ano;(2) Projectos que não sejam compatíveis com os fins da instituição requerente;(3) Projectos a realizar no exterior da Região Administrativa Especial de Macau.

4. Prazo para formulação do pedidoEntre os dias 1 de Junho e 30 de Junho de 2013. Os pedidos formulados fora do prazo não serão considerados.

5. Documentos necessários à instrução do pedido(1) Formulário próprio de pedido de apoio financeiro devidamente preenchido, estatuto vigente

da instituição requerente, “Certificado de composição dos corpos gerentes” emitido pela Direcção dos Serviços de Identificação e cópia(s) do(s) documento(s) de identificação do(s) representante(s) da instituição requerente;

(2) Ficha adicional dos dados essenciais do requerente (quando se trata de um requerente que pede apoio financeiro junto da Fundação Macau pela primeira vez);

(3) Autorização para apresentar o requerimento de apoio financeiro em representação de todas as entidades co-organizadoras (quando se trata de um requerente que pede apoio financeiro junto da Fundação Macau em representação de todas as entidades co-organizadoras envolvidas);

(4) Documento comprovativo do arrendamento do espaço (quando se trata de um pedido de apoio financeiro destinado a suportar os encargos com o arrendamento do espaço).

O requerente, antes de formular o pedido de apoio financeiro, deve ler com atenção os “Guias Gerais para Pedido de Apoio Financeiro para Actividades no âmbito de Quyi”, para conhecer

melhor os pontos importantes a obversar na formulação do seu pedido.Os formulários próprios de pedido de apoio financeiro e o respectivo exemplar estão disponíveis no

website da Fundação Macau.

Local para entrega do pedido: Avenida de Almeida Ribeiro, N.ºs 61-75, Circle Square, 7° andar, Macau.Horas de expediente: De segunda a quinta-feira: das 9H00 às 13H00 e das 14H30 às 17H45;

Sexta-feira: das 9H00 às 13H00 e das 14H30 às 17H30.Consulta: Tel: 87950957 (Dr. Sam) ou 87950969 (Dra. Chan);E-mail: [email protected];Website: www.fmac.org.mo.

Sérgio [email protected]

A ideia de organizar um Grande Prémio de Fór-

mula 1 na Tailândia está a ser mais complicada de que inicialmente previsto. Depois de obtido o consentimento dos barões do “Grande Circo” e das autoridades locais terem encontrado a zona quase-per-feita para edificar o circuito citadino, eis que começam a aparecer as primeiras grandes contrariedades.

O evento, que terá o apoio governamental e de gigantes privados como a Red Bull e a Singha., estava planeado para ser realizado em pleno centro de Bangue-coque e à noite. Contudo, a Autoridade Metropolitana de Banguecoque aprovou uma lei que não autoriza a realização de corridas de automóveis naquela zona, motivada pelo ruído e vibra-ção provocada que poderia colocar em causa os vários

Karting Há corridasem ColoaneO Kartódromo de Coloane recebe este fim-de-semana a segunda jornada dupla do Campeonato Open Asiático de Karting (AKOC, na sigla inglesa). A competição asiática que visita Macau duas vezes por ano, a segunda como parte integrante do Grande Prémio Internacional de Karting da RAEM, é composta por cinco classes: Fórmula 125 Open Sénior, Fórmula 125 Open Veteranos, Fórmula 125 Open Júnior, Mini ROK e Rotax Júnior. É esperada a participação do pluri-campeão de Macau, João “Johnny” Afonso, na classe Fórmula 125 Open Sénior.

Fórmula 1 Carros de corrida banidos do centro de Banguecoque

Phukhet é o destino provável para GP Tailândia

edifícios budistas e o Grande Palácio que circundavam o desenho do traçado citadino aprovado pela Autoridade do Desporto da Tailândia.

A oposição, apoiada pelos grupos ambientalistas,

também se queixou que um evento desta natureza, desenhado na Ilha de Rat-tanakosin, iria prejudicar o comércio local e causar ainda mais problemas de congestionamento no já

caótico trânsito. Contudo, o governo tailandês já tem uma alternativa para a re-alização do evento no país em 2015.

O ministro do Turismo e dos Desportos, Somsak

Pureesrisak, propôs Phuket, o destino turístico a cerca de 800 km da capital. O político garante que a prova pode ser realizada no país daqui a dois anos e “Phuket é o local ideal, pois encaixa-se na nossa meta de promover o turismo. Ainda temos tem-po para nos preparar para a corrida”, frisou Pureesrisak, em declarações proferidas ao Bangkok Post.

Nakhon Ratchasima e Khon Kaen chegaram tam-bém a ser localizações cogitadas, mas a capaci-dade hoteleira insuficiente de ambas para receber um evento da dimensão de um Grande Prémio de Fórmula 1 deixam-nas, por agora, fora do leque de opções. Qualquer que seja a decisão do governo tailandês, a últi-ma palavra está do lado de Bernie Ecclestone e da sua Formula One Management (FOM), que podem sempre declinar as sugestões e op-ções oferecidas.

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17sexta-feira 14.6.2013 www.hojemacau.com.mo futilidades

Sudoku [ ] Cruzadas

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Aqui há gato

[Tele]visão

Pu Yi

SoluçõeS do problema

HORIZONTAIS: 1-ENEVOAR. RUM. 2-OVELHUM. MO. 3-ARA. MOR. 4-UI. VIR. PE. 5-CANADA. 6-LI. VARAR. TI. 7-AFERIR. FIO. 8-AR. AMA. 9-IDO. 10-DA. ONEROSO. 11-AMO. AXILOSE.VERTICAIS: 1-DUAL. AIDA. 2-NO. IRIAR. 3-EVA. 4-VERO. VEADO. 5-OLA. CARMONA. 6-AH. VARIA. 7-RUMINAR. ARI. 8-MORAR. PROL. 9-USO. 10-UM. PATIM. 11-MOTE.

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUçãO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

HORIZONTAIS: 1 – Nublar; bebida alcoólica, proveniente da destilação do melaço. 2 – Relativo a ovelhas ou ao gado em geral; pedra circular e rotativa de moinho ou de lagar. 3 – Altar cristão; red. de maior. 4 – Interj. que designa dor, admiração, repugnância; caminhar ou dirigir-se para o lugar onde estamos; parte inferior ou terminal dos membros inferiores. 5 – Caixilho de madeira para os vãos das janelas, etc.; pancada com uma cana. 6 – Medida itinerária chinesa; meter no varadoiro; planta lilácia da China. 7 – Conferir pesos ou medidas por um padrão legal; metal puxado na fieira. 8 – Fluido gasoso, transparente e invisível que constitui a atmosfera; mulher que cria criança alheia; terceira nota da escala musical. 9 – Caminhado; espécie de sapo da região do Amazonas. 10 – Contr. da prep. de com o art. def. a; de que resulta encargo. 11 – Dono da casa em relação aos criados; suor excessivo das axilas.

VERTICAIS: 1 – Que se refere a dois; nome de uma conhecida ópera de Verdi. 2 – Contr. da. prep. em com o art. def. o; matizar com as cores de arco-íris; amerício (s.q.). 3 – Mulher de Adão. 4 – Verdadeiro; quadrúpede ruminante, de galhos redondos e ramosos. 5 – Folha de palma ou de coqueiro em que se escrevia; ferrolho de porta ou janela que se embebe ao mesmo tempo em cima e em baixo. 6 – Interj. que exprime admiração, dor, alegria, etc.; diversifica; pref. de origem latina que exprime a ideia de separação, extracção, afastamento. 7 – Remoer (os alimentos que tornam a subir do estômago à boca); nome próprio masculino. 8 – Residir, habitar; proveito. 9 – Prática consagrada pela tradição. 10 – O primeiro algarismo da série de números inteiros; pequeno patamar; ósmio (s.q.). 11 – Conceito expresso em um ou mais versos, para ser glosado; brinquedo constituído de uma bobina ou carretel a que se enrola um cordel e se dá um movimento de rotação.

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30 - FOX Sports13:00 Global Football 2012/1313:30 The Football Review 2012-201314:00 US Open Championships 2013 Day 1 Highlights16:00 (Delay) Baseball Tonight International 201317:00 Tour De Taiwan 2013 Highlights17:30 US Open Championships 2013 Day 1 Highlights19:30 (LIVE) FOX SPORTS Central20:00 Football Asia 2013/1420:30 Global Football 2012/1321:00 (LIVE) US Open Championship Day 2

31 - STAR Sports13:00 Asian Festival Of Speed 201313:30 2 wheels14:00 wimbledon Classic Matches 199316:00 Legends Of wimbledon: Pete Sampras17:00 Asian Festival Of Speed 201317:30 (LIVE) Score Tonight 201318:00 (LIVE) wTA - Aegon Classic19:30 (LIVE) ATP - Aegon Championships Quarterfinals

40 - FOX Movies12:10 21 Jump Street14:00 The Darkest Hour15:30 Once Upon A Time16:20 Da Vinci’S Demons17:20 The Ides Of March19:00 The Beach21:00 The Avengers23:25 what Lies Beneath

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A árvore do PoeTA louCo

Sala 1now you See me [b]Um filme de: Louis LeterrierCom: Mark Ruffalo, Jesse Eisenberg, woody Harrelson, Mélanie Laurent14.30, 16.30, 19.30, 21.30

Sala 2 after earth [c]Um filme de: M. Night ShyamalanCom: will Smith, Jaden Smith14.30, 16.30, 19.30, 21.30

Sala 3 long weekend [c](FALADO EM TAILANDêS E LEGENDADO EM CHINêS/INGLêS)Um filme de: Taweewat wanthaCom: Shin Chinawut, Namche Sheranat, Sean Jindachote14.30, 16.30, 19.30, 21.30

Mário Cesariny a abraçar uma árvore. o poeta a abraçar a natureza ali ao seu lado enquanto o mundo pára. Foi esta ideia ou visualização, como lhe queiramos chamar, que fez prender os meus olhos a uma crónica na revista Única, que sai todas as semanas com o semanário português expresso. (Para os que não querem pagar 90 patacas para o ler, podem sempre dar uma vista de olhos nas edições do café da Santa Casa da Misericórdia). Adiante. Aquela crónica não era nada de extraordinário, mas continha um pensamento que fazia parar cada um dos nossos mundos: quantos seres humanos já abraçaram uma árvore? O autor dizia ter ficado maravilhado quando viu o poeta e pintor surrealista a fazer isso, no meio de uma rua que poderia ser tão citadina como Macau. Agora paremos, por um instante, os nossos mundos. vamos fazer de conta que é possível abraçar árvores em Macau sem levar com sacos castanhos e amarelos das pastelarias Koi Kei. Abraçarmos uma árvore sem ter ponteiros do relógio nos nossos pulsos, a humidade infernal a consumir-nos o cérebro ou os gritos estridentes de uma cidade em ruínas (os governantes ainda não perceberam, só nós, pobres residentes). Paremos o nosso mundo à hora do almoço, quando todos saem das suas tocas, quando as gravatas encontram a luz do dia, quando os encontros sociais, com ou sem interesse, marcam a hora. Abracemos uma árvore, qualquer que seja. Nem que se encontre na Taipa, no Cotai ou mesmo em Coloane. Imaginemos que o dinheiro não existe sequer nos nossos mundos e que tudo o que fazemos é pelo puro prazer da coisa. Pelo divertimento de ir contra as regras. Tal como fazia esse poeta Cesariny, o louco.

O COLECCIONAdOR dE ERVA • Francisco José ViegasJaime ramos, o investigador protagonista dos livros de Francisco José viegas, vê-se a braços com duas investigações paralelas: a do assassínio de dois imigrantes russos (antigos militares soviéticos), cujos corpos são encontrados no interior de um carro semi-carbonizado, nos arredores do Porto; e o desaparecimento de uma jovem de vinte anos, oriunda de uma família tradicional do Minho. Se uma das investigações o transporta às suas memórias de militante comunista e a uma velha paixão pela literatura russa, a outra leva-o a um mundo onde coabitam velhas famílias do Minho ou do Porto, sexo, marijuana, espionagem a políticos, venda de armas, negócios em Angola e as memórias de um país que vive entre ruínas (as do império e as das fortunas recentes e antigas), corrupção e luta pelo poder – e que guarda os seus loucos no armário, para não parecer mal. Com capítulos perdidos nos quatro cantos do mundo (entre Portugal, rússia, Angola, Brasil ou Cabo verde) “o Coleccionador de erva” funciona como uma montagem cinematográfica sem princípio, meio ou fim, onde vários crimes são cometidos sem nexo aparente, onde personagens aparecem e desaparecem sem justificação, e onde a solução nunca está à vista senão apelando à nossa imaginação, como num ‘road movie’.

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sexta-feira 14.6.2013opinião18 www.hojemacau.com.mo

m democracia a consulta periódica à vontade dos eleitores é o melhor paliativo para estados de alma, angústias e criticismo. Reduz as questões ao seu menor divisor comum que é decidir-se sobre a

manutenção do partido ou frente de partidos no poder ou no seu despedimento.

Um olhar transversal à história da Tercei-ra República revela que foram os partidos que estavam no poder que perderam as eleições. Não propriamente os que estavam na opo-sição foram reconhecidos como alternativa credível do governo.

Ao contrário de uma certa visão catas-trofista que reina nas hostes partidárias não é uma calamidade mas uma oportunidade mudar-se de política ou de protagonista. To-dos os partidos à esquerda e direita passaram por um processo destes e reconfiguraram-se sem problemas de maior.

Naturalmente há os desgostosos com esta situação. Os que não fazem parte das equipas dirigentes, os eternos “desmancha--prazeres”, ou os ex-líderes. No caso destes últimos, o mandato dos novos líderes é sem-pre um convite a vaticínios “de bancada”, a previsões geralmente sombrias, a conselhos que mais parecem ameaças.

Normalmente líder partidário que por espírito conciliador opte por ir para onde o empurra o vento, procure conciliar o incon-ciliável e governe para agradar às sondagens e aos “fazedores de opinião” apronta-se a um quase inevitável fracasso. Recordo sempre a decisão de Churchill de declarar guerra à Ale-manha quando todo o seu partido propugnava a conciliação com Hitler. Vitorioso sobre a Alemanha, Churchill perderia as eleições par-lamentares seguintes, o que diz alguma coisa da gratidão dos eleitores. Salvaria a Europa.

No fim deste ano, em resultado das eleições autárquicas, saberemos qual a disposição do eleitorado sobre o governo de Pedro Passos Coelho. Normalmente os

crepúsculo dos ídolosArnaldo Gonçalves

Cavaco nunca admitirá desempenhar o papel revisionista da estabilidade governativa e política que Mário Soares corporiza, neste momento. Sabe que tem pouco tempo à sua frente e tem sobretudo uma perfeita aversão ao ridículo

Eleições em Portugal

Eestados-maiores partidários têm por hábito desvalorizar este tipo de eleições consideran-do que elas nada têm a ver com as eleições legislativas. São eleições locais. Contudo, a história da democracia portuguesa revela que elas são sentidas como a antecâmara das próximas eleições legislativas. Em caso de derrota do partido do governo será um aviso sério do eleitorado. Foi assim com Soares, Guterres e Sócrates; não há razão para não o ser com Pedro Passos Coelho e o PSD.

Confesso-me curioso com os resultados desta aferição do “estado de alma”do nosso eleitorado. Os sinais, as sondagens apontam para uma percentagem esmagadora de des-contentes com o mandato do governo, con-cluídos dois anos, i.e., metade da legislatura. Pedro Santana Lopes defendia uma posição contrária em recente edição do semanário “Sol”, considerando que não há alternativa a Pedro Passos Coelho. Porventura PSL dirigiu-se mais aos militantes e “barões” do PSD que ao povo eleitor, mas é indisfarçável uma movimentação entre quadros do PSD para uma era pós-Passos Coelho.

O eleitor gere as suas predilecções po-líticas de forma racional. Escolhe a opção que mais se ajusta à sua agenda, à sua ordem de preferências. Vota mais com a carteira do que com as paixões. Tenho o sentimento que nestas eleições o país vai dividir-se ao meio.

O país urbano, abaixo do mondego, vai penalizar Passos Coelho e o PSD pelas po-líticas contraccionistas que se viu forçado a fazer. Achará que não havia necessidade destas políticas, que lhe foram impostos sacrifícios desmesurados, que os políticos são ingratos e corruptos e que ainda que o país fique a dever aos credores internacionais o problema “não é com ele”. Não lhe toquem nas pensões, no sub-sídio de desemprego, no subsídio de férias ou Natal, no Estado social. No fim, este segmento do eleitorado irá inclinar-se a “punir” o governo e as políticas que lhe causaram mal-estar e lhe trazem desnorte e desespero.

O país rural e do mondego para cima achará que é melhor deixar “as coisas como estão” do que embarcar em aventuras que levem ao agravamento do défice orçamen-tal e ao disparar dos juros que conduzirão à necessidade de um novo empréstimo externo, isto é, maior perda de poder de compra. Trata-se de uma parte do país que não vê no PS de António José Seguro uma verdadeira alternativa de governo, uma liderança carismática que possa lhe trazer “o sol na peneira”. Entre risco e conser-vantismo esse segmento do país preferirá seguramente o último.

Dir-se-ia que o país quedar-se-á num “empate técnico”, não sendo previsíveis substanciais mudanças de protagonistas e partidos governativos. O PSD – apesar do alarido entre barões – está bem como está. O PP, embora insatisfeito com a orientação de algumas políticas, percebe que terá mais a perder com o rompimento da aliança do que a ganhar com um namoro esporádico com o Partido Socialista. Um namoro que a converter-se em aliança pós-eleitoral não lhe trará grandes venturas, como o comprova a histórica aliança PS-CDS.

O PS confortar-se-á com a posição de oposição “responsável”, sabendo que o rompimento com a Troika desagradará à sua clientela, designadamente os que têm interesses na construção civil, dependem de fundos comunitários ou ambicionam lugares na burocracia de Bruxelas.

Tudo se concentra assim no Presidente da República, Cavaco Silva, na sua visão dos poderes presidenciais, na majoração que faz do papel de árbitro do sistema político e caixa de correio de queixas, reivindicações e protestos. Ao contrário de mário Soares e Jorge Sampaio, Cavaco Silva tem uma leitura hirta e conservadora dos poderes pre-sidenciais e da sua relação com os partidos. Septuagenário, sabe que está a esgotar-se o seu tempo no palco político. Está mais preocupado com a imagem que a história lhe reservará do que com qualquer outra coisa.

Cavaco nunca admitirá desempenhar o papel revisionista da estabilidade governa-tiva e política que mário Soares corporiza, neste momento. Sabe que tem pouco tempo à sua frente e tem sobretudo uma perfeita aversão ao ridículo.

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um conceito que o Governo desconhece, confunde, usa como lhe dá mais jeito, quando lhe dá jeito: público. Ser público é pertencer ao povo, é o que é de todos, o que se faz diante

de todos, aberto ou acessível a todos, conhecido de todos, que não é secreto, comum. Vou ao dicionário para que não haja dúvidas. Ser público é de ser do povo: é um adjectivo bonito. Ser público é ser povo: é um substantivo generoso.

Da ordem pública à informação que deve ser tornada pública, o Governo vai baralhando e tornando a dar como lhe convém. Faz parte dos jogos políticos e Macau não é excepção mundial, que isto da transparência é sobretudo con-ceito de campanha eleitoral. A dificul-dade em lidar com o público (o público adjectivo e o público substantivo) será uma das principais características deste e de outros Governos, que pecam por não terem uma grande noção do que é o interesse público e por não sabe-rem lidar com os vícios privados. O público, adjectivo e substantivo, é um tipo difícil.

Há situações em que o público é mais chato do que noutras. Nos dias que correm, o público quer muito saber de naturezas mortas, ainda com o coração a bater, à procura de respostas públicas que estão por desencantar. Farta de natu-rezas mortas, opto pelas que estão mais vivas, pelas que se mexem e realmente interessam. É assunto comezinho, trivial, pequenino, mas chateia-me tanto quanto os outros, porque é de vida pública que se trata.

Nesta confusão do Governo em torno do que é público, a Administração criou, por certo sem ter ainda teorizado sobre o assunto, o conceito de semipúblico aplicado à cidade. Refiro-me aos jardins da terra, que não são públicos, nem dei-xam de ser. São semipúblicos: há horas a que pertencem ao público, porque estão abertos ou acessíveis a todos; e há horas em que pertencem ao Governo, porque se fecham os portões e se manda o público para casa.

O novo jardim da Taipa, com o pom-poso nome de Parque Central (talvez por estar no centro de paredes infinitas de janelas em torres de mau betão armado a preço de marfim), é um bom exemplo de um espaço semipúblico do território. Abre os portões pela fresca, mas fecha--os a cadeado quando o relógio bate as dez da noite.

19opiniãosexta-feira 14.6.2013 www.hojemacau.com.mo

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Gostando o público do que é público, não encontro uma razão para se trancar o que é do povo. Talvez se queira limitar o espaço a quem já sofre da falta dele – às dez da noite, com pontualidade britânica, xixi-cama e não esquecer lavar os dentes. Quem manda não passeia em jardins

Xixi-cama

ÉCOMuNiCADOComunica-se que as informações vindas a lume na edição do dia 11 de Junho corrente, do Diário “Hoje Macau” não correspondem à verdade e que lamentamos a divulgação de certas situações visan-do pessoas porquanto a estas são alheias.

Macau, 12 de Junho de 2013

A Dirigente da Direcção Regional Ásia/Oceânia do Sindicato dos Trabalhadores

Consulares e das Missões Diplomáticas

Maria Isabel Dias

Nota da Direcção: Em primeiro lugar, muito estra-nhamos que um elemento do consulado de Portugal em Macau nos proporcione uma resposta em que a Língua Portuguesa é tão maltratada. Convinha que quem escreve em nome dos trabalhadores consulares demonstre, pelo menos, um domínio médio do Português.

Mas isto não é o mais grave. De facto muito sério é que Maria isabel Dias ponha em questão o rigor, o profissionalismo e a idoneidade dos jornalistas do Hoje Macau. Com estas coisas não se brinca.

Temos na nossa posse a gravação da conversa mantida e desafiamos seja quem for, no contexto que escolher (se quiser judicial), a provar que lhe é atribuída qualquer declaração que não tenha feito ao nosso jornal.

Ao dizer que “não correspondem à verdade” as declarações publicadas em seu nome na notícia em questão, Maria isabel Dias mente e difama, com a sua mentira, a profissão alheia com um à-vontade que se revela, no mínimo, leviano para qualquer um, sobretudo para quem é um representante sindical.

Não sabemos se terá sido coagida, se alguém a terá pressionado para desmentir as suas próprias declarações mas, seja como for, é muito grave lançar lama sobre a idoneidade profissional de um jornalista, com a displicência que esta resposta, sem pudor, exibe. Repetimos: temos em nosso poder a gravação com a conversa e poderemos reproduzi-la em qualquer sede, incluindo a nossa página na internet.

Quanto às informações que são atribuídas a fontes anónimas, reservamo-nos o direito de nelas confiar e temos a certeza de que não nos foram comunicadas quaisquer falsidades. Quem nos jul-ga são os nossos leitores e a estes quero garantir que são verdades confirmadas através de fontes diversas que não comunicaram entre si e contaram precisamente a mesma história.

Se o consulado de Portugal pretende abrir uma “guerra” com um jornal local, usando como testa de ferro uma funcionária, tudo bem. Vamos a isso! Contudo, a bem da nação e de todos nós, aconselharia prudência e menos desconhecimento de quem somos e da realidade local. E, sobretudo, estudo, muito estudo.

Com toda a serenidade, os melhores cum-primentos.

contramão dire i to de resposta

Isabel [email protected]

não ficarem ali trancadas durante a noi-te. Debandada geral, chega a hora dos cadeados, feios, proibitivos. O jardim passa então a ser privado, um espaço que deixou de pertencer ao povo, um espaço que deixou de ser comum.

Não consigo perceber a razão que leva a este carácter semipúblico de um local que, claramente, faz sucesso entre o povo. Cinco minutos antes da debandada geral, há dezenas de miúdos que jogam futebol e basquetebol nos recintos do jardim. Há crianças que brincam nos baloiços. Gente mais velha que faz gi-nástica em movimentos contorcionistas. Pessoas que se sentam nos bancos de cimento a apanhar ar. O povo gosta de ar livre, está cansado do betão, aproveita os poucos metros livres da cidade para correr, andar, parar, viver. Para ver o céu que as torres de betão tapam. Para espreitar para a piscina fechada atrás das grades, vazia de água à espera que um dia alguém a decida utilizar.

Gostando o público (substantivo) do que é público (adjectivo), não encontro uma razão para se trancar o que é do povo. Talvez se queira evitar beijos de namorados nos bancos do jardim depois das dez da noite – até às dez, são permitidos. Talvez se queira evitar que quem sai mais tarde do trabalho tenha onde aliviar as dores do dia antes de ir para casa – os que saem mais cedo podem descansar as pernas. Talvez se queira evitar assaltos às onze da noite – até às dez, são permitidos. Talvez se queira impor horários de bem-estar numa cidade onde os vícios são ininterruptos – toda a gente sabe que o grande crime está nos jardins. Talvez se queira limitar o espaço a quem já sofre da falta dele – às dez da noite, com pontualidade britânica, xixi-cama e não esquecer lavar os dentes. Quem manda não passeia em jardins.

Por partes: um jardim em que o cin-zento das grades bate aos pontos o verde das plantas não chega a ser um jardim, nem um parque. Bem sei que as árvores ainda não cresceram, estão lá há pouco tempo. Mas é que, além das grades, o jardim está cheio de estruturas metálicas que não se sabe bem para que servem, num labirinto de objectos que são pouco de um jardim ou de um parque.

Depois, a relva, esse espaço interdito que não se pode pisar, tocar, sentir. Sentar na relva a apanhar sol é um hábito cen-surável nesta cidade em que às pessoas está destinado o cinzento do cimento, a combinar com o cinzento do céu. um jardim faz-se de ar livre, de liberdade, de sensações, de prazer por não se estar enfiado nas paredes das casas. Um jardim com relva privada não é um jardim.

Os portões. Não há um minuto de tolerância: às dez da noite, com pontuali-dade britânica, os guardas que zelam pelo bem-estar da relva e das grades fecham os portões. O primeiro aviso faz-se sem cadeado – os portões ficam encostados, para as dezenas de pessoas espalhadas pelo jardim terem a possibilidade de

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sexta-feira 14.6.2013www.hojemacau.com.mo

car toon por Steff

Universidade Católica promove internacionalização

Intercâmbio na China

Catalunha teráde pagar porproibir touradasO governo da Catalunha terá de pagar uma quantia que pode ascender às 200 milhões de patacas por ter proibido a realização de touradas na região em 2010, de acordo com a agência EFE. Em causa estão as indemnizações à Balaña, empresa proprietária da praça Monumental de Barcelona, e à Casa Matilla, a sociedade que gere o espaço de 2007. Por enquanto, estas são as duas únicas entidades a que o governo da Catalunha reconhece o direito a uma compensação financeira, tendo já rejeitado 24 dos 29 pedidos de indemnização que recebeu, por parte de toureiros, ganadeiros e veterinários. A indemnização a pagar a estas duas empresas situar-se-á entre as 120 e as 200 milhões de patacas, e pretende compensá-las pelo facto de não poderem utilizar a praça para o seu principal fim. Em 2010, o parlamento da Catalunha aboliu as touradas a partir de Janeiro de 2012 com 68 votos a favor, 55 contra e nove abstenções.

Droga encontradano quarto deMichael JacksonFotografias divulgadas pelo jornal britânico Mirror mostram um imenso volume de provimentos médicos espalhados pelo quarto de Michael Jackson, fotografados na altura da morte do músico, há quatro anos. As imagens, captadas pelo Departamento de Polícia de Los Angeles, provam que o rei do pop era completamente dependente de drogas. Vêem-se frascos do anestésico Propofol e de vários anti-depressivos, incluindo Lidocaína e Diazepam. Uma das imagens mostra uma cómoda com numerosos retratos de bebés não identificados.

Hezbollah e rebeldes sírios enfrentam-seno leste do LíbanoCombatentes do Hezbollah e do Exército Livre da Síria (ELS) enfrentaram-se esta noite no vale do Bekaa, no leste do Líbano. Quatro projécteis lançados do lado sírio da fronteira caíram numa região a leste da cidade de Baalbeck, considerada um reduto do Hezbollah. Os incidentes ocorreram depois de um helicóptero sírio ter disparado dois foguetes sobre a cidade libanesa de Arsal, conhecida pelo apoio dos seus habitantes à rebelião síria, deixando várias pessoas feridas.

Primeiro-ministroda Turquia assegurafim de protestosO primeiro-ministro da Turquia, Racep Tayyip Erdogan, assegurou, esta quarta-feira, que a onda de protestos no país vai terminar nas próximas 24 horas, avisando que as “forças de segurança vão comportar-se de forma diferente a partir de agora”. “Dei instruções ao Ministério do Interior. Isto acaba-se em 24 horas”, garantiu Erdogan de acordo com a CNNTurk, acrescentando que “a Turquia não precisa de lições do estrangeiro”. Os Estados Unidos da América e a União Europeia criticaram os excessos da repressão policial durante as manifestações. Os confrontos já provocaram três mortos, entre eles um agente da polícia, e mais de quatro mil feridos. O primeiro-ministro turco, admitiu ainda a possibilidade de realização de um referendo em Istambul sobre o projecto de ordenamento da praça Taksim, que esteve na origem da revolta contra o Governo. “Poderíamos submeter esta questão a uma votação popular em Istambul (...) em democracia, é a vontade do povo que conta”, declarou, em Ancara, o vice-primeiro-ministro, Huseyin Celik, após uma longa reunião entre Erdogan e representantes dos manifestantes.

Mandela “responde bem” ao tratamentoAo sexto dia de internamento, o Governo da África do Sul refere numa nota que Nelson Mandela está a “responder bem” ao tratamento hospitalar. Internado sábado de madrugada com uma nova infecção pulmonar, Mandela tem estado nos cuidados intensivos com um quadro grave, mas estável.

ONU diz queconflito sírio já fezmais de 93 mil vítimasNo seu mais recente balanço, as Nações Unidas estimam que já tenham morrido em sequência do conflito armado na Síria mais de 93 mil pessoas. A ONU sublinha que o número real de mortos poderá ser bem superior. Este último balanço acrescenta 30 mil aos números que tinha em Janeiro. Em média, a ONU estima que, desde Julho passado, morram 5 mil pessoas por mês.

A Universidade Cató-lica vai levar conhe-cimento a escolas e empresas chinesas a

partir do próximo ano lectivo, numa aliança entre Europa e China, que permite também a internacionalização do tecido empresarial português e o intercâmbio de projectos de investigação.

A aliança entre escolas chi-nesas e europeias é promovida pela Organização Europeia de Escolas de Gestão e a Uni-versidade Católica é a única instituição de ensino portuguesa envolvida no programa, que não se circunscreve às principais cidades - Pequim, Xangai e Macau.

Ricardo Reis, docente na Universidade Católica, explicou à agência Lusa que a aliança entre escolas europeias e chine-sas “tem a ver muito com uma nova filosofia de alianças de conhecimento, que promovem a mobilidade de alunos e conheci-mento”. “É mais do que o Eras-

mus”, sublinhou, comparando com o programa de cooperação e mobilidade no âmbito do Ensino Superior, estabelecido em 1987, entre estados membros da União Europeia (UE).

Numa primeira fase, a rede de 20 escolas europeias e chi-nesas, que inclui Macau, abrirá “vagas para cerca de 10 alunos” portugueses, “uma vintena no máximo”.

O docente da Universidade Católica frisou que a aliança entre escolas chinesas e euro-peias “tem uma dimensão de conhecimento e de projectos de investigação em comum”. “Tem uma componente que é muito próxima do Erasmus e tem a ver com esta noção a que UE está a chegar de que o conceito de mobilidade é um sucesso a nível de alunos e que convém expor-tar para fora da Europa, para a China e para outras dimensões geográficas”, notou.

A aliança possibilitará igual-mente o “financiamento de projectos de investigação quer

na Europa quer na China”, associando “entidades que financiam Ciência não só na Europa, que existem já, e na China, que tem menos”.

Como este programa não se “limita a um eixo muito con-centrado de cidades chinesas”, Ricardo Reis realçou que a alian-ça permitirá chegar “a algumas zonas menos conhecidas” e a “empresas a que não se consegue chegar quer com conhecimento quer com projectos”.

O objectivo é chegar a essas cidades, “onde muitas vezes estão concentradas muitas em-presas e onde o Governo chinês e a UE pensam que pode haver focos de excelência de investi-gação científica”.

A ligação às empresas “é crucial” e possibilitará que os alunos fiquem “disponíveis para serem recrutados” pelas insti-tuições empresariais chinesas.

Outra das possibilidades “é ser veículo de internacionaliza-ção para as empresas portuguesas através das universidades”, o que “cada vez mais se tem afirmado nas escolas e nos estabelecimen-tos de ensino superior”.

Ricardo Reis assinalou ainda a possibilidade de “a mobilidade internacional” servir “como veículo de comunicação para parceiros corporativos”. “Fun-cionamos como auto-estradas de conhecimentos, quase como uma internet académica, e estamos ao serviço dos alunos e professores. Mas também das empresas e isso tem sido aproveitado para recrutamento e transmissão de conhecimen-to”, disse.

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