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TEMPO MUITO NUBLADO MIN 13 MAX 19 HUMIDADE 45-80% CÂMBIOS EURO 10.4 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ TERÇA-FEIRA 27 DE DEZEMBRO DE 2011 ANO XI Nº 2518 PUB Ter para ler CHUI SAI ON TINHA FEITO O PEDIDO EMPRESAS ADMITEM AUMENTAR EMPREGADOS DE 5% A 8% • PÁGINA 7 Pôr travão na delinquência DEPUTADA ANGELA LEONG QUER EDUCAÇÃO MILITAR PARA AS CRIANÇAS • Página 5 Tribunal de Segunda Instância decidiu EXECUTIVO GANHA GUERRA CONTRA ENFERMEIRO • Última Sirvam-se Portugal convidou China para jantar A compra de 21% da EDP é discutida em solo português como se tivessem abocanhado o prato principal ao país. No entanto, tudo indica que foi apenas a entrada, com o Tigre Asiático a salivar já por banca e mercado automóvel. > PÁGINAS 8 E 9

Hoje Macau 27 DEZ 2011 #2518

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Edição do Hoje Macau de 27 de Dezembro de 2011 • Ano X • N.º 2518

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TEMPO MUITO NUBLADO MIN 13 MAX 19 HUMIDADE 45-80% • CÂMBIOS EURO 10.4 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • TERÇA-FEIRA 27 DE DEZEMBRO DE 2011 • ANO XI • Nº 2518

PUB

Ter para ler

CHUI SAI ON TINHA FEITO O PEDIDO

EMPRESAS ADMITEMAUMENTAR EMPREGADOS

DE 5% A 8%• PÁGINA 7

Pôr travão na delinquência

DEPUTADA ANGELA LEONGQUER EDUCAÇÃO

MILITAR PARA AS CRIANÇAS• Página 5

Tribunal de Segunda Instância decidiu

EXECUTIVO GANHA GUERRA CONTRA ENFERMEIRO

• Última

Sirvam-sePortugal convidou China para jantar

A compra de 21% da EDP é discutida em solo português como se tivessem abocanhado o prato principal ao país. No entanto, tudo indica que foi apenas a entrada, com o Tigre Asiático a salivar já por banca e mercado automóvel. > PÁGINAS 8 E 9

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TERÇA-FEIRA 27.12.2011

2www.hojemacau.com.mo ACTUAL

A Coreia do Norte enfrenta a últi-ma semana do ano no meio dos

preparativos para as ceri-mónias fúnebres de Kim jong-il, que deverá ocor-rer esta quarta-feira, em Pyongyang. Um grandioso funeral está a ser cuida-dosamente preparado, prevendo-se que, tal como aconteceu com o seu ante-cessor Kim Il-sung, ocorra um cortejo pelas ruas da capital com o corpo de Kim Jong-il, permitindo que os cidadãos se despeçam do líder pela última vez.

Pelo velório, que tem lugar no mesmo palácio memorial onde se encontra o corpo embalsamado do seu pai, têm passado nos últimos dias as principais figuras do país. Há quase uma semana que a televisão do regime mostra um cai-xão de vidro com o corpo do ex-dirigente a ser ho-menageado pelos membros da elite norte-coreana, bem vestidos e aparentemente bem alimentados.

Fora da capital a realida-

Coreia do Norte prepara momento ao pormenor

O funeral do séculode é bem diferente. Segun-do activistas humanitários e refugiados que vivem no estrangeiro, são muitas as aldeias e pequenas cidades onde os habitantes vivem na miséria, chegando a morrer de fome. O sistema centralizado de distribui-ção de comida não funciona e a política governamental de centrar os investimentos no campo militar, aliada às más condições meteoroló-gicas que arruinaram várias colheitas, deixaram o país sob forte dependência de ajuda exterior. “A entrega de comida em Pyongyang não é comparável com o resto do país” explica Yeom kwang-jin, um exilado na Coreia do Sul que ajuda os desertores do Norte. “Na capital as pessoas recebem um pouco de comida, mas noutras partes a distribui-

ção parou completamente. As pessoas recorrem ao mercado negro para so-breviver.”

Lee Hae-young, direc-tor de uma associação de desertores norte-coreanos, conta que ninguém pode comer três vezes por dia. “As pessoas fazem o que podem para comer pelo me-nos uma vez. Metade dos meus amigos que ficaram por lá morreram de fome ou estão quase inválidos ou sem dentes.”

Segundo a ONU, seis milhões de pessoas - um quarto da população – necessitam urgentemente de ajuda alimentar. Uma ONG com sede em Seul, Good Friends, garante que muitos camponeses comem apenas uma espécie de caldo de ervas. Mas muitas vezes as crianças não con-

seguem digerir as ervas e a palha, que mastigam com milho quando podem, e morrem.

MEIAS PELO AREntretanto, na véspera de Natal, um grupo de activistas da Coreia do Sul lançou, com recurso a balões de gás, 800 pares de meias para a sua vizinha do norte. De acordo com as informações prestadas pelo grupo, um par de meias é facilmente trocado por dez quilos de milho, o suficiente para alimentar uma pessoa durante um mês. O grupo de activistas planeia lançar men-salmente mil pares de meias para o norte. Além das meias lançadas para a cidade de Paju na véspera de Natal, os norte-coreanos irão também encontrar mensagens de ín-dole política, nomeadamente apelos à revolta após a morte

Sul-coreanos a prestar condolências

Só duas delegações da Coreia do Sul foram autorizadas por Seul a viajar até à Coreia do Norte para expressar os pêsames pela morte de Kim Jong-il. Pyongyang alertou Seul para as consequências “catastróficas” nas relações, caso o Governo não permitisse que se deslocassem à Coreia do Norte cidadãos sul-coreanos que pretendessem prestar condolências pela morte de Kim Jong-il.

Na sexta-feira, o regime comunista anunciou que acolheria qualquer grupo do país vizinho que desejasse expressar os seus pêsames na capital. E, pouco depois, Seul fez saber que autorizaria somente a deslocação das duas delegações, com um total de 19 elementos, lideradas, respectivamente, pela presidente do grupo Hyundai, Hyun Jeong-eun, e pela ex-

primeira dama Lee Hee-ho, viúva do antigo presidente Kim Dae-jung.O governo da Coreia do Sul decidiu autorizar a viagem às duas personalidades e aos seus acompanhantes, dado que a Coreia do Norte enviou delegações quando faleceram os seus respectivos maridos, ambos promotores activos da reconciliação entre as duas Coreias na década passada.

de Kim Jong-il e à resistência dos norte-coreanos até à reu-nificação da península.

NOVOS PODERESEntretanto a transição de po-der vai ganhando contornos cada vez mais definidos. O tio de Kim-Jun-un apareceu pela primeira vez este domingo na televisão estatal, de uniforme militar com insígnias de gene-ral, um sinal de que terá um papel importante na ascensão ao poder do sobrinho. Casado com a irmã mais nova do ditador, Jang Sung-taek não tinha a categoria de general, mas após a morte do líder do país pode ter sido promovido rapidamente para auxiliar o sobrinho na transição como uma espécie de regente, se-gundo a agência sul-coreana ‘Yonhap’.

O cunhado de Kim Jong-il começou a trabalhar na déca-

da de 1970 no partido único, onde escalou postos até chegar ao Comité Central. No final dos anos 1990 já era acom-panhante habitual do chefe de Estado norte-coreano nas visitas pelo país. No entanto, entre 2003 e 2006 caiu em des-graça e foi afastado da cúpula do poder, supostamente por criticar a política económica do regime.

Voltou a ocupar um pos-to central em 2007, e no ano passado foi nomeado vice-presidente da Comissão Nacional de Defesa, o que o transformou virtualmente no número dois na hierarquia norte-coreana.

Nas imagens do velório emitidas pela ‘KCTV’, Jang, de 65 anos, aparecia acom-panhado de Kim Jong-un, ao lado de outros membros da cúpula militar. Analistas consultados pela ‘Yonhap’ consideraram que o facto de altos cargos militares se terem deixado fotografar ao lado do jovem Kim indica que o regime manterá a sua política de ‘o Exército primeiro’, que dá prioridade política e orça-mentária às Forças Armadas.

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TERÇA-FEIRA 27.12.2011

3www.hojemacau.com.mo

O ano 2011 não foi o único - nem será infelizmente o último, empanturrado de protestos. Do Magrebe, que o Império Romano chamava de “África Menor”, até Wall Street. De Santiago do Chile a Atenas, de Paris a Roma, de Madrid até a algumas cidades chinesas, luta-se por democracia, contra a corrupção, contra a roubalheira dos “pacotes de austeridade”. Helder Fernando, P.19

Dois ex-executivos de duas corretoras de valores foram presos pelas autoridades chinesas por suspeita de tráfico de informação privilegiada, disse a agência de regulamentação financeira do país, como parte de um esforço para combater irregularidades no mercado.A Comissão Reguladora de Títulos da China (CRTC) detalhou no seu site quatro casos, já investigados, de manipulação do mercado e tráfico de informações, incluindo os dois casos que levaram à prisão dos ex-executivos da Southwest Securities Co Ltd e da Northeast Securities Co Ltd.O novo director da CRTC, Guo Shuqing, tem-se destacado pelo empenho em dar mais transparência ao mercado de acções chinês, que apresenta avanços tímidos, apesar do crescimento económico nacional

próximo dos 10 por cento.No caso da Northeast Securities, o ex-gerente Qin Xuan usou informações obtidas no processo de reestruturação de um laboratório farmacêutico para especular com acções da empresa na Bolsa de Shenzhen. Também já teria passado informações a um amigo.No outro caso, Ji Minbo, ex-vice-presidente da Southwest Securities, ganhou cerca de MOP 24 milhões na comercialização de mais de 40 papéis entre 2009 e 2011, valendo-se de informações sigilosas, segundo a CRTC.Os dois outros casos citados pela agência envolvem consultorias financeiras que usavam comentadores, relatórios de pesquisa e reportagens na imprensa para valorizar artificialmente as acções em seu poder.

A China precisa de “reformas ousadas”, mas não propriamente de uma revolução, defende um dos mais influentes escritores chineses da nova geração, Han Han, citado hoje por um jornal de Pequim.“Uma revolução não garante democracia, o que necessitamos urgentemente é de reformas e não de outra revolução”, escreveu Han Han no seu blogue, num artigo parcialmente transcrito pelo Global Times, publicação

em inglês do grupo Diário do Povo, órgão central do Partido Comunista Chinês. Han Han, de 29 anos, foi considerado em 2010 uma das “100 Personalidades mais influentes do Mundo” pela revista Times.A propósito da chamada “Primavera Árabe”, Han Han escreveu que, ao contrário do que aconteceu no Egipto e na Líbia, “a China não tem um ditador contra o qual se concentre o descontentamento popular”. Na China, em caso de revolução, “os que estão no topo podem sempre safar-se” e “as principais vítimas acabariam por ser a classe média e os que começam agora a aceder a uma vida melhor”. “Na minha opinião, a revolução não é possível nem necessária. Concordo, contudo, que a China precisa de reformas ousadas.”Além disso, num país com a dimensão

da China - o mais populoso do mundo, com cerca de 1.340 milhões de habitantes, e o terceiro maior, a seguir a Rússia e ao Canadá - “uma revolução precisa de tempo”. “Se a desorientação que uma revolução sempre cria não ficar resolvida em cinco ou dez anos, as pessoas acabarão por apoiar políticas autoritárias que podem acabar com a confusão.”Autor de sucesso, com livros que vendem milhões de exemplares, Han Han saiu da escola sem concluir o ensino secundário. Além de escritor, é piloto de automóveis. O seu blogue, que até 2009 já tinha recebido mais de 300 milhões de visitas, é dos mais lidos do mundo. Descrito habitualmente como um símbolo de rebeldia, Han Han rejeita, contudo, ser considerado um “critico social” ou um “dissidente”. - Lusa

EX-EXECUTIVOS PRESOSPOR TRÁFICO DE INFORMAÇÕES

“UMA REVOLUÇÃO NÃO GARANTE DEMOCRACIA”

OS governos chinês e japonês revela-ram no domingo um pacote inova-

dor de acordos financeiros, elaborados para estreitar a ligação entre a segunda e a terceira maiores economias do globo. A iniciativa pode elevar o yuan ao estatuto de divisa internacional e solu-cionar as dificuldades que as empresas com sede no Japão têm para fazer negócios na China. As directrizes visam ainda reduzir o uso do dólar nas trocas cambiais entre os dois países, de modo a limitar o papel da moeda dos EUA na região.

Os acordos incluem um plano para que uma entida-de ligada ao governo japonês venda títulos denominados em yuans na China, o que representará um impulso para os esforços de Pequim em “evitar” o dólar. Outras medidas foram elaboradas para facilitar as empresas a converter as moedas japone-sas e chinesas directamente, sem que seja necessário cumprir a etapa interme-diária de conversão para o dólar. Cerca de 60% das trocas cambiais entre o Japão e a China são liquidadas financeiramente em dólares norte-americanos, segundo informações de uma auto-ridade do governo japonês, que explicou os termos do acordo.

A mudança ocorre no momento em que a China tem manifestado ambições de conquistar um papel

China e Japão fazem acordo para relações financeiras

União a Oriente atinge dólarmaior para a sua moeda nos mercados globais, especial-mente diante das crescentes dúvidas dos investidores sobre o euro e face às preo-cupações sobre o constante enfraquecimento do dólar. O pacote de medidas – formali-zado pelo primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, e o seu homólogo japonês, Yoshihi-ko Noda, que viajou até Pe-quim – deverá ser uma boa ajuda para a concretização desse objectivo.

PRESENTE E FUTURONo entanto, é pouco provável que os acordos tenham efeito significativo imediato. Por enquanto, podem ser apenas simbólicos. Os governos não anunciaram um prazo para a implementação dos itens previstos. Enquanto a China mantiver controlos restritos sobre a convertibilidade da sua moeda e em relação aos investimentos na sua eco-nomia, há limitações para que o uso do yuan cresça internacionalmente.

Especialistas afirmaram que a medida mais relevante anunciada neste domingo foi a do programa piloto que permitirá que o Banco para Cooperação Internacional do Japão (o JBIC, sigla em inglês para Japan Bank for

International Cooperation, órgão oficial do governo japonês para fornecer apoio financeiro a investimentos no exterior) possa emitir títulos denominados em yuans no mercado continen-tal chinês. Este ponto é parte de uma iniciativa ampla para alavancar os títulos deno-minados em yuans e ienes globalmente. No entanto, não foi fixado qualquer pra-zo nem o tamanho da oferta de títulos do JBIC.

Uma outra iniciativa deve estimular o crescimento das trocas cambiais entre yuans e ienes. O objectivo é ajudar as companhias a realizarem negócios com as moedas a custos transaccionais mais bai-xos. Actualmente, a maioria das trocas de yuans e ienes é executada tendo o dólar como intermediário. Por exemplo, se um banco comercial receber uma ordem para vender yua-nes e trocá-los por ienes, pri-meiro tem de vender a moeda chinesa e trocá-la por dólares e, na sequência, vender esses dólares para trocá-los por ie-nes. Ao eliminar o dólar desse processo, reduz-se os custos de transacção e diminuem--se os riscos cambiais para as empresas, informaram as autoridades japonesas.

Os governos do Japão e da China não planeiam, po-rém, adoptar essa directriz imediatamente. Contudo, só o facto de mostrarem apoio ao mercado cambial de ienes-yuanes deve ser suficiente para encorajar o sector privado a expandi-lo.

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TERÇA-FEIRA 27.12.2011

4www.hojemacau.com.mo POLÍTICA

Joana [email protected]

FOI um encontro na capital chinesa que juntou Hu Jintao, presidente da RPC,

e Wen Jiabao, primeiro--ministro chinês, com Chui Sai On. O Chefe do Executivo de Macau recebeu elogios do Governo Central pela actua-ção no desenvolvimento do território, mas foi também alertado pelas autoridades chinesas. “No próximo ano, a situação internacional vai ser muito complicada e o Governo de Macau tem de aplicar medidas estratégicas para o desenvolvimento da economia local”, frisou Wen Jiabao. “A diversificação económica deve ser uma prioridade.”

A criação de um plano estratégico para que a eco-nomia seja diversificada é um dos conselhos que o primeiro-ministro chinês deixa a Chui Sai On, uma vez que Macau continua muito dependente do jogo, transmitiu a TDM, presente no encontro. O plano, refere, deve ser criado em 2012.

Para o Governo de Pe-quim, o território está bem encaminhado. “A economia

Macau elogiado em Pequim, mas com aviso para crise financeira internacional

“Diversificação económica é prioridade”

cresce rapidamente, a quali-dade está a melhorar de vida e a sociedade está estável”, disse Hu Jintao. “O governo central está satisfeito com o Governo da RAEM.”

Na apresentação a Pe-

quim do relatório das Li-nhas de Acção Governativa (LAG), Chui Sai On mostrou ter como objectivos a trans-formação de Macau num Centro Mundial de Turismo e de Lazer e o seu papel de

plataforma de serviços de cooperação económica e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

O Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional pode pronunciar-

-se nos próximos dias sobre os métodos de revisão do sistema político da RAEM, aspecto que implica a revi-são da Lei Básica.

De partida para Pe-quim, Chui Sai On disse

aos jornalistas que, nos últimos dois anos, foram recolhidas mais de cem opiniões sobre o assunto, que seguiram juntamente com a carta enviada ao Comité.

Virginia [email protected]

PARA ser um projecto bem su-cedido, o Parque Industrial e

Tecnológico de Medicina Chinesa Guangdong-Macau, que está a ser planeado para a Ilha da Montanha, implica a optimização dos recursos humanos e melhoramento dos profissionais locais. O Governo está a deixar ficar para trás essa componente decisiva, criticou o deputado da Assembleia Legislativa (AL) António Ng Kuok Cheong, que apresentou uma interpelação escrita sobre o tema.

“Ainda não se viu nada quan-

DEPUTADO QUER MAIOR APOSTA NO DESENVOLVIMENTO DOS JOVENS PARA A ILHA DA MONTANHA

Recursos humanos atrasadosto a esforços para optimizar os recursos humanos e actualizar os profissionais locais para tirar um melhor partido dos seus talentos de forma consonante com os milhares de milhões investidos no parque industrial e tecnológico”, sublinhou António Ng na sua interpelação. Assim, pôs em causa que o projecto consiga de todo, pelo andar da coisa, reunir os ingredientes necessários para cumprir os seus objectivos: desenvolvimento e produção de medicamentos tradicionais chineses; promoção da história e cultura da medicina tradicional chinesa; pro-moção dos serviços de reabilitação; e coordenação efectiva com o plano

para tornar Macau num “Centro Mundial de Turismo e Lazer”.

O deputado da Associação Novo Macau Democrático (ANMD) subli-nhou que o projecto em causa não deveria ficar-se apenas pela criação de uma fábrica de medicamentos tradicionais e que, se assim fosse, isso seria uma hipótese desperdiçada para embalar Macau na diversifica-ção da sua indústria e no melhora-mento dos recursos humanos locais.

Recordando a existência na província de Guangdong de uma Universidade de Medicina Tradicio-nal Chinesa, António Ng questionou se o Governo tinha algum plano para tirar partido da assistência de

Guangdong no aproveitamento desses recursos académicos no de-senvolvimento do parque industrial.

Além disso, o parlamentar

pró-democrata sublinhou ainda a importância da preparação dos jovens talentos em cada uma das várias áreas de especialização dentro da medicina tradicional chinesa. O deputado questionou se o Governo iria ter isso em atenção e deixar que a jovem geração de médicos chineses tenha uma participação real e prática no desenvolvimento do parque industrial e tecnológico da Ilha da Montanha, de forma a ganharem mais experiência; e, por fim, se pre-tendia proporcionar mais opções profissionais e oportunidade para os jovens, em vez de se ficar apenas pela promoção da certificação em medicina tradicional chinesa.

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TERÇA-FEIRA 27.12.2011

5www.hojemacau.com.mo

CHUI SAI ON DE VISITA À EUROPA. O Chefe do Executivo de Macau, Fernando Chui Sai On, vai rumar a Bruxelas para uma visita oficial à Sede da União Europeia no início do ano. O representante máximo da RAEM estará acompanhado por uma delegação oficial, numa deslocação que terá a duração de cinco dias – de 8 a 13 de Janeiro de 2102. Segundo o programa preliminar, a partida dos jornalistas será no dia 7 de Janeiro e a chegada a Macau, no dia 14 do próximo mês. O comunicado da entidade sublinha que as despesas de passagens, alojamento e refeições ficarão a cargo dos respectivos órgãos de comunicação. O montante estimado é de 30 mil patacas.

Virginia [email protected]

SÃO pequenos mas já se-meiam o terror. Recente-mente, três estudantes da escola primária cometeram

crimes de gente grande. A tenra idade – 10 e 11 anos – não os inibiu de incendiarem automóveis em plena via pública. A deputada da Assembleia Legislativa (AL) Ange-la Leong levantou uma questão que considera preocupante – será uma tendência que os delinquentes em Macau estejam a começar as suas carreiras no crime cada vez mais cedo? – e sugeriu que se adoptas-se uma educação mais “militar”, como se faz na China continental.

As estatísticas não fazem mais do que colocar a sociedade em sentido: um aumento de 85% nos crimes cometidos por jovens foi registado no primeiro trimestre do ano. Angela Leong recordou o número, ao apresentar uma interpelação sobre o tema. Para a deputada, os crimes estão a soar o alarme para que Macau se lembre de rever todo o trabalho de educação ética e ideológica.

Deputada sugere educação militar no desenvolvimento ético das crianças

Guerra às sementinhas do mal

Para combater o crime juvenil e atacar o problema na raiz, consi-dera ser necessário actuar desde cedo com a devida educação

ética e ideológica, a acompanhar as crianças durante as diferentes faixas etárias.

Perante o súbito desenvolvi-

mento da economia local, os pais têm estado demasiado ocupados a tentar ganhar mais dinheiro para conseguirem proporcionar

vidas melhores aos seus filhos e acabam por descurar o seu saudá-vel desenvolvimento psicológico, observou Angela Leong. Cada vez mais famílias estão a adoptar o “conceito do filho único” e a serem super-protectoras em relação aos seus rebentos, tornando-os mal habituados e transformando-os em “pequenos monarcas” con-vencidos de que podem fazer tudo sem serem contrariados.

Os pais, diz Angela Leong, deveriam ser exemplos para as crianças comportando-se de forma impecável perante os seus filhos, de forma a incutir-lhes os valores correctos. As crianças deveriam ser mais incentivadas pelos pais a participarem em actividades de serviço social em grupo, sobretu-do no auxílio aos mais fracos, de forma a absorverem o espírito de entreajuda e amor ao próximo.

Além disso, a deputada suge-riu ainda que as escolas seguissem o exemplo das suas congéneres da China Continental, em que o modo de educação inclui uma componente militar regular, de forma a estimular nas suas mentes a importância da obediência à lei.

A acentuada inflação sentida este ano tornou

os desfavorecidos de Ma-cau mais dependentes dos subsídios e ajudas públi-cas. O deputado da Assem-bleia Legislativa (AL) Paul Chan Wai Chi apresentou uma interpelação escrita a questionar o Governo sobre quais eram exactamente os planos do Governo para ajudar quem mais precisa, nomeadamente através de subsídios extraordinários.

Perante o actual cenário de subida descontrolada dos preços das mercadorias, o Instituto de Acção Social (IAS) deveria preparar-se para atri-buir subsídios extraordinários às famílias de menores posses, que actualmente beneficiam de ajudas públicas, de forma a ajudá-las a combater de forma efectiva os efeitos nefastos da implacável inflação, defendeu Paul Chan.

Ainda que o índice míni-mo de subsistência vá ser au-

PREOCUPAÇÃO COM NÍVEL DE VIDA DAS FAMÍLIAS DESFAVORECIDAS

Salvar os pobres da inflaçãomentado para 3200 patacas a partir de 1 de Janeiro de 2012, isso apenas ajudará a aliviar o fardo das famílias mais po-bres durante algum tempo, tendo em conta a acentuada

inflação, alertou o deputado da Associação Novo Macau Democrático (ANMD). O Governo, lembra Paul Chan, chegou a prometer que iria dar mais atenção às famílias

carenciadas, com subsídios extra que garantissem o seu nível de vida.

Na sua interpelação, o parlamentar pró-democra-ta questiona se o Governo

irá ter como referência o ano transacto e distribuir um mês extraordinário de subsídios para ajudar as famílias beneficiárias de apoio social, em Dezembro

ou depois, e dar outros sub-sídios extra aos três tipos de famílias carenciadas para ajudar a aliviar encargos e preocupações causados pela inflação. - V.L.

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TERÇA-FEIRA 27.12.2011

6www.hojemacau.com.mo SOCIEDADE

A poucos meses dos 500 anos da chegada dos portugueses a Macau, o porto de abrigo do

Oriente volta a estar na rota de Portugal e dos que querem dar a volta à crise europeia. Com idades entre os 30 e os 45 anos, um currículo académico de ní-vel superior, alguns dos novos portugueses em Macau possuem desejos em comum: trabalho e crescimento profissional.

Natacha Morais, 36 anos, che-gou há seis meses, deixando para trás marido e filhos pequenos, que hão-de chegar em Janeiro. Tem tudo para ser chamada de mãe coragem, mas rejeita o título. “Coragem é não ter dinheiro para pôr comida na mesa ao fim do dia e não fazer nada para mudar as coisas”, afirmou a professora de inglês, que durante dois anos viveu entre o trabalho precário e o recibo verde em Portugal.

A decisão de ser ela a “vir à frente” foi tomada porque Macau precisa sobretudo de mão-de-obra com formação superior - Natacha era a única do casal que correspon-dia aos requisitos. Ainda assim, demorou cinco meses a arranjar trabalho, que encontrou na escola chinesa.

Motivado pelas mesmas cir-cunstâncias económicas, “Bibito” (Henrique Silva), 44 anos, chegou em Setembro, com a vantagem de já conhecer “os códigos” do território, uma vez que foi na Macau da década de 1990 que nasceu profissionalmente. A transferência da região para a China em 1999 marcou o regresso a Portugal. Mas, 12 anos depois, regressou a uma cidade com um mercado mais competitivo, com cada vez mais casinos e muito menos aspecto de aldeia. Com uma diferença face a Portugal:

EM Maio de 2013, Lisboa vai ser palco de uma conferência internacional sobre Macau,

que visa assinalar os 500 anos da chegada do navegador Jorge Álvares à China. Durante os três dias da iniciativa - fruto da organização de Centre for English, Translation and Anglo-Por-tuguese Studies (CETAPS), Centro de História de Além-mar da Universidade Nova de Lisboa e Fundação Oriente - pretende “estudar-se as narrativas de Macau”, sejam elas “arquitectó-nicas, toponímicas, históricas, historiográficas, sociológicas e antropológicas”, disse à Agência Lusa o investigador Rogério Puga.

Não obstante a distância temporal a per-correr, a conferência suscitou já interesse em várias latitudes, nomeadamente Estados Uni-dos, Canadá, Taiwan, Macau e “obviamente” Portugal.

A ideia de realizar a conferência resultou da “necessidade óbvia de assinalar os 500 anos da chegada dos portugueses à China, de Jorge Álvares, que depois se substanciou na permanência dos portugueses em Macau até 1999, desde cerca de 1557”, sublinha Rogério Puga.

Em simultâneo, pretendeu-se “aproveitar as

sinergias dedicadas a Macau que já existem”, tais como o seminário permanente de estudos sobre o território que o CETAPS organiza numa base quase mensal.

Além de assinalar os 500 anos da chegada dos portugueses à China, o objectivo passa por “juntar académicos de todo o mundo para fazer um ponto de situação acerca dos estudos sobre Macau quatro anos depois da primeira conferência internacional sobre Macau, em 2009, de forma a haver também uma partilha das diversas investigações que estão a ser feitas em várias partes do globo.” - Lusa

LISBOA RECEBE CONFERÊNCIA SOBRE CHEGADA À CHINA

A viagem de Jorge Álvares

Portugueses de regresso a Macau 500 anos depois

O porto de abrigo“lá andamos todos deprimidos e aqui há uma aura positiva”.

“Aqui uma pessoa pode pensar a longo prazo”, explica o designer, actualmente a estabelecer uma agên-cia de publicidade em Macau. “Pode

pensar em férias, em comprar uma casa, em ter um projecto de vida.”

ESTREANTES ESPERANÇADOSAlém dos que regressam ao porto de abrigo, como Bibito, muitos mais

pisam o Oriente de calçada e lín-gua portuguesa pela primeira vez. Joana Fernandes e Gonçalo Rocha, de 30 e 33 anos, são o exemplo de um casal chegado de fresco, com um percurso idêntico ao de muitos

jovens licenciados portugueses. Ele era administrativo durante o dia e chefe num restaurante à noite, ela, com currículo na gestão hoteleira, estava sem trabalho.

Em meados de Outubro, tenta-ram a sorte em Londres, mas o “clima, a segurança e a oportunidade de fazer currículo” na Ásia fizeram com que nem olhassem para trás quando surgiu o convite para Macau. “Aqui há muito emprego, principalmente na parte da hotelaria e turismo”, afirma Joana. “Uma pessoa que diga que esteve na Ásia ou em Macau a trabalhar, faz um currículo muito bom e por isso é uma oportunida-de.” O namorado sublinha a grande mais-valia de a economia local estar “a crescer cada vez mais”.

É aliás esta dinâmica da Ásia que justifica o fluxo de novas ca-ras a falar português em Macau. “Compreendo perfeitamente a si-tuação difícil que se está a viver em Portugal, e que as pessoas tenham de procurar oportunidades noutros locais”, salienta o advogado José Maria Abecassis. “Fico muito feliz por Macau ter oportunidades para oferecer às pessoas. E claro que têm de agarrá-las, especialmente agora que vai piorando a crise.”

AOS MILHARESO jurista ainda a concluir o estágio chegou a Macau com a família aos sete anos. Hoje, aos 31, é o único de 12 irmãos que permanece na região, tendo-se ausentado uma única vez, entre 2000 e 2004, para iniciar o estudo de Direito em Lisboa, curso esse que viria a concluir “em casa”. “Sou mais um macaense que regressou à terra do que um português que fugiu à crise”, assume, ao comentar que “Macau pode dar uma oportunidade para as pessoas ganharem de novo a vida”. Portugal, a partir de agora, “só de férias”, conclui, resumindo o estado de alma dos recém-chegados.

O número de portugueses em Macau e Hong Kong é de cerca de 130.000. A grande maioria é de origem chinesa, entre 3.000 a 3.500 são oriundos de Portugal e entre 10.000 a 15.000 são os chamados macaenses, naturais de Macau com origem chinesa e portuguesa.

Ao contrário de outras nacio-nalidades, os portugueses que che-gam a Macau com um contrato de trabalho passam a ser titulares do bilhete de identidade de residente não permanente. Mas após sete anos de residência com contrato de trabalho, assumem o estatuto de residentes permanentes, passando a ter os mesmos direitos de todos os outros cidadãos, menos desem-penhar cargos no governo, embora possam candidatar-se a deputados à Assembleia Legislativa. - Lusa

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TERÇA-FEIRA 27.12.2011

7www.hojemacau.com.mo

Milhões em Zhuhai

Virginia [email protected]

O final do ano está a chegar e, com ele, aquele perí-odo em que costumam aumentar nas empresas

as saídas de recursos humanos. Com vários projectos de grande porte prestes a serem concluídos no pró-ximo ano, as empresas esperam um grande volume de negócios logo a seguir ao Ano Novo Lunar chinês. O Chefe do Executivo apelou para que aumentassem os salários dos seus empregados, até para os manter motivados e produtivos. Algumas já admitiram estimar aumentos salariais de 5% a 8%.

Parece que foram ouvidos os apelos de Chui Sai On para que as corporações aumentassem os salários dos seus funcionários, de forma a ajudá-los a combater os efeitos da inflação. Algumas grandes companhias da indús-tria do jogo adiantaram-se e já procederam a aumentos salariais, mas os restantes sectores parecem também mentalizados para seguir o exemplo dos grandes casinos. Algumas empresas admitiram ser essencial nesta altura aumentar os salários e duplicar os pagamentos extraordinários de fim de ano, de forma a manterem as suas equipas imunes às debandadas sazonais. Aumentos de 5% a 8% são consi-derados realistas.

Empresas admitem aumentar salários até 8%

O mesmo plano, diferente entidade

Citada pelo jornal “Ou Mun”, uma empresa de hotelaria admitiu isso mesmo – aumentos de 5% a 8% estão na calha, juntamente com a atribuição de um bónus anual tão optimista quanto as perspectivas que se afiguram para a economia. Já uma empresa de restauração, em declara-ções ao mesmo diário, explicou que, para enfrentar os aumentos salariais dos casinos, o sector teria de seguir o exemplo e aumentar também os salários dos seus empregados, para conseguirem manter os mais qualifi-cados. Tendo já aumentado este ano

os salários dos seus funcionários em 4%, a empresa assinalou que estava prestes a distribuir também um bó-nus anual. Para o próximo ano, esta firma prevê que irá haver aumentos nas remunerações, de acordo com a inflação, mas não adianta números concretos para já. A Ricacorp Proper-ties (Macau), por seu turno, prometeu aumentar os empregados em 8% no próximo ano, com os trabalhadores da linha da frente a receberem ainda as suas comissões mensais.

PME EM DIFICULDADESSeja como for, os recursos humanos apertados costumam ser um pro-blema para as pequenas e médias empresas (PME). Alguns proprie-tários de restaurantes indicaram haver alguma pressão nas suas ope-rações e que os aumentos salariais que se sentiam capazes de atribuir jamais se poderiam comparar aos das grandes empresas. Algumas firmas do retalho queixaram-se de dificuldades para contratar empregados e de que os aumentos que podiam oferecer continuavam a ser pouco atractivos para os seus trabalhadores.

VACINAS ANTI-GRIPAIS DISPONÍVEIS GRATUITAMENTE A vacinação, a título gratuito, da vacina anti-gripal é extensível a toda a população de Macau, a partir de hoje. Os Serviços de Saúde afirmam que concluíram o trabalho de vacinação contra a gripe da maior parte do grupo de pessoas de alto risco e podem, por isso, permitir a oportunidade de vacinação a outros cidadãos com necessidades. Os interessados podem recorrer aos Centros de Saúde, Hospital Kiang Wu, Hospital da Universidade de Ciência e Tecnologia A vacina só produz efeitos pelo menos três semanas após a sua administração.

As empresas de Macau investiram quase mil milhões de patacas em Zhuhai nos primeiros dez meses deste ano. Os números foram avançados pelo vice-presidente do Instituto para a Promoção do Investimento em Zhuhai. Peter Lee revelou que em causa está um total de 49 projectos. O dirigente falava ontem numa conferência de imprensa de apresentação do novo escritório de consulta-doria da Ilha da Montanha. O objectivo do novo espaço, que fica em Macau, é prestar informações a potenciais investidores em Hengqin. Segundo a vice-presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), Eco Chan, cerca de 40 empresas manifestaram já interesse em avançar com negócios na Ilha da Montanha.

A Associação de Imprensa em Português e Inglês

de Macau (AIPIM) escre-veu ao jornal português I, na pessoa do seu director, para “refutar algumas das alegações” produzidas pelo colaborador Rui Costa Pinto, num artigo de opinião sob o título “Liberdade Ameaçada em Macau”, publicado no dia 17 de Dezembro de 2011.

“É falso que a imprensa portuguesa de Macau receba subsídios anuais no valor de cem mil euros.”, começa por negar a carta. “O subsídio de apoio aos jornais já existia ao tempo da administração por-tuguesa, tendo sendo mantida essa prática pelo actual gover-no da Região Administrativa Especial de Macau.”

A AIPIM aponta várias falsidades no artigo, dando

FOI por “negligência da tripulação” que, em

Outubro, um voo da Air Macau se manteve duran-te mais de uma hora sem qualquer comunicação com o controlo de tráfego aéreo. É a conclusão do relatório da AACM, depois de uma investigação.

Agora, os pilotos que tripulavam o avião vão ter as licenças suspensas durante seis meses, pela entidade de Macau – depois de terem sido já afastados pela própria operadora aérea.

Segundo a AACM, a investigação não detectou quaisquer problemas que

A vice-presidente da Federa-ção das Associações dos Operá-rios de Macau (FAOM), Lei Cheng I, incentivou as empresas e asso-ciações laborais a sentarem-se à mesa e a acordarem aumentos para os salários. Nos últimos tem-pos, observou no entanto, apenas os “dealers” e outros funcionários de casinos tinham conhecido o sabor de verdadeiros aumentos salariais, enquanto os restantes trabalhadores apenas tinham

tido ligeiros ajustes nos orde-nados. Nas indústrias hoteleira, da restauração e das limpezas, a recompensa dos trabalhadores pelos seus esforços ficou aquém do que seria razoável.

Na opinião de Lei Cheng I, as empresas de casinos deveriam ter mais consideração pelo pessoal não directamente relacionado com o jogo, e permitir que esses trabalha-dores tivessem aumentos salariais adequados.

ARTIGO POLÉMICO SOBRE IMPRENSA DE MACAU EM PORTUGUÊS

Falso como JudasAACM SUSPENDE LICENÇAS DEPOIS DE AVIÃO FICAR

SEM COMUNICAÇÃO COM O POSTO DE CONTROLO

Uma questãode negligência eco às reclamações que se

fizeram ouvir em vários ór-gãos de comunicação locais. “É falso que a imprensa de língua portuguesa se dirija a um por cento da população. Caso contrário como explicar a existência de três jornais diários, um semanário, um canal de televisão e um canal de rádio? De referir também que o jornalismo de língua portuguesa tem um papel que vai muito além da tiragem. Foi português o primeiro jornal publicado na China, ‘A Abelha da China’ editado em Macau. Além disso, a comunicação social em português é um veí-culo de difusão e promoção da língua e cultura portuguesas.”

O autor do artigo já tinha trabalhado no território e viera agora como orador convidado ao primeiro Congresso de Jor-

nalistas de Macau. A fechar, a AIPIM lançou-lhe um convite. “A todas as outras especula-ções limitamo-nos a dizer que uma viagem de uma semana, após mais de uma década de ausência, não permitiria ao colunista tirar conclusões tão precipitadas. A AIPIM tem todo o gosto de convidar mais uma vez o colunista a voltar a Macau, tão breve quanto possível, para lhe permitir ter uma mais profunda percepção da realidade da região.”

pudessem ter contribuído para o incidente, tanto com o equipamento de comunicação aéreo como com o terrestre. O orga-nismo frisa ainda que os tripulantes não mantive-ram vigilância efectiva do rádio. “Adicionalmente, o facto de não terem estabe-lecido nem monitorizado a frequência de emergência e a falta de atenção cons-tante à situação durante o voo foram factores que contribuíram também para o incidente.”

Em Outubro, uma notícia avançada pelo Hoje Macau dava conta que o voo CCA101 de

Pequim para Hong Kong – operado pela Air China em ‘contrato’ com a Air Macau – colocou em perigo a segurança nacional com a perda de comunicações em fase de voo cruzeiro.

Na altura, a AACM confirmou que o voo ficou sem ligação à torre em Zhengzhou e Cantão. De-pois do incidente, a Aviação Civil da China e a AACM pediram à Air Macau o gravador de comunicações da cabina de pilotagem e o registador digital de pa-râmetros de voo que estes fosses descodificados, na tentativa de perceber o que aconteceu. - J. F.

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TERÇA-FEIRA 27.12.2011

8www.hojemacau.com.mo ECONOMIA

Joana [email protected]

O ditado diz que “um lon-go caminho começa por um pequeno passo” e a China já o deu. Depois

da compra de 21% da Energias de Portugal (EDP) pela Three Gorges, as portas lusitanas abriram-se para mais investimento asiático.

Para José Duarte, economista no território, a entrada da empre-sa chinesa na EDP não é solução para os problemas estruturais da economia portuguesa, mas pode aliviar-lhe o desequilíbrio das finanças públicas. Contudo, diz que o negócio era quase inevitável. “Esta venda deveria acontecer mais tarde ou mais cedo, a crise apenas forçou, de certo modo, a sua antecipação.”

Também Miguel Monjardino, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, afirma que a crise fi-nanceira serviu de catapulta para a entrada da Three Gorges. “Pequim tem músculo financeiro e a situação de Portugal forma uma oportuni-dade única, que acelerou a entrada da China neste tipo de sectores.”

A estratégia adoptada pela China, explica o analista político ao Hoje Macau, prende-se com a vontade de diversificação do país, que tem investido as suas reservas em títulos do tesouro norte-americano. A segunda economia mundial tenciona afirmar-se no palco internacional e a entrada em empresas como a EDP é o passo ideal. “Desde há

UM REFORÇO PARA MACAU O administrador executivo da EDP Ásia garante um reforço do compromisso da EDP em Macau. Em comunicado enviado aos jornais, João Marques da Cruz frisa que a empresa - uma das principais accionistas da Companhia de Electricidade de Macau, CEM – “estará preparada para reforçar e melhorar a sua contribuição para a prosperidade de Macau”. A utilização do território como a tradicional plataforma para o desenvolvimento de futuros negócios com outras regiões no Delta do Rio das Pérolas está também na mira do responsável. Que deixa, indirectamente, o convite: sendo que a Three Gorges é o maior accionista da EDP, o conhecimento e a experiência no domínio das energias limpas do Grupo EDP será reforçado, estando à disposição das autoridades de Macau para o desenvolvimento de quaisquer novos projectos neste sector.

AMNISTIA INTERNACIONAL CAUTELOSAA Amnistia Internacional portuguesa alertou para a possibilidade de graves problemas ambientais, assim como de direito à habitação e ao trabalho, decorrentes da venda da participação portuguesa da EDP à Three Gorges. Em comunicado, a entidade relembra que a construção da barragem das Três Gargantas – obra principal da empresa - tem dado origem a sérios problemas de poluição do rio Yangtzé. Para a Amnistia Internacional, a barragem foi construída numa grande falha tectónica, com instabilidade dos terrenos adjacentes - verificam-se enormes deslizamentos de terras, até vários quilómetros de distância da barragem, por vezes com destruição de aldeias inteiras.

A entrada da Three Gorges na EDP foi a chave para abrir a porta à China. Agora fora da jaula, o Tigre Asiático pôs as garras de fora e prepara-se para comprar Portugal aos pedaços.

Situação financeira débil acelerou investimento asiático este Natal

China com Portugal no sapatinhoum ano e meio, Pequim optou por investir em sectores absolu-tamente estratégicos.”

O “capitalismo de estado”, que Miguel Monjardino considera existir na China, faz com que o país queira investir em empresas “de músculo financeiro”, que respon-dem às suas necessidades políticas. Os investimentos a longo prazo nos sectores energéticos e ferroviários, entre outros, posicionam a China na detenção directa ou indirecta de “capital de empresas de topo a nível internacional”. A Europa ainda olha para a China como um país que faz produtos de baixa qua-

lidade e este tipo de investimentos pode inverter a situação.

ENTRADA DE CARRINHODepois da EDP, a Chery – fábrica chinesa de construção automóvel – é, segundo os jornais portugue-ses, uma forte candidata para se instalar em Portugal. A empresa, que detém já uma fábrica no Bra-sil, é parcialmente financiada pelo Banco da China.

Ainda que o recente negócio entre EDP e Three Gorges não tenha terminado – a empresa chinesa quer adquirir os 4% que o Estado português ainda tem, ficando

assim com 25% -, a construção de uma unidade de montagem auto-móvel no país pode já estar a ser negociada.

A imprensa portuguesa dá conta de um negócio bilateral que conta com a Chery e o Grupo Salvador Caetano – empresa que, em troca, chega à China com a intenção de fabricar autocarros. Fontes contactadas pelo jornal Diário Económico dizem que o negócio entre as empresas é um dos projectos já analisados pelo Governo português aquando do processo de privatização da EDP.

Miguel Caetano, gestor do

grupo Salvador Caetano, nega que este alegado negócio esteja ligado com contrapartidas oferecidas pela China à economia nacional no âmbito da entrega de 21% da EDP à China, mas diz que a sua em-presa quer expandir-se. “Estamos a ser namorados por importantes fabricantes automóveis para nos instalarmos na China. Este país tem carências na área da mobilidade urbana, um sector onde nós temos ‘know how’.”

PRÓS E CONTRASDurante a corrida da Three Gorges à EDP, muita tinta correu nos jor-

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TERÇA-FEIRA 27.12.2011

9www.hojemacau.com.mo

A CRISE DO VELHO CONTINENTEOs jornais chineses não ficaram alheios ao investimento do país em Portugal. A entrada da Three Gorges no capital da EDP – por 2,7 mil milhões de euros -, foi a primeira operação do género desde a entrada da Europa na crise. “Mais negócios poderão seguir-se, à medida que as enfraquecidas economias europeias procuram clientes para ajudar a resolver as suas dívidas”, escreveu o China Daily ao anunciar o resultado do concurso internacional para a privatização da EDP. “É o primeiro negócio do género celebrado pela maior companhia de energias renováveis da China, o que vai ajudar a empresa a expandir-se internacionalmente.” Em comunicado, Pequim frisa que as empresas chinesas sentem atracção por Portugal devido à ligação secular do país com Brasil e África, ricos em recursos.

LAS VEGAS SANDS NO VIETNAMEA empresa Las Vegas Sands, que está presente em Macau, através da sua subsidiária Sands China, está a planear construir um complexo turístico em Ho Chi Minh, Vietname. O investimento, na ordem de dois mil milhões de dólares americanos, prevê a construção de hotéis, restaurantes, centro comercial, e espaços de lazer e entretenimento, noticia a imprensa internacional. O projecto será à mesma escala do Marina Bay Sands em Singapura.

INVESTIMENTOS NÃO SE FICAM PELA EDPDepois da EDP e da provável entrada da Chery em Portugal, a questão que se coloca é quais serão os próximos investimentos. De Pequim chega a intenção de colocar um banco chinês no capital do Banco Comercial Português. O BCP, parceiro da Salvador Caetano, também detém uma participação na EDP (3,47%). Noutro âmbito, mais ambiental, e escrito na proposta entregue pela Three Gorges ao Executivo português, está a construção de uma fábrica de turbinas eólicas no país. Será a Goldwind – empresa com ligações à Three Gorges – que poderá, em Janeiro, começar a prospecção do local onde será montada a fábrica. O investimento vai custar à empresa chinesa mais dois mil milhões de euros.

Situação financeira débil acelerou investimento asiático este Natal

China com Portugal no sapatinho

nais sobre diferentes aspectos da entrada dos chineses em território luso. Para a Agência para o Inves-timento e Comércio Externo de Portugal, a decisão ponderou bem a situação do país. “É extremamente importante para Portugal e para as empresas pela abertura de uma nova frente para um gigante como a China”, disse à Agência Lusa Pedro Reis, presidente do organismo.

Questionado sobre os riscos que a entrada de capital chinês poderá trazer, José Duarte desdramatiza. “Vejamos as coisas em proporção: trata-se apenas da aquisição de uma posição accionista significa-tiva, mas não maioritária, numa empresa importante, mas não determinante, para o futuro do país.” O economista refere que os únicos riscos são de natureza comercial, muito abstractos para se traçarem em termos específicos. Do investimento, assegura, espera-se o normal. “Que contribua para o crescimento da produtividade e, logo, da riqueza da economia que o recebe.”

Miguel Monjardino expressa algumas incertezas. “Em Portugal, a privatização faz sentido e a curto prazo não há riscos. Segundo o que é conhecido publicamente do negócio, o que se oferece a Portugal compensa o risco, mas a longo pra-zo não sabemos como vai evoluir o mercado das energias e tenho as minhas dúvidas de que tenha sido a melhor escolha.”

Como ponto mais positivo, está Pequim ter garantido a estabilidade do investimento, independentemente da economia internacional. “Isto não era asse-gurado pelas outras empresas na corrida – a alemã e a brasileira -, o que faz a proposta da Three Gorges substancialmente melhor do que as outras.” Afinal, está ligada ao estado, o que lhe dá capacidade para esta segurança.

Para o académico, o problema está na lógica a longo prazo da par-ceria. “Pensemos ao contrário. Será que a China aceitaria que uma das mais importantes empresas na dis-tribuição de energia do país fosse controlada por capital estrangeiro? Duvido que isso fosse possível.”

“A CHINA ESTÁ A DIVERSIFICAR A CARTEIRA DE INVESTIMENTOS”

TERMINOU recentemente a tese de doutoramento em Ciência Política e

Relações Internacionais com um tema sobre a China e a Europa. Arnaldo Gonçalves, professor no Instituto Poli-técnico de Macau, revela as implicações da entrada da China em Portugal neste contexto.Como caracterizar a parceria estratégica entre a China e a União Europeia, nomeadamente no que toca a Portugal?Trata-se de uma relação aprofundada, mutuamente querida e que atingiu um grande nível de cumplicidade e complementaridade. Tem uma componente muito forte no campo comercial e económico, pois foi por aí que os líderes políticos europeus e chineses quiseram alicerçar a relação logo a seguir ao reconhecimento diplomático em 1975. Dez anos depois, com o processo de abertura ao exterior empreendido pelo patriarca das reformas, Deng Xiao Ping, a parceria ganhou uma dimensão mais global, envolvendo questões políticas como a partilha de uma visão multilateral da vida internacional, os direitos humanos, o G20 e o sistema financeiro internacional e estratégico - como o desarmamento, o combate ao terrorismo, o problema dos refugiados ou da pobreza e o tema transversal da cooperação internacional.E onde entra Portugal?É um pequeno país periférico da UE, membro fundador da Zona Euro, e primeira potência europeia a chegar à China e última a sair do continente asiático. A Europa não precisa de Portugal para desenvolver a relação de parceria estratégica e global com a China e Pequim está no mesmo pé. A nível da parceria, pode-se dizer que há um dos lados que beneficia mais do que o outro?Não creio. A UE é o primeiro parceiro económico e comercial da China, que é o segundo parceiro da UE. Trata-

se de uma tendência irreversível, que se tem consolidado nos últimos quatro anos, por interesse dos Estados-Membros, mas também da Comissão Barroso, que desde 2004 tem dado passos decisivos nesse aprofundamento. A relação bilateral é uma relação de soma positiva, em que todos ganham. A China por ter na Europa um mercado para o escoamento dos seus produtos manufacturados e das suas exportações em tecnologia, a Europa por encontrar na China um local privilegiado para a acção das suas multinacionais. Na sua tese, fala numa China que caminha para a afirmação no palco internacional nos aspectos económico e comercial. A entrada de capital chinês nas empresas portuguesas ajuda este objectivo?Há uma subida da China na escala do valor e na sofisticação do processo industrial. Começa a exportar

produtos tecnologicamente mais avançados, que têm pouco a ver com os produtos baratecos que se encontram nas ‘lojas dos trezentos’. Por outro lado, tem uma enorme liquidez financeira e quer estar menos dependente da sua carteira de títulos e de aplicações até aqui centradas em títulos de divida soberana norte-americana. Isso vai-lhe permitir influenciar decisões políticas e tornar-se um actor internacional relevante. Faltava-lhe dar o terceiro passo que é dispor de interesses relevantes em empresas ocidentais. Nos Estados Unidos isso é difícil, torna-se mais fácil na Europa, dada a necessidade urgente de capitalização e reforço de activos das empresas, designadamente no sector dos serviços e das tecnologias de informação. A China está a diversificar a sua carteira de investimentos e isso é um factor positivo para os seus interesses e para os da Europa. - J.F.

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TUMBAS com mil anos foram recentemente descobertas na

América Central. Ouro e pedras preciosas são parte da descoberta, mas segundo os arqueólogos o verdadeiro tesouro encontrado nas escavações são as pistas que podem conduzir a um maior conhecimento sobre a misteriosa civilização dos “chefes de ouro” do Panamá. “É uma descoberta incrível, provavelmente a mais significativa sobre esta cultura, desde 1930, depois de terem sido en-contrados vários artefactos de ouro, também neste país, em Sitio Conte”, comentou o antropologista John Ho-opes à revista National Geographic.

Até agora, Sitio Conte tem sido a única evidência importante desta cultura, que pode ser traçada a partir de cerca de 250 anos depois de Cristo, e que se estendeu até ao século XVI,

VESTÍGIOS DOS SENHORES DO OURO ENCONTRADOS NO PANAMÁ

Quem são eles?quando os conquistadores espanhóis chegaram ao local. Os novos objectos datam de 700 a mil anos antes de Cristo e foram encontrados em El Caño, a cerca de três quilómetros daquele local.

PEDRAS, OSSOS E OURO A cidade, no início do século XX, tinha já sido alvo de curiosidade por parte de cientistas, mas o que foi encontrado na altura não trazia nada de relevante sobre os senhores do ouro.

Mas o mistério que envolve a civilização não tem dado descanso aos investigadores. Em 2005, a ar-queóloga Julia Mayo decidiu voltar ao local. Três anos depois do início das escavações, a equipa encontrou um esqueleto. A forma como estava ricamente adornado com um cinto de ouro revelou tratar-se de um chefe de alta patente.

Na escavação mais recente, no iní-cio deste ano, foi também descoberto um chefe igualmente adornado. O sí-tio onde foi sepultado apresentou-se aos cientistas organizado em vários níveis e protegido por um telhado de madeira. Em torno deste “chefe de ouro” estavam pelo menos 25 corpos cuidadosamente dispostos – o que fez deste sítio o sexto maior cemitério encontrado até à data em El Caño.

Entre os trajes dos cadáveres foram ainda descobertos adereços que se supõe terem pertencido ao filho do chefe, como placas de ouro de pequenas dimensões, pulseiras, brincos e um colar de pedras semi--preciosas. No fundo do poço, o próprio chefe foi apoiado por uma espécie de plataforma criada a partir do arranjo de 15 corpos.

Mayo acredita que esses indivíduos

TERÇA-FEIRA 27.12.2011www.hojemacau.com.mo

10 vida

JOE Hutto é etólogo, ou seja, é especialista em comportamen-to animal. Mas não se limita a estudar - o naturalista adopta a vida das espécies, vivendo

com e como elas. A sua última “fa-mília” era constituída por perus. O cientista desempenhou o papel de mãe e esqueceu o objectivo científico. Durante um ano, na Florida (EUA), Hutto cuidou dos seus “filhos”, aprendeu a sua linguagem e agora defende que estes animais são mais complexos do que se pensa.

Com várias experiências desen-volvidas na área das relações que os animais criam com o primeiro objecto que encontram em movimento, no-meadamente aves e mamíferos, Joe Hutto não perdeu a oportunidade para, desta feita, estudar perus. “Os perus selvagens são difíceis de encontrar, então quando tive a sorte de ter alguns ovos achei que era uma oportunidade única na vida”, explicou em entrevista à revista NewScientist.

Viu-os nascer e a intenção não era envolver-se tanto, mas foi algo que não pôde controlar. A dependência desta espécie desde a nascença fez com que o estudo se tornasse um compromisso de 24 horas. “Comecei por traçar um objectivo científico, mas com o tempo fui-me envolvendo

Cientista com método insólito de estudo

Um ano a viver como um peru

A BELEZA QUE PÕE EM RISCO A POPULAÇÃO.Depois de inspecções efectuadas em salões de beleza os Serviços de Saúde (SS) detectaram um lote de medicamentos injectáveis do género da toxina botulínica importado ilegalmente, destinado a cuidados de estética. A toxina botulínica é um bloqueador neuromuscular, utilizado em tratamento de torcicolo espasmódico, blefarospasmo e melhoria das rugas faciais em curto período de tempo. Este produto só pode ser utilizado com alvará emitido pelos SS e mediante a prescrição médica. A presença do medicamento num salão de beleza põe em causa a segurança do público. Os efeitos secundários são fraqueza muscular, dificuldades em falar e deficiência visual, entre outros, e em situação grave, pode causar dificuldades em ingerir e asma. A entidade apela à atenção da população e pretende penalizar os infractores.

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poderiam ser prisioneiros de guerra ou escravos que foram sacrificados ou cometeram suicídio - como em Sitio Conte, onde rituais semelhantes foram também encontrados.

Outra das curiosidades destaca-das pela arqueóloga foi o facto dos corpos em torno do chefe estarem cobertos de pedaços de placas de cerâmica. Embora o significado destes objectos não esteja ainda claro, Mayo disse que parecem ter sido feitos especificamente para cobrir os cadáveres. “O que não está claro é se a cerâmica foi intencionalmente partida ou colocada no túmulo intac-ta e se quebrou ao longo do tempo devido ao deslocamento da terra.”

A arqueóloga espera que as novas descobertas possam trazer informa-ções da civilização que poucos re-gistos deixou sobre a sua existência.

TERÇA-FEIRA 27.12.2011www.hojemacau.com.mo

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CHINA COM MAIS ATENÇÃO À POLUIÇÃO DO AR NAS CIDADESPara a China, o próximo ano vem com uma preocupação ambiental - o Governo anunciou há dias que irá a adoptar padrões mais rígidos relativamente à poluição do ar a partir de 2012. A medida passa por incluir a monitorização de pequenas partículas de poluição em Pequim e noutras cidades grandes. Os resultados só começarão a ser divulgados ao público a partir de 2016. Grandes áreas urbanas da China, desde a capital até Guangzhou, ficam cobertas com uma nuvem de poluição durante alguns períodos de Inverno, obrigando as pessoas a usar máscaras ou mesmo evitar sair às ruas. Contudo, a poluição do ar em Pequim foi declarada oficialmente como “modesta”, apesar de a embaixada dos Estados Unidos ter indicado que a qualidade do ar ultrapassou o limite exigido. Um dos motivos para as diferenças de leitura argumenta que as cidades chinesas não medem e não divulgam dados sobre partículas menores emitidas por chaminés e exaustores.

Sabiaque...

Segundo a Diet for a New America (Dieta para uma América Nova), mais de mil milhões de pessoas poderiam alimentar-se com os cereais e a soja comidos anualmente pelo gado nos EUA?

Cientista com método insólito de estudo

Um ano a viver como um peru

A BELEZA QUE PÕE EM RISCO A POPULAÇÃO.Depois de inspecções efectuadas em salões de beleza os Serviços de Saúde (SS) detectaram um lote de medicamentos injectáveis do género da toxina botulínica importado ilegalmente, destinado a cuidados de estética. A toxina botulínica é um bloqueador neuromuscular, utilizado em tratamento de torcicolo espasmódico, blefarospasmo e melhoria das rugas faciais em curto período de tempo. Este produto só pode ser utilizado com alvará emitido pelos SS e mediante a prescrição médica. A presença do medicamento num salão de beleza põe em causa a segurança do público. Os efeitos secundários são fraqueza muscular, dificuldades em falar e deficiência visual, entre outros, e em situação grave, pode causar dificuldades em ingerir e asma. A entidade apela à atenção da população e pretende penalizar os infractores.

emocionalmente e perdi os sentidos de um cientista.”

MÃE PERUAcordar antes do sol nascer e adorme-cer as crias tornou-se um ritual. “Se não fizesse isso, seguiam-me e ficavam vulneráveis a ataques de répteis e doni-nhas.” Uma preocupação digna de um progenitor. Como cientista, analisou os comportamentos inatos de uma espécie que nasce já preparada para o mundo em que vive, apesar de precisar de cuidados maternos. “Uma das coisas mais surpreendentes que analisei foi saberem, mal nasceram, que tipo de insecto comer e qual é o mais perigoso.”

FALAR PERUÊSAlém dos 25 a 30 sons já identificados noutras investigações, Joe Hutto con-seguiu detectar um vocabulário mais complexo na comunicação entre estes animais. “Dentro de cada uma das suas chamadas detectei diferentes variações de tom que correspondiam a significados específicos.”

O cientista exemplificou alguns, nomeadamente de protecção. “Ti-nham uma chamada de alarme para répteis perigosos. Mas o que descobri foram variantes, consoante a espécie de cobra, por exemplo.” Através da aprendizagem dos diferentes tons usados pelos perus selvagens, Hutto

já sabia que tipo de perigo estava a ser detectado pelas suas “crias”.

O investigador conclui no seu es-tudo que estes animais são complexos do que se pensa. Julgá-los estúpidos é errado. Considera ainda que a má interpretação de algumas espécies é a domesticação. “Quando domestica-mos um animal, a primeira coisa que fazemos é tirar-lhes a sua natureza. Perdem o instinto de sobrevivência e ficam desprovidos de independência. É como se lhes retirássemos o cérebro.”

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TERÇA-FEIRA 27.12.2011

12www.hojemacau.com.mo CULTURA

Lia [email protected]

A poucos dias de entrar um novo ano, o que esperam os agentes culturais de Macau de 2012? A fotografia, a arte plástica, a música e o cinema

existem no território, mas o Governo é acusa-do de não dar atenção aos seus protagonistas. Os criativos do território pedem respeito pela arte e condições dignas. Como ver definidos conceitos - o que são, afinal, as indústrias criativas? - e delineadas estratégias para que a região possa apresentar-se como uma cidade de cultura.

• VINCENT HOIREALIZADOR DE CINEMAPara o mundo da sétima arte, o realizador Vincent Hoi gostaria de ver mais empresas privadas a patrocinar filmes locais e uma maior preocupação por parte do Executivo para que tal aconteça. Hoi fala na criação de estratégias que atraiam o sector privado. “Por exemplo, uma redução de impostos para as empresas que estejam dispostas a patrocinar as produções locais ou um outro tipo de incentivo que as faça investir.”

O realizador diz ainda que gostava de ver em Macau um ambiente cultural. Contudo, para isso deve-se primeiro educar e fomen-tar hábitos de procura da arte. “Se querem desenvolver as indústrias criativas têm de formar as pessoas.” Apostar na cultura, nas palavras de Hoi, não passa apenas por cons-truir um centro cultural - é preciso ter uma população instruída e rotas culturais dentro e

Artistas de Macau pedem um 2012 recheado de respeito

Um desejo chamado artefora do território. “Macau não é uma cidade cultural. Se observarmos as pessoas, vemos por exemplo que é raro encontrar alguém a ler um livro.”

Em termos de desejos profissionais, Vincent Hoi espera poder encontrar patro-cinadores para levar ao grande ecrã o seu próximo filme.

• JOSÉ DRUMMONDARTISTA PLÁSTICOJosé Drummond gostaria de ver a arte encara-da de forma profissional por quem governa. “Mas não uma arte com fins turísticos.” Na área das artes plásticas, deseja a expansão do mercado e que mais artistas consigam sobreviver sem terem que estar sujeitos a outros empregos. Para isso, será preciso implementar em Macau a inexistente ideia de coleccionismo e trazer para o território uma galeria, que dinamize o panorama da arte contemporânea. Este artista acredita que é um mercado rentável e fulcral para o desenvolvimento da Macau moderna. “Os artistas precisam de vender o seu trabalho. É urgente criar um movimento de alerta para atrair coleccionadores.”

Drummond anseia ainda que Macau dâ um passo à frente em relações às regi-

ões vizinhas, criando uma bienal ou uma feira de arte que possa pôr o território nos trilhos artísticos a nível mundial. Tudo aspectos apontados como essenciais para o desenvolvimento de uma região que se quer internacional. “Macau está-se a atrasar. Em termos culturais parou nos anos 80.”

Para o artista plástico, a solução não é algo chamado indústrias criativas e cultu-rais. “A arte é mais que isso e não uma fatia de um mercado de produtos específicos, simplesmente com objectivos comerciais.”

• ANTÓNIO MIL HOMENSFOTÓGRAFOPara 2012, o fotógrafo pede que de uma vez por todas se dê atenção a quem trabalha no campo artístico. “Antes de se falar em artistas, o Governo devia saber primeiro quem são eles, com que matéria prima se trabalha na região e o que se produz em termos de arte.”

António Mil Homens pede também união na arte. “Gostava de ver criada uma estrutura que congregasse os artistas e promovesse de forma organizada eventos culturais e não aquilo a que se assiste: dispersão e falta de coordenação dos eventos”. Quer também a fotografia a ser encarada como uma manifestação cultural e uma profissão. “Existem contra-sensos, como

por exemplo o facto da fotografia não ter sido considerada como um curso digno de diplo-ma pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ).”

Ainda em tom de desejo, apelou à criação ou disponibilização de espaços com condi-ções e a preços acessíveis, para que se possa criar. O fotógrafo espera ainda que o último recado do primeiro ministro chinês, sobre a diversificação económica, tenha chegado aos ouvidos de Chui Sai On.

• KIU TUNG POONPIANISTA Um ano cheio de música é o que deseja Kiu Tung Poon. Só não quer que seja dada música a quem por cá vive. Espera mais formação musical, mais eventos e uma maior dinamiza-ção do que por cá se faz. O desejo expressado pela pianista é que se incuta na população o gosto pela arte musical e que se desbravem os diferentes estilos para que as pessoas saibam o que é a música. Poon gostava de ver mais do que meros espectáculos em cima dos palcos do território. A artista fala de concertos educacio-nais, “porque só concertos não são suficientes para se dar a conhecer a música”. Pede também que se convidem músicos locais ou de fora para que falem e apresentem a sua obra.

Vincent Hoi José Drummond António Mil Homens Kiu Tung Poon

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TERÇA-FEIRA 27.12.2011

13www.hojemacau.com.mo

AVISOCOBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, encontra-se terminado, e, que de acordo com o artigo 3.º da Lei nº. 8/91/M de 29 de Julho, conjugado com o artigo 2.º e o artigo 4.º da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que, deverão os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.

Localização dos terrenos:- Travessa Nova da Areia Preta, n.os 9 a 23 e Rua Um do Bairro da Areia Preta, n.os 36 a 40 (Edifício Kam Heng, Bloco I);- Travessa Nova da Areia Preta, n.os 27 a 43 e Rua Um do Bairro da Areia Preta, n.os 42 a 46 (Edifício Kam Heng, Bloco II);- Travessa Nova da Areia Preta, n.os 47 a 57 e Rua Um do Bairro da Areia Preta, n.os 48 a 52 (Edifício Kam Heng, Bloco III);- Rua de João de Araújo, n.os 75 a 79 e Rua de S. João de Brito, n.os 24 a 32 (Edifício Pui Kei).

2. Agradecemos aos contribuintes que, no prazo de 30 dias após a recepção da notificação do pagamento, ou, até 12/01/2012, se dirijam ao Núcleo da Contribuição Predial e Renda, situado no rés-do-chão do Edifício Finanças, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Atendimento Taipa, para levantamento da guia de pagamento M/B, destinada ao respectivo pagamento nas Recebedorias dos referidos locais.

3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, proceder--se-á à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.º da Portaria acima mencionada.

Aos, 7 de Dezembro de 2011.

A Directora dos Serviços de Finanças,Vitória da Conceição

O rosto que surge com o famoso vestido branco esvoaçante de

Marilyn em “Bus Stop” não é o da loira mais famosa da história do cinema, mas de outra estrela que agora se apaga: Kim Jong-il. Uma pomba voa em direcção ao céu e uma pena repousa, caída no chão.

O artista norte-coreano Song Byeok desenhou vá-rias vezes com orgulho o Querido Líder em obras de propaganda do regime, mas acabou por ser preso, depois de uma fuga frustrada de-vido à fome, para a vizinha Coreia do Sul.

Song é hoje um desertor a viver em Seul e o seu tra-balho é uma crítica mordaz do líder que levou o seu país à fome, ao isolamento e à ruína económica. “No dia em que acabei este quadro, ele morreu”, disse o artista ao referir-se à sua obra e à morte de Kim no passado dia 17. “Ele não é uma criatura eterna, é como uma pena de uma pomba”, acrescentou, dizendo que a usou para simbolizar algo inconsequente. “Teria sido melhor se ele tivesse dado

De Querido Líder a Marilyn Monroe

Rei morto, rei nuoutras condições de vida aos norte-coreanos e os ajudasse a esquecer a fome antes de morrer.”

ARTE À FORÇAKim Jong-il era um patro-no das artes no seu reino

fechado e por vezes re-corria a medidas extremas para promovê-las - uma vez raptou um realizador de cinema e obrigou-o a fazer filmes para ele. Song nunca conheceu Kim Jong--il pessoalmente. Todas

FUNDAÇÃO JOSÉ SARAMAGO ABRE PORTAS NA PRIMAVERA“Gostava muito que quando a fundação abrisse, houvesse música desde o castelo até à Casa dos Bicos, porque estamos a honrar um português que, apesar de já não estar connosco, nos honra a todos e porque, finalmente, a Casa dos Bicos vai deixar de ser uma dependência administrativa e vai passar a ser um espaço de fruição pública”, disse Pilar del Río sobre a abertura da Fundação José Saramago, em Lisboa. Para a companheira do escritor, a Primavera é a melhor altura para a fundação abrir portas por se tratar de um “tempo de renascimento”.

as manhãs desenhava um esboço para ilustrar qual-quer que fosse o tema da propaganda a difundir nesse dia. “Como é que seria possível conhecer pessoalmente Kim Jong-il? Ele era o sol.”

Song, à semelhança de grande parte dos norte--coreanos, idolatrava o líder, e antes dele, o seu pai, Kim Il-sung. Mas a fome que se instalou no país, devido a erros de governação e a de-sastres naturais, fê-lo mudar de ideias. Depois das cheias no final dos anos 90, as condi-ções de vida deterioraram-se dramaticamente e o desespe-ro instalou-se.

Em Agosto de 2000, Song e o seu pai, movidos pela fome, tentaram atravessar o rio Tumen a nado em di-recção à China, na esperança de conseguir comida. Mas o seu pai foi levado pela corrente e Song acabou por ser capturado e enviado para

um dos muitos campos de trabalho existentes na Coreia do Norte.

Segundo a Amnistia In-ternacional, há mais de 200 mil coreanos a “viver” nesses campos, com pouca comida e sob ameaça constante de morte. Song recorda que no gélido inverno norte--coreano vestia as mesmas roupas com que tinha sido capturado no verão. Um dedo da mão direita acabou por infectar e esteve tão perto da morte que os seus captores acabaram por soltá--lo, visto estar inapto para trabalhar.

Ele continuava deter-minado em escapar e final-mente, em 2002, conseguiu chegar a Seoul, embora deixando mãe e irmã na terra natal. Depois da morte da mãe em 2005, conseguiu trazer a irmã e a sua família, com a ajuda de um intermediário chinês. “Se tivéssemos o suficiente para comer, não tinha vin-do”, diz Song. Apesar de ter perdido o dedo, retomou a pintura e hoje alguns dos seus quadros podem ser vistos em exposições em Seoul.

Quanto a Kim Jong-un, o sucessor de 20 e não se sabe quantos anos, Song não faz tenção, para já, de retratá-lo. “É muito novo e ainda não quero dizer nada sobre ele.”

OSCAR DE “CITIZEN KANE” VENDIDO EM LEILÃOO Oscar para melhor argumento de 1942, atribuído a Orson Welles por “Citizen Kane”, foi agora vendido por MOP 6,775 milhões. Apesar de ser considerado de forma con-sensual como um dos melhores filmes alguma vez realizados em Hollywood, este drama sobre a impiedosa busca de poder só teve direito a uma estatueta, que acaba de ser vendida depois de uma primeira tenta-tiva frustrada há uns anos. Com efeito, em 2007 o leilão organizado pela Sotheby’s, em Nova York, não alcançou o esperado preço de licitação de quase MOP 8 milhões. A história deste Oscar, aliás, parece digna de um argumento de cinema. Welles tinha-o perdido, mas após a sua morte ressurgiu num leilão, em 1994, por um director de fotografia que declarou que lhe fora dado por Welles como forma de pagamento. A filha de Orson Welles, Beatrice, processou--o e recuperou a estatueta. Mas quando em 2003 tentava também ela leiloar o tão desejado prémio, é a Academia que a processa. Depois de uma longa batalha legal, Beatrice ganha o direito de ficar com o Oscar e vende-o a uma organização sem fins lucrativos... que por sua vez tenta sem sucesso leiloá-lo em 2007. A história teve finalmente em 2011 um desfecho feliz. Pelo menos para os seus detentores, que agora arrecadaram quase MOP 7 milhões.

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TERÇA-FEIRA 27.12.2011

15www.hojemacau.com.moDESPORTO

À boa maneira dos por-tugueses em Macau,

Cristiano Ronaldo aprovei-tou as folgas natalícias para ir deliciar-se em ambientes quentes de praia. Elegeu o re-sort Anantara Kihavah Villas, na ilha Kihavah Huravalhi, nas Maldivas, onde uma noite chega a custar 19 mil euros. As villas incluem jacuzzi, piscina privada, campos de ténis, spa e seis restaurantes à volta, entre outros luxos. Só mesmo para quem pode. E ele pode.

O astro do Real Madrid procurou um local com pri-vacidade total e distância dos paparazzi, mas acabou por ser ele próprio a mostrar ao mundo onde andava de

SEM PAPARAZZI, CR7 EXIBE-SE

Ó para mimnas Maldivas!

férias. A foto aqui publicada foi tirada da sua página de Facebook, onde brindou os fãs com este postal ilustrado da sua felicidade. “Estou a aproveitar as minhas férias e desejo-vos um bom Natal”, escreveu na rede.

Segundo a imprensa internacional, levou para estas férias a namorada, Irina Shayk, o filho, Cris-tiano Ronaldo Júnior, de ano e meio, e a família. Mesmo nas Maldivas, parece que o gosto pela tradição ainda faz parte do seu ADN - Natal sem família não seria Natal. Será que jantou bacalhau com todos? - L.C.

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TDM 13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:30 RTPi DIRECTO18:00 That 70\’s Show (Que Loucura de Família)18:30 TDM Desporto (Repetição)19:30 Amanhecer20:30 Telejornal21:00 TDM Entrevista21:30 Linha da Frente22:00 Passione23:00 TDM News23:30 A Verde e as Cores00:00 Telejornal (Repetição)00:30 RTPi DIRECTO

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Alta Pressão15:00 Magazine Austrália Contacto15:30 30 Minutos16:00 Bom Dia Portugal 17:00 O Elo Mais Fraco17:45 Resistirei18:30 A Alma e a Gente19:00 Documentário – Alves Redol20:00 Jornal Da Tarde 21:15 O Preço Certo22:00 Magazine Austrália Contacto22:45 Portugal no Coração

ESPN 3013:00 2011/12 Australian Baseball League All-STAR Game 16:00 Advocare V100 Independence Bowl Missouri vs. North Carolina19:00 Full Time Reaction 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 The Football Review20:30 Stihl Timbersports Series 21:00 FINA Aquatics World 2011 21:30 Full Time Reaction 22:00 Sportscenter Asia 22:30 AFC Asian Cup 2011 Quarterfinal Uzbekistan vs. Jordan

STAR SPORTS 3113:00 Hyundai Hopman Cup Xxiii Serbia vs. Belgium16:00 Motorsports@Petronas 2011 16:30 FIA F1 World Championship Highlights 2011 British Grand Prix 18:00 Gucci Masters 2011 19:00 Best Of Inside Grand Prix 2011 19:30 Guinness World Series Of Pool 2011 H/L20:30 Goodwood Revival 2011 21:30 (LIVE) Score Tonight 22:00 HSBC Sevens World Series 2011/12-Highlights22:30 Laureus Spirit Of Sport 23:00 FIA F1 World Championship Highlights 2011 British Grand Prix

STAR MOVIES 4011:30 Good Neighbours 13:10 The A-Team, The 15:15 Closer 17:00 The Ghost Writer19:15 Stone 21:00 500 Days Of Summer 22:40 Crazy Heart 00:35 Anaconda

HBO 4112:00 Robin Hood: Prince Of Thieves14:20 Vegas Vacation16:00 The Sisterhood Of The Traveling Pants18:00 Airplane!19:40 Eat Pray Love22:00 Ninja Assassin23:35 Hulk

CINEMAX 4213:00 Passenger 57 14:30 Path Of Destruction 16:00 It Came From Beneath The Sea17:30 The Incredible Shrinking Man19:00 Vampire Bats20:30 Dinocroc Vs Supergator22:00 Dante’S Peak23:45 From Dusk Till Dawn

[f]utilidadesTERÇA-FEIRA 27.12.2011www.hojemacau.com.mo

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[Tele]visão

Aqui há gato

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Su doku

[ ] Cru

zadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Homem extraordinário pelas suas proezas guerreiras. Satisfazem o preço. 2-O m. q. sovela (ave.). Culpada. Mulher do harém do sultão. 4-Vencimento de um soldado. Observar com tento, intentar. 5-Despachem. Borda marcas em roupa. 6-Nome de homem. Itineário. 7-Alçava. Sagrada. 8-Flutuando. Rio de França. 9-Posto em alerta. Em partes iguais. (Farm.). 10-Imposto, tributo (Ant.). 11-Aromatizo. Pancadas com a mão fechada, murros.

VERTICAIS: 1-Instrumento de cordas desiguais que se toca com as duas mãos. Não nascida. 2-Terreno em que há muita erva. 3-Rádio (s.q.). Medida para cereais, nos campos marginais do Tejo. 4-Germe de uma ave ou doutro animal. Fizeram eivas ou manchas em. 5-Misturam com iodo. Casa ou lugar de perdição. 6-Categoria (abrev.). Ministrar. 7-Tiram a pele, o pêlo ou a casca. Carboneto de sódio (pl.). 8-Acertava pelo tino. Espádua, ombro (Pref.). 9-Relativa ao estômago. No corrente ano (abrev. lat.). 10-Porção de objectos velhos e inúteis. 11-Dera mios. Narração dos factos Segundo a ordem por que se deram de ano em ano.

HORIZONTAIS: 1-HEROI. PAGAM. 2-A. AVOCETA. I. 3-RE. ODALISCA. 4-PRE. ATENTAR. 5-AVIEM. MARCA. 6-ARI. VIA. 7-IÇAVA. SACRA. 8-NADANDO. AIN. 9-ALERTADO. AA. 10-T. GARRAMA. I. 11-AROMO. SOCOS.VERTICAIS: 1-HARPA. INATA. 2-E. ERVAÇAL. R. 3-RA. EIRADEGO. 4-OVO. EIVARAM. 5-IODAM. ANTRO. 6-CAT. DAR. 7-PELEM. SODAS. 8-ATINAVA. OMO. 9-GASTRICA. AC. 10-A. CACARIA. O. 11-MIARA. ANAIS.

[ ] CinemaCineteatro | PUB

SALA 1THE TWILIGHT SAGABREAKING DAWN PART1[C]Um filme de: Bill CondonCom: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Taylor Lautner13.45, 17.45, 21.45, 00.00

ALVIN AND THE CHIPMUNKS [A](Falado em Cantonese)Um filme de: Mike MitchellCom: Jason Lee, Jenny Slate16.00, 20.00

SALA 2SHERLOCK HOLMESA GAME OF SHADOWS [B]SRD DOBLY SURROUND SOUND SYDTEMUm filme de: Guy Ritche

Com: Robert Downey Jr., Jude Law, Noomi Rapace13.30, 21.45, 00.00

HAPPY FEET 2 [A](Falado em Cantonese)Um filme de: George Miller

SALA 3MISSION: IMPOSSIBLE GHOST PROTOCOL [C]Um filme de: Brad BirdCom: Tom Cruise, Jeremy Renner, Simon Pegg16.15, 18.45, 21.15, 23:45

ALVIN AND THE CHIPMUNKS [A](Falado em Cantonese)Um filme de: Mike MitchellCom: Jason Lee, Jenny Slate14.30

UMA MARAVILHA DE NATALEstes dias souberam bem, mas confesso que já tinha saudades de desabafar com os leitores. É inevitável não falar da quadra natalícia, ainda mais porque estou deveras espantado com toda a atmosfera que se criou em Macau. Terra de poucos cristãos, mas cheia de vontade de se fazer às celebrações natalícias. Sem nada para fazer, decidi ir dar um voltinha por aí. Deparei-me com um frenesim de luzes, de pessoas e de sacos a baloiçar, acompanhando o movimento apalermado de transeuntes sem pressa e sequiosos para queimar dinheiro em futilidades. É certo que o Natal há muito deixou de ser uma festa religiosa, até mesmo para quem acredita no deus chamado Jesus. Se bem que, depois de passar aqui esta quadra, penso que o deus se chama Pai Natal e em vez de ouro, mirra e incenso os presentes foram uma lata de coca-cola, uma garrafa de coca-cola e petazetas de coca-cola. Eu não sei quando nasceu o senhor, mas talvez até calhe numa altura mais quentinha. Falando de aniversários, já me esquecia que o Natal é e celebração do nascimento de Cristo. Isso não foi esquecido e bem à moda chinesa alguns bons samaritanos andaram pelas rua a distribuir autocolantes que mudavam de cor e que para meu espanto diziam “Happy birthday to Jesus”. Tudo isto me mudou a ideia da quadra. Um consumismo mais que exagerado e uma desculpa para cravar um jantar ao namorado. Que é isto a tradição dos jovens de Macau. Vestirem-se mais que fashions, seja lá que isso for, apetrechar os seus belos cabelos de corninhos ou hastes de renas, que fica sempre bem e nem dá um ar ridículo. Tudo para irem jantar em casal ou com amigos num qualquer restaurante considerado da moda. São tradições natalícias de uma festarola internacional, que procura vender e vender e também vender. Tudo menos a fé. Bem, no fundo diverti-me muito a observar isto. E também a ver os programas de Natal, como o circo, cuja relação com a quadra nunca tinha entendido. Agora já sei.

Pu-Yi

O AMANTE É SEMPRE O ÚLTIMO A SABER • Rui ZinkTeresa, uma mulher forte e poderosa, vai ao Japão procurar o filho há muito perdido. Tano, o professor de artes marciais do jovem e seu mentor, é forçado a acompanhá-la, regressando a contragosto ao país natal que há muito não visitava. Duas pessoas e dois universos culturais que parecem muito distantes, mas que, afinal, têm mais pontos em comum do que poderíamos pensar. História de desencontros e da possibilidade de encontros felizes, O amante é sempre o último a saber fala-nos de um mundo em mudança, onde o amor toma novas qualidades e a esperança é mesmo a última a morrer.

O PRÍNCIPE DA NEBLINA • Carlos Ruiz Zafón O novo lar dos Carver, numa remota aldeia da costa sul inglesa, está rodeado de mistério. Respira-se e sente-se a presença do espírito de Jacob, o filho dos antigos donos, que morreu afogado. As estranhas circunstâncias dessa morte só se começam a perceber à medida que os jovens Max, a irmã Alicia e o amigo Roland vão descobrindo factos muito perturbadores sobre uma misteriosa personagem a que chamam o Príncipe da Neblina.

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ANÚNCIO [N.º 99/2011]

Para os devidos efeitos, vimos por este meio notificar os representantes dos agregados familiares seleccionados da lista de espera de habitação económica abaixos mencionados:

N.º do boletim de candidatura Nome N.º do boletim

de candidatura Nome

77641 CHAN UN PAK 127695 TAI PEK KEI104100 CHAN IOK LIN 104056 CHE FOK ON114975 TANG CHI CHUN 88335 CHEONG U WENG99237 MA NANG KENG 96816 SIU LAI KUN83216 LAM IO CHO 81928 LAM CHOU ION122430 CHEOK KAM LOI 70865 KONG PUI IENG77904 CHAN NGAI MENG 56554 CHOI TIM HONG106521 NG SAO IENG 52367 LAM PENG CHI104341 AU IOK MUI 107531 NG LAI VA76200 UNG CECILIA ALBINA 100162 UN KA HONG98901 LAO CHOK 71618 FONG HIO IAN77976 LEONG CHI WAI 75154 KUONG IUT WA109205 LAM CHI LON 118226 WONG MAN PAN103153 IP KUOK HONG 106606 IEK KAM FAI85176 LAM CHEOK HOI 90307 HO LAI PENG

De acordo com os termos do artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 26/95/M, de 26 de Junho, o Instituto de Habitação (IH) informa os representantes dos agregados familiares acima referidos, através de ofícios, para se dirigirem pessoalmente ao IH, sita na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau (perto da Escola Primária Luso-Chinesa do Bairro Norte), no dia 4 de Janeiro de 2012, às horas fixadas nos respectivos ofícios, para escolha das fracções de habitação económica disponíveis de T1 na zona de Macau.

Nessa altura, os agregados familiares da lista de espera acima referidos devem apresen-tar os documentos comprovativos (originais e cópias) abaixo mencionados, para efectuar a nova verificação dos requisitos da candidatura da aquisição de habitação económica. Caso as respectivas informações afectem os actuais requisitos da aquisição de fracção ou existirem mudança da composição dos agregados familiares acima referidos, este Instituto irá suspender, imediatamente, o procedimento da escolha de habitação económica:

1. Documentos de identificação de todos os elementos do agregado familiar e os seus cônjuges (caso houver) registados no boletim de candidatura de habitação económica.

2. Prova de casamento (aplicável aos indivíduos casados. Caso tenha entregue ao IH, nos últimos três meses, não é necessário a entregar de novo.)

3. Boletim de candidatura dos dados dos agregados familiares de habitação económica devidamente preenchidos e assinados.

De acordo com os termos do n.º 2 do artigo 13.º do decreto-lei acima referido, com as alterações introduzidas pelo Regulamento Administrativo n.º 25/2002, caso os agregados familiares da lista de espera acima referidos não tenham comparecido no IH, no dia e horas fixados, e apresentado os documentos acima referidos, para escolha de habitação ou não pretendam adquirir nenhuma das fracções de habitação económica disponíveis no momento podem optar entre, por motivo não justificado, implica a perda do direito de escolha e passagem automática para o último lugar da lista geral; ou após a apreciação dos dados apresentados, verifique que não reunirem com os requisitos da candidatura, os agregados familiares selec-cionados serão excluídos na lista geral.

No intuito de proporcionar os agregados familiares seleccionados para terem mais con-hecimentos sobre as informações das fracções de habitação económica disponíveis, o IH juntamente os ofícios enviará em anexo o catálogo com descrições das fracções para venda, tabela dos preços, rácio bonificado, pontos de observação, informações sobre a fracção de modelo. Caso os agregados familiares seleccionados não tenham recebidos os ofícios remetidos pelo IH, até sete dias antes da data fixada, poderão dirigir-se ao IH sito na Travessa Norte do Patane n.º 102, Ilha Verde, Macau) ou consultar através do telefone n.º 2859 4875, durante o horário de expediente.

O Presidente,

Tam Kuong Man 21 de Dezembro de 2011

ANÚNCIO [N.º 98/2011]

Para os devidos efeitos, vimos por este meio notificar os representantes dos agregados familiares seleccionados da lista de espera de habitação económica abaixos mencionados:

N.º do boletim de candidatura Nome

N.º do boletim de candidatura

Nome

59128 CHAN KAM SOI 30604 CHANG HAO HOU64798 NG MAN HIN 14697 CHEONG LIN FOK50355 NG HOI NENG 35934 LEONG PAN

31813 IAO WENG U 30690CHEANG KAM

CHAN35664

CHEONG LAP CHAN

2437 TSUI YAU CHEUNG

50228 IEONG SAO MEI 58796 TAI FOK CHON65569 WONG NGAN KUN 61234 SAM KUAN HOU61235 SAM KUAN WAI 50710 CHOI CHONG TAT14919 WONG WENG SEK 55405 LEONG IOK KIT31982 LEONG SOU CHAI 22127 LEI HOI SIN

De acordo com os termos do artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 26/95/M, de 26 de Junho, o Instituto de Habitação (IH) informa os representantes dos agregados familiares acima referidos, através de ofícios, para se dirigirem pessoalmente ao IH, sita na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau (perto da Escola Primária Luso-Chinesa do Bairro Norte), no dia 4 de Janeiro de 2012, às horas fixadas nos respectivos ofícios, para escolha das fracções de habitação económica disponíveis de T2 na zona de Macau.

Nessa altura, os agregados familiares da lista de espera acima referidos devem apresen-tar os documentos comprovativos (originais e cópias) abaixo mencionados, para efectuar a nova verificação dos requisitos da candidatura da aquisição de habitação económica. Caso as respectivas informações afectem os actuais requisitos da aquisição de fracção ou existirem mudança da composição dos agregados familiares acima referidos, este Instituto irá suspender, imediatamente, o procedimento da escolha de habitação económica:

1. Documentos de identificação de todos os elementos do agregado familiar e os seus cônjuges (caso houver) registados no boletim de candidatura de habitação económica.

2. Prova de casamento (aplicável aos indivíduos casados. Caso tenha entregue ao IH, nos últimos três meses, não é necessário a entregar de novo.)

3. Boletim de candidatura dos dados dos agregados familiares de habitação económica devidamente preenchidos e assinados.

De acordo com os termos do n.º 2 do artigo 13.º do decreto-lei acima referido, com as alterações introduzidas pelo Regulamento Administrativo n.º 25/2002, caso os agregados familiares da lista de espera acima referidos não tenham comparecido no IH, no dia e horas fixados, e apresentado os documentos acima referidos, para escolha de habitação ou não pretendam adquirir nenhuma das fracções de habitação económica disponíveis no momento podem optar entre, por motivo não justificado, implica a perda do direito de escolha e passagem automática para o último lugar da lista geral; ou após a apreciação dos dados apresentados, verifique que não reunirem com os requisitos da candidatura, os agregados familiares selec-cionados serão excluídos na lista geral.

No intuito de proporcionar os agregados familiares seleccionados para terem mais con-hecimentos sobre as informações das fracções de habitação económica disponíveis, o IH juntamente os ofícios enviará em anexo o catálogo com descrições das fracções para venda, tabela dos preços, rácio bonificado, pontos de observação, informações sobre a fracção de modelo. Caso os agregados familiares seleccionados não tenham recebidos os ofícios remetidos pelo IH, até sete dias antes da data fixada, poderão dirigir-se ao IH sito na Travessa Norte do Patane n.º 102, Ilha Verde, Macau) ou consultar através do telefone n.º 2859 4875, durante o horário de expediente.

O Presidente,

Tam Kuong Man 21 de Dezembro de 2011

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OPINIÃO TERÇA-FEIRA 27.12.2011

19www.hojemacau.com.mo

à f l o r da pe leHelder Fernando

HEGAMOS ao fim do ano e lá vem o hábito de fazer balanços, elencar acontecimentos ditos marcantes,

vividos de perto ou à distância, desde o 1º de Janeiro que já lá vai, até mesmo ao final dos trezentos e sessenta e tantos dias.

Tirando qualquer facto mais próximo ou mais pessoal, o que nos ocorre mais depressa são tragédias, violências, misérias, rouba-lheiras, mentiras, injustiças. Alegrias, talvez umas tantas, com algum esforço de memória. Porque as sociedades andam completamente dominadas por pantomineiros e corruptos, por novos ricaços sem escrúpulos, todos en-cavalitados nas costas de gentinha gelatinosa e cobarde, programada para ser lacaia toda a vida e alimentada pelas migalhas de broa que caem da mesa dos novos ditadores e di-tadorzecos. Os sabujos mentirosos tomaram conta de quase tudo - menos da alma dos que permanecem convictamente responsáveis e livres nas ideias e nos actos.

O ano 2011 não foi o único - nem será infeliz-mente o último, empanturrado de protestos. Do

2012, com o que sobra da esperança

Magrebe, que o Império Romano chamava de “África Menor”, até Wall Street. De Santiago do Chile a Atenas, de Paris a Roma, de Madrid até a algumas cidades chinesas, luta-se por demo-cracia, contra a corrupção, contra a roubalheira dos “pacotes de austeridade”. Exigem-se gover-nos que prestem mais atenção às dificuldades em que o povo foi colocado. Tanto no mundo árabe, como na Europa, em todo o continente americano, na África subsaariana, no Oriente, os povos, indignados, lutam corajosamente pela liberdade, pela melhoria do bem estar, pelo direito a uma vida com dignidade.

Neste 2011 que agora definha, vimos a re-belião popular na Tunísia para derrubar Ben Ali, instalado há mais de 20 anos no poder absoluto, alastrar pelo Egipto, onde Muba-rak reinava há 30 anos com elevadíssimos índices de desemprego, baixíssimos salários e corrupção sem medida; vimos estender-se

a rebelião pela Líbia, pelo Gabão, pela Síria, pelo Iémen, sempre com idênticos motivos. Tal como a chamada “crise económica” eu-ropeia gerou e gera protestos de uma ponta a outra daquela Europa que sofre. “Occupy Wall Street” é o movimento que cresce nos Estados Unidos, contra a desigualdade económica não apenas norte-americana, mas mundial. Inclusivamente no Brasil, país que prepara vigorosamente a sua entrada na categoria de grande potência, protesta-se contra a corrupção em primeiro lugar.

São já enormes, e contaminam, as on-das de discórdia que rejeitam as mentiras, os roubos governamentais, as trafulhices de gravata, os abusos de poder. Os povos querem-se livres e responsáveis, querem viver o já próximo primeiro dia de 2012 não propriamente como se fosse o primeiro, nem como se fosse o último dia das suas vidas,

São já enormes, e contaminam, as ondas de discórdia que rejeitam as mentiras, os roubos governamentais, as trafulhices de gravata, os abusos de poder.

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C mas por certo como se fosse, com esplen-dor, o único e repetido mil vezes sobre mil, que nunca fosse tarde e que nunca fosse de sombras.

Aqui chegados, ao final de mais um ano, dá-nos quase sempre para imaginarmos novos planos a curto, médio ou longo prazo. Realmente devia existir a confiança de que as desigualdades económicas tremendas, mesmo em países desenvolvidos, só acabarão com modificações sócio-culturais articula-das e persistentes, de modo a romper com submissões ancestrais, com compromissos cobardes. Acto de responsabilidade cívica é estarmos cada vez melhor informados (e hoje isso é tão fácil), e possuirmos cada vez melhor consciência do que nos rodeia, perto e longe.

Desejamos viver o momento de agora com optimismo, com o que sobra da muita esperança, poupando energias, fomentan-do humores e amores todos os dias - que é exactamente aquilo que os hipócritas, os bajuladores são incapazes de viver.

car toonpor Steff

O SUCESSOR

Page 20: Hoje Macau 27 DEZ 2011 #2518

TERÇA-FEIRA 27.12.2011www.hojemacau.com.mo

DISSIDENTE CONDENADOA DEZ ANOS DE PRISÃO O veterano dissidente chinês Chen Xi foi condenado esta segunda-feira a 10 anos de prisão por subversão, no fim de um julgamento rápido, numa altura em que aumenta a repressão contra os opositores do regime comunista após as revoltas árabes, anunciou um grupo de defesa dos direitos humanos. Chen, 57 anos, foi julgado em Guiyang, capital da província de Guizhou, num processo que durou poucas horas, segundo a associação Chinese Human Rights Defenders (CHRD). O grupo informou que Chen foi indiciado pelos seus textos a favor de reformas políticas e de defesa dos direitos humanos. Chen Xi, autor de ensaios sobre a democracia, já havia sido condenado a três anos de prisão pela sua participação no movimento democrático da Praça Tiananmen em1989. Posteriormente foi condenado a outros 10 anos em 1995 por subversão.

CATOLICISMO ESTÁA PERDER FORÇAO bispo de Macau, José Lai, afirmou em declarações ao jornal oficial chinês Global Times que o catolicismo perdeu força no território nos 12 anos de administração chinesa, lamentando que a população esteja a perder valores básicos. “Apenas cerca de 20 pessoas de meia-idade, com cabelo grisalho, foram ouvir o sermão do padre em português na missa de domingo de manhã da igreja de São Domingos. Mesmo com o natal à porta, o Cristianismo perdeu força entre a população de Macau.” O bispo considerou “uma pena” o facto de “Macau estar a perder o seu fervor pelo Catolicismo, especialmente entre os mais jovens”.

ENFERMEIROS PERDEM NA LUTA CONTRA DECISÃO DO EXECUTIVO

Sem direito a retroactividade

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O Tribunal de Segunda Instância (TSI) deu razão ao Chefe do Executivo num dos casos dos enfer-

meiros portugueses que perderam o direito a receber retroactivos depois da revisão das carreiras, avançou ontem a Rádio Macau.

O problema remete-se a 2007, quando o processo de revisão das carreiras de médicos e enfermeiros dos Ser-viços de Saúde levou a que os profissionais com contrato individual de trabalho vissem negado o pagamento de retroactivos, ao contrário do que aconteceu com profissio-nais da área qualificados como “pertencentes ao quadro”.

Nove enfermeiros do Centro Hospitalar do Conde de São Januário impuseram recurso individual nos tribunais sobre a decisão do Executivo e, ontem, o

TSI emitiu o acórdão final sobre um dos profissionais. A decisão do colectivo de juízes nega provimento ao recurso, porque considera que a decisão da Adminis-tração não padece de qualquer ilegalidade, vício de violação de lei ou falta de fundamentação.

O acórdão refere que, após impossibilidade de acordo para um novo contrato individual de trabalho com o enfermeiro em causa, a Administração atribuiu efeitos retroactivos a partir de 18 de Agosto de 2009, escreve a Rádio Macau.

Para o colectivo de juízes, não foram lesados quaisquer direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos e só com acordo mútuo seria possível ter efeitos retroactivos a 1 de Julho de 2007. - J.F.