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BRUMA SECA MIN 12 MAX 15 HUM 65-80% EURO 10.2 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEXTA-FEIRA 11 DE JANEIRO DE 2013 ANO XII Nº 2770 PUB PUB PUB Ter para ler BARBATANAS DE TUBARÃO ANIMA avisou Governo para problema PÁGINA 10 CÓDIGO DO PROCESSO PENAL MP lembrou-se de agentes infiltrados mas Governo recusou ideia PÁGINA 3 CANÍDROMO PETA diz que problema pode prejudicar turismo PÁGINA 10 REOLIAN Empresa pagou funeral da vítima de acidente PÁGINA 5 Se dúvidas houvesse MACAU STUDIO CITY Mesas de jogo vão mesmo avançar no Cotai Muito já se falou sobre o novo empreendimento da Melco Crown Entertainment para o Cotai. O Macau Studio City, cujos planos de construção o Hoje Macau teve acesso, vai avançar com mesas de jogo. Fonte ligada ao Governo dissipou todas as dúvidas sobre essa situação particular depois de, no ano passado, o secretário para a Economia e Finanças, Francis Tam, e o secretário para as Obras Públicas e Transportes,Lau Si Io, terem andado a desmentir-se sobre a questão na imprensa. PÁGINA 3 VENHAM MAIS CINCO (SÉCULOS) PUB h MARX HOJE SALÁRIO MÍNIMO TUDO COMEÇA NOS TRABALHOS DE GESTÃO E DOMÉSTICOS PÁGINA 4

Hoje Macau 10 JAN 2013 #2770

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Edição do Hoje Macau de 11 de Janeiro de 2013 • Ano X • N.º 2770

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Page 1: Hoje Macau 10 JAN 2013 #2770

BRUMA SECA MIN 12 MAX 15 HUM 65-80% • EURO 10.2 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006 MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEXTA-FEIRA 11 DE JANEIRO DE 2013 • ANO XII • Nº 2770

PUB PUB

PUB

Ter para ler

BARBATANAS DE TUBARÃO

ANIMA avisou Governopara problema

PÁGINA 10

CÓDIGO DO PROCESSO PENAL

MP lembrou-se de agentes infiltrados mas Governo recusou ideia

PÁGINA 3

CANÍDROMO

PETA diz que problema pode prejudicar turismo

PÁGINA 10

REOLIAN

Empresa pagou funeral da vítima de acidente

PÁGINA 5

Se dúvidas houvesse

MACAU STUDIO CITY Mesas de jogo vão mesmo avançar no Cotai

Muito já se falou sobre o novo empreendimento da Melco Crown Entertainment para o Cotai. O Macau Studio City, cujos planos de construção o Hoje Macau teve acesso, vai avançar com mesas de jogo. Fonte ligada ao Governo dissipou todas as dúvidas sobre essa situação particular depois de, no ano passado, o secretário para a Economia e Finanças, Francis Tam, e o secretário para as Obras Públicas e Transportes,Lau Si Io, terem andado a desmentir-se sobre a questão na imprensa. PÁGINA 3

VENHAM MAIS CINCO (SÉCULOS)

PUB

h• MARX HOJE

SALÁRIO MÍNIMO

TUDO COMEÇA NOS TRABALHOSDE GESTÃO E DOMÉSTICOS

PÁGINA 4

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sexta-feira 11.1.2013política2

Cecília [email protected]

OS deputados democra-tas da Associação de Novo Macau (ANM) lançaram ontem, jun-

tamente com o presidente e vice--presidente da associação, uma carta pública onde instaram os delegados de Macau à Assem-bleia Popular Nacional (APN) a falar pela censura dos órgãos de comunicação social. Além dos doze delegados do território, o Gabinete da Ligação do Governo Central em Macau também vai receber mesma carta. Segundo o presidente da ANM, Jason Chao, se os delegados não fizerem alguma acção séria para proteger a liber-dade de expressão, a associação vai promete tomar acções mais drásticas sobre o assunto.

A Associação também convi-dou dois residentes que estiveram em Cantão na terça-feira passada a apoiar o jornal Southern Weekly, para que estes apresentassem a situação actual da censura. Segun-do Choi Chi Chio, um dos assis-tentes do gabinete dos deputados da ANM, cerca de cem pessoas reuniram-se em frente ao edifício do jornal para levar flores e protes-tarem contra a censura. Um estu-dante de direito, Zhu Mengligng,

Joana [email protected]

O Governo assegura que o dever de sigilo pe-

dido pelos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), através de um ofício-circular, tem uma razão específica: “está em causa a tutela da confiança e a protecção de dados em relação aos dados a que o trabalhador tenha acesso no exercício das suas funções”.

A polémica instalou-se quando, em Outubro do ano passado, os funcionários dos SAFP receberam uma carta da direcção que proibia os funcionários de revelar do-cumentos ou informações “a

Associação Novo Macau chama atenção para o caso de censura em Cantão

“Macau corre riscos”Jornal de “Oi Mun”Apesar de ter já a sua revista democrata, a ANM também criou o seu jornal oficial. Isto porque a assistentes da associação foram impedidos de entrar na Assembleia Legislativa com câmaras por não serem jornalistas. Ontem, Chui Chi Chio, o assistente a quem foi recusada a entrada na zona de média, afirmou ao Hoje Macau que pediu oficialmente o ISBN do jornal, que se chama “Oi Mun” (em inglês Macau Concealer), e cujo som é parecido ao jornal Ou Mun. O jornal é conhecido por transcrever os discursos dos funcionários do Governo com animações, em forma de sátira, para apresentar as falhas do Governo nos assuntos políticos e sociais. Com o cartão de jornalista desse jornal, Chui Chi Chio consegue entrar outra vez na AL. Jornal de “Oi Mun”Apesar de ter já a sua revista democrata, a ANM também criou o seu jornal oficial. Isto porque a assistentes da associação foram impedidos de entrar na Assembleia Legislativa com câmaras por não serem jornalistas. Ontem, Chui Chi Chio, o assistente a quem foi recusada a entrada na zona de média, afirmou ao Hoje Macau que pediu oficialmente o ISBN do jornal, que se chama “Oi Mun” (em inglês Macau Concealer), e cujo som é parecido ao jornal Ou Mun. O jornal é conhecido por transcrever os discursos dos funcionários do Governo com animações, em forma de sátira, para apresentar as falhas do Governo nos assuntos políticos e sociais. Com o cartão de jornalista desse jornal, Chui Chi Chio consegue entrar outra vez na AL.

Governo responde sobre pedido de sigilo a funcionários

Interesse público como arma

relevou que foram quatro os dias de protesto em frente do jornal. “Ao mesmo tempo, também há um grupo de pessoa com a foto do Mao e a bandeira da China a

acusar o jornal de falar pelos es-trangeiros. Os grupos - de apoio e oposição – tiveram inclusivamente um pequeno conflito durante duas horas. Com a presença da CCTV,

os polícias podem reconhecer as caras dos manifestantes.”

Jason Chao também chamou a atenção das médias locais e estu-dantes de jornalismo para apoiarem o caso. “A China anda a limitar a liberdade de imprensa e Macau também risco disso.” Na quarta--feira à noite, as associações dos jornalistas de Taiwan, Hong Kong e Macau lançaram um comunicado público de apoio ao jornal Southern Weekly.

MAIS CENSURAEntretanto, depois do caso deste jornal, outro jornal – o Beijing News - foi obrigado a lançar uma editorial a criticar os funcionários de Southern Weekly e, segundo o deputado Au Kam San, a revista mensal do norte Yanhuang Chun-qiu viu cancelado o seu IP do seu site desde o dia 4 de Janeiro. O caso de Southern Weekly foi criticado pelo Governo Central e já teve a intervenção das forças estrangei-ras. Porém, na internet diz-se que o editorial foi apoiado pelo novo presidente comunista Xi Jinping.

Ng Kuok Cheong apontou que o país precisa de um avanço democrata, mas o Governo Central sempre usa como desculpa “a in-tervenção das forças estrangeiras” para evitar que seja discutida a liberdade de imprensa.

ofício-circular e fala na “defesa do interesse público” para explicar a intenção do dever do sigilo a “factos que não deva ser dada publicida-de”. Recorde-se que é preci-samente o interesse público que Pereira Coutinho refere também quando diz ser des-necessário que uma norma destas impeça a participação de eventuais queixas.

José Chu volta, contudo, a frisar que todos os trabalha-dores podem pedir certidões de todos os documentos “que lhes digam respeito”, uma vez que todos eles têm um processo aberto individual-mente nos SAFP, mas não o podem fazer com outros documentos.

que não devesse ser dada pu-blicidade”, mesmo que estes “não fossem confidenciais”. O facto de a violação punir os trabalhadores levou José Pereira Coutinho, deputado e presidente da Associa-ção dos Trabalhadores da Função Pública (ATFPM), a interpelar o Executivo. Pereira Coutinho considera a medida exagerada, uma vez que mesmo que os do-cumentos sejam do domínio público e não se incluam na natureza do dever de sigilo,

não possam ser falados. Uma medida que o deputado considera poder impedir, por exemplo, a participação de queixas ou casos aos de-putados, ao Comissariado contra a Corrupção (CCAC), ao Comissariado de Audi-toria (CA), ao Ministério Público (MP) e ao próprio tribunal. “Consideram os trabalhadores como pessoas sem competência para fazer a divulgação dos documen-tos”, referia o deputado na interpelação.

Em Outubro, e depois de ter recebido queixas dos funcionários da Ad-ministração, o deputado questionou o Executivo sobre porque teria sido utilizada “de forma exten-siva” a norma do dever do sigilo e questiona ainda os fundamentos utilizados pelos SAFP para fazerem esta análise jurídica. “Qual o entendimento relativa-mente aos casos em que um trabalhador da Admi-nistração Pública relate um

facto ou o conteúdo de um documento, atendendo aos poderes de fiscalização face à Administração Pública?”, questionou na altura.

Ontem, em resposta ao deputado, José Chu, direc-tor dos SAFP, afirmou que mesmo a cooperação com outras entidades – como o são, então, o CCAC, CA, MP, tribunais – “tem sempre de respeitar a protecção dos dados pessoais”.

O director começa por explicar para que serve um

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3políticasexta-feira 11.1.2013 www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

O novo empreendimento da Melco Crown no Cotai, o Macau Studio City, vai ter uma área de 4000 me-

tros quadrados dedicada a crianças e casino. Segundo documentos a que o Hoje Macau teve acesso e fontes conhecedoras do processo, o Macau Studio City vai reservar um espaço exclusivo para crianças, “ao estilo de florestas perdidas”, frisou fonte conhecedora do projecto.

Além dos hotéis que já se sabia que o empreendimento teria, o Studio City pretende ainda abrir um parque de exposição de dinossauros. Não se sabe ao certo se este ficará incluído na zona dedicada às crianças ou se terá uma zona específica. Recorde--se que, recentemente, David Chow anunciou também a construção de um parque temático jurássico.

A ideia inicial do Macau Studio City era ser o único local de lazer destinado a integrar infra-estruturas de televisão e cinema, além das áreas comerciais e hoteleiras. Contudo, isso parece estar em dúvida. “Não me parece que o empreendimento actual vá compreender estúdios cine-matográficos”, disse ao Hoje Macau fonte bem informada. “De qualquer forma, vão ter montes de projectos especiais em termos de decoração.”

AFINAL HÁ CASINOCom um orçamento estimado em 22,8 mil milhões de patacas, o pro-

Andreia Sofia Silva [email protected]

PROSSEGUE a discussão na especialidade da proposta de

lei que irá rever o Código do Pro-cesso Penal (CPP), e desta vez os deputados querem saber quais as razões para o Executivo ter dei-xado de fora algumas sugestões apresentadas pelos advogados, juízes e Ministério Público (MP). A confirmação foi dada pelo depu-tado Cheang Chi Keong, presidente da 3ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), encarregue da análise do diploma.

Um dos exemplos de uma su-gestão negada foi a ideia apresen-tada pelo conselho dos magistrados do MP.

Este “sugeriu a criação de um regime de agentes infiltrados, mas é algo que está fora desta proposta de lei. O MP entende que é uma solução que pode contribuir para a investigação dos crimes”, explicou o deputado.

Contudo, há dois pontos pre-sentes na proposta com os quais o MP não concorda: a gravação dos julgamentos, ou o acesso a cópias dos autos do processo por parte do arguido.

As explicações da parte do Governo vão chegar aos deputados

Macau Studio City com área destinada a crianças e... mesas de jogo

Sem cinema, mas com casino

jecto inicial do Macau Studio City incluía a construção de um casino. Apesar de o Governo ter referido já por diversas vezes que a Melco não terá autorização para criar uma zona de jogo, fonte ligada ao Gabinete do secretário para a Economia e Finan-ças, responsável pela autorização, garante que isso vai acontecer. “O Studio City vai ter mesas de jogo”, disse ao Hoje Macau.

A polémica em torno desta questão tem sido constante, com versões diferentes tanto dentro do próprio Executivo, como en-tre Governo e empresa. A Melco apontava para ter uma capacidade para mais de 1500 mesas de jogo, mas Lau Si Io, secretário para as Obras Públicas e Transportes, veio a terreiro no ano passado garantir que não estava a ser considerado

qualquer casino para o Macau Studio City. Posteriormente, Jai-me Carion, director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Trans-portes, garantiu a mesma coisa. E a polémica estalou quando, em Outubro, Francis Tam, secretário para a Economia e Finanças, admitiu que houve um pedido de abertura de casino no novo hotel da operadora Melco Crown antes

de 2008, solicitação essa que, garantida pela mesma direcção, vai ser considerada este ano, tal como os outros quatro projectos para o Cotai, entregues pela Wynn, SJM, MGM e Galaxy. Recorde--se que a MGM conseguiu já ter autorização do Governo para o novo empreendimento que inclui casino.

Também Chui Sai On, Chefe do Executivo, veio a público dizer que não existem quaisquer “diver-gências” entre os dois secretários e afirmou que “há condições para [a operadora Melco Crown] pedir mesas de jogo [no novo projec-to]“. Agora, nova fonte próxima de Francis Tam garantiu ao Hoje Macau que o Studio City vai mesmo deixar de lado o cinema e dedicar-se aos casinos. Ainda assim, frisa, podem ser muitas as expectativas. “Existe um grande sigilo à volta do projecto. Eles são cuidadosos.”

A intenção de Lawrence Ho, director-executivo da Melco Cro-wn, é que o Macau Studio City abra em meados de 2015. Os trabalhos de construção já foram interrom-pidos, mas voltaram a recomeçar em Agosto do ano passado.

CPP Parte das sugestões de fora, deputados querem saber porquê

Ministério Público quer agentes infiltrados, Governo recusa

por volta de 10 de Fevereiro, data em que deverá acontecer nova reunião da comissão. “Queremos saber quais foram as opiniões aco-lhidas nesta proposta e as que não foram acolhidas, e as respectivas explicações. Será que é porque neste momento não reúne as con-dições para o Governo as aceitar?”, questionou Cheang Chi Keong.

SUGESTÕES PODEMSER INCLUÍDAS?Questionado sobre se tais su-gestões negadas podem vir a ser incluídas na proposta, por pressão dos deputados, Cheang Chi Keong disse “ser cedo” para dar uma res-posta mais concreta. “Nesta fase é crucial ouvir os esclarecimentos do Governo. Somos capazes de discutir o articulado, mas ainda é cedo para uma resposta.” Mais à frente, deixou cair um pouco o véu. “Se o Governo disser que não acolheu essas opiniões na fase do

ante-projecto, não serão incluídas na proposta final.”

De resto, os deputados prome-tem trabalhar com três objectivos

em mente, e um deles é o “reforço à protecção dos direitos dos interve-nientes processuais, que são os ar-guidos, queixosos e testemunhas”.

“Esta proposta só vai reforçar e não reduzir esta protecção. Se algumas soluções consagradas nesta proposta de lei que venha enfraquecer a protecção dos direi-tos, a comissão entende que não é de, forma alguma, aceitável”, disse Cheang Chi Keong, afirmação que choca com o ponto mais divergente nesta proposta de lei: os advogados não concordam que a policia passe a ter competências para aplicar o termo de identidade e residência, frisando que se trata de perda de direitos do arguido.

Os deputados querem ainda “optimizar o processo penal” bem como “promover a celeridade processual”. Mas sem esquecer a perda de direitos. “A morosidade é reconhecida e as suas causas têm de ser identificadas, e as soluções estão consagradas nesta proposta de lei. Mesmo para acelerar o processo, há que ter em conta a protecção dos direitos.”

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sexta-feira 11.1.2013www.hojemacau.com.mo

A Universidade de Macau dividiu o sector laboral em duas categorias no seu estudo sobre o salário mínimo. A fixação do futuro valor terá como base o actual panorama das profissões domésticas e ligadas a cargos de gestão, disse ao Hoje Macau o vice-presidente da Associação Comercial de Macau, Vong Kok Seng

Andreia Sofia [email protected]

MARÇO promete ser o mês em que o Gover-no irá apresentar em sede de concertação

social a sua proposta para a criação do salário mínimo em Macau, e que terá como base duas catego-rias profissionais, os trabalhadores domésticos e aqueles que ocupam cargos de gestão.

Foi esta a forma escolhida pela Universidade de Macau (UMAC) para apresentar os dados referentes à actual situação laboral, no estudo

A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental

(DSPA) confirmou ontem a assinatura do contrato com a CESL-Asia, o consórcio formado pelas empresa por-tuguesa Indaqua e chinesa Tsing Hua Tong Fang, para a operação, gestão e manutenção da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Macau. Apesar de a notícia

ter sido já avançada pelo Hoje Macau, que confirmou a oficialização do contrato com fonte do Governo, o organis-mo responsável só agora veio confirmar o assunto.

De acordo com informa-ções enviadas ao Hoje Macau pela DSPA, estão já a ser realizadas a modernização e a expansão da ETAR, cujo prazo é de 30 meses. Recorde-

-se que a ETAR de Macau padecia de maus-cheiros e precisava de ser remodelada. A DSPA afirma estar atenta. “Entre os trabalhos a reali-zar, será dada a prioridade à optimização do sistema de desodorização, com vista a melhorar a qualidade do ambiente na zona.”

Após a expansão, a ETAR será dimensionada para uma

capacidade total de trata-mento de 184 mil metros cúbicos de águas residuais. O contrato foi assinado no final de Dezembro de 2012, depois de mais de um ano a sem que o trabalho fosse ofi-cializado. A CESL-Asia vai receber mais de 600 milhões de patacas pela adjudicação, valor previamente acordado no concurso público. – J.F.

Relatório da UMAC entregue ao Governo apresenta duas categorias

Trabalhos de gestão e domésticos definem salário mínimo

ETAR de Macau vai ter capacidadepara tratamento de 184 mil metros cúbicos de águas residuais

Expansão e modernização em curso

Novas empregadas domésticas lançam debate sobre salário As primeiras empregadas domésticas oriundas do Continente vão chegar a Macau no primeiro semestre deste ano, sendo que dois terços provém de Guangdong, e um terço de Fujian. A notícia foi avançada por fonte do CPCS ao jornal Ou Mun, e serão cerca de 1000 as empregadas domésticas, número já considerado insuficiente por Wong Kit Cheng, vice-presidente da Associação Geral das Mulheres de Macau. “Não vai satisfazer a procura do mercado”, apontou. Já Au Yong Kuong Kao, presidente da Associação das Agências de Empregados Estrangeiros de Macau, considera que o território precisa de milhares de empregadas. As diferenças de salários também geraram um comentário da parte de So Mam Yum, docente do Instituto Politécnico de Macau (IPM). “O salário médio mensal de uma empregada doméstica é de cerca de três mil patacas, o que não chega ao índice mínimo de subsistência. Proponho que o Governo apresente um nível de rendimento mais racional para as futuras empregadas”. Segundo as agências de emprego das empregadas, o nível de rendimento em Macau está abaixo das cidades próximas, sendo que em Zhuhai os salários podem chegar aos 3500 renminbi. Para o docente do IPM, é uma “desvantagem” as empregadas domésticas do Continente trabalharem na RAEM.

valor do futuro salário mínimo. “Te-mos de analisar primeiro o relatório, ainda não há qualquer proposta e estamos na fase preliminar. Estamos a estudar os dados recolhidos pela UMAC, que são representativos da sociedade, e vamos estudá-los de forma conjunta. Só depois apresen-

encomendado pela Direcção dos Serviços para os Assuntos La-borais (DSAL). “Estamos a falar de duas categorias de emprego, os trabalhadores domésticos e os empregos de gestão, são estes os targets apresentados no estudo para nos apresentar a situação dos

salários nos dias de hoje”, explicou ao Hoje Macau Vong Kok Seng, vice-presidente da Associação Comercial de Macau e um dos membros do Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS).

Vong Kok Seng não quis avan-çar a sua proposta pessoal para o

taremos as nossas opiniões e haverá uma proposta.”

O membro do CPCS considera que “é importante” o Governo fixar um salário mínimo para os traba-lhadores de Macau, mas aponta dificuldades a contornar no futuro. “Para empregar alguém numa determinada categoria, qualquer patrão vai ter de pensar em que nível vai colocar esse trabalhador e que nível de salário vai receber.”

4 política

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sexta-feira 11.1.2013 www.hojemacau.com.mo

Cecília [email protected]

O recente acidente pro-vocado por um auto-carro da Reolian, e que originou uma vitima

mortal, já teve mais um avanço. Segundo o jornal chinês Exmoo News, a concessionária pagou 50,800 mil patacas do funeral do motociclista, depois de diversas noticias publicadas pelos meios de comunicação chineses terem falado das poucas posses da famí-lia e da sua necessidade de apoio financeiro.

Ao Hoje Macau, Simpson Lei, membro da direcção da Reolian, garantiu que todas as despesas fo-ram pagas: não só as 50 mil patacas referentes ao funeral, como outra fatia de três mil patacas pagas na passada terça-feira.

Não sem antes terem existido acusações por parte dos familiares.

Segundo Simpson Lei, no passado dia 4, a empresa reuniu com a família, a quem prometeu o pagamento de três mil patacas. Depois da acusação de que a Re-olian só queria pagar parte e não a totalidade do funeral, Simpson Lei garante que tudo “não passou de um mal entendido”. “Mais tarde a família disse que a despesa total era de 50,800 mil patacas e a Reo-lian pagou tudo”. Além disso, um

Joana [email protected]

DE cara lavada, a Uni-versidade de São José

(USJ) quer apostar forte nas indústrias criativas e culturais. A instituição vai abrir um curso de desenho incluído na área da formação contínua já no final deste mês e convidou ainda um criativo português de renome para leccionar nos cursos de Comunicação e Média e Design de Equi-pamentos.

João Seabra, fundador da empresa Jump Willy, vai estar em Macau durante dois me-ses para ensinar os alunos da USJ. Seabra, que já trabalhou em parcerias com a Creative Macau no ano passado, foi eleito em 2009 como o Young European Creative Talent pela União Europeia e recebeu ain-da outros prémios nacionais e internacionais. Docente na Universidade Católica Por-tuguesa, João Seabra é ainda o director-criativo da Jump

Associação quer regular o valor da patacaA união dos residentes de Hong Kong e Macau entregou ontem uma petição ao Governo onde exige uma nova indexação da pataca ao renminbi, em vez da actual indexação ao dólar de Hong Kong. Carl Chan, o presidente do organismo, considera que o valor da pataca está a descer e que só se tornará real se estiver ligado à moeda chinesa, sendo também apontada como forma de reduzir a inflação. A união questiona ainda no mesmo documento o paradeiro de cinco mil notas do dragão que sobram do lote de 20 mil do segundo lançamento, dado que a população, dado que cada residente apenas pôde trocar 30 notas. Carl Chan suspeita que as restantes notas tenham caído nas mãos de especuladores. No mesmo dia, a associação de mútuo auxilio dos trabalhadores entregou uma carta onde falam da incapacidade do Governo no regulamento dos preços do petróleo. Cheong Weng Fa, o seu presidente, queixa-se que ainda não obteve quaisquer respostas da parte das autoridades quanto às suas últimas reivindicações. - C.L.

Simpson Lei garantiu que empresa pagou todas as despesas

Reolian paga 50 mil patacas do funeral de vítima de acidente

USJ convida profissional portuguêspara leccionar e abre curso de 30 horas em Janeiro

Aposta forte nas indústrias criativas

O HOJE MACAU ERROU

No artigo intitulado “Reversão com

contrapartidas?”, publicado na nossa edição de

ontem, o valor que o Executivo atribuiu à Companhia

do Aeroporto de Macau (CAM – Sociedade do

Aeroporto) foi de 17 mil milhões de patacas e não

apenas 17 milhões, como vem mencionado. Aos

nossos leitores, sinceras desculpas.

representante terá estado presente no funeral da vitima, ocorrido ontem, onde terá pago mais três mil patacas como apoio adicional. A Reolian garante ainda que vai manter contactos posteriores com a família, por forma a coordenar despesas de indemnização e seguros.

HOMICÍDIO POR NEGLIGÊNCIA Depois deste caso que originou uma morte, foi concluído mais um processo de investigação por parte das autoridades sobre outro acidente mais recente.

Depois de receber o processo de Polícia de Segurança Pública, o Ministério Público concluiu a investigação preliminar sobre o re-cente acidente entre um autocarro da Reolian e um ciclomotor, que deixou sem vida um homem de 58 anos. O condutor de autocarro fica sujeito à medida de coacção de

apresentação periódica às autorida-des, depois de ter sido considerado suspeito do crime de homicídio por negligência.

O homem, de apelido Cheang, e com 41 anos, estava a conduzir o autocarro da Reolian na Rua de Francisco Xavier Pereira, em direcção à Avenida de Horta e Costa para a Estrada da Areia Preta e quando chegou à intersecção da Avenida do Ouvidor Arriaga, acelerou na intersecção porque a sinalização luminosa estava a mu-dar. Ao mesmo tempo, a vítima, Yu, de 52 anos, que estava a conduzir o motociclo, perdeu o controlo e caiu à frente da roda fronteira do autocarro, ficando com a cabeça presa debaixo da roda. Acabou por morrer no hospital. Este é já o segundo caso semelhante com motoristas da Reolian. O caso foi devolvido à polícia para mais investigação.

5sociedade

Willy, um estúdio criativo de-dicado a diversas disciplinas na área das indústrias criativas e culturais.

A empresa foi fundada em 2008, no Porto, e expandiu-se já para Londres e Los Angeles, com intenção de abrir também em Macau e Hong Kong.

CURSO DE DESENHO EM JANEIROAlém de João Seabra como do-cente convidado nos cursos de licenciatura da USJ, também a aposta na formação contínua vai ser evidente. Já a partir do dia 26 de Janeiro, a USJ abre dois cursos de 30 horas, um dedicado ao público em geral e outro específico para designers ou professores de arte.

Os dois cursos prolon-gam-se até ao dia 2 de Março e têm preços entre as 1300 e as 2100 patacas. Esta é a primeira vez que a USJ lança este tipo de curso, que será leccionado por Gil Araújo, designer e artista plástico a residir no território.

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sexta-feira 11.1.2013nacional6 www.hojemacau.com.mo

PELO menos 12 pessoas foram detidas, acusa-das de subversão e de ajuntamento ilegal, por

apoiar esta semana os protestos do semanário cantonês “Southern Weekly” contra a censura, infor-mou esta quinta-feira o diário “South China Morning Post”, de Hong Kong.

Mais de 300 pessoas junta-ram-se esta semana às portas do semanário para pedir respeito pela liberdade de imprensa na

A família da modelo cearense encontrada sem vida na China,

no dia 1 de Janeiro, continua sem explicações sobre as circunstâncias que envolveram a morte de Camila Bezerra. Passado mais de uma se-mana sobre a ocorrência, as autori-dades chinesas não souberam ainda explicar o que realmente aconteceu.

Embora tenha sido declarado pela advogada da família, Irene Dantas, que o corpo chegaria ao Brasil até ontem, os familiares disseram, na noite de ontem, não ter a confirmação dessa informa-ção. “Por enquanto, não sabemos de nada”, disse o irmão de Camila, identificado como Gabriel.

Enquanto as investigações não avançam, os parentes e os amigos de Camila continuam expectantes e a lutar contra a tristeza da partida precoce da jovem de apenas 22 anos de idade.

A jovem foi encontrada morta

em Cantão, por uma das brasileiras com quem dividia o apartamento, que teria descoberto a casa de banho revirada e logo de seguida o corpo da cearense do lado de fora do prédio, por volta das 9h. A modelo tinha saído com um grupo de pessoas com quem morava para comemorar o Ano Novo.

Uma das hipóteses levantadas para o falecimento é a de que ela se teria atirado da janela da casa de banho do apartamento onde residia, no 14.º andar. No entanto, amigos e familiares não acreditam nesta possibilidade.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros brasileiro já tinha in-formado que o Consulado do Brasil prometeu acompanhar as investiga-ções chinesas e dar toda assistência aos familiares. O Governo do Ceará prometeu pagar os custos com a transladação do corpo orçado em cerca de 120 mil patacas.

UM incêndio ocorrido num orfanato que fez

sete mortos na Provín-cia de Henan, centro da China, foi provocado por crianças que brincavam com fogo, informaram na terça-feira os investi-gadores.

Uma equipa de investi-gação formada por forças policiais e especialistas no combate a incêndios confirmou a causa depois de uma série de inspecções no local, testes simulados e inquéritos, disse o De-partamento de Comunica-ção do Comité da Cidade de Kaifeng do Partido Comunista da China.

Sete pessoas, incluin-do seis crianças e um jovem de 20 anos, morre-

ram no incêndio ocorrido na manhã da sexta-feira no orfanato, propriedade de uma residente local Yuan Lihai, no distrito de Lankao, cidade de Kaifeng.

Todas as vítimas eram órfãos ou crianças aban-donadas que foram adop-tadas por Yuan e que foram deixadas sozinhas em casa quando o local se incendiou, enquanto Yuan levava as crianças mais velhas para a escola.

Yang Peimin, chefe do Departamento de As-suntos Civis de Lankao e outros cinco funcionários, foram suspensos dos seus cargos até que seja feita uma investigação mais aprofundada.

O crescimento do comércio externo chinês em 2012

abrandou para 6,2 %, ficando aquém da meta de 10 % fixada pelo governo, anunciou ontem a Administraçao-geral das Alfân-degas Chinesas.

Comparado com 2011, o crescimento do comércio externo da China em 2012 abrandou 16,3 pontos percentuais.

No conjunto, as exportações e

importações chinesas, no ano pas-sado somaram cerca de 20,96 bi-liões de patacas, com um saldo de cerca de 1,77 biliões de patacas. O porta-voz da Administração-geral da Alfândegas Chinesas, Zheng Yuesheng, atribuiu os resultados ao “acentuado abrandamento da recuperação económica global” e à “fraca procura do mercado internacional”, mas mostrou-se optimista em relação a 2013. “Es-

peramos que o comércio externo em 2013 seja ligeiramente melhor do que em 2012”, disse.

A diminuição da procura atingiu nomeadamente a União Europeia, o maior parceiro co-mercial da China.

O comércio com o Japão, que era o terceiro maior parceiro da China, diminuiu 3,9 %, para cerca de 2,52 biliões de patacas, indicou a mesma fonte.

Protestos pela liberdade de imprensa fazem 12 presos na China

Detidos a meio da noite

Família de modelo brasileira falecida na China continua à espera de notícias

Sem explicaçõesSete mortos em incêndio

provocado por crianças num orfanato na China

Sozinhos em casa

Crescimento do comércioexterno chinês abrandou para 6,2% em 2012

Aquém das expectativas

China e a demissão do chefe de propaganda do Partido Comunis-ta (PCC) em Cantão, Tuo Zhen, acusado de ter ordenado a censura de um editorial da publicação.

Os activistas disseram que depois do protesto várias pessoas foram detidas pela Polícia numa tentativa de os “silenciar”.

Três membros do Partido para a Democracia da China foram detidos por “incitar a subversão”, enquanto o escritor Lu Gengsong disse que a Polícia invadiu a sua

casa na última terça-feira e o prendeu.

Outros participantes nos pro-testos, Mao Qingxiang e Ren Weiren, declararam também que foram detidos a meio da noite e interrogados durante cinco horas.

Já o escritor Ye Du contou que ficou à disposição da Polícia duran-te sete horas e que foi obrigado a ficar nu para ser revistado. “Fiquei preso por três meses durante a ‘Revolução de Jasmim’ (inspirada nos movimentos vividos na Tunísia e no Egipto, no início de 2011), mas nem sequer nessa ocasião tive de passar por um tratamento tão humilhante”, contou Ye, antes de acrescentar que o seu micro-blogue, no qual divulgou fotos do protesto em Cantão, foi fechado pelas autoridades.

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7sexta-feira 11.1.2013 www.hojemacau.com.mo região

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Fumio Kishida, apelou ontem para um reforço

dos laços com as Filipinas, a fim de garantir a paz regional, numa altura em que ambos os países vivem um clima de tensão com Pequim devido a disputas territoriais.

Na sua primeira viagem ao exterior na qualidade de chefe da diplomacia do Japão, Fumio Kishida afirmou que tal cooperação é ditada pelas grandes mudanças que se verificam na equação da segurança regional, sem, contudo, especificar. “Dado que o ambiente estratégico na região tem vindo a mudar de forma significativa é preciso que nós – ministros dos Negócios Estrangeiros – partilhem o reconhecimento da situação”, dis-se Kishida, depois de um encontro com o seu homólogo filipino, Albert del Rosario.

Kishida afirmou que também é necessário “reforçar a parceria estra-

tégica entre os dois países e cooperar no acto de moldar uma região Ásia--Pacífico pacífica e próspera. No encontro de ontem, concordámos neste ponto”. “Na frente política e da segurança, concordámos em reforçar a política de diálogo e em reforçar a cooperação marítima e outras medidas”, acrescentou o diplomata japonês, em declarações citadas pela agência AFP.

As Filipinas indicaram que pre-tendem contrair empréstimos com vista a adquirir dez novos navios patrulha ao Japão, depois de ter recentemente comprado dois barcos para a guarda costeira do seu maior aliado militar, os Estados Unidos.

Tanto o Japão como as Filipinas estão envolvidos em disputas terri-toriais com a China, mas no centro da contenda estão arquipélagos diferentes.

O ministro dos Negócios Estran-geiros do Japão deverá reunir-se ainda com o Presidente filipino, Benigno Aquino.

MAIS de 1.860 réplicas do terramoto de 11 de Março

de 2011 foram sentidas, no ano passado, no Japão, revelam da-dos divulgados ontem pela Agên-cia Meteorológica nipónica.

No documento, o organismo apela aos japoneses para que

O novo primeiro-minis-tro do Japão, Shinzo

Abe, vai visitar três países do sudeste asiático na próxima semana, revelou ontem o Governo, desistindo do pla-no de fazer de Washington o destino da sua primeira des-locação oficial ao exterior.

O chefe de gabine-te do primeiro-ministro,

Coreia do Norte Livre acesso à InternetO patrão da Google, Eric Schmidt, afirmou ter transmitido aos dirigentes da Coreia do Norte a mensagem de que o país nunca se irá desenvolver caso não permita o livre acesso à Internet. “À medida que o mundo fica cada vez mais interligado, a decisão de estarem virtualmente isolados vai muito provavelmente afectar o seu mundo físico, o seu crescimento económico e por aí adiante”, afirmou Eric Schmidt, aos jornalistas à chegada a Pequim, depois de regressar de Pyongyang.

Tóquio Investigação de terras raras no Pacífico O Japão vai lançar uma investigação sobre o seu leito marinho no Pacífico, na esperança de encontrar depósitos de terras raras suficientes para fornecer as suas indústrias tecnológicas e reduzir a sua dependência da China. Investigadores japoneses vão iniciar as pesquisas, no próximo dia 21, no fundo do mar junto à ilha de Minamitorishima, a cerca de 2.000 quilómetros a sudeste de Tóquio, noticiou a agência noticiosa francesa AFP. Encontrar grandes quantidades de reservas de terras raras na zona económica exclusiva do Japão iria impulsionar a indústria japonesa que actualmente depende das importações da China.

Tóquio e Manila reforçam laços perante crescente tensão com China

Jogo de forçasRegistadas mais de 1.860 réplicas do sismo

de Março de 2011 no Japão ao longo do ano passado

Média de 155 por mês

Abe visita sudeste asiáticona próxima semana, ‘desistindo’ dos EUA

Obama ocupadoYoshihide Suga, indicou que Shinzo Abe vai visitar o Vietname, a Tailândia e a Indonésia, entre os dias 16 e 19, naquela que será a sua primeira viagem ao exterior, desde que assumiu oficialmente o cargo, no final do mês passado.

“É importante que re-forcemos as relações de

cooperação com os países da ASEAN [Associação de Nações do Sudeste Asiáti-co] para garantir a paz e a prosperidade desta região”, realçou Yoshihide Suga.

Shinzo Abe tinha dado conta que pretendia es-colher os Estados Unidos como primeiro destino no exterior, ao sublinhar a

importância de revigorar as relações de Tóquio com Washington.

Contudo, a Casa Branca já tinha advertido que a agenda do Presidente, Ba-rack Obama, é apertada por esta altura, dado que este se prepara para ser investido para um segundo mandato, dentro de dias, e há uma série de outras mudanças de foro político.

Yoshihide Suga afirmou que o Japão vai continuar a negociar com a Casa Branca uma altura adequada para a realização da visita em breve.

se mantenham em alerta ao mencionar a possibilidade de ocorrer um sismo de magnitude 8 na escala de Richer a norte ou a sul do epicentro do gran-de tremor de terra de Março de 2011, que atingiu a costa noroeste do país.

Dos 3.139 abalos verificados no Japão ao longo do ano passado, 1.868 (praticamente 60 %) foram réplicas do sismo de 9 na escala de Richter, ocorrido há quase dois anos e que desencadeou uma crise nuclear.

Desde 11 de Março de 2011, houve 9.357 réplicas perceptíveis do sismo que viria a originar um devastador tsunami que deixou mais de 18.000 mortos e desa-parecidos.

Por províncias, Ibaraki (cen-tro) foi a mais atingida no ano passado (834), seguida de Miyagi (774) e Fukushima (772).

Ainda que o número de terramotos do ano passado seja muito inferior ao de 2011, em que se verificaram 10.487, o valor referente a 2012 é o quinto maior desde 1923, ano em que ocorreu o grande sismo da região de Kan-to, onde se situa Tóquio, o qual deixou mais de 10.000 mortos. Desde que há registos, foi em 1966 que o Japão somou o maior número de abalos (52.957).

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ANÚNCIOHM - 2ª vez - 11-01-13Execução Sumária n.º CV2-06-0060-CAO-A 2º Juízo Cível

Exequente: Lau Sio Hei (劉兆熙), casado, residente em Macau, na Rua de Cantão, edf. I On, 25º andar C.

Executada: Companhia de Importação e Exportação Kwong Lam, Limitada (江林投資發展有限公司), com sede em Macau, na Rua de Xangai, nº 175, 10º andar B-D.

Faz-se saber que nos autos acima indicados são citados os credores desconhecidos dos executados acima indicados, para no prazo de Quinze dias, que começa a correr depois de finda a dilação de Vinte Dias, contada da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamar o pagamento dos seus créditos pelo produto do bem penhorado sobre que tenham garantia real.

Bem penhorado

- Quantia remanescente depositado nos autos de CV2-07-0061-CEO pertencente à Companhia de Importação e Exportação Kwong Lam, Limitada (江林投資發展有限公司), no valor de ........................................................’’MOP$1.029.587,00

Macau, aos 04 de Janeiro de 2013,

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sexta-feira 11.1.2013www.hojemacau.com.mo

Marco [email protected]

O Windsor Arch Ka I inicia amanhã a defesa do título conquistado na última temporada

com um grupo de trabalho quase totalmente reestruturado e a última pedra a integrar o plantel dos cam-peões do território está em Macau há menos de uma semana. Diego Silva Patriota, médio ofensivo que na última temporada defendeu as cores do Hermann Aichinger, da principal divisão do Campeonato Catarinense de futebol, é o mais re-cente reforço da formação orientada por Joseclér. Formado nas escolas do Sport Club Recife, o jogador de 26 anos tem no currículo passagens por clubes como o Sergipe, o Cen-tral de Pernambuco ou o Ypiranga.

Gonçalo Lobo [email protected]

A votação do seleccionador de futebol da RAEM,

Leung Sui Wing, e do actual capitão, Paulo Cheang, é igual. Contudo, o jogador garantiu ao Hoje Macau que se deslocou à Associação de Futebol de Macau (AFM) para proceder ao seu voto. “Sim, garanto que fui eu quem votou pelo capitão da Selecção de Macau na eleição da Bola de Ouro.”

De acordo com os dados

disponibilizados pela FIFA, os responsáveis de Macau votaram, igualmente e pela mesma ordem, em primeiro Cristiano Ronaldo, depois Lionel Messi e, em terceiro lugar, Andrea Pirlo.

Não deixa de ser estra-nho que a votação tenha sido igual. Seja como for, o Hoje Macau falou também com a AFM que garantiu transparência em todo o processo. “Sim, este anos não houve confusões. Tan-to votou o seleccionador como votou o capitão”,

afirmou o secretário-geral da associação, Herculano Ribeiro.

FIFA TERÁ ALTERADO VOTOS DA BOLA DE OURO?Surgem agora algumas declarações de vários ca-pitães a um repórter da Al Jaazera onde dão conta de uma alegada “fraude” da FIFA. “Eu juro que votei em Mario Balotelli, mas a FIFA deu o meu voto para Messi”, disse Tomas Rosicky, supostamente a um repórter da Al Jaazera,

citado pelo portal mexicano Conexiontotal.

Esta situação é também alegadamente desvendada por Thiago Silva. “Eu dei o meu voto para Balotelli, mas de acordo com a FIFA ele foi para Messi. É triste o que acon-teceu”, explica o brasileiro.

Lukasz Piszczek, Alias Dennis, Paulo Duarte e José Pekerman também estão a ser nomes apontados como tendo dado os seus votos a outros jogadores e não ape-nas a Cristiano Ronaldo ou Lionel Messi.

Macau votou correctamente para eleição da Bola de Ouro

A cada um, o que é seu

O médio ofensivo tem em Macau a sua segunda experiência fora do Brasil, depois de ter rumado ao futebol croata aos 21 anos. Patriota chega o Macau com a missão de reforçar um sector ofensivo em que pontificam nomes como Nicholas Torrão, Alison Brito ou o reforço Rodrigo Toledo. O técnico dos campeões de futebol do território, Joseclér, diz que o perfil do novo reforço encaixa na perfeição na filosofia da equipa. Para o treina-dor do Ka I, Diego Patriota tem as características necessárias para ajudar a equipa a lutar pelos seus objectivos: “O Diego Patriota é um médio ofensivo e é um jogador com características que podem contri-buir para a consolidação do grupo de trabalho. Vai, concerteza, ajudar o Ka I a lutar pelos seus objectivos”, sublinha o técnico.

Os objectivos dos campeões do território para a nova temporada deverão passar pela revalidação do título, mas Joseclér recusa-se a assumir favoritismos. O técnico brasileiro garante que a ambição do grupo de trabalho passa por triunfar jogo a jogo e explica porque razão o Ka I não é o mais natural dos candidatos ao título: “O objectivo do Ka I é antes de qualquer outra coisa trabalhar com afinco e com responsabilidade. Queremos mostrar o nosso valor, mas para tal temos de trabalhar, temos de vencer jogo a jogo. Esta é uma equipa totalmente renovada e considero por isso que este Ka I parte do zero para tentar o assalto ao Campeonato”, esclarece o técnico canarinho.

O pontapé de saída na edição de 2013 da Liga de Elite é dado ao início da noite de hoje, com o onze

da Casa do Sport Lisboa e Benfica de Macau a esgrimir argumentos com o Lam Ieng. O arranque da competição ficou impreterívelmen-te marcado pela decisão do Futebol Clube do Porto de abdicar da parti-cipação no certame e pela saída de

Rui Cardoso do comando técnico das águias do território. A edição de 2013 do principal campeonato de futebol de Macau pauta a estreia do Chao Pak Kei e do Kei Lun no convívio dos grandes do desporto--rei do território.

FRANCESES NA ELITEO Chao Pak Kei conta com três refor-ços de peso para a nova temporada. Depois de terem dado nas vistas com a camisola do onze da Casa de Portugal em Macau, os franceses Ni-cholas Friedmann, Jean Friedmann e Gaspard Laplaine têm amanhã a oportunidade de jogar pela primeira vez ao mais alto nível na RAEM quando o Chao Pak Kei entrar em campo no estádio da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau para defrontar o Grupo Desportivo da Polícia de Segurança Pública.

Ka I fecha plantel com médio ofensivo brasileiro

Patriota para o ataque

8 desporto

Diego Patriota

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sexta-feira 11.1.2013vida10

PETA Asia com olho na situação dos galgos no Canídromo e frisa

“O impacto no turismo de Macau pode ser significativo”

Andreia Sofia [email protected]

UMA das organizações mais importantes a nível mundial na luta pelos direitos dos ani-

mais, a PETA, está muito atenta à situação das corridas de galgos em Macau. Numa resposta enviada ao Hoje Macau, Ashley Fruno, uma das coordenadoras da entidade para as regiões da Ásia Pacifico e Médio Oriente, disse que o mer-cado turístico neste sector pode sofrer uma quebra, porque cada vez mais pessoas conhecem os tratamentos dados nos bastidores. “De uma forma global, a maioria do público informado tem estado a perder interesse e não dá apoio às corridas de galgos. Esse público

Andreia Sofia [email protected]

DEPOIS de Gary Stokes ter descoberto milhares

de barbatanas de tubarão escondidas nos telhados de Hong Kong, a sua organiza-ção, a Sea Sheperd, pede a Cy Leung que faça um controlo legal restrito e quer mudan-ças na convenção CITIES, segundo um comunicado consultado pelo Hoje Macau.

Ao Hoje Macau, Al-bano Martins, presidente da ANIMA, frisou que a questão está expressa na última proposta entregue ao Governo para a revisão do diploma sobre os direitos dos animais. “Macau continua a ser um grande comprador de barbatana de tubarão e na proposta que a ANIMA entregou ao Governo essa situação estava contempla-da. Consideramos que é uma atitude de maldade e que deve ser punida, porque são actos de crueldade”, explica ao Hoje Macau.

Contudo, Albano Mar-tins considera que os te-lhados de Macau não têm

Sea Sheperd pede leis mais apertadas em Hong Kong

ANIMA atenta ao comércio de barbatanas de tubarão

Tudo porque a Sea She-perd considera que há in-teresses dentro da CITES que promovem recuos na protecção da barbatana de tubarão, e exigem mudanças no sistema de votação e a inclusão de ressalvas sobre conflitos de interesses. O objectivo é que tudo esteja pronto a tempo da próxima reunião do CITES com representantes dos países membros, em Março, em Banguecoque, capital da Tailândia.

Para Cy Leung, Chefe do Executivo de Hong Kong, a mensagem na petição é clara. “Queremos que a sua Administração desenvolva melhores políticas legais em Hong Kong. Esta operação de secagem da barbatana de tubarão é feita em estruturas ilegais e está contra o de-clarado na regulação para o comércio alimentar. Deseja-mos que tome uma resolução por forma a parar com esta ou outras actividades ilegais semelhantes em Hong Kong. Queremos também que Hong Kong respeite as leis de outros países.”

barbatanas escondidas. “Não temos muitos espa-ços para que isso aconteça e Hong Kong é o grande fornecedor. Macau importa directamente e não precisa disso”, explica o presidente da ANIMA, que considera existir necessidade de san-ções mais duras.

“Antes da proibição de funcionamento do estabe-lecimento em questão deve haver sempre medidas de punição administrativa pri-meiro. Mas para isso era pre-ciso que fosse considerado um acto de crueldade, e se o Governo aceitar a proposta da ANIMA esse será um acto de crueldade.”

PETIÇÃO JÁ ESTÁ ONLINEO caso das barbatanas de tubarão escondidas nos

telhados foi noticia no ini-cio do mês, quando Gary Stokes, ambientalista da Sea Sheperd, contou à agên-cia noticiosa France-Press (AFP) que tinha confirmado um rumor contado por um amigo. Agora, a organização já tomou a primeira medida, tendo colocado online uma petição, que já conta com mais de 300 seguidores.

Nela pedem duas coi-sas: leis mais duras na região vizinha e mudanças na convenção internacional para o comércio de espé-cies em vias de extinção (CITES, na sigla inglesa). “As barbatanas de tuba-rão à vista no telhado de Kennedy Town levou-nos a questionar como é que esta situação ainda pode ser possível do ponto de

vista legal. Hong Kong é um dos signatários do CI-TES e como consequência disso todas as leis relacio-nadas com o comércio de animais e plantas em HK estão nos apêndices do CITES. Por esse motivo não há qualquer protecção para os tubarões e não há

qualquer lei que proteja contra a situação de existi-rem barbatanas no telhado. Infelizmente o CITES está quebrado e na sua maioria são necessárias melhorias”, aponta o comunicado, que acusa ainda a convenção de “falta de transparência” e incitação “à corrupção”.

mais lenta nas corridas. Os cães têm sido mortos a tiro, espancados ou simplesmente abandonados à sua sorte. Os cães que ainda estão qualificados para correrem nor-malmente vivem em gaiolas e são mantidos amordaçados pelos seus treinadores, o tempo todo. Muitos apresentam crostas ou marcas por estar amordaçados e sofrem infecções internas e externas, com a presença de parasitas. No Canídromo, os cães nunca saem à rua, e são mortos depois de três anos por não poderem mais estar na indústria das corridas.”

Uma das soluções apontadas para salvar mais animais seria a adopção junto de famílias ou encontrar um local que os receba, mas Ashley Fruno considera tal possibilidade quase impossível de acontecer. “Encontrar lares perma-nentes para os galgos que estão retirados das corridas é uma tarefa muito complicada. Simplesmente é virtualmente impossível encontrar abrigos para todos eles. Todos os anos milhões de cães saudáveis e sociáveis são abatidos em todo o mundo pela falta de um bom lar que os acolha.”

As dificuldades prendem-se com as próprias características de socialização do animal. “Os galgos têm menos hipóteses de serem adoptados do que outras raças. Eles nunca estão na companhia de uma família ou envolvidos no contexto de interacções sociais, e muitas vezes não sabem como agir nestes contextos.”

tem vindo a ostracizar essas ope-rações, e o impacto no turismo de Macau pode ser significativo. Cada vez mais turistas estão a escolher passar as suas férias e o seu dinheiro

em destinos amigos do ambiente e estão a boicotar áreas que servem de exploração aos animais.”

Sem uma localização directa em Macau, mas com escritórios

em Manila, Filipinas, e Hong Kong, a PETA Asia tem vindo a trabalhar com outras organi-zações neste sentido, tal como a Animals Asia, bem como outros grupos locais. “Não tivemos ainda qualquer encontro com responsáveis do Governo sobre esta matéria, mas outros grupos têm estado a trabalhar de forma aproximada com responsáveis”, aponta Ashley Fruno.

IMPOSSÍVEL DAR GALGOS PARA ADOPÇÃOA responsável pela PETA Asia lança duras criticas aos tratamen-tos dados aos galgos usados nas corridas. “Um incontável número de galgos são mortos todos os anos, porque os criadores acredi-tam que vão ter uma performance

Ashley Fruno, uma das responsáveis pela PETA na Ásia Pacifico e Médio Oriente, afirmou ao Hoje Macau que têm estado a trabalhar de perto com a questão das corridas de galgos em Macau, apontando o dedo ao Canídromo quanto aos maus tratamentos dados aos cães de corrida. E lembra que “cada vez mais turistas estão a boicotar áreas que servem de exploração aos animais”

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11sexta-feira 11.1.2013 www.hojemacau.com.mo cultura

DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE FINANÇASEDITAL

DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS DO IMPOSTO PROFISSIONALRESPEITANTE AO EXERCÍCIO DE 2012

1. Emconformidadecomodispostonoartigo10.º,n.º1doRegulamentodoImpostoProfissional,avisam-se todos os contribuintes do 1.º Grupo (assalariados e empregados por conta de outrem) e do 2.ºGrupo(profissõesliberaisetécnicas)–semcontabilidadedevidamenteorganizada–doreferidoimposto, que deverão entregar, durante os meses de Janeiro e Fevereiro de 2013, na Repartição de Finanças de Macau, em duplicado, uma declaração de rendimentos, conforme o modelo M/5, de todos os rendimentos do trabalho por eles recebidos ou postos à sua disposição no ano antecedente.

2. Ficam dispensados da apresentação da referida declaração os contribuintes do 1.º Grupo cujas remuneraçõesprovenhamdeumaúnicaentidadepagadora.3. Os contribuintes do 2.ºGrupo (profissões liberais e técnicas) – com contabilidade devidamente

organizadaconformen.º1doartigo11.ºdomesmoRegulamento–deverãoentregar,apartirde1de Janeiroaté15deAbrilde2013,naRepartiçãodeFinançasdeMacau,umadeclaraçãoderendimentos,conformeomodeloM/5eoAnexoA,emduplicado,juntamentecomosseguintesdocumentos:

a)Balanços de verificação ou balancetes progressivos do razão geral, antes e depois dos lançamentosderectificaçãoouregularizaçãoedeapuramentodosresultadosdoexercício;b)MapamodeloM/3dedepreciaçõeseamortizaçõesdosactivosfixostangíveiseintangíveise

mapa modelo M/3 Adadiscriminaçãodoselementosalienadosatítuloonerosoedosabatidosaqueserefereaalínead)don.º1doartigo13.ºdoRegulamentodoImpostoComplementardeRendimentos;

c)MapamodeloM/4domovimentodasprovisõesaqueserefereaalíneae)don.º1doartigo 13.ºdoRegulamentodoImpostoComplementardeRendimentos.

4. Todas as entidades patronais deverão entregar nos meses de Janeiro e Fevereiro de 2013, na Repartição de Finanças de Macau, uma relação nominal, em duplicado, conforme o modelo M3/M4,dosassalariadosouempregadosaquem,noanoanterior,hajampagoouatribuídoqualquerremuneração ou rendimento.

5. ConformeoRegulamentodoImpostoProfissional,afaltadaentregadadeclaraçãoderendimentosedasrelaçõesnominaisdosempregadosouassalariados,ouainexactidãodosseuselementos,serápunida com a multa de 500,00 a 5.000,00 patacas.

6. Os impressos da declaração e das relações nominais são disponíveis no Núcleo do Imposto ProfissionaldoEdifício“Finanças”,noCentrodeAtendimentoTaipaenoCentrodeServiçosdaRAEM.Aos5deDezembrode2012.

ADirectoradosServiços,VitóriadaConceição

A decisão da admi-nistração da SPA, anunciada esta quarta-feira na sua

página oficial na Internet, é justificada com a conside-ração de que “este assunto não foi convenientemente resolvido e se encontra longe de estar esclarecido”. A Sociedade invoca ainda a circunstância de “o Brasil ter adiado para 2016 uma decisão final sobre o AO” e de “Angola ter assumido publicamente uma posição contra”.

No seu comunicado, a SPA volta a criticar “a forma como este assunto de indiscutível importância cultural e política foi trata-do pelo Estado português”, responsabilizando, em par-ticular, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, do anterior Governo socialista, Luís Amado, “que se carac-terizou por uma ausência

total de contactos com as entidades que deveriam ter sido previamente ouvidas sobre esta matéria, sendo a SPA uma delas”. “O facto de não terem sido levadas em consideração opiniões e contributos que poderiam ter aberto caminho para outro tipo de consenso” – acres-centa o comunicado da SPA – “prejudicou seriamente todo este processo, e deixa Portugal numa posição par-ticularmente embaraçosa, sobretudo se confrontado com as recentes posições do Brasil e de Angola.”

O polémico dossier do AO teve, esta semana, mais um desenvolvimento na As-sembleia da República, com a aprovação, por unanimida-de, na terça-feira, da criação de um Grupo de Trabalho para Acompanhamento da Aplicação do AO, sob pro-posta do deputado comunista Miguel Tiago.

NO ano passado, aquan-do da apresentação do

festival, o director do even-to, Mário Dorminsky, disse que não ia haver Orient Express em 2012 por não só não haver “grandes filmes, como o custo era muitíssi-mo elevado” em termos de transportes de obras e de viagens de autores.

A informação global está ainda a ser ultimada, disse à Lusa Mário Dor-minsky, mas a questão

central para o regresso da secção foi a qualidade das obras à disposição este ano, estando já confirmado “Pie-tà”, vencedor do Leão de Ouro no festival de Veneza do ano passado, do cineasta coreano e nome habitual do Fantasporto Kim Ki-Duk.

Para além do novo trabalho de Kim Ki-Duk, está também confirmado “Ace Attorney”, um dos três filmes de 2012 do japonês Takashi Miike,

também ele nome regular do Fantasporto.

A 33.ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto vai homenagear a clássica dupla britânica Michael Powell e Emeric Pressburguer, quando se comemoram 65 anos so-bre a criação de “The Red Shoes”, uma sessão dupla de cópia restaurada que vai anteceder a abertura da Secção Oficial de Cinema Fantástico.

Venda de bilhetes de cinemana China aumentou em 2012A venda de bilhetes de cinema na China subiu mais de 30 por cento em 2012, com a receita a atingir cerca de vinte mil milhões de patacas, informou quarta-feira a agência Nova China. Desde modo a China fica em segundo lugar a nível mundial nas receitas de bilheteira, a seguir aos Estados Unidos, precisa a agência oficial. Pela primeira vez em 10 anos, os filmes importados representaram a maior parte (51,5 por cento) das receitas, apesar de a China proteger a sua indústria cinematográfica limitando o número de filmes estrangeiros distribuídos no seu território. O aumento do número das salas de cinema é suportado pelo crescimento rápido da classe média, que frequenta nos fins de semana os cinemas dos novos centros comerciais. Em 2012, a China permitiu o aumento de 20 para 34 do número de filmes dos Estados Unidos autorizados anualmente. A maioria são superproduções de Hollywood. Na China foram produzidos no mesmo ano 893 filmes.

Gravação inédita de Jimi Hendrixjá pode ser ouvida na Internet

O próximo disco com temas inéditos de Jimi Hendrix sai no dia 3 de Março, mas a primeira música, “Somewhere”, já pode ser ouvida no canal oficial do artista no Youtube. Contudo, este tema já teve outras versões em outros lançamentos póstumos. Entre as versões mais populares de “Somewhere” está

a que foi lançada em “Crash landing”, de 1975, com o baterista Mitch Mitchell e o baixista Bob Babbitt, famoso membro da equipa de músicos da gravadora Motown. Houve também uma terceira versão, que foi lançada no box “The Jimi Hendrix Experience”, de 2000. A introdução da música é a grande diferença entre as várias versões. No novo take, há um grande solo feito com um pedal de wah-wah que, segundo o produtor Eddie Kramer, foi escolhido por mostrar o domínio que o guitarrista tinha desse efeito.

Sociedade Portuguesa de Autores recusa Acordo Ortográfico

Assunto tratado ao de leve

“Pietà”de coreanoKim Ki-Duk no Fantasporto em Março

Regressode Orient Express

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sexta-feira 11.1.2013publicidade12 www.hojemacau.com.mo

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SALA 1THE GRAND MASTER [B](FALADO EM CANTONÊS E MANDARIM LEGENDADO EM CHINÊS)Um filme de: Kar Wai WongCom: Tony Leung, Chiu Wai, Ziyi Zhang, Chen Chang14.30, 16.45, 19.15, 21.30

SALA 23 AM [3D] [C](FALADO EM TAILANDÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Issara Nadee, Patchanon Thumjira, Kirati Nakintanon

Com: Apinya Sakuljaroensuk, Peter Knight, Ray MacDonald14.30, 16.30, 21.30

LES MISÉRABLES [B]Um filme de: Tom HooperCom: Hugh Jackman, Russel Crowe, Anne Hathaway, Amanda Seyfried, Eddie Redmayne, Aaron Tveit, Samantha Barks, Helena Bonham Carter, Sacha Baron Cohen18.30

SALA 3THE IMPOSSIBLE [C]Um filme de: Juan Antonio BayonaCom: Naomi Watts, Ewan McGregor14.30, 16.30, 19.30, 21.30

sexta-feira 11.1.2013 13www.hojemacau.com.mo futilidades

[Tele]visão

Sudoku [ ] Cruzadas

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h RTPi14:45 RTPi Directo19:00 TDM Talk Show (Repetição)19:30 Resistirei20:30 Telejornal21:15 Ler + Ler Melhor21:30 Regresso a Sizalinda22:10 Escrito nas Estrelas23:00 TDM News23:30 Portugueses Pelo Mundo00:20 Telejornal – Repetição01:00 RTPi Directo

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:35 Percursos15:30 Criativar16:00 Bom Dia Portugal17:00 Decisão Final 17:50 Ivan (Guimarães) Lins19:30 Super Diva – Ópera para Todos20:00 Jornal da Tarde 21:15 O Preço Certo 22:10 Ler +, Ler Melhor

30 - ESPN13:00 (Delay) Peru-Argentina-Chile Dakar Rally 2013 - Highlights13:30 Abl Crossover Preseason 2013 14:30 500 Great Goals15:00 Southern Classic 201217:00 Peru-Argentina-Chile Dakar Rally 2013 - Highlights17:30 The Football Review 2012-2013 18:00 Premier League Darts 2012 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 201320:00 (LIVE) Asean Basketball League 2013 Indonesia Warriors vs. San Miguel Beerman22:00 Sportscenter Asia 2013 22:30 Peru-Argentina-Chile Dakar Rally 2013 - Highlights23:00 AFF Suzuki Cup 2012 Malaysia vs. Laos

31 - STAR Sports13:00 Rolex FEI World Cup Jumping 2012/1314:00 Laureus Spirit Of Sport14:30 Australian Open Classic Match 2009

17:00 Australian Ironman & Ironwoman 2012/13 Preview18:30 Motorsports@petronas 201219:00 Chinese Badminton Super League - Highlights21:00 Game 201221:30 (LIVE) Score Tonight 201322:00 Australian Open Tennis 2011 Official Film23:00 Australian Open Tennis 2012 Official Film

40 - FOX Movies12:40 Margin Call14:30 The Conspirator16:35 The Chronicles Of Narnia18:30 The Da Vinci Code21:00 A Little Bit Of Heaven22:50 Wild Things00:40 Wild Things II

41 - HBO11:30 Contraband

13:20 Due Date14:55 Are We There Yet?16:25 A Perfect Day 18:00 Vanilla Sky20:10 Terminator 322:00 Xxx: The Next Level23:45 Going The Distance

42 - Cinemax12:00 Star Trek Iv The Voyage Home14:00 Dark Tide16:00 To Catch A Thief17:50 Hollywood On Set18:25 The Last Airbender20:10 Source Code21:45 Epad On Max22:00 Profugos 23:45 Paranormal Activity 2

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SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Corcova (pl.). O m. q. contrabaixos (Mús.). 2-Vasos com asas. Amima. 3-Afecção súbita que fere como um golpe (Med.). Puxar à sirga (Prov.). 4-Corda de reboque. Gritos de dor. Omoplata da rês. 5-Fizessem sentar. 6-Leigo, laical. 7-Tiritei de frio. Alago. 8-Sal resultante do ácido fosforoso. 9-Juntas, somas. Enlaçai. 10-Fluito aeriforme. Esvaziada. Falo em tom oratório. 11-Profissão (Suf.). O cerne, o centro. Existes.

VERTICAIS: 1-Instrumento de sopro com vários orifícios, que se toca com os lábios. Nome de homem. 2-Isca para a pesca (pl.). Aplicar. 3-Dês pancadas. Nome de letra (pl.). 4-Ajunto, somo. Armadura antiga para a cabeça (pl.). 5-Solitário. Anexais. Cabo da Guiné. 6-Pássaro conirrostro. Põe em foco. 7-Tua (Arc.). Tirai à força. Prata (s.q.). 8-Admiração (Interj.). Liberta, desprende. 9-Projécteis de arma de fogo. Macaco americano. 10-Refeição que os primitivos cristãos faziam em comum. Lavre com charrua. 11-Dão ou restituem a saúde a. Lazeres, folgas.

HORIZONTAIS:1-GIBAS. TUBAS. 2-ASADO. AFAGA. 3-ICTO. T. ALAR. 4-TOA. UIS. APA. 5-ASSENTASSEM. 6-LAICO. 7-TREMI. ALACO. 8-I. FOSFITO. C. 9-ADES. O. ATAI. 10-GAS. OCA. ORO. 11-OR. AMAGO. ES.VERTICAIS:1-GAITA. TIAGO. 2-ISCOS. R. DAR. 3-BATAS. EFES. 4-ADO. ELMOS. A. 5-SO. UNAIS.OM. 6-TITI. FOCA. 7-TA. SACAI. AG. 8-UFA. SOLTA. O. 9-BALAS. AOTO. 10-AGAPE. C. ARE. 11-SARAM. OCIOS.

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

Aqui há gatoLEIS DE TRABALHO PARA TODOS – O DRAMA EXISTENCIALNo mesmo dia em que o Governo da RAEM disse que ia tomar as rédeas e apresentar uma primeira proposta para fixar os valores do salário mínimo em Macau, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) apresentava em Genebra um relatório sobre as condições de trabalho em todo o mundo. À partida, os dois pontos parecem ter uma quase ínfima ligação, mas as aparências iludem. Dados da OIT falam na existência de 52 milhões de pessoas que trabalham no sector doméstico, uma fatia de 3,6% de toda a população activa do mundo. Dessa fatia, 83% cabe às mulheres, o que vem confirmar aquela ideia clássica e ligeiramente machista de que elas é que têm jeito para lavar tachos, panelas e varrer o chão. Até aqui, Macau parece continuar a não ter nada a ver. Prosseguimos. Declarações de Sandra Polanski, directora-geral adjunta da OIT, frisou que os trabalhadores domésticos “continuam largamente excluídos das leis do trabalho e, por isso, da protecção legal de que gozam os restantes trabalhadores”. Bingo. Macau deve ser das regiões do mundo onde esta realidade é mais visível: grande parte do sector doméstico do território é composto por mulheres filipinas e indonésias, sobretudo. Portadoras de blue card, vivem à mercê de uma quase sorte, e só lhes compensa estar em Macau porque, infelizmente, provém de uma realidade sócio-económica bem pior. Sem um salário mínimo em Macau, estas mulheres não ganham mais do que três mil patacas, sendo obrigadas a partilhar casa com mais 10 pessoas para a conseguir pagar. Trabalham 10 a 12 horas por dia e muitas vezes nem conhecem dias de folga, sem falar dos casos escondidos das que vivem aprisionadas porque os patrões não as deixam sair, pagando-lhes miseravelmente. Aguardo, portanto, e de forma ligeiramente paciente, para que o Governo faça o que lhe compete, e deixe de tratar de forma irracional estas pessoas, que tanto trazem à economia. Crie um salário mínimo, reforce as leis do trabalho. Para o bem-estar de todos.

Pu Yi

THE IMPOSSIBLE

MARINA • Carlos Ruiz Zafón“Em Maio de 1980 desapareci do mundo durante uma semana. No espaço de sete dias e sete noites, ninguém soube do meu paradeiro. Não sabia então que oceano do tempo mais tarde ou mais cedo nos devolve as recordações que nele enterramos. Quinze anos mais tarde, a memória daquele dia voltou até mim. Vi aquele rapaz a vaguear por entre as brumas da estação de Francia e o nome de Marina tornou-se de novo incandescente como uma ferida fresca. Todos temos um segredo fechado à chave nas águas-furtadas da alma. Este é o meu.”

O CONFIDENTE DE HITLER • Peter Conradi A incrível história de Ernst Hanfstaengl, o homem que foi confidente de Hitler e que, mais tarde, viria a colaborar com as forças norte-americanas. Com acesso a documentação até então privada, Peter Conradi consegue levar-nos ao convívio íntimo com Adolf Hitler e com os seus colabora-dores mais próximos.

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sexta-feira 11.1.2013opinião14 www.hojemacau.com.mo

A sedução do DeclinismoEFLEXO da conjuntura interna-cional ditada por uma crise de grande envergadura das econo-mias norte-americana e da zona Euro sucedem-se as tomadas de posição augurando o pior para o

mundo neste ano de 2013. Elas entroncam numa certa literatura do Declinismo que fez moda na sequência da publicação do livro “Ascensão e Queda dos Grandes Poderes” do historiador norte-americano Paul Kennedy.

Na verdade, o teorema é mais antigo e foi avançado por Raymond Aron quando em 1951 num artigo célebre (“Does Europe We-lcome American Leadership?”) distinguiu os conceitos de “declínio” e “decadência” tomando como evidência a queda do im-perialismo britânico e a ascensão do poder americano, na sua cauda. Segundo a tese de Kennedy a queda da proeminência dos Estados Unidos deve-se ao seu “imperial overstrech”, isto é, à expansão do império para além da capacidade de administrá-lo. Segundo o historiador a soma total dos interesses e obrigações internacionais dos Estados Unidos é maior que o poder de os defender, ao mesmo tempo.

Com uma focagem regional, Gordon Chang, Wang Jisi ou Minxin Pei têm al-ternado na antecipação do fim do papel dominante dos Estados Unidos no sistema internacional pelo aparecimento ou fortale-cimento de poderes emergentes como o da China, ou prevendo a implosão do regime político chinês em razão do avolumar das contradições internas ou da irracionalidade do sistema.

Dificilmente estas profecias são validadas por factos. Elas reflectem o espírito forte-mente pessimista dos cidadãos em tempos de dificuldades económicas e da queda da curva de crescimento económico que prevaleceu durante os anos 90. Na verdade, os grandes Estados têm hoje, ao seu dispor, mecanismos que lhes permitem introduzir políticas de contra-ciclo e obviar crises sistémicas.

O mesmo tipo de afirmações é absolu-tamente desajustado quanto à China, até porque se aplicarmos a matriz kennediana, a China dispõe de poderes internos capazes de abrigar os seus interesses e obrigações internacionais. Ainda assim o ano de 2013 posiciona-se como de transição e de grandes desafios para a liderança eleita no 18º Con-gresso do Partido Comunista Chinês. Desa-fios tanto domésticos como internacionais que se colocam numa conjuntura em que não existem condições para o surgimento de um “timoneiro” com as características de Mao ou de Deng, como bem acentuava Adam Segal em dossier saído sob a chancela do Council on Foreign Affairs (www.cfr.org), em Dezembro do ano findo.

Se o cenário do colapso dos Estados Unidos, enquanto superpotência dominante do sistema internacional é irrealista dada a ascendência norte-americana como poder

Naturalmente as acções de marketing político (como a visita de Xi Jiping a Shenzhen) têm algum efeito em simpatia popular mas é de se perguntar quanto tempo ela durará face à continuidade da turbulência social e ao surgimento de eventuais divisões no seio da liderança

crepúsculo dos ídolosArnaldo Gonçalves

“duro”, mas também económico e tecnológi-co, o colapso do sistema comunista da China, pelo menos no curto prazo, é irrealista. O líder Xi Jiping no relatório que apresentou ao congresso partidário elencou a luta contra a corrupção, o distanciamento dos dirigentes do povo e a ausência de democracia como as três ameaças que pairam sobre a sobrevi-vência do partido comunista e da República Popular. Se o diagnóstico parece correcto outra coisa é saber se Xi terá as condições para implementar as medidas rectificativas necessárias.

Comecemos pela corrupção, tema que nos tem merecido atenção central nestas crónicas mensais. Segundo a Bloomberg News1, um canal especializado em notícias económicas, cerca de cem familiares de um grupo de líderes seniores do PCC habi-tualmente designado pelos “oito imortais” terá acumulado, nas últimas décadas, uma fortuna colossal concentrando nas suas mãos um poder significativo de influência na política interna chinesa . O próprio Xi Jiping foi citado em relatório do canal eco-nómico, alegando-se que familiares seus controlariam participações accionistas em empresas de investimentos, de exploração de metais raros e de tecnologias de infor-mação, no valor de mil milhões de dólares norte-americanos.

A verdade das alegações é difícil de comprovar mas elas lançam dúvidas quanto

ao sucesso da campanha anti-corrupção que a liderança chinesa elegeu como ponto central da sua acção neste ano de 2013. No passado, campanhas homólogas serviram para os novos lideres afastarem rivais e livrarem-se de clientelas incómodas. É ine-quívoco que a questão da corrupção na China é grave e põe em perigo a consolidação do estado de direito, objectivo indispensável para a credibilização internacional e para o reforço da posição do país em organizações internacionais, como o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional.

A questão central é até que ponto Xi Jiping quer ir nesse propósito de “limpe-za da casa” e como é que o articula com a sensibilidade (e indignação) dos seus cidadãos perante a ostentação da chamada

R

“aristocracia” comunista, num tempo em que a acção dos censores chineses sobre a imprensa publicada e as comunidades sociais da Internet se revela ineficaz. O apertar da tenaz de aço do Estado sobre as circunscritas liberdades de expressão e de pensamento será sempre lido como a comprovação do divórcio efectivo dos dirigentes do povo e das suas dificuldades económicas.

Naturalmente as acções de marketing po-lítico (como a visita de Xi Jiping a Shenzhen) têm algum efeito em simpatia popular mas é de se perguntar quanto tempo ela durará face à continuidade da turbulência social e ao surgimento de eventuais divisões no seio da liderança. Dou razão a Minxin Pei quando diz que Xi Jiping será chamado a dar resposta aos apelos de vários sectores da sociedade para uma maior abertura e participação políticas e que aparenta ser um homem atento a esses sinais. Mas para sobre-viver terá que encontrar um equilíbrio desses propósitos reformadores com as pressões do sector conservador que não permitirá que essa abertura ponha em causa a hegemonia do partido comunista e o carácter elitista e fechado do processo de decisão. Querendo agradar a uns, Xi Jiping poderá ser levado a desagradar a outros.

1 - Bloomberg News, “Mapping China’s Red Nobility”,in http://go.bloomberg.com/multimedia/mapping-chinas-red-nobility/

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15opiniãosexta-feira 11.1.2013 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; David Chan; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Leocardo; Maria Alberta Meireles; Mica Costa-grande; Paul Chan Wai Chi; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

verdade é que já ninguém se lembra dele. Os mais velhos já se habituaram à ausência e aos mais novos nunca ninguém disse onde era, que não há tempo para isso. A verdade é que faz parte de

outro tempo, de outro ciclo, dos dias em que a cidade andava mais devagar, mais desafogada. Faz parte da era do turista número dez milhões, recorde impensável e celebrado a preceito, com recepção no ‘jetfoil’ ao turista que conseguiu o feito de chegar depois dos outros nove milhões, novecentos e noventa e nove mil novecentos e noventa e nove turistas.

Já ninguém se lembra dele mas era grande, aberto, espaçoso, talvez desengra-çado até. Eu aqui confesso que já não me recordo do que lá se fazia, à excepção de umas desinteressantes feiras de produtos Macau-Guangdong, onde se ensaiavam em surdina cooperações regionais ao nível dos corta-unhas e dos produtos alimentares impossíveis de decifrar, numa altura em que isto das relações estreitadas e da vizinhança ainda era assunto que se alinhava timida-mente, entabulado longe dos jornais e dos discursos oficiais.

Mas a verdade é que ele existia, embora já ninguém se lembre dele. Desapareceu um dia para dar espaço ao edifício mais alto da cidade, aquele que descaradamente quis fazer frente ao Farol da Guia ao ver--se de todos os pontos da cidade. Como se precisássemos de orientação, como se a Guia não nos bastasse.

O fim do Campo dos Operários foi mais ou menos o fim de tudo. Habituámo-nos a respirar menos no centro da cidade, a inspirar longe e a controlar o ar, para que saia deva-garinho. Com os dias e os anos, o mau gosto entrou-nos na retina e passou a ser igual ao ruído surdo da cidade: não o percebemos e quase não o ouvimos. Sabemos que existe mas já sem espanto.

Por altura da morte do Campo dos Operários, morreram também – já não sei se antes ou depois – as árvores e as escul-turas do Jardim das Artes, morreu o verde e o espaço e o ar uns metros mais à frente.

contramãoIsabel [email protected]

O Campo dos Operários já lá vai e do secretário já não sobra retrato em livro oficial, mas a cidade foi sendo destruída numa ânsia de juntar mais uns trocos na mesinha de cabeceira e nos frascos de barbatana de tubarão. Criaram-se grupos para os bairros antigos que são quase tão antigos quanto os bairros. Ninguém foi lá fora espreitar como se faz

Campo dos Operários

Desviou-se o trânsito e inventaram-se mo-delos urbanísticos inqualificáveis, os peões caíram no esquecimento, os táxis começaram a alinhar-se à porta dos turistas. O fim do Campo dos Operários foi mais ou menos o fim de tudo.

Dir-nos-iam uns anos mais tarde, não muitos é certo, que tudo se deveu à pressa de um secretário, em ânsias de juntar umas notas extra na mesinha de cabeceira, na garrafeira e em longínquas ‘offshores’. De vez em quando, ainda se fala no secretário – ora para se justificar o que correu mal, ora para se desculpar o medo que há em fazer, como se o medo fosse escusa para a estupidez.

A verdade é que já ninguém se lembra dele. Do secretário. Os mais velhos já se habituaram à ausência e aos mais novos nunca ninguém explicou bem quem ele era. A verdade é que os anos duplicaram-se e já não interessa, já não serve de explicação para a cidade que se perdeu na altura e para a cidade que se perde todos os dias.

Depois do Campo dos Operários e das suas mal-amanhadas feiras, o Jardim das Artes e a suas bem conquistadas sombras. Depois, a Barbearia Xangai. E a papelaria do centro. E as lojas de móveis das Ru-ínas. E agora a tabacaria. E um e outro restaurante cenário de cinema de época. Cenários de épocas que desapareceram

sem deixar marca. Como o Campo dos Operários. Não como o secretário.

O Campo dos Operários já lá vai e do secretário já não sobra retrato em livro ofi-cial, mas a cidade foi sendo destruída numa ânsia de juntar mais uns trocos na mesinha de cabeceira e nos frascos de barbatana de tubarão, numa ânsia de vender a alma da mãe, do pai, dos tios e dos irmãos, a alma da cidade. Criaram-se grupos para os bairros antigos que são quase tão antigos quanto os bairros. Ninguém foi lá fora espreitar como se faz. E nesta ânsia de juntar mais uns trocos, de vender mais porco seco e biscoitos enlatados, o turista número dez milhões perdeu o interesse e os milhões multiplicaram-se como se fosse possível enfiar sempre mais um iludido naqueles 20 centímetros quadrados entre a farmácia do leite em pó e a loja das malas.

A verdade é que já não nos lembramos de como era. Já não nos lembramos do tempo em que havia a ilusão de que a cidade nos pertencia, como se fôssemos da cidade e ela fosse nossa, de pleno direito por gostarmos dela. E agora?

A

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sexta-feira 11.1.2013www.hojemacau.com.mo

Rússia Dissoluçãodo ParlamentoO jornal da oposição russo “Novaya Gazeta” já reuniu mais de 100 mil assinaturas a favor da dissolução da Duma, a câmara baixa do Parlamento russo. Esta iniciativa, que começou no dia 24 de Dezembro, foi organizada na Internet depois de a Duma ter adoptado uma lei que proíbe as adopções de crianças russas por parte de famílias norte-americanas. Esta lei, promulgada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, e que entrou em vigor a 1 de Janeiro, foi criticada duramente pela oposição e gerou divergências inclusivamente no Governo. Esta recolha de assinaturas por parte do jornal a favor da dissolução da Duma não tem efeitos vinculativos.

Urinar no banhopara pouparO município de Aa en Hunze, na província de Drente, na Holanda, aconselha os cidadãos a urinar enquanto tomam banho. O vereador responsável pelo departamento do Meio Ambiente, Bert Wassink, explica que esta prática irá permitir à população poupar dinheiro e recursos ao meio ambiente. Perante as preocupações do vereador com o consumo de água e com a necessidade de poupar os recursos ambientais, o departamento de Meio Ambiente de Aa en Hunze elaborou, para 2013, um novo plano para aumentar a sustentabilidade, no qual é incluído o conselho de urinar enquanto se toma banho. “Urinar enquanto se toma um banho de duche faz poupar muita água limpa cada ano e o meio ambiente agradece”, afirmou o responsável. “Se combinarem a prática de urinar com a de tomar um duche, deixam de usar muita água e poupam muito dinheiro. Então, por que não fazê-lo?”, sugeriu, admitindo que ele próprio já adoptou esta prática. Segundo uma estatística citada pelo jornal AZ, os holandeses utilizam 39 litros de água por dia no duche e 36 litros a descarregar o autoclismo.

car toonA CADEIRA

por Steff

Portugal deve ser recompensadoO presidente do Eurogrupo Jean-Claude Juncker defendeu esta quinta-feira no Parlamento Europeu que os países que cumpram o acordado com a troika deveriam ser recompensados com melhores condições financeiras e deu como exemplo o caso português. “No caso de Portugal, por exemplo, gostaria que se reajustasse o ajustamento e as condições financeiras e orçamentais que acompanham esse ajustamento”, afirmou Juncker. O presidente do Eurogrupo alertou para o facto do desemprego estar a ser “subestimado”, e classificando-o como “uma tragédia, que nos esmaga”.

Ataque bombista fez11 mortos em QuettaA explosão de um carro em Quetta, na província do Baluchistão, no sudoeste do Paquistão, provocou pelo menos 11 mortos e dezenas de feridos. Segundo a “Al-Jazeera”, a explosão atingiu um carro de uma força paramilitar regional, matando pelo menos dois agentes. “Onze pessoas foram mortas e 30 ficaram feridas na explosão. Mais tarde será possível dizer qual o tipo de dispositivo, mas ocorreu num local cheio de pessoas”, afirmou Mir Zubair Mehmood, o chefe de polícia de Quetta. O Exército de Libertação do Baluchistão já reivindicou a autoria do ataque bombista.

O magnata Li Ka-shing manteve a posição de personalidade mais rica de Hong Kong, informou ontem a revista For-bes, indicando que a riqueza da cidade

cresceu, apesar da desaceleração económica global.O empresário, 84 anos, designado “super-homem”

pelas suas proezas nos negócios, aumentou a sua fortuna em 61 mil milhões de patacas, tendo agora a riqueza avaliada em cerca de 229 mil milhões de patacas, noticiou a agência AFP, ao divulgar a lista dos 50 mais ricos de Hong Kong da revista Forbes.

Li Ka-shing, que se iniciou nos negócios como fabricante de flores de plástico, comanda agora um vasto impé-rio sob a bandeira da empresa Cheung Kong Holdings, com activos no mercado imobiliá-rio, telecomunicações, utilitários, portos e comércio.

Uma em cada sete casas de Hong Kong foi construída pela firma do homem mais rico da cidade do sul da China, com cerca de sete milhões de ha-bitantes, que também controla cerca de 70% do tráfego portuário da antiga colónia bri-tânica.

A segunda perso-nalidade mais rica de Hong Kong é o pre-sidente da promotora imobiliária Hender-son Land, Lee Shau--kee, também com 84 anos, que segundo a Forbes somou 23 mil milhões de patacas atingindo 153 mil milhões de patacas.

A família Kwok,

que controla a Sun Hung Kai Properties, adicionou quase 30 mil milhões de patacas para uma fortuna de 147 mil milhões de patacas, não obstante os irmãos Thomas e Raymond, co-presidentes da empresa, terem sido acusados de corrupção.

Na oitava posição, com uma fortuna estimada em 56 mil milhões de patacas, surge o represen-tante da Chinese Estates Holdings, Joseph Lau, acusado de lavagem de dinheiro e suborno relati-vamente à aquisição de terrenos em Macau, num caso conexo ao do processo do antigo secretário para os Transportes e Obras Públicas de Macau Ao Man Long.

AS MULHERESA mulher mais rica da RAEHK, segundo a Forbes, é a empresária Pansy Ho. Aos 50 anos, a filha de magnata Stanley Ho, e detentora de participações na empresa de transporte marítimo Shun Tak e na operadora MGM China, - uma das seis concessio-nárias com licenças de jogo em Macau -, aparece na 11.ª posição, com uma fortuna avaliada em 29,8 mil milhões de patacas. Em 2012, Pansy Ho ocupava o 12.º lugar da lista com uma fortuna avaliada em 25 mil milhões.

Por sua vez, a quarta mulher de Stanley Ho, Angela Leong, que assumiu o lugar de adminis-tradora-delegada da Sociedade de Jogos de Macau e é deputada à Assembleia Legislativa de Macau, desceu três posições para o 24.º lugar, com uma fortuna de 16 mil milhões de patacas. Na lista de 2012, Angela Leong ocupava a 21.ª posição entre os 40 mais ricos, mas com uma riqueza avaliada em 12 mil milhões.

A revista Forbes indicou que cerca de dois terços da lista dos 50 mais ricos de Hong Kong, agora divulgada, fizeram fortuna no negócio imobiliário.

Quatro dos cinco mais abastados daquela re-gião são octogenários, e todos os listados nas dez primeiras posições têm mais de 60 anos.

Globalmente, os 50 mais ricos da antiga co-lónia britânica são responsáveis por um volume de riqueza estimado em 1,5 biliões de patacas. Em 2012, a lista dos mais ricos de Hong Kong, então restrita a 40 personalidades, compreendia um volume global de 1,1 biliões de patacas. - Lusa

Revista Forbes anuncia os mais ricos de Hong Kong

Li Ka-shing em primeiro