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“Foi preguicite aguda” TEMPO MUITO NUBLADO MIN 19 MAX 26 HUMIDADE 60-90% • CÂMBIOS EURO 10.6 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ QUINTA-FEIRA 29 DE MARÇO DE 2012 ANO XI Nº 2581 PUB Ter para ler O piloto, que perdeu um filho vítima de leucemia, desenvolve campanhas de apoio a crianças. Em Macau, quis fazê-lo com visitas aos hospitais locais. No Kiang Wu receberam-no de braços abertos, no São Januário recusaram sem grandes explicações. PÁGINAS 14 E 15 André Couto quis animar crianças hospitalizadas, mas São Januário não deixou FUNDO FÓRUM MACAU Investimento prioritário prometido às PME PÁGINA 3 TELECOMUNICAÇÕES Operadora nova garante perto de 1000 empregos PÁGINA 5 HONG KONG Tribunal volta atrás e desilude 290 mil empregadas PÁGINA 8

Hoje Macau 29 MAR 2012 #2582

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Edição do Hoje Macau de 29 de Março de 2012 • Ano X • N.º 2582

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Page 1: Hoje Macau 29 MAR 2012 #2582

“Foi preguiciteaguda”

TEMPO MUITO NUBLADO MIN 19 MAX 26 HUMIDADE 60-90% • CÂMBIOS EURO 10.6 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUINTA-FEIRA 29 DE MARÇO DE 2012 • ANO XI • Nº 2581

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Ter para ler

O piloto, que perdeu um filho vítima de leucemia, desenvolve campanhas de apoio a crianças. Em Macau, quis fazê-lo com visitas aos hospitais locais. No Kiang Wu receberam-no de braços abertos, no São Januário recusaramsem grandes explicações. PÁGINAS 14 E 15

André Couto quis animar criançashospitalizadas, mas São Januário não deixou

FUNDO FÓRUM MACAU

Investimento prioritário prometidoàs PME

PÁGINA 3

TELECOMUNICAÇÕES

Operadora nova garante perto de 1000 empregos

PÁGINA 5

HONG KONG

Tribunal volta atrás e desilude 290 mil empregadas

PÁGINA 8

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2 política quinta-feira 29.3.2012www.hojemacau.com.mo

Combate à prática de suborno O director dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), José Chu, disse à Lotus TV que Macau registou uma grande evolução na sua cultura eleitoral e que o Governo irá continuar a combater, no futuro, a prática de suborno. Desde a passagem do território para a China que o Governo tem dado grande atenção aos problemas de cultura eleitoral, afirmou o director, acrescentando que a situação melhorou muito depois de a legislação ter sido aperfeiçoada. “Há muito menos casos de suborno durante o período de eleições.” Existe ainda, no entanto, espaço para melhorar e o Governo irá continuar a elevar o nível de civismo e de cultura eleitoral, concluiu o director dos SAFP. – V.L.

É já hoje que a Autoridade Mo-netária de Macau (AMCM)

vai assinar um acordo com o Banco Popular da China, para ad-quirir títulos em yuan. A intenção é promover a diversificação dos investimentos.

Em comunicado, a AMCM explicou que foi feita uma pro-posta ao Governo Central sobre a possibilidade de serem adquiridos activos em yuan. O Banco Popular da China “teve uma adesão posi-tiva”, frisa o comunicado. “Após várias rondas de negociações foi finalizada a confirmação sobre o pedido de subscrição de títulos denominados em renminbis no mercado do continente, consubs-tanciando assim a pretensão do Governo em aplicar uma parte de fundos nos mesmos.”

O “Acordo de agenciamento para investimento no mercado de títulos interbancários da China” autoriza a AMCM a efectuar

aplicações de fundos para a sua carteira da reserva directamente no mercado de títulos interban-cários do continente. O valor máximo aprovado foi de 10 mil milhões de yuan.

INDEXAÇÃO NÃO José Pereira Coutinho voltou ontem a criticar a indexação da moeda do território ao dólar de Hong Kong e, consequentemente, ao dólar americano. O deputado escreveu nova interpelação es-crita sobre o assunto, acusando o Governo de, com esta decisão, permitir que a pataca se desva-lorize pela desvalorização que o dólar dos EUA tem vindo a sentir, especialmente face ao yuan.

“Isto contribui para a subida de preços e do custo de vida em Macau, já que a maioria dos bens essenciais são comprados em yuan do interior da China”, critica Pereira Coutinho.

O deputado dá como exemplo uma conversão de Março de 2011 – altura da primeira interpelação sobre o assunto -, onde indica que uma nota de 100 yuan valia 128.20 patacas. E, diz ainda, a valoriza-ção da moeda do continente tem sido gradual ao longo do anos.

“Por que razão tem o Governo insistido em manter a indexação da pataca ao dólar de Hong Kong recusando sugestões, sem ques-tionar a população, como a de indexar a pataca ao renmbini ou de a indexar a um cabaz de moedas que incluísse yuan, euro, dólares de Hong Kong e americanos? Que interesses tem o Governo pretendido acautelar?”

Antes desta nova interpelação de Pereira Coutinho, o depu-tado já tinha recebido resposta da AMCM, que desvaloriza a preocupação do membro do hemiciclo. “O Governo respon-deu que o dólar de Hong Kong

tem desempenhado um papel essencial na economia e no sis-tema financeiro de Macau, até porque os depósitos em dólares de Hong Kong chegam aos 55% no território, com mais de 147 mil milhões desta moeda a ser depositados pelos residentes.”

Na perspectiva da AMCM, a desindexação da pataca ao dólar de Hong Kong conduz a eventual valorização da pataca, que acarretaria prejuízos para a banca, porque “desvalorizaria os créditos da banca cujo valor estivesse fixado em dólares de Hong kong.”

Agora, Pereira Coutinho quer saber se o Executivo alguma vez virá a admitir a possibilidade de alterar esta política cambial. “Até que nível terão de chegar a valorização do yuan e a inflação em Macau para o Governo decida indexar a pataca ao yuan?” - J.F.

GCS pondera eliminar criação dos conselhos de jornalistas

Governo fica de fora

Proposta passa pelas mãos da DSAJ

Entidade assina hoje acordo para troca de títulos em yuan

Coutinho volta a atacar AMCM

Se algo há em que todos concordam relativamente às Leis de Imprensa e de Radiodifusão é que devem ser revistas. As divergências começam na formação dos Conselhos de Jornalistas

Ainda assim, no caso de poderem ser criados os conselhos, há consenso da parte de jornalistas e cidadãos em, pelo menos, dois pontos.

COMPETÊNCIAS PRÓPRIAS Os representantes da comu-nicação social não querem, de todo, a integração de membros do Executivo no Conselho de Imprensa ou no de Radiodifusão.

De fora também quem represente cargos oficiais. “Esta questão deverá ser organizada pelo próprio sector, assim como o Esta-tuto do Jornalista”, refere o relatório do GCS.

As vantagens apontadas pelos jornalistas de impren-sa lusa e inglesa passam pela emissão de carteiras profissionais – que não existe em Macau -, a eleva-ção do nível profissional e a responsabilização. Como

desvantagem, é apontado – na maioria das vezes pelos profissionais chineses -, a falta de maturidade para a criação de um conselho e o medo da limitação à liberdade de imprensa.

Seja como for, os Con-selhos devem ter poder le-gal próprio, ser compostos por cidadãos e uma maioria de jornalistas e advogados. Não deve, contudo, contar com as chefias dos órgãos de comunicação social.

Joana [email protected]

PODEM vir a ser eliminados das Leis de Imprensa e de Radiodifusão

os artigos que concedem a possibilidade de criação de dois Conselhos de Jorna-listas. A ideia surge depois de ter chegado ao fim a

consulta pública sobre a revisão dos diplomas.

Ontem, Vitor Chan, di-rector do Gabinete de Co-municação Social (GCS), apresentou aos jornalistas o relatório preliminar da son-dagem deliberativa, realizada pela ERS – Soluções Macau, em conjunto com instituições académicas de Hong Kong, Portugal e EUA.

Não restam muitas dúvi-das sobre a necessidade de revisão das duas leis – 67% dos inquiridos consideram que a Lei de Imprensa deve ser alterada e 71% dizem o mesmo sobre a Lei de Radiodifusão -, mas não há consenso sobre a cria-ção dos dois conselhos de jornalistas.

Se os membros dos órgãos de comunicação social portugueses e ingle-ses sempre o defenderam, já os chineses mostram-se renitentes em que sejam constituídos.

Vitor Chan considera, por isso, que a criação dos con-selhos poderá ser retirada da lei, bem como a elaboração do Estatuto de Jornalistas – actualmente previstos pelos diplomas. “As opiniões são claras. A maioria considera que estas situações não de-vem estar dentro da lei, logo deveremos eliminar. Mas falta o parecer técnico dos serviços jurídicos.”

A maioria das sugestões considera necessário rever as leis, desde que seja aumentada a liberdade de imprensa actual e que seja garantida a cobertura noticiosa. Porém, os jornalistas de línguas inglesa e portuguesa consideram não ser necessária uma revisão muito profunda dos diplomas – até por não ter havido quase casos de violação de ética jornalista. Já os profissionais chineses pedem que artigos relacionados com sanções graves a jornalistas e artigos que não têm consenso devem ser revogados. A sondagem deliberativa é uma forma de auscultação pública baseada

em ouvir opiniões de grupos antes e depois de estes estarem informados sobre os casos. Foi entregue à ERS – Soluções Macau e custou aos cofres do Governo 3,5 milhões de patacas. A possibilidade de revisão das leis foi anunciada em Março de 2010 e o relatório final deve ser apresentado em Agosto deste ano. Este relatório ainda é preliminar, mas de uma coisa Vitor Chan tem a certeza: as opiniões vão chegar à Direcção dos Serviços para os Assuntos de Justiça (DSAJ) para que os assessores jurídicos dêem o seu parecer técnica e apresentem propostas.

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3políticaquinta-feira 29.3.2012 www.hojemacau.com.mo

Mais do que negócios de larga escala, a quantia de mil milhões de dólares do Fundo do Fórum Macau é anunciada ao serviço das pequenas e médias empresas. Dois empresários locais revelam as suas expectativas

Andreia Sofia [email protected]

O encontro que serviu de apresentação do novo Fundo do Fórum Macau reuniu ontem cerca de

200 pessoas, e, de acordo com Rita Santos, secretária-geral adjunta do organismo, as empresas locais “já estão a acompanhar muito de perto” o processo, embora ainda não se saiba o número exacto dos projectos que, de Macau, querem ter acesso ao apoio financeiro. De acordo com o embaixador de Portugal em Pequim, José Tadeu, as regras do Fundo vão ser discutidas na capital chinesa brevemente.

Joana [email protected]

SE ontem fosse a única sessão a contar para a decisão final

sobre a reforma política, estariam decididos os sectores a entrar na Assembleia Legislativa (AL) pela via indirecta. Em mais uma acti-vidade de consulta pública sobre as alterações às metodologias para a eleição dos deputados do hemiciclo e do Chefe do Execu-tivo, foram cerca de duas dezenas os representantes de associações que intervieram na sessão, que contou com a presença de Francis Tam, secretário para a Economia e Finanças, ao lado das figuras ha-bituais: Florinda Chan, secretária para a Administração e Justiça, e José Chu, director dos Serviços de Administração e Função Pública.

Sem grande novidade, 18 dos 19 intervenientes optaram pela proposta 2+2 – acréscimo de dois deputados pela via directa e dois pela indirecta -, havendo apenas um que pediu algo inédito: mais três deputados nos assentos de cada eleição e uma diminuição de dois membros nos nomeados pelo Chefe do Executivo.

Durante uma hora e meia, contudo, foi maior o consenso do que a discordância, princi-palmente no que diz respeito aos sectores que devem entrar pela via indirecta nos dois lugares que, ao que tudo indica, vão ser acrescentados no plenário.

Um dos lugares é pedido para alguém que represente os serviços sociais, da educação,

cultura e desporto – conjuntos na AL – e outro para quem fale pelo sector profissional. Estes, defendem os intervenientes, são os sectores que verdadeiramente representam a classe mais baixa.

Apesar de não haver a pos-sibilidade na proposta fornecida pelo Governo de colocar um jovem no hemiciclo, houve ainda quem defendesse que essa voz seria necessária, mas que tam-bém as associações que entrem pela via indirecta podem esco-lher que os seus representantes sejam mais novos.

Na sessão de ontem, houve contudo uma voz discordante. Kwan Huan Tsi, que não indicou a associação que representava, considera que o importante é colocar no hemiciclo os sectores que mais empregam cidadãos em Macau. São eles o turismo e a área do entretenimento. “Como podemos esquecer estes sectores, que empregam a maior parte da população?”

Regras do Fundo do Fórum Macau discutidas em Pequim

Poder nas mãos das PME

Fórum “mais maduro”As vozes da diplomacia não têm duvidas. O começo do Fundo proporciona uma fase “madura” do Fórum Macau. A reunião ordinária decorrida ontem trouxe avanços ao organismo enquanto centro de formação, sendo que para este ano deverão decorrer sete cursos. “Depois de nove anos sobre a criação do Fórum Macau, ainda temos uma etapa longa pela frente”, disse Rita Santos. “O mais importante é que todos os países, incluindo a China, reconhecem o papel de Macau.”

Reforma política Sectores profissional, dos serviços sociais e da educação

Os favoritos

Os mil milhões de dólares servirão, sobretudo, para apoiar as Pequenas e Médias Empresas (PME). Segundo António José Rezende de Castro, cônsul-geral do Brasil em Hong Kong e Macau, é esta a principal intenção do Fundo. “A grande empresa, em geral, não tem dificuldade em financiar-se. Já a PME não, daí a importância do Fundo.” Adianta também que o projecto “abre novas perspecti-vas para o aumento da integração regional” para o Brasil, em áreas como a indústria do calçado, infra--estruturas ou tecnologia agrícola.

Segundo Rita Santos, tem existi-do feedback dos empresários locais. “Pode haver mais uma via para que as empresas de Macau possam ter um estreitamento de relações eco-nómicas e comerciais com os países de língua portuguesa.”

“UMA BOA IDEIA”Dois empresários ouvidos pelo Hoje Macau, ligados ao sector dos vinhos, mostram-se expectantes face ao Fundo anunciado. Guiomar Pedruco, da Macau Bazaar Co., diz ser “uma boa ideia”, esperando que traga mais negócios. “É importante para os países à volta da China, e Macau é uma cidade que tem esse lado único de ser a plataforma.” Os fundos de investimento podem ajudar a contornar as dificuldades.

“O Governo criou subsídios para as PME, mas deveria ter criado mais medidas. Está cada vez mais difícil arranjar empregados e é difícil para as PME competir com os hotéis e casinos, porque conseguem pagar mais. Tem de se facilitar o acesso à mão-de-obra.”

João Azevedo, director co-mercial da Universal Export Ltd, acredita que o Fundo será um grande impulso. “Vamos ter a oportunidade de aparecer em feiras. Macau vai ser falado e ao nível das PME será positivo.” Uma ajuda para contor-nar as dificuldades “na divulgação e internacionalização, o que não é muito fácil”.

O responsável receia, contudo, eventuais dificuldades no acesso ao Fundo. “Na ligação entre os países de língua portuguesa e a China va-mos ser sempre privilegiados, mas no sentido da ligação de Macau com os países lusófonos, não sei como vai funcionar. Será que só vou ter apoio se estiver ligado à China?”

CABO VERDE EM FOCOJúlio Morais, embaixador de Cabo Verde em Pequim, revelou que o capital poderá começar a ser operacionalizado já este ano, em Junho. “Estamos ainda a discutir as modalidades de funcionamento, e há uma reflexão conjunta a fazer.”

Além do encontro de Pequim, a Ilha do Sal, em Cabo Verde, vai ser palco de outra reunião importante, em Junho. “Vamos ter o 8º encontro de empresários de língua portugue-sa e da China, onde reunimos com o grupo de trabalho de investimento, começamos a seleccionar projectos, porque temos de avançar.” Segundo Júlio Morais, há empresas de Macau convidadas para ir ao país, estando já em fase de inscrição.

HOJE MACAU

Virginia [email protected]

A proposta de Lei de Bases dos Direitos e Garantias dos

Idosos está atrasada. Anunciada o ano passado, a proposta deveria ter ficado concluída no primeiro semestre deste ano, mas, segundo a Comissão para os Assuntos do Cidadão Sénior, só deve estar pronta para entrar no Conselho Executivo nos últimos seis meses do ano. “Ainda temos de rever alguns artigos”, explicou um dos responsáveis do Instituto de Acção Social (IAS). “Depois, no segundo semestre, há ainda uma revisão final. Esperamos que o

Governo possa aprovar a lei até ao final do ano.”

A Comissão para os Assuntos do Cidadão Sénior reuniu ontem. Segundo o responsável do IAS, o diploma está a ser elaborado de acordo com as sugestões. Recorde-se que esta proposta já esteve em auscultação pública e a segunda fase de consultas terá lugar no segundo semestre.

Além dos direitos dos mais ve-lhos, também os deveres da família e do Executivo serão incluídos na proposta. Mas há mais: o Governo irá incentivar os patrões a dar em-prego a idosos, bem como vai ainda integrar na comissão um idoso com mérito social reconhecido.

Lei de Bases e Garantias está atrasada

Idosos à espera

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4 sociedade quinta-feira 29.3.2012www.hojemacau.com.mo

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ANÚNCIOHM-2ª Vez 29-03-2012Execução Por Alimentos CV3-08-0023-MPS-B 3º Juízo Cível

EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO.---------------------------------------EXECUTADO: KUAN CHONG FONG, ora preso no EPM.--------------------

*** FAZ SABER que, nos autos acima indicados, são citados os credores descon-hecidos do executado para, no prazo de QUINZE DIAS, que começa a correr depois de finda a dilação de VINTE DIAS, contada da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamarem o pagamento dos seus créditos pelo produto do bem penhorado sobre que tenham garantia real, e que é o seguinte:--------

IMÓVEL PENHORADO Denominação: 1/2 de Fracção autónoma “V16”, do 16º andar V--- Situação: Avenida da Concórdia, nºs 76 a 136, e Rua Dois, Bairro da Concórdia nºs 79 a 131.---------------------------------------------------------------- Fim: Para habitação.------------------------------------------------------------ Número de matriz: 038080.------------------------------------------ Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: nº. 21535, a fls. 30 do Livro B51.--------------------------------------------------------------------------- Número de inscrição em nome do executado KUAN CHONG FONG e a sua mulher CHU SAO PENG: nº. 25217 a fls. 23 do Livro F31.--------------

DEPÓSITOS BANCÁRIOS PENHORADOS Depósito na conta bancária nº 204-2-24767-7 do Banco Tai Fung no montante de---------------------------------------------------------------MOP1.115,54. Depósito na conta bancária nº 010920043963 do Banco Delta Asia, SARL no montante de-----------------------------------------------------HKD711,41. Depósito na conta bancária nº 11-11-20-020440 do Banco da China no montante de-------------------------------------------------------------HKD270,07. Depósito na conta bancária nº 18-11-10-123423 do Banco da China no montante de-------------------------------------------------------------HKD426,81. Depósito na conta bancária nº 11-01-10-215532 do Banco da China no montante de-------------------------------------------------------------MOP18,08.

TÍTULOS PENHORADOS Acções #08047 depositada na conta bancária do Banco Delta Asia, SARL.----------------------------------------------------------------------------150,000.

***Macau, 12 de Março de 2012

***

Infecçãocolectiva de gripeOs Serviços de Saúde foram ontem notificados de vários casos de infecção colectiva de gripe no Jardim Infantil da Cáritas, com um número acumulado de sete alunos afectados. Todos os doentes apresentaram sintomas do tracto respiratório, nomeadamente febre, tosse, corrimento nasal e recorreram às entidades médicas para tratamento, sendo o seu estado normal. Nenhum tinha sido submetido à vacina antigripal para o Inverno de 2011-2012. Os Serviços de Saúde recolheram as amostras do tracto respiratório de alguns doentes para efeitos de análises laboratoriais, bem como solicitaram aos estabelecimentos escolares acima referidos a aplicação das medidas de controlo da infecção, tais como o reforço na desinfecção, limpeza e manutenção da ventilação de ar no interior das instalações e o cumprimento rigoroso da norma que os alunos doentes não podem ir à escola.

Gonçalo Lobo [email protected]

NUMA parceria en-tre a Direcção dos Serviços de Eco-nomia (DSE) e a

Associação dos Empreiteiros Internacionais da China, Ma-cau acolhe, nos próximos dias 24 e 25 de Abril no Venetian, o 3.º Fórum Internacional sobre Investimento e Construção de Infra-estruturas. “Muitas empresas chinesas partici-pam em infra-estruturas de Macau”, referiu a secretária--geral da Associação dos Empreiteiros internacionais da China, Yu Xiaohong, para justificar a escolha do território para a realização do Fórum.

Com o tema “Coope-ração entre a China e o es-trangeiro: desenvolvimento comum”, o Fórum terá cerca de 800 representantes de vá-rios países e proveniências. A crise financeira mundial, a cooperação bilateral e multilateral ou os desafios da construção de infra-estrutu-ras são os pontos principais a debater. “O grande objectivo é promoção da comunicação

Fórum para debater investimento e construção em Abril

Depois de Pequim, vem aí a primeira vez de Macau

entre países e empresas, utilizando Macau como uma plataforma de discussão e entendimento.”

Os países lusófonos tam-bém não foram esquecidos para o debate, contudo nem

todos marcaram presença no Venetian. “Certo estão as pre-senças de Angola e Moçam-bique mas a China terá muito prazer em receber projectos de todos os países lusófonos”, concluiu a secretária-geral da

Associação dos Empreiteiros internacionais da China.

FUNDO SÓ DEPOISQuestionado sobre se o Fundo do Fórum Macau poderá ser utilizado para os projectos que

nasçam do 3.º Fórum Inter-nacional sobre Investimento e Construção de Infra-estru-turas, o director dos Serviços de Economia (DSE), Sou Tim Peng, foi lacónico. “O seminário terá lugar em Abril,

pelo que acho muito difícil que o Fundo do Fórum Macau esteja disponível nessa data.” Contudo, deixou em aberto o seu uso em edições futuras. “Talvez nas 4.ª e 5.ª edições do Fórum Internacional sobre Investimento e Construção de Infra-estruturas, o fundo do Fórum Macau possa ter al-guma utilidade, promovendo projectos que englobem par-cerias entre a China, Macau e os países lusófonos.”

Macau será, de acordo com o director da DSE, “sempre” uma plataforma onde os países de língua portuguesa podem fa-zer os seus negócios, e este, re-lacionado com investimentos e construção de infra-estruturas, não foge à regra.

O Fórum, fundado em 2010, é organizado pela Associação dos Empreitei-ros Internacionais da China. Conta com a aprovação e certificação do Ministério do Comércio do Estado chinês. As primeiras duas edições foram realizadas em Pequim, tendo atraído mais de dois mil representantes provenientes de 80 países.

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5sociedadequinta-feira 29.3.2012 www.hojemacau.com.mo

Rita Marques [email protected]

MICHAEL Choi, representante d a M T E L , esteve ontem

presente na cerimónia de abertura da proposta, na sede da Direcção de Serviços de Regulação de Telecomu-nicações (DSRT), onde os documentos iniciais foram validados pela Comissão do Concurso. Choi lançou alguns detalhes sobre a sua proposta, e o futuro das telecomunicações fixas em Macau, caso venha a ser aprovada. “O investimento inicial será de MOP 1000 mi-lhões e vem garantir de 800 a 1000 empregos, directos e indirectos.”

Recorde-se que, até dia 27 de Março, prazo imposto para licenciamento de ins-talação e operação de redes públicas de telecomunica-ções fixas em Macau, apenas uma proposta foi entregue à DSRT. A MTEL será por isso a única empresa que pode vir a fazer concorrência à CTM, depois da avaliação da proposta pela Comissão do Concurso, a decorrer nos próximos 180 dias.

A MTEL, formada ape-nas por ocasião do licencia-mento e segundo obrigato-riedade do regulamento do concurso público, tem como principal investidor e forne-cedor a ZTE, empresa mul-tinacional de equipamentos e sistemas de telecomuni-cações, a segunda maior no mercado chinês. No entanto, enquanto o licenciamento não for concedido, não se juntará numa joint-venture com a ZTE ou com qual-quer outra empresa, garante Choi. Na proposta, a MTEL entregou um documento que comprova que se tratará de um consórcio ou sociedade comercial. “Na altura dire-mos a que accionistas nos juntaremos, deverão ser entre três e quatro”, adianta o representante.

O regulamento específi-co do concurso público para o licenciamento de instala-ção e operação de redes pú-blicas de telecomunicações fixas na RAEM prevê que a exploração na sua fase inicial tenha uma cobertura de 30% do número total de

A anteproposta da futura lei de bases do Ensino Superior

estará prestes a chegar às mãos do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Cheong U, segundo revelou à Rádio Macau o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES). O organismo dirigido por Sou Chio Fai garante que a legislação sobre o sector é uma das prioridades da equipa para 2012.

O GAES, de acordo com a Rádio Macau, está agora a certar

as últimas agulhas antes de enviar a proposta para o gabinete de Che-ong U. Umas das metas do GAES passa pelo desenvolvimento a longo prazo do sector do ensino superior. Para isso, o gabinete pretende beber as experiências de países com um sistema de acredi-tação reconhecido e adaptar essas referências ao contexto local.

O fundo para o ensino supe-rior também é uma das medidas que o GAES pretende ver legis-lada. A sua implementação visa

tornar os recursos mais estáveis e flexíveis. O Gabinete infor-mou que apenas vai entregar a proposta de regulamento admi-nistrativo à equipa de Cheong U, depois de aprovada a nova lei do ensino superior.

A intenção de rever a legis-lação na área do ensino superior foi avançada há alguns anos. Desde então o Governo procedeu a várias consultas sobre o assun-to, mas até ao momento não foi apresentada uma proposta de lei.

Operadora promete investimento de MOP mil milhões

Mil empregos à vista com a MTELprédios habitacionais, ao fim de dois anos não menos de 70% e no prazo de quatro anos uma cobertura de 99%. “Estas são as expectativas do governo de Macau e será um desafio”, diz Michael Choi. “Estamos conscientes das dificuldades no cumpri-mento dos deadlines, mas faremos o nosso melhor.” A linha de telefone é da própria operadora, sem atribuição de concessões, e de fibra óptica, afiança a companhia, que não prevê ainda o pacote completo com TV Digital “porque o regulamento não permite”.

CONCORRÊNCIA GARANTIDADurante a conferência, Hoi Chi Leong, presidente da Comissão de Concurso, e subdirector da DSRT, falou sobre não ter havido entrega de outras propostas. “Nada tem a ver com as exigências do regulamento. Uma só garante a concorrência.”

Recorde-se que, em Fevereiro, a DSRT revelou ter recebido seis pedidos de informações de empre-sas interessadas em obter esclarecimentos sobre o re-gulamento. “As mais de 100 perguntas e dúvidas podem ser consultadas na internet.”

A Hutchinson, uma das empresas interessadas, diz ter sido demasiado curto o prazo concedido pelo Go-verno às novas operadoras para que garantissem a co-bertura de 30% dos edifícios residenciais do território.

O prazo para a prestação

comercial dos serviços tem de ser feito no prazo de 18 meses, contados a partir da data de emissão da licença, prevê o regulamento.

Por sua vez, o presidente da comissão do concurso diz que poderá haver penaliza-ções se a nova operadora não conseguir cumprir com os prazos referentes às percen-tagens de cobertura, mas tem de se verificar se será uma questão técnica ou da própria empresa, caso ganhe efecti-vamente o licenciamento.

PRAZOS RAZOÁVEISTou Veng Keong, director da DSRT, à margem da Comissão, avaliou os pra-zos dispostos, que foram “razoáveis para qualquer companhia de telecomu-nicações que de facto tem experiência na construção da rede”. E frisou que o grande propósito do licenciamento é precisamente introduzir liberalização no mercado de telecomunicações de Macau o mais em breve possível. “A qualidade da companhia é o importante e não a quantida-de, e acho que pode prestar concorrência de mercada”, entende Tou, ainda que não tenho muito conhecimento sobre a MTEL.

O essencial para Macau? O director da DSRT assume que são os serviços conver-gentes com tudo incluído porque não é um sítio isolado do Mundo. “A tecnologia da rede a construir é tecnologi-camente neutral, portanto pode levar quaisquer sinais de telecomunicações”

Lei do Ensino Superior terá anteproposta em Abril

Com guia de remessa para Cheong U

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6 publicidade quinta-feira 29.3.2012www.hojemacau.com.mo

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7nacionalquinta-feira 29.3.2012 www.hojemacau.com.mo

O pré-candidato presiden-cial norte-americano Mitt Romney procura formas de pressionar

a China sobre as supostas mani-pulações cambiais e os subsídios comerciais injustos, disse um as-sessor da campanha do candidato esta terça-feira. “Acho que ele quer maximizar a pressão”, afirmou Grand Aldonas, ex-subsecretário de Comércio Internacional dos EUA, durante um simpósio sobre o futuro da indústria no país.

Romney, o favorito para rece-ber a indicação do Partido Repu-blicano à Casa Branca, já prometeu que acusaria formalmente Pequim de manipulação cambial, algo que o governo do democrata Barack Obama, candidato à reeleição, evitou fazer por seis vezes.

Segundo o plano de Romney, uma vez formalizado este estatuto, os EUA poderiam impor retalia-ções tarifárias aos produtos chi-neses, para contrabalançar o efeito de um suposto subsídio cambial.

No ano passado, a Câmara dos Deputados dos EUA, controlada pelos republicanos, bloqueou uma medida semelhante, por temer o início de uma guerra cambial.

Semestralmente, o Depar-tamento do Tesouro anuncia se

Vinho engarrafado quase duplica em 2011As importações chinesas de vinho engarrafado aumentaram 94% em 2011, para um montante recorde de cerca de MOP 993 mil milhões, segundo dados difundidos ontem num fórum internacional do sector, no Leste da China. A China importa também vinho a granel, mas neste caso, o volume diminuiu 20% em relação ao ano anterior, somando apenas cerca de MOP 938 milhões. “Em dois anos, as vendas de vinho engarrafado importado duplicaram as do vinho a granel, mostrando que a qualidade do mercado está a evoluir”, disse um perito, citado pela agência noticiosa oficial chinesa. Para os vinhos portugueses, a China é igualmente um dos mercados que mais cresce. Não contando com o Porto e o Madeira, as exportações de vinhos portugueses para a China cresceram 91,7% em 2011, para cerca de MOP 83 milhões, fazendo daquele país o quinto maior mercado de Portugal fora da Europa. “As perspectivas são muito boas, até 2015, a China vai ser um dos maiores consumidores mundiais de vinho”, disse na semana passada à agência Lusa em Pequim a gestora da ViniPortugal para a Ásia e África, Sónia Fernandes.

Dependência externa de petróleo aumentaA China deverá importar 58% do petróleo que consumirá em 2012, acentuando a sua dependência externa neste domínio, alerta um relatório do sector citado ontem pela revista de investigação financeira Caixin. A previsão representa um aumento de 1,5 pontos percentuais em relação ao ano passado. As importações chinesas de gás natural também deverão aumentar em 2012, passando a constituir 30% do consumo do país, contra 20% em 2011, indica o relatório, elaborado pela China Petroleum Entreprise Association e a Universidade Chinesa do Petróleo. “A crescente dependência da China nas importações será uma ameaça à sua segurança energética e expõe o país à volatilidade dos preços no mercado internacional”, disse um perito citado pela Caixin.

AS importações chinesas de diamantes, de Angola

e outros países, excederam as cerca de MOP 15 mil milhões em 2011, informou ontem o jornal “China Daily”.

“A produção de diaman-tes em Angola é promissora e

o comércio com a China está a subir”, disse o embaixador de Angola na China, João Garcia Bires, citado por aque-le jornal. “Há muitas áreas à espera de serem exploradas e Angola está aberta aos in-vestidores chineses que quei-

ram criar empresas mistas”, acrescentou o diplomata, sem precisar números.

Os diamantes são das principais importações chi-nesas de Angola, a seguir ao petróleo. “O rápido desen-volvimento económico da

China nas últimas décadas aumentou os rendimentos e as pessoas começaram a virar-se para os diamantes, sobretudo os de muitos carates, para contornar o aumento da inflacçāo”, afir-mou o secretário-geral da

Associação de Gemologia da China, Liu Jianhua.

As exportações ango-lanas para a China aumen-taram 9,1% em 2011, e, segundo o “China Daily”, aquele país é já o maior par-ceiro comercial de Angola.

BRASIL, Rússia, Índia, China e África do Sul

(BRICS) partilham sobretudo “um robusto crescimento eco-nómico” e não “valores ide-ológicos”, proclamou ontem um jornal chinês a propósito da IV cimeira do grupo, desta quinta-feira, em Nova Deli.

“Os BRICS também en-frentam a opressão dos países desenvolvidos”, mas “os conflitos entre eles e os países desenvolvidos são baseados em interesses e não em ideo-logias”, disse o Global Times num editorial sobre a reunião.

Segundo o jornal, uma pu-blicação em inglês do grupo

Diário do Povo, órgão oficial do Partido Comunista Chinês, “pregar hoje os valores é tão absurdo como era pregar a luta de classes na China das décadas de 1950 e 1960”. “Os direitos humanos tendem a centrar-se nos valores, mas nunca dominaram verdadei-ramente a política mundial. Outras questões urgentes como as alterações climáticas e as disputas comerciais não estão directamente ligadas a valores.”

“Uma Parceria para a Es-tabilidade global, Segurança e Prosperidade” é o lema da cimeira de Nova Deli.

Importação em 2011 atingiu grandes valores. Angola beneficiou

15 mil milhões em diamantes

BRICS são grupo “ baseado em interesses” e “não em valores”

Amigos, amigos, ideologias à parte

Mitt Romney ataca China na questão cambial

Pressão anunciadaalgum país está a manipular a sua moeda para obter vantagens comerciais indevidas - o próximo anúncio será a 15 de Abril. Desde 1994 que nenhum país é citado, e a China foi o último sê-lo.

SUBSÍDIOS E EMPREGOSAldonas disse que Romney tem a séria intenção de pressionar a China para permitir a valorização do yuan, mas acrescentou que qualquer legislação cambial pre-cisa de abordar também os amplos subsídios que estimulam as empre-sas chinesas a construírem uma capacidade produtiva exagerada, “que invade o nosso mercado”.

Num discurso no mesmo even-to, Gene Sperling, assessor econó-mico da Casa Branca, não tratou directamente da política cambial chinesa, mas disse que “não há dúvidas” de que se perderam mi-lhões de empregos industriais nos EUA nas últimas décadas devido às importações de produtos chineses.

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8 nacional quinta-feira 29.3.2012www.hojemacau.com.mo

UM tribunal de Hong Kong revogou ontem uma decisão histórica sobre um pedido de

residência permanente de uma filipina, que abria a porta a que mi-lhares de empregadas domésticas estrangeiras pedissem o mesmo estatuto.

“Compete à autoridade de Governo decidir se a extensão do estatuto de residente permanente deve ser concedida a estrangeiros”, escreveu o juiz Andrew Cheung na sentença de 66 páginas, aceitando o recurso do governo contra a decisão judicial anterior.

A 30 de Setembro, um outro tribunal determinou que a empre-gada doméstica de origem filipina Evangeline Banao Vallejos tinha o direito de requerer o estatuto de re-sidente permanente, algo negado às empregadas estrangeiras até então.

O governo de Hong Kong contestou a decisão, invocando que as autoridades tinham poder para decidir quem era elegível

Pequim aumenta multas sobre tabacoOs fumadores que violarem a proibição de fumar em Pequim serão punidos com multas até cerca de MOP 250, segundo o projecto anti-tabaco que está a ser submetido a consulta pública e deverá estar concluído no fim de Abril. O projecto define multas entre cerca de MOP 60 e 250 por fumar em locais públicos como restaurantes, museus e hospitais, onde o fumo é proibido desde 2008. A multa actual é de MOP 12. O regulamento também exige que os distribuidores de tabaco suspendam temporariamente suas vendas no Dia Mundial Sem Tabaco, a 31 de Maio de cada ano. A China tem 300 milhões de fumadores.

O governo chinês planeia des-tinar mais de MOP 15 mil

milhões do orçamento central à Fundação Nacional de Ciência Natural (FNCN) do país, de acor-do com o director da organização.

“Tentando fomentar tanto a investigação básica como a de vanguarda, a fundação fará mais esforços para impulsionar a inovação e promover talentos na área das ciências, a fim de desempenhar um papel impor-tante no apoio e na orientação do desenvolvimento social e econó-mico do país”, disse o director da FNCN, Chen Yiyu, numa reunião realizada nesta terça-feira.

A FNCN puniu 24 pessoas por comportamentos impróprios no sector das ciências no ano passado, como parte dos esforços da organização para fortalecer a sua credibilidade.

O jovem tibetano que se imolou pelo fogo na segunda-feira em

Nova Deli, em protesto contra a visita à Índia do presidente chinês, Hu Jintao, morreu ontem de manhã no hospital, informou um activista. Jamyang Yeshi, de 26 anos, estava hospitalizado com queimaduras em 90% do corpo.

A China tinha acusado esta terça-feira o dalai lama de estar por trás da imolação pelo fogo do jovem tibetano. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estran-geiros, Hong Lei, não apresentou qualquer prova ligando o líder espiritual tibetano ao exilado que correu em chamas numa manifestação na capital da Índia.

Hong Lei disse que o dalai lama e os seus apoiantes têm instigado a independência do Tibete e criado “agitação” e que isso mostra que planearam a imolação de segunda--feira. “Estes actos que visam con-seguir a independência do Tibete e o separatismo através da morte de pessoas nunca serão bem sucedidos e serão condenados severamente pela comunidade internacional.”

Cerca de 30 protestos do mesmo tipo ocorreram no último

Governo reforça investimentona área científica

Mais investigação e credibilidade

Uma investigação feita pela Associação Chinesa de Ciência e Tecnologia em 2009 desenca-deou uma onda de preocupações sobre fraudes académicas no país. O relatório da associação mostrava que quase metade dos profissionais em institutos de pesquisa, universidades, instituições médicas e hospitais consideravam “comum” a fraude académica.

Num caso famoso ocorrido no ano passado, o Ministério da Ciência e Tecnologia anulou o Prémio Estatal de Progresso Científico e Tecnológico, a mais alta distinção académica do país, dado a Li Liansheng, então professor da Universida-de Jiaotong de Xi’an, depois de descobrir que o seu projecto premiado era um plágio de outros trabalhos.

Jovem tibetano que se imoloupelo fogo morreu ontem

China acusadalai lama

Tribunal de Hong Kong revogadecisão sobre residência permanente

Revés para 290mil empregadas

ano na China em zonas onde está concentrada a etnia tibetana. O auto declarado governo tibetano no exílio rejeitou as acusações do governo chinês e divulgou declarações desencorajando a imolação pelo fogo.

NEGAÇÃO“No interesse a longo prazo da causa tibetana, exortamos os tibetanos a concentrarem-se na educação secular e monástica para se conseguirem os recursos humanos necessários e a capa-cidade para fortalecer e apoiar o nosso movimento”, disse o grupo numa declaração divulga-da na Internet. “Mais uma vez, lembramos aos tibetanos para se absterem de acções drásticas.”

para obter o estatuto de residente, rejeitando os argumentos que as restrições sobre as empregadas domésticas eram inconstitucionais e discriminatórias.

Um painel de três juízes do Tribunal de Recurso aceitou agora o argumento por unanimidade, invocando que a primeira decisão judicial não pode substituir a au-toridade do governo para decidir quem pode ter o estatuto de resi-dente na cidade e quem não pode.

PRINCÍPIO FUNDAMENTALA decisão constitui um revés para dezenas de milhares de empre-gadas domésticas estrangeiras que poderiam ser consideradas elegíveis para o estatuto de resi-dente se o caso Vallejos terminasse favoravelmente para a empregada.

“É um princípio fundamental no direito internacional que um estado soberano tem o poder de admitir, excluir e expulsar os estrangeiros”, escreveu o juiz Cheung.

O juiz considerou que “a es-

tada das empregadas domésticas estrangeiras em Hong Kong cum-pre um propósito muito especial e limitado, que é o de executarem um trabalho que não pode ser pre-enchido por trabalhadores locais”.

Os advogados de Evangeline Banao Vallejos não estavam pre-sentes na leitura da sentença, mas já indicaram que irão levar o caso ao mais alto tribunal de Hong Kong, o Tribunal de Última Instância, se necessário.

A MAIORIADe acordo com a Lei Básica de Hong Kong, qualquer estrangeiro a “residir regularmente” e durante sete anos consecutivos em Hong Kong pode pedir o estatuto de residente permanente.

As leis de imigração excluem, no entanto, as 292.000 empre-gadas domésticas estrangeiras, argumentando que não podem ser reconhecidas como “residentes regulares”, disposição contestada pelos advogados de Vallejos.

Evangeline Banao Vallejos co-meçou a trabalhar em Hong Kong em 1986, tendo interposto uma acção em tribunal depois de o seu pedido de residente permanente ter sido rejeitado.

Em Hong Kong, tal como em Macau, a maioria das empregadas domésticas é oriunda das Filipinas e da Indonésia.

Na antiga colónia britânica, com uma população de 7,1 mi-lhões de habitantes, trabalham 120.000 naturais das Filipinas num universo de 290.000 empregadas estrangeiras.

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9regiãoquinta-feira 29.3.2012 www.hojemacau.com.mo

A ministra da Justiça de Timor-Leste, Lúcia Lo-bato, garantiu ontem que no dia 23 de Maio estará

no Tribunal Distrital de Díli para ser julgada por alegados crimes de corrupção, abuso de poder e falsificação de documentos.

“Agradeço aos deputados por votarem e suspenderem as minhas funções para ir a tribunal”, disse Lúcia Lobato, numa conferência de imprensa em Díli, salientando, contudo, não perceber a razão pela qual estará suspensa do cargo por dois meses. “No dia 23 de Maio es-tarei no tribunal para julgamento.”

No passado dia 20, o Parlamen-to timorense aprovou a suspensão da ministra, pedida pelo Tribunal Distrital de Díli para dar início ao julgamento, que esteve inicial-mente marcado para 14 de Março.

No entanto, a falta de quórum no parlamento para a aprovação da suspensão da ministra obrigou o tribunal a adiar o julgamento para dia 23 de Maio. “A suspensão é para prosseguimento dos autos no tribunal. Portanto, qual é a razão de me suspenderem de imediato a 20 de Março, apesar do julgamento estar marcado para daqui a dois meses?”

POLITIZAÇÃOEm comunicado distribuído no final da conferência de imprensa, a ministra da Justiça “repudia” o que considera ser a “politização do processo judicial em que é arguida” e lamenta o “aproveitamento polí-tico que tem vindo a ser feito pelos mais variados sectores da sociedade timorense”. “Note-se que não é por casualidade que o culminar desta situação acontece muito próximo do período eleitoral e na sequência de uma vitória política do Governo, com a aprovação no Parlamento do Pacote de Lei de Terras.”

O Pacote de Lei de Terras foi recentemente vetado pelo Presi-dente da República, Ramos Horta, que o devolveu ao parlamento para reapreciação.

Questionada sobre esta devolu-ção, a ministra disse que recebeu através do parlamento nacional uma cópia do documento. “Estou a preparar-me para ir ao parlamento, que irá agendar novamente a lei para finalmente ser votada. Não se sabe se vamos conseguir os 33 votos, mas o parlamento vai ter de discutir a lei para confirmar ou não o diploma e enviá-lo novamente ao Presidente da República.”

TEOR DA ACUSAÇÃOSobre se é possível a sua presença no parlamento, estando com as

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, terminou

ontem a sua deslocação a Seul com um encontro com o presidente sul--coreano, Lee Myung-bak, durante o qual acordaram promover a co-operação económica e comercial entre os dois países.

Rajoy salientou durante o en-contro que a defesa da economia e das empresas são uma prioridade da política externa espanhola e acordou com o presidente sul-co-reano a promoção da cooperação económica e comercial bilateral, de acordo com fontes do Executivo

espanhol citadas pela agência Efe.Segundo as mesmas fontes, a

reunião esteve centrada na análise da situação económica internacio-nal e na educação.

Rajoy explicou a Lee as re-formas que o seu Governo está a desenvolver e elogiou o “exigen-te” sistema educativo da Coreia do Sul.

Durante o encontro, o presiden-te sul-coreano convidou o rei Juan Carlos a visitar a Coreia do Sul no próximo ano e Rajoy convidou Lee a visitar Espanha, de acordo com as fontes citadas pela Efe.

A cimeira sobre segurança nu-clear de Seul pediu ontem uma

acção vigorosa à escala nacional e internacional para anular a grave ameaça do terrorismo nuclear, de acordo com o comunicado final.

«O terrorismo nuclear con-tinua a ser uma das maiores ameaças para a segurança in-ternacional», declararam os 53 países participantes nesta cimeira bianual, que começou na segunda--feira em Seul, com a presença do presidente norte-americano, Barack Obama. «Resolver esta ameaça necessita medidas vigo-rosas à escala de cada país e uma cooperação internacional dado o seu potencial em termos de con-sequências políticas, económicas, sociais e psicológicas.»

O comunicado final omitiu a necessidade de «etapas concretas» para um mundo sem armas nucle-

Ministra da Justiça de Timor-Leste garante que irá responder a acusações em tribunal

Corrupção e abuso de poderfunções suspensas, a ministra da Justiça disse que são os “deputados que devem resolver essa questão”. “Eu quero ir ao parlamento porque fui eu que preparei este projecto (...) É uma questão política e acho que devo de ir ao parlamento. Ago-ra cabe aos deputados definirem essa questão.”

Segundo o despacho do Tribu-nal Distrital de Díli, a que a Lusa teve acesso, a acusação pública

é deduzida contra Lúcia Lobato e contra um homem identificado como António de Araújo Freitas.

O despacho refere também que os arguidos são “acusados do crime de corrupção, abuso de poder e de falsificação de documento”, nomeadamente por favorecimento em concursos públicos para a construção de conservatórias de registo civil em vários distritos.

Coreia do Sul e Espanha promovem cooperação económica e comercial

A nova dupla

Terminou em Seul a II Cimeira de Segurança Nuclear

Todos contra terrorismoares, uma frase que figurava no projecto de comunicado, datado de 21 de Março, de acordo com a agência noticiosa francesa AFP.

Os dirigentes contentaram--se em «reafirmar os objectivos partilhados relativamente ao desarmamento nuclear, de não proliferação nuclear e utilização pacífica da energia nuclear».

VIGIAR MATERIAISOs representantes dos 53 países insistiram «na responsabilidade dos Estados, de acordo com as obrigações nacionais e interna-cionais, de manter a segurança de todo o material nuclear», para que possam impedir a aquisição destes materiais para fins criminosos.

O «material nuclear» inclui o material usado nas armas e centrais nucleares sob controlo dos estados.

Os participantes «reafirmaram que estas medidas para reforço da segurança nuclear não serão um entrave ao direito dos estados de desenvolver e utilizar a energia nuclear com fins pacíficos».

Os dirigentes sublinharam também a necessidade de vigiar a segurança dos stocks de urânio al-tamente enriquecido e de plutónio, duas substâncias que permitem o fabrico de armas nucleares.

REUNIÃO NA HOLANDAO comunicado encoraja os Esta-dos que possam fazer o anúncio voluntariamente, até 2013, a ac-ções específicas para minimizar a utilização de urânio e plutónio, através da conversão de reactores que funcionavam com aqueles ele-mentos para reactores com urânio empobrecido - que não entra na composição de armas nucleares.

Além dos 53 países, a cimeira de Seul contou com a participação de quatro organizações internacio-nais: Interpol, Agência Internacio-nal para a Energia Atómica, União Europeia e Nações Unidas.

A próxima reunião deste tipo, a terceira depois da de Washington em 2010 e da de Seul, decorrerá em 2014 na Holanda.

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10 quinta-feira 29.3.2012www.hojemacau.com.mohistória

A Grande Muralha da China comemora este ano um quarto de século como Patri-

mónio Mundial da UNESCO.Inscrita em 1987, a muralha,

que tem uma extensão de quase nove mil quilómetros, é uma impressionante estrutura de arquitetura militar de defesa construída durante a China Imperial.

A construção, erguida ao longo de várias dinastias e dois milénios - começou no ano 221 a.C com termino no século XV, durante a Dinastia Ming -, con-siste constitui um símbolo da China e uma procurada atração turística. As suas diferentes partes distribuem-se entre: o Mar Amarelo (litoral Nordeste da China), o deserto de Góbi e, a Mongólia (a Noroeste).

Apesar da magnitude da obra, esta não impediu as in-

cursões de mongóis, xiambeis e outros povos que ameaçaram o império chinês ao longo de sua história. Por volta do século XVI perdeu a sua função estra-tégica, vindo a ser abandonada a partir de 1664, com a expansão chinesa na direcção norte na dinastia Qing.

No século XX, na década de 80, Deng Xiaoping priorizou a Grande Muralha como símbolo da China, estimulando uma grande campanha de restaura-ção de diversos trechos que, entretanto, foi questionada. A requalificação do monumento para o turismo sem normas para o seu adequado usufruto, aliado à falta de critérios técnicos para a restauração de alguns trechos gerou várias críticas por parte de preservacionistas, que esti-mam que cerca de dois terços do total do monumento estejam em ruínas.

Por não se tratar de uma es-trutura única, as características da Grande Muralha variam de acordo com a região em que os diferentes troços se inscre-vem. Devido a diferenças de materiais, condições de relevo, projectos e técnicas de constru-ção, e mesmo da situação militar vivida por cada dinastia, os trechos da muralha apresentam variações.

Em 1986, a China inscreveu na Lista do Património Mundial da UNESCO, entre vários mo-numentos, a Muralha da China, nomeação aprovada pelo Comi-té do Património Mundial em 1987. A Muralha da China após concurso informal internacional em 2007, foi considerada uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo. Segundo anunciaram cientistas chineses em Abril de 2009, o comprimento total da muralha é de 8.850 km.

Muralha da China comemora 25 anos de Património Mundial da UNESCO

Quilómetros de história

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11quinta-feira 29.3.2012 www.hojemacau.com.mo história

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quinta-feira 29.3.2012www.hojemacau.com.mo12 vida

Sabia que...

AINDA não dá para dizer se era um sertanejo de origem chinesa ou um chinês com vocação

para sertanejo, diz a versão online do Folha de São Paulo. De qualquer modo, sabe-se que um réptil voa-dor recém-descoberto no Extremo Oriente é parente próximo dos que habitavam o interior do Nordeste do Brasil na era dos dinossauros.

O protagonista da história é o pterossauro guidraco venator, cujo esqueleto fossilizado (e até as fezes) foram encontrados na região de Liaoning, noroeste da China. Entre os “pais” científicos da criatura estão Xiaolin Wang, da Academia Chinesa de Ciências, e o brasileiro Alexander Kellner, do Museu Nacional da UFRJ (Univer-sidade Federal do Rio de Janeiro).

... o frigorífico é, entre todos os electrodomésticos

o que consome mais energia: 2000 kWh por ano? Mas este número pode variar em 50%

consoante o modo como é utilizado.

AS pessoas com diabetes tipo 2, com peso acima

do normal e obesas, podem ver uma solução mais eficaz para a doença com dois ti-pos de cirurgias ao sistema digestivo. Esta conclusão foi publicada num estudo, esta segunda-feira, na revista norte-americana The New England Journal of Medicine.

O trabalho, conduzido na Clínica de Cleveland, mostrou que, ao fim de um ano, os pacientes que fizeram as ci-rurgias tinham três vezes mais probabilidades de controlar a diabetes do que o grupo que foi tratado com medicamen-tos. “Em apenas dias ou horas depois da cirurgia – antes de haver diferenças de peso mensuráveis –, vimos mu-danças drásticas”, disse Philip Schauer, director do Instituto Bariátrico e Metabólico da Clínica de Cleveland, que liderou os ensaios clínicos. “A maioria dos pacientes [que fez a cirurgia] deixou o hospital com níveis normais de açú-car no sangue. No entanto, isto não foi tão eficiente nas pessoas que tiveram diabetes durante muitos anos.”

A diabetes de tipo 2 está associada a uma má alimen-tação. Os doentes deixam de conseguir metabolizar o açúcar no sangue, o que pode provocar vários problemas, como ataques cardíacos. É diferente da diabetes do tipo 1, que tem causas congénitas e acontece em crianças ou jovens.

O estudo integrou 150

Investigadores chineses e brasileiros descobrem pterossauros

Réptil voador tinha residência chinesa

Bypass gástrico controla mais eficazmente

Cirurgias são solução para diabéticos tipo 2

O paleontólogo brasileiro, um dos principais especialistas em pte-rossauros do mundo, já descreveu outras espécies em parceria com colegas chineses. A descoberta “é um exemplo da falta de conheci-mento que ainda temos sobre esses animais”.

FISIONOMIAMedindo cerca de três metros de uma ponta à outra das asas (mais ou menos o mesmo que uma grande águia), o guidraco venator tinha dentes pontiagudos que escapavam para fora da boca mesmo quando ele a fechava.

E, a julgar pelas fezes petrifica-das que os cientistas acharam perto do esqueleto, era um apreciador de peixe (dieta bastante comum entre pterossauros).

Outros grupos de répteis ala-dos encontrados na China tam-bém estão presentes na chapada do Araripe (Ceará, Pernambuco e Piauí), a meca brasileira dos pterossauros, mas esses bichos são relativamente cosmopolitas, sendo achados também em África, por exemplo.

No entanto, o guidraco venator é quase uma espécie-irmã de um bicho que só aparece no Araripe, o ludodactylus. A idade dos animais também é semelhante - em torno de 120 milhões de anos, embora as datações no Brasil sejam menos precisas, diz Kellner.

Uma das possibilidades, afirma o paleontólogo, é que os vários tipos de pterossauros tenham sur-gido na China, onde a diversidade é maior, e voado rumo ao Brasil.

pacientes, três quartos dos quais eram mulheres, com um índice de massa cor-poral (IMC) entre 27 e 43. Indivíduos cujo resultado esteja acima de 25 têm um peso acima do normal e se o resultado for acima dos 30 são considerados obesos.

NÚMEROS ELUCIDATIVOSOs 150 pacientes foram divi-didos em três grupos, um fez um bypass gástrico, em que parte do sistema digestivo foi redireccionado unindo-o a uma região mais avançada do intestino delgado, de modo a reduzir o comprimento do tubo digestivo e a quanti-dade de nutrientes absorvi-dos pelo organismo. Outro grupo fez uma operação ao estômago, reduzindo-o para um quarto do tamanho original. O terceiro grupo fez o tratamento químico mais avançado para a diabetes que não utiliza insulina.

O objectivo do estudo era

reduzir os níveis de açúcar no sangue abaixo de um certo valor. Para verificar isso, os investigadores utili-zaram um teste que mede a quantidade de açúcar ligado aos glóbulos vermelhos, o que permite saber o nível de açúcar no organismo nos últimos dois a três meses.

Segundo a investigação, 42% dos pacientes que fizeram o bypass gástrico conseguiram atingir os níveis saudáveis, enquanto nos que fizeram a cirurgia ao estômago só 37% atingiram esses valores. Apenas 12% daqueles que tomaram os medicamentos tiveram re-sultados semelhantes.

“Este estudo mostra, nos grupos de pacientes que não conseguem controlar a diabetes, que a cirurgia é mais eficiente do que os me-dicamentos”, disse Schauer. “Mais médicos que tratam a diabetes vão pensar na cirur-gia para os seus pacientes.”

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quinta-feira 29.3.2012 www.hojemacau.com.mo 13vida

*NOTA DA REDACÇÃOA partir do mês de Abril, o Hoje Macau vai substituir a rubrica “Click Ecológico” por outra, intitulada “Macau sã assado”. O desafio serve para mostrar diversos aspectos do quotidiano caricato do território. Os nossos leitores ficam assim convidados a enviar fotos para o e-mail [email protected], em assunto “Macau sã assado” e uma breve legenda. As fotos devem retratar os momentos mais engraçados e insólitos do dia-a-dia de Macau e deverão ser identificadas com o nome do seu autor.

FOI a primeira vez que se encontrou um gene directamente responsável pela vulnerabilidade a

infecções. Uma mutação no gene humano IFITM3 foi associada a uma maior vulnerabilidade a infec-ções virais, em particular à gripe, segundo estudo publicado na revis-ta Nature. A mutação mostrou-se mais frequente em doentes graves, hospitalizados devido à estirpe H1N1, durante a pandemia de 2009, do que na população normal.

“As doenças infecciosas são elas próprias genéticas”, disse Kenneth Baillie, da Universidade de Edimburgo, um dos autores que assinou o artigo, citado pela BBC News. “Esta foi a primeira observação de um gene que leva à susceptibilidade da gripe. Pen-samos num vírus como algo que nos infecta ou não. Mas, de facto, sabemos que a probabilidade de se contrair uma doença infecciosa é

A tripulação da ISS (Esta-ção Espacial Internacio-

nal) teve de se refugiar em cápsulas de fuga de emergên-cia temendo uma colisão com um pedaço de lixo espacial. O pedaço descartado de um foguete russo foi detectado sexta-feira passada, quando já era tarde demais para mover a ISS.

A NASA (agência es-pacial americana) afirmou que o objecto não chegou a aproximar-se tanto da esta-ção a ponto de constituir uma ameaça, mas acrescentou que era preciso tomar medidas de precaução.

Com frequência, a ISS enfrenta o risco de ser atin-gida por lixo especial. Em Junho, um detrito chegou a 335 metros da plataforma espacial. Segundo a agência espacial russa, o pedaço de foguete no último sábado passou a uma distância bem menor, a 23 quilómetros.

REFÚGIO DE EMERGÊNCIAA tripulação hoje é composta pelos russos Oleg Kono-

Gripe é mais perigosa em doentes com alteração do gene IFITM3

Mutação genética propicia infecções

Estação Espacial Internacional teme colisão com detritos

Lixo espacial “ataca” tripulaçãopacial acredita que possam existir milhões de objectos rondando o espaço, como consequência de décadas de programas espaciais.

CHINA DESTRUIU SATÉLITEOs detritos variam de ta-manho, podendo ser desde pequenos objectos com menos de um centímetro de comprimento até grandes pedaços de foguetes, satéli-tes fora de serviço ou tanques de combustível descartados.

Todos estes detritos que constituem o lixo espa-cial viajam a velocidades de vários quilómetros por segundo e, numa eventual colisão, podem provocar sérios danos à plataforma espacial ou a satélites.

Um dos eventos que provocou a maior criação de detritos deu-se em 2007, quando a China usou um míssil para destruir um de seus próprios satélites. A explosão criou mais de 3.000 detritos, que puderam ser rastreados, e outras 150 mil partículas.

nenko, Antonb Shkaplerov e Anatoli Ivanishin; os ameri-canos Donald Pettit e Daniel Burbank, e o holandês André Kuipers, da Esa (Agência Espacial Europeia).

A equipa recebeu ordens de se refugiar em duas cápsu-las Soyuz na eventualidade de a estação ser atingida, mas um porta-voz da NASA informou que eles receberam o sinal verde para regressar à estação na madrugada do sábado.

O ‘’exercício de abrigo’’, segundo o porta-voz, foi rea-lizado ‘’com extremo zelo e de forma muito cuidadosa’’. Ele acrescentou que tudo ocorreu ‘’como manda o figurino e o pequeno detrito passou pela ISS sem que houvesse incidentes’’.

A NASA está actual-mente a investigar cerca de 22 mil objectos na órbita terrestre, mas a agência es-

passada nas famílias de uma forma mais forte do que o cancro ou as doenças cardíacas.”

PROTEÍNA PERDE FUNÇÃOA equipa começou por estudar o efeito deste gene em ratinhos. Estes

agentes patogénicos dependem da maquinaria celular para se replicar: entram na célula, inserem o seu ADN no meio dos cromossomas humanos e põem a maquinaria celular a produzir material gené-tico e proteínas que se agregam,

formando novos vírus. Depois, os agentes saltam fora da célula destruída, prontos para repetir a táctica e continuarem a infecção.

No caso da gripe, o IFITM3 começa a ser expresso no tecido dos pulmões quando o sistema imunitário dá sinais da existência do vírus.

Nos ratinhos mutantes que tinham este gene disfuncional, uma simples gripe era muito mais letal. Em comparação com rati-nhos normais, o vírus penetrava mais no tecido dos pulmões, tinha uma replicação dez vezes maior e causava pneumonia como nas situações mais severas de gripe. Os ratinhos emagreciam muito e ficavam à beira da morte.

VULNERABILIDADESNo caso da pandemia H1N1, 53 doentes estudados foram para o hospital, no Reino Unido, com situações graves de gripe. Este

grupo tinha uma frequência 17 vezes maior de uma mutação não funcional do gene IFITM3 do que a população caucasiana europeia.

Os investigadores acreditam que a versão alterada do gene poderá causar uma proteína mais pequena ou diminuir a abundância da molécula. Uma das primeiras barreiras contra este vírus fica comprometida.

Apesar de a mutação só aparecer numa parcela pequena dos doentes graves infectados pelo vírus H1N1, não explicando todas as situações, Abraham Brass, cientista da Uni-versidade de Havard que liderou a investigação, diz que estes re-sultados sugerem que “indivíduos e populações com uma actividade menor do gene IFITM3 podem cor-rer um risco acrescido durante uma pandemia, e que o IFITM3 pode ser vital para defender as populações humanas contra outros vírus como a gripe aviária”.

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14 desporto quinta-feira 29.3.2012www.hojemacau.com.mo

André Couto quis levar sorrisos às crianças de Macau. Hospital não deixou

São Januário negou visita

Andreia Sofia [email protected]

QUE expectativas coloca em mais um campeo-nato?Estou no Japão há muitos anos, já sei o que

é preciso fazer para correr tudo bem. O campeonato deste ano é bastante competitivo. Vou correr com um Lexus, que conheço bem. Sempre fui piloto na Toyota.

Portanto já não há grandes no-vidades.Não. Mas é a primeira vez que estou a usar uns pneus diferentes. Vou correr com uns da Yokohama, numa equipa oficial. Até agora, nos testes de Inverno, as coisas têm cor-rido bem, inclusivamente à chuva.

Afirmou que ia tentar arranjar um patrocinador mais forte para levar para o Japão. Conseguiu? Ainda não.

Então como funciona em termos de apoios?Está um pouco complicado. Espero apoio do Governo de Macau, mas têm umas regras que não funcionam muito bem. Não é difícil ver quem são os pilotos de Macau, com algum talento e que conseguem correr em corridas decentes, e não em campeo-natos que não interessam a ninguém. Há alguns pilotos de Macau que mereciam ter mais apoios.

E não é assim porquê?O que acontece é que metem todo o tipo de pilotos num saco, ama-dores ou não, nomeadamente os que correm duas vezes na China e fazem desporto automóvel para se divertirem. As pessoas responsáveis têm que ter mais conhecimento sobre corridas e não tomar decisões politicamente cor-rectas. Isso não vai desenvolver o desporto, vê-se que não há novas gerações. E mesmo as que estão no pico da carreira, de repente tiram--lhes o tapete. Fazem as regras só mesmo para satisfazer todos os pilotos de Macau, quando devia existir uma diferença.

Ainda não sabemos quem é que está forte, porque nos testes de Inverno as equipas escondem um pouco as armas. Nesta primeira corrida é que podemos ver a competitividade do carro e dos pneus.

Vai melhorar a marca conseguida o ano passado?É sempre um objectivo. No ano pas-sado tivemos um inicio de temporada um pouco difícil, mas acabámos na última corrida em terceiro, com um pódio. Queria fazer uma boa temporada e umas corridas onde o carro anda bem. Há circuitos que são melhores para uma marca do que para outras. Se o nosso carro for forte, se estiver com a temperatura ideal para os pneus funcionarem bem, nesse é que temos de capitalizar a 100%. Neste momento é mesmo ver

corrida a corrida para conseguirmos o máximo de pontos possível.

Vai correr ao lado de Seiji Ara. Como funciona a equipa?É um bom piloto, bastante conceitua-do no Japão, e nestes testes de Inverno tenho-me dado bem com ele. Fala inglês e já correu muitas vezes na Europa, entende melhor o europeu.

Os testes de inverno foram reali-zados no Japão?Uns na Malásia, em Saipang, porque também era importante testar no calor. O resto dos testes foram feitos no Japão. Já fizemos cerca de uns dez dias de testes.

Está bem preparado, portanto.Sim. As equipas conceituadas es-tiveram sempre a treinar, estamos

sempre iguais, não tenho vantagens em relação aos outros. Tenho é a lógi-ca de uma pessoa que testa bastante, que nunca perdeu a forma. A nível físico e a nível de corridas.

A preparação mental é mais im-portante?Os níveis de confiança têm de estar sempre lá em cima. Um carro de G3 não é fácil guiar e se ficar parado durante muito tempo perco o ritmo. Fiquei logo no pico de forma e não saí de lá. Este ano também tive sorte com a equipa da Yokohama, que está sempre a treinar, para ver a qualidade dos pneus. Estou mais vezes sentado no carro do que alguns pilotos, é uma vantagem. Só para dar uma ideia, quando terminou o último Grande Prémio (GP) de Macau, na semana seguinte já estava a treinar no Japão.

O piloto já está no Japão para mais um campeonato de Super GT, onde vai continuar a visitar hospitais pediátricos para levar um sorriso a quem está doente. Em Macau, acusa a direcção do Conde São Januário de recusar receber a sua iniciativa

ANTÓ

NIO

FALC

ÃO

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15desportoquinta-feira 29.3.2012 www.hojemacau.com.mo

Estão a tirar-lhe o tapete?Sim, claro. É esquisito no ano passado ter recebido menos do que outros pilotos. Alguns receberam mais do que um milhão, eu recebi simplesmente 300 e tal mil. E pilotos que correm na China, ao lado. Há qualquer coisa nos regulamentos que não está bem.

Referiu as competições feitas por divertimento. É o caso do GP de Macau, que se tornou a bandeira de uma cidade que quer ser o centro de turismo e lazer?A nível de competição o GP está muito bem. Tem um excelente nome e é muito conceituado internacional-mente. O que há a fazer é melhorar sempre na parte do divertimento e envolver mais as pessoas. No Japão e nos outros circuitos, e mesmo na Fórmula 1, há mais actividades du-rante aquele fim-de-semana. Uma pessoa vai ao GP de Singapura e não tem nada a ver, a cidade transforma--se mais. Quem está a participar em Macau, dentro do circuito, sente a mudança na cidade, mas poderia haver mais coisas. Concertos à noite, uma grande festa.

entrar, arranjava sempre maneira de furar até alguém me apanhar e pôr-me lá fora outra vez. Foi assim com esse contacto directo que ganhei o bichinho para correr.

Voltando ao GP, já tem planos para este ano?Planos não tenho. Sei é que vou tentar correr no GP de Macau. O WTCC é uma possibilidade, mas ainda não sei.

O campeonato de Super GT serve também para promover a sua campanha de angariação de dadores de medula óssea. Como está esse projecto?Já falámos com a organização do Super GT, que concordou e disse que ia apoiar. As marcas Toyota e

Nissan também estão envolvidas. Estamos a prever ter campanhas nos circuitos para chamar mais dadores. A Cruz Vermelha Japo-nesa leva lá um camião para fazer recolhas directamente no circuito. Há a campanha de distribuição de panfletos, porque o Super GT envolve muito o público, é um pouco diferente daqui. Também se fazem leilões, onde oferecemos um fato, capacete ou luvas, e esse dinheiro vai todo para centros de

medula óssea no Japão. Depois também vamos visitar os hospitais dos circuitos por onde passamos, como já fizemos nos anos anterio-res. Focalizamo-nos mesmo nos miúdos e ficam muito contentes. O super GT tem muito merchadising das corridas e levamos jogos e carros de várias escalas. Não nos custa nada e as marcas também já entenderam isso. Nessas visitas aos hospitais vamos sempre três pilotos, da Toyota, Nissan e Honda.

Cá em Macau, no ano passado, debati-me com uma situação es-tranhíssima, porque queria fazer uma visita e disseram-me que não.

Qual foi o hospital?Foi no Conde de São Januário. Queria visitar os dois hospitais. No Kiang Wu ficaram contentíssimos.

Que argumentos utilizaram para a recusa?Acho que foi preguicite aguda. Tive um filho lá e realmente quem faz isto não merece sequer estar à frente do mundo hospitalar. A minha intenção era ir com mais gente e dar brinquedos. Acho muito estranho. O Conde São Januário, que eu achava ser o melhor hospital de Macau, disse logo que não. No Kiang Wu correu muito bem e fizeram-nos uma grande recepção, até com o director do hospital.

Quantos hospitais é que já rece-beram a vossa campanha?Não tenho ideia. Individualmente também posso ir aqui ou ali. Gos-tava que o GP de Macau abraçasse uma causa qualquer, espalhar não custa nada. No ano passado já houve uma boa colaboração, onde dei uma ideia à organização: levar miúdos dos orfanatos ao GP, que não têm possibilidades de ver a prova. O objectivo foi levar os miúdos às boxes e a organização realmente ajudou-me. Conseguimos organi-zar, juntamente com o meu patro-cinador, o transporte e o contacto com os orfanatos, e levámos quase 100 miúdos.

Ainda não há um centro de medula óssea em Macau. É um projecto que faz falta?Sim. Macau poderia ser melhor em tudo. Há crise em Portugal e na Eu-ropa, mas aqui não há crise alguma e a cidade tem muitas falhas. Pior é difícil fazer. Há uma margem de progressão muito grande, não só no desporto.

Espero apoio do Governo de Macau, mas têm umas regras que não funcionam muito bem. Não é difícil ver quem são os pilotos de Macau, com algum talento e que conseguem correr em corridas decentes, e não em campeonatos que não interessam a ninguém. É esquisito no ano passado ter recebido menos do que outros pilotos. Alguns receberam mais do que um milhão, eu recebi simplesmente 300 e tal mil

Mais do que o grande ecrã, que este ano esteve na praça do Leal Senado.Muito mais do que isso. Trazer artis-tas mundialmente conhecidos, como fazem em Singapura. Se queremos novas gerações, podíamos pegar nos miúdos. Se não podem entrar, como é que se vão interessar? Pelo menos no Japão já chegaram à conclusão que têm de envolver as famílias. Mas em Macau não podem, é difícil arranjar acessos. Podiam obrigar os pilotos, naquele período de tempo livre, a pôr os miúdos em contacto directo com eles, é assim que se cativa.

Foi assim que começou a paixão pelo automobilismo?Foi. Mas eu quebrava o esquema. Naquela altura não me deixavam

A nível de competição o GP de Macau está muito bem. Tem um excelente nome e é muito conceituado internacionalmente. O que há a fazer é melhorar sempre na parte do divertimento e envolver mais as pessoas. Concertos à noite, uma grande festa

Correrpor uma causaO Hoje Macau contactou o hospital Conde São Januário para mais esclarecimentos, não tendo obtido, até ao fim da edição, qualquer informação. Recorde-se que o luso-macaense André Couto viu a sua vida transformar-se em Novembro de 2010, altura em que o seu filho Afonso, de sete anos, morreu vítima de leucemia linfoblástica aguda, no Hospital de São João, no Porto. O piloto iniciou na altura uma campanha internacional para encontrar um dador de medula compatível. O transplante realizou-se em Maio de 2010, mas o estado de saúde de Afonso deteriorou-se devido a uma infecção. Desde então, André Couto não parou de ajudar os mais pequenos.

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16 cultura quinta-feira 29.3.2012www.hojemacau.com.mo

O Centro Cultural de Macau (CCM) apresenta a cantora Ute Lemper a 7

de Junho no Grande Audi-tório, num concerto íntimo com recreações de preciosas canções francesas retiradas dos repertórios de imortais como Jacques Brel e Édith Piaf, obras-primas alemãs de Bertolt Brecht e Kurt Weill, bem como uma passagem pelo tango com a música de Ástor Piazzolla.

De acordo com a assessoria do CCM, “parecem não existir adjectivos suficientes para descrever esta aclamada actriz

e cantora alemã cujo percur-so artístico e prémios falam por si”. Ute, que já venceu o prémio Cross Over de Artista do Ano atribuído pela revista Billboard e o prémio Laurence Olivier pelo seu desempenho no musical Chicago, traz a Macau a sua capacidade artís-tica, que vai muito para além da interpretação de clássicos, uma vez que a “camaleónica” cantora, para além de cantar em cinco línguas, também compõe os seus próprios te-mas, como os que incluiu no álbum “But One Day”, lançado em 2003, para o qual também escreveu as letras.

2012 marca, assim, a sua muito aguardada estreia em Macau. Para além do concer-to, o CCM organiza um tertú-lia pós-espectáculo conduzida em cantonense pelo músico Humphrey Cheong tendo como tópicos o estilo vocal e o programa do concerto. Esta sessão de entrada livre tem lugar na Sala de Conferências do CCM, uma hora antes do início do espectáculo.

Os bilhetes, a vários preços e descontos estarão disponíveis nas bilheteiras do CCM e balcões da rede Kong Seng a partir do dia 1 de Abril de 2012.

O Instituto para os Assuntos Cívicos

e Municipais (IACM) organiza, para comemo-rar o dia 1 de Maio, um concerto dedicado ao amor. Para isso convidou o famoso cantor de rock na Ásia, Wu Bai, e o cantor e autor tradicional, Chen Sheng, que, com estilos diferentes, se reúnem num espectáculo intenso e sensível.

O concerto dará a co-nhecer criações originais sendo que a maior parte das melodias e letras das canções de Wu Bai e Chen Sheng são da sua autoria. “São também uma boa demonstração do espírito criativo pelo que são um bom incentivo à criação de música pop em Ma-cau”, referiu o IACM em comunicado.

Wu Bai é cantor e, ao mesmo tempo, autor de música rock muito célebre por terras por onde se fala chinês, tendo as suas obras obtido inúmeros prémios. Editou 22 discos a solo e vendeu, na Ásia, cerca de dez milhões de dis-cos. O concerto mundial itinerante que organizou em 2007, percorreu 11 cidades da Ásia e Amé-rica, o que fez com que a sua alcunha – King of Live - ficasse conhecida mundialmente.

Rara será a comu-nidade chinesa que não conhece as canções tradi-cionais de amor, cantadas por Chen Sheng. Ganhou os prémios Chinese Music Media Awards, Best Song Written for a Movie - Gol-den Horse Awards, Best Composer - Golden Me-

lody Awards, etc. Além disso, foi ainda escolhido para figurar entre os “Dez Homens mais atraentes do Ano” por Lianhe Wanbao e TVBS e foi eleito o “Representante da Música POP - Figura Cultural do Ano”, pela publicação The journalist.

O concerto terá lugar, no dia 1 de Maio, às 15:00 horas, no Pavilhão I do Fórum de Macau. Não há marcação de lugares e os bilhetes serão vendidos por ordem de chegada. O primeiro dia de venda dos bilhetes ocorrerá no dia 1 de Abril, pelas 10:00 horas, nos locais de venda e na página electrónica da rede Kong Seng; o preço do bi-lhete é de MOP250. Quem possuir o BIR permanente pode adquirir o bilhete ao preço de MOP50.

A candidatura do Cante Alen-tejano a Património Imaterial

da Humanidade manifestou ontem publicamente, em Lisboa, a sua “indignação” pela não entrega do processo à UNESCO, em Paris, que deveria acontecer na próxima sexta-feira.

O actor Nicolau Breyner, natural de Serpa, foi o rosto da candidatura, que na casa do Alen-tejo leu um comunicado em que se afirma que “adiar a entrega de um excelente e bem fundamentado documento é exigir aos portugue-ses que continuem a desbaratar dinheiros públicos durante não se sabe quanto tempo”.

A comissão executiva da can-didatura afirmou ontem claramente que não concorda “nem com a opinião do embaixador António Almeida Ribeiro [presidente da Co-missão Nacional da UNESCO] nem com as razões por ele invocadas”.

Ute Lemper em Junho para concerto no CCM

O cabaret íntimo

Wu Bai e Chen Sheng actuam em Macau

Canções de amor no Dia do Trabalhador

Candidatura do Cante Alentejano não foi entregue à UNESCO

Indignados também na culturae pelo presidente da Comissão Nacional da UNESCO.

Esta reunião entre os repre-sentantes da candidatura e os responsáveis políticos foi decidida durante a manhã de ontem.

O antropólogo Paulo Lima, membro da comissão científica da candidatura, disse à Lusa: “Não entendo as razões apresentadas para a não entrega do dossier, quer do ponto de vista científico, quer até da mobilização dos diferentes grupos de Cante Alentejano”.

Questionado pela Lusa sobre se existiam algumas diferenças entre esta candidatura e a do fado, que saiu vitoriosa no ano passado, o antropólogo disse que a do Cante demonstrou até maior eficácia na medida em que havia “um século de investigações a menos”. Paulo Lima acrescentou: “este `Não` tem claramente outros interesses por detrás”.

Fonte da Comissão Executiva da candidatura tinha dito anterior-mente à Lusa que a Comissão Na-cional da UNESCO, a quem cabe apresentar a candidatura na sede da organização, em Paris, optou por não avançar com a apresentação da candidatura sexta-feira, seguindo os pareceres de dois dos nove elementos da Comissão Científica.

De acordo com uma mensagem que o presidente da Comissão Nacional da UNESCO, António Almeida Ribeiro, enviou por correio electrónico ao presidente da Comissão Executiva da can-didatura, os pareceres dos dois membros da Comissão Científica

referem “claramente” e “sem quaisquer margens para dúvidas” que “não estão reunidas as condi-ções mínimas para apresentação da candidatura” na sexta-feira e recomendam “o seu definitivo adiamento para 2013”.

ALENTEJANOS UNIDOSDa Casa do Alentejo, os repre-sentantes da candidatura e 500 elementos de diferentes ranchos e grupos corais do Alentejo e da Área Metropolitana de Lisboa deslocam-se para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde deverão ser recebidos pelo chefe de gabinete do ministro Paulo Portas

Page 17: Hoje Macau 29 MAR 2012 #2582

17futilidadesquinta-feira 29.3.2012 www.hojemacau.com.mo

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

SALA 1THE HUNGER GAMES [C]Um filme de: Gary RossCom: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson14.15, 16.45, 19.15, 21.45

[Tele]visão

Aqui há gato

Su doku [ ] Cruzadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Qualquer coisa a que se dirija o tiro. 2-Tomba. Dê traços, risque. 3-Ninho (Prov.). Planta lamiácea. Para este lugar. 4-Amargura, tristeza (Fig.). Umas (Arc.). 5-Bandolim. 6-Bastante, suficientemente. Já utilizada. 7-Cada uma das quarto réguas horizontais do tear destinadas, duas a duas, a conservar entre si uma série de lissas. 8-Parte da data. Alago. 9-Bário (s.q.). Une, ajunta. Prover de aba. 10-Ciumenta. Desgasta. 11-Coçara, gastara pelo uso. Facto, circunstância.

VERTICAIS: 1-Doença da pele. Dar alabança (Ant.). 2-Pequeno poema da Idade Média. Estabelecimento fabril (Bras.). 3-Reparavam. Su-Sudoeste (abrev.). Conferir (abrev.). 4-Sacerdote budista (pl.). Dama de companhia. 5-Gazeante. 6-Constelação, o m. q. Orião. Sã e salva. 7-Cavadela. 8-Fedor (Bras.). Cidade japonesa. 9-Acusada. Uiva. Edifício em construção. 10-Tombada pelo próprio peso. Preposição e artigo (pl.). 11-Pestilência. Pundonor, generosidade.

HORIZONTAIS: 1-ALVO. OCARAM. 2-CAI. TRACE. I. 3-NIAL. IVA. CA. 4-E. MAGOA. UAS. 5-U. MANDOLIM. 6-ASSAZ. USADA. 7-LISSEIRA. A. 8-ANO. ALACO. B. 9-BA. ADE. ABAR. 10-A. CIOSA. ROI. 22-RAFARA. CASO.VERTICAIS: 1-ACNE. ALABAR. 2-LAI. USINA. A. 3-VIAM. SSO. CF. 4-O. LAMS. AIA. 5-T. GAZEADOR. 6-ORION. ILESA. 7-CAVADURA. A. 8-ACA. OSACA. C. 9-RE. ULA. OBRA. 10-A. CAIDA. AOS. 11-MIASMA. BRIO.

ESCREVEREMOS SEMPRE ALÉMDOS BASTÕES Poderia aqui escrever as linhas iniciais de uma história. O dia estaria a raiar e Patrícia de Melo Moreira pegava na sua máquina fotográfica para captar pedaços da realidade de uma greve geral. José Goulão fazia a mesma coisa. Poderiam ser histórias de dias a começar de forma diferente, mas quis os destinos que se cruzassem da pior forma. O bastão de um polícia é, por vezes, a coisa mais injusta do mundo, e naquele dia soalheiro a injustiça varreu a calçada do belo Chiado, em Lisboa. Se tirar fotografias de uma manifestação, em trabalho e com a devida identificação, origina tamanha violência, então já não sei o que mais resta da Democracia em Portugal. Mais do que as bastonadas, as explicações da policia e aquelas “politicamente correctas” dos políticos e restantes organismos doem sempre mais. Em Macau vivemos uma democracia peculiar, muitas vezes falsificada por demais artifícios, mas vivemo-la. Escrevesse o que se quer. Alguns silêncios que acontecem porque muitas vezes esquecem-se que o português (ainda) é oficial aqui. Mas a RAEM também já teve os seus casos peculiares de injustiça. De uma democracia distorcida. Recordo-me dos dois jornalistas de Hong Kong que não passaram da fronteira, dos colegas que foram apanhados na violência originada pela polícia num primeiro dia de Maio, ou de outro que foi impedido de fotografar um agente da autoridade.Senhores polícias, nunca tenham medo da liberdade de escrever e de retratar um pedaço de vida através das imagens. Tenham medo de quem atenta contra a vida pessoal de alguém, de quem mata ou viola, e usem aí o vosso bastão vezes sem conta. Não nos jornalistas. Porque eles escrevem sempre para além dos bastões.E a quem um dia escreveu num diário português que a liberdade de contar histórias aos outros estaria condicionada, tenho aqui a dizer que não é verdade. Mas que há histórias estranhas, há.

Pu Yi

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:30 RTPi DIRECTO18:20 Lost Sr.5 (Perdidos Sr.5)19:00 Montra do Lilau (Repetição)19:30 Amanhecer20:30 Telejornal21:00 TDM Talk Show21:30 Castle22:15 Passione23:00 TDM News23:35 Resumo Liga dos Campeões23:45 Herman 201200:40 Reportagem Sic01:15 Telejornal (Repetição)01:45 RTPi DIRECTO02:55 Liga Europa: Sporting - Metalist Kharkiv (Directo)05:00 RTPi DIRECTO

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Gostos e Sabores15:00 Poplusa16:00 Bom Dia Portugal17:00 O Elo Mais Fraco18:00 Vingança18:45 Moda Portugal 219:20 Os Compadres20:00 Jornal Da Tarde 21:20 O Preço Certo22:00 Com Ciência22:45 Portugal no Coração

ESPN 3013:00 America’s Cup Uncovered14:00 US Open 9-Ball C’ship 201116:30 Sec Women’s Gymnastics Championship18:00 2012 Winter X Games19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 2012 20:00 ABL 2012 Weekly H/L 20:30 Global Football 2011 21:00 Inside WTCC 21:30 Smash 2012 22:00 Sportscenter Asia 2012 22:30 ABL 2012 Weekly H/L 23:00 Global Football 2011

23:30 Mundialito De Clubes - Beach Soccer Corinthians vs. Vasco De Gama

STAR SPORTS 3113:00 The S-League Show13:30 Smash 2012 14:00 Max Power 2012/13 15:00 European Mixed Team Championship17:00 Sports Max 2011/12 17:55 Isle Of Man Tt 201118:55 FA Classics FA Cup 2010/11 Stevenage vs. Newcastle United19:55 (LIVE) Asian Olympic Qualifiers Oman vs. Uzbekistan22:00 Global Football 201122:30 Inside WTCC23:00 (Delay) Score Tonight 201223:30 Total Rugby

FOX MOVIES 4012:05 The Incredibles14:05 Sniper 215:40 Sniper 317:15 The Way Back19:30 Surf’s Up21:00 127 Hours22:35 Perfect Catch00:15 The Walking Dead

HBO 4112:00 Anger Management13:40 Green Lantern15:00 Luck16:15 Lottery Ticket18:00 Apollo 1320:25 Ice Twisters22:00 Boardwalk Empire00:00 Up In The Air

CINEMAX 4212:10 Blown Away14:10 Bird On A Wire16:00 The Werewolf17:30 Charade19:30 Starsky & Hutch 21:15 Xiii22:00 The Book Of Eli00:00 Painkiller Jane

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UMA FAZENDA EM ÁFRICA • João Pedro MarquesUma Fazenda em África acompanha a vida e as histórias dos primeiros colonos numa terra brutal, trazendo à superfície os sucessos e desaires, os perigos e as surpresas da sua fixação num território inóspito e selvagem. Baseado numa investigação histórica meticulosa e tendo como pano de fundo a colonização de Moçâmedes, este novo romance de João Pedro Marques leva-nos por uma África simultaneamente enternecedora e inclemente, carregada de exotismo e em cujos trilhos a aventura e o amor caminham de mãos dadas.

MANUAL DA GRAVIDEZ SEMANA A SEMANA • VáriosEnfrentar mudanças profundas e duradouras, por mais belas que elas sejam, pode ser assustador! Quaisquer que sejam as suas interrogações, medos ou ansiedades, não encontrará um guia mais útil do que este “Manual da Gravidez - semana a semana”. Escrito por uma equipa de especialistas, este livro inclui informações detalhadas sobre a evolução do seu bebé, conselhos sobre o parto e nascimento para além de inúmeras dicas úteis que a ajudarão a manter a boa forma física e o bem-estar emocional durante toda a sua gravidez.

SALA 2WRATH OF THE TITANS [3D] [C]Um filme de: Jonathan LiebesmanCom: Liam Neeson, Ralph Fiennes14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 3THE SECOND WOMAN [B](Falado em cantonense e mandarim legendado em chinês e inglês)Um filme de: Michael SucsyCom: Channing Tatum, Rachel McAdams14.30, 16.30, 19.30

A SIMPLE LIFE [A](Falado em cantonense legendado em chinês e inglês)Um filme de: Ann HuiCom: Andy Lau, Deannie Yip21.30

WRATHOF THE TITANS

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18 opinião quinta-feira 29.3.2012www.hojemacau.com.mo

cartoon OS PLANOS DE ANNANpor Steff

Dominique moïsi*in PÚBLICO

preciso lutar contra os ter-roristas e contra as causas do terrorismo com a mesma determinação”. Essa fórmula, inventada há dez anos, no res-caldo dos ataques terroristas

de 11 de Setembro de 2001, por líderes tão diversos como Javier Solana, então secre-tário-geral da NATO, e o então presidente dos EUA, George W. Bush, continua da mesma forma válida no rescaldo do recente massacre em França.

O Estado francês conseguiu identificar e “neutralizar” o terrorista em pouco tempo, apesar de persistirem duas questões cruciais: Ele deveria ter sido preso muito antes? Pode-ria ter sido capturado vivo? Agora, o Estado francês precisa de ir mais longe. O presidente francês, Nicolas Sarkozy estava certo ao chamar Mohammed Merah um “monstro”. Mas Merah foi onosso monstro. Ele nasceu, foi criado e foi distorcido em França, tal como os terroristas que atacaram o metro de Londres, em Julho de 2005, foram produtos da sociedade britânica.

É imperativo, não só para a França mas para o mundo inteiro, entender como é que um único e solitário homem foi capaz de ter um país inteiro como refém, durante quase uma semana. A única forma que Merah en-controu para dar sentido à sua vida parece ter sido assassinar soldados e crianças judias. Matar – e da maneira mais fria que se possa imaginar – era para existir.

Muitos franceses inicialmente, e no seu íntimo, esperavam que o que tinha acontecido em Toulouse fosse provar ser uma repetição dos ataques em Oslo, em 2011 – que o terrorista se revelasse ser o produto da extrema-direita. Merah alegou estar a agir em nome do funda-mentalismo islâmico; na realidade, ele era o produto de uma seita sangrenta e pervertida.

Mato, logo existo

É“Como pode um insignificante delinquente, uma criança perdida da nação francesa, cair nas mãos do ódio terrorista de qualquer tipo?

Os assassinatos no sudoeste de França reflectem três factores principais. Primeiro, há o campo de batalha do Médio Oriente, alargado de modo a incluir o Afeganistão e o Paquistão. Esses problemas não foram a causa directa dos ataques, mas também não eram um mero pretexto. Os problemas dessa região incivilizada agem como uma caixa-de--ressonância particularmente perigosa, para a juventude muçulmana alienada em França.

Segundo, a alienação é a realidade para muitos franceses muçulmanos, agrava-da por uma crise económica que resultou na elevada taxa de desemprego entre os jovens – e que atinge a juventude muçulmana de forma particularmente intensa, retardando a sua integração na República francesa.

Finalmente, um desvio de identidade em França pode atingir uma dimensão mais séria. É pura coincidência o facto de Merah, que era de ascendência argelina, ter optado agir no preciso momento em que a França e a Argélia estavam a comemorar os 50 anos da independência argelina?

Merah provavelmente não se sentiu nem francês nem argelino. Escolheu o que para ele seria uma identidade muçulmana. Mas foi uma versão perversa, extrema e sectária do islamismo. Questões pessoais – a ausência de um pai ou uma estrutura familiar coesa – provavelmente precipitaram o seu desvio de identidade. Ele estava à procura de um modelo que pudesse impor algumas regras na sua vida e não conseguiu descobri-lo até encontrar o terrorismo.

Confrontada com o horror das acções de Merah, a nação francesa tem demonstrado a sua união. Ao escolher como seus alvos soldados muçulmanos e cristãos, bem como crianças ju-dias, Merah reforçou a solidariedade de um país que queria dividir. Mas esta união é instável. A República francesa tem que recapturar seus territórios perdidos mais importantes: jovens alienados e frágeis de origem imigrante.

A tragédia favoreceu, inegavelmente, a campanha de Sarkozy para vencer o se-gundo mandato das eleições presidenciais em Abril. Ele estava no comando e agiu de forma decisiva e responsável. A agenda política, pelo menos a curto prazo, desviou--se para a segurança, onde Sarkozy tem uma vantagem estrutural comparado com o seu rival socialista, François Hollande. Mas, tal como o ex-primeiro-ministro britânico Harold Wilson disse a famosa frase: “Uma semana é muito tempo na política”.

Muita coisa pode mudar antes da primeira volta das eleições. O que preocupará mais os eleitores franceses quando votarem? Será que os receios económicos voltarão a prevalecer sobre a agenda de segurança? Ou será que os factores pessoais dominarão, com o reflexo de um “mais ninguém para além de Sarkozy”, de um lado, e uma falta de confiança no não carismático – e, possivelmente, não preparado – Hollande?Os ataques selvagens de Merah são um lembrete amargo de que o terrorismo ainda assombra muitas sociedades. A segurança deve ser reforçada, enquanto as suas causas precisam de ser abordadas. E descobriremos brevemente se este espasmo de terror foi apenas um trágico parêntese ou um ponto de viragem.

*Autor da obra The Geopolitics of Emotion

A alienação é a realidade para muitos franceses muçulmanos, agravada por uma crise económica que resultou na elevada taxa de desemprego entre os jovens – e que atinge a juventude muçulmana de forma particularmente intensa, retardando a sua integração na República francesa

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19opiniãoquinta-feira 29.3.2012 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Nuno G. Pereira; Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Carlos Picassinos; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia; Peng Zhonglian; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

da estre laCarlos M. Cordeiro

Se eles não te conseguem destruir, que se juntem a ti.POR FERNANDO

Ciclone

“O que temos ou nos resta são palavras, pobre riqueza de humanos, ramagem dos sentidos, sentimentos erguidos à luz de uma qualquer heráldica do dizer”

António Conceição Júnior,in ‘Conversas do Chá e do Café’

ÃO dormiu nada. O nervoso miu-dinho atormentou-o toda a noite só de pensar na sua primeira presença num congresso do seu partido. Pela manhã cedo tomou um duche retemperador. Juntou à roupa

que tinha colocado na maleta os produtos de higiene e preparou-se para uma via-gem de três horas e meia até Lisboa. Era uma experiência única ao serviço do seu PSD. Um novo líder - pensou o delegado provinciano - com novas ideias, novas propostas e novas decisões para a solução dos problemas que atormentam os portu-gueses. A si, e aos companheiros de partido que na cidade do interior de Portugal têm vivido amargurados, a tormenta poderia ser alterada com novas linhas de acção a partir do congresso. Acontece que ele e os companheiros assistem todos os meses ao encerramento de fábricas e empresas. O seus amigos e conhecidos, mesmo de outros partidos políticos, transmitem-lhe assidu-

O nosso delegado não foi ao congresso para se promover. Só pretendeu deixar uma mensagem de importância vital. Ele queria que o seu partido lhe desse atenção no sentido que os portugueses não paguem mais impostos. Que a austeridade tem de cessar funções. Que o desemprego pode provocar uma revolta social e que, estar em São Bento poderá ser coisa de meses

As palavras leva-as o ventoamente que o país está a caminhar para a desgraça, para o abismo, para o confronto.

Na sua mente durante a viagem até à ca-pital removeu umas palavras do seu discurso e a alteração deu-lhe a sensação de que iria fazer boa figura. Essencialmente, mudar o mundo. Aliás, mudar Portugal. Aliás, mudar a sua cidade. Aliás, mudar o seu bairro. Aliás, mudar a sua rua. A rua da amargura. A rua onde se reúnem, na esplanada do café, os desempregados e que testemunha os dissa-bores e os desgostos de quantos trabalhavam ainda há um ano.

O delegado identificou-se, entregaram--lhe um cartão com um V grande, e logo um jornalista se apressou a perguntar-lhe se iria usar da palavra. A sua zona de residência é complicada, tem dado que falar, tem feito correr muita tinta em função das manifes-tações que têm sido levadas a efeito como alerta e protesto da situação degradada que já atingiu algumas áreas do país. Uma situação de desemprego gritante e desolador. Há casais que já ficaram sem nada e que os filhos são criados pelos avós enquanto, eles, deambulam pelas ruas e ruelas a implorar um trabalho.

No decorrer do congresso do PSD o nosso delegado começa a não gostar da brin-cadeira quando tenta, em vão, conversar,

N debater, propor ou abordar determinadas questões com os dirigentes do partido. Constata que os seus interlocutores só têm tempo livre para a televisão. Para defende-rem no palanque umas ideias já caducas sob palmas praticamente obrigatórias. Os seus interlocutores estão mais interessados em dar nas vistas para poderem ser nomeados para as autarquias. O nosso delegado não foi ao congresso para se promover. Só preten-deu deixar uma mensagem de importância vital. Ele queria que o seu partido lhe desse atenção no sentido que os portugueses não paguem mais impostos. Que a austeridade tem de cessar funções. Que o desemprego pode provocar uma revolta social e que, estar em São Bento poderá ser coisa de meses. Entregue a si próprio e ao ostracismo a que os “patrões” do partido o vetaram,

o delegado, que viajou de comboio desde o interior, decide-se por enfrentar o líder. Os assessores respondem que por enquanto nada feito. Sábado nada, domingo pior. Com oito folhas de papel na mão dirige-se para o microfone. O silêncio na sala não é sinal de respeito, mas sim de debandada. Os outros delegados tinham ido comer qual-quer coisinha e ver o que se passava com o futebol. Depois de deixar o palco por onde tinham passado todas as hipocrisias e todas as inutilidades, o protagonista desta crónica convenceu-se, de uma vez por todas, que as palavras leva-as o vento e que de regresso à terra efectuará uma luta independente baseada em actos concretos. À saída do pavilhão Atlântico quis manifestar o que lhe ia na alma e foi entregar o seu cartão de militante. Para sempre.

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quinta-feira 29.3.2012www.hojemacau.com.mo

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Rita Marques Ramos [email protected]

ONTEM, o Insti-tuto Internacio-nal de Macau (IIM) acolheu

uma conferência que mos-tra o desejo de Portugal se virar novamente ao mar. A recém-criada Associação Seaborne Portugal (ASP) promoveu a “Conferência do Mar - As oportunidades de Portugal e da China”, em parceria com o Turismo de Portugal, e com apoio de diferentes ministérios portugueses, para destacar “Portugal como uma man-cha de mar no Atlântico (3 milhões de quilómetros qua-drados) que conta com uma pequena parcela rectangular no continente europeu”,

CasinoLeaks ataca MGMA União Internacional de Engenheiros Operacionais (IUOE, na sigla inglesa) pediu a Roland Hernandez, director da MGM Resorts International, por uma “revisão completa das operações da MGM em Macau”. A notícia foi avançada ontem pelo site CasinoLeaks e frisa que a revisão não pode ser feita por quem tenha actualmente, ou tenha tido, negócios ou relações comerciais com a MGM Macau ou qualquer outra operadora do território. Jeffrey Fiedler, o director dos projectos especiais da IUOE, anexou à carta enviada a Roland Hernandez, um relatório com as principais preocupações sobre a MGM Macau. Fiedler acusa a operadora de ter relações com dois homens, alegadamente ligados ao crime organizado. Recorde-se que, há três semanas, a IUOE pediu às autoridades do jogo do Nevada para investigar uma junket de Macau. - J.F.

Timor-Leste poderá comprar a TAPDe acordo com o blogue Pau Para Toda a Obra, da autoria de João E. Severino, ex-director do Macau Hoje, o Governo português já iniciou o processo de privatização da companhia aérea TAP e os interessados são muitos. Os principais são a British Airways e a Iberia. Seja como for, iniciaram-se contactos, não governamentais, no sentido de sensibilizar as autoridades de Timor-Leste para que aquele país se interessasse pela compra de determinada percentagem na aquisição futura da TAP. O objectivo poderá passar por uma parceria com a China, onde a proposta sino-timorense se apresentaria com a maior credibilidade junto do Governo português. Por outro lado, a visita do ministro português das Finanças a Angola pode estar ligada à privatização da TAP. Vítor Gaspar pode ter dado conta às autoridades angolanas do valor global da empresa e em que parâmetros financeiros poderá ser efectuada a privatização. Recorde-se que Angola tem tido os maiores problemas com a sua companhia aérea TAAG, o que poderá provocar um grande interesse pela TAP por parte dos angolanos.

“Conferência do Mar” destaca capacidades marítimas de Portugal

Atlântico no imaginárioA línguaganha pernasÀ margem do evento, o presidente do IIM diz que estão em vista algumas actividades e seminários no âmbito da tutela do Observatório de Língua Portuguesa (OLP) mas ainda não têm data prevista. Jorge Rangel garante, no entanto, que a entidade associativa tem servido o seu grande propósito de acompanhar a internacionalização da língua portuguesa e o seu valor económico. “Aqui em Macau, contribuímos com informação actualizada para o site da OLP para dar a conhecer o que se passa com a língua em Macau e no Oriente”, refere. Depois da Assembleia Geral da associação, realizada no último mês, determinou uma quota em que todos os membros pagam 30 euros por ano, fundo que paga as despesas da OLP, já que, garante Jorge Rangel, não recebe subsídios nenhuns.

caracteriza o representante da ASP, Vitório Rosário Cardoso.

Concretamente, no que se refere à relação de 500 anos entre Portugal e a China, José Maria Silva, director coordenador do Tu-rismo de Portugal, diz que o próximo ano “vai potenciar o intercâmbio entre os dois países porque vai permitir uma atenção diferente”. Existe inclusivamente um comité a fazer o preparo das comemorações, adianta o representante.

Segundo a entidade, também se tem notado um reforço do turismo chinês em Portugal, já que em 2011 houve cerca de 14 mil visitantes da RPC, mais 9% do que em 2010.

A ASP, que se move pelo

objectivo de promover os as-suntos ligados ao mar, fez na RAEM a sua primeira acti-vidade oficial, apresentando um KIT Mar aos alunos da Escola Portuguesa de Macau

(EPM). “Podemos munir os jovens e sensibiliza-los do renovado desígnio nacional português e transmitir este novo formato geográfico de Portugal”, referiu Vitório Rosário Cardoso.

Jorge Rangel, presidente

da IIM, recordou as poten-cialidades marítimas de Por-tugal, por razões históricas, e porque deve, com a crise na Europa, tomar consciência que deve continuar a fazer uma afirmação no mundo que ajudou a criar.

HOJE

MAC

AU

h Suplemento H vai de fériasNas próximas semanas, os colaboradores do suplemento H estarão de férias, pelo que não haverá a respectiva edi-ção semanal, à sexta-feira. O regresso fica marcado para o fim de Abril, com a liberdade que caracteriza o H.