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AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEGUNDA-FEIRA 11 DE MARÇO DE 2013 ANO XII Nº 2808 PUB PUB ENTREVISTA A JOEY LAO Economista diz que Governo não é Deus e está limitado PÁGINAS 8 E 9 POLÉMICA COM SABRINA HO Imprensa de Hong Kong fala em drogas PÁGINA 5 LIGA DE ELITE Monte Carlo derrota Ka I e é líder isolado PÁGINA 20 PUB MUITO NUBLADO MIN 17 MAX 24 HUM 65-95% EURO 10.2 BAHT 0.2 YUAN 1.2 VENHAM MAIS CINCO (SÉCULOS) Ter para ler Manuel Vicente 1934-2013 Adeus mestre CONSELHO DO PATRIMÓNIO DEPUTADOS PEDEM UTILIDADE PÁGINA 3 PÁGINAS 11 A 14

Hoje Macau 11 MAR 2013 #2808

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Edição do jornal Hoje Macau N.º 2808 de 11 de Março de 2013

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Page 1: Hoje Macau 11 MAR 2013  #2808

AgênciA comerciAl Pico • 28721006 Mop$10 Director carlos Morais josé • segunda-feira 11 de Março de 2013 • Ano Xii • nº 2808

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entrevista a joey lao

Economista diz que Governo não é Deus e está limitado

Páginas 8 e 9

Polémica com sabrina Ho

Imprensa de Hong Kong fala em drogas

Página 5

liga de elite

Monte Carlo derrota Ka I e é líder isolado

Página 20

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muito nublado min 17 max 24 Hum 65-95% • euro 10.2 baHt 0.2 yuan 1.2 Venham mais cinco (séculos)

Ter para ler

manuel Vicente 1934-2013

adeusmestre

conselHo do Património

dePutados Pedem

utilidade Página 3

Páginas 11 a 14

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segunda-feira 11.3.2013política2 www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

Chan Lin Ian, um dos condenados no âmbito do escândalo de corrup-ção ao Man Long, não

é membro de qualquer comissão do Governo desde 2004. Quem o garante são os Serviços de admi-nistração e Função Pública (SaFP) através de um comunicado, depois de o deputado Mak Soi Kun ter dito na assembleia Legislativa que o arquitecto faria parte de uma comis-são consultiva do Governo, tendo sido renomeado mesmo depois de estar ausente de Macau.

Chan Lin Ian está a ser procu-

rado pela Interpol desde Janeiro de 2009, encontra-se em parte incerta e não se vê pelo território desde que foi julgado à revelia e condenado a seis anos e seis meses de cadeia, por oito crimes de corrupção activa. Mak Soi Kun disse, no entanto, que o homem tinha sido nomeado em 2010 como membro de um dos conselhos consultivos do Governo e renomeado em 2012 para a mes-ma função. nove dias depois da acusação do deputado, os SaFP vêm a público negar que Chan Lin Ian tenha qualquer ligação ao Go-verno. “a Comissão foi criada em Dezembro de 2001 e os membros foram nomeados por Despacho do Secretário para os Transportes

e Obras Públicas, por mandato de dois anos”, lê-se no comunicado.

Os SaFP garantem que o man-dato dos membros da Comissão se iniciou em 10 de Janeiro de 2002 e terminou a 9 de Janeiro de 2004 e que “após o prazo do mandato, o Governo não procedeu a qualquer renovação ou nova nomeação dos membros da Comissão”.

O comunicado elaborado pelos serviços presididos por José Chu, não cita o nome de Chan Lin Ian, dizendo apenas que “os referidos membros” já não são membros da comissão. Uma garantia que chega depois de José Chu não ter clarificado o que os SaFP denominam de mal-

-entendido. na aL, em resposta a Mak Soi Kun, o director dos SaFP limitou-se a dizer que “quando caducasse o seu mandato [de Chan Lin Ian] é que se iria pensar se [os SaFP] iriam ou não reconduzir essa pessoa no cargo”. agora, o comunicado explica que “dado que a Comissão foi criada após o estabelecimento da RaEM, a mesma consta da lista fornecida pelos SaFP ao deputado, mas, aquando das informações presta-das [pelos SaFP] não se indicou que o mandato dos membros da Comissão já havia cessado em 2004, o que causou alguma dificuldade no entendimento por parte do Deputado Mak Soi Kun”.

Lionel Leong acredita na nova liderança de Pequim para as RAE’sLionel Leong acredita na capacidade de Xi Jinping e Zhang Dejiang como novos líderes do país. Em declarações à TDM, aquele que é um dos doze delegados de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN) disse que a nova liderança vai saber tomar as decisões certas para as regiões administrativas especiais – Xi Jinping, como Presidente do país, e Zhang Dejiang, na qualidade de número dois e líder do órgão legislativo da China. “Zhang está tão familiarizado com os assuntos de Hong Kong e Macau, especialmente por causa do tempo que passou enquanto secretário-geral do partido em Guangdong, que sinto toda a confiança”, disse. Devido ao conhecimento profundo que tem das situações de Macau e Hong Kong, “quando tiver que adoptar medidas vai, obviamente, tomar decisões de acordo com a agenda da APN”, cita ainda a Rádio Macau.

Edmund Ho continua como vice-presidente da CCPPCEx-chefe do Executivo de Macau, Edmund Ho vai continuar como vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC). De acordo com a lista de candidatos, para o Comité Permanente da CCPPC entra ainda Ngan In Leng, ex-presidente da Viva Macau, que se junta a Susana Chou, antiga presidente da Assembleia Legislativa, a Liu Chak Van, membro do Conselho Executivo, e ao empresário Eric Yeung. Ao todo, são quatro os representantes de Macau para candidatos às eleições que têm lugar hoje. Já o empresário Ma Iao Lai, que também estava na corrida, não conseguiu um lugar nesta estrutura da CCPPC.

Andreia Sofia [email protected]

a nova equipa escolhida pelo Chefe do Executi-

vo para compor a Comissão dos assuntos Eleitorais já está pronta para começar a preparar as eleições le-gislativas para eleger os deputados à assembleia Le-gislativa (aL) pelo sufrágio directo. Contudo, e segunda um comunicado oficial do Governo, ainda não há uma data concreta para aconte-cer o acto eleitoral.

na tomada de posse, Ip Song Sang, o presidente da comissão, garantiu que tudo vai fazer para que haja maior participação eleitoral, tendo frisado aos jornalistas que o acto de votar “não é só um direito, mas um dever dos cida-dãos”. “Vamos trabalhar e publicitar o acto eleitoral, apelando à participação da população”, acrescentou,

Chan Lin Ian, condenado a prisão, não faz parte de comissões do Governo

Apenas um mal entendido

Presidente da Comissão Eleitoral promete puxar pela participação cívica

Legislativas em Setembrosem data concreta

tendo dito ainda que a comissão vai lutar para “criar um ambiente justo para as eleições legislativas de Macau”.

Da equipa fazem ain-da parte Raymond Tam, presidente do Instituto para os assuntos Cívicos e Municipais (IaCM), José Chu, director dos Serviços de administração e Função

Pública (SaFP), Victória da Conceição, directora dos Serviços de Finanças (DSF) e ainda Victor Chan, responsável pelo Gabinete de Comunicação Social (GCS).

OlhAr PArA 2009Questionado sobre os ale-gados erros ocorridos nas legislativas de 2009, Ip

Song Sang garantiu que a comissão vai “analisar as experiências anteriores” e que irá “desempenhar as funções de acordo com a lei”.

nas últimas eleições a divulgação dos resultados foi adiada devido a pro-blemas e dúvidas surgidos durante o processo de con-tagem dos votos.

Entretanto, a assem-bleia Legislativa (aL) pe-diu um relatório ao Gover-no para perceber a origem dessas irregularidades, mas tal ainda não terá sido entregue aos deputados. O hoje Macau tentou apurar se a entrega do relatório já tinha sido concretizada, mas a aL não fez qualquer confirmação.

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3políticasegunda-feira 11.3.2013 www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia [email protected]

A lei de salvaguarda do património cultural vol-tou a ser discutida pelos deputados membros

da 3.ª comissão permanente da Assembleia Legislativa (AL), que mostraram grande preocupação face à criação do futuro conselho do património cultural.

Segundo a actual proposta de lei, este será uma entidade com poderes consultivos, a quem o Ins-tituto Cultural (IC) pode recorrer em caso de dúvidas na preservação do património local. Contudo, os deputados receiam que o órgão perca toda a sua utilidade dadas as actuais regras de funcionamento dos órgãos consultivos já existen-tes. “A composição deste conselho tem gerado polémica, porque as pessoas preocupam-se com a actual situação no que se refere a outros órgãos consultivos, que com a sua composição não dão nenhum contributo ou possuem qualquer utilidade”, explicou o deputado e presidente da comissão, Cheang Chi Keong.

“Um órgão só funciona quando é convocada uma reunião, e quando não há reuniões o conselho não funciona. É uma situação que a comissão não quer que aconteça com este conselho. Há que preparar relatórios das reuniões, e a comis-são entende que se deve criar um órgão ou unidade permanente para lidar com os trabalhos atribuídos ao conselho”, acrescentou.

PArecereS obrigAtórioS mAS não vinculAtivoS De entre as muitas responsabili-dades, cabe ao futuro conselho emitir pareceres sobre os planos de salvaguarda dos bens imóveis classificados ou face à autorização de utilização para os bens culturais imóveis, quando haja mudanças de finalidade. Quanto a projectos ou estudos “de grande impacto”, do foro público ou privado, também merecem opinião do conselho.

Neste sentido, os deputados

Chan Lin Ian, condenado a prisão, não faz parte de comissões do Governo

Apenas um mal entendidoOs deputados pediram ao Governo que o futuro conselho do património cultural, a ser criado na nova lei, seja mais do que um simples órgão consultivo para apoiar o Instituto Cultural. Este deve funcionar com base numa “unidade permanente”, com competências arrumadas na lei e pareceres obrigatórios, para que seja “útil” a sua existência

Deputados querem que conselho do património seja “útil”

evitar um “vaso ornamental” na lei

defendem que os pareceres emi-tidos sejam obrigatórios, mas não vinculativos, sob pena de ultrapas-sarem as competências do Instituto Cultural (IC). Caso contrário o conselho pode transforma-se num “vaso ornamental”. “Se não forem, é quase inútil haver um conselho do património cultural. Se (os parece-res) tiverem um efeito vinculativo, é como se se tratasse de um acto administrativo. Aí existiriam dois serviços da área cultural – o IC e o super IC, que é o conselho”, disse Cheang Chi Keong.

“Foi frisado que se trata de um órgão de consulta, mas se não se lhe atribuir algumas competências o conselho não passará de um vaso ornamental”, acrescentou.

Todos os 14 artigos que falam das competências do conselho devem ser organizados, defende a comissão. “Entendemos que se devem elencar na proposta de lei todas essas competências. Pelo menos isso consegue promover a utilidade do conselho e dar resposta à intenção legislativa da proposta de lei. Temos pedido à nossa assessoria jurídica para ajustar a redacção nesse sentido, de deslocar as competências contidas noutros artigos concentrar no mesmo arti-go. Isso vai ser positivo.”

comPoSição Por definir Embora as suas competências estejam previstas na proposta de lei, a composição e funcionamento do conselho serão definidos por re-gulamento administrativo, e serão da competência do Governo, pelo que os nomes dos seus membros só serão tornados públicos depois da publicação em Boletim Oficial. Apesar disso, os deputados já fri-saram as suas expectativas, no que diz respeito à representatividade, especialidade e autoridade dos seus membros.

Neste último ponto, Cheang Chi Keong disse que “podia-se contratar especialistas do exterior para dar a sua palavra. A questão da autoridade é muito importan-te, sobretudo quando se trata de projectos especiais. Só assim é

que o conselho vai ter uma maior funcionalidade e utilidade”.

No final da reunião, o deputado garantiu que podem existir mudanças futuras no articulado da proposta.

“No que se refere à obrigatoriedade de ouvir o conselho, já está afixada, mas no futuro, se houver uma neces-sidade de aditar mais competências, acho que o Governo vai pensar.”

Quanto a outros “ajustamen-tos” e acrescentar mais artigos são “sempre bem vindos caso haja necessidade, para aperfeiçoar a proposta de lei”.

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4 política segunda-feira 11.3.2013www.hojemacau.com.mo

Cecília [email protected]

O patrão da empre-sa de construção encarregue de construir o pré-

dio até cem metros que vai nascer na Rua de Entre--Campos, em Coloane, Sio Tak Hong, afirmou em Pequim à TDM que não vai desistir de construir o prédio porque o terreno é privado. Quanto à casa mata, no ter-reno, o empresário diz que essa é uma questão para o Governo resolver, se quiser protegê-la. Além disso, Soi Tak Hong diz que como já este não será o único prédio alto lá, não tem medo da pressão do púbico sobre a eventual destruição da mon-tanha. “A minha empresa vai fazer inabalavelmente o projecto, é uma verdade que a terra é privada, temos di-reito a desenvolver a terra. O valor da casa mata depende da perspectiva de cada um.”

Enquanto assistia a uma reunião da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), da qual também é membro, Sio Tak Hong assegurava que a ques-tão da casa mata depende do

Sio Tak Hong afirma que vai continuar a construir prédio em Coloane e diz que valor de forte militar depende da perspectiva

“Não somos os primeirosa destruir a montanha”

Quem éSio Tak Hong?Segundo um blog do ano passado na Internet, o nome de Sio Tak Hong surgiu muitas vezes nos cadernos de Ao Man Long, ex-secretário para as Obras Públicas condenado por corrupção, e ainda como amigo próximo do ex-chefe de executivo Edmund Ho. O homem é um dos accionistas do Hotel Fortuna de Macau. Em 2011, não lhe foi concedida uma nova licença do jogo, por ter como parceiro no concurso Joseph Lau, outro empresário envolvido no caso Ao Man Long.

Governo e não tem qualquer influência para a obra. “Esta já não é primeira obra lá e não somos os primeiros a destruir a montanha.” O empresário disse que acredita que o Governo vai actuar de acordo com a lei, sublinhando que a terra foi

obtida por concurso público em Hong Kong há cerca de oito anos.

A obra na Rua de Entre--Campos causou uma grande preocupação geral da so-ciedade, mas Sio Tak Hong diz que não há “espaço para discutir” e que “a Lei Básica

protege a economia privada e a propriedade privada, não é comunista.”

Citando o discurso do primeiro-ministro Wen Jia-bao sobre a boa utilização das terras, o empresário diz que “construir um prédio alto não significa destruir a

montanha e que a empresa vai tentar destruir a montanha o menos possível.” “Como a obra é perto da casa dos pandas, acrescento que de acordo com os regulamentos do Governo, vai ter uma pro-tecção ambiental geral, não vai influenciar os pandas.”

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segunda-feira 11.3.2013 www.hojemacau.com.mo 5sociedade

Cecília [email protected]

Sabrina Ho, filha do magnata Stanley Ho e da deputada e número um da So-

ciedade de Jogos de Macau Angela Leong, negou estar sob a influência de qualquer droga na passada quinta--feira. A jovem foi filmada por órgãos de comunicação social da região vizinha caída no chão e a cambale-ar na movimentada rua de Causeway Bay. Sozinha, na zona do nariz, Sabrina Ho tinha um pó branco, logo interpretado como sendo cocaína.

Diferente da imagem ele-gante que mostra aquando de actividades públicas, a filha de Angela Leong estava vi-sivelmente confusa. O vídeo foi partilhado pelas redes sociais, mas a jovem de 23 anos negou, no dia seguinte, ter tido qualquer contacto com estupefacientes. “Peço desculpa se vos causei algu-ma preocupação, já saí do hospital e o médico disse que não há problema nenhum”, escreveu no Weibo, uma espécie de Twitter chinês. “Tomei erradamente uma mistura de comprimidos dietéticos e anti-piréticos, que me levaram a vomitar e sentir tonturas na rua. Obrigada pela atenção das

JOãO Francisco Pinto, director de informação da TDM, é o

novo presidente da Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM), depois de ter sido eleito na sexta-feira para um mandato de dois anos numa assembleia-geral que reuniu 31 dos cerca de 65 associados da associação.

Em declarações à Agência Lusa, João Francisco Pinto sa-lientou que uma das apostas da nova direcção será a formação na área do jornalismo. “Queremos realizar uma série de acções de formação que são muito importan-tes para os jornalistas de Macau que estão longe da realidade da comunicação social em Portu-gal - os de língua portuguesa -, estamos a trabalhar num ambiente completamente diferente e não temos aqui mecanismos formais de formação como existem em Portugal”, explicou. As acções de

Vídeo levanta polémica sobre filha de Stanley Ho e Angela Leong, mas jovem nega tomar drogas

Cocktail de comprimidos, diz Sabrina Ho

Associação de Imprensa em Português e Inglêscom nova direcção pretende formação para jornalistas

Continuar e inovarformação serão em áreas “muito específicas” como a “utilização das redes na comunicação social, jornalismo económico e jornalis-mo jurídico”, mas a AIPIM está também a pensar em acções de formação em língua chinesa.

Apesar das novidades, o agora presidente não descura a situação de continuidade na associação. “Há um elemento de continuidade pelos processos que tínhamos em curso, nomeadamente a adesão à Federação Internacional de Jorna-listas, o processo de criação de um organismo de regulação próprio e autónomo, a possibilidade de criarmos um código deontológico para os jornalistas e a credenciação

dos profissionais da comunicação social, que são elementos que já vêm do passado”, explicou à TDM. Os trabalhos para a criação do Conselho de Imprensa e de um Código Deontológico para a imprensa em português e inglês de Macau já decorrem, num projecto coordenado pelo jornalista José Rocha Dinis, director do Jornal Tribuna de Macau.

Além de João Francisco Pin-to, integram a direcção Gilberto Lopes (Rádio Macau) e Sérgio Terra (Jornal Tribuna de Macau.), como vice-presidentes. Numa lista que João Francisco Pinto defendeu ser abrangente e integrar representantes de quase todos os

órgãos de comunicação social em língua portuguesa e inglesa, a presidência da Assembleia-Geral foi confiada a Paulo Azevedo (Ma-cauBusiness), até hoje presidente da direcção, e do Conselho Fiscal a Paulo Barbosa (Macau Daily Ti-mes). Também a jornalista Joana Freitas do Hoje Macau integra a lista, como secretária da Assem-bleia Geral.

A nova direcção pretende con-seguir uma sede para a associação e dinamizar o debate interno com a criação de uma página do Face-book exclusiva para os sócios ou o reforço da comunicação com o gabinete do porta-voz do Governo.

A nova direcção pretende ainda a realização mensal de fóruns de debate e do segundo congresso de jornalistas de Macau e garantir que os jornais de língua inglesa gozem dos mesmos apoios financeiros públicos concedidos à imprensa em língua portuguesa.

pessoas com bom coração e amigos da comunicação social.”

Após a publicação de Sabrina Ho no website, um

relações públicas amigo da jovem, Chang Sio Kong, emitiu outro comunicado com detalhes da situação. “A senhora Ho ficou cons-

tipada de manhã e depois tomou anti-piréticos, que misturados com outra mis-tura comprimidos para a dieta, a fez ter sintomas de

taquicardia, vómitos e ton-turas ontem [quinta-feira] à tarde em Causeway Bay. Depois de hospitalizada ontem à noite, já voltou a

casa em Repulse Bay, já se sente recuperada e gostaria de agradecer aos nossos amigos e aos média sobre a preocupação e aos cidadãos de Hong Kong.” Segundo o Apple Daily news, alguns transeuntes ajudaram a chamar amigos de Sabrina Ho mesmo antes de ela ter sido identificada como filha de Stanley Ho.

Segundo um texto na In-ternet, uma jornalista ligou para Angela Leong, instando a deputada a comentar o caso. O artigo refere que Angela Leong “ficou sem paciência” e disse que não havia nada mais para falar, uma vez que tinha aconse-lhado a filha a procurar um médico. Stanley Ho terá ido a casa visitar a filha, mas não comentou o caso.

A existência de um pó branco no nariz de Sabrina Ho não foi explicada, pelo que continua a levantar polémica. Esta não é a primeira vez que Sabrina Ho dá que falar. Segundo os média de Hong Kong, a jovem terá sido enviada para Inglaterra pela mãe, depois de se ter apaixonado por uma amiga. Sabrina terá arranjado namorado, do qual se separou depois e voltou agora a aproximar-se de uma amiga do mesmo sexo, com quem os média dizem que tem uma relação.

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6 sociedade segunda-feira 11.3.2013www.hojemacau.com.mo

Cecília [email protected]

No sábado passado um grupo dos estudantes do continente que frequen-tam a Universidade de

Ciência e Tecnologia realizaram uma conferência de imprensa, porque queriam falar directamen-te com a universidade sobre o grande aumento das propinas. os alunos acusam que os aumentos de propinas não ajudam em nada

Sem surpresas, Fran-cisco manhão e Jorge

Fão continuam à frente da direcção da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de macau (APomAC). A única lista para os corpos gerentes foi a votos no passado sábado e Francisco manhão foi eleito como presidente da direcção, ao lado de Al-berto dos Santos, que actua como vice-presidente, por 160 votos. De igual forma, também Jorge Fão foi esco-lhido para continuar como presidente da Assembleia Geral, entre outras 12 pessoas nomeadas, onde se destaca ainda manuel

maria Gomes como presi-dente do Conselho Fiscal.

os membros adminis-trativos da associação vão ficar nos cargos até 2016, altura em que haverá novas eleições. A lista encabeçada por Francisco manhão tem como lema “Fazer mais e melhor” pela APomAC e os membros comprometem--se a apresentar ao Governo uma proposta que visa rever a legislação respeitante à atribuição da Pensão de So-brevivência ao cônjuge do funcionário ou aposentado da função pública, no sentido de aumentar a taxa percentual de 50% para 60% do valor da pensão. De acordo com Fran-

cisco manhão, a ideia é pedir estes aumentos ao executivo amanhã, para colmatar uma falta de actualização com mais de 50 anos.

entre outras promessas, a direcção frisa ainda querer organizar um maior número de passeios turísticos nas pro-ximidades de macau, reforçar e melhorar os serviços pres-tados pela Clínica de Saúde da associação, propondo a criação de novos serviços e aquisição de melhores equi-pamentos e ainda continuar a prestar o necessário apoio aos associados junto da Cai-xa Geral de Aposentações em Portugal e do Fundo de Pensões de macau. - J.F.

INveSTIGADoReS da Universidade de macau lançaram um projecto que visa

verificar os conhecimentos de português dos falantes de língua materna chinesa e traçar estratégias de fomentar a utilização futura da língua, disse à agência Lusa a coordenadora do projecto.

Intitulado “Referencial de Português para Falantes de Língua materna Chi-nesa”, o estudo será desenvolvido pelos professores Ricardo moutinho e Ana Paula Cleto sob coordenação de maria José Grosso, e numa primeira fase decorrerá em macau para depois ser alargado a outros locais da China. “Queremos conhecer

a realidade, perceber que proficiência têm os falantes de português de língua materna chinesa e depois, conhecendo a realidade, as variáveis como os contextos onde se inserem, a formação linguística e cultural e os interesses que possuem. Então podemos partir para a definição de estratégias de ensino e de promoção da utilização da língua portuguesa”, explicou a coordenadora do projecto.

Na primeira fase, a equipa de investi-gadores irá centrar-se apenas nos adultos, podendo, no entanto, vir a alargar o âmbito do estudo que terá, para já, um ano de tra-balho com questionários e entrevistas. - Lusa

A Starwood Hotels & Resorts deverá atingir

em 2016 as 400 unidades hoteleiras, aumentando em cerca de 160 os hotéis que actualmente gere na região Ásia/Pacífico, disse à agência Lusa fonte da empresa.

Com um total de 60.000 trabalhadores na região, dos quais 40.000 estão na Grande China – região que cobre a China, Hong Kong, macau e Taiwan – a Starwood realizou quarta--feira uma feira de emprego na região onde pretende contratar 5.000 novos tra-balhadores entre os mais de 16.000 candidatos que se

inscreveram nas 85 cidades onde decorreu o evento.

em 2016, a Starwood estima precisar de um total de 90.000 funcionários de todas as categorias nos seus hotéis da Ásia Pacifico e que inclui marcas como o Sheraton, Westin, Le mé-ridien, Aloft, Four Points e element. “estamos muito fortes e prestes a tornarmo--nos os maiores emprega-dores da indústria”, disse Stephen Ho, presidente para a Ásia Pacífico da empresa ao salientar que a Starwood “está a criar novos postos de trabalho, fomenta o talento e carreiras sustentadas através de fortes programas de de-

senvolvimento profissional em toda a região”.

o mesmo responsável, citado numa nota enviada à agência Lusa, salienta que a empresa quer “atrair os melhores talentos de forma a prestar serviços de classe mundial aos hóspedes”.

em todo o mundo a Sta-rwood Hotel & Resorts gere mais de 1.100 hotéis numa centena de países, possuindo cerca de de 171.000 traba-lhadores.

em macau, a empresa gere o hotel Sheraton, o maior da cidade e o maior hotel da cadeia em todo o mundo, com cerca de 4.000 quartos e suites. - Lusa

Grupo de alunos da mUST “não exclui acções para defender direitos”

Contra aumento das propinassas em electricidade na residência universitária, mas a universidade nunca deu atenção aos problemas. “Assim, não aceitamos o aumen-to apenas com as promessas de melhoria.”

o porta-voz pretende que a universidade recolha opiniões gerais dos estudantes e faça uma explicação geral. “A universida-de só falou na questão com os responsáveis da associação dos estudantes, mas a associação não pode representar as opiniões todas. Assim, criamos este grupo para instar a conversa directa com a universidade. Se a universidade continuar apenas a comunicar com a associação dos estudantes, não se exclui a hipótese de uma acção para defender os nosso direitos e interesses.”

a melhorar as infra-estruturas do campus nem a qualidade do en-sino. “Não são todas as famílias que conseguem carregar com este aumento”, disse um estudante do segundo ano da mUST que não quis ser identificado.

Citado pelo Jornal do Cidadão, este estudante revelou ainda que os estudantes se têm queixado com algumas situações na universida-de, como ausências injustificadas de alguns professores, velocidade lenta da internet e as altas despe-

Francisco Manhão e Jorge Fãoeleitos novamente dirigentes da APOMAC

Associação vai pedir aumentos ao Governo

Investigadores de Macauatestam conhecimentos de português

Fomentar a utilização

Starwood quer chegaraos 400 hotéis na Ásia/Pacífico até 2016

Aposta firme

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7sociedadesegunda-feira 11.3.2013 www.hojemacau.com.mo

O Instituto de Estudos Europeus de Macau vai organizar entre Abril e Maio a Academia de In-

dústrias Culturais, um programa de estudos centrado na cultura em am-biente urbano, disse à agência Lusa o presidente José Sales Marques.

O programa de estudos irá decor-rer entre o dia 8 de Abril e 4 de Maio e vai integrar cinco módulos com monitores locais e internacionais, que irão apresentar as diferentes formas de manifestações culturais, defesa do património, indústrias criativas e de-finição e gestão dos projectos, tendo como alvo as cidades e o ambiente urbano comum, acrescentou.

No primeiro módulo, Maria do Céu Esteves, colaboradora do Insti-tuto de Estudos Europeus, vai falar sobre as “Indústrias Culturais”, procurando identificar o seu papel e a forma como são divulgadas nas várias zonas do mundo, enquanto o professor alemão Thomas Meyer estará encarregado do segundo mó-dulo dedicado à temática “Cutltura e Arte no Ocidente”.

Academia de Indústrias Culturais de Abril a Maio no Instituto de Estudos Europeus

Defesa do património na listaO património de Macau, re-

conhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) em 2005, vai centrar atenções no quarto módulo ministrado pela arquitecta Carla Figueiredo, do Instituto Cul-tural de Macau, que fará também uma abordagem multidisciplinar do património da cidade.

O último módulo do programa, que decorrerá sempre em horá-rio pós-laboral, vai centrar-se na “cultura chinesa e conservação do património” num programa em que será orador o director da faculdade de arquitectura da Universidade chinesa de Hong Kong, Ho Puay Peng. “É um programa variado, com diferentes visões da cultura, do património e das indústrias culturais que permitem conhecer outras reali-dades, outras formas de intervenção e de avaliação que possibilitam novas abordagens e novas formas de intervenção na sociedade que valorizem a componente cultural no ambiente urbano geral”, acrescentou ainda Sales Marques. - Lusa

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segunda-feira 11.3.2013entrevista8 www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia [email protected]

Começam a ser mais comuns as notícias de encerramentos de mui-tos negócios tradicionais

em macau, mas o Governo nada pode fazer para impedir porque são as regras do mercado livre. É esta a opinião do académico Joey Lao, também presidente da associação económica de macau (aem). em entrevista ao Hoje macau, Joey Lao frisa que a China não pode ser culpada pela inflação local e que as oportunidades de emprego estão a ser oferecidos aos estrangeiros, o que deixa os locais infelizes. Da liderança de Xi Jinping espera um crescimento sustentável sem esquecer o ambiente.

Recentemente o deputado Leonel Alves disse, no âmbito da Assem-bleia Popular Nacional (APN), que as economias de Macau e Hong Kong necessitam da ajuda de Pequim. Em que sentido? a cooperação económica bene-

Joey Lao, economista e académico

“O Governo não é Deus. Está limitado”ficia ambos os lados, não ajuda apenas um lado. as economias de macau e Hong Kong têm uma ligação com os recursos do con-tinente. Não podemos deixar de viver sem esse suporte da China, devido a necessidades diárias ao nível da alimentação, como os vegetais, os produtos diários, necessitamos de importar da China continental.

Outros mercados deveriam ser considerados? Muitos dizem que uma das causas para a elevada inflação é pelo facto de só termos um canal de importação. A inflação em Macau é causada pela pressão sobre os preços e pela grande procura. Temos mui-tos turistas, que chegam de todo o lado e que geram procura, por-que precisam de comer e de ficar hospedados, de fazer compras. Quando a circulação de dinheiro aumenta, os preços aumentam. Também estamos a viver um ‘boom’ económico e precisamos de muita mão-de-obra estrangeira, que também precisa de encontrar

um sítio para viver, de comer, de comprar coisas, o que também favorece a procura. Não devemos culpar a China pelo aumento dos preços, não é essa a história. o facto é que a nossa economia está a sofrer um ‘boom’ muito rápido. A inflação e o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) estão intima-mente ligados.

O Governo já frisou que é difícil lidar com este problema porque são as regras do mercado. Mas considera que algo mais poderia ser feito para controlar os preços dos produtos alimentares e da habitação?

É necessário clarificar que os preços das habitações não estão relacionados com os preços dos alimentos. as variações no merca-do imobiliário são investimentos, não consumo. mas uma das coisas que está indirectamente ligada com a inflação são as rendas, en-tão quando os preços das casas aumentam, as rendas também. Temos um mercado livre, minús-culo, e é muito difícil de controlar a inflação. A pataca está indexada ao dólar americano e segundo as políticas monetárias não há nada que possamos fazer para controlar isso. Na China podem usar a sua política monetária para competir ao nível da inflação. Quando a in-flação aumenta, normalmente eles utilizam essa política para reduzir a circulação da oferta de moeda. mas macau, com uma pequena economia, e com a indexação ao dólar, temos de seguir as políticas monetárias que os estados Unidos estão a implementar.

Há muitos especialistas que defendem que a pataca deveria

ser indexada ao renminbi. Este pode ser um caminho a seguir?olhando a longo prazo podemos fazer alguns estudos e pesquisas, mas a curto e médio prazo é quase impossível de concre-tizar. a mudança irá implicar muitas mudanças, um choque na sociedade.

Positivo ou negativo? ambos. Temos de facto uma economia muito, muito pequena, e precisamos de estar ligados, principalmente ao nível da mo-eda, a outros países, para termos estabilidade. o renminbi não é uma moeda internacional, não é convertida internacionalmente. a moeda norte-americana é. o nosso dinheiro pode ser conver-tido, precisamos do comércio internacional. Temos políticas de mercado livre. Comparando com o resto do mundo, macau é nada. Não podemos sequer encontrar macau no mapa. Todo o dinhei-ro do mundo passa por macau para ir para outros mercados. Se pararmos isso teremos outra

comparando com o resto do mundo, Macau é nada. não podemos sequer encontrar Macau no mapa. todo o dinheiro do mundo passa por Macau para ir para outros mercados

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9entrevistasegunda-feira 11.3.2013 www.hojemacau.com.mo

É necessário clarificar que os preços das habitações não estão relacionados com os preços dos alimentos. As variações no mercado imobiliário são investimentos, não consumo. Mas uma das coisas que está indirectamente ligada com a inflação são as rendas, então quando os preços das casas aumentam, as rendas também. Temos um mercado livre, minúsculo, e é muito difícil de controlar a inflação

ligação e aí teremos problemas. A nossa economia não consegue aceitar isso.

“NiNguém No muNdo vai parar o crescimeNto da chiNa”

Voltando à APN. Como analisa os discursos dos novos líderes face à economia chinesa? Estão a olhar para muitas formas de mudança na economia. Até agora po-deriam estar mais focados na quanti-dade do crescimento económico, mas agora estão à procura da qualidade. Esse crescimento aconteceu e agora estamos a sofrer as consequências com a poluição ambiental. Não tem sido um crescimento sustentável. Podemos perceber que a nova lide-rança do Governo Central encara os problemas e de certeza, tal como anunciaram, vão fazer algo quanto a isso. É necessário um crescimento de qualidade em vez de quantidade. Não podem tolerar mais sacrifícios ecológicos para ter crescimento económico.

A diminuição das desigualdades sociais foi outro dos problemas referido nos discursos. Acredita que é de facto preocupação ou não passa de um mero discurso político?A pobreza existe em todo o lado, em muitas regiões e países desenvolvi-dos, até em Hong Kong, apontado como uma das regiões mais ricas do mundo. Conseguimos perceber que a nova liderança vê o problema e estão a implementar políticas para fomentar a redistribuição dos ren-dimentos no país. Já foi anunciado que iriam fazer algo quanto a isso, para tornar claro que a situação de desigualdade de salários iria melho-rar. A economia chinesa tem vindo a crescer de forma muito rápida. E é inevitável que essas desigualda-des entre ricos e pobres se tornem cada vez maiores. As sociedades enfrentam os mesmos problemas quando crescem depressa demais, há sempre uma parte da população que enriquece, mas a restante parte pode não conseguir andar tão depressa.

As políticas laborais deveriam mudar na China?Nunca me debrucei muito sobre essa área, prefiro não comentar.

O preço da mão-de-obra ainda é muito baixo.Tem vindo a aumentar nos últi-mos anos.

Vai aumentar mais?Temos de considerar a competição internacional. Na China, o renminbi tem vindo a ser bastante pressiona-do, e os custos da produção aumen-taram. Os salários e os custos dos materiais também aumentaram nos últimos anos. Com a competição a nível mundial, estamos a perder alguma competição ao nível das indústrias de manufacturas. Muitas

estão a sair da China para países do sudoeste asiático, como o Vietname ou a Birmânia.

Como é que os Estados Unidos devem responder perante o cres-cimento económico chinês para os próximos anos? Tal como planeado, a economia chinesa vai em breve ultrapassar a norte-americana, em termos de Pro-duto Interno Bruto (PIB). Ao nível de capacidade, vamos em breve ser a economia número um em termos de PIB, mas em termos de capitalização do PIB por pessoa temos um longo caminho a percorrer. Ninguém no mundo vai parar o crescimento na China. Penso que os Estados Unidos devem ter mais cooperação com a China, relações mais próximas.

“aiNda Não chamamos a ateNção a Nível iNterNacioNal”

Wu Bangguo, presidente da APN que irá sair agora do cargo, esteve recentemente em Macau onde falou muito da “harmonia” na sociedade local. Esta existe de facto, apesar de alguns proble-mas económicos?Comparando com Hong Kong somos uma sociedade com muita harmonia.

Isso pode acontecer por falta de opinião pública? As pessoas não falam?Temos um mercado muito pequeno e uma população muito menor. Por exemplo, em Hong Kong há muitos jornalistas de todo o mundo que prestam atenção ao que acontece lá, enquanto cidade internacional. Ma-cau está a crescer nesse sentido, mas ainda não chamamos muito a atenção a nível internacional. A cidade está a ficar mais internacional, mas Macau ainda é pequena, com um mercado pequeno. Claro que a sociedade é har-moniosa porque o comportamento da economia é muito bom. Temos pleno emprego e as pessoas não querem gastar o seu tempo.

O facto do Governo dar cheques pecuniários é uma forma de manter a população nesse estado de harmonia?

No início ajuda, mas na economia essa utilidade vai diminuindo. Não dura por muitos e muitos anos.

Estamos a criar uma sociedade subsídio-dependente?(Hesita) É difícil de comentar. Muitos residentes podem de facto perceber que o Governo dá esses apoios. Mas estamos numa fase muito inicial. Temos cada vez mais recursos finan-ceiros, e claro que um dos objectivos do crescimento económico é ajudar os cidadãos locais a melhorar a qualidade de vida. De outra forma o desenvolvimento económico não importa. O nosso Governo está a fazer as coisas, estamos a distribuir os lucros do crescimento.

Contudo, segundo o último Índice de Felicidade as famílias estão mais infelizes. Esperava estes resultados?

Sim. Os reformados estão muito felizes, tal como os jovens abaixo dos 25 anos. Mas a meio dessas idades, a população trabalhadora está a sentir mais dificuldades. O crescimento económico aconteceu muito depressa e trouxe muitas oportunidades de emprego, e até empregos com altos salários. Mas esses são dados aos estrangeiros e não aos residentes. E temos menos lugares para serem promovidos junto dos residentes. Isso deixa-os infelizes, porque têm direitos e capacidades, mas não têm oportu-nidade. Outro factor é, claro, a alta inflação, os elevados custos de vida.

Falando dos recursos humanos, há muitos negócios locais e lojas tradicionais a fechar. O que po-deria ser feito para impedir isso?É a parte má do capitalismo (risos). Se o Governo fizer algo, então que aceite o socialismo. O Governo não pode fazer nada, não é Deus. Está limitado. Imagine que é dona de uma loja. Recebe um milhão de renda, mas aparece alguém que lhe dá dois milhões. Você fala com o primeiro arrendatário e até lhe paga para sair se for necessário. Isso é negócio e capitalismo. O jogo está a puxar pelo mercado, o que é que o Governo pode fazer? Será que pode dizer “não feche a loja e não venda”. Não tem esse direito.

Francis Tam está a fazer um bom trabalho?Não tenho grandes comentários a fazer. Ele está a fazer um bom tra-balho, caso contrário a economia de Macau não estaria a desenvolver-se tão depressa.

“Às vezes não temos feedback do Governo”Joey Lao recebe-nos no seu gabinete da Universidade de Macau (UMAC), lugar onde lecciona há mais de seis anos. Fora das suas paredes preside à Associação Económica de Macau, com quase 25 anos de existência. Depois do “Índice de Felicidade 2012”, a entidade tem mais projectos “ambiciosos” na calha para este ano. “Fazemos projectos de investigação ligados às grandes questões da actualidade económica de Macau. Este ano estamos a planear fazer um sobre os custos da inflação e a sua dimensão em Macau, bem como um estudo sobre a cooperação regional com a China, com Guangdong, e outro sobre o desenvolvimento dos recursos humanos.” Joey Lao conta que “todos os projectos são entregues ao Governo e aos departamentos relacionados para a sua referência e consideração, para futuras medidas”. Contudo, o académico diz que às vezes “não há qualquer feedback” governamental.

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Nasceu em 1934 em Lisboa, onde seguiu os estudos em arquitectura na escola de Belas artes, que con-cluiu em 1962. completou depois

o currículo académico nos estados unidos, na universidade da Pensilvânia, ao lado de Louis Khan, onde se tornou mestre. Traba-lhou em Lisboa, mas também no Funchal, Goa e Macau, onde desenvolveu grande parte da sua obra. O edifício do Bairro social do Fai chi Kei, o World Trade center, a TDM--Teledifusão de Macau e o plano de fecho da Baía da Praia Grande foram algumas das mais notáveis.

Manuel Vicente dedicou-se também à área de ensino, em 1970, tendo passado pela escola superior de Belas artes de Lisboa e pela universidade autónoma.

em 1994 recebeu o Prémio da associa-ção de arquitectos de Macau e em 1998 foi agraciado com o grau de Grande Oficial da Ordem de Mérito pelo então Presidente da República, Jorge sampaio.

em 1987 recebeu o Prémio aIca/Mc (associação Internacional de críticos de arte/Ministério da cultura), que todos os anos distingue um nome consagrado na área das artes Visuais e outro na área da arquitectura.

em 2005 recebeu pela segunda vez a Medalha de Ouro da aRcasIa (architects Regional council asia) ou conselho Regio-nal dos arquitectos da Ásia, na categoria de melhor espaço público.

Manuel Vicente foi membro da comis-são instaladora da associação de arqui-tectos Portugueses (1975-1977) e, mais recentemente, vice-presidente da Ordem dos arquitectos (2002-2007). em 2008, candidatou-se a presidente da Ordem dos Arquitectos pela Lista C ficando em segundo lugar com 28% dos votos.

Trabalhou no projecto de recuperação

da casa dos Bicos, em 1980, juntamen-te com José santa-Rita, para a XVII ª exposição europeia de arte, ciência e cultura. Mais recentemente, o edifício foi novamente alvo de obras para a de reconstrução e adaptação da Fundação José saramago.

ao longo da sua carreira trabalhou com nomes conhecidos da arquitectura portuguesa como Nuno Teotónio Pereira, conceição silva, chorão Ramalho ou Fernando Távora.

Manuel Vicente, “o arquitecto de Ma-cau”, morreu aos 78 anos em Lisboa.

Manuel Vicente 1934 - 2013 11 de Março de 2013

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Louvor oficiaL de Macau e PortugaL

segunda-feira 11.3.2013Manuel Vicente1934-2013

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Rita Marques [email protected]

ConheCido e reconhe-cido como o “arquitecto de Macau”, foram muitos os projectos da sua autoria

que ainda hoje traçam o retrato ur-banístico do território - o Plano da Baía da Praia Grande, o World Trade Center e o edifício de habitação Social no Fai Chi Kei são talvez alguns dos mais icónicos. na manhã de sábado, aos 78 anos, não resistiu à luta que travava com um cancro no estômago. estava há uma semana internado no hospital dos Capuchos, em Lisboa, onde veio a falecer.

Viveu e trabalhou em Macau, especialmente entre dois períodos 1962-1966 e 1976 e 2009. dizia-se abençoado pela profissão que esco-lheu. “os arquitectos têm imensa sor-te porque divertem-se imenso com o que fazem. Realmente aquilo que fazem é tão gratificante, tão emocio-nante, tão divertido que não haverá whisky que se compare. Quer dizer eu vou bebendo whisky enquanto tra-balho”, revelou bem-disposto num documentário da RTP gravado em Macau, em 2011. este foi, de resto, o ano da sua última visita a Macau.

Manuel Vicente foi sinónimo de “mestre”, “professor” e “amigo”. O seu trabalho, por outro lado, indicava “excelência” e “genialidade”. Por estas razões, o “arquitecto de Macau” deixa um legado de urbanismo ímpar em Macau, na voz dos seus colegas de profissão. Vicente deixou Macau e o mundo no sábado de manhã, aos 78 anos

Colegas e amigos homenageiam o arquitecto Manuel Vicente com elogios à sua obra e personalidade forte

Desapareceu o “arquitecto de Macau”

À data, fez uma retrospectiva da sua obra no território e inevitavelmente de parte da sua vida.

A acompanhá-lo nas descrições do seu espólio erigido tinha um discípulo: o arquitecto e colaborador Manuel Graça dias. “deixa-nos uma obra notável, com destaque para o que fez em Macau, onde não se im-portou de trabalhar às vezes sem as condições ideias (...) A forma como criava, o seu gosto pela relação da arquitectura com as cidades. Manuel Vicente deixa-nos, acima de tudo, perspectivas”, retratou, em decla-rações deixadas ao jornal Público. “neste momento lembro-me da sua personalidade, a sua alegria e a

forma como se interessava por coisas aparentemente menores, influenciou muitos alunos e amigos”, conclui Graça dias.

Mas é aos arquitectos de Macau, que todos os dias caminham entre as suas obras, que deixa uma fonte de inspiração, um legado que funciona quase com uma “escola de Macau”, para quem foi um docente fora de aula. Francisco Vizeu Pinheiro, que conheceu e conviveu de perto com Manuel Vicente em Macau, retrata-o como “um professor”. “Tí-nhamos opções e estilos diferentes mas sempre o achei bem disposto e humorado. Para mim foi também um professor”, salienta ao hoje Macau,

destacando em concreto o projecto da Praia Grande, o Plano da Baía da Praia Grande. “Alterou a fisionomia e a geografia urbana de Macau e contribuiu muito para o legado de hoje de Macau porque isto era uma zona que podia ser aterrada e neste momento a memória da corrente marítima mantém-se”, explica.

Admiração maior espelhavam as palavras de Vicente Bravo, estivesse o hoje Macau cara a cara com o ar-quitecto, e não em contacto por via telefónica, também os olhos brilha-vam. A ele o projecto de planeamento da Baía da Praia Grande representa “a inteligência de deixar lá ficar a memória da cidade” e identificar o valor da água. Seu parceiro de equipa nos anos 70 - entre as tantas que sempre constituiu, conservando amigos nos colegas - não tem dúvidas na hora de dizer que “sempre amou Macau”. É também nesses anos que traçou o retrato da cidade. Mais do que nos edifícios icónicos, na utilização comercial e habitacional da cidade onde trabalhou para as pessoas, frisou.

Para Maria José de Freitas, o arquitecto também funcionou como um tutor. “A Macau que conhecemos hoje em dia advém muito da inter-venção de Manuel, que foi o arquitec-to de excelência, gostaria de apontar o fecho da Baía da Praia Grande, uma das obras mais relevantes que o Ma-nuel teve aqui no território. Passando pelo World Trade Center, o edifício

do Fai Chi Kei, que infelizmente já não podemos ver. Tanta coisa por onde a mão dele passou e que hoje em dia permite a Macau que tenha a qualidade de ambiente e visual que tem, pelo entendimento que tinha de Macau, pelas vivências dele que transferiu no seu desenho de cidade e que absorveu de Macau e pelo que procurou transmitir de futuro”, expressa a arquitecta à Rádio Macau.

Também o arquitecto Mário du-que considera que “o valor da obra de Manuel Vicente é em absoluto”. “não é resultado de circunstâncias, sequer é conveniente e é importante que na RAeM esteja organizada para que signifique naquilo que está feito e repercuta no que falta fazer.”

A queDA De uM testeMunhonão foi com bons olhos que viu o seu edifício de habitação social no Fai

• “As minhas saudações à sua contribuição para construção urbana em Macau. Era sincero, modesto, educado, compassivo e generoso”, Ung Vai Meng, director do Instituto Cultural de Macau ao Hoje Macau

• “Lembro-me do Festival da Primavera em 2011, foi convidado a participar na comemoração do primeiro aniversário da Casa do Mandarim quando tinha aberto ao público. Disse então: “Macau é a

minha segunda terra natal”. Pode-se imaginar o seu profundo sentimento a Macau”, idem

• “A morte do senhor é uma perda enorme de Macau, a sua promoção e contribuições do sector cultural será sempre lembrado em nossos corações”, idem

• “Deixa a marca da arquitectura portuguesa em diferentes geografias, nomeadamente em

Macau, onde a sua obra marcou o território de forma indelével”, Jorge Barreto Xavier, secretário de Estado da Cultura português, em declarações escritas em comunicado à agência Lusa

• “Nome grande entre os grandes nomes da arquitectura portuguesa, Manuel Vicente deixa-nos uma obra que, no futuro, continuará a ser objecto de estudo e de melhor conhecimento”, idem

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segunda-feira 11.3.2013 13www.hojemacau.com.mo

Colegas e amigos homenageiam o arquitecto Manuel Vicente com elogios à sua obra e personalidade forte

Desapareceu o “arquitecto de Macau”

Chi Kei ser demolido por ordem do Executivo. No entanto, não fez deste um ponto de ruptura com Macau, as suas gentes ou tampouco os seus governantes. Chamou-lhe decisão “burocrática” e “pouco informada”, em declarações ao Jornal Ponto Final, mas resignou-se. A notícia moveu uma petição online, em Ja-neiro de 2010, mas de nada valeu. Nesse mesmo ano, passou à história, deixando lugar a duas novas torres com 700 fracções de habitação, mais 460 acomodações do que na habita-ção anterior. A obra foi reconhecida em 1995 pela organização regional de arquitectura (ARCASIA) com medalha de ouro. No documentário da RTP a que deu corpo e voz pela cidade, ainda ressentia no entanto a mágoa dos últimos acontecimentos. “Em relação à generalidade das coi-sas que fiz em Macau. Havia sempre esta apropriação selvagem. Sempre tentava perceber o que é que resistia e o que é que não podia resistir. Estou aqui tranquilamente como se pudesse estar num sítio qualquer e a achar que me posso encantar com o texto arquitectónico que aqui está. Com esta narrativa deste espaço. Com esta marcação. Com esta criação de sítios”, explicava no interior das oficinas de reparação e conserva-ção CEM, em Coloane, tendo sido responsável pela sua construção em 1985.

Este era um “monumento” que vinha da prática do sal, em Portugal,

depois da revolução de 1975, onde a habitação social se mistura com as suas características das pessoas que os habitam, analisa Vicente Bravo. “Algo trazido por ele, não como programa político mas com a sua maneira de ver as coisas: as pessoas e a cidade. A cidade é feita pelas pessoas (...) O Fai Chi Kei era um bairro, um sítio onde a vizinhança, a maneira amável como as pessoas de Macau se relacionavam.”

Mário Duque relembra que “sempre se dirá que a demolição do edifício do Fai Chi Kei foi indevida”, e fala do Plano do Fecho da Baía da Praia Grande cujo se revela “ainda hoje ter sido o mais adequado, mes-mo para além no que na altura era possível antever ou analisar, nome-adamente em matéria de gestão de

bacias hidrográficas e de alterações climáticas”.

UM aMigo e UM MestreA sua personalidade e o legado que deixa são indissociáveis. Deixam marcas em Macau e na vida dos que acompanharam o seu trabalho de perto, como Rui Leão, que integrou o atelier do arquitecto em 1996. Uma parceria que se estendeu por 14 anos.

“Manuel Vicente é uma figura gigante para Macau por toda a arqui-tectura que ele deixou, maravilhosa, comunicante, alegre, com vontade de perceber a cidade, os outros, a China, nós na China, tudo, isto no meio de grandes revoluções e atribulações do modernismo do século XX, da vida dele, dos amigos, de todos nós e também daqueles que conhecia pelo caminho e no dia-a-dia”, descreveu em declarações à agência Lusa. “Uma celebração” é como define o trabalho a seu lado, a quem intitulava de mestre. Das obras destaca o edifí-cio World Trade Center e o posto de bombeiros no bairro da Areia Preta, na zona norte da cidade.

Um mentor era também para o arquitecto Carlos Marreiros mas, acima de tudo, um amigo que para Macau “significou a paisagem construída”, evidenciou também à agência Lusa. “Perco um amigo, perco um mestre e Macau perde alguém que significou a sua paisa-gem construída, alguém que soube polemizar a arquitectura e alguém que elevou a profissão de arquitecto e a prática da arquitectura não só como um serviço profissional mas como uma disciplina do saber”, afirmou o ex-presidente do Instituto Cultural. “Manuel Vicente foi um arquitecto muito criativo, às vezes roçando a genialidade, muito interventivo e muitas vezes polémico também”, descreve, sem esquecer o traço dos seus desenhos que marcaram uma arquitectura imponente, indepen-dente da envergadura.

“Há muitos arquitectos que gostariam de que quando a obra fica feita, ficasse no paralítico. Eu sou muito inimigo da congelação. As coisas têm de viver, têm de ter vida, têm de vibrar com as estações, com as horas do dia, com os estados íntimos. As pessoas não são como as coisas. As coisas é que são como as pessoas”, disse em Macau, no ano da despedida do território.

O corpo do arquitecto está em câmara ardente na Capela do Rato, em Lisboa. Estando marcada a cerimónia de cremação, hoje, no Cemitério do Alto de São João, às 10h (hora local).

APRESENTAÇÃODO SEU ESPÓLIO POR MANUEL VIcENTE*

• ARCADAS DO PLANO DA BAÍADA PRAIA GRANDE, 1989“Foi complicado como a vida é complicada (...) “(Edifícios Nam Van) Os pezinhos punham den-tro de água e depois não sei que impressão é que isso lhes fez que aproximaram a passerelle dos pilares. Finalmente que não esconderam os pés e isso dá-me uma grande alegria. Isso era o limite do plano, todos os lotes que aqui

faziam parte e eram edifícios. Uma coisa bastante organizada à volta do Centro de Congressos, que articulava com estes edifícios institucionais”

• POSTO OPERACIONALDOS BOMBEIROS DA AREIA PRETA, 1990“(As garagens) É um mundo de asas em que começa tudo a voar. (Canos no interior) As tripas que vêm do tecto. Isto são os intestinos do quartel, de onde vêm as cacas e os xixis humanos. (Escadas das oficinas) Os degraus são todos paralelos, não fazem leque o que torna a subida das escadas mais confortável.”

• FÁBRICA VERMELHA, 1977“Eu queria libertar as ocultas poéticas de uma linguagem aparentemente indiferente. E fazê-la vibrar. Revelar as coisas escondidas.”

• ORFANATO HELEN LIANG, 1963 “Esta obra e a do edifício luso-chinês (na Universidade de Macau) foram obras muito doces, de grande acordo entre os executantes e o projectista. Calhou ser a minha primeira obra grande portanto guardo essa recordação, do modo doce de produzir arquitectura. E, por outro lado, há aquela questão dos afectos, do que é que se põe nas coisas. É preciso que as coisas cantem.”

• FAI CHI KEI (REALOJAMENTO), 1979“Acabou por ser muito ocupado. Mantivemos muito a tipologia de desenvolvimento (de acor-do com o velho Fai Chi Kei) mas simplesmente crescemos isto.”

• OFICINAS DA CEM, COLOANE, 1985“Muito arquitectura de engenheiro mas também muito arquitectura de movimento moderno puro e duro. Resolvi que ia repetir aquele edifício duas vezes, já lhe dava continuidade, já fazia conjunto, já fazia sítio. E depois inventei uma entrada redonda, um cilindro que se juntava a esse volume que eu tinha ido buscar à construção que lá havia ao lado. Lá dentro tinha uma escada onde eu usava o próprio emblema da CEM.”

• TORRES PARA FUNCIONÁRIOS DO ESTADO DA BARRA, 1976“Um dia o imperador resolveu mostrar o seu palácio ao seu poeta. E o poeta, no meio dessa viagem, descreve que começara por ver esse conjunto de torres ao longe e que há medida que se ia aproximando repararam que nenhuma tinha a mesma cor mas que eram subtis graduações da mesma cor. E eu tinha muita vontade de nas cores aqui da barra de criar essa situação, em que as cores iam sendo tons umas das outras.”

• ARQUIVO HISTÓRIO DE MACAU, 1985 “Era muito o fascínio da luz, que entrava e ia fazendo vibrar todo aquele vidro. Revelava e escondia. Deixa passar a luz mas não deixa passar a vista. É uma espécie de arquitectura maravilhosa e, portanto, o que queria era fazer um palácio de vidro.”

* in Filme de Rosa Coutinho Cabral, filmado em Macau, em 2011

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segunda-feira 11.3.201314 www.hojemacau.com.moManuel Vicente1934-2013

Continua Macau

Tiago Quadros*[email protected]

Para Manuel Vicente, em Lisboa ou Macau, a arquitectura sempre foi o “espaço do ser” e o “ha-

bitar seu objectivo máximo”. Foi essa a sua procura, desde há 50 anos, corajosamente, sem desis-tências. a sua obra traduz a busca por esse ideal de prazer e emoção ou, simplesmente, do sublime que pode existir no nosso quoti-diano. Enquanto que a Lisboa de Manuel Vicente se define como o local de partida e regresso; Ma-cau é, para o arquitecto, o terri-tório da prática continuada e per-sistente. Se em Lisboa a sua obra pontua os grandes momentos dos últimos 50 anos; Macau apresen-ta-se como espaço delimitado e de liberdade, dos muitos prédios de habitação pensados como con-tributo para a cidade, dos grandes blocos desenhados para a escala do homem, da criação do futuro

para o património, dos grandes traçados urbanos para um quoti-diano vindouro.

Em Outubro de 1989, na ex-posição “…Prender todo o tem-po ocupando o espaço”1, Manuel Vicente sintetiza o seu trabalho apresentando três obras – o ar-quivo Histórico de Macau, o World Trade Center de Macau e o conjunto STDM, também em Macau. Manuel Vicente opta por mostrar apenas esses em detri-mento de muitos outros entretan-to desenhados e concretizados, mas mostrando-os em detalhe, recriando o ambiente ou as sen-sações que a sua obra nesse mo-mento queria transmitir. Dez anos antes, em “O exercício da cida-de”2, apresentara o trabalho feito ao longo de três anos de ausência nesse Portugal distante que era Macau, com dezasseis obras – a sua maioria então em fase de de-senho.

Em 1991, o Instituto Cultural de Macau publica Macau Glória3.

O conjunto de ensaios escritos por Manuel Vicente, Manuel Gra-ça Dias e Helena rezende procu-ravam decifrar uma arquitectura vernacular contemporânea que, segundo os próprios, emergia e revelava-se suavemente em Ma-cau. Macau Glória marcará o iní-cio de um conjunto de tentativas de produção crítica em torno da realização arquitectónica de Ma-cau. Vinte anos mais tarde, em 2011, Jorge Figueira, José Maçãs de Carvalho, rui Xavier e ana Vaz Milheiro visitam Macau. a oportunidade, gerada pela expo-sição “Manuel Vicente: Trama e Emoção”, comissariada por João afonso, resultará em dois docu-mentários: “Fai Chi Kei (1981-2011)” e “Learning from Ma-cau#1”4, bem como na iniciativa “Manuel Vicente, 15 edifícios na rota do Oriente”5 coordena-do por ana Vaz Milheiro no âm-bito do Mestrado Integrado em arquitectura do ISCTE-IUL e a sistematização do Fundo Manuel Vicente do Centro de Documen-tação de Urbanismo e arquitec-tura da FaUP, cujo responsável é Manuel Mendes.

Manuel Vicente viajou para Macau pela primeira vez em 1962. Saiu de Portugal para “en-contrar um mundo maior e pôr-se à prova”6. Se a experiência portu-guesa de Manuel Vicente se fun-dou na obra e nos lugares de pro-jecto, em Macau, a sua obra tem outras relevâncias, circunstâncias e densidades. Parece evidente que, com a sua obra em Macau, Manuel Vicente contribuiu para a afirmação de uma “escola infor-mal”, que motivou e influenciou gerações de arquitectos. Lembro, em particular, Manuel Graça Dias mas também adalberto Tenreiro, Vicente Bravo, rui Leão e Car-

lota Bruni (que com Manuel Vi-cente ganharam o Prémio arcasia 2005, com a Praça Nam Van).

Sobre Manuel Vicente, Graça Dias refere: “E é isso que é lin-do em Manuel Vicente: a paixão quase infantil com que defende a mudança, com que adere à trans-formação, o à-vontade com que participa na construção do futu-ro, a não-nostalgia de que é ca-paz, no seu visionário pressentir do novo. Na enorme vontade e intenção de desejo urbano, culto, referenciado, inteligente, poético e útil que espalha sobre o projec-to, projectando o acordo com que está, mas devolvendo-lho outro e mais rico; mais rico de hipóteses e possibilidades e de lugares para a vida.”7

Manuel Vicente precisava de dizer sempre aquilo que via. So-bretudo, e isso é o mais difícil, Manuel Vicente precisava de ver sempre aquilo que via. a sua Vida foi o lugar onde o trabalho da ar-quitectura e o trabalho dos sonhos se encontram. Porque em Manuel

Vicente, a Vida e a arquitectura concorrem num mesmo plano. Porque Macau confunde-se com Manuel Vicente e com a diversi-dade de histórias e de sonho que a sua Viagem oferece. Convoco os exemplos maiores: o conjunto STDM, construído em 1982; o Orfanato Helen Liang, de 1966; mas também o edifício dos Bom-beiros da areia Preta, uma das últimas obras de Manuel Vicente em Macau, de 1998.

Esta noite percorri a Baía da Praia Grande. Entre o Orfanato Helen Liang e o Bloco de Habi-tação Chunambeiro “1980” abran-dei a pressa. Ontem como hoje, somos sempre levados a olhar. E sempre seremos porque as obras de Manuel Vicente mostram-nos o que ainda não vimos. Uma glori-ficação do lugar que vive dos in-terstícios dos outros. Numa cidade em “tempestade gráfica” que vive a arquitectura e os seus opostos, Manuel Vicente continua Macau.

*AquitectoMestre em Cor na Arquitectura

pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa

1 - Exposição “...Prender todo o tempo ocupando o espaço”, Galeria EMI – Valentim de Carvalho, Lisboa, Outubro 1989.2 - Exposição “O exercício da cidade. Arquitectura em Macau 1976/79”, AR.CO, Lisboa, Outubro 1979.3 - VICENTE, Manuel, et al. (1991). Macau Glória, Macau: Instituto Cultural de Macau.4 - Ambos realizados por José Maçãs de Carvalho com direcção científica de Jorge Figueira e assistência de realização de Rui Xavier.5 - A iniciativa “15 edifícios na Rota do Oriente”, Abril/Maio 2010, foi a conclusão do trabalho desenvolvido no âmbito da disciplina de “História da Arquitectura Portuguesa”, no ano lectivo de 2009/2010; inclui uma exposição, um catálogo e um seminário.6 - FIGUEIRA, Jorge, (2007). A Noite em Arquitectura, Lisboa: Relógio D’Água Editores, p. 67.7 - AFONSO, João, et al. (2011). Trama e Emoção, Lisboa: Caleidoscópio, p. 43.

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15segunda-feira 11.3.2013 www.hojemacau.com.mo nacional

Um grupo de cidadãos agrediu dois operadores de câmara de Hong Kong que filmavam o activista

Yang Kuang, em Pequim, na tentativa de visitar a mulher do Nobel da Paz Liu Xiaobo, sob prisão domiciliária há mais de dois anos.

Segundo escreve o jornal South China Morning Post (SCMP), di-ário de Hong Kong, Yang Kuang está desaparecido desde a noite passada, depois de ter tentado, sem êxito, visitar Liu Xia.

O jornal cita uma testemu-nha que relata que o activista foi agredido por uma dezena de pessoas, depois de frustrada a sua tentativa de visitar a mulher do Prémio Nobel da Paz (2010), e levado, pouco depois, por um carro da polícia.

Outro conhecido activista chinês, Hu Jia publicou, no seu microblogue, uma fotografia que assegura ilustrar o momento em

O ministro dos Negócios Estrangeiros chi-nês, Yang Jiechi, manifestou, na semana

passada, “plena confiança” no futuro da União Europeia e reafirmou que a China “foi sempre um firme apoiante dos esforços europeus” para ultrapassar a crise da dívida soberana. “Acreditamos que a União Europeia pode transformar a crise em oportunidade e alcançar novos progressos no seu desenvolvimento”, disse Yang Jiechi.

O ministro chinês falava numa conferência de imprensa organizada no âmbito da reunião anual da Assembleia Nacional Popular, que de-corre até ao próximo dia 17, no Grande Palácio do Povo, em Pequim.

A crise da dívida soberana europeia “ainda afecta a recuperação económica global”, mas a China tem “plena confiança” no futuro da União Europeia, afirmou Yang Jiechi. A UE é o maior parceiro comercial da China e a sua principal fonte de importação tecnológica. “A relação entre a China e a

União Europeia é uma das mais importan-tes relações bilaterais do mundo actual”, comentou o MNE chinês.

Yang Jiechi referiu que 2013 assinala o 10.º aniversário do estabelecimento da “parceria estratégica global” entre a China e a UE e que a próxima cimeira bilateral decorrerá no segundo semestre do ano.

As duas partes irão “reforçar a colabora-ção” nas áreas da urbanização, novas fontes de energia, cooperação científica e tecnológica, e desenvolvimento verde”, adiantou.

O MNE lembrou, contudo, que na “mul-tifacetada relação” entre a China e a UE “há algumas questões específicas que precisam de ser correctamente tratadas e resolvidas”.

Yang Jiechi referia-se ao diferendo acerca dos painéis solares e células fotovoltaicas fabri-cadas na China e objecto de “uma investigação anti-dumping” por parte da União Europeia. “A China opõe-se a essa investigação e ao protec-cionismo comercial”, afirmou.

A China planeia dissolver o seu mi-nistério dos Caminhos-de-ferro,

depois de a sua reputação ter sido grave-mente afectada por diversos escândalos, colocando os serviços sob a tutela do ministério dos Transportes, revelou a agência oficial Xinhua.

A proposta, constante do relatório a ser entregue pelo conselheiro de Estado Ma Kai na Assembleia Nacional Popu-lar, que decorre no Grande Palácio do Povo, em Pequim, até ao próximo dia 17, prevê que as funções administrativas, normas técnicas e segurança da rede e controlo de qualidade passem para a responsabilidade de uma Administração do Estado dos Caminhos-de-Ferro.

As missões comerciais do até aqui ministério dos Caminhos-de-ferro serão confiadas a uma outra agência do Estado. “A fim de aproveitar plena-mente as vantagens globais e eficiência

da integração de diferentes meios de transporte, é necessário separar a função administrativa da função comercial do actual ministério dos Caminhos-de--Ferro”, diz o relatório.

A rápida construção de uma rede ferroviária na China tem sido manchada nos últimos anos por uma série de escân-dalos, sendo que um dos mais recentes o que envolveu o antigo ministro dos Caminhos-de-Ferro Liu Zhijun, acusado de corrupção e expulso do Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC).

Liu Zhijun, que exerceu o cargo até Fevereiro de 2011, era responsável pela gestão do programa de desenvolvimento da rede ferroviária chinesa desde 2003, nomeadamente o comboio de alta velo-cidade, terá desviado 4% do montante de vários contratos que assinou, de acordo com notícias divulgadas no ano passado pelo jornal Global Times.

PEqUiM vai colocar, sob um único comando, as suas diver-

sas administrações encarregadas de fazer respeitar a lei nas zonas marítimas, num contexto de agrava-mento das tensões devido à disputa territorial com o Japão, foi ontem anunciado.

A medida visa “salvaguardar os direitos e interesses marítimos do país”, declarou o conselheiro de Estado Ma Kai, segundo o texto

do discurso que deverá proferir na sessão anual da Assembleia Nacio-nal Popular, citado pela agência oficial Xinhua.

Para exercer a sua autoridade nos espaços marítimos que con-sidera serem seus, a China envia actualmente navios patrulha de diversos ministérios – como os da guarda costeira, sob tutela do mi-nistério da Segurança Pública ou os barcos de vigilância de pesqueiros

do ministério da Agricultura –, pelo que “a eficácia deixa a deseja”, reconhece Ma Kai.

Neste quadro, surge então a decisão de confiar o “comando unificado” dos meios de vigilân-cia dos mares à Administração Oceânica do Estado, que funciona sob o chapéu do ministério dos Recursos Naturais. Contudo, pretende-se que o controlo ope-racional para a manutenção da

ordem e protecção dos direitos da China seja da responsabilidade do ministério da Segurança, escreve a Xinhua.

As relações sino-japonesas atravessam actualmente um per-turbado momento, devido à disputa pela soberania das ilhas Senkaku/Diaoyu no Mar da China Oriental, as quais se acreditam ser ricas em recursos naturais e potencialmente em reservas de petróleo e gás.

Média de Hong Kong agredidos quando tentavam filmar activista

Yang Kuang desaparecidoque Yang Kuang foi detido e levado para o interior da viatura.

O telefone de Yang Kuang, re-fere o SCMP, está desligado desde a noite passada.

O activista, conhecido por defender a soberania das ilhas Diaoyu, que a China disputa com o Japão, decidiu visitar Liu depois da tentativa falhada de três com-panheiros no dia anterior.

Antes de ser alegadamente detido, Yang disse, citado pelo mesmo diário, que guardas o impediram de entrar na residên-cia da esposa do Nobel da Paz e que depois ele e dois jornalistas que filmavam a sua iniciativa

foram atacados por uma dezena de pessoas.

Os homens empurraram Yang e agrediram os dois operadores de câmara, também de Hong Kong, identificados como Tam Wing-man e Wong Kim-fai.

Tam Wing-man afirmou, em declarações ao SCMP, que recebeu um soco na cara e que foi mandado ao chão por cinco ou seis homens. Wong Kim-fai, por seu turno, disse ter sido atingido na cabeça e que a sua câmara ficou danificada.

Liu Xia encontra-se confinada à sua residência, sem que sejam conhecidas as acusações que pen-dem sobre si.

Ministério dos Caminhos-de-ferro dissolvido

Reputação manchada leva a decisão

Ministro dos Negócios Estrangeiros tem confiança na UE

“Transformar a criseem oportunidade”

Leis que regem áreas marítimas sob uma única administração

“Salvaguardar direitos do país”

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16 nacional segunda-feira 11.3.2013

Os tribunais da China conde-naram 5,2 milhões de pessoas entre 2008 e 2012, mais 25,5% do que no período 2003-2007,

disse ontem o presidente do supremo Tribunal Popular, Wang shengjun.

Do universo global, 1,86 milhões foram condenados em processos penais, designadamente por homicídio, roubo, rapto, tráfico humano e envolvimento em redes de crime organizado, indicou Wang shengjun, no relatório apresentado à Assembleia Nacional Popular, cuja reu-nião anual decorre até ao próximo dia 17.

Ao discursar perante os cerca de três mil delegados que participam do encon-tro, no Grande Palácio do Povo, em Pe-quim, o presidente do supremo Tribunal Popular apontou ainda que os tribunais têm sido cautelosos na aplicação da pena capital, garantindo que o supremo reviu de forma rigorosa as sentenças decretadas

nesse sentido. “Temos assegurado que a pena de morte é aplicada a um número muito pequeno de pessoas condenadas por crimes extremamente graves”, afir-mou o magistrado Wang shengjun, citado pela agência oficial Xinhua.

De acordo com os números facultados pelo magistrado, 20 mil pessoas foram condenadas por crimes relacionados com a produção e distribuição de produtos alimentares adulterados e de outros bens que não observaram as normas.

Nos últimos cinco anos, o supremo Tribunal Popular encerrou 49.863 casos, enquanto os tribunais locais deram conta de 55,26 milhões de processos.

O número de casos findos pelos tribunais a todos os níveis aumentou de 9,84 milhões em 2008 para 12,4 milhões em 2012, valor que reflecte uma subida de 26%, de acordo com o relatório de Wang shengjun.

A lentidão da reconstrução e as insuficientes acções

de apoio à população nas áreas mais atingidas pelo tsunami de 2011, dominam as preocupações das autori-dades japonesas, no segundo aniversário da catástrofe.

Hoje, o Japão vai parar e lembrar o tsunami na região de Tohoku (nordeste), que a 11 de Março de 2011 causou perto de 19 mil mortos e um acidente nuclear na central Fukushima Daiichi, 220 quilómetros a nordeste de Tóquio, que foi o pior desde a explosão da central Cher-nobil, na Ucrânia, em 1986.

Às 14h46, sirenes e sinais sonoros de nevoeiro vão soar para assinalar o minuto em que um sismo, de magnitude 9, abalou o fundo do Oceano Pacífico, a algu-mas dezenas de quilómetros da costa nordeste do Japão. Menos de uma hora depois, uma onda, com mais de 20 metros de altura, atingiu o litoral e destruiu portos, casas, escolas e fábricas.

Na central nuclear, os sistemas de arrefecimento avariaram e os reactores aqueceram até desencadear um acidente grave.

O balanço oficial do maremoto é actualmente de 15.880 mortos e 2.694 desaparecidos. Um milhão de casas ficou destruído e, dois anos depois, montes de escombros levados pelo mar continuam a chegar às costas norte-americanas, do outro lado do Pacífico.

Várias cerimónias vão realizar-se hoje, na costa destruída, mas também em Tóquio, onde o chefe do governo japonês vai presidir às homenagens.

Muitos meios foram accionados, desde a catás-trofe, para a reconstrução das zonas destruídas, através de um orçamento público colossal de 19 mil milhões de ienes que o novo primeiro--ministro de direita, shinzo Abe, quer aumentar para acelerar os trabalhos.

As zonas atingidas foram em grande parte limpas dos escombros deixados pelo maremoto, as estradas alca-troadas e postes eléctricos reerguidos. Em algumas lo-calidades costeiras mais dani-ficadas, como Kesennuma ou Ishinomaki, a vida regressa lentamente e a reconstrução prossegue a bom ritmo.

Na central de Fukushi-ma, a fase crítica do acidente foi dada como terminada em Dezembro de 2011, apesar de os trabalhos de reforço da segurança não avançarem devido à elevada radioactividade.

Os efeitos das radiações na saúde das populações ribeirinhas são objecto de polémica, relançada por um estudo da Organização Mundial de saúde (OMs).

Para a OMs, não foi ob-servado qualquer aumento dos riscos numa área de 20 quilómetros em redor da central.

Zonas há que continuam inabitadas e a maioria das dezenas de milhares de pes-soas retiradas após o acidente nuclear ainda não foi autori-zada a regressar a casa, tal como centenas de milhares de desalojados pelo tsunami.

Ao todo, mais de 315.000 refugiados continuam em ha-bitações provisórias, junto de familiares ou em alojamentos temporários, construídos à pressa. Os que deixaram a região, hesitam em regressar e as zonas devastadas de Tohoku têm falta de mão--de-obra.

O Governo das Filipinas saudou ontem a libertação dos 11 observadores da ONU, raptados nos Montes Golã, esta semana. Os 21 observadores filipinos que integram a força das Nações Unidas responsável por monitorizar o cessar-fogo nos Montes Golã, entre a Síria e Israel, capturados na quarta-feira por rebeldes sírios na zona, foram libertados e enviados, esta sexta-feira, para a Jordânia. “O Governo das Filipinas e o seu povo expressam o seu mais profundo agradecimento ao Governo e às autoridades militares da Jordânia pelo facto de terem assegurado, com segurança, a passagem dos nossos 21 capacetes azuis para o país”, sublinha um comunicado oficial. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, também se congratulou com a libertação

dos 21 observadores, apelando aos sírios para respeitarem a “liberdade de circulação” do pessoal da ONU. Ban Ki-Moon saudou os esforços de todos aqueles que contribuíram para que a libertação e posterior deslocação para a Jordânia, se realizasse com segurança. Os 21 observadores filipinos que integram a força da ONU nos montes Golã foram capturados na quarta-feira por rebeldes sírios naquela zona, no sul da Síria, tendo sido ontem libertados e enviados para a Jordânia. O grupo rebelde “a Brigada dos Mártires de Yarmouk” reivindicou a captura dos 21 capacetes azuis da ONU e reclamou inicialmente a retirada do exército sírio da região. Tratou-se do primeiro incidente do género desde que eclodiu o conflito na Síria.

Incêndio causa vítimas na Coreia do SulPelo menos uma pessoa morreu e 17 outras ficaram feridas, este sábado, na sequência de incêndios que deflagraram em zonas montanhosas da Coreia do Sul, destruindo mais de meia centena de casas, informaram ontem as autoridades. Milhares de bombeiros combatem as intensas chamas na zona remota da cidade costeira de Pohang, no sudeste, desde o final da tarde de sábado, as quais causaram a morte de uma idosa. A polícia disse estar a investigar a possibilidade de o incêndio ter sido provocado por uma criança de 12 anos que, com os amigos, alegadamente ateou fogo a uma pilha de folhas secas perto de casa, situada na encosta. Um outro incêndio deflagrou noutra montanha no sábado, perto da cidade portuária de Ulsan, deixando três feridos. Segundo os Serviços de Emergência da Coreia do Sul, arderam 23 casas. Impulsionado pelo forte vento, o fogo em Ulsan continua a alastrar, apesar dos esforços de mais de quatro mil bombeiros.

Aumentam condenações em tribunais na China entre 2008 e 2012

Número “reduzido” de penas de morte

Japão reconstrói-se lentamentedepois de sismo e tsunami de há dois anos

Zonas ainda desertas

região

ONU congratula-se com libertação de observadores raptados

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17segunda-feira 11.3.2013 www.hojemacau.com.mo vida

Macau foi atingido por marés vermelhas pela primeira vez este ano. No sábado, a praia de Cheok Van estava coberta de uma cor vermelha, que se estendia por mais de dez metros. O fenómeno é normal no território, uma vez que resulta de um maciço crescimento de pequenas algas que se alimentam de nutrientes provenientes das águas. As águas de Macau são ricas em nutrientes que são provenientes das nascentes dos rios e pelas descargas das águas domésticas da localidade. A Capitania dos Portos aconselha as pessoas a não tomarem banhos, ainda que no passado fim-de-semana a bandeira amarela não estivesse içada e diversas pessoas estivessem em contacto com a água. - J.F.

IACM estará a cobrar taxas ilegais no canil e a deter animais em propriedade privada, diz ANIMA

Comportamentos “perturbadores”

hoje na chávena

Absinto

Paula BichoNaturopata e Fitoterapeuta • [email protected]

Nome botânico: Artemisia absin-thium L.Família: Asteraceae (Compostas).Nomes populares: Absinto-amargoso; Acintro; Citronela-maior; Grande--absinto; Losna; Losna-maior; Sintro.

Originário dos lugares montanhosos do centro e sul da Europa, Ásia e norte de África, o Absinto pode atingir cerca de 80 cm de altura. Apresenta folhas profundamente recortadas, cobertas de uma fina penugem que lhe confere uma aparência prateada, e pequenas flores amarelas. Com ele se elaborou um vermute muito famoso com o mesmo nome, muito apreciado pelos poetas malditos do século XIX. Van Gogh terá imortalizado esta mítica bebida no seu quadro Natureza Morta com Absinto. Porém, o seu abuso produzia intoxicação e dependência (absintismo) e foi proibido no início do século XX. Atualmente o Absinto ainda aromatiza algumas bebidas, mas não o vermute original.Com uma longa história de utilização medicinal, esta planta é referida pela primeira vez no papiro de Ebers, um tratado médico escrito no Antigo Egito datado de cerca de 1500 anos a.C. Da sua sábia utilização advêm os seus benefícios. São usadas as folhas e as flores.

COMPOSIçãOConstituintes amargos, óleo essencial (com tuiona), flavonoides (rutina), ácidos orgânicos e taninos; lípidos, proteínas, vitaminas (B3, C, betaca-roteno) e sais minerais (potássio). Sabor muito amargo.

ACçãO tErAPêutICAO Absinto é uma planta amarga: o seu sabor, em contacto com a língua, pro-voca uma ação reflexa sobre o sistema gastrintestinal e estimula a secreção de sucos gástricos, o que melhora o apetite, a digestão e a absorção dos nutrientes; tem ainda efeitos tónicos sobre o estômago, aumenta a secreção de bílis descongestionando o fígado, favorece o funcionamento da vesícula biliar, combate os es-pasmos e auxilia a eliminação de gases. tem sido utilizado na falta de apetite, anorexia nervosa, digestões difíceis, sensação de enfartamento, flatulência e cólicas gastrintestinais, perturbações da vesícula, para ajudar a recuperar a vitalidade na convalescença de hepatites virais ou outras afecções e para promover

a eliminação de parasitas intestinais (oxiúros e lombrigas).Esta planta tem igualmente proprie-dades estimulantes sobre o útero, provocando a menstruação quando atrasada, acalmando as dores e regularizando o período; já foi usada durante as contrações para acelerar o parto. Por estas virtudes, foi dedi-cada pelos antigos Gregos a Artemisa (Diana para os romanos), a deusa da fecundidade.

OutrAS PrOPrIEDADEStopicamente o Absinto é usado como anti-inflamatório e antissético no tratamento de inflamações da boca e faringe, otites, feridas e úlceras, queimaduras, picadas de insetos, micoses e ainda em entorses e con-traturas musculares.

COMO CONSuMIruSO INtErNO• Infusão: 1 colher de chá por chávena de água fervente. tomar 2 chávenas por dia, ½ hora antes das refeições, sem adoçar. Nas perturbações di-gestivas e sob supervisão de um profissional.• Devido à sua possível toxicidade, o Absinto é utilizado sobretudo em fórmulas.• Também pode ser usado na forma de óleo medicinal (as flores de molho em azeite), tintura, xarope ou pó.• Na cozinha, as folhas usadas em pe-queníssimas quantidades, podem tem-perar aves, caça, porco ou carneiro ou aromatizar pratos de peixe e marisco. Além do seu aroma e sabor, aumenta a digestibilidade das gorduras.uSO EXtErNO• Infusão: 20 g por litro de água. Em bochechos e gargarejos, lavagens e compressas quentes.

PrECAuçõESEm doses elevadas, a tuiona do óleo essencial tem efeitos tóxicos sobre o sistema nervoso e pode ocasionar tremores, convulsões, delírio e ver-tigens. A ação da tuiona é potenciada pelo álcool no qual facilmente se dissolve. respeitar as dosagens e fazer tratamentos de curta duração.Contraindicações: na gravidez, de-vido ao efeito estimulante uterino; durante a amamentação, pois é eliminado com o leite materno e pode ser nocivo para o bebé; crianças; e, em casos de gastrite e úlcera gastro-duodenal, por aumentar a secreção dos sucos gástricos.

Joana [email protected]

A Sociedade Protectora dos Animais – ANIMA garante estar a receber queixas de cidadãos

sobre o facto de o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) estar a tentar “apanhar animais em propriedades privadas”. Em comunicado publicado na página do Facebook, a associação refere que os alertas têm chegado “directa ou

ANIMA pede informação à DSEA ANIMA quer saber quantos animais de corrida foram importados nos últimos cinco anos em Macau. A Sociedade Protectora dos Animais pediu, por isso, à Direcção dos Serviços de Economia, informações sobre o número de galgos e cavalos que chegaram ao território. Mas ANIMA pede ainda números sobre a quantidade de animais importados para serem vendidos em lojas de animais. Como associação de utilidade pública, concedida pelo próprio Governo, o grupo pode fazer este tipo de requerimentos. O objectivo, explica Albano Martins na carta enviada à DSE, é “permitir à ANIMA, como ONG, sugerir ao Governo as melhores medidas para resolver os problemas que hoje nos defrontamos em Macau”.

Campanhas pelos animais A ANIMA está a lançar diversas campanhas para ajudar os animais que tem sob a sua alçada e os que ainda se encontram nas ruas. Nas últimas semanas, a Sociedade Protectora dos Animais lançou a “Campanha de Famílias de Acolhimento”, que pede a quem estiver interessado que ceda uma casa – ainda que provisória – aos animais recolhidos pela ANIMA. “para recolhermos os animais que estão na rua precisamos de famílias de acolhimento para os que estão já connosco no abrigo , já que o espaço que temos é pequeno”, explica a ANIMA. Uma outra campanha lançada pela associação prende-se com a necessidade de condutores devidamente licenciados, que não se importem de ser voluntários na ANIMA. “Somos chamados a intervir diversas vezes por dia, conduzimos diariamente para clínicas veterinárias ou somos chamados para operações de resgate. Só temos um voluntário da ANIMA com carta de condução.” O contacto da ANIMA para estas campanhas é [email protected].

Mar verMelho eM cheok van

indirectamente através de amigos ou membros da ANIMA” denomina o comportamento do IACM como perturbador. “As notícias são tão assustadoras que a ANIMA deci-diu enviar uma carta na próxima segunda-feira [hoje] ao IACM a pedir explicações, com conheci-mento para o Comissariado contra a Corrupção”, refere a sociedade.

De acordo com as queixas, o IACM estará a entrar em terrenos privados “a ameaçar os cidadãos com menos formação”, dizendo-

-lhes que têm de licenciar os seus animais, caso contrário eles serão retirados aos donos. “Segundo a lei, o IACM pode fazer isso em zonas públicas e multar as pessoas que não registem os seus animais, assim que esses forem encontrados em áreas públicas. Mas apenas nesses casos”, explica a ANIMA. “Em proprieda-de privada, [o IACM] necessita de um mandato do tribunal.”

TAxAs A mAisMas o comportamento do IACM não se fica por aqui. Segundo a ANIMA, há outras queixas, que se prendem ainda com a quantidade de taxas que o canil municipal – dirigido pelo IACM – está a tentar cobrar às pessoas que queiram adoptar um animal no canil. “O IACM está agora a dizer às pessoas que vão ao canil para adoptar um cão que têm de pagar, além da licença, outras taxas, como a acomodação do animal desde que este foi apanhado [na rua] e os custos da apreensão do animal.” A ANIMA garante ter consultado ad-vogados que explicam que obrigar os cidadãos a pagar estas taxas é ilegal. Até porque, quando o canil apanha cães na rua, não sabe se estes serão ou não adoptados. “Em vez de ser parte da solução, o IACM parece querer tornar as adopções mais difíceis”, queixa-se a ANIMA.

Recorde-se que esta não é a primeira vez que a sociedade envia cartas ao IACM com queixas da sociedade sobre o comportamen-to do Governo face aos animais abandonados.

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segunda-feira 11.3.2013cultura18

Soltaram-Se as teias literárias que juntam macau à China e ao mundo

lusófono e francófono. No dia de abertura oficial da segunda edição do Festival literário rota das letras, há pelo menos três autores que já começam a libertar as primeiras prosas descritivas da cidade que os recebe durante uma semana. “ma-cau é um lugar de sonhos e pesadelos onde as pessoas estão, eu diria, de algum modo intensificadas. A vida macaense tem um lado muito atraente e até performativo. a cidade parece um cenário. e as pessoas comportam-se aqui como certas persona-gens”, conta Valter Hugo mãe à tDm.

através das palavras inspiradas e até cinema-tográficas, não é difícil adivinhar que se avizinha a vontade de preencher folhas em branco. “É muito fácil imaginar uma história e acharmos que esta realida-de é uma ficção, por isso, escrevê-la era quase como apenas transcrevê-la. Não teria muita dificuldade em arranjar aqui um enredo”,

“a máquina de Joseph Walser”, de Gonçalo

m. tavares, está nomeado para o Prémio de melhor livro traduzido nos estados Unidos na categoria de ficção.

este prémio é atribuído anualmente ao melhor livro traduzido para inglês e publi-cado nos estados Unidos e tem em conta tanto a qualida-de da obra como da tradução, “sendo uma oportunidade para honrar e distinguir tradutores, editores e outros agentes literários que ajudam a disponibilizar literatura de outras culturas aos leitores americanos”, explica a three Percent, organizadora do galardão patrocinado pela amazon.

entre os 25 nomeados de 19 países e 13 línguas diferentes, contam-se nomes como Herta müller (com tudo o que eu tenho trago Comigo), Clarice lispector (Um Sopro de Vida) e michel Houellebecq (o mapa e o território).

Os finalistas serão anun-ciados no dia 10 de abril, sendo que a cerimónia de entrega dos prémios será realizada em Nova Iorque no dia 4 de junho.

o autor e o tradutor das obras distinguidas nas ca-tegorias de Ficção e Poesia receberão um prémio mo-netário de cerca de 38 mil patacas cada, atribuído pela amazon.

Filme de Canijopremiado em festival checo“Sangue do Meu Sangue”, realizado por João Canijo, conquistou o Grande Prémio do Festival Cinema Mundi, que decorreu de 27 de Fevereiro a 6 de Março em Brno, na República Checa. Na sua terceira edição, o festival distinguiu a longa-metragem protagonizada por Rita Blanco, Anabela Moreira, Cleia Almeida e Rafael Morais. O realizador João Canijo esteve presente na exibição do filme, tendo participado num encontro com estudantes portugueses.

Actor Russell Crowe diz ter fotografado um OVNI na AustráliaO protagonista de ‘Gladiador’ estava a tentar fotografar imagens de uma espécie de morcegos (Cynopterus brachyotis) quando a sua câmara terá captado algo totalmente diferente, segundo explicou. O actor publicou o vídeo no YouTube terça à noite e causou polémica com as imagens. Em formato timelapse, as imagens parecem ser de um objecto luminoso no céu, que projecta uma luz no chão. Crowe escreveu “OVNI? Fotos em timelapse tiradas no exterior do escritório de RC em Woolloomooloo, Austrália (Isto é real)”. Alguns internautas argumentaram que se tratava de um reflexo no filtro da lente da sua máquina fotográfica, mas o artista respondeu: “Canon 5D, sem flash, não pode ser um flare porque se move, e a câmara está fixa”. Outro internauta escreveu: “Eu acredito em vida inteligente fora da Terra, mas isso não é um OVNI, mas sim um reflexo da sua câmara no vidro”.

Rota das Letras Há já voluntários a escrever as primeiras histórias de macau

Primeiras impressões literárias

Escritor português nomeado para melhor livro traduzido

Gonçalo m. tavaresconcorre a prémio nos eUa

Primeiras vozes em debateO Centro de Ciência de Macau foi o lugar escolhido para o arranque da edição de 2013 da Rota das Letras. O itinerário passa por muitos lugares, atendendo a que há muitos representantes do mundo da literatura e das artes a representarem Portugal, China, Angola, Moçambique, Brasil, Goa e Timor. Alguns dos quais darão voz às suas raízes e influências da sua cultura no primeiro painel do dia e do festival . “Influências e Perspectivas dos Escritores num Mundo Globalizado” contou com Mauro Munhoz, Bi Feiyu, Yi Sha, Luís Cardoso, Dulce Maria Cardoso, José Eduardo Agualusa e Lei Chi Pan. Do painel contaram ainda os convidados Alexandra Lucas Coelho, Valter Hugo Mãe e Regis Bonvicino.

viagens, portanto, uma rota que começa em macau e vai terminar em macau do que eu espero que se transforme num livro”, avança à tDm.

Sem as mesmas firmes ideias na cabeça mas com impressões na ponta da língua tem ricardo araújo Pereira, para quem a ini-ciativa do festival ganha aqui espaço numa cidade singular. “acho que é óp-timo porque isto nem é exactamente China. Quer dizer, é evidentemente. mas não é no sentido em que tem um bocado de macau e um bocado grande de las Vegas. e não sabia que era assim tão intenso. Não só intenso como facturou cinco vezes mais que las Vegas, segundo li há bocado. essa misturada faz de macau um local bom para fazer isto”, retractou à tDm.

Na cerimónia de abertura do festival, que teve lugar no Centro de Ciência de macau, foi cumprido um minuto de silêncio em homenagem a manuel Vicente, que desen-volveu grande parte da sua obra na região.

o director do festival, ricardo Pinto, salientou na ocasião que manuel Vicente, que morreu em lisboa no sábado aos 78 anos vítima de doença, é “justamente conhecido como o arquitecto de macau”, salientando que ele “nunca deixou” o território.

frisa o autor de “as mais belas coisas do mundo”.

a mesma vontade ex-pressa alexandra lucas Coelho. a jornalista nunca escondeu o seu propósito na sua deslocação a macau. a ocasião fará não o ladrão mas a escritora de viagens, que possivelmente dará aqui lugar a mais uma crónica de viagem que juntará às suas muitas reportagens pelo

mundo. “Isto será também o início de uma viagem. Não faria muito sentido para mim vir aqui se não fosse para tentar transformar isto, de alguma forma em escrita, tentar trabalhar isto. eu tomo isto como o princípio de uma viagem que vou fazer pela China, portanto, macau vai ser de facto a minha porta para a China para depois tentar fazer um livro de

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pub

19culturasegunda-feira 11.3.2013 www.hojemacau.com.mo

MONTEPIO GERAL DE MACAUASSEMBLEIA GERAL

CONVOCATÓRIA

Nos termos do Artº 34º, nº 1, al. a) dos Estatutos em vigor, convoco a Assembleia Geral Ordinária para reunir na sua sede, sita na Avenida Doutor Mário Soares, nº 25, 3º andar (4º piso) do Edifício “Montepio”, no próximo dia 25 de Março de 2013, pelas 17H15, com a seguinte ordem de trabalhos: 1ª - Discussão e votação do relatório e Conta de Gerência do ano de 2012 e do parecer do Conselho Fiscal; e 2ª - Outros assuntos de interesse da Associação.No caso de não comparecer nesse dia e hora indicados, o número de associados mencionado no nº 1 do Artº 36º, considera-se desde já convocada nova reunião, que se realizará no mesmo local decorrida uma hora, com qualquer número de associados.

Montepio Geral de Macau, aos 6 de Março de 2013.

A Presidente da Assembleia Geral,Rita Botelho dos Santos

Sociedade de Pelota Basca de Macau, S.A.Convocatória

Ao abrigo dos estatutos desta Sociedade, é por este meio convocada a Assembleia Geral dos Accionistas, para reunir em sessão ordinária, no 2.º andar do Hotel Lisboa, Restaurante Portas do Sol, Sala Hong Kong II, no dia 27 de Março de 2013 (Quarta-Feira), pelas 16:00 horas, com a seguinte ordem de trabalhos:

1. Discussão e aprovação dos relatórios, balanço e contas finais, apresentados pelo Conselho de Administração bem como a aplicação de resultados e o parecer do Conselho Fiscal, referentes ao exercício de 2012;

2. Deliberação sobre remuneração dos membros dos órgãos sociais;3. Nomeação dos auditores para o ano de 2013;4. Quaisquer outros assuntos de interesse da Sociedade.

Macau, 11 de Março de 2013.Presidente da Mesa da Assembleia Geral,

Leong On Kei

Rita Marques [email protected]

São 17 contos. Uma deze-na de autores conhecidos, para muitos. E outros sete autores desconhecidos,

para a maioria. os primeiros estive-ram presentes na edição de 2012 do “Rota das Letras”. os segundos fo-ram agora premiados pelo mérito. São os participantes do concurso de contos do Festival Literário de Macau. Escolhidos entre muitos, por um júri composto por ilustres escritores - José Luís Peixoto, Su Tong e Xu Xi -, acabaram por ver os seus contos publicados num livro editado em três línguas. “Não há amor como o primeiro” pretende ser o princípio de uma colectânea com muitos volumes, tantos quanto os festivais a caminho. “É super louco fazer uma edição trilingue com autores que escrevem em três línguas de partida diferentes mas nem todos são nativos dessa língua de partida, por exemplo, o Miodrag Kojadinovic (primeiro lugar no concurso em língua inglesa) que é sérvio e escreveu em inglês. E isso representa muitos desafios”, revela o vice-director do Festival Literário de Macau –Rota das Letras, Hélder Beja, que apelida a tradução português-chinês (e vice-versa) como o maior desafio de todos. E o resultado, confessa,

“Não há amor como o primeiro” vai dar lugar a um segundo. A compilação de contos, resultante do concurso organizado pelo Festival Literário de Macau – Rota das Letras, foi ontem lançada. No primeiro dia da segunda edição do evento já se pensa no segundo volume trilingue

Livro de Contos trilingue do I Festival Literário de Macau já à venda

Quem conta um conto, acrescenta um ponto

apesar de ter espaço para melhoria veio animar muito os participantes, que nunca pensaram estar numa compilação de contos que junta grandes vultos da literatura lusó-fona e chinesa e, por outro lado, que chega a públicos tão distintos.

Este é, por isso, já um registo singular que reúne histórias, cróni-cas, passagens e aventuras em Ma-cau mais ou menos verídicas. Sobre o teor dos textos, há pontos comuns mas também novos ângulos de lei-tura social, dependendo em grande parte da cultura e naturalidade do seu autor. “Há uma coisa muito gira que é perceber o cariz social dos contos chineses que ganharam o concurso. São completamente dife-rentes dos autores portugueses que vivem cá. As preocupações estão todas lá. o trânsito, os autocarros verdes. São muito mais a vida a acontecer, o real, muitos diálogos (…) os contos em português das duas autoras que vivem cá têm um olhar muito mais introspectivo e reflexivo, são os dois sobre a morte, curiosamente”, refere Beja. E, sem tirar suspense às obras, há lugar a diferenciá-las por meio das suas sinopses. “Um conto que é todo ele sobre a inflação do imobiliário, um thriller onde é raptado o promotor imobiliário para obriga-lo a vender casas.”

Heldér Beja abre assim o apetite à “Caça ao Lobo”, de Lawrence

Lei, primeiro premiado no concur-so literário em chinês. “A Casa do Senhor Fung”, de Célia Matias, e “Um Velório Secreto”, de Susana Gonçalves, respectivamente pri-meiro e segundo lugar do concurso em português, falam sem reservas da morte. “(o primeiro é) sobre um homem que regressa e vai à pro-cura de uma mulher que trabalha numa casa de prostituição mas que era quase uma coisa platónica. E descobre que está morta e torna o velório espectacular. o da Célia é sobre um homem que é atropelado e faz a vida dele.”

E sobre os autores convidados, quais as surpresas? Para Beja, a resposta é imediata. “‘o Sexo’, da Lolita Hu, é uma história muito crua. E escrita por uma mulher e tem umas partes mais explícitas e isso foi interessante. Também havia muita expectativa pela pessoa que se revelou (no âmbito do festival) e a tradução resultou bem.” Mas há outras temáticas transversais aos autores: os casi-nos, o legado português e a noite.

o livro está à venda na Feira do Livro do Rota das Letras (na Praça da Amizade, à frente do Hotel Sintra),

na Livraria Portuguesa e noutras livrarias chinesas. Mas, mais tarde, a distribuição deve passar por outros pontos, como Portugal. o custo do exemplar são 150 patacas.

No decorrer do Festival Literá-rio de Macau, inaugurado ontem, será posteriormente anunciada a abertura do novo concurso que, mais uma vez, vai ser feito nas três línguas e deve contar com a maioria dos convidados deste ano, entre os quais, Valter Hugo Mãe, Rui Zink e José Eduardo Agualusa. À nova edição de contos, vai juntar-se uma compilação de poemas.

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segunda-feira 11.3.2013desporto20

Marco [email protected]

Prometia equi-líbrio e emoções fortes e não desi-ludiu. o encontro

grande da oitava ronda da Liga de elite serviu para apartar àguas e derrubar paradigmas: habituado a liderar, o tri-campeão Ka i não resistiu à maior eficácia do principal rival na luta pelo título e entregou de bandeja ao monte Carlo a liderança da classificação da principal prova do futebol de Macau, num desafio em que o brasileiro Francisco rafael chamou a si o estatuto de homem do jogo.

Num embate de gigantes, o dianteiro da formação orientada por tam iao San assinou uma exibição de contornos titânicos e eclip-sou o regresso do compa-triota Cesinha aos relvados do território. Considerado na última época como o melhor jogador a alinhar no futebol da raem, o médio ofensivo reforçou recentemente o Ka i, depois de uma breve passa-gem pelo futebol cipriota. o retorno a Macau dificilmente se poderia ter revestido com um travo mais azedo: derrotado por três bolas a duas, o Windsor arch Ka i

Liga de Elite monte Carlo isola-se na liderança após derrotar Ka i

Canários vencem choque de titãs

8.ª JornadaResultados

Chao Pak Kei 0 – 4 Benfica

Monte Carlo 3 – 2 Ka I

sub-23 1 – 4 lam Ieng

Kuan tai 2 – 0 Polícia

Kei lun 1 – 6 lam Pak

ClassIfICação

equipa J V e d GM-Gs Pontos

Monte Carlo 8 8 0 0 26-4 24

Ka I 8 7 0 1 33-7 21

lam Pak 8 6 0 2 24-5 18

Benfica 8 6 0 2 17-4 18

Kuan tai 8 4 0 4 8-9 11

lam Ieng 8 3 1 4 9-26 10

Polícia 8 2 1 5 9-17 7

Chao Pak Kei 8 2 0 6 8-25 6

Kei lun 8 1 0 7 7-29 3

sub-23 8 0 0 8 4-24 0

viu o monte Carlo isolar-se na liderança da Liga de elite.

O desafio entre campeão e vice-campeão concentra-ram as atenções dos amantes do desporto-rei do território e nenhuma das formações desiludiu. o equilíbrio foi a nota dominante na recta inicial da partida, mas aos dezanove minutos a forma-ção orientada por tam iao San estilhaçou o consenso que imperava até então no marcador, numa grande jogada individual de Fran-cisco rafael. o avançado brasileiro recupera a bola à entrada da àrea do monte Carlo e galga todo o terreno de jogo pelo lado esquerdo do ataque da formação “ca-narinha” antes de bater tam Heng Wa com um remate cruzado, desferido já em pleno último reduto do Ka i.

os campeões do ter-ritório não baixaram os braços e conseguiram repor a igualdade no placard aos 33 minutos, na sequência de uma falta de Ho Chi Fong sobre Cesinha em plena grande área do Mon-te Carlo. encarregado de cobrar a grande penalidade, Nicholas torrão bateu com simplicidade e enganou o veterano Domingos Chan na baliza dos vice-campeões de macau, juntando mais um

golo ao vasto rol de tentos que leva marcados.

a igualdade a uma bola subsistiu por apenas nove minutos. a três minutos do fim da primeira metade, Fran-cisco rafael voltou a mostrar dotes extraordinários, ao apontar o segundo golo do monte Carlo num remate estupendo, desferido a mais de quarenta metros das redes à guarda de tam Heng Wa.

o Ka i tentava rebater a impulsividade e a eficácia do adversário com um futebol mais envolvente e geométri-co, mas a aposta de Joseclér só aos 67 minutos deu fruto, irónicamente num lance de bola parada. os campeõs do território voltaram a repôr o equílibrio no placard na cobrança exímia de um livre directo por parte do nigeria-no Christopher Nwarou.

Não durou mais de qua-tro minutos, a igualdade. aos 71 minutos, Paulo Cheang apontou o golo que garantiu ao monte Carlo o triunfo e a liderança isolada da Liga de elite. o médio, nascido no território, mar-cou a passe do inevitável Francisco rafael.

OxigéniO para LaM pak e BenfiCaa derrota dos tri-campeões do território insuflou um

numa iniciativa concluída à boca da baliza adversária por Ho man Hou. Sio Ka Un acrescentou a vantagem do onze azul e branco seis mi-nutos depois e a três minutos do intervalo foi a vez de Lee Keng Pan também fazer o gosto ao pé.

William Gomes só na segunda parte mostrou cre-denciais, marcando o quarto do Lam Pak aos 51 minutos. Nuno Capela ainda reduziu quatro minutos depois, mas o Kei Lun não conseguiu evi-tar que o Lam Pak alastrasse os tentáculos da goleada e William Gomes consumou o suplício do adversário com golos aos 77 e aos 90 minutos.

Sólida e convincente foi também o triunfo do Benfica no frente-a-frente com a frá-gil formação do Chao Pak Kei. apesar da vitória se ter construído com um resulta-do robusto, os encarnados só na segunda parte conse-guiram converter em golos o predomínio demonstrado dentro do terreno de jogo. Jardel foi quem quebrou o enguiço que se registava no marcador, ao dar de cabeça, o melhor seguimento a um livre directo apontado pelo brasileio marquinhos. o mé-dio português voltou a estar em destaque cinco minutos depois, ao apontar – também com um cabeceamento – o segundo golo do macau e Benfica. Bruno Martinho dilatou a vantagem encar-nada aos 64 minutos e aos 76, na primeira jogada em que participa, o suplente Pio Júnior encerra o andamento do marcador, com um remate à entrada da área do Chau Pak Kei.

kuan TaireCupera TerrenONos encontro de menor nomeada da oitava ronda, destaque para o triunfo do Kuan tai no braço de ferro com o Grupo Desportivo da Polícia de Segurança Públi-ca. a formação presidida por João rosa inaugurou o marcador aos 38 minutos, numa iniciativa concluída pelo jovem angolano Áureo Neto. A cinco minutos do fim do tempo regulamentar, Lo Ka Hou confirmou o triunfo do Kuan tai com o segundo golo do desafio. Mais con-vincente foi o triunfo do Lam ieng sobre a Selecção de Sub-23 da associação de Futebol de macau. o conjunto satélite do Lam Pak goleou o lanterna-vermelha do Campeonato por quatro bolas a uma.

novo fôlego também em for-mações como o Lam Pak e o Benfica. O conjunto orienta-do pelo veterano Chan man Kin goleou sem problemas o Kei Lun por seis bolas a

uma, num desafio em que o brasileiro William Carlos Gomes esteve em grande evidência ao apontar um hat--trick. o Lam Pak inaugurou o marcado aos 34 minutos,

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21segunda-feira 11.3.2013 www.hojemacau.com.mo futilidades

Sudoku [ ] Cruzadas

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

SoluçõeS do problema

HORIZONTAIS: 1-TOTAL. BAMBA. 2-ISA. AGA. AAR. 3-ACLUTINANTE. 4-AGA. RIMAR. IA. 5-OSCAR. IGUAL. 6-ALO. SUF. 7-XVII. A. CABE. 8-AA. TAPEI. AV. ILHEU. TACTO. 10-LEU. LUA. SAR. 11-EMITA. LUISA.VERTICAIS: 1-TIAGO. XAILE. 2-OSGAS. VALEM. 3-TAL. CAI. HUI. 4-A. URALITE. T. 5-LATIRO. AULA. 6-GIM. AP. U. 7-BANAIS. ETAL. 8-A. ARGUCIA. U. 9-MAN. UFA. CSI. 10-BATIA. BATAS. 11-AREAL. EVORA.

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUçãO dO PROBLEMAdO dIA ANTERIOR

Aqui há gato

HORIZONTAIS: 1-Soma, totalidade. Frouxa. 2-Nome de mulher. Chefe de um corpo turco. Rio europeu. 3-denominação das línguas em que se dá aglutinação. 4-Gálio (s.q.). Compor versos rimados. Abalava. 5-Nome de homem. Uniforme, constante. 6-Voz com que se chama a atenção de outrem (Interj.). Suflixo. 7-17 (rom.). Pode ser contido. 8-Rio de França. Arrolei, fechei. Avenida (abrev.). 9-Natural de uma ilha. Sentido da palpação. 10-decifrou, adivinhou. Corpo celeste, satélite da Terra. Forma aportuguesada de czar. 11-Produza emissões. Nome de mulher.

VERTICAIS: 1-Nome de homem. O m. q. xale. 2-Bebedeiras (Pop.). Têm valor. 3-Algum, um certo. Tomba. Interjeição designativa de dor, o m. q. ui!. 4-Material de construção, que protege as paredes e tectos contra o calor e humidade. 5-Género de plantas faseoláceas, a que pertencem a ervilha e o chícharo. Sala em que se recebe a lição. 6-Instrumento para encurvar as calhas das linhas férreas. Apartamento (abrev.). 7-Fúteis, vulgares. Substância análoga ao álcool. 8-Subtileza, sofisma. 9-Ilha inglesa no mar da Irlanda. Ironia (Interj.). Letra grega. 10-Chocava, abalroava. Espécie de roupão, em geral branco (pl.). Onde há muita areia. Cidade alentejana.

Sala 19-9-81 [c](FALAdO EM THAI, LEGENdAdO EM CHINêS E INGLêS)Um filme de: disspong Sampattavanich, Pirun Anusuriya, Pitak Ruangrojsin, SutCom: Patthita Attayatomwittaya14.30, 16.15, 18.00, 21.45

one piece film z [b](FALAdO EM jAPONêS, LEGENdAdO EM CHINêS)Um filme de: Tatsuya Nagamine19.45

OZ: THE GREAT ANd POwERFUL

Sala 2jack the giant Slayer [3d] [b]Um filme de: Bryan SingerCom: darren Lemke, Christopher McQuarrie, dan Studney, david dobkin14.00, 16.00, 19.45, 21.45

welcome back to beaSt airline [3d] [a]Um filme de: Beast18.00

Sala 3oz: the great and powerful [3d] [b]Um filme de: Sam RaimiCom: james Franco, Rachel weisz, Michelle williams, Mila kunis14.30, 16.45, 19.15, 21.30

[Tele]visão

Rua de S. domingoS 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • [email protected]

À VENdA NA LIVRARIA PORTuGuESA

Pu Yi

MúSiCA vivANa sexta-feira gatinhei até ao Centro Cultural de Macau, onde diversas bandas de Macau actuaram no pequeno auditório. Fui lá porque fui arrastada por um dos meus donos aqui do jornal, porque de publicidade nada vi por aí. isto fez-me pensar como é triste o cenário musical do território. Pelo que me apercebi, há imensas bandas no território, com algumas a atingirem já grandes palcos à volta do mundo e outras que se notam ter grande capacidade para isso. Mas, no território, de nada adianta ser-se bom guitarrista, baterista, baixista, cantor. Nada. O cenário pró-artístico – leia-se na área da música – é tão pobre, que para vermos música ao vivo só se for aqueles convidados espectaculares do Cubic. Não há locais para relaxar depois do trabalho, ouvir uma boa música, interagir com bandas que saibam cantar e tocar sem ser em locais com fumo, álcool e barulho intenso. Ou se há, não se sabe onde são. Sabe, meu caro leitor? Sabia que na passada sexta-feira mais de dez bandas de Macau se juntaram no Centro Cultural? Sabe a que sítios pode ir se não quiser ficar em casa, mas também não lhe apetecer ir-se meter numa D2 ou num Cubic ou nos meandros da noite? Não sabe. E não sabe, porque nada do que fica fora dos casinos é publicitado. Não sabe, porque para os artistas de Macau vingarem têm de ir para Hong Kong ou pedirem ajuda ao programa da tarde da Rádio Macau, que é o único espaço que se disponibiliza a mostrar o que Macau tem de bom. Ele há a necessidade da diversificação e tal, o facto de os casinos não conseguirem oferecer mais do que os actuais espectáculos de dança e jogo, jogo, muito jogo. As indústrias criativas para este Governo não passam de artesanato, produtos feitos com ideias de criativos locais, azeite e vinhos. Não passam pelo cultivo da arte musical ou sequer pelo apoio aos que ainda tentam oferecer a Macau o seu talento.

VIVA O POVO BRASILEIRO • João Ubaldo RibeiroAo contrário da impressão que o título deste romance pode causar a uma primeira leitura, viva o Povo Brasileiro não é uma saga da nação brasileira, nem uma tentativa de construir uma “história secreta” como contraponto da “história oficial”. Este extraordinário romance (Prémio Jabuti e Prémio Golfinho de Ouro em 1985), que deixou uma forte marca na literatura brasileira e em toda a literatura latino-americana, é principalmente a his-tória exuberante e encantada da busca de identidade e da consciência do povo brasileiro, tão agredido na diversidade das suas raízes culturais. E também, de certo modo, a história do surgimento dessa consciência e da luta pela sua afirmação. Mais de três séculos de história do povo brasileiro resumem-se neste livro, na sua escrita encantatória, na sua arquitectura exuberante, transformando João Ubaldo Ribeiro (Prémio Camões, 2008) num dos escritores mais importantes da literatura brasileira e mundial.

FAmA E SEGREdO NA HISTóRIA dE PORTuGAL • Agustina Bessa-LuísQuem foi viriato? Porque se davam mal D. Afonso Henriques e a sua mãe, D. Teresa? Terá Salazar sido amado em vida? Fama e Segredo na História de Portugal está organizado em 12 óperas, que nos levam numa viagem pelo tempo, para descobrir os segredos e mistérios por detrás de personalidades tão díspares da nossa história como D. Afonso Henriques, D. Leonor Teles, D. Sebastião ou Salazar. Conheça as causas da morte do guerreiro lusitano viriato, o poder que a rainha D. Leonor Teles detinha sobre o marido, D. Fernando, a ascendência do primeiro rei de Portugal ou, mesmo, o hipotético casamento de Salazar com uma discretíssima senhora Trocado.

Tdm13:00 TdM News - Repetição13:30 Telejornal + 360º (diferido)14:45 RTPi directo18:30 Contraponto (Repetição)19:30 Vingança20:30 Telejornal21:00 TdM desporto22:10 Escrito nas Estrelas23:00 TdM News23:30 História Essencial de Portugal00:00 Telejornal - Repetição00:30 RTPi directo

INFORMAçãO TdM

RTPi 8215:00 Telejornal Madeira15:30 Consigo16:00 Correspondentes 16:30 AntiCrise17:00 Bom dia Portugal18:00 Portugal Aqui Tão Perto18:45 Vingança19:30 Em Reportagem (Madeira)20:00 Trio d´Ataque21:00 jornal da Tarde22:15 O Preço Certo23:15 Portugal no Coração

30 - FOX Sports12:00 NASCAR Sprint Cup Series 201315:00 Australian Ironwoman 2012/1317:30 Big Ten Conference Basketball 2012/13 Northwestern vs. Michigan State19:30 (LIVE) FOX SPORTS Central20:00 NASCAR Sprint Cup Series 2013 - Highlights21:00 NASCAR Nationwide Series 2013 - Highlights22:00 FOX SPORTS Central22:30 Russian Premier Liga 2012/13 FK Rubin Kazan vs. Zenit St Petersburg

31 - STAR Sports13:00 (delay) FIM Mx2 world Championship 2013

14:00 (delay) FIM Mx1 & Mx2 Super Final world Championship 201315:00 Furusiyya FEI Nations Cup 201316:00 Adidas Terrex Adventure 201217:00 Cadillac Championship 2013 day 420:00 The Verdict20:30 500 Great Goals21:00 FIM Mx1 & Mx2 world Championship 2013 - Highlights21:30 (LIVE) Score Tonight 201322:00 Cadillac Championship 2013 day 4 Highlights

40 - FOX Movies12:15 Transporter: The Series13:05 Rise Of The Planet Of The Apes14:50 Planet Of The Apes16:50 Rampart18:40 when A Stranger Calls20:10 The walking dead21:00 Perfect Stranger22:50 One For The Money00:25 Home Alone 2

41 - HBO11:45 Faster 13:30 Little Fockers15:05 justice For Natalee Holloway16:35 Of Two Minds18:05 Hindenburg 20:00 The Karate Kid Part Ii22:00 Boss23:00 Girls23:30 Enlightened00:00 Extremely Loud & Incredibly Close

42 - Cinemax12:00 Black Rain14:15 Into The Sun16:00 The Naked jungle17:45 Superman/Batman19:00 Bulletproof 20:25 Ghost Rider22:00 Ring Around The Rosie23:30 Killer Elite

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segunda-feira 11.3.2013opinião22 www.hojemacau.com.mo

RicaRdo aRaújo PeReiRain Visão

ensino do português ganhou novo alento esta semana. Aqueles alunos enfastiados que per-guntam para que raio lhes servem os conheci-mentos de gramática na vida real devem estar muito envergonhados com o atrevimento da sua ignorância. Sobretudo os que sonham fazer

carreira nas autarquias locais. Não sei se o leitor acompa-nhou o caso político-gramatical. Foi o seguinte: quando a lei da limitação dos mandatos autárquicos foi aprovada dizia que o presidente de câmara que completasse três mandatos não poderia recandidatar-se. Mas, oito anos depois, Cavaco Silva veio assinalar um erro na lei: a versão original não dizia “presidente de câmara”, dizia “presidente da câmara”. É uma diferen-ça subtil mas importante. Que Cavaco era um leitor atento e exigente já nós sabíamos desde que, para espanto da academia em geral e da academia sueca em particular, criticou os livros de Sa-ramago por terem demasiadas vírgulas. Desta vez, o crítico desviou a sua atenção da pontuação para as preposições. Onde se lê um “de”, deve ler-se um “da”. Não é apenas a preposição “de” que deve estar na lei, é a con-tracção da preposição “de” com o artigo definido “a”. A mudança implica o seguinte: se um presidente “de” câmara não pode recandidatar-se depois de três mandatos, a sua

Os verdadeiros dinossáurios dominaram a terra durante cerca de 135 milhões de anos, e os dinossáurios autárquicos apenas poderão fazê-lo por escassos 3696. Com a nossa legislação não brincam

Com uma letrinha apenascarreira autárquica acaba; mas um presidente “da” câmara não pode recandidatar-se apenas à câmara específica a que preside. Mas pode recandidatar-se à do lado. Ou a outra qualquer. Há 23 letras no alfabeto, mas Cavaco indicou a única que podia beneficiar os dinossáurios autárquicos.

O objectivo da lei de limitação de mandatos era evitar que os autarcas se eternizassem nos cargos, por se enten-der que a rotatividade no poder é uma parte importante da democracia. A lei emendada considera o mesmo, mas numa parcela de território de cada vez. Para esta lei, é repugnante que um autarca se mantenha num cargo para além de um determinado período, a menos que se mova democraticamente uns quilómetros para o lado. De acordo

com a lei que diz “de”, um autarca pode deter o cargo de presidente de câmara por três mandatos - ou seja, durante 12 anos. A lei que diz “da” limita os mandatos autárquicos a três por mu-nicípio. Como há 308 municípios em Portugal, um autarca fica limitado a 924 mandatos. Uma vez que cada mandato dura quatro anos, em teoria um autarca só consegue manter-se no poder durante 3 696 anos seguidos, findos os quais terá de ir procurar emprego na sociedade civil. Ou seja, os dinossáurios autárquicos têm os dias

contados. Os verdadeiros dinossáurios dominaram a terra durante cerca de 135 milhões de anos, e os dinossáurios autárquicos apenas poderão fazê-lo por escassos 3 696. Com a nossa legislação não brincam.

O

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23opiniãosegunda-feira 11.3.2013 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; David Chan; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Leocardo; Maria Alberta Meireles; Mica Costa-grande; Paul Chan Wai Chi; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

macau v is to de hong kongDavid Chan*

*Professor Associadono Instituto Politécnico de Macau

(Continuação)

as últimas duas semanas abor-dámos temas ligados à política interna das universidades, como as horas insuficientes para revisões, a necessidade dos alunos fazerem exames imedia-

tamente após darem a matéria, o desapare-cimento dos exames anteriores e os erros nos testes de exame. Também analisámos a postura de Hong Kong e de Macau compa-rando as pós-graduações nos dois territórios. Postgraduate Certificate in Laws (PCLL). É um curso que forma os estudantes para serem solicitors ou barristers. Hoje vamos continuar a discutir as políticas das univer-sidades de Hong Kong e de Macau.

Comecemos por atentar na questão dos erros nos testes de exame, uma vez que na semana passada apenas observámos a po-sição de Macau. A planificação de um teste de exame num tempo limitado, (digamos 72 horas) resulta em erros inevitáveis. Qual é a abordagem de Hong Kong nesta matéria?

PosiCionamento De Hong KongDe uma maneira geral não foi fácil encon-trar erros nos testes de exame. Não, porque o docente que os tivesse elaborado fosse muito inteligente e não cometesse erros. Mas sim, porque o sistema da universidade os eliminou, na sua grande maioria. Quando o rascunho do teste de exame está completo tem de ser enviado para ser discutido por um comité de académicos. a apreciação é executada em duas partes. a primeira é uma discussão interna em que se analisam

O método de receber observações de comités ou examinadores externos não é exclusivo de Hong Kong. O doutoramento em Direito Chinês nas universidades da China é um exemplo da formação jurídica chinesa

Reunificação IXos testes de cada matéria, onde se tratam dos casos especiais que tenham acontecido, (como ter feito batota no exame), e se dis-cutem as avaliações dos testes feitas pelos docentes responsáveis, etc.

a apreciação externa deve ser feita por um, ou dois, examinadores externos, da mesma área. Tanto a discussão interna como a externa fazem parte da composição do exame. Os alunos não podem ter acesso a estes comentários. O docente de uma matéria que não aceite estes comentários tem de ter razões muito fortes para o fazer. Geralmente estes casos são raros.

Este mecanismo não só assegura a adequação dos testes de exame, como tam-bém garante que as mesmas matérias, ou similares, se regem por padrões académi-cos idênticos nas várias universidades. se expandirmos o sistema para o estrangeiro é fácil de perceber porque é que a universidade A reconhece as qualificações académicas da universidade B. Porque o sistema é de confiança. Faz com que os padrões aca-démicos de matérias similares possam ser equiparados e logo mais fidedignos.

o PosiCionamento CHinêsna formação em Direito O método de receber observações de comités ou examinadores externos não é exclusivo de Hong Kong. O doutoramento em Direito Chinês nas universidades da China é um exemplo da formação jurídica chinesa. as universidades chinesas adoptam práticas diferentes, mas geralmente a tese de doutora-mento tem de ser lida pelo comité de defesa oral, composto por cinco professores. O

nsupervisor da tese não deve fazer parte deste comité para evitar conflito de interesses. A tese tem de ser aprovada pelo menos por cinco especialistas ou professores externos antes do candidato se apresentar perante o comité de defesa; isto perfaz um total de 11 pessoas, (incluindo o supervisor da tese). Mesmo que o candidato passe na defesa oral, o processo ainda não está finalizado. a universidade tem de rever mais uma vez a tese de doutoramento para prevenir plágios e assim assegurar que o exame foi sério.

sem a implementação do sistema de apre-ciação o padrão académico do LL.B deixa de ter sentido. sem o reconhecimento externo, o exame de LL.B é apenas um pró-forma reconhecido pela própria universidade, mas sem reconhecimento internacional. Por aqui se pode aferir da importância de ter um sistema digno de confiança.

continua na próxima semana

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segunda-feira 11.3.2013www.hojemacau.com.mo

pub

car toonpor Steff

Autoridades portuguesas “apresentam”Camões, Instituto da Cooperação e da Língua

A língua, cá fora

Nelson Mandelajá deixou hospitalNelson Mandela, antigo presidente da África do Sul, já deixou o hospital de Pretória onde passou a noite. Segundo a BBC, a Presidência sul-africana anunciou, este domingo, que o histórico líder da luta anti-apartheid já saiu do hospital, onde ontem deu entrada para ser submetido a exames médicos de rotina.

Jovem urinaem almoço da políciaUm jovem de 18 anos cumpriu a palavra ao urinar sobre o almoço de um agente da autoridade que o deteve, em Fort Myers Beach, no estado norte-americano da Flórida. Chris Brennan, de 18 anos, foi interrogado por um polícia depois de queixas de distúrbios num hotel, noticiou o jornal Fort Myers News-Press. Por questões de segurança o agente sentou-o na viatura da polícia enquanto questionava os outros colegas, alegadamente envolvidos nos desacatos. Nessa altura Brennan ameaçou que ia urinar no interior da viatura... e cumpriu. Urinou para cima dos bens pessoais que o agente tinha no interior da viatura, incluindo o telemóvel, garrafas de água e o almoço do polícia. O feito acabou na detenção do jovem por desrespeitar o agente da autoridade.

Man. Utd vai propor renovação a RooneySir Alex Ferguson prepara-se para oferecer novo contrato para garantir a permanência de Wayne Rooney no Manchester United, noticia este domingo o jornal Sunday Mirror. O jogador, de 27 anos, tem ainda mais duas épocas para cumprir do seu actual contrato, assinado em Outubro de 2010, mas o manager do clube pretende assegurar desde já sua permanência. Foi, aliás, nesse sentido que Ferguson falou após terem vindo a público notícias sobre alegado descontentamento do jogador. “Não há qualquer problema com Rooney”, garantiu. Segundo a Imprensa inglesa, a proposta de renovação será apresentada em breve, mas prevê redução salarial.

CondenAdoS à morte

Ataque de dronefez dois mortosUm ataque de um drone (avião não tripulado) norte-americano resultou na morte de duas pessoas, este domingo, na zona tribal do Waziristão do Norte, no Paquistão. Fonte da administração local especificou que o bombardeamento ocorreu pelas 8h45 horas locais, contra uma casa na cidade de Muhammad Khel, na zona de Tehseel Boia. Uma das vítimas mortais foi encontrada dentro da casa atingida pelo drone, enquanto a outra estava montada num cavalo.

Raul Castroconfia em MaduroO presidente de Cuba, Raul Castro, mostrou-se confiante na capacidade de Nicolás Maduro, presidente interino da Venezuela, de prosseguir com o trabalho feito pelo falecido líder Hugo Chávez. “Regressamos satisfeitos de ver como está a ser projectada a continuidade da grande obra de Chávez e o gigantesco apoio do povo”, afirmou Castro, no regresso a Cuba, depois de ter participado no funeral de Chávez, em Caracas, na Venezuela. “Tenho confiança absoluta no êxito do Presidente Maduro e os demais líderes vão ter”, reforçou.

o comissário europeu do desenvolvi-mento vai receber hoje os responsá-veis governamentais portugueses e a presidente do Instituto Camões, numa

reunião na qual as autoridades nacionais vão apresentar o recém-criado Camões, Instituto da Cooperação e da Língua.

Fonte comunitária indicou à Lusa que na reu-

nião, solicitada pelas autoridades portuguesas, participarão os secretários de estado dos Assuntos europeus, miguel morais Leitão, e dos negócios estrangeiros e Cooperação, Luís Brites Pereira, a presidente do Instituto Camões, Ana Paula Laborinho, e o embaixador de Portugal junto da Ue, domingos Fezas Vital, enquanto do lado do executivo comunitário estarão presentes o comis-sário Andris Piebalgs e alguns especialistas da direcção geral de desenvolvimento e Cooperação (europeAid).

da agenda consta uma discussão sobre a cooperação entre Comissão europeia e Portu-gal no domínio do desenvolvimento e a pro-gramação conjunta de cooperação no futuro, indicou a mesma fonte, acrescentando que o encontro constitui também a oportunidade para as autoridades nacionais apresentarem o “Camões, Instituto da Cooperação e da Lín-gua”, enquanto agência de implementação de cooperação delegada.

o Camões - Instituto da Cooperação e da Língua é um instituto público, integrado na administração indirecta do estado, dotado de autonomia administrativa, financeira e património próprio, que prossegue atribuições do ministério dos negócios estrangeiros sob superintendência e tutela do respectivo ministro.

o instituto tem por missão propor e executar a política de cooperação portuguesa e coordenar as actividades de cooperação desenvolvidas por outras entidades públicas que participem na exe-cução daquela política e ainda propor e executar a política de ensino e divulgação da língua e cultura portuguesas no estrangeiro. - Lusa