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a historia das conquistas dos portuguezes. - Forgotten Books

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COLLECÇÃO

MONUMENTOS INEDITOSA HISTORIA DAS CONQUISTAS DOS PORTUGUEZES.

EM AFRICA, ASM E AMERICA

DE (M E! M CLASS! lll SCIKMIAS l olm BNLIÍICSS, musmms

ACADEMIA REAL DAS SCIENCIAS DE LISBOA

3 0 0 3 1 6 0 JO S É D E L I M A F E L N E É ,

SOC IO EFFECTIVO DA N ESS A ACADEM IA .

O BR A S U BS I D I A D A P E L O G O VE R N O D E P O R T U G A L .

T º l l º

— S J 6 bd _ v-r

S erie.

HIST O RI A D A A SIA .

Digitizedby G oogle

LENDASM INDIA

GASPAR CORREA

DE

onmm DA CLASSE DE sem em uoam s , ponm cu Bna u s LB'

m u s

E sou 15 mamã o

98

RO D R IGO JO SÉ D E L IMA F ELN E R .

sacro Em vo DA m au Am suu .

OBRA SUBSIDIADA PELO GOVERNO DE PORTUGAL .

m o PM O.

comu m AS acçoms nx n aco DA (m a, m u wn ss cu m , JOÃO DA Nºvi,m acaco DR m oom noux, « cm s soon

'

, mmm pmm o, LOPO

sou sa, m om, m ulas , m em o D'Am m .

LENDA DE 13 AM O S , BB B! O PRIMEIRO DBSCOBRIU K NTO DA IND IA

ATÉ O ARNO DE 1 5 10.

TOMO

uqn moem m m Amam um . ms acm e

tres seouloqdepoisdeescriplas porGasparCorrea, sabem á luzmuito desejadas pelos cul loresdas lettres . Conven

cidt da fal taque caleescripto fazia aos es tudiosos , edisposta a prestar.lhes mois um serviçorelevante, divulgando-o pela imprensa, encarregou Academia Real das ScienciasdeLisboa, ha maisde seplenla nu

nos . aos seus socios loaquimdeFoyos, oStockler,dem ureta ao mes

mo tempoda adquisiçãodo MS . deGasparCorrea, edo Soldado Pratico porDiogo do Couto. lmprimiu-se este livro em 1790 ;

'

mas deque ainda n'

esae anno não estava:cumprida adeterminação academica,peloquerespeitava às Lendas , 6prçva achar-serepetidª nas um mais

formal eexpl icitamente. Seem copia; ou os proprios originaesquesediligenmava obter, e se adeliberação se começou a executar, e como, e quando, para seaioançarem, pelo menos , bons tránsumplosdaºbraquepublicâmos , é oquehojo m ígnom As acus, ás vm s conci

sas de mais , guardam silencio sobre isto, e não existem os l ivrosdascontas d'aquollo tempo ,que talvez ministrassem mais alguns esclarecimentos . Assim privadosdenoticias , apenas podêmos asseverarqueentreoà papeis da Academia encontrámos uma copiá , assaz imperfeita, damaiorpartedo primeirodos quatro volumes do' GasparCorrea ; copiaquemostra tersido tirada no Bmdo seculo passado, ou já no princípiod'eªu, eda qual ºpportunamenle se tornará a fal ler,

JAm dn M an iade 13dema'rçodo 1198. Hs .

M DM ! Lad. em m ã ode 16dedezembrodo 1790.que sc comprasset dn lndindea uCorm Jbid.

NOTICIA PRELIMINAR.

Porquese desistiriado empenhode imprimir as LendasdeGasparCom a?Se é l ícito aventuraroonjec luras apoiadas em [ac tos nolorios ,não se irá longedaverdadesuppondoqueo zelodos il luslres academicos ,queempremsdenão menordimculdade ten taram eperfizeram, não

esfriou arepugnancia a um trabalho longo e entadonho, mas só esmoreceudiantede obstaculos írremoviseis , sendo com toda pmbabilidadeo mais graxo mínguaderecursos peouniarios . Secomeçasse sem el lespublicaçãodeobrade lamanho vul to , commel lería Academia uma

verdadeira temeridade. Como querque fosse, ficouresen ado para os

nossos dias facilitar—se-lheo satisfazeresta especiede d ívida para . comrepublica lilteraria , median te o subs ídio 'que o Corpo Legislalivolhew tou, noreinadod'um Principeque segloriade amar, e[moreceras artes eas sciencías . Este subsidio, originariamente appl icado aoQuadro Elementardas Relações Diploma ticas , desdequeé administrado pela ClassedeSciencias Moraes e Pol íticas , e Bel las Lomas damesma Academia, susten ta alémd'aquel la col leoção, confiada agora aoscuidados e inbel ligencíadodislincto e fecundo escriptor, o sr. Rebel lodaSilva, ados Monumentos da Historia “

Pa lría até o seculo XV, eadosMonume

'

ntos ineda'lox para 0 Historiadas Conquistas tm Africa , Asia 0

America , dequea Classeresolveu enoarregar—nos , enoelando-a a publicaçãodas presentes Lendas .

Honrados com prom tão subidadeconfiança, temos feito pornãoa desmerecer, trabalhando com alíinoo em exlrahir, col ligir, eapurar,ass imde livros impressos como deMSS. edocumentosdo Archivo Nacional da Tpm do Tombo, tudo quanto pudessehabililav-nos lançaralguns traços para biographia deGasparCom a e

'

a historiadas suasLendas ; illuslraudo—lhe com passagens de outros escriptores os lugaresobscuros, e aquellas emquese'nos amgurou haver, senão erro , pelomenos assértosquevão de encontro oommum opiniãodos auctoresconlemporaneosdemelhornota .

Principiâmos pelas inves tigam bíographicas , eextendemo—las atéIndia, onde era possisel , posloque pouco provavel , existirdocumentoque fixam , quando mais não fosse, adata emqueGasparCorrea fallecera emGoa, segundo çssevera BarbosaMachado Bworremos portanto,como à pessoa mais compeienle, ao sr. Cunha Rivera, consummado bibliographo, nosso consocio, esecretario geral do governoda India. A

NO TICIA PRELIMINAR .vu

suarespostª nos cortou, porém, a ul tima wperança, eacaboudenosconvencerda necessidadedenos comentam os com os escassosresul tadosdenossas prºprias pasquim . Ei-los ªqui.

Em março de 1 5 12 partiudeLisboaJorgedeMello Pereira , capi

taneando oilo naos, comquechegou Cochin em 20d'agoslo. Iadespechado porelrei D . Manuel com a fortaleza de Cananor,deque o

grandeAffonsodeAlbuquerqueo melleude posseem septembro seguinte. JorgedeMel lo, chamado poralcunha o Fricote, quarto âlho deVasco Martins de Mello, fôra pagem do MesmadeSanctiago , edepoismestre—saladarainha D . Leonor, irmãdo imperador63d , e terceiramulherdo dis torei. Tmha feito outra viagem â Asia ; esquecendo an

tigos aggravoá, aoompanbára ovico—rei D . Franciscode Almeida, na Vºlta paraqreino, até a paragemda Aguadado Saldanha, eahirecebeudas suas mãos a bandeirareal , no fimda ingloria lucia com os selvagens»emqueD. Francisco cahiuvictim da ímprudenciados seus companhei

ficando JorgedeMel lo com o encargodesalvarosquem m m âvingançados carros . Foi com este fidalgo, homem de todo o porte, eno anno de 1 5 1 2 ,queGasparCorrea embarcou para India. Não odiz el le claramente, mas infere—sedo prologodo primeirovolumedasLendas , onde'nos contaque para lá mm em moçodepouca edade,dezeseis annos depois da India descoberta, eacabade tirartoda a duvida orecibo deque damos aqui um [ao—m'

mile, poroonlerassignaluradonosso auctor.

I

F oi oscrípla cm Pangím cm 10deoutubro de 1887 . Serviría com o 'm l iorc pm crAcademia, diz o sõr. Ria n , com as noticias de Correa, se»

nqai houvesse; mu in teiíxmen lcquasi md: seconservadedocumen tosduque":primitiva epochada nossa conquish . 01documen tos mais n l igosdos m bivm do o

governo nioremon tam alémdoreinadode D . Schu liio , m a mar: municipalcdeGo: , ondese con servam alguns an teriores , nada bado nosso h istoriador; nemdeoutra parte pos ivel : lewçal—o . Cumpr'imos umdeveragndecendo ao siir.

Bivar: a benevolencia comque nos lu cton , e prompl ldi odc sun m posu .

Goes, Chron .deD . N n me] , P . l l l , Cup. XXIX .

Goes , LivrodeL ín hngensdePortugal , T it . dos Menos , 307 , in line. Ms . daTorredo Tombo .

Cam hedz, Hist . ,da Iadia , Liv. " , Cnp. CXXIII ; l hrros , Aoia , Liv. Dec .

Cap. IX .

TOMO

Reduzido escriirturavulgardiz o seguinte

« tres adições »« GasparCorreaque foy de Jorgede mel lo roi mestre sal la

nvera ho mes deJunho sem cenada aorespeílo HN)reisRecebeode nunoRybeiro osquatrocentos esaysreis em cyma conteudos

GasparCorrea ,»

da cosh

Téâhrdésdartínaràs pinusda "“dado Cm Correa nos primeiros annoeda jmeulude, daspendidos na India póstenomen le ao fallecimentodeAltona)d'Albuquerque, cujo sem ço pareoqlerpassado , largando ode lorge passo no a

'

eudh'agarpelais terras onde tin

K M . do l j v. du nl ondiu dt Cm Ru l , U l ço'

âi

Liv.da uddíções pecas em 1829. No Arc h . da 'rorredo 'romho .

NOTICIA PRELIMINAR: lx

nologíoa as mui tas viagensque fez para iuâ lruoçâo sua enossa ; determinarexacta , ou aproximadamente quando principia : escreverasLendas . seriam ten tativas tão ínfrucluosas , como foram as diligw ciasque o incansavel abbadade Severnãodeixaria deempregar, paradescobri r o logareo anno emque o nosso anolornascéra, sem o podarconseguirtan to tempo aulasdenós . Gam emos totalmen tedememoriaspara isso . Comtudo, o poucoque alcançámos nos faria crer, aindaquenão lessemos em D. Nicolau Antonio,

'queGasparCorrea, com a [é& ivademanoebo, abraçou logo a prolissâodas armas . Em essa aquemelhor, senão aqueexclusivamente convinha â mocidade aventurou ,

por.íranqueac ampla e esperançosa carreira aos moços'debrio . Ede

mais, as mercês que alludem os documentos , emqueadiantenos bao

vemosde. lirmar, m elam, so bem olharmos aos costumesdo tempo,queforam ellas o galardãode longos e não insignificantes serviços militares .

Aliás não viria, '

porexemplo, nobililara GasparCorrêa mercêde cavalleíroda casa d'elreiD. João I I I ,que já era em 1 5 27 .

A mesma carenc iadeinformações '

nosdesculperádesó tocam osdeleve, e sem se lhemarcardata , na viagem

'que GasparCorrea fez aCananor, onde consultou memoriasquees tavam em poderde mouros egentios,

fº âoêrcados successesdos primeirosdescobn'

mentos ; e naqueemprebmdeu serrada Pimen la , ondeverificoude homens velhos esabedores , se naverdadecobriu o mara terrado hl alabardesdeo monte Dely até Coulâo . El las abonam o genio indagadº!“ de GasparCorrea.

Demais ardua solução é o problemarespeclixo â epocha emqueel leescreveu as suas Lendas . Todavia, está claroqueGasparCorrea não

se impoz a si mesmo tão espinhosa tarefa , senão bastante tempo depoisdeestar na India, quando no outonoda Vidu leve lazerpara sedaraum serio e alurado trabalho lil lerario ; posloque no verdordos annos,

convidadodo exemplode um clerigo chamado João Figueira,qua asc reo« Deixou : yuri.que l hedeu o bwço ebm ou India di: Bª th .Wo .

csquin ndn diniculdode.

Gaspu Correu, Lat im . dvibos l ais london "eoquodocripurit :mmmda h ã o . SubA lpbom Alhoquoroio n ilítu í t . scripoitquedeprin il Ll " ana ism m

ibi gostaram . D . N ic . An t . Bib. Bisp. Non , T . pag. 593 .

Ga p. Correo , Aos Senhores Leiam , p g . 9.

Gasp. Com a , T . LendadeVicen te Sodré , Cup. V . pag. 361

NOTICIA PRELIMINAR .

sen um diario da primeira viagem de Vascoda Gam , opusoulo,dequedevemos lamentara perda, fez GasparCorrea breves lembranças ou

uponlamenlosdas principaes acções dequefôra testimunba ocular; osmomndm em as arohivarcom lodo o eegredo, paraqueqpesada mãodo tempo nãodesõzesse, ou estranhamentedesligurados transmitªm aos

vindouros , os padrõesde glon'a oudeignominia ,quesobreem acções

M antém a ioconlrastavel força da verdade. Estas lembranças pouco e

pouco o nosso andoras foi addilando, apmveilandw dos mais veridicas informações ,quanto aos aoonlecimenlosque não presenciára, parapodercomplem parteque lhefal tava, não perdero trabalho con eçado. Alargandodesl'arleà sua obra asraias , d'anlos nimiameuteestreitas,lhe veio arenderuma extensa , miuda einteressanlissima historiada l ndia nos primeiros cinooenla e tres anuos oculardodescobrimento ;h istoriaqueel le copiouduas vezes porsuapmpria mão , ampliando—aou mfundíndo-a talvez na segunda copia, emque ainda trabalhava no

annode 1 5 61 . E'

comludo nossa opiniãoque a morte ou achaquesda velhice Ihenãodeixam n comer porel la ul tima lima .

Fal lou-sede passagem em serviçosmilitaresdeGasparCorrea, e nasrecompensasque lhe obliveram. E'chegada occasiâode lraclard'am

bas estas especies com mais desenvolvimento. No capítulo Vda Lendado VW FpanoísoodeAlmeida, anno de 1 5 07 , descrevendo GasparCorrea as grandezasda Opulentissima Ormuz, hoje tãodecahida'doantigo esplendor, assegura : Euvi com meus olhos ao tempoque fimmos a fortaleza,que foi no anode Bºi . Ila n

º

islo palpavel crm chronologíco. Com quanto se leia l õºl nas copiasda Ajuda edo Archivo,queescrupulosamenteconfronlámos , deveesteanno seremendado para ode 181 5 . Foi nos ultimos diasdo mez_demarçode1 5 1 5quo'

AlronsodcGasp. Correa . T . Lead:deD . Vasco dx Gama , annodo 15 99, Cep. XXI ,

pag. 134 . No Prologodo III vol . aocrescenu : E porAl lgunm pouquoquemeurodoemmadymm to podeola m : com von tadew ydade baum cadernoqueme veo

a lerns mio:que fez baumdegradadoqueveo comdom Vascoda Gama nodescobrymen lopergunta ndo peros portuguesa moism in o: nuYmdia amuitosWtros em Canaan eem Coch ym (yz eªebrevesumaryode' l lemdu , etc .

Novem denlgunsdesenhos ,que lhejundou, l chnn -cc fn gmenm dn primeira copia . Tae; são osdas vista deCi lm i

,Ceilão, l mbu no II vol .

No limda LendadeJoi o,“ Nova,

l'

. pag. 908,diz Ga p. Correa: « 8 porº

NOTICIA PRELIMINAR . m

Albuquerque, de quem era então amanuense GasparCorrea, oqueonão exímiªdos perigõs e trabal hos —da guerra , veio segunda vez sobreOrmuz, acabara fortaleza,queoomeçára edipcarem 1 5 07 . Em

todo o caso, porém, vemos GasparCorrea largar pena para ajudarna lidada forúôcaçãod'aquel la praça dequeum os principaes capilâes foramdispensados .

Fallecido AffonsodeAlbuquerque logo em dezembrododiclo annode 1 5 1 5 , não sabemosquerumo seguiu GasparCorrea . Tomamo—IO'

a encontrarem 1 5 28, feito moço da camara d'el rei D . João III, provido na escrevaninha primeira da fortaleza de Sofala, epagodos soldosquese lhedeviam. Deixa õonjecburarqueo logardeSofala não 0 boa.

tentou, o apparecerdenovo GasparCorrea , mval leiroda casa do mes:morei, provido portres annos naescrevanínhado armazemdeCochim,

em 7demarçode 1 5 27 . Estaria então o nosso historiadorrequerendopagados &erviços em Lisboa, ondecom certeza seachava no anno (16 1 5 29,vistoqueassignou orecibo,quecopiámos , da importanciadas suas moradias?Osdocumentos fazem—nos inclinar a admiuirqueel lepassâra naamo os anuosde45 26 a 1629; mas sendo assim, como senadeconciliar este facto com oquediz Barbosa Machado, sobre a fédo Liv.cap. XVl l l dn IV BocadadeBarros reformada '

porJoão Baph'sla Lavanba, quan to a iro nom GasparCorrea porcapitãode umdos cinco

oqueesta com passou nesteanode1809 o puz aqui pormemorh ,queisto cscrcroneue anode 1 5 6 1 . Ereun iu o mesmo ! vol . ,repetindo comreforma: aos gom ª

nadores evicc—reisda Indí . o melhorquepude06 o Qm de non o n ão: seus (" P .

pm em lembrou“ fazendo as lenda adc hn apurudu , nô cuando estetrabalho alees tenão presen teda erado nosso l hºxpõde 1 5 61 , el le u ia persempre ii mui: l ímuado por: sempreAmã.

Alboquorque, Commen t. P . IV , Capitulo XXXII , ediç. de 1770. Cu m be

da , T . l l l , Capitulo CXXXIX .

Almeirim 10de'

março de- l sâô . l l ercê Gu parCorreu. moço ªª a mu ;d'elcreiD . Joio II I , da m m an ín ha prima tada l 'eitorizde Som: , oudequulqueroutradl dícu forta leza ,queprimeiro. vagam , comWreisdeordcnldo. Liv. 36dn Chi ne. deD .Joio l l l , 168v. No Arch . Nn íom l .

" 065reis no p&ço d: mdciu de“ l gasplrcom quel heu m devidosdo. um t oldodequeHub: outrodesembargoque toyroto cm can ta m ao primeiro o

dagostode 1826 pºro conde. Emcpm , Liv. L ' 98. l bidlLisboa 7do urgo de 1627 . N en ê GasparCorrea, a n ndredl u sed'el

m NOTICIA PRELIMINAR .

naviosque, soba capitania mordeGonçalo GomesdeAzevedo , pediramdeMalaca na entradadejaneirode 1 5 28, soccorrerMaluco porordemde Jorge Cabral?

Se cu ltos adormecem os premios à sombrado merito, oudo tavor,que lh os grangoou, osquereceba : GaSparCorrea Íoram—lheincenl ísío pararedobraro fervorcomqueaté al li servira orei e patria.

Apres lando o governadorNunoda Cunha , com odesigm'

ode seapoderardeDio , mais possante e luzida armada portugum ,quenunca sulcára os maresda India, envídou todas as forçasdo estado, pois queremqueel la exoedesseaquatrocen las solas , com peru)dewinlemil homens .Para esta expedição, emu1ando CaaparCorrea em generosidadeoçm ou

tros cidadãos ,queá sua custa am aram embarcações ,deu o seu contingente, como el le mesmodiz nas seguin les

lpalavras ,querespiram nun

cadesmenlida modeslia comquefal lavadesi: « E eu GasparCºm que« yslo espreuoqueRuy em hum meu cature outros curados fydalgos e« toda a gentemuy luzida eam ada maisdoquenungua se ajunlou na

«Yudia .

A armada, em wade pôras proas na soberbaD io, pebdeu tempoprecioso em combater os heroicosdelensorosda ilhadeMete,que tendoimmolado mulheres e filhos , renovando o exemplo e as memoriasdeSagunlo cercada porAnnibal , sevelaram todos à morte, esuecumbiramcom desesperadaresislencía, legando à terraquedefenderam o nomedeilha dos Mortos . Foi no fimd'esla carnificinaqueGasparCorrea observou o caso lastímosodadegol laçâodas mulheres ,queresignadas econ.lenles oB

'

ereciam o col lo aos nosda adagadeum mouro , emorto el ledeum tirodeespingarda, preferi ram afogar—se sobm 'iver- lhe.

GasparCorrea, pisando as terrasdo Orientequinze anuos antesdeRoy D,

. João III ,da m m anínbl do alu n emdeCochim portres m om , com 183000t a. deordenado . tan toque acaba seo seu tempo Fem io Rodrigues ; oqual oªido l in ha Diogo Aranha , "posteirodo In fan teD . Luiz. L iv. 30da C lu ne. deD . João I II ,f . 85 v. Ibid.

N'

este, como em outros muitos pon tos, discordam os his torizdores. VideCosta.ubeda Liv. V II I . Cap. XXIX ; Couto Dec. IV , Liv. VH. Cnp. l l e Barros eo seuaddicionndorLnu n lu , Dec . IV , Liv.W, Cap. XII .

GuparCorfu , T . IH, Lead:deNunoda Cunha , alunode 1 5 31 , Cªp. XX .

'º « Eu no um : ca l orfluyroda ndo 5 l e ffuy pen tomarquatro mol heru

NOTIC IA PRELIMINAR. m

Fernão LopesdeCasinobeda, '

ecomeçando primeiroqueel lea lançarosalíceroesda sua hístorin, oonquistou para si os fórosdedecanodos historiadoresdos M osda India e

'

porqueviu a maiorpartedos succesaosquerelata , o mesmo osquenão viu narra pormiudo, guiando-senão portradiçõesremotas incertas , mas porinformações Bdedignas ,tem um valor lmmenso para o estudodo períodoqueabrangem as suas

Lendas . Realça-lhe aíndn o preço não desl isar, movido porinjuria oubenefíciº,daresido“ imparcialidade,que 6 almada historia. Prowelló—o el le com vehemenoíada verdade, eum tão sincero respeito reli.gioso,que excluem toda a suspeitade ôngímeulo ; esatisfazendo apromessa , mitiga a dºrcausada pela perdadeum importan tíssimo os

cripto contemporaneo, edemuitos documentosrelativos primitwa epochada conquis ta.

Deplorando mes perdas , bemquizeramos , mas não podêmos , deixardearguirdo is crimesde lesa—rasâo : nascia condescendencia comque'D. l oãb I I I , porcompram Gdalgosque se haxiamdeshonrado no se

gundo cerco de lho, m udou supprimiro decimo livro da HistoriadeCaslanheda, 6111quese diziamverdades amargas e o pernic iosodespreso comque se tem olhado para os archivos . Na TorredoTombo, archiw geraldoreino, talha:braços , m dnerações , espaço, egmndesommade papeis livros , nas perdidos para sempíe, outrosquenos maiorganísados epeiorguardados cartoriosdealgumasrepartições publ icas; escque (s a u m sobrehum penedo no maraqueelu lon n a mdo; um hum mouro »queçou: elas es ta n. kiabu hum: adaga comque começou degola ou as vyc .por" yam m (de)queo mouro Jegolasseaquenom pudeun toremarquenprim yrodegol oudo», outm dna ncan m parquehun tyrod'eapmgzrdader.

crybou o n om ea tu h u u áeyh n m no mrporu m hreal ogarmas osre—nc nqm n deyum n mda eporfinçt u meum n no a tm ;dcquezo tom nvam n

c cdeyurm m pm morm ea quem em cc tyvu . m, Len

dadeNuno dl Cunha , annode 15 31 , Ctp. XXI" .

N io fal l l . ni o pódc h RAr-m im o oa blmeh'

orNosso Senhorpeçoquewnos tn bú hosdesu viii: meajude pen merecimen todc verdndein u lnaçio, porn

c em n uit: verdadedo ada hum seu: n ão: ebon s nenhum tirarseum eeoia en todo ba n ou porquewdn: n odos á lgumn ml fa lsidade se

« enva se, ndu grandemargem , m n çio an te o SenhorDooca GasparCorrea, Aos Senhores Laom .

As proprias pnlam sdo Como , comreferencia Cananhedn, m um : Ba teu.

mv NOTICIA PRELIMINAR.

tio muito expostos aexlnvioseincendiou. Provémd'estedesproso não lermos hoje no Archivo Nacion ] nem um 96dos trwhdos em folhadoouro, celebrados com osreis da Asia . Tudo '

sefoi ; e quando o tudomioo om m Fr. João deSousa alli examinou osdocum nlos arabespara Historia portugueza, não ponde aproveita maisque os sessentae oitoque a Academia fez imprimir. Porpreveraté onde oàegariao wergonhosodesbaralodeum asriquezasdiplomalicas ,reforindo—eeo ti.lhodo grandeAlfonsodeAl lmquorquenoeseus Commenlarioe, ao lmchdoescripto em folhado ouro, e sel lado com lm senos pendenlos, tambemde ouro, pelo qual oreideOrmuz se oonfem uvm llododePorlugal , e seobrigou a lhe pagar parcas , dissed'esle famoso diploma edasua copia em l íngua persa : «ambas estan cartas mandou M anso Dal- p

boquerque metidas em camsde prata elRey D . Manuel , asquaes .

« devem es tarna torredo tombo, (se não ouuedescuido em deixar»«perderhãa antiguidªdecomo esta dignademuita memoria . ) Dio

godo Coutoqueixa—setambem, emvarios logaresdas suas Decadns , doescandaloso _desapêgo aos tí tulosque perpetuam memoriade nossosfeilos , easseguravam di rei tos à coroadePortugal . Na DecadeX, cap.

Xl l l , ediçãode1786, conta esle historiadorqueachâra na mãodeumhomem, cujo n omeçaqueceu, odôcumento originalda doação da cidadedeDamão com doze lagoas emroda ; deixando-nos provadequepartiudebem longeumdesíavore incuria,queurge fw cessar, equehade cessar, porque não se compadececom indole investigadoradoscenic , nem com as necessidadesda sciencia.

homem andou l l l Indl.qua idex aum», correndo mó: partedol ls , olé chaga n

Mah a , carecendo cousa d'oqucl letem;»muy diligen temen te,querecopilouvemde: l ivros , M edo 0 m docinho com o Governadordom l oiodeCastro . Este

evolume nosdinrí o l lgun u pes ou dina de [éqemeydõ l oio mid" :reco-nlher, roquerimêtodenigªs lidalgosqueteachnrâo n'oquol leraro eespan toso cer-teo . porqmana nelleverdades . A es tes , outrosrisco: sepoem os

escritoraque o

u a m mm ,emquanto vivem os homensdequem o fazem . Couto . Dec . IV ; Liv.

V , Cnp. dn ediçí ode 1602 .

Documen tos An bícos para Biu. Portuguou , Lisb. 1790. No Prologo .

Alboq. Commen t . P . [. pag. 88, edíç . de 1876 .

” Coul o Dec .W. L in V l . Cap. X : Dec . V , Liv. X , Cup. V II ; c Dec . V ," Liv.X . Cap XII .

Bis partedo ta lode Diogo do Couto : O proprio com o u l la penden te»

NOTICIA PRELIMINAR . xv

Gaspar. Correa '

nâo levou as Lendas adiantedo goyemode JorgeCabral . E'de presumirque ahi parasse, porque as cousasda Indiaforam tão douradas â superficie,quenão moslm am lerdebaixo o (erroquew'

eram descobrir, e, para continuam os empregaras suas phrases ,medrando oc ºmales eminguando os bens ,receou passarde commemoradorde il lustres feitos , a pmguejadordemaleficios . l inha , na serdade,já então lavrado tão fundo a corrupção nos nossos compatriciosda l ndia,queo ferrodeque andavam vestidos , oommunioando—lhes arijezaaos corações , não bastava a lhes enoobn'ras ulcerasda perversão, a queosrasgos de heroieidadeapenas disfarçavam oqueellas tinhamde hediondo .

Não secuide, porém,queGasparCorrea ,desabafadoda deusaalmoscphera emqueos apus ooc laneosrespiram , emoldando as suas crençase idéas pelas crenças eidéasdehoje, preferisse analhema con tra tudoaquilloquepara os homensd'esta era, melhorqueaspassadas , inimigosda ferocidadeeviolenéia, 6reprehensível e criminoso . A nós ,que isto“

escrevemos , abstrahíndodas homerícas batalhasde quarenta eontm mil ,

segundo a expressãodeum eminentepoela lynco ; dos apertados cercos sustentados com pasmoso sod'rímento e esforço da gloria inberenleàs navegações , e descobrimentos de terras,que em todas as partes doglobo conservam ainda nomes porkxguezes ;dos poemasdeCamões edeGarrett, edas OdesdeDiniz,queessa gloria inspirou, que avul tame immortalisam , a nós , confessa—lo—hmnos obedecendo às vozes intimasda consciencia,repugua—nos , hormrisa—nos conquista da India, pela

ade; achei euna mãode hum homem ,quemenão lembra seu nome

a nem como medisserien seu poder, oqual levei no V iso penqueo

seveja como segundam ns cousasque tan to imporum , esepoem cm cobro neste

Bªtidº. ondesenãom a m isquede ajuntar0 und" ; aind: esteproprioqueeudescobri. edei ao V iso-Rey , nio seique ile feito eporeu lembrarº

c um descuidos , Blney D . mmdou logo ordenarem Torredo Tombo,aonde mandou serecol hm em todos os popºis , livros , ecousasque houvesse em

casado Secwurio , m Cbm cel larin , etoda as im lmcções, eRegimen tosquem n .

do Reino todos os umas , 0que nunca pudem im 'com os Viso-neysqueo ªt º? º

a sem assim executar, equasiqueestá esa casa porlórma só com o titulo deTorredo Tombo , sem l erm í:que Imo: poucos de l ivros vel hos ,queaqui lançáram os

omcíncs porl he: nio l proveiurem . nem serviremdesouza ul guma .

O sar. Mendes Leal , nos seus Can ticoo. Poesia D . Yam da Gama,

t ono ª

NOTICIA PRELIMINAR;

injustiça"

e barbaridadedos conquistadores; as fraudes , as extorsões ,às pdios m entos. A pedidia poesidíndo quasi todos os pactos ene

gociações ; cidades inteiras assolada eentregues ás chammas ; ao elarãodo incendio e ao tremendorelampejarda &rlilhoría, o soldado conwertido em algoz depoisda victoria , lmcidnndo velhos , assassina ndo malheres , despedaça do crianças sobne o seio materno : as conversões aochristianismo servindo devéu uanspamnte cubiça : eis os quadrospavorosos éequedesejâramos desviaros olhos . Nem são menosrepugnantes as ingratidõesdeD. Manuel , ede seu filho, ao qual alguns escriplores lem querido â força inlercal larn'

o catalogodos bonsreis, fechando os olhos aos factos mul tiplicados e concordes ,queosdesmentem;

Pagarcom o vilipendio e a fome divida de sangueaos varões maispmstanles , depois de lhes lerarriscado as almas em emprezas injustas ,não podia deixarde ser' um pensamento grato oorlezâos hypoorltas ecorruptos, porcujo conselho corriam os negocios publicos, e tudo parasi achavam' pouco

, eabsom'

um tudo, desde osrendimentosdos emptegos os mais elevados epingues até os proventos infamesdo tracto me

Sciu exempl o u m de 1 !demarço,de 15 07 subscripta porPerodeA la»

çova Gameiro, edirigir]: porem , D . João II I a D .JoiodeCastro , sobre 1 vendadasterra arm a de Goa : A m?um foyqua l poo tadõque sa ia muy to meu a m igo .

m udarrenderao ldalquão u term irmosde 303 ,queuneelealu gou, amy porquemeados:deSOSÍC l 'pm custarã o mayto, como porsercom dweil o poderem .

elas bemdefender; e tambemquenunqua em algo tempoquedelasquíscseopen«que elas dizemque me são necessarias, deixarião uqudes , cujas c las fogemdeudarcausa porondeelas comrezam wm som scrmynhns. Doc . 113 27 , na Co l

lecç. dos publ iecdosrwlo ardu l Snn iv/n :)o da V idndo D JoiodeCuu'o. Lísb

1838.

Bd c m wodc lm pu ticipc o mcm o x-eí n D Joio c mro : « Mean

trefra ncisco m m waequeesterey (deh fanxpatxm) tem yrm í o oqu i]dizquec lbedbseque se tomu ia xpio , o povo todo , ” cu l hedm éstaWu z c yston serín mny hem porw ganh n m eaa almu c sc h za cm xpíu zm ha nisto ou—o: M wmqupmmquebepedirmeo m o o pdndpedoa y li o ,queu wm ou .

C XPªº. ª m ndam edâm n n y nhn, m a ny , ;m andrede sousaque se eudese»c asu tcrra a mu lilho ela « toma i: xpi l com todos seus pu an tes ecriado:. Doe

n .

' 25 , ibid.ªº VW0que pm m m os sarsf nebeuo .da Silva na l n lroducçio ao xv:

vol . do Quadro M m , Al cxmdre Herculano no livro Da origem :mbdccó

xvm NOTICIA PRELIMINAR .

ram lodosesles varões , mastrosdesangue, il lustresdenome'

, mais ilª

lustres pela desgraça, quasimartyres , levantam bem al to opregão oontraa incuh ada bondaded'aquel les tempos , e melamamda historiaquefaçacomparecerno seu tribunal , incorruptivel e severo , ps martyres ever.dugos , para ouvircada qual a sua sentença .

Ora estas iniquidades poruma parte, eporoutra a quasi seguraimpunidadedos crimes , toda a vezque o criminoso '

sem udava compadrinhos poderosos , ou “

sabia soworrer—se â virtude magicado ouro.íoram os mananciaes , deque brolaram perennes fontes de prevaricações a alegara India, iolhendoqueporluguezes , não já aos vencidos,que a esses nemreputavam seus aimilhan les, mas a outros portuguezes guardam m fé, justiça, e lealdade. Al tento cada um a enriqueceromais breve possível , fosse porque meios fosse, só ourava de anthesourar, deixando para mais tarde o cuidadoderepartir, para se li

vrardos crimes , e sobre isso vingar—sedos oontm íos . Era pois a estalepra moral , a estes cancros intestinos ,que principalmente allndia GasparCom a, e aqueDiogo do Couto al lribuia perdada India, dizendoqueel la seganhára com muita verdade, fidelâdade, valore esforça, eseperdia com a ausenciad'eslas virtudes , sua salvaguªrda até a tempo do governo de JorgeCabral (nole-se coincidencia) ou ainda até odeD. ConstantinodeBragança .

Do mesmo modoque não se'

sabe anno emque nasceu GasparCorrea, fica indeterminado o do seu fal lçcimenlo : um factoqueapontámos , garantido porel le-mesmo, excluo possibilidadedeseranteriora 1 5 61 . Veremosquelambem não é poslerior1 5 83.

E será isso facil . Aâança-nos, comencizo, Barbosa Machado,queD .

MigueldaGama comprou emGoa, oódefal leoeu GasparCorrea, osquatro livrosdas Lendas , e nãoda hisloria, como lhechama porinadverlencía . Diz 'mais ,que osdéra seu sobrinho D. Francisco da Gama,em cuja casa elivraria seconserva m pelos annosde171 1 a 1 739, emquê a Bibliotheca Lusitana foi impresso. Conservemos na memoria estascircumstancias , porque primeiroque passemos &dian te, a gratidão para

T un es , no Prol ogodo LivrodeAn tonioGnlvio. Tratadodosdiner»: den ovmdoc caminho; m . Couto , Doe. V , Liv. V II , Cap. l l .

Couto, Soldado Pratico, pag. 31 .

NOTICIA PRELIMINAR . m

com o salvadordo trabalhodeGasparCorrea, eao "

mesmo tomo a elarezad; historiadas Lendas, dependen tedo conhecimentode certas particularidades biographicas , eo proprio pontoqueaveriguâmm , estão exigindo umarecapitulaçãodos principaes '

suooessos da'

vidadeD. MigueldaGama .

*D. Miguelda Gama, filhodo 11 condeda Vidigueira, D . Franciscoda Gama, achava—sena India no annode 1 360. Entrou no númerodoscapitães dos quatorze navios deremo, capitaneados porAntonio deNoronha,quqo viw—reí D. Constantino mandou soocorrerSurrale coutra o Chingiscan . No combaleemque os nossos o venceram, obrigando-oa levantaro cerco , tomou parte Diogodo Couto,queaulão contava sódezoilo annos , e coube a D. Miguel umldos postos mais arriscados . Reco

lhendo-se armada invernarDemão, al lideu D. Miguel mésa á sua

custa, o em Sua casa, amuitos soldados .

'

A6nal , tendo feito uma viagem,

de lucro ao Japão erejeitado outra, comdesi n teressequemaraxilhou os

cobiçom , paz àdisposiçãodovico—reiD. FranciscodeMascarenhas, paratrazem cargada pimenta,—a nau Reliquias ,dequeera dono, en'el la partiuda India em 2 1defevereirode1 5 83 ; dataquedemonstra seranterioroObi todeGasparCorrea . Era tarde para vira Portugal . Os pilotos eamarinhagemdesesperamm dedobrar o caboda Boa Esperança ; a desenfreadªs procel las ,que ahi os amparam, âl efam-lhes bradarque arribassem Moçambique. Nãodesalentpu D. Miguel da Gama. Zom

bando dos perigos,que lherctardm m o trajecto, seguiu âvante, e afortuna, ooroando—lhe o denodo, lrouxe—o salvamento ao porto deLisboa , com o seu thesouro, emquesecomprehendia o oodioedeGasmrCorrea . Am ma defrontedo Terreirodo Paço ; acudiramparentw eami

gos a abraça—Io, nadando &m alegria. Mas a alegria ia-se trocando emtristeza . Quando tudo se julgava salvo, tudo estevea pontodeseverder. '

A nau íncendiou—seao salvara cidade, ea muito cus to se apagou0 Fogo .

Nos ul timos cinco annosqueD. Miguelda Gama passou na India,lastimosasdesm ças , enlaçadas com as calamidadesquo opprimiram Portugal emresul tadoda perda d'el rei l) . Selm tiâo, tinhamvindo pesarso

_Coulo, Dec . VII . Liv. IX , Cap. XII .

Couto, Dcc . X, Liv. l l l , Cup. IXda ediçi ode1788.

NOTICIA PRELIMINAR.

brea familiado condealmirante. D. Vascoda Gama, l l l condeda Vidigueira, irmão mais velhodeD . Miguel, fôra morto na batalhadeAlm

'

oerquebir, eD. Franciscodn Gama,que lhesucoedeu na casa, me

ninode trezeannos, neon captivodos mouros, efoi umdos oitenta iidalgosque ajustamm com o xerife suaredempção porquatrocentosmil cruzados . Tantos desgostos deviamremoverdo animo pau lodeD. Miguel da Gama desejosde“

vernomeiodo bul ícioda obrle, e ar

t ostai-Iheos enredos lempestuoms, mais para temeraindaqueos gnos805 e cruzados mam ,

—queel leacabavadeam—ontar. Vendo-serico , e semsuocessão, porquenunca quiz ow , preferiu às inquietações annexas aoscai'gas e honras comque o tentaram, “

'

m días semnos noremansodavil lada Vidigueira, onde concorreu para a fundaçãodeum conventodecam elilas eo acbâmos em eeptémbrode1 5 93. N esteseu tão queridoretiro se lheacabou '

a vida, deixando porherdeiradeseus bens a Casada MisericordiadeLisboa .

Espêmnçados emqueno testamen todeD. Miguel da Gama encontmriamos verbaquealguma cousa mais adianlasse âoercadgs Lendas , esua doação, procurámo—lo Baldadamenle no cartorioda mesma Casa : nâoexisleal li copia, nemregis lro d'el le devem terperecido n'algum incendio,ou no terremotode 1 75 5 . Mas, na falta deprova mais concludenle,reforça à liirmaçãodeBarbosa Machado o tes timunhode Sardinha Mimoso na Relacion de 14 Rea l Tragn'comcdía comqueos padresda CompanhiadeJesus festejaramno Col legiodeSancto Aulão a Filippe IIIdeCaslel la ; lestimunhoque, podendo accommodar—se a qualqueroutra obraque existisse na Iivrariado conde almirante, o tornam inequívoco as

explicaçõesque o acompanham, tiradas ew'denlementedas Lendasda lndia .

Mendoça , Jorn .d'Atríca, Liv. Cap. V l .

Id. L . l l , Cap. VI II .ª San ta Amu , Chron . dos Carmelitas '

l'

. II, 38 5 82 a 5 87 .

Bistor. Genealog. da Casa Ru ] , T . X , pag . 5 60.

Dix el le 5 9, ful lnndodeVascoda Gam : Puc este animoso Capitªndela t il l:deSinesdo!ramodel Algarbeetc . , segun to n em vn an tiguo scriptorde119com deIndia en losdí ligcn tissímoa librasdemana ,queseguzrdi ou l a l ibrerizdel CondeAlmirante. B l 5 3,depoisdecon ta , encosundo-seao ta lodeGuparCorrea, prisãodos pilotos , e promos“ de levarcitei os amotinzdos pro903 em ferros, continút dizendo Todo lo n am aquel libroquedizemos arriba,

NOTICIA' PRELIMINAR. xxi

O padreMimoso escrevia no an ode'1620. _Anles d'elle, o poetahistoriador, echronislamór, Franciscode Andrade linha líradodo (3qcimento onomedeGasparCorrea. confessandodom ingenuidadedo ho-ºmemde bem as obrigaçõesque lhe devia, eo quanto d'el le sevalêrapara escrever, na Chronicadel Rei D . João III, os successesda Asia .

El le n estes termos seexpressa na Parte 11, cap. LVI , inc luíndo—o na

Fm dos oapilâesda armadaque foi um em 1381 : «eGasparCorm ,

«decujos escritos se lomárâo estas e outras maytas informações das»&cousas da India. Não satisfeito com esta oonâssão,repeliu—a no cap.

Lvl l l dizendo : « o GasparCorrea, de cujos eseritof jâ disse atrás»que setirâra muy ta partedas infom ações desça historia, etc . »

Pr. Luizde Sousa, na Historiade S. Domingos da ProvínciadePortugal , Parte l l l , Liv. IV, egualmenle invoca porvarias vezes au:

otoridadedeGasparCorrea, euma d'ellas contrapoem aoqueDamiãodeGoes escmveudos primeiros pªdresdominioos,quepassaram à India confos Albuquerques em 1 5 03.

Outro lanlo não podémosdimrde l líogodo Coulo. Em nenhum lo

gardas Decadas faz a mais levemençãodeGasparCorrea , nemdas suasLendas . Não teria conhecimento sequerda existenciad'es levolumoso escripta?Podo—se-llm concederqueassim fossedurantea vidado auolor,o qual talvez, porcumprirum solemnepromeuimento,recalasse sua

obrados olhos de todos ; mas fal lecido el leem Goa , e comprando-a onetode D. Vascoda Gama, não 6 crívelqueeste negocio deixasse de'

soar, e não chegasse aos om ídos de Couto,queahdára embarcado na"

mesmá armada com D . Miguel da Gama, e com el lehaviade lercommunicação. Seria porlan lo ínjustí íimvel o silenciodeD iogodo Couto,se, para se lheconservaro nóme purode toda a mancha, não pudessemos , edevessemos al legnra perdadealgumasdas mn becadcs .

Sâo , alémdºm , m escá ptores ,deque lemos noíicia,quecitassemobradeGasparCorrea , o moderno addiciouadorda Bibliotheca Orienta lqueocupam vudnigen tc escritor,quecon los primierocPortugucm pu só la l a

Vem m citação pag. 303da edição, impresa em 1678, onde se transcreve uma passagemdºS amu Correa,que começa assim : a E hum Prey DomingosdeSom da Ordemde S . Domingos ,que con;dous Ponteiro:de. , erroque passoupu t a 2

) edição,dem ido—sc lerpu cciros .

m t NOTICIA PRELIMINAR.

OccidentaldeAntoniode Pinelq,que, seguindo a D. Nicolau An.lonio, lhechamou tambem impropriamenteHistoriada India ; eocardealSaraiva, mais conhecido no mundo !itterarío pelo nomedeD. Franciscode S. Luiz, o qual nas notas edocumentos ineditos comqueenriqueceuVidadeD . Joãode Cas tro porJacintho FreiredeAndrade, seretore

â cartaqueestevíce—reiescreveu, em 1 5 denovembro (10 1 5 16, aos vereadores, juízes , e povodeGoa, equevem copiada nas Lendas pag.

391 do IV lomo autographo.

Vimos osquatro volumes originaesdeGasparCorrea , trazidosde.

lão longeporD. Miguelda Gama, escaparem aos perigos de uma via

gem dilatada, eaosdo fogo jádentrodo Tejo ; mas não weapon o primeiro lomodecahirnas garrasdealgum barbaro,queo sumiu ou inufl ilisou. Tudo conspi ra pará fazer acreditarque não tornará apparecer. Dizia-se, não ha muito tempo, contra esta opinião , agora assentada,que el le exisl ia . Alguem, indo mais longe, alé indicava aonde. Mas foi

o ul timorebate falso. Examinados os fundamenlosdeInes asserções ,díssiparam-se, como um poucoderumo, as esperançasque tinhamdes pertado.

Os tomos 11, I I I , e IV , inquesliónavelmw le autographos , porqueleura condiz com ada assignalura'dorecibo, deque dêmos o [(vc

míle, uma declaração lançada em seguida ao prologo do derradeiro ,leva isto â evidencia, o sr. doutor Antonio Nunes de Carvalho, a

Com m io lho ch mou Chronic: o arda l San iu . GasparCon e: ao N um a

du suu Lendu deu o tilulodeQuarta Pm da Cm ioadoc feim n pcm —MM íado m de m de l óãºcn gu ndam WW qv-ilo

O fal lecido bibliothecario-mórBarbosa Cannes , il ludido porumdesejo louvavel . mppoz

'que lu livnríado sªr. viscondede Azurara existiu ou eximn o prim iro volumeaulogn pho. A

'

pergun taquee a terespeito se lhefez, teve a bondadederespondero sõr. visconde,quenão tinha, nem teve, nem seu pai l iven o Ms . deGasparCorrea ,

Adec laração esta Bporquc tinha es ta l l ívro esprí lo jun tamen tem amea

cden ti çãodo segundo tinha posto o com odns folhas porc yma . E porqueme fezgra ndevol lumeque se nom podia bem m cadem arapartey bumdo outro e[B:

e cada hum apartado sobrcsy eno outro se cowton l l RBIU fol has eporyaso estee fica começado no con todu 11 M X folhas fiz em decret ação pornom fazerdanidaa o com oda folhaquenestesam comtean .

NOTICIA PRELIMINAR . xxm

quem as louras devem o bom servi çodeterasylado no Archivo Nacional uma preciosaqol leoçâode livros portuguezes , depositando-os na bi

bliolheca especial al li oreada em 1836, para a qual os transferiudo exl íncto hospícioda Terra Sancta, obstou queestivessem a estas horas naInglaterra, ou no Brasil , sabidos paradeirosdás preciosidades IitlerariasdePortugal .

Ficava, em lodo o caso , a obra truncada, oque sobremaneira lhediminuía o valor . Felizmente, passados annos , informado o official maiordo Archivo, e lentodeDiplómatica, o sr. Aureliano Basic ,

de se acharà venda uma copiado primeiro volume, apressou—se a examina—la , eoertiâcando—eedequeestava em bom estado, eéra um apographa poucomais modernoque epocha emqueescrevem GasparCorrea, comprou o

'

oodioe custa do Archivo por288800réis. Portanto, o dec idido amorqueo sr. Baslo consagra similhanles estudos , tornou possíveldarem-se

ao prélo as Lendas,que, a não seresta compra, continuariam a jugarínedilas .

Obrigados, para o fazer, avalermo-nosde copias na fal ta do primeiro volumeoriginal ,dam nos contadas tresdequedispuzemçs .

A primeira , ea mais correcta, postoquenão inteiramente isen tadedeâeilos ,quenos pareceu procederem, unsdo proprio original , outrosdaincuriado copis la, 6 a.dequeacabamos de tramar, quechamaremosdo Archivo . E

' tirada em papel incorpadode89 cen tímetrosdeoomPfí'mento sobre çoutimctrosde iargo, '

em boa lourado seculo _XVl l .Não tem frontispício , nem paginação ; as paginas estãodivididas ao al laem duas columnas porlinhas vermelhas ; os summarios dos capítulosacham—seescriplos com tinola vermelha, bem como, no al todecada pagina, o nomedo governadorouvioe-rei, e o anno aqueo texto serefere. A encadernação é em carneira comraiz preta.

A segunda copia pertence6 Real Bibliothecada Ajuda . O sr. AlexandreHerculano pos pem illiu examina-Ia. Esta copia,que apoiardasua inferioridade nos foi muito util como subsidiada, facil itou repara.

çãodealguns errosda cum . Pareoe-nos àerdo seculo XV I I I óu finsdoXVII . Talvez seja aqueBarbosa Machªdodiz ter.visto,reduzida adoisvolumes , na livrariada casados marqum sde Abrantes . E

'

escripta emN'

m lo deconfeiteiro m em VelhoTOMO

m v NOTICIA a mmm .

papel oommumdo 81 centímetros do al tar: por20 centímetrosde largura ; encadernada sobro cinco cordas , em carmim pintadade prelo.

Entreasduas primeiras está orotulo,quediz : amem nos wc m s 01

m u == p. x ou u. Col laúo na pasa pela partede denim,queolha paraorosto, ha um bilheteemque selé :C— N . 81 == Volumes t Norostodo I volume lê—se: His toriada India desde o seu pr. º Descobrimento«(M o annode 1 5 10.

= Con1em as acçoens de Vascoda Gama , Pedro“

Alem Cabrál , Ioãoda Nova , Fran .ªºde Albuquerque, Vicente Sodré,

DuartePacheco, Lopo Soares, M . Tel les , D . Francin edg Almeida:O l l volume cama darosto . Em ambos esli a numeraçâo cias paginassalada e interrompida ; e ha pelordoqueisso. O encadermdor, emvezde fnzerseguírá lwdade loãoda Nowa l da segundaviagemdeVascoda Gama ea esta as cul tas seis , pah mesma ordemque norosto sedec laramm ou as wplepara o segundo volume, col locando im»medialameme depoisde Joãoda Nova o governode Alfonsode Alhoquerque, successor de D. FranciscodeAlmeida . Aocnesoe ádeslocaçãoque nem a Lendade D. Franciscode Almeida, nem ade AlfonsodeAlbuquerqqe estão compleh s ; chegando esta,que mais nos inten sa ,

porqueda outra temos o original , tão somente até as seguinlcs palavrasdo Cap. l l , annode1808 : «que lºgo as mandeªy enlregarseu»

« procurador. E pois assim N'

esla copia , alemdosdefeitosque lhe são oommuns com ado Archivo, provenieulesdenão saberemlernç original oertas º

pdawm oude estarem el las all i mal escríplas ,nolam—semuitosque lhe são peculiares . O copista não soube ás vezesentenderas notas numericaromano—lusitanas , eerrou—lbes owalor; outras vou s , pordesal lento , sal tou syl labas e palavras . . Para cumulod'infelioidade, accommeuido.da mania de ahbreviare corrigir, amputandosem discernimento, mutilou tão semdó o original desde 0 Cap. VIIdaLaudade Pedralwares Cabrnl , até o principioda deDuarte Pacheco, efez suppresoõee lâodesapmpoeiladns do parúoularM es -

ouriom e ínteresu ntes ,que nos deixa vacillarsobre qual merecemaiorcensura : se

ª sua audacia, so o seudeeuiino. E'

porissoqueas variantes , até aliipouco frequenm ,

invademderepenteas paginas , epassada mania lam

bemderepenteentram nos antigos limites.A terceira copia,queé ada Academia, comprehendc só 5 1 cader

nos do 1 volume. Tiraram—na dois amannenses, o primeiro aoHrível , o

xx“ NOTICIA PRELIMINAR ,

IV. Deturpavam o textorepetições continuadas, enão m as fal tasde sentido , nascidasda confusão em mm dasrelações grammaticaeáaommdorasda ignoranciados copistas, se provinham d'elles , masdesculpaveis em GasparCorrea,quevivia na India,quenunca sevendeuporescriplorconsummado ,que não teria bons modelos á vista, 'ªqueescreveu só para si, equepor-esla m ão, ou povque morte o atalhát a

, nãodeu o ul timo polimen to sua obra.

As modificações foram estasA auarchia orthographica que alludímos,que é geral nos escri

pm d'çquel la epocha ,que não perdoou aos appel lidos , nomesdecidades , etc dando porvezes logarequívocosdegraves consequencias , equeem GasparCorrea 6 mais lioencíosaqueem outros procurou-sediminui—la quanto foi possível, sobretudodo fimda primeira metadedoprimeiro tomo em diante. Com isto , com a separaçãode palavras ,quenão deviamestarjanelas com suppressâodas lourasdobradas no principio e fimdas mesmas palavras , ou quando a duplicação só denotavaagudezadesom ; comdesfazcrem-seas abbmviaturas, owww porextenso os algarismos as notasromano—lusilanas , queremo—nos persuadirque alguma cousa ganhou êdiçáo dns Lendas , sem perderem el lasas princípaes feições antigas . Quan to aos s iciosda pontuação tomámossobre nós corrigi- lºs , sempreque a ausencia ou má col locaçãodos si

gnaes slygmeologioos mudava ou perturbam o sen tido. Sepublicassemos

documenlos , ou ainda narrativas d'outras epochas, nos cingiríamos como maioreáorupulo â orlhographíados originaes , tomando pormodelo oP ortugal ia: Monumentª His toricºdo sr. AlexandreHerculano, criticoperspicaz e destemido , e his toriadorsincero,queentrenós elevou his

05 l ivros portuguem impressos , concernen tes i niciariadl India , dequeGasparCorrea poderia terl ido'

conhecimen to, aindaque nem todos chegam ver, émuito menos a possuir, aio Vidi deD . 1 05 0 17 porGarc ia de Rezende; Historia'de Castanha l" as tros primeiras Deudu do João de Barros ; 0 Livro primeirodoCm deBio porLopodeSousa Coutinho ; m Com enhrio: dc-Alboquorquc ; o h i.neu t iadeAntonio Tenreiro o . Liu odeAntonio docdiversos ede:m yndos caminhos etc . , Reh çioda embaixadado Patciarcba D .João Bermudes ; asChronic“ d'Blney D . Humel , edo Prínc ipeD . Joio porDamã odo G'

oes ; o Tratadoda comu da Chin: porIr. G ç sparda Cruz ; o Commenuriodo' CercodeGoo, eChau] , porAnton iodeCastilho, . ca la m oulroquenos esqueca ” .

"Jºan severqm m im 6, bastarepararnas passagens transcript».

NO'

I'

ÍCÍA PRELIMINAR . xm :

loria a maioraltnra Lembrados porémdnsrazões porel lemanifestadasno Prologo da Chronica da E M D . Sebastião de Fr. Bernardo daCruz, e na Advertench Preliminar dos Annaes deEm:: D . João IIIda Fr. LuizdeSom ,relaxâmos origog exdoplâmos um meio lermoisto é, não mascarâmos G&sparCorrea nos trajesde hoje,que lhenâo quadram, nem levámos o cego-respeitodas antigualhas mais longedoque o levaria o editor,queemvidadeGasparCom a Ihe imprimisw

Das palavras visivelmente trocadas fez-se a substituição, quandoera obvia, advertindo—o em nota . Não tocámos nasque hoje nos soam

mah se coadunam como plebeismos , porémque, não obstanteseremverdadeiras corruptela , gosaram privilegiosdenobres ecortezâs , enosconservam ves tígios da tão mal conhecida. pmnunciaçâodenossos avós .

As palavrasque fal tavamres tiuúmo-las , encerrandm entredoisasteriscos , pam avisodeque foram pornós iolroduádasz

Asrépotiçôes ,que podiam serdo aucloroudos copistas , nºesla ipcedem , não se

' cortaram. Não sehesitou, todavia, em supprimíralgumasoonjunoções sobejns ou outras partículas ,quedimctâtavam intel ligen

aados logares para ondeas atiraram. Entretanto, se deformidadedotex to erade naturezaque—pedia curaradicat, nâo lh

'

a applioámos, mas

no baixo da pagina ind icámos qual podía -ser. Finalmenie, se a con

fus㺠em tamanha, e oremedio tão arriscadoque podia aggravara eniíermidade, fazendodizerao auotor'oqueel le nunca pensára, deixou—seMrtudo como estava, dechrando—se d'onde provinha o desconcerto

Nas -varíanlw puderm os sermais parcos, senãoquízeesemos pormeiod'algumas mostraras imperfeiçõesdas duas copias ,quelanlonos-augmentaram o trabalho, quanto . nos abalaram a confiançadeeahírbethd'elle. Ainda assim, quando asdiferenças entreoem copias consistiamem simplioes transposições devocabuloe, sem influencia alguma na

concordancia grammalícal , deixámos de as noun . E adviria—sequeouas varianles foram aoceitus eincorporadas no texto, oumeramentemencionadas no baixoda pagina , sem serem admiuidas'

. No primeiro caso,â simiíhaoçadoque praticaram os editoresdª Ordenação Affonsina, imª

pressa em Coimbra em 1798, fecharam—seentreasteriscos comremissãoà notaque indica o codiceemquevinham ; no segundo, o numerore

nm n NOTICIA PRELIM INAR,

n iesivo , sem mah nada , farí verj vaúanlequeestavn n'

esleou n u

quelleexemplar, masdeque senão (a m a.

Poristo ao podem avaliarasdiniouldades comque se luc lon , se

ficará enmdendoquem sevenomem,seguimos oexemploquonosdei

xou o muidouto academico Antonio CªetanodoAmaral , como editordasObservações sobre cc principales causasda dat adam'

a dos Portuguezesaa Asia , ouSoldado pratico. E porque. não havemosde dizercom elle?« Es ta primeira edição,queparecerádªfeituosa, ede pouco trabalho a'»

.quem'

sómenlovê a obra depois de impressa, seria bem diversnmen leqnval iadaporquem colejassecom o manusorípto

A”(nen tedos capítulos pôz GasparCorrea àummarios , exceptuando “

os capí tulos primeiros, cujos summaríos os não precedem, evem só nos

índices das Lendas, após cada uma d'el las . Não alta 'á làos estesys temmaisdoqueemreunirno tlmdosvol 'umes lodos os índices ,quedispersos interrompíamdesagradavolmenle leitura, edemom am as buscas .

Querendodarmais cabal ídéadoque descrevia, o nosso historiador,quesepmsava deentendido na artededebnxar, ajunotou á sua

obradesenhos feitos porelle,queembora nada valham como objectosd'um , tem o merecimentoda tidel i'dade, quan to aos hi josdos governadores evioe—reis , eâsvislasdas fortalezas, deque já não ha pedra sobpepedra. Com desnppariçãodo primeiro volumeoriginal perderam-secincodestesdesenhos , emqueenlravám os das fortalem de Cochim edeSocom . Osquenosrestam foi encarregado de osreproduzirpelalilhographía,reduzindo-os o dando-lhes a neces saria perspectiva, o sr.João Pedroso Gomesda Silva', artista bem conhecido pelo desenho Ikhographieode uma janellado conventode Thomar,que foi â=exposiçâodeLondres, e pelos seusqundms marítimos a oleo .

As notas encaminhadas explicarourectificarpassagensdo texto ;como já se disse, e um índicegeral alphabeticode toda a obra, irão nofimdoquarto eul límo volume.

O esl ylod'estas Lendas nãodeixadeserdif uso,redunda nte, edasataviadodemais ; masda sua mesma singelen , oda verdadeabsolutadasdescrimões , que os artifíciosrheloricos tanta vez empanam o briolho, deriva foºrçáqae-

nos poemredivivosdiamdos olhos osquadrosqueinspirou o sentimento e obsewação, e a imaginação acoeita comofixados na tóla . Foi este o 80080qu_eem nós produziram, entreoutras,

NOTICIA PRELIMINAR. xm

udeecripçõesdo nmfragiodeVíoenteSodú ,da mbrtedo ieitorAymConen,

ºdo livm todo mn âlhoa, do âm lmgicodos temidos à l

Bra GasparCorrea &ssaz inclinado a dialogar, egra deamigodediswm o ; purém us que poem na bocoados seus personagens ,quelravaemdialogoqmndo m se espen , não sio vagas , longns, e imporolunazdechmnçúes ; sio breves om n plícaçõesdu oausas, ourelerenoias [actos ,que cumpre lerbem presentes para intel ligen

cíadoque se segue. E'

forçoso convir emque se aquellos homens , domais obrasquepalavras , não fal laram d'estemodo, deveriamd'eslemodoter[aliado. Sem arte, ninguem os escreveu com mais arte. lgnorava-a,mas adivinhou—a .

Ass im como sedasaque w lgarisaçâodá obradeGasparCorrea,mitigam magoada perdados ul timos livros do Castanheda esuppriria, alé certo poulo, a fal tadedocumentos , 6 preciso não dissimularqueseencontram n el la nlgm erros chronologíeos ; ªlgumas opiniões singulares ,que não poderão seradmittidas senàodepoisdemaduro exame; euma propensão pan oromanesco emaravilhoso, não ímpropríos dasUmdas , antes n el las hem cabidos , porém incompatíveis com a gravidadeda historia. Como spécimande erros , ou opiniões singulares veja-se oque escreveuda vinda doreideBeni Portugal ; da viagemdeBartholomeu Dias , da qual , nas Lendas , sealtribnetoda n honm a l oâo ln

ianle; da invenção euso dos instrmnenlos naulicoe; edo empregodasespinprdas eoutras armas de fogo portateis . Cómo provade»que nãº

desamou o maravilhoso romanesca ahi temºs o episodiodo fabulosoâlhodeDuartePacheco ; m Lisuarte Pacheco,quede cada golpe fendía '

um mouro '

d'allo baixo, eque oreide Cochim preferia ao pai,

pm l lmdafenderoremo do poderdo Çamorim . l las oom esla mesmo

partode imaginaçãoromantica, jus tificou plenamenteGuparCorreaquenão sabiaWir, wompanhando-o de circunstancias tãodestituídas deverosimilhança,que logo descobrem, ainda açs menos lidos na historia agenealogia , não sero novo Achilles portuguez maisdoqueum mmm,

ou entephanuslico.

rea, ou suscitarduvidas contra a sua boa fé,epura verdade comqueroleteoqueviu e ouviu. Seporlão pouco fossemos invalidnro seu

xxx NOTICIA PRELIMINAR:

u'

nquil lo emque se lhe devedarinteiro credito , iieveramosegualmenle alropellaxido asregrasdn hermeneutica, o testimunhodamaior partedos mríploresda antiguidade, eodeboa porçãodos modemos .

Concluiremosque GasparCorrea,que à similhançado Polybio escreveu historiadeumdos mais brilhantes períodosdecincoen tae tresannos , tambem como o historiadorgrego será l ido com inleressq'porlodao as pessoas sisudas, cuja attenção mais se deixarprenderdas cousasquedas palavras .

AOS SENHORES LETORES.

NENHUMA cousa desta u'da humana he tão nproneiliuel aos viuenlesque lembrança memoriados bens emaleapassados , perado mal nos

guardam os ,regendo vida pera n'el les nom caím os segundo os bonsfizerão ; edentro nalma mui puro amor, e“ '

na lembrança n'aqnel leal toqs ,que lh'aprouvepadecerporsaluaçâodo mundo, com inteira crençaquesebem obrarmos nos dará Gloria a lema eaosqued'esla lembrança carecem os condenação sem lim . Poloquepíadosamen le se podeemque anteDeos terão merecimento osqueboas cousas escreuerem.

Nom falo na Sagrada Escrituraquebea estradadenossa saluaçâo'

, se

meu le digodebons evi rtuosos feitos dos passados , cujas memoriaslembranças , segundo cada hum tem a inclinação dellas,recolhem o fruítodeseus oonlentamentos . Dequealguns tanto gostarâo,quehouverâo porf iquem tergrandeliuraria, somente polo gostoque tomarãode leresabercousas passadas . Eu o somenosde todosque cousas alheas memorarâo , com meu fraco e tudo entendimento m'

inclinou o desejo peraescreuerememoraras cousasda India, com meparecerque'

em outrotempo pareceria bem a quem as ouvir. E quiz tomareste trabalho a

mi tão escusado , nascidoda ociosidade, poís'

na grandeChronicado Excel lemíssimo Rey Dom Manuel ,que India m'

andou descubrir, edo exclarecido Principe Dom João nosso Senhor, sucessorem sua gloria, emtanta perfeição serãorecontadas , eescritas em tanta perfeição. Doquerouo 1

a mi somentefica serescritortestemunhade vista , eodo ChronísladoReino hedeouvida . Tomei estetrabalho com gosto , porqueos começosdas cousasda India forão cousas tãodouradasque pareciaque não linhamdebaxo o ferroquedespois descobrirão ; eproseguíndo eu minhateima fui ávanle, porquenão perdesse oque'

tinha babalhado. Crecerãomales , míngoarão os bens , comquequasi tudo se tornou n'

aos males ,

comqueo escritordel les comrazão se pode chamnrpraguejador, enãobom escritorde lão i llustres feitos e acaecimentos no descobrimento econquistadetantosreynos esenhorios emque os feitos dos Portuguezes parecem mais milagrososqueporoutra nenhuma mã o, com tãogloriosas honras acabados , como Nosso Senhor porsua grandemisericordiaos quizdarem nossas mãos , acabados como hojeemdia aparecem.

Eporauerdezaseis annosque India era descoberta quando eu el

lavim em moçodépouca'

idade, sem entendimentodetomareste cuidado,mas vendo os nobres feitosquepassauão, eduvidosas podiasquedespoisauia, tomei emvontade fazeralgumas brenes lembranças naverdadequepassarão asquevi e us queerâo passadas trabalhei commuito cuidado

, perguntando homens anl igos ,que foram neste descobrimento, easduvidas tirando com os proprios homensquenos feitos seacharão emqueachei alguns homensquevierão nas proprias naos dodescobrimen—Jto ; e lambem poralgumas lembranças ,queachei em poderdemourosgentios, e mom ento em Cananor,queescreuerão com espantode xcrem oquenunqua cuidarão. Oque tudo assi ajuntei e-escreuí na verdade

, comque Nosso Senhor peçoque nos trabalhos desta wída meajude pera merecimentode verdadeira saluaçâo ,

porque com esta tençãonada acrecenlarei, nem diminuireida verdadequemelhor pudesaber. E'

nom temo as sentenças , eavessos,quemuitos queremdarnas cousas,querendodara entenderquenel las seacharão, eporisso o melhor 83bem, chegando—se honraque lhedahí fica .

E porque eu sem algum lentodecobiça vaidade nem invejatomei pera mi esle trabalho somentesatisfazendo meu desejo econ

tentamentodevontade enão escmwreí nadadas terras , gente, e [rato ,« em n»A] .

ª Em todos os exemplares se lê -mosímndoquerendo. Supprimímos o primeiro partic ípio.

Digitizedby G oogle

VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 197 . 5

CAPITULO

coxo wmv JOÃO mmm :JOÃO m: comum; 3 GONÇA LO neu m , sm :

moços n'

asrm snu , mm FOSSEM sum mem mm no

num a JOÃO DA INDIA .

Ramu ne ElRey DomJoão, o segundo deste nome, no ReinodePortugal no annode1 181 veo a Portugal o Reydo Benim, cafredenação , e se fez chríslão com muitos dos seus , como em sua Chronicadeue serrecontada . Do qual Rey , edos seus , o dito Rey Dom João lomou mui ta informaçãoda India , ecom della,quemuitodesejaua eubercom muita certeza,queera del la Bey o PresteJoão,queera chrislão, esenhordegranderiqueza. Aqual informaçâo fez tamanha i mpressão no coração ElRey ,que tomou entranhauel vontadedemandarsaber, e descobrir India ; poloquepoendoqem en'eilo seu desejo, logo nodito anão em seusegredo enuiou dous moçosd'estribeira seus ,quemuitasterras sabíâo, eandarão pormuitas partes , poloquesabiâo mui tas l ínguas,aos quaas muito encomendou,quefossecada hum perondeDeos lhedesse vontade, e lrahalhassem muilo porsaberemda India queparteem'

epes assem lá, esoubessemdo Preste Joãoquecom era, ede tudo lhelrouxessem informação, e seo ouvessetrabalhassem poloverefalarcomelle, visitando-odesua parte dandolhe contado grandedesejoque tinh

'

ade o conhecerconuersar, ecom elle se amigar, pera todo bomsem íço de Nosso Senhor, poranerinformaçãoqueera chrislianissimoRey , dando-Ihe toda a mais contaque lhebem parecesse. Edetudo oqueachassem tomassem muita informação a lembrança perade tudo lhetrazeremrecado prometendolheperseu trabalho grossas mercês “

polo tamanho serviçoquelhefarião, eque em quanto n

'

este sem'

ço andassem, el lo leria muito cuidadoda mantençadesuas molheres e ôlhos ; equeel les sefossem apartados pordiversos caminhos a cada hum dando

VASCO DA GAMA, ANNO DE 1197 .

Alvarásde lembrançadas mercêsque lhepromelía tomandoviuos, oua seus filhos emelhores se no d ito seruiço morressem. E a cada hummandoudaruma pastadelatão como medalha, enel la letras talhadasdeiodalas lingoas ,que 'dízião : «ElRey Dom Joãode Portugal Irmãodos« Reys Chríslâos », peraqueas mostrassem a

'

o PresteJoão, ea quem lhebem parecesse.

Humdes tes homens ciadecasa Canario, chamado GonçalodeP&via,quefalava castel hano ; outro se chamava PerodeCouilhâa, porsernaturaldo lugardeCouilhãa ; osquais assi índush'iados ElBeydeu a

cada hum algumas pedrinhasde preço,quevendessem pera seu gasto, e

osdespedío. Os quais ambos em companhia tomarão o caminho de Veneza enas galésdos peregrinos em trajes desconhecidos passarão âTurquia, esefurão Alexandria em mododemercadores , em cuja com.

panhía semeterão, scmindo-os porsoldada, com os quais nas canlas pai;;sarâo Meca, perguntando sempre, e tomando informação doque cumpria ; onde então seaconselharão ambos , e. seapartarão ; e o GonçalodePaxia fez seu caminho pera India e foy lerem Calecut , ecorreotoda a costa alé Cambaya em companhiadehum Judeu mercador com

quem tomou lanla amizadequelheconlou todo seu trabal ho : com o qualJudeu se tornou na vol tad'Ormuz , onde faleceu dequeo Judeu ouvemuito pezar, prometendo-Ihequetrabalharia porbit a PortugaldarcontaElReydas cousasquequeria saber queporisso lhe faria muita mer

cê , e porcerteza de verdade lho levaria a chapaquetrazia. Oque oJudeu ass i o fez, mas passou primeiro muito tempo ,quenão toy Portugal senão sendo já partidas as mos ,queforão descobrira India.

PerodeCouilhâdeMeca tomou o caminhodo Egipto pola [raldadomar, com ndo pormui tos lugares foy Hen às letrasdo Presle. efoyonde cl lc eslaua elhefalou edeurazão de seu caminho e 0 irbuscar, dequeo Presteouvegrandeprazer, lendo as letrasda chapaqueerão em Caldeu sua propn'a lingoa , aquedeumuito credito, porqueel lee os seus antepassados l inhão propria informaçãod'ouvídados grandes Reysqueauía na Cbrislandade

, elhodizião algunsdos seus ,queásvezes mandava visilarJerusalem eo Papa em Roma : poloquesempretiverão muitodesejo'desaber del les , eos conversar, poloque Pewde

VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 197 .

Couilhãa fez grandes mercês, edeu terras esenhorios como Conde, commuitos vassallos erendas : oque PerodeCouílhãa nom queria tomarporlomarcomrecado a lâlney , mas o Presle dissequeeslíuesseem sua

terra pornão morrerno caminho , ese « perder: o tam bom começoque tinha feito ; porque el lequeria mandar' hum eeu criado a Roma equedeRoma (0999 a Portugal equeem tanto viria outro seu companheiro, e não vindo, então faria oquecumprisse, equeem mm queriaque fizesse filhos e geração ,que lhe ficarião porlembrança , atéquevisse oque tanto desejava, no (,no PerodeCovilhãa mui lo aporíiou, maso Presle nãoquiz , eassi íicou aleaeu tempo como aodianaedirei emseu logar .

CAPITUID II ,

na com um nu not: :m mrumamqam o n u ma s masconm A cos

DB em nº.

Euu”DomJoão, com seu grandedesejo, falou com humJanínfanlehomem emangeírovalente,quemuílas vm s vinha a Lisboa quemuilosabiadºadode nauegnr, e fezmm eile concertoque lhe_daria nauiosegente, e todo o necessario sem el legastarmaisque o trabalho equelherom correra costado Benim , ecorresse porel la quanto mais podesse, atéquegastasseos mantimentos ; equedas terras nouasquedes

,cobrisseeassenlasse lhefaria nellas tanta mercêque seouvesseporditoso ; oqueodito l aninfauteaceitou com promeierElReyqoqpolo sernirnom es timada a vida., 0 qual logo armou com quatro camadasqueJaninfanleescolheu á sua vontadenoriodeLisboa ; e toda a cargadasearauelas farão mantimentos epormercadoria manilhas de cobre ba

ciasde latão, cascaueis, campainhas , espelhos facas , panosdecores ,ede sedade cores . Ede lodo bem concertado se partia nom leuandonas carauellas senão homens nauegantes , comque sempre foy correndocosladeGuiné , porque nauegaua sempre xislade lcrra, lomando as

sondas , eescreuendo lodo oquevia pera conhecençasdas terras e tantoandou atéquea costa fm voltando pera o mar, achando os xenlos con

trarias eaporllando emvoltas ora pera terra ora pera o-mar, comª perdiria t Aj . eArch. n espomclhos Aj , Arch..

8 VASCO DA GAMA , ANNO DE 1 197 .

grandes temporaes , e tão grandes maresque lhe oomião os nauios ; equando y ioque os ventos erâo geraes , sem nuhqua fazerem mudançaaucudo quatro metesquealy andauâo vol tando aomar, e a terra, equeindo pera o marachava os mares tão grandesqueos não podia nanagarcom as camuelas « depoisdeu genio lho muito bradarque não lhesdesse trabalho tão escusado com tantoriscodas vidas , esem proueilo ,

como,:mdauão hauia tanto tempo a conhecia bem o tempoquenão hauía

outro ; Janintanle vendoque lhe falauâoverdade eque já não hauiamanlimenlos, arribou, ese tornou ElBey , e lhedeu contada suaviagem edizendoquese leuara nauios al tos comqueforamais ao mar,quefora muito auanle porquequando tornaua vera terra achana terrasquç não tinhavisto ; masquecom nauios grandesquesofressem o mar,queassi em voltas com a costa, até lhedescobriro cabo, semduuida linha certa esperança,quealem del le, acharia grandes terras .

ElBey , ouvindo lodo, m poudeoquefolgaua muito com oque lheoonlaua, cqaadescançasseem quanto Ihc mandaua fazernauios gmssos efortes , comquepudessenanagarcontra o maretormen tas pera lhedescobriro cabod'aquel la terradequelhedana Iam boa esperança,queassio esperana em 0905 . «

_Vós mandai fazeros nauios à vossa vontade e

lomareis descobrir estecaboda tão boa esperançaquemedais . E fez.

mercê aJaninfanle, epagaros nauegantesquecom el leforâo, aos quaispôz grandedetemquenom saíssem forado lleyno porque aniãodeircomJaninfanleem outra armada ,quebauiade tornar a mandaradescobrir o çaboda boaesperança ,quecom as caranellas não puderãodescobrir, o os mandou trabalharem suas obrasdaRibeira, emquelhedanacomedia comquesemanlinhão, porquenão uniãodenanagarpera fora.

Poloque logo ElRey mandou cortarmadeira em charnecas e maltos ,que os carpenleiros e mestres mandauão cortar,que se trouxe aU shaa, onde logo secomeçarão tres nauios pequenos, da granduraquel anínfanlc mando'

u, PºrqueK lRey mandouquesefizessem como el lemandasse,queos mandou fazerdemuy fortemadeira, o qual andando n'eslanegociação adoeceu emorreo dequeElBey tomoumuito pezar, man

dou leuarmãoda obra , até acharhomemdesuavontadequeencarregasse no descobrimentoque tantodesejnua fazer.

Supprimimos n oquecrJaninfanw.

VASCO DA GAMA. ANNO DE 1197 . 9

CAPÍTULO m.

coxo Pn n u cuum o naum JOÃO n m nox m om. QUE sveenºmno namo Tomoum m mm o no nm m um o m m u .

Nes te tempo lambem sobreueo ElRey doençaque lhedeu cuidadocom occupações ,quenom entendeo mais nas obrasdos nauioe16 o aonode 195 quedesua doença faleceo em Alnor, esuooedeo porReyElRey Dom Manoel , o qual prouendo as cousasdo Reyno,quelhecompriâo , depoisde lodo assentado, eporNosso Senhorispirado, tomouentendimento euontadedesabereentender ns cousasda India,quesabiaqueElBey linha tanta vontade_aoque lin ha mandado os dous moçosdalribeiradequenão ouvem maisreposta ; somente tiriha banido entormação percartasqueescreuera sobreisso a Veneza hum principal mercadormuito seu amigo que lhefazia ,

e tratava suas encomendas doqual tinha banidoreposta emque lhedana larga contada India , edesuas grandes riquezasdetralosquedel la oorrião permuitos mares , elerras , porondewinhâo Alexandriaricas mercadorias eespeciarias aromaliensdequeo Turco auia grandes proueilos , edahi oorriâo pertratodemercadores ,queas lraziâo Veneza,queera o mórtratoquenellaauia, porquedahi corriâo portodas as parles , mmqueâ s nas ga

168deVeneza oorriâo à Espanha ; ehiâovendera Lisboa , como tinhavisto, mas aqueparteem India lho nâo sabiâo dizer. Mas com erael la pera hum grande Principe emprender, e trabalharpolu descobrireganhar, enisto auenlurartodo seu Beyno epoder, porque quemado-lhaNosso Senhormostrar, o del la o fazersenhor, seria exalçado emriqumegrandm sobre todolos Príncipes Chrislâos egloriwo em memoria noexalçamenlodenom Santa Fé. Dasquaes cartas ElBey tinha o incitanmentodeseu grandedesejo, as quaas vistas porElRey Dom Manoel ,queachou em hum cofrede papeis d'ElRey , Ihe causarão muita vontadepera mandarfazero descobrimentoda India .

E metido o_sentido nesêecuidado, ecomo pmdentissimo homemde

No texto es lava, -comqueoocupaçôes.deo Ai.

N I O

10 VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 197 .

grandeconselho, quiz primeiro tomarboa informaçãodoqueera epodiaInzer primeiroquecomeçassehum tão grandefeito, nom querendo arriscaremvão suasdespems e *

n'dasdeseus vassalos determinando pri

meiro auer verdadeira enformaçâo, nom querendo começarcousaquenomacabasse e mormenteesta tão grandeem começo deseu Reynado : noqueassi consirando e porquealgum tanto em inclinado ás cousasdeeotronomía, mandou chamarBeja hum Judeu seu muilo conhecido queera grandeeslrolioo , chamado Çaooto, com o qual falou em seu segredo muito lh'encarregandoque trabalhassedesaber, se lheaconselhamqueentendesseno descobrimentoda India, esa cra cpusaquepodia ser,porqueo trabalho.quenisso ouvesse, senom perdesse em vão porquesepossíuel fosse el lepara isso tinha mui ta vontade n isso gaslartodo o

possiuel , masqueellenada auíadelazersem seu conselho, e porisso ochamam ,

'que portanto lhemuito encomendauaquev isse e ol hassemuitobem oquedisto alcançam perseu bom saber

,e pera isso tomasse o os

paçoqueqnízessepera lhedarreposta. Doqueo Judeu semuito encarregeu ese tornou Beja efazendo suas diligencias aproum a NossoSenhorlhemostrarsua vontade, e tendo lodo bem alcançado, se tornoua ElRey com muito prazer, elhedisse: « Senhor, com o muito cqida- n«doque tomei noquemeVossa Alteza tan to encarregou com oque-n«ret deNosso Senhor, oqueachei e tenho sabido he,que a pronin« ciada India hemui longe desta nossa região alongada porlongos »«mares e terras , todasdega los pretas os naluraes ; emqueha gran"«desriquezas , emercadoriasquecorrem pormuitas partesdo mundo,«eludodemuito perigo, primeiroquepossâo vira esta nossaregião, o»«que tenho bem olhado , eporquererdeNosso Senhoralcançadoque»« Vossa Align descobrirá , egrandeparteda India sogignrá em mui»« breve tempo porque Senhorvosso planeta hegrandesob díuisa»«deVam Real pessoa , a espera emquese contem os Ccos e terra, »«que tudo Deosquererá trazervosso poder, e tudo acabará oque»« nunca acahára ElBeyque Deos mn indaque lodo sen Reino nisso »

Adiantese leÇaculo, oqueseaproxima maisdoverdadeiro nomedeAbn»bio Den Samuel Zacuth, as lronomod'elrei D. Manuel .

Nos codices 18-5 6 'desaber, ou selheaconselhavaBsphera. Assim achámos constantemen teescripto.

12 VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 197 .

apresentaraos Boys eSenhoresdas terras aque aportassem ede cadaespeciaria huma pouca. E mandou comprarescrauosque soum to

dalas Iingoas,quepudessem achar, ede ludo o prouimentoquepareceoqueoompria, ludo seproueo mn muita abaslançadobradamente.

CAPITULO V .

COMO u m DEU A CAHTANIL DOS um NAUIOS A YABOO DA em , F IDALGODA SUA CASA , E LHE BNCARRBGOU QUE LHEW 0880083111 A IND“ .

Euoom o se as cousas assi &percebião , ElBey dedia edenouleeramuiduidoso quem encarregam esta lamanln empresa, sempremgando a Noeso Senhor,que se ouvesso esta cousa porseu saulo m uiço ,

lh'

apnouvessemostraros homensquefossesemido mandarnesta viagem ,

noqueElBey era em contínuos pensamentos .

08 grandesdo Reino , vendo o apercebimentoqueElRey fazia destaarmadaqueauíademandara descobrir, lhefalarão em alguns homensqueparedão pertencentes para isso , mas ElRey lherespondiaquejá ostinha ordenados ; noqueassi passando muitos dias, eestando ElRey humdia na sala assentado emdespacho na Mesa com seus Onlciais assinando,poracerto aleuando ElBey os olhos , acertoude atrauessarsala Vascoda Gama, Caual leirodesua Casa, edo nobregeração filhodeEsteuâoda Gama ,que fora Veadarda Casad'ElRey D. Affonso,quenaquel letempo mais sehonrauâoda nobrezadesanguequede títulos dedons ,queanlão se não maumauâo nosquecrie nobres pordireita linha ; oqual Vascoda Gama era homem prudente edebom saber, edegrandeanimo para todo bom feilo . ElBey , pondo os olhos nel le, lhealmroçou ocoração , eo chamou, el lesepaz em geolhos anteEmey , o qual lhedisse: « Folgariaquevos encarregam ísdehum seruiçoqueheimister»«denós , emquetomeis trabalho . El lelhebeijou amão dizendo : ««Se« nhor, som pagodetodo trabalhoquepodeser, poisdemi sequerser—namir, oquefarei emquanlo avida me durar». AoqueElRey se leuanlou, eso

'

foi assentarà mesaquena sala estaua posta pera gentar, ondeestando' oomendo disse Vascoda Gamaqueera sua vontade'que el lefossenaquel lcs nauios ondeo el lemandasse,queera cousa muitodeseudesejo eportanto seBm w presles . AoqueVascoda Gamarespondeo ,

VASCO DA GAMA , ANNO DE 1 197 . 13

queellealma linha prestes enom auiadélença logo s'embarcar. Acabado EIReyde jantarserecolheo à guardaroupa, eperguntou VascodaGama se tinha algum irmão. El ledisseque tinha tres , hum moço, outroqueaprendia pera clerigo outro mais xelho que todos et ão muito homens pera seruirem todo oque lhe encarregasse. EIRey lhe disse:« Chamam pera ircomuosco em humdos nauios, avós escolhei oque»«mais 306 conten taremque leuareis minha bandeira,que sereis Capitão mordos outros Vascoda Gama lhebeijou a '

mão, dizendo : «Sen »« nhor, nom será tesãoqueeu Iene bandeira , porquemeu irmão he»«mais velhoqueeu mas elle leuarâ, eeu ireidebaxodeseu mann »«do ,

(Ineherasão , eVossa Al len deue hauerporseu aeruiço. »Daqualreposta El Rey mostrou pm ,

dizendo : «Que folgaua muitodo»ubom conhecimentoque tinhad'obedíencia , eporisso lheDeos faria»«merce; eespero bom seruiçodequem tem tão bom conhecimentodªo»«bediencíaqueno grandevirtude. E portanto se ordenasse comoqui- n« tease, masqueseu coração nelledescançaua. E portanto tudo sobre»«el leencarregam todo seu feito desta viagem,quemeu coraçao mediz»«queporvós será comprido meudwejo : eportanto vos ordenaivós»« comoquizerdes .queavós sódou omando, c lodo oencargo, ebuscae»capitão pera o outro nauio homemdevm aprazimento evontade.

PoloqueVascoda Gama beijou mão EIRey , elhedisse « Se a

nhor, meu irmão mais velho,quea Vossa Al teza tenhodito, sechama»« Pauloda Gama , e anda amorado porhum ferimenloque sefez ao»« JuizdeSciavel , emque lhedão culpa, esem perdamdeVossa A llen«za não poderavir. »ElBey lhedisse: « Ppramordevós lheperdoo »«minha justiça polo seruiçoqueesperodevós edelle, satísíazendo elle»« ás partes, benanda seu perdem ; eseuenha logo , enom faça detenuça , evós amianto prouereis o apercebimenloquetem os nauios , e10- 10

mac os marcantesquevçs mais oonlenlarem , edeM alas outras oou- n

« sas , porque Deos prazendo vósdeswbrireís India nauegaçâo»

« della . E peço Nosso Senhorqueassi o aja porbem, pera seu santo»« sem íço, e el levos emcomendae, porque vosso trabalhodemim se

«rá bem agaiardoado. PoloqueVascoda Gama lhebeijou mão.

1 1 VASCO DA GAMA, ANNO DE 1197 .

CAPITULO V l .

DONO VASCO DA GAMA PRODEO 06 NAU IOS DAS 600818 NBCBSSAM AS PERA SUA

VIAGEH, EM MUITA ABASTANÇA .

VASCOda Gama escreueo logo a seu irmão tudo o que se passam ,quetrabalhasseconcerto com o Juiz e houvesse seu perdom, porque já o ti

nhad'ElBey , e'

logo viessebeijara mão a HIRey , porquetanto compriaoquePauloda Gama fez com muita diligencia, e—foy amigo, eperdoadodoJuiz,deque tirou eslormenlo, comqueveo a Ellley , beijou mão

dizendo : « Senhor, muitodeuo Deos em me fazertanta mercêquo»Vossa Alteza sequersem ir -demi emcom tantodeVosso Real sem i

«ço. EIReydisse : «Eu avosso irmão escolhi, eelleavós para o aju.« dardes em seus trabalhos neste (gaita ,quemeDeos inclinouque el leo«encarrem , emquemuitodescança meu coração,quememostraráprazerdeseu desejo, poloquenel le ponho todo o encargo e poder.

« El le como bom i rmão conhecendo obedienciaquevos tem porsem .

«des mais velho, quixara irsob o vosso mando, emquemos trou obe- n

«diencia Deos, poloqueespero em Nos e Senhora ambos fara mer-n« cê , eem ambos confio,quesois 1308quemefareis _laes serviços,que»«meobriguem a vos fazermuitas mercês . Mas comominhavontade he« posta emvosso i rmão para o encargo desta viagem , antro vós ambos»c ordenaena honrada bandeira comoquizerdes ,quede tudo serei con»tente. Poloqueambos lhe beijarão a mão com grandes comprimentospera prazerecontentamentod'ElRey o el les apresentarão a ElBey peracapitãodo outro nanio hum grandeamigo chamado Nicolao Coelho dizendo Vascoda Gama : « Senhor, estehomem nom hesomenosd'irmâo »« na amizadeque lemos ; esteserá nosso parceiro até morte, se Vossa »Al len 0 houverperbemquevá no outro nauío . DisseElBey Som

( contente, pois ovós sois . PoloqueIhebeijarâo todos a mão.

BlRey mandou a Vasco.da Gamaquedêsse auiamenlo pera logopartirem

, e soubesse oque haw'ade leuar, e todo oquemais quim ao

o pedisse seus olíiciaís, quem tinha mandadoque tudo lhedessemquanto pedisse, equeescolhesse mestres, e pilotos tudo à suavontade;porque então nom havia nauegarperal tura, nem cartear, somenteagu

VASCO DA GAMA . ANNO DE 1197 .

lha pera conheceros ventos , e as sondasdo prumo correndo costa, econhecenças das terras , eboa estimativado entendimento,que lhe Deosdava.

Vascoda Gama em mui fragueiro de condição, emui entendidoem todas as cousas , eprouendo os naviosquese chamuvâo sam Miguel ,sam Graviel , sam Rafael ,que quando EIRey Dom Ioaõ os am ou lhe

poz estes nomes, VascodaGama falando com os marinheirosquehauiâode ir, lhe muito encomendouque em quanto nom partissem,

trabalhasaem poraprendercarpenleiros , cordoeiros , calafales , ferreiros , etorneiras , e porisso lhe aorecenlou mais dous cruzados pormez,fora o soldo de marinheirosque tínhâo,queetão cinco crumdos porm oquetodos folgarãod'apvender, pormaisvencerem 13w daGama lho comproulodas sus ferramenlasdoquecompriaaseus c omios .

'Aos

casados mandouElRey pagara cada hum oem cruzados peradoixaremasuas molheres, eaos solteiros cada humqorentzg, para seu apercebimenlo de algumas cousas , porquemantimentos nom linhão emqueosmelgr,que os navios ião chaos delles ; eaos dous irmãos a cada humdous mil cruzadosdemercê, e Nicolau Coelho mil .

E sendo dia deNossa Senhora deMarço, todos ouvirão Missa , elogo s

'

embareerão , ederâo vela , esahirâo dorio, indo ElRey no

seu bale! os acompanhando, e fal lando a todos com benções , e boashoras sedespedio delles , ficando sobre oremo até desaparecerem, como

parece desta pinturada cidadede Lisboa .

,Vascoda Gama ia no navio sam Rafael , ePauloda Gama em sam

Granicl , eno onlro sam Miguel NicolaeCoelho ; em cada navio até oitenta homens, oíliciais e mareanws , e os outros de sua emºção, criados e parentes , todos com muito desejode tomardo trabalho apartequelhe coubesse, com muita conllança nas mercêsqued'ElBey esperauão,tornando a Portugal . Paulo da Gama como sabiadorio deLisboa. l irou a bandeira da gama, e porgrandesrogos do irmão leuou,dizendolheque assi muito compriaqueelle leuasse, perboasrazõesque lhedeo.

18 VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 197 .

CAP ITULO VII .

DA NAVEGAÇÃO owz osrumos m ão, E m um u ova " mu io, Aunom n 0 cm DA lm m m m; QUE xou mao.

SENDO em maros bonsdous companheiros, como dito be, âzerâo seucaminho ao Cabo Verde, eda hi farão cortando largo pera tomarem00610que sabiâoque anião d'achar,queentrava muito no mar, comosabiâo os m u lasque leuauâo,que farão nas carauel las del aniníanle;oorriâo quanto podiâo pera 0 mar, dondeera o venlo, pordobraramterra sem trabal ho, 0 assi nauegarão atédarna costa,da qual bancado conhecimento, se tornarão na vol tado mar, indo pola bolina quan10 podião, emquecomrão muitos dias ; epam ndolhequejá poderãodobrar, tomarão na vol ta da lem , assi pola bolina contra o ven toaté tornarem bauervista da com mui to mais auanledoque chegarãoas camuel las,queos mestres conhecerão pelas sondasque línhio escálas dnviagemdeIanínfanle, e os diasqueachauãodemenos sol polosrelogiez. Doqueanido bom conhecimento tim ão volta ao mar, assi forçando os nauios contra 0 xenlo , eandarão tanto para o marcontra Osul ,quequasi nom hauia nodia soldeseis horas ; emqueo vento emmui poderoso e frio, comque o marem muito temerosodever, semnanqua herbrandura, de noulenemdodia,quesempretinhâoº

tromen10, comquea gentepadecia muito trabalho .

Epassmdodehum umquecorrião nesta volta, fizerãovol ta âmt a, vindo de 16quanlo podiâo, lodos pedindo Nosso Senhorque fossem dobrados álem da terra , mas quando tornarão averforâo mu!tristes ; mas acharam muito âuanle, polos sinaesdas sondasqueos pil otos tomauõo, e virão terrad'outm feição,que não tinhãovisto , evendoque a costa corria pera o maros mestres e pilotos fotão em muitaconfusão, e 00500008de tornarem outravez ao mar, dizendoqueaquella lerra'

atravessaua o mar, enão tinha cabo. 0queouvido porVascoda Gama segundo sepresumioquebia informadado 10000 Çaculo , dia»se aos pilotosquenom c-uidassem tal , porquesem duvida el les achariãocabo àquella terra, ealem del lemuito mar, e terrasquecorner. Evos»anim oque0 cabo hejá mui pedi) , equecom outra voltaquetornas

VASCO DA GAMA, ANNO DE 1197 . 17

sem ao marquando tomassem 0 acharião dobrado. 0quelheVascodaGama dizia polos esíorçar, porqueos via muidesacoroçmdos , eempropositode quererem arribaraPortugnl , emandou fuervolta ao marqueelles lim ão contra suas vontades : poloque Vascoda Gama determinouhirtanto nesta vol ta ,que pudesse dobraro caboda terra ; mgandotodosquenão es timassem os trabalhos ,que'

pera isso semamão nel les ;oquetivessem esperança an Noaso Senhor, esta vol ta odobmril o ;dan.

do lhe sémpremuito esforço, sem nunqua dormir, um tomarrepouso ,mas sempre com elles nos trabalhos , acudíndo com apitodo mostra,como lodos íazião, comque se fotão tanto metendo 00 mar,queo acharão todo em womenta desfeita , com sam ções e escmídõea. E porosdias serem muito pequenos , sempre parecia 00010, com oenlum nas

onxaroeas com os mastos, porque com a brauezado marparecia cadahoraque os nauios se fazião em pedaços . Com medo e trabalho adoeciâo , porque tambem nom podiâo fazercomer, em mauâo lodosquearribassem Portugal , 0 não queria) morrercomo gentes boemia,qmporsuas mãos lomania a morle, comquedauão lmdos e cmmos . O quenos outros nauios era muito mais . Mas os Capitães seescumuâo, dizen(10

, t nom farião se não oque fizesseVascoda Gama, 0 qual com os

seus , ora bruno ora manso, tinha com el les mui grandes trabalhos . Eporserhomem mais colerico, às vezes com agasmdas palauras os faziacalar, indaque bem via arazãoque tinhão,que sevião cada horamortos , desesperados da vida, e quasi bauia dous m esquehiâo nnquella vol ta , eos mestres, epilotos bradauâoquefizessem outra volta,mas o Capitão mornão queria ; Im igdo já os nauios muita agoa, comque os trabalhos erâo dobrados porque os dias etão pequenos , enantes grandes ,que lhe causauâo dobrado temorda morte, onde lheacudirào chuvas tão friasqueos homens senão podiâo holit . Bradauâotodos nDeos pormisoá oordiadesuas almas ,quejâdas vidas não fu ião

conla .

Vascoda Gama, parecendo IheJa lompo, mandouque fizessem ou

tra volta, mostrandm muito agastado, jurandoqueseo cabo nãodobrnuâo, auia de loman o martanlas vem aléqueodobm semu foe

se oqueDeosquím se. Poloque, com estemodo, os mestres lomrí omuito mais trabalho porhitde16 quanto pudessem, tomando maisena"90 , chegandosepen tau , u iadoseda. 10mpesudedo mar, 0 10dos bnroxo 9

18 VASCO DA GAMA; ANNO DE 1 197 .

mando Deos pormisericordia,que lhe desse caminho como se v issemfora de tantos perigos , e assim chegandm a lem , eachando menostrabalho eo marmais bonança, forâo correndo muito tempo, ecommdo pordaroom a lem , e leum

'os nauios mais folgados , o quedenou

le milharfazíâo quando o Capitão dormia. Oqueassi [aziâo os outrosnauios, seguindo o faro lqueVascoda Gama leuaua ; ede nouteosnavios faziâo fogos huns aos outros porse não apartarem, evendo omuitoque oorriâo e não achauão terra camarão mais largo porchegara el la, enom achando, e o marevento bonança, coa quetinhão dobrado o cabo, com oque 1101103 entrou grandeprazer, du domuitos louvores Nosso Senhor, porseverem liuresda mqrte; eospilotos M ão oorlnndo mais largo, dando toda!» velas , eassi com odohuma nenhum ouverão vistade huns piquosde tem ,quepareciaque1000080 nuvens, comqueo prazerfoi mui grande,que todos choranâodo prazer, conque todosdenotam lo em palhasdisserão Salas ;ecorrendo todo odia até noite, nom poderão chegara el la, descobrindograndes sermnias, ecomo fornoite oorrerâo ao longoda temqueerade leste oeste. Tomarão tºdas as velas , somenle corriâo com as velas

grandes ,quew i o mandou 0 Capitão mor.Ao outrodia amanheeendo, tomarâo adartodas as velas oorrendo

pera lem , comqueao meiodia virão a praia, tudo penedia, e comeudo ao longo del la virão grandes enseadas , ebahias tão grandes ,que lhenâo vião kmadedenlro ; e assí achauâo bocasdegrmdesríos ,deque sabia agoa pem o maroom grandecorrente, emque assi ao longoda terra acharão muito peixequemalauâo com 83538 : os gageirosdassaum semprewig'

ando seadianta vissem baxos. Com peixequecomiâo,genteadoeoeodefebres , poloque nom comerão mais .

08 pilotos lançando prumo nom achauâo nenhum fundo . A& i cor.rendo trazdias ,quedenoilc seafaslauâoda lerra 0 c0rrião -oom pouca

vela, e dando à bocadehum granderio, o Capilão mormandoudeitaro bule! fora, emandou o piloto sondarentmda do

,rio eel le lhe

dissequeera escusado, porqueseouvem baxo arrebentou . Então tomarão as velas, aómenle grande coqentrou pelorio,queera muimude, o

'

forão porelle den tro com o prumo dianleno batel , eacheNos Codieel dn Aj . Arch . lo-se: . comque fon m, etc .

VASCO DA GAMA , ANNO DE 1197 .

CAPITULO V l l l .

noun os NAUIOS vml o m m ns'

nw ao no m o s mam ão poa u m , 1:

oque mundo, 8 som am 0 mm no m n,ml ova 91 5 5 1 01 0

GRANDES TROHBNTAS, B VASCO DA euu PRENDEO EH FERROS OS PILOTO S .

Tm m o os nauios ao mar, correrão ao longo da costa com bom

m guardo, e muita vigiaque nomdessem em algum baxo, eentrarãonos outros grandes r ios ebahias, e tudo cordão ebum uâo, sem nunqua poderem achargente, nem barcos no '

mar, porque toda a tem em

despouoada,que no entrare subirdosrios tiuerão muito trabalho, emui aguadosdenom poderem mberemque tern erâo : nasquaesdohumque andarão fazendo gastarão muito tempo, emquegastado overão (13qterra, comque ouverão de correra costa, porqueosventos etãodeviagem pera correrâuante,queetão ponentes . E porque001101180 1000 deserto, sem gente no marena terra, ouverão porconcerto de todosque nom entrassem mais emrios , ecorreseem âuante, 0que assim azarãoquededia oorrião com todalas velas , chegados a tert aquunw podião, porverem sevião alguma pouoaçâo, ou praiaqueainda nom linbâo visto, ede noite seafastauão para o mar, ecorriâocom pouca vela. Assi nauegando, lhefoy acalmando o venlo,que calmoude todo, oque foy em Nouembro,que lhedeu conlrastedoutrovento, comque se fotão na vol tado mar, temendoqueviessealgumItaum , e pairando, esperandoque lhe 1 10960 outro 1 01110, comquese fotão afastando até perderem da vista a terra , porque ovento decada vez mais veio crecendo, comqueo marmuito se aleuantou, porque então entraua o inuernodaquel la terra. E vendo os mestresqueotempo vinha em mais crecimento, liuerão conselhodese lomar a terra,e meterem algumrío até viroutro tempo. 0queassi fizerão, e tor,nando na volta da terra, creoeo tanto o tempoqueouverâo medo não

achando 'rio emque se motor80 perdirião, poloque se tornarão navol ta do mar, aparelhandoee pera tormenta,quo viãoquesearmauafi t ando comqueagoa lhenomentrasse, pondo centuras aos maslos , comas enxames tomadas acimadas vergas , comqueos maslos (icarâo maisseguros , e tirarão todos os paines das gamas , eas velas porquenom

VASCO DA GAMA , ANNO 1 197 . 2 1

tomassem vento, e lin das as monetas , e as velas muito haxas tomadastodas, somente com os maquetes semeterão a paíraro marn vendotempo assi armado, o piloto, e mestredisserão ao Capitão mor,queanião grande medo ao tempoquevinha fazendo tromenla, eos muiceerão fracos ,que lhes pareciaquedeuiâod'arribara terra. ecorrera00010 , e tornara buscarorio grandeemque primeiro entrarão , porque 0 vento em correntepera lá , epodiào entrarnel lecom toda Iromenla. Mas como o Capitão mórouvia ,que em tornaratraz , lhe

m pçndeoque nom fallassem tal , porque quando saíra pola barradeLisboa prometem Does , em seu coração, denom tornaratraz hum só

palmo de caminhoque andado '

Guesse,queportanto tal lhenâo lulaslassem,

n porquedeitada no mar, quem lho falhas“ . Doquea gentedesesperada, se meterão na fortunado mar,queveo em crecimentodotrem a desfeita, 0 ovento em morcrecimento, emuitas vm s semu

daua ecorriade todas as partes, ealgumas abrandaua, comqueos nauios etão em morperigo, pelo muitoque trabalhauâo com o marqueera mui grosso ; e logo o venlo tornauzt lâo grandeo furíosoquo agoado marleuantaua pera 0 000 , e tornaua como grossa chúvaqueosnauios nlagaua, e andando assi tamanha fortuna, se lhedobrana 0 porigo, porque supilamenle morria 0 vento, comque os nauios Bcauão

mortos anim as ondas , dando tamanhos balanços,que tomauâo agoa perambos os bordos , 0 os homens sealauâo, pornão caírem, dehum cabopera oulro, porque tudo seespedaçaua dentro nos nauios , comque10dos bradauâo pela misericordia deDeos . Nom lardaua vircom muita mórforça ,quedobraua seu mal com 0 grande trabalho dedarà bomba ,que faziâo tanta agoaqueentraua percima e perbaxo ,que nenhum repouso tínhâo n

'

alma nem nos corpos , comque a

gente começou adoecer, e morrerdos grandes trabal hos ; noque os

pilotos e mestres e toda a gente danio grilos , e bradauâo 005 ea

pitães , fazendolhe grandesrequerimen tosque arribassem buscarremedio da morte,que aly tão certa línhâo, tomada porsuas vontades senom arribassem. AOqueos capitães nomdanâo outra m usaqueo nãounião de fazer, senão quando o fizesse o Capitão mor. O Capitão mor,vendo os oramoresdos 8008, lherespondia com palauras fortes , dizendo

Fal la no exemplarda A] .

VASCO DA GAMA , ANNO 1 197 .

que ,a lhe tinha dito,que atraz não auiadetornaraindaquecemn umca . visseanleos olhos,quo assi o linhA prometido Doce, equeolhassemquenom era tesão ficarem perdendo tantos trabalhos como atély tínhão passados ,queNosso Senhor,que16 l y os linha liurado, aueriacom. elles misericordia ;que lhe lembrasseque l ínhâo dobrado o Cabodas '

l'

ormentas, eestauâo na terraquehião buscar, edescobrira India ;equeacabando, etornando a Portugal , ganhauão tamanha honra, e 15 0grandes merdés y ue lheElRey faria para seus filhos ;que tiuessem es

peranças em Deos ;queera piedoso , equede huma ora pera outra'

Vi

nha com sua misericordía , e lhedaria bom tempo, enão fallm m 00

deseus grandesmortes , dequeisto com chorosdando com as almas nas bocas , foyvento, oomque os nauios chegarão à fala huna combradauão com gri tosque m ibassem a buscarlugaros nauiosquejá os não podiâo soslerda bomba

Os outros dos outros namos falauão mais 10010,capitães nom eràoque anião medo âperderas vidas . Ebessem sua tenção, dizendo, o jurando porvida DelBeydaly ,doçdeescena, nom tornaria atras hum só palmo,as 0003 carregadas douro, como não leuasserecadodocar; eque inda,quealy tinat a hum muito bom porto,porquealguns delles nom esoolhem m certa mortedanel la near, antesque andarnos nauios com a esperança em Does emquem tão pouco oonliauãoque faziâo mes esoramações, com a fraquezade seus corações , como se nom forâo Portuguezes ; poloquea todosdesenganauaque a Portugal nom hauiade tornar, sem lcuarrecadoElRey doque' tanto lheencomendara ;que el le tanto estimam mode,como

'

cada hum del les .

o morlos u Ai.

VASCO DA GAMA , ANNO DE 1 197 . 23

trouões com escuridão, emais forteM enta ,quenunqua tinhão visto,comqueo marlanto sealeuanwu,queos nauios senâo víão huns aosoutros se não quando 0 um os deum taua,quepareciaqueeetauâonas naves ; e so fazião fogos porsenâo aparlarem,que o cramore temorque tinha o Capitão moren perdem algum nauioda companhia,comque os marinheiros forçadameutearribassem Portugal , comodefeito assi _o traziâo muito no coração ; mas os capitães “

nisto tinhâo mui

gra do cuidado, porqueVascoda Gama antes de sairde Lisboa, no

mosteiro, falando com a l uden Çaculo sós, lhedeumuita informaçãodoque fim na viagem , embremdo mui grandevígíaquenunqua seapartassem, porqueapartandoseera certa perdiçãode todos ; doqueel lestomarão mui grandecuidado,que0 faziâo persi, ecom os seus criados0 parentes dequem o oonâauão, 0quemm com muito morçuidadodepoisque ouvirão dizeraos marinheirosque elles erâo muitos , eel lescapitães et ão huns sós homens , comodefeito elles assi o tinhâo no '

wração de se leuantarem contra os capitães , eforçadamenlearribaremPortugal , e secumprissesobreimo os prenderam, eseirem aprm ntarElBey ,que com 01108 baneria misericordia,quenom achando

,antesqueriâo morrerondeeslauâo suas molheres e fil hos, epaes , esua natureza,que não no marcomidosdepeixes . E com estes pensamentos se

falauâo lodos secretamente, determinandodeo lazer, confiandoqueE]Bey os não en forcaria todos , polas boas mzõesquetodos lhedariâo ;ouque porseguraras vidas se írião Castela até serem perdoados .

E este era o mórah'euimentoque tomaram, comqueassentarãodeofazer. Com 0_qual entendimento nom tinhão sentidodo perigoda morte,emqueandauâo maisquenunqua.

No nanio deNicolao Coelho, hia hum marinheiroque tinha humirmãoquevíuia com NicolaeCoelho,que era col laçode hum seu ii

lho, ao qual moço o irmão marinheirodeu contadoque todos determinarão fazer; o qual moço, como auisadoqueera,disse ao irmãoquetodos úuessem muito segredo,quenão fossem sentidos, porqueem caso

de traição, animado o irmãoquenom dissesseaninguemque tal lhetinha dito . O qual moço pelo amorque tinha a seu amo Nicolao Coelho ,lho descobrio em segredo, o qual logo lhedeu grande an isoquenissoliame muito auiso,que nom sentissemquetal lhetinha dito ; ecom

2 1 VASCO DA GAMA, ANNO DE 1897 .

muita determinação,queNicolaeCoel ho logo em si tomoudeantes '

morrerque consentirque o prendessem,linha em si muita vigiadedia o

de noule, edeu auiso ao moçoquecom muitadesímulaçào trabalhassede sabertudo oque, ecomo 0querião fazer. O moço lhedisseque onom uniãodefazer, sem no primeiro oonoertarem com os outros nauiosporque todos se alenanlnssem ; comqueNicolao Coelho 8000descançado, mas sempre com muita vigia em sua pessoa. E nom cessando tromenla, mas antes pareciadecadavez maior, como os cramores egritosda genteerão mui grandesquearribaswm, Nicolao Coel hodessimulando com elles lhedisse: « Irmãos trabalhemog pornos saluarmos destadromenla, porquevos prometo,que como podérauer fala com o Capí- n.

a tão mórlherequeiraque arribemos , evere is como lho roqueiro. »

Comque ficarão contentes, eassi passando alguns dias mui afortunados ,quiz Nosso Senhor amansarhum pouco a tempestade, eabonançou omar, comque os nauios puderão auerfala huns com oulros , efalandoNicolao Coelho bradou ao Capitão mór,que era bemquearribassem,

pois cada hora vião a morte ante seus olhos , eseel les porserem capilães 0 nomquerião fazer,que tantos homensquehião em suas companhias ,que com tantos gritos e lagrimas tão piedosamenteo pediâoquearribassem e0 nomquerião fam , hebemquenos matem, ou pren«dão, eentão arribarão, afarão 0que lhecompreporsaluarsuasvidas ;«oque tambemdeuemoa fazer, ese 0 não fxzermos, cada hum olhepor»« sy ,queassi faço eupormi, eporminha conciencia, porquenão 'quen ia dartal conta 0 Nosso Senhor. »

Tudo isto ouvío Pauloda Gama,que tambem vinha à fala. Ouvidoporel los estas palauras deNicolao Coelho,queacabandode falarlogose toy afastando ,que lherespondeo o Capitão mór,que anaria seu

acordo com 0 piloto e sua gente, equeoquedeterminam lhefariasinal , porque lhediria 0quedeterminassefazer. Oqueassi indo combonança pairando, porqueo vento nunqua semudam do queera, Vas

coda Gama , como era mui au'

mado, logo emlendeo oquedizíâo as palauras deNicolao (3001110 , e chamou toda a gente, e lhedissequeel lenom era tão valente,quenom ouvwsemedoda mortecomo ellos , nemera tão cruel ,queIhenom doem 0 coraçãovendo suas lagrimas 0 on

wqusira Aj .

VASCO DA GAMA, ANNO DE 1197 . 25

mos, masque nom queriadarconta n Deosdesuas almas ;queportanto lheroganaquetrahalhassem porsesaluarem, porqueseo tempotomasse virdeterminam arribar; mas para sua —disculpa aul0 tlhe compria fazerauto com 0008 assinadosdasrasões porquearribauâo.

AOque todos aleuantarâo as mãos ao Geo , dizendoquesua misericordiajá vinha sobreelles , pois amansâra 0 coraçãodo Capitão móremquererarribar; diumdoque 10008 001001180 0 grandeseruiçoqwefaziaD005 , 0 EIRey em arribar.

Então 0 Capitão mórdisseque nom ania misterqueasinassem se

não osque milhorentendessem as cousasdo mar. Então o piloto, emestre os nomearão,queerâo trazmarinheiros . Aoque 0 Capitão mórse 100011100 á sua camara, efalou com secs criadosqueeslíuessem porla da camara, 010e dentro o escriuão,que iizesseo auto. eman

dou enlraros tm marinheiros, e dissimula do lhefez perguntas comjuramento sobre arribarem, e tudo se 0601

-0000 eassinarão. Então 06

mandoudescerà outra camaraque tinha debaixoda sua, porhum os

cotilhâo, e mandouque 0 escriuâo tambm 10900 abaixo com el les , ochamou o mestre epiloto, e os mandou tambem abaixo, dizendoquefossem assinarque lá estaua 0 escriuâo , e chamou acima os marinheiroa hum 0 hum, e polos seos criados lhemandou deitarferros dentrona camara, e ao mestree piloto grossos ferros . E sendo todos assi

bem pm os , o Capitão mor05 tirou fora e chamou a todos, dizendo aomestre e pi lotoque logo aly lheentregassem quantas eóusas tinhiodeartede 80 000que logo os auiad'enforcar,doquehauendogrande medo tudo lhe entregarão, e tendo tudo na mão 0 0011011 00

mar, dizendo: «Gentes, olnayquenom tendes mestrenem piloto, nem»« quem vos ensine o caminhod'hojeemdiante, porqueestesque tenho»« prems debaixoda cubana, aniãode tornara Portugal , se« nom morressem. Porqueel le tinha sabidoqueanlres'í ordenauâodesealeuantarem , eforçadamenle sefossem a Portugal ,queportantodeitam tudo 00 mar, enão queria mestrenem pilot0, nemhomem qilesoubessearledenauegar, porquesó Deos era o mestm é gnoto,queos twuiadeencaminharesaluarporsua misericordia se0 mereceswm, ese

nãoque fosse feita sua vontade. « A ellevos encomendai epedimim i»cordia, c a mi dojeavanteninguemmedigaquearriba, porquedemi

« sabei certo,que se nom acharrecadodoquevenho buscar,quet omo 1 . l

8 VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 197 .

« Portugal nom *heíde tornar. »Oquevendo genle ficarão mui espantados e com muito mórmedoda morteque tinhâo certa , não tendo mestre0 piloto, e quem soubessemarcara nao . Então os prezos , etodos , emgeolhos lhe pedirão misericordin com grandes brados , dizendo os prazosqueelles , como homens ignorantes 0defracos 00 100000 , tomarão entendimento de aueremdeWhat , 0 se tornarElRey , olíerecendose àmorte se[haquim semdar, e el leIeuarião prezo,quev isse BlBeyqueel le nom tinha culpa na arribação ; masqueisto senom 0 houveravde famr, senão com vontade

,de toda a gentedos outros nauios . Mas

poisqueDeos lheisto descobrira antesque0 am em, com el les «uou

vessem misericordía,que bemviãoque lhemereciâo morte,queeramaisque os [errosque tinhâo emuitas vm s toda a gen te lhebradoupormisericordia,queos prems não 01010080 debaixodeeuberta, emque'logo crí o mortos . Então 0 Capitão mór, mostrandoquesomente 0 faziaporseusW, e não pornecessidadequedel les tivesse, os mandou estarem 0008 camarotes no chapileo assi nos [erros , e lhedefendeoquenada mandassem no caminhar

,somenteno marcardas velas , ena obra

da nao. E logo arribou aos outros nauios , e falou com 01105 , dizendo,queellemetem em ferros seumes lree piloto, enelles os hauiadeleuaraoreino seDeosquizesseque lá tornassem ; eporque não cuidassemque hauia misterseu saber, deitára ao martodos seus pelrexos d'artede seu nauegar, porqueem só Deos tinha a esperançaqueos hauíadeencaminhara saluardos perigos emque andauão ;que portanto poiselleja tinha os seos seguros ,queel les se seguram m comoquim sem, 0

oem aguardarresposta seafastou.

Níoolao Coel ho houve mui to prazerem seu coração , ouvindo aoCapitão mór,queos secs mestree piloto tinha 0883seguros ,que80 nãoalem ladão po is os metem em ferros , ecom muitadesimulaçâo faloucom o seu mestreepiloto, emarinheiros , dizendoquetinha muito peardo Capitão mórassi tratarseus omoiaisda nao, deque tinha tantanecesádade nos trabalhos emque andauão ; mas aquillo fizera porserde condição tão forte, como todos sabíâo, enão quimera aguardarqueellesroguassem pola solturados prazos , masquecomo tornassem à fala0 faria. Oque lheassi pedirão todos com grandes bradosdemisericor

“º t lm “ . Aj . * ouuesset Amb.

28 VASCO DA GAMA, ANNO DE 1187 .

tra vam , poloquepuzerâo nomea esto úoda l isericordia, onde logotomarão muito bons pescados , comqueos doentes forãoremediados pereernroousa frem w a agoadorio muilodooe.

l a a este tempo em todos os muios nâo hauia maisqueoenlo ecineoenta homens ,que todos 06 mais erão mortos ; onde logo o Capitãomórae foy verseu irmão eNico lae Coelho, ondepratimrâo comandode9000 trabalhos , eNioolao Coelho contouda traiçãoqueos seas armanãodeo pmnderem, ese tornarem a Portugal , eo nom lim ão commedoquebouverâoquearritm ia elleCapitão mórapós 01100, eseos 10mm queaj odos emforcaria ; 0 nom aguardauão senom concertaremse todos para todos sealouantarem ; eel lebuscára aquel las palauras tingidasque lhedim ,queDeos quizqueel leentendeo, comquecom a

prisão,queazera aos 0000 omciais , 1030 1000 6000 seguro . Comque10dos darão louvores Nosso Senhorlinn losde tantos perigos , e logo assentarão de concertar00 nauios , porque pera o fazertinhâo todo 0 00

E postoque linhão praya emaré, pera 0po“ os nauios monle,

porao mais segurarordenoulhedarpendores no mar, 0 m i ordenadoantro todos, sahidos â lolda, Pauloda Gama rogou seu irmãoquesolmmo os presos , oqueel le(eados marinheiros edo mestre, epiloto comcondiçãoqueseo Deos tornasse a Lisboa quando fossea ElRey assi n'

os

ferrolhos lhos haniadeapresentar, nom porlhemal (mr, sómenteporque .oresse seus trabalhos ,que pariaso lhe faria mais mercês ;doquetoda a gente houve muito praser. E logo talarão com-todolos oniciais ,e ordenarão as quen nas , e (cria veros nauios . Acharão o naniodeNicolae Coelhoquenom linha corregimento , portermuitos liamesquebrados e Guru s, poloque emlão assentarãode0 desfazer, e logo Iheoortarão os mastos muito lancado, emadeirados al tos ,que com as

verem 0 antenasdos outros nauios atados epnegados, tizerâo grandesobradoque metessemde baixodo costadodo nauio, para ficarmais sobre 0500 . Poloque logodesmregarãoda nao capilaína nade seu irmíº,queas ajunhrâo ambas, todo o mais fato efazendaquepoderão, ea cousadepa odedebaixodecubertadeitarào 0 banda,quetez grandependor, e o tabulhão debaixo do costado, e aparelhos dados no maslo

. poremo Aj.

VASCO DA GAMA , ANNO DE 1197 .

grande,queªzarão vira nao banda tantoque lhe descobri rão quilha, e pola bandadefora puxerâo pranchas0mque toda a gentemelerão no trabalho, huns alimpundo cracadas lanaes, outros tirando 000100110dás costuras 'queera podre, eos calafales molendo outra esloupa0000, e logo breando por.cima, porqueem hum esquiíe linhâo hum 10gão em

.queeosião 0 breu. Ondeos capitães andauâo no proprio traba

lho,queera dedia e de 00010 , dando muito comere beberá gente,com Quederâo tal auiamento,queem hum .día na noitealá poly menham, acabarão huma ilhargada 000 muito bem, com grande trabalhod'es'

gotara 0300do nanio,quefazia muita estando assi banda, ecomofoi direita, virarãoda outra banda, 0 lhe timrão outro tanlo, emuitomelhor concertada, porque não fazia a 000 0500, em tal maneiraquesendo de lodo acabada e di reita ficou tão estanque,quedez dias nomleueagoa pera bomba. Então tornou moolhertodo seu fato, 0001000râo 0 faloda outra nao, aque fizerâo 0 dito adobio eoorrigímento, comqueassi 0000 , como sefora noun. Então

'

pordentro lherepregarão muitas camas 0 tom e liames , de lodoquecompria mui perfeitamente, erecolherão as vargas, 0010005 , e todo quanto bouverâo misterdo muiosam Miguel ; eNioolao Coelho moolheo o C&pitâo mórá sua nao muitobem agnsalhado. Entãodesilzerãoda nao muita lenha,querecolherâo peragastar; então chegarão a nao a terra, e lhel im ão o leme, e0desnzerão,erecolherão a

l

madeira e ferragem dellepara se lhe comprime pera asoutras 0000, porque todas etão feitas perhuma'

111010 0 grandura, porresguardoque todas se pudessem aproueitarde huma cousa . Entãoqueimam a nao, perrecolherem pregadura,que foy muita egraudebem pera outras necessidades ,que depois tiuerão.

Depois de assi concertados os nauios mandou o Capitão móraNicolae Coelho com n

'

nte homens no bale] ,que fossedescol

brir0rio.

O qual , entrando perel lo. duas lagoas , achou amoredos e verduras ,"

e indo àvanle achou humas almadíasque andauão pescando , e nellashomens baços ,que nom muito pretos,que andauâo nús , somen

te cobertas suas vergonhas com folhas d'aruores ou heroes ; osquaisvendo 0 ba

'

lel sevierâo elle, eentrarãodentro bestialmente, e estanão como espantados ; com os quais ninguem soube falar, nem entendião poracenosque lhe(a_ziâo ; comqueNíoolao Coelho os fez tomara suas almªdias, e se tornou às 0003 ; masdas almadias , huma se

80 VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 197 .

foy apos o bate], e « outras ;»se tornarão dur0000 a seus lugares . Es

tes,quevierâo com 0 bale] , 105 0 sem nenhumreoeyo entrarão na nao, e

sentarãoderepouso como se[orâo muito conhecidos, com osquaes ninguem soubefalar, e00100 lhederâo bismuto ebolos , '

0 talhadasdemarmelada, oque el les nom entendiào paraque, atéquevirão comerosnossos : então comerão, 0 8000000100 bem comiâo muitodepressa, enãoqueriâo hum partircom outro. E nislomsi estando, virão virmuitas almadias , emais grandes, com muitasdaquel las gentes assi nús, ede cabelloreuolto como cofres , sem outras nenhumas armas , senão huns paoscomo meias lanças , testados com pon las agudas 0010008.

0 Capitão mór, vendo viras oulras almadias , mandou aos outrosque se fossem a suas almadias, 0queel les âwrâodemá vontade, esefotão, eesliuerâo â fal la com osque vinhão, 0 farão seu caminho, e osoutros chegarão, etodosqueriâo entrar,quecã o maisdecento , oqueo Capitão 0161

“não consenlío, somentedez oudozequetrouxerão huma:

anosquequerião parecergalinhas , humas freitas amarelasdo tamanhodenozes , cousa mui gostosade comer,queos nossos nãoqueriào tocar,oque el les vendo comerão ,que o vissem os um ,queas gostando,Iolgarão muito com ellas , ematarão huma d'aquelas anos ,queacharãomui (entra emui saborosadecomer,que linha todolos 08808 como galinha. O Capitão mórlhemandoudarbismuto evinho, ,queel les nomquizerão tocar, aindaquevião 00 nm beber. Mandoudarbum espelho ,qu'eel les vendo âcarâo muiespantados, eolhauamsehuns os outros ,e lornauâo a olhar o espelho, e faziâo lodos grandesrisos epm eres , efalauâo com os outrosqueestauão nas almadias . Com o qual espelho se

Íorão mui to contentes , deixando seis aues e muitadaquel la fruita , e10

dos se tornarão ; eà tarde tornarão avirmais , trazendo muitas daquellas 0005 , com 0queos nossos muito folgarão, eencherão soms dellas ,porque as dauão, e híâo conten tes com qualquercousaque lhedauão,mormente com pano branco, comqueos homens fazião as camisas empedaços, oomque oompmuâo tantas destas 0008,queas matam e90%não ao sol ,que licauâo mui to boas . Aqui exprimenlarãoque nesterionão hauia nenhumas moscas , porque nunca as virão, em quanto aquiestiuerâoque farão vinte dias ; 0 se partirão porquea gentecomeçou

Nos dois codices lê—se

VASCO DA GAMA , ANNO DE 1107 . 31

adoecer, pareceque 1 00 0 aquella [m ilaqueera muideleilosadecomer; e mórdoença foi creoevemlheas gengiuas , e lheapodreciâo,comque lhecahiâo os dentes , en inhão tão grandefedordeboca,queninguem a oomporlaua. Aqui 0 Capitão mórdeuremedio,quemandou cada hum lauasse boca com sua propria orina, cadavezquemíjassem,

oquefazendo em poucos dias ' sararão .

0 Capitão mórna entrada desterio sobre huma piçarradepedra,fez hum buraco com picos , eassentou hum padramde pedra marmore,que para isso leuaua muitos,que tinha dous escudos , hum das armasdas quinas , o outro, doutro cabo, da espera, e letras talhadas na pedra ,quedizião : 00 m m ao na mamou , namo DR CHRISTÃOB.

O Capitão mór, vendo 0 muitoqueos marinheiros trabalharão, eos mesma epilotos, mormente o seu, sem embargoda prizâoquelhetizera, querendo partirdesterioda misericordia, os fez lodos n'rsua000 onde a 10065 falou, mganglolheque em 8008 corações nom en

trasse 0a que lhe cauzasse querer fazeroutro lal erro entrarem seoe corações deoousade traiçâo,que ho tão íea anteneos ,quesempre hão má fim osque as ordenão ;quebem viaque fraquezadecoração fora a causado passado,que tudo lho perdoaua, 0que poisNosso Senhoraprouvera os liurarde tantos perigos , como alély li

nhâo passados, porsua grandemisericordia, nelle tivessem esperança,que a todos emcaminharía como dessem cabo noque hião buscar,comque ganhauâo tão grandes honras emercês como lhe EIBey fwn'

a , tornando a Portugal ;que0110 ElBey apresentaria e diria soostão grandes trabalhos e semiços ;que se lembrassemde tamanho bemcomo este seria, edia de lio grandealegria para todos . Os quaiscom lagrimas d alegria lodosresponderão m eu, m au, m y queiraNosso Senhorporsua grandemíserioordia, e leuarâo as ancoras esahirâodorio com venloda lem .

o wmporlava Arch . eAj .

32 VASCO DA GAMA , ANXO DE 1 197 .

CAPITULO X.

como os nous tumul o 00 um 01 uwsnwonou , e 0001 3010 A casu n u

l oçu mque, a 0 QUE Ama l o B m an o mms 03 n'CHEGAM

VASCOdaGam'

a fez esta tela asá amorosa à gente, porarrecearqu_eal5 005 001108 lhe[ugirão, achando alguma umadequesemulenlassem, oque assim eendo era a mais certa perdiçãoquepodia ter, ese temiadehomens vadiosque trazia ; pqrqueellepedio ElBeyquelhemandassedaralguns homensqueesliuessem condenados â morte, para 00 000010rarsahirem algumas terras duvidosas, emque tambem onde comprísse os deixaria,que muito podião aproueilaroque soubessemdasletras depois

,quando os achassem, poloqueElRey 0001 isso muito fol

gnu,queem cada nanio mandou meter seis,dequejá alguns etão mortos . E aulão com 0 bom tempoqueleuauão, 0 os nauios mui bem con

oertados , hião com muito prazercorrendo a costa, com boa vigiadediaedenoite, eassi híndo, houverão vistadehuma velaquevinhado marpera um a, comque houverão mui grandepraser, dando muitos louvores Nosso Senhor00 trazerlem denaumçâo, e logo arribarãoel la, qual ancudovistados nossos fugia pera 0 mar,queos nossosperderãodevista pernoite, comqueBoarâo muito tristes , efarão a seu

caminho,que nom virão mais ; e correndo costa -juntoda terraquanto podiâo, descobrindo hu'ma ponta, virão huma gmndeenseada, 0logo ao socairoda ponta virão hum mmbuco surto . Vasco da Gama em0 vendo poz a nao â corda, epres tesmenlemandou entrar' a gente 0000101, e remo e vela farão apaz huma almadia,que sahiodo mbuco e hia fogindo pera terra,que logo alcançarâd,dequese dei tarãoao marseis 00000quehiâo nella, emqueficou hum mouroquenão fogío porque nom sabia nadar,que eslaua va lido em huma camisadepano brancodesedaque0 cingia, eoutro pano pinlado sobraçado comque se cobria, 0 na cabeça huma carapuçaredonda ,quenom 000110 as

orelhas, feitademuilos quartosdesedadecores , cosidos com fio d'ouroe nas orelhas humus argolinhas d'ouro ;queos nossosrecolherão ao batel , comque farão ao zambuco 0 não acharão nada, porqueo mouro 0

n'

era verpera 0 frelar, e nel leembarcarmuita fazendaque tinha em

VASCO DA GAMA . ANNO DE 1197 . 33

terra, em poderdehum grande mercadordoque 0010 Mouro era seu

corretor; comquese tornarão 0nao comgrandeprazer, porlerem achadohomem aquepudessem perguntar, 0 saberemquetem etão. E logodarão as velas , 0 fotão seu caminho, eo Mouro foy bem agasalhado, 0falando com elle, aluguem o 001001100, porque não hauia mais lingoaquehum escrauod'AIrica,quelhefalou arinia ,deque0 Mouro 00100000poucas falas ; oqual poracenos nos dissequeâuanle hauiaquem sabiaaquel la fala. O Capitão morlhemandoudardecomer1mo de0000010 ,0 azeitonas , 0darvinho : e el le000100de tudo, mas não quiz beber0vinho. Então Vascoda Gama lhedeo humroupãoque00101000. Estaua

como pasmado, olhando oquenunquavira.

O Capitão mortomou em seu coração muito contentamento com o

Mouroqueleuaua ,queem sua presença parecia homem hºnrado ; 0 lhe(azia 5 05 010000 , 0 lhemandauadarmuito bemdecomer, 0 falando comel leperseus acenos lhemostram as especiariasqueo Mourodizia lhecarregaria as 0008. O Mouro como querqueera corretor0 a isso ganhaua ,

logo cobiçou fazer-secorretordos nossos , porquecarregando as 0000 fariamuito seu proueilo , 0 80daria oom os nossos a boas amísades eos bemm iar,queos leuaria Cambayndondeera natural , ondefaria muito seuproueilo, ecom estes pensamwtos mos tram muito prazerdehircom el les .

E assi nauegando porespaçodedias , viario lervistados baixosdo praceldeÇofala,queoMouro peracenos '

linha di toqueseguardam(101100 ; doqueo Capitão mormuito folgou acharno Mouro áquel laver.dade, e00 afastarão largos ao mar, atéqueos passarão, 0 não hom'

erâovistadoriodeÇofal la,queparecequepassarão porel ledenoite, bemqueo Mouro oqu0riadizer'perseus 000005 , 0 o nom entend0rão . Pas

sado o praoel se tornarão a terra, fazendo sua navegação, 0 assi cami

nhando houveràovistadehumavelaquebia adianteassidelongoda 00010 ,comque todos ouverâo muito prazer. E logo o Capitão morsealem a

pera o mar, porqueavela para lá nom fogis e; a qual nom deixou d'hirseu caminhoqno os nossos logo alcançarão, 0 poserão as naos â corda ,0 mandarão lá o bate] , emque logo semeterão (1000 001103 ,que trouxerâo ao Capitão mor, comqueo Mouro folgou,que 0rãodeMoçambique, com osquaes liuerão 1010 porum carrodeGuiné,que trazia Pauloda Gama ,que0 hate! Soy buscar, eo trouxe,que falou com os calmquesebem entendião, comquehouvemuito prazer. 0 umbuoo vinharoxo 5

31 VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 197 .

carregadodºeslercodepombas ,quehauia em numas I lhas , 0 0 leuauão'

,queem mercadoria pera Cambaya, 0010que tingíâoroupas.

Aos cafres mandou o Capitão mórdarbiscouto, 0 pexesalgado assado, 0 vinho,queel les comerão 0 beberão com mui to prazer. Então o

Mouro pola falado cafre, e com 00 camas comqueseel leentendia emoutra fala , disseao Capitão morqueâuanle acharião bom lugar, emquehauiamuitagente0 trato, ondelheel lediria , 0 o encaminhada 0 ajudariaem tudo 0quehouvessemister, porqueseu ofiicio era sercorretor, 0 sabiade todalas mercadorias , e0 leuaría á sua terra,queera Cambaya, ondelhecarr0garia as 0000dequantasdrogas 0mercadoriasquím sem porqueCambaya era a maisrica terra, 0 0 mórreinodo mundo. AoqueoCapilão mórdeu muitos agradecimentos 0 lhejurando porvidad'ElRey seuSenhor,que lhe pagaria 1110 bem seu trabalho, everdade se nel leachasse,quepera sempresehouvessepermui to ditosoem acharsua companhia. Emlâo lhedisse Mouroquemandasse terboa vigia 00 mmbuco,que0110 os emcamínharia polo caminho segurodemuitos baixosqueania , porque sempre porali nauegauão , 0 tudo sabíâo . 0queparecen bem ao Capitão mór, 0 mandou hirno zambuco quatro homens , 0trazerà nao seis caíres , elhemandouquetiuessem grande vigiadenoite,0que 5 0 vissem baixos os mostrassem aos cafres , 0 00'deíxassem hit porondeellesquimswm ;quesempre fizessem foro!, oom a len lemnquelhederão, ecom 0010 ordem nauegarão apoz o umbuco,que lenana velad'esleiras , comque andaua maisqueos nauios ; 0 m i nauegarâo maisde vintedias, comquechegarão a Moçambique,que toy ao fimdeMarçode 198.

CAP lTULO Xl l .

coxo os «1 0100 011001010 A 11001 0 1000 , 1: 0 008 Al l ! 1 001010000 .

Cu am o Moçambique,quehe sudito 00 BeydeQuiloa, chegandohumas lrez Ilhasqueestãodefora, Vascoda Gama mandou 0 seu pi

loto no balel apoz o a mbuca', sondando entradado porto , 0 tomandoas velas grandes, com traqueles emezenns entrarão na barra, apoz 0

10010000 , ondeacharão bom fundo 0 a barra amparadados ventosdoapoz 0 tambm , a ondeacharam bom fundo s sondando cw. Aj .

36 VASCO DA GAMA , ANNO DE “ 97 .

e lheperguntassesequeriãoqueos [om ver, e lhemandou galinhas,cocos, e6308, 8 hum carneiro . O Mouro tinha aly hum gentle naturalda terra,queconheciademuitas vezesquevinha a Moçambiqueepoumua em sua m ,que tinha hum moçoquefalaua muito bem a lingogdos oafms ,quesão os nalnraesda terra,que leuou nao pera falar, enestas delenças não lomou â nao senâodetarde; comqueos Cabilãesmuito folgarão, vendo como o Mouro tornaua comrefresco ,que eramostradeboa verdade. Falando com el le, ouvido orecadodo Xeque,folgarão, porquea principal causadesuavindaem descobrirterras nem ,

o assentarboas pam c amizades ; edixerâo ao Mouroquemuito folgariãovero Xeque, porqueetão homensque andauão m i perdidos perterrasquenom conhecião, e com todas as gentes folgariâode terpaz eboa amizade, ecomprarevender odequeseoontenlamem, eque prineipel comquefolgariâodecomprarem drogas ,queem mercadoriaquesenom danaria, permuitoqueandam no mar. Comqueo Mouro Dauanese tornou ao Xequeao outrodia, o qual '. ouvindo arepostados008808. houve prazercom a mais informaçãoque lhe contou o Mouro .

A horas do vespora o Xequeseveo a nao emduas almadias juntasatadas , eem cima paos e tavoas ,quetazião sombrado cuberlod'esleiras ,emquevinhãodez Mouros assentados, e Xeque m ontado em humampeg hainredonda, ouberta com bum panodeseda, 0 hum almofada emqueseassentava ; homem baçodebom corpo, eboa presençadehomem, vestido de huma jaquetade veludodeMequademuitas cores ,9 hum pano azul com viuos deno d'ouro cingido,que o cobria»até osjoelhos , ehuns calções até aos artelhosde pano branco, eo corpo mi,e sobre o pano cingido outrodeseda, emque trazia huma adaga guareuccidadepraia, e na mão hum traçado assi guarnecidodepraln, ena

cabeça huma louquinhadehum panode sedadecores , com vinos eeudilhosde(lo d'ouro posta sobreuma carapuçadeveludo pretodeMaqua .

Os Mourosqueviolão com el leassivestidos a estemodo, homens limpos ,homens pretos, ebaços , porqueetão filhosdeCairesda terra eMourosbrancos mercadores ,quedemuitos tempos tem os tratos portodas as

danaua Aj .Aclgamos : m ido o nos Ils .do Arch . eLj . ; mas parecem osquees taquª çãº, )ºl tiâçªda pelarestituiçãodeum ti!,quepodia munbemescaparaos ao

pwa , tornava phrase

VASCO DA GAMA, ANNO—DE 1 197 . 37

terrasda India, comqueficarão naluraes . Os capitães sevestirão, epuxerão cadeiras na lolda, 0 hum banco com huma alcatifa emqueseassentamem os Mouros ,quechegando a bordo, lhe tangerão as trombetas ,quemuito folgarãodeouvir. O Xequeentrando,quemui tos marinheirosajudarão a subir, os capitães oreceberão, entrando na tolda, com grandesconozias ; o Mouro Xeque tomou amão direita a Pauloda Gama eaprelouantro as sans , echegou nos seus peitos ,que he sinaldegrandeoorlozia, esesenlnrâo nas cadeiras eo Xeque em môo eos Mouros nobanco : o Mouro Banana estaua em pé, que com seu lingoa fulana oquesedizia . O Xequeesleue olhando a todas partes vendo comquenunqua vira , e disseque era muitodilasade virem a seu porto, emquefolgariade lhefazertodo oque lhecomprisse, polo muito prazerquetinhadeveroque nunqua vira, e'

aelles porserem mercadores estrangeiros,que muito folgadade saberdeque tem cã o e oquevinhãobuscar. Vascoda Gama, tirando o barretee fazendo cortezia seu irmão,comoque lhe pedia licença pera falar,respondeoqueel les etãodehumalem caliuosdo morRey dos Christâosque ha no m udo, equepartirão em huma grandearmada,queseu Rey mandaua outra terra abuscarmercadoriasquelhemostraria ; eindo seu caminho, com tormentaseapartadoda companhia, eaula dous annosqueandauâo perdidos polomar, porqueos secs pilotos não sabiâo aquella terra aquehião carregar.O Xeque d isse; «E se nom achamos essa terra,queIawís?» Dimrãoque andariâo tanto polo maratéquemorressem,

porque se 10mante seu Rey sem lhe leuaroque vinhão buscar, l hes cortaria as eae

beça . 0 Xequedissequelhemostrassem asmercadoriasquehiâo buscar:então lhemoali'arào pimenta, canela, gengiure. 0 Xequeo mudo seriopara os secs, erespondaoque houvessem prazer, porque el le lhedariapilotosqueos leuassem ondecanegassem as nausquanloquizessem :masquemercadorias traziâo pera comprarem oquequerião?E el ledissequeas mercadorias hião nas outras naus , masquetinhâo ouro, ePrªiª. (l“ªvenderiâo eoompmriâo . 0 Xeque dissoquecom ouro, e prata em todoo mundoachariâo oquebuscassem, equelherogauaquemandasseangeras trombetas ,quemuito folgarãodeouvir ; comque sedespedio, dimudoque logo lhe mandaria os pilotos ,que lhe pagassem bem , comquese despedi rão com muitas oorlezías , e o Mouro Banana liceu. Entãoº Cªpitão mórlhedeo presentequeleuasseao Xeque: cinco oovadosde

88 VASCO DA GAMA, ANNO DE " 97 .

fma grã, ecinco de satim, edous barrem de grâ, e quatro bainhasdefacas feitas em Fraudes muito Iouçãas , 0 hum espelho, e * mandou.pedirperdão pornom sertanto, como folgara 'quefora, emandarãoviolecruzados em ouro evinte tostões em prata, para os malemos ,quo etãoos pilotos ,quedaquellas moedas lhedaria oqueellemandassecada me: .

0 Mouro Dauane ficou espantadoquando muio aos nossos as com quedimerâo, e tomou mui la vontadede nunqua dos nossos seapararatéque tornassem pera sua terra . Então se foy terra com o presenlequedeo ao Xeque, comqueel lemuito folgou, edíxequeo Capitão lhemuitom uitque lhemandasseos pilotos , noqueo Xequemostrou boa vontade, eos buscouefalou comelles , econocrlouquecada hum lhedessemquatro cruzados d'ouro , ebom gazalhado pera leuarseu comer, poloque logodo dinheirodeu ameladea cada pilotodos cruzados , edos loswes ; osquaes o Mouro logo trouxe à nao com seuratinho , comqueoCapitão mórmuito folgou, e logo tornou a terra,queo mandarãoquefossecomprarvacas ecarneiros, elodoqueachassepara comer. O Mourodisseque buscaria e traria oqueachasse, masquena terra nom auia

senão mi lhoque comiâo cozido ocm pescado, equeos carneiros vinhãodefora d'outros lugares ,queacharião pola costa adianto ;quevacas nomauia, e traria oqúeachasse; comque se foy terra em huma almadia,porqueo Capitão mórnom quizqueo halal fossea terra. Il ído o Mouro,Capitão mórfalou com os pilolos ,que sabião falaratenía com hum

homem portuguezque andam em Africa e sabia bem falar, e lheperguntou pormuitas cousas ,deque lhedeo boa fusão, e fotão agazalhadosno chapilca no camarotedo piloto. 0 Mouro em tem deu nuiamcmlo aoquefoy buscar, eo Xequesó com ellelhefez muitas perguntasdequanto.gentevinha nos nauios , ese sãos ou doentes , equearmas línhãodepoleja, ese lrazião muitas daquellas cousasque lhemandarão . O Ndurelhe disseque a gented'armas serião sesenta hºmens , edel les mui tosdoenlés ;que as armas etão as espadasqueel le vira,que trazião nacinta, tinhão lanças ;queas armasdos corpos elleas nom vira ;queas mercadorias muito menos,que as traziâodebaixode çoberla ; masque os new s etão gentedeboa condição, e lhepareoiâo homensqueíarião bem a quem lho fizesse, o porlheassi pareceros auiade leuaraCambaya, elá lhedarauiamenlo eos ajudarnoquehouvessem master,povquo sem duvida criaque seo trabalho lhepagaríão muito bem. Que

VASCO DA GAMA, ANNO DE “ 97 . 39

quanto á genteda outta nao, nella nom entrara, e nom sabia oqueO Xeque, ouvindo isto ao Mouro, logo em seu coração armou

traição contra os nom e, cobiçando oque podia tomarés naos, edissimuloà com o Mouro, mostrandoque queria fazerbem aos nossos, e

disse ao Mouroquebuscassee leuasse tudo oque lhemandauâo, equequando se houvessemdepartirentão el ledo seu l hemandaria quepudessemm ; etornou mandnrlogo o Mouro â naorom ao Capitão mórque folgada muitode lhe fazertanta honraquequizesse hirem terrafolgarejantarcom al le, emandasse osdoentes para os mandarcurar

,

eN o lhemuito mgando . O Mouro queNosso Senhoraprouvepôrnocoraçãoverdadepara os nossos)vendo as perguntasque lhe o Xequeaum eoutras muitas, logo entendeoque queria fazertraição aos nossos ;oqueseassi tom ,que tomam as naos emalw eou cal igasse os nossos ,elle perderia o bemqueesperanzados mm s poros bons semiçosquedeterminauade lhe fam ; ecom estepensamento, eporNosso Senhorquerer, assentou em seu coração aos nossos fazertodaverdadeoomo'

proprios irmãos ; com oquesefoy â nao, o seapartou com o Capitão mõrsó , elhedeo conta, porlingoa d'uraniaqueo lingoa falana, de todo oque passám mm o Xeque, eque seu entendimento lhe parecia,que lhe'faria nrfazertraição ;que lhodizia porque lhe nom acaecessealgummal . Poloque o Capitão móro abraçou, prometendolheejurando todosque lho pagarião como el leo merecia, afora o bemque lheDeos fariaporas i guardarverdade elles ,queetão homens estrangeiros ,quenomfazendo mal aquella Mouro lho queria fazer. Então mandourepostas aoXequedemuitos amdecimenlos , mas el les nom podiâo subirem no

nhuma terra senão na propria aque seo Rey os mandaua, nem menos

podia mandarosdoentus a terra, porque logo sequeria partir; equeerâo acostumados sempreestarno mar, 0 aula medoquea tem lhe fizteasemal , eque logo morressem masque lhemandassemaslmrondeasIaun agon pera mandarlomarcom o balel . E isto ordenou o Capitãomórcom tençãodeleuaro bale! bem armado, e lhe fazertodo o malquepodasseselá achassequem lhequizeesefazermal , porqueseo Mourobem sentira, traiçãodo Xequelá na agoada sedescobriria, porqueondequeria Aj .

(O VASCO DA GAMA, ANNO DE “ 97 .

união dehirtomaragoa era na terra firmeem hum malo, '

porqueMoçambiquehetodo Ilha cercadod'aguado mar.

O Xeque ouvida arepostado Capitão mór,quenom auiadesahirna tem ,

nem mandaros doentes , equequeria tomaragua lã, determinou de lhe tomaro bate] , e matara gente, ecomquatro naos deMourosqueestauão no porto com muita gente, hirabalroaras mas , e

as tomar; para oque sefez prestes sem mmente, chamando os capitãesdas naos,que cria Mouros , dandolhe conta como queria tomarnossasnaos ematara todos , porque eramos Chríslãos ímigosdos Mouros edeseu Profeta Mammede. Peraqueos Mouros seon'ereoerãodeboavontade,oque todo entendeu e soube o Mouro Dauane, eseveo ai nao, edeudetodo conta ao Capitão mór, o qual hauendo consel ho com seu irmão, eos pilotos, emestres, assentarâoqueem nenhuma maneiraqueserpodassenom searriscas ea hum só homem lhematassem, ouferissem'

pelagrandefal taquetinhâoda gente; e porquenom tinhâo agoa, e forçadamenteaniãodehirtomarfossea gentebem am ada, eo bale], porqueno marnom tinhãodeque temerqueda terra seguaidassem. Então o Capitãomórmandou meterno bale!dous berços, efazerempamsdarombadas ,com huma monelaquealeuanlassemquandoquimssem , pera amparodastrem , emandou nel leNicolao Coelho comdezmarinheiros e'a doze ho

mens com béstas bem am ados , porqueainda neste tempo nom hauia ee»

pingardas eperguntou aos pilotos sesabíão dondeera agoada ; hum dissequesy , masquenom podiâo tomaragoa senom com maré cheya,queera â mea noite; comque folgou o Capitão mór, porque nom híria obala!dediaqueo vis em os Mouros , híria mais seguro. Oqueassi tizerão , mas o piloto,quepareceque sabia parteda traição, nunqua quiskm o bale! â agoada ; e seandou metendo peresleiros , e perdebaixodeamores , . fazendo delongas porquevazasse maré, o ficasseem saco .

O mestm teuebom tento na maré,queo Capitâo móro auisara, eoomovioquevasana, setornou, eopiloto inda aperâando a os metorperouh'osesteiros ; mas os nossos entendendo falsidadedo piloto, alínarâo bemo caminho porquefarão, eselomarão logo. NicolaeCoelhoquizera mataro piloto, mas nom ousou, pera o trazerao Capitão mór,queo mandasseenforcarque o vim de letra. Mas o pi lowque leuaua bom cuidado

avinte Aj .

VASCO DA GAMA , ANNO DE 1197 . i l

com o M el n hio â hahia,queera já meuhã, aedeãou ao mr, -emergulhou o _fay sairlongado halal oolhondosepera lem ; os nossosremarão apos elleurandolheás eeladas, aquo acudirão â praya muila gentecom armas , tirando muitas freohadas no halel , o pedradasde funda. 0quevisto da naos, o Capitão m6rpôs huma bandeín na popada nao,oomqueo balel so foy á nao, etiuerão conselho porqueVm oda Gamaquímn logo irqueimaras naos , postoquenellas estaua jâ muilamw,e no oonnelho w nlarâoque lal senom fim se, pornom perigaralgumagente, eque com arh1haria bem as podião moterno fundo ; masquesetal fim m torra nouaw na púmein aqm porhrâo,queoorreriadelles má fnma, dizendoqueerâo ladi-ões ooesairosquevinhão a enganarorouhnr, oqueseria eausadegrandedeaaniamenlo pm oquovinhâo fanr. Poloqueeramilhordessimularíamdoso oouardos, esemandassow ngrauar'ao Xeque comoque nom sabâ o nadado m tmlçâo ;oque assí pareoeo bem a lodos, equerendo mandaro mouro obm tor,ellenomquiz hira lem ,quedissequeauia medoqneo malassem.

Então se lim ão vela, esairão forado porto, aoqueveo humaalmadia com quatro cafres, e hum mom'

o oom hum pano hranco alovanlado em hum pao, ebradou eo Capitão mórso poz â oorda, etalono

'

mouro m uie,quo o Xequeeslaua espanladodeos nosaosquemm n

mataro seu piloto, e el les se partirem como homens menenooríos ,doque nâo sabía a oauaa ; porquesealguem lhe flzem algum agn uo,quelho mandarão dizer,queel le fizera nissodireita justiça . O Capitão mórmandou meterm almadia o íatodo piloloque íogin , emandou enh'arna almadia humJoão Machado degradado, e porelle porqueentendiabum poucod'm uia, mandou dizerao Xequequieel le como bom amigo ,

o poramor, lhederadous pilolosqubo ema minhassem, emandáraqwelhe fas am mostrarwna wm m o mdm m a muh emnom mostram , e porisso fogira pem lenm o os nossos oquimrão lomar, e sua gente armada saira a pelejar. E porqueelles nom andauiopera famrmal nem pelejar, senão a busearoque lheseu l ley mundana,e aly em sua terra nom achaua verdade,queporisso sem lhefalarsehiâo . Com 6qualrecado mandou a eateloâo hlwbzkdo,queeradegmdado pera sempre, elleeoumedez, porquepartindo oda Gamadoreino, pedia lBeyque lhedm alguns pmsos ,quo a tium eondenados morte, pen os auentum edeim em term perdidasmndese

6

H VASCO DA GAMA, ANNO DE “ 97 .

vivessem podiâo muito aprouoitarquando os tomassem achar; oquepareceo bem n ElRey , elho mandoudez bommquo esuuâo condenados à morte, e os houve pordegradados pera terras perdidas , 0 humdestes era este João Machadoque assi mandou na almadia, logo comtenção de o deixarna terra, porque se viam quando aly tornassemportuguews dellesaberiâo as cousasda terra egentes .

Em quanto a nao assiWoordeando foydescamdo, edeu sobrehuns baixos , dequese sayo com muito trabalho, aos quaisdespois chamarão os baixosdesam Ramal , emquehia Vascoda Gama, 0 qual biamui agastado pornão poderdaro pago ao Xeque,quelhebem poderadar, emandou deitar ferros ao piloto, porque lhe nom fugisse.

CAPITULO XI I I .

como osrumos ss m mul o nn MOÇAMBIQÚB AO LO NGO DA sosu E o 003 .

um msm no cu m e n aºmumu; A numas .

E num seu caminho, porqueo vento lhe nom semia para irao longoda costa, farão surgirem huma ilhaqueestá huma legoudo Moçambique, aguardando pelo vento , equeamianto podia tornaralmadíadeMoçambique,quenom lçmou, porqueo Xequetolgon muito com o JoãoMachado, polo lerporcalíuo pera memoriaque aly vierâo aquel las masde christâos ; e ouvido orecadodo Capilâo mór, esteca muito falandocom João Machado, e nom quiz mandarreposta,quebem víqque asnaos eslauâo na ilha, porquehouvemedoque lhetomasseo Capitão min08quelá fossem, porque lhes nom levassem João Machado,queel lenomquiz mandar; o qual João Machado muito aproueitou depois em assi lim , porquedaqui sefoy porterra, e sepassou Cambaya, eduby peroutras terrasqueaprendeu todas as lingoes ,queera homemdebom en

tendimento, e se lançou ao bem . comque foy muito honrado como peresta lenda ao dianteserá 00a 0 .

Os nauios assi chegados à ilha em'quenom hauia gente,desembar

carâo, ondeVascoda Gama mandou concertaral taredizermissa ,queiada linhão dous clerigos,queos outros et ão mortos , porqueem cada n&

nio seembnmrão dous ; ecom estesqueerãovinos todos seconfessarâoem dous dias, eao domingo oommungarão, ea missa sedisseem louvor

VASCO DA GAMA, ANNO DE tm .

houvesse may larisco, porqueel le vinha pera tudo descobriresaber,e sotgio sobrea barra, ondejá 0 Roy tinharecado do XequedeMoçambique,que lhe mandou dizerqueos nossos erâo ohrislâos ladrões ,quevinhãqroubare espiaras terras , com enganosqueerâo mercadores, edauào dadiuaâ, ese moslrauâo moyto humildes, pera enganaredepois virem comarmada egentes a tomaras letras ;quepor1880, sabendo el le isto osquizera tomar, elhe fogirâodo porlo . E este propriore;cado ,

já eslaua em Quiloa quando os nossos by chegarão,que o man.dana o Xequeem hum barco,queà vela eremo corria mayto ao longoda terra . Os nossos assi surlos na bem , o Rey ,que estaua já preslespera fazertraição aos nossos , logo mandou hum barco grande carregadodegal inhas , carneiros , canas d'açuquere, cidras , limões , laranjas docesgrandes , as mel horesque nunqua se virão, eperhum mouro velhohonrado mandoudim ao Capitão mór,que hauia muyto prazerdeoveraly surto , mas lodo seu prazerseria quando suas mas estiuessem

dentro em seu porto , pera el leem pessoa estarcom el le dentro em sua

nao, eem sua cidade lhefazerlentos seruiços ,que folgassemde lhedaramísadeque durasse em paz pera sempre com seu Bey ;que pertanto lherogauaque logo entrassem, e lhemandou dous pilotos peramel lerem os nauios porque a barra tinha baixos,que muyto arrebenlauào . E os pilotos ,

!zíâo já mandadosque dessem com os nauios nos

baixos ondo'

se perdessem , eel les se saluariâo nos barcos ,quemandariade terra .

A gente home prazercom o presen te, e mórmenle os doentescom werdura laranjas . O Capitão mórmandou ElRey grandesagardeoimenlos ; equeel ledesejauade lhe [azarmuy los seruiçosquelhe faria. o em sinal mandoudous homens pera lhe comprarem al

gumas cousasque hauía mis ter de comer para a gente. Enlâo mandoudous dos degradadosque jádisse, e lhe mandouque lrabalhassem porvertoda a cidade, e viwem se hauia obrislãos como lhedizião, emaudaua com el les o corretor Banana, mas el le nom quis ir, dizendoque depoisque se vissem el le com ElBey , então el le o sem íríanas cousas das mercadorias ,que erâo seu oliicio ; um Que assentaramísades antro naluraes egentes nouas como el les cria, o nom sabiafazer; oque pareceo boarazão ao Çapilão mór, e o nom mandou.

Tomou barco com os dous homens , o ouvida areposta ficou EIRey

VASCO DA GAMA, ANNO DE “ 89.

muy lo contente, fazendomuy lo gasalhado aos Portuguezes , ecom o mouro velho os mandouque tomem pola cidade, e ludo oquevis emquehauiâomisterodíxessem,que semdinheiro'

tudo lhemandaria ; ecom esteachaqueos leuarâo portoda a cidade, eos leuarâo a casadehuns Mouros ,quefingirãoqueetão chrislâos , e lhemostrarão contas com cruzes ,quebeijauão epunhão nos olhos , fazendo aos nossos grandes honras porserem ohrístâos , e os âzerâo assenlar, ecomerbolbósde arrozcommântoiga emel , emuyía fruita , equíserão 'quedormissem em sua casa ; mas amouro ,queos lenana, nom quis senom tornalos ElRey ,queasleuecomel les perguntandolhe permuylas cousas , emoslrando muylo prazer, eosmandou muy lo bem agasalhan dentro nos seus paços . Ao outro dia pelamanhã perguntouElRey aos Portuguezes sequerião leuaralguma cousadoque vinhão buscar:disserãoque pois os nauioe bauiãode entrar,queentão o oomprariâo. Então ElRey dissequieassi era bem,que agp'ardas.sem atéqueentrassem,

e logo mandouquehumdel les fossedarrasão aoCapitãomórdoqueachâra , porquequis el leque fossem contaraoCapitãomóro bomma lhadoquelhe íizera, porquemais folgassedeentrardentro,queel lenom queria mais, pois não bauiâo deteu pilolosqueos to'rnassem tirar; mas elle móresperançaque tinhª eraquena barra os

pilotosdessem comos navios nos baixos ; emandou o. mouro velho acompanhadod'oulros , como soldados com suas armasefmchas , emandoumuylorogarao Capitão mórque logo entrasse; o queel ledisseque o faria ,»

como os p i lotos o mandas em. O -moliro falou com os pi lotos «. aos n

quaisdisseque logo entrassem porquejá crecía maré, poloqueo Çapitão mórmandouquese leuassqm. Os nossos pilotos seagastarão, d izendoque inda não era hum quartoda maré chea, edeuiãod'aguardaratémaréde lodo cbea, e odisserãodos pi lotos Mouros : el les ,

disserãoqueabaslaua a agoaque hauia, porquedçpois com muy la agua enlrauamuytorija, enom era bom . Todauia mandou o Capitão mór_Ieuareorocoraquebaniudo hit diante. O mouro vel ho sereooIbeo . logo a seubarco pera irremando dianteda nao, a qual dando o traquele nunca

quis fama cabeça a endereitarpola barra direito, e biadescaíndo sobreo baixo,

.poloque o mestremandou largarancora, eamainou depressa ,fossem Ai. *d'irvArch . # 05 Arch , ç concora w es tá eíu,

ambas as copias .

5 6 VASCO DA GAMA, MYK O DE “ 97 .

queassi fez Pauloda Gama : aoqueo mouro do barco '

falou ao Ça

p i lão mór,querecado mandava a ElRey . O Capitão móreslaua agasladode nom entrar, edissequedíxesse ElReyquebem viraquenompodem entrar,quebem folgamdeentrar, ecom isto se to?0 mouro,queafaslandoseda nao, os pilotosque lrouxera sedeilarão ao maresecolherão ao barco,queosrooolbeo , . e; toyrogindo pera letra . Doqueo Capitão mórespantado, mandou pingaroque tinha prezo, porqueosoulros eslauâo com el le; o qual logo confessouque os píloiosque fogirâo mandava ElReyquedeilassem os navios nos baixos , e porque toraarão a sorgir, não entrarão , fôra porque souberãode sua traição, eporisso fogirão . Doqueo Capitão móre todos darão louvores a NossoSenhorassi milagrosamentedeos linterde ' tamanho . perigo ; ecomoa maré . tornou pera fôra, porque[azia luar, mandou leuarancora, noque trabalharão toda a noiteaté pola menhã,queantesquea agoadelodo acabassedevmr, com grandeforçaquepuzerâo arrebentou amarra, ea nao sayo pera fôra, e lheficou a ancora,que depois os Mouroslim ão ea puzerâo á porta dos paços d'ElRey , onde depois achou o

V íso-Rey Dom Franciscode Almeida . EIRey , _porencobrirsua traição,pelejou muy ta com os pilotos , porque fogirão , perante o degradadoqueficaua em terra,que sechamana Pedro Dias,que depois veo terà Índiacom os nossos , e se fez homemdo mar,que lhe chamauâo Nordeste;* e mandou espancaros p i lotos .

CAPITULO XIV .

com) os NAU IOS cuna'

u io A nnn nnn, em mm m l ova o um ASSENTO !)

cou os Nossos , B mun u m uão wma causem .

Pu m es os nossosdeBombaça , Íotão correndo a costa com muyia vi

gia, porquese nom Hauãodo pilotoque lêuauâo em [erros , ehindo ca

minhando houverão viela huma tardededous mmbuoos , dequesómentetomarão bum,queo outro se melleo tanto ao longoda terraque os na

níos lhenom poderão chegar, atéque achou bumrio muy estrei to poronde semeueo. 0 outroquesetomou, hia carregadode-marnm, emque

3 0 15 0 mão Aj .

VASCO DA GAMA , ANNO DE “ 97 .

tomarão oitenta homens» o oapmo m homemdedias ,quehi leuauasim molharmuito kanon , comrim joyns em hum caixão, e dinheiro,eqmu'o'

molberesdo seu aeruiço . O Capitio mórmpmio os homens polos maios , somente n os queficarão nozambuco , ondemandoumeterdezportugum s que defenda)que nada bolissem, evigiassem muito bemdenoite,quesenom afastassemdos nauios . Buscarão o zambuco emlheacharão nenhumas armas , eassi andarão até chegarahlelinde, quoostá na costa hraua ; epora cidadesergrandeedenobrecam ía , eoercadademano assentada na praya, fez grandemostraquqos nossos n in

do í houvçrâo mui grandeprazer, dandomuitos louvores nNosso SenhoresIm er a tal terra, esurgi rão defronteda cidade, juntode

'

muitas umque eslauão no porto todas cmhandeiradas ,queElBey tambem mandoupôrbandeiras polo muroda cidade, pormostraraos nossos o pw etquelinha com sua chegada. E a m ão toy esla,que á nonaquecom o

pola terra da vinda dos nauios , eoquefazião poronde vinhão, faloucom hum feiticeiro «nemque muilo continua, ecom el lefalou sobreoque faria com os nossos, o feitioeiro ç lhedmsequecom os nossos

fizesse lodo boa pmquepodeese, ' n polquedurada pem wmpm enãoreceberia os malesque os nossos hamiãodefazerem todos os lugaresemqne nom achassem boaverdade porqueos nossos hauiãodesersenhores de toda a India, e com elles assentando primeira amieadopera sempreduraria. 0 Roy como muito cria no feiticeiro, assi o assentou em seu can ção ; e pois chegando os nauios â barra,que foy emBmd'Abril , do “ 98, era já tardeenão mandarão nenhumrecado, aooutrodia pola manhã logoveo huma almadia com hum homem bemvestido, efalouda almadia,quedizia ElBeyqueera oquequeriam em sua

lem ,queoquehouvessem masterque o mandassem buscarna cidade,eque se houvemeque tudo lhedariao pordinheiro, e com boavontade. O Capitão mórlherespondeoque hauia mistermuito ,queportanto lhe desse licença pera os nauios entram no porto, porquesemsua licença nom aniãod'emlrar. A qual almadia se tornou com orecadoe uqm veo mais , esendo já tardeo mouro velhodo mmbuoo disse aoCapitão mópqueo mandasse terra, equeelle trariarecadodeElRey ,deque o Capitão móraprouve eo mandou no balelqueo fossem pôr

m udo . Aj . Omiuído no xs. da Aj . Idem .

as VASCO DA GAMA, ANNO m: um.

an—qualquerdas naos ,queestauâo muitàs juntoda pn ya, oquew i ãmrâo . E indo pera la veo buma almadin ao balel pergunuroquequeria' , naqual semeteo o mouro, eaeíoy a lerra, eo balel aetomou â

O mouro toy falarcom El lioy j ando—lhe conta como os nossos o

ln ziâo oaliuo sem lhe fammm nonbum mal , e tinha a hidoque em Moçambíque, eQuíloa, eBombom, edauâo para lhe fazermal , e traiçãoam enas hmmm nenhum mnl muepoi h nlo elle lley viseeoque oomos nossos queria fazer, porque se lhe nãodêsse l icença para entrarnoporto logo sequerião partir. 0queouvido porEl lley , com oquejá li.nha m M o em seu oon çioJogo mandou cam garhum bamodereíresooque mandou ao Capitão mór, dizendoque hacia muito prazerqueentrasseno porto, o lhemandassequem com el lefal lasselodo oquequim e; eo mourovelho neon comEIRey , emandouElRey hum pilotoem huma almadiaquem im os maios den tro no porto,que fazia nomarhumrecifeper'ondehannodeentrar. O Capitão mór, vendorecadoDelBey , íalou com o corretorDamme, mgandolheque fosse falarcomWay evisseoqueacham nelle,queentão com o _seu conselho faria oque lhe comprim , oqueo mouro logo fez,quevestido em seuroupãovermelho, ao foy a l em no bamóque trouxera orefresco, «eda partedo Cupilâo mórlhedeu muitos agradecimentosdo term o : erepostaque lhemandaradelicença para entrarno porto , oque logo faria comoo piloto o mandasse. 0 Roy folgou muito com o mouro, eseapartoucom el le famadolhemuitas perguntas, deque o mouro lhedeumui taconta doque tinha visto depoisqueandaua na companhiados nossos .

Então El lley falou com os 5 005regedores econselheiros , dizendolhequeno seu coração sentia muito prazeremveros nossos chegados ao portocom boa paz, efolgaria assentartodqbon paz eamisade;queolles lhedissessem oque lheparecesseporqueel lenom queria errar. 0quetodospraticarão assentarão,qua ElRey os

'recebesse com bom gasalhado,poquenom auía iam má genteno mundo,quefizessem mal a quem lheâm bem ; equando nom fossem os nosmabonsqueem ana mâo esla

na deilalos fora da terra, ou lhes fazermal se lho memcessem. Com a

qualreposla Ell leyquito folgou, porfazeresta com com o bom pareOmil tído nó m mpln dl Aj .

VASCO DA GAMA , ANNO DE 1197 . 19

cerdos eeos . E aO'

ouh-odia mandou ElRey o mouro ecomellehum seo

Cacil , homem velhode muita aulhoridade,queera o seu principal etroerdoteda sua Mesquita, com prezen tedecarneiros , galinhas everdura ;epelo mouro lhemandou dizerqueel lehauia muito prazercom suavista,eesperamquemuito mórseria com assoum com elles verdadeira paz eamizalde;queportanlo logo enlrassem no

'

porto , e logo fossem em terratoponardentro em seus paços . Oque ouvido pelo Capilâo mór, fez

muita honra ao Caciz porgueo mouro lhedissequeElRey lho mundanacomo se íora um Principe filho seo.

O Capitão mórlhemandou darem bum baciodepratª conserva,agoa com toalha, elogo mandou embandeiraras naos com estandartes ,

eo piloâoqueEl Rey mandnra meteo as unos em soo lugar, de foradeoutms muitas naosqueestauâo po porto tumbem com bandeiras , e osmaios e âo salua com toda a artilharia, comqueestremeoia a Cidade,porque o Capitão mórmandou tirardebaixo, onde alély fora, emandou toda assentar_pera oque cumprisse; eao tirar, deitarão algunspalm os *dos tiros : grossos pera o mar,que forâo dando chapeietaspelo mar,que tim ão muito espanto, langendo as trombetas : aoquesayotoda a genteda Cidadeâ praya, ediziãoquebom só tirodailuelles bastaua peraderribartoda a Cidade.

Em quanto o Capitão mórhia 6 naode seu irmão, . Nicolao Coelhofionna na nao como Capitão, esendo surtos , mandou : o Capitão móranreposta ElRey pelo Gnoiz, com grandes comprimentosdeoorlezias eagradecimentos poloque lhemandara, ealy estauão para lhe fazertodo o

seruiçoque el lemandasse. 0 CM , vendoqueo mandauão, dissequeM ay 0 mandara para estaroóm el leaté assentarsuas pazes , e tudo estarseguro. O mourodixequo ElRey manda la o Caciz para estarem arrefem ; mas o Capitão mór, porgrande conmprímento emostrargrandeconBança jque tinha em M ay , (lixe ao Cacízquedinesse ElReyqueo seubom ooraçâo abastaua , comquetudo estaua segurowdeo ao Cacizhumramal decom para seurezar, comqueo Caciz lhe fez grandesoortezias , edissepalaurasdegrandes louvores , eboas venturas . Osquaaschegados a ElRoy houvemuito prazervendo tamanha confiança nos nossos,

Pai:: no wdioeda Aj . Idem.

'rouo

5 0 VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 597 .

falando com os seas , dizendo,queos homensque não queria fazermalnom se lemiâodemal .

Então logo o Capitão mórmandou o mouro lem dizerBlReyqueolle tinha neoessidade pm os nnuios , epera a gente,dealgumas cousasquecompraria porseu dinheiro ;que lhedesse licença para m udarcomel le corretor hum homemqueas comprasse, elhenom am sem engano,

emandan .nomouro no halal ,queo pum no batel 1 «das mos . dosmouros enom fm terra. 0queassi azarão, eo barcodos mouros olenon a terra, edeorecado ElRey , o qual sedeixou estardevagar como mouro, eporqueera tarde ficou com ElRey ,que toda a noite lheasmueperguntando muitas couzasdequeo mouro lhenom sabiadarrazão;somente lhe dizia os mas elarguezasque lhevira fazerem Moçambique,ondeo Xeque, cobiçando orouboque podia tomarnos maios , lhearmaua traição, e em Quiloa , eBombaça ; eque osque tomara no n ma

buoo, nenhum mal Ihefizera, nem tocam em nada . AoqueElRey chamou'

o moum donodo zambuco, eperguntandolheoquepensamdoquedizia ocorretor, o mouro selançou aos pésd'ElRey , dizendo : «Senhor, mes »« homens são os Christâosqueestão nos nauios,que com poucosrogos»«que lhefaçam, me liarasdo caliueíro , eminha molhar, etoda minha»« fazenda egente,que' em nada tocarão, nem lim ão nenhum mal ,que»«meparecem gentesquenom querem o alheo . Oquç ElRey folgoumuitodeouvir, e disse ao mouroquese[om ao Capitão mór, oqueel le lhemandaria rogarqueodeixasseestarcom sua molhar, alé 'elles severemambos ; o qualrecado EIRey mandou ao Capitão mór, porum seu page,que leuou um traçado d'EIRey guarnecido d'ouro eprata,quesempretrazia emandoudizerao Capitâpmórquenada lherespondia aoquelhemandám dizer, sem primeiro fazerma coração contentodoquedesqiauaqueeravenew-aeambos ; elhe tornou a mandarmuito maisrenfresco para ambas as naos . O qualrecado ouvido pelo Capitão mór,quecom seo irmão houveseu consel ho, mandou o mouro no bate! com os

oaliuosquetinha na nao, e na outra ; eos mandou com o mouro,quefosseao zambuco emetem no batel suamolharosoas escrauas , eolhassebemwdas suas oousas se lho tinhão tomado alguma cousa, equevendotudo, nom Beam no íamhuoo maisquehum só homem,queporelle

Fol ta no n. .da A] .

ziào grandes bensdos nossos . E ao outrodiamandou dizerao Capitãomórqueseel le não queria bit a terraqueel leo viria vernao, equeassio hauiadefazer, eportanto el leordenassecomo isto lmuíadeser, porqueem o vercom os olhos seu coraçãodescançariadoque tantodesejaua ;queouvido polos bons irmãos , ambos antro sy houverâo seo conselho,dizendo Vasco da Gama,que assi como no martrazião as vidas arriscadas cada hora na horada_mot teassi lheoonuinha o fazeremria tem arriscando as vidas epessoas em poderdos mouros egentios , dedia edenoite, e lmbalhando assentarpazes amizades comestas nouas gentes ,quelheDeos moslmua ; pera oquedeforça Ihe compria fazerquenomviâonem entendiào as falsidadesqueentendessem,deque seguardnriâo o melhorquepudessem,

'

pondo toda sua esperança na misericordiadeDeos ;e porquesenom perdesse oquejá estam ganhado com tantos trabalhos ,requeria da partede. Deos elle seg bom irmão, como mais velhoqueera, fosse conlenleque ellecomo mais moço fosse aucnlurado no?perigosda terra, [icando el lesempreno mar,queera mórcabeça ; porquesendo casoqueNm Senhorfo888 scruídoquesua vida perimse, e morresse, equerendo elle, logo se bomasse ao Reyno adarrecado ElReydo seruiçoque tinha feito, comque sua alma híría descançada, porcomprit obrigaçãoque tinha a Deos , ea seu Rey ; e com isto assirogar seu irmão mui tas vezes seabraçarão com muílas lagrimasdeboçnamor, assi lheprometendo Paulo da Gama como lho pedia, pedindo aoSenhor Docsquecom el les bom assemísericordia. E com asln ooníirmaçânassi feita autrecsles bons i rmãos am nlarãoquese comprisseelleVascºda Gama bit a terra o faria com todo o riscoquenisso houvesse, mgandolheEIRey , porfazerem algum começod'assentodeboa pazqueindanenhum linhão feilo .

Então mandoureposta ElBey , dizendoqueDeos os trouxêra afyondeeslauâo, porque sabiaqueel le como tão nobreRey lhes hauiadefazerbem egasalhado , queassi faziâo os grandes Reys ePríncipe:quando cbegauão a suas terras homens estrangeiros, perdidos como ellesvinhão'

. Poloqueo seruiríâo como proprios secs naturales em todolos seruiçosque lhemandasse, somenlesubira terraque o nom podiâo fazer,porlheserdefeza porseu senhorque em terras estranhas nom saíssem;que portanlo lheperdoassenesta cousa, nom fazerem seu mandado. E

com estareposta lhemandarão huma peçadegrã, eoutra peçadeselim

VASCO DA GAMA, ANXO DE "97 . 5 8

crema im 0 hum grandeespelhodeFraudes com portas , fechado, muitommm , dourado. ElBey vendo areposta epresenlehouvemuito prazer,oque lodos os senhores muito louvarão e Iolgauâo muito deveroWho, eoutras figuras pintadasque tinhaderedor. ElRey seacharadem itemaldisposto, eporisso nâo foy no marcomo tinhadeterminado , e lho mandou dizer; epoisqueelles nom podião sabira terra,que emlanto alé elle,:w acharbem lherognuaque lhe mandasse humbom paraver, e com el lefalar, porqueo muito desejam ; equetudo oque houvessem mas tero mandassem Ieuar, eem tudo &zessem como em

sua propria terra . Oqueouvido porVaseo 'da Gama, porcompramElBey polo muitoque eompria lhe ganharem vontade, mandarãoterra NicolaeCoelho, . mui bem vestido,que'

em homem bem disposto, adeboa gentileza eanisado, ao qual os Capilães muito enformarâodoquehauiadefazeredizer, eresponder, eque à tarde com licençad*ElReyse tornasse dormi r ai nao . E foy no bate! com o mouro Danoneoorrelor,quedezembaroou em bum caosquehnu'ra diantedas cagesd'ElRey , ondea genteera tantaqueos Regedores às pancadas nâo podião fazerafastar,quechegando ante ElRey , lhe fez t sua n grandeoortezia ,que ElReymuito folgoudever,quemandou assentarno cabode huma alca tifa, emque el leestaua assentado em huma torpeça dealtura dedous palmos ,coberta com hum panodeborcadilho , e torpeça laurada d'ouro emarcheles demarfim, onde aly com o mouro lhe fez muitas perguntasdesua vinda a nanagar, ede cºm de Portugal , e lhedeo oónlaqueE]ReydePortugal tinha '

o nomecomo Decaquesechamava Man'uel ,queera o mórSenhordeChristâosque hauía no mundo, eque trazià tantosmil homens de caual lo em guerra com genlesque lhenomqueriâo obedecer; qual guerra fazia pola terra o polo mar, emquesempre traziaduzentas naus d armada ; eque tinha tan tas Cidades eVillas, e linha

tantas rendasque cada lua metia em 5 008 thesouros duzentos mil emzados , alemdesecs gas los ; equepordesejosdesaberterras nouas mandâra oem naos descobrirpolo mar, eque lhe tornassem com ladelas '

mercadoriasqueachassem, emom ento pimenta, edrogas, e todos comgranderegimentodoquehauiâodelazer; esobre tudoquenom Hmmmal seuom a quem lho fizesse;queem nenhuma terra sahissem senão

huma Aj .

Bi VASCO DA GAMA , ANNO DE 1 5 97 .

com o seo Capilâo mór, sob penademorte; a quepartindo assi neslaam da,quediziâoquo hia pera huma lem mui longe, seperderãod'armada com huma tormenta hauia dous annos ;quemdauam perdidos poiomar, sem sabercaminho nem poronde com muitas tormentase trabdhosdoque lhemorrera tanta gente,quedeonzerão outro muio,queerão lm , e ficarão assy estes dous emqueandam , a hauiãodeandaraté chegarâquella lerra.quehiào buscar, wa tornarcomren daEllley . Equese nom achaseem ou topassem com sua armada, ami

andarião correndo terras atéque todos morressem, porque à sua temum sabiào tornarporque lhemorrera o piloto ; eoonlando amy outrasmui tas cousasque lheElRey pcrgunlaua alô sol posto,quepedío licençaa ElRey , se tornou é nao,queElRey mandou leuarno seo barco emqueel leandava folgando quando queria,queera muito laurado, e loução.

E ElBey lhedeo dous panos brancos mui finos edomdo sedasdecorescom cadilhosdºwn , 0 hum anel com pedra azul , mui formem dever.E

'depoís outras vezes tornou a tem chamadod'ElRey ,quesempremandaua visitaros Capilâes . comrefrescos . pera elles , e pera toda amulados nauios ; eporque ElBey nom âzesseestegasto, mandarão com o

mouro corretorbum grometedos degradados,queandam pola Cidade,comprando lodo oquehauiâo mister, eoomprana com tostõesdeprataquevamo odobrodoquetinhão.

Em todos estes dias ElBey semprebaniu conselho com sens adivinhadores ,que lheoerliâcauâoque a pazquecom os nossos assentamlheduraria pera sempre, em quanto el le nom quebram ) ; equeosnossos hauiâodesenhorearIndia, emuitas terras eqm adasquehauiâode'vir, equeel le tudo assi o varia com seos olhos em quanto viucsse;que portanto em bom conselho tomarnossa amizade, com Ines obrasquencasseboa para sempre. O qual conselho o Rey muito assentou em seu

coração assy o fazer, epralicando muitas vm s com os seos ,queassylho aconselhauâo, porque as com com bom começo anião bom fim.

Então ElRey muito apertaua com os capilâes ,quesevissem efalassem

com el le porquemuito compría, porquesenom seviàsem efalassem nom

seria nada bem feilo permessageiros : na qualrazão assi os Capitães assentarãodeassi o fazeremandarãodizer ElBey .quepois assi era sua

Nos codicesda Aj . c Arch . es tá «vão .

VASCO DA GAMA, ANNO “ 98. 5 5

vontade,queel les muito desejariadefazer,quehouvesseporbemquesevissem no mr, ondeelles hirião em seos baleis até â bordad'agoa, poisnio podiio subira terra, doqueBlBey foy contente.

E mdo onlmdo odiaquehauiadeservmm-secom ElBey , os

Capiiies sevestido nobromente mui louçãos com todos os homensquecriepara isso, oem seas bateis cada hum, assentados em cadeiras guarnecida develudo cremesim, edebaixo alcatifas, enos bordos alambeis

emqueos homens hiâo assentados, eos baleia comdous berços cada húm,queàempre trazião, edous bombardeiros , emuitas bandeiras ;queapartandosedm mos lim ão muitas camaras—que puserâo porfora, porqueo tim dns peças nom Bzessem mal aos nauios, eambos os bateis u parfarão até borda d'agoa,quemais nom poderão chegar, onde o Bey os

estam esperando com toda genleda cidade,quenom cahiâo na prayaecasas , e manosda cidade. Ondechegados,quevirão ElRey , amboslheMorão grandes cortezias, eElBey a el les comodeuia, comqueElBey teue grandeprazer, porque o marestaua manso semandou tomarporseus homens equeo melessaní nos bateis , ondeel les no bordo oreceberão pondo o goolho no chão com grandes cortesias ehonras ; ondena proado batel trouxerâo alcatifa, ecadeira emqueseElRey assentouo Pauloda Gama pelo lingoa,queera o esorauoquefalana arauiaqueElBey sabia falar,quetraziâo bem vestido, edisserão ElRey Senhor,« grandeBey , tamanha honra nos fazes nesta hora, .qued'ojeemdiante»õcamoeobrigados como [eos proprios vassallos, secom ElReydePortu—a»gal nosso senhorqueres assentarpazeamizadecomoverdadeiro irmão.»

AoqueElReyrespondeo : Deos sabequeisso tenho assentado no meu« coração, édedía '

edenoite, esempre; oquequero ememuijo apraz»d'ojepera sempmem quantoviuer, terverdadeira irmandadecomvosso

«BeydePortugal em quanto euvíuer: oque assi o anim o porminha»« ley . Aoque os Capitães sepmrâo degeolhoaquerendolhe beijaramão , eElRey os fez leuantar, aoqueagentedos hateis « bradarâo, 'boavimm

, Nosso Senhorseja muito louvadouaoquetangerão as lrombelas ,eas naos tornarão tirararlelharia, eassi lheBeata mandado,quetangendo as trombetas na terradesparassemarlelharia : e tudo isto assi junloda'

pmya,que todos osd'ElRey istovião.

Então Vascoda Gama tomou humarica espadaquetrazia em humacaixa feita para el la, qual era d'ourod'esmaltemuitorica , com suas

5 6 VASCO DA GAMA . ARNO DE “ 98.

cintas muitoríczis como naquel le tempo se cos tumauâo, 9 hum lançade ferro dourado, ehuma adar'ga forradadeseiim cremesim lauradade"o d'ouro, e tudo apresentou a ElRey dizendo . Senhor, ovencimento »«dos grandes feitos heolYereceras armas em sinaldeverdadeira ami- a

«zade, o irmandade: oquenós ora a ti fazemos em sinalde'na ver»« dade, em nomedo nosso Rey Manuel ,quehe o mórqueha no mundo»«queha sau costumededararm'

as algum nouo amigo e i rmãoque»« toma . E porm eu da verdade lhe dá armas pera com el las tambem»o ajudare defender, porque com a espada seganha mórhonrado

«mundoqueha a caual laria ; equem quebra amizadequetoma, dandoa espada fica com sua honra perdida pera sempre. E portanto, Senhor,ledamos esta espada earmas em nomedenosso Rey , epromeiemos

«de leguardarpera sempreboa paz, e lesemiremos como a irmãodenosso senhorElReyde Portugal ,que ora tomasln 'pornono irmão.

BlBey tornou a dizer: «Eu prometo ejuro porminha ley pora sempre»« compri t verdadeira paz e amizade com ElReydePortugal meu nono

« irmão, enunqua emquanlo víuerem nada lhefaltar, nem quebrar»oqueagora digo ante todo o meo pono ; e lenha porboa dita lerami- n

« zado com hum tamanho Bey como he vosso . Então d isse Vasco daGama EIBeyquelhe pedia emuitorogauaqueel leos encomendassomuito , e

'

encarregasseâquel le corretor, e ao pilotoque lraziãodeNo.

çàmliíquequealély os trouxera,queos bem encaminhassem âquolla terraaque os leuaua, diziaquenella auia drogas ,queporventura nel laachariâo as n os desua companhia, porque logo sequerião partir. AoqueElRey serio, edissequedescançassem porqueel leos encaminhadaem mel hor caminho

'doque atély lrouxerão ;que se tomassem suas

11805 ,queao onlrodia lhediria oquelhe " nuno ; compría. Com Que

os despediu ; ElRey ficou na praya, vendo o prazercomqueos nossoshíâo dando grilas , tangendo as trombetas ,que chegando às naos osroccberâo com grandes gri lasqueseouviâo em lem .

Tomadas os bons irmãos muy contentes , derâo conta Nico laeCoelho

,que era homem debom entendimento, lodos mgnndo a NossoSenhoros encamínbasse no seu santo seruíço. Ao outrodia pola manhãlhc

'

mandou ElRey d izerqueseu coração dormira aquella noitemuidesFal ta no exemplarda Aj .

VASCO DA GAMA, ANNO DE “ 98. 87

cançado com oquelinha feito , eportanto como cousad'ElBey seu irmãolheroganaquefossem a terra, porquecompn'a muito. E porqueel les otinhâo assentado, logo Vasco da Gama no seu bale! bem concertado , eacompanhado com : doze . homens bem vestidos toy terra, onde napmya foyreçebido com os principaes senhoresd'ElRey commuita gente,que chegando às casas d'elBey , oveoreceberà porta eo abraçou, eoCapitão mórcom o joelho no chão com gr'andes oortezias, e lheperguntou porseu irmão, eel le lhedissequedenoi te seachàra maldesposlo ,que porisso nom viera. ElRey seassentou em hum estrado sobre panosdesoda, onde fez assentaro Capitão mórjuntodesi, noque temeo Clpitão mórgrandes comprimentosde oortwas, masElRey nomquizseuâom entalo junlodesi, epresenteos seus lhedwse:«Aamisadequeusa m »

ley comEIRey meu irmão,quemevós destes, o tempo mostram avemdadedemeu coração . Eu tenho bem sabido todasvossas cousas , equanlas fortunas aléqui passastes , oquememais acmeenta avontadeponvos ajudarefanorecerem tudo comodono, poisvosDeus vos trouxe

« a esta minha cidadea medartanto conlenlamenlo, como temmiau (:o«ração. E quanto ao caminhoquequereis fazerpera Cambaya, onde ocorretorquerquevadas , nom hebom, porqueemCambaya não ha as

« cousasquebuscaes senão seoutros as trazemde fôra, ecuslâo muito»porqueganhão oom el las mas euvos encaminharey , edareipilotosque

avos leuem á cidadedeCalecut,queestá na terra ondenace pimentae« gengiure, eahivemd'outras pmles todas as outrasdrogas , equantas »« outras mercadorias ba nestas partes ,dequecomprareis asquequizer«das, comque. carregueis as anos , ecento se tantas liuerdes . Sómenle

baucismisterqueo vosso corretorDauanequeira hírcomuosco,quesabe« o preçodas cousas , porquevos nomenganam no comprarevender, e«vós nomdardos polas cousas maisdoquevalem na terra, porquehe»cousaquemuitodanará aos outros mercadones , sobrequeásvezes ha

« contenda . E fal lou EIRey com o corretor,quees laua presente, e lheperguntou se dizia verdade: dissoque si. Então ElRey lherogou,quepois sabia tudo,quequíweseircom os nossos ajudalos o ensinalos noque tanto lim comptie, eque o Capitão mórlho pagaria bem. O quala lana doudo de prazerdoqueouvia a ElRey eaodo corretorfal lou

«vin te dous . Ai.roxo I .

5 8 VASCO DA GAMA , ANNO DE 1598.

a ElRey dizendo : « Senhorpagaque darei Dnuane.'

equantos»«me fal larem verdade, prometo ejuro pela vidademeu Reyqueseja»a tãº

"

boa,quesempreonde houverPortuguezes os vão buscare ajudar»«e seDanane comigo forequizertornarcomigo, el le tedirá a boa»« pagaque lhe farei ; porque, '

Seuhor, le prometo polavidademeuSeunhor,quo tornandodeCalecut_aquivivemos ledarmulade todo ou

—«quepassam osdebmpedemal , porquesenós bem viennos a tedar»« o prazerqueverásdo bemquenos fazes , esenos mal' for, como a»«pai te

'

viremos buscar. »Aoque o Dammerespondeu a EIRey : « Se- n

unhor, Calecul eportodo o mundo folgareide ircom os Portugue—n«zes , poloque tenho entendido evisto depoisqueando em sua compa—rou nbia, portan to em quanto el lesquizerem os seruireí ,queda paga»« serboa estou bem seguro. PoloqueEIRey lhedeu agradecimentos .

Então o Capitão mórd isse a ElReyquena cidadese não achaua o

mantimentoquemais hauía mister sobre todas as cousas ,queera trigoque achauâo muito pouco ehauião mister muito, porqueera o principalmantimento dos Portuguezes , doque fazião biscoi to . EIRey d issequeselinha algumque lho moslmssem, peloque logo o es quife foi à nao e

o trouxe,queElRey es tenc olhando, e disseque o trigo nom o hauíana terra,que o trazíão os mercadores de Cambaya, somente traziãopara seu comerporquenom em mercadoria ; masquesebuscaria quanto seachassena cidade, mas hauia misterquem o soubesse fazer. O Capilão mórdisseque o mandaria fazer“ ebauia misterlogo, porque logoqueria partir,que isto era em fimdeMayo desteannode “ 98. El Reylherespondeuquenom tinha tempo pera partirse não dahi a tres - luas ,que haniade serno mezd'Agoslo,queera o tempoda monção perananagar; doque o Capitão mórse agas tou em seu coração, e disseque folgârade logo partir porque linha muita esperançaqúe lá em Ca'

lecut baniudh charseus companheiros . EIRey lhe disseque d'aly partindo hauiad'alrauessaro marpera a costada India, enão podia nauegarse não com sua monção, porque na outra costa em inverno,hauia grandes tromenlas comque se perderião, eque portanto nom

podião mais fazer senão aguardarpola monção ;querepousassem,

Séria melhorlição : porque senos bemvier(viramos) tedaro prazerque(m isdo bemquenos fazes .

60 VASCO DA GAMA . ANNO DE 1498.

mentosd'ElRey , falarão com el lelargamentelodo oquelheoompria,queera, porquenel leNabãomuila conliança , como verdadeiro filho pnnhâoem suas mãos todo seu descanso, ecompriaqueel lesempreesticamcom ElBey , porque estando ellepresentenom haueria mouroque falasseEl lley mn! contra el les ; porqueel lebem sabia a traiçãoque lhequi

m fazero XequedeMoçambiquesem causa alguma, eassi em Quil t»,

eBombnça, e isto somente polos induzimenlos falsosque lhefazião osMouros estrangeiros ,que et ão tratamos mercadoresque oorríâo polesterms com suas mercadorias , enãoqueriâoque oulrbs Ihe tirassem seus

ganhos, eporisso erâo seus contrarias , cuidandoquese tn laesanos mterms em suas mercadorias , lhe * Um—iamos . seus proueilos, eporistoestornarmeterâo em '

cabeça ao Xequeeaos Reysdc Quíloo eBombaça ,que somos ladrõesqueandamos aroubare tomaras terras alheas ; porquedandolhecredilo os Reys esenhoresdas terras nos fação ma], enósfaçamos el les nas terras , paraque creioqueheverdadeoquedenós”dizem, e corra esta fama porlodalas terras . peraque nosração mal enom possamos tratar, coxim el la desejão. E porque nós nanemosd'eslaraqui alô o tempoqueparlamos, hauemos at taccoque alguns mãos Mouros falem a ElRey alguns mallesdenós com enuejadenossa boa pazamísade,que oomnosco tem assentada, e'

lhereuoluâo o coração bomquetem para nós : oqueos Mouros nom ousarão fazer estandovós presente, com oqueestaremos descansados e segurosdeninguem nos fazermal . 0que todo ouvido polo corretor,respondeo : « Senhores , segu n

«sou mouro, como vos (iareisdemyquevos farey verdade?»AoqueºCapitão mórlhem pondeo 0meu coração medizquehes nossovel»«dadeiro amigo, ede l i nes hadevirmuito bem ; eportanlo tudo ponho»«em tuas mãos, e tu fazeoque teu coração te disser . 0 mouroresPºndeo : « Faça Deos a mi oquedesejo fazera vós outros . 0 cofreque fanaua com o mouro dis c aos capitães : « Senhor, estehomem»muito mibó ; que diziaqueera muito bom, comquemuilo folgou omouro, o dissequeassi lhechamassem, eentão dali em diante lhechamarão laíbo.

Enlâo o Capitão mórlhedeu huma cadea d'ouroque tinha trinlamun dos , º lhedisseque sempre trouxesse, c lha deitou no pescoço.

tirarem . Arch .

VASCO DA GAMA . ANNO DE “ 98. M

Aqueo mouro dissequea traria quando andasseanlreboa gente, pôrqueautregentemim era grandeperigo mostrarouro . Então lheordenatão hum tostão pcm seu terpordia ; e logo lhedauâo cem tostõesqueel le tomou, edeu Nicolâo Coelhoque lhos guardam , ecom a

'

honrada codec se foi mostrarElRey,quemuilo folgoude o vertão contente; poloquelambem lhedeu huma cabayade panode seda,queElReydespío e lha deu. Cabaya he seu vestido, como a nós heo pelole. 0qual feito foi grão bem pera os nossos, como adiante se verá , pola boaverdadequeestemouro sempre tonecom os nossos .

0que sabendo os nossos honraque o Rey «ºlhe. fizera aomouro obm cadeaque lhevira, o o nomeque lhepon tãodo nono,queera laiboquequeriadizerbom, EIRey com el leesleuezombando

,e

dizendoque pois lhe puserâo nomede bomque assi o fosse, porqueIambem el le lhe faria mercê . Comque os bons irmãos e todosdauãomuitos louvores Nosso Senhorpolos trazer t_ão bom Rey , ecacuminharno bom caminho emqueeslauâo, poloque lhes conuínha com E]Boi lertodo o comprimento, eauondançasd'amisadequeel lequim ,

poroonseruarsua amísadeecom todos osda terra, eassi ordenarsuascousasquefossemdebem em melhor, emostrarEIRey a muita connançaque nel le linhâo, e sempre irem terraquando os chamasse, enom sairem nada de sua vontade. E chamarão os mestres epilotos

, e

com el les falarãoqueal li hauiãod'estaraté Agosto,queentão era mon

ção emquehauíâode partir. eo bom caminho emqueeslauâo,queemtanto ooooerlassem os nauios doque lhecomprisse, oque lodo faladoanlre el les porque se ordenarão ederâo pendores aos nauios, assi carregados como estauâo lhe calafetarâo os costados quanto puderão, e

os al tos e cobertàs e tudo brearão com breuda terra,que hauia muitobom e cheiroso , e íizerão amarrasde caíra,quehefioqueosda terrafazemdas cascasqueos cocos tem porcima,quehc em tanta auondançaque em toda a India se nom semem d'enlro tio nas enxarcias ,amarras,que são brandas edão de si, poloquesãodemelhor lança

Senos fosse l ícito,recons truiriamos assim m dpm agem zc SabendoBc yn bonraque os nossos Bzerão ao Noam,

com eadeaque lhevira, eo nomequede novo lhe puzerão,queera laibo,quequeriadizerbpm, estevecom el le .

t ombado, etc . Aj .

VASCO DA GAMA , ANNO DE 1198.

queos nossos ' . cabms,-c ecom agoado marsâpmais forles ; comqueos nossos âzerão boas amarras , eenm oeas comquedenouo enxarccarão os nauios . E ponqueos nossos leuauão todos os ferrosde cordoariaIotão fazersua obra ao longoda praya,quea genteda cidadesahiaver, ediziãoque os nossos l inhão muito saberem todas as cousas , oqueElRey tambem sabia a ver, e acabada obra se lom uâo nao,quenenhum entraua na cidade, eos doen tes eslauão porfôra nas hortas,queunia muitas emui viçosas, emuito boas agoas ;quesómenteo gromete compradorcom o escrauo arabiaque (alana n aum ,

; andamcomprando as cousas ; eos cruzados e tostões valião maisque em Por.luga] . E porquenas cousas os nossos nom (ossem enganados nos preços,ElRey mandou apregoarpertoda a cidade'queninguemvendesseaosnossos nada pormaisdoqueval ia, porqueporisso lhemandaria queimaras casas , oque assi lodos guardarão. E com estas tantas mostrasd'amizndequeElRey mostrau'a, os capitães ,que muitas vezes hiãoa terra. verElRey , bora hum hora outro, aqueElRey bia mostraracidade, e (olgarem huma grande horta, e já em tanta segurançadeboa amizade, Ec y desejoude irveras naos , o disse ao Capitãomór. El le lhe d isseque seria grande honraque lhefaria, o seus péstocando suas unos licarião ll oa e muito ditosas . E ordenado odia,as unos furão concertadas e limpas , com perfumes eramos , com muitasbandeims .e loldas armadas com panosdeFraudesdefiguras , ealcatifase alambeís ; eas lanças em cauídes , e ferros limpos, eas espadas nuaspenduradas , armas brancas e ricas ooiraças , eas armasdos capilâes ; ecopeira posta com suas baie as e todo concerto , como homensdemuitariqueza . E os capitães nos heleis assi oonoerlados sefotão a terra, ono bate!de Pauloda Gama leuarão huma só cadeira para EIRey , guarnecidadeveludo cremesím auelulado, com franjadeno d'ouro pregosdeprata , huma alcatifaquecobria toda a quilhado batolde proa, ondebia hum guião farpado dedamasco branco evermelho com a cruzde'

Chrislo , e franja ecordõesd'ouro ecremesim. Chegados terra entrouEl lley com a!guns dos seus fidalgos , . eu se assentou na cadeira queixando-se com os capi tães porque não linhão cadeiras pera seassentamm ;disserãoque nom era costumeninguem assentam como o senhor.

. a labm . Aj .

VASCO DA GAMA , ANNO DE 1898. 63

Porão acompanhando ElRey muitos barooê, ealmadiasdas naosdosmercadores , com suas bandeiras e festasdeseus tangeres e alahaques ,quenom erâo ouvidos quando tangíão as nossas trombetas ,que todos secalauão porouvir; echegando às naos fizerão muy grandesalua d'artelharía egrita . ElRey « andou . derredordas maos olhando perRM , e

pergun tando muitas cousas ; e subindo BlRey perhuma escada á nao,que pera isso se fez, os capitães o leuauão pelos braços com grandescortadas eacatamento ; eposta na lolda cadeira eEIRey assen tado, eoos seus em bancos cubanos com alambeis , ElRey 0 todos estauão muyespantadosdoque vião , perguntandoElBey porlodalas cousas , foy veras camarasdos capitãesqueassim uâo concertadas . ese tornou assentar, onde já estaua huma formosa mesa posta, com toalhas deFraudesfa mosas , e lhe puserão nel la muitas oonsemas e confeitos , eamendoasoonfeilas ,que leuauão em frascosde vidro, eazeitonas grandes epequenas , 0 caixasdemarmeladª. ElRey estauà mui espantadodoquevia, edizia aos seus : «Se estes homens se sememde prata, seu Rey senão« semirâ senão com ouro . »Em m ataros capitães , e comeo edeu acomeraos seus ,quemuito folgarão com as azeitonas sobre tudo, e lhedauão vinho em taças douradas ,queel les nom beberâo pornão serseucostume: então lhedarão agoa em jarrosde prata ecristal i nosdourados .

E acabando o comer, o Capitão mórlomou bum rico baciodemãos 1aurado dourado, ehum gomildo theor, foidaragoa às mãos a EIRey ,que porcortezia el lo nom quiz tomar; então humdos seus lhadeu, eElBey lauou as mãos e boca, esealimpou a huma toalha lauradadeouro, e tirando o bacio o mouro nom podesenão com ambas mãos,assi o gomil ,quecria muito pesados,que logo o Capitão mórmandoualimpard'agoa emater em suas camsque tinhão, e o mandoudaraospagesque o leuassem, oqueElRey bem queria. Então o Capitão mórlhe disse: « Senhor, manda leuaras peças pera leu sem iço, porqueao«mo tejá semirâo outrem ninguem sepodesem írdel las ,queestehe»« nosso costume. »OqueElRey muito lhe agradeoeo, e folgou muitocom as peças , dizendoquenenhum Reyda India as linha, . eeslaua mui

espantado falando com os seusdas grandezasqueos nossos fazião, comque se lomou a terra com suas festas , entrando primeiro na outra nao,

i mandou t Arch . Aj .

6l VASCO DA GAMA, ANNO DE “ 98.

que ªchou tambem assi concertada . E chegando terra -nom oonsenlíoque os capitães saíssem fora eosdespedio ; eo Capitão mórmândou aocom torque louasse a ElRey a cadeira comqueElBei muito folgou :com oque lodos Bcarâo tâo seguros na paz eamisade,quesempredepois os capilâes hião evinhâo a lerra, ea genledas naos , oomo se íotão naluraes . E porque aos capilâes lhepareoeoque pera melhor «ramimde lhe compría »grangem'

u tambem aosda priuançad'ElRey eseusregulares,queerâo tres princípm humregularda fazendada terra, eoutmdo mar, e outroda justiça , parecendolhequeem era bem , a cadahum mandarão cinquo mundosde cetim amarello ecínquo couadosdemão de sono verde, e quatro barretosdegrã, pedindolhe perdão pelopoucoque lhe mandauâo ; comqueel les farão muito contentes , ecommuilo prazero farão dizera ElRey ,que disse: «Nada fal ta a esteshomens para tudo acabarem assi comoquizerem .

CAPITULO XV .

Gºl o m un ns um s nesn mo os nossos, a o ma m eona uu nau

cou owzmuio n ou n L'numa na cu sco: In casu DA mou .

Sam» 1a chegado o tempo pera os nauios partirem,queera com vistada lua 'de Julho de1 598, ElRey ,que linha muito cuidadodoqueaosnossos compria, lhe linha prestes dous pilotos , os melhoresque pôdeachar; e mandou chamaros capitães , e lhedissequejá era tempodepartir. El las disserãoque já de lodo eslauão pres tes com 33011 tomada,que o pilotodeMoçambique lho l inha dito, o qual EIRey mandouvirantesi, e lheperguntou se queria ircom os nossos : elle dissequesim,

p'

orque lhefaziâo mui to bem, comqueEIRey folgou, edissequequandotornasse lhe [aria muita mercê, e Iolgauaque fossepara ajudar, sealgumdos pilotosquemandaua adoecem oumorresse; eencomendou aoscapitãesque lhe âzessem bem, poisdesuavontade os queria seruír, oqueel les lheprometerâo, e com ElRey es líuerão falando, a quem Emeydeu muita informaçãodecomo hauiade fazersuas cousas novenderecomprar, e sobre lodo lhemuito encomendandoquecom muita mansi

VASCO DA GAMA, ANNO DE " 98. 65

dão falassem, o d iss imulassem com tudo oquepodassem quando achassem homens maos esoberbos ; eque nom fizessem nenhum mal , senão

quando tanto lhe tiuessem feito,quea gente folgamoquesevingm em :

eque no comprarevendernom danassem as mercadorias ,queeraa principal comque lhecausaria muito mal ,queos mercadores estrangeiros lhebuscarião. E porqueas gentesdeCalecut não guardauâo muita verdade, nom âm suas pessoas senão com segurosrefem, eoutrasmuitas 000888dequeElRey os anisou comoverdadeiro amigo ; equeo ,

mouro correio: aabía os pesos emedidas,que tudo continuaquefariacom toda verdade, e pois '

jâ entendia muito nossa [ala,queera o mórbemque podia auer: comque sendo horas se farão jantarcom EIRey ,que lhedeu grandebanquete, mandou os baleis carregadosdecomerás naos,que bastou toda a gente.

Acabado o jantar,repousarão hum pouco, e porqueos pilotosdisserãoque daki a tres dias aniãode partir, mandarão os capitães logo tazeragenda, : e enchergranda tanquesquejá linhâo mollidos nas naosque portem poucas aduelas depipas lhe mandou ElRey, fazerpolos carpinteirosda terra, e lhe tim ão huns tanquesde tauons juntas ecosidas com nodo cairo fortemente, o abetumadns pordentro com breu,abetumados de la] sortequeetão mais estanquesque pipas e fotão fei

los pola medida dos nauios debaxo de ouberln, e assentados pédomastro grande,que cada hum leuaua trinta pipas dagoa , e cada nao

fez quatro tanques ,que toy grandebom auiamenlo ; porqueBoauão as

unosdwpejadas pera mais poderem carregar.Os capitães estiuerâo com EIRey até noitequese forâo às mes , e

disserão aos mestresqueseconcertassem,queda hi tres diasqueriãoos pilotos partir, eel les muito folgauâo, porque eradiada TransfiguraçãodeNom Senhor.

Ao outrodia logo sefarão a terra estarcom ElBey ,que lho muitorogaraquesempreesliuessem com ello alô se partirem, e estando com

ElRey el le Iherogou muy aninmdamenleque lhepromelessemde tomarali, enom se fossem para Portuga l sem seu meada ,que queria mandarElBey seu irmão com suas cartasdeboa amizadequecom ellehaviade lerpara sempre, comquesería mórBeyque todos osda Índia . 08

Nos codicesdo Arch . eda Aj . lê-se: n aque lhemandou n ele.

TOMO I . 9

66 VASCO DA GAMA , ANNO DE 1198.

capitães lheresponderãoqueerâo muy contentes ,quem í lho prometíãoo jurauão pola cabeçad,ElBey seu Senhor, aindaqueem Calecut achassem sua armada, porquepera lomarpara l'orlugal porali ara maia oertoe direito caminho : oque tanto lheralificarãoque EIBey ficou crente.

Então lhedisserão «queporqueo marea terra lem os perigosqueNom »

Senhorqueraqui te deixaremos hum sinal ,queppm semprenesta lua»cidadeestará em leníbrança lua, ede todos quantosde tidescendemm,

«queserá o nomedo nosso Bey escrito em huma pedra com seu sinal , »queestá em todalas terrasdeseus amigos ,quesepõem porlembrançade suaverdade. DoqueElRey muito folgou, edisseque logo trouxes

sem a pedra,que á portadeseus paços queriaqueestiuesse. Ellos disserâo : 'estando dentm na cidade nom '

n será n vista das gentesqueebegarem esteporto eportanto hauiad'estar, ondedetodos fossevista .

AoqueElRey dissequejá muito queriaver,que posessem ondequerquequíwesem . Entâo

'

mandarão tram da nao huma colunademarmorebranco com seu

'

pé ecapitel ,quetinha encima o escudodas quinascom sua coroa, eda outra banda outro escudo emqueestava a espera,eao pé letras talhadas na pedra e dentro douradas,quediziâo : l arl u nar. . Dasquaes colunas vinhão seis ,que El Bey mandâra fazeremandou aos capitãesqueas_posessem nas terrasque assenlaseem em sua

amizade, pera vem memoria sempredurarem, eseremvis tasdetodalasgentes,quedepoisviessem . Trazida coluna,queElRey vio, sequeixoucom os capitães, porque logo como chegarão nom poserão . Ellasdissefãoqueo nom âzerâo, porqueElRey Ihemandamquea pedra nom posesnem se não na terra emque conhecessem verdadeira amímdede bomamor, como tu, Senhor, nos tens mostrado pola grandezadetua bondade.

Houve ElEey muito contentamento das palaumsdo Capitão mór, e lhemandouque logo posassem ondequitessem. A qual fotão pôrem humouleiroquehauía sobreo porto parteda mão esquerdada cidade, lugarmuy vistoso,quede lodo o marsevia a coluna, queElRey mandoupedreirosqueajudarão assen tar:quesendo posta em seu lugar, foy aolemninda oom orações de ttes clerigosquehauia nas naws , a com as

trombetas esaluad'arlelharia das mas, comque ElBey houvemuito

prazer. Então os capitães.pediria licença BlRey pera ali fazerem suas

'que. estando etc . AÍ. t bm ; Aj.

BB VASCO DA GAMA, ANNO DE “ 98.

aquaesqueroulrosque assi âcassem famndo este tamanho semiço a El

Rey : ed isto lhedeu seu aluarâ assinado, e cincoenta tostões .

Nestedia à tardeserecolherão os pilotos às naos , hum com Pauloda Gama, eoutro com Vascoda Gamª, ecom o pilotodeMoçambique,quelhedarão camaras emqueagasalharão seu falo e logoElRey mandouâs naos barcos carregadosde biscoito ,que el lemandam fazerao mododos Mouros ,quehecomo bocados depão, emuito arroz, emanteiga ,cocos , carneiros salgados como chacina, inteiros eoutros víuos emuitasgalinhas , emuita verdura, apartadamenlepara cada nao em muita anon

dança e muito açuquereem fardos em pó . E porquejáde lodo estauâoassi auíados pera outrodia partirem,queerada TmnstiguraçâodeNôssoSenhor, sedespedirãod'ElRey , qual o nom pode sofrer, es'embaroouem seu barco, ese toy com el les falando cousas demuito amor, comquese del la despediodo bordodas n osdecada hum, eesteue olhandohum pedaço, vendo como metião os bateis dentro, e se despedindo lhetangerâo as trombetas com toda a gentedargriladeSenhorDeos misericordia, boa viagem, comqueanoiteceo .

E ao outrodia amzmhecerãaA as mas embandeimdas, e sendodíaclaro darão as velas , langendo as trombetas com muita alegria , lodosem joelhos dando Nosso Senhormuitos louvores portanta mercê comolhe tinha leila , lonando tão bom auiamento para suas cousas . Navegandocom bom vento em vintedias houverão vista de terra,que os pilotosdisserâo antesquea vis em,que toy hum grande monteque está nacostada India no Reynoda Cananor,que osda terra chamâo am

.

sua

lingoa o MonteDaly , e lly chamâo aorato, e lhechamio o Montedel y,porqueneste monte hauia tantosratos,quenunqua nel le poderão fazerpouoaâ o ; porsercostumedarem peftasd'aluiçaras aos pilotos quandovem tem , darão aos pilotos adn hum hum sayodepano vermelho , edez ioslões, eseforão chegando a terra alé verem a praya, eoorrerãouo longodella, epamrão âvish de huma grandeponoaçâodecasasdaepalhadentro em huma haya,quedisserão os pilotosquesechamana Cananor, onde no marandauâo muitas almadias pomar, emuitas chogarâo perto vêras naos ,que muy espantados Corão a terra contandoqueas nausquepassauão tinhâo tantas cordas e tantas velas , e homens

e lhedar. cincocnla tostões . Arch .

VASCO DA GAMA, ANNO “ 98. 69

brancos : oquesendo dito a ElRey , mandou homens seusqué isto fossem:ér, mas as unos hião l á longe, enom furão.

Nem terrada India usâo muitodo feiticeiros eadiuinhadores , emórmenlenesta costada India,quesechama tem do Malauar, echamâo

estes adivinhadoreeom ga m; esegundo depois soube, nesta terradeBam orhouve hum tãodíabolíooWoeiro, emque tan to criâo, quetudo oquefalouescreuerâo eguurdarâo como profecias ,que hauiadeser. Do qual tínhâo huma lenda emquedixeraque lada India hauíadesertomada e senhoreada de hum Bey muy longo,que tinha gentebranca ,que farão muito mal aosque nom fossem seos amigos , equeisto seriad'aly a mui tos tempos ; edeixou sinaes de quando isto seria.

E com grande aluoroçoqueElRey houvedavista destas naos , muydosciasodesaberoqueera, falou com seus adinínhadores, perguntandolheque lhedixessemquenaos erâo aquel las e dondevinhão . Os feiticeiros

,

falando com seus diabos , lhedisserãoqueas mas erãodehum grandeBey ,quevinhãodemuy longe, esegundo oqueacbauão escri to estas

et ão as gentesquehauíâode tomarIndia porguerra epaz, como jámuitas vezes tinhâo dijo, porque o tempoqueestam escrito em acabado .

O Bey muy espanlado lheperguntou seo seu Reyno baneria algum malestesresponderãoque osmossos nom faríão mal senão a quem lho Bwase. Doque o Rey ficou muy cuidadoso, e nisto fulana muitas vezescom os seus , naquaes lhemuito contradiziâo oqixeos feiticeirosdizião,dizendoque nom os cresseporquenisto nom acertarâo nunqua verdade;porque a me tampoqm as nossas naos chegarão passam dequatrocantos nunosquedas partes deMalaca eChina, e1.0u hum anno

passarão á India maisdeoilocenlas velas, grandes e pequenas , comgentesdemuitas nações , todas carregadas de mercadoriasdegranderiqumque lmziâo a vender, evierão lerCalecut ecorrerão toda a costa, efurão Cambaya, tantos farãoqueencherão toda a terra, ecomo mercadores seaposentarão perM oles lugam da costado mar, ondeetãorecebidos eagamlhados como mercadonesquecria. Osquaas quandoassi chegarão costa do Malauarcuidarão todosqueetão estas gentesque suas profeciasdiziãoquehauiãode tomara India, eo perguntarãoaos feiticeiros, osquaes olhando suas lembranças lheresponderãoquenom Guassem medo, porque o tempoque India hauíadesertomadanom era ainda chegado. 0queassi toy ,que esliuerão aquellas gentes

70 VASCO DA GAMA, ANNO DE “ 98.

portoda Indiavendendo etratando suas memdorías permuilos annos ,ondemailos casarão eassenlarão vincada, emque se tim ão naluraes eaealinrâo oom osdas terras , ooutros muitos aelornarão pera mas lerms ;o como nunqua mais tornarão aviroutros , se fotão gastando atéquefeneeerâo, masdol les ficarão muita geração ; eporqueas i cã odo grossasfazendas, emuitos nos lugares emqueestacao tínhâo bairro apurado,como em Portas:! eCastell: em outro tempo sohiâo bauerjudiaria ,

e,

mourarias apartar!“ azarão cam deseus idolosdegrandes edilioiosquehojeemdía aevem , e em espaço devem an os não Roon nenhum : 0que tudo ami lem em suas lendas . E pois então tantas gentes nom to

mario India, agora . com hauiadesertomada pergentesquovinhãodo tão longe, enom hauião do vírtantosque houvessemde tomaraIndia . E zombauàodoquedizião os feiticeiros .

Blas ElRey ,quemuito oria nel les , eseu coração ndiuinhaua oquehauiadeser, falou com hum feiticeiro em quem muito cria, elhedisse,quevis eemqueseamrmaua, porqueseera como dizia , elletrabalhariaperassenlarpaz oom os nossos em lal maneímquepera sempresegnm aeseuBoyno, e nisto gastaria partedo seu lhesouro . O feiticeiro lhedisse: Senhor, eu tefalo verdade,queestes homens nom trarão tantas»a gentes comque tomem terras e

s

reinos , mas ouquevieremquantos »« querque forem,

com mas n os poderão maisque todos quantos an. .

«darem no mar, polo'que hão sersenhores do mar, comque força. »

«damente lhe obedecerão osda terra. E quando elles forem poderosos »« no mar,queserádeteuBeyno, eenom lineres paz com elles i A m - n

qumeres . BlBeydisse: «Meu coração medizquo modnm verdade.«eeu farei oquemecumpne. Disse o feiticeiro : «Seantesdecinco»« an os nomviresquetedisseverdade, mandam cortara cabeça. Comque0 Ray ficoumuy creme, assentado em seu coração com os nossos

assentartoda pazquepodesee. E porque logoveo nonaqueos nossosestauão na cidadedeCalecut,que ha doze lagoasdeCananor, EIReymandou homens a Calecul ,que sempre lhevinhão dizertodo oque os

nossos lá pa sanão.

mordiào oom osdenles pera vereeera prata. E Vascoda Gamadisseao mouro epilotosqueseos pescadores lhe perguntassem, lhe dissessemquevinhão de Melinda,que chegu

'ão ali perdidos ,que andauão em

buscadeoutra sua companhiaque cuidauãoque ali achassem. 08 pes

eadores tornando a terra, aquemuita gente perguntam porqueos virãoenlmrna nao, el les conlauão oquelhedisserâo, mostrando a moedaquelhe darão polo peixe: oque todo sendo contado ElBey , esperouqueos nossos mandassem terra, mas os nossos nom mandarão. ElBey as

taua muy desejosoqueos nomes m udassem tetra, emandou aos peo

cadoresquefossem ás naus venderseu peixeeoquequimssem, eperguntassem portudo ; oqueel les Gzerâo, levando muitas galinhas , efigos ;cocos , comquevierâo muitos . Mandou Vascoda Gamaque ninguem

nom comprasse, senão os pilotos emouro, quemandouque pagassemà vontadedeseo?donos equeem nada os agrauassem. Muitas almadinahião à outra nao, e tambem ninguem compram senão o piloto comn

'

ntens emaos vín lens ,dequeos capitães aqui lim ão pagamento a cadahomem viole cruzados . O mouro eos pilotosdizião ao Capitão mórquemandassea tem , el lerespondiaquenom hauiade sghirem terra alineasem l icençadeseu dono, como el le fizera o_m Melinda ; eassi estandoveo huma almadía carregadade lenha vender, e porquena nao hauia

muita lenha nom tomarão, lomando—se, o Capitão móroemandouclamar, e erão seisque vinhão n'almadia, e mandoudara cada bumhum vintem , eque se fossem emboraque nom hauiâo misterlenha .

Disseo mouro ,quepois nom tomauâo lenha porque lhedana dinheiro?Disse o Capitão mós : «Aquel les são homens pobres evem vender, e»« nom lha comprando se tornauãodescoqlenles, que lhemandara porissodardinheiro porseu tmbalho nom ficaremvão, porque assi o linhíío porcostumepagar muito bem âquellesque lhebem fazíâo, doqueo mouro ep ilotos ficarão espantados : e assi odisserâo os negrosdalenha, comquemuito contentes seforão terra, e contauâo isto porgrandemarauilha. Oque logo toy contado a K lRey ,que:com os seus

praticando gabaua muito franqueza e bondadedos nossos . E potguntando ElRey tudo aos pescadpws , elles lhedisserão tudo oque lheospilotos contarão, equenom ousauâo subira terra porquenom linhão

licençad'ElRey , equevinhão deMelinda,quo andauâo perdidos embuscadesua companhia,quecuidarãoqueali achassem, eporos nom

VASCO DA'

GAMA, ANNO DE " 98. 73

acharem sequerião tornar. Noque assi estiuerí o tres dias , eporque ospescadores ,que mwania vir,diziâoque tudo oontanão ElBey , e

vendo o Capitão mórque ElBey nom mundanarecado, praticárão como mouro oque lhe pareciaquedeuião fazer, porqueel les nom sabião os

costumes destas gentes . O mouro lhedmquedeuião mandarrecadoEl lioy , e dizeroquequerião. Oque assi pareoeo bem, emandárão ao

mouro quese conect am para it am : noqueestando, voodo terrahuma

"

alm din grande, cmqueveo bum criadod'ElBey , homem fidalgo,queelles cbamâo Naira,quevinha nu, somente hum pano branco cingido,que lhecobriado embigo até meas coxas , huma adarga maytodelgada,redonda eembraçameutoedepao, evermelha,quemay toreluzia,e huma espadª nua oom empunhaduradefen o ; espadn curtadehqmcoando, e larga—na ponta ; o “ bello comprido sobrea cabeça : homemmayto preto e 111u bomdesposto,que chegando ao bordoda nao, sementrardentro perguntou polo capitãoda nao, e lheresponda) o Capitãomór,que era oque queria,que el le era capitão. Disse o Naira,queElBey lhe mandava dizerquem era, eo quequeria em seu porto,quelho mandasse din h o Capitão mórrespondeoque nom mandára seurecado porque nom tinha sua licença, mas agoraqueel le o mandam assi

o faria. Exilão o mouro foy com oNaíre,muyto índustriadodoquehauiadefalar, o qual vendo ElReyqueera moum , assi cuidouqueos nossos

o etão. O mouro disse ElEey : « Senhor, diz o Capitão mórd'aquel- u

« las mes,queestes dias nom temandourecado porquenom tinha tua»« licença, mas agoraque lha i

mundas le pou ca creado, memanda a n

«mimedizqueel leheescrauodo MrBey Chrislâoqueha no mun«do, o qual mandou huma armadade cinooenta nace,quemandauá« huma mªra carregardepimon la edrogas , a trocodericas mem óo—nrias , ouro , eprata,quemandará ; equeachando esta letra, emque« assi carregam oquebusoauào, com o Bey del la assentamebon paz»« o tratoquedurasse para sempre; equeel leera o embaixadorque»a baninde irlom , porque oCapilão mórnom hauíadesayra terra. »

«E partindo, com tormenta no marseperderãoda outra armada ,que»« del la no sabiâo parte, eandam perdidos pormuytns partes baniu»u_doas amos, e íorão terMelinda, ondeestá hum wuyto nobreBey , »que darão esta contade sua fortuna, epordelles hauerpiedade, ]he

«disseraque lhe daria pilotouqueo: lem a: terra ondenacia api—bm o 10

VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 198.

«m u c h a; muytasdrognswqm lbemuyto agradooea os , eespí« ldu noc lmuw io aqui ondeestamos n vinhnmos com grandewpe- z« aqui achariamos nom armada, eporquea nom t chamos esumoswis—pc m ,quenom sabemos oquefaçamoqqi em hea n sí o porqueaqui»« viemos , eo quebuscamos . »" Ouvida porElRey toda esta mm. gom . Boou muy espantado , eh lándo com os seus ,dizendoque seriabom,

pois os nom e ali crio aportados , saberquemercadoriasqueriâooompnr, equo ma '

oadorias lraá âo pm vender, a todos pamoeo bem oqueElBoydizil , eo seu feilormór,queheregedorda fazendado m todo mar, poloqm a â odis e m momqneoomo t ndnm el lo com os

Cbúslâw?0 moum lheoonh u como , o emquo lugaro tomrâo, edepoisque com os am os andam lhevira fmrooua sdo lâo bons homeus , eporque lho bem pagauão os mmia e hirh oom el les ao cabodomundo, seel lesquizeesem. E lhedou muyta noundu m ndemquetim ão oom ElBey de l lelinde, eaarioas oom que lheda í o ;doquea ElRey cmoeo mndo oobiça ganbardos noesos ouh'o unim e nmdoudizerao Capitão mórque lhe pasan com sua fnrtunmeiolgân muyhq'ue sua armada viera lera seuportomueqm to era á oarsaquehiiobuscar, !be carmgaril as naos do úmM edmgasqnanle esqumsem, eporseudinheiro lhedaria todo oquebouvessgm cidadeuquepedante podiâo fazeroquaquiam em j mudoqo mwm em hm al

madia oom muyun âgos , gnlínhns , oooos mdes emOaVidO polos hons irmã'oeoreadod'ElBeymouvoriopuy toplmr,

dando n Nos o Senhormuy tos louvoms , ehauido seu oomelbo m udarãoa ElRoy granda agardeoínenlosdaroposh edorefm ,dimndoqueotomam poroortezia , '

masque o nom podiio tow , m oompmrmmvendernada, seln primeiro m hrpaz eamimdemoqm a pá meim u

nom amem,:nadn '

o nome podiào hm ,queassi o tru iio perreM aiode seu Rey ; porque sa assi o nom úm sem, lhem daria corelara ºabeça, e portanto nlda fnriio , edalim tornu iâ0 l eprimeim não

goa l sc wim sabera m iodem tarpúmoíro pam ,quo lbedaria a propría embaixadaqueElBoy mundanaqua se 6605 43 00 86qwu mmm ”. ..qouvido porel hey o AjJN u nc h uk “ .

76 VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 198.

quando os topam m,que portanto houvessem porbem,queosd'estágente baixaque se tornassem Mouros , liuremenle podassem anda porondequim m, porque sendo Mourós já erão fôrada leydos Malaui;res , ede seus costumes ,quepodessem andarpolos caminhos , e seIomssem em toda sorlede gente; porquese cal les isto nomqtlizessem nom

poderiâo manwrsuas fazendas pera tratarem suas terras . E com isto,

dando peitas'

aosregulam , oda priuançados Boys . acabarãoqueco»sentirão .isto .

.

Poloqueesta gentebaixa, porgosarde tamanho bem, porqueerão assi gentes malditasquoviuião nos matos ecampos, ondenomcomíâo senão hemas ecaranguejosda terra, e com serem Mouros podiãoandarporondequízessem, ganhar e comercomoquízessem ; fazen

doseMouros , os Mouros lhedauão panos esayosquevestião, lomaramsetantosdel les Mouros econcederão á ley deMafamede, efarão em [aulacrecimento,que loda terra seencheo d'el les : oquecausou a estes

Mouros serem muy valorosos e possantes porseus tratos '

pertodaãasterras , emórmenle nesta terrado Malauar, esobretodo nesta cidadedeCalecul , onde linhão mórescaladºesla pimenta edrºgas,quepassauãoMem , 0 com ellas corriâo pola Turquia, edah i pertodalas provínciasda cbrislandade, trocadasde terra em terra.

E como isto assi era, sentirão os MourosdeCalecut, emquehaniamuitosque sabíão as cousasda christandade, o gra'ndeinconuenienteeoerla destruição sua edeseus tratos ,que seria seos nossos assen lassemtrato em Calecql , oque logo assi faríâo pertodalas terrasda Indiª ;hauendo huns com oulros seus conselhos , lodos assentarâoquecom todassuas forças das pessoas efazendas fizessem deitar os nossos fôrada terrª»oqueassi faríâo perlndalas outras partes, com tal modo,quenompodassem tratar nem seaproueilar, e ficassem homensdeguerra,queosnossos nom poderiâo soster, porque cã odo muy longe letra, e:m e

M º para India, tantos comeria o marque nunqua tantos podiãopassarIndia,que podessem senhoreare tomar. terras, . elhetirassemªº“ '

Srªnde assento e poderesque tmhâo na India. E com estas contasassi lançadas anlresi, o escreuerâo e Bu fão saberesta suadeterminaçãºtodolos outros de toda a costa da India,que eslauão um?PM

pera toda '

ajudaquecomprisse, com as pessoas e fazendas : com a quallencão fallarâo com o feitor mórd'ElRey ,queera Védormórde sua Iazenda, 0 m i com o Gozild'ElRey ,quehe regedorda justiça , elhe Íã

VASCO DA GAMA . ANNO DE "98. 77

laudo em segredo em mododeReis amigos , lhe dizendoqueel les comoverdndeiros amigosd'ElRey , porquehauiâodegaslaras vidas efazendasem seu semiço, lhediziâoqueel les , como pessoas tãodínasdecredito, opodiâo fallarElRey , edizerque tiuessemuitoresguardo eaniso noque Em com os nossos, porquesem duvidaqueetão homensquetinhâo em suas terms tantasriquezas ,quenada trabalbauâo portratos;somenteganharterras ehonras porarmas ; equeprimeiro as mandauâover, e espiarpara depois as virtomar: peloquesemduvida podiâocrerque estes ,quevinhão nestas mos , nom vinhão outra cousa se

não com dissimulaçãodemercadoresquevem assen tarpazes e tratos ,com presentes emodos tingidos pera somenteverespiar, depoisvirtomare roubar: oque eslaua bem visto , pois vinhão de tãolonge terra com duas naus pera tratarecarregar,queportanto el les (168sem de tudorasâo e aniso ElRey ,que visse como fazia suas bom s

com os nossos . O Gol il eVédorda fazenda, como homens auisados ,logo cairão nesta cousa : ambos praticando entenderãoque os Mouros oque falauão tudo era porque na terra nomquerião veroutros tratanles ,que lhe danassem seus tratos, eos medosque lhemetiâo etão vento,porquê nom hauia podertamanho no mundo,quepadessa tomara cidadedeCalecut , emque para guerra hauia duzentos mil homens : assi bempraticado antro ambos

,com a esperançaque linhãodas peilasquelheos

Mourosdarião, oque tudo el les podiâo ganharcom os modosquenºmcousa leríâo, derão algum en tendimento aos Mouros,qup lheparecia bemoque el les diziâo , eque tudo fariâo poramord'el les , e porque lhe osnossos nomdanassem seus tratos. Com oqueos Mouros muy conten teslogo lhedarão grandesdadiuas , comque lheganhârão asvontades . Que

notorio heque os omciaes mais goslâodas peitasquedos ordenadosdeseus oiticica, com o qual al icerce,queos Mouros perestemodo íizerâo,depois causârâo aos nossos grandes males e trabalhos , como adiantesevem .

EsteVedorda fazenda eGozil firmados em seu interes e, tirando aseus proueilos n a oquepodião ganhardos Mouros ,queerao principal , e tambem porsemostrarem ElBeyquetinhâo bom cui

Está em ambos os exemplares n emo com presentes eu:. Bnl ta nous .

78 VASCO DA GAMA . ANNO DE " 98.

dadodeolharas cousasdeseu semiço ,quelhecomprião, Alguma cousad'islo tocarão a EIRey , nom lhedando m ãoda informaçãoque lhederão os Mouros . ElRey era muy vão porsua muita grandm ecobiçoao

porcondição ; disseaos seusqueem lodo mundo nom baniu poderquetemesse para deixarde fazersua vontade,quequemviesse com enganos ,que com al les Bcaría. E com esta fantasia assi estando, lhe foi omouro com pecadodo Capitão mór. como atraz disso. 0queouvido porElRey , o praticou com os seus , tomando seus pareceresdoquedeuiafazer, eel lesdisserâoquenisso cuidariâo,queas cousas apressadamentefeitas as mais das vezes seerrauâo : o maisque o a tado dos Beys erade vagarfazersuas cousas . Poloque, assi paraoebdo bem ElBey ,mandou viro mouro, e lhedissequese tornasseàs naos , edissesse aoCapitão mórque el le lhemandariareposta, masqueseamianto tiuessenecessidade d'alguma cousa de terra,queseguramenteo pódia mandarcomprar. 0que ao Capilãor'nórperocaoqueerâo modosd'eslado,queos Rêys tínhão em darrepostas ; mas parweolbebemmandara temhomemqueem mododecomprador visse genteecidªde. Aoquemandouhum João Martins , degradado,quesabia falararauía eebraíoo,queerachristão nouo homemdesubtil entendimento,quejá entendia a faladom uro, mas nom sabia falar: efalou com el lequefossea terra com

o mouro com dinheiro pera comprarcousas de comer, eque olhambem toda a cidade, eo mododa gente, e ouvisse bem oqueentendesse,e nom falasse nemrespondesse, e vissequecousas sevendiâo, '

epergunlasse ao mouro pelos preços , enada comprassemaisque cousasdecomer, e se tornasse dormirâ nao . E muy ensinadodoquecumpriao mandou; ed isse ao mouroquefosse a lem , esempre trouxesseconsigo João Martins,que o nom aparlassede si, e lhemostrasse todas ascousasque sevendião nas lendas ,queerâo musas fôrademercadoria,que folgada de leurpera mostrar em Portugal , masquenada compram ,

porque as nom podia comprarsenão depoisdepaz e trato as

sentado. Osquaes dm barcando,que a gentevio portuguez, era a

gente tanta a verqueo abafauão,doque sevio o moum tão ímportunndoque se foi a casado Gozil ,quemuito folgouverJoão Martins, esabida importunaçâodo mouro, mandou com el les bum criado seudestes Naires .que fizesseafaslara gente, comqueforâo desembargadamenteda gente. Os Mouros, vendo JoãoMartins comquealguns Ialauão

80 .VASCO DA GAMA, ARNO DE “ 98.

aoque tudo lherespondeo. E scudo bom deoomer, lhemandoudar'de jantarem huma mesa, emquecom o el le e-João Martins , eos Cupitães em outra mesa. a ahado o jantarsoreoolherâo â w nm oom

o castelhano, que o Capitão mórdeu tambem contadewmo al í vooportar, assi pola ordemque João Martins lhe contara, e lhe dizendoo_Capilâo mó:que eslaua determinado assentaramizade com ElBey , elhedarsua embaixada e presentequeleuaua, e ali carregaras naos,mas nom sabia se acertaria ou erraria, porque nom sabia as condições d'ElBey eda gente, nem os [ratosda terra. O mouro castelhano,porDeos inspirado, lhedim : « Senhores Capitães , olhay bem oque»«vos falo. Quando entrei nesta m vos trazia no meu ooraçio tray»« çâo,quevos ooutarey ; mas entrando nesta camara Deos manda a»

«meu coraçãoquevos fale verdade, o nelleverdadeiramentecreoque»« ordenou aqui viesse ter, pormoyto bemque Nosso Senhorapra »que heiaas, liurandouosde tantos perigosdo mar, eoradosdesta ter»cura,quepormim Iheapra:que seja s liures, com todo vos descobri r »« com toda verdade. Poloque, senhores Capitães , deveisde saberquetantoqueaqui portastesdêstes grandetoruaçâo aos Mouros desta oida-nde,quesão muylos, emuy poderosos na let ra porsuas grandes rique- n

« u s etratoswsquaesvendo estas naos , saMndoquo erâodeChristâos , ».dequesão imigoemortaes, esabendoquemandaisrecado aBlRey pera»« lhe falar, e assoa larpaz e amisade, oque não seria senão pera as-v« sentartrato, todos se ajunlârâo os principaes, ehouverâo seus oonso—n« lhos , emque assentârâo gastarsuas pessoas efazendas aobnevosdei»darem fôrada India, nomdaqui somente, mas detodos outros portos«de toda esta costa,queem todos ha grão somadeMouros, assiri- nquos epossantes como em esta cidade, 808 quaas esoreuerâo suas u m .

das desta determinação, e sem duvidaque lhenom tardará reposta»muylos dias , esem duvidaquetodos hãodesermoyto contentesdesta

« consul ta ; e já estes estão muy oonoertados com o Vedordà fazenda,«ecom o Gozil , peravos danarem com ElRoy quanto poderem. E como»

. eu sãode lodos conhecido, e sabemque são das partesda chrislandado, comomuy lasvem lhetenho contado, paroceolhequeoumelhor

«queninguemvos poderia enganaretrayr, mo prometem grandesdadi—numa paraque tingidamenle memeta emvm amizadepoxa saberde»«vossos segredos, elhedaranisode todo. Evoo faloverdadeque com»

VASCO DA GAMA , ANNO DE " 98. 81

m t: tenção epensamentorecolhi a minha casa vossos hospedes , pen »

«quecom esta amizadeHuesca entrada comvós outros ; eaquientra do .« nau camam ondeestou, meo coração loun '

muilo temordeDeoe,que.«medizquevos taça bem. Agoravos lenha faladoverdade, :nandaíme»«oque faça , evereis sesom falso ou verdadeiro,quea meu parecer.c nom hebemquodemimvos & ismoíamevodes mouroeantrel loum . »

Oque lndg ouvido,responderão ao mouroqueera tão grandecousa oque lhe tinhamodo,que já porEso lho cria em tanta obrigação ; comoel loveria a paga, depoisque _

tiueesem visto sua verdade; mas lhemuitorogavâoque elle lheaconselham o modoquecom el lo leria) pera sepoderem aproveitardo bemqueibes queria fazer, enom fosseentendidodos Mouros,que el lo nom fizessem algum mal . O castelhano lhedissequo lhediria seu pareoer, masqueelles âzessem oque'dheu melhorparecesse, mas o nom ooosentiaeemquetornassemais a entrarnas naus ,cquedelâde lem , oom osque lâ foàsem , elle faria oquepbdem ge

porque os secs o nom entendessem, odespediwem com boas palaums,dizendoquenom tomassetrabalho 'detomar5 nao senão com sua licençaqueseriadepoisda paz m entada : oqueassi lhepareoeo hem, c assi o

azarão,quedepois deassi muito falarem so sahírão para a lolda, ondeestíuorão praticando em muitas cousasqueo castel hano oonlaua,quetodaa gente folgauadeouvir. Então o Capitão mórIhemandoudarcinquomundosdepanoverdemuito fino, dizendoque u folgârawmuito do oouvirde tantas cousas como lhe conlaua, equese(0880 embora peratem ,que el lo eslaua aguardando porrecadod'ElRey pera bit a terra,eselárom folgada muitoqueel le fossecom el lepen falarcom ElRey ,poa sabia a,

]ingoada terra. O castelhanodasa: «SenhorCapitão, nin-r« guem podehírante ElRey aenão quando ellemanda, epormnlo eu»u íçlgára deo servirquando já tiuerdes assenlado vossas cousas . Lá»

a úa terra eslou, lá o semireid'esta mm équemefaz eem lho merecen '

.

Com oquesedespedio e foy pera lem , com quem os l louros logo falatão oquo achara, c ello lhediasequemuilo com os nossos falam, o

soubera del lesque partirãode Portugal em companhiade huma grandeam ada ,queseu nny m nda a buma lem a cam gardrogas epimenla

h it: no eodioedn Aj . . folguiu Aj .

Tºl º

se VASCO m em , ARNO DE m a.

ehauia dous aumqueudmio perdidos , porque nom mbiâo a lem

ondo biâo,que aó o Capitâo mórd'armda louana o pilotoquesabia nlem '

nemquebauiiodea n '

egar,quem huma lem uouaque'

mdanom tinhio mnegado, equepem o keyda lem leuauâo presenbeecamm m ahrprimeim pu eamindewrimeímquevendessem nem com

pm mnqm as carh s epm enleestecapibàod'estas naos o m ia,queel leem o m aixadorquehauíadehira mm m nura paz etn lo. Equesendo m i perdidosdesua oompanhbmndarl o hum anno emeo sem

vertem , forio lera Moçambique, onde lheEze'râo mal o engano , em i h owinrio fazerem Quiloam Bomh aJondeforà tera Mehnde,onde acbado m bem m neyqueassenmrâo pa para sempre; ondeoonoertarão suas naos , e camião edormião em tem dentro em m

d'EIEey : o qual a bendodo sua fortuna lhedeo pilotosqueos trouxerâoaqui, pm mdolhequepois sua armada biç buscarphnenla edrogas ,pqdh sorquevinha aqui a Calecut . E oom espemnçadeaqui acharemm am ada a isso vierão, equandp nom achauâo, éstauão para separtir; mas pois aqui achauâo oqueNão buscarcarregariâo, seElEeyprimeiro oom elles assenlasse boa paz, pera o que lhedarião cartas opresenledeseuBay , m trazíão,quobauiâodedarw Beyda terra ondehouverâode cum . : As

'

mais destas cousasquevos tenho contado»«medísserão os mpilãeg, emo conlou hum corretorque tramm eos u

« pilotosdeMelinda. Derâome oinquo couadosdepano :em ªodespe—uv

«dirão . como homensquedemim nãoqueriâo mais, somentemero w

“ M oquese viessem a terra tem com el les aula ElRey , aoquelhe»dªºº(lua o Enemdeboa vontade, masqueninguem podia birdianle»

adElRey senãoqum allem udasse, ecom isto memandarão para terra .

Os Mouros , ouvindo estas cousas ao castelhano, lhederâo muito crodilo, porqueo linhão porbom mouro, etodos houverão seus conselhos ,dizendo,queporqueElRey era cobiçoso elles nom põderião estornarquemm falassecom os nom masdepoisqueoom elles falasseerecabemeseu pmsenleem tanto seassentam amizade e trata , então era necessarioterem laes modos ,quenas compras evendas lheordenarião como nomquisessem carregarc sê fossem ; equeo principaldisto hauíadefazero

Omil lido no Ms.da Ai. 'Em ambos os codices se lemediram . oque éerrovisível . º

86 VASCO DA GAMA, ANNO DE 1698.

«M on tesiminhaalma o'vidaponqneu elle, oomopiadoaoSonhor, »« lh

'

aprouvewoquo iao acabm mefm seu a nãoseruiço ; peloquevos »«digo un verdade,queaindaque agom wtiuesse na bnrrade lisboa, »«dentro nom hiria , em les porminhas màos tomaria a morte,queap-n« pareceranteEl lk y , nom Ihe leuandom ndodo qua neencarregou ; e»nporque isto m ontei em minin alma, nom estimo nada a vida, eassa »«demá oooh dariademim se, portemordamorte, eu melesseem meu»« lugar quem tim e oquehetanto minha obrigação . E portanto, sem .

« duvida ou bimí lon a, enom temo nada, porque ludo he na mão »

«de Deos . Poloque, Senhórírmio , ea todos vosrequeíro da pu le«deDeos , ed'ElRey noeso Senbor,quepornenhumdesastrenem morte»«quemevenha, 'nom deixeis de trabalharportodo concertoquevos »«bem parecer, até carregarestas naos ou oque poderdes , equando«nada poderdes oarregarpara mos trarElRey , comtudo logo vos par- n« areia, e tomai a Portugal darrazão a ElBey doquetemos feito ; e»« nom podendo logo partir, : com u o tempoque tiuerdes bi no longo»«destª terra, pem ondeo tempo voa seruit , edescobri quanto poderdes »ver, trabalhando porcomprarpimenla e drogas , ecom desta terra»pormomra ; e nada lomeís porforça na tem nem no mar, porque»m om fiquedenós venhde-ira a famaquede nósdão os Mouros ,que»« dizemque somos ladrõesquevimos espiaras letras “

, para depois as»

virmos tomar; oqueprazera a Nosso Senhorque elles nisto sayrâo»«verdadeiros ,que ElRey nosso Senhor'quem -á : Deoefamrlheessa».

«mercê tamanha . E isto vos digo emando omn iodo poderque tenho. »

A0queninguem (enequeresponder, senãoque Nosso Senhorw al la ce

omelhormomo fosseaeu sanlo semiçow h uloda Gama assi O promoteo seu irmão,que tudo faria como mandaua.

E Vasooda Gama se ordenou '

oomo hauiade ira terra, e o presenleque hauiade'

leuar, ea cartaquehauíadedarEIRey ,que ambos ªzarão, emque posarão o prohemiodePortugal , dizendo EiRey ,queá. saa noliciufora queo senhorda lndia m podcroeo sobm muj los Bem ,

esenhorde grande fiquem , e poderosode gentes guerreiras , comque_podia tomaro mundo sequim . Oque lizera grandedesejo a seu 00

“ No M pluda Aj . umumn abbuvvmm-i,qu sepódo tomrporcqúim y w oqm o

VASCO DA GAMA,'

ANNO DE 1698. 88

raçâo pera o m dan bmre conhecer, o oom lello m m toda '

hoa

amizade,quedhquisa eom anúgos eomo irmâommandu suu nam e

mercadorias,quehauia n uyh s emm lleyno,de todns sorlesquequim aem,que a wu l leyno trariio, evenderiâo, e trooarião peroutrasmemdorias,que lhediziâoque hauia em seu lleyno emm s, emórmente pimenu odmgns ,queem seu neyuo nom hauh ; poloquemandmcinquoenla u os , enelh s Cnpilio mórno mar,quea ten a nom sayria ,sómen le seu criado Va so de Gama, segundo Capim mór, pera iratem com essa mm m que lhemandam . O qual todoque lhe fal. .luaso en dem hoca epalann , aquedém todo o mdíto, porque o

oomqueoue oonoormeee M usse, el le o aúrmaua m sempre,que tambem sous Blhos, eosque dellesdescendeesem, assi o allirmariào.

E el leassi o alhm uua ; o aminaú o o sim l d'EIBey , eposerão sobre acarta o selo da armas com cera vermelha. E ordenou doze homensbemdespostosqueoomel lem mmuy to bemvwlidos . lâo presenleperaElBey : huma peçad'eecarlata muito fina, e humª peçadeveludo cremesym audutado, ehuma peçade cetyn amarel lo, ebuma cadeira guar.uccidado hrocadode pollo,rica e cminçâodeprata dourada, humaalmofadade cetyn m ma ym com borlas deno d'ouro, eoutra almo

fadade oel ymroxo pera os pés , 6 hum baciod'agoa às mãos lavradodourado, 0 hum gomílda mesma sorte cousa muiiorica, 0 hum espelho grandedourado mayto fam oso, e cinquoenla barretesde grã com

botões eenxarafasderetroa oremesym com fio d'oum , postas em cima

dos barretos , eoinquoema bainha de facas de Frandres com tachasdemarfim ,que Budo em Lisboa, eas bainhas douradas . E tudo cobertocom toalhas , e tudo muito bem: concertado.

CAPITULO XVII .

como n aco m m urorA m u , à sx vw cou Bum ng cn scvi,cou nu.: m m:son s comum na n z a u n o, n o ova pm ou.

En n oom orecadoqueo Capitio mórlhemmdou,quo nm hauia

de fazersem primei ro assentarpaz, e querendo , lhe diria arazão, e

86 “VASCO DA GAMA , ANNO DE 1698

oohm a pu m hda entâo m laria o tmo, falou sobm iao oom aeus

príúados, o oom o VedOf da fm nda, eGoml , poqueElBey diziaqueunhadeeejodo saheroque os nom quoriio . O Vedorda fuenda, eGon

'

l ,quejá esh uâo com pai!:dos Mouros , disser“ aElBey ,quecompria muyto primeíro a heraverdndedos nm mevinhio pera bem ou

não ; equeporemtanto lho m ndm dimrque lhemandm hum ho

mem, dequoqueria tomareníorinaçãodoquoqueriio, esefwsecousadesuavonude então ouviria a embaixadado seu l'wy . Oqueassi pareoeo bem a ElBey , é islo a cahpdo tresdias ; enlio mandou cbamarocorretor,que sempreesta :: em terra, ello e João Martins , como compndom deoousasdeoomer; mas lamban o oorrotoroompn m poroelamas , ehaijain , epaposd'almisquere, eisto pouca cousa, eassi pimenta,que lhem ndiâo às medidas, efeixesdecanella 0 M m , e isto como

pera si, eâ noile o leuauâo quando se hiâo pen a nao. Osquaes chegados anteElRoy , lhe disseque fossem nao, e leum mmcado ao Capitão, emandou com ella hum Naira paren tedo Goail , e lhemandoudizerque lhemandassehum homem,

'que lhe soubessedarrazãodoquelheperguntasse, eperelle lhemandassem eomoqueriaqueapaz losse(eita. 0 Capitão mór, vendoqueaalmadiavinha comrecado, mandou pôrsobrelenqoes , comoqueestauâo alimpando e asoalhauão, as cousasdopresenue,quejá disse, emuytosramaes de con esredondos ,queera a

principal mercadoria.

Entrado o Naim os Capitães lhe limão bom gasalhado, e dado orecadod'ElRey , logo chamarão a Nicolao Coelho,quevooda outra nao,eo Capilâo móro mandou a terra bem vestido eoom dous homens, el hedisse o queElRey queria saberdelle;queperguntandolheáoom dapaz lhe disse,queel leBey hàuiadedarsua paz eseguridade, como Reyqueem, aos nossosque036q em terra comprando evendendo asmercadorias , equeninguem lhefaria mal , nem nenhum engano, assi nospreçoseomona famnda,quetudo lhedarião como aos outrosmercadoresestranmirosm lhedariâo embamações para oque cadadia comprassemmnbam mm á noite; equecompraria)das cousas quantidadequaquisessem, equenom pagaríão mais direitosdoqueera na terra costume,

' A varianledo eodioeda na l Livrariad'Ajuda é esu ; 'depau seguri

88 VASCO DA GAMA, ARNO DE 1 598.

quelhefaxiâo aquel lasdetenças porqueel leseWetomassepuxão,eso toyqueo nom vissem falarcom elle.

'

Ao outrodia Nicolao Coelho sedeixou estarna casa muitodm gnratéqueo vierào chamar, o foy casad'ElBey , onde porta achou oVedorda fazenda com muita gente,queo moeboo com honras , elhedissequeElBey esmua mal disposto, elhenom podia falar,queElBey mandauaque com elle falasse todo oque queria . Nicolae Coelho lhe disseque elleu'

aziarecadoqueo Capitão mórmundanaquefalassea ElRey ,queportanto o nom podia falarsenão com el le, e seEIRey estatua maldispostoquese tornaria à nao, eviria quando ElRey quizama. O Vedorda fuenda aporâouquelhefalasse, mas Nicolao Coelho nom quis , elhepediu embarcação pen aetornarâ nao,doqueo Vedorda lan nda mandourecado Ellley , o qual o mandou entrar. Então o Vedorda fazendao lenon onde estam ElBey em hum

'

uma pequena como mmm com

pouca claridade, assentado ElRey em huma cama baixa coberta com hum

pano branco : á porta escuna hum soo bramane,quesão como secs clerigos . Nicolae Coelho fez ElBey sua grande cortezía, eesteueem pécalado, eo bramanedisse ao corretorporquenom fulana, eo corretorfalou em outra lingoa a João Mªrtins ,queo falou a NicolaeCoelho, e

el lerespondeoque nom podia falarsem lho ElRey mandar. Então ElRey mandouquefalasse, e el le lhedeo lodo orecadoquemana, as ícomo lho mandara o Capitão mór. Oque ouvido porBBey dissequese fosse pera fora eaguardasse,queo Vedorda (m oda Iheleuariareposta. DisseNicolau Coelhoqueareposta nom haviadetomardeninguem senâO

'delle. Entãodisse EIReyqueera contentede tudo oqua ,

queria, emandaua ao Vedorda fazendaque tudo fizesse; comqueodespedio. E lomados fôradisse o Vedorda fazendaquedissessequemercadorias trazia. Ellerespondeoqueasque liuesse traria à terra, esedel las senom conlenlasseas tornaria leuar, ecompraria com ouro eprata, masquehaqd'assenlaros preços e fazertudo depoisqueÉ !Rey segurasse tudo como dizia ; e então, . fazendo começode trato decompra evenda como terra d'amigo e irmão com ElReyde Portugal , o

Capitão mórviria a terradarlhes ua Embaixada eoquetrazia pera el le.

Aoque tornourecado a ElBey , o qual mandou seo m inado em hum

folhadepalmeira secca, ea trouxeo bramaned'ElRey ,queem escritacom letras feitasderiscos . E o bramane tomou huma linha,que trazia

VASCO'DA GAMA, ANNO m a. 89

deitada tiracolo antm os dedos polegares , com as mãos juntas, ejarbuquo ElBey assinam aquella ola, o nel la anim am: esegurava tudy assicomo o Capi tão . mórpedia. Então NicolaeCoelho falou com o corretor,o qual lhe disseque tomam ola com mostrasde conlenlamento,quelado cria porverdade, edepois veriâo obra como se fazia. Então Nioolao Coelho com mostrasdeprazertomou a ola, e beijou, epoz nacabeça, ea meleo no seio, e disse no Vedorda fazendaquo lhedésseembarcação pera leuarrecado ao Capitão mór, qual lhe logodeo, o

hindo pera a praya, o castelhano perpassou pelo corretor, e lhemeteona mão hum escrito, emquedizia ao Capitão mórquefizessefesta comolad'ElBey , em udam a terra a mercadoria pouca,quecadadinvendesse eoompmsse, e â npileembarcasse, emandasse feitoreom o

corretor, eJoão Martins , eoutro homem anisados,queem nªdaraqueainseemdoquelhe dessem . Chegando Nicolau Coelho, « â naodeVascoda Gama:quevio a m do castelhano, elheNicoho Coelho contou oque '

passara, pareoeolbo bem oquodizía o mstelhano, emandou pôrbandeiras o tango: as trombetas, eíam saiu commuitas camaras emambas as anas , dequea gente seespanton vendo as naos tirartantostiros . E logo o Cammo mór, tomando oriscodaventuraqueDeosdêsse,ordenou porfeitorhum Diogo Días , homem gia criaçãod'ElRey , o porescríuâo l'erodeBraga, ecom elles l oâo híartins, o -o corretor, c o piloto mourodo Melinda,quesemnuídou pera hircom 91199 a terra. E

porconselhodo corretor, pam assentaro preço mandou em hum caixão

hum quintal de coral deperna porlacrar, eoutro tantovermelha) , 0hum barril d'azougue, cinquoenla pãesde cobre, evinho umnasde com a grossos laurados , eoutros tamosd'ahmbres , ecinquo Portuguemd'ouro, ecinquoenta cruzados, ecem tostões em prata, euma mesa comhum pano verde, e huma balançadepao com quatro quintas , 0 hum

meo quintal ; elhemnndouquemoebesçean polo preçoque lhedeasem,

e alealdassem com balmça epesos ; oque tudo o escriuão escrçuessoem liaroque pera isso leuaua,quenada lherequestassemdoquelhedessem, epornenhuma cousa aporfiaseem, nem com um ao corretorqueUm nenhuma podia, como en seuoostum ; equeoom ludomwim eemquefolgnuâo, em maneiraqueantes cuidassemquo et ão homensparvos,que anisados . a corretore piloto disseque no comprarorendernom aporliassem nada,queassi o linhão porcostume, equandoroxo 12

90 VASCO DA GAMA, ANNO DE 1198.

nom whauâo boa oompra ovendn sehião a ouln y ammndea melhora

'

chm n : e a'

lodos dando aniso doque bauiàodeÍalarefazer, osmandou no balel emquefarão até penoda terra, esorgio com huma hum ,

porquenom podia chegar a tem , porqueo mararrebenlauamuito,e somente as almadias sabiâo tomaros maresque lhe nom faziâo mal .Como o bate] sotgio, lºgode terraveo huma almadia emquesemeueoJoão Martins , corretore piloto, e [orâo lem dizerao Valorda fazendaque al l í na praya lhedêsse huma casa pera o feitor estarcom a

fazendaque trazia ; oque logo assi o mandou ao corretorque tomamqualquizesse oqueassi fez,que tomou huma casa grandededonarepartimen los ,deque logodespejarâo gen tequenel la a lana. A almadiatrouxe o leitor eescríuão, e toda a mercadoria, balança,que pozerãopandw a , e pozerâo mesa com hum bancoqueda nao lambem ln

ziâo, e as mercadorias tanbem pozerâo em outroroparl ímenlo. E lºgo

veo o Vedorda fazenda com muitos Nairas,quemandou afastarmuitagenteeMouros,quo estauão olhando . Então o feitormostrou lado oqueall i tinha, e o Vedorda fazenda lheperguntou se linha muita fazendadnquel lasque lhemostram . Disseque tinha pouca, porque outra muitabia nas outras naos,quequanta liuesse venderia, seachassequecomprar. E o Vedorda fazenda lheperguntouquemoeda trazia, eo feitorlhamostrou; e o Vedor da fazenda mandouvirbum cam

'

bedor,que todapesou, e tocou em seus toques ,quepera M o trazem,dequesão muitosabidos ; pozerâo o preço a cada moeda,quedísserão ao feitor,que o

escriuâo escreueo,que era mayorquede Portugal . O feitor dis cquemais valia em sua terra, masquena compra se podia ganhar, e lºgofaz preço a cada mercadoria persi apariada, emque semuilo ganham ,

assi nn valia como no peso,que nomeauâo farnçolas ,quealealdado comos pesos erãode dezoito arraias , e vintefaraçolas hum bât , assi as

sentârâo os preços da pimenta, e todas as drogas ; equerendo pôropreço a oulras cousas , o feitordisseque nom trazia licença pera comprat maisque as drogas , e lhe perguntou o Gozilqueera oque logoqueria.que tambem hi eslaua,quevieradepois trazendo comsígo algunsMourosdesua valia, paraquevissem oque seGal ia. Então o Vedordafazenda disse sequeria logo pesar; dia sque si. Então mandou trazermuitos sacos de pimenta ,que se peeauão em sua balança,—que eragrandeedebum só braço ,que fazia ada pesodecinquo faraçolas ,que

92 VASCO DA GAMA, ANNO DE "98.

dºmRoy ,quea lanavendo o peso. E logo comprou o piloto o taumdo obarretosque lenon nao em almudias ,que já linbâo preço certodecada caminhoque híão aos baleia eás naos . Os bateis sempre cataniaem seu lugar cada hum com dous berços bum bombardeiro , e marinheiros com lançasdebaixodos bancos , eos ferros metlidos pordebaixodas tilkas dos baleis , eleuauâo o comerqueoomiâo , eestauâo sempreprestes pera aoodirse houvesse algumareuol la. E pesauão até à tarde,ondevinha o Vedorda fazenda fazera conta earrecadaras mercadorias, o tomaua asqueo feitordana, porqueem todas seganbaua muitodinheiro ; e á noite como os nossos carregauâo a fazenda, o Vedordameada hiadarconta a BlRey ,quemandouqueao outrodiadêssegengiure c oque usei se fez. E trazido o gengiure: á feitoria,que vinhabarrado com barro vermelho, * porqueassi o leuauão por:; fora, porque bia oom o ban o melhon eoom mais íorça. Mas o barro era lantosobejodoqueabastara.quemuito mais pesaua o bandqueo gengíure,noque aos am os fazião granderoubo,que o feitorbem entendia, porque lho dizia o correm , mas elledissímulaua a _dizía ao Vedorda fam daquemandasse deitarmais barro ao gengiure, porquehauiadeandarmuito ; .do qual . o Vedorda fazenda mandou trazertanto,quetíuefãoquepesartres dias, emquetambemenlremel lião alguma pimenta,porque o feitordizia mzeera neoessaria pem meuerdebaixodas oulrasmercadorias .

O piloto deMoçambique,que eslaua na nao, ordenou osrepartimentos com os barrotes lancado, tudqpregado e muy forte,queosamoin adas naos fazião, e forrados com esteira,quehauia muitas emterra feitas para este carregardas naos . E o pi loto disseao Capitão mór,que cada fazenda fossesobresi apartada, porque quando bia misluradasedanificam huma com outra ; oque assi sefez tudo, como o pilotoordenou. E pas ados tres diasquepesârão gengíure, disse o Vedordafªzendaque tem canel la. Disseo feitorquea canel la hauiade tomarporderradeim , porqueporsercousade Volumeepouco peso hauíadeficarencimade toda a carga. O Vedorda fazenda dissequeera necessarioque tomam huma pouca ,

porque se hauía dedespejarhumam emque estam . O leitor vendoquehauiadefazerdeforça oque

l'

Pal la no exemplardl Ai. Idem Idem .

VASCO DA GAMA . ANNO DE 1198. 93

quim o Vodorda fazenda, nom podeal fazer; trazida canella ensacada com paes eesteiras assi pesauão, eem oanellavelha emáquenom prestam : o feitorfezque o nom entendia, epesou, comqueosbaleia forâo em humdia até à noite tres vezes carregados ás naus ,quetoda foi descarregada na nao do Capitão mór,queinda nom tinha nadacarregado. E o feitorescreueo ao Capitão mórquej omara m ena indaque era má , porque o Vodorda fazenda lhemandaraque a tomasse.

O Capitão mórlherespondeoque tudo tomasse, indaque fossem peores cousas , porquemais nom podião fazer, oque sempre pedissepimenta ,que era oque mais oompria, porquenom podião carregarsemprimeiro a piímnla hírdebaixo.

ElRey estaua tão oobiçoso do muitoque ganham noque compraua e vendia,que já lhe nom lembram nadada embaixa da.

Os Mouros, hauendo grande sentimento de assiverem carregaros nossos , eque tão haldiamente como homens bestiaes lomauão oque lhedauâo sem nadarequestamm, sendo cousas másquenom valião ametadodoqueporel lasdauão, o as mercadoriasquedauão emcom dobrado peso ; conhecendoqueElBey era tão oobíçoso,queemquanlo os nossosquim çompmr, antes ElRey hauiadedaraos nosaosque não el les, poloquese «viessem . muitas naos fazercarga,al les perderiâodetodo seus tratoe, M o falarwm o Goú l , elba fizerãograndem om ento , dizendoquebemvia o compraravenderdos nossosqu'

eera como homens bestiaes,quedauâo pelas mercadorias o dobro' doquevaliâo, e tomaqcousas podresquenada prestauâo, o folgauão comel las oomo sefossam hoas , oque tudo lheElBeydaua porquenisso tantoganham ,queestm certoqueeempreemquanto os Christâos al liviesnem, el les hauiadecarregarevenderas mandas primeiroqueel les .

Peloqueelles nom cam gando assi oomo hauía lanlos annosde lodo se

perderão ; pera oquetodo seu m edia,. pera islo nom serassi, eslavaem sua mâo edo Vedorda h zenda,quepodiâo aconselhara EIReyquenom assentam) an ia do nem trato com os nossos, senão quando primei romuims annos os tiuesseesprimenhdos porverdadeiros amigos, porquebemclaro estauaque nom et ão mercadores, senão espiasquevinhão veratem , para depois vircom muita armada tomareroubar; porquese

'u íssem c se lê em ambos oa eodíoes.

Sl VASCO DA GAMA, ANNO DE “ 98.

farãoverdadeiros mercadores nom compmrlão assi, ebaldinmeatedariãotanto preço poloquenomval nada, com oqueElRey está tão cobiçoso,que nom venem entende quanto isto lhereleua seureino evassalos ,e assentou paz e lmlo pera vera emhaixada, esaberque ooum m , e

de tudo está esquecido. Equepois el les lhedarião quanto el les quit ess

'

em, tíueseem mododeconsel ho com ElRey , em udasseviro embaixadora terra, 0 ªm suas cousas como lão grandeRey como era ; equeseo Embaixadorviesse, lhemostrando grandeestado muito mais o eslimaríq, porque o Grão Turco quando recebia embaixada d'algum Rey ,porgrandeque fosse, primeiroqueo visse, aguardam ás suas portasmuitos dias , porque tudo são ponlosd'honra eestado ,quê hãodelerosgrandes Reys ; edepoisdeouvida a embaixada passãomuitos dias , aulesque despacho reposta :queportanto pois lhejá linhàodado pelaura,quenisto tizesemalguma obra, porquea carga nom [ossoâuanle, elogowirião as soberbasdos nos os, eoqueescondiâo com sombrademercadores . O Gozil seo(feneoeo o fazer, porque tinha el leenuejadoqueVedorda fazenda aula dos nossos , esefoi ElRey , e lhefalou polomodoque os Mouros com el lefalárâo, aoqueElBey mandou chamaroVaderda fazenda, praticou com el le oque dizia o Gazl l , eel lelhedissequeos nossos carregauão, epagauão tudoquanlo lhepediâo, semnada engeilarnemrecusar; aoque o Gozil disse,queporisso lomanamuila mapeiaqueos nossos nom etão mercadores,que se Iatão nom

lomârâo fazendas podres 0 mins , dando porellas o dobroquevalião.

masqueverdadeiramenteentendiaqueetão má '

genledeguerra, 0 m iem modo demercadores enlrauâo nas terras a espiarverpara depoisvirfurtar;queportantodeuíade lhenomdarem carga, antes os malartodos e queimaras naos, porquenunqua mais al li tomam . ElBey

disseque pois lheassi parecia, mandaria n'ro Embaixadorque lhe traria o presente, equedepois m faria oquemelhorfossa equc lodmúalhevendessem fazenda, porquese lha nom dw am logo, tornariâo os

nossos má sospeila, poloque o Embaixadornomviria len a. Oqueassi parem bem. E ElBey ordenou com o Gozil vinda erecebimentodoEmbaixador, edepoisdevira tem elle i ria dahi fôra Panane, ondemuitas vezes ostam , mandaria la hit 0 Embaixador, —eque senomfosse o mandaria leunrporforça , eo mandaifía prenderse fizessealgumdesmando ; noqueasseutárãoque assi era bem. Então logo ao outrodia

96 VASCO DA GAMA .

'

ANNO DE “ 98.

lhoquo'

lho mandm famr, em h ombetas bnndeim de lafelá hm oo o

vermelho com a'nrespera dourada nellas, com seus cordões, eas

trombetas limpasquereluziâo como ouro, o lenou em sua campanhadom homm bemvestidos , ealgunsdem cm çâo eforão hum AluarodeBragn,ov

'

estidodo Capitâo mórepeçasdeprata meuido an huma arca, e lodo embarcado no bntel , e leuou humdos Naim , outro deixou com o

sobrinho do Gozil , muito bem aposentados em humreparlímenlodama camara, aque Pauloda Gama fazia muito gasalhado. E ao outrodia se foi nos baleia,que leuauâo tambem fazenda pera feitoria, oude o Gozil com muita genteesmua na praya aguardando porel le,queprimeiro mandou o Naireque fom dímra ElBeyqueestaua alli, o oomel le o lingoa ; oquefez o Capilâo môrpelo auisodo castelhano,quelhemandoudízerqueElªey sebauíadehií forada cidadeoinquo legoas pora o lãmandarhit , ísto industriado pelo; Mouros .

O Naíre e lingoa chegando a lem ,quodisserâo oreeado oomquohiãa lBey , o Gozil os tornoua mandarao Capitâo mór,dimdoquêdesembarcam , oquehirião ás casasd'ElRey ,queera bido fôra depressa,o hauia demmará noile,quemandaraquehi agoardasaeatéqueellovíense. Vasooda Gama mandou o Nairea lermqueaguardm aléquaWEIRey , e lhe dissesse como viera a seu chamado equeo nommhâra,que porisso setomm â mo améquo ellevim n seo m n

dm virquo logo viria :doquo o Gozil ouvemm noorin, edim ao

feitorque lim mal o Capitâo mórde nom sair, eaguardarElBey ,como elle mandaua. O feitorlhedimque o Capilão mórfu ia oquolrazia emregimenlomueellenom hauíadedarm emh ixadnde noibm à odedía, eslando ElRey em seus paços oom £odos seus 9dalgos . En

Iâo mnndoudim ao Capilão mórquemandasseos mfeus a lem pm

irem oomer. O Capitão mórrespondeoqueello os nom hauiade' nrmandnn que nom tinha podernelles ,queelles bem sepodiâo hirwquim ,que el le os não hauinde terporforça. Enlâo falou aos arreaas,que elle fom a terra pera hirfalara ElRey , equeo nom aohá

tão ,que Ihe mandâradiªerquo ElRey m hido fóra a outnn Espera o Aj . Esphera, como iá advertimos , é oquedevia ser. Palin

no NS.do Arch .

VASCO DA GAMA , ANNO DE " 98. 97

pam, e lhe mandava dizerque elles mandassepera lem , oque lhoel le nom podia mandar, porqueElBey os mandám estarall í na nao atéque elle lhe falasse;quepodanto seel les sequitessem' hirquese fossem embora,que el le os nom tinha porforça. Os Nairasdisserâoquesenão iriâo senão com mandadod'ElRey , eo m udarão dizerao Gozil :poloquo calão lhe lmuxarão seu comer, eagoaquebebião.

0 Gozil mandourecado a ElReydoque fizera o Capitão mór. ElBey houve paixão porque sergpendeodesehirfôra, elogoveo ao outrodia, emandou dizerao Capitão mór,queestaua em seus paços aguªrdando porelle. Aoque o Capitão mórsefoy no bate] , o o mouro oormtorcom grandes almadina o Ieuou a lerra com lodo o talo, esemeueona feitoria, onde seveslíode hum sayo bastardo, comprido até os pés ,de cetim alienado, forradode borcadoraso , e debaixo hum soyo curtode cetim azul , ebon egnis branquos ; c na cabeça hum barretedªoralbas , develudo azul com huma penna branca debaixo ée humaricamedalha ; e hum rico col lard'ombrasde esmal te, e hum cintoricocom humrico punhal . E * com elle hin a: hum page.veslídode celimroxo ; e diante delle Não os homens em 90 hum ante outro ; e logoprimeim o bacio,quehum homem leuaua tomada com huma toalha , cncostado aos peitos , adianteoulro como gomil eadianteo bacio com asfacas e barmtes , e logo o espelho aberto ,queeradeportas , muitorico ,lododourado ; então as peçasdeseda, ediantedetudo a cadcíra , spbreacabeça do corretor. E diante a peça d'esoarlala , aberta a pontada mostra, e dianle as lrombelas tangendo, e feitor com huma cana na mão,com o barrete fôra, como leuauão todolosdo presente. ElBey eslava emhuma varanda,quevio tudo na ordemque vinha, com muy grandeprazerdevertãoricas cousas . O leitor entrou dianteapresentando cada cousa

ElRey ena cadeira pós huma almofada; e outra aos pés,queo Embaixadorlho pedia pormercê,que se assentam: na cadeira , pera nellaassentado lhedarsua embaixada.queElBey polo grandeprum:comqueestam sem enina na cadeira. An tes de chegaraos paços hauia humalargarua, parquehia o Capitãomór, mas a genteera tantaqueos nossosnom podião andar, indaquehião muitos Naim fªzendo afastar, na qualenuol la hia grande somadeMouros assi com espadas, c c . adargas aomodados Naims .

0 Capitão mórhia muito mpousada edevagar, esedeixaua calarrol o 1 3

98 VASCO DA GAMA, ANNO DE 1698.

quado atéquefaziâo afastara gente. E auto de chegaraos paços , permandadod'ElReyveoreceber o Capitão móro Cam lda casad'ElRey ,queheGuarda mórde secs paços,que seº

algum. entrarondeesliuerÉ lRey sem sua licença, Iago á portados paços lhemandará cortara cabeça ,sem o perguntarBl lley , sequizer. Com esteCalual farão os nossos

mais desabafados , porquemandaua afastar, a lhe lmuião muito medo. Amda apeçaqueo feitorapresentam EIRey estam olhando , eporEm fa

xiia muitadamnça . Chegando o Capitão mórfoy lau do po'rmui tos pateos varandas até a casa dianteira, ondeElRey estana alem em outracamara armadadepanosdenadademuitas cores , ehum sobmceo branco ,que tomava toda a camara, laurado edesubti l obra. ElRey estaua sen

mdo em sua cadeira,queo feitor lhefezqueseassenlasse: homemmuitopreto, nu, com panos brancos vestidodo embigo até o joelho ; humdospanos fazia huma ponta comprida, emqueeslauâo enâados muitos uncísd'ouro com grossosrobis ,quemuito paredão ; tinha no braço esquerdohuma manilha acimado cotouelo,que paredão ms manilhas juntas, a

do meo mais grossa, todasderica pedraria, mormente do meo , emque tinha grow pedras ,quenom podião deixardeserdegrão valia, edestado meo pendurada huma pedra pendentequereluzia,queeradiamãodegrossura dehum dedo polegar, 'que parecia cousa sem preço ; e aopescoço hum (iodeperolas , quasido tamanhodeanclãs pequenas , o 90deduas vol tas até o embigo , acima linha huma cadea d'ouro rol içadelgada , emque tinha huma joyada feição decoração, cercadadeporolas mais grossas , e toda chea derobís , no

'

meo huma pedra verdeda grandurade huma taua grossa ,que segundo mostram eradegrandepreço,que sechamam esmeralda.quesegundo enformaçâo,que depoiso castelhanodeo ao Capitão mór, esta ]oya eaqueestaua nas manilhas

do braço, e outra perolaqueElRey linha pendurada nos cabel los , etãotodas tresdo lhesouro antigodos ReysdeCalecul . Tinha ElBey os ca

bel los compridos U pretos : lodos apanhados e atados sobrea cabeça”. com hum nódado nel les ; deredordo nó tinha»hum fiodeperoles ,como asdo pescoço, ena ponta do fio huma perola pendenteda faíçãodo pat ilha, mais grossaque todas ,quemuito pareciarica cousa : as

orelhas furadasdegrandes buracos com muitas orelbeiras d'

ourodegrãosPal la no exemplarda Aj . Idem .

100 VASCO DA GAMA, ANNO DE 15 98.

«me quiz trazeraqui onde eslou, porque eu m o'

vevdadeíramenle.

que tu bée 0 Rey eSenhorque vínhamos buscar, pois aqui achamos »« a pimenta edrogas,quenosso Bey mundana buscâr,que tu Senhor»« folgadade nosdar, emuita esperança tenho em Docs ,que antesque»« daqui paria aquivirá teroutra armada, ou algumas outras mos , por. »«que semduvida a ly Senhorvínhamos buscar. E tedigo, Senhor,que»« tão poderoso heElReyde Portugal meu Senhor,quedepoisque lhe»«eu lomar_oom tuareposta , e com esta cargaquemedás , mandará »aquí tantas usos emercadorias ,que leuarão quantas fazendas houver»

« nesta Cidªde: epera cedemda verdade, esta carta hed'ElRey meo»« Senhor, assinadadehua mão c a l le, nel laverás suas boas overda«deiras palavrasque tediz. E beijou carta, e pôs nos olhos , esobre a cabeça, e adeo ElRey com o joelho no chão, a qual EIReytomou, echegou aos peitos com ambas as mãos , mostrando sinald'amor,eabria, eesbueolhando , e deo ao Vedorda fazenda, dizendoquemandasse trasladar. E disse ao Capitão mórque se[om adescançar,queel leveria carta, em ponderia, equepedisseaoVedorda fazendatoda quanta fazenda quilessa carregar, e lha daria, e todo quan to houvessemis terpara as m os . Eque toda sua gentemandasse 5 Cidade folgarecompraroquequizesse, porqueninguem lhefaria nenhum mal e'disseao Gozilque ass i o mandasseapregoar; comque odespedío , dizendoque outrodia falaria maisdeuagar, porqueera já tarde. Comquesabiacom o Vedorda fazenda eGozil o Catu'

nlda portad'ElRey ,queo [muxerâo â feitoria com suas trombelas tangendo diante, onde sedespedírâocom suas cortezias . E o Capitão mórdormin na feitoria com seo grandecontentamento ,queao outrodia mandou os trombclns 9nao, huma cartaemque lheescreueo todoque passara com ElRey . E O

'

Vedorda fazendaao outrodia veo ao Capitão móre lhetrouxevinte peçasdepano brancomuito lino ocm chapas d'ouro, queel les chamauão beiramos , e outrosvinte panos brancos grandes , muilo finos em estremo, que chamarãosínabafos , edez panosdesedadecores, equam) pãesdebeijoimm odes ,quanlo hum homem podia trazer, eem huma panelade porcelana cinquoenla paposd'almisquere, eseis bacias de porcelana grandes comograndes gamelas , eoulras seis porcelanas cônas ,quequeda huma leuariadez canadas d'agoa dizendoqueEmey lhemandaua aquel las cousas preael le,quequando se partisse então lhedaria oque hauíadc leuarpera

VASCO DA GAMA . ANNO DE “ 98. M l

ElRey . Aoqueo Capitão mórIhemandou secs grandes agn óecíme'

utos ;que todo, e 8308vestidos mandou tudo à nao, e mandou trazera terrahuma peçadecetim cremesim, dezram asdecoral grandes , evin tebarreles vermelhos , emui tas facas , ehuma peçadegrã, 0 hum caixa

de coralde perna , melhorque hauía .

O Gorl l mandou deitaro pregãoqueElBey mandara, eporqueacasa em pequena, o Capitão mórmandou armarbalança fôrada porta,onde mandou fazergranderemada varrida eaguada, e mandou fazerbancos pera toda àroda, emquesesen lauâo muitos marcadores , eMouros ,vendo oquese fazia ;quesemprepesauíío, eaté á boite pagania, eanlamanhâ mm gauâo, poro marestarás vem para iã o, mas o melhorera à tarde. Ondeo Capi tão mórfez presenlesquemandou polo corretorao Vedor da fazenda, eao Gozil , eGulual , a quada humdez oouadoede ceiim, esois barretes, odez bainhasde faoas, encaram deeomes, edo mm]depcm meo quintal , comque el les houverão muitoprazer, elhemandarão grandes agradecimenlos . Mas o Gozil tinha paixão ,

"

porque sabiaqueo Capitão mórtinha dado ao Vedorda fazenda maisquea el le.

Os Mouros vendo este tão bom caminho aos nossos, eo muito maoquepara el les se começam ,a equea seel les o nom esloruassem, enosso

tralo epaz ass i ficasse assentado elles seriâo perdidos pera sempre, hanendo emm conselhos , falarão com o Gol il , ecom o Calualda portad'ElRey , e lhederão muitodinheiró,quefim como isto nom ficasse asscalado, pera que dessem modo como se armasse alguma briga comque os nossos âm sem algum mal eos malassem, comque os nossos

tambem ferindo ematando, _EIRey s'

índínaria oontra '

el les , comqueatodos mandaria matar, e tomaria quanto esliuesse na feitoria . O Gozil ,o mormente 0 Cama], porque era mais necessitado, e cobiçou muito oque lhe os Mouros darão e prometterâo, se obrigouque el le faria oqueel les veriâo masquehauerbriga nem mataros nossos , hauiâo medo,queElRey porisso [aria muito mal , porque es tima com os nossos no

amorqueelles vião O qual logo pós porobra suamá tenção, efoydizerao Capitão mórqueEmey queria falar” com élle ao outrodia, porquelogo. sehauiade hírpera cidade,queeradahiduas lagoas , ondetinhaseu principal assento, porqueali era o começoda cidade, eali viera somenteporveras naos : oqueassi era verdade, porquedali ao aposento

19! VASCO DA GAMA, ANNO DE 1398.

pdnoipald'ElBey ,queera nomeodn cidade, hauín duas grandes legou .

O Capitão mór, ouvido orecado, crendoqueerad'ElRey , dissequefaria oquemundana, mas EIRey tal nom mandam , mas como mandouaquellas cousas ao Capitão mórsefoy para seus aposentos para a cidade,porm i deixartudo bom ordenado. O Caiua! pozmuy granderecado nas

portas , em modoqueninguem podia entrarcom ElBey sem el leprimeiroo n berehirdimra ElReY.quºeslo m seu cargodeguarda mórqnomm o Vedorda fazenda, nem o Príncipeenlrana com ElRey sem licença

do Gamal , e isto era assi porseas antigos costumes . Os Mouros , vendoque o Caiua! tinha o poderpera tudo fazer, porque linhada sua mãoassi guardado ElBey ,que indaqueos nossos se quisessem queixarel lad'algum mal , se lho hm m, nom podiâo, unto peitarão ao Gama!queordenou fazersua obra esendo passados dous diasveo á feitoria embomandorquehomens traziâo ao hombre,quesão humus canas grossas volladns pera'

cima arcadas , e 'dol las pendurados buns panos largosde“. meu braça edecomprido braça emeu, enos cabos paesquesoaloem o pano pendurado na cana ; encima deste pano hum colchãodesua grandura, tudo isto feitodepanosde seda o fio d'oum , com muitoslauores efranjas eborlas, ea cana, os cabos guarnecidosde prata, tudomuito loução, detantariqueza como som os Senhoresquenel les andâo ,que vão assentados sobreestecolchão, esequerem, deitados em almo

fadasdeseda, edequantas gentilezas qum m. O Calva!veo assi em humdes tes andores , e trouxeoutro como o 900 , dizendoqueElRey lho mandaua pera hit nel le, porque em longa ecançaria, porqueElBey eslauana cidade. O Vedorda fazenda estava na feitoria com o Capitão mórfalando em suas fazendas , quenestes dias se dana muita pimenta ecommuito auiamentode carregar, porque já tinhâo muitas drogas , e lomauàoentão eramo enoz: o erano lodo era pao , e noz noscada mea podre;mas o Capitão mórfeitortudo gabauãodebom, comque os Mouros eGentios hauiãoque os nossos etão bestiaes , cuidandoqueaquel la enganonom oonbecião Então o Capitão mórse põeno andor, emuito encome

'

ndou ao Vedorda fazenda seo auiamenlo , eao feitor; esetoy com o

Catual cuidandoqueo leuaua casad'ElBey ; o qual foy com el ledouagar, porque cançauão o ito homensque o Capitão mórleuaua em pe

Pal la no codiceda Aj .

101 VASCO DA GAMA . ANNO DE 1198.

01o homem ficou atraz, ea almadiado Capitão mórchegou ondeastauâo numas casinhasdepalha, onde os nom deixarão híra terra, sómenleesliuerão atéquese como hum poucod'nrrozque lhe darão , dizendoquenom hauia nada outra comquecomer com el le. Algunsquetinhâo grande fome comerão, mas o Capílâo mórsua grande paixão o

nomdeixapa comer; e tornarão a bit pelorio . O Capitão mórhia muyagastado porquenom «ia a outra almadia, mas nom falava nada, quasinoitedesembarcarão, o os mel lerão em huma casa assi fechados. JoãoMartins perguntando aos Naima pola outra almadia, el les lhedisserãoque logo viria ; esendo grandeparteda noite passada, vierão chamaroCapitão mór,queo chamam o Catual , e nom consentirãoque ninguem(ow:com el lesenão o lingua ; c em sesubindo disseo Capitão móraosquenamo na

'

casa,queetão tres,que fossem anisadosquese el les os louassem dali,que perondequerque[om nada (alem , demal nemdebem, nemrespondessem nadaquelhepergunlassem , um mal selho

am u] , pois nada lh'

aproueitaria pois alieslauão. Os outros homensdaoutra almadia os lrouxerão emeuerâo em ºutra 0333 juntodm , sem

el les saberem partedo Capílão mór, os mcllerão assi em huma casafechada, e lhe tomarão os paes ,que el les enlregarão. nom mostrandonenhuma paixão, porque lhes disse Joãode Setuvalque lhes comprialodo sofrerenada falar, sómente fazerem-se ignorantesquenom senliâo

oque lhefazião ; mas elles chorauão com paixão, porque nom sabíãoqueera feitodo Capitão mór, o qual foy lenado hum pedaço porautrehuns matos , e os outros Naires se deixarão Bear, eel le toy só com um

Naira perautrebummato o caminho muito estreito , comqueseo coraçãobia muy agoniado ; echegarão humus casas emqueo metiorão emhuma 86 casa, eo fecharão. Todas estas agonias os . Mourosquehiâocom Gamal lho faziâo sómente porque os nossos fizessem algumdesmando ; o quando assivinha o Capilão mórpolo malo com um só Naim ,

os,Mourosdauâo muito dinheiro ao Catunlqueo m udassematar, oque

el lenom ousou fazer, dizendoquesela] fizesse linha muy certo a morte,que lheEIReydaria ea toda sua geração,queelles bemvião oqueenetrabalham , o trabalho etamanho emquetrazia os nossos, e como el leslodos solriâo sem bolircm comsigo.

Lê—seem ambos os codices « agonia: lhefaziamque mouros etc.

VASCO DA GAMA, ANNO DE “ 98. 105

E esta noiteesleueo Çapilào mórsó com muy íristes pensamentos ,que nom sabia oqueam a del le, nem oqueera fei todos homens . Ao

outro dia pola manhã o leuarâo ondee'

slaua 0 Cama! muy mal assowbrado, assentado na em emque dormira, esem lhefal lernem manª

darm entar, assi em pé o teuenléqueIorào chamarJoão Martins perafalar; e sendo vindo, Calual lhe disse,quedeBombaça e0115103 vierahuma nao emquevinhão mercadores honrados ,quedisserão ecertiiiwâtão a EIBey ,queerâo ladrõesqueandauão aroubarpolo mar, e comdissimulaçãodemercadores enlrauão versena terra podiâoroubar; oquequizerâo fazerem Quiloa eBombaça, mas nom osdeixârão entrardenlro . PoloqueElRey estatua muy inclinado, mundanaque156 tomassem as naos , e todos hauia de lercalmos atéque lhe confessassemverdade,que portanto lhadíxesse pera el le o hit dizer BlBey . O Capitão mórmuy seguro, e com fala meorindo, disse ao Gamal ,queo louasse a BlBeyqueel l 'ediria a verdade,que el lenom hauiadedizernada doque lheperguntasse, equeassi o fossedizer ElRey . 0 Ca

tual se aleuantou mostrandosemuy agastado, perguntandolhe,queporque el leque lho perguntam: o nom dizia?mas o Capitão mórnomrespondeo nada, nem quiz falarnada, pos toqueo Catual lho muito pergualon : e então o tornou a mandarmena!“ em outra ousa el le, eem

outra aJoão Martins ,que 0 Cama] tomou a chamar, efezmuilas perguntas, mas el lequeera sempreanisado polo Capilâo mórdoquehauiade falar, a muitas cousasrespondia (óradeproposito, e o Calual jalauucom os seus dizendo,que aquel la era bestial ,quenom sabia falarsenom oque lhemandauâo ; e lheperguntou seas naos tinhâo «muitamercadoria . : el le dissoque linha muitadaquel laqueeslaua na feitoria. Então o tornárâo matterna casa , eo Caiua] ouveconselho comos Mourosque seria bom íazerlhe desembarcarem '

lerra quanta faxenda linhâo, eque então biria dizer a ElReyque a tornasse, oque ElRey faria porsermuy cobiçoso ; equeentão lhe diriaque tinha sa

bidoque os nossos erâo ladrões,queandauão aroubarno mare na

terra, eque a todos mandassematare tomªras um , e lheBoarianas mãos a granderiquezaque acharia nas naus,quedepois ninguemporisso lhe podia fazermal . Oque ami pareceo bem aos Mouros

,

. muilas mercadorias Ai.

Tºl º

peitando ao Caiua!ricas jõyasque assi o fizesse. Mas o Caiua] istoassi [alana com os Mouros por“ tirardelles o muitoque lhedauâo :mas el le bem sabiaqueaindaqueElBey eramuy oobíçoso,quebem lhepoderia fazeralgumroubo, maà tomarlheas nuas e os mataro nom faria, porquenom quereria (amanha infamiadesua honra . E lançando astas contas, quiz vero caminhoquepodia leuar, eao oum dia faloucom o Capilão mórdizendoquemundana ElReíque logo mandam: trazerterra, matterna feitoria toda a fazendaque tinha pera cargadas nuca, , eque logo lhe daria toda a carga em quatro dias , eque logose partissem. Aoque disse o Capitão mórquefaria oqueElRey mandaua :que era necessario mandarrecado ás naos pera mandarem as

mercadorias . Então 0 Cama! se toy onlras casas dahi a bum pedaçojunto do mar, e os homensqueficauão na casa, eosquevierão n'

ai.

madía assi apartados,que huns não sabiãodos outros os metherâo ahiporto em outras casas . E porque nestes d ias o feitor, nem nenhumdosnossos sahião oqueera feitodo Capitão mór, andauão muy tris tes , porquenom sabiâo oqueera feito do Capitão mór. E andauão muy t r istesporque nom vinha nenhumrecado. E m vfeitor,que o falam: com o

Vedor da fazenda , lhediziaqueElRey eslaua longe, eporisso faziâo adetença ;que o Vedorda fazenda nom sabia nada, cuidauá emverdadequeo Capitão mórestam: com ElRey ,queestauadahi duas logons .

Então 0 Cama! disse aos Mouros repostaqueo lhedera o Capitãomór, equeestam: lãodesagastado comoquenom sentianadacom tantas cousas como lhe tinha feitas el leeaos seus, palaúra nom falauão. Entãodisserão os Mourosqueo deixassemandarhum homem às unos ,quetmuxessem a fazenda, ese nom trouxessequeentão teriam ãodehírdizerEIReyque prometemde trazertoda a fazenda terra, ea nomqueria trazerporse nom flarem sua verdade, ecom isto lhepodia dizer

outras cousas comque índínasseEIRey ,que ao menos lhenomdêssemais carga, comque logo os nossosdescobririâo tençãoque linhâo.

Então o Caiua]dissequeel lemandara dizerEl lley oquelhedieªºfª, equeElRey estaum conlenle, masquemundanaque .

el lesenomembarcam até de lodo carga seracabada. Aoque o Capitão mórmostrou Muito prazer, dizendoqueElRey lhefazia muita mercê , e comobom amigo e irmãod'ElRey seu Senhor. Então 0 Cama)vendo o prazerdº Cªpitão mórfolgou, vendoquees laua contente, emandouviros ho

108 VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 198.

hir,queportanto seassi fosse, lhereimeriada partedeDeca, ecomo irmão everdadeiro sanguelho muito pedia,quetantoquem aequeo umqueriãodeixarembarcar,que logo mandasseosreiens tem com muitahonra e peçasque lhedêsse, eel lese fizesse logo à vela, eseo nom

largassem com a vinda dosrefens _que logo sefossepera o Beynodarrecado ElReydoque linhâo feito :queel leªcando, seo matassem nom

se perdia nada, esenom fossea Portugal seperderia hum tamanho bem,

doque daria muita conta Deos ;queportanto outra cousa nom tizeasese nom partira , porqueseeelíuesseali no porto, seria causadeo matarem, ou fazerem madeirosqueentregasseas anos ou a fazenda , ou omais certo. hirião peleja: com el lemuitas anosqueestauâo no porto,

para oquemuito seotfereciâo os Mouros . Pauloda Gama, vendo talrocado de seu irmão, mandouentraros homens na nao, enom quizdarfazenda, eescreueo hum; carta ao Capitão mórdizendoqueel ledo portose nom baniudeparlirsem el le, eeobm isso gastaravida eas naos,porqueassi toda a genteeslaua prestes pera sobre ísso iodos morrerem ;que portanto elle lhenom mandassedizernada, porqueellenisso hauiadefazeroquelhebem parecesse, e a todos ; equeportaala desenganasseo Gamal , porque se o nom largassem logo hauíadefazera guerra edestruirquantas naos eslauão no porto. O Capitão mórfolgoumuito com

0 Cama! vendoque as almadias lomauão sempada. o perguntouao Capitão mór; el le lhedissequeo capitãoda nao não queria mandarfazenda atéqueelle fosse nao. Aoqueo Calúal se fez muito menenoorio, e logo aoveo feitoria, e leuou o feitoreescríuão com tres homensque com elles estauâo, e o

'

Capitão mórcom outros tres, o os leuoucasa do Gozil , e lhos entregouque ós—tenesse,quesenom [ossem em

quanto el le bia dizera ElRey o escameoque lhefazíâo. O qual se foiª ElRey e lhe disse: « Senhor, porquesão teu, todos estes dias traba-no« lhey porteu seruiço, comque trazermuita fazendadas naos a x“ lem ; eo Embaixadorcom falsidademeprometeuquem udaria Iran« zerterra quanta fazenda tinha na nao,queera_lanlaquehauiade»« sobejar, eque toda aquesobejassehauiada tim pera li ; elodo assi»concordado, mandeidez almadías â nao, eos homensquenellas fo

«rão nomquizerâo tomar, emandârâo as almadias vasías , dizendoque»“ 1080 lhemandassem o Embaixador, efeitor, e tudo quanto a lana na n

VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 198. 109

« kiloria, porque se lho nom mandm m, logo fariâo guerra, equeiô«mariâo quantas naceestauâo no porto : poloque falley com os Mou »

«ros donos das nucª e todos seonereoem a pelejar, e tomarouquai"amaras naos . 0que os Moums assi odixerão a ElBey , elhemuito

certificandoque os nossos erão ladrões ecom falsidades andauão dandopresenlçs pera ver '

eolharas terras egentes , e então fazerem os males ;quena fazenda «queestaum»na feitoria seenh'

egariãodo malquelhefizessem no mar, masque nadaqueriâo senãoque loda ellemandassetomarerecolherporsua. 0queouvido polo Rey , m udou logorecolherfazendada feitoria, emandava logo mataro Capitão móreos outros . Aoque lhe foi à mão o seu Bramane, eo Vedorda fazendadizendo : Senh

'

or, tal nom manda fazer, porquenom tens nenhumara n

« são, porque aindaque íosseverdade todo'oque o Gamaldiz, ainda»« atégora os Portuguezes nom tem feito nenhum mal , antes como boa»« game estão muito mansos o paciâeos . Olhaque lederão tãoriquo»« sente,que nunca outro tal sedeu em toda India.

'

Deixa estarassi«esta cousa, e quando viresque fazem mal , então faze tuavontade.Sobreoqueouvegrandes debates , porque os Mouros logoquízerâo Iazerguerra, mas ladania parecca bem ElRey aguardaraté os nossosprimeiro começarmn o mal . Paulo da Gama vendo os bateisquenom:razião nada, antesdisserâoquevirão iro leitor com muita gentee 10charporta da feitoria, todos houverão muita paixão nom sabendo oquesepm ua na terra , eassi estiuerão toda a noite com grandevigm.

Ao outrodia Pauloda Gama chamou todos conselho, ecom lodos praticou orecadoque lhemandâra seu irmão,que tanto eslimauamuito maisquesuavida ; equepertineeo deixar, em tão forte cousa,que morreria antesquea Portugal tornasse; equeel leconhecia a condição dqseu irmão,que trocaria comvidas com tantoqueEIRey seuSenhorfosse mbedordoque tinhâo feito ; equeel le o mórperigoquemia das vidasdosqueestauâo em terra, era holit com fazeralgum malque podiâo fazeràsqaosqueestauâo no porto , oquemuito linha maginado toda a '

naite. Masquedeterminava largarosretens , ecom muitahonra os mandara terra,quepodia serquealguma cousa aproueãtarião,

m . no ns . da Aj .

110 VASCO DA GAMA , ANNO DE 1198.

que sol lassem os nossos , ou ao menosquelhenom farião mal . Oquelodos parecca bem, edisserâoqueem toda maneira . Aoque seotroreoeo Nicoluo Coelhoquehíria com el les a terra à ventura doqueDomquizesse, porque seo Capitão mó: nom soltassem, el lebaciadeficarcom

elle. Oque logo sepaz em obra . E Pauloda Gama tirou os Naires Km:da camara, e lhesdim ,que_ElRey os mandam aly estarem penhoratéqueo Embaixadorlomasse â nao, ese na -

,tem lhefizeesem algum malqueentão el les lhes oorlassem as cabeças : seelles sabião is toqueera

assi?Ellasresponderãoquesi,queal li estauão,queseem terra ao EmbaixadorBu tão algum malque lheoortam m as cabeças sequizessem,

porque el les etão homensque linhão na terra parentes e irmãos ,queving

'

arião suas mortes até 6 pessoad'ElRey . Então Ihe contou Pau!odaGama todo quanto o Caiual (item ao Embaixador,queElRey nom se

bia ; mas pois ElRey tinha trédores, emãos criados , egentequesemnenhum medo del le laes cousas fazião,que,

elle logo se partiria, etomaria pera sua lem , quedosqueúcassem em terra fizesseoquequizesse: quepois el les erâo homens (idalgos , olhassem bem o_que tantocompría suns honras, esemuito queixassem a ElReydo escameoquedel les âzera, odixessem a EIRey ,quesoubessecertoqueseu Rey eratão bom,queporamordebum só homem mandaria fazervingança atéo cabo do mundo, e 30qcertoquehauiãode tomargrandevinganga, pois seuEmbaixadormm a terra oB'erecertão rico presentecomsua paz everdade,queel le como homem baixoquebraua, nom guardaua verdade, enom fazia como grandeBey deCalecut,que tanto emMelinda falauãode suas grandezas . Mas agora portodas as terrasquefossem contarião os enganos falsidadesque tinha,queera Beyqueenganam genteest angeira,que nom tinhª el le a bondadeeverdadeque linha o bom Bey do l lelinde. Que ol le separlia, e osque ficauão em letraqueos guardam bem, porque lhejuraua pola cabeçadeElBey seu Senhorquebem os baniude pagar. Entãodeu aos Nairascada hum seu barretevermelhoehuma bainhadefacas , Ines couadosde celym vermelho, 0 hum portugucz d'ouro, eos mandou no"

balel , es'

achassem almadia,que os pum em tem . Os Naires , vendose ass ibem pagos como se fizerão muito serviço, evendoqueas naosqueriâopartir,rogàrão muito a Pauloda Gamaquesenom partisse, aguardassêatéque el les fossem a terra, efalassem oom EIRey . Elledissequenom

1 12 VASCO DA GAMA, ANNO DE 1198.

del le grandemales . Então EIBey lhedeu huma somadepanos brancoslinos deseda, e lhedeu huma joy: d'ouro comrobins eperolas : comque o deSpedio , pedindolhe muitos perdões, eque seem algum tempoel le tornasse sua terra saberia o castigoquedana aosque lhe darão omão conselho .

l ndo assi Vasco da Gama acompanhado com os Nairas arrefens ,acharão o feitorque tornam dizera ElReyque a feitoria estamroubuda. Oque o Capitão mórnom consenlioque tomasse ElBey ,queo corretordisseque oroubo es lava feito porElBey .

O Capitão mórs'embarcou em '

duas almadias com todos os seus ,

e disse ao Vedorda fazendaque_se ficasse embora,que ' se. el letornam algum tempo Calooul el le tomada vingançade quem lhe

mal fizera O Vedorda fazenda lhe disseque lhe pesaua muito doque lhe fizerão,que ElBey nom linha culpa. 0 castelhano chegou

à pressa, esemetleo nas almadins ,que os Mouros mandárãoquecomoamigo conhecido desse: com elles nao, e v isse tençãoque louauão. O Capi tão mórfolgou muito com o castelhano e chegandonao,quevi rão hí l' os nom , homegrandeprazerchorando d'alegria .

Entradas todos , os irmãos se abraçárão ambos com grandes prazeres . Eu

tão lheoonlou o castelhanoque“todo seumal fora causado polo Caiua!daporta,que pelas grandes peitosque os Mouros lhe darão fizera tudo, equesem ElBey tal saberum mandaros levara assi polos matos , [amndolheaquel las agonias , porqueel les Blessem algum desmando,quefosseamostra: ElRey , comque os mandasse todos matar; masquedetodo se saluârão porassi irem pacientes ,queos proprios Naim de l leshauião dó , pelejauão com os Mouros ; queentãovendoqueel les nãofaziâo causademal , então fora a Gamal a ElRey com accusaçãoda talsidade:quenom queria tirara fazenda em terra como oonoerlârâo, (H&

sera tantos males ,queElRey os mandava matar, efora feito se '

o seu

Bramane o nom estomara, e depois o Vedorda fazenda :que dessemmuitos louvores Nosso Senhor,que os liurarade tamanhorisco emqueesl iuerão. Então o Capitão mórdeu ao castelhano cinquo Portuguezes d'ouro, edez oouadosdegrã, quatro barreteevermelhos , elhedeuhum assmado seuque dizia : « Senhores Portugum s , estecastelhano,

Ai. Está c foãn em ambas copias .

VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 198. 1 13

chamado Alonso Perez, he verdadeiro amigo nosso, _e porlnnto nel le

podem termui la oonliança, porque nel le achei toda verdadecomo [leiChrislâo eseassinou. Comqueo castelhano mais folgouquecom tudo,lheprometendoque o compriria como o dizia seo escrito ; eo Capitão mórlheprometlendoque seà India tornasse eo achasse lhe fariaoqueelemerecia, oquedixcsseaos Mourosqueporamordel les bauíadetornarâ India, equeos malesque lhebuscarâo hauiâodesersuadestroição, como el les veriâo ;que o posessem as i em suma lembranças .

Comquedespedirão o castelhano,quechegado a terra contou aos Mouroso grande odio emagoaque os nossds leuauão contra elles , equebiãojurandoque se à India tornassemquesehauiãodevingarelhe hauíâodepagarorouboque lheElBey fizera na- feitoria, porque el les causarãotudo. E ao Vedorda fazenda dissequeos nossos falauão dellegrandesbens,quesem dúv ida se à India tornassem nel les teria bons amigospola verdadequesempre nel leacharão.

As cousasque o castelhano oonlaua farão ditas ElRey , peloqueo mandou chamar, o tudo lhecontou: poloqueentão ElRey cabindo naverdadede seu erro, quis fazercomprimento com sua honra ; eporqueas naos eslauâo surtas aguardando polo vento, ElRey mandou em humaalmadia a grão pressa o castelhano com bum Bmmene seo,queerademórcredito, emandoudizerao Capitão mórqueel le li nha muito pesardoqueem passado , masqueelle tinha preso quem lhetinha a culpa , elhedaria o cas tigo Queveria ;queportanlo lhemuitoroganaque tornassem

'

ao porto, porquedenim â nao lhemandaria toda .a fazenda atéacabarde carregaras naos, e toda a fazendaqueGonna em terra ;quenom queria 'que fossem delledizendo mal . O Capitão mórlherespondeoqueao porto nom baniude tomar, ese hauíade tornara sua terra, econtarseo Rey todo oque passara, Ihefalaria verdade,que tudofora causado portraiçãodos sons com os Mouros ;queSeem algum tempoelle tornam a Calecut,queel lesevingariados MourosqueBu tão lodom l . Comquedespedido os meesageíros , dizendoqueel lediria seo

Boy 0 bom comprimentoqueagora moslraua arrependidodeseo erro. E

porbauervento, as naos se lizerâo á vela, “dando muitos louvoms Nosso

Senhor os liurarde tantos perigos, contentes postoque as naos nomhiâo mens carregadas . Os mestres lhodiziãoque assi Não muito bem,

porquemuito carregadas , erâo naos :elhas ,jenom etão seguras . O Cammo 1 5

1 11 VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 198.

p ilão mórdissequecom sósdezquinlaes decada musaque leuaua hismuito contente, equeNom Senhor lhefizera grandemercê em lhedaroque lenana,quebaslaua pera ElRey sercertoque lhe descobriraIndia ; equeseNosso Senhor fosse servido os IeuarPortugal porsuamisericordia,queen tão EIRey mandaria leuaras naos bem carregadas.E assi farão correndo coslá .

ElBeydeCaleoul Roon com muita tençãodefazermal aos Mourosem suas fazendas , enom ousou os escandalizarporquesenom fossemdesua terra,quereceberia grande perda. Então pam endolhcqueos umhauião do hit terCananor, escreveu huma carta ElRey , dandolhecontado erroque fizera contra os nom , emuitasdesculpas,que lhocausarão osMouros , equeínandára muitorogaraos nossosque tornassemlen a peraque vissem o castigo ,quedana quem lhe tinha a. culpa,

para lheacabardecarregaras nausda fazendaquelhe ficam em terra,oqueel les nom quiserãoraiar, poloque ficam: com '

muito pesar,queseos nossos lá fossem ler,queporsua parte tudo com el lesranm a . Aoque lheEIReydeCananorrespondeuqueassi o faria .

CAPITULO XVl l l

coxo os nossosroú orn AO m m na cum m E sa m io con u m ,

3 o 0013 oi»: m a n ssn io n m u l o.

Em :! deCananor, em quanto os nossos assiestauâo em Calecut , semprembía todo oqueos nossos passauâo, porque a isso mandára quem tudolheescreuia . Os MourosdeCam or,que l inhâo m dosdosdeCalecut ,pordanarem vontadea ElRey lheóontauâo muitas mentirasdos nossos .que faziâo forças osoberbas em Calecut, outras muitas mentirasdequeElRey sabia wrdade, poloque hum dia assi lhefalando os Mourosestas cousas

, lhe disse,que ninguem lhe falassementiras , porqueporisso lhemandaria cortara cabeça . E isto dieseElRey porquejá tinha assentado em seu coração fazertoda pazque os nossos quisessem, porqueelle[alana semprecom seos feitioeims ,quesempre lhe lom uâo amnha:0que lhelinbão dito , dizião Ellieyquea poros malesqueem Calecut lhefazião causados polos Mouros,que wu M da cm queosnossos farião sempremuito mal Calecul , eaos Mourosde toda a India

118 VASCO DA GAMA , ANNO DE 1198.

estam na praya, houvemuito prazer, o logo Ihemandou hum seo Bo

gedoros visitarcom grandes agradecimentosdevirem ao porto, elhemuitorogarqueacabassem decarregaras mosdoquelheaprouvesse,quetudo lhedaria, enomdeixassemdo tomaraindaquenomHum m

comwww , porque tudo lhedaria com lhejuraram pola cabeçade'

seo Rey esenhor; e tornando á India fossem sua cidade tomarcarga,eassentarpaz eamizadedªirmâo autreel le seo Rey ; poloqueeslauaprestes para logo severcom el les quando quisessem, oquedeuíâo fazerpois tanto lheoompn

'

a . Aoque el lesresponderão oom '

grande comprimentod'agradeoimenlos , dizendoqqefariâo quanto el lo quisesse, sómenteusem verso com el lesque era cousaque '

nom podia ser, porqueElRey seo senhorlhedefendiaque nunqua mhissem em terra sem primeiroserfeito assento d'amimdeepaz, assinada percartasdequeel lo fosse.

malente; equeportantoqueem todo oquemaisquizesse, el les fãn'

âo

tudo oque fosse seo prazer; ecom isto deràoroldas cousasque lhefal lauâo para acabara cargaquehauiâo mister, assi pera wiagem .

Aoque lºgo ao outrodia, EIRey lhem udou em paráos tudo oquepedirão, sobejou,que tornarão pera terra.

Os capitães , vendo tanta nobreza elal mostrad'EIRey , lhequiserãoganharcom largam ,quesempeso nem conto lhemandarão nos mesmosparáos tanta somade coralde perna, vermelhão, em ugne, e bacias delatão cobre,que todo bem valia dobrodoqueEIRey mandara . E

como os paráos partirãodas naos , em bum bate!mandarão Nioolao Coelhooom presente ElRey, saber:. huma peçadegrã verde, ºhuma PºçªdeGaim prelo anelutado , ehuma peçadedamasco cremesim, hum baciodepraia grandecom ltinta barretesdc grã, ecínquoenla bainhasdefacas ,hum grande espelho dourado. E darão hum escriuâodºElBey ,que

trouxera a fazenda, dous hermes , eduas bainhasdefacas . e cinco oovadosdegrã mais baixa . E chegando a terra, o wcríuâo chamou homensque leuarâo presente, ao balel se lomou nao sem nenhum homemsahírterra, eassi o mandara o Capitão mór.

ElBey houvemuito prazercom o presente, edisse a Nico lae Coelhoque ªs fazendasquevierâo sobejas Ihe âcariâo pera olhaas pagarquando'luisessem, com o presente muito folgaua, porque seo coração via oªªª ªª jª“ ; masque nomrepousariade lodo senão quando com secs

olhos visseos Capitães , el lefaria com elles nom quebram o mandado

VASCO'

DA GAMA , ANNO DE 1198. 1 17

d'El lley : comque“ despedio NicolaeCoelho eo mandou em hum patioàs naus . Então logo com grandepressa e mui ta gentemandouElRey fazerhuma pontedemadeiraqueentram polo marhum tirode béate, estreitaquenom podia caberporel la senâO 'hum homem ante outro, eno a bo

del la se fez huma casa demadeira mui launda, ondeEIRey seveo asseoiarcom seis ou sete,que nom cabiâo mais na casa, pormel horveras naos , mundana todo oqueas naos hauiâo mister. Então mandoudizerque lherogaua muitoqúeem secs bateis o fom mver, pois 0 podiào fazer, nom quebrando o mandadodeseo Rey , porqueel leos esporaua dentro n

'

agoa, ondepodiâo hirem secs baleia sem tocarem tem:.Vendo 06 Capitães tão grandes desejos em ElBey , ordenarãode lhefazervonlade, e logo oom—ellefazerem assentodepazes contralodas fazendas

,

hauendo conselhoque seCalecut nom assentasseem bem, seaproueilariâodeCam o: noquepodessem, e-d'aqui se'

podería grangearCalecut ;assique era um todo mu

'

mo necessario assentarCanauor: m udarãodizerElReyque 61188 o híriãoverquando el le mandasse. ElRey com

muito prazerlhemandou seas agradecimeanlos , dizerque fosse logo aooutrodia“

, para oquese fizerâo prestes ; e ao outrodia ElBey veo com

muita genteetangeresde seo estadow muyrímdo seovestido, esepôsna casa ,quemmm paramenladadepanosricosdeseda, assentado emm estrado cuberlo dem osde seda ; o os Capilâes em seos baleisricamenlealaviadosde suas pessoas ehomens assi louçâosdeves tidos,queo Capitão mó: lhodeodos panos esedasd'ElRey . ealcatifas , encima

cadeiras guarnecidas , nos bordos alambeís emqueseos homens assentarâo : o os bateis com bandoiras, enas proas bandeim farpadasdedª

branquo overmelho oom cmwsde Chríslo, os trombelas tangenda , nos baleia soou berços assestados . eseaparlandodas mos lhetim ão salua com muitas camaras ; evindo no caminho chegou ElRey

Begedord'ElBey ,que manda lodo Reyno,que ElRey mandouquecom elles v iessepormórhonra, aqueel les lizerâo muita honra, eVascoda Gamn oreoolheo no seo batel , o leuou oomsigo . Chegando â casâondeEIRey eslaua, ambos lheBzerâo suas muy grandes cortesias , ficandoem pé com os hartetºs na mão. Aos quaas Ec y se aleuauloudo as

sen to emqueeslaua com grandes prazeres , echegou á bordado lancado ,emandou muito chegaros baleia,rogando muito aos Capitãesqueentrassem ondeel leestaua, oqueos Capitães fizerâo pbrlho ElBey tanto

118 VASCO DA GAMA, ANNO DE 1198.

rogar,que com el lenom eslauão senão os secs principaes,queeras atéseteou oylo pessoas : os quaas entrando, ElBey os tomou ambos pelasmãos, ecom el les se assentou no seo estrado, eos eslaua olhando com

muito grandeprazer; e perguntou ElRey qual del les es timam preso emCaleoul , Paulo da Gamadia :: « Senhor, estemeo irmão be aque»«ElRey fez mal sem lho merecer. ETRey disse,queElBeydeCalecu:lhemandara huma carla , mgandolhequeaeel les al y viessem,

odesenlpasse, porqueoque se fizera fora sem o e l le saber, eo enganarão, doqueestam: mui agastado , ehauia de tomarmuita vingançade quem omal aconsel ham . Respondeo o Capitãomór: Senhor, quando ElBeyderesse castigo, então veremosquefalavaidade Já

'

1880 nos nom lembra, »« porquetempo virá ,que ellemais serependerá . E entãodisse PaulodaGama com o corretorBanana ::o pilotodeMelindequefalauão : « Soy »« nhor, já terás sabido quem somos, eo como viemos a esta terra, do »«quenom hc necessario mais 10 contarmos , somente te dignque Emosvisto pernossos olhosque 1168verdadeiro bom Rey , sem as falsidade”do ReydeCalecnt, poloquesomos aqui yindos teo chamado, epor

«queem tuas obras mostras tanta bondade, folgaremós assentarOO II- n

ligo pazeboa arm adaque durepera sompwecomEIRey nosso Senhor,aquehetão bom Rey ,quecomo assenta amizadecom algum bom Rey , »

« logo fica feito oomo seo írmâo, amigode 8005 amigos, eimigodem »

« imigos . Oqueassi sendo nes ta verdadeira amizade, nós teserviremos »« como a nosso proprio Boy ; 0que assi farãodespois quantos vierem«â India como verás . »ElBey lherespondeu : « Agora está no meo (:o«ração o mórprazerquenunqua oakley ter, edentro em mm está »doda a paz eamimdeperavoseo Bey , assí eda manen'

aquevósqui—n« sardas , a ahrmarey segundo meo costume; porqueserá lodo odeep »« canso demeo coração . Do primeimdiaquevivossas mos , e tenho»« sabido oqueem Calecut passastes , com a paz devosso Beyqueme« dareis, meo coração ficará muy descansado alô wernestemeo porto »« outras unosqueme lmgãorepostadevas o Rey , ecom me isto pro-n«menerdes meo desejo heacabado . Enl ãorespondeu Pauloda Gama«Senhor, a certeza devirem nossas naos esteleo porto com are» .

postado nosso Rey , Deos o pode Iam como forsua vontade, porque»' No hls . da Aj . se le: tanta o pu n ebondade.

VASCO DA GAMA , ANNOD E 1198.

eque quando morresse, assy o mandaria a . seo Princípe, eisto com lanloque as naos xiesscm a seo porço, e camegnriâo oque achassem em sua

terra, oque todo . lhedaria bom polos preçosque_valaa m na terra,e assi tomaria as mercadoriasquelhedessem ; para oquem a lariªfeitoria, eom

i

todn sua terra es lariâo seguros como na terrado proprioi rmãod'ElRey dePortugal . Oque todo disseElReyquebia na carta.

0que disse Nicolao Coelhoquel

lodo queria escreuer, comque 12qfolgou, mandou lera carta, eNicolau Coelho escreuia,queElRey muitofolgoudewerescreuer, lodo lresladado, então adeo a ç ElRey ,quecom sua mão assinou ; e carla d'ouro foy enrolada, eencima o papelqueN icolaeCoelho escreuera.

ElReydeo NICO ÍRO Coelhodous aneis panos brancos nuas , eo

dwpedio, e com el lemandou o seo Regedorque fosse entregara cartaaos Capitães pormais honra . Aque lhenzerão muitas honras, e0 Bagedorbeijando a carta, e tocando nos olhos, a pôs sobresua cabeça ,

deo na mão a Pauloda Gama,que tomou com grande cortes ia comas mãos ambas a paz sobreos peitos , edarão ao Regedor hum pedaçodegrã eonlrodecetimverde. E tornarão a mandarNicolae Coel hoterra,queleuou ElReydepm enlehum bacio d'aguadeprata às mãoscom gomil lnaradoricodourado, emea peçade11m raso . E a quatroNuitesquen '

erão com o Begedordarão barreies vermelhos e13638, comque fotão dizendo grandes louvoresdos nossos . E chegando a EIBey ,queeslaua ainda na casa,que_Nicolao Coel ho lhedoc 0 presen le EI

Rey , elle com os secs licarâo muy espanh óos , houverâo isto pormuitagrandeza, dizendoque iam: cousas nom Eaziâo senão porElReydePorluga] lergrandesriquezas .

Então ElRey mandou logo ao Regedorquemandasseás naos lodo '

quanto quisessem pera sua viagem graciosamente, pera oquemandoutica: o corretor, Nicolau Coelho se tornou ás naos . E esl íuerâo tresdias tomando oquehauião mísler, querendo parti rdesped irão 0 corrclor, lhedarão huma carta porelles assinada, emquedizião a lo

dolos Capilâesd”ElB.eydePortugalqueDamme corretor, homem naturaldeCambaya, era muito bom, eBel verdadeiro amigo,queandára sempre00:11. e até separtirem, achando

,sunpre nel lemuita verdade; epor

tanto onde querque o achassem sempre lhe lisessem muila honra em

qualquerpartequeo achassem, assi nomarcomo na terra ; emqueas

VASCO DA GAMA, ANNO DE 1198. 1 2 1

sinarâo. Ederãolheoem oran do. cem tostões, afóra todo oque tinhavencido, e lhe darão mamadoriuquen liâo atéquinhenioc cruzados,pedaçoadeaeda odamaaeo, ehuma ema na lingoada temqueo pílolo (alma,que1000 esta dizia,queo corretorpedia ; a lhederão humportuguez d'ouro, lhodizendoqueo mandam furar, e trouxessesemprependurado no pescoço perlembrança, porqueaquel la moeda sechamamportuguez, móodad'ElBeydePortugal , comqueo corretortoy muy oootente. E o muy lo mandâxão encomendarao Boy ,que lhe nm honra,e corretorlhejurandoquesabendoquePortuguews erâovindos à lndia, os viria buscareseruir, comque sedeapedio. Oque assi estandopera seir, vierãode tem dous paracepera cada nao, carregadosdegalinhas , emuytas cousasderefrescoquem olhado ; eperhum Naira,que isto trouxe, mandârão encomendaro corretorElBey , eperellesedespedir com grandes comprimentosde palaura, e darão a velas e separtirão, oque foy emvintediasdeNouembrodo annode 198.

CAPITULO XIX.

coxo AS m erura l o m:w imen, ”m useu m m a n uam: ACHA

ú o m m m , u m ano, sx um an oru [LBA n'

meanm ,

o 008 l t n ssn l o.

Pu m es os bons irmãosdeCananor, En tão seu caminho pera Molinde, esendo afastadosda ooslaquoren la ou cinquoenla legoasdn terra, lhoacalmou o vento, âoârâo em grande calmaria comquesemayto agaslârâo, o falando com os pilotoo lhedisserâo,que inda nom m tempodamonção,queporh o seria bomque sc lornassem n lerra, pornom an

darem aly dado trabalho às mas gastando agua. Disso o Capitãomór: «Hevergonha tornarmos l_om ,quebe onus; de puleque« nom sabenanegar. »Dim a piloto : «Nom tomam nos a Cnnanor, 'm s »

« hiremos à primeira tem , ehiremos el tarun huma Ilha porta da terra, »«que tem bom porto, emqueha boa agoa lenha ; empandadetodo—bdos ven tos , ondeestaremos muyta bem atéque tenhamos monção. Oque ouvido polos Capitães arribarào,queacodindo algum pouco ventotornârão pera tem , achando 1030 mais vento,que o nom Inuit senãona com

,e tomãrâo terra, correrão a costa, fazendo detença, porque

t ono 16

1 22 VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 198.

o. vento nom seruia pera Ilha, topárão muylas anosquehiâo nauegando para todas partes , aque os pilotosdiziâoque fossem tomar,,que l ;uauão muylas fazendas. Dizião elles : «Nós temos as naos carregadasdoqueviemos buscar, nomqueremos lomaro albeo, porquenom somos la«drões . E sefot ão menor em Angediua, ondemuylo folgárão, emquemeia muylo boa agoa , eestaua em cima da Il ha hum tanquede pedralacrada com muy lo boa aguou, emuyta lenha , onde esliuerâo atédezdiasde * Dezembro quese partirão sua viagem para Meiinde.

Estando as naos assi nesta I lha, emque nom hauia gente, sómente

bum homem pedínlc , queel les ohamauão l ogue, de.queadiante dareylarga conta , o qual nesla Ilha viniadeba

'

xodehuma lapadepedra,quecomiadoque lhedauâo as m asque perhi passauão,queera sómentearroz hernes sequas , porqueestes homens nom comem outra cousa,

os nossos eslauão em terra folgando e vendo o modo da nauegaçâo, equeas naos nom tinhâo maisque só o mosto grande, eduas cordas porbanda, ehuma na proa como estay , duasdríçasquevem popa ,queajudão soster o mas lo, o leme muy largo ede tauoas delgadas,perfôradas naos perambas as bandas tem cordas comque [irão pololem pera generant a nao ; ea nao sem ooherta, eslroncada depoucosliames , o lancªdo junto cozeilo com fiode cairo muy fortemente,porque sustain todo o trabalho do navegar; assi as lauoas pegadasaos lia'mcs , cozeílas com o mesmo caíro,que (icâo tão fortes como se

esliuessem pregadas . Outras naos naque tem o tauoado pregado com

pregos delgadosde largas cabeças ,reuilados pordentro com outras enbaças postiças assi largas , e tem o tauoado até

_onde hãode carregar, e

dahi pera cima tem panos muy grossos maisque lileiros, ebreadoç comhum helumo aque cbamãoqnil ,que hecomo breu,que com com

azeitedecoco edepeixe; eporcimados panos humas esteirasdecanasda compridãoda nao, moídas wuyto fortes edefensaueis ao mar,enenhuma agua lhe entra . E perdentro tem em lugar de coberta fei

tas humus casas erepartimenlos pera as mercadorias, cobertas com ola,

folhadas palmeiras sequas bem tecidas,que0090 amodode telhado, comNo codicedo Arch . lê—se Novembro : ; .mas com es ta adVerlenc ia escri

ta pela mesma Iam : Parece—mequehadedizerDezembro, porqueatraz a

90deNovembro partiriadeCananor.

11 1 VASCO DA GAMA , ANNO DE 1 198.

xcque hauião mister, porqueo nom pescauâo ondeestauâo , e'os nomcom os baleis as nom podíão tomar, porqueà vela remo oorrião muiw. Ag naosque pam uâo vinhão à ilha tomaragoa lenha, eporquefazia a enseada dentro emqueas naos eslauão, osquevinhãodofôra as nom vramm io quandodauâo com ellasde supí lo , emqueenlão os nossos virão bem

'

as & l das naos ,quenom tem monetas , masperdentrodas ooslurasdavela '

tçm cordasdelgadasdecima a baixo,quefazem a vela muy forte; eem cad9. huma destas cordas temdefôra nellas atadas butras demeu braço, hdmxçabo pera fôra outro para dentro,de huma outra braça, isto muy lo em

«Edom até ameladodavela : e

quando -

o vento hemuyto , com estes alilhwxvão enrolando ealando

vela porbaixo,que a fazem quão pequenaquêç am ; e quando hãodevirarem outra volta amainão velaque trazem na verga depopa lirãomaslo, e passão oulra banda, epassãobarlauento, tomão m m na ponta della ,quepuquanto querem abolinar, e esta ho artedo seu nauegm

'WW:da

As unosqueentrauâo na ilha, espantadasdevriâo tomarpara fôra, oquenão podíâo fazertãolhe chegauâo os baleís emquehia o piloto mourogumua, comquesorgião, eo Capitão mórmandauaque andaua '

em terra, elem lauaretomaragua e lenha, ªrque; cada mercadorrecolhe em seu gnsalhado, porque agoa lenha :dá o capi

aos navegantes , eos mantimentos lhedá emdinheiro na mão,quemeiahum lena como lhe cumprepara sua viagem. Estes Mouros , vendoqueos nossos assi a lanão com el les pacilioos , em seus barcos hiâoverosCapitães , e lheleuauão galinhas , figos cocos ; quelhedanâo muytosagradecimentos , e lhedauão barreles e facas , e lhe âzerâo queixumeque não podiâo bauerfaladas almadiasdo peixeque lhequeriâo comprat ewuyto bem pagar. Então os Mouros mandârão seus barcos ás almadias, e lhe Ialárão e lim ão perdero medo, eas leuárâo às nossas

Omil tído no I S .da Aj .

VASCO DA GAMA, ANNO DE 1198. 128

natª onde lheoomprauão o peixe pagauão comvinlens emaosvintenadeprata tanto à suavontadequesegurárâo, esempre vinhão muytas às0006 a venderseu peixe, eporqueachauão boa paga,de terra traziãogalinhas , figos arroz, emuitas cousasdemanlimenlo , epanos , e outras000808, comqueetão grandes amigos com os nossos polo muy taqueseaproueálauão, edo marvinhão grão pressa quem primeiro chegariaa venderseu peixe. Estando assi as mm em Angediua, com o a nona

pola terra e foi tera Goa,queeradahí doze logoes ,dequeera Beyhum mouro chamado Sabayo,queera senhordemuitas terras gentes ,eporesta cidadesero principal pododemar, com granderioquetazia ilha emquea cidadeeslaua situada, emquehauía grandetrà lo , lmzia no mararmada de 015 105 , 00111que fazia entrarem seu porto asumquepassauão , para lhepagarem seus direitos . O qual Sabayo, ouvindoquenossas naus ahi estauão em Angedí

'

ua,que lambem lho ooo

lauâo as 0008 zambucas,quepassauão porAngediua, equenão Iazião

os nossos mal a ninguem, desejando saberdas 0005 , chamou hum judeogranadi,que era seu Capilão mórdo mar, efalou com 0110 sobreasnossas unos . Este judeo na tomada deGruda, sendo homem manceboóeslarrado, correndo muitas terras foi terâ Turquia eveo Meca,dondepaâsou á India, e assentouviuenda oom csleSabayo, 0 qual poloªcharvalente homem de guerrado maro fez seu Capitão mó:desuaam ada , efalando com ellesobre as naos , o judeu seconuidouqueel leas hiriaver, ese pudessehaveria fala dellas ,quelhe nom podião fazermal ,que bíria n

'

uma fusla ligeiradevela remo , epodia serqueacharia as mas em taldispos içãoqueas trouxesse Goa, porquejá lhelinhão ditoqueestas naos andauão em Calecul na meta do Malauar: ese fez preste sem huma fustínha esquipada, leuou oito fuslas grandesarmadas , o'

om gente para pelejarcom as 0008 secomprisse. Elleera bomem velho 1000 branco, grandehomemdecorpo edegrande barba : oqual veo com suas fuscas chegoudenoite porquenom fossevistodasmos , emeueo as fuslas autreilheosquees lauão na bocadoriodeCính oorâ,queeradesuiadodas 0003 mea lagoa, ondebem podiâo estarquenom few ui vistas das naos . E como foy noiteescura, el le semel leoem huma almadia esquipada, e caladamente se foy às nuca, eviodelongo, e ooobeceoqueetão unos de lbpanha, com oque se tornouás fustas . E como foi menhã semelleo em huma fuslinha bem esqui

126 VASCO DA GAMA, ANNO DE 1198.

poda,quemuyta corria à vela eremo, se l'

oy às n os 0011:determ'fbaçãodecom alguns modosdissimulados entrardentro, overquegentelinhâo, eseachasseboadisposição, as tomarporalguma manha, equando nom entãoveria se as podia queimarebauerdel las alguma presa, outornaria a Goa trazerarmada comqueas tomasse; confiando em sua

Iustinhaqueos bateís nom poderião alcançaraindaquefossem após el le,com esta fantasia se foy ás naos .

Quando este judeo chegou aos 0t . com as fnstas , foy vistodos pescádoresque bião pwl o mar, evirãoqueas fuslas seescondetão antro os ilheos , e conhecerãoqueerãodeGoaqueandauâo aroubarn polo mar, e lhe parecenquo vinhão fazermal ás mos . El las comoetão já muyio amigos com os nossos ,que lheÍaziâo boa companhia, eesperandoqueporisso os nossos lhedariâo algumadadiua, com muytapressa forão ás anos, e lhedarão an isode todo oqueentendiâo,queasfustas nom estanâo ali senão pera fam t algum mal . Aosquaes o Capitão mórdeu boa paga com oque sefotão muy contentes . Então 00 C::

pitães aperceberâo artilharia 0 ordenârão todo oquecompt ie, evigiârãobem toda a noite, mas nomvi rão almadía emque o judeuveoverasnaos . E amanhecendo veo o judeo em sua fuslinha, íazendo modoquepassam para onlra parte, evendo as naosquearribauão, esendo pertotomou a velaremo ese chegou às naosqueeslauão juntas huma portoda outra ; e sendo perto porpopa,queo podiâo ouvir, saluou as naoscom fala castelhana dizendo : Dios salue las naves , y los whores canpilanes Christianne, y la campanaquenel lasviene. E os mmeirosdo

tão grita, aoquedas 0000responderão com as trombetas, em lada gen

tehouvegrandealuoroçodo prazer, ouvindo a fala castelhana echegandomais perto disseo judeo : Sabores a pinaes ,dadmo seguro, y entrará«en vuestras naues porsabernueuasdemi tierra, etambiendemi sa. .

« bemis lasquevos pluguiere, pues Dios aqui 00 ha traido,quesea»n uestro bien y mio,queao cabodequarenta 0000quesoy caph'uo, y »c aota Dios mo mostró nauesd'Espaõa,quees mi tierra . Y portanto .«m 10vuestra merceddarmeel seguroquepido,quesin el lo nô ou—n

. e conhocefâoquem doGoa oom u (usas [oy vislodos pescadomquehiâo pen o mar, avirãoque as fusus sc esoonderâo anm os ilbeoo, conhecerãoque andauâo mubarm hj .

1 28 VASCO DA GAMA, ARNO DE 1198.

poluora oonoerhdm o em «da balelvinlehomens oom u melhom armasque havia, o a fuslinha emquebia o Capitão mór, Mu ndo o 30000 assinos ferros emâos aladas detrás, eos pilotos e mestres nos baleia. E

como anoiteoooquetaxi: escuro , antemenhãqueao punha lua, Vascoda Gunn disseao judeuque chegando às fustas falasse aos seus em

modoque el les senom aluoraçossem, nem se apercebeseem pelejar,porque logo el le primeiro hauinde sermorto . O judeo disse: . Sec uhor, trabnlharey porsaluarmeda mom . »E forão tercom as fuslas

anwmanhã,quetodosdormiâomuydescançadoc fustehiamais diante,eos bateis hum pom alris '

uehrgos c da fustinha ; o que sentindoosdas fususquevigiauão, perguntárão quemvem, aoqueo jmrespondoo porsua fala : «Eu sou,que trago comigo meus parentes . Comqueentrou porautreas tum ,

ueos hateis ada hum porforadasfustas, que leuauâo os marvoes escondidos . E cheg ado o Capitão mórdeu bradoqueouvirão, dizendo Sanctiago ! Sam Jorge! aoqueos bateisdario grita, desparando os berços , entrando os nossos com as panellasacesas ,quedeilárâosobre08remeirosque lodoudormiâo, comquetodoslogo sedeitárâo ao mar. E porquea gentede peleja era pouca, desa.tinadas com o sobresal lo do sono, .nom houve nenhumquqpelejasse,nem seddendeese, porque . com . o fogodas panel las pareciaque10030 115 fuslas ardiâo . E porque todas as fuma estanão juntas , os nossos

as furão correndo todas até nom Gearnel las nenhum negro,que todosandam a nado poloman que seacolhiâouos ilheos , noqueamanheceo .

Mas o Capitãomóros aeus u, na fusla enos baleis, andárão polomarm undo a todos, efotão mam quantos eá anão nos ilheos,que ne

nhum darão vida. Então lomárão as fustas lóa aladas aos bateis fus

la, oomquesehmário ás mos oom grandes pm m , aque lheresponderâo (hs unos com gri las e trombetas . Nas fuslas achárâo arroz ecocos, pescado seco,queera seu mantimento. Tinhâo bombardinhasdeferro mqneim ,quedeitárâo ao mar, eas armas n gunohos espadascompridas, eadargas grandesde lauoas cobertasde couro ennemi

ndas eumy leues, eam gmndes como arcos Inglesesmom masmohasdeoam , efm osWem pridos . E lomârãodes lustas oque

'o Ah aadou Aj . ' Palu no emmphrdl Aj. ' Idem.

' Em ambos os

VASCO DA GAMA, ANNO DE 1199. 1 29

houverão mister, edesâzorào algumas pera lenha. _Aoque acodirâo asalmadiesquehiâo pescar, e lhedimerão os Capitãesque as tomasseme leuaseem, mas el les nom as quiserão leuar, mas cada hum lenana oquequeria, parlião asvelas em pedaços , leuauão pera suas almadias .

Então dosregneírosqueestauão na bomba escolherão os mais bemdispostos pera 0 serviçoda bomba, doze para cada nao, .eos outros malatão presenle os pescadores , porque sabiâo traição comque vinhão .

O judeu estam: muy espanlado esperandoqueacabando todos el le fosseporderraíieiro com mores justiças , mas o Capílâo móro mandou meuerdebaigo decaberia, porque já linhão feíla agoada, era tempodemonção,que os pilotosdísserãoquepdrtissem, se iizerão à vela, atm

11m o golfão, caminhando pera Melinda, aquefarão com bom temposem contraste, echegarão Melinde oi todeJaneirodo anodequatrocentos enouenta noue.

CAPITULO XX .

60310 AS m os cumu l o A m umu. n o ou:: n .: m io u a'

sa m mm :

Camm o as napa ao portodo Melindesurgirão embandoiradas , dandogrilas, tangendo lrombelas . O piloto,que já tinha licença do Capitãomór, chamou porhuma almadiadehuma naoqueeslaua perto ,que lhamandarão, toy terra pedir aluiçaras ElReydo grandebemque osnpssos lm ião

, dequeBlRey houvemuy grandeprazer, comquelogo sefoy assentarna praya, aguardandoquesedeilauão ia os bateis (ora, emque logo semel lerâo_os Capitães , ese fotão à terra,queem secando osbateis sal larâo fôra, porque ElRey estaumque agoa lhe chegava aos

pés ;que abraçou com ambos os braços aos Capitães como seCorão seusirmãos, comqueass i os leuou aos paços, ondeos tornou a abraçar,sentado em meodanlreambos , eos Capitães com suas grandes cortesias,Ihecomeçou a perguntarsevinhão bem e á sua vontade, Pauloda Gama lhe disse: « Senhor, la nos posesle no bom caminho com tuareal »«verdade ebom amor, poloque achamos todo oquebuscauamos , e»« 5 0 Nosso Senhor aprouver leuarnos a Poring ] , nos podemos chamar»a bçmauenlurados . E porquetu, Senhor, nos desteestebem tamanho,roxo 17

130 VASCO DA GAMA , ANNO DE 1 199.

nós eosquedenós descendem pera sempreteseremos na mórobri«gaçãoquenunqua homens deucrão Senhor . Poloquelheolfereciãosuas pessoas eanos com quanto tínhão,que tudo era seo, pois tudo porel leera ganhado, não sómente oqueora estatua presen te, mas todo oque fosse mais ao diante,que tudo era seo porsertão bom o verdadeiro Rey ; eque o semirião como seo proprio Rey , eSenhor. ElBeydandolbe grandes agradecimentos com palauras demuylo amor, eel leconlandolhequanto tínhão

,passado : onde assi estando, os pilotos víerão

beijaros pés a ElRey , aosquaes mostrou muito gasalhado, él les con

tauâo as cousasquevirão fazeraos nossas ; e quando lhe contarão ofeílodas Íustasd'Angediua semuylo wpan lauâo, e disse ElBeyque folgariadevero judeu, o qual lhe logo mahdarão trazer, e sendo anteElRey , o Capitão mórlhemandouque cónlasse à ElRey toda suadesauenlura, oqueel lecontou, e todos eslauâo espantados : perguaEIRey ao Capi tão mór, como souberada lmyçâodo judeu?El ledisse:Senhor, ninguem mo disse, somentemeo coração,queem o ouvindo»

a mevierão huns agastamenlosque pareciaque o coração mequeria»sah i r fôrado corpo . Então disseHlRey : «Jágora íenho acabadode»

« sabera verdade,que vós outros sois tão perfe i tos homens,quemuy »cdiloso fora eu se laes homens linera em meo Reyno peraqueâzerâo»«as cousasdeminha honra : poloquedigo eo juro porminha leyque»d'ojc pera sempre som verdadeiro amigo como irmão «d'ElRey a»de

« Portugal vosso Senhor. E porquevos falo demym esta verdade, vos »«muyto rogoqueumpromelaisquefaçaes com ElReyquequantas naos«quâ mandarvenhâo esta minha cidade, onde lhe farei todo o bem»«quepuder; comqueserey grandeRey lendo laes gentes poramigos,«evíuerei mui descansado com lodo meo Reyno seguro, tendo tão»poderoso Rey poramigo . E eu tenho já sabido muyí o maisdoquemetendes dito. Bespondeo Pauloda Gama : Senhor, Deos mostra aos

« bons as boas cousas , e In as amostrasles 068,que senos nom (mu

« caminham nom acharm os,'n oque senom acharm os nunqua»

«houveramos de tornara nossa lem , eandaramos correndo mares e« terras atéque todos acabarm os nossas w

'das . E porque tanto bem nos »

« fizeste, semmerogaremos Deosqueacrescente teoreal éstado sobreFal la no Ms . do Arch .

'Fal ta no exemplarda A1.

139 VASCO DA GAMA, ANNO DE 1199.

das 0008que hi 0910000 no porto , 0 em lodo 00deo wuyto auíamento .

Estando sempre00 (1000000 com ElBey N o 0dia 010' noite,quesemprehiâo dormi r nas naos : 0 sendode todo prestesque sequeriâo embarcar,ElBey estaua com os 0000 Regedores 0 principaes Bdalgos , epresenles10000 ElRey com sua mão deo a Paulo da Gama huma 00110 em folhad'ouro, assi como d'ElBeydc Canauor. Esla era muyto grande, 010queK lRey dizia todo 0que com os nossos tinha pas adod'olferecimentos 0obrigações , flrmando 1udo 0001 8000 juramentos, 0 pedindo muy lo a Rl

R0yque mandasse seo porto suas armadas 0 gentes ,que lhemuy locompría pera sua grandehonra. E 100 mandoudo presentehumcolard'onro largo com pedraria 0 perolas ,quevaleo em Poúugaldez mil cruzados , 0 hum caixão muito laum de lauoresde prata 0 marfim, 0000

de panos brancos , 0de0000, 0de00 d 'ouro , 000 00000 os nossos 1000virão, dizendo ElReyque erâo pera Rainha, com vin1e00018depodrariadeoutro 10010 preço, como o colar. E (100 aos Capitães tambemjoyasdªouro 0 aneis 0 panosdesof les tudodemuylo preço ; eassim udouNicolao Coelhoqueestana na 000 ; 0 pedio 000 Capitãesquelhedessem

perescrilo perel les assinado lodo quanto com 0110 línhão pas ado atéali, oqueassi el les 1110190, e0001 muytos abraços epalaurasdewuytoamor80 despedirão 0 embarcarão. E logo após 01108 ElRey mandou o 000B0gedorcom dous barcos carregadosde fardosde panos brancos 6000,0 pintadosdemui tas sortes , 0 muitas beatilhas 0008, 0 mandou dizeraosCapilãesqueaquilo 10000000 pera 08 5 000 mestres epilotos , e30010 ,que.

01100 tudo mmrtisaem antro el les 0000 hum assi como lhes bem parooesse, porque0001 1008001descontentes de 800 lem ; e mandou peraRainha hum pedaçod'ambre do 10100000de 1000 0000410

,e grossurade

hum homem pola 01010 , m011ido em prata. Oquevislo polos Capitãesmandarão á gentedargri lasque ElBey ouvisse em terra, 0 angerastrombetas . Mas os Capim querendoquea grandezad'ElReydePortugalfom sobre todas , mandarão 0101100 nos barcosdez 0011103de00101desortes por10000 , 0 muitos alambres , vermelhão, m ugue, 0 muimWde010 0000 , 0 0000008 devohdo, eoclyns , 0damnsoosdo 00000,« 0 hum peçadeescarlate, e panosde11000decores” e huma 01000000d'espelhos , facas , barreles verme OS

'

ed'outras sorte:, eluum ta

Fal la 00 000100da Aj .

VASCO DA GAMA . ANNO DE 1199. 183

maesde000100 cristalinasdemuitas coresque paredão [em , 0mui

105 . eu-15 100000 dourados , eduzen100 pães de cobre; porque 020100

00010que tomando aquilo a Portugalquevalia pouco ,que tudo lraziâopara tratar0 o 000: gastaria. E Vascoda Gama mandou ElRey hum

seo punhal muy lorico esmal tado, 0 lhe dizerque aquella peça em sua,que lhewuyto roganaqueporamordel leo h'ouxeese sempre 00 cinta ,que tinha huma rica brosla como 00100 00 00810111909. E com Regedorparlio oulras cousas comquesefoy mui to 00010010 ElBeyque 081000assoum 00 praya, onde lhe tudo apresentou o Regedor, oquevendoEIRey , disse: « Eu sou pobre pera tan lo pagar. E logo mandou polosmercadomsda cidade, 0 se03c cem peçasdeveludodeMecademuílas cores , e peças de cetyns edamasquilhos (10 11000,quemandouàs 0000 dizeraos Capitãesqueaquil lo era baixa mapa para 000 vestir,masque fosse pera os marinheiros 0 gente seves1ír0m quando chegassemPonugnl . DoquemandarãoaElRey gmndes agradecimentos . Em 00par

l indo orecado vierãode 1000 muitos barcos carregadosderetresoo, 0muitas cousas pm a viagem, 0 hum grande jarradegengiureem 000

3011 10d'açuquerepm o Capitão mór, 0 outra 0 Pauloda Gamaque00messem polo marquando 1100s 05 0 ; e0001 isto farão os pilo100 00010000minhas ,que os pi lotos Portuguezesrecolhem em 0000 5 000100000,0 consigo nos camarotes do chapiteo Os quaca ordenarão logo partir, 0

porqueao 0000diadeSam 800001100 80 fizerão vela 0001 1raq00100 010020008, e tomarão a Borgirmea legoa fôrado porto, eao outrodiadisserão os clerigos Missa 00000 em ambas as 0000 commuytas orações , lodospedindo 0 Nosso Senhorcom muy100 lagrimas 000010100010queporsuagrandemíserícordia 00 quisesse levar 0 Portugal , comqueacabadoderãoásvelas '

oorrendo largosda 1000 quanto 100000000 00 pilotos : oquefoyemdiadeSam Seba tiãovinlede100000 de199.

Crimes?

131 VASCO DA GAMA , ANNO DE 1199.

CAPITULO XXI.

101 como os nossos 00011010 00 0 001000 0 0000001 0 A PORTUGAL ,

0 o 000 “ 881 1130 no 000 0000 .

PARTIDAS as 0000 como di to “

hefurão ass i correndo 0 cosla, 0 00 Ca

pitães mandarão 000 pilotosquex'ígíassem muylo ev issem bem as terras0 mostrasque faziam. 0 perguntassem aos pilotos Mouros todoquevissem,

e 0 escreuessem mui meudamente, emórmenteas mostrasque fizessemas let ras já quando ficassem pol

'

pºpª ; porqueaquel la era 0 wish e0000000000 perque seriâo conhecidasdosque viessemdo Reyno correndo0 00010 , eos lugares e 'rios 00 nomesde lado : oque00 0110100 lizerãocom wuyto cuydado . Oque tambem fez hum Clerígoda 000 chamadoJoão Figueira,que101000desua 10 010110 escreuertudo oque00010 viagemse passou ;que chegou Melinde 0 001000 com a candea na mãoperamorrer. 130100 cuidandoque00010demorrerdeo 00 Capílão humquaderno emque tudo linha escrito, comquemuy lo 101300 , 0 partindodeMelinda lhe0000mm00douque as i, escreuesse 010 acabar0 viagem, oque05 01 fez. Doque05 10 Clerigo escreveu depois 00 hmrâo mui tos Ireslados , dequeeuvios pedaçosdºbum (101100 em poder d'An'onsod'Alboqueriue, anlre11003 papeis velhos ,queeu GasparCorrea 0 semi tresanosde000 escriuão, poloquevendo tão gostosas 000008 pera folga:deouvirc a ber,recolhiestequàderno já 10110 em pedaços , 0 rolo porpartespoloque tomei 010 v0010d0 escreuerIndoquanlo podessealcançar0 verdos 101103da India, dequejádoy minhasdesculpas,quemuyta peço permercê aos senhores leitoresquemerecebão , e 100010 em 00010 minha

ignorancia comque 00010 erró som cabido. E pois os nossos 005 1 0000gando com bom vento edescansados nos bons pilolosque 1000000 ,quoerâo 100 sabidos,quediziâo amanhã veremos Ial terra, ourio, 00 ilhas ,tudo accrlauão sem errar nada, 0 chegando 0 Moçambique nomquíserãolá hírquenom linbãodisso nenhuma necessidade, 0 passarão 000010 000caminho, esendo na paragemdeÇofala, disserâo os pilotos 000 mesl tesque 1000001 mui aparelhada e presles pera amainar, ode 00110 fossem

, de foº . Aj .

136 VASCO DA GAMA , ANNO DE 1 199.

epiloto eaos marinheirosquopmdera: Quedizeis agoravós outros?»« Comquevos oohrireísde tamanhavergonhavossa,queportemordetormenta me queríeis prender, e tirareae tamanho prazerque todostemos, 6 hum tamanho sem íçoquetemos feito a Deos , ea ElRey NossoSenhor,que tantas mercês nos fará pornossos grandes trabalhos?Aoquesómenterespondeu hummarinheiro chamado Joãod'Ameixoeíra, e

disse: «Senhor, nós fazíamos como quem eramos, vós fizestes como .. quem sois . Agora, senhor, emdiade tanto prazerherazãoque se. ». jamos perdoados . Disse Vascoda Gama : «Euvos perdoa ,queem«meo coração nom haucrá nenhum mal contravós . Mas polo votoquefnz, em ferros o piloto e mestrevos leuarey apresentaranteElney ,

«queporissovos fará muy las mercês ,queeu paravós e vossos filhos »« lhepedirei, e assi volo prometia ; odo paço vos bircia pera vossas .« casas com os ferrosque lá tirareis , sómente isso será pera memoria e»a lcmbm ça

'desta tão perigosa viagemque fizeste, deque. tamanha« honra vos âoará emquantoW'uerdes . » Então mandou trazerá toldatodo oqueElBeydeMelinde'

mandara,que outro tanto fora á naodePaulodaGama, 0quetodorepartíoportoda a companha muy porordem,

a cada hum segundo pareccarazão, comque todos fotão contentes ; eaos p i lotos Mouros , a cada hum darão ves tidos degrã como el lesquiserão, o jubõas de cetyn amarel lo. 0quePauloda Gama assi o fez asua gen te.

Então houverão os p i lotos emes tres conselho sobreo caminhoquerufião, falando com os pilotos Mouros ,dimndolhequeaquel la costa destabandadePortugal fazia tamanha enseadaquenom podiâo comerporel la ,que portanlo agora hauíâo do cormrpolo mardireito para Portugal ,porqueel les l inhâo inuilo bom tento eenlendimenlodo caminhoquehauiâodefazer;que tododerão a entender aos pi lotos Mouros ,quejá eutendião de nossa fala algum pouco . 08quaes perguntam se Portugaleslaua ass i dentro no mar, como estaum o CabodeBoa Esperança . Dis

serãolhequeassi emais ainda ;disserão os p i lotosqueera bemqueassicaminhassem, eas naos hiâo ambas à fala dizendo todo oqueHm m.

Os pilotos Mouros , como toy noile, tomarão marcas com as es lrelh s,comque ªzarãodimilo caminho, esendo na linha lhederão chuveirose calmarias , comque conhecerão os nossosque etão em Guiné, ondeentão lhedcrão ventos contrariosque semdo esuveitodeGibraltar, com

VASCO DA GAMA , ANNO DE "99. 137

que[atão na voltado marlodolo quanto poderão pola bolina ; eassi indocom muyto trabalho da bomba,que os nauios faziâo agua com a forçade hirem pola bolina, ondeno maracharão huns limosruiuosquehauia muytosque cobriâo o mar,que linhão folha oomo çargarço, oqual nome lhepozerão e lho ohamârâo pera sempre. E os nossos pilotoshouverâovistada estrel lado norten'alturaque vião em Portugal , porondeconhecerãoqueeslauão perto de Portugal . Então correrão direitosao norteaté haueremvistadas ilhas , comqueo prazerfoi sem conto, oça chegárão el las , efarão correndo porel las até a Terceira emquesorgírão em fimd'Agosto no portod'Angra, ondejá nom sepodiào sosteras naos da bomba o tão velhas ,queera cousad'espanlo como sesodiuhão pobreo mar; emuyta gentemorta, e outros doentesquemorratão chegando a terra, onde tambem Paulo da Gama faleceo,quevinha doentedepoisque passou o cabo, eem Guiné caio em cama,quenunqua semais aleuan lou. AoqueVascoda Gama sepmsou á sua nao,esempr?com el leveo ;queem Guiné adoeoeo loda a genle. E PaulodaGama hum só dia víueo em terra, e (oi enterrado no mosteirode samFrancisco com grandes bourgs , acompanhadodo Capitão ede toda gentehonrada da ilha '

; * Vasco da Gama com muy grande sen timento chorou mortede seu bom irmâo '

oom muy grandenojo,queo muytoamaua. Chegando assi as n os 6 il ha .; o almoxarifeeoiiiciaesd'ElBeycom muytadiligenciarepairarão as um do todo oquehauiâo mister, enel las manarão mareanlesque as nauegassem, porqueVasco da Gamanom quiz consentirquenada dellas descarregassem : como ellesquiterão fazer,quecom ohegárão logo asquim âodescam garem outrasnaos , esegurara fazenda oque o Capitão mórnom oonsentio .

Logo em as naus chegando à ilha, logo nessa hora partirão muytosnauios paraLisboa hirdara nona BlRey ,queporisso espemuâogrande mercê d'uluiçai'as . E pois sendo as naos prouidasdetodo o ne

wesario se partirão pera Líaboa, o Vasco da Gama'

muy enojado pohmortede seu irmão, 'quemayto sentio polo muytoqueo amaua emque tanlo cortou seu grande prazer, e(qnlas honras como esperam: chegando EIRey ; com tudodando a Nosso Senhormuytos louvores , poisassi o hauía porseu santo seruiço. Da ilha forâomuytos nauios em compa

m . no codi'

oes

dn l j . Idem. Omil lido no ns.da Aj .t ono 18

nhia das naos ,que todos chegárão juntos a Lisboa,que foiem dezoitodiasdeSetembrodo anode 199.

CAPITULO XXII .

no

'

hm m m ,nom um , onu BLIIBYvez A n aco m em . E

AOS 003 comm x t on o m um " Assu.

eslaua om Synlra quando aohegou hum ArturRodrigues , casadona ilha Terceira, o qual tinhade seu bom camuellâo prestes pera hirao Alguma, evendo entraras naos se [a à vela, nom sabendo dondevinhão, e assi á vela passou porellas antesquesorgissem, e perguntoudondevinhão, e lheresponderão :vemda India. Aoque logo se(az navoltadeLisboa onde chegou em quatro dias , eentrou em Cascaes , o semeueo em huma bnrquinhaque bia pera terra, emandou a hum filhoseuque hia com elleque ninguem deixassechegara falar, nem dizemnadadas m asda India. 0 qual ArturRodrigues chegando à terra, logoâpressa se foi Syntra. porqueosda harqtúnha lhedixerãoquelá estavaBlBey , eandou, e chegou huma horada noite, etoy aBlReyquevinha assentam mesa pera ceur. B ArturRodrigues tomou a mão a

ElRey , e lha beijou dizendo : « Senhorbeijei mão a V . A. porgran»«de mercêque me fará portâbgrandeboa nouaque lheh'ago . Ha»

« quatro dias .que partida Terceira, ondedeixo duas naos dn India, »«quevindo à vela em hum meu caravellâo passey perellas. eperguno u

doy :disserãomeque vinhão da India. E porsertão boa nona nom .

«quizque outrem viesse diantequemeganhasse mercêqueespero n

c mo V . A. me fará . »O queElBey nom pôde acabarde ouvir, esofoy logo à capel laqueestá dentro nos paços , ondefez oração edeumuitos louvores Nosso Senhorportão grandemercequelhefizera. Aoquehouvegrandealuoroço, e todolos fidalgos aoodirâo ao paçodarmaisprazerBlReydeseu muito prazer. Ao ArturRodrigues tomou porcavaleiro de sua m , :a a seu filho moçoda mmaram lhe fez meroôdeoem cruzados ,que logo lhedeu o compradord'ElBey . E logo disseaoslidalgosque antemanhã partia pera Lisboa peraveroutrosrecadosque

. a hum hon o Aj

n o VASCO DA GAMA , ANNO DE 1199.

c uhorme trouxeanteV . A . ao cabode todo muy bom edesejo . . ElRey

lhe disse: «Vossa vinda seja muy boa, comqueeu tenho tanto pra« zer,que ninguem o lem mórqueeu. E pois Docs vosdeuvida at黫qui como lhepediatras , vola dará perademymreceberdes as mercês»«quemerecevosso tão grandeaeruiço como me tendes feito . PoloqueVasco da Gama beijou mão ElBey . ElBey lhe disse: « Poramor»«demym vos consolaida mortedevosso irmão. pois Nosso Senhor». aprouveque lodo ficassepara vós , as í como toda minha esperança»«edescanço deste seruiço,quevos encarreguei, todo pus emvós : polo .

«quea Nosso Senhordou muytos louvoresque lheaprouveesta lama-nnha mercê me fazer. E posloquevosso irmão faleceo, suas cousas nom

« perderão de mym as memesquelhenzera seviuo fora ; oqueassi»« será a todos osque lá falecerâo, como osqueVinos fncárâo. »

Então Eme'

y oaualgou ese foy aos paçosdecima da Aleaceua ondeentão era seu aposento, lwando juntodesi Vascoda Gama,queentrando ondeeslaua a Rainha lhebeijou mão, fazendolhemuyta honra,dondeBlney odespedioquesefosserepousar, eno outrodia lheviesse)conlarseus trabalhos , emandaria oque seãzessenas naos z com oquesedespedio, e acompanhadodemuyta gente se toy sua m a . ElReymandou dizeraos omoiaesda casada Mina,quenada fizessem, um ho

lissem nas naos , senão oquemandasse Vascoda Gama,quelho fossemperguntar, e oqueellemandasse isso lim aem

'

: oqueelles assi o Bwtão, e lhe farãodarorecadoque lheElBey mandara. Então el lemandouquepuzeasem boa guarda nas naos, emandassem a genlepera smcasas, e Ieuassem todo seu falo , somenleo mestreepiloio,queelle oshauia d'apresenlarElRey em [erros emque os trazia presos ,queofossem dizerE lBey , ea causa porquê, como logo foyâo a ElReydarlhe dis crazão da causa. Oque ouvido porBlRey , mandou dizeraVascoda Gama,quepois el leos prendem os podia mandarexecutarousol tar, e fazer delles toda sua vontade;que el ledana toda juridíçâointeira pera el les , e quantos vinhão . Então mandou Vascoda Gam: chamar08 presos a su_a casa e lhe disse: « Eu compri comigo em vos ene»c tregarElRey em ferros , e lhemandei dinervossas culpas, deque»«el le deixou m m o castigo, o qual vos perdao livrementeporvos»« sos trabalhos . Agora oomprirey com as memesquevos pf omety por»«vossos semiços . luos em pazrepousaroom vossas melhores e n. »

VASCO DA GAMA , ANNO DE “ 99. l l l

a lhos comque agora viuereis em mais descanso eprazer,doquees»liuereis tornando fugidos commedodas tormentas , lrazendovom Cªº »

« pitão preso como delerminaueig. »Aoque el les nom tíuorâoquerespondersenão parseem joelhos, com as mãos aleuantadas ao Ceo dizendo : « Senhor, de Deos Minas o galardão. E os mandou para suas ca<

sas , que mandassem tirardas mas todo seu fato . Então mandou d'esembarcare trazerpera sua casa os pilotos Mouroa, eos caninos eo iadeu,quejá todos lraziâo seus vestidosqueVascoda Gama lhemandára[am parando da Teroeira ; e ao outrodia pola manhâ Vagcoda Gamaao Soy ao paço, eachou ElBey na guardaroupa,queestaua em pé veslindm , oqual entrando, ElRey lhefez muyto gaselhadoderisos a praneres , eo chamoudiwndo : «Dom Vascoda Gama, poucorepousastes .

Dom Vasco com o joelho no chão lhe'

beijou mão pola mercê do Bºmque lhe pum a. ElReydisseque lho dana para toda sua geração, easleuecom el lefalando cousasdeseu prazer; comquesefoy â missa, ondeDom Vasco cetenadentroda cortina falando com ElBey , egrandeespaçodepoisda missa, emquelhedeumui la contadesuas cousas, comquesefoy casada Rainha, ondeDom Vasco mandouvirda nao NicolaeCoelho ,que trouxe huma ama . emquevinhão todas as joyas o panos peraElRay . O qual entrando, Dom Vasco o apreseptou a ElRey dizendo :«Senhor, Nicolae Coelho nom foy somenos nos trabalhos e serviços , a»«queV . A. fará as mercês segundo seu merecimento . » AoqueElBeydisse Dom Vasco. lodo será comoquizerdes . então lhebeijou mão

,

oque assi fez NicolaeCoelhoque abrio area, eapresentou no estradoda Rainh'a os colares ejoyas , e panosd*EIBey deCananoredeM inde,e as cartas nas folhas d'ouro, eo pedaçodo ambre,quea Rainha maisestimou, e assi o almíàquere bejoim, eprooelanasqueseoomprârâo emCalecul ; 0 ladorecolhido, ficou dando conta aElRey e Rainhade todalas môres cousasque tinha passado em sua viagem,

sendo presenles todosos principaes senhores do Beyno,queElRey quizquevissem o tamanhoseruiçoque lhe lim a Dom Vasco . Doque tºdosdarão a K llley grandesconlenlamenlos polo muyto prazerquenel levião , desejando todos mais

os sem íços deDom Vascoqueasdinídadesquetinhão pertitulodenietcê ; lodos louvauâo muyto o memcimenlodeDom Vasco . E contandoElRey as bondades do Bey deMelinda,disseque tinha em casa dous pilotosque dera commuitodesejoqueel les visem com seus 0

.

t as cou

sasdePortugal elhas contassem quando tomassem. ElBey folgoumayto edisse a Dom Vascoque occupasse com elles hum homemquecom el lesandassee lhemostrasse lodalas cousasquelhea el leparecessebemquen

'

esom oqueassi sefezquelodalas cousas boasdePortugal lhemostrárão, e mom ento ElRey Raynba com suas damas emdias de festa,e serãoreal , eo comerd'ElBey , e louros canas , eas igrejas epaçosricos , e o mosteiro da Batalha :doquede tudo os p i lotos escreuiâo efazião lembranças . E Dom Vasco. deu conta ElBeydo judeuque Irazia, eos outros capliuosque lomâra em Angediua. ElBey lhedissequetodos etão seus ,que del les fizesseoquequim . Os quaas todos se6zerâo Chrislãos ,queDom Vasco todos m olheo, e trazia bem tratados ,emomento o judeuque lhe poz nomeGasparda Gama, porqueel leo tomou porafilhado no baulismo . Com o qual ElBey muy las vezes[alana efolgauade lhe ouvir“cousasque lhe conlaua, poloqueElReyl he fez maytas mercês , dandolhemuy los vestidosde sua pessoa, eeunul los de sua eslrebaria e semidores dosque se tornârão Christâosque lhedeu Dom Vasco ; e toda a gente lhe chamauão Ca pa:“ de lasIndias,queassi queria el leque lhechamassem. Então EIRey mandou a

Dom Vasoo'que ordenasseemandm edargentedas unos seus paga

mentos como lhe bem parecesse, pois el le melhorqueninguem sabiaseus merecimenlos porque já as naos estauâodescarregada . El leman

dou aos otiiciaesque a cada homemdéssem lodo quanto traxiâo liuremente. ea cada humdéssemdez arraiaisdecada especiaria pera as malheras partirem com suas comadres eamigas , pera todos haverem prazer. Ao descarregar[atão pesadas toda a pimenta e drogas : mandou ElRcy seus olíiciaes fazercontade todo o gastodos tres nauios e(amei:das , ecousasque Ieuârâç , emercês e pagamentosdos Capilâes egente,(porque tudo âcára escrito) até part i remdeBelem :detodo feita a soma,edoquevalia o fal omo, seachouquedehum se fazíâo m enta . EntãoElRey fez

mercê Dom Vasco de juroduzentos cruzadosque cadaano pudesse empregardo seu dinheiro em canel la em Gam er, porsera primeira temquena costa da India assenlára ; o qual emprego carregasse em qualquer naoquequizessesem pagar fretes edireitos , somentefrancamenteos leuarpera sua casa sem pesarporquenom fossem mais ; eindaque nom hou

'

vesso maisquehuma só nao, nel la os podessecarregar, eque se hum ano nom

'

carregnssc , nom sendo porsua falta, ao

m VASCO DA GAMA , ANNO DE “ 99.

que Nosso Senhoraprouvesse. Comquemayto incitou einclinou os

coraçõesdás homens hirem lá ganharhonra o proueíloquevião nosquedelá víerão .

Então ordenou logo ElRey mandará India oulra grandearmadadetom egrossas umquemuy lo oarregassem,que tornando amluameulolhe trariâoriqueza sem conto ; lodo praticado eordenado com Dom Vasco, quedeu patenteduefossa: Capitão mórem qualquerarmadaquepartissepara a India, eque podem tomara Capitania sem embargodeserdada a outraquaquerpessoa, e semel lessen'armada indaqueesliuesse já em Belem para partir. Equeda armada «dequea si fosse

'

. porCapitão mór, tiraria e poria os Capitãesdas naos como fosse

sua vontade sem embargodeas tema porElBey ,dandolhe todo 0 po

derpera fazeredesfgzerd'armada todo oquequizeese, sem porissoElliey lhes near obrigado a nada.

E lançando contadodiaqueDom Vasco partiadeLisboa alé adiaquenel la entrou, andou trinta edous memes naviagem, emqueaprouvoâ misericordiadeNosão Senhorque foy pera lanto . seu seruiço, como el leal to Deos seja muyto louvado, como hojeemdia parece, com tantoexulçamcnlo de sua santa (é calholioa , com tanto acneoenh gnenlode tantaschrislaudades pertodas as partes da Indiaque lheap'rouvenos

0que tudo seja santo pera sempre. Amen .

oqued'aqui

ARMADA

P EDRALU ARES CABRAL .

NO ANO DE 5 00 .

ElRey assi muy lo contentee com wuyto prazer, dando NossoSenhormuytos louvores portamanha mercê como lhe tinha feita, em lhedarcomeço edeepobrimenlo da muegaçâoda India, cousa lâo'

grandepera prosperidade e acrecenlamentodeseus Reynos com exalçamentodafédeNosso SenhorJesu Christo, com tão gloriosa memoria, sendo porel le tão grande cousa acreoenlada ao Reynode Portugal , assentou em

seu coração conquistareganhara seu senhorio a India com grande armada cada ano. com muytas gentes à sua custa,que mandaria voluntariamentecom soldosque lhe pagaria, e nisso tanto trabalharia até todaga

'

nharcom paz, eperguerra, até loda sobmeuerseu senhorio,dequehauería tanlasriquezas pera nobrecimentode seus Reynos evassallos . Eem lodo propoendo sua tenção no serviçodeNom Senhor,queesperavafazerlhenooonuertimentodos gentios einlieis,queesperam tornarà nossasanta fé ; é hauendo sobreo caso muytos conselhos com os seus principaesdo Reyno , ondeDom Vasco em presentemuytom atando as grandeu sda India, comqueportodos toy muy aprouadn a santa tençãº

d'ElRey , tendo já nas mãos tão bom começo, etão aberta carreiradem o 19

N G PEDRALUARES CABRAL, ANNO DE.

1300.

nauegação, epilotosda propria terra. aosquaes Dom Vasco linha em sua

m m, eos muyto honraua , eElRey odaua com auondançade todo oquequeriâo, os quaca já wuyto enlendiâo nossa fala ; nos quaas conselhosElBey mostrava as cartas , escrilas em folhad'ouro,do BeydeMelinda,ede Cem ar, das boas amizades epazes , com tantos comprimentos eaba lançasquenel lasrecontauão, praticandodo wuyto valorda pimentae drogasquese oomprauâo trocode mercadorias , emque resul tavatão grande proueilo , e mórmenle assentando as cousas em seus justospreçosdas vendas ecompras , e seencurtarião os sobejos gastos de largnezasque nesta primeira viagem '

sefizerâo : oquelodo as :muy praticado econsultado, foy assentado no conselho,que logo se fizesse armadadegrossas unosdeboa carga. E porquea gentedas nausdeDomVascoda Gama nom íon com soldo limitado, sómente que pareceubem a ElRey lhedarporseu trabalho, eas mercêsque lhe fez, comqueíicarãoricos econtentes,que causou muyta desejo a toda

"

gente cobigarem hirem ganhareste tamanho bem, foy ordenadoqua ElBey nommandassenestes feitos homens forçados , sómente osquequízes'

sem hírvoluntariamente, e com soldo limitado, eapregoado a quem oquizesseaceitare tomar, pera servirem todolos sem íçosdo mareda terra, asside paz, comode guerra, eem lodo oque lhe tosse mandado ; oqueassi apregoado, enolilioado, en gn ndedescargo da obrigaçãoque—EIReydeuia aoeguemandaseo perohrigxçio. O que todo Dom Vasoo ass i

ordenam com ElBey , e depois o assentam no oonselho, emquefoy assentadoquo a armadapartim em l m quem o bom tempo pera partir,pem oqua forão mdenadasda m grm dedom m m los wnése tm nauíos m m , etodos hrtee, muy amn ihadog e apemebídosem muy la mendonçade todo o neomsario pem o tempodedous anoe,demuy tos mantimentos , eaddm ,

emoniçõep, e mms : oque todom ordenado o limilado porbom Vasco . Daqual am ada ElRoy Ía Capitâo n órPedraluam Cabral . hom m íkh lgmdebom saber, :nuyto aulopera is o, aque ElRey muyto folgoude lhodarosle om g), porqueallo wW a ElBey pen M o a n in g" induzimento do Dom

El lioy'voom Dom Vasco . muylo praticam o quecomprit , e person

t ommdo no oodieedu j. * ldem .

n a. PEDBALUABESm m , ANNO mam o.

foy tantaque os omoiaes escolhiª) suavontade. Edas naos Fez ElBeyCapitães SanchodeToar, lidalgocastelhano, SimãodeMirandad'Azeuedo ,Em Matoso , Vascod'Ataide, Nuno Leitãoda Cunha, SymàodePina,Nicoh o Coelho, PedrodeFigueiró , Berlholamw Diaz, Diogo Dias 860i rmão , Luíz P i res , GaspardeLemos , “AndreGonçalhes , Mestrequevieracom Dom Vascoque lhequis el ledaresta honra : estes tres Capitãesdosnavios pequenos, SymãodeMirandad'Azeuedo era Capitãoda nao Cu

pilania, ec hin ; pera Capitão mórna sowesãodePedraluares Cabral seel le faleoesse.

Nesta armada hia ahondançadecoraldepcm e laurado enâado ,cobre, vermelha

,azoague, alambres, panos de E gressos o ânus. e

veludos, oelyns ,damascosdetodas cores :maytas pipasd'armas brancas ,

espadas , lanças ; muym carnes,e pescados seccos , e salgados , legumes

de grãos , * e; fªm , manteiga , mel , açuquere; eem cada nao bolicaordenada pen osdoenles, etódo em abaslança oom boa ordem. E potfeitord'armada eda targa Ayres Com a, homem ndalgo,dous escriuâes ,Gonçalo Gil Barbosa, eDiogod'Azeuedo com granderegimentode comohauiâodevendere comprar, e pesaremedirtadalas mercadorias , comotudo Dom Vasco sonham, eexaminam em Galeonl ,que tudo passaraem lembrança porescrito . E na nao Capitania frey AnriqueSoares , fradedeSam h anoisoo, com outros cinquo [rades comrelauoloda Piedade, etodos ornamenlos ecousas necessarias pera o omciodiuino, com orgãos ,tudo em muyta perfeição comrica prata. E ElRey mandou cartas epresentes ao ReydeCananor, amm andolhe sua boa amizade, emuylo lheencommendandoqueajudasseem suas cousas ; eassi ao ReydeMelinda.com grandes comprimentos deagradecimentos polo bom auiamenloquedera a suas mos , eenoommendando ao Capitãomórquelhefizessemuytashonras ; eporqueCaleout era cabeçade todo oquelhecompriada India,trabalhasse lodo o possíuel poram laroom o Rey boa paz e lralo com

feitoria assentada, com toda seguridadequepodasse, e sefossepossiuelahí " deixam feitoria assentadaque linesse compradas M udas , peraas mesqueWin outro ano acharem bom aniamento para carregar;disto muy largos apontamentos eanimade todo oque compria .

E sendo aarmadade todo apercebida, epagamentos feitos âs genles ,'Em amboa os oodioec se l é adein n

PEDRALUARES CABRAL , ANNO DE 15 00. I IS

Dom Vascoda Gama fez conselho com os mestres epilotosda nauegaçâoque fariâo pera encurtarcaminho,que era cortarpolo marlargo, tomando largosvos ventos domar,quecorriâo pera terra, com way loresguardo pordobraro CabodeBoa Esperança, ede dentro del lefossembauervis tade terra,que bem oonhecião os pilotos MourosdeMel inda,queElRey fez muitos fauqres , evestidos deves tidos de seda , e cadahum colardourodeoem cruzados , outros « cento .»em dinheiro ebonsm lhados , eseus mantimentos fechados , eagua com sua chave; eperelles escreueo Dom Vasco ElReydeMelinda grandes amizades , e lhemandougoedameoisricos , e coxinsdeFraudes, e com uns , emarmeladas . El lioy en tregou ao Capitão mórGasparda Gama, o judeu, porquesabia falarmuytas l ínguas , aque ElRey deo aluaráde liam forro, edesua comedia em terrada cruudos cada mez, mayto Iheencom en

dandoque o servisse com Pedraluarez Cabral , porque se bom semiço

lhe lizessc , lhe faria muyta mercê ; e porquesabia as cousasda Indiasemprebem aconselham ao Capitão móroquefizesse, porqueestejudeotinha dado a BlRey muita enformaçâodas cousasda India mormentedeGoa.

E sendo loda '

armada prestes, Capitão mórcom todos os Capitães ,e cada capitão, com sua gente, lodos vestidosde librés , galanles , se

fotão' pé aos Paços decima emqueentão ElRey pousam , ebeijarão

mão a 13qe à Rainha, e aedespedido, efarão ao Caesda Ribeiraembarcarnos bateísquehiestauão embandeiradosqueera cousa fermosadever,qnepassauamdemil homensd'armas, ecom mnytas trombetasserecolherão ás nem ,que m i estauão formosasde bandeiras,que titerão salua com anelharia ; oderão ás velas, todas assinadasde cruzesdeChristo , eandarão barlauenlando, e se fotão sorgirem Belem,

ondea outrodia os ofi cinas lizerâo alardeda gentedecada nao, escreuendocada homem pornome, appel lido, enomedepay emây , e terra, easado, ousol tei ro . OndeElRey era presente fazendo a todos muy las honras ,emórmente aos Capitães, lhemoyto enoommendando o . bom tratodagente, esobre ludo orepairodosdoen les , equenas vigias el les fossemos sobreroldas , pois nisso lhehião as vidas , equesenom 11mdo Capitão mór, nem [umdos outros, emuitas vezes vissem secsregi

“ Cem . Aí .

1 5 0 PEDRALUARES CABRAL , ANNO DE 1 5 00.

mentos , eos sinaeequehauíão ,de fazer, dedia edenoíle, ecada diapola manhã fossem falarao Capitão mór, porquesealgum falecesse, o

Capitão mórbauíad'aguardarporlodos , e portanto huns aguardassemporoulros , e isto sobas penasquedizião noregimento . E porqueotempo era bom pera partir, sendo ordenadoque pm l emdiadeNossa Senhora vinteecinquodiasdeMarço, Elaey ouvio missa em poalilloal ,que lhe disse o BispodeVízeu e fez breuepregação em louvo:deNossa Senhora , aque todos s'encommendassem,queos bem encami

nhnsse e guardam dos perigósdo mar; a tuado sempreo Capitão mórna c

'

ortina fazendolhemuy las honras . Acabada missa o Bispo banzaobandeirareal ,que ElReyda sua mão lha entregou, com a qual diante,que lenana seo alferez, eos frades com huma cruz diante, cantando orações , sub irão da Igreja, eEIRey com el les foy até praya, ondeeratodo o ponodeLisboa, cada hum veros maridos , efilhos , esªemharcarão nos baleís, suerecolhidos às naus, que logodarão as velas ,E c y semelleo no seu bate], eos Íoy acompanhando até sabírda barra .

Oquefoy emvinteeoinquodeMarço diadeNossa Senhorade 1 5 00.

CAPITULO

DA NAUBQ AÇ ÃO QU E FEZ A AM ADA , E O QUE LHE ACA ECBO ATE,

CHEGARA RUBIA TERRA NO UA QUE DESCODM O D l) BRASIL .

Sa no fôradeLisboa a frota nauegando com bom tempo fotãodemandaras I lhas Terceiras porsemais metlerem no mar, peraqueos ventos lhefossem mais largos para nanagarpara o Cabo : 0que todo faziâo comeélimaliuaqueatinauâo, porque inda então nom sabiâo o lomard'al lurado nem acerlauâo, sómente tinhâo agul hasdenauegaç pera conhecimento dos ven

_tos , porque sabiâo onde lhe ficaua terra, porqueos

ventos corriâ'o pera el la ; no qual caminho acharão naodePedrodeFigueiró muito Lam im,quecom el la se perdia ameladodoqueas outrasandauão, ecomventosque as outras animauão el la sem amainarinda

1 5 2 PEDRALUARES CABRAL , ANNO DE 1 5 00.

dias , .e furão bomm pola tem dentro, enom acharão quem lheâzeesomal . Hauia muytas pouoações e gente toda branca, eosrastros largos, enarizes largos ebnixos oomode1609. Ondeo Capitão mór, perconselhode todos ,d'aqui. tornou mandarao Beyno onauiodeAndré Gonçalues ,com a nona ElRey desta nona terraquedescobrira ; emandou homens,molhares, emoços , esuasredes e vestidos, edos papagayos grandes ,

o d'outros mais pequenos . O mantimentoda terra era milho, eo nauiomregadodos paos vermelhos apurados ,que crí o muy pesadoâ, quechamauâo brasil , persua vermelhidão seruna como bm E mandouAndré Gonçaluesque fossecorrendo a costa sempreem quanto podessee trabalham porlhevero cabo, oqueel leass i fez, e descobria wuytodel la,que tinha mnytos bons portos rios , esm uendo tudo , e as sondasesinaes ; comque tornou ElBey , ehomemuyto prazer, e logo armounauios emque tomoua mandªrAndré Gouçalues adescobriresta terra,porquemandou experimentaro pao, eacharãoque fazia muy lina côrvermelha, comque logo contrato com mercadoresquelheoomprarâoo pao peso,queforão carregaresta brasil , deque houvegrande tratoewuyto proueilo, porsermercadoria para maytas partes , e mórmenlepera Frandres ,dequeElBey houvegrandes proueitos como em parece.

Deste brasi l mandou o Capitão mórtomaralgumque lenon â India, enom taua muyta valia, porque a tintavermelha fazemdo lacre, eporlermórvalia no Reyno nom carregou pera India.

CAPITULO III .

QUOI O A "IM I PAI M DO DI AZ". PERA 0 CABO DE DOL B PBI ANÇA,

E LI E DEU VENTO SÚPITO , QUEWN OU QUATRO K AOS .

Pu m»o nanio pera o Reyno, o Capitãomórpós nomedeSancla Cruza esta noun terra, porque a el la chegarão a tresde Mayo,diadeSanctaCruz. As naos m olhado m esquitas , e se lim âo á vela, e correrãoaqlongoda ooslaquanlo poderão até perderemvista del la, correndo paradobraro . Cabo_, [cuando ventos forçosos, quanto as naos podião sofrercom todas as velasdedia, edenoite mesuranão as velas , ficando detrásda Capitania, mas leuauão '

grandeandar,quenutredia enoite cor»rião oitenta, nom ta lagoas, segundo o entendia os pílulas . E hindo na

PEDRALUAEEZ CABRAL, ANNO DE 15 00. 188

paragem, ondedepois seacharão as ilhasde'

Trístâoda Cunha, leuandoas bolin a largas , sendo odia claro ebom, lhedeo hum venlo supito emcontrariodoque leuauão porjulauenlo,que lhedoo com as velas sobreos mastos eenxam es pordauante, comqueas vargas nom poderãovirabaixo, postoque prestesmenle lhe largaria asdriças ; _e toy o pédevento tão forte, gue logo sosobrou quatro naos ,quevirarão as quilha:para cimª,quefarão Bertholomeu Dias , SymâodePina, Vascod'Ataide,GaspardeLemos . As outras naosqueescapariadenom sosobrarem, foy

porse lheromperam asvelas ; eo vento passou ; eoutras lhequebrariau_vergas equasi mens sosobradai , commuito desacordo , bradando Deonmisericordia, e tão perdidasquenom poderão valerás gentesquen.cauâo polo mar, esobreas quilhasdas naos , dando gritos misericordiadeDeos . E o vento croceo am tormenta desfeita comqueanoiteoeo'

ese

dobrou seo mal , correndo as naos semvela, e o martão al toqueascomia , comque todas seapartarâo humusdas outras , comquecorrerãoviole dias com lraqueles agnrruchados cada noite, dim a salua, bradando pormísericordiadeDens . E porqueo vento se toy mudando,quelheseruia, forâo dando as velas quanto puderão sofrer. O Capitão mórpergunlou ao pilotodeMelinda,queseria a causade tão supino contrastede vento tão forte. Elle lhe disseque ali onde lhe dera aquel la ventocontrasieaoque leuauâo , era porque hi pertodeuião estaralguínas ilhasaquedando o venloque leuauão lomaua derefrega tão forteesopito,que causaua tamanha tormenta porqueerâo longede terra. E correndoassi setopou Capítaína com SanchodeToarsem mastamosdasgana s ,que lhos leuara o vento com as velas , enom oonoertarão outras porquenom podiâo leuarmais velas ; edepois seajuntouBras Mam . E porqueachauão granáes frios, eosdias pequenos , disserâo os pilotosquehiâobem nauegados , comode feitodobrarão o Cabo sem o ver, ehindo cortando mais largo , se farão as naos apparelhando, a ewderâo todas as

velas , comque farão bauervislada terra antesdo cabo das Correnles ,que os pilotos deMelinda logo conhecerão, e Íorão correndo a costa, elopârão com as outras naosquese fotão ajunlando até Moçambique, somenteDiºgo Diasquenom sabendo porondebia, nom sechegou a temtanto como deuera, e foy terporlórada il hadesam Lourenço, eporqueavi rão em seudia lhepozerão o nome; echegandosea ella crendoqueera a costa deMoçambique, correrãode longo com boa vigia, busrono 20

1 5 8 PEDRALUAREZ CABRAL , ANNO DE 1 5 00.

cando Moçambique, alôqu'

o (etãodarno caboda ilha,qu'

efoy fazendovol ta até lhedarovento pola outra banda,que lhe ficou em contrario,polo'queenlão conhecerãoqueera ilha evinhão errados . Então selornárão à ilha esorgirâo em hum bom porto,que fazia enseada abrigadados ventosdo mar, edeãlárão o bale! tóra, efarão a terra ondeachárâohuma fonle d'agoa muyto boa : nom hauia gente, ehauia muyta bompescado . Então m udou hum degradadpque trazia, porqueem lodalasnaos ElRey mandaua degradados pera assi auenluramm em terras duvidosas , e mundana ElReyque fossem perdoados á venturada morteouvida . O qual foy pola terra dentro , eachou humas aldeasde casasdepalha, e a gen teprata enua, comquefalqu peracenos , sem lhe famerem nenhum mal , e se tornou ai nao, ecom ellesevierâo algunsdaquolla gentequevenderão galinhas eínhames , efruitasdo mato boasdecomer, e eslo a lrocode facas emnchados , ecousasde ferro, c oentinhas pintadas ecasmueis , eespelhinhos : ondeos nossos estiuerão wuytobem buns dias , mas porquea gentecomeçou adoecerdefebres e morrião, poloqueentão separtirão efotão pola bolina qugala p'uderão portomara costa deMoçambique, e tomârâo cosia alem deMelinde, ecorrerão costa buscando Moçambique polos sinaesque trazia o pilotonoregimento , e correrão tantoquepassârâo porÇaootorá , e farão terno cabo deGuardafú,que nom sabiân ondeestacio, efotão correndono longo del le polo es lreilo dentro até chegarà cidªdedeBarbara,quono dc fôradas portasdo estreitá pera parteda terra do Preste, a cidade formosade casas brancas emuytas janel las , ebom porto emqueeslauão as naos e zambucos , e sorgirâo fôradas nace, mas esmoladosde n ero tão nobre cidadede casaria, o o a terra assi (icárão asfpautados vendo la! naoquenunqua virão. Mas eslauâo hi Mouros tratanlesqueesl íuerâo em Calecul quando lá fora Dom Vasco da Gama, etínhâo

'

muqcontado das cousasque em Calecut sepassárâo, elogódisserãoque eslas naos mão como as outras . Poloque logo E c ydacidadecobiçoude tomar a nao, poloquenel la esperanza tomar, earmoumanhaque logo mandou hum barco ª perguntarqueganheºrª»º“ ºqueal l i buscauão em seu porto:Aoque lheoCapitãorespondeuqueeilehia pera Cak cul em companhia d'outras masquehiâo carregardc mer

" emm . Aj .

1 5 6 PEDRALUAREZ CABRAL, ANNO DE 15 00.

desojauâo bit a terra,quemuyto mário ao capitãoqueos mandasse.

Em quanto estesrecados corrião, 0 Roy com os seus ordenârâoheroes com gentearmadaque fossem tomara nao, e duas unos grandescom muytos Mourosquehauiâod'abalroar. 0que todo bem concertado ,mandou 0 Roy na praya armarbalança etrazermuytos sacosdepimentae fardos de oanel la, emandou hum barco medizerao Capitãoquefosse o escriuâo a lem pera em tanto pesara fazenda, eeslarapartada'npera c» logo embarcar; ese loda nom podeaemberno balel lhedaoria harcosque a can'egassem . Aoque logo o eecriuâo manáou a lerra e

com elle seis homens para olhar eajudar; onde chegado, ElRey mandou â pmya hum seu feitorquefosse fazero peso,que logo presenteoescriuâo começou a pesarpimenta em M , epôraparuda . O bale! fezdetença em tirarem as mercadorias debaixo, ea embarcarematterosdoentes com suas mupas guias para lauamm, em modoque o bate] lououmuyla fazenda, ecom os doentes ,quepassam decinquoenta, ecomdez marinheiros valentes homensquehauíâodehit evirno bad,dizendo 0 Roy ao escriuãoque lhe haviadedartoda boa carga porquefolgas emdetornaral li a canegaroutras nace. A nao estatui tão perto,quebemvião estaros fardos na praya : o escriuão mandou hum homemem huma almadia dimque fosse o In tel ,queseapertam «da' nªo,em elle chegando, oqualquerendo entrarno bale! cayo ao mar, e setornou ai nao a vesti r outro fato, enom quiz bornat n'almudia . O Capitão lhe mandouque fosse n'almadia, el lerespondem « Senhorlomo»«pormao sinal cahirn'agoa ; hirei quando o bale! tomar. »

Tantoque os Mouros dos barcos armados virão o bate! em terraque_a gentedesembarcam , remo sairãoda lem hindo pera a nao, enalem começárão eatinareatarosdoentes . Os sãosvendo a lrayção cc

meçârão a se defendercom espadas ,que acenárãode lenar zehouvebrados evirão derrubar huma bandeira,quebia na proado bate), ealguns Portuguezes dos 8505quea nado seaoolhiâo pera mto, os barcosdos Mouros os fotão matar. E as duas mos grandes, porquenom tinhâovento na bahia. mhiâo à toa pera fora, o o bale!que logo os Mourosdespejárâo, semetlerão muylos nelleque hiãoremando peça a nao, com

arcos e mguchos . Oque sendo visto da nao, conhecerão a trayçào,

PEDRALUAREZ CABRAL, ANNO DE 1 5 00. 187

poloque nom houveespaço maisquecortarem amarra , e darão as vela , oque fez o Capitão com o mestreebombardeims ,queporlodosseriâo até w

'

n le homens sãos, eoutros tan tos doentesquejaziâo,quesenem botiâo, porisso nom farão no halal . 0que vendo os Mourosquea nao bin desamarrada dando as velas , chegárâo a forçaderemo, cobrindo nao deM ohaa comqueinda ferirão algunsdos marinheirosquedauão as velas, e vinhão porentrara nªo, aoque o Condestabredoente. se aleuantou, edeu fogo em berços e falcõesqueeslauâo carregados, comque quiz Nosso Senhorquedeu nos barcos comquemel teotres no fundo, matando muylos Mouros . Oquevendo os outros seafaslârão, e Não apos a nao ramo,quenom aoerlárãodetmzervelas ,aguardandoqueas m as chegam quejá vinhão à vela. Os nossos como apparel hárão as velas, concertárâo arlelharia,queoutradefensão nomlinhâo, e sendo as naos perto, hum tirodefalcão quis Deosqueacer.tou no m elo ,

”que logo cahío com verga, e arrombou a nao, een

trou agua comque se hía ao fundo. Aqque acodírâo os barcos a'

salutargente, comque a nao sefoy saindo ; ea outra nao _veudo mtodçsbarato nom quis hirnuanle se tornou. * A qual trayçâo se osMouros aoommetwrâo à tarde, quando a Viração erado marquea nao

nom se pudera fazerde vela, semduvida fora tomada, porquenom hauia quem defenderam . E feitos assi à vela com tamanho malde tantagente morta , e fazenda e bate! perdido,queera o mórmal , chorandotodos, pedindo Deos misericordia,que os salmssedo riscoda morteemque ômuâo, hauendo seus conselhos, evendoqueetão tão poucosque se amainassem vela nom poderião tomarhiçar, então lizerãoarraiadura abaixo das vargas pera anaqua amainarem, nem lhecaíremseas adriças quem , esemewm

'

o em caminhodesompmcorreremá popa, quarto!quelhesemissem todas as velas, e fossem porondeNosso Senhorlhe aproueese os leuat : equando lhedana algum ventorijo, largam as escolas,quecom wuyto trabalho as lomauào caçarcom o calman te, nauegando sempreao somdo venlo, oom oqueentrou nos doentes tamanho desmnyo,quecomeçârão a morrerquenenhum ficou, e assi nauegando sem nunqua verem terra, aprouveâ píedadedeNosso Senhormostrarsua grandemisericm'dia,queem tres me

Omiuido nouma A] .

1 5 8 PEDRALUAREZ CABRAL , ANNO DE 15 00.

zes os aportou no Cabouerde, nom sendo já maisque tm ehomens , oude chegando, largârâo as ancoras, eas escolasdas velas sem as amai

naremque nom hauia quem fosseacima tirarasrataduras . Oquevendoa gentedos nauíosquehi eslauâo acodirão nos baleias, etomârâo as velas, sabendo oqueera melterão gentena nao,quea leuárão a lisboa,onde ainda nom era lomada nenhuma naod'armada ;queestes mulauão a ElRey todo desaguadas naus perdidas, dequeEIRey houvemuy ta sentimento , eda saluaçâodesta nao seprégou pormilagre.

CAPITU IÁ) IV.

couo AS n os 001; Hen io cumu l o A noçm lous , m u i o

As seis m asque Bcârâo,queera a capitania Sancho de Toar, BrasMatoso, Nuno Leitão da Cunha, Nicolao Coelho eLuiz Pires ,que todasorão grandes unos , chegárão todas a Moçambique. O Capitão mór, sabendoqueDom Vasco da Gama, 0que acabam comqueganham tanlahonra o credi to naquel las terras , nom fora senão com grandes larguesasde muitas dadiuas , sofrendbos males com paciencia, dissimulaçõospornom escandalisaras gentesque lhe tiuessem odio, antes sehumildando como del le hauiâo piedade, com osquaes modos fezquanto lhecompria ; assentoude assi leuareste caminho, " emuito melhorseserpudesse, « eqporqueaqui em Moçambique o Xeque lhequis (amlrayçâo sobre mostras de boa amizade, estaua ouídoso oquedeuía ta«

zer, eestando nestes pensamenlos voo huma almadiade terra comrecadodo Xeque ao Capitão mórdizendoque poramordeDeus lheperdoasseo em passado,que lho caueárào Mourosqueo mal aconselhárão,dequetomara boa vingança ; porqueel les Íorão causadelhequererfammal , e lhefmerâo perderasdadiuas emercês ,queª

sabiaque fixarão a ElBoy deMelinda ; masque depo is linhão sabido verdadedesua muyíabondade

,que portanto estou:: prestes pera o semir, esemandasse logoseviria deitarseus pés . Esterecado mandam o Xeque, cuidandoqueoCapitão mórera Dom Vascoda Gama,que houvegrande medo vendo

' Palu m oopíadn Aj .

160“

PEDRALUAREZ CABRAL , ANNO DE 1600.

dandolhe muitas galinhas erefrescoda letra, comqueseacharão bem,

postoque alguns morrerão,quejá vinha) para ia o. O Xequemandamdartudodegraça para os doentes , e mofrendo o primeiro,quelho fu iâohuma cona, o Xeque foy mostrarno caboda pouoaçâo ondeeslaua huma conaque tinha huma cruz á cabeceira, edissoqueal lij azia humhomem portuguezque aly ficâmdas outras mos, mostrou huma lanoeen queestauâo lelras oortadas com [acaquedizia : «Nesta ooua jazDamiam Rodriguesque nesla letra deixou Vasco da Gama que com

el leveodegradado pormarinheirodeeam Gaurial . Oque lorão moatrarao Capitão mór,que folgãrão todosdever, mas o defunto não ia

lára verdade, porqueDom Vasco nom deixou, somente bumJoão Nachado, assi degradado, dequeesteDamiam Rodrigues,que tambemvinha degradado era amigo, porqueambos juntos forâo presos pormal:rem hum homem no Rocio deLisboa, eambos estiuerâo presos muy totempo no Limoeiro deLisboa, eambos polo caso eslauâo condenadosforca. E poresta causa quando a nao “

sam RafaeldeDom Vascodeu nos

baixos ao sahirdeMoçambique, sabendoque João Machado âcaua naterra,denoite se deitou a nadoda nao sam Granicl dePauloda Gamaemquevinha pormarinheiro, ese foy a terra em busca de João Machado seu amigo,que foy levado a casado Xeqqeondeestaua João M&chado, comque ambos wuyto folgou o Xeque; porqueJoão Machadosabia hum pouco falarm uie, e lhe dana todo oquehauiâo mister. polo '

quesemiâo ao Xequecomo cmdos . E esteJoão Machado, contando -ao

Xeque as grandezasd'ElRey dePortugal , eque haviadem udarlndia tantas armadas egenlo atéquea tomasse; esabendo oqueos noesos Bzerâo em Melinda, o Xequeassentoude sernosso grandeamigo . Eestando assi ambos adoeceo Damiam Rodrigues e morn o, doque toymuy anojado João Machado , e com licençado Xequeo enterrou tora nocabo do lugar, e fez as letras na -tauoa, lha meueo á cabeceira, e lhepos cruz,que o Xeque consenlio porque já esuua determinado sernosso amigo . E porque 0 Roy deQuiloa soube as cousas dePortugalqueJoão Machado contaua,quo lhas escreuera o Xeque, mandou porJoão Machado, aque fez mayto g'asalhndo, « porque João Machado erahomem deboa presença e boas falas, ebem ensinado . O qual estando

Omit lido na copindt Aj .

PEDEALUARES'

CABRAL, ANNO DE 1 5 00. 1 61

assi em Quiloa muyto contou a ElBoy as grandezasdo Portugal , porém:já sabia muylo bem a fala, edaqui foy mandado ElRey deBombaça,quieera casado com humamhado BeydeQuiloa . Com os quaas assi falando, João Machado lhefez grandes medosdas grandezas 'dePortugal ,comque licârâodemouidos a nom quererguerra com os nossos , Daquifoy terMelinda, aqueEIBey fez muylos bens, ecom sua licença em

trajesdemouro sembarcou em naosdeCambaya, lá andou huns lempos , edahi sefoy ao Balagate, eassentouvincada com o Sabºya senhordeGoa, onde estwe muy honrado, porqueera elle valente caual leiro,do qual muito contarei adiante.

O Capi tão mórvendo a lauoada sepul turadeDamiam Rodrigues himandouque s

'enlerrassem osquemorressem, emandou aos [mãesque

fossem benzero lugarpeca adro, oqueaª imm epedirão ao Xequeo chão,quedeu'deboa vontade,que o Capi tão mórm udouquecorçassem de sabe com huma só porta, esobreel la huma cçuz grandedepao ; e lhe pos nome adro de sem Grauiel , ondedepois sefez humaigreja de seu nome, como adianledirey . E porque toda a genteandauaem terra, o Capitão mórmandoudeitarpregões com grandes penas ,queninguem Bzessemal , nem agrano na terra,queporim lhedaria grandecastigo, oque assi todos guardârâo, eosda terra lhefaziâo todo bomgnsalbadoquepodião.

O Xeque e os seus eslauão muy espantados ouvindo aos pilbtosdeMelinde as cousas de Portugalque contauão os vendo asside colaresdfouro evestidosde seda. O Capitão mórmandoudarauíamenlodoqueseachou na terra,queera pouco , porquea gente tudo camião . MandouXeque buscar, ede longe lhe lrouxerãodez vacoas , evinte cabrasque mandou ao Capitão mór, o qual lhemandoudarporel las cem

cruzados d'ouro pormostrargrandeza, e mandourecolhera gente, ese partia pera Melinda. E ncârâo em tem tres homens com candeana mão, dequedous viuerão ,que se farão pera Melinda .

TOMO

PEDRALUARES CABRAL, ANNO DE 1 5 00.

CAPITULO V .

05 coxo AS M os cumu l o A xm as , no 005 111 91 881 310

cou nu n .

Pu m a na naos de Moçambique, nauegárão ao longo da m la,

doque os nossos pilotos hiâo tomando as mostras e conhecençasdetodos os portos ,que assi o traziào perregimento pera quando ou

tra voz porali tornassem saberem tudo ; e chegárâo a Melinda lodas juntas amanheeendo, oque com grande pressa farão dizera É lBey ,que seis naos dePortugal chegauâo â ,

barra. Doque ElRey houvemuy grande-pm er, veo logo à prayn veras naos ,quevinhãocom muytas bandeiras , emandou logo hum barco avisitarDom Vasoo, cuidandoque sinha nellas , eque a qualqueroutroque fossedesua parte o visimssem ; e chegando ao Capitão mórvisitaçãod'ElRey , elle tomou fazendo main honra ao mensageiro, emandoureposta de muylos agradecimentos e com o mensageiro mandou logo os

pilotos,que fossem verBlRey , esuas mulheres e filhos, os quaas assifarão vestidos de veludos e sedas com seus cola

'res d'ouro. Os quaaschegando anteElRey houveprazersem conto , eos mandoúpara suas casas , oquedepois lhevim darconta . E EIRey mandou muytareffesoo nada nªo, emandou pi lotosquemetiassem as usos no porto comoviesse Viração : oque assi foi feitoqueentrando fizerâo grandesaluadc muy la arielharia, e '

ªdeilaudo e muylos pelouros pera o mar, commuylas trombetas . ElRey estima na praya com lodo o ponoda cidadevendo aum tâo formosa, e toy tanto pramrem ElEeyque senom pode ler, semeueo em hum barco com humdos pilotosque sabía bem

nossa fala . Oquesendo vistoqueElRey hia, âpressa, seooncerlou a toldada nao, e o Capitão mórápreseadeem pola 11110 até agua, e entrou no

barco e com o joelho no chão lhefez mui tas oorlezias, porqueEIBeycom muyla pressa se leuanlou ao abraçarcom grandes prazeres como seforão irmãos, onde tambem Ihc falárão muylos homens ndalgosquevinhâo com o Capitão mór,quetodos ElEeyrecebia com prazeres : oque

odeiurio Aj .

161 PEDEALUABES CABRAL , ANNO DE 15 00.

a O Capitâo mó:depalauradizia aElReymndes oompdmenm m lReydisse:?l «Móms são as obrasqueas palauras ; umasque lhemaytorogauaqueno outmdia com todos oeCapitàes 31131308 fom m jantarcomel le, quemandassesayrtoda a genteem tem , ena cidadefolgassem,

porque tudo erad'ElReydePortugal . O Capitão mórlhe disse: « Se, »« nhor, esas naos , enós todos , com Inda gente e quanto nellas vem,

»

« tudo he teu,pera fazermos oque nos mandares até tbdos morrem os »

«porteu somiço , eportanto em todo faremos teu mandado. »13qse

embarcou no esquife,que já estaua concertado, ea cadeira posta, emqueEIRey toy ; e o Capitão mórcom elle,que K lRey apertlouque ticasse, mas nomquis , e foy oom todos os Capilâes em sens esquifes oommuytas lrbmbelas , queas mas finarão saluad'arlelharia, egritas , porqueElRey foy vendo as mas . Chegados a terra, oCapilão mórquisera acompanharElRey alô casa, mas ellenom quis , e

'

se tomou â nao , eos Capitães sóm

'

enle fotão com ElRey até portados paços, eM ay osdespedio

'

ese tornârão às um ,despodindosed'ElRey'

com suas grandes cortadas, onde logo lheElBey mandou barcos comrefresco tantoqueauondoutoda a gente.

Toda esta noiteElaey estene com os seus pilotos ,quelhecontanão as cousasquevirão em Portugal , aos qanas mandou ElRoyqueao outrodia, acompanhadosdo seus parentes , fossem andarpola cidade.que todos vissem as honrasque traziâo de Portugal , todwqonlassemque cousa em Portugal ; oque assi M o,que suas honras , as '

oercados1

'de parentes e amigos , andarão «mostrando portoda a cidade, commuyta gente,m , ecom

Bey contam aos seus as cousasque lheos pilotos oontauâo,

sehavia porbomauenlurado conhecer, eporamigo e irmãomanha senhorcomoBlReydePortugal elhecontamdo camibo tempo farão sem verterra, edo trabnlho, emao comer, eoqueouvindo osd'ElBey estauâo espantados ,dizendoqneos noesoseràolada força das gentes do mundo. E no outrodiaquerendo da embaroarn o Capitão mórcom os Capitães om iehonrada, Bdalgosquehauia muytos n

'armda, queElRey , alemdeseus soldos , dana suas :

Bal la na copiada Aj . n o capitão mórque lhemuitorogaua etc . Ai.

PE RALUARES CABRAL , ANNO DE 15 00. 1“

moradias omórmandou apregoa emWu m que na tem níngw n úm

mal , nem escandalo , t porisso lhedoria grandem ligow mandouandarem lern os marinhoírosdas naos eo sou meirinhod'armada oomhumOuvidorque trazia,queolhassem muyto pola gentequenom nzeeeomal . O Capitão mór, com os Capitães muy lo conectados, ecom suas

trombetas feriu a terra, edesembarcârâo em hum cm demadeira,queEIRey aquella noitemandara fazer,que,estaua oomramos e bandeiras ,edahi até os paços d'ElBey , easá muytas naosqneestauão no portocom maytas bandeiras , e tirando alguns tiros , emuytos foguetes , eseuslángeres, emaytas festas na tom ,queElBey mandou fazer. ElBey assiestima na ponte, com seus fidalgosva tídosde festa, com lodo o pouodacidade, com maytas tangeres e festasdevol teadores . ElRey assi fez ao

Capitão mór, e a todos granderecebimento com maytas honras , comquo os leuou aos paços,queeaauão armados com seus panos , ena ca

mara d'ElBey estaca ia armado o panoque lheElBey mandara. E os

esquinas lomârâo desembarcartoda a genle,quedefendeo oCapilãomórqueninguem leuassa espadas a terra, porquehans com outros nom honvessem brigas .

'

l'

oda a genleda cidade chamam os nossos , :aos agam

lbauão, edauão de comergraciosamente porqueassi o tinha mandadoElRey emqueodia foydegrande prazer. ElReyde noitemandara hunipiloto á naodo Capitão mór,que' trouxe.»a terra os seus cozinheiros

,que toda a noize tmbalbárão, o oom os oozinheirosd'ElRey se fez lanlocomer, eem à lgumas casasdo seus fidalgosquetinbãograndespaleos, emque toda a gente, não tão sómenlead'anmda, masde toda a cidade,o oomeuu em muyta auondança ;ro nque durou todo odia, e grandep_arteda noile. E porqueElRey sabíaqueos nôssos oomiâo pomo, o quetàn lo lhedefendia sua ley ,qua mostrarmórunem ,

e mandou seus

oaçadures ao-malo , e lrouxorão porcosquemandou cozinhar, ese lim ão muytos manja

'res ao nosso costume, o seu ; e10u alcatifas , emqua se ía a mesa emque lodos sem entârãºn lâllley assenlou o Ca

pitão mórjunto com igo, may tas vezes Romana o comerdo baciadoCapitão mórecomia. E estauão os Capitães efidalgosd'ElRey todos aºaenhdos porsda ordem,e todos folgnuâode comerdos mhnjares -d'El

'JM M cu Aj.

166 PEDRALUARES CABRAL , ANNO DE 15 00.

Rey porlhedarmais oonlanhmenlom o jantardurou maytoespaço, comhomm , e cantam ,

e bailadeiras , melhores ehomensda len a ; assi

com folgares estíuerâo até a tarde,que sayrão passearpola praya peras'

embaroanm , onde os nossosquo fôra jantárâo, salário com os Capitães ás laranjadas , aoque acodio ElBey com o Capitão mór,que ostauâo ambos praticando, onde logo ElRey mandou virmuy las '

laranjasdoces , durârão as laranjadas até sol posto, :zomqueEa y e lodo agenteda cidade houverâo muy lo prazer: comque se forâqdormi r ásnaos os Capitães, mas em terra neon muyta gente dormindo.

0 Capitão mórmandou armarlendadevelas ao pédo padrãoqueposera Dom Vasco, e os frades concedárâo altarcomricos ornamentos

e toda a pratado al tar, retanolodo Crucilixo muyrico, e todo concertado, o Capitão mórmandou pedi r licença EIRey pera ali fazeremoração ElBey disse,queali, edentro nos seus paços sequisesse, porqueaquella cidªdeerad'ElRey dePortugal , eel leseuvassal lo.

'

1'

oda genlçali toy , eos fradesdissorão missa oíliciada oom orgãosque leuauão, ehomens cantoresque oÍBoíârão missa, queoomungou o Capitão móreCapitães , muytos outros homens ; aoqueseajunlârãO 'muytos Mourose pouo ver, autre os qunce, se disse,que ElRey demudado tambemtora ver.

Nestes dias o feitor Ayres Correa corria todas as naos , prouendoas,doque compría, mormentedemayto biscoulo, porquejá ElRey maudara trazerdeCamhaya trigo, e 0 linha guardado pera armam,queesperanzaque hauiadevir, e pela tem dentro mandou buscarvacoasdeque achou poucas ,que as temde criação para comero lei teemauteiga ;mas seacbárãomoy las a brasquechacínárâo, zen salgadas postas aosol erâo muy to boas . As mas já tinbâo agoa, e porque o Capitão mórhauia de leurdous pilotos , tinhão el les maytas oonlendas anteElBey ,que todos lho pedião, cobiçando o wuyto proueiloque virão aos oqlros .

E porque o Capitão mórtrouxera informaçãoqueos tanquesqueos hl anros ali tal ião etão mayto melhores qua'

as pipas,eoocupauâomonosw s

e porquenom houve tempo pera se fazerem, El lley os mandoutomardas naos dos Mouros , que_l ha wuyto bem pagárâo,quesemetterão nas naos, enel les lomârão. muyta agua, deque se fazia o comer,porque sabia ao breudos hommes . E sendo a armada toda assi bemauiada de todo o necessario, eo tempo bomqueos pilotosdiziâoque

168 PEDEALUARES CABRAL, ANNO DE '1800.

mandam ElRey seo Senhor, pera oque tinhamuytas cousas para lazercomelleem terra ;queportanto lhemandassedarhum lugarapartado perase aprontarcom sua gente, e lhe pediaquefosse na pontada »baiuqueeelaua mais mal ícia no mar, ohde teria sua genteagasalhada ejunta,porque lhe nom fizessem nojo póla terra. Doque ElRey foy muy conten te, e logo mandoudespejargentede humas -casinhasdepescadoresque es lauâo na ponta , e mandouque ninguem fosse â ponta , salao sefossem a xenderalgumas cousasdecomer, porque a ponta dera aos Portuguezes . Oqueassi mandou apregoar, em udou quatro Naimqueosliuessem na ponta, e fisessem todo oquemandasseo Cap i tão mór, edelodo mandourecado ao marcomqueo Capilâo mórhouveprazer, e logomandou a terra o feitorAyres Correa com os carpinteirosdas naos ,fosse à ponta emandasse pedir ElRey m adeira para fazerhuma casagrandepera ambos fallarem, e outras casas pera seo aposento e pera agente, oque todo lheElBey mandou darem muyta abaslança, e lhemandoudarmaytas carpinteiros lrabalhadomsque ajudassem a fazeras casas ; e lhe trouxerãn mayto lancado epaus, epalmeirasquecortarâoda ponta,que lim ão grande campo , emquesefizerão casas perao

,Capilão mórepara cada Capilâo, com casas pera gente, e se fe:

huma casa grandeapurada pera feitoria. E o Capitão mórde noitedesconhecido hia em [em , eordenqua tudo oquesefazia, emandou famrhuma baslidadepaus epalmeiras grm as muitomeuidas no chão, eprogadas grossas lrauessas muy fortes , comque atrauessou '

a ponta polabandada terrade hum cabo a outrodo mar, dentro da qual Bwuâotodas as casas . Aqual pontada bandado sul faz grandebahia,que hao portode suas naosque nom temiam , da bandado nortehepiçarra depenedia, emquebale o mar; eas nossas naos estauâo fôrada bahia em bom sorgidouro. A obra se fez com tanta diligencia poloauiamenloque ElRey dana,que em poucos dias se nzerão casas paratoda a gente, ede longoda bastida pola bandadeden tro se fez entulho'

de terra erama fei to como andaimode muro, epara a bandada tembom grande porta fechada com chama seo postigo. E como a ba tidaassi asleue fechada , o Capitão mórmandou dizerElBeyqueelle fizera ªquella obra assi como estam feita, e todo cercado com porta fe

uda l " . Aj .

PEDEALUARES CABRAL, ANNO DE 15 00. 169

cm , porm agen tadenoilekchada,quenom lizessem algummal ;quelhepediaquo lodo m ndaseover, eae nom estinm â snavontade,quetudo logo mandaria desfazer, porque nada hauiade fazerfôrade suavontade. EIRey lherespondeo,que semaisquím se fazer,de lodo eramoyto contente, e lhemoyto pediaquelogo says ::em terra,que tínhãomuytoque faliu . Foy feita apertada uma casinha com grande alpendrepara sedizermissa»outra casa junta para o aposentodos frades , eelerigos ,que todosdesembarcarão eordenam al larpara se dizer missa,que sepôs nomeNossa Senhorada Conceição ; esempredenoite se lnbziâodas naos muytas lanças earmas . Então o Capitão mórcom os Capí

tães em seus boteis , com suas trombetas, desembarcam na ponta, ese

apozentarâo cada hum em seu apomnlo , onde tinhâo suas armas e lançt s posh s pendm'

adas ; ondo o Capilâo mórlogo fez porleiro esobrerolda, ehomensquevignassem aquartos , mparlidos osdias a mda (lapitão ;

Odiaquedesembarcam) os tradesdisserão missa o pregou o guardião hum pequeno sermão, enco-menáando todosque pedissem Nosso

Senhorqueos menos“ porbom caminho, como Hm m seu a neto serviço d'ElRey nom Senhor. E sendo os nossos desembarcam,

ElBey

mundana maytas vom visitaro Capitão mór, elhe mandam may tascousasdo comer, e tambemde fôrada cercavinba genteda tem a wonderoquetinhão, emque hauia grandepraçadecousasdecomer; eporquea gentenom tinha tanto auiamentodo comer, mandou aos Capitãesquedes om mesas oada hum â sua gente, pera oquelhedeu largadespeza .

CAPITULO VII .

coxo m m na ca m a: vao n u n con o w n io nõa, n

'

o nono cou

mm 83 n ã o, o owzAmru io.

E sendo apropriado odiaqueElBey hauiadeseveroomoCnpiã o mór,ElBey mandouarmarhuma casa grandeoomrioos pnnos armadmemuytogrande, de fôrada cerca tanto como hum jogo_(19 bolá, ederredordlcasa grande terreiro", limpo com enxada: evarrido. E dentro na casa

“roxo 22

170 PEDRALUARES CABRAL , ANNO DE 1600.

hum estradoquem hum poyal feitodetem m andan caíelado 'w om

bosta que o ohãoda oasa ami estan: lodo acaíelado àmão «u

,que molheresrazão, o encimado estrado, em lugard'alcatiln,

hum pano groesode lã prelo, em oqual ninguem sepódeassentarsenãoa pessoado Rey , porqueeslepano heo mórseu estado. Desta cnsa

'

peraa cidadese faziahuma grande pu yad'um . E logo polamanhâ ao outrodia,que íoydiade Sam Matheus Eumgelista, ElBey veo ; aoqueo C:)pi tão mórmandou pôrmuyina bandeiras pola cerca emuylosramos . El

Bey veo com lodo seu estado, acompanhadodemuy ta gente,quemsenãodetres mil homens Nairas ,quesão sua gentedºam», com os

padas eadargas , emgunchosda oomprídâodemeas lanças ,do ferm demeo couado lum les , enos cabos assi guarnições de ferro ede aramecom muy las argolinhas vãs ,que brandindo fazem muylo sonido ,

o e

nas m çãsdas espadas, aesi argolinhas ,quesão el les moytod'esgrimirebrandilj as espªdas, deque os terras sãodemaytas feições,que humassão com pontas como as noem , eoutras largas na ponta, eoutras são

voltªdas como fouces , porqueelles nom tem nenhum ferirdeestocada,senãodegolpedequeã o grandesesgrimidoresw outrosd'amos grandes,comod'Alemâes,qoom um molhodefrechasdecana, eferrosdebotão .

Todas estas gentes porseu costumevem correndo com BIBey : os aroose freohas , zagunohos, eespadas adargas moyto al tas quanto podemsobre as cabeças, eegrimindo as espadas , baleado as ada gas nos braçosemqueas lrammn brandindo os mgunchoe, ebatendo com as freohasnos arcos , edando grilas porsua l íngua,que dizem mengo,que fazemhum am idodeguem muy temeroso. E os maisdelles vem dia'

nled'ElRey jogandodas armas , emque são muydeslms e ligeiros , ;mqueandào.nus, sómente buns panos comquesewuyto aperão abaixodo embigo,eporderredordas coin s , com humus pontas compridas , eestes panosbrancos , amarellos , erosadoa ; epornenhum frio, nem a lma, dedianemde noite nom tem mais vestido ; eantro si tangendo muytos ata

baquesdedous fundos , emque tangem com ambas mãos , emaytas bacias pequenas 9611d pm

cordas ,que tengan com paus , eoutrossealros ebuzios , e trombetas compridas , e outras mayto vol tadas assi

como as trombetas mm , e dellas zwidesoma toda tangendo, eos

m c no diAj . . ldem .

113 PEDRALUARES CABRAL , ANNO DE 15 00.

tro da porta a gente, com bomrecado os Capitães egente, o sayo fôracom sómente espadas na cinta o adargas penduradas em tiracolos aoshombros, dianteas trombetas ; echegando o Capitãomórperloda casa,tanto como hum jogo de mancal , sayo ElRey fôradc casa à porta, oqual o Capitão mórreoebeo com grandes cortezias emuy to acatamento,e Iodolos os Capitães . ElRey com ambas as mãos tomou a mãodireitaao Capitão mór, a

l

apertou nos peitos ,quehemododehonraqueestes Reys tem autresiquandoperecem hum ao oulro ; comquerecolherão a casa,qndo ElRey assen lado em seu estrado fez assentarjuntodesi o Capitão mór, eos mais (icárão eesliuerão sempreem pé . O Capitão mórdeu logo ElRey as cartasque lhe trazia,que cria escritasem nossa lingoe e na sua,que o Gasparo lingoa tin tª ,que tudo falaua com ElBey ; e tambem lhedou o presenleque lhe trazia,que furãopeçasdepanosdeseda, veludos eoelyns , ehum bªciodemãos gomil

dourados , e huma adaga guarnecida d'ouro esmaltada, formosa peça . Oque todo ElReyrecebeu . com muytoepresentes . mostrando muytoscontentamentos . Onde logo Ec y lhedeu hum rico colard'ouro pe

draria e porclas, anais emanilhas tudo «depedraria ; pera aBayaha ;o muytos panosdeseda ebrancos ,queEIRçyrepudio com os Capitães,queGaspm o lingua Ihe dizia quem era cada hum. Então ElRey perguntou aó Capitão mórse estaca á sua vontade, esenãoqueunnassctodo quanto maisquizesse,que folgaua muyin verque tinha sua gentem i fechada, e todo oque tinha, e todo quanto mais tomasse lhedanapara sempre pera estarem os Portuguezes , ea fazendad'ElRey tão segura como dentro em Portugal , e aly déscançassem eªzessem casas equandoquizessem como cousa sua propria ; equandoquizessem (os

sem folga: á cidade, e pertoda a lon a como quim ; oque nom

llzessem mal , porque se lho alguem fizesse porisso seria morto. Poloque o Capitão mórlhe rendeu grandes agradecimentos com muy las

oorlezias: Então Ele disseElReyquede todo oquemais comprisse lhemandasserecado polo feitorou lingea, aoque tambem mandaria o seuBegedor, e se íarião todas as cousasque00m . ComqueEIRey sedespediu, o Capitão mór&erecolbeo . E nom falou nada K l liey na

carga, porquetrazia mayto encarregado porElRey ,queo assentoda carPal la no exemplarda A3. Idem.

PEDRALUAEB CABRAL, ANNO DE 1500. 173

garom em Caloout ,doqueel leestaua oommnytos cuidados ; o ussi estando, o mouro Gummo Dauane corretor, deque liz menção atrás noleito deDom Vasco «da Gama : ouvindo nonadenaos dePortugal ,queeslaua em Goa, 10go veo a Cananor, eoom presentede panos fmosfoi ante o Capitão mór, e lhemostrou o assinadodeDom Vascoquelhedeixára, dizendoque em quanto el levivessesempresemiria aos Pom .

guezes pola bondadequenelles vira em quan to com el les andám , eporisso os samira muy fielmente as í como o dizia o papel , esempreo faria,e 'que arisso vinha pera seruírnoqueo mandasse, como calíuo,criado . O Capitão mórfolgou mayto vendo oqueDom Vascodiziadesua muyta (ieldade, everdadequesempre nelle achara. G

&Capilâo mór

lhe disse,quempy lo folgaua com el le, e lhefaria muyta mercê sebem

sem iase; e entregou ao feitorAires Correaque orecolhwse consigo, elhe âsesse honra, elhepagasse cada um da cruzadosdemantimentooqueassi foi feito . E porqueeste corretorassi entendia muytadenossafala, o Capitão mórmuytas vezes [alana com el leáoercadoquehauíamisterpara carregaras unos ; o corretor lhedissequeali ondeeslauanom linha maisque gengiure,que somente em Calecut bauía todo omais ; sobreoquemuytasvezes (alando, e bancado seus conselhos comos Capitães , emque alguns íorãode parecerque o Capitão mórdeuiademandar ao ReydeCalecut , verse queria algum concerlodeboa paz, aoquefoy muyto em contrario o oorretor, eGasparqueo ajudaua,que tal nom fizesse, dizendo o corretor: «Senhorf seoque« te dissernom acham verdade, mandam enforcar. Sabesenhor,que»«o ReydeCalecut ha 0 mais cobiçoso homemqueha no mundo, . e»

porbauerseu proveito fará quantos baratos ha no mundo'; epor»«esta causa : quando nas masdo ano passado Dom Vasco : separtie. »« tio assidesauindo, ElRey mandou aqui huma curta ElReydeCana- n« norde maytas desculpas ,queporel le desse aos Capitães ,dos agra- n« nosque lheBu tão , oque[ora porenganosque lheBu fão entender»« os Mouros , dosquaes tinha tomado muyta vingança ; oqueElEeyde»Calecul fez, porque tornando outras mos fossem a Caleout tomarcara

« ga. « E esta carla mostrou ElReydeCananorDomYam da Gao »P&ha nous. da Aj . upcra u Aj . Fal ta no N S. da Aj . LE—seem

unha: os codices : « quando as naus do anno passado de Dom Vasco elen ª

Omiuído no exemplarda Aj.

PEDRALUARES CABRAL , ANNO DE 1 5 00.

uma com mas modosque lhedeu a entenderque tudo erâo enganos »« paraque10m lá e lhefazermal ; oqueassi fez EIRey deCa- n« nano:querendosemostrarmais verdadeiro amigo, querendo lermais« amizadedos Portugdesesqueoutro nenhum. 0 Roy dp Caleeut bem»n sabeagora tudo quanto tu, senhor, tens feito depoisqueaqui chegaste,«e está descançado porque sabeque em Cananorondeestás nom ha .« carga para estas naos, porquese houvera, pornom perderseupro- n«ueilo aqui temandara mimos recados erogos ,que fossem carregar« Calecut, e inda sobreisso lim a guerra a esteRey , segundo he cobi- u.« çoso ; eseagora lhemandassesrecado,que lho mandas com neces—a.

« sidada da cargaque tens , sealenanlaría com muy la soberba. E por« tanto senhor, dáme licençaque'

eu quero hit a Calecul,quesom muy« conhecido d'ElRey do tempo passado, o qual mevendo mepergun- n.« larâde li e destas naus , aoque lhe eu saberei responderpreu« im ita de sua vontade, e'

pode serque Nosso Senhor'lhe porá emvontadeque temande chamar'erogar,quevas tomara carga lá ; »

c c eu não tomarei cá senão seme elle mandar, porque assi será »«melhorcaminhodoque campha. Oque ouvido pelo Capilão móreCapitães , lodos aprouárão muyto e tambem Gasparoque dizia 0 cormlor, que fosse todo mui to secreto,que o nom soubesse ElBey deCam or. E o Capílão mórfez mercê de cem cruzados ao correlor,que lºgo .

se partiade noiteem huma almadia . Foy let a Calecut, e

desembarcou na praya diantede humas casas ondesempre estaua oCalual , ao qual foy falar, e fazercomprimentode corlezia , o qual emvendo logo o conheceo, e perguntoudonde vinha : el le ":o—dimqueestando emGoa ouvira nonaqueerão chegadas anos de Portugal , poloque logo partira e viera Cananor, cuidandoque nas naos vinha« o Capitão Embaixadorque primeiro viera, e nom achey nenhum »

« del la , nem o Capitão mórque hi está nom me fez o gasal hadm« como emrazãoque me lim ao, porisso mevim aqui a nego-w

« cear hum pouco eme tomar para Goa. 0 Cama! lhe perguntouqueera oque os nomos fazíâo, el le lhe disseque íaziâo tasas na ponta emque se-aposentauão, e lhepareciaquebauiãodeassentarfeitoria, equeas anosque lrazíâo lheparecia, segundo lhedisserão Mouros em Cananor,quehauiãod'andarnel lasd'armada na costa todo o verão, eentãohirinuernarna costa d'alem, eno cabodeGuardafu. E estando assi ía

m PEDRALUARES CABRAL , ANNO DE 1 5 09.

sentado amizadeepaz com o Beyde Cananor, eestauâo assentados na

lem sem cuidadode querercarregar, sómente dal y sayrem a lhe fam

guerra polo mar, porqueel les nom poderiâo nauegar, comque todos seriâodestroidos ; mas el lerecebia mórperdª de todas suas armadas , epois el les

'

farão causade lodo, agora vissem oque denia fazer, porqueel lenom hauia demandarchamarerogaraos Portuguezes ,que semgrandeabatimentodesua honra. Os Mouros, ouvindo aElEey taca pelauras , econhecendoqueera grande cobiçoso, bouverâo medo qua se

nisto nom tiuessemremedio, lhe lançaria mão porsuas fazendas , emaisque de lodo seperdm âo se os noeeos guerreassem o mar; sobreoqueel les autresi já tinhâo isto muyto falado e praticado, ouvindo ao corretoroque dizia, comquejá tínbâo falado, e lambem o tínbão sabidodeseus parentes eamigos ,quetinbâo em Cananor; poloque logo .respanderão a ElReyquenom tomasse agnstamento contra elles , porque sepoc

diaremediarmuylo com sua honra, oque logodeuia fazer, antesque os

nossos fizessemalgum começo d'obra . Bpor_tanlo el le mandasse : seu

messageiro ao BeydeGamworcom sua cartade crença, dizerElReydeCananor,quecomo woolhia el leos Portuguezes em sua terra, eassen laua amizades Irala, pois o nom podia fazersem sua licença?E porqueassi errata, « logo levenhadara obediencia ; e com estarazão, »«então hauerâ caminho pera mandares teurecadoaos Portuguezes , sem« quebrade tua honra, mas muyto mais acwoentares . O

'que a ElBey ,polo desejoque tinha, parecen bem, ea todos os seus . PoloqueElReylogo assi mandou massagem ao ReydeCananor, disseao mes ageiro em segredo,quepersi, sem moslmrquen el lemandana,vissesa podía fazercom o Capitão mórque se fossepara Calecul , o seguram :

do ta lo quanto quisesse: oquetodo assidespachou ante os Mouros . comquese farão . En tão ElRey « disseao»Vedorda M oda, quemandasse buscaro cometer, eque em sua casa falasse oom el le comode

esepodeew âzesseoomque as

naos fossem tomarcarga, eassentarpaz com ElBey , comque seescusariaque os Portuguezes nom fizessem o mal

'da guerraque hauíadevir, porquanto o Capitão mórmundana seurecado ElRey de Cana

ª l'al la no oodioedª Aj. 'vlogoo ki. ª -Íalou com o . Arch. ' oqueMam m com -oomodesi: Aj .

PEDRALUAEES GABRAL , ANNO DE 15 00. 177

norque lhe fossedarobediencia fogo, como era obrigado. Islo faziasómente pola paixâoque tinhade lâ esmem os Portugnezes ; equeseellenisto ajudass'

e, elle lho pagaria muyto bem. Oqueouvido polo corretor, houvemuym prazerem seu coração, e dissequeellekiria Cu

nanor. e trabalharia oquepudesse; o qual logo separtio, echegouCananorprimeiroqueo messagem:d'ElRey , efalou com o Capitãomór,e lhe disse todo oque pum a em Calecul ,queos Mouros lho oontârãocomo vinhaencomendado do Vedorda fazendaquemuy lo trabalhasse

como a paz sefizesse. Com oque o Capitão mórhouvegrande prazer,dando Nom Senhormuylos louvores porlheabrircaminho noquelhelanlo oompriam o com torsedespedio,que hia saberoqueo meesageirodeCalecul passam com ElBeyde Cananor. Ao qual sendodadoorecadodo Camorim,quehe nomé comode Imperadorsobreos outrosReys,respondeoque elle nom tinha obrigaçãode lhedarobediencia senão a seu tempo certo ,queentão lhehíriadar, como sempre fazia ; eque quanto á licençaderecolheros Portuguezes sua terra, a isso lhenom linha obrigação, eaindaquea lim a lha nom pedira, porqueperafazerbem ninguemdeuia pedirlicença ;queel lerecebera os Portuguezes em sua tern pora ellevirem buscar, eoom elleassenlarem paz eirmandadedehum bom Rey , e tamanho Senhor, oqueelleRey Çamorimenganam enomquízera aceitarsua amizade, e tão grow tratode tantoseu pmueilo, esobre todo lhe fizera eaoandaloeeagrauos, oquelheellenom havia de fazer, porque nos Portuguems acham toda xerdade, eque lhe lrouxerâo oartas emrepostadasque lheellemandara polos outros Capitães , emque lhemayto agradecia a boa amizadequeentão comel les tim a. E porque nel le achârâo esta verdade,queellenunqua lhehauíadequebrar, porisso os nossos folgárãoderepousareassenlaremrua terra, para oque lhedera o lugaremqueeelauâo em suas casas

seoolhidos , sem lhe famrem mal nem aggrauo ninguem, mas eslauão

como proprios naluraes, elhepareciaquealiqueriào estarpera Sªmp“!emquanlo lhe nom âzessem mal . Poloqueporterassi poramigos tãoboa gente, se tinha porditoso emayorBeydoqueantes era ; equeseelle Çamorim o hauia pormal , polo proueiloque perdiadeos nossosnom hirem tomarlá carga,queel le baneria muyto prazerque o Capitão mórláquizessehírfazer[ralo amizade, ecam gar, doquedeuiade mandarseurecado ao Capitão mór, e se

'

ellequim aceitarsuaroxo 23

178 PEDRALUAEES CABRAL, ANNO DE 1 5 00.

amizade folgaria muy lo , e se o Capitão mórcom elle nmso falasse, lhou nâo n esloruaria . Da qualrepoºta ficou muylo conlenle o messagwo.

O Rey deCananordeu muy conâado, parecendolbeque indaquedessem talrecado ao Capitão mór, ellenom aceitaria nenhum amizaded'ElReydeCalecut , pola quebraqueEm a Dom Vasco .

O messagemdo Çamorim ,quevinha ensinado oque haviade tazer, vendo arepostado RaydeCananorlhe pedio licença pera hirfalarcom o Capitão mõr. ElRey dissequefossemuyto embora , masque lhepareciaque ao Capi tão mórdeuiademandarpedir. O massagem em

companhia do Goail d'EIRey deBananar,que lhe pedioque com elle

mandasse, sefoy ao Capitão mór, eda maya lhemandou humNairaquelhe desse licença para lhehirfalar,que trazia pera ellerecado do Çamot im. 0 Capi tão mórdisseque fosseembora, sem mostrar seu wuytoprazerque em seu coração tinha ; e chegando o messagcíro á portadacerca, o mandourecebercom honra polos Capitães , e chegando a casado Capitão mór, o achou assentado em seu estrado a casa armadadetapeçaria, ependuradas ricas armas , lanças em cauídes . O messagemfez grandes cortezias ao Capi tão mór, eel le om beo com grandegmlhado, e o mandou assentarcm huma cadeirarasa “

« guarnecida»demorím ReydeCalecul ,quenom sabia a musa porqueporto, ese “ “

era assa l taraly em Cananor, porquedoel le fizera aos outros Capitães, 'n aquin esta n»Cananorsua cartadeverdadeiras desculpas , muytorogarquea tomara sua carga . A qual carla mandara a El ll cy de Canpareciaque lha nom dera, porque se lhadem, nom se farãosados como farão, edo erro passado, porque fora pormaostomªra porisso grandevingança de quem lhe l inera culpalan lo lhemuytorognanqu'

esefossea Calecut emquecom el leassentampazquedurassepera sempreem quanto ElBeydePortugalquimsse, a e

faria todo oque fosserazão, eque quando nom fosse á sua vontade,então faria oquequim ,

an para oque lhe faria as seguridades dequerosso contente, porqueel letinha conhecido seo erro, equenunqua maisPal la no exemplardeAi. :"qAj . 'Ommido no Hs .dl Aj .

180 PEDEALUABES CABRAL , ANNO DE 1 5 00.

pilão mór,queestava com os Capitães, onde aly fizerâo grandes assentos:do pazes, ondeera presente o corretorqueo messagem chamara, o qualmuyto falou no fauord'ElReyde Calecutque assi lho tinha dilo o Capitão mór; o qualdisseao meesageiroque sefoasecom areposta ao Çamorym, ecom el lemandaria bum homem pera falar, e assentarcomElRey as cousasque compria, eque seel le fosse contente,queca lãoellehiria lá com as naus, eacabaria d'assenlartodo como wmpria. Aqualrepostaque assideo ao messageíro, primeiro lodo mandou dizerEIRey deCananor, porque) o com turem segredo tinhadi to ao Capitãomór,queo Çamorym mundana muy losrecados rogos ElReydeCunanorperaqueesta paz assentam ,

weporsua parteo muyto segurasseao Capitão mór, eficasseporfiadorsecomprime. Então o Capitão mórmandou com o meesageim Calecut Diogod'Azeuedoquevinha poroscriuâoda feitoria, «muy concertªdodesua pessoa, e com ellequatrohomensdeseo serviço, e com el lea l íngua, eo corretor, emqueo Caopi lão mórmago confiam , elhedeo apontamento ç

'de—lodm oquecom ElBey hauíad'assenlar; eporque a mórsubstancia hauiade serassçntarfeitoria, tomasso'n casu pera el la o'mais perto d'agoaquê podesse“

ser; equede toda oqueassentam com ElRey tomasse del leas maisfirmezas e seguridadesquepodesseser, ede todo tomassemuyta informação,que tornariado oom tor, paraquequando el lo fosse, já soubesseoquehauia d'assenlare pedira ElRey ; 'c cquede lado 0quem[asse com ElBey , del le tomasseolaa perel leassinadas , e polºsdo seo

conselho, segundu seo costume. 0 quai Diogod'Azeuedo, com o messageiro o corretorsua companhia, furão em hum banco pelo marque”chegarão ; em humdia huma noite. Os quaas chegados ao Camorymque já todo sabia perauisodeseo mm ageiro, dequeestaummuy con

tente. chegando Diogod'Azeuedo, o mandoureceberpraya polo Gozil ,acompanhadodemuyta gente.quechegando ElRey lhe fez mayto gasalhado , dizendoque para sempre sería amigo e teria boa paz com ElReydePortugal , com condiçãoque em nenhum oulro porta um logarda costa da India baciade terfeitoria detratode'

comprarvender,senão na sua cidadedeCalecul , onde elleseobrigam a lhedartodasas mercadoriasquehouvessemisterpera cam garaté vintenaos cada ,

Pal lª no exemplarda Aj . ª ldeia. 'Idem.'ldem. . um . Arch .

PEDRALUAEES CABRAL , ARNO DE 1 5 00. 181

ano : o oque nom houvessena cidade, defôra o mandaria tram , permodoquenada lheíaltasse pera ma oarregnçâo ; e para a feiloría lhedava qualquerlogarquequisesse, eseum tinasso boa casa, logo amandaria fazerwuyto suavontade. E a to porque tinha assentado em seo

coração termuy la amizadecom ElBeydo Portugal , ecom el lefazertodooquefossebem e sua honra, guardandolhe todaverdadeaté suamorte.

Diogod'Azeuedo lherespondeo Senhor, os grandes Reys, como tu« semprefolgàodetermas amizades com outros grandes Reys como el les .»

Verdadeiramenteque quando souberes quem heElReydePortugal , e»« quanto poderlem, e quanto faz poramorde secs amigos, muyto EOL »garâsdetersua amizade, efazermóres cousas , doqueha comprar»

«evender,que nâo . no o proueiloquecada hum recolhepera si o«galardão desta só amizade, mas outras amizadesdemóres substancias»uquepera muylodurarem seguardão com everdade,queheamayor»

«excel lenciaque os Príncipes hãode tersobre todas outras quantas»«possâo terE pois agora ao presentenom queremos maisque tratar,« comprando e vendendo como mercadores, como se faz porIodalas i« terrasdos bons Reys ,que muy inteira verdadeguandâo aos merca- ndoresqueseguramente tralâo suas mercadorias ; eporque tu, Senhor,

«ppt a te teo mm eíro mu daste ao Capitão mórmm etão boas pa

« lamas , dequeestá muy contenteesatisfeito , venho pediras olas per»ti assinada com os teceRegedores, pois todo fazes com secs conselhos .

DequeElRey mostrou prazer, emandou,que logo '«t forão ns feitas eas

assinou com 0 sao Begedor, Vedorda [m uda, eGoail , o o bramene;eM assi assinados ElRey »jurou porsua cabeça, e pola barrigade sua

mây , n emqueandam , queguardãria todo quanto nas olasdizia ; oque tambem seescroueo nas olaa. Oque todo Diogod'Azeuedo tres .

ladoudas elas , emque tambem ElBey e os outros assinarão, comqueosdespedio, edeo a Díogod'Azeuedo c aos lingoas panos hranoos epeçasdo chamaloíedecores . Noquesodetiuerâo tres dias, equerendoseem«

barcarElBey lherogouquese nom foose, masquem ndasqeas olas aoCapitão mór, equeel leem tanto Ba sseordenando a casa pera a feitoria .

“* oque Diogod'Azeuodo assi (es ,queeeoreueo ao Capilâomórtodo o

Fal la na oopiada Aj . m m m .»'Falu na oopiadnbj . «M ªsº,»

prímído no exemplarda Ai.

182 PEDEALUABES CABRAL , ARNO DE 1800.

que tinha passado, e lhemandou às eque Ileana pera fazerascasas pera feitoria, ueElRey assi o escmueo ao Cnpilâo mór, muylolhemgandoque logo sefosse Caleoul ; ecom esterecado mandou o

corretorhum seo Naira em huma almadia polo mar. Com o qualrecadohouveo Capitão mórgrandeprazer, e'falou todo com ou Capitães , comque todos wuyto folgarâo : emandou « o o feitorElRey dat lhe contade todo oqueera feito, e lhemandou m ostraras olas, dizendoquecom todas aquellas cousas seo coração nomdesm çaua senão no con

selhoqueJheel ledesse, porque ElBey seo Senhortodo nel lecontinua,

como proprio irmão,queelleremetlia cargadnquel las mesquehauiâodecarregarpimenta edrogas , eque em Cananoras nom bauia senão

em Calecnl ; e,quesealgumas destas cousas pudesseajuntarem quantoestivessem em Calecut , lho mandam dizer, equeel ledeixaria nas um

lugarvasia pera as virtomar, epera isso aquidaixaua feitor, mercadorias para

*

todo em abastança . Eque sesobejasso pera as naos ,queo nom pudessem carregar, acaria enoeleirado para as naqsqueviessempera o ano ; eque se em Calecul lhenom dessem carga, se tornariaaly como a casad'EIRey seo Senhor. Do qualrecado ElRey ficou

muy satisfeito , dizendoqueselíuera comque lhecarregaras naos, nomconsentiraquefora Calecut, porquenada continua nas palaurasdo Çnamorym, porque tinha má cabeça, equepouca cousa lhe [aziavirar; eportanto nada fizesse '

« senão con u bons teíens,quebem conhecesseo corretor,que lhodiria, equeprimeiro os linessedentro em sua nao,

equeos mandassewuyto bem vigiar, equede todo oquelá passasselhe cscreuwse, eque elle lhe mandaria “ sempron almadias '

u polomamas eque nom mandasse muyta gentea terra, sem primeiro veroqueachava ; eque todo o gengíurepara a carga, el le lho leria prestes ,queportanto nenhum tomasse em Calecut, eque aly deixasse feitor, equantos homens quisesse, porque tudo era grandeseo prazer. DoqueoCapitão mórlhemandou seas agradecimentos, edeixaria feitor, ehomenspera o sarnirem como Elliey eeo Senhor. Então fez feitorGonçalloGomes Ferreira, eFrancisco Anriquez por '

seo escriuão, e«deixou .

x inle homens sãos , aforadow, ou quinzedoentes . E deixoumercadorias« eodiasenos a Aj . * Fal la no Ms .da Aj . ºu sam .»Ai. 'Pnl la noMs .da

Aj . $ Idem.

188 PEDEALUARES CABRAL, ANNO DE 15 00.

m ontadasd'ola,quehea íol ln das palmeiras, "quepot sao eoslumee ley , ninguem

'

tem casas oubertasde lolha senão as m deseospagodes ,quesão suas igrejas , o as casasdos Boys .

0 Bey Çamorym com seo grande prazerestaua no aramevendosua chegada, ' porque as m m as estão na praya hmn terçodemealagoa, ealy na casa com EIRey estam . Diogod'Azenedo, e o lingoe,

eElBey os mandou com hum seo Begedorquedesua parte fossemvisitaro Capitão mór, edizerquesua w'

nda fosseboa. comqueel lehauiamuy lo prazer; eque logo mandasse terra o (eitorpera lhe pedirtodooquehouvessemister,que todo logo lhemandariadar, e com 15 10 lhemandou seis almadina com galinhas efigos , ecocos ecousasderefresco.

O Capitão mórreoeboo o ma dod'ElBey com honrasdetrombetas , as

tando já com el leos Capitães sorgindo logo em secs baleia seterão aoCapitão mór, efallanáo com Diogod'Azeuedodoqueachava na terrae no Bey , entãodeoreposta ao Regedord'agradecimentosda visitaçãod'ElRey , lhemandoudizerque pois era costume emais perfeiçãodesua verdade, lhemandasseosraianª, como dissera, pera elleos terconsigo, somente até acabard'assentaras com . Aoque tornou a terraDiogod'Azeuedo com o corretorelingoa, edado om ado aEIRey mostroufolgar m to, e1030 lhemandou quatro Naim , homens fidalgos principaasdesua casa, edizerquesefora possiuelqueo Príncipe lhemandara. Osquaes o Capitão mórrecebeo com honra, eos mandou agasalharem huma camaradeproa, ondedeterra arcadadia lhelraziâoseo comer'eagoa, porque '

unossos c'

omeres . nom locauâo. E sendoassi todo bom ”

c ordenado, o Capitão mórassentou hira terra versecom l Rey pormais honra, emostrarmais confiança, porqueEll ley lhomoyto mandauarogar,que logo fosse a terra. O qual seoonoertoucomos Capitães em seus bawis mayto conectadosdesuas pessoas, foy

a terra, ondena praya o veorecém o Vedorda fazenda eo RegedoreGozíl com muyta gente, com ;quefarão a ElReyqueeslaua no çarame,que orecebeo com maytas honras, e aos Capitães ; o Capitão mór

. esó a cusas óemus pagodes aâo cubmasdetelha c Aj . 'oeeomel le.Aj . 'c evindo os Capitães em m a hum ” Capitão mórAi. “ meteu ”.

Bo l lievinha cada diu Ai. N enem . 'm cnlado o Capitão um foi a terra,bindo com os Capitães .

'Falu no l la Aj .

PEDRALUARES CABRAL, ANNO DE 15 00. 185

dam chamara Cananor-pem oom elleam m ªu sua amizade, e

:pa

'

z

para sempre com ElBeydePortugal , eera muyto contentequealy c ii

uessu sua feiloría eualo, ea trooode mercadorias lhedaria c'

arga asuas mos, . e faria todo oque fosserazão, como verdadeiro amigo . »

AoqueoCapitl omórlhedeu largarepostad'agardecimenlos ,dizendoqueel le oompria oomo tamanho Principequeera ; dizendoqueEIBey seu Senhoro mandára, pera . com el le: assentartoda paz e tratoqueel lequisesse, como veria persua carlaquesobreisso lheeacreuia, eoomobomamigo lhemundana seu presente. Aqnal carla lhedeue beijando .menoo na mão, e apresentou o presentede hum grandeerico bacio, e

gomildeprata lanu do e dourado, e huma peçadebrocadoraso, edezpeçasde veludo e cetynsde cores, «deque ElBoy mostrou grandeprazer;dizendo o Capitão mór,que EIRey como amigo lhe mandauaaquillo, porquemayto bigada com sua amizade pera sempre, e teremseus tratos e proueilos , oque todo se perderia seassi nom fosse, porque nom sendo assi amigos com el leecom os outros Reys e Senhoresda terras , el le sómenteandaria no marcom suas naus , dequeel leerasenhor«de lodo o man u onde y a nquem lhe nom obedecesse lhe faria mal , enas terras leria paz com quemquim sa sua amizade; e poisel leora assi queria a paz eamizade com BIRey seu Senhor, el le com

aquellas naus e sua gente o seruirião, 'oomo seu proprio Rey eSenhor.Aoque todo o Rey. mostrou muyto prazere agradecimentos, e grandesabastanças , comqueodespedio ; eo Capitão mórseveo á praya ao 111garqueestima ordenudo pera feitoria, ondealydeu ao RegedoreVedorda fazenda, eGol il cada '

hum huma peçade celymde cores , edez barretosdegrã, lodos mgandoque-lhe «umandasaemdaro auiamento . aoque houvesse. misler. Oque dodo lho . promelterão

o'

c oommom demano amor. .O Capim) mórse deixou estarna feitoria, emquemandoudosemFal ta m l s . da Ai. Idem. . Bzesseo Aj . Pal la nn oopinda Ai.

lda . c bou Aj. o beijando—c i Ai. . comque BIRey Econ conten

te. . Aj. Bal la na copiada l j. .dessem Aj . " oquehadâou Ai.Fal ta na copiada Ai. ldem.

1 0810 1 .

188 PEDRALUARES CABRAL , ANNO'

DE'

1 5 00.

baroarcousasde seu semiçodecama emesa , porquequis el leprimeiroaly todo ªssentar, everporseu olho as compras e vendas, e pesosquesefaziâo, emandou moolheros Capítâesegenle, " >u com el lenom 8cánão maisquea . fouoreescriuâes , evintehomens ; ondecadadia lheElRey mandaua cousasde comer, evinha aly estarcom el leo Vedordafazenda ; e mandou fazercasas grandes , equlras pera a genle,que ª

el le ordenauaquesemprecºm o feitorestíuessem cem homens , bemcºncertados pera o -quecomprisse, fez casa apertada pera Igreja, epeta os frades , todas estas casas com grandecerca porfôra ; porqueha.

uia lugarpara tudo porquefora aly aposentodos (l ns quando estíuerâo em Calecul , e porIeda a India, como atraz já conley , e a genteda terra cbamauão este luarChinaoola,quequerdizerfortalezadosGhyas .

E estando assi ordenandoseestas cousas , 0 Cama!da portad'ElBeyse houveporinjuriadmporqneo Capitão mórdalenom fizera conta comodos outros , e lhenom dera nada, oque lheos Mouros muylo mexeripárâo, indinârâo paraque causassealgumareuol lndeJ-usqueviesse mal aos nossos ; porqueos Mouros tinhâo grandesentimentodasamizadesdos nossos, mónnente sabendoque ElBey promettera primeirocarregarnom M OSqueoutras nenhumas, poloquemuyto lmbaihauãopor'danarque isso assi nom tom ; poloque timã o com Cantaiquemandou hum escriuãod'ElRey à nao pediros arreions , dizendoque É lRey os pedia , mandamquese'

fossem para terra, e com o escriuâofoy o mesmo Catual , porque lhe dessem mais credito , esperandoquedahimereceria algum mal aos nossos . E primeiro mnndára dizer aos micasqueErRey lhe mapdauaque fosseporel les , suequeos levasseperaterra : ,queporisso seos nomdeixassem ir,queel les sal lassem ao marqueel leos tomaria : com eslemnccrto assi feito, o escriuâo foy nª

um

almadia, eo Catual porseuresguardo em outra, '«uporque como o Ça

tual prdenou esla lmyçâo, porque humdos arrefens era seu sobri'nbo,

disse ElRey ,queseu sobrinho nom comia no mar,queel le queria eçtarna nao, equemandassevirseu sobrinho . ElBey lhe disseque omandariadizerpo Capitão mór, que el le o mandaria virpera terra .

'vc com el le âmráo« nj . ' «quemandm sempre mrcom o fc íturoAj . ª Fal h no Ms . da Aj . * ldem.

S Idem .

“ Idem .

1 88 PEDRALUARES CABRAL, ARNO DE 1800.

mór, quemmandou dizerquesenom agastasse,queel ledaria bom mstígo quem aquillo tizesse, mandouquedeixassem irevirquemqui.zesse; emandou chamaro feitor, o porel le « mandou . diurno Capitão mórque 0 Gama] ,quecausara aquol lareuolta, tinha preso pera lhedurbom castigo,queportanto lhe 'mayto pedia ;que senomW,

eque se lhequim sa mandaros Nairas lhemandaria outrosrefens , noªmonsque oomessem no mar. O Capitão mór, com bom conselho»queem todo tomana, respondeo a ElBey ,que lhepediaqueao Caiua! nomfizessemal , eo mandasse soltar, equeoutrosrefens,queao lbos . mandasse,que os tomaria, esenão, faria oqueellemandasse;queos 'que tinhalhemundana,quenom era homemquefolgnuadefazerforça a ninguem .

E aos Naires , a cada humdeu barreles vermelhos efacas , eos mandoucom o leitor“ queos leuou a ElRey , e lhedeuorecadodo Cápilà omór, comque fnuyto folgou, emandou sol taro Catual , e perante 0 leitorlhe fez grandes ameaçasque lheoortaria a mbeça, se algum malç ou escandalo . amasse * nenbum n portuguez ; emandou ao feitorque lim ao todo oque houvessemister, eque se algum'

o anojasseou aalgum portuguez, 'queporisso lhemandaria : cortara cabeça ; comque odespedío. Mas o corretor,que sempre andaua com o feitor, lhediziaque tudo oque ElBey dizia et ão mentiras , porque mais estimamhum mouro,quecem Portuguezes ; eque seElRey dêsseoutrosremns,queo Capitão móros nouí tomassesenão Mouros ,que el le bem conhe

cia quaas etão a os . bons . 0 feitor tornou ao Capitão mór. e os ho

mens já quasi lodos erâo recolh idos ás unos , que sabido porElRey ,«que lhodisso o Vedorda fazenda, : ordenou mandarlhe outros te

fens, eporconsel ho do Vedoi' da fazenda mandoudous Mouros prin

cipaes , estantes em Calecutdemuyto tempo, porque lhedisseo Vedorda fazenda,queseMouros esliuesmm em t otens nas naus , os nossos eslariâo mais contentes “ n e seguros . * AoqueElRey mandou chamarem o

1or,queundaua negooeando pola cidade, e lhedisseseoCapílâomórqueria tomarMouros porarraia s . Ellelhedisse Senhornos Portuguezesnom tens nenhummal senãooque lhefizerem, esofremvom paciencia

Pal la m copiada Ai. ç lhepedbomoyh u Aj. Fal la na eopinda l j .Idem. Idem. Idem . lhemandaria porisso : Aj . Fal ta na copia

da Ai. Idem. Idem.

PEDRALUARES CABRAL , ARNO DE 1 5 09. 189

a como sempn viste, opois hes lley tâo poderoso, assi neia podm ea tua»«verdade, comquesejas muy to temidodoelens,quenom fação cousas »«quedanem '

tua honra. »Então ElBey Ihedisseosrefens Mourosquequeriadar. O corretordisse: « Senhor, a tua verdadeseja o bom ar»creían ,que outro qualquerque lhe c lus deres , el les o tomarão.

Então mandou com o corretordous Mouros m tumes da terra, wuytohonrados ericos , e com elles o seu Bramene,que os levou ao Capitãomór,queosreoebeo oom honra, e lhedisse presente o Bramenequeseel les vinhio por“ suas vontades folgnua moy to dom elles , e sevinhãocontra sua vontade,que se tornassem para terra mayto embora . E nesdissorâo ,que Grão noturnasda tem , e catiuosd'BlRey , que fazião oque lheel lem udam , oqueoompririão até morte. Então o Capitão móros mandou aposentarem huma camaradeproa, ondeos seus lhe trouxerão «do terra . todo n oquebauiâo mister: homens muy bemensinªdos ,que01u vezesvinhão lolda estarpraticando com o Capí

lão mór,que com el les muyto folgaua . Bumdestes Mouros l inha humirmão chamado Cojeboqui, homem muyto principal ,que queria grandebem a esteseu irmão ª 'queeslaua emn efem. * EsteCojeboqui eracomo cabeça mórvantreos Mouros naluraesda lem , porque el les tinhâo maytas vo u competencia com os Mouros estrangeiros ,que '

tam

bém anlnesi tinhâo outro mouro estrangeiro muytu possante,que tinhawuyto podernas cousasdo mar,que se ; ohamaum CojeCacemo

, oqual leao modos simulados , tingindoque o fazia porserviço d'ElRey ,quedêsseos arrefens Mouros como deu, o porque houve medoqueElRey ocdêssedoememdores estrangeiros.

Com o assentodestesrefens licou tudo muy m ontado epacilioo, eo Vedorda fazendaquea todo dana auiamenlo, comqueo feitorassentou sua mes oom seus escrivães , ebalança armadadianteda porta º

«da casa . , onde logo se o começoua trazerpimenta, epesare carrogu , edas nausdescarregauão as mercadoriasque c onde huma lnnu para sua carga, e o Capitão mór, mandou estarcom o feitoraté

Fal ta m oopinda Aj . Idem. . o necmrio u Aj . franz» copia

da Aj . Idem. . Cojebequi he como cabeça mon Aj . a cham" Ai.Supprimido no l h .dl Aj . Idem. u sepesou pimenu e carregu e. Aj .O tru iío o Aí .

190 PEDRALUARES CABRAL, ANNO DE 1 5 00.

oem homens ,que pouco n pouoo tufão meuendo ua hibria, oom suas

lanças e béstas , armas , epanelas de poh ora,quo tinhão escondidaspera oque comprisse. Onde os frades em sua em ornamenúrão sua

Igreja econcertârão lodo muy to hem ; . onde tambem com el les . hiãoestaros clerigosdas nace,quodíziio míssa , econfessauâo osdoentes e«181380 0 Sacramemo, eo MWe a gente cada dia ouvião missa, antesquebolissem na M udam aos Domingos e diasde festa! wdiziâo missa . canlqh em ão , * e com seus orgâon othciada, emd: trabal hauão senão depois de jaularpola necessidadedo tempoqueM aia .

0que muytos Mouros egente enlrauão ver, . e eslauão espantodos . quea ElRey ass i mandouquese num , porque a gentedaterra us e nosso bom exemplo e adoração, e porquemais segura vamseus corações em nossa amizade, vendoque em sua terra a ssentaUamos nossas cousas tão seguramen te. O feitorfazendo may tas gm .

lbados e honras aos mercadores , e mayto lanot no peso, os nossosandauào portoda a cidade muy seguros porondequeriâo, sem n inguem os anojar. O mouw Cojebequi bia muytas vezes à nao verseuirmão, aqueo Capitão mórfazia muyta honra. E este Cojebequi diziaao Capitãomór: « Senhor, os Mouros naluraesda lerm íolgâomuito comos Portuguezes , porquevendemos bemnom mercadorias ,quenós man

- n

geinos ,quevem a cela cidade carregarestasmercadorias , vosqneumm vós outros mal , porquevêmquevós outros oouúpmismais fn nca—n

«mente, esemprehãode trabalharparvosdanarmomo jâhzerâodepri-nmeiro , ªquesempreordmãoquevos façãomal eagmuos, pmquevós

a outros pelejeis façaes mal na terra, porquevos nomdem fazenda , nem

« tenhaisquemrmgar. * O Capilâo'c lhemuy lo a agradeceo istoque lhe

dizia, e lhemuytoencomendou erogouque lá ajudasse n oquepodessen oque « omoum assilho muy lo»prometleo, ejuroupola vidadz»quel le irmão,queel lo mais estimamquesuaW'da. Comque o Capitãomórlhefazia muyta honra, evinha maytas vezes 5 nao , esedeu muy loà amisadedo feitor,queo maisdo tempo es laua com el le na feitoria, e

. comquem ó Aj . . ba t—Aj . . comorgiou Aj . l'aM m oopia

da Ai. 'E ' Ai. o ostm unos lão seguros . : Aj . Demenos m l lsdn à j.Idem.

«'muito Ibu Aj . Demenos na copiada Aj . ; cEe cssi Aj.

192 PEDRALUARES CABRAL , ANNO DE 1800.

menta edrogasque os mamadoresde tem linhào enoeleiradas , eospreçosde todo em mórbaratoquedeprimeim, porqueo corretormayto trabalhnuq, emuyías vezes hia falara ElBey ,queestaum muycontenteeem tododana muyto fauor. »O Gasparlingoa ostam m mcom o feitor, porque « sabia tudo falar. com os mercadores , e fazia asvendasdas mandeansquecompraua o pono ; o corretorem oocnpodo porfôra pola cidade comprando aliofar, parolas, pedraria, almisquere, beijoym, wdalas ricas cousasque apreçaua, e trazia os mercadores com el

las ao feitor,que * lhas pagana em dinheiro, ou nas mercadoriasqueel lesqueriâo, a o tanto auíamenlo se dana,queem menosde vinte diasquecomeçárão, nquªsi as naos tinhâo : mea carga, sem embargodosMouros lralanlcs , eCaiºCacemo seum yoral , muy lo-danaremquan to podião com os mercadoreàda terra, comque às mms impedião muy loque nom minha fazenda ; noque muylas vezes o Cojebequí hia falarElRey em fauordos um s

,comque hauia muytas compelencias entre

elleeo mouro Cammo . Oque tudo o Cojebequí a talaua com o Cu

pitão mórquando bia à nao,doqueel lesequeixou ElBey per“ s huma cªrta,que lhesobreisso escreueo polo corretor; oquesabido porElRey , o defendeo “

anao Coje Caoemo,que em nada entendessedosPortuguezes , sómenleque todo fizesseCojebequi. Oque assi se fez,

iodo foy em grandecrecimentodebem, comque os nossos etão muyto

acatªdos , andauão portoda a ciduda a seu prazer, sem ninguem os

anojar, nem elles a ninguem anojauâo.

Esta pimenla edrogas,que os nossos carregauão, erada mãodeElRey , porque elleas lomauados mercadoresda terra, e lhes pagauaporseus preços y e tratouqued'antigamenbe linhâo, do preçoquevendia aos nossos gunhanamuy lo . Oquevendo os Mouros es trangeirostratamos destas drogas , " endo o trato tão agsenlado com lanla sagurança, com tamanha feitoria, « eque se assí fosseem mórcrecimento,quedecadavezvirião mais naus , poisqueeste anovinhão tantasque seperderão, queIeuauâo tanta carga,quenom Bearia na cidade nada perael les carregaram porqueEllley primeiro hauiadedara carga aosnossosque elles , oque n assi sendo : erâo lodos perdidos , hauendo

o h hva tado c Ai. c as comprava . Aj . Ín tinhioas naosquasic Aj .ndit ia ao . Aj. G ianaque lhe enviou pelo Aj . Pal la no Ms . da Aj .. oumma i, Falta m l l s.daAj . Idem. Idem. n sendoassi'c á j .

PEDRALUABES CABRAL , ANNO DE 15 00. 198

seus conselhos , uabalhauão muy lo porresoluerem eousaoonlra os nossos ,emque homem algum mal paraque isto nom tosse nounto. E numa

trabalhando com ElRey c omumuylos índuzimea los o contra os nossos ,comque n nada nom—demouiâo ElBey , então sematterâo com os Ee

gedom , e pessoasda prim a d'ElRey , com grandes peilas boraqueosíauorecessem ajudassem,dimdolheque pois el les erâo grandes , eE!Rey nelles continua as cousasde seu Reyno,queolhassem bemquegenteerâo os . tl—auguem comque se lomana nona amizade;queeramgenles çujas,quese nom lauauão quando fazião seus feitos , aquese10cauão com M alas gentes ham , eoomiâo m m s e porcos ,que camião

as çugidadesdasruas ;.

eque depois, quando na terra linessemos maispossança, lhe malariamos as vaccasque cria seusdeoses ; oqueassitambem lhe[ariâo ás molhares quando n'

ssem formosas e honradas, poisagoradormiâo com as çujas eham , ecom ellas oomiâo estauâo em

suas casas , aquedauão muylo dinheiro, oquemaisdarião ás melhoresdo preço,que quando as nom podessem alcançaram Nrtariâo e lomariãoporforça ;doquea ElBoy lhe nomdaria nada, com sua muyta cobiça«que tinha . doque com os nossos ganham . E

'

oom estes induzimentos .que faziâo bons com suas grandes peitas,quedauão, epmmeuião , seos nossos deitassem férada lem u perqualqw modoque tom ,

. ao

que houverâo o apm imenlode lodosque ajudarião, lizarão,que praticando com EIRey , quando viràO '

tempo * o (alaaâo ElRey . 0 monro Caoemo,que algumas vezes falam ElRey , o muyto o induziu,dizendoque tinha muylo medoqueos nossos hauiâode tomarvingançada injuria,que lhe hm ,da prisãodeseu Capitão mór; porquetinha sabido,que acabandode carregarse hauiãode irlodos , e nomdeixarfeitor, nem feitoria assenlada, «e: então no marfazerem muylomal

,quepodião fam em suas naus . ElBey como era grande tyrano, ecobiçaua muyto o granderouboquc podia hauer'Hdoqueestaua an o tei

ton'

a , nom descobrindo sua tenção aos Mourosqueera esta a musa, lhedisseque

'

soubem m verdade, sehaviade licor(eilor09não. Ellesdisserãoqueo :iuhâo já sabido, equemandasseel le chamaro feitore lho

o induxindo-o . Aj . El luu eopiada Aj . Portusum o Aj . Pul l: na copiadl Ai. Idem. 0 15 0 111895 0 0 Aj . Faltana coph da l j. '

o lOmM O Aj . odi o Ai.

191 PEDEALUABES CABRAL , ANNO DE 1 5 00.

perguntasse,que el le lho diria, porquea pressaquedauâo a carregarera para logorooollmem a feitoria, e no martomarem sua singança ,que seria queimareroubaras naosqueeslauâo no seu porto ,

«quea .« nós nâqserá tamanha perda , oomo ti t será granda . deshonra em»« teurastro Io fazerem [amanha 011611811,m tu o mórReyde toda arIndia. Ec y semostram oonlenle com oqueos Mouros lhedizião,

com o intentoqm: linha noroubo, . comque seu coração logo inclinou em mal .

Estando humdia falando com o feitorlhe perguntou, quanlos nhomens hauiâode âcarcom el le, o se lhe bauiãodeBearmercadoriaspara conqdrogas , e lercomprada a carga pera outras anos . O feilorlhedisseque nom sabia oqueo Capitão mórnisso faria, porqueacabando aly de carregar, hauião as naos de ira Cananortornarogengiureque lá estaua comprado,que para isso (icara lá fazenda, equenom sabia se «el le: ficaria em Bam or, porqueo Capitão mórtrazia perregimento oqueMaiade fazer. ElRey querendodarcomeço a

sua obra, equerendoqueos nossos fizessem o commo, deu licença aos

Mourosque cam gassem, poloque el les c lhe Gurâo grande p'

neseole

com muy lo prazer, vendoqueera o direito caminho pera seu desejo ,

porqueestaua certoque tomando el les a carga, o Capitão mór“se queixaria com ElRey nom lhecomprit o assento,queera primei ro lhewregaras unos, sobreoque haueriâo quebra com ElBey , comqueviriãoguerraquedesejauão. E com may la diligencia começárão carregar,

comque logo fal tou a pimenta,quenomvinha á feitoria, eos trabalhadores lomauâo os Mourosque lhecam iauào sua pimen ta, doqueo foilorsequeixou muyto cpm oVedorda manda, eGozíl . O oorrelordiziaao feitor,queos Mourosdiziãoque ElRey lhedera ,

!ioença pera eam »

garem : o Cojebequi assi lho disse, e oonselhandoque com muylo

siso e dissimulação fizesse tudo, porque os Mouros undania muy al'

uoraçados com a licençaque lhe ElReydom, temiaque sobre issoniessealgummal . O Vedorda fazenda ,queenªendiajá acousa, eo Gozil ,qge todos estauão peitadosdos Mouros ,disserâoao feitorquese fossequeixara ElBey *quelhefà l laua pimenla , n oqueel leas i fez, e toy lá

Om'rtúdo na copia da Ai. Idem. ,que. Aj . «

'

N a na copiadeAj . Idem. Idem.

198 PEDRALUARES CABRAL, ANNO DE 1 5 00.

matasse todos . Aoque o Capitão mórlhem pondeo ,queel le tal nãohania de lazer, tomarcontenda com os Mouros, nem fazernenhummalna sua terra eem seu porto, porqueseel lequim ao os Mouros nom carregariâo ; masque se lhe nom comprisseoquecom el leassentam,quesem acabardecarrega m híria a outra parte humor, esea nom achasse, então faria oque « lheparecessequen oompría ao seruíçod'ElReyseuSenhor. De. qualreposta ElBey semostrou agastado, lhemandoudizerque nom faria em ) em tomarcursa dos Mouros, pois lho el lemundana, * ed'íslo lhemandou sua ola perel leassinada,que fizesseoqueel le dizia ” ede lodo oqueqlúzeseeseria oonlenle

CAPITULO IX.

coxo m m na mumu sx ALEUANTOU E numa o m m : a mu ncuazas,que com nm :m wio nx t am .

Em u» « aaah neste trabalho, EIRBy mandoudim “ao Capitão mórque iherogauaquemandasse tomarhuma naoquehauiadepassar,que'

bia pera Cambaya,queerade hum meicadordeCochym aquemanda».rarogarquelhevendesse hum alifanle, o qual lhenomquizem vender,eo mandaua na nao a vender a Cambaya . O .que o Capitão mó'rfezdeboa vontade poroomprazerElBey . Mandou Luíz Pires , porque o seu

nauio hera mais pequeno, e tinha pouca m ga, emandou ºno nauio

Perod'Alhaíde, eVascoda Syiueira, DuartePacheco, eFernão PerezPantoja, homens tidalgos outros homens d'ermas , ederbombardeiros

* lheç mandouque à nao nom “«»t vlim a: nenhum mal , se

não fuzeln hirao portodeCalecut . EIBey deCalecul , vendo nauio pe

queno equea nao era muy poderosa, armada com muyta guinhode «

pe

loja, houvequeo Capitão mórmandaua ami o muio percomprimento,masque nom era poderoso para tomara. nao, emandou islo .dizerauCapitão mórporhum mouroda tem homem M omo. . Ouvido pelo Ca

' Omíl tido na copiadnAj . * ldem.ª ldem.

'um "dom “ Idem .

Idcm.

PEDRALUARES CABRAL . ANNO DE 1 5 99. 197

pitão mórorecadod'E Rey , e o nauioquesefazia à vela, porqueanao hia já passando, muy grandeepoderosa, Capitão mórmandou o

Mouro ao nanio,que fossenelle e visse oque os Portuguezee fazião,

« O nanio era bomde vela, efoy_entrando nao , e alcançou junlodeCananor, quelhenom serujo mais a Viração, e sergio : (mm muy los

languag e ebandeiras ,reluzindo muyto as armas dos Mouros « porhiresta naomuylo armada epoderosa . O nanio tomou as velas esurgiuperto da nao :

'aoqueLuís Pires porconselhode todos lhemandou

o esquife, e dizerao capitãoda naoque lhe *mrogaua 111u que; lor

nasee ao portodeCalecul , porque o Capitão mórmandauaque lá lotmassa, efolgariaqueo fizesseporlhenom fazer, como lhefaria, mal se«“nem quisesse tornar. O capitãoda nao lherespondeoqueel lebia

seo caminho pera Cambaya, ea Calecul nom hauíadetomar. Luís Pireslhe tornou a mandardizerque tinha bom vento pera tornara Calecut,queportanto logo "

« se tisesseá vela como el le desse á sua . Mas o

mouro ouvindo o n ado, darão grita etimrâo frechadas aoesquife, * comque tornou fugindo para o n'

anio. AoqueLuís Pires mandou ao Con

destabreque«*com hum ti ro grosso lírasse á nao »poralto, oqueel le

assi (ez ; mas mom toy tão al to *"como danera, porque tomou pelas

obrasdecimaque leuou ao marhumas camaras com gente, "nra fóra

outrosque ficarão . na nao mortos e feridos ; e o pelouro foydaralemem oulra mo queestauajuntoda tam ,quea fez dous pedaços eeefoyao fundo. Doqueo mouro houvetão grandemedo,que logo se fez âvela pera Calocul , ondechegarãodenoite, " we logo o capitãoda naotoy faltarao Capitão mór,queixandose porque lhe mandaua fazermalsem causa, nemrazão. Elle disseqhedo mal el le fora a causa porquenom viera seo chamado, porque a bandeiraque tinha na gauea erad'EIRey do Portugal ,que era senhorde todo mardo mundo , equem"n udasse polo um lhehauíadeobedecer, e se nãoque»lhevi ria

muyto mal ;queel lenom lhe queria fazermal , sómenle ElRey deCaleoul o mandara aly vir,que fossefalarcom el le. 0 mouro lhe disse

l c esorgio porna n terviraçâovAi. “ muitas festau Aj . ”Fal la no co

dicodo Arch.“ . semandouan kj . " lhe pediu Aj.

'a a ellc nom tornassen Aj .

'déaseâ vela oomo elle (azia . Aj . %u fugio para a nao . Ai. 'que tim ª

m hum tim grosso Ai. —quenom leuaase ao mau Ai. "a ea algunu Aj .

” 'M e—Arch .

" nequem n'el le Ihenào obedeom lhefaria n à j

198 PEDRALUARES CABRAL , ANNO DE 1800.

Senhor, EIReydeCalecut be tão cobiçosode dinheiro,quenomquer»«darmaisque dous mil pardaos perhum al

_ifanlequevaldez mil , e»

porisso lho nom vendi, e i pot isso ; o leuo a El lleyde Cambaya .quehenobreRey , eperel lemehadedarquanto lhepedir, e' agora»«ElReyde Calecul mo tomará , e mo nom pagará . «O Capitão mórdim : «ElRey nom te tomará o teo sem pagar, ese lo el lenom pagar,«eu to pagarey , porque estas mas não fazem mal se nom quem lhe»« nom obedece. O mouro fez grandes agradecimentos ao Capitão mór.

Ao outrodia o mouro foy a EIRey , “odizendoqueera oqueman

dauaquo Bweee, porqueos nossos fixarão aly tornarcontra suavontade. ElRey lhedissequemandassedesembarcaro alitante. O mourodisseque lho '

: comprasseew pagasse, logo o desembarcam. EIReydissequeodosembarcassequeel le lho pagaria. O mouro disse: «Eu« odesembarmrey , porqueseme nom pagares , o Capitão mórmo pa. »« garâ, “quemo promotionquemo pagaria semo tu nom pagasses .

Oque ouvido porEl lley tomou muy la paixão, dizendoque o Capitãomórnom tinha poder noqueel lenzesse. « Aoque logo os Mourosquehi eslauão ílzerâo ElRey mais acendersua paixão,dizendoqueera soborba dizer' o Capitão mórqueseel le nom pagasseo alifanlequeel leopagaria, 'queaquillo eraque pagat in eseentregaria como quisesse;queesseera seo fundamento,quecomo tiuessem as unos carregadas , sereoolhcria sua feitoria, e noqueachasseno marse vingaria comoquisessede todo o passado, eda prisãodo seo Capitãodas outras anos . AoqueEIRey deo wuyto credito , e eassi assentou em seo coração, inelinaudose mal contra os nossos . Então mandou aos Mourosque—carrogassem suas naos, ematassem quem lho defendesse; e fez eamcomeço

deguerra porquemuyto cobiçaua roubar o alifanle. Como os Mouros tiaarão esle íauord'ElBey seaperceberâo, e andauâo armados emuy sobarbos , '

«eencontrauâo os nossos eos nomdeixauão andar. atéqueel les nom passauão. Os nossos , achando esta novidade, serecolher“pera feitoria nom andauâo pola cidade, equm ndom alguns embarca

'Omínido m oopiada Aj . ªc e ElRey de Calecut mo tomará sem ma pa

gar. Aj . 'c aoquedim o Capíwo mór: sc el lc lo tomarseni a pagaren toM edimequem oqnemandan n Aj . 'Supprimído no oodiceda

Aj . 'a pois o promeleo [am se tn meo Aj .'Supprimido m eodíceda Aj .

nomdeixarão anda os nossos Ai.

200 PEDEALUAEES CABRAL , ANNO DE 1 5 00.

tento era n oroubodu feitoria, falou com os Monroe, edisse,quede prendero failor, e quantos Portuguewe reenvio emquann fam dn esuma na mi

toria, emandartrazeroearrefens, « eentão mandares nomeque sefossem, en nunqua mais tornassem a seu porto, jurandolhesquenunquamais com elles . assentariu paz, . eque isto M aiade un t assiporcomprimentode sua verdade, « equeseos nossos senomquiseaemdarà prisão, então a todos matar. 0que lheos Mouros mhylo l

lou

varão,»dizendoquepormelhorserfeito,que el les mandariâo pi

menu âs naos , eqne el lem udasse diurno feitorquea fow n tomaros baleís , c eu entãosobre isso aleuantariào a briga com os bateis : eisto

powrâo porobra, _o mandarão hum parao grande carregadode pimentaa granel ,que passou juntodos bateís . ElRey mandoudepressadim ao

feitorquemandasseosbateis a tomara pimentado pan o . O fqiun'

, como

eslauad'auiso , mandou dizerElEeyque o Capitão mórnom vimCalecut tomarnada porforça,quea pimentaqueel ledana nos l ouros ,e consentiuquea embarcassem,queelle nom hauiademandartomar;masquese lhe nomqueria acabardedarcarga,que lhe mandassedarembarcação , a sereoolheria com a M dad'ElBeyque tinha, ou senãoquelha deixaria em terra, porquenas naos tinha ainda tantaquo sobejama . ElRoy semostrou wuy to menenoorio, dizendoque mandassedizerao Capitão mórquemandasseos arrefens, e logo odeixaria embarcar;o feitorlhe mspondeo,que el leo mandam dizerao Capitio mór, m s

ElRey nadarespondeo. “ Man cada ;que' ; os nossos—nomboliio comnenhum mal , vordeuourcom os Mourosquem laseemos nossos eenom

s'

enlregassem. Os Mouros tomando oque podia ser, mandarãoquedenoite'H suas m os sefosaem torado porlo u . pera outrasWM O

Capitão mór,que tinha muyta vigia no mar, sentindoqueas naus â toacaladamenle separtião,

n houve conselho com os Capitães , se fariaum bara Ai. o oom el leestim a m”.

ª o ewpediros nosaos .queo Aj . « tería Ai. Pulum cophdaAj . Foi omiuidn o 113. da Aj .loh a n iaten ssnmiu im m mao. . maeym i u. Emm bos om o.

diou se lê . mros-o quedevem upon.

' Tm bem emunboo se leo ordel indo o “ o n hím m nat j . Pdu no codioeda hj . “

o u tu pon n'

epôt Luiz Pireu Ai. Nosdoic codiccs áim Luiz Rodrigues , mu é erro manifeno , l á advertido â margemdn copia pertencente Andea n .

PEDEALUAEÉ CABRAL, ARNO DE 1600. 201

dem “ unos, N odos pum bemqueu nem deixassem hir, mórmentehuma mo gmndedeCojeCaoemoqueesuua eoiregada, eas âzesswn

estarno porto até weremquea cousa pam a : o quem i sefez. E Luis

Pires sepos c no marafastado fórado porto , a mandou o esquifedizerásquesehiaoquesenom fossem, senãoqueas menoría no fundo, pelo1108 nenhum '»nomc ousoudesehir: Oque sabido do Mouro Gaoemo, porque houvemedode perdera sua nao

'queestavam carrepdaquevalia muy lo, foi falara ElRey , " eversepodem fazeralgum oonoerlo,que se fosseo feitorsó , w parleda lazeuda peraque asua nao N em tanto sepodesse hit . »Mas «

”porque» ElRey cobiçaua

maís orouboda feitoria,que saluaçâo da nao,lhe '

umandou auquefossedizerao feilorquemandassereoado ao Capitão mórquelogodeixasseparlira nao, equeem lanlo seviesoe pera ma n sa, porque ohauiade lernel la axé 'w en parlirnao.

'f lslo m iá sobrea tarde.

O feitormandou dizer' . a E c yque lhemandassedaralmadía pcmmandarorecado ao Cayilâo mór, o lha darão . El le escreueo n ao Capilão mórd'umqueestaua,quemandasseboareposta ElRey , porqueo nom mandaseeprender, ou matar, equedenoite wuia sese podíasaluar; o qualrecado ouvido polo Capitão môrfoiemmuytaagonia "

ªrdepaixão” e detone a almadia, “

: emandou materos negros debaixoda coberta porquenom foasem para terra ; e como foi noite,que em

m m . mandou Mervigia nosrefens , enos baleia mandou homensdequeoonliou, el leaefoy no seu esquife, emandou chegaros baleiaa terra quanto poderão, e mandou a terra homens a nado com cordasdelgadas "

«quelim ã o aladas 908uteis , “ as fossem amarrarna lem ,

equesepodwsem fossemdarauiso aos nossosqueseapegnssem ás oordas ,e serecolhem m aos bateisqueacharião pono. E tudo assi ordenado, osqueforio lem c abrio as cordas em paes almadias emborcadasqueestauâo na praya, equerendo hirfeitoria 'N darrecado virãoqueWil cercadademuyta gente calada, oque"

n lornarâo aw»dizerao Capitão mór,que senom sabiadarconselho , comque se

'íoi " ç âs

'Para nc copinda Aj . * Idem . " sepoderio bu en Aj . M ae fosse. Aj .'. eomoa A]. “ disse. Ai. 'Falu na oopínda Ai. '

o a ndo jà urdec A] . 'Eu!“na capta a Aj. " Idem.

"omeueodo os negrosd'eau A] .

" . um baniu Ai." Fal ta no m .dn Aj. " oprendu í o u oordas M . Ai. "Wo no codicedºArch .

". o Ai. "

. Omittido no-codiceda] .

70310 1 .

m PEDRALUABES CABRAL , ARNO DE 1 5 00.

m a o faIu wh os Capiuu , mas am m m m , porquemtem tudo estaua calado. O mouro (bjebequi, '

«osentindo o walquevia, »nom “ deixou. hírpara feitoria os filhosdo leitor, ese voa donoiteporfal larcom '

: o feitor, »enom ponde “«povquotudo estau m »

cado . deMouros Nairasque EIRey m udara paraqueguarda m orouboda feiloria. O feitorestaua com grande angustia demorte,quesentia , e nom ousam de descobrirnada aos “

'quecom elleestarã o, .porque “

. com medom om Gsessom aluoroçodequererfogirpera os baleisque vi rãoqueeslauâo perto ; mas porque '

om m se nomdeilassem dormir, lhes dissequelhederão aniso ,queladrões lhoquetiãodeitarfogo pera o 'roubarem,queportanto estim am vigia '

c peraoqueoomprisse; eassi éslauâo J Os Mouros aguardado peraqueosnossosdormim m, eentãodesupilodar'u nos nossos . Hum homemdofeilorsahyo fôra "da casa amijar, e u aenlio genteporfôra, vigiou porcimadehuma parede, e vendo tudo cheodegente, « cuidando»queetão os ladrõesque dissera oreitor, bradou: ladrões ! ladrões ! Oque "

. ouvido c dos Mouros , darão grita, e 'ªwometterâo entraro -

poruma das paredes pormuy las partes . Aoque os nossos aoodirão comlanças, ada gas , ebéslas o que tinhâo, queportodos seriâo oitenta ,queos mais acodírâo á porta para sesahircm eÍogirem pera o mar, masos Mouros et ão tamosque entrarão “

c am adas , queos nossos nom

poderão sahirfôra, eserecol herão á casada feitoria, queem grande,ondesedefendião . como homens mortos . Os Mouros pelejauâo fortementee nom podião entraros nossos, nem lhedeilauâo fogo porqueElRey o wuyto defendem, porquelhenomqueimasaem seorouboqueasperaua . Os baleia sentindo orebate na lem , logo acodio o Capitão mór,emandou lirarcom os berçosque eslauâo apontados na feitoria ,queacertaria na mul tidãodos Mourosquecobriâo a praya, ecahirâo muy losmortos eferidos , comque largarão a praya, " wontqueª algunsdosnossos l im ão lugardeseacolherao mar; mas todavía osMonros sahyâof

a elles , os malauâo, eferiâo lodos . Algunsqueaocrlarâo * d'achar'ovendo omalquehia Ai.

ºodeÍXOU O Aj . 'o el lec Aj . ª c estarcercado .

Ai. 'b cemmnheims a Aj . “ Fal la na copia da Aj. 'c nomdom issem o Aj ,

'Fal la no Ms . da Aj . '. Nel leu Ai. " Fal la no codiceda Aj . " n esentindogente, Vindo í loda calula o Ai. " ovendo c Aj . " ª m uwíwrão en lrando o " Snpprimido na copiada A1. '?ldcm.

“ Idem. [dem "dá .» " w omas oordas o âj ,

201 PEDRALUABES CABRAL , ANNO DE 1 5 00.

o porloda oosu bmva . E com ub aoordo assenlarãoreprem ”a tadas .

as naosqueestauio noporlo, e'. Ihenom fariim mal , eestariâo algunsdias arerseEIRey porventura” quereriamostraralgumadesculpa,qmlodo com el lesedissimulada pqrque lheacabassededara carga, 'quedepois EIRey mandaria oque fosse suavontade. Então mandou o Ca

pitão mórtrazeras naos dos àlouros , e todas jtmtas as meuerâo antreas nossas , nom tomandodel las nada, um fazendo mal * s amuytos mcrinbeirosquenel las eslauâo, segurando-oa o Capitão mór, dizendoqueel les nom tinhão culpa, ecomo BlRey lhemandasseos Portuguemqueeslauãqem Çerra, então os . sol laria. Edeixou hirpera tem algunsquelhepedirão. licença, porquecontassem o proposito emqueel le estam ,

comode feito. « foi s.»ouvido na lem istoque os marinheirosdiaião,queos nossos nom faziâo nenhum mal .O mouro Cojebequí aoodío âreuol la denoite, '

; Ioi venturaque«.eachou tres Portugueses feridosque s'enterrarâo debaixode palhaçuja em hum pardieiro ndo huma casa cabide, ns ealy estanão esperando morte, pedindo Nosso Senhormisericordia ,que lhe aoodiocom el la,queacertoude passaro '

a mom'mwCojebequi,que» “ n el leseonheciãoqueera muyto amigo com o feitor, esem falarbolirão a palhaem modoqueo mouro os vio , edíssimulou, efez afastarmuy tosquehiâo com elle, fingindoquequeria mijar, esechegou à palha, edisse»quenom bal issem ese cobrissem, epassou seo caminho ; mas comonoiteleuecuidado, elrouxeseas amigos comqueqeveo "

a ondeos nossosces lauãoreos cobria com os panos coma Mouros , eos leuou "

. emetteo»

em sua casa,queerão casas muy grandes , eos mel teo " ª dentro com

suas molheres , onde tumbem tinha os fil hosdo feipor; arriscam estemouro à morte, eperdiçãodesua furada, se la! fora sabido . O qual '

com :nu 5 006 parentes eamigos sefoy Elke] , fazendo mudas cramores porseo irmão,que estam: em m ,dizendo : « Senhor, lodos»"* mouramosreZtodo sedevera perderenom se " »d peder" .

a tua :erdade. Olha, Senhor,que fam: somarádeti; equasefalará .

'Demenos m-oopiada A3. 'em lhe lazer»Ai. . 'Faha no oodlbeda Ai. .'ldem .

s o aos xnlriutmil'os d'el las o Ai. 'wiia un t Aj . 'Fal ta no Ms . da Aj .'ldem.

ºldem.

m sm " A] . “ Palla na copiada Ai. “ . mom nmos e A1." O M M . Ai.

208

« an teos Reysda India, 'c porqueu_omdás grmde-oa tigo Coieea-u

. cºmo, ea todos os que leaoonselharão fazertãoM ºm o ; epora lanto, « porquedelodo senom perca tua honra,donos mandar'n a

« cedo ao Capitão mór, com algumasdesculpas falsa ,. comquepôde»

u serqueseamansaráquenom fação mal , pois estão quedas sem o fam ,»

« lendo tantarazãode já lerem feito, 'equeimaudo as naosqueestãoa no mar, ecom sua malhariades lroirtua cidade. Mas EIRey ,queeslaua muy contentecom o granderouboquetinha na mão

, parecendolbequenom poderia haverboncerto sem tomara entregaroroubo, 0queel le nom hauia de fazerporassi scrcobiçoso,respondeo ao Cojebequi,mostrandosemuylo agastado ,que se fosse logo , se nomqueo mandariamatar. Doque0116 hauendo grandemedo se foi. O mouro Cacemo, porque “ [em . a mador do mal sotreo '

n grandeperdadesua nao ;'edando ElRey muytos oontentamenlosdoque âzera lantoquem sua

honra em deitarfôradesua terra tão má genle como cria os frangues ,eporassi serlanto sua honra nom estimava perdadesua nao :doqueElBey ficou muy contente.

O Capitão móresleueassi dois dias ªguardando mas o mouro Cojebequi lhemandou hum seo escrauo n&do com huma carta escritadosPortuguewsque tinha em casa ,que nom aguardam pornada ; e lhedeo contade todo oque passam com ElRey , n o qual estatua tão-grandecom orouboda feitoria,que cuidandoquecom algum concerto hauia

de tomar, ou partedelle, porisso o nom faria ,queportanto nom aguardasseporconcerto nenhumu lRey queel le tinha em sua casa os 5 1h08

do feitor, tres homens '.da feitoria .que el le os guardada atéque

fosse tempodeos poderentregarlimas, " equeisto : faria indaque lhecustasse vida e'ºrloda c sua fazenda “

. Queporlanlo el leassi bou

ua sepiedadede seo irmão.que tinha em poder. . O Capitão mórmostroucarla aos Capitães , e"

. com el les assentou em»conselho fazertodobem a tão bom amigo como em Cojebequi. Então mandou às naosdosmourosque tinha tomadas , e trazer: toda a. gentequeet ão marinheiros;

* Omiui'do m copiada Ai. “desculpas falsas ao Capitão mó “ Aj. 'Fal la

n eopia da A]. 4. 1 1i . A]. " a perdadu »Aj . 'Omiuido na copiada Ai." Idem .

'New,'n oque. Ai. . Ominido no Ms . da M. .

" . equeel le «Ai." c hamem : Aí ,

908 PEBRALUM CABRAL, ANNO DE 1 5 00.

da um u ea hdos os mandouquese foswm pon m , porque elles nom tinhào culpa no malque fazia seo Rey , tradot o ladrão ,queporroubarmatara o feitor. Oque tambem M assi o disse. aos arrdens , quemandoudara cada hum hum pedaçodo lina grã o barretos, efacas, eem segredo deo ao irmão Cojebequi huma carta degrandes promouimentoede lheserbem paga tanta fineza »debondadecomo fazia com os Portugueses .

“« E todos mandou embarcarem hum

paraodas n os , . eae(orâo ºqa letra : com huma carta para ElBey emque lhemundana dizerque,pobres marinheiros nom linhâo culpa, eporis o lhenom fazia mal , eos mundana pera terra, assi tambem lheman

daua sees arrefens,que como bons vassalos obrigarâo suas cabeças ,« confiados em sua verdade,que el le como tredorfalsita, sómente

porlervontadedeladrão, porroubara feitoriad'EIRey soo Senhor;quesoubesseoemqueelleesao Eeyno ovassallos o hauiãode pagarmuy bem, eque seo porto sempre seria queimadodequantas embarcações nel le se achassem.

Osrefens emarinheiros chegando a terra, wodio muyta gente9pmya * aver, ondewdn hum abraçou soos amigos ,quecuidarãoqueo Capitão móros mandassea todos matar. Cojobequiveo abraçar—se comseo irmão, eos Naires parentesdo outro arrefem,queera Naireprineipel , e todos juntos seforão a ElBey commuytn genteem grandeunião,jurandoquese os nossos matarão os arraia s, el les porvingança todoshouveràodemorrer, ºu : tomarvingança . comque nunqua mais Rey ,nem Camorim ousassedarrefem, se não sedêsseseo Príncipe; equeos conselheirosd'ElRey nom linhâo culpa, senão o muboqueElRey cobiçara . Mas Cojebequi com osdesua valia,queetão todolos Mouros nalurwsda lem , contra o Coje Cl oemo eosdesua valia,queorão osMouros estrangeiros, autre ella se começou grande peleja, porque os

Naim tambem etão conlra elles , emquemataria muytos . Aoque E!Rey houvemedodeaoodír, mandou secs Capitães com muyta gentepacificar,dizendo, ejurandoqueelledaria castigo quem o mal mon

selhara . Os micas faziâo grandes esolamaçõos ao pono, com grandes'Sl pmimido nbl s .daAj . ª odiuec Aj .porm ado" Aj . 'Ful tn no ih . da Aj . ”dem.

'ldem.'Omil lido m

copiada Aj .

208 PEDRALUABES CABRAL , ANNO DE 1 5 00.

gente armadaque lhe ccediode letra ; easquaes sorgirãp tirodas unos dos Mouros . O Capitão mórmandou aos Capitães conoerlassemos bateis com berços e gente e cousas de fogo, pera hirem queimarasum ,

porque com temorde fogo nom quiz el lehirzaqos Mouros ,pornom arriscaras mosquelento importauà o hit no Reyno ; esendo osbaleia prestes,deu adianteira Nico laeCoelho,que lha pedio, e todos osbeleis Ieuauão berços e falcões , comque . hauiâodeandar. derredordas um dos Mouros esbomhardeando até os ineuerno fundo, ou lhedeilessem fogo comque todas emm . E bindo ass i todos bem ordenados , eNicolae Coelho na dianteira, mandoudarfogo nos ti ros . O bomherdeiro nom cobria bem as camarasque levam carregadas,deu o fogonellasque todas deeperârão com pelouros «que leuauâo que ferirãoos marinheiros esequeimárâo alguns homens , eo bale! arrombadoquese fora ao fundo seos outros Ihenom amdirão,queo tomârão anlreosoutros baleia, e se tornárâo ás naos . queo Capilão mórtomou poragouro , e nom quizque dessem» ás naos . Peloque sendo m ile, asnaos celadamente se fotão vás loas c ao longoda terra ederâo ásneles : eÍogií

'âo.

Isto era já no fimdeNouembro. Aqui chegou ao Capitão mórhuma almadia com certad'ElReydeCem ar, emquelhedizia que'

l inhamayto pesardema)que lhe fizera o Bey deCalecul e folgara muyioem soltaroearrefens tão honradamenle e com a . gentequiunadasum ,

a e tinha sabido uniãoquehauía na terra entreos mesmos naluraes eestrangeiros , o mas oque se[alana mais era o seuwuyto louvorem largarosrefens , peloqueeslauão crentesquea vingançaquese hauia de tomarde Caleeut sería grande, equeaindaquenom fosseperguerra na terra, seria no marcomdeslroição em seus portos , comqueperderia seus tratos todos, . comquede lodo se. perderia o Beyno. E pois vingança estam certa , nom fizessemais detença, eselemasse Cenanor, onde lhe daria tudo quanto houvessena terra pera carregaras naos . Com o qualrecado o Capitão mórse nem satisfez, 'por

No codicedn Aj . se lê o esorgirâo. e Pareoe-nosque averdadeira lidoserie: m m m m girio m .

' n adauâo c á j . ' Omíuido na oopiadaAj . e lom m c j . ' eâ ton c Aj. Fal la no exemphrda Aj . t ee

' h lu m eopiada Aj . ' n ede todoeAj . Omitúdo no MsJa Aj .

monummzs CABRAL , ANNO DEm o. 209

que tinha grandepaiXãm pornem teras naos carregadas, erespondeoElRey

*

com grandes agradecimentos eque . como evento lhedesselugarn logo lá tornaria.

CAPITULO Xl .

como n a consumo nu ma cont msm : emmm AS mos semuio A

cocum , B oquem n ssn io.

En n a as i o'

Capilâo móraguardando tempo pera tornar a Cananor,« aeque lhe et ão os ventos muyto contrarias, eestauão todos com

muy la um pora fal taquelinbãoda carga, ordenou : o Capitãomôrp oem conselhodos Capitães mestres epilotos , despedirseehirseao Reyno carregando toda a cargaque linbão, hue Ihepareciaquepo.

dería bem carregartres m as com gengíureque hauiãode tomaremGenauer, equeestas tres naos . seriào as mais duvidosasde bomba,que ass i e trazia porapontamento * Oqueassi foi m amado «tee Iam

bem assentárâo oque farião as naosque encassem 1 110que l ínhâomuytos conselhos , ooine homensdesesperadosdfoulroremedio, noqueessi estando falando, Gasparo lingoa disse ao Capi tão môr: Senhor. ªeuvos darei hum conselho ,quepormeperecerduvidoso 0 nem fa- n

« fo todos eslesdias. Lá adianteperesta costa ha muyl osrios e luga- ª«res , 6 humrioquetem bom porto emqueestá hum Bey , me lem»

«hum Reynoque se : chama Cochym , onde ha muyla pimenta en

«drogasquelhevemdefôra, assi. pertrato comovem Calecul , on- n

depoderão carregarestas "

mm eoutras tantas , porqueesteReyuo hen«mórÍonledepimentaque ha na India, porquea mais eda pimenta»«quevem : a Caleeul vem deele

-Reyno deCochym em barcos peru

«muytos riosque correm pela tem dentro, eesta pimenta lhenace»encima em huma serradeque trazem nestes barcos os mercadores»

::Menu-os naluraeS uzde Celecut ,que e lá vão comprar, a troco»«de panos , e outras cousasque gestão as gentesque colhem esta »

c tcndovenhou Ai. Pal la no codicedaAjà Idem. Idem ª Idem.

t âmuâo n Aj . Supprimido na copiada Aj. eescul leino sen Aj . d'el11 cm . Aj . Fal la a copiada A] .1 01 0 l .

210 PEDRALUABES CABRAL , ANNO DE 1800.

« pimenta. Mas o mórincom um»que tenho he porqueeleBey .«de Cochym be subdito esteBey de Caleeul , e lhedá obediencia»a oomo o Rey (16 Cananor; mas se Nosso Senhoraprouvesseque»« hindo nós lá lhedêssevontadeque nos dêsse carga, elleo bem»« podefazer, em n ó sdez dias, segundo amuyta abondançaquedeto»delas cousas ha na terra, porhauermoyles mercadorias «eneos e

« grosso trato:epodeserqueo Rey deCocbym pornobreeerseuBey . »

« no farádeboamenteassentodepaz etrato, senem tinerálgum medo'edo ReydeCalecut . Aoqueo Capitão mórresponda) : a A esselemon« o ajudarey eu coul ta ElEey deCalecut, ee queren'do elleserbom»« amigo e guardarverdade, ElRey nosso Senhoro fará ao poderoso»« contra o Rey deCaJecul nqueem nada lhepassaram nojo. »Disseó

o lingoa : «Se o ReydeCoch ym issoquizerentender, serão a cusados »os trabalhosdeCalecut. Oquemuyto folgárão todosdeouvir,dizendo

o l íngoaque com o ventoque tinhâo , em humdia lá podiâo hit ,quetodo seria prouarventura pois não se perdia tempo ; equando la' nomachassemrecado se tornariâo, pois assi eelauâo sem fazernada. Oquetodos os Capitães ª

aprouârâoque era bemque fizessem efos em Co

chym, enisto assentou,

o Capilâemôrmuy lo em seu coração. Poloqu'

e

lºgo se âzerâo à vela ao sol pesto, Capitão muyto pedindo a NossoSenhorque o encaminhamenesla oousa oomo íossemaís seum lo seruíço pera exal lamenlo de seu Saulo Nome; e porassi levarem mufftoa

vento «vá ; popa, farão com pouca vela pormmmssaro porto , e

manbeoendoderão todas as velas , ecom viraçâo jorão Borgirna barraSObre porto.

O Rey deCochym tinha bem sabido wdo noseo feiiodas primeimsnaos alegora, ea boa paz de Cananor, eos males deCaleeut , emuylofalaua com os seus, hauendo pormuy mal feito as cºm do ÇamorymBey deCalecul ,que l inha feito. contra os nossos : 'porserdeboacriação” algumas vezes falando com os seus diziaqueantes perderiaseu Reyeo,que fazeros errosque linha feito e '

unÇamorym equeeRey s»deCananoro tinha feno como bonu Rey e homem m udo.

Edepois vendo assi sorgíras unos no porto, a gentehouvemuylo esvFal la na copiada Ai. Idem. Idem. 'em Ai. Fal ta na cc

piada A]. eo neydeCalecui , equeou AJ. Fal ta m copiada A] .

m PEDRALUARES CABRAL , m o DEm o.

creeeo boem ãow eudiseeao mereadorquo se lãlney lbenom pa. »

«gesso o alifanle á sua vontade, oque eu lho pagaria . O mercador»« em terra'epedimrque lhepw o alifante; ElBeydiesequeodee-n«embarcam eque el le Ibo pagaria. Aoqueo mercadordissequeo»« desembarcam, porque se lhe nom pegassebem,que o Capitão mór»« lhepromeueraque lhe pagaria . DoqueEIRey semostrou anªmntado, »«dizendoqueeu nom linha tal poder, edisto tomou achaque,queera« pontode sua honra, equeera bom caminho pera erouboque' e li—w« nha ordenªdo : fazer, emandou malar o feitorcom muy los homens»«queestauâo folgando em terra sem armas , e roubou oqueachou na»

« feitoria, nom estimando tamanha [al la equebrade sua honra, nom

«estimªndo . n os :reíensque tinha na nao, osquaes «porme»«nom terem culpa, porque tambem el les ElEey talsara eenganam»« como mym, os emandey liuremente pera terra, comagen

l

lemesqui- a« nhaque eslaua no mar. Dos homensqueestauâo em terra se sa!

uârão alguns a nado,que lhe morriâo, polos,

nom podermandarGenauer. E porlhe serdito em Cananorque el leera bom Bey ,quemantinha verdade a todos , c c muy to mais aos mercadores

,: o vi

nha buscar, e uerà aly chegado,queu lhe mayto vinha pedirerogarque lhe doesse o mal ,que lente semrazão lhe fizera ElReydeCalecut

, e lhe apmuveesedara cargaque lhe [aluna pera seirpeara Portugal , e se. lhequizessedarlha compraria á vontadede seusdonos, troco de mercadoria, ou com moeda d'oum e prata ; e,

queseesta boaemizade quim fazerElRey seu Senhor, o quesoubes e certo .que disso lhe vin

'

a muyto bem ehonra a seu Reyno, emuyto proueilo seus vassal los ee lratos u equesedisto lhenomaprouesse, e lhenomquizessefazera mercêque lhe pediu, pera equeovinha husear, logo se tornaria partir, ebuecarseuremedio . l erecado assi comprido aconselhou o lingoaquemendm e ElRey , te

crito eassinado perelle, porqueElBey tudo já sabia, evendoquelho telana a verdadeera grandebem pera eeu credito . O queescreueo o eecrínãod'ElBey ,queporseu proprio oliicio costumão fuersompnesuaselas ,

" l'zlu no oodicedn Aj. ª edim e Aj .' equeriae Aj . ' Pelu no l s .

dª l i. " " Ai. 'Demm no eodioedeAj . 'Meu .

" Idem.

'PEDRALUARES CABRAL , ANNO DE 1 5 00. 218

quesão folhasde palmeira,queheseu papel emqueescreuem,riscadocom bem ponçâode íem ,quepen iseou-azem . Comoqualreeedo setornou a Ell ley , eoCepitão mórlhepaz na cabeça hum barretevermelho

,

e« lhedeu . hum pedaçodedamasco cremesy , e huma bainhadefacas,comqueo escriuâo se íoy muy to contente. 0qual mem geimdecembercando em terra, com o muyta genle' u a ouvir, e

'u forâo cem ellea

casa . d'ElRey ,queestá pelorio dentro, como parecen'esla pintura. Oqual chegou anteel le,queeslaua '

oom todos os seus principales eRegedoresdo Reyno . O eseriuâo leo tudo oque leuaua merito, oqueouvidoporElRey e porlodos , . BlRey mostrou bauermny la piedadedosnossos

, eem seu oomçâo'n logo o am lou lbehzerlodo bemquepo

desse; e falando com os seus, meyto esln nbou a EIRey deCaleeut os

malesque tinha feilos aos nossos ,dimndoque' : eile linha sabidO equetodo era verdade oque lheoCapitâo mórdizia ;eeobm tudoElBey muyto eecusaua aElBeydeCalecut quebrade suaverdadeperduasvezes .afim de fazerroubo nu fazenda,que estam em eua terra segura msua verdade, nem guardando fé a seus m etanº. E praticando com os

seus, sobre oque o Capitâo mórpedia,- diziaque lheperecia bem e

muyiarazão , ecomo Rey tinha obrigaçãode. sua nobreza grandeza (e'zerdarremedio quem l he pedissedo malque' « outro .

se, sendo oousa tão justa, oomo os nossos pedià o, com tanta verdedecomo el les lodos sabião ; esobre tudo os bons Reys etão obrigados afolga: e« trabalharporganharamizade d*outros , emais 'de tão grande,Rey como em '

n ElRey o de Porn al ,deque tanlo pmueito podiavira seu Beyno evm noe: sobreoquejâ tinha tomado toda informação& .verdado, peloque tinha assentado no seu coração fazer“ Portuguezes todo o bemquepodessemque'nporunlo, c elles como seus vassallos , em igos , lhe

"sdiaaeeseme eeu pm cereeniam fuia algum em

contra sua honra, porquemda faria se lbea el les nom pareoessebem.

Aoque todosresponderão ,queM edo equedizia era muy bem feito ,erealeza,queentrevodolos bons Reys lhe seria muyto louvedo, ee hauerião pormeyto bem, sómenteElRey deCalecut,quesobreissoque

el leo Aj . o o seguiria ale uau Ai. omoou'ou « " Ai. l al

ª ªl ººpil dl Ai. *n abia c Aj .

*_e lhe oulrun o kj. ' Pdum l s.daAj .

G o l Aj . Fal ta nom.deAi. em m. l i

11 BEDRALUARES CABRAL , ANNO DE 15 00.roda tomarcontenda contra el le. ElRey disse: « SeoÇnmorymquizer»«eouiige eonleada, poreu fazerbem a quem elle fez mal semram , eu»

«medefenderey o melhorquepoder. Oque ledeemuyto aprouârãom uded'ElBey , emórmenle o Príncipe,queera presente, hom endevinte anos ,de boa inclinação ; comqueElRey houvemuyto pm 10

dos serem conformes á sua 1voelade, o edesejoque linha no coração .

Então ali presentes lodos , mandou escreuerhuma ola, emqueassinoucom o Príncipeeseus Regedores, eCaimacs ,que' n eslesCeimaeS c são

senhoresde terras moy les vassallos, «uenomedeCaimacs , são eemonomes . deCondes . Na qual elaEIBey mandoudizerquelhepesam muylodos malesque lhe âzera ElBeyde'

Calectmoque lodo el le tinha bemsabide 'queeraverdade lodo quanto lhemandâradizer. * É pois nelleviera lm carperaremediodeseu mal , elle hacia porisso muyto prazer,ecremeem muyla verdadequenenhummal , nem enganoreceberia emseu Reyno, emque orecolhia com boa paz « eamor. deverdadeiroamigo,que pera sempre durasse, mm huaqueham [alta nem quebrapersua parte; e lhe daria: loda earga des ceramque houvessemister,c em lâo pouquosdias,quenom haueriadetença aenão emquanlo arecomessa. Eque porlan lo inteiramente oonâasae nesta verdadeque lhefalaua, porque assi muy inteiramente a linha no eoraçâo ; . oquelodo assi estam nos corações dos seus ,quem oh assinárão. e Equeperleule lherogl ua,que logo '

mandasee terra os feridos edoems

pornelles mostraro contentamentoque tinhadeo vivem humear, porque todos seus males esperam de os mmediarw mandasee tôra mmercadorias tão seguramente como em tem d'ElBey de Portugal . Como qualrecado mandou o pmprio escriuâo eom hum Naim honrado, elhem ndouque nom entrassem na m , :nasque chegando pertodam do Capiªo môr, de fóra falasaem e lhediesessemque eues se

fossem muylo embora 'o fóra a de seu porte, porque com elles nem

queria terpaz nem lrato ; e' u lhemandouqueeomo—isho íahs em, sem

nmis aglnrdarreposla se tomessem pen wramquevemloqueas nmssetom não fumará vela esepartião, emâo &nmmapóeeuas, edeesemaoCapitão mórolaque leuauão. Osqueeslauâo comElRey Boárào espan

'Denenoo no l ls . da Aj . ª lden .' oqueheeomo nome' Aj . “ Sap

primido RO MS. dI Aj. * Meu .“ klein .

' ldem.' n qne istoa

2 10 PEDRALUABES CABRAL , ANNO DE 15 00.

dades fôra, e pôr e ti rar artelharia, ** Iazendo vol ta

sergi r no pm ; , # 0que assi tim ão todas as mos vendoqueeraboa neue, poisqueo Capitão mórloruaua ao porto , ondesurtos os Capitães , se fotão ao Capitão mór,quedandolhe boa noua, em todoshouve mayto epratica ndo em conselho,que sem mais uou

lros . comprimentos logo se fizessequanto EIRey -mnndaua, mosuandotoda confiança em sómente sua ole, fazendo « todos :»grandes honrasaos messageiros , quem o Capitão mórmandoudara cada hum oinquooouados de veludo cremesim, edez barreles vermelhos , edez M nhas

de facas , ea ceda hum cinquoenla cruzados d'ouro.

En tão logo em deus heleis semel lerão todos osdoentes eferidos ,porqueos messageirosdisserãoque logo hauiâode leuaros feridos ,queassi o mandam ElRey , emandou poro feitora terra Lourenço Moreno,que a lambem vinha para eseriuâo de Celecotque « acertoud'eªtan doente ena naoequando « foi o feitor; deCalecul , e com el le

Fernão Dinis pera escriuão. E mandoudizerEIRey polo Naire,queDeos —lbedissera no seu coraçãoqueo viessebuscarporque subiaqueera bom e virtuoso Rey , e nel le hauiad'aeharoremediode seu mal ,e « lhe fazerbem como pai, evirtudes como homem santoqueelleera, eque portanto oonliando na sua palavra , comoda boeca deDeos ,lumaua sua ola pera com el la mostrarsua Henta i; bondadeportodasas terras dos ; oulroee Reys onde fosse; equeel le com ; todosseus Capitães e gente, oem aquel la“ n os 0 m iria como a proprioReydePortugal seu Senhor, ede lodo tizesse como cona sua , «porque em lado lheobedeeeriad'ojepera semprea pera seramigodeseusamigos , e imígede seus in igos. «Oque todo mandou porescrito porelle assinado com os Capitães ,que todo foy feito perante os messageíres , e o feitoreescriuâo wuyto bem vestidos, comdem homensdeseu semiço comque se farão a terra.

»hindo mrgireo porto todon à j . Dc menos no Ma.da A] . Idem.

Idem. Idem. Idem . eesuva t Supprimido na da Ai. em

cedeo o levantamen to .»Aj . Supprimido na copia da Aj . emuitu Aj .Fal la na copiada Ai. em genleec Aj . Demenos na ooph da Aj .

PEDBALUARES CABRAL , ANNO DE 1 5 00. 217

CAPITULO I II .

DA lm n z QUE m arna cocum Am m a cou os nossos a o no: mu

mro om:mm mmNA cu ca m s mes , 8 m mesa gemmmA u m na com l o nw ou ao cm ú o noa .

F arão os bateis a terra pelorio até o lugarondedepois se fez opeso da pimen ta, onde hi junto eslauão as cases d'ElBey , dequeviao mar, o qual vendo os bateis com a gentehouveínuy grandeprazervendo muy la confiançados nossosquetomârão porhuma 86ola sua,aqueos nossos em todo obedecerão, esem mais nada selhevinhão eutregat , emandourecolheros feridos «edoentes u ª

em huma casa grande, aquemandoudeitarem camas * em calores . emquedormiseem, e

n maúdou . a seus mestresqueos eurassem, enão mconsentioqueos eurassec hum meelreque foy da nao com elles ,dizendoqueos* seus mestres ; sabiâo melhoras mesinhasda terraquedauão aosdoentes e aos feridos ; esómente nas feridas lhe punhâo e azeitedecocoquen le, com çumode limão, comqueem poucos dias fotão lodos sãos ;. porqueElRey o muyto encomendou aos mestres , e lhemandoudar

todo oque hauião misterem muyla auondança, eo feitoreos homensfotão bem aposentados . * E ao outrodia pelamanhã ElBeymandou humVedorda fazenda, homem principal , â nao do Capi tão mór, .e lheman

douquedella não saísse, nem tomassea lim a senão com seurecado ; emandou eoCapitão móre Rodelas .»naos barcos « carregados iudegalinhas efigos , e cocos verdesdequesebebe" . agoaqueheboa ema lremon e lhe mandón dizerque nem era costumeconfiarem temnom sem arrefece,que lhe'

mandaua '

o seu Vederda fazenda,queemm neo hauiadeeslaraté se partirem, eque m isto lheobedecesee,porque: assi era sua vontade. 0qual fom os baleia * com deus homens do leitore o escriuâo, o quemoyto apreâárâo com ElReyque

Fal ta nl copia da Ai. Idem. Idem . Idem. econlentecome

Aj . em ite: lá . eque lhepunhâo somente nas (a idn ª: Aj . Deme

nos na copiadn Aj . t âs outras c Aj . Supprimido na cºpiada A] . nobel

agua . Ai. Bal la na copiade Ai. Idem. Idem.

N I O

m rm n umns CABRAL, m o DE m o.

nom mandassearrefem,porque o Capilão móre nom hauíade tºlher,

mas ElRey nem quis se nomquefosse, dizendoquena naodeCapi tãomórhauiad'estaratéque separtisse. Chegados « os bateise às naos ,omi lão mórmostrou muyla meneneoría pelo arrefemqueleuauão, masel lesdísserão muy la pernaque linerâo com ElBey sobre isso, masqueElReydefendem ao arrefemquenom tornasse terra sem sua licença ;queporlanlo n isso não aperliasse contra o «queElRey queria . Entãoe Capitão móroem muyta honra aposenlou o mfem na sua propria camara, que os Capitães fazíão muy las honras, ,

eem outra camara aslauâo criadosdo Vedorda fazendaquehiâo terra tmurihe seo comer.E c y mandoudizerao Capiao mórque lhemandassedizertodo oqueheuíemisterpera sua m ga doque logo fez apontamentoquelhemandouperGonçalo Gil Barbosa,quemandouqueandasseno trabalhodefeitor,porque lo urenço Moreno era maldisposto ; eperel lemandou EJReyhum baciode prata d'agua às mãos lavrado dourado, com humríeogomil do teor, eo bacio eheod'açaírâo, cubano com huma toalha hurada d'ouro, equatro frascosdevergadeFraudes , cada humdeeinquocanarias d'agoa do [rolde laranja, eagoarosada, ehuma peçadeveludo cremesym aueluladorica peça, eoutrade cel ym cmmesym auelu

lada , eoutradeveludo prelo , evinteramaes granda decomesredondos ,emuylovbamªlesdegrã, bainhasde facas : pedindo—lhe muytos perdõesdo pobrepwsente, masquequando EIRey de Portugal lho mandasse seria. como el lemerecia . E mandou quatro heleis carregadosdemercadorias pera ecomprada pimenta ; ese. ªmandou muyto queixar.ElRey polo m etemque lhemandara, eque contra sua von tadeBeam

na nao, porelledefenderquenom tornasse tem . Oque todo vistoporElRey dizia aos secsqueElReydeCalecul eradondeem (mrmala tâo bons amigos ; eeom es seus parlio o preseeleque lhe nem âcoumaisque o bacio egomil , e ametadedas peçasde seda, e agoes decheiro,quepartiu tambem com o Príncipe, que todos houverão muytoprazer. Então Ewy mandou hum seo em dea Caleeutque a lima

desseeouvisse oqueElReydiziadeel leassirecolheros Portuguezes, ede tudo lhemandasseaviso,queel lebem sabiaque o Çamorym hauía

'Eu“: na copieda Ai. 'eo gosto d'BlBey . a Aj . ª cqueíxou marloAi. 'eOmil lido na copiada Aj .

2 10 PEDRALUARES CABRAL , ANNO DE 1 5 00.

tendºque tinha sabido os malesquelhe âzerão em Caleoul , eassi aboa '

paz e tratoqueassentam em Cananor, eora linha assentado ooz'u ElReydeCochym, comquemuyto folgaua, ebenef ia muylo prazerqueoutrolento fizesseem seu Beyno, porquecom , loda paz eboa serdadeessenlaría com elle [ralo , e lhedaria pimenta pera quantas naos quisesse,porqueem seu Beyno nom « tinha outra nenhuma . mercadoria vse

não pimenta,deque lhedaria para carregarvintenaos em seu porto e

e disto lhe mandou assinado em suas ólas com seus Regedores , comgrande presentede finos panos muy largos , eoutros epanou deseda muy l

'

ermosos ,quo na terra sefaziâo. Ao queo CapitãomórIbereepondco persua carta, com grandes agardecimen loe edizevaqueel lelinha já todo o auíamenlodesuas 0303 emCochym 510quehauia mister,quepera o ano as naosque w'

essem hiriâo lá fazerseu serúiço , e lheIleana em muyta obrigação, n o todo assi diria ElBey seu Senhor;e lhe mandou huma soma d'açafrão , e deus frascosd'agoes _cheirosas ,ebom peçadeeelym cremesym, ebum íermosoespelho'odeFraudes .»dourado ; comquedespedio o massagem com sua carta, quemandouâ Raynhadegrandes oll'erecímenlos .

EIReydeCochym mandou dizerao Capitão_mórque dessemuy la

pressa a tomara carga , porque tinha nona certaqueElBeydeCalecutapereebia armada pera lhevirqueimaras naos , pera oquesinhâo naospera pelejarº comelle c ontras ecoueertadas c com artifí ciosdefogo,pera se ajunlarem com elle, e devem logo nas suas mesmas mm , e a

gen tedeitarnado esaluarem bancos quepara isso hião ordenadºª ª ; equeportanto tinasso boavigia. Doqueo Capitãomôrlhemandoumuylos agradecimentos, equededia edenoite tomaria carga, oqueassi ElBey mandou,quededia até ao meodia sayâo os barcosdediacarregados , '

edescarregauão nas nace, oque não podião fazerda :ee

bora alô mea noite,queventaua o ventodo mar;queEIReydeu lalauíamenlo com os heteisque carregauâo as drogas ,que em dm diestodas as nace l íuerâo sua carga equanto houverào mis terda terra.

ElRey já linha escrito suas cartas pemElRey nosso Senhor.demuyehauia outra : Aj. Feita na copiada Aj . Idem. Idem Idem .

Idem. o peraea nbam kj . Fal ta m copiada Aj . 'º Idem .

PEDRALUARES CABRAL,ANNO DE 15 00.

firmada irmandªde pera sempre, em quantodurasse'

o sol ea lua, edetodos osque herdassem seu Beyno, eporlembrançadesta verdade lhemundana bum moço muyto parentedeSua geração, paraqueo Hum eem seu Reynoqúanto tempo quisesse; e lhemandou humriquo colarde pedraria eperolasdemuylo preço, ehum caixâo com panos brancosede seda pera e Raynha, cousa marauilhosadever; e sua carla emfolha d'ouro, 'que lhe mandou,que hemórgrandezaque temdeoorteiia anlresy a E porhum seu Begedormandou estas cousas ao

Capilâo mór, e lhefazermuy losrequerimentosque logo separtia ,quel inha nounque já xinha armadadeCalecul , « eeas y lhorequeria emundana com lodo o poderque tinha, eque comprisse com sua 1uerdade,que tinha promeuído lheobedecercomo ElReydePortugal , equeporisso mandaua seu Regedorpera tomarem arepostaque elledêsse. OCapitão mór, com os Capitães ,que com elleeetauâo sempre,recebeo o

Regedorcom muylas honras , e recebem as com commuy lo prazer,erespondeuquefariaquanlo EIRey m udam , eque aquel la neiledeepacharia o feitorpera lhe ficarem moy les fazendasquelhesobejanãe; eao moçe Naíreagasalhou em suacamera, ecom o Regedormandou peraterra o Vedorda fazenda,que eslaua em andem,

« ese.fotão pera

terra. » O Capitão mórtinha já feito muytos eponlamenloede todo oqueIhé pareceoque oompría pera deixarno feitor,que ficou Gonçalo GilBarbosa,queLourenço Moreno, porsua doença nem o quis ser, eenles9001: porescriuâo com Fernão ; Dinis ; emandou ao feitorquenadafilmeda fazendaqueEne" u leíxeuae senão oquel heElRey mandasse,eque toda lha entregasse sea el le quisessereceber; eque pagando oque tinha tomado, se sobejasse, trabalhasseporcomprarpimenta ea terda sua mão pera as naosque hauiâodevir; eque lado fizesseoemaprazimenlo dElRey ,queem tudo, 9 3110 e baixo, lhe obedecesse.

E mandou carregardous baleísdas mercadoriasquelheflcarão, emendoupergunlaru a ElRey se baneria porbem ficarem aly alguns homens

com o feitor. ElRey lhemandou dizerque nada lhemandasseperguntar,sómenleordem eBa sse 1000 0quequigessev'quedetudo baneria

Omhúdo na celúada à j. ª —ldem. Idem. Idem. : Pn ucisoo c se

lê na copiada A] . Deve serlapso. 'deíxaneeAj . “ “uma copiadeAi.ºdizen Aj . Demenos na copiada Ai.

PEDRALUARES CABRAL , ANNO DE 1 5 00.

muyto prazer, . e sobretudoque logo separtisae, porque linha 'emuy ta epaixão velo aly estar, porque' n a armada já era partidadeGeleem e

vinha à pressa polo acharem aly no porto , . ejâ nem era chegada àmínguadevento o eelledespedio logo o feitor, comque ficarão trintahomens autre sãos e doentes , emandou ElBey huma peçade broca'dode pello muyrica, 0 hum cadeira com duas almofadasde brocadoraso,e seis peçasde oetym edamasçoede cores, porque nom houve tempopera estas cousas sevenderem nas feitorias, emquevinha ordenadoquesehauiãodevender'

emandoupera ePrincipehuma poçada télad'ouro ,

ebumasricas couraças postas em bmeado, huma lança dourada, ehuma adarga forrada pordentrode eetym am ] , lauradà de liod'eurocomricas broslas ; emandou presentesde peçasdeveludos edamascoseeelyns pera os Regedores eVedores da fazenda, e Caimacs , eoutrossenhoresda priuançad'ElRey , tudo em boa ordem emuyta perfeição ;e

'

mandou a ElRey cem barretosdegrã, e'cemdul iasde bainhasdefacas. pera seus criados emercadoresda carga. E escreueo sua carta a

ElRey com muylos comprimentosde sua wespedidan equerecebesseseu . pobre. seruiço comode proprio vassal lo . DoqueElBey e todosos seus ficarão muy conten tes 'vesatisfeilos . E o Capitão mórnestanoite se fez 5 vela sobreeoneelb'

o tomado,que achando armadadeÇa]ecul escusassem o maisque podassemde pelejarcom ella, e mórmenteabalroar, e se houvesse peleja todo seu leito Fosse artelharía, a menosque serpodem , poro malquefazia às nausda bomba ; equedenoitenom fizessem Gogo, porquepediâo passarpela armada sem serem vistos .

mmm xm.

na como AS m os n m ú o m: comum com DOA cu m. noovn l o vlsnn'

n aum DE mm m , QUE AS mun em , Bo om: con u n Passado ,E semuio A cumm .

08nossos Íorâo vela com pouco vento ,que logoacalmou, e tornarãoSupprimidonoeodioedaAi. Fal ta no codicedo Arch . Omit lidonaeo

piadl Aj . Idem. uda pedida o Aj . vpmprio c Aj . Supprimido nl

copiada Ai.

221 PEDEALUARES CABRAL, ARNO DE 1800.

mar, . equesem y 0 nem lim , sempre ledelleu teria muyta paixão

ediriuque lhe nom guardamverdade. 0 Capitão mórmandoudizerque assi o faria porque lho mendmm, mas wuyto contre suavontade;como ovento ventou, '

cderào as velas . na voltado mar, escondendoas caudeasquenom fossem vistas dos Mouros , como de feito N os .

nom virão ; " ecorrerão largou da costa, ªeefarão tomarGam er

comqueElRey houvemoyto prazer, porque já sabia o bom auiamenloque houverão o em Cochym, ewuyto mais folgou nom toparw« madadeCalecul , oque senão poderea cusarhaueralgumdano »E logo com muytadiligenoia mandou leuaràs mes egengiure todo,'.que já eslaua embarcado em zembueosque o levarão a bordo dasm os , eassi lodalas cousasqueo feitorlinha prestes "

o pera aviagemdas anos ; emandou muylorequererao Capilão mórque logo separlim ,

porqueos Mouros nom lardariãodous dias , e lhemandou muyhagua em alinadias , queas' nene tomarão todo oquehauião mister.E EIBey lhemandou suas cartas , eriquo colar, eoutras t iques peçaspera ElRey , "

'queo Capitão mórrecolheo, emandou . sua cartaElEey , emquese despediu com grandes comprimentos , edeixou com o

feitorvinte homens, com grande apontamenlo doque hauia de fazer,elhedeixou muy las mercadorias , epanosdeIâ, 'edesedesdeoóres,quevendesse. E mandou a ElBey grande presentedemuytas peçasde

seda, 0 hum somadecoral " c laurado,que muyto val ia” ecomo

foy noite"'queveo oventoda terra, seeparlirâo,que foy tão tardequeamanhecia, onde o sendo manhã clara, chegoubum barcodeCo

ohymqueElBey mandara a grão pressa com cartasdo feitorpera eCapilâo mór, 'quealcançou e lhesdeo, emquediziaquea armadadeCalecut, tantoqueos nom virão, semeuerâo no RiodeCoehym epo

dião Bl lleyque lheentregasseos Portuguezes ; eque Elaey de Calecul sobre isso lhemandara sua carla, emque jurava:quese lhosnom entregam lhe tomaria o Rcyno, eque o Bey deCoeliym lheres

t De menos na copiade Aj . 'n o fez à vela . Aj . " on A] . R e se

fodade longo . A]. 'eu tomar. Aj . 'eu'

uerâoen .

”'t em nem terem en

contro com Aj . 'Supprímido ne copieda A]. Idem . Idem. Ideni."c c o CapiIâmmórmandou . Aj . " o licandolhe mercadoriasque vendesse. .

Ai. Yel l: na mpi:da Aj . " Idem . Idem." Idem .

" o lheescreuenjw dolheo Ai.

PEDEALUABES CABRAL , ANNO DE 1 500. 225

pondera com as mesmas juras ,que antes perderia seteBeynos ,quejáquando n os Portugueeesrecolhem em seu Beyno» já sabiaqueporisso lhe M aia de merguerra : peloque os Mourosda armada lhefaziâo grande guerra . O qualrecado ouvido pelo Capitão mór, chamouos Capitães conselho,que seria bem tornara

.

Cochym e lomarião osMouros dentro norio, nque lhe tomariâo a barra,quenom os .»deixariâo sayr, e' eentão com os bateis armados , ' «perdenlropolorionemque os Mouros nom podiâo andarà vela, os metterião no fundo, eseria hum grande bem fazerestebom eoocorro hum tão bom Rey , e

neue amigo,que lhe tanto bem nzera ; e lhedeixaria genteeartelhariacomque se mayto ajudaria. Mas todos os t apilâes o ooolrariárâo,dizendoquetal senom faria, pois estaua certo .:quehanendoosMourosneueque as nacehiâo, se sayriãodorio, e no marhauerião com el les

peleja, ondecetalu certo o perigo eduvidosa a vitoria, a pormay lemalque lhe nzeseem . Eque a lhedeixargentee artelharía, gente nem

mm de sertantaque lhedehndesee guerra, equearlelharia seriamuyto mor,quese« Monroe tomassem terião comque(azermõrmalo queportantbmeperdesse ou ganhasse quanto houvesseno mundo ,

nem hauiâo de tornaratrás , muio irseu caminho : oqueassi toy assentado . E os Capitães

'

se tornârâo . a suas naos ,

'

e se partirão na volta.

do marcaminhodeMelindewque foy em fimdeDezembro deste ano .

CAPITULO.

mv.

col o n aum mm m nx cu mes , A somquecaem mmm ma

eum como çu om l , B oque Lua Aaem ae numa m .x m m : ,

qua non vonanl o m u n, n 70310 A uoçu noue, v. m umu DBSCOBI IRqou n .

P urm s as mos deCananorlizerâo seu caminho Melinde, e hindeno golne amanheceo humdia perto del les , huma grandenaodeMouros ,tão pertoque epom pôde lbgir, e fotão el la, e lhecapeârâowquei nvr'ecolbera « Portugueses .»Ai. tdondeoepomdeixariâo eAj . Fal ta

n copiadeAi. o poloriodentro e Aj . . m uâo m les e Ai. Fal la na

copiadn kj . 'uc porunlodj . ' o jà nom pódefogír, elhc mandarâo c Aj .t ono 29

1 28 PEDRALUÃRES CABRAL , ANNO DE 1 5 00.

amainasse, oqueel la logo fez, e deitou fôra huma barca a que leuauadentro, esematterão nel la Mouros, eeoCapílâodanao,queseª . £orâo eao Capitão mór, que n leuarão e pm lede formosas porcelanas , ecofres dourados cheesdepeçasdedamascos ecelyns da China, e1115 11pãodebeijoim, ehome panelade porcelana ohead'almiâquereem papos ;e lhedisseque aquel la nao erad'EIRey de Cambaya, vinha deMalaca , ebia : carregadadaquel las fazendas , uedecrauo, noz, emaça ,esandalo, «quede tudo tomasseoque quisesse, eque lhe nom (izessemal . O Capitão mórlhedissequeaquel las unos erâod'ElRey de Porlugal , eque nom fazião mal senão à má gen te, eque lhenom obodecião á sua bandeira, «queel le leuaua na gauea e porqueelleamainara a e obedecem , queo lhe nom faria mal , emasque se nom

amainar“ o menera no fundo ; equeportanto se tossewuyto emborae leuasse o Que trouxera oqueo mouro 'eapreâouquenada quis tomarleuaru eo Capitão mórlhedanecem cruzados em ouro, eellenada

quis tomar,do'que'

oCapilão mórlhedeu muy loeagradecimentos , equesómen tecom aquilo folgaua polo leuarPortugal EIRey ,que inda láhuaqueaquellas cousas da China 1drão a eamquê omouro muytoÍolgoude lhedar, ecom nãoyto contentamento mandou barca â nao,e lhe lrouxerâo hum moço e huma menina chines brancos , muylo lermesos , vestidos em panosdeseda, e osdeu ao Capitão mór,que os lonesse pera sua molber,qíxe lheqCapitão mórmuylo agmdeeeo ; enomquis tomarnada, sómente pediu ao Capitão mórhuma bandeira,que lhemandouder, "des quinas « eespera, e e lhedissequeaquel les sinaesetãod'ElBeydePortugal , equequando achassealguma naodePortugalamainasse vela, eposeseeaquella bandeira,que ninguem lhe faria mal .E porel leescreueo huma carta ElRey de Cambaya, dizendoque lopara aquel la sua nao, e porqueobedecem à bandeirad'ElRey dePorlugel , eporsersua, nel la não tocam, oquesempreassi farião as naosd'El Reyde Portugal e a quem lheobedeeesse equefolgariadelhefazerseruiço Iodas suas cousas eondeas achasse. Comquedes

o e seman a nel la Ai. efoie Aj . eleuouu l j . Sapprímido nacopiada Aj . Idem. Idem. Idem . «que se o nom l im aeAj . l" nâoquiz Íam Ai. u tinhão vis to . Aj . une o monro e Aj . Demenos no

Me. da A] . Idem. Idem.

228 PEDRALUARES CABRAL , ANNO DE 15 01 .

deLuis Pires ,queera neuemmais pequena mayto veleira ; eo LuísPires vinha meytodoenle '

epera morrer, o qual o Capitão mórrecolbeo eá e sua nao . E mandou com SanchodeTour Gasparo lingoa,ehum des pílolosdeMelindequesabia bem o caminho, ena nauela

forâo mercadores honrados deMoçambiqueque leuarâoroupasdeCambaya, ehumas centas m inas ,queera a principal mercadoriado tratoeSanchodeTearleúoupresen le pera Reydepeçasdeseda vermelha,eespelhos, barretes , cascaueís , campainhasde Fraudes , econlinhasdevidro cristal inas , eoutras cousasque. hauia na terra, comqueem Çofal la folgauâo ; comquepartie naueta , e foi ternoriodeGefal le“«queera grandeemqueentrou ee sergio ; 'wentâo u fot ão terra

os mercadores visi tarElBey , ecada hum leuarseo presente como heseocostume,quenenhuma pessoa “

n emde fôra parte,que hindu apareceranleElRey , e ha lhedeIeuarqualquercousa que lhedêm indaqueseja hum só limão ; eN os memdoreu fal lerâo a ElRey ,queaquella nao eradePortugueses, equeo Capitão vinha pera Ihefaller,pera isso lhe pediu licença '

aupera sahirem terra . ; Doque ElReyhouvemuyto prazerporquejá lhe tinbão dito econtado as muylas grandezasqueos nossos fizerâo vem Moçambique» as naos primeiras , easqueôzera Pedraluam Cabral , e lhe leuarão vinho ecom dePorlegal ; e logo ElReydeo licença eseguro com hum anel do seo dedo,« emandouque lhe fossem fal ler, oque logo Íorâo n Capilão SanchodeTearcomdez homens muy lo bem concertada , e foi anteElRey com

111u cortesias , lheapresentou o presente comque houvemuy lo prazer, e "

a lhederào orecadoda partedo Capitão mórqueficaua em Moçambique, dizendoque sabendo el lequeem tamanho Rey ,equefazia muy lo bem aos mercadoresquehião a sua terra, desejandotersua amizadee tratarem sua terra mandaua lá a saberdel lese seriacontenle pera sempre lá mandarmuytas naus carregada'sdemendestratar, assi como faziâo_os outros mercadores doqueElReydissequeera muy to contente, ebaneria muyto º

pramer, dizendoquesempre seria“'que. Ai. '

eemmkj . 'Fal ta M MS . da Aj . 'o emqueuAj . H ee

Ai.': vaídefora enteEl lley . Aj . 'Fal la na copiada à j .Wel les . Aj . 'Palu

na copiade Aj . Idem."n elogovejo o Aj .

" Fal ta umcopiada Ai. " edendo—Iheorecadodo Cnpitâomer,queera pedirlheemisadeelratopera hircm semprea m am com suas mcrcedorias o à j .

PEDRALUARES CABRAL , ANNO DE 1 501 . 220

grande amigo com os nossos em quanto lhe fizessem boa verdade; equelogo leuassem as mercadoriasquetraziâo anteelle: oqueassi se (ez, eElRey mandou chamaros mercadores ,que e logoe ludo lhe comprarâo'n a sua usença, »

'

e lhederão porel la ouro enfiado em oonlasinhas ,

comque o emprego sedobrauadehumdozeequinze; e,

ªedeslemodo

doresgatarnarenda ecompra : ao diante em eeo logarfalareimais largamente ecom muy las amizades sedespedio Sanchode Tear. E o Beym udoude presente ao Capitão mórhum marcodeslas eonlinhes d'ouro'

c asei enfiada“ que linha mil cmsados, ªee Sanchode Teardeo

outrade trezentos erusedos, elhedeo maytas cousasdemanl ímento,emuy torogando ao Capitão mórquemandasse lá suas mercadorias ,queprimeiro serião vendidas ,quedenenhuns outros mercadores . E tomando'oquehauia misterd'agoa e lenha, e separtie pera eReyno, epagoumuylo bem ao piloto deMelinda, «'que quis Gearaqui em Çofal la, ese foid'equi a Moçambique ondeachou o zambuco deMelindeemquese foi .

CAPITULO XV .

coxo em na MK U NDE m amou xoçwmovs sms nu n s pm num ,

Qua 0 cmrâo xou menage, n LOGO sem mo mm o nemo,

mm s cansou A s.:wu m o .

Sampo partido Sancho deTourpera Çofal la, como dito he, chegou aMoçambiquehum zembucod'ElReydeMelinde, o qual , correndo a nonada naoqueimªda. soubequeas nossas naos erâo passadas a não tocátão em seu porto peloque lhe parecer) ,queas naus hião com algum

mal edano“ ;doquetomando mayto agaslamento mandou es'tezambucoMoçambique a saber, e «mandou suas e cartas , e cousasquemandaua pera ElRey , e'

carta ao Capi tão móra sabera causa porquenãofora Melinde, o zambuco carregadode bisco i to e carnes , e pescadossecoos, ecarneiros ª para viagem. e O Capitão mórlheresponder»acausa porque não fora a Melinda, anedandolbeeonlade quanto passá.

'Demenos na copiada Aj . 'Idem.

'odisto c Aj . ,

ª Demenos na copía

da A] . Idem. lenha eagua .'Aj . -queem ÇoÍalla achou mmbuco para

”chucha. Ai. Supprimido no Ms . da Ai. Idem. Idem. Idem.

230 PEDRALUARES CABRAL, ANNO DE 15 01 .

t a na India , eda m uchquemandára Gefalle, oquelhemais mendemenlecontou o seu piloto ,quevindodeÇofal la se toy nesten mbueo,

e mandou ElBey cartadegrandes agradecimentos . E logo se pa lio ,

leuande sómentequam neos , saber: a sua, eBras Mama, eNicolae

Coelho , eNuno Leitão ; nauegando ao longo'da cesta com muytares

guardo. porque os pi lotosdeMelinde lheGabãodado mayto uniaodosgrandes esupilos ventosquenaquelle tempodeitavaÇoíalia, o qual tempodeu nas naos tão forteque sem velas as soeaobmn , se0 nem temárâo a popa, correndo pera e mar«namoreseca:, comqueeotrerâomuyto perigo se nem farão tão carregadas . o qual tempo as espalhou,que nunqua semais topárão senão em Lisboa

,ondeprimeiro chegou o

Capitão mór, edepois os outros cada hum persi, edepois chegou a neueladeÇefal la no limdeSetembro.

EIBey fez muy honradorecebimento Pedraluarez Cabral , 0 m yaos Capitães ehomens honrados , hauendo mayto sentimento polosdeseatres de tanta gen teperdida, e1116m da treíçãoque fizera o ReydeCalecul ; emandou fazerpagamento a toda a genteseus soldos , equinh esque lhe pagaua dinheiro na mão, pelo preçoquesevendia emLisboa, tirados seus direitos equebras ; e tão grosso era então o ganho ,queestas cinquemesque lomárão sela mento hindadobrârão o gastode toda a armada.

Pedraluares, ao outrodiadesua chegada, em casadaRainha apresentou a EIRey as cartas, epresentesque leuaua do Bey deCoehym,

Genauer, Melinde, lodo sendo presenteDom Vasco da Gama, que

tambem El BeydeMelinda mandou presente. Com tudo ElRey wuyto folgou, emóm enle com odescobrimentodoBeynodeCochym etão graude assen todebeeamiú de, us queãzera tão bom começo ,donde seesperaua tonto bem s esabendoqueusei âcaua em guerra'

com Caleeul ,

disseque sobre isso gastaria todo o seu Beyoo, noquelogo muyto talou com Dom Vasco ,quedisse EIRey . « Senhor, o mórtrabalhoda« India hade sermmdodeCalea masWepodef deDeoeedeV A.

c amanm'â tudo . Aoque lheEIReyrespondeu: « Assy o espero em

-Nosso Senhore n ossa ajuda. AoqueDom Vasco lhe beijou

' Pelu no codioeda Aj . “ Idem.' eDeos , ecu—

'

Aj .

2 32 PEDRALUAEES CABRAL , ANNO DE 1 5 01 .

ver; e andaua semprediante delle, esgrimín'do maytas vezes com seus

sal les e ligeiresas . ElRey emandou ensinara lereescreuer,quemuylobem aprendeo ; e vindo os dias frios , foy vestido como compria, e l inhacaual lo e seruidores . E viuend'o assi com lenta honra , equemais leriasendo chrislão, o pedia EIRey estando hum domingo à missa no Es

prilal deLisboa ; oqueEIRey folgou wuyto de lheouvir, e lheperguntou quem o ensinamque se fizessechristâo,quê ellecomisso lolgauamuyto, eque alél y lho nom falaraque se 1120888 christão, porqueascousas deDeus , não sedauão senom quem as pedia. 0 Nairarespondeo : « Ninguem mo aconselhou, sómente mo ensinou as palaurasado credo , e peternoster,quena primeira cousaqueentendi : oque« lodo m'

entróu no coração vendo arealesadeVm Alteza,quehese- nbre todos os estados dos Reys da India ; eoqueaprendi medeo

«entenderque linha alma,que pola não perder, peço a Vossa Al teza»«que me mande fazerchristâo . DoqueElRey houve prazer, e logoal y toy baptizado pormãodo Bispo Calcadilha, .que lhemandou ElBey , e terão padrinhos Dom Vasco, ePedraluarezCabral , e lhemandouElRey chamarDom Manuel ,que elle essi o pedío : no qual dia ElReylhe mandou a casa seu proprio vestido porlhedarhonra, e lhe pazgrande moradia emençe, comqueseconcedeude canal lo e semidorescomo honrado fidalgo ; e jun lo com el lepena neGaspare lingoa, amhonradamenleprouidode todo o nm ssario,que lheElReydaua ª . muy

auondosamente. O qual Naíredepoi; esteuemuytos anos em Portugal ,dondeesereuin a ElBey deCoehym as grandezasdePortugal , ede É lBey ede ma m a ecôrte, eda Baynba, edos estados , eriquezasdepaços dourados, e grandes gastos nas festas : eque tudo lheescreuiaem sua lingoe. ComqueElRey adeCoehym tambem lhe sempreoserenia, e lhediziaqueeom seus olhos visse todo oque lhedizia, e lhemundana cousasda India. E aunque quis pedira ElReyqueo mandagse à India, ponque gostam: muyto das honras d'ElRey , edavidadePortugal , ondedepois morreode sua doença, eElBey o mandou enterrarhonradamenlena Séd'Euora, ondeelle pediaqueo enterrassem em

seuJeslamentoque fez, emque ordenou as cousasde sua alma como

Gel christie, deixando lodo o seu ás Igrejas eseus criados, eem todotez como ealholieo ohrislãe.

Supprimido na copiadeAi. Idem. Idem.

ARMADA

JO AN DA N O U A.

QUE Á INDIA PASSOU 0 ANO DE 1 5 01 .

JA Bea contado como PedraluarezCabral peo dePorlugal no anode 1 500. E consirando ElEey com os do seu conselhoqueporbreueque fizessesua viagem,nom podia temeraPortugal sómenteno '

anode801 , em Agoeto eo mais eedo, eque a monçào pera partirpera a lndiaera em l larço, elle polos grandeedeaejoeque tinha em eeu oomçâodeconquistara l ndia, e ganharno m beriedePortugal , pen qual oonquista serfeita como comptie, epelo grandepreueitoque cadn ano eulraua em seu Beyno, oompria grandeprouimen lo nesteprimeiro assentode lem s egentes nouas e lâo harbaras , oqueoompda assenureom boasamizades , everdadee bons lt ales ; eporãercousa tão alongada'dePortogal compria assentam eam nunes alicercesde bons fundamentos , perleonsermção de huma lio grandeoousa, oomo eeesperauaqueseria aIndia, seNosao Senhoro houvesse porseu sanelo eeruiço,doque lhoresul laua tamanha honra a seu estado, quanta nunqua tem nenhum BeydaCbristandade com tão grande acmoentamentoderiquezas aeu lleyno

evm l loe; eque aguardandoque chegassehuma ârmnda pera mandaroutra, nom podia mandarm m no outro ano, poloque se perdia muy:wno . 30

231 JOÃO DA Nom , ANNO DE 1 5 01 .

to tempo, sendo muy necessario mandarcada ano huma,que forçadamenle hauía de partirem Março ,que era sua monção, sem aguardarque outra armªda chegasse, esempre fosseuma armada após outra, oque * muylo c easy eompria , porque se humas naos acaeoesse algumdesaslre,quenom passassem â India, as outrasque fossemremediassemoque cumprisse; e tambem porqueassi nauegaudo, humusquewem, e

outrasque vão, se podiâo encontrar,que seria hum grandebem peralodalas boas cousas ; oque todo porElRey , eom osdo seuconselho, muyestilado epraticado, ehauidos muytos acordos , aoquewuyto ajudauaDomVasco da Gama, toy essenledoqueem cada hum ano, em Março, perIisse pera India huma armada, e se nom aguardamqueprimeiro chegasse armada dePedraluarez Cabral ,que nom hauíade chegarsenomem Setembro, sobre a qual determinação, c as i assenlada, toy acerdado,que pera ElRey nom arriscartan to cabedal , e porquenem podiasupn

'rlentos gastos , eo'me oompria em tantas e lão grossas armadas come serequeria ,quecada ano sem ean) armações , econtratos comriquos mercadores estrangeirosque* hauia em Lisboa,que folgarião decontratar e am arpera a India, 0que serin '

sómenle com boas naosgrossas, pera bem carregarpara seus fretes ; peloque ôcaua ElReymórpoderpera eonquislaqueesperana fazer. Sobreoque logoElReymoueo contratos com memedores '

n íquos , estan tesdemuy lo tempoem Lisboa,que anle sí fizerão armadormórhum Bértbolamm Floreplym, homem degrossa fazenda ,que iizerâo seus apontamentos muyto de seus proueilos ,queesperauão muy lo mais proueitoquedeFrand'a , nem « outras muy las e'

partes emque lralauão perlodo ponen le,e lenente; sobre oque assenlárâo contrato,queElRey armouduasmm , e os mercadores outrasduasde seu dinheiro, de lodo acabadas epodes à vela, e amarínhadas com todolos oc iaesque lhepertencíâo,quehauiâodeserconten tamentod'EiRey , e todos naturaesdoReyno : eEIRey as hauia d

'

ermard'arlelharía, n arinas, moníções , efa

zeros mantimentos pera toda a viagem, emania as mercadoriasque se,hauíâodegastarna carga, edaualhe'

ElReyde freteevinte dous cruzedesda fazenda, logo limiladamenleoqueheuiãede carregardepimen

e ísto o Aj . Omíttido no codicedeAj . Idem. edas outra“ 1 1.eeo Aj . Falta na copiada A1;

236 JOÃO DA NOUA, ANNO DE um .

me (onte d'agua , de cimadehumarochadepedn , muy lo boa,queembaixo fazia huma alegue, onde lomârào aguada . E

'

slauãoderredoramenas,

emque em humadel las sobrehum pao acbârão huma panel la euberta,dentro huma cartadeSanchodeTear,quefoy lernesterio, na qual cartadaua nouasdoquena India ncaua Dito porPedraluares Cabral , ecomoCechym ficam deguerra com Calecut . Então o Capitão mórdeit ou ficara carta ondeestaua, eelleesereueo outra,quetambem_aly deixou,dizendo queporaly pessára, elegesepartira combom tempo ao longoda ooela ,quelhefoy crecendo tanto a ovento

"

oquetresdias correrãoaruoresecea .

sem vela, comqueandârâo grandecaminho, comqueem poucos dias chegârão Moçambique, onde eulrárão eachárão propria nonada carta .

Peloqueentão assenlou em nom mandarAl uerudeDraga aÇeial la, comfundamenloquetornandoda India 0 mandaria comroupasque trariacousas do lmlo ; e lomamjo agua e lenha se purtio deMoçambiqueaolongoda costa, «usem fazerem em Moçambique nenhum mal , nem ag

grauo , porqueElRey assi Ibo muy lodefendia em seuregimento ,queemtodas as terras emquefossem onde achassem oquehouvessem wis ler,o pedissem com fogos , ,

e muy le pagassem á vontadedeseus donos , equenenhuma força nem mal fizessem, eo eseum m quanto fossepossiuel sob penademorte, »efarão caminho deMelinde.que3831“ traziãowaylo encarregadoque tomassem, e lhe dessem suas cartasque lhemandaua . com seu presente. E hindo seu camiuhõ forão á vistadacidadedeQuiloe, esorgirâo no perto, porsaberseestamdeguerra oudepaz, ondede terra logo veo almadia comrecadodo Rey '

eaber' o'quequeríâo,quese alguma cousa houvessem misterqueopmandas em com

prarpordinheiro,que tudo lhedaríão com boa paz e'

amísade; naqual 'almadia veo Pero Esleues , humdos'degradadosquedeixouD om Vascoda Gama,que al li eslaua, eandam em trajoedemouro, .quedeu homeao Capitão mórde todo oquePedraluaneepasaára nel ndia, ea nao

deSancho deTearque se perdera, o qual degradado ee toy nas unos ,Capitão môrmandou euBey muytos agradecimen tos, equenom liebe

necessidadede nada senãodem im pera doentes,quese lhe tmuxeseem âs maos , logo o pagaria muyto bem, porque logo se queria partir. Com o qualrecado e Pero Esteuesl omou terra, . e trouxemuy le

'Nâovem no oodioeáo hmh .' ldem 'a zrAj ,

DA NOUA, m o 15 01 m

m ,.qm mafi o â vontade «deseudono, eomquesepartirâo .

CAPITULO 111:

conto A n u ns cansou 1. n u ma, ommroma no o mm melão msma,ss PARTII ÃO , Bmal o mu no muro ng am our, n o ova m l

m en o, om: un M cosu m mm .

A uuum assi nauegando, foy alrauessanda toda a costa até'

chegaraoporto deMelinda, onde sorgírâo as unos embandcíradas , fazendo saluacom arlelharía, com quieElRey houvegrande prazer. E primeiroqueasnaos chegassem, longe ao marmandou saberquem era o Capitão mór,cuidando :quepodia vire Dom Vasco da Gamaqueera todo seudesejo ; e sorgindo as mas, e logo 't lhemaiden muylorefresco todas .

0 Capitão mórcom os Capitães , acabandodejantarmuyto comerque lheEllley mandâra, vestidos wuyto louçãos, com muyta gentenosbotes, com suas trombetas , forão terra ; osquaes ElRey veoreceberíórade suas casas com maytas honras comoverdadeiro amigo . O Capitão mórlhedeu a certadElEey , eo presente,que o ElRey tadeureeolhoo com muy tos prazeres . Então lhe contou ElRey todo oque amateoera na India a Pedraluares Cabral , e lhe mostrou a cartaque lhemandâradeMoçambique, doqueElRey mostramque linha wuytodesejoqueElBey «mandasse. lomarmuyla vingança. O Capitão mór[bedusse: Senhor, sabecertoqueCalecnt serádestroido polos malesque.« tem feitos , etu Senhor, e ouvirás , e como Pedralueres chegara Porc tugal ElRey o tomará mandar,que torne a temera vingança, .« ou pode serqueElBey mande a isso Dom Vesceda Gama,que" lodalas cousas . da India El lley faz com seu conselho.

:u DisseEl

Bey : «SeDom Vasco vierfará wuyto , porque elle Ibm grande M u

«6010 nas cousas da India . »Nacibo he huma telaque os Mouros fa .

lâo , comoqm diz, tem grande estrella . E porque as unos linhão o

ede seus donos, eseporl iràoe A] . ºeseria c Ai. Demenos m oo

pínda Aj . c el lee Aj. s Em embos os codices se lê n mande. eº c lodom

eda . Ai,

238 JOÃO DA NOUA, ANNO DE 15 01 .

mn hauiào míster, disseo Capimo mórque logo aobutrodhquer-iepertir. DisseElReyque tomasse todo oquehouvessemister, elogo separtisse. E porque o Capitão mórtrazia no apontamenlo ,disse ElReyquemandasse hum mestre tomarmedida is mos , pera fazerem ceda humadous tanques pera agen do lemenhequepodessem ser, pera os acharemfeitos pera quando tornam , porqueera grandebem peru s nacenom

hirem com tantas pipes , porqueos tanques oecupauâo pouco . ElBey , co

mo era muyto amigodeseruirEIRey , mandou ao mestrequetomasseasmedidas logo no contados loneisdecada nao, : o polo proprio conto smandou fazermuytos tanques pen mayores , emenores neue,quedepoisa s naoee aebauâo feitos quando hi ehegauào , porque nom podíâo

:guardaro muylo tempoque bauiâo misterpera sefazerem,quefoy. muy grande bom : auiamento pera as neosquehião terMelinde.

Comque os Capitães sedespedirãod'ElBey , ese tornárâo às um .

Ao outro dia ElRey mandou pera cada nao auondançedecousasdemantim úlos , debiscoyto , arroz, manteiga, galinhas , carneiros viuos ,e sem ,queBIBey tudo tinha pres ta para quando as neos M aio,que o mandam:virdefôra, comque as naos separtirão deMelinde, eterão alrauessando pera India, onde no golfâo aehârâo tanto tempo,que não poderão sofrervelas , maisquesómente as veh s semmanetes ,comque tanto correrãoqueem dezoito dias virão a costada India, porque as mos partirão deMelinde vinteeoito deJulho, echegárão àcosta vesperadeNossa Senhorad'Agosto,de nçile, eNossa Senhora fezmilagre, porqueos pilotos nom se taziâo com tem , nem a tinhãovistome hindu assi correndo, lhe foy an imando o vento , o houverâovistade 10908, comque se ãzerâo na vol tado mar, pairando, tomarão fundo,e sedeixârio assi andar até amanhecerquevirão a tem , eos fogosquevirão erâo noa ilheos,

'

aquepomerio nomeos ilheus de Santa Meda ; . e porassi andarem trincandodescairâo, eseachârão no ilheodeBal iealã,que virão seu porto com maytas naos . Pordescobrirem oqueera, com o pmmo na mâo forâo sorgirno ponomquesendo vim deterra, logo conhecerãoqueerão naos nossas , porquejá portoda a costada India erão contadas nossas cousas , comque na terra houvegrandealuoroço e grande medo, mórmenleas umqueestaum) no porto, cui

“ o e assic * Palu na copiada Aj . ' egn mlen Aj .

m 1010 DA NOUA, ANNO DE 15 01 ;

nesses, 0 alealdarão ; noque se faria leda a verdade com os mercadoresdas mosque serião presentes . « Oque assi eenoenado” os baleiaooneerlados com seus berços , em hum . batel c semelteo a (m uda.que concerlârão, e deus homensdo feitor, eos corretores , e com

outros homens , se farão a lem , e se terão perentreas mas dos Mouroe; ondeos corretores sej orâo terra e lroum ão odinheiro ao bem!,o qual entregárâo aos homensdo leitor,quecrie deus , eos outros sefotão tem com os corretores , eª memdorias, onde'

na c hordada npraya armário sua balança , epesárâo as tasendns ; ondeeoodia muytagente, e os meroedoresdas naos des bloums,quetodos taziâo muytashonras aos nossos porm ede suas naus , ondeos nossos faziâo mu'

y las

larguea s nos pesos, epagárão muyto bem nos corretores . E estando assios homens todos em lem , uesla negooeoçio

'udepesareenlregaras mer

cadorias , os grometesqueestaum) no bale! esleuerão falando com os

Monroede huma nao equeestauão amarrados , porquebumgrometedestes erados calines,queem Angediua tomara Dom Vasco com o mourogranady ,deque em sua lenda

o

âz menção . Eglegromele era oaliuodoCapitãoda nao, n a assi hum eefne; falando lumecom outros , : eperguntando maytas eam dePortm , edos soldosque lhepagauão,disserão os Mouros : « Seos Pomguem quiserem tomarsoldo na tem po

«ra undarem na guerra lhe darão a cada '. hum u tn

'

nta pardaosd'ou- nm, e agoradarão cinqoenla, em huma guemqueha d'aqui oinquo»

n legoas ,quepeleja) dous grandes Senhores em humryoquesecha. »a ma Onor, (que bem sabia

'

o gromeleeetiuo) eque seel les lá tiues-n.« sem Portugueme logo os fariâo Capitães degente, porquejâ sabião»«que os Portuguem etão homens de peleja . Noqueassi praticandolodos , porque o gromele Indo falem edeohraua aos outros , emque odiabo entrou, .e ordenou, inelinandolheas vontades a cobiça: o dinheiroque estaua no bete] ,que 8811108 em hum secco emburil lmdo em hummanto bemoo

, sobrequejaziâo encostados os dons homensdo leitorqueesh uâo em guarda delle,queest ado assi os outros praticando adermooerão ; eos marinheiros egrometes,queerão oilo, enoue oom o bom

herdeiro,que todos estauâo na proado bete! praticando, o os outros iaPel le ne

'

copiade Ai. Idem. Idem. ' tem c c A]. Bal la na

copiade Ai. idem. Pal la no codicedo Arch .

1010 DA NOUA, ANNO De1 5 01 . zu

t iâod0rmíndode popa com as cabeças sobre 0 dinheiro , lodos entre siazarão consul tadematarem osquedormiâo, e oque linhão bemventopera á wela com 0 balel se colhemm aorio d'Onor,que 0 gromele calíno bem sabia, porque 0 00101 linha music evela ; e « sendo ass ideterminados em seu mao feito, n largárãe 0 bale! mnnsamenleda nao,

se terão nomdousremosremando pera fôra, se sayrãod'enlreasm aos

dos Mouros , * e anlâo darão nosquejaziâo dormindo, e 0 bombardeironem o marrão, edandolhenas cabeça“ ;queos atordoou, eos outrosos malária, edeilárão ao mar, e logo se fizerão à vela e farão aoriod'Onor. Os Mouros das m os , vendo o caminhoque bia 0 bete], logocuidârâo 0queera, ebradárâo aosqueestanão em lem , dizendo .que 0 seu bale! bia Íogindo 0 a grão pressa s á vela e nemo, e a nada0 Íorão dizeraosque eslauâo pesando as mercadorias . Oque ouvidohouvegrande aluoroço, eos mercadoresdas naos logo mandárão seusbarcos remo evela , com freeheiros , após o belel ; emque tambemhil o os Portuguezesda letra,que logo mandârão ao Capitão mórhumaalmadia nomrecado, 0 qual eom muyta prestesa mandou os baleisdas0009com a gen tee» besteiros ,que fossem após o bate] ,que 100000 190grande ananlagem ; mas vendoquejá hiâo após elles , oqueos hiâo al

cançando, semetterão ao longoda terra, e quis seu peecadoquederãosobrehumas pedrasquenom virão, a que

'

estauãO odebaxo d'agoa , emqueencalhárã0, —que nom poderão tomarsayr, e porque as almadiasdos Mouros já etão perto, se lançárâo todos a nado ese comerão lerra. . E chegando ao balel , se: achou 0dinheiro, e popa do belelcom o sanguedos mortos . Chegârão os outros beleis ,recolherão 0dinheiro, edesencalhárão 0 balel , e * se fotão às 0005 , e os mercadores se farão pera . suas anos .

O Capitãomórhouve conselho oque faria, porque M inhamuytavontade mostrarà genteda terra o castigoquedana aos malfeitores , e

« porconselho assentou nom se“

partirdal y ee trabalharquantol epondo porolm Aj . « sol tado o bate] , emnm mente, ndonsremos

se forâoretirando du o Aj . . ededo nosque jaziâo dormindo, nas cabe

ças . Aj . Suppf imído 110 113 . da Aj . Idem. Idem. Idem. Idem.

eechegarão» bete! e Se. Aj í n c lodos seforâocadaqual às . equeria mostrarna n Ai. Fal la no Ms . da A5 . sem fazer0quepodesseporcolher. Ai.

TOMO

m JOÃO DA NOUA, ANNO DE 1 5 01 .

podesseaté bauerás mãos eos ladrões, e [am delles justiça, cqnevism oeda lemquefaziamos justiçados nossos propriosu ehmbem porque . os ladrões , âoendo na terra, se ebauiãodefazer. Neuma, oqueellemais sentia « porsua honra, serel le o primeiroque na Indiaperdesse homensquese fizessem Mouros . E enm isto assi m enudo,mandoudizera ElReydeBatiealá , perbons corretores “

«que nas nao:andaul o comprando, «'que lherogaua mny loque logo mandassebuscaraquel los homensque fogirâo pera sua terra, e mandasseentregar,porque soubesse n eerlo nquedaly senomhauiadepartiraté lhos entregarem, nemdo porto 'u nem haniadesay“ nada pera fóra, e queimamquantas nana nel leestauão

,emandou aos ,

correloreequeassi 0dissessemaosdonosdas nace, -e lhes dissessemque elle lhe não queimaria asnaceporculpaque lheelles liueesem, sómente o faria, porque pois 01leeerâo mercadoresque ElRey dauâo tanto proueito em seu porto,trabalhariâo porum sercausade sua tamanha perda, porque bem se

biaque como dal y se partisse, lego EIRey haniade chamaros ladrões ,o os terconmigo pera se sem irdel les ; eqne porlento vissem o quelhecompria, porqueelle 0 haníade fazercomo dizia, e lhe [alana verdade.

Os corretoms, chegando a tem , tudo contárão EIRey , e aosdenosdas nace,doquehouverâo grandemedo, e seajun tárâo todos , eseforão Ea y com grandes clamores ,queolhasseo grandemalque seriaquoimendolhe suas naos «n em seu porto, 'quesea isso nomdésseremedio, poís 0 podiadar,que ElReydeBisnagá se hirião queixardomalque lheviesse. 1310díziâo . os mercadores !»powre esteReydeBalicalâ hesubdilo ao Rey deBisnagá , postoda sua (não, porquea lerm he sua. Peloque0 Rey , vendoseassi apertado, ecom grandesdebe

00000000 ,dizendo .que: nom sabia partedos homens . 0 Capitão mórmandou os hnleis com berços egente armada,que semenosaeln nnlre as 0000 dos Monroa e berra, e nom nonsenlissem irásneos nenhuma almadia , e n el le. com as 0000 com os lraqueles , sechegou mais pera o parto ; Oque vendo os mercadores «de todo .

'paraquevissemque fazia norsens mesmos Portuguezes . Aj . t se

Iiceuâo u Ai. fazíâo o Aj . Demenos na copiada A] . Idem. Idem.

n birine Aí . Fal la 00 115 .deAi. Idem. Idem. Idem. Idem.

Idem.

3010 01 Nom , ANNO 015 15 01 .

CAPITULO IV .

DE 00210 A ARMADA SE PLEN O DE DA'

I'ICALA

ôPERL CANANO I , B No

TOMOU DUAS K AOS DE CALBCUT COM QUE 01181300 A CANANOII .

a o a armada seu caminho pera Cananor, lopárâo duas naos grandes ,quehiãode Calecut carregadas pera Meca , asquaes lim ão aum

nar, dizendo el lasqueerâodeGenauer, mas porquenom mostrârão certidão d ElBey , nem do feitor, as nzerâo tomar, e leuârão a Genauer,e onde as âzerão sorgirentre as new s unos“ : e linerie nellas boa vi

gia, nom nonsentinqoque nenhum mouro del las fosse.

ª terra, nemdelem :iessem el las . As neos , com bandeiras j fiwrâo 30100de'« mnyia e artelharia, onde logode terra yierão os Portugnezes em almadiascom seus grandes prªzeres ,que lhe contárão todo 0 feitode Pedraluarez Cabral , equeCochym tinha guerra,que lhe fazia 0 Reyde Caleon t,pedindo arque lhe entregasse os Portuguezes . A0que ElBey deCochym esiana posto antes perder0 Reyno, e pelejanão . E falando sobreas naos Iowndes , logo IhedisserâoquecriadeCalecnt, « porquedalynom partirão laes naos w Peloqueentão lhemandou 0 Capitão mór10maras :elas e lemes , ede noite lernel las boa vigia, porque eslauãocarregadasdepimenta edrogas , emandou nas almadies osdoentesqueIrazia ; e mandou 0 feitor(am W'siteçâo ElBey , e pedirperdão,que nom sera fôra porestarmal dedorque trazia em huma perna,e lhe mandou as cartas epresen teque trazia pera el le, eque o hiriawerquando Sua Al leza mandasse. Doque todo EIBey houve muy loprazer, e lhe mandoudizerque compria wuyto u severem, e falerem em cousasque compúão . au Peloque ao outrodia 0 Capitão mórcom os Capitães terão a terra, e ouvirão missa, e se forãb n a Cananoràs casas d'ElRey , que os sayo receberâ pcm , e lhe fez

muy las honras , e lhe contando do malque íizera Calecul , se ”

espan

laua como ElRey nom mundana muyta armada n e gente: a tomªr“ Demenos na copia (1081.

ª ldem. Idem.ª ldem. everemse logo

para falarem noquewmpria e Aj . : a casn (PElney n Aj . De menos na

copiadeAi.

3010 DA nom , ANNO na 15 01 . n a

vingançade 00100111 . O Capitão mór'lhe disse,que ElRey o mandáracom aquel las quetro naoe carregar, nom sabendo nadado malqueera feito , porque quando partirado Reyno inda lá nem era chegadoPedralnarez Cabral , masque quando ElRey soubesse o feito de Calecul , elle mandaria 0que fosse sua vontade. * E falando sobrea cargades nene, BlRey lhedisse,que lhe muyinrogaua,que põis nom

linha mnieque quatro unos, tomasse a cargaque aly achasse, porqueem Cochym nom acharia , pela guerrª emque 081000, eque portanto nem denin irlá perder0 tempo e trabalho ;que el le trabalharia 0 poseiuel porlhe carregaras nuca poloque lhe pedia muyíoquedaly -nom passasse. Aoque0 Capitão mórlhedeu seus grandes agradecimentos , masqueem lodo caso compria ir' a Cochym saberoquesepassem ,

perade lodo'

saberdarrazão a ElRey , e logo se tornaria. Então. (alárão e sobre as naos tomadas , aoqueBlRey lhe disseque as naosetãode Calecul , eque folgaua porque já nel las tinbâo alguma ajuda«de sua carga, ; masque lhepesanade Ihas aly trazerem, porquehauiade lermuyto trabal ho com os 8100005 de Cananor,que lhe hauiãodepedirque lhas liurasse, porque todos et ão parentes, eamigosdos Monros de Calecul , e com elles línhâo suas pnrçarías nos tralos , 9 0 jámnytos lho pediâo, masqueelle seeeeusariadelles 0 melhorquepodesse;queel le lá se aniesse com os Mouros,que tambem lho hauíãe

de pedir;que el le, porconten taros mercadores , lhe bauiaderogarmay le polos 0008,que portanto el lerespondesse como compria sua

honra. Oque tudo Elneyª falou em segredo 0001 0 Capitão mór; comque sedespedido. Então se aposenlárâo todos em terra, e o Capitãomórhouveacordo com os Capitães áoercade sua hida Cochym. E pertodos toy assentadoque fossem,que seria grande erro nom bírlá , enom podiio ordenarsua carga sem isso ; eque as 0008 tomadas logofossem beldades nes “

n unes dos mercadores, queElBey tinha obrigação pagarlhedevesio selhenomdêsse carga, u seique á pimenta edrogas se nom houvesse algumrespeito . : Oque assi portodos (ey .

No oodioedn lleal Livrariad'Ajuda foi aaluda ou supprimida toda estepesm quepríncípia m pelavm n E lelundo, em beondese l ch ool locedo oproximo neguintemef iaco.

'o fnlandoa Aj . ' wpm n cergn e Ai. “ Fal la

no h da Aj . H m m.

' Demenos na oopándn á j .

2 10 JOÃO DA NOUA, ANNO DE 15 01 .

m ude z E “ MonroedeGenannt se aju lirio todos , e 930390 presente Blney de f iques peças , deitandosea seus pés,que lhe livramasdnas se escusou,dízendoquejí nobreisso íalám ae Capi

tâo mór, oquenada m el lepodern -noubar; masqne lbepnrecia bemqueel les, ç os prín'

eipnes e mais honrados , fossem falar 00 Capitãomór, e quenem el les mandaria 0 seu Regedoreom seuroendo, el les

s íasem nquerespondia, e 'lhe leunesem n prewnle, eqne poderia serque a hora seria boa, ehaueriâo boa 'dila . Oqueos l l onm assi bou

verão porbom conselho , e se forio ao Capitão mór, . com osquaesElRey mandou 0 seu Regedor, edizem ao Capitão mór,que aquel losmercadores erão nnluraesde seu Reyno ,que l he linhão muy los semiçosfeitos , peloque0110 lhe tinha muyta obrip ção , eque as 0000que tinhalomadas etãode huns irmãos eparenlesquetinkieem Calecnl ; equecound nelle,que tinha poderpara lhes valerque as 0006 nom fossem

lomadns , seforãodeitare seus pés , »

pedindo Misericordia ;que portantoIhemuy lorogaua e pedia 'quetomassepelas naoe0quefosserazão, easlargam , noquereceberia muy grande prazer. . Comqueos Mourosfotão contentes , e se forâo com 0 Regedor. O qual se toy á pouoaçãoedeu lodo seu arrecada ao Capitão mór, «que lheElBey mundana,e os Mouros sedeitando . seus pés , dizendoque darãoquamo dinheiro val ião as 0005 « 00100 estaum,

eque as largam . 0 Capitão mór, falando com 0 Bepdor, lhe &isse: «Muyto

-pesartenhodo»«recadoqueme ElBey manda, pois el leno irmão d'ElBey de Por- n« tugal , e prometia ) seramigo de seus amigos , e imigede seus imi- n

« gos , assi nomo ElRey de Portugal tambem está obrigado a outro»« tento fazerporelle; eque sabendo el le os males e tmições eroubosque tem feitos EIRey de Caleeul perconselhodos Mouros , »a peloqueElRey de Portugal hade mandarqueimarVinos quantos«Mouros tomarde Balecul , e sabendo el le isto nem lhe baniude»«mandarrogarque largam estas unos ;que se o fizesse, merecia»«queporisso .EIBey memandasse cortara cabeça ;quese el le nono »

« heraque el las erão de Calecnt,que lá no maras houvera den

' E la no oodieedeAj . o oom oBegedorwdíeaerio' Aj .ª wehindo

assim com 0 Regedorá ponoaçâo el leden o u Aj . Fal ta no exemplarda Aj.eeos monrosdeitandoeee Demenos na oopiada Aj.

m 1010 DA NOUA, ANNO DE 15 01 .

matarO leitorPortuguezes em Galeoni, doque tinha muyta magoaem seu coração, e tomaria muytavingança dos Mourosque lheisto 9M 0 fazer; eporquenisto desejam: fazermuyta emenda, como 0010

pria esua honra, el lemandára pedira EmeydeCochym 0 íeilorel'orluguezes ,que com el le ncárâo, pera os lerem sua cidade com mimahonra, e lhe entregaras mercadoriasde feitoria, e as fazendasde corlos Mouros ,quemandára matar,que forâo os principaeeno seumão er-vt o ; 'que lodó linha bem guardado” ea todos 00 Portuguezes fazerlentosa e honras, comque tornasse ganharsua honra,que tinhaperdida no malque linha feito contra ElReyde Portugnl , :»t lama

nhos bens fazia aos seus amigos ; a peloque lhemuylorogaua lqnepessando pera Cochym fosse a seu porto, onde lhemandaria elena" ao

maras mercadoriasda feitoria,queassi linha guardadas , on ( sequisesse, lhe mandaria por01105 . pimenta edrogas pera sua carga ; ede0 el leCapi tão mórassi lazer, o como lho wuytoroganaque900860,baneria wuyto prazer, o polo muy loquecompria . satisfazercom sua

honra ,deseu erroque feile linha. E na carla d'ElRey de Genauerl hedizia estas , e outras mny las pelanras; com mny losrogosque nisto 0

ajudasse com 0 Capitãemór.0 Reyde Cananor,que era inclinado a bem, creo muylo estas

palaurasdo Çamory ln , emandou m do ao Capilão mór,que compt ie»veremseantesquepartisse. Oque0 Capitão mórassi o fez, e logo

em hum batch com 0 leitor, se foy vernom« EIBeydeCananor, nqneewuyto praticárâo n obre esta eousa ; eo Capitão mórassen toudeirao porto de Calecut, c c tomaria 0que lhe 0 Çamorym man

dasseno mar, ou as mercadorias , ou drogas , porqueel le ninguem hauia

demandara terra ; eq'ue seElRey enm el lelizeeseverdade, como dizia,então assentam com el lealgum bom concerto como elleficassecontente,enessasse contendaque tinha com ElBeydeCoehym, sobre 09 Porta“

guetosquepedia. O quetodo nssí bempmtiondoeomElRey , sedespedio ,etornando â nao, falou com os Capitães toda 0010 00080 . Aoque lheres

Demenes na ceph dn Aj . Idem. Idem. o lhepodem íorellasdart Aí . Fal l: no l s . dl Aj . a por. Aj . Demenos 0: oopil dl Ai.o tnlarem ambos , oqueelleassi fez ecomo o leitorfoy vers Aj . een Aj .a neste Fal ta tudo íslo no Ms . da Aj .

1010 DAnom , ANNO DE 15 01 . m

pondon o Florentym MineVinete: « SenhorCapitão mór, isso podeser.«bom, mas não ósú em meu coração. Mnylo melhorme pareceo ce u

«merdo meu cosinheiro,queessecomerqueora querfazer0 Reyde« Cnlecul . »O Capitão mór'que assi eslaua duvido'so,respondemPrazendoaDeoelá hiramos , onde lhebem saberemos bailar, como el lenâzero som. O segredodestenegocio, eraqueos MourosdeGenauerescreverªm aosde (101000! 0quesepessauadas naos tomadas , equeel lesfelárão com o Çnmorym, 0 qual se logodeterminou em lreição, . elrabalharquanto podesseporbaueràs mãos os Portuguewe quefossemGaleonl , e tomar estas quatro naos . Pera 0 0 1!que logo com muytadiligencia «mandouapercebermuylemarmada peroutrosrios , pera «irem jomaras nacees lnndo no porto, e com esta tenção mandou as can

tas . Capitão mórfaiou com o feitor, 0qnal mandou Calecnl em hn

ma almadia hum homem naturalda terra,que se lim a chrislão, e eramuy » fiel ,

'n o prouado serbem semidor, e falarmuyta verdade, n aquedeudinheiro pera eeu gasto,emandouque fosseandarem Calecul

dessimnladamenle, equeehegando lá 0 Capitão mór, lhe lenasseao umtodo 0 anisodo .que soubesse, c c linessev». grande n'

gie, e falasseem

secreto com 0 mouro Cojebequí ,que lodo Ihe diria. 0qual « homemÍoy Calecul primeiro seisdiasqueas nana chegassem.

O Capitão mórtoy seu caminho, echegando ao portode Calecut.sotgio oem bandeiras , e (ez snlun 'w oom arlelharia,que mandou aos

(300d das 0005que 1003 60088001 camegada'

e prestes pera oquecompasso . ; eaos Capitães encomendouquetiuessemdedia ede noitegrandevigia, pois eslauao em lem de ladrões . A0que logo vierãodeterra grandes almadies carregadasdegalinhas, ligas , ecousasde comer,erecado «YEIBey ao Capitão mór, de grandes agardeeimenlos porassivira seu chamado ; e.queelletinha pimenta e drogas, lomndas '

aoshíeu

meque houverâo alguma partedorouboda feitoria,que 0 86 asquisesse,quee logo Ihas mandaria bordodes nene. Doque0 Capitão mórIhemandou sens o agradecimentos polorefrescoque lhemandâra, elhemandou dizer,queelle não viera aly senão poloque lheescreuera

odissevAj t e [am por: Aj . Falta no codicedn Aj . « apercebeo e Aj . De menos no codiceda Aj . Idem. « noque tmuxu h ch .

Fala na copiada_Aj. Idem . Idem. Idem.

70310 1.

2 5 0 JOÃO DA NOUA , ANNO DE 1 501 .

em sua cada , «exinha pera merlodo 0que lheel lemandassem lo

maría lodo 0que lhemandasse, e com isso seria muyto eonlenle, comprindo sua verdade, como tamanho Reyque era . . Com a qualrepostasobrevoa a noite, onde logoveo 9naodo Capitão móro chrislâodeCanan0r.que0 feitormandâra, lhedissequeCojebequilbecertiâcâra, enl le. o tinha sabido , .queElReydeCalecul armana sobreelle n grandee

armada, emque :inhão oílo zembueos, pera cada naodous , cbeoedemnterieesde fogo , pera se abalroawm com as nace, e eacenderem os

materiales e queimarem as 0000. e E estes mmbueos weslauâo prestes ,que os baniâode trazerdessimnladamente, percima chaosde 890008depimeule, edebaixo xinhão os materiaes ; e postos cada humde seu "

renho bem amarrados ás anos , edando fogo , se lançarem ao men os

ea nado íogirem pera terra, trabalhandode cortaras amarrasás neos,que fossemdarà 00013 ,queisla hnuiãode fazerventando viraçãodo mar;que portanto vissem 0que hauiâode fazer, porque os

mmbncos hauiâodevirao onlmdia . O Capitão mórescreneo eo feitordeCananorquedêsseduzentos cruzados ao chris lâo ,dequelhe faziamemeem nomed'ElRey , eisto (ny feilo com lan lo segredoquenem os negrosd'almadia 0 »nome entenderão , sómente cuidarãoquevíerâo comre.cado Calecul , e lomauâe comreposta ao feitor, porque 0 Capitão mórmandouque logo dal y se pedissem sem tornara terra.

O Capitão mórcom os Capitães emestres houve conselhodoqueneste [anão , não tão sómente pera se liuraremdo perigo, mas se

xingarem 'edesta 1reição ; efoy assentadoque : indo assios znmbucos,quebauiãode s ircomo lemanbo,queos fariâo surgi r porpopadas naos ,

dizendoqueaguardassem até sedespejar0 lugaremque se menassea

carga , easeieslando surtos porpopadas 0005 , 0000 nao aponlassenel lesos falcões , eos baleis estiuessem prestes ,quedando fogo nos tiros acodissem minara gente,quesehaniadedeitarao mar; e Indo isto bemordenado , esliuerâo esperandoquewinseem os zambucos

,que nom vierâo , sómentealmadias com 000803de comer,dizendoquesees lauão carregando asdrogns nes umbucos ,queas hauiãode trazera bordo,queno' Fal la na copinda Aj

'

. n a bin—Aj . Pal ta nn copiada Aj , t ensqueimamm t Aj . n auiâodewirporcima comu Aj . c ladoe Aj . Fal la

na copiada Aj . da e Ai.

ze: JOÃO DA NOUA, ANNO DE um .

CAPITULO Vl .

1 8 n osru m io na cu eca , E m ão A coem 0303 cu m u l o,

ssromu l o A cm o: neu n xx you , own os POY 00001 0

LW nn cam m nrm um m

P ARTII ÃO 08 nossosdeCalecut , e fotão correndo a costa ,vendo setopenão cousas de Cnlecut _aque fizessem mal , e forão norgirna barrade“

Cochym,com suas hendeim , hwnd0 salondemuyta artelharia, comque

osde hem bouverão muy lo prmrwnde logovierào muy los . Portugnezas contando oqueem passado, evoo o feitorGonçalo Gil Barboza,que leuou nElRey as cartas epresente,que lheEl Rey mandavadegraudes firmezasdeamizade pera sempre; e o Capilâo mórlhemandoudizerque 0 bi riatverquando SuaAllem mandasse. ElBey ,vendo 0 presente, eas palaurasdas cartas, houvemuy grandeprazer, na esperançaque com

a amizade tamanhad'ElRey de Portugal , ecom seu grande poder, polotempo emdianle sepoderia libertarda obrigaçãoda obedienciaquedannaElReydeCaleent,queera grande abntimenlede sua honra , equeseude linre fionna tamanho como 0 ReydeCalecut ; eman'don dizerno Capitão mór,quenom se occupasse em ira terra, an tes Ihemundanaqueestimam « em suma . um , e « nada»: &zesse, senão 0queellemandesse, pon;ue assi o hauia porbemElReºy seu senhor, elhemandoumoelrarhuma cartaque lheelle trouxerad'ElRey , emquemandauaqueosCapitães das mes eda terra, e todolos Portugnezes equeestineseemem me tem ” lheobedeeessem enzesm n seu mandado. nl lo ebaxo, 00

010 seel leem pessoa lho mandasse, sob penade caso mayor. O Cápilâomórlherespondeo ,quesem equenc mandado d ElRey eNosso senhor

,

el le: lheobedeceria, porsua grandevielude ue bondadede tanta verdadeesanelidaden eteria seu mandado , e leria boavigia, . como . as

uºeições do Çnmorym u al y nom podassem fazer»,mel . Então ElRey

mandou ao feitorque'e logo n»dêssea cargaque tinha leila, equefora# 08 . Ai. n nas-rAj . « nom o Aj . Fal la no oodiceda Aj . Idem,

Idem. equeo Aj . emm podcssem ali fuerlheo Aj. Demenos no ca

dieeda Ai. Idem.

1010 DA Nom , ANNO DE 1 5 01 . um

com muy to trabalhod'ElRey , porqueem quanto os Mouros andárão naguerra, os Mourosda terra se aleuan lârâo, nom querendodaras fazendas senom pordinheirodeeonlndo , nem querendo tomaras mercadorias , noqueElRey muyta lrabalhára. Então 0 Capitão mórmandou 0M y quatro negrosdeCalecut,dosque tomârâodos n mbuooe, dizendoque el les lhe contarião como passára Iraição do Çamorym, eos

mandasse castigar; « e lhe mandou as 0105que lhe 0 Çamorym mandára, comqueElBey 101300” e ch

'

amou os principaes Mouros emercedores , eoedo seu conselh0, emandou leras nlas , eas mostrou a ledos ;eentão mandou aos negrosqueoonlaáeem tudo, 0queel les assio fizerão ,

deque todos ficárâo espantados . ElRey mandou soltaros negrosque lhenem quis fazermal ,dizendoque' »aqnel leenegros : nom tinhâo culpa,

ªque faziâo 0que lhemandanãon eque o Çamorym linha muytaculpe“ ; porquenom '

e tinha feitas mny las justiça“ nosque lhedanâomaos conselhos , 0queemrazão.que fizesse como bom Rey , “

a quandoaia as [deidades e0090008que lhefeziâo os maos conselhos :e peloquejuraua em seus (100000 0 sua ley ,queno proprio Principe,quemao con

selho lhedêssecom falsidade, lhe tinarin os olhos, '«uporqueviuessesempre contando seu mal , porque outros se cauídaseem . Os Portugnezes ,que ticârão em Cochym, conlárãoquedepoisde partido. Pedraluares Cabral , os Mourosd'armadn deÇ aleout 009190 muy valentes , dizendoquea nossa armada lhefositedenoite com medo, 0 m i o mandárâodizera seu Bey 0 Çamorym, oqunl lhemandoudizerque pois lhe fogírâe osPortuguezesdo mar, lhe lrouxessem oePortuguezeequencárâo na terra,equedn sua perleoepedissem a ElRey de Cocbym, e se lhos nom

. entregassee lhos tomassem perforça ; e01810 lhemandou sua 0la, que0 Rey dé Cochym nem quis ver. Então muyta parteda armada en trounorio, e andârâo queimando, e fazendo quanto mal podião pela gentepobre,que achauâo poles bordas "doeries , enom 0080090 entrarpola terrn, p0rque lhe faziân wuyto mal 50010de guarnição ,queElRey 'a a is30 1» lrazia ; e' fazendo pouca com , se lornârâo sayr, ese faria fazer

'oeanleoei principâesde seu oonsdbo m ndoumney m new qne con

mnm tndm oqneEM O logoe Aj .ª n el lea o Aj .

' Omi'ttido m oopinda Aj .' ldem.

' t m ligana o à j .' Omiaido pa nopia M Aj .

'n porqnecontam

scuml l pm exemplodºonmeo Ai. ' udéssea ' c al sí o Ai.

05 1 JOÃO DA Nom , m o DE 15 01 .

suas nauegações, eoquedurou 0 verão, e no inuerno nom bolirâonada . ElReydeCochym,

« falando com os seus ,dizia « En manu

udeyquea armada se fossem nom pelejasse, porque hiieas naos ear- n:regadnsm porisso (”Capitães nzerâo meu mandado ,que seassi nomestinerão carregadas , indaque lheeu mandárn, el les nomdeixárãode

« pelejar; mas tempo viráque. os MourosdeCaleeut pagarão todos os-n« les males , porqueelles são ecausa. E mundanadarmuyta pressa àcarga,quevio era pouca .

As neondarão seus pendores o melhorquepoderão, etanto aninmenlo darão,queemvinleadiau de todo farão carregadas as 0008. Poloque, hauendo assi bom auiamento, as 0008dos mercadores o seprouerãomórmen lede lodoque lraziâo persuas obrigaçõesdeseucontrato . «Muylosdos Portuguerm folgárãode ficarna terra, porquevinhaperregimentod'ElReyque vencessem,

osque. ªcessem, todo oqueveneiâo nauegando ,comque ncárão passantede sessen ta homens , os maisdellesque sabiãoameias mecanioos, edosqueestauâo alguns se fotão . E sendo as naosde todo auiadas pera partir, a o Capitão mórcom os Capitães »se 10rão dw irdElRey , e tomaras cartas e cousasqueElRey mandam ,

e outrasque 0 feitorlinha compradas ,que lhe Emey mandann o porapontamento fôra das mercadorias ; e sedespedindodElRey com suas

cortesias e comprimentos , edo feitorede todos , aquedeixou todas asmercadoriasque sobejârão, muyto lheencomendandoque fizesse carga.que1100880 onceieirada pera as mosque hauiâode .W'r, eseembarcátão, e separtirãodemarem fôra sem verem Calecut, «echegárão .Cananorcom muy in prazer, onde logo 0 Capitão mó: mandou aElRey

seis negros, dosque lomârados zambueosda lreição de Caleeut , e lhemuyto negandoqueperantees nouros Ihemandasseque contassem comopussím . ComqueElRey muyto folgou, eusei 0 fez,que perante os seus,

u e muy los Mouros os principaes , estenc perguntando aos negros , 0queelles tudo oonlárâo na xerdnáe 'quepassára o feito todo n aoqueElRey fez exclamações , dizendoqueem quanto 0 Çamorym nomdêssecasligo em seus maos conselheiros ,que lhe houvessem medo, sempre lhe

' Demenoo nn eopiadnAj . ' edizia nns seun Aj .' Demenos na copin

da Aj. ', ldem. Idem. Idem o chegando Ai. Omiuido na copia

da Ai. Idem.

2 5 6 1010 01 NOUA, ANNO DE 1 5 01 .

quenenhuma naodesMouros lhechegasse, * polo perígodo fogo. H PO .

loqueos Capitães se tornârão suas mes e se Bwrão vela, m oer.[ando sua arielharia, e posto grandebom concerto em lodo, eu sefoy 0Capitão mórnavoltado mar. Os Mouros ,quevinhão vela com 0ventoda terra, vendo os nossos fazerse á ªveia 0 0 irna vol tado mar, lomârâo grande coração , wcuidandoque os nossos fogiâo, ecomeçârão adargrandes gn'

tas e_deitarfoguetes , efarão ena vol tado marapós osnossos as móres nace. »Os nossos forão assi pera O marcom poucavela_, porse nomalongarem wuytodos Mouros, sómentemea 10300quehíão alongados , e0881 fotão em quantodumu o vento, queera terrenhoj ique acalmou ao meodia , e czomezwu Viraçãodo mar, comque 0 Capitão mórfez volta sobreos Mouros com ponen vela, pornomchegarelles , sómente com os ti ros .

Os Mouros , vende a ordemque os nossos lrazião no andar, 0 00

nhecerãm»queel les â vela nom podiâo chegar, porque0 tempo eradondeos nossos vinhão,quecomeçarão adarfogo n

'

artelhaá a, 0001que aosqueacertarão logo metterão no fundo tres, e oulros arrombados , evelasrolas e0105 10 5 quebrados . 08 nossos quando muyto andauâo, hiéauâoas velas nos palancos , eno qual modo : forâo lcuando os Mouros perae letra. Poloque, as outrasque900090 atrás , vendo esteineorecado,voltarão caminhodeCalecut,quepera lá 5 011 110 0 vento, mas todas asnaos grossas farãodeseahindo pera Dayade Genauer, edauâo hunssobreoutros, os nossos assi sempreem boa ordem os tangendo com

arlelharia, eos Mouros assi tirando muyla arlêlbaria, mas porsermeuda,eos nossos nauios longe, os pelouros «que alcançauâo nom fazião

nojo,quenom leuauão força . E como o Capitão mór11 0queos Mourosjá nem tínhão peronde correr, e sedeixanâo Bearpelo mar, esperandoqueos nossos passassem pera se abalroarem com el les

,oque o Çapítão

mórenlendeo, tomou as velas a pornom chegar, « 0 0 10a sempretirando. Oquevendó, os Mouros , entenderão tençãodos nossos , fo

tão aleuanlandoas velas, ese afastandodas 000808 0003 a poramord'ers e fazendose vela, e concedendo m alharia . Suppriinidn na copia

,da Aj . a as mores nnos em seguimen lodos nossos n Aj . Fal la no

Ai. Idem . Idem. o e assim . Aj . Fal ta na copiada Ai. Idem.

«'ese Ai. Fal la no Ms. da Aj .

1030 DA noun, m o DE 1801 . m

tenham , . assi como sehião afastando, 0 Capitão mór': daua ir, .quote, eDia após el las , oque0581 durou até sol posto,queos Mourosjá nom l ínhâo perondecorrer, eerâo já muytos arrombados e1001wno fundo, eu n

'

endo quesefossem fogindo â vela, os nossos os se,guiriãoque a todos meticriâo no fundo» tomarão pormelhorremedionom tirar, eposerâo bandeiras brancas , " derrubando . as outras . 0quevendo 0.

Capitão mórnom tirou ma is nenhum tiro, “ a porque tínhão08 mas muyto dano porestarem assi carregadas . . e sorgirâo afastadas003 n os , wdos mont osn comqueanoileoeo , e « sendo escuron os

Mouros «antesque lhealcançasse0 vento, caladamente leuarão suasancoras , ese fotão no longoda terra, eindaqueos nossos o sentião,osdeixauâo hir, em modoquequando amanheceo, nom baniu grandenem pequeno, comque n os nossos . muy lo folgarão . Então '

n ão

chegarão ao porto, etomarão 0 gengíure, e cousas pera sua viagem, e:»

0 Capitão mórse foidespedird'ElRey ,que lhe fez muytns honras elhewuyto louvou 0 bom concertoque tomou pera "

evenoereedesbaralaros Mouros "

ea eeo e lhe fez mercê eaos Capitães deriquospanos , e lhedeo certas ecousas pera EIRey , comque0despedio ,queserecolheu às 0005 , "

0 0000 com 0 feitordespachou lodo oquepria. E porquemuy loe homens 10150050deficar, porqueoutros lambemseforào, eporque Gonçalo Gomes Ferreira "

o feílor, era homemdemansa condição, uesentia trabalho com osdem andasdos homens , epedia ao Capílâo mórque lhedeixam bum homem eom nomedeCapitão, aqueos homens Guessem medo ”

. eacatamento , porquejá eslanâo assentados perrol setenta homensque Ihel

ficauâo .

"* Noque o

Capitão mórtomou o'

perecerdos Capitães ,que lhedísserâoquecomprinque 0 fizesse, porqueos homensque c uâo

, assivenciâo sees Yenc imentos bindo como Honndo ; masqueera muyío melhorBeercm, porquevindo armadadoEeyno, al li achanão agenlesea houvessem mister:-iEntão perconselho assentado, deixou porCapitãoda genteRuydeMemdanha, homem velho, valente cnualleíro seu parente, ao qual nomquispôrordenado, dizendoqueEl lley lhomandaria com mais mercê eque

emendaunduros naqueles : Aj. Snpprimido na copiada Ai. n e

l iràrão n Ai. Omiuido m eopindeAi. Pul l: noMs . do Amb. Suppn'

midem copia 01 Ai. Idem; Idem. Idem . Idem. Idem.

Idem . Idem. Idem. Idem. Idem.

2 5 8 JOÃO DA NOUA, ANNO DE 1 501 .

por8005 serviços mereceria, elhefaria) os Cnpilâes móresquevíessem iv

sómente 0 Capitão mórtomou em 00010 de800 ordenado mil cruzadosem mercadoriasque lhedeo pera seu gasto, eeque gastam com os

homens se00mprísse; * então lhedeo carta de Capitão, fu e mandou atodosquecomo el lesefora presenteobedeoessem, porque lhedana todosmas poderes : doquetodos fotão 000100100 . 0 Oque lodo ElRey con

firmou e houveporbom quando Joãoda Nona lho fal len no Beyno.

E todo este assi ordenado escreveo ElBeydeCananordeque toymuy lo contente, porque todos estes homens 900090recolhiilos na pouoação da ponta ,queera já Ceila como fortalesu coroada eemnyto

bem tapada"que ninguem podia entrar, nem sahirsenão pola portaquedenoite'

: sefechaua com 09000 ; ecom a terraque se tomoudefôrapera os entulhos 9000 grandecena, comque todo eslaua muy seguro, eem boa paz, .qne à porta Ihevinhão vendertodo 0quehavião mister,.quenão Bahiâo fôra senão folgar. E tudo 0901 bem concertado, as nanase partirão,quefoiemdozedeDezembrodeste anode 1 5 01

CAPÍTULO vu.

A ARMADA n un o DB www:: cu muo DEW , ONDE cannon,B Dºm n m nl oreurom eu , ONDE cumu l o suvu xmo,

A3 0000 partirãodeC&naner, deixando as cousas na ordem como dito “

he. Antre00 homensqueficarão em Cananor, 9000 humquesubia muykrde

.

0arpinteir0 debarganlynsqueaprendem em Veneza, M ondemuylotempo andam soldo nas galésde Veneza. Estehomem seconuidouao Capitãoque faria hum bnrgantym comque tomasseos umbuoosquepassassemde(101000 1, 0queusei 0 linha já praticado com 00 homens, elodos folgauãoqueselim , 0porisso elle0 falou com o Capitão ; oque0 porouvido lheesteueperguntando 0 etomandomuyta informªção 0

Ominide na copiadl Aí . idem . Idem. c á chana se fecham , 0

á-Aj . Omiuido nn oopiada Aj, wonvido porel len Ai. Pal la na copia

xao JOÃO DA NOUA, m o DE 15 01 .

uantasseeo matou, efogi0 , 0 seesoo0deo em outras casas , 0 00 00500

se sab io polo mardemaréÃvazia, eãefoy casad'ElRoyque lhehouveperdãodo Capitão,quecom 800 bom saberatalhou ªo malque o carpinteiro ordenaua, e ficarão todos assentadosdo aleuanlamenloque ordenauâo e lraziâo ordenado anlre sy . nv

A5 0003 caminharâo Melinda onde cbegarãqcom bons temposque leuarão, esorgindo no porto com sua salua 0 bandeiras * com 800

muyto prazerdehírem bem auiados , 15qhouvewuyto prazer, erecebeo todos com muylos agasalhados , porque logo nos baleia se farãoa terra, aqueElReydeo pressaque logo separlissemdandolhe lodo 0auíamenlodoquehauião mis ter, mórmen leque todas as 0000 toínatão tanques emque tomarão muytà agua,que foy wuyto boa, porqueeslauâo el les ooucertados com lhedeilàrem evazamm muyms vem agoas ,

poloqueas 0006 abaterão muylas pipás , comque ficou móragasalhadopera alojamentoda íardagemda gente.

ElRey lhedeo suas cartas ecousas pera BlRey , e muy tos mantimentos ecarneiros ecousasderefresco, comquese despedirão d'ElBey , ese»partírâqcom bom tempo, caminhando longo da costa ,eporlevarem assi bom tempo, e todo o (100 bauiâo mister, ; nom to

marão Moçambique, epassarão perÇofal la sem acharcontraste, nem

no Cabo de Boa Esperança , comque sempre correrão seo caminhodireilo todas junh s , sem nunqua seapartarem até aportaram na ilha Terceira, onde logodeterraveo Justiça 0001 0 Almoxarifed'BlBey a saber0quehauião mister,quesómente tomarãode temrefrescoque lheÉ lRey mandauadarquando hi chegassem 0005 da India ; onde 'a aquia»souberão Dom Vascoda Gama em partido pera India com grandearmada pera tomarvingançade Calecul 'wpolo malque fizera Pe

draluarez Cabral oeetomando 0quelhecompria , separtirão pera Lisboa,onde chegarão em Agostodo 0000de 1 5 02 ; onde ElRey eslaua com

wuyto prazervendo entrar todas quatro naos rassi junlau como partirão

, dando muylos louvom Nosso Senhor ; poloquerecebeo o Ca

pitão mór, eCapitães com muytas honras , fazendo-Ihemuytas memes , 0boas pagamentos a toda a gentede3005 501005 equinlaladas . Porestas

Fal la na copiada Aj . Idem. c en Aj . Supprimido na copiadaAj . 5 Idem. Idem. Idem .

JOÃO DA NOUA, ANNO um . 20:

m , porm i virem saluamento, houveElBey muytariqueza, e 00am dores bouverie granda proueitos , comquedepois sempre tim ãogu ndes arm ções pora

'

a India, comqueganharão , ese literâo grandesfiques , 00100 adiantedirey .

CAPITULO VII I .

00340 mmo nu l o AO Esmoúco 00001 0 005 13 n os 030 mmm :

comm sm 00 m as com m os B 1 001003 1 05 , owz .as 001 005 m os

Acm io a 0 www mo 00000000 .

Emu eramuylo inclinado â Eslrolomia, poloquemuytas vezes prali0000 0010 0 Judeo Caçuto , porqueem todo achana muy certo. esendoassi chegadas estasque lhediziào nom acharem nenhum temporal contraria soo caminho, achando as outras tan tas fortunas , sobre0queK lBey praticam com 00 pilotos,quenenhumarazão lhesabiâodara

isso, sendo bomdia o 30000 Qabulo presente, e ouvindo lodo, disse a

ElBey w:« Senhor, o marque as vossas naos comem bemuy grande,«'umque. em human partes ha verão, eem outras inuerno, e lodo w

« om hum caminho ; 0 poderão hirduas naos , huma após outra am—a

«bas perhum caminho, huma chegará huma paragem quando aly»« formnemo, eachará tormenta, ea 0000 quando al y chegar será ve«rio , 0 nom achará tormentaquea outra aly achou: 0 esta é a razão .« porque hans aclm ão tormenta, 0 outros não . E porque ós invernos .«everões nom ã o certos em hum proprio lugarno porque0 marhe»muy largo emuy deserto, apartadodas terras , ecursão as tormentas

«ebonanças permuy las partes incertas . Mas quando os nauegnnlesdesta»« carreira . liuerem wmais experiencia em seo caminhar,que el les »« saibâo tomar0 verão quetem nestegolfào daqui ao CabodeBoa«& pen nça, assi â hida como à vinda, andarão el les este caminho em»«muy breno tempo, esem trabalho hirâo evirão aSaluamento , seforem»

n eoJudeu C&ÇM Odisse : Blney u Aj . * Demenos na copiada A] . H e

Aí . lªma n copiada Aj . idem.

20: JOÃO DA NOUA, ANNO D E 1001 .

« prudentes em 000 nanagar. E porque, Senhor, com 0 muy lodesejo :«que tenho 0 000 sem iço , 10000 wuyto trabalhado porentenderos 004« grades desta 000030000 , lenhó entendidoque o apartamentodo sol »

« causa as lormenlas 0desuairosdos tempos ; porqueaparlandose0 sol .da linha equinocíal . pera a partedo Norle, tica sombra efríura à parte

«do Sul . Estemíngoamenloda quenturado 001, 00080 omingoamenlodosdiasquesão mais pequenos , 0 acrecenta as tempestades pela friura

«idas 05 000,que 80 mais aleuautâo com os ventos . E porque o Cabo»«da Boa Esperança en lra muy lo 00 marpera a bandado Sul , poloque.« sendo o sol apartadoda linha pera a partedo Norte,que tica à soma«bra 0 friura à partedo Sul , então causa assi as grandes tormentas 0:tempestades , edias pequenos , 0 de pouca claridade, .

0 000 as 0000

u achão, porque 0 sol hedali muylo afastado ; 0quando o sol anda»« pera 0 partedo Sul , então 00 mardo Caboda Boa Esperança bauuerá bonanças , 0 osdias quentes emayores . E porqueno

i

lempoque»a as 0000vãodemandando 0 Cabo, ou são nel le, o sol heaRastado pera« N a partedo o Norte, por0000 causa lioão 00 cabo as tormentas '

«escuridãodosdias pequenos ; eporisso 00 Plolomeus , 0 outrosque»escreuerào, ihechzmárâo 0 Cabo Ton '

nentorium, porquehe0000110do .« abrigode'

lerrasqueestão del lemuy longe, porqueda bandadeLeste« edeLoesle nom ha lem , sómente porlinha direita a mais perto he»costada India até o cabodeComorym, 0desloulra parte pola mesmalinha o Cab0V0rd0,quehamuy grandedistanciademminho 0 o como

« a nauegaçâo,queagora fazem as 0000, pordobrarporbarlauentodo .

« Cabo,dandolheresguardo porcasodeos ventos seremdomar, fazemrodeo comqueandâo mais desdemil 103000. no qual caminho muyto u

c enourtarâo, eemmendarâo quando 00 pilotos tiuerem estea porimento :.do apartamentodo sol peraque parteanda,quebea causados bons :« tempos 0 01000,que00000 o apartamentodo sol . E porque, Senhor,nisto tenho muylo trabalhado, pormecertificarna verdade tirey hum

. esperimentodn dec linaçãodo soldo apartamentoque00 apartada Ií-u« nha pera cada parlodo Norte ou 00 801, equanto tempo 0000 00 0010 »« cabo, 0 « quanto do outro, e até ondechega , 0 00 00110 tanto ao»ir, como ao tomar, 0 acheyque tudo andaua p0rhum curso 0 0010

Bal la na copiada'

Aj . n ovAi. De 010000 00 coph h hi.

201 10510 01 NOUA , ANNO DE 1 5 02 .

0 pon10do meodia 0010 0 0011010100 , 0001000001110 a 00010quehaniâodefazerpelas 10000000do 1031m0010 , 00que 0 010 1000 00 010710 10000

11 100 0 00quaes Emey 1030 mandou fôra 0000301 para huma 00110 Pªr10 , 0que 0 10000deu numas 001100 3100000 0001riscosde00100 011101 00105 ,quemostrauão 00 nomes 000 1100100 00 00110001 00 00110110 doNorte, a 1100 sepos nome0301110demamar, compassodos 31005 00 Sulpera 0 00010das 103000 nodiscursodo andardo Sol , com outros muy10 5 000001100 u esprimentos cqué 00 111101011 0010000100, 0 exprimemârão 0010 as 001100100das 03000 . Comque a 0110 00100010de11110101 101de0000 vez mais exprimenlada 0 sabida 0 000030000 pondo 000 00110000 101103 , 0 ilhas nos ª 0 0000 11 proprios 11101100 01111010do sol per00010000 103000 e derrotas dos 1100 100 0 sondas , 0 mostras, 0que00 001111vez 00 mm foy 00010000 010 10010 perfeição 00100 010 0010, 9008 sejapera sempre 0103110 louvado,que 1110 0111001 0que o 10000 10100 100

,00110 001 1000 0 nos pequ'

enos barcos 0000301010 0010 00110110, 00010

depois se 1110 0 00 0011010 per05 10 10000 010 010010 em algumas 1101100.

Elªey 1100110 0010 per1011100110 0010100 como semostra, 0 101000 01000

lamanho 00010010100010 ,que102 00 10000 m0y1as 1001008. 0010 11000110

semais 10111100 , 10010000 1110100 11011011100 010 [0201 011110 0101 00000110,que00010 01110 110000 10110 ,quecumpria 80 apurar, porque00000 10010001101 000 ,que0 001 10000 00110110, 0 1100 0 001 0010 1101000000 : para 00101001 00 0011010bio peloque 11001100 00308 010 0011 caminhar, 00000000

03 10000000 00 00600100 do sol , com as círcunfwencias 00 00110110 doNorte, para 0quefez 00110 1111011010 para tomaro ponto emque0010000 05 110110do None, portal 0110, comque00 1000 os pilotos 1100100 0111muy 110110110 saber00 0000301 001 10000 os 11na 0111 m0y1a perfeição ;0mqueassi 110 h ndo a nauegaçâo p0ra a lndía epera oulras parles, se

farão muy10 apurando 010 mais perfeição polo 0001000010que10100000das cousas , 0011030000 as i 00111 o 001, 00100 00 111 a escuridão 00 00110.

Oque1000 toy em 10010 0100000010de110111, 00100 0j0 emdia parece "

00

seruíçodo SenhorDeos ; porque 11010008 00100100, 0 00 0011170 entendimenlos 10100 10010 0010000000 0 0100090000 , 0010que 010 0010 001 10011

perfeição . Oque1000 foy principiado poro 0110 10000 , chamado Çaouumuy to 00 1000011100 . Aj . Supprimido 110 000100 da Aj . Idem.

10010.

1030 DA NOUA , ANNO DE m a. 265

to; Gul fó a como

se emque o imigo

o cegou, lendo tanto saberdas estrellas fmrcegºem tão clarodia comohe nossa Santa Fé Cathol ica, eporésta causa passou neste anode 1 5 02 ,o pus aqui porsua memoria, nes teanode 1 5 61 .

.Jul fo Ai.

ARMADA

DOM VASCO DA G AMA .

COM QUE PARTIÓ PERA A INDIA , ANN O DE Boi .

nosso &enhorDom Manoel era muy lembrado, com grandemagoaque linha no coração,da traiçãoque lizera ElRey deCalecut a Pedraluaraz Cabral ,quequandoda India chegou lhecontou logo, lhedeu palaurade tornara mandarcom armada muyta mayor, bem concertada peraguerrearCalecut, e tomardel levingança pois l inha maisrazão . Com a

qual lembrança, como foy lempo, mandou apercebermos grossas peracarga, efotãodez emquesemetíeo muyla eÍormosa arlelharia oommgylas mouições, em aria, tudo em muyta ahaslança, eprouímenlosdetodo o maisqueoompria pera sua viagem e tornarem pera o Reyno ; comboa gented'armas, eCapitães e homens fidalgos ; ePedn luarez CabralCapitão mór: lodo isto feito eordeaado porDom Vasco da Gama. queElRey encarregouquetodo them ,quenas cousas da India ElRey mandauaqueel le lodo Messe. E sendo a armadadelodo prestes pera aepartirpera Belem, estando ElRey humdia praticando nas cousasd'armada,e do muyto bem concertada e prouidade todo como bia , disseElRey :do está muyta á minha vontade, masrogo a Nosso SenhorquePedraluam nesta armada eviagem seja Iam bemescansado cºmo Dom»

208 DO I VASCO DA GAMA , ARNO DE 1802 .

" s i tua m ,qroaea Almza nom m wnhm m ãodeme.

umemi gm h am uommexparm úqueM y m dopm ou—n«w ww . n Aoquemney m deou Dom Vasco, nom espero .w epero oom hiços, ºntda m inrdoquem henho à do. &0quez. t o ouu'o pojo m âo o aggrauo áe Pedx-amm pe padaque»« sentirâ ào seu anpmgosmqueeu tudo lbemuytom n mas o»

um hoporm meusem ídorquomdoeºqueoeri , poma nom hajaque—u«brun inha palauraw Dom Vàsoodísee Senhor, m u uino mais n

uaggmuo'qlleoque ol loqúurtomardem m tadeque o pmprio

udeuem oontn mimmoquem m o euipadodeas im meaoow»

“ m m a“ ,m lhe tomavam empmgadoe, oomqueel lemadehmm'

u d'outm cousas : de mantimen tos tudo tomarey poreeu ml , com»vmaisdouomil omudosdeminha m dns embu cm m hm go-u

« nelen mqueandarâ até o auoquevan,quevom AM 0 pm erâ n«d'ouka m dadem ás pmucitoque esta ; indi que o homemque»dom a o mar,deuiade fegirdel le. p

Então mm mandou chamarPodmluarez, e lhe muy» mgouque lhe iargasoe aquolla m da, m compúrm ma vm hdo, ponqm m de oom e iheúm todalas outras am adas mquepodesse' nsirc â l ndia om as mm a bm wsco,qm polo n balho

lbelãá n meroe, eúetodo gnslomm prdm mdab lªedn ium m ho

m mdem m mdw .en bh já oqueu m m ;quizBey ,quem acm em mais obrigaçio, eleuanm tem pdndeo : « Se-uu_uhor, eum voeuomamiam dn, em y parmuytodiocese

« a m m deuhrooeborm iço.»ElRey lhe

'dim : «Muy-u

« lo tar'á m ubanúçbquovóa nomWWM t dw h“dralum :«Senhor, voandode Voos. m m , m heminha»

«M a n x boijou n mao amnoy, õque lhem ymmrdem -

oom pa

Iaurasdegrandes comprimentos .

' Faha m oopiadn Aí . . Q YÍI' . Arch .

m l VASCO DA Gm , ARNO DE 1301 ; " 0

CAPÍTULO ,II.

cou oonrn mrm A m o m bn õn .

Vaaoo,qm er£o sóaem da mos

M a m m lm M a m anwo m odh s hM 'uque

mandou muyta bem concertar” porque com el las espum ade fazergam a, e nol las memrmel hriaquo lbem m mrin, mwdn no

'

»pm oqdebu o, o lodo concertada m yu am am , porque osom d'ElBey '

vdauio pen m dl tudo oque ºdle pedia,que assiIho mandaua BIRey : oqu mdo foy pm em muy wuoosdias . B on

Sodré, bomem m pam to; m Limrda, Don Luiz Cownho; ua uitoh, Farinad'Mooguh ; em * M inha, Gil

'

lªemmdesdo Sousa ; samPanic , Muro d'ALaido; 0 mm Miguel, Gil l latmso. Edu: ª

seis m s

erão as mayoresn u outragmais pequem pm nm ou n hdà se

couplí see, nom bwudow a a ha a m c iwo Moment ;sam Rafael , Diogo Fernandes Cam a m

'

feíbrúe Coobym ; VeraCruz, Ruydi Gunba zn ncta maul , Pero M omod'h gulu . E «h a ca»

Lopes ['em -nio ; m sm m palha, AM Yaz ; n Es

_mna, Antonio

Fernandes ; m í à , M W. Nwlaquh zevehc “

ohooentos ho

mensd'armu , homem bonndoo, w3 muytos b6mem adnlgoo colp o C:Wo mõrmnwm com os cmims m wem wm í h sddadosa m m wrm , o m m m à n n mm , edou mw a m u m o M m eM «W dc m

deviam hum, :zuo m eymorm dm çâo ep'tmià n M JMou á

m a -Nom m n denolompm o fasm mo « “

M a m ma.queene únba muyudm çio ,

'

c múm pm fseu imª gen quedelleW a , m oroy . neas aejn m ytn om . nm uo bom Vas

co hiadewrmimdodeinrn M ia M m mmçaom gwle'w—a

Falu n copiada Aj . ». pnm u j.

2 70 DOE VASCO DA GAMA , ANNO DE 1 5 02 .

senhorearo marda India, lodo praticado com ElRey , comquemuy lofolgou, porqueo gastoque fizessem no marseganharia nas promquefarião, ficou ordenando cinquo nauios pequenos, deque BlRey deu a

Capitania móra Estevão da Gama, parentede Dom Vasco,que hauiadepararem Mayo, uma era entradado verão, a verque temposachaua. Os criadosdºElRey houveel leporbemquevencessem suas moradias , aleurde seus soldos e quinta s , e cada hum sun caixa forra,deque sómentepagarião vio lam Belem, emquenom leuariâo ne

nhuma especiaria .

Tambem nesta armam , porordemdeDom Vasco, ElReydeu baixanos ordenados equinlaesdos mestres e pilotos , e bombardeiros, e oni

ciaos , mas nom foy cousa comqueGa sset!) descontentes , com sómente

pagarem vinlena Belem. Esta vin lena sedeu semprea Belemdavoltadesta armada,que toy no anode 5 03 alô o anode 5 22 ,que lha tirou ElRey DomJoão, seu filho,que sooedeo noreinado , « e [ha tirouporo mosteiro já seracabado o principal , epara algumas com quehauim portam º

, lhe limitou (nda ano certa quantia ,que lhepagnuãona Casada India 6 chegadadas unos , cna isla porquedo mais a casa

era abastada de muy granderiqueza d'ornamen tos muy sobejamente,esobre tudoque'

lhe EIRey deixou porsua morte,quevalia mais decinquo mil cruzados o mouelque a casa tinha . E pois sendo a armadade todo préstes se tez à vela noriode Lisboa, barlauenteando comformosurade bandeiras e estandartes , 'e em lodalas velas cruzes deChristus , fazendo salua com muyla artelharía, sé Iorão Belem , ondese fez alardeda gente, cada capitão com a sua. lodos vestidosde linnée galanhriawsendo BlRey presente, fazendo a todos maytas honras éhmm ,

?neeporqueo tempo nom seruia pera sayr, estiuerâo tresdias ,

emque: muy los se confessârâo ecommungárâo, ediadeNom SenhoradeMarço houveMissa solene pregação, ondeesleueElRey oom_todaCôrte; eporque tardeo vento foy bom,

'

a gente logo sereoolbeo, ea armada se fez à vela. eBlRey em seu bale] ,que a cada nao chegam a_os

despeduwm sw m hom e lodoe lhefazendo salua oom trombetas ,toda a armada soyodem em

,!ôra, eas caranel las comvelasredondas

armada , para com ellas nauegarem quando oomprisBe.

Fal ta nt mpi: áa Ai. «'poras mais princípe: obras estarem já feitas,opera oqueem ul a Aj ; Fal la na copiada Ai. Idem.

272 DOM VASCO DA GAMA, ANNO DE 15 02 .

pôzerâo o fogo, ese forâo aMoçambíqueondeéstauà oCapilâo mórcoma mais armada, ondejá eslauão muylo antesqueel lechegasse, m udesempre:»esl íuerâo no marsemdesembarcarem lem , porqueassi o tra»zião perregimento , ondedelet ra lhe lrazião venderoque hauia ,queo bem pagauão à vontadede'

seus donos .

Tanlo'que o Capitão mórchegou a Moçambique, Q Xeque logo foy

á nao com presentedeveem ecarneiros , ecabras egalinhas, «quet inha prestes pera el leque já tinhª sabidoqueel leera o primeiro comque tiuera guerra. a 0 qual entrando sequisera deitarseus pés pedindo perdão . O Capitãomórcom prazeroreoebeo, e fez honra, emaudou pagarmuyto bem oque lhe trouxera, e lhe " nandoudarhum pedaçode panode grã, comque se foy amuyuu contente, eel le e todos osda terra semião ao Capitão mór, como se fôra senhorda terra, porque todos fazião muyto seu proueito com os nossos ,queandauão na lem sem fazerescandalo, um mal nenhum, 0que lheera muy defeso polo Capitão mór. O qual o diaque chegou logomandoudesembarcarem terra madeira,que trazia lam da '

eacertada,pera huma carauela ,que não homemaisque assen taremegan e

'

oalafohr, com tanto auiamenboqueemdoze dias foy posta no mar,onde lhe(imrão as obrasdecimª , àquepoz nome Pomposa,dequela capitão João Serrão, canalleiro honrado. E tambem como assi chegoua Moçambique, pela informaçãoquedeu SanchodeToara ElBeydascousas deÇofalla, como já se conlou na am adadePedraluarez Cabral ,ElBey lhe encarregouque mandam descobrir tudo, eassec lassetrato eresgate, poloquelogo mandou lá Pero Alfonsod'Aguiaremduas carnuellas , *quelenon muytas sorjesderoupadeCambaya, econtas , eoutrascousasque criado trato ,quehouvealgumaque o Xequelinha, emquetodo se fu i: muyto proveito

,porque hum pano,quevalia cento ecin

coentareis , dauão porel lehum peso d'ouro,quevalia seleoeulos eciaquoenlareis. E PedroAlfonso tomoumuy ta informaçâovdo Xequedo mododoresgatar, e oquesedana percada sortedos panosque leuaua edasoutras cousas . E o Xequedeu bom pilotoque sabia o mminho.

-E o

Capitão mórmandou grande presente ao Rey ,queera cafre gentio,que' . eu si Q Aj .

' Palu no oodioeda Aj. 'odeu c Aj . ' Demenos no

' Em

DOM VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 5 02 . 273

já em Çofala tinbí o bem sabido nossas com o ficârâo umuyto con

lenleado quando lá fora“ Sanchode Toar.Partio Pero Afonso, eem poucos dias toy Çofala, e chegando

dentro norio, mandou em terra hum homemdeMoçambiquequejá sabia nossa fala, e mandou pedirl icença ao Bey para lhe irfalar, edarrecadoque lhe louauado Capitão mórd'ElReyde Portugal ,que as

taua em Moçambique. * 0 Roy houve prazer, e lhemandoudizerquefossemuyto embor'a, e lhemandou seu anel ,quedaua porseguro, comque logo foy Pero Afonso mayto bem vestido, com vinte homens assibem vestidos ,queo Reyrecebeu com muy las honras , eqfez assentarnas esteiras , emqueel leestaum assentado com os seus mais honradosdaterra ; e lheapm enlou huma peçade grã moyto tina, * e outros pedaçosdg panos finos de cores , « 0 hum espelhode Fraudes , n muy lo

grande, . facas , ebarreles vermelhos , ehuma somadeoonliuhas h en

nadas . crislalinasdefeições, comquemuy to folgou ElRey , e logo as tomou na mão, e * esleueolhandb, ewuyto gabando aos seus .

Então lhe disse Pero Afonsoque o Capitão móro mundana al y

pera saberdel le se folgadadesers muyu) »amigod'ElBey seu Se

nhor,que tinha muy la vontadedeassentarcom el lepaz eamizadeperasempre. A qual paz eamizade haviadeserpera mandara sua terra osseus Portuguezes com mercadorias tratar, as í como fazião os outrosmercadores , ªquevinhão sua len a, dandolhe as mercadorias assi

polos preçosque l hasdauâo os outros mercadores . Oque todod'ElReyouvido,

'

e . falado com os seus”respondeo,queel leestaua em sua

terra sem fazermal a ninguem , efazia way lo bem'ºª aqm m a ael la

vinhão, emórmenteaos mercaõores , porque disso lhevinha mayto proveilo ; oqueassi faria aos Portugum squea sua terra viessem tratar,»assi cómo os oulrós mercadores M ão. E porque . eu“ já isto

assi tinha dito aos outros Pormguezes ,que aly linhão vindo, assi agora o

tornaua adizer, efolgariade fazerbem, deque lhenom viesse depois

« contentes c Ai. Fal la nc copia dl Aj . : o outn s cousa“ Aj .

« cousarica ) Ai. Demenos na cqpinda A] . «olhou. A] . Demenos

na cºpiada Ai. wporquedisso lhevinha mny to proueito ns Aj . « fanavuoomos seus Arch . No M: . da Aí . estão estas palavras omiludas .

'º c aosquey Ai.Pal la no Ms . da Ai. Idem.

27 l DOM VASCO DA GAMA, ANNO DE 15 02 .

m l Aoque lhePero Afonsoresponde»que tal nnnqua seria, masquesendo el lebom amigo

ª * com ElRey de Portugal , '

esta paz“

ª«u pon

.

sempm seria firme, em quanto el le fizesse verdade, «secom ElRey dePortugal seria como irmão . Doque0 Roy se mostrou muy lo contente,aliirmando tudo oque dizi'a , jurando polo sol e polo eeo, e sua ca

beça ebarriga , 'quetudo comprida em quanto vinasse, eque com

prariaquanlas mercadorias lhe trouxessêm, edaria porellas assi como

dana aos outros mercadores ,queera preço assenladodemuy lo tempoeem sinal desta verdade tiroudo dedo polegarhum anelquedeu Pero Afonso, edeu logo presen teperª o Capitão mórhummaçoderam os de oonlinhas d'ouro colladas , a aquo el les chamão

pingo, zquepesaua mil malicaes ,quecada mancal valquinhentosreis ;edeupara ElRey oulroquel inha' « pesoden»tres mil malicaes ; edeuPero Afonso outro de quinhentos malicaes , dizendoque a BlRey

dana aquil lo « porsinal pcm sempre como irmão» com tantoquetambem lhe comprim m * com el le,que nunqua em seus tratos emercadores lhe Gzessem mal , nem em suas terras ; « e em Ermesa daverdadrde todo oque dizia, EIRey tocou sua mão direita com todosos seus,quehi eslauão, eesta era º loda a firmesade sua verdade;porque outro nenhum costumeúnbâo icdeescreuer. Oque todo PeroA fo

'

nsodeu perescrito, porel le assinado com seis homens, umª comotinha dito. Oqueacabado, o papel toy lido,queo Iingoa todo declarou,doqueo Bey 1100 11 "

3 111qespantado com os seus , porquenunqua tinhão visto escreuer, edíziâoqueo papel aquilo (alana porartedo diabo ,e orecolbeo em sua mão . Comqueestedia se tornou * Pero M onsºnzâscaravelas , ondeo Rey lhe mandou galinhas e ovos , inhames , e outrascousasquebac ia na terra.

Ao outrodia Pero Afonso tornou a ElRey ,dizendoque folgariadevero comprarevenderdas cousas, comqueElRey folgou, dizendoquemandasse « trazeroque tiuesse,que logo sería En tão

cdu Aj . »duraria sempre Aj . Supprimisdo na copia da Aj .Idem. Idem. Idem. a part sinalde irmão pra sempre. A] . « oquepromeuin n Aj . maiç n Ai. * não l inhâo nenhum costume. Aj .

Supprimido no Na. da Aj . Idem. «viroquetinha, equelogo sevenderia : Aj . c mandou hirtudo s Ai.

m DOM VASCO DA GAMA, ANNO DE uso:.

am oque para isso a deixou com vinte homens, eqoatro bombardeims emarinheiros ,queportados etão lrinla homena eduas peças gma s , arlelharix miuda , com todo oquemais compria ; e lhe deixouapontamentode todo oque hauiàode fazer, selªm AEonsodeixasse asentado trato , e senãoque todos se fossem após el le. Poloque, chegudo Pero Afonso ,que lhedeu contado bom tratoque ficava assentado ,

e oque trazia pera o Capitão mórcom seu messageirod'ElRey deÇofal laque alydeixaua, logo se parlio após o Capitão mór; o qual hindudeMoçambique ao longo da cosia , ebem lembradoda traiçãoque lheordenam o Rey deQuiloa , doqueElRey deMelinde' sempreem suas

cartas fazia lembrança a ElRey , e a Dom Vasco, el ledesejosodo acrecenlamentodo seruiçod'ElRey , assen toude'

hit Quiloa, eao Roy del lafazertributario ; e tomou muy la informaçãodas cousasda cidade,dehum piloto,queachara em Moçambique, dosque primeiro com el leForão Galeoni

,ques'embaroou na nao com el le pera l . bin Melinda.

E o Capitão mórdisse ao pi loto «quemostrasse o porto .que queria,

hirQuíloa, oque ass i fez,que hauendovistadella, entrou no portocom toda a armzdaquesorgio derredorda cidade,queestá em ilhaquea cerca em roda agoado mar, masda parteda letra be ago: pouca,'que com maré : cogha polo giolho. A cidade grande hddemayto

boa casaria de pedra e cal , vom Cerrados , e nu m asdegrandes lanores na madeira. A cidade assen tada na praya, toda cercada d

_e

muro e torres emque baneria doze milrisinhos . A [erraderredocmuy viçosa de grandes aruoredos , e ortas de todas ortaliças , cidras ,limões

, as melhores laranjas docesque se nunqua virão, e canas deaçuquere figos ,romãs , e muy ta auondança de gado, e mórmm lecarneiros,que lem gordura narabada ,que ha casi [amanha como ocorpo

, e muy lo goslosa. Asruas da "

cidade muy estreitas pqras ca

sas serem al tasde tras equatro sobrados .que todas porcima se podemcorrerpolos torrados , pot assi serem u m muylo juoms ; eno podoes lauâo muytas naos .

Sonhareaun asia cidadehum mouro,quenom tinha mais temquea prºpria cidade. Houvena gente grandeespanto, vendo entrarno portotão grandearmada, e conhecendoqueera nom ,dequejá tinhâo tanta .

Falta na ooph da Aj . Idem . . comque Ai, .

DOM VASCO DA GHIA, ANNO DE 15 02 . ! 77'

a bidedas com deMoçambique eMelinda,doque Inda gentetomougrandemedo . Sendo assi armada surta , o Capiião mórmandou o pilotoem hum esquife, 'queo pozesseem terra, eperel lemandou . diurnoBeyquo mandassehum seu homem para lhemandardizeroquealy vinhª buscar. Oqual pi loto dado es lerecado BlRey , el le lhe perguntoumuyh s mom , deque o pi lalo lhe nom soubedarrazão ; e logo comel le mandou hum mom honrado, o qual seembarcou no esquifecomo pilalo , " efoy â nao, c c o Capilâo mórlhedisse: « Vay dizeraEL .

Bey ,queesta armada hed'ElRey dePortugal , Senhordo maredadem , e eu venho aqui pera com el leassenlarboa paz eamisadee»c lralo ;queporisso venha comigo concertarmdo íslo , * pórque com»«

'

moados nom se pode concertar» E em nomed'ElBey dePortugal ,« lhedou seguro pera vire lornarsemrecebermal algum, indaque:»« nom tiquemos concertados ; eque senom n

'

er,que logo mandarey a»«gerra gente,que dentro á sua casa o hirão domar»e trazer: edo »«que nislo determinar, se houverdevir, um torna logo oomareposta ,«ese nom quiservir, lu nom tornos “

mais , porqueen lão cu o manda—ar.rei trazeç .1:

Tomou o esquife lena: o mouro a terra, o,pôs na praya se

tornou para a nao . 0 mouro foy anteElncy , e lhedeu orecado , oqual ouvido porel le e portodos os seus príncipaes , o quecom el lem uãu aguardando a veroqueera, . âcou ElRey e todos muy espantados, e com muy grande temor, porque se os nossos Ihefossem fazermal nom tinhâo onde se acolher, nem quem os ajudasse, eperderiâoquanto tinhão, porqueda, cidadenom podiâo sarnerbada NoqueElBeypraticou. com todos , e sobre conselho banido, ElBey mandou suareposta, dizendo ao

- Capitão mórque lhemandasse assinadodoquedizia ,am ado pola» cabeçad'ElRey dePortugal ,que lhe nom faria mal , nem_força , e liuwmenle odeixaria tomarpara terra * e com isio Ihehíria falarna borda d'agua, eesto msi lho promeltçudo quen eenom con

oertassem, lho nom faria mal na cidade. Com o qual recado veomouro em huma almadia . oqueouvido pelo Capitão mórlheaprouxe

' Falu no oodíoeda Aj . 'n ê cbegado â nao o . Aj . ª

nque comrecados não sepodefm t md" Ai. & bnsm —Ai. Supprimido naeopia M í?c equeo Ai.

278 DOE VASCO DA GAMA, ARNO DE 15 02 .

logo o delerminarapertaro ney até o fuermnderpalm s m B!

Rey , ou nom querendo lhe lamaria cidade. B oom esla lençl o lhe

mandou o seguro como o pedia . * BlBeydepoisdemandarpediroguru, houveoutro acordo ,que toy nom hirfalarno Capilão mór.

Estana com EIRcy hum mouro wuytorico , e « o princip i ª:cidade, chamado MafamedeAronne,que andaua com pensamentosdese aleuanlar-coul ta El Rey, ecom falsidadedisse Emeyquefosse ao

Capitão móre nom faltassede sua pah ura, porque o Cnpitâo mórnomlhebauiadefaltardo seguroque lhedana, a eisla lhedizia o mouro,porque bem enlendiuque o Capitão mórnom largaria ElBey se nomfizesse oque lhe pedisse, noque poderia ínleruircousa comqueellerosso feito Rey ,que faria tudo oque o Capi tão mórquisesse; e tantoapertou com ElBoyquefosse,quese conuídouque Il íria com elle, e se

comprisse ficaria emrefem porelleaté acabarseus concertos , comqueBey con liou. E ao outrodia veo ao longoda praya, com numa gen ted'ermas , Capitão no seu esquiva, eos Capitães nos hoteis , com ban

deitas , e gente galante. enos baleia berços com trombetas, eatabales ,e chegando aguardou, ºe logoveo ElRey em hum barco, com algunsdosseus os princípaes. e_entrou no bale!do Capitão mór, o qual o recebeo com muy la honra, . [alandolhemuytasrazõesque tazião a seu

proposito , . dizendolheque sendo amigo com BlRey dePortugal , seríamuyto poderoso, e estaria pera sempre seguro de ninguem lhe fam

mal em sun cidade e pono, e ns suas naos nauegnríâo seguras peronde querque fossem , eque na cidade assentada tratodeque lheW'ria wuyto prooeilo . 0queporEllley ouvido , houvewuyto prazer,dizendoque era amylo contentede lodo quanto dizia , e faria quantoel le quisesse, porque agora cria w erdadeiramcn le as bondadesquel inhâo os Portuguems ««que lhe conlu io ao m á s , : poloque se

dana poramigod'BlBey de Poring ] pera »sempren em quanto viuesse. Então lhedim o Capitão mór,quo pois se fa ia as í amigo

com . ]ãl lley seu Senhor,que tambem elle hauia de hm como fu iio

n os outros Boys eSenhores .quenouamonte se íaziâo seus amigos ;Fal la m oopiada Aj . o m bre. Ai. o porquebem eotendiaes lemouro t Ai. ' No Ms . do Arch . lê—se o foi à praia . *ram na copía da Ai.

n s bondade;quc lhecoustauãodos c hj . Demenos nacopinda Aj. Idem.

. (B BBÍS C Aj .

280 DO)! VASCO DA GAMA , ANNO DE 15 02 .

o hauiio d'irtomar, e trazerpolas orelhas arrastando até praya, ecom huma bragadeferro no pescoço o bauiade leuar, emostrarna India, porquetodosvissem oqueganhara em nom gnmrsercatinod'ElReydePortugnl .

0 Rey , e osque com el le eslauão, nom sabiâo seestanão ninos ,

nem mortos , im passadosdemedo. E então bum vel ho,queeslaua oomEIRey , ped io licença ao Capilâo

'

mórpera falar, n o elle disseque[alasse quanto quisesse seguramente. E l le disse: « Senhor, bem suª »

« hemosque em lua mão está fazeres tudo oque dizes, e mayto n«mais ,quemayorbe o teu poder; ebem vês , senhor,que asro—n« postas d

'

ElRey são sem conselho. Nem sabe seerra, nem se acerda ; mas seem teu prazertorque, sem sanha nem ira, nosdeixes »c lomara terra, sem loruação ElRey hauerâ seus conselhos , e fará »« oque comprit . como conselhodos seus , aque contará istoque»aqui hepassado. O Capitão mórdisse: ldenos para terra,que já

a volo w lenho ditoquevos vadas »Mas sevós outros aqui estacas »«qualro, enom ooncordaes comigo, falandouos eu oquevos falo,que« será em terra, c ondesereis muytos , equecada hum falará à sua »

vontade, esendovós os principalesque lá bauc isdeserno conselho« Assiquenão haquemais falar, « nemresponder, ; poloquevos .digoquedaqui nom haueisdeirsem primeiro comigo assenlardes embem oumal , poloquepodeisrespondercomoquiserdes,queporbem

« nem m'

al , seguramentevos haueisde irpara terra, polo meu Se

gut oque tendes . a ElRey , eos seusquecom ellees lauão com grandetemor falando anlresy , coslrangidp ElRey do manifesto perigo emquevia sua xida 9cidade, aconselhadodos seus, outorgou Iodo oque pedio o Capitão mór, pedindoque depois lhe mais nom acreoentassemonlraW0queassi lho promelleo o Capitão mór, dizendo el lequelogo daria lim as manilhas , ecertas perolasquexaliâo cinquo mil cruandos , oque assidaria '

nestas peças , ou prata e ouro»que o valessem Aoque logo mandou sirdc lefra bum seuescriuão, com huma folha d'ouro emque lodo toy escrito, eassinado porElBey , eosque com

c ecomo lhadeu, el ledim Ai. Supprimímou aqui o adn o onde.

ª . com el le Ai. ÚdlSGeí Ai. Falla na copiadn Aj . Idem. Idem.

n em poças , ouro ou prata Aj .

DUM VASCO DA GAMA , ANNO DE 15 02 . 281

el leeslauão . Oque lodo acabado, ElRey , porque ostam magoadodeMaÍamede'* Arcono u porqueali o fizeravir, disse aoCapitão mórque folgassequeBoassealy Mah medeArqone, alôque lheel lerhandm eoquehauia dem udar; comque o Capitão mórfolgou, com o qual dudadeixou outros : dous Mouros . Então o mandou o Capitão mórembarcarem seu barco, « fazendolhemay tas honram .quechegando a terra toyrecebido dos seus comoque o vão wí uo,queo tinhão pormorlo ; eoCapitão mó: serecolheu â nao, emandou menorosMoums em huma nmara, ª g e lernol les bomrecado. 4 Onde '

oRey logo lhemandóu muylos barcos a carregndos uderefrescos, pera cada nao « ecarnuel laqeseu. Então o Cl pitio mórlhe mandou-hum peça de grã, epeçasdeseda de cores , « «SemqueEIRey folgou, onde a armada esleueseisdias , folgando' « toda a genteem terra, sem nenhum fazermal ' n em

escandaloj porque assi o mandou apregoaro Capitão mór. soh npena de morte, « oqueninguem ouaenedebolir, porque lhehauiãogrande medo. Mas todauia a cidade foy muy daniâeoda, porque ningnom se queria irqueixar.

Ordenado o Capitão mórde partir, disso a'

os Mourosquemandassem virde terra oqueElBey bauiademandar, porque el le sequeriapartir. Os Mouros may tasrecados tinhâo mandados Enl eyque osdesempenham ; mas ElBey mandou dizerao MahmedeArcane,que pagasseel le, pois o enganam, o fizera irfalarcom o Capitão mór; sobreoque mandauão muylos meados , e porque ElRey se punha em nom

pagar, o mouro disseao Capitão mór, . oqueElRey dizia, o porquenomquerin pagar. . 0 Capâlâo mórhouve muyta paixão ,

dizendo« Pois sevós isso n bieis , porque ficaueis porvosso mao Bey?»Entãoos m udou despir, e atarde pés e mãos , emeuerno seu bate],queassi cet im assundoeeao sol atéquemorressem,

« pois o enganário, equeelles mortos hiría terra bancaraElBey—ue lhefarey oua« tro tanto, ewreguey esta umada t iquesada cidtde, eas 1110a«e filhos serão captíuos escrauos .

15 70 sendo dito ao Rey , mandou ao Capitão mórdizersecretaFal ta BO NSA h Aj . udeixoumais n Falta noeodiceda ki. Idem.

Idem. Idem. Idem . Idem. Idem. w om n à j . l al tano l s.

da A1. Idem . Idem.

10310

m box VASCO DA GAMA, m omz1502 .

mente,que nom mandara o dipheim , senão porque el le nm mal

M amedeAtoom ,que era mao e soberbo, c c lhe tinha feitas muylas cªmas” equeassi odeixasseestarao sol porsua vingança .queo dinheiro certo estam . Os Mouros vendose assi em ponto demorte,Matamedo Areoua,que era moytoriquo, mandou trazerda sua casa

hum colarde pedraria,que valia dez mil cruzados ,quedeu ao Ca

pitão mór,que logo os mandou leuarterra. 0que sabido do Beymandou ao Capitão mórricas peças depanos , ejoiasd'ouro, comquesepartia, com tenção de (mrcom EIReyquealy mandasse fazerhuma fortalesa, deque hauéria muyto proueilo para o trato deÇofala, '. eque fortalesa lima o o Rey , eos gastosdo capitão egenle pagariao pouo da cidade,que era muyriqua . Oque assi se fez, como ao

diantedirey .

Na cidadehauía muy formosas molheree, as qunce, porserem muyençarradaados Mouros , porseus costumesde serem muyto ciosos, crí oel las muy calmas , emal tratadas . Poloque « nestesdias fogírâo muy las ,que sevierão pera ; os Porluguezes,queescondidamentemeuiâo nas naos ,e linhâo muylo escondidas , wasquaes todasdiziâoqueas fizessem chrislãs

,queantes _queríão serceptiuasdos Chrislãos ,quemol haresdosMou. "ros . Os Capitães, sabendo isto,que as mel hores assi estauâo Íogidas ,e falando com el las , aperâauâo emquerer serchristâs . Oque falárãoao Capilâo mór, o qual mandou Gasparo língoa pelas naos fosse falarcom as molhares , everoquedízíâo . El ledim“

« Senhor, escusado« he ireu falarcom el las ,quebem seyque antes sedei tarão ao mar, aque tornarem pera letra, eportantodetermina 691133 0que tebem»« parecer. » Então o Capi tão mórpraticou com os Capitães , dizendo« (lua chrislandadeque as molheres pediâo, um era porbom oo-p

nhecimentoqueliuessemdenossa sancta fé, sómenteporseverem li—n«um do '

mao [ralodos Mouro's , com o indusímenloque lhe [imrão os .«que as furlârãó ; e postoque ao presente assi seja, polo tempo em»« diante podem serperfeitas chrislâs . Poloqueera n ã o as leuarmos,«portlau que farão, se agorarot amos pera Porlugal , indaque»«era grão ínoonuenienle às conscienciasdos homens , e pera outrosdeu »

Fula no l h .daAj . Idem. nmgirâom las para uAj . Pal la no

Me. da Aj .

ai vouu scom, Gu n, ANNO nu m .

mandarao Ca pitão mór. -Poloqueviorão m ytosqueas louácio ; masrich ie até (plateau,que wíerâo seus maridos ªim EM queas nãoqunrião. Oquelodo assi passou peranteWooliteSodré, a quem Elney t ogouquetodovisse. Então mandou ao Capitãomórgrandes agradecimenátos , e

'dím oquemundanaquenu ssadasqueBcauâo,queseus maridosnomqueriào tomar, porqueel las grííauâoquejá etão Christâs , a o lhe

«leilárâo agoa na cabeça, poloque lhemuy loroganaqueas mandasserecolher, porque ficando em terra, todas semalariâo . Oquevendo o Cu

pitão mór, forçadamenle as mandou m elhorna sua nao,que se nom

nou d'outrem, e as mandou mel ler nas camaras fechadas; ena India aspós em Canahore Cochym. Das mininas destas molheves ,que erãomuylas , farão as primeiras molheresqueda India fo

'

tão Portugal .Com oque sendo a armada de todo auiada doquehavia mister, separlio pera Melinde.

CAPITULO V .

COMO PARTIDA A AM ADA DE QUILOA, SB FOI A I ELINDE, E NO MAR ACHOU A

ARMADA DA GAMA , QUE PARTIDA DO am o EH NATO , E DASOOUSAS QUE O CAPITÃO NÓ! PM EU ONOR E N TE LLA

'

.

Cu mumno armada pera Melinde ao longoda costa. appareceo ao

marPeroAfonsod'AguíarquevinhadeMoçambique, comquehouveprazer, e Pero Afonso seveo ao Capitão mórem seu esquifedarihe contadoquedeixaua feito, ecom el letoy até Melinda que chegando à vís lado porto, ElRey ,que já tinha a nona, eslaua prestes com sexi grandePrazerdechegar: seu grandeamigo Dom Vascoda Gama &u che

gando armada,quesergio com grande saluad'artelharia, ElRey ãpressa semelieo em hum barco *que tinha preslwn ese foy ao Ca

pi lão mór, leuando apos sy barcos anim ados com festasde tangerescarregadosde cousasde comer, hum para cada nao. 0 Capitão mórii* conhecandoqueeraElReyquevinha, : commuyta pressa semel leo noesquife, eo foy receberno mar, ondeentrou'

com ElBey ,queambos se' Falla m oodioeda Aj . 'w n bia n vinhu à j .

' oquesurgindo a armªdª ººm ' ' Fnl ta na copíada Aj . ª ldem.

nou ímsoom am , Am ªm ím : m

abn çarâo -como sefarão irmãos grandes amigos , (m udou grandes honm , oomquese forâo á nao, ondo m ntádo ElRoy em úqua cadein e

esta do, ªque- já a lana prestes , logo Vieria lodos os Capitães ,queElBey n oeheo com grande prazer, « famdolhe lodos grandes honras ecortesias xendoqueo Capitão móro acalaua ehonraua como ElReydePortugal . Onde logo o Capitão mórlbeapresenlou ricas peças ,que lheElRoy mandam com suas cartas, 'semquc ' lheElBey falaua palaurasdemuy la Hm m d'amotm E tambem lheapresentou outras cousas,quelheelledeu, em conhecimentodo grandebemque lhe(item em o cacaminha à índia, ; onde tamanha honra lheviera pera sy , e toda suªgeração. . Oque tºdo ElReyrecebeu com maytas contentalnentos . Bass iuestiuerâo praticando bum pedaço perguntandolbedesua saudeevia.

gem, e tambem ElRey lhedando conla au como João da Nona ç hia .

aniado, e oquepassara na India. Emey muy lo mgando ao Capitãomórqueem terra fosseestarem suas casas com os Capilâes , em udassetoda genle terradescançarefolgar, pois a cidadeera sua : lanlo

como sua propria. O Capitão mórlhç disse: « Senhor, bem sabeis 00—13«mo som grande teu amigo, equenom na com no mundoquenom»faça porteu serviço , até gastara vida compriudo a tua honra . Mas o»

«quemepedes no cousa ':defolga , ouqueeu nom posso fazer,que»

cqueserá perdertempodo caminhoquevou, «quetanto mecumpredarboa conta a ElBey meu senhornemdeixarey ira gentea terra»pornom tam em males , *queBeyqueel les fazem, dequeninguem

ados teus mehãodefazertquoíxumewpara eu os castigar; eportan« lo, como meu amigo, folga com oqueme mym lanlo cump

're. AoqueElRey m pbndeoquefossecomo quisesse, dandolhemimos abraços comquesedespedào, ecomo foy em tem o Capitãomórfoy com elleaté praya nqueo louca no seu bale] quepera isso estava conoqrtadodeveludo cremesym com estrado esuariqua cadeira com almofadasdebrocado, 9 lado lhemandou leuarporqcasa , a esetornou â nao ; eos Capitães com sua gentelouçâos farão acompanhando Emey até os pagos com

'Fal ta ml copiada A]. Idem. Idem. Idem . t lbe oonunnu E!

M ! Ai. o n hm, o tinha partido . Aj . Fal la uqMs . du i. Idem.

'.lúem . Idem . «queixa .»Ai. .

ydeepedindo-ao com muilos abraços,e o Capitão Moro acompanhouo Ai. u uuí bem concertado . Ai.

"280 DO ! VASCO DA GAMA , ARNO DE

as u'ombetas langendo, eoodospedio oom muyh a hoom -eu e tomád'oás um . . E u o Capitão mórmandouquesomen lemandassem tem com

pmdorosquecompram para agenteoquehouvessem mister, uepornenhuma maneira nada tomassem sem pagar,quebem sabiaqueEIReyhauiademandarquedenada tomassem dinheiro, oquemuylodecentessem os compradores . ElBey mandou apregoarque as cousasquequiaesw il venderas posassem ás portas , eque nom tomassem porel las dinheiro aos Portnguezes , poporqueel le tudo lhe '

: mandaria pagar.EIRey mandou a cada nao emrauelas tanto comera k i lo ao seu

costume, queauondou toda agente, emaytorefrescode verduras , oque . sempreassy faz cadadia . em quanto aly es leue armada,quefurão tres dias, emque [a 'delençade tomarmuytos tanques ,queElRey Linha mandados fazer, que'

o Capitão mórmandou pagar, comquemuylo (olgou,queera grandebom auiamenlo pera armada , emormentetomou para as naos grandesda carga , porquedesocupauão o grande Ingarque tomauâo as pipas , os quaas logo forâo chaos d'agua, esetomoude let ra lodo oque hauiâo misterque foy muyto breu para o com ímen todos pendores ,qmuyto caíra , comquelogo se(in tãomuylas amarras para toda armada, eoutms cordas ,que com os pelrechosde oc íosqueos nossos armarão em lem . emuyta gealequeEIRey mundanadar,quedenoiteededia lmbalhauào, selei:grandeabastança , " comqueoCapitão mórlogo ordenou partir-se, porquesuavinda aly nom fora senãoporverEIReydequeera tão grandeamigo . Eordenado o dia dapartida, nom quis ElReyque o Capitão mórfosse a terra a sedespedirdel le, mas elle ' sequis virdespedirdene denlro 6 nao, porlhe fazermórhonra. « evoo : com todos os seus com grandes festas eprazeres ,que o Capilão mó: m beo com trombetas; e alabales , esalasdemuy la anolharia . edecoo « abaixo aobnroo o tomarpela mão e leuou acima, onde : ahiviario logo os Capitães sedespedir, ondeÉ l

' Falu no codieeda Aj . *opagarin Aj .

' Palu no l s . da à j . ' c to

dos oadiu lu in Aj .*ne logo o Ccpilâo l orordenou paM porquesó t li

“WWW. E ordenado odia c A]. º o o fa índodealm à u o o Aj .' Pal la no wdim dpkj . ' : odeeeo n lom —lo no h n o, e leoou «-Aj . " se

res, e' A] .

288 DOM VASCO DA GAMA , ANNO DE 15 03.

quo maios,que sencauão fazendo prestes em Lisboa quando Dom Vasco partio,que partirâodepoisdous moms . En Capilio mórEsleuâodaGama, paren tedo Ca pitão mór: os outros Capitâa Vasco * Em a

dcs : Tinoco, Buy Lourenço Baum , Diogo Fernandes Peteira, JoãoFernandesdeMello. Nestes nauioa vinha AntoniodeSaldanbn ordenadopera nel la iranda d'armada no EstreilodeMeca, o nomveo poradoecerao lempoda paçtída .

'o O Capi tão móresteue corda pairando atéqueEsteuâodn Ga

ma semeueo no esquife, edeitou fôra, ese foy ao Capitão mór. Oqueassi âmrâo os outros Capitães , « com alguns homens honradosquevinbâócom el les . O Capítâo mórosreoebeo com suas honras , e lheoonlárãoquelrouxerâo tal tempo,que anaqua aohârâo con trastesqem temporal atéchegara Moçambique, * oude lomârâo agoa a lenha, ; evinhão assi

pressa porchegarMelinda. . Comque houvemayto prazeremtoda a armada com cartasque lhe lrouxerâodequemdesejauâo, eassimuy tas cartas d'ElBey ao Capitão mór, emque segastou tododia atétarde,que os Capitães se lornârâo seus nauios, arerecolherão seusesquiícsn o forão seu caminho, ebíndo no golfâo, lhedeu muyto tempo,

“* comque o marsemuy lo aleuan louu comqueas oarauel las cor

terão com toda avela, porqueo maras alcançam) , queera â popa,_comquedeixârâo a armada” ; O Capilâo mór, nomm do as caranellas ,bia agastado, omndo a quehouvessem . algum desastre. « Fay o tempo abonançando, o as mn uellas u forão tomar(em emDabul , ondemoblerâo as velas latinas, «e concertárâo melhoria, . e sorgirâo emhuma bayn abaixodeDabul pera Goa, ondenom sayrão terra ; eviet ão muytas almadins veroqueouviâodos nossos nauios, e trouxerâoa wader galinhas , âgos, ouos , oque lhe os nossos m uio com violemde prata , e lhedanio seis gal inhas porhum vínlem . Estiuerâo dousóias ,

"« eaepnrtirão logo aqlongo ; da m . : Am m ada toda junta

toy tomarlem em Dabul , e logo com ode longo del la, sómenle o nanio deJoão Pom ada deMel lo,quedesapareeeo assi correndo a costa

Fal la na copia da Ai. . Eswváoda Gama eoutros se farão ao Capitãol ou

'

Aj . Fam na copínda Aj . Idem. Idem. Idem. c cdesappuecerào A]. Fal ta m oodicedl Aj . n ella Aj . Pona no Ms . daAj . t epurtíram ao longo . Arch .

DOM VASCO DA GAMA, ANNO DE 15 02 . 889:

Com as carmen»viado terdous nauios a assi a garradosdo vento,o hií o todos em companhia, e hindo asside noite a armah seuí ver, »passam largo ao mar, nemdas caranel las nom vi rão mais'que o foro] ,"

efarão após elle, cuidandoque era naode Mouros para a tomarem,

amanheoendo,quevirão a armada, »Iorâo todos u lnar» a Capilaína,e correndO '

assi ao longoda tem , tanto áuanle como Angediua, virãotres velas ao longoda terra. Aoqueo Capí lâo mórmandou as catano!138 ; mas el las etão fustasdo ladrões, 'que à vela eramo se acolherãohumrioquesechamam Ouor, ondeestaca hum m uroqueas armaua,o era cossairo no mar,que se chamaua Timoja. 0que todo oónlou Gasparo lingoa ao Capitão mór, «equeeste mouro fazia grandesroubos no marem

* todo quanto achauan eque o mouro era estrangeiro,epagam partedosroubos ao Rey de Garçom,que era senhorda

O Capitão mórsotgio sobre orio, emandou Esteuãoda Gamacom os baleia aorio com a gente prestes . E entrando norio achârãohumas tranqueiras ,deque lhe tirârão oom bombardinbas eM as . Os

nossos a yuda em terra, os Mouros logo fogírâo, e os nom poserãofogo 68 mas , .queestauâo varadas , . eno

'riou»carregadasde fazendas ,que todo _ardeo. * As atalayas semetterão porhum esteira, perondeos heleis nom poderão vir. »Então o lingoa &nsínou outrorio porondeos bateis (nã odarno lugar,que era grande, emque estima muyla

gentedepeleja, emque os nossos darão, edeque logo os Mouros [ogitão, eo lugarficou queimado o oom quanto tinha, . comqueos nossos , sem nenhum perigº, se lomárâo ás naus ,que logo « se &zerão a

à vela, e ao outro dia cbegârão ao porto de Batiéalâ, onde eslauâomaytas naos de Mouros , « porqueeste porto em de grande carregaçâode arroz, ferro, açuquere,que corria portodas as parta da Indianu Já aqui se sabiadoque os nossos fizerão em Onor, n se

ordenârãoquerem defenderaos nossos ca lada dorio, assentandohumas bombardínhas em huma muralha,que tinhão em hum morroque hauia sobrea barra. Aoque o Capitão mórmandou Esteuâoda

Demenos no Ms . da Aj . . salvarâo todos . Aj . Fal ta no maicedaAj . Idem . ldem, 'que tinha Ai. Omiuido da A] . 0 0

Capitão mórsere: . Arch. Falta na copiada A] .'

ªquízerào t Ai.rom 37

290 DOM VASCO DA GAMA , ANNO DE 1 5 02 .

Gam oom os hateis egenle armada , eoom h maréquem hia enlrouorio, sem '

o poderdefendermuyta gente «»u aoodio, quedo outeirodeitârâo muylas pedms sobm os baleís ,que chegando a lem darão emhumas estancias ,quelíuhâo feitas os Mourosdas nausqueestacio carregundo , osquaes logo fugirão, Ba ndo grandemultidãodefardosd'arroz;ed'açuquom ,que tinhão pera cam , 0 se loruárão aos balois pera hirem ao logar,queeslaua polorío acima, o hindo para lá , hans Mouros.de terra»lhedisserâoque nom « fossem fazermal , porque el les hiãoªo Capitão mórcomrecadod'ElRey ,que lhedana obediencia . Então Es.leuãodaGama mandoubum homem com os Mouros , veroqueo Capitão mórmundana . O Capilãomórn endo híros Mouros , :eem ontouem sua

cadeiraguarnecidade veludo m mesym e alcatifadebaixo Entrando os

Mouros , hum delles , velho honrado, tomou os 1%ao Capitão mórperalhos beijar, dizendoque ElRey deBalicalâ sequeixaua mandarim fa

zerguerra em seu pono, sem primei ro suberdel lese lheobedecia ou

nom ; «umas jáqueera feito, nom fossemais, porqueel le[ariª quantomandassm O Capitãorespondeo : «Se isso ho verdade, porque nom»«mandou pôrbandeira branca sobre“

a barra, antes mandou genteque»apedmjassem os baleia,queos nomdeixassem entrar?Poloque elle

«mereceu oque1hehe feito,quenom henada pera oqueserá , seesse« seurecado nom comprírumuy inteiramente“ queeu nom winba»

« com.tençãode lheIzzormal , equando achey guerra amandey fazer,

«queesta armada hed'ElReydePortuga l meu senhor,que hesenhor“n do marde lodo mundo, o eassidetoda esta costa. * Poloquelodos osrios e portos «que liuerem nauegaçâo lhe hãodeobedecer, »epagarparcas para as suas gentes,queandarem em suas armadas . E»

eslo_sômenleporsinaldeobediencia, pera com isso seus portos seremtranças , enel les bauert ratos eseus prouehos seguramenlen nom lra—xundo pimenta, amem trazendo Rumes , nom híndo ao portode Ça

« lecut , porque « pon qualquer destas ª lpes .»cousas , as anos em»

«queseesteachar, serão queimadas w om quantos dentro nel las se»

Fal ta na cºpiada Aj . Idem . « (it em o Ai. Fal ta na copiadaAi. Idem «de lodo omardomundo . A1 Fal ta nacopieda Aj . ademvagações lbe bioda n u pareas pam es mu gemes , em sinal de obedieucia . Aj. Pala na Copiada Aj . Idem. Idem.

202 DOM VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 5 02 .

c c logo os Mouros lhoderão como compria ,que o Capitão mórmandou muyto bem pagan a seu dono, m omquea nao ficou bem emf

masleada, com trabalhode muy tos otíicíaes , em poucos dias . No qualtrabalho estando, veo humdia amanheceu huma nao grandede Calecul

,quevinha de Meca com muytariquesa, e topou com as carauellasqueeslauâo ao marem vigia.

« Na qual vinha o donoda nao,queera o principal mercador, emaisriquoque havia em Caleoul , eveodemarem fôrademandaro MonteBety . As carnuel las fotão ellae

iizerão xit e sorgié idulo do Capilâo mór, o qual sabendoqueera deCalecut, mandouque fossemroubar. Aoquefoy gente nos baleis ,que todo odia tiuerâoqueacarretart pera as naos , * atéquede lodo[icon vasia, edefendeo o Capitão mórqueninguem tomasseda nao ne

nhum mouro, eentão mandouque lhepomssem fogo. Oque vendo o

capitãoda nao, bradouqueo lm ssem ao Capitão mór, * porquecompria pera mny lo bem. 0quedisserão ao Capilâcrmórp eelle o man

douvir, * o qual sendo anteo Capitão mór, lhedisse: Senhor, »nom ganhas nada em nos mandarmatar. Mandanos meuerem ferrosc leuanos a Galeonl , e se ahí lenão carregarestas nacedepimenta e

« drogas, sem porissodares nada, então nos podes mandarqueimar .

. onmquenom percas tamanha somaderiquesa portão pouca cou« sa como he

,malamos ; n e olhaque na guerra perdoão aosque se»

«rendem, e'

pois nós não pelejanws, umda virtudede caual laria. » OCapitão mórdisse: « Vinos baucisde serqueimªdos, porquevós outros»« aconselhasles ao Rey de Calecutquematasseeroubasse ao feitor, e»« Portuguezes ; e pois lu has lào poderoso 'uem Calecut, que leobri- n.« gas a medares carga de graça a estas nm digoque porcousa»«deste mundo nom *doiúru de tedarcom morta ,

'

se [antas le»«podessedar. »E mandou tornar

,o mouro â nao,

* eque lhe "

dessemfogo . 08 Capitãesque estauâo com o Capitão mólj c lhe forão' ámão, sn dizendoquenomdeuiude quererperdêr[amanhariquesa como

aque logo osmourosderâo mui bom, eo Capitão móropagoumuito bea u

Aj . a eestanda emas lando a movcyo humdin amanheceu . Aj . veinquevinha o mesmo donoda nao,quem o maisrioo mercadorque tinha Celecot

Aj Dem os no Ms . dn Aj . Mem. : m tesí, elle Ihedissezo á j .Fal la no Na.da AI. Idem. odeixarey Arch.

'º Fal ta na copiada Aj .

DOM VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 5 02 . 293

o m uro dana , pois com os matarnom fioaua feita vingança de Culecut . O Capitão mórlherespondem « Senhores amigos , whom ve-n« jo oque dizeis ; mau todos osque oobiçâo a fazendade seu imi- x.

« go e nom sua morte, en ão contra su

'

a honra e vida, e oque»« seu imigo poupa; às suas mãos moura « (dizem as velha ) e se»

« bem olhardes razão, sem lembrança doque o mouro promelle, »n ós lhehireis pôro fogo .

”. Seesta peita fossepara nós

,e nós hou- n

«resumosdeviverna India, bem a podíamos louuraoriscoquede u

« pois 5000110866 ,queeerião grandes males emortosquepadeceriamos n«quepois este moúro he tão poderoso,quedá tantoresgate porsua»« vida , nom lhefal tarádepois poderpera lomnrnos Portuguezes wingan- n« ças . Aasique claro estáque tomando nós agora esta peila, pagarãoemdobro osquedepoisdenós cá vierem. Noquegrandecontadaria»mos Deosde lhedein m os tal encargo, porqueestemouro,quetão

«possantehe, nom lhe faltarãodepois ajudouros ªdequantosMounosbin« na India . E n portanto sabayque:»este imígo nom hade ficarwind,porsegurarminha consciencia ; aquenós nnda temos ganhado nesta

a terra porarmas , sómentecommodosd'amígos ,quefam nos , estas gentes nos agasalhâo. Caleout nos tem muy to ou

'

endído, enos merece lhe»« fazermos lodo o mal ; eseporesta peila sol taaemos os seus Mouros ncá . »«ramos ínfamados portodas estas partes) oquevendemos as honras por»« fazenda , eCalecul , sem nenhum temor, cada dia nos ol70a eportanto :»a oousa sua a quepossuíam mal lho heydefazer. Emandoudarfogo á nao equerendosesayros Portugueznsque inda andauãobuscandoqueroubnr, os Mouros lomârão as armas ,que os nossos lhe

nom tinhâó tomadas , e semeuorão com os nos us â peleja como homensdanados morle, ema lária eferirão outros , comqueos azarão sal tarnomar, porqueandauâodesaf inados . E os Mouros corlãrâo amarra â naoporhiram lera terra, ou com algum nauio, emquebemvendessem suas

mortes ; aoqueacodirão os baleia com gentearmada, que os Mouros ,quepassauâodesetecentos, fizerâo granderesistencia, a queetão valentes guerreiros ,quenomduvidauâorenderasvidas fem , antesqueao tormentado fogo.

mu m mpiadw . mem. Idem. . Bm V ívo c Aj . 'paraa vingança . M . à m im t Aj . Ful la no hls .da .A] . Idem. : assim

Aj . Fal ta na copiada A] .

2" DOM VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 5 02 ,

Francisco Marcoos , vindo a naodos Mouros lerjuntodo seu M aio ,

«mandoudarhum cabo na nao , e chegou ao naum,. comque os

Mouros Íolgârâo,quedenodadamenleealràrão doutro, polejzndo tãorortemenlequesem duvida lomârâo o nanio, se lheos baús nom aoodirãocommuy la gente,quem uit ão todos os l ouros . O Capitão mó: aoodio

u em hum . esquilo, emandou say: toda genti»fôrada nao , eman

dou aos baleís ,quecom falcões e berços «que Bahia, . m mno fundo . Oqueassi toy feito , "eBeirão os Mouros nado,que os

baleis andàrão matando ás lançadas . Aqui seaoneoeoque hum mouroque andam a nado, achou huma l ançaqueandam n'

agoa, e tomou,

e se eslribou n'

agoa o melhorque pôde, e fez arremessode lança emhum bale] , comquepassou hum gromelo eo matou. « E poristo pacrecergrande cousa o esm uy . »

0 feiloremuy los homensdeCanauorjá aqui eatauão com o Capitão mór, ooolandolhedos grandes bensque lhe fazia ,

ElBoy de Cananor, o como 0 Roy de Calecut polejana com ode Coohym porque lheentregasseos Porluguem . Tumbem ªqui lhevoorecadod'ElBey ileCananordevisita'

ção . E pora nao já seracabadade concertar, o Capitão mórsekz áwela, e foy ao

lportodeCammo]; aque fez grandesalua .d'artelharia, onde o Capitão RuydeMendanhaveo ao Capitãomór, «'que lhe tez muyu honra, porqueo feitorecodesdisserão del lomuytos bens . c Logoveo hum Rmdord'ElBey , perquem lhemandoudimuquo logo naysso n em o terra, odm mriz, eambos falarião cousas quo muyto oompriio. O Capitão lhe mandou sous

agradecimentos ,dimdoquo n o diaqueSua Al len mandassehiriaterra para o ver, e sentirem tudo oquemandasse; masqueirlemadewansaro nom podia m , ;mquo seudoscanso ora no mar, polocostumeque já tinhade andarno .mar, e agora muyto maisque hauiu d'iraCaleout low ElBey hum presente,quelhe trazia « polobom gnsalhado que fizera Pedraluam Cabral .

Fal ta no Ils . da A] . « no sen o Aj . Fal ta na copiada Aj . Idem.

Idem. c c tambem aqui o mandou VisitarElEey deCananor; eo Capitâose fez pera lá vel" Ai. Fal ta na copia da Ai. Idem . oquediziaEmap Ai. n o m u. c oquecompriu Ai. .queordenasseodiaquaqueriaque foasea lem pan w ira S . A . ; poremdm nçarlluºque tinha m Ai. o polo bemo Aj .

206 DOM VASCO DA GAMA, ANNO DE 15 02 .

oomsigo . O qual , antesde se assen tar, fez sua mude cortesia ao Prin.cipe

'

, o qual meuendo espadadebaixodo braço, tocou a mão diteincom ado Capitão mór. E falando ElRey , lhe perguntouda sauded'ElBey eda Raynha, 'de seus filhos e Reyno. Aoque o Capitão mórtudo lherespondeo comodeuía, com grandes anondançasdecomprime!»105 , e beijando huma cartaque traziad'ElRey lhadeu com grandemesura. Deque ElRey houve prazer, « porque lhe pareceo grande bemo beijara carta, porque 08 seus tambem o 111u gabarão. ElRey

menso carta no panoque traziaderredorde sy , etomârão prauacadascousas passadas ) uesobreos malesdo Calecut, que haviadefazer:quanlo mal padesso, n ebauiadedeixararmada na costa para lhetazertodadestroição em seus portos ,quo cousa sua nom hauiade andarpolo mar. Portanto el ledeuiademandaraos mercadoresquenom li nessem praçaría com osde Calecul , porque nom perdessem com 311435 .

e

Com oquetudo mostrou ElRey muy lo prazer, dizendoqueem todo el le'ajudan'a * efaria como cousasde seuproprio irmão,queassi 0 linhaassentado em seu coração com ElBeyde Portugal , etodos osque dellesdescendessem, oque assi iufana porsua cabeça , e porseus olhos, epola barriga de sua may , emque andam , e pola vidade seu Principe; e assi jurando locaua tudo com a mão ” Em quanto « assi .

falauão, « sempreo Príncipe esleueem pé dianted'ElRey , sem nunqua falar.O Capitão mórfez a ElRey grandes eoomprímenlos *d'amísades

porparted'ElBey nosso senhor, dizendoque os Reys * e grandesPríncipes'de sanguemak erassi o fazião hans com OUU'OS , * e. l inhâo

verdadeiro amor, everdade * sobretudo,que he o mórprimor, equemais valque seus Reynos. Então o Capitão mór* lhe apresemouque lhe ElRey mundana , «que farão se is peças de celym e-veludos de cores , e huma peça de brocado, e cadeira e almofadas debrocado, e huma espada d'ouro e esmal tes , (ellade

'

sua feição” comque ElRey houvemuyto prazer,, eesteue olhando os esmal tes , epet

0 0 logo o CapitâomórreBpondeo, et Aj . Fal l. nooodioedaAj t equehauiadefazcrCalecuh Aj . Pal la na oopiada Aj . . ouAj . Idem.

Idem . uesteueo Principeempé c Aj . Bal la na copiada Ai. « grande " Aj , c ec Aj . Demenos na copiada Ai.

DOM'

VASCO DA GAMA, ANNO DE um :'

297

guntouquecom era. O Capitão móf lhodisacquenquil lo sefaziada pedrariaque leuauâoda India,queos ouriuez sabião fazer. ElRey mm

dourecolhertudo, edeu ao Capitão mórhum col lareduas manilhas e, dez aneis , tudo «de muy lo pm :» para K ayuba, epera el leoutrasjoyas t iquas ; comquesedespedirâo, eo Capitão mórsetomou á poucaçâo, H e logo semetleo nos bateis , eseíoy âs naos , hindo no seu bale!com toldodeoetym cremesym franjado d'ouro, ea bandeirareal sobreotoldo, dedamasco branco, a cruzdeChristus , atrocel ladadefio d'ouroCapitão mórdiante, e os outros bateis após elle, poracatamento,que

chegando às naos lhetim ão salua commuy ta artelharia,que todo o Reyfolgoudever,queestenena praya olhando.

O Capitâo mórtrazia emregimentoque n aqai eem toda parte,que; houvesse tratodecomprarevender, assenlasse lodalas cousas ospreços , peraquefossem firmes , peraquenunqua' houvesse novidadesdeabaixar, o aleuantar, anoquemes a com prazerd*ElRey , edos mercadores . : Poloquebancado informaçãodos pesos e preçosdecada cousa ,assida venda, comoda compra, ' com conáelhodo feitor «edoHugº:!fezdelodo apontamcmlo noquepareceo justo ebom. Então mandoudízera ElReyque u mhaquefalarcom el lecousasqueoomprião , asquelhedêssedia pera bit a sua casa, porquelogo sequeria partir. EIRey lhemandoudizerquea sua casa não fosse,queera longe, mas elleviria, comoveo, ao outrodia à mesma casadeprimei ro a com suas honms . Ondelogo veo

'«do maro Capitão mórnos baleis , efoy a casa , ondecom

mas cortesias sereceberão ; e falando oque queria, «queem todohouvesse preços assentados , epera sempre durassem, porque nom houvessedim ças e nouidades . Oque pareceo ElBey muyto bem, e

mandou viralguns principes mercadores naturales estrangeiros ,quetodos falârão epraticárão em todolos»preços epesosdas mercadorias ,e todo toy escrito porseus escriuâes , «eem todo se tomou assento na

boaval iaqueantigamentel inhào na terra, assidas suas , comodas noso muy lorico lvA1 «'e semetleo nos boteis efoí às naou Aj . o on

deu Aj. “ o pan nâo auen Aj .'Dc meuoeno oodioeda hj . Idem.

'quem falhb lhe, c u Ai. Pal trm copiada A] . Idem . upcsos eprocolcertos nas cousas , oquepnreceo bem ElBey , em dou alyvirus mercadores ,que todos pn tiarào non A]. « oquem ontaram . Ai.

t om :.

208 DOM VASCO'

DA GAMA, ARNO DE 1802 .

obs assinadacompras e m udas ; ehmbem o CApxtio môrassinon . Bo treslado lenou o foiloreos Bcgedores . Oqueassi noou tirmeo estâ hojeemdía ,e estará atéqueDeoaqueán . « E o Cnpitâo môrmuyto encomendou aElRey o gengiure, porque tinha muym mos . DoqueElBey semaytoencarregou, n egando ao Capitão mór,que quanto pudesseseesbusassede pelejarcom a armada de Ca out se o foesebuscar, porquenom vinha senão com traição de fogo . a 0 Capitão mórlhedissequeel le havia de Iam a Calecut o malquepodasse, esea armada sua o

viessebuscar,que folgada, porqueesperana mn NossoSenhor;quenel lalomarit alguma vingança, daquedesejam ” comque sedespediocom sin s cortesias .

Ereoolhido ás mos, houveoonselho oom os Capitâee, c am lou

aparlararmada ªoquesemm oon

'

esseo a oom fu endo guem a lodolos mueganles , n sómenteguardaros deCan not , Cocbym e Coulâo ,

»porque estes deGam erhauiãode low certidão assínúda polo feitor, com ElRey lhedarsua ola, porque o feitornom os conhecia, eoutro tantorufião osdeCoobym, eosdeCoulão n mandaríâo aCochymtomara certidão, quo el les chamauâo cam . 0que todo o feitorfoynotificarElRey, oomquewuyto folgou.

. Entãu o Capitão mór, fez Cnpitio mórda armada VicenteSodré , '

u aque hauiadedeixara armdaquando sefoese. n E fez feitora Gonçalo Gil Barbosa.que estaua em Cochm auporque pera Cochym vinha .prouido de feitorDiogo Fernandez Correa, : deixandolbelogo aqui muyta fazenda pera Mro gengiva, “ 'que oGozil hauíadefazervirâ feitoria,qm E c y assi o ordenou, edez Naimadeguardaque sempre acompanhassem o feimrlodo odíam fossem com seus m

cados onde os ellemandam , 0 m i bum escriuâod'ElBey pera sempreestarcom o feitor, para lero aam rtodalns '

olas , oque hauiadeserperesoríuâo posto porElBeyque nom faria falsidade. E ao 60

l i! porterbom cuidado do gengiure, o leilorlhej auiadedarem'O n iuido nooodioodl à j . Nem. Idem. opcn oou'erbAj . u no

m leu ' ldnm.

' ldem.” Pal

ta wda esu impom teeenem m mn m oodieednu.

oo Dox VASCO DA GAMA, m omaum .

maytas vezes o fulana corâ os sons . Edeixando o Ctpitâo mórtodo assibem ordenado, se guandoudespedird'ElRey , esepartia pera Calecut .

CAPITULO VI II .

«mm o cu n l o noa cort ona n u m numca l'cm os nn cu eca ,

x no nu. enssmmçl o 008 LER ?O ! m m, 8 nox u so

na mmm : oca sa w .

0 cm ú o mór, chegando a Calecut, houve paixão, porque achou o

porto despejado,que nel le nom hauía nada emquepodessefazermal , .porque sabendo os Mourosque el le vinha, todos fogirâo eesconderâosuas naca o zambuoos polosrios ,que souberão oque o Capitão mór(izera em Onor, eBancala, e oque fizera na nao do Monle Dely ,queera dehum irmão deCojeCacemo, leitordo mard'ElRey deCalecul .Rey .do Calecuu com pensamentoquepoderia pairar,que 9113

p ilão mórIhe nom lim se mal , chegando a armada mandou hum seu

Bramane em huma almadia com hum pano branco valado em humpão persinal depaz, oqual Bramanebia vestido em hum habitodefrade, dosque em terra matârâo, echegando 15 nao ped ia seguro peraentrar. Oquesendo conhecidoque nom era frade, uporqueo Capitãomórlodos eslauão ledos cuidandoqueerados nossos frades , evendoque nom era, o Capitão mórlhedeu seguro, eo mandou entrar. Oqual disse ao Capitão mór: Senhor, eu mevesti neste habito porque»«menom tirassemdas um ,

e viessedademuy bomrecado . QueEl- n

Rey temanda dizer,queaqui ondeestás te quermandardozeMou“ mª “ u qua lem presos ha muyto que Íorâo os principaesque»« lhe íizerão fazeros grandes errosquetem feitos , comqueestá tão« deshonrado. E com os Mouros temandavintemil cruzados ,que lhes »el les lomou para pagamentoda fazendaqueroubárâo na feitoria : e»

« isto faz por36d sua honra, eque contigo nom querpu nem»

«guerra, equesequísem ,que logo isto mandará, ' : tantoquevir« luareposta . " O Capitão mórficou muylo agastado,queentendeo

'ªdel lec j . ª h h: no Ms . da Aj . ' o se lhedw licen çx-Aj . ' De

menºs na popínda A] . s Mm .

DOM VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 502 . 801

maldnde, dissimular] ; emandou ao Bramanequeeeoreuessó reposta, «que pm isso tra ia ola , o o Capitão mórfa ola peruElBey , lhemandou dizer,quemuyto folgaua, pois se conheciadoerroque fim , e pois (azia justiçade quem lho lim a fazer, isso fazia como bom Boy ; e

ª. aoque lhe mundana : tomaria ;quedos

Mouros lhe pecamque etão poucos dot; muytoeque o mal Bzerâo,que mais folgára com el lesque com o dinheiro, porque no MonteDaly umeimâra elle hans poucos que lhedauâo deresgale laulodinheiro, como el le já saberia ; oqueesta era suareposta ,queelleEm oque quisesse, porque seu frade, a quemandâran licaua

aguardando até virseurecado. E com isto mandou almadía, emaudou bem arrecadaro frade.

O Bey ao outro dia mandoudizer«n pola propria almadia oqueos Mourosque tinha pera mandarquedauão porsy outros vínlemilpardaos, se quisesseque lhos mandaria. Capitão mórnom quisresponder, porqueperdia tempo . Então mandou chega:“ n iadararmadaa terra, e todo odia até noiteesbmnbardeou a cidade, comquelhefezgrandedestroiçâo, enom quis tirarmais polodanoquerecebíão as naus ,quehauiãodehirpera o Reyno. Enlâo seafastou para 0»mar, emaudou a Vicen teSodréqueficassesobreCaleoul em huma nauela deDiogoFernandes Correa , eBras Sodré seu irmão na naueladeRuyda Cunha,e em outra naueh

'deJoão Fernandes deMello, Perod'Alaideseu parente, e com tres onrauel las , João Rodrígm Badarças , Antão Vaz, Antonio Fernandes Roxo ; enestas seisvelas até duzentos homens, emquebauia muytos bésteíros , «'queentão hindu nom hauia' espingardas, e

l hesdeu mais molhada emunições .

'

Noqueassi estando o negoceau

do , viet âodemarem fôraduas naos grandes, e vinteedous zambucos e

'

pagerea,que vinhão deChoromandel carregados de arroz,queMouros de Calecut lá tinhão mandado carregar, «porvalerlá may tobarato eganhauâo muyto, ex

'

íerâodemandaro porto, cuidandoqueosnossos, se fossem vindos , ii estariâo em Cocbym, e não em Calecut.

mas haueodo vista del las a nossa armada , as varandas [M ão el las ,

Fal ta no l l s . da Aj. ªl

g oque lhemandasse, ec Aj . n inha el lequeimdo um nãode mouros . AI. Fal la na copi: da A]. Idem. Idem . .

ª l ªrm .' Em .

' Meu “ neu l j .

302 DOHVASCO DA GAI L ANNO DE IM L

u mas . « K ouros nio podeú o togir, ' oevinhno oarrepdoe, . ewlrouxerâo uo Capitio mór, ' n e todoo am inârão ; . onde seisdos n m.

dm oqueerão do Cananor, ' udmodo o nomeóo íeitor, ede lluydel ondanh , ed'outroePortuguewc, oomque o Capilâomórfolgon JEntâo mandou aos baleisque foescmroubaros pagemque erão dm , eas duas naos , emque todo aohârão arroz, ' c emuy laa jçm sdemanteiga, muylos tardosdeoroupa.

'o Enlãm tudo istoreoolherão aos nanios , ' aea genle

lodadas naos m ndes , -emandouquerwolhesaom o am zquequmes':que lomârâodequau'o pageres ,quovasárâo,quenomquiserâo

M & à m o Capilão mórmudou a toda a gento oortarns mãos eorelhas , enarizes, e tudo isto wellerem bum pagar, em oqual mandoumel lero frade“ numbem sem orelhas uem narizes , nem mâos ,quelhasmandou alan ao pescoço , , com huma ola pera ElBoy emque lhe diziaquemandasse fazercaril para comerdoque lhe leunua o seu frade. E a

todos os negros ": assi justíçndos mandou ahros pà porque nâo tí

nhâo mãos pera seúesn larem, o porqneso nomdesalm em oom osdenlas com paos lhemandoudarnelles,quenas bowas lhoewalterio pordenlro, efarão assí oarregados huns eobreoutros emburílhados no sanguoque delles corria, o mandou sobroellesdeilarweiras o ola seocam lhemandou: darasvelas pera tem , oom o fogo posloquoerão maísdeoílooentos l ouros ; e o pagerdo frade'ª o oom todan s mâos eorelhas ntambem à vela para tem sem logo, oomque logo Eorão tern erra,onde aoodio muyta genteà apagaro fogo, e tim osqueablúrio Vinos ,

. comque íimrão seus gmndas prantos .

G frado foy anleElBey , -as molhem ow parenlesdos morlos fam grandes cmmom l '

udo hm ho maldoquedtem uw

* N WA]. ' Falu no l s . da Aj ' Idem.' tdísserioo Aj . “ Deme

m no hla da Aj . 'o m wim o muiu t u.

* Demenos n eopinda Aj .' ldcm.

' uquevasarlo deqmuo pugu'eu Aj. " c umbem nn mesma fórm , e t s mâm nudu no pa eoçoo Aj. " o t hdª os péo o aem m , eporqueos nâodm usecm com oodcnm , lhemmdouw neua oom hum pôo,quepohdeíuvam, emandon cobt i-Ion oom a tdru , o m don o kj. ”Wu m h dlAi.

“ Idem.“ n ou Aj . Fula no l l n h hj .

BM DOM VASCO DA GAMA , ANNO DE 1 502 .

fazeraos deCalecul ,que saúdo por01168 contado, fez gra deespantono pono , dimnda lRey muytos bens poh boa puquem ma ooui

os Portuguezes ; comqueetão liuresde taes males . E mandou o Capitãomóra VicenteSodré,quedeixando os pagem em Cananor1 86 tornasse logo e [ossec Cochym, fazendo todo o malquepodesse. « EVicente Sodré tornou Cananor, e o Capitão mórse partia pera Cochym.

Neste leyto .destes o pagem se acaeoeo hum caso, «quemepareoeõrazão nom Barem esquecido. Quevinhão nestes pageres alguns Mouros deChommandel m aturaesn osquaes vendo a justiçaque se fazia,que a alguns euforcârão polos pés nos pageres '

: u fo

t ão peru terra, ondeassy pendurados o Capitão mórmandou aos besteiros .queos asseteassem porqueos vissem na terra, equerendo assifazera estes deChoromandel bradárãoqueos fizessem Christãos , nomeando Thema, ”que andâra na sua tem ; e isto bradauão, aleuantandoas mãos ao Geo . Oque porpiedade toy di to ao Capitão mór, o qualmando'uque lhedissessemque hinduque se lizessem Christãos , o quetodauia os

'

hauiâo de matar. El le'

sresponderãoquenom pediâo vida,»senãoqueos âzessem Ghrislãos . Então permandadodo Capitão mor,hum clerigo u lhedeu o sando bautísmo, «oque forãmu tresqueme

gârâo ao padreque huma só vezqueriâodinernossa « oração,queoclerigo disse o Pam noster, el aa Maria ,queel les tambem falauâo.

. Oque acabado, então ; os enforeârão afogados porque nom sentissem as settas . Os besteiros tirauão soltas e passauão aos outros , e assenosquedauão nestes tres nom ontrauão nelles , nem lhefaxiâo si-í

m l , ecâbião em búxo. Oquesendo visto woom maytas sol tasquelhe lírárâo pera seaúrmarem, oquesemprenesi toy .que nenhuma ostocou, e sendo dito ªo Capitão mór, lhe mayto pesou, e os mandou

[om 1030 0 A]. Omil lido no Na. da Aj . tdos . Aj . o grave, 0ho u Aj . “ Pal la m il: .dn Aj . b ondependurados o Ctpilio l lormandou:Ai. uquerendo—lhe íuero mesmo, el leu Aj . u niãodesermortos c Aj .« senão baptismo, equedepois oem lm em. Ennio m udou o Capiuo l lor

hum clef ígoquen Aj . o u Aj . wa nt: oração,que o clerigo lhedimPndm Nosok Muril o Aj . . E m iudo . Ai. Pal la no oodioet j .

«eallirmudo-se com muita letta c Aj .

Dºl l VASCO DA GAMA , ANNO DE 1502 . 305

nmortalharematterem seirões , eo clerigo os enoomendou com seures.ppnso, e os deitârâo ao mar, lodos lhedízendo oração porsuas almascomodeGois Christmas ,queNosso Senhorporsua grandemisericordialhe prouvemostrarnestes «quearãm gentios ,que audauão na companbindos Mouros ganhando sua vida.

CAPITULO IX.

00310 A ADI ADA PART“) PERL COCIÍYI , E VICENTE SODRE.

COX SUA ARHADL

TORNO U A CLNLNO I (:O—

I 08 PAGERES DO ARROZ,E O QUE FEZ A BUM

. MOUDO QUE SE PADU A SEM PAGAR DE DIRE ITOS A ELEBY DE CANAM E .

O Capitão mór, querendodarâ vela pera Cochym uneindo ja VicenleSodré à vela, chm u huma almádia a grão pressa com huma : cartad'ElReydeCananor, emque se lhequeixamquehum mouro poss'

an le

carregam em « seus portos , com outros Mouros , oilo naos comque se

parliâo sem lhe pagarem maytodinheiro º«quedeuiãodeseusdireilos ,

nem os donos dns fazendas , com muytas outras onensas ,que,deixauâo

feitas na terradeforças eroubos , dizendo omouroquenom hauia medo a ninguem : e sesaira ndo porto onde lenaua au tres anos suas . 0

Capitão mórvendo a carta, a gemdelença mandou almadia após VicenteSodré, ”arque inda parecia, enel la mandou hum homem seu,dizera VicenteSodréquese nomdeleuesseeacodisse a isto . A almadia,' »âvela eremo , alcançou VicenteSodré , ao qual deu orecado . Oqual , ao outrodia )

. com M iraçâo : chegou a Cananor, estando ,omouro com suas naôs fôra largo no mar, peradenoitecom o lom bo se

partir. 0 qual :. pola almadia mandou dizerElReyqueelleeslaua aly ,eo mouro com suas naos ,que se mandasse logo aly as metteria no fundo ou queimaria ; *queSua Al teza mandasse 0quehauiadefazer.ElBey lhemandou seus agradecimentos quemel ler as naos no fundonem as queimarnom tlzesse, nomdixm em poroutras terrasque os Porluguezes lhequeimauão as anosdos mercadores em seupor

Fal ta na oopiada Aj . n chegou humm»Ai. o aeu porto o Aj . : lhe

dcuião, muym outras cªem deforças eroubos,quedeixado feitas na (em ,

Jaquedizia :»Ai. o logodo porto, lem adolheo à j . Fal l: no Ma. da Ai.Idem. Idem. Idem. uevAj . Fal la nomdioeda Ai. Idem.

t ono 39

308 DOM VASCO DA GAMA, ANNO DE 15 02 .

to, . porque seria sua deshonra ,quo abastaua a mouro o veral y estai“para lhe logo pagar« todo oquedeuessc w Balão Vicente Sodré mandou ª

u o wu esquife. diurao mouro ,que logo fosse a terra 'quemos mercadores , . epagassea ElRey todo oque lhedeum a,quepois eramercadorhonrado, nom fizesse como ladrão, «que sehia sem pagar oquedeuía o porqueel le s era capitãod'ElBeydePorlugal ,que nom

bauíadeconsentirfazer mal aosque etão seus amigos como era ElRçydeCananor, eque c oressequese o achara partido :que até Mecahouverade irbuscar, e lhe queimaras naos ; eque chegando aly , logoa as quisera mandara queimam seElRey lhodeixára ' fazer, epor

tanto logo lim 0quemandava,quefosse pagaroquedeuia.

O mouro houvegrandemedo, eem seubarco sefoy o logo a terra,onde foy u fazersuas contas com o Begedoreoniciaesd'ElRey , epagoutudo, sem ficardeuendo nada, adequetomousuas olas , falando grandesdeshonras contra el les econtra EIRey , comquesetoy embarcarmuysoberbo, acompanhadodemui tos Mouros . armados , esefoy VicenteSodré e lhemos trou n as olas ,que etão certidõesde como tudo pagan , eel leJhe disseque se iam muyta embora, oqual se toy , e logose fez vel la ,queem ovamoda

,

!erra, eporque ncalmou tornousorgirjá longeda lem . EIBey sabendo as palavras iníuríocasquefal lamo mouro " m ontra el leesua may , o mandoudizera VicenteSodré, aqueouvido liarelle, mandou hum bale]dizerao mouroquecomo wíessavia ção setornawo al y ondeemeslaua : ou senom quisessevir

com ça naos abaslauavirlogo no batel ; comqueomouro toy em muytaloruação, enom podendo õ

al fazer: semeueo no bate! comdozeouquinze

"omouros o nwrcadores , com um saccodedinheiro pera p&garem se

lhemais pedissem « porquenom cuidou oqueera. E chegandonao uquísera entrar, mas o capitão lhedissequenom "

“ ou—asse,que com el lehauíade ira terra para acabardepagaroque « inda .u ludo nl Aj . Pal la na copia da Aj . ª ldcql . Idem. Idem . u se fôra

parlido o Aj . o oquisera fazer; Ai. o eassimque iizesse oque lheman?Jana. ; Aj . n a tem : A]. Fal la no Ms . da Aj . . com m arca muy loarmados Aj . as certidõesdeque tudopt gâra, ese?oy embora (u endose àvela .»Aj . vesua Mic o Aj . . comque o mouro se tomou c c Aj . n ho

mens c Aj. Pal la no Ms . da Aj . «queriu Aj . Fal la no Ms . da Ai.E' Idem.

308 DO)! VASCO DA GAMA , ANNO DE 1 5 02 ;

Os Mourosdauâodezmil pardaos d'ouro *que vinhão nom eo,

equelhenom posesse sugidadena bocca . Oqueo Capitão nom quis,

dizendoqueas mercadorias sepagauâo com dinheiro, mas nom '

as [mnrasdos Reys, egrandçs senhores . «E isto contay mós outros , porque« es temouro nom digaque lho funerâo semrazão, porqueodinheiro»crpagamdasmercadorias , eos açoulesdas palauras . E mandouque logosepmiissemf enom estiueseem aly mais , ; equese tornassea falarmald'ElRey ,queo bauiad'irbuscarao cabodo mundo , e esfolarvíuo,o porqueaos amigosd'ElBeydePortugal hauião os Mourosd'adorarcoma cabeça no chão. : Estemouro era' natural do Cairo , e tinha grandelralo perlodolos portos ndo EstreitodeMeca , possanteem maylariquesa «porgrande tratoque tinha : na costadeMelinda. Chamauase

Cojemamemarcar,quedepois muyto emal fez porsua & ingança, comoadiantecontarey .

ElRey licou' muy contentedetamanha satisfação ' desuahºnra,quehomepormayorqueoutra nenhumaquesepodara tomarno mun

dº. e porisso a genteda terradíziâo grandes bensdos nossos , e os

Mouros ficárão muy abatidos . n isto se Íalou muyto pertoda a costa

da India. 0queem Cochym secontando o Capitão móre todos houverão mayto prazer. ElRey mandou ao capitão gt

ªªndes agradecimentos,

emil pardaos d'ourodà mercê, e "'mais queemquanto eeliuesseno

Pºrtº, ou em terra, cadadia um pardao d'ouro pera galinhas pera a sua

mesa. equeestepardao hauerião semprequanlos Capitães fossem no marou na terra,queguardassem seu seruiço, oqueassi ellemanleuesempreeos descenderãou como ojo emdia he, 'f—que todolos CapitãesdeCananortem estepardaod'ElRey pordia pera sua mesa . Oarroz e cousasdas naos epagem foy recolhido « dentro em grandescasasquese fizerâod'almazem, e foy lanloquedas naps inda sobejoumuyto,

“ w 0 feitorrepudio, edeu muy lo del le aos Naima, eservidores e trabalhadoresqueseruiâo na povoação e a troco del le comprouFala na copiada Ai. Idem . Idem . Idem, Idem . n o trata Aj .

u sevingou, como adiante Ai. Fal la na copiada Aj. ldem , nm

ia contouportoda India, eem Cochym, comqueD . Vasco houveprazo" Aj ,Fal la no Ma.da Aj . . seusdm den les o Ai. Pal la noMs. da Ai. vem

grandealmn emque-se fez e Ai. 'que o feitorreparlio pelos Naires , eSeruidonesque o sem iâo,quecada nao tinba u Ai.

DOM VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 5 02 . 309

amiíes ecocos , eoousas pera a m ada , no emquegaslou outra naoqueetão muy grandes quecada huma cam gaua maisdemil moyosd'arroz, . esobejando os dozemeras carregados, e com as naos vazias , tudo o feitordeu ElBey ,quem i lho escrguera o Capilão

º

mór,comqueElRey muyta folgou, eporfazerfesta, mandouvararna pmyaumdos pagares carregado, .que o arroz del le tomassem melhºres po«bras , . emandou pôrguardaquenenhum homem, um moço . tomouarroz, senão melhores , comquedíziâo grandes bens uelouvores a ElBey e aos Portuguezes u eVicenle

'

Sodré sefoy com : sua am adacorret ª a costa.

CAPITULO X.

coxo A AM ADA mason A COCImI , n o cu n io non sn wo .u m o new

ms em as nom que um n z, B no comu m ou cou m s AS

smmu nos pu gos B m naroms AS mm mom s, x cova s 001:

as mmm na com 3 m m zu mronu , coil wmo u w ;

Pnrl o armadade.

Calecut pera Cochym o Capitão mórfoy « fa

zoudo u quanto mal podenoqueachou polo mar, porqueos bateis armados '

corríâo ao longoda praya, ';queera toda limpa , eassi as carauelas comque toy sorgh na barra onde logoda feitoriaveo .o tei lorGil Fernandez Barbosa, eLourenço Moreno eseriuâo, e n os Portuguezes, que a todos o Capitão mórrecebeo com honras eprazeres ,lodos contando as muylas bondades d'ElReydeCochym com tantasfirmam deboa amizade, onde logo veo visitação, "

'queElRey mandou ao Capitão mórperhum seu Naira,deque o Capitão mórlhemandou "

c m s : grandes agradecimentos ., E o feitorse foy a terra, emaudou pi lotosda barra , comque o Capitão mórembarcado nas camuelas

enauios pequenos ehoteis , .»m â vela ; com bandeiras emuytasl . eu m oom osdm -

pagw cam gados mdo o íeitordw a lãlney porm ndadndo Ccpilâo m6f , comquemuyto folgou, emandou na praia umdos pagegen nrhdo o Aj . ' t com guardaqnehomem nâo s á j.

' cdos nosson Aj .—mui

los Portngum s c A] . treooibeo c '

à j . b oonlandolhe bondzde' Aj. u ;

Enna n Aj . " l'alla no oodiceda Aj. ” ldem," Idem.

310 DOM VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 502 .

lmmbelas se farão poloriodentro atéde(rontedas casasd'É lReyL OCapitão mórdeixou porguarda, ecapitãodas naosqueBeauão na barra.Dom AlvarodeMeneses, fidalgo ubonradoquevinha em sua comparDbia ; esorgíndo o Capitão mór, todos os nauios ebaleisque lenauão barcos tim ão salua com langeresdetrombetas e tabelas egrita: ,onde logoveoWSWd'ElRey perbum seu Regodor, e porsertardeo Capitão mórdormio no mar. Ao outrodia toy a terra, estando o Bey* pl

'

eâ la lª com sauestado pen oreceber. 0 Capílâo mórn sayo em

seubate! com seu toldodeveludo cremesym, wuytoricamentevestido, eass i os Capitães , nt e Inda gente. * ElRey, acompanhadodos seus veyoão borda d'agoa ondeo Capitão mórlhefez suas grandes cortesias , E ElRey com suas mãos tomou a direita ao Capitão mór, e chegou a seus

peitos , o quebe mórhonraque lhepodia fazer, eassi juntos se farãopera suas casas, eo Capitão «mórfazendolhegrandes acatamentos .e todosos Capitães elidalgos ; ondeElRey em hum palco seassentouem seues

trado, e fez assen tarjunto com igo o Capitão mór, ondeElRey '

lheos

leuefazendo perguntasdasauded'ElRey eda Rainha eseus filhos , segundo beseg: costume. Aoque todo o Capitão mórlhedeu m ão com suas

cortesias , dandolhegrandes louvores porguandu suavefdadeem tantaperfeição com " tinha feito a ElRey seu senhor,queporisso lheôcauaemverdadeiro amordeirmãos,quepara sempreseriâo, o osquedel ledescendessem, comoveria persuas cartas ,quetiroudehum lenço,eas beijou, e lhe. motteo na mão, . comque os d'EIRey houverãoaquilo pormuy grandecortesia obelgarda m ta e&presenlou ElRey au

huma copado pé com sua cobertura,quetinhadous mil cruzados, ehuma peçadeboroado evintepeçasdeveludos, oelyns , damascosdecores ,ehumª cadeira guarnecidadebrocado, em uzçâodeprata branca, esuas al—l'ndasdo teor, oque lodo ElBeyrecebeo comwuyto prazer. E

Falu líc ooph dn Aj . . Íex snlua oom tangera egría S o Ai, Fal lana oopinda kj . ' . iamuyria menlevcs tido com scus Capitâes u Aj .

' t O ndeBlncy veo muy to aoompanhadodon a s com mu honm , evoo até ao Arch .

' «queenmdla ha ambrhonm ese forio m n m , ondeem hm pnleo

BlneyvAj .' no pede si fu m tu o Capiuo mór, aqucmrex pergunus peh

sauded'El lley eda lh inba, e logoqm o Capiuo mórlberesponda , !ouvando noonseruaçâode sun verdade, e oqun Aj . ' em da cenden les o Aj . ' udascartas .quebeijou Aj . aprm tou—lhe Aj , Supprimído naoopiad: Aj,

au . DOM VASCO DA GAMA, ANNO DE um.

:Darinheiros leuauâo as pranchas outra nao, ehuma nao awbada, lºgotomaua carga , emquew mgou cinquo naos grow eseis nauetas poucosomenos ,dequefurão Capitães DomLuiz Coutinho, DomAluarod'Ataide,Pero Afonsod'Aguiar, Gil FernandesdeSousa, .AluarodeSousa, Gil Malom ,

Vasco Fernandes Tinoco, Ruy Lourenço Banasoo, Diogo FernandesPeleira,_PerodeMendoça . Fez negooeaçâodesta carga o feitorqueastaua Gil Fei'nandes Barbosa, porque tinha já comprada muy lada carga, emqueaeruírâod'esoriuâes Lourenço Moreno, eAluaro VazdeGoes,aoqueera presen te o feitorDiogo Fernandes Correa,que [azia os pagamentos porquetrazia toda a fazendaquevinha n'armada ,queacabadacarga, Gil Fernandes Barbosa se

'

foy nas naos feitorGananor,porassivirorden'ado porEIBey Q. A feitoria era em humus casas grandes ,queBlBey para issodeu no lugarondedepois se fez o cao; do peso, juntode hum tanqued'agoa ; na feitoria forãodesembarcadns todas as mercadorias ,que foy muyta coral lavrado edeperna, muyto cobreem pães epasta , e

-awugue, vermelhâo, alambres , baciasdeFrandesde latão, panosdecores, grâs, facas, barretos vermelhos , espelhose-

sedasdecores ,quetodas estas fazendas comprauâo osmouros lmlanlesnesta pimenta,queaM ão,daserraondenace, pola terra firmeemBisnegâ eBalagale, eem Cambaya, emquefaziâo muyto proneito . E porqueo Capitão mórtrazia muylo encomendado * pou ElReyqueassentam'. os peeos epreços em lodas as cousas,quelicassem postos pera sempne, porquenom houvessealeuanlar, nem abaixar, el le nom quis nimbolir, pornom estornara carga, mas . tendo já toda pimenta M uda, a“

. ª-jà quasi todas as cº drogas, o Capitão mór, «que; tinha fom todaenformaçâo com o feitorcdos preços e pesosquecorriâo na terra ede tudo fei to apontamento nas cousas emque podia melhorar, assi nascompras como nas vendas , pediu licença ElRey para irfalarcom elle” cousasquecompriâo,quehauiadeassentarcom el leeseus Regedores emamadores . ElRey mandouque viesse, ficando os Capitães coma gentenas naus , porque N inha certezad'armadadeCalecutqueo era

' :quelogo ião tomando m ga, em u lando oonoemdan Acha-seomiuidoludo o mais no oodíoeda Aj . ª cdec Aj. '

u pesos epreços em tndo pm sem

pc i. Fal ta m copiada Aj . o efeí to hum &pontamento no tiuepodiamelhorarde oompm eveodas o Aj . ' Palu n wpíada h j. ' t uhínque aarmadadeCalecuu Aj .

DOE VASCO DA GAMA , ANNO DE 318

já prestes . Então mandou ElRey sairpara fôra os nanico, 'c c camuelasqueestauão dentro norio, emandouqueas camadas andassem semprepola com em vigia ; noqueo Capilâo mórdeu toda boa ordem

, edeixando lado a bomrecado, Dow terra às casasda feitoria onde c o

eslaua aguardando ElRey , que orecebeo com suas honras : o CapitãomórlhedissequeElBey seu Irmão , « poresperarem Deosquea pazeamizadeque tinhâo M aiadedurarpera sempre assi queria assculartodas suas cousasquodurassem para sempre; ; eporqueas mercadoriasme com do trato oorriâo pon mercadoms estrangeiros , em wuyto

neoossaáo com el les se tomarassento'dos pesos epmços —Hde lodalascomuns comovalião na terra, enisso se fisesseassentoquedurasse. perasempre porquenom houvesse : nunquh nouidades deabaixarnemdealeuantar. nunqua pernenhum modo, eesta porquenom houvessecontendas edebates quesempre lem '

os mercadores . Oquea Elneypareceo muyto bem,

'. efolgou mano, ; e logo M aly fezviros prin;

cipoos mercadores naturaes eestrangeiros , o com seus Regulares , ondeEIRey moueo praticadizendoqueelleporlerassentado seu coraçãopera sempre serlrmào an emverdadeiro amorcom ElRey dePortugaltambem ussíqueria «mentar«eas com de seu trato no comprarevender,quefoesem tão boas, . edurassem para sempre sem nunqua sen udarem senão em bem edecada vez melhor, comque seu Reyno iossaacrecenlado em honra eproueilo u eportanta os mandâra lodos chamar, para com elles Iam esteassento , . como todos fossem . conten

ta : oquetodos Ihewuyto louvãrâo ,quê fazia como «Rey santo ebom amigo . deseu pono, ondealy u sem debates nem pernas , autre

. eas caranelasqueandm mdc vigic m eosu aoquo o Capitâo mórdeuboa ordem, a indo . Ai. .»qo estam wperando,queoreeebeo oommuy

'a ospemun em bemqueam m indehauh deperm nem n

Ai. c andauio mm o “ . Fal la m mpia à Aj . Idem . ldcm.' ldem.

'u fez aly viros mercadores naM a o estrangoiroe, 0WWW, aquemElneydissequeel leunha m tado wrim io pan sempm u à j . em pregosdesen trúodeoon pms ovendas pan sempre, enm wmudm c Ai.

" t m

dod'el leooocordeu Aj . obom lley eamigou Aj . domí nio m axmquePºJlegedom , e todoloo ma ndares, e mudouque lodos o jun m m, porqutambem juroupan sempredurar: A] .1 01 0 l .

DOM VASCO DA GAMA; ANNO DE 1 5 02 .

todos , comgrandes apontamentos,queescreuorâo os escriuâesd'ElRoyqueetão seis , tomárâo assentodos pesos , mdidas epreçoàdelodalas comquea feitarpodia compm evender. Equeper%mda íeiloria cada humcompram evendesse m vontade como quisesse. Doque todos farãomuy lo cantantes . que todo toy escri to polos escriuãesd'ElRey , emqueassinou ElRey e o Príncipe,queera presente, e os Regedores e todolosmercadores : o queElkey mandouquelodos jurassem, ponquedieassi ojuroucom o Príncipedepen aempredurar. Então nham ) . assinou o Ca—ª

pitão mór, leitores , escrita s, com vinte homens 'queo Capitão mórmandouque assinm em, eel letudo jurou pela cabeça evida '»d'ElBeydePortugal . Oque lodo assi acabado , logo o Capitão mórapresentoua EIRey huma coroa d'ouro «derico valor, posta em hum baciodeagoa às mãos

**depn h laundo dourado , »0 hum gomil do teor; c ao

Principehum colard'eemam -tdarom s , ao mododeeadea,que tinhaduzentos crmdos, e huma tendadecamporedonda '

. muyto . laurada ideanlretalhoa, perK m eperdoam,

» forradadeectynsdeeores , cousa muy formosa, queo Capitãomórmandouqueestivessearmada no paloodas cam d'ElRey , .queaviesearmadaquando semoolhesse, dizendoque a tenda ora para o Príncipeque andam no

Cªmpo ; epotqne em oostumoquando se'º

n aoorlauão os preços dascompras eveodas , ndam betellem morcadores , c alleo nom tinha,t em lugardobºlerº, pera todos osquealy oolauão pm les lheman

dou aly udas mil ommdos meúdos em ouro, edom ina barretosdegrâ,edom tas bainhasde facas .

" c feitortomoum mâos hum grandefrascodeFraudesd'agoado [roldelaranja muy cheirosa ,quefoydeitar;porcimados marcadores , o comque os molhou a lodos , comqueRIRey houveinuyto prazer, erisos , a todos muytos prazçres, comque.ElRey semoolboo com o Príncipe, eo Capitão mórficou o na foimria,ondo estouo todo odia em prone: oque oompría, eordenou ao -feitoreauloiaes seus ordenados, efez DuarteYemandes, Taasalbo ad'aleu

* i E m bado ludO D Aj. * Demenu n mpiada A] . ' ndemny to valordepn u u Aj.

'

ª Dc

m n mpindn hj . “ lda. .

' ldem .

' ldem.

' lda n ." a m aria

« pm epesm ' Ai.u s w

do odia na feitoriu Ai.“ Demenos na copiadn Aj .

316 DomVASCO DA euu , ANNO DE um :

pimentaquehia Cocbym , as mercadores comprauão nesteBeynodoCoulâo, e em barcos a leuauão Coohym, porriosque correm pelaterra dentro. A Raynba, havido sobre islo acordo com os seus , man

dou n obre isto sua messagem ao Capilão mór, «quemandou emhum barco polo mar21 nao emqueestaum oCapitãomóroomm carta .

O Capitão mórfez a honra ao messageiro, ehouve * wuyto prazercoin substancia del la,que era pera mais proucilod'ElBey , mgandocom boa amizade.que mandasse lá as móresduas naosqueunem , a

lhas carregaria de pimenta. Aoquese obrigam cada ano as çarrepr,e esto polo proprio contrato deCocbym ; eque se em Cocbym polotempo em diante as cousªs fossem aleuanlando, ou abaixando, semprebi ria pola ordemque fosseCochym na boa amísadeecousasdo contrato, ; Sobre oque o Capitão mórhouveconselho com os Capitães , oque a todos bem pareceo «, porquehauendo muytos vendedoresda pimen ta era mórbem pemwdo, emormentehauend'o em Cochym algumimpedimentoquehouxessefal tadepimenta, esobreconselhobanidorespondeo '

Raynha porsuam ta, dizendoqueel lem vassalodehumtãoverdadeiro Rey ,queporhuma só menlím,

'ou faltaqueelleEm desua

verdade, e lhemandaria cortara cabeçaqueportanto el lelhenom podiarespondera com certesadenada, nem aceitarsua amisade, nem tratos ,que ** lhe olferecia, quea muylo lheagradecia, semqueprimeiro lhó

mandasseElRey seu senhor, porqseel le' uagora tal fizesse, quebraua verdadeepah uraquetinha dada E c y deCochym, que linba promeuido nom fazernada naquel la tem nas cousasde trato sem

sua licença eaprasimenlo : o qual concerto el lemuyto haciadeguardare comprit . Poloque ElBey de Cochym era tão bom everdadeiro emcomprit e guardarsua pulam e verdade, poloqueno bom amorerafeito irmão comElRey seu senhoreque portanto lheperdoasse, porquesem vonladedÍElRey deCochym nisso nom podia entender; mas seellaquisesse, amandas eseurecado ElReydeCocbymwqueseBlRey

De menos no M& M.ª ldem .

3 70m com sua mensagem uu Aj.ª l'al ta no oodioeda Aj . * Idem .

““ m undo—Aj. ' Demeaoe no l l s .

dª l i ' Idm ' ººquebrassea pall uraquedera a Elncy de Cochvm, a

DOM VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 5 02 . 317

quisesse, então el lefaúa lodo oque fosso bem H -âwm do 'quepedia,o porsua parlenada âm ia a A qua]reposta ouvida pola Baynha esemBegedores, houverio isto pormuy »grande bondade, pois eraoomprímento de a guardar. verdade, e porisso então maisdesejou nossaamisade, vendoque os nossos guardauâo t em tanta perfeição .

El lleyde Cochym. E porqueos Regedores emercadonesdeCoulâo etãoparentes eu grandes c nmigos com os de Cochym, e

'ª lambem a

Raynha era muy lo amiga com o Rey deCochym,n nesla conliança,

'

e seu conselho auido, lhemandou « seu :»recado sobreestà caso,

dizendoqueella mandam ao Capitão mórpedindolhe amisade, «uequeem seu porto m atasse trato e lhe daria pimenta assi como a lomanaem Cochym, equee lherespondemqueo nom hauiade fazersem sua

lm nça . e vonlude, porque assi eslaua a isso obrigado ; * eporellaisto saberqueos Ponuguemes assi guardauâo verdade, . porisso el lamais :»deaejaua leramizade com ElReydePortugal ; eem sua tem às

sentarseu trato peya nobreoimenlo de seu Reyno. E porque el la islonom podia bauerque tantodesejaua, u senão com a seu aprasimenlo,lhe i muylorogana eu pediaque fm contenteque o Capitão mórpara sempre assentam lralo eamisade pera ella lhedarpimenta, «equeella nada sairiado concertodeseu contrato assi como o u tinha assentado no compu t evender. : Oquelhemuyta oompria pera segurança de mas n os e m eadow porondequerque fossem, porquedando elleo apn simenlo logo tudo oCapilâo mórfaria , porquecom ou

tra cousa seª

nom escusaua. Bl lley do Oochym ouvindo esta messagem«ud: Raynhado Coulãof ; pesonlhewuyto , porqueo proveito e honrado seu l leyno nom o queria s»ellevol t a outrem, e porquereceberianisso alguma perda, porque esta:»pimenta,quevinhadeCoulâo poloerios , lhe pagamdireitos ª" «em alguns lugam dosrios, ecarregandose « a pimenta»em Coulão, m om viria polosrios, eperdia

Falta no l le. da A1. Idem. Idem. D assin) . A1. ª Demenosno Ms . da Aj . Bainha muito amiga com o Bey . Aj . Demenos na co

piada Ai Idem. * e lu to, eel le. Ai. P&Ita nous . da Aj . Idem.

um seu Ai. Pal la l ío l ls . da Aj . u u Íorm do mu mulrac lo econcertoquec Aj . Falla na copia da Aj . Idem. n pódiadvAj . " D a n n .

" Dem os no l s:duAj . Idem. c nâo n lhepagu iadíreí losdella'

n pa

tecendo . Aj.

818 DO”VASCO DA GAMA, ARNO DE 1 5 02 .

esta din ilos ; eporque lhepam onque oCapi& o móro nâo aceitaria,porsertrahalho eríseo '

u apu tarnw ememdmias eoâ á m pen

em outra parlem ndartomarcnrgan equearepmquedera â naym ª m ona ton senão : porse sa fora súavoulade elle lho fnlãn , o poroutn m âoqueElBey tomou em seu enlm

dimento . e &lgm doa seus eomque o pratieou, ElBey o falou ao feitor, 've o feitorlinha já auiso do Capitio mórdoqnebauiaderespondera ElBey se lheniseo M assa, : Poloquerespondeu a ElBey perInes modos,que amrlnou $ anoque com igo tinha entendido,queeraqueo Capitâo móro nom faria hinaque lbo enerogum u moque con

fundo o mandou falarao Capitão mórperhum seu Regedor, comquemandou o mensageiro da Raynha, ,porquevisseque elle o mundanarogarao Capilâo mór, porque seelle nomquism inzere seesw

sussa, soubesse a Baynhaquepçrellenom ncam fazerm vonlade.

O Capilão mórçn já auisadodo íeitoroque falán oom ElRey ,'

* eouvindo ó a m gemdo negedorda pam wmney , mquelbediziaquo a BaynhadeCoulão lhemandara messagem sobrequereroom elleassentaraminde e tma

'n pemqm lá m m mmrpim nmquelho

fazia a saher, porque'

u el leera grandeamigoda naynha o parenle, equenom podia al mmrsenão poramordella '

u lhorogar, c efolgaríadelhe fazertodo pm . 0 0apitãomórº n fezbonm ao negedorem

seu

porto unqueestaua era seuvassalo, pem lheobedeeertanlo coma l

Bey seu senhor, " :queportantoemtodo lheobodeciaem quanto fosteseuptmrevontaden oque pois a Baynha aesi era sua pm nmem iga ,en oonlentedo fazermdo oquoelhqueúa , “

n porqm já sobreim eila

lhe m dâra mem gem, equeel le mdu ânra porqm nom sabia selhe

wmzeria, masqueagnmquevia suavontm , am iodo a obedecia, eassenau m lodo oque a naynha pdia an nomed'ElRey seu sonhor, elhehauia pordadaen amrmada a pazpera aempm , com o trato, " w o

mo o ellapedía,queera polm proprio assentodeCochym. Doquelogo* n ircarreprnºouho o Aj . * O Mm t ó o Aj ,

'weporismqueBc yentandun hj . * u esta ju linht u iado o Capitio l ordoque lhem poudof il o “ . 'mquaenlendil t Aj. ó O Cl pitãomoro Krch .

'De

menos no l s. da Aj . ' ldem. Idem." n elhehaviqporAj. " 'e—Aj .

320 DOM VASCO DA GAMA, ANNO DE

11305que quisesse. Então o Capitão mórmandou Diogo Fernandes Peleira, eFrancisco Matem ,

nque hindu nom tínhâo carga, osquaeslogo partirão, e ndentm Delias o Regedorc da Rainha ,que levou asnaos humrio chamado Cal leCoulâo,quebe c aqui cinco Iogóasdo porto ; « e foy porfeitorpera as canegnrJoãodeSá Pereira, comhum escriuão edez homens de seu serviço, com carta epresenteRainha de hum formoso espelho, ecomes, ehum frasco grandad'agoade fro l eda laranja, : e pera os seus trinta barretosdegrã, e trintaduzias de bainhasdefacas . O qual presen te lhe leuou o feitor, * bem

vestido , acompanhadodeseus homens, com o Regedor. Ao qual anainha lhe fez muytas honras, e mandou presente ao Capitão mórde. muytos panosdesodade cores ,quese fazem na terra, eDance branoos muy finos edemuy grande largura ,que criadebraga emeiadelargou e tornou o leitorás mos , onde sedeu tanto auiamento . com

muytos barcos , queas naus carregauão porambos os bordos , eambasjuntas emdezdias forâo abarrotadasdequantu pimenta quiserão n to.

mar, e se tornárão Cochym,das m as se baldeou pimenta nas ou

tras naos pera fiarlugarpera asdrogas .

CAPITULO X".

com) mrm o AS mos cu nmm o,vm Amm DBm m m n non Nu .

n o; DR cw m , 008 BI A n'm agn a, B o m DB cu sco: I ANW

mm n u m cou m mo m ao AO u m io l ºl , o mm . o m amou.

E mma assi o Capitão mórno trabalhoda carregaçãodas naos, RlRey deCochym mandou a cbunar-o Capitão môr, : o qual logo toy ,

n a ElRey , apartadqcom elle, lhedissequelinha auisode homensseus,queel le trazia porespia em Calecut, elhediziâo .quea armadadeCalecnl era já prestes 'de todo

,.queerão maytas mos grandes ,

m tn Do l ls . da Aj. ' o o mem geirou à j . De menos na eopíadaA]. n e levou o leitoreescrí í l o w u epm entepara ao Aj. Demenos

no l ls .dn Aj . Idem.

' openos esedadevariu mres, epanoebraneoemuifumo, tudo sofra: m Dern c Aj . Palu m oopindn Aj . Idem . unham —lo uAj . . ElRey lhedm secretamentequetiahaavíso certoú j . «De

menos m oopiuda Aj .

DON VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 5 02 . 321

e n mbuooe, efuslnsderemo com muy la anamaria, egen tede epe

leja, com ; (1008 Capitães móres , saberzn o CojeCacemo , e outroCoim bar, wapado mouro,que ora chegára deMeca,que vieradasilhas deMaldiua em hum barquinho pequeno, e ládeixâraduas grandes nausque trazia carregadasdegranderiquesa , as quaas não quis arriscar, evoo sabersehauia Portuguezes na India : 0 qual com grandesoberba seoffereoera ElBey pera lomar nossa armada. Oque tudoera umuyla n verdªde, :que portanto lherogaua, emundana por:»vidad'ElRey seu irmão,que não aguardam pelejar com a armadadeCalecut, e se partísse. logo m i com a cargaque tinha,quemuypouca lhefalada, :quecom naos lão empachadas não era bemquepelejasse; efogisse d

'

algumdesastre, «enom [”

num outro fundamentosenão logo se partirdemarem fôra, sem tomar aCananor,queal i lhedaria todo oque 'ouvea misterpara a viagem pera todas as naos . a

Aoqueo Capitão mórlhedeu grandes agradecimentos, dizendo : ««Sec uhor, esta armada estana * ordenada pera nellavin Pedraluarez»,

« Cabral , . pera ç tomarvingançadoquelhe lizera Calecut, nªque«era muy esforçado caual leiro para todo bom feito. Mas eu, senhor,« tendo magoa no meu coraçãodo esoarneo «'quemeBm ; Elite) ”«deCalecut , medobrou paixão oque Em aPedraluarez. Poloque»« tomey emvontadedevirtomaresta vingança, oque mny lo Imbaulhey comigo pornom estornarPedmluarez, mas tania agonln senti

« no coraçãoque me não pude sofrer, . e estando já a armada peraa partir, memetil Del la, fázendo EIRey muyta satisfação a Pedf aluam .

« E porqueassivinha com esta loução, ironia estas can uelas ,uque ali estão,quesão para pelejarums, queabastâo'

pera quanta»« armada tiuerCalecut ; e n saiba oerlo 'que:; ElBey meu senhor.« pera sua honra não estimará estas M OS carregadas d'ouro, 'quanlo

t do guerra, c c Ai. Demenos Do l ls . da Ai. 3t mouro capadode

Meca,qua seoãereceo 12!c com muyta soberbo Aj . Demenos no Ms .

dn Aj veque m i lherogaua polu Aj . upelejl , em ptmssecom a

m p o Ai 't em hira Cam or,queale [hedaria todo oquehmxm semis

ta pm l viagem c à j . o pan virDel la o Aj . ' Demenos m oopiadn ki.Mam . oquedemim íeu Aj . n a m u foy a agonizquetínoquenâo

pudeWe n Aj . : o porim o Ai. h it: Do I s . da A5 . Idem.

" 'pelo mndesa tim toquehouvedu u.

701 0 1 .

DOM VASCO'

DA GAMA, ANNO DE 1 5 02;

«mais can'egadasdedrogas ; porqueElRey houve'

muyto sentimento .«dizerem os MourosdeCalecutquePedraluarez * nom ousam pele« jarcom soh armada. Eportanto, senhor, espero em Deosquesecom s«a armada topar,quenella tomarei partedavingançaquemeu ocraçãodeseja ; eporcousadestemundo nãodeixareyde tomaraCanao u

« nor* a tomaro gengiureque lá está comprado, :que se lá nom»

« fosse, Goasse nesta falta com ElRey de Cauanor, faria tamanho»c ert o) *que pera sempre ficaria perdido o credi tode quem são os»

«Portuguews ; eu antes mormi'ey oem mortos ,que em fal tarna. »«da pormymdoque compre a estadod'ElRey meu senhor. ElReyvendo * a tãodeterminªdavontadedo ;»Capitão mór, lhedisse: « Eu«vos dize meu parecer, vós fazei agora vossa obrigação» '

n eomqueO Capitão mór«mandou sairdorio as carauelas , enauíos, en se

foy menorna nao 'dePero Raphael , eporquea sua carauela corriamuymà vela, mandouque fossedo marem fôra Cànanor, 'e chamasse Vicenle Sodré, cqueassidemarem fôra seviesse Cochym, edenoitepesam porCaleout e. nom fossemvistos ; etal lempo leuou a catauela,queem à sdias foy , evoo com VicenteSodré. O Capitão mórfaloucom 'Hodos os Capiães oque hauíâode fazersepelejassem, etodos seconcertárâo muyto bem , porque tinham grandeM oçademoníções , epôs grandevigia no mar. Mas BlBeydeCochym,

sem o sabero Capitãomór, mandou almadias ao longoda costa,que viessem comrecado "

rvendo n armadadeCalecut .BlBeydeCalocut fez wuyto gasto "

uempagamenmque fez á genledesla ªrarmada , "

ª logooom tençãoqueacabandodedesbaralarnossa armada . fossem guerrearCochym ,

e tomar os Portuguezes a fazendaª»quehi ficasse; e Mundo sempre com os Capitães noqueordenauãopera peleja , foy acordadoquemandassem hum esDiademuyta con

. lugira o Aj. : Demenos no codweda â j . t eperderia o credilodas '

Portug ues e Ai. Hãodebem inado o nvAi. . eou Ai. Fal ta m codioedl Aj . 'oque logoviessea Cochym, epnsaassemdenoileporCalow t,quec Aj .* com os Capitâes , c lodos assentadoquepeiejasscm ç Ai. .devigia urAj'.* sevissem a Ai. n m pogamenlaoda gonleda o -Aj . room tençãoquedesbaralando a noesa—Aj. " »emandnndo hum seu BramaneespiarvAj .

32! DOM VASCO DA GAMA , ANNO DE 1 5 02 .

lei tor Aires Correa, * porquemaytas vezes hiâo com seupai a casadoElRey ,quewuyto folgauadeosver,queerão muy formosas, àsvemlhedana alguns brincos . Poloque, lembrandose delles , perguntando seos matárâo a na feitoria, ou alguem os caliuou ninguem lhe dauadel lesrecado ; masdisseramlheque Cojebequi era muylo amigodo [ektor, «eo maisdo tempo eslaua com el lena feitoriadedia ede noite,que el lepoderiadanrazãodisão. PoloqueElRey folgou com isto«que lhedizião, u porqueCojebequi eret a hum dos mais 'riquos Mouros wdeCalecut, demuylo grandecasa, muytos palmares e11806(ralo ,queElRey cobiçauade oroupar, s e lhe lon t sua fazenda

polo odioque lhe tinha, porsaberqueera amigodos Portugueses , poloqueo niandou chamar, eihedisse 'que logo lhe lmuxm os .: filhosdoj eilor,que Ieuarada feitoria ; oqueo mouro muy fortementenegou,dizendoquesetal achasselhemandam (Sonarcabeça, sobreoqueElRey lhe fet grandes ameaças , jurandoquese lhos nom entregava ,quelhe hauiademandarqueimaras casas , el le dentro Dal las comseus fi lhos Mas mouro, poloquererde Nosso Senhor,semprenegou "

s forlemenlo, sem temordamortequetinha muy certa selhe tal achassem, nemmenos estimou muy las mereceque lhe l3l promeuia sel hosdêsse; o mour'o negando,dizendoquequando a fora o feitoda feitoria, sua molharestaua para morrerdeparto, *quenom podiaparir, ejá quando ohegára feitoria andauão matando os Portugum s ,

na prayavira humdos meninos âs oostasdehum que se

menera autreagente, 'quemais o Domvio, nem o negro sabia seeracaptino, nem forro. Mas ElBDy tomando esteachaquecontra o mouroo leue"

ç muylo tempo ; . preso, e lhe tomouquanlo linha, dizendoquequando soubesseaverdadedos meninos "

ª eel le nom liam eculpa ,queentão ., lhe tornaria adarsua fazenda : o queo mouro nada-estimouperder, : com esperançaquequando os nossos Hm m guerra a CuFal ta m l s . dal i. ldem, “ o queel lednria e Aj . Suppn

'

midona copinda Aj . «tdos maisrioos crAj . Fal la na copiada Ai. 'porlheterodio, porrespeito du amisadeque tinha oom os Portuguezw c Aj . o lhe

dêsse con tados 'wguezes a Aj. meu Aj . . mundumn Ai. o c'

el le

com seos mhos emolher ª uáizcodoqumdo ç Aj . Palu m oo

piada Ai. D prelon Aj. n enem ovia mais Ai. Pdu m m . “ Lj . .ldem, Idem.

DON VASCO DA GAMA, ANNO DE 15 02 . 025

bout , em m oroubo »que lhe tizera ElRoy , c elle tambemtornaria a n hauoro sua fazenda, ou seassentam pam ; 'ecom

esta esperança . ficou padooendo muyta pobrezaqueseus amigos o mm»tinhão . Seu irmão queeslaua escandalisadod'ElBey queestando poram íom na naodePedraluarez, malâm os Portuguem ,

toy anteElReymuy iroso , dizendoqueantesquemorresseel le baniudebauero pagodeseus males ,quenão n fazia u senãoroubaro alheo, :quesabidoDelan oqueaindaque lhedessem oem meninos nom

'

« daria oquetomaua seu irmão.

O mouro Cojebequi vendo omuytoque lheoompria a sua vida, linha a os Porluguem ,queerâo tres , quesaluàra como já hecontado .

osdespio, evestia como Mouros ,rapadas as cabeças ebarbas ,u 06 apartou poroutras casasdelaundores seus ,queN iuem nos cam

pos , ou nos . matos, ondeporsua ley toda a gente foge della ,ode

modoquenunqua farão vistos , nem '

os polleas sabiâo oquecã o, efolgauãodeos teu porque o mouro lhemundana « comercomque se

íartauâo. O mouro lhemandouque. seunlam m oom « azeitesquelhemandam , eseposessom

": semprec ao sol ,—" mqueelles fizerão comque em pouco tempo lomârão tão pretos como os proprios : da terra .

Aos meninos "u aasivestío como mourinhos eeus filhos , o trouxe sempre

autresuas mm , elão bem soube fam suas cousas ,quenunqna lhefotão sentidos , .eos saluou eentwgouemmãosdos nossos , oonio ao dianteem seu lugarserá contado .

E estemouro com a boa almaquetínha uaos Porluguezes , aesempre linha mnyto cuidadode saber" n todalas coq em Calecut so

ordemuio con lra o'

s nossoeJ Baendolhedito , " nsemgrandesegredo, «doBramenequeoÇamorym mandam espiar“ armada . aCoohym,

' Fal ta no l sn lu l j .'o a tero Aj . ª

o eassim s hj.b mbh n Aj . «quebem sabia t Aj . . wmria daroqueroubárau Aj .o os lres Portugoem t Aj .

'nveotidou Aj . " : p m u sasde laWom m m a mpos, c c Aj .

" o e folgauão oepolleasdeos ten Aj'

.

ide comen equec à j . o auilub Aj . h ua no codiceda Aj . l ªª-vcomque logo se liw io puda oomo os o Aj “ cvet liodemourinhos , e trouxeen»M M MWeos a lm m o ndim dimi JAj . " Pulu no hlo. da Aj .

t oque se pa ssa: em Calecut Ai. Fal ta m codioeda Ai. Idem.

ª' oepormandu aviso ao Capíuo mór-rbj .

320 DºmVASCO DA GAMA, ARNO DE 15 02 .

. euehauia muyta magoc nom podordimodarauiso ao Capitão mór;mas oom a muy lavontªdeque tinha n auenturou a isso sua vida , eobamouem oegredo hum moço sou paren le, o lhodcu oreoadodepalaura'.quehmiadedarao Capitãomór,q'ue lhen mandaua dizerquea cartado (Amorym lenana peçonha pen el leepen os Capilâes ; edisseaomoçoqueso fossecomo fogido , odêssedinheiro n algum pescadorque o

leum e fón deCalecut *. em Panane,—equesnissedenoile ºd' —alma

dia . em alguma macuaria, ondedêssedinheiroqueo leuassem alémeo pusessem em outra macnaria, indo semprepelo maraté chegar

.

:

termdeCoohym, o enlâo tomaseealmadiaqueo leumsseâs naos , eentrasaena “

o mo : do Capilâo mór. “. Noque o moço sesoubo tam

bem auiarqueemquatrodias chegou as Capitão mór, elhedeu orecado ,queouvidoqueoradeWM houvemuyto pesarquando soube osmalesque lbo linha Keilo o Çamorym , mas porquo oBrameneuomm che

gado, o Capitão mórnom entendeo oqueem . Mas . a cabodo tresdinsc o Bun auechegou em huma almadia, efoy nao do Capitão mór,

eenlroudenlro efez gmndeoorlesia ao Çzp'

tâo mórn dizendo : . Se

« nhor, porque tetrago bomreoado, nom pedi lioença pera entrar. Esta :

« queto tornar. " O Capilão mórlho perguntouquecasla era elle. Dissequeera NairaBramem . O Capitâomórmandou a hum a criuâod'ElBey ,”o queestaua na nao oonlando am ga , uque lm a onrta oomo leo. OCapitão mórmandou o Bramanecom a carta aElReydeCochym "

ç no

wave, . ealmadia com osromeiros neon na nao. ouvidadeElBey a

carlariosesemrespondernada, eo tomou a mandqrá nao. 0 (lapitâo

mór" o chamou ante si os negrosd'almadia, o os mandou assentan no

chão, edimquesenom aleuantm em, senãoqueosmandaria enforcar,e lhemandou ataras mãos huns . com outros , e lhedissequeolhassem bem tudo. Então mandou tomaro a ene pordous Cafres polos

' oqueodism u ao Capitão mór, e lhen Aj . 'Pal ta naoopiada Aj . M em

algummi .'Ydu m oopiadnAj . Idem . vaquemdiria tudo ; oque

tudo assi fez, eouvidodo Capitão móro m do wuemuyto pem dos m lesqueo Çm orym únhn lá wno Cojebequi , a o Aj .

'uenM u o -m cnem naodo

Cl piúo móro l j . ' n logD Q n sposu u Aj . ' FWM I L dn AL Idea .

N omudou nos negrosdn lmdia senm o n .ª c am oum , emandou adous

Caw wmmm o nrmmeo Aj .

328 DOM VASCO DA GAMA , ANNO DE 1602 .

os nossos ,quenom toy tão prestes ,que primeiro os nossos partirãodeCochym,

la qua acabarão os nossosdecarregaras naos de todo oquequieerão suavontadedepimenta edrogasquesobejauâo, porque os

mercadores 'ndo Cochym, como virão assentado nosso tão grande trato

deque lhevinha tamanho proueito , mandârão suas anos a Malaca , e

Banda , e Maluco com suas mercadorias ,quecriaroupasdeCambaya.

comqueihe lraziâo todalas drogas, eda vinda uquevinbâo adeMalaca tomauão emCeylão a canella, elodo linhão em Cochym prestes paraa can egaçãodas naos , ,e oque lhesobejaua hiâo vendera Cambayadondetraziâo suasroupas, comque tornauão Malaca .

CAPITULO XI I I .

com u mos mmo cu amun s su n aru to n u emm a, 8 TOPARÃO

com A m u n DB'

CLLBCU'I , onaron nasu u u '

m , E cumu l o

A cmmon, 1: sa pn m io Pau PORTUGAL A suvu m o .

O Cm ú o mór, tendo ja ordenado, eacabado todas as cousas dºargnaden deuregimento ao feitorDiogo Fernandes Correa, aquedeixou muitas mercadoriasque sobejarão, peraque comprasse pimeule,enceleirassepara outra carga, edeixou carpinteiros , calafnles, ferreiros ,torneiras, cordoeiros u peraque em Cochym se carregam ): os nauiosquebaniamdeficar, “ o ondesepodião varar, efazeroutros Donos secomprisse; pera oquesetezgrandeeasad'almm m,

'm odo com os oni

oiaes, ehomensd'armas, ficariâo atá sesenla homens , aqueo feitorhaviadepagarseus soldos , o e cada um um cruzadoda mantimento , eaosotiiciaes dousquando In halhassem; em tudo muito oompridamenteproueo. Então com os Capitães eetoy despedird'ElRey tomando as Cªf ªgasqueElRey mandaua, elhedizendo:o «Senhor, assi deixo nesta lua.

« terra ordenadas as cousas , como seo fizesseem Portugal ; mas nada»« será feito senãocom teumandado, ecome temelhor parecer, por

w om an nao; bem (ren egados . Ai. « comovido c in todeCoulâo, lraurâodem ndqj .

' Pdu no Ms . dl Aj . “ Idem.' . ponqueoom as

mercadoriasque lheôcauâo enoeleírasse outn carga, edeixou licoromciaesdetodos Aj .

' FaÍu m wpiadn Aj . ' ueôarâo o Aj . ' Demenoc no hls .

da Ai. odízendo—lheo Aj . Fal ta na copiada Ai. ldem,

pºl VASCO DA GAMA, m o DE m z. m

gqm mdqheteu, pois bed'ElBey teu Irmão,quesabe certoquo por»« .meu M o M á todo seureino, ª

* evassalos quando comprir. »« Epera teu serviço deixo Vicente Sodré,queaqui está com oito cara »g uanas , enauíos

ªw gente, :quefará todo oquemandares . »ComqueElROYmuito folgou, porque esperaua porguerrade Calecut, e « fal

lando com ElBey todo oqueoompria, todos sedespedjrâo, e tornarãoás mos ,quo linhâo tudo oque cowpria, efal lou com os Capitães

,quetapando armadadeCaleout em nenhuma maneira abalroassem, senão

pelejando comarlelharía, equando lhenomm issem as velas, nomas amainassem, sómenteas guindawem nos pala

'

ucos eportoda a naotiueseemmuitas tínasd'agoa com gamel las pera aoodíralgum fogo,queera o mórperigo Nudeque se hauiâodeguarda ;»esenmrão 1sela ,

emandou Vi'

cen le Sodré com as m uel las eseus nauios,que fosseao

longoda terra, equenom acham nadaquenom ma tem no fundo; ªquesua am adaerâo tres nauios , ecinquó oarauel las, eas mos carregadas, e Danelas Drãodez,que hiâo mais largas ao mar; emandouquepelejando comnarmada,quetrabalhassem pordesbaralaras naos grandes .

E hindo assi com este concerto, huma manhã houverâo vistadºarmadadeCalecut, w

'

nha ao longoda terra com pouco vento « terrenho“queetão tanlas velasqueos nossos lhe nom,viâo o cabo,quevinbão '

: bumas após outras emgmnde* fio,queassí o ordenam 0 ea

pitão Gojambar, porqueparecessemmais a o qualvinha nadianteira commas grossas , «que serião n até vinte, emuitas fuslas, ç grandes ommbuoos ,queportodas serião até setenta velas ,queas i vinhãoem esteprimeiro esquadrão, comquedeu VicenteSodré, mquecorria delongoda praya,quens mais vinhão atrás . VicenteSodré comovio a armada ,mandou as caranellnsquasem delongoda terra, huma após outraem Do,que oorressem com todalas velas quanto pudessem, tirando artelbariaquan la pudessem, eellecom os nauiosDeana atrás . As camª

Fal ta no Ms .da Aj . ' ldem.

ª ldem.' c pelejm em só c Aj . Fal ta

na copiadaAj . “ Idem.

' ldem.

' ldem.' t emuAj . vordeoou oCn

pilão mórCojumhhrc Aju " Demenoo u oopit dn Aj . Idem . o quevinhm os m ís atc j . Em as pl lovn s atraz, e o: m u ltadHemcopiada»: . Viwnuz Sodré. como vin a am ndy m ndou a w iuel lu qua sem um emde longodam hm m ouumeqúem wm toddu m

Tºl º

080 DOM VASCO DA GAMA, m o

neue; mawhun louaua trintªhomens, oqualropeçwgmsm perbaixo,e«porcima seis falcões eassentados na tolda epolas parcim'dez bauços , edousdos

"

falcões lirauâo porpopa os nauios leuauâo seis peçasª« porbaim c nooonués, eduas 'cuporpopa mais pequenasn eporcima

oilo falcões, emuitos berços , eno porpac duas peças mais pequenos,,que timuâo pordiante as m asda carga hiâo muito mais artilhndas .

Quando virão a armada seriaduas lagoas hansdos outros , comqueosnossos liuerão tempo para seaperceberam ª

n muy porordem. Os Mouros, vendo nossa armada tão pouca, sendoel les lankos , darão grandes gritas com grandes tangeres com bandeiras eestandaçtes ,dequeos nossosnom curarão permenos embaraço. Na carauel la dianteira foi Pero Bníael * esefoi casando . com a leí'ra quanto pode, comqueas oarauellasficarão a -balrauenlo udos Moorm Dian leda capilaina dos Mourosvinhão muy los pan os , «que são como fuslas, quesedeixarão ficarda bandado mar, porquesuas naos lhe fizessemempat a á arielhariadascamuellas ,quecom oregimentoque leuauâo no andarnom lhesermãosenão asduas peçasda bandado mar,que em todas as carauellas etãoáaz peças ,

'ªcomquesendo tanto áuanleoomo_asunosdos Mouros , lodos

seencomendado »Nosso Senhor, derão fogo e todos tirando ; ácapilaina ; eos quepassauão hiâodarpoles outras mos , . que nom haviaem Queerrar, ” * e tanta pressadauâoa tornara carregarquecarregauâo as peças com saceosdepoluora,que [razã o pera isso feitos da me.dida,que muy brevemente tomauâo a carregar, mas desta primeiraa luna âm ão os nossos tal obraque capilainaderruberão oma to ,

*queeayo, e arrombou nao, ematou muytos Mouros , outro tim,que tomouem 01100 , m ou porjuntodepopa, neque wuy to os)

pedaçonn e lhematou, e feriu muita gente; edas outras unos grandesfarão [nes arrombadas perbaixó , comque sefarão emborcando, e

farão ao fundo, ficando mny la gentea nado,que sereoolhiâo aos paraceapagandoseaosremos , comquenom podiâoremar, t e senom podião

' uedez berçom hj .' Paha no oodicedn Aj . ª cnpameoas perpopa

Ai. * Falu na copil da Aj . 3 Denema m copiada à j . ' a com tangeres ehçndeím o A]. 'vcosendoae' hj . ' Pal ta no exemplarda Aj . ' ldem.

m mm lodos a u Aj . urmdo lodoa o Aj .'ª

o eo à j . " De

menea m codiceda Aj . Idem. Idem . Idem.

882 DOM VASCO DA GAMA , ANNO DE' 1802 .

portodos ,: famdo maranilhas com artelharia, tirªndo pormnh a

as bandas, -eporpopa eporproa,queportodas partes nom hauiaqueerrar, . oque lainbem os Mopt os tirauão muita artelhariaque tru iâo,mas era m uda, epassando polos nossos cobriâo os nauios de (W,

mas . nom empecião â genteque hia escondida, eassi farão passando poranime toda a armadados Mouros ,que acabandode pwr, os muios evelas hiâo todos cobertos defrechas, emuitos buracos nas velas , eenxameas quebradas masdas mosdos Mouros licaua feito mao lauor,quebradas earrombadas, emanas com osmuslos « quebrados evargas ,que foi' 0 mórbemque 08 nossos Guerino.

As oarauellas,quecorrerãode longo, tambemenlrarâoperautreosMouros sem medo, w endoqueDom lraziâo t i ros grossos, eas carauel las « assi 0011] os tiros porambas as bandas , tirando com os tirosgrossos ao lume d'agua, * ecom os falcões , eberços aos Mouros «. porcima, comque lhematarãomuyta gente, equebrarâo muslos evergas quecayâo sobreos Mourosqueos mamuâo, epassaudo as m anel

las âuanle lambem com alguns homens feridosde&echas , quetrabalhauão com artelharía, eacabandode ª setornarãoemasoutravol la, u 0queassi fizerâlo os Dauios ; eassi tomando, 0 vento lhe ficouescaço,quenom podiâo abol

'

um tanto como as naosdos Mouros ,quesehíâo pera terra quanto podiâo porfugirdos nossos , mas as caranellasas fotão alcançando,que lhe ficarão porpopa, comque «então . devagar'apontauâoâs naos grandes,queasqueaoertauâo logo u arão meltidas no ,; fundo ; e com esta onuol la chegarão as outras primeiras naosdos Mouros , aqueas naosdaoarga sevierão chegando, «quesendo atiro, «« o Capitão mórmandou tirar, 0que0903azarão as outras unos ,«quevinhão em fio, huma após outra,queassi o mandou o Capilâo mór,que « pordespararem muílos tiros grossos , lizerão' tamanho espanlp aosMouros ,quesetorão acolhendo pera terra aquaulopodiâo a mas comreuolta fotão muytodesoaíndo pera o mar, e O vento lhefoi acalmandoatéde lodo âcarem M odos em calma, comgue « então» os Mou

Fal l: na.oopiadu Ai. Idem . * evargasquebradas «Aj . Fal l a

na copiada Aj . . com,liros porambas , a bunda" Ai. Fal la no codiceda

Lj.

. ldem, Idem) Idem. vãserâo o âj . nc os m uiosdos Monroefugindoqi, N uno». da AL '

. hiâo ao o Aj . uevAj,'ª u m

Aj . Demenos na copiadeAi. Idem . Idem .

DO)! VASCO DA GAMA, ANNO DE 1 5 02 . 338

me * muylo sem irâodos paráos aremo,queos afaslauí odas naosa o desmaios , e lhenom podíâo chegarcom artelharía ; mus as

'

ca

n uellas tambem se (otão aloandooom seus esquifes , 000:quesendma030 às naos grandes , c PeroBafael * andouunloquese:: chegou nao

deCojecacemo, e tantos tiros lhe tirouporcima,quelheden ibou avergaque lhequebrou driça , wqueporavela 0001 tervento : cayo dentrona -nao

,quematou o ferio muita gente.

O Capitão mór, vendo cousa segura, mandou os bateis com talobes eberços , em-cada hum vinte homens armados * com bês leiros , *que fossem ás naos ,queestavão assiem calma, elhelírassem porcimaa matarigenle: oqueassi fizerão, comqueos, Mouros sedeitauão ao

mar, andauão nado derredordas naus . Os paraos vendo 08 heleis seà lreuerão com el les , e 00 vierâo demandar, « eos abalroarãow mas os

nossos ás lançadas logo os entrarão, 0 enxorarão ao mar. Então os bombardeiros entrarão dentro, e com os marrões « lhe arrombauão as lauoasdo fundo, comquelheentrauaagoa e sehíâo * 80 fundo, 0que tizerâo seis ou sete naos , comqueos oulros nomquiserão mais chegar;eentãodous buleis se (Drão ajuntar* com a

.

Can uel lade Pero Rafael ,etanlo tirarão â genteque toda * se deitouao mar, eo mouro se andeitou a em hum parao efogío. Poloqueentão Pero Afonsod'Aguíar,queem m humdos baleia, mandou subirà nao,queestava vaziadagente, evirãoqueeslaua cam gadadepimenta, ea * tomarão à toa,ea leuarão pera juntodo Capitãomór, e * Iheforãodiwrquea nimestaua assi carregada. O Capitâo mórmandouque an omhassem, e 0

então : lhedes ea) fogo. PeroRafael , Gil Maloso farão dentro, ueachou

debaixo huma camara com maytasMourasecrianças, emuiríoas cousas,*queo '

Cojeoacemo socretamanleembarcou com tenção, seperdesseabatalha,dese irpara Meca, eporisso Í-assí embarcousuas molhares efami liaque l inha , onde serachou hum corpodeMaíamedeque lenana

" Demcnos no oodieeda Aj . “ Idem .' Idem.

s Fal ta m

Ms . da A'j . “ Idem.'n os am mbauão e'deíuuâo n Aj. ' Dous baleia'

eoma

w auel la de Pêro M ae] tanto tiraria,quelodn a gen leo Aj . . meleo u Aj ."

odo bumdos hateis mmdon l sm genwm á m quó m linha gem“Aj. t lho ªíâsu âo t hj . c en Aj . u mrão nel lu Aj . Faul m oopinda Aj . :W M M M BWmilme se lheu à j .

m Doum m»em , m o DE uso:.

para oiereoeraom uio,quem mooiçod'ouro, e'a pednrilquevaliamuito dinheiro, .queoCnpíuo mórreoolbeo, e meninas algum s lorxãom pera a lh inha, e todo mais lu gou '

0 808 Capitíeewegehte 'queacharão '

. na nao muyrim oousas, omuius molheres m imetudas emcam porhcixo,queoriode ll wrosríoos, .queassi hiâo '

embawa

dos com o mouro . Então mandou oCapilâo mór'« o seu esquife. aosm uio: 0 carauolhs queenxoramem agentedas nuca, eroubam m ,

e lhe pou s am 0 queassi lim âo, mas nâo aoharâoqueroubar,queet ãoWWWe0000 0quevinhão á peleja ,. poloqueentão

punhão 0 f0go,—andando o marcheodo genteesperando «'queviesseo m to para se lornarem âs naos , eso irem. u l las emquanlo '

assi

houvecalmaria, muytas naos a t ambm unwandoso com seus barcos logirão pem tem w sendo jâ meodia, veo a viraçãodo mar, aoqueo Capitâomôrti rouhum berço, "

a epôo bandeira na quadra ,« sinal

de chamar, ese foi na voltadeGananor,dando 0 Nosso Senhormuyusgraças e louvores portamanha mercê como lhenum, 0 andou com pone

:vela porque0 alcançassem, oque todos En t ão saluandb com gri lasepw anes , o Capitão mórfallando com todos, dandolhemuitos louvores e m lenlamenlosde suas honras .

Vicente80e o hmdouaoCapilâomór,dizendo nquonomera bempassarem porCaleout sem lhemostrarem alguma com da vodaque licaua feita ; "q0Ihedêsse l icença pera tomaraos Mouros tomaralgum sinal ,que leuassea Calecut. O Capilãomórdimque tosseembora« com as m udlas , u quo tornarão com 0110,que com Viração logochegarão ás arrombada , semma tos, ondeacharão na 000 ooutromouro Cojambar, «quejá estan: comgenteengenhando a para fam .

vela , mas vendo . tormr-os nm todos os hlouros fogirão nado,

o tica pedraria»Aj . . a todon Aj. . muytaríqum w l oum n u

lhem deMourosricon Aj . ' Demenos u copiada'

Aj .* nque nga tc fm e

IWBWPW O M G M.' Fal la no l l s . da Aj . '

. e lhepmerio O fogO O Ãj . c m mpan sehirem c Aj . c houvea lmnrian Aj .'

De

menos u oopil dl l j . Idem." Pnhnna oopil dn l j . " Idem.

“ vdisadheo Aj . . eque leunn emdol l onroe l lgum sin l . 0 & piaomórlheduM ºello tomou t tru o Ai. " c c chegado â mo oode estu a o mom

Coimbnn l j . " Yl lta ízo eodiocdl âj . Idem. o pera . Aj .

330 DomVASCO DA GAMA, ARNO DE 1 5 02 .

u oomquec sedespedírão '; E logo se foi âs mos, o edeu pressa

a mandarartelharia para terra» ª ' como antesque amanhecesse oabaleis grandes eslauâo já em terra com os tiros grossos ,que sobrevigasos farão arrolando para terra, emuitos bombardeiros emarinheiros osle_uarão cima â pouomgão, eosdeilarão em hum caboueodequesetirara pedra,quefarão trinta peças 0violefalcões, 'quetudo seoobriodetem E ao outrodia desembarcado doze, porquenom cobrirâo, evintefàIOões , e quarenta berços ,que tambem seenterrarâo com os falcões , e

desembarcarão osrepaíros , esomadepelouroé,quetambem s'

enterrarâo,0 tudo se recolheuque0 nom sentirão. »Então o capitão mórpolo feitormandou muito , rogarElBey ,queel lemandaseea seu Gà il comseus pedreiros fazerhuma parede, ª ludepedra, grossa, eal ta porfôradatmnqueira, comsua porta '. comchave: fechada, equedenoitemandassç fec hara porta eguardara chave, equenisto lhe faria grandeprazer, porquedenoiteficassem os Porlugum s (00110008 debaixode suachaue. Com oqueElRey muito folgou, epromeueo ao Capitão mórquelogo seria feito, parecendolheque # 0 Capilâo món o fazia porquqrerqueos Portugum s lheficassemsogeitos; mas o Capitãomóro fazia porque'« comaparedeassí feila 110000 0 pouoação segurado fogo. . Aqual parede,an lesdehum mes acabado « foi feita, 0 o Capilâo mórsobre” n todalas

cousas encomendou ao feitor grandevigia 'que haviadé terno .»fogo , 0quededia coá nhassem a 000 , 0denoitenom houvesse fogo,m em ; candea em nenhuma casa, * edeixou deludograndes apontamentos ao fellorw eao Capilâomórdo maropoder“ a sobreo tododomareda lem * com poderes como suapessou, e lhema ndou «quetodo 0 verão corresse costa , fazendo todo mal ás 000303deCalecut.0 quesempre 4 visitam : Cochym, eque nom h ouvessemaisqueosnauiosquehouvessemeem , equeos outrosqueosvarassoem Cam or,

n ese.»Aj. Omittido no his. da Ai. ' à pouoação trinupeças 0 vintefalcões cm huma com ,quetudo se cobríodo terra, ereparos , esomada pdouros ,quc tambem seenlerrarão ç Aj . c mgaraElReyquemandm eo o hj . grossadc pedn , a al tadefón wAj . Demçnw m wpiadn Ai. Idem. u parededefendia o togo á pouoamio c âj . Pal ta m oopiada Aj . umdo c Aj .

odo o Aj . 'em . Aj . Fal ta m oodiceda Aj . o lhedeixoude todoo mn e tem , 00100 0110 mesmo, ;zAjm . evisium Cochym, equc im a»

m m Cochymm âm su Aj .

DOM VASCO DA GAMA , ARNO DE 15 02 . 337

eu em Cochym, ondeinuemassesehouvesseguerra, e faria ; Iodo 0quelhemandasseElBoydeCochym,

uporque assy o mundana ElRey equenom ham do ' necessidadedeínuemarem Cochym se« fosse à costad'além,

a eandasseàs presas com as : 0005que fossem pera Mesa, 0««queàs 0008deCambayadêsse passada como amigo , 0 em tudo n

zeeseporganha; amigos , eque a gente fossem bem (ralada e paga,: porquena feitoria 110000 muita fazenda ; edeixouviolepípàsdepoluoo

ta,queo tei lor meueo em jarras debaixodo chão muy guardadas .O Capitão mórmandou aos Escrivãesda feitoria,queiizessemrolde

toda a genteque oquisesseBearDa armada porsua vontade, ª . por'que na feitoria nomdeixaua maisque trinta homens . com os 016

oiaes . Poloqueos homens , com a cobiçadas prezasqueesperauâo bauer,folgarãode ficar, e ficarãoduzentos homens . E fez Capitãesdos nauios

Bras Sodré irmãodo Capitão mór, eParad'Alayde n bomo lldalgo ;edas caranellas "

0 600100 0 João Inpes Perestrelo , AntonioFernandes 0Roxo, RuydeMendanha, Gomes Ferreira, o que fôra feitor : e todoass i prouido quanto compría , armada se fez 6vela para Portugal ,queVicenteSodré . com sua armda foi acompanhando até 0 MonteDaly , onde c tomou agoa lenha, 0 »meterâodentro seus baleis 0 as

quinas ,que (oi todo feito em dous dias , e separtirão Da vol lado mar,nauegando pora Melinde o com tão bons tempos ,queem poucosdiaschegou Melinde, e sorgio fórado porto , eel le « desembarcou logono esquife0 foi a terra, aqueElRey—fez grandes prazeres , e 0 o Ca

pitão mórmandou aos Capitães tomarpara as naos , emandassem tomarde terra lodo 0que houvessem mºstar, eel le: [icon com

.

ElRey aquel lanoite, eao outrodia, dando 001110 a ElBeyde lodo quanto deixam: feitona India, e tomando as cartas e cousas pera ElRey , se despedi rãocomo grandes amigos, eao sol posto selo—iembarcar,que. já ElRey tinhatodas 05 0000 00003de carneiros 0 muitorefresco . E « como Íóí noite

Falm nn copiada ki. u là goerra c Aj . . as prem ida" Aj . De

menos no codicoda Aj . Idem. « ficasse» Aj . o que na feitoria 60005 0só Aj . 0 0 com a cobiçadas presas íolgtrâodeGear,quef0riodowntos . A].

Fal ta no Ms. dn Aj . Idem. Idem . Idem. Idem. Idem.

Idem. 0 0000 chegou Ai. toy terra, eEIBey lhe. Aj . Pal la

no Ms . da Aj . o esefoy emhamarjà sol posto, eu Aj . , já Ai.roxo (8

áas“

DOM VASCO DA GAMA, AN'

NO DE uso:.

separtia «"ao longoda 00010 com muytobons tempos , . semquem eu

trarem Moçambique, 'que nom tinha necessidade» 0 foi seu cami

nho sem nunca achartormenta um contraste, senão vento comque lhesemião todahs velas , comquefoydemandaras Ilhas Terceiras ,dequehouvevista,que lambem umquis tomar, porleuarmuylo bom ventocomquechegou à srradeLisboa â vespern, horasdemaré comqueenlrauâó peradentro tres 0003de Fraudes comque tambem entrou, semBorgirsenãodianteda cidade.

ªQueé pousa estimada ao quererde

Nosso Senhor,quelevando ancoradeMel inde foi deitarden tro em Lisboa saiuamenlo . comdez 0006 carregadas de * muylo grande.riquesa, deixando feitos na India tão grandes serviços . Oquesendadito ElRey houvemuy grandeprazer, e logo mandouvisitar0 Capitãomórper' Dom Nuno Manuel seu capitãoda guarda, 0 el le caualgou commuyta gente, ese toy â Sé ante0 altardeSam Vicentedarmui tos louvom 0 Nosso Senhor. E Dom Vasco, »chegando Dom Nuno com avisitaçãod'ElBey , logo com el le desembarcou oom

'

todos 00 Capitães ,quesa indo na praya acharão muy los parentes eamígos , 0 0000110s queM odos caualgarâo, 0 se fotão caminhoda Sé, ondeElRey mandouquefossemdarlouvom 0 Nosso Senhor, acompanhadodo Bispo daGuarda, eCondede Penela,que ElRey mandouque 0 ,

fossemreceber;echegarão ondeElRey estaua, 0 feita sua oração furão beijara mãoElRey ,que a todos fez muy las honras , ecom ul uw prazeres cana l?

300 , 0 com o Capitão mórfoi (aliando pera OS paçosdecimado Castel loemqueentão pousam ; e entrarão com a Bayaha, que todos beijarãomão

, 0 ao Príncipe, famdolhe Raynha muylas honras . E ElReymandouquese “fossem arepomr, 'Equebem 0merecià o tam bons seruigoan comquesedespedio. E porhonradetãodilosa viagem ElReyfez aos Capitães grandesmercês , eá gente logo pagamentosdetodo quantolhedeuíão, ena casadargrandedespacho s em suas am ecausas ,

ea Dom Vasco grandes mercês , e todas suas cousas l iures " * e liberDemenos na copiªda Aj . l êem . Idem . Idem. umny la o Aj.

' Qdesembhmoumm bomNunmquelhe lenounvísitação M iley, etodos 08 Capitães,que acharão muy tos paren tes na praia : Ai.

c gmça c Aj . aEl lley o Aj . Fula no

Maui; Aj . ode. Ai. Fal ta na copiada Aí .

ARMADA

V IC EN T E SO BRÉ

0 m m ao CAPITÃO Do DE 1 5 03.

PABTIDO para o Reyno Dom Vascoda Gama, como dito he, e ficandoporCapi tão mórdo marVicente Sodré,queelleordenouque ficasse,como já hem ontado, 0 dito Capitãomórfoy acos anhando a Dom Vascoatéquedesapareoeoda terra,que0despedio, 0 o se lomou a terra,quetoy terBaticalá , edah?aw eo correndo a costa . pera Cananor, onde

no caminho tomoudous zambucos carregadosdefardosd'arroz,queN ãopera Calecut, «eos Ieuouj l Gananor, « eo descarregou no almazem,

eos n mbucos vendeo, efez ªaual iaçãodo arroz, edeu amelade

ElRey ,queentregouao Ieilor, eda outrametadefezcinque partes igoaes ,00queelle tõmou duas , eas outras partia igualmentecom os Capitães ;eas outras quatro partes partiu ª * por toda a gente igualmente, dandoaoê mestresquatro partes , enos pilotos outras quatro, eaos bombardeiros duas , eaos homensd'armas huma, eaos homensdo marduas; porqueesta ordem lhedeixouDom Vascoda Gama,quetim a partiçãodelodas as cousas ,que houvessedepresa, com a gentequelrouxessena ar

n lornandoseoAj . ' Demcnos nuoopiadnj . ' ldem.* u ualiarov'

à i

pela gente Aj .

VICENTE SODRE, ANNO DE 15 00. m

mada,'que nom hauia devencero mantimen toque os outros venoíão

na terra. 0 D00M00rosquesetomarão . nos pagem » lambem fez aua.

liaçâo porentrarem nas partes , e tomou algunsquemeteo nos nauios

pen o trabaiho, . edarem âbomba, *queandauão carregadosdeferro, 0nom quisdarnenhuns aoâhomens, porqueos nomresgalassem, ou [0319

sem, eosquesobejarâo matou « todos :»antesquechegaseaCananor,porqueem Cananornom háuiadefazerjustiçadel lesporhonrad'ElBey .

O feitordisse Viwnte SodréqueElBey de Cananortinha noun

certa, elho diesem ,queElBeydeCalecut seapercebíadegente, ª aqueeslauadeterminado»mandarped ir os Portuguezes ElRey deCochym,

se lhos nom (Mee, « lhe bauiade fazer: guerra, e destroi“ 0

Reyno ;que portanto compríaque aoodisse lá . Oqueassi fez YicenleSodré, que logo assi fez 0 se partia, eindo tanto áuantecomo Calecut houvevista de quatro velas , e toy

.

el las, e as tomou,—que erâo

gundras,quesão [1008 barcosdas IlhasdeNaldina, ondesefaz 0 110decairodeque se fazem as amarras 0 enxarcías 'de toda nauegação

da India, afóra oulro mmo seruiçoda lem . Gundras são feitasda madei radas palmeiras juntas e' pegadas com tomos de pão, sem nenhumprégo , eas veias sãod'esteiras feitas de folha seco::das palmeiras . Asquaes vinhão carregadasdecaíra, 0demary ,quesão huns buzios brancos mendes ,queseachâo antro as I lhas , quesão tan tosquecarregão0008 del les ,que hegrandemercadoria para Bengala, porquecom pormoeda : 0 tambemes'las' gundras carregado peixe'

sewo,quechamãomoxama,quo he 00 lombosdepeixes bonitos , nque00 300000 ao sol , porquenas I lhas não ha 301, 0 u fazem lâo '

seccoquejá num a apodreoedequeha tanta soma nas Ilhasquecarreg'âo 0000,quehe0 mórmanlimenia pera os mareantes, deque semantem todos 00 marcantes .semiçaesdo mar. Tambau traziâo muitos panosdesedadecones , 0

brancos demuitas sortes e feições , . e muitos tecidos do fio d'ouro, evinos ,queas gentes nas Ilhas fazem,que hão seda, 0 ouro, e[30d'algodâo,demui tas 0003quepassão porautreestas Ilhas , oqueatranossãoda costa deBengala pera 0 Estreito de Meca,que comprão estes

Supprímidorna copiada Ai Idem . ldem, Idem. « pararAj .« Íhefu i. . Aj . .destruíria a Aj . . eindo â n sia de Calecut vic e Aj .Do menos na copiada A]. 'º aeeAj . Fal ta 00 Hs . da Aj . Idem.

'de toda a sorte. Aj . «quandovemdo t bj .

n a WWE SODRÉ , ANNO D! 1503,punos a trooodestns oousas

'0dequo m famn p eporm nhas serundemndeesu la. pera todas parms , vão lá os l oum da lndía as

wmprarn tromdeml epanellas ' . porquenas l lhas as nom ha, eumbem lhe leuâo varrozem la. Naslas guodl-as vinhâo muim hloum deCdecutque lá forão oomprar, o as uu ião m gundm poraeu frele. ,Asquaes mdo wmdaa o ú pilão mórdisso aos donos '

ndas gwdm .que lhedissessanquaes erão uourosdeCalecug esenioqueosqueimarião ' u todos junlos; elles oom medo lhodisserâo .—Osquaes lodos f0rãoandos 'depâ emâw o meãdos em hw adu guquefoidmrrepdada famndammelidos an baix0 , esobm elles m0iu ola,queas gwda s pordentro « todas são feitasderepnrlimemos de ola emquenum as ím ndasn elhepoeerão o fogo,queoom ovenlo foi ardendopau tem .

': edos Mouros das gundras deitarão algum a nado, .que

farão a lem pera oonlarem oque em fa'

lon que forão osqueimadospdodeoem Mourog oomqueM m is u am ntou o maldo Cdecut . E zs outras lres gundras , enquesômente fiearâo os hloums naturaesdas l lhas , lhedísse o Capitão mórque nunqua mais fossem pm

Calecut, porqueseachm qnepem lâ leuanâo 'a alguma cousa . “queimarião viuos , ecom humndns camuellas , as mandou pera Cananor

'. lodo—dem m gár'ºunna feitoriaealmamm, com seuíeitord'armada , e

neu ew 'iuão,quetudo venderão eaualiarâo, eha parledªElRoy lbederão o caíro eoouaasqueo h itortomot odo o mais so veudeon e

de todo se fez parles anlre a genteda at pola mdemquejâdísse.

coxo va m soa'

, m uio nouDOJAB, m mm DITO rumouDE mm m A amam , ou: mmm um 0 DE! DE ous am A0 m

DE 00! n'

, E 0 003 mm TAM O .

Am m o negociodas gundrasde Caleoul , o capi£âo sefez âvela efoy Dorgirna barradeCochym, 0000 1030 : nos bnteiu sefoi a visitarElRey com os Capitães , aqueElBey fez muyta honra, aquedarão

' Demenol m oopia da Aj. 3 16010. ª uu odu '

o Aj .'n wmrAj . ' Pal ta m l s .da Aj . ' ldem.

'. ndn l n h .

' OmiM o

no M t Aj . “ Idcm." Idem.

su VICENrE SODRÉ , ANNO DE 1 5 03.

mais fal lassenenhuma palaura; n omm em outras cousas comqueosdespedio. . E : se [Drão casado feitoronde '

. ãobreestes negocios wuyto debaterão, porque todosqueriâo iraoEstreito , ondeesperauãod'enriquecermas em todoVicenteSodré insíslioquebauiade irao Eslreí lo , porquea guerradeCocbym 00 seria , ou não, equeria seguraraarmada, 'que lhe (icaua cargo. . O leitorperante todos lhe disseSenhor, sabido estáquepara tal cousa , comoeslaemabertodesta guerra,

«que tão certa está , vós sois muy obrigado avos arrismrdes com todos« os Portuguezesqueeslão na India, pera nel la ajudardes alé tudo se»gastarporhum c lão DobreRey , etão fiel amigo d'ElRey Nosso Se—nnhor como be 0 RoydeCochym ; poisquejaviaquesepunha

« a riscodeperderseu Reyno polos Portuguezas , ,que'razâo podia el leadara não auenlurara armada, ac qua nom valiadezmil pardaos?A0«queum tinha nenhuma boarazãoqueporsidar. Poloque lhereq'ueriada parted'ElRey Nosso Senhorqueel le nom lim ao outra« cousa senão queo guerreasse costa , e serecolheesea inuernara Co- n

. chym c com todaa armada, : e trouxessemuyla arlelhariae poluem»* emunições , ondenoriodeCoobym teria a armada no mar, onde

«estaria a gentedo mar,quelhe[aria boa vigiado fogodequesetemía ,« e os nauíos

"« humm hum n araria, eseoorregeriâomuyto bem ;que»

« 0001 l aômenteassi n alar * inuernadO * ElR0ydeCalecut 'ª ª pornisso cessadada . guerra 'queeslaua certoquehauiade fazer0 (,E

c morymp onde indaque todos morressem, isso etão obrigados«portamanho feilo, donde tanto importam à : honrad'ElRey de Porna luga] , 0 0 00 credito"

: dos Portuguazes .» E pedio &06 Escríuãesda

feitoriaque lhedessemdissoestromentos, 0queel les fízerâo,quetambemlho wuytorequerião, . eRuydeMendanha, 0 Gomes Ferreira,quelhoass idisserão,queera muyto bem 0que lherequeriâo. Idas 0 V icenteSodré era homem furioso e assomado, e destemperou uoom lodos , odizendoqueelle nom lhepedia conselho, «u nem lho dessem, que li

c eu Aj . . El les n Ai. ' fal lou com el les sobre esta materia, porquebodasqoeriâo irao Esu-eitoenriqueccro Aj . Fal lo na copiadl Aj . o ney tâo

nel eamigo t Aj.! t era c Arc . Demenos noMs .daAj . " en c hi

,De

'mcnos m wpiada Aj . Idem. Fal ta no Ms .da Aj . D el le

al li. Ai. Fal ta na copiada Aj . a cessada:“ Aj . De'

menos nohls .deAj .vpela t Aj . D ecredito * A]. Fal ta no Ms . daAi. Idem. Idem.

VICENTE SODRÉ , ANNO DE 1003. 315r'assem quantos estromentosquísewem,quese 011 0000 0110daria 0000 00010a quem lha [1000000 tomar; masque. 0110requeriada paned'Ellley 010005que logo seernbarcassem,

«e se fossem pera Gananor, 0 0001

10000111 00000100da guerra, quepor01100 queria fazer0 Çomorym.

E 0 feitor0 10000 1110 01000100queBIRey 101nom110010deconsentir, como1110 já 01000100 , 0 01100 0 0001 faríâopor00000 00010 10 0000 . « Comqueassi 0000010s . ao outrodia VicenteSodré 50 foivercomElRey ,quejá ,

sabia 00 0000100 0 001quees liuerâo. ElRey 1110 d isseque 0001 eranecessario eslarem 00110100 com 0 feitor;quese10000 muy lo embora, 0guardassebem seu 10 5 1100010,que 0110 0 0001 110010 0110100 pera nada, 0queindaque já 05 110010 na guerra, 0010 0000001101que aly 000000 ,

ª

eupois sua 110000 0001 seria por1 001000 ; masque0 feitor, 0 osque00010110 1100000, 0110 10u menos 00 110010dearriscarnag001'r0 , se'a houvesse, porque 1000que lhe 005 1000 000 Bem , 00 110010de guardarmuylo bem , pera '

os entregarao Capitão '

mórqueWWW» 0que por10010 se10300,que0110 0001 queria sua 110000 , * poís já seria ; contrasua vontade, 0 00 sua gente,que 0010000 com esperançade irlomarmuy lo dinheiro 00 128110 110 . A0que'VíoenleSodré 1110 quisdarrazões, 0ElRey 1110015 00 «A 10000 vossasrazões 100110 0000 licença, evola torno0dar,que100000 vosso vonlade. Comque0 despediu, 0 0100000 0110mar0reitor, 0 lhedissequesea gente quisesse11000 queo nom consen

1isse,porque 0001 110010 necessidade 00110, pois nenhum ponuguez

0 110010 00 00000011“ que pelejasse, aindaque perdem seu Reyno. Oque0001 fez 0 101101 , 8 11000 01500 0 11100010 SodréqueElRey nom 000

000110que1100050 geme 000110010. Todauia Ruyde Mendanha, 0 Gomes:Ferreira 1101000.

130100 00 parlio Vícen leSodré, 1100000 os meslres porCapitãesdas000000103, comqueº 0 30 101000 0 Cananor, 0011 0000 00 101100 muy1o00110, 0 peixedas Ilhas ; mas nada quis tomar, dizendoque disso 0001

110110 necessidade. E tornando Vicente Sodré 0 (1000000, logo se foy verElRey , edar00010doquepassara como BeydeCoohym. ElReydeCananorhouve prazerporElRey 00 Cochym assi estar 100 esforçado

De 010000 Ai." 100111 .

3 10010 . .quetiuerào s Aj. De

100000 00 110 . 00 Ai. 'que já era Aj. 0 000000000 . Ai. 0 0 0 Aj .

0 101 0 Aj . Fal la 00 00010da Aj .TOMO

016 VICENTE 800013, ANNO'

DE 15 03.

0 000110 0 guerra de 01110001, 01201100que 1000 000 (1010001 1110 5205 00 0 guerra,quenom 110010 senão 00 1000100 , 001que11000110muytas chuvas , 0 00dos grandes ,que 0105 0000 as terras, emque 0

guerra 0 00 100010 0 0 era muy duvidosa, 0 mórmenle pelos mantimentos ; poloquelhenom podería fazer101110 guerra,que 1110 100 100001001010100000 o se os 0000 1110 1011000010 , mas 110111 101100

0010 10110,queprimeiro se[mssariamuyto tempoqueoReyno 1110 tomasse;emaisque 0 Çamorym em quanto 10% verão não boliria 0000 ,

ª« e

dessimularia 1000, 010que00 0110 partissepera 0 128111010 ,que teria arreoeo 00 0 armada selá ir. ínuemar. Aoque0 feitor. queera pre00010, 0 001000 muy 0901000 00que se passara 001 Coohym,

«que1110escreuera Lourenço Moreno,queera seu grandeamigo” e disse00. capitão, m i presente. BlBey ,que pois o Çamorym 0010 10000 d'ar10000 0001 mcommettera 0 guerra, o 000 801 10 muylo 00ru1ço 00 Deus 0d'ElRey ,que se 110111 100110 00 00010 , 0 forçadamente0 10000 inuemar0Cochym,

'que 00000 assi 0 Çamory pôde serque cemríade sua .

guerra . Mas 11100010 Sodré 1110 1001100000 ,que 0110 já 1000 1011010 com

3111031 00 Cochym,'que 0110 era oque 0001 queriaque lá ficasse;quepor10010 0110 110010de ir, porquejá tinha sabidoque05 10 00000 se

0100001000dos mesmos Mouros , poro medoque'tínhâo 00 0110 1110 tomarsuas 0000 00 115 110110 ; masque0110 nom se 110010 00 partir' lão asinha,queprimei ro 110010deirdarvista a Cambaya. E 00 100 preslee, 0 partiucom 05 lres 000100, 0 cínquo 1 0108;

CAPITULO 111.

como 0 01 11 11 10 14010 00 com001 1 011 1 01 commo 1 casu n eºcu m “ ,

0 AS 000010 0011raz n aº

1 001110 11 01111 1100, 0 0011000100 sm 1 10 1101 ,

11 sew mo 0001. 0 05 1 01111 0 cou sms ven s .

P 1 01 10deCananorVicente Sodré 00111 11113 1100103 0 cínquo carauelas ,emque100000 00200100 homens marcantes , 0d'armas, 0 foy correndo

'. Palu no eodiceh Aj . 3 10001 . ' Idem.

* Demcnos uo

I BA MA].“ Idem.

'a Çapilâo mórpen nlen Aj . '

a oomeueriaCochym, 0 o

Ai. ' uelleO Aj . " iqueenláo o çamorym cmría com u n ." »eque

ellec Aj .

3is VICENTE som , ANNO m: 1 5 03.

na caravelaque se lixara em Moçambique, porque Dom Vasco deixararecado em Melinda,quesehi n'esse ler,que se fosse para India, porque souberaqueandava na costa tam do maytasroubos ; onde assi eelando em Angediua os achou Vícenle Sodré vindodeCaúlbaya, . porquepassando o verão sairãoda Ilha, ;ee lodos sefarão Cem ar, ondeo capi tão foi logo visitarElRey , edarpresentedericas peçasque lomoudas pran a, e aos Regedom eGozil , comque lodos . es lauão

muy lo , contentes . Então mandoudescarregara pimenta edrogas na feitoria ; e ponquenom hauia casas emquecoubesse, auque fazendà eramuytan o feitortoy a ElBey pedira issoremedio, . eel lemandón no

caboda cidade, pertoda ponta , lazercasas grandes deparedede pedra,e * porcima g cubertas com argamassa pôrresguardodo fogo. Entãoporcima outras casas cubertas d'ola,que indaque & íesse jogo, nom

podia empecer fazenda , emque ficou loda recolhida. Então o capitãopedia l icença a ElBey pera al y na praya * juntodas casasda fazenda»vararas carauelas e o nanioquenom hauíade leuar;doqueEIRey foycomente, e lhemandoudaru muyla gente tmbalbadórcs , enque oroílorphgou,queajudou an '

araros nauios, :que o leitorficou nessetrabalho, fazendo cabreslanles eenuazadura , e tirou os nauios almueesa

dos, ao modoqueos Mouros varauão suas naos grandes .

Emquanto se isto « assi . [azia, Vicente Sodré converteu seus

nauios,

«queos hauiade leuar, epartia as prezas com as partes , etoda geule do navio , ,queeslaua cdoente, ficouem Cananor, poloqua toda a outraqueeslava sã, nom quis Gearpori rem no Estreito .

Tudo isla%.MourosdeCananoroscreuiâo aosdeGaleonl ,queo fal lauãoElRey ,queestaua sem holit nada atéque a armada se partisse,que

eslando já prestes , o capitão seroy despedird'ElRey , e lhe pedirpilotos , « porqueos nossos nom sabiâo as terras do Eàtreito, aqueElRey ndeu dous , «quemuito folgarãodeir, porquehauiãod'hauersuas padasdas prezas como pi lotos e lhemuy lo encarregou os nauios

Fal ta na copiada Aj . Idem. licarâo n Ai. Demenes no Ms.daAi. 'que logo mandou perto da ponta fazergrandes casas ; Aj . Falta na

copiada Ai. Idem. Idem. * muy los Aj . para Ai. u em

cujo—lrabalho lim o feito" Aj . Falta no Ms . dn Ai. Idem . Idem.

Idem . « o Capitão mó" Aj . nquelhc c Aj . Fal la no Ms. da A1.

VICENTE som , m o"

mausos. au

quehauiãodeficarvamdoe, a que ElRey diarioqueelleoe tomam em

sua guarda, 'quefosseembora, :que aly os acharia quando tornam ,que farão tres carauelas , eo '

nanio,que sendo vendas na terra, ElBeymandou derredorfazerhuma cerca 'de canas, é apregoaqueseria

morto qualquermouro, ou gentio, que fam achadode noitededentroda cerca, onde ElBey mandou estarNaires em vigia, a que o

feitorpagan .

Do qual pregâo os Mouroswuyto seinjuríarâo, ese queimarâo « com ElBey ; mas el leos mais agastou. dizendolhequeseosnauios houvessem algum perigode fogo,queel les lho hauiâodepagar.de suas fazendas , não porqueelles lhe postassem o fogo, masque se

fogo se pusesse aos nauios *queu nom hauíadesersenão porpeilasdos MourosdeCalecut, queporissodariâo, quenão podia sersemel les serem disso saMdores ; queportanto el les o bauiâodepagar.

O capitão , sendo prestes comsua armda, separtiu pera o Estreito,que fotão tres u nica, e tres carauelas ,dequefarão Capitães Pero Rafael ,João Rodrigues Badarças , João Lopes Perestrelo ; edos nauios Perod'Ataide, eBras Sodré, irmãodo Capitão mór,quebia em outro , todoscom abastançademantimentos emuyla artolharía, comqueseparlio '

em

Marçodo annode 1 5 03. Da qual 1viagem adiantedirey .

Cà PlTULO IV.

DO QUE FEZ K LBBY CA M RY! DE. CLLBC UT, SABENDO OU R NOSQA n um a

REA PAB'

I'

IDA PBI A 0 BSTÇ BITO , COM SEU PODER BOY SOBREO REY DE COGU “ A um PEDIR OS POBTUGU KZBS.

ELBBY Çamorym,quees laua com muylavonladedevingança contra osnossos, e mortal odioque tinha ElReyde_Cochym porass i os agasa

lhar, eassentar[rato, e carmgaras unos , poloque jádos nossos noml iúba maisque ficaremlhe ímigos morlees pera sempre, e lhedes lroiremseu porto e grandetrato, emque'jâ linha muyta perda, ede cada vezmais hauiadeser, pois já ficaua armada no marpera no verão guardaroosla , eno inuemo irao Estreito tomara nauegaçâo «detoda

* . lhemandou-Aj . ªo todo o—Aj . ' De

meaoeno hl sA a Aí . * n a ç Aj .' Demenm na copiada hj . ” Idem.

' Idem.

m VICENTE sonata, Anno na 1 5 08.

India, l obro oquebaueodo seus acordos, l c eoeMoum queo muytoesperam nim ,

: m too tomat o BeynodeCochym, enellepôrReydo m mão, pºrªqueos m nel lenom àohm m carga, oomquedeforça m ellem nladão pm '

n ou nom aqum ndo pu perdoriâo os

nossos om egaçâo para o Beyno ; ecom esta tenção, emuyta vontade,o hmbem hauondo u grande sentimento, n andoqueElReydeCo

obyn lhefaziadespreso noquefazia,quepon seusudilo n o nomdeu m fazer, nem nunqua comelle tiuerau nenhum comprimento , 0quelhemais m econtando sua paixão, ' a fau gn ndeaperoebimemodesuasgentes, com determinaçãode tomarCocbym antesqueviessemas chuvasdo ínuomo . Os MourosdeCalecut seamol inauam com osdeCochym,

. pen . esta consulados consul tados ,queperqualquermodoquepodesseser, os nossos fossemdeitados fôrada India, porque suas muegnções (im eem liures comodo primeiro, ' n o podem fazerseus grandes proneilas , como fazíâo pera Meca , comquelogoos MourosdeCoohym assim

os naturais , como os estrangeiros , semostram soberbos, « ealvoraçados contra os nossos .

O ReydeCoobymde tudo linha aniso, eo mórn ineonuenien.

leuque sentia era o aluoroço doeMonrós,que coa a gentedaterraque(agissem, e fossem pera Coulâo, ou pera outra parte, e

nom aguardassem guerraquevinha . EIBey sómente arreoeauaque osMouros am assem alguma briga falsa com os nossos e os matassem, noque trazia muylorecado, tendo sempremuylos Naires na feitoria, e

enm'

ewque estauâo os Portuguemes juntoda feitoria. ElReydeCo_chy |n maytas va ns praticam com os seus sobre as cousas do Çamorym n o achavaquelodas lhemal parecião ; ediziâO oqueeradando,pois fazia cousas lio erradas, eora mayto poorem quererfazer.guerra tanto contrarazão, poloqueos pagodes lhe (avião mal . E postoqueo Rey assi o sentia nos seus , oque o hauiãode ser» constantesemoajudanem, o

": porisso morrerem segundo sua ley , tinha "

. el lumano am ooo ao grande poderdo Çamorym,quevinha, polas terras

Fal ta no & .da Aj . 'em A]. Fil h no l s . “ A]; od'BlBeydeCochym sedespm u

jde seu A] . c aio teria; nisso Ai. o a (n ero Aj .

o pon Aj . Fula no l m h à j. Idem . Fnl la noMs .daAj . Idem . ldcm. o edixiio lodos j . . fuerhuma a Aj . o scriào o Aj . " ” isso—Aj . " De menos no l s . da Aj .

35 2 VICENTE SODRÉ ,'

ANNO DE 1 5 03.

tiras , e falsidades ;queportanto nos Portuguezes era escusado fal ler,e assi lho mandara já dizer, que nom era bon ciuque fallassehumacousa, e fizesseoutra ; ª «queel leos Portuguwes nom os linha forçados,quese elles quisessemdesuas vontades iremsen pera 0110,que lho nom

lolberia , n musque pareciaque el les tal nomqnereriâo, eseel les equisessem, elle lho nom tolheria, se elles quisessem esprírnenlarseus enganos . ElRey Çamõrym, ouvida estaresposta ,

'

enlçndeo em '

siquepoisElRey odeixaua navontade.dos Portuguezes , nom era senão com lomotque lhehauia, eque já nisso eslava concertado com os Portuguezes , equeas mais palaurasquedizia era pera comprimentosde sua honra, ª

« emim nearem quebra del la ecom isto,que . assicu cuidou, man

dou seurecado ao feitore n ou Portuguwes , dizendoqueelle linhajá hauidu tanto mal no seu Reyno polos errosque n el le linha feitosquenomdesejaua mórbemque poderfazercousa para podertornaraganharamizadeque tinha perdida com ElBeydePortugal , equepera istosómente os vinha buscar; 'um: portanto elles pedissem»todas as seguridadwrefensquequisessem comquanlos concertos . e contratosquisessem, se lhe tudodêsseefizweeo se fossem 'pera elle, e lhefaria taes boas obras,que ElBey de Portugal perdesse sua menenmria,e fossem amigos e irmãos , ç aqueleuassem as mercadoriasque linhâopara terem carga feita para as nausqueviessem ; e disto mandou suaola assinada. AoqueElReyde Cocbym mandouvirante si o feitor

,e

todos os Portuguezes peranteo messagem, e lhedissequeouvissem o te

cadoque lhemandava o Camorim, edessem suareposta . Então o messageiro lhedeu sua massagem, oqueouvido portodos, o feitor, commuyto acalamenlo e corlesia, pedia a BlRey licença para (aliar3 eresponder. HlBey . Ihed issequefallasseloda sua vonlade. O failordisse ao messageiroque escreuesse oqueel lerespondia. oqueel le assio fez, porque todos o hauiâod'assinar, eenlâo o feilordisse Eu, com

« es tes Portugum squeaquiestamos , somos muyto contentes , e logo estaa hora nos foramos meler em poderdo Çamorym, indaque fôra pera»

c c Que os Portugua es os nom tinha forçados,que se el les sequizessemir. Ai. Fal la na copiada A] . Idem. Idem . Idem . o nzera O Aj .ueassimque pedissem cl les ' Aj . Demenos na copiadn Ai. veo Ai.

Fú ta nn oopíadaAi. * muy la certeza c Aj . Fal ta noMs .dnAj . o lha

deuu Aj .

VICENTE SODRÉ , ANNO DE 1 5 03; 35 3

« a todos nos oortaf ” . cabeças , epés e.mãos , so com im ElReyden« Coohym e seuBeyno Ha sse ª fóru d'afronlaque lhe o Camorym«vom hw , porqueobrigados somos a morrerporhum bom everdad« deim Bey . Mas porque as cousas do Çamorym todas são Ialsídades ,« como sempremostrou com suas obras , ª

oqueos bons Reys nom»« fazem, mas guardâo suaverdade, o queo Camorym nunqua guardou,«quesempreie: falsidadesn e com el las agora vemdizendoquenos »« querpara nos fazerbem ehonras , oquese Íorawerdade nom viera»« com apercebimenlode guerra, eporque tudo está sabído já com«enganos .»nom poderá fazermal , indaquedé arrefens , como ª l inha»

«dados . Pedralnarez Cabral , elhe fez falsidade, «matando o feitor»«eos Portuguezes : porroubarfeitoria . Poloque dizemosqueinduz«queseu Principedêsseem arrefens , lambem lhp fada traição, eistorespondemos , assinamos . E o assinarão, dizendo mais EIReydeCochymqueel leWhen os Portuguews a sua terra, vindo mortos feridosdo malque lhe lil era em Calecul , eos achaua tão verdadeiros bonsamigos,quepera sempre lhehauiadeguardarverdade;queportanto nosPortuguezes nomhac iaquemais Ial lar. Daqual reposta o Camorym wuytose affrontou, ehouve pordeshonrado nom o temerElRey deCocbym,que era Bramene,que nom bauiade tercom el le fan tasia de canalleiro . Poloque logo mandou entrarsuas gentes polas terras de Cº“

.

chym, emque nom achou nenhumaresistencia, porque os senhoresdas terras, eCaimacs ,que são como Condes , lhelogo obedecião comoBmperadorqueera sobre todos , evendo muylo poderque trazia nomquerião pelejar, « porque lhe nomdestroissem suas terras , eporissonomquerião pelejar. 311161!deCoohym bem podereajuntarm to ecin

coenla mil homens , mas pot estas fal tas dos seus nom a pode ajuntar;maisque oilenlamil o homens , gente limpadesua obrigaçãopera morrerem porelle, nom cuidando ElReyque os seus lhe fimesem tamanha(alta. Mas,que tudo ajuntara, nom era nada para inlinidadeda genteque0 Roy de Calecul tinha , 'de gente armada d'espadas , adargas ,amos , frechas , e outrosde lanças ,que são zagunchos da sorteemodo

vliurc o Aj . Falu nohís .daAj . ª ldem. ndeu n à j . Dem os no

codiceda Ai. «porlhc nâodestroiras lern s u Aj . « ajuntouo Aj . Fal tano codioeda Aj . odelançzsquetem as asies pinudas, :sscnladas noalacren hjt ono 5 5

331 VICENTE SODRÉ, ANNO mausos.

desuas armas , como jidim , c aqui hon o m is oepeoiâcm y , porestefeito lerde seu polejar. Sm hnçu são assí pinladas as astesdemuylascom , m m com alam , quo aunquadestingem porsol , . hem

porchuva esuas zdargas assidesta pin tura,querelm m.dando-lbo oªtque cagâoos ol hos oom'

o espelho, o emuy kuasemum ia, com

os emhraçamenlosde pao. . As nvwéspadasdo fem morto sem aço ,

n é curtas dehum oouado aómen le, demuylas laições , eha humas . depontas tomba e largas ,quenom podemferird'estocada . Belas,do punhoaté o terçoda folha, tem hum espigãodeferroquea faz forte, eoutras; s padan são vol tadas como fouoe,quenom tem maisquehum corte.

. Nomvtem nos punhos nenhum modode guardas , m isquehumapequenarodellade ferro,que 'quasi lhenom : cobreosdedos , wuytoIaumdo, com muyus argolinhnsde latão pendentes ,queao esgmmiríazem grande sonido . Sâo muytosdelles armadosde laudeisde panos deseda, edeveludosdeMecademuylas cores, noolohoados com algodão,que são muy fortes para as suas pelejas, compridos até mens coxas , e

mangas até o ooloualo, ebraçaesdesta armadura no braçoda espada. até o colouelo, »e manopla, n eda mesma armadura : nas cabeçasgorriões, epordetrásrabos , t lhe oobrem o pescoço eorosto,quelhe fica quasi todõ ouberto. Os quepelçjâod'espada eadarga usâodeslasarmadum morquena batalha são os dianteiros , quevâomuy baixos ,que lodos vão . cubanos das adargas , eestão postos em cocoras muy

junlos huns com outros, tocando as ada gas . no ohâo, todos postos em az.

Detrás destes adargueíros vão os frecheiros ,queseu tirarherasteirodochão, o comquemuylo encrauâo os Aum estes frecheiros vãooulms ,que leuâo arremessos ,quetirâo . ao longodo chão a adarnaspernas ,que sãodehum pao pneto pesado, «ufeitosdu feiçãode bomcos tadevem ,

.que seaee'nâoquebrào huma perna, ouderrubio humhomem ; e lambem assirasteiro lirâo com humanrodellasdeferm delgada , eagudas , «da grandun dedona palmos , a_bertas no meo,quelambem a ondeestas aocrtâo : fazem muymmal . Detrás destes vão os

Fal tam l s .da Aj . Idem. o oulroemm:»Aj . 'de 0001mde hum coado devarias feições, ealgumns . Aj . Demenos no codiocda Aj .unem»Aj. " nal lho o Aj . Palu nomdieoda Aj . Idem. c ovão

baixou Aj . Fal l: na copiadeAi. 'ª Idem. Idem. ndo tamanb u

Ai. Fal ta m copiada Aj .

35 6 VICENTE SODRÉ , ANNO DE 1303.

e sepoemem sua ordemde pelejar, comojádisse, ebão porbonra quemprimei ro loca o alambor, mas nom farão nada até ' na outra parte setocaro alambor.

Na geraçãodestesNaires, como chegão à idadedeoito,dez anos, lhemestrão os jogos de todalas armas , edoquesemais conwnlâo o aquilo»aprendem eusâo * sempre. sem nunca semudarem outro, no _quevinewm até sua morte, sem nunqua aprendera?) outro nenhum officio,u nem exercício nrde tratarfazenda, nem ganharsua vida pornenhumoutm modo , sómente com suas armas , *quededia ede noite trazem, esempreaprendem «em quantoviuem c porquelhenomesqueça ,

deque tem seus mes tres :que os ensinâo aosquaas osdiscípuloslem

.

mórobediencia eacatamentoque odlra nenhuma pessoa, esenapeleja * o mestre, edisc ípulo, seençontrarem hum ao outro nom farámal , as o seno caminho odiscípulo topa seumestreacosta a adarga às pernas , e mete. a espada debaixodo braço, e com as mãos juntas, H al lam

sobrea cabeça , lhefaz adoração, " . eisto 1135 0 em tanta maneira,que:»ge o ReyW'rseu mestre, assi»faz, edepois '

o mestre lhefaz o sua

cortesia como seu Rey . . Estes Naima sãode puro sanguedefidalguiade pay e may , porque as melhores nisso são muy perfeitas , em nom

conheceroutra nenhuma geração. Nom tem conhecimentodepay, porque suas mays' nom lem certo marido, nem tem obrigação a nenhum

amigo, mas conhecem quantos -querem , quantos mais amigos Iam as

hão pormais honradas . Quando algum entra com el ladeim â portasuas armas , oquevendo outro amigo, sevier, nomentrará nacasa ,umporisso ha autreelles, nem el las nenhuma paixão nemdesavença . Tem

a sua may , e a sua lia'

írmâdesua may , grandeacatamento, eassisua amaque o crioude leite. O sobrinho [Ilhado im ã he seudi reitoherdeiro. São homens enxutosdecarnes , ebemdespostos , emuy ligairos " '

c em sal tare correr. São muy corta s, ebem ensinados ; muy ,

vergonhosas . Cadadia se Iauão. Os cabel los pretos, compridós cómo mo.da outra parte tambem se locarç Aj . * esu

'

u à j . Demenos na

copiada Áj . Idem. «o quetrazemdedia noilenu Ai. Demenos na oo

pinda Aj . Idem. ' odiscípulo encontrarao mestre, não fará mal hum ao

outro . A] . Pal la no codiceda Aj . 'e' Aj . o o mesmo o Ai. ª* e

mui oortçzes, c Aj .

VICENTE SODRÉ ,'

ANNO DE 1 5 03. m

lheres , deque elles eellas semuyto presão, o a hâo porgrande seuam o, . e os Um m atadosm quewm el lesdâo mbreas oabeças , edetrás nba toutuços. Seus panos brancos lauados w om agoa

da cosedurado arroz, comque fioâomuy lo tasas , xencanhados, quevestem muy apertados do embígo até mm coxas

, assi homens comomolheres , «e sobre os panos assi postos trazem outrosdeitadosderredor

, ao modode touoa'

oom tres vol las porcimadas cadeiras . #Nom

usâo nenhum calçado homens nem melhores , porquecela terra do Malauarhe branda, : porque. a mais del la na d'area . A

ºs vezes por

galnnlari'a não nas cabeças paninhos assi encanhadosdecores : mis'to

usão n em dias de festa,queentãovestem panosdeseda edepinturasod'agoa, e os corpos muy sandolados com sandolo moído com cheiros , e se arrayâo com joyasdo ouro, manilhas , orelbeíras nas ordhas,

e assi manilhas nas pernas . Não usãodecasamento, nem certa amiga,porquedim que o homemquetem obrigação com mplhernom podesem írseu senhor. Nesta geme Malauarba dezanoue geraçõés «degente, a ecada hans apàrtados sobre si porleis ecostumes , de'queaquinom fallo, porqueadianteem outros lugnres o ' « heide fazerdeforça,porque minha tenção no nom escreuernadadestas terras eseus costumes , como ouve álgunsque ílzerâo, emque foy hum delles DuarteBaxboea, sobrinhodo íoilordeCananorGil Fernandes Barbosa ,que tezhumTratado,queeuvi,de tadalas terras , gentes, leis, costumes , etraitos

, começandodos Lequeos , corrent e Iodo o mar,queacabou no caboda Boa Esperança .

' Falh m h da Aj . 'a em crAj . ' Demenos na oopiada Aj. ' ldem .

“ 'e—Ai. ' Fal la no lh da Ai. ” Idem.

' ldem. —Ai,

VICENTE SODRÉ , ANNO DE 1608.

CAPITULO V .

m oe m na cu m x m m noum io sws uom xm , n

“ m axmen" , x o m w m n m m mm m m m m

nun ne Yumi , om o ç uonn l m m ov, S .A cu m m

Tw u m ao ca o da historia, nom hauendo concerto algum antroos Boysdo Coohym, eÇw orym, houverâo m ujuntamentw emquem m hm mm

rides ; ml s oomo am deCoobym nom perdjão nadadas famdas,porque o lley deCnlecul vmcendo nom os hauiadedeilarfón dnsrras e palmam , emque elles viuem, dequehná o mdas ª

* a

som ehow,que aio n os Caimaes 'u seuhoreedm term , c alles

nom ian m isque huma m depulh emqueviuem, anqueumlea fazendas, nemriquezas, nom estimando viuermais oom hmn wnhor,que com om ,

“o porqueoqueôm m tem os nom hauia

dedá nrfón ddhg ç epdojando m isa uão m vidum 'u om tí

nhâo mais obrígnção, seu peláar, m an c oom esleinlonlo, en tãoím qm u genmdo çamrym '

nom mhauâoresisk noh , oomqueasmaisdas lerras forâo tomadas . Mas os Caimaes esenbores , ehomens principaes , serorão ajunlando oomElReydeCocbym , e íinerão corpodeqnarenta mil homens, genteescolhida eobrigados a morrercom ElRey . E

nas terras do Mangale Caima] , o mórsenhorda partede Cochym,

uonde nesta batalha em hum irmãodo ReydeCochym eoPrincípe,ecomo a genteerad'obrigaçãod'honra, bouverão peleja com osdo Çamorym,queetão maisdesesenta mil , edumu a peleãa alévespora,queos deCochym houverão vencimento com grande '

n nortindade: dagentedo Çamorym,queforâodesumanos e postos em lógida, emque

S'

.

' l'alu no oodioeda kj. —Ai. ' c evivem em casasdepalha, "Aj .

' Demmm no l mdnAj . ',u eu pelejan Aj .

' Denenoo no l s . dnAj.perdu. l i.

860 VICENTE SODRE,'

ANNO DE'

isos.

vendo, comomªny assi ncaua com pouco poderpera oque linha açamorym,

*. muytos se forâo, eobedecião em suas lem s semquem pe

loja:, comque quasi todo o Beyno foy tomado. ElRey'doando assi ia

desesperadoda gente, e «vendoque; aque tinha era nada peramuy lado Çamorym,

se tornou l a seu aposento» pmpria cidadedeCochym onde : tinha suas casas, ondehi : estaua feitoreos Portuguems, queEIRey anaqua nquis ouviros grandes clamoresquelhe sempre fazião,queos deixasse irà guerra, aoqueElRey lhediziaqueo nom hauiade fazer, quenisso lhenom fallassem,

“pois não crialentosque lhe houvessmn de defendern eu. Beyno ,

. por-que.,el le osrecolhem em sua terra, feridos ealeijadosdo '

« mal que lhelizera o Çamorym,

'« sabendoque nisso o anojaua esobre isso hauião

de contender, e os m omrecolhem senão para nunqua em soa

lem lerem trabalhode guerra, emquepodessem sormortos , nem feridos, porque se na guerra lhematassem hum sódel les o sentiria pormórdeshonraque a perdade seu Reyno ; «que portanto nisso lhenom fal lassem. Oque todos mais bradárão, dizendoque era muy

grande mal , edesboqra sua, nom morrerem todos na guerra ondeerâomortos os Príncipes , sendo elles a os causadores do malqueera feito, eque estiucssem ençarrados como mulheres ; eque pois tamanhadeshonra lhe fazia,queelles sequeriâo irmenornas mãos do Çamorym paraqueos matasse, antesquenearem víuos com tamanhadesbanra . ElRey lhe disse: «Bem vejoqueessas palauras sãode bons ªIDÍ- n

« gos,que dizeis com magoademeu mal . E eu lendouos vinos esãos»para vos entregarao capitãoquevier, parecemque tenho meuRey

u no vino c a são. Bem vedes o poucoque ". meu podeis apro-n

ueilaroonlra tanto poderd'ElRêy e portanto, vps mando«que obedeçaes meu mandado assi como vos hemandado porqueel leoulra cousa lhenão consentiu, e lhema naque folgassem com

oqueel lequeria.

“ De m os m oopia .dn Aj . ' ldem.

' ldem.“ Idem.

ª c m úoque tom m â guem , sobrequeelles lhefu iâo grnndes clamom dimndo elleA].

" O poâs c Aj . ' Falu no hls. da Aj . ” Idem ." oraco

lhen pornem terem cm sua tcrm u à j . " Fal ta noMs . da ki. o cansodomd'inu l j . “ Demenoenn oopiaduj . “ Ai. " Demenos na eopiadu j .

VICENTE SODRÉ , ANNO DE 15 08.

Então logo os mandouquefossem com suas molhares , e «usem .

lbesouro,queera grande, e com todas as cousasda teiloria, emandoutudo levarà il ha deVaipim,

uemandou ao fei torque lado l íuesseem sua guarda ,que o nom [iana d'outrem : oque o feitorfez com

muytorecado. Nesta passagem fogírão pera o Çamorymdous lapidairos florenlyns ,que estauâo com o feitorpera comprada pedraria.

osquaes sabião fundirarlelharja, deque o feitor nom éra sabedor,que se o soubera nel les liuera boa vigia : hum chamado João Tudaw, e

outro Pero Antonio . o E então Bllley , tendoos nossos seguros em Vaipim, esua casa_

elhesouro, ordenoudarbatalha ao Çamorym,« deter

minado a morrernella n oqueos seus lhenom consentirâo, dizendoqueera feito o como homemdesesperado,que lomaua mortecom suas

mãos , pois a balalha,quedisse, nom prestada maisquea acabardematarsua genle

'

; queportanto outra com nomdeuia fazersenão . recolherse Vaípim com a gentequecom el le u sequisesserecolher, ea ou

tra ficariâo na obedienciado Çamorym atéquando Deosdêsse tempopera setornarem pera el le. Oqueouvido porElBey , como era homemdebom entendimento erazão, obedeoeo ao contrastedesua fortuna epassoua Vaipim,que he ilha ao longodo martdª ! bom dorio deCoonym alô oriodeCranganor,que '

« são cinco leganade comprido,e n a lugares : lem tresde largo ; ondecomellesereoolherâo pam !)

tede' vinte mil homens ,que nomquiserâo Gearno sen içodo Çamorym,o qual ficou senhorde todo o Beyno, que tudo lhe obede

eeo ;'

u e nom entendeo com o Bey , «deCochyme ao guerrearnailhade Vaipim, porquenesta prouinciado Malauar, autreel les tem esta

ilhade Vaip'

un, porlem sancta, assi ecmo autrenós no a « terra .

deJerusalem; E a causa, . porque segundo»pude alcançarde al

guns escriuâes «d'ElRey ; antigos a' que o perguntey ,quemedisse

t ãoqueesta terra do Mulanur,que começado monteDel ly alé Coulâo,era ludo maraté o

.péda serra da Pimen la , onde hoje" «emdia nos

Demenos na copiada Aj. ldçm. lde'

m. Idem. Idem. n o

que o quedevia merou c Aj . .quisessc in Aj . c licada . Aj . b u .

Ai. u em . Ai. 'em pu tos . Ai. Falta no Ms . dn Aj . Idem.

Idem. 'que. Aj . Ful l. no ils . dn Ai. c a tia inda since: na

pedm do o Aj .TOMO

às: VICENTE sonata, ANNO DE 1 5 03.

penedos estâo sinucadecascasdec marisco, eeu os ú commm olhos ,'»que jâ foi nesta serra adiantedarey largamformação. B '

n sendo assi lodo mar, . pertempo as agoas se l'

orâomudando , em modoque descobria algumas cabeçasd'area ,quemais o

marmanqua cobria , mas uforâo ç criando cruasquese fez mato , etoysecriando em amoredo, « e forâo oreoendo as areas decada vezmais, atéque humas seçarrauâo com outra“ A gentedaprayada serraem seus barcos, ealmadias , híão pescarporantro «estas s l lhas , ondesevierão am nmrcom suasredes eharcos , '»e leuauào seu peixea

vender lem , poloquese forâo moyto pouoando porcasodesuapmria, ª ondeviuiâo á suavontade, porquees pescadores ; são «»nbaixa,quenom podemviuerantro gentehç nrada . O martoy seecando,em modoqueas Ilhas humus com outras se faria ajuntando, fazendogrande terra,que '

se toy moyto pouoandoenobreoendo porcaso dasnaosquev'

mhão buscara pimenta , *quejá tinhão marporautreasIlhas comque podassem chegarao péda sem a carregara pimenta . «

Então sepunhâo anlreas l lhas , edaly ém barcos pequenos hiâo ao pédaserra, 'que tambem já nel la hiâo creswndo as areas , ve traziâo pimenta « a embarcarem suas . anos ;

"«eporque as naus e trato erâo

grandes , se fizerio grandes pouoações »nestas Ilhas, emque os mercadoves seaposentauâo s econccrtauâOJvamuâm com suas naos

" —0que assi por»desoursode lemposefoy «vtudo»fazendo terra firmepegada com a terrada serra, sómente ficarâo grtmáesrios , em modoquetoda a torta deste Malauarfoy criadadesta maneira poloque assi

parecerazão,quetoda he terra chã apaúlada,queem toda cenando nomha n huma bragade terra ,quemdoha agua .

«»Poloqueassimalo creoendo terra, egrandes pouoações , seapossarãodellas os senhores ehomens principa is da serra, esenzerâo senhoreedo tudo, cadahum tomandosua possedoquequeriaepodia, híndow ias mtas em crecimento ,queas

Demenos no Ms . da Aj . Idem. Íoy t Ai. Pal la no Ms .da'

Ai.«uau Aj . c c porcausada pescaria se íoy . Ai. Fal la na copia da A] .t he Arch . a pouoando porcem :: Ai. Demenos no codiceda Ai.Idem . a pen as »Aj . Demcnosoaoopiadaâj . Idem. ' pçlor

Ai. Dem uo l aJdn Aj . .quemunndo ac nâo acha Aj . 'u m

mdo a poumçúo m aparlarão della m m m , se lim ãode tudo, tomandoposse«da humdoquepodia : Ai.

m VICENTE SODRÉ , ANNO DE 1 5 03.

cado , * poderiâo entrarna I l ha n u fazertodo o malqueqnim aem ;

. equeporlento tal nom podião fazer. Queestivessemdescançados ,queviria tempo emquepeloiassem elhefnzessem melhoraindadoqueagorapodérão fazer, indaque poderão irfôrada Il ha .

As gentesdo Çamorym c licarão senhoremdo lodos as terras ,deque o Çamorym fez mercês seus ,que nellas seaposentarâo, comoquesempre hauiãodesersuas, sem nadadamníficar, sem cortaramores , nempalmeira,quehão el les autre si pormaldito eexcomungado aquel lequecorta amoreque fazbem à gente, uequalquerdo pouc o podemalarsem

. O Çamorym se lornou Calecut mais magoado de nom podermatar, ou tomaros nossos,doquebia contente «detomaro Bem deCochym, lembrandolhewque o malquedeixàua feito em Cochym,

861

menteporª « caso dos Portuguezes , que nom hauia deBearsempagadisso, porquedePortugal vi ria podercomque tornassem ElReyde Cochym mel teH de possede seu Reyno.

Todas as maisdas gentesdeCochymquemorrerão na derradeirabatalha, farão os criadosdo irmãod'ElRey , dos Príncipes mortos,que* Íolgarãode peleja” até morrer, ' »poro terem por: obrigaçãode

seus costumes , « segundo já atrás disse eporque ainda ficarão algunsquenom morrerão * andauão auergonhados pornom morreremporvingançadas mortesdeseus senhoms,queporisso nunqua mais outronenhum senhor osrecolherâ nem l hedará soldo, porque íicão como irédores , poís nommorrerão porxíngançadas mortesdeseus ”

senhores ;queestes passauâodeduzentos ,que todos porseus costumes se repõe â naualha todo o cabel lode suas pessoas até. ás sobrancelhas , ese abraçãohuns com oulrós e com seus amigos eparentes , como homensquevão apadecermorte. Estes ficào as í como homensdoudos , quechamâo amou

o c entrarna Ilha e' Aj . Demenos na copiada Aj . ªu seuhoroarâo

tudo, nãoda lroindo nem cortando amores ,queentresi aquel laque corta amoreo hão pormaldito exwmmungadorAi. . com a tomada do Regno . Ai.

cansa Ai. a lhe seria bempagoquandodePortugalviessepoderqueme!lesse ao Rey ; Aj . « ultima .»Ai. 'pelejarâo u Lj . . n egando a o Aj .Falta na copiada Aj . mandam fugidos eenucrgonhados, erapados todos

the às sobrancelhas â naual ha, abraçandosetodos , comquesedespedem , equê sãojá mortos , aquechamâo amoncos ,que hecomodoados ,destes betãoduzentos , eporondeachauio osde Calecut semeliâo com el les a morreu Aj .

VICENTE SODRÉ , ANNO DE 1 5 03. m

eos,quejá setem em contademortos . 08quaes s'espalharâo, eandauãoporonde :chauâodedeCalecut , e sem nenhum temorsemel lião anl ljeelles , matando o ferindo atéqueos malauão. Algunsdestes, estimandomais suas honras , quiserão melhorempregarsuas mortes , «»u fotão

vinte,que * se apartarão endessimuladamenlese farão Calecut, determinados matarBlRey . Mus sendo « logo conhecidosqueerâo amouoos, seapelidou cidade, eElRey mandou os seus criadosqueos fossem malar, como malarão ; mas el les . como homensdenodados faziâodiabmras antesqueos malassem,que malarâowuyto pono, emolhares ,ecrianças , e cinquo del les se colherão hum malo a pertada cidade,emqueandarãodepoíS c muyto tempo fazendo wsaltosp emque ílmeràomuyto mal , atéqueos matarão todos .

CAPITULO VI .

DºQuen ssouvm sonnx'

con su Am u xo mn m o, B com

m umuDonsrumos m s mus cwm nom , xx ou: um ; som ,

n 3317 m ao nm sonnn'cou uun A mm a.

V ICENTE Sodré com os tres nauios e tres caranellas , com bons pi lotosque lhedera ElReydeCananor, fez seu caminho 15 (of tomarna IlhadeÇacolora,quebepouoadadeMouros, quesediz nque já liuerão crençado ensinodo bemauenturado Apostolo Sam Thomé, qual Ilha fica a mãoesquerda entrando para o Estreito, ª junlo do Cabodo Guardafuy : efazendo os nauios suaaguada , toy peradentro correndo ao longoda costaaté ondeeslá hum formoso monte,que se chama»MontedeFeliz,dondeseapartarâo, alraueesando para ouíra bandada terra,que se chamaArabia, Persia, emqueno martomarão masdeCambaya, edeCalecutquehião pera Meca , queroubarão o melhorque acharão, deque se

carregaria os nauios ecamuel las wquanto poderão, emórmenleroupasdewuyto preço, emuytos mantimentos , e Mouros peradarà bomba,

g enom seoccuparão em carregares nauiosdepimenta e drogasquec c Aj . Fal l; no exemplardn Aí ; o oonhwidosquem elles herão a

Aj . o primeiro c»Aj . t endemdarão o Aj . o usamos Aj . Demenosnad Ai. c odaly toy ao: Aj . Fula no l ls .daAj . venâoquízerà o pímen la emay tas . Aj .

m VICENTE sonata, ANNO DE 15 03.

1091 030 . as unos . deCalecut,que . a todas humas eoutras poserâoo fogo, _equeimado com toda a gente, sem nenhbmdaremvida, masViaduto Sodré mandouqueos Mourosque linhão tomado para a bomba,. todos os tornarão a mello“ com os outros , e todos farao mortos

« Tomam mayto arroz, manteiga , açuquardeBatiealá , descarregarãoquanto poderao, enisto andarão gastando o tempo até lhedarem os po

nenlei ,quevemem Abril eMayo, poloqueentão se farão pera ínuemaràs Ilhasdo Curia Nuria,que »Iazem grandes enseadas , eos pilotosMouros Ihediziâoemquebemestauão abrigadosdos ponentes, e lerià obom fundo pera tençad'ancom ; para ondesefotão, eentrando naenseada sorgirâo sua vontade, onde na lem nom hauia cidadenum lugar, sómentemuylas casas espalhadas , emqueviuião Mouros naluraasda [erra,quealy habitâo, porquenestas enseadas vemm portarmuy las naos , ªquepassãoporoutrªs parles , queIeuâo roupas. gmssasquemuyto segastão nestas terras ,quetambem lheestes Mouroscomprauâo, evâovenderpola tem dentro, emquemuylo ganhâo : eporesta causa babilauâo nestas enseadas, ondeos nossos nauios assi sorgindoacodirâo muy los praya, com grandeespaálo averoquenunqua virão ,mas conhecerãoqueetão nossos nauios pelas nouasque lhedauâo as

naosquealy aporlauâo. E sendo surtos , wo Capiíâo mandou len a

oesquifecom o mouro piloto, dizero á gonteuqueel levinha aly estaraté á monçâo_depoderpassarpara India ,que portanto . nom hou

vessem medo, 'quecom boa amizadeepaz aly estarão sem ninguem

os anojar, e lhevenderião muytasroupasque lraziào ; comqueos Mouros houverão muy»prum . dizendoque sem y fosse'

01163 o seruiriâo,e“ bem lhevenderião oquehouvessena terra,queelles aly nom tinhãom is fazendasquepobre: m as , como veriâo, e se lhe hm m mal os

deixariâo,quecã odepalha, e sehiriãopola tem dentro . o A0queo pilolo lhe fez sua jura «em seuWe, que lhenom seria feito

vos maias o Aj . o u todos sepózíogowma gentedentro : Ai. vos

mel lossemo Aj . Pal la na copiada Aj . 5 ' tem—Aj . .diziàoestariâo aly o

Aj. Palm no codiceda Aj . Idem . . poraly virem, Ai. 'º Demenosna copiadn Ai. 'queelles muy to gosta , e lhewnprauão evendiâo pelatem dentro» Aj. c o Capitão mórn ada ] tem . Ai. opelo piloto

“. Faluao bodiceda Aj . , porquelbe faria boa amizade. Aj.

Falta no Ma. da A] .

368 nm som:,

Amo nr: 1 5 03.

díxerão ao capitãoque logo se partisse, e * nom estiuesse'

aly; mais , a

porquenom tardaría muytos dias «queviria : huma graúdc tormenta ,que vinha naquelte tempo, emquese aly os tomasse serião perdidos ,porqueera tormentado mar,queás vezes lhealagaua as casas na terá ,

oqueagora logo veriaque todos hauiãodedesfazeras casasque l ínhãona praya, eas passarpera dentro pera terra ;que isto sabião el les emcerlo, porbauermuy los annosqueviuíâo naquel la terra e pescauão no

mar, ondeagora acbauâo huns peixes ,quevemdo marmlhendoseparatem quando hadeviresta tormenta ,que he muy certo sinaldeviratormentaquevemdo mar; eporque haueriâo wuyto pesarde aly lhe

viralgum mal , lhodizião, porque lhe tinbão aly feito tanto bem, equeperguntassem aos seus pilotos ,que lhodirião. E chamando os pilotos

Mouros lhoperguntou :elles lhedisserãoque nom sabiâocporque numqua nauegarão «s port aquel la oôsla , a mas ; que já ouvirãodizer aoutros pilotos ,que analy u vinha aquel la lormonla de tempos em tem

pos , equepois os homensda terra lho .que logodeuiadºes .

sentar qu'

ehauiades»fazer.capilão chamou todos conselho, n epral íuarão sobreesta cousa,

mas como a fortuna o tinha permittido, nom assentarãode se aleuanlardondeeslauâo, tomando entendimento queos Mouros a lhediziâoquese[m m porque lheviera alguma nonavontade, com 'queos nomqueríâo na terra, ou hauíãomedo 'º «queo-rsenhorda lerra a lhos faria :mal por« assi ; estarem amigados com os nos os . Os mestres . e

marinheiros, pornom andarem no trabalhodo mar,disserãoqueo portol inha bom fundo edemuy lo boa tança,que tinhâo boas amarras e ancoras , comqueos nauios podiâo estarmuy seguros , eque nom podia sertanto o temporalqueos alagassesohm as amarras , emaisqueos Mourosdizíãoque o lemporal nomdurana maisquedous, [res dias ; em modoqueos mes tres assentarão aly aguardaroque fosse, parecendo—lheque

Fal ta nous .daAj . Idem. Idem . Idem. . pm sm Ajf

De

menos no codiceda Aj . odeuia assentamqucdeuiuç Ai. c c entendendo .Ai. o lhedizíâo poralguma má vontadeque lhevier“ Ai. odo c Ai.

«que lhes lim : Aj .l í ªdrel lesis aly o Aj . * emais omciaesdns nausdis

serãoque tinha bom fundo m ad: para a ancora,que tinhí o boca, eamuras , comquenão temia) as tempesudes ,quediziâodurauâo só tresdias ; e assimaguardarião tudo oquefosse Aj .

vncm n som , mmoma15 03. m

nom aeria h nto oomo ': Il ediziâo os Mouros ,

d'Agosto . Os mestm esh uâo apem bidos com quatro amarras ao mal“nem , eboas ancoras, c earrombada al tas no conués, easvargas meltidasda longodos nauíos, wenas vargas emasloe cinturas feitas . ' Oque vendo os Mouros

,o pmposilodos nossos , «queera estarem aly ,

se farão aoCapitão adargrandes brados ,quese fossem e nom aguardªsem aly , porquesemlhevalernada seriãoperdidos , .quequando aquel latempo vinha nom esperaua, nem escapana nao em toda aquella cosia«quenom espodaçasae; mayto lherega doqueos creseem como bonsm igasqueerão,quese furão imigos calarão, porque aly estaca certa sua

perdição, : masquelantos bens lhelinhão feitoque lhe l ínhâoverdadeiroamorcomo irmãos , . e pois os nomquerião crerlinhâo muy lo pesar;e se farão pera [erra dizendoque visam oqueelles hiâefazer,queera mudamm suas casasda praya, porque lhas nom leuasseo um . . Evendo :quea praya fazia granderibanceira, emqueas casas eslauãomuy altas , e com tudo asdestizerâo, e leuarâo pera denim pola terradetrásde huns grandes outeirosd'area,queinziâo abrigo do mar, oqueVendo os nossos o grande trabalhoque os Mouros lomauão, então cret ão oqueos Mouros lhédiziâo, e se liuerâo vento a se quiserão alem iar; mas o vento em morto , edo marvinhão huns grandes inchamentos , e com grandes vagas ,quehiãorebentarna terra com grande "

|m

pelo, e lhedisserão os Mourosque já nom bauíãode teroutro ventosenão o da lam enta , 'º 'queportanto , antesqueviesse” sedeuiâosaira terra, ondeesmpariâo as vidas , * seos nauios no marnom as

capassem.

O Capitão era homem contumaz, 'efortedecondição, a eo nomquis fam ,dizendo todosque o era bemqueson fossem estarnas carauel las ,que es lauão em lugarseguroda tormenta, eque, se os na

vios se perdem , nas (m anellas sepodião irà India ;dequeo Capitão semostrou muyto.

meneacorio, dizendoque se nom agoirasseml c m om uoum dim xsundo mda m eomquam m m s nom n .

Dem m oqúada Aj . c ec Aj . D SG tort odarbndoe ao Capitão, dizendo . Aj . "que. A] . «eque Ihediziâoverdadecomo irmão seuª»Ai.h h: u oopiado Aj . o mudaras casasqne lidhiopelapn ya,quefu iagn ndem m :

, ea m õa m ml y al tu un . o logo seleuantnrâo n Aj . “ o polºqueu Aj. Folia no I :. da Aj . Idem. Idem.

Tºl º

m VICENTE SODRÉ . Aum DEme.

um],queninguem sesaiamdoo naniou; « em udou mena oaqsq'ui-zfes dealro, porque a ga le sa nom íoeso nelles tom » B u ono

—começou a veum doFraco, vinha o martão poderoso ,que vinha arrebentando com o mardebaixo, com

.

«que a gente foy posta em grandpmodo . E quando foymanhã bauia muy grandeescuridão, eo vento esíorçou cada vez mais ,eao meodia veo huma chuva grossa efria, tãorijaqueparada pedradas, . comqueo vento mais aliçou em mórcrecimento, em modoque anoitecendo os mares et ão Em poderososquepntrauão porcimados Castal los, lhes dauâo «Hão grandes ; empuxôesqueos [azião ira terra, « ondelhedana mesaoada len a,queos tornaua para o marmais fortementedoquehíão pera terra . Poloquealgumas vezes ãcauâoalrauessados ao mar,que . assi unha “ grandequeos queria soçobrar,en lrandolho[anta agoaquefloauâoalagados, chamando «todos, SenhorDeos ,

O mar, tomando a'ssi alrauessada naodeEm Sodré, lhe lrínoouas amarras, edeu com el la na terra ª tão poderosamente”que quasificou em secco , equis M osquecayo «. com .—o mash) pera bandadalem ,

. comque. toda gentee polo masto, eW w w sal

uoa (em terra, sómentealguns escalaumd'

osdás polés . No qual trabalho assi estando, fez outro tanto à naodeVicenteSodré, uquu ssi

alrauessada o mara leaou a onseoarnn m ,o ma nom tantoquearessacado mara tomou a lmzerao mar, «porque' oayo com o m lo

pera o 'mar, comqueo mara espedaçou, emom o toda a gente. A '

m

dePerod'Alaideacertoude lerhuma fºgueira inteira,quea a luou, porquequando o mara leuaua terra, 'quearessaca a tornam perafôra, « a teguc'

a a nomdeixaua atmuessar, eBcamdimila oom a pro;ao mar, comqueeseepou "

a quo sa nom perdoo . E todo odia, ennoneassi estiuorâo, eao outrodia à tamb cessou o tempo, e toyvenia bonançan czomquePeted'Alaide sayo a lem , evierio os l l ouroe

' Da menos no oodmeda Aj . ' ldcn .' úqueum m uo mdem c

Aj ' Faln m copiada l j . “ n uss . ” “ Fal l i no l s da hj . 'u inba

lâowAj. ' Demenoa no codiceda Ai. ' Um 'º u »Aj ." Falh no l la

dl a“,

" ldem.

"cquqo marlcuou um '

aqkj . " 'que—Aj . " ªquea torwm a tm erareasaca n Aj . " J'alum copiada Aj . " vserenou o lem

im -Ai.

m VICENTE SODRÉ , ANNO DE 1 5 03.

. tom n em Angodínn, onde n emala i o lodou dwban ladosda tor.menta , c onde primeiro chegarão a m odlas ceda huma persin ePerod'Alaide chegouderradeiro em seisdeSetembro, em se

ooncertaudo eaosdoze diasdo mes separtirão pera Cananor, echegando ao Monte1)e toparão com João Sertão na sua can uella,que alyandaua vigiando as naosdeMeca, e lhedeu ª nonada perdiçãodeCocbym, equeo Rey eos nossos estauão saluos na I lhadeYaipímn equejá pera lá separtirão os nauiosqueeslauâo em Cananor, se liuerãogente, «quees lauão ooncertados denono a comquese Iorâo todos aCananog

'

,ondechegarão m om lristesa, nom fazendo saluad'arlelharia

polos malesque traziâo, equeachauâo feitos . E logo, com os Capitães ,Perod'Alaidetoy .visitarElBey , edarlhe conla doque no Estreitose passara,” pedindo ElBey conselhodoquefaria, selogo se parti riapera Cocbym com armadaque tinha, ou oquefaria com seis carauellas ,edous muíos , e canto cinquoenla homens, que podia leuar. AoqueEIRey lhe dissequeoque linha nom era nada pera oque compt ieleuarCocbym'

; 'que el leparecia yquedeuíad'uguardaraté viremas nausdo Reyno, emqueviria Capitão mór, eordenaria oquesebouveseedefazer, * aegundo oque«esa ordenado porElBey oqueassi lhepareoeo bem, comque se tornou com o leitor, o quea todospareceo bem o conselhod'ElRey .

Então Perod'Ataide fez pagamento à geme «desuas partes, porque cada capitão trazia na mão as « partesde; sua genle. E porqueera o proprio tempoquevinhão as naos de Meca, os homens cobiçososde tal e" pm s fallarâo com Perod'Alaide,quenom era bem que« estivessem assí c ociosos sem fazernada

,o que era

_bem *que fos

sem comero mãredarvista Calecut, a que assi todos o bradenão . DoquePerod'Alaidemandou ao feitordardetodorazão a

a ElRey , oquelheassi pareceobem. Então Perod'Alaidesemeueo nonaniodeAntoniodo Campo,queestaua melhorqueo seu, porqueAn

Fal ta no Ms . da Aj . Idem. Idem. Ma n . : con ladas cousasdeCocbym Ai. Demenes no Ms .dl Aj . a hm xdosal uu Ai. Fala mils . daAj. »pedindolheoonselho separtirin logo . Aj. Fal tam) Mau l: Aj.Idem. Idem. Idem. «queu Ai. u pegu da Ai. De

menos no Il s . da Aj. « estarem . Aj . F l lh no )l s . da Ai. Idem.

«recado EIBey pelo leitor, oqueusí lhe Aj .

mam eSODRÉ , m o DE im . m

loníodo Cnmpa era maytodoente, e com estenauio equatro camuel las

toy correndo a costa até Calecut , «que nom acharão nada no porto .

Bm i estando veo amanhecersobre el les huma nao de Meca, «queveodemarem fóra *

tomarCalemnt, uqueos nossos vendo farão el la,'ea mderâo, emqueacharão muytariquesa, ªque fôra carregadadepimenta . Tomarão da nao todo o bomque acharão, emalarâotodos os Mouros , machocadas as cabeças com machados , eazarão nao

vela à tardecom Viração, comqueardendo foy lerâ praya.

Perod'Ataide se tornou Gananor, m ude deu ElReyricaspeçasda nao,

.que foy tãorica ;que ficou à parted'ElRey »maisde

cem mil pardaos .

oquenopom achario nada t Aj . Fal ta no l l s .da Aj . ', ldetn . Idem .

n o Aj . 'que à parted'Bc y tocou Aj .

ARMADA

A LBO Q U ERQ U E&

QUE PASSARÃO INDIA , ANNO DE 5 03.

E u :, lendo muy grandecuidado no leilada India,que lhe lanlo im:portaua ecompria cadano prouercom armada, sem aguardarpolaquehauiadewir, como já atrásdisse, ordenou prouerarmada pera estepresente anode 5 03 enuiar; determinando abastecera Índiadarmadas egentes , comquedel la se fosse apoderando esenhoreando, atéde lodomellor sob seu mando esenhorio. Poloquenesteano mandoudous Capitães móres , cada humde tres Duos , com bandeiras ejurdíçâoda gente,porserem pessoasdemerecimento : cada hum persi, * cada hum com

tres naos grossas pêra carregar; com determinação depois mandarmaisnauios pera guerrear, como mandou em Mayo,que toy Antoniode Saldanha, como adiante direi. E os Capilâesque este ano mandou fotãoAfonsod'Alboquerque, '

. com bandeira, o com el le Vicen ted'Alboquerqueseu sobrinho, D Duarte Pacheco Pereira ; e Francisco d'Alboquerquecom bandeira, e'

comel leNicolao Coelho, eFernão Martinsd'Al“

mada, pera irandard'armada no cabode Guardafuy : todas eslas armadas , »prouidas com grande prouímen lo de lodo o necessario com

Dc menos no l is . da A]. Idem. Idem.

76 OS ALDOQUBRQUES, ARNO DE 1 5 03.

epresentequelhe trazia, odizerquelheperdoas onom 0 irver, porquelogo separtia pera Coohym» ElRey lhemandou seus agradecimentos evisitarpolo Gozil , pera . gue lhedêsse « lodo oque bommmisiaf . E porqueAffonsod'Alboquerque nom era inda chegado, Francisco d'Alboquerque, sedeu pressa porganharesta honra, eu, logotomou lenhaeagoa, eseparlio pera Cochym, lonundo Perod'Ataideo ADtoniodoCampoemseus nauios , eas seis carauellas , porquedeitou geule

das mes , : porque as caranellas hauiâo d'enLrarnoriodeCochym, e

todos muy prouidosd'artelharía, e poluem,« e lódo o necessario, que

bião pelejar.CAPITULO Il .

coxoru nc lsco D'

u aoonznoun m mo DE mm o: um xoo m m »ona

nu m un , se forA cocam , B oqueraz n a' em u

m anso D'ALBOQUBI QUB.

Pu n o deGananorFranciscod'Alboquerque com toda a armada egente,que em Cananorficou sómenteo leitorcom os omciaes . O Capitãomórchegandodefronleda cidadedeCalecut, se foy chegando à prayao maisquepôde, içando as velas nos pelancos, edescarregou todaarlelharia na cidade. : oqueassi fizerão lodos , comquedeitárâomuytos pelouros na cidade, comquematárâo muyta gente, e íizerão wuytodano, e'º esta sem sorgirem, e forào seu caminho, porquenoportonom acbârão emquefazerobra, eporqueem tudo nom houvedetença,

. nom houve tempo pera chegara Cochym nonada chegadadasnaos , estando os Portuguezes .eElBey cpm granda desejosque chogassem ; e tinhão vigias no marem alm

'

adias ena terraem palmeirasal tas , dondevirão muy longe a armada,que * com muyla pressa o

forâo dizer ElBey , « comquehouve. grandissimo Dramª . em

lodos ,que. logo forâo á praya ver, esl iverão aguardando atéqueo pelo Goa l!visí talo, e seus grandes agradecimentos , e Ai. tudo oqueo Capitãomórpedisseo Aj . Supprimidona copiadg Aj . Idem. Idem.

« Partido c chegou wuyto praya o Ai. Pul l: na copiada Ai. Idem.

o sem sorgirem o Aj . c c porque. Aj . o nom cbeguu nouados umCochym o Aj . « logo n»Aj . 'que teun Aj . ue. Ai.

OS'

Am QUERQUBS, ARNO DE 15 03. 377

a armada ao voo chegando ; evendoque g era armadada India , equedo Beyno orâo sós tres naoa, ncárão tristes edesoonâados,

vendoque em tres ”808 nom podia virgente quanta se hauig misterpora '

n tamanha e necessidade emque estauâo. «Mas os nossos ,

mostrando grande coração, alguns em almadias se farão â nao do Capitão, onde com lagrimas d'alegria nom poderão faller,dando contadecomo es lauâo . Então o Capitão mór. fal lou com os nauios enarauel las o que logo entram à vela : assi como hião, uporqueelle tambem hauia logo d'enlrarnos bateís,que se concenârâo com

maslos evelas , porque a armada vinha com Viração,qpesurgindoas mas na barra, lodos Durão saluad'artelharia. O Capílão mórmandou armartoda a gente nos bateis , «eos Capitães com suasricas armas ,

—a todos os nauios ebaleia com muy las arbandeiras etrombetas , e

o Capitão mórcom a bandeirareal na proado seu balel , entrárão todos pelorio, ondejâ '

vínha o feitorDiogo Fernandes Correa visitaroCapitão mórda parted'ElRey , e dizerque logodesembarcam ,

nas

naos deixasse boa vigia,que o Capitão mórdeixou . as naos entregues aos mestresmom gentedo inarebombardeiros , emuy lo enconendado boa vigia. «E perordemque ofeitordeu aoCapi tão mór, n a armadaqueentrou toy pelorio acima, esorgirâo « ao longoda terradíanleda povoação e casasd'ElRoy , sem tirarem nem sairninguemterra «eoCapitãqmór, oom os baleia eç sua termosa genle armada,se foy com o fei tor ondeEl lley estava, quecom muita gen teeslaua na borda d'agua,que com prazerchoram ; ech'

egando os baleís

perto, ElRey com bradosde choro»começou bradarPortugà l , oqueModos assi o bradãrâm»com grandes grilas , « eassidosbaleis tan

gendo as trombetas,que chegando WM I“

?primeiroque todos o Capipílâo mórdesembarcou,queElRey leuou nos braços , como se fora outroBey " como el len»Dom podendo falardegrandeprazer, e" ªdªº

« barão só tres núos do Reino, eas maisda India : Aj . 'muito : Aj« " Ai. Falta no codiceda Aj . n mzndou aus Aj . «que entras

sem . Aj . mqaesorgindo na ham Durão saluau Ai t ecem . Ai. Pal

n no Ma. da Aj . 'º. Hoi c am ada . Aj . Fplm no Ms . da Aj . . O Cai

pitão morDos ha cia, oom nIAj . aque com pu terchorou, e. A]. ndis

serão assim todos . Aju o eo Aj . Fi l ta na copiadn Ai. nda emlmm do hdn n genteo Aj .70310 1 .

378 08W OWANNO DE

aembarcou gente, e os outros Capitàes , queBlBoy faziamhonras , e'

os nossos hans com outros seabraçauão com lagrimasdomgrandes prazeres , comque todos : sefotão ás m d'ElRçy , edos l'hrtaguan s , .que todas estauâo juntas” ondeBlRoy assentaào em htmpaira com os Capitães , «room muy lo prazer «Não quero».mais senão o quevejão os meus :»queme não enganei na m isude, »«que com elles tomei. »Franciscod'Alboquerque lhedisse: « Senhor, :« sabe certoque seElRey soubera teu trabalho, lo Inaudit a o socorro .

«que oompría.unas .»quando o souber, então verás o «verdaá »

. deiro» irmãoque nel le tens . . En lâo a lhedeu as cartasd'Bl Rey ,esedespedirâo os Capitães egente, * eel lee o feitorficárão falandocom ElRey até noile,qu“ vierâodizerque como a gentedeCaleoutvirão a armada * ohogarDamu logo fogirâo, w uidandoqueaséarauellas bauiâo logode irtomamrios , enom lidamninguem,

.quetudo eslaua despejado ; poloque o Capilâbmórlogo assentou com É l

Beyque o outrodia se fossemenor em suas casas , doqueBlRey folgou. E o Capitão mórsereoolheo com feitor,que linha comer" . po

t a toda gen le em muy la auondançl ,que tambemmandou às carencilas e nauios yi eao outrodia " * antemanhâ oCapitâo mórarmadooomtoda a gente s

'

embarcou nos balªs , : eElRey em seus bu ona, aquechamâo tones , nquesão muyta laurados , assentado em seu baileu, e

com seus Regedores e homens principaes em outros muytos tonesembarcações , emque coube toda a gente; : e no tom d'ElRey hiâoseus sombreiros ,que são de palha, daredondas: de quatro mimos ,poªos em * humus u canas , umuy al tas de tres quatroEstes usãç poreslado "ª

«de sua pessoa, mque moslrâo ,aly íra pes

soa « as í como :»seu guião, ou bandeirareal ,que" ; ou

tro ; nenhum senhorem seu Reyno "« Dom . ; os pode trazer. “ * As

sí todos embarcados forâo atmuessando orio perantro as caranel las e1 Fal la no Ms .da Aj . n lbedisse n Aj . Bem na copiada Aj .

*N WA]. * o grande e bom ' Aj .

't E logo . Ai.

' n o é

Fal ha no codiceda Aj . t eo Aj .ªº

« em avondança pan toda a gente.upelamanhi o Capà

—tâo moroom toda a genleem hateiuq. w om seus

Bogedores epríncipaes c Aj . Fal la Dons .da Aj . Idem. Idem. t em

sen i»Ai. Omíuido no us . an i. Idem. . êdm mm ando Ai

380 OS ALDOQUBBQUES, ARNO DE 1 5 08.

« pre c ElBey Çnmorym lerá Deu Reyno dostroido . Edistoquedigo .« agora com palatina , o tempoquevirá mostrará averdade.

” E porqueíslo assi será , Dósque somos vassal losmbrígndos estamos . »« a morrerem teu serviço. . Poloque, Senhorlepeço wuyto por»mercê, epola cabeçad'ElRey tou irmão nosso Senhor, quenos man

«des oquefaçamos , . eondecomecemos , porquenós amostremos se»«oque flwslefoy porboas gentes, ou

A ElRey cayãomuy las lagrimas ' ªdºprazerquesentia em san eam

ção , erespondeoquedescançgssem, eel leordenaría oquefizessem, e ta

lando comos seus lbedisse «Nom hapoderem loàa a lndiaqueesles bo-nmens nomdesbarálem,

u) seo Çamorymn ira . estes; armados assi« como folgaradeseramigo, eDom ousamdemeenojar. " Osseus lheresponderão : « Senhor, mnylomal farãoestas gentes quem os»

aguardar. : Todaseslas ooueas os lingoas falauâo comos nossos . Enlâo

os Capitães ' poserão m bandeiras eguiõess, esc apanarão suas Capitanias , oqueassieslando ordenando, muyta gentequeestaua em humaIlhadefrontedondeos nossos eslauão , começarãodepassarda I lha peraoulra lerra. * AoqueFranciscod'Alboquerquemandou os

'

baleís com

os Capitães , eos bateisdas camuel las ,quelolherão a passagem ai gente, «ederão na Ilha, « onde tambem passou gented'BIReydeCochym, e

matarão no marena letra passantemil homensdeCalecul , « comqueosque íogírào hiâodando a nonadecomo os nossos assi pelejauão armados , ; comque nel les entrou grande medo, e se forào deixando asterras . . A genlede Cochym apanharâo quantas espadas eadargas eoutras armas ficarãodos imígos mortos , e as leuarâo em seus barcos , efarão apresentarElBeydeCochymn _quecala kea sua mórhonra.

ElRey mandou seus homens a saber, eoutrosquelho wínhâodizer,queloda genledeGaleon ldeixauâo as lon as , e sehiâo pera Calecut,que

o o Çamorym será . Aj . Demenos na copiadagj . t enós ,quesomosvasa l los estamos obrigados Aj . . etepeçopola cabeçad'EÍRey teuirmãovAj .Dem os ni copiada A] . odenlegria eprazerAj . Palin até à palavra

n enojarn no Ms . da Ai. Bem no M& da Ai. t se aparunào oom o Aj .t eo Ai. . E o Capitão mórmandou os boms, tambem a gented'ElBeydeCocbymu Aj. Demenos Do l lada Ai. Idem . . As gan heide Cochyu tomarão ns nrmal dos mortos, e as lmrâo seu Bey . Aj . t Edandoes t: nou: ao Çamorym os l ouros lngidos, ellemandou ; A1.

OS ALBOQUBRQUBS, ANNO DE 15 03. 381

dando nono no Çamorymdoquepassam , mandou polos.

rios . pomos armadosquepelejassam com os nossos bateís nosrios, « onde não podíâo iras caranel las, guardassem os rios peronde vinhão os tonesdapimenta, epom artodas suas forçasque nom houvesse carga pera as

mm . .

E porqueBlBey soubequeas gentesdo Çamorym linhão ja despejadas

,

as terras «do si tio de Cocbym ; ao oulm dia se foy .deslà scasas pera outras suas .queeslauão pola [erradentro, ode. hum tirode falcão. Então o Capitão mórordenou a gente em batalhas, m om

suas bandeiras eguiões” adiantedos nossos hirião lres mil Naim d'ElBey , «o quehía antro os Capitães , «ue farão perhuma larga estradaporautrepalmares ,que toda estatua varrida vassoura, e bostada, as

lrombeças langendodian le, os Naim com suas grilas, a locarsuas adargas , jogandocom suas armas ; más os nossos ,quesenão até seis centos. homens armados , pareciãomais gentequeos InesmílNairesd'Blnpy .

E “ ssh chegando ElRey às suas casas , entrouem huma c casadeseus ídolos ,quehi estaua junto, efez sua adoração. * Entâo foy en

lraremu suas casas , e seassentou em seu estrado . com wuyto prazer, ondeos Capitães porderredordas casas assenlarâo suas estancia“

palmares , 'porque aly nom hauía outras casas senão asd'ElBey ,queerâo muy grandes , de palcos 8varandas , emque ElRey seaposen

tou com suas melhores : derredor 'do sitio destas casas era—espaçm muy

grande, lodo cercadode hum canaueal de maus da grossurade humperna, al tasdedez braças , juntas , eligadas humus com outras com hunsespinhosquede si lançâo,queassi são tão fortes ,quenão ha nellas Denhum 00t queasdesfação, enesta cerca humas entradas como portas , porqueporautre as' canas nem hum gato poderá entrar. E sendonoite os Capitães fizerâoquartos en'

gina, cantandoe(aliando, «u eass imandou ElRey sua genteestaro porderredormais longe polos palma

Fal ta Do l l s .da Ai. odo seu Reyno Ai. upera outras msas n Aj .cda Cidadec Ai. Demcnos no hls .daAj . : eelleen lre' Ai. Pal la na

copindn Aj . t ejognndo o Aj . Fal ta na copia deAi. Idem. ,dehum idolo ; Aj . c c toy à " A] . c c os Capitães I Oredorda t am . Ai.—quenão hxuil poraly outra . o Tudo mais , alé à palam c en lrar, »foi ”

omit

tido no codicoda A] . 'ª Demenol m oopiada Aj . uderredorDospdmam ,

fueado c Ai.

381 OS ALM OUEBQUÉ , ANNO DE 1 5 03.

res c âmssem suavigia. " O feitorpmuia toda: gentedemuyto comerem abastança .

O Capitão mór, como soumórcuidado era a cargadas unos , quea não baneria senão com muyta trabalho edelenças , hauendo seus ooo

selbos com o feilor, ao oulrodia fal lou com ElRey ,quenom perdessetempo, en osdeixasseirpelejar. ElRey lhedissedescançassem,

o ese

M w m,»nem « tomassem o trabalho odavigia danoite, porque elle . linha vigias muy . longeportoda lem ,que não bauia

nadadeque temer, 'quejá maisdedez mil homens dos se_us erãovindos pera suas terras ecasas , eos Mouros e mercadores todos sevinhào, eesperam! a veroquefazião alguns seus Caimâes ,queestauâoporpartedo Çamorym,que todos lhejá mandauâo seusrecados, c cquealy nom tínhão casas emque estar,que se fossem c estin nas suas

eam primeiras?junto d'agoa, e . aly o lhemandariarecadodoquefariâo . 0que assi fez o Capitão mór, :que se tornou às casas dapraya, e seaposentou .»toda agente, p onde. ao outrodia EIRey mandou sua genteao Capitão mór,que passasse às terras '

alemdorio, emqueeslaua loda a gentedeCalecutquesenom hiâo ; aoque passouo -Capitão mórnos bateis , wemuytos barcos , edarão em huma IlhaquechamauãoChen naipim, e matarãomuyta gente, eoutra muytaque se afogou. no mar, ederâo na terrad'alem, emque estaua humCaima! com seis mil homensque sepoeerão em' peleja, mas logo forãodesbaralados, emortos maisdedons mil , o a gented'ElRey lheseguindoo-alcanço, matando, eroubando odespojo, 'que cria armas epanosquevestiãd,qu'

e tudó apanham) os Naim d'ElRey , queo Capitão mórmandouquenenhumdos nossos tomasseuªda, oque assi faziâo ,quealy_nom hac iaquecobiça .

A 300%do Çamorymquedaqui fogão toy dando tal nonado pelojardos nossos ,que toda a gente « pouca emuda : setoyretirando ". fóra c das terrasdeCochym, eos nossos . com as embarcações farão :

Fal la na oopiada Ai. c pornio perdermmpo pedio ao outrodía amucyqueo Aj . Demenos na copiadl á j . 'Homem Aj. odasvigics o à ] .n a tion muy c j. Palu

'

na copiada à j . c pan u suas c Aj . o quelá o Aj . o oonu Aj . ueu Aj . " c oondeo Aj . Demenos nom . “

Aj . -»Aj . l ªfºglda t Aj . Dc m uos no l s .daAj . Idem.

Idem. o forâo nos bateis o Aj .

os ALIOQUWQUB , ARNO Dx fm .

m mm m.

couo o cmrl o non Down m anga D'

suuzrrm vm : n um soum

m wam m m nomo DA u m , noqueu nem : a m m , sn n

wmo cam a n omso D'

m m onquu A cacau , ova nen ; Am ºs .

O Ca mo mórnom quis fallarnesta com ElBey sem conselhodosCapitães , comqueseajunlou epraticou, .dizendoque lhe pareciaqueseria wuyto bom semiçod'ElBey nosso Senhorlernesta (em huma fortaleza, porquantoCochym en tom de toda a pimenta, equepolos tempos emdianle, morrendo este Rey , evindo ,

oulro, e semudando as cousas e havendo males porque sedenegassedarpimenta, seria grande cousam aly fortaleza sobrea barra,quefim sojeiçâoquenom houveme tolhercarga às naos nossas , eoutras muytas cousasquepodiâo soceder;poloquewuyto compria trabalhar lado o possiuei porbauerd'ElBey liconga comqúe isloseâzm comwuyto sçu aprazímenlo, equeporBlReyagora assi estarcom tantos oontentamenlos determinam do lho falar, oquea todos pareceo muyta bem, epraticarâo logo o modo como lhefalaríâo,quenom sarja pedirlhode proposito , somentemouerpratica comElkey emquecayssebem lho falar : noque assi concordando lodos , oCapitão mórtoy estarcom Elkey , folgando efalando nas cousasde seuBeyno,queo Capilâo mórera homem muy bemarrezM o, elhe disse: .« Senhor, porque Calecut nom tenlia ousadiade tornara fazeroutra ª

.

tal , como agora fez, uesuas armadas nom entrem nesterio, seria«bom mandares fazer, ou nós o faremos semandares , huma tranqueirau com humanas:! forte,que defendaque nadaentre peradentro sem hn .

licença, ondeestarão feitor. com os : Portuguwes , comboa malha“ria, , «que com nenhuma possa entrar, onde tambem os tem estarão ,. e ajudarão aoque comprit . ElRey t em homem wuytode pontode honra, 4: hum poucoduvidou,respondendo ao Capitão mór,que: seo fizesse ç parqoería oqueera pormedo 'quehauia. O Capitão mórlhedisse « Senhor, os grandes Reys' portodo mundo ' . nom trabalhão »

. oquc a todos pareoeo bemn islas as conucnienciuquedisso nos podiâovir. 0 CopilâomôrdisseaElRey o Aj . . como . Palum l s .dn Aj . eeo

Ai. veos leus o Ai. o m pondeo o Ai. odirião o Aj . Palla no Ms .

da Ai. o lrabalhão muy lo porque seus '

lleynos o Aj .

OS AW QUE , ANNO DE 1 5 03. 385

« senão como seus Beynos eterras . catem'* muyto o guardados com .

a muytas fortalezas , porqueseus imigos 'nom ousamde lhefazeroí

o fensas , paraquenom andem em guerras ,querendo lerseus Keynes se—n« gurus, e suas gentes descançadas . »Eque oonôasseque isto atquelhe dizia :; era muyta spa honra epera seudescanço , ese lhe parecessequenisto o enganauaquenada se âzesse, « porqueem nada lhequeriâo fazermóraeruiçoqueon tem contentede toda suavontade, emorrerem poloquetocassea sua honra ;que somente lheparecem bem peraresguardo, porque lhe pareciaque Calocul sempre baciade querertercontenda , emuyto mais agora,que sebauiadequerervingardo malquelhehauiade ficarfeito ; eque paradefenderque ninguem entrasse norio, ahastaua huma tranqueirad'estacas epalmeiras , ondeesliuessem al

guns tirosque defenda m a barra, ondealy estíuessem os Portuguezesrecolhidos , eo leitorcom elles , onde—assirecolhidos eslarião apartados eçarrados ,queDom andassem fazendo escandalos ,que faríâo se andassemdem andados pola terra.

ElRey , lembrandolho a guerradeCalecut, algum pouco lhecayo na

vontade, edisseporcontentarCapi tão mór,quemandaria vero bomlugar, eel leo m udaria fazer; aoque n os Veadoresda [m uda , eBegadoros ajuda'rão, porqueo feitorjá lhenisto fal lara . . Enlâo ElRey

folgou porquevioque aos seus parecia bem,emandou arque leuassem

iá a madeira, eellehiríavero lugan oqueassi foi feito , esendo ç jun lª

muyta madeira. oDalmeiras , e carpinteiros , e trabalhadores ,que0 MMM ºª , ElRey veo o pelorio, com os Capitães «unas embarcaçõescom muylas gritas eprazeres , e soyo tem , e com todos falandomostrou o lugaronde se fizesse,que era pontadehum palmªrde terraalagadiça , " uqoeesteirarodeaua d'agoadomar, .queficam: como l lha.

. Ondes logo o Capitão mórtomou huma enxada, ecauou, dizendo« Em nomeeinnvorda fédeChristo,quecauando sedescobriu a Sunda« Vem Cruz,que Nosso Senhorquís mostrara SanctaElena . E g ea

uando, eoutros tirando a terra, a fez huma cona emquesemwoa humDem os Do l l s. da Aj. '

. lhenomração m l , qumreodo terª kiPalu no codiceda Aj . u ísque tudoqucril m vontade. “

' vos negedmu , e Vadorda fn endl —Aj. ' c Bn Aj .' n pl n lã mdºªf ªo

tudo lá : Ai. Fau no codiceda Aj. c c Aj . Palu m codioedl kí" : B—Aj . " De meoos na copiada Aj .

386 OS ALBOQUBBQUE , AM O DE 15 08;

pao, c outn ooua fa a feitar, eoulra Pm d'Ah ide, eoutraDuaríePl cheoo,. noe lugares emqueElBey mostrou, .queBoarâo em quadra) n adedentro grandecampo , arandodec hum pgo outro ' hun tiodeoairo ;oque feito, pergun tou aos Cnpilâes aequeriio , u nas el lesdiw ào

« Senhor, ludo he leu, ª 'que sempre serâem quanto tu quiseres . Aqui»« somos lens , eno mar, Em toda parte, ;nra lamrmoa teu semiço até»imm er. " BlRey com prazeres se tornou « a irpera sua casa, li

cando aly « sómenteo feilot trabalhando, « o o Capitão mór. com os

Capitães acompanharão BlRey alé suas casas, ese tornarão à obra,

onde mellerão * a .» gentedo mar, e com muylos carpinteiros tiurâo huma grandeeslacada polorio,do cairoqueElBey posera, porfôra tim ão outra, eentulharãodeton a erama autrehuma eoutra ,queorâoduas braçasde. largo,queâeou o em : andaime muy forte, ededentrodo caim searmou huma grande casa odenlro en talhada ; no

a_ndardo anónimo, emque sehauiad'assenlarartelharia . E hauendótres diasque sefazia este trabalho, chegou à barraAfonsod'Alboquerquccom suas naus ,queera já_em DmdeSetembro, e tardou porquemo porfôrada IlhadeSam Lourenço , sem nunquaverterra senão. alemde Calecut pera Cochym , onde loparâo hum zambuco , aque capearão com

huma bandeira branca, tirarão hum berço, comqueveo sua fala e

delle souberão ondecatania, " queo seu piloto o nom sabia p comquederio grandes gritasdeprazer, e farão ao óntrodia sorgirna bum deCochym . com Viração, [atendo grande saluad'artelharia, ondedetem farão homens em almadias ,que lhederâo Donasdoqueera feito ,comque todos houverão wuyto prazer. ; Mas Afonso d'Alboquerque,queem'

seu coração senlio muy la paixão, porque nom foy ditoso chegara tempoque fora parceiro o em tanto bem como era feito, : ao outrodia “

aepola manhà em seu batel , e os Capilâes e loda u geoleque poderão lwar, todosdoricas armas ,que Drão melhoresqueos vestidos , eos baleis com berços , eapadu ados , ecom as lanças aleuanladas , e adargzs , sua bandeira Real , a m i os esquilos com gente,que paredãomais

PtM Do I sA A Aj . . como mney mandaua, entando u Aj . . com o

Aj . Do menos u copiadn Aj. Idem . Idem . . trahalhando o fcitorAj . t o Capiues fwâo comBlBey até m cm uAj. " mma o Ai. t datem e Aj . bde”

. Aj . Fal ta na copia d: A] . Idem. Idem.

Idem. . com os Capitães 0 m in gente, comricas armas , em bale'

a s Ai.

388 08 ALBOQUBRQUES, ANNO DE 15 08.

linha seu aposea em lendas , c cram das grandes ,quetinha feitascom velasdos : nauíoe, « e como foy noileem hum esquifeseveodormironde estan: Afonsod'Alboquerque, e cearão com toda a gen te commuy la auondançaque tiuhâo decomer, e ambos toda a noitegastadofalando , e ordenando oqueBwssem,queera ; apertamm . muyta .com ElReyque osdeixasse irpelejarcom as gentesdo Çamorym,

arclhedwpejarem suas terms , de lodo l íurarem seu Reyno, porque lhedêsse carga pera as Duos , .quelhenom podiadarestando seu Reynocaptino, o que sem mpy lo trabal ho em breno tempo seria acabado, porqueerão gentesqueeslauâode caminho, lau loque vissemque os bjãobuscar; evisto assentarão, equepostoqueIm era pelejar, o feitorooma gentedo marda armadaquees laua denim norio, ecom muyta genteda len adêsse toda a pressa fazertranqueira, mais fortequeserpodesse, e logo fosse GananorAntoniodo Campo no seu m uio, trouxesse lodaartelharíaque lá eslaua soblerrada, ficando somente dez peças« grossas , e xínlemandas , 'para oquecomprisse, eque Ironma npoluora e todas monições . Oqueassi ordenado, ao 00e dia logo maxidarão part i r nauio com só a gentedo mar, e farãodardisso contaElBey , comqueel lefolgou, udandolheel lesrazãoquemandauâo trazerartelharía para estarna lranqueira, o soubesse o Çamorymque se lornassea vira Cochym hauiadºminaros Portuguezes diante. Ao outrodia os Capitães móres com s sua determinaçãode hauemmd'irdespejaras terras deCochym das gentesdo Çamorym, se fotãovercomEIRey , n e falando com el leoutras cousas , lhe disserão : « Senhor,« grandemal hees larmos aquy tanta gente, eas gentesdo Çamorymesc tamm comendo luas terras ; e up per[auto, Senhor, poês níslo ávay »tanto tua hopra, nossa,que somos teus ,dânos licençaqueos vamos .

«deitarfôra , esaibão estas gentes quanto valem os Portuguezes . ElReyhouvewuyto prazer, dizendoque ass i lheapm ia ; &que akequí lho

« feitasdevelasdeu Ai. c c ajus toucom AlfonsodºAlboquorquedes Aj .Fal la no Ms . da Aj . ; para íkºarseu c no liure, een lâo.lbedaro Aj . c equeestando wpliuo lha nom podiadar; equepara tranqueira mandaria Ca

nanoro muiodeAn toniodo Campo buscari a anamariaque ficou subterrada, licando lá só c Aj . Demenos no l s . da Ai. t e trouxesse muy las muniçõesdeguem w n Aj . Demenos nocodiceda à j . o adelerminaçâodehimm c á js

c c lhe Aj . 'pois c Aj. Fal la no Ms . da Ai.

os ALBOQUÉRQUBS , ANNO DE 1 5 03. m

nom Mam porlhe parecerem poucos , mas Afonsod'Alboquerque eravindo,que lhesrosanaque fossem Bendurle, oudeeslam a mórsomadegente, porquealy esliuera aposentado o Çamorym efora aderradeirabatalha, e com

el les Diria o Principe vingaras mortesde seus irmãos etio. Do quoos Capitães houverão grande prazer, e seordenarão assi comojá tinhãodeterminado. Mas o fei tor Diogo Fernandes Correa nom quislim , 0 toy à guerra. Então mandarão Gearcom o encargoda obra Louranço Morenoesoriuãoda feitoria , eRuydeMedeiros ; E sendo nistoordenados , ElBey não pareceo bemque [m m ambos os Capitães , emandouque ficasseFranciscod'Alboquerque, eesliuesseu nas naos pormelhorresguardo, « porque se houvesse algum desastre nom Bmssem

as unos desamparadas . E isto fal louElRey com elles , oquepareceo muybem M os eFranciscod'Alboquerquese foy ao trabalhoda lranqueira,emqueeslauadedia, ede noite hia dormir no met , tendo grandeviga,porquede noite lhepoderião cortaras amarras âs naos almadipsque n'

es

aemdeCalecut . »Então Afonsod'Alboquerqne n ao fez pres tes com os

Capitães e toda a gente, quepassauãodemil homens , muy * luzidagente, e Afonsod'Alboquei-quu com oito centos homens foy porterraem companhiado ; Príncipe,quo [emma oi to mil Naíres, emandado porBIBeyque a nom fizesse maisque oque lhemandasseo Capitão mórque hia . E pelo marmandou viro DuartePacheco o nos baleiª com

o restoda gente, eCapitães nelles das earnuellas ; os baleis apedazados econectados d'artelharía como compra . »Oque sabido pelas gentes do(”

Amorym, indaqueeramuy ta, houverão medo, ecomeçarão fagir perbom só possoqueªhauia na terra : oque sabido ppt ElBey mandourecado a Afonsod'Alboquerque,que se lomasse, edeixasse iros imigos,. esendo todos hidos w Principeficassena let ra. eelle setornasse; mas

. já u»quando esterecado chegou já os nom e andauâo na peleja, porque DuartePacheco leuaua hum [“Do seu chamado « Lísuarle Pacheco,c ordenada partida, Ec y mandou lim Aªonsod'Alboquerqueu Lj . A

es te nome,que tambem seacha errado no codicodo Archivo, substitnimos odeFranciscod'Alboqumue. c c para mundu fazertranqueira Ai. n om

oa Cofãtâes e gente. Ai. ª m uy lat idos , el letoy . Aí . 5 . pon am com o :

A] . «rm c oqueo Capitão môrlheW G A] . De menos na copia

dnAj . . comorestodageoteemboteisw ' o c só o Aj . Demenos na oapia

dn Aj. Idem.

" O 08 ALM QUEBQUES, ANNO DE 15 03.

Çquo hia oom a genlo no esqnife 'cdn m c de seu

mancal»bemdisposto , de idadcdevinteanos,degmndos forçu emuydestro em todalas armas, emórmonledehum espadndm bas as mãos,oqual vmandou m ar, echegou primeiroque todos ao passo porquepassaua gentede Calecul , e c sal loun em tem com m esmagrande, . evinte homens de sua companhiz, ec se mcuoo tãorijoautre os imigos ,que os seus « não poderão seguirapós elle, queoficou só antre os imigos . Aoque chogou o pai oom os outms Cac

pilâes , .quepoyarão em len a, comque 1030 mm aos in igos hr»W. D passo , e es forâo leucndo polo campo ,'

aquevendo o passo

tomado íorâo oomel leroutro passo, onde já era '

chegado o'

Capitâo

mórcom o Príncipe, 'que logo com sua gente seposerão no campo

em seu mododepelejar, como jádisse, quen»os in igos etão mais dequinze mil Naim . Afonso d'Alboquerquo mandou tocaras trombetas ,inuocando nro nomedee Sanctiago, «dequeera wuytodenoto,queera canalleirode seu habito , edeu nos in igos ,que os desfez de suasordensde batalha emquequaiâo peleja com o Príncipe; poronde llcarão todos muy embaralhados edesordenados fôradeseus modos, e

se posarão em fogida, « somentepelejando porsua anluaçâomorque os

nossos feriâo nel les fortemen te. Duarte Pacheco,que leuaua as trombetas .de Franciscod'Alboquerquen as mandou tocar, «quePorãoouvidas (h oulra gentedo Capitão mór, lodos dando grandes gritas .

Duarte Pacheco foy com muy la furia perantro os inhigos » até hamvista do filho ,que porandarbem armado C OO"! grau s nas pernasaunqua o poderão ferir, elinhaderredordesi mortos mais devinte,

* esendo socorridodo pai com a boa genteque leuaua,queficarão , “

pautados'

, porquevirão mortoqueera cortado emdous pedaços sem ter' De menos no oodice dn Aj . " mm oebo de vin le u nos , e c Aj .

ª o sal tando o Aj . 'emque hera muy des tro às mãos ambas , evinte bomens u Aj. ' o nâo poderão zeguiren Aj. mmque logo iiwrâo largtrlberAj . c c hindow Aj . n epoMo a genleem ordemde peleja, parques Ai.

Ai. " & i habito hen , omuydcuolo & u, edndo nos inhnâgns osdesfezda ordemdepelejaqueel les tinhâoc Ai. Dc menos De codioeda Ai.Idem. nescndo oovídasdo Capim mórda âo muym griw ,

.e foirompendo c Aj . t o nâo feririo : Ai. « e l lgunl mortos cortados emdoas

os ALDOQDEDQDES, m o DE 1 5 03.

«muy loquemo empresteis,queliquecomigo atée'

st'oulm caos emque»

volo mandarey porqueficando oomigo'

nom mopoderâ omÇamorym

anojaru 'oDuarte Pacheco com o geolho no chão lheudrsse Se—n

nhor, polo seruiçod'ElRey teu irmão, meu filho e . euo teseruire—n«mas até acabaras vidas . ElRey , . com grandes agradecimentos , .lhedisse: «Não quero senão vosso tilho, avós tornamos Portugal »« a fazermuy los filhos,queDeos fará tão bons como este. E se"despedio e tornou a suas casas , onde. quasi noitechegou LisuartePachecocom genle, o queEIRey veoreceberà portadesuas casas , eporlhe(azarhonra Deon com elle,dizendo ElRey oque [olgara de lercult oReyno para o fazerPrincipedelle; ' s e genlese toy aposentarondeestaum: o Capitão mór.

. Contra a gentedo Çamorym,que deste feito escaparão,quehião fogindo para outras partes, os de Cocbym se aleuantauão,quenomdauâo vida aosquealoauçauâo, oque sabido polos outros lugares, logo as gentes do Çamorym farão largando as terras de Cocll ym,quede todo ficarão despejadas ; c os Caimacsqueestauâo nenês , man

darão a ElRey de Cocbym suas obediencia , deilando fôra das terrasas genlesdeGaleonl , ede nouo tornarão darmas c las ElRey deCochym,

com seus juramentos,quesão como menagem , emórmenlehunscinquo irmãos,que todos erão Caimâes , eSenhoresde muylas gentes eterras fronteiras ,da outra banda defrontedorio de,Cochym,queestestinbão as príncipaes passagens porondeo Çamprym podia passar,quepolo wuytoquecowpria, com es tes anim ou ElRey suas cousas como Dcarão seguros para sempre; porquenom querendo estes, o Çamorym com

todo seu podernom podia passaràs terrasd'EIReydc Cochym. Poloque'

ElReydeCochym lhedolou as terras para toda sua geração, como agorasechama terraDameheCaima] ,queem sua Iingoadiz cinquo Caimacs . Oque assi lim ão todolos Senhoresdas let rasdo ReydeCochym, comquefarãode lodo enxotados das gentesdo Çamorym ede todo o Beynode

' uma uma fará Dojo o Çamorgm . Ai. . Elleu Ai. u nim Arch .

Fal la no codiccda Ai. t dcspedlrão, c c Ai. n aquem Emey veoreceberápcm com grandes honras , elbedisseo Ai. t eBa ndo mim :: gemea man

darão para . Ai. memos leves wm oçõcs gmmmaua es]nhesu possagem omit

l idn no Ms da Ai. , noqual á palavra Capitao mor, scgue-sc logo D B Gcouo lleyno

de Cochym liurede todo comod'autes .

OS ALBOQUBRQUES, ANNO DE 1 5 03. 93,

Cochym [icon como dantes estaum: sem bauermais pelejasque asqueatrás são escritas , ea principal estadeBendurte, emque: anim a

não os escriuâesd'ElRey ªqueperdera o Çamorymde suas genles pwm u:de cinquoenla mil homens, comgastodemuy lo dinheiro. Os nos

sos nom cessauãodo trabalhoda obra, e lizerâo a casa enlulhada, dãoaltaque das janellas poderia ti rar arlelharía secomprisse, eassido aodaimed'anlreas a tacadas , «ªqueera assi entalhada, com muy fortesmadeiros com tmuessas pregadas ,que aslana tudo muy forte. Entãodetrás ªdestaestacadapera a bandada lerra o se fizerâo casas, '

a assiarde palha, emque sea gentefoy agasalhando, ededentroda cerca se6zerâo oulras casas grandes para almazonsdas munições c c mantimen

tos . Afonsod'Alboquerque domou mão a mandarfazerna obra,porquç Francisco d'Alboquerque eslnua no marconcertando as um , e

dandolhc pendores , porque K lBey do Cochym já tinha palaurados merondores Mourosquebauia muyla pimeule,que logo lraríâo.

CAP ITULO IV .

Cºl o m ano ACABADL A voara m DA“ram oomu m ani a m as , a um .: s:

nussa l l88A , em rvm m , B um pos nona nu am ; 1; A u m DE

coouo y u Doum um uQUE u'

possurom ; cu m DUASmos .

Aram d'Alboquerquecom a gentedana quanta pressa podia na obra,onde chegou Antonio do Campo oom arlelharia,que desembarcado, elogo assentarãodezpeças emportinbolas ,quedeixarão feitas autreos macdeitus , .queeslauão com portas , , epolo andaimede cima posarãodezfalcões “

s e ludo pera barra, epera o mar, e nada pera temp: porque v isse ElRey a_conõançaqueos nossos linhão, eda tranqueiraao longodoºrio ficou grande praça pera aribeira, eporderredordas

'cdigo, emqueu l j . '

oqaepmrâodc cíncõen la mil homm ,quepevdeo o çm orym t Aj . ' o e-Aj . ' nque en mui íorlede pm grm os Aj.' «da eah w la o Aj. ' Falu u mpiada à j . ” Idem.

' vm ndoumernlobra com brevidadeel'n ncisood'Alboqunque Do mrconcedendo as Dam ; eou

m mdqm dta erão n BlReyque já unhzo . Ai. De menos no l s. dl Ai.'pan a bam , epnmu em nada, esô pora o maro Aj . u derredorda

tmquein muy to m npo,qu" Aj .

I .

3" 08 ALBOQUEBQUES. ANNO DE

cm s as i muyto campo, porque. mandou E c yque tudo ao cortam , e

o feitorque tudo pagam a seus donos) .que en pouca com ; mas

tantas pnlmeim eamores seconario com qua se fez loda a obra, epouoaçâo pem a gen le. « E scudo o primeiro de Nouelnbro, ' cdiadetodolos Sandes, poeerâo na tranqueira muy las bandeiras , e nl lars armado na cas. grande, eFranciscod'Alboquerqueveo á festa, e lodoéos Capitães agente «vestidos louça s , . onde sedissemissa solemne,quehauia murlos clerigos , 0 hum frey Domingosde Soasada OrdemdeSam Domingos ,que com outros dous parceiros viera com Afonsod'Alboquerque,quo ía sermão ; eacabado tudo com trombelas e Iolias ,houvegrande banquete, m udevierão vermuytos Monroeegentedaum . ; E 6 tarde c s

'

emharcarão todos nos baleia, eassi com festadetrombetas folias , farão verBlRey mmque o feitora lana, (

. ufan dim ledara»ratio ardesua festa : polo ElRey comprir, quis honrarfesta, a esabio em seu alifante, com muytos Naim , eveo .»vera festa. 0quesendo dito aos Capilães logo tornarão antesqueElRey chegasse, que o fotãoreceberno caminho . .c ízegado EIRey .quevio o queeslaua feito, ; licou espanlado, e * com prazerrd isse aos seus : «Os

-Podnguczes fazem oomo meus . »E lheandarâo mostrando lodos os tirosquo linbâo « assahhdoadíwndo os Capitães ,queporquejá sua .»obraera acabada n fiurâo sua fes ta,que agora el le: posasseo nome

: âquel la casa comoel lequisesse. El ledisse: «ElRey mm Irmão se« chama MaDuel , lambemesla casa, epouoaçâo sechama Manuel . " Comque vos Capilães lhe fizerão suas grandes oortwiasm com gritas e langerdo trombetas os nauiosdo marfuerâo salon. u BIRey se tornou emseu alifante, efotão os trombetas langeudo . dianlu até sua casa. E

isto feito, «então BlBey começou adarauíamenlo â_pimeuta , e co

maçarão as naos tomªrcarga . Aoque a K ayubadeCoulão mandouseurecadóque tinhapimenlapemduas naos, «que fossemtomar. « 0

Demum no Mx. da Aj. Idem. Idem. [deu . uma n ova.muylomouro o Aj . « comscus h ogem a Aj. odandolhet Aj . sda fesu ,

.eu Ai. * com muym Nairas , montando elle em seu alitante, e [oy o A'

j .

oBlRey o Aj . Fal la no l s . dqj . « e lhedisseráo os Capitães ,qm:jáque Ai. « Ilma Aj . Falta no Hs . da Ai. o l áque meu Irmão, se chun: Mnnncl , lambemesta obn sechamará Manuel . Ai. o fxzcrâo grandesgrita , salua os nauíos c Aj . Fal la no Ms . da Aj . Idem . ldem,

OS ALBOQUEBQUES, ANNO DE 15 03.

CAPÍTULO V .

coxo m m DR 01m ”ANDO U SUA AOS mm m , PEDINDO PAZ

PW , m FAZER ABAH I ENTO A BLBBY DE BOCK " Bm on za OU R

A PU ERTA QUE NO !WE SR A BOCK “ ; O QUE FOYWAN , B “ " Nº

A QUEBRAR TUDO O 008 Aª KNTOU .

Em :?deCalecal linha muy gmndemagoa Do seu coração,vendoepros.paridadecom'queElRey deCochym se tanto acrescentam porsómentecargaquedana aos nossos . Poloquehouvemuylos consel hos çom os

seus , e com el les assentou estornarcargaqueElReydeCoehymdana ;* e postoque Del la podiadarmuylo estorno em trazerarmadas polos

segsrios , paique com ao os tones com pimeule, assentou isto nom(azerporguerra,quese fizesse seria cam de as naos nom seirem perao Reyno, eBcando na India lhe fariâo muyta guerra na terra emuytamais no mar, tolbendo as navegaçõesdeSeus portos , comquede todoperderia seu Reyno. E porestas causas ,queet ão muy certas , as'senlouen trarpormododepaz, com tençãode(am inas anenças como alcançasse paz, ecom el la poderia alcançaralguma boa presa em partedesua vingança,q'uewperaua tomarpartidas as naus pm oBeyno : ecomesta falsidade, mamou seu massagem polo marem hum barco, homemmay la honrado, e conhecido dos mercadores deCochym,que trouxesuas olas decreuça, assinadas porel le, e todos os principaesde seuReyno, eporhum i rmãod'ElRey ,quemuyto era desejosod'assen lodeverdadeira paz, porquevim o Çamorym seu irmão tiradode suas falsidades , comque seuReyno tiuessepaz” dizendo o Çamorymqueel le,como homem cegodemãos conselhos , fizera em tamanhos sua honraeproueilo , porque sobem podia julgarqueetão cousasdehomemerrado do entendimento . E porassi serem tão erradas» el le linha epagoque merecia, doque *de todo em muyto au arrependido peranunqua em outros u taesws erros cair; edos : males : passadosque

assentoude mandarm ageim aos Capitães mores , e suas olas porello e seus Regulares assinadas , e todos os principaes . Aj . * eporassimserAj . ndequehera : Aj . Fal la no hl: deAi. .

Idem.

os ALBOQUERQUES , m o DE m'

a. zmriu fam i loda u eman ada, “que comrazão podem fazer: portanto lhe «muyto nrogaua, epedia pola cabeça . esaude. d'ElRoyde Portugal ,que lhepedissem todo oque el le pudessedare fazerperaque Odin el lo assentam «s esta ; nona pazque pedia ; poloquelhemundana seu massagem com taes poderes . e nrmesa n como se

el le em pw a'

esliuessqpresente, eque outorgandolbe m s pazes ,que pedia, tambem as assentaria n» com M ay de Cochym M aes

deque el le seria muyto contente. E pera ouviresta messagem veo ásnace Afonso d'Alboquerque o os outros Capitães ,que lodos juntos ,messageíro deu seurecado . Sobre oque todo foy assentado,que logolim ão tornara embarcar, dizendo depalauraque;»dixesse ao Çamorym,quepormais injuria tinhão a pazque lhe pedia,que quantos males linha feitos ; ' porque indaque agora tornasse enlregarVinos o failor, e Portuguemsque linha morlo's , e dis se EIRey dePortugal amelado de seu Rep o, tal paz lhe nom faria, nem el leswu

'

yto menos o farião, equemais ; nomrespondesse nada ese fosse;e o Çamorym, se quisesse, m udasse pedira paz ElRey de Cochyin ,eseel le lhe dés epaz el les eetauâo obrigados o morrerporseu seruiço, «vea serem imigosdeseus ímigos , eamigosdeseus amigos . Comque o messageíro se tornou a irpolo marcomovíeça mas como el levinha industriadodoquehauiade fazer, entrou no Reyno deCranganor,quo hecinco lagoas do Reyno deCochym, houvesegurod'ElRey , comquelhetoy falarmuylo oonliado no bomrecadoqueleuaua.

Os Capitães tantoque assidespedírão o messageirodeCalecul perconselhode lodos , Afonsod'Alboquerqueo ElRey darlbe contadaembaixada indo Çamorym, eremataque lhedarão, dizendo ElReyque lhe pareciaqueo messagem tornaria el lecom alguns enganos etraições , como o Çamorym costumaua, porque ao presenle nom tinhanenhuma nooessídadedepedirtão aãncadamenlepaz senão pera algumamórtraiçãoque ordenava,queportanto , com homem falso e lrédor,

De menos no codiceda Aj . *o en Aj . Demenos m copia da Aj .

Idem . Idem. Idem. n a paz aquaria umhem 0 Aj . a c porlodosfoi m udo logo fizm m embarcam ) mensageiro, e lhedisserãodepalamqueo Aj . « equeu Aj . o lha désse—Aj . « O messagem l e tomou

com e tendo, c entrou oa ngnnora fnl lara BIRey ,quo íica '

cineo legm sdeCwbym o Aj . Falta no codiceda Aj .

398 OS ALBUQUERQUE , ANNO DE 15 03.

ninguemdeuiadequererpaz senão com primeiro pagarlodo o malqu'

e

t ivesse feito, oque indaque o Çamarym agsi todo Mm e oom elle, la!

paz lha nom darião , porque traziâo emregimentod'ElReyque lhetessem total guerram BlRey d isse: « Os malesque“ fazem naguerraa 'são tão grandes ,quesenom podem satisfamr, »emenos o podiael le satisfazeros muy los malesque lhe tinha feitos, «quea mortedeseus Príncipes nom se podia satisfazem : e portanto s muyto sedeuía escusarguem polos malesque del la sooediâo . . Nestasrepostas d'ElRey bem entendeo o Capitão mórqueseo messageiro tornassea BlBey deOocbym, assentaria com elle oquequisesse: oquetudotornou a falarcom Franciscod'Alboquerque.

0 mes agem daki a quatro dias chegou a Cochym e falou comBl lley , mostn ndolhe os poderes , o ecrençasque trazia nas olasdoÇamorym,

n h landolho o messagéiro com grandes comprimentosdº'engnnos de suas desculpas , dando a culpa a seus maos conselheiros comosempre aooàtumaua, e porque se muylo conheciade seus erros , tudoqueria enmendare satisfazercomo el le quisesse, e com el leassentarpai irmandade,quedurasse para sempre, oquefaria com todolosresguardosquo el lequisesse, oque lheassi wuytorogaun e pecha poroscusarós malesque Gabãodas guerras ,quesempre ambos teriâo Domsendo verdªdeiros amigos e irmãos ; comque ficaria l íureeisentodaobediencia emque lheperdireita ley era obrigadodar, eel le lhavirpedir, doque serecreoerião muytos males ,quenom haueria seassi [ossem bons amigos, eirmãos com esta verdadeira boa pazque lhepedia ;porque sendo'

assi seu amigo Deana na paz com os Porluguezes ,queenewuytodesejsua , ejá sobre isso lhemandâra sua messagem âs naos ondeesh uâo, e lha engeitârâo sem lheresponder, e certo estacaqueel lesnom (avião bem, nem mal senão oque lhealemandasse. EIRey odeCoohym, ouvindo ; tal embaixada , tomou c om seu coração . muytoprazerpola gn nde honm '

a sua,queera o çamorym lhe pedin paz

' . Dõm ae podt n o Aj.'c oomo n

'

mom dew Principes n Aj . *_De

m m a pinda hj . " Na u m postadeu a enmdorquequeria pu p kj.

'que lm ia, c e Aj . odizendo grande. desculpa , e tornam a culpcdofeito a sem M oa conselheira : Aj . c onvido Ai. , Pala m l s. dn Aj ..quehera pedirlheo Çamorym o Aj .

800 OS ALDOQUERQUES, ANNO DE 1 5 03.

podereel les não ; eisto com condiçãoque seElBey seu irmão nom ohouvesseporbemqueelles nada farião com M ayde Calecut, senão elle,como Rey poderosoqueera. Comque sedespedírào (orâo praticando ,queElBeydeCoohym nom aceitam esta paz senão com puro medoquelinha ao Çamorymdeoutra vez lbelomartomaram: Reyno, equeellesassi o nom sentindo, sedepois lhe sooedçsaealgum trabalho,quesequeixariaqueel les causarão, pornom consentimm noqueel lequeria ; etambem praticando,que se as pazes sefisessem, parecendo ElReydeCochymque ficaua seguro, diriaque era escusado aly lranqueira, emandariadesfazer, oqueel lesmuyu) arreoeauão, crendoque o Çunorym« sõ este âm pedisee as paws, eporque lraziâo em seusregimcntosquequerendo o Çamorym fazerseguras pazesqueas fizessem. em ntassem

trato com elle, não pormaisquesómentealal lm osdebates ecomendasd'antreestes Reys, que, anlreelles hauendo guem , era grande incoauenienlepera a carregaçâodasmms . Então ElBey mandoua Calecut humseu Begadon paraque v isseapregoaras pazes e lhelramrsuas clas àrmadas perel lee seu Príncipe, e seus Regedores ,da liberdadeque lhedanada « obrigaçãodeobediçneia, quefoy a cansa principal porqueaceitou a paz, porque já então todos seus Caimaas eSenhoresdesuas letras licauâodesabrigadosdoÇamorymdeoajudarem contra 0 RoydeCochym. O Regedorarrecadou muy bem suas ola , o

ªa se tornou

Coohym, e « em sua companbíaw eoEmbaixadordoÇamorym 'paraem Cochym fazersuas cousas

, o com cartasdo Çamarym aos Capitães ,quepois já com ElReydeCochym'

linha boa paz,queelles assi lines

sem com elle, emandassem aulá íeitorperareceberquatromil quienesdepimenta ,quedana em pagadoquesepefdera em Calecut ; tomando.ElReydeCocbym porterceiro,que isto acabasse com os Capitães ,di

modoquenom conôaríaque tinha nada senom l iuesso nosso leitoremsua lem . Oquemuy lo enmreoerâo os Capitães emmuyia maneira . l as

EIRey o mayto aprenou, dizendoque mandassemque el le o lomauar' a obedim iaque lhe tinham»Aj . h m m u emphrd: Aj . Idem .

Idem " 0l . Ai. " o com el leo hj . 'e pm n cebcrquw'o milquinta sde pimenta em Cºlum n pedindo : BlRey c ochynqoc im

nm oom os nm osmorqueseril gn ndeda honn su m m là ieiwr. Oquc osum nomqueriâo, mu Blue:; unto apofõou,quedissetom ineo : Aj.

OS AU DQUEBQUES, ARNO DE 15 03. [01

sobre-

si. »Enlion endoquenom podiio al fazen mandarãomrSailor;Afuaro Rafael , . im âode Pero Rahal . Cnpião da oarauel la, comBuy d'Araujo escriuão, eoi to homensde seu sem íço : o oque todomandarão m ad'ElBey deCoehym,quodaly hauizun d'embamr, elhem udoudizerAfonsod'Alboquerque,queesta :: sempreem terra,quenom era wuyto arriscaresles no poderdo Çamorym, pois hnuendo guemtodos Della sehauiâodearriscarpolo m ir. Então ElBeydesua mãoos enlregou ao mesa geiro do Çamorym, posloque a todos '

n pareciaqueerão falsidadesdo Çamorçm,, efarão embarcados em tones polos rios

Cranganor, ondeestam o edorda (amadado Çamorym,quehauiade fazera entregada Dimmuque o Çamorym baniude pagar, o qualrecebeu o feitorcom may tas gasalhados . Aoque logo mandarão Antoniodo Camponusua muela,queM un para sua carga os quatro mil quiotaesda pimeuuque o Çnmorymdnua,que logo começou a onrregar*o na bocado .riodeCrangauor; «eo Begedor mandou Coohym os

arrefensqueo Çamorymdaua', os quaneseentrem em mãodo ReydeCoohymuqueetãodous mercadom . honrados c naluraesda terra.

ElReyde Cochym, pormais ganharhonra e vonludeao Çamorym.

com conselhodos Capitães, tornou a mandaros arrefens com sua ola ,

dizendo ao Çnmorymqueelle, oomoverdadeíro seu amigo, queria serseurefem aos Portugum s , porquemuy lo continua emsua bondade,queabas.

laila sua verdade;doqueo Çamorym wuyto folgou pola tençãoque no

seu coração tinha, porquetudooquefaziaera falsidade, emandoumuytos .agudecimenlos a ElBey deCochym, edizer« aos Capitãesquesequim mandarCalecut lá lbe carregaria «roam nao ; eislo já com

termudado o conselhod'anla ,queeradespacharas naos , porquese fossem, e lheacesseo campo franco para a guerraquedeterminam tem .

Mas . m olueu o contrario perconselhodos lapidairos arrenegadosqueo oomquemnndarâopera lauAj . ' h l la no l s .da Aj . Idem. upa

mcmo sersuas faisidades.querecebeo oreitormuito bem e logo semandou Antoniodo Campo,que hum a pan apimen ll a m M queu Aj, ' no .

'

o eos arrefens ,quednu o çm ym forio Cochym pan poderd'BIBey Aj .

.rioos " Aj .'

,oqueos tomou a mandxrpm mostrarM W; “queo çcmorym folgou, dequemudou . Aj.

' oquem dm ol ú pias lâ

outra ngoqueo AL Todoque sesegueaté O Sque começa o Bm uevia o

TOMO

302 OS ALDOQUEBQUES, ANNO DE 1 5 00.

elle tinha muyto guandados , o del le: fazia muyta estima, osquaes lheoorliõoarãoque o mórmalque podia fazernos Portuguezes , ea ElRey dePortugal , era eslmuarqueestas naos nom carregam , porque sem cargasenão hauíâode irpara o Reyno', equeporserem grandes nom podíâoentrarnorio de 'Cochym . Poloque forçadamente hauiào de irbuscaronde ínuernasaem , porque na costa Dom hauía lugaremquesema lesm m innernar, eonde querque fossem hauiâodeircom gen te, poloqueentâó queficasse na armada nom sería tanta ,que lhedefmdesseQuenom torm a kunarCochym, em'quesefariawuyto forte, comquencaría senhorde toda a pimenta, comqueentão os Portuguezes forçadamente fariâo lada sua vontade; e fariade pedra, emuy torta , a tranqueirademadeiraqueos nossos tinhão feita sobreoriodeCoohym,

peraqueel los lhefarião tanta artelbaria,quenel la assentariâo,que nenhumaarmadado mundo poderiaentrarnorio. Boomisto , ,eoutras móresvaidades ,queestes arrenegados lhemenerão m cabeça oomeshdiabolico conselho, o Çamorymdon ordemcomodevagarviessea pimenta Cranganor.

E porquevioquevinha muyta pimenta Coobym,quesobejaria« pera todas as um , aindaquefaltasse queestam em Cranganor, .delerminou tomaros tonesda pimentaquehião pera Cochym, esobre issopelejar,dizendoque hauía mister paracumprir com os quatro mil quinlaesqueera obrigadodar; . eposloquelha largam m loda , porqueerapouca comia osqualro mi!quinlaes , nim fariamesdelenças ,queos nóssos lbehrgnsaem aobrigação, ousobre 1880bauería rompimentodeguerra :oqueassi pós porobra, emandou quatro pan os armados ,quetomamtram os tonesda pimenlaquefossem pera Cochym, erepresaua todos ostones . Oque vindo dizera Coohym, Al onso d'Alboquerque' mandouDuarte Pacheco eseu filho c l usarle Pacheco” Pero Rafael , eParad'Alaide, em quatro baleis bem armados, com muyta gente, peraquefizessem wiros lonesda pimenta .

EIReydeCalecut, « sentindoque os nossos nom bauíãodesofrerl m ia mrgn u Aj . . oque oomcãcilo executou, tomando todos os tonesde

pimentaquevmhâo Cochym Alfonsod'Alboquea'queo Ai. O nomedeste 6lbo fobulosodebuam l'acheoo estâ mnmido Da copiada Aj. Nado Anch . lê—se

Aqui, pelaprimein vu ,Jam iePacheco, edepois continua a appm eroraJusarte,m l eh or“ Podem . Pal la ao Ms . da Aj . n inha vinteequatro paracecom muyu artelhu ia esperando os nom e, escreueudo muitas m m aos mcmdo

(M 08 ALDOQUEBQUES, ANNO DE 1808.

mão da oarauel ln, eforão pelejar com quatro parao a qua estauâodianteiros , porque orio m estreilo, o nomenbiâoporel lemaisqçlequatroparaoe aºsquaes , “ . vendç o socorrodos '

nosaosqueos hiõo compact ,qniserão fogir, ' c c-Dompoderão 'cromperu polos ouhvoa pan osqueoslauâodetrás , n osqum chegandoosbatoís,queahalroarão, n»logo fot ãoenlrados dos m as , ondeInsane Pacheco com suaespadadeambas as

mãos semeueo com os Mouros lão fortemente,queos fez lodos deitaraomarferidos emortos . E porqueos pan os estacio juntos, farão os nossos

entrando após LisuartePacheco,quefazia o campo franco, «que Dom

ousarão os Mouros d'aguardar; e os pan osque eslauâo traseiros se

sairãodorio, comque (Icon lugarm ontros,quelodos vierão fogindo,licando norio os quatro primeiros, eos bateis seguindo osquefogiãmcom arlelbaria, comque lhe ferirão emataràó muyta gente, «de tododesbaratados, assidos nom alguns mortos eÍeridosd'arlelharia.

CAPITULO Vl .

como vou em DA n z, x nonvmm o DA GUERRA 00 nu DE m mm ,

xm uúo os u m âns A comi a em m a DUAS m os , AO QUE FO !

Am so D'n nooum un, B m m m:m om .

O s Capitães , vendoqueo maldesta guerra em tamanhodesauiamentoà carga, equeo leitorqueeslaua em Cranganorera lenado a Calecut,presumindoque nom seria senão «s pam o matarem, n oquesenempodia ao presentedan sremedio, n pois oqueera feito se baniude temediarperontramaneira, e a cargadas anos era oquemais oompria,Iorâo sobre isso a falara ElBey ,queestava muy agastado, aqueos Capitães senom quiserão aqueíxar, nem lhedarculpade nada, antesn ando a paixãoqueElRey linha, polodesam larIhe louvando a bondadedesua tenção comqueas cousas [item ,que sendo tão vi rtuosasnão aproueilarão á maldadedo Çamorym ; epralicando sobreoremedio

'Demeoos no l s .daAj . ª ldem.'o M o Aj . 'Nacopiada Aj ª

o c .

Ai.dooeo Aj . ' Pdu m Ms . da Aj. " M M t Áj .

' « eque eexia só—Aj .n aquc nom linhau à j . . " 'e sobre a w ga du mos forâo o Aj . ada

culpa. E elle: Ai.

OS ALM QUEBQUES, ANNO DE 1 5 03. 305

doquecompra para a carga, porordemd'ElBey , mandouquefossemCoulãno tomara cargaque achassem, sobreoque « ElRey esoreneo suacarta â Raynba,dandolhecontados malesdo Çnmorym,

n ewuyto togarqueo ajudasseaestawregaçãoque tomara sobresi,quea nem podiaoomprirpolos malesdo Çamorym . Aoque logo partieMom d'Alboquerquena sua nao, eseu sobrinho Vicented'Alboquerque, eNicolao Coelho ,

'áqueinda estasmaos nom linhão nenhuma pimon la, mandarão

%*irdeCranganorAntoniodo Campo,que nom l inha -

maisquemil quinlaesde pimenta, porqueDuarte Pacheco , eFernão Martinsd'Almada, eFranciscod'Alboqneru â lhefaleciapouoa oousa ; pera -

oqueestes Çapílâw sereum uão a ndarnos '

nrios a lrazeros lones, onde no paseotinhâo huma caranol la, eelles nos baleia enos pan os ,que tomarãoqueet ão muy bons , com suas gentes tiohão wuyto trabalho, porqueo Çamorym sabendododesbaratodos vinte pan os , os tornou muyio concerqlar, emandou outros vintemuy varmados ,queem todo caso a lrabalhassem porastrom os tones : da pimenta, u e se os Dom podessemleuarosquebrassem, equeima m . Estes tones emquevem esta ;pimenta mdqserra, são os barcos feitosda feiçãode huma lançadeirade tecelão, n

'

myto compridosdeduque seis braças , lados e largos porbaixo, redondosdos costados, emuyto vol tados poi' cima,quenão Demabertura maísque tres palmos ; pordenh'o temreparlimenlosgueos fazemfortes ; sãode tauoado a ngelim, pao muy forte, eas tauoas juntas demeo 60 , com pregosdelargas cabeças ,quemuitãopordentro sobreoutrascabeçasde ferro, tão perfeitamente obradosquenunqua fazem agoa . Estestones »vem sempre pelosrios semvela mm mm , sómenfe à forçadebraços , puxados com * grmdes queabaslão, porqueosriossão baixos eelles . vemde longoda terra, . enom tem outra ajudasenãodas marés, eha tones tamanhosqueoarmgãoduzentos e trezentosquínlaesde pimenta , eos podem trazeroito homens edez,que' são

mestresdestes tonesque sabem os caminhos . « Nestes rios parque corremm ueo u Aj . Pula na copiadani. Idem. c hateia pelosrios ,

e a pen as t lheamamosdespoisdoquemandouo Çamorymoulrçevinic iu x)Ai. u eslornm em an G Aj . Fal ta m oopil daAj . *da-Aj . Foi

omiuida todt est: interessan tedescripçâo Do Me. da Ai. Fal tam oopiadaAj.o c c Aj . ?alta Douada Ai. Idem.

[06 OS ALDOQUEBQUES, ANNO DE 1 5 03.

são terras d'outros senhores nmuylos , aque pagão sm portugans ,. já cousa limitada e assentada d'aotigamenle com muy la ordem, sem

abaixarnem aleuanlaraAfonsod'Alboquerquefoy Borgirno portodeCaíleCoulão, na boca

dorio ondevem lera pimenta neslee tones, «que trazemdg serraassi como em Cochym,

: edahi mandou seu mado Raynha perAntonio 60815 ,quehauiade ficarporfeitor, t porquelodos osrequerimentose desejosda Rayuha era n larem seu portoreitor« nosso . comreitoria assentada, s pera seguridadedeseu porto u nauegªçõesdesuas masmercadoreg,quetinha grande trato porcasodesta pimenta . a E foy o

feitor: muy bem concertado, com quatro homens , com presenteparaBaynha, foy em companhiado mensageiro «que lhemundana EIReydeCochym, quechegando à Dayuha, houveella muy grande prazerde.tamanha honra , « como era irem lá buscara pimenta dequeCochymfazia fal ta, e logo mandou seu Regedor, 0 hum Voadorde sua fazendaao Capitão mór, assentaros concertos e apontamentos das cousasda feitoria, oquenos pesos epreçosdapimenta edas mercadorias já Indo“

es

;aua assentado com DomVascoda Gama,quehauía tudodeserpelos precosdeCochym, poloquenom houvedebates nemdetenças ,que. logo começarãqpezarecarregarmuyta pimenta ,

«quehauia eem tanto lizerão aponlamen los eassentos ,que Eaynha assinou,queera muyto conlenledeterno seu portodeCoulâo nosso leitorcom feitoria assentada . em

huma Dasa forteesegura,quelhedaria, emquetiuesseas mercadorias eíazendas muy seguras , eo fai lor com seus homens estiuessem bem aposen

indos, emuy segurosdetodos perigos einoonuenienles . 0que todo lomauaeseguram sobresi, com outrasmuytas obrigações , eauondauças esíguridades ,doquedetudodeu suas ola , oquea casada feitoria faria à suacus ta , no lugareda graudura efeiçãoqueo feitor quisesse; o lado isto,e outras mais cousas, como as pedia o Capitão mór,quetudo a Raynha

assinou com seus Regedores, eVendomeda fazenda, e principalesdeseu'

lieyno. E porquedaqui ondeas Duos carregauão ao porto nom erâo maisquec ínquo lagoas” Afonsod'Alboquerqueno seu bato! bem concertado .

Pal la Do l ls .daAj . muy limitadas ,quenemabaxâo nem alcuan lâo t AjDemenos noMs:daAj . nquehen lodo odesejodunaynha a Aj . Fal ta na

copiada Aj . Idem. Idem. Idem . Idem. 'é . Aj . Pal la no

315 .da Aj .

608 OS ALDOOUERQUES, ANNO DE 1 5 08.

Mulisod'Alboquorque, ecurtas pera Emey , com . preoenlodoriquospanosdosadadecores , e brancos , queimado“ pen aBaynlu . O feitorAntoniodeSá , vendoquea casaera ouberta d'ola epalha, :queera .

perigosadefogo, logo com o Regedoremm adoros tu compradepimentanada,que lhe hauíãodedarà vindadns Dm z . comque os mercadores muytorolaria, 0 m i Baynha vendo a boa m m comqueo feitorassenlaua, elhefaziamuylas mercês faucres ,quem uiomuy lo

à sua vontade, como senhoresda letra com muy la pu .

Com esla cargadeCoulão, e aque as nace o já linhâo tomadaem Cochym com muf lo trabalho, as Duos . todas forâo bem carregadas , e tomârâo as drognsque hauia em abastança . Onde assi astando . lhe foy dada huma carlade'

CojebequideCalecut, emque lhedana larga oonladoque o Çnmorym paasaua '

com Aluaro Rafael , feitorque lá estatua, quando soubedadestroiçâoque lheera leila nos

vinte pan os , oqueadianteoontarey ; o assi Iheoertihcauaque o Ça.

morym hauía de fazerguerra Coohym como seas mas partªm ,

« com determinação de tomaro n»Beyno, e nelle fazerseu assento, e

fazer«muyto forte,quenel leDom podem m entrar. quantas armadasviessem, e

'

fazera fortalezada barra, enella assentarmuyla arlelharia ;eque pera isto estaua amolínadodegrandes ajudasquelheprometiâo osMouros deCalecut , eCochym, eCoulâo, eGananor, porquelodosviãosua perdiçãodenom poderem nanagar. Oquevisto polos Capitães,dandomuyto credito á carta deCojebequí , porque nel lavinhão assinados ostres Portuguezes ,que tinha escondidosdo quando malárão o feitorAiresCorrea,que já sabiâo falara l íngua, e andauão va lidos Domo Mourosque ninguem os conhecia, os Capilães forâo logodarconta a Elneydetudo; aque disseque tudo eraverdadequejá o tinha sabido , o offereoendose os Capitães licarem com toda a gente, «usá

menle mandarem as n

'

aos , porque já estauâo carregadas , com os mes

tra epilotos . Aoqueelledimquenom consentida aindaqueperdessevinteReynos , eque * el les autresi. ordenassem oquelhe bem pare

orieo presente: Aj . Pal la no Ms .da Aj . Idem. o ja liuháo em

Cochymo Aj . o Eeslando assi : Ai. c c determináçá ode tornaram Aj .. fom leu squenão pudessem entrarnelle. Aj . n espondeoquehera verdade, pois jà o sabiu Aj . n a mandarem as náós wregodns só o Aj . De

menos oucopiada Ai.

DUARTE PACHECO , CAPITÃO DO MAB, ANNO DE 1 5 03. um

m , . e lherogamquedos homensque íioassem foeaehum usmmPaohwo : oqueel losdiaeerâo '

uquedeixarião o nlho eu o pay , porquen m ooum dn o guerm ena bom o Capítào serdemais idadeque»Lisuarte Pacheco, .que era muy lo moço. Comque ElRey muy lo .

íolgou, esedaspodirâo, o seforâo âs naos ordew as oousasquesehauiio de Imer, eâm porCapitão mórDuarte Pacheco, eem sua suo

eeasio sou filho 'uLísuartePacheoo p ederào a nao deDuarlc Pa

oheoo a Perod'Alaide,quenella íoy pera o Beyno.

Do n om amo AM ADA ova m ou A Dun n n cnwô, w ma nõa no m a

001; m ouru m a , E AS mos DA cn c ; sx Du nn eD l! com “ :

Evoni o A m m : , Dom 31:ru mú o Pm 0 um a.

Sa no as semn os oarwgadasde todo oque lhe cowpria, os Capitãesmores Afonsod'Alboquerque, eFrancisood'Alboquerque, com conselhodos «n outros . Capitães , a polo ElReydeCochym pedir, deixarão porCapitão mórdo mar, n ode toda a armada egenteque ticana na ln

dia, DuartePacheco, e a Capitaniada sua naoderâo Perode'

l'

aide,edeixarão na tranqueíradeCochymmuy la ebon artelbaria, emuyta polnora e pelouros , emonições , emuyina armasdo almamm pera gente,queseriâo até seis centos homens com os omcíaesdas feitorias ; eporque,

lhepareoeo bem, mandarão aCoulão maísdom homens ,quecompilaquejá lá eslauâo fotão vinte, eoutro escriuâo chamado Lopo Rabel lo,que[Drão embarcados polo mar, porqueo leitorAntoniode86 os mandarapedir,dizendoqueosque lá eslauão todos adoecerãode febres, porquesealguns falecw m ficassem outros . E darãoregimen lo, emayto encomendarão Duane Pachecoquesea cusam depelejar quanto mais podesse, etodo seu trabalho fossedefender, enada amanda , fazendosefortenos passos , parque : se: o Çamorym quisesse pmrlhos defendamcom todcs um form , porque n om entram , porqueentrando tudo eraperdido ; e lhedeixarão seis can uellas, 0 hum muio, eencarregadoque

0dá nriâo, eumbem u Aj .*o nu Aj. a o fdbo t Aj . Dc menos

no Ms . dn Ai. main Aj . lªma no l le. da Aj. Idem. Ai.

m o I . 5 2

m DUARTE PACHECO , CAPITÃO DO MAR , m o DE 15 03.

Iim dous bclois grandes, emqaepodessem tim peçu gmsaas , .muyto

lados,qne nadaasem em pouoa agoa, pem andamm polosrios ; equa l»uendo guerram feilortiuem comsigograndevigia ao fogo ; portuga“do, so serpodesse,quea pouoação e lranquein so oem de s€besdecanas ,que todo emrodadenoilesevigiaseeporfóm edentro,quenomDim m pôrtogo, porqueoum mórmal nom poderâo fueros ímigos ;a que a gente focaemuyto bem pagade seusvencimenus emm timentoscada mes ; eque linesse muylo cuidado e lrabalhasee o pessima] porsaluardeCaleoíl t o feitorAluaro Rafael , eosque com ene estauâo, se

nom foaaem mortos ; eseporresgaleoupeitns podeesem lersaluação porieso segastasse ludo oquepedíssem : oque isto muyto encarregarâo a

Pam Rafael seu irmão E tudo prouido como oompria, se fotãodespedirdElBey , e toma suas cartas ,quesemostrou Gearwuyto contenteeseguro com a armada egenteque âcaua, esobre todo com DearLisuartePacheco eseu pai DuartePacheco e

'

se.partirão em vintedeDezemhm ,

eem sun companhiaDuarte Pacheco com quatro caranel las , porpassaremsegurosdeCaleout , eâoou em Cochym Lisuarte Pacheco com a gente,varanda oan uelladeJoão Serrãoque fazia muyta agua , ordenandofazeros baleia, peraque logo o feitorhouvemnyta madeira, aqueElReydana wuyto auiamenlo, vendo wuytoque aproueitarião pera guerraqueesperanza.

As unos fotão aportarCananor, ondetomarãoeeu gongiure, evousasdequehauiâo misterpera suaviagem, edarãoregimento Gonçalo

Gil Barbosadoquehauiadefamr. Os Capilâos so farãodespedi rd'ElBey , edarlheconta do tado o passado, eoqueôcaua ardendo, oomqueElâey houveprazer, olheanim ouqueo Çamorymhauiadefam guerra aCochym, paraoquetodos osMouros estrangeiros lhe linhão prometidograndeajuda , oqueel leporsua parteeslrouaria quanto podasse, masqueperatamanho poderdo Çamorym folgaraqueBoan mais genteque lhedís

serãoque elles nom leuauão senão aque as mas nem podião m m

para sua viagem, masqueesperauãoquevirião ínuemarâ India outrastres mos, quedo Reyno hauiâodepartirapós elles,queElRey mundanaandard'armada no EstreitodeMeca, equeseporventura viessem a in

Dernar, porquepodia sera º

tempoqueDom podassem as unos entraremt doo Ai.

m DUARTE PACHECO, m a io DO MAR, ANNO DE 15 03.

ventoquevontaua elógo vierão tem polabolina quanto poderão. Dasquaes os Mouros baumdovista nom ousarão aguardar, eseCorãode longoda terra quanto podiâo, queas camuel las correrão o alcançam as Gao

tãovararna com , onde se perderão ; eporqueas m nmllas nom poderãochegarcom o vento, queerada terra, ”doinrâo, masdepois com avimção lhe íorâºpóro fogo,queen dm legoasdo &manor, eem tanloo Capitãomórfez amainartodos os zambuoos ,queerão carregadosd'arroz,deque fez presentea ElReydequatro com todos os marinheiros ,dequetomou osMouros,quelodos quantos achoumandoumatterdebnixodeouberla , edescam ouna feitoriao arrozdedous zambuóos , ecom os outrosos mandou a Cochym com huma carmona,doquesómentenelles biâo osMalauares marinheiros , queos nossos nom âmrão mal ,que sendodefrontedeCaleoul mamão todos os Mouros , e os menerão nos m im os

vazios , e lheposorâo o fogo, oomque forâo ardendopera lem . Eos outrosfotão a Cochym, ondedescarreg ª !) passantedeseis mil fardosd'arroz,quedepois mayto aproueilou.

0 Capitãomór, porçnmmala , escreueo huma oarla ao Çamorymmuytoqueixandosodel le, porquelendopam feitas os seus Daueganws os quiserãotomar, estando ellesurto sem fazermal a ninguem na bahiadeCananor;oqueel lecriaque os Mouros o faziâo sem sua licença,queporisso os

queimam todos , porquefosse cas l ígodos outros . Poloqueo Capitãomórtoy muy temido, e se deixou estarem CançnoratéqueserecolheuperaCochym. Oqueagora assi ficará até seu tempo, porcontaroquepm »AntoniodeSaldanha em suaviagem. .

CAPITULO VI“ .

DE como m m no namo no uns 08 un o 00 Am 08 803, mmmo Drsu omuron m uio nós , Dºlruns num arm mnm m D

'

Am m

mo neu em DB m A : 0 OU ! u ssou a su: vum .

Sm a partidosdeLisboa os Capitães Alhoquemues,dequealégora falei, .se ficarão fazendo prestes tres Danelas,que partirão no amdeMayode5 03, deque toy Capitão mórAntoniode Saldanha âdulgo Cadelin ha ,irmãodeJoãodeSaldanha VoadordaCasadaBaynhaDona Maria, homemquebem entendiz as causasdo mar, eporCapitãesdos outros maios

DUARTE PACHECO , CAPITÃO DO MAR, ANNO DE 1 5 03 M B

Diogo Fernandes Pateiro, eRuy LourençoBaum , caualleiros honrados ;foy ordenado porElBeyque fas emandard'armada no Es treitodeMeca

contra as naosque fossemda lndia, porlhe tolhera nauegaçâo,quehiãoel las carregadasde pimenta edroga ,queoorriâo polo Cairo Veneza, ednly perlodo Loum te, ePoneme, o que'

se assi nom fome,queestasdrogas assi nompm porMeca, muyto mórvalia emórsaca kriâo estasmemdorias em Lisboa, e tambem tirando esta nauegnção aos Mourosseria musadeel les despejam India, e se irem viuera outras terras,comquenão hauendo Mouros na India ficaria pacifica, pera mais brenomenle a podermeuersob aeusenhorio, ecom esa tenção fezesta armada ,esempremandarguardaro EstreitodeMeca poresta causa.

PartidosdeLisboa, nauegando para o Caboda Boa Esperança , lhe

deu lemporal ,queos aparlou, ecada hum porseu cabo nauegou comopode, fazendo contaque lá no Estreito seajuntarião,que lm uão regiamentoque, paseando o inuernoda India no Estreito, noverão se fossemin Indiadarrazão ao Capitão mórquelá fossadoqueacharão . O CapitãomórAntoniodeSaldanha nausgando se£ez_dobrado oCabo, eSoydemandara tem , eaohouse aqui, elomou terradom fegoas àrédo Cabo , e

vendo humaangrad'um branca com huma Ilha, sendo o tempo bonança ,dei tou o halal fórae toy sondandqdiante, eentrou na bahia ondesergio,ebuscando agou achou humribeiro secco, e correo porelle, e dabium terçodeuma lagoa achou hum charcodemuyta boa agoa nadiual ,quevinha perautua Dumas pedras , que nom acharão o nascimento ; etomarão aguada, ena Ilha ªzarão carnagemdemuylos passaros ,quechameuão sutilimrios, e lobos marinhos , e tartarugas ,quehauia muj las emestremo. Na terra houverão faladebuns ocafres nós,que lheresgatarãoa bras evacoas porcasoaueis , eespelhinbos, eooulínhasdevidro. E ba

uendo seu conselho tornarão sairao mar, pera andarem às vol tas , edobraro Cabo, 0quenão podem famr, nem poderão tomaronde tomarí o agua, aqueposerão a Agoadade Saldanha, c assi seohama ojeemdiz, echamaráquanio Nosso Senhorquiser. Poloqueentão forçadamentetomarão I lhade Sam Thomé, onde lheadoeoia emorria gente. E

outravez selomou sua nauegnção, edobrou o Cabo, ecorreo terra,e toy Moçambique, e tomando agoa lenha separao uo longoda costa ,onde tomou ávela tros naosdeCambeya, wuytorim demercadoriasquea quella costa wuyto val iâo, asquaes se lhen uderão, eas leuou a Me

m DUARTE PACHECO . CAPITÃO DO MAR, ANNO DE 1 5 03.

lindo,quem perto, onde0 Roy do Melinda lhe fez mayto gasalhado ;ondeachou Ruy Lourenço Baum ,que baniu hum mes emeoquo ahichegara eo eslaua aguardando ,reoebeqdod'Ellley muylas honras ; ondeAntoniodeSaldanhavendeu as memdorinsmmque fez muytodinheiro ,e as anosdeu a ElRey com todos os Mouros porcaptiuos ,dequeElReyhouvegrandesresgates .

Ruy Lourenço Rauaseo,que se apertou nn tormenta, nauegou

seu caminho e passou o Cabo, e chegando MoçAmbique,que nom

achou hi AntoniodeSaldanha e lhe nomderão delle nenhumrecado,correo âuanlo pola costa, e_foy lerQuilm , onde lhe o Rey fea

'

muyla honra, eesteue com wuyto prazerpm ntedehum més, aguardando poros outros nauíos , e nom vindo seperlio para ira Melinde;e sendo no marouvevista dedum velas . e toy el las , eas tomou,que erâodous mmbuoos de Mouros deBombaça com poucas mercadorias , e com el les tornou a Quiloa, ecom o seu esquifemandourecadoa ElReyque lhe fazia seruíço de tudo, porque todos etão captiuos deElRey dePortugal quºnom tinha outra cousa comqueo seruírdo bomgasalhadoque lhe fizera. E sc tomou andarpolo maraguardando porAntonio deSaldanha, e foy ternas costasda IlhadeZamziharem humaformosa bahía empatadade todos os ventos , e na temribeiradeboaagoa e fontes ; terra wuyto viçosadegrudes amoredos , ondeestiuerâofolgando hum mes , tomando muylos umbucosquepassam carregadosde mantimentos ,dequetomauão oquequeriâo, eosdeixauâo ir, porquenom pelejauâo, e logo amainauâo ; edel les mutirão muyta prata emmanilhas ecadeas , porque prata befina, etem preço certo , eporseus pesos corre pormoeda, e muylosdenlesdemarâm muy grossos, comquealaslràrâo o nauio, e oque . tl-azia . depedra lançário fôra. Edepo

'

u

de assi estarem na bahia hum meo sesairâo, evoltârâo â l lha, e forãoao porto da Cidade,que he muy grande ede formosas casas ebomporto , onde sergio comdous zambuoosque lenaua .

EIRey lhe mandoudizer :désae todo : oque tomar: os

lando na sua terra, asai como tizera ao BeydeQuíloa : aoque lherespondeoque era contente,que tudo lhedaria . com tantoqueel lese tizessevassallo d'ElRey de Portugal , e lhe pagasse tributo, oomo fazia o

o trauâo o Aj . « mandasse tudo o Aj .

ue DUARTE PACHECO, CAPITÃO DO MAR , ANNO DE 15 03.

Entãodeu ElRey os mmbuoos coma genteque lemuâo , c inda aigumafazenda ; comqueo Rey inda Econde ganho, se nom fora a mortedoalho,doqueo Rey era muy anojado.

Deixando isto assi feito, so perua, eÍoy Mel inda em buscadeLntoniodeSaldanha, onde chegado, o Bey o m beo com mimo prazer,porqueeàtaua em guerra com o ReydeBombaça,quelinha a gentepreetes para virpelejarcom elle; oque todo Bl lley fallando com Buy Louranço, elle tomou oquebauía mister, e separtie logo pera Bombaça , ebindo pera lâ tomouduas naos en'es zambncos oommuyta y umefazenda ,e nas naus tomou dezoito Mouros memdoresriquos , naturaesda CidadedeBruna,queera muy rica epopulosa na propriacosta . Osquaes merondores seresgatarãopormuy lodinheiro , eporsaltaram huma sua naoquevinha alrás , ehauiâo medoquea nao aly viesse ler, todos se fizerãovassnllosd'ElBeyde Portugal , pagando cad'anno mil mal icaes ,que logopagarão, edarão todos suas cartas assinadas , obrigandose cad'anno assi

pagarna Cidadea quem lá fosse. Oqueassidessimulou Ruy Lourenço ,dizendoque cad'anno lá mandaria arrecadar, e os largou, e se foy seucaminho, echegouà barradeBombaça ondesotgio, eao outrodia chegarão os Mourosresgatados com suas naos ,quenendo entrarnoportoquehiâo pera ahí , oqueBuy Lourenço lhe nom consenlío , dizendoqueel levinha aly peradestroíraquella porto, porque ElRey tinha guem ,

com

EIRcydeMelinda,queera muyto amigod'ElReydePortugal seu Senhor.Então os Mouros mandarão dissorecado a terra a outros mercadores , ese Íorâo seu caminho, eRuy Lourenço nom ooosenlio mais entrarnadanem sai rdo porto . Doque logoda Cidadem udarãorecado no Bey ,quehia com sua genteporterra para Melinda. Oquesabido porelle, temendoo malque lhe fazia Ruy Lourenço , emquereceberia muy grandeperdaseo porto lhe l iuesse tomado, se tornou â Cidade.

E neste tempo,quo islo assi passam , chegou AntoniodeSaldanha a

Meliude, como jádisse, doque logo veorecado Bomhaça,que houvemedo 'quetambem AntoniodeSaldanha averia guerrear. Então mandourecado Melinda eassentoucom ElRey suas pazes , comquenoarão amigos , as í comoquià ElReydeMelinda :doqueAntoniodeSaldanha mandouremdo Ruy Lourenço,que logo se foy a Mel inda, ondeelle, 0 Antoniode Saldanha tomarão oquehamião mister, edarão pendores aos nauios econcertarâode todo oque lheoompria, ese despedirão ElReyde

DUARTE PACHECO, CAPITÃO DO MAR , A MO DE'

1803 m

Melinda, : pen ç.(*

poatorâ, onde tomarão amam sefarão andarno CabodeGuardafui,queera já em Março '»do annou le quinhen tos equalro,e não a

'

ohando hi nada, correrão pera dentro pera o Estreito, e farão lerem huma terra na costa,que se chama Mete, emquedepois seachougrande agoada canada Da praya, emqueseachoumuyta emuy boa agoaque tomouDiogo LopezdeSíqueíra, Gouernador,quecom grandearmadaentrou as portasdo Estreito, edescobriu o portodeMaçuhâ,donde'mandou embaimda ao Preste, como adiante ani seu lugar contarei.NesteMetebauia huma pouoaçâodecasinhasdepalha. emquehauia

Mouros naturaesda terra, ondeAntoniodeSaldanha mandou o bate! aterra, ehouve falada gente,que com paz lhe venderão cabras a lrooodepanos cm ; e farão homens a terra, acharãopoçosdemuy to boa agoadeque tomarão, o . os Mouros mostrandomuyta amimdelhefaziâogaa lhados , comqueaooutrodia Rui Lourenço foy a terra com sua genle

epipas tomaragua, eestando folgando, os Mouros ordenarâo traição, evierâo muytos pçuoos epoucos , esem armas , pordissimular, porquedenoiteas tinhãomel l idns solerradasdebaixodeesleiras ; e tomando atreuímenlo , dando grilos,tomando suas armas eremetendo com os nossos ,quenão tinhâomaisquelanças eespadas , bomquesedefenderâo até saird'antreas casas , e os Mouros após el les até agoa, emquesemetlerão porqueos Mouroserâomuy los , eentão l irarãoos berçosdo bale] ,quematarão eferirão alguns aoqueacodio AnloniodeSaldanha com todaa gentearmada, eleuarâoarmas aosqueeslauãoem terra,quepassauão todosdeduzenlos homens ,quefarãodarnos Mourosqueesperarâo autreas casas , onde fotãomortos e feridos , ofogirâo pera letra,queera perto, eos nossos puserâo fogo às casas ,es

'

embarcarão com tres 'homens mortos e alguns feridos . En lâo se farãocorrendo o Estreito , eatrauessarão outra bandada Persia pera irem ínuernarnas I lhas de Quanequím, e acharão tree naos de Cambaya ,quese defenderão com muyla gentequelm ião,queel les nomquiserão abalroarcom oreceodo perigodo fogo, mas oom t iros meados porcima lhederrubando as velas malarão muy la gente, e outros sedeitarão no mar,quo os nossos nos bateis andarão matando, e tomarão as naos , .que hiâocarregadasderoupas 'deCambaya,deque carregarão os nauiosdas molhores , epuserâoo fogo às naos ,que nada sesaluou,queetão muy longe

* Demeoos na oopiadn Aj .

u s DUARTE PACHECO , CAPITÃO DO MAR, m eom; m ,

da lem , eso farto às IlhasdeQuaneqnim, ondo nâo achando agoa, bou

mrão seu cºnselhoquenão podiâo aly ín'

uemu . Entâo seforão pern a

india,queeu já inum o entrado, onde acharão muyta tmmenla ,quemeos perdidos serocolberâo em Angediua, only inuemrâo moyto sua

vontade, onde os achou Lopo Soares ,queveodo Reyno com armadanesteannodo 5 08.

Diogo Fernandes Peteira, desta companhia, lemon porfôrada IlhadeSam Lourenço , óndemuyh s vezes toy perdido em boxes eres tingas ,comque quando acham fundo sergia, e Dom andaua senãodedia, emque foy em grande trabalhode sede, e lhemom o muy ta gente, e toytomaran l lhaemhm porlommquenom teoemaisqueboa agoa emuy loebompescado, eahi passouo inuernoda India , atéqueveo Agosto,queatraueesou pera India, eem

.

Setembrode 5 08 [037 terna barradeCo» .

chym,que passou porautreas I lhasdeMaldiua sem as ver.mm m 1x .

QU E TORNA A n ua no cu n l o Do m n DUARTE n em o, B o QUE m o

çu onn l QUAN DO vwos uonnosncm wos za PRAIA, a o QUE PASSO U

con n un o BAH EL,qua LA'asn o; Poa FBITOR, B008mu nc uwo.

deCaleout Çamorym ficou muy anojado sabendo deslroíçãodesua genteepamos ,queos nossos Bu fão norioda Pimenta, equis logolazerjustiçado feitore bom sque lá linha ; oquepraticando com os

seus, o irmãod'ElRey ,queera homem muytom udo edebondades , lhefuy á mão,dizendoque tal nomEzesse, Dem quebram sua verdade,queoutra cousa haucria émque tomassemayorvingança se houvesse pelejacomquecessou iraquetinha, masdespoisvendo os Mouros queimados ,quevierão lerpraia nos mmbucosdo arroz, de todo determinadodem i mandarqueimarviuos o leitore os outros , os mandouvirantesy ,quevinhão mortos ,quebem lhepareoeoqueem o

'

derradeirodiadesuasvidas

, porque tinhào a bideque já _EIRey osquisçra matar, se lho seu

irmão nom cá m ara ; mas sobre isso agora 05 Mourosqueimadosda«praia , hiãoseoncomendando â misorioordiadeDeoe, esperandoquepreslesmen teserjâo apresentados ante seu mnclo juízo , ehuns com outros sehíão laslimandodeseus pecados ; e chegando âs porlasdos paços acharão

[20 DUARTE PACHECO , CAPITÃO DO MAR, ANNO DE 1 803 .

« queueerrosque linbas feito forâo pormaos oomolhos ; a portam,

« agora lomobom conselho,que nós aquiestamos peraoquefôrtuavon—ndade. E falando com os Regrdores lhedisseque olham bem,queera grande culpa delles seu Bey eSenhorfazertantas falh ª em anavadade, pois el lediziaque pormaos conselhos fizera os erros passados ,« agora assim nom seja, pois o nosso Capitão mór, confiando na verdade«do Çamorym, nom quis tomaros arrefeus , panquqindaqueos lineagenom lhe hauiade fazermal , as í como o nom fez Pedralunrez Cabral »

« aosrefensque tinhana nao,quando aqui lhemalarão seu feitorcom»« tanta gente, e'

«roubarâo cvtanta fazenda . E pois tudo isto vós outros »« sabeisque ha verdade, porque nom aoonselbais

, din is ElRey« verdade?»ElRey , semresponder, com a mão mandouque se fossem

,

emandouqueos aposengassemden tro na Cidade,que nom quisqueosliuessem na praia , polos lermais seguros .

O Çamorym [icon falandocom os seus, ondetodos falando, seuª irmãolhedisse: « Senhor, estes Portuguezes nom tem nenhuma culpado mal »«que lá os outros fazem . Olha os grandes errosque tens feito contra»« lua honra ; e po is já portuas olas assinadas confessamqueos Dzeras »pormaos consel hos , doqueestauas arrependido, nom tornes tua pa

« lauraãlrâs . Olha quanto « cumpre a i lua honra, pois lodos hauemos »demorrer porel la. Do queo Çamorym licou con tenteDayndo na t a

zão, megdoudizerao feitorqueelle faria comelle loda verdade, edescançasee;deque lhemandou grandes agradecimentosde louvores . Oqueassi fez o Çamorym com traição, porque os nossos o escrevessem Co

chym ao Capitão DuartePacheco, porquecuidassequeDom bauiadefazerguerra, ese nem apercebeme, ou poriam sebi ria ínuernarao Estreitocomo lim a Vicente Sodré , com oque então ficando, Cochym só , mais

sem'

trabalho o pudesse tomar, como era todo seu desejo. O feitorlinhabem sabidoqueo Çamorym tinha suas gentes prestes , porque com ella

vinhão falarcomoHonros os PortuguemsqueCojebequilinha escondidos ,porquejâ ninguem os conhecíaf e lho mundanadizer todo oquepassava,e lhemandoudizerqueescreueswm huma carta ao Capitão Duarte Pachecodemuy los louvoresdo Çamorym, queindaque lhematarão suagente, e lhemandarão os Mouros queimados á praia,queisso lhes nom

Lê—seem bed" em m bas as copm . qua nto ca pot " Ai.

Dumm n cmzoo, &:o DO MAR,m o DE n o:. m

fizera ml ] , os tinha maya) honrados , estauão á suavontade, porqueo Çamorym já tinha oaydo om lodu erdadedeseus erros , eassentadodeserverdadeiro amigodos Portuguezes , comprit sua verdade. Islo lhe

aconselhou Cojobequi, porque sabiaque a curta bauiade sertomada, porqueo Çamorym sobre « isso . tinha grandevigia, e tomando assi tal

carta folgnria wuyto , cuidandoqui: lhenom entendião sua traição, ecomel les estariawuyto confiado eos nom vigiada, e leríâo maneira para lhefogirem, porquesemduvida, senem Íogissem, lodos hauiâodesermenoseel le teria maneirado tudo isto eícrenera Duarte Pacheco na verdade,porquesemuylo apercebessepera guerraqueDaniadeler. Oque todoass i bem ordenado polo bom mouroCogebequi, oroilorescreueo toda estasubstancia ao Capitão mór, com grandes iouvores do Çamorym emuytacertesadeguardartoda verdade, oque lhemuyto oerl íBcaua, na carlalodos assinados ; qqal carladeu hum homemda tem:, dandolhedinheiro,quea leuasse ao Capitão mórqueestam em Cananor. Partidocom el la foy tomado no caminho, wuyto secretamen le trazido ElRey ,quevio carla,que a mandou lerpolos Italianos , deqne (icon muyincontente,que tornarão çarrar, e o Çamorym mandou ao piãoquealeuasse, Ihewuy todefendeoquenomdissessenadnqueel le vira . Doqueo Çamorym neon muy contente. cuidandoquesua traiçãoeslavamuysecreta , ecom esta certa o Capitão semuy lodescuidadado apercebimenloda guerra , ou mandaria a armada ás premsdo Estreito .

CAPÍTULO X.

como A mmm: n cmmo N Y DADO m eo DA cum »:m : cu m Ds o mDDool ,

E s::vorA com 1: com mmo nu m m m D::mumu sw união,

mmm m ma mron, n os om: cou m as ESTAUÃO , os F ILHOS no PE:ron AIRES con e», om:ema nam TINHA M IM

E o mouro Cojebequi secretamenteporsuacarta fezsabera DuartePachecodo apewelúmento tençãodo Çamorym,que linha contra Cochym,

e lheaõrmandoqueantesque partissehauiade'

mandarmataro íeitorAlvaro Rafael , e osque com el le es lauão '

;queportanto lrabalbassaden isto»Aj, o mórt l j .

m DUARTE PACHECO, CAPITÃO DO MAR , ANNO DE 1803.

os u lnar, lhedarcontada carta tingidnqueello amnsolhouque lhem um u o ieitor,queo Çamorym amandan tom a s vio . e. úoou

muylo contente, parecendolhequeninguem ubi: suas traições ; eemanamuyto connado dos nossos , nel la nom tinha vigia, o andauâo '

m'

vontade; comquese bem podião salunr,queportanto logo se pumem obra . DoqueDuarle Pacheoo mandou m &goardecímcnm a Cojehaqui,que a este tempo morauadez legou fôradeCalecut, com todassuas molbm s efamília, em casado seus m im, porque já nom linhanada,queo Çamomn lhetomára tudo, porque lhenomenu'egara os filhosd'Aires Correa . Então Duarte Pacheco nomdeu eonh disto ElRey deCauanor, porqueassi Ihe pom o melhor, e falou em segredo . com

Pero Rafael . como o fossepeitarseuirmão, porqueo negro,que trouxea cartadeCojebequi, ficou para irmostrara cusa emqueos nossos estanão aposentados na Cidade; econsul tando bem com Pero Rafael , separtia pera Cochym (10 marem fôra ,quenom toy vistodeCalecul , nemdetoda cosia . Pero Bafael leuoudeCanauor, compradas porseudinheiro,«duas almadies grandes, cada huma com pescadoresde Cauanor

conhecidos , aquedissequedo; Calecut se hauiâode tornar, «uaquepagou, comqueel les forão contentes ; Pero Rafael ficoudefrontedeCalecut tão longeaomarque o nomviãode terra, « ondeentão faloumm os pescadores , c c cada humdeu: dez pardaos em ouro, e lhedissequehauiâode ira terra « escondidos , . efurtaro fei tor eos bomensque com el lees lauão, equeel leestaria muy lo pertoda lerra peraos tomar. Aoque todoç seoli'ereoerâodeboa vontade, e imdirâo Ihe

mostrasseoquehauiâode lazer,que o fnriâo como el leveria ; masquepera waigbem aguardaseem atéqueviesw alguma lrouoadaque 'º . li

zesse escuro : oque am i pareoeo bem, eesliuerão quatrodias , atéquehuma lardesearmou sobrea terra grandeescuridadedechuiua, comqueseveo gam ado noite, e porque a Viração ventauado marcarnuel ladeu o "aquele, comquese chegou a lem :esergio perto ,defronteda Cidade, onde atinurâo poros muytos fogo:queparecião. Estiuerão concortando csquife, eduas cordas muy compridasquejá pera isso lraziâo,

« il equen Aj. u este lempo c Aj . qj . Demenos no eodieeda Ai. Idem. o elbepagouvAj . o c o Aj . :dandoa ada hum o Aj .Pal la no Ms . da Ai. n fosse Aj . . a lírarâo o selê cmambu as copias .

m DUARTE PACHECO , CAPITÃO DoMAR, ANNO DE 1 5 03.

da embarcação ; comquese forâo á carauelh , onde fotãorecebidos comgrandes prazeres . Então Pero Rafaeldisse aos pescadoresquese tom a:

muy lo embora, e lhedeu as almadias , comquese torâo muy contenha,porqueo £eilorlhe tornou dara cada hum trinta fanõesda moedadaterra ; osquaes inda tornarão á praia, e furlarãon lmadiasque leuarâo,darão as velas, «e na caranel la trazião os maslos evelas ,que com

o ventoda lrouoada forâo Cananorao outrodia denoite, porquelhenom vissem as almadias «queIenauâo furtadas .

Pero Rafael , com seu tamanho prazerde Nosso Senhor lhe fazertamanha merce,que tanto a saluamenlo saluou aquella gente, sefaz àvela, .que ao outrodia com Viração entrou em Cochym, com

muytas bandeiras, lirando . muylau artolharia, emque modrou o

bomrecadoque leuaua,quetodos logodesembarcárão, eo Capitão mórcom toda a gente com grandes prazeres osreceberão com lagrimasde prazer. Comqué todos se fotão ElRey , queeslaua doudode prazer, .que -a todos fez grandes honras . pedindo muylos perdõesporque el le fora a causa do risco de morte emque esliuerão, tão

certa houveradesersenom escapárâo ; folgando muy lodeouvir. comoescapárâo, dizendo ElRey aos seus : Nom ha cousa Do mundoqueosPortuguezes nom fação, sequiserem'

.

CAPITULO Xl .

O QUE FEZ 0 çu onm QUANDO SO UBE QUE OS NOSSOS LHE 900181 0, 8 88

APERCBBEO A III TOMAR 000811 1 , E 0 CAPITÃO NÓ! DUARTE PACRBOO

SE M'E-CEDRO vm 0 DEFENDER .

E AO oulro dia, sendo dito El lleyque os nossos erâo fogidos comquanto tínhão,que na casa não achârâo ma isque os caspm vasios .

hom eellemuy grande paixãodeGearassi lão escarnecido, com muytamagoa de os nom termortos com muylas justiças ,queixandoeemuytocom seu irmão porlho estrouar. E ene lhedisseque sem razão se agas

om manor. onde chegarão»Ai. Pal la no codiceda Aj . n ao

outrodin o Ai. Domanos na oopiada Aj . Idem 'queasai estau Aj .o o como o Aj .

DUARTE “ cu co, CAPITÃO DO MAR, ANNO DE 15 03 . m

taua,que costumo era dos catima íogirmquodeos nom lermorlosnom lím p ido, ;pois em tão pouea omm nom hauiade farlarseucoração ;queos Boys egrandes senhores en grandes com hnuiãodotomarsuas vingança , oque el leami podia fazer, emque tiuesserazãoe muyta causa, porque nas guerras mais pedia arazão e direita causaque as armas , e isto lhedizia como seu irmão (já:: era, e lhe desejama vida, honra, e_aorecenlamenlodo seu Beyno,quecom sua pessoa e

armas ajudaria até moura . O Çamrym, como era endiabrndo,deperuem condição, encrinado em lodo o mal ecobiça , nom linha pacien

cia, jurandoque sesoubessequealgumdos seusdera ajuda aos nos808 fogiremqueo bauia_demaiarcom toda sua geração, mandaun" lo

go Cojebequi para o matar, dizendoqueel leajudaria arogiros nossos ; foilhediloqueCojebequiviuin ao péda serra 'dahí dez legoas ,ejazia

'

pera morrer, mas segundo parecia , .queos nossos, com esçuro echuiua da lmuoada sealreuerião, furtarãoduas almadíasda praia emque se forâo,que as achauâo menos . Então, com sua furia, mandousuas olas a chamarmu m ks pcra logo irguere oohym eo lo

mar; e era todo seudesejo, wuyto arrependidodenom ficarnel lequando o tomou, ºdefenderentrada-dorio,queo pudera muy bemfazer. E mandou concertarmuy los pan os ,que pera isto linha 10i , emque os Mouros hauiãodepelejarcom os noªsos nosrios ,que a isso se

oaºereoerâo todos ,que já eslauâo amolínados , e oonoerlados com os

MourosdeCoehym,quebauiãod'ajudarem lodo oque pudessem, eas

sidos MourosdeCoulâo ; cElBey Çamorym com todo seu poderhauiãodeguerrearterra,.que tinha gentedemasiadamenteo tmdobrodeCochym. Doque todo sabido em Cochym, ElBey mandou chamarDuartePachooo,quejá lambem tudo sabia poravisode Cojebequi,quemuytolhemandourogarque os [ilhasd'Aires Correa estiueesem em secreto .porque se Çamorym soubessequeerâoviuos logo el lehaviademaudarmatar: os quaas o Capitão mórqjun lou oom hum sobrinhoquetinhao feitorDiogo Rodrigues Correa, eoutro menino seu page,que tinha o

Capitão mór, todos juntos , bem vestióos , osdeu EIRO] ,dizendoqueos mandasse Vaipim guardarem suas cam , eporserem manh os nomhauiâode irà guerra, om m folgândtrporfórum alguns Monroelhefarião mal . 0queassi o mandou ElBey ; el lesó sabendoqueisto sefaziaporsegurara vidadeCojebequí .Tºl o

128 DUARTE PACHECO , CAPITÃO DO MAR, ANNO DE 1803.

Então h hrão sobreo feitod: guerra,dequeElkey emu: muy ti

mido e ngasíadomm oendolbeque os nossos nom quisessem porel lepordoras vidas, equeeorooo'hedão em sua armada eao biriâopera Cmnorou Coulto ;que isto foy ardildos Mouros,queisto falarão entrou ,

eo nzorâo enmdcra BlRey ,que poriw oam a muy nguslado sem o

dimrao Capitãomór,queo sabia poqueo k lauão asda terra ;do modoqueo Capitão mór, a beudo ash duvida epaixãoqueEIBoy tinha, nomaguardouquo ElRey lho Mam , sendo assy onto Blney , com o leitor,o Capitães , e homens honradosque hauia pora isso, fez Em sua fala

como vioqueera necessario pera esfnrçarBIM , lhe ti rardo coraçãoasduvidasquetinha,dizendo perante o Príncipe, Begedores, o os pn ncípaes Mouros memdoms , eCaimaes , Senhoresdeterras ,quecom ElReyem presentes : « Senhor. Quantos Portuguezes aqui estamos , eem Cu. .

« nanqr, eCoulão, leamamos o esúm mos comoa propria pesamd'ElBey. Deu írmão nomo Senhor, eporli bauemosdemorm eomo pornoseo .

«Roy natural , porqueseisto assi nom &m mos seriamos trédomnosso proprio Boy eSenhor,queassi Dolo mandaquemorramos por:

« teu semiço ; oquenôs assi hammosdo fazermuy inwiramente, como »verás , a o verão estes ums vassallos , porque se islpm í nom bouvo-u

«ramosde fazer, el les eeu nom Goúramos aqui ondeestamos, efolgá-u(mos todosdeBar, sabendoquehauiamosdepelojaroom as gentesde«Calecul , pm oqueo principal estbrçoque lemas hequea guerra,que« tem o Camrym, hooontra toda tado editá temoloque temos muyta .

oonlionça em Nosso Senhorque banemosdedekndereste'

teu Ren o,«eas luaspoucasWhicdo podermais quena muyinado Çamorym .

« porque temos a M oda nossa parte; e porqueisto assi he,qne lodos .«morrem os porDa—seruit contra teus ímigos, aquí peranteos teus le»

. peço, porvidada Deu irmão ,queisto assi o confiesdemim, edos Por. .

« tem asque(qui cotao,quetodos obedecem meumandado,quetudo«encam gues sobre nossas costas, e medeixes fazertodas luas cousas »dm guerra ; emenda às tuas gentesque fação oque eu

,:nàndar

« «que-

fação : porteu serviço . 0que sem i houveres porbem eos ..

«Deus me'

obedecerem, tam par certo queo Çamorym nom mouorâ o seu»«1x3em teu Boyno como já ta . . Oque ouvido porBlRéy ficou muy

Pal la no oodioeda à j .

m DUARTE PACHECO , CAPITÃO Do MAR, ARNO DE m a.

cadoriasda feitoria : o queM o ElBey vendo oc bonn pereebimm doDuarte Pacheco havia muykeprazer, em un descansado em udoquelhedefenderia seu Reyno .

CAPITULO XII .

col o u m Dw om o u secam AO cum euón Deum:n em o A u uçl o

ova um u m I mm une, m um u . un a m mmm . Dam m ,

xdeus m erusso n z son s com o om:mew nome.

Eu Goohym hauia hum mouro muy principalmaluralda tem , homemdegranderiqueea,que tinhade seuvintemos comque l inha aesenladocontrato ooni ElRey , sómentedosmantimenlos , porqueeslas letrado Xahm são lodas oocupadas de palmares , deque os seuhorioe hão maispreneiloquedesementeirasd'arm '

«quenel las am em, que sómentelem pequenas vam deque colhem

.

au-ozque lhe basta para sua casa,

e familia ndo eeruiqo da casa, : porque nom tem outra obrigação»penhuma as gentesde suas terras aos sopríremdemantimentos , comoos Reis eSenhoresde nossas partes fazem ; maa oada huma hade buscarseu mantimento ,que sómente he arm eo principal , como anlrenóso pão, e com o arroz 0 conduto hemuy pouca sustancía,que o mais sãolequ'

míed'emas , epeixeseocodosrios ,quehaauondança sómenteo arrozha o principal mantimento,queporassi o u nom bauerna tem “todovemdefóra,que hadesertal somaqueauondea lâo grandepouo, _oomoDeodehum Beyno ondeDe tão grandenumerodegente,que toda estaregiãodo Malan" sesoslemdo arrozquevemde fôra ; doque o ReydeBisnagá ha muy granderiqum , porquedo monleDaly até Goa todaaquel la cosia Desua, emque tem nonericeque saem ao mar, emquetem portosdecarregaçâod'arrozde tão grande saqu ,que cad'annodeseusdireitos lherendem mais dehum contod'ouro, porquea terradoReyno deBisnagá hechá ede muytas campinas,que porordemdo. Rey todo o anno a

, .semeâo, colhem arroz, sem aguardarlemporas

d'inuerno nemverão, porque no inuemorecolhem agoa em grandes la.

Fal ta no Ms . deAj . 'de seu m uiçon Ai. Ful la no codiceda Aj .. como entre nós o pão heo principal mantimemo,qnepeleo Ai. Em amb“

as copiu se le. Beynou, o queperecelapso.

DUARTE PACHECI), CAPÍTÃO BO P E, ANNO DE 1803. 1 29

gm , einquo m olhen“

h nh ngoaque n go lodu m m , e fu em

sua m leim lodo ovofâo ;demodoqueperhum cabo M oa cyroutro está moído, eporoutro está maduro, peroutro m rh ndo,dobul lmndo, o o intim o, porgrandequeeeja, lhenom faz impedimento ,

porqueo arroz porm naturea sequerlodo alagndod'agua,quenenhummal Ihe fu , senâo os riosquahdo saemdemadre. Da ordemdesta agen,queserecolhem alegou , becausemuy lopera notar, ;mqueo Senhordes term fa aju hroa mondoreg ewm os trabalhadom fnm valledoemuy hrges eallos , exnquem ão sobreelles amem t a na

terra,quemuyto crecem,quecom smsraizes soelem estes val ladosquepen semm durâo ; eçan m lâo grçpdos oerquasquedeutm âm larguradem legoa , eoutras maiores, :amais pequenas , segundo a comamadopovo he, eâs vezes aio as chuiuas lâo gmndesque tmsbordão estes vallados ,que são ãequatro e cinque braças d'al to , aoque o pono acode,eabrem m osquetem perdebaixodellee, edeixão vazaragoa percompas so,que sómente lhenom tresborde os

"

val ledos e l hos nom quebre;demado que&oabaçlas as chuiuas , suas alagoas lhefioãoobeasd'agua peraeverão . No meod'alagon tem monida hum pao com sinaes ,que sabem

agoaque seque, aque se gasta . Tem elles antro si hum almoxarifeque hereparªdordesta agua, eescritos todos os m es , aldeasquederão trabalhadores pé'ro o [azimentod'alagoa, e oada hum persua tepen tçâo, com grandebomregimento, noverão lhe largão agoad'alagoaporseus canosque pera isso lem, comqueregia suas terras , comque(uem suas sementeiras ,quenom lenahummaisqueoutro, segundo aguaDai mingoando polesdemarcaçõesdo pao. Estealmoxarife

,oureparador

d'agoa tem seu premiode todos os h umdores , se lhe sentiremquefezmal emdaragua : alguma mais . da obrigação ordenada, be tomadode todo o ponod'alngoa, e fazem delle todas as jus tiçasque querem. e

poem outroda sua mão . Assiqueesta tal ordem nom lem inuerno, Demverãoque lheimpida suas nouidades cotidianas em 1odo tempo, porondeseh z tanto erro:queho cousa espantosadeouvir, como adiantedirey ,quando falardeChoromandel ,quesão letrasdeBísnegà , emquesetemesta ordemdestas alugou , dondeos nauegenles mercadores em suas em

barcações trazem lento arroz,que fazem auondança toda grão mul tidãovalgum . mais : Aj .

m DUARTE “ m eo, GAm âoDO um , ANNO DE m a.

degenlo bnin pono m do,quo ba em lodaa u m do Malauâr,quesãodo cabodeComum até o monte Dely ,que podem norcinquen taoontoedegeutequeªm o am zdechorommdelquehemaís bamo,porquen l meuol aquatrepnrteeque o m dosriosda oootada lndia ,quehe bm eo eemhrdelado,quee4e ooúeoh oomem osriooeegen tehonradn, os Monroeegenleestranha .

Eslemouro hhmemarcará eqm oom oey n falan aedeitou ao Imo

deslearrozemnnla n aneiraqueeom oum woeiros, em ym len pos, a si

ordenadopolos Reyepesados , eoncertauão nomíomarnem “ venderem seu

Reyno'

arrozdeChoromandel f eenâo oqueestes eontn tadoreelrouxeseem,que tanto traziioque sobrem debug) n o para outros ,queestes Mourosvendiâo eencelein uâo, eveudem _o ano para lugares porondeoespalhão louioem tones polosrios , eovendempormondo, porquequasi todoo pouo nom lem emqueguurdararroz maisquehuma semana. E porqçeestemouro Blamemaroarera o principal oontn tadordestes mantimentoscomque corria até Sem daPimenta ,que gentebegroesa erica ,ziâo grandevendadeseu arroz,que lhepagwâo trocoda pimentaquetrazia a Cochym, comquem Sem tinha grande trato, porque lambemlhe

'

vendiaroupasque traziadeChoromandel , comquem tuu: todo o

proveitodeste Beyno de Cochym, poloqueera o principal homemdoReyno demórf iquem , poloqueen o principal ecabeçade todos os

mercadores deCoohym ; com o qual o Bey Çamorym teuemodosqueoajudassenoquepodia,queera aperturos mantimentos faltarcom el les

em modoque o íosseo pouo faltmdo ; eeeta foy a oonsuluque se fez

anlreos MourosdeCananoreCoulào, pera poresta via os Reysda temosdeitaremdellas , e sendo assi, el les (im eem senhores do mar, comosemprefotão para suas naum çõeedeMeca , com _quetão pow nÍes sen

zerão,quequasi toda genio malauarerão oonuertidos á seiladeMahmedepormeodos poderosos tratos destes Mouros . ElRey de Cochym,

hauendo sentimen toda consultadestemouro, houvegrandemedoque lhefizessemuytadnmno,quepodia fazer, porqueestefazia irmuy los Mourospera Goulão : oqueElBey de Cochym m amona M ou com o leitorqueodiem ao Capitão mór, paraque elle, comoque lheeradescuherlo peroutrem, lhe tim ao algumm mbramemodequehouvessemedo.e não fosse âuanle com seu mão proposito . Oque omido polo CapitãoDW, econsultado com o leitoroqueseria bemque seM e, porqueo

m DUARTE PACHECO . CAPITÃO DO MAR, mmo DE 1 5 03.

des brados , aoque chegando o Capitão mór, que ElBey se mostrouqueixosodem i prenderemal trataro mouro,duendeque tinha muy lopesardoque lheBurn,queeraoprincipal amigoque linha em seuRoy

'

no ,

pera bemde todo seu pono com o tratodemantimento ,queera a vidados pobres, o Capitio mórreepondeo : « Senhor, mm seiquehevero »«dade tudo oqueVossa Al tezadiz, mas peçouos , Senhor, :nuylo perdão .

« porque logo como o lomey nas mãos logo o nomm udeiestolarviuo, »«queestehe o erroque fiz ; porque, Sonho:, sabecertoquem i como :

n estebeo principaldoremediode teu pono, el lo heo principal imigo n

«que tens em teu Reyno . E falando como mouro lhedim : «Mouro»« confesse tua traição aqui ante todos , '

senão logo aqui temamei. Aoquesealeuanlou, mostrandose tão irosoquepareciaquesangue lheenyapolos olhos , doqueo mouro ouvemuy grandemedo , e disse ElRey« Senhor, perdoame,quebem mereço amem ,que teordenam traição ; pmas eu te juro porMahmedeque atéquemorra teseja fiel vassal lo ,

porqueestemal ,queagora tenho , esta noite sonhando eu ovi, enom»« seimmo o Capitão mórlogo o fez ; ea traiçãoqueordeoauaera quei- n« marmeus arrozes, porque leu pouo lodo morresse â fome, ou sefosse

« pera Coulâo, eCaleoul , comque ficasses sem gente, emais asinha« « um: tom 0 Çamorym . Esta bea verdade, peloque te peçoque»« como Rey sandoquebee, comigo hajas piedade,quetodosquanlos ce—n« leit osd'arroz na em leu Reyno eu os entreguei, ou farei segurosde»« fogo, ou mecusto a vida.

ElRey se fez muy espantado comoque tal nom sabia, mostrandomimo pesardeassi nel le acharla! traição. O Capitão mórentãodisseao mouro Al teza nom le badematan senão eu, se issoquedizes »«menão seguram . Agoradize lu como isto hasde segurar, porquedo »trédornom sepôdeBar, edando boa Dança, eurogerey a Ell leyque».

« te perdoe. »O mourodisse: «Eu le faço isto seguro,que mandarey »« minhas melhores e (ilhas, ede tres in '

nâosque tenho, materna I lha«deVaipim,queeu ou'

tro mórpenhornomtenho . Perguntou o CapitãomóraElRey sebaelava o queo mourodizia. ElBeydissequesim . Entãodisseo Capitãomór: « Logo isso hasde[am a ntesque d'aqui saias e»«que le lireos terms . Disseo mouro zuhlas leuame,queeu quero estar.

N o Arch .

DUARTEmm m, m mo Do nun,m oDBuso:. na:

. eu tou poder, ;mquo queroqueveins emendaquefl çodemeuerro.

Doqueo Cnpitl o mó: moyto tolgon , o pedia IReyquo o deia m ircom el le, que ellodiscoque sim ; e o Capitão mór, jun udo muyinajuras ante todos ,que na botagnesoubesseverdadede traição ou aleuan

tamenlo,queDm aequelquerseuvassallo,quehauiade deixartodas as

cousas, eo hnuia doit buscar, eo nomperdoaratéqueviuo o esfolassse,eisto anim ado com laes juras, pola vida e cabeçad'ElReyde Portugal .que todos o crerâo, elhe tomarão grande medo, então mandou leuaromouro em hum andor, comquese tomou lmnqueira, emandou tiraros ferros ao, mouto, a o mel leodenlro na sua camara, eo pós â sua mesaonde oomião os Capitães , e pessoas honradas ,quedana grandemesa :ondedecasado mouro lrouxerâo muylos cometas em grandes poroellaúas ,que o m uro nom consentiuque ninguem comem , sem el lecomerDrimeiro, pormostrarquenom l inha peçonha . Acabado o comer,quetoygrande, mandouvirtodas suas molheres, edous 81h09, e toda a familia

'decasa. oqueassi fizerâo seus irmãos,queerâo maisdemil pessoas ,quediantedo Capitão mórlodos embaroarão passarão a I lhade'Vaipim,

onde os Mouros azerão aposento»emque todos seagasal lm ão, esempneeslinerâo emquanlo _dnrou guerra ; e logo o mouro m udou fazereohrimentos de telha todolos celeirosd'arroz,que tinha pera todas asterrasde Cochym, pormgurançado fogo, Oque foy grande bem, comqueElRey âcou muydescansado, e laeemodos Ieneo Capitão mórcomestemouro,que o fez o mais fiel sem idorqueElRey teus nesta guerra,como contarey .

CAPITULO XIII

601 0 o cm ú o nó: m o m m o DB I AN I'B m: em :: no en tom :

(mz n m aio m e A um 08 u mw u, a com n om os M sm

nos nos mmm o m Dea m ornu m DE um a.

O Çu onm neyde Culecut abaloucontra Coohym com todo seu poder,queen muy grande, com fundamentode tomaro Reyno, comoda outra:vez nzera, euel le hm sen assento, e tomarariode Coobym,que '

« era a principal escalada pimentado Serra, porque lendo Cochymda

m mmm! ::ACDBCO , CAPITÃO Donim ,m o DE xm ;

sua mâo, 10mm unlo a enum dorio,quearmda nom nellemm

podw eeauarpen lho fam mnl , nem lomara pimenta porforça nquallendo assi lomada, enlão oenoesos fnriâo oqueel le quisesse,que serianbudopola m ga,que lhevenderia co proçoquequisesse, e tocaria asmm dorian comoquúeessem quem nossos mmpodetâo nl fazerm ào

tomara w ga eomo nchm m, pof a m nom tomm mdevu io perao Remo ; eso os nossos fossem a Coulâo fu erDim m lha podia muylohem tolherpoloorios , perondeeorríada Sem pen Coulâo ; eoom este

propositodiabolioo , peraluilredos Italianosquecomelleandauio, quefazia moyles mercês ,que lhenzerãomuyta af lelbariaperaesia passagem,

deberços , elaloões ,quepodiâo semirm embam ções , m douo (hunonym muytas gentesdian le,que aew ww pola: lem s aléque ellechegam ; sobre oquemandou sna cks alguns Caim Senhoresdelen asdeCoohym,qxwrecebeseem suu gentes , aqueellesresponderãoqúe tal nomqueriâo,dizendoque suas terras lheBarão destroidasdaoutra vez, poloque agora lhenom oonsenliriâoque passasse porellas ;a quevisso

_bem oque oomouía , porque soubessequeos noeaosquedo

B'

eyuo esteanno vierâo ,que cria mas para carregar, sem virem peraisso mandados porElRey de M ug l , m uerte EIRey de Coohym dem edo seu Beyno como estaua, e sedeixarão Bearmil homens ,queeslauâo em Coohym comviuendn m uda , erora lm íoila , com armada pera lhedefeqderem osrios , epassagem, sobreoque todos hauiâodemorrer; enisto nomduvidªm , equeporlanlo lhefalauão verdade,elle :isseoque lheeompria. Vistas estasrepostas pelo Çamorym cayomuy lo nisto, eo falou com osde seu conselho,que os mais lhe falauãoeeu geito, sabendoqçeefa contumaz noqueoomeçam ,dimndoquepor

cousado mundo nomdeixassedeiriuane, poía jâ wm a em caminho,que seria grandeabatimentodesua honra tornam ,quemostrariaqueofat h com medodos lªortuguezea,que índnque M oda mí l m wub

m m g andepodar; eposloque os Cúm esdizitoque lheddeuderíâo as w s porsm lerm , ellos odizião porsaúsh zeroom a pa

laura Elke]deCeohym, masquevendo sua pes ca la] nom faríâo, b asantes lbe obedecerião , como erão obrigados, pois era Emperadorsobretodos . O Irmãod'É lRey ,queera presente, falou contra' lodoedizendo :

m mmm; PACHBCO , CAP1TÃO DO MAR , ARNO DE um .

tufão, e lomarâo a tern , oque '

eeodo dita lRey de Cochym D íez

sabera DuarlePaohooo, e logo se fez prestes noequatro pamos , embaleisdns carauellas , enosdoua bams nouos , emquemn cada hum le

uaua meus esperas ,doquenom toy nenhum aniso aos in igos , porqueoCapitão mór, como eoubeda vinda certa,quea gen tedeCalecut obegaua,mandou toma quantas almadies 'bauia portodalas terras deCoohym ,

paraquenellns senompaseaaeem pera El lleydeCalconh a porquenel lanom fossem lenerauisos aos ímigos , e perliode noite, leuando homensque lhedeu Emey ,que snhiâo bem osrios , comque farão amanhecer,sem serem sentidos , sobre lermmdeestacio os imigos muy seguros ,nom lhe parecendoque os nossos lá fossem. Então caladamente saydosem lem , sereparl io gente emdous esquadrões , leuando panel lns depoluora e lançasde logo, com bóa ordem íorâodarnos imigos ,quejazíâo dormindo perautreas casas no campo ,que et ão Ludo palmares ;osquaes, hauendo sentimentodos nossos, lizerâo grande aluoroçodandograndes grita: , queaoodiâo hans aos outros,quepam uâode tres mil ,queoomeçarâo a sepôrempeleja atendoseus panos . Os nossos chegando,dando gruas, chamando Sanoliago, emqueelles conhecerãoqu'

eerâo Por1uguezes , derâo nelles com as panel lasdepeluora, comqueos materiaem lan]desalím vendo oresplendordo fogo, porque nem era ainda bemmenhâ, comque sem mais aguardarseposerão em fogida, Osqueneodirão , « cuidando .queetão imigos osque fogiâo , kiia darDelias os

mamão eferiâo, comque todos farão emdesharalo fogindo, passandohum eetreilo pera outra lem . Os nossos Ihe ªzarão muyta mal às lançades , onde neste estreito fotão osdianteiros Lisuarte Pacheco com sua

espadad'amhas as mãos , Pero Rafael , Diogo Pires, João Serrão, o Badarças , Ruy deMendanha, João de Negreiros , e Antonio FernandesRoxo,que todos pelejarâ'o, e lim ão semliraos Melamin a como picauâo

os faina. Na terra e no estreito farão mortos possantede quinhentos MaDuarle Pacheco doou com o seu esquadrão alô veros imigoc

passados o estreito, e mandou tocarhum trombeta recolher, comque lodoe logo ee tomárão âs embarcaçm , e corredo polorio , “ e forí odarna ilha deRopel lim, pef a onde sereoolhoo es la gwteque fogio , ao sóoorm daqual acodio o Rey eom muym gcnte adefenderque os nossos nom deaembu oaeeem, que o Capitão mó: mandou

DUARTE PACHECO , CAR TÃO DO MAR, ANNO DE 15 03. m

que era muyta eestan: janu , os pelouroehiâo pulando , ederrubandopalmeirasquemah oio muyta gente, çomque os em os sayrâo om lem , _farão pola borda d'agoa queimando muytaecasas , eeegente tornam

acodir, os baleís oom os tímefaxiâo o campo franeo , oomqueos noesos aseu saluo lim ão muy lo .dannºaté chegaremdefrontedas casas do Rey ,quo eslauão mexidas pera dentro , aqueos nomos nom poderão ir, polamuyta genteque hauia, mas todo odiadespenderão em lhedeim pelouros polos palmares , comquelheªzarão muytadestroiçl o, eadeixárãomorta muy la gente, comquesendo noite, com a maréquelhesemia, setornârão Coohym sem perdedenenhum homem, sómentealguns feridosde freohas pedidas . Aque logo Einey mundº:: suavisitaçãodegrandeseu prazer, esendo monhã, foy o Capitão mórverElRey , elhepedirque)hemandasseamostra os lugares porondeo Çnmorym podia passar, peaos concertardoquehauião master; oque lheElBey mandou mostrar, :zcom el lefolgoude iro moum Marcarquetiuera preso,que sefezmuylosemidordo Capilâo mór, elhe foy mostrado tudo, e o principal passoquehauia para o Çamorym passar,queet ãodousrios grandes, entre05quªes hauía hmm: tem grande,que se chamam Cambalam,que vinhaterao principalrio de Coohym. No topo desu terra hauía bum vãopera pes ar,quedebaixam nom chegam: agoa no joelho, eestevãode longo dorioquas í hum lirodebésta, ed'ambos os cabos orio erafundo, ede prement evão emd'al turadehum homem, eeste xâo erao mais direito caminhoquebaniu pera Çamorym passarCochym,quepesado o vão ncaun'

na propria terradeCoehym,qued'ahy às casas d'ElRey nom hauia Ines lagoas ; e o Çmnorym podiavirporestetem deCambalam,queera muy grande, elinha muytas partes porquesuas gentes podiãovir, sem os nossos lho poderemdefender, edegrandes palmaresmmqueoÇamorym podia estarà sua vontade: oque tudobem visto poro Capitão mór, eos outros Capitães , 3380a dealu nas:saro vão com forte eslaoadamom trauma s pregndasque senom podessem m ar, e nos cubos, omque o ho era fundo,debuma parteedeoutra poi hizma caram lla com humdoebebia grandes ,que abasta

pera guarda da m gem do vão,que forçadamenle gentequebaniude passarhauiadevirporesta terradeCambalam ; ondeas :astando ambos os rios guardados ,queembam çõesde(h lecul nom podião

m DUARTE PACHECO,m moDom , ANNO DBm a.

passar, e pois n genteqnevim pola M n nrtelhnríadas can oel las , 6ti ros dos baleia deionderiâoque nom ohem n geúlea pasm n imque foseeqnanta bonveaee no mnndo ; e lodo m i bomww , eo Copi

tão móroom oa pitâes e pesnou pen isso hnnido sens oomelhes ,Wo m tomou, esó foy falarcom ElRey , ednreonlade todo oque vira, e oquedctemúnaoa fuerpen defendero pneeodovôe: oque parecen bem a ElBey , e falou só com o Capilâo mór, e lbedeuanimquea madeiraque ordenam pera nln neeenrovão,quenrdennseenom ul dhsimnh çào,que nom fosse entendidoqueera para tomaro060, porque sedisso o Çamorym tivesseaniso mudaria seu caminho láonde vinha, e podia irtomaroutraWin acima paio péda serra,que postoque fazía granderodeo passaría muyto â m vonhdemqneIhe nom podia tolher, porosrios serem muytoe, e gente tinha mnytaspassagens ; masque tim ee tudo preelee, enom boliese nada até o Çamorym virperto porestecaminho «de Gombalam, porquevindo porestedireito caminho, nomo nel leentrasse, o nom podiadeixarpera irtomaroutro, porque segundo as leysdesuas honras, mudando sendíreito caminho, emquejá trás os pés , pornenhuma none: se hade tirardel le pora buscaronlros, no o porquevem lhodefenderem, porque setal Russa Ileana com toda sua honra perdida pera sempre, e perdido o

titulodeÇamorym ,que heentreel1es como Emperador. Poloque compriaque nada bol iese atâque o Çnmorym fosse onmdo na lerradeCombnlâo . Oque assi entrado, disse o Capitão mórEIReyque el lemmdasse trazermuytos carpinteiros, epaos ao logar juntod'agoa , ondeprimeiro estauâo as casas Ba feitoria, pt osda grossurada coxadehumhomem, cortados d'alturadedons homens ; equeprimeiro, em pmtica com os mercadores, lhedim quealy naquel lelugarqueria tam ºhmn caesdemadeíra, e fu ernol lem ade feitoria , emqne selomassepimenta aos lonasque trouxeseem , eenh

'

egassem ao feitor,porqueos tones carregados pa'ssendo M y para irabaixo feitoria etão grandeslrahnibos aos mercadores , eos tones corria mnym vezesriscode se

puderem com a corrented'agua , como alguns sepm'derâo já na wre

gnçâo passada ,doquemnyto sequeixarâo os meroadores ntóque lhepagarão perda, como elles a hião , eassentam denom pomardaly quando

ª c ª Aj .

188 DUARTE PACHECO , CAPITÃO DO nun, ARNO DE 1 5 03.

sou orio em todo o espaço emquehaniaváo, meuendo ns eshquu goemgn nde força , comquenearâomuy fortes, enel la pregados « g oesa »

lranessas , comqueBarão muy fortes , eal tas sobreagou ltnradehumabraça ; qual eslnqnada era ao longodorio,que tomam lodo ovôo atéo al lo , ondedebum cabo ed'outro, nas bocaededonsrios porquepodiinviremhnrcações aovão, pós huma enrauel la com quem tiros groosos mm , e feitos hayleos nas prone papas , sobreque a gentepudessepelejarsecomprisse, ejuntodns caranel las seus baleia nomdonsberços , armmbadasde tanoodo nos bondes peradeímsãodas fronhas, ejunto, mais adiantedas caranel las os baleis grandes , assi com suas art ombada , com mantas armadas , ehum tino grosso, eem cad: bale!vintehomens , e dona bombardeiros ; em cada caranel la corante homens, eemseus bateisdezaseis homens , lodos concertadosde suas armas . Eu Capí

tâesdos baleis grandes sen (ilha Lisuarte Pacheco, eRuyde Mendanha,nas carauellas os mesmos Capitães , Pero Rafael em seu In tel , eAL

uaro Rafael seu irmão, e na outra earnuel la João Rodrigues M arças ,« a no seu bate! Diogo Feo. Naqual gentetodaerâo pertodeduzentoshomens, com a gentedo mar, bombardeiros ,quevioquebastava parao semiço eguai

'dados naníos , porquevioque toda a festa hauíade serartelharia . Então pôs as outras quatro carauel las ,queenão João LºpezPerestrello, Antonio Fernandes o Roxo, João Sertão, Diogo Pires, enonauío PerodeNegreiros , porque Perod'Alaidene[Ora pera o Reyno ; epôs as mmuellas juntoda terra ao longo dorio, assi oonoerladas comseus bayleos egancas, enom el las sens bateis, N assif com a genuoomo

as oulras, emque o nanio Begun pertoda tranqueira, emque estaua '

o

feitorcom orestoda genle, emnyta arlelhania concertada peradetenaãodetodo orio ; e o Capitão mórneon nos quatro pan osque tinha bem. aperoebidos'

, eem cada humdez homensdom quatro berços pen aco

direm ondecomprime e todos oebaleís oarzmel laeprouidosdepolnora,epanel las , e lançasde fogo, e pelouros em auondança . E tendo lodo assiposto em concerto , trouxe ElRey ,queo voo vercom seus Regedores e

' o gn ndes c Ai. o c só m ba lel Díogn "w m do o m n ven mem ambos

os codman copistas imperitos . Com gimos assim esteerro, na parte possível , poracharmos no Cap. seguintequeDiogo Feo era o capitãodo M el doW, e

porm provnvel n lm deleum tjneprodnziu o mw em .

* Demenos no

fodiceda Aj .

DUARTE PACHECO , en gulo Domn, m oDE 1 5 01 . m

Caim an”: lhedieaeperantetodos : « Senhor, btonó bnstaperadefender,«queporesteposso o çamorym mm enlmrà em teu lleyuo, sem prin«meiro mataredestroi: ludo islaquevós ; ese istodestroír, tomrey »

lrnzeraqui as ouim enrauel las e nauioe, etodos quantos Portuguecm aqui somos, edepoisque todos formos morlos , então porcimadenom ecorpos mortos poderão entrarteus ímígoa. E porquedistoque..dedigo nada nom hade faltar, herazão cineos teus vejão com seus

olhon oquenós fazomos oomo fleysvassal loede teuseruiço, edenosso»Rey eSenhor,que nos mandaquemorremos porleu samiec ; polo

«quo, Senhor,deues mandarao Príncipeque com os seus assentear«raya! aqui na lem defronteda estacada, pm :que, se algum imígo .

passarperdebaxo della pora terra, os teus lhade(endão.

ElBey e os Senhores lim ão espantados vendoo grandeprouímenloqueo Capitão mó: fizera no passo, dizendo, e anim andoque nnnquaporelle passaria o Çamorym, indaque l ineseedobrado poderdoquetinha. . Então mundo:: ElBey assentarao Príncipeseuarrayal ,dianteda 05laoada, na lerra comdez mil Naíres , limpa gente, onde com elleeslauão

ós Caimacs eSenhoresdas terras , eBIRey linha com igo outrosdez milNaires, todos anão gentedeseus pagamentos ede sua obrigação, afóramuyta gentequetinhão os Caimacs porsuas terras ; onde no am yaldo Príncipe0 Capitão mórmandou fazeral tosvalledos ao longo .da pn ya,porquealguns tirosdos imigos nom fossem lá ter.

.Çamorym,vindo seu'

oaminho, falando com os seus nestas cousas ,quelhediziâoqueos nom ese apercebiio para com el le pelejar, haniaellemenenooriade 1110 dizerem, pois el le tinha tanta genteque com os

nos os pelejariào, -e tantos matassem atéqnemais nom pudessem alenan

taros braços . Dizia seu irmão : Senhor, isso assi he, senós com el les

« pelojassemooem hum campo ; mas temos caminhos estreitos, ondeelles« poucos sâo tâo bons como

_nós muytos, eellos os corpos armados , com

«quesão muy fortes primbíroqueos matem. Mas todos ajndauão oqueElReydizia, vendo a mul tidãodegenteque leuaua. Mas sendo El lleychegado a Combalão,que lhedísserâoque os nossos hnuiâode pelejarcom elleno passo, lambemdiziaqueera mais sua honra primeiro matartodos os Portngnezes , e saberiâo as genles os enganosquetomâra ElReydeConhym na oonnançndos Pbrtuguezes . 0 Çnmorym am ntouem Cou

lão, ondeseajunton sua gentequenom cabião, ealy medarão a'

nouaroxo 5 6

DUARTE PACHECO , CAPITÃO DO MAR, ANNO DE n o:;

Jecnmo os neasos lhe tim wmado'

o pmso õováo , eda maneiraqueestauâo nrdemdos pera oddender. Tw in o Çamorym o Rey deTªnor,queera o mmCapilâomórdo campo, o ReydeChale,queera se:: A1feres mór, eReydeBapmm,queera Capitãodo” mar, eoutros grandesCapitãesdemuyta gente, hanendo seus conselhos mandarão :ercomoos nossos eslanâo ; aoque foy proprio irmãod'ElRey ,que tudo viomuylo bem, e tornando ao Çamorym lbedisse: « Senha:, nom te

—tenha »d'agashrcom oque ledirei, porquemaisrazão tenhode tefalarver—u

« dadeqne'quantos aqui estão. Eu fuy veros Portugues , oquevi»«queel les tem feito no caminho , poronde havemosdepassar, nom he»« nada pen teu gn nde poder, senom houvesse mais trabalhoque»«das armas ; mas os Portnguezeenom estão manadas nem seatra em»« senão nn mnyta anel lnría,que tem nas buteis, comque« tem tomados ambos osrios,que nom haneri com::queporelles vá,«quenom melão no fundo. Então 0000 com os tiros senhoresdo campo .

«porondebasde passar, esobreo passodo vão ; lem tudo [ão OT- n

.denndo,que nom cmos se nomquemuy lo tehade custar, primeiro º

«que tuas gentes poà hâo pé na terrad'alemdo passo . Manda, Senhor,«ve: a todos' os quetehãodeaoooselbarneste feito, :lueel les com seus »

« olhos tudovejâo, paraquemelhor:epossão aconselhar. Oqueparecer::bem ao Çamorym, e tudo farão veresses Capitães , vendo tudo, comohomensque nunqua virão o peleja “dos nossos, nom estimam tantocomodenerâo,dizendo BIMqueos nossos estauão como homensquedetexminauâo aly morrer, masque, pormnytoquenzeaeemmom podiâonada fazergen grande poder; emaisque se nom fossedo primeiroéombale, seriad'ontro, d'outros lemos atéque gnstassem quanta po!uora epelouros nompodião lertantosqneem quatro mesesque linhãode tempo lado senom acabasse, mórmentehanendo chuvastromentns do inverno,que estando no maros nossos pássariâo tantomalqueo nom poderiâo sofrer, ea cabodemdo seríão vencidos edesben tados , comque então seuvencimenlo e honra lin ux: mais grande.

10queo irmão Ellleydisse: «Tudo, Senhor, oque tedizem bepor»«te falará vontade; mas comdireitarazãoque lasdigo, porqueminha»«vida nom será senom quanto durar lua honra, a qual muy lo queria»aque ganhasees antesqueviesse innerno,quenestelua virá o começo ,

comqueestes rios hãodeencher, as terras hão sede alugar. O lha»

mmm:PACHECO , c.:m âo DÓMAB, ANNO DE m :.

a Noeoo Senhor,queporm nancumiaerioordia lhn quisesse DW, :

pera o que todos sewnfeesassem, eoommnngm emmorqueas almas for.les oontra imigo mão, Deoe lhedarin íorças pm seus imigos oorporm ,

Oque lodos assi llzerão como fieis Christàosn sereoolherão pen m

embarcações, fazendoeeprestes como cuia hum oompría.

CAPITULO XV .

no on::m Aquam : pono n'o

n.: ESTACM M, AWBNDOSB m :w mnio DA anura om: mm: ,Dmau ma u o Çamorym comete: passagem mandou chegarm s gen

tes ,que bauiâodeserosdianteiros os trabalhadores , pera quebrarearrancareslaoadn,queseriâo duzentos homens com machados emelhosdepão grandes , para hnns quebrare outros quebrararrancar, e nasoóstasdestesdez mil Naires , pera lodos carregaram com estacada pe

lejarem com os nossos doá beleis , se sayasem fôra . Sendo noite,queagentechegomà vistado passo, esliuerâo calados porqueos nossos lhenomtirassem, mas os espias ,que os nom tmziâo no arrayal , w'

erâodarauisodoque se fazia ; e porquecelas gentes porseus costumes nom pelejâo seDomdia claro, ou saindo so], os nossos non: quiserãoqueelles esliuessem assi descansados , o Capitão mórmandou ás carandlas quem:isilaesen: com alguns pelouros ,quede quandoem quando, assiperdidos ,passauão quebrando palmeiras ,quecayão sobrea gente,quealguns malanâo feriâo, lhedeuão tamanha lnouaçà odemedo,que começarão adarsuas grita:: [angeratahaques lromhetinhas ,quepaneciâo vintemilhomens , .aoqueos nossos mais ajudarão com: os tiros , comquederrubarâo Qantas palmeiras ,que tiuerâo mayto grená trabalho em as arreílarpera fôra, pera poderem andar; noque gaslarâqnoiteaté amanhecermenhâ clara, comqueElBey mandourecolhera gentepelo palma:dentro, porque 08 lhe nom chegassem . Poloque então perorden:quiserâoqueos paracedos Mouros lizessem primam: chegada, a pelejarcom o:i baleís e caranel las , porque pelejando acnpassem artelharíaqnenom lirassepera lem , pera"queen tão a gentemais a seu salaoremelesse estocada, ondeel les chegados â eslaoada artelharía lhe nom

DUARTE PACHECO, CAPITÃO DO MAR'

ANNODE 1801 . HD”

iuri: nojo . « O que assi ordenado, os pan os , ja querendo sairo sol ,

aparecerão polos me grioremar, com grandes grilas, cou: muj losl ouros mm armadosdos corpos com landeie aootchondos muy fortes ,como já contei, eogrimindo suas armas , ebatendo” adams , e chegandoa tirodesperando muy ta a::elhnría o grão numero de fnechas , nom ees

sando remarpam nbalroai os baleia grandes ; edas carauel las lhe6zerâo primeira salua, comquedonadosdian leíros nom poderão maisandmª, porque0 Umdo bala!,queacertou humdelles , lhe leuou os te

meiroelodosdehumabunda, :zo toldo, comoito oudez Mouros ,quetodosBarão nado teridoo, e logo seMão ao fundo : ao outro tomou hnmpelouro polo esporão,qneo abrio todo, :s se toy ao fundo. Com isso seemharaqarão os .quenomqneriâo chegar, nem baniu lugarparaoutros chegarem,queesta::in lodos huns sobreos outros, noqual embaraeo os tirosdas caranel las lho lim ãowuyto dano ; mas Aluaro Rafaelcom os tirosdo seu belo! lhe fazia mortaldano. Lisuarle Pacheco com o

se:: bate! no outrorio tonemó: trabalho , porque os quatro paracediantoiros , sem nenhumdelles perigar, se chegarão ao seu hotel abalroar, aoqueelle sepõenadianteira com sua espadad'ambas as mãos , comque105 0 entrou em hum paiao, eapós ellequatro homens com choças , comquenom houvedelença,queos Mouros logo sedeitarão ao mar, e osremeiros ; e nos outros parace,queeslauâoi odos juntos , emque hum tirotomoudom porcimaqueos espedaçou, osremeiroesedeitarâo aomar, aoqueaoodioDiogo Feo,queeracapità o'do bule! do Bndarças . e entrouno outro parao, emque houvegranderesistenciados Mouros , más en:rando gentedo bete] grande com Lisuarle Pacheco, lado:: os quatroparacenent in vnziosdos Monroe. O Badarças ,da caravana, mandou tiraraos tiros pera osquevinhão após estes , dequeespedaçon tres ,que logose fotão ao fundo, enim ; dequoos tiros malauão os Monroerameime,demodoqne comomedodos pelouros tanto seembaraçarãoquenompnderão ananle. Aoque Lisuarte Pacheco , eDiogo Feo se tornarãorecolhera seus baleia com sua gente, porquea genteda terraremetíaestande. Pero Rafael bradon RuydeMendanha, a seu irmãoquesetornassem nos baleia, porqueellecom arlelbaria fez tamanhoestrago nos

Segne—seem umboeoo oodioeeo porqneos um seeneonWroo oqnenâo

faz sentído. Ful l: no X:.do Aj . odome é oquevem cm nmbns as oopíns .

1 86 DUARTE PACHECO , CAPITÃO DO MAR, ANNO DE 15 01,

paranados Mouros ,queDoarâopolorio sem gente, huns no fundo, outrosquebrados chaos d'

agoa . Vendoque os imigos da terraremetiâo 5: estequada, porqueassi estnuão ordenados, porque Bey deRepel lim, deChale, como puserão os paranados Mouros abalroados comoa bata s ,que'

abaslaua pera lolherque nom tirassem os tiros pen a gen le, el les sairãon:: tem , e se ajuntarí o com Reyde Tenor, o irmãod'ElRey ,queenão os principaeeCapitães ,que com grandes grita:: ealaridasremeten'íopola terre até : chegares tacada, hindodiante gen ledos machdos ,que tínerão tempode chegar, estando os paraos assi abalroadoe com os

baleias, com estes chegarãogrão somadeNníres nas suas costas , evinhatodo o corpoda gente,queera toda a terra chea ; quevendo os Capílãesdas camuellasdeambas bandas mandarão tirarmuyperordem lodasgs peças grossas , que 3381 âmrâo os bateís grandes , eos falcões berços tirauâo gemequejá estam na es tacada . O Capitão mór,queestnuadetrásda estaceda, acodío chegando pola outra banda ,dequeerânCapitães DuarleFerreira, Joãod'Aguíar, DiogodeCastro, todos bons' caual leiros ,quepuserâo os parace alranessados na eslaoada,que com as

lanças perautreas eslacns mamão tan tos quantos puderão, Capitão mó:tomado as trombelas , bradando Sandiago ; porque85 01:era baixa aoodiomuyla gentedo Príncipe,queellemandou com lanças,queporanln:estacada às lançadas , eos nos osdos paiaos, melarão ferirão tantosdostrabalhadores,queem do martoda era feita sangue; comque todos seatastarâoda estacada, eos t i ros mendes ,quedarão nos Naimque alyetão innlos , matarão derribarâo muyta gente. Os outros tiros gnoseos ,que t i rarão ao corpoda geme, malarão tanta genteque o campo ficouoheo, ehun: pedaçodepalmeira,qnecayo,deu no ReydeTanor,quelonarão como morto. Os Naires , vendoquetodos morrião, nom linhão

:ªom quem peleja: senom com os pelouros , se low uâo pera Irás , mas-no tantosqueosdianteiros nom tinhâo poronde Iornar, ese me::ião

D'

agua com modbdos pelouros , em tal maneiraque osqueestanâo pagandos pera tranqueíra com os trabalhadores farão osquepensaria todoo mal ,quenomtínhâo po: '

ondefogirpola tem com medodos pelourosgrow ,que os tiros mendes,qued'ambas' as carnuellas liranâo,quehaueriade huma outra bum tirodeoamel lo, eos timedos bateis dascarencilas ,queestanâo chegados terra,dm ubauâoemalanâo â vonlade,qnenom hauin emquem ar, 0 Capitão mór, :endo genteafastadada

::s DUARTE PACHECO , CAPITÃO DO MAR, m oDE uso:.

uarenga, todos homensdebem ecauaíleíros . Os feridos íorâo lenadoe átranqueira, ondeo leitorosrecolheueproneo muylo bemdo necessario,onde hauiadons mestres , onde logo BlRey os mandou visilarcom sua

somadegalinhas .

O Capitão mórnom se apertoude eslacada, oomoo, erepoueoutoda a gente. A

'tarde toy terra, onde o Príncipe0reoebeo na borda

d'agoa com grandes honras , ese quisera ircom el le casad'BlRey ,queo Capi tão mórnom quis , emandou lornarseu arrayal , o Ca

pilão :nórsetoy em hum balel , eachou ElRey nas suas casa:: primeirasde juntodorio, onde o esh na aguardando, e veorecebermeodo caminho com grandes honras , com o qual eslauão mnytoemercadores ,mouro MameMarcar,quemandou ás caranel lasdo combate, eaos bateís ,muy la somadegalinhas , e figos , lanhas , cousasderefresco .

ElRey se assentou com o Capi tão mórcom seus granda: prazeres , dizendo,quees peram: em Deos ,quedera tão bom começo, dariamelhorcabo ;que esperanarecadodo arrayal porsaberosqueetãomortos , e oque falauão . Osque eslanão con: ElRey lhedisserão :« Senhor, paraque he sabermaisque osque Bairâo modos ,que.abasla peraque Çamorym vejaque tomou mão caminho?»BolãoCapi tão mó: pedío ElReyque mandasse alguns homens trabalha.doresque fossem es laoada tirar os mortos , porque ali nom cau

sasse fedor : oque logo toy feito ,quefoy lá hum homemqueEmeymandou oomduzentos homens,quesendo a maré cheadeílárão os mortosn'

agoa,quecom vasanled'ngoa fotão polosrios pera barra , eficoutodo despejado sómenteos muylosquehcârâo no palman,queapodrecet ão,que causarão grande fedor,quecom oventoda terravinha tedqraos nossosque eslauâo nas carnuel las , baleia, eparace,que todosass i estauâoque nenhum se mudoudo seu lugar; mas quando ventaua:iração,que era de meo dia até grandeparteda noite, fedordos

mortos corria polos pelmanes emqueeslauâo as gentes do Çamorym,queel les muyto senlião, Íogiâo muylo longe: poloqueentão Qamorym mandou m::yta gente baixa com lenha eola sennadeitar. sobreosmortos , e lheposerâo fogo comqueardião , se ti rou o Endor,que foygrande bem para os nomes . 0que os ímígos nom entendia) ,que seentenderão,que lmuxerão todos os outros mortos ,quejazião polosrios ,,comque aly com os oulros juntos causârâo lento fedor,que os nossos

DUARTE pAcEEco, w moDO MAR, ANNO DE :no:.

se furão andarem terra, mostrandoqueandauâo Ma ndo, ninguem seqná n ndodo kdwdw mm porqne nom fom auiso aos imigos .

Ao outro dia veorecado a El lleyqne o Çamorym se fon da hyduns legou , estam: muy c anojado-vdenom ganharma_honm em

oometerenom pnmr, 0cando eom tamanhadeshonra eoom tnnla m te

morta, doquesemuyto queixou com os seus Capitães ; aoqueseu irmão lhedime'

pen nto todos : « Senhor, sem razão tenqueixas , pqís n«está sabidoqne os bens, emalesda gnem , eslio na mâodos pagD—n«des,qnedâo oqnequorem ; pomuenossas genles eomelerão enne- l.«rão tanto até morrerem, tanlo oomo visle: aasiqne nom seperdeo»« nada poroulpados leus, mas seojenom foy bomdia serâ amanhã,«e senão será oulm , pnisquenom ha oontm leqnedesfaça ten grande.poder. Lembrete, Senhor,queeu tedissequeos Portnguenes nomna—n

união de peleja: oomnosco, senão as suas bombardas,que (in tão o n

«mal todo . Islo , Senhor, bem viste, porque secomam pelejarão »n m a mpa daqueforãovintemil lodos malaramos semGm nenhum,

«porqne, segundo vejo sua tenção, nom fogirâo, porque nenhum medo .

demda moda, porquequando os Portugnezes sa'

yriodos bateís ,que». portodos nom seriâo oenlo, pelejarão com maisdemildos nossos , e»«mamão eferirão tnntos, porqneos nom estauâo juntos apertados »« hmm com outros ,que nom podião os Naim jogar com as arm s, n

'

o

«quefoy cum de ::qs tanto mal (aum ; mas tudo nom fôra nada se»« sua artelharia nom fôm,quehem vés,queha lão , pom nle,qne faz a ::«desboiçãoquevês . Poloquenom seescusa muytamortindadedetuas»« gentes , pois estás neste lugar, ondenom hasde tornarleu pé atrás , »enem irbuscaroutro caminho, poloqne forçadamente todos hanemos»ademomrpen ledespejarmos eslo caminhomuehadeserdesfazera»«estandamernquetu pu es oom tuas honras ; eporh nlo agon denes n«:omarconwlho, o ordenaro oomo isto se façamqnenom tem ontro n

« caminho, senão com muyu m ada polo marpelejarcom as a n ne!»

« las bateis , em tal maneiraque lhes queimem“ , o:: tomemos, nom»«quesenom pousiodefender. 0 camno, eam ganhecheguei “ :

om iadoo Aj .Tºl º

“ 0 DUARTE PW, CAPITÃO -DO I AB, ARNO m

. cadn eadednçl o,que tu pon al wsar; porqne com m pw ec eu

«p& n m deCoebymmom hn oounqneteddmdnqueo Reynoe»qo Bey nomvenha tndo em teu podera Todos os dp com lhodo Çamorym,qneestam pmaeMes , olo:

-ga:

'ão em todo oqnedízía Nambeamriu ,queera o im àodElRey ,dinendoquo oompriaquelogo sepumm oh aqueem neoemrio tm ,qm oa npria fam lanla armdaqm pudm em peleju mm u w nueIM euqneimu , ou oocupnroompaleit en tal maneira,que nom pudessem tin : com adelharia â gentet m desfnmra esh cadmaqueos noneoo haniãod'aoadirsobre todah : bem linhâo mbidoqne seperdem m emendaqnelogomdo era perdkb . Aoquem dóu'

o çnmorym iamrpreakes oilenla pa

eoulrosrios ,aoque se_déam grandepm ,qneúºesem pen 16m polo m enk ªrpoloríodeCn nganor, porqne seruirião na gnern , emais com a genhequehaniadepaasardehnmas tem s n ontras , porqne ieto era já em âmdeMayo, :a jâ winhão chuim s , comque osrim haniãod'ahgaras m ,

m weenlâem podiâo fn et nndmpoloque logoeompriadu o oom

beteoom lodo seu podern nwsqueas chuiun viessem n quevínlmplraos fosaem polejnr, equeimnra mqneiradn bnm , aoque aoodiriioes caraneuasqno eetanâo polorio, e nom ncodírião á estaoada . 0qneassi fay ordenadoquefoeseo ReydeRepel lim oom lrínla pnraos ,quelew ieosqneescaparâo do outro combate,qpelejnndo hnm '

pedaçona h nqneim vim em úm oontra as w aueuasda m cadnm wm os

bateis ; oomqueporcada humdos 1íos - haniãode írtrinln pomos oomm yta genleahalroar, eEly lodos morrerem sobre tomnros bateis enaranellas, ou asqneimnrem ; pera oqueos pnmosquefossem nadianteiraleuassemdebaixndosremos muyla ola seque, comquedeusem logo eetando nbalroados ;que foesçm seis paraceju'n lon atndoehnns oom ontm ,qne sómenteremaswn osqne fosnemdas ª

uilhm s, qne oomo cho

m m ooendeexem o fogo na olnm aedeilnem a nado, eoolhea em os

onlms,qmebnniâod*irapós oedianleiroenssí ntndos jnnlos , emquehiriâo tama genhqueos nonsos nompudm m la maarn âm en

&ados ; oquo awi sendo, a outra genbepola tem pmria adesfnnram ada. E mdo as í mny ordenodo, com ltarâoqneo Çamorym man

* Demenoo na oopindn hj . * o ilhu eArch .

m Dnam n cnmo,w n âonoum , m eD::m :.

gundo Wdimquevính aly humrendod'ElReyde Culecut . O C: .

pim mórseehegou â bordad'ngoa, evwdo o mouro, sem onviroqnedizia, lhedim : a l oum , tom :e, enom fales um , :dia ao Çm orym,

»

«quedigo “ ,quea mim um baduenganar,qne lhe digo em verªnda :.queinduqueellesó porsua pessoa seviessemetlerem minhas mãos , »a com hnma bragade fem pen sermw calino, o nom tomaria senom»«par:: o queimarvíno , efeito em cinza deitarno

,:ªnndodo mar; por»

aqueoonsadeão gn nde trédormomo ellehm amí lhe hãode famru«quemais menom manderecado, porquesemam ada lheeyde tornar»« a mandaromessageiro ooma lingoapendm-ada aopescoço. »Evirou as »

« costas , e sefoy passear. E mouro, sem falarnada, foy menido emhuma almadia mnyto pequenina com humramoque lhederâo , se lernou omnessando rio ,

«etornou: ao Çnmorym, que contou lodooque lhedieaem o Capiâ o mór; eoonlou oomo a esh cada, emm , :

earnnellas estnnão assi comod'antes , comqueo Çanwrym folgon , vendoqueos nossos semais nom apercebiâo .

Então o Capitão mórfalou com o mito:, Capitães, pessoas honrarias m inoque linhado combateque ordenam dar, dizendo a todosqueesleera oderradeiroque Çamorymh dariu âestaadamorquantoas chuvas já erão gemasde innerno, comqueas terras haniãodeseroubems d'agoadosrios, ondeentão sômenlefioariaa guerradepàraos polosrios, seos ellequisessemandar, comquemnyto folgada ;queportantoo mórdesoansoquetinha era saberoertoque o Çamorym nom hauiademudarseu caminho pen ouu'a parle, senâo eefosse tornarse pera CaleouL o queene nom hauiadefazer, senâo seo leuassem morto oudotododestroido, queel leaesibeeperannnamíneríeordiadeNamo Senhor,que tantamercê lhefaria,queos ajudada nomo assi fosse,quepolo muytomalque lhe'ú ariâo, Çamorym c um muyta perdadesun gent ,

*. e

deshonra, se tornassem: onde“ '

em , ficandosalno Reynodo Cçchym,

perellesdeíendidn a hum tão poderoso imigo com tania mul tidãodegem ,

sendoelles tão poucos, etão poderososque lhe tantomal tim ão, comquepara semprea elles Donna tamanha honra, para suas gerações,delamanhoseruiço como faziâo EIReydePortugal Senhorde todos ;queportantoqno I s . dl Ai. «désse Aj . ' fam o hj . Omittídº Bo cc

dicedn Aj .

mmm:“ cusco, Dom , ARNO DEm :. :D:

todos pediu, :legrande lodos ln hnlhm em, ecnda hun: porni oó âzeaseoomo * -qnem u m só no mrgo, mdou eoneomendudoNosso Senhorqueos nindnesecomo alá nqui tinha feito, Em sem com

;

descanso, tamanha honra . Aoque todos lherespondendo com palavrasdeverdadeiroel'ortngnen s E enlão o Capilâo môrmandoudeimdnasancorasem nada t ioperque haniãodeviros pan os , enellas aladas pojés ,

«e cabos pera ellas passados ,que tinhio asWel les, pera porel les tirarem quando comprime; m ontros caboe,qneBado nobrem man

dou atarvargas ma tos de n mbnoosque estacio varados , comquealraneseou osrios , etudo bem atado econcertado,quevindo os pan ostiraria) polos cabosqueestauâo nas caranellas , comqueas vergas emaslos hiâe

'

lerondeestauâo as mcom ,quem uio afastadosdos bateís hnmmeo tirodo bém , ondealy chegando os pan os ,que nom podião passarporcimados páoe, nly Hom em embaraçados, comquenom podiào chegarabalroer, ondeos tirosd'artelharia oeespadaçefiâo ; estes pinos bauiãodeDeardebaixo d'agoa dous palmos , porque lheos imigos nom cortaseem os cabos . Oque foy muy '

grande ardil peraremediodo mnytomalque[ora, no oenoeeos forâo abalroadosdos paraos, aasi comºel les ordenauâo ; e todauía, pormaisresguardo, forâo pregadas nos mastos cedeu deferro compridas vol tadas com os onbos,quo indaque os imigos

quisessem cortaros a bcsdebaixod'agoa ,que podiâo bem fazer, asadm os segurauão eos mantos hauiàodeestarjun todos bateís , atéqueos peraos aparecessemqnedenoitese faria ludo', ese porião em seu

lugar, porque este era mó: «expediente:quepodiâo ter,queos paªn os nom ohngaasem a abalroar,quemra o mórmalqnesepodia íazer.Então proueo as carnuellas botei:de todo oneoessario pera pelejm-emodia lodo se oomprisee, eemc a oerauella ncreoenloumaisdous falcões , edeu auiao aos Capitãeeqneportodo oquevissem nem trabalhaseem lodoseu mó: ouidaúovfmse tirarâ gentequeviessechegarà estacada. Emo

juntoda camada ajuntou quatro pamoealm eeeados, eporcimade lodosfez hum andaimedemadeira forte, sobrequea gente pelejasee, nellcs

amenleu seis falcões , edez berços,quepodiâo lim peranu'eos pàosdaestacada, tudo muy forte ebem concertado, eaquipôsdez bombardeiros cinquoenta homens ; eporquehanía chuivns mandou,

fazerDumasOque. Ai.

DUARTE PACHECO . CAPITÃO DO MAR, ARNOm m :.

whenum d'olas eum ,qnenom esuú o pmgadas , nun m mmpoeta em vão sobne(orqninhne,quemuy lenementepodia hnmeó hommdeitarao mm'

,qneagna logo lenariamorqueagoa nly oorrin mny lo oommarés , ; asi encbu tewomo vm nlm lâdeu-

aníao ân m nellu o m

uiosqueeslwão polorío, eami ao £eilor,queindaqm vimecm puaoea peleju

'com elles lbe nom lírassem, senomvindo tâoperloqueoo tiros

os m úassemperquecon o os tocam m logn hauiâodefogirw m ndou

:iessem, porqne:omm emmnis arreoeoda pem

uerâo em esthna,dbendoqnewmo chegauem lomarião os wein, eoor:ariâo as mna

'rrasmomqne hiriâo terâs carauelm oomqne pnlejariâo,mmqne nom tiuessem vagarde tirarâ genleqne foseeâ esucadn, porque como tirassem os tíros ,qne fariâo o malque íizcason:; logo loda a

genteehegarin ;queporl&n£o m podiâo lantos momqnenom pasawsemderrubando a estamda, aqueos noesos nom teriân tempode tomua fam oulral lom esh s pmtioameontras pahum do nonten lamm todoÇamnrym, seape:ceberâe pem a pelejm e os à pitâns lodesWandomuy to esíoroo, prometendomorrerou lhe fam o caminhodespejado pmpasarcom loda sua honra, prometendôlheo çamorym porisse gmndwmercês , edandolhe lodas as term dos Caimaea eSenhoresqueajnmsem oReydeCocbym ; jumdoepmmetendo,qnesenom ôoem . com :Wm honn , porm mãoeal y

'

se h uiademetar, porqnea 6nlemnom hauíadelornarsenão com Mu n doÇnmorym, comoviera. E man

doudarpm que logoviessem ospan os,queviessem logo—omrmdosdem eiroaque logo aneàvierâou ne oom hrào nerm ordam ponn m hate,que forâo come1eraos vimede l l ayo,qm já oomeçam a

encherosrios , estando os nm assi aperwbidos nom jâdim .

o em : Ai.

DUARTE PACHECO,m mmDom . ANNO DE :no:.

bale! grande, eda cnmunlla,queo:: partido em pedaços , com mortedemnytos outroefeúdos , dando porellen odpehurosdoo timem udos,edna fulcões , sedeitnnâo ao mur o::queGuria, q'nalreuolh viorâoos outros t inqnodarsobmesteecom a c orrented'qomondeos tim gms

soederâo nelles , eem :odos oeqnevínhâo nhí n, emqneâm ão grudematança ; evendo os hlourosquenompodiio ohegarn onempediio osmwtosqueestanâodebaixod'ngoa, farão pera enrut os cabos, enom poderioporcaso das cadenaque nelle: calunia pregadas ; noquemnyle '

trabalhárâo, vendoque nom podiâo, então se :ornârâo polorio, tirando os paraos pera tras porcofrdasque nelles aúrão, porque arlelharia osdesfazia ; o que tanto toy emhnmrio oomo no ontro, en quefarão mortos dos tiros n

'

agon mais de mil homens . O quedum :

grande espaço dodia atéqueagenda maré veo, comquemelhorpnderâorecolhersens parace,quenom Doido trinta sãos . Os outrosquefarão á lmnqneira foràorepartidos emdons esquadrões, pen ahnlronro nanio emqueesta n Antoniodo Campo,queestam bem concertado ,eestava pertoda ln nqueíra,que nom ti rou até os pan os nenem muy toperto , oque nom pode sofrerfeitor, mandoudarfogo em seis tirosque l inha apontados nos pan os , dequelogo sefurão ao fnndo quatro,porqueos pelouros os lomárãn em chao, eos partiéâo polo meo , abrangerão poroutro aquemalárão genteem neiros , comquelog'o '

os Mourosfarãodesacordadosqnemndovol tar, aoquelhenoodio nauio com todaarteiharia grossa emanda, em tal maneiraquemeteodons no fundo, eoutros selançárâo os Mouros ao marpesados nos pan os ,quea m otod'agua os leuaua para :: boa:dorio ; aque Antonio do Campo aoodiçcon: o seu balel , eJoão Lopez Powelrclo no seu,queostam: pertodomaio, e alanoearos Mourosque andauão nadoderredordosparaos, os nunes crio tanto::que pasado forças a tomarosremosdobalel , quererem entrardentro eo lomarn poeloquea gentedo M el

matanâo feriâo gentemuyta lançam , erão elles tantosquemeteriaem muylo trabal ho os dos baleia,quenom podendoremar, commo

d'agoa os leuaua pelorio fôra , mas tanto trabalbirãoque lizerão largarosremos , reunirão, comque sefarão chegando á tem , sea yrão ch

corrente. 09Mouros '

senonoerúrão como poderão, e sem ário fogindodos tiros, e lheâcárão onzeparaceno fundo, qnebmdos , 'queforãopola ham : (éra com muyta gentemorta ferida Dosque fogirào. Em

DUARTE PACHECO , CAPITÃO Dom , m o DE m :. :D:qo duran: o'h hnlhodestes pan os,que durou até quasi meodia ,

Çamorym com seus Capitães, seu irmio,que tinha adianteira comcinco mia ires, vendo tu nada pelejados pan os, indaquenom cbea

senão nbalronros baleia ea n ual:»em modoque lhe llzeesem impedimenio m .

:íros, muylo am ou eslamda cometer, o falou com o

BeydeTunar,quebia no outro esquadrão após elle, o mandoudizerao Çnmorym ,que os paraos nom podiâo ohegaraos bnteismem tolhiâo

artelhnría das e Çamorymrespondeo ao recado : « Ojo .« nestedia morri on pmra nm ; »e so veo logo chegando comloda sua gente. ºuvidª mnesla, irmão d'ElBeydando suas grita::do m eequadrio, oqne assiWodos outmqnepareciaquea lerratremia , arromolerão muy ligeiramente â estenda"

, parecendolhequeas:auâo mais suinosd'artel lm ía porBoanemautreas cen uel las, 11m com

seu gundo ímpeto ecometimento, lhedeã o nos peitos as inha s berços ,que —não perantro estacada , como jádisse, edas illnrgas lhe(letão de cada pnrte tres lirosdas oen nnllns oomrocasdepedn s meudos, eos tirosdos babiecom pilonros ,que tírârão gentedoderradeito esqnndrãçquevinha atrás, comque oayrão porterra modos eferidos das pedras maisdemil homens, nom oessandode lirarde todas aspuma os tiros meadosdos fnloões berços , em quanto muy pnestesmente as m anel!“ tomârâo carregar, edaroutra sala:: com asroquas,que lim ão outra mayormatança ; asaquepordiante os tirosda es laada, edas ilhargas as camuel las baleia, nom Dania senom say: se::

lo, mortos e feridos , nem bauernenhuma outra peleja, comqueos imigos , vendo assi « yrh nh gentemorta e nom Dania com quem peleja:com suas am u , sedetinerão, nom querendo irpordiante; oquesontindo o Çmnorymquea gente nom andi na, seagente:: emandou saber, “

e0 RaydeCrànganorlhemandoudimque sua gente nom tinhãqcomquem pelejar, mas os tiros d'arlelharia muyta longevinhão mataragente, deque o cbio estaua cubano,que lodos aly podiio momrsemfan : nada . E m i nom esterecado vio virmuy los feridos polas pernase braços , 0 cabeças , rostos , com olhos quebrados,quedisserâo ao Çlmorymquedas bombanh ndoePortngnezes vinhão lentos pedaçosdepedras ,que como chuva matanâo toda genle, que os parana acbârâoorio tomado com paesdebaixod'agoa,que nom poderão chegaraos hateis caranellas, que já todos n ão perdidos . E neste tempgs

já irmãorouo

[5 8 DUARTE PACHECO , CAPITÃO DO MAR, ANNO DE 1 501 .

do Çamorym se tornourecolhendo sua gente, porelleestarmoyto ferido das pedras, e-se tornou loda'

a gente íogíndodo campo, m queÇamorym [ez vol ta, ese toy a Cranganor, jádêsesperadodenom poderbauerenfeite sua passagem, determinando nom passarporaly , vc::doque já tinhª perdido mais de cinco mil homens emdous '

nombates

sem bauerpeleja d'armas ; e porsua honra nom licorcom tão grandeabatimen to Diria tomaroutra passagem peroutro cabo, ondeas caranellasnen: baleia nom podiâo ir; eisto assentou em seu coração, enom estimar' a quebrade sua honra, porque isso lhe ficam em mudarcami

nho. Neste feito os mortos do mareda terra passárãndedous mil , eferidosdas pedras ,doque inda mny los morrerão, mais de' tres mil . Durou combate atédepoisdavespora'

, sem nenhumdos nossos pelejarcomarmas . Houve alguns feridosde fm has “ :damaneirados arrombadosdosbaleia, dos ti rosdos pan osque nom âwrâo maisquedesperat eprimeira sardeda, non: curarào demais , vendoquenom podião passar. Osnossos ,vendorecolheros ímígos ,darão grandes grilas , langendo as tromDeine foliando atéquenom virão né nhnm. Então todos co'merão ede::eançárão,dando muytos louvores Nosso Senhor, e o Capitão móremhuma almadia toy visitar, everos baleia caranellas , mandouquedascarauellas tirassem aos palmeneaus noite. Oque senom fez, porque10govoorecadoque o çamorym se bia pera Cranganor, a gente toda serecolhia por:: lá , porquehauiâo medodas aguasdos rios . O Capitâo mór,

todos , sefoy terra ondeeslana Principe,quemandourecolherdo campo as adargas , espadas, arquoados mortos, eosmandou pôrem hummonte no campo, mas nem eslimando estedespejod'armas lento, como estimanâo asqueel les tomanâo nosvencimenlosdaspelejasdas armas . Então o Capitão mórcom o Príncipese fotão onde”estam:ElRey , com seu grandeprazerdevera guardaque tinha seuReyno,que hauia pormuy segurode lho pode: tomaro Çamotym, assi

estando falando , chegou feitor, deu oonladoque paesára com os pa,

n os ; porqueElRey houve tudo porseguro ,que já nom hanería outrocombate, perque Çnmorym serecolhia com suas gentes porcasodoinum oqueentraua, hania já moyles lem ealagadas , mandouque serecolhem gentedo arrayaldo Principe, quees lanâo com elle, eque

Eu aqui fala: em ambas as copies . en sinando . Aj .

DUARTE PACHECO , &:o Do MAR. ANNO DE :no:.

me::erna cona, c aerá Bey Principeque sooeedero Beyn0 ;' e se fôrtão meninoque nompoesarege: ReynoJom l

-â n a yrdam a , ereynarà , emandará Beyno, ausqueo Príncipeseja em idadedegeneral :Reyno, lho ànlregará , se tornará â cou: dondeenya , porqueestesBeynosdo Malanarnomconsentemqueserejãoportitõf h s : aee Principefôrmenino, eregendo Reyno quesnyoda cona seaeerlaesedemorrer,virá aregero Beyno seu irmão «do morto , e senom tiverirmão , :parentemais chegado , âoando logo obrigado a sematterna cona, porqueassitoy . seucostume. O Reyqueestá meuido na com:aerue meudonagode como ermitão, acendendo as candees , varrendo casa , eoquecome Eazporsua mão, quelho trazem aly , enom entra lá outra nenhuma pessoa. Dizem el les ,queassi eslãndo nesta casam pagodelheperdoatodos os malesquefezreym do Edneouaen a quedizin oÇamorquese

matem , deixaria o Beyno,quenom podia serBey nom tantadeshonra .

Osque eslauâo no conselho , ouvindo no Çamorym suas tão agas

tadas palauras , lhedísserâoque nom link:: deque se queixarde nadadoquedizia , sómenleqnedeniad'ol lnrqueas cousasda guerra linhãodesastres : humdia bom, :mlrodiamáo ,que'

poaoqne agora achara conmala, enon: pudera passar, nom fôra por[alta suade

,que lhe ficassedeshonra, eporisso senom podia queixa:dedeshonra, poís nom Bom :

porsua onlpade fmrlndo o queoompría ; epois aly nom acharam:sagem porcausad'arlelhariados Portugnem ,quebém podia irpassarpolo péda serra, oode lá nom podiâo iraqcaranel las a lhedefenderpassagem , indaque lâ -fossem os Portnguwes , indaque fossem outrostan tosduas vezes, nom podiào peleja: com seugrande poderdegentequetinha ; eperella estaua segura m aga , que passando , e tomandoReynode Coohym, toda sn:: honra ficam inteira &m cenlada em (lo

bro , poís vencia aos Portuguezes ,quenom n biâo peleja: comarmas senom nom arlelbaria . Oque todos assidizbndo, Çamorymj icou muyeonlente, lodos promelendo grandes mercês , fewª paganienlos às suas

gentes , emandou a todos,que como agoadosriosdêsselugar, trabalhossem poren lnr, e tomardeCochym quanto pudessem, equeixam ,

destroissem : quelodo assiHcou assentado.

Desu: conselho o assentodo Çamorym,queDaniade irpasarporm :a no codia:da_Aj .

DUARTE PACHECO, CAPITÃO Do::An, ANNO DE uso:.

cima, ondelá podia passando tudoveoanim aElRoydeCochym,qnelogoo falou eom o Capitão mór,dimndoque se o Çamrym foesepansarborondediziaqueqnef ía irpassan lá nompodiâo iras oarauel las a lbetolherapesa gem, emquenom Daniad'hanermaisqueforçad'armas , ondeâmultidãoda mnyta gentequelínba oÇamorym, non:hmeria quem lhepudesseresistir, ondeel lenom hauinde conm tirqueos nossos fossempelejarperarmas , pois nomerão lanlos ,quecançados os braçosdemalar, todos serãomortos , oqueel lemais estimanaqnea perdadeseu Reyno. O Capitãomórlherespondem« Senhor, tudo a lá no quererdeNosso Senhor, eportan- plo, lejuro pola vidad'ElBey leu Irmão now : Senhor, queo Çamorymnom entrará em leu Reyno porqualquerparleque seja, senãoqueprin

« meiro todos sejamos mortos ; epois assi loeu juro, :m i hade ser,que»nem porissodeixareide tomartodo o trabalho até morrer. Mas agora,

« Senhor, medize porqueterras Çamorym hadecorrer, on senadepassarrios, eme manda mostraro caminho porquehade Sobreislo EIRey muy lodebateu apreliou com o Capitão mór, mas ellenomdana pornada, senão com móros juras amrmandoquehauíadeDirpelejarcom o Çamorym ;queportanto lhedissesse que lhe perguntam ,

o senão,que comodoudo, hiría CranganorbuscarÇamorym . ElRey ,

mudo o Capi tão mó: assi :ãn profioeo, disse,que pois lhe nomqueriaobedecerque lhemandaua , lhedêsse sen assinado,que o queria mostrar,queelle nom linha culpa se houvesse algumdesastre. O Capitão .

mórfez logo porsua mão , eode:: ElBey , comqueElRey odespedio, dizendoque tomaria mem odos homensquesabião as terras , eos caminhosque leuaria Çamorym ; dal y (1608dias ElRey faloucom o Capitão mór, e lhedisseque tinha sabidoque hauiadons passosparque Çnmorym hauíadepassar,quecria muy perlodorio, dondenossas embarcações lhepodiâo fazermnylo damno con: arlelbaría, porquea gentenom podia irgrossa, porqueo caminho era m ao , lho podería defenderdario, pera queestana certoque Çamorym lenaria mnytaem ula polorio. Disseo Cupilâo mór: « Seja oque Deon quiser,que»«dará em tudo m edio , 0 nós poremos as loiças . Então-o Capitão mórfalou com o feito:

, e Capitães , e pessoas bem seu oonseâho pquedanil ofazer, emque foy assentadoquea educada estivesseguardada como oslana , emandouvararos pan os baleis pequenos, emquelhefez as l ':lhasdeproa grandes, efortes pera ti ros grossos ,qne criomeo: cam ilos,

m Dnum PACHECO, CAPITÃO DO MAR. ANNO DE :no:.

e outros tren h loões, eporpopadons berços, peu oque mettoo m islhmes aos bnteis ; o usi oonoerlou os paraos,qne oe fez maisrams, emm m mnquetim eem tiros grossoe, porpopadons (aloões , econcertou cinqno pernas,queetãodezdenaosdememdom , e os fez fortespen th mm h loões porproan dous berços porpopa, e lhe íez sm

arrombada pera empat adas hechos , comqueportodos fez vinteem.

bam çõos mny lobem concertadns. Então tomou quatro tones gmndes, emque lenaua só nrroc pm osremeiros eo oomerpen os Portngnm s,

ordenouque nestas embarcações fossem quatro mil homens , eos outrosãm sem em guarda da eslaadn, eestinessem oom boe guardado logoemqm to houvesse chuinas , porqueassí eslanâo cubertasd'ola, tomou

daem ínaçâodefnm gnem per-lodos osrios, atéquenom ficassenenhumparaodo Çamorym.

CAPITULO XIX.

sono cmrl o nó: no mueu o os mos , E Desnu u ou t onos

os u n os no :;u onm , no:: ou:: " cu l o os nxsm wos

m :xronan mmm: " semen 00qu em .

Como o Capitão mórc assio tene prestes suas embarcações (et duasarmadas , humadeu a seu filhoJ::eertePacheco, com quatro baleia seis

paraosdeCalecut, emquebiâo Capilães Diogo Pires , Antonio FernandesRoxo, João Lopes Perestrel lo, João Rodrigues Badarças ,quenas suas naranellas ficarão oulros olheiros, Ruy ,

d'Araujo, Ruy deMendanha,nos baleia Lisuarte Pacheco Capitão _mór, A luaro Rafael , Diogo Foo ;da partedo Capitão mórtres baleis , sele pan os de

,Calecul , hum emqueel lehía, eos outrosdaenaos , com tresde Cnlecntque concedera

feitor, en:quehião porCapitães João Franco, Antonio Figueira, Gonçalo Arreos , Cidede Sousa, Fernão Juande, Duarte Ferreira, e Joãod'Agniar, DiogodeCras to, Amaro Botelho,JoãodeFreitas , Lopo Cabral ,Joiod'Araujo, eoutros homens honrados , bons cananeiros, toda a

mais gentebem concertadade suas armas , auondnnçademoniçoes , epolnora muy bem guardada porcasodas chuvas , mnytas pnnellas depolvora“:roquasde fogo, emuy lnsroquasdepedn s pera os tiros gros

Falta no l s . deAi.

IH DUARTE PACHECO , CAPITÃO DO MAR, ANNO DE 1 5 01 .

feito o Capitão mórassi o sospeilaua, lhe“

disse: «Mam marcar, inda»«que (ogirão osquederâo o arroz, alguns ficarão cáqueo soubessemeajudam ,que seo eusoubesse, elles menom escapariaqueYÍIIOG '

1 08 nomeafolasse: eporlan lo , tu agora medi o armque leue, eman« n

ada nos tones oa teus homens ,quevejão oquese faz. O mouro disse. Senhor, seem mim, Oh em cousa minha, aohares falsidade, ein leu po. n

«derestão minhas molberes, ealhos, edemeu i rmão : em todos [am :

uqm la justiça quiseres . E logo lhedeu outro arroz, comqueo Capitão mórse lomou a partir,quê era já na cº timdeJunho , efoy polosrios , eporcimadas terras e palmares ,que tudo era euberta d'agua. Lo

uaua homensque sabiâo todos os caminhos , efoydarhuma antemanhâem hum ilha juntodeCrangnnor, ondeeslaua muyla gentedo Çamorym ,

enom foy sentido com o lerremoloquefaziâo us palmeiras com o venloe ten peslade, edesembarcou com toda gente, lenendo as panel las umem cestos cubanasda chuua, edarãode supilo no lugar, pondo o fogopormuy las partes ,que todas as em erâodepalba '

eola,queeslauãosaquas porbaixo, aoquea gente sayndo fôra cogudesacordo,quedormião, os nossos âs lançadas , ecom lançasdefogo aoczas ,quehiâo pondoo fogo, eoutrosdandolbecom as panel lasdepoluora, nomhouvé nenhumquese defendesse, senão bum ndo saluação semellerão norio até os pescoços ,quemaytas cayâo eseafogauâo . Aquiestauão zambncosdeCranganor, oi to paraosdo Çamorym,que tudo licou fcigo caruão ; eporquea genteera muyta ,que seespalhou pola ilha, se fotão ajunlandb, eaarão corpodemaisdemil ,quevierão oõmmeueros nossos, ecomeçarâoa pelojarmuy fortemente o_om grandes gritas ; aoqueaoodiràodºoutras i lhas muy la gamedo Çamorym,que passauão em lonas poroutraspat hosque os bojeis nom viãoque lhedefendessem, emquedurandopeleja houveespaçode tempo comqueaoodio tanta gente,queos nossosetão cercadosdemuyta gente,que fotão mel lidos em -tanto aperto,quecommorecolheremsepara os baleia,queestauão longe, mas ouvindo as

grandes grita sevierâo no longoda gerra até hauerem vista da peleja,porquenos baleiª epan os Ga mão os bombardeiros , ecínquo ou seis homens em cada hum em guarda , evendo os nossos autre os imigos nom

ousouãode tirar.u no . Aj .

DUARTE n cmzoo, CAPITÃO DO MAR, ANNO DE 180l . ms

Ruy'deMendanha,queemas nos baleís , mandou tocaras trombe

tas , e tirarcom berços poroíma 'da gente, mas os Mouros , ouvindo o

zonidados pelouros , sabendo já o malque fazião, lendo o tealo nos tíroe, algumpouco afrouxarâo ; comqueo Capitãomórmandou a seu (ilhaque caminham para os baleis , oqual sepoz na dianteira com suaespadad'pmbas as mãos ,que fazia o campo (muco, e seguindo com el le LopoCabral ,que tambem pelejaua com outra espada grande, João dªAraujo,Pero Fernandes Botelho, Pero d'Aluarenga, Diogode Crasto, outros ,romperão os imigos , e fiz'erâo caminho , e bancado vista dos baleis ,queerâo já perto, tomarão maisranot pelejando todos com muyto esforçoe nas costas vinha o Capitão mór, com o malo aos ímígos , pelejando e

defendendo, com muy grandeajudade Cidede Sousa , Aluaro Rafael ,Diogo _

Feo, Diogo Pires, 0 Badarças , o Perestrelló, Antonio Fernandes ,Duarte Ferreira, Joãod'Aguiar, e todos os outros ,queerâo lodos bonscaual leíros,duenom hac ia imígoqueousam chegarmas as hechas erãotantasqueoegauão os olhos aos nome: ,queassi com muy lo trabalho se

forão chegando aos batoãs,que os bombardeiros vi rão onde podião empregar, o os começaram adarpolos Naires com pelouros , comque logose começarão afastar; comqueo Capitão mór, fezrecolherlodos '

muy

depressa, emandou logodarfogo naartelharín, comqueBcarão bomquinhâode imigos polo chão derrubados , antesque se moolheesem . Aquifotão mortosdos nom dous , decepadoe feridos de frechas , muylos .

O Capílâo mórseafastou polorio, e foy de longodas outras Ilhastirando com nrlelharía, eondevía casas pertod'ag'uoa Ihemundana pôrfogo, eas embarcações estauão ao longoda terra tirando,quenom hauínmouroqueoum seaparecer; mas na ilha Bcarâo mortos maisdeseis milhomens , edepois poroutras Ilhas muylos mais ,que todo odia os nwsos andarãodando sal tos , e se tornauâo às embarcações como vinha a

chuiua, porque todas leuauão coberturas postas al la: sobre forquilhas ,que muy leuemooledeitariâo ao marse oomprisse, e as coberturas desobre os tíroé límuâo cada vezque lhedauâo fogo ; eno meodorio osnossos sorgirão, eoomiâo, erepousauão, edormiâodedia porquêdenoitehm m boavigia, porquenesta guerra assi polosrios os nos os pelejanão quandoquerião, emque àndarâo gastando todo mesdeJunho, eJnlho,que foy a mórforçado inuerno, correndo pormuyinarios assi juntos , is vezes aporlndos , o Capitão mórporhum cabo, em ªlho comroxo 5 9

5 66“

DUARTE PACHECO ,CAPITÃO DO MAR, AN O DE

suas embarcações peroutro, eeewm uâo ajantarmomque a ndarão .tamndo grandes queimas edeslroíções , ematando mny las gentes, dequeo Çamorym linha muyladôr, vendoquenom era poderoso fuermalaos nossos . 0 Capitão mór, não achando já emque habi litar, se tornoua Coohym pordu descanso gente, aquemandou tam pagumen todetodo oque lhedeuião, pera oqueElBoydanadinheiro, mas o Capitão móro nom oonsenlio ; todauiu ElRey fez mercê aos Capilães , eacada hum memedodinheiro segundo feitorlho encaminham , emórumenteaos homenâ feridos . E'

poroutros saltos epeleias ,que assi andario polosrios, dos nossos íorão mortosdezaseis homens , elodos os.

mais

de feridas que lhe [aluna curaque nom linhão. 0 Çamorym soubeque os nossos erâo tornados a Cochym , eporque lhe oompria pera sua

passagemquehauiadefazer, mudouapercebergrandearmadadeparaos ,quemandou fazerneste inuernoemCranganor, o por outros rios além,quehauia m udançademadeira ; e mandou fazergrandes pan os emquepudes epelejarmuyta gente, e tambem para a passagem, eoutros somenos ,que passarãode con to,que lhe pareceuque bastarião pera pelejarcom os nossos ,dizendolheseu irmão e oulms seus Capitãesqueamoladaabastada, se nom fosse o mald'arlelharia . Doqueveo an iso ElRey ,queo falou com o Capitão mór,que lhe disse: « Senhor, nom tenhas »temordenadado mar,queindaque sejâoduzentos parace, e quantos »

«mais forem, tanto piorpara el les,queseos nós toparmos n'agoa tu ou—n'«virús oqueserá , porque tan loque souberque estão no marlogo os'»heyde irbuscar.

CAPITULO XX .

conto os Nossos m u io comos u n os no çu onw , E os nasssu u nâo,

a zu m u , ml nun s vu m s D'

u noz; u mn u n o u ma carn e,con

'

mmmurros m n ara DO ç uovml om m io AQ um na cacau .

O Çú onm assí iuuornaudoem Cranganor, suas gen tes licerão pormuylas ilhas e terras alagadiças , emquelhemot teo muy la gen teporfaltademantimentos , emâ

'vidada chuiua e frio,que como são genlesquenomvandauâorAj uparu aqueu Ai.

168 DUARTE PACHECO , CAPITÃO Dom n, AmoDE im .

tranqueirasde palmeiras cortadas porseu amparoda nossa M arin, .

eum as lizerãoquena scem alrauessadas ao encontro dos baleia, sómentede longod'agua, comqua lioauão desenhados ao longodorio .

Começando a vira maré forão os nossos entrando polorio ,queeramea legou, ondeos paraos eslnuào com suas bandeiras, eh ngeres, egruasda mul tidãoda genteda Serra . 08 nom com bandeiras , egritos, esendoâuístados paras langendo as lrombetas,remando com aguaqueos leuauaprestesaDeDle, Iorão abalroar. A genteda terrad'ambas as bandas oohrião osnossos com grão numerode[rochas , mas os tirosdos baleia,queDetomauâo emdescuberlo,que l hetirania com pelouros perdesfazeras tranqueiras , ªzarão Del ias t_aldestroição ,queIargarâo a contendaefogirão polatem denlro, ondelheDom chegassemospelouros ; eos .nossos , sendo a lit o,derâo fogo n

'

artelharia, comqueantesdechegaros paraos'dianleiroseslauâo enxotadosdz gente, toda morta , eferidos, Ddªnados norio. Ao

queentão chçgando LisuartePacheco com sua gente, entrou, emandoucom machados emarrões quebrar, e arrombaros paraos porbaixo, comqueseencherâod'agoa , eassentado no fundo , porcimados quaas nossasembarcações nom puderão passar. Então ficou o fogod'artelharia sómente,queo Capilâo mórmuy lo bem concerlou peradefensâoda genteda tem ,

e loda mais mandou acuparnos paraos , aqueM uerâo tirando, e osdesíazendo e espedaçando, atéquea maré começou vazar, noque osnossos Uuerão lento, cbegnndose pera o meodorio emque ficarão emDªdo, o os paraos dos Mouros Bcarâo em seque, porqueera o cabodorio , eficarão mais altos e todosdescobertos, comque foy sua tom perdiçâq, porque os nossos com arlelharia wuytodeuagaros estiuerão espedaçando todos,que licarão feilos Dm lenha, e os pelourosquepassauâo ,e tirauâo os nossos porlodalas partes , malauão muyta gente, eM ãe

muy tadestruição ; sem poderem fazernenhum mal aos nos os, sómente

de longe tirando Írechas ,que logo fogião . Noque os nossos gastarâotempo até noite,queveo maré comquese tornarãodorio , e. !ornarâoa Cochym, sem perigarmaisquedous homensqueaoerlarão pelourosdasbombardasdos Mouros , alguns feridos de [rochas , pouqua cousa.

Emquanto assiduraua eslapeleja—dos paraos , era mandado muytagenle,qu'

eestaua em huma terra junto des terrasdeCochym,queculras* grande Aj .

DUARTE PACHECO , CAPITÃO DO MAR, ARNO DE "Sºl . (69

sem,quecria dous milNaíres ,queentrariaem humas'vam grandesdetres lagoas , emquese semeauâo arrow ,que os trabalhadores linhão jáesgotadas d'agoado inuemo pera semear, eas linhão tapadas com valados ao longodorio ; e estas gentes haníâode passareslas u m em

hum esteira :queestava no cabodel las , esebauiãodepôrem humatem em guarda adam passagemdo Çamorym,que ”

pera lá bia cami

nhundo . Falasvam us etãodespouoadasdegen le; Del las Doíqbauia maisqueos trabalhadores ,quecauâo e laurão, _esemeào,quehegentebaixaquese cbamão poleás ,queviam em choças no campo,quesómenlese

mantemderaízesd'oruas , epeninhos saques,que tomãoquando agoa

entra nas vam ,que todas lioão feiIas em bum grandemar, sómenletemvalados porqueandâo, tão estreitosquenem podem nel les andarsenãobum homem ante outro. Os poleâs, sentindo entrada es la gente, porqueel les nom tem armas pera pelejar, sómentesuas enxadas , todos se apoli.darão, ecorrerão ao es treito, ederrubarâo as ponles eminboleiras pci;quepassauâo outra toira; entãoquebrarâo os waladosde longodoriocomqueentrou grandeforçad'agoa,quecom a enchentedamaré em as

paçodehuma hora todas as van eas [otão alagadasde tanta agua,duesubia percum dos valados que secolhiào os Naim , osquaes os poleâs lhe cortarâo portantªs partesque todos ficarão afogados emortos ,queos poleâs mamão com as enxadas , em tal maneiraquenenhum neonwiuo. Então os poleás tornarão a taparseus valados , edeitando agoa paraorio , onde lomàrão a taparseus valados como eslauâodantes , eda genlemorta apanharâo os panos , emuy tos orelbeíros d'ouroque alguns trazião , emanilhas, eas espadas , eadargas , zagunchos, earquos, efrecla s,dequeªzarão hum grandemonte, eo [Drão dizerElReydeCochym oque línhào feito , em udasserecolhero despejoque assi linhâojunto . DoqueElRey lhemandoudarseus agradecimentos porldous Mouros , porqueHairee nom podião falarcom el les, polos haverem porgentemaldita ; mas poreste seruíço tamanho,quelim ão, ]ZIBey lhedeu liberdzdequelinessemas armasquetomarãoaos mortos , evestissem os panos,porqueestes poleás porsua ley nom podem vesti r panos , pórque seoswestissem furlariâo el les as nouidades para os comprare&es lir; sómentewatamruin sd'eruas comquesómentecobrem suas vergonhas . E as cou

m amilo . Aj . Qdo Dum . Aj .

m DUARTE PACHECO,mmm DO num. ANNO DE um ,

sasd'ouno entregarão :do qual lei to os poleás ficarão Dourados com poderlerarmasqueoutros Dom lem.

Sendo di to ao Çamorymda modindadedesla sua gente, assi Gaimpolos poleásque assi he gentemaldita esem armas , toy muy anojado, etomoudisto grande agouro, e todos os seus ,dizendoque seus pagodesestanio muy indinados contra o Çamorymd'esla passagem emalquequeria fazerElnoydeCoohym, oquebem mostrauão os pagodes sua mvnenooria, pois lhemalauâo tanlas gentes pormãosdepoleásqueDom línhâo armas , eos malária com agua eenxadas : poloque, com esta

'

ma!

de tamanho agouro , e deslroiçàodeseus paraos , nom quis irmaisâma

tc , ese aposentop em Dumas lem ecinco lagoasde Coohym, muydesesperados todos ; comque alguns seus Caimacs , e homens principaes , odeixârâo ese forâo estarà obedienciad'BlRey deCochym,quea todosmoebia com muylas honras , e se lhes queixa'

ndoda injusta guerraquel he o Çamorym fazia , emque lhe sous pagadas faziâo tantos males .

CAPITULO XXI.

como 0qu emrumou A cu scurcum u n os Dons n u m as , os Dume

u mDa io n on. DR nuns cm su os DE m um u n um mmã, Dun ca

su n u nca a oumuu AS cau unuu g; 3 Do com QUE DEU o

muio Do çu onm mmm DAra ; comm eova semm .

O

O çu omu, vendo-ee assi desesperado de tanlos males como lhe emsuas çousas soboedião, com teima e bi rradesua má oonlumacia, mandou virdeCalecul os Italianos , e sendo vindos deulhe contade todosos males edanosque os nossos Ihe tinhâo feitos , com mortede tantagente ; eque os mandâra chamarporqueetão homensque sabiâo dasguerrasqueem suas terras se faziâo,que lherogaua lhedessem conse

lho, ealgum caminho como pudesseentrarpolo passo e tomarCochym,quenom Dªnna maisqueem meteros pés na tem de Cochym. 08 l la

lianos ,vendo a grandehonraque lhevinha em assi o Çamorym os man

darchamar, e lhepedir conselho peraremediode tamanho feito, entrounel les grande openiâo ehuh sia, eresponderão El lley palanras muyesforçada . dizendoqueel les [otão ditososqueos trouxeraquandqveo.o andarão el les no seu Demiço,quepudera serque nom lhe fora feito

17! DUARTE PACHECO , CAPITÃO DO N AB, ARNO DE 1808.

« la guem ,e tornos leuReyDo, eassentes taco amizades com os Por-u

guem ,queel les asqueirâo, e fação oomligo as boas amiadesqueveu»«que[um a seus amigos , como sabesqueum ElReydeMeliDde,a largandolhem os carregadasdemuyutsriquezas , e pelejando porel lo»« com seus imigosmque sómente fiwrâo poracharem nel le

'

verdadede»«bom Rey . E estando el les oouliadoa em tua verdade, nugqua azarão»«mal , nem tomarão o alhoo , sómente ano .dos alifan les ,que lomãrâo n

porleu mandado , e tanto contra suavontade,quediª erâo ao donodanao,que se tu Dom pagasses os alifanles ,queel les oe pagarão . Islo»

« não fazem ladrões , como lhe os Mouros cbamâo,que lodão os mãos »« conselhos comque leveo tanto trabalho, ea tuas gentes , ede cada»n oz mais virá , assi Da honra Domo na fazenda , poloquedeuesde tom .

« nardo errado caminho emquevão luas cousas , em onta verdadei- w«ra paz com os Portuguezes , pois são poderosos Do mar, emque lepO- lo«dem fazertanto mal sem tomaroccupaçâo nos trabalhosda lem , por'«que tolhendo el les as nausgaçõesde teus portos , olhaque taes âearão« luasrondas . Eporqueos Mouros são trédores a teu seruiço ledãomáos »« conselhos contra osPoduguews , peraque lu faças 'ª guerradequea«el los fique0 pmueilo ; eportanto, severdDdeiro conselho lomares, lo« go aquideuesd'assenlarverdadeira paz com oa Portuguezes,quedu«repera sempre, edartaes castigo“ quem te'«uma! . aoonselhou,quen«vejão el lesqueestás emverdadeiro conhecimentodaverdade.

E porque no conselho erâp presenles algunsqueporas peilas fotãoajudadores aos Mouros , vendoqueo irmãpd'ElRey falam wrdadç , nomconlradieserão Dada, sómentequeacaua ao Çamorym wuyto abatimentose nom leuasae áuanle

'

sua m em , equedepois , quando l iueseeveueido , então com mais honra e grandeza poderadara paz a quem quizessc , eesteera o bom conselhoquese deniadedar, enomdeuiadetomaroutro. O irmãod'ElRey semuy lo indinou oonlraosqueisto falârão, edisse: «O Çamorym hemeu i rmão eSeDhor. Seria bomque tomassevos-nsos conselhos , efazera guerra pois lho aconselluís ; mas seria muy—nlo melhorquevos mandassecortaras cabeças , se lhevós outros nom

«derdes entrada liurepera el lepoderpassar,quecomem mâos con—n

« selhos está el le . com»estes trabalhos emqueestá . E sesayo muy

Falu no hls . dc Ai. o em Aj.

DUARTE PACHECO , .CAPITÃO DO MAR, ARNO DE [73

n mbahm, edo Díamper,que '

eu-ão hom nsdemaytas tem aqueestauâo ao longodosriooJomendoqueacabada guerra . “ nom ina dos.lroiriib porassi seremda parledo Çamorym,dizendoqueaqm se

Bm , ajudário muylo aoque dissera o irmão'd'ElBey ,dizendoquepa em todo tempo era acreeenlamenlod'honra edebondade, equena

guem nom hauia m is vencimentoque ser(eita Dom direita justiça, eporqueElBeydeCochym M inha porm parte, porísao os pagodes oajudauão como tinhão feito ; eque portanto Dom sedeuiadefalarnadaem contrariodese(um a paz, ;rorquea 5 110e m l feita os homens nom

trabalhauão nel la comvontade. E nisto aprefiauâo muyh , mas vendoquea má inclinaçãodo Çamorym nom aeIhepodia mudar, querendo conserseruareguardarsuas terras,depois sepm árão para a parted'K lReydeCoohym, como adiantedin y .

O Çamorym eslaua com muylos pensamentos , Dom sabendo oquemelhorlhe seria, aoque osrenegados, sendo vindosdem'

o comemqueos nossos linhâo emdefensâoda eslaoada, falârão oom o Çamorymjá »peítadou dos Mouros ; osquaesdisserão 13l que seqw 'ia

acabarsua guerra com sua honra,que nom pelejasso com suas cerimonias e costumes , mas denoite e antemenhâ ,que assi secostumam perlado o mundo, eos grandes Boys, eC&pitãee, Dom modos eardia taziâomais guemque com forçasdºaram ;quepownto, se queria tomarseuconselho, el le

entraria em Cochym sem lho poderemdefenderos nossos ,porque os Mouros sabiâo oulfovioqueera na tem dePalimbâo,quedebaixamarficava agoa polo joelho, porquemandaria passardenoitemuyla gente, aoqueacodirião os nóssos com os baleia, porque lá nom podiãoiras caramllas, postoque os tiros de huma carauel la podiâo chegar,que o passo era pertoque nompodião muytodanar, eassi comeuendopassagem, ;wrduas parlea, nom podião tanto os nossosdefenden eque'

isto ordenamquefosselogo feito tantoque chegassem os pan os . Com oqual conselho o Çamorym aehouveporganhado, e.metlidodepossede

Cochym, e falou com seu irmão, eo Bey deBepel im, dizendoqueelles hauiâodepasáarcom sua gentepolo vão dePalimbãode noite, aoqueos noseos Dom podiâo acodirmm com os bateis,queDom podiâo

" permitiu Ai.

m DUARTE PACHECO ,mmmDom , m oDim m.

tanto poderquedetendemm a pam pa) , poetoque muyta gentem tassem ; 0 lanioqueel le s pMaadoehhíão logodarna cidade, aqueos nossos se lá nom 11d 1036 tomarãoElBeydeCoohym às mãos ,pola muyta genteque logo mandaria passar; então B'oaria estaquia só ,el lepassaria com suamuytu genteque lhe ficam , e perael le saberque

el les erâo passadosdovát efortão hum fogo sobre huma palmeira nopasso, para el leentão ireotrar; equejá isto bem tinha conoemdo comohaviadeser,queporuma esliuossem pres tes comdez mil Nairas comque hanil odepassar, eos Italianos hauiãodevigiar, e Fazer'o sinal 'dofogo. Ouvindo ao Çamorym isto , disse0 Roy de Repelímque nom po

díâo irao vãode Pal imbâo , porque na lem perque hauiâode passarhauia hum grandemam; aoque o Çamorym disseque os Mouros lhotinhâo dito , eque elles ":o- M o o caminho. Aoque logo sedeu auía

mento,quemuyta genlemommachados e condas cortarão '

ealimparãoD mato, e

'

finerão largo caminho porque podia cabermuyta gente. Oquesendo sabidodo Capitão móro caminhoque se fazia para outro vão,houvemuy grandeagastaxnenlo , Dom sabendo se tanto poderíadefender,mas vindo as espiasque lhe lru iâo os auisos de tudo oquesefazia, osquaes Duisos Ihedana o mouro irmãodeCojobequi,queeslaua porarretem na naodePedrduarez Cabralqueatrás Boa contado, 'queandauano arrayal o principal dos Mouros ,que nisto tomavavingançadoquelheBm G Çnmorym, e seu irmão Cojobeqni Mommytorogou esleseu

irmãoquandoo Çumorym panic para esta guerra,quede tudo mandasseaviso aos nossos, porquedisto lhe haviadevirwuyto bem, eporvingançado Çamorym lhe lerroubado loda_sua fazendo , oque o mouro tazia omg: muy tocuidado, edeseus auisos tinha D Capitão mórmuy la oonfiança, porqnetudo acbaua verdade, eo Cojebequí Ibo escreuín porsuacarta, e lho mandou dizerpolos Portuguuesquetinha escondidos ,quefogirão com Aluaro M et eo“ ) atrás Dea : o Capitão mór, banido auíso

de todo oqueeslava ordenado , algum tempo descansou seu cotação com

esperança em Non ô Senhor,queD ajudaria Domsua grandemisericordia,que lhefuneria o ardildo fogodn palmeira . E'

pratioou tudo Dom ElBey ,concertadoqueo Princípeoom sua gente se hiria eetarna Cerrada Fftl ímbão , pem sayrao encontrodagenlequeentrasse, porque el le no marcom os bateis lhe faria tanto mal ,queosque passassem fossem tão pon

.

cosquenom prestassem pera nada ;que lhedêssebom homem nelque

m DUARTE PACHECO ,mmmDO MAR, ANNO DE um.

am ularDom el le assi como el le quisesse. O Capitão mór,que NossoSenhor apraziaqueentendesseos enganosdos Mouros,ouvindo oquelhedizião os Mouros , semostrouwuyto indinado, jurandoque indaqueo ÇaJnorym se lhemeteaseem seu poderpera viadesegum pazes , o nom to

maria, porsertão manifestamente trédor;queporlanlo juraua eprometlia,que se lhe fógia d'aly dondeestam ,que após elle hauiade iratéonde pudesse, eque se o tomasse lhe hauíadecortaras oralhas enarizes , eo bauíadeespetarem hum caluete,que logo hauiademandarfazer, comquehauiademandarespetarquantos Mouros e gentios achasseem falsidade. Comquesesayo wuyto mem ooríq, emandou logo armarmuytos caluetes, ehum mais al toquetodos , dizendoqueera pera o Çamorym ;dequeos hl ouros ficarão comgrandemedo, eo Çamorym grandeespanto, quando isto soubequeos Mouros lho esm uerâo, vendo o grandecoraçãoqueo Capitão mórcontra elle linha, comque se lhedobrou suaira,delermínando morrernademanda, ou a acabar. Poloque; sendolbechegados os paraos ,que toy * Vil l lô seis :de Julho, porquejá tinhatudo prestes , ordenou naquel la antemenhâ passar, pórque linha pres tesmuytas jangada demadeira pera gentepassarà I lhadePalimbão,quehauíadepassarpolovão,que logo passou antesquefosse noite, porqueavissem os nossos ehouvessemmedo, como defeito houverãomuy grande,vendo tanta gente comquehauiâodepelejar; mas o Capitão mórtodosfalam , ecaforçaua Dom palauras muy catholioas ed'esforçado caualleiro,tudo pondo em seu lugarcomo cumpria. Assi o fazia tambem na estacada, dando a todos auisoqueo Çamorym Dom hauiadequererpassarsenão pola atacada, equeportanto lhe lembramque pelejassem polafédeChristo, emque tinhão saluação pera as almas osquemorrem ,

eosquevíuessem tanta honra pera suas gerações , ewuyto lbeencarregªndo boa guardaque tiueseem no fogo porqueDom houvesse algumdesastre.

Porão ondenados trinta paracepercadario,queviessem tiraràs carauellas , comqueas occupm em como a gentepodem passarestacada,t desfazerpara passaro Çamorym,

'

equorenla paraosquebauiãodeirH imee[um . Ai.

DUARTE n em . CAPITÃO DO MAR, m oDE usou. m

peleja com os baleia Dovão, e lhefueracupaçâo, pm em tanto poderpassaragente quando lhe fizessem o sinaldo fogo . Noqueo Ca pitãomórtinha grandecuidado, porque como foy noite mandou o homemque lhedera ElRey subi r em huma palmeira sobreovão,que leuouacima muytaola acquaquepôs sobre0; m as ,que tinha anisoquequando lhedêssehuma pancada M palmeira el le pusesse o fogo na ola, com poluora, ehum murrioque!euauadentro em huma panela. Era ordenadodos imigos ,quevendo o fogo, logo a gentedo arrayal passasse o vão, porqueo fogo bauiadesero sinnl dejâ serpasado o irmãod'ElRey , . e. entãovendo o ioga sepesarorey de Tanorcom o arrayal . O irmão estauana bordado mato, pera pamreom suagentequandovisse tempo ; o Capitão mór, parecendolheboa ora, como foy prima noite nom aguardoum is , e toy com grandegrila 'darçurriadad'artelbaria nagentedo irmãod'BlRey , emqueso alommlou grandealarida. O Capitão móru balando . mandoudarpancada Da palmeira, emque logo seacoendeo fogo, oquesendo visto polo BeydeTanor, crendoque já em passado o irmãod'ElBey quelho fazia o sinaldo fogo, abalou à pressa com grandegrita,oqueouvindo o irmãod'ElBey cuidouqueerào os nossos , egentedeCoohymque lhehiâodarnas costas ; Eozvolta com wuyto esforço com sua

gente, edeu na gentedo Rey de Tenor, o qual cuidouque era gemed'ElBeydeCochymquelhesaya ao encontro»anlreambos se leuantougrande pá cia, pornoile serescura nom seconhecendo huns com ou

tros, emqueambos se tim ão grandemortindadede gente. Oqí e sen.

tindo o Capitão mór, —que seu ardil tanto bem fizera, chamou a Nm

Senhorpormisericordia ;dizendo Smotiago foy com os hoteis oomelheros pan os ,queesh uão innlos,que Dom virão

'

os beleis”

senão comresphndordo fogo,queda primeira saiu: mamão no fundo quatro, eoulms espedaçldos , emuytugenteferida, comqDehans com outros seemhan çarâo tanto,que os nossos liuerio espaçodemaisdemea hora lhe. um-m ,

. oomque lhe lizerãomuy lodanodegenletoridadasroquas ,oomqueos Dan os se tomario pera uás '

o ombumlhados o huus com

outros , até quem º. .dm mburulbarâo, etomatão sobreos baleis tirando

muyh anamaria, comqueo Capitão mórseveoreunindo pera o vão,'c balando o se lia em ambas u copias .

*c linrâo '

o ae acbn em amlm

ns oopizs .

f oembm lhados o Aj . “ ada emharalharâo' Aj .

m DUARTE PACHECO , CAPITÃO DoMAR, ANNO DE um.

mas cbegados os parace a tíro,que camuel la lhe fez ainda oom'

lresti ros grossosquetinha para est parte, dos baleia lim ão untodano aospan os , comquenos Mouros entrou lumnho medo,que tornarão paratrás, etornandosea concertar, tomauâo comentaros—baleis ,—quedecadachegada com artelharia lhefaziâo tola!destroição, oque lambem assivi-zsilauâo compelouros aosquepelejaínâo Da terra,queera o irmãod'ElBey ,

oonlra ReydeTenor,quepelejarâo até ama nhecerquo éeconhecerão ,queerâo já mortosd'amhas as partes maisdedez mil homens .

0Çamorym,queestam com grandeprazer, cuidando_queseu irmãoeslaua un Cochym, eque 0 Roydo Taim pelejaua com a gentedo Principe, sem saberde seumalquepassam , Domo esclareoeo menhâ man

dou abalaros pan osque fos em pelejarcom as camuellas , e mandougentedianlequefossem arrancarestamda : os nossos,queespuãqmuyconoemdos ,deixãrão chegaros pan os,que chegárão até sobreos maslos, tirando muyta artelharia, queos baleia grandes sisilárão com seus

ti ros grossos, e dous falcõesque cada hum tinha, edas camuel las comdemasia. Os parace, Domo nom puderâo passardos mantos, vendoque

seus ti ros nom fazião o mal aos nossosque os noesos lhe fazião , Derelomârâo pera trás , estando nesta ocupaçâo espaço de huma horadambas as bandas ,que com muyta geme morta e ferida , e os pan osquebrados permuy las pu los , se lomárâa para trás ; no qual espaço 0 (humrym mandou chegarsua gente,que com muyta esforço a forio o á 98lacada'pera a arranquar, mas antesque el la chegassem,

dos falcõesquelirauào perautre eslaoada, e os tirosdas oarauel lasquetirauâo lodoscomroquasdepedra, ededadosde ferro , erão feridoa maisdemil homens ,que lomauào fugindo, com ando delles o sangue,que fez tamânh omedo aosque os virão.que nom podiâo , nemqueríão iradiu to pormuyloque D .C.amorym bradaua, porque os tim Dom cessanão . Noqueassi trabalhando, toy dito ao Çamorymdo malqueera Ceila Das gentes

de seu irmão, edo Bey deTuner, comque o Çamorym deitou polochão huma espadaque tinha na mão,dizendoque já nom en Boy , :zem

nunqua se chamaria Çamorym, se neste gia nom morria, ou hauiadepassarestacada. E toy adiante, mostrando grandecoração porque osseus chegassem, mas a obra dos baleis, caranellas era talque nin

nehegàrâo Aj .

(80 DUARTE n em o,w mo 00m ,m oDE n o:.

douqueseafaslaesedo perigoda morte, porque o Çamorym ja m lorDªdo ; oque e lle assi o fez,quese tornou, comquea gentelogo largou o vão, e lambem porquea maré já enchia. Oquevendo o Rey deK opolin ,que andam noa paraos, tomou coração a virahalroaros baleis comvinte pan osque tinha, alreuondosena muyla gentequetrazia,e chegando“ pouco e pouco as í como crecía maré , chegárãodíanlemesque cria mais pequenos . O Capitão mór,pormostrarmais esforçomandou m aroonm os pan os ,dequevinhão [antas [fechasqueoobriâoos baleia, com ([DeDefarão ajunlandomndehum tiro perdidodeu no poraod'ElBey ,que lhefez muy grandemedo, esedeixop ficaratrás, masa peleja toy taldos tirosd'ambas as partesquenom baúiam om fogo efumo,quede tem; se nom vião os baleis , comque cuidarãoque já os

nossos erão tomados . Lourenço Moreno nom m u: de tirar, e porquea aguoa era já muyla, ea genteda estandeera alargadn, a carnuelladePero Rafael fez ajuda aos baleia, indaqueera longe, assombrahdo os pamos com muylos pelouros porcimadel les , porquecom o fumo Dom pareciâo os baleia,que o Capitão. mórseajuntou com quatro, todos em batalha, tirando tantos tirosqueos começou espedaçar, comque sedeítauâo ao um osromeiros ,queandauâo nelles pegadas com medodos time: oque causouqueos paracecom a corrented'agoavierâo cayrsobreos baleís , e ficarão abalroados , comqueca sarão os tirosdelanorare6carão os nossos ás lançadas . aoqueos imi'gos darão grandes gruas, aoque lheos nossosrespondiâo com tantas panellasde poluem ,que ondechegauão todos sedeilauão ao mar. Comque0001 houve tanta brigadasarmas eos nossos entrarão os paraos,que todos etão juntos com a cor".renteda maré,quecom os bateis se(Drão cheg ado pera terra, assi onvul tos hans com outros , mas o Capitão mór, eseu ll lhodiante, e todosos Portugu esqueestauão folgadosdos braços , trabalharãoem tal modo,,queos aterão togit , sómentequatroquenom quiserão,quese [ot ãoDom ElBeydeRepelím seu Capitão mór. Os nom ,vendose liuresdela.

manho perigo,dauão grandes gri tasde louvores de Nosso Senhor. Aqui(Drão mortosdos nossos tres , emque toy hum João Sertão, dehum pelouroque lhedeu na cabeça , eoutros muy los'feridosde(rochas .

O Príncipecom todaagenteeslauâo na bordad'agua, aguardandoqueo Capitão mórdesembarca m pera oreceber, mas ellenom curoudisso, ese[oy â estandeavisitaras caranellas ,queDom passarão tanto trabalhó .

DUARTEmen eammm DO MAR , ANNO DE 1 5 01. m

Porão correndo Ieuaresta boa noua a EIBeyde Cocbym,que logoveo comodoudodeprazer, comquese-ajuntou o Príncipe,que“

lhemos

lrou a gentemortaque ficara no vão.

0 Capitão mórdeixando lodo o bomrecado ,que era jadepois deveepora, mandou hum halal com os mortos á lranqueiraque os enterrassem, D 08 feridos pera serem curados,que pas auâode trinta ; então se

toy a terra, onde chegando,remel leo com ElRey , eo tomou nos braçosealeuanloudo chão, bradando : « Cocbym ! Cochym !vina ElRey nossp« Senhor! ElRey , eoPrincipe, c elodaa gente bradando : Portugal !Portugal ! ElBey chorando com muyto ª

prazor; comquese (otão pera a

Cidade, ncando o Principe em seu posto com Lourenço Moreno , comoes laua. O mouro MameMarcar, pormostrarfesta, mandou às caranol lascomerfeito ao seu modo em grandeauondança ,queomandou elle,

fazer,wendoque com a pressada peleja o nombguiâode fazer. O Capitão móres leue com ElRey hum pouco, e serecolheo aos bateis, e se foy tranqueira, ondeo feitortinha comerfeito pera todos .

Logó veorecado ElReyqueda gentedo Çamorym erâo tantosmortos , e feridos ,que pareciaque a guerra era acabada , segundo o Çamorym estoma m iado , eençarradoqueninguem ovia , eporque seu irmão estaua pera morrer: comqueElReydeCochymmandaua fazersuas,

tes las , oqueassi faziào os nossos ,que quando lhe leuarão o comerastauâo foliando ;deque os Mouros estauâo muy espan lçdm .

Pormandadodo Capitão mór, Lourenço Moreno mandourecolheros pan os sãos ,que fotão oito, eaos quebrados pôs o fogoneoolhendo ostirosd'amlharíadelles ,que cria muytos ; ea gentedo Príncipepos oua Palimbâo

'

, o moolherâo odespojo dos mortos , emque acharão muylacoima , emórmenlo suas armasque Iem ua quem queria, porquecomo jádisse as nom n e

'

slimauâo, nem guardam ElBoy , porque um crio ganhadas porguerrad'armas , segundo o tiubâo porseus costumes .

Demenos na copiodeQ], n eoúmaua o Aj .

1 01 0 l .

m Du m aPACHECO , CAPITÃO DO MAR, ANNO DE 1 5 05 .

CAPÍTULO XX".

como çú onm nvscov, E Dam on cm os mm com ; DS Rostos Pon

movm mos Doe novaes , Dos m a m as QUE m u l o'

bs em m

Da am m , B o m m m cw m sa Danna! mmmal o mzs

BAI ATADOS .

Ewo çamorym com seu grandenojo selm em huma lem juntodenepeliw,

tree legoasde Cocbym, onde tinha seu irmão Dada ªia pera morrer,de huma pizaduraque lheBm huma pedradas mquas percimad'am adurada cabeça, eDom enlraua ninguemraiarcom ellesenão os

arrenegados Iphanos ,que lhedaaâo muytoeconfortos seus males ,dizendolhequenada tinha perdidodesua bom , pois tinha tanto trabalhado porella ;queassi acontecia polo mundo a muytos PrinoiDes egrandesReys ; equeel les linhâo já feitos os castel los pera queimaras eamuel las ,que nom haueria quem lhodefendos se, equeportanto Dom esti

'

um eassi

ençarrado como homemdesesperado, masquesemostrassemuy tomais esforçªdo ;dizendoqueagora hauíade começara guerrade nono porquejá as cbuínas erâo pouquas . Baião consul tado com o Çamorym, porqueos Moums a isso seol ereoião, mandardeitarpeçonha Dos poçosdºaguoaem Cocbym, comque matam todos os Portugueses, e m y tambem.

mandariâo Nain s dissimulados ,quematassem os nossosque achassemporRSra polos palmares , porfóra '

da pouoaçâo . O Çamorym dissequefizessem quanto quisessem,queporisso lhe faria muy tas mercês . E nestecomemos o MangueCaimal , eo Caima]de Primbalâo, eodeDíamper,lodos haueudo s eus conselhos ,vendoqueo Çamorymdecadavezbia empiorando em suas cousas , eque os caslel losque os I tal ianos fazião emvento , -eenganos , eque era já entrado Agosto,quepodião chegaras mos

do Reyno, e com muy la genteque podia virlhe hirião queimar odeslroirsuas térrea, seos ainda achaseemda partedo Çamorym, porissose fot ão logo pera suas tem as com muyta genteque línhâo, donde logomandarão a EIReydeCoohym suas c lasd'obediencia, equese lomauâopera o servirem para sempre, sem nhoqua mais em seus dias ajudavamao Çamorym, e nas Dias seus juramentos , segundo seus costum e, pedindolicença pera lheirem falar; comqueElkeymuy to (01300 , eo falou com

m DUARTE PACHECO , CAPITÃO DO MAR , m o DE 1 5 01.

peçonha , e matarhomens à traição,quededia peleju âo com el lo no

campo como m al leiros . e el le como ladrão andam com traições,quetodas com el leBoauão ;quesonha »certo ,quepara el le tinha feito humcaluele, emque o hauiademandarespetarpolopowdeíro,queportantofogísse,queo nom tomam nas mãos , porque isto lhe haviade fazer.

Hum mourode Coohym tomou atmuimento, sendo grande marcador, a 5?auenlurarfazerhuma '

lrúçâo, e so carteou com o Çamorym,

dizendoquemandasseestarsua armada em cilada em huma w tapam ,que nom fosse xislados nossos , eque olha mandaria virhum tone wucarrégadode pimeule,que o mandasse—lomarpordous pomos , aoqueacodirião os nossos baleia, que sayrião os param da cilada, equepoderia serque lhefariâo algum mal . Oque o Çamorym logo mandou famzerprestes quarenta paraos bomannados commuyla gente. O mourodaImiçào toy dizer ao feitorqueesperam porhum toneseu,quevinha carregadode pimentaque lhedêsse huma bandeira pera Ií'azer0' tone,queM uia medoquevos nossos o lomowem, e fizessem mal aos homensqueoIrazião . Oreitor, nom Dayndo naroindadedo mouro, lhedeu a bandeira,eo disse ao Copilâo mór, o qual enmdeo logo a traição, e d issequenom Dra lwcessarío bandeira,queel lebiria com os haleiªdarguarda aoIone. O mouro disseque nom lomasse tal trabalho,queera escusado ,queDbaslaua D bandeira. 0 Capi tão mórlhedisse: «Mouro, bandeiraquerçs pera sinal . Olha não te lomºem algumaroíndude, o lena ban

deira,quehed'ElBey meu Senhor, e ,

sabeque sobre el la mom my .

0 mouro foy com a bandeira , e a Icy pôrno tone,quebaniudeviraooutrodia lernoriodas camuel las , oqueassi foy . Mas o mouro , porseEboobrírdesua traição, seveo diante em huma almadia pressa .dizerao Capitão mórquenom saysse fôradorio, porquaes lauão muytu pan osarmados , * e indaque tomassem o lone, elle antes o queria perderqueverporisso peleja, nem lrabalho . O Capitão mórlhedisse: «Se isso»

« assi be, porquenem trazias a bandeira?»Disse o mouroque lheDomlembram com pressadelhelrazerorecado. O Capitãomó: memo o mourono seu parao, emque sempre andaua, e lhedisse: « A bandeira sen u

a tomarem, eu heydeirmorren sobreel la , eportantohirâs comigo perame ajudar. Deque o mouro houvegrandemedo, e logo quisera falar

a verdade, e com medo nom ousou ; mas o tom) aparecendo sayrâo dousparaceao tomar, aoqueo Capitão mórmªndou Pero Rafael no seu ba

DUARTE PACHEGO , CAPITÃO Do nun, ANNO DEm x. ass

tel , o qual foy pelejar-Dom os pan os , eo Capitão mórcom outros tresbateisdeJoão Rodrigues Badarças , edeAntonio Fernandes , edeseu filho,eelle no parao, eDiogo '

PiresdeMel lo em outro, fotão em suas costas .

08 pan osde Caleout pelejarão com Pero Rafael , tomando a bau

deirado tone, oque vendo o Capitão móraoodíorijameule, todos em orãem,que chegando, os parace se puserão emdefensa, aoque sayrão osda cilada ,quenom chegarão tão perloquejá os nossos os tinhão tomados , eenxorados , eos Mourosdonos a nado pelo mar, e a bandeira lomada Mas acodindo osque estauâo Da cilada , com suas gritas,remandoquanto podiâo, oquevendo o Capitão mórrecolbeo o bate!de Pero Rafael , e todos jun tos em batalha, se tornourecuando pera a camuel la.

Os Mouros , sendo perto ,derâo grande çurriadade tiros, e fmohas ,epedrasde fundas ,queEra ardilquedarão os arrenegndos ; mas Ca

pi tão mó: lhefez talrecebimentoque“dosdianteiros espadaçou [res , elhematou o feria muyta gente, em tal modo,quepesandolhe serem os dianteirosquiserâo voltar, ue. vierãodar90e el les osquevinhão atrás ,que seembaraçarão huns Dom oulros , comqueos baleia tiuerão tempode lhe fazerem grandemal com M alharia, esefotão chegando pertodacan uel la ,quechegando os paraos tiro,da carnuel la com as peças grossas lhe âzerão tanto mal ,quevol larão se tornarmuydesbaralados : Doqueo Capitão mórlhe tornou a seguiralcanço hum pouco, e se lornou porqueos paracemaisremanâo . Então mandoudarmuy los açoutesno mouro, atéque confessou a traiçãoque ordenam ; o qual o Capitãomórmandou menorno toneda pimenta, e lhe mandava pôrD_fogoaoque chegourecado apressadodo feitorquenom 62035 0 mal ao mou

to .queBIRey hia a grande pressa lho pedir, aoque logo chegouBllley ,que grão pressa foy sobreseu alifanle, e tomou o mouro,rogando ao Capitão mórqueo perdm , porque. lhe tinha grande amor,queo criaradesdemenino ; deque0 Capitãomórsemostrouwuyto agaslado, mas o mouro leuana já bom pagodos açoutes . Comqueo Capílâomórm foy á lraaquoira oom Da outros adescansar.

Nesta peleja hum pelourodeu no hombrede hum portugues, e o

derrubou, fazendo sómente huma pisadnm , e passa g efoydarno bordode hum bate] , o o passou, emqueNosso Senhorquis mostrarseu milagrequepelejaua polos Dom a,que nesta guerra andauâoCalholioos Christâos confessados , ecommungadoo muyías vues

t se DUARTE PACHECO. (muioDom . m oDE tm .

Os m epdm lulhm m dm m mnmdomú ún , tunadossobre grandes tones, wuyto (odes ;dedona cobrados, com Andamos porfôra emque genteMui:depolejar, eperda m oheoado lonha, emaleriaesdefozo,que chegando às m udlas a genle sodeihria ao marpondo o fogo nos malerin sw porquehauiâodem impedinmoquenom pam ms mm everm eomquo oa Dm m awdos osrioe,dequem l loum jâ tinhão aabido, seordaurí o oilo oalures . âanios compridos com muy toeremos ,quecom grandetorça, ecoma correnteda maré , 'quedepreumarfioauâo os mastos debaixod'aguoadous palmos ,queaba lam porqueos tones nom demandam m it am ,

equecomo o fogo fosso posto nas can a lizam Çm ovym comma genta

daria Da esuoada. epassaria,queos bah ís Ibo Domdefenderião, porqueapós os oas lel loehauiâodo hirtrinta paramde peleja. Do M u sh cousa

o Capitão mórtinha unica, ecom muyto segredodeu uniao aoc mmdas carauel lu ,qua liueeaem bom banqueaai como m a marélarwsem os cabosque eslauâo dados nos mame, em la] modoquedeproa marficassem nobre agitou. Então mandoudizerao Príncipeque. com sua genteestiuesse com boavigin em guardrdo passodo vãodoPalimbão epós detrásda astaadn quatro pan osda masdos Mouros .«que tirauâo t i ros grossos com toquesdedadosde tem ; emendou [awdentro na feitoria grão numerodeabrolhosdeferro wuyto mendes , compontas muy agudas ,quemandou leuarás earauel las ; emandou a seu

lí lho LisuartePacheco comvintehomens ,quelomul o m estrepes em baldesde couro, oe£oesesemearde noile,quo nom foneseDtido, ç osdeilesse periods terrad'anlre oebaleis g '

andes pen a esm porfónd'aguon :doque tonebom cuidado,quevindo huma cbuiua grandetoy.fazera semem iradoeabrolhos ,queDom foi sentido, e se tornou seu

bala!,que todos, eas caranel las . estauâo muy oonoorladosdoque compria.

EtileydeCoohym, sabendo o grande combatequeo ÇamorymdelerminadamenleM uiadeda '

com os cash llos , e ellepassareslacada ,e sobreisso morrer, oqueos Mouros lhemuyto oartifia uâo com grandes medos , mandou perhum seu Begedordizerao Capílâomór,que lhemuy lo fogem como amigo,quem mm ma penso: , o mniequepu.

ª lia 3qfala . o com hoavigia estim a m sua gente. Ai.

is8 DUARTE PACHECO , CAPITÃO DO MAR, m oDE um,rio os Mouros, mas como el les noauão sobi'ê o fogoque os queimam ,

nenhumremedio liuerâo senão saltarao mur, peru com agua apaga “

o

fogo . Os marinheiros , dado o fogo, sefarão peruas caranel las , ” dosnos cabos . Com a claridadedo fogo sendo vistos os castel los , das Darthuel las e baleia lhe tim ão tanto medo,queos pan os Dão ousarão chegara l hedarcabos para os tornarpera trás , porqueos pelourosqueacerlauão os pan os logo os m ªio no fundo . O fogo, [m uda sua obra, pogou nos tones , oomque foidarnos materiaes , oomque logo todos osMouros sedoilárão ao mar; e sendo o fogo muy grande fazia grandeclaridade como se fôradedia, comque os nossos occupouão o'E pelouros sobre os pan os ,que já o dia hia exclarecendo,que o Çnmorymcuidouque as caranel las ardiâo, a o com grandes gri las e tangores , agrande corrida gnnlevierâodemandareslacada, mais sendo perto , agente começou a cayrpolo chão encrauados com os abrolhos , eoutros1110t quo '

paasauão porcima dos caydos,que sendo perto dt est;cada, . tirandolheus Ds falcõesqueestauâo peranlre os pães , eos tirosgrossos com asroquas , eassidas Damnellas , da primeira chegada cayotoda a gente, ficando em pé muy pouca,que tornauão fogíndo porondexíerão,que se tornauâo a enorauarcom os abrolhos . O Çamorymveoperautre o palmaraté chegarà vistada eslamda,que : vendo ia

gercayda no chão tanta gente morta e ferida nom apreliou mais hitáuanle, mas logo fez vol ta sem aguardarmais , e andou até meodia ,que se recolheu Cranganorjáde lododesesperado, . e sem»sabermais oque se passam se partia ao oufrodía pera Calecul , despetjiudotoda a gente,quese fosseporondequisesse, emandou ,

seu irmãoquesefosse à cidadedo_Calecul , e lhedeu uma olaque lheobedecessem Domo

Reg atéqueel le fosse, edesapamoeode toda a gente, e se toy motorsem'

crelamenleem huma casadepagode, dizendoquealy baniudemorrer,e nom queria mais serBey ; oom_que todo assi ficou porhansdias .

Os Mouros deCaleout se sayrão pororio deCranganor, ese totão a Calecul , emuytos se fotão a Coulão, onde linhão seus irmãos , eseus pays , e filhos , dando pressa carregarsuas mos para se partírem pera Mequa primeiro ijue chegassem as mm do Reyno , nemquesayssearmadade Cocbym ; e cultos Mouros se fotão Cananoronde

«viu seneh: em ambas as copias . u nem. Idem .

DUARTE PAcEEco, CAPITÃO Dom n, ANNO DE um. 589

se souhmi o os malesdo noydeCElocut . Andando em Coulão neslo ne

queos Mouros andante alvorawios ,queos nossos nom ousauâo sayrdafeitoria . O Comí o mórnom aoodio logo a ioao alé nom termny la oerleu deoomo o çamorym eslaua no pagode, eseu irmâoregia a CidadedeCalecut ; então mandouviras carauellasda estacada, e se fez presteépera acodirCoulão, para oque ordenou o Dauio emqueel le foy , em eamuellas seu filho, eDiogo PiresdeMello, ePara Rafael ,que nemquis ªm , eRuyde Mendanha, emqueembarcou genteque eslíueran'

a-

lmnqueira com o feílor,quenom estauão lrabalhedosda guerra,quecustoudos noe'eosquorenta e tres homens,queos mais del les morrerãopor'desmmdªdosquelim 'âoestando feridoe, etambem ãoatâoalguns aleijados . E Ellloydo Coohym teue cuidado, esoubeem verdadequeo Çamorym perdera Desta guerra m niede vintemil homens, Naima, eremeims , emuytosque ficarão aleijados , aoquewuyto ajudoudoençadecorrem Do tempodo innerno, ebexigas ,dequemuytos mamão, aíóraoutradoençaqueera'

como supilanea ,quedann na barriga humador,queDomduraua hum homem oito horas acabadas .

CAPITULO XXIII.

CO I O Dun nrmm orowA cool .;o con cmooo VELAS B'Alnl ADA conDam m nom , E o 001: n

'

m ; ouDE m m o LEErot MomQUE BI ÃO M AD“ AS m os Do mmo, E 88 Dom o A Docum .

E Duarle Pacheco, Capitão mór, oomo lena presles seus muios seemhnrcou, leuando duzentos homens , e os nauíos com os Capitãesque jádmc , e partiedeCochym a seted'Agosto,queinda boni: algumas chaiuas

, echegou Coulâp, onde no marachou oinquo am deMouros ,grandes ,que oarregauâo pimenta edrogas gram presa para se portirem pera l lequa, ªntesque noesas naos cbegm omdo Beyno,que oo

l ourosdeCalocut tinrâo lá esta carregnçãomorqueem Calecut já a nxopodiâo fazer, com determinaçãode hirem Calma!, etomam suas mo

lberes ecasas , eas embarcamm, eaehirem,

'

em âne ta nbem seembarcauão outros mercadoresdeConlão.

Sendoassi ohegadobuarlePacheco com m am ada oeNoam hou.rouo 62

m DUARTE PACHECO , (mmm DO MAR, m o DE n o:.

verãograndemedo, e logo começarão aeeafu n da hm mm !»melhorpoderem íu erâvehqm do soqum m . Oque m do o Ctpi

tiomórlhem ndoudit u nooeuequife,quo suas naos nom holiasemdomestauâo, senãoque lhu mandaria queima , eoo hloum nom bolívia comellas , emandou cbunaro feilorAntoniodeSá , em doudim aoa Be

gedoresqueel levinha al y pen locarfeitoriad'ElBey ,que lha mandam m enlregaraaai em paz asei oomo aly a trouxom n oqueos hegedores lhemandarão seu m daqu ehes h l nom podiâo fam m m

dadoda Raynha,quejâ lhe linMo mmdado m do, oomode fá to logoRaynha mandou húm sou gwdn mór, bomm principal , dizendoqua

lhepm m muy lo virassi menonoorio'

a lhequom tinra fêitomdemlen a,que nom linln mú o, porque aoded o mah mm hum pom

gua ,qneellodem acaua , equedh ao aouben o momque o m h n ,

dh c mamo lhem dau à mnquodh estam pm lu m wda amizado ; o_maldm aoo llegedomque âm tudo oquo eno mandu se,quo l ssi mru âo, pois eBeqmbn nhra a soberba ªo Çamorym. E oom

m m do foy ao marhumdos negodom oom pm eutodemuyto mfresco, queo Capitão mórlez M ya honra,queixandoeo com el les deassideixarem os Mouros andarem tão soberbos na terradequeerâo se

nhores ; o Regedordandolbemuytasdesculpas ficarão mimo amigos,dizendoque& Raynha, mundanaquefizesse tudo quanto ellemandasse, equeassi o h l ía O Camlâo mórlhodia eque Dquerh m is seaâoqueguardusem a honrada naynha,qm m eomyrirooq ua as

lauâo a n ulados , e Dom wusantiseem as maldadesdos Mouros , porquenom lhecansa m virmal à terra, eque olhassemqueos Mouros farãomm a mwçâa a á adedeú m n mwmal m m a o çamorym, eque olham quanlo bem unhão na lern oom a paz eboa

m iuda,que tinhâo m m , e nomquebrasaem porm oa conselhos ,e tn içõesdos Moum ; epois estan con ta ndoque nenhum pimenta,Dea dman; DWnom a m pria naquouo porto aonão I—Irl leyde portngd, quem lho eonw eom, porquo m huua oousada hâom hauiâo

dewm w hlm ehuhão foilo em em '« lhe deixarcarregar

nªdª ; (“ ºPºl?h i lº lhemaldaauquea ma sse.

ªdesembarcar, een.

lmgnssem Da feitoxía, e lhas maria a (citar, oqueseos Mouros o Dom"qm Ma do Aj .

m DUADTE PACHECO , (m mo na um , m eDE n o:.esepu tiasem, porquealy nomqueriaqueestiueesema orquo a biaque e l les erâo moraãom em C&leout , enom lteqneimaua aly m naos ,

ponquecatauâo ondem uio ;queso ,pnrtiesem logo, enom Dam m

mais , porque-so fôra d'aly os wham os Inuiadequeimu , elhedoude:diasd'espaçoque se as

'

si estando lhe chegou nounqueetão vindas as n osdo Beyno .