LIVRO - Formei-Me Em Publicidade e Agora

8/8/2019 LIVRO - Formei-Me Em Publicidade e Agora

1/71


2/71

Formei-me em Publicidade.E agora?


3/71

A Editora Nobel tem como objetivo publicar obras com qualidade

editorial e grfica, consistncia de informaes, confiabilidade de traduo,

clareza de texto, impresso, acabamento e papel adequados.

Para que voc, nosso leitor, possa expressar suas sugestes, dvidas, crticas e

eventuais reclamaes, a Nobel mantm aberto um canal de comunicao.

Entre em contato com:

CENTRAL NOBEL DE ATENDIMENTO AO CONSUMIDOR

Fone (11) 3933-2822 Fax (11) 3931-3988

End.: Rua da Balsa, 559 So Paulo CEP 02910-000

Internet: www.livrarianobel.com.br


4/71

Formei-me em Publicidade.

E agora?

Dicas para o seu primeiro empregoem Propaganda e outras reas

Tas Leo


5/71

Leo, Tas LobatoFormei-me em Publicidade. E agora? / Tas Lobato Leo So Paulo :

Nobel, 2001.

ISBN 85-213-1144-3

1. Empregados Manuais 2. Empregos Habilitao I. Ttulo

00-4443 CDD-331.125

Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

2000 de Tas Lobato Leo

Direitos desta edio reservados

Livraria Nobel S.A.

Rua da Balsa, 559 02910-000 So Paulo, SPFone: (11) 3933-2822 Fax: (11) 3931-3988

e-mail: [email protected]

Coordenao editorial: Mirna GleichAssistente editorial: Maria Elisa Bifano

Preparao do texto: Marina AppenzellerReviso: Marta L. Tasso e Maria Aparecida Amaral

Capa: AG DesignFotos de capa: Photodisk do Brasil

Composio: FA Fbrica de ComunicaoImpresso: Paym Grfica e Editora Ltda.

PROIBIDA A REPRODUO

Nenhuma parte desta obra poder ser reproduzida, copiada, transcrita ou mesmo

transmitida por meios eletrnicos ou gravaes sem a permisso, por escrito, do editor.Os infratores sero punidos pela Lei no 9.610/98.

Impresso no Brasil /Printed in Brazil

ndice para catlogo sistemtico:

1. Primeiro emprego : Trabalho : Economia 331.125


6/71

Prefcio

Este um livro dirigido a estudantes e a recm-formados emgeral, dando um enfoque especial para a carreira de Publicidadee Propaganda. um guia para que o iniciante se mova com se-gurana no mundo novo que comea a conhecer: o mundo daprofisso.

uma obra sem similar no mercado. Escrito por umapublicitria com experincia em treinamento de estagirios, tratadas situaes comuns queles que se iniciam na profisso. De for-ma consistente e prtica, ensina aquilo que nem a escola nem osprofissionais mais tarimbados se ocupam em transmitir ao apren-diz, situando-o na atividade e inspirando-lhe confiana.

De maneira gil, verdadeira e generosa, a autora enfoca asdificuldades comuns a quem comea a carreira publicitria e en-sina como lidar com elas. A incerteza quanto ao prprio talento

ou vocao, o estgio, a conquista de um emprego, os atributos doprofissional competente, o ambiente de trabalho, regras de com-portamento e perspectivas da carreira so alguns dos temas dolivro.

Formei-me em Publicidade. E agora? um manual deadequao e de sobrevivncia no mundo do trabalho, til no s aquem se formou em Publicidade e Propaganda, mas tambm a

todo iniciante numa carreira profissional.Edmundo Bravo


7/71


8/71

Introduo

Esta obra para voc, estudante prestes a entrar no mercadode trabalho. Ela contm informaes e vivncias que, espero, po-dero ajud-lo a se situar e a transitar em um mundo novo, queconhecer assim que comear a fazer estgios e a conviver com osprofissionais da sua rea.

So orientaes, reflexes e pontos de vista meus. Muito doque encontrar aqui talvez voc j saiba ou no seja realmente uma

novidade para voc. Mas importante rever, relembrar e avaliar oalcance de certos comportamentos, a fim de que tenha maior se-gurana ao entrar em situaes desconhecidas.

A idia de escrever este livro surgiu quando coordenei o Pro-grama de Apoio a Novos Talentos, projeto de treinamento de esta-girios realizado pela CasaBlanca Comunicao e Marketing, em1996. Na minha convivncia com eles, percebi a necessidade de

elaborar um manual que lhes oferecesse orientaes sobre a profis-so, as relaes no ambiente de trabalho e a construo da carreira.Para tal, utilizei minha experincia em atendimento em agnciasde publicidade e como professora no curso de Publicidade e Propa-ganda na Pontifcia Universidade Catlica de Minas Gerais.

Espero que este livro lhe seja til e que voc seja to bem-sucedido quanto esto sendo os estagirios que participaram do

Programa de Apoio a Novos Talentos.


9/71


10/71

Sumrio

1 A profisso 112 O que ser profissional 13

Conhecimento tcnico 13

Conhecimento do mercado 14

Respeito pelo negcio e pelos pares 15

3 O bom profissional 17Curiosidade 17

Disciplina 18

Sensibilidade 19

Flexibilidade 20

Versatilidade 20

Educao 21

Cultura 22

Saber Portugus 23

Respeito pelo negcio: o seu e o do cliente 26

Respeito pelos que exercem a atividade 26Humildade 27

Noo do valor do seu trabalho 28

Negociao 29

4 Recomendaes a um iniciante 31Construa sua reputao e zele por ela 31

Competncia 31

Discrio 32

Seriedade 33Educao 33

Disponibilidade 34


11/71

10

Pacincia 34

Disciplina 35

Bom humor 36

Trate todos como se fossem seus clientes 36Adote um nome 37

No estgio 37

O que ambiente profissional 38

Aprenda os cdigos 38

Busque modelos 40

Como se vestir 40

Como se comportar 42

Como participar de uma reunio 42

Se voc for convocado para uma reunio 42

Se voc for convocar uma reunio 44

A convivncia em grupos 44

Falar ao telefone 46

No elevador 46

Em palestras 47

Em eventos 47Com os colegas 48

Lazer e trabalho 49

Os relacionamentos 49

A concorrncia 51

As oportunidades 51

Para sempre 51

5 Dos planos e prazos 55

6 O bom chefe 577 O bom patro 598 Da demisso 619 Do novo emprego 65


12/71

11

1

A profisso

Na maioria das vezes, escolhemos um curso universitrio pelaatrao que o assunto de que ele trata exerce sobre ns. Por exem-plo, a gente opta pelo curso de Publicidade porque gosta de pro-paganda, especialmente das campanhas de televiso. Nossa es-perana de que, no decorrer do curso, surjam possibilidades deexercer a profisso e, assim, de encontrarmos a rea de nossapreferncia.

No entanto, com o passar do tempo, comeamos a sentiruma angstia terrvel, sobretudo se, ao contrrio de alguns cole-gas que j se definiram, ainda no sabemos a que rea nos dedicar.

Se voc est nessa situao, sugiro que procure estgios emreas que o atraiam, mesmo que apenas superficialmente. Assim vaiconhecer melhor o assunto e ir definindo seu rumo. No pense queestar perdendo tempo ou sendo explorado. A simples oportunidade

de verificar suas aptides j vale. O importante que voc encontreaquilo a que quer se dedicar. Dessa forma, poder at tirar mais pro-veito do curso, pois canalizar sua curiosidade para um determinadotema.

Mas e se, ao final do curso, apesar dos estgios, ainda noestiver convencido sobre o que fazer? Se no vai desistir de exer-cer essa profisso, se no vai lanar mo de uma carreira acadmi-

ca como subterfgio, nem fazer uma especializao apenas paraescapar da angstia de uma definio profissional, empregue-sena primeira oportunidade que surgir. Agora no se trata mais dese dedicar a um estgio, mas de entrar em um mercado, de fazer


13/71

12

parte de uma roda-viva. Depois de formados, se no estivermosenvolvidos no mercado de trabalho de maneira formal, dificil-mente novas oportunidades surgiro. Nesse momento voc deixade ter a proteo do papel de estudante e ganha a identidade deaprendiz de uma profisso. Se no estiver prximo daqueles quenela atuam e do negcio propriamente dito, no ter acesso rpidoa pessoas e a oportunidades de progredir em um territrio novo.

No tenha medo nem abandone suas dvidas. Enquanto es-tiver envolvido em um trabalho ainda que ele no seja toestimulante , a sua forma de perceber a realidade e de se auto-

transformar podem ajud-lo a descobrir novos caminhos e prefe-rncias. Por isso, mos obra.

Antes de encerrar esse assunto, gostaria de dar-lhe mais umasugesto. No desista rapidamente. Tudo mais lento e maantedo que voc imaginava. No quanto aos prazos para a realizaodas tarefas esses so sempre curtos. Mas em termos do reco-nhecimento da sua dedicao, da remunerao pelo seu trabalho,

da forma muitas vezes improdutiva que as empresas adotam pararesolver seus negcios (voc no entender por que ela no perce-bida e modificada pelos profissionais que esto no comando). Omundo profissional, s porque tem esse nome, no necessaria-mente povoado pelas pessoas mais inteligentes, mais aplicadas, maisresponsveis, mais interessadas pela excelncia do seu desempenhoe do negcio em que esto envolvidas. Esse universo habitado por

elementos movidos pela sobrevivncia, pelo talento, pela perseve-rana, pela ausncia de opo, pela proteo que recebem de alguns,enfim, no uma comunidade homognea, nem excepcional. Lem-bro que essa observao no se aplica somente rea de Propagan-da e Publicidade. O mundo do trabalho assim. Porque, acima detudo, ele o mundo em que todos ganham o prprio po. A neces-sidade de sobreviver materialmente supera a necessidade de reali-

zao pessoal e profissional.Sobretudo, no tenha medo. Confie no desejo que teve aoescolher essa profisso.


14/71

13

Voc concluiu o seu curso. Est, portanto, apto a exercer umaprofisso. Mas isso no o faz um profissional. O que o tornarum profissional a soma de vrios requisitos. Vamos apreciarcada um deles.

Conhecimento tcnico

Obviamente, essa a caracterstica bsica que distingue umleigo de um especialista. Logo, profissional aquele que domina amatria de sua profisso. Por exemplo, em Propaganda e Publici-dade, que tipo de conhecimento tcnico relevante?

A universidade d-nos a base desse conhecimento. Mas eletem de ser construdo sistematicamente por ns. Esse um dos

patrimnios que devemos formar para nos valorizar no mercadode trabalho.Propaganda e Publicidade. Essa rea no cincia, tcnica.

Por mais que o aluno ou o professor se esforcem, fica difcil acre-ditar que esse um assunto profundo. No . prtico, dinmico,exige sensibilidade, talento, domnio de alguns instrumentos, mas razoavelmente superficial. O que no implica consider-lo fcil.Cuida do consumo, do fluxo do capital e, com isso, situa-se naesfera produtiva da sociedade. Por isso, entender de administra-o vital para que o profissional de Propaganda e Publicidadetenha uma compreenso mais abrangente do negcio em que atua

2

O que ser profissional


15/71

14

e do alcance de seu trabalho. Isso lhe dar uma viso das possibi-lidades do negcio oportunidades, segmentos de mercado aexplorar, abordagens, etc. , argumentos mais consistentes e in-teligentes para a sua presena no mercado, raciocnios mais fun-damentados e interlocuo melhor com os anunciantes. Em sn-tese, soma o arrazoado ardente do profissional talentoso a pontosde vista embasados em critrios e referncias mercadolgicas.

Assim, se voc deseja fazer ps-graduao ou graduao emoutro curso, prefira a rea de Administrao combinada comMarketing e Comunicao.

Conhecimento do mercado

Voc est se iniciando numa profisso. Convm saber quemso os profissionais que se distinguem em cada rea dela, na cida-de em que voc trabalha, no Brasil e no mundo. Isso importante

para que comece a ter referncias do tipo de trabalho que essaspessoas desenvolvem e da opinio que o mercado tem acerca delemesmo e dos elementos que o compem. assim que principia-mos a elaborao de critrios prprios.

Algumas profisses caracterizam-se fortemente pela vaida-de de seus integrantes. Certos negcios carecem de mitos, nomese estrelas. A Propaganda e Publicidade uma atividade que fabri-

ca seus dolos, fomenta a vaidade de seus profissionais e carregauma aura deglamour.Essa uma das razes por que voc deve procurar aprender

o que se chama competncia. Para saber discernir o que simplesbajulao de um nome conquistado graas a um trabalho desen-

volvido sempre com qualidade, critrio e seriedade.Outro motivo para conhecer o mercado o fato de voc es-

tar comeando a situar-se em um mundo em que talvez venha atrabalhar pelo resto de sua vida. E cabe a voc dimension-lo des-de o comeo. fundamental saber os limites desse mundo, paraque os possa atingir e at mesmo romp-los. Da a necessidade de


16/71

15

ler as publicaes relativas ao negcio, saber suas tendncias, co-nhecer as caractersticas dos profissionais, acompanhar aspremiaes dos festivais, assistir a palestras, fazer cursos, visitarempresas, tentar, enfim, obter uma noo bem ampla do que aPropaganda. Assim voc conhecer as suas limitaes e as suaspossibilidades de inovar, de agir e de se afirmar nesse mundo.No pretensioso pensar dessa forma desde o comeo. umaquesto de lucidez e de ambio. Se voc deseja o xito, precisoter planos e prazos para realiz-los. E desse jeito que se comea.Mas trataremos disso adiante, com mais vagar.

Respeito pelo negcio e pelos pares

muito importante ter respeito pelo negcio em que se estatuando. No se menospreza aquilo de que se faz parte. Se vocest descontente a ponto de maldizer o mundo em que ganha seu

po, saia dele o mais rpido possvel, antes de se tornar uma pes-soa pesada e amarga.

Voc pode e deve avaliar sistematicamente sua atividadepublicitria. saudvel questionar as orientaes da empresa, dachefia, dos colegas e a sua prpria conduta. Assim que nosreposicionamos, buscamos novas oportunidades e evolumos comopessoas e profissionais. Entretanto, essa uma atitude que deve

ser interior, particular.No ambiente de trabalho, voc deve procurar ter uma con-duta respeitosa com relao a tudo e a todos: aos colegas, aos for-necedores, aos clientes, ao pblico e a voc mesmo. Lembre-se deque, por mais descontrado que seja o clima da empresa, voc est

vinculado a ela por uma razo simples e bsica: a sobrevivnciadela e a sua prpria. E isso merece respeito.


17/71

16


18/71

17

3

O bom profissional

Muitos so os atributos de um bom profissional. H algunsque distinguem o simples profissional do bom profissional.Curiosidade

Como foi dito anteriormente, o conhecimento tcnico

bsico, pois distingue o leigo do especialista. Mas a curiosidadesistemtica o combustvel que sempre impulsionar o profis-sional, ajudando-o a construir seu conhecimento. Voc pode per-guntar: Curiosidade em relao a qu? A tudo. Lembre-sede que Publicidade e Propaganda no cincia. uma tcnica ebebe de muitas fontes. Vive de transformar abstraes (idias)em matria (comportamento e dinheiro). Assim, desde j, per-

mita-se ser curioso. Tudo pode ser alvo de maior observao. Aarquitetura de sua cidade ou daquelas que visitar durante as f-rias, o jeito de andar das pessoas, a luz da manh ou do cair datarde, os livros que esto na moda e os que no esto, o frentistano posto de gasolina, o sorriso da vendedora, o comrcio em suacidade, o atendimento nas lojas de departamentos, o garom norestaurante, o editorial do jornal sobre a notcia do dia, a sujeira

nas ruas, o transporte pblico, as jias na vitrine da joalheria, o jeito do seu chefe, os maneirismos da secretria, como ostelejornais do as notcias, o palestrante e seu constrangimento,o padre rezando a missa, tudo, enfim.


19/71

18

Se voc comea a observar, torna-se professor de si mesmo.Conquista percepes ricas do que est ao seu redor. Aprende aler a realidade alm da simples aparncia. E isso vai ajud-lo alidar com as pessoas no ofcio e a ser um agente sensvel, atualiza-do, com identidade prpria e em condies de criar oportunida-des para si. Mas lembre-se: curiosidade nada tem a ver com bisbi-lhotice. Uma pessoa abelhuda o fim. Ningum perde nada porser discreto. Mas disso trataremos mais adiante.

Disciplina

O ambiente profissional rene pessoas de procedncia e for-mao distintas, que so obrigadas a conviver diariamente. Se vocquer ser respeitado por seus pares e dar boa impresso a todos,seja disciplinado.

Uma pessoa disciplinada d sempre a impresso de ordem

interna, de seriedade e compromisso com o trabalho, de permanen-te ateno s suas tarefas. A disciplina indica boa educao em casa,boa formao. Embora voc possa pensar que isso no conta na suaavaliao como profissional, conta, e muito. So pormenores quefazem a diferena no dia-a-dia. Veja alguns exemplos.

No escritrio, mantenha sua mesa sempre arrumada. Ao fi-nal do expediente, organize os papis. Mesas com pilhas de

papis do sempre a impresso de que o funcionrio no estdando conta do recado. E isso no bom para voc. Tudo o que voc abrir, feche. Tudo o que acender, apague. O

que se liga, se desliga. O que se pega emprestado das mosdos outros, se devolve em mos.

A mesa do colega no a sua. No a use, no se sente nacadeira dele, nem deixe sobre ela objetos que no lhe perten-

cem. O territrio dele e no seu. E as pessoas so muito maiszelosas dos seus territrios do que voc pode imaginar. No bata portas, gavetas, no faa barulho com chaves, com

nada. Um colega ruidoso perturba muito.


20/71

19

Seja organizado e no incomode os colegas com perguntassobre dados que j poderia ter anotado e no o fez por negli-gncia. Ningum secretrio de ningum, e o mesmo traba-lho que o colega teve de anotar voc tambm poderia tertido.

No faa anotaes em documentos alheios. No aponte os erros cometidos por outros nos textos que lhe

forem apresentados, a menos que isso lhe seja solicitado. Vocno professor de ningum.

Sua aparncia tambm denota disciplina. Mas disso tratare-

mos adiante.

A disciplina no uma mera formalidade. De fato, ela ajudao indivduo a manter um ritmo e um sistema de trabalho que oprotegero da desordem, quando acontecimentos em sua vidapessoal vierem, talvez, a afetar seu desempenho profissional. Tor-na-o menos vulnervel no dia-a-dia.

Alm disso, ningum perde nada por ser formal e discreto.Manter uma conduta disciplinadamente contida proteger vocde situaes embaraosas e conservar as pessoas a uma distnciasegura.

Sensibilidade

Comunicao uma rea que exige sensibilidade das pes-soas. Uma pea publicitria tanto mais eficiente quanto maiscapaz de envolver o pblico. Por isso, o exerccio da sensibilidadedeve estar presente no cotidiano de setores como a Propaganda.

E no s no que se refere criao, como tambm no refe-rente convivncia, porque se trabalha em equipe. A atividade

implica estar sempre com outros, e isso exige tato, percepo, afim de estabelecer harmonia e obter sucesso nas negociaes.Entenda negociao no somente como o acerto das condi-

es de trabalho e da remunerao por servios, mas tambm como


21/71

20

as combinaes que temos de fazer com os colegas para realizaruma tarefa. Tudo, no fundo, negociao.

Flexibilidade

O fato de trabalhar com pessoas e com prazos exige flexibi-lidade dos profissionais, pois preciso encontrar solues para arealizao de um servio em tempo hbil. A rigidez pouco ajudanesse caso.

A flexibilidade permite a busca de solues e o estabeleci-mento de dilogos. Ela nos faz bons ouvintes e melhores nego-ciadores. Nem sempre ser duro significa ser melhor numa nego-ciao. Flexibilidade no significa fraqueza ou ausncia de crit-rios. Significa, muitas vezes, saber conservar o essencial para man-ter uma relao ou um negcio.

Aqui cabe tambm um lembrete, a que voltarei mais detida-

mente: tudo na vida pessoal. Por mais tcnicas e profissionaisque sejam as coisas, h sempre um cunho pessoal. Nunca se es-quea disso. Da a flexibilidade ser tambm necessria. Se vocquer se manter num determinado caminho, concesses nem sem-pre so desvantajosas.

Versatilidade

A versatilidade importante, especialmente para quem estcomeando uma carreira. No confunda versatilidade com o ter-mo pau-para-toda-obra. Embora ao iniciante seja solicitado,freqentemente, o desempenho de tarefas radicalmente distin-tas, tente manter claro para os outros qual o seu objetivo. Do

contrrio, pode acontecer de voc ser til, mas no ser nem re-conhecido como competente em alguma rea nem remunerado altura da sua versatilidade. Por isso, ateno. Procure aprendero mximo possvel de todas as reas. Mas no deixe que a sua


22/71

21

competncia multidisciplinar seja desvalorizada em vez de valo-rizada.

Apesar desses avisos, vale ressaltar a importncia da versati-lidade. As empresas hoje exigem que o profissional tenha uma

viso sistmica do negcio e que saiba atuar em vrias frentes.

Educao

Esse quesito fundamental. ele que distingue um bom

profissional dos demais. Darei um exemplo que esclarece bastan-te a importncia desse atributo. Dois profissionais esto tecnica-mente empatados em uma empresa em que h uma vaga dispon-

vel para a promoo de um deles. Como eu disse, eles esto tecni-camente empatados, ou seja, ambos possuem a mesma capacitao,o mesmo nvel de produtividade, so do mesmo sexo, trabalhamna empresa h um mesmo tempo, tm o mesmo estado civil, esto

na mesma faixa etria. Qual dos dois escolher?Provavelmente ser escolhido o que tiver mais educao, caso

o cargo a ser preenchido exija desenvoltura social, traquejo, umavez que a funo implicar contatos com profissionais de escalomais alto e em situaes e ambientes sociais que demandam taldesenvoltura. Voc avaliado o tempo todo e, nesse caso, repre-sentar ainda mais a sua empresa, dada a importncia do cargo.

Assim, mais seguro para a empresa escolher o indivduo que jtenha incorporadas as atitudes e posturas prprias da pessoa bem-educada. Ademais, difcil treinar algum para ser bem-educado,pois trata-se de mudar hbitos que, na verdade, esto fundamen-tados em valores individuais. Corre-se o risco de criar um serartificial e constrangido por novas orientaes, quando o que sedeseja, de fato, algum vontade com esses hbitos.

Assim, sugiro que voc passe a observar aqueles que consi-dera educados no dia-a-dia e procure imit-los. bonito ver al-gum polido, competente no trato social. No tenha receio deassumir novos hbitos ou recuperar aqueles que a informalidade


23/71

22

da universidade o fez abandonar. Repare como uma pessoa mal-educada constrange os outros, assusta os mais humildes, cria umclima hostil e acaba por afastar de si boas oportunidades.

Lembro que, a meu ver, a pessoa realmente educada aquelaque voc no percebe de pronto que ela o . Aos poucos que se

vai descobrindo a sutileza de suas abordagens e de seus gestos. Oeducado de verdade no impe os seus bons modos.

Cultura

Volto a dizer, Comunicao Social bebe das fontes mais dis-tintas, porque no uma cincia em si. Assim, tente tornar-seuma pessoa, se no culta, ao menos bem informada. Sempre tempo para cultivar interesse por temas variados: Arte, Idiomas,Marketing, Sociologia, Histria, Poltica, Direito, Geografia,Antropologia, Psicologia, Filosofia, Turismo, Literatura, Pesqui-

sa de Mercado e de Opinio, etc. Leia publicaes capazes deenriquecer a sua viso do mundo. Forme sua biblioteca.

Se voc ainda no pode viajar para conhecer in loco os tesou-ros da humanidade, use a internet, os livros, revistas, tudo. A faltade recursos para ir aos lugares no justifica a ignorncia. Pode-seter acesso a informaes suficientes sem precisar viajar. Entretan-to, assim que puder, viaje.

E viaje sempre. Pelo Brasil e pelo mundo. Faa de suas friasuma oportunidade de lazer e de aprendizagem. Conhea os mu-seus, as igrejas, os cemitrios, as praas, os parques, os banheirospblicos, as cabines telefnicas, os trens, os metrs, os aeroportos,os restaurantes, as vitrines, as feiras, os mercados, as escolas, osclubes, os monumentos, tudo o que puder. Leia sobre eles antesde visit-los. Observe as sinalizaes pblicas, os jornais e revis-

tas, os bilhetes de metr, os impressos de visitas a museus e mo-numentos.Observe tambm as feies das pessoas, o humor delas, seu

jeito de andar, de vestir, de cantar e de danar, de tratar as crian-


24/71

23

as, sua msica, as etnias, a luz do lugar, o cheiro dele. Tudo acres-centa, tudo inspirao.

Aprenda Ingls e Espanhol, no mnimo. O Ingls o idiomado mundo, das publicaes especializadas e dos festivais. E oMercosul j uma realidade que preciso explorar. Se voc nogosta de estudar idiomas, esforce-se para faz-lo. parte do ne-gcio saber pelo menos Ingls.

Saber Portugus

Falar e escrever bem o Portugus fundamental. Calma. Vocno ter de se tornar um escritor ou um orador. Mas imprescin-dvel saber expressar-se oralmente e por escrito sem cometer er-ros. Esse um assunto que os responsveis pela seleo de pessoallevam muito em conta e determinante em algumas contrataes.

O domnio da lngua ptria sempre cobrado. So inmeras

as queixas dos chefes em relao aos seus subordinados, assimcomo as crticas dos patres em relao aos seus profissionais dedestaque quanto a esse assunto. Entretanto, elas so sempre feitasde forma velada. Sabe por qu? Porque quase ningum tem dom-nio razovel do assunto. Por isso, no espere que seu chefe o cor-rija em algum erro que cometer no uso da palavra. Pois, se o fizer,ter de no s apont-lo, mas tambm de ensinar-lhe a forma

correta. E ele no estar seguro disso. Assim, preferir reclamarde voc e dessa sua dificuldade s escondidas.Embora todos tenhamos receio de cometer erros de Portu-

gus, fazemos pouco ou nenhum esforo para reparar essa falha.Mas, intimamente, reconhecemos as conseqncias dessa defi-cincia.

Quem fala ou escreve mal fica marcado. identificado como

algum sem preparo. Que no teve boa formao escolar nem veiode uma famlia culta. Isso pode ser um obstculo na sua profissopor vrias razes. A voc no sero delegadas tarefas de repre-sentao da empresa em qualquer evento que implique falar, seja


25/71

24

para um pblico maior ou menor. Com isso, voc no poder apro-veitar a oportunidade de tornar-se mais conhecido, de expor suasidias, de firmar sua identidade perante pblicos os mais diver-sos. Ministrar palestras, defender campanhas, reunir-se com cli-entes, prospectar novos negcios, conceder entrevistas, tudo im-plica falar bem. Defender pontos de vista com argumentos elabo-rados e expressos por meio de um vocabulrio rico traduz conhe-cimento daquele que os expe, demonstra domnio da linguagem,revela competncia no pensar.

Mesmo que sua atividade no implique em grande exposi-

o pessoal, ainda assim voc ter de se valer do nosso idiomapara redigir uma comunicao interna, enviar um e-mail, apre-sentar um relatrio e todas essas so ocasies para cometer erros ecausar m impresso.

Sugiro algumas atitudes que o ajudaro a refinar seus co-nhecimentos da lngua, ocupando mais ou menos tempo, depen-dendo de sua necessidade e interesse. Matricule-se em um curso

que ensine Portugus. H vrios deles. Voc pode escolher os m-dulos que abordem matrias em que tem mais dificuldade. Se pre-ferir, compre os vdeos em que o professor trata desses temas. Eassista a eles.

Apure seus ouvidos. Observe como o professor fala. umaforma de compensar as falhas que podem ter ocorrido na sua in-fncia, quando no foi possvel aprender a forma correta automa-

ticamente, porque talvez no houvesse quem o corrigisse ou lheensinasse.Leia bons livros. Jornais e revistas no ajudam, pois neles h

erros, usam vocabulrio restrito e utilizam modismos de lingua-gem que, caso voc os adote, s vo contribuir para causar no seuouvinte ou leitor a forte impresso para no dizer a certeza de que voc no s no sabe Portugus, como pensa que sabe. O

que pior.Outra maneira aprender com as lies de especialistas,publicadas em peridicos. Observe que tais lies e programas deteleviso sobre o tema esto se tornando cada vez mais populares.


26/71

25

No toa que os meios de comunicao andam investindo nis-so. sinal de que est havendo uma procura real por esse conhe-cimento.

Tenha e consulte sempre um bom dicionrio e uma boagramtica. So um instrumento de trabalho como qualquer ou-tro.

Fao-lhe apenas dois pedidos. Primeiro: no aprenda o as-sunto pela metade. Voc deve ter certeza de que est falando ouescrevendo corretamente e deve saber as razes desse acerto. Docontrrio, ficar ainda mais inseguro, agravando ainda mais sua

situao. Segundo: valha-se de atalhos somente em ltimo caso.Atalhos so alternativas de que se lana mo quando, no se sa-bendo conjugar corretamente um verbo, adota-se outro; ou subs-titui-se uma palavra por uma equivalente, de cujo significado seest certo. So boas sadas para uma limitao sua. Mas voc con-tinua sem o conhecimento propriamente dito. E muito embara-oso para quem ouve perceber a deficincia do interlocutor, que,

depois de tentar empregar um verbo, muda-o para outro, porqueno sabe conjug-lo.

No seu dia-a-dia, pratique o que j sabe ou aprendeu. Notenha vergonha de falar bem. Isso no significa ter linguagempedante nem ser uma pessoa fora de moda. Falar bem falar cla-ramente, utilizando as palavras mais adequadas ao assunto abor-dado e ao pblico a que se destinam. Com cada pessoa usa-se

determinada forma de expresso. E em nenhum momento pre-ciso recorrer a palavras de difcil entendimento. Um vocabulriorico no quer dizer um vocabulrio pouco acessvel. somente

variado, amplo, cujo domnio por quem o utiliza denota seguran-a, atrai a ateno do outro, prendendo a quem fala ou escreve esobre o que se fala ou se escreve. E isso muito importante paraque voc apresente suas idias e cause boa impresso.

Pessoas fluentes so raras. Transforme essa justa exignciado mercado em oportunidade de ser um profissional mais valioso.


27/71

26

Respeito pelo negcio: o seu e o do cliente

Se voc trabalha em agncia de publicidade, sugiro ter sem-pre em mente que se deve respeitar no s o seu negcio, mastambm o do seu cliente.

Muitas vezes, a agncia, com razo, enfatiza certa orienta-o que considera a mais correta para o xito do negcio docliente. Entretanto, o cliente no acata tal orientao e isso frustraa equipe da agncia, resultando at em certa m vontade com aconta a partir de ento. Como eu disse, a sensibilidade um dos

atributos prprios de quem trabalha em Publicidade e Propa-ganda, assim como a vaidade. Mas no confunda sensibilidadecom melindre. Se voc estiver tentado a assumir uma posturapor demais sentimental e passional, aviso-o de que est no ca-minho errado.

Primeiro, porque, embora sua empresa se coloque como par-ceira do cliente, ele nem por isso abandona a autonomia que pos-

sui para decidir acerca de como gerir seus negcios.Segundo, porque voc est agindo em um mundo que, ape-

sar de a sensibilidade de seus pares ser muito importante, umnegcio como outro qualquer, em que h perdas e ganhos, avan-os e recuos. Pacincia. Melhor perseverar e, numa prxima opor-tunidade, buscar melhor resultado.

Respeito pelos que exercem a atividade

O mundo do trabalho no habitado somente, como j dis-se, por indivduos com vocao para a atividade, talentosos, bri-lhantes, entusiasmados com o que fazem, cheios de iniciativa e

vontade de vencer. No . Ele est povoado tambm por todos

aqueles que precisam ganhar o seu po e no encontraram alter-nativa. E essas pessoas comparecem aos seus locais de trabalhotrazendo a sua biografia, ou seja, sua carga de limitaes pessoaise profissionais, as mgoas que tm em relao ao mundo, seus


28/71

27

sonhos impossveis, suas questes psicolgicas, sua compreensoda realidade, tudo.

Fao esse prembulo para que voc sempre procure imaginaro perfil daquele com quem lida no dia-a-dia, seja um fornecedor,um cliente ou um colega, a fim de ter para com ele uma atitudentima de respeito. Foi a necessidade, mais do que tudo, que oencaminhou at ali. O sonho da recepcionista talvez no fosse ode se tornar recepcionista quando crescesse, assim como o do boycertamente no ficar correndo atrs das coisas, esperando emfilas e andando de nibus. Mesmo o dono da empresa aquela

em que voc est empregado, a do cliente ou a do fornecedor pode no estar satisfeito com a prpria situao.

Peo-lhe que no se esquea dessa observao, quando vocse tornar o profissional vencedor que desejo venha a ser. medi-da que a pessoa evolui na carreira, tende a negligenciar o reconhe-cimento das diferenas sociais, intelectuais, de origem, de educa-o, de valores, das limitaes e das ambies das pessoas. Elas,

mais do que voc supe, sabem quais so os seus limites e possibi-lidades. No preciso apont-los. Basta respeit-los.

Humildade

Esse magnfico dom que Deus concedeu a to poucos deve,

todavia, ser exercitado por todos. Por qu? Porque existem profis-ses nas quais voc no tem a garantia de fazer carreira. Em Publi-cidade e Propaganda, por exemplo, em determinado momento vocpodeser o boy, em outro o dono da agncia, em outro, ainda voltara ser o boy. Exagero no exemplo, mas acredite nele. Em mercadosinstveis, com poucas oportunidades, carentes de perspectivas, essapossibilidade sempre existe.

E a voc, que no nasceu provido de tanta humildade, assimque comea a brilhar, comea a se achar o reida cocada preta. Seganhar prmios, ento, ficar impossvel. Se estiver sendo bemremunerado, Deus nos acuda! Pois bem, passados uns cinco anos


29/71

28

nesse apogeu, surgir outra estrela a ser celebrada. Voc cair dogalho e, com isso, despencaro o seu prestgio e a sua remunerao.

Se voc j sabe que esse pode ser seu destino, e se for vaidosoe desprovido de humildade, seja ao menos estratgico. No se mos-tre to cheio de si. No d aos outros motivos para se vingar doseu triunfo. No provoque a ira e a inveja alheias.

Noo do valor do seu trabalho

Este um dos aspectos mais difceis de abordar, pois implicano s a sua noo do que seja a justa remunerao, como o reco-nhecimento dela pelo outro (patro, empregador temporrio, etc.).

A queixa mais comum entre os que esto se iniciando nessaprofisso de que no esto recebendo das empresas uma remunera-o de acordo com a responsabilidade que lhes atribuda, as exign-cias que lhes so feitas e o desempenho que lhes cobrado. De fato,

quanto menos o patro puder pagar pelo trabalho, menos pagar.Cabe a voc, na verdade, ir construindo a sua competncia e,

aos poucos, exigir a remunerao que considerar compatvel como cargo. Todavia, no pense que isso acontecer na velocidade que

voc imagina. Esse processo de reconhecimento/remunerao de-morar tanto que, eventualmente, no se deve esperar que ele ocorranaquele emprego. Mesmo assim, importante que voc avalie se

as suas qualificaes, a despeito de serem de alto nvel, so neces-srias para a funo que voc desempenha ali. Se, para execut-la,sua ps-graduao, seu Ingls fluente, sua desenvoltura social, seucurrculoso dispensveis, no espere que a empresa v reconhec-los em seu salrio.

Assim, uma sugesto que voc procure outra empresa quelhe oferea melhor remunerao. Mas no faa essa troca com

base apenas nesse critrio. No comeo, vale mais estar numa em-presa maior, que conta com melhor estrutura fsica e de pessoal,prximo de uma equipe mais tarimbada com quem voc pode-r aprender, mesmo que apenas observando, conhecendo seu tra-


30/71

29

balho de perto , construindo seu nome junto a uma esfera deprofissionais que podero difundi-lo, do que em uma empresamenor e menos expressiva, em que a possibilidade de surgiremnegcios realmente inditos remota, no lhe proporcionandoexperincias que vo diferenci-lo no mercado.

Mas, afinal, o que ter noo do valor do seu trabalho?Primeiro, preciso que se defina o que trabalhar bem. Por-

que, se no se trabalha bem, no h por que falar em valor detrabalho com vistas a um ambicionado reconhecimento. Traba-lhar bem cumprir corretamente o que est determinado como

sua atribuio. antecipar-se s possveis situaes que venhama impedir a sua consecuo. conhecer todo o entorno daquelatarefa e realiz-la sem atropelo, seja em que nvel for, perseguin-do, incansavelmente, a qualidade em todo o processo.

Entretanto, se voc deseja os melhores salrios, deve estaratento rea em que se est introduzindo. H setores que, a des-peito de sua importncia, so menos valorizados financeiramen-

te. Se voc atua na rea comercial, estratgica e de negcios daempresa, certamente ser mais bem remunerado do que se estiverna esfera institucional, de comunicao, que no gera dinheiropara a empresa. Naturalmente, isso depende do tipo e do momen-to do negcio em que voc estiver.

Em agncias de Propaganda, por exemplo, a rea de Criaosempre mais bem remunerada do que as demais, salvo excees.

Ressalto, ainda, que tais critrios dependem da praa em que vocse encontrar.Essas referncias visam apenas ilustrar nossa afirmao. Fun-

damental perceber se a rea em que voc est operando correspon-der s suas ambies materiais.

Negociao

Saber negociar um dom inato em algumas pessoas e umahabilidade natural de alguns povos.


31/71

30

Negociar ter bons argumentos, estudar a outra parte, per-ceber suas intenes, antecipar-se a elas, apresentar trunfos nahora certa, ter a atitude precisa no momento exato, identificaros seus pontos fortes e fracos e os do outro, ter senso de oportu-nidade, saber avaliar o jogo que se vai jogar com antecipao. Eter sempre muita malcia.

Antes de tudo, adianto-lhe que, numa negociao, uma daspartes ter menos vantagens que a outra. No acredite no ditoUm negcio bom, quando bom para os dois lados. falso.Algum sempre dever aceitar fazer uma concesso maior.

No se negocia somente o salrio ou o valor de um servio.Negociam-se tambm condies de trabalho, elementos da equi-pe, prazos, atribuies, participaes, etc. Por isso, importanteque voc, desde o comeo, construa uma viso sistmica do am-biente profissional para poder avaliar, com o maior nmero dereferncias possvel, o que lhe for proposto ou as possibilidadesdo que voc propuser.


32/71

31

Construa sua reputao e zele por ela

Seu maior patrimnio e sempre ser sua reputao. Cuidede constru-la com todo o zelo, desde o banco da escola. Dalisairo seus pares de profisso. A avaliao que fazem de voc naescola poder acompanh-lo ao longo de sua vida profissional, nalembrana que sua turma guardar de voc.

A reputao a imagem que as pessoas tm de algum, re-sultante da observao distncia, da convivncia mais prximaou de ambas. Nasce de todos os sinais que voc der de sua exis-tncia: do seu exemplo, das suas palavras, silncio, atitudes, apa-rncia fsica, aes, tudo. o conceito que o mundo faz de voc.

H valores que, independentemente da poca, do lugar e daprofisso, so reconhecidamente vlidos para a boa reputao de

uma pessoa. Aqui apresento alguns, a fim de que voc os cultive,se desejar.

CompetnciaCompetncia a habilidade de se mover com percia no

mundo. Significa vrias coisas. ter conhecimento tcnico. saber lidar com os seus companheiros de profisso. ter noo

do seu prprio limite e do limite alheio. saber avaliar as cir-cunstncias em que se encontra. ter uma idia precisa do mer-cado. dominar vrios instrumentos, sejam eles ligados ou noao exerccio da profisso. saber situar-se. saber identificar e

4

Recomendaesa um iniciante


33/71

32

mesmo criar oportunidades. ter autonomia intelectual e psico-lgica. saber guardar certo distanciamento com relao ao meio,para critic-lo com iseno. antecipar situaes e comportar-sede acordo com elas. ter entusiasmo com o que se faz. mantera curiosidade sobre o mundo da profisso. saber lidar com asnovidades. Em sntese, competncia implica conhecimento, cri-trios e uma atitude mental saudvel para com o mundo.

DiscrioNingum perde nada por ser discreto. A discrio valiosa,

porque o preserva e demonstra que voc uma pessoa confivel.Voc ser rejeitado em muitos grupos se no souber manter umaconduta discreta. E poder vir a freqentar muitos outros, se forreservado. Evite comentrios desnecessrios, no responda se nolhe fizerem perguntas, no se meta em assuntos que no lhe di-gam respeito, finja ser cego, surdo e mudo em qualquer situaoque no seja da sua conta.

Essa uma sugesto de prudncia e sensatez. Por mais qua-lificado que voc seja, pode acontecer de vir a ser excludo de umaoportunidade por ter fama de no ser uma pessoa prudente, queno sabe guardar segredo.

A discrio no quer dizer falta de descontrao. Voc podeser um indivduo falante, alegre, caloroso, participativo sem, to-davia, ser xereta, abelhudo, entro.

No fale mal de ningum. A conduta do outro, seu desem-penho profissional, seus valores, sua orientao sexual, sua apa-rncia, seu jeito, nada disso deve receber sua avaliao pblica.

No se vanglorie dos seus feitos, no exponha sua vida parti-cular. Parta do pressuposto de que, no sendo voc um astro domundo pop nem do star system, sua vida desinteressante, co-mum e modesta. Logo, no deve parecer atraente para os outros o

que acontece nela. Portanto, no moleste as pessoas com seus as-suntos particulares, pois, provavelmente, so muito parecidos comos delas. E se no so novidade, mais um motivo para voc no osmencionar.


34/71

33

Sua casa, sua famlia, seus filhos, seu marido ou sua esposa,ex-marido ou ex-mulher, costumes da terra em que nasceu, frias,estado de sade, dinheiro, nada disso deve fazer parte das suasconversas em ambiente profissional.

Nunca faa comentrios desfavorveis a uma empresa, umcolega, chefia ou ao cliente. Tambm evite ser prdigo em elo-gios. Isso faz voc parecer bajulador e compromete a credibilidadede suas opinies.

Seriedade

Seu patro fiscaliza cada centavo que investe em voc. E essaconduta est certa. Faz parte do papel de patro contar com vocdurante todo o tempo, porque ele o remunera para isso. Ademais,patrocina suas participaes em congressos, seminrios, cursos eeventos. sua obrigao aproveitar o melhor possvel esse tipo deinvestimento que a empresa faz na sua formao. Afinal, se fosse

voc quem estivesse bancando essa oportunidade, no estaria ten-

tando tirar dela o maior proveito?Portanto, evite a reputao de descompromisso com o tra-

balho, ainda que, de fato, voc o venha realizando com a maiorresponsabilidade. As pessoas precipitam-se na anlise que fa-zem do outro, ficando com a primeira impresso. E mais: emrazo da leveza, prpria da sua juventude, as pessoas querem, deimediato, rotul-lo como algum a quem ainda no se devem dele-

gar certas tarefas. No permita que um comportamento festivocontamine a imagem que faro de voc. Isso no significa quedever ser um sujeito sisudo e sorumbtico. Tal postura nemcombina com a sua idade. Mas cuide de demonstrar compro-misso para com o trabalho. que no basta ser, preciso tam-bm parecer.

EducaoEm qualquer lugar do mundo, uma pessoa que sabe com-portar-se socialmente prontamente identificada e bem tratada.Se voc quer ser bem tratado pelos outros, comece dando o exem-


35/71

34

plo. A urgncia, o calor na execuo do trabalho, os humores dodia-a-dia no devem sobrepujar a boa educao. Agradecer, con-

versar sem gritar, olhar a pessoa nos olhos, sem hostilidade, saberouvir, demonstrar que leva em conta o interlocutor suavizam aconvivncia. Criam uma atmosfera favorvel a voc. Desarmamas pessoas e, tenha certeza, distinguem voc.

DisponibilidadeNunca se mostre desinteressado, indisponvel, preguioso e

com m vontade em relao ao trabalho. Cultive e aparente dis-

posio para as solicitaes do mundo exterior. Se voc trabalhaem equipe, essa atitude contagia os demais, estabelece um climaanimado ao seu redor, cativa as pessoas e d-lhe a reputao dealgum a quem possvel propor novos projetos, pois est sempreaberto s novidades.

Pacincia

bom ter pacincia consigo mesmo e com o mundo. Nemsempre temos o desempenho que imaginamos, nem o mundo como desejamos. Se voc no nasceu uma pessoa paciente, pro-cure cultivar essa virtude, pois ela necessria para que consigater um relacionamento amistoso com seus colegas, chefes, clien-tes, fornecedores, enfim, com todos. E com voc mesmo.

Se seus planos no derem certo de incio, no desanime. Faz

parte da vida as coisas sarem erradas, desmoronarem, sofreremreveses. assim mesmo. Voc ver que as empresas lidam comessas situaes todo o tempo. Apesar do planejamento, da organi-zao, das metas e da experincia, as coisas no esto sob controleabsoluto. H mudanas polticas, de orientao empresarial, eco-nmicas, etc., que no podem ser dominadas pelos patres etampouco pelos empregados.

Aprenda a cultivar a pacincia. Ela tima companheira daperseverana. E se voc quer chegar l, pacincia!


36/71

35

DisciplinaAlgumas pessoas nascem naturalmente disciplinadas. Podem

vir de uma famlia catica, sem horrios, sem uma casa organiza-da, sem mtodos e, mesmo assim, conservam uma ordem interiorque se reflete em seus objetos escolares, na sua aparncia, na suapontualidade, na maneira sempre ordenada com que antecipam erealizam suas coisas.

Outras pessoas, apesar da disciplinada orientao da famlia,no possuem essa caracterstica. So impontuais, aparentam sem-pre atribulao, resolvem tudo na ltima hora e acabam por dar a

impresso de que no do conta do recado. Por conseguinte, nose deve a elas delegar tarefas mais arriscadas.

E h ainda aquelas que nascem indisciplinadas em famliastambm indisciplinadas. Gente incapaz de fazer a previso dasnecessidades rotineiras da vida, como as compras do ms. Que vai padaria, mercearia, ao centro da cidade, ao supermercado atodo o momento. Que resolve tudo na improvisao. Que pede

coisas emprestadas aos vizinhos e ainda por cima no devolve!Que manobra os carros na garagem sem parar. Seu cachorro latemais do que os dos outros, sua empregada exibida, a dona dacasa parece no ter o controle das tarefas domsticas nem dosfilhos, l batem-se portas e fala-se alto. D sempre a impresso deque o mundo vai acabar. A casa s sossega quando noite alta, eento o mundo parece recuperar a serenidade natural.

Os pais que permitem que os filhos subam nos balces das lo-jas, mexam nos produtos, apertem insistentemente o boto de cha-mada do elevador, corram pelos estabelecimentos e toquem em tudopensam que o mundo tambm responsvel pelos seus filhos e queuma criana tem o direito de importunar a ordem ao seu redor. Elesesto formando futuros profissionais indisciplinados, que pagaroum alto preo para modificar seu comportamento, pois a tarefa de

se organizar interna e externamente rdua. E necessria.Um profissional disciplinado pontual e atento, mantm suascoisas em ordem, sabe onde as guardou, conserva limpos seu car-ro, sua mesa, suas gavetas, seus papis, seu ambiente.


37/71

36

No importuna os outros com seus esquecimentos, sua de-sorganizao, sua incapacidade de anotar, de guardar, de anteci-par providncias, de devolver emprstimos, de dar recados.

No incomoda os demais com perguntas cujas respostas jobteve, no os obriga a repetir instrues, nem os amola com obri-gaes e atribuies suas.

Isso bsico para que voc construa uma reputao de pes-soa ciosa das suas obrigaes e a quem se pode confiar uma tarefacom a certeza de que ser cumprida.

Bom humorNem todo mundo nasce com a virtude do bom humor. En-

tretanto, convm cultivar essa qualidade, pois o mundo profissio-nal implica a convivncia.

Se voc no nasceu bem-humorado, tente ao menos pouparo outro de seus altos e baixos. No h nada mais desagradvel doque estar prximo a algum que, alm de ser ranzinza, pesado,

serissimo, queixoso, histrico, ressentido e ansioso, busca tam-bm impor essa atitude aos demais.

Deve-se cultivar um pouco de leveza e de cordialidade mesmo que essas no sejam caractersticas naturais em voc. Como

j disse, importante criar uma atmosfera favorvel em torno dens. Facilita aproximaes, atrai pessoas e oportunidades.

Trate todos como se fossem seus clientesMantenha em mente que todos so clientes seus. O patro,

o chefe, o colega, a recepcionista, o boy, o motorista, o fornecedor,os pares de profisso, todos formam um time que construir umconceito a seu respeito. Eles so a opinio pblica que vai delinearo seu perfil e o avalia todo o tempo. Por isso, desde o comeo,pense como voc gostaria de ser percebido pelos demais. E a eles

dispense o tratamento que se d a um cliente.No permita que a descontrao do dia-a-dia, a pressa emcumprir prazos, o nervosismo e o tempo de convivncia o faamesquecer que o indivduo que est sua frente est permanente-


38/71

37

mente construindo, modificando ou reforando a opinio que tema seu respeito.

E ainda: freqentemente, uma pequena grosseria ou neglignciaderrubam todo o trabalho que voc fez para construir sua imagem.

Adote um nome

No Brasil, no comum as pessoas se apresentarem comnome e sobrenome. Especialmente entre jovens, soa pedante e

pretensioso usar o sobrenome. Nas salas de aula, adotam-se so-brenomes apenas para distinguir um xar de outro.

Esquea, porm, a informalidade e assuma imediatamenteum nome e um sobrenome. Daqui para a frente, voc vai se apre-sentar assim. Tudo tem uma marca, uma identidade. Construa asua. Do contrrio, voc ser sempre o fulano de tal empresa. E,quando mudar de emprego, ser o sicrano de tal empresa. Nunca

ser voc por voc mesmo. Aqui comea a sua marca.

No estgio

Voc est iniciando sua vida profissional e todos sabem dis-so. Como? Pela sua juventude! Portanto, no pense que esperam

de voc idias e atitudes extraordinrias nessa etapa, embora pos-sa t-las e as deva propor. Mas, caso no as tenha, considere aausncia de expectativa dos outros em relao a voc uma vanta-gem, pois ter, assim, tranqilidade para aprender sem presso.

Se acontecer de lhe delegarem tarefas que voc percebe queno lhe deveriam ser dadas, em razo da sua inexperincia, reali-ze-as da melhor maneira que puder. Procure deixar ciente dos

seus passos algum que o esteja acompanhando de perto. Se algoder errado, essa pessoa saber do seu empenho e dedicao. E vocno precisa se mortificar se isso acontecer. Eles erraram mais doque voc ao lhe delegar essa tarefa.


39/71

38

O que ambiente profissional

Ambiente profissional tudo o que se refere ao exerccio dasua profisso: o local de trabalho, as empresas e as pessoas envolvi-das com ele, as festas, os coquetis e os eventos relativos ao negcio.

Ambientes de trabalho que se parecem com campos mina-dos existem e so muito desgastantes. Trazem permanente inse-gurana aos seus integrantes, tiram-lhes o sossego e possuem umaatmosfera de eterna conspirao. Procure no se deixar contami-nar por esse clima e jamais participe dele.

Esses locais so povoados por criaturas fofoqueiras, que gos-tam de passar medo nos outros, que se ocupam em ouvir conversasou ler documentos que no lhes dizem respeito, em aproximar-sesorrateiramente de colegas desavisados para tentar tramar, que sedemoram mais tempo em algum ambiente apenas para participarde assuntos alheios, que sempre esto presentes em situaes que,em princpio, no precisariam testemunhar. gente cujo propsito

bisbilhotar, sentir-se mais parte de um lugar do que j (pois ofato de ali estar trabalhando j a torna membro da empresa!), de-tentora de um poder que, de fato, no possui.

Fique atento a tal tipo de conduta e nunca se aproxime dessetipo de colega. Seja educado, dirija-se a ele apenas para o que foressencial. No lhe d a menor oportunidade de se aproximar. Seriaconvivncia daninha com quem s deseja envolv-lo em suas intri-

gas, comprometendo sua reputao e seu equilbrio. Uma vez enre-dado, dificilmente voc sair inclume. Por isso, desde o comeo,fique alerta para nunca entrar nesse esquema de convivncia.

Aprenda os cdigos

Ao adentrar o mundo profissional, voc penetra em um universo cujos cdigos no domina. No est mais nos ambientesescolar, social ou familiar. Por isso, j no conta com a proteoque eles oferecem. Neles, voc dispe de um aparato que prees-


40/71

39

tabelece os limites da convivncia, a forma como ela se d.Por isso, procure observar como as pessoas se relacionam nes-

se mundo novo. A forma como dialogam, as palavras que empre-gam, a distncia fsica que guardam umas das outras, a altura da

voz, os gestos, o tipo de hierarquia, tudo. Pense que uma pea, umteatro. No ria. mesmo um teatro, uma simulao. Mas que con-ta, que gera conseqncias, para valer, no uma brincadeira. Seporventura voc achar engraado, mesmo. Mas a vida dos adultosimplica muita simulao e dissimulao. Faz parte da sua aprendi-zagem profissional aprender a ler esses cdigos e a us-los tambm.

Vou ilustrar esse item com um exemplo mais concreto. Ima-ginemos uma estudante de Publicidade e Propaganda que era abeleza do bairro, o sucesso do clube, o orgulho da famlia e oobjeto de desejo da escola. Com razo, ela aprendeu a valorizarseus atributos e a se valer deles.

Todavia, ela tambm queria ter uma profisso. Ao entrar nomercado de trabalho, lanou mo dos cdigos que sempre a fize-

ram ser aprovada socialmente: seu jeito descontrado e seguro,aliado sua aparncia.

Entretanto, comeou a assustar-se com as abordagens mas-culinas, diretas, s vezes grosseiras, quando, apesar de tudo, seuinteresse era aprender o ofcio. Essa estudante fora poupada demuitos dissabores, porque agia sob a proteo da famlia, da esco-la, dos amigos, de um crculo que tinha dela outras referncias

alm das que apresentou ao iniciar-se profissionalmente.Depois de alguns sustos, ela entendeu que a vida profissio-nal pode at implicar seduo. Mas, se voc deseja construir umacarreira e ser respeitado como profissional, o caminho mais claroe tranqilo comear por aprender os cdigos do mundo dosadultos. E a primeira orientao : na vida profissional, voc jno conta com a proteo da famlia, dos amigos e do crculo

social, que conhece limites preestabelecidos. No trabalho vocquem deve determin-los, com base em suas convices, projetose ambies, refletidos em sua conduta.

Se voc tem desenvoltura para sair-se bem de situaes cons-


41/71

40

trangedoras, timo. Se no, recomendo distncia. A formalidadeprotege de abordagens embaraosas e mantm as pessoas a umadistncia segura.

Aos sedutores sugiro que deixem para exercer esses dotesirresistveis que tm em outro ambiente que no o do trabalho.Um sedutor acaba por se tornar cansativo, motivo de deboche e deantipatia.

Busque modelos

Aprender implica buscar modelos, referncias. A criana, aose alfabetizar, aprende copiando a letra da professora. Quantoscantores j no confessaram ter iniciado suas carreiras imitandoalgum a quem admiravam. Elis Regina imitava ngela Maria. aquela famosa frase: Quando eu crescer, quero ser igual a fulanode tal. Na vida profissional assim tambm.

Identifique nos grupos quem voc admira e procure imit-lo.Observe sempre tudo e todos. Como j disse, importante terreferncias no novo mundo no qual est entrando. Escolha a quem

vai admirar, pois essas pessoas serviro de modelos para a sua con-duta. Veja como elas dialogam com os superiores, negociam comos fornecedores, atendem os clientes, tratam os colegas, realizamo prprio trabalho e desvencilham-se de situaes embaraosas

sem causar atritos.Procure pessoas que sejam hbeis em seus relacionamentos eobserve como elas lidam com os outros. Veja como trabalham, aprioridade que do s tarefas, o cuidado que tm com a qualidadedo resultado.

Como se vestir

Use roupas discretas. Roupa de trabalho no roupa de pas-seio. Para as mulheres, salto baixo. Se alto, no deve ser fino. Ain-


42/71

41

da: nada de decotes, alcinhas, transparncias, roupas colantes ecurtas, etc. Quanto mais pele vista, mais exposio fsica. Quan-to mais exposio fsica, mais encorajado o outro se sente para seaproximar. Lembre-se: roupas so cdigos. Se deseja um compor-tamento determinado, mostre-o corretamente com suas roupas eatitudes. A ambigidade gera mal-entendidos.

Para os homens: roupa bem lavada, bem passada, cabeloslimpos e bem cortados, barba feita, unhas aparadas e limpas esapatos engraxados. No use as calasjeans, ostnis, apochette, acamiseta de ir aula em outras circunstncias. No so roupas de

trabalho. A menos que voc perceba claramente que esses trajesso compatveis com a funo que vai desempenhar.

Observe se os colegas so alrgicos antes de adotar algumperfume. Se forem, evite. Se no forem, prefira os aromas menosdoces, menos marcantes, mais suaves e perceptveis somente deperto.

Cuide de sua sade e de sua aparncia. Nessa atividade isso

conta muito. Corrija os dentes irregulares, elimine manchas depele e nos dentes, combata a acne, a caspa, os cabelos rebeldes, omau hlito, o suor nas mos, tudo. Faa todo o esforo para pare-cer impecvel. Isso no implica, necessariamente, um fantsticoguarda-roupa. Implica bom senso e higiene pessoal.

Se pareo por demais rigorosa nesse item, porque sei que aascenso profissional considera esse quesito. No basta ser apenas

competente, preciso ter boa aparncia. No se trata de belezafsica, mas de cuidado e adequao. Repare como se apresentam opresidente da empresa e os profissionais de escalo mais alto. Elesaprenderam a investir em cdigos visuais compatveis com as suasfunes. Por isso, medida que voc conquistar novos postos, ve-rifique se sua aparncia est acompanhando essa ascenso. Estejacerto de que, nessa profisso, todo mundo nota e reprova um pro-

fissional cujo layoutno combina com o salrio e a projeo docargo que ocupa.


43/71

42

Como se comportar

Ningum tem nada que ver com a sua vida. Se filho de paisseparados, se nasceu no interior ou na Capital, se casado, soltei-ro, recatado, exigente, sempre disponvel, se casou grvida, se filho de estrangeiros, onde mora, quantos irmos tem, em queseus pais trabalham, os bens da sua famlia, se voc muito cobi-ado, se j fez plstica, nada. Seja um tmulo.

A vida pessoal sagrada. Sempre que cair na tentao derevelar algo da sua vida que voc sabe que particular e que o

favoreceria naquele instante, pense como se fosse algo que odesfavorecesse. Voc mesmo assim a revelaria? Ento, tudo temseus dois lados.

No facilite para o outro a tarefa de desenhar o seu perfil,identificar suas carncias, pontos fracos, complexos e vaidades.Num jogo de manipulao, ele vai lanar mo desses elementos,os quais voc, por ingenuidade ou vaidade, j lhe ter antecipado

para tentar manobr-lo.Defenda sua privacidade a todo o custo. Se houver momen-

tos em que isso no for possvel, informe apenas aquilo que co-mum existncia de todo mortal. No estabelea com os outrosdilogos confessionais, nem faa relatos minuciosos de coisa al-guma que no se relacione com seu trabalho.

Volto a repetir: sade, viagens, condies financeiras, vncu-

los familiares, crculo de amizades, relacionamentos afetivos e fi-lhos no devem fazer parte do seu repertrio pblico. Alm detudo, voc pode soar pedante e exibicionista. Se voc fosse torico e bem-sucedido assim, estaria trabalhando? Talvez no. Umpouco de senso crtico no faz mal a ningum, no ?!

Como participar de uma reunio

Se voc for convocado para uma reunio Informe-se sobre a pauta e sobre quem estar presente.


44/71

43

Assim, poder organizar argumentos e documentos paraapresentar. No se esquea de confirmar o local e a data.

Seja pontual. Ao participar, saiba que quem a comanda quem a convocou. No necessria sua interveno para que os demais tenham

cincia de sua presena. Se no tiver o que dizer, simples-mente no diga. Seja econmico.

No abra o documento que lhe for entregue antes de o lderda reunio ou quem o tiver produzido solicitar que o faa.

Repito: se vir algum erro de reviso, ignore-o. Voc no

professor de ningum, e a correo no lhe foi solicitada.No polido apontar o erro do outro.

Quando se atrasar para uma reunio, alegue um imprevisto,mas no precisa detalh-lo. A interrupo que voc causou j desagradvel. Parar para ouvi-lo duplamente desagradvel,pois prolonga o desvio da ateno. Se sua chegada no inter-rompeu o assunto, entre silenciosamente, tome o seu lugar e

acompanhe o desenrolar dos acontecimentos, sem importu-nar seu colega com perguntas sobre o que j foi abordado.

No fume. Voc no obrigado a aceitar o caf ou a gua que lhe ofere-

cem. Fale baixo. Mas se o tema for de fato arrebatador, fale espon-

taneamente.

Antes de expressar-se, pense. Organize suas idias e a formade exp-las. Voc parecer preparado. No se oponha a quem teve a idia que voc desaprova, mas

idia propriamente dita. Mesmo assim, s deve se opor sefor uma questo de extrema relevncia, a seu ver. Do contr-rio, evite o desgaste ou deixe que outro abrace a questo.

As pessoas sentem-se mais expostas em reunies do que se

imagina. No se espante se enrubescerem, se suas mos ousua voz tremerem, se vacilarem em suas opinies. O ser hu-mano muito mais inseguro do que imaginamos.


45/71

44

Se voc for convocar uma reunio Informe a pauta e quem sero os convocados, para que os

outros possam se organizar. Ao realizar uma reunio, siga osseguintes passos para ter xito e mostrar organizao em seutrabalho.

Confira todo o material que levar para ela. Ensaie antes. Distribua a pauta escrita. Voc far tantas cpias quanto fo-

rem necessrias aos convocados, e mais uma, para um im-previsto.

Ao iniciar a reunio, recapitule para os demais o contextoque a antecedeu e a motivou. Nem todo mundo se lembra.As pessoas so mais dispersivas do que se imagina. O tempodecorrido desde o ltimo encontro e as atividades nesse n-terim podem ser as causas desse esquecimento. Facilite a par-ticipao dos colegas na reunio.

Fale com calma, mas no to pausadamente a ponto de gerar

aflio ou de demonstrar o desejo de tornar o assunto maisrelevante do que .

Se for apresentar algum trabalho escrito, distribua as vias decada um, informando que para facilitar o acompanhamentoda exposio. Se algum comear a ler antes, solicite, educada-mente, que aguarde para acompanhar com todo o grupo.

Uma reunio deve durar somente o tempo necessrio. Da

ser preciso organiz-la. Encerre-a deixando claras as provi-dncias e concluses tiradas do encontro e j determinandouma data para a prxima, se necessrio.

Se voc se atrasar, pea desculpas e d incio reunio ime-diatamente.

A convivncia em grupos

Ao iniciar sua vida num mundo novo, voc comear a fre-qentar ambientes povoados de pessoas diferentes. No seja preci-


46/71

45

pitado. No se afobe. Os grupos nos acolhem aos poucos. Algu-ma resistncia e desconfiana no comeo natural. Por isso, nose esforce para ser rapidamente conhecido. D tempo aos outrospara se acostumarem com a sua presena, desejarem conversarcom voc. O dia-a-dia endurece as pessoas, fora certa indife-rena com aquilo que at ento no existia no ambiente de tra-balho, mesmo que aquilo seja um ser humano. Deixe que elasse familiarizem com voc, sintam-no e no o vejam como umaameaa. Essa indiferena pode ser intencional. A fim de cons-tranger um novato (que no foi formalmente apresentado a to-

dos, situao muito comum em relao aos estagirios), algunselementos fingem que no o percebem ou fazem brincadeiras demau gosto. Procure no se deixar abater por esse tipo de cruel-dade. Voc est ali com um objetivo. Fixe-se nele e v em frente.No necessrio ser popular para estar presente em algum lugare dele tirar proveito.

Se no for aceito definitivamente em algum grupo, no in-

sista. As diferenas existem, os grupos as percebem rapidamen-te e tentam punir quem detm qualidades ou condies impos-sveis para aquelas pessoas. Embora essa antipatia em relao a

voc possa parecer gratuita, muitas vezes, as pessoas tm suasrazes e delas no abrem mo. Reconhecer as vantagens que asua situao oferece s faz enrijecer ainda mais a resistncia sua pessoa.

Diante dessa situao, faa o jogo do invisvel. Simples-mente tente apagar ao mximo a sua presena aos olhos deles.No se sinta deprimido, nem com a auto-estima diminuda. apenas um jogo de convivncia que visa atenuar a hostilidadeem relao a voc. Fique na sua, discretamente. cansativo, masd resultado. Se a situao melhorar, no significa que voc foiaprovado. Significa que o jogo funcionou. Continue na sua. No

relaxe. E saia desse grupo assim que puder. Esse tipo de convi-vncia no vale a pena.


47/71

46

Falar ao telefone

Falar ao telefone no ambiente de trabalho no como falarcom os amigos. As conversas devem ser rpidas, as informaesprecisas, tudo para um entendimento imediato. O tempo no podeser desperdiado, porque ali vale dinheiro.

Assim, ao atender ao telefone, fale primeiro o seu nome e oseu setor. Por exemplo: Tas Leo, Departamento Comercial.Se atender em ramal alheio, identifique-se: Pronto, Tas Leo,no ramal de Mnica Ribeiro. Ou: Pronto, Tas, na Criao.

(Que no , naquela empresa, o setor da Tas.) Isso evita perda detempo e perguntas como: Quem est falando? Tas? Pensei quetivesse ligado para a sala da Mnica. Ah, voc est a na Criao?E a Mnica, onde est?

Os patres, normalmente, so muito nervosos. Se voc tivero azar de atender a uma chamada dele, lembre-se dessa sugesto.Voc vai se livrar com galhardia de uma situao aflitiva.

E mais: se voc no tem prtica de estabelecer dilogos ob-jetivos ao telefone (isso normal no comeo), ensaie antes. Anoteno papel os pontos que dever abordar. Fale pausadamente. Agra-dea ao final. Beijos s se enviam aos ntimos. No mximo, umabrao, quando for o caso.

No elevador

Repare como as pessoas no sabem se comportar em um ele-vador. Param antes de chegar parede do fundo, no se encostamnas laterais, impedem que mais pessoas possam se acomodar, es-barram na gente. Isso, por si s, j desagradvel.

Mas o pior voc acreditar que ali no h ningum que possa

entender o comentrio infeliz que vai fazer. E o faz. S que, lamen-tavelmente, no elevador est o filho do dono da empresa. Por seruma figura discreta, ou por no estar sempre na empresa, voc nose lembra dele. Mas ele ouviu o comentrio inconveniente que fez


48/71

47

sobre o pai dele, sobre a empresa, sobre o estgio que voc estfazendo ali, sobre algum que trabalha no local, enfim, tudo.

Sugiro que, por mais descontrado e seguro que voc se sin-ta, nunca comente coisa alguma em um elevador, seja ele o do seuservio, seja o de empresas ligadas sua rea de trabalho, sejaqualquer outro, mesmo que s estejam presentes voc, seu inter-locutor e o ascensorista. Voc desconhece as ligaes desse ascen-sorista com os demais elementos da empresa. Fique caladinho,espere chegar ao andar desejado e s ento fale.

Em palestras

Voc continuar a assistir a palestras em sua vida profissio-nal. Tendo gostado ou no do desempenho do palestrante ou docontedo abordado, melhor aplaudir. a forma de voc mani-festar seu agradecimento, se no pela qualidade da exposio, ao

menos pela boa vontade do apresentador em ter se disposto a ofe-recer o tempo dele mesmo que remunerado a voc. Tam-bm a maneira de agradecer aquela oportunidade aos promoto-res do acontecimento.

E ainda: saia do recinto sem pressa. No nada fino sair emlouca disparada rumo ao coquetel que se seguir.

No pea ao palestrante, em pblico, cpia do texto da expo-

sio. Se o fizer em pblico, poder constrang-lo e obrig-lo aatender ao pedido, mesmo se ele no o desejar. Deixe-o vontadepara recusar. Afinal, se ele tivesse grande interesse em ced-lo,teria informado a audincia dessa inteno.

Em eventos

A vida profissional do publicitrio implica participar de even-tos regados a bebidas alcolicas. Se voc bebe, no o faa em ex-cesso nessas ocasies. Para comear, um bbado desagradvel


49/71

48

em qualquer ambiente. Alm disso, voc correr o risco de serindiscreto, de revelar informaes profissionais sigilosas, de fazercomentrios deselegantes sobre situaes e pessoas, poder ficarmalvisto, criar discrdia com quem interessa manter um relacio-namento afvel e comprometer sua reputao.

Acidentes dessa ordem no tm conserto, porque todo mundosabe que aquilo que o bbado diz o que ele pensa. A bebida temo poder de desarmar as pessoas, vencer-lhes a autocensura, que-brar-lhes a resistncia. E justamente em um terreno em que vocdeve se mover com toda a percia voc fica bbado?

Com os colegas

Seja um bom colega. Ser bom colega no significa ser ami-go. Ento, o que um bom colega?

Um bom colega prestativo, educado, atencioso, discreto, so-

lidrio, generoso, disponvel, neutro. Claro que h graduaes, con-forme o nvel de afinidade que voc tem com o outro, o tipo detarefa que desempenham e mesmo o espao fsico que dividem.

As empresas oferecem espaos muito exguos a seus profis-sionais. Ali eles tm de resolver todas as questes da prpria vidadurante o horrio de trabalho. Fica difcil ignorar muitos assuntosque so falados pelo outro ao telefone. Nem por isso voc tem de se

manifestar acerca deles. Finja, literalmente, que os desconhece.Afinal, no foram falados para voc, no so da sua conta. Isso vaipoup-lo de se meter em assuntos que no se relacionam com otrabalho que faz e iro evitar-lhe a pssima reputao de fofoqueiro.

Ainda que seu colega tenha acabado de ter uma acaloradadiscusso com algum ao telefone e queira coment-la com voc,perguntando se voc ouviu, diga: No deu para prestar ateno,

eu estava concentrado fazendo esse relatrio (ou coisa que o va-lha). Se no houver como escapar do relato do colega, concluaevasivamente: Que chato! Ou: Que pena! Ou: Que interes-sante! E caia fora.


50/71

49

Lazer e trabalho

Voc adora seus colegas e seu local de trabalho. No perdeuma reunio, uma sexta-feira depois do expediente, um churrascono stio do patro, um final de tarde, uma comemorao. Chegade viagem e corre para encontrar o pessoal no bar de sempre,mesmo que suas frias ainda no tenham acabado. Pergunto: pre-cisa de tanto? No d para ter uma vida privada dissociada da

vida profissional? Ser que seu lazer tem de estar vinculado aoambiente de trabalho? Se no der, modere-se. Nem a ponto de se

privar da alegria da convivncia com os seus pares, nem que fiqueexposto em demasia. Isso carncia.

A propsito, cultive um estilo de vida completamente dis-tinto de seu ofcio. Pratique esportes, freqente outros grupos,tenha um passatempo, viva uma vida privada paralela do traba-lho. Assim, qualquer infelicidade que ocorrer nesse campo pode-r ser contrabalanada pela outra esfera. Por mais absorvente e

prazerosa que seja a atividade profissional, ela no tudo, nempode ser. Tenha outras fontes de compensaes alm do mundodo trabalho. Isso bom para a sua sade fsica e mental.

As festas que as empresas oferecem aos funcionrios so sa-lutares, proporcionam a oportunidade de conversas descontradascom os colegas, criam uma atmosfera de integrao e de que ofuncionrio pertence quele grupo. Alis, esse o objetivo dessas

confraternizaes. Mas elas so tambm um protocolo, uma for-malidade prpria do negcio. um tempero social e humano quese d atividade. Por isso, tire delas o proveito que lhe interessar,mas reconhea seus limites. Sempre ser uma comemorao pro-fissional. E ali tambm voc estar sendo avaliado.

Os relacionamentos

Seja um bom colega. Antes de voc se tornar conhecido, se-ro aqueles com quem trabalhou que indicaro voc, endossaro


51/71

50

seu nome. Isso construir bons relacionamentos. Lembra-se deque eu disse que tudo pessoal? Por mais tecnicamente prepa-rado que esteja, imprescindvel que as pessoas gostem de voc.Ou, ao menos, que no lhe tenham resistncia. As decises soemocionais, embora se apiem em justificativas racionais. Trate,pois, de ser competente, para respaldar a indicao do seu nome.Mas tambm procure ser uma pessoa amvel. No preciso serartificialmente simptico. Basta no ser hostil ou antiptico. Vocsempre trabalhar em equipe. E preciso que ela o aceite comoseu integrante. O critrio emocional, apesar de necessitar de

argumentos racionais. Trate de satisfazer os dois requisitos.O dono, o presidente, o diretor s o convocaro pessoalmente

quando voc j for suficientemente conhecido. Nesse caso, o gru-po de trabalho vai receb-lo, pois a deciso ser oriunda do nvelsuperior da hierarquia.

Mas, tanto em um quanto em outro caso, no esto afasta-das as duas condies: competncia e bom relacionamento. O

grupo sempre poder testar o novo elemento, aprovando-o ourejeitando-o. Tenha em mente que voc sempre estar depen-dendo da aprovao dos seus pares. Eles so, em grande parte,responsveis pela sua presena na empresa. Em sntese, pelamanuteno do seu emprego. Da, no se indisponha frontal-mente com os lderes dos grupos. Tampouco faa parte de guer-rilhas internas, panelas. Tente ter uma posio neutra, apenas

comprometida com a qualidade do trabalho. uma tarefa dif-cil, que exige astcia e habilidade. Na condio de iniciante, vocestar fora desses jogos, o que lhe dar condies de observ-lossem risco. Com o passar do tempo, j dever saber se livrar dessetipo de armadilha.

Busque interlocutores confiveis. Eles so raros, mas exis-tem. Exercer uma profisso tambm trocar experincias. me-

dida que voc for se qualificando, mais escassos se tornaro essesinterlocutores e mais necessrios se faro. Pois, seno, voc estarcondenado ao silncio.

Procure pessoas competentes e de bom carter para conver-


52/71

51

sar sobre temas profissionais. Dialogar faz parte do crescimentohumano e do amadurecimento numa atividade.

A concorrncia

A inveja, a insegurana, a mesquinhez, o despeito, a falta detica e outras caractersticas so prprias do ser humano. Fazemparte do seu carter, assim como a generosidade, a solidariedade,o respeito, a admirao, o talento, a nobreza.

proporo que voc se tornar mais competente, mais pes-soas querero se interpor em seu caminho. Elas comearo a lan-ar mo de estratagemas para afast-lo, tanto mais surpreenden-tes e sofisticados quanto for a sua competncia. Prepare-se. Masno se assuste. Nessa altura, voc tambm j estar suficiente-mente preparado para ciladas e situaes perigosas. E no se preo-cupe com o sucesso alheio. Faa a sua parte.

As oportunidades

medida que se tornar mais capacitado, escolha para quem ecom quem trabalhar. Busque ambientes amistosos, empresas arro-

jadas, com infra-estrutura e equipe competentes. neles que hmais possibilidade de voc realizar-se profissionalmente, de aplicar

suas idias e conhecimentos, de aprender mais, de ganhar projeo,de exercitar-se melhor, e neles que a sorte poder visitar voc.Crie oportunidades profissionais para voc. Para isso, so

necessrios bons relacionamentos e sua capacidade.

Para sempre

Algumas orientaes devem sempre ser seguidas. So con-dutas que recomendo, ainda que voc venha a ser o profissionalmais famoso e bem-sucedido do universo. So elas.


53/71

52

Nunca assine nada com lpis. Assine com a caneta e date. Jamais passe adiante um trabalho ou documento seu sem

sua assinatura e a data. Nunca passe adiante um trabalho ou documento seu sem ler

atentamente o que est escrito. Verifique a preciso dos ter-mos, das informaes e a correo do idioma. Mensagemmal escrita depe contra o autor.

Procure no repetir erros. No tenha medo de perguntar. Mas faa-o a quem poder

responder sem com isso julgar-se muito inteligente e im-

portante. No constranja com perguntas quem voc percebe que no

sabe as respostas. No se deixe humilhar nem maltratar. Voc est aprendendo

uma profisso. Essa condio no motivo para que os ou-tros se achem melhores do que voc. E voc tambm notem o direito de humilhar ningum.

Retorne sempre todas as ligaes que receber. Nunca deixede faz-lo. O fato de ter-se tornado famoso, rico, no o des-ligou do mundo e das pessoas. Voc continua sendo ummortal que atua numa atividade, e dela fazem parte certoscomportamentos. Retornar telefonemas um deles. E serbem-educado tambm.

Honre seus tratos e compromissos. Se ficou de dar uma res-

posta a algum, faa-o. Se no a tiver na data combinada,comunique isso ao interlocutor e marque outra data. No sedeve deixar as pessoas no ar e sem previses.

Nunca deixe de dar um recado. Anote o nome da pessoa, daempresa de onde chamou, a data e o horrio. Registrar osdois ltimos dados uma medida de segurana, para queno aleguem que voc no transmitiu a mensagem a tempo.

Guarde as ordens que tiverem sido passadas a voc por es-crito. As pessoas se esquecem do que disseram e das orien-taes que deram, principalmente a um novato.

Zele pela segurana dos seus pertences. Habitue-se a guar-


54/71

53

dar a bolsa, a carteira, etc. Se algo seu desaparecer no localde trabalho, a culpa sua. Quem mandou deix-los mos-tra? Tambm evite conferi-los ou arrum-los diante dos ou-tros. Alm de no ser o lugar apropriado faz-se isso emcasa , melhor que no fiquem expostos.

Cumprimente as pessoas ao chegar, ao sair, sejam elas quemforem, no importando o grau hierrquico. Aprenda a usarexpresses que no se usam na informalidade. Por exemplo:bom dia, boa tarde, com licena, desculpe interromper, porfavor, obrigado, etc.

Acostume-se a estender a mo para cumprimentar as pes-soas. Se for uma mulher, espere que ela o faa primeiro. Tro-ca de beijos no se usa, a menos que o coleguismo e a afeio

j tenham chegado a esse ponto. Nunca entre em um ambiente ainda que seja uma sala em

que voc sempre vai e na qual esteja um colega de quem vocgosta muito sem pedir licena. Voc est entrando num

territrio que no o seu. E as pessoas so muito mais ciosasdos seus territrios do que voc pode imaginar.

Jamais ocupe o lugar do outro, ainda que seja fora do horriode trabalho. No se sente em sua cadeira, no ponha nadasobre a mesa dele. Aquele territrio no lhe pertence. Repito:as pessoas so muito zelosas quanto aos seus limites espaciais.

No se aproxime demais para conversar com quem no tem

relacionamento afetivo. Algumas pessoas tm o hbito deconversar assim, sussurrando, dando a impresso de que es-to conspirando. O ser humano, instintivamente, guarda umadistncia segura do seu semelhante, que de cerca de ummetro. Mantenha essa distncia.

No toque nas pessoas. No preciso nem educado. Fale baixo o suficiente para no incomodar. Mas falar baixo

demais tambm deselegante, pois obriga o seu interlocutora esforar-se para ouvi-lo. Irrita, pois voc no deve valori-zar sua pessoa a ponto de forar algum a uma mudana decomportamento apenas para compreend-lo.


55/71

54

No fume. Se fuma, faa-o somente em ambientes abertos edistante de pessoas que j se declararam alrgicas ou comrepugnncia ao fumo. Nada de fumar em ambientes com ar-condicionado, empestando tudo e todos.

Avise a quem de direito (secretria, recepcionista, colega)quando for sair, informando aonde vai, com quem se reunire a previso de retorno. Nunca d ao outro a oportunidadede levantar a hiptese de que voc no est sendo respons-

vel com seu trabalho. Avalie se conveniente pedir a um colega uma cpia de qual-

quer documento de autoria dele. Abandone definitivamenteo hbito criado na faculdade que permite que se tire xerox detudo. Aprenda que qualquer coisa produzida pelo outro con-sumiu talento e tempo dele. E isso custa dinheiro.

No faa anotaes em documentos alheios. Trate as mulheres com a devida considerao. O fato de tra-

balharem juntos no implica desateno para com algumas

regras da boa educao. Lembre-se de abrir a porta para acolega, segurar a porta do elevador para que ela entre, ceder-lhe passagem, carregar para ela os objetos mais pesados, etc.So mincias que distinguiro voc e no parecero pedan-tes. O mundo no unissex em tudo. Por que no tratar asmulheres com a gentileza que lhes deve ser conferida?

Ao pegar carona como ir juntos a uma reunio e se

voc for no banco detrs, ao descer entregue ao motorista abolsa ou a pasta ou qualquer objeto que ele tenha posto ali.No o obrigue a fazer uma manobra com o corpo, se vocpode ajud-lo. Afinal, ele est sendo gentil em transport-lo. Por que no retribuir?

Da mesma forma, se um tomador de conta solicitar a essemotorista autorizao para olhar o carro e ele consentir, tra-

te de pagar a gorjeta.


56/71

55

Todas as pessoas tm metas, ora confessas, ora escamoteadas,ora negadas.No campo profissional, no perca tempo em confiar, mesmoque o mnimo, no discurso de alguns que preferem deixar as coi-sas fluir, que dizem: a coisa boa, quando tem de vir, vem, acon-teceu, n?

A verdade que ningum vai investir seu tempo e energia

em algo se no for para dali tirar o maior benefcio possvel. E issoimplica ascender profissionalmente, conquistar novos postos, ob-ter melhor remunerao e destacar-se no mercado. A competioest presente em todos os momentos.

Porque todos tm planos e prazos para realiz-los. E muitosno hesitaro em lanar mo de ardis questionveis para conquis-tar o que almejam. Faz parte.

Assim, antes que, l adiante, voc venha a sentir a tentaode acusar o seu colega de mau carter, de traidor, de dissimulado,lembre-se de que j foi avisado da possibilidade de o outro corrermais rpido que voc atrs de suas metas, e usar qualquer meiopara alcan-las. A vida assim.

5

Dos planos e prazos


57/71

56


58/71

57

Ao longo da vida profissional, somos subordinados de outraspessoas que ocupam o cargo de chefia. Seja o diretor, o gerente, ocoordenador, o superintendente, o presidente, sempre haver al-gum superior na escala hierrquica.

Apresento alguns traos que, na minha opinio, caracteri-zam um bom chefe. So eles.

Mais bem qualificado do que a equipe.

Mais experiente do que a equipe. Seguro. Agregador. Educado. Generoso. Conhece as qualidades e as limitaes de cada um

e lida com elas de maneira construtiva, at quando repreende. Protege a equipe, quando necessrio.

Orienta as aes da equipe e justifica-as. Sabe identificar o profissional de talento e valoriza-o. Notem medo do brilho e da competncia dos outros.

Sabe ouvir e sabe falar. justo. to entusiasmado pelo trabalho quanto um iniciante. D bom exemplo.

Age conforme diz que se deve agir. No se envolve em fofocas. No mistura vida particular com vida profissional.

6

O bom chefe


59/71

58

Aproveito para fazer uma recomendao. No pense que oseu chefe tem muita autonomia na empresa. Ele apenas umaparte menos desimportante do que voc, naquele momento da engrenagem que integra. E, por isso mesmo, , tanto quanto

voc, pea de um sistema. Logo, no confie em que seu chefe tero poder de mant-lo no emprego, quando surgir alguma indispo-sio contra seu nome em um escalo superior a ele. De modopessoal, poder at se solidarizar com voc. Mas, ainda assim, es-tar impedido de expressar tal solidariedade no momento em que

voc mais precisar, seja por meio de atitudes, seja por meio de

palavras. A razo clara: seu chefe to empregado quanto voc etem igual receio de perder o emprego.

Portanto, no coloque seu chefe em situao constrangedo-ra. Evite precisar contar com o amparo dele, pois sua possibilida-de de ajud-lo limitada. Reconhea que, a despeito da admira-o e mesmo da amizade que tiver surgido entre vocs, ambos seencontram numa circunstncia profissional que, como j disse,

implica a sobrevivncia das pessoas. Essa questo impede gestosde autenticidade e de apoio explcitos. Compreenda que as coisasda vida profissional funcionam dessa forma.


60/71

59

Algumas caractersticas do bom patro. Conhece bem a rea na qual atua. Remunera seus profissionais com justia. correto no cumprimento dos tratos de dinheiro e outros. Oferece boas condies de trabalho. D autonomia aos funcionrios.

No passa insegurana equipe. D bom exemplo. No se expe alm da conta. educado. justo. No ostensivo nem ostentador. Funciona como referncia do negcio para a sua equipe.

D satisfaes equipe quando necessrio (demisses emgrupo, mudanas na estrutura e novas aes participaoem concorrncia, premiaes, acordos operacionais, contra-tao de pessoal em outras praas, etc).

Sabe identificar o profissional de talento e valoriza-o. Sabe ouvir e falar. No se envolve em fofocas.

No mistura a vida particular com a vida profissional.

Gostaria de alertar o iniciante de que nem sempre o patrosabe, de verdade, os rumos do seu negcio. Embora ele apresente

7

O bom patro


61/71

60

planejamentos, faa afirmaes cheias de convico, bom lem-brar que vivemos num pas onde a tnica sempre so as incerte-zas, as alteraes de rota abruptas.

As mudanas polticas e econmicas sempre ocorreram, e osempresrios,

Documents

LIVRO - Formei-Me Em Publicidade e Agora