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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS - PRAC CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO - DN PROJETO PRÁTICAS INTEGRAIS DE NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE - PINAB Grupo Operativo: Programa Bolsa Família JOÃO PESSOA 2007

GRUPO PBF 2007.2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS - PRAC CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO - DN PROJETO PRÁTICAS INTEGRAIS DE NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE - PINAB JOÃO PESSOA 2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS - PRAC

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO - DN

PROJETO PRÁTICAS INTEGRAIS DE NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA EM

SAÚDE - PINAB

Grupo Operativo:

Programa Bolsa Família

JOÃO PESSOA

2007

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Caroline Sousa Cabral

Elvira de Lourdes C. de Lima

Ingryd de Lira Meireles

João Victor M. C. da Cunha

Mickella de Farias Silva

Thaise Anataly M. de Araújo

RELATÓRIO SOLICITADO PELA PROFESSORA ANA

CLÁUDIA CAVALCANTI PEIXOTO DE

VASCONCELOS, DO DEPARTAMENTO DE

NUTRIÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA

PARAIBA, COORDENADORA GERAL DO PINAB,

APRESENTADO A PRAC, CCS e DN/UFPB.

JOÃO PESSOA

2007

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SUMÁRIO

Contextualização.............................................................................................................4

Objetivos.........................................................................................................................5

Metodologia.....................................................................................................................5

Atividades Realizadas.....................................................................................................7

Discussão, reflexão e encaminhamentos........................................................................9

Considerações................................................................................................................12

Referências....................................................................................................................12

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Contextualização

Este relatório tem o propósito de expor as práticas desempenhadas pelo grupo do Programa

Bolsa Família (PBF) no Projeto PINAB (Projeto Práticas Integrais da Nutrição na Atenção

Básica em Saúde). O grupo esteve composto por seis participantes do curso de Graduação em

Nutrição da UFPB, com atuação entre 16 de agosto a 25 de outubro de 2007, as quintas-feiras

pela manhã durante quatro horas, na Unidade de Saúde da Família Vila Saúde, localizada no

bairro do Cristo Redentor em João Pessoa, Paraíba.

Passaremos então a apontar os objetivos traçados para o grupo, bem como as atividades

realizadas durante o primeiro período de atuação, apresentando as metodologias utilizadas;

tornando pertinente uma reflexão sobre nosso trabalho, a partir de uma perspectiva de

extensão popular.

O PBF foi implantado pelo governo federal brasileiro em outubro de 2003 com a perspectiva

de combater a pobreza e a fome no país e promover inovações no padrão histórico de

intervenção pública na área social. Possui marcadamente duas frentes de atuação: emergencial

(através da transferência de renda) e estrutural (através de ações e iniciativas capazes de gerar

autonomia e sustentabilidade social e econômica para as famílias participantes, verificadas

através de um bom estado segurança alimentar e nutricional). Esta última frente é pautada

principalmente através do cumprimento de condicionalidades relacionadas às áreas de saúde e

educação, especificamente na cobertura vacinal (saúde) da criança e verificação de sua

freqüência na escola (SENNA et al, 2007).

No entanto, apesar de poder ampliar o exercício do direito à saúde e à educação, é preciso

reconhecer que o alcance de tal objetivo exige a implementação de mecanismos consistentes

de acompanhamento social das famílias beneficiárias no sentido de reverter tal exigência em

real oportunidade de inserção social. Investindo na dimensão educativa e política da nutrição,

o PINAB se propôs a conhecer possibilidades e caminhos para o fortalecimento do PBF

enquanto ação social radicalmente comprometida com a autonomia da população excluída, no

exercício de seus direitos de cidadania e o direito humano a alimentação adequada (SENNA

et al, 2007).

Nesse sentido, este grupo operativo está direcionado a realização de práticas voltadas ao

universo do Programa Bolsa Família na área adscrita a USF Vila Saúde, incluindo: a) visitas

domiciliares; b)mapeamento da abrangência do programa nas quatro áreas (Jardim Itabaiana I

e II, Pedra Branca I e II) sob responsabilidade da USF Vila Saúde; c) aconselhamento

nutricional. Todos estes pontos objetivam uma melhor percepção sobre a realidade das

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famílias participantes, refletindo sobre as ações destinadas a esta população e como estas

podem contribuir para melhoria da presente situação.

Objetivos

A partir de uma discussão com a coordenação do projeto traçamos os seguintes objetivos para

o nosso grupo:

Articulação com a USF para adquirir informações concretas sobre o funcionamento do

PBF nesta unidade;

Verificação da situação das condicionalidades do Programa em questão, observando a

freqüência e o aproveitamento escolar dos beneficiários acima dos seis anos, o estado

nutricional e a vacinação das crianças com faixa etária abaixo da citada anteriormente

e das famílias que não contenham gestantes, nutrizes, crianças e adolescentes, ou seja,

dos beneficiários que estão inseridos no programa por terem renda per capita inferior a

R$60,00;

Procura dos órgãos públicos responsáveis pela administração do Programa Bolsa

Família;

Vale ressaltar, que o alcance de tais objetivos propiciará o mapeamento do PBF na área de

atuação do projeto.

Metodologia

O grupo PBF se reúne semanalmente para realização das atividades listadas no cronograma do

PINAB, cujos princípios se sustentam nos conceitos teóricos e metodológicos da educação

popular, embasados na pedagogia sistematizada por Paulo Freire.

A educação popular constitui-se como o conjunto de processos educativos desenvolvidos com

as classes populares em suas lutas pela construção de hegemonia e de sua resistência à

exploração e à dominação capitalista. É um trabalho pedagógico voltado a construção de uma

sociedade que viva concepções diferenciadas do que seja o próprio fenômeno da educação.

Uma educação que valorize a captação da realidade, contemplando o emotivo, o sensitivo e o

físico dos indivíduos envolvidos nesse processo de educação, para além da via intelectual

(MELO NETO, 1999).

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Durante as três primeiras semanas, nossos trabalhos foram direcionados ao reconhecimento da

área coberta pela USF Vila Saúde, através de visitas domiciliares. Nossas visitas foram

facilitadas pelos ACS’s, uma vez que estes possuem uma imensa comunicação para com os

membros da comunidade, na qual, muitas vezes, eles residem.

Após nossa familiarização com as áreas de atuação do projeto, pautamos nossas atividades no

mapeamento da situação do Programa Bolsa Família nestas comunidades. Em primeiro lugar,

procuramos obter um embasamento deste amplo programa federal, buscando diversas fontes

bibliográficas sobre o tema. Deste modo, adquirimos informações sobre as condicionalidades,

estratégias para controle social, enfim sobre o funcionamento do programa como um todo, e a

partir daí, iniciamos o processo de planejamento de nossas ações.

No que diz respeito às condicionalidades, observamos que na USF são acompanhados o peso

e da medida das crianças beneficiárias, com o auxílio da ficha do SISVAN (Sistema de

Vigilância Alimentar Nutricional). Nas escolas da área, é acompanhada a freqüência escolar

das crianças acima de seis anos de idade. Para melhor conhecer este trabalho, visitamos duas

escolas: Escola Municipal Augusto dos Anjos e Escola Municipal Santa Ângela, uma vez que

os alunos que as compõem são em sua grande maioria integrantes das comunidades adscritas

a USF. Para complementar os dados obtidos até então, articulamos visitas ao Centro de

Cidadania do Cristo, bem como ao Censo, os quais possuem um grande vínculo com o

programa.

Após identificar um retrato da real situação da comunidade em relação ao Bolsa Família,a

primeira atividade coletiva realizada foi uma oficina de capacitação com os ACS’s, uma vez

que estes são agentes multiplicadores de informações para a população e desta forma,

possuem um estreito vínculo com os beneficiários do Programa; podendo contribuir,

futuramente, para a formação de grupos envolvendo estas famílias e as que pretendem se

inserir no PBF.

Como era ocasião da Semana Mundial da Alimentação, optamos pela organização de uma

oficina com enfoques no Direito Humano à Alimentação Adequada (tema pautado

nacionalmente pelo Ministério da Saúde no decorrer desta) deixando, então, questões

interligadas ao PBF para outras oportunidades.

Para a realização da oficina, nos reunimos e decidimos pela utilização de dinâmicas para a

apresentação dos participantes e caracterização do evento, bem como para reflexões sobre os

temas abordados e de forma pedagógica, direcionamos os debates para a importância da

solidariedade, do direito à alimentação adequada e das necessidades humanas aquém do

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âmbito nutricional. Em relação a este último ponto, utilizamos a música dos Titãs - “Comida”

- como instrumento facilitador da temática em questão.

Atividades Realizadas

MÊS DIA ATIVIDADE DESCRIÇÃO

Agosto 16 Visita domiciliar

Estrategicamente dividimo-nos em dois grupos para

facilitação e melhor aproveitamento da

atividade,visto que, em sua grande maioria, o

espaço físico das residências visitadas não

comportaria o adentramento de todos os integrantes

do grupo, além disso não ser conveniente.

Um dos grupos foi acompanhado pela enfermeira

Eva e o outro pela ACS Adriana e, deste modo,

iniciamos o reconhecimento de uma das áreas

(Jardim Itabaiana-II) de nossa atuação durante o

PINAB.

Agosto 23 Visita domiciliar

Formamos dois grupos acompanhados pelas ACS’s

Franci e Lúcia e nos dirigimos para as áreas de

Pedra Branca I e II. As Agentes de Saúde

direcionaram as visitas às casas cujos membros da

família são beneficiados pelo PBF. Em Pedra

Branca I foram visitadas quatro residências e

concomitantemente três casas foram visitadas em

Pedra Branca II.

Agosto 30 Visita Domiciliar

Novamente separamo-nos em dois grupos e

visitamos casas em Jardim Itabaiana I e II, com o

auxílio dos agentes comunitários de saúde Diorlei e

Rejane. E desta forma, fizemos o reconhecimento

inicial de todas as áreas de abrangência do grupo do

PBF.

Setembro 06 Atividade Coletiva

Discutimos o artigo “Programa Bolsa Família: nova

institucionalidade no campo da política social

brasileira?” e, desta forma, nos familiarizamos com

o contexto no qual o Bolsa Família está inserido.E a

partir da visão adquirida por esta discussão

sistematizamos as ações a serem executadas pelo

grupo. Neste mesmo dia, articulamos com as

enfermeiras no intuito de termos conhecimento do

funcionamento das fichas do SISVAN.

Setembro 13 Atividade Coletiva

Sabendo-se que as informações obtidas a partir das

fichas do SISVAN englobam apenas as crianças de

0 a 6 anos, fomos em duas escolas (Escola

Municipal Augusto dos Anjos e Escola Municipal

Santa Ângela) em busca da freqüência escolar das

crianças acima de 6 anos que estão inseridas no

PBF, uma vez que, esta faz parte das

condicionalidades do programa. De volta à USF,

recolhemos as fichas de vacinação na perspectiva

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de reunirmos os nomes das crianças beneficiadas

pelo PBF e assistidas pela Vila Saúde.

Setembro 20 Aconselhamento

Realizou-se a oficina de aconselhamento, facilitada

pelo nutricionista Pedro Cruz com o objetivo de nos

apresentar uma nova perspectiva de

aconselhamento nutricional, a qual foi adotada pelo

PINAB; tendo em vista, que esta prática integra o

cronograma das atividades desenvolvidas pelo

Projeto.

Setembro 27 Atividade Coletiva

Conforme programado em oportunidades

anteriores, visitamos o Centro de Cidadania do

Cristo Redentor, onde conversamos com

profissionais do CRAS (Centro de Referência de

Assistência Social) e obtivemos a atualização de

informações de grande relevância sobre a situação

do PBF naquele bairro. Concomitantemente, um

dos integrantes do grupo dirigiu-se ao Censo

Municipal a fim de estabelecer contato com alguns

responsáveis pela organização do Programa no

município de João Pessoa.

Chegando na USF, participamos de uma reunião

com a ACS Eulina, a qual participa da Pastoral da

Criança e possui um grande embasamento sobre a

temática que o grupo aborda, que por sua vez

contribuiu para a ampliação de nossos

conhecimentos sobre o Programa Bolsa Família.

Outubro 04 Visita Domiciliar

Como de hábito, dividimo-nos em dois grupos.

Então, fomos auxiliar as ACS’s Franci e Lúcia na

pesagem de algumas crianças que se encontravam

na faixa etária entre zero e dois anos.

Outubro 11 Atividade Coletiva

Programamos as atividades a serem realizadas na

Semana Mundial da Alimentação. Ficou acordado

que realizaríamos uma oficina direcionada aos

ACS’s, focando o Direito Humano à Alimentação.

Outubro 18 Atividade Coletiva

Devido à falta de comunicação entre a USF Vila

Saúde e o PINAB, foi propício o adiamento da

oficina programada para a semana seguinte. Ante o

ocorrido, nos dirigimos à Igreja São Lucas, onde

realizava-se o multirão para a pesagem e medição

dos beneficiários do Bolsa Família residentes na

comunidade Jardim Itabaiana I. Desse modo,

pudemos contribuir para a realização deste.

Outubro 25 Atividade Coletiva

Finalizando as atividades do grupo PBF no período,

realizou-se a oficina com os ACS’s. Iniciamos o

evento com uma dinâmica de apresentação com a

utilização de bolas na quais desenharíamos frutas,

cujas características se assemelhariam às nossas

personalidades. Em seguida, nos dividimos em

grupos e entregamos provérbios que se

relacionavam com os seguintes temas: Direito

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Humano à Alimentação, a diferença entre comer e

alimentar-se e solidariedade. Os provérbios

utilizados para cada discussão foram,

respectivamente, “Quem não chora, não mama”,

“Saco vazio não pára em pé”, “Onde come um,

comem dois”. Feito isto, após mimetizar cada

provérbio, abriu-se um debate geral sobre os temas

supracitados. Em um terceiro momento, foi cantada

a música “Comida”, do grupo Titãs, que direcionou

uma discussão sobre as necessidades humanas além

do âmbito nutricional.

O encerramento do evento se deu com duas

dinâmicas interligadas, utilizando-se pratos

simbólicos, nos quais foram descritos os

conhecimentos adquiridos no decorrer da oficina,

além do uso de papéis com a finalidade de

descrever as contribuições que se pretende colocar

em prática, no dia-a-dia de nosso trabalho na

comunidade.

Discussão, reflexão e encaminhamentos

De forma geral, os integrantes do grupo tinham pouca, ou nenhuma, familiaridade com o tipo

de experiência proposto pelo PINAB. Sabendo-se disso, fica evidente o quão importante as

atividades realizadas durante o primeiro período do Projeto foram importantes para o nosso

aprendizado.

As visitas compreenderam os primeiros passos dos ingressantes no projeto e partindo disso,

vieram nossas primeiras impressões e experiências. Como já mencionado, elas serviram para

que tivéssemos uma visão superficial da realidade daquela comunidade, com a qual iríamos

trabalhar; além disso, nos ingressou numa cultura de extensão popular que quebrou

paradigmas criados dentro do universo teórico da graduação. Também nos proporcionou uma

integração com os profissionais da USF Vila Saúde, em especial com os Agentes

Comunitários de Saúde, os quais tiveram uma importância singular para construção do nosso

aprendizado, uma vez que, eles estavam sempre dispostos a dividir conosco seus

conhecimentos e experiências adquiridas ao longo de suas práticas. Apesar disso, ficou

evidenciada algumas falhas de comunicação entre as diferentes unidades que compõem a Vila

Saúde o que traçou obstáculos a determinadas atividades, no entanto, essas falhas não

refletiram de forma significativa no desempenho do nosso grupo.

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Percebemos também que, na população, há uma grande diversidade de questionamentos

acerca da nossa proposta de atuação. Um dos indícios disso deve-se ao fato de nossa chegada

provocar um sentimento de esperança de uma futura melhoria na condição de vida deles, já

que o PBF traz benefícios que podem vir a proporcionar isto e, muitas das famílias visitadas,

apesar de terem executado seu cadastro e estarem inclusos nas condicionalidades, ainda não

recebem a quantia oferecida pelo Programa. Além disso, observou-se uma ausência de

mobilização por parte da comunidade que, muitas vezes ciente da existência de beneficiários

que não atendem as condicionalidades exigidas pelo PBF, não os denunciam, faltando-lhe

consciência das proporções que este ato poderia gerar, o que contribuiria para a eficiência do

controle social.

Algo de extrema relevância nas visitas domiciliares foi perceber distintos padrões inseridos

em uma mesma classe e, desta forma, devemos nos adequar a cada realidade encontrada, para

que nosso trabalho possa ser bem desempenhado, gerando conseqüências proveitosas à

comunidade.

Na tentativa de mapeamento da situação do Programa Bolsa Família na área de atuação do

nosso Projeto, desenvolvemos várias atividades. De início, a busca foi direcionada as bases

em que o projeto foi construído e institucionalmente constituído. Obtivemos assim

informações concretas que nos guiaram os primeiros passos. No decorrer das nossas

atividades, percebemos as contradições no desenvolvimento do PBF na área, o que criou -a

priori - alguns obstáculos para a execução de nossas práticas. Como exemplo, podemos citar o

funcionamento do Programa dentro da própria Vila Saúde, na qual cada unidade utiliza-se de

formas relativamente distintas, gerando também diferentes estratégias nossas para o

acompanhamento e controle das informações.

À medida que acompanhávamos o trabalho dos ACS’s tivemos oportunidade de participar de

atividades envolvidas com o Programa Bolsa Família, destacando a medição e a pesagem das

famílias beneficiadas. Participamos assim, de um mutirão desenvolvido pela equipe do Jardim

Itabaiana I com o objetivo de atender as novas exigências estipuladas pelo PBF, nas quais

passaram a ser pesadas e medidas não apenas as crianças de 0 a 6 anos, e sim todos os

integrantes das famílias acompanhadas. Com estas ações podemos vivenciar algumas práticas

até então ausentes de nossa vida acadêmica, permitindo-nos conhecer um pouco mais da

profissão escolhida por nós e percebendo a importância da nutrição tanto no funcionamento

do PBF, quanto para a promoção da saúde da população.

Durante a realização de nossas pesquisas sobre a situação do PBF naquela área, observamos

que não seria possível, no período em questão, realizarmos atividades coletivas focadas

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diretamente à comunidade. Decidimos privilegiar o trabalho exercido pelos ACS’s, investindo

em um trabalho educativo que alie o saber científico às experiências deles, a partir da

realização de oficinas que englobam temas de importância e interesse para suas atividades

cotidianas; para que, assim, as discussões e aprendizados obtidos durante estas oficinas sejam

propagadas à comunidade.

As perspectivas futuras para o grupo do PBF baseiam-se na continuação das atividades já

desenvolvidas para posterior construção de atividades coletivas que incluam a população

inserida no contexto de abrangência do Programa supracitado; pois sabe-se que é de extrema

importância o contato direto com ela, tendo como finalidade não apenas o esclarecimento das

constantes dúvidas em relação ao funcionamento do programa, como também um

direcionamento à uma alimentação adequada, permeada pelo modelo aconselhamento

nutricional adotado pelo PINAB.

Ante os resultados obtidos com a realização da primeira oficina voltada aos ACS’s, é

interessante darmos continuidade à execução destes eventos, pois, desta forma, estreitaremos

vínculos com esses profissionais que são fundamentais para facilitação do nosso desempenho

e conseqüente crescimento do Projeto. Além disso, estes momentos educativos podem ser

oportunidades para aprofundamento da discussão sobre alimentação e nutrição na

comunidade, na perspectiva do direito e da segurança. Poderá se constituir um fórum de

discussão permanente, no qual os ACS’s deverão levantar dúvidas e questionamentos a

respeito, bem como trazer situações advindas da própria comunidade.

Com a conclusão das atividades deste primeiro semestre, pudemos perceber o quanto o

exercício do PBF precisa avançar como prática social, no sentido de contemplar não apenas a

transferência de renda, mas abarcar ações e interações que encoragem o desenvolvimento

social e a organização da população beneficiada. Pudemos também observar que é de

fundamental importância fazer dos dados de acompanhamento de peso e altura de crianças

instrumentos para a promoção da saúde. Constatamos que, na maioria das vezes, esses dados

são apenas registrados, mas seu diagnóstico não é seguido de ações mais estruturantes e

proponentes de mudança.

Entretanto, este é um desafio na atualidade do PBF. Conforme observa Senna et al (2007), no

PBF não está prevista a realização de acompanhamento social das famílias por equipes

multiprofissionais, o que requereria ações para além do controle estrito das contrapartidas. É

indiscutível que ações dessa natureza contribuiriam em muito para o sucesso do Programa, a

exemplo de outros programas nas áreas de assistência social e saúde que apostam no

fortalecimento das relações de vínculo entre profissional e população beneficiária.

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Na busca por apreender este desafio, o PINAB deverá, no próximo semestre, continuar

desenvolvendo trabalhos capazes de identificar que problemas e contradições permeiam o

PBF naquela comunidade, buscando fortalecer uma rede de enfrentamento e construção

coletiva de caminhos e estratégias, juntamente com a população e os profissionais da

Unidade. Nessa direção, deveremos priorizar a construção de um relatório-diagnóstico que

demonstre a real situação deste Programa na área. A partir de então, poderá se propor

estratégias de mudanças, no intuito de alcançar a melhoria do funcionamento do PBF.

Considerações

Com o trabalho realizado percebemos a heterogeneidade do Programa Bolsa Família no que

diz respeito tanto a sua contextualização teórica, quanto ao seu funcionamento na comunidade

atendida pelo Projeto.

Durante a realização das práticas do PINAB, percebemos a necessidade de profissionais da

nutrição no PSF (Programa Saúde da Família), visando um correto acompanhamento

nutricional das famílias assistidas pelo PBF, com o objetivo de contribuir para promoção da

saúde através de uma alimentação adequada, proporcionando uma vida mais saudável para a

população como um todo, bem como articular o avanço dos programas sociais de combate a

pobreza, diretamente envolvidos com a questão da segurança alimentar e nutricional.

Durante a vivência detectou-se também a necessidade de um maior aprofundamento dos

conhecimentos dos profissionais da USF Vila Saúde sobre a Segurança Alimentar e

Nutricional, especialmente evidenciada pela falta de articulação destes no que envolve o PBF.

Referências

SENNA,M.C.M.; BURLANDY,L.; MONNERAT,G.L.; SCHOTTZ,V.; MAGALHÃES, R.

Programa Bolsa Família: nova institucionalidade no campo da política social brasileira?

Revista Katálysis, v. 10, n. 1, pp. 86-94. 2007.

MELO NETO, J. F. Educação popular: uma ontologia. In: MELO NETO, J.F.; SCOCUGLIA,

A.C. Educação Popular: outros caminhos. Editora Universitária/UFPB, 1999, p. 31-74.

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ANEXOS

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ANEXO 1- “Comida” , música utilizada na oficina com os ACS’s.

Comida Composição: Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Brito

Bebida é água.

comida é pasto.

você tem sede de que?

você tem fome de que?

a gente não quer só comida

a gente quer comida, diversão e arte.

a gente não quer só comida,

a gente quer saída para qualquer parte.

a gente não quer só comida,

a gente quer bebida, diversão, balé.

a gente não quer só comida,

a gente quer a vida como a vida quer.

bebida é água.

comida é pasto.

você tem sede de que?

você tem fome de que?

a gente não quer só comer,

a gente quer comer e quer fazer amor.

a gente não quer só comer,

a gente quer prazer pra aliviar a dor.

a gente não quer só dinheiro,

a gente quer dinheiro e felicidade.

a gente não quer só dinheiro,

a gente quer inteiro e não pela metade.

bebida é água.

comida é pasto.

você tem sede de que?

você tem fome de que?

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ANEXO 2- Relatos de Experiência

Impressões de Caroline Sousa Cabral- Estudante de Nutrição, 3º período, UFPB.

Durante este período de atuação no PINAB, me deparei com uma realidade bastante diferente

da minha, a qual as pessoas tendem a se acomodar mesmo com tanta injustiça. É incrível

como até mesmo os mais prejudicados se acostumam com o “mundinho” em que vivem e não

procuram lutar por seus direitos.

Sinto-me parte daquelas comunidades, e acima de tudo, me sinto na obrigação de estimulá-las

a irem em busca de tudo que lhes é concebido como direito. Os momentos de conversa com

aquelas pessoas eram como um imenso “tapa na cara”, onde eu cada dia mais saía de meu

“berço de ouro” e ia conhecer a verdadeira realidade em que o mundo se encontra.

Até mesmo durante as atividades coletivas, onde não realizávamos as visitas, mesmo assim eu

me sentia útil, pelo fato de trabalhar por aquelas pessoas. Os momentos de discussão sobre a

situação do Programa Bolsa Família naquelas comunidades me deixavam, muitas vezes,

inquieta, pois mesmo tão disposta a ajudar, nada me vinha em mente para poder auxiliar as

pessoas prejudicadas, entretanto, depois vi a minha importância dentro do projeto e da

comunidade, pois conclui que se eu fosse atrás dos direitos das pessoas, eu estaria lhes tirando

o seu bem mais precioso: a esperança delas lutarem por elas mesmas! Daí, vi que meu dever

era provocá-las cada dia mais, para que deste modo estas pessoas pudessem se unir e irem em

busca de mudanças para a realidade em que se encontram.

Foi pequeno o período de atuação, mas o pouco que fizemos, tenho certeza que foi um grande

contributo para aquela sociedade. Estamos apenas no início de uma longa caminhada, mas

minha vontade de fazer valer dentro daquelas comunidades me faz ter a esperança de que,

juntos, poderemos contribuir para a promoção da saúde daquelas pessoas.

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Impressões de Elvira de Lourdes C. de Lima - Estudante de Nutrição, 1º período, UFPB.

Ser Humano

Extensão universitária é uma expressão estranha a alguém que, a pouco chega na universidade

– como é o meu caso.Porém, mesmo assim, resolvi participar, e que grande descoberta a

minha – a extensão universitária vai muito além de um grupo de universitários visitando uma

comunidade, ela verdadeiramente ensina ao estudante o que é ser um bom profissional em

todos os sentidos, e principalmente ensina-nos a sermos mais humanos.

A extensão ensina que ser um bom profissional é bem mais que ter grande conhecimento

científico e que para se trabalhar bem é preciso saber aliar conhecimento científico e

humanidade.

Assim sendo, aprendi muito mais do que pensei que iria aprender e, enfim, percebi a

importância da extensão universitária na sociedade e na vida dos estudantes que serão futuros

profissionais.

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Impressões de Ingryd de Lira Meireles - Estudante de Nutrição, 3º período, UFPB.

O meu ingresso ao PINAB (Práticas Interais De Nutrição na Atenção Básica em Saúde)

retratou também a minha primeira experiência como extensionista. Tendo a satisfação de

iniciar a extensão de forma encantadora e estimuladora, pois, trata-se de um projeto de

extensão popular voltado exclusivamente para o curso de nutrição, o qual foi escolhido por

mim.

O local de atuação do projeto, Unidade de Saúde da Família Vila Saúde, foi de extrema

importância para o desenvolvimento de nossas atividades, uma vez que, possui quatro

comunidades adscritas e profissionais dispostos à colaboração para o crescimento do Projeto,

em especial os Agentes Comunitários de Saúde. Estes nos proporcionaram uma relação mais

estreita que facilitaram o desenvolvimento de ações de extrema importância para nós

estudantes, e para a comunidade em si.

È incontestável o aprendizado obtido com as práticas vivenciadas durante o PINAB.

Experiências estas, absorvidas tanto no decorrer das atividades realizadas na Unidade, pelo

grupo do Programa Bolsa Família (PBF) - o qual fui integrante, quanto nas reuniões que

envolviam os demais grupos formadores do Projeto (grupo de idosos, grupo da escola e grupo

das gestantes).

È imensa a defasagem de projetos com propostas como a do PINAB, no âmbito das

universidades, dificultando uma formação mais completa e consciente de nós estudantes.

Sabendo disso, empenhei-me para uma participação eficiente e benéfica, tanto para mim

como também para o Projeto, no decorrer deste período de trabalho na Vila saúde. O intuito

foi de aspirar os conhecimentos resultantes das atividades executadas na comunidade, e da

troca de experiências entre nós extensionistas, bem como, com os profissionais da unidade.

No entanto, não desviando do nosso propósito, enquanto praticantes da extensão popular, para

com a comunidade.

Após a minha participação no PINAB, em especial no trabalho com o Programa Bolsa

Família, pude observar a necessidade de profissionais da nutrição no acompanhamento do

PBF, e sua extrema importância na promoção da saúde de toda população.

Um trabalho honroso e gratificante é o que me aproxima, cada vez mais, desse Projeto, da

comunidade e do curso de nutrição.

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Impressões de João Victor M. C. da Cunha- Estudante de Nutrição, 3º período, UFPB.

As experiências vividas tanto na comunidade como na Unidade de Saúde da Família (USF) do

bairro do Cristo, o que consistiu a primeira etapa do PINAB, foram de grande valia para o

fortalecimento do meu interesse pela área de saúde pública e trabalho com comunidade.

As visitas comunitárias trouxeram uma visão mais ampliada da realidade de quem seria o alvo

da vivência: as famílias beneficiadas com o programa do Governo Bolsa Família. E,

particularmente, uma “pesquisa” interna do meu papel enquanto nutricionista em potencial.

Isso, proporcionado pelo PINAB.

Ainda tive um conhecimento mais amplo a respeito da prática do programa Bolsa Família,

tendo sido instigado a pesquisar sobre, o que aumentou minha visão crítica do interesse do

governo com a sociedade, e ainda mais com a população de baixa renda.

Por fim, a experiência peculiar da oficina com os ACSs, também foi de fundamental

importância para minha formação profissional. Onde foi trabalhado, ainda que inconsciente, a

postura frente aos parceiros da grande missão que é o trabalho popular, postura essa que fez-

me ver a importância de cada pessoa para a consumação de tal prazerosa missão.

É com grande satisfação que finalizo esses relatos, na certeza de um novo trimestre de lutas e

conquistas que o PINAB me proporcionará.

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Impressões de Mickella de Farias Silva- Estudante de Nutrição, 1º período, UFPB.

Quando soube que atuaria no grupo voltado ao Programa Bolsa Família, no primeiro

momento não consegui imaginar como poderia contribuir para esse grupo específico, dentro

da comunidade com pessoas beneficiárias de um programa social do governo (o qual já tinha

ouvido tantas críticas).

Antes de tudo nos esclarecimentos feitos pela coordenação sobre as frentes de atuação do

projeto, já foi logo exposto que o projeto atenderia à quatro grupos distintos (

Idosos,Gestantes, PBF e Escola). Em todos os outros grupos conseguia ver um leque de idéias

e atividades, mas o PBF era o único que eu ainda não tinha a sensibilidade de enxergar seus

horizontes.

Nossa primeira atividade marcada foi visita domiciliar não podia ter começado melhor,

conhecer a realidade para depois estabelecer práticas e metas. Nunca tinha tido experiência

com visita domiciliar. Esse trabalho foi brilhantemente auxiliado pelos Agentes Comunitários

de Saúde (ACS) da USF Vila Saúde, que conhecem a área e possuem um grande vínculo com

a comunidade.

Durante as visitas fiquei de frente com muitas situações que mesmo já imaginadas como

seriam superaram minhas expectativas. O contato, a conversa, o ambiente... Sempre fui muito

observadora e aquelas visitas despertavam minha curiosidade e faziam perceber muitas coisas

da vida daquelas pessoas e da realidade a qual estão inseridas.

Com essas experiências nós do grupo do PBF fomos observando como se encontrava o

Programa Bolsa Família naquela comunidade; e quando nos sentamos para discutir com a

coordenação como seria nossa atuação frente à essa realidade vi que seria difícil, que teríamos

que desvendar as condicionalidades, qualidades e defeitos do Programa.

Deparamo-nos com muitas dificuldades, informações desencontradas, dados preenchidos por

mera burocracia e pouco acompanhamento do PBF na comunidade.

Nosso período estava chegando ao fim e não tínhamos conseguido reunir as pessoas para o

grupo de discussão( pretendemos fazer), mas conseguimos promover uma oficina direcionada

aos ACS’s. Foi muito enriquecedor, nós alunos e agentes de saúde debatendo temas em

comum relacionados à comunidade e a sociedade como um todo, aprendendo juntos.

Sinto que preparamos o alicerce para os próximos alunos que ficarão no grupo PBF e ficam as

expectativas de que o pouco que fizemos servirá de base para as próximas atividades.Comecei

a enxergar seu vasto horizonte , que ele pode ser usado também para a promoção da saúde e

autonomia das pessoas.

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Aprendi com essas vivencias que a minha entrada na universidade já tendo a valiosa

oportunidade de estar na comunidade ampliou o meu olhar de estudante e futuramente

profissional. Em nossa oficina de avaliação do PINAB fui perguntada se o projeto mudou algo

em minha vida e respondi que, era muito privilegiada por estar no 1° período e,já num projeto

de extensão popular,via que as teorias com que estava tendo contato pela 1° vez, eram

valiosas por estarem dentro de um corpo humano, com sentimentos, condicionalidades,

problemas...

Impressões de Thaise Anataly Maria de Araújo - Estudante de Nutrição, 3º período,

UFPB.

Page 21: GRUPO PBF 2007.2

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Ao participar de um projeto de extensão, amplia-se toda uma visão de mundo e, quando se

trata de um projeto voltado ao curso que você faz, caso do PINAB, passa-se a enxergar a

profissão escolhida de um modo diferente, percebe-se o quanto os muros da universidade se

tornam restritos se comparados às experiências que a vivência lhe traz.

O primeiro período de atuação no projeto foi extremamente gratificante, uma vez que, eu não

tinha experiência alguma em trabalhos como o proposto por este e fiquei em um grupo

desafiador –Grupo do PBF- cujas bases deveriam ser construídas pelos seus integrantes, o que

exige responsabilidade, compromisso, determinação, empenho e estas características foram

marca do grupo como todo.

As atividades do PINAB tiveram um planejamento que nos dava total embasamento para sua

realização. As três primeiras semanas de atuação dele foram dedicadas ao reconhecimento da

área e, dessa forma, pudemos nos familiarizar com a comunidade, com a USF Vila Saúde e

com os colaboradores do projeto. Essa experiência foi de grande valia, nos mostrou o quanto a

proposta do PINAB é importante para aquela área e que o seu sucesso depende do trabalho

exercido por todos que compõem o projeto.

No que diz respeito às atividades coletivas, procuramos obter o maior número de informações

possíveis e percebemos o quanto estas são divergentes, pois em cada órgão que visitávamos,

tínhamos a impressão de que se tratava de programas diferentes, o que também era observado

dentro da Vila Saúde, uma vez que, cada unidade atua de forma particular.

Um ponto de extrema relevância no período foi a oficina oferecida aos ACS’s, a qual foi

planejada com muito empenho e serviu de grande aprendizado para o grupo, não só por sua

preparação, mas pelos contratempos, também, pois, dessa forma, nos preparamos melhor para

vida. Na realização da oficina trocamos muita experiência e absorvemos uma série de

conhecimentos, encerrando o período do modo mais proveitoso possível.