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nutrição a
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TAMPES
TrabalhosolicitadopeloProf.Dr.MarcusViniciusMoraisdeOliveira,comoparteintegrantede
avaliaodadisciplinadeBovinoculturadeLeite.
AquidauanaMS
Junhode2009
Introduo
Apecuriabovinabrasileirasetemmodificadonasltimasdcadas,apresentandotendncia
intensificaodeseusistemadeproduo.Hoje,estimasequecercade6milhesdosbovinos
sejamcriadosemregimedeconfinamentoousemiconfinamento,sendoalimentadoscomdietas
ricasemenergia.Nessesistema,casonohajaumadequadomanejocomumosurgimentode
quadrosdeacidoselcticaruminal(ALR)aguda(MARUTAeORTOLANI,2002).
Aexignciadiriaemnutrienteseenergiapeloanimaldeterminadapeloseunveldeproduo,
pelo seu peso corporal, seu estdio fisiolgico e pela interao com o ambiente (ambiente
climtico, instalaes e equipamentos, manejo, tipo de alimento, etc.). Os veculos que
utilizamosparasuprirasreferidasexignciassoosdiversosrecursosalimentaresdisponveis,
normalmenteclassificadossegundosuascaractersticasqualitativas,emalimentosvolumosos,
concentradosesuplementosvitamnicoseminerais(DAMASCENO).
Paraquembuscaprodutividadeerentabilidadecompecurialeiteira,inadmissvelodescuido
nomanejonutricionaldorebanho.Analisesprticascomprovamqueutilizandoestaferramenta
deformaestratgicaeracionalpossvelobtertimosresultados,melhorandocadavezmaisos
ndiceszootcnicosdaspropriedadeseassimconseguindoumamelhorprodutividadeporrea
(POMPEI).
Vacasleiteirasdealtaproduorequeremconsumodenutrientescapazdeatenderasdemandas
metablicas da gestao, do ganho de peso, damantena e de uma lactaomuito acima
daquelanecessriaparamanteraperpetuaodaespcie.Vacasmodernastmexcreode
energia pela glndula mamria trs a quatro vezes maior que a exigncia energtica de
mantena. Maximizar o consumo de dietas de alta fermentabilidade no rmen se tornou
necessrio.cidosgraxosvolteis(AGV),subprodutosdafermentaoruminal,soaprincipal
fontedeenergiaparaosruminantes.ProduzireabsorveramaiorquantidadepossveldeAGV
pordiapassouaserumdesafioparaosistemadigestivo,queanatmicae fisiologicamente,
pouco difere daquele dos ruminantes selvagens. A ocorrncia cada vez mais freqente de
acidoseruminalfoiumaconseqncia(PEREIRA).
ParaMarutaeOrtolani(2002),talenfermidadegeradapelaingestosbitaouexageradade
carboidratossolveisnoestruturais,osquais,fermentadospelasbactriasruminais,produzem
grandesquantidadesdecido lctico, levando inicialmenteacidoseruminaleemseguidaa
umaacidosemetablicasistmicaedesidrataoquecomumentepodelevaroanimalmorte.
2.0FisiologiadaDigestodeRuminantes
"Ruminantes retm a digesta em compartimento prgstrico e a fermenta com
microorganismos simbiticos". Digesto cida e enzimtica ocorre no abomaso e intestino
delgado.Apenasprotenas,gordurasecarboidratosnofibrosos(ex:amido, lactose,maltose,
sacarose)sodigeridosporenzimasproduzidaspeloanimal.Vertebradosnoproduzemenzimas
paradigerircarboidratos fibrosos,comoahemiceluloseeacelulose,e requeremoprocesso
fermentativomicrobianoparautilizaodestescompostos.(PEREIRA).
Afermentaorealizadapormicroorganismosvivendosimbioticamentenotratodigestivodo
animal. O rmenretculo e o intestino grosso so cmaras de fermentao. Locais de
fermentaonotratodigestivonormalmentetmbaixataxadepassagemdadigesta,sinnimo
dealtotempodereteno.Baixavelocidadedepassagemdadigestaviabilizaalentadigesto
decarboidratosfibrososeevitaaremoocompletadamassamicrobianaporpassagemcoma
fasefluda.OcontedodormenretculoemumavacaHolandesacomaltaproduodeleitee
comaltoconsumodealimentospesacercade75kg,umambienteaquosocomcercade17%
dematriasecaetemvolumeaoredorde90 litros.OtamponamentoeaabsorodosAGV
produzidosnormenretculonosimplesemumrgotogrande(PEREIRA).
Asacidosesmetablicassocausadasprimariamenteporaumentonaproduode++onsHe
porperdadebicarbonatodoorganismo.Aproduoexcessivade onsHmuitofreqentee
podesercausadaportrsdiferentessituaes:geraodecido19+lctico,geraodeoutros
cidos,menorexcreodeonsHdoorganismoeperdadebicarbonato.Vriascondiespodem
aumentaraproduoexgenaouendgenadecidolctico.Dentreageraoexgenadecido
lcticocitaseaacidoselcticaruminal,surgindodaintensaerpidafermentaodecarboidratos
solvel ingeridossubitamenteporanimaisadaptadosouno.Aproduodecido lcticono
rmenpodeaumentaremmaisde200vezes,ecomoseupKbaixo(3,7)fazcomqueopHdo
sucodermencaiade6a7paravalores inferioresa4,0.Umaparterelativamentepequena
deste cido absorvidaprovocando gravequadrode acidosemetablica,quepode levaro
animalmorte.Emcondiesexperimentais,opHdosanguevenosopodediminuirde7,35para
at7,0,exaurindoosteoresdebicarbonatode25paraat10mM.Endogenamente,ocido
lctico pode surgir de quadros de levem ao desencadeamento de processos fermentativos
anaerbicos para a produo de energia. No choque hipovolmico, devido a um avanado
quadrodedesidratao,comoacontecenasdiarriasintensasemespecialemneonatos,enos
casosdeendotoxemia,oorganismodiminuiacirculaosangneaperifricaparargosno
vitais,taiscomomusculaturaepele,gerandoaproduoexcessivadecidolcticoORTOLANI
DeacordocomSantos(0000),ofornecimentodealimentosconcentradosnaformadegrosna
dietaparaaumentaroconsumodeenergiaedesempenhoanimal,aumentaaquantidadede
carboidratosaseremfermentadospelamicrofloraruminal,oquepromoveaproduodecidos
graxosvolteis.Grosricosemaucaresousubprodutosfibrososricosemaucaresepectinas
aumentamaquantidadedematriaorgnicasujeitaafermentacoruminal,almdemudanas
nacomposiodadieta,oconsumodematriaseca,tambminfluenciaaproduodecidos
normen,jqueanimaisdemaioringestoconsomemmaismatriaorgnicafermentescvelno
rmen.
3.0ConcentraodeAGVepHRuminal
OpH ruminal fisiologicamentemantidoem tornodaneutralidade.Aposioanatmicado
rmen propicia que tampes salivares tenham fluxo constante para o rgo.Um ambiente
ruminalneutrofoiimportanteevolutivamenteparapropiciardiversidademicrobiana,dandoao
ruminante a capacidade de fermentar praticamente todo tipo de substrato ingerido. Um
ambientemuitocidooumuitobsicoseriamaisseletivo,provavelmenteresultandoemum
menor nmero de populaes microbianas anaerbicas capazes de manter populaes
competitivasnofludoruminal(PEREIRA).
Amensurao do pH ruminal ummtodo auxiliar no diagnstico da acidose ruminal em
rebanhos leiteiros (Garretetal.,1999).A justificativaparaestaprticaasabidacorrelao
negativa entre a concentrao de AGV no fludo e o pH . Baixo pH, per se, um fator na
patognesedaacidoseruminal.(PEREIRA).
Baixo pH pode causar distrbio no transporte de eletrlitos podendo causar vesiculao e
necrose das clulas da parede ruminal. Baixo pH tambm pode aumentar o estmulo aos
receptores vagais damucosa, capazes de inibir amotilidade do rmen, provavelmente por
aumentaravelocidadedeabsorodosAGV.(PEREIRA).
EmruminantescomaltonveldeconsumodedietasdealtafermentabilidadeopHruminal
maiscidoqueofisiologicamenteobservadoemanimaiscombaixoaporteenergtico.Reduzir
aproduodiriadeAGVnoumcaminholgicoparaevitaraquedanopH,poisistocausaria
quedanofluxodenutrientesparaoanimal.Emruminantesmodernoscomaltodesempenho
nosepodeexigirqueparmetrosdescrevendoafermentaoruminalsejamsimilaresqueles
observados em ruminantes com baixa ingesto de energia.Dietas de alta fermentabilidade
tendemareduzirtantoopHruminalquantoarelaoentrecidoacticoecidopropinico.
Umaamplitudenormaldevariaoaolongode24horasnopHruminaldevacasleiteirasdealta
produovaide5,5a7,enquantoarelaoentremolesdeacetatoemolesdepropionatofica
aoredorde2,5/1.MaiorpHemenorconcentraodeAGVsoobservadosentesdaprimeira
alimentaodamanh,enquantoomomentodemnimopHemximaconcentraodeAGV
normalmente ocorre de 10 a 12 horas aps a primeira alimentao. Entretanto, o manejo
alimentar,principalmenteafreqnciadealimentaoconcentradaemsistemasqueadotemo
fornecimentodeconcentradosseparadamentedaforragempodeafetaravariaocircadianana
concentraodeAGVenopHdormen.(PEREIRA).
Santos,afirmaquecomaingestodecarboidratos,microorganismosruminaisiroaderirseas
partculasdealimentoeiniciaroprocessodedigestode(dentroparafora),ouseja,asbacterias
temqueproduzirenzimasque iraodigeriras ligaesentreospolmerosdehexoses.Quando
microrganismosceluloliticosdigeremacelulose,hamaiorproduodegraxosvolteis,acetato,
propionato e butirato, e de aproximadamente 75.15.10.Ja quando o amido e aucares
predominam na dieta, microganismos amiloliticos digerem esses carboidratos e produzem
acetato,propionatoebutiratoemdiferentespropores,comumaumentonopropionatoe
reduonaconcentraomolardeacetatoebutirato65.30.5.Comoosmicrorganismosque
digerem amido e aucares multiplicamse mais rapidamente que os celuloliticos e
hemiceluloliticos,eataxadedigestodessescarboidratosemaisrpidadoquandocelulosee
hemicelulosesaofermentadas,opHruminalemaisbaixoquandooamidoedigeridocomparada
com a celulose.Essa alterao no pH ruminal influencia o crescimento microbiano, ja que
microrganismos celuloliticos e hemiceluloliticos preferem pH acima de 6,5, enquanto os
amiloliticospreferempHentre5,5e6,5.
4.0DeslocamentodeAbomaso
ApassagemexageradadeAGVparaoabomasoemcasosdealtoconsumodedietasdealta
fermentabilidade pode resultar em hipomotilidade do AGV, possivelmente relacionando a
incidnciadeacidoseruminal,aocorrnciadedeslocamentodeabomaso.Dietasacidognicas,
formuladas combaixo teorde forragem, tambmpodem induzirbaixoenchimento ruminal.
Espao vago na cavidade abdominal pode ser um fator predisponente ao deslocamento de
abomaso(DAMASCENO).
5.0ConseqnciasdoAumentodaAcidez
Aacidoseruminalpodeserdefinidacomoaadioeoacmuloexcessivodecidose/oufalta
de bases no fludo do rmenretculo. Secundariamente ao processo digestivo pode ocorrer
acidosemetablica,esporadicamenteresultandoemacidemia,capazdeinduzirvaloresdepH
sangneo abaixo do limite mnimo compatvel com a vida. O distrbio normalmente
relacionadoauma inadequadaadaptaoda fisiologiadigestivaaaumentona relaoentre
concentradoseforragensnadieta.Aacidoseruminalpodeafetarnegativamenteodesempenho
easadeanimalmedianteefeitosdeletriossobreamotilidadedormenafermentaoda
fibra, o consumo de alimentos a produo microbiana e a morfologia da parede ruminal.
Compreenderaspectosdemorfologiaefisiologiadosprestmagostemutilidadenapreveno
emesmocuradestedistrbio(PEREIRA).
6.0DefiniodeTampes
ValadaresFilhoePina,afirmamqueotampestemafunodeneutralizaroexcessodecidos
produzidosnormenemsituaesondeossistemastamponantes,principalmentebomfluxo
salivar,soinsuficientes.Tampessocombinaesdeumacidofracoeseusal,estesporusa
vezdevemsersolveisemguaeseupKadeveserprximodopHfisiolgicodormen,sendo
os bicarbonato de sdio considerado um verdadeiro tampo com um pKa de 6,25. Estudos
indicam que , quando as dietas contemmenos de 40% de forragem (20% FDN), um baixo
crescimentomicrobianoeobservado.Umamisturadebacteriasruminaisqueforamincubadas
invitroproduziram50%amenosdeptnamicrobianaempH5,7emrelacaoa6,7.
7.0AimportnciadaUtilizaoTamponantes
Tamponantesneutralizamcidospresentesnadieta,produzidosnafermentaoruminalouno
metabolismo animal ou secretados durante a digesto. O termo "tamponante" usado
genericamenteemnutrio.Os"tampesverdadeiros"previnemoaumentonaacidez(reduo
no pH) mas no aumentam o pH acima de um determinado valor. Exemplos de tampes
verdadeiros seriam o bicarbonato de sdio (NaHCO3), o sesquicarbonato de sdio
(Na2CO3NaHCO32H2O)eocalcriocalctico(CaCO3,carbonatodeclcio).Os"alcalinizantes",
outrotipodeaditivoalimentar,almdeneutralizaremaacideztambmpodemcausaraumento
grandenopH.Oxidodemagnsio(MgO)umexemplodealcalinizanteusadonaalimentao
animal.DesdequevacasemlactaoraramentetmproblemascompHruminalexcessivamente
alto,aindstriadanutriotemutilizadootermo"tamponante"paragenericamentedescrever
ostampesverdadeiroseosalcalinizantes(Lealetal.2007).
8.0FontesNaturaiseSintticasdeTamponantes
Asalivaricaemtampesfosfatoebicarbonato.Dentreosoitotiposdeglndulassalivaresdo
bovino,asprincipaissoasduaspartidaseasduasmandibulares.Aspartidassecretamtanto
duranteamastigaoquantoduranteorepousoenquantoasmandibularessecretamapenas
duranteamastigao.Aspartidassecretamcontinuamente,masofluxodesalivamuitomaior
duranteamastigaodeingestoederuminaodoqueduranteorepouso.Em30minutos
demastigaoseproduzsalivaequivalenteacercade6a8horasderepouso(PEREIRA).
Para Santos, os ruminantes de grande porte produzem entre 60 a 180 L/dia, o que pode
representarate70%detodaaguaquechegaaormen.Asalivaemruminantes,eisotnicaao
plasma,mascontemmaisNa+,K+,HCO3,eHPO4,emenosCL,istosignificaqueoaumento
nasecreosalivariraaumentaropHruminalemrazodomaiorfornecimentodetampesHCO
3 e HPO42, alm de influenciar o equilbrio acido bsico do sangue por causa da alta
concentrao de ctions, os quais aumentam o pH sanguneo.Em conseqncia da alta
concentraodeHCO3eHPO42,opHsalivaresemprealcalino(pH=8,1a8,3)oquechegaa
neutralizarate50%doscidosproduzidosnormen.
De acordo com Santos, a introduo de aditivos alimentares, como agentes tamponantes
(bicabornatodesdioNaHCO3),soconstantementeutilizadosemdietasdeconfinamento.A
adiode0,5%a1,0%destenamatriaseca,dadietaajudaaaliviarasflutuaesdepHruminal,
ouporseuefeitotamponantesouporumaumentonaconcentraodeNa+normen,oque
afetaataxadepassagemdafaseliquida.Agentesalcalinizantescomoooxidodemagnsio(MgO)
so incorporadosadieta como fintedeMg,mas tambmpor teralgumefeitonoambiente
ruminal.ComoaabsorodoMgnaformadeMgOebaixaquandoemaltasconcentraesna
dieta,ousodeoxidodeMgaumentaaosmolaridadedoliquidoruminal,incrementando,assim,
a taxadepassagemda fase liquida,oquepromovea remoodecidosgraxosvolteisdo
rmen.
EmexperimentorealizadoporNUSSIOet.al(2004),avaliandotrintaeduasvacasholandesas
suplementadas com, Monensina (0,0045% MS); Monensina + Tamponante (0,0024% de
monenisnanaMSe0,90%debicarbonatodesdionaMS);Probitico(0,61%sorbialnaMS);
FarinhadeAlgas(2,8%LC300NutrialgasnaMS)observouqueoconsumodeconcentradofoi
afetado pelos tratamentos (P
concentraodegorduradoleite;naproduodeslidostotaisdoleite;narelaoacetato:
propionato;nasntesedeprotenamicrobiana;nataxadediluio;nasproduesdeleitee
leitecorrigidoparagordura;noconsumodegua;noconsumoedigestibilidadedaMSeno
pHruminal.Diminuies:naproduodepropionato;nataxadedesordensmetablicasdo
rebanho. Segundo algumas revises, este ltimo fator seria o demaior importncia para a
rentabilidadeeaeficinciadousodostamponantes.
ParaLealet.Al(2008),acorreodaacidosemetablicasistmicasemdvidaopontovitaldo
sucessodaterapiaempregadaparaaacidoselcticaruminal.Existetambmumconsensoem
indicarunicamenteousodebicarbonatonacorreodaacidosesistmicanaALR.Contudo,o
uso indevidoouexcessivodesse tampopode trazer srios inconvenientesaosanimais, tais
como: alcalose sistmica iatrognica, edema cerebral e acidose paradoxal do fluido
cerebroespinhal. Uma alternativa para superar esse problema seria a utilizao de certos
tampesmetabolizveis,osquaisquandooxidadosouconvertidosemglicoseconsomemno
processoonsH+.
Essestampespodemserinfundidosemaltasquantidadessemgerarproblemascolaterais,pois
oprprioorganismoregulariasuautilizao,evitandoumasobrecarga.Numestudoanterior,
empregandosebovinosadultossadios,comparouseoefeitoalcalinizantenosanguepromovido
pela infuso de igual quantidade de alguns desses tampes {lactatolevgiro (L), acetatoL,
propionatoL, lactato, Ledextrogiro (D)} comobicarbonato, concluindosequeosmelhores
resultadosforamobtidosigualmentecomolactatoLeobicarbonato(Lealetal.,2007).
De acordo comHutjens (1991), a questo principalno uso de tampes est relacionada ao
retornoeconmicofavorvelemrespostautilizaodestes.Deacordocomoprprioautorso
listadas algumas situaes onde se teria uma resposta positiva utilizao de substncias
tamponantes:dietascomaltapercentagemdesilagemdemilho:Estasapresentamaltaumidade
(60a70%),acimade30%deCHOfermentveiseumbaixopH(3,9a4,2%).Asilagemdemilho
temumtamanhopequenodepartculadevidoaocortemaisprecisoepromovemenorsalivao
devidoasuaumidadenatural;baixafibranarao:Dietascommenosde19%deFDAdeprimem
aruminaoepodemcausarumaacidoseruminal;baixoconsumodefeno:Ofenoestimulaa
produodesaliva,aumentandootempodemastigaoeruminao.Umadietacomfenode
mdiaqualidadepoderresultarem27,1litrosdesaliva/kgdeMSconsumida;altoconsumode
concentrado:Os concentrados substituem as forragensnadieta, reduzindoonvelde fibra.
Pesquisascomvacasalimentadascomdietascontendo30%deforragemmostraramqueelas
produziam199gamenosdebicarbonatodesdio,atravsdasaliva,doquevacasalimentadas
comdietascontendo70%deforragem;grandesquantidadesdeconcentradoporrefeio(acima
de3kg/refeio);altaconcentraodecarboidratossolveis:Afetamaquantidadeeataxade
degradaodeCHOnormen,pHruminal,digestodafibraeaproduodeAGV.
Para Romanelli, a elevao dos teores de fibra da dieta, podese elevar a capacidade de
tamponamentoruminal,devidoaoestmuloaproduosalivar.Entretanto,emsituaesonde
ocorreanecessidadedetrabalharcomaltosnveisdeconcentrados(animaisdealtaproduo),
tornasedifcilrealizarestesajustes,tornandosenecessrio,ousodestesaditivos.Ostampes
podem promovermelhoria na produtividade e evitar problemasmetablicos no animal por
neutralizar o excesso de cidos produzidos no rmen em situaes onde os sistemas
tamponantesdoprprioanimal,principalmenteofluxosalivarsoinadequados.
Aadoodeprodutostamponantesnaraovlidaparaaprevenodoproblemaemanimais
confinadosquerecebemgrandesquantidadesdegros.Asubstnciatamponantemaisusada
obicarbonatodesdio,naproporode1,02,0%doconcentrado.Obicarbonatodesdiopode
ser substitudo pelo bicarbonato de potssio ou carbonato de potssio. Outra substncia
tamponanteoxidodemagnsioquepodeserusadonaproporode0,2a0,3%darao
secatotal.Ousodeionforos(monensinasdicaoulasalocida)tambmindicadoparadiminuir
aincidnciadeacidose.(PIRES2004)
9.0ConseqnciasdaAcidoseLctica
umprocessoinflamatrioagudodasestruturassensveisdaparededocascoqueresultaem
claudicao e deformidade permanente do casco. O mecanismo de desencadeamento do
processo que leva ao quadro de laminite ainda no est totalmente esclarecido. Alguns
acreditam que a laminite ocorra em funo do excesso de histamina, que causa um
ingurgitamento do leito vascular do casco. Por outro lado, o estudo da doena produzida
experimentalmentetemdemonstradoqueosuprimentosangneoarterialdalminadocasco
bastantereduzidoaoinvsdeseraumentado.Quandohingestoexcessivadegros,ocorre
umaumentonaproduodecidolcticonotratodigestivo,comdestruiodegrandenmero
debactriaseliberaodesuastoxinas.Aacidoseruminalprovocaumalesonamucosaruminal
com aumento de sua permeabilidade, levando a uma endotoxemia (intoxicao) e acidose
sistmica,queresultaemvasoconstrioperifrica,comreduodofluxosangneoslminas
docasco(CARVALHO,2008).
Omelhormtodoparaprevenoaadoodemedidasqueevitemaacidoselctica,quepode
ser feitoatravsdeumadequadoesquemadeadaptaoparaanimaisquereceberodietas
altamenteconcentradaseousodeprodutosalcalinizantes(bicarbonatooucarbonatodeclcio)
narao.Evitaroconfinamentodeanimaismuitonovostambmpodeserindicadoparadiminuir
aincidnciadadoena.Umamedidaalongoprazoparareduodaincidnciadadoenaseriaa
seleocontramachoscujasprogniesapresentemestacondio(PIRES2004).
ParaPires(2004),aacidoselcticaeumadoenametablicaaguda,causadapelaingestosbita
de gros ou outros alimentos altamente fermentveis em grandes quantidades, que
caracterizada por perda do apetite, depresso emorte, tambm conhecida por sobrecarga
ruminal,indigestoaguda,impactaoagudadormenouindigestoporcarboidratos.
Pires (2004), afirma que quando os gros ou outros produtos facilmente fermentveis so
consumidosrapidamenteeemgrandesquantidades,halteraodamicrofloraruminalcom
predominnciadebactriasgrampositivas,principalmenteoStreptococcusbovis,eproduo
degrandesquantidadesdecido lctico.Agrandeconcentraodecido lctico levaauma
quedanopH.Ocorreumaumentodapressoosmticadormenresultandoemdesidrataoe
diarria.O animal apresentapolipniaedepresso.Amanifestaode rumenitee laminite,
assimcomoodesenvolvimentodeabcessoshepticos,soseqelascomunsdeumquadrode
sobrecarga ruminal.A rumeniteocorredevidoaltaacidezdocontedo ruminal,quecausa
lesesmucosa,possibilitandoa invasodebactrias,quepelacirculaoatingemo fgado,
ondeformamabcessos.Asmedidasmaiseficazesparaestefimsoaquelasquebuscamevitaro
acessoacidentaldeanimaisagrandesquantidadesdegroseaadoodeumbomesquemade
adaptao,commudanalentaegradualaoconcentrado.
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