JTM 02-02-2012

Preview:

DESCRIPTION

Jornal Tribuna de Macau

Citation preview

Director José rocha Dinis | Director eDitorial executivo sérgio Terra | Nº 3957 | quiNta-feira, 02 De fevereiro De 2012

澳門論壇日報 10 PaTacas

Ho Iat Seng favorável a fórmula “dois mais dois” paraaumento de deputados Pág 2

Reciclagem de vidro à espera de estudos esem data para avançar Pág 7

Editores portuguesesdefendem união de esforçospara criar associação centrais

Hong Kong alarga apoiospara enfrentar “ano difícil”o Secretário das finanças de Hong Kong anunciou um pacote de medidas para ajudar os residentes e empresários a ultrapassar um “ano difícil”. as medidas que estão avaliadas em 80 mil milhões de dólares de Hong Kong incluem deduções nos impostos sobre os salários de 75% até 12 mil dólares de Hong Kong, subsídio de electricidade de 1.800 dólares e melhoria das garantias de empréstimos às pequenas empresas. Segundo John tsang, as medidas deverão dar um impulso à economia de Hong Kong de 1,5 pontos percentuais, mas o PiB deverá registar apenas este ano um crescimento entre um e três por cento. a incerteza nos mercados financeiros e “os problemas económicos por resolver” relacionados com a crise da dívida na europa e eua “poderão afectar a economia global de forma mais séria do que o tsunami financeiro de 2008”, afirmou, na apresentação do orçamento para 2012.

Pág 5

SJM firme na liderançano segundo melhor mês de sempre do Jogo

Governo de Myanmarcomeçou a abrir portasaos jornalistas estrangeiros

Pág 10

Lei de Terras nas prioridades da ALA revisão da Lei de Terras e o diploma sobre a segurança alimentar foram ontem apontados por Lau Cheok Va como prioritários na agenda da Assembleia Legislativa para este ano, por se tratarem de matérias que “não se compadecem com

atrasos”. Antecipando um aumento do volume de trabalho em 2012, o presidente da AL rejeitou as críticas à alegada falta de fiscalização por parte do Hemiciclo e vincou que todos os diplomas passam por “crivo rigoroso”. Pág 3

LAU CHEOK VA PREVÊ AUMENTO DO VOLUME DE TRABALHO

FADO NA CASA DO MANDARIM

aldina Duarte protagonizou ontem um concerto no belo cenário da casa do Mandarim. No fim, o público aplaudiu de pé a apresentação da fadista. o concerto foi registado por uma equipa da rtP que está a preparar uma série documental sobre o fado.

jornAL TribunA de mAcAu quinta-feira, 02 de fevereiro de 2012 pág 03pág 02 quinta-feira, 02 de fevereiro de 2012 jornAL TribunA de mAcAu

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grande Repórter: Raquel Carvalho • Redacção: Fátima Almeida, Helder Almeida, Paulo Barbosa, Pedro André Santos e Viviana Chan • Colaboradores: José Luís Sales Marques, Miguel Senna Fernandes, Rogério P. D. Luz (S. Paulo) e Rui Rey • Colunistas: Albano Martins, António Aresta, António Ribeiro Martins, Daniel Carlier, Henrique Manhão, João Guedes, Jorge Rangel, Jorge Silva, José Simões Morais, Luis Machado e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói (jtmpublicidade@yahoo.com e jtmagenda@yahoo.com) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa e Xinhua Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: jtmagenda@yahoo.com (serviço geral)

jornAL TribunA de mAcAu

local localLAU CHEOK VA PREVÊ AUMENTO DO VOLUME DE TRABALHO

lei de Terras nas prioridades da alO volume de trabalho da Assembleia Legislativa (AL) vai aumentar durante este ano, prevê Lau Cheok Va, que aponta como prioridade as propostas de lei relativas à Segurança Alimentar e à nova Lei de Terras. O presidente da AL rejeita as críticas tecidas à falta de fiscalização por parte do Hemiciclo e vinca que todos os diplomas passam por “crivo rigoroso”

O presidente da Assembleia Legis-lativa definiu como prioridades a conclusão da revisão da Lei de

Terras e do diploma relativo à segurança alimentar, por considerar que são docu-mentos que “não se compadecem com atrasos”. “Há diplomas cujos atrasos não constituem um grande problema, mas noutros um atraso na apreciação e apro-vação poderá ter repercussões e um im-pacto maiores, como é o caso da proposta para assegurar a segurança alimentar, que se relaciona com a saúde, e da [nova] Lei de Terras e do planeamento urbanísti-co, importantes para o desenvolvimento urbano”, vincou, à margem de um almo-ço com os meios de comunicação social.

O deputado previu que este ano a AL “terá pela frente muito trabalho”, mas enfatizou a necessidade de ter em consideração certos diplomas dada a sua importância para a sociedade. “Nes-te momento apercebemo-nos que temos de equilibrar o nosso trabalho tendo em contas as prioridades”, referiu, acrescen-tando que tal não vai significar que ou-tros diplomas fiquem esquecidos.

A revisão da Lei de Terras, cuja se-gunda ronda de consulta pública ter-

minou na terça-feira, é aguardada com expectativa pelo Hemiciclo, que tem cri-ticado algumas atitudes do Governo na concessão e permuta de terrenos aban-donados. Para Kwan Tsui Hang, o Exe-cutivo “deverá recorrer à Lei para definir limites” pois só assim será possível “re-primir a ‘liberdade’ do Governo relativa-mente aos terrenos”.

A deputada dos Operários, que já tinha apelado a mais transparência na gestão, concessão e critérios para a mu-dança de finalidade dos terrenos, disse já ter contactado com o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, que lhe assegurou que os trabalhos relativos aos terrenos serão desenvolvidos com mais celeridade. “O Governo prometeu apre-sentar os casos dos terrenos desaprovei-tados bem como se comprometeu a entre-gar a nova Lei de Terras e vamos apressar

o Executivo para que isso seja feito”, rei-terou. Kwan Tsui Hang recordou ainda que também faz parte das promessas do Governo “aproveitar 48 terrenos” que ca-íram no abandono.

As Obras Públicas asseveram que a nova Lei irá “clarificar melhor o conceito de terra do Estado”, mas as dúvidas são muitas, mesmo depois de a proposta de lei ter estado em fase de consulta pública pelo menos desde 2008. A possibilidade de mudança de finalidade de terrenos em caso de permuta foi uma das incertezas evidenciadas durante a consulta reali-zada com várias associações em meados do mês passado. Os valor do terreno e os prazos em casos de concessão também têm suscitado interrogações.SEM “CARIMBOS”. Também são apontadas falhas na fiscalização do Go-verno por parte dos deputados, mas

Lau Cheok Va rejeita as críticas, defen-dendo que a Assembleia Legislativa - que está actualmente a analisar nas três comissões 13 propostas de lei - não fun-ciona como um serviço de “carimbos”. “Cada diploma que passa pela AL é sujeito a um crivo rigoroso e temos em conta o bem estar e os interesses da po-pulação”, vincou.

Apesar de a elaboração da maioria dos diplomas partir do Governo, Lau Cheok Va referiu que o aumento das inter-pelações é outro reflexo do “exercício da função fiscalizadora por parte do órgão legislativo”. Porém, o deputado sublinha que é a qualidade que deve imperar nas intervenções do Hemiciclo. “Muitas ve-zes só falamos em termos quantitativos, e tem havido um número bastante eleva-do, mas temos de ter em conta o factor da qualidade”, enfatizou.

Procurar solução técnica para órgãos municipaisPara o vice-presidente da al, o facto da comissão eleitoral que elege o chefe do executivo não integrar membros dos órgãos municipais tal como prevê a lei Básica, não deverá entrar em contradição com outros diplomas, como a lei eleitoral. “Na lei Básica consta que a comissão deve ter representantes dos Órgãos Municipais, mas trata-se de uma questão técnica que merece a nossa atenção e para a qual vamos tentar encontrar uma solução”, enfatizou. questionado sobre se esta questão seria analisada aquando da revisão da lei eleitoral, Ho iat Seng referiu que tal “depende do comité Permanente da assembleia Nacional Popular”. “É-me difícil comentar este aspecto, mas a meu ver trata-se de uma questão técnica”, insistiu. recorde-se que deputados do Novo Macau alegaram que “a legalidade em que se baseia a escolha do chefe do executivo foi destruída”, por a comissão eleitoral não dispor de representantes de órgãos municipais, extintos em 1999.

Presidente da AL foi o anfitrião do almoço ontem oferecido à comunicação social

JÁ KWAN TSUI HANG DEFENDE AUTO-REGULAÇÃO DO MERCADO

Ho Ion Sang pede limites para preçosO deputado dos Kai Fong defende que terão de ser definidos limites ou “normas jurídicas” para regular as subidas dos preços, sob pena que a imagem de Macau como cidade turística saia lesada. Na bancada dos Operários Kwan Tsui Hang reprova a interferência do Governo nos preços praticados e apela à “auto-disciplina” do mercado

Se Kwan Tsui Hang considera que o Governo não deve vir a controlar os preços, Ho Ion Sang de-fende que terão de ser fixados “limites” ou “nor-

mas jurídicas” que possam regular as subidas dos produtos e serviços. Preocupado com a imagem de Macau no contexto da sua transformação num Centro Mundial e Turismo e Lazer, o deputado dos Kai Fong criticou as facilidades na alteração dos preços. “Hoje em dia existem muitas lojas que aumentaram os pre-ços e para [aumentar] só precisam de notificar o Insti-tuto para os Assuntos Cívicos e Municipais, pelo que considero que devem ser definidos limites e algumas normas jurídicas que regulem os preços das comidas e dos produtos”, disse.

“Não é desejável que alguns donos lesem a ima-

gem de cidade turística”, evidenciou ao reclamar apoio de entidades que representem o sector. “Espero que as associações das outras áreas possam contribuir para resolver esta situação”, sob pena dos visitantes continuarem a ser confrontados com situações díspa-res em Macau.

“Os turistas em Macau todos os anos enfrentam diferentes preços, devemos ponderar essa situação porque não bate certo com a intenção de tornar Macau num centro Mundial de turismo e Lazer”, vincou.

Por sua vez, Kwan Tsui Hang reitera que não de-verá ser o Governo a exercer o controlo nesta matéria. A deputada dos Operários considera que a mão for-te das autoridades “não é desejável”. “O sector deve chegar a um consenso e só depois passar a bola para o Governo”, evidenciou.

Como Macau é uma “economia livre, os au-mentos dos preços são uma decisão das lojas e das empresas”, diz Kwan, que vê antes como solução a “auto-disciplina” do mercado. A deputada salienta a importância de serem envidados esforços para elevar a qualidade dos serviços.

Ho Ion Sang mostrou-se ainda incomodado pelo facto de durante as férias de Ano Novo Chinês a maioria das lojas ter encerrado, quando havia mui-tos turistas a visitar Macau. Ho Iong Sang nota que a decisão cabe a cada comerciante, mas não deixou de

considerar que é uma atitude que não condiz com os objectivos de Macau no plano turístico

F.A.

Ho Ion Sang está preocupado com a inflação dos preços turísticos

(...) “Temos neste momento quatro assentos para a área do comércio e da indústria. Pessoalmente entendo que devemos então equacionar representantes para assuntos sociais e da área dos profissionais” (...) – Ho Iat Seng

(...) “Ao longo dos tempos houve sempre um desenvolvimento do sistema democrático de Macau. Houve sempre aumento dos assentos para directos e indirectos” (...) – idem

(...) “Há diplomas cujos atrasos não constituem um grande problema, mas noutros um atraso na apreciação e aprovação poderá ter repercussões e um impacto maiores” (....) - José Pereira Coutinho

(...) “Cada diploma que passa pela AL é sujeito a um crivo rigoroso e temos em conta o bem estar e os interesses da população” (...) - Idem

FátimA AlmeidA

DEPUTADOS DIVERGEM SOBRE TRABALHO EM FERIADOS

Pagamento extraordinário em discussãoPara o deputado Ho Ion Sang o pagamento extraordinário em dias de feriado deve ser revisto por representar mais um “encargo” para os pequenos empresários. Kwan Tsui Hang defende a manutenção desta regalia já fixada no diploma que regia as relações laborais antes da legislação actual

O pagamento extraordinário pago aos trabalha-dores nos feriados é um dos temas que deverá merecer destaque na revisão da Lei Laboral,

aponta Ho Ion Sang. Sem demonstrar uma posição clara quanto ao “aperfeiçoamento” de que deve ser alvo esta regalia, o deputado dos Kai Fong justifica apenas que

este pagamento constitui mais um peso nas contas dos empregadores.

“O triplo salário é um custo muito pesado e ocupa uma grande parte dos custos de exploração das lojas. É ou não possível fixar um limite ? Acho que devemos pon-derar e ao ser fixada uma proporção deve basear-se em critérios mais específicos”, disse, na esperança de que se chegue a um acordo entre as partes patronal e laboral.

“Os empresários precisam de suportar os encargos das rendas, dos salários e outras despesas, por isso, o triplo salário é uma matéria que terá de ser resolvida através do consenso”, afirmou, acrescentando que esse “consenso” poderá também ser alcançado no âmbito do Conselho Permanente de Concertação Social.

Se a opinião de Ho Ion Sang tende para que esta regalia, que alega não existir nas regiões vizinhas, deixe

de pesar nos bolsos dos patrões, Kwan Tsui Hang vinca que o benefício já antigo deve permanecer. “Não é uma questão de concordar ou discordar porque tudo está re-gulado na lei. Este pagamento já estava contemplado na lei laboral que antecedeu a legislação actual”, vincou.

O deputado dos Kai Fong indicou ainda a revisão da Lei da Contratação de Trabalhadores Não Residentes como uma prioridade, colocando a tónica nas cláusulas que determinam o emprego das empregadas domésticas. Sem especificar as condições, Ho Ion Sang disse exis-tir “necessidade de fixar um período de inactividade”. “Hoje em dia conseguimos verificar que algumas empre-gadas domésticas que vêm da China dedicam-se a tra-balhos fora do âmbito da licença que lhes foi autorizada, por isso, devemos resolver estas regularidades”, referiu.

F.A.

HO IAT SENG SEGUE MAIORIA DAS OPINIÕES EXPRESSAS NA CONSULTA DA REFORMA POLÍTICA

Em defesa da fórmula “dois mais dois”O que parece ter ditado a maioria das opiniões durante a auscultação pública é o que Ho Iat Seng também espera ver concretizado numa Assembleia Legislativa: mais quatro assentos, divididos pelas bancadas dos indirectos e directos. O vice-presidente da AL defende que sejam dados os lugares indirectos a áreas sociais ou profissionais, tal como pretendem “as vozes correntes”

Sem ousadias, o vice-presidente da Assembleia Legislativa (AL) espera que o Hemiciclo tenha mais quatro

assentos, dois dos quais reservados para deputados eleitos por via directa. A posi-ção de Ho Iat Seng alinha com a maioria dos pareceres recolhidos pelo Executivo durante uma consulta pública que termi-nou na terça-feira. “As opiniões correntes da sociedade de Macau são de dois mais dois”, vincou quando questionado sobre as mudanças que gostaria de ver no âmbito da reforma política.

Apesar de ser membro do Comité Per-manente da Assembleia Nacional Popular (ANP), que avaliará as opiniões recolhidas e tomará uma decisão, Ho Iat Seng baseou-se apenas na maioria das “vozes” ouvidas

para designar como “objectivo” a eleição de mais dois deputados para as bancadas dos directos e indirectos em 2013. Fazendo uma analogia com o Hemiciclo de Hong Kong, o deputado considera este “rácio razoável” já que na região vizinha, com uma população de mais de seis milhões, o Conselho Legislativo só contará com 70

assentos.Com a maioria das opiniões a apon-

tar para que haja na AL mais dois depu-tados por via indirecta, Ho Iat Seng re-fere que deve ser dada a oportunidade a sectores do âmbito social e profissional, descartando a hipótese de ver na banca-da dos indirectos, outros representantes dos interesses industriais e comerciais, que também defende. “Temos neste mo-mento quatro assentos para a área do comércio e da indústria. Pessoalmente entendo que devemos então equacionar representantes para assuntos sociais e da área dos profissionais”, disse.

O vice-presidente da AL rejeitou ainda que Macau esteja a dar um passo pequeno no desenvolvimento político, por ter sido apenas salientada durante a consulta pública a inclusão de mais dois eleitos por via directa e dois indirectos. “Não podemos dizer que não há um avanço, até porque ao longo dos tempos houve sempre um desenvolvimento do

sistema democrático de Macau. Houve sempre aumento dos assentos para direc-tos e indirectos”, justificou.

Embora algumas vozes tenham pug-nado por um aumento superior de deputa-dos por sufrágio universal, em detrimento dos eleitos por via indirecta e nomeados, Ho Iat Seng defende o trabalho destes gru-pos de deputados. “A existência da eleição indirecta é necessária, eu sou eleito por essa via. Aquando da apreciação das propostas de lei, tanto indirectos como nomeados tra-balham em representação da população”, vincou.REFLECTIR A MAIORIA? Ho Iat Seng apagou ainda dos horizontes de Macau a possibilidade do sufrágio universal pleno nas próximas eleições. “Desta vez não é possível avançar com a solução de sufrágio universal, por isso, não é discutível, tudo depende da Lei Básica”, expôs.

Tal como recordou tal só poderia ser conseguido com a revisão da Lei Básica, uma tarefa que não se cumpre de ânimo leve. “Tanto em Hong Kong como em Ma-cau nunca se registou qualquer revisão à Lei Básica daí que não sou capaz de dar uma resposta. A Lei Básica foi elaborada com muito trabalho e muito tempo, não é uma lei simples”, justificou.

Pelo acompanhamento que fez das sessões de auscultação pública, Ho Iat Seng acredita que as opiniões correntes querem mesmo mais dois eleitos por via directa e dois por indirecta, aligeirando as críticas tecidas ao Executivo por ter realizado pou-cas sessões, sendo apenas uma delas dedi-cada à população em geral.

Ainda que não tenha tido contacto abrangente com as mais de mil cartas que chegaram, nota que há registo ainda de opiniões contrárias que se inclinariam para o “aumento dos directos”. Agora é tem-po de fazer as opiniões remar a Pequim. “Há vozes diferentes, que provavelmente inclinam-se só para o aumento de lugares directos, de qualquer forma temos de re-portar essas opiniões ao Comité da ANP. É preciso um processo de análise”, mencio-nou, acrescentando que terão de ser avalia-das todas as opiniões.

Ho Iat Seng considera “razoável” um aumento de quatro deputados

FátimA AlmeidA

pág 04 quinta-feira, 02 de fevereiro de 2012 jornAL TribunA de mAcAu jornAL TribunA de mAcAu quinta-feira, 02 de fevereiro de 2012 pág 05

local

sérgio terrA

SPEYMILL MACAU COMPLETA VENDA DA AIA TOWER. a a Speymill Macau Property company anunciou ter concluído a operação de venda do edifício “aia tower”. o acordo provisório apontava para um encaixe de 1,26 mil milhões de dólares de Hong Kong.

ACÇÕES DA SANDS BEM RECOMENDADAS. analistas da Nomura reiteraram a recomendação de “compra” para as acções da las vegas Sands. Segundo a Macau Business, a empresa também manteve recentemente o “rating” atribuído pela Zacks investment research (“neutro”) e Barclays capital (“overweight” – desempenho acima do mercado).local

SECRETARIADO DOS TUFÕES RECEBE METEOROLOGISTA. o meteorologista assessor principal leong Kai Hong foi nomeado para desempenhar funções no Secretariado do comité dos tufões pelo prazo de um ano. leong Kai Hong iniciará funções de meteorologista no Secretariado a 13 de fevereiro.

IU VAI PAN COM MANDATO RENOVADO. o chefe do executivo renovou o mandato de iu vai Pan, ex-reitor da universidade de Macau, como membro do conselho de curadores do fundo para o Desenvolvimento das ciências e da tecnologia. a decisão produz efeitos desde 28 de Janeiro deste ano.

Florinda Chan mantém o calendário para a reforma apresentado no início de Janeiro

FLORINDA CHAN QUER QUE PRÓXIMA FASE DE AUSCULTAÇÃO CORRA MELHOR

Governo dá a “mão à palmatória”Ao todo foram cerca de duas mil opiniões ouvidas e enviadas por escrito e que agora o Executivo diz estar a ultimar, antes de enviar o relatório para Pequim. Críticas sobre a forma como decorreu o debate da reforma política parecem ter sido ouvidas

A Secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan, adiantou ontem que o Governo vai rever a primeira fase de recolha de opiniões, e pretende intensificar a campanha de

sensibilização, para que o trabalho de consulta da próxima fase “seja melhor”, de acordo com uma nota oficial.

O Executivo parece ter ouvido algumas das críticas feitas duran-te a fase de auscultações, duas das quais passavam pela falta de cam-panhas de sensibilização e pela falta de mais sessões de auscultação à população em geral.

Ao todo foram mais de duas mil opiniões que o Governo re-cebeu sobre a reforma do sistema político e que agora está a tratar em passo acelerado de modo a enviar para Pequim um relatório no início deste mês que reflicta as auscultações na “medida do possível”, de acordo com as palavras da Secretária para a Admi-nistração e Justiça, Florinda Chan.

Este prazo é importante porque desta forma a reforma do siste-ma político de Macau pode ser agendada para ser discutida na ordem de trabalhos do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular que terá lugar no final de Fevereiro.

Segundo Florinda Chan, a próxima fase da consulta pública po-derá ter início em Março ou Abril, altura em que o Governo irá apre-sentar o documento de consulta ao público de forma a proporcionar “uma discussão de forma ampla”.

A Secretária assegurou ainda que as opiniões sobre o desenvol-vimento do sistema político “servirão de material importante para o relatório que o Chefe do Executivo vai apresentar ao Comité Per-manente”, mostrando-se convicta que o relatório ficará concluído “o

mais breve possível”.Ontem à noite, o Chefe do Executivo, ao discursar no jantar de

Primavera da Associação Comercial de Macau, reiterou que o desen-volvimento do sistema político da RAEM é um dos principais traba-lhos agendados para o Governo para o corrente ano.

Um dia depois do fim da primeira fase da recolha de opiniões so-bre o desenvolvimento do sistema político, Chui Sai On sustentou ain-da que aquela iniciativa do Governo visa “acompanhar a conjuntura da RAEM”. Citado por uma nota oficial, o Chefe do Executivo defendeu ainda que o crescimento de Macau nos últimos 12 anos demonstra que o “estipulado na Lei Básica em matéria de desenvolvimento político está adaptado à realidade local” e constitui “uma garantia sólida para a prosperidade e estabilidade da RAEM, a longo prazo”.

Hospital público regista caso de suicídioOs Serviços de Saúde anunciaram ontem a morte por suicídio de um doente no Centro Hospitalar Conde de São Januário, afastando prelimi-narmente a possibilidade do caso ter sido motivado por negligência humana. Segundo um comunicado do organismo, o doente tinha mais de 50 anos de idade e foi internado para tratamento de uma doença do estômago, mas viria a ser encon-trado enforcado numa janela, pelas 00:29 horas do passado domingo, de acordo com o registo de enfer-magem. “De imediato o pessoal de enfermagem libertou o doente, detectando que este se encontrava sem respiração e batimentos car-díacos, e aplicou a ressuscitação cardio-pulmonar”, indica o comu-nicado dos Serviços de Saúde. No dia seguinte, o paciente foi transfe-rido de Serviço de Urgência para a Unidade de Cuidados Intensivos, numa altura em que se encontra-va em estado de coma, com tensão arterial instável, necessitando de ser submetido a um cardiotónico e ventilação. Porém, pelas 14:16 horas de ontem, viria a falecer. Os Serviços de Saúde referem ainda que a Polícia Judiciária já notifica-da, em conformidade com os pro-cedimentos estipulados.

FOTO

ARQ

UIVO

Os casinos de Macau voltaram a bater as estimativas de receitas em Janeiro, fechando as contas mensais com o segundo melhor resultado de sempre, graças ao elevado movimento registado após o período do Ano Novo Lunar. Entre as operadoras, a SJM manteve-se confortavelmente no topo e a Galaxy caiu para terceiro lugar depois de ter ameaçado a liderança na primeira metade do mês

Mantendo-se bem distante dos cenários de cri-se que ensombram o horizonte de boa parte do mundo, o sector dos jogos de fortuna ou

azar de Macau continua a surpreender a maior parte dos analistas e, embora não tenha atingido um novo re-corde de receitas brutas, voltou a dar sinais de grande vitalidade em Janeiro. Dados divulgados ontem pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos revelam que o total das receitas brutas dos casinos ascendeu a 25.040 milhões de patacas em Janeiro, o que representa um acréscimo de 34,8%, comparativamente aos 18.571 milhões apurados no mesmo mês de 2011.

Os resultados de Janeiro traduzem ainda uma subi-da de 6% face ao mês anterior e passam a constituir o se-gundo melhor registo da história dos casinos de Macau, ficando apenas aquém do recorde de 26.851 milhões al-cançado em Outubro do ano transacto.

Num mês em que o ritmo de crescimento das recei-tas voltou a acelerar - tendo em conta que em Novembro e Dezembro as subidas homólogas foram de 32,9 e 25%, respectivamente - a Sociedade de Jogos de Macau (SJM) voltou a “dar cartas”, segurando a liderança do merca-do depois de ter ficado ligeiramente atrás da Galaxy nos primeiros 16 dias de operações.

Ao que apurou o JTM junto de fontes do sector, no cômputo geral de Janeiro, a SJM acabou por absorver perto de 27,5% do total das receitas dos casinos, melho-rando em cerca de meio ponto face aos resultados de Dezembro.

A operadora fundada por Stanley Ho conseguiu inclusive distanciar-se da concorrência directa, uma vez que a Sands China e a Galaxy conquistaram quotas próximas dos 18,5%, ainda que as receitas das “slots”

tenham assegurado uma ligeira vantagem para a pro-prietária do Venetian. No mês anterior, a Galaxy tinha gerado 19,5% do total das receitas, superando a Sands em cerca de 3,5 pontos.

Os dados a que o JTM teve acesso indicam ain-da que a Melco Crown recuperou o quarto lugar do “ranking” das operadoras, com quase 13% das receitas, por troca com a Wynn Macau (12,5%). Entre Dezembro e Janeiro, a Melco Crown manteve o mesmo nível percen-tual, enquanto que a Wynn recuou um ponto.

Já a MGM China permaneceu no fim da tabela, apesar de ter aumentado a sua quota de mercado de 9,5 para uma percentagem ligeiramente superior aos 10%. 1,8 MIL MILHÕES EM 24 HORAS. Os bons resultados de Janeiro foram impulsionados pelo grande movimen-to registado nos casinos depois das comemorações do Ano Novo Lunar. “As receitas dos casinos foram fracas no início do Ano do Dragão, mas a partir do quarto dia do Ano Novo Lunar a média subiu bastante”, revelou uma fonte ao JTM, ao sublinhar que só na última sema-na do mês os casinos facturaram mais de 8,5 mil milhões de patacas.

O grande fluxo de clientes à volta das mesas de jogo depois das festividades do Ano Novo contribuiu mesmo para um novo recorde de receitas brutas diárias. A façanha foi alcançada no dia 28, sábado, quando os casinos do território encaixaram cerca de 1.836 milhões de patacas.

O “bolo” do jogo teve assim bem mais fermento do que se esperava inicialmente. Em meados do mês pas-sado, fontes do sector disseram ao JTM que a contabi-lidade mensal poderia situar-se entre os 22 e 22,5 mil milhões de patacas. O balanço final também acabou por exceder as previsões dos operadores reveladas ontem pela agência Lusa que apontavam para valores entre os 23 mil e os 24 mil milhões de patacas.

CONCURSO DE CONSTRUÇÃO DA SUPERESTRUTURA DO METRO LIGEIRO

luz verde para empresas locais A superestrutura vai incluir o parque de materiais e as oficinas e as regras para a construção desta empreitada vão seguir as mesmas exigidas para obras gerais do Governo

O Governo lançou ontem o con-curso público para a construção da superestrutura do parque de

materiais e oficinas que está incluída na 1.ª Fase do sistema de Metro Ligeiro. As empresas locais da construção vão poder concorrer.

Segundo o Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes avançou numa nota de imprensa, a Administração vai criar activamente condições para a par-ticipação dos sectores locais na obra de construção do Metro Ligeiro. Uma vez que os projectos de construção que vão ser executados na presente empreitada, nomeadamente os maciços dos pilares, as vigas dos alicerces e a superestrutura, têm que cumprir a exigência de tecnolo-gia para a construção das arquitecturas normais, vai ser tomada como referência os padrões das obras gerais do Governo.

O prazo do concurso foi limitado até

10 de Abril, sendo que o período para a conclusão da obra foi estabelecido em 1.015 dias. A empreitada engloba a cons-trução da superestrutura do parque de materiais e oficinas que vai ficar situada na parte norte da Avenida do Aeroporto.

A superestrutura é composta pelo edifício principal, elementos auxiliares e auto-silo. O edifício principal dispõe de três pisos, num dos quais ficará a oficina para os comboios, zona para a reparação fixa e a manutenção, gabinete da oficina, centro de controle para a circulação centralizada e gabinete para os serviços de operação.

Os elementos auxiliares abrangem o

edifício de equipamentos contra incêndio, zona de lavagem, edifício de equipamen-tos electromecânicos, sala do guarda e uma zona para ensaios do comboio, com um comprimento de cerca de 600 metros. O auto-silo servirá para o parqueamento dos comboios, no qual serão instalados sete zonas para as suas paragens e uma plataforma de reparação.

Está previsto ainda que na empreita-da sejam introduzidos, em simultâneo, ele-mentos verdes para optimizar o ambiente envolvente, e o parque de estacionamento de veículos particulares e de autocarros turísticos junto ao parque de materiais.

Casinos bateram recordediário de receitas com cercade 1.836 milhões de patacas

QUOTAS EM JANEIRO

* Percentagens aproximadas

GALAXY CAIU NA SEGUNDA METADE DE JANEIRO E FECHOU O MÊS EM 3º LUGAR NAS RECEITAS

SJM mostrou “garras” ao Dragão

NOTIFICAÇÃO EDITAL N.º 14/2012

(Pagamento da Multa)

Por ser impossível notificar, nos termos do artigo 14.° do Decreto-Lei n.º 52/99/M, de 4 de Outubro, do artigo 68.° e do n.º 1 do artigo 72.° do “Código do Procedimento Administrativo” (CPA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, a Srª. HOANG TH1 VONG, pessoalmente, por ofício, telefone, ou outra forma, sobre a matéria acusada pela infracção do Decreto-Lei n.º 32/94/M de 4 de Julho - “Licenciamento das Agências de Emprego” e para efeito do regime de procedimento da aplicação da respectiva multa, Raimundo Vizeu Bento, Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho (DIT) da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), manda que se proceda nos termos do n.º 2 do artigo 72.° do CPA, à notificação da aludida infractora, do teor da decisão sancionatória em causa, no seguinte:

Dado exposto por ter comprovado a acção da notificada a Srª. HOANG THI VONG, bem como a culpa da aludida infractora, ao abrigo da alínea a) do n.º 1 do artigo 2.° do Decreto-Lei n.º 32/94/M, foi aplicada nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 22.° do mesmo Decreto-Lei, a pena de multa de MOP$ 20.000,00.

Informa-se ainda a supracitada infractora que nos termos do n.º 2 do artigo 17.° do Regulamento Administrativo n.º 26/2008 de 29 de Dezembro, conjugado com as alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 145.°, artigos 149.° e 155.° do “Código do Procedimento Administrativo”, o presente acto administrativo pode ser impugnado:

a) Mediante reclamação para o autor do acto (Chefe do DIT), no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do dia seguinte ao da presente notificação; ou

b) Mediante recurso hierárquico necessário para o superior hierárquico do autor do acto (Subdirector da DSAL), no prazo de 30 (trinta) dias, a contar do dia seguinte ao da presente notificação.

Por outro lado, nos termos do n.º 4 do artigo 150.°, conjugado com o n.º 1 do artigo 156.° do CPA, o direito acima referido é exercido por meio de requerimento, no qual devem ser expostos os fundamentos (de facto e de direito), juntando os documentos considerados convenientes, não sendo o acto acima mencionado susceptível de recurso contencioso.

Mais fica notificado que, nos termos do artigo 21.° do “Licenciamento das Agências de Emprego”, e da alínea e) do artigo 14.° do Decreto-Lei n.º 52/99/M, conjugado com os n.ºs 1 e 2 do artigo 15.° do Regulamento Administrativo n.º 26/2008 - Normas de Funcionamento das Acções Inspectivas do Trabalho, a aludida infractora deve, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data da publicação da presente notificação edital, comparecer na DSAL para o levantamento da guia de pagamento da multa e proceder ao seu pagamento. Fica ainda notificado que, nos 5 (cinco) dias subsequentes aos do prazo acima referido, deverá entregar nestes Serviços, o documento comprovativo desse pagamento, sob pena de as cópias de todos os documentos acompanhadas do comprovativo de cobrança coerciva serem remetidos à Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças para ser efectuada a cobrança coerciva nos termos legais.

Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais - Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 27 de Janeiro de 2012.

Chefe do Departamento Substº,João Paulo Sou

Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais

pág 06 quinta-feira, 02 de fevereiro de 2012 jornAL TribunA de mAcAu

localFICOU SEM A MÁQUINA DE MASSAGENS. o morador de uma habitação situada na travessa do Garfo esteve fora de casa apenas uma hora, mas quando voltou encontrou a porta arrombada e verificou que lhe tinha sido roubada uma máquina de massagens. o aparelho está avaliado em quatro mil patacas, revelaram as autoridades.

AMIGO IMPEDIU FURTO. um homem por pouco que não ficou sem um maço de notas que tinha no bolso, num total de 150 mil dólares de Hong Kong. valeu-lhe um amigo que viu o furto. o caso aconteceu no interior de um restaurante onde os dois jantavam, tendo ambos perseguido e detido o suspeito, recuperando assim o dinheiro.

jornAL TribunA de mAcAu quinta-feira, 02 de fevereiro de 2012 pág 07

localIP BEJA ABRE CANDIDATURAS PARA MACAU. o instituto Politécnico de Beja abriu as candidaturas ao programa de mobilidade internacional a realizar em 2012/2013 ao abrigo dos programas erasmus, Bartolomeu de Gusmão (Brasil) e Macau. os candidatos poderão realizar um período de mobilidade no próximo ano lectivo numa das instituições parceiras do iPBeja, na europa, Brasil e Macau.

CENTRO DE ABRIGO VOLTA A FECHAR. Devida à subida gradual da temperatura, o centro de abrigo de inverno do instituto de acção Social (iaS) voltou a encerrar ontem de manhã. Segundo o iaS, entre 22 e 31 de Janeiro, o centro prestou acolhimento a um total de 434 pessoas/vezes.

VoX PoPuli

BHIMSEN SHRESTHA(Trabalhador não residente, do Nepal)

-De uma forma geral, qual é a impressão que tem sobre esta cidade?

-É uma cidade muito boa que é conheci-da especialmente pela indústria do jogo. A única dificuldade para viver em Macau é a língua, porque pouca gente fala inglês.

-Do que gosta mais?-Uma coisa boa de Macau é que está a de-

senvolver-se bem e todas as coisas estão a melhorar. Além disso, o custo de vida não é muito elevado, em comparação com Singa-pura ou outras regiões vizinhas. Aqui, mes-mo como um salário baixo, conseguimos comprar os produtos necessários para viver e até mesmo algumas coisas boas. Qualquer pessoa pode viver relativamente bem em Macau. Até o clima é bom... Por isso, gos-to muito de Macau em todos os aspectos. O Governo de Macau dá dinheiro ao povo to-dos os anos e, por vezes, até duas vezes por ano, o que é espectacular. Nunca imaginei que isso pudesse acontecer. O Governo de Macau trata muito bem a população.

-E do que gosta menos?-Da questão da língua. Esse é um dos

maiores obstáculos para conhecer bem esta cidade, porque a maioria dos residentes não fala línguas estrangeiras. Por exemplo, nos meus primeiros tempos em Macau, não conhecia bem os caminhos e quando pe-dia ajuda ninguém me compreendia. Isso é muito incómodo.

V.C.

“Governo de Macau trata muito bem

a população”

MACAU AINDA ESTUDA VIABILIDADE

Reciclagem de vidro sem data para avançarA Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental avançou ontem os dados sobre a recolha de resíduos recicláveis no âmbito do programa “pontos verdes” mas o director da entidade disse ainda não ter os valores totais da reciclagem efectuada em Macau no ano passado. Sobre o vido estão a ser feitos “estudos”

O vidro é o único resíduo sólido que ainda não é reciclado em Macau e a Direcção dos Servi-ços de Protecção Ambiental (DSPA) ainda não

tem qualquer data prevista para avançar com este processo.

“Estamos a fazer uma análise sobre as circuns-tâncias e a necessidade de se fazer reciclagem de vi-dro [em Macau] e estamos a estudar a viabilidade de avançar com esse processo, bem como estamos estu-dar as políticas existentes nas regiões vizinhas”, disse ontem o director da DSPA, Cheong Sio Kei, em res-posta aos jornalistas.

Questionado quanto aos números totais dos ma-teriais reciclados no ano passado, provenientes dos ecopontos instalados pela cidade, o responsável má-ximo da DSPA referiu que os dados ainda não estão disponíveis, apesar de ter garantido que “há funcio-nários a fazer a fiscalização de todo o processo”, que também fazem “o registo de todos os resíduos reco-lhidos”.

Cheong Sio Kei assegurou ainda que a reciclagem da totalidade dos materiais recolhidos nos ecopontos é feita em Macau.

O director da DSPA falava numa sessão de apre-sentação do balanço do “programa de pontos verdes”, relativo a 2011. Em colaboração com a União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM), a DSPA lançou um programa em Junho destinado a sensibilizar a população para a reciclagem de resídu-os, como papel, metal e plástico.

Segundo os dados ontem apresentados, até 31 de Dezembro do ano passado, as 2.322 pessoas inscri-tas no programa recolheram 9.628 quilos de garrafas de plástico, 25.820 quilos de papel e 44.120 latas de alumínio. Todos estes materiais, garantiu Cheong Sio Kei, “foram reciclados”.

Mas a recolha destes produtos realiza-se em onze

locais específicos e com horários determinados, uma vez que o programa tem a particularidade de atribuir aos participantes pontos por casa resíduo reciclado que depois se convertem em cupões de compras para usar no supermercado. Em 2012 foi acrescentado mais um ponto de recolha selectiva.

Segundo foi avançado ontem, pretende-se que este programa seja agora implementado na rede de bairros comunitários pelo que não é posta de parte a colaboração da DSPA com outras associações, tal como acontece já com a UGAMM. Em 2012 há também edi-fícios particulares que vão ter postos de recolha selec-tiva.

Apesar dos dados avançados, o director da DSPA afirmou “ser difícil fazer uma avaliação do nível de satisfação” quanto ao programa uma vez que “há sem-pre margem de progressão”.

O programa de “pontos verdes” foi implementa-do em 5 de Junho de 2011, data em que se comemora o Dia Mundial do Ambiente e precisou de 100 voluntá-rios para que pudesse ser concretizado.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

adiado prémio pedagógico

O prazo de inscrição para a se-gunda edição do prémio “pro-jecto pedagógico de educação

ambiental” foi adiado pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental para 15 de Fevereiro devido à grande procura por parte das instituições de ensino básico e secundário, segundo a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) avançou numa nota de imprensa.

Este projecto visa promover o de-senvolvimento da educação ambiental em Macau. Com base no conteúdo da primeira edição, o projecto continua a estar subordinado ao tema “ideias

para aprender a viver com baixo car-bono. Promoção das Eco-Escolas.” Para que as matérias pedagógicas re-lacionadas com a protecção ambien-tal se tornem mais diversificadas, a organização desenvolveu as condi-ções de elegibilidade. Agora podem candidatar-se ao prémio os funcioná-rios efectivos do sector educacional, membros de associações e estudantes universitários ou de estabelecimentos de ensino superior.

Visando desenvolver mais o pré-mio, e para que os alunos de diferen-tes idades pudessem absorver mais conhecimento sobre a protecção am-

biental, foram acrescentados dois gru-pos candidatos (grupo de disciplinas específicas e grupo de disciplinas bá-sicas). Os alunos do ensino secundário são o alvo dos conteúdos dos projectos no grupo de disciplinas específicas. No grupo de disciplinas básicas, os alunos do ensino primário são os destinatários, com vista a integrar o conteúdo no pro-grama da cultura geral deste nível de ensino. Nesta categoria, as letras alfa-béticas serão aproveitadas como meio de sensibilização ambiental, através da aprendizagem das quais os alunos pos-sam conhecer mais a ideia de protecção ambiental.

Destinado a promover o desenvolvimento da educação ambiental em Macau, o prémio “projecto pedagógico de educação ambiental” está a ter muita procura por parte das escolas básicas e secundárias

Por enquanto, apenas papel, plásticoe metal podem ser reciclados no território

helder AlmeidA

FOTO

ARQ

UIVO

HOMEM “DESCONTROLADO” LANÇOU O PÂNICO COM UM FACA

ameaçou a família e feriu políciaUma discussão familiar podia ter tido um final trágico não fosse a intervenção das autoridades que tiveram que “arregaçar as mangas” para deter um homem que estava a ameaçar a mulher e o filho com uma faca. Um agente das autoridades teve mesmo que receber assistência médica já que ficou ferido no decorrer da detenção

Os agentes da Polícia de Segurança Pública tiveram uma missão com-plicada na madrugada de ontem

após um telefonema de uma mulher para o seu centro operacional que dava conta que o marido estava a ameaçá-la e ao filho com uma faca. A discussão atingiu tais propor-ções que a mulher, juntamente com o filho,

refugiou-se na loja da família, situada por cima da habitação, receando o pior.

Quando a polícia se deslocou ao local encontrou um homem “descontrolado” que ignorou os avisos para largar a arma, levan-

do os agentes a intervir de forma assertiva. Um deles ficou mesmo ferido no olho e numa mão, necessitando de ser assistido.

As causas que levaram à discussão familiar e ao descontrolo do homem, um operário de 34 anos, residente da RAEM, não foram relevadas.NOVO CASO DE “MAHJONG” ILE-GAL. Outro caso revelado pelas autorida-des deu conta de mais um estabelecimento onde se jogava “mahjong” de forma ilegal com apostas em dinheiro entre os jogado-

res. A loja em questão, situada na zona da Areia Preta, foi fiscalizada na terça-feira pela polícia, que encontrou quatro jogado-res e diversas fichas na mesa de jogo, ava-liadas no total em 3.960 patacas.

No local estava ainda uma mulher que alegadamente controlava as operações de jogo no estabelecimento, recebendo dez pa-tacas do vencedor por cada partida dispu-tada, uma situação que ocorria desde Junho do ano passado, segundo terá confessado à polícia.

Ilegal cospe à porta da PSP um homem da china continental não poderia ter escolhido sítio pior para cuspir já que o fez mesmo em frente às instalações da Polícia de Segurança Pública, levando um agente a pedir-lhe a documentação. o salvo-conduto que apresentou levantou desde logo as suspeitas do polícia que acabou por descobrir que se tratava de um documento falso. após interrogações, o indivíduo terá confessado que, excluindo a fotografia, todas as informações presentes no salvo-conduto eram falsas, e que o mesmo tinha sido adquirido no interior da china a troco de 800 renminbis. entrou em Macau através de barco, vindo de Zhuhai, pagando quatro mil patacas.

Vingança “servida” com colaum residente de Macau cansou-se de esperar que os seus problemas de habitação fossem resolvidos, decidindo vingar-se colando a fechadura da porta do gabinete de um funcionário da assembleia legislativa que supostamente estaria a lidar com o assunto. o caso ocorreu em Novembro do ano passado mas só agora as autoridades conseguiram deter o suspeito. o caso foi denunciado pelas funcionárias do gabinete que não conseguiam abrir a porta e detectaram cola na fechadura. após

investigações, as autoridades conseguiram agora localizar o suspeito que terá confessado a prática do crime, justificando o acto pela demora em resolver a sua situação. Segundo alegadamente contou à polícia, o suspeito deslocou-se por diversas vezes àquele gabinete pedindo auxílio, mas sem sucesso.

Homem ameaçou mulher, filho e autoridades com uma faca

Pedro André sAntos

2ª Vez

Divisão de Coisa Comum nº CV3-10-0182-CPE 3° Juízo Cível

Autores: HO, SOI LAN, CHONg, KuN WA, CHONg, WAI KuN, CHONg, WAI SAN e CHIO, CHI KIT, residentes na Rua do Capão, 3-D, 4º B em Macau.Rés: CHONg WAI CHAN, residente na Rua do General Galhardo, 2-B, Edifício Mei Fong, 4º A em Macau.

FAz-SE SAbER quE por esta Secção, correm éditos de VINTE DIAS, contados da segunda e última publicação do anúncio, citando os Credores Desconhecidos, para no prazo de QuINzE DIAS, decorrido que seja o dos éditos, reclamarem o pagamento dos respectivos créditos pelo produto da fracção autónoma designada por A4, do 4º A, para habitação, do prédio sito em Macau, com os números 2-A a 2-B da Rua do General Galhardo, inscrito na matriz predial sob o númcero 37401 e descrito na Conservatória do Registo Predial sob o número 10002 a fls. 35v do Livro B27, sobre que tenham garantia real.

RAEM, 19 de Janeiro de 2012.

O Juiz de Direito,a) Rui Carlos Pereira RibeiroO Escrivão Judicial Principal,

a) Acácio Coelho

“JTM” - 2 de Fevereiro de 2012

TRIbuNAL JuDICIAL DE bASE JuízO CíVEL

ANÚNCIO

1ª Vez

Execução Por Custas/Multa/Indemnizações nº CR2-03-0004-LCT-A 2° Juízo Cível

Exequente: MºPº.Executado: LAO IEK, maior, de nacionalidade chinesa, titular do B.I.R.M. nº 7401428(3), residente em Macau, na Rua do Lu Cao, nº 35D, Edf. Pak Heng, 2º andar J.

Faz-se saber que nos autos acima indicados são citados os credores desconhecidos da executada para, no prazo de quINzE DIAS, que começa a correr depois de finda a dilação de vinte dias, contada da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamara o pagamento dos seus créditos pelo produto do bem penhorado sobre que tenham garantia real e que é o seguinte:

Direito penhoradoDenominação: metade indivisa da fracção autónoma do 1º andar “H”.Situação: nº 91 da Rua da Praia do ManducoFim: Para Habitação.Número de matriz: 070432.Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: 21735 a fls. 46 v. do Livro B77.Número de inscrição da propriedade horizontal: 2952 a fls. 100 do Livro F26A.

Aos 15 de Dezembro de 2011.

O Juiz,Mário Pedro M. A. Seixas Meireles

A Escrivã Judicial Auxiliar

“JTM” - 2 de Fevereiro de 2012

TRIbuNAL JuDICIAL DE bASE JuízO CíVEL

ANÚNCIO

Avenida da Praia grande, Nº 665, Edifício great Will, 2º Andar A

ICq dental team is a group of dental specialists with internationally recognized qualifications.

We provide all range of dental services:− Oral examination and radiology investigation− Restorative and Cosmetic Dentistry− Children Dentistry− Orthodontic Treatment− Oral and Dental implant Surgery– Endodontic Treatment− Periodontal Treatment− Emergency Treatment

We are committed to deliver high quality dental services with personalized care. We ensure the highest level of infection control.

Consultation by appointment:Website:www.icqoral.com

Tel: 28373266 Fax: 28356483 Email: appoint@icqoral.com

Mon to Sat: 10:30am - 7:30pm Sun: 10:30am - 2:00pm

Tue and public holidays: closed

pág 08 quinta-feira, 02 de fevereiro de 2012 jornAL TribunA de mAcAu pág 09

local

Luís Ortet, Rogério Beltrão Coelho e Carlos Morais José defen-deram ontem que deve ser criada uma associação que pugne pelos interesses dos editores locais. “Entendo que se deveria

decidir se haveria uma associação de língua portuguesa e outra chi-nesa, ou se avançamos em conjunto. Tanto faz, mas deve haver um arrastamento. Mesmo que constituamos uma associação de língua portuguesa, devemos dirigir-nos aos editores de língua chinesa e propor conversações conjuntas com o Governo e pedir que apliquem à publicação de livros a mesma filosofia que é aplicada à publicação de jornais”, afirmou Ortet.

O editor da versão portuguesa da Revista Macau falava aos jor-nalistas no fim de um painel do I Festival Literário de Macau, no qual foram discutidos os desafios da actividade editorial em Macau. Ortet argumenta que uma associação do género seria útil para reivindi-car apoios semelhantes aos que existem para a imprensa periódica, onde “o Governo considera que o mercado é excessivamente peque-no para permitir que os jornais sejam publicados com um mínimo de conforto para as empresas, por isso instituiu uma política de subsí-

PAPEL DA EDIÇÃO DISCUTIDO NO FESTIVAL LITERÁRIO DE MACAU

Editores portugueses querem associaçãoA escassez do mercado e a falta de divulgação e distribuição levam a que muitos livros publicados em Macau não saiam dos armazéns. Os editores querem mais apoios e pretendem que os trabalhos publicados localmente galguem fronteiras

dios para todos os que obedeçam a determinados requisitos”. “Para os livros é possível fazer uma coisa desse género”, caso as entidades públicas reconheçam que o mercado é “pequeno para ser possível uma publicação consistente em qualquer língua”.

Rogério Beltrão Coelho recorda os tempos da administração portuguesa do território, quando apresentou “aos sucessivos Gover-

nos planos para a divulgação do livro e da cultura, que foram siste-maticamente negados”. Na conjuntura actual, o editor considera ser benéfico “juntar forças e apresentar um plano global”. “Julgo que, nessa altura, o Governo é capaz de compreender”, afirmou.

O editor pretende reactivar a Livros do Oriente, mas refere que a escassez do mercado e o facto de “não haver em Macau uma cri-

tica literária” levam a que “os livros sejam publicados e fiquem nos armazéns”.

A exportação das obras publicadas em Macau confronta-se também com entraves. “O grande problema é o da divulgação e da distribuição. Os mercados de língua inglesa existem, mas são muito difíceis. Existem instituições que poderiam distribuir os livros, mas isso é teoricamente”, expôs.EDITAR PARA LÁ DE MACAU. Carlos Morais José começou a edi-tar livros em Macau há cerca de 10 anos. O editor da obra completa de Wenceslau de Moraes (em nove volumes) declara o objectivo de “levar o mundo chinês à língua portuguesa”, editando livros sobre a cultura chinesa no idioma de Camões. No entanto, considera que “bastam 200 livros para satisfazer a comunidade que fala português”, pelo que o livro editado em Macau “não pode morrer no território”. “O interesse aqui é levar Macau para fora”, analisou, realçando que o “marketing” é ferramenta sem a qual os livros não se vendem.

Carlos Morais José anunciou que foi assinado esta semana um convénio entre a sua editora (a Livros do Meio) e uma congénere bra-sileira (a Sésamo, uma editora constituída por professores universi-tários e sediada em São Paulo). No âmbito do acordo, as publicações da Livros do Meio vão constituir uma colecção do catálogo da edito-ra brasileira. Já este ano, será lançado o novo livro de Fernanda Dias. O convénio “vai permitir arrancar para um mercado onde a tiragem mínima são três mil exemplares”, apontou Morais José.

Manuel Almeida representou o Instituto Português do Orien-te (IPOR) no debate, tendo destacado que aquela instituição pre-para novas edições. “O IPOR vai fazer um esforço grande para editar alguns livros que penso que serão de grande importância, não só para os estudantes, mas para o público que queira seguir Macau”, afirmou.

PAulo bArbosA

(...) “O grande problema é o da divulgação e da distribuição. Os mercados de língua inglesa existem, mas são muito difíceis. Existem instituições que poderiam distribuir os livros, mas isso é teoricamente” (...) – Rogério Beltrão Coelho

(...) “Bastam 200 livros para satisfazer a comunidade que fala português” (...) – Carlos Morais José

(...) “O IPOR vai fazer um esforço grande para editar alguns livros que penso que serão de grande importância, não só para os estudantes, mas para o público que queira seguir Macau” (...) – Manuel Almeida

(...) “Mesmo que constituamos uma associação de língua portuguesa, devemos dirigir-nos aos editores de língua chinesa e propor conversações conjuntas com o Governo e pedir que apliquem à publicação de livros a mesma filosofia que é aplicada à publicação de jornais” (...) – Luís Ortet

Cinco escritores e muitas obrasno Festival L terário

rAquel CArVAlho

lolitA hu

Jimmy qi

José luísPeiXoto

tAtiAnAsAlem leVy

João PAuloCuenCA

• “trAVeller”

“Quero escrever da maneira mais livre possível”

Lolita Hu reza para que a tinta não se agarre a palavras ou realidades. “Que-ro escrever da maneira mais livre pos-sível, não apenas sobre a China. É isso que os escritores têm de fazer indepen-dentemente da cor da pele”. As raízes chinesas estão lá e ponto, afirma a es-critora formosina. “Não tenho de jus-tificar o que sou, que sou mulher... Há até quem pense que sou um homem e não me importo”. Identidade, fronteiras e globalização são conceitos quase om-nipresentes, misturando-se no cruzar de dois mundos, o oriental e o ociden-tal, em todas as suas obras. “Traveller” surgiu numa altura em que a escrita so-bre viagens estava na moda em Taiwan. “Tornou-se um cliché. Decidi reflectir sobre o tema, abordando questões como o consumismo e a globalização”. Lolita Hu escreveu depois livros como “She”, “Machine Age” e “The Sentimentalist”. Macau é agora uma surpresa no movi-mento da vida: na quinta vez que pisa o território está a descobrir uma espécie de “submundo que vive na sombra dos casinos”, repleto de “talentos locais”. E leva daqui a vontade que as suas obras sejam traduzidas em português.

• “yu li:ConFessions oF An eleVAtor oPerAtor”

Um elevadordentro de um livro

Diz que aquilo que dá humor ao que escreve é a singularidade das histórias que relata. Jimmy Qi apresentou ontem a obra “Yu Li: Confessions of an Eleva-tor Operator”, escrita há 11 anos numa altura em que sentiu um “choque cultu-ral” dentro do próprio país. “Tinha aca-bado de chegar a Pequim depois de ter vivido no Canadá. Achei curiosa a re-criação daquele homem que tocava no botão do elevador e escrevi sobre isso”. Depois de ter escrito 21 livros e publica-do nove deles, continua a não afirmar-se como escritor. “ ‘Profissão’ significa viver de algo, eu nunca fiz isso em re-lação à escrita. A minha formação é em economia”, justifica Jimmy Qi, hoje em dia a dar aulas em Pequim. Outras duas obras vão ser publicadas brevemente, “ainda este ou no próximo mês”. “Uma delas é o primeiro livro que escrevi, em 1984. Ainda estava no Canadá e é um romance sobre um negócio familiar, em torno da cultura imigrante”, revela Jimmy Qi. O outro é um conjunto de ensaios.

• “liVro” e “AbrAço”

“Parte de mim também está de cabeça para baixo”

Tal como uma edição achada por acaso no território com algumas páginas ao contrário, “parte de mim também está de cabeça para baixo”, confessou ontem José Luís Peixoto, algures perdido en-tre fusos horários e agitação de néones. “Livro”, obra publicada em 2010, “pro-põe jogos a quem lê, abordando um tema que é bastante forte, a emigração portuguesa para França nos anos 60”. O ponto de mudança da narrativa aconte-ce em 1974, ano de nascimento de José Luís Peixoto. E segue-se uma segunda parte que desconstrói a primeira. Há re-talhos biográficos, como em quase todas as suas obras, há o binómio ruralidade e urbanidade, igualmente habitual. E ao ler um parágrafo que descreve uma barbearia e o acto de barbear José Luís Peixoto fez a ponte para a obra “Abra-ço”. Editada em 2011, reúne 170 textos, onde se juntam Alziras, tatuagens, frag-mentos de infância e de viagens. “Ti-nha a vontade que não fosse um saco de textos, que tivesse uma narrativa e propusesse um caminho ao leitor”, con-ta. O tempo ditou a ordem e os textos “acompanham questões da minha vida de modo cronológico”. Mas nem tudo é verdade, avisa.

• “ChAVe de CAsA”e “dois rios”

A paixão como um “trauma” e outras questões do mundo

Voou do Rio de Janeiro para Tóquio. E no Japão ficou durante 40 dias. Foi para investigar e escrever um livro com títu-lo “quilométrico”, como lhe chama João Paulo Cuenca. “O único final feliz para uma história de amor é um acidente” (2010) é uma narrativa japonesa, onde dois casais se cruzam. A tentativa do autor passou por criar uma história que o “ajudasse a formular várias perguntas sobre o mundo”. Nela entra a “paixão” como um “trauma”, um “desastre”, “uma cidade que se destrói à frente dos olhos”. E o leitor que não se surpreenda: a obra começa desde logo com a “nar-ração de uma boneca em tom bastante bíblico”. João Paulo Cuenca confessa escrever por necessidade. “É pior não escrever”, diz o autor de “O Dia Mas-troianni” (2007), uma obra sobre “dois caras meio vagabundos”. Sempre numa língua que faz tropeçar. “A língua portu-guesa é um idioma com pedrinhas que às vezes não se encaixam muito bem”, por isso é preciso escrever e reescrever, defende o escritor e cronista brasileiro.

“Na literatura tudo vira ficção e tudo é realidade”

“As pessoas nascem com uma quanti-dade de palavras na barriga e quando gastam todas morrem”. A estória não é de Tatiana Salem Levy, esta estória não tem cara. É uma lenda indígena, que a escritora nascida em Portugal e criada no Brasil usou para falar sobre o acto de escrever. Um acto que se baseia numa busca de sentido “para aquilo que não tem sentido, que é a vida”, entende a autora. “Chave de Casa” mistura “his-tórias da minha família e ficção. Aliás, na literatura tudo vira ficção e tudo é re-alidade”, comenta Tatiana Salem Levy, referindo-se ao seu primeiro romance. Nas páginas do livro publicado em 2007 cruzam-se três geografias diferentes: Turquia, Portugal e Brasil, a par de vá-rias gerações, que vão deixando como herança uma chave. “Aborda a questão das migrações. A coisa do ter que dei-xar para trás uma história e criar uma nova”. Já “Dois Rios”, que chegou aos escaparates no final do ano passado, é um romance sobre dois irmãos gémeos que se apaixonam por uma francesa. Há “de novo a questão do outro e do en-contro”. Como uma obsessão que ainda há-de durar. “Tenho a teoria que cada escritor tem obsessões que duram três livros, depois chegam ao quarto e mu-dam”. A Tatiana Salem Levy falta ape-nas mais um romance.

• “o úniCo FinAl Feliz PArA umA históriA de Amor é um ACidente”e “o diA mAstroiAnni”

pág 10 quinta-feira, 02 de fevereiro de 2012 jornAL TribunA de mAcAu jornAL TribunA de mAcAu quinta-feira, 02 de fevereiro de 2012 pág 11

Asma Assad, com dois dos seus três filhos, assiste a uma manifestação a favor do marido

acTualNATO DIz QUE PAQUISTãO APOIA TALIBãS. um relatório secreto da Nato ontem divulgado pela BBc revela que altas instituições oficiais paquistanesas, incluindo os serviços secretos, continuam a apoiar os talibãs. Karachi desmentiu.

SRI LANKA MATA MILHARES DE GALINHAS. as autoridades do Sri lanka começaram ontem a matar milhares de galinhas de forma a prevenir a expansão do vírus da gripe, que foi detectado numa exploração a 80 km da capital colombo

VOLTA AOMUNDJoe Berardo está falidoBcP, BeS e cGD já desistiram, se-gundo o jornal i, de recuperar dívidas do empresário. as perdas já foram pro-visionadas e reflectidas nos respetivos balanços. o incumprimento é mais um passo, diz o jornal i, que ontem fez manchete com o assunto, para afastar um dos homens fortes de José Sócra-tes na banca do próximo aumento de capital do BcP, que deverá rondar os 500 milhões de euros.

Trump mantém contactos para candidaturaDonald trump ainda não descartou a possibilidade de se candidatar à pre-sidência dos estados unidos. o seu conselheiro admitiu que o magnata norte americano está em contactos com “agentes políticos de alto nível” para conseguir apoios.

Seul com défice comercial a coreia do Sul registou em Janeiro o seu primeiro défice em 24 meses devido à forte queda das exportações em consequência da crise económica mundial, revelou ontem o Governo de Seul. o factor decisivo deste resultado foi a abrupta descida das exportações que caíram 6,6% face ao mesmo mês de 2011 e corresponde à primeira queda em 27 meses, com a venda no valor de 41.450 milhões de dólares.

Economia de Xinjiang cresceu 12%a economia da região autónoma chi-nesa de xinjiang, no Noroeste do país, cresceu 12% em 2011, mais 2,8 pon-tos do que a média nacional, anunciou o Gabinete regional de estatísticas. o fosso económico entre a população urbana e rural diminuiu para 2,85 pon-tos, contra 3,13 no conjunto da china.

China liderouextracção de ouroa china liderou em 2011 pelo quinto ano a extracção mundial de ouro com 360.957 toneladas, 5,89% mais do que em 2010, revelou a associação chinesa do ouro citada pelo jornal “Novo Pequim”. Desde 2007, ano em que a china assumiu a liderança mun-dial da extracção de ouro a produção aumentou 90 toneladas.

Aviação paquistanesa matou 31 rebeldesa aviação paquistanesa atacou es-conderijos talibãs no região tribal do noroeste do país matando pelo menos 31rebeldes, foi anunciado. os aviões centraram o ataque em quatro alvos na região tribal de orakzai, no mais recente ataque do Governo aos re-beldes talibãs que se concentram na fronteira com o afeganistão.

Temperaturas baixasmatam na Europaa vaga de frio que está a afectar, há vários dias, alguns países europeus tem deixado um rasto mortal atrás de si. Só nas últimas 24 horas morreram duas dezenas de pessoas na europa central e de leste. Segundo os ser-viços meteorológicos, as baixas tem-peraturas, que chegam a atingir os 30 graus negativos durante a noite, em certas regiões da europa central, de-verão manter-se durante as próximas semanas.

acTualMERKEL EM PEQUIM COM A CRISE EUROPEIA. a chanceler alemã inicia hoje uma viagem oficial de dois dias à china, durante a qual vai tentar convencer Pequim a ajudar a europa na crise das dívidas soberanas, disseram fontes governamentais em Berlim.

SÍRIA

Rebeldes impediram fugaO exército sírio retomou o controlo dos arredores da capital quando os rebeldes revelavam ter impedido a fuga do país da mulher e dos filhos do Presidente Bachar al-Assad

Os media internacionais, citando o jornal egípcio Al- Masry-AlYoum, revelavam que as forças fiéis ao

regime tentaram fazer sair do país familia-res do Presidente Assad, a saber, a mulher, Asma, e os seus três filhos, Hafez, Zein e La-reem, e ainda a mãe e uns primos. Os fami-liares do chefe de Estado sírio dirigiam-se, no domingo, para o aeroporto de Damasco de onde seguiriam, presumivelmente, para o Reino Unido, país onde Asma nasceu há 36 anos. Foram impedidos pelas forças re-beldes que atacaram o comboio de viaturas em que se faziam transportar, forçando-os a regressar ao palácio presidencial.

Filha do cardiologista Fawaz Akhras e da diplomata Sahar Otri – ambos muçul-manos sunitas que nos anos 50 deixaram a Síria e se fixaram no Reino Unido –, Asma nasceu em Londres, onde fez a sua edu-cação académica: no King’s College fez a licenciatura em Literatura Francesa e em Computadores, o que lhe abriu as portas, primeiro, do Deutsche Bank e depois do JP Morgan em Paris, Nova Iorque e Londres.

O facto de Bachar al- Assad ser alaui-ta – um ramo do islão xiita – e de Asma ser sunita não foi impedimento para o seu

casamento, em Dezembro de 2000, pelo contrário: analistas viram a união dos dois como forma de pacificar as relações entre os dois ramos do Islão. O casal As-sad, que conta entre os amigos Brad Pitt e Angelina Jolie, foi durante muito tempo bem recebido nas capitais ocidentais. Até que eclodiu a Primavera Árabe e Assad, como aconteceu com Mubarak no Egipto e Ben Ali na Tunísia, optou pela repressão em detrimento do diálogo. Sem conseguir derrotar os opositores, que ameaçam ago-ra executá-lo.

“Assad e a sua família serão assassina-dos na Síria. Os seus próximo passos irão ser muito sangrentos”, afirmou Haitham Maleh. Este ex-juiz sírio, que experimentou os cárceres da família Assad e que agora integra o Comité Executivo do CNS, adian-tou ao diário britânico Daily Telegraph:

“Há dois meses oferecemos-lhe a opção de deixar o poder e partir, mas ele [Assad] em vez de se ir embora preferiu derramar mais sangue do seu próprio povo. O seu fim será o assassínio, como [Muammar] Kadhafi.”

Não se trata da primeira vez que uma ameaça deste género é feita contra o Presi-dente Assad, mas esta revela-se de particu-lar importância se se tiver em conta a situa-ção de pré-guerra civil em que o país vive e a forma violenta como o regime tem repri-mido o movimento pró-democracia que, há cerca de dez meses, pede – diariamente e na rua – reformas políticas e sociais.

Entretanto, as forças do regime volta-ram a controlar os arredores da capital, onde Assad se mantém entrincheirado. No país e num balanço provisório, os confrontos en-tre os dois campos fizeram 22 mortos.

JTM/DN

Desde o segundo semestre de 2011, o governo de Myanmar tem vindo a fazer o impensável: convidar jornalistas estrangeiros, mesmo ocidentais, a solicitarem vistos para fazerem reportagens no país. E estes não se têm feito rogados

Durante muitos anos, Myanmar foi um dos países mais fe-chados aos jornalistas estrangeiros por perseguição da Jun-ta Militar que tomou conta do país em Março de 1962. Em

1990, registou-se um pequeno período de abertura politica aquando das eleições livres que então deram uma maioria absoluta (390 em 489 deputados) a Aung San Suu Kyi, seguindo-se, contudo, uma violenta repressão censória e detenção dos políticos e jornalistas.

As eleições de Novembro de 2010, o advento de um governo civil, ainda que tutelado pela Junta Militar e a subsequente liberta-ção da líder oposicionista e milhares de membros do seu partido têm recebido uma atenção sem precedentes, embora se mante-nham interrogações sobre o futuro.

Mas Myanmar tem mudado quase todos os dias. Aung San Suu Kyi anda em campanha pelo país, arrastando multidões de birmaneses crentes nos ideais democráticos que sempre defendeu, e as mais altas autoridades militares falam da possibilidade da Pré-mio Nobel presidir ao Parlamento, ou mesmo integrar o próximo Governo. E tal “primavera” também chegou aos jornalistas estran-geiros. No início deste mês, a correspondente da BBC na Ásia, Ra-chel Harvey, e vários dos seus colegas receberam autorização para fazer a cobertura da visita do ministro dos Negócios estrangeiros britânico, William Hague e falou abertamente ao “The Myanmar Times” em como a vinda de jornalistas estrangeiros ajudaria a criar confiança internacional no governo.

“O governo vai saber que estamos aqui apenas para reportar a verdade, que é o nosso trabalho”, disse, salientando que fica à es-pera do próximo passo: a atribuição de vistos “não para um [even-

to] específico, mas serem autorizados a andarem por aí e fazerem diferentes tipos de histórias. “

U Min Htet, produtor da BBC em língua birmanesa disse ao jornal que já esteve por duas vezes, em trabalho, em Myanmar, depois de ter feito a cobertura da visita da secretária de Estado Hillary Clinton. “Pude falar abertamente com as pessoas na rua e as pessoas até quase não revelaram nenhum medo em falarem connosco”, assinalou, adiantando que tem como “objectivo próxi-mo, abrir um escritório no país”.

Alguns meios de comunicação birmaneses no exílio, como a “Voz da América” (VOA) e Mizzima, seguem idêntica intenção, es-tudando opções para expandir a sua presença no interior do país.

No início de Dezembro, o editor de notícias em birmanês, da VOA, U Tun Lwin Que, reuniu-se com o ministro da Informação, U Kyaw Hsan e embora não tenha querido concretizar do que fa-laram, mostrou-se optimista com a continuidade da abertura das autoridades aos media estrangeiros.

MYANMAR

começou o abrir de portasaos jornalistas estrangeiros

Presidente do TSJ fala de perigo de revolta socialO presidente do Tribunal Supremo de Justiça, Noronha do Nascimento criticou o “discurso unilateral” contra a existência de “direitos adquiridos” dos cidadãos

Foi na parte final do seu discurso da cerimónia de abertura do ano judicial que Noronha do Nascimen-to, presidente do Supremo Tribunal de Justiça, des-

piu a beca de juiz e vestiu o fato de sociólogo, alertando o poder político para o perigo de uma revolta social deri-vada das medidas de austeridade impostas. O presidente do STJ criticou ainda aquilo que classificou como “discurso unilateral e unipolar” contra os chamados “direitos adqui-ridos”. “Defender que não há direitos adquiridos é dizer que todos eles, mas todos, podem ser atingidos, diminuí-dos ou, no limite, eliminados; ou seja, é admitir o regresso das ocupações, das autogestões ou do confisco”, ou seja, a uma espécie de Período Revolucionário em Curso (PREC) do pós-25 de Abril de 1974.

Recordando o “Contrato Social” do pensador francês Jean-Jacques Rosseau, que está na base da maior parte das democracias europeias, Noronha do Nascimento adiantou que “quando o contrato se rompe”, isto é, o acordo entre o cidadão e o Estado, “rompe-se também a solidariedade, por-que tal ruptura traz sempre consigo a violação do equilíbrio das prestações contratuais com o benefício de uns em detri-

mento de outros”. “Será que se está preparado para aceitar todas as sequelas lógico-jurídicas de quem pensa assim?”, questionou o presidente do Supremo, sublinhando que os direitos adquiridos são o “produto final de uma civilização

avançada que se estruturou à volta da teoria do pacto social”. À noite, em entrevista à RTPI, o presidente do Supremo foi mais concreto, questionando a razão de só os funcionários públicos terem sido alvo de cortes nos respectivos subsídios: “Se não há direitos adquiridos para uns, por que razão há para outros?” Os cortes deveriam abranger todos os traba-lhadores? “Provavelmente”, respondeu.

Ainda no contexto dos cortes, o presidente do Supremo declarou ainda que há uma falta de “estruturação jurídica” à volta das medidas de austeridade, sobretudo quanto ao facto de os maiores cortes apenas se “aplicarem a uns e não a todos”. Por isso, mostrou-se preocupado com a “coesão social” do País. “Se o contrato é quebrado, há falta de coe-são e aumenta a criminalidade”, descreveu, socorrendo-se do escritor Camilo Castelo Branco: “Se tiram a enxada ao homem, dão-lhe tacitamente o direito de se revoltar.”

No discurso que fez na cerimónia de abertura do ano judicial, o Presidente do Supremo recorreu aos dados estatís-ticos para alertar para a desigualdade social já existente, que pode potenciar futuros conflitos, lembrando que o relatório de 2008 do Eurostat indica que Portugal é, na União Euro-peia, um dos países com maior desigualdade de rendimen-tos entre ricos e pobres. Noronha do Nascimento alertou que falar, neste contexto, de inexistência de direitos adquiridos pode ser a abertura da caixa de Pandora que “leve ao inver-no – ou ao Inferno – do nosso descontentamento”.

JTM/DN

PORTUGAL

um em cada três jovens está desempregadolumenA rAPoso

Rachel Harvey, da BBC, entrevistadapelo “The Myanmar Times ” em língua inglesa

Em cada três jovens portugueses, um está desempregado. É esta a média que sobressai na taxa de desemprego

entre os mais novos que, segundo indicou o Eurostat, atingiu os 30,8% em Dezembro (mais quatro décimas do que dois meses antes). Portugal é dos países da UE em que os jovens mais têm dificuldade em encon-trar trabalho, mas não é caso único. Bruxe-las quer atacar o problema com políticas activas de emprego, e Durão Barroso escre-veu já aos chefes de Governo dos Estados mais afectados pedindo planos e esforços concretos.

“No que respeita a Portugal, o grupo deveria ser liderado, de preferência, por um membro do seu gabinete e incluir, a ní-vel técnico, as autoridades nacionais com-petentes responsáveis pelos fundos estru-turais, o emprego e a educação, bem como os parceiros sociais nacionais”, escreveu Durão a Passos .

Com os números da Grécia ainda por apurar, Portugal surge como o país da Zona Euro com a terceira taxa de desemprego mais elevada (atrás da Espanha e da Irlan-da) e também a ocupar a terceira posição no desemprego jovem (sendo apenas “batido” por Espanha e Itália). O fenómeno não sur-preende nem economistas nem investigado-res do mercado de emprego, tendo em conta a dupla condição que o País atravessa: crise económica conjugada com o espartilho de um pacote de austeridade. Mais: temem até que se registe um agravamento ao longo de 2012, se nada for feito em contrário.

Hermes Costa, professor da Faculda-de de Economia da Universidade de Coim-bra, acredita que a dinamização de estágios profissionais e de acções de formação pro-fissional possam contribuir para aliviar a falta de trabalho entre os mais novos. “Nes-te quadro de total austeridade, a economia, só por si, não consegue criar emprego e as

políticas activas de emprego podem fazer alguma diferença”, sublinha.

Já Joaquim Dionísio, da CGTP, faz uma leitura oposta. Para o sindicalista, as medi-das que Bruxelas pretende impulsionar são “lágrimas de crocodilo”. “Sem crescimento não há emprego, e não vai ser meia dúzia de medidas que vai resolver o problema.”

João Proença põe o dedo noutra “fe-rida”: a cada vez maior precarização do emprego jovem e os salários cada vez mais baixos com que são confrontados. Para o líder da UGT, a formação, a requalificação de jovens com cursos de fraca empregabi-lidade e os verdadeiros estágios profissio-nais, entre outras medidas, devem ser pro-movidas ao mesmo tempo que se devem criar regras que tornem a precariedade la-boral mais cara. A questão da eficácia das políticas activas de emprego surge a par da escassez dos recursos financeiros. Neste campo, Elísio Estanque, do Centro de Es-

tudos Sociais da UC, refere que, em vez de apostar em mais subsídios de desemprego para os jovens, se deveriam dar mais estí-mulos às empresas que criassem emprego não precário.

A Comissão quer que, num prazo de quatro meses após a conclusão dos estudos, todos os jovens recebam “uma boa ofer-ta de emprego”, acedam a programas de formação permanente, iniciem um estágio ou aprendizagem. Os Estados terão de pro-porcionar mais vagas para garantir “reais oportunidades para os jovens, em coopera-ção com os parceiros sociais”.

Bruxelas vai trabalhar com Portugal e com outros sete países, os quais registam maior incidência de desemprego juvenil en-tre os 27. Numa primeira fase, cooperando de modo a reorientar os fundos disponíveis da UE para o apoio à inserção dos jovens no mercado de trabalho ou à sua participação em acções de formação.

Durão Barroso quer que, até Abril, Pedro Passos Coelho apresente “progressos concretos” no combate ao desemprego. O pedido chegou no dia em que se soube que o desemprego subiu para 13,6% em Portugal ( 800 mil pessoas) e que entre os jovens atinge já o recorde de 30,8%

Falando na assembleia distrital de Lisboa do PSD, o líder do partido rejeitou a hipótese de

que “Portugal vai falhar” no cum-primento do Memorando. “Nunca deixarei de cumprir um programa que outros negociaram para Portu-gal e que os portugueses merecem que seja bem executado.”

Falando na sessão em que era apresentado o livro Contribu-tos para Uma Social-Democracia Portuguesa, em que se registam as

linhas para a revisão do programa do partido, Passos Coelho lem-brou que o diagnóstico feito pelo PSD nos últimos tempos do Exe-cutivo socialista “não estava muito desviado da observação atenta e especializada” da troika. Peran-te esse “grau de identificação”, o primeiro- ministro adiantava que não está a aplicar aquele programa “como quem carrega uma cruz às costas”, pois está a executar as me-didas com “convicção”.

“Vamos cumprir o que lá está [no Memorando], custe o que custar! E custa!”, acrescentaria,

admitindo que, “ajustar o nosso nível de vida às nossas possibili-dades” e “libertar o País do exces-so de dívida e de défice” não se faz sem dor.

Ao rejeitar o cenário de pedir mais dinheiro ou mais tempo – o que seria, em seu entender, o des-crédito do País –, alega que, se não se cumprisse o acordado com a troika, “o problema não era o PSD perder as próximas eleições, mas Portugal perder as duas próximas décadas”.

O presidente do PSD admi-tiria que parte do trabalho desen-

volvido pela Comissão de Revi-são do Programa do Partido, que terminou em Março e não seguiu o processo que agora é retomado, foi canalizado para as equipas que elaboraram os programas eleitoral e de governo. Agora, as linhas traçadas no livro Contribu-tos para Uma Social-Democracia Portuguesa, que o presidente da Comissão, Aguiar-Branco, sus-tenta ser obra colectiva, pois “não nasceu de uma engenharia inte-lectual, mas de todos os militan-tes”, irão ser transformados num documento de programa, que terá

de ser aprovado em Conselho Nacional e, depois, ratificado no próximo Congresso, já agendado para 23 a 25 de Março. A comis-são de revisão, entre 28 de Junho de 2010 e 26 de Março de 2011, promoveu sete grandes conferên-cias, 18 assembleias distritais, com mais de 50 oradores convidados e acima de três mil contributos nas plataformas online criadas para o efeito. O programa original do PPD/PSD foi aprovado no I Con-gresso, em Novembro de 1974, sendo revisto no XVI Congresso, em 1992. JTM/DN

contas externas positivas em 2013Pedro Passos Coelho assegura que o défice externo (em suma, a diferença entre importações e exportações), que era de 8,9% em 2010 e de 6,8% no ano passado, em Dezembro irá fixar-se em 1,6% e, em 2013, “teremos um resultado positivo nas contas externas”. A partir desse momento, garante o primeiro-ministro, Portugal “não precisa de pedir dinheiro para a economia crescer nem o Estado para se financiar”

FernAndo mAdAíl

pág 12 quinta-feira, 02 de fevereiro de 2012 jornAL TribunA de mAcAu jornAL TribunA de mAcAu quinta-feira, 02 de fevereiro de 2012 pág 13

NANI EM DúVIDA PARA DEFRONTAR CHELSEA. o internacional Nani está em recuperação para a partida frente ao chelsea, no sábado, disse Sir ferguson que também duvida de rooney e Young na equipa.

BILBAU QUASE NA FINAL DA TAÇA DO REI. o athletic Bilbau ganhou ontem por 2-1 ao Mirandes, no terreno deste, na primeira “mão” das meias-finais da taça do rei de espanha em futebol, com fernando llorente a chegar ao golo 100 pelos bascos. DESPoRTo

“Se há exemplos de servilismo no serviço público e nas chefias políticas, o ‘Prós e Contras’ em Angola foi um dos piores. Espelhou duas ‘qualidades’ do ser português: a sabujice e o hábito dos compadrios.”

Francisco J. Gonçalves in “Correio da Manhã

Dit

o

oPInIão

car

toon

JTM/DN

CRISE CHEGOU AO FUTEBOL EUROPEU

lucho e Yannick “aqueceram” mercado de invernoO regresso de Lucho ao FC Porto e o ingresso de Yannick Djaló no Benfica marcaram o período de transferências de Janeiro no futebol português, no qual Académica, União de Leiria, e Nacional foram quem mais jogadores registou

Com sete inscrições cada no mercado de inverno, que encerrou na terça-feira, estes três clubes foram dos

mais activos da Liga portuguesa. Porém, os “estudantes” inscreveram três juniores entre os sete reforços, enquanto a equipa madeirense incluiu no seu plantel dois jo-gadores oriundos da categoria de forma-ção. César Peixoto que se encontrava livre após rescindir com o Benfica, foi registado pelo Gil Vicente.

Além de Djaló, que estava sem clube, o líder do campeonato apenas se reforçou com o médio André Almeida (ex-União de Leiria), em contraponto com as saídas de Ruben Amorim (para o Braga) e Rodrigo Mora (Peñarol).

O FC Porto, que inscrevera o brasileiro Danilo, logo nos primeiros dias da “janela de inverno”, formalizou as entradas de Lu-cho González (ex-Marselha), a custo zero, e Janko (ex-Twente), por três milhões de eu-ros. Do plantel dos “dragões”, além do em-préstimo de Walter ao Cruzeiro, do Brasil, saíram pela mesma via Guarín (Inter de Mi-lão), Belluschi (Génova) e Fucile (Santos).

No Sporting de Braga entraram qua-tro jogadores e saíram outros tantos, com destaque para as chegadas de Ruben Amo-rim, emprestado pelo Benfica, e Miguel Lo-pes (FC Porto) e para o “adeus” de Meyong (Vitória de Setúbal).

O Sporting, por sua vez, inscreveu o defesa João Gonçalves, que esteve empres-tado à Olhanense, que se junta a Renato Neto, Ribas e Xandão, entretanto contrata-dos. Quanto a saídas, os “leões” apresen-tam apenas os empréstimos de Luís Aguiar (Peñarol) e Bojinov (Lecce).

Durante o mês de Janeiro, Marítimo e Feirense foram os emblemas que menos se reforçaram, tendo inscrito apenas um jogador cada. No que diz respeito a saídas, a maior “sangria” teve lugar no Paços de Ferreira (nove), clube que também apro-veitou o período para se reforçar com cinco jogadores. Segue-se, nesse critério, o Vitó-ria de Guimarães, do qual saíram sete joga-dores: Serginho, Tony, Renan, Maranhão, Saucedo, Faouzi e Targino.

Apenas o Rio Ave e o Feirense não “libertaram” qualquer jogador, enquanto o Marítimo e o Feirense foram os que menos se reforçaram: um jogador cada.

NOTíCIA EUROPEIA FOI A TRANSFE-RêNCIA FALHADA. No futebol inglês, a grande notícia não foi uma transferência fechada, mas uma que não se realizou. De-pois de negociar com Milan, Inter de Milão e PSG, Carlos Tévez acabou por ficar no Manchester City.

Nos vizinhos de Old Trafford, o Man. United reforçou-se apenas com o defensor suíço Frederic Veseli, 19 anos, vindo justa-mente do rival City, enquanto o Chelsea contatrou o atacante Kevin de Bruyne por 7,9 milhões de euros ao Genk e o atacan-te austríaco Philipp Prosenik, que deixa o Milan por um valor não divulgado.

A maior surpresa foi a contratação de Louis Saha pelo Tottenham vindo do Everton, que, por sua vez, integrou Gibson (United) e o croata Nikica Jelavic (Ran-gers). Pavluchenko saiu do Spurs para o Lokomotiv de Moscovo.

Em Espanha, o Sevilla foi o clube que

mais investiu, contratando José Antonio Reyes (Atlético de Madri) e Baba Diawara (Marítimo), fazendo regressar Juan Torres que estava emprestado ao AEK Atenas. No total, gastou pouco mais de 7 milhões de eu-ros. O Espanhol reforçou-se com a chegada por empréstimo de Philippe Coutinho (In-ter de Milão), e Kalu Uche e Víctor Sánchez, (Neuchatel Xamax). Já o Villarreal, recebeu por empréstimo o argentino Martinuccio, que estava no Fluminense. O Granada ad-quiriu Gabriel Silva, ex-Palmeiras, e o chi-leno Matías Campos, por empréstimo e o atacante Henrique, ex-São Paulo.

Na Itália, a prncipal transferência foi a de Thiago Motta, do Inter de Milão para o Paris Saint-Germain por 10 milhões de eu-ros. O Inter contratou o colombiano Guarín, ao Porto, e o central Juan, 20 anos, Interna-cional de Porto Alegre.

O uruguaio Martín Cáceres e o italia-no Simone Padoín reforçaram a Juventus, enquanto o atacante chileno Eduardo Var-gas deixou a Universidad do Chile para fa-zer parte do elenco do Napoles.

O Milan contratou o argentino Maxi López, que actuava no Catania, e a Roma contratou Marquinho (Fluminense),mas o chileno David Pizarro deixou a Roma para reforçar o Manchester City.

Na Alemanha, o senegalês Mame Bi-ram Diouf, (United) foi para Hannover 96. Por sua vez, o Borussia Monchengladbach emprestou Raúl Bobadilla ao Young Boys, da Suíça, enquanto o central brasileiro Fe-lipe, (Nacional da Madeira), integrou o Wolfsburg.

Na França, também contratou outros dois brasileiros: o lateral Maxwell, que che-ga do Barcelona, e o central Alex, que de-fendia o Chelsea.

cem portuguesestreinam no MundoAlguns dos treinadores portugueses com mais anos a trabalhar no estrangeiro consideraram que o país peca por esquecer-se de promover convenientemente o futebol luso internacionalmente

Temos a quarta melhor Liga do Mundo e continuamos a dizer mal de nós próprios. Não sa-

bemos vender”, lamentou Henrique Calisto, o actual treinador do Paços de Ferreira que esteve 11 anos a trabalhar no Vietname e um na Tailândia, e que falava durante o Fórum de Treinado-res, promovido pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP).

Em termos de promoção, o téc-nico lembrou a “miopia de Rui Rio”, presidente da câmara municipal do Porto, “ao não ligar a cidade aos êxitos do FC Porto”.

O técnico elogiou a “importância da criação dos cursos de treinador” para a evolução destes agentes des-portivos e recordou ainda que “em apenas 15 anos Portugal passou a ter 100 treinadores no estrangeiro”.

Manuel Cajuda sintetizou a valorização dos profissionais lusos: “Quando comecei havia 17 treinado-res estrangeiros na Liga e agora há três portugueses nos 10 melhores do

Mundo”.“Depois de termos sido postos

de lado em Portugal, eu e o Manuel José, idolatrado no Egipto, vimos com orgulho o hastear da bandeira por-tuguesa na final da Taça do Egipto”, recordou o actual técnico da União de Leiria.

José Peseiro lamentou a “ausência de reconhecimento” nos media portu-gueses quando se trata do sucesso dos treinadores fora do país, enaltecendo o “corporativismo” dos técnicos na-cionais enquanto emigrantes: “várias vezes indiquei colegas aos clubes”. “No Brasil diz-se que a cada minuto nasce um jogador. Cá, em cada hora nasce um treinador”, comentou.

Bernardino Pedroto, actualmen-te sem clube, assume a mágoa pelo “esquecimentos” dos media: “O que fazemos pelo mundo fora não é reco-nhecido. Em 11 anos de Angola, ga-nhei 11 títulos e deu-se pouco ênfase a esse sucesso cá. E agora estou desem-pregado”.

JTM/Lusa

PEMIER LEAGUE

united “encostou-se” ao cityO Manchester United igualou os 54 pontos do vizinho City no topo da Liga inglesa de futebol, ao receber e vencer o Stoke City (2-0), enquanto o rival foi batido (1-0) na visita ao Everton

In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

02/02/1992

Há 20 anos

“sEmAnA dE mACAu”EnCErrou Com fEstAA “Semana de Macau” no Clu-be de Correspondentes Estran-geiros de Hong Kong encerrou em ambiente de festa, ao som de canções populares portu-guesas e com opinião unânime sobre o sucesso da iniciativa. Falando no início do jantar de gala que encerrou a “Semana de Macau”, o secretário-ad-junto para a Comunicação, Tu-rismo e Cultura, Salavessa da Cosrta salientou a importância da promoção de Macau como “cidade de cultura” e “ports psts s China”. Para Salavessa da Costa, “Macau tem mais património cultural que qual-quer outra cidade da Ásia”. Congrantulando-se com o su-cesso da iniciatica, organizada conuntamente wlo Clube de Correspondentes Estrangeiros de Hong Kong e pelo Gabinete de Comunicação Social e Ser-viços de Turismo de Macau, Salavessa da Costa manifes-tou a necessidade de manter e ampliar contactos wntre Macau e Hong Kong porque “os dois estão no mesmo barco e não podem existir de costas viradas”. O administrador-delegado da Sociedade de Tu-rismo e Diversões de Macau, Stanley Ho dirigiu também aos cerca de 100 convidados reunidos no Clube de Cor-respondentes Estrangeiros de Hong Kong para manifestar confiança no sucesso económi-co do Território sob adminis-tração portuguesa e da colónia britânicam que passam para o controlo da China em 1999 e 1997, respectivamente. Stanley Ho, que afirmou pretender manter-se à frente da Socieda-de de Turismo e Diversões de Macau até ao final do presente contrato de concessão de jogo, em 2001, ilustrou o necessário rlacionamento entre Macau e Hong Kong, referindo que “sem os cosainos de Macau, Hong Kong necessitaria de uma força policial com o dobro da envergadura da que possui para controlar o jogo ilegal”.

O Governo quer suprimir feriados, a fim de estimular a “competitivida-

de” e endireitar as finanças públicas. É um projecto ideológico, e uma continui-dade de ideias e de processos de poder, demonstradamente autoritários. A Igre-ja está de acordo com ceder dois deles à hipótese governamental. Quanto aos feriados civis, prevê-se a abolição dos que comemoram o 1.º de Dezembro e o 5 de Outubro. Não é tão absurda como parece, esta circunstância. E o jogo de compromissos salta à vista, o que tor-na o assunto repugnante. As “cedên-cias” da Igreja recaem em dois feriados “menores”, se assim me posso exprimir (Corpo de Deus e Dia da Assunção de Nossa Senhora); mas os civis possuem uma forte conexão com argumentações históricas, aliás assinaladas num docu-mento tornado público por professores catedráticos e investigadores.

A arteirice de que estas quatro eli-minações ajudam à produção nacional não passa de isso mesmo: um ardil, que deveria envergonhar quem o propõe. O pobre Álvaro Santos Pereira, ele, sim, que dá a cara e é uma das causas das nossas insatisfações, fala na virtualida-de estrutural da anulação dos feriados como quem resolve os nossos proble-mas de “competitividade.” O homem, averiguadamente, não sabe o que diz.

Que viva a República!

E ignora os documentos europeus so-bre o trabalho, que nos colocam entre aqueles com maior quantidade de ho-ras nos ofícios e nos mesteres.

Quando o extraordinário minis-tro afirma, por exemplo, que o 5 de Outubro será assinalado no domingo seguinte, como resolverá o ritual dos actos no Parlamento e no município? O hastear da bandeira, na câmara, pelo Presidente da República, vai ser adia-do? O dislate causa compaixão. E as coisas complicam-se ainda mais quan-do António Costa declara que não alte-

rará nenhuma das cerimónias habituais. Qual o papel do dr. Cavaco neste imbró-glio? E como se sairá o Executivo desta declarada confrontação?

O Dr. Passos Coelho comprou uma briga desnecessária. Indispôs republi-canos, monárquicos com uma espécie de assunção autoritária, que adiciona, ao mal-estar geral, mais uma parcela de surda indignação. Surda, isso mes-mo. Porque, na verdade, Mário Soares limitou-se a desacordar da ideia, assim como António José Seguro, com escas-sas aparências de repulsa. A esquerda que resta reduz-se a enunciações inope-rantes.

E, no entanto, sobretudo o 5 de Outubro, além da efeméride que repre-senta, foi um símbolo da Resistência ao fascismo. Salazar não permitia a sua celebração. Os que, mesmo assim, en-frentando espancamentos e até a cadeia, desciam às ruas para festejar a data nun-ca a esqueceram, durante o meio século que durou o salazarismo. A tentativa de amnésia histórica encontrou sempre a resposta contrária e corajosa de muitos homens e mulheres. É um dia de liber-tação e de liberdade que este Governo parece desejar ocultar. Mas a que os me-lhores de nós, certamente, se oporão.

JTM/DN

uM PonTo é TuDo

O cinema não foi inventado por juristas portugueses e, por isso, começou por ser mudo. Começou em 1888, com

Louis Aimé Le Prince, em Leeds, câmara focando o seu filho, os sogros e uma senhora, em cena de dois segundos? Ou co-meçou em 1895, com os irmãos Lumière, em La Ciotat, no Sul de França, com um jardineiro, um garoto e uma mangueira de jardim?

Um ou outro começou o cinema, e ambos calados. O quarteto de Le Prince olha-nos de frente, dá largas passadas, quase dança, e tudo acaba silenciosamente, de costas.

O jardineiro dos Lumière vai espreitar a boca da man-gueira, admirado por não haver débito, e quando leva com um jato de água porque um miúdo deixou de pisar a borracha corre para o castigar...

Nem uma palavra nos dois filmes e conta-se a elegância

das gentes vitorianas, num, ou a comédia dos mediterrânicos, malandros e expansivos, noutro.

O mais desconhecido entre os inventores da arte cinema-tográfica, esse Le Prince, levou o culto do silêncio à extrema demonstração: um dia de 1890, apanhou um comboio de Pa-ris para Dijon e nunca mais foi visto, uma lápide de mistério caiu-lhe em cima até hoje.

Mais mudo não podia ser.O filme O Artista, que está aí para abocanhar Óscares,

todo ele também calado, recupera o cinema desse passado. E lembro esse tanto dizer sem palavras, num dia, começo

do ano judicial, em que fomos afogados por tantos discursos sem dizeres.

A venda da Justiça deveria cair-lhes para a boca.JTM/DN

E tanta razão têm eles para se calar

ferreira fernandes

“A tentativa de amnésia

histórica encontrou sempre

a resposta contrária e

corajosa de muitos homens

e mulheres. É um dia de

libertação e de liberdade

que este Governo parece

desejar ocultar.(...)”

TRIbuna Baptista-Bastos

“Numa 23.ª ronda em que o Chelsea cedeu o seu sexto empate na prova, na deslo-cação ao recinto do Swansea (1-1), com

um tento do português Bosingwa nos descontos, os “red devils”, sem Nani, aproveitaram para re-cuperar a desvantagem pontual para o líder da tabela.

Duas grandes penalidades, apontadas pelo mexicano Javier Hernandez, aos 38 minutos, e pelo búlgaro Dimitar Berbatov, aos 53, garanti-ram o triunfo ao United.

Os “citizens”, adversários do FC Porto nos 16 avos de final da Liga Europa, viram-se em desvantagem aos 60 minutos, devido ao rema-te certeiro de Gibson - em estreia pelo Everton depois de se transferir precisamente do Man-chester United -, e não conseguiram inverter o resultado até final.

O Chelsea, do treinador português André Villas-Boas, a apostar nos lusos Bosingwa e Raul Meireles no “onze”, voltou a ceder terreno. Scott Sinclair, aos 39 minutos, colocou a equipa da casa em vantagem e só nos descontos os “blues” alcan-çaram o empate que os conserva no quarto lugar, mas a distantes 12 pontos dos comandantes.

Já sem Ashley Cole, expulso nos derradeiros cinco minutos, Bosingwa penetrou pelo flanco direito e rematou cruzado, com a bola a desviar ainda num defesa contrário, aos 90+3 minutos.

Jogadores do City andam muito nervosos

O Tottenham também aproveitou a “escor-regadela” do City para se aproximar, ao ganhar na recepção ao Wigan por 3-1, seguindo agora a cinco pontos dos primeiros, na terceira posição.

Um “bis” de Gareth Bale (29 e 64 minutos) e um tento do croata Modric (34), que já tinha assistido o galês no primeiro golo, só foram con-trariados por McArthur, aos 80.

Por seu lado, o Liverpool visitou e bateu o Wolverhampton, por 3-0, ascendendo proviso-riamente ao quinto lugar, uma vez que Arsenal e Newcastle United têm um desafio a menos.

Andy Carrol, aos 52 minutos, o galês Craig Bellamy, aos 61, e o holandês Dirk Kuyt, aos 78, apontaram os golos dos “reds”.

pág 14 quinta-feira, 02 de fevereiro de 2012 jornAL TribunA de mAcAu

lazERASSANGE NOS SIMPSONS. o fundador do Wikileaks, Julian assange, vai dar voz à sua própria personagem no episódio 500 da série “os Simpsons” que vai para o ar a 19 de fevereiro, revelou a revista entertainment Weekly. a ideia surgiu do próprio assange.

SCORSESE CONQUISTA PRÉMIO AMERICAN RIVIERA. Martin Scorsese recebeu o Prémio american riviera no festival de cinema internacional de Santa Bárbara. o prémio reconhece o artista que teve a maior influência no cinema americano e é a primeira vez que distingue um realizador.

jornAL TribunA de mAcAu quinta-feira, 02 de fevereiro de 2012 pág 15

Liam Neeson diz que a fé muçulmanaestá a entrar-lhe no espírito

Tila Tequila quer ser judiatila tequila, modelo, actriz e cantora natural de Singapura com ascendência vietnamita que tem feito furor nos eua, revelou que pretende converter-se à religião judaica. a estrela do “reality show” “a Shot at love”, da Mtv, está a ter aulas num templo em Nova iorque para iniciar o processo de conversão e diz que mal pode esperar para se tornar oficialmente uma judia. enquanto isso, tila continua a dar nas vistas, por motivos menos espirituais...

Confirmada gravidezde Sienna Millera gravidez de Sienna Miller foi confirmada pela irmã. Savannah garantiu que a irmã e o namorado, tom Sturridge, ficaram radiantes com a notícia. “ela está óptima e estamos todos muito felizes com a gravidez. tom é um homem maravilhoso”, revelou Savannah à vogue. Sienna e tom começaram a namorar há cerca de um ano, pouco depois da actriz ter terminado o namoro com Jude law, com quem teve um relacionamento conturbado durante anos e com quem chegou a casar-se numa cerimónia informal na Ásia.

Madonna financia dez escolas em África

Madonna anunciou que vai construir dez novas escolas no Malawi. apesar do fracasso da sua fundação “raising Malawi”, a cantora pop volta assim à sua missão inicial. “isto continua a ser uma prioridade importante

na minha vida”, explicou. Madonna, que adoptou duas crianças do Malawi, revelou que espera fazer chegar educação a pelo menos mil crianças por ano, metade das quais, raparigas.

Beckhameleito o maissexy do mundoDavid Beckham foi considerado o homem mais sexy do mundo pela revista Heat. o marido de victoria Beckham e pai de quatro filhos superou uma série de galãs famosos, incluindo ryan Gosling, ryan reynolds e Bradley cooper, que ocuparam as posições seguintes

liam neeson está rendido ao islãoO actor Liam Neeson pondera o abandono da fé católica pelas crenças muçulmanas

A fé sempre foi um conceito muito importante na vida de Liam Nee-son, a que não é alheio o facto de

ter nascido, há 59 anos, na Irlanda do Nor-te, onde as divergências religiosas entre católicos e protestantes ganham a palavra guerra. Na barricada, o actor esteve do lado dos católicos e cresceu numa família profundamente devota, tendo, inclusive, sido acólito durante a infância.

“Fui criado como um bom católico, mas penso que todos os dias nós pergun-tamos a nós próprios, nem sempre de for-ma consciente, o que é que estamos a fazer neste planeta? O que é isto tudo?”, reflec-tiu Neeson, numa entrevista publicada no jornal inglês “The Sun”.

Estas reflexões ocorrem num mo-mento em que o actor está em Istambul a rodar mais uma película da sua longa

carreira (onde já conquistou o Óscar de Melhor Actor, pelo desempenho em A Lis-ta de Schindler, em 1993) e, é ele quem o garante, o ambiente religioso da cidade da Turquia é “contagiante”. “Existem quatro mil mesquitas na cidade. Algumas são es-magadoras e fazem-me pensar na hipótese

de me tornar muçulmano.”As orações muçulmanas estão “a

entrar-me no espírito”, vinca Neeson e acrescenta: “O chamamento para a oração ocorre cinco vezes por dia e, se na primei-ra semana dá contigo em doido, depois entra-te no espírito e é absolutamente ma-ravilhoso, é uma sensação maravilhosa.”

Este fascínio surge numa fase da vida do actor em que ainda tenta refazer-se da perda da mulher, Natasha Richardson, que, em 2009 aos 45 anos, não resistiu aos ferimentos na cabeça causados por um aci-dente de esqui, numa estância no Canadá. O casamento ocorrido em 1994 – nasce-ram dois filhos, Michael e Daniel – era dos mais sólidos de Hollywood. Desde então, Neeson tem questionado a sua relação com Deus e a fé. “Estou constantemente a ler livros sobre Deus, sobre a ausência de Deus ou sobre ateísmo”, conta o actor.

JTM/DN

Serviço de atendimento a clientes

28822866Serviço de atendimento a clientes

www.macaucabletv.comRoTEIRo Dragonfly

21:00 00:00

Gulliver’s Travels

TDm 13:00 TDM News (Rep.)13:30 Jornal das 24h14:30 RTPi DIRECTO18:30 That 70’s Show19:00 Montra do Lilau (Rep.)19:30 Amanhecer20:30 Telejornal21:00 TDM Talk Show21:30 Castle22:00 Passione23:00 TDM News23:45 Herman 201100:20 Reportagem Sic01:01 Telejornal (Rep.)01:30 RTPi DIRECTO

30 esPn13:00 Big Ten Basketball 2011/1215:00 World Cup Of Trick Shots16:00 PBA Tour - PBA Viper Open17:30 Asean Basketball League Mal. Dragons vs Saigon Heat19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 201220:00 ABL 2012 Weekly H/L 20:30 Global Football 201121:00 Goal! - FA Cup 2011/1221:30 FA Cup 2011/12 Highlights22:00 Sportscenter Asia 201222:30 FA Cup 2011/12 Queens Park Rangers vs. Chelsea 31 sTar sPorTs 13:00 Australian Open 2012 Women’s Singles & Men’s Doubles Finals14:30 Ifmfx Freestyle World Championships15:00 Against The Tide17:00 Sports Max 2011/1218:00 Dongfeng Nissan Cup19:00 Australian Open 2012 Women’s Doubles Final/Mixed Doubles Semifinal20:30 Race Of Champions Highlights21:30 (LIVE) Score Tonight 201222:00 Global Football 201122:30 Game23:00 Australian Open 2012

Women’s Doubles Final/Mixed Doubles Semifinal

40 FoX movies12:40 Fantastic Mr. Fox14:10 Open Season15:40 Whip It17:35 House Bunny, The19:15 Switch, The21:00 Gulliver’s Travels22:30 Jennifer’s Body

41 hBo12:00 The Patriot14:40 The Truman Show16:20 Confessions Of A Young Bride17:50 Biloxi Blues19:40 Vanilla Sky22:00 The Social Network00:00 Dragonfly 42 cinemaX12:30 Intrusion Cambodia14:15 Defendor16:00 Harper18:05 Jet Pilot20:20 Hard Luck22:00 The King Of Fighters23:30 Hush

43 mgm12:15 The Ambulance14:00 100 Films and A Funeral15:30 Peter’s Friends17:15 A Family Thing19:00 Audrey Rose21:00 The Alamo23:45 Conflict of Interest

50 Discovery13:00 Extreme Forensics14:00 Gladiators15:00 Pompeii Back From The Dead16:00 Prehistoric Disasters17:00 Deadliest Catch18:00 How It’s Made18:30 How Do They Do It?19:00 Culinary Asia

20:00 Swords: Life On The Line21:00 Salvage Hunters22:00 American Chopper23:00 Mean Machines00:00 Salvage Hunters

51 ngc13:25 Koxinga: A Hero’s Legacy14:20 Alaska State Troopers15:15 Mad Scientists16:10 Breakout17:05 Dangerous Encounters18:00 Inside19:00 Spine Chillers20:00 Megastructures21:00 Mad Scientists22:00 Breakout23:00 Samurai Spider00:00 Inside

54 hisTory13:00 Modern Marvels14:00 Return Of The Pirates16:00 Art Of Faith17:00 The Roman Empire In The First Century18:00 Modern Marvels19:00 The Universe20:00 UFO Hunters21:00 Ice Road Truckers23:00 Kings Of Restoration00:00 Pawn Stars

55 BiograPhy channel14:00 I Survived15:00 One Born Every Minute17:00 Private Sessions18:00 Sell This House18:30 Billy The Exterminator19:00 I Survived20:00 The Quon Dynasty 21:00 Private Chefs Of Beverly Hills23:00 I Survived00:00 Hoarders

62 aXn12:20 Csi: Miami13:10 Wipeout

14:00 The Amazing Race14:55 Numb3Rs15:50 Leverage16:40 Blue Bloods17:30 Csi: Miami18:20 Wipeout19:15 Csi: Ny20:10 Wipeout21:05 Csi: Miami22:00 Chaos 22:55 Blue Bloods23:50 Wipeout00:45 Chaos

63 sTar WorlD12:10 Royal Pains13:05 American Idol14:55 Accidentally On Purpose15:25 Desperate Housewives17:10 The Bachelorette18:00 American Idol19:00 Junior MasterChef Australia20:00 American Idol20:55 Elite Model Look 201121:50 America’s Next Top Model22:45 Royal Pains23:40 American Idol00:35 Junior MasterChef Australia

82 rTPi18:00 Telejornal Madeira 18:30 Especial Informação: Seguir Em Frente19:00 A Conversa Dos Outros - Marvila19:30 30 Minutos 20:00 Bom Dia Portugal 21:00 O Elo Mais Fraco 21:45 Resistirei 22:30 Tempos Modernos 23:00 Os Compadres 00:00 Jornal Da Tarde 01:15 O Preço Certo 02:15 Com Ciência(Rep.) 02:45 Portugal No Coração 05:00 Portugal Em Directo

a programação é da responsabilidadedas estações emissoras

28715732 / 63018939FaX:

socieDaDe ProTecTora Dos animais

De macau28715732 / 63018939TeleFone:

socieDaDe ProTecTora Dos animais

De macau

animasocieDaDe

ProTecTora Dos animais

De macau

28715732 / 63018939TeleFone:

FaX: 28703224

TeleFones ÚTeis

avenida da Praia Grande, 975, Macautel: 28714000

Clube Militar de Macau

cinema

número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de alfândega 28 559 944Centro Hospitalar Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCaC 28 326 300iaCM 28 387 333dSt 28 882 184aeroporto 88 982 873/74táxi (amarelo) 28 519 519táxi (Preto) 28 939 939Água - avarias 28 990 992telecomunicações - avarias 28 220 088electricidade - avarias 28 339 922directel 28 517 520rádio Macau 28 568 333

cineTeaTro s2 Chronicle14:30 • 18:00 • 21:30

s3 War Horse14:15 • 17:00 • 21:30

Torre De macauChronicle14:30 • 16:00 • 19:30 • 21:30

galaXyTheaTer 6 (8*)The Descendants13:35 • 20:05*

TheaTer 9 (6*)War Horse15:40 • 20:05 • 21:35*

TheaTer granD TheaTerPuss in Boots 3D 18:40

TheaTer DirecTors cluB 23 Idiots21:05 TheaTer granD TheaTer

Journey 2: The Mysterious Island 3D13:10 • 16:45 • 20:30 • 22:25

TheaTer 8The Viral Factor13:45 • 17:50 • 22:20

TheaTer 6 (7*)I Love Hong Kong 2012 16:20 • 20:30 • 22:40*

TheaTer DirecTors cluB 2 (7*)J. Edgar 12:15 • 12:55* • 16:40 • 17:15* • 19:40* 22:05*

TheaTer 9 (8*e 6**)Chronicle 14:00 • 16:10* • 18:20 • 19:55** • 22:50

TheaTer DirecTors cluB 23d Sex & Zen: Exteme Ecstasy00:10

FoX movie hBo

FernAndA mirAViviana Chan

diferençasentre nós

FORMA E ESTILO

CRIANçAS Os chineses da minha geração cresce-ram com a política de “uma família, um filho”. Como somos todos filhos únicos, temos o máximo de recursos que as famílias podem oferecer, ou seja, não precisamos de partilhar com mais ninguém. Numa família, tendo em conta os avós, temos seis pesso-as à volta de uma criança. Por outro lado, as crianças das famílias ociden-tais são menos mimadas, porque qua-se sempre há mais do que uma em cada família.

IDOSOSNós, os chineses, gostamos de casar cedo. Segundo as pessoas mais ve-lhas da família, casar cedo é bom, até do ponto de vista biológico. Por ou-tro lado, quando nasce uma criança na família, são os avós que, muitas vezes, dela toma conta. Cuidar dos netos faz parte da vida de um refor-mado na China. Já no Ocidente, mui-tos aposentados têm uma vida com-pletamente diferente, com muitas actividades de lazer ou por vezes na simples companhia de cão.

DOMINGOSAos fins-de-semana, podemos notar que as ruas de Macau estão sempre cheias de pessoas, especialmente aos domingos, mas esta imagem não é só comum a Macau, verificando-se em toda a China. Nós, os chineses, gosta-mos de sair da casa durante os tempos livres e encaramos o domingo como um dia destinado a compras ou para passear com a família. Pelo contrário, normalmente, em muitos países oci-dentais, as pessoas preferem ficar em casa ao domingo, dia em que até não há muitas lojas abertas.

Novo Abrigo da AnimaAltinho de Ká Hó- Coloane

junto ao Reservatório*

Sem adopções a Anima não pode socorrer outros animais

*Nunca abandone o seu animal de estimação

Contacto da Anima: 63018939 (KIKO)

Ajude-nos a Ajudá-los

pág 16 quinta-feira, 02 de fevereiro de 2012 jornAL TribunA de mAcAu feCHo deSta edição JtM - 01:30HoraS

úlTIMajornAL TribunA de mAcAu

hojE AmAnhã

WWW.JTM.COM.MOFONTE: BNUcâmbios - indicATivosTempo FONTE: SERVIÇOS METEOROLÓGICOS

E GEOFÍSICOS WWW.SMG.GOV.MO

130c180c

120c160c

Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, EdifícioDr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau Caixa Postal (P.O. Box): 3003Tel.: (853) 28378057 Fax: (853) 28337305 • Email: jtmagenda@yahoo.come jtmpublicidade@yahoo.com

PAtACA ComPrA VEndAuS DÓlar 7.94 8.04euro 10.40 10.53YuaN (rPc) 1.216 1.281

porTugAL FinAnciou-se Aos jurosmAis bAiXos desde o pedido de resgATePortugal emitiu ontem, no mercado primário, 750 milhões de eu-ros a três meses a um preço de 4,068% e 750 milhões de euros a seis meses pelo preço médio de 4,463%, foi ontem revelado pela autoridade responsável pela gestão da tesouraria e do crédito pú-blico. O leilão a três meses contou com uma procura de 2,8 vezes acima da oferta e na emissão a seis meses, a procura superou em 2,6 vezes a oferta. A última vez que o Tesouro realizou uma emis-são a três meses remonta a 16 de Novembro de 2011. Na altura, o IGCP pagou 4,346% para colocar no mercado 496 milhões de euros, tendo contado com uma procura 2,4 vezes acima da oferta. O último leilão a seis meses realizado pelo Tesouro datava de 18 de Janeiro deste ano. Essa emissão resultou na colocação de 754 milhões de euros com um preço médio de 4,74% e numa procura três vezes superior à oferta. As emissões de ontem ficam também marcadas pelo registo, no prazo a três meses, da taxa de juro mais baixa em todas as emissões efectuadas desde que Portugal assu-miu que precisava de assistência financeira, a 6 de Abril.

cAsA de porTugAL bATe ALFândegA por 4-2Uma vitória sem dificuldades foi o que a equipa da Casa de Portugal conseguiu ontem frente à Alfândega, que venceu por 4-2. Ao JTM, o treinador, Pele (na foto), disse que a sua equipa “ainda falhou muitos golos”, porque o “resultado final poderia ter sido diferente. “Podíamos ter marcado oito”. Pelé mostra-se satisfeito com o nível de jogo prati-cado, fruto “do treino intensivo que a equipa tem vindo a fazer” e refere que viu “muito bons momentos de bom futebol”. O técnico destaca ainda o jovem recém-chegado Dario como “o homem do jogo”, pelos “passes perfeitos, à Rui Costa” e pelos dois golos que deu a marcar. A Casa de Portugal entrou com confiança e marcou três golos na primeira parte. A Alfândega ainda esboçou uma resposta e marcou um golo antes do intervalo. Mas na segunda par-te, o onze de Pelé voltou a castigar o adversário com um tento. Antes do cair do pano a Alfândega fixou o resultado em 4-2. Nicolas, Cuco e Miguel Couto, duas vezes, foram os marcadores da Casa de Portugal. O jogo realizou-se no campo da Universidade de Ciência e Tecnologia.

En PaSSanT

Está bem, eu sei que a história não é idêntica à mãe francesa que, há séculos, roubou uns pães para alimentar os filhos. O sem abrigo português que “aliviou” o Pingo Doce de um polvo e um champô não queria comer ou lavar a cabeça, mas sim fazer dinheiro para comprar droga.No primeiro caso (dizem os livros) era uma mulher desesperada com os filhos a morrer de fome; no actual, trata-se de um cadas-trado, que acha que a sociedade tem obrigações de lhe “alimen-tar” o vício.De qualquer modo, choca que os empresários do “Pingo Doce”, em nome de dar um exemplo, não tenham encontrado outra saída que obter uma sentença em julgamento. Forçando o Estado a gastar mi-lhares de euros, para obrigar um sem abrigo, aliás incontactável, a pagar 200 euros pelo prejuízo. Demonstrando não ter o mínimo de sensibilidade social, para mais em tempos de crise tão grave.Mais um exemplo teórico da diferença entre servir o Direito (in-terpretação “cega” do princípio da legalidade) e servir a Justiça...

josé rocha dinis

“AppLe dAiLY” pubLicA AnÚncio Que insuLTA cHineses do conTinenTeUm grupo de residentes de Hong Kong publicou ontem num jornal local um anúncio em que insulta os chineses do continente, a quem chama de “gafanhotos”, e apela ao governo para impedir a sua “infiltração” na antiga colónia britânica. De acordo com a Lusa, no anúncio de página inteira publicado no jornal Apple Daily surge um gafanhoto enorme a observar o horizonte de Hong Kong e a frase “os residentes de Hong Kong já tiveram o sufi-ciente!” e “Esta cidade está a morrer, sabes?” (ver foto). O anúncio é da autoria do grupo da Internet Golden Forum e foi publicado através de donativos dos utilizadores do seu serviço de conversação. O grupo “exige o fim da infil-tração ilimitada de casais chineses do continente em Hong Kong”, pode-se ler no anúncio, referindo-se às milhares de mulheres da China continental que todos os anos se deslocam à Região Administrativa Especial chinesa para dar à luz. Uma sondagem divulgada recentemente pela Universidade de Hong Kong revelou que mais de 79 por cento dos habitantes do território consideram-se residen-tes de Hong Kong e não chineses e foram mais os que se identificaram como “asiáticos” do que os que se designa-ram cidadãos da República Popular da China.

justiça!?!

impedidos de jogArem conTrA “irmÃos”Uma equipa de juniores da Coreia do Norte foi obrigada a recusar “alinhar” com a Coreia do Sul num torneio de futebol, que se disputou na China, devido a tensões trans-fronteiriças, após a morte do líder norte-coreano Kim Jong-il, segun-do indicou fonte oficial. As duas nações da península coreana esta-vam a preparar-se para jogar jun-tas na segunda-feira na cidade de Kunming, no sudeste do país, num torneio regional anual entre jovens futebolistas das duas Coreias, Japão e China. Contudo, os jogadores do Norte rece-beram ordens para abandonar o campo antes do pontapé de saída “devido à política governamental de não lidar com o Sul”, segundo informações divulgadas por fonte oficial da cidade sul-coreana de Incheon que ajudou na organização do evento, citada pela AFP. “Os jogadores [de ambos os lados] estavam a tirar fotografias juntos e a aquecer para o jogo, mas 30 minutos depois os jogadores da Coreia do Norte recebe-ram ordens para sair”, disse a mesma fonte. O evento desportivo vai continuar com as restantes três equipas, de acordo com o mesmo responsável que acrescentou que a cidade não planeia culpar o Norte.

QuATro isLAmiTAs AdmiTem pLAno pArA ATenTAdo conTrA boLsA de LondresQuatro islamitas radicais britânicos admiti-ram ontem a existência de um plano para re-alizar um atentado contra a Bolsa de Londres. O quarteto, que participou ontem numa audi-ência num tribunal da capital britânica, fazia parte de um grupo de nove homens acusados em Dezembro de 2010 de planear atentados à bomba inspirados nos da rede Al-Qaeda con-tra vários alvos, incluindo a sede do “London Stock Exchange” (na foto). Mohammed Cho-wdhury, de 21 anos, Shah Rahman, de 28, e os irmãos Gurukanth Desai, de 30, e Abdul Miah, de 25, declararam-se culpados de pla-near a colocação de um artefacto explosivo artesanal nas casas-de-banho do edifício. Os outros cinco, também de nacionalidade britânica, admitiram acusações como a partici-pação em reuniões ou posse de objectos com fins terroristas. A conspiração foi abortada antes de serem fixadas as datas dos supostos atentados. O grupo não era membro da Al-Qaeda, mas foi inspirado na rede terrorista e, em particular, no ex-líder de seu braço iemenita, o clérigo nascido nos Estados Unidos Anwar al Awlaki, morto no ano passa-do num ataque americano, explicou o promotor, Andrew Edis.