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O Malhete INFORMATIVO MAÇÔNICO, POLÍTICO E CULTURAL
Linhares - ES, Janeiro de 2019 Ano X - Nº 117
Filiado à ABIM - Associação Brasileira de Impressa Maçônica, Sob o nº 075-J
Christine Chapman Grã-Mestra da Honourable Fraternity of Ancient Freemasons
Entrevista
SAÚDE
Por que um 'jejum tecnológico' deveria estar entre suas resoluções de Ano Novo
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Janeiro de 2019 03GERAL
A maçonaria surge em Macau quase por acaso quando em 1759, um navio perten-cente à Companhia Sueca das Ilhas do Índi- co Oriental, o Príncipe Carl, singra as águas perto de entreposto português e fundeia no porto. Segun- do os registos da Grande Loja da Suécia a tripula- ção incluía vários maçons que traziam uma carta- patente com a autorização de se reunirem em qual- quer porto em que atracassem. É provável que se tenham reunido mais de uma vez em Macau inici- ando residentes da colónia portuguesa na Arte Real.
Num sentido mais permanente a Maçonaria sur- giu em Macau já no século XX, através da criação de uma Loja “Luis de Camões” que adquiriu o número 383 do registo do Grande Oriente Lusitano (GOL). Este facto é confirmado por Albert Mackay na sua Enciclopédia da Maçonaria. É provável também que uma loja inglesa “Amity”que aparece com o número 407 de uma lista de 1768 de lojas dependentes da primeira Grande Loja de Inglaterra tenha tido alguma actividade em Macau mas em algum tempo abateu colunas.
É desconhecido o perfil dos membros da primei- ra loja portuguesa de Macau mas olhando para as descrições da vida na colónia seriam funcionários do governo, profissionais liberais e militares. A Loja foi fundada por António Alexandrino de Melo, barão do Cercal e teve como Veneráveis Mestres o editor Constâncio José da Silva e o poeta Camilo Pessanha. Camilo Pessanha é considerado um dos expoentes máximos do simbolismo na poesia e foi autor do livro “Clepsidra” (1920). A Loja abateu colunas na sequência da aprovação pela Assemble- ia Nacional da Lei das Sociedades Secretas, a Lei no. 1901 de 21 de Maio de 1935 que interditou a actividade maçónica em Portugal continental e ultramarino.
Com a Revolução do 25 de Abril de 1974, à maçonaria foram devolvidos os bens que haviam sido sequestrados pela polícia política (PIDE), designadamente o palácio maçónico do Bairro Alto e restabelecida a actividade da Maçonaria no terri- tório português. Na sequência da reintrodução da normalidade maçónica foi impulsionada a criação de uma loja do rito escocês em Macau, na depen- dência do Grande Oriente Lusitano, a qual tomou o nome de “Fraternidade e Progresso”. Foi seu pri- meiro Venerável Mestre o advogado Jorge Neto Valente, deputado à Assembleia Legislativa do ter- ritório. Seguem-lhe na cadeira de Salomão o Arqui- tecto José Maneiras que foi presidente do Leal Sena- do, o capitão Manuel Geraldes, militar do 25 de Abril, o escultor António Conceição Júnior, que foi presidente do Instituto Cultural, e várias personali- dades ligadas à comunidade macaense. Vários assessores da administração portuguesa de Macau, nos mandatos dos Governadores Carlos Melancia e Rocha Vieira, integraram esta loja. Pelo menos dois secretários dos Governadores Carlos Melancia e Rocha Vieira eram maçons.
A loja sofreu os efeitos do regresso definitivo a Portugal da maioria dos quadros portugueses que trabalhavam em Macau, na sequência da transfe- rência da administração de Macau para a China em 19 de Dezembro de 1999. Desde então a loja reúne- se com alguma irregularidade.
Com a criação da Grande Loja Regular de Portu- gal, foi constituído no início dos anos 2000 por impulso do Mestre Maçom Arnaldo Gonçalves um triângulo com o nome “Luz do Oriente”. O Triân- gulo seria aprovado por decreto n.º 99 do Grão- Mestre da Grande Loja Regular de Portugal, Tro- vão do Rosário. O Triângulo não seria transforma- do em Loja por imposição do quinto Grão-Mestre da GLRP, Mário Martim Guia, que entendia que a Maçonaria inglesa localizada em Hong Kong deve- ria tutelar a maçonaria de Macau.
Sob o mandato do Grão-Mestre José Moreno o Triângulo Luz do Oriente seria transformado em loja regular, com o mesmo nome. O Irmão Arnaldo Gonçalves foi instalado na Cadeira de Salomão em Junho de 2011, e cumpriu dois mandatos. Era inten- ção do Grão-Mestre José Moreno que a Loja Luz do Oriente fosse secundada por duas outras lojas e se criasse, com o devido tempo, um distrito da Grande Loja Legal de Portugal, em Macau. No cumprimen- to desta orientação, o Irmão Arnaldo Gonçalves promoveu com outros Mestres Maçons a constitui- ção de um triângulo com o nome Sun Yat Sen, desta vez praticando o rito de Iorque.
Em Junho de 2014, o Irmão Júlio Meirinhos foi eleito Grão-Mestre da Grande Loja Legal de Portu- gal e instalado na Cadeira de Salomão. Tendo o triângulo evoluído para um número mínimo de Mes-
tres foi solicitou a sua transformação em Loja. A petição da Loja Sun Yat Sen seria rejeitada. O Irmão Arnaldo Gonçalves solicitaria a emissão de atesta- do de quite da Grande Loja Legal de Portugal o qual seria emitido em Janeiro de 2015. Já no mandato do segundo Venerável Mestre da Loja, Irmão Carlos Balona Gomes, a loja Sun Yat Sen a Loja entrou em funcionamento irregular, tendo abatido colunas durante o ano de 2017.
O núcleo de Mestres Maçons que impulsionara a constituição de uma loja regular, do rito de Iorque, em Macau, tomou a decisão de continuar a funcio- nar como loja independente, observando os 8 Prin- cípios da Regularidade aprovados pela Grande Loja de Inglaterra. A Loja Sun Yat Sen manteve-se em regime de instalação até Dezembro de 2017 sendo seu Venerável Mestre o Irmão Arnaldo Gon- çalves.
Na seguência da constituição da Grande Loja Unida de Portugal os sete Mestres Maçons que integravam os corpos da loja solicitaram a adesão àquela Grande Loja. Na reunião do solstício de inverno de 2017 da GLUP foi aprovada a consti- tuição da Loja Sun Yat Sen, pelo Decreto n.o 15 do MRGM Paulo Cardoso, sendo-lhe atribuído o número 8 no registo da Grande Loja Unida de Portugal. A Loja reúne-se na segunda quinta-feira de cada mês a Oriente de Macau, funciona no Rito de Iorque, e realiza os seus trabalhos em lín- gua inglesa. Conta ao momento com uma vintena de membros de diversas nacionalidades.
O Irmão Arnaldo Gonçalves é Mestre Instalado, Grau 32º do REAA, Scottish Rite
USA, Southern Jurisdiction
A Maçonaria em Macau A Loja Sun Yat Sen
04 Janeiro de 2019 GERAL
Atualmente o termo “Palhaço” tem sido bas-tante utilizado de forma pejorativa para todo tipo de pessoa sem graça e que não deve ser levado a sério e até mesmo a muitos perso- nagens tragicômicos responsáveis pelas pataqua- das no congresso. Mas hoje não! Abordaremos o tema de forma respeitável a umas das profissões mais dignas que existe e como de costume ligar personagens importantes da classe a Maçonaria.
O Palhaço, classe de artistas conhecidos no
mundo inteiro, responsáveis por gargalhadas desde priscas eras, seres que ganharam notoriedade e a alcunha de ser “o único a fazer piada com o rei e não perder a cabeça”, tem uma semana inteira dedi- cada e ele a nível internacional (International Clown Week), que ocorre entre 5 e 12 de outubro. No Brasil o dia do Palhaço é comemorado no dia 10 de dezembro, e teve início em 1981 por iniciativa da Abracadabra Eventos.
A Maçonaria, hoje uma associação de homens
livres que tem seus ensinamentos morais através de símbolos e alegorias, reúne irmãos de diversas pro- fissões e é claro que há Palhaços em nossas fileiras, aqui na terra de São Sebastião tem uma Loja inteira dedicada a artista de Circo. A Loja Salomão N°21, jurisdicionada ao GOB-RJ, fundada em 03 de julho de 1833 e tendo seu funcionamento as segundas feiras, segundo Del Debbio (2010), teria atraído diversos artistas que tinha a folga justamente no primeiro dia útil da semana. O mesmo texto de Del Debbio (Homenagem a Gilberto Fernandes) traz importantes informações acerca do trabalho da Loja Salomão, que transcreverei agora:
Aos artistas circenses sucederam os artistas de rádio e teatro. Essa plêiade cumpria os Rituais com interpretação magistral. As cerimônias de Inicia- ção, Elevação e Exaltação, na Loja Salomão eram concorridíssimas, com a presença de grande núme- ro de visitantes que apreciavam o cunho de realida- de impregnado naquelas Sessões. Por isso a Loja passou a ser chamada de “Loja Escola”, que perdu- ra até a presente data, pois ainda mantêm em seus Quadros alguns artistas e além disso, prima pela manutenção daqueles elevados padrões de outrora.
Segue alguns nomes de Irmãos Palhaços Brasi- leiros para apreciação:
Irmão Eduardo Temperani (Esse conhecido como o 1º homem bala do Brasil);
Irmão Carlos Angel Lopes (Presidente da Asso- ciação Brasileira de Proprietários de Circo e Empresários de Diversões, além de Palhaço);
Palhaço Carequinha ou Irmão George Savalla Gomes;
Papai Papudo ou Irmão Gilberto Fernandes; Palhaço Fred ou Irmão Frederico Viola; Palhaço Zumbi ou Irmão Aymoré Pery; Palhaço Arrelia ou Irmão Waldemar Seyssel; Palhaço Picolino ou Irmão Roger Avansi.George Savalla Gomes, mais conhecido pelo