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Dezembro 2012 Número 108 Ano IX Tiragem 3.000 exemplares MESTRE DOS CAMARÕES O mestre de pesca Ézio Suzarte fala de uma vida de 42 anos no mar. Págs. 4 e 5 O time da Prainha de Santa Tereza, em Ilhabela, foi o vencedor do Campeonato Amador de Veteranos em novembro. Pág. 7 Padre Rovílio Guizzardi comemora 50 anos de sacerdócio em missa na Igreja Santa Cruz dos Navegantes. Pág. 3 Banana e mandioca acompanham uma boa peixada. Págs. 4 e 5 Show de Lenine no Coliseu fez parte das comemorações de 21 anos do Projeto Albatroz em Santos. Pág. 8

Martim Pescador - Dezembro 2012

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Dezembro 2012Número 108Ano IX

Tiragem 3.000exemplares

MESTRE DOS CAMARÕES

O mestre de pesca Ézio Suzarte fala de uma vida de 42 anos no mar. Págs. 4 e 5

O time da Prainha de Santa Tereza, em Ilhabela, foi o vencedor do Campeonato Amador de Veteranos em novembro. Pág. 7

Padre Rovílio Guizzardi comemora 50 anos de sacerdócio em missa na Igreja Santa Cruz dos Navegantes. Pág. 3

Banana e mandioca

acompanham uma boa peixada.

Págs. 4 e 5

Show de Lenine no Coliseu fez parte das comemorações de 21 anos do Projeto Albatroz em Santos. Pág. 8

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Dezembro 20122

Os pescadores da praia do Pe-requê, em Guarujá, pedem a regu-lamentação da pesca por barcos gaioleiros, que estão prejudicando a pesca artesanal do bairro. Através de um abaixo-assinado, eles solicitam que os mesmos realizem suas ativi-dades de pesca acima dos 28 metros de profundidade, posição adequada para que não prejudiquem a pesca de embarcações de pequeno porte. Após a coleta de assinaturas, o do-cumento será enviado às autoridades competentes.

Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP

CEP: 11030-350Fone: (013) 3261-2992www.jornalmartimpescador.com.br

Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP [email protected] e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobueno.com.br; Projeto gráfico: Isabela Carrari - [email protected]

Impressão: Diário do Litoral Fone.: (013) 3226-2051Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia

EXPEDIENTE Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo

Presidente Tsuneo Okida

Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP

CEP: 11030-350Fone: (013) 3261-2992www.jornalmartimpescador.com.br

Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP [email protected] e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobueno.com.br; Projeto gráfico: Isabela Carrari - [email protected]

Impressão: Diário do Litoral: Fone.: (013) 3226-2051Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia

EXPEDIENTE Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo

Presidente Tsuneo Okida

APAS MARINHASTrês áreas de proteção ambiental (APAS) marinhas

foram criadas em outubro de 2008 a partir de decretos as-sinados pelo governador José Serra (PSDB). O objetivo é disciplinar o uso de recursos ambientais, ordenar a pesca, o turismo recreativo e as atividades de pesquisa. Cada uma das três unidades de conservação tem seu próprio conselho

gestor, composto por 12 representantes do governo e 12 da sociedade civil. Desde sua criação em março, as reuniões têm sido mensais para debater temas relacionados a or-denamento pesqueiro, programas de educação ambiental, pesquisa, proteção e fiscalização. Além dos conselhos foram criadas Câmaras Temáticas nas áreas de Pesca, Planeja-

mento & Pesquisa, e Educação & Comunicação.As APAS pertencem ao grupo de Unidades de Uso Susten-

tável do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza-SNUC. Além das três APAS Marinhas também foi criado o Mosaico das Ilhas e Áreas Protegidas que reúne as três novas unidades de conservação e outras já existentes.

DefesosCherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2005 a 6/10/2015

Mero (Epinephelus itajara) 16/10/2012 a 16/10/2015Caranguejo-uçá (Ucides cordatus) 01/10 a 30/11 (machos e fêmeas) 01/12 a 31/12 (fêmeas)

Caranguejo guaiamum (Cardisoma guanhumi) 01/10 a 31/03Mexilhão (Perna perna) 01/09 a 31/12

Sardinha (Sardinella brasiliensis)-15/06 a 31/07/12 - 01/11/12 a 15/02/13Piracema na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná (IN 25 do Ibama) de 1/11/2012 a 28/02/2013

Proteção à reprodução natural dos peixes, nas áreas de abrangência das bacias hidrográficas do Sudeste (IN 195) de 1/11/12 a 28/02/13

Pescador artesanal: Procure a Colônia de Pescadores mais próxima para ter sempre sua

documentação atualizada. Além de representar e defender os direitos e interesses dos pescadores artesanais relativo ao setor da pesca, as colônias podem:

• Requerer ou renovar a licença de pescador profissional (RGP)• Requerer ou renovar a licença e registro de seu barco

• Requerer benefícios sociais como: aposentadoria rural, auxílio-natalidade,auxílio-enfermidade, auxílio-reclusão, seguro-defeso

Rede de emalhe continua em discussão na APA

Acesse: www. jornalmartimpescador.com.br

Pescadores de Perequê protestam

Como é importante o papel de uma competente jornalista para que um jornal seja um sucesso. Assim ocorre com o ""Martim Pescador" que a cada edição nos brinda com excelentes reportagens, entrevistas, notícias e tudo mais para dar ao jornal algo maravilhoso que atrai seus leitores, que informa

e mostra conhecimentos importan-tes para todos. Parabéns à jornalista Christina Amorim pelo brilhante trabalho que realiza.

Professor Cláudio Giannatta-sio Magalhães

Geógrafo e Bacharel em Co-municações Sociais.

Carta do Leitor

A 9ª reunião do Grupo de Trabalho (GT) de Pesca Responsável, da APA Marinha Litoral Centro – APAMLC, realizada no dia 27 de novembro no Instituto de Pesca, deu continui-dade ao trabalho sobre ‘Plano de Ação de Pesca Responsável’. Na ocasião, foi discutida a metodolo-gia a ser aplicada no programa, na

cidade de Itanhaém. Na conclusão da reunião, os membros do GT definiram que em dezembro será estruturado o questionário que servirá como base para o trabalho que deverá ser aplicado no grupo de pescadores do local. A próxima reunião está prevista para 26 de feve-reiro de 2013.

Os pescadores Xaréu e Jorge Damião mostram o abaixo-assinado

GT define ação de pesca responsável

Estudiosos apresentaram traba-lhos referentes a capturas com rede de emalhe na 35ª reunião da Câmara Temática (CT) de Pesca da APA Marinha Litoral Centro – APAMLC. A reunião aconteceu no dia 27 de novembro, no Instituto de Pesca. O professor da Universidade Estadual Paulista-Unesp, Dr. Otto Bismarck, apresentou o ‘Projeto Cação’. Inicia-do em 1996 para estudo de tubarões, hoje inclui raias. Segundo Bismarck, esses animais são de grande impor-tância para o ambiente costeiro e acabam sendo capturados acidental-mente pelos pescadores. Resultados gerais mostram que houve queda do número de embarcações de emalhe, de cerca de 20 embarcações para quatro. A atividade pesqueira ocor-re predominantemente até 1milha náutica da costa, profundidade de 20 metros, usando emalhe de fundo com malha de 7mm. Os estudos mostraram ainda que em frente ao município de Itanhaém existe uma área de berçário de cinco espécies de elasmobrânquios. Otto complemen-tou que é importante a preservação desta área de berçário, sugerindo a

criação de área de exclusão da pesca, ou então, criação de uma Reserva Extrativista. Este assunto será dis-cutido nas próximas reuniões da CT de Pesca.

Kátia Maia, monitora da Área Centro Sul do Programa de Moni-toramento da Atividade Pesqueira – Instituto de Pesca, fez uma apre-sentação sobre o panorama da pesca com redes de emalhe nos municípios de Guarujá e Itanhaém. Kátia apre-sentou dados da produção pesqueira relacionados à profundidade, embar-cação e tipo de petrecho desses mu-nicípios. Explicou que no Guarujá a pescaria é mais costeira; na praia do Perequê ocorre mais pesca com redes de arrasto, enquanto que nas Astúrias e Guaiúba, mais pesca com redes de emalhe.

A Dra. Carolina Pacheco Berto-zzi, do Projeto Biopesca, mostrou o histórico dos dados de captura acidental de tartarugas, aves e mamíferos marinhos por redes de emalhe, principalmente em Praia Grande. Segundo o estudo, os principais animais marinhos capturados acidentalmente são as

tartarugas marinhas e as toninhas, De acordo com Carolina, o objetivo do processo é achar uma solução para diminuir a captura acidental desses animais.

Também foi discutida proposta de regulamentação da pesca de emalhe na APA Marinha Litoral Centro e a pesca do redondo. Essa discussão teve continuidade na reunião extraordinária do CT Pesca de 11 de dezembro. Além de retomar a discussão sobre a pesca do redondo, outro assunto em pauta foi a exigência do uso de motor até 18 HP na pesca diversificada costeira através da Instrução Nor-mativa MPA nº 10. Participantes sugeriram trazer o superintendente do escritório do Ministério de Pesca e Aquicultura em São Paulo, Jorge Augusto de Castro, para discutir os problemas.

Em fevereiro acontecem as próximas reuniões da APAMLC. O Conselho Gestor se reúne dia 5/2 e a CT Pesca dia 26/2, no auditório do Museu de Pesca de Santos, à av. Bartolomeu de Gusmão, 192, Ponta da Praia, Santos.

O coordenador da CT de Pesca, Roberto da Graça Lopes (ao fundo)

A bióloga Carolina Bertozzi falou sobre capturas acidentais na rede de emalhe

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Dezembro 2012 3

Finning está proibido no Brasil

“18 HP não dá”

Padre Rovílio, o apóstolo do mar

Está definitivamente proibida no Brasil a prática do finning, que consiste em capturar tubarões e raias e aproveitar apenas as barbatanas, que são removidas, descartando o restante do corpo do animal. A palavra vem de fin, que significa barbatana em inglês. A regulamentação foi feita através da Instrução Normativa Intermi-nisterial nº 14 do Ministério da Pesca e Aquicultura e Ministério do Meio Ambiente.

A medida, que estabelece normas e procedimentos para o desembarque, o transporte, o ar-mazenamento e a comercialização desses animais, foi assinada dia 26

de novembro. A lei determina que esses peixes devam ser desem-barcados com todas as suas bar-batanas naturalmente aderidas ao corpo do animal. Está autorizado o corte parcial das barbatanas de for-ma a possibilitar sua dobra contra o corpo do animal a fim de facilitar o armazenamento do pescado a bordo, bem como a evisceração e o descabeçamento dos indivíduos previamente ao desembarque. O ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, foi parabeniza-do por representantes de entidades ambientais que afirmam que a medida está tendo repercussão internacional positiva.

Mais de 50 roteiros de passeios no litoral de São Paulo são oferecidos pela Caiçara Expedições. Veja as sugestões para o mês de dezembro no site www.caicaraexpedicoes.com. Fones; (13)3466.6905/8142.0151. Uma das sugestões é o passeio de barco no rio Itanhaém, dia 2 de dezembro. Vale a pena conferir.

A queixa do pescador artesanal santista José Luiz Mendes Júnior, 38 anos, é sobre a proibição do uso de motores acima de 18 HP, no permissionamento de pesca di-versificada costeira. Há 20 anos na pesca profissional, Júnior costumava usar motor de 40 HP, até trocar sua autorização em 2012. “É preciso velocidade para andar na frente da onda. Ela vem e engole o barco”, explica o pescador. “Com o motor de 18 HP o barco pode virar, ir para o fundo e as pessoas acabarem se machucando”, conclui. Ele acres-centa que o motor de popa de 18 HP é adequado às águas de rio, mais calmas, ou com uso de motor de centro, que é a diesel e mais poten-te. Hoje, trabalhando com barco de alumínio de 6,8 metros, com motor de popa de 15 HP, considera a pesca uma atividade arriscada. Júnior fala com autoridade de muitos anos de pesca. Começou a ajudar o pai, seu Aparício, na pesca do camarão-sete-barbas, aos 17 anos de idade. Foi o início de uma paixão que dura até hoje. Sua área de atuação engloba a Baixada Santista. Em sua opinião, a legislação deveria ser modificada, permitindo uso de motores acima de 18 HP, para garantir mais segurança

O padre Rovílio Guizzardi, pá-roco da Igreja Nossa Senhora dos Navegantes, em Santos, completou 50 anos de sacerdócio no dia 16 de dezembro. Nesse dia foi celebrada missa comemorativa e o padre contou um pouco de sua vida para os fiéis. Nascido em 19 de fevereiro de 1938 em Nova Bassano-RS, neto de imigrantes italianos e filho de agricultores, entrou no seminário dos padres carlistas aos 12 anos de idade. Dos seus 13 irmãos, seis homens e sete mulheres, três seguiram a carrei-ra religiosa. O padre Rovílio viveu seis anos na Itália (1957-1963), onde estudou Filosofia e Teologia na Universidade Gregoriana de Roma e em 1962 se ordenou sacerdote. Seu primeiro trabalho como sacerdote foi em Vicente de Carvalho, Guarujá, em 1963. Após viver alguns anos em São Paulo, assumiu em 1979 a direção da Missão Stella Maris para os Marítimos, e se tornou pároco da Paróquia Pessoal do Apostolado do Mar, que tinha como matriz a Igreja Nossa Senhora dos Navegantes,

ambas em Santos. Em sua longa carreira, considera

sua principal realização a construção do complexo da Missão para os Marinheiros na av. Washington Luís, 361, em Santos. Além da reforma do prédio existente foi construída a Capela de Santa Edwiges, um prédio para o atendimento de marítimos e uma quadra esportiva. Em 1986 foi enviado para Colômbia para promo-ver a Pastoral dos Migrantes e dos Refugiados junto à Conferência dos Bispos da Colômbia a ao Conselho Episcopal Latino-Americano, e teve oportunidade de fazer frequentes viagens por todos os países da América Latina, Estados Unidos e Europa. Em 2008 voltou a Santos, a fim de colaborar com o padre Samuel Fonseca Torres na atividade em favor dos marinheiros e no atendimento religioso na Igreja Nossa Senhora dos Navegantes. Em abril de 2009 foi nomeado pelo bispo diocesano de Santos, Dom Jacyr Braido, pároco da Igreja Nossa Senhora dos Navegan-tes, onde permanece até hoje.

Conheça o litoral paulista

Tsuneo Okida, presidente da Federação de Pescadores do Estado de SP, parabenizou o padre pelos 50 anos de sacerdócio

Padre Rovílio celebrou missa comemorativa na Igreja Nossa Senhora dos Navegantes

aos pescadores artesanais. Segundo a médica veterinária

Francine Maia Salgado, assistente técnica do Ministério da Pesca e Aquicultura-MPA, a Instrução Normativa MPA/MMA nº 10, de 13/06/2011, que dá as normas gerais do permissionamento de embarca-

ções de pesca. Ela afirma que as queixas sobre o motor de 18 HP ocorrem com mais frequência no litoral do Estado de São Paulo, onde o mar é mais agitado. Quem quiser conhecer a IN nº 10 na íntegra pode acessar www.jornalmartimpescador.com.br/legislação.

Júnior exibe a permissão antiga e a atual, mais restritiva na potência do motor

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ÉzIO, O MESTRE DOS CAMARÕESO catarinense Ézio Suzarte fala sobre sua vida há 42 anos no mar

Quantos anos leva um pescador para se tornar o mestre de um barco? Para Ézio Suzarte, nascido em 1950 na praia da Enseada, em São Francisco do Sul-SC, foram necessários mais de 10 anos de trabalho. Afinal o cargo exige conhecimento e dedicação, pois o mestre é o responsável pela navegação e pela pescaria. Hoje, Ézio é mestre do barco de pesca de camarão-rosa Lisa I, da Sincro Empresa de Pesca Ltda, sediada em Guarujá, onde trabalha há 42 anos. A longa caminhada na pesca teve início aos 13 anos de idade, ainda em Santa Catarina, onde aprendeu com o pai, Antônio Manoel, e o padrinho, Francisco Budal, muitas artes da profissão. “Comecei com pesca de rede de praia, arrasto de camarão-sete-barbas, rede de emalhe para pegar cação e rede de caceio para corvina”, explica. “Peguei muita sardinha na redinha de arrasto a apenas 50 metros da praia”, conta, lembrando-se de sua adolescência em Santa Ca-tarina. A mãe, dona Ana, salgava e secava as sardinhas num varal de corda por três dias.

Ézio aprendeu a pescar e saiu da escola aos 13 anos. “Terminei o primário, e para estudar no ginásio teria que viajar 18 quilômetros todo o dia”, explica, mostrando as dificuldades da época. “Meu pai,

vou parar por aqui, vou trabalhar”, disse Ézio ao pai, Antonio Ma-noel. “A partir de hoje não precisa me comprar nem uma camisa”, afirmou. Ingressou no Exército e mais tarde na pesca industrial. “Dia 29 de dezembro de 1970 embarquei em Florianópolis no Espartan, barco de pesca de camarão-rosa”, conta. “Foi a primeira vez que passei o Ano Novo fora de casa”, lembra-se. Ézio confessa que no começo estranhou. “Na pesca artesanal, saia de manhã e às 4 horas da tarde já estava de volta”, explica. No Espartan as viagens levavam cerca de 15 dias, pois o camarão era conservado no gelo. Agora com os barcos-frigorífico é possível ficar mais de 50 dias viajando. Hoje não consegue viver longe do mar. “Gosto muito de trabalhar no mar”, afirma. Além de pescar, gosta sempre de ter frutos do mar à mesa. O hábito é também cultivado pelos filhos Rene, com 40 anos, Sheila, 35, Eduardo, 29 e Érica, 30. “Todo mundo gosta de peixe assado no forno”, comenta.

O mestre está habituado à rotina do barco camaroeiro que tra-balha com apenas cinco tripulantes. Saindo do terminal e passando para fora da área de proteção marinha, já é possível jogar a rede, após um trajeto de cerca de duas horas. “Podemos nos deslocar

para o Rio de Janeiro ou para o sul, depende da época”, conta. Ao soltar a rede, lançam também uma rede de pesquisa, que vai indicar se há camarões na área. Geralmente, de junho a setembro pesca-se camarão tanto de noite como de dia. De outubro até fevereiro, só à noite. “Este ano todo mundo ficou admirado da quantidade de camarão que deu”, conta. “Quando comecei em 1970 pegava-se mais, mas eram menos barcos pescando”, explica. Hoje o barco pode trazer por viagem de 4 a 8 toneladas. Afirma que a produção atual está boa. “Defeso também ajuda”, diz, embora acredite que para o camarão-rosa a época ideal para o defeso vai de meados de dezembro até abril. “Nesse período encontramos muitos camarões-rosa com ovas”, explica. “O que prejudica é a grande poluição dos estuários, cheios de todo tipo de material plástico”, diz se referindo a montanhas de garrafas pet que vem nas redes. “É um peso que não deveria estar lá”, se queixa. Ézio pensa em se aposentar daqui a três anos, mas confessa que não sabe se irá se acostumar com a vida em terra. Depois de 42 anos na pesca, o moço que do barco olhava os fogos de Ano Novo, em Florianópolis, saudoso de casa, mudou seu olhar. Hoje ele vê a terra com olhos de homem do mar.

A tripulação do Lisa I chega ao terminal

Coluna

MEIO AMBIENTEPrograma de Educação

Ambiental começa na Ilha Diana

OuvIDOrIa EmbraPOrT: 0800 362-7276

[email protected] www.terminalembraport.com.br

No dia 27 de novembro, os moradores da Ilha Diana conheceram o Programa de Educação Ambiental (PEA), que será implementado na comunidade nos próximos quinze meses. Na ocasião foi divulgado o telefone 0800.362.7676, canal de comunicação da Embraport com diversos públicos, en-tre eles as comunidades do entorno.

O Programa de Edu-cação Ambiental (PEA) foi elaborado a partir dos resultados do diagnóstico participativo realizado com a comunidade, em 2011, e terá como facilitadora Ana Maria Mateus Marins, bió-loga, especialista em edu-cação ambiental, contratada pela Embraport.

A gestão do PEA será compartilhada e contará com a participação ativa dos moradores. “É um projeto construído com eles. Vamos construir cada passo com as pessoas”, explica Ana Maria. Para isso, haverá encontros semanais com a comunidade para promover o diálogo, a construção de laços de confiança e o estímulo ao empreendedo-rismo. “Vamos mostrar que eles podem melhorar aquilo que já realizam”, explica a bióloga.

A Embraport deseja a todos os leitores do jornal Martim-Pescadorum excelente Natal e um 2013 repleto de realizações.

Entre os objetivos do pro-grama está o desenvolvimento de atitudes para a participação nos processos decisórios sobre os destinos da comunidade; a construção de um canal de comunicação e diálogo permanente da comunidade com a Embraport; o empode-ramento da comunidade para o desenvolvimento de ações transformadoras da realidade e fortalecer o compromisso e a responsabilidade com o coletivo.

O Programa de Educação Ambiental visa atender a con-dicionante nº2.1.vii da Licença de Instalação nº874/2012 emi-tida pelo IBAMA, no âmbito do licenciamento ambiental da Embraport.

Fotos: Divulgação Embraport

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Dezembro 2012 55

ÉzIO, O MESTRE DOS CAMARÕESO catarinense Ézio Suzarte fala sobre sua vida há 42 anos no mar

A banana e a mandioca são alguns dos principais ele-mentos da culinária tradicio-nal dos pescadores paulistas e cariocas. Criamos aqui uma refeição bem simples, que segue a tradição de um uso mínimo de temperos, onde sentimos o sabor natural dos produtos. A receita do peixe segue o relato de antigos pescadores que empreendiam alguns dias de viagem em suas canoas, parando em ilhas para des-cansar. Ali comiam o peixe recém-pescado, assado, sem nenhum tempero numa fogueira improvisada, sabo-reado às vezes com farinha de mandioca. Ao chegar em casa também o peixe podia ser preparado sobre a grelha de ferro do fogão a lenha. O segredo é abrir o peixe pelas costas, retirando assim as vísceras e a espinha. Ele fica alguns minutos sobre o fogo, e depois vira-se,

apenas uma vez, com o lado da pele para baixo e deixa-se até ficar bem grelhado. A banana nanica verde e a da terra poderiam acompanhar o peixe, assadas com casca na grelha. Experimentamos aqui também dois tipos de pirão, feitos com cada uma delas. A banana nanica com casca pode também ser cozida na água por 20 minutos, e a da terra leva cerca de 50. Elas podem ser amassadas com garfo e saboreadas ao lado do peixe, ou se quiser prepare um purê na panela com um pouco de manteiga e sal. A mandioca cozida na água também é uma boa opção. Este é um sabor diferente para quem quer apreciar o gosto puro dos elementos. O peixe pode ser o vermelho cioba, ou para quem tiver uma grelha maior, a tainha. Se quiser usar a mesma recei-ta com um peixe de cultivo, pode usar a tilápia.

Ingredientes:1 coco seco ralado300 g de açúcar5 cravos

Preparo:Colocar o coco ralado na

panela. Jogar açúcar e cravos por cima. Mexer sem parar, em fogo baixo, até dar ponto

semelhante ao do brigadeiro, quando começa a soltar da panela. Untar uma tábua de vidro com margarina, ou umedecer com água para não grudar, e em seguida, espalhar cuidadosamente a massa, alisando com uma colher. Deixar esfriar e cortar em quadradinhos.

Quantos anos leva um pescador para se tornar o mestre de um barco? Para Ézio Suzarte, nascido em 1950 na praia da Enseada, em São Francisco do Sul-SC, foram necessários mais de 10 anos de trabalho. Afinal o cargo exige conhecimento e dedicação, pois o mestre é o responsável pela navegação e pela pescaria. Hoje, Ézio é mestre do barco de pesca de camarão-rosa Lisa I, da Sincro Empresa de Pesca Ltda, sediada em Guarujá, onde trabalha há 42 anos. A longa caminhada na pesca teve início aos 13 anos de idade, ainda em Santa Catarina, onde aprendeu com o pai, Antônio Manoel, e o padrinho, Francisco Budal, muitas artes da profissão. “Comecei com pesca de rede de praia, arrasto de camarão-sete-barbas, rede de emalhe para pegar cação e rede de caceio para corvina”, explica. “Peguei muita sardinha na redinha de arrasto a apenas 50 metros da praia”, conta, lembrando-se de sua adolescência em Santa Ca-tarina. A mãe, dona Ana, salgava e secava as sardinhas num varal de corda por três dias.

Ézio aprendeu a pescar e saiu da escola aos 13 anos. “Terminei o primário, e para estudar no ginásio teria que viajar 18 quilômetros todo o dia”, explica, mostrando as dificuldades da época. “Meu pai,

vou parar por aqui, vou trabalhar”, disse Ézio ao pai, Antonio Ma-noel. “A partir de hoje não precisa me comprar nem uma camisa”, afirmou. Ingressou no Exército e mais tarde na pesca industrial. “Dia 29 de dezembro de 1970 embarquei em Florianópolis no Espartan, barco de pesca de camarão-rosa”, conta. “Foi a primeira vez que passei o Ano Novo fora de casa”, lembra-se. Ézio confessa que no começo estranhou. “Na pesca artesanal, saia de manhã e às 4 horas da tarde já estava de volta”, explica. No Espartan as viagens levavam cerca de 15 dias, pois o camarão era conservado no gelo. Agora com os barcos-frigorífico é possível ficar mais de 50 dias viajando. Hoje não consegue viver longe do mar. “Gosto muito de trabalhar no mar”, afirma. Além de pescar, gosta sempre de ter frutos do mar à mesa. O hábito é também cultivado pelos filhos Rene, com 40 anos, Sheila, 35, Eduardo, 29 e Érica, 30. “Todo mundo gosta de peixe assado no forno”, comenta.

O mestre está habituado à rotina do barco camaroeiro que tra-balha com apenas cinco tripulantes. Saindo do terminal e passando para fora da área de proteção marinha, já é possível jogar a rede, após um trajeto de cerca de duas horas. “Podemos nos deslocar

para o Rio de Janeiro ou para o sul, depende da época”, conta. Ao soltar a rede, lançam também uma rede de pesquisa, que vai indicar se há camarões na área. Geralmente, de junho a setembro pesca-se camarão tanto de noite como de dia. De outubro até fevereiro, só à noite. “Este ano todo mundo ficou admirado da quantidade de camarão que deu”, conta. “Quando comecei em 1970 pegava-se mais, mas eram menos barcos pescando”, explica. Hoje o barco pode trazer por viagem de 4 a 8 toneladas. Afirma que a produção atual está boa. “Defeso também ajuda”, diz, embora acredite que para o camarão-rosa a época ideal para o defeso vai de meados de dezembro até abril. “Nesse período encontramos muitos camarões-rosa com ovas”, explica. “O que prejudica é a grande poluição dos estuários, cheios de todo tipo de material plástico”, diz se referindo a montanhas de garrafas pet que vem nas redes. “É um peso que não deveria estar lá”, se queixa. Ézio pensa em se aposentar daqui a três anos, mas confessa que não sabe se irá se acostumar com a vida em terra. Depois de 42 anos na pesca, o moço que do barco olhava os fogos de Ano Novo, em Florianópolis, saudoso de casa, mudou seu olhar. Hoje ele vê a terra com olhos de homem do mar.

Ceia do pescador

Cocada

Helio Marcelino, da Sincro, e mestre Ézio, parceria de uma vida

Ézio e a filha Érica

O mestre, em seu bom-humor habitual

Peixe, banana e mandioca fazem a ceia do pescador

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Dezembro 20126

Novas diretrizes para a aquicultura

Pescador, saiba quem tem direito à aposentadoria e amparo assistencial

Aposentadoria do pescador artesanal – ter idade mínima de 60 anos para homem e 55 para a mulher, além da comprovação do efetivo trabalho como pescador(a) artesanal em regime de economia familiar por mais de 15 anos.

Aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença – estar pagando o INSS ou ter registro em carteira de trabalho (contribuição pelo em-

pregador), além de estar acometido por doença que incapacita para o trabalho, com afastamento médico superior a 15 dias.

Amparo assistencial ao porta-dor de deficiência física ou mental – estar acometido por doença/defi-ciência física ou metal que causa a incapacidade para o trabalho. Não há necessidade de estar pagando o INSS, mas não pode estar recebendo

outro benefício do INSS (pensão por morte, por exemplo)

Amparo assistencial ao Idoso – ter idade mínima de 65 anos e não estar recebendo outro benefício do INSS (pensão por morte, por exemplo)

Fonte: Dr. Luiz Henrique da Cunha Jorge - advogado especiali-zado em Direito Previdenciário.

Muitos pescadores artesanais se queixavam que depois da aposenta-doria não conseguiam mais renovar a licença de pesca. O mesmo acon-tecia com aposentados em outras categorias, que desejavam com a atividade conseguir uma renda ex-tra, ou trazer mais alimento à mesa. Para isso é necessário o Registro Geral de Pesca (RGP), que permite uso de equipamentos profissionais, como redes e tarrafas.

O santista Milton Gonçalves, 64 anos, depois de mais de 30 anos pescando camarão-branco, está aposentado, na espera da emissão de uma nova carteira. Sua preocu-

pação é não ter conseguido renovar a carteira no ano passado, pois havia restrições para aposentados feitas pelo Ministério da Pesca e Aquicultura-MPA. Segundo o presidente da Federação dos Pescadores do Estado de São Paulo-Fepesp, após a edição da Instrução Normativa nº 6, feita pelo ministro do MPA, Marcelo Crivella, os aposentados já podem continuar pescando na categoria de artesanais. “Lutamos mais de cinco anos para garantir ao aposentado o direito de pescar, e agora podemos ver o resultado de tanto esforço”.

Novas regras para a aquicultura no Estado de São Paulo chegam com o Decreto nº 58.544, batizado de “Via Rápida Ambiental da Aquicul-tura”. A medida, que organiza e de-fine as diretrizes da cadeia produtiva de pesca e aquicultura do Estado, foi assinada dia 13 de novembro pelo Governador do Estado, Geraldo Alckmin, e pelo secretário do Meio Ambiente Bruno Covas. A cerimônia de assinatura do decreto, que simpli-fica o licenciamento de atividades aquícolas, contou com a presença do ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella. Para o deputado estadual Edson Ferrarini (PTB) o decreto é uma grande conquista para a aquicultura. “Sinto-me honrado em poder representar, nesta Casa de Leis, como Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Pesca e da Aquicultura, as reivindicações do setor”, afirmou. “O decreto é

fruto das inúmeras reuniões que agendamos com os Secretários de Meio Ambiente, da Agricultura e Abastecimento e com o Comandante da Polícia Militar Ambiental, para discutir a viabilização do projeto e, cuja participação em conjunto, foi fundamental para que as autoridades se sensibilizassem com as reivindi-cações dos produtores do setor da aquicultura, principalmente, de pe-queno porte, ou de pesca artesanal”, acrescenta.

Para o presidente da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo-Fepesp, Tsuneo Okida, a medida visa desburocratizar e ala-vancar as atividades de aquicultura no Estado. “Foi uma grande luta do setor da pesca e aquicultura”, conclui. As regras permitem que a atividade utilize espécies autócto-nes ou nativas, bem como espécies alóctones ou exóticas, nos termos

da legislação vigente e de normas supervenientes. Alguns empreendi-mentos em função de seu reduzido potencial poluidor/degradador, não estarão sujeitos ao licenciamento ambiental na CETESB - Compa-nhia Ambiental do Estado de São Paulo. Entre eles, aquicultura sem lançamento de efluentes líquidos em corpo d´água em: viveiros esca-vados cuja somatória de superfície de lâmina d'água seja inferior a 5 ha (cinco hectares) e em tanques cuja somatória de volume seja inferior a 1.000,00m³ (mil metros cúbicos). Também não está sujeita a esse tipo de licenciamento a carcinicultura em água doce realizada em viveiros escavados cuja somatória de super-fície de lâmina d'água seja inferior a 5 ha (cinco hectares). Conheça o Decreto nº 58.544 na íntegra no site www.jornalmartimpescador.com.br /legislação. Aposentados

querem pescar!

Acesse: www. jornalmartimpescador.com.br

Pescador Milton Gonçalves e Tsuneo Okida

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Um dos métodos de diminuir os resíduos de pescado que podem ser classificados como resíduos sólidos é a utilização da compostagem, que é um processo de decom-posição microbiana de uma massa heterogênea de matéria orgânica, no estado sólido e úmido. Este processo tem a vantagem de transformar a matéria orgânica em adubo ou ração animal e, dessa forma ocorre a redução do resíduo a ser eliminado nos aterros sanitários. Este processo tem a desvantagem de exalar fortes odores, atrair insetos e roedores. Outro processo que pode ser utilizado é a sila-gem química que graças aos ácidos utilizados no resíduo impede a exalação de odores e o produto final pode ser utilizado para ração animal ou adubo.

Os resíduos sólidos quando descartados de forma inadequada no ambiente, podem causar alterações no solo, água e ar, podem ainda provocar danos a todas as formas de vida que recaírem nas futuras gerações. É fundamental que as autoridades públicas, a sociedade tomem medidas cabíveis e urgentes para a humanidade relacionadas ao meio ambiente, no que diz respeito à quantidade e qua-lidade da água e lixo, para preservar a saúde ambiental, humana e animal.

Conclui-se que um consumidor consciente impul-sionará a produção de produtos considerados “verdes limpos”, ambientalmente, corretos que além da qualidade são produzidos de tal forma a não gerar comprometimento ambiental. Dessa forma é necessário minimizar a pro-dução de resíduo dando destinação segura e adequada a fim de proteger o e meio ambiental, que são vistos como recursos naturais inesgotáveis.

Obviamente, diante de uma sociedade mais exigente e consciente, o poder público não pode se furtar à necessidade de capacitação dos agentes na manipulação do pescado, a noção básica dos princípios básicos de higiene, a fim de satisfazer o consumidor com melhoria nas condições sani-tárias a qualidade dos produtos ofertados. Entre essas ações destacam-se a localização geográfica e qualidade do espaço urbano, a atmosfera do varejo envolvendo o arranjo físico, odor, cores, conforto térmico e lumínico, a organização funcional dos produtos, o descarte correto dos resíduos, a limpeza de todos os equipamentos das instalações que co-mercializam o pescado, desde aqueles que estão diretamente ou indiretamente relacionadas com o pescado.

A taça é nossa!

O time da Prainha de Santa Tereza, em Ilhabela, foi o vencedor do Campeonato Amador de Veteranos encerrado no final de novembro. Para merecer a taça, os jogadores tiveram que participar de nove jogos, vencendo sete. A maior dificuldade aconteceu na última partida com o União do Ita, que permaneceu 1x0 até os últimos cinco minutos. Os jogadores Gilberto e Valdeci “salvaram a pátria” fazendo os dois gols finais da vitória. O time da Prainha foi fundado em 1988, e é composto na maioria por caiçaras, que costumam disputar dois campeonatos por ano. No dia 25 de novembro jogadores, torcedores e familiares se reuniram num churrasco de comemoração pelo título, no Centro Municipal de Apoio ao Pescador Artesanal Antonio Rafael, na prainha de Santa Tereza.

A bióloga Maricene Passos se aposentou em outubro do cargo de chefe da Educação Ambiental do Aquário Municipal de Santos. Sua dedicação à educação ambiental marcou sua passagem no Aquário.

Os mercados públicos e a comercialização de Pescado-III

Augusto Pérez Montano - Médico Veterinário, membro da Comissão de Aquicultura do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo.

Homenagem

A taça pra ninguém botar defeito!

Os jogadores Gilbertoe Valdeci (à direita) fizeram os gols da vitória

Jogadores, familiares e amigos se reuniram na confraternização

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Projeto ambiental comemora maioridade com show de Lenine

ALBATROz

O som das canções do cantor e compositor Lenine emba-lou mais de 700 pessoas no

Teatro Coliseu de Santos, dia 30 de novembro. A data era de comemora-ção de 21 anos do Projeto Albatroz, dedicado à proteção de albatrozes e petréis, aves oceânicas ameaçadas de extinção. A arte dá as mãos à na-tureza e Lenine exaltou a liberdade dos albatrozes, “aves voam, não têm fronteiras”. O show faz parte da turnê “Chão”, décimo álbum do artista, e já foi visto em mais de 20 cidades brasileiras e cinco países. “Lenine, além de ser um grande

músico, é também reconhecido pelo apoio a organizações que atu-am na área de conservação do meio ambiente. Assim, é uma grande honra celebrar os 21 anos do Pro-jeto Albatroz com a promoção do seu show”, comenta Tatiana Neves, coordenadora geral da organiza-ção. Para Leyla Maciel, gestora de projetos no Programa Petrobras Ambiental, a iniciativa é vitoriosa, e Tatiana Neves pode ser considerada uma guerreira da natureza, por suas realizações.

Além das medidas para coibir a mortandade de albatrozes e petreis

em linhas de pesca, como o uso do toriline, chamada de linha espanta-pássaros, o projeto iniciou em 2012 o Programa de Educação Ambiental Marinha “Projeto Albatroz na Es-cola”. Os resultados de um ano de trabalho foram apresentados para coordenadores e professores da rede pública de ensino de Santos (SP), no auditório do Serviço Nacional de Aprendizagem (Senac) dia 6 de dezembro. Cerca de 130 docentes de 10 escolas públicas estiveram envolvidos no Programa deste ano. Vários professores foram capacita-dos para a aplicação do conteúdo

das cartilhas de educação ambien-tal marinha e também participaram de palestras sobre a organização e características dos albatrozes e pe-tréis. A ideia é que o albatroz seja o mensageiro da conservação ma-rinha nas escolas, já que o oceano é a sua casa. A cartilha, que conta com o traço do artista plástico ambiental Alexandre Huber, será discutida com os professores das escolas que participam do projeto, e após avaliação e incorporação das sugestões para a próxima edi-ção, será disponibilizada em PDF para livre utilização. Saiba mais

sobre o Projeto Albatroz no site: www.projetoalbatroz.org.br

O Projeto é patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental, e tem o apoio da Royal Society for Protection of Birds (RSPB), da Birdlife Interna-tional, do programa Albatross Task Force (ATF), da Save Brasil e do Ministério da Pesca e Aquicultura, além da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e do Governo do Estado do Espírito Santo, por meio do seu Instituto Estadual de Meio Ambiente.

Fabiano Peppes, Leyla Maciel e Tatiana Neves

A cartilha de Educação Ambiental Marinha tem o traço do artista plástico Alexandre Huber

CELEBRA CONquISTASLenine cantou para mais de 700 pessoas no teatro Coliseu de Santos