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O jornal das lutas comunitárias e da cultura popular Ano 8 - Número 56 Abril de 2013 A festa de 1943 de Getúlio Vargas em Jacarepaguá Página 7 Camorim: história, natureza e luta pela terra O Camorim tem história, luta pela posse da terra e é o bairro que mais cresce no Rio. Possui uma natureza exuberante, pé- rola da Mata Atlântica, e a linda e históri- ca Igreja de São Gonçalo de Amarante, construída em 1625. Leia na página 8. Nos dias 16, 17 e 18 de abril os profissi- onais de educação da rede pública esta- dual fazem uma greve de 72 horas. Na rede municipal do Rio no dia 18. Os pro- fissionais da rede FAETEC paralisam suas atividades nos dias 17 e 18. Página 3 Comunidades na luta em Jacarepaguá O drama de Francisca despejada da comunidade Restinga. Página 5 PEC das Domésticas Passo a passo para legalização do trabalho doméstico. Página 2 Abril é o mês de greve nas escolas Igreja de São Gonçalo de Amarante Açude do Camorim Parque Estadual da Pedra Branca Rede Carioca de Agricultura - Página 6 Colônia Juliano Moreira - Página 4 Monte de Oração, em Curicica - Página 5 fotos: Val Costa foto Ecolônia

Jaaj 56 abril2013

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Jornal Abaixo Assinado de Jacarepaguá - Edição 56 - Abril de 2013

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O jornaldas lutas

comunitáriase da cultura

popular

Ano 8 - Número 56Abril de 2013

A festa de 1943 de Getúlio

Vargas em JacarepaguáPágina 7

Camorim: história, natureza e luta pela terraO Camorim tem história, luta pela posse

da terra e é o bairro que mais cresce no

Rio. Possui uma natureza exuberante, pé-

rola da Mata Atlântica, e a linda e históri-

ca Igreja de

São Gonçalo

de Amarante,

construída em

1625. Leia na

página 8.

Nos dias 16, 17 e 18 de abril os profissi-

onais de educação da rede pública esta-

dual fazem uma greve de 72 horas. Na

rede municipal do Rio no dia 18. Os pro-

fissionais da rede FAETEC paralisam suas

atividades nos dias 17 e 18. Página 3

Comunidades na luta em Jacarepaguá

O drama de Franciscadespejada da comunidadeRestinga. Página 5

PEC das Domésticas

Passo a passo para legalização

do trabalho doméstico. Página 2

Abril é o mês degreve nas escolas

Igreja de São Gonçalo de

Amarante

Açude do

Camorim

Parque

Estadual da

Pedra Branca

Rede Carioca deAgricultura - Pág ina 6

Colônia Juliano Moreira - Página 4 Monte de Oração, em Curicica - Página 5

fotos: Val Costa

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lônia

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Cartas & E-mails dos leitores

Conselho Editorial: Almir Paulo, Douglas Faget, Ivaneide,IvanLima, Manoel Meirelles, Maraci Soares, Mariluce Paixão,Miguel Pinho, Nely, Pedro Ivo, Renato Dória, Sônia dosSantos, Suely Costa e Val Costa.Coordenação Geral: Almir Paulo

Uma publicação mensal da RPC Editora Gráfica Ltda. CNPJ 08.855.227/0001-20Visite nosso blog: www.jaajrj.wordpress.comPara críticas, sugestões e reclamações: [email protected] Postal 70578 - Taquara/RJ - CEP 22740-971Para Anunciar ligue (21) 7119-6125 / 9282-1006

Arte e Diagramação: Jane FonsecaGerência Comercial: Manoel MeirellesCoordenação de Mídia Digital: Pedro IvoColaboradores dessa edição: Elisângela Batista e MaluPapazian.

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alterar o conteúdo, resumir ou editar as cartas ou e-mails.Correios: Caixa Postal 70.578 Taquara/RJ - CEP 22740-971

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Onde encontrar o JAAJVeja os locais onde os moradores da Baixada de Jacarepaguá interessados em conhe-cerem os problemas de nossa região poderão apanhar, gratuitamente, um ou maisexemplares do Jornal Abaixo-Assinado de Jacarepaguá. Boa leitura!Estabelecimentos comerciais que passarão a ter o JAAJ todo mês:

Legalizar o trabalho da doméstica: passo a passo

Doutora Mariluce Paixão RamosDoutora Mariluce Paixão RamosDoutora Mariluce Paixão RamosDoutora Mariluce Paixão RamosDoutora Mariluce Paixão Ramos

· Banca da Rosilda - Rua Cândido Benício,2.256, em frente à Sorveteria Diplomata,Praça Seca.· Banca da Sandra - Estr. do Tindiba, 2.070,em frente à Agência dos Correios da Taquara.· Banca do Mário - Estrada do Camorim,em frente ao nº. 635, Camorim.· Banca do Merinho - Localizada próximaàs lojas no Conjunto Daniel-Margarida naCidade de Deus.

Saiba como legalizar o trabalho da domésti-ca de acordo com a proposta que amplia osdireitos trabalhistas.

A Proposta de Emenda à Constituição queamplia os direitos das empregadas domésti-cas foi aprovada nas duas votações realizadaspelo Senado. Com isso, os empregadores preci-sam legalizar a contratação e conceder os bene-fícios previstos na PEC.

Direitos da PEC das DomésticasA PEC das domésticas aumenta os direitos

dos trabalhadores do lar. Além das obrigaçõesatuais, o empregador terá que arcar com horasextras e pagar ao menos um salário mínimo. Eleterá a obrigação de respeitar a jornada de tra-balho, não deixar o salário atrasar e oferecertotal segurança. O pagamento do FGTS tam-bém é um dos benefícios assegurados pela PEC,tal como o adicional noturno, mas ambos de-pendem de uma regulamentação.

Como legalizar o trabalho doméstico?Os empregadores estão com uma série de dúvi-das sobre como legalizar a situação das empre-gadas domésticas com carteira assinada. Noentanto, para saber como proceder, é fundamen-tal conhecer as mudanças.

Confira a seguir o passo a passo para legali-zar o trabalho da doméstica:

1. Antes de qualquer coisa, o empregadorprecisa avaliar se as mudanças propostas pelaPEC se aplicam a sua realidade. Por exemplo, seuma diarista trabalha em sua casa, os novos di-reitos não são válidos. Contudo, as regras valempara o trabalhador contratado por uma pessoafísica em um ambiente residencial;

Doméstica precisa ter carteira assinada.2. Todos os benefícios que o trabalhador

terá direito precisam ser verificados;3. Para legalizar a situação da empregada

doméstica, é preciso fazer o registro na carteirade trabalho. O procedimento inclui nome doempregador, endereço, CPF, função e tipo delocal onde a atividade é realizada. Somente de-pois de ter a carteira assinada o empregado pode

ser inscrito no INSS;4. É recomendado incluir algumas anotações

na carteira de trabalho, como o horário (entra-da e saída) e as folgas;

5. A elaboração de um contrato de trabalhoé fundamental para legalizar o vínculoempregatício e as novas regras da PEC. No do-cumento, é necessário incluir motivo deefetivação, regras das atividades, horários e com-prometimento com as horas extras.Especificações como trabalho no período notur-no e moradia no local de trabalho também pre-cisam constar no contrato;

O empregador será obrigado a pagar horaextra.

6. O empregador deve combinar com o seuempregado como serão as horas de trabalho,afinal, o cálculo das horas extras é baseado nisso.Também é importante ter um tipo de controle,como um livro de ponto, para que o trabalhadordoméstico informe a hora que entrou e saiu;

7. Hoje, o pagamento do FGTS do trabalha-dor doméstico ainda é facultativo. Mas, com aaprovação da PEC, o Fundo de Garantia se tor-nou obrigatório. Para recolher o benefício, é ne-cessário baixar o programa Sefip no site da Cai-xa, transmitir os dados solicitados e gerar a guiade pagamento com certificado digital;

8. Os recibos de todos os pagamentos de-vem ser entregues ao trabalhador doméstico.

*Leia no Blog do JAAJ as perguntas e res-postas mais freqüentes sobre a PEC das Domés-ticas, o que já está valendo e os pontos que serãoainda regulamentados pelo governowww.jaajrj.wordpress.com

Boa sorte.Espero tê-lo ajudado, caro leitor do JAAJ.

· Banca do Rodrigo - Localizada em fren-te ao Restaurante Popular (Bandejão) napraça principal da Cidade de Deus.· Personal Studio Saúde e Fitness - Es-trada do Tindiba, nº. 185 salas 102 e 104,Pechincha.· Centter Adrycopy - Rua Relvado, nº.64, Loja A, Praça Nova Orleans, Taquara.· Império da Belleza – Estrada doGuerenguê, 1.054, Taquara.

Um absurdo o que vem acontecendo dentrodo Autódromo Nelson Piquet. A ConcessionáriaRio mais que assumiu a obra do parque olímpicoem julho de 2012 dentro do antigo autódromode Jacarepaguá, está promovendo queimas peri-ódicas de pneus velhos. Isso é uma verdadeiraagressão ao ecossistema da região.

A primeira queimada de pneus aconte-ceu na madrugada de 17 de fevereiro, edessa data em diante houve outras queimas.A fumaça invade as casas causando intoxi-cação nos moradores e polui o meio ambi-

Diabetes

**As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. **Distribuição gratuita pelos bairros e comunidades da Baixada de Jacarepaguá.

Banca da dona Margareth tem JAAJ

Senhora Governabilidade

“Sou Margareth Pereira, ca-sada, mãe de um casal lindo defilhos, jornaleira e flamenguista.Na banca aqui na Freguesia, divi-do esse árduo trabalho, masapaixonante profissão, com meuquerido tio Paulinho. Tenho or-gulho de ser jornaleira a 16 anos,dos meus bem vividos 48 anosde idade. Já conhecia o JornalAbaixo-Assinado e fiquei feliz coma nova parceria. Estamos juntosna defesa de Jacarepaguá!”.

Estrada de Jacarepaguá, nº 7.709

(em frente à Casa do Biscoito) - Freguesia

Pneu queimado piora o ar na Vila Autódromoente. Este é mais um transtorno para os mo-radores da comunidade Vila Autódromo. Pa-rece ser de propósito.*Ass. de Moradores da Vila Autódromo, por e-mail.

Crack, não na Colônia!Estou preocupada com a possível chegada

de usuários de crack no hospital psiquiátrico Co-lônia Juliano Moreira, no qual poderá trazer trans-torno à comunidade, havendo casosde fuga ocasionando roubos, assédiose agressões. Além disso, o espaço para atendimentodos usuários de crack era reservado para trabalhosgratuitos para tratamentos fisioterápicos.

Deixo minha queixa com esperança de seratendida, porque nossa comunidade sempre

foi um lugar tranqüilo para todos e esse pro-blema social não é só nosso. Acredito não sercorreto a presença dos usuários de crack semisturando, até mesmo, com os antigos paci-entes da Colônia. A vinda destes usuários paraColônia poderá causar inquietação aos anti-gos, que podem ser induzidos a usar a droga.Jacarepaguá pede ajuda.

*Débora Regina, moradora da Colônia,por e-mail.

O modelo brasileiro atual de formação degoverno nos três níveis governamentais é base-ado e constituído de uma total falta de com-prometimento com o povo que lhe elegeu, nun-ca visto e vivenciado, mesmo nos piores mo-mentos de nossa historia. As barganhas e ne-gociatas políticas acabam comprometendotodos os projetos e promessas realizadas du-rante a campanha eleitoral, que tentariam ame-nizar as carências e necessidades da nossa po-pulação. O governo e a administração públicatransformam-se somente num jogo de toma lá,

dá cá, onde ocorre benefícios e privilégios paraos colaboradores financeiros das campanhasatravés de contratos e convênios; bem comonomeações em cargos comissionados paraparentes, amigos e partidários, sem nenhumapreocupação com formação técnica e capaci-dade. Pior é que somos nós, população quepaga essa conta sem nenhum desconto oupromoção.Só o povo organizado faz a lutapopular e transforma a sociedade.

*Francisco Caldeira, Agricultor de VargemGrande, por e-mail.

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Leia o Blog do JAAJ<http://jaajrj.wordpress.com/>

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Editorial

A guerraestá no ar

Em cartaz nos cinemas da cidade “AInvasão à Casa Branca”, por ironia dodestino, na vida real a Coréia do Nortedeclarou guerra aos Estados Unidos e aCoréia do Sul. Os motivos? Na ficçãoentendemos as razões do ataque a casamais poderosa do mundo. Todavia, nomundo real até agora pouco ou nada sa-bemos dos motivos políticos da decla-ração de guerra do governo norte-coreano.

Por isso, nessa edição de abril doJornal Abaixo-Assinado (JAAJ) aguerra está no ar! As declarações debatalhas estão nas nossas páginas, pormelhores condições de vida. A guerraem Jacarepaguá tem seus bons e justosmotivos: do povo da Colônia (página4) contra a demolição de suas casaspor causa da construção daTransOlímpica; dos profissionais daeducação (página 3) contra o desres-peito e os baixos salários; da donaFrancisca (página 5) o relato de seudrama e luta contra as arbitrariedadesda prefeitura do Rio; e da rede cariocaa favor da agricultura urbana familiar(página 6).

Mas, para compreender o presen-te e visualizar o futuro, nada melhordo que olhar o passado, e analisar osfatos da história. Assim, divulgamosnas páginas 7 e 8 os festejos do dia 3de julho de 1943 em Jacarepaguá, ape-sar do mundo em plena 2ª Guerra Mun-dial na época, e a luta histórica e a be-leza do bairro do Camorim.

Disso tudo, fica um ensinamento:para vencer as batalhas é preciso maisorganização e mobilização do povopara conquista de direitos. E nós, doJAAJ, estamos nessa luta por um mun-do de Paz, qualidade de vida e organi-zação popular na Baixada deJacarepaguá.

Lá você pode escrever sobre seu bairro, enviar foto denunciando

as mazelas ou mostrando a beleza da sua comunidade para o JAAJ

EEEEEducaçãoducaçãoducaçãoducaçãoducação

Nos dias 16, 17 e 18 de abril os pro-fissionais de educação da rede públicaestadual (Secretaria de Estado de Edu-cação – SEEDUC) fazem uma greve de72 horas. Na rede municipal da Cidadedo Rio de Janeiro, professores e funcio-nários administrativos paralisam suas ati-vidades, no dia 18, por 24 horas. Os pro-fissionais da rede FAETEC também pa-ralisam as atividades nos dias 17 e 18.

Os profissionais das escolas estadu-ais lutam pelo fim do Pla-no de Metas da SEEDUCe do Pro je to“Certificação”, fim da re-moção compulsória dosfuncionários administrati-vos de suas escolas deorigem, retirada da pautade votação da Alerj doprojeto de lei do governa-dor (Projeto de Lei nº2055) que terceir iza ocargo de funcionário nasescolas. Na pauta de rei-vindicações da categoria,de f i n ida no i n í c io demarço, encontra-se, tam-bém, os seguintes pontos:

Abril é mês de greve nas escolasPlano de Carreira Unificado, com pa-ridade para aposentados; efetivaçãodos animadores culturais; recuperaçãodo Iaserj; eleições para direção nas es-colas; dentre outras.

Na rede municipal de educação daCapital, professores e funcionários fa-rão uma paralisação de 24 horas no dia18 de abril. Dentre as reivindicaçõesestão o reajuste salarial, com um pisode R$ 3 mil para o professor e R$ 2 milpara o funcionário, e o plano de carrei-ra unificado.

O SEPE/RJ acusa que o prefeito nãoaplica os 25% de arrecadação na edu-cação, como prevê a Constituição Fe-deral. A rede municipal reivindica, ain-

da, o Plano de Carreira Unificado (pro-fessores e funcionários). A rede não temum plano de carreira.

O Ministério Público foi acionadopara apurar gasto com o jogo BancoImobiliário - Cidade Olímpica. A Secre-taria Municipal de Educação enfrenta adenúncia sobre questões que enaltecema vitória eleitoral do prefeito Paes, em2010, na elaboração dos cadernos pe-dagógicos de Matemática, e que tiveramque ser retirados das escolas por causada má repercussão.

Já os profissionais da FAETEC rei-vindicam Plano de Carreira e reposiçãodas perdas salariais de 36%, acumula-das nos últimos anos.

Professor Márcio Franco*

A Secretaria municipal de educação im-pôs esta semana a diminuição de horas deatividades obrigatórias nas escolas do ama-nhã do Rio de Janeiro. O CIEP Luiz Carlos

Prestes é um dos exemplos de escolas quepossuíam horário de aulas integral, funcio-nando até às 16h30. A nova proposta é queo horário de aulas se estenda até às 14h30,sendo ministradas disciplinas eletivas até às16h30.

Os profissionais da direção do CIEP LuizCarlos Prestes, que conta com mais de 600alunos, pediram dispensa do cargo, já que aproposta do município não funcionaria naprática. A escola está localizada na Cidadede Deus, região carente do Rio de Janeiro etem uma demanda de profissionais. Além

Secretaria Municipal de Educação impõe redução

de aulas obrigatórias em “Escolas do Amanhã”

CIEP Luiz Carlos

Prestes, na Cidade de

Deus, é atingido pela

decisão que prejudica os

alunos da comunidade

disso, é muito importante para os morado-res da região que seus filhos estejam em umlugar seguro em período integral.

Só na Cidade de Deus outras duas esco-las devem passar por essa reformulação deturno para os alunos do ensino fundamen-tal. Os pais dos estudantes afetados e osprofissionais das escolas pretendem fazerum abaixo-assinado em sinal de repúdio àproposta do município.

*Fonte Portal do Sepe/RJhttp://www.seperj.org.br/

ver_noticia.php?cod_noticia=3883

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Agenda dos Movimentos SociaisAgenda dos Movimentos SociaisAgenda dos Movimentos SociaisAgenda dos Movimentos SociaisAgenda dos Movimentos Sociais� 24 de abril. Jornada Em defesa dos Direitos dos Trabalhadores: Contra a PolíticaEconômica do Governo Federal, na Esplanada dos Ministérios em Brasília.� De 23 a 25 de abril. Greve. A Confederação Nacional dos Trabalhadores emEducação (CNTE) está convocando uma greve nacional para os dias 23, 24 e 25 deabril. As principais reivindicações são”Piso, Carreira, Jornada e profissionalização dosfuncionários da educação”.

Quando o Cabral, o português, chegoua terras brasileiras encontrou por aqui ospovos indígenas, que já ocupavam este ter-ritório e relatou a Portugal a “descoberta”deste Novo Mundo.

Quando o nosso atual Cabral, o Sérgio,chegou ao governo do Estado em 2007,diversos representantes de tribos indíge-nas também já ocupavam um espaço anexoao complexo do Maracanã. Inclusive muitoantes deste Cabral, Darcy Ribeiro já havialutado para transformar aquele espaço oprimeiro museu de combate ao preconcei-to étnico na América latina.

Cabral, o Pedro Álvares, iniciou um pro-cesso violento de dominação e exploraçãodestes povos e de sua terra, iniciando guerrase tentando escravizá-los. Estes povos que cáhabitavam resistiram bravamente, mas forçabruta do dominador era muito poderosa.

Cabral, o Governador do Rio, desco-briu também um novo mundo chamado “Ci-dade Olímpica” ondepoderia fazer pratica-mente qualquer coisa,como remover famíli-as, violar direitos hu-manos, vender oMacaranã e gastar riosde dinheiro públicosem nenhumacontrapartida social.

No final do mês demarço de 2013, SérgioCabral decidiu mobi-

Cabral e os Índios:

lizar suas tropas para remover a heróica ocu-pação do prédio anexo ao Maracanã, cha-mada de Aldeia Maracanã. Depois de maisde 6 anos de ocupação e de batalha pelaconstrução de um museu de referência dacultura indígena. Mais de 200 soldados mo-bilizados para aproximadamente dezenas deíndios e alguns movimentos sociais solidári-os a causa, cumpriram o mandato de reinte-gração de posse com uma força descabida,para mostrar quem é o dominante.

Os povos indígenas tanto com o Cabralportuguês quanto com a nossa versão cari-oca estão a 513 anos resistindo às tentati-vas de destruição de suas culturas e seusmodos de vida. Parte dos índios foram co-locados na Colônia Curupaiti, no bairro doTanque, onde supostamente haverá a cons-trução do tão batalhado museu. Resta sa-ber se 513 anos sendo enganados por al-gum Cabral os índios poderão confiar nes-ta promessa.

Luta Popular

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Temos acompanhado com preocupaçãoas movimentações da prefeitura do Rio naárea da Colônia Juliano Moreira. Desde oano passado, nosso mandato vem receben-do inúmeras queixas sobre a postura auto-ritária do subprefeito local e de funcionári-os que se auto-intitulam o próprio POUSOda área da Colônia. Obras de reformas dasresidências e manutenções básicas são “no-tificadas” e “embargadas” com base em de-cretos draconianos que só visam àcriminalização dos moradores.

Não estamos falando de qualquer espa-ço na Cidade. Aquela área possui umabelíssima história eas diversas comuni-dades ali presentesmerecem umtratamento muitomais digno do quevem recebendo daatual gestão munici-pal. Um amplo pro-cesso de regulariza-ção fundiária eurbanística, iniciadopela SPU e pela SMHem 2008, foi paralisado em 2012. Desdeentão, diversas áreas da Colônia começa-ram a ser visitadas por topógrafos e enge-nheiros, sem qualquer aviso, consulta ou in-formação aos moradores.

Conforme nossas investigações avança-ram, descobrimos que há uma perspectivade passagem de um trecho da viaTransOlímpica exatamente pela área maishistórica da Colônia. Além de diversasconstruções institucionais, mais de 70 casasestão diretamente ameaçadas de remoção.Para quem não tem idéia do que significauma TransOlímpica passando no meio daColônia, basta passar pela Linha Amarela eobservar os bairros inteiros que foram divi-didos e descaracterizados por esta via. Nocaso da Colônia, isso se torna mais grave,pois além de uma importante área de inte-resse social, existem ali um trecho de mataatlântica bastante preservado, que serve di-retamente como área de amortecimento doParque Estadual da Pedra Branca. Trata-se

de um descalabro completo. Essas caracte-rísticas sequer foram contempladas nos Es-tudos de Impacto Ambiental que a Prefeitu-ra apresentou ao INEA – que já emitiu aLicença Prévia. Ou seja, a omissão de infor-mações, crime ambiental doloso que vemsendo repetido pela Prefeitura, foi plena-mente aceita e referendada pelo órgãoambiental do Estado do Rio de Janeiro.

Não bastassem os absurdos de ordemsocial e ambiental, temos tido notícias cadavez mais verossímeis de que as instituiçõesde saúde mental, que ainda funcionam den-tro da Colônia oferecendo serviços diver-sos de fisioterapia e psicoterapia para a po-pulação em geral, vão começar a receberos supostos viciados em crack recolhidosdas ruas da cidade pelas operações deinternação compulsória. Ora, se essa práti-

ca vier a se confirmar,é claro que o queveremos ali serãodepósitos de gente,m a n t i d o sencarcerados naspiores condiçõespossíveis.

Pra piorar asituação, corremfortes rumores de quea área receberá umempreendimento do

programa “Minha Casa, Minha Vida” comcerca de 1400 unidades. Recentemente, oprefeito encaminhou para a Câmara Municipalo Projeto de Lei Complementar 15/2013, quecria 13 novas Regiões Administrativas. Dentreestas, uma região administrativa específicapara a área da Colônia Juliano Moreira. Umvereador da base do governo já se adiantoupra dizer que vai querer indicar oadministrador regional dali.

O que se pode concluir de toda essa si-tuação é que a Colônia Juliano Moreira é abola da vez. Ou aquelas comunidades se mo-bilizam e se unem para lutar pelos seus di-reitos, reconhecendo o caráter autoritárioe desleal da atual administração municipal,ou serão todos incluídos na roleta russa dasremoções sumárias que vem ocorrendo emtoda a Zona Oeste, principalmente, no en-torno dos corredores viários e em empre-endimentos voltados para os megaeventos.

*Eliomar Coelho é Engenheiro e Verea-dor/Psol.

*Eliomar

Coelho

A postura insana da Prefeiturado Rio na Colônia Juliano Moreira

Uma história de 513 anosde massacres e descasosProfessorProfessorProfessorProfessorProfessor

Miguel Pinho*Miguel Pinho*Miguel Pinho*Miguel Pinho*Miguel Pinho*

Passeata dos Moradores da Colônia

foto

Eco

lônia

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Comunidade em Luta

*ProfessorL o u r i v a lBonifácio

Em Curicica, Jacarepaguá, no final da RuaColina do Vale, há um morro chamado “Mor-ro da Helena” que era, até 2004, composto depedra e saibro. Naquela época, já era plano daPrefeitura implantar um projeto de refloresta-mento, que fora descartado porque os técnicoschegaram à conclusão que o solo era inade-quado a qualquer tipo de vegetação. Depoisde alguns ofícios direcionados ao prefeito da

época e à Secretaria Municipal do Meio Ambi-ente, a Associação de Moradores do ValeCuricica conseguiu incluir a área no Projeto deMutirão de Reflorestamento. Esse projeto foiimplementado pelo Sr. Mário Márcio SoaresLesco, morador do local, que de uma formabrilhante, trouxe o verde para a comunidade,mudando completamente todo o visual.

Com o sucesso do Projeto, o Sr. MárioMárcio construiu, no lote 31, um muro comum grande portão (sem trancas) na entra-da, para que ali pudessem acontecer mani-festações religiosas. Como a frequência nãoera somente de moradores da Curicica, masparte da baixada de Jacarepaguá, o local

Monte de Oração

Texto e fotos Fladmir Fonseca *Uma denúncia: a Prefeitura do Rio teria

permitido a adoção da Praça na Rua GeraldoIrênio Joffly, ao lado do Condomínio Village DelMare, no Recreio dos Bandeirantes.

Este tipo de concessão municipal, quandoregular, tem como objetivo “favorecer a pre-servação das áreas públicas e valorização dascomunidades locais”, segundo o Portal da Pre-feitura (Meio Ambiente - Adoção de áreasverdes ao alcance de todos).

No entanto, o que aconteceu foi que o con-domínio tomou para si a praça, cercando-a etornando-a privativa para uso exclusivo de esta-cionamento dos condôminos. E estão realizan-do uma obra ilegal de terraplanem, sem licença(que contraria o que prevê o RLF aprovado peloDecreto “E” 3.800/70 e o Plano Diretor). E alémda invasão e do desrespeito, obra estaria tam-bém infligindo à lei de preservação do meio am-biente, matando antigos ninhos de coruja exis-tente na bendita praça. Isto é considerado umcrime ambiental. Além de apropriação ilegal doespaço público, para fins particulares.

Espera-se que a comunidade organizadado Recreio, na defesa do bairro e da cidade,

tome as providências necessárias para aca-bar com esta invasão ilegal, consentida pelaPrefeitura junto com a Secretaria Municipalde Meio Ambiente e a Fundação Parques eJardins.

Em tempo:Privatização de logradourospúblicos (ruas e praças) no Recreio dos Ban-deirantes, Vargem Grande e Vargem Pequenaé um antigo costume mantido pela Prefeitura(com apoio das comunidades locais, é claro)para fins eleitoreiros, contra o bomordenamento no sentido de garantir uma boaqualidade do ambiente urbano.O papel colado no muro (veja foto) dá conta daautorização da Prefeitura que foi usada para aapropriação ilegal efetuada pelo condomínio. Emáreas informais a bandidagem fecha ruas “namarra”. Em áreas “formais” a Prefeitura garantea apropriação ilegal atravésde um bom pistolão,em troca de votos. É a classe média garantindouma boa relação Pública X Privada = Votos.

*Fladmir Fonseca é militante do MUP -Movimento União Popular.

A prefeitura do Rio consente a invasãoilegal de praça no Recreio

Doação da praça no condomínio na Rua Geral-do Irênio Joffily, no Recreio os Bandeirantes.Esta rua fica em frente ao Quiosque do Rico.

passou a ser conhecido como “Monte deOração”. Contudo, em 27/02/2013, umaequipe da Prefeitura acompanhada da Se-cretaria Municipal de Urbanismo, Choquede Ordem, Guarda Municipal, PatrulhaAmbiental e Polícia Militar foram ao locale, sem qualquer tipo de negociação, comuma retroescavadeira, jogou abaixo omuro, o portão e parte das árvores que fo-ram plantadas. De acordo com o Sr. MárioMárcio, essa atitude arbitrária, foi respal-dada pelo processo 02/286.395/2010 (de-núncia). O que lhe causou estranheza, é queo endereço do “reclamante”, é ruaHerculândia, 167 (alguns quilômetros dedistância do Monte).

Em visita ao local, pudemos detectar queas opiniões dos vizinhos do Monte são

diversificadas: alguns preferiram não opinar;já outros... É o caso do Sr. Ricardo Borges,morador da casa 36. Ele disse que foi denún-cia e que o maior problema que eles encon-travam era o número excessivo de carros porparte dos frequentadores do Monte e que ospróprios moradores só conseguiam chegaràs suas casas a pé. Já o Sr. João Carlos, bom-beiro militar, evangélico, da casa 34, disse quehavia reclamações de barulhos e muita de-sordem. Ele disse, também, que os carros malestacionados impediam que os moradores en-trassem com os seus em suas garagens.

Conversando com o presidente da Asso-ciação, Sr. Vladimir Filgueiras de Lima, fomosinformados que a principal questão não estáno Monte de Oração e sim na falta de sanea-mento básico.

No dia 17 de dezembro de 2010, MichelSouza dos Santos e Francisca Melo viram suascasas no bairro da Restinga, no Recreio dos Ban-deirantes, serem destruídas pelos tratores da Pre-feitura do Rio de Janeiro em questão de minutos.Passados dois anos da remoção forçada, eles ain-da vivem o trauma da violação dos seus direitos,reforçado pela sensação de injustiça a partir deindenizações irrisórias ou, simplesmente, o esque-cimento por parte do poder público. O caso des-ses dois personagens faz parte do vídeo “O Lega-do Somos Nós: A história de Francisca”, produzi-do pelo Comitê Popular Rio Copa e Olimpíadas.

“Nós lutamos contra a remoção e pareceque servimos de exemplo para as outras comu-nidades não brigarem por seus direitos. Não mearrependo, faria tudo de novo, mas agora estamosnessa situação”, disse Michel, que é um dos cer-ca de 20 moradores que não recebeu nenhumcentavo da Prefeitura do Rio de Janeiro. Sem terpara onde ir, ele morou de favor, de aluguel, eagora está construindo uma casa em Pilares.

“Antes morava num lugar tranqüilo, agoraestou perto do morro e é tiroteio direto. Nãopego o BRT porque não dá, vem lotado, e acabodemorando duas horas pra ir e mais duas pravoltar”, completou. Além da casa, Michel tinhauma oficina na Restinga há 12 anos. Apesar decontinuar trabalhando no local para manter seusclientes, agora está numa loja alugada.

Já Francisca, com a ajuda de parentes, estárefazendo a sua vida na comunidade do Fontela.“O Secretário de Habitação (na época JorgeBittar) falava que a gente já saía encaminhadopara um trabalho, o que não aconteceu de ma-

neira nenhuma. Nós saímos de lá sem nada. En-tão é falho isso, é uma grande falha falarem que aspessoas estão sendo remanejadas dentro dos seusdireitos, negativo”, enfatizou Francisca.

Casos como o de Michel e Francisca estãosendo tratados na Comissão de Moradores Atin-gidos pela Transoeste, grupo que tem se reunidopara dar visibilidade às violações de direitos queaconteceram na região, exigir reparações ade-quadas aos danos causados e fortalecer a luta decomunidades vizinhas. “Muitas questões aindanão foram resolvidas e os moradores estão numasituação pior do que antes. A experiência que agente passou com relação à Transoeste pode serútil, pode ajudar nos desafios que estão postos aoutras comunidades”, disse Alexandre Mendes,que na época era Defensor Público e atendeucom a equipe do Núcleo de Terras e Habitaçãoas comunidades do Recreio.

Assim como a Restinga, Vila Recreio II e VilaHarmonia também sofreram ofensivas no perío-do e já não existem mais. O motivo seria a constru-ção do BRT Transoeste, mas hoje grande partedos terrenos estão desocupados ou tendo outrosusos, o que tem sido questionado pelos atingidos.Nada foi feito no local da Vila Recreio II e a VilaHarmonia se transformou em estacionamentopara máquinas da Prefeitura. Já a área removidada Restinga deu espaço a três novas pistas paracarros, não para o BRT. “Queremos justiça, mos-trar que eles estavam errados, para que isso nãovolte a acontecer nunca mais”, finalizou Michel.

*(Texto do Observatório das Metrópoles

produzido com a colaboração do Comitê

Popular Rio Copa e Olimpíadas)

O Legado Somos Nós: A história de Francisca

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Geral

Frases &Pensamentos

“Só existem dois dias no ano emque você não pode fazer nada pelasua vida: Ontem e Amanhã.” DalaiLama

“É muito difícil você conseguir ven-cer numa boa. Pra vencer você temque lutar, e essa luta muitas vezessignifica indispor de certa formacom algumas pessoas, pra preva-lecer aquilo que você acredita. Teuponto de vista, tua cabeça, a tuapersonalidade acima de tudo. E sevocê não lutar pra valer, você aca-ba perdendo teu próprio rumo. Ese você perde o teu próprio cami-nho, você não é ninguém. Então, praconseguir manter essa linha de con-duta, você tem que lutar muito. E,muitas vezes, tem que brigar mes-mo.” Ayrton Senna

“Eu perdi mais de 9.000 lances naminha carreira. Eu perdi quase 300jogos. 26 vezes eu confiei em fazero lance final vencedor ... e perdi. Eufalhei repetidamente na minhavida. E por isso que eu tenho êxi-to.” Michael Jordan - Jogadoramericano de basquete

Elena Barros*O desenvolvimento tecnológico propi-

ciou o surgimento das mídias sociais, utili-zadas hoje por movimentos sociais. Vemos,por exemplo, a divulgação nas redes soci-ais da desapropriação arbitrária do antigoMuseu do Índio. Na Internet, esses aconte-cimentos foram melhor explicitados que nasmídias tradicionais.

Além disso, comenta-se também a des-truição do Estádio de Atletismo Célio de Bar-ros e do Parque Aquático Júlio Delamare,que serviram de campo de treinamento paracampeões olímpicos e para muitos eventosem suas histórias. Embora perto das Olimpí-adas, ainda preparamos nossos atletas de for-ma pífia. O investimento na formação de no-vos valores e a manutenção desses jovensnas atividades esportivas são feitos de formadesprezível. Bolsas para atletas no Brasil sósão destinadas para os de alto rendimento.Portanto, somente após anos de preparaçãoe treinamento, com pouco dinheiro, caso esseatleta venha a se destacar, o estado investiráem seu trabalho.

Aptidão ao PRONAF(Dap), sem isso não hácomo obter crédito para plantar. Além disso,no caso do Rio de Janeiro, a maior dificuldadedos produtores refere-se as alterações nozoneamento do uso do solo nos Planos Direto-res, de diversas cidades fluminense, sem o de-bate necessário, e que concretamente acabamnão reconhecendo a existência das áreas ru-rais desobrigando os Governos a não apoia-rem as atividades agrícolas. O interesse maiornessas alterações do uso do solo é fomentar aespeculação imobiliária. Há também o aumen-to da carga tributária sobre a ocupação e usodo solo, como aumento do IPTU e etc.

Apesar de todas as dificuldades, as di-versas experiências exitosas de produção dealimentos nas áreas urbanas fazem com quepossamos identificar vários camponeses emplena atividade na cidade, vivendo da pro-dução agrícola. É só conferir as plantaçõesdos agricultores nas Vargens, Camorim, Pauda Fome, Rio da Prata, Campo Grande,Guaratiba e Santa Cruz. Essa é a nossa luta: aconstrução e fortalecimento da Rede Cariocade Agricultura Urbana.

*Maraci Soares e Bernadete Montezano sãoda Rede Carioca de Agricultura Urbana.

Em relação à Copa do Mundo, esta será oponto de partida oficial de um plano de“higienização” da FIFA, da CBF e do gover-no, que pretende tornar nosso futebol mais“europeu”. Evidentemente, apreciadores dageral dos estádios - um espaço democrático,de encontro de etnias e culturas diferentes –não serão bem-vindos. A Copa no Brasil épara poucos e estes não nos querem perto.Querem-nos domesticados e fora das mídiassociais, onde cada vez mais temos acesso àinformação verídica e de qualidade.

*Elena Barros é Professora e participado grupo Geração Invencível no Facebook.

Maraci Soares e Bernadete Montezano*Agricultura no desenvolvimento urbano e

territorial para democratizar a cidade,impedir a especulação imobiliária, produziralimentos mais baratos e saudáveis e geraremprego e renda

A pesquisa sobre insegurança alimentar noBrasil, realizada pelo IBGE, em 2009, apontouque o total dos domicílios urbanos, cerca de29,4%, estão em situação de insegurança ali-mentar. Este quadro está associado à desigual-dade e a insustentabilidade da urbanização queem muitos lugares, ocorre com segregaçãosócio territorial das áreas rurais, perda das áreascultiváveis, degradação ambiental, alteraçõesclimáticas e discrepância na distribuição de ser-viços, equipamentos e infraestruturas urbanas,prejudicando os moradores das periferias dasgrandes metrópoles.

O povo não tem acesso à moradia dignae as políticas públicas que garantam odireito a cidade. A pobreza extrema é umfenômeno rural e urbano que atinge cercade dezesseis milhões de pessoas, das quais53% estão nas áreas urbanas. Dados doPrograma Brasil Sem Miséria.

O modo de vida baseado no consumo ex-cessivo de produtos industrializados e de ali-

mentos contaminados por agrotóxicos etransgênicos têm sido responsáveis pelo aumen-to nas taxas de obesidade e de outras doenças.

O aproveitamento dos espaços urbanospara a produção saudável de alimentos podetambém ser uma saída, juntamente com a Re-forma Agrária. A agricultura urbana é consi-derada um importante mecanismo para pro-mover a segurança alimentar e nutricional. Adiversificação da oferta de alimentos com ageração de empregos e renda significa acessomais democrático à cidade. A atividade agrí-cola gera outros benefícios, entre eles a dimi-nuição da distância percorrida entre a lavou-ra e o prato, reduzindo os custos e os impac-tos ambientais.

No Brasil vários fatores impedem e com-prometem a efetivação de uma política de agri-cultura urbana: faltam ações contundentes doMinistério de Desenvolvimento Social e, parapiorar, o Ministério de Desenvolvimento Agrá-rio não incorporou a questão nas suas priori-dades. Estado e Governos Municipais igno-ram a temática.

Dessa forma, agricultores urbanos eperiurbanos não conseguem acessar as políti-cas destinadas a Agricultura Familiar. A maiordificuldade está na obtenção da Declaração de

Saúde & Prevenção BiomédicoDouglas Faget*

A diabetes melito é uma doença metabólicacaracterizada pelo aumento dos níveis de glicoseno sangue. As pessoas podem vir a desenvolveresta doença por diferentes motivos, entre os tiposmais comuns estão o tipo I (deficiência na produ-ção de insulina) e o tipo II (resistência à insulina).

O diagnóstico de diabetes pode ser confir-mado após diferentes exames comprovarem ní-veis elevados de glicose no sangue. Entre os prin-cipais sintomas da diabetes, estão o aumento dasede, aumento da fome e aumento do volume deurina. Pessoas com diabetes podem ter compli-cações graves como problemas na cicatrização ena circulação, principalmente dos membros infe-riores, o que pode levar a amputação do mem-bro afetado. O tratamento da diabetes deve seracompanhado por uma nova rotina do pacientecom mudanças na sua alimentação e a prática deexercícios regulares.

A diabetes do tipo I, caracterizada pela bai-xa ou deficiente produção de insulina, se mani-festa, inicialmente, na infância ou na adolescên-cia. Este tipo de diabetes está geralmente asso-ciado a processos auto-imunes, aonde as célulasbeta do pâncreas, produtoras de insulina, são

destruídas pelo próprio sistema imune. O trata-mento mais comum para este tipo de diabetes éa aplicação diária de insulina.

A diabetes do tipo II acomete, normalmen-te, pessoas acima dos 45 anos de idade e den-tre os principais fatores de risco, além da ida-de, estão a obesidade e a pressão arterial alta.O tipo II é o mais comum e tem tratamento,apesar de não poder ser tratado com insulina,devido à insensibilidade à insulina desenvolvi-da pelos pacientes. É recomendável que aspessoas façam regularmente exames de san-gue para medir os níveis de glicose, principal-mente, se há casos de diabetes na família.

DiabetesDiabetes

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Bandeira brancano prédio do

antigo Museu doÍndio, em 14/01/

2013.Foto de Jonatas

Oliveira.

Rede Carioca de Agricultura

“Geração Invencível”

Movimentose Mídias Sociais

Sintomas

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História & PolíticaHistória & PolíticaHistória & PolíticaHistória & PolíticaHistória & Política

* Janis CassíliaDesde a fundação da cidade do Rio de

Janeiro, da construção de seus engenhos deaçúcar e o plantio do café, Jacarepaguá sem-pre foi retratado e lembrado como zonarural, área de grandes plantações, commão-de-obra escrava e matas virgens. Umverdadeiro “sertão carioca”. Inúmeras fo-ram as personalidades importantes quepassaram por aqui. No entanto, talvezaquele que mais tenha mobilizado pessoascom suas visitas ao bairro, foi o presidenteGetúlio Vargas. Entre 1935 e 1945, Vargasrealizou diversas visitas a Jacarepaguá, amaioria delas parainaugurações de insta-lações hospitalares daColônia JulianoMoreira, do HospitalSanta Maria e doCurupaiti.

Uma das visitasmais importantes deVargas ocorreu em 3 dejulho de 1943. Em so-lenidade pública o en-tão presidente inaugu-rou o HospitalSanta Maria e aA v e n i d aMenezes Cortes(serra Grajáu-Jacarepaguá) ar-rastando uma mul-tidão que compa-receu e engrande-ceu os eventos.

Não era a pri-meira vez que Ge-túlio Vargas compa-recia ao bairro, masdessa vez levavaconsigo o progresso,a saúde, as reformase estradas. Ligava oentão distante bairroà vida citadina. Dessa vez houve festejos,homenagens, discursos e fotos oficiais. To-dos com Vargas no centro das atenções.

Era uma estratégia de angariar o apoio po-lítico das massas e se mostrar fortegovernante. Rodeado de pessoas comuns,ele estava próximo do povo, era o “pai dospobres”.

Depois de visitar a Escola Canadá (Pauda Fome), a Igreja de Nossa Senhora daPena e as obras da Avenida GeremárioDantas, Getúlio e sua comitiva se dirigirama um pavilhão no Largo do Tanque onde amultidão os esperava para que se desse iní-cio à festividade. O evento grandioso pelapresença de autoridades políticas da épo-ca e pela multidão de moradores terminou

na inauguração do retrato deGetúlio Vargas no Club Sportivode Jacarepaguá.

A reportagem de 1943 éuma entre tantas que contam avisita de Getúlio Vargas àJacarepaguá. Foram muitassolenidades, quase todas inau-gurações de obras públicas,que grandiosas ou não, tor-navam-se espetáculos para opovo. Um samba enredo jáensaiado e cantado, mas que

mesmo assim encantava a população.*Janis Cassília é Professora, Pesquisadora

e participa do Instituto Histórico daBaixada de Jacarepaguá - IHBAJA

Instituto Histórico da Baixada de Jacarepaguá - IHBAJA

O Estado de exceção acabou no Brasilhá quase 25 anos, com a promulgação daConstituição cidadã de 1988. Mas os ex-cessos do poder público continuam, heran-ça maldita de nossa formaçãopatrimonialista.

Esses abusos, generalizados, são maisvisíveis no Parlamento nacional. Não ape-nas agora, mas nos seus 190 anos de exis-tência, em função do status “nobiliárquico”de que os eleitos se acham investidos.

Aliás, desde a colônia as câmaras muni-cipais, pioneiras “casas de leis”, eram ex-clusivas para os chamados “homens bons”,brancos e ricos. Pobres, escravos e mulhe-res não entravam.

Há os repetidos desvios políticos, que,no momento, levam ao absurdo de se ter,em presidências de comissões e liderançaspartidárias, parlamentares investigados pordesvio de conduta ou processados por va-riados crimes, do racismo à fraude e aopeculato. Naturalizam-se as incoerências.O simples correr do tempo limpa reputa-ções.

A população, por conseqüência, despre-za ainda mais a “política” e sua expressãomaior de representação, o Congresso Na-cional. Desvaloriza também o seu própriovoto, sem observação da proposta políti-ca, dos financiadores de campanha e da his-tória de vida do candidato.

O clientelismo e o fisiologismo crescem,o voto consciente diminui. No lugar dos par-tidos, com seus propósitos – tantas vezesenganosos –, temos as bancadas dasempreiteiras, dos bancos, de religiosos sec-tários, do agronegócio, da bola, da bala...Democracia das corporações.

Na gestão interna dos recursos públi-cos, a matemática é a da soma e multiplica-ção, não a da divisão ou diminuição. Os prin-cípios constitucionais da moralidade e daimpessoalidade pouco valem.

A recente criação de novos cargos e en-

cargos na Câmara dos Deputados vai nacontramão da promessa de austeridade, re-duzindo em cinco vezes a “economia” anun-ciada antes. O número de deputados nãoaumentou, mas o surgimento de novos par-tidos cria e diminui bancadas.

Respeito ao erário seria redistribuir asfunções gratificadas já existentes. Não sãopoucas: há nada menos que 10.636 secre-tários parlamentares nos gabinetes e 1.433cargos de natureza especial (CNE). A es-trutura da Mesa Diretora é contempladacom 288 deles. Até os suplentes são agraci-ados com 11 CNE’s cada! Tal fartura expli-ca a disputa encarniçada por essas posi-ções...

Também as lideranças partidárias têmaparato exagerado e desequilibrado, indode dois a oito servidores, para os menoresdos 23 partidos hoje representados na Câ-mara Federal, até os 80 a 124 dos médios egrandes. É prudente medida de segurançaque nem todos compareçam aos gabinetesao mesmo tempo...

“Essa é uma Casa política”, ouve-sequando se quer aprovar algum “trem da ale-gria” ou projeto que oculte interesses me-nores. “Não vamos politizar a questão”, diz-se, paradoxalmente, quando háquestionamentos sobre acordos de basti-dores ou acertos prévios garantidores dedemasias. Em geral, quem já conquistou de-terminadas benesses não as perderá, tendoalguma força política.

O vício da fartura, oposto à austeridadeimposta aos trabalhadores comuns, vaimuito além da necessária estrutura para seexercer bem a função pública.

“Criar cargos não é roubar!”, exclamouum parlamentar. Sim, distribuí-los por con-veniências políticas difere de repartir o re-sultado de uma pilhagem. Mas esse “tomalá, dá cá” da política dominante, inclusivenas relações com o Executivo, implica emafronta aos reais interesses da população,carente de tantos direitos básicos.

*Chico Alencar é Professor e DeputadoFederal/ PSOL

Congressode excessos

Chico

Alencar

Chico

Alencar

3 de julho de 1943:é festa em Jacarepaguá!

O BLOG DO JAAJ <www.jaajrj.wordpress.com> tem novas notícias semanalmente, sempre às quartas feiras. Vem aí greve dos profissionais de educação do Rio.

Finalmente,uma boa notícia na saúde:Hospital Lourenço Jorge reformou a emergência e ganhou um tomográfo...até que fim.Para relaxamento mental, um momento cultural,

divulgamos a programação de música clássica, de graça. Confira, divulgue para sua rede de amigos e faça seu comentário,entre no debate.

LEIA:

• Abril é mês de greve nas escolas.

• Secretaria Municipal de Educação impõe redução de aulas obrigatórias em

“Escolas do Amanhã”.

• Educação é obrigatória a partir dos 4 anos de idade.

• E o Laudo do Engenhão é legal?

• Polícia Militar do Rio é a mais corrupta do país, diz pesquisa.

• Hospital Lourenço Jorge ganha nova emergência.

• Programação semanal de Música no Museu.

O BLOG DO JORNAL ABAIXO-ASSINADO DE JACAREPAGUÁ ESTÁ NO AR.

Bem-vindo ao BLOG DO JAAJ um jornal das lutas populares! <www.jaajrj.wordpress.com>

Recortes do Jornal “A Noite”

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Texto e fotosde Val Costa*

SOS

S E C R E T A R I A D E

A S S I S T E N C I A S O C I A L

E D I R E I T O S H U M A N O S

S O M A N D O F O R Ç A S

OS Crianças DesaparecidasRua Voluntários da Pátria, 120 - Botafogo

– RJ – Rio de Janeiro. CEP: 22270-010

SOS Crianças Desaparecidas (21) 2286-8337 ou Disque 100.

[email protected]

[email protected]

“Todo mês estamos divulgando uma lista do Pro-

grama SOS Crianças Desaparecidas. São crian-

ças e jovens que foram raptadas, sequestradas ou

saíram de casa e não retornaram mais aos seus

lares. Se você tem informações sobre uma dessas

crianças ou seu filho ou filha desapareceu, entre

em contato com a FIA: SOS Crianças Desapa-recidas (21) 2286-8337 ou Disque 100.

Estamos juntos nessa luta com a FIA e nos coloca-

mos firmes na ampla divulgação desse programa”,

fala Vaneide, participante do Conselho Editorial

do JAAJ.

Crianças DesaparecidasNome: Camila Ramosde MoraesIdade: 14 anosDesaparecida: 08/02/2013Desaparecimento: Bai-xada Fluminense - RJSituação: Saiu de casa enão retornou

Nome: Carla ThaynáFialho VieiraIdade: Atualmente com16 anosDesaparecida: 11/02/2013Desaparecimento:Zona Norte - RJSituação: Saiu de casae não retornou

Nome: Geovania da Con-ceição Carlota da SilvaIdade: Atualmente com16 anosDesaparecida: 27/08/2012Desaparecimento: ZonaOeste - RJSituação: Saiu de casa enão retornou

Nome: Kassia CristinaRodrigues de OliveiraIdade: Atualmente com09 anosDesaparecida: 30/12/2005Desaparecimento: Bai-xada Fluminense - RJSituação: Rapto porestranho

Nome: Leticia deOliveira AraujoIdade: Atualmente com07 anosDesaparecida: 17/12/2006Desaparec imento:Zona Norte - RJSituação: Rapto porestranho

Nome: Stefani VitoriaRochinskiIdade: Atualmente com11 anosDesaparecida: 04/05/2012Desaparecimento:Zona Rural - PRSituação: Sequestro

N o m e : L a r i s s aGonçalves SantosIdade: Atualmente com17 anosDesaparecida: 31/01/2008Desaparecimento:Zona Norte - RJSituação: Rapto porestranho

Nome: Tais Bernardinodos SantosIdade: Atualmente com17 anosDesaparecida: 24/01/2006Desaparecimento: Cen-tro - RJSituação: Rapto porestranho

Nome: Nicolas FuzaroMoriIdade: Atualmente com06 anosDesaparecido: 28/05/2011Desaparecimento: SãoPaulo - SPSituação: Rapto porestranho

Nome: Mariana deSouza BarbozaIdade: Atualmente com14 anosDesaparecida: 07/02/2013Desaparec imento:Niterói - RJSituação: Rapto porestranho

Segundo o Censo de 2010, o

Camorim foi o bairro carioca que

mais cresceu nos últimos dez anos,

totalizando atualmente 1.970 ha-

bitantes. Cerca de 63% de sua

área é formada por Mata Atlânti-

ca, toda ela pertencente ao Par-

que Estadual da Pedra Branca.

Dentro da área do Parque encon-

tra-se o Açude do Camorim, com

210.000 m2. Projetado pelo En-

genheiro Sampaio Correia, a sua

profundidade chega, no seu pon-

to máximo, a 18 metros.

Existem duas versões para o

nome do bairro, ambas de origem

Tupi. A primeira seria a junção de

“kamuri” (robalo) com “im” (di-

minutivo), formando algo como

“robalozinho”. A segunda junta-

ria, “ca” (mata)

e “mury” (mos-

cas ou mosqui-

tos), “mata com

mosquitos”.

Em 1594,

Gonçalo Cor-

reia de Sá funda

o Engenho do

C a m o r i m ,

transformando

parte da planície

costeira de

Jacarepaguá em um imenso cana-

vial. Gonçalo doou o Engenho do

Camorim para o genro, o espanhol

Luis de Céspedes y Xeria, como

dote de casamento dele com a sua

filha Vitória de Sá. O casal foi viver

em Assunção, deixando Gonçalo

como administrador das terras até

a sua morte, em 1633. Após o

falecimento do pai, D. Vitória

retornou ao Rio de Janeiro e pas-

sou a tocar o engenho até 1667,

ano em que morreu. Sem ter her-

deiros, D. Vitória deixou o enge-

nho para o Mosteiro de São Ben-

to. Os beneditinos dividiram as ter-

ras em três propriedades: Fazen-

da do Camorim, Fazendo da

Vargem Grande e Fazenda da

Vargem Pequena. Além do açúcar,

os monges, que administraram

essas terras por quase 200 anos,

também produziram mandioca,

milho, feijão e aguardente.

Nesse bairro existe um dos raros

exemplares da arquitetura religiosa

maneirista no Rio de Janeiro: a Igreja

de São Gonçalo de Amarante. Ela foi

construída em 1625 por Gonçalo

Correia de Sá. Esse templo possui

apenas uma porta de entrada, bas-

tante rústica, dois sinos de bronze e

fachada com as cores azul e branca.

Possui também pequenas aberturas

em suas espessas paredes, chamadas

flecheiras, que tinham o objetivo de

evitar possíveis ataques dos povos

indígenas. Foi tombado pelo INEPAC,

em 2 de dezembro de 1965.

História & CidadaniaHistória & CidadaniaHistória & CidadaniaHistória & CidadaniaHistória & Cidadania

A Comunidade do Alto

Camorim, existente há mais de

cem anos no bairro, pode ser re-

conhecida como a primeira re-

manescente de um antigo

quilombo da região, com a

emissão dos títulos de

propriedade para os seus

moradores. A comunidade é com-

posta por duzentas casas e tem

aproximadamente mil pessoas.

*Val Costa é Professor, Pesquisa-

dor e membro do Instituto

Histórico da Baixada de

Jacarepaguá.

Camorim: História e natureza convivemno bairro que mais cresce no Rio

Açude do Camorim