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CONCEITOS DE ECOLOGIA E INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS ECOSSISTEMAS INTRODUÇÃO Ecologia é o estudo da relação entre os organismos vivos e seu meio ambiente. O termo é derivado do grego oikos, significando casa ou lar. Engloba duas abordagens básicas: a auto-ecologia, que é o estudo da ecologia de apenas uma espécie, e a sinecologia, que e o estudo da ecologia de ecossistemas completos. Os ecólogos examinaram a dinâmica da população, a interação entre espécies (como a competição e alimentação), o meio ambiente (que inclui a disponibilidade de nutrientes) e o fluxo de energia através do ecossistema. Os padrões de distribuição e sucessão e o impacto do homem também são examinados. O estudo ecológico conduz o homem a uma compreensão do funcionamento dos sistemas naturais e o habilita para a prática da conservação da natureza. Geralmente toma como unidade básica o ecossistema. Um ecossistema consiste numa rede complexa de relações de mútua influência entre a flora, a fauna e os microorganismos de uma determinada área ou região e todos os elementos físicos naturais (geológicos, climáticos, etc.). Cada ecossistema é relativamente autônomo e apresenta equilíbrio dinâmico interno, isto é, as condições de vida e as espécies biológicas não se alteram drasticamente e se preservam ao longo do tempo, apesar de apresentarem modificações constantes a curto prazo e em pequena escala. Como nenhum ecossistema natural é completamente separado de outro, pode- se considerar que todo o planeta constitui um imenso conjunto de ecossistemas, a biosfera. 1

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CONCEITOS DE ECOLOGIA E INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS ECOSSISTEMAS

INTRODUÇÃO

Ecologia é o estudo da relação entre os organismos vivos e seu meio ambiente. O termo é

derivado do grego oikos, significando casa ou lar. Engloba duas abordagens básicas: a auto-

ecologia, que é o estudo da ecologia de apenas uma espécie, e a sinecologia, que e o estudo da

ecologia de ecossistemas completos.

Os ecólogos examinaram a dinâmica da população, a interação entre espécies (como a

competição e alimentação), o meio ambiente (que inclui a disponibilidade de nutrientes) e o fluxo

de energia através do ecossistema.

Os padrões de distribuição e sucessão e o impacto do homem também são examinados. O estudo

ecológico conduz o homem a uma compreensão do funcionamento dos sistemas naturais e o

habilita para a prática da conservação da natureza. Geralmente toma como unidade básica o

ecossistema.

Um ecossistema consiste numa rede complexa de relações de mútua influência entre a flora, a

fauna e os microorganismos de uma determinada área ou região e todos os elementos físicos

naturais (geológicos, climáticos, etc.). Cada ecossistema é relativamente autônomo e apresenta

equilíbrio dinâmico interno, isto é, as condições de vida e as espécies biológicas não se alteram

drasticamente e se preservam ao longo do tempo, apesar de apresentarem modificações

constantes a curto prazo e em pequena escala.

Como nenhum ecossistema natural é completamente separado de outro, pode-se considerar que

todo o planeta constitui um imenso conjunto de ecossistemas, a biosfera.

De modo mais restrito, a ecologia trata dos efeitos das atividades humanas sobre o meio natural,

e dos desequilíbrios (ou novos equilíbrio) ecológicos que elas provocam nos ecossistemas. De um

ponto de vista mais crítico e ideológico, os ecólogos, os “verdes” e outros adeptos de ações em

defesa da preservação do equilíbrio ecológico do planeta se opõem ao uso irresponsável e

desmedido dos processos industriais. A industrialização pouco criteriosa, ao lado da visão,

largamente difundida, de que os recursos naturais podem ser livremente explorados até a

exaustão, como um tesouro que é pilhado, mostrou ter conseqüências desastrosas no

ecossistema planetário.

A chuva ácida, o desflorestamento, a desertificação, o perigo de extinção de espécies de animais

e vegetais, o efeito estufa e o perigo de aquecimento global, a poluição e a destruição da camada

de ozônio são alguns aspectos desse impacto negativo da ação humana sobre a natureza.

Medidas em prol da conservação ambiental, assim como o emprego de energia e outros recursos

renováveis, fazem parte do esforço positivo necessário para impedir a degradação do meio

ambiente.

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NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO ECOLÓGICOS

Portanto, ecologia é a ciência que estuda as relações entre os seres vivos e destes com o meio

em que vivem. Os níveis de organização estudados em ecologia, a partir de organismo, são os

seguintes:

Organismo > população > comunidade > ecossistema > bioma > biocora > biociclo > biosfera

Sendo que:

um conjunto de organismos da imensa espécie que interagem e habitam uma dada região

durante um certo período de tempo constitui uma POPULAÇÃO;

conjunto de populações de espécies diferentes que interagem e habitam uma dada área

durante um período de tempo forma uma COMUNIDADE BIOLÓGICA, BIOTA ou

BIOCENOSE;

ao conjunto formado pela interação da Biota com o meio físico no qual ela vive damos nome

de ECOSSISTEMA, que também é caracterizado por dois processos que nele ocorrem : Fluxo

de Energia e Ciclo de Matéria. Portanto um lago, um rio poluído, uma floresta , um campo ,

uma praia ou uma caverna são exemplos de ecossistemas;

ao conjunto de vários ecossistemas que interagem damos o nome de BIOMA. A Mata

Atlântica, a Amazônia , o Cerrado , a Caatinga , o Pantanal são exemplos de Biomas, visto

que são constituídos por diversos tipos de ecossistemas interligados;

ao conjunto de vários biomas com características particulares damos o nome de BIOCORA.

Por exemplo, a Mata Atlântica , a Amazônia e a Taiga são formações “basicamente” florestais,

apesar de diferentes ecologicamente, o que nos permite colocá-las no Biocora das

FLORESTAS;

ao conjunto de Biocoras com características particulares de um dado compartimento da Terra

damos o nome de BIOCICLO. Por exemplo os biocoras marinhos constituem o BIOCICLO

MARINHO ou TALASSOCICLO, os biocoras terrestres constituem o BIOCICLO TERRESTRE

ou EPINOCICLO e os biocoras de água doce constituem o BIOCICLO DULCÍCOLA ou

LIMINOCICLO;

ao conjunto de todos os biociclos damos o nome de BIOSFERA, que também pode ser

entendida como a camada ou superfície do planeta, coberta por água ou rio, que sustenta,

mantém e contém vida.

DINÂMICA POPULACIONAL

Populações são conjuntos de organismos da mesma espécie que ocupam uma certa área durante

algum tempo. Portanto são grupamentos intra-específicos, que podem ser estudados por meio de

parâmetros e taxas.

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Curva de Crescimento: “J “- é uma curva ideal pois mostra um crescimento contínuo que não

sofre interferências do ambiente, o que é falso. A curva B , no gráfico abaixo , representa o

padrão “ J ” ou exponencial de crescimento. A resistência ambiental altera a inclinação da curva,

diminuindo-a e conferindo-Ihe uma forma bem mais real - “S “Sigmóide. A curva C , no mesmo

gráfico , representa o padrão real de crescimento populacional “ S “ . Observe , ainda, que a área

representada por D é a resistência que o ambiente impõe ao crescimento populacional ideal. A

curva em “J “ representa o POTENCIAL BIÓTICO — PB de uma espécie e mostra que se as

condições forem ideais , a taxa de crescimento é acelerada e otimizada, fazendo com que

contingente populacional aumente muito rápido.

Porém, as condições climáticas adversas, a disponibilidade variável de espaço e alimento, assim

como a presença de competição, parasitismo e predatismo Não permitirão este tipo de

crescimento, originando portanto uma RESISTÊNCIA do MEIO ou AMBIENTAL - RM, ao

crescimento, o que nos leva a curva em “S”, na qual a taxa de crescimento é mostrada com uma

aceleração menor, além de estabilizar-se após algum tempo ao redor de um dado valor que pode

sofrer pequenas flutuações, como visto no gráfico.

CRESCIMENTO REAL = POTENCIAL BIÓTICO - RESISTÊNCIA DO MEIO

Os habitas fornecem recursos de diversos tipos : água, refúgio, área mínima comportamental e é

lógico alimento. Todos estes recursos podem ser compartilhados dentro de alguns limites que

próprio ambiente determina. Essa característica limitada do ambiente chamamos de

CAPACIDADE SUPORTE : o número de espécies, de indivíduos em cada população, os tipos de

interações entre os organismos também determinam e caracterizam essa propriedade do

ambiente. Quando a CAPACIDADE SUPORTE de um meio é atingida passamos a falar em

RESISTÊNCIA AMBIENTAL, que nada mais é do que a incapacidade de sofrer mais alterações.

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CS - CAPACIDADE SUPORTE

A Capacidade Suporte de um ambiente pode ser entendida como o CONJUNTO de LIMITES a

que esse meio está imposto. Os ambientes NÃO possuem taxas de decomposição ilimitadas:

logo, pode haver matéria orgânica que não está sendo degradada, e que portanto irá acumular-se

caracterizando um tipo de Poluição; os ambientes NÃO sustentam quantidades ilimitadas de

organismos e espécies : logo, estimular superpopulações ou introduzir organismos onde estes não

ocorrem, desestabilizará as interações locais, podendo causar competições, mortes e extinções.

Estes foram dois exemplos que mostram que os ambientes apresentam LIMITES, que devem ser

levados em conta, cujo conjunto caracteriza sua CAPACIDADE SUPORTE.

RM – RESISTÊNCIA DO MEIO

A Resistência do Meio traduz-se na quantidade de impactos ou alterações que um meio pode

sofrer e suportar. Um ambiente com uma grande Capacidade Suporte apresenta limites mais

flexíveis e portanto uma Resistência a alterações MENOR, enquanto que um ambiente com uma

pequena Capacidade Suporte apresenta limites mais estreitos e portanto uma Resistência a

alterações MAIOR. Uma Mata Tropical é o exemplo do 1º caso, enquanto que um Deserto é o

exemplo do 2º. Logo, analisando-se um determinado ambiente, poderemos dizer,

matematicamente, que a Resistência do Meio é inversamente proporcional a Capacidade Suporte:

TAXAS E PARÂMETROS

O contingente populacional é variável e pode sofrer influência de movimentos migratórios. A

IMIGRAÇÃO ( I ) consiste na chegada de indivíduos à população, enquanto que a EMIGRAÇÃO

(E) consiste na saída de indivíduos da população.

O total de nascimentos em um intervalo de tempo caracterizam a TAXA DE NATALIDADE (TN)

enquanto que o total de mortes caracteriza a TAXA DE MORTALIDADE (TM). As expressões

abaixo mostram-nos as interações e conseqüências:

I + TN > E + TM : o contingente está aumentando, logo há crescimento populacional

I + TN < E + TM : o contingente está diminuindo, logo a população está decrescendo

I + TN = E + TM : o contingente tende a ficar constante, a população parou de crescer

Sobre os contingentes populacionais agem os fatores ABIÓTICOS, representados pelo clima,

espaço, água e alimento e os BIÓTICOS, representados pela predação ( gráfico abaixo ) ,

parasitismo e competição intra e interespecífica .

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A distribuição populacional é um parâmetro especialmente importante para as ações de

planejamento tomadas pelo poder público. Geralmente é apresentada na forma de gráficos,

observe abaixo, ou pirâmides e envolve basicamente três aspectos populacionais:

sexo - mostra os percentuais existentes de homens e mulheres

etária - mostra os percentuais existentes em cada faixa ou grupo etário

espacial - mostra os percentuais e o padrão (uniforme, aleatório, agregado) de ocupação.

É importante salientar que esses dados isoladamente fornecem pouca possibilidade de análise,

porém quando combinados, permitem grande possibilidade de discussão. Um exemplo : “cerca de

70% das mulheres urbanas de classe média alta com mais de 45 anos apresentam osteoporose”,

logo as medidas curativas e preventivas assim como a ação diretiva quanto ao planejamento nos

anos posteriores é mais fácil e direcionada.

COMUNIDADES BIOLOGICAS

Em uma comunidade vários organismos diferentes compartilham os recursos existentes no

mesmo ambiente, logo é coerente pensar que as espécies devem viver de maneira a não

competirem o tempo inteiro pelos mesmos recursos ou pelos mesmos habitats dentro do

ambiente. Desta situação real na natureza, retiramos dois conceitos fundamentais:

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HABITAT: É o local mais provável de encontrarmos a espécie. É o local onde vive, ou seja onde

realiza suas atividades, seu nicho.

NICHO ECOLÓGICO : É o papel que a espécie desempenha no ambiente. Envolve informações a

cerca da sua biologia reprodutiva, alimentar e comportamental.

O nicho de uma espécie envolve o seu habitat (caso 2 ), pois é um conceito mais abrangente visto

que a cada papel que desenvolve está associado uma porção ou fração do seu habitat. Porém, se

considerarmos uma Lagoa que é uma ambiente como um habitat, é certo que nesse habitat

haverá inúmeras espécies e portanto inúmeros nichos (caso 1).

CASO 1 CASO 2 ambiente ------ nicho --------

habitat nichos

Espécies diferentes podem compartilhar habitats, porém nichos não. A sobreposição de nichos

causa competição Interespecífica que pode levar a MUTUA EXCLUSÃO - PRINCÍPIO DE

GAUSE. Na natureza, os atritos ou conflitos entre os organismos, de modo geral, são evitados a

qualquer custo, fazendo uso de adaptações importantes como por exemplo : coloração de aviso,

odores ou sabores desagradáveis, marcações de territórios, estruturas venenosas,

comportamento de grupo e etc. No gráfico abaixo, duas populações de Paramécios são colocadas

para crescer separadas ( gráfico A ) e depois juntas ( gráfico B ). Observe, que a competição por

sobreposição de nichos é intensa a ponto de eliminar a população de P. aurelia.

O NICHO ECOLÓGICO é caracterizado pelo total de informações que podemos ter a cerca de

uma espécie:

quanto a biologia alimentar: o quê, quando, quanto e onde come, como obtêm o alimento com

que freqüência se alimenta;

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referente a biologia comportamental : se vive isolado ou em grupo, que tipo de relação

existente entre os indivíduos da população (machos, fêmeas, jovens, adultos e velhos), como

é a sua distribuição espacial, se é séssil, defende o seu território ou movimenta-se

continuamente;

e finalmente, quanto a sua reprodução: se é sexuada ou assexuada, se existe cuidado com a

prole ou não, se existirem pares, casais fixos ou haréns, se há ninhos e postura de ovos, se a

fecundação é interna ou externa, se o desenvolvimento é direto ou com formação de larvas, se

há dependência em relação a água para a fecundação, etc.

Como você notou é bastante improvável a existência de duas espécies que ocupem o mesmo

habitat com o mesmo NICHO ECOLÓGICO e se ocorrer, fatalmente haverá competição podendo

desencadear, eventualmente exclusão mútua das espécies. Portanto, NÃO ESQUEÇA as

espécies podem compartilhar recursos — HABITAT, desde que o façam de modos diferentes —

NICHO ECOLÓGICO.

SIMBIOSES NAS COMUNIDADES

As SIMBIOSES ou INTERAÇÕES ECOLÓGICAS representam estratégias escolhidas pelas

espécies e selecionadas ao longo do tempo, para melhor adaptarem-se ao ambientes, diminuindo

as taxas de competição, explorando de maneira mais eficiente os recursos nele presentes.

Os critérios envolvidos para se classificar as simbioses são simples, baseiam-se na natureza da

relação, ou seja se ocorre entre organismos da mesma espécie ou não, e se trazem algum tipo de

prejuízo a algum dos envolvidos. Acham-se divididas em INTER - ESPECÍFICAS, quando dois ou

mais organismos de espécies diferentes estão associados e INTRA - ESPECÍFICAS, quando dois

ou mais organismos da mesma espécie estão interagindo.

As interações ainda podem ser classificadas em HARMONICAS, quando nenhum dos organismos

envolvidos sofre algum tipo de prejuízo e DESARMONICAS, quando algum dos organismos

envolvidos sofre algum tipo de prejuízo ou mesmo a morte.

RELAÇÕES ECOLÓGICAS - SIMBIOSES

HARMÔNICAS

INTERESPECÍFICAS

Mutualismo + / + vínculo obrigatório Liquens, Micorriza, Rhizóbio

Cooperação + / + s/ vínculo obrigatório Paguru / anêmona, Ruminantes / aves

Comensalismo + / 0 (indiferença) Epífitas, tubarão/rêmora

INTRAESPECÍFICAS

Sociedade Divisão de trabalho Insetos sociais: abelha, cupins

Colônia Vínculo físico Água viva, corais, bactérias

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RELAÇÕES ECOLÓGICAS - SIMBIOSES

DESARMÔNICAS

INTERESPECÍFICAS

Predatismo + / - com morte Onça / capivara

Parasitismo + / - com exploração sem morte Pulga, tênia, esquistossomo...

Competição - / - sobreposição de nichos Introdução de espécies

INTRAESPECÍFICAS

Canibalismo Sobrevivência do adulto Jacarés e algumas aves

Competição Variabilidade genética Seleção natural

COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DOS ECOSSISTEMAS

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Ecossistemas são definidos como o conjunto de seres vivos e o meio ambiente onde vivem e

todas as interações desses organismos entre si e com o meio. São exemplos de ecossistema uma

floresta, um rio, um lago ou um jardim. O maior deles é a própria biosfera. A zona de transição

entre ecossistemas diferentes, chamada ECÓTONO, possui características de cada uma das

comunidades fronteiriças e específicas nelas existentes. Logo, em um ecótono ( estágio II da

figura abaixo ) encontra-se maior biodiversidade do que em cada um dos ecossistemas

adjacentes ( estágios I e II da figura abaixo ) .

Os ecossistemas apresentam dois componentes básicos: o BIÓTICO, representado pelas

comunidades biológicas —- e o ABIÓTICO, representado pelos elementos físicos e químicos do

eio. A parte biótica é formada por plantas, animais e microrganismos. A porção abiótica é o

conjunto de nutrientes, água, ar, gases, energia e substâncias orgânicas e inorgânicas do meio

ambiente.

Os ecossistemas também podem ser subdivididos

em pequenas unidades bióticas, conhecidas como

comunidades biológicas. São compostas por duas

ou mais populações de espécies interdependentes

como, por exemplo, conjunto da flora e fauna de

um lago.

A unidade do ambiente que é o principal objeto de estudo da ecologia constitui o ecossistema. O

componente biótico pode ainda ser chamado de BIOCENOSE ou BIOTA, enquanto abiótico pode

ainda ser chamado de BIOTOPO. O ecossistema é, ainda, caracterizado pelos ciclos da matéria e

pelos fluxos de energia. A matéria cicla pelos compartimentos do ambiente, quer seja impelida por

processos físicos, como a evaporação, ou bioquímicos como a respiração celular, fotossíntese e

relações alimentares. Porém, é o fluxo energético, que inicia com a energia radiante do sol , que

permite esse transporte entre os vários compartimentos : atmosfera, solo, corpos de água e seres

vivos.

CADEIAS ALIMENTARES

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Uma das principais interações entre os

organismos nos ecossistemas é a TEIA

ALIMENTAR, caracterizada por diversas cadeias

alimentares interligadas. Em uma cadeia

alimentar teremos uma seqüência de seres vivos

que apresentam relações tróficas entre si, ou

seja cada ser vivo se alimenta do organismo que

o antecede e serve de alimento para o que o

sucede, ocorrendo, portanto transferências de

matéria e energia ao longo das cadeias.

As setas usadas nos diagramas e esquemas de teias e cadeias indicam o sentido da matéria e energia .

E, portanto, sempre devem ter a sua origem no organismo que serve de alimento e deve apontar para

o organismo que se alimenta. Os diferentes seres vivos de um ecossistema cumprem papéis específicos

dentro da cadeia alimentar. Ela é formada por três níveis distintos: PRODUTORES, CONSUMIDORES

e DECOMPOSITORES. Os produtores são os organismos clorofilados como as plantas e algas, Os

únicos seres vivos capazes de produzir matéria orgânica que servirá de alimento para toda a Biota, por

meio da fotossíntese. Acionados pela luz do sol, absorvem os compostos inorgânicos presentes na

atmosfera e no solo e os transformam em compostos orgânicos. Esse material orgânico sustenta, direta

ou indiretamente, os organismos consumidores, assim denominados por precisarem “consumir” ou

ingerir o seu próprio alimento.

Esses consumidores podem ser primários (animais herbívoros) ou secundários e terciários

(animais carnívoros). Quando o dejetos desses animais são lançados no solo e se juntam a toda a

matéria morta (animal e vegetal) ali presente, entram em ação os chamados organismos

decompositores. Eles completam o ciclo vital, pois decompõem a matéria orgânica presente nas

plantas e animais mortos, transformado-a novamente nos compostos inorgânicos que alimentam

as plantas.

O equilíbrio do ecossistema depende da realização de cada uma dessas etapas da cadeia

alimentar. A drástica redução dos animais carnívoros, por exemplo, pode resultar na proliferação

dos animais herbívoros e, com isso, na escassez ou extinção de algumas espécies vegetais.

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A Cadeia Alimentar é a seqüência de

transferências de matéria e energia de um

organismo para outro, sob a forma de

alimento. Esse ciclo vital garante o equilíbrio

e a manutenção dos ecossistemas. Ao lado,

uma cadeia alimentar simples com apenas

três níveis tróficos.

Os PRODUTORES são os organismos autótrofos e portanto responsáveis por introduzir na cadeia

alimentar a matéria orgânica, fundamental para a obtenção de energia necessária a todos os

organismos. Os demais organismos são os CONSUMIDORES, por serem heterótrofos e portanto

precisarem ingerir matéria orgânica sintetizada pelos produtores. Os DECOMPOSITORES são

consumidores especiais, que degradam unicamente matéria orgânica morta ou residual (excretas)

para a obtenção de energia. A partir deste processo ocorre a reciclagem de nutrientes, tão

fundamental ao crescimento dos produtores e portanto à manutenção do ecossistema.

O FLUXO DE ENERGIA

A energia acumulada na matéria orgânica – chamada de PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA BRUTA

(PPB), por fotossíntese, pelos produtores não está totalmente disponível para os herbívoros, pois

os produtores “gastam” uma parcela – correspondente a RESPIRAÇÃO CELULAR (R) para se

manterem vivos, o mesmo acontecendo com os primeiros carnívoros em relação aos próximos

carnívoros. Esse “saldo” é chamado de PRODUTIVIDADE LÍQUIDA (PL) e é efetivamente a

energia que está disponível para ser “ingerida” pelo próximo organismo.

Isso quer dizer que a energia disponível ao longo da cadeia alimentar diminui e as perdas não

podem ser reaproveitadas, ou seja o FLUXO de ENERGIA é UNIDIRECIONAL e

DECRESCENTE.

CAPIM GRILO SAPO COBRA

produtor cons. 1º cons. 2º cons. 3º

PPB – R = PPL PPL – R = PL1 PL1 – R = PL2 PL2 – R = PL3

PPB > PPL > PL1 > PL2 > PL3

NÍVEL TRÓFICO

Os organismos em urna cadeia tem a sua disposição quantidades diferentes de energia no

alimento que ingerem. Isso ocorre por que quanto mais distante um organismo está do início da

cadeia, maiores foram as perdas energéticas até ele. Isto quer dizer que a posição que o

organismo ocupa na cadeia é fundamental. Essa posição é chamada de NÍVEL TRÓFICO e pode

representar também a distância que o organismo apresenta em relação ao início da cadeia .

Portanto, quanto mais próximo do início da cadeia está o organismo maior é a energia disponível

para este organismo. Logo, o número de níveis tróficos em um cadeia é limitado, visto que as

perdas energéticas de um nível para outro são muito grandes, ou seja da ordem de 90%.

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Veja o esquema a seguir:

Produtor Cons. 1º Cons. 2º Cons. 3º

D E C O M P O S I T O R E S

Os ecossistemas devem ser entendidos como se fossem conjuntos matemáticos. Os elementos

desses conjuntos SEMPRE são componentes BIÓTICOS (seres vivos) e os ABIÓTICOS (fatores

físico e químicos do ambiente). Entre os elementos ou componentes dos ecossistemas, sempre

haverá INTERAÇÕES. Essas interações ou inter relações envolvem matéria e energia.

Os percursos ou trajetos da matéria e energia no ecossistemas são muito distintos. A matéria

SEMPRE CICLA, enquanto que a ENERGIA FLUI. Portanto, fala-se em CICLOS da MATÉRIA e

FLUXO de ENERGIA. Os DECOMPOSITORES são organismos fundamentais e essenciais para

que os ciclos da matéria ocorram.

Graças a eles a matéria orgânica é degradada, o solo é remineralizado e os produtores podem

realizar seus metabolismos de construção, fundamental para todos os demais organismos, visto

que essa matéria produzida vai fluir ao longo das TEIAS ALIMENTARES e do MEIO FÍSICO.

PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

São representações gráficas das relações existentes entre os organismos nas cadeias e teias

alimentares. Mostram as quantidades, massas e energia incorporada nas relações entre os seres

vivos envolvidos. Cada “retângulo” ou nível nas pirâmides é construído segundo proporções

matemáticas. O “retângulo” da base da pirâmide corresponde aos produtores, sobre este temos o

que representa os herbívoros, sobre este o que representa os carnívoros e assim por diante. Os

decompositores não estão representados em nenhuma pirâmide.

NÚMERO - mostra a quantidade de organismos em cada nível trófico.

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BIOMASSA - mostra a quantidade de biomassa ( kg ou g ) em cada nível trófico ou seja, a

massa total de todos os organismos vivos em qualquer área dada, ou seu equivalente em energia.

É um termo amplo que na ecologia animal ou das plantas se refere ao número de organismos

multiplicado pelo seu peso unitário, normalmente biomassa fixa ou permanente. Em Planejamento

Ambiental, pode se referir à geração de produtos tais como o álcool, lenha, comida ou lixo (lixo

produz biogás); em outras palavras, a parte da produção da planta que pode ser reaproveitada

para produzir energia.

ENERGIA – mostra a energia acumulada em cada nível trófico ( cal / g/ área )

O esquema mostra as relações energéticas para o consumidor 1º da cadeia alimentar, ou seja o

2º nível da pirâmide. O 1º nível da pirâmide para o cons. 1º representa teoricamente o total de

energia que está disponível para o seu metabolismo, porém para se manter ocorre gasto

energético além das perdas com os excretas. O 2º nível, então, representa o que o cons. 1º na

realidade incorporou, e não o que comeu.

As pirâmides ecológicas devem ser consultadas juntas para fornecer dados passíveis de uma boa

análise, visto que individualmente apresentam “furos”, por exemplo nenhuma delas ressalta o

papel dos decompositores, tão fundamental a manutenção do ecossistema.

PRODUTIVIDADE DE UM ECOSSISTEMA

A Produtividade de um ecossistema indica a sua capacidade de crescimento e de manutenção de

espécies. Um ecossistema Florestal apresenta altas taxas de PPB , uma vez que o número de

indivíduos vegetais é muito grande, porém apresenta altas taxas de R também, uma vez que o

número total de espécies é muito grande. Isso quer dizer que a PPL tende a zero !

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Esse valor significa que dificilmente esse ecossistema apresentaria altas taxas de crescimento,

uma vez que praticamente não sobra “em volume” quase nada. Esta certo dizer isso , mas não

devemos esquecer que esse ecossistema se SUSTENTA E SE MANTÉM EQUILIBRADO!

Um Manguezal recebe uma quantidade de matéria orgânica enorme do continente e do oceano.

Entenda isso como se o ecossistema todo estivesse recebendo uma “dose extra” de alimento, o

que Ihe confere altas taxas de PPL! Então o Manguezal é um ecossistema com “superavit” de

alimento o que Ihe permite ser o local preferido para muitas espécies de peixes e crustáceos se

reproduzirem ou crescerem. Devido a este aspecto os Manguezais são chamados de

BERÇÁRIOS.

PPL = PPB - ROnde : PPB é a produtividade primária bruta, representada pela taxa fotossintética total do

ecossistema; R é a taxa respiratória total dos seres autótrofos e heterótrofos e PPL é a

produtividade primária líquida, ou seja é o saldo entre a produção e o consumo energético

do ecossistema. Altos valores de PPL permitem grande crescimento da comunidade

biológica, seja em número ou no tamanho dos indivíduos, enquanto que valores pequenos

representam apenas capacidade de sustentabilidade, ou seja auto-suficiência do

ecossistema.

A SUCESSÃO ECOLÓGICA NOS ECOSSISTEMAS

As comunidades ( Biota ou Biocenose ) são conjuntos de populações de espécies diferentes que

ocupam um dado local durante um certo intervalo de tempo. Portanto, as comunidades podem

sofrer mudanças em sua composição ao longo do tempo, o que caracteriza a SUCESSÃO

ECOLÓGICA. Durante a sucessão, comunidades vão se sucedendo e alterando significativamente

o ambiente físico. A comunidade que primeiro se estabelece no ambiente é a ECESE ou

COMUNIDADE PIONEIRA, os estágios sucessionais seguintes são chamados de SERES e

finalmente a comunidade que se estabelece ao final é chamada de COMUNIDADE CLIMAX,

sendo auto-suficiente e homeostática. Ao longo do processo sucessional aumentam o número de

espécies, habitats, biomassa e interações.

Ao analisarmos a produtividade, observaremos que a PPB aumenta e que a Taxa de Respiração

também, porém a PPL tende a zero, visto que:

PPB – R = PPL

Concluindo, uma comunidade clímax se mantém, porém não tem altas taxas de crescimento, o

que quer dizer que não sobra “em volume” matéria orgânica ou mesmo oxigênio.

São exemplos de Comunidades climáxicas a Amazônia, M. Atlântica e os Cerrados. Logo,

nenhum ecossistema climáxico e florestal como a Amazônia pode ser o responsável pelo oxigênio

atmosférico, o que é responsabilidade do FITOPLÂNCTON MARINHO, em pelo menos 70% do

total atmosférico. Veja abaixo o esquema de uma comunidade climáxica.

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As figuras a seguir ilustram o histórico de uma área originalmente ocupada por um ecossistema

florestal, que foi desmatada dando origem a campos de cultura. Note que o solo superficial é todo

alterado e impactado pelo uso de arados e outros implementos agrícolas. Essa situação destruirá

quase que completamente o BANCO de SEMENTES local, o que limita muito a regeneração da

floresta.

Esse conjunto de acontecimentos, que podem ser seguidos pelas figuras, expressam o processo

de SUCESSÃO ECOLÓGICA, que começa a ocorrer a partir do momento em que os campos de

cultura são abandonados. Com o solo exposto, teremos condições microclimáticas muito típicas,

como alta incidência solar, ventos intensos e pouca retenção de umidade devido a elevadas taxas

de evapotranspiração.

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Com essa PRESSÃO SELETIVA apenas algumas poucas espécies, que ainda tem sementes no

local, são favorecidas, caracterizando a COMUNIDADE PIONEIRA ou ECESE, que é constituída

de espécies resistentes a condições ambientais estressantes. A partir desse momento as

condições microclimáticas vão sendo alteradas pela BIOTA presente e por exemplo, a umidade

aumenta, o sombreamento também é a intensidade dos ventos diminui.

Note que as condições ambientais mudaram por causa da ocupação pioneira e este “novo

ambiente” favorecerá um novo conjunto de espécies, o que determinará a mudança gradativa na

composição de espécies do ambiente. Está ocorrendo a substituição das comunidades e estes

estágios intermediários chamamos de SERES. Abaixo , segue um exemplo de sucessão ecológica

em um lago que dá origem a um ecossistema terrestre:

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A seqüência de seres que constituem a sucessão primária de uma área rochosa ou de um solo

desnudo pode ser a seguinte :

Líquens > bactérias > briófitas > gramíneas > samambaias > seqüências de arbustos > arvoretas > árvores maiores

Ao longo da Sucessão teremos aumento do número de espécies, de simbioses, de biomassa, de

habitats, de Produtividade Primária Bruta e da Taxa de Respiração. Como conseqüência desses

dois últimos aspectos a Produtividade Primária Liquida vai diminuindo e tende a zero. A Mata que

surge após a sucessão será tão semelhante a original quanto menor o impacto sofrido, ou seja

uma área com poucos anos de cultivo permite uma regeneração muito melhor do que uma área

com muitos anos de cultivo. Portanto, a sucessão nem sempre recupera a formação original,

porém alcançará uma composição de espécies e uma estrutura máxima para as atuais condições.

A essa comunidade “final” damos o nome de COMUNIDADE CLIMAX, que é auto-suficiente e

homeostática, ou seja se auto regula. Nesse momento toda a produção fotossintética dos

autótrofos clorofilados é direcionada para o consumo na respiração de todos os organismos

autótrofos e heterótrofos.

Isto quer dizer que em “volume” não sobra uma molécula de oxigênio numa comunidade clímax,

logo as grandes e extensas florestas são importantes na regularização das condições climáticas e

NÃO na oxigenação do planeta. Cerca de 70% ou mais do O2 atmosférico é produzido pelas algas

marinhas que constituem o FITOPLÂNCTON e não as Florestas. Veja na figura abaixo um outro

exemplo de sucessão . O amadurecimento de lagos de reservatórios em usinas hidroelétricas. Os

lagos recém formados recebem matéria orgânica, que favorece decompositores e fitoplâncton,

que irão permitir a manutenção de zooplâncton e de peixes que agora podem ser jogados no lago.

17

A MATÉRIA NOS ECOSSISTEMAS

Todo ser vivo reage com seu ambiente e produz resíduos. A menos que o ambiente possa dispô-

los convenientemente por autodepuração , eles poderão interferir no ciclo vital. A figura abaixo

enfatiza a AUTODEPURAÇÃO, que é conseqüência, neste caso, da biodegradação da matéria

orgânica pelos DECOMPOSITORES, de modo que ao longo do rio observa-se que a poluição e

seus efeitos vão diminuindo.

Vivendo em comunidades, o ser humano tem desenvolvido processos que produzem grandes

quantidades de subprodutos ou resíduos em forma de matéria ou energia. Estes processos tem

profundo significado econômico, político, social e sanitário; afetam a saúde do próprio homem, seu

conforto e segurança, sua riqueza e seu poder. Interferir nestes processos é, na verdade, interferir

na civilização, mas ignorar seus subprodutos é ignorar uma ameaça a sobrevivência.

POLUIÇÃO

É a presença ou introdução, no meio ambiente, de matéria ou energia que altere as suas

características físicas, químicas e biológicas. Pode ser entendida também como a presença de

substâncias nocivas à saúde humana, a outros animais e às plantas, ou que prejudicam o

equilíbrio ecológico.

A ATIVIDADE HUMANA E A POLUIÇÃO AMBIENTAL

Estima-se que os países industrializados (cuja população é minoria no planeta) são responsáveis

por 80% a 90% da poluição mundial. O processo de industrialização levou ao aumento de

“doenças industriais” nos locais de trabalho e fez proliferarem gases como CO2 - dióxido de

carbono e SO2 - dióxido de enxofre, que formam verdadeiras capas ou cortinas de fumaça sobre

as cidades industriais. Apesar de a legislação sobre o controle de emissão, a poluição do ar

continua sendo um problema, particularmente devido ao aumento dos gases emitidos por

veículos. A chuva ácida, o efeito estufa e a diminuição da camada de ozônio são algumas

conseqüências da poluição atmosférica.

A introdução de produtos químicos artificiais no mercado, como fertilizantes, remédios e aditivos

para manufatura e alimentos, ampliou enormemente o número de poluentes, que já chega

atualmente a várias centenas. Entre os mais perigosos e disseminados (alguns ainda em uso,

principalmente em países em desenvolvimento) estão: lixo industrial lançado em cursos de água;

DDT (pesticida); asbesto (amianto), utilizado em construções à prova de fogo; radiação nuclear

liberada pela operação normal de usinas atômicas, na manufatura de armas e em acidentes

nucleares. Outras formas de poluição são: esgotos sem tratamento e lixo tóxico lançados no mar;

radiação eletromagnética de equipamentos eletrônicos e cabos de tensão, em escritórios e no lar;

poluição sonora e luminosa.

18

As empresas industriais procuram apresentar dados científicos que comprovam que a poluição

vem caindo a níveis aceitáveis, mas não há consenso sobre o limite entre o aceitável e o nocivo

(além disso, a medida que novas pesquisas são realizadas, descobre-se que níveis anteriormente

tidos como aceitáveis podem na realidade representar riscos).

Para os governos, o controle da poluição envolve a necessidade de escolher entre prioridades

divergentes, como a saúde, a indústria e o comércio. Onde o desenvolvimento industrial é objeto

de incentivo especial, como nos países em desenvolvimento ou nos antigos países socialistas

europeus, níveis de poluição demasiadamente elevados, principalmente em áreas urbanas, são

mais tolerados.

A poluição ambiental pode ser considerada como a degradação do ambiente, resultante de

atividades que direta ou indiretamente:

Prejudiquem a saúde, segurança e o bem estar das populações;

Criem condições adversas as atividades sociais e econômicas;

Afetem desfavoravelmente a biota;

Afetem as condições sanitárias do meio ambiente;

Lancem matéria ou energia em desacordo com os padrões de qualidade ambiental

estabelecidos pelos órgãos de controle ambiental.

A poluição ambiental é devida a presença lançamento ou liberação nas águas, no ar ou no solo de

toda e qualquer forma de matéria ou energia com intensidade, quantidade, concentração ou

características em desacordo com os padrões de qualidade ambiental estabelecidos por

legislação, ocasionando assim, interferência prejudicial aos usos preponderantes das águas, ar e

solo.

Em função do tipo de poluentes, podem ser distinguidas diversas formas de poluição : poluição

física, química, físico-química, bioquímica, biológica e radiativa. As diversas formas de poluição se

interligam de modo que o controle da poluição deverá ser feito em conjunto; em outras palavras o

controle da poluição do solo por exemplo, pode criar problemas para a qualidade das águas

superficiais ou subterrâneas, se certas medidas não forem tomadas.

Apesar de sua atual posição de dominância na terra, o ser humano depende de outros organismos vivos

para sua sobrevivência. Ao se segregar nas grandes cidades, o homem civilizado pode pensar que se tornou

independente da natureza, mas, se atentar para seu alimento, para o ar que respira e para a água que usa,

irá verificar que, como todos os outros animais, ele é fundamentalmente dependente das relações existentes

entre os sistemas vivos e seu ambiente físico.

No sentido lato, o ambiente do homem é a biosfera ( parte da esfera terrestre onde se desenvolve

a vida ), a qual apresenta, basicamente, três características principais: recebe amplo suprimento

de energia; dispõe de água liquida em quantidade substancial e, finalmente, apresenta interfaces

entre os estados sólido, líquido e gasoso da matéria, sendo que os elementos químicos essenciais

tendem a circular do ambiente para os organismos e vice-versa.

19

O CICLO DE MATERIA E O FLUXO DE ENERGIA

Nossa biosfera é alvo de um fluxo contínuo de energia, em conseqüência da qual ocorre uma

circulação intermitente dos materiais constituintes da superfície terrestre. A fonte preponderante

dessa energia é a radiação solar. O movimento dos elementos e compostos essenciais a vida

pode ser designado como CICLO BIOGEOQUÍMICO.

OS CICLOS BIOGEOQUIMICOS

As relações entre espécies e ambiente físico caracterizam-se por uma constante permuta de

elementos, em uma atividade cíclica, a qual, por compreender aspectos de etapas biológicas,

físicas e químicas alternastes, recebe a denominação geral de ciclo biogeoquímico.

Na verdade, o fenômeno é estritamente cíclico, apenas em relação ao aspecto químico, no

sentido de que os mesmos compostos químicos alterados se reconstituem ao final do ciclo,

enquanto que o aspecto físico das rochas, este não se regenera, necessariamente.

Assim, há uma espécie de intercâmbio contínuo entre o meio físico, denominado abiótico (relativo a parte

sem vida do meio físico) e o biótico (conjunto de seres vivos), sendo esse intercâmbio de tal forma

equilibrado, em relação a troca de elementos nos dois sentidos, que os dois meios se mantém praticamente

constantes.

Embora a fonte primária de energia seja inesgotável, o material necessário a síntese orgânica e

sucessivas transformações energéticas existe em quantidade limitada no meio, devendo, portanto, ser

recirculado, o que toma obrigatória a troca reciproca e continua de elementos químicos entre os seres

vivos e o meio físico. O intercâmbio de elementos químicos é acompanhado de ganhos e perdas de

energia, gerando um ciclo entre o meio biológico e o meio geofísico dito ciclo biogeoquímico.

A existência desses ciclos confere a biosfera um poder considerável de auto-regulação, o qual

assegura perenidade dos ecossistemas e se traduz em uma notável constância de proporção dos

diversos elementos em cada meio. O ecossistema , por sua vez, pode ser conceituado como uma

unidade que inclui todos os organismos de uma determinada área, interagindo com o meio físico,

de forma a originar um fluxo de matéria e energia.

As trocas de materiais nos ciclos se dão segundo vias mais ou menos circulares. Em cada um

desses ciclos existe um compartimento que funciona como reservatório do nutriente, constituindo

um componente bastante grande em relação aos demais, de modo a garantir o escoamento lento

e regularizado do elemento em questão.

Em um estudo global da biosfera, pode-se reconhecer dois tipos de ciclos biogeoquímicos: os

CICIOS GASOSOS e os CICIOS SEDIMENTARES. No primeiro caso, o reservatório esta situado

na atmosfera , enquanto que no segundo localiza-se na crosta terrestre.

Existe um número importante de ciclos que necessitam ser mencionados destacando-se o ciclo da

água como sendo, provavelmente, o mais óbvio e importante. Além desse , existem ciclos

essenciais como o do oxigênio, do nitrogênio, do fósforo, do carbono, fósforo e enxofre.

20

Existem basicamente 4 compartimentos na Terra onde podemos encontrar determinado átomo :

os corpos de água, os solos e as rochas, a atmosfera, os seres vivos. Esse átomo pode fazer

parte de moléculas orgânicas e inorgânicas e sua transferência de um compartimento para outro

se dará por processos físicos, químicos ou biológicos.

As etapas desses ciclos podem ocorrer em um intervalo de tempo compatível com o tempo de

vida dos seres vivos ou mesmo levar milhares de anos. As atividades humanas dos últimos 100

anos acabaram catalisando algumas dessas etapas ou alterando o equilíbrio de outras.

Quando pensamos nos seres vivos existem alguns elementos e substâncias especialmente

importantes, como o caso da água ,do C, H, O, N, P e S.

O CICLO DA ÁGUA E OS SEUS DESDOBRAMENTOS

A substância mais abundante na biosfera é a água. Os oceanos, as calotas polares, as

aglomerações de neve, os lagos, os rios, o solo e a atmosfera contém cerca de 1,4 milhões de

quilômetros cúbicos de água, sendo que 97,2% desse total se encontram nos oceanos. Dos 2,8%

restantes, três quartos estão na forma de gelo.

Mais conhecido como ciclo hidrológico, ele representa o percurso da água desde a atmosfera,

passando por varias fases, até retomar de novo a atmosfera. Essas fases englobam,

basicamente, a precipitação, escoamento superficial, infiltração, escoamento subterrâneo e a

evaporação. A precipitação se origina da água evaporada dos mares, lagos, pântanos, rios,

vegetais e animais, e que formam as nuvens. Essas, ao alcançarem regiões mais frias se

condensam e caem na forma de chuva. A parcela de água precipitada sobre a superfície sólida

pode ter três vias distintas: a infiltração, a evapotranspiração e o escoramento superficial.

É através da infiltração que se realiza o recarregamento das reservas freáticas e a reidratação dos

solos, ou seja, dos depósitos de água disponível para a vegetação terrestre e para as atividades

biológicas que se desenvolvem nas camadas superficiais dos continentes. Essa água, acumulada

por efeito de infiltração, é restituída à atmosfera por meio da evapotranspiração.

O escoamento superficial é responsável ( ao lado da ressurgência de águas infiltradas ) pela

formação de córregos, rios e lagos. A maior ou menor proporção do escoamento superficial em

relação à infiltração é influenciada fortemente pela presença ou ausência da cobertura vegetal.

Fenômenos como a evaporação podem ser intensificados com o aumento da temperatura local, e

as precipitações podem aumentar com os índices de poluição.

Logo, fica claro que o modelo de desenvolvimento e crescimento escolhido pelas sociedades

atuais - as cidades, interferem diretamente no ciclo hidrológico, uma vez que nas cidades as

temperaturas e os índices de poluição são maiores do que nas zonas rurais ou preservadas.

Um outro agravante é a impermeabilização dos solos com asfalto ou concreto, que não permite

infiltração nem escoamento lento, estimulando grandes vazões por ocasião das chuvas, que

associam-se a enchentes em áreas mais baixas, criando prejuízos e exigindo medidas

construtivas como canalizações e piscinões.

21

A construção de reservatórios ou represas aumenta em demasia a umidade relativa local e por

conseqüência os índices pluviométricos regionais.

A falta de coleta e tratamento de esgotos associada a herança de jogar lixo em córregos e rios

traz mais um problema sério que é a poluição hídrica, que acaba “engolindo” receitas públicas

enormes em projetos de saneamento e limpeza, a fim de tornar novamente a água potável.

As cidades apresentam solo construído e bastante impermeabilizado, em virtude disso as águas

pluviais infiltram pouco e escorrem muito rapidamente para níveis mais baixos, que acabam por

sofrer enchentes. A enchente cria problemas de saúde pública, pois permitem contato com

resíduos sólidos (lixo) , vetores (ratos) e substâncias perigosas (efluentes domésticos e

industriais) e contaminadas por bactérias e outros patógenos. Algumas das soluções para esse

problema : aumentar áreas verdes, construir piscinões (que retardam o escoamento aos rios) ,

evitar retificação dos rios (diminuindo suas vazões), evitar lixo nas vias públicas, não construir e

nem ocupar as áreas de várzeas dos rios. Abaixo, um esquema simplificado do ciclo da água.

O CICLO DO CARBONO E OS SEUS DESDOBRAMENTOS

O carbono é elemento essencial na composição da matéria orgânica, sendo pois, fundamental a

sua recirculação na natureza. Encontra-se disponível, principalmente, no ar atmosférico, na forma

de gás carbônico. Esse carbono, que é utilizado diretamente pelas plantas verdes na construção

de matéria orgânica vegetal - FOTOSSÍNTESE, deverá ser devolvido ao meio, novamente na

forma de gás carbônico, ao final de um ciclo vital, sob pena de diminuírem progressivamente, na

natureza, as fontes primárias do elemento carbono. Assim sendo, a matéria orgânica que foi

sintetizada pelo vegetal verde, será comida por um animal, o qual, por sua vez, poderá servir de

alimento a outros tipos de animais.

22

Finalmente, o cadáver do último elemento vivo dessa série, deverá de alguma forma, restituir o

carbono ao meio, e isso se realiza graças a participação de bactérias e outros seres

microscópicos, responsáveis pela DECOMPOSIÇÃO do corpo morto. A mesma coisa sucederá,

através de um ciclo muito mais abreviado, se o próprio vegetal verde morrer antes de ser

devorado por um animal. Ele apodrecerá, ou seja, será digerido por seres microscópicos ou será

queimado e, por conseguinte, transformado também em gás carbônico. Atualmente, o maior

reservatório de carbono é constituído pelos CARBONATOS existentes nas águas e no solo.

Basicamente os processos de FOTOSSÍNTESE E RESPIRAÇÃO CELULAR seriam suficientes

para manter as concentrações dos compostos de carbono na biosfera, porém não é bem assim

que acontece.

As atividades da sociedade humana moderna exigiu cada vez mais a queima de COMBUSTÍVEIS

FÓSSEIS , o que causou uma diminuição intensa de carbono fixado em seres vivos vegetais e no

solo, representados por madeira, carvão e petróleo respectivamente. Posteriormente, devemos

lembrar que a combustão desses compostos orgânicos libera gás carbônico para a atmosfera,

cujas altas concentrações estão associadas ao aumento do EFEITO ESTUFA, que pode vir a ser

responsável pelo aquecimento da Terra. O aumento de gás carbônico não deveria gerar alardes,

pois o processo de fotossíntese teria seu equilíbrio desviado para a produção de glicose pelas

florestas não é mesmo? Talvez não, uma vez que as queimadas de florestas são extremamente

intensas. As combustões geram fuligem (carvão) e monóxido de carbono (CO) além do gás

carbônica e que estão associados diretamente com o estado de saúde de milhares de pessoas. O

CO é tóxico e letal enquanto a fuligem é um dos principais componentes da poluição atmosférica.

O processo de decomposição é fundamental, uma vez que remineraliza o solo ou a água, para os

autótrofos. Porém, a poluição orgânica pode gerar uma intensa mortandade de peixes, pois

primeiramente entroniza a água, seguida de decomposição aeróbica, que consome o oxigênio

velozmente o que leva a morte de seres aeróbios. Abaixo, o esquema simplificado do ciclo do

carbono.

23

O CICLO DO NITROGÊNIO E OS SEUS DESDOBRAMENTOS

Muito embora a nitrogênio seja a GÁS MAIS ABUNDANTE NA ATMOSFERA, ele é não reativo e,

dessa forma, não pode ser usada diretamente por muitos organismos. O nitrogênio proveniente

das células dos seres vivos é decomposto no solo ou nos rios, passando de orgânico a inorgânico,

sob a ação das BACTERIAS DECOMPOSITORAS ou através do sistema de excreção dos

próprios seres superiores. O nitrogênio na forma de NITRATO é mais utilizável como nutriente

pelas plantas verdes, ainda que as outras formas de nitrogênio possam ser usadas por diferentes

organismos completando a ciclo. O ar está constantemente recebendo nitrogênio devido a ação

de BACTERIAS DESNITRIFICANTES, sendo daí continuamente retirado pelas ações das

bactérias fixadoras de nitrogênio, além de algas CIANOFICEAS e reações provocadas pelas

descargas elétricas atmosféricas. Na ar, devido a atividade industrial e as descargas de veículos

automotores produzindo óxidos de nitrogênio: nitritos e nitratos, o ciclo tem sido alterado. Esses

gases na realidade constituem fases transitórias do ciclo e em geral são encontrados em pequena

concentração no ambiente. Em termos de energia necessária ao funcionamento do ciclo, pode-se

dizer que dois processos são fundamentais. Na primeiro, em que, partindo-se das proteínas ha

formação de nitratos, no qual a energia é fornecida aos organismos pela próprio processo de

decomposição. Na outro que acontece ao contrário, a energia provém da luz solar ou de outras

fontes. O principal depósito de nitrogênio é a atmosfera, de onde é fixada biologicamente por

intermédio de BACTERIAS FIXADORAS EM RAIZES DE LEGUMINOSAS E ALGAS AZUIS,

fisicamente por intermédio de descargas elétricas naturais patentes, como raios e relâmpagos. Em

terra, a partir da fixação, tem inicio o metabolismo vegetal de proteínas e compostas nitrogenados.

Uma vez que a planta morra esses compostos seria decompostos por BACTERIAS

AMONIFICANTES ou decompositoras, que produziria amônia, que é substrato para a oxidação de

duas populações de bactérias, chamadas genericamente de nitrificantes, que inicialmente a

transformaria em nitrito (bactérias nitrosantes) para a partir deste, ser transformado em nitrito por

outra população de bactérias ( bactérias nitratantes). As BACTERIAS NITRIFICANTES de modo

geral atuam sobre a amônia de qualquer origem : animal ou vegetal. Finalmente, as BACTERIAS

DENITRIFICANTES devolvem o nitrogênio a atmosfera a partir de nitrato, principalmente. Observe

a ciclo.

24

O CICLO DO FÓSFORO E OS SEUS DESDOBRAMENTOS

O fósforo é liberado pela decomposição de compostos orgânicos até a forma de fosfatos passível

de ser aproveitado pelos vegetais. Ao contrário do nitrogênio o grande reservatório de fósforo não

é o ar, mas sim as rochas, formadas em remotas eras geológicas.

A decomposição por fenômenos de erosão, gradativamente libera os fosfatos , que entram nos

ecossistemas onde são reciclados. Porém grande parte desse fósforo vai chegar aos mares e

oceanos onde se perde nos sedimentos mais profundos. Acredita-se que essa parcela

sedimentada nos mares volte ao cicio muito lentamente, não acompanhando a velocidade das

perdas de fósforo que são muito mais intensas.

Tanto os movimentos de acomodação da crosta e as elevações dos sedimentos, como também a

atividade animal, principalmente de aves e peixes, parece não serem suficientes para compensar

as perdas. A atividade humana tem contribuído para acelerar as perdas de fósforo, tornando a

reciclagem ‘acíclica’. Calcula-se que apenas 60.000 toneladas de fósforo elementar são

anualmente restituídas ao mar, embora a retirada desse elemento através da pesca e de peixes

marinhos seja proporcionalmente muito maior.

Paralelamente, grande parte do fósforo retirado dos milhões de toneladas de rochas fosfatadas

que são processadas é perdida ou arrastada pela água para os sedimentos profundos.

Atualmente o homem se preocupa mais com fosfato dissolvido nas águas interiores em função de

sua importância em termos de qualidade. Nesse aspecto o fósforo tem papel relevante na

produtividade aquática - eutrofização , podendo como conseqüência causar prejuízo a água para

fins de abastecimento publico. Como principais fontes de fósforo podem ser mencionadas as

rochas sedimentares, os fertilizantes, os despejos líquidos domésticos, os detergentes, as águas

de chuva, os aditivos anti-corrosivos e os aditivos usados no controle de incrustações.

25

O CICLO DO ENXOFRE OS SEUS DESDOBRAMENTOS

A principal fonte de enxofre para os seres vivos é constituída pelos SULFATOS; absorvidos pelas

plantas, são incorporados nas proteínas, portanto na própria estrutura da matéria viva. Em geral, a

água potável não deve ultrapassar um teor de 250 ppm em SO4 . Teores superiores poderiam

causar diarréias nas crianças. Os resíduos orgânicos são decompostos por bactérias

heterotróficas que libertam H2S utilizando os sulfatos como fonte de energia. Inversamente, outras

bactérias reoxidam o H2S em SO4, tornando o enxofre disponível para outros seres vivos. É o ciclo

do enxofre, cuja componente mais forte é a sedimentar; acumulação lenta do enxofre nos

sedimentos; a extração minerária, a erosão e os vulcões fornecem de novo o enxofre à biosfera.

O CICLO DO OXIGÊNIO E OS SEUS DESDOBRAMENTOS

Este ciclo representa a quantidade de oxigênio produzido anualmente pela FOTOSSÍNTESE e o

consumo no processo de OXIDAÇÃO DO CARBONO - RESPIRAÇÃO, através das plantas e dos

animais. A oxidação provoca a formação de gás carbônico, o qual é utilizado no processo de

fotossíntese. A fotossíntese consiste na utilização da luz pelos organismos dotados de clorofila,

como fonte de energia, para sintetizar compostos orgânicos, produzindo oxigênio como

subproduto.

FOTOSSÍNTESE

6CO2 + 6H2O C6H12O6 + 6O2

RESPIRAÇÃO CELULAR

C6H12O6 + 6O2 6CO2 + 6H2O + ENERGIA

A tendência dos organismos vivos é a de manter o meio ambiente interno dentro dos limites de

sobrevivência e reprodução, a despeito das forças ambientais, que tendem a remover da posição

original esse meio ambiente interno. É útil e interessante considerar o que pode ocorrer se houver

uma repentina mudança no ambiente interno do ciclo do oxigênio. Uma queda na demanda de

oxigênio de plantas em decomposição, por exemplo pela remoção de um grande número de

plantas da superfície da terra, poderia resultar num aumento de oxigênio. Subseqüentemente

poderia haver uma oxidação mais rápida do material remanescente morto devido ao elevado

conteúdo de oxigênio e uma queda na quantidade de oxigênio produzido pelas novas plantas,

conduzindo para uma quantidade aproximadamente estável de oxigênio.

OS BIOMAS BRASILEIROS

26

luzclorofila

FLORESTA AMAZÔNICA

O restante se reparte entre as duas Guianas, Suriname, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e

Bolívia. Além de 2.500 espécies de árvores (um terço da madeira tropical do mundo), a Amazônia

também abriga muita água. O Rio Amazonas - a maior bacia hidrográfica do mundo, que cobre

uma extensão aproximada de 6 milhões de km² - corta a região para desaguar no Oceano

Atlântico, lançando no mar, a cada segundo, cerca de 175 milhões de litros de água. Esse número

corresponde a 20% da vazão conjunta de todos os rios da terra. E são nessas águas que se

encontra o maior peixe de água doce do mundo: o pirarucu, que atinge até 2,5 metros. Todos os

números que envolvem indicadores desse bioma são enormes. Uma boa idéia da exuberância da

floresta está na fauna local. Das 100 mil espécies de plantas que ocorrem em toda a América

Latina, 30 mil estão na Amazônia.

A diversidade em espécies vegetais se repete na fauna da região. Os insetos, por exemplo, estão

presentes em todos os extratos da floresta. Os animais rastejadores, os anfíbios e aqueles com

capacidade para subir em locais íngremes, como o esquilo, exploram os níveis baixos e médios.

Os locais mais altos são explorados por beija-flores, araras, papagaios e periquitos à procura de

frutas, brotos e castanhas. Os tucanos, voadores de curta distância, exploram as árvores altas. O

nível intermediário é habitado por jacus, gaviões, corujas e centenas de pequenas aves. No

extrato terrestre estão os jabutis, cutias, pacas, antas etc. Os mamíferos aproveitam a

produtividade sazonal dos alimentos, como os frutos caídos das árvores. Esses animais, por sua

vez, servem de alimentos para grandes felinos e cobras de grande porte.

27

Os Biomas são conjuntos de ecossistemas

que interagem formando uma Unidade

Paisagística coerente. Cada Bioma terrestre

caracteriza-se pelo tipo vegetal ou estrato

dominante árvores ou arbóreo, ervas ou

herbáceo, arbustos ou arbustivo, formações

mistas etc. Cada Bioma oceânico caracteriza-

se pela sua fauna principal. Enfim, o Bioma é

um grupamento de fisionomia homogênea e

independente da composição florística.

Entende-se por uma área geográfica bastante

grande e sua existência é controlada pelo

macroclima.

O ecossistema é frágil. A floresta vive do seu

próprio material orgânico. O ambiente é úmido e

as chuvas, abundantes. A menor imprudência

pode causar danos irreversíveis ao seu equilíbrio

delicado. A taxa anual de desmatamento na

Amazônia cresceu 34% depois da Rio-92. Na

Amazônia vivem e se reproduzem mais de um

terço das espécies existentes no planeta. Ela é

um gigante tropical de 5,5 milhões de km², dos

quais 60% estão em território brasileiro.

Mais de 12% da área original da Floresta Amazônica já foram destruídos devido a políticas

governamentais inadequadas, modelos inapropriados de ocupação do solo à pressão econômica,

que levou à ocupação desorganizada e ao uso não-sustentável dos recursos naturais. Muitos

imigrantes foram estimulados a se instalar na região, levando com eles métodos agrícolas

impróprios para a Amazônia.

Uma das medidas tornadas pelo Governo para proteção da floresta foi a moratória de dois anos, a

partir de 1996, para concessão de novas autorizações para a exploração de MOGNO e VIROLA.

Como o desmatamento de florestas tropicais representa ama ameaça constante a integridade de

centenas de culturas indígenas, tais medidas são de significativa importância No caso da VIROLA,

projetos que produzem sua conservação ou manejo adequado são fundamentais. A espécie, que

chegou a ocupar o segundo lugar em valor na pauta de exportações de madeiras brasileiras,

praticamente não é mais explorada comercialmente devido ao esgotamento das florestas nativas

do gênero.

Já o MOGNO, biologicamente adaptado as perturbações naturais, não se regenera bem quando

está sujeito a práticas de corte seletivo, ou seja, quando somente uma (MOGNO) ou poucas

espécies são cortadas. O seu plantio tem sido extremamente difícil devido a suscetibilidade a

pestes naturais. Infelizmente, na última reunião da CITES (Convenção sobre o Comércio

Internacional de Espécies Ameaçadas), realizada em junho de 1997, o mogno não foi incluído no

Apêndice II. A CITES regulamenta o comércio de espécies com valor comercial sob risco de

extinção. O Apêndice II estabelece que o comércio internacional dessas espécies só pode ser

realizado com a permissão de exportação dada por uma autoridade cientifica local - atestando a

sustentabilidade da exploração - e também por uma autoridade administrativa.

MATA ATLÂNTICA

A Mata Atlântica é uma das florestas tropicais mais ameaçadas do mundo. Cobria 1 milhão de

km², ou 12% do território nacional, estendendo-se do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul.

Hoje, está reduzida a apenas 7% de sua área original. Apesar da devastação sofrida, a riqueza

das espécies animais e vegetais que ainda se abrigam na Mata Atlântica é espantosa.

28

A Mata Atlântica abrange as bacias dos nos Paraná, Uruguai, Paraíba do Sul, Doce,

Jequitinhonha e São Francisco. Espécies imponentes de árvores são encontradas na região,

como a Jequitibá Rosa, de 40 metros de altura e 4 metros de diâmetro. Também destacam-se

nesse cenário várias outras espécies: o Pinheiro - do - Paraná, o cedro, as Figueiras, os Ipês, a

Braúna e o Pau-brasil, entre muitas outras. Na diversidade da Mata Atlântica são encontradas

matas de altitude, como as da Serra do Mar (1.100 metros) e Itatiaia (1.600 metros) onde a

neblina é constante. Paralelamente à riqueza vegetal, a fauna é a que mais impressiona na

região. A maior parte das espécies de animais brasileiros ameaçados de extinção são originários

da Mata Atlântica, como os micos-leões, a lontra, a onça-pintada, o tatu-canastra e a arara - azul -

pequena. Fora desta lista, também vivem na área gambás, tamanduás, preguiças, antas, veados,

cotias, quatis etc. Reduzida a apenas 7% de sua área original, a Mata Atlântica continua sendo

devastada.

Durante 500 anos a Mata Atlântica propiciou

lucro fácil ao homem. Madeiras, orquídeas,

corantes, papagaios, ouro, produtos agrícolas e muito mais serviram ao enriquecimento de muita

gente, além das próprias queimadas que deram lugar a uma agricultura imprudente e

insustentável.

29Em alguns trechos remanescentes de floresta

os níveis de biodiversidade são considerados os

maiores do planeta. Em contraste com essa

exuberância, as estatísticas indicam que mais

de 70% DA POPULAÇÃO BRASILEIRA VIVEM

NA REGIÃO DA MATA ATLÂNTICA. Além de

abrigar a maioria das cidades e regiões

metropolitanas do país, a área original da

floresta sedia também os grandes pólos

industriais, petroleiros e portuários do Brasil,

respondendo par nada menos de 80% do PIB

nacional.

Percebe-se que a mata é estratificada: A >

estrato superior: com árvores que podem

alcançar até 30 metros de altura , B > estrato

intermediário: com árvores e palmeiras que

atingem até 20 metros , C > estrato inferior :

com pequenas árvores, arbustos e

samambaias que chegam até 5 metros e D >

estrato herbáceo : com grande quantidade de

plântulas em crescimento.

Por muitos anos, nenhuma restrição foi imposta a essa fome por dinheiro. A Mata Atlântica é o

ecossistema brasileiro que mais sofreu os impactos ambientais dos ciclos econômicos da história

do país.

Primeiro, ainda no século XVI, houve a extração predatória do PAU-BRASIL, utilizado para tintura

e construção. A segunda grande investida foi o CICLO DA CANA – DE - AÇÚCAR. Constatada a

fertilidade do solo, extensos trechos de Mata Atlântica foram derrubados para dar lugar aos

canaviais. Na século XVIII, foram AS JAZIDAS DE OURO que atraíram para a interior um grande

número de portugueses. A imigração levou a novos DESMATAMENTOS, que se estenderam até

os limites com o Cerrado, para a implantação de AGRICULTURA e PECUÁRIA.

No século seguinte, foi a vez do CAFÉ, provocando a marcha ao sul do Brasil e, então, chegou a

vez da EXTRAÇÃO DA MADEIRA. No Espírito Santo, as matas passaram a ser derrubadas para

a fornecimento de matéria-prima para a indústria de PEPEL E CELULOSE. Em São Paulo, a

implantação do PÓLO PETROQUÍMICO DE CUBATÃO, tornou-se conhecida internacionalmente

como exemplo de poluição urbana. Esse processo desorientado de desenvolvimento ameaça

inúmeras espécies, algumas quase extintas como o mico-leão-dourado, a onça pintada e a

jaguatirica.

As imagens de satélite foram cruzadas com os limites municipais, rede hidrográfica e mapa das

Unidades de Conservação. O detalhamento revelou que a floresta mais próxima da extinção é a

umbrófila mista, enquanto que a mais protegida me parques e estações é a umbrófila densa, a

floresta das encostas litorâneas. Foram classificados ainda os desmates na mata estacional

semidecidual, estacional decidual a umbrófila aberta. A regeneração só foi computada em estágio

avançado, ou seja, mata secundária com árvores adultas e dossel fechado.

CERRADO

Os viajantes que desbravaram o interior do Brasil há décadas atravessaram extensas áreas

cobertas por um tapete de gramíneas com arbustos e pequenas árvores retorcidas. A primeira

impressão era de uma vegetação seca, marcada por queimadas. Mas, de perto, a Cerrado

apresentava toda a sua beleza de flores exóticas e plantas medicinais desconhecidas da medicina

tradicional como ARNICA, CATUABA, JURUBEBA, SUCUPIRA e ANGICO. Somava-se a isso

uma grande variedade de animais. O equilibro desse sistema, cuja biodiversidade pode ser

comparada à amazônica, é de fundamental importância para a estabilidade dos demais

ecossistemas brasileiros.

30

O solo, antigo e profundo, ácido e de baixa fertilidade, tem altos níveis de ferro e alumínio.

Todavia, o Cerrado tem a seu favor o fato de ser cortado par três das maiores bacias hidrográficas

da América do Sul (Tocantins, São Francisco e Prata), favorecendo a manutenção de uma

biodiversidade surpreendente.

Estima-se que a flora da região possua 10 mil espécies de plantas diferentes (muitas delas

usadas na produção de cortiça, fibras, óleos, artesanato, além do uso medicinal a alimentício).

Isso sem contar as 400 espécies de aves, 67 gêneros de mamíferos e 30 tipos de morcegos

catalogados na área. O número de insetos é surpreendente: apenas na área do Distrito Federal,

há 90 espécies de cupins, 1.000 espécies de borboletas e 500 tipos diferentes de abelhas e

vespas.

Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o ecossistema brasileiro que mais alterações sofreu com a

ocupação humana. Um dos impactos ambientais mais graves na região foram causados pelos

GARIMPOS, que contaminaram os rios com MERCÚRIO e provocaram o ASSOREAMENTO DOS

CURSOS DE Água. A erosão causada pela atividade mineradora tem sido tão intensa que, em alguns

casos, chegou até mesmo a impossibilitar a própria extração do ouro rio abaixo.

Nos últimos anos, contudo, a EXPANSÃO DA AGRICULTURA E DA PECUÁRIA representa o maior fator

de risco para a Cerrado. A partir da 1950 tratores começaram a ocupar sem restrições os habitats dos

animais. O uso de técnicas de aproveitamento intensivo dos solos tem provocado, desde então, o

esgotamento de seus recursos. A utilização indiscriminada de AGROTÓXICOS E

FERTILIZANTES tem contaminado também os solos a as águas. A expansão agropecuária foi o

fator fundamental para a ocupação do Cerrado em larga escala.

A fauna encontrada na região também recebe pouca atenção no que concerne a sua conservação

e proteção. O resultado a que o Cerrado está acabando: metade da sua área já foi desmatada e

se esse ritmo continuar até o ano 2000, o desmatamento vai chegar a 70%. Esta situação está

causando a fragmentação de áreas e comprometendo seriamente os processos mantenedores da

biodiversidade do Cerrado.

31

A extensa região do Brasil central compõe-se

de um mosaico de tipos de vegetação, solo,

clima e topografia bastante heterogêneos. O

Cerrado é a segunda maior formação vegetal

brasileira, superado apenas pela floresta

Amazônica. São 2 milhões de km² espalhados

por 10 Estados. O Cerrado é uma “savana”

tropical na qual a vegetação herbácea coexiste

com mais de 420 espécies de árvores e

arbustos esparsos.

CAATINGA

Os cerca de 20 milhões de brasileiros que vivem nos 800 mil km² de Caatinga nem sempre podem

contar com as chuvas de verão. Quando não chove, o homem do sertão e sua família sofrem

multo.

Precisam caminhar quilômetros em busca da água dos açudes. A irregularidade climática a um

dos fatores que mais interferem na vida do sertanejo.

Mesmo quando chove, o solo raso e pedregoso não consegue armazenar a água que cai e a

temperatura elevada (médias entre 25ºC e 29ºC) provoca intensa evaporação. Por isso, somente

em algumas áreas próximas as serras, onde a abundância de chuvas é maior, a agricultura se

toma possível.

Na longa estiagem os sertões são, muitas vezes, semi-desertos nublados mas sem chuva. O

vento seco e quente não refresca, incomoda. A VEGETAÇÃO XEROMORFA adaptada ao clima

apresenta muito escleromorfismo que a protege.

As folhas, por exemplo, são finas, ou inexistentes. Algumas plantas armazenam água, como os

cactos, outras se caracterizam por terem raízes praticamente na superfície do solo para absorver

rapidamente o máximo da chuva. Algumas das espécies mais comuns da região são a

AMBURANA, aroeira, UMBU, BARAÚNA, MANIÇOBA, MACAMBRA, MANDACARU e JUAZEIRO.

O homem complicou ainda mais a dura vida no sertão. Fazendas de criação DE GADO

começaram a ocupar o cenário na época do BRASIL colônia. Os primeiros a chegar pouco

entendiam a fragilidade da Caatinga, cuja aparência árida denuncia uma falsa solidez. Para

combater a seca foram construídos AÇUDES para abastecer de água os homens, seus animais e

suas lavouras. Desde o Império, quando essas obras tiveram inicio, o governo prossegue com o

trabalho. Os grandes açudes atraíram fazendas de criação de gado. Em regiões como o vale do

São Francisco, a IRRIGAÇÃO foi incentivada sem o uso de técnica apropriada e o resultado tem

sido desastroso. A SALINIZAÇÃO do solo é, hoje, uma realidade.

32

O cenário árido é uma descrição da Caatinga

– que na língua indígena que dizer Mata

Branca – durante o prolongado período de

seca correspondente ao inverno. Quando

chega o verão, as chuvas encharcam a terra e

o verde toma conta da região. A Caatinga

distribui-se pelos estados do Ceará, Rio

Grande do Norte, Paraíba, Perambulo,

Sergipe, Alagoas, Bahia, sudeste do Piauí e

norte de Minas Gerais.

Especialmente na região, onde os solos são rasos e a evaporação da água ocorre rapidamente

devido ao calor. A agricultura nessas áreas tornou-se impraticável.

Outro problema é a contaminação das águas por AGROTÓXICOS. Depois de aplicado as

lavouras, o agrotóxico escorre das folhas para o solo, levado pela irrigação, e daí para as

represas, matando os peixes. Nos últimos 15 anos, 40 mil km² de Caatinga se transformaram em

deserto devido a interferência do homem sobre o meio ambiente da região. As SIDERÚRGICAS E

OLARIAS também são responsáveis por este processo, devido ao corte da vegetação nativa para

PRODUÇÃO DE LENHA E CARVÃO VEGETAL.

O sertão nordestino é uma das regiões semi-áridas mais povoadas do mundo. A diferença entre a

Caatinga e áreas com as mesmas características em outros países é que as populações se

concentram onde existe água, promovendo um controle rigoroso da natalidade. No Brasil,

entretanto, o homem está presente em toda a parte, tentando garantir a sua sobrevivência na luta

contra o clima.

A Caatinga é coberta por solos relativamente férteis. Embora não tenha potencial madeireiro,

exceto pela extração secular de lenha, a região é rica em recursos genéticos dada a sua alta

biodiversidade.

Por outro lado, o aspecto agressivo da vegetação contrasta com o colorido diversificado das

flores emergentes no período das chuvas, cujo índice pluviométrico varia entre 300 e 800

milímetros anualmente. A Caatinga apresenta três estratos: arbóreos (8 a 12 metros), arbustivo (2

a 5 metros) e a herbáceo abaixo de 2 metros). Contraditoriamente, a flora dos sertões, constituída

por espécies com longa história de adaptação ao calor e à secura, é incapaz de reestruturar-se

naturalmente se máquinas forem usadas para alterar o solo. A degradação é, portanto, irreversível

na Caatinga.

No meio de tanta aridez, a Caatinga surpreende com suas “ILHAS DE UMIDADE” e SOLOS

FÉRTEIS. São os chamados brejos, que quebram a monotonia das condições físicas e geológicas

dos sertões. Nessas Ilhas é possível produzir quase todos os alimentos e frutas peculiares aos

trópicos do mundo.

Através de caminhos diversos, os rios regionais saem das bordas das chapada, percorrem

extensas depressões entre os planaltos quentes e secos e acabam chegando no mar, ou

engrossando as águas do São Francisco e do Parnaíba (rios que cruzam a Caatinga). Das

cabeceiras até as proximidades do mar, os rios com nascente na região permanecem secos por

cinco a sete meses do ano. Apenas a canal principal do São Francisco mantém seu fluxo através

dos sertões, com águas trazidas de outras regiões climáticas e hídricas.

Quando chove, no início do ano, a paisagem muda muito rapidamente. As árvores cobrem-se de

folhas e o solo fica forrado de pequenas plantas. A fauna volta a engordar. Na Caatinga vive a

ARARINHA-AZUL, ameaçada de extinção. Outros animais da região são o SAPO-CURURU, ASA-

BRANCA, COTIA, GAMBÁ, PREÁ, VEADO-CATINGUEIRO, TATU-PEBA e a SAGUI-DO-

NORDESTE, entre outros.

33

PANTANAL

Ou seja, muita água. Na época das cheias estes corpos comunicam-se e mesclam-se com as

águas do Rio Paraguai, renovando e fertilizando a região. Contudo, assim como nos demais

ecossistemas brasileiros onde a ocupação predatória vem provocando destruição, a interferência

no Pantanal também é sentida . Embora boa parte da região continue inexplorada, muitas

ameaças surgem em decorrência do interesse econômico que existe sobre essa área. A situação

começou a se agravar nos últimos 20 anos, sobretudo pela introdução de pastagens artificiais , a

exploração das áreas de mata e o turismo predatório.

O equilíbrio desse ecossistema depende, basicamente, do fluxo de entrada e saída de enchentes

que, por sua vez, está diretamente ligada a pluviosidade regional. De forma geral, as chuvas

ocorrem com maior freqüência nas cabeceiras dos rios que deságuam na planície. Com o inicio do

trimestre chuvoso nas regiões altas (a partir de novembro), sobe a nível de água do Rio Paraguai

provocando, assim, as enchentes. O mesmo ocorre paralelamente com os afluentes do Paraguai

que atravessam a território brasileiro cortando uma extensão de 700 km.

As águas vão se espalhando e cobrindo, continuamente, vastas extensões em busca de uma

saída natural, que só é encontrada centenas de quilômetros adiante no encontro do Rio com a

Oceano Atlântico, fora do território brasileiro. As cheias chegam a cobrir ate 2/3 da área

pantaneira. A partir de maio, então, inicia-se a “vazante” e as águas começam a baixar

lentamente. Quando o terreno volta a secar permanece, sobre a superfície, uma fina camada de

lama humífera (mistura de areia, restos de animais e vegetais, sementes e húmus) propiciando

grande fertilidade ao solo. Os impactos aumentaram nos últimos 20 anos com a introdução de

pastagens artificiais. A natureza faz repetir, anualmente, a espetáculo das cheias proporcionando

ao Pantanal a renovação da fauna e flora local.

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O Pantanal é um dos mais valiosos patrimônios

naturais do Brasil. Maior área úmida continental

do planeta - com 140 mil km² em território

brasileiro - destaca-se pela riqueza da fauna,

onde dividem espaço 650 espécies de aves, 80

de mamíferos, 260 de peixes e 50 de répteis. As

chuvas fortes são comuns no Pantanal. Os

terrenos, quase sempre planos, são alagados

periodicamente por inúmeros córregos e

vazantes entremeados de lagoas e leques

aluviais.

Esse enorme volume de água, que praticamente cobre a região pantaneira, forma um verdadeiro

mar de água doce onde milhares de peixes proliferam. Peixes pequenos servem de alimento a

espécies maiores ou a aves e animais, promovendo uma intrincada teia alimentar.

Quando o período da vazante começa, uma grande quantidade de peixes fica retida em lagoas ou

baías, não conseguindo retornar aos rios. Durante meses, aves e animais carnívoros : JACARÉS,

ARIRANHAS E ONÇAS têm, portanto, um farto banquete à sua disposição. As águas continuam

baixando mais e mais e nas lagoas, agora bem rasas, peixes como o DOURADO, PACÚ E

TRAÍRA podem ser apanhados com as mãos pelos homens. Aves grandes e pequenas são vistas

planando sabre as águas, formando em espetáculo de grande beleza.

O Pantanal tem passado par transformações lentas mas significativas nas últimas décadas. O

AVANÇO DAS POPULAÇÕES E O CRESCIMENTO DAS CIDADES são uma ameaça constante.

A ocupação desordenada das regiões mais altas, onde nasce a maioria dos nos, é o risco mais

grave. A agricultura indiscriminada está provocando a erosão do solo, além de contamina-lo com o

uso excessiva de AGROTÓXICOS.

O resultado da destruição do solo é o ASSOREAMENTO DOS RIOS, fenômeno que tem mudado

a vida no Pantanal. Regiões que antes ficavam alagadas nas cheias e completamente secas

quando as chuvas paravam, agora ficam permanentemente sob as águas. Também impactaram o

Pantanal nos últimos anos O GARIMPO, A CONTRUÇÃO DE HIDRELÉTRICAS, O TURISMO

DESORGANIZADO E A CAÇA, empreendida principalmente por ex peões que, sem trabalho,

passaram a integrar verdadeiras quadrilhas de caçadores de couro.

Porém, foi de 1989 para cá que o risco de um desequilíbrio total do ecossistema pantaneiro ficou

mais próximo de se tornar uma triste realidade. A razão dessa ameaça é o megaprojeto de

construção de uma HIDROVIA de mais de 3.400 km nos rios Paraguai (o principal curso de água

do Pantanal) e Paraná - ligando Cáceres no Mato Grosso a Nova Palmira no Uruguai.

A idéia é alterar, com a construção de diques e trabalhos de dragagem, o percurso do Rio

Paraguai, facilitando o movimento de grandes barcos e, consequentemente, o escoamento da

produção de soja brasileira até o país vizinho.

O problema é que isso afetará também todo o escoamento de águas da bacia. O resultado desse

projeto pode ser a destruição do refúgio onde vivem hoje milhares de espécies de animais e

plantas.

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CAMPOS

De um modo geral, o campo limpo é destituído de árvores, bastante uniforme e com arbustos

espalhados e dispersos. Já nos campos de terra firme as árvores, baixas e espalhados, se

integram totalmente a paisagem.

Em ambos os casos o solo é revestido de GRAMÍNEAS, SUBARBUSTOS e ERVAS. Entre o Rio

Grande do Sul e Santa Catarina, os campos formados por gramíneas e leguminosas nativas se

estendem como um tapete verde por mais de 200.000 km², tornado-se mais densas e ricas nas

encostas. Nessa região, com muita mata entremeada, as chuvas distribuem-se regularmente pelo

ano todo e as baixas temperaturas reduzem os níveis de evaporação.

Tais condições climáticas acabam favorecendo ao crescimento de árvores. Bem diferentes,

entretanto, são os campos que dominam áreas do Norte do pais.

DIFERENÇAS ENTRE SUL E NORTE

O domínio das florestas e dos campos meridionais se estende desde o Rio Grande do Sul até

parte dos estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo. O clima é ameno e o solo naturalmente

fértil. A junção destes dois fatores favoreceram a colonização acelerada no último século,

principalmente por imigrantes europeus e japoneses que alcançaram elevados índices de

produtividade na região.

Os campos do Sul ocorrem no chamado “PAMPA”, uma região plana de vegetação aberta e de

pequeno porte que se estende do Rio Grande do Sul para além das fronteiras com a Argentina e o

Uruguai, no interior do estado. Esse tipo de vegetação ocorre em área contínua no Sul e também

como manchas disperses encravadas na floresta Atlântica do Rio Grande do Norte até o Paraná.

São áreas planas, revestidas de gramíneas e outras plantas encontradas de forma escassa,

como tufos de capim que atingem até um metro de altura.

36

Além de florestas tropicais, Pantanal, Cerrado

e Caatinga, os campos também fazem parte

da paisagem brasileira. Esse tipo de

vegetação é encontrada em dois lugares

distintos: os CAMPOS DE TERRA FIRME

(savanas de gramíneas baixas) são

característicos do norte da Amazônia,

Roraima, Pará e Ilhas do Bananal e de Marajó,

enquanto os CAMPOS LIMPOS (estepes

úmidas) são típicos da região sul.

Descendo ao litoral do Rio Grande do Sul, a paisagem é marcada pelos banhados, isto é,

ECOSSISTEMAS ALAGADOS com densa vegetação de JUNCOS, GRAVATAS e AGUAPÉS que

criam um habitat ideal para uma grande variedade de animais como GARÇAS, MARRECOS,

VEADOS, ONÇAS-PINTADAS, LONTRAS E CAPIVARAS. O banhado do Taim é o mais

importante devido à riqueza do solo. Tentativas extravagantes de drená-Io para uso agrícola

foram definitivamente abandonadas a partir de 1979 quando a área transformou-se em estação

ecológica. Mesmo assim, a ação de caçadores e o bombeamento das águas pelos fazendeiros

das redondezes continuam a ameaçar o local. Mas enquanto sobra água no Sul, os campos do

Norte do Brasil se caracterizam por áreas secas e de florestas dominadas pelas palmeiras.

Tais florestas se situam entre a Amazônia e a Caatinga e se formam a partir do desmatamento da

vegetação nativa. Livre da competição de outras plantas, as palmeiras de babaçu e carnaúba, o

buriti e a oiticica se desenvolvem rapidamente. Algumas chegando a atingir ate 15 metros de

altura. Existem também áreas de campos “naturais”, com vegetação de porte mais raquítico, que

ocorrem como manchas no norte da floresta Amazônica.

Devido à riqueza do solo, as áreas cultivadas do Sul se expandiram rapidamente sem um sistema

adequado de preparo, resultando em erosão e outros problemas que se agravam

progressivamente. Os campos são amplamente utilizados para a produção de arroz, milho, trigo e

soja, às vezes em associação com a criação de gado. A desatenção com o solo, entretanto, leva à

desertificação, registrada em diferentes áreas do Rio Grande do Sul.

Para expandir a área plantada, colonos alemães e italianos iniciaram, na primeira metade do

século, a exploração indiscriminada de madeira. Árvores gigantescas e centenárias foram

derrubadas e queimadas para dar lugar ao cultivo de milho, trigo e videira, principalmente. A mata

das araucárias de porte alto e copa em forma de prato, estendia-se do sul de Minas Gerais e São

Paulo até o Rio Grande do Sul, formando cerca de 100.000 km² de matas de pinhais Na sua

sombra cresciam espécies como A IMBUIA, 0 CEDRO, A CANELA, entre outras. Hoje mais da

metade desse bioma foi destruído, assim como diversas espécies de roedores que se

alimentavam do pinhão, aves e insetos. O que resta está confinado a áreas de conservação do

estado. Por mais de 100 anos a mata dos pinhais alimentou a indústria madereira do sul. O pinho,

madeira bastante popular na região, foi muito usado na construção de casas e móveis.

A CRIAÇÃO DE GADO E OVELHAS TAMBÉM FAZ PARTE DA CULTURA LOCAL. Porém,

repetindo o mesmo erro dos agricultores, o pastoreio está provocando a degradação do solo. Na

época de estiagem, quando as pastagens secam, o mesmo número de animais continua a

disputar áreas menores. Com o pasto quase desnudo, cresce a pressão sobre o solo que se abre

em veios. Quando as chuvas recomeçam, as águas correm por essas depressões dando inicio ao

processo de EROSÃO. O fogo utilizado para eliminar restos de pastagem secas, torna o solo

ainda mais frágil.

37

ZONA COSTEIRA

Grande parte da zona costeira, entretanto, está ameaçada pela superpopulação e por atividades

agrícolas e industriais. É ai, seguindo essa imensa faixa litorânea, que vive mais da metade da

população brasileira. Há muito ainda para se conhecer sobre a dinâmica ecológica do litoral

brasileiro. Complexos sistemas costeiros distribuem-se ao longo do litoral, fornecendo áreas para

a criação, crescimento e reprodução de inúmeras espécies de flora e fauna.

Somente na costa do Rio Grande do Sul - conhecida como um centro de aves migratórias - foram

registradas, aproximadamente, 570 espécies.

Muitos desses pássaros utilizam a costa brasileira para alimentação, abrigo ou como rota

migratória entre a América do Norte e as partes mais ao sul do Continente. A faixa litorânea

brasileira também tem sido considerada essencial para a conservação de espécies ameaçadas

em escala global, como as tartarugas marinhas, as baleias e o peixe-boi-marinho. É importante

ressaltar que a destruição dos ecossistemas litorâneos é uma ameaça para o próprio homem,

urna vez que põe em risco a produção pesqueira - uma rica fonte de alimento.

A integridade ecológica da costa brasileira é pressionada pelo crescimento dos grandes centros

urbanos, pela especulação imobiliária sem planejamento, pela poluição e pelo enorme fluxo de

turistas. A ocupação predatória vem ocasionando a devastação das vegetações nativas, o que

leva, entre outras coisas, à movimentação de dunas e até ao desabamento de morros. O aterro

dos manguezais, por exemplo, coloca em perigo espécies animais e vegetais, além de destruir um

importante “filtro” das impurezas lançadas na água.

As raízes parcialmente submersas das arvores do mangue espalham-se sob a água para reter

sedimentos e evitar que eles escoem para o mar. Alguns mangues estão estrategicamente

situados entre a terra e o mar, formando um estuário para a reprodução de peixes.

38

O Brasil possui uma linha contínua de costa

Atlântica de 8.000 km de extensão, uma das

maiores do mundo. Ao longo dessa faixa

litorânea é possível identificar uma grande

diversidade de paisagens como dunas, ilhas,

recifes, costões rochosos, baias, estuários,

brejos e falésias. Mesmo os ecossistemas que

se repetem ao longo do litoral - como praias,

restingas, lagunas e manguezais - apresentam

diferentes espécies animais e vegetais. Isso se

deve, basicamente, as diferenças climáticas e

geológicas.

Já a expulsão das populações caiçaras (pescador ou o caipira do litoral) está acabando com uma

das culturas mais tradicionais e ricas do Brasil. Outra ação danosa é o lançamento de esgoto no

mar, sem qualquer tratamento. Operações de terminais marítimos têm provocado o derramamento

de petróleo, entre outros problemas graves.

MANGUEZAIS

Muitos são os fatores que comprometem o equilíbrio dos manguezais. Devido a sua localização

de fácil acesso, ao desconhecimento e a pouca veiculação de sua importância e, principalmente,

ao descaso, alguns manguezais tornaram-se alva de depredações que incluem aterramento para

ocupação, desmatamento para uso da vegetação como lenha, poluição das águas por

derramamento de petróleo ou por deposito de lixo.

Manguezais são ecossistemas estuarinos que se desenvolvem em terras planas, baixas e de

substrato lodoso, localizadas nas costas litorâneas das regiões tropicais, junta aos desaguadouros

dos rios, no fundo de baias e nas enseadas. Quando as manguezais estão em terrenos baixas ou

de media teor de salinidade, as bosques de mangues, fixados sobre terreno lodoso, apresentam

características fisionômicas e funcionais muito particulares. São típicas deles as seguintes fatores:

temperaturas tropicais; área constantemente sob controle e o FLUXO DAS MARÉS; deposito

volumoso de SILTE E AREIA FINA, ARGILA E GRANDE QUANTIDADE DE MATERIA

ORGANICA.

Os manguezais localizam-se na sua grande maioria fora dos litorais de mar aberto. Estão sempre

associadas as áreas de fortes marés; porém, abrigadas dos fortes ventos e das ressacas,

caracterizam-se também por uma vegetação HALOFITA tropical de mata, com poucas espécies

que crescem na vasa marítima da costa ou estuaria dos rios. Os manguezais de todo a mundo

ocupam uma área de, aproximadamente, 20 milhões de hectares, distribuídos principalmente nas

latitudes intertropicais: calcula-se que 75% das linhas de costas tropicais do mundo são

dominadas por esse tipo de vegetação. No Brasil, os manguezais espalham-se por toda a faixa

litorânea, desde o Amapá até Santa Catarina.

Os manguezais são ecossistemas importantes para as populações que vivem fixadas ao longo do

litoral dos trópicos. A diversidade e a quantidade de crustáceos, moluscos e peixes que vivem nos

mangues, não garantem somente a alimentação dessas populações. É comum a prática de uma

indústria de pescado ao longo dessas formações naturais. Nove em cada dez peixes pescados no

mundo inteiro provém de áreas costeiras e baias que, juntas, não somam 10% da superfície

marinha. A responsabilidade pela concentração de cardumes nesse espaço reduzido de mar cabe

aos recém — valorizados manguezais. Ao ser atacada por fungos e protozoários , a vegetação

dos manguezais perde folhas, frutos e flores que começam degradar-se. No solo lodoso, eles se

combinam com uma série de proteínas e minerais transportados pela água doce dos nos, chuvas

e lençóis freáticos. O calor do sol, finalmente, ajuda milhões de micróbios, presentes tanto no solo

como na água salgada dos mares, a terminarem a receita de um caldo nutritivo que alimenta, por

exemplo, os filhotes de camarões.

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As moléculas de nutrientes enchem a barriga de larvas e peixes pequenos que, por sua vez,

alimentam espécies marinhas maiores. A fartura de comida típica dos manguezais toma possível

sua superpopulação. Convivem até 10.000 indivíduos entre peixes, moluscos e crustáceos por

metro quadrado.

No Brasil, predominam três espécies de árvores: o MANGUE-VERMELHO (RHIZOPHORA

MANGLE), a MANGUE SIRIUBA OU MANGUE-PRETO (AVICENNIA SCHAUERIANA) e

finalmente o MANGUE-BRANCO (LAGUNCULARIA RACEMOSA). Além destas, encontra-se a

florida algodoeiro-da-praia (Hibiscus pemambucensis), embora não seja uma árvore exclusiva dos

manguezais. Comodamente, sobre as árvores, crescem bromélias, samambaias e orquídeas.

Diversos peixes e invertebrados marinhos desovam nos mangues, uma das razões dessa escolha

e a temperatura quente, ideal para o desenvolvimento dos embriões. O solo, escuro por causa da

grande quantidade de material orgânico em sua composição, absorve praticamente toda a luz

solar, liberando essa energia na forma de calor. Além disso, as manguezais podem oferecer mais

segurança a prole.

As florestas de mangues não servem de maternidade apenas para espécies marinhas: fêmeas de

aves como pelicano e o guará passam a viver nos manguezais, durante a época de reprodução.

Outros animais fixam sua residência nesses bosques litorâneos para o resto de sua vida. É o caso

do aratu , uma espécie de caranguejo que raramente desce das árvores, alimentando-se das

ALGAS agarradas nos troncos. As OSTRAS também formam imensas populações sobre as raízes

aéreas, na companhia de siris, camarões e uma série de moluscos como o sururu, que carrega

uma concha violácea.

PAPEL ECOLÓGICO DOS MANGUEZAIS

Reter a invasão das mares nos rios e impedir que o mar, quando em ressaca, invada a litoral ,

protegendo-o;

Servem de abrigo para vários animais, entre os quais estão: moluscos, crustáceos, peixes,

aves e mamíferos que somam 10 mil, e também encontramos 2 milhões de microorganismos;

Servem de maternidade e rica fonte de alimentos para milhares de animais;

Permitem que inúmeras populações ribeirinhas se sustentem através da pesca artesanal e

assim mantenham sua cultura e tradições;

Garantem as grande estaques reguladores de pescados para a Indústria Pesqueira, vista que

as espécies comercializadas iniciam suas vidas nos estuários, se alimentando e se

protegendo nos MANGUE.ZAIS, ou dependem de espécies que o fazem;

Apresentam grande capacidade AUTO DEPURADORA, que permite a intensa decomposição

de toda material orgânico que chegue pelos rios;

Fixam todos os materiais vindos do continente, sejam produtos de erosão, resíduos e esgotos

de cidades que são trazido pelos rios, evitando muitas vezes a poluição dos mares.

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