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UNIVERSIDADE DE SO PAULO USP FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CINCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE LETRAS CLSSICAS E VERNCULAS
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM LITERATURA PORTUGUESA
CAMILO PESSANHA REVISITADO:
O VERLAINE PORTUGUS LUZ DE MALLARM
(VERSO CORRIGIDA)
BRUNO ANSELMI MATANGRANO
So Paulo SP
2013
2
UNIVERSIDADE DE SO PAULO USP FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CINCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE LETRAS CLSSICAS E VERNCULAS
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM LITERATURA PORTUGUESA
CAMILO PESSANHA REVISITADO:
O VERLAINE PORTUGUS LUZ DE MALLARM
Bruno Anselmi Matangrano
Dissertao apresentada ao programa de Ps-
Graduao em Literatura Portuguesa, do
Departamento de Letras Clssicas e Vernculas
da Faculdade de Filosofia, Letras e Cincias
Humanas, da Universidade de So Paulo, para a
obteno do ttulo de Mestre em Letras.
Orientadora Profa. Dra. Annie Gisele Fernandes
So Paulo SP
2013
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FOLHA DE APROVAO
Bruno Anselmi Matangrano
Camilo Pessanha revisitado: O Verlaine Portugus luz de Mallarm
Dissertao apresentada ao programa de Ps-
Graduao em Literatura Portuguesa, do
Departamento de Letras Clssicas e Vernculas
da Faculdade de Filosofia, Letras e Cincias
Humanas, da Universidade de So Paulo, para a
obteno do ttulo de Mestre em Letras.
Banca Examinadora
_____________________________________________________
Profa. Dra. Annie Gisele Fernandes (Orientadora)
_____________________________________________________
Prof(a). Dr(a).
_____________________________________________________
Prof(a). Dr(a).
_____________________________________________________
Prof(a). Dr(a).
_____________________________________________________
Prof(a). Dr(a).
So Paulo SP, ______ de _______________________ de 2013.
4
Ao meu querido av, Amadeu Anselmi Netto,
de quem herdei o gosto pelas artes.
Aos professores Rogrio Caetano de
Almeida e Annie Gisele Fernandes, pelos
ensinamentos, conselhos e amizade.
5
AGRADECIMENTOS
A minha orientadora, Profa. Dra. Annie Gisele Fernandes, por tudo o que me
ensinou ao longo dos quase sete anos de orientao, pela pacincia infinita, pelos
conselhos e sugestes no apenas no que diz respeito a este trabalho, mas a todo o meu
percurso acadmico, pela presena sempre constante, pela amizade e pela incrvel
dedicao.
Ao carssimo amigo Rogrio Caetano de Almeida, que me ensinou a gostar de
poesia e me apresentou ao Simbolismo. Obrigado, sobretudo, por ter me aconselhado
inmeras vezes a seguir o caminho das Letras. Felizmente, segui seu conselho.
A Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo (FAPESP), pela
concesso da bolsa de Mestrado que possibilitou a realizao deste trabalho.
Aos meus pais, Lilian e Renato, ao meu irmo, Lucas, aos meus avs, Marilene,
Reinaldo e Geneffe, aos meus tios e primos queridos, agradeo pelo carinho e pelo
apoio incondicional. Em especial, memria de meu av, Amadeu, que est sempre
comigo em pensamento. Obrigado por ter me ensinado a gostar de arte quando eu ainda
era pequeno...
A Carol Chiovatto, minha namorada, pelo companheirismo, amizade,
compreenso, pacincia, dedicao e apoio em todas as horas. Obrigado por estar ao
meu lado quando eu mais precisei e por me ajudar a fazer tudo dar certo.
Aos professores lvaro Faleiros e Paola Poma, pela leitura atenta deste e de
outros trabalhos e pelas incrveis e decisivas contribuies em meu Exame de
Qualificao. Obrigado pela amizade e apoio constante.
Aos amigos de infncia, Daniel Marinho, Daniel Nagata, Eduardo Fernandes e
Renato Eusbio, e Patota, Carlos Daniel Vieira, Felipe Leonardo, Henrique Marques,
Joo Gabriel Matias, Karen Souza e Marcela Monteiro, pela amizade eterna, pelas
risadas, pela dedicao e compreenso.
s amigas uspianas Rosngela Amato, Aline Magalhes e Lygia Rachel, pelas
conversas animadas.
Aos amigos Tomaz Adour, Ana Cristina Rodrigues e Debora Gimenes,
companheiros do mundo editorial. Agradeo ainda ao Tomaz por ter gentilmente
revisado a dissertao.
Aos amigos do Laboratrio de Poticas e tica da Modernidade (LEPEM
USP), em especial, Cibele Lopresti, Andr Ozawa e Jos Eduardo Ferreira.
6
Aos amigos da revista Non Plus e da revista Desassossego, Grace Alves da
Paixo, Dirceu Magri, Bruna de Carvalho, Thiago dos Santos, Ana Cristina Joaquim,
Nathlia Nahas e, claro, s professoras Vernica Galindez-Jorge e Mnica Simas.
Aos professores dos programas de ps-graduao em Literatura Portuguesa e em
Estudos Lingusticos, Literrios e Tradutolgicos em Francs, em especial aos
professores Gilberto Pinheiro Passos, Lilian Jacoto e Cludia Pino. Um agradecimento
mais do que especial professora Vernique Dahlet, pois, se consegui aprender francs
em to pouco tempo, sem dvida, devo isso a ela.
Aos professores Cludio Murilo Leal e Maria de Jesus Reis Cabral pela ateno,
prestatividade, conselhos, sugestes e indicaes bibliogrficas em nossas longas
conversas por e-mail.
Aos professores Marcelo Jacques de Moraes, Maria Helena Nery Garcez e Marta
Kawano pelas valiosas contribuies bibliogrficas e pelas conversas enriquecedoras ao
longo dos cursos de ps.
Ao irmo acadmico Leonardo de Barros Sasaki, pela imensa pacincia,
dedicao e amizade. Obrigado por toda a ajuda, conselhos e sugestes nos momentos
mais crticos.
7
NDICE
RESUMO ...................................................................................................................... 8
ABSTRACT .................................................................................................................. 9
INTRODUO ............................................................................................................ 10
CAPTULO 1 CONSIDERAES SOBRE A POESIA SIMBOLISTA ............................. 14
I. O Conceito de Poesia no Simbolismo .......................................................................... 14
II. Wagner: o pai da musicalidade simbolista ............................................................ 20
III. Debussy e a msica verdadeiramente simbolista....................................................... 24
IV. A Msica antes de todas as coisas ........................................................................... 28
V. O Dilogo Interartes .................................................................................................... 34
VI. As categorias de Pound: melopeia, fanopeia e logopeia ............................................ 39
CAPTULO 2 CAMILO PESSANHA, O VERLAINE PORTUGUS? ............................. 44
I. Pessanha e Verlaine: uma relao superestimada..................................................... 44
II. O motivo do epteto: Meus olhos apagados ............................................................ 53
III. Entre o som e a imagem: a sugesto ........................................................................... 59
IV. Uma questo: teria Pessanha lido Mallarm? ........................................................... 70
CAPTULO 3 PESSANHA, VERLAINE E MALLARM LUZ DE POUND .................. 74
I. Soleils couchants e a sugesto de atmosferas ......................................................... 74
II. Cantique de Saint Jean e o logos mallarmeano ..................................................... 79
III. Pessanha e as imagens sonoras .................................................................................... 85
CAPTULO 4 A LOGOPEIA DE MALLARM E PESSANHA ....................................... 94
I. Uma Poesia plural ........................................................................................................ 94
II. Esqueamos a velha distino entre a Msica e as Letras .................................... 95
III. A Inquietude da Sintaxe: Mallarm e a Musicalidade do Verso ............................. 99
IV. O Poema no um quadro: Representaes plstico-sonoras ........................... 101
V. Um soneto difuso de teoremas e teorias ................................................................... 114
VI. Convergncias: a Logopeia melofanopaica de Pessanha e Mallarm.................... 123
CONCLUSO: CAMILO PESSANHA, ENTRE VERLAINE E MALLARM ................... 125
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 127
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CAMILO PESSANHA REVISITADO:
O VERLAINE PORTUGUS LUZ DE MALLARM
RESUMO
A presente pesquisa dedicada poesia do simbolista portugus Camilo
Pessanha, tendo em vista sua relao com a dos autores franceses Paul Verlaine e
Stphane Mallarm, na tentativa de mostrar que Pessanha em muito supera a imagem de
Verlaine Portugus, ao propor uma obra inovadora e fragmentria, que em alguns
aspectos aproxima-se da escrita mallarmeana, preservando, no entanto, toda sua
identidade e originalidade. Para tanto, atentou-se aos princpios formais da potica
simbolista presentes na obra de cada um dos trs, notadamente sonoridade utilizada
como forma de sugesto. Do mesmo modo, foi examinado como o uso de sintaxe
truncada em poemas fragmentrios pode favorecer os e