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Apostila de Geografia – 2007 Parte I - GLOBALIZAÇÃO A Nova Ordem Mundial "A ordem internacional da Guerra Fria refletiu-se em um modelo teórico e didático de apreensão do espaço mundial. Esse modelo fundado na subdivisão do globo nos "três mundos" dos livros de geografia apoiava-se em realidades que entraram em colapso. A nova ordem mundial implica a revisão dos conceitos tradicionais que, por décadas, serviram para explicar a organização geopolítica e geoeconômica do espaço mundial. O deslocamento da natureza do poder dos arsenais nucleares e convencionais para a eficácia, produtividade e influência das economias constituiu um dos mais notáveis fenômenos que acompanharam a dissolução da ordem da Guerra Fria. A multipolaridade do poder global substituiu a rígida geometria bipolar do mundo do pós-guerra. A internacionalização dos fluxos de capitais e a integração dos fluxos de capitais e a integração das economias nacionais atingiram um patamar inédito. Como conseqüência, os pólos de poder da nova ordem mundial apresentam contornos supranacionais. Delineiam-se megablocos econômicos organizados em torno das grandes potências do fim do século. Na América do Norte, constitui-se a Nafta, polarizada pelos Estados Unidos. Na Europa, a Alemanha unificada funciona com eixo de ligação entre o leste e o oeste do continente. No Pacífico, o Japão centraliza uma vasta área de influência. A dissolução do Segundo Mundo expressa na transição para a economia de mercado na antiga União Soviética e Europa oriental suscita questões cujas respostas somente aparecerão nos próximos anos. A geometria do poder europeu depende ainda do desenvolvimento das relações econômicas e políticas entre a Alemanha unificada e a Rússia pós-comunista. Essas relações podem conduzir ao deslocamento do eixo de poder europeu para o segmento da reta Berlim-Moscou, que se tornaria o sucessor do velho triângulo Londres-Paris-Bonn. As reformas econômicas chinesas apoiadas sobre o alicerce do poder monolítico comunista - representam uma reorganização radical do espaço do leste asiático. Os crescentes investimentos dos chineses de Formosa, dos coreanos do sul e dos japoneses no território continental da China assinalam a integração de Pequim à esfera econômica polarizada por Tóquio. Os indícios de retomada das relações políticas e diplomáticas entre Japão e China abrem a possibilidade da emergência de um poderoso bloco supranacional asiático. O Terceiro Mundo funcionou, por muito tempo, como um conceito crucial na reflexão e na prática didática da geografia. Ele representou uma tentativa de cartografar a pobreza, definindo seus contornos em escala global. A nova ordem mundial assinala a fragmentação do Terceiro Mundo em espaços periféricos, que tendem a se integrar marginalmente aos megablocos econômicos. Os "Dragões Asiáticos" e os países pobres da Ásia meridional funcionam como áreas de transbordamento dos capitais japoneses. A Europa do leste e do sul, bem como a África do norte, associa-se ao núcleo próspero da Europa centro-ocidental. A América Latina entrelaça seu destino ao da América do Norte. A nova ordem mundial ergueu-se sobre uma revolução tecnocientífica que reorganiza o alocamento dos capitais no espaço geográfico. A crise das velhas regiões urbanas e industriais desenvolve-se paralelamente à emergência de eixos de crescimento econômico apoiado em novas tecnologias industriais, nas finanças e nos serviços. Nesse movimento, a pobreza dissemina-se por toda a superfície do globo, avançando sobre as fronteiras do Primeiro Mundo e instalando-se no coração dos Estados Unidos e da Europa ocidental. No mundo todo, microespaços de prosperidade convivem com cinturões envolventes de pobreza e desemprego. Vastas regiões da África Subsaariana, América Latina e Ásia meridional conhecem as tragédias associadas à miséria absoluta. A nova ordem mundial não é mais estável ou segura que a ordem da Guerra Fria. Se o espectro da catástrofe nuclear parece ter sido afastado, novos demônios tomaram-lhe o lugar. A emergência dos nacionalismos e da hostilidade étnica, o ressurgimento do racismo e da xenofobia e a multiplicação dos conflitos localizados evidenciam a componente de instabilidade introduzida pela decadência das velhas super-potências. O

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Apostila de Geografia – 2007

Parte I - GLOBALIZAÇÃOA Nova Ordem Mundial

"A ordem internacional da Guerra Fria refletiu-se em um modelo teórico e didático de apreensão do espaço mundial. Esse modelo fundado na subdivisão do globo nos "três mundos" dos livros de geografia apoiava-se em realidades que entraram em colapso.

A nova ordem mundial implica a revisão dos conceitos tradicionais que, por décadas, serviram para explicar a organização geopolítica e geoeconômica do espaço mundial.

O deslocamento da natureza do poder dos arsenais nucleares e convencionais para a eficácia, produtividade e influência das economias constituiu um dos mais notáveis fenômenos que acompanharam a dissolução da ordem da Guerra Fria.

A multipolaridade do poder global substituiu a rígida geometria bipolar do mundo do pós-guerra. A internacionalização dos fluxos de capitais e a integração dos fluxos de capitais e a integração das economias nacionais atingiram um patamar inédito. Como conseqüência, os pólos de poder da nova ordem mundial apresentam contornos supranacionais. Delineiam-se megablocos econômicos organizados em torno das grandes potências do fim do século.

Na América do Norte, constitui-se a Nafta, polarizada pelos Estados Unidos. Na Europa, a Alemanha unificada funciona com eixo de ligação entre o leste

e o oeste do continente. No Pacífico, o Japão centraliza uma vasta área de influência.

A dissolução do Segundo Mundo expressa na transição para a economia de mercado na antiga União Soviética e Europa oriental suscita questões cujas respostas somente aparecerão nos próximos anos. A geometria do poder europeu depende ainda do desenvolvimento das relações econômicas e políticas entre a Alemanha unificada e a Rússia pós-comunista. Essas relações podem conduzir ao deslocamento do eixo de poder europeu para o segmento da reta Berlim-Moscou, que se tornaria o sucessor do velho triângulo Londres-Paris-Bonn. As reformas econômicas chinesas apoiadas sobre o alicerce do poder monolítico comunista - representam uma reorganização radical do espaço do leste asiático. Os crescentes investimentos dos chineses de Formosa, dos coreanos do sul e dos japoneses no território continental da China assinalam a integração de Pequim à esfera econômica polarizada por Tóquio. Os indícios de retomada das relações políticas e diplomáticas entre Japão e China abrem a possibilidade da emergência de um poderoso bloco supranacional asiático.

O Terceiro Mundo funcionou, por muito tempo, como um conceito crucial na reflexão e na prática didática da geografia. Ele representou uma tentativa de cartografar a pobreza, definindo seus contornos em escala global. A nova ordem

mundial assinala a fragmentação do Terceiro Mundo em espaços periféricos, que tendem a se integrar marginalmente aos megablocos econômicos. Os "Dragões Asiáticos" e os países pobres da Ásia meridional funcionam como áreas de transbordamento dos capitais japoneses. A Europa do leste e do sul, bem como a África do norte, associa-se ao núcleo próspero da Europa centro-ocidental. A América Latina entrelaça seu destino ao da América do Norte.

A nova ordem mundial ergueu-se sobre uma revolução tecnocientífica que reorganiza o alocamento dos capitais no espaço geográfico. A crise das velhas regiões urbanas e industriais desenvolve-se paralelamente à emergência de eixos de crescimento econômico apoiado em novas tecnologias industriais, nas finanças e nos serviços. Nesse movimento, a pobreza dissemina-se por toda a superfície do globo, avançando sobre as fronteiras do Primeiro Mundo e instalando-se no coração dos Estados Unidos e da Europa ocidental. No mundo todo, microespaços de prosperidade convivem com cinturões envolventes de pobreza e desemprego. Vastas regiões da África Subsaariana, América Latina e Ásia meridional conhecem as tragédias associadas à miséria absoluta. A nova ordem mundial não é mais estável ou segura que a ordem da Guerra Fria. Se o espectro da catástrofe nuclear parece ter sido afastado, novos demônios tomaram-lhe o lugar. A emergência dos nacionalismos e da hostilidade étnica, o ressurgimento do racismo e da xenofobia e a multiplicação dos conflitos localizados evidenciam a componente de instabilidade introduzida pela decadência das velhas super-potências. O século vindouro não promete um mundo melhor para se viver que o século que se encerra". Globalização

Analisando o espaço mundial neste final de século, podemos constatar que há um processo de globalização econômica em desenvolvimento. Tal processo é fundamentado na abertura das economias nacionais para a livre circulação de produtos e capitais, bem como na regionalização das relações econômicas, através das grandes alianças comerciais, os chamados blocos econômicos. O papel dos países na economia globalizada varia de acordo com o seu nível de desenvolvimento econômico e tecnológico. Por terem maior riqueza econômica, por dominarem as tecnologias mais avançadas e por sediarem as grandes empresas transnacionais, os chamados países desenvolvidos detêm o poder de decidir sobre questões de âmbito mundial, tanto econômicas quanto políticas. Geralmente usam esse poder para obter maiores vantagens em relação aos benefícios que os países menos desenvolvidos podem colher, com o atual processo de abertura econômica. A globalização não torna o espaço mundial mais homogêneo; ao contrário, acentua as desigualdades, tanto entre os países como entre os segmentos ou classes sociais. Nesse sentido, para o entendimento da chamada nova ordem mundial, devemos considerar a grande heterogeneidade da organização do espaço mundial, avaliando-se as características das formações econômico-sociais dos países desenvolvidos,

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sub-desenvolvidos e daqueles que ingressaram recentemente na economia de mercado.

Especialistas defendem "globalização alternativa"nas cidades No Forum Social Mundial realizado no mês de janeiro em Porto Alegre - RS em

defesa de Globalização Alternativa, seus representantes disseram que as cidades consideradas globalizadas na América Latina, como São Paulo, Buenos Aires e Cidade do México, apresentam as maiores diferenças sociais e por isso devem trabalhar para construir uma globalização alternativa.

"As políticas neoliberais mostraram sua incapacidade de resolver os problemas sociais", disse na segunda-feira o mexicano Cuauhtemoc Cárdenas Solórzano, ex-governador do Distrito Federal do México.

"O Estado tem de recuperar sua responsabilidade social e assumir a sua responsabilidade de combater a pobreza", defendeu Cárdenas, um dos principais líderes da esquerda no seu país, que participou da mesa redonda sobre "como construir cidades sustentáveis".

Para o professor de Planejamento Urbano Peter Marcuse, da Universidade de Columbia, que também integrou a mesa, a globalização em si não é um problema, mas sim a sua atual forma.

"O Vale do Silício, exemplo freqüente de região globalizada, é um lugar que tem mais miseráveis que milionários", disse.

Os participantes defenderam que os serviços públicos e de infraestrutura devem permanecer sob responsabilidade do Estado. "As empresas trabalham para obter mais lucro e não para satisfazer a necessidade das pessoas", disse Marcuse, um dos poucos norte-americanos a participar do evento.

A ex-secretária de Habitação de São Paulo, Hermínia Maricato, que presidia a mesa, disse que "uma série de necessidades não é resolvida pelo mercado".

Um exemplo seria a questão da habitação. De acordo com ela, dos 4,4 milhões de novas moradias construídas no Brasil de 1995 a 1999, 3,7 milhões estavam fora da lei e só 700 mil foram feitas dentro das regras de mercado. "São territórios sem lei. Verdadeiras bombas sócio-ecológicas", afirmou. O Comércio na Economia Global

Desde o final da Segunda Guerra, o processo de mundialização se intensificou, devido aos avanços das relações comerciais. A necessidade de reconstrução econômica levou os países europeus a desenvolver novos eixos de exportações e importações, além de aprimorar os já existentes. A própria guerra havia demonstrado a intensidade da interdependência mundial, e essa mesma consciência foi a responsável pela criação da ONU. O comércio internacional é a principal fonte de divisas para um país, e o objetivo é manter a balança comercial favorável, ou seja, exportar mais do que se importa. O mesmo se aplica à chamada balança de pagamentos, um indicador mais abrangente que a balança comercial, pois, além das trocas comerciais, envolve a troca internacional de serviços, como empréstimos e

pagamento de royalties, que são os direitos sobre o uso de marcas. Com a acelerada internacionalização da economia nas últimas décadas, no entanto, as barreiras alfandegárias na maior parte das vezes representam um obstáculo ao desenvolvimento do capitalismo. As grandes empresas, principalmente as transnacionais, necessitam de espaços cada vez maiores, pelos quais possam fazer circular livremente bens, serviços e capitais.

As recentes mudanças do comércio internacional sob os moldes da globalização têm alguns aspectos que merecem destaque: Um deles é o fato de que os países subdesenvolvidos, tradicionalmente exportadores de matérias-primas, têm investido mais nos manufaturados. Outro aspecto é a formação de alianças entre alguns países para facilitar o trânsito de mercadorias. Um terceiro fato é o aumento do volume de trocas resultante da queda de barreiras políticas. Também merece análise a constatação de que nem todas as regiões do mundo se beneficiam igualmente do novo comércio internacional.

No atual contexto de grandes transformações - aumento do volume de transações comerciais, aceleração tecnológica e importância do investimento em pesquisa, desenvolvimento e educação -, o contraste entre as economias subdesenvolvidas exportadoras preferencialmente de matérias-primas e aquelas que exportam grande quantidade de manufaturados se torna ainda mais visível.

A divisão internacional do trabalho tende a se modificar nos próximos anos, sob a influência de fatores como:

abertura ao mercado internacional, com a eliminação de barreiras protecionistas; distribuição internacional do trabalho especializado;

capacidade de investimento em infraestrutura; e avanço das inovações tecnológicas, com a queda dos custos de comunicações.

NeoliberalismoO neoliberalismo é a corrente de pensamento ou a teoria que fundamenta e dá

direção às decisões políticas dos governos da América Latina, da Europa, dos Estados Unidos e dos países que antes da queda do muro de Berlim, formavam a União Soviética. Esta é a razão por que se diz que as políticas neoliberais são as principais responsáveis pelo empobrecimento geral e pela exclusão dos mais empobrecidos. Neo significa Novo e Liberalismo é a ideologia que justifica e defende os princípios do capitalismo, baseado na propriedade privada e na liberdade de imprensa. Isto significa que o Estado (poder político) não pode intervir na economia. Significa, também, a liberdade de pensamento, o individualismo.

Essa ideologia chama-se neoliberalismo porque retoma os fundamentos do liberalismo, pensamento social e econômico, que surgiu na Europa, no final do século XIX e que viabilizou o desenvolvimento e a expansão do capitalismo pelo mundo. O neoliberalismo nasceu logo depois da segunda guerra mundial, na região da Europa e da América do Norte, onde imperava o capitalismo. Foi uma reação

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teórica e política contra um outro modelo teórico, chamado de estado do bem-estar social, adotado pelos governos dessas regiões, para fortalecer a sociedade capitalista que havia sofrido fortes revezes no período anterior à guerra e durante esse conflito bélico.

Esse modelo, também chamado de Keynesianismo, em homenagem ao principal teórico desse pensamento, argumentava que o setor privado não é capaz por si só de garantir a estabilidade da economia. Que o fortalecimento da economia capitalista se daria com a integração de toda a sociedade na produção, na distribuição e no consumo dos bens produzidos. Para isso, defendia o trabalho e salário para todos e preços justos para os produtos agrícolas. Além disso defendia a organização das categorias profissionais através das associações e sindicatos. Com base nessa teoria, o mundo capitalista alcançou, no pós-guerra, extraordinário desenvolvimento econômico e social. Porém, nos países do Terceiro Mundo, não. Aqui o desenvolvimento social permaneceu subordinado ao crescimento econômico e este, apenas beneficiou setores da economia e da sociedade brasileira. A chegada da grande crise do modelo econômico do pós-guerra em 1973, quando todo o mundo avançado caiu numa longa e profunda recessão, combinando baixas taxas de crescimento com altas taxas de inflação, mudou tudo. Os capitalistas e seus aliados foram buscar apoio para garantir o êxito de seus negócios na teoria liberal. Os principais representantes são o norte americano Milton Fridmann, o austríaco F. Von Hayek e a Escola de Chicago (Universidade de Chicago), dos Estados Unidos.

O neoliberalismo interpreta a atual crise econômica como resultado de excessiva presença e intervenção do Estado na economia. Além disso, "as raízes da crise, afirmavam Huek e seus companheiros, estavam localizados no poder excessivo e nefasto dos sindicatos e, de maneira mais geral, do movimento operário, que havia corroído as bases de acumulação capitalista, com suas pressões reivindicatórias sobre os salários e com sua pressão parasitária para que o Estado aumentasse cada vez mais os gastos sociais". O remédio, então, era claro: manter o Estado forte sim, em sua capacidade de romper o poder dos sindicatos e no controle do dinheiro, mas fraco em todos os gastos sociais e nas intervenções econômicas. A estabilidade monetária deveria ser a meta suprema de qualquer governo. Para isso seria necessária a contenção dos gastos públicos com o bem-estar e a quebra dos sindicatos.

As Metas Neoliberais têm como objetivo o fortalecimento da ordem capitalista, agrupadas em dois blocos: A privatização e a liberalização da economia. O desaparecimento dos programas sociais, tais como: seguridade social, construção de moradias, leis do salário mínimo, legislação a favor dos sindicatos, impostos sobre as importações, controle dos preços sobre os produtos da cesta básica, subsídios... Para Hakey e seus seguidores, o sacrifício de uma parte da população para que os outros possam viver melhor é uma regra ética.

Os princípios neoliberais, orientando a política econômica brasileira, sobretudo

a partir do governo Collor, contribuíram para o aumento da pobreza do povo brasileiro, aprofundando a desigualdade. A riqueza cresceu, concentrando-se em poucas mãos. O problema da dívida externa pressionou o FMI, o Banco Mundial e os governos dos países que nos emprestaram dinheiro, como os EUA, de maneira que os ajustes estruturais da economia permitissem implantar os propósitos neoliberais. McDonald´s x Globalização

Representantes do McDonald's que participavam em Davos na Suíça do Fórum Econômico Mundial, afirmaram que - O McDonald´s Corp vem sendo considerado injustamente por seus críticos como um símbolo da globalização.

"Acho que vocês têm razão ao dizerem que o McDonald´s é apresentado frequentemente como um símbolo da globalização por grupos contrários ao processo", afirmou Jack Greenberg, presidente e diretor executivo da empresa em resposta a uma pergunta feita no Fórum.

"Mas, na verdade, isso é um absurdo. Nós somos provavelmente a última empresa que deveria ser escolhida para servir como tal símbolo. Somos um amálgama de pequenos negócios operados localmente", afirmou.

Os manifestantes antiglobalização atacam com frequência as unidades do McDonald´s. No fórum do ano passado em Davos, Suíça, 2000 ativistas quebraram as vitrines de carros estacionados em uma lanchonete do McDonald's.

A Justiça francesa condenou a três meses de prisão o ativista José Bové em setembro passado, depois de ele ter invadido uma unidade do McDonald´s para protestar contra as taxas norte-americanas que incidem sobre a comida européia exportada.

A escolha pelo McDonald´s, segundo Greenberg, era uma "questão de publicidade".

"Detesto ser tão cínico, mas algumas pessoas envolvidas no ataque à globalização já disseram longe das câmeras saber que atacar os McDonald´s não é apropriado em vista do modo como administramos nossos negócios. Mas essa, segundo afirmaram, é a única maneira de colocarem uma foto no The New York Times", declarou o executivo.

Greenberg afirmou que a globalização é como o clima. "Não é algo que possamos mudar", disse. Nike x Trabalho infantil

Em janeiro, na cidade de Phnom Pehn - a gigante americana dos calçados e roupas esportivas Nike cancelou um contrato com uma fábrica de roupas no Camboja porque ela empregava uma operária menor de idade.

"A empresa alega que não tolera mão-de-obra menor de idade", definindo menor de idade como sendo menor de 16 anos.

A Nike já advertira a fábrica, a June Textiles, no mês anterior por uso excessivo de horas extras.

A Nike descobriu que a June Textiles empregava funcionários menores de

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idade ao ser entrevistada para o documentário "Panorama", da televisão BBC. O contrato com a Nike representava 9 por cento dos negócios totais da June

Textiles, segundo Iwaniuk. A Nike e algumas outras empresas de artigos esportivos vêm sendo alvo de

críticas nos últimos anos por parte de ativistas dos direitos humanos que as acusam de não fazer o suficiente para melhorar as condições de trabalho nas fábricas no Terceiro Mundo em que são manufaturados seus produtos. Blocos EconômicosUnião Européia - Nascida por volta dos anos 50 e tendo como nomes, Mercado Comum Europeu ou Comunidade Econômica Européia, foi uma associação pioneira. Foi com o exemplo desta união que deu origem a outros mercados econômicos internacionais. A Comunidade Européia foi constituída em seu início por doze países: Alemanha, França, Espanha, Itália, Bélgica, Portugal, Grécia, Luxemburgo, Países Baixos, Reino Unido, Irlanda e Dinamarca. Já agora, em 1995, foram aceitos a Áustria, a Finlândia e a Suécia, ampliando o antigo número, agora, para quinze.

Todos os países que estão neste mercado, abriram suas fronteiras alfandegárias sendo que os países restantes podem vender suas mercadorias em qualquer destes, sem pagar nenhum imposto. Sucessivos tratados foram negociados para uma unificação na economia e também, em parte, na política avançando enormemente. Sendo que áreas mais atrasadas neste bloco estão recebendo apoio por parte dos outros integrante para que haja desenvolvimento, num todo; e é claro tendo um segredo para todo este sucesso, que é, um grande mercado consumidor de 360 milhões de pessoas.

Com a unificação da Europa, as empresas estão ocupando um mercado mais amplo, fazendo até fusões com empresas de outros países deste bloco. E com essa unificação, o conceito de cidadania mudou junto, já que um belga pode fazer um seguro na Itália, um alemão pode comprar um carro inglês do mesmo preço que se é praticado neste país e um espanhol pode abrir a filial de sua firma na Holanda. Um porém nesta unificação é que os países dela compostos, devem dar prioridade aos produtos que são fabricados dentro da união, como é o caso da Grã-Bretanha que deixou de comprar lã da Austrália e Nova Zelândia para dar este direito aos italianos e dinamarqueses, mesmo seus preços sendo mais elevados. Um dos maiores problemas existentes nesta união são a mão-de-obra desempregada, que hoje contém 19 milhões de pessoas.

Tratado de Maastricht ; Assinado em dezembro de 1991, em Maastricht (Holanda), prevê um mercado interno único e um sistema financeiro e bancário comum com moeda própria o euro , que deverá entrar em circulação a partir de 1999. Também fica garantida a cidadania única aos habitantes dos países do bloco. O acordo lança ainda as bases de uma política externa e de defesa européias. A União da Europa Ocidental (UEO) será o braço armado da UE e agirá em sintonia com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar ocidental

liderada pelos EUA. Na questão social, ficam definidos quatro direitos básicos: livre circulação, assistência previdenciária, igualdade entre homens e mulheres e melhores condições de trabalho. Além disso, serão unificadas as leis trabalhistas, criminais, de imigração e as políticas externas dos países membros. Após sua assinatura, o Tratado é submetido à aprovação da população de cada país membro por meio de plebiscitos nacionais ou votações indiretas. Nafta - Como os EUA não têm mais concorrência com a União Soviética e com o objetivo de desenvolveram suas empresas para que sobrevivam, nasceu em 1992 o NAFTA -North American Free Trade Agreement (Acordo de Livre Comércio da América do Norte) reunindo EUA, Canadá e México para consolidar um comércio regional já intenso.

Prevê-se, como objetivo, que daqui à quinze anos, serão eliminadas todas as barreiras existentes entre estes três países fazendo, com que, dinheiro e mercadorias circulem livremente em toda esta área de acordo. Juntos eles somam cerca de 372 milhões de habitantes que compreendem consumidores de poder de compra elevado.

O NAFTA não prevê acordos nos quais não estão contidos a livre circulação de trabalhadores em busca de melhores condições e lugares e também numa unificação total da economias dos países pertencentes, e sim em um acordo que se forme uma zona de livre comércio para a atuação e proliferação das empresas em um espaço protegido.

Este bloco econômico está esbarrando em muitas diferenças sociais que, como maior exemplo o México possui em relação aos outros integrantes, o que dificulta muito e causa descontentamento em alguns sindicatos dos EUA, pois ao mesmo estão preocupados com a possibilidade de algumas fábricas mudarem-se para o México deixando a mão-de-obra, em lugares dos EUA, desempregada.

O NAFTA também está interessado, é claro, em proteger os produtos ali fabricados, colocando uma taxa de importação sobre alguns produtos tornando-os menos atraentes para os consumidores desses três países.

APEC - A Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec) é um bloco econômico formado para promover a abertura de mercado entre 20 países e Hong Kong (China), que respondem por cerca de metade do PIB e 40% do comércio mundial. Oficializada em 1993, pretende estabelecer a livre troca de mercadorias entre todos os países do grupo até 2020. Membros - Austrália, Brunei, Canadá, Indonésia, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas Cingapura, Coréia do Sul, Tailândia, EUA (1989); China, Hong Kong (China), Taiwan (Formosa) (1991); México, Papua Nova Guiné (1993); Chile (1994); Peru, Federação Russa, Vietnã (1998). ASEAN - A Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) surge em 1967, na Tailândia, com o objetivo de assegurar a estabilidade política e de acelerar o processo de desenvolvimento da região. Hoje, o bloco representa um mercado de 510 milhões de pessoas e um PIB de 725,3 bilhões de dólares. A eliminação das

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barreiras econômicas e alfandegárias entrará em vigor no ano 2002. Em 1999, a Asean admite como membro o Camboja.Membros - Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura, Tailândia(1967); Brunei (1984); Vietnã (1995); Miramar, Laos (1997); Camboja (1999). CARICOM - O Mercado Comum e Comunidade do Caribe (Caricom), criado em 1973, é um bloco de cooperação econômica e política formado por 14 países e quatro territórios. Em 1998, Cuba foi admitida como observadora. O bloco marca para 1999 o início do livre comércio entre seus integrantes.Membros - Barbados, Guiana, Jamaica, Trinidad e Tobago (1973); Antígua e barbuda, Belize, Dominica, Granada, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, São Cristóvão e Névis (1974); Suriname (1995); Bahamas torna-se membro em 1983, mas não participa do mercado comum. O Haiti é admitido em julho de 1997, porém suas condições de acesso ainda não foram concluídas. Territórios: Montserrat (1974); ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Turks e Caicos (1991); Anguilla (1999). CEI - A Comunidade dos estados Independentes (CEI) é uma organização criada em 1991 que reúne 12 das 15 repúblicas que formavam a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Ficam de fora apenas três países bálticos: Estônia, Letônia e Lituânia. Organiza-se em uma confederação de Estados, que preserva a soberania de cada um. A comunidade prevê a centralização das Forças Armadas e o uso de uma moeda comum: o rublo.Membros - Armênia, Belarus, Cazaquistão, Federação Russa, Moldávia, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão, Ucrânia, Uzbequistão (1991); Georgia, Azerbaijão (1993). MERCOSUL - Criado em 1991, o mercado Comum do Sul (Mercosul) é composto de Argentina, Brasil, Venezuela, Paraguai e Uruguai, nações sul-americanas que adotam políticas de integração econômica e aduaneira. A origem do Mercosul está nos acordos comerciais entre Brasil e Argentina elaborados em meados dos anos 80. No início da década de 90, o ingresso do Paraguai e do Uruguai torna a proposta de integração mais abrangente. Em 1995, instala-se uma zona de livre comércio. Cerca de 90% das mercadorias fabricadas nos países -membros podem ser comercializadas internamente sem tarifas de importação. Alguns setores, porém, mantêm barreiras tarifárias temporárias, que deverão ser reduzidas gradualmente. Além da extinção de tarifas internas, o bloco estipula a união aduaneira, com a padronização das tarifas externas para diversos itens. Com uma área total de quase 12 milhões de km²  ,O Mercosul cuja estrutura física e administrativa esta sediada em Montevidéu, tem um mercado potencial de 220 milhões de consumidores e um PIB de 1,1 trilhão de dólares. Se considerarmos que, no decorrer do século 21, a água será um elemento estratégico essencial, é importante destacar que dentro do Mercosul estão as duas maiores bacias hidrográficas do planeta: a do Prata e a da Amazônia.CAFTA-DR - Central American Free Trade Agreement- Dominican Republic -

Apesar de o Brasil não participar diretamente do acordo, a aprovação do tratado pode beneficiar o país, pois o açúcar brasileiro ganharia competitividade com a eventual eliminação de cotas de importação ao produto nos EUA.O Cafta envolve, além dos EUA, Costa Rica, El Salvador, Nicarágua, Honduras, Guatemala e República Dominicana. PACTO ANDINO - Bloco econômico instituído em 1969 pelo Acordo de Cartagena - seu nome oficial - com o objetivo de aumentar a integração comercial, política e econômica entre seus países-membros. Também é conhecido como Grupo ou Comunidade Andina.

Membros: Bolívia, Colômbia, Equador e Peru (1969); Venezuela (1973). O Chile sai em 1976.O Panamá participa como observador. SADC - A Comunidade da África Meridional para o Desenvolvimento (SADC) é estabelecida em 1992 para incentivar as relações comerciais entre seus 14 países-membros, com o objetivo de criar um mercado comum e também promover esforços para estabelecer a paz e a segurança na conturbada região.Há planos de adotar uma moeda comum em 2000.

Membros: Angola, África do Sul, Botsuana, Lesoto, Malauí, Maurício, Moçambique, Namíbia, República Democrática do Congo, Seicheles, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue. OS NICs - NOVOS PAÍSES INDUSTRIALIZADOS

A partir dos anos 50, passou a ocorrer uma intensificação no processo de expansão das multinacionais em direção a diversas regiões do mundo. Com esse processo, a produção industrial, até então concentrada na Europa, no Japão, nos Estados Unidos e no Canadá, passou a se disseminar por vários países.

Num primeiro momento, os países subdesenvolvidos que mais receberam filiais das multinacionais foram Brasil, Argentina, México e África do Sul, todos com grande mercado consumidor e com capacidade de processamento de algumas matérias-primas necessárias às multinacionais. Posteriormente, a partir de meados da década de 60, tal processo de expansão das multinacionais e disseminação da atividade industrial atingiu a Coréia do Sul, Taiwan, Hong Kong e Cingapura. Todos esses países que passaram por um processo de industrialização mais intensa após a década de 50 recebem a denominação de NICs (Newly Industrialized Countries). Mais recentemente ainda, a partir dos anos 80, outros países do sudeste asiático começaram a ter, gradativamente, a indústria como um setor importante da economia. É o caso da Malásia, da Tailândia e da Indonésia.

Se observarmos em um mapa, as áreas de maior concentração industrial não se restringem mais aos países desenvolvidos do hemisfério Norte. Fora das regiões tradicionalmente industrializadas da Europa, da América do Norte e do Japão, surgiram várias outras: no sudeste do Brasil; nas regiões em torno de Buenos Aires e da Cidade do México; em Pretória e em Johannesburgo, na África do Sul; no leste da China; no sudeste da Ásia e nos tigres asiáticos.

As trajetórias da industrialização dos NIC's não foram as mesmas, mas se apoiaram em políticas industriais nas quais a participação do Estado foi decisiva.

No caso dos países latino-americanos, como Brasil, México e Argentina, a industrialização baseou-se na substituição de importações e posteriormente na internacionalização do mercado.

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Nas principais crises econômicas mundiais do século XX, particularmente na de 1929, os países da América Latina viram-se impossibilitados de importar as mercadorias fabricadas no mundo industrializado. Além disso, diante da conjuntura desfavorável à exportação de produtos agrícolas não-essenciais, os investimentos passaram a se destinar à produção local de manufaturados. Os bens de consumo que antes eram importados passaram a ser produzidos pelas antigas nações importadoras. Daí o nome dado ao processo de industrialização desses países: ISI (Indústria Substitutiva de Importação).

Após a década de 50, as práticas substitutivas apoiaram-se na internacionalização do mercado. Brasil, Argentina e México atraíram os investimentos internacionais como forma de acelerar o desenvolvimento industrial.

As políticas industriais de atração dos investimentos estrangeiros ofereciam mão-de-obra barata, investimentos estatais em infra-estrutura de transporte, energia e processamento de matérias-primas essenciais à instalação industrial. Os incentivos fiscais, a participação nos mercados internos sem a necessidade de transpor barreiras alfandegárias, e a facilidade de remessa de lucros eram atrativos tentadores às empresas estrangeiras.

O caminho seguido pelos NIC's asiáticos foi diferente. A estratégia industrial traçada por Taiwan, Cingapura, Coréia do Sul e Hong Kong apoiou-se na IOE (industrialização Orientada para a Exportação). As multinacionais que se estabeleceram nesses países, e mesmo as empresas nacionais, tinham como objetivo principal o comércio externo. Daí a expressão plataformas de exportação para designar os tigres asiáticos.

Enquanto na ISI foi preponderante a participação do capital norte-americano e do europeu, no caso da IOE, a principal fonte de investimentos foi o capital japonês.

O crescimento econômico dos tigres foi alicerçado na associação entre as empresas privadas e o governo, que garantiu proteção às empresas nacionais por meio de barreiras alfandegárias e criou os mecanismos legais de incentivos às exportações e aos investimentos estrangeiros. Além disso, investiram na educação e, conseqüentemente, na qualificação da mão-de-obra.

No entanto, todo o processo de evolução econômica e industrial foi traçado sob um regime ditatorial, com exceção de Hong Kong. A liberdade de imprensa e de expressão e as eleições livres não faziam parte do dia-a-dia dos habitantes desses países.

Durante a década de 70, os tigres asiáticos apresentaram taxas de crescimento econômico próximas de 10% ao ano e, na década de 80, próximas de 7,5%. Nos primeiros anos da década de 90, passou a ocorrer uma desaceleração do crescimento econômico. Mesmo assim, as taxas desses países são superiores às apresentadas pelas nações mais industrializadas do globo.

A passagem de economias predominantemente agrícolas para países industrializados e com parques industriais diversificados, no curto período de duas décadas, evidentemente acontece em ritmo de crescimento econômico bastante acelerado. Atingindo tal grau de industrialização, é natural que o ritmo de crescimento passe a. ser menor. Como se pode observar no gráfico, é o que acontece com os tigres asiáticos.

 O novo eixo de prosperidade do Pacífico É ainda muito cedo para que se aceite a afirmação de que o grande centro

econômico do século XXI seja a região do Pacífico, sob a liderança do Japão. Entretanto, o ritmo de crescimento industrial e a capacidade dos investimentos

japoneses têm indicado forte liderança dessa região, na nova ordem mundial que se está esboçando.

Atualmente, em volume de depósito, os dez maiores bancos do mundo são japoneses. E entre os dez maiores conglomerados financeiros mundiais nove são japoneses. Até meados dos anos 60, não aparecia nenhum banco japonês entre os cinqüenta maiores.

O Japão é, sem dúvida, o expoente máximo de uma região que, nos últimos 30 anos, tem conquistado inigualável crescimento econômico: o leste e o sudeste da Ásia, na região do Pacífico. No início da década de 90, enquanto a economia mundial assegurava míseros 0,3% de crescimento econômico, essa região do Pacífico expandia-se na ordem de 5,8%.

As exportações dos quatro tigres passaram de 2 bilhões de dólares, em 1960, para mais de 377 bilhões, em 1993. Na pauta de exportações, predominam os produtos eletroeletrônicos (televisores, videocassetes, aparelhos de som, fornos de microondas), acessórios para computadores e telecomunicações, tecidos sintéticos, roupas, plásticos e veículos.

A China, com 20% da população da Terra, caminha a passos largos para transformar seu mercado potencial num grande mercado de Consumo. Na década de 80, obteve as maiores taxas de crescimento econômico. É claro que essas taxas têm validade relativa, já que a base anterior da economia era muito baixa e o modelo de desenvolvimento industrial chinês ainda está baseado na utilização de mão-de-obra barata e no baixo índice tecnológico.

Em meados da década de 90, surgiram várias denúncias de que parte dos produtos industrializados chineses, que têm conquistado o mercado mundial devido aos baixos preços e não à boa qualidade, são fabricados em campos de concentração com a utilização de mão-de-obra, a custo zero, de prisioneiros que trabalham os 7 dias da semana.

Nestas duas últimas décadas, juntamente com o Japão e a China, os tigres formaram um importante pólo econômico no extremo oriente da Ásia.

A Coréia do Sul possui empresas conhecidas mundialmente, como a Sansung (computadores, eletroeletrônicos), a Hyundai e a Daewoo (automóveis). Vários setores industriais têm hoje destaque na economia coreana: construção naval, brinquedos, eletroeletrônicos, computadores, relógios e outros.

Hong Kong, além de um setor de bens de consumo bastante diversificado, está entre os maiores centros financeiros internacionais e seu porto é o terceiro entreposto Comercial do mundo.

O desenvolvimento industrial de Taiwan e a forte penetração dos seus produtos no mercado externo fazem com que esta pequena ilha do Pacífico tenha uma das maiores reservas cambiais do mundo.

Cíngapura, cuja área é 68 vezes menor que a ilha de Marajó, exportou, por sua vez, 97 bilhões de dólares, em 1994, mais que o dobro das exportações brasileiras, que atingiram 44 bilhões de dólares no mesmo ano.

O crescimento econômico nesta região do Pacífico tem arrastado outros países: Tailândia, Malásia, lndonésia, Filipinas e Vietnã. A Tailândia, por exemplo, exporta hoje mais produtos têxteis e eletroeletrônicos do que arroz e borracha, seus tradicionais itens de exportação. Um aspecto importante do crescimento econômico desses países é o fato de os tigres asiáticos estarem entre os maiores investidores externos, aspecto que reforça o dinamismo econômico da região do pacífico.

 As ZEE'S [Zonas Econômicas Especiais)

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A China tem-se adaptado às grandes transformações econômicas mundiais de forma gradual. A introdução da economia de mercado está sendo feita pelo próprio PCC (Partido Comunista Chinês), em áreas determinadas pelo governo, que receberam a denominação de ZEEs (Zonas Econômicas Especiais).

As ZEEs foram idealizadas por Deng Xiao-ping e implantadas a partir de 1978. Elas se constituíram no modelo chinês para suplantar a estagnação econômica que, naquele momento, atingia o conjunto dos países socialistas e os afastavam, cada vez mais, do nível de desenvolvimento do mundo capitalista.

Nas cidades escolhidas para a criação dessas zonas de economia de mercado, abriram-se as portas para o investimento estrangeiro e estabeleceram-se medidas semelhantes às adotadas nos tigres asiáticos: baixos impostos, isenção total para a importação de máquinas e equipamentos industriais e facilidades para a remessa de lucros ao exterior. Além disso, as empresas que nelas se instalaram contam com a mão-de-obra mais barata do mundo, o que torna os preços dos produtos de baixo aporte tecnológico (têxtil, calçados e brinquedos) imbatíveis no mercado internacional.

A localização das ZEEs é estratégica. Estão situadas próximas às áreas litorâneas, a pouca distância dos outros grandes centros econômicos do Pacífico. Em 1992, o governo chinês criou 28 novas zonas de livre mercado, mais para o interior, ao longo do rio Yang-tse-kiang.

Entretanto, o desenvolvimento da economia chinesa irá encontrar pela frente uma série de obstáculos. De modo diverso ao que ocorreu no grupo dos quatro tigres, onde houve uma política governamental de investimento pesado em educação e em infra-estrutura básica, a China não tem caminhado nessa mesma direção. O índice de analfabetismo chinês atinge 73% da sua população e os estudantes universitários não chegam a 1,5 milhão, num país de 1,2 bilhão de habitantes.

O sistema portuário é bastante incipiente e a China não conta com estradas de rodagem e ferrovias adequadas à circulação de mercadorias, fundamentais à dinamização de seus mercados interno e externo. Consta que os últimos trilhos das ferrovias chinesas foram instalados há 7 décadas.

Os baixos salários constituem outra barreira à criação de um mercado interno forte. Embora existam mais de 400 milhões de pessoas na costa do Pacífico vivendo numa economia de mercado, o consumidor chinês é uma minoria privilegiada.

O alastramento das ZEEs e a introdução da economia de mercado na China elevaram os casos de corrupção. Muitos funcionários do Partido Comunista foram acusados de cobrar propina para autorizar viagens, mudanças de emprego e para fazer vistas grossas à gravidez, burlando o controle de natalidade.

O principal problema do modelo chinês é o fato de a abertura econômica não ter sido acompanhada pela abertura política. A liberdade de mercado não foi estendida às outras instâncias da vida social. Ainda é vedada à sociedade chinesa a liberdade cultural, de organização sindical e partidária, de expressão e de comunicação.

Em 1993, o país introduziu o capitalismo na Constituição, especificando que a China tem uma economia socialista de mercado.

ANOTAÇÕES:________________________________________________________________________________

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Apostila de Geografia – 2007

Parte II – REGIONAL e CONTINENTESEstados brasileiros

A divisão politico-administrativa no Brasil é constituída pela União, pelo Distrito Federal e pelos Estados e Municípios, todos autônomos segundo os termos da Constituição Federal de 1988.

O Brasil está dividido em de 26 estados e 1 Distrito Federal, encabeçam a hierarquia na divisão político-administrativa do país, sendo subdivididos em municípios. O município que abriga a sede de um estado denomina-se capital. 

Os Estados são agrupados em cinco regiões:   Região Norte: Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá, Tocantins, Pará e Acre

(45,2% do território brasileiro); Região Nordeste: Bahia, Sergipe, Alagoas, Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba,

Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas (compreende 18,2 % do território brasileiro);

Região Sudeste: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo (10,8 % do território brasileiro);

Região Sul: Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina (6,7 % do território nacional):

Região Centro-Oeste: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal (18,8 % do território nacional).

Fronteiras do BrasilLocalizado na porção centro-oriental do continente sul-americano e banhado a

leste pelo oceano Atlântico, o Brasil possui 23.086 km de fronteiras, sendo 7.367 km marítimas e 15.719 km terrestres. A fronteira com o oceano Atlântico estende-se da foz do rio Oiapoque, ao norte, na divisa do Amapá com a Guiana Francesa, até o arroio Chuí, ao sul, no limite do Rio Grande do Sul com o Uruguai. Com exceção do Chile e do Equador, todos os países da América do Sul fazem fronteira com o Brasil. Ao norte estão Guiana Francesa, Suriname, Guiana e Venezuela; a noroeste, Colômbia; a oeste, Peru e Bolívia; a sudoeste, Paraguai e Argentina; e ao sul, o Uruguai.

Policiamento e fiscalização: A Polícia Federal é a responsável pela vigilância das fronteiras brasileiras. Fazem parte de suas atribuições a fiscalização de entrada e saída de pessoas no país, o controle dos meios de transporte que fazem o tráfego internacional, e a investigação e o combate dos crimes nacionais ou transnacionais que ocorram ou tenham início na faixa de fronteira: o tráfico de drogas, de armas, de mulheres e crianças; furtos e roubos de veículos; crimes contra a fauna e a flora, como a exploração ilegal de madeira e a biopirataria.

Ao longo de toda a fronteira há apenas 23 postos oficiais de fiscalização da Polícia Federal, da Receita Federal e do Ministério da Saúde. Entre os muitos

problemas que as falhas na vigilância fronteiriça trazem ao Brasil estão os estrangeiros clandestinos no país, a entrada de drogas e armas e a evasão de divisas e riquezas nacionais. A falta de maior controle dos rios e do espaço aéreo da Amazônia possibilita que embarcações e aeronaves ilegais trafiquem drogas, armas e até animais silvestres.

O Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) – projeto que prevê o controle terrestre, aéreo e fluvial da região com base em informações e imagens obtidas por sistemas de radar – começa a ser implantado no segundo semestre de 1998 pela empresa norte-americana Raytheon Company. Previsto para entrar em funcionamento até 2002, ele deverá identificar pistas e vôos clandestinos, auxiliar no combate ao contrabando e ao narcotráfico, além de fazer o mapeamento dos principais problemas e das riquezas naturais da região.

No sul do país, uma das questões mais danosas é o contrabando e o tráfico de drogas e armas na fronteira do Brasil com o Paraguai. A Polícia Federal calcula que cerca de 40 mil pessoas atravessem diariamente a Ponte da Amizade – ligação entre a cidade brasileira de Foz do Iguaçu e a paraguaia Ciudad del Este – sem nenhum tipo de controle. Os principais produtos contrabandeados do Paraguai são bebidas, perfumes, cigarros e produtos eletrônicos. Eles chegam ao Brasil por meio dos sacoleiros (pessoas que compram e os revendem) e, em maior escala, transportados por caminhões ou avião.CONTINENTESEuropa, um continente em transformação

O continente europeu é conhecido como Velho Continente, esse nome é dado em razão de ter sido ocupado e organizado como sociedade há muito tempo. Em resposta a tudo isto ele sofreu muitas mudanças ao longo dos anos devido às guerras e conflitos gerados em seu território. Porém, uma das transformações políticas mais surpreendentes que ocorreram foi o fim da Guerra Fria (1989). 

Em conseqüência das duas Grandes Guerras (1ª e 2ª Guerras Mundiais) terem ocorrido em solo europeu, este continente teve que ser, muitas vezes, redesenhado para se atualizar com as mudanças entre as fronteiras dos países. Com a queda do regime socialista na ex-URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), atual Rússia, gerou a criação e demarcação de mais seis nações na Europa. Sem contar as divisões que houve entre os países que acompanharam o regime soviético. 

Com o passar dos anos ficou cada vez mais difícil compreender e saber ao certo como estava realmente o mapa europeu. Suas alterações fizeram com que os atlas fossem atualizados mais de uma vez ao ano. Isto refletiu numa busca pelo entendimento claro sobre a Europa e suas novas configurações.

Países como: Estônia, Letônia, Lituânia, Belarus, Ucrânia e Moldávia vieram à tona como novas nações européias e conhece-las se tornava essencial para acompanhar as mudanças do mundo, pois com a queda do Muro de Berlin, símbolo do final da Guerra Fria, registrava-se uma significativa alteração nas questões

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________políticas da Europa. Também não podemos nos esquecer que nesta mesma época houve a divisão da Thecoslováquia em dois países: a República Theca e Eslováquia, bem como a integração das duas "Alemanhas" (Ocidental e Oriental) em uma apenas. 

Ocorrido às transformações depois de 1989, surge outro conflito regional para desmembrar e redimensionar o território iugoslavo. Como este país mantinha o regime de ditadura até 1989 e com o fim deste sistema de governo que comandava o Estado com mãos de ferro, as diferenças internas começaram a se agitar, houve, então, um grande colapso entre os grupos étnicos, onde esta guerra ficou conhecida mundialmente como a Guerra da Iugoslávia (1991 -1995). Este conflito gerou grandes conseqüências tanto em baixas civis (e posteriormente a formação de campos de refugiados nos países vizinhos), bem como uma nova configuração regional na Iugoslávia, dividindo-a em cinco nações: Eslovênia, Croácia, Bósnia, Macedônia e a própria Iugoslávia, fazendo uma remodelação política nas Bálcãs.   Essas mudanças vieram para confirmar que o dinamismo no continente europeu sempre ocorreu. As novas divisões regionais e organização interna na Europa comprovam que as transformações estão bem compreendidas atualmente, sendo que hoje vigora uma nova alteração no espaço europeu: a formação da União Européia, que está em constante mudança e a cada ano se desenvolve e caracteriza uma visão totalmente inédita sobre a organização do continente e suas relações com as outras nações do mundo. Ou seja, acompanhar e entender suas alterações são de suma importância para ver um mundo dinâmico e coadunado com o espaço atual.Europa: Divisão Regional

Mesmo tendo a segunda menor extensão territorial do mundo, o continente europeu possui grandes diversidades espaciais ao longo da sua área. Formada por muitos países de espaços territoriais pequenos e médios, com exceção da Rússia (maior país do mundo), a Europa é palco de várias regionalizações caracterizadas pelas diferenças físicas e sócio-econômicas. Com uma grande história sobre as sociedades geradas neste continente, analisar cada nação européia requer sempre um trabalho complexo, pois necessitamos conhecer o seu passado para comprender suas questões atuais. Dessa forma, divide-se a Europa em seis regiões: Europa Nórdica, Europa Central, Península Ibérica, Leste Europeu, Península das Bálcãs e Países Bálticos. Europa Nórdica

Situada no extremo norte da Europa, os países Nórdicos são caracterizados por serem de alto padrão de vida social e economias estáveis. Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia fazem parte desta região, o que demonstra que problemas sociais não são temas desses países. Com índices de renda per capta entre US$ 19.000 (o valor mais baixo) até US$ 28.000, essas nações estão a anos-luz da realidade mundial. Particularmente, a Noruega recebeu este ano (2001) a

indicação da ONU (Organização das Nações Unidas) como país de melhor nível de vida do mundo, a partir dos indicadores sociais e econômicos (IDH). O padrão de vida nórdico chega a diferenciar-se do padrão europeu. Com pouca população e muito dinheiro circulando em seus territórios, esses países distribuem muito bem suas riquezas. No campo físico, a região é muito conhecida pelos fiordes noruegueses que estão na península Escandinava (Noruega e Suécia), enquanto que a ilha da Islândia, que situa-se bem afastada da massa continental européia, possui grandes processos vulcânicos por estar num falha tectônica. Outro fato interessante da Europa Nórdica, é o acontecimento do “sol da meia-noite” (no verão) e da aurora boreal (no inverno). Isto é possível em virtude da região estar localizada na proximidade do Pólo Norte (países setentrionais). Europa Central

Conhecida também como centro geoeconômico da Europa, por agrupar os países mais ricos e influentes em questões mundiais, essa região é na verdade o coração europeu em todos os sentidos. Esta área é formada por doze nações que são difundidas em todo o mundo como governantes da União Européia (UE), pois nesta região está localizada a sede da UE em Bruxelas, capital da Bélgica. Países como: Alemanha, Reino Unido, França e Itália, são grandes potências econômicas e também participam como membros do G-7 (Grupo dos Sete: os países mais ricos do mundo), e Áustria, Bélgica, Irlanda, Holanda, Luxemburgo, Liechtenstein, Suíça, Mônaco, San Marino e Vaticano dão suporte econômico para a União Européia. Os países dessa região possuem economias estáveis e bons níveis de vida. O território da Europa Central é caracterizado por diferentes formas de relevo, podemos encontrar desde extensas planícies (como na região dos Países Baixos – Holanda) até grandes montanhas, onde está localizado o Mont Blanc (Monte Branco) com 4.810 metros de altitude (ponto mais alto da Europa), situado na região dos Alpes, entre a França e a Itália.

Península Ibérica São três nações que compõem esta região: Andorra, Espanha e Portugal. Mas

nem por isso deixa de ter significativa importância para a Europa. Esses países (Espanha e Portugal) foram grandes potências na época da colonização das Américas, sendo que atualmente suas influências estão mais relacionadas com o continente europeu. Participam da União Européia desde a sua criação e são grandes produtores agrícolas na Europa por terem suas terras em latitude mais baixa, o que condiciona um clima mais quente do que outros países do continente. São grandes os atrativos turísticos da região, tanto suas famosas praias mediterrâneas, como pelas questões históricas. O relevo da região é muito peculiar, pois se tem áreas de montanhas (Serra Nevada) e extensas planícies e planaltos. O nome Ibérica provém da península em que se localizam essas nações.

Leste Europeu Com a maior extensão territorial das divisões regionais da Europa, o Leste

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Europeu é composto por países originados com o fim da Guerra Fria e com nações que faziam parte do bloco socialista da Europa. Em conseqüência deste fato, muitas nações estão sofrendo atualmente grandes crises econômicas por entrarem tardiamente no sistema capitalista, onde a tecnologia de ponta caminha junto com o poder do capital. Eles também se uniram para reunir forças e formaram a CEI (Comunidade dos Estados Independentes). Esta região é “liderada” pela Rússia, mas possui outras nações importantes e conhecidas: Polônia, Romênia, Hungria, República Theca, Ucrânia, Eslováquia, Moldávia, Belarus, Geórgia, Armênia e Azerbaidjão. No que se refere ao relevo local podemos citar os montes Urais, que fazem a divisão da Europa com a Ásia, e extensas planícies que são áreas agrícolas de suma importância para estes países. Península das Balcãs

Conhecida nos últimos anos como palco da Guerra da Iugoslávia, essa região está mergulhada em diversos problemas de ordem sociais e econômicos, onde Iugoslávia, Croácia, Bósnia-Herzegóvina e Macedônia levarão anos para se reestruturar internamente. Porém, Grécia, Bulgária, Eslovênia, Albânia e Turquia (parte européia) já não se encontram em situação tão precária, vale destacar que a Grécia é um país-membro da União Européia desde sua criação e possui índices sócio-econômicos muito diferentes de seus vizinhos. Em conseqüência da guerra, a região está muito desestruturada e necessita de ajuda financeira internacional. Por outro lado, observamos o turismo grego crescer a cada ano e se destacar no panorama mundial. Caracterizado por regiões montanhosas, as Balcãs possuem um relevo peculiar ao longo de sua extensão, encontrando planícies somente no norte desta região. Países Bálticos

Tendo o menor território de todas as regiões da Europa, os Países Bálticos são formados por três nações provindas do extinto mundo socialista: Estônia, Letônia e Lituânia. Vale lembrar que esta região possui este nome em razão do mar que banha essas três nações, o Mar Báltico. Estes países conseguiram sua independência com o fim da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) e em respaldo a este fato se encontram muito atrasados para o sistema capitalista, que gerou uma busca pela modernização nas empresas de celulose (papel) e pesqueiras. As três nações se uniram de tal forma que é muito difícil relacionar uma delas sem pensar na outra, isto pode ser explicado pela proximidade geográfica, cultural e

religiosa que elas possuem. A região é caracterizada por extensas planícies, mas também é composta por montanhas em seu interior. Europa Nórdica Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia Europa Central Alemanha, Áustria, Bélgica, França, Holanda, Irlanda, Itália,

Liechtenstein, Luxemburgo, Mônaco, Reino Unido, San Marino, Suíça e Vaticano

Península Ibérica Andorra, Espanha e Portugal Leste Europeu Armênia, Azerbaidjão, Belarus, Eslováquia, Geórgia,

Hungria, Moldávia, Polônia, República Theca, Romênia, Rússia e Ucrânia,

Península das Balcãs Albânia, Bósnia-Herzegóvina, Bulgária, Croácia, Eslovênia, Grécia, Iugoslávia, Macedônia e Turquia (parte européia)

Países Bálticos Estônia, Letônia e Lituânia

Ásia: suas divisões internas

O maior continente do mundo possui uma divisão bem diferenciada. São seis regiões que compõem à Ásia, delimitando as áreas geoeconômicas do continente asiático: Ásia Central, Extremo Oriente, Norte da Ásia, Oriente Médio, Sudeste Asiático e Sul da Ásia.

Ásia Central

Situada na região central da Ásia, esta área não possui ligação com nenhum oceano, portando essa fator condiciona esses países a um grande limite exportador e menores chances de se classificarem como países exportadores da Ásia, até porque suas economias são instáveis e relativamente as mais fracas deste continente. Problemas políticos, econômicos e culturais fizeram desta região da Ásia uma área muito isolada do mundo. Fazem parte desta região o Cazaquistão, Usbequistão, Turcomênia, Quirguízia, Tadjiquistão e Afeganistão. Mas, este último país fez com que o mundo norteasse sua atenção para o território afegão, em virtude dos ataques terroristas iniciados no dia 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. A partir deste momento o mundo quis saber que nações formavam esta região inóspita da Ásia e de que maneira poderia se chegar até o Afeganistão para contra-atacar os terroristas que se escondem e dominavam o Afeganistão. Em conseqüência, estes países ganharam grande importância para o mundo ocidental, tornando essa região uma importante área geoestratégica.

Extremo Oriente

Composto por países com grande semelhança cultural, China, Coréias (Coréia do Sul e Coréia do Norte) e Japão formam o Extremo Oriente asiático. Estabelecido como

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________uma das regiões mais ricas do mundo, em função do Japão ser a segunda maior potência econômica mundial, esses países estão passando por profundas modificações. A China está fazendo a grande abertura do seu mercado interno, que possui a maior população do planeta (consumidores) que é de 1 bilhão e 300 milhões de habitantes. As Coréias (Coréia do Sul e do Norte) estão em fase de reunificação territorial, econômica e cultural, depois de décadas separadas. E o Japão está numa grave crise econômica para um país desenvolvido economicamente, onde gera recessões em seu mercado interno e nas suas exportações. Esta região ocupa uma grande área da Ásia e é caracterizada por apresentar desde desertos, como o de Gobi (China), até vulcões, como o Fuji (Japão).

Norte da Ásia

Com a maior área territorial das regiões asitáticas, o Norte da Ásia é composta por dois países apenas: a Rússia (parte asiática) e Mongólia. A primeira nação é amplamente conhecida no mundo todo, principalmente depois da 2ª Guerra Mundial, quando seu nome era URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Atualmente a Federação Russa ou Rússia representa como grande nação do mundo, em todos os sentidos, pois já fez frente com os Estados Unidos na questão econômica e militar. Enquanto que a Mongólia é um país muito desconhecido do mundo, pois não apresenta grande importância econômica para o globo.

Oriente Médio

Esta região é muito marcada pelos conflitos entre mulçumanos e judeus, principalmente em Israel, mas também possui conflitos entre os próprios mulçumanos (sunitas contra xiitas). Todos os países desta região são da cultura islâmica, com exceção de Israel (Estado judeu) e isso levou ao fato de ocorrer inúmeros conflitos e guerras. Arábia Saudita, Iêmen, Omã, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Bahrain, Kuwait, Iraque, Irã, Turquia, Síria, Chipre, Líbano, Jordânia e Israel são os países que compõem esta região. Os últimos conflitos mais intensos são entre os palestinos e judeus na Cisjordânia, Faixa de Gaza e Colinas de Golã (áreas israelitas contestadas). Com uma história de mais de 3 mil anos, o Oriente Médio sempre foi palco e centro de interesse dos povos em diversas épocas, seja por interesses religiosos (culturais) ou econômicos (petróleo), pois esta região é o berço de três grandes religiões do mundo (cristianismo, islamismo e judaísmo) e é o maior produtor de petróleo e gás natural do globo.

Sudeste Asiático

Localizado na península da Indochina e nas milhares de centenas de ilhas que formam diversos arquipélagos, essa região é caracterizada por apresentar grandes diferenças sócio-econômicas ao longo de seu território. O Sudeste Asiático é composto pelos países: Mianma, Tailândia, Laos, Vietnã, Camboja, Malásia,

Cingapura, Filipinas, Indonésia e Brunei. Muitas nações provêm de governos ditatoriais e por conseqüência disto estão atrasados em sua economia. Por outro lado, observar-se países em processo de desenvolvimento econômico, como é o caso da Cingapura, Malásia e Tailândia, sendo chamados de Tigres Asiáticos, mas ainda possuem inúmeros problemas sociais. Esses países também são conhecidos por terem mão-de-obra barata, o que levou a estas nações muitas empresas multinacionais estabelecerem filiais de produção.

Sul da Ásia

Formada pela Índia, Paquistão, Maldivas, Nepal, Butão, Bangladesh e Sri Lanka o Sul da Ásia é caracterizada por grandes problemas sociais, onde sua população sofre por diversas conseqüências da economia local e pela má distribuição de renda nestes países. A numerosa e crescente população do Sul da Ásia condiz a esta realidade, a Índia, por exemplo, será daqui alguns anos o país mais populoso do mundo, pois seu ritmo de crescimento vegetativo não para de aumentar. Dentre todas as nações desta região, a Índia é a que possui maior volume em sua economia, enquanto que as outras nações estão mergulhadas em grandes crises sócio-econômicas. A região também é atingida pelo efeito atmosférico natural chamado Monções, que transforma a área do sul da Índia e Bangladesh durante o inverno (seco) e verão (úmido), causando nesta última estação inúmeras enchentes. O Sul da Ásia também é amplamente conhecido em todo o mundo por possuir uma das maiores e mais impressionantes cordilheira do globo, o Himalaia. Nesta cadeia de montanhas localiza-se o pico Everest, com 8.848 mil metros de altitude, o ponto mais alto do mundo.África, a Diversidade num Continente

O continente africano é amplamente conhecido pelas suas belezas naturais, principalmente quando se refere à grandiosa vida selvagem. Porém, o que encontramos de imenso neste continente é uma enorme diversidade física e sócio-econômica, pois existe neste espaço desde extensos vales férteis, aonde a vida parece não ter fim, até desertos gigantes, como é o caso do Saara, o maior do mundo. O contraste da pobreza e riqueza também é muito visível por toda sua extensão continental, sendo caracterizado principalmente pelas péssimas condições de vida em muitos países. O termo “berço da humanidade” é dado em razão da África abrigar uma das civilizações mais antigas e intrigantes do globo, os egípcios, que formaram um poderoso “império” a 4 mil anos atrás. Portanto, toda essa riqueza cultural e natural existente no continente, torna a África um espaço muito particular.

Em conseqüência a esta diversidade, não é tarefa fácil dividir a África por regiões devido a sua heterogenidade ao longo do continente. Porém, pode-se definir duas formas básicas de classificação regional: as questões físicas (localização geográfica) e questões humanas (cultura/ocupação)

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________África: cinco regiões num continente

Ao visualizar um mapa da África, pode-se ver que dividir o mesmo por regiões a partir da sua localização espacial nos sentidos Norte, Sul, Leste e Oeste é bem possível. Dessa forma, classifica-se o continente em cinco regiões distintas quanto a sua posição geográfica: Norte da África, Oeste da África, África Central, Leste da África e Sul da África.

Norte da África: como o próprio nome já diz, é a área situada ao norte do continente e que vem a ser banhado pelo Mar Mediterrâneo, em sua maioria, fazendo parte desta região cinco países. Também não se pode esquecer que ao sul desta região se encontra o deserto do Saara.

Oeste da África: é uma região muito confusa do ponto de vista político. São quinze nações que dividem um espaço caracterizado por áreas desérticas (Saara, ao norte) e florestas tropicais. Em sua economia local, a exploração de petróleo destaca-se com uma atividade bem atraente para os países.

África Central: caracterizada pelos inúmeros conflitos da década de 90 que marcaram profundamente a região, a África Central ficou conhecida no mundo pelos conflitos no Zaire que o transformaram em República Democrática do Congo. Oito países fazem parte desta região, destacada por grandes florestas tropicais em razão de estar na latitude 0 do globo.

Leste da África: também conhecida como “Chifre da África”, por sua forma física do extremo leste africano, é uma área bem diversificada por ter países bem estruturados e urbanizados, como é o caso do Quênia, e em contraponto a isto, existe à Somália e Etiópia, nações mergulhadas em problemas gerados pelas suas guerras civis. Nesta região encontram-se dez países bem distintos, tantos nos aspectos físicos como humanos. É na divisa entre Uganda, Tanzânia e Quênia que existe o lago Vitória, que é considerado a nascente do rio Nilo.

Sul da África: o extremo sul africano é representado pelas diferenças existente ente os onze países no campo sócio-econômico, principalmente, pois o contraste entre a África do Sul, nação bem desenvolvida, se comparada aos outros países africanos, em relação aos demais é visivelmente percebido. Este país exerce um poder centralizador  nesta região, onde a economia é seu ponto forte. Observa-se também uma diversidade natural neste espaço, em razão de possuir grandes vales férteis e vastos desertos como o Kalahari, sendo no delta do Okavango (Botsuana) acontece uma das maiores e mais impressionantes migrações do mundo, a dos gnus.

Aspectos Sócio-econômicos Agora, analisar a África destacando suas características culturais, promove

uma divisão bem diferente da anterior. Ao observar o continente africano pela sua ocupação ao longo dos anos, classifica-se a África em duas regiões: África “branca” (cultura árabe) e África “negra” (culturas locais).

Isto é possível em virtude da influência que a região norte da África (árabe)

sofreu da ocupação dos povos do Oriente Médio (Ásia) durante os tempos, tendo como resultado um espaço totalmente adverso da África “negra”, sendo esta última caracterizada pelas culturas regionais provindas de milenares tribos africanas. Também é possível destacar a própria cor da pele dos africanos nessas duas regiões: os descendentes de árabes possuem uma tez clara, em grande parte, enquanto que os africanos relacionados com as culturas tribais já têm uma cor mais negra.

Sendo assim, a África vem a ser o resultado de anos de ocupação e influência das mais diversas culturas do mundo que remodelaram e transformaram seu continente num espaço diversificado e muitas vezes carente de recursos econômicos, por outro lado, suas belezas naturais são únicas e, por enquanto, estão permanentes em todo seu território. Divisão Física (localização) da África

Norte da África Argélia, Egito, Líbia, Marrocos, Saara Ocidental e Tunísia

Oeste da África Benin, Burkina Faso, Cabo Verde, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo

África Central Camarões, Congo, Gabão, Guiné Equatorial, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, São Tomé e Príncipe e Chade

Leste da África Burundi, Dijbuti, Eritréia, Etiópia, Quênia, Ruanda, Somália, Sudão, Tanzânia e Uganda

Sul da África África do Sul, Angola, Botsuana, Lesoto, Madagascar, Malauí, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Zâmbia e Zimbábue

Divisão Sócio-Econômica da África África “branca” Argélia, Dijbuti, Egito, Eritréia, Etiópia, Líbia, Mali,

Marrocos, Mauritânia, Níger, Saara Ocidental, Somália, Sudão e Tunísia.

África “negra” Benin, Burkina Faso, Cabo Verde, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Nigéria, Senegal, Serra Leoa, Togo, Camarões, Congo, Gabão, Guiné Equatorial, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, São Tomé e Príncipe, Chade, Burundi, Quênia, Ruanda, Tanzânia, Uganda, África do Sul, Angola, Botsuana, Lesoto, Madagascar, Malauí, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Zâmbia e Zimbábue

Américas, Cinco Divisões em Um Continente_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Ao visualizarmos um mapa das Américas percebemos logo de início que é um continente muito extenso no sentido Norte – Sul. Em conseqüência, suas características regionais são muito claras, sendo difícil de acreditar que temos neste mesmo espaço continental região tropicais e outras polares. Observamos também uma significativa diferença nas questões sócio-econômicas aonde nações ricas fazem fronteira com países mergulhados no caos econômico. Essas diversidades espaciais existentes no continente americanas tornam necessário uma regionalização sobre o mesmo, gerando assim cinco divisões em seu território. Abordagens Físicas

Para facilitar a compreensão física do continente americano, observou-se que ao longo das Américas existem duas distintas e visíveis cadeias de montanhas (Montanhas Rochosas, ao norte e Cordilheira dos Andes, ao sul) e no centro do continente há um “istmo” que une as duas partes (Norte e Sul). Em razão disto, divide-se a América em três partes: América do Norte, América Central e América do Sul. Essa divisão é muito difundida em todo o mundo, pois nós brasileiros nos consideramos muito mais sul-americanos do que americanos em si. Esta classificação ordena os países americanos a partir de suas características naturais, onde os aspectos físicos são observados como maior diferencial entre as regiões. Abordagens Humanas

Por outro lado, caracterizar o continente americano a partir dos aspectos sócio-econômicos nos geram uma divisão totalmente adversa da anterior. Nesta abordagem classificamos a América em duas grandes partes: América Anglo-Saxônica e América Latina. Isto é resultado de uma análise sobre a cultura/colonização e economia local, pois como os Estados Unidos e o Canadá foram colonizados pelos ingleses (em grande parte) e os outros países da América sofreram a conquista e colonização dos espanhóis e portugueses, em sua maioria, foi possível dividir todo o continente nestas duas regiões. Ou seja, a América Anglo-Saxônica provém das culturas dos Saxões europeus e a América Latina dos europeus latinos. Atualmente podemos observar uma diferença também na questão econômica em razão de que os Estados Unidos e Canadá (América Anglo-Saxônica) são países desenvolvidos e, em contraponto, os países da América Latina se encontram nos níveis econômicos de subdesenvolvimento ou em processo de desenvolvimento.

Dessa forma, as classificações existentes nos facilitam interpretar e conhecer melhor o continente americano, que é centralizador de grandes diferenças, seja nas características físicas ou humanas do seu território. Demonstrando que sua extensão longitudinal baseia-se na regionalização do espaço, transformando este continente numa região de inúmeras riquezas culturais e naturais.

As Américas – Divisão Física América do Norte Canadá, Estados Unidos, Groenlândia e México.

América Central Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Costa Rica, Cuba, Dominica, El Salvador, Granada, Guatemala, Haiti, Honduras, Jamaica, Nicarágua, Panamá, República Dominicana, Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas, Trinidad e Tobago.

América do Sul Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.

As Américas – Divisão Humana América Anglo-Saxônica

Canadá, Groenlândia e Estados Unidos.

América Latina Antígua e Barbuda, Argentina, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Dominica, El Salvador, Equador, Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.

ANOTAÇÕES:________________________________________________________________________________

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Apostila de Geografia – 2007

Parte III – DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOSTipos de Clima

O Brasil, dada sua vasta extensão territorial, de dimensões continentais, possui uma tipologia climática variada. Além de sua extensão, outros fatores influentes nos diversos climas brasileiros são as condições de temperatura, altitude, pressão e proximidade com o oceano. Esta grande diferenciação climática do país resulta, por sua vez, em paisagens vegetais bastante variadas, o que faz do Brasil um dos países detentores do ecossistema mais variado e complexo no mundo.

O território brasileiro está dividido em faixas climáticas: 92% do território localiza-se entre a linha do Equador e o Trópico de Capricórnio. Portanto, pode-se dizer que o clima brasileiro é predominantemente tropical, ainda apresentando faixas equatoriais e sub-tropicais (zonas temperadas) distribuídos entre os 8% restantes do território. A predominância de altitudes mais baixas ao longo do território nacional acarretam em temperaturas mais elevadas. as temperaturas médias predominantes são superiores a 20 C.

Inicialmente, o Brasil é um dos únicos países no mundo a apresentar a chamada floresta equatorial (ao lado do Congo, na África), circunscrita ao clima equatorial. Este clima prevalece na região da Floresta Amazônica, apresentando características como temperaturas médias que oscilam entre 24 e 26 C e índice pluviométrico de médias superiores a 2.500 mm/ano (o mais alto índice referente ao regime de chuvas do território brasileiro). A vegetação da área compreendida por este tipo de clima corresponde à chamada floresta equatorial (hiléia amazônica).

O clima tropical atua nas regiões do Planalto Central, além de áreas do nordeste e do sudeste brasileiros. Este clima é caracterizado por duas estações quentes distintas por ano, apresentando temperatura média superior a 20 C. Quanto ao regime de chuvas, o índice pluviométrico anual varia entre os parâmetros de 1.000 e 1.500 mm/ano. A vegetação das áreas circunscritas a este tipo de clima é tipicamente de cerrado, apresentando arbustos de casca grossa e gramíneas. Já nas áreas adjacentes aos rios, há a presença constante de matas ciliares.

Nas regiões mais altas circunscritas pelos planalto atlântico no sudeste, e ainda na regiões ao sul de Mato Grosso do Sul e ao norte do Paraná, o clima predominante é o chamado tropical de altitude. Este tipo de clima é caracterizado pelas médias de temperatura oscilantes entre 18 e 22 C, apresentando um regime de chuvas anuais cujo índice varia entre 1.000 e 1.500 mm/ano. A floresta de araucárias (Serra do Mar e Serra da Mantiqueira) e a mata tropical predominam nas regiões mais altas destas áreas descritas, enquanto nas demais regiões a mata tropical encontra-se em estado avançado de devastação.

O chamado clima tropical atlântico predomina em praticamente toda a faixa litorânea brasileira, estendendo-se desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do

Sul. Tal clima tem por temperatura média anual uma faixa de variação entre 18 e 26 C, possuindo índice pluviométrico médio variando em torno de 1.200 mm/ano. O quadro vegetal desta área é composto pela chamada Mata Atlântica, constituindo uma das áreas vegetais que mais sofreram com a devastação: a região do estado de São Paulo, detentora de 82% da Mata Atlântica original, se encontra atualmente reduzida a ínfimos 5%.

O chamado clima semi-árido estende-se pelos territórios correspondentes ao sertão nordestino, incluindo o vale do Rio São Francisco, até o norte do estado de Minas Gerais. Os índices pluviométricos destas áreas são os mais baixos do país, apresentando um média inferior a 800 mm anuais. Em contrapartida, as temperaturas médias anuais correspondem às maiores no território brasileiro, oscilando por cerca de 27 C. A vegetação correspondente a estas regiões é a caatinga, encerrando vegetais de feições retorcidas e espinhosas, com grande constância de plantas cactáceas.

A região de climas mais frios no Brasil corresponde à faixa territorial situada abaixo do Trópico de Capricórnio , abrangendo os estados sulistas, com exceção do norte do Paraná. O clima subtropical destas regiões apresenta temperaturas médias inferiores a 20 C, com índice pluviométrico variando entre 2.000 e 1.500 mm anuais. Tal região circunscrita a essa faixa climática apresenta os invernos mais rigorosos do país, sobretudo nas áreas de maior altitude, onde inclusive podem ocorrer nevascas. A tipologia vegetal dominante constitui a chamada floresta de araucária (zonas de altitude mais elevada) e ainda as gramíneas (zonas mais baixas, como os Pampas gaúchos e a Depressão Periférica). A mata das araucárias também sofreu grandes devastações, mas há a ocorrência de áreas de reflorestamento.

Dada a vasta extensão das regiões costeiras ou litorâneas no Brasil, o clima das diversas regiões brasileiras, de norte a sul, sofrem a influência das correntes oceânicas atlânticas, sobretudo na própria faixa litorânea. As correntes que atuam de maneira mais direta nas variações climáticas brasileiras são a Equatorial Norte e a corrente do Brasil (correntes quentes) e ainda a Corrente das Falklands/Malvinas (correntes frias).Os Domínios Morfloclimáticos Brasileiros

(segundo Aziz Ab’Saber)

Dentre os diversos tipos de clima e relevo existente no Brasil, observamos que os mesmos mantêm grandes relações, sejam elas de espaço, de vegetação, de solo entre outros. Caracterizando vários ambientes a longo de todo território nacional. Para entende-los, é necessário distinguir um dos outros. Pois a sua compreensão deve ser feita isoladamente. Nesse sentido, o geógrafo brasileiro Aziz Ab’Saber, faz uma classificação desses ambientes chamados de Domínios Morfoclimáticos. Este nome, morfoclimático, é devido às características morfológicas e climáticas encontradas nos diferentes domínios, que são  6 (seis) ao todo e mais as faixas de transição. Em cada um desses sistemas, são encontrados aspectos, histórias,

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________culturas e economias divergentes, desenvolvendo singulares condições, como de conservação do ambiente natural e  processos erosivos provocados pela ação antrópica. Nesse sentido, este texto vem explicar e exemplificar cada domínio morfoclimático, demonstrando sua localização, área, povoamento, condições bio-hidro-climáticas, preservação ambiental e economia local.

Os domínios morfoclimáticos brasileiros são definidos a partir das características climáticas, botânicas, pedológicas, hidrológicas e fitogeográficas; com esses aspectos é possível delimitar seis regiões de domínio morfoclimático. Devido à extensão territorial do Brasil ser muito grande, vamos nos defrontar com domínios muito diferenciados uns dos outros. Esta classificação feita, segundo o geógrafo Aziz Ab’Sáber (1970), dividiu o Brasil em seis domínios:

I – Domínio Amazônico – região norte do Brasil, com terras baixas e grande processo de sedimentação; clima e floresta equatorial;II – Domínio dos Cerrados – região central do Brasil, como diz o nome, vegetação tipo cerrado e inúmeros chapadões;III – Domínio dos Mares de Morros – região leste (litoral brasileiro), onde se encontra a floresta Atlântica que possui clima diversificado;IV – Domínio das Caatingas – região nordestina do Brasil (polígono das secas), de formações cristalinas, área depressiva intermontanhas e de clima semi-árido;V – Domínio das Araucárias – região sul brasileira, área do habitat do pinheiro brasileiro (araucária), região de planalto e de clima subtropical;VI – Domínio das Pradarias – região do sudeste gaúcho, local de coxilhas subtropicais.

I – Domínio Morfoclimático Amazônico& Situação Geográfica

Situado ao norte brasileiro, o domínio Amazônico é a maior região morfoclimática do Brasil, com uma área de aproximadamente 5 milhões km² – equivalente a 60% do território nacional – abrangendo os Estados: Amazonas, Amapá, Acre, Pará, Maranhão, Rondônia, Roraima, Tocantins e Mato Grosso. Encontram-se como principais cidades desta região: Manaus, Belém, Rio Branco, Macapá e Santarém. Características do Povoamento

A região é pouco povoada, sua densidade demográfica é de aproximadamente 2,88 hab./km². Isto se deve ao fato da grande extensão territorial e dos difíceis acessos ao interior dessa área. Nesse sentido, o governo em 1970, fez o programa de ocupação populacional na região amazônica, com migrações oriundas do nordeste. A extração da borracha permitiu desenvolver esta área, antes inóspita economicamente, numa região de alta produtividade, seja ela econômica, cultural ou social. Nessa época, muitas cidades foram afetadas com o crescimento gerado pelo capital. O governo continuou auxiliando e orientando o desenvolvimento da

região e incorpora em Manaus a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), que trouxe para a capital amazonense muitas indústrias transnacionais. Tanto foi a resposta desta “zona livre”,  que antes da Zona Franca de Manaus, a mesma cidade detinha uma população de 300 mil/hab e com a instalação desta área, passou para 800 mil/hab. Outros projetos são instalados  pelo governo federal na região amazônica, como: o Projeto Jari, o Programa Calha Norte, o PoloNoroeste e o Projeto Grande Carajás. Com isso, inicia-se a exploração mineral e vegetal da Amazônia. Mas os resultados desses projetos foram pobres em sua maioria, pois com a retirada da vegetação natural o solo tornava-se inadequado ao cultivo da agricultura. Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas

Este domínio sofre grande influência fluvial, já que aí se encontra a maior bacia hidrográfica do mundo – a bacia amazônica. A região passa por dois tipos de estações flúvio-climáticas, a estação das cheias dos rios e a estação da seca, porém esta última estação não interrompe o processo pluviométrico diário, só que em índices diferentes. O transporte existente também é influenciado pela enorme rede hidrográfica, enquanto que o rodoviário é quase inexistente. Assim, o transporte fluvial e o aéreo são muito utilizados devido às facilidades encontradas neste domínio. Como se trata de uma floresta equatorial considerada um bioma riquíssimo, é de fundamental importância entendê-la para não desestruturar seu frágil equilíbrio. Devido à existência de inúmeros rios, a região sofre muita sedimentação por parte fluvial, já que a precipitação é abundante (2.500 mm/ano), transformando a região numa grande “esponja” que detém altas taxas de umidade no solo. Este mesmo solo é formado basicamente por latossolos, podzólicos e plintossolos, mas o mesmo não detém características de ser rico à vegetação existente, na verdade, o processo de precipitação é o que torna este domínio morfoclimático riquíssimo em floresta hidrófita e não o solo, como muitas pessoas pensam que é o responsável por tudo isto. Valendo destacar os tipos de matas encontradas na Amazônia, como: de iaipó – de regiões inundadas; de várzea – de regiões inundadas ciclicamente e de terras altas – que dificilmente são inundadas. As espécies de árvores encontradas nesta região são: castanaha-do-pará, seringueira, carnaúba, mogno, etc. (essas duas últimas em extinção); os animais: peixe-boi, boto-cor-de-rosa, onça-pintada; e a flora com a vitória régia e as diversas orquídeas.

Com um grande processo de lixiviação encontrado na Amazônia, essa ação torna o solo pobre levando todos os seus nutrientes pela força da capacidade do rio (correnteza). Mas esta riqueza diversa não deve ser confundida como grande potencialidade agrícola, pois com a retirada da vegetação nativa, transforma o solo num grande alvo da erosão, devido as fortes chuvas ocorridas na região. A rede hidrográfica é outra fonte de potencialidade econômica da Amazônia, pois seus leitos fluviais são de grande piscosidade, o que torna a área num importante atrativo

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________natural para o turismo, às indústrias pesqueiras e a população ribeirinha. Com um clima equatorial, sem muitas mudanças de temperatura ao longo do ano, a região amazônica diferencia-se apenas nas épocas das chuvas (ou cheias dos rios) e das secas. Assim esta primeira época faz com que os rios transbordem e nutram as áreas de terras marginais ao leito dos mesmos. Com um solo essencialmente argiloso e a forte influência do escoamento fluvial, faz com que a Amazônia torna-se uma área de terras baixas, decapitando as formações existentes no seu substrato rochosos. Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis

Nos dias atuais é  grande a devastação ambiental na Amazônia – queimadas, desmatamentos, extinção de espécies, etc. – fazem com que a região e o mundo preocupe-se com seu futuro, pois se trata da maior reserva florestal do globo. Ecologicamente a Amazônia está correndo muito perigo, devido ao grande atrativo econômico natural que é encontrado nesta região, o equilíbrio é colocado muitas vezes em risco. A exploração descontrolada faz com que as ideologias conservacionistas sejam deixadas de lado. As indústrias mineradoras geram conseqüências incalculáveis ao ambiente e nos rios são despejados muitos produtos químicos para esta exploração. A agricultura torna áreas de vegetação em solos de fácil erosividade e em resposta  a tudo isso, gera-se um efeito “dominó” no meio ambiente, onde um é responsável e necessário para o outro. São poucas as atividades econômicas que não agridem a natureza. A extração da borracha, por exemplo, era uma economia viável ecologicamente, pois necessitava da floresta para o crescimento das seringueiras. Mas atualmente, esta exploração é quase rara, devido à falta de indústrias consumidoras. Nesse sentido, deverão ser tomadas medidas de aprimoramento nas explorações existentes nesta região, para que deixem de causar imensas seqüelas ao ambiente natural.  II – Domínio Morfoclimático dos Cerrados Situação Geográfica

Formado pela própria vegetação de cerrado, nesta área encontram-se as formações de chapadas ou chapadões como a Chapada dos Guimarães e dos Veadeiros, a fauna e flora ali situada, são de grande exuberância, tanto para pontos turísticos, como científicos. Vale destacar que é da região do cerrado que estão três nascentes das principais bacias hidrográficas brasileiras: a Amazônica, a São-Franciscana e a Paranáica.

Localizado na região central do Brasil, o Domínio Morfoclimático do Cerrado detém uma área de 45 milhões de hectares, sendo o segundo maior domínio por extensão territorial. Incluindo neste espaço os Estados: do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, do Tocantins (parte sul), de Goiás, da Bahia (parte oeste), do Maranhão (parte sudoeste) e de Minas Gerais (parte noroeste). Encontrado ao longo de sua área cidades importantes como: Brasília, Cuiabá, Campo Grande, Goiânia, Palmas e Montes Claros.

Características do Povoamento Devido a sua localização geográfica ser no interior brasileiro, o povoamento e

a ocupação territorial nesta região era fraca, mas o governo federal vem a intervir com os programas de políticas de interiorização do desenvolvimento nos anos 40 e 50, e da política de integração nacional dos anos 70. A primeira é baseada, principalmente, na construção de Brasília e a segunda, nos incentivos aos grandes projetos agropecuários e extrativistas, além de investimentos de infra-estrutura, estradas e hidroelétricas. Com estes recursos, a região vem a atrair investidores e mão-de-obra, e conseqüentemente ocorre um salto no crescimento populacional de cada Estado, como no Mato Grosso que em 1940 sua população era de 430 mil/hab. e em 1970 vai para 1,6 milhões/hab. Tal foi à resposta destes programas, que nos dias de hoje o setor agrícola do cerrado ocupa uma ótima colocação em produção, em virtude de migrações do sul do Brasil. Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas

Centrada no planalto brasileiro, o domínio do cerrado é dividido pelas formações de chapadas que existem ao longo de sua extensão territorial, estas que são “gigantescos degraus” com mais de 500 metros de altura, formadas na era geológica Pré-Cambriana, limitam o planalto central e as planícies – como a Pantaneira. Com sua flora única, constituída por árvores herbáceas tortuosas e de aspecto seco, devido à composição do solo, deficiente em nutrientes e com altas concentrações de alumínio, a região passa por dois períodos sazonais de precipitação, os secos e os chuvosos. Com sua vegetação rasteira e de campos limpos, o clima tropical existente nesta área, condiz a uma boa formação e um ótimo crescimento das plantas. Também auxiliado pela importante rede hidrográfica da região, de onde são oriundas nascentes das três maiores bacias hidrográficas do Brasil como foi destacado no início. Isto lhe dá uma imensa responsabilidade ambiental, pois denota a sua significativa conservação natural. Com um solo formado principalmente por latossolos, areais quartzosas e podzólicos; constituem assim um solo carente em nutrientes fertilizantes, necessitando de correção para compor uma terra viável à agricultura. Observa-se também, que este mesmo solo apresenta características à fácil erosividade devido às estações chuvosas que ali ocorrem e principalmente a degradação ambiental descontrolada, estes processos fazem a remoção da vegetação nativa que  tornam frágeis os horizontes “A” frente aos problemas ambientais existentes, como a voçoroca. Condições Ambientais e Ecologicamente Sustentáveis

Em vista desses aspectos fisiográficos, o cerrado atraiu muita atenção para a agricultura, o que lhe tornou uma região de grande produção de grãos como a soja e agropastoril, com a ótima adaptação dos gados zebu, nelore e ibagé. Em virtude  disso, o solo nativo foi retirado e alterado por outra vegetação, condizendo a uma maior facilidade aos processos erosivos, devido à falta de cobertura vegetal, seja ela gramínea ou herbácea. Nesse sentido, faz-se muito pouco pela preservação e

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________conservação das matas nativas – a não ser nas áreas demarcadas como reservas bio-ecológicas. Outra exploração ativa é a mineral, como o ouro e o diamante, donde decorre uma grande devastação à natureza.  Dessa forma, os governos, tanto federal, estadual ou municipal, deverão tomar decisões imediatas quanto à proteção do meio natural, pois deve ocorrer, sim, a exploração pastoril, agrícola e mineral dessa região, porém não se deve esquecer que para a efetiva existência dessas economias o ambiente deverá ser prudentemente conservado. III – Domínio Morfoclimático de Mares de Morros Situação Geográfica

Este domínio estende-se do sul do Brasil até o Estado da Paraíba (no nordeste), obtendo uma área total de aproximadamente 1.000.000 km². Situado mais exatamente no litoral dos Estados do:  Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, da Bahia,  Sergipe, de Alagoas, de Pernambuco, da Paraíba; e no interior dos Estados, como: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Incluindo em sua extensão territorial cidades importantes, como: São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, Recife, Porto Alegre e Florianópolis. Características de Povoamento

Como encontra-se na região litorânea leste do Brasil, foi o primeiro lugar a ser descoberto e colonizado pelos portugueses – tanto que é em Porto Seguro, Bahia, que atracou o navegante Pedro Álvares Cabral, descobrindo o Brasil. Com isso, a primeira capital da colônia portuguesa na América foi Salvador, onde iniciaram-se os processos de colonização e povoamento, respectivamente. É neste domínio que estão as duas maiores cidades brasileiras – São Paulo e Rio de Janeiro. Isto se deve a antiga constituição das duas cidades como centros econômicos, integradores, culturais e políticos. Foram muitos os resultados desse povoamento, como por exemplo, a maior concentração populacional do Brasil e a de melhor base econômica. Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas

Como o próprio nome já diz, é uma região de muitos morros de formas residuais e curtos em sua convexidade, com muitos movimentos de massa generalizados. Os processos de intemperismo, como o químico, são freqüentes, motivo pelo qual as rochas da região encontram-se geralmente em decomposição. Tem uma significativa gama de redes de drenagens, somados à boa precipitação existente (1.100 a 1.800 mm a/a e  5.000 mm a/a nas regiões serranas),  que é devido à massa de ar tropical atlântica (MATA) e aos ventos alísios de sudeste, que ocasionam as chuvas de relevo nestas áreas de morros. Assim, os efeitos de sedimentação em fundos de vale e de colúvios nas áreas altas são muito intensos. A vegetação natural é da mata chamada Atlântica, com poucas áreas nativas de suma importância aos ecossistemas ali existentes. Sua flora e fauna são de grande respaldo ambiental e o solo é composto em sua maioria por latossolos e podzólicos,

sendo muito variável. A textura se contradiz de região para região, pois é encontrado tanto um solo arenoso como argiloso. Como a sua extensão territorial alarga-se entre Norte – Sul, seu clima dependerá da sua situação geográfica, diferenciando-se em: tropical, tropical de altitude e subtropical. Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis

Lembrando que foi colocado anteriormente em relação ao povoamento, essas terras já estão sendo utilizadas economicamente há muitos anos. Decorrente disso, observa-se uma considerável desgastação do solo que elucida uma atual preservação das matas restantes. Esta região já sofreu muita devastação do homem e da sociedade e devem ser tomadas atitudes urgentes para sua conservação. Existem muitos programas, tanto do governo como privados, para a proteção da mata atlântica. Destaca-se por exemplo, a Fundação O Boticário (privado), que detém áreas de preservação ao ambiente natural e o SOS Mata Atlântica (governamental e privado). Neste sentido, a solução mais adequada para este domínio, seria a estagnação de muitos processos agrícolas ao longo de sua área, pois o solo encontra-se desgastado e com problemas erosivos muito acentuados. Deixando assim, a terra “descansar” e iniciar um projeto de reconstituição à vegetação nativa.IV – Domínio Morfoclimático das Caatingas Situação Geográfica

Situado no nordeste brasileiro, o domínio morfoclimático das caatingas abrange em seu território a região dos polígonos das secas. Com uma extensão de aproximadamente 850.000 km², este domínio inclui o Estado do Ceará e partes dos Estados da Bahia, de Sergipe, de Alagoas, de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Piauí. Tendo como principais cidades: Crato, Petrolina, Juazeiro e Juazeiro do Norte. Características do Povoamento

Sendo uma das áreas junto ao domínio morfoclimático dos mares de morros, de colonização pelos europeus (portugueses e holandeses), sua história de povoamento já é bastante antiga. A caatinga foi sempre um palco de lutas de independência, seja ela escravista ou nacionalista. A região tornou-se alvo de bandidos e fugitivos contrários ao Reinado Português e posteriormente ao Império Brasileiro. Como o domínio das caatingas localiza-se numa área de clima seco, logo chamou a atenção dos mesmos para refugiarem-se e construírem suas “fortalezas”, chamados de cangaceiros. Com isso o processo de povoamento, instaurados nos anos 40 e 50, centrou-se mais em áreas próximas ao litoral, mas o governo federal investiu em infra-estrutura na construção de barragens, açudes e canais fluviais, surgindo assim o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). Entretanto, o clima “desértico” da caatinga, prejudicou muito a ocupação populacional nesta região, sendo que a caatinga continua sendo uma área preocupante no território brasileiro em vista do seus problemas sociais, que são

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________imensos. Valendo destacar que com todos esses obstáculos sociais e naturais da caatinga, seus habitantes partem para migração em regiões como a Amazônia e o sudeste brasileiro, chamada de migrações de transumância (saída na seca e volta na chuva). Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas

Com o seu clima semi-árido, o solo só poderia ter características semelhantes. Sendo raso e pedregoso, o solo da caatinga sofre muito intemperismo físico nos latossolos e pouca erosão nos litólicos e há influência de sais em solo, como: solonetz, solodizados, planossolos, solódicos e soonchacks. Segundo Ab´Saber, a textura dos solos da caatinga passa de argilosa para textura média, outra característica é a diversidade de solos e ambientes, como o sertão e o agreste. Mesmo tendo aspectos de um solo pobre, a caatinga nos engana, pois necessita apenas de irrigação para florescer e desenvolver a cultura implantada. Tendo pouca rede de drenagem, os mínimos rios existentes são em sua maioria sazonais ao período das chuvas, que ocorrem num curto intervalo durante o ano. Porém existe um “oásis” no sertão nordestino, o Rio São Francisco, vindo da região central do Brasil, irriga grandes áreas da caatinga, transformando suas margens num solo muito fértil – semelhante o que ocorre com as áreas marginais ao Rio Nilo, no Egito. Neste sentido, comprova-se que a irrigação na caatinga pode e deve ser feita com garantia de bons resultados. Outro fato que chama a atenção, é a vegetação sertaneja, pois ela sobrevive em épocas de extrema estiagem e em razão disso sua casca é dura e seca, conservando a umidade em seu interior. Assim, a região é caracterizada por uma vegetação herbácea tortuosa, tendo como espécies: as cactáceas, o madacaru, o xique-xique, etc. Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis

Devido o homem não intervir de significativa maneira em seu habitat, o ambiente natural da caatinga encontra-se pouco devastado. Sua região poderia ser ocupada mais a nível agrícola, em virtude do seu solo possuir boas condições de manejo, só necessitando de irrigação artificial. Assim, considerando os fatos apresentados, a caatinga teria condições de desenvolver-se economicamente com a agricultura, que seria de suma importância para acabar com a miséria existente. Mas sem esquecer de utilizar os recursos naturais com equilíbrio, sendo feito de modo organizado e pré-estabelecido à não causar desastres e conseqüências ambientais futuros. V – Domínio Morfoclimático das Araucárias Situação Geográfica

Encontrado desde o sul paulista até o norte gaúcho, o domínio das araucárias ocupa uma área de 400.000 km², abrangendo em seu território cidades importantes, como: Curitiba, Ponta Grossa, Lages, Caxias do Sul, Passo Fundo, Chapecó e Cascavel. Características do Povoamento

A região das araucárias foi povoada no final do século XIX, principalmente por imigrantes italianos, alemães, poloneses, ucranianos etc. Com isto, os estrangeiros diversificaram a economia local, o que tornou essa região uma das mais prósperas economicamente. Caracterizado por colônias de imigração estabelecidas pela descendência estrangeira, podemos destacar como principais pontos, as cidades de: Blumenau – SC , colônia alemã; Londrina – PR, colônia japonesa; Caxias do Sul – RS, colônia italiana. Mas a vinda desses imigrantes não foi só boa vontade do governo daquela época. O Brasil tinha acabado de terminar a sua guerra com Paraguai, que deixou muitas perdas em sua população, em virtude disso a solução foi atrair imigrantes europeus e asiáticos. Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas

Atualmente, a vegetação de araucária – chamada de pinheiro-do-Paraná, ou pinheiro-braseleiro – pouco resta, as indústrias de celulose e madeireiras da região, fizeram um extrativismo descontrolado que resultou no desaparecimento total em algumas áreas. Sua condição de arbórea, geralmente com mais de 30 m de altura, condiz a um solo profundo, em virtude de suas raízes estabelecerem a sustentação da própria árvore. A região das araucárias encontra-se no planalto meridional onde a altitude pode variar de 500 metros até cerca de 1.200 m. Isso evidencia um clima subtropical em toda sua extensão que  mantém uma boa relação com a precipitação existente nesse domínio, variando de 1.200 a 1.800 mm. Nesse sentido, a região identifica-se com uma grande rede de drenagem em toda a sua extensão territorial. O solo é formado principalmente por latossolos brunos e também é encontrado latossolos roxos, cambissolos, terras brunas  e solos litólicos. Com estas características, o solo detém uma alta potencialidade agrícola, como: milho, feijão, batata, etc. As morfologias do relevo se destacam por uma forte ondulação até um montanhoso, o que o representa num solo de fácil adesão a processos erosivos, iniciados pela degradação humana e social. Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis

Percebe-se atualmente que esta arbórea quase desapareceu dessa região, devido à descontrolada exploração da araucária para produção de celulose. Felizmente, medidas foram tomadas e hoje a araucária é protegida por lei estadual no Paraná. Mas os questionamentos ambientais não estão somente na vegetação. Devido este solo ser utilizado há anos vêem a ocorrer uma erosividade considerada. Em virtude do mesmo, surge a técnica de manejo agrícola chamada plantio direto, que evidencia uma proteção ao solo nu em épocas de pós-safra. Nesse sentido, o domínio morfoclimático das araucárias, que compreende uma importante área no sul brasileiro, detém um nível de conservação e reestruturação vegetal considerável. Mas não se deve estagnar esse processo positivo, pois necessitamos muito dessas terras férteis que mantém as economias locais. VI – Domínio Morfoclimático das Pradarias Situação Geográfica

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Situado ao extremo sul brasileiro, mais exatamente a sudeste gaúcho, o

domínio morfoclimático das pradarias compreende uma extensão, segundo Ab’Saber, de 80.000 km² e de 45.000 km² de acordo com Fontes & Ker – UFV. Tendo como cidades importantes em sua abrangência: Uruguaiana, Bagé, Alegrete, Itaqui e Rosário do Sul. Características do Povoamento

Território mãe da cultura gauchesca, suas tradições ultrapassam gerações, demonstrando a força da mesma. Caracterizado por um baixo povoamento, a região destaca-se grandes pelos latifúndios agropastoris, que são até hoje marcas conhecidas dos pampas gaúchos. Os jesuítas iniciaram o povoamento com a catequização dos índios e posteriormente surgem as povoações de charqueadas. Passando por bandeirantes e tropeiros, as pradarias estagnam esse processo (ciclo do charque) com a venda de lotes de terras para militares, pelo governo federal. Devido à proximidade geográfica com a divisão fronteiriça de dois países (Argentina e Uruguai), ocorreram várias tentativas de anexação dos pampas a uma destas nações – devido aos tratados de Madrid e de Tordesilhas. Mas as tentativas foram inválidas, hoje os pampas continuam sendo parte do território brasileiro. Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas

Como é uma área também chamada de pradarias mistas, o solo condiz ao mesmo. Segundo Ab’Saber, que o caracteriza como diferente de todos os outros domínios morfoclimáticos, existindo o paleossolo vermelho e o paleossolo claro, sendo de clima quente e frio. Denominado um solo jovem, devido guardar materiais ferrosos e primários, sua coloração vêem a ser escura. Estabelecido por um clima subtropical com zonas temperadas úmidas e sub-úmidas, a região é sujeita a sofrer alguma estiagem durante o ano. Sua amplitude térmica alcança índices elevados, como em Uruguaiana, considera a mais alta do Brasil, com 7° a/a. Isto evidencia suas limitações agrícolas, pois o solo é pouco espesso e têm indícios de pedrugosidade. Assim, caracteriza-o a uma atividade pastoril de bovinos e ovinos. Com a utilização do solo sem controle, denota-se um sério problema erosivo que origina as ravinas e posteriormente as voçorocas. Esse processo amplia-se rapidamente e origina o chamado deserto dos pampas. A drenagem existente é perene com rios de grande vazão, como: Rio Uruguai, Rio Ibicuí e o Rio Santa Maria. Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis

O domínio morfoclimático das Pradarias detém importantes reservas biológicas, como a do Parque Estadual do Espinilho (Uruguaiana e Barra do Quarai) e a Reserva Biológica de Donato (São Borja). As condições ambientais atuais fora desses parques, são muito preocupantes. Com o início da formação de um deserto que tende a crescer anualmente, essa região está sendo foco de muitos estudos e projetos para estagnar esse processo. Devido ao mau uso da terra pelo homem, como a monocultura e as queimadas, essas darão origem as ravinas, que por sua vez farão surgir às voçorocas. Como o solo é muito arenoso e a morfologia do relevo

é levemente ondulado, rapidamente os montantes de areia espalham-se na região ocasionados pela ação eólica. Em virtude a tudo isso, poucas medidas estão sendo tomadas, exceto os estudos feitos. Assim, as autoridades locais deverão estar alerta, para que esse processo erosivo tenha um fim antes que torne toda as pradarias num imenso deserto. Faixas de Transições

Encontrados entre os vários domínios morfoclimáticos brasileiros, as faixas de transições são: as Zonas dos Cocais, a Zona Costeira, o Agreste, o Meio-Norte, as Pradarias, o Pantanal e as Dunas. Espalhadas por todo o território nacional, constituem importantes áreas ambientais e econômicas. Faixas de Transição Nordestinas

A zona dos cocais, representa uma importante fonte de renda à população nordestina, pois é nessa área principalmente, que se faz à extração dos cocos. A zona costeira detém outra característica, é uma importante região ambiental, onde  se encontra a vegetação de mangue, que constitui um bioma riquíssimo em decomposição de matéria. Outra faixa de transição é o agreste, que é responsável pela produção de alimentos para o nordeste, como: leite, aves, sisal, entre outras matérias primas para indústrias. No litoral cearense, encontra-se as dunas, que é uma região de montantes de areias depositados pela ação dos ventos e de constante remodelação.

O meio-norte se estabelece entre a caatinga do sertão e a Amazônia (Maranhão e Piauí). Com uma diversidade de vegetação como cerrado e matas de cocais, o meio-norte detém sua economia na pecuária bovina, chamada de pé-duro e na criação do jegue. A carnaúba e o óleo de babaçú são outras fontes de extrativismo. Sem esquecer que todas estas zonas demonstradas situam-se na região nordestina brasileira. Faixa de Transição da Região Sul Brasileira

Na região sul, encontra-se a zona de transição das Pradarias, que se situa entre os domínios morfoclimáticos da Araucária e das Pradarias. São geralmente campos acima de serras e são encontradas vegetações do tipo araucárias, de campo, floresta e cerrado. Assim, os sistemas naturais situados nessa região, são de fundamental importância para o meio natural envolvente a ela. Faixa de Transição – Pantanal

O pantanal é uma das principais zonas de transição encontrada no Brasil. Ele é um complexo ambiental de suma importância, pois compreende uma grande diversidade de fauna e flora. Situado em regiões serranas e em terras altas, o pantanal é considerado um grande reservatório de água, devido encontrar-se numa depressão entre várias montanhas. Sua rede fluvial é composta por rios, como: Cuiabá, Taquari, Paraguai etc, sendo considerados rios perenes.

Como o pantanal passa por duas estações climáticas durante o ano, a seca e as cheias dos rios, essa região detém características e denominações únicas, como:

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________“cordilheira” – que significa áreas mais altas, onde não sofrem alagamentos (pequenas elevações); salinas – regiões deprimidas que se tornam lagoas rasas e salgadas com as cheias dos rios; barreiros – são os depósitos de sal após a seca das salinas; caixas – canais que ligam lagoas, existindo somente durante as inundações; e vazante – cursos d´aguas existente durante as épocas das chuvas. Com tudo, o pantanal sofre conseqüências ambientais como a exploração mineral, que poluem intensamente os rios – considerados como os responsáveis pela existência da biodiversidade da região. A pecuária e a utilização de enormes monoculturas, fazem o despejo de uma grande quantidade de agrotóxicos aos rios.

Nesse sentido, a preservação dessas zonas de transição são consideradas de suma importância para a existência dos domínios morfoclimáticos brasileiros. Pois eles estabelecem uma relação direta com a fauna, flora, hidrografia, clima e morfologia, conservando o equilíbrio dos frágeis sistemas ecológicos.

ANOTAÇÕES:________________________________________________________________________________

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Apostila de Geografia – 2007

Parte IV – CARTOGRAFIA E RELEVOCartografia

A arte de traçar mapas começou com os gregos que, no século VI a.C., em função de suas expedições militares e de navegação, criaram o principal centro de conhecimento geográfico do mundo ocidental. O mais antigo mapa já encontrado foi confeccionado na Suméria, em uma pequena tábua de argila, e representa um Estado. A confecção de um mapa normalmente começa a partir da redução da superfície da Terra em seu tamanho. Em mapas que figuram a Terra por inteiro em pequena escala, o globo se apresenta como a única maneira de representação exata. A transformação de uma superfície esférica em uma superfície plana, recebe a denominação de projeção cartográfica.

Cartografia, portanto, é a arte e ciência de graficamente representar um área geográfica em uma superfície plana como em um mapa ou gráfico (normalmente no papel ou monitor). As representações de área podem incluir superimposições de diversas informações sobre a mesma área através de símbolos, cores, entre outros.

A Cartografia data da pré-história quando era usada para delimitar territórios de caça e pesca. Na Babilônia os mapas do mundo eram impressos em madeira num disco liso, mas foram Eratosthenes de Cirene e Hiparco (século III a.C.) que construíram as bases da moderna cartografia com um globo como forma e um sistema de longitudes e latitudes. Ptolomeu desenhava os mapas em papel com o mundo dentro de um círculo, sendo imitado na maioria dos mapas feitos até a Idade Média. Foi só com a era dos descobrimentos que os dados coletados durante as viagens tornaram os mapas mais exatos.

Com a descoberta do novo mundo, a cartografia começou a trabalhar com projeções de superfícies curvas em impressões planas. A mais usada e conhecida é a projeção Mercator.

Hoje em dia a cartografia é feita através de fotometria e de sensoriamento remoto por satélite e, com a ajuda de computadores, mais informações podem ser visualizadas e analisadas pelos geógrafos, fazendo mapas que chegam a ter precisão de até 1 metro. Mapas

A localização de qualquer lugar na Terra pode ser mostrado num mapa. Mapas são normalmente desenhados em superfícies planas em proporção reduzida do local da Terra escolhido. Nenhum mapa impresso consegue mostrar todos os aspectos de uma região. Mapas em contraposição a foto aéreas e dados de satélite podem mostrar muito mais do que apenas o que pode ser visto. Podem mostrar, por exemplo: concentração populacional, diferenças de desenvolvimento social, concentração de renda, entre outros. Os mapas, por sua representação plana, não representam fielmente um mundo geóide como a Terra, o que levou cartógrafos a

conceberem globos, que imitam a forma da Terra. Os mapas mais comuns são os políticos e topográficos, o primeiro

representando graficamente os continentes e as fronteiras entre os países e o segundo representando o relevo em níveis de altura (normalmente também incluindo os rios mais importantes). Para desenhar mapas cartográficos depende-se de um sistema de localização com longitudes e latitudes, uma escala, uma projeção e símbolos. Hoje em dia, boa parte do material necessário ao cartógrafo é obtido de sensoriamento remoto com foto de satélite ou aerofotometria. No projeto RADAM - que mapeou o Brasil nas décadas de 70 e 80 - usou-se mais de aerofotometria e os primeiros mapas novos do país estarão saindo do IBGE em 1996. O departamento de cartografia da ONU é responsável pela manutenção do mapa mundial oficial em escala 1/1.000.000 e todos os países enviam seus dados mais recentes para este departamento.

Classificação dos mapas ou cartasDe acordo com a escala, os mapas ou cartas podem ser: Cartas cadastrais ou plantas. Quando se destinam à representação de

pequenas áreas, cidades, bairros, fazendas, conjuntos residenciais etc., porém com elevado grau de detalhamento e de precisão. É o caso de plantas urbanas, de grande utilidade para as autoridades governamentais na administração (cadastramento) e planejamentos urbanos. São cartas de grande escala, normalmente de 1:500 até 1:10.000.

Mapas ou cartas topográficas. Quando mostram a características ou os elementos naturais e artificiais da paisagem com um certo grau de precisão ou de detalhamento parte de uma região ou estado . Podem mostrar uma determinada (etc.). São de média relevo, acidentes naturais, obras realizadas pelo homem escala, normalmente de 1:25.000 a 1:250.000.

Mapas ou cartas geográficas. Quando mostram as características ou elementos geográficos gerais de uma ou mais regiões, país ou continente ou mesmo do mundo, o que exige o emprego de escalas pequenas (de 1:500.000 a 1:1.000.000 ou menos).

Coordenadas Geográficas: Paralelos e MeridianosO movimento de rotação da Terra ao redor de seu eixo proporciona dois

pontos naturais - os pólos - nos quais está baseada a chamada rede geográfica, que consiste em linhas destinadas a fixar a posição dos pontos da superfície. A rede geográfica consta de um conjunto de linhas traçadas de norte a sul unindo os pólos - os meridianos - e um conjunto de linhas traçadas de leste a oeste paralelas ao equador - os paralelos. Meridianos

Todos os meridianos são semicírculos máximos, cujos extremos coincidem com os pólos norte e sul da Terra. Ainda que seja correto que o conjunto de dois

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________meridianos opostos constituam um círculo máximo completo, é conveniente recordar que um meridiano é só um semicírculo máximo, e que é um arco de 180º.Outras características dos meridianos são:1. Todos os meridianos tem direção norte-sul;2. Os meridianos têm sua máxima separação no equador e convergem em direção aos dois pontos comuns nos pólos;3. O número de meridianos que se pode traçar sobre o globo é infinito. Assim pois, existe um meridiano para qualquer ponto do globo. Para sua representação em mapas os meridianos se selecionam separados por distâncias iguais adequadas. Paralelos

Os paralelos são círculos menores completos, obtidos pela intersecção do globo terráqueo com planos paralelos ao equador. Possuem as seguintes características:1. Os paralelos são sempre paralelos entre si. Ainda que sejam linhas circulares, sua separação é constante.2. Os paralelos vão sempre em direção leste-oeste.3. Os paralelos cortam os meridianos formando ângulos retos. Isto é, correto para qualquer lugar do globo, exceto para os pólos, uma vez que neles a curvatura dos paralelos é muito acentuada.4. Todos os paralelos, com exceção do equador, são círculos menores. O equador é um círculo máximo completo.5. O número de paralelos que se pode traçar sobre o globo é infinito. Por conseguinte, qualquer ponto do globo, com exceção do pólo norte e do pólo sul, está situado sobre um paralelo. LongitudeO sistema empregado para localizar pontos sobre a superfície terrestre consiste em medir as longitudes de arco ao longo dos meridianos e paralelos. Tomando o equador como linha de partida, os arcos são medidos em direção ao norte ou em direção ao sul até os pontos desejados. Tomando um meridiano determinando ou meridiano principal, como linha de referência, os arcos são medidos em direção a leste ou a oeste até os pontos desejados. A longitude de um lugar pode definir-se como o arco de paralelo, medido em graus, entre tal lugar e o meridiano principal. Está quase universalmente aceito como meridiano principal o que passa pelo Observatório de Greenwich, perto de Londres, a que freqüentemente se designa como meridiano de Greenwich. A este meridiano corresponde a longitude 0º. A longitude de qualquer ponto dado sobre o globo é medida na direção leste ou oeste a partir deste meridiano, pelo caminho mais curto. Portanto, a longitude deve oscilar entre zero e 180 graus, tanto a leste quanto a oeste de Greenwich.

Conhecendo-se somente a longitude de um ponto não podemos determinar sua situação exata, porque o mesmo valor da longitude corresponde a todo um

meridiano. Por esta razão, pode definir-se um meridiano como o lugar geométrico de todos os pontos que têm a mesma longitude. Para a longitude 77º03'41" W, pode ler-se "longitude 77 graus, três minutos e quarenta e um segundos oeste de Greenwich". Latitude

A latitude de um lugar pode ser definida como o arco de meridiano, medido em graus, entre o lugar considerado e o equador. Portanto, a latitude pode oscilar entre zero grau no equador até 90 graus norte ou sul nos pólos. A latitude de um lugar, que se escreve latitude 34º10'31" N, pode ler-se "latitude 34 graus, 10 minutos e 31 segundos norte". Desta forma: Quando se conhecem a longitude e a latitude de um lugar, pode localizar-se este lugar de uma maneira exata e precisa com respeito à rede geográfica.Elementos de um mapa

A confecção de um mapa é uma tarefa de certa complexidade. Abrange um conjunto de operações que vão desde os levantamentos no próprio terreno e a análise de documentação (fotos aéreas, por exemplo) até o estudo de expressões gráficas (legendas etc.) e outros aspectos. Os mapas modernos são elaborados com o auxílio de instrumentos e recursos muito avançados, tais como fotografias aéreas, satélites artificiais e computadores.

Os elementos de um mapa são: escala, projeções cartográficas, símbolos ou convenções e título.Escala

Como o mapa é infinitamente menor que a Terra, necessitamos de uma escala para indicar a proporção entre ele e o nosso planeta. A escala nos informa quantas vezes o objeto real (no caso a Terra ou parte dela) foi reduzido em relação ao mapa. Em outras palavras, escala é a relação entre a distância ou comprimento no mapa e a distância correspondente na Terra. Por exemplo: um mapa do Brasil na escala 1:5.000.000 significa que as distâncias (ou proporções) reais do Brasil sofreram uma redução de 5 milhões de vezes em relação ao mapa, ou seja, nessa escala 1 cm no mapa corresponde a 5 milhões de cm (ou 50 km) no lugar real.

Quando vamos elaborar um mapa devemos primeiramente determinar em que escala ele será construído. Se quisermos, por exemplo, construir um mapa do Brasil numa folha de papel de 1 m2, a escala mais apropriada será a de 1:5.000.000, porém se a folha de papel for de 20 cm2, a escala mais adequada será a de 1:25.000.000.

 Entretanto devemos lembrar que a riqueza de detalhes do mapa é diretamente proporcional à escala, ou seja, quanto maior for a escala, maior a riqueza de detalhes. A mostra o Brasil em três escalas diferentes. Nesse caso, quanto menor for a escala, menor o tamanho do mapa e conseqüentemente menor a riqueza de detalhes.

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Escala Gráfica0 100 200|________|________|

Km

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Existem os seguintes tipos de escalas:

Numérica. Trata-se de uma fração ou proporção que estabelece a relação entre a distância ou comprimento no mapa e a distância correspondente no terreno. Por exemplo: se um determinado mapa estiver na escala 1:200.000 (um por duzentos mil), isso significa que cada unidade de distância no mapa (1 cm, por exemplo) corresponde a 200 mil unidades (200 mil cm, no caso) no terreno, ou seja, 1 cm no mapa é igual a 200 mil cm no terreno. A escala numérica pode ser apresentada de três formas diferentes:

Gráfica. Apresenta-se sob a forma de segmento de reta graduado. Por exemplo:

Nesse caso a reta foi seccionada em duas partes iguais, cada uma medindo 1 cm. Significa que cada uma das partes no mapa (1 cm) corresponde 10.000.000 cm ou 100 km no terreno.Cartografia, a arte de compor mapas

A cartografia tem por finalidade básica a elaboração de cartas ou mapas a partir de um conjunto de operações científicas, técnicas e artísticas. As cartas ou mapas, por sua vez, nada mais são do que superfícies planas onde a terra se acha total ou parcialmente representada.

O desenvolvimento da cartografia moderna decorreu principalmente das grandes navegações oceânicas (séculos XV e XVI) e em particular da contribuição dada pela Escola de Sagres (formação de pilotos e cartógrafos, aperfeiçoamento das caravelas, do astrolábio e das cartas de navegação). Entretanto o impulso definitivo ao desenvolvimento da Cartografia deu-se a partir de 1569, com a criação da famosa projeção cilíndrica de Mercátor.De acordo com a finalidade ou tipo de usuário a que se destinam, os mapas ou cartas podem ser classificados em:

Gerais. Quando se destinam ao público em geral, isto é, quando atendem aos diversos tipos de usuários. Geralmente são mapas de pequena escala. Por exemplo: mapas de grandes regiões, de países, de continentes e mapas-múndi.

Especiais. Quando se destinam a determinadas pessoas ou grupos (profissionais), isto é, são mapas mais específicos ou técnicos e geralmente

de grande escala. Por exemplo: mapas políticos, econômicos, científicos, cartas náuticas, aéreas e cadastrais.

Temáticos. Quando se destinam ao estudo, análise e pesquisa de determinados temas como Geologia, Pedologia, Demografia etc.

Fusos Horários  Compreende a área que, em qualquer da faixa teoricamente limitada por dois meridianos, conserva a mesma hora referida ao meridiano de origem.

Cada fuso tem, geralmente, 15º de longitude, cujo centro é um meridiano cuja longitude é exatamente divisível por 15º. Como o círculo terrestre tem 360º, e o movimento de rotação é executado em 24 horas, temos 360 ÷ 24 = 15, o que significa que cada hora do Globo se acha situada numa faixa de 15º.

Os fusos são referidos ao Meridiano Internacional de Origem (0º - Greenwich), bem como ao antimeridiano (180º), em torno do qual está a Linha de Mudança de Data.

Devido ao movimento do planeta, do ocidente para o oriente, de 0º a 180º (este ou leste), as horas aumentam, e de 0º a 180º (oeste ou west) diminuem. De Londres a Brasília são três fusos. Assim, quando é meio-dia em Londres, são 9 horas em Brasília. Por outro lado, havendo quatro fusos entre Londres e Teerã, por exemplo, meio-dia em Londres equivale a 16 horas em Teerã.

O sistema de fusos horários foi estabelecido pelo Decreto nº 2.784, de 18 de junho de 1913, o qual define, igualmente a hora legal, a qual, também chamada hora oficial, é o intervalo de tempo igual para um determinado fuso horário. Já hora local é a hora referida a um meridiano local, comparada com a hora referida ao meridiano dum fuso horário, ou o meridiano de Greenwich.

  É preciso que se saiba que a hora de cada fuso tem, em seus meridianos, limites teóricos. Em outras palavras, a hora é aparente. Nem sempre uma linha imaginária, sobre um país, pode marcar, sem embaraços, um limite-horário indiscutível. Senão, vejamos: o meridiano de 45º que marca, no Brasil, o fuso de

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1 ou 1:200.000 ou 1/200.000

200.000

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________três horas, cortaria, no seu limite oriental, os Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, o que significaria, para cada um destes Estados, uma diferença horária ao longo do meridiano de 45º. Dados os problemas que resultariam daí, para facilitar a questão, convencionou-se, neste caso, que o fuso de duas horas, o qual engloba as ilhas oceânicas do Brasil, não incorpore aquela parte do continente, entregando-a ao fuso de três horas. igualmente, esse meridiano de 45º, no seu limite ocidental, cortaria o Amapá, o Pará, Mato Grosso, Goiás , o Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. Ficou também convencionado que o limite coerente dos fusos de três e quatro horas deveria passar pela linha que, de norte para sul, deixando todo o Amapá para este, e, em seguida seguindo pelo rio Xingu até encontrar a geodésica que divide o Pará e Mato Grosso, continuando por esta divisória até o rio Araguaia, pelo qual prosseguiria, deixando os Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para o fuso de quatro horas e, finalmente, cedendo os Estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul para o fuso de três horas.

 De igual maneira, muitos países resolvem as suas diferenças horárias

conforme as suas peculiaridades e interesses. Exemplo disso é o caso da Argentina, que teoricamente, se acha no fuso de quatro horas, mas que resolveu ficar situada no fuso de três horas, igual ao tempo de Brasília.Globo Terrestre

Apesar de não ser o método mais utilizado de representação da Terra, é o que mais se aproxima da realidade, porque:

sua forma é muito semelhante à da Terra; mostra os continentes, oceanos e outros importantes acidentes geográficos

da Terra; traz as coordenadas geográficas (paralelos e meridianos); possibilita a simulação dos movimentos de rotação e translação da Terra e a

conseqüente compreensão da sucessão dos dias e das noites, das estações do ano, dos fusos horários etc.

Por outro lado, o globo terrestre possui alguns inconvenientes, como pequena

quantidade de informações e de detalhes, devido a seu reduzido tamanho; se construído em tamanhos muitos grandes, torna-se caro e de difícil manuseio.Projeções Cartográficas

Projeção cartográfica é a representação de uma superfície esférica (a Terra) num plano (o mapa), ou seja, trata-se de um "sistema plano de meridianos e paralelos sobre os quais pode ser desenhado um mapa" (Erwin Raisz. Cartografia geral. P. 58).

O grande problema da cartografia consiste em ter de representar uma superfície esférica num plano, pois, como é sabido, a esfera é um sólido não- desenvolvível, isto é, não-achatável ou não planificável. Assim, sempre que achatarmos uma esfera, necessariamente ela sofrerá alterações ou deformações.

Experimente, por exemplo, cortar uma laranja ao meio e depois pressionar (achatar) uma dessas partes sobre uma superfície plana.

Isso quer dizer que todas as projeções apresentam deformações, que podem ser em relação às distâncias, às áreas ou aos ângulos. Assim, cabe ao cartógrafo escolher o tipo de projeção que melhor atenda aos objetivos do mapa.

A maior parte das projeções hoje existentes deriva dos três tipos ou métodos originais, a saber: cilíndricas, cônicas e planas ou azimutais. A projeção cilíndrica resulta da projeção dos paralelos e meridianos sobre um cilindro envolvente, que é posteriormente desenvolvido (planificado). Esse tipo de projeção: 

apresenta os paralelos retos e horizontais e os meridianos retos e verticais; acarreta um crescimento (deformação) exagerado das regiões de elevadas

latitudes; é o mais utilizado para a representação total da Terra (mapas-múndi). A projeção cônica resulta da projeção do globo terrestre sobre um cone, que

posteriormente é planificado. Esse tipo de projeção: apresenta paralelos circulares e meridianos radiais, isto é, retas que se

originam de um único ponto; é usado principalmente para a representação de países ou regiões de

latitudes intermediárias, embora possa ser utilizado para outras latitudes. A projeção azimutal resulta da projeção da superfície terrestre sobre um plano

a partir de um determinado ponto (ponto de vista). De acordo com Erwin Raisz (famoso cartógrafo americano), as projeções azimutais são de três tipos: polar, equatorial e oblíqua. Elas são utilizadas para confeccionar mapas especiais, principalmente os náuticos e aeronáuticos.

Vejamos, a seguir, alguns dos mais conhecidos tipos de projeção cartográfica. Projeção de Mercátor

 Idealizada no século XVI, a projeção cilíndrica de Mercátor tornou-se a preferida dos navegantes por ser a única em que as direções podiam ser traçadas

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________em linha reta sobre o mapa.Nessa projeção, os paralelos e os meridianos são linhas retas que se cruzam formando ângulos retos. Pertence ao tipo chamado conforme, porque não deforma os ângulos. Em compensação, as áreas extensas ou situadas em latitudes elevadas aparecem nos mapas com dimensões exageradamente ampliadas. Projeções de Mollweide e Aitoff

Essas projeções são do tipo equivalente, isto é, conservam a proporção ou equivalência das áreas representadas em detrimento da forma. Nelas, os paralelos são horizontais e estão de tal modo espaçados que cada área limitadas por dois deles conserva a mesma proporção da área real, embora possa variar muito no tocante à forma. Elas têm formato elíptico e são muito utilizadas para a confecção de mapas-múndi. Projeção interrompida de Goode

A projeção interrompida ou descontínua do professor norte-americano Paul Goode é um tipo diferenciado de projeção idealizado pelo autor com a finalidade principal de mostrar a equivalência das massas continentais e oceânicas. Para tanto, os mapas que apresentam esse tipo de projeção trazem as referidas massas interrompidas ou descontínuas.Recursos utilizados na confecção dos mapasSensoriamento remoto e Cartografia

A partir do momento em que, pela primeira vez, uma pequena porção da superfície terrestre foi fotografada com a ajuda de um balão em 1858 (na França), o sensoriamento remoto apresentou um espetacular desenvolvimento. Recentemente, com o emprego do radar e dos satélites artificiais, o sensoriamento remoto tem contribuído enormemente para o desenvolvimento de diversos campos do conhecimento, tais como Geologia, Geografia, Geomorfologia, Oceanografia, Meteorologia, Cartografia e outros.

O sensoriamento remoto nada mais é do que "um recurso técnico para ampliar os sentidos naturais do homem", ou seja, " é um dispositivo ou equipamento [câmara fotográfica, radar] que capta e registra, sob a forma de imagens, a energia refletida ou emitida pelas áreas, acidentes, objetos e acontecimento do meio ambiente, incluindo os acidentes naturais e culturais" (Cêurio de Oliveira. Curso de Cartografia Moderna, p. 83).

Quanto à fonte de radiação (fonte emissora de energia), os sensores são classificados em passivos e ativos. São passivos quando dependem de uma fonte de radiação externa ou natural, como o Sol e a Terra. Nesse caso estão, por exemplo, os radiômetros, que registram a radiação emitida pelas diferentes superfícies e substâncias (solo, água etc.) e as câmaras fotográficas, que captam a radiação solar refletida.

São do tipo ativo quando não dependem de fonte de energia externa, isto é, são sensores que possuem sua própria fonte de energia. É o caso, por exemplo, dos

radares, que emitem fluxos de energia em direção a determinados alvos e, a seguir, captam de volta a energia refletida por eles.  Aerofotogrametria

Como dissemos no início, a câmara fotográfica foi o primeiro tipo de sensor remoto utilizado pelo homem. Hoje em dia, as câmaras fotográficas encontram-se bastante aperfeiçoadas, sendo que as câmaras aéreas empregadas em sensoriamento remoto dispõem de mecanismos ou dispositivos que permitem combinar simultaneamente o movimento do filme com o deslocamento do avião.

As diversas vantagens oferecidas pela aerofotogrametria, tais como boa orientação espacial, facilidade de interpretação e elevado nível de precisão e rapidez, explicam o largo uso da fotografia aérea em todo o mundo. No caso da cartografia, o seu emprego é fundamental, pois quase toda a produção cartográfica atual utiliza seus recursos.

A fotografia aérea oferece também, através da fotointerpretação, um amplo campo de trabalho a diversos profissionais, como urbanistas, geólogos, geógrafos e outros. O princípio da aerofotogrametria

O princípio usado pela aerofotogrametria pode ser descrito assim, resumidamente:1º) de um avião devidamente equipado e mediante condições de tempo apropriadas, são feitas, ao longo de uma linha (reta) de vôo, sucessivas exposições fotográficas de uma extremidade a outra da área, até cobri-la totalmente.2º) Ao longo de cada faixa ou linha de vôo, as exposições são feitas de tal modo que, entre duas fotos sucessivas, haja uma superposição de aproximadamente 60%, ou seja, a primeira e a segunda fotos cubram uma área comum de 60%. 3º) Colocadas todas as fotos uma ao lado da outra, e obedecendo-se à orientação correta (linhas de vôo, superposição etc.), teremos uma visão total da área. Para obtermos a visão tridimensional, recorremos ao estereoscópio, um instrumento ótico binocular que permite ver as imagens em terceira dimensão (em relevo).  Radar

O radar é um sensor ativo que, para obter a imagem de uma determinada superfície, emite fluxos de energia (ondas eletromagnéticas) através de uma antena que é simultaneamente transmissora e receptora, isto é, envia e depois recebe de volta a energia refletida pela superfície. A seguir, essa energia é processada e transformada em imagens por outros instrumentos do radar (receptor, amplificador e detector), e estas, finalmente, são registradas em fitas magnéticas ou em filmes.

O Brasil iniciou, a partir de 1970, um amplo levantamento da Amazônia através do radar (Projeto radam ou Radambrasil) com a finalidade de elaborar um mapeamento da região abrangendo diversos aspectos tais como geológicos, geomorfológicos, de vegetação, hidrográficos, dos solos e do uso da terra. O

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________trabalho de levantamento das imagens da região foi feito em cerca de doze meses, sendo que posteriormente outras regiões do país passaram a usar os serviços oferecidos pelo Radam.Satélites Artificiais

O sensoriamento remoto por meio de satélites artificiais teve início no final da década de 50, logo após o lançamento do primeiro satélite artificial pelos soviéticos, o sputinik, em 1957.

No caso dos satélites artificiais, as primeiras imagens da Terra foram obtidas através de câmaras fotográficas, passando-se posteriormente a empregar outros tipos de sensores mais avançados e eficientes. Hoje, o sensoriamento remoto por meio de satélites representa o mais importante e eficiente recurso tecnológico de observação da Terra de que o homem dispõe.

Dentre os vários programas ou sistemas de sensoriamento por satélites (Tiros, Nimbos, Apolo, Spot etc.) o mais importante é, sem dúvida, o Landsat, desenvolvido pela NASA (National Aeronautics and Space Administration). Esse sistema compreende uma série de cinco satélites, sendo que o Landsat 1 foi lançado em 1972 e o Landsat 5, em 1984.

O esquema básico de funcionamento do sistema Landsat é o seguinte: os dados obtidos pelos satélites são transmitidos para uma estação terrestre, sendo depois processados e utilizados pelos especialistas interessados.As informações a seguir referem-se aos satélites Landsat 4 e Landsat 5:

suas órbitas ao redor da Terra são circulares e encontram-se a 705 km de altitude;

cada satélite demora cerca de 98 minutos para completar a sua órbita; cada satélite demora dezesseis dias para cobrir toda a Terra. O Brasil utiliza informações do sistema Landsat desde 1973. Para tanto, o país

conta com uma estação terrestre de rastreamento e de recepção de dados, situada em Cuiabá (MT), e outra para processamento e distribuição dos dados, localizada em Cachoeira paulista (SP). O trabalho de rastreamento feito em Cuiabá abrange 90% da área da América do Sul. Além dos programas Landsat, o Brasil já recebe dados do programa espacial francês Spot, iniciado em 1986.Símbolos ou convenções cartográficas

Considerando-se que o mapa não é uma reprodução da realidade terrestre e, sim, uma representação dessa realidade, o cartógrafo recorre a símbolos e convenções que auxiliam na leitura ou interpretação dos mapas. Os símbolos são, portanto, a linguagem visual dos mapas.

Existe uma grande variedade de símbolos e de cores utilizadas pelos cartógrafos nos diferentes tipos de mapas, apesar de ainda não existir uma padronização total e universal. Quanto às cores, as principais convenções são as seguintes: azul (hidrografia); verde (vegetação); castanho (relevo e solos); preto ou

vermelho (acidentes geográficos artificiais, como rodovias, ferrovias etc.).Eqüinócio e Solstício

O movimento de translação, ou seja a volta da Terra ao redor do Sol, demora um ano para se completar. Conforme se verifica na figura, o planeta realiza esse movimento com uma inclinação de 23º 27’ em relação ao seu próprio eixo. Assim, a quantidade de calor recebida em um mesmo ponto da superfície da Terra varia de acordo com a época do ano, o que determina a existência das estações. Nas sociedades pré-industriais, os tempos de plantio, germinação e safra condicionavam o tempo do trabalho e o do descanso. Atualmente a alternância das estações do ano continua a funcionar como mecanismo regulador das atividades agrícolas. Além disso, em muitas regiões, a indústria do turismo está condicionada pelo ciclo sazonal.

No solstício de verão do hemisfério sul (21 de dezembro), o Sol incide perpendicularmente ao Trópico de Capricórnio. Isso significa que o hemisfério norte está recebendo uma menor quantidade de luz solar; por isso; vive a sua estação mais fria, marcada por dias mais curtos e noites mais longas. No solstício de verão do hemisfério norte (21 de junho), o Sol incide perpendicularmente ao Trópico de Câncer, caracterizando a estação fria no hemisfério sul. No início da primavera e do outono (equinócios), quando o Sol incide perpendicularmente ao equador, os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar e os dias e noites têm duração igual em ambos.

A esfericidade da Terra e a inclinação do planeta em relação ao seu próprio eixo definem a existência de uma Zona Intertropical, dentro da qual os raios solares incidem perpendicularmente em pelo menos uma das estações do ano. Essa zona apresenta os climas mais quentes do planeta, sendo que as temperaturas tendem a ser mais elevadas nas regiões próximas à linha do equador.

No outro extremo, também devido à inclinação da Terra, uma parte da superfície do planeta não recebe luz solar durante o inverno do hemisfério onde se situa. O círculo polar delimita uma área (entre os 66º33’ e 90º) na qual o inverno é sinônimo de noite que chega a durar meses. Entre os trópicos e os círculos polares estende-se a Zona Temperada, que recebe menos quantidade de calor que a Zona Glacial. A Origem da Terra

A história geológica da Terra teve início há cerca de 4,6 bilhões de anos, e pode ser resumida no seguinte quadro:

Quadro demonstrativo das erase períodos geológicos

Eras Geológicas

Período Principais Eventos

Era Azóica(4,6 à 3,8 anos)

***-Início da Terra-Período sem Vida

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Era Pré-Cam-briana(3,8 bilhões à 570 milhões de anos)

Arqueozóica -Formação da crosta terrestre e primeiras rochas (litosfera)-Atmosfera Primitiva-Primeiras formas de vida unicelulares.

Proterozóica - Concentração de minerais metálicos (ferro, manganês, cobre, entre outros)

Era Paleozóica (entre 570 e 227 milhões de anos)

Cambriano -Soterramento das florestas cuja matéria orgânica deu início à formação do carvão mineral (período carbonífero)

- diversificação da vida (pteridófitas, coníferas, trilobites, moluscos, insetos, peixes e pequenos répteis)- Início da formação das bacias sedimentares (Ex: as bacias do Paraná e do Parnaíba)

Ordoviciano

Siluriano

Devoniano

Carboniífero

Permiano

Era Mesozóica(de 227 à 65 milhões de anos)

Triássico- domínio dos dinossauros, pterossauros e répteis aquáticos.- aves e mamíferos primitivos- primeiras plantas superiores (angiospermas com flores)- formação das maiores reservas de petróleo encontradas na atualidade

Jurássico

Cretáceo

Era Cenozóica(de 65 milhões de anos até os dias de hoje)

Terciário-Expansão dos mamíferos, aves e angiospermas.-dobramentos modernos (Andes, Rochosas, Himalaia e Alpes)- início da formação das bacias sedimentares (Ex: bacia amazônica e do pantanal.

Quaternário-Glaciações- surgimento do homem

A Origem dos ContinentesA atual configuração dos continentes na superfície da Terra originou-se de

um processo que resultou da fragmentação e no afastamento das terras emersas, a partir de um bloco único denominada Pangéia.

Duas teorias se complementam e procuram explicar as etapas desse processo, que acabou também sendo responsável pelas formas do relevo.

As teorias são:Teoria da deriva dos continentes – defendida pelo geofísico alemão Alfred Wegener, em 1912;Teoria das placas tectônicas – foi desenvolvida na década de 1960 pelos geólogos estadunidenses Harry Hess e Robert Dietz, acabou por complementar a teoria anterior.Estrutura da Terra

Quanto à estrutura interna a Terra pode ser dividida conforme descrição abaixo:Crosta: constituída de matérias mais leves, pode ser dividida em crosta continental e crosta oceânica, também conhecida como litosfera.Manto: camada intermediária formada pelo magma (rocha derretida/incandescente) que pode ser dividida em superior (astenosfera) e inferior (mesosfera).Núcleo: também conhecido como endosfera é formado por materiais mais densos e pode ser dividido em: núcleo externo e interno.

A Crosta e as RochasA crosta é formada por rochas e minerais. As rochas podem ser classificadas

da seguinte maneira:Rochas Magmáticas, ígneas ou cristalinas – formadas pelo resfriamento e solidificação do magma. Quando sua formação ocorre no interior da superfície terrestre (resfriamento lento) são chamadas de intrusivas ou plutônicas; e quando se formam na superfície (resfriamento rápido) são chamadas de extrusivas ou vulcânicas.Rochas Sedimentares – Formam-se da compactação de sedimentos provenientes dos processo erosivos. Originam-se portanto, de outros tipos de rochas.Rochas Metamórficas - Como o próprio nome diz, formam-se da transformação de outras rochas de origem magmática, sedimentar ou até mesmo metamórficas. Este processo ocorre pela ação do calor ou da pressão existente no interiro da Terra, que acaba modificando sua estrutura.Estrutura Geológica

Estrutura geológica é o conjunto de diferentes rochas de um lugar e os vários processos geológicos sofridos por elas, que dá aos terrenos desse lugar uma característica própria. São três as principais estruturas geológicas:Escudos Cristalinos ou núcleos cratônicos – São rochas magmáticas ou metamórficas muito antigas, das eras Pré –cambriana e Paleozóica. Sofreram forte processo erosivo, apresentando-se desgastadas e com baixas altitudes.Ex: escudo das guianas, escudo brasileiro, escudo canadense, entre outros.Bacias Sedimentares – Os sedimentos produzidos pelo desgaste dos escudos, acabaram se acumulando nas depressões formando os terrenos sedimentares. Temos bacias originadas nas eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica. Ex: Bacia Amazônica e bacia do Pantanal.Faixas orogênicas ou dobramentos (antigos ou recentes/modernos) - São conseqüência do movimento das placas tectônicas e deram origem às cadeias de montanhas.*Dobramentos Antigos – Podem datar das eras Pré-Cambriana (Ex: Serra do Mar), Proterozóica (Ex: Chapada Diamantina na Bahia) e Palezóica (Ex: Alpes escandinavos na Noruega e na Suécia e Pirineus em Goiás).* Dobramentos Modernos – Ocorreram no Período Terciário da Era Cenozóica e deram origem as altas cadeias de montanhas da Terra (Ex: Himalaia, Alpes, Andes e Rochosas).Geomorfologia ou relevo

O relevo é resultado de forças internas (tectonismo, vulcanismo e abalos sísmicos) e forças externas (ação da água, vento e gelo). Os agentes internos são denominados formadores do relevo a partir da pressão interna que ocasiona os movimentos epirogênicos e orogênicos. Já os agentes externos são responsáveis

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________pela modelagem das formas atrav´se do intemperismo e da erosão.As formas de relevo são:Planalto: Superfície onde predomina o processo de erosão.Depressão: Superfície muito rebaixada pela erosão e que apresenta altitudes inferiores ao dos planaltos vizinhos.Planície: Superfície onde predomina o processo de sedimentação.

No Brasil temos três classificações de relevo que se destacam:Aroldo de Azevedo – (décadas de 1940-1950) estabeleceu a primeira classificação baseada na altitude.Aziz Nacib Ab’Saber – (décadas de 1960-1970) utilizou o critério baseado nos processo de formação e modelagem das formas, principalmente na erosão e sedimentação.Jurandyr Luciano Sanches Ross – (décadas de 1980-1990) passou a usar técnicas modernas como imagens de radar, fotos de satélite e recursos de geoprocessamento. Baseou-se principalmente nos critério erosão, sedimentação, altitude e geologia. Esta classificação apresenta 28 diferentes unidades de relevo e introduz pela primeira vez o conceito de depressão.Relevo Oceânico

De acordo com a profundidade podemos diferenciar no relevo submarino várias partes com características próprias:- Plataforma Continental: é a continuidade do continente. Atinge no máximo 200m de profundidade. Importante área de exploração de petróleo.- Talude Continental: declive acentuado que marca a passagem da plataforma para a região pelágica.- Região Pelágica: vaio de 1.000 a 5.000m de profundidade.- Região Abissal ou Bacias Oceânicas: Com mais de 5.000m de profundidade é a região menos conhecida da Terra.- Dorsais Oceânicas: são grandes cadeias de montanhas que existem no fundo dos oceanos.- Montes Marinhos: são montanhas submersas cujos picos não afloram na superfície.- Ilhas Vulcânicas: são topos de vulcões submarinos que alcançam a superfície e formando ilhas ou arcos de ilhas.- Guyots: São antigas ilhas desgastadas pela erosão e atualmente se encontram

submersas.

Curiosidade de Mato GrossoO estado de Mato Grosso apresenta relevo pouco acidentado e

alterna um conjunto de grandes chapadas, no planalto mato-grossense, com altitudes médias entre 400 e 800m, e áreas de planície pantaneira, sempre inundadas pelo rio Paraguai e seus afluentes. Três ecossistemas principais estão presentes: o pantanal, o cerrado e a floresta amazônica. O pantanal cobre 10% do estado e abriga quase mil espécies animais, incluindo cerca de 650 tipos de aves aquáticas. A vegetação do cerrado ocupa 40% de Mato Grosso, com altitude média de 600 m, enquanto a floresta Amazônica se estende por metade do estado.

ANOTAÇÕES:

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Parte V – TÓPICOS RELEVANTES DA GEOGRAFIA DE MATO GROSSOPOVOAMENTO- Séc XVIII – primeiros povoamentos onde hoje é o Mato Grosso.- 1525 – Aleixo Garcia.- 1526 – Sebastião Caboto.- 1672 – Antônio Pires de Campos – chegado ainda criança com a bandeira paterna.- Séc XVI – ocupação efetiva do espaço brasileiro com as capitanias hereditárias.- Até a primeira metade do séc XVII, predominou o bandeirismo apresador (captura de índios).- Após meados do séc XVII, prevalece o bandeirismo prospector (exploração aurífera).- O espaço ocupado pelo território de Mato Grosso foi incorporado ao espaço brasileiro pelos bandeirantes ao longo do tempo.- 1719 - “Arraial da Forquilha” – primeiro povoamento situado na confluência do rio Coxipó com o arroio Mutuca, fundado pelos componentes da bandeira de Pascoal Moreira Cabral Leme, em função da descoberta de um veio aurífero.- 1722 – o bandeirante Miguel Sutil encontrou um dos mais importantes veios auríferos do Estado (Lavras do Sutil) na região onde atualmente se localiza a igreja do Rosário.- 1726 – Chegada de Dom Rodrigo César de Meneses, governador da província de São Paulo. Estabeleceu pesadas leis de arrecadação provocando grave crise e descontentamento.- 1748 – é criada a capitania de Mato Grosso, desmembrada da capitania de São Paulo. Elevado a categoria de província, Vila Bela da Santíssima Trindade passa a ser a primeira capital.- 1835 – a capital da província é transferida de Vila Bela da Santíssima Trindade para Cuiabá.ABASTECIEMNTO DAS MINAS- O abastecimento das minas da província era feita por expedições de viajantes denominadas “Monções”.PECUÁRIA- 1726 – foi introduzida em Camapuã (entre os rio Taquari e Coxim).- deu origem a estrutura fundiária baseada no latifúndio.- da segunda metade do séc. XIX até meados do séc. XX destinava-se principalmente ao abastecimento do mercado local.- 1910 – Construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (Corumbá – Bauru), possibilitou o transporte de gado vivo para os mercados de São Paulo e Minas Gerais.- A ferrovia valorizou a terra e o gado, tornando-se responsável pelo povoamento do sul do Estado.CANA-DE-AÇÚCAR- a produção de cana-de-açúcar e aguardente iniciou em Chapada dos Guimarães (após a mineração em Cuiabá), estendendo-se até Poconé, Livramento e Cáceres.- Inicialmente a cana-de-açúcar e a aguardente visavam o mercado local.- na metade do séc. XVIII havia um total de 19 engenhos no Estado.- 1856 – abertura da navegação (via rio Paraguai), abriu o caminho para a

exportação.- Os trabalhadores do engenho eram denominados “Camaradas” – trabalhadores semi-escravos, mantidos presos economicamente aos coronéis proprietários dos engenhos.DIAMANTES E MAIS OURO- A parte leste do território mato-grossense (microrregião de Barra do Garças) teve o seu povoamento relacionado ao ouro e principalmente ao diamante.- 1805 – migrantes de vários estados (Goiás, Minas Gerais, Bahia e Maranhão), povoaram as margens dos rios Garças e Araguaia.- 1805 a 1825 – ocorre a ocupação do meio norte (região de Diamantino), onde são descobertos diamantes na margem do rio Arinos. Este povoamento do meio norte foi importante para estabelecer uma ligação com os estados do Pará e Amazonas via rios Juruena e Telles Pires.SITUAÇÃO DE MATO GROSSO NA SEGUNDA METADO DO SÉCULO XIX- a mineração havia provocado um povoamento efêmero que pouco contribuiu para a fixação do homem tampouco para o desenvolvimento econômico do estado.FINAL DO SÉCULO XIX- o Mato Grosso experimentava um novo surto de povoamento orientado pela extração da borracha, poaia e erva-mate, constituindo-se uma nova fase econômica e de povoamento.ERVA-MATE- 1878- o governo imperial passa a arrendar as terras devolutas.- um consórcio de 10 representantes arrendou terras e fundaram a Companhia Mate-Laranjeiras, que se tornou a maior empresa do ramo, financiando a abertura de estradas e a construção da Ferrovia Noroeste do Brasil.- o descontentamento dos pequenos produtores (explorados pela companhia), levou a criação de inúmeras pequenas cooperativas e a fundação da Federação de Cooperativas de Mate Amambaí Ltda.- O ciclo do mate durou de 1882 até meados do século XX, quando enfraqueceu devido a concorrência principalmente da erva-mate Argentina. No entanto o mate pode ser considerado responsável pela fundação de importantes cidades como: Amambaí, Ponta Porá, Porto Murtinho, rio Brilhante, Dourados e Itaporã.POAIA- teve seu auge nos anos de 1878/79 – a poaia foi explorada das matas nativas da região de Parecis, Cáceres, Barra do Bugres, Vila Bela e Cuiabá. De Cáceres era levada até Corumbá de onde seguia para a exportação.- A planta possui alta concentração de colóide a qual contém ementina, matéria-prima para remédios contra disenteria, bronquite e coqueluche.

* nos ciclos econômicos da cana-de-açúcar, da erva-mate e da poaia, a exploração dos trabalhadores era um constante, seguindo o molde a dependência econômica e o endividamento com o dono da terra.BORRACHA- 1877-1880 – Uma grande seca no Nordeste brasileiro desencadeou um grande fluxo migratório de nordestinos para o Norte do Brasil (Amazônia). Como a mangabeira mato-grossense tinha um látex de qualidade superior, o norte de Mato Grosso passou a ser área de exploração de látex.- O destino do látex mato-grossense era a Europa, principalmente a Inglaterra que expandia suas indústrias.SITUAÇÃO DE MATO GROSSO NO FIM DO XX

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________- A ocupação do espaço mato-grossense estava ligado à exploração de produtos voltados para o mercado externo.- A erva-mate foi o produto que mais contribuiu para a fixação do homem.- A porção norte do estado continua sem ser ocupada (oficialmente, pois já havia a presença dos povos indígenas).MATO GROSSO E A INTEGRAÇÃO NACIONAL- 1930 – Governo de Getúlio Vargas:- desenvolvimento da indústria (nível nacional)- objetivo de promover a integração nacional, ou seja, integrar o espaço brasileiro economicamente. (Marcha para o Oeste).- O MT e a integração nacional:- O MT tinha espaços vazios para serem integrados, além de ter matérias-primas e mercado consumidor a disposição do sudeste (região industrializada).- Avanço da fronteira agrícola com a criação de colônias agrícolas até 1950. (p. 30)- DTC – Departamento de Terras e Colonização até 1966, retornando em 1976 como INTERMAT – Instituto de Terras do Estado de Mato Grosso.-1964 – Governos Militares – incentivos fiscais e crédito facilitado favorecem a instalação de grandes latifúndios, cujos proprietários, na maioria, provém do Centro-Sul.AVANÇO DA FRONTERIA AGRÍCOLA – ANOS DE 1970 – fatores que contribuíram para atrais migrantes:- Nordeste – estagnação econômica, solos exauridos e desgastados bem como a concentração das melhores terras nas mãos de latifundiários.- São Paulo e Estado do Sul (RS–SC–PR) – processo de modernização do campo (revolução verde) e conseqüente expulsão dos colonos dos campos.- Construção de Brasília e abertura de rodovias que cortam a região Centro-Oeste.- Atuação do INCRA – Instituto Nacional de Reforma Agrária, que teve papel fundamental na implantação de projetos de colonização (detalhes p. 35)-PAC – Projeto de Ação Conjunta entre INCRA e a Cooperativa Triticola de Erechim Ltda, Peixoto de Azevedo, ao longo da rodovia Cuiabá-Santarém.-PA – Projeto de Assentamento Braço Sul no extremo norte de MT, às margens da rodovia Cuiabá-Santarém.-PAC – Projeto de Assentamento Conjunto Ranchão, Nobres.-PAC Carlinda – Projeto em conjunto com a Cooperativa Cotia (RS), sul de Alta Floresta.- PEA – Projeto Especial de Assentamento, Lucas do Rio Verde, ao longo da rodovia Cuiabá-Santarém.-PAR Canaã em Nova Canaã.-PAR Telles Pires, em Colíder.-PAR Cerro Azul, Pontes e Lacerda.-PAR Sete de Setembro em Aripuanã.Além de projetos particulares:-Porto dos Gaúchos – Canarana – Água Boa – Nova Xavantina – Vila Rica - Nova Mutum – Sorriso – Sinop e Vera – Marcelândia – Matupá – Alta Floresta – Nova Bandeirante – Colíder – Copercol (Terra Nova do Norte) – Juara e Novo Horizonte do Norte – Tapurah e Eldorado – São José do Rio Claro – Brasnorte – Juruena e Cotriguaçu (Aripuanã) - entre outros.*** grande parte destes projetos contribuíram ou forma até mesmo o início de novos municípios no estado de MT.

ESPAÇO AGRÁRIO DE MATO GROSSO E MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA... Mas nem tudo é maravilha quando se fala em modernização da

agricultura. Pelo contrário, esse processo de desenvolvimento capitalista, como é mais correto denomina-lo, vem trazendo uma série de problemas que, no conjunto, define o que se tem chamado de questões agrária no Brasil. (GRAZIANO NETO, 1986, p. 44)

- Década de 1950, após a Segunda Guerra Mundial – Revolução Verde – Modernização da Agricultura.- Modernização conservadora, pois não mexeu na estrutura fundiária, ou seja, reafirmou o latifúndio, a concentração de terras e as culturas voltadas para a exportação.- altos créditos bancários e subsídios governamentais para as culturas da soja e cana-de-açúcar.- Grandes projetos agropecuários coordenados na maioria pela SUDECO (superintendência para o Desenvolvimento do Centro-Oeste) e pela SUDAM (superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia), além de projetos coordenados pelas Secretarias do Governo Estadual (naquela época diretamente ligadas ao governo federal).*Programas coordenados pelos governos federal e estadual.-PIN – Programa de Integração Nacional. (Gov. Federal)-PROTERRA – Programa de Distribuição de Terra e de Estímulo à Agroindústria do Norte e Nordeste. (Gov. Federal)-PRODOESTE – Programa de Desenvolvimento do Centro-Oeste. (Gov. Federal)-PROBOR – Programa de Incentivo à Produção de Borracha Vegetal. (Gov. Estadual)-MATAMAT – Companhia Mato-grossense de Mineração. (Gov. Estadual)-CODEMAT – Companhia de Desenvolvimento do Estado de Mato Grosso. (Gov. Estadual)*Programas coordenados pela SUDECO.-POLONOROESTE – Programa Integrado de Desenvolvimento Rural do Noroeste do Brasil.-POLOCENTRO – Programa de Desenvolvimento dos Cerrados.-PRODIAT – Programa de Desenvolvimento Integrado do Araguaia-Tocantins.-POLAMAZÔNIA – Programa de Pólos Agropecuários e Agrominerais da Amazônia.-PROMAT – Programa Especial de Desenvolvimento do Estado de Mato Grosso.-PRODEI – Programa de Desenvolvimento Industrial de Mato Grosso. ***Estes projetos resultaram no gasto de dinheiro publico em benefício de grupos privilegiados, gerando poucos resultados e/ou benefícios para o desenvolvimento do Estado ou da Sociedade.*Programas coordenados pela SUDAM.-Segundo estudos, até o 1985, os projetos financiados pela SUDAM totalizavam 581, dentre os quais 207 em território mato-grossense (35% do total).PRODUÇÃO AGRICOLA- 1992 – O governo do Estado elaborou um Plano de Modernização da Agropecuária. Segundo este plano o MT pode ser compreendido da seguinte forma macro-regional:Região do Pantanal, com 126.198 Km², necessita de cuidados especiais pela fragilidade do seu ecossistema. Vocação para criação de bovinos, eqüinos, caprinos e bubalinos, além da exploração racional de animais silvestres e da potencialidade turística.Região dos Cerrados, com 351.554,1 Km², produção de proteínas, óleos e amidos,

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Tribo com CiênciaGeografia

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________com possibilidade de ampliar a produção de carne.O plano chama atenção para a diversificação das culturas bem como para a necessidade de preservar e/ou conservar dos recursos naturais e principalmente das nascentes e margens dos rios.Floresta Pré-Amazônica, com 423.667,7 Km², é considerada a região mais problemática. O plano recomenda estudos para melhor identificar suas potencialidades e utilização.- entre os produtos que mais se destacam na produção do estado estão: a soja, a cana-de-açúcar, o algodão, o arroz e a pecuária, que nos últimos anos apresentaram os maiores crescimentos.- produtos como feijão, arroz, milho e mandioca, apresentaram crescimento quase nulo.INDÚSTRIA- O plano de metas de JK na década de 1950 não beneficiou o Mato Grosso. - As atividades industriais do estado caracterizam-se pela presença de pequenas unidades geralmente localizadas nos centros urbanos com produção destinada ao consumo local.- 1978 foi fundado o distrito industrial de Cuiabá.- final da década de 1970 e início da década de 1980 foram criados os distritos industriais de Rondonópolis, Barra do Garças e Cáceres.- mais recentemente (déc. De 1990) surgem células industriais no norte de Estado (Sinop), principalmente na área madeireira e moveleira.- predominam as indústrias ligadas à produção de alimentos (frigoríficos, pescados, laticínios, óleos e beneficiamento de arroz). Com menor importância também as indústrias ligadas ao algodão, bebidas, couro, borracha, álcool, mineração e calcáreo.COMÉRCIO- o Estado de MT não possui grande tradição na atividade comercial, apresentando pequenas, micros e médias empresas de caráter sazonal. Mesmo assim o comércio contribui com 22 à 30% do ICMS do estado.TURISMO- os pólos turísticos do Mato Grosso podem ser classificados da seguinte forma:

Pólos Turísticos em Desenvolvimento – Cuiabá e arredores, Vale do Araguaia mato-grossense e Região Amazônica mato-grossense.

Pólos Turísticos Potenciais – Pantanal mato-grossense (Chapada e Pantanal), Região Oeste (Vila Bela da Santíssima Trindade), Região Leste, Região Norte e Complexo de águas quentes (Serra de São Vicente).

CLIMA- podemos identificar os seguintes tipos climáticos no Estado de MT:

Clima Equatorial: predomina no centro-norte do estado, influenciado pela proximidade com a linha do Equador e pela influência da Massa Equatorial Continental (quente e úmida). As temperaturas médias anuais variam de 22 à 27 °C e as precipitações são superiores a 2000 mm / ano.

Clima Tropical Típico: caracteriza-se por apresentar duas estações bem definidas: a estação chuvosa e a estação seca. As médias térmicas anuais variam de 22 a 28°C e as precipitações estão situadas na casa dos 1500 mm / ano. No período da estiagem, a massa de ar Polar Atlântica costuma derrubar as temperaturas médias provocando o fenômeno da friagem.

RELEVO

- com a nova classificação de relevo de Jurandyr Sanches Ross, o Estado de Mato Grosso passou a ter 11 unidades de relevo, onde se destacam:

Chapada dos Guimarães: com altitudes médias entre 600 e 800 metros, pertence ao conjunto de planaltos e chapadas da bacia do Paraná.

Planalto e Chapadas dos Parecis: sendo a mais extensa unidade geomorfológica, ocupando o meio norte do Estado, com cotas altimétricas que ultrapassam os 700 metros.

Depressão do Araguaia: localizada na porção leste do Estado, caracterizada por superfícies planas com altitudes entre 200 e 300 metros, drenada pelos rios Araguaia e das Mortes.

Depressão cuiabana: compreende uma área rebaixada situada entre o planalto dos Guimarães e a província Serrana, sua topografia representa, de forma geral, uma forma rampeada com inclinação de norte para sul com altimetria variando de 200 metros no limite sul e 450 m no alto vale do rio Cuiabá e do rio Manso. Ao norte aparecem formas convexas e dirigindo-se ao Pantanal aparecem áreas que revelam sedimentos de acumulação recente.

Planícies e Pantanal Mato-grossense: área drenada pelo rio Paraguai e seus afluentes. Esta planície de topografia plana não é uma área permanentemente alagada. As áreas sujeitas à inundação variam conforme a altura da lâmina d’água durante o processo de alagamento e extensão da área inundada.

SOLOS- existe em Mato Grosso uma variedade de tipos de solo, predominando os latossolos com aproximadamente 34,2% do total do Estado, distribuídos em várias formas (latossolo vermelho-escuro álico e distrófico, latossolo roxo distrófico, latossolo vermelho-amarelo álico distrófico). No estado também encontramos as lateritas ou crostas ferruginosas que são conhecidas como “cangas”.HIDROGRAFIA-O Estado de Mato Grosso é drenado por três grandes bacias hidrográficas:*Bacia amazônica – parte norte do Estado. (Rios Telles Pires, Juruena, Xingu, Roosevelt, Arinos, Guaporé ...).*Bacia do Paraguai – parte oeste e sul do Estado. (Rios Paraguai, Cuiabá, Manso, Aricá-Açu, Aricá-Mirim, Cuiabá-Mirim, São Lourenço, Coxipó...).*Bacia Tocantins – Araguaia: parte leste do Estado (Rios Araguaia, Garças, Mortes...).VEGETAÇÃO- Domínio Amazônico: Pode ser subdividido em a) Floresta Perinifólia Higrófila Hileiana Amazônica e b) Floresta Subcaducifólia Amazônica.- Domínio do Cerrado- Faixas de Transição: Pode ser subdividido em a) Pantanal mato grossense e b) Complexo do Cachimbo e do Xingu.

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