Apostila CHQAO - Geografia

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    SUMRIO

    GEO01PRODUOETERRITRIO 5GEO02MEIOAMBIENTEETERRITRIO 52GEO03EIXO3:ESPAOURBANOBRASILEIRO 84GEO04EIXO4:REGIOEREGIONALIZAO 97GEO05EIXO5:DINMICAPOPULACIONALBRASILEIRA 129

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    Organizaodoespaoindustrialbrasileiro:evoluo

    etendnciasCaro estudante, neste captulo

    contemplaremos a parte do seu edital relativa a evoluo industrial do Brasil, da sua fase colonial at a repblica.

    Na fase colonial o Brasil estava voltado para o consumo de materiais manufaturados e industrializados. Portugal era um comerciante, importava produtos primrios e exportava produtos manufaturados, logo no era interesse da metrpole o desenvolvimento da manufatura em sua principal colnia.

    Ainda no perodo colonial desenvolveu no Brasil a produo de calados, vasilhames e a fiao. Esses produtos eram importados da Europa e a Inglaterra, bero da indstria moderna, incentivar Portugal a impedir o desenvolvimento da manufatura nas colnias. Como medida restritiva a esse desenvolvimento foi assinado pela o ALVARA de 1785 que proibia a manufatura no Brasil colnia. Essa medida restringe a produo de tecidos principal produto ingls deixando livre a produo de panos grossos que eram utilizados para sacarias e para os escravos.

    O perodo de desenvolvimento mais acelerado, fomentado pela produo de ouro, estimulou o consumo de ferramentas, e em 1795 foram feitas concesses para o setor da indstria de ferro. As distncias encareciam os produtos no mercado interno o que levou a necessidade de permitir a manufatura na colnia.

    O Tratado de Methuen, em 1703, conhecido como tratado de PANO X VINHO, garantiu aos ingleses o acesso ao mercado colonial portugus, via Portugal.

    At 1808, pode-se dizer que no havia propriamente indstrias no Pas, resumindo a atividade industrial produo de tecidos grosseiros e de uns poucos artigos de natureza artesanal.

    Com a chegada da coroa portuguesa ao Brasil uma nova fase se inicia.

    Normalmente as bancas examinadoras induzem o candidato ao erro, argumentando que no Brasil colnia devido ao ALVAR de 1785 da rainha D Maria I, ou seja, perodo das manufaturas no havia produo industrial com a utilizao de mquinas, tendo em vista que a utilizao s teria comeado a ocorrer com a

    chegada da famlia real, que seria o marco inicial do perodo das maquinofaturas.

    No se deixe levar por esse argumento, pois existiam mquinas no Brasil colnia, porm eram todas consideradas rudimentares, ou seja, no apresentavam fontes energticas.

    Abertura dos Portos 1808 tarifas muito baixas facilitaram a importao, logo foram uma medida restritiva a industrializao local.

    Com a abertura dos Portos ficaram assim as tarifas cobradas pela importao:

    Taxa geral 24% - vlida para todos os pases.

    Taxa para Portugal (metrpole) 16%

    Taxa para Inglaterra (pas amigo) 15% (a partir de 1910). Em 1928, essa taxa passou a ser empregada para todos os pases.

    Dificuldades econmicas brasileiras levaram o pas a elevar as tarifas de importao foi uma medida basicamente fiscal e foi implementada pelo Ministro da Fazenda Manoel Alves Branco Lei Alves Branco. As taxas foram ampliadas para 30 a 60%, contudo a influncia inglesa no imprio levou a concesso de vantagens tarifrias para os comerciantes desse pas.

    Peo sua ateno a esse perodo histrico (Abertura dos Portos), bastante abordado em provas, a banca costuma relacionar o aumento das tarifas de importao, como sendo um estmulo a produo industrial nacional. Porm, tratou-se de uma medida basicamente fiscal diretamente ligada ao aumento de arrecadao. Podemos observar que aps 1808, apesar de liberao da atividade industrial que at ento havia sido impedida pela metrpole, o desenvolvimento industrial no tomava impulso devido falta de infraestrutura interna e concorrncia dos produtos externos, sobretudo ingleses.

    Nessa fase destaca-se o papel de IRINEU EVANGELISTA DE SOUSA, o BARO DE MAU. Esse brasileiro foi um idealista, sonhava com uma nao industrial e realizou grandes empreendimentos no pas como: estaleiros, bancos (com agncias no exterior), transporte com bondes de trao animal, canalizao de gs para iluminao da cidade do Rio de Janeiro, lanamento do cabo submarino que ligou, por telgrafo, o Brasil e a Europa, criou a Companhia de Navegao do Amazonas e ainda lanou a primeira estrada de ferro no pas 1854.

    Uma histria ficou famosa nesse perodo D Pedro II foi convidado a abrir as obras da ferrovia, e teve que colocar uma p de terra na construo.

    GEO 01 PRODUO E TERRITRIO

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    GEO 01 Esse fato foi utilizado pela imprensa como uma humilhao do Baro ao Imperador muito bem explorado pelos ingleses o que gerou novas medidas de concesses aos importados e impediu o desenvolvimento industrial to sonhado pelo Baro. Pena que o nosso Imperador fosse um intelectual e no um homem de Estado para ver a importncia da industrializao naquele momento.

    Outros fatores contriburam para uma mudana na realidade do Brasil, mesmo sem o apoio do Estado, e fomentaram o desenvolvimento da indstria. Entre eles destacam-se:

    Introduo do caf em SP; Com a chegada dos imigrantes houve

    certa expanso do mercado interno consumidor;

    Disponibilidade de capitais e melhores transportes.

    Abolio do trfico de escravos Lei Euzbio de Queirs, 1850.

    (esse fato deixou o capital que era investido no trfico disponvel para ser investido em outros setores)

    Comeam a surgir alguns setores industriais voltados a atender as necessidades mais imediatas e que exigiam menor investimento e menor tecnologia como: alimentos, txtil, de material de construo, etc.

    Em 1850 havia no pas:

    - 02 fbricas de tecidos;

    - 10 indstrias de alimentos;

    - 02 indstrias de caixas e caixes;

    - 05 indstrias metalrgicas;

    - 07 indstrias qumicas.

    Como voc pode observar na leitura dos tpicos acima, no final do sculo XIX, o desenvolvimento industrial foi pequeno, apesar das tarifas de importao adotadas pelo governo que serviam tambm para proteger a indstria nacional da concorrncia externa.

    Iniciando o sculo XX a realidade brasileira no era diferente, isto , at deflagrar a I GM. partir da Primeira Guerra Mundial, a atividade industrial apresentou certa expanso em nosso pas, pois j que no podia contar com os produtos importados da Europa, procurava desenvolver aqui alguns setores industriais.

    A crise 1929/1930 e a Segunda Guerra Mundial marcaram outra fase de crescimento industrial, sobretudo em SP, RS e MG. Aps

    1940, surgem outros tipos de atividades industriais, j que antes dominavam indstrias de bens de consumo.

    Em 1942, ocorre a construo da Cia. Siderrgica Nacional. Inicia-se a produo de ao em grande escala, o que abre novas perspectivas para a expanso industrial brasileira.

    Caro estudante, faz-se necessrio destacar que a Cia. Siderrgica Nacional foi implementada com o capital (financiamento) e tecnologia dos EUA, em troca de apoio brasileiro na Segunda Guerra Mundial.

    Lembre-se que o Brasil (Rio Grande do Norte) abrigou a maior base militar estadunidense fora do seu territrio.

    Na dcada de 1950 ainda enfrentamos problemas e obstculos, como falta de energia e deficiente rede de transportes e comunicaes, que vo ser tratados por Juscelino Kubitschek em seu plano de Metas (50 anos em 5) - alm disso, o desenvolvimento industrial passa a ser dependente do capital externo. Nessa fase o governo optou pela indstria de bens de consumo durveis bem como pelas indstrias automobilsticas e de eletrodomsticos, alm realizar investimentos nos setores bsicos de energia eltrica atravs da criao de vrias empresas Cemig - Furnas, etc.).

    Caro estudante, importantssimo frisar que no governo Vargas foi lanado s bases para a ao do Estado no sentido de estabelecer o controle de setores estratgicos para o desenvolvimento industrial. O modelo j pensado foi implementado nos governos seguintes.

    A dcada de 60 representada por um perodo de crise e estagnao da atividade industrial. Essa fase marcada por uma economia associada e dependente do capital externo e um Estado forte, centralizador e controlador dos setores econmicos bsicos.

    A dcada de 70 caracterizou-se por apresentar uma maior diversificao da produo industrial e, consequentemente, das exportaes chegando a atingir mais de 50% da pauta de exportaes nacionais e que, at hoje, tm nos manufaturados o seu maior peso.

    O Brasil, bem como a maior parte dos pases de industrializao recente, apresenta uma grande participao do Estado na economia. Durante as dcadas de maior industrializao o Estado teve que criar a infraestrutura bsica necessria e isto incluiu estradas, hidreltricas e outras e ainda assumir o investimento nos setores de base como a siderurgia, minerao, refino, etc. Essa necessidade gerou uma estatizao dos setores de base da indstria nacional.

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    GEO 01 O conceito moderno de economia e

    Administrao Pblica v este sistema como obsoleto e o Estado, que j foi visto como tbua de apoio para a economia do pas passou a ser visto como um grande estorvo. Era a necessidade de desestatizar a economia ( privatizao ).

    O critrio das privatizaes foi muito contestado, pois muitas estatais foram vendidas para outras estatais ou fundos de penses com pagamento em ttulos moedas podres. A organizao de consrcios para participar dos leiles sugeria que nem tudo estava claro nessas transaes.

    Prezado candidato, na literatura acadmica no faltam argumentos pr-privatizaes, bem como argumentos contra. No entanto, os custos para a manuteno de um sistema evidentemente ineficiente, inchado de funcionrios desnecessrios e uma estrutura de comando montada apenas com critrios polticos, parece ter se tornado insustentvel para um pas que procura uma nova colocao no cenrio mundial.

    Apesar da perda patrimonial do Estado e da ampliao da internacionalizao de nossa economia houve mudanas significativas e as empresas j privatizadas comeam a apresentar um desempenho melhor, compatvel com as regras bsicas do capitalismo. A Mafersa, fabricante de vages, apresentou lucros aps anos de prejuzo enquanto estatal. A Usiminas aumentou sua produtividade e reduziu um tero seu endividamento. Se analisarmos caso a caso encontraremos outros exemplos exitosos.

    ClassificaodaindstriaA indstria pode ser entendida como ato de

    transformar matrias primas em bens de produo e de consumo. De um modo geral, as indstrias podem ser divididas em:

    Extrativas: - mineral

    - vegetal

    Transformao:bensdeproduo- bens de capital

    - bens de consumo (no durveis, semidurveis, durveis ).

    Construo:civil- naval

    a) Indstriasextrativas: extraem produtos sem alterar suas caractersticas. A indstria extrativa se divide em vegetal, animal e mineral (ex.: indstria madeireira, da pesca, de minerao etc.).

    b) Indstrias de transformao: so as que convertem as matrias-primas obtidas da natureza em objeto til para o homem. Dividem-se em bens de consumo:

    durveis produzem bens que so utilizados por um perodo relativamente longo (ex.: mveis, automveis, aparelhos eletrnicos etc.);

    semidurveis produzem bens que sero utilizados por um perodo que no considerado longo nem curto, ou seja, apresenta uma vida til relativamente longa. (ex.: roupas e calados)

    no-durveis produzem bens que so usados apenas uma vez ou por pouco tempo, isto , tm vida til relativamente curta (ex.:alimentos, roupas, calados, remdios etc.).

    c) Indstria de construo: So as que produzem casas, edifcios residenciais, comerciais, industriais. Tambm compreende a indstria de construo pesada (aeroportos, rodovias, tneis, pontes, usinas hidreltricas etc.) e a indstria de construo naval.

    OutrasClassificaesdeIndstriasSegundo a funo:

    a) Indstrias germinativas - so as que geram o aparecimento de outras indstrias como, por exemplo, a petroqumica.

    b) Indstria de ponta - so as indstrias dinmicas, que comandam a produo industrial como, por exemplo, as indstrias qumicas e automobilsticas.

    Segundo a tecnologia:

    a) Indstrias tradicionais - so as que esto ainda ligadas s vantagens oriundas da primeira revoluo industrial. Podem ser empresas clnicas, ou seja, empresas familiares.

    b) Indstrias dinmicas - so aquelas ligadas ao desenvolvimento recente da qumica, eletrnica e petroqumica, principalmente. Utiliza muito capital e tecnologia e relativamente pouca fora de trabalho.

    Possuem uma flexibilidade maior de localizao.

    Segundo a aplicao de recursos ou fatores:

    a) Indstrias capital-intensivas - as que aplicam os maiores recursos nos fatores capital e tecnologia.

    b) Indstrias trabalho-intensivas - as que empregam os maiores recursos em fora de trabalho.

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    Distribuiogeogrficadaatividadeindustrial

    Prezado candidato, nesse captulo veremos tpicos relacionados aos fatores que mais influenciaram na distribuio geogrfica da atividade industrial no Brasil, bem como os motivos que conduziram a um aumento da dvida externa brasileira.

    A opo de localizao considera vrios elementos. Destaca-se:

    Infraestrutura transporte, energia, telecomunicaes;

    Capital terrenos, incentivos fiscais, disponibilidade de crdito;

    Mercado consumidor; Oferta de matria-prima.

    A grande regio industrial do pas a regio Sudeste, onde se destacam So Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O centro econmico do Brasil, bastante urbanizado e industrializado, constitudo, principalmente, por So Paulo e Rio de Janeiro.

    REGIOSUDESTE a responsvel por mais da metade de toda a

    atividade industrial e, sozinha, consegue cerca de 3/4 do valor da produo industrial.

    Essa concentrao no SE devida a vrios fatores, como:

    a) sistemas de transporte e comunicao mais desenvolvidos;

    b) maior produo energtica;

    c) maior e mais diversificado mercado consumidor;

    d) maior concentrao de capitais;

    e) maior concentrao de mo-de-obra;

    f) melhor nvel de vida e poder aquisitivo.

    Destaques do Sudeste

    SoPauloO Estado de So Paulo o maior destaque.

    Concentrando cerca de 40% dos estabelecimentos industriais do pas; 48% do pessoal ocupado em indstrias; 53% do valor da produo industrial.

    A grande So Paulo, sobretudo os municpios do ABC, Diadema, Osasco, Guarulhos e outros,

    possui a maior concentrao industrial do pas e da Amrica Latina.

    Ainda no Estado de So Paulo, outros centros industriais importantes, situam-se normalmente ao longo dos principais eixos rodovirios ou rodoferrovirios. So eles:

    a) Anhanguera - Campinas, Americana, Limeira, Piracicaba, Ribeiro Preto.

    b) Dutra - Jacare, So Jos dos Campos, Taubat.

    c) Washington Lus - Rio Claro, So Carlos, Araraquara, So Jos do Rio Preto.

    d) Raposo Tavares - Sorocaba, Itapetininga, Presidente Prudente.

    e) Anchieta - Cubato, Santos, So Bernardo.

    Veja o mapa da desconcentrao da indstria no estado de So Paulo

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    As indstrias do Estado de So Paulo caracterizam se pela diversificao: metalurgia, qumica, alimentcia, txtil, transporte, construo, farmacutica, etc.

    MinasGeraisVem aumentando a cada ano o valor da

    produo industrial e a rea de influncia industrial da Grande Belo Horizonte. O Centro Industrial de Contagem, prximo a Belo Horizonte, diversificado e foi criado em 1970, em Betim uma nova rea de produo de carros. Sua posio apoiada na abundncia de recursos minerais, sobretudo no minrio de ferro, justificando o primeiro lugar na produo de ao do pas.

    Com a desconcentrao industrial, novos centros ganham importncia como o caso de Juiz de Fora e Uberlndia, ambas fora da regio metropolitana de Belo Horizonte.

    RiodeJaneiroA maior concentrao industrial coincide com

    o Grande Rio conformando uma regio polindustrial. Destaques na indstria naval e do turismo.

    O crescimento da indstria fluminense mais dinmico do Vale do Paraba que se expande em funo da influncia ampliada exercida pelo RJ e SP.

    RegioSulApesar da antiguidade da ocupao industrial

    (o incio est ligado colonizao europeia), a

    Regio Sul tem apenas 20% de participao no processo industrial. a segunda regio mais industrializada.

    As indstrias mais importantes so as de bens de consumo: as alimentcias destacam-se no RS, como frigorficos, couros, vincola, as txteis em SC e madeira no PR.

    No RS, os centros mais industrializados so: Grande Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Rio Grande, etc. Em SC, por sua vez, destacam-se: Joinville, Blumenau (txtil); Cricima e Tubaro (carvo). J no PR tem-se Curitiba, polo industrial, alm de centros no norte do Estado.

    Foi amplamente beneficiada com a desconcentrao industrial devido apresentar as melhores vantagens locacionais. Com o Mercosul a regio recebeu novos investimentos devido apresentar melhor localizao geogrfica em relao ao bloco e por ter melhor infraestrutura energtica, de estradas, portos e mo de obra qualificada.

    REGIONORDESTE a terceira mais industrializada; as maiores

    aglomeraes industriais se concentram no Recife e Salvador. A industrializao do NE est ligada construo da usina hidreltrica de Paulo Afonso, criao dos distritos industriais, como Cabo, Paulista, Jaboato, etc., em PE, e Centro Industrial de Aratu e do Polo Petroqumico de Camaari na Bahia. Destaca-se, tambm, a concentrao industrial em Fortaleza.

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    Nos anos 90 a regio passou a ser alvo de novos investimentos j em uma nova fase de integrao. At os anos 80 a industrializao estava subordinada a regio SE, nos anos 90 a indstria que se instala no NE est subordinada lgica internacional, globalizao.

    Principais Indstrias e sua localizao.

    A indstria de transformao a que mais se destaca, conforme os dados a seguir:

    A indstria alimentcia tem a maior participao em pessoal ocupado em nmero de estabelecimentos. A indstria metalrgica a segunda em nmero de pessoal ocupado e valor de produo industrial.

    Abrangem diversos ramos, tais como: laticnios, conservas, frigorficos, bebidas, massas, moinhos, leo, etc. Est entre as mais antigas do Pas. Apesar de estar disseminada por quase todo o Pas, em SP que se verifica a sua maior concentrao. Destaques: Carnes (frigorficos): Araatuba e Barretos (SP), Rio Grande e Pelotas (RS), Campo Grande (MS). Bebidas: Caxias do Sul, Bento Gonalves (RS), Jundia, So Roque Ribeiro Preto (SP). Laticnios: Sul de MG, Vale do Paraba (SP e RJ), grandes centros. Acar: Paraba (SP), Campos (RJ), Macei (AL).

    AutomobilsticaA produo automobilstica brasileira sofreu

    um grande crescimento desde 1958, colocando-se, atualmente, entre as dez maiores empresas do mundo, sendo superada apenas por Japo, EUA, Alemanha, Inglaterra, Frana, Itlia, Canad e Rssia. As principais empresas automobilsticas so:

    a) Volkswagen do Brasil - SP;

    b) General Motors do Brasil - SP;

    c) Ford Motores do Brasil - SP;

    d) Mercedes-Benz do Brasil - SP;

    e) Fbrica Nacional de Motores - RJ;

    f) Fiat do Brasil - MG; e

    g) Volvo do Brasil - PR.

    A indstria automobilstica foi implantada na segunda metade da dcada de 1950, durante o governo de Juscelino Kubitschek. Os principais fatores associados implementao da indstria automobilstica foram:

    a) desenvolvimento da metalurgia e siderurgia;

    b) as j existentes indstrias de montagem de veculos no Brasil;

    c) existncia de indstrias de autopeas;

    d) mercado consumidor no SE;

    e) desenvolvimento do setor rodovirio; e

    f) criao do GEIA (Grupo Executivo da Indstria Automobilstica).

    A primeira indstria Vemag foi instalada em 1956, e em 1958, a Volkswagen.

    Com isso desenvolvem-se indstrias ligadas ao setor automobilstico, como: vidros, artefatos de borracha, couro, material eltrico, metalurgia leve, etc.

    A maior concentrao ocorre em So Paulo graas a maior disponibilidade de mo-de-obra, indstrias de autopeas, proximidades da Cosipa e do Porto de Santos, existncia de energia eltrica, etc.

    Atualmente, o Brasil est entre os maiores produtores mundiais, com uma produo anual de cerca de 1 milho de veculos.

    comum verificar a produo de novas marcas no Brasil. Isso se deve a abertura econmica ocorrida na dcada de 90 e o incentivo do governo para atrair novos empreendimentos.

    SiderurgiaFoi somente a partir de 1917 que se instalou

    no Pas, por iniciativa da Cia Siderrgica Belgo-Mineira, localizada inicialmente em Sabar (MG) e depois em Joo Monlevade (MG). Aproveitando a abundncia de minrio de ferro existente em Minas Gerais, outras siderrgicas foram se instalando na regio, e, durante muito tempo, Minas Gerais foi o nico centro siderrgico do Pas. As causas que retardaram a implantao da siderurgia foram a escassez de carvo mineral, a falta de mo-de-obra e de capitais, alm da ausncia de indstrias capazes de consumir a produo.

    % s/ osestabelecimentosindustriais

    %s/opessoalocupado

    %s/ovalorda produoindustrial

    a) extraomineral 1,9% 1,7% 1,5%

    b)transformao 98,1% 98,3% 98,5%

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    GEO 01 A partir de 1942, a siderurgia tomou grande

    impulso com a instalao da Cia. Siderrgica Nacional (estatal) em Volta Redonda, no Vale do Paraba fluminense. Sua localizao obedecia situao intermediria entre as jazidas de carvo (SC) e as reas produtoras de minrio de ferro (MG); ao ponto de encontro entre a Central do Brasil e a Rede Mineira de Viao; proximidade dos maiores centros industriais e consumidores do Pas; abundncia de energia eltrica; e, por fim, maior disponibilidade de mo-de-obra.

    A elevada taxa de crescimento alcanada por este setor deve-se a vrios fatores, tais como:

    a) desenvolvimento das atividades industriais de base. as quais passaram a consumir a produo siderrgica;

    b) rpido desenvolvimento do setor de construo civil;

    c) grande apoio governamental;

    d) aumento do consumo de produtos industrializados;

    O principal problema que afeta a indstria siderrgica o fornecimento de matrias-primas (carvo mineral), sendo por isso, muito grande o consumo de carvo vegetal.

    O carvo produzido no Brasil no bom para fazer o coque siderrgico e por isso devemos importar carvo mineral.

    Observaes:

    - 94% da produo siderrgica concentra-se no SE

    - As maiores produes siderrgicas so obtidas pela Usiminas, CSN e Cosipa.

    importante frisar que o polo siderrgico do Maranho, integrado a produo de Serra de Carajs, est em franco crescimento.

    Distribuioespacialdasusinassiderrgicas

    As siderrgicas distribuem-se pelo espao independentemente da localizao do carvo mineral, pois as maiores produes desse produto vm do sul, e no SE que se encontra a maior produo de ao.

    Portanto, outros foram os fatores responsveis por esta localizao. E, sobretudo, a presena de minrio, como o ferro e o mangans e o mercado consumidor, que regem tal distribuio.

    A produo atual de ao bruto situa-se perto de 2,8 milhes de toneladas, colocando o Brasil entre os 10 maiores produtores do mundo.

    Enquanto o consumo per capita de ao dos pases desenvolvidos, como EUA, Japo, Rssia, Alemanha, gira em torno de 400 a 500 kg/hab/ano, o consumo brasileiro de cerca de 100 kg/hab/ano.

    Apesar do franco desenvolvimento industrial experimentado pelo Pas nas ltimas dcadas, vrios so os problemas que o afetam, destacando-se os seguintes:

    - Quanto energia: empregamos ainda elevada quantidade de lenha como fonte energtica, falta garantias de investimentos para expanso da oferta energtica.

    - Quanto ao capital: escasso, no permitindo grandes investimentos por parte dos particulares, o que beneficia a participao de capitais estatais e estrangeiros.

    - Quanto ao equipamento: a produo da indstria de mquinas e equipamentos ainda insuficiente, sendo necessria a importao em larga escala.

    - Quanto aos transportes: o sistema ferrovirio e o hidrovirio so deficientes. O sistema rodovirio est sobrecarregado.

    - Quanto ao mercado consumidor: ainda restrito, apesar de estar em crescimento. A alta concentrao de renda impede, de certa forma, a expanso do consumo.

    Desenvolvimentobrasileiroeoendividamentoexterno.

    Das correntes tericas voltadas ao estudo do desenvolvimento da Amrica Latina a dominante segue a orientao da CEPAL (1948) - rgo da ONU. Esse organismo buscou orientar os pases latino-americanos a adotar polticas de desenvolvimento com base na substituio de importaes. Esta orientao teve xito no perodo JK e posteriormente durante o governo militar (1964 - 1985) - em especial na dcada de 1970 (milagre brasileiro).

    As doutrinas cepalinas orientaram o desenvolvimento por intensificao das poupanas internas mais investimentos estrangeiros (multinacionais), para aumentar a substituio de importaes, com balanas comerciais, em geral, deficitrias devido importao de mquinas e equipamentos.

    A aplicao do modelo econmico seguindo as orientaes da CEPAL se deu no perodo JK (56-61) que marcado pelo programa de metas. Investimento nacional combinados com o capital internacional permitiu a criao de hidreltricas,

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    GEO 01 indstria automobilstica, autoestradas e a construo de Braslia.

    Aps 1950, o avano das multinacionais desencadeou o desenvolvimento dos pases perifricos. Os pases que apresentavam melhores condies de infraestrutura tornavam-se destino de investimentos diretos, com a instalao de multinacionais e de investimentos indiretos, com a oferta de emprstimos voltados para a criao e ampliao de infraestrutura. Para exemplificar bata-nos verificar o ocorrido no Brasil nas dcadas 60 - 70, quando surgiu no pas uma milagrosa evoluo econmica. Esse modelo constituiu, em preparar, facilitar, recepcionar, acomodar e favorecer mais e da melhor forma a entrada de capital internacional no Brasil.

    Na dcada de 70 e incio dos anos 80, essa prosperidade abalada pela crise do petrleo (73 e 79), que provoca recesso e inflao nos pases do primeiro mundo. Tambm nos anos 70, desenvolvem-se novos mtodos e tcnicas voltados para a produo. Nos anos 90 uma nova fase na produo industrial se instala com a modernizao da industrial. O processo de automao, robotizao e terceirizao aumentam a produtividade e reduzem a necessidade de mo-de-obra gerando ainda a necessidade de novas qualificaes e desaparecendo antigas profisses.

    Assim, a globalizao assentou o golpe nas teorias de desenvolvimento autnomo sob orientao cepalina.

    EndividamentobrasileiroNo perodo 71/72 a inflao atinge os pases

    desenvolvidos, inclusive os EUA. O padro dlar estabelecido em Bretton Woods foi quebrado e as principais moedas passaram a oscilar gerando uma disponibilidade de dlares que passaram a ser aplicados nos pases do terceiro mundo. Este dinheiro foi usado pelos pases em desenvolvimento para cobrir dficits das suas

    contas externas. A partir de 1973, verificamos uma escalada no preo do petrleo que levou os pases em crescimento acelerado, como o Brasil, a um endividamento crescente.

    Verificando o histrico da dvida brasileira observamos que dos 2,5 bilhes devidos em 1964 saltamos para 96,5 bilhes em 1990, ou seja, uma alta de 3860%. E dois anos depois, em 1992, a dvida j havia atingido 132,3 bilhes. A dvida passou a crescer muito rpido, muito mais rpido que a nossa capacidade de crescimento ou de pagamento.

    Evoluo da dvida externa brasileira (em bilhes de dlares)

    O comprometimento de um percentual cada vez maior do PNB (produto nacional bruto), de 10,5% em 1968 para 27% em 1980, deixa o Brasil impedido de fazer novos investimentos. Este comprometimento interfere no crescimento econmico devido necessidade do pas em cumprir o servio da dvida.

    O processo de endividamento tornou-se ainda mais grave quando, no final dos anos 1970, as taxas de juros internacionais (a libor - taxa interbancria de Londres - e a prime rate - taxa bsica cobrada pelos bancos dos EUA) oscilaram para cima, chegando a 15,18% a primeira e 15% a segunda. A taxa do FED, banco central americano, chegou a 13%.

    Toda esta oscilao fez com que o capital retornasse aos EUA e Europa e fizesse disparar a dvida dos pases perifricos que tinham a sua dvida corrigida com base nas taxas internacionais. Caro estudante, peo sua ateno ao seguinte fato, estando o Brasil inserido nesse contexto de alta de juros, o pas foi duramente atingido devido ter mais de 60% de sua dvida baseada em juros flutuantes, ou seja, com o aumento das taxas prime rate e libor a dvida teve seus juros reajustados.

    Vejamos um exemplo: o Brasil fez um

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    GEO 01 emprstimo de 1 bilho de dlares para desenvolver o programa Prolcool e comprometeu-se a pagar, apenas nos 5 primeiros anos, 800 milhes de dlares de juros e comisses, ou seja, quase a quantia contratada mas, com o aumento dos juros, esse montante cresceu ainda mais.

    Assim, na iminncia de no ter a capacidade de honrar seus compromissos em dia, a sada para o Brasil foi suspender unilateralmente (moratria parcial) durante o governo Sarney, o pagamento das prestaes e dos juros da dvida e exigir a renegociao das condies e prazos de pagamento. Contudo, o Brasil voltou atrs e passou a adotar o receiturio econmico do FMI.

    O padro da dvida que tinha vencimento a curto prazo - 5 anos - passa a ter novo perfil, 60% da dvida consegue prazos maiores que 10 anos. Tudo isto se deve ao fato de tentar evitar a insolvncia dos pases devedores, caso que levaria as finanas internacionais a um caos.

    Ter crdito internacional uma garantia para que o pas continue a ser vivel para receber investimentos. Assim, para que qualquer pas assegure o servio da dvida externa necessrio que ele garanta a cada ano um fluxo de novos emprstimos, financiamentos e obtenha, acima de tudo, saldos expressivos em sua balana de comrcio exterior. EXPORTAR o que IMPORTA.

    da receita da exportao que dependem, em ltima instncia, o pagamento efetivo da dvida e a prpria garantia para a contratao de novos emprstimos e financiamentos internacionais. Por isso que o governo brasileiro tem se esforado em incentivar as exportaes e a manter um supervit primrio alto para, desta forma, demonstrar ao mundo que o pas tem condies de honrar seus compromissos e que vivel economicamente.

    Outro modo de manter a dvida sob controle atravs de acordos. Neste caso, a garantia para o pagamento conseguida atravs de apoio financeiro do FMI. Negociaes neste sentido foram realizadas no governo Figueiredo e outra no governo Collor / Itamar Franco. Ainda nos ltimos anos do governo FHC e no atual foram feitos acordos com o FMI para garantir o cumprimento dos servios da dvida e proteger a economia interna. O governo Lula conseguiu zerar a dvida do Brasil com o FMI, desse modo o pas fica livre da obrigao de adotar as diretrizes econmicas preconizadas pelo FMI.

    Assim, verificamos que todo quadro criado devido s modificaes das taxas de juros internacionais afetou o crescimento brasileiro na

    dcada de 1980 levando esta a ser conhecida como a DCADA PERDIDA e ainda reflete nos dias atuais.

    TecnopolosOs polos tecnolgicos correspondem

    concentrao espacial de empresas e instituies de ensino e pesquisa envolvidas no estudo e na aplicao de tecnologia avanada (como, por exemplo, robtica, microeletrnica, cermica avanada, tecnologia espacial, biotecnologia, nanotecnologia entre outras) permitindo que as empresas assumam um perfil moderno e competitivo por meio da aplicao dessas tecnologias desenvolvidas nos centros de pesquisa.

    Como possuem uma organizao menos burocratizada, os polos tecnolgicos facilitam a transferncia de tecnologia para o setor produtivo industrial e, ao mesmo tempo, estimulam o desenvolvimento cientfico e tecnolgico. Os principais polos tecnolgicos brasileiros encontram-se concentrados sobretudo no Sudeste e Sul do Brasil, podendo-se destacar:

    o ITA (Instituto Tecnolgico de Aeronutica) e o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), situados no municpio de So Jos dos Campos (SP), ambos de iniciativa governamental, que desenvolvem projetos na rea aeronutica, espacial, de fabricao de radares, antenas, entre outros;

    as Universidades Federal e Estadual de So Carlos (SP), que tm dirigido suas pesquisas cientficas obteno de novos materiais, como o caso de cermicas resistentes ao calor;

    os polos tecnolgicos de informtica, localizados nas cidades de So Paulo, Campinas (SP), Rio de Janeiro, Curitiba, Florianpolis e Campina Grande (PB);

    as reas de pesquisa de qumica fina e de biotecnologia, no Rio de Janeiro, em Porto Alegre, em Fortaleza e em Campinas, alm de centros de pesquisa em biologia molecular, fsica, bioqumica, matemtica e outras pelo Brasil.

    Prezado candidato, ressalta-se que o Estado brasileiro exerceu uma grande influncia no alargamento dos mercados nacionais, que, aos poucos, foram-se tornando cativos do poder hegemnico de So Paulo e do Sudeste. Segundo Jos Serra: uma das caractersticas marcantes do desenvolvimento do capitalismo no Brasil diz respeito ao significativo papel do Estado como fator de impulso industrializao. Esse papel foi exercido no apenas atravs de suas funes fiscais de monitoria e de controle do mercado de

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    GEO 01 trabalho ou de sua funo de provedor dos chamados bens pblicos, criao de infraestrutura e produo direta de insumos indispensveis industrializao pesada.

    DesconcentraoindustrialA desconcentrao industrial no estado de So

    Paulo bastante ntida. Ela se processou (e se processa), principalmente, ao longo dos quatro principais eixos rodovirios, que de certa forma acompanharam os eixos ferrovirios construdos na poca da expanso da cafeicultura: a Via Presidente Dutra (a Rio So Paulo) atravessando o histrico Vale do Paraba; o sistema Anchieta Imigrantes (So Paulo Baixada Santista); o sistema BandeirantesAnhangueraWashington Lus (ligando a cidade de So Paulo ao norte e noroeste do estado); e a Via Presidente Castelo Branco, ligando a cidade de So Paulo a vrias cidades do sudoeste do estado at Presidente Epitcio, no Vale do Rio Paran, divisa com o Mato Grosso do Sul.

    Esse processo de desconcentrao acontece em todo territrio nacional e foi fomentado pelo governo federal pelo incentivo fiscal desenvolvido pelas superintendncias de desenvolvimento SUDENDE, SUDECO, SUDESUL e SUDAM. A desconcentrao visava aproveitar as VANTAGENS COMPARATIVAS para produo industrial.

    No Sul infraestrutura e mercado consumidor, mo-de-obra qualificada, proximidade de mercado consumidor Argentina e Sudeste do pas. A regio mais beneficiada com a desconcentrao foi a regio Sul.

    No Norte incentivos fiscais que facilitavam o acesso e concorrncia no mercado nacional e internacional.

    No Nordeste incentivos fiscais e mo-de-obra farta e barata. A produo estava voltada para o mercado do SE e, ultimamente, com os investimentos externos tambm se integra na produo para o mercado globalizado.

    No CentroOeste, a partir da dcada de 90, observa-se a ao dos governos estaduais em atrair investimentos industriais. As vantagens fiscais oferecidas permitiram a instalao de indstrias de beneficiamento, para estarem prximas as fontes de matria prima ou ainda novas plantas industriais como o caso da indstria farmacutica em Anpolis e a automobilstica em Catalo, ambas em GO.

    O governo criou as condies de infraestrutura necessrias ao processo de instalao industrial atravs da aquisio de emprstimos internacionais para a construo de obras de engenharia para garantir a realizao dos investimentos.

    S alguns exemplos: Itaipu, Balbina, Tucuru, transamaznica, estrada de ferro Carajs, BR 364.

    DinmicadoMercadodeTrabalho

    Nas ltimas dcadas houve uma mudana significativa do mercado de trabalho no Brasil e no mundo. Vamos fazer algumas recordaes:

    Crise da Polnia na dcada de 1980 - o presidente do Sindicato Solidariedade, Lech Walesa - comandou os trabalhadores, parou o pas e enfrentou o regime socialista.

    Microinformtica e a automao das linhas de montagem - com as constantes greves de trabalhadores em todo mundo, com greves constantes, as multinacionais substituem os trabalhadores por mquinas - sistemas automatizados que reduzia a quantidade de trabalhadores e exigia novas qualificaes.

    Grandes avanos cientficos e tecnolgicos - os grandes avanos alcanados nos laboratrios da indstria da guerra passa a estar disponvel para o setor produtivo. A transferncia de tecnologia para os pases perifricos fazem mudar a lgica produtiva mundial.

    Globalizao da produo - no se pensa mais em uma produo centralizada, regionalmente constituda, esta deve ser descentralizada em busca das vantagens comparativas.

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    GEO 01 Instabilidade social e econmica - se h

    instabilidade poltica e social, mo-de-obra organizada, sindicatos fortes, governos nacionalistas, as empresas fogem para outras localidades que lhes garantam segurana do investimento e garantias de rentabilidade e exportao dos lucros.

    Neoliberalismo - a dcada de 1980 foi um marco para todas os itens listados anteriormente. Iniciou na Europa com Margareth Tacher e nos EUA com Ronald Regan a poltica neoliberal. Ainda nessa dcada verificamos a queda dos regimes militares, com a instaurao de novas democracias que buscavam estar alinhadas com o novo pensamento mundial.

    O socialismo em crise - e a URSS se desfaz e nasce a Comunidade dos Estados Independentes - CEI. Mikhail Gorbatchev, levou a Unio Sovitica a mudanas polticas, econmicas e sociais. Ciente dos problemas que o pas passava, Gorbatchev props dois planos: a perestroika (reestruturao) e a glasnost (transparncia). Era o inicio de um mundo sem bipolaridade ideolgica. Paralelamente a isso o capitalismo se reinventava, com a reduo do estado na economia.

    O Brasil estava nesse perodo passando pela redemocratizao com a eleio indireta de Tancredo Neves e a promulgao de uma nova constituio.

    A economia brasileira marcada por uma estrutura arcaica e falida. No campo observamos a concentrao fundiria, injusta e antidemocrtica, sujeitando milhares de trabalhadores a condies de trabalho sem garantias sociais. O setor industrial no consegue absorver a mo-de-obra que o campo no libera e os trabalhadores livres que j esto nas cidades. O setor de comrcio e servios passa a ser a tbua de salvao da economia para absorver essa mo-de-obra.

    Esse processo de organizao do mercado de trabalho, com a concentrao dos trabalhadores no setor tercirio um fenmeno comum aos pases em desenvolvimento. O setor industrial se desenvolve com uma tecnologia poupadora de mo-de-obra. A agricultura, do mesmo modo, passa por um processo contnuo de modernizao e tambm reduz a necessidade de trabalhadores. O setor de servios e comrcio absorve esses trabalhadores, em postos formais e informais. Gera-se com isso uma economia paralela, a economia informal, gerando subempregos, sem garantias trabalhistas e sociais. Outra

    caracterstica desse setor e que tem uma mdia de salrio baixa que o setor secundrio.

    AsTransformaesnocontedodotrabalhoenasformasdeempregoOs impactos so sentidos nas transformaes

    que se colocam ao contedo do trabalho e no uso das qualificaes e nas formas de emprego.

    Aos trabalhadores ativos exigem-se novas habilidades, at ento pouco exigidas no mercado de trabalho. O perfil desse novo trabalhador exige a capacidade de adaptar-se continuamente, a novas tecnologias de informao e comunicao que so empregadas na produo. Competncias, como raciocnio lgico-abstrato, habilidades sociocomunicativas, responsabilidade, disposio para correr riscos e esprito de liderana, passaram a ser demandadas. A destreza em outras lnguas (como ingls) e linguagens (como informtica) est se tornando pr-requisito para o ingresso e manuteno em um mercado de trabalho estruturado.

    H uma mudana setorial significativa no mercado de trabalho. Alguns setores tm crescimento mais significativo e apresenta mais promissor para a absoro de novos trabalhadores.

    Os setores de servios que mais tendem a crescer nos prximos anos so:

    - Telecomunicaes e Informtica: neste setor, a tendncia o aumento da exigncia quanto qualificao formal. Na atualidade j tem falta de trabalhadores qualificados. O setor se reorganizou e se viu a reduo de postos de trabalho em empresas de grande porte (mil empregados) para gerar novos postos em empresas de menor porte, geralmente nas categorias micro, pequena e mdia empresas. Com a reorganizao do setor o trabalho individual em rede, sem ter que sair de casa, passou a ser uma realidade at ento impensada para o modelo de trabalho anterior.

    - Comrcio: as trs categorias do setor (comrcio de veculos, motocicletas e combustveis; atacadista e varejista) empregaram em 1998 um total de 4,5 milhes de pessoas. A expanso deste setor fortemente ligada atividade econmica do pas. Novos postos de trabalho e a formalizao de negcios at ento na informalidade fez o comrcio expandir a oferta de empregos. Veja a variao no perodo 2003-2009.

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    - Setor Financeiro: o setor apresentou recuperao em 2000 aps ser fortemente atingido pela crise de 1999. A presena de investimentos internacionais e a concentrao do setor o potencial de emprego voltou a subir. H incentivos para a expanso do setor.

    - Turismo: um dos campos mais promissores para a gerao de empregos e crescimento econmico do pas. O potencial econmico tem crescido, pois ampliou o turismo interno com a retomada do crescimento da economia e a insero de u grande nmeros de famlias na classe mdia e ainda o Brasil tem divulgado mais o nosso potencial turstico no exterior visando atrao de turistas. Grandes eventos como a realizao do Pan-americano, da candidatura para a Copa 2014 e olimpada 2016. Esses eventos faz com que haja investimentos no setor e a gerao de empregos. O turismo conforma uma ampla cadeia produtiva, o turismo repercute em 52 segmentos diferentes da economia e mantm cerca de 5 milhes de empregos, formais e informais.

    Observe a distribuio da PEA pelos setores da economia em alguns pases.

    OTrabalhadorIndustrialeaFbricadoFuturo

    Com a reorganizao do setor produtivo no mundo com a globalizao o Brasil necessitou realizar a abertura da economia, iniciado em 1990, o que levou a reestruturao da indstria. A reorganizao teve impactos negativos, como a elevao do desemprego e tambm consequncias positivas para a competitividade do pas, incluindo a elevao da qualificao dos trabalhadores industriais.

    Essa nova realidade exige um trabalhador mais qualificado. A exigncia de qualificao atinge principalmente os trabalhadores mais jovens. Para acessar o primeiro emprego o trabalhador tem que demonstrar que tem possibilidade de adaptao / aprendizagem das funes em pouco tempo.

    Para o futuro, as principais tendncias para o mercado de trabalho so:

    - deslocamento das atividades e da mo-de-obra da indstria para os servios, especialmente para os servios de apoio s atividades industriais em funo das terceirizaes;

    - declnio do emprego industrial tradicional;

    - crescente interdependncia da fora de trabalho em escala global;

    - movimento contnuo em direo elevao do perfil de escolaridade do trabalhador.

    Caractersticas do mercado de trabalho atual - 2003 a 2009.

    Segundo o IBGE o contingente da populao ocupada diminuiu em 1,8%. Em 2008 era 21,7 milhes de pessoas ocupadas j em 2009 caiu para 21,3 milhes, ou seja, uma reduo de 398 mil pessoas.

    Desse modo, a proporo de pessoas ocupadas com 10 anos ou mais de idade passou de 52,5% em 2008, para 52,1% em 2009 (em 2003 era 50,1%).

    A mudana tambm foi sentida quando observamos o percentual de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado. Esse item passou de 44,1% em 2008 para 44,7% em 2009 (em 2003 era 39,7%). A formalizao da mo-de-obra apresentou um novo recorde na srie histrica da pesquisa do IBGE. Isso reflete o momento vivido pela economia nacional, mesmo que a economia global se encontre em crise. O que o governo comemora que o contingente de trabalhadores que contribuam para a previdncia social tambm aumentou diminuindo, desse modo, a escalada do dficit da previdncia.

    Distribuio da PEA por setores

    Pases Primrio Secundrio Tercirio

    EUA 3% 25% 72%

    Brasil 23,2% 23,8% 53,0%

    ndia 62% 11% 27%

    Etipia 88% 2% 10%

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    GEO 01 Veja as evolues das taxas de desemprego no

    perodo 2002-2011.

    Observe agora a mdia de salrio dos trabalhadores do setor privado.

    Rendimento mdio real habitual dos empregados com carteira no setor privado, para o total das seis regies metropolitanas de 2003 a 2011, em reais - a preos de dez/11

    AMulhernoMercadodeTrabalhoA insero da mulher no mercado de trabalho

    no Brasil tardia. O reconhecimento dos direitos da mulher como cidad plena ainda lento necessitando a interveno do Estado para garantir os direitos da mulher. Em relao a luta contra a viso social de que a mulher no tem os mesmos direitos esto:

    - Lei N 7.353, DE 29 DE AGOSTO DE 1985 que criou o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher - CNDM

    - Lei N 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. Cria mecanismos para coibir a violncia domstica e familiar contra a mulher.

    Nas ltimas dcadas, a insero das mulheres no mercado de trabalho tornou-se uma realidade. A participao feminina aumentou expressivamente. Em 2011 eram 45,4% na populao ocupada (PO). Para as mulheres, esse indicador foi de 40,5% em 2003 passando para 45,3% em 2011. Entre os homens, esse percentual era de 60,8%, passando para 63,4%. Percebe-se

    um aumento na ocupao das mulheres. A presena feminina tambm era majoritria na populao desocupada (PD) e na populao no economicamente ativa (PNEA)

    O ingresso da mulher no mercado de trabalho veio associado a transformaes nas relaes familiares e conjugais. Houve uma reduo no nmero de filhos, o aumento das famlias chefiadas por mulheres em 1989 representavam 20,1%, em 1999 chegou a 26%.

    As mulheres representam mais de 40% da fora de trabalho no pas, contudo a mdia de rendimentos menor que os percebido pelos homens na mesma funo. Apesar de estudarem por um perodo mais longo, obtendo no setor industrial, por exemplo, um ano a mais de escolaridade do que os homens, o diferencial de remunerao persiste elevado.

    Analise o grfico seguinte.

    Vrios fatores contribuem para impedir as mulheres de atingirem os mais altos cargos. Essas so barreiras, visveis e invisveis, que impedem o acesso aos postos mais bem remunerados. Podemos citar: a feminizao de determinadas profisses (professoras primrias, enfermagem) e

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    GEO 01 sua subsequente desvalorizao, resistncias sociais, a maternidade e a desigualdade na diviso das tarefas domsticas, a falta de massa crtica de mulheres nas organizaes, etc.

    As empresas esto mudando as suas estratgias de forma a recrutar e reter mulheres qualificadas no emprego. Algumas das mudanas que j so notadas e implementadas:

    - dilogo extenso sobre as mudanas necessrias na cultura organizacional (workshops e reunies dirigidas);

    - implementao de polticas para equiparar salrios e oportunidades;

    - designao de responsveis pela implementao de mudanas;

    - avaliao (quantitativamente e qualitativamente) de progressos em reas especficas.

    A briga que as mulheres precisaro enfrentar para conseguir uma maior igualdade envolve poder. Apesar de j termos uma presidente, a representao no primeiro escalo tem sido ampliada, o setor privado tem uma estratgia diferenciada. Verifica-se que essa guerra por espao e poder ser travada cada vez mais em todas as esferas: polticas, dentro de casa e na empresa.

    As principais tendncias associadas ao avano das mulheres no mercado de trabalho so:

    - presena das mulheres em reas e ocupaes antes restritas aos homens

    - maternidade adiada e um menor nmero de filhos;

    - aumento do padro de consumo familiar e do investimento em educao;

    - crescente reivindicao por igualdade cvica e poltica.

    TextoComplementarInformaessobreamulhernomercadodetrabalho

    A participao das mulheres no mercado de trabalho, seu perfil etrio e educacional, o contingente feminino no setor pblico, a jornada de trabalho considerada a escolaridade, o percentual de mulheres que gostaria de trabalhar mais. Esses e outros pontos so levantados pelo IBGE no Dia Internacional da Mulher. O trabalho especial Mulher no Mercado de Trabalho: Perguntas e Respostas tem como objetivo apresentar um panorama da mulher no mercado de trabalho. As informaes usadas provm da Pesquisa Mensal de Emprego

    (PME)2009, realizada nas regies metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, So Paulo e Porto Alegre.

    35,5% das mulheres tinham carteira detrabalhoassinada

    Em 2009, aproximadamente 35,5% das mulheres estavam inseridas no mercado de trabalho como empregadas com carteira de trabalho assinada, percentual inferior ao observado na distribuio masculina (43,9%). As mulheres empregadas sem carteira e trabalhando por conta prpria correspondiam a 30,9%. Entre os homens, este percentual era de 40%. J o percentual de mulheres empregadoras era de 3,6%, pouco mais da metade do percentual verificado na populao masculina (7,0%).

    61,2%das trabalhadoras tinham11anosoumaisdeestudo

    Enquanto 61,2% das trabalhadoras tinham 11 anos ou mais de estudo, ou seja, pelo menos o ensino mdio completo, para os homens este percentual era de 53,2%. A parcela de mulheres ocupadas com nvel superior completo era de 19,6%, tambm superior ao dos homens (14,2%). Por outro lado, nos grupos de menor escolaridade, a participao dos homens era superior a das mulheres.

    Elastrabalharam38,9horasemmdiaApesar de desde 2003 ter ocorrido uma

    reduo de aproximadamente 36 minutos na diferena entre a mdia de horas trabalhadas por homens e mulheres, em 2009 as mulheres continuaram trabalhando, em mdia, menos que os homens. Cabe esclarecer que essa queda foi ocasionada pela reduo na mdia de horas trabalhadas pelos homens. As mulheres, em 2009, trabalharam em mdia 38,9 horas, 4,6 horas a menos que os homens.

    As mulheres trabalhavam menos que os homens em todos os grupamentos de atividade. Com a exceo das mulheres ocupadas em Outros Servios, as demais atividades apresentaram aumento da mdia de horas trabalhadas para as mulheres. No grupamento Administrao Pblica, as mulheres trabalharam, em mdia, 36,4 horas semanais.

    Em 2009, as mulheres com 8 a 10 anos de estudo foram as que declararam trabalhar mais horas semanais (39,4 horas). No entanto, aquelas com 11 anos ou mais de estudo foram as que apresentaram a menor diferena na mdia de

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    GEO 01 horas trabalhadas em relao aos homens, 3,6 horas. Em 2003, esta diferena era de 4,4 horas.

    As mulheres com 1 at 3 anos de estudo foram as que apresentaram a maior diferena (7,2 horas) na mdia de horas trabalhadas, quando comparadas aos homens. Tal realidade similar verificada em 2003, quando a diferena era de 7,3 horas.

    O nmero de horas trabalhadas pelas mulheres que possuam curso superior completo somente ultrapassava ao das que tinham at 3 anos de estudos.

    J as mulheres com 11 anos ou mais de estudo foram as nicas a aumentar a mdia de horas trabalhadas semanalmente, em todo o mercado de trabalho: de 38,8 horas em 2003 para 39,1 horas em 2009.

    Orendimentocontinuasendo inferioraodoshomens

    O rendimento de trabalho das mulheres, estimado em R$ 1.097,93, continua inferior ao dos homens (R$ 1.518,31). Em 2009, comparando a mdia anual de rendimentos dos homens e das mulheres, verificou-se que as mulheres ganham em torno de 72,3% do rendimento recebido pelos homens. Em 2003, esse percentual era de 70,8%.

    Considerando um grupo mais homogneo, com a mesma escolaridade e do mesmo grupamento de atividade, a diferena entre os rendimentos persiste. Tanto para as pessoas que possuam 11 anos ou mais de estudo quanto para as que tinham curso superior completo, os rendimentos da populao masculina eram superiores aos da feminina.

    Verificou-se que nos diversos grupamentos de atividade econmica, a escolaridade de nvel superior no aproxima os rendimentos recebidos por homens e mulheres. Pelo contrrio, a diferena acentua-se: no caso do Comrcio, por exemplo, a diferena de rendimento para a escolaridade de 11 anos ou mais de estudo de R$ 616,80 a mais para os homens. Quando a comparao feita para o nvel superior, ela de R$ 1.653,70 para eles.

    No entanto, no grupamento da Construo, as mulheres com 11 anos ou mais de estudo tm rendimento ligeiramente superior ao dos homens com a mesma escolaridade: elas recebem, em mdia, R$ 2.007,80, contra R$ 1.917,20 dos homens.

    Aumentou a escolaridade das mulheresqueprocuramtrabalho

    Em 2009, entre o 1,057 milho de mulheres desocupadas e procurando por trabalho, 8,1% tinha nvel superior. Houve aumento na escolaridade dessas mulheres, visto que em 2003, em mdia, 5,0% tinham nvel superior. Esse crescimento resulta do aumento da escolaridade de uma forma geral.

    O aumento da escolaridade tambm pode ser verificado em outros nveis. Em 2003, em mdia, 44,7% das mulheres desocupadas tinham 11 anos ou mais de estudo. Em 2009, essa proporo ultrapassou significativamente a metade da populao (59,8%). Verificou-se que a populao feminina desocupada proporcionalmente mais escolarizada que a populao feminina acima de 10 anos. Enquanto, em mdia, 81,2% da populao feminina desocupada tinham oito anos ou mais de escolaridade, na populao em idade ativa este percentual era de 61,1%.

    Cresceuopercentualdemulheresadultasquerendotrabalhar

    A populao feminina desocupada (1,057 milho de mulheres, em 2009) est muito concentrada no grupo etrio entre 25 e 49 anos de idade. Em 2003, as mulheres nesta faixa etria correspondiam a 49,3% da populao feminina desocupada. Em 2009, elas j eram mais da metade: 54,2%. Fonte IBGE - 2010

    DinmicasterritoriaisdaeconomiaagrcolanoBrasilO setor agrcola tem grande importncia

    histrica para o pas devido ao prprio processo de evoluo da nossa economia. At incio do sculo XX a economia nacional era estritamente agrria e suas exportaes dependiam do setor primrio.

    O maior problema que se verifica, quando estudamos a agricultura e a pecuria no Brasil, a forte concentrao dos meios de produo, de renda e o uso inadequado das terras agricultveis, muitas vezes usadas como reserva de valor.

    Desse modo, caracterizam problemas no setor agropecurio brasileiro a concentrao de terras e o sistema primitivo de explorao da terra (baixo uso de tecnologia na produo).

    Como podemos observar no estudo do Brasil at o momento o pas apresenta diferenas significativas tambm no setor agrcola e podemos observar uma diferena espacial do uso

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    GEO 01 da terra por setores com forte presena de tecnologia CULTURAS VOLTADAS PARA A EXPORTAO o outro apresenta baixo investimento tecnolgico CULTURA DE SUBSISTNCIA.

    O maior problema que a modernizao agrcola levou a uma reduo do nmero de trabalhadores no campo causando o XODO RURAL acelerando o processo de EXPROPRIAO RURAL. Esse processo levou ao aumento de trabalhadores despreparados para o mercado urbano se concentrando nas periferias das grandes cidades e, consequentemente, ao aumento da pobreza urbana. (Essa pobreza estava distribuda no grande espao rural e agora se concentra nas periferias das cidades)

    Assim, podemos listar algumas caractersticas do campo no Brasil:

    I. concentrao fundiria;

    II. baixo uso de tecnologia;

    III. agricultura modernizada voltada para o mercado externo;

    IV. cultura de subsistncia com baixo investimento em tecnologia.

    Especializao produtiva do territrio fronteiraagrcola

    A implementao da agricultura no pas foi, historicamente, concentrada no litoral. Com a modernizao do territrio, com a introduo do sistema rodovirio na segunda metade do sculo XX, tornou-se possvel romper com as ilhas econmicas e criar um mercado nacional. Esses fatores levaram tambm a expanso da agricultura para o interior do territrio. A ocupao de novas reas para a produo agrcola chamada de FRONTEIRAS AGRCOLAS.

    Na dcada de 40 a 60 a fronteira se concentrava na regio Centro- Oeste, mas, a partir da dcada de 70, a Amaznia apresentou-se como a nova e principal rea de expanso.

    A ocupao diferencial do espao, com sucessivas fases de modernizao gerou um espao heterogneo quando observamos o espao e consideramos os dados da produo, organizao, uso de insumos e tecnologias. Esse espao heterogneo pode ser caracterizado da seguinte maneira:

    - Centro-Sul elevado grau de modernizao agrcola com uso de insumos e tecnologia na produo. Mquinas, fertilizantes, sementes selecionadas, defensivos, empresas de pesquisas e

    desenvolvimento tecnolgico esto presentes no cenrio produtivo.

    Nordeste a agricultura apresenta diferenas internas significativas. No serto predomina a agricultura de subsistncia sem nenhum investimento tecnolgico, no litoral (cana, cacau), em bolses de irrigao (vale do So Francisco) e nas reas de cerrado (sul Piau, Sul do Maranho, oeste da Bahia) j apresentam como reas de expanso da agricultura comercial voltada para a exportao que conformam sistemas produtivos com maior investimento em tecnologia e uso de insumos e mecanizao.

    Amaznia aparece como a principal rea de expanso agrcola do pas. Nessa regio se observa grande expanso sem a preocupao com a preservao do meio ambiente. Essa ocupao tem gerado muitos conflitos agrrios. O uso do solo e os sistemas produtivos implantados tm aproveitado a fertilidade inicial do solo para garantir maior produtividade.

    ModernizaodaagriculturaO processo de modernizao da agricultura se

    deu a partir da dcada de 1950 com a expanso, para o campo, do emprego e desenvolvimento de pesquisas cientficas que ajudaram a aumentar a produo e a produtividade.

    So exemplos dessa modernizao:

    Mecanizao; Reduodamodeobra; Usodeinsumos; Desenvolvimentodepesquisas.

    O emprego progressivo de mquinas e insumos industriais (fertilizantes, adubos, pesticidas) na produo agrcola originou a chamada industrializao da agricultura, principal elemento da modernizao no setor.

    Da relao ou integrao entre os setores agropecurio e industrial surgiram os seguintes tipos de indstria:

    Segundo, Ariovaldo Umbelino de Oliveira:

    O estudo da agricultura brasileira deve ser feito no bojo da compreenso dos processos de desenvolvimento do modo capitalista de produo no territrio brasileiro. Toma-se, portanto, como ponto de partida a concepo de que esse desenvolvimento contraditrio e combinado.

    Isto significa dizer que, ao mesmo tempo em que esse desenvolvimento avana, reproduzindo relaes especificamente capitalistas (implantando o trabalho assalariado atravs da figura do bia-

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    GEO 01 fria), produz tambm, contraditoriamente, relaes camponesas de produo (atravs do trabalho familiar).

    Esse processo deve ser entendido tambm no interior da economia capitalista atualmente internacionalizada, que produz c se reproduz em diferentes lugares no mundo, criando processos e relaes de interdependncia entre Estados, naes e sobretudo empresas. A compreenso desses processos fundamental para o entendimento da agricultura brasileira, pois eles provocam o movimento de concentrao da populao no pas. Esse movimento migratrio est direcionado para as regies metropolitanas, as capitais regionais. Enfim, para as cidades de uma maneira geral. (Geografia do Brasil 4 ed. So Paulo: Editora da Universidade de So Paulo,2001 Didtica; 3- Vrios autores )

    Ainda seguindo a viso de Ariovaldo Umbelino de Oliveira:

    No campo, o processo de desenvolvimento capitalista est igualmente marcado pela industrializao da agricultura, ou seja, o desenvolvimento da agricultura tipicamente capitalista abriu aos proprietrios de terras e aos capitalistas/ proprietrios de terra a possibilidade histrica da apropriao da renda capitalista da terra, provocando intensificao na concentrao da estrutura fundiria brasileira.

    Prezado candidato, perceba que a lgica do desenvolvimento capitalista na agricultura se faz no interior do processo de internacionalizao da economia brasileira. Esse processo se d no mago do capitalismo mundial e est relacionado, portanto, com o mecanismo da dvida externa. Atravs dele os governos dos pases endividados criam condies para ampliar a sua produo, sobretudo a industrial. Para pagar a dvida eles tm que exportar, sujeitando-se a vender seus produtos pelo preo estipulado mercado internacional.

    Indstrias da agricultura ou agroindstrias: transformam produtos agropecurios em industrializados. Por exemplo, a indstria de leos vegetais (de soja, de milho) e a de laticnios (queijo, manteiga). .Indstrias para a agricultura: fornecem bens de produo para a agricultura. Por exemplo, as indstrias de mquinas e equipamentos agrcolas (colheitadeiras, arados) e as indstrias qumicas (fertilizantes, pesticidas).

    Em So Paulo, Minas Gerais, Paran, Santa Catarina e Rio Grande do Sul encontra-se um complexo econmico agropecurio moderno, vinculado s necessidades industriais e altamente dependente de fluxos financeiros.

    Gois, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul funcionam como espaos de expanso da agropecuria moderna, cujo desenvolvimento reflexo do transbordamento da economia rural dos estados do Sul e de So Paulo.

    Na Regio Nordeste, ainda que predominem as prticas agrcolas tradicionais, tambm existem reas de intensa modernizao. No oeste baiano, a soja recm-chegada dinamiza atividades como a avicultura e a suinocultura, enquanto no vale do Rio So Francisco crescem os polos de fruticultura irrigada, comandados por Petrolina (PE) e Juazeiro (BA).

    Denomina-se complexo agroindustrial a articulao ou juno da agropecuria com as chamadas indstrias para a agricultura (produtoras de mquinas e insumos) e com as agroindstrias (indstrias que processam os produtos agropecurios).

    Com o avano da modernizao do campo verifica-se uma ampliao da subordinao do campo cidade. O campo passa a sofrer presso do meio urbano para produzir no ritmo de consumo das cidades estando, desse modo, controlado pela cidade. Para caracterizar essa subordinao os gegrafos propuseram o esquema do processo sanduche, para tornar possvel a visualizao didtica de como se d a subordinao do campo a cidade.

    Ocorre o processosanduche. CIDADE

    CAMPO

    CIDADE

    Como produzir O que produzir

    Indstria para a agricultura Agroindstria

    Colheitadeiras, fertilizantes, sementes. Soja, milho.

    Se de um lado a cidade diz como produzir e abastece o campo com seus produtos na outra ponta a cidade diz o que produzir, pois sua indstria necessita de matria-prima para funcionar. A modernizao pode ser sentida no s no modo de se produzir, mas tambm na organizao da fora de trabalho no campo.

    A modernizao acelerada da agricultura e a pobreza nas reas rurais geraram presso tambm nas reas urbanas, ocasionando o xodo rural (abandono das reas rurais) e um processo catico e acelerado de urbanizao. Os problemas dos migrantes do meio rural (subemprego, pobreza), sem resoluo, foram transferidos para as grandes metrpoles, agravando o quadro da excluso social urbana.

    Observaes sobre a agricultura tradicional

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    GEO 01 Est em decadncia devido:

    incapacidade de adquirir equipamentos

    falta de financiamento

    maior custo de produo

    menor produtividade

    Esse fato tem um custo devido a reduo da rea de produtos para subsistncia; a reduo das pequenas propriedades; absoro dos pequenos pelos grandes

    Na agricultura tradicional MDO familiar com grande importncia para a absoro da MDO desempregada. Este setor encontra-se em integrao ao agronegcio.

    MaioresproduesporestadoSP laranja, cana e no extremo oeste a

    pecuria de corte Vale do Paraba (SP RJ) bacia leiteira

    MG caf, maior rebanho bovino, 60% da produo de frangos.

    SUL conglomerados das indstrias de alimentos soja, milho, trigo, fumo e uvas.

    Norte do Paran expanso da agricultura paulista, Soja e milho atualmente a modernizao levou a concentrao de terras e ao xodo rural e a migrao inter-regional.

    RS pecuria na campanha gacha sofre com a concorrncia da pecuria da Argentina.

    Centro-Oeste soja ps 1960 farelo de soja para rao. Acidez do solo do cerrado equacionado pelo uso de tecnologia.

    MaioresprodutoresporprodutosArroz RS, MT, MA, MG cultivado em todo

    pa, irrigado ou de vrzea, no RS, e de sequeiro no Centro-Oeste.

    Feijo PR, MG, BA, SP todo pas. Grande parte da produo proveniente de pequenos produtores.

    Mandioca PA, PR, BA, MA todo o pas, principalmente no NE.

    Aumento da cultura comercial.

    Laranja SP, BA, SE, RJ exportao de suco concentrado.

    Cana SP, AL, PR, PE grande expanso nos anos 70 Prolcool.

    (GANHA EXPRESSO DEVIDO A NECESSIDADE DE DESENVOLVER COMBUSTVEL ALTERNATIVO)

    Soja PR, MT, RS, GO alimentao humana, leo e rao animal.

    Tem expandido do Sul para outras regies (NE e CO).

    Milho MG, SP, PR, RS alimentao humana, rao animal e leo.

    Caf MG, ES, SP, PR exportao de gros e caf solvel.

    Cacau BA, PA, RO, ES chocolate, manteiga, licores.

    Banana PA, SP, BA grande consumo interno e exportao.

    Coco BA aproveitamento do tronco, fruto, fibra, folhas ....

    Trigo PR, RS, MS, SC rotao com a soja (vero) e trigo (inverno), mecanizada.

    Algodo CE, PE, PB, GO, MT indstria txtil, alimentcia (leo), farmacutica e adubo (bagao).

    Fumo SUL DO PAS indstria de cigarros.

    ProblemasparaaagriculturanoBrasil Transportes

    Corredores de exportao Santos, Paranagu, EF Carajs Porto de Itaqui, BR 364 Hidrovia do Madeira Porto de Porto Velho e Itacoatiara

    AM (reduz 20% em relao ao aos portos de Santos e Paranagu).

    SoluesparaaproduoagrcolaFerronorte acelerar a construo

    BR 163 Cuiab-Santarm liberar as obras com atendimento s exigncias ambientais e sociais locais.

    PecuriaA criao de animais tem ganhado expresso

    nas ltimas dcadas devido ao tipo de alimentao fornecida aos animais. Com a descoberta do mal da vaca louca os pases europeus buscaram importar carne de pases que no forneciam na alimentao animal rao com compostos de origem animal (farinha de osso).

    Mesmo com a ampliao do mercado devido a esse aumento da demanda o mercado enfrenta

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    GEO 01 outros problemas sanitrios que prejudicam as exportaes brasileiras,. Um exemplo a febre aftosa que fez, nos ltimos anos, a Rssia e a Unio Europeia suspenderem as importaes de carnes do Brasil.

    No entanto a modernizao da produo no campo atingiu tambm a produo de animais e aves. Hoje j se consegue produzir um frango com 28 dias para o abate e um boi com 18 meses (o tempo anterior era de 48 meses). Essas possibilidades s foram possveis pelo investimento em melhoria gentica, pesquisas e investimentos no manejo que, em nosso pas, foi capitaneado por agncias pblicas de pesquisa como o caso da EMBRAPA.

    A pecuria que se caracterizava por ser extensiva e de baixa produtividade com uso de pastagens naturais, esse foi um marco na ocupao do cerrado no CO, na ocupao inicial da Amaznia e NE.

    A pecuria moderna observa uma produo intensiva como se caracteriza a produo nas regies Sul e SE. Essa produo tem como base o uso de matrizes selecionadas, pastagens artificiais e uso de rao e silagens na alimentao. Houve um grande crescimento na produo e hoje somos o maior exportador de carne bovina, alm de termos excelentes mercado para a carne de porco e de frango.

    Para termos uma ideia geral da produo pecuria no pas pode-se resumir da seguinte forma:

    Sul principal regio na produo de sunos e ovinos.

    Sudeste principal regio na produo de equinos;

    Centro-Oeste maior produo de bovinos;

    Nordeste maior produtor de muares e caprinos;

    Norte maior produtor de bufalinos.

    Devemos nos lembrar de que o MG e RS so importantes estados na produo de bovinos, o primeiro voltado para a produo leiteira e o segundo na produo de gado de corte.

    Apesar da grande produo o brasileiro apresenta baixo consumo de carne e leite. Isso se deve a preocupao com a exportao e a pobreza devido m distribuio de renda em nosso pas.

    Problemasambientais:usodosolonaagriculturaepecuria

    Lembrando dos solos de maior fertilidade natural e sua localizao.

    Massap NE

    Terra Roxa planaltos e chapadas da Bacia do Paran.

    O uso inadequado do solo, por empregar manejo imprprio ao tipo de clima LEMBRANDO QUE IMPLEMENTAMOS O MANEJO SEGUNDO AO QUE HERDAMOS DA EUROPA muitas reas esto suscetveis de desertificao. Pelos estudos realizados pelos centros de pesquisa no pais demonstram que o Brasil tem 900.000 km2 com risco de desertificao localizado nos estados RS (processo de arenizao), BA, PE PI, RN, AL e SE. Desse total, 181.000 km2 esto afetados gravemente.

    Vrios problemas ambientais esto associados a produo agropecuria, destacamos aqui:

    Desmatamento; Queimadas; Uso de agrotxicos (contamina rios lagos elenisfreticos);

    Eroso (perda de solo e assoreamento eperdadesolo);

    Erosogentica(reduodabiodiversidade); Compactao do solo (mecanizao episoteio);

    Usode sementes transgnicas reduodabiodiversidadeLeideBiossegurana.

    AgentessociaisnocampoA agricultura no pas se desenvolveu com o

    uso da mo-de-obra (MDO) escrava que posteriormente foi substituda pela MDO do imigrante europeu.

    O caf a agricultura que marca a transio da MDO escrava e para a MDO do imigrante. Ps 1930 a agricultura perde espao para o urbano e o campo (terra) passa a ser uma RESERVA DE VALOR. Assim que a exportao agrcola voltasse a ter importncia o controle da terra retomaria a sua importncia.

    O que se viu aps a modernizao foi a liberao da MDO. Com a retomada da produo agrcola na dcada de 60/70 cresce a utilizao de MDO assalariada, geralmente com contratao temporria. So novos trabalhadores denominados bias-frias (corumbas, turmeiros e clandestinos no NE, volantes e pees no Sul e SE).

    At 1950 70% da PEA na agricultura e em 2000 23% da PEA contribuindo com 8% para o PIB

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    GEO 01 A organizao da produo no campo, durante

    a fase de baixa da agricultura, era realizada pelo desenvolvimento da parceria, arrendamento, ocupao e do trabalho permanente (esse ltimo de menor expresso)

    Leiaotextocomplementar:A Revoluo Verde

    A expresso Revoluo Verde foi criada em 1966, em uma conferncia em Washington. Porm, o processo de modernizao agrcola que desencadeou a Revoluo Verde ocorreu no final da dcada de 1940.

    Esse programa surgiu com o propsito de aumentar a produo agrcola atravs do desenvolvimento de pesquisas em sementes, fertilizao do solo e utilizao de mquinas no campo que aumentassem a produtividade.

    Isso se daria atravs do desenvolvimento de sementes adequadas para tipos especficos de solos e climas, adaptao do solo para o plantio e desenvolvimento de mquinas.

    As sementes modificadas e desenvolvidas nos laboratrios possuem alta resistncia a diferentes tipos de pragas e doenas, seu plantio, aliado utilizao de agrotxicos, fertilizantes, implementos agrcolas e mquinas, aumenta significativamente a produo agrcola.

    Esse programa foi financiado pelo grupo Rockefeller, sediado em Nova Iorque. Utilizando um discurso ideolgico de aumentar a produo de alimentos para acabar com a fome no mundo, o grupo Rockefeller expandiu seu mercado consumidor, fortalecendo a corporao com vendas de verdadeiros pacotes de insumos agrcolas, principalmente para pases em desenvolvimento como ndia, Brasil e Mxico.

    Utilizao de mquina e insumos agrcolas

    De fato, houve um aumento considervel na produo de alimentos.

    No entanto, o problema da fome no mundo no foi solucionado, pois a produo dos alimentos nos pases em desenvolvimento destinada, principalmente, a pases ricos industrializados, como Estados Unidos, Japo e Pases da Unio Europeia.

    O processo de modernizao no campo alterou a estrutura agrria.

    Pequenos produtores que no conseguiram se adaptar s novas tcnicas de produo, no atingiram produtividade suficiente para se manter na atividade, consequentemente, muitos se endividaram devido a emprstimos bancrios

    solicitados para a mecanizao das atividades agrcolas, tendo como nica forma de pagamento da dvida a venda da propriedade para outros produtores.

    A Revoluo Verde proporcionou tecnologias que atingem maior eficincia na produo agrcola, entretanto, vrios problemas sociais no foram solucionados, como o caso da fome mundial, alm da expulso do pequeno produtor de sua propriedade.

    Por Wagner de Cerqueira e Francisco Graduado em Geografia Equipe Brasil Escola

    Aquestoagrriaeaexpansodoagronegcio

    OacessoaterranoBrasilPerodoColonial

    Era uma responsabilidade do Governo portugus a gesto do territrio de sua novssima colnia. Como Portugal era uma nao de populao reduzida era impossvel estabelecer uma poltica de colonizao de sua nova colnia que se somava ao seu rico imprio colonial, uma vez que Portugal j tinha possesses na frica e expandia o comrcio com o oriente. A soluo encontrada pela Coroa foi criar o sistema de colonizao privado mediante a doao de terras para nobres portugueses que ficavam responsveis por empreender a colonizao do Brasil. Foram criadas catorze capitanias hereditrias e doadas aos nobres, que receberam o ttulo de Capito Donatrio e uma carta de doao de terras. Esse sistema durou 17 anos, o mesmo dava muita autonomia aos capites donatrios que passaram a ter amplo poder de deciso.

    O sistema das capitanias foi substitudo pela administrao direta da colnia pela Coroa que nomeou os Governadores Gerais para exercerem o cargo de administrador da colnia. Esse modelo de administrao durou mais ou menos trs sculos. Esse perodo conhecido em nossa histria como Perodo Colonial.

    Nesse tempo todo, no se fez nenhuma lei sobre a questo fundiria no Brasil que regulamentasse a posse e a propriedade da terra. Todas as terras eram propriedade pessoal do rei, o qual podia do-las conforme seu interesse. Mas, ao mesmo tempo, acabava ocorrendo uma ou outra apropriao direta da terra. Alguns homens livres, mas sem possibilidades de manter uma grande propriedade se instalavam em terras

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    GEO 01 menores, para produzir alimentos para o mercado interno. Era uma apropriao atravs da posse e no da doao real.

    No perodo colonial se deu a instituio do regime de sesmarias. Uma das cartas rgias que foi entregue ao governador geral, em fins do ano de 1530, mandava que este concedesse terras aos que, j estando no Brasil, desejassem povo-lo.

    Antes mesmo de D. Fernando I, rei de Portugal, expedir a primeira lei de sesmarias, j era antiga a praxe de retirar dos donos as terras inexploradas, para entreg-las a quem se dispusesse a lavrar e semear as mesmas.

    Embora houvesse uma vasta extenso territorial a ocupar e aparentemente fosse fcil o acesso terra, pois ela nada custava aos que a recebiam em doao, o fato que, no perodo colonial, somente uma minoria se beneficiou do sistema de sesmarias. Lembre-se que a capacidade de cultiv-la estava associada a quantidade de escravos necessrios para empregar na lavoura, o que exigia do senhor grandes posses.

    No Sul as sesmarias eram em regra bem menores, o que decorria mais da natureza da economia local do que propriamente da condio social dos colonos, como alguns imaginam. As atividades da produo do acar, algodo e caf levaram a formao de grandes propriedades, assim como a pecuria que acentuou a tendncia formao de imensos latifndios e sua concentrao nas mos de uns poucos privilegiados. importante lembrar que a terceira grande lavoura da colnia a do tabaco, introduzida no sculo XVIII.

    Ao longo do perodo de formao das monoculturas em larga escala e do criatrio extensivo, vai surgindo nos imensos domnios da grande lavoura, nos engenhos e nas fazendas, uma agricultura de subsistncia voltada exclusivamente para o abastecimento alimentar da populao residente.

    Ao contrrio da cana-de-acar, do algodo e do tabaco, que se assentam em extensos latifndios, as lavouras de subsistncia se estabelecem no somente nas grandes propriedades mas tambm em pequenas unidades autnomas, onde no h escravos nem assalariados, e o proprietrio ou simples ocupante so os que trabalham diretamente na terra, em regra, nos solos menos frteis e longe dos grandes centros urbanos. O ltimo latifndio tpico, gerado pelo sistema das sesmarias, foi a fazenda de caf.

    PerodoImperial

    A lei n 601, denominada Lei de Terras, de 18 de setembro de 1850, e regulamentada em 1854 proibiu a ocupao de terras devolutas, s se admitia o acesso a terra pela compra a dinheiro.

    A lei permitiu a revalidao das sesmarias que se mantivessem cultivadas ou com incio de cultivo e morada habitual do sesmeiro, concessionrio ou seu representante. Ao tentar corrigir os equvocos do regime de sesmarias, a lei visava ainda uma consolidao formal das posses j constitudas.

    O procedimento introduzido pela Lei de Terras que previa que somente o acesso a terra seria permitido atravs da compra a dinheiro foi complementado com a alienao de terras pblicas a um preo muito elevado. Este artifcio impediu que posseiros e imigrantes pobres se tornassem proprietrios de terras,.

    RepblicaA Constituio republicana de 1891, em seu

    artigo 64, transferiu para os Estados as terras at ento de domnio da Unio, reservando-se a esta as terras de uso pblico, as terras de marinha e as faixas de fronteira. Apesar dessa transferncia no houve um processo de distribuio de terras aos recm-libertos e aos imigrantes que chegavam ao pas. importante lembrar que as oligarquias rurais detinham o poder econmico e poltico e essa realidade vai se estender por um longo perodo em nossa repblica e a posse de terras era garantia do status quo.

    A oligarquia rural s comea a perder a hegemonia aps a grande crise de 1929 a 1933.

    Apesar dos procedimentos legais favorecerem a uma camada da sociedade no tocante ao acesso a terra isso no foi um impedimento ao surgimento da pequena propriedade.

    A Lei Imperial, de 28 de setembro de 1848, que concedia reas territoriais s Provncias para fins de colonizao e proibia o trabalho escravo nessas reas. As reas doadas eram menores e favoreceu ao surgimento de propriedades rurais voltadas para atender o mercado interno e as cidades que cresciam. Essa lei beneficiou a colonizao do sul do pas com base na pequena propriedade que foi doada aos colonos de origem europeias.

    Outros fatores contriburam para a ampliao do nmero de pequenas propriedades. As crises do caf que se iniciaram ainda no fim do Sc.. XIX e a necessidade de abastecimento dos centros urbanos afetaram a estrutura agrria, proporcionando a criao de pequenas propriedades dedicadas explorao

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    GEO 01 hortigranjeira, ao cultivo do algodo, de cereais, de frutas e produo de laticnios.

    A extino da escravido em 1888, a primeira superproduo cafeeira no incio do sculo XX e a crise geral de 1929-33 que desarticulou o sistema agrcola vigente e muitas fazendas fecharam sendo parceladas em unidades menores.

    EstruturaFundiriaSesmaria foi um instituto jurdico portugus

    que normatizava a distribuio de terras destinadas produo: o Estado, recm-formado e sem capacidade para organizar a produo de alimentos, decide legar a particulares essa funo. Este sistema surgira em Portugal durante o sculo XIV, com a Lei das Sesmarias de 1375, criada para combater a crise agrcola e econmica que atingia o pas e a Europa, e que a peste negra agravara.

    Quando a conquista do territrio brasileiro se efetivou a partir de 1530, o Estado portugus decidiu utilizar o sistema sesmarial no alm-mar, com algumas adaptaes.

    Os registros de terras surgiram no Brasil logo aps o estabelecimento das capitanias hereditrias, com as doaes de sesmarias. Os documentos mais antigos das capitanias datam de 1534.

    Esses registros de terras servem para apresentar algumas informaes como o local onde as pessoas viviam; revelar informaes pessoais e familiares; se a propriedade foi herdada, doada ou ocupada e quais eram seus limites; se havia trabalhadores e como era constituda a mo-de-obra; em que regio ficava tal propriedade; etc.

    Todas as posses e sesmarias formadas foram legitimadas em registros pblicos realizados junto s parquias locais. A Igreja, nesse perodo da Colnia, encontrava-se unida oficialmente ao Estado. Dessa forma, os vigrios (ou procos) das igrejas eram quem faziam os registros das terras ou certides, como a de nascimento, de casamento, etc. Somente com a proclamao da Repblica, em 1889, Estado e Igreja se separaram.

    Desenvolveram-se, assim, os chamados registros ou escrituras de propriedade. As sesmarias foram registradas dessa forma e so exemplos e documentos cartoriais. A maioria destas cartas de sesmarias encontra-se em Arquivos Pblicos. Os Arquivos Governamentais possuem colees de cartas de doaes de sesmarias e registros de terras.

    importante saber, entretanto, as datas de criao das capitanias ou Estados, para saber onde procurar. Por exemplo, os registros mais antigos de Santa Catarina e Paran encontram-se em So Paulo, pois eram Estados unidos, que s mais tarde foram desmembrados.

    LeideTerras(1850)Durante o sculo XIX, a economia mundial

    passou por uma srie de transformaes pela qual a economia mundialmente conduzida pelo comrcio passou a ceder espao para o capitalismo industrial. As grandes potncias econmicas da poca buscavam atingir seus interesses econmicos pressionando as demais naes para que se adequassem aos novos contornos tomados pela economia mundial. Para exemplificar tal situao podemos destacar o interesse ingls em torno do fim do trfico negreiro.

    Com relao ao uso da terra, essas transformaes incidiram diretamente nas tradies que antes vinculavam a posse de terras enquanto smbolo de distino social. O avano da economia capitalista tinha um carter cada vez mais mercantil, onde a terra deveria ter um uso integrado economia, tendo seu potencial produtivo explorado ao mximo. Em consequncia dessa nova prtica econmica, percebemos que diversas naes discutiram juridicamente as funes e os direitos sobre esse bem.

    No Brasil, os sesmeiros e posseiros realizavam a apropriao de terras aproveitando de brechas legais que no definiam bem o critrio de posse das terras. Depois da independncia, alguns projetos de lei tentaram regulamentar essa questo dando critrios mais claros sobre a questo. No entanto, somente em 1850, a chamada Lei 601 ou Lei de Terras, de 1850, apresentou novos critrios com relao aos direitos e deveres dos proprietrios de terra. (Eusbio de Queirs)

    Essa nova lei surgiu em um momento oportuno, quando o trfico negreiro passou a ser proibido em terras brasileiras . A atividade, que representava uma grande fonte de riqueza, teria de ser substituda por uma economia onde o potencial produtivo agrcola deveria ser mais bem explorado. Ao mesmo tempo, ela tambm responde ao projeto de incentivo imigrao que deveria ser financiado com a dinamizao da economia agrcola e regularizaria o acesso a terra frente aos novos campesinos assalariados.

    Dessa maneira, ex-escravos e estrangeiros teriam que enfrentar enormes restries para possivelmente galgarem a condio de pequeno e

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    GEO 01 mdio proprietrio. Com essa nova lei, nenhuma nova sesmaria poderia ser concedida a um proprietrio de terras ou seria reconhecida a ocupao por meio da ocupao das terras. As chamadas terras