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COLÉGIO ESTADUAL WALFREDO SILVEIRA

CORRÊA - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

PROJETO

POLÍTICO PEDAGÓGICO

ARAPONGAS-PR

2011/2012

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“O estudo da gramática não faz poetas. O estudo da harmonia não faz

compositores. O estudo da psicologia não faz pessoas equilibradas. O

estudo das "ciências da educação" não faz educadores. Educadores não

podem ser produzidos. Educadores nascem. O que se pode fazer é ajudá-

los a nascer. Para isso eu falo e escrevo: para que eles tenham coragem de

nascer. Quero educar os educadores. E isso me dá grande prazer porque

não existe coisa mais importante que educar. Pela educação o indivíduo se

torna mais apto para viver: aprende a pensar e a resolver os problemas

práticos da vida. Pela educação ele se torna mais sensível e mais rico

interiormente, o que faz dele uma pessoa mais bonita, mais feliz e mais

capaz de conviver com os outros. A maioria dos problemas da sociedade se

resolveria se os indivíduos tivessem aprendido a pensar. Por não saber

pensar tomamos as decisões políticas que não deveríamos tomar.”

(Rubem Alves)

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SUMÁRIO

SUMÁRIO ..............................................................................................................3

APRESENTAÇÃO.................................................................................................8

IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO...................................................................10

ASPECTOS HISTÓRICOS..................................................................................12

INTRODUÇÃO.....................................................................................................13

JUSTIFICATIVA ..................................................................................................15

1 OBJETIVOS .....................................................................................................16

2 MARCO SITUACIONAL ..................................................................................17

2.1 DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL..................................................................17

2.1.1 Recursos Humanos.................................................,.................................17

2.1.2 Recursos Materiais e Tecnológicos........................................................24

2.1.3 Organização do Espaço Físico.................................................................25

2.1.4 Laboratório de Ciências, Física, Química e Biologia.............................26

2.1.5 Biblioteca...................................................................................................26

2.1.6 Laboratório de Informática........................................................................27

2.1.7 CELEM........................................................................................................28

2.2 ORGANIZAÇÃO INTERNA DO ESTABELECIMENTO....,...........................28

2.2.1 Secretaria....................................................................................................28

2.2.2 Equipe Pedagógica.........................................................................,.........29

2.3 PERFIL SÓCIOECONÔMICO DOS DISCENTES........................................32

2.4 FORMAS DE GESTÃO..................................................................................33

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2.4.1 Gestão Democrática..................................................................................29

2.4.2 Instâncias Colegiadas...............................................................................40

2.4.3 Conselho Escolar.......................................................................................41

2.4.4 APMF – Associação de Pais, Mestres e Funcionários...........................43

2.4.5 Conselho de Classe...................................................................................45

2.4.6 Representante de Turma...........................................................................46

2.4.7 Grêmio Estudantil......................................................................................47

2.5 GESTÃO DE RECURSOS FINANCEIROS....................................................49

3 MARCO FILOSÓFICO CONCEITUAL..............................................................49

3.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................................49

3.1.1 Princípios Pedagógicos............................................................................52

3.1.2 O Ensino Fundamental de Nove Anos.....................................................56

3.1.3 Concepção de Mundo................................................................................60

3.1.4 Concepção de Sociedade..........................................................................60

3.1.5 Concepção de Homem..............................................................................61

3.1.6 Concepção de Educação...........................................................................62

3.1.7 Concepção de Cidadania/Ética.................................................................63

3.1.8 Concepção de Escola................................................................................64

3.1.9 Concepção de Alfabetização e Letramento.............................................66

3.1.10 Concepção de infância............................................................................68

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3.1.11 Concepção de Adolescência..................................................................73

3.1.12 Concepção de Cultura.............................................................................78

3.1.13 Concepção de Conhecimento................................................................78

3.1.14 Concepção de Ensino e Aprendizagem.................................................80

3.1.15 Concepção de Avaliação.........................................................................82

3.1.16 Concepção de Currículo..........................................................................84

3.2 A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA E A PSICOLOGIA HISTÓRICO

CULTURAL DE VYGOTSKY.....................................................................87

3.2.1 Prática Social Inicial..................................................................................89

3.2.2 A problematização do conteúdo...............................................................90

3.2.3 A instrumentalização.................................................................................91

3.2.4 A catarse.....................................................................................................91

3.2.5 A Prática Social Final.................................................................................92

4 MARCO OPERACIONAL .................................................................................93

4.1 O MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO...............................................93

4.2 O MÉTODO DIALÉTICO................................................................................95

4.3 DIDÁTICA PARA A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA............................97

4.4 O PROCESSO DE ENSINO NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA

.....................................................................................................................101

4.5 OS CINCO PASSOS PEDAGÓGICOS NA OBRA DE GASPARIN..................................................................................................102

4.5.1 Prática Social Inicial ...............................................................................102

4.5.2 Problematização ......................................................................................103

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4.5.3 Instrumentalização ..................................................................................103

4.5.4 Catarse .....................................................................................................104

4.5.5 Prática Social Final .................................................................................105

4.6 A ESSÊNCIA DA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA : A DIALÉTICA.....105

4.7 CELEM - Centro de Línguas Estrangeiras Modernas..............................106

4.8 GESTÃO DEMOCRÁTICA: IMPLEMENTAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE

INFORMAÇÃO E O SUCESSO ESCOLAR...............................................107

4.9 IMPLEMENTAÇÃO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS ................................111

4.10IMPLEMENTAÇÃO DO CURRÍCULO E CUMPRIMENTO ÀS

LEGISLAÇÕES VIGENTES ....................................................................113

4.10.1 Lei Federal n° 11645/08.........................................................................114

4.10.2 Código de Trânsito Brasileiro - Lei nº 9.503.......................................115

4.10.3 Lei da Educação Ambiental – nº 9.795.................................................115

4.10.4 Lei nº 13381 - Obrigatoriedade no Ensino Fundamental e Médio

conteúdos da disciplina História do Paraná.....................................116

4.10.5 Educação Tributária - Programa de Educação Fiscal........................117

4.10.6 Educação Musical - Lei nº 11.769.........................................................117

4.11 DESAFIOS DA ESCOLA E DE SEUS EDUCADORES.............................119

4.12 INTERVENÇÕES/AÇÕES NECESSÁRIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL

DE NOVE ANOS........................................................................................124

4.13 AVALIAÇÕES DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO.......................128

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................132

ANEXOS............................................................................................................138

ANEXO A - PROPOSTA DE PLANO DE AULA NA PERSPECTIVA

HISTÓRICO CRÍTICA .......................................................................................139

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ANEXO B - ESQUEMA DA AULA ....................................................................143

ANEXO C - PLANO DE ESTÁGIO - ALUNOS DO ENS. MÉDIO......................144

ANEXO D - PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO DOS DISCENTES.........................155

ANEXO E – PPC - PROPOSTA PEDAGÓCICA CURRICULAR.......................158

ARTE - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO.....................................................159

BIOLOGIA .........................................................................................................190

CIÊNCIAS ..........................................................................................................200

EDUCAÇÃO FÍSICA - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO...........................208

ENSINO RELIGIOSO ........................................................................................217

FILOSOFIA.........................................................................................................226

FÍSICA................................................................................................................233

GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL E MEDIO.......................................238

HISTÓRIA - ENSINO FUNDAMENTAL E MEDIO...........................................249

LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – ESPANHOL.......................................257

LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – INGLÊS...............................................266

LÍNGUA PORTUGUESA - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ...................282

MATEMÁTICA - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO......................................297

QUÍMICA ........................................,...................................................................308

SOCIOLOGIA......................................................................................................317

LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA - CELEM – INGLÊS ..............................324

MATRIZ CURRICULAR......................................................................................335

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APRESENTAÇÃO

A construção da Proposta Pedagógica do Colégio Estadual “Walfredo Silveira

Corrêa” – Ensino Fundamental e Médio, sempre foi um trabalho coletivo da Direção,

Equipe Técnico-Pedagógica, Professores, Pedagogos, Pais, Alunos e Funcionários,

empenhados em colocar suas preciosas contribuições a serviço da democratização

do Ensino.

Para isso, nossa Proposta Educacional tem em vista a qualidade e a

continuidade de formação da cidadania ativa para o desenvolvimento integral, a ser

oferecida a todos os estudantes ao mesmo tempo, respeitando a diversidade étnica,

social e cultural de todos os envolvidos. Essa exigência se concretiza com a

possibilidade de uma prática educativa que está centrada nas necessidades sociais,

políticas, econômicas e culturais garantindo as aprendizagens essenciais para

formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com

competência, dignidade e responsabilidade na sociedade em que vivem.

Assim, não apenas a Direção do Colégio ou os Órgãos superiores da

Educação estarão definindo o que é prioritário para a unidade escolar. Todos os

segmentos escolares adquirem papel fundamental no processo de elaboração e

discussão das necessidades de nossa escola.

Procuramos superar grandes obstáculos, apostando em novos processos

educativos, em novas metodologias de ensino e na formação daqueles que são e

serão os educadores das atuais e futuras gerações e, refletindo constantemente

sobre a autonomia, cidadania e participação gerando assim grandes perspectivas

para o futuro.

Alicerçados na Gestão Democrática estamos construindo uma escola cidadã,

conscientes e fortalecidos para enfrentarmos novos desafios contribuindo para a

construção de novas formas de ver, entender, organizar e representar o mundo.

O projeto político-pedagógico, como o próprio nome diz, comporta

basicamente duas dimensões que se integram e se complementam, a pedagógica e

a política, que são indissociáveis. Saupe (1997, p.1), diz que, na dimensão

pedagógica, "reside à possibilidade da efetivação da intencionalidade da instituição,

que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e

criativo." Para esta mesma autora, o projeto pedagógico é também político, por

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várias razões: tem uma ação intencional, com sentido explícito e com compromisso

definido coletivamente; está articulado intimamente ao compromisso sócio-político

com os interesses reais e coletivos da população; possui um compromisso com a

formação do cidadão para um tipo de sociedade.

Alguns trabalhos sobre este tema (Veiga, 1996; Saupe, 1997), reforçam a

idéia de que toda elaboração, avaliação e acompanhamento de um projeto político-

pedagógico precisa seguir alguns pressupostos básicos, dentre eles, o de ser um

processo coletivo, construído e vivenciado em todos os momentos com a

participação de todas as pessoas envolvidas com o processo educativo da

instituição; precisa ser concebido como uma atividade natural, desejável, necessária,

sistematizada e permanente; não é apenas um processo técnico, mas sim uma

questão política e social; é um processo contínuo de reflexão-ação. Nesse sentido,

após a decisão acerca da necessidade de revisitar e explicitar as concepções de

cunho teórico-filosófico que dão suporte a nossa ação cotidiana (ou seja, a

elaboração de um marco filosófico-conceitual) o processo de formação de

professores passa a ter como objetivo, num momento específico, essa elaboração.

Cabe colocar aqui que a decisão acerca dos conceitos e valores que

deveriam ser explicitados no documento, foi partilhada por todos os segmentos a

partir do critério de concretização no cotidiano. Em outras palavras, decidir sobre o

que era relevante passou fundamentalmente pela coerência: só mereceriam

destaque os conceitos e valores que são visíveis nas relações que são

estabelecidas na escola, ou seja, aqueles que efetivamente são vividos e, por isso,

transformam-se em atitudes/posturas.

Buscaremos na implementação deste Projeto Político Pedagógico, conforme

estabelece a Resolução nº 7 de 14 de Dezembro de 2010, do Ministério da

Educação, que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental

de 9 (nove) anos, trabalhar o cuidar e o educar, funções indissociáveis da escola,

que resultem em ações integradas, articuladas pedagogicamente no interior da

escola, e também externamente, com os serviços de apoio aos sistemas

educacionais e com as políticas de outras áreas, para assegurar a aprendizagem, o

bem-estar e o desenvolvimento do aluno desse Estabelecimento de Ensino em

todas as suas dimensões.

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IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

Colégio Estadual “Walfredo Silveira Corrêa” – Ensino Fundamental e Médio

Rua Japim, 483

Bairro: Jardim Bandeirantes

CEP: 86.703-090

Fones: (43) 276-3067 - (43) 276-7666

Arapongas – Paraná – Brasil

e-mail: [email protected]

Níveis/Modalidades de Ensino oferecidos:

Educação Básica:

• Ensino Fundamental – (5ª a 8ª séries / 6° a 9°ano)

• Ensino Médio

ORGANIZAÇÃO DOS PERÍODOS / TURMAS / N° DE ALUNOS

Período Série/Ano N° de turmas N° alunos

Matutino 7ª / 8º 3 105

8ª / 9º 3 106

1°EM 3 104

2°EM 2 45

3°EM 1 34

Vespertino 5ª / 6º 6 195

6ª / 7º 5 183

7ª / 8º 1 36

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Noturno 1°EM 1 30

2°EM 1 38

3°EM 1 36

Total de alunos atendidos 912

HORÁRIO DE INÍCIO E TÉRMINO DAS AULAS:

Período Matutino 7h30min às 11h55min

Período Vespertino 13:00 h às 17h25min

Período Noturno 19:00 h às 23:00 h

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ASPECTOS HISTÓRICOS

O primeiro prédio do Colégio Estadual “Walfredo Silveira Corrêa” – Ensino

Fundamental e Médio foi construído em 1952, como Escola Isolada, prolongamento

do Grupo Escolar “Antonio Racanello Sampaio”, da Vila Araponguinha.

Em 11 de Dezembro de 1970, pelo Decreto nº 21.883, o Colégio foi elevado à

denominação de Grupo Escolar “Walfredo Silveira Corrêa”.

Através do Decreto n.º 2.435/76, publicado no Diário Oficial de 29/10/1976, foi

autorizado o seu funcionamento e recebeu a denominação de Escola “Walfredo

Silveira Corrêa” – Ensino de 1º Grau.

No ano de 1985 iniciou-se o ensino de 5ª a 8ª Série, sendo reconhecido o

curso de 1º Grau e também do Estabelecimento, através da Resolução nº 4979/87,

do Diário Oficial de 08/01/1988.

O programa de Educação Especial na área de Deficiência Mental foi

implantado pela autorização contida na Resolução nº 699 de 25/02/2987, publicada

no Diário Oficial de nº 2.481 de 11/03/1987.

Com a Resolução nº 3.729/97, Diário Oficial de 21/11/1997 foi reconhecido o

curso de 2º Grau – Educação Geral – Preparação Universal.

A partir de 01/10/1998, pelo Parecer nº 098/98 – NRE, houve alteração na

nomenclatura do Estabelecimento de Ensino conforme Resolução Secretarial nº

3.120/98 – SEED e Deliberação 003/98 – CEE, que passou a denominar-se Colégio

Estadual “Walfredo Silveira Corrêa” – Ensino Fundamental e Médio.

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INTRODUÇÃO

No sentido etimológico, o termo projeto vem do latim projectu, que significa

lançar para adiante. Na definição de Alvarez (1998) o projeto representa o laço

centre presente e futuro, sendo ele a marca da passagem do presente para o futuro.

Ao construirmos o projeto político pedagógico de nossa instituição, planejamos o

que temos intenção de fazer e realizar. Lançamo-nos para adiante, com base no que

temos, buscando o possível.

Nas palavras de Gadotti:

Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente à determinada ruptura. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores.

Nessa perspectiva, o projeto político-pedagógico deixa de ser algo construído

e em seguida arquivado ou encaminhado às autoridades como prova do

cumprimento de tarefas burocráticas. Ele é construído e vivenciado em todos os

momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo da escola.

Pensar um projeto de educação implica pensar o tipo e qualidade de escola,

a concepção de homem e de sociedade que se pretende construir.

Este Projeto tem como prioridade a Gestão Democrática efetiva como um

processo contínuo e de conjunto, pois é um trabalho que não é encerrado em si,

mas sempre resgata a discussão sobre a realidade educativa e as atividades mais

relevantes desenvolvidas pelos educadores em seu contexto profissional e, também

o envolvimento nesse processo de toda a comunidade local.

Nossas metas estão focadas no pleno desenvolvimento de nossos

educandos, na formação continuada de todos os educadores e em um ambiente

saudável, estruturado que dê condições para que todos possam alcançar seus

objetivos.

Sabemos que ao valorizar as relações interpessoais e apostando na

capacidade de todos, certamente estaremos nos preparando para uma sociedade

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mais justa e solidária, e, são através de posicionamentos construtivos, idéias

inovadoras e pensar coletivamente que expomos nossa proposta de trabalho para

alcançar tais metas.

Desta forma, ao realimentarmos este Projeto Político Pedagógico estamos

compartilhando nossas responsabilidades, num contexto de flexibilidade de ações

pedagógicas/administrativas buscando assegurar o direito à Educação de qualidade

para todos bem como a construção da cidadania, tendo como meta o ideal de uma

crescente igualdade de direitos dos cidadãos baseados na Gestão Democrática,

acolhendo com autonomia e senso de justiça o princípio da identidade pessoal e

coletiva de todos os envolvidos no processo educacional.

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JUSTIFICATIVA

Buscar uma nova organização para a escola constitui uma missão ousada

para os educadores, pais, alunos e funcionários. E, para enfrentarmos com ousadia

essa missão, necessitamos de um referencial que fundamente a construção do

Projeto Político Pedagógico. A questão é, pois, saber qual referencial temos que

recorrer para compreensão de nossa prática pedagógica. Nesse sentido, temos que

nos alicerçar nos pressupostos de uma prática pedagógica que seja crítica, viáveis,

que parta da prática social e esteja compromissada em solucionar os problemas da

educação do ensino de nossa escola.

Nesse contexto, este projeto justifica-se pela importância da necessidade de

não somente explicitar concepções pedagógicas a cerca do processo de ensino,

mas também, de firmar um compromisso coletivo de caminhada visando alcançar

objetivos comuns. Não se trata de definição de modelos prontos e acabados, mas de

incentivo a inovações que direcionem sempre para um mesmo ponto: A busca da

qualidade do ensino que englobe o amplo exercício da cidadania de todos aqueles

que compõem a Comunidade Escolar.

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1 OBJETIVOS

1.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo maior deste projeto é servir de referencial a toda e qualquer

atividade político- pedagógica desenvolvida ou desejada pela instituição, oferecendo

condições para que a comunidade escolar participe da vida Escolar, de maneira

crítica e criativa, intervindo na realidade, buscando a construção e reconstrução de

conhecimentos e assegurando o exercício pleno da cidadania.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Mobilizar a escola, família e comunidade para a realização de uma prática

pedagógica consciente e crítica tendo em vista a formação plena do indivíduo

na sua totalidade, como agente transformador;

2. Propiciar ao corpo docente momentos de estudo e reflexão, colaborando na

complementação e dinamização de programas de ensino desenvolvidos na

escola, buscando sua própria identidade;

3. Movimentar e organizar todas as forças e meios disponíveis na luta pelo

Ensino Público de qualidade;

4. Buscar avanços necessários para que a Escola Pública assuma sua

responsabilidade na democratização da sociedade, por meio da melhoria de

qualidade do Ensino Público e da inserção de bons cidadãos que dêem

continuidade à construção de uma sociedade alicerçada na justiça e no amor

ao próximo;

5. Planejar ações a longo e em curto prazo que sejam assumidas por todos com

responsabilidade e competência.

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2 MARCO SITUACIONAL

2.1 DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL

2.1.1 Recursos Humanos

LISTAGEM DE PROFESSORES – 2011

Nº NOME VÍNCULO CARGO/FUNÇÃO HABILITAÇÃO

1. Aline Pricinato QPM

LF 2

Química Química

C/Pós

2. Anair Mª Escobozo Leitão QPM

LF 1 e 3

História Est. Sociais

C/Pós

3. Ana Paula Sanches de

Campos Rossetti

QPM/SC02

LF 1

Matemática Matemática

C/Pós

4. Anália Sanches Cano QPM

LF 21

Geografia Geog. Ciên Soc.

C/ pós

5. Andréia de Souza REPR

LF 2

Arte Artes

s/Pós

6. Áurea Coelho Graça SC02

LF 21

Ciências Química

C/Pós

7. Catia Rossana Golon de

Oliveira

QPM

LF 1 e 2

Ed. Física Ed. Física

C/Pós

8. Cecília Helena Vechiatto

dos Santos

QPM

LF 1

Biologia Ciênc.Biolog.

C/Mestrado

9. Claudia Simone do Prado QPM

LF 1

Matemática

Matemática

C/ Pós

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10. Claudio da Silva Ribeiro QPM

LF 1 e 2

LF1 –

Matemática

LF 2 Dir. Aux.

Matemática

C/Pós

11. Cristian Rafael Durante REPR

LF 91

Espanhol Letras Port./Inglês

C/Pós

12. Daniela Torres Zanin QPM/SC02

LF 1

Português Letras

C/Pós

13. Deborah Golfieri de

Oliveira

QPM/SC02

LF 1

Ed. Física Ed. Física

C/Pós

14. Deise Cristina Nasser QPM

LF 1

Readp. Definitiva

Matemática

C/Pós

15. Dirce Valentina Chirea QPM/SC02

LF 21

Geografia/

Ens. Religioso

Ciênc. Sociais

C/Pós

16. Drieli de Cassia da Silva REPR

LF 91

História História

C/Pós

17. Ednalda Maria Montanha QPM

LF 1 e LF2

L.Port - LF2

Inglês -LF1

Letras

C/Pós

18. Elis Cristina Correr QPM/SC02

LF 1

Química/

Biologia

Química/

C/Pós

19. Fernando Antonio

Santiago

QPM/SC02

LF 90

História/ Filosofia História

C/ pós

20. Franci Elisa Pinzan QPM

LF 1

Ciências Ciênc.Biolog.

C/Pós

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21. Gisleine Adamis do Carmo QPM/SC02

LF 1

Ciências Ciênc.Biolog.

C/Pós

22. Hilário Bedendo Pricinato QPM

LF 1

Geografia Geografia

S/Pós

23. Ivani Maria dos Santos SC02 / LF 1 Ed. Física Ed. Física C/Pós

24. Jane José de Souza SC02 LF 1 Ling.Port. Ling.Port c/pós

25. Janie Geraldini da Cruz REPR

LF 1

Biologia Ciênc. Biolog.

C/Pós

26. Jeferson José Gevigier REPR

LF 2

História

História

C/Pós

27. João Henrique Rossi REPR

LF 1

Ensino Religioso Teologia

S/Pós

28. Joceir José de Oliveira QPM

LF 1 e 2

Ed. Física Ed. Física

C/Pós

29. José de Almeida QPM / LF2 Física Física C/Pós

30. Josianny Humai Maurício

de Freitas

QPM/SC02

LF 1

Matemática Matemática

C/Pós

31. Julie Francisco Rodrigues QPM

LF 1 - Port.

LF 2 -Inglês

Port./Ingl. Letras

C/ Pós

32. Leni Mara Pitelli Perozin SC02

LF 1

Ed. Física Ed. Física

C/ pós

33. Lucia Helena A. Casimiro REPR / LF 90 Português Letras C/ Pós

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34. Luciana Teresa Quinhone

Poli

SC02

LF 1

Geografia Geografia

C/Pós

35. Luziana de Oliveira

REPR

LF 53

Biologia Ciênc. Biol.

C/pós

36. Manoel Simões Neto SC02

LF 1

Filosofia Filosofia

C/Pós

37. Marcos César Beneli QPM

LF 1

Matemática Matemática

C/Pós

38. Marcus Vinícius

Flanderson Rosa

REPR

LF 1

Filosofia Acadêmico

Filosofia

39. Maria de Lourdes dos

Anjos

QPM

LF 3 e 4

Mat. - LF 3

Física – LF 4

Matemática

C/Pós

40. Marinalva Dias dos Santos QPM

LF 1

Inglês Letras

C/Pós

41. Marlene Nonis QPM

LF 90 e 91

Sociologia/

História

Ciênc.Soc./

História C/Pós

42. Marle Rodrigues de Paulo

Mathias

REPR

LF 92

Filosofia

Geografia C/Pós

43. Michele Hirata QPM

LF 1

Arte Ed. Artística

C/Pós

44. Milene Pires Rodrigues QPM/SC02

LF 1 Português Letras C/Pós

45. Moisés Vicente dos

Santos

SC02

LF 21

Ed. Física

Ed. Física

C/Pós

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46. Quésia de Castro e Souza QPM

LF 1

Arte Ed. Artística

C/Pós

47. Simone Margarete Alves

Mendonça

QPM

LF 1

Matemática Matemática C/pós

48. Susilaine da Silva

Rodrigues

REPR

LF 1

Geografia Geografia S/Pós

49. Thalita Vizzotto de Barros QPM

LF 53

Arte Artes

C/Pós

50. Vania Regina Zanetti

Manosso

QPM

LF 1

Espanhol Letras: Port. e

Espanhol

C/Pós

51. Mônica Alves da Silva REPR

LF 2

Matemática Matemática

C/Pós

52. Maurício Ortiz Neto REPR LF 2 Geografia Acadêmico de

Geografia

53. Alessandra Lourensatto REPR LF 3 Português Letras S/Pós

54. Raquel Aparecida Carlos REPR LF 2 Português Letras S/Pós

55. Francielle Fernanda

Barrinovo Martins de

Souza

REPR LF 2 Ed. Física Ed. Física C/Pós

56. Rafael Augusto Michelato REPR LF 1 Arte Música S/Pós

57. Anedilson Magalhães REPR LF 1 Geografia/Ens.

Religioso

Acadêmico

Geografia

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58. Silvia Mangolin REPR LF 53 Português Letras C/Pós

59. Camila Cortez de Dio REPR LF 1 Português Letras S/Pós

60. Flávia Orsi Marcomini REPR LF 3 Ciências Ciên. Biológicas

S/Pós

61. Maria Alice Mendes

Colares

REPR LF 1 Ciências Ciências

Biológicas

C/Mestrado

62. Maria Aparecida Leandro

Mozzochin

REPR LF 2 Inglês Letras S/Pós

63. Rafael Novelli REPR LF 1 Geografia Geografia S/Pós

LISTAGEM DE FUNCIONÁRIOS – 2011

Nº NOME VÍNCULO CARGO/FUNÇÃO HABILITAÇÃO

1. Alenice de Lima

Pereira Ribeiro

READ

LF 91

Aux. Administr. Ciênc.Contáb.

s/Pós

2. Claudete Marlene

Marchi Di Gennaro

QPM

LF 2

Pedagoga Pedagogia/Letras

c/Pós

3. Claudilaine Tomitão QPM

LF 1

Pedagoga Pedagogia

c/Pós

4. Claudio da Silva

Ribeiro

QPM

LF 2

Diretor Auxiliar Matemática

c/Pós

5. Márcia Andreia

Pinto

READ / LF 1 Aux. Administr. Letras c/ Pós

6. Norma K. Vidotto QPM / LF 1 Pedagoga Pedagogia c/Pós

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7. Renata B. da Silva QFEB / LF 1 Agente Educ. II Economia s/Pós

8. Rodrigo Lima da

Silva

READ

LF 1

Aux. Administr. Administração

c/Pós

9. Rosmari de Fátima

Hespanhol

QFEB

LF 1

Agente Educ. II Ciênc.Contáb.

c/Pós

10. Valdecir Alves QPM

LF 1 e 2

Diretor Ed.Física/Pedagogia

c/Pós

11. Vania Mariulda Paoli QPM/SC02

LF 3

Pedagoga Pedagogia

c/Pós

12. Zenilda Pinetti

Marquezoni

QPPE

LF 1

Secretária Ed. Física

c/Pós

13. Francisco da Silva QFEB

LF 1

Agente Educ. I Ensino Fundamental

Completo

14. Helena Kaminski

Galuch

QFEB

LF 1

Agente Educ. I Ensino Médio

Completo

15. Ireneide Aparecida

da Silva

QFEB

LF 1

Agente Educ. I Ensino Médio

Completo

16. Lucia Aparecida

Decki

QFEB

LF 1

Agente Educ. I Ensino Médio

Incompleto

17. Maria Izabel Oliveira QFEB

LF 98

Agente Educ. I

Ensino Médio

Completo

18. Maria Roseli da

Silva da Fonseca

READ

LF 2

Aux. Serv. Gerais Ensino Superior

Incompleto

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19. Neusa Leite da Silva QFEB

LF 1

Agente Educ. I Ensino Médio

Completo

20. Olímpia Trindade

Ferreira

QFEB

LF 1

Agente Educ. I Ensino Médio

Completo

21. Teresinha Fiel

Chaves

QFEB

LF 1

Agente Educ. I Ensino Fundamental

Completo

2.1.2 Recursos Materiais e Tecnológicos

O Colégio hoje dispõe de recursos materiais, tanto pedagógicos como

administrativos satisfatórios. Não faltam materiais pedagógicos à disposição dos

professores e pedagogos. Caso o professor precise de um material do qual a escola

não dispõe, imediatamente o mesmo é providenciado pela direção, sempre com a

preocupação de não deixar faltar materiais para que os professores possam

desenvolver um ótimo trabalho pedagógico. O acervo bibliográfico para professores

e alunos também é satisfatório.

Hoje dispomos de recursos tecnológicos valiosíssimos: a TV Pendrive é um

recurso muito utilizado por nossos professores. Em cada sala dispomos de um

aparelho que tem contribuído em muito para melhorar a qualidade das aulas

ministradas. Também temos à disposição de professores e alunos os computadores

do laboratório de informática e da Sala de Hora Atividade, as impressoras, o data-

show, aparelhos de DVDs e vídeo-cassete, instrumentos laboratoriais usados no

laboratório de Biologia. Na secretaria o número de computadores também é

suficiente para o bom desenvolvimento dos trabalhos administrativos.

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2.1.3 Organização do Espaço Físico

Em nosso Colégio, as instalações físicas e a organização de espaço estão

compatíveis para atender nossos alunos, proporcionando um ambiente agradável e

acolhedor propício à aprendizagem.

Todas as classes estão funcionando; a iluminação e ventilação das salas são

adequadas. Quanto às carteiras, são em número suficiente. Apenas temos

encontrado dificuldades para manter os “reparos das carteiras”, devido ao custo dos

materiais necessários para os consertos.

A Sala de Apoio tem seu espaço garantido, atendendo aos alunos e

possibilitando ao professor desenvolver um bom trabalho.

O pátio de recreação atende às necessidades dos nossos alunos; apenas o

nosso pátio coberto é um pouco pequeno, nosso maior problema está nos dias de

chuva onde é difícil controlar as crianças num espaço tão pequeno.

A higiene e limpeza são práticas diárias em todo o colégio, proporcionando

um ambiente agradável a todos que aqui trabalham e visitam.

Existem ainda em nosso colégio outros espaços utilizados:

� A Biblioteca que atende alunos, professores, funcionários e pessoas da

comunidade para leituras, pesquisas e confecções de trabalhos. Seu espaço

dependendo do momento torna-se insuficiente, necessitando de ampliação;

� Depósito onde são armazenados os alimentos destinados à merenda escolar

é um ambiente limpo, ventilado e seguro; este espaço foi construído na última

reforma, ao final de 2009.

� A cozinha, também reformada há alguns meses, é ampla favorecendo a

circulação das merendeiras quanto à preparação da merenda e também na

distribuição da mesma. Os utensílios são suficientes e adequados no preparo

das refeições;

� O laboratório de informática é um espaço de pesquisa a atende aos alunos,

professores e comunidade, inserindo-os no universo multimídia e no mundo

globalizado.

� Cantina escolar, gerenciada pela APM é pequena e necessita de ampliação

de espaço, atende razoavelmente alunos e professores;

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� Laboratório de Ciências, Física, Química e Biologia este é um espaço

adequado para as aulas práticas de tais disciplinas. Durante este ano letivo

recebemos novos materiais, proporcionando aos professores desenvolverem

com os alunos um ótimo trabalho de experiências e pesquisas.

Com o aumento da demanda de alunos, a Sala de Vídeo foi desativada e

reformulada para atender aos alunos da Sala de Apoio das disciplinas de Língua

Portuguesa e Matemática. Com o recebimento e as instalações das TVs Pendrive

em todas as salas de aula, os vídeos são usados nas próprias salas.

2.1.4 Laboratório de Ciências, Física, Química e Biologia

O laboratório está à disposição com o objetivo de assessorar e incentivar

professores de diferentes áreas, facilitando o desenvolvimento e a compreensão dos

conteúdos que estão sendo trabalhados. Através de Projetos Pedagógicos para

aulas práticas os professores enfatizam as pesquisas, análises, observações e

experimentações conduzidas a partir da socialização do saber. Estas aulas são

preparadas de acordo com os conteúdos curriculares e também baseadas nas

necessidades dos próprios alunos buscando significativos que os levem a conhecer

a lógica empregada para chegar a um resultado, promovendo uma aprendizagem

ativa, concreta, consciente e crítica.

Infelizmente não contamos com os serviços de um laboratorista, o que acaba

prejudicando e dificultando o trabalho a ser desenvolvido por professores e alunos

dentro deste espaço.

2.1.5 Biblioteca

A Biblioteca “Cecília Meireles” atende ao corpo docente, discente,

funcionários e comunidade, fornecendo suporte técnico e científico para pesquisa e

extensão.

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Horário de Atendimento: De 2ª (segunda-feira) a 6ª (sexta-feira).

Manhã: 7:30h às 11:30h

Tarde: 13:00h às 17:00h

Noite: 19:00h às 23:00h

A utilização do acervo é para empréstimo dos alunos de 5ª a 8ª séries e/ou 6º

ao 9° ano e Ensino Médio. Os alunos valem-se do empréstimo mediante fichas,

sendo ela pessoal e intransferível, necessária para o empréstimo, devolução e

reserva de todo e qualquer material.

Atualmente contamos com funcionários para atendimento durante os três

turnos de funcionamento do colégio, o que facilita e contribui muito o trabalho dos

professores, em especial aos de Língua Portuguesa, que trabalham frequentemente

com literaturas do acervo da biblioteca.

2.1.6 Laboratório de Informática

Atualmente o laboratório conta com vinte computadores e uma impressora à

disposição de professores e alunos. Pode ser usado para pesquisa de alunos em

horário contrário ao seu período de aula, com agendamento antecipado; para

pesquisa e elaboração de provas por professores; pesquisa de funcionários; para

uso como recurso didático, ou seja, os professores podem usá-lo como recurso

pedagógico levando seus alunos para o laboratório durante a aula.

Atualmente contamos com uma professora readaptada que faz o trabalho

como ADM Local e atende professores e alunos no período da tarde. Infelizmente

nos períodos da manhã e noite não podemos contar com esse valioso serviço de

apoio.

Horário de Atendimento: De 2ª (segunda-feira) a 6ª (sexta-feira)

Manhã: 7:30h às 11:30h

Tarde: 13:00h às 17:00h

Noite: 19:00h às 23:00h

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2.1.7 CELEM (Centro de Línguas Estrangeiras Modernas)

A partir do ano letivo de 2011, o Colégio Walfredo Silveira Corrêa passou a

ofertar o CELEM (entro de Línguas Estrangeiras Modernas), como um ensino

extracurricular, plurilinguista e gratuito para alunos da Rede Estadual Básica,

matriculados no Ensino Fundamental (anos finais), no Ensino Médio, Educação

Profissional e Educação de Jovens e Adultos, sendo também extensivo à

comunidade, professores e agentes educacionais.

De acordo com reunião realizada com o Conselho Escolar, será ofertado o

Curso Básico de Língua Inglesa.

O CELEM é regulamentado pela Resolução nº 3904/2008 e pela Instrução

Normativa nº 019/2008, além de ser subordinado às determinações do Projeto

Político Pedagógico e do Regimento Escolar. Segue, ao final deste documento a

Proposta Curricular do CELEM.

2.2 ORGANIZAÇÃO INTERNA DO ESTABELECIMENTO

2.2.1 Secretaria

Serviços prestados: atendimento ao público, expedição, recebimento,

escrituração, registro e arquivamento de documentos do colégio, do aluno, do

professor e dos funcionários, em consonância com as normas estabelecidas no

Regimento Escolar.

Horário de Atendimento: De 2ª (segunda-feira) a 6ª (sexta-feira)

Manhã: 7:30h às 11:30h

Tarde: 13:00h às 17:00h

Noite: 19:00h às 23:00h

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2.2.2 Equipe Pedagógica

O trabalho da Equipe Pedagógica prioriza o acompanhamento atendimento a

toda comunidade escolar, cujas competências são:

I. Subsidiar a Direção com critérios para a definição do Calendário

Escolar, Matriz Curricular, organização das classes, distribuição dos

alunos, das aulas e montagem de horário;

II. Colaborar com o corpo docente na elaboração e realimentação

do Currículo pleno do Estabelecimento em consonância com as

Diretrizes Pedagógicas da Secretaria de Estado da Educação;

III. Assessorar e avaliar a implementação dos programas de ensino

e dos projetos pedagógicos desenvolvidos no estabelecimento;

IV. Subsidiar a elaboração e organização do Regulamento da

Biblioteca Escolar bem como normas para utilização juntamente com

seu responsável;

V. Orientar o funcionamento da Biblioteca Escolar para garantir o

seu espaço pedagógico;

VI. Acompanhar o processo de ensino, junto aos professores,

alunos e pais, no sentido de analisar os resultados da aprendizagem

com o objetivo de:

VII. Conhecer a totalidade do processo pedagógico para orientar e

acompanhar o desempenho docente e discente;

VIII. Detectar possíveis inadequações no trabalho pedagógico

discutindo com os profissionais envolvidos, possíveis, soluções e

alternativas;

IX. Detectar, junto aos professores, casos de alunos que

apresentem problemas específicos, tomando decisões, que

proporcionem encaminhamento e/ou atendimento adequado pela

escola, família e outras instituições;

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X. Subsidiar a Direção e o Conselho Escolar com dados e

informações relativas aos serviços de ensino prestados pelo

estabelecimento e ao rendimento do trabalho escolar;

XI. Promover e coordenar reuniões sistemáticas de estudo para o

aperfeiçoamento constante de todo o pessoal envolvido;

XII. Elaborar, com o corpo docente, os planos de recuperação

paralela de estudos a serem proporcionados aos alunos que obtiverem

resultados de aprendizagem abaixo dos esperados;

XIII. Analisar e emitir, juntamente com a Secretaria o Plano Especial

de estudos sobre adaptações e dependências, de acordo com a

legislação vigente;

XIV. Viabilizar e elaborar junto à Direção a implementação de

Projetos a serem desenvolvidos pelo estabelecimento de ensino e

coordená-los;

XV. Coordenar o processo de seleção de livros didáticos,

paradidáticos, apostilas, etc., obedecendo às Diretrizes e os critérios

estabelecidos pela SEED;

XVI. Instituir uma sistemática permanente de Avaliação do Plano

Anual do Estabelecimento de Ensino, a partir do Rendimento Escolar,

do acompanhamento de egressos, de consultas e levantamentos junto

à comunidade;

XVII. Colaborar com a Direção do Colégio nos trabalhos de

elaboração e/ou realimentação do Regimento Escolar, orientando o

mesmo conforme o que prescreve a legislação vigente;

XVIII. Participar, sempre que convocado, ou por livre iniciativa de

cursos, seminários, reuniões, encontros, grupos de estudos e outros

eventos;

XIX. Buscar, junto aos setores competentes (NRE e/ou SEED),

orientações e alternativas relativas ao desenvolvimento do seu

trabalho;

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XX. Exercer as demais atribuições decorrentes do Regimento

Escolar e no que concerne à especificidade de sua função.

Além das competências acima mencionadas, a Equipe de Pedagogos deve

desenvolver outras ações pedagógicas:

I. Grupos de Trabalho, com reuniões periódicas, encarregados de buscar

soluções para atender problemas de natureza pedagógica, bem como

para trocar experiências entre as áreas;

II. Reuniões bimestrais, buscando alternativas para os problemas de

ordem social e pedagógica;

III. Encontros Pedagógicos semestralmente para busca de soluções

pedagógicas bem como avaliação do rendimento curricular e atuação

docente;

IV. Atuação dinâmica e constante da Equipe Pedagógica nos Conselhos

de Classe, tomando conhecimento dos problemas existentes e

colocando em discussão as propostas para melhoria, bem como

supervisionando sua aplicação prática;

V. Acompanhamento do Sistema de Avaliação para avaliar o desempenho

docente e discente bem como os índices de evasão e repetência;

VI. Assessoria do Pedagogo quanto à apropriação do conhecimento do

educando, verificando a distribuição dos conteúdos na avaliação;

VII. Acompanhamento dos índices de evasão e repetência, pela

Equipe Pedagógica, estando em constante debate com professores e

Direção buscando propostas para a sua diminuição;

VIII. Incentivo constante à integração escola-comunidade,

proporcionando atividades de natureza sócio-cultural, cívica e

desportiva;

IX. Coordenação das Diretrizes Pedagógicas emanadas da Secretaria de

Estado da Educação;

X. Incentivo à realização de Projetos para melhoria da qualidade de

ensino;

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XI. Assessoria ao professor no processo de seleção de livros didáticos,

apostilas, e demais materiais essenciais para o bom desenvolvimento

das aulas;

XII. Recuperação de estudos, reforço em contraturno e projetos

especiais para alunos com dificuldades e/ou em defasagem;

XIII. Práticas inovadoras para estimular avanços;

XIV. Divulgação e demonstração de todo material pedagógico

disponível no colégio bem como momentos de troca de experiências

entre nossos professores e também com professores de outros

estabelecimentos de ensino;

XV. Organizar a Formação continuada e capacitação de professores

através de: seminários, fóruns, cursos, palestras, assembléias, grupos

de estudos, reuniões, etc. visando à melhoria da prática pedagógica,

do atendimento aos alunos e à comunidade, bem como nas relações

pessoais e afetivas, visando um ambiente escolar prazeroso.

2.3 PERFIL SÓCIOECONÔMICO DOS DISCENTES

Nossos alunos são em grande parte proveniente de área urbana, atendendo

principalmente os Jardins: Bandeirantes, Bononi, do Carmo; os Conjuntos

Habitacionais Flamingos I e III, San Rafael, Del Condor, Nossa Senhora das Graças,

Águias; Vilas Araponguinha e Cascata. A maioria dos alunos pertence à faixa etária

entre 10(dez) a 21(vinte e um) anos aproximadamente. No tocante à estrutura

familiar, os pais, no que concerne ao estado civil são casados, separados, viúvos,

mães solteiras, formando famílias com, em média, de 02 a 04 filhos. Todos

professam uma religião. A grande maioria dos pais possui instrução primária e

parte dos mesmos apresenta dificuldades no que se refere ao acompanhamento dos

filhos nas atividades escolares: tarefas, trabalhos, pesquisas, etc.

Quanto à questão habitacional muitos de nossos pais residem em casas

alugadas, sendo que a principal fonte de renda é o trabalho assalariado, do qual

fazem parte as seguintes profissões: motorista, pedreiro, auxiliar geral, operador de

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máquinas, vigia-noturno, marceneiro, estofador, serralheiro, diarista, cabeleireira,

costureira e outras.

Nesse ano de 2010 muitos de nossos alunos do Ensino Médio matutino foram

transferidos para o período noturno para poderem auxiliar na renda familiar. Na

maioria das vezes trabalham como office-boy, auxiliar - geral, empacotador,

vendedor, doméstica, babá, auxiliar de mecânico, auxiliar de marceneiro, etc. Eles

se locomovem ao Colégio a pé, de bicicleta ou com transporte escolar. Poucos são

os alunos que chegam ao nível superior, muitos alegam dificuldades financeiras para

dar continuidade aos estudos, ocasionando também à evasão escolar, pois os

mesmo têm que trabalhar e nem sempre o horário de trabalho permite que

freqüentem regularmente a escola.

2.4 FORMAS DE GESTÃO

2.4.1 Gestão Democrática

A partir da década de 80, a gestão democrática vem se tornando objeto de

discussões, em razão, especialmente, do que determina o inciso IV do art.206 da

Constituição Federal promulgada em dezembro de 1988: “a gestão democrática na

forma de Lei”. Na década de 90, esse princípio foi reforçado com a promulgação da

nova LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9394/96, cujo

artigo 14 contém as seguintes determinações:

Art. 14 – Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática

do ensino público na Educação Básica, de acordo com suas peculiaridades e

conforme os seguintes princípios:

I. Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto

político-pedagógico da escola;

II. Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares

e equivalentes.

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Desde então, para se adequar à legislação, as escolas vêm passando por

um processo de redefinição de espaços e de organização interna e externa. Esse

processo tem sido longo, pois as mudanças não ocorrem repentinamente, nem de

maneira tão simples. Exigem tempo, esforço coletivo e predisposição de todos os

envolvidos no processo.

Atualmente, gestão assume um significado que vai além de “ação ou efeito de

gerir; gerência; administração” (Luft, 2000 p.532). De acordo com Cury (apud

Borges, 2007, p.117):

Sendo a transmissão do conhecimento (ação da escola) um serviço público, o princípio associa-se à democracia. [...] lembrando que gestão é um termo latino que vem de gestio, que por sua vez vem de gerere - trazer em si, produzir. Fica claro que gestão não é só o ato de administrar um bem fora de si (alheio), mas é algo que traz em si, porque nele está contido. E o conteúdo deste bem é a própria capacidade de participação, sinal maior da democracia. Só que aqui é a gestão de um serviço público, o que (re) duplica o seu caráter público (re / pública).

Há pouco tempo, o modelo de gestão escolar se configurava num diretor

autoritário e submisso aos órgãos centrais e sua função se restringia a de

administrador de determinações estabelecidas pelas instâncias superiores. O

processo de autonomia da escola se deu a partir da década de oitenta quando

tomou posse os primeiros governantes eleitos pelo voto direto. A partir daí a

discursam por uma educação democrática ganhou amplitude e vários movimentos

começaram a incentivar a luta por uma escola participativa, autônoma e de

qualidade.

Atualmente, a participação é o principal meio de assegurar a gestão

democrática da escola, possibilitando o envolvimento de profissionais e usuários no

processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar. Além

disso, proporcionar um melhor conhecimento dos objetivos e metas, da estrutura

organizacional e de sua dinâmica das relações da escola com a comunidade, e

favorece uma aproximação maior entre professores, alunos e pais.

Sabe-se que organizar o trabalho pedagógico em escola pública não é uma

tarefa fácil é algo abrangente, requer uma formação de boa qualidade além de exigir

do gestor um trabalho coletivo que busque incessantemente a autonomia, liberdade,

emancipação e a participação na construção do projeto político-pedagógico. Numa

gestão democrática, o gestor precisará saber como trabalhar os conflitos e

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desencontros, deverá ter competência para buscar novas alternativas e que as

mesmas atendam aos interesses da comunidade escolar, deverá compreender que

a qualidade da escola dependerá da participação ativa de todos os membros,

respeitando individualidade de cada um e buscando nos conhecimentos individuais

novas fontes de enriquecer o trabalho coletivo.

A educação é o objeto de estudo da escola, ela é um instrumento primordial

que viabiliza a prática da gestão democrática, pois seu papel é dirimir a filosofia, o

pensamento, o comportamento e as relações humanas que os alunos necessitam

para viver numa sociedade, pois dessa forma estarão aptos a construir uma visão

sólida e crítica da realidade educativa, buscando alternativas coletivas para os

problemas no âmbito social e escolar.

A organização do trabalho pedagógico é uma estratégia educacional para

democratizar o processo ensino-aprendizagem, então é de suma relevância para um

gestor programar novas formas de administrar em que a comunicação e o diálogo

estejam inseridos na prática pedagógica do docente. Cabe ao gestor assumir a

liderança deste processo com competência técnica e política.

Ao assumir esse papel o gestor deve necessariamente buscar a articulação

dos diferentes atores em torno de uma educação de qualidade, o que implica uma

liderança democrática, capaz de interagir com todos os segmentos da comunidade

escolar. A liderança do gestor requer uma formação pedagógica crítica e autônoma

dos ideais neoliberais. Nesse sentido, o objetivo é construir uma verdadeira

educação com sensibilidade e também com destrezas para que se possa obter o

máximo de contribuição e participação dos membros da comunidade, afirma Libâneo

(2001, p.102).

De acordo com Armelin (2008):

“o papel do gestor escolar não se resume em cumprir e fazer cumprir as leis e regulamentos, as decisões, os prazos para desenvolvimento dos trabalhos e transmitir a seus subordinados a estratégia a ser adotada no desenvolvimento desses trabalhos. O gestor deve ser democrático, opinar e propor medidas que visem o aprimoramento dos trabalhos escolares, o sucesso de sua instituição, além de exercer sua liderança administrativa e pedagógica, visando à valorização e desenvolvimento de todos na escola. A liderança é uma habilidade que pode ser desenvolvida e exercida a cada dia.”

Logo, o gestor escolar deve agir como líder, pensando no progresso de todos

que fazem parte de sua equipe. Um gestor líder é capaz de desenvolver o potencial

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de trabalho de toda sua equipe, fazendo com que esta se sinta capaz de transformar

e realizar com sucesso todos os projetos desenvolvidos pela instituição de ensino,

ou seja, para conduzir sua equipe o gestor competente sempre tem um propósito a

ser concretizado e uma estratégia de ação para conquistar seus objetivos. Esse é o

ponto de partida para que as ações da equipe escolar sejam bem sucedidas e,

quando uma de suas estratégias falha, o gestor educacional incentiva sua equipe a

descobrir o que é necessário fazer para dar um passo à diante.

É necessário também, que o gestor escolar deve tenha consciência de que

sua equipe não se limita a alunos, professores e demais funcionários internos da

instituição, pois, a equipe escolar é composta também pelos pais dos alunos e por

toda a comunidade de forma geral, que deve ser mobilizada para que juntos possam

promover o principal objetivo de toda equipe escolar: a aprendizagem dos alunos.

Assim, uma escola que viabiliza o sucesso escolar de seus alunos, tem nesse

fator sua maior propaganda de marketing, pois justamente por se sentirem

satisfeitos com o sucesso escolar de seus filhos, os pais se empenharão mais em

colaborar com o desenvolvimento das atividades escolares, projetos e até mesmo na

divulgação do nome da instituição de ensino.

É fundamental ao gestor a habilidade em gerenciar conflitos, pois toda

instituição escolar, assim como qualquer outra instituição muitas vezes se depara

com conflitos que podem ocorrer entre os membros da equipe, já que cada ser

humano possui características individuais; conflitos esses que podem ser

ocasionados por fatores externos ou internos ao ambiente de trabalho.

O dia-a-dia do gestor escolar é repleto de desafios que não se resumem

apenas à parte burocrática de instituições educacionais. O gestor se vê diante de

problemáticas sociais que interferem direta e indiretamente no ambiente escolar.

Diante disso ele deve adquirir competências para administrar democraticamente a

escola, buscando a participação de todos os envolvidos para garantir resultados

satisfatórios de educandos e educadores.

Gerir a escola democraticamente, contemplando a participação de todos no

processo educativo, é uma tarefa que requer responsabilidade e habilidades para

interagir com o pensar individual de cada membro da equipe, de modo que as

experiências de cada um dos profissionais envolvidos no processo educativo

contribuam para o bem coletivo da comunidade escolar. O Projeto Político

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Pedagógico (PPP), identidade da escola; é o que melhor reflete a maneira como o

gestor desenvolve seu trabalho e como a equipe se relaciona entre si e com a

comunidade.

Sobre a gestão democrática, Gadotti (2002, p.33) afirma:

A gestão democrática deve estar impregnada por certa atmosfera que se respira na escola, na circulação das informações, na divisão do trabalho, no estabelecimento do calendário escolar, na distribuição de aulas, no processo de elaboração ou de criação de novos cursos ou de novas disciplinas, na formação de grupos de trabalho, na capacitação de recursos humanos, etc.

Os principais instrumentos para se estabelecer uma gestão democrática são a

comunicação, o diálogo e o comprometimento com o saber. De acordo com Lück

(1991, p.15):

(...) o entendimento do conceito de gestão já pressupõe, em si, a idéia de participação, isto é, do trabalho associado de pessoas analisando situações, decidindo sobre seu encaminhamento e agir sobre elas em conjunto.

Em nosso colégio pode-se observar a liderança de um gestor comprometido

com a qualidade da educação e com as transformações sociais e que possibilita o

aluno nos avançar mais variados aspectos: social, político, intelectual e humano.

Organizar o trabalho pedagógico requer enfrentar contradições oriundas das

diversas realidades que se encontram numa escola pública, daí a necessidade da

escola educar para a democracia, e essa tendência pedagógica deverá ser

observada ao longo dessa labuta.

A organização e a gestão do trabalho escolar requerem o constante

aperfeiçoamento profissional-político, científico, pedagógico - de toda a equipe

escolar. Dirigir uma escola implica conhecer bem seu estado real, observar e avaliar

constantemente o desenvolvimento do processo de ensino, analisar com

objetividade os resultados, e fazer compartilhar as experiências docentes bem-

sucedidas.

Nessas condições evidencia-se em nosso estabelecimento de ensino uma

gestão qualificada que garante a eficiência do ensino. Acreditamos que o trabalho

coletivo torna-se indispensável para desenvolver competências que permitam

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realmente aprender com o outro e construir de forma participativa, a cada dia que

passa uma escola efetivamente democrática.

Acreditamos que a gestão participativa é uma necessidade de qualquer gestor

que pretende priorizar a qualidade do trabalho pedagógico. A escola não avança

sem unidade do grupo, portanto a participação plena promovida pela gestão escolar

pode dar sustentabilidade ao processo educacional fortalecendo o desenvolvimento

de uma consciência social crítica direcionada a formação humana.

Uma gestão de qualidade requer liderança abalizada e dedicação, visando

valores que inspirem a todos a trabalharem em prol de uma escola produtiva.

Pensando assim os responsáveis pela Gestão do nosso colégio procuram criar um

ambiente estimulador para o aprendizado e para a participação de todos no

processo educativo. Para tanto algumas ações são necessárias:

� Reuniões com os pais e comunidade; palestras sobre diversos assuntos para

pais, alunos, comunidade como: Estatuto da Criança e do Adolescente,

Cidadania, Violência, Educação no Trânsito, Amamentação, Ética e outras,

com a participação de voluntários, e membros de entidades e profissionais de

diferentes áreas;

� Apresentação dos problemas para a comunidade escolar e busca de soluções

conjuntas;

� Horas/atividades organizada de forma a atender as necessidades

pedagógicas do corpo docente e discente, elaborado a partir da opção do

professor, a princípio individualmente, mas que este tenha sempre algum um

ou mais professores de outras áreas/disciplinas para enriquecer o seu

trabalho com troca de idéias;

� APM ativa e atuante em todos os momentos; contato direto com Conselho

Escolar, Conselho Tutelar, Patrulha Escolar, CIEE e entidades que atuam

com a escolar;

� Reuniões pedagógicas, Encontros Pedagógicos, Grupos de Estudos,

passeios, comemorações, momentos de espiritualidade e de dinâmicas para

o corpo docente, discente e comunidade escolar;

� Promoções, confraternizações e atividades recreativas envolvendo APM,

Conselho Escolar, corpo administrativo, docente e discente;

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� Viagens, confraternizações, comemorações, atividades esportivas entre as

turmas, com alunos, APM, Conselho Escolar, professores e funcionários;

� Incentivar a participação da comunidade, APM, Conselho Escolar,

professores, pais, alunos e funcionários em atividades como: exposição de

trabalhos mostra cultural e de talentos, formatura, campanhas, atividades

extraclasse, excursões e demais promoções;

Algumas ações administrativas sob a responsabilidade do gestor:

� Acompanhamento do trabalho executado pela equipe técnico-pedagógica,

administrativa e serviços gerais, obedecendo a Lei vigente, incentivando o

trabalho de todos os setores, mantendo assim o bom funcionamento do

Estabelecimento;

� Manutenção do fluxo de informações dentro do Estabelecimento, entre a

comunidade escolar, órgãos da Administração Estadual de Ensino, entidades

e outros setores;

� Responsabilidade pela conservação e manutenção do prédio, para assegurar

o bem estar dos elementos da Comunidade Escolar;

� Supervisão e controle da exploração da cantina comercial, respeitando a lei

vigente;

� Propostas de inovações à Secretaria de Estado da Educação, após

aprovação do Conselho Escolar no tocante à melhoria desta Gestão;

� Aplicação de normas, procedimentos e medidas administrativas baixadas pela

Secretaria de Estado da Educação;

� Aplicação dos recursos recebidos (conforme plano), e, elaboração das

respectivas prestações de contas após serem submetidas à apreciação e

aprovação do Conselho Escolar/APM;

� Manutenção de um ambiente harmonioso que transmita o respeito mútuo,

ética e solidariedade entre o corpo docente, discente e funcionários;

� Constituição da APM do Colégio, conforme as normas do Estatuto que rege a

APM, tendo como componentes elementos da comunidade escolar inteirado

ao Estabelecimento, atuando diretamente com o mesmo;

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� Elaboração do Plano Anual de Atividades a serem realizadas no decorrer do

ano letivo, juntamente com a APM. Onde após cada evento, são realizadas

reuniões para avaliação do trabalho executado e análise dos resultados

obtidos, os quais são apresentados à comunidade, através da prestação de

contas, em conformidade com a lei vigente;

� Assegurar a APM/Conselho Escolar o direito à participação ativa, no

funcionamento diário do Colégio, atuando em todas as atividades realizadas;

� Auxiliar a APM em promoções gerais, que tenham como objetivo angariar

fundos para complementar a manutenção do Colégio e/ou promover a ajuda

solidária às famílias de nossa comunidade;

� Realização de atividades festivas e esportivas, com a finalidade de integrar o

Colégio com a comunidade e com os diversos segmentos da sociedade.

2.4.2 Instâncias Colegiadas

As instâncias colegiadas são os espaços de representação dos segmentos da

escola: discentes, docentes, pais e comunidade. É pela utilização desses espaços,

fruto da conquista da própria comunidade, que a gestão democrática ganha força e

pode transformar a realidade escolar. Isso depende, como já mencionamos, das

relações que se estabelecem entre os segmentos e a direção da escola.

Segundo Veiga (1998, p.113):

Podemos considerar que a escola é uma instituição na medida em que a concebemos como a organização das relações sociais entre os indivíduos dos diferentes segmentos, ou então como o conjunto de normas e orientações que regem essa organização. (...) Por isso torna-se relevante as discussões sobre a estrutura organizacional da escola, geralmente composta por conselho Escolar e pelos conselhos de Classe que condicionam tanto sua configuração interna, como o estilo de interações que estabelece com a comunidade.

Outras instâncias de ação colegiada, institucionalizadas ou não, como a

Associação de Pais, Mestres e Funcionários e o Grêmio Estudantil, podem ser

importantes ferramentas para o aprimoramento do processo educativo e para o

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exercício da democracia no interior das escolas. Confirmando a importância dos

colegiados para a efetivação do processo democrático.

O fato de a participação nos colegiados apresentar-se como uma nova forma,

considerar o coletivo de gestão não significa que o diretor perderá seu caráter de

autoridade responsável pela escola. Por meio dos colegiados, ele poderá contar com

o apoio de outras pessoas envolvidas no processo educacional para conseguir

programar os projetos de melhoria na escola e no ensino. Dessa forma, mais do que

administrador preocupado em oferecer pessoas competentes para responder às

exigências do mercado de trabalho, ele será um gestor preocupado com a formação

do cidadão consciente, participativo. Deixará de exercer uma ação individual e

passará a considerar o coletivo.

2.4.3 Conselho Escolar

É um órgão colegiado, representativo da Comunidade Escolar, de natureza

deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora. Ele dá pareceres referentes ao

trabalho de organização e realização do trabalho pedagógico e administrativo da

instituição escolar, em conformidade com as políticas e diretrizes educacionais da

SEED, observando a Constituição, a LDB, o ECA, o Projeto Político Pedagógico e o

Regimento Escola/Colégio, para o cumprimento da função social e específica da

escola.

O Conselho Escolar é a instituição que coordena a gestão escolar,

especialmente no que diz respeito ao estudo, planejamento e acompanhamento das

principais ações no dia-a-dia da escola. É um espaço privilegiado para o exercício

da vivência cidadã e apropriação de diferentes saberes que favorecem a

democracia.

Em face do exposto, constata-se que o Conselho Escolar é o grande aliado

da direção na gestão da escola. No entanto, para que essa parceria realize um

trabalho de acordo com o esperado e satisfaça a comunidade, é preciso que haja

sintonia entre os parceiros e abertura por parte da direção para ouvir e aceitar a voz

do conselho. É fundamental que se estabeleça uma relação de respeito pela opinião

de uns e outros, cumplicidade nas tomadas de decisão e, principalmente, que todos

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tenham objetivos comuns. A participação do conselho deve dar-se de forma

autônoma, espontânea e consciente.

Segundo Werle (2003, p.60):

[...] não existe um Conselho no vazio, ele é o que a comunidade escolar estabelecer, construir e operacionalizar. Cada conselho tem a face das relações que nele se estabelecem. Se forem relações de responsabilidade, de respeito, de construção, então, é assim que vão se constituir as funções deliberativas, consultivas e fiscalizadoras. “Ao contrário, se forem relações distanciadas, burocráticas, permeadas de argumentos, tais como: já terminou meu horário, este é meu terceiro turno de trabalho, vamos terminar logo com isto, não tenho nada a ver com isto, com que legitimidade o conselho vai deliberar ou fiscalizar?”

Para que as decisões do Conselho Escolar não sejam monopolizadas pelo

diretor, seu presidente nato, é necessário que haja a conscientização dos

segmentos envolvidos. Isso de certa forma começa a acontecer.

A Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação, por meio da

Coordenação-Geral de Articulação e Fortalecimento Institucional dos Sistemas de

Ensino, em consonância com o processo de democratização da sociedade, criou

mediante a Portaria Ministerial n.2.896/04, o Programa Nacional de fortalecimento

dos Conselhos Escolares. Entre seus objetivos, constam: ampliar a participação da

comunidade escolar e local na gestão administrativa, financeira e pedagógica das

escolas públicas; apoiar a implantação e o fortalecimento dos Conselhos; promover,

em parcerias com os sistemas de ensino, a capacitação dos conselheiros escolares;

apoiar os Conselhos Escolares na construção coletiva de um projeto educacional no

âmbito da escola. (BRASIL, 2004)

Em nosso colégio, o Conselho Escolar, sendo um órgão colegiado de suma

importância na Gestão, tendo caráter consultivo, deliberativo e fiscal, participa de

importantes decisões com relação ao dia-a-dia do Estabelecimento de Ensino.

Cada Conselheiro deve assumir sua função ciente de que representa um

segmento (alunos, pais, professores, pedagogos, funcionários e segmentos da

sociedade, além da própria direção) e que devem visar quais as melhores formas de

se oferecer uma gestão democrática, participando do planejamento, execução e

acompanhamento e avaliação, onde a comunidade, aqui representada, opine sobre

como resolver cada questão, de acordo com a lei e o bom senso.

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Cabe ao Conselho Escolar visar o interesse dos alunos, da educação,

assegurar o cumprimento da função da Escola. Ele tem papel decisivo na

democratização da educação e da escola. É um importante espaço no processo de

democratização, na medida em que reúne diretor, professores, funcionários,

estudantes, pais e outros representantes da comunidade para discutir, definir e

acompanhar o desenvolvimento do projeto político-pedagógico do nosso colégio.

2.4.4 APMF – Associação de Pais, Mestres e Funcionários

A APMF, pessoa jurídica de direito privado, é um órgão de representação dos

Pais, Mestres e Funcionários do Estabelecimento de Ensino, que não tem caráter

político-partidário, religioso, racial, nem fins lucrativos. Seus dirigentes e

conselheiros não são remunerados, são constituídos por prazo indeterminado e

devem obedecer ao objetivo de promover a integração escola-comunidade.

Sua regulamentação definitiva e sua estrutura atual foram definidas em 1978

em substituição à antiga Caixa Escolar, criada em 1956, com o intuito de arrecadar

fundos para a assistência escolar.

Atualmente, o espaço de participação da APMF é muito amplo. Além de

“gerenciar” o financeiro da escola, tem como atribuições: acompanhar o

desenvolvimento da Proposta Pedagógica, sugerindo as alterações que julgar

necessárias ao Conselho Escolar; estimular a criação e o desenvolvimento de

atividades para pais, alunos professores, funcionários, assim como para a

comunidade, após análise do Conselho escolar; mobilizar a comunidade escolar, na

comunidade expresse suas expectativas e necessidades.

Os objetivos da APMF na comunidade escolar são:

� Discutir, no seu âmbito de ação, sobre ações de acompanhamento ao

educando, de aprimoramento do ensino e integração família - escola -

comunidade, enviando sugestões em consonância com a Proposta

Pedagógica, para apreciação do Conselho Escolar e equipe pedagógica –

administrativa;

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� Prestar atendimento aos educandos, professores e funcionários,

assegurando-lhes melhores condições de qualidade de ensino, em

consonância com a Proposta Pedagógica do Estabelecimento de Ensino;

� Buscar a integração dos segmentos da sociedade organizada, no contexto

escolar, discutindo a política educacional, visando sempre à realidade dessa

comunidade;

� Proporcionar condições ao educando, para participar de todo o processo

escolar, estimulando sua organização em Grêmio Estudantil com o apoio da

APMF e o Conselho Escolar;

� Representar os reais interesses da comunidade escolar, contribuindo dessa

forma, para a melhoria da qualidade de ensino, visando uma escola pública,

gratuita e universal;

� Promover o entrosamento entre pais, alunos, professores e funcionários e

toda a comunidade, através de atividades sócio-educativa-cultural-desportiva,

ouvidas o Conselho Escolar;

� Gerir e administrar os recursos financeiros próprios e os que lhes forem

repassados através de convênios, de acordo com as prioridades

estabelecidas em reunião conjunta com o Conselho Escolar, com registro em

livro ata;

� Colaborar com a manutenção e conservação do prédio escolar e suas

instalações, conscientizando sempre a comunidade sobre a importância desta

ação.

A Associação de Pais, Mestre e Funcionários do Colégio Walfredo Silveira

Corrêa deve atuar como um “elo” entre o Estabelecimento de Ensino e a

Comunidade Escolar, representado de forma significativa os reais interesses de

cada segmento (pais, professores e funcionários). Deve demonstrar, de forma

transparente, o que se espera da Gestão. Para tanto, cada membro precisa ser

participativo, consciente e engajado em sua função.

Não pode a Associação limitar-se a gerenciar promoções e recursos ou

mesmo gastos e necessidades materiais.

Cabe à APMF acompanhar o desenvolvimento da Proposta Pedagógica,

buscar a integração, visar à realidade da comunidade em que está inserida,

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assegurar melhores condições de eficiência escolar e também administrar/gerir

recursos financeiros.

Enquanto Associação deve comprometer-se com o interesse primordial da

entidade educacional: o aluno e seu aprendizado. Necessita buscar meios para

promover uma educação de qualidade, voltada para a cidadania, para a

profissionalização, para o alcance dos objetivos da instituição em sua função de

educar, de aperfeiçoar e, conseqüentemente, de estimular o educando na busca do

conhecimento, de bons valores e de uma vida produtiva.

2.4.5 Conselho de Classe

O Conselho de Classe é um colegiado de natureza consultiva e deliberativa

em assuntos didático–pedagógicos e seus objetivos são: avaliar a apropriação pelos

alunos dos conteúdos curriculares estabelecidos no Projeto Político Pedagógico da

Escola; refletir sobre a relação professor/aluno e analisar a prática pedagógica,

buscando alternativas que garantam a efetivação do processo ensino aprendizagem.

Os objetivos do Conselho de Classe, segundo o INEP - Instituto Nacional de

Estudos e Pesquisas Educacionais são: efetuar uma avaliação contínua do aluno e

da turma em seus aspectos qualitativos e quantitativos, aperfeiçoar o trabalho com o

aluno por meio de subsídios fornecidos pela equipe pedagógica, despertar no

professor a consciência de que é necessário realizar a auto-avaliação contínua de

seu próprio trabalho, com base na qual ele deve replanejar suas atividades e

métodos, criando condições para um aprendizado mais eficiente por parte do aluno.

O Conselho de Classe deve ter condições para fazer uma avaliação do

desempenho de alunos e professores, analisar as práticas pedagógicas e traçar

metas coletivas ou individuais para solucionar ou amenizar problemas decorrentes

do processo ensino-aprendizagem.

O Conselho de Classe do Colégio Walfredo Silveira Corrêa, formado por

professores, equipe pedagógica, direção pedagógica e representante dos alunos,

tem caráter decisivo e está diretamente ligado ao desenvolvimento da aprendizagem

dos alunos. Procuramos trabalhar sempre na tentativa de que, de fato, o Conselho

cumpra sua função: propor mudanças, novas formas de avaliar, contribuir para o

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desenvolvimento pessoal e intelectual dos alunos. Estamos procurando fazer com

que o Conselho seja um lugar onde se discuta sobre o aproveitamento das

atividades, onde haja divisão de trabalho, troca de experiências, e tomada de

decisões; onde se concretize a democracia do trabalho coletivo; onde são propostos

e avaliados a prática pedagógica, as inovações, a busca de alternativas, onde é feito

a análise de casos, e tomadas de decisões conjunta, sempre objetivando o avanço

da aprendizagem e o desenvolvimento do educando.

2.4.6 Representante de Turma

Aos alunos representantes cabe a organização na sala de aula. Os alunos

são eleitos por seus pares e/ou por professores das turmas. A turma é orientada

para eleger os alunos que melhor representem esta instância e, a partir daí

participam ativamente dos problemas que envolvam a sala de aula, buscando

soluções e reflexões sobre o andamento de suas turmas (disciplina, conteúdos,

assiduidade, participação em gincanas e apresentações, etc.) estando

constantemente em contato com o pedagogo e seu professor representante, estar

atentos às ações do Grêmio Estudantil, participar do Conselho de Classe de sua

turma e representá-la com dignidade e respeito, e, formarem o Conselho dos

Representantes de Turma onde estes alunos façam uma reflexão sobre seus

professores, analisem o andamento das aulas, dos conteúdos, e outros assuntos

que sejam de seu interesse.

Esta instância é muito importante para o crescimento dos alunos, para o seu

engajamento na busca de soluções aos problemas em destaque, à maior atenção e

responsabilidade aos problemas encontrados em sala de aula.

Segue abaixo algumas qualidades que um representante de turma deve ter:

1. RESPONSABILIDADE - pessoa capaz de cumprir os compromissos, de

inspirar confiança, de levar a sério o que deve fazer assíduo e pontual,

organizado;

2. ESPÍRITO DE INICIATIVA - saber tomar decisão, ser realizador, saber

imprimir dinamismo ao grupo;

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3. ESPÍRITO DEMOCRÁTICO - saber acolher; respeitar as ideias dos outros;

estimular as idéias do grupo; sentir-se igual em direitos e deveres;

4. PARTICIPATIVO e envolvido com a escola;

5. DISPONIBILIDADE - ter tempo e disposição para o grupo e para com os

compromissos de um representante;

6. FACILIDADE DE COMUNICAÇÃO E DE RELACIONAMENTO;

7. ESPÍRITO DE EQUIPE.

É importante observar que não há ninguém que possua todas essas

qualidades. O líder não nasce feito. Há sempre muito a aprender, a aperfeiçoar, a

mudar e exercitar para bem desenvolver a representatividade.

O representante de turma é um elo entre a turma e a comunidade escolar. É o

porta-voz da turma, isto é, o elemento que transmite as sugestões, reivindicações e

problemas do grupo. Incentiva a turma a participar de eventos, solenidades, visitas

etc. Além dessas tarefas o representante deve:

1. Incentivar a turma a ser um grupo coeso e unido;

2. Auxiliar o grupo a determinar seus objetivos e a utilizar os meios

adequados para atingi-los;

3. Ajudar a turma a colaborar com os objetivos básicos e projetos da escola;

4. Comparecer e participar das reuniões e eventos para os quais for

convocado;

5. Exercer uma liderança positiva;

6. Solicitar a intervenção da Equipe de Direção da EMC quanto a assuntos

específicos da sua turma.

2.4.7 Grêmio Estudantil

O Grêmio é a organização que representa os interesses dos estudantes na

escola. Ele permite que os alunos discutam, criem e fortaleçam inúmeras

possibilidades de ação tanto no próprio ambiente escolar como na comunidade.

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O Grêmio é também um importante espaço de aprendizagem, cidadania,

convivência, responsabilidade e de luta por direitos. É formado apenas por alunos de

forma independente, não tendo caráter político-partidário, religioso, racial nem fins

lucrativos.

É um órgão de apoio à Direção que tem uma gestão colegiada; tem um

estatuto próprio e eleição direta, é a concreta representação dos estudantes e uma

grande contribuição para a formação e democratização de nossos jovens.

Suas ações são voltadas para atividades culturais, desportivas e sociais,

sendo muito importante para o desenvolvimento de muitos jovens que tem como

participação sócio-cultural apenas a escola em que estuda; também é neste

ambiente “entre jovens” que nascem as principais formas de organização e debates

acerca dos problemas sociais que eles vivenciam e que na grande maioria das

vezes não são discutidos.

Seus objetivos visam representar o corpo discente, defender os interesses

individuais e coletivos dos alunos, incentivar a cultura literária, artística e desportiva

de seus membros e de toda a comunidade escolar, promover a cooperação entre

todos os segmentos da escola, buscar aprimoramento no trabalho escolar, realizar

intercâmbios e colaboração de caráter cultural e educacional com outras instituições.

Enfim, seus objetivos é contribuir para aumentar a participação dos alunos nas

atividades de sua escola, organizando campeonatos, palestras, projetos e

discussões, fazendo com que eles tenham voz ativa e participem – junto com pais,

funcionários, professores, coordenadores e diretores – da programação e da

construção das regras dentro da escola.

O Grêmio que desejamos para o Colégio Walfredo Silveira Corrêa deve:

� Colaborar na construção da comunidade escolar, como elo entre alunos, o

corpo docente e técnico-administrativo; junto com a direção da unidade de

ensino e professores, busque as mudanças necessárias para a educação;

� Apresentar propostas e sugestões concretas para minimizar os problemas da

escola e da comunidade na qual esteja inserido;

� Desenvolver o espírito de solidariedade e cooperação entre os estudantes e a

escola;

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� Promover atividades recreativas, culturais, desportivas, literárias e

educacionais, estimulando a união de toda a classe estudantil;

� Criar mecanismos que possibilitem incentivar, desenvolver e estimular o

estudante em sua vida educacional, social e profissional. Mas, sobretudo, que

possa unir a classe, tornando-a mais participativa e consciente de seus

direitos e deveres.

2.5 GESTÃO DE RECURSOS FINANCEIROS

O Colégio recebe recursos do Fundo Rotativo e estes são gerenciados pelo

Diretor e supervisionados pelo Conselho Escolar/APM;

A cantina escolar gera recursos para pequenos reparos do prédio, bem como

atende às necessidades básicas. A prestação de contas é realizada mensalmente.

A APM organiza no início do ano letivo, um calendário de atividades e

promoções para angariar fundos, com diversas finalidades: assistência aos alunos,

pequenos reparos, compra de material de consumo e permanente;

Os materiais permanentes deste estabelecimento constam no Inventário de

Bens Patrimoniais Móveis relacionados conforme o proprietário (Fundepar, SEED,

APM, outros), encaminhado com seus respectivos Termos de Responsabilidade

para o órgão responsável.

3 MARCO FILOSÓFICO CONCEITUAL

3.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Levando em conta a realidade brasileira a qual estamos inseridos,

necessitamos urgentemente de uma Proposta Educacional que tenha em vista a

qualidade da formação a ser oferecida a todos os estudantes. O ensino de qualidade

que a sociedade demanda atualmente se expressa aqui como uma grande

possibilidade de uma prática educativa voltada às necessidades sociais, políticas,

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econômicas e culturais da realidade brasileira, que considere os interesses e as

motivações dos alunos e garanta a aprendizagem essencial para a formação de

cidadãos autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com competência,

dignidade e responsabilidade na sociedade bem como seu enriquecimento cultural e

científico.

O exercício da cidadania exige o acesso de todos à totalidade dos recursos

culturais relevantes para a intervenção e a participação responsável na vida social: o

domínio da língua falada e escrita, os princípios da reflexão matemática, as

coordenadas espaciais e temporais que organizam a percepção de mundo, os

princípios da explicação científica, as condições de fruição da arte e das mensagens

estéticas, os domínios de saberes tradicionalmente presentes nas diferentes

concepções do papel da educação no mundo democráticos, até outras tantas

exigências que se impõem no mundo contemporâneo.

Essas exigências apontam a relevância de discussões sobre a dignidade do

ser humano, a igualdade de direitos, a recusa categórica de formas de

discriminação, a importância da solidariedade e do respeito. Cabe ao campo

educacional propiciar aos alunos vivenciar as diferentes formas de inserção sócio-

política e cultural. Apresenta-se para a escola, hoje mais do que nunca, a

necessidade de assumir-se como espaço social de construção dos significados

étnicos necessários e constitutivos de toda e qualquer ação de cidadania.

Para tanto, é necessário que, no processo de ensino aprendizagem, sejam

exploradas: a aprendizagem de metodologias capazes de priorizar a construção de

estratégias de verificação e comprovação de hipóteses na construção do

conhecimento, na argumentação capaz de controlar os resultados desse processo,

no desenvolvimento do espírito crítico capaz de favorecer a criatividade, a

compreensão dos limites e alcances lógicos das explicações propostas. Além disso,

é necessário uma dinâmica de ensino que favoreça não só o descobrimento das

potencialidades do trabalho individual, mas também, sobretudo do trabalho coletivo.

Vivemos em uma sociedade injusta, fragmentada, discriminatória, capitalista e

consumista, na qual a má distribuição de renda é aspecto preponderante; onde

ainda há alto índice de desemprego; famílias vivendo com “programas

emergenciais”, desestruturadas, gerando conflitos educacionais que encontramos

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nas salas de aula, à qual vão à contra ponto ao processo ensino aprendizagem e o

que é pior, o crescimento do “descompromisso” com a função social destas famílias.

Estas dramáticas transformações familiares estão ocasionando mudanças

sociais, criando novos contextos para a constituição das identidades pessoais,

fazendo com que, mais do que nunca, toda a Escola tenha que estar preparada e

ligada a estas “modernidades”.

Nosso governo não prioriza as questões sociais como saúde, educação,

segurança...

No âmbito escolar temos uma escola que ainda não é emancipadora nem

transformadora, que tem exercido um papel assistencialista em razão das condições

sócio-econômicas apresentadas por nossos alunos. Percebemos, infelizmente, que

nosso alunado demonstra-se desinteressado e desmotivado, alheios ao processo

ensino-aprendizagem, não dão importância à escola e aos conhecimentos a serem

adquiridos, reflexo de toda a desestruturação social em que vive. Professores e

funcionários também estão desmotivados diante de tantas dificuldades enfrentadas

no seu dia-a-dia, da falta de valorização e mal remunerados.

Todos estes problemas têm funcionado como um entrave para que uma parte

considerável da população possa fazer valer os seus direitos e interesses

fundamentais.

Cada segmento Público Educacional tem feito a sua parte, ora coerente, ora

sonhador, mas, cabe à Escola a grande missão de fazer valer, na sua prática

pedagógica o que rege a LDB, principalmente reconhecer as diversas identidades

pessoais, suas peculiaridades básicas e transformá-las em valores aplicáveis na

sociedade em que vivemos.

Analisar as responsabilidades educacionais dos Governos, da sociedade civil

e das famílias podem nos levar às argumentações sociológicas sobre

“transformações sociais”, mas, há que se pensar na natureza dos afetos,

sentimentos e capacidades dos educandos, propiciando-lhes igualdade de

oportunidades e dignidade humana. Este caminho se faz ao longo de um processo

que não nos oferece exemplos prontos e fechados para seguir, mas um horizonte

social que inclui um conjunto de princípios que servem de rumo para uma proposta

educacional planejada e construída conjuntamente.

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3.1.1 Princípios Pedagógicos

A prática administrativa e pedagógica deste Colégio, as formas de

convivências no ambiente escolar, os mecanismos de formulação e das situações de

aprendizagem e os procedimentos de avaliação, são coerentes com os princípios

inspiradores da Constituição e da LDB; as múltiplas inteligências, as diversidades

sócio-culturais e os valores trabalhados em nossa escola tornam nossa prática

pedagógica qualificada para que o ensino e aprendizagem dos alunos tragam

contribuições positivas na formação do caráter e da personalidade do cidadão do

futuro.

Entendemos que a grande missão da Educação é formar indivíduos para a

cidadania, assegurar a transmissão de conhecimentos e de cultura, desenvolver

aptidões pessoais e qualificar jovens para as necessidades econômicas do presente

e do futuro.

Diante desta missão, nos organizamos em torno dos princípios que

fundamentam a nossa escola que é garantir a gratuidade do Ensino Público bem

como a sua qualidade, valorizando toda e qualquer experiências e bagagem cultural

trazida por nossos alunos; resguardar o direito de igualdade de condições para que

as crianças e jovens ingressem e permaneçam em nossa escola, rejeitando toda e

qualquer atitude de discriminação, preconceitos e rotulação; preparando o ambiente

escolar com responsabilidade e segurança para que este seja propício à pesquisa,

ao livre pensamento, à crítica, à aceitação e respeito às diversidades culturais, à

busca de valores éticos e morais e à liberdade de expressão; valorização de todos

os educadores visível através de uma gestão democrática voltada para a busca de

novas propostas que integrem e preparem a todos para o enfrentamento de novos

desafios.

Procuramos estabelecer aqui princípios que acreditamos, possam subsidiar

toda a prática institucional, seja dentro ou fora da sala de aula. O importante e

fundamental é ter em mente que os princípios que são apresentados neste projeto,

em linhas gerais, expressam o pensamento que deverá prevalecer em todas as

ações dessa Instituição de Ensino para que sua verdadeira missão se manifeste:

EDUCAR PARA A CIDADANIA.

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Cada etapa da educação ou nível de ensino, bem como as diversas

modalidades de ensino, tem sua identidade e especificidade. Porém, quando se

fala em Educação, existem premissas básicas que orientam não só o trabalho

docente, como a postura político-pedagógica da Instituição. Educação, seja ela qual

for, é, antes de tudo, Educação. E nesse contexto podem-se ressaltar alguns dos

princípios e fins da Educação Nacional, dispostos na LDB 9394/96:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o

pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;

IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V -...

VI -...

VII - valorização do profissional da educação escolar;

VIII -...

IX - garantia do padrão de qualidade;

X - valorização da experiência extracurricular;

XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais;

Todas as atividades oferecidas pelo colégio, relacionadas à Educação Básica,

Ensino Fundamental ou Médio, deverão orientar-se pelos princípios supracitados,

como também, reger-se pelo respeito aos valores Estéticos, Políticos e Éticos e a

Educação de Valores.

� A estética da sensibilidade tem como objetivo estimular à criatividade, o

espírito inventivo, a curiosidade pelo inusitado, a afetividade, para facilitar a

constituição de identidades capazes de suportar a inquietação, conviverem com o

incerto, o imprevisível e o diferente. Procura não limitar o lúdico a espaços e tempos

exclusivos, mas integrar diversão, alegria e senso de humor a dimensões de vida

muitas vezes consideradas afetivamente austeras como a escola, o trabalho, os

deveres, a rotina cotidiana. Busca-se também educar pessoas que saibam

transformar o uso do tempo livre num exercício produtivo criador, aprendendo a

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fazer do prazer, do entretenimento, da sexualidade, um exercício de liberdade

responsável. Finalmente a estética da sensibilidade não exclui outras estéticas,

próprias de outros tempos e lugares. Como forma mais avançada de expressão ela

as sub-assume, explica, entende, crítica, contextualiza porque não convive com a

exclusão, a intolerância e a intransigência.

� A política da igualdade incorpora a igualdade formal. Seu ponto de partida

é o reconhecimento dos direitos humanos e o exercício dos direitos e deveres da

cidadania, como fundamento da preparação do educando para a vida civil. Se

expressa na busca da equidade no acesso à educação, ao emprego, à saúde, ao

meio ambiente saudável, e outros benefícios sociais e no combate a todas as formas

de preconceito e discriminação por motivo de raça, sexo, religião, cultura, condição

econômica, aparência ou condição física. A política da igualdade se traduz pela

compreensão e respeito ao Estado de Direito e a seus princípios constitutivos, nessa

perspectiva a política da igualdade deverá fortalecer uma forma contemporânea de

lidar com o público e o privado. E aqui ela associa-se à ética ao valorizar atitudes e

condutas responsáveis. Um dos fundamentos da política da igualdade é a estética

da sensibilidade. É desta que lança mão quando denuncia os estereótipos que

alimentam as discriminações e quando, reconhecendo a diversidade, afirma que

oportunidades iguais são necessárias, mas não suficientes para oportunizar

tratamento diferenciado visando promover igualdade entre desiguais.

� A ética da identidade, promoverá o humanismo, e o desenvolvimento da

consciência, pois tem como objetivo a qualificação humana. Esse princípio

reconhece que a educação é um processo de construção de identidades. Uma das

formas pelas quais a identidade se constitui é a convivência e, nesta, pela mediação

de todas as linguagens que os seres humanos usam para compartilhar significados.

A ética da identidade se expressa por um permanente reconhecimento da identidade

própria e do outro, torna-se extremamente importante na formação da identidade

das futuras gerações, tendo como fim mais importante: a autonomia ancorada na

ética, para construir identidades mais aptas a incorporar a responsabilidade e a

solidariedade. Neste sentido a ética da identidade visa formar pessoas solidárias e

responsáveis por serem autônomas.

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� A educação de valores: Embora a educação para a cidadania não se

reduza à educação para os valores, acreditamos ser necessário desempenhar um

papel mais ativo no desenvolvimento de valores como justiça, o respeito pelo outro,

a equidade, o respeito pela verdade, apesar da heterogeneidade dos mesmos na

sociedade contemporânea. E para que os conceitos de justiça, respeito e

solidariedade sejam compreendidos pelos alunos, precisam ser primeiramente,

vivificados no convívio intra-escolar, entre os pares da ação escolar, especialmente,

entre professores e alunos.

Trabalharemos ainda, como estabelece a Resolução nº7, de 14 de Dezembro

de 2010 (Ministério da Educação – Conselho Nacional de Educação – Câmara de

Educação Básica), artigo 6º, como norteadores das políticas educativas e das ações

pedagógicas do nosso Estabelecimento de Ensino, os seguintes princípios:

I. Éticos: de justiça, solidariedade, liberdade e autonomia; de respeito à

dignidade da pessoa humana e de compromisso com a promoção do bem de todos,

contribuindo para combater e eliminar quaisquer manifestações de preconceito de

origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

II. Políticos: de reconhecimento dos direitos e deveres de cidadania, de

respeito ao bem comum e à preservação do regime democrático e dos recursos

ambientais; da busca da equidade no acesso à educação, à saúde, ao trabalho, aos

bens culturais e outros benefícios; da exigência de diversidade de tratamento para

assegurar a igualdade de direitos entre os alunos que apresentam diferentes

necessidades; da redução da pobreza e das desigualdades sociais e regionais.

III. Estéticos: do cultivo da sensibilidade juntamente com o da racionalidade;

do enriquecimento das formas de expressão e do exercício da criatividade; da

valorização das diferentes manifestações culturais, especialmente a da cultura

brasileira; da construção de identidades plurais e solidárias.

Com a implantação simultânea do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos a

partir do ano letivo de 2012, e de acordo com a Deliberação N.º 03/06, do Conselho

Estadual de Educação, respeitando a divisão que já existe na prática do sistema de

ensino, os anos iniciais serão destinados à alfabetização, ao letramento, ao

desenvolvimento do raciocínio lógico e à compreensão da vida em sociedade, no

espaço e no tempo presentes, enquanto que os anos finais, que atendem os alunos

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de onze a catorze anos, sendo a continuidade dessa primeira etapa de

aprendizagens, devem favorecer as especificidades do desenvolvimento do aluno

em todas as suas potencialidades.

Obedecendo a deliberação citada no parágrafo acima, os princípios

norteadores da organização curricular em 9 (nove) anos, obrigatoriamente, serão: o

enfoque da formação humana em sua inteireza, calcado no princípio da eqüidade,

com a finalidade de democratizar as oportunidades educacionais para o

cumprimento da absoluta prioridade expressa na Constituição Federal e no Estatuto

da Criança e do Adolescente, no respeito e na consideração das condições concreta

de vida e de atividade do ser humano; as experiências escolares e as ofertas de

condições educacionais acompanhadas de processo de avaliação, tomados como

indicadores para interferências pedagógicas, as quais conduzam à qualidade do

ensino e ao desenvolvimento humano pleno; a consolidação no compromisso

compartilhado, na interação de alunos, professores, comunidade, no

redimensionamento do processo ensino/aprendizagem, significando a função social

da escola; a conceituação da instituição escolar como tempo e espaço de

experiências de cultura, de vida.

3.1.2 O Ensino Fundamental de Nove Anos

Com a aprovação da lei 11.274, em fevereiro de 2006, alterou-se a duração

do Ensino Fundamental de oito para nove anos, transformando o último ano da

Educação Infantil no primeiro ano do Ensino Fundamental.

Desse modo, o aluno deve ser matriculado na primeira série (agora chamada

de “primeiro ano”) com seis, e não com 7 anos de idade (como era até 2006). Outra

lei, 11.114, de 2005, que alterava a LDB (Lei nº 9.394, de 96), já aceitava a matrícula

de alunos com seis anos de idade no Ensino Fundamental.

O importante de se discutir e refletir sobre esse assunto é se, realmente,

essas mudanças estão melhorando o ensino nas escolas e irão preparar melhor o

aluno, ou se essas novas mudanças apenas servirão para se trocar o nome do

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último estágio da Educação Infantil pelo nome de primeira série do Ensino

Fundamental.

Para as escolas que já ofertavam a educação infantil, foi apenas uma questão

de mudar a nomenclatura. Veja o quadro a seguir:

9 anos 8 séries

1º ano Pré IV

2º ano 1ª série

3º ano 2ª série

4º ano 3ª série

5º ano 4ª série

6º ano 5ª série

7º ano 6ª série

8º ano 7ª série

9º ano 8ª série

Para os anos finais do Ensino Fundamental, que passam a receber os alunos

provenientes do Ensino de 9 (nove) a partir do ano letivo de 2012, é uma questão de

alterar a nomenclatura. Não haverá alterações significativas, visto que a Proposta

Curricular do Estabelecimento de Ensino, que segue as orientações das Diretrizes

Curriculares Estaduais (SEED), já estavam adaptadas para 5ª série / 6º ano, e assim

consecutivamente para as séries seguintes.

Com a ampliação do ensino fundamental, com 9 (nove) anos de duração, se

faz prioridade, a efetivação de um Regime de Colaboração que traga como fruto, a

superação da ruptura entre o 1º e o 2º segmento do Ensino Fundamental, ou seja,

dos anos iniciais e dos anos finais, nas suas diferentes formas de organização das

pessoas, dos saberes, das práticas, dos tempos e dos espaços que necessitam de

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articulação e integração, como sugere a SEED, nas Orientações Pedagógicas para

os Anos Iniciais do Ensino Fundamental de Nove Anos. De acordo com esse

documento, mais que uma determinação legal, o Ensino Fundamental de nove anos

configura-se como a efetivação de um direito, especialmente às crianças que não

tiveram acesso anterior às instituições educacionais.

Considerando que o cumprimento da determinação legal, isoladamente, não

garante a aprendizagem das crianças, é fundamental um trabalho de qualidade no

interior da escola, que propicie a aquisição do conhecimento, respeitando a

especificidade da infância nos aspectos físico, psicológico, intelectual, social e

cognitivo.

Na perspectiva de superação do distanciamento, muitas vezes, evidenciado

entre as séries iniciais e finais do Ensino Fundamental, é necessário que se realize

um trabalho que possibilite complementaridade e continuidade de processos de

aprendizagem, assegurando a característica de aprofundamento da complexidade

dos conhecimentos sistematizados. Isso significa que os conteúdos próprios do

Ensino Fundamental estão articulados aos conteúdos de outros níveis de ensino e

se ampliam gradualmente, conforme as possibilidades de compreensão dos alunos.

As Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental (DCN) estabelece que

em todas as escolas, deverá ser garantida a igualdade de acesso dos alunos a uma

base nacional comum, de maneira a legitimar a unidade e a qualidade da ação

pedagógica na diversidade nacional; a base nacional comum e sua parte

diversificada deverão integrar-se em torno do paradigma curricular, que visa

estabelecer a relação entre a educação fundamental com a vida cidadã, (através da

articulação entre vários dos seus aspectos como: a saúde, a sexualidade; a vida

familiar e social, o meio ambiente, o trabalho; a ciência e a tecnologia; a cultura; as

linguagens); com as áreas de conhecimento de: Língua Portuguesa; Língua Materna

(para populações indígenas e migrantes); Matemática, Ciências, Geografia; Língua

Estrangeira, Educação Artística, Educação Física; Educação Religiosa (na forma do

art. 33 da LDB) (LDB, art. 9º. In: PARECER CEB 04/98, p.7).

De acordo com as Orientações Pedagógicas para os Anos Iniciais do Ensino

Fundamental de Nove Anos (SEED/2010), é fundamental que os professores

tenham clareza acerca da perspectiva teórica adotada e expressa na proposta

pedagógica da escola e ainda sobre como conduzir este processo de trabalho,

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conferindo importância a todas as disciplinas escolares. É o professor o sujeito que

possibilita aos estudantes a compreensão de que os conteúdos escolares são

resultados do trabalho humano. Trabalho que pode resultar tanto em produtos

materiais quanto intelectuais. É por meio do trabalho que a humanidade produz,

além de objetos, também valores, hábitos e os conhecimentos das mais diferentes

áreas das ciências, as formas de expressão artística, musical, corporal, afetiva, etc.

É a práxis pedagógica (relação dialética entre teoria e ação), como

responsabilidade direta dos professores, que possibilitará aos alunos esta

compreensão, por meio de um trabalho que evidencie desde os anos iniciais a

relação teórica-prática, portanto, intencional e transformadora, como marca da ação

humana. (SEED/2010)

O professor é diretamente responsável pelo processo pedagógico na sala de

aula, portanto, cabe a este profissional, num encontro dialógico com outros

profissionais da escola, tais como outros professores, pedagogos e direção, definir,

de maneira organizada e planejada, o processo intencional de ensino. Nesse

sentido, cabe à escola a superação do conhecimento espontâneo, por meio do

acesso e aquisição do conhecimento sistematizado, conferindo um tratamento

articulado a esses conhecimentos, visando uma análise crítica da realidade.

(SEED/2010).

A superação do conhecimento espontâneo não significa desconsiderar ou

minimizar o conhecimento espontâneo, mas utilizar-se de estratégias didáticas,

portanto intencionais, como por exemplo, a contraposição, a comparação e o

confronto entre o conhecimento trazido pelo aluno e o conhecimento sistematizado,

para que este se aproprie do conhecimento nas suas dimensões artístico, filosófico e

científico, direito do aluno e papel da escola. Nesse sentido, é papel do professor o

domínio acerca dos conteúdos a serem ensinados e da metodologia mais adequada

à sua assimilação pelos alunos e, consideramos importante, que o professor tenha o

conhecimento sobre as características de desenvolvimento das crianças e dos

adolescentes, visto que os alunos ingressam nos anos finais do Ensino Fundamental

entre 10 e 11 anos de idade.

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3.1.3 Concepção de Mundo

Os processos de globalização do mundo econômico e da aculturação,

desencadeados pela sociedade tecnológica em que vivemos, recolocam as

questões da sociabilidade humana em espaços cada vez mais amplos, trazendo as

questões de identidade pessoal e social cada vez mais complexas.

No contexto em que o homem é um ser que interage socialmente no seu

meio, faz-se necessário que ele tenha uma formação básica geral, com

desenvolvimento do pensamento reflexivo, crítico, atuante e com habilidades

múltiplas para poder, com maior facilidade, ter acesso ao mundo do trabalho, mas

também vincular-se à prática social, na qual o exercício da afetividade, da

sensibilidade e da ética far-se-ão presentes.

Quando a ciência e a tecnologia caminham a passos gigantescos, não é mais

possível conduzir o processo ensino-aprendizagem de forma estanque,

compartimentalizada, especializada, como se cada um, professor e aluno, olhassem

apenas ao redor de seu umbigo e alheio ao que se passa no mundo, no universo...

A visão de mundo precisa ser global. A economia e a sociedade necessitam

de homens com formação básica geral, capazes de transformar sua realidade, com

flexibilidade e criatividade, para enfrentar novos padrões de produtividade e

competitividade, empreendedorismo, etc.

3.1.4 Concepção de Sociedade

Hoje temos uma sociedade em que o poder está centrado em uma minoria

oligarca a qual possui todos os privilégios relegando os deveres de trabalhos aos

demais membros de seu entorno, com famílias desestruturadas, má distribuição de

renda; uma sociedade injusta, fragmentada, discriminatória, capitalista e consumista;

onde não são priorizadas as questões sociais como saúde, educação e segurança;

percebemos crescendo um sentimento de descrédito quanto aos nossos

governantes diante de tanta corrupção e abuso político.

Sempre que a sociedade se defronta com mudanças significativas em suas

bases econômicas, sociais e tecnológicas, novas atribuições passam a ser exigidas

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da escola, da educação e de sua gestão. Conseqüentemente, porém, também sua

função social necessita ser revista, pois a escola e as diversas formas de se fazer

educação estão inseridas nesta “sociedade global”, aonde as violentas e profundas

transformações no mundo do trabalho e nas relações sociais vem causando

impactos desestabilizadores a toda a humanidade e conseqüentemente exigindo

novos conteúdos, novas formas de organização e gestão, ressignificando o valor da

teoria e da prática na Educação.

3.1.5 Concepção de Homem

Partindo do que nos traz Morin (2001: 40) ao se referir sobre a complexidade

do ser humano: “ser, ao mesmo tempo, totalmente biológico e totalmente cultural",

procuramos estruturar nossa concepção de homem e, em conseqüência desta, a

expectativa em relação ao cidadão que queremos formar. Entendendo o sujeito tanto

físico como social, temos a intenção de desenvolver no aluno a consciência e o

sentimento de pertencer a Terra, de modo que possa compreender a

interdependência entre os fenômenos e seja capaz de interagir de maneira crítica,

criativa e consciente com seu meio natural e social.

Concordando ainda com Morin (2001: 16), alguns desafios são fundamentais

no que se refere à formação do sujeito, desenvolver uma aptidão para contextualizar

e integrar, para situar qualquer informação em seu contexto, para colocar e tratar os

problemas, ou seja, o grande desafio de formar sujeitos que possam enfrentar

realidades cada vez mais complexas (polidisciplinares, transversais,

multidimensionais, transnacionais, globais, planetárias). Assim, acreditamos ser

possível formar um cidadão menos acuado e mais indignado, um cidadão que sabe

mediar conflitos, propondo soluções criativas em favor da solidariedade humana e

do equilíbrio ambiental.

Para tanto esse sujeito necessita visualizar processos, enfim, ter uma visão

sistêmica da realidade. Compartilhamos também com o que nos traz o físico francês

Basarab Nicolescu (in Weill,...), quando nos diz que “o homem aparece como

participante do real, até como instrumento de medida dele. Ele é o elo de unificação

entre o invisível (abstrato) e o visível (órgãos dos sentidos e instrumentalização)”.

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Nesse sentido, vislumbramos o homem como um catalisador das transformações,

porém um ser complexo.

A sua formação ou a deformação estão intimamente ligadas ao meio

sociocultural e à base biológica, suas características tipicamente humanas não estão

presentes desde o seu nascimento, nem são meras pressões do meio externo

(como afirma Vygotsky), elas resultam da interação dialética do homem e seu meio

sociocultural. Ao mesmo tempo em que o ser humano transforma o seu meio para

atender suas necessidades básicas, transforma-se a si próprio.

A base biológica do funcionamento psicológico é o cérebro, visto como um

órgão principal da atividade mental. Este cérebro é um sistema aberto, de grande

plasticidade, que poderá ser moldado, ao longo do processo educativo. O

desenvolvimento da atividade mental se processará através da mediação dos seres

humanos entre si e deles com o mundo, com a utilização de instrumentos técnicos e

sistemas de signos, destacando-se entre eles a linguagem; e, é à escola, como

instituição social de educação, que compete propiciar meios para o desenvolvimento

intelectual do homem, na busca de sua autonomia e realização pessoal em toda a

plenitude.

3.1.6 Concepção de Educação

A Educação tem como base duas vertentes, a primeira é a educação de

formação, isto é, o polimento do indivíduo, que inclui valores como respeito,

responsabilidade, honestidade, boas maneiras, bons hábitos, etc. e a outra é a de

conhecimento adquirido ao longo da vida, através de leitura, meios de comunicação,

experiências, curiosidade, ou uma simples conversa com amigos. O saber e a busco

dependem de da pessoa para filtrar o bom e o ruim, e nós, somos agentes desta

troca de conhecimento, pois estamos todos (família, escola, amigos, sociedade)

inseridos no processo de educar. Á escola e aos professores cabe a função de

mediar os conhecimentos científicos que adquirimos ao longo de nossa vida por

experiências pessoais e ou acadêmicos transformadas em procedimentos e

explicações atrativas e prazerosas.

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3.1.7 Concepção de Cidadania/Ética

Para nós, cidadania é o conceito que envolve a relação entre direitos e

deveres dos indivíduos abrangendo também a garantia do exercício dos direitos

sociais e que o individuo não seja visto como objetivo pelo mercado.

A palavra CIDADANIA é derivada de cidadão, que vem do latim civitas na

Roma Antiga, o conjunto de cidadãos que constituíam uma cidade era chamado de

civitate. A cidade era a comunidade organizada politicamente. Era considerado

Cidadão aquele que estava integrado na vida política da cidade. Naquela época, e

durante muito tempo, a noção de cidadania esteve ligada á idéia de privilégio, pois,

os direitos de cidadania eram explicitamente restritos a determinadas classes e

grupos. A definição de cidadania foi sofrendo alterações ao longo do tempo, seja

pelas alterações dos modelos econômicos, políticos e sociais ou como conquistas,

resultantes das pressões exercidas pelos excluídos dos direitos e garantias a

poucos preservados. O fato, é que, modernamente, uma vasta quantidade de

direitos já está estabelecida pela legislação, direitos esses que alcançam todos os

indivíduos, sem restrições.

O que ocorre, na verdade, é que, embora garantidos pela Constituição

Federal e pelas leis, o que se verifica, na prática, é uma reiterada e ostensiva

inobservância desses direitos de cidadania contra a maioria da população excluída

dos bens e serviços desfrutados pelas elites. O grande desafio é, portanto, além de

incorporar novos direitos aos já existentes, integrar cada vez um número maior de

indivíduos ao gozo dos direitos reconhecidos. Já, o exercício da cidadania é a forma

de fazer valer os direitos garantidos. Exigir a observância dos direitos e zelar para

que não sejam desrespeitados.

E para que isto efetivamente aconteça, ou seja, que individuo seja consciente

de seus deveres e direitos e ativamente participativo na sociedade, contribuindo

assim para o desenvolvimento do seu país, é que se faz urgente e necessário uma

maior cobrança no que diz respeito aos direitos de todos os brasileiros preservando

o que está em nossa Constituição.

Para nós, educadores, a garantia de Educação de qualidade para todos é

uma realidade imposta, pois, muitas vezes esta “qualidade” está atrelada aos

direitos de nossos alunos e professores à saúde, segurança, moradia, lazer... e isto

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não acontece dignamente, ferindo os princípios da nossa Lei e também os de cada

“cidadão” (que só se sente assim no teórico).

Entende-se a ética como elemento estruturador das relações sociais que

incluem o respeito à diversidade cultural, a responsabilidade ecológica, a

capacidade de lidar com desafios e a possibilidade de estabelecer relações

solidárias.

Uma das principais questões que impedem o homem de agir pelos princípios

éticos acima citados é a fragmentação do saber e, conseqüentemente, da realidade.

Ver a realidade de maneira compartimentada leva à intolerância, ao

enfraquecimento do senso de responsabilidade (cada um tende a se responsabilizar

somente pela sua área) e o enfraquecimento da solidariedade. Conforme Weill

(1993: 44) “Diga-se de passagem, que o isolamento da inteligência dentro do

próprio homem e a prevalecência do raciocínio lógico-formal na procura do

conhecimento são fatores essenciais da crise contemporânea". Nesse sentido,

reiteramos a necessidade de apostar na compreensão da condição humana em sua

totalidade (cósmica, física, biológica, cultural, cerebral, espiritual,...), investindo no

propósito de favorecer a inteligência geral, a aptidão para problematizar, a

realização da ligação dos conhecimentos.

3.1.8 Concepção de Escola

Entendemos por “Escola”, em seu sentido amplo, como sendo o

estabelecimento público ou privado onde se ministra sistematicamente o ensino

coletivo, ou seja, local onde se constitui a aprendizagem, onde há troca de

experiências, vivências e ensinamentos. Se a escola é o local onde se transmite o

saber, ela levanta princípios filosóficos, étnicos e morais que são fundamentais para

a compreensão do papel da escola na sociedade moderna.

Algumas tendências pedagógicas influem na formação do cidadão e que a

nosso ver necessitam constantes reflexões como:

� Tendência filosófica: conhecimento e reflexão sobre problemas éticos e

morais onde o aluno escolha um modelo de pensamento para seguir;

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� Tendência cognitivista: problemas morais a serem discutidos em grupos,

procurando a sua legalidade e alternativas de solução;

� Tendência afetivista: técnicas psicológicas para que a comunidade escolar

encontre o equilíbrio pessoal, e que possibilite o crescimento intelectual de

forma harmoniosa;

� Tendência moralista: evidencia valores e os impõe. O objetivo desta

tendência é normalizar, ensinar valores e levar a atitudes corretas;

� Tendência democrática: democratizar relações entre a comunidade escolar,

elaborar regras, discutir e tomar decisões a respeito de problemas ocorridos

no dia-a-dia, desenvolvendo competências básicas para a vida na sociedade

moderna.

Dessa forma, para que a escola cumpra seu compromisso, ela deve repensar

sua prática pedagógica. Seus profissionais precisam ter o conhecimento das

condições sociais, econômicas, culturais e políticas do aluno de forma a perceber de

um lado como esses aspectos refletem em sua própria atividade pedagógica, de

outro, como agir nesse contexto para exercer influência sobre esses mesmos

aspectos e assim, realmente constituir um instrumento no processo de

transformação.

Elas devem buscar novas estratégias de trabalho, novas formas de ensinar,

novas alternativas pedagógicas partindo sempre do concreto: hábitos da

comunidade, suas experiências de trabalho, o saber que o educando já é portador (o

aluno real e não o ideal) tornando-o capaz de ler, escrever, fazer cálculos, fazê-lo

repensar suas ações do dia-a-dia, realizar atividades práticas de pesquisas e

interpretação, criticar e expressar a realidade, aumentando assim suas chances de

luta para alcançar melhores condições de vida.

Ao contrário de uma escola desconectada, isolada da vida, onde são

fabricados saberes para ser reproduzidos por aqueles que ali passam, almejamos

uma escola onde a vida (com toda sua complexidade) se faça presente. Nossa

principal finalidade é possibilitar que o sujeito possa atuar com autonomia, criticidade

e alegria no contexto em que vive, vinculando o saber a uma prática social.

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Concordamos com Morin (2001: 11) quando se refere ao Ensino Educativo

que tem como missão transmitir mais que o mero saber, ou seja, "transmitir uma

cultura que permita compreender nossa condição e nos ajude a viver, e que

favoreça, ao mesmo tempo, um modo de pensar aberto e livre".

Baseado na Deliberação 03/2006, do Conselho Estadual de Educação que

estabelece o Ensino Fundamental de nove anos no Sistema Estadual de Ensino do

Estado do Paraná, a escola deve ser entendida como o espaço de inserção cultural

e de desenvolvimento humano pleno. Sob um processo constante de reflexão crítica

de seu trabalho pedagógico e de co-responsabilidade coletiva, assumirá como

função precípua a transformação do conhecimento acumulado historicamente em

conteúdos de ensino assimiláveis. Tomará a aquisição do conhecimento como

mediação em toda a atividade de objetivação humana como prioridade. Enfocará os

instrumentos técnicos e os signos construídos historicamente, que fazem a

mediação dos seres humanos entre si e deles com o mundo.

3.1.9 Concepção de Alfabetização e Letramento

De acordo com a SEED (2010) o sistema de escrita e as convenções para

seu uso constituem uma tecnologia inventada e aperfeiçoada pela humanidade ao

longo de milênios: desde os desenhos e símbolos usados inicialmente até a

extraordinária descoberta de que, em vez de desenhar ou simbolizar aquilo de que

se fala, podiam ser representados os sons da fala por sinais gráficos, criando-se

assim o sistema alfabético; desde a escrita em tabletes de barro, em pedra, em

papiro, em pergaminho, até a também extraordinária invenção do papel; desde o uso

de estiletes e pincéis como instrumentos de escrita até a invenção do lápis, da

caneta. E convenções foram sendo criadas: convenções sobre o uso do sistema

alfabético, resultando no sistema ortográfico; a convenção de que as palavras

devem ser separadas, na escrita, por um pequeno espaço em branco; no mundo

ocidental, a convenção de que se escreve de cima para baixo e da esquerda para a

direita.

Assim, um dos passaportes para a entrada no mundo da escrita é a aquisição

de uma tecnologia – a aprendizagem de um processo de representação: codificação

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de sons em letras ou grafemas e decodificação de letras ou grafemas em sons; a

aprendizagem do uso adequado de instrumentos e equipamentos: lápis, caneta,

borracha, régua...; a aprendizagem da manipulação de suportes ou espaços de

escrita: papel sob diferentes formas e tamanhos, caderno, livro, jornal...; a

aprendizagem das convenções para o uso correto do suporte: a direção da escrita

de cima para baixo, da esquerda para a direita.

A essa aprendizagem do sistema alfabético e ortográfico de escrita e das

técnicas para seu uso é que se chama ALFABETIZAÇÃO.

O processo de descoberta do código escrito pela criança letrada é mediado

pelas significações que os diversos tipos de discursos têm para ela, ampliando seu

campo de leitura através da alfabetização. Antigamente, acreditava-se que a criança

era iniciada no mundo da leitura somente ao ser alfabetizada, pensamento este

ultrapassado pela concepção de letramento, que leva em conta toda a experiência

que a criança tem com leitura, antes mesmo de ser capaz de ler os signos escritos.

Atualmente, não se considera mais como alfabetizado quem apenas consegue ler e

escrever seu nome, mas quem sabe escrever um bilhete simples.

De acordo com a SEED (2010) Apenas com a aquisição da tecnologia da

escrita – um dos “passaportes” – não se tem entrada no mundo da escrita, outro

“passaporte” é necessário: o desenvolvimento de competências para o uso da leitura

e da escrita nas práticas sociais que as envolvem. Ou seja, não basta apropriar-se

da tecnologia – saber ler e escrever apenas como um processo de codificação e

decodificação, como quando dizemos: esta criança já sabe ler, já sabe escrever; é

necessário também saber usar a tecnologia – apropriar-se das habilidades que

possibilitam ler e escrever de forma adequada e eficiente, nas diversas situações em

que precisamos ou queremos ler ou escrever: ler e escrever diferentes gêneros e

tipos de textos, em diferentes suportes, para diferentes objetivos, em interação com

diferentes interlocutores, para diferentes funções: para informar ou informar-se, para

interagir, para imergir no imaginário, no estético, para ampliar conhecimento, para

seduzir ou induzir, para divertir-se, para orientar-se, para apoio à memória, para

catarse...

Processo de aprendizado do uso da tecnologia da língua escrita. Isto é, a

criança pode utilizar recursos da língua escrita em momentos de fala, mesmo antes

de ser alfabetizada. Esse aprendido se dá a partir da convivência dos indivíduos

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(crianças/adultos, crianças/crianças), com materiais escritos disponíveis - livros,

revistas, cartazes, rótulos de embalagens, entre outros -, e com as práticas de leitura

e de escrita da sociedade em que se inscrevem. Esse processo acontece pela

mediação de uma pessoa mais experiente através dos bens materiais e simbólicos

criados em sociedade.

O nível do letramento é determinado pela variedade de gêneros de textos

escritos que a criança ou adulto reconhece. A criança que vive em um ambiente em

que se lêem livros, jornais, revistas, bulas de remédios, enfim, e qualquer outro tipo

de literatura (ou, em que se conversa sobre o que se leu, ou mesmo, em que uns

lêem para os outros em voz alta, lêem para a criança enriquecendo com gestos e

ilustrações), o nível de letramento será superior ao de uma criança cujos pais não

são alfabetizados e não teve o privilégio de conviver com pessoas que pudessem

favorecer este contato com o mundo letrado.

A esse desenvolvimento de competências para o uso da tecnologia da escrita

é que se chama LETRAMENTO.

Portanto, letramento decorre das práticas sociais que leituras e escritas

exigem-nos diferentes contextos que envolvem a compreensão e expressão lógica e

verbal. É a função social da escrita. Enquanto que a alfabetização se refere ao

desenvolvimento de habilidades da leitura e escrita.

3.1.10 Concepção de infância

No decorrer do processo histórico, o conceito infância foi considerado de

formas diferenciadas pela humanidade. Elaborar definições e refletir sobre o que se

entende por infância nos dias atuais requer um olhar atento e retrospectivo às

significações sociais atribuídas a tal conceito. Implica também a sensibilidade às

diferentes maneiras de ser criança em nossa sociedade, marcada por distintas

classes e conseqüentes condições políticas, econômicas e culturais – que acabam

por determinar papéis e funções sociais a seus membros constituintes.

Tentativas de conceituação da infância dar-se-iam no sentido de defini-la

como a primeira etapa do desenvolvimento humano; como uma fase de imaginação

e de fantasia; como um estágio de descobertas e conflitos marcado pela formação

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da personalidade; como um estado de ser pequenino (a), de ser frágil e alegre;

como uma etapa de construção de valores para toda a vida... Contudo, tais

definições parecem não abranger os diversos sentidos da infância, do ser criança,

do ser pequenino (a) em nossa sociedade.

Nos tempos atuais, surge uma nova concepção de criança, totalmente

diferente da visão tradicional. Se por séculos a criança era vista como um ser sem

importância, quase invisível, hoje ela é considerada em todas as suas

especificidades, com identidade pessoal e histórica.

Essas mudanças originaram-se de novas exigências sociais e econômicas,

conferindo à criança um papel de investimento futuro, esta passou a ser valorizada,

portanto o seu atendimento teve que acompanhar os rumos da história. Sendo

assim, a Educação Infantil de uma perspectiva assistencialista transforma-se em

uma proposta pedagógica aliada ao cuidar, procurando atender a criança de forma

integral, onde suas especificidades (psicológica, emocional, cognitiva, física, etc...)

devem ser respeitadas.

A concepção de infância dos dias atuais é bem diferente de alguns séculos

atrás. É importante salientar que a visão que se tem da criança é algo

historicamente construído, por isso é que se puderam perceber os grandes

contrastes em relação ao sentimento de infância no decorrer dos tempos. O que

hoje pode parecer uma aberração, como a indiferença destinada à criança pequena,

há séculos atrás era algo absolutamente normal. Por maior estranheza que se cause

a humanidade nem sempre viu a criança como um ser em particular, e por muito

tempo a tratou como um adulto em miniatura.

De um ser sem importância, quase imperceptível, a criança num processo

secular ocupa um maior destaque na sociedade, e a humanidade lhe lança um novo

olhar. Segundo Áries, “o sentimento de infância não significa o mesmo que afeição

pelas crianças corresponde à consciência da particularidade infantil, essa

particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem”.

(Áries, 1978: 99).

Nessa perspectiva o sentimento de infância é algo que caracteriza a criança,

a sua essência enquanto ser, o seu modo de agir e pensar, que se diferencia da do

adulto, e, portanto merece um olhar mais específico.

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Mas nem sempre foi assim. As mudanças no conceito de infância iniciaram-se

a partir do século XVII. Entre os moralistas e os educadores, formou-se o sentimento

de infância que viria inspirar toda a educação do século XX (Áries, 1978). Daí vem à

explicação dos tipos de atendimento destinados às crianças, de caráter repressor e

compensatório.

De um lado a criança é vista como um ser inocente que precisa de cuidados,

do outro como um ser fruto do pecado. Segundo kramer, “nesse momento, o

sentimento de infância corresponde a duas atitudes contraditórias: uma considera a

criança ingênua, inocente e graciosa e é traduzida pela paparicação dos adultos, e a

outra surge simultaneamente à primeira, mas se contrapõe a ela, tornando a criança

um ser imperfeito e incompleto, que necessita da “moralização” e da educação feita

pelo adulto” (Kramer, 2003:18).

As grandes transformações sociais ocorridas no século XVII contribuíram

decisivamente para a construção de um sentimento de infância. As mais importantes

foram às reformas religiosas católicas e protestantes, que trouxeram um novo olhar

sobre a criança e sua aprendizagem. Outro aspecto importante é a afetividade, que

ganhou mais importância no seio na família.

Essa afetividade era demonstrada, principalmente, por meio da valorização

que a educação passou a ter. A aprendizagem das crianças, que antes se dava na

convivência das crianças com os adultos em suas tarefas cotidianas, passou a dar-

se na escola. O trabalho com fins educativos foi substituído pela escola, que passou

a ser responsável pelo processo deformação. As crianças foram então separadas

dos adultos e mantidas em escolas até estarem “prontas” para a vida em sociedade.

(Áries, 1978).

Baseado nos estudos realizados por Souza (2009), ainda nos séculos XVII e

XVIII, nomes significativos do pensamento pedagógico, como Comenius (1592-

1670), Rousseau (1712-1778), Pestalozzi (1746-1827) e Froebel (1782-1852)

surgem com uma nova idéia ou "sentimento de infância" que visa auxiliar este grupo

etário a conquistar um lugar enquanto categoria social.

A principal inovação curricular introduzida na educação pré-escolar é o estudo da natureza, ciência considerada particularmente interessante para as crianças, que assume, com o método intuitivo, a posição de conteúdo escolar central pelo fato de possibilitar o conhecimento da forma, da força e do movimento. (VALDEMARIN, 1998, p.71 apud SOUZA, 2004, p.174)

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A educação pré-escolar na modernidade tem suas raízes no pensamento

desses estudiosos, porém cabe ressaltar que as instituições pré-escolares são

resultado das mudanças relacionadas à urbanização e a industrialização, visto que a

organização social precisa acompanhar transformação gradual e progressiva.

As idéias de Comenius, precursor de Rousseau e Froebel, nos remetem a

relação estabelecida entre natureza e a criança a partir de sua obra Didactica

Magna:

Esta maneira de instruir e educar a juventude pode comparar-se também ao cultivo dos jardins. Com efeito, as criancinhas de seis anos, bem-exercitadas pelos cuidados dos pais e das amas, parecem semelhante às arvorezinhas que foram plantadas, enraizaram bem e começaram a lançar pequeninos ramos (COMENIUS, 1957, p. 413 apud SOUZA, 2004)

Rousseau (1721-1778) complementa Comenius, pois além do destaque que

ele dá a infância, ele sugere uma educação voltada aos sentidos, à liberdade e a

naturalidade da criança quando em contato com a natureza, além de “exigir que a

educação se orientasse para a criança e não para o conteúdo”. Na seqüência,

observamos Pestalozzi (1746-1827), o qual valoriza a primazia da percepção

sensorial para a busca do conhecimento e a observação como recurso para alcançar

a intuição. (KISHIMOTO, 1988, p. 10)

Tanto para a escola primária, como para a educação infantil, era patente a presença da adoção do método intuitivo, e o programa para a educação infantil voltava-se para “lições de cousas”, “canto”, “recitação”, “desenho”, entre outros conteúdos (...) (SOUZA, 2004, p.171)

Hoje, a criança é vista como um sujeito de direitos, situado historicamente e

que precisa ter as suas necessidades físicas, cognitivas, psicológicas, emocionais e

sociais supridas, caracterizando um atendimento integral e integrado da criança. Ela

deve ter todas as suas dimensões respeitadas. Segundo Zabalza, ao citar Fraboni,

“a etapa histórica, que estamos vivendo fortemente marcada pela transformação

tecnológico-científica e pela mudança ético-social cumpre todos os requisitos para

tornar efetiva a conquista do salto na educação da criança, legitimando-a finalmente

como figura social, como sujeito de direitos enquanto sujeito social”. (1998:68).

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Assim, a concepção da criança como um ser particular, com características

bem diferentes das dos adultos, e contemporaneamente como portador de direitos

enquanto cidadão, é que vai gerar as maiores mudanças na Educação Infantil,

tornando o atendimento às crianças de 0 a 5 anos ainda mais específico, exigindo

do educador uma postura consciente de como deve ser realizado o trabalho com as

crianças pequenas, quais as suas necessidades enquanto criança e enquanto

cidadão.

A educação voltada para criança pequena só ganhou notoriedade quando

esta passou a ser valorizada pela sociedade, se não houvesse uma mudança de

postura em relação à visão que se tinha de criança, a Educação Infantil não teria

mudado a sua forma de conduzir o trabalho docente, e não teria surgido um novo

perfil de educador para essa etapa de ensino. Não seria cobrado dele especificidade

no seu campo de atuação, e a criança permaneceria com um atendimento voltado

apenas para questões físicas, tendo suas outras dimensões, como a cognitiva, a

emocional e a social despercebidas.

Entretanto, de acordo com Corrêa (2006), como definir infância de maneira

unívoca ao se perceber diferentes maneiras de ser criança e de se viver a infância?

De que modo estabelecer um conceito que abarque não só um modo de ser e ver o

universo infantil? E de que forma defini-la como alegre e colorida se muitas crianças

não vivem em um espaço tão alegre e colorido como outras? Com quais estratégias

poder-se-ia conceituar infância sem excluir o grupo de crianças que já trabalha para

ajudar no sustento de suas famílias ou aquelas que não freqüentam o espaço

escolar? E como pensar a infância sem considerar as diferentes e, muitas vezes,

injustas condições de vida em que sobrevivem nossas crianças – em contraposição

a outras que têm oportunidades privilegiadas e diferenciadas destas?

Frente a estas questões, concernentes ao ato de conceituar a infância, poder-

se-ia simplesmente falar da infância como um período de crescimento, de

construção individual e social em que há o reconhecimento do eu como sujeito

dentre as instituições (família, escola, comunidade) a que se pertence; como uma

fase marcada pela conquista de saberes a partir da exploração do meio e das

experiências individuais e em grupo vivenciadas. A infância ainda poderia ser vista

como uma fase singular, fidedigna de cuidados e carinho, como um estágio de

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curiosidade, de alegria, de surpresas, de descobrires e de ingenuidade. (Corrêa,

2006)

Faz-se necessário buscarmos possíveis resoluções dos problemas sociais e

educacionais, que a partir de um trabalho conjunto e reflexivo, mobilize professores,

pais, autoridades e, de forma geral, toda a sociedade. No entanto, buscar entender

as significações sobre o que se entende por infância em nossa sociedade não pode

ser tarefa desconexa do olhar atento às condições de escolarização que estão

sendo oferecidas às nossas crianças.

3.1.11 Concepção de Adolescência

De acordo com ARIÈS (apud SALLES, 1998), até o Renascimento, a

adolescência não era distinguida como uma etapa do desenvolvimento do ser

humano. Só no século XIX e no início do século XX, com a distinção entre a criança

e o adulto, a adolescência começou a ser percebida como período à parte no

desenvolvimento humano.

SALLES (1998) enfatiza que a adolescência, hoje, tem características

específicas, de acordo com o nível socioeconômico em que o jovem está inserido e

isto acaba determinando formas diferentes de ser adolescente. O contexto social

define o modo de ser adolescente, assim como, sua conduta, aspirações e

responsabilidades.

“As pesquisas, teorias e idéias veiculadas pelos meios de comunicação

impõem um estilo de vida, um modo de vestir e calçar que se generaliza por toda a

sociedade e contribui para criar a ótica pela qual a sociedade vê, compreende e se

relaciona com o adolescente, acabando, provavelmente, por influenciar a forma

como é elaborada a representação social da adolescência e do adolescente”

(SALLES, 1998, p.43).

Segundo a autora, a primeira idéia que se tem de um adolescente,

geralmente, é associada a pessoas de determinada faixa etária, uniformizadas, no

uso característico de jeans, tênis, walkman e rádios, que adoram aventuras,

namorar, dançar e ouvir música, freqüentadores de shopping Center e em busca de

independência.

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De acordo com CALLIGARIS (2000), a adolescência é uma das formações

culturais mais poderosas de nossa época. Dentre as características que melhor

definem a adolescência, cita as seguintes:

1. Adolescência como moratória (tempo de suspensão entre a chegada à

maturação do seu corpo e a autorização para ser adulto).

2. Adolescência como reação e rebeldia (percepção da contradição entre o

ideal de autonomia e a continuação de sua dependência, imposta pela moratória).

3. Adolescência idealizada (a cultura idealiza a adolescência como se fosse

um tempo feliz e o adolescente se sente na obrigação de sê-lo).

Há muitas tentativas de se definir adolescência, embora nem todas as

sociedades possuam este conceito. Cada cultura possui um conceito de

adolescência, baseando-se sempre nas diferentes idades para definir este período.

No Brasil o Estatuto da Criança e do Adolescente define esta fase como

característica dos 13 aos 18 anos de idade, e segundo a Organização Mundial da

Saúde, a adolescência é um período da vida, que começa aos 10 e vai até os 19

anos, onde acontecem diversas mudanças físicas, psicológicas e comportamentais.

Adolescência, uma etapa maravilhosa da vida, que muitos insistem em chamar de

“aborrescência”.

A adolescência corresponde ao período em que o ser humano sofre

mudanças orgânicas, cognitivas, sociais e afetivas. As mudanças sofridas pelo

adolescente têm consequências ao nível do seu relacionamento interpessoal,

familiar, escolar e social. A concepção de adolescência apresentada por Martins

apud Seligman (2011) diz que “a adolescência surge como um período de grandes

mudanças físicas que alteram a sua imagem corporal e intelectual começando a

possibilitar a formação do conhecimento de si próprio e a prepará-lo para tomar

decisões. Porém, este período de desenvolvimento é bastante complexo porque

passa por um confronto de forças interiores e exteriores que afetam o

autoconhecimento, tais como o contexto sócio-econômico e cultural e a importância

da família e dos seus pares que influenciam as expectativas dos jovens em relação

ao futuro”.

É, também, durante este período que o adolescente realiza um percurso,

muitas vezes difícil, em que procura a sua identidade. Durante esse percurso o

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jovem encontra-se em busca de uma uniformidade capaz de lhe proporcionar

segurança e auto-estima. Razão pela qual a companhia dos pais é, nesta fase,

preterida relativamente à companhia dos amigos assim como é, igualmente, durante

este período que parece ocorrer à identificação com o espírito de grupo.

Especialmente quando o adolescente busca uma maior autonomia em relação

aos pais na adolescência, os grupos de pares emergem como fontes importantes de

identificação e referência comportamental dos adolescentes. (Maffesoli, 2000).

Segundo Martins (2011), as duas grandes tendências para definir a

adolescência oscilam entre aqueles que defendem que a adolescência é um

processo de natureza individual (baseiam a sua teoria colocando em evidência os

aspectos biológicos e psicológicos) e os que defendem que se trata de um período

identificado e reconhecido culturalmente (colocam a ênfase nos aspectos

sociológicos, antropológicos e ideológicos). Nunes de Souza (1997) considera que o

período da adolescência se caracteriza por ser um período difícil para os

adolescentes não apenas pelas transformações físicas a que estão sujeitos nesta

fase da vida, como também considera que este período constitui um período de crise

para toda a família. Durante este processo o adolescente sente necessidade de

contestar os valores que lhe foram incutidos pela família numa tentativa de se

afirmar enquanto indivíduo com existência e características próprias. Esta fase

caracteriza-se, igualmente, por o autoritarismo dos pais terem muitas vezes de ser

substituído por uma atitude de negociação com os filhos relativamente às tomadas

de decisão. Quanto maior for o grau de afetividade existente entre a criança e a

figura de autoridade maior será o nível de aceitação das regras impostas, no

entanto, no período da adolescência o jovem tende a rejeitar o que lhe foi

anteriormente incutido. O jovem que teve a oportunidade de ter uma referência de

autoridade positiva na infância tem mais facilidade em integrar-se socialmente, ou

seja, em acatar as regras necessárias para viver em sociedade.

Esta é a concepção de adolescência que corroboramos uma vez que

consideramos ser um processo que extrapola o indivíduo e que envolve a família, a

escola, as instituições e os grupos de pares.

Outro processo que tende a desenvolver-se na adolescência é o

desenvolvimento moral acompanhado pela aquisição de valores e ideais de justiça,

liberdade ou equidade. Kolhberg apud Martins (2011) diz-nos que o período da

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adolescência corresponde a uma etapa de construção de valores sociais e de

manifestações de interesse, por parte do adolescente, por problemas éticos e

ideológicos. O jovem adolescente aspira à existência de um mundo perfeito

relativamente aos valores morais é altruísta, o que não raras vezes originam revoltas

por descobrir que a sociedade não se pauta pelos valores que defende.

De todas as reflexões e estudos sobre infância e adolescência, se alguma

coisa pode ser mais ou menos consensual é que, crescentemente, as crianças estão

mais sozinhas ou mais na convivência com seus pares da rua do que no seio de

suas famílias. O pai, a mãe, ou qualquer outra figura de ligação familiar está se

tornando rarefeita.

Embora dentro de sua casa, mas distante do convívio doméstico e familiar, o

adolescente ou a criança está solitariamente assistindo à tevê, na internet ou está

fora de casa, em bandos perambulando pelas ruas, nos shoppings, nos lugares de

lazer.

Por outro lado, parece razoável atenuar o peso atribuído à hegemonia da

televisão, tendo em mente a redução das oportunidades de convivência e

brincadeiras ao ar livre. Isso porque os espaços livres das ruas, antes utilizados

pelas crianças e adolescentes para brincadeiras, já não estão mais disponíveis,

estão intensamente habitados por carros, prédios, marginais, ladrões. A rua perdeu

seu lugar de expressão coletiva dos jogos e das brincadeiras.

A ótica pela qual a sociedade vê, compreende e se relaciona com o adolescente é muitas vezes fruto das idéias disseminadas pelos meios de comunicação, pelas pesquisas e teorias que abordam essa faixa etária. Difundidas socialmente, tais idéias contribuem para criar a forma como é elaborada a representação social da adolescência. (SALLES, 1998, p. 15).

Percebe-se, infelizmente, que os adolescentes estão cada vez mais solitários

e à mercê de seus pares da rua, da escola e do apelo cultural para que se tornem,

rapidamente, adultos esbeltos, ricos, formosos, na moda e plenamente

sexualizados.

De acordo com Sudbrack (2005) as vivências escolares do adolescente são

valiosas no seu processo de socialização e de desenvolvimento. Cabe lembrar que

os professores representam modelos de autoridade alternativos aos da família e o

processo de transformação vivido pelo adolescente na sua relação com as figuras

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parentais estará sendo transferido, ou ampliado para suas relações com os

educadores. Estes passam a exercer uma influência muito importante enquanto

modelos alternativos de identificação, permitindo que o jovem reconstrua suas

próprias referências e relações com as figuras de autoridade. Aos educadores cabe,

pois, além das tarefas pedagógicas em si, a função de oferecer a continência de que

o jovem necessita neste seu momento de incertezas, angústias, instabilidade e

necessidade de afirmação. Na medida em que os professores representam um

prolongamento de suas relações com a autoridade, a postura do jovem face aos

mesmos tenderá a ser, igualmente, permeada de conflitos e ambivalências. Se, por

um lado, estão buscando segurança e proteção, precisam também confrontá-los,

questioná-los. Por esta razão, esta possibilidade de exercitar sua postura crítica aos

modelos de autoridade e de receber o retorno dos mesmos numa relação sincera e

de respeito constitui ingrediente fundamental para a formação de uma postura crítica

madura.

A escola precisa oportunizar contextos de expressão para que o jovem possa

elaborar este turbilhão de energia e também de angústias que afloram em seu ser.

Neste sentido, são fundamentais atividades artísticas e de expressão de todo o

gênero: literárias, cênicas, musicais, esportivas, entre outras. Representam recursos

preciosos neste sentido, oficinas de discussão sobre os temas de interesse da idade

através das quais o jovem possa exercitar a habilidade de expressão verbal de seus

sentimentos e de seus posicionamentos críticos, devendo sempre ser estimulado a

construir propostas, num processo participativo e coletivo de resolução dos

problemas ou situações colocadas. A sala de aula constitui um excelente fórum para

exercício de cidadania no qual as habilidades e valores relativos à vida comunitária

podem ser exercitados (Sudbrack, 2005).

Acreditamos que seja importante compartilhar da visão de Prata (2002),

fazendo a transposição para o contexto escolar. O autor nos alerta para o fato de

que a desordem pode produzir novas formas. No caos pode-se produzir ordem, e

desorganização nem sempre é sinônimo de desperdício de energia: a ordem e a

desordem são indissociáveis. Nesse contexto, a grandeza do grau de

desorganização da energia de um sistema nem sempre precisa ser relacionada à

degradação e ao desperdício, pode ser fonte do novo. Há que se manter vivo ao

menos um pouco de otimismo em relação à raça humana.

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3.1.12 Concepção de Cultura

Entendemos como conjunto de atividades e modos de agir, costumes e

instruções de um povo. É o meio pelo qual o homem se adapta às condições de

existência transformando a realidade. Cultura é um processo em permanente

evolução, diverso e rico. É o desenvolvimento de um grupo social, uma nação, uma

comunidade; fruto do esforço coletivo pelo aprimoramento de valores espirituais e

materiais; é uma espécie de educação do berço que na esfera social confere brilho à

educação, mantém e completa a instrução escolar. É a cultura que traz à luz os

valores adquiridos com a tradição (aceitação consciente de uma cultura) ou hábito

(aquisição inconsciente, quase mecânica). Surge-nos como uma herança, um

legado que se frutifica antes de passarmos para nossos filhos e alunos.

Hoje sabemos que a educação que então se dava em casa foi transferida

para a escola e, assim sendo, sem subestimar a responsabilidade prima dos pais na

educação dos filhos, a escola só pode ser o que deveria ser quando as tutelas hoje

disseminadas pelos ministérios da educação, da cultura e do audiovisual trabalhar

sob a mesma missão e objetivos a aprendizagem das crianças e dos jovens.

A escola dever ser o habitat o mais abrangente possível do que somos (a

cultura) não para educar ou ensinar, mas para aprender e, neste contexto, nenhuma

área cultural deve ser escamoteada, desde a matemática e do português até a

música e ao teatro, à dança ou às artes plásticas.

A escola pode e deve promover práticas pedagógicas que favoreçam a

reflexão e a interação do estudante com as demais atividades humanas de natureza

cultural e artística.

3.1.13 Concepção de Conhecimento

O ser humano possui conhecimento adquirido através do senso comum, ou

seja, o conhecimento real, não científico, que é constituído no cotidiano, de forma

espontânea.

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Ao logo do desenvolvimento, aprende-se a abstrair e generalizar

conhecimentos aprendidos espontaneamente, mas é bem mais difícil formalizá-los

ou explicá-los em palavras porque, diferentemente da experiência escolar, não são

conscientes, deliberados ou sistemáticos.

O processo de aquisição do conhecimento é ascendente, isto é, inicia-se de

modo inconsciente e até caótico, de acordo com uma experiência que não é

controlada, e encaminham-se para níveis mais abstratos, formais e conscientes já o

processo de aquisição do conhecimento sistemático escolar tem uma direção oposta

à do conhecimento espontâneo, é descendente, de níveis formais e abstratos para

aplicações particulares.

Na prática, o conhecimento espontâneo auxilia dando significado ao

conhecimento escolar, o conhecimento escolar por sua vez, reorganiza o

conhecimento espontâneo e estimula o processo de sua abstração.

A contextualização, um dos princípios da organização curricular, facilita a

aplicação da experiência escolar para a compreensão, da experiência pessoal em

níveis mais sistemáticos e abstratos e o aproveitamento da experiência pessoal para

facilitar o processo de concreção dos conhecimentos abstratos que a escola

trabalha. Isto significada que a ponte entre teoria e prática, recomendado pela LDB

deve ser de mão dupla.

Cabe à Escola desenvolver o conhecimento espontâneo, encaminhando-o a

níveis mais abstratos, formais, conscientes e sistematizados, com a utilização das

competências cognitivas básicas: raciocínio abstrato, comparação, capacidade de

compreensão de situações novas que é a base para a solução de problemas,

construírem conhecimentos, atitudes e valores que tornem o estudante solidário,

crítico, ético e participativo.

A contextualização é um recurso pedagógico para tornar a construção de

conhecimentos um processo permanente de formação de capacidades intelectuais

superiores. Para isso, é indispensável socializar o saber sistematizado,

historicamente acumulado, como patrimônio universal da humanidade, fazendo com

que esse saber seja criticamente apropriado pelos estudantes, que já trazem

consegue o saber popular, o saber da comunidade em que vivem e atuam. A

interligação e a apropriação desses saberes pelos estudantes e pela comunidade

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local representam, certamente, um elemento decisivo para o processo de

democratização da própria sociedade.

3.1.14 Concepção de Ensino e Aprendizagem

O ensino, no mundo contemporâneo, em transformação acelerada imposta

pela nova geografia política do Planeta, globalização econômica e revolução

tecnológica, precisa formar cidadãos competentes e desenvolvidos para a

criatividade, autonomia e capacidade em solucionar problemas, e, como

aprendizagem de caráter geral, a capacidade de aprender é decisiva.

Conscientes das Leis que direcionam a política educacional Brasileira e da

Proposta Curricular Escolar é preciso e urgente o planejamento da proposta de ação

juntamente com todos os envolvidos no processo de ensino, para uma atuação

integrada tendo em vista a preparação básica do cidadão para sua prática social.

Para o desenvolvimento dos conteúdos é necessário estabelecer as

atividades, tendo em mente os princípios pedagógicos estruturadores do nosso

Currículo (interdisciplinaridade e contextualização), e os valores éticos, estéticos e

políticos desenvolvidos na prática social e escolar, no dia-a-dia e através dos

relacionamentos.

À escola compete desenvolver os conhecimentos construídos na experiência

pessoal dos educandos, os chamados conceitos cotidianos ou espontâneos, através

de um ensino sistemático, elaborado em sala de aula, transformando-o em conceitos

científicos.

É preciso que o meio ambiente seja desafiador, exija e estimule o intelecto da

criança e do adolescente, caso contrário o processo de desenvolvimento poderá

atrasar ou mesmo não se completar impedindo que nossos educandos conquistem,

não apenas pelo seu próprio esforço, mas pela qualidade do ensino, estágios mais

elevados de raciocínio.

Entendemos como Aprendizagem o processo de mudança de comportamento

obtido através de experiências construídas por fatores emocionais, neurológicos,

relacionais e ambientais. Aprender é o resultado da interação entre estruturas

mentais e o meio ambiente. De acordo com a nova ênfase educacional, centrada na

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aprendizagem, o professor é co-autor do processo de aprendizagem dos alunos.

Nesse enfoque centrado na aprendizagem, o conhecimento é construído e

reconstruído continuamente.

Quando a educação é construída pelo sujeito da aprendizagem prevalecem a

ressignificação dos sujeitos, novas formas de comunicação e a construção de novas

habilidades. Nos bastidores da aprendizagem há um novo ambiente, remodelização

dos papéis dos atores e co-autores do processo, desarticulação de incertezas e

novas formas de interação mediadas pela orientação, condução e facilitação dos

caminhos a seguir.

A Educação como interatividade contempla tempos e espaços novos, diálogo,

problematização e produção própria dos educandos. O professor exerce a sua

habilidade de mediador das construções de aprendizagem. Mediar é intervir para

promover mudanças. Como mediador, o docente passa a ser comunicador,

colaborador e exerce a criatividade do seu papel de co-autor do processo de

aprender dos alunos.

Na relação desse novo encontro pedagógico, professores e alunos interagem

usando a co-responsabilidade, a confiança, a dialogicidade fazendo a auto-avaliação

de suas funções. Isso é fundamental, pois nesse encontro, professor e alunos vão

construindo novos modos de se praticar a educação, onde os objetivos da

aprendizagem classificados em domínio cognitivo (ligados a conhecimentos,

informações ou capacidades intelectuais), domínio afetivo (relacionados a

sentimentos, emoções, gostos e atitudes), domínio psicomotor (que ressaltam o uso

e a coordenação dos músculos), resgatam a oportunidade do aluno desenvolver o

conhecimento como cooperação, criatividade e criticidade, fomentando assim a

liberdade e a coragem para transformar, fazendo com que nossos jovens sejam

protagonistas da sua própria aprendizagem... “Porque nós estamos na educação

formando o sujeito capaz de ter história própria, e não história copiada, reproduzida,

na sombra dos outros, parasitária. Uma história que permita ao sujeito participar da

sociedade”. (Pedro Demo).

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3.1.15 Concepção de Avaliação

A avaliação nos é concebida como instrumento de registro diário, voltado

exclusivamente para auxiliar o aluno a aprender, se desenvolver e se avaliar,

fazendo parte integrante das atitudes dentro e fora dos muros escolares.

Não aceitamos mais uma avaliação como mera contagem de acertos e erros

ou como utilização de resultados para classificar e selecionar (rotular) os alunos,

afastando da aprendizagem escolar justamente os que mais precisam dela.

A avaliação em nossa concepção é um instrumento de aprendizagem e não

de reprovação; a avaliação serve de parâmetro tanto para observar o desempenho

do aluno quanto para acompanhar o processo pedagógico, onde o resultado obtido

deve indicar o ponto em que o conteúdo deve ser retomado e em que aspecto o

processo pedagógico deve ser reformulado.

Centrada na formação humana, na mediação do saber historicamente

produzido e na construção da cidadania, propõe-se o desafio de avaliar de forma

crítica e transformadora: processual e evolutiva; formativa e emancipadora.

A escola é responsável pela verificação do rendimento do estudante,

mediante instrumentos previstos no Regimento Escolar e observadas as diretrizes

da Lei. Esse é um dos aspectos que constitui um permanente desafio para nós,

educadores.

De acordo com a legislação vigente, pode ser considerada a avaliação

contínua e a cumulativa, em que prevalecem os aspectos qualitativos sobre os

quantitativos, bem como os resultados a longo do ano sobre os de provas ou

exames finais, quando adotados.

A avaliação constitui um elemento central na organização da prática

pedagógica, na medida em que favorece o processo de construção do

conhecimento. Por meio dos mecanismos de avaliação pode-se constatar,

compreender e intervir nos processos de construção do conhecimento. Processual,

reflexiva e cumulativa, a avaliação concorre, entre outros aspectos, para a definição

do tempo e das formas de promoção do estudante.

Baseado nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de

9 (nove) anos, a avaliação de nossos alunos, a ser realizada pelos professores e

pela escola como parte integrante da proposta curricular e da implementação do

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currículo, deve ser redimensionadora da ação pedagógica e assumir um caráter

processual, formativo e participativo, ser contínua, cumulativa e diagnóstica, com

vistas a identificar potencialidades e dificuldades de aprendizagem e detectar

problemas de ensino; subsidiar decisões sobre a utilização de estratégias e

abordagens de acordo com as necessidades dos alunos, criar condições de intervir

de modo imediato e a mais longo prazo para sanar dificuldades e redirecionar o

trabalho docente; manter a família informada sobre o desempenho dos alunos;

reconhecer o direito do aluno e da família de discutir os resultados de avaliação,

inclusive em instâncias superiores à escola, revendo procedimentos sempre que as

reivindicações forem procedentes.

Nós entendemos que o espaço escolar é voltado ao trabalho para o êxito, o

sucesso e o crescimento de educando. Sendo assim, quando não atingido o êxito, é

o momento de a escola abrir novas oportunidades para o alcance dos objetivos.

Cabe à escola organizar o trabalho pedagógico de forma que a recuperação seja

paralela e diária; ou seja, é a oportunidade de o educador observar no dia-a-dia a

assimilação dos conhecimentos trabalhados pelo grupo. Após trabalhar determinado

conteúdo, avalia-se qualitativamente, através de uma nova estratégia, se os

objetivos propostos foram alcançados ou não, possibilitando-se a revisão do mesmo.

A frequência na Sala de Apoio das disciplinas de Língua Portuguesa e

Matemática, para alunos matriculados na 5ª/e ou 6° ano do Ensino Fundamental e, a

partir do segundo semestre do ano de 2011, estendendo o atendimento aos alunos

da 8ª / 9º ano, de acordo com instruções da SEED, é mais um recurso de que o

colégio dispõe na recuperação de alunos com dificuldades ou déficit de

aprendizagem.

Os resultados obtidos por nossos alunos são informados aos seus

responsáveis através de comunicação constante com as famílias e assinatura de

boletins, reuniões com pais, etc. Quando o aluno demonstra algum problema

durante o processo de aprendizagem a pedagoga, através de orientações a estes

alunos e seus pais, intervém e acompanha individualmente este desenvolvimento.

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3.1.16 Concepção de Currículo

Já se tem acentuado o quanto o currículo constitui, nos dias de hoje, tema de

importância crucial para professores, gestores, pesquisadores, estudantes, pais e

políticos. Nos sistemas educacionais e nas escolas, inúmeros têm sido os esforços

por elaborar propostas curriculares que venham a favorecer a construção de uma

escola de qualidade no país. Muitos desses esforços têm apresentado resultados

bastante positivos e têm propiciado o sucesso dos alunos em suas trajetórias

escolares, contribuindo para que se consolide a construção de qualidade na

Educação Básica.

Defendemos uma educação de qualidade que torne o sujeito capaz de se

mover de uma forma restrita de viver seu cotidiano, até uma participação ativa na

transformação de seu ambiente. Esse processo é facilitado por um processo

educativo que propicie ao aluno: um bom desempenho no mundo imediato, a

habilidade de criticar e transcender suas experiências culturais, a capacidade de

auto-reflexão, a compreensão da sociedade em que está inserido (e de seus

problemas), bem como o domínio de processos de aquisição de novos saberes e

conhecimentos.

Relevância, nesse enfoque, corresponde ao potencial que certos saberes e

certos procedimentos apresentam para capacitar as pessoas a reconhecer e a

aceitar seus papéis na mudança de seus ambientes e no crescimento da sociedade

mais ampla. Relevância sugere, então, conteúdos e atividades que contribuam para

formar pessoas autônomas, críticas e criativas, aptas a compreender como as coisas

são, porque são assim e como podem ser modificadas por ações humanas. Em

resumo, uma concepção renovada de qualidade incorpora a crença em uma escola

reformulada e ampliada, assim como em uma ordem social mais justa e menos

excludente (AVALOS, 1992).

Na escola, o currículo – espaço em que se concretiza o processo educativo –

pode ser visto como o instrumento central para a promoção da qualidade na

educação. É por meio do currículo que as ações pedagógicas se desdobram nas

escolas e nas salas de aula. É por meio do currículo que se busca alcançar as

metas discutidas e definidas, coletivamente, para o trabalho pedagógico. O currículo

corresponde, então, ao verdadeiro coração da escola. Daí a necessidade de

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permanentes discussões sobre o currículo, que nos permitam avançar na

compreensão do processo curricular e das relações entre o conhecimento escolar, a

sociedade, a cultura, a auto-formação individual e o momento histórico em que

estamos situados.

Consideramos o conhecimento como a matéria-prima do currículo, o que nos

leva a entender o currículo como o conjunto de experiências pedagógicas

organizadas e oferecidas aos alunos pela escola e que, de acordo com a Resolução

nº 7, de 14 de Dezembro de 2010 (Ministério da Educação), se desdobram em torno

do conhecimento, permeadas pelas relações sociais, buscando articular vivências e

saberes dos alunos com os conhecimentos historicamente acumulados e

contribuindo para construir as identidades dos estudantes.

O foco nas experiências escolares significa que as orientações e as propostas

curriculares que provêm das diversas instâncias só terão concretude por meio das

ações educativas que envolvem os alunos. As experiências escolares abrangem

todos os aspectos do ambiente escolar, aqueles que compõem a parte explícita do

currículo, bem como os que também contribuem, de forma implícita, para a aquisição

de conhecimentos socialmente relevantes. Valores, atitudes, sensibilidade e

orientações de conduta são veiculados não só pelos conhecimentos, mas por meio

de rotinas, rituais, normas de convívio social, festividades, pela distribuição do tempo

e organização do espaço educativo, pelos materiais utilizados na aprendizagem e

pelo recreio, enfim, pelas vivências proporcionadas pela escola.

Os conhecimentos escolares são aqueles que as diferentes instâncias que

produzem orientações sobre o currículo, as escolas e os professores selecionam e

transformam a fim de que possam ser ensinados e aprendidos, ao mesmo tempo em

que servem de elementos para a formação ética, estética e política do aluno.

O currículo do Ensino Fundamental tem uma base nacional comum (deve

abranger, obrigatoriamente, conforme o art. 26 da Lei nº 9.394/96, o estudo da

Língua Portuguesa e da Matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da

realidade social e política, especialmente a do Brasil, bem como o ensino da Arte, a

Educação Física e o Ensino Religioso: de matrícula facultativa ao aluno, é parte

integrante da formação básica do cidadão e constitui componente curricular dos

horários normais de aula, assegurado o respeito à diversidade cultural e religiosa do

Brasil e vedadas quaisquer formas de proselitismo, conforme o art. 33 da Lei nº

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9.394/96.), complementada em cada estabelecimento escolar por uma parte

diversificada. No Colégio Walfredo Silveira Corrêa a opção da parte diversificada

ficou assim estabelecida, após definida a última versão da Matriz Curricular com

implantação simultânea a partir do ano letivo de 2012: nos anos finais do Ensino

Fundamental (6º ao 9º ano) LEM Inglês; no Ensino Médio LEM Espanhol.

A História e as Culturas Indígenas e Afro-brasileiras, presentes,

obrigatoriamente, nos conteúdos desenvolvidos no âmbito de todo o currículo

escolar do nosso Estabelecimento de Ensino e, em especial, no ensino de Arte,

Literatura e História do Brasil, assim como a História da África, deverão assegurar o

conhecimento e o reconhecimento desses povos para a constituição da nação

(conforme art. 26-A da Lei nº 9.394/96, alterado pela Lei nº 11.645/2008). Sua

inclusão possibilita ampliar o leque de referências culturais de toda a população

escolar e contribui para a mudança das suas concepções de mundo, transformando

os conhecimentos comuns veiculados pelo currículo e contribuindo para a

construção de identidades mais plurais e solidárias (Baseado na Resolução nº 7 de

14 de Dezembro de 2010 do Ministério da Educação).

A Resolução nº 7/2010 prevê ainda que os componentes curriculares e as

áreas de conhecimento devem articular em seus conteúdos, a partir das

possibilidades abertas pelos seus referenciais, a abordagem de temas abrangentes

e contemporâneos que afetam a vida humana em escala global, regional e local,

bem como na esfera individual. Temas como saúde, prevenção ao uso indevido de

drogas; sexualidade e gênero, vida familiar e social, assim como os direitos das

crianças e adolescentes, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei

nº 8.069/90), Preservação do Meio Ambiente, nos termos da Política Nacional de

Educação Ambiental (Lei nº 9.795/99), Educação para o Consumo, Educação Fiscal,

Trabalho, Ciência e Tecnologia, e Diversidade Cultural devem permear o

desenvolvimento dos conteúdos da Base Nacional Comum e da Parte Diversificada

do Currículo. Outras leis específicas que complementam a Lei nº 9.394/96

determinam que sejam ainda incluídos temas relativos à condição e aos Direitos dos

Idosos (Lei nº 10.741/2003) e à Educação para o Trânsito (Lei nº 9.503/97). A SEED

determina ainda que desenvolvamos trabalhos com: História do Paraná (Lei nº

13381/01); Educação Tributária (Dec. nº 1143/99); Música (Lei nº 11.769/2008);

Direito da Criança e Adolescente (Lei Federal nº 11525/07).

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Temos que dar atenção especial a partir do ano de 2012 ao Currículo do

Ensino Fundamental com 9 (nove) anos de duração, que exige a estruturação de um

projeto educativo coerente, articulado e integrado, de acordo com os modos de ser e

de se desenvolver das crianças e adolescentes nos diferentes contextos sociais.

3.2 A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA E A PSICOLOGIA HISTÓRICO

CULTURAL DE VYGOTSKY

A pedagogia Histórico-Crítica proposta por Dermeval Saviani e por ele

chamada, inicialmente, de Revolucionária, sugere uma prática pedagógica que parta

da realidade social concreta, ou Prática Social Inicial, e leve os alunos a

compreenderem as diversas dimensões ou relações, que os conteúdos ensinados

têm com suas vidas, objetivando ações na comunidade, reforçando valores e

contribuindo para a cidadania.

“O método de ensino preconizado pela pedagogia histórico-crítica, considerado um meio de apropriação de conhecimento, inspira-se na concepção dialética da ciência e assume a forma de uma trajetória a ser percorrido, um caminho cujos momentos particulares são vistos como passos dinamizadores de um movimento único e orgânico, pois se funda na realidade e mantém permanentemente o vínculo entre educação e sociedade, realçando a necessidade da educação ter um ponto de partida e um ponto de chegada.” (Wachowicz apud Scalcon, 2002, p.123)

Esta proposta pedagógica baseia-se na teoria dialética do conhecimento, ou

seja, no uso do método dialético prática-teoria-prática, a qual considera que o

conhecimento se origina do mundo material e não das idéias (Idealismo). Portanto,

através da ação humana na natureza, criando as bases materiais para sua

sustentação e desenvolvimento, é que o homem cria os conhecimentos e se

constitui como um ser histórico, transformando-se num ser com as características do

momento específico vivido.

“Sendo assim, o conhecimento se origina na prática social dos homens e nos processos de transformação da natureza por ele forjados (...). Agindo sobre a realidade os homens a modificam, mas numa relação dialética, esta prática produz efeitos sobre os homens, mudando tanto seu pensamento, como sua prática.” (Corazza apud Gasparin, 2005, p.04)

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E, nesta incessante interação do homem com o meio e entre os outros

homens de sua convivência, através do trabalho, que este vai refletindo sobre suas

ações e elaborando novos conhecimentos, que lhe permite novas transformações

sociais.

“Ao construírem um sistema explicativo da história e da sociedade, Marx e Engels elaboraram e estabeleceram os princípios epistemológicos que orientam sua análise. Ainda que de forma implícita seja possível perceber uma proposta para a produção do conhecimento. De acordo com a perspectiva dialética, sujeito e objeto de conhecimento se relacionam de modo recíproco (um depende do outro) e se constituem pelo processo histórico social. Podemos entender então que as idéias são decorrência da interação do homem com a natureza e o conhecimento é determinado pela matéria, pela realidade objetiva. O homem faz parte da natureza e a recria em suas idéias, a partir de sua interação com ela.” (Rego, 1995, p.98)

Para Corazza (Gasparin, 2005), o conhecimento origina-se na experiência, no

empírico, a síncrese; é abstraído, a análise; e finalmente transformado em um novo

conhecimento, a síntese. Dessa forma o conhecimento é assimilado e, portanto,

uma metodologia educacional de aprendizagem que queira ser realmente

transformadora deverá ser aquela que leva em conta estes fatores, como diz Saviani

(1991, p.83):

“(...) o movimento que vai da síncrese (‘a visão caótica do todo’) à síntese (‘uma rica totalidade de determinações e de relações numerosas’) pela mediação da análise (‘as abstrações e determinações mais simples’) constitui uma orientação segura tanto para o processo de descoberta de novos conhecimentos (o método científico) como para o processo de transmissão-assimilação de conhecimentos (o método de ensino).”

Para que os ritmos de aprendizagem dos alunos sejam conhecidos e o

professor sinta-se seguro para dar seqüência à proposta, é fundamental que o

mesmo conheça os fundamentos básicos postos pela “Psicologia Histórico Cultural”

de Vygotsky, que complementa as idéias da “Pedagogia Histórico-Crítica” no que se

refere à aprendizagem.

Para esta psicologia o processo cognitivo do conhecimento também

aconteceria através do método dialético, quer seja, a prática-teoria-prática. A ação

do professor teria início a partir daquilo que os alunos conhecem sua experiência

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social concreta ou “zona de desenvolvimento imediato”. Através da mediação do

professor e seu planejamento, o método, os alunos chegariam a um conhecimento

mais elaborado ou “zona de desenvolvimento atual”, permitindo-lhes mudar sua

maneira de ver o mundo e interferirem na sua prática social. É urgente colocar em

prática encaminhamentos didático-metodológicos que estejam articulados com as

camadas populares, as quais continuam sendo excluídas da escola, conforme

comprovam algumas pesquisas.

Tais métodos, segundo Saviani (1991, p.79):

“(...) se situarão para além dos métodos tradicionais e novos, superando por incorporação as contribuições de uns e de outros. Portanto, serão métodos que estimularão a atividade e iniciativa dos alunos sem abrir mão, porém, da iniciativa do professor; favorecerão o diálogo dos alunos entre si e com o professor, mas sem deixar de valorizar o diálogo com a cultura acumulada historicamente; levarão em conta os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e os desenvolvimentos psicológicos, mas sem perder de vista a sistematização lógica dos conhecimentos (...)”.

É importante salientar, em relação às palavras de Saviani (1991), que esta

concepção não significa uma somatória de vários métodos, optando por um

ecletismo, visto que nas concepções tradicionais e novas prega-se a autonomia da

educação em relação à sociedade, que neste caso, é tratada como determinada

socialmente. Antes, porém, se trata de uma apropriação do que convém de técnicas

e instrumentos que obtiveram resultado positivo na prática docente, facilitando o

trabalho do professor e dos alunos, tidos aqui como agentes sociais e não em suas

individualidades. Assim entendendo, Saviani (1991) organiza seu método em cinco

passos ou etapas, reescrito por Gasparin (2005), como “uma didática possível para

a Pedagogia Histórico-Crítica”, cujo teor orienta a grande parte dos escritos que

seguem:

3.2.1 Prática Social Inicial

A abordagem inicial de um assunto é o que se chama de Prática Social Inicial.

Diferente da Pedagogia Tradicional que é a simples apresentação do conteúdo a ser

estudado, nesse momento da aula se questiona o conhecimento prévio dos alunos a

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respeito do tema a ser tratado. Dessa forma o conteúdo passa a ter sentido para

cada um, na medida em que os alunos vão se dando conta dos momentos em que o

tema acontece na rotina do mundo vivido, através do noticiário, ou que faz parte do

cotidiano de cada um, no seu bairro, na sua cidade.

“A Prática Social Inicial é sempre uma contextualização do conteúdo. É um momento de conscientização do que ocorre na sociedade em relação aquele tópico a ser trabalhado, evidenciando que qualquer assunto a ser desenvolvido em sala já está presente na prática social, como parte constitutiva dela.” (Gasparin, 2005, p.24)

Este conhecimento prévio que o professor passa a ter do que os alunos já

sabem é a “zona de desenvolvimento real” ou atual dos alunos, e evita uma série de

explicações repetitivas sobre determinado ponto do conteúdo já conhecido.

Proporciona ainda a contextualização do assunto e funciona também como um

diagnóstico que indica onde o professor precisa intervir, direcionando a condução do

processo até que surjam respostas para as questões postas inicialmente, pois como

afirma Vygostsky (apud Gasparin, 2005, p.17), “Em essência a escola nunca

começa no vazio. Toda a aprendizagem com que a criança se depara na escola

sempre tem uma pré-história. (...)”:

3.2.2 A problematização do conteúdo

Na Problematização, após ter sido feito o levantamento das questões,

relativas à prática social inicial, normalmente, fica evidenciado para os alunos que

serão necessários dominar determinados conteúdos em profundidade para

encontrar respostas que solucionem os problemas apresentados. É o momento em

que:

“(...) começa a análise da prática e da teoria. Inicia-se o desmonte da realidade, mostrando ao aluno que ela é formada por múltiplos aspectos interligados. São evidenciadas também as diversas faces sob as quais pode ser visto o conteúdo, verificando sua pertinência e suas contradições (...)” (Gasparin, 2005, p.36)

Na continuidade, o professor formula novas questões envolvendo outros

aspectos da vida social, econômica, política, cultural, filosófica, histórica, antes não

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mencionados na prática social inicial, demonstrando a relação do conteúdo com a

vida de cada um. É o desabrochar de uma consciência crítica, mas significativa,

uma vez que foram os próprios alunos que contribuíram para que fosse possível

chegar até este estágio.

3.2.3 A instrumentalização

A Instrumentalização, segundo Saviani (1991), é a apropriação pelas

camadas populares dos instrumentos necessários para superarem sua condição de

explorados na sociedade capitalista, quer sejam os conhecimentos culturais

acumulados pela humanidade. “É o caminho através do qual o conteúdo

sistematizado é posto à disposição dos alunos para que o assimilem e o recriem, e

ao incorporá-lo, transformem-no em instrumento de construção pessoal e

profissional.” (Gasparin, 2005, p.53)

Este momento do método é especialmente importante, porque através da

mediação do professor, interferindo na zona de desenvolvimento proximal dos

alunos, auxiliando-os na análise dos conceitos cotidianos em relação aos científicos,

os conteúdos passam a ter significado para eles, motivando-os. É importante para o

êxito da proposta que o professor procure compreender, minimamente, como se dá

a formação cognitiva do conhecimento. Em outras palavras, como as crianças

aprendem, utilizando-se das contribuições da “Psicologia Histórico Cultural”

propostas pelo psicólogo russo Vygotsky e seus seguidores, a base psicológica que

fundamenta “Pedagogia Histórico-Crítica”.

3.2.4 A catarse

Na Catarse os alunos são estimulados a demonstrar, teoricamente, através

da avaliação da aprendizagem se conseguiram encontrar algumas respostas para os

problemas sociais levantados pelo grupo. É o momento de uma síntese.

Inicialmente os alunos vêem sua realidade de forma sincrética e dispersa,

considerando-a natural. Espera-se que, após a passagem pelas etapas do processo

pedagógico e ao chegar à catarse, adquiram uma visão histórica desta realidade,

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construída pelos homens em determinado tempo e lugar, segundo suas

necessidades. Que saibam generalizar o todo aprendido para poderem atuar nesta

tarefa de transformação de seu meio.

“Na catarse o educando é capaz de se situar e entender as questões sociais postas no início e trabalhadas nas demais fases (...). Percebe, então, que não aprendeu apenas um “conteúdo, mas algo que tem significado e utilidade para a sua vida, algo que lhe exige o compromisso de atuar na transformação social.” (Gasparin, 2005, p.130)

3.3.5 A Prática Social Final

A Prática Social Final e a prática social inicial são as mesmas, pois partem da

análise de uma mesma realidade. Nesta etapa, se a proposta foi conduzida

adequadamente, estas adquirem novas características, pois os agentes sociais,

professor e alunos, alteraram-se qualitativamente e não vêem esta realidade como a

viam anteriormente.

Como os alunos já atingiram uma visão sintética do todo no momento

catártico, que para Saviani (1991) é o ponto culminante do processo educativo, na

prática social final eles se encontram em condições de análise semelhantes às do

professor.

“Desenvolver ações reais e efetivas não significa somente realizar atividades que envolvam um fazer predominantemente material, como plantar uma árvore, fechar uma torneira, assistir a um filme, etc. Uma ação concreta, a partir do momento em que o educando atingiu o nível do concreto pensado, é também todo o processo mental que possibilita análise e compreensão mais amplas e críticas da realidade, determinando uma nova maneira de pensar, de entender e julgar os fatos, as idéias. É uma nova ação mental.” (Gasparin, 2005, p.144)

Assim descrito, o processo ensino-aprendizagem torna-se significativo para

ambos, na medida em que possibilita ao professor e aos alunos construírem e

reconstruírem os conhecimentos continuamente.

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4 MARCO OPERACIONAL

4.1 O MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO

Para compreender o que é Educação e o contexto atual é necessário buscar

uma visão crítica de todo seu processo histórico. Consideramos ser o materialismo

histórico dialético um dos instrumentos teóricos que pode nos possibilitar essa visão

a partir da análise das interferências do contexto sócio-econômico-político no qual

ela esteve e está inserida, das relações entre a educação e as estruturas sociais,

das exigências colocadas pela sociedade, das finalidades da educação nos

diferentes momentos históricos e, conseqüentemente, o papel e o modelo de

educação que se criou; da posição que ocupou e ocupa nas prioridades

governamentais, dos movimentos e lutas para garantir a democracia e as limitações

enfrentadas. Para tanto, precisa-se necessariamente compreender como seria

leitura da história a educação a partir deste referencias teórico.

Para que possamos fazer uma leitura crítica da história da educação há

necessariamente que resgatar a idéia de Marx (1978), pois, não se pode pensar no

indivíduo e sociedade separadamente das condições materiais em que estas se

apóiam, ou seja, as condições materiais condicionam as demais relações sociais, a

produção é a base, a raiz que condiciona toda a sociedade. Sendo assim só é

possível entender cultura, educação e política a partir do estudo das relações

básicas de produção, ou seja, na produção social da própria vida o homem

estabelece relações determinadas, necessárias e involuntárias, que formam base da

estrutura econômica da sociedade sobre a qual se constrói uma superestrutura

política e jurídica, pois como afirma Saviani (1999, p.98): “Toda prática educativa

contém inevitavelmente uma prática política”. Pode-se dizer que, educar significa

estabelecer uma posição política.

GADOTTI (1988, p. 74) considerando as idéias de Gramsci conceitua: A

educação é um processo contraditório (unidade e oposição) uma totalidade de ação

e reflexão: eliminado a autoridade caímos no espontaneísmo libertário onde não se

dá educação; eliminado a liberdade, caímos no autoritarismo, onde também há

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domesticação ou puro adestramento. O ato educativo realiza-se nessa tensão

dialética entre a liberdade e necessidade.

Entende-se a dialética como uma possibilidade de compreender da realidade,

o que significa pensar a história, como uma construção social, contraditória e em

permanente transformação e conflitos, superando a visão do senso-comum, ou seja,

a compreensão da realidade estática. Saviani (1991), ao apontar a necessidade de o

educador brasileiro passar do senso comum para a consciência filosófica na

compreensão de sua prática educativa, aponta o método materialista histórico

dialético como instrumento desta prática e explica, para isto, a superação da etapa

de senso comum educacional (conhecimento da realidade empírica da educação),

por meio da reflexão teórica (movimento do pensamento, abstrações), para a etapa

da consciência filosófica (realidade concreta da educação, concreta pensada,

realidade educacional plenamente compreendida).

Considerando que a história da humanidade se constitui através do trabalho,

e que este se centra nas relações sociais de produção material da realidade,

entende-se como afirma Saviani, (1991, p.24) que a educação ou: “o trabalho

educativo é o ato de produzir, em cada indivíduo singular, a humanidade que é

produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens”.

Considerando as idéias de Gramsci, pode-se dizer que a dialética é uma

oposição ao formal, à lógica formal clássica: a realidade não é formal, linear, é

contraditória. O modo de pensar dialético não permite uma visão fechada, unilateral.

Esta permite uma visão da totalidade, do conjunto. Não se pode analisar um

problema isolado, individual; tem que se estabelecer uma relação, observando as

causas e as conseqüências. A dialética não está separada dos problemas históricos

e econômicos; economia, política, história formam um conjunto complexo que

precisa ser compreendido à luz da dialética, esta é um modo de pensar diferente,

uma crítica ao formal. Na perspectiva dialética, a história é entendida como um

movimento dinâmico da ação do homem em sua realidade, envolvidos pelas

mudanças de estrutura política (transformadas ou superadas) segundo sua tomada

de consciência como sujeito no contexto social, ou seja, a história é um caminho

tecido a muitas mãos, revela contradições, mediações, interferências e recorrências

críticas do homem primando pela transformação de seu espaço, de sua realidade,

de seu mundo. Ou seja, o homem é um ser ativo na história, portanto sua

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conscientização política e crítica é fundamental para superar, transformar a

realidade.

O Homem é o elemento que movimenta a história e movimenta-se com a

História, portanto história é uma construção social, construída coletivamente. A

concepção de educação dialética é uma prática de liberdade onde o indivíduo

aprende a reorganizar o seu espaço social e a superar sua visão ingênua de mundo,

levando-o a refletir e interagir com a realidade, mudar sua mentalidade, sua postura

diante dos fatos, tornar-se sujeito da sua própria história. (LIMA, 2001)

4.2 O MÉTODO DIALÉTICO

Os elementos do esquema básico do método dialético são a tese, a antítese e

a síntese.

A tese é uma afirmação ou situação inicialmente dada. A antítese é uma

oposição à tese. Do conflito entre tese e antítese surge a síntese, que é uma

situação nova que carrega dentro de si elementos resultantes desse embate. A

síntese, então, torna-se uma nova tese, que contrasta com uma nova antítese

gerando uma nova síntese, em um processo em cadeia infinito.

A filosofia descreve a realidade e a reflete, portanto a dialética busca, não

interpretar, mas refletir acerca da realidade. Por isso, seus três momentos (tese,

antítese e síntese) não são um método, mas derivam da dialética mesma, da

natureza das coisas.

A dialética é a história do espírito, das contradições do pensamento que ela

repassa ao ir da afirmação à negação. Em alemão aufheben significa supressão e

ao mesmo tempo manutenção da coisa suprimida. O reprimido ou negado

permanece dentro da totalidade.

Esta contradição não é apenas do pensamento, mas da realidade, já que ser

e pensamento são idênticos. Esta é a proposição da dialética como método a partir

de Hegel Tudo se desenvolve pela oposição dos contrários: filosofia, arte, ciência e

religião são vivas devido a esta dialética. Então, tudo está em processo de constante

devir. A visão total é necessária para enxergar, e encaminhar uma solução a um

problema. Hegel dizia que a verdade é o todo. Que se não enxergamos o todo,

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podemos atribuir valores exagerados a verdades limitadas, prejudicando a

compreensão de uma verdade geral. Essa visão é sempre provisória, nunca alcança

uma etapa definitiva e acabada, caso contrário a dialética estaria negando a si

própria.

Logo é fundamental enxergar o todo. Mas nunca temos certeza que estamos

trabalhando com a totalidade correta. Porém a teoria fornece indicações: a teoria

dialética alerta nossa atenção para as sínteses, identificando as contradições

concretas e as mediações específicas que constituem o “tecido” de cada totalidade.

Sendo que a contradição é reconhecida pela dialética como princípio básico do

movimento pelo qual os seres existem.

Segundo Politizer (In: Lakatos e Marconi, 1985), a dialética é a "grande idéia

fundamental segundo a qual o mundo não deve ser considerado como um complexo

de coisas acabadas, mas como um complexo de processos em que as coisas, na

aparência estavam, do mesmo modo que os seus reflexos intelectuais no nosso

cérebro, as idéias, passam por uma mudança ininterrupta de devir e decadência, em

que finalmente, apesar de todos os insucessos aparentes e retrocessos

momentâneos, um desenvolvimento progressivo acaba por se fazer hoje".

Isso significa que para a dialética, as coisas não são analisadas na qualidade

de objetos fixos, mas em movimento: nenhuma coisa está "acabada", encontrando-

se sempre em vias de se transformar, desenvolver; o fim de um processo é sempre

o começo de outro.

Porém as coisas não existem isoladas, destacadas uma das outras e

independentes, mas como um todo unido, coerente. Stalin, pelo método de

interdependência e ação recíproca, afirma "que o método dialético considera que

nenhum fenômeno da natureza pode ser compreendido, quando encarado

isoladamente, fora dos fenômenos circundantes; porque, qualquer fenômeno, não

importa em que domínio da natureza, pode ser convertido num contra-senso quando

considerado fora das condições que o cercam, quando destacado destas condições;

ao contrário, qualquer fenômeno pode ser compreendido e explicado, quando

considerado do ponto de vista de sua ligação indissolúvel com os fenômenos que o

rodeiam, quando considerado tal como ele é, condicionado pelos fenômenos que o

circundam".

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Segundo Politizer (In: Lakatos e Marconi, 1985), "para a dialética não há nada

de definitivo, de absoluto, de sagrado; apresenta a caducidade de todas as coisas e

em todas as coisas e, para ela, nada existe além do processo ininterrupto do devir e

do transitório".

4.3 DIDÁTICA PARA A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA

“Aprender criticamente o conhecimento científico”: meta real ou utópica?

Almejando subsidiar esta construção, João Luiz Gasparin questiona a

instrução pedagógica que vem norteando a prática educacional brasileira. O autor

lança uma proposta de trabalho inovadora ao educador, subsidiando-o

didaticamente com um “novo jeito de ensinar”. É um estudo de fôlego que busca

interligar a prática social do aluno com a teoria no intuito de melhorar a qualidade da

formação do educando.

Na sua obra, o autor define as questões que encaminharam a construção do

trabalho: qual a finalidade social dos conteúdos escolares? A escola tem

acompanhado as transformações promovidas pela sociedade? Ela responde às

necessidades sociais da atualidade? O que hoje a escola faz e para quê?

A nova metodologia de ensino-aprendizagem, norteada pela pedagogia

histórico-crítica, procede da teoria dialética do conhecimento. Sua construção dá-se

no movimento dinâmico entre o conhecimento empírico (visão caótica do todo) e o

conhecimento científico (proporcionado pelo ambiente escolar). Este fazer

pedagógico não envolve apenas a esfera escolar. Sua intencionalidade ultrapassa

eminentemente a técnica, abrangendo um cunho sociopolítico revolucionário para

toda a sociedade.

O autor define esta teoria dialética do conhecimento em três palavras chaves:

prática – teoria – prática, ou seja, a partir da prática social, questionar e analisar a

ação cotidiana, buscando conhecimento teórico do que aconteceu, o que se tornará

um guia para a nova ação/transformação.

Grosso modo, o autor propõe uma ruptura da memorização que vem

norteando a esfera escolar oficial desde sua institucionalização no Brasil. A Teoria

Histórico-Crítica traduz à práxis dialética proposta pelo materialismo histórico:

desenvolvimento da idéia pela sucessão de momentos de afirmação (tese), de

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negação (antítese) e de negação da negação (síntese).

Transferindo este segmento para a prática didática, Gasparin propõe cinco

passos para o trabalho em sala de aula: Prática Social Inicial (o que os alunos e os

professores já sabem); Problematização (reflexão dos principais problemas da

prática social); Instrumentalização (ações didático-pedagógicas); Catarse (nova

forma de entender a prática social) e por fim, a Prática Social Final (nova proposta

de ação a partir do novo conteúdo sistematizado).

Gasparin fundamenta sua proposta na teoria Histórico-Cultural de Vigotski.

Ressalta a importância de contextualizar primeiramente os saberes do educando,

pois sua aprendizagem inicia-se bem antes do contato escolar. O objetivo é

despertar a consciência crítica do aluno sobre o que ocorre ao seu redor.

Este momento de conscientização é mediado pelo professor que, “a

partir da explicitação da Prática Social Inicial toma conhecimento do ponto de

onde deve iniciar sua ação.”(p.20). A partir da leitura do cotidiano, tomada como

um objeto de estudo, é o momento de problematizar o que os alunos vivenciam.

O objetivo deste procedimento é despertar a consciência crítica do

educando sobre o “seu” contexto social, instigando-o a questionar a realidade ao

qual se insere. Assim, transformada em uma proposta didática, a problematização

servirá como conteúdo a ser analisado e estudado.

Entretanto, nem todos os problemas da prática social podem ser

analisados em cada área do conhecimento. Por isso, a problematização deve

detectar quais questões precisam ser trabalhadas e que são essenciais à prática

social. Teoricamente, esta “seleção” de conteúdo corresponde ao currículo escolar.

Gasparin destaca que “de acordo com esta proposta teórico-metodológica, as

“grandes questões sociais precedem a seleção de conteúdos escolares” (p.37). O

desastroso é que as escolas acabam trabalhando apenas com conteúdos pré-

estabelecidos pelo currículo oficial, sistematizados ideologicamente por um corpo

docente superior, Conselhos Nacionais ou Estatuais de Educação. Frente a isso,

questiona-se: “na prática da escola, o que vem primeiro, o conteúdo, ou as grandes

questões sociais?” (p.38).

Infelizmente, a grande maioria dos nossos docentes limita seu ano letivo

orientados pelas ementas das disciplinas pré-determinadas pela autoridade

superior independentemente do conjunto social. Para piorar, ainda enfatizam que o

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conteúdo comunicado ao educando é científico e que, portanto, deve ser aprendido

como tal. Esquecem que esta ‘ciência’ é fruto do conhecimento historicamente

acumulado, nascido das necessidades sociais, econômicas, políticas e culturais. A

limitação conceitual-científica do conteúdo apenas distancia o aluno da percepção

da dimensão social que o conteúdo incorpora. Desta forma, enquanto resultado da

ruptura prática-teoria-prática, o conhecimento assimilado não reflete as

necessidades sociais práticas do grupo humano.

Esta nova diretriz pedagógica, que prioriza a conexão prática + conteúdo,

“não consiste mais apenas em estudar para reproduzir algo, mas sim em

encaminhar soluções […] para os desafios que são colocados pela realidade”,

cumprindo o fim proposto: apropriação do conhecimento. A problematização é a fase

preparatória do processo. Neste nível, as indagações levantadas exercem apenas a

função de instigar o aprendiz. Cabe a instrumentalização respondê-las. É o início

do terceiro passo na construção do conhecimento científico. Segundo Gasparin, “a

aprendizagem somente é significativa a partir do momento em que os educandos

[…] apropriam-se do objeto do conhecimento em suas múltiplas determinações”

(p.52). Esta construção se dá numa relação triádica, ocorrida entre alunos,

professores e conteúdo.

Sua ação conjunta proporciona um momento de ruptura entre o conhecimento

cotidiano e o científico. Este confronto é apresentado pelo professor, que define

características intrínsecas de cada conteúdo, não perceptíveis aparentemente para

o educando. Esta tarefa é desenvolvida por meio da Instrumentalização, momento

que consiste na solução das questões emergidas na fase da Problematização.

A Instrumentalização é a fase de estruturação do conhecimento científico.

“Uma vez incorporado os conteúdos […], chega o momento em que o aluno é

solicitado a mostrar o quanto se aproximou da solução dos problemas anteriormente

levantados sobre o tema em questão” (p.127). É o momento de o educando

sistematizar o que assimilou, mostrando que atingiu um nível intelectual mais

elevado de compreensão. Esta elaboração, transmitida oralmente ou por escrito, é

definida como Catarse.

Este é o momento em que o educando consegue visualizar a totalidade

integradora daquilo que antes lhe era compartimentado. Nesta fase percebe que a

realidade, vista “como ‘natural’, não é exatamente desta forma, mas é “histórica”

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porque produzida pelos homens em determinado tempo e lugar, com intenções

políticas explícitas ou implícitas, atendendo a necessidades socioeconômicas

desses homens” (p. 129). Isso não significa que a aprendizagem ocorra somente

durante a Catarse. “Ela se dá no processo inteiro, nos “cinco passos, mas a Catarse

é a expressão mais evidente de que o aluno se modifica intelectualmente” (p.134).

Mediante a nova posição do aluno com relação ao conteúdo, inicia-se o

momento de transpor o estudo incorporado da teoria para a prática. O processo de

compreensão agora requer uma aplicação. Uma forma de evidenciar o que o aluno

realmente incorporou, agora explicitado em atos. A nova forma de pensar a

realidade constitui a Prática Social Final. De passo em passo, foi-se construindo a

autonomia do ser, que ao superar os desafios, ocupa-se de um novo nível de

desenvolvimento: o de uso social dos conteúdos científicos aprendidos na escola.

A manifestação da prática social sempre estará submetida ao

aperfeiçoamento intelectual de seus agentes construtores, que de forma contínua se

desafiam dialeticamente a transformar a contradição existente entre o velho (Prática

Social Inicial) e o novo (Prática Social Final).

Esta fase é o ponto de chegada do processo pedagógico. Contudo,

infelizmente, o indivíduo tornou-se meramente cidadão do mundo e a escola ainda

não superou a fragmentação organizacional e continua a repassar, alienadamente, o

conhecimento fragmentado. É por isso que a socialização e a produção de novos

conhecimentos ainda são utópicas, mas Gasparin mostra que são viáveis.

Como nós, educadores, não vivemos sem utopia, esse Projeto Político

Pedagógico baseia-se na Teoria Histórico-Crítica dos Conteúdos e no método

dialético e, é nessa tendência que vamos procurar, na medida do possível, basear o

trabalho dos nossos professores em sala de aula. Para tanto é preciso mais estudos

sobre tal teoria, pois sabemos que muitos de nossos professores ainda têm

dificuldades para planejar suas aulas baseando-se no método dialético. Acreditamos

que essa dificuldade poderá ser superada através de capacitação oferecida aos

professores (responsabilidade não só do colégio, mas também da SEED), através

de estudos individuais e da prática da utilização do método dialético em sala de aula.

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4.4 O PROCESSO DE ENSINO NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA

Para trabalharmos com segurança dentro das salas de aula, precisamos ter

claro e entender o processo de ensino numa perspectiva histórico-crítica da

educação. Expõem-se para isso, os postulados de João Luiz Gasparin, que

evidencia cinco etapas para o trabalho docente nessa perspectiva: Prática social

inicial, problematização, instrumentalização, catarse e prática social final. Evidencia-

se, com auxílio deste e de outros autores, também que o processo de ensino nessa

perspectiva baseia-se, fundamentalmente na dialética (prática – teoria – prática).

No quadro de tendências pedagógicas progressistas, a Pedagogia Histórico-

crítica norteia o Projeto Político Pedagógico das escolas Estaduais no atual governo

Roberto Requião no estado do Paraná. Tal tendência é nascida no momento da

redemocratização brasileira e tem como seu “fundador” Dermeval Saviani que

escreveu o livro homônimo a essa tendência. Em linhas gerais a Pedagogia

Histórico-crítica, buscava-se colocar-se como uma tendência que revisitasse o papel

da escola, de modo a transformá-la numa escola contextualizada com a realidade

local, atingindo assim as camadas populares.

Nas palavras de Saviani (2008, p. 31),

“[...] trata-se de retomar vigorosamente a luta contra a seletividade, a discriminação e o rebaixamento do ensino das camadas populares. “Lutar contra a marginalidade por meio da escola significa engajar-se no esforço para garantir aos trabalhadores um ensino de melhor qualidade possível nas condições históricas atuais.”

Já a sua “popularização” como prática pedagógica, se deu fundamentalmente

após a publicação do livro “Uma didática para a pedagogia histórico-crítica” de João

Luiz Gasparin (2007). Na referida obra, Gasparin (2007, p.5) mostra que “é possível

delinear também uma concepção metodológica dialética do processo educativo.

Para isso, tenta elencar cinco “passos” pedagógicos necessários para uma prática

docente e discente a partir de uma perspectiva Histórico-Crítica de educação –

Prática Social Inicial, Problematização, Instrumentalização, Catarse e Prática Social

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Final. Essa seqüência de “passos” tem muitas vezes sido entendida como regra

geral a se seguir (sublinhe-se: de modo, muitas vezes, equivocado), para se efetivar

um trabalho pedagógico histórico-crítico.

Temos a intenção, através deste Projeto Político Pedagógico, de tentar

“limpar” um pouco essa cristalização do processo pedagógico na perspectiva

Histórico-crítica, buscando evidenciar o que, de fato, lhe é peculiar e substancial – a

dialética prática – teoria – prática. Para isso, primeiramente, explana-se sobre a

proposta de trabalho pedagógico contida no livro de Gasparin, mostrando,

inclusive, a sua total pertinência com a Pedagogia Histórico-crítica, para depois

mostrar que outras práticas pedagógicas, além dessa seqüência de passos, são

possíveis, sem, por isso, estar ferindo essa tendência.

4.5 OS CINCO PASSOS PEDAGÓGICOS NA OBRA DE GASPARIN

Tendo como base o livro de João Luiz Gasparin, será exposto, embora já

citados acima, os cinco passos a se seguir no planejamento docente para se efetivar

uma prática docente na perspectiva histórico-crítica: “'Prática social inicial do

conteúdo', 'problematização', 'instrumentalização', 'catarse' e 'Prática social final do

conteúdo' – nos quais se tentou explicitar o novo processo dialético da

aprendizagem escolar” (GASPARIN, 2007, p.9). Tais passos serão brevemente

explicados a seguir.

4.5.1 Prática Social Inicial

A prática Social Inicial vem a ser o ponto de partida de todo o processo

pedagógico. Nela, devem ser trazidas para a sala de aula todas as vivências e

experiências que o educando já tem sobre o conteúdo a ser trabalhado. Isso se faz

necessário para que conteúdo a ser trabalhado mostre, de fato, vinculação com a

realidade, sendo assim socialmente necessário. Na visão de Gasparin: “O primeiro

passo do método caracteriza-se por uma preparação, uma mobilização do aluno

para a construção do conhecimento escolar. É uma primeira leitura da realidade, um

contato inicial com o tema a ser estudado. [...] Uma das formas para motivar os

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alunos é conhecer sua prática social imediata a respeito do conteúdo curricular

proposto” (2007, p.15)

Cabe ao professor nesse momento, instigar os alunos para que os mesmos

possam “viver” este conteúdo, mostrando-lhes que o mesmo, de uma forma ou de

outra, está presente no seu cotidiano, tirando-lhes da tradicional posição de meros

receptores de um conteúdo já pronto.

4.5.2 Problematização

Nesta etapa de problematização, ocorre a discussão de questões inerentes

ao conteúdo proposto. É aqui inclusive, que ocorre o ato de vislumbrar o conteúdo

em diferentes dimensões sociais. Um conteúdo problematizado deverá mostrar-se

através de dimensões várias: conceitual, histórica, social, política, estética, religiosa,

etc. Nos termos de Gasparin (2007, p. 35), “o processo de busca, de investigação

para solucionar as questões em estudo, é o caminho que predispõe o espírito do

educando para a aprendizagem significativa”.

Tal procedimento de problematização, na obra de Gasparin faz-se como elo

fundamental de transição entre prática social inicial e teoria. É o momento de ligar

aquela vivência do conteúdo percebida no momento da prática social inicial ao

conteúdo em sua teoria, é quando se aproximam conhecimentos espontâneos dos

conhecimentos científicos.

4.5.3 Instrumentalização

Instrumentalização não é senão o momento em que o educando vai se

apropriar de instrumentos culturais e científicos necessários para transformar,

melhorar, enfim, modificar aqueles conhecimentos espontâneos mostrados na

prática social inicial e “realiza-se nos atos docentes e discentes necessários para a

construção do conhecimento científico” GASPARIN (2007, p.51) Para isso, o

professor deve se colocar como mediador entre o aluno e o conhecimento científico

que muitas vezes estará nele próprio, professor.

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Para explicar melhor esse processo, Gasparin (2007, p, 52) faz referência a

Vasconcellos. Nos seus termos, “neste processo, parte-se do conhecimento que se

tem (sincrético) e aos poucos (pela mediação da análise) este conhecimento anterior

vai se ampliando, negando, superando, chegando a um conhecimento mais

complexo e abrangente (sintético = 'concreto')”.

Nesta etapa, o professor deve trabalhar o conteúdo de modo sistematizado,

buscando equacionar, conceitualmente, os problemas levantados na etapa anterior.

Isso só ocorrerá, havendo aprendizagem desses conteúdos pelos educandos. Na

obra de Gasparin (2007, p.80-1), o conceito de Zona de Desenvolvimento proximal é

usado para elucidar como se dá essa aprendizagem: “a zona de desenvolvimento

imediato – nome do segundo nível de desenvolvimento da criança – também se

refere a ações que a criança é capaz de realizar não sozinha, mas com ajuda de

outra pessoa. [...] Dessa maneira, o nível de desenvolvimento de uma criança

resulta daquilo que ela consegue realizar sozinha e daquilo que ela desempenha

com a ajuda dos outros.”

Somente entendendo em cada um de seus alunos esses níveis, o professor

será capaz de aperfeiçoar o seu processo de ensino.

4.5.4 Catarse

A catarse é o momento em que ocorre a síntese mental por parte do

educando dos conteúdos trabalhados. Essa síntese é expressa quando o educando

compreende e disserta sobre aquele conteúdo, mostrando que o mesmo foi

assimilado e auxiliou na transformação de seus conceitos prévios. Nas palavras de

Gasparin (2007, p.130), neste momento, o aluno “traduz oralmente ou por escrito a

compreensão que teve de todo o processo de trabalho. Expressa a sua nova

maneira de ver o conteúdo e prática social. É capaz de entendê-los em um novo

patamar, mais elevado, mais consistente e mais bem estruturado. Compreende, da

mesma forma, com mais clareza, tanto a Problematização quanto a

Instrumentalização”.

Ao professor cabe, nesse momento, criar mecanismos avaliativos para

perceber se, de fato, essa síntese mental ocorreu e como ocorreu, para, com isso,

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propiciar a realização do último passo – prática social final.

4.5.5 Prática Social Final

Prática social final é o momento em que o aluno demonstra através de ações

ou intenções que aquele conteúdo vivido, problematizado, teorizado e sintetizado

mentalmente, agora é capaz de transformar a sua existência. Novamente, Gasparin

(2007, p.146) vai explicar que:

“desenvolver ações reais e efetivas não significa somente realizar atividades que envolvam um fazer predominantemente material, como plantar uma árvore, fechar uma torneira, assistir a um filme etc. Uma ação concreta, a partir do momento em que o educando atingiu o nível do concreto pensado, é também todo o processo mental que possibilita análise e compreensão mais amplas e críticas da realidade, determinando uma nova maneira de pensar, de entender e julgar os fatos, as idéias. É uma nova ação mental.”

De nada serve, portanto, uma proposta Histórico-crítica sem esse momento

de “chegada”, no qual o educando, através de sua transformação individual auxiliar

na transformação de sua realidade social.

4.6 A ESSÊNCIA DA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA – A DIALÉTICA

Propor etapas, passos a se seguir no processo pedagógico facilita, sem

dúvida o trabalho docente. Entretanto, põe-se como fundamental, também, que haja

uma teorização mais aprofundada daquilo que realmente fundamenta tal tendência.

No caso da Pedagogia Histórico-crítica, os pressupostos de Marx sobre a educação

e a dialética prática – teoria – prática.

Segundo Marx e Engels (2004, p.48),

“a universalidade do indivíduo não se realiza já no pensamento nem na imaginação; está viva nas relações teóricas e práticas. Encontra-se, pois, em condições de apreender sua própria história como um processo e de conceber a natureza, com a qual forma realmente corpo, de maneira científica (o que lhe permite dominá-la na prática)”.

Assim, não é possível a emancipação do sujeito, sem a apropriação pelo

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mesmo dos conhecimentos historicamente construídos e socialmente necessários e

sistematizados, tendo como partida e de chegada à prática social vivida pelo

educando, respeitando “as três fases do método dialético de construção do

conhecimento – prática, teoria, prática” (Gasparin, 2007, p.8). Entende-se desse

modo, a Pedagogia Histórico-crítica, como a pedagogia dialética.

Segundo SAVIANI (1992, p.74), “A denominação 'tendência histórico-crítica'

eu iria introduzir depois, porque a denominação dialética também gerava algumas

dificuldades: há um entendimento idealista da dialética [...]. Cunhei então, a

expressão concepção histórico-crítica, onde eu procurava reter o caráter crítico de

articulação com as condicionantes sociais que a visão reprodutivista possui,

vinculado, porém à dimensão histórica que o reprodutivismo perde de vista.”

Assim, a Pedagogia Histórico-crítica e seu processo de ensino tem,

indubitavelmente, como seu elemento fundamental a dialética – prática – teoria –

prática. E é nesse ponto que o trabalho docente, que pretende ser histórico-crítico

deve se focar.

4.7 CELEM - Centro de Línguas Estrangeiras Modernas

Para dinamizar a oferta de CELEM e a participação mais intensa dos alunos,

todo final de ano letivo, no período de matrículas para o Ensino Regular, será

realizada a divulgação do CELEM para toda a comunidade escolar.

Este ensino justifica-se pela necessidade de oportunizar aos alunos o acesso

aos diferentes discursos que circulam globalmente, com os quais eles

provavelmente não teriam contato em outro ambiente, pois a escola é, muitas vezes,

a principal fonte de conhecimento. Desta forma, esta oferta representa o

comprometimento deste estabelecimento de ensino em promover um trabalho

inclusivo.

As turmas do CELEM, bem como os professores deverão participar de todas

as atividades realizadas pela escola, de modo que haja uma integração entre essas

turmas e as turmas do ensino regular.

Com a oferta a partir do ano de 2011 do CELEM de Língua Inglesa

esperamos estar contribuindo para o aperfeiçoamento cultural e profissional dos

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nossos alunos, com vistas a um ensino que oportunize o conhecimento de outra

língua.

A Língua Inglesa foi escolhida por ser uma língua usada em grande parte do

mundo, permitindo ao nosso educando conhecer outra cultura e estar se preparando

melhor para ingressar no Ensino Superior e para o mundo do trabalho.

A avaliação e a recuperação de estudos do CELEM seguirão os mesmos

moldes e critérios da avaliação do Ensino Regular constantes no Regimento Escolar.

Deverá ser uma prática pedagógica intrínseca ao processo ensino e aprendizagem,

com a função de diagnosticar o nível de apropriação do conhecimento pelo aluno.

Será contínua, cumulativa e processual devendo refletir o desenvolvimento global do

aluno; aspectos qualitativos deverão ter preponderância sobre os aspectos

quantitativos.

Os resultados das atividades avaliativas serão analisados durante o período

letivo, pelo aluno e pelo professor, observando os avanços e as necessidades

detectadas, para o estabelecimento de novas ações pedagógicas.

4.8 GESTÃO DEMOCRÁTICA: IMPLEMENTAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE

INFORMAÇÃO E O SUCESSO ESCOLAR

Até bem pouco tempo, o modelo de direção da escola, era o de diretor

submisso aos órgãos centrais, e seu papel se restringia a de guardião e

administrador de determinações estabelecidas pelas instâncias superiores. A

intensificação sobre a autonomia da escola se deu a partir da década de oitenta,

quando tomou posse os primeiros governadores eleitos pelo voto direto. O debate

sobre a autonomia da escola toma corpo e possibilita modificação na terminologia e

avaliação da atuação administrativa, que passa a ser denominada como gestão e,

mais particularmente, gestão democrática. A autonomia da escola não deve ser um

discurso vazio.

O principal objetivo da escola é promover a educação e isso se faz através da

gestão democrática, capaz de viabilizar a aquisição do saber e dessa forma

desenvolver nos alunos aptidões que os possibilitem tornar-se indivíduos críticos,

formadores de opinião e capazes de buscar alternativas para os problemas no

âmbito escolar e social. Piaget afirma em uma de suas célebres frase que não basta

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apenas criar homens capazes de repetir o que outras gerações já fizeram. A escola

deve formar cidadãos capazes de criar, criticar, descobrir e investigar com

autonomia.

O que significa então, uma gestão democrática na escola? Primeiramente,

para que a escola represente um espaço democrático de idéias, pensamentos,

conhecimento faz-se necessário existir um respeito à diversidade, as diferenças, as

realidades que estão presentes no campo educacional e que se chocam a todo o

momento, pois cada pessoa que está presente no ambiente escolar tem sua opinião

própria sobre o mundo que o cerca, suas idéias, mitos e crenças, caberão ao gestor

encontrar a melhor maneira de lidar com essa pluralidade de pessoas de maneira

agradável, simpática respeitosa, conjunta a fim de que todos, juntos, promovam a

real função da escola que é ensinar a totalidade de seus alunos, com ensino de

ótima qualidade.

Gestão democrática é uma nova maneira de administrar a escola, é gerir

coletivamente, por força disso tem como princípios norteadores: participação – é o

principal meio de assegurar a gestão democrática da escola, pois possibilita

envolvimento de profissionais e usuários no processo de tomada de decisões e no

funcionamento da organização escolar democrática; implica não só na participação

na gestão, mas a gestão da participação, em função dos objetivos da escola;

descentralização - processo que visa a importantes mudanças em relação à forma

de gestão, pela distribuição e/ou delegação do poder, relacionados às estruturas,

aos atores e aos processos estratégicos em certas áreas e funções; autonomia –

construção da identidade institucional, constituída pela formação da capacidade da

escola em elaborar o seu projeto educacional e em gerenciar os recursos destinados

ao seu desenvolvimento.

A democratização da gestão da escola implica o aprendizado e a vivência do

exercício de participação e tomadas de decisões. Trata-se de processo a ser

construído coletivamente e considerando a especificidade e possibilidade histórica

de cada escola.

Atualmente o diretor assume uma série de funções, tanto de natureza

administrativa, quanto pedagógica. Do ponto de vista administrativo, compete-lhe: a

organização e articulação de todas as unidades competentes da escola; o controle

dos aspectos materiais e financeiros da escola; a articulação e controle dos recursos

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humanos; a articulação escola-comunidade; a articulação da escola com o nível

superior de administração do sistema educacional; a formulação de normas,

regulamentos e adoção de medidas condizentes com os objetivos e princípios

propostos; a supervisão e orientação a todos aqueles a quem são delegadas

responsabilidades.

Do ponto de vista pedagógico, é de sua alçada: a dinamização e assistência

aos membros da escola para que promovam ações condizentes com os objetivos e

princípios educacionais propostos; a liderança e inspiração no sentido de

enriquecimento desses objetivos e princípios; a promoção de um sistema de ação

integrada e cooperativa; a manutenção de um processo de comunicação claro e

aberto entre os membros da escola e entre a escola e a comunidade; a estimulação

à inovação e melhoria do processa educacional.

Na gestão democrática respeita-se as diferenças e a pluralidade de idéias;

admite-se a participação dos membros (docente, discente, funcionários, comunidade

e pais) nos assuntos, discussões, votações e decisões do ambiente escolar; existe

uma coordenação de esforços individuais e coletivos com o objetivo de si obter um

resultado positivo para o funcionamento da escola e do aprendizado do aluno. A

gestão democrática deixa os membros da escola flexíveis ao diálogo, livres para

opinarem, comprometidos com o espaço educativo, existe uma organização não

hierarquizada e em fim, todos são os protagonistas do ato de gerir.

Um bom gestor deve também estar “antenado” com as novas

tecnologias, pois nos dias atuais, é de extrema importância que todos no ambiente

escolar conheçam e usem os recursos tecnológicos disponíveis na escola, com o

intuito de melhorar a qualidade dos trabalhos desenvolvidos e executados.

A incorporação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) vem se

concretizando com maior frequência nas situações em que diretores e comunidade

escolar se envolvem nas atividades como sujeitos do trabalho em realização, uma

vez que o sucesso dessa incorporação está diretamente relacionado com a

mobilização de todo o pessoal escolar, cujo apoio e compromisso para com as

mudanças não se limitam ao âmbito estritamente pedagógico da sala de aula, mas

se estendem aos diferentes aspectos envolvidos com a gestão do espaço e do

tempo escolar, com a esfera administrativa e pedagógica. Daí a importância da

formação de todos os profissionais que atuam na escola, fortalecendo o papel da

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direção na gestão das TIC e na busca de condições para o seu uso no ensino e

aprendizagem e na gestão escolar (ALMEIDA, 2003, p. 84).

Os cursos de formação, inclusive os ofertados pela SEED, vêm lentamente

incorporando o uso das TIC como recursos para ampliar o acesso à informação e

para favorecer a criação de ambientes de aprendizagem que enfatizem a construção

de conhecimento. A transformação que se busca exige uma nova visão: mais

criativa, menos acomodada, mais participativa, mais ética, mais democrática e

tecnologicamente mais exigente. Requer, portanto, a preparação de profissionais

dinâmicos, professores e administradores escolares capazes de promover e

conduzir as mudanças necessárias. Segundo Scarpa (2009), no mundo de hoje, não

há mais espaço para quem não sabe trabalhar com o computador.

A tecnologia é apontada como um instrumento fundamental para propiciar a

mudança da escola e para auxiliar o gestor na organização do processo

educacional, fazendo ―uma articulação entre o administrativo e o pedagógico,

facilitando o processo de comunicação interna e externa e possibilitando a gestão do

conhecimento produzido pela escola e/ou adquirido pelos vários meios de

informação disponíveis (ALONSO, 2007, p. 33).

A integração dos aspectos pedagógicos e administrativos apresenta

implicações na melhoria do ensino e da aprendizagem. Porém, a forma como os

gestores encaram essa questão e as ações desenvolvidas no sentido de facilitar ou

dificultar esse processo, podem ou não estimular os professores a adotarem as TIC

na prática docente.

“O fato de utilizar diferentes mídias na prática escolar nem sempre significa integração entre as mídias e a atividade pedagógica. Integrar – no sentido de completar, de tornar inteiro – vai além de acrescentar o uso de uma mídia em uma determinada situação da prática escolar. Para que haja a integração, é necessário conhecer as especificidades dos recursos midiáticos, com vistas a incorporá-los nos objetivos didáticos do professor, de maneira que possa enriquecer com novos significados as situações de aprendizagem vivenciadas pelos alunos” (PRADO, 2005).

Esta mesma idéia pode ser ampliada para a gestão escolar com e para o uso

da tecnologia. Integrar as TIC à gestão significa ir além do seu uso, mas incorporar

suas especificidades e contribuições na própria gestão da escola. A incorporação de

tecnologias nas atividades da escola envolve distintos aspectos da gestão

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decorrentes do efeito de gerir, administrar, proteger, manter, colocar em ordem, ou

seja, de tornar utilizáveis os recursos tecnológicos. Isto significa registrar, organizar,

recuperar e atualizar as informações; produzir estratégias de comunicação e

participação; abrigar e administrar as atividades, conteúdos e recursos; gerir

ambientes e processos de avaliação; estabelecer novas relações com a história

consigo mesmo, com o mundo e com o saber.

A incorporação das TIC vem se concretizando com maior frequência nas

situações em que diretores e comunidade escolar se envolvem nas atividades como

sujeitos do trabalho em realização, uma vez que o sucesso dessa incorporação está

diretamente relacionado com a mobilização de todo o pessoal escolar, cujo apoio e

compromisso para com as mudanças não se limitam ao âmbito estritamente

pedagógico da sala de aula, mas se estendem aos diferentes aspectos envolvidos

com a gestão do espaço e do tempo escolar, com a esfera administrativa e

pedagógica. Daí a importância da formação de todos os profissionais que atuam na

escola, fortalecendo o papel da direção na gestão das TIC e na busca de condições

para o seu uso no ensino e aprendizagem e na gestão escolar (ALMEIDA, 2003, p

31).

4.9 IMPLEMENTAÇÃO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Para que se efetive o processo de ensino e aprendizagem a prática docente

deverá sempre ser composta de métodos e as técnicas variadas, de acordo com os

objetivos propostos. É fundamental que o professor tenha flexibilidade na escolha

de procedimentos de ensino mais adequados ao momento, privilegiando, sempre

que possível, àqueles mais criativos, que traduzam o respeito pelas diferenças e que

incentivem o desenvolvimento da autonomia dos alunos, a habilidade da

convivência, a coragem para o exercício da incerteza, o espírito crítico, entre outros.

Nesse sentido pode ser citadas algumas práticas pedagógicas serem desenvolvidas

pelos professores:

� Trabalhar regularmente com situações problemas (problematização);

� Uso da TV Paulo Freire;

� Uso dos recursos da TV Pendrive;

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� Organização de seminários e pesquisas;

� Aulas práticas no laboratório de Física, Química e Biologia;

� Aulas ministradas no laboratório de informática com o uso dos

computadores;

� Buscar a prática de uma avaliação formativa;

� Criar novas formas de avaliar

No processo ensino e aprendizagem, indissociáveis temos que ter claro que

tipos de cidadãos querem formar.

Nesta instituição de ensino pretendemos formar cidadãos capazes de agir

com autonomia, aprofundar conhecimentos através da pesquisa, organizar tanto sua

vida pessoal quanto escolar, torná-los agentes participativos e modificadores da

realidade e que estão inseridos, tomando a consciência de que a integração social é

feita por meio de um ambiente acolhedor, respeitando-se as diferenças.

Pretendemos oferecer uma educação, onde o processo ensino-aprendizagem

deverá, através dos conteúdos ministrados, da relação professor-aluno, das

vivências, da pesquisa, das estratégias cotidianas, levaram á reflexão de que o

conhecimento adquirido é um instrumento de intervenção social, portanto é nossa

prioridade oferecer uma educação centrada na interatividade, na

interdisciplinaridade e na co-autoria do conhecimento.

Um bom trabalho pedagógico deve partir de um planejamento reflexivo, que

acompanhará o educador no seu cotidiano, suas principais metas deverão ser:

1º. Buscar entender o desenvolvimento do educando em suas características

sociais afetivas, cognitivas e biológicas dentro da série em que ministrar suas aulas.

2º. Preocupar-se em conhecer o educando, selecionando os temas, conteúdos e

conceitos a serem apresentados a sarem apresentada e buscando sempre

aproximar os mesmos da realidade em que os alunos estão inseridos, no intuito de

conferir maior significado ao processo de aprendizagem.

3º. Com os conteúdos já selecionados, o professor irá definir os objetivos que

nortearão esses temas e conceitos, não se esquecendo de que os objetivos tenham

três propósitos principais: conceituais/factuais (o que o educando deverá saber para

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poder organizar a realidade em que está inserido), procedimentais (como os

conteúdos apresentados levarão o aluno ao saber fazer, desenvolvendo

efetivamente suas habilidades e competências) e atitudinais (como os conteúdos

trabalhados poderão transformar as atitudes e os valores dos educandos).

4º. Dando prosseguimento, o professor deverá pesquisar, evidenciar e considerar

o conhecimento prévio do educando, utilizando-o como suporte necessário á

aprendizagem pertinente á série

5º. Dentro das estratégias desenvolvidas diariamente, deve-se dar atenção ao

ambiente de aprendizagem (sala de aula), possibilitado o movimento adequado a

cada proposta, utilizar recursos, espaços e instrumentos que dêem suporte á ação

pedagógica, bem como orientar o educando em sua organização de estudos.

O processo de avaliação deve possibilitar ao educador à verificação de sua

prática e o alcance dos objetivos estabelecidos no planejamento da ação

pedagógica, permitindo, dessa forma replanejar as estratégias necessárias para

assegurar a oportunidade de aprendizagem significativa para todos os alunos que

atende.

É papel dos professores levarem o aluno a aprender para conhecer, o que

pode ser traduzido por aprender a aprender, em que o aluno é capaz de exercitar a

atenção, a memória e o pensamento autônomo. As maiores dificuldades dos

docentes residem nas deficiências próprias do processo de formação acadêmica.

Nas universidades brasileiras, os cursos de formação de professores (as

chamadas licenciaturas) se concentram muito nos conteúdos que vêm de ciências

duras, mas se descuida das competências e habilidades que deve ter o futuro

professor, em particular, o domínio de estratégias que permitam se comportar

docentes eficientes, autônomos e estratégicos.

4.10 IMPLEMENTAÇÃO DO CURRÍCULO E CUMPRIMENTO ÀS LEGISLAÇÕES

VIGENTES

A Resolução nº 7/2010 prevê ainda que os componentes curriculares e as

áreas de conhecimento devem articular em seus conteúdos, a abordagem de temas

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abrangentes e contemporâneos que afetam a vida humana em sociedade. Partindo

dessa perspectiva de Educação, faz-se necessário a implementação na prática

pedagógica de nossos professores e alunos temas importantes e que devem

contribuir para a formação integral dos nossos alunos.

4.10.1 Lei Federal n° 11645/08

A Lei Federal n° 11645/08 determina que os currículos escolares valorizem a

história e cultura africanas, afro-brasileiras e indígenas, e destaquem a importância

da participação de negros e negras e dos povos indígenas na formação da

sociedade brasileira. A idéia não é criar uma disciplina específica para tratar dessas

temáticas, nem muito menos direcionar tais estudos exclusivamente para a matéria

História. Na verdade, o objetivo é que questões étnico-raciais diversas façam parte

do currículo de todas as disciplinas.

É evidenciada hoje nas Escolas Públicas Estaduais a necessidade de

implementação da Lei 11.645/08, que torna obrigatória a abordagem escolar das

histórias e das culturas negras e indígenas. Ressaltar tais culturas e histórias não

implica vê-las fechadas em si mesmas; não é necessário estabelecer oposição

frontal entre brancos, negros e índios; importa evidenciar o silenciado, os

mecanismos de dominação e de exploração entre os grupos humanos e dissolver

nossas certezas para que, ao descobrirmos outros significados, desconstruamos

nossas percepções e categorizações, tornando-nos mais capazes de abordar tais

histórias e culturas.

Portanto, essa unidade escolar incluirá como conteúdo programático, em

atendimento à Lei 11.645/08, os diversos aspectos da história e da cultura que

caracterizam a formação da população brasileira, tais como o estudo da história da

África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura

negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional,

resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes

à história do Brasil.

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Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos

indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em

especial nas áreas de educação artística e de literatura e histórias brasileiras.

4.10.2 Código de Trânsito Brasileiro - Lei nº 9.503

Em seu Capítulo VI – Da Educação para o Trânsito, em seu Artigo 76

estabelece que a educação para o trânsito seja promovida na pré-escola e nas

escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de planejamento e ações coordenadas entre

os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de Educação, da União,

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas respectivas áreas de

atuação.

O objetivo é promover a adoção, em todos os níveis de ensino, de um

currículo interdisciplinar com conteúdo programático sobre segurança de trânsito.

4.10.3 Lei da Educação Ambiental – nº 9.795

De acordo com a Lei, entende-se por Educação Ambiental os processos por

meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,

conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação

do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida

e sua sustentabilidade. A educação ambiental é um componente essencial e

permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em

todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-

formal.

A sociedade deve manter atenção permanente à formação de valores,

atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a

prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais. Portanto, como

parte integrante e extremamente importante na sociedade, a escola deve promover

a educação ambiental de maneira integrada aos programas educacionais que

desenvolve como parte do seu processo educativo.

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Os princípios básicos da Educação Ambiental que devem ser

trabalhados no ambiente escolar são: o enfoque humanista, holístico, democrático e

participativo; a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a

interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o

enfoque da sustentabilidade; o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na

perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade; a vinculação entre a ética, a

educação, o trabalho e as práticas sociais; a abordagem articulada das questões

ambientais locais, regionais, nacionais e globais; o reconhecimento e o respeito à

pluralidade e à diversidade individual e cultural.

São objetivos fundamentais da educação ambiental: o desenvolvimento de

uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas

relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais,

econômicos, científicos, culturais e éticos; a garantia de democratização das

informações ambientais; o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica

sobre a problemática ambiental e social; o incentivo à participação individual e

coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente,

entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do

exercício da cidadania; a construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada,

fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça

social, responsabilidade e sustentabilidade; o fomento e o fortalecimento da

integração com a ciência e a tecnologia; o fortalecimento da cidadania,

autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da

humanidade.

4.10.4 Lei nº 13381 - Obrigatoriedade no Ensino Fundamental e Médio da Rede

Pública Estadual de Ensino, conteúdos da disciplina História do Paraná.

Em seu Art. 1º à Lei torna obrigatório um novo tratamento, na Rede Pública

Estadual de Ensino, dos conteúdos da disciplina História do Paraná, no Ensino

Fundamental e Médio, objetivando a formação de cidadãos conscientes da

identidade, potencial e valorização do nosso Estado.

A disciplina História do Paraná deverá permanecer, como parte diversificada,

no currículo, em mais de uma série ou distribuídos os seus conteúdos em outras

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matérias, baseada em bibliografia especializada. Os professores são orientados a

trabalhar este conteúdo de forma interdisciplinar.

As aprendizagens dos conteúdos curriculares deverão oferecer abordagens e

atividades, promovendo a incorporação dos elementos formadores da cidadania

paranaense, partindo do estudo das comunidades, municípios e microrregiões do

Estado. A Bandeira, o Escudo e o Hino do Paraná deverão ser incluídos nos

conteúdos da disciplina História do Paraná.

A Lei ainda estabelece que o hasteamento da Bandeira do Estado e o

canto do Hino do Paraná se constituirão atividades semanais regulares e, também,

nas comemorações festivas nos estabelecimentos da Rede Pública Estadual.

4.10.5 Educação Tributária - Dec. Nº 1143/99 - Programa de Educação Fiscal

Esse programa tem como objetivo promover e institucionalizar a Educação

Fiscal para o pleno exercício da cidadania. A proposta da Educação Fiscal busca:

sensibilizar o cidadão para refletir sobre a função socioeconômica do tributo;

possibilitar aos cidadãos conhecimentos sobre administração pública; incentivar o

acompanhamento, pela sociedade, da aplicação dos recursos públicos; criar

condições para uma relação harmoniosa entre o Estado e o cidadão.

Todas as atividades desenvolvidas pelos professores e alunos devem ser

realizadas com base na concepção de educação da SEED, preconizada nas

Diretrizes Curriculares para a Educação Básica.

4.10.6 Educação Musical - Lei nº 11.769

A Lei nº 11.769 - Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de

Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da

música na Educação Básica.

A partir de 2011 torna-se obrigatória a implantação da disciplina de Música na

Educação Básica (Artigo 26; § 6º). Alguns especialistas afirmam que é possível

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vislumbrar um movimento em direção a abertura e a um reavivamento do tempo

escolar para a música com a atual legislação.

A educação musical deve contribuir para a função social da escola de

ensino básico que é oferecer acesso aos conceitos científicos fundamentais para o

desenvolvimento do sujeito visando a sua formação integral e o pleno exercício da

cidadania.

De acordo com a Lei Federal nº 11.769/08, os alunos da educação básica das

escolas públicas terão mais conteúdo, já que, além de noções básicas de música e

de cantos cívicos, serão estimulados a conhecer ritmos, danças e sons de

instrumentos regionais e folclóricos. A intenção é ampliar as possibilidades de

desenvolvimento das crianças através da música. O objetivo da música na Escola é

dar acesso a todas as crianças ao conhecimento

A grande preocupação em relação à lei da música nas Escolas é a não

exigência de que o professor seja formado em Música. Cabe à SEED proporcionar e

investir na Formação e Capacitação de seus profissionais, para que a música acabe

não se configurando apenas como uma distração, um passatempo, não Educação

Musical.

A música na Escola deve ser ensinada numa perspectiva multicultural.

O aluno deve trazer a música com a qual tem contato em casa e ela não pode ser

excluída. Não se propõe aula de música para formar artistas. O ensino da

musicalização visa sensibilizar para a linguagem artística.

Para que o ensino da música siga um critério lógico e crescente, a rede

estadual do Paraná criou tabelas com conteúdos divididos por séries e em qualquer

uma delas, a música pode ser trabalhada.

Considerar ou não a educação musical como uma disciplina importante para a

formação de um indivíduo pleno, garante ou não sua permanência na grade de

disciplinas da escola brasileira. Segundo Fonterrada (2005):

“O fato de a música ter ou não seu valor reconhecido coloca-adentro ou fora do currículo escolar, dependendo de quanto é ou não considerada pelo grupo social. Se, em determinada cultura, a música for uma das grandes disciplinas do saber humano, o valor da educação musical também será alto, em pé de igualdade com o de outros campos do conhecimento. Se, porém, seu valor não for reconhecido, sua posição em relação às demais áreas será, também, marginal. Esta é a questão crucial com que se depara hoje o Brasil: o resgate do valor da música perante a sociedade, único modo de recolocá-la no processo educacional”. (Fonterrada, 2005).

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A lei nº 5692 de 1971 retirou a disciplina Educação Musical que fazia parte

dos Currículos da Escola Pública Brasileira desde 17 de Fevereiro de 1854. Após

um período de quase trinta anos de ausência dos currículos da escola pública, a

música recebeu novamente o status de disciplina com a LDBN nº 9394/96 e

recentemente a lei 11769/08 a torna, por mais uma vez, obrigatória em todas as

escolas brasileiras de ensino básico. Porém, esse grande período de ausência

obriga-nos a repensar como implantar novamente seu ensino e sua prática levando

em consideração que a música não faz mais parte da escola, perdeu-se a tradição.

Apesar de entendermos como um avanço esse retorno da educação musical,

os educadores terão muito que lutar para que aconteça de forma efetiva e

proporcione uma educação musical transformadora. A nova concepção de educação

musical, desvinculada do aprendizado de um instrumento, acredita e defende que

todos podem e devem ter acesso à linguagem musical, e que o domínio dessa

linguagem é parte fundamental para a formação de um cidadão pleno.

4.11 DESAFIOS DA ESCOLA E DE SEUS EDUCADORES

Analisando os problemas existentes no mundo moderno, nos deparamos com

extremos como a riqueza e a pobreza, a fome, a falta de moradia, de trabalho, muita

violência e corrupção, e, sabemos que todas as ações do ser humano refletem em

situações que podem ser negativas em uma sociedade.

No âmbito escolar o que mais encontramos é a desestruturação familiar, a

falta de valores morais e espirituais bem como a falta de limites; a crise

política/econômica e as diferenças sociais têm um grande impacto na vida de

nossos jovens, causando falta de perspectivas para o futuro, gerando um

descontentamento que eles mesmos não conseguem definir e compreender.

Hoje em dia, um dos maiores desafios da Escola é buscar soluções

adequadas para todos estes problemas sociais e a ela pertinentes, não soluções

temporárias e/ou imediatas, que é o que muitas vezes fazemos, mas sim, uma

reflexão clara e objetiva sobre o papel da Escola na vida de cada ser humano e

sobre a importância de nossas ações para a construção de uma sociedade mais

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humana, mais justa, mais criativa, pois é esta a nosso ver, a finalidade da Educação

Escolar: formar um novo cidadão capaz de uma inserção social crítica e

transformadora no meio em que vive.

Sabemos que o que buscamos/idealizamos não é simples de ser conseguido

e, é necessário contar com a contribuição de todos, pois é dentro e fora de uma sala

de aula que se constrói uma sociedade. É com esta visão que direcionamos nossos

trabalhos: planejando ambientes e condições que possibilitem aos alunos ampliarem

seus conhecimentos científicos e tecnológicos, participação dos alunos em

atividades e projetos que os estimulem a se engajarem cada vez mais em atitudes

sociais de cooperação; envolvimento da comunidade escolar em ações educacionais

e na promoção de valores éticos e politicamente corretos.

Sendo este homem em formação um ser complexo, é preciso atentar para a

sua formação integral, proporcionando meios para o desenvolvimento intelectual de

cada ser humano, na busca de sua autonomia e realização pessoal.

A educação escolar objetiva o exercício pleno da cidadania, sua formação

ética, sua autonomia intelectual, e sua inserção no mercado de trabalho e na prática

social; cabe, portanto, à Escola desenvolver a capacidade de compreensão de

situações novas que são a base para a solução de problemas, tornando a

construção de conhecimentos uma atitude espontânea, tranqüila, encaminhando-a a

níveis mais abstratos, formais, conscientes e sistematizados.

Todo o desenvolvimento do ser humano depende do aprendizado que ele

realiza em sua vida, seja no âmbito pessoal ou social. Esta aprendizagem se

processa informalmente fora da escola, mas, é na Escola que são introduzidos

novos elementos para a formação do ser humano. Para isto é preciso que haja

desafios e estímulos a fim de que os conhecimentos construídos a partir das

experiências pessoais dos educandos possam ser por eles sistematizadas e

elaboradas em sala de aula transformado-as em verdadeiras aprendizagens. Cabe a

nós educadores, envolvidos diretamente neste processo propiciar e garantir o

acesso e permanência de todos os jovens e crianças na Escola e priorizar a

conquista de resultados positivos que com certeza nos levará a um concreto

processo de formação e construção da cidadania.

A qualidade do ensino não se efetiva apenas pelo que rege nossa Lei da

Educação, LDB 9394/96, sobre nossos deveres de ofertar, atender e garantir uma

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Educação de qualidade para todos; é preciso gestores compromissados com a

qualidade do ensino para que estas leis sejam cumpridas. Faz-se necessário

envolver toda a comunidade em prol de resultados positivos que caracterizem uma

boa administração, engajada primeiramente em uma política educacional

democrática, ética e que valorize o desenvolvimento integral de toda a comunidade

escolar.

Temos consciência que tudo isto só será possível se houver muito diálogo,

reflexão e redirecionamento do nosso olhar para identificar como estamos

caminhando... para saber o que precisamos mudar... a fim de alcançarmos nossos

objetivos.

A participação de toda a comunidade escolar (professores, pais, alunos,

funcionários, diretores, etc.) é o nosso maior desafio, e terá nosso maior empenho,

pois acreditamos ser este o caminho para a melhoria do ensino; também

reconhecemos a necessidade de assumir compromissos com a Educação em prol

de uma sociedade mais justa através do aprimoramento da qualidade educacional.

Percebemos durante nossa trajetória na Educação que somente obteremos

sucesso se todo o nosso trabalho estiver voltado para uma gestão democrática /

participativa, onde a redistribuição das responsabilidades, a busca pela solução de

problemas, as tomadas de decisão e estabelecimentos de objetivos, terão

efetivamente resultados positivos se forem tomadas e decisões em conjunto, pelo

trabalho associado, mediante reciprocidade e responsabilidade de “todos” sempre

orientados por uma vontade/desejo coletivo.

Sabemos que somos responsáveis diretos pela promoção, criação e

sustentação de um ambiente propício à participação plena de toda a comunidade

escolar; temos uma visão de conjunto associada a uma ação de cooperativismo,

clima de confiança, valorização das capacidades e aptidões de cada um.

Trabalharemos arduamente para romper com ações individualistas e divisórias,

integrando e associando esforços no sentido de desenvolver a prática de se

trabalhar em conjunto.

A Educação é a esperança de muitos jovens desempregados, marginalizados;

é a única e verdadeira chance de inclusão social. Precisamos e devemos estar

acompanhando de perto todo o tipo de mudança, seja tecnológica ou social, e

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estarmos preparados para ensinar a pensar, a aprender fazendo, a pesquisar, a

arriscar, a empreender.

Acreditamos em uma Educação capaz de formar cidadãos produtivos e

conscientes de sua liberdade e responsabilidade, de levar as pessoas a refletirem

sobre o sentido das coisas, de entender nosso passado e sermos capazes de

construir nosso futuro; e, para isto estamos dispostos e conscientes de que a busca

de soluções que viabilizem uma escola para que todos passem por alternativas

audaciosas, que revolucionem a compreensão do papel da Educação e que busque

novas formas de pensar, fazendo parcerias que tornem esta escola uma

organização social, gerenciadora de suas próprias atividades e que o nosso projeto

educativo esteja centrado na construção de valores culturais, éticos, morais e sociais

de tal forma que possamos ter a certeza de que estamos educando uma geração de

cidadãos corretos e dignos.

A escola está assumindo tarefas antes exclusivas da família. E agora, cabe à

escola não só a transmissão de informação, ou a formação do homem cordial,

cidadão, mas inclusive cuidar da saúde física e mental de seus alunos. Nos últimos

anos têm surgido síndromes e transtornos psíquicos do mais alto grau de desajuste,

fazendo com que os profissionais da educação ampliem sua atuação e passem a

ocupar funções de neurologistas, psicólogos, fonoaudiólogos, mentores espirituais, e

todas as funções que permeiam a formação física e psíquica do aluno. Nessa

multiplicidade de competências, o professor deve estar preparado para lidar com

essa realidade, abandonar, algumas vezes, o seu papel de detentor de um

conhecimento empírico para resgatar o seu aluno que espera, ardentemente, uma

palavra, uma frase, algum sinal de afeto. Sem ser radical, já sendo, o professor deve

dar aos pais a segurança de ter seu filho amparado e a escola, por sua vez, busca

preparar e confiar estas tarefas aos seus profissionais.

O desafio maior da educação, hoje, não é formar o cidadão do futuro, mas

resgatar o cidadão do presente. Somente um professor comprometido com sua

profissão é capaz desse resgate e não há outra maneira senão a observação afetiva

do jovem em seus movimentos, suas atitudes que denunciem necessidades e

desabrochem talentos. O papel maior do profissional da educação, seja ele

professor ou não, é devolver ao aluno a potência natural de todo ser humano, a

capacidade de transformar sua realidade, de criar caminhos e de realizar-se dentro

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de sua tipologia de inteligência, pois todos somos seres inteligentes em áreas

diversas.

O comprometimento, entretanto, não está somente no lado cognitivo do

processo de aprendizagem, mas também no compromisso com a sua atuação direta

em sala de aula, nas avaliações realmente medidoras de conteúdos, na busca de

motivação que envolva o ir e vir dos conceitos ora de forma criativa e lúdica, ora

tradicional e comportamental, na verificação do grau de aprendizagem e formulação

de ações concretas para suprirem defasagens nos pré-requisitos, na pontualidade e

respeito à estrutura da instituição que acolhe o profissional e, por isso, pode e deve

avaliá-lo.

Não é tarefa fácil ser professor, não é fácil cumprir todas essas funções em

poucas horas de contato com seres tão diferentes e, muitas vezes, inadequados

àquilo que queremos para nossos filhos ou ao que fomos quando estudantes. Mas

se essas responsabilidades confiadas pelos pais cabem à escola, então não há o

que pensar. A escola do futuro fará a diferença quando perceber que o cidadão do

futuro deve ser visto como um ser do presente em toda a sua complexidade

existencial.

Não dá para planejar uma aula sem se por nos dois lugares: o do professor e

o do aluno. No mínimo se faz necessário que o professor se preocupe com o ponto

de vista do aluno, com o seu conhecimento prévio e reconheça as suas limitações.

Não se pode planejar uma aula de uma hora sem que se deixe espaço para as

interações, para a exposição dos pontos de vista dos alunos, ainda que para muitos

o exposto não faça sentido, deve-se ouvir e compreender que, se para o professor

não faz sentido, talvez para esse aluno falte apenas um detalhe: a correção ou

orientação do professor. Além disso, professor tem que ser psicoterapeuta. Deve

saber cuidar do lado emocional do aluno, com sensibilidade, carinho e paciência.

Faz-se necessário que ele tenha o mínimo de conhecimento psicológico para

enfrentar seu ofício em sala de aula. Um dia um aluno lhe vem com um problema

pessoal, outro com um problema de saúde, de relacionamento, financeiro (...) e o

professor precisa estar preparado para enfrentar esses problemas. Ele é, muitas das

vezes, a única pessoa que o aluno tem para se abrir, com quem imagina contar e

esse professor não pode decepcioná-lo. Aconselhável é, nesses momentos, o uso

da PEDAGOGIA DO AMOR, pois só a demonstração de afeto, carinho e respeito do

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professor, pode fazer o aluno sentir-se importante e capaz de transpor essas

barreiras.

O verdadeiro professor é aquele que ajuda ao aluno a encontrar as respostas

sem em nenhum momento mostrar onde essa resposta está. Deve ser criativo e

capaz de ver no limão azedo a possibilidade de fazer uma limonada.

4.12 INTERVENÇÕES/AÇÕES NECESSÁRIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL DE

NOVE ANOS

A intervenção pedagógica nas 5ª séries / 6º ano do Ensino Fundamental é

urgente e necessária, prioritariamente nas disciplinas de Língua Portuguesa e

Matemática. O que temos percebido e nos preocupado, é o grande número de

alunos que estamos recebendo nas 5ª séries / 6º ano “semi-analfabetos”. A

defasagem nos conteúdos básicos de português e matemática demonstram-se

graves: um percentual altíssimo de alunos está sendo aprovados para a 5ª série / 6º

ano sem o domínio mínimo do processo para se efetuar divisão, multiplicação,

subtração e até adição; com deficiências graves na ortografia, pontuação,

segmentação de palavras, na produção de pequenos textos ou mesmo de frases.

Temos claro, diante da situação acima citada que o processo de alfabetização

das escolas municipais de Arapongas pode estar deixando falhas graves. Diante de

tais constatações, os professores de Língua Portuguesa e Matemática que

receberão e trabalharão com esses alunos, precisam ter claro a necessidade de

retomar conteúdos básicos dos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano),

complementando o processo de alfabetização de um número significativo de alunos.

No entanto é sabido que os alunos estarão deixando de aprender conteúdos

selecionados para a 5ª série / 6º ano das disciplinas de Português e Matemática

(previstos e elencados nas DCEs), pois os professores devem se empenhar, nos

primeiros meses de aula, em retomar os conteúdos básicos, sem os quais não há

como dar continuidade ao trabalho pedagógico.

A preocupação com a qualidade do ensino é compartilhada por todas as

áreas do conhecimento, visto que o prejuízo para os alunos se estende para as

demais disciplinas dos anos finais do Ensino Fundamental. Devido à extrema

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dificuldade de ler e interpretar, os educando tem dificuldades em acompanhar e

entender os conteúdos dos livros didáticos.

Na tentativa de amenizar o problema sugerimos aos professores do Colégio

Walfredo alguns encaminhamentos e/ou intervenções que poderão auxiliar o melhor

rendimento em sala de aula:

� O trabalho mais intensivo na oralidade;

� Todo o professor não importa a disciplina, deve auxiliar os alunos na escrita,

intervir durante a execução e correção das atividades propostas;

� O trabalho conjunto dos professores de todas as disciplinas durante o período

de planejamento do início do ano. A proposta é que, na medida do possível,

eles trabalhem, ao mesmo tempo, conteúdos afins, na tentativa dos alunos

perceberem esta interdisciplinaridade e dar mais significado ao conteúdo que

está aprendendo. Já tivemos experiências que comprovaram que esta

interdisciplinaridade apresenta resultados positivos no trabalho pedagógico;

� Rever continuamente o planejamento: ajuda os professores a observarem o

que está dando certo e quais as estratégias que estão ou não funcionando. O

planejamento não pode ser esquecido na gaveta. Avaliá-lo e/ou realimentá-lo

deve ser uma prática constante;

� Repensar a recuperação de estudos em todas as séries: é uma ação que se faz

necessária. O que percebemos é que apenas oportunizamos aos alunos que

façam outra avaliação (substitutiva). O formato real da recuperação é bem

diferente do formato ideal (teoria X prática). A retomada de conteúdos tem que

se dar de forma efetiva e significante a fim de atingir os objetivos a que se

propõe, ou seja, que o maior percentual possível de alunos compreenda de

forma significativa os conteúdos trabalhados;

� Conhecer melhor o aluno: aproximar-se mais da sua realidade, “perder” (ou

ganhar?) tempo escutando o que nossos alunos têm a dizer pode ser outra

estratégia de sucesso dentro de sala de aula. O interessar-se pela vida, pelos

problemas que nossos alunos enfrentam, enfim, esse relacionamento

interpessoal pode trazer bons frutos no resultado do trabalho pedagógico, pois

o aluno sente que ele não é só mais um número na lista de chamada, mas que

ele é importante para os professores. Com o estreitamento dos laços afetivos

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acreditamos que o aluno pode sentir uma maior confiança nos docentes e

melhorar significativamente, tanto no aspecto disciplinar quanto no rendimento

escolar.

Vemos aí a importância enquanto educadores, em exercitarmos mais a

abertura para o aluno expressar-se, prestar mais atenção nas expectativas de vida

que eles têm oportunizar momentos de diálogo entre discentes e docentes, conhecer

um pouco mais sobre a rotina diária da vida que eles levam valorizar o

relacionamento com nossos alunos. Muitas vezes uma única frase dita por um

professor pode mudar a vida inteira de um aluno.

Outro fator que temos percebido é que, os alunos que chegam à 5ª série / 6º

ano encontram um ambiente educacional muito diferente daquele que conheciam.

Eles estavam acostumados com o uso de muito lúdico, brincadeiras, algumas

disciplinas, porém ministradas por no máximo 2 (dois) professores. De repente sua

rotina muda bruscamente. A estrutura das aulas é totalmente diferente: a cada 50

minutos entra um professor diferente, ela nem consegue relacionar o professor à

disciplina ministrada, o tempo de recreio parece mais curto, a escola parece bem

maior, os professores já não os paparicam mais, ora são mais considerados

crianças, ora são chamados de adolescentes. É adaptação muito grande pra um ser

tão pequeno; afinal eles ainda têm em média 10 anos de idade ao iniciar o ano

letivo.

Como proposta de ação para amenizar tanto desconforto e insegurança no

ingresso à 5ª série/6º ano, é o esforço conjunto de todos os professores, pedagogos

e também da direção em trabalhar as rotinas diárias dessa nova etapa na vida

escolar desses alunos, orientando-os constantemente durante o 1º semestre:

horários das aulas, rotina na troca de professores, rotinas durante o intervalo do

recreio, organização de trabalhos dentro e fora de sala de aula, avaliações, aulas

vagas, indisciplina, direito e deveres a cumprir. Enfim, a organização de todo o

trabalho pedagógico que lhe será cobrado e a organização da escola como um todo.

Consideramos importante que ainda na 4ª série/5º ano a escola municipal

trabalhe ao final do ano letivo, rotinas semelhantes à que eles enfrentarão no ano

seguinte para que os alunos não sintam tanto o impacto da mudança.

Outra ação que poderá dar resultados positivos é uma reunião com os pais

desses alunos em fase de adaptação. É de extrema importância que os pais

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conheçam a rotina e a organização de todo o trabalho pedagógico do

estabelecimento de ensino, para que possam auxiliar e acompanhar a vida escolar

de seus filhos e ajudá-los durante essa fase de adaptação.

Percebendo a importância de ações a ser desenvolvidas pelo coletivo escolar,

tendo em vista a especificidade dos alunos do Ensino Fundamental, com vistas a

promover uma maior integração entre os anos iniciais e finais dessa etapa da

Educação Básica, preservando a continuidade do processo de ensino e

aprendizagem, outra proposta que buscaremos efetivar, é buscar junto aos

coordenadores e direção das escolas municipais das quais recebemos a grande

maioria do nosso alunado, encaminhamentos conjuntos com o propósito de

repensar, refletir e analisar as formas/metodologias pedagógicas no intuito de

melhorar o ensino e a aprendizagem dos alunos.

Acreditamos que toda ação deve ser permeada através do diálogo entre as

redes de ensino, visando à troca de informações que direcionem o trabalho dos

professores, bem como a promoção de discussões sobre os problemas enfrentados

pelos professores do Ensino Fundamental, a fim de minimizarmos o déficit

educacional que hoje vivenciamos. Essa comunicação entre as redes de ensino

Municipal e Estadual se faz necessária para que uma conheça a realidade da outra

e, a partir das informações coletadas, possamos construir juntos uma educação

básica integrada.

A tentativa de um trabalho conjunto tem o objetivo de uma unicidade entre as

escolas (estadual e a municipal), pensando sempre no sucesso de nossos alunos,

como sugere a Instrução nº 008/2011 – SUED/SEED e o caderno da SEED:

Orientações Pedagógicas para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental de Nove

Anos (2010). Acreditamos que quando o aluno tem uma boa base, um bom domínio

dos conteúdos básicos de 1ª a 4ª série/1º ao 5º ano, principalmente nas disciplinas

de Português e Matemática, as chances dele ter sucesso na aprendizagem da 5ª

série / 6ºano em diante é significativamente maior, reduzindo assim o índice de

reprovação nas séries/anos seguintes. Por isso, a tentativa de buscarmos soluções

conjuntas para os alunos que hoje são da esfera municipal e amanhã serão da

esfera estadual, não estejam fadados ao fracasso e sim, tenham sucesso em sua

vida escolar.

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Apesar da ação (na tentativa de unicidade) que o colégio Walfredo propõe, o

Estado (SEED) precisa, com urgência, articular mecanismos juntamente às

Secretarias Municipais de Educação, na busca de diminuir a distância entre o ensino

dos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental. Podemos dizer que atualmente

não existe nenhuma ponte para fazer essa unicidade (tão veementemente proposta

pela SEED) entre Estado e Município. Faz-se necessário uma política pública de

Governo para fazer tal articulação, que com toda certeza, só beneficiará a qualidade

do ensino e aprendizagem oferecidos aos nossos alunos.

4.13 AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Um projeto pedagógico, segundo Veiga (2000, p.11), deve ser exeqüível e

prever condições necessárias ao desenvolvimento e a avaliação. O Projeto político-

pedagógico deverá ser avaliado considerando a definição dos objetivos e do perfil do

aluno concluinte. Essa avaliação se constituirá num instrumento de aferição do que

foi estabelecido e para o planejamento de atividades a serem desenvolvidas.

A avaliação do projeto deverá ser:

� Diagnóstica

� Crítica

� Dinâmica

� Coletiva e participativa

� De inclusão e não de exclusão

A avaliação do Projeto Político Pedagógico deverá partir da necessidade de

se conhecer a realidade escolar, buscando explicar e compreender criticamente as

causas da existência de problemas, bem como suas relações, suas mudanças e se

esforçar para propor ações alternativas. Deve ser contínua e possibilitar os ajustes

das ações propostas pela comunidade escolar e sua adequação aos dispositivos

legais.

Numa gestão democrática e participativa todos se tornam construtores e

avaliadores do projeto. Portanto toda a comunidade deverá acompanhar o

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desenvolvimento das atividades previstas e também sugerir modificações,

alterações, redirecionando o trabalho. É importante e oportuno ressaltar a

necessidade de participação da representatividade da comunidade: Grêmio

estudantil, Pais de alunos, Conselho Escolar e APMF.

O Projeto deve ser visto pelos avaliadores não como algo estanque, e sim,

dinâmico e passível de reformulações constantes. Há, portanto, que se considerar

os objetivos traçados, observando a natureza da atividade.

Testar a eficiência e eficácia das ações é importante, porém a avaliação do

projeto político-pedagógico tem um compromisso mais amplo. ACOMPANHAR E

AVALIAR O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO É AVALIAR OS RESULTADOS

DA PRÓPRIA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO. O importante é que

o objetivo macro de toda e qualquer avaliação seja sempre conhecer a realidade e

propor alternativas de solução.

A avaliação deve estar centrada no conhecimento das necessidades que

nossa comunidade escolar tem e da nossa realidade, buscando a princípio

compreender esta realidade e propor ações coletivas e alternativas na busca de

soluções para o que há de vir.

Todos os nossos ideais correspondem a ações democráticas que visam

favorecer o desenvolvimento de toda a comunidade, a fim de gerar melhores formas

de organização do trabalho e avançar de maneira positiva rumo aos nossos

objetivos.

Para tanto, a nosso ver, a melhor forma de avaliação é a reflexão constante e

a tomada de um posicionamento politicamente correto diante das ações em

andamento e redirecionamento das metas objetivando momentos produtivos de

construção da democracia e da cidadania, do espírito cooperativo e principalmente

do compromisso e engajamento de todos.

A previsão para a Avaliação Institucional, para realimentação do nosso

Projeto Político Pedagógico, será anualmente, em momento específico com a

participação de todos os segmentos (quando possível) para discutir e analisar nossa

prática diária. Acreditamos que tudo o que é realizado em conjunto, pode ser

concretizado; e, olhando para nossa trajetória profissional temos convicção de que

faremos o possível para que a escola seja um lugar aprazível de iguais condições de

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aprendizagens, de fortalecimento social, de busca de parcerias e melhorias para o

pleno desenvolvimento da cidadania.

Queremos que o papel da escola seja realmente o de Educar e, com isto

conseguiremos avaliar durante toda a nossa gestão que aqui se apresenta aberta ao

diálogo e prestando “contas” de tudo o que for executado, errando e acertando, mas

acima de tudo ousando e acreditando que podemos fazer a diferença.

A construção e execução do projeto político-pedagógico e do plano da escola

precisam ser sustentadas por um acompanhamento contínuo e sistemático da

equipe gestora. É importante que haja responsáveis pela mobilização da escola,

para que a comunidade como um todo possa estar periodicamente discutindo os

rumos que o projeto político-pedagógico e o plano da escola vão tomando. Como

partes desse processo de acompanhamento, são sugeridas algumas ações:

� Análise dos planos de trabalho dos professores, para verificar sua relação

com os objetivos, com os conteúdos curriculares e com as opções

metodológicas da proposta pedagógica;

� Construção, juntamente com os professores, de um instrumento de

acompanhamento das aulas, a partir de parâmetros previamente discutidos,

de forma que eles possam participar da avaliação da sua própria prática de

trabalho;

� Observação da sala de aula, a partir de um instrumento de acompanhamento,

para estabelecer relações entre a dinâmica da aula e os objetivos e

conteúdos curriculares da proposta pedagógica e identificar aspectos que

precisam ser mais bem trabalhados com os professores;

� Acompanhamento do desempenho dos alunos, identificando pontos nesse

desempenho que precisam ser melhorados e que precisam ser discutidos

com os professores;

� Acompanhamento do desenvolvimento de projetos propostos por professores

e por alunos;

� Supervisão da qualidade dos recursos didáticos disponíveis, observando sua

variedade, sua adequação ao número de alunos e aos objetivos e conteúdos

curriculares da proposta pedagógica;

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� Reunião que faça parte da programação normal da escola, com os

professores, para estudo teórico e discussão de questões práticas.

É importante considerar permanentemente, com a comunidade escolar, se o

projeto político-pedagógico, que é o plano global da instituição, está efetivamente

sendo cumprido e quais as reformulações que precisam ser feitas para que o seu

cumprimento represente, de fato, a construção de uma escola de qualidade

acadêmica e social.

Para refletir:

“... para construir um processo participativo com distribuição do poder, não é suficiente pedir sugestões e aproveitar aquelas que pareçam mais simpáticas ou que coincidam com pensamentos ou expectativas dos que coordenam: é necessário que o plano se construa com o saber, com o querer e com o fazer de todos”.

(Danilo Gandim)

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KISHIMOTO, T.M. A pré-escola em São Paulo (1877 a 1940). São Paulo: Loyola, 1988. KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª edição. São Paulo: Cortez, 2003. LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica/Eva Maria Lakatos, Marina de Andrade Marconi. São Paulo: Atlas, 1985. Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/98. Brasília, DF, 1996.

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ANEXOS

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ANEXO A - PROPOSTA DE PLANO DE AULA NA PERSPECTIVA

HISTÓRICO CRÍTICA

UNIDADE: EDUCAÇÃO AMBIENTAL

OBJETIVOS:

O quê? Conteúdos (conceituais, procedimentais, atitudinais), habilidades e

competências. Para quê? Finalidade social do aprendido – prática social.

Geral:

Específicos:

1 PRÁTICA SOCIAL INICIAL DO CONTEÚDO:

Listagem do conteúdo: (listar unidade e tópicos)

Vivência cotidiano dos alunos: O que o aluno e o professor já sabem sobre o tema

e relação com sua vida.

O que os alunos gostariam de saber a mais?

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2. PROBLEMATIZAÇÃO: Segundo Gasparin a problematização é um desafio, ou

seja, é a criação de uma necessidade para que o educando, através de sua ação,

busque o conhecimento. Discussão sobre os principais problemas postos pela

prática social e pelo conteúdo. Os principais problemas são as questões

fundamentais que foram apreendidas pelo professor e pelos alunos e que precisam

ser resolvidas, não pela escola, ou na escola, mas no âmbito da sociedade como um

todo. Pode ser em forma de perguntas.

Dimensão científica:

Dimensão social:

Dimensão histórica:

Outras dimensões

Outras dimensões:

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3 INSTRUMENTALIZAÇÃO: Descrever o passo a passo da aula em si, ou seja,

como fará a ligação da prática social inicial com o tema selecionado na

problematização para iniciar a aula, introduzindo o novo assunto e desenvolvendo o

conteúdo, as atividades, fechamento ou síntese integradora, onde o aprendiz poderá

expressar a sua catarse (durante as atividades ou no final). A metodologia da aula

deverá prever a dialética: aula expositiva dialogada, leitura de mundo, leitura

orientada de textos selecionados, trabalhos em grupo, pesquisa sobre o tema,

seminário, entrevistas com pessoas-fontes, palestras, análises de vídeos ou filmes,

entre outros. Prever como vai trabalhar cada uma das dimensões propostas e

interdisciplinarmente.

Ações docentes (Professor) Ações discentes (Aprendizes)

Recursos pedagógicos necessários para a aula: (colocar em anexo os textos e

atividades, jogos, imagens, etc.)

4 CATARSE: Momento em que o aluno se aproxima da solução do problema. É

quando o conteúdo empírico se torna científico. Elaboração teórica da síntese, da

nova postura mental. Totalidade concreta

4.1 Síntese: (Texto que expressa à síntese da aula, o que o aluno deverá se

apropriar ao final das atividades)

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4.2 Avaliação: Expressão da síntese: avaliação, atendendo às dimensões

trabalhadas

5 PRÁTICA SOCIAL FINAL DO CONTEÚDO: Nova postura prática ante a

realidade: Intenções / predisposições / prática / novo conhecimento.

5.1 Intenções do aluno: nova postura prática, nova atitude sobre o conteúdo

5.2 Ações do aluno: nova prática social do conteúdo - transformação social

REFERÊNCIAS DE TODOS OS RECURSOS UTILIZADOS:

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ANEXO B - ESQUEMA DA AULA

PRÁTICA

NÍVEL DE

DESENVOLVIMENTO

ATUAL

TEORIA

ZONA DE DESENVOLVIMENTO IMEDIATO

PRÁTICA

NOVO NÍVEL DE

DESENVOLVIMENTO

ATUAL

Prática inicial do conteúdo

Problematização Instrumentalização Catarse Prática final do

conteúdo

� Listagem do

conteúdo

� Vivência cotidiana

do conteúdo

� O que o aluno já

sabe: visão da

totalidade empírica

� Mobilização

� Desafio: o que o

gostaria de saber a

mais?

� Identificação e

discussão sobre os

principais

problemas

propostos pela

prática social e

pelo conteúdo

� Dimensões

dos conteúdos a

serem trabalhadas.

� Ações docentes e

discentes para

construção do

conhecimento

� Relação aluno x

objeto do

conhecimento

através da mediação

docente

� Recursos humanos

e materiais.

� Elaboração

teórica da síntese, da

nova postura mental.

Construção da nova

totalidade concreta

� Expressão da

síntese. Avaliação:

deve atender às

dimensões e aos

objetivos.

� Intenções do aluno.

Manifestação da

nova postura

prática, da nova

atitude sobre o

conteúdo e da nova

forma de agir

� Ações do aluno.

Nova prática social

do conteúdo ou das

habilidades e

competências.

GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a Pedagogia Histórico-Crítica.

Campinas: Cortez, 2003.

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ANEXO C – PLANO DE ESTÁGIO PARA ALUNOS DO ENS. MÉDIO

PLANO DE ESTÁGIO

IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

ESTABELECIMENTO: Colégio Estadual Walfredo Silveira Corrêa – Ens. Fund. e

Médio

ENDEREÇO: Rua Japim, 483

ENTIDADE MANTENEDORA: SEED – Governo do Estado do Paraná

MUNICÍPIO: Arapongas - Paraná

NRE: Apucarana

IDENTIFICAÇÃO DO CURSO

Habilitação: ENSINO MÉDIO

Nome do Professor Orientador: _______________________

Ano Letivo: _________

JUSTIFICATIVA

O Estágio Profissional não obrigatório é uma atividade curricular, um ato

educativo assumido intencionalmente pela instituição de ensino que propicia a

integração dos estudantes com a realidade do mundo do trabalho. Sendo um

recurso pedagógico que permite ao aluno o confronto entre os desafios profissionais

e a formação teórico-prática adquirida nos estabelecimentos de ensino,

oportunizando a formação de profissionais com percepção crítica da realidade e

capacidade de análise das relações técnicas do trabalho.

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O Estágio é desenvolvido no ambiente de trabalho, cujas atividades a serem

executadas devem estar devidamente adequadas às exigências pedagógicas

relativas ao desenvolvimento pessoal, profissional e social do educando,

prevalecendo sobre o aspecto produtivo.

O Estágio se distingue das demais disciplinas em que a aula prática está

presente por ser o momento de inserção do aluno na realidade, para o entendimento

do mundo do trabalho, com o objetivo de prepará-lo para a vida profissional,

conhecer formas de gestão e organização, bem como articular conteúdo e método

de modo que propicie um desenvolvimento ominilateral. Sendo também, uma

importante estratégia para que o aluno trabalhador tenha acesso às conquistas

científicas e tecnológicas da sociedade.

O Estágio Profissional, de caráter não obrigatório, atende as necessidades da

escola conforme previsto na legislação vigente:

� Lei nº 9.394/1996, que trata das Diretrizes e Bases da Educação Nacional;

� Lei N° 11.788/2008, que dispõe sobre o estágio de estudantes;

� Lei Nº 8.069/1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente,

em especial os artigos, 63, 67e 69 entre outros, que estabelece os princípios

de proteção ao educando;

� O Art. 405 do Decreto Lei que aprova a Consolidação das Leis do Trabalho-

CLT, que estabelece que as partes envolvida devem tomar os cuidados

necessários para a promoção da saúde e prevenção de doenças e acidentes,

considerando principalmente, os riscos decorrentes de fatos relacionados aos

ambientes, condições e formas de organização do trabalho;

� Deliberação N° 02/2009 – do Conselho Estadual de Educação;

� Instrução Nº 006/2009 – SUED/SEED;

O Plano de Estágio é o instrumento que norteia e normatiza os Estágios dos

Alunos do Ensino Médio.

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OBJETIVO GERAL DO ESTÁGIO

Conhecer formas de gestão e organização na realidade do mundo do

trabalho, propiciando o desenvolvimento pessoal, profissional, a partir da prática

social, contemplando as diversas áreas que contribuem para a formação integral do

aluno, bem como reconhecer as dimensões pedagógicas que se desenvolvem em

todos os aspectos da vida social e produtiva.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO ESTÁGIO

� Proporcionar ao aluno o contato com as atividades relacionadas ao currículo

do Ensino Médio;

� Oportunizar experiência profissional diversificada de acordo com proposta

Curricular;

� Relacionar teoria e prática profissional a partir das experiências realizadas no

campo de estágio;

� Possibilitar a inserção do educando no mundo do trabalho.

LOCAIS DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO

O estágio poderá ser realizado em instituições públicas ou privadas desde

que esteja relacionado com o Projeto Político Pedagógico e com a Proposta

Curricular do curso.

ATIVIDADES DO ESTÁGIO

O Estágio Supervisionado, como ato educativo, representa o momento de

inserção do aluno na realidade do mundo do trabalho, permitindo que coloque os

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conhecimentos construídos ao longo das séries em reflexão e compreenda as

relações existentes entre a teoria e a prática.

Por ser uma experiência pré-mundo do trabalho, servirá como instante de

seleção, organização e integração dos conhecimentos construídos, porque

possibilita ao estudante contextualizar o saber, não apenas como educando, mas

como cidadão crítico e ético, dentro de uma organização concreta do mundo

trabalho, no qual tem um papel a desempenhar.

ATRIBUIÇÕES DA MANTENEDORA/ESTABELECIMENTO DE ENSINO

O Estágio Profissional não obrigatório, concebido como procedimento

didático-pedagógico e como ato educativo intencional é atividade pedagógica de

competência da instituição de ensino, sendo planejado e avaliado em conformidade

com os objetivos propostos para a formação profissional dos estudantes, previsto no

Projeto Político-Pedagógico e no Plano de Estágio. A instituição de ensino é

responsável pelo desenvolvimento do estágio nas condições estabelecidas no Plano

de Estágio, observado:

� Elaborar Termo de Compromisso para ser firmado com o educando ou com

seu representante ou assistente legal e com a parte concedente, indicando as

condições adequadas do estágio à proposta pedagógica do curso;

� Etapa e modalidade da formação escolar do estudante e ao horário e

calendário escolar;

� Respeitar legislação vigente para estágio não obrigatório;

� Celebrar Termo de Compromisso com o educando, se for ele maior de 18

anos; com seu assistente legal, se idade superior a 16 e inferior a 18 (idade

contada na data de assinatura do Termo) ou com seu representante legal, se

idade inferior a 16 anos e com o ente concedente, seja ele privado ou público;

� Celebrar Termo de Cooperação Técnica para estágio com o ente público ou

privado concedente do estágio;

� Contar com o professor orientador de estágio, o qual será responsável pelo

acompanhamento e avaliação das atividades;

� Exigir do aluno o planejamento/plano e o relatório de seu estágio;

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� Realizar avaliações que certifiquem as condições para a realização do estágio

previstas no Plano de Estágio e firmadas no Termo de Cooperação Técnica e

Convênios que deverão ser aferidas mediante relatório elaborado pelo

professor orientador de estágio;

O desenvolvimento do estágio deverá obedecer aos princípios de proteção ao

estudante, vedadas atividades:

� Incompatíveis com o desenvolvimento do adolescente;

� Noturnas, compreendidas as realizadas no período entre vinte e duas horas

de um dia às cinco horas do outro dia;

� Realizadas em locais que atentem contra sua formação física, psíquica e

moral;

� Perigosas, insalubres ou penosas.

PROFESSOR ORIENTADOR DE ESTÁGIO

O estágio deverá ser desenvolvido com a mediação do professor orientador

de estágio, especificamente designado para essa função, o qual será responsável

pelo acompanhamento e avaliação das atividades.

COMPETE AO PROFESSOR ORIENTADOR

� Solicitar juntamente da parte concedente relatório, que integrará o Termo de

Compromisso, sobre a avaliação dos riscos, levando em conta: local de

estágio; agentes físicos, biológicos e químicos; o equipamento de trabalho e

sua utilização; os processos de trabalho; as operações e a organização do

trabalho; a formação e a instrução para o desenvolvimento das atividades de

estágio;

� Exigir do estudante a apresentação periódica, de relatório das atividades, em

prazo não superior a 6 (seis) meses;

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� Esclarecer juntamente com a parte concedente do estágio, o Plano de Estágio

e o Calendário Escolar;

� Planejar com a parte concedente os instrumentos de avaliação e o

cronograma de atividades a serem realizadas pelo estagiário;

� Proceder às avaliações que indiquem se as condições para a realização do

estágio estão de acordo com as firmadas no Plano de Estágio e no Termo de

Compromisso, mediante relatório;

� Zelar pelo cumprimento do Termo de Compromisso;

� Conhecer o campo de atuação do estágio;

� Esclarecer aos estagiários as determinações do Termo de Compromisso;

� Orientar os estagiários quanto à importância de articulação dos conteúdos

aprendidos à prática pedagógica;

� Orientar os estagiários quanto às condições de realização do estágio, ao

local, procedimentos, ética, responsabilidades, comprometimento, dentre

outros;

� Atuar como um elemento facilitador da integração das atividades previstas no

estágio;

� Promover encontros periódicos para a avaliação e controle das atividades dos

estagiários;

� Manter o registro de classe com frequência e avaliações em dia.

ATRIBUIÇÕES DO ÓRGÃO/INSTITUIÇÃO QUE CONCEDE O ESTÁGIO

A instituição de ensino e a parte concedente de estágio poderão contar com

serviços auxiliares de agentes de integração, públicos ou privados, mediante

condições acordadas em instrumento jurídico apropriado.

Considerar-se-ão parte concedente de estágio, os dotados de personalidade

jurídica pública ou privada e profissionais liberais, desde que estejam devidamente

registrados em seus respectivos Conselhos de Fiscalização Profissional.

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Uma vez formalizado o Termo de Compromisso de Estágio, cumpridos os

requisitos citados anteriormente, e estará criada a condição legal e necessária para

a realização do estágio supervisionado na organização concedente de estágio.

A organização escolhida como concedente do estágio deverá possuir

condições mínimas de estrutura, que permitam ao aluno observar, ser assistido e

participar das atividades, durante a execução do estágio supervisionado. Ofertando

instalações que tenham condições de proporcionar ao aluno, atividades de

aprendizagem social, profissional e cultural.

O desenvolvimento do estágio deverá obedecer aos princípios de proteção ao

estagiário contido no Estatuto da Criança e do Adolescente, sendo vedadas algumas

atividades, (ver Arts. 63, 67 e 69, entre outras do ECA e também 405 e 406 da CLT).

Fica a critério da instituição concedente a concessão de benefícios

relacionados a transporte, alimentação e saúde entre outros, por si só, não

caracterizando vínculo empregatício.

A empresa concedente ou Instituição de ensino deverão viabilizar

acompanhamento de profissionais especializados aos estagiários com necessidades

educativas especiais.

A documentação referente ao estágio deverá ser mantida a disposição para

eventual fiscalização. A oferta de estágio pela parte concedente será efetivada

mediante:

� Celebração do Termo de Compromisso com a instituição de ensino e o

estudante;

� A oferta de instalações que tenham condições de proporcionar ao estudante

atividades de aprendizagem social, profissional e cultural;

� Indicação de funcionário do seu quadro de pessoal, com formação ou

experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do

estagiário, para orientar e supervisionar o desenvolvimento das atividades de

estágio;

� Entrega do termo de realização do estágio à instituição de ensino por ocasião

do desligamento do estagiário, com indicação resumida das atividades

desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de desempenho;

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� Relatório de atividades, enviado à instituição de ensino, elaborado pelo

funcionário responsável pela orientação e supervisão de estágio;

� Zelar pelo cumprimento do Termo de compromisso;

� Conhecer o plano de atividades do estágio proposto pelo estabelecimento de

ensino;

� Orientar as atividades do estagiário em consonância com o plano de estágio;

� Orientar e acompanhar a execução das atividades do estagiário na empresa;

� Manter contatos com o Orientador de estágio da escola;

� Oportunizar ao estagiário vivenciar outras situações de aprendizagem que

permitam uma visão real da profissão;

� Indicar um responsável para supervisionar para acompanhar as atividades de

estágio.

ATRIBUIÇÕES DO ESTAGIÁRIO

A jornada de estágio deve ser compatível com as atividades escolares e

constar no Termo de Compromisso, considerando:

� A anuência do estagiário, se maior, ou concordância do representante ou

assistente legal, se menor;

� A concordância da instituição de ensino;

� A concordância da parte concedente;

� O estágio não pode comprometer a frequência às aulas e o cumprimento dos

demais compromissos escolares;

� A eventual concessão de benefícios relacionados ao auxílio-transporte,

alimentação e saúde, entre outros, não caracteriza vínculo empregatício;

� Fica assegurado ao estagiário que recebe bolsa ou outra forma de

contraprestação, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1

(um) ano, um período de recesso de 30 (trinta) dias, a ser gozado

preferencialmente durante suas férias escolares;

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� Ao estagiário aplica-se a legislação relacionada à saúde e segurança no

trabalho, sendo sua implementação de responsabilidade da parte concedente

do estágio.

ANTES DA REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO, O ESTAGIÁRIO DEVE:

� Estabelecer contatos com Unidades Concedentes para fins de estágios;

� Participar de atividades de orientação sobre o estágio;

� Observar sempre o regulamento de Estágios da Escola;

� Zelar pela documentação do estágio entregue pelo Professor Orientador de

Estágio.

DURANTE A REALIZAÇÃO:

� Conhecer a organização da Unidade Concedente;

� Respeitar o Cronograma de Estágio para garantir o cumprimento da carga

horária no período estabelecido pelo o professor orientador de Estágio;

� Acatar as normas estabelecidas pela Unidade Concedente;

� Zelar pelo nome da Instituição e da Escola;

� Manter um clima harmonioso com a equipe de trabalho;

� Cumprir o Termo de Compromisso firmado com a Instituição de Ensino e a

Unidade Concedente;

� Manter contatos periódicos com o Professor Orientador de Estágio para

discussão do andamento do estágio;

� Zelar pelos equipamentos, aparelhos e bens em geral da Empresa e

responder pelos danos pessoais e materiais causados.

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DEPOIS DA REALIZAÇÃO:

� Elaborar o relatório final de atividades, de acordo com as normas exigidas;

� Apresentar sugestões que contribuam para o aprimoramento do Estágio não

obrigatório.

FORMA DE ACOMPANHAMENTO DO ESTÁGIO

O aluno deverá ser acompanhado durante seu Estágio em Instituições

Públicas e/ou Privadas, por um responsável que deverá ter conhecimento na área.

Dois profissionais da área estarão envolvidos no processo de

encaminhamento:

1. Professor Orientador de Estágio, que dará o direcionamento durante a

realização do Estágio;

2. Supervisor da empresa será responsável pela condução e concretização do

Estágio na Instituição ou propriedade concedente, procurando seguir o plano

estabelecido pelo Aluno e pelo Professor Orientador.

As formas de acompanhamento serão de acordo com a realidade da situação

do estágio. Podendo ser através de visitas, relatórios, contatos telefônicos,

documentação de estágio exigida pela escola, de maneira a propiciar formas de

integração e parceria entre as partes envolvidas. Oportunizando o aperfeiçoamento

das relações técnicas-educativas a serem aplicadas no âmbito do trabalho e no

desenvolvimento sustentável.

AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO:

A avaliação do Estágio Profissional não obrigatório é concebida como um

processo contínuo e como parte integrante do trabalho, devendo, portanto, estar

presente em todas as fases do planejamento e da construção do currículo, como

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elemento essencial para análise do desempenho do aluno e da escola em relação à

proposta.

a. Avaliação do Supervisor do Estágio da Unidade Concedente;

b. Relatório apresentando pelo educando.

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ANEXO D - PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO DOS DISCENTES

Diante das respostas obtidas com a aplicação dos questionários aos alunos

que compõem a comunidade escolar do Colégio Estadual Walfredo Silveira Corrêa–

Ensino Fundamental e Médio pode-se fazer um levantamento do perfil dos alunos e

de suas famílias.

A pesquisa demonstrou que na comunidade escolar, apesar da desestrutura

dentro dos lares brasileiros, são compostas em sua maioria (70%) por família

nuclear, ou seja, pai, mãe e irmãos, 21% dos alunos vivem só com as mães, tidas

como referência nos casos de separação ou mães solteiras. Somente 3% dos filhos

de pais separados moram com o pai, enquanto que 6% estão sob a

responsabilidade das avós, tios ou parentes próximos.

De acordo com o depoimento dos alunos, 56% moram em casa própria, 38%

moram em casas alugadas e 6% em casas cedidas por parentes ou amigos.

Aproximadamente metade dos alunos moram no Jardim Bandeirantes, bairro onde

se localiza o colégio (53%), os demais moram em bairros distantes. Foram citados

na pesquisa os seguintes bairros: Jardim São Rafael, Vila araponguinha, Jardim

Monte Carlo, Conjunto Águias, Jardim São Carlos, Conjunto Flamingos, Jardim

Bononi, Conjunto Del Condor, Jardim Santa Alice, Vila Cascata, Jardim Caravelle,

Jardim do Carmo, Centro, Columbia, Novo Flamingos, Jardim Arapongas, Vila

Araucária, Conjunto Ulisses Guimarães, Jardim Novo Horizonte, Parque Industrial,

Nossa Senhora das Graças, Vila Sampaio, Conjunto Palmares e BR 44 (Zona

Rural).

Um grande percentual (60%) de alunos se locomovem até a escola a pé, pois

moram no bairro ou nas proximidades, 25% vêem de ônibus escolar da prefeitura,

5% de Vans particulares, 5% de bicicleta e 5% de carro ou moto.

Percebemos por meio da pesquisa que é bastante variada a renda familiar

das famílias de nossa comunidade escolar: 8% da famílias recebem até R$ 510,00;

14% entre R$ 520,00 e 800,00; 20% entre R$ 850,00 e R$1000,00; 32% recebem

um salário entre R$1100,00 e R$1600,00; 26% tem renda mensal acima de R$

1600,00.

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Apenas 19% dos alunos e alunas trabalham. Entre cargos/funções que

ocupam foram citados: babá, mecânico, panfleteiro, office-boy, vendedor, fiscal,

costureira, balconista, pedreiro, funções variadas dentro da indústria moveleira e

ainda alunos que participam do projeto Menor Aprendiz. Em sua grande maioria

(81%) dos alunos apenas estudam.

No ano de 2010 uma quantidade significativa de alunos do Ensino Médio

foram transferidos do período matutino para o período noturno para poderem

trabalhar. Tivemos também um número significativos de alunos que iniciaram o

Ensino Médio, mas que desistiram devido aos horários de trabalho, que muitas

vezes não permitem que freqüentem regularmente o colégio.

São diversas as profissões dos pais e mães da nossa comunidade escolar.

De acordo com os alunos 42% dos pais trabalham na indústria moveleira do

município de Arapongas; 13% são motoristas/caminhoneiro; 10% trabalham como

pedreiros; 12% trabalham no comércio do município. Diversas outras profissões

apareceram na pesquisa, entre elas: pintor, professor, montador, representante

comercial, mecânico, alfaiate, autônomo, bombeiro, locutor, porteiro, engenheiro,

eletricista, borracheiro, serviço administrativo, agricultor e aposentado e 2%

encontram-se desempregados.

Quanto à profissão das mães tivemos o seguinte resultado: 27% trabalham na

indústria moveleira, 23% são do lar, 27% são domésticas, 6% trabalham no

comércio do município, 6% são costureiras. Com percentuais pouco significativos

ainda apareceram na pesquisa: trabalho no serviço rural, auxiliar administrativo,

cabeleireira, autônoma, açougue ira, auxiliar de enfermagem, professora, assessora,

contadora, padeira, funcionária pública. 1% das mães são aposentadas e o mesmo

percentual declararam-se desempregadas.

Em nossa comunidade é bem diversificado o grau de escolaridade dos pais,

mães ou responsáveis pelos alunos. Quanto à escolaridade dos pais, a pesquisa

apontou: 24% completaram a 4ª série; 8% não chegaram a completar a 4ª série do

Ensino Fundamental; 23% não completaram a 8ª série; 11% completaram a 8ª série;

19% completaram o Ensino Médio; 10% iniciaram, mas não concluíram o Ensino

Médio; 3% iniciaram e/ou terminaram o ensino superior e 2% são analfabetos.

A escolaridade das mães não difere significativamente da escolaridade dos

pais. Cita-se: 23% estudaram até a 4ª série do ensino fundamental e 7% não

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completaram essa etapa; 12% concluíram a 8ª série do Ensino Fundamental e 20%

não completaram essa etapa; 17% das mães concluíram o Ensino Médio e 13% não

conseguiram terminar essa etapa; 3% das mães concluíram o Ensino Superior e 2%

delas ingressaram, mas não o concluíram.

Quando perguntado aos alunos se seus pais ou responsáveis costumam vir à

escola, 71% responderam que seus pais sempre comparecem; 22% afirmaram que

os pais comparecem quase sempre; 4% dos pais comparecem só quando

convocados e 3% nunca comparecem ao colégio para acompanhar a vida escolar

dos filhos. O colégio se surpreendeu com o resultado da pesquisa quando perguntou

aos alunos quanto à participação dos pais na vida escolar deles. Em sua grande

maioria (92%) afirmaram que os pais participam de sua vida escolar. Já o que se

percebe no dia a dia, na rotina escolar é que os pais, em sua grande maioria,

comparecem ao colégio apenas para a assinatura do boletim bimestral, apenas para

cumprir com a obrigação mediante a convocação. São raros os casos da família

que, de fato, procuram o colégio para saber da situação pedagógica e disciplinar do

filho. Os dados da pesquisa nos levam a crer que para os alunos pais participativo

são pais que vem buscar o boletim escolar. Apenas 6% dos alunos disseram que os

pais deveriam se preocupar mais com sua vida escolar.

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COLÉGIO ESTADUAL WALFREDO

SILVEIRA CORRÊA -

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

PROPOSTA PEDAGÓGICA PROPOSTA PEDAGÓGICA PROPOSTA PEDAGÓGICA PROPOSTA PEDAGÓGICA

CURRICULAR DAS DISCIPLINASCURRICULAR DAS DISCIPLINASCURRICULAR DAS DISCIPLINASCURRICULAR DAS DISCIPLINAS

ARAPONGAS - PR

2011/2012

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ARTE

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A história da Arte se tornou presente, com a generalização do ensino

profissionalizante nas escolas públicas com o direcionamento às habilidades e

técnicas, valorizando a cultura do povo. O ensino da arte passou a ter enfoque na

expressividade, espontaneidade e criatividade.

A valorização da arte encontrou espaço na pedagogia da Escola Nova.

A partir dos anos 60 as produções e movimentos artísticos se intensificaram

nas artes plásticas. Em 1980 surgem movimentos para valorização da educação

partindo das influências da Pedagogia Histórico-Crítica.(Saviani 1980). Foi elaborado

em 1990, o Currículo Básico para a Escola Pública do Paraná. Os PCNS em Arte

tiveram como fundamentação a Metodologia Triangular.

A nova LDB 9394/96 mantém a obrigatoriedade do ensino de arte nas escolas

de Educação Básica. Passam a considerar a música, as artes visuais, o teatro e a

dança como linguagem artística autônomas no Ensino Fundamental.

Durante 2003 a 2007 destaca-se uma carga horária mínima de duas aulas

semanais, a aquisição de livros de música, teatro artes visuais e dança para a

biblioteca do professor.

O ensino de Arte amplia o repertório cultural do aluno a partir dos

conhecimentos estéticos, artístico e contextualizado, aproximando do universo

cultural da humanidade. O pensamento, a sensibilidade e a percepção articulam-se

numa organização que expressa sentimentos, envolvendo o contexto histórico. A

arte é criação e manifestação do poder criador do homem. O sujeito por meio de

suas criações amplia e enriquece a realidade já humanizada pelo trabalho.

Sendo a educação básica um processo que inicia no Ensino Fundamental e

se concluiu no Ensino Médio, é necessário considerar as características e

necessidades dos alunos nos diversos níveis de modalidades de ensino. No Ensino

Fundamental a arte é tratada numa dimensão ampliada, o professor, ao selecionar

os conteúdos que irá desenvolver, enfocará essas formas de relação da arte com a

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sociedade, abordando o objeto de estudo por meio dos Conteúdos Estruturantes;

Elementos Básicos da linguagem das Artes Visuais, Elementos Básicos da

linguagem da música, Elementos Básicos da linguagem do teatro,

Produções/Manifestações Artísticas e Elementos Contextualizadores.

No Ensino Fundamental, o enfoque cultural será abordado como resultante do

trabalho que abrange as práticas sociais historicamente constituídos pelos sujeitos.

Cada Cultura possui sua lógica, funcionando como uma lente da qual o homem se

vê, se compreende, se inclui, se localiza, se insere na diversidade. O ensino de Arte

ocupa uma posição privilegiada ao aprofundar a exploração das linguagens

artísticas e ao reconhecer os conceitos e elementos comuns, presentes nas diversas

representações culturais, pelos seus contextos.

A seleção dos conteúdos poderá partir estabelecendo relações com os

conteúdos presentes nas produções, manifestações locais, regionais, globais, das

diversas linguagens artísticas. Em suas aulas, o professor poderá explicitar através

das manifestações/produções artísticas. Esta materialização do pensamento

artístico de diferentes culturas coloca-se com um referencial (signos)que poderá ser

interpretado pelos alunos por meio do conhecimento dos códigos presentes nas

linguagens artísticas.

Outra questão importante por essas diretrizes diz respeito ao processo de

releitura entendendo como fazer artístico, a leitura da obra de arte e a informação

histórica.

Considerar a integração das linguagens artísticas, às manifestações e

produções artísticas culturais. Possibilitando o acesso e o estudo das informações

visuais, musicais, cênicas e expressões corporais.

Oferecer oportunidades ao aluno para aquisição do conhecimento, aliado à

integração e à criatividade.

Ao considerar a Arte como fruto da percepção da necessidade de expressão

e da manifestação da capacidade criadora humana, ela converte se numa síntese

superior do trabalho dos sujeitos, na medida em que a Arte é um dos modos pelos

quais o homem supera no seu fazer, os limites da utilidade material imediata, que

ultrapassam os condicionamentos da sobrevivência física e torna-se parte

fundamental no processo de humanização do sentido, no saber estético e no

trabalho artístico, contextualizados e articulados entre si.

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A partir das concepções da Arte e de seu ensino já abordadas, estas

diretrizes consideram alguns campos conceituais que contribuem para as reflexões a

respeito do objeto de estudo desta disciplina:

� O conhecimento estético está relacionado à apreensão do objeto artístico em

seus aspectos sensíveis e cognitivos. O pensamento, a sensibilidade e a

percepção articulam-se numa organização que expressa esses pensamentos

e sentimentos, sob a forma de representações artísticas como, por exemplo,

palavras na poesia; sons melódicos na música; expressões corporais na

dança ou no teatro; cores; linhas e formas nas artes visuais;

� O conhecimento artístico está relacionado com o fazer e com o processo

criativo. Considera desde o imaginário, a elaboração e a Formalização do

objeto artístico até o contato com o público. Durante esse processo, as

formas resultantes das sínteses emocionais e cognitivas expressam saberes

específicos a partir da experiência com materiais, com técnicas e com os

elementos formais básicos constitutivos das Artes Visuais, da Dança, da

Música e do Teatro.

O conhecimento contextualizado envolve o contexto histórico (político

econômico e sociocultural) dos objetos artísticos e contribui para a compreensão de

seus conteúdos explícitos e implícitos, possibilitando um aprofundamento na

investigação desse objeto.

Apoiada nas ações realizadas no decorrer desse processo histórico recente e

na busca de efetivar uma transformação no ensino de Arte, essa disciplina ainda

exige reflexões que contemplem a arte como área de conhecimento e não

meramente como meio para o destaque de dons inatos, sendo até mesmo utilizada

equivocadamente, em alguns momentos, como prática de entretenimento e terapia.

O ensino de Arte deixa de ser coadjuvante no sistema educacional e passa

também a se preocupar com o desenvolvimento do sujeito frente a uma sociedade

construída historicamente e em constante transformação.

Segundo Faraco, quando buscamos definir um novo papel para a Arte na

escola, é importante ter clareza da dificuldade de sua definição e da diversidade

teórica relacionada a ela. Não há um dizer único e universal sobre a Arte e, portanto,

estamos sempre na situação de ter de fazer várias opções teóricas para sustentar

nossas propostas curriculares e metodológicas.

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2 JUSTIFICATIVA

A disciplina de Arte, composta por quatro áreas (Música, Teatro, Dança e

Artes Visuais) é de suma importância na formação do aluno do Ensino Médio, pois

seu ensino possibilita a este jovem expandir seus sentidos, sua capacidade de

criação, percepção e apreciação, o pensamento crítico, a interpretação e a

transformação do mundo bem como a si mesmo. Segundo Peixoto “Por meio da arte

o homem pode conseguir aprender a realidade, não só para suportá-la, mas,

principalmente, para transformá-la, ou seja, para humanizá-la e, dialeticamente

humanizar-se.”

Desde os primórdios o ser humano transformou o mundo, construiu a história,

a sociedade e a si próprio por meio do processo do trabalho, transformando a

natureza e os objetos naturais em ferramentas, acelerando o processo de

transformação do natural em humano. Tornou-se capaz de abstrair, simbolizar e

criar arte.

É importante que o aluno comprenda que a Arte está presente em todas as

sociedades, e que o ser humano produz maneiras de ver e sentir, diferentes em

cada tempo histórico, pois ele nasce em um determinado contexto histórico e este

contexto irá determinar o seu processo de criação e produção artística. “Estas

formas artísticas - como expressão concreta de visões de mundo – são

determinadas, mas também determinam o contexto histórico, social, econômico e

político, isto é, as transformações da sociedade implicam condições para uma nova

atitude estética e são por elas modificadas” (DCE, 2008, p. 55).

A partir destas transformações pretende-se que os alunos do Ensino Médio

apropriem-se dos conhecimentos sobre as diversas áreas de arte, desenvolvam um

trabalho de criação total e unitário, façam relações com a diversidade de

pensamento e de criação artística, aumentem a capacidade do pensamento crítico,

transformem a realidade, aprimorem seus sentidos humanos, enfim, humanizem-se,

superando a condição de alienação e repressão à qual estes sentidos,

historicamente, foram submetidos.

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3 OBJETIVO GERAL

Para o Ensino Fundamental as formas de relação da arte com a sociedade

serão tratadas numa dimensão ampliada, enfatizando a associação da Arte com a

cultura e da Arte com a linguagem.

Pretende-se viabilizar a aquisição de conhecimentos teórico-práticos que

possibilitem ao educando a percepção, a leitura e a interpretação de signos verbais

e não-verbais presentes na arte e suas diferentes áreas.

Através da cultura, identificar sua identidade, herança cultural e diversidade,

perceber e interpretar a cultura de massa e indústria cultural, que atende as

diferentes intenções de comunicação.

4 METODOLOGIA ENSINO FUNDAMENTAL

Na educação, o ensino de Arte amplia o repertório cultural do aluno a partir

dos conhecimentos estéticos, artísticos e contextualizado, aproximando-os do

universo cultural da humanidade nas suas diversas representações.

Para tanto, é necessário no processo de ensino e de aprendizagem, o

desenvolvimento de uma práxis no ensino de Arte, entendida nestas diretrizes como

a articulação entre os aspectos teóricos e metodológicos propostos para essa

disciplina. Nessa proposta, pretende-se que os alunos possam criar formas

singulares de pensamento, apreender e expandir suas potencialidades criativas.

Uma escola democrática necessita apresentar-se ao aluno como um espaço

no qual se reflete e se discute a realidade, sendo a prática social o ponto de partida

para as problematizações. Deve ainda propiciar aos alunos, leituras sobre os signos

existentes na cultura de massa para se discutir de que forma a indústria cultural

interfere e censura as produções/manifestações culturais com as quais os sujeitos

identificam-se.

A cultura será abordada como resultante do trabalho que abrange as práticas

sociais historicamente constituídas pelos sujeitos. Desvelar essas culturas propicia o

autoconhecimento, visto que os sujeitos são formadores por e pelas relações

culturais. As associações da arte com a cultura e com a linguagem no Ensino

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Fundamental se justificam na medida em que se considera que nesse nível de

ensino se darão os primeiros contatos formais dos sujeitos com a arte. Dessa forma,

a apropriação dos conhecimentos específicos da disciplina se dará, a princípio, a

partir da sua realidade cultural, na interação do aluno com as produções/

manifestações artísticas abordadas pelo professor, ele irá ampliar sua visão de

mundo e compreender as construções simbólicas de outros sujeitos, pertencentes

às mais diversas realidades culturais.

Em relação aos anos finais do Ensino Fundamental, o ensino de Arte toma a

dimensão de aprofundamento na exploração das linguagens artísticas, no

reconhecimento dos conceitos e elementos comuns presentes nas diversas

representações culturais.

Dessa maneira, o professor pode criar condições de aprendizagem para o

aluno ampliando as possibilidades de análise das linguagens artísticas, a partir da

idéia de que as mesmas são constituídas de produções culturais, isto é, produtos de

uma cultura em um determinado contexto histórico.

Em suas aulas, o professor poderá explicitar através das

manifestações/produções artísticas, elementos que identificam determinadas

sociedades e de que forma se deu artisticamente, a estilização de seus

pensamentos e ações. Esta materialização do pensamento artístico de diferentes

culturas coloca-se como um referencial que poderá ser interpretado pelos alunos por

meio do conhecimento dos códigos presentes nas linguagens artísticas.

As quatro linguagens artísticas têm um desenvolvimento histórico diferenciado

e ingressam na escola em momentos diferentes, no entanto possuem a mesma

importância como instrumentos educativos, quando se pretende ampliar as

possibilidades de apropriação dos conteúdos em arte durante o processo de

escolarização.

Artes Visuais

Sob os temas estabelecidos para o Ensino Fundamental nas Artes Visuais o

desenvolvimento dos conteúdos deverá contemplar os além da produção pictórica

de conhecimento universal e artistas consagrados, também formas e imagens de

diferentes aspectos, presentes nas sociedades contemporâneas.

O cinema, televisão, vídeo-clipe e outros são formas artísticas, constituídas

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pelas quatro áreas de Arte, onde a imagem tem uma referência fundamental,

composta por imagens bidimensionais e tridimensionais.

Os conteúdos devem estar relacionados com a realidade do aluno e do seu

entorno. Considerando artistas, produções artísticas e bens culturais da região, bem

como outras produções de caráter universal, dando ênfase ao cotidiano das

crianças, adolescentes e jovens, alunos da escola pública.

Uma obra de arte deve ser entendida como a forma pela qual o artista

percebe o mundo, reflete sua realidade, sua cultura, sua época, criando uma nova

realidade, dentre outros aspectos. Esse conjunto de conhecimentos deve ser o

ponto de partida para que a releitura da obra componha a prática pedagógica, que

inclui a experiência do aluno e a aprendizagem pelos elementos percebidos por ele

na obra de arte.

Estabelecer relações das artes visuais com as outras áreas artísticas, essa

prática pedagógica promove uma forma de percepção mais ao se trabalhar com as

manifestações populares e midiáticas, que são compostas por áreas artísticas.

Promover o tratamento pedagógico das questões relacionadas à Política de

Educação Ambiental, Enfrentamento à Violência, Uso Indevido de Drogas,

Cidadania e Direitos Humanos, Relações Étnico Raciais e Educação Fiscal:

� Educação Ambiental - Embora não se trate de uma disciplina específica, os

conteúdos deverão estar presentes no processo curricular de todas as

disciplinas, atendendo às suas especificidades, numa perspectiva crítica. As

questões ambientais locais e mundiais serão tratadas de acordo com o

Projeto estabelecido pela Secretaria de Estado da Educação, através do

“Caderno Temático da Educação Ambiental na Escola”;

� Enfrentamento à Violência – A centralidade do trabalho a ser desenvolvido

deverá ser a desigualdade social vigente em nosso país, que trás como

resultado, diferentes tipos de comportamentos violentos, corriqueiros em

nossas escolas. Para Gasparin (2003, p. 297), “a violência se caracteriza

quando os atores sociais nela envolvidos assim a qualificam, ratificando assim

um consenso social a respeito. Deve, portanto, ser compreendida como fruto

de um determinado tempo”. A gestão democrática na escola deve ser o

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caminho para a superação da violência no seu espaço. Para superar as

dificuldades que se apresentarem, o Colegiado deverá discutir com os demais

professores e funcionários, as razões da violência vivida no âmbito das

escolas, buscando capacitá-los para as soluções dos problemas que se

apresentarem;

� Uso Indevido de drogas - a escola como espaço privilegiado para a

socialização dos conhecimentos historicamente construídos pela

humanidade, deve discutir sobre a problemática das drogas, buscando intervir

e realizar ações preventivas em consonância aos desafios atuais. Tais linhas

devem estar em conformidade com as Diretrizes Curriculares para a

Educação Pública do Estado do Paraná. O encaminhamento proposto é tratar

o assunto de forma crítica, histórica e pedagógica articulada aos conteúdos

das diferentes disciplinas da Educação Básica. Deve ser um processo

constante e não ações pontuais e esporádicas ou lembradas apenas em

datas comemorativas como o Dia Internacional de Combate às Drogas

(26/06) e Dia Mundial do Combate ao Fumo (31/05). Para o trabalho

pedagógico, professores e demais profissionais da educação precisam de

fundamentação teórica e formação continuada, que deverá ser desenvolvida

pelo Estabelecimento de Ensino e/ou Secretaria de Estado da Educação;

� Cidadania e Direitos Humanos - A perspectiva será a valorização da

dimensão vivencial e experiencial dos alunos, buscando fugir das abordagens

prescritivas ou normativas. Dessa forma os educadores deixarão de ser

meros reprodutores de um modelo cultural, mas agentes de criação junto aos

alunos, buscando desenvolver a capacidade crítica e inovadora dos sujeitos;

� Relações Étnico Raciais - O conteúdo programático das diversas disciplinas,

em especial nas áreas de Arte, Língua Portuguesa e História, incluirá

aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população

brasileira, bem como a cultura negra e indígena brasileira e suas

contribuições nas áreas sociais, econômica e política, conforme determina a

Lei nº 11.645, de março de 2008. Assumir que a muitos brasileiros têm sido

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negados os direitos humanos fundamentais há séculos, trás à consciência o

dever de garantir o respeito e a dignidade a todos, promovendo ações de

conscientização junto ao corpo discente;

� Educação Fiscal - O Programa Nacional de Educação Fiscal – PNEF tem

como incumbência “contribuir permanentemente para a formação do

indivíduo, visando ao desenvolvimento da conscientização sobre seus direitos

e deveres no tocante ao valor social do tributo e ao controle social do Estado

democrático” (Caderno 1 do PNEF, p.3). Uma educação voltada para o

desenvolvimento de valores, deve fomentar conhecimento sobre a gestão dos

recursos públicos e traz informações sobre o sistema tributário nacional. Tais

conhecimentos trazem novo olhar dos indivíduos em relação à gestão dos

recursos públicos. Caberá a cada professor de cada disciplina, promover

atividades diferenciadas que possam favorecer a conscientização e,

consequentemente, nova postura dos cidadãos na reivindicação dos seus

direitos e no cumprimento dos seus deveres.

Dança

Sob os temas estabelecidos para o Ensino Fundamental na Dança é

fundamental buscar no encaminhamento das aulas, a relação dos conteúdos

próprios da dança com os elementos culturais que a compõem. É necessário rever

as abordagens presentes e modificar a idéia que a Dança aparece somente como

meio ou recurso “para relaxar', 'para soltar as emoções', 'para expressar-se

espontaneamente', 'para trabalhar a coordenação motora' ou até 'para acalmar os

alunos” (MARQUES, 2005, p.23).

A dança tem conteúdos próprios, capazes de desenvolver aspectos cognitivos

que, uma vez integrados aos processos mentais, possibilitam uma melhor

compreensão estética da Arte.

Música

Sob os temas estabelecidos para o Ensino Fundamental de Música é

necessário desenvolver o hábito de ouvir os sons com mais atenção, de modo que

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se possa identificar os seus elementos formadores, as variações e as maneiras

como esses sons são distribuídos e organizados em uma composição musical. Essa

atenção vai propiciar o reconhecimento de como a música se organiza.

Desde o nascimento até a idade escolar, a criança é submetida a uma grande

oferta musical que tanto compõe suas preferências relacionadas à herança cultural

quanto interfere na formação de comportamento e gostos instigados pela cultura de

massa. Por isso, ao trabalhar uma determinada música, é importante contextualizá-

la, apresentar suas características específicas e mostrar que as influências de

regiões e povos, misturam-se em diversas composições musicais.

No panorama musical, existe uma diversidade de estilos e de gêneros

musicais, cada qual com suas funções correspondentes a épocas e regiões. Cada

povo ou grupo cultural produz músicas diferentes ao longo de sua história; surgem

assim, diferentes gêneros musicais, cada qual com suas funções correspondentes a

épocas e regiões. Cada povo ou grupo cultural produz músicas diferentes ao longo

de sua história; surgem, assim, diferentes gêneros musicais. Eles não são isolados;

sofrem transformações com o tempo, por influência de outros estilos e movimentos

musicais que se incorporam e se adaptam aos costumes, à cultura, à tecnologia, aos

músicos e aos instrumentos de cada povo e de cada época.

Na linguagem musical, a simples percepção e memorização dos sons

presentes no cotidiano não se caracterizam como conhecimento musical.

Teatro

Dentre as possibilidades de aprendizagem oferecidas pelo teatro na

educação, destacam-se a: criatividade, socialização, memorização e a coordenação,

sendo o encaminhamento metodológico, proposto pelo professor, o momento para

que o aluno os exercite. Com o teatro, o educando tem a oportunidade de se colocar

no lugar de outros, experimentando o mundo sem correr risco.

Tendo em vista a inclusão, a História e Cultura afro-brasileira e Africana nos

currículos da Educação contemplada com a lei 10.639/03 que garante os direitos

dos cidadãos afro-brasileiros e seus descendentes, bem como a lei 11645/08 da

História e Cultura dos Povos Indígenas, sempre que possível, dentro do conteúdo

programático, o tema será abordado, destacando a presença de elementos e rituais

das culturas de matriz africana e indígena nas manifestações populares. Bem como

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a lei 9.795/99 despertando nos alunos o engajamento na conservação, recuperação

e melhoria do meio ambiente; Obs.: SERÁ TRABALHADO EM TODAS AS ÁREAS:

ARTES VISUAIS/ TEATRO/ DANÇA/ MÚSICA.

5 METODOLOGIA ENSINO MÉDIO

Na educação, o ensino de Arte amplia o repertório cultural do aluno à partir

dos conhecimentos estéticos, artísticos e contextualizado, aproximando-os do

universo cultural da humanidade nas suas diversas representações.

Para tanto, é necessário no processo de ensino e de aprendizagem, o

desenvolvimento de uma práxis no ensino de Arte, entendida nestas diretrizes como

a articulação entre os aspectos teóricos e metodológicos propostos para essa

disciplina. Nessa proposta, pretende-se que os alunos possam criar formas

singulares de pensamento, apreender e expandir suas potencialidades criativas.

Uma escola democrática necessita apresentar-se ao aluno como um espaço

no qual se reflete e se discute a realidade, sendo a prática social o ponto de partida

para as problematizações. Deve ainda propiciar aos alunos, leituras sobre os signos

existentes na cultura de massa para se discutir de que forma a indústria cultural

interfere e censura as produções/manifestações culturais com as quais os sujeitos

identificam-se.

A cultura será abordada como resultante do trabalho que abrange as práticas

sociais historicamente constituídas pelos sujeitos. Desvelar essas culturas propicia o

auto-conhecimento, visto que os sujeitos são formadores por e pelas relações

culturais. As associações da arte com a cultura e com a linguagem no Ensino

Fundamental se justificam na medida em que se considera que nesse nível de

ensino se darão os primeiros contatos formais dos sujeitos com a arte. Dessa forma,

a apropriação dos conhecimentos específicos da disciplina se dará, a princípio, a

partir da sua realidade cultural, na interação do aluno com as produções/

manifestações artísticas abordadas pelo professor, ele irá ampliar sua visão de

mundo e compreender as construções simbólicas de outros sujeitos, pertencentes

às mais diversas realidades culturais.

Em relação aos anos finais do Ensino Fundamental, o ensino de Arte toma a

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dimensão de aprofundamento na exploração das linguagens artísticas, no

reconhecimento dos conceitos e elementos comuns presentes nas diversas

representações culturais. Dessa maneira, o professor pode criar condições de

aprendizagem para o aluno ampliando as possibilidades de análise das linguagens

artísticas, a partir da idéia de que as mesmas são constituídas de produções

culturais, isto é, produtos de uma cultura em um determinado contexto histórico.

Em suas aulas, o professor poderá explicitar através das

manifestações/produções artísticas, elementos que identificam determinadas

sociedades e de que forma se deu artisticamente, a estilização de seus

pensamentos e ações. Esta materialização do pensamento artístico de diferentes

culturas coloca-se como um referencial que poderá ser interpretado pelos alunos por

meio do conhecimento dos códigos presentes nas linguagens artísticas. As quatro

linguagens artísticas têm um desenvolvimento histórico diferenciado e ingressam na

escola em momentos diferentes, no entanto possuem a mesma importância como

instrumentos educativos, quando se pretende ampliar as possibilidades de

apropriação dos conteúdos em arte durante o processo de escolarização.

Ideologia, conhecimento e trabalho criador

O enfoque no Ensino Médio das relações de arte e sociedade, com ênfase na

arte e ideologia, arte e seu conhecimento e arte e trabalho criador tem como

referência o fato de serem as três principais concepções no campo das teorias

críticas de arte. Estas formas de interpretação da arte têm o trabalho como categoria

fundante, que possibilita abordá-las de forma orgânica no conjunto dessas diretrizes.

Arte e Ideologia

As relações entre arte e ideologia são contraditórias e complexas, por isso,

deve-se ter cuidado para não cair em um dos extremos, ou seja, de que tudo na arte

é ideologia ou de que ela não esta presente na arte. Pode-se conceituar ideologia

como conjunto de idéias, crenças e doutrinas, próprias de uma sociedade, de uma

época ou de uma classe. Ela é produto de uma situação histórica e das aspirações

desses grupos.

Torna-se fundamental trabalhar com os alunos as 3 principais formas como a

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171

arte é produzida e disseminada na sociedade contemporânea:

O sistema de arte

O sistema de arte é o que se conhece como arte erudita, cuja forma de

divulgação e divulgação se faz em museu, teatro, etc.

Arte Popular

A arte popular é produzida e vivenciada pelo povo, grupos sociais e étnicos,

além de se caracterizar como espaço de sociabilidade e elemento constituinte da

identidade desse grupo.

A Indústria Cultural

A indústria cultural é a que se transforma arte em mercadoria para o consumo

de um grande número de pessoas; por isso, é denominada de cultura de massa.

Arte e seu conhecimento

Toda obra de arte apresenta um duplo caráter em indissolúvel unidade: é

expressão da realidade e, ao mesmo tempo, cria a realidade que não existe fora da

obra, ou antes da obra, mas precisamente, apenas na obra.

A especificidade do conhecimento em arte implica que ela apresenta um

conteúdo constituído por seus elementos formais e de composição que organizam e

estruturam a obra de arte. Ao mesmo tempo, ela tem um conteúdo social formado

pelos movimentos e períodos artísticos que resulta de sínteses emocionais e

cognitivas que impregnam a obra de arte de um sentido social e singular.

Arte e trabalho criador

A criação ou trabalho criador é essencial no ensino de arte. Sem o trabalho

criador, a arte deixa de sê-lo e não há aprendizagem. Embora o espectador do

objeto artístico possa ampliar sua visão de mundo pelo que a obra lhe suscita, não

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172

se deve deixar de lado a percepção de que o educando também precisa passar pelo

fazer artístico, pois ´´ao transformarmos as matérias, agimos, fazemos. São

experiências existenciais,processos de criação, que nos envolvem na globalidade,

em nosso ser sensível, no ser pensante, no ser atuante”.

Tendo em vista a inclusão, a História e Cultura afro-brasileira e Africana nos

currículos da Educação contemplada com a lei 10.639/03 que garante os direitos

dos cidadãos afro-brasileiros e seus descendentes, bem como a lei 11645/08 da

História e Cultura dos Povos Indígenas, sempre que possível, dentro do conteúdo

programático, o tema será abordado, destacando a presença de elementos e rituais

das culturas de matriz africana e indígena nas manifestações populares. Bem como

a lei 9.795/99 despertando nos alunos o engajamento na conservação, recuperação

e melhoria do meio ambiente;

Promover o tratamento pedagógico das questões relacionadas à Política de

Educação Ambiental, Enfrentamento à Violência, Uso Indevido de Drogas,

Cidadania e Direitos Humanos, Relações Étnico Raciais e Educação Fiscal:

� Educação Ambiental - Embora não se trate de uma disciplina específica, os

conteúdos deverão estar presentes no processo curricular de todas as

disciplinas, atendendo às suas especificidades, numa perspectiva crítica. As

questões ambientais locais e mundiais serão tratadas de acordo com o

Projeto estabelecido pela Secretaria de Estado da Educação, através do

“Caderno Temático da Educação Ambiental na Escola”;

� Enfrentamento à Violência – A centralidade do trabalho a ser desenvolvido

deverá ser a desigualdade social vigente em nosso país, que trás como

resultado, diferentes tipos de comportamentos violentos, corriqueiros em

nossas escolas. Para Gasparin (2003, p. 297), “a violência se caracteriza

quando os atores sociais nela envolvidos assim a qualificam, ratificando assim

um consenso social a respeito. Deve, portanto, ser compreendida como fruto

de um determinado tempo”. A gestão democrática na escola deve ser o

caminho para a superação da violência no seu espaço. Para superar as

dificuldades que se apresentarem, o Colegiado deverá discutir com os demais

professores e funcionários, as razões da violência vivida no âmbito das

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173

escolas, buscando capacitá-los para as soluções dos problemas que se

apresentarem;

� Uso Indevido de drogas - a escola como espaço privilegiado para a

socialização dos conhecimentos historicamente construídos pela

humanidade, deve discutir sobre a problemática das drogas, buscando intervir

e realizar ações preventivas em consonância aos desafios atuais. Tais linhas

devem estar em conformidade com as Diretrizes Curriculares para a

Educação Pública do Estado do Paraná. O encaminhamento proposto é tratar

o assunto de forma crítica, histórica e pedagógica articulada aos conteúdos

das diferentes disciplinas da Educação Básica. Deve ser um processo

constante e não ações pontuais e esporádicas ou lembrada apenas em datas

comemorativas como o Dia Internacional de Combate às Drogas (26/06) e Dia

Mundial do Combate ao Fumo (31/05). Para o trabalho pedagógico,

professores e demais profissionais da educação precisam de fundamentação

teórica e formação continuada, que deverá ser desenvolvida pelo

Estabelecimento de Ensino e/ou Secretaria de Estado da Educação;

� Cidadania e Direitos Humanos – A perspectiva será a valorização da

dimensão vivencial e experiencial dos alunos, buscando fugir das abordagens

prescritivas ou normativas. Dessa forma os educadores deixarão de ser

meros reprodutores de um modelo cultural, mas agentes de criação junto aos

alunos, buscando desenvolver a capacidade crítica e inovadora dos sujeitos;

� Relações Étnicos Raciais - O conteúdo programático das diversas

disciplinas, em especial nas áreas de Arte, Língua Portuguesa e História,

incluirá aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da

população brasileira, bem como a cultura negra e indígena brasileira e suas

contribuições nas áreas sociais, econômica e política, conforme determina a

Lei nº 11.645, de março de 2008. Assumir que a muitos brasileiros têm sido

negados os direitos humanos fundamentais há séculos, trás à consciência o

dever de garantir o respeito e a dignidade a todos, promovendo ações de

conscientização junto ao corpo discente;

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� Educação Fiscal - O Programa Nacional de Educação Fiscal – PNEF tem

como incumbência “contribuir permanentemente para a formação do

indivíduo, visando ao desenvolvimento da conscientização sobre seus direitos

e deveres no tocante ao valor social do tributo e ao controle social do Estado

democrático” (Caderno 1 do PNEF, p.3). Uma educação voltada para o

desenvolvimento de valores, deve fomentar conhecimento sobre a gestão dos

recursos públicos e traz informações sobre o sistema tributário nacional. Tais

conhecimentos trazem novo olhar dos indivíduos em relação à gestão dos

recursos públicos. Caberá a cada professor de cada disciplina, promover

atividades diferenciadas que possam favorecer a conscientização e,

consequentemente, nova postura dos cidadãos na reivindicação dos seus

direitos e no cumprimento dos seus deveres.

6 AVALIAÇÃO

A avaliação se dará em quatro bimestres anuais, de modo cumulativo, sendo

para isto utilizada a nota numérica. Em cada bimestre serão oportunizadas várias

atividades avaliativas, correspondendo aos conteúdos subdivididos naquele

bimestre. O professor tem autonomia para decidir os instrumentos a serem

utilizados, bem como, a fração da nota equivalente para cada instrumento, desde

que, em caso de testes/provas o valor não exceda o valor de 5,0 (cinco vírgula zero).

A somatória dos valores das atividades avaliativas deverá ser igual a 10,0 (dez,

vírgula zero).

A avaliação na disciplina de Arte, proposta nesta Diretriz Curricular é

diagnóstica e processual. É diagnóstica por ser referência do professor para planejar

as aulas e avaliar os alunos; é processual por pertencer a todos os momentos da

prática pedagógica. Inclui a avaliação do professor, da classe, sobre o

desenvolvimento das aulas e a auto-avaliação do aluno.

De acordo com a LDB (n.9.394/96, art.24, inciso V) a avaliação é “contínua e

cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos

sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais

provas finais”. Na deliberação 07/99 do Conselho Estadual de Educação (Capítulo I,

art.8º), avaliação almeja “ o desenvolvimento formativo e cultural do aluno” e de

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“levar em consideração a capacidade individual, o desempenho do aluno e sua

participação nas atividades realizadas”.

De fato, a avaliação requer parâmetros para o redimensionamento das

práticas pedagógicas, pois o professor participa do processo e compartilha a

produção do aluno. Ou seja, a avaliação permite que se saia do lugar comum, dos

gostos pessoais, de modo que se desvincula de uma prática pedagógica

pragmatista, caracterizada pela produção de resultados e valorização tão-somente

do espontaneísmo. Ao centrar-se no conhecimento, a avaliação gera critérios que

dialogam com os limites do gosto e das afinidades, uma vez que o conhecimento

permite objetivar o subjetivo.

A avaliação em Arte supera o papel de mero instrumento de medição da

apreensão de conteúdos e busca propiciar aprendizagem socialmente significativa

para o aluno. Ao ser processual e não estabelecer parâmetros comparativos entre

os alunos: discute dificuldades e progressos de cada um a partir da própria

produção. Assim, verifica-se o pensamento estético e leva-se em conta a

sistematização dos conhecimentos para a leitura da realidade.

O método de avaliação proposto nestas Diretrizes inclui observação e registro

do processo de aprendizagem, com os avanços e dificuldades percebidos em suas

criações. O professor deve avaliar como o aluno soluciona os problemas

apresentados e como ele se relaciona com os colegas nas discussões em grupo.

Como sujeito desse processo, o aluno também deve elaborar seus registros de

forma sistematizada. As propostas podem ser socializadas em sala, com

oportunidades para o aluno apresentar, refletir e discutir sua produção e a dos

colegas, sem perder de vista a dimensão sensível contida na aprendizagem dos

conteúdos da Arte.

Para se tratar da avaliação em Arte no Ensino Fundamental, é preciso referir-

se ao conhecimento específico da linguagem artística, tanto em seus aspectos

práticos quanto conceituais e teóricos, pois uma avaliação consistente permite ao

aluno posicionar-se em relação aos trabalhos artísticos estudados e produzidos.

Ainda, é preciso que o professor conheça a linguagem artística em questão.

Esse diagnóstico é a base para planejar futuras aulas, pois, ainda que sejam

definidos os conteúdos a serem trabalhados, a forma e a profundidade de sua

abordagem dependem do conhecimento que os alunos trazem consigo.

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Essa é outra dimensão da avaliação, a zona de desenvolvimento proximal,

conforme o conceito elaborado por Lev Semenovich Vigotsky. A distância entre o

nível de desenvolvimento real, determinado pela capacidade de resolver um

problema sem ajuda, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado pela

resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou em colaboração com

outro colega é denominada de zona de desenvolvimento proximal.

Portanto, o conhecimento que o aluno acumula deve ser socializado entre os

colegas e, ao mesmo tempo, deve constituir referência para o professor propor

abordagens diferenciadas. A fim de se obter uma avaliação efetiva individual e do

grupo, são necessários vários instrumentos de verificação, como o diagnóstico inicial

e o acompanhamento da aprendizagem no percurso e no final do período letivo, por

meio de trabalhos artísticos, pesquisas e provas teóricas e práticas, debates,

seminários.

A fim de se obter uma avaliação efetiva individual e do grupo, são necessários

vários instrumentos de verificação tais como:

� Trabalhos artísticos individuais e em grupo;

� Pesquisas bibliográficas e de campo;

� Debates em forma de seminários e simpósios;

� Provas teóricas e práticas;

� Registros em forma de relatórios, gráficos, portfólio, áudio-visual e outros.

Por meio desses instrumentos, o professor obterá o diagnóstico necessário

para o planejamento e o acompanhamento da aprendizagem durante o ano letivo,

realizando a retomada dos conteúdos quando necessário, visando às seguintes

expectativas de aprendizagem:

� A compreensão dos elementos que estruturam e organizam a arte e sua

relação com a sociedade contemporânea;

� A produção de trabalhos de arte visando à atuação do sujeito em sua

realidade singular e social;

� A apropriação prática e teórica dos modos de composição da arte nas

diversas culturas e mídias, relacionadas à produção, divulgação e consumo;

� A recuperação de estudos deve acontecer a partir de uma lógica simples:

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conteúdos selecionados para o ensino são importantes para a formação do aluno,

então, é preciso investir em todas as estratégias e recursos possíveis para que ele

aprenda. A recuperação é justamente isso: o esforço de retomar, de voltar ao

conteúdo, de modificar os encaminhamentos metodológicos, para assegurar a

possibilidade de aprendizagem. Nesse sentido, a recuperação da nota é simples

decorrência da recuperação de conteúdo.

Assim, a avaliação do processo ensino-aprendizagem, entendida como

questão metodológica, de responsabilidade do professor, é determinada pela

perspectiva de investigar para intervir. A seleção de conteúdos, os

encaminhamentos metodológicos e a clareza dos critérios de avaliação elucidam a

intencionalidade do ensino, enquanto a diversidade de instrumentos e técnicas de

avaliação possibilita aos estudantes variadas oportunidades e maneiras de

expressar seu conhecimento. Ao professor, cabe acompanhar a aprendizagem dos

seus alunos e o desenvolvimento dos processos cognitivos.

Por fim, destaca-se que a concepção de avaliação que permeia o currículo

não pode ser uma escolha solitária do professor. A discussão sobre a avaliação

deve envolver o coletivo da escola, para que todos (direção, equipe pedagógica,

pais, alunos) assumam seus papéis e se concretize um trabalho pedagógico

relevante para a formação dos alunos.

7 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS ENSINO FUNDAMENTAL

5ª SÉRIE/6º ANO - ÁREA MÚSICA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

� Altura

� Duração

� Timbre

� Intensidade

� Densidade

� Ritmo

� Melodia

� Escalas: diatônica, pentatônica

� Cromática

� Maior, menor,

� Improvisação

� Gêneros: erudito, popular

� Greco-Romana

� Oriental

� Ocidental

� Idade Média

� Música Popular (folclore)

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5ª SÉRIE/6º ANO – ÁREA ARTES VISUAIS

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

� Ponto

� Linha

� Textura

� Forma

� Superfície

� Volume

� Cor

� Luz

� Bidimensional

� Tridimensional

� Figurativa/Abstrato

� Geométrica

� Técnicas: Pintura, desenho, baixo e alto relevo, escultura, arquitetura..

� Gêneros: paisagem, retrato, cenas da mitologia

� Arte Greco-Romana

� Arte Africana

� Arte Oriental

� Idade Média

� Arte Popular (folclore)

� Arte Pré-Histórica

� Renascimento

� Barroco

5ª SÉRIE/6º ANO - ÁREA TEATRO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

� Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais

� Ação

� Espaço

� Técnicas: jogos teatrais, teatro indireto e direto improvisação, manipulação, máscara

� Gênero: Tragédia, Comédia, enredo, roteiro. Espaço Cênico, circo.

� Adereços

� Greco-Romana

� Teatro Oriental, Africano

� Teatro Medieval

� Renascimento

� Teatro Popular

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5ª SÉRIE/6º ANO - ÁREA DANÇA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

� Movimento

� Corporal

� Tempo

� Espaço

� Eixo

� Deslocamento

� Ponto de Apoio

� Formação

� Técnica: Improvisação

� Gênero: Circular

� Pré-história

� Greco-Romana

� Medieval

� Idade Média

� Arte Popular (folclore)

6ª SÉRIE/7º ANO - ÁREA MÚSICA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

� Altura

� Duração

� Timbre

� Intensidade

� Densidade

� Ritmo

� Melodia

� Escalas

� Estrutura

� Gêneros: folclórico, popular, étnico

� Técnicas: vocal, instrumental, mista

� Improvisação

� Música popular e étnica (ocidental e oriental)

� Brasileira

� Paranaense

� Africana

� Renascimento

� Neoclássica

� Caipira/Sertanejo Raiz

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6ª SÉRIE/7º ANO - ÁREA ARTES VISUAIS

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

� Ponto

� Linha

� Forma

� Textura

� Superfície

� Volume

� Cor

� Luz

� Bidimensional

� Tridimensional

� Figurativa

� Abstrata

� Geométrica

� Técnicas: Pintura, desenho, escultura, modelagem, gravura, mista, pontilhismo...

� Gêneros: Paisagem, retrato, natureza morta.

� Arte indígena

� Arte Popular Brasileira e Paranaense

� Abstracionismo

� Expressionismo

� Impressionismo

6ª SÉRIE/7º ANO - ÁREA TEATRO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

� Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais

� Ação

� Espaço

� Representação

� Leitura dramática

� Cenografia

� Gêneros: Rua, Comédia, arena

� Caracterização

� Técnicas: jogos dramáticos e teatrais, Mímica, improvisação, formas animadas...

� Comédia dell'arte

� Teatro Popular

� Teatro Popular Brasileiro e Paranaense

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6ª SÉRIE/7º ANO - ÁREA DANÇA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

� Movimento Corporal

� Tempo

� Espaço

� Gênero: Folclórica, popular, étnica

� Ponto de Apoio

� Formação

� Rotação

� Coreografia

� Salto e queda

� Níveis(alto, médio e baixo)

� Dança Popular

� Brasileira

� Paranaense

� Africana

� Indígena

� Renascimento

7ª SÉRIE/8º ANO - ÁREA MÚSICA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

� Altura

� Duração

� Timbre

� Intensidade

� Densidade

� Ritmo

� Melodia

� Harmonia

� Tonal, modal e a fusão de ambos.

� Técnicas: vocal, instrumental, eletrônica, informática e mista

� Sonoplastia

� Indústria Cultural

� Eletrônica

� Minimalista

� Rap, Rock, Tecno

� Sertanejo pop

� Vanguardas

� Clássica

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7ª SÉRIE/8º ANO - ÁREA ARTES VISUAIS

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

� Linha

� Forma

� Textura

� Superfície

� Volume

� Cor

� Luz

� Bidimensional

� Tridimensional

� Figurativo

� Abstrato

� Semelhanças

� Contrastes

� Ritmo Visual

� Cenografia

� Técnicas: pintura, desenho, fotografia, audiovisual, gravura...

� Gêneros: Natureza morta, retrato, paisagem.

� Indústria Cultural

� Arte Digital

� Vanguardas

� Arte Contemporânea

� Arte Cinética

� Pop Art

� Classicismo

7ª SÉRIE/8º ANO - ÁREA TEATRO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

� Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais

� Ação

� Espaço

� Representação no Cinema e Mídias (Vídeo, TV e Computador)

� Texto dramático

� Cenografia

� Maquiagem

� Sonoplastia

� Roteiro, enredo

� Técnicas: jogos teatrais, sombra, adaptação cênica

� Indústria Cultural

� Realismo

� Expressionismo

� Cinema Novo

� Vanguardas

� Classicismo

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183

7ª SÉRIE/8º ANO - ÁREA DANÇA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

� Movimento Corporal

� Tempo

� Espaço

� Direções

� Dinâmicas

� Aceleração

� Improvisação

� Coreografia

� Sonoplastia

� Gênero: Indústria Cultural, espetáculo

� Hip Hop

� Musicais

� Expressionismo

� Indústria Cultural

� Dança Moderna

� Dança Clássica

8ª SÉRIE/9º ANO - ÁREA MÚSICA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

� Altura

� Duração

� Timbre

� Intensidade

� Densidade

� Ritmo

� Melodia

� Harmonia

� Estrutura

� Técnicas: vocal, instrumental, mista

� Gêneros: popular, folclórico, étnico.

� Música Engajada

� Música Popular Brasileira

� Música contemporânea

� Hip Hop, Rock, Punk

� Romantismo

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184

8ª SÉRIE/9º ANO - ÁREA ARTES VISUAIS

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

� Linha

� Forma

� Textura

� Superfície

� Volume

� Cor

� Luz

� Bidimensional

� Tridimensional

� Figurativo

� Geométrica

� Figura-fundo

� Perspectiva

� Semelhanças

� Contrastes

� Ritmo Visual

� Cenografia

� Técnica: Pintura, desenho, performance

� Gêneros: Paisagem urbana, idealizada, cenas do cotidiano

� Realismo

� Dadaísmo

� Arte Engajada

� Muralismo

� Pré-colombiana

� Grafite (Hip Hop)

� Romantismo

8ª SÉRIE/9º ANO - ÁREA TEATRO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

� Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais

� Ação

� Espaço

� Técnicas: Monólogo, jogos teatrais, direção, ensaio,

� Teatro-Fórum, Teatro Imagem

� Representação

� Roteiro, enredo

� Dramaturgia

� Teatro Engajado

� Teatro do Oprimido

� Teatro Pobre

� Teatro do Absurdo

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185

� Cenografia

� Sonoplastia

� Iluminação

� Figurino

� Gêneros

� Romantismo

8ª SÉRIE/9º ANO - ÁREA DANÇA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

� Movimento Corporal

� Tempo

� Espaço

� Ponto de Apoio

� Níveis (alto, médio e baixo)

� Rotação

� Deslocamento

� Gênero: Salão, espetáculo, moderna

� Coreografia

� Arte Engajada

� Vanguardas

� Dança Contemporânea

� Romantismo

8 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS ENSINO MÉDIO

ÁREA: MÚSICA

CONTEÚDOS ESTRURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

� Altura

� Duração

� Timbre

� Ritmo

� Melodia

� Harmonia

� Modal, Tonal e fusão de ambos.

� Gêneros: erudito,

� Música Popular Brasileira

� Paranaense

� Popular

� Indústria Cultural

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� Intensidade

� Densidade

clássico, popular, étnico, folclórico, Pop

� Técnicas: vocal, instrumental, eletrônica, informática e mista

� Improvisação

� Engajada

� Vanguarda

� Ocidental

� Oriental

� Africana

� Latino-Americano

ÁREA: ARTES VISUAIS

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

� Ponto

� Linha

� Forma

� Textura

� Superfície

� Volume

� Cor

� Luz

� Bidimensional

� Tridimensional

� Figurativo

� Abstrato

� Perspectiva

� Semelhanças

� Contrastes

� Ritmo Visual

� Técnica: Pintura, desenho, modelagem, instalação performance, fotografia, gravura e esculturas...

� Gêneros: paisagem, natureza-morta, designer, história em quadrinhos...

� Arte Ocidental

� Arte Oriental

� Arte Africana

� Arte Brasileira

� Arte Paranaense

� Arte Popular

� Arte de Vanguarda

� Indústria Cultural

� Arte Engajada

� Arte Contemporânea

� Arte Digital

� Arte Latino-Americana

ÁREA: TEATRO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

� Personagem: � Técnicas: jogos � Teatro Greco-Romano

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expressões corporais, vocais, gestuais e faciais

� Ação

� Espaço

teatrais, teatro direto e indireto, mímica, ensaio, Teatro-Fórum

� Roteiro

� Encenação, leitura dramática

� Gêneros: Tragédia, Comédia, Drama e Épico

� Dramaturgia

� Representação nas mídias

� Caracterização

� Cenografia, sonoplastia, figurino, iluminação

� Direção

� Produção

� Teatro Medieval

� Teatro Brasileiro

� Teatro Paranaense

� Teatro Popular

� Indústria Cultural

� Teatro Engajado

� Teatro Dialético

� Teatro Essencial

� Teatro do Oprimido

� Teatro Pobre

� Teatro de Vanguarda

� Teatro Renascentista

� Teatro Latino-Americano

� Teatro Realista

� Teatro Simbolista

ÁREA: DANÇA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERIODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE

� Movimento Corporal

� Tempo

� Espaço

� Eixo

� Dinâmica

� Aceleração

� Ponto de Apoio

� Salto e Queda

� Rotação

� Níveis

� Formação

� Deslocamento

� Improvisação

� Coreografia

� Gêneros: Espetáculo, industrial cultural, étnica, folclórica, circular, populares, salão, moderna, contemporânea.

� Pré-história

� Greco-Romana

� Medieval

� Renascimento

� Dança Clássica

� Dança Popular

� Brasileira, Paranaense

� Africana, Indígena

� Hip Hop

� Expressionismo

� Indústria Cultural Dança Moderna

� Arte Engajada

� Vanguardas

� Dança Contemporânea

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Tendo em vista a inclusão, a História e Cultura afro-brasileira e Africana nos

currículos da Educação contemplada com a lei 10.639/03 que garante os direitos

dos cidadãos afro-brasileiros e seus descendentes, bem como a lei 11645/08 da

História e Cultura dos Povos Indígenas, sempre que possível, dentro do conteúdo

programático, o tema será abordado, destacando a presença de elementos e rituais

das culturas de matriz africana e indígena nas manifestações populares. Bem como

a lei 9.795/99 despertando nos alunos o engajamento na conservação, recuperação

e melhoria do meio ambiente; Obs.: SERÁ TRABALHADO EM TODAS AS ÁREAS:

ARTES VISUAIS/ TEATRO/ DANÇA/ MÚSICA.

9 REFERÊNCIAS

ALALEONA, Domingos. História da Música de João C. Caldeira Filho. São Paulo.

Ricordi Brasileira, 1942.

Regimento Escolar

DCEs 2008 – Seed

PPP – PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO – Colégio Estadual Walfredo Silveira

Corrêa- Ensino Fundamental e Médio – 2010.

BARBOSA, A . M. (org.) Inquietações e mudanças no ensino de arte. SãoPaulo:

Cortez, 2002.

BARBOSA, A . M.B. Recorte e colagem: influência de John Dewey no ensino da arte

no Brasil, São Paulo: Cortez, 1989.

______. A imagem no ensino da arte: anos oitenta e novos tempos. São Paulo:

Perspectiva, 1996.

BIBLIOTECA MULTIMÍDIA, Centro Difusor de Cultura, Enciclopédia Digital, 1999.

BOSI, Afredo. Reflexões sobre a arte. São Paulo: Ática, 1991.

BRASIL, Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96.

CALDEIRA, Eny. Ensino da Arte:os primeiros e a influencia estrangeira na arte-

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189

educação em Curitiba. Tese de Mestrado. Universidade Federal do Paraná. 1998.

DISTRITO FEDERAL, Currículo e Educação Básica das Escolas Públicas. Educação

Artística - Distrito Federal, 1993.

DUARTE JUNIOR, J. F. Fundamentos estéticos da educação. 4ª ed. Campinas, SP:

Papirus, 1995.

LEI Nº 10.436/02 - Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais

LEI Nº 10.639/03 - Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que

estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo

oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-

Brasileira".

LEI Nº 7.853/89 - Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua

integração social, sobre a

Coordenadoria para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – CORDE

LOPONTE, l. G. O ensino da arte na nova LDB: resgate histórico e perspectivas.

São Paulo: Perspectiva, 1996.

MAGALDI, Panorama do Teatro Brasileiro. São Paulo, 1997.

MARCHESI, Isaias Jr. Atividades de Educação Artística 1° Grau. São Paulo. Editora

Ática, 1995.

MORAIS, Frederico. Arte é o que Eu e Você Chamamos Arte. Rio de Janeiro.

Editora Ática, 1995.

OSTROWER, Fayga Perla. Universos da Arte. Rio de Janeiro. Campus,1989.

PEIXOTO, M. I. Arte e grande público: a distância a ser extinta Campinas: Autores

Associados, 2003.

PILLAR, A . D. (org). A educação do olhar e o ensino das artes. Porto Alegre:

Mediação, 1999.

TAYLOR ( Shapiro). Dança em uma época de crise social: em Direção a uma visão

transformadora de dança e educação. Revista Comunicação e Artes, 1994.

TAVARES, Isis Moura. Educação Artística 1° grau.Curitiba. Módulo, 1996.

VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Psicologia da arte. São Paulo: M. Fontes, 1999.

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BIOLOGIA

ENSINO MÉDIO

1 APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

A disciplina de Biologia tem como objeto de estudo o fenômeno VIDA.

Diferentes concepções de vida foram elaboradas ao longo da história da

humanidade, sempre com a preocupação de compreender os seres vivos e os

fenômenos naturais a fim de garantir a própria sobrevivência humana.

Durante muito tempo a ciência foi permeada por uma visão teocêntrica, onde

as concepções sobre a natureza e a vida tinham origem divina e não poderiam ser

explicadas. O rompimento dessa concepção teocêntrica ocorreu lentamente e como

resposta às várias transformações sofridas pela sociedade que, a cada contexto

histórico era influenciada por razões religiosas, políticas, econômicas e sociais.

Para compreender o desenvolvimento da Biologia é necessário estudar a

história da ciência, em todo seu contexto, buscando em diferentes pensamentos

científicos a concepção para o fenômeno VIDA construído em cada momento

histórico.

A história da ciência começa a influenciar o conhecimento científico a partir do

pensamento biológico descritivo que recebeu relevante contribuição do filósofo

Aristóteles (384 a.C. – 322 d.C.). Segundo Mayr (1998), o pensamento aristotélico

baseava-se no método da observação e descrição, numa visão empírica da

natureza. Sob esse pensamento, Carl von Linné organizou o moderno sistema de

classificação científica dos organismos, em sua obra Systema Naturae (1735).

O domínio do ser humano sobre a natureza permeou o desenvolvimento do

pensamento biológico mecanicista, que ganhou força com a invenção e

aperfeiçoamento de instrumentos que permitiam um estudo mais detalhado da

anatomia e fisiologia dos seres vivos. O filósofo FrancisBacon (1561 – 1626)

introduziu idéias sobre a aplicação prática do conhecimento, enquanto René

Descartes assegurava que a razão humana é quem permitia que essas práticas se

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transformassem em procedimentos seguros levando a um conhecimento mais

aprimorado.

Neste contexto, o médico Willian Harvey (1578 – 1657) propôs um novo

modelo referente a circulação sanguínea, o que para Descartes viria a se constituir

uma das bases do pensamento biológico mecanicista. Nesse mesmo período,

Francesco Redi (1626 – 1698) apresentou estudos sobre a Biogênese travando

embate a respeito da origem da vida.

O pensamento biológico evolutivo começou a ser desenhado no início do

século XIX, época em que a Biologia sofreu uma grande revolução em suas bases

fixadas na imutabilidade da vida. Charles Darwin elaborou sua teoria sobre a origem

das espécies baseada na seleção natural, onde afirmava que todos os seres vivos,

atuais e do passado, tiveram origem evolutiva. Registros fósseis, distribuição

geográfica das espécies, anatomia e embriologia comparadas e a modificação de

organismos domesticados foram utilizados como provas e suporte para as

concepções de Darwin, consolidando sua teoria. Porém, para que ela fosse

totalmente aceita, era preciso explicar as causas das variações existentes em uma

população onde a seleção natural poderia atuar e manter vivos os indivíduos mais

aptos.

A resposta à questão não explicada por Darwin viria através de Gregor

Mendel, um monge estudioso das ciências naturais que elaborou as leis que

regulam a hereditariedade. Em 1865, Mendel apresentou sua pesquisa sobre a

transmissão das características entre os seres vivos. Mas, seus trabalhos só foram

confirmados no início do século XX por uma nova geração de geneticistas, o que

levou a uma grande revolução conceitual da Biologia.

A partir do século XX e com os avanços tecnológicos decorrentes das

grandes guerras, a Biologia passou a ser vista como algo útil à sociedade através

das suas aplicações no campo da medicina, agricultura e em outras áreas. Assim, o

pensamento biológico evolutivo dá lugar a um pensamento voltado para a

manipulação genética, onde o conhecimento sobre os cromossomos possibilitou o

desenvolvimento de técnicas que permitiram intervir na estrutura do material

genético e assim, compreender, manipular e modificar a estrutura físico-química dos

seres vivos. Nasce o pensamento biológico da manipulação genética.

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No Brasil, a disciplina de Biologia nos currículos escolares começou a ser

esboçada após a fundação do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro em 1838. Nesse

período o ensino das ciências era muito sutil, com poucas atividades e predomínio

da formação humanista. A metodologia utilizada era centrada em aulas expositivas,

reforçando a tradição descritiva, teórica e memorística da época. Essa metodologia

permaneceu mesmo após a criação dos cursos superiores de ciências naturais, em

1930.

A formação humanista só foi superada entre 1950 e 1960, onde a corrida pela

conquista espacial entre os EUA e a antiga URSS abriu caminhos para o

desenvolvimento científico e tecnológico. O enfoque pedagógico passou a ser a

formação do futuro cientista. O método científico e a resolução de problemas

passaram a ser aplicados para ensinar o aluno a agir como cientista. O ensino de

ciências é visto como fator imprescindível ao desenvolvimento do país.

Na década de 60, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 4.024

transfere as decisões curriculares da administração federal para um sistema de

cooperação entre a União, os Estados e os municípios. Surgem os Centros de

Ciências com o objetivo de melhorar o ensino, treinar professores, produzir e

distribuir textos didáticos e materiais de laboratório para as escolas de seus

respectivos estados.

Uma reestruturação significativa ocorreu na década de 70, com a

promulgação da Lei nº5692/71. Estabeleceu-se o ensino tecnicista e a formação

técnica para o segundo grau. Passa-se a discutir nos currículos escolares as

implicações sociais do desenvolvimento tecnológico e científico, principalmente as

questões ambientais decorrentes da industrialização. Para o ensino de Biologia, há

predomínio do empirismo sobre os conhecimentos científicos construídos ao longo

da história.

O Programa de Reestruturação do Ensino de Segundo Grau realizado no

Paraná na década de 90 tinha como proposta a superação do ensino tradicional e

tecnicista através da pedagogia histórico-crítica, onde o conteúdo é visto como

produção histórica e social que o aluno tem direito a conhecer. Porém, os conteúdos

de biologia ainda eram apresentados em blocos, reunidos em temas geradores.

Ainda na década de 90, instituíram-se os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais)

que tiveram como consequência o esvaziamento dos conteúdos formais, tornando-

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os reduzidos e com maior ênfase nos resultados obtidos pela ciência e não nos

processos para alcançá-los.

Após ampla discussão, entre 2004 e 2008, que envolveu os professores da

rede estadual de ensino, foram elaborados as DCEs (Diretrizes Curriculares da

Educação Básica) que privilegiam a retomada dos conteúdos formais

fundamentando-se na concepção histórica articulada aos princípios da filosofia da

ciência. Nessas Diretrizes Curriculares, consolida-se uma proposta voltada à

formação do sujeito crítico, reflexivo e analítico, capaz de compreender os avanços

tecnológicos, considerando a Bioética, a diversidade cultural, étnico-racial e o

desenvolvimento sustentável, visando bens coletivos priorizando a conservação da

vida e do ambiente, usufruindo sem destruir.

A disciplina de Biologia, portanto, deve ser considerada uma ciência em

constante transformação, cujo caráter provisório permite mudar conceitos e teorias

elaborados em cada momento histórico, social, político, econômico e cultural,

visando uma melhor compreensão do fenômeno VIDA e sua complexa relação com

o mundo.

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA

Conteúdos estruturantes são os saberes que identificam e organizam os

campos de estudo de uma disciplina escolar. Cada conteúdo estruturante da

disciplina de Biologia permite conceituar VIDA em distintos momentos da história e,

dessa forma, dá embasamento para que as grandes problemáticas da

contemporaneidade sejam entendidas como uma construção humana.

De acordo com as DCEs (2008), os Conteúdos Estruturantes são:

� Organização dos seres vivos: este conteúdo estruturante possibilita

conhecer os modelos teóricos construídos que propõem a organização dos seres

vivos, relacionando-os à existência de características comuns entre estes e sua

origem única;

� Mecanismos biológicos: este conteúdo estruturante privilegia o estudo dos

mecanismos que explicam como os sistemas orgânicos dos seres vivos funcionam;

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� Biodiversidade: este conteúdo estruturante possibilita o estudo, a análise e a

indução para a busca de novos conhecimentos, na tentativa de compreender o

conceito biodiversidade;

� Manipulaçao Genética: este conteúdo estruturante trata das implicações dos

conhecimentos da biologia molecular sobre a VIDA, na perspectiva dos avanços da

Biologia, com possibilidade de manipular o material genético dos seres vivos e

permite questionar o conceito biológico da VIDA como fato natural, independente da

ação do ser humano.

ENSINO MÉDIO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

� Organização dos seres vivos

� Mecanismos biológicos

� Biodiversidade

� Manipulação genética

� Classificação dos seres vivos: critérios taxonômicos e Filogenéticos;

� Sistemas biológicos: anatomia, morfologia e fisiologia;

� Mecanismos de desenvolvimento embriológico;

� Teoria celular; mecanismos celulares, biofísicos e bioquímico;

� Teorias evolutivas;

� Transmissão das características hereditárias;

� Dinâmica dos ecossistemas: relações entre os seres vivos e interdependência com o ambiente;

� Organismos geneticamente modificados.

3 METODOLOGIA

O desenvolvimento dos conteúdos estruturantes deve dar-se de forma

integrada, na medida em que se discute um determinado conteúdo, para que se

possa compreender que a VIDA se organiza na Terra.

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É importante que esses conteúdos sejam abordados numa perspectiva

diferenciada, em que se observe que a construção do pensamento biológico ocorre

dentro de um contexto histórico e é parte da construção humana.

Conteúdos prévios, calcados em uma determinada cultura, podem agir como

obstáculos na construção de novos conhecimentos. Então, faz-se necessário

conhecer e respeitar a diversidade social e cultural dos alunos para superar essas

dificuldades e leva-los à compreensão da VIDA sob um olhar científico.

Segundo GASPARIN (2002); e SAVIANI (1997); o ensino dos conteúdos

específicos de Biologia ressalta para o seguinte processo pedagógico: Prática social:

caracteriza-se por ser o ponto de partida onde se observa o senso comum dos

alunos a respeito do conteúdo a ser trabalhado.

� Problematização: fase de detecção e apontamento das questões que

precisam ser resolvidas;

� Instrumentalização: e a apresentação sistematizada dos conteúdos;

� Catarse: é a fase em que o aluno confronta o conhecimento adquirido com o

problema em questão;

� Retorno à prática social: É o retorno ao ponto de partida, mas agora com um

saber concreto e pensado de maior clareza e compreensão voltado para o

âmbito social.

Compreendendo a proposta dos Conteúdos Estruturantes o professor em

suas aulas pode contemplar as mais variadas estratégias de ensino, como:

� Exposição oral feita pelo professor, acompanhado de discussões onde o

aluno emita opiniões, levante hipóteses e construa novos conhecimentos;

� Pesquisas, entrevistas, relatórios, resolução de atividades que explorem a

interpretação de gráficos, mapas e charges;

� Debates em grupos e seminários; Aulas práticas; Visitas de estudo para

buscar informações em outros ambientes; TV multimídia, pen drive; Data

show e outros.

As aulas de Biologia devem, segundo LIBÂNEO (1983), propiciar ao

educando a compreensão da prática social, pois revelam a realidade concreta de

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forma crítica e explicitam as possibilidades de atuação dos sujeitos no processo de

transformação desta realidade.

Ainda com relação a abordagem metodológica, é importante que o professor

de biologia ao elaborar seu plano de trabalho docente, garanta o previsto na Lei nº

10.639/03 que torna obrigatório a presença de conteúdos relacionados a história e

cultura dos povos indígenas, em concordância com a Lei nº 11.645/08.

Quanto ao trabalho envolvendo a educação ambiental, em concordância com

a Lei nº 9.795/99 que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, este deverá

ser uma prática educativa integrada, contínua e permanente no desenvolvimento

dos conteúdos específicos. Portanto é necessário que o professor contextualize esta

abordagem em relação aos conteúdos estruturantes, de tal forma que os conteúdos

sobre as questões ambientais não sejam trabalhados isoladamente na disciplina de

Biologia.

Os documentos: Lei nº 9795/99 – Política Nacional de Educação Ambiental;

Cidadania e Direitos Humanos, Educação Fiscal, Prevenção ao uso indevido de

Drogas, serão trabalhados através de ações que propiciem informação adequada ao

aluno para o conhecimento dos valores e cultura dos povos africanos e indígenas e

compreensão dos temas citados.

Dessa forma visa-se a formação de um cidadão critico, reflexivo e atuante em

seu meio.

4 AVALIAÇÃO

A avaliação é um instrumento cuja finalidade prática é obter informações

necessárias sobre o desenvolvimento da prática pedagógica para nela interferir e

reformular os processos de aprendizagem. É indispensável, uma vez que, permite

ao professor recolher, analisar e julgar dados sobre a prática pedagógica e ao

mesmo tempo verificar a qualidade do desempenho de seu trabalho.

A avaliação deve ser: diagnóstica, contínua e cumulativa, onde se analisa o

processo de ensino aprendizagem que se configura em um conjunto de ações

pedagógicas pensadas e realizadas ao longo do ano letivo, de modo que

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professores e alunos tornam-se observadores dos avanços e dificuldades a fim de

superarem os obstáculos existentes.

Convém registrar todas as avaliações, sendo dessa forma realizadas por meio

vários instrumentos como: testes objetivos e subjetivos, pesquisas, relatórios,

debates, interpretação de gráficos, mapas e charges etc.

Ao aluno que demonstrar deficiência no processo de apreensão do

conhecimento, de forma a prejudicar o processo de aprendizagem dos conteúdos

selecionados será ofertado a recuperação de estudos, através da retomada de

conteúdos e com uso de metodologias diversificadas, buscando assegurar a

possibilidade de aprendizagem por parte do educando.

Espera-se que o aluno:

� Identifique e compare as características dos diferentes grupos de seres vivos;

� Estabeleça relações entre as características específicas dos micro-organismos, dos organismos vegetais e animais, e dos vírus;

� Classifique os seres vivos quanto ao número de células (unicelular e

pluricelular), tipo de organização celular (procarionte e eucarionte), forma de

obtenção de energia (autótrofo e heterótrofo) e tipo de reprodução (sexuada e

assexuada);

� Reconheça e compreenda a classificação filogenética (morfológica, estrutural

e molecular) dos seres vivos;

� Compreenda a anatomia, morfologia, fisiologia e embriologia dos sistemas

biológicos (digestório, reprodutor, cardiovascular, respiratório, endócrino,

muscular, esquelético, excretor, sensorial e nervoso);

� Identifique a estrutura e o funcionamento das organelas citoplasmáticas;

� Reconheça a importância e identifique os mecanismos bioquímicos e

biofísicos que ocorrem no interior das células;

� Compreenda os mecanismos de funcionamento de uma célula: digestão,

reprodução, respiração, excreção, sensorial, transporte de substâncias;

� Compare e estabeleça diferenças morfológicas entre os tipos celulares mais

freqüentes nos sistemas biológicos (histologia);

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� Reconheça e analise as diferentes teorias sobre a origem da vida e a

evolução das espécies;

� Reconheça a importância da estrutura genética para manutenção da

diversidade dos seres vivos;

� Compreenda o processo de transmissão das características hereditárias entre

os seres vivos;

� Identifique os fatores bióticos e abióticos que constituem os ecossistemas e

as relações existentes entre estes;

� Compreenda a importância e valorize a diversidade biológica para

manutenção do equilíbrio dos ecossistemas;

� Reconheça as relações de interdependência entre os seres vivos e destes

com o meio em que vivem;

� Identifique algumas técnicas de manipulação do material genético e os

resultados decorrentes de sua aplicação/utilização;

� Compreenda a evolução histórica da construção dos conhecimentos

biotecnológicos aplicados à melhoria da qualidade de vida da população e à

solução de problemas sócio-ambientais;

� Relacione os conhecimentos biotecnológicos às alterações produzidas pelo

homem na diversidade biológica;

É necessário que os critérios e formas de avaliação fiquem bem claros para

os alunos, como direito que têm de acompanhar todo o processo.

A recuperação de estudos é direito de todos os alunos, no sentido do

aperfeiçoamento da aprendizagem e não apenas no alcance da média. O

estabelecimento proporcionará a recuperação bimestral no valor 10,0 (dez) a todos

os alunos que não atingirem nota bimestral 6,0 (seis). Quanto ao registro

quantitativo, caso o aluno tenha obtido um valor acima daquele anteriormente

atribuído, no processo de recuperação a nota deverá ser substitutiva, uma vez que a

legislação é clara quanto ao caráter cumulativo, ou seja, a melhor nota expressa o

melhor rendimento do aluno em relação à aprendizagem.

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5 REFERÊNCIAS

GASPARIN, J. L. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-crítica. Campinas:

Autores Associados, 2002.

PARANÁ, Secretaria de ESTADO DA Educação. Superintendência da Educação.

Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Biologia para a

Educação Básica. Curitiba, 2008.

SAVIANI, D. Pedagogia Histórico- crítica: primeiras aproximações. Campinas/

SP: Autores Associados, 1997.

SEED, GOVERNO DO PARANÁ. Como Trabalhar a Lei. Nº 10.639/2003 e as

Diretrizes Curriculares para a Educação das relações Étnico-raciais e História e

Cultura Afro-Brasileira e Africana na Escola. Curitiba. 2006.

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200

CIÊNCIAS

ENSINO FUNDAMENTAL

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A disciplina de ciências foi inserida no currículo em 1931, a partir da Reforma

Francisco Campos, com objetivo de transmitir conhecimentos científicos

provenientes de ciências naturais de referência já consolidadas no currículo escolar

brasileiro.

Tem como objeto de estudo o conhecimento científico que resulta da

investigação da Natureza. Ao ser humano cabe interpretar racionalmente os

fenômenos observados na Natureza, resultantes das relações entre elementos

fundamentais. A ciência passou a ser tomada como um saber distinto das ciências

matemáticas, sociais e aplicadas, bem como dos conhecimentos filosóficos,

artísticos e do saber cotidiano. Tal conhecimento proporciona ao ser humano uma

cultura científica com repercussões sócias, econômicas, éticas e políticas.

Na década de 1940, com a reforma Capanema, o ensino objetivava a

preparação de uma ‘’elite condutora,’’ onde a escola deveria contribuir para a

divisão de classes, separada pelas diferenças de chances de aquisição cultural,

dirigentes e dirigidos.

Em meados de 1950, o contexto mundial acompanhava uma tendência em

que a ciência e tecnologia foram reconhecidas como atividades essenciais no

desenvolvimento econômico, cultural e social, os movimentos tanto internacionais

como nacionais contribuíram para que o ensino de Ciências passasse por um

processo de transformação no âmbito escolar, justificado na necessidade do

conhecimento científico para a superação da dependência tecnológica.

O golpe militar, ocorrido na década de 60, impôs mudanças direcionando o

ensino como um todo, envolvendo o conhecimentos científicos para a formação do

trabalhador. Assim o ensino de Ciências assume o compromisso de suporte de base

para a formação de mão-de-obra técnico-científica no segundo grau, visando às

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necessidades do mercado de trabalho e do desenvolvimento industrial e tecnológico

do país.

O objetivo primordial do ensino de ciências, anteriormente focado na

formação do futuro cientista ou na qualificação do trabalhador, mudando na década

de 1980 passando assim orientar-se por um currículo centrado nos conteúdos e

atrelado a discussão sobre os problemas sociais que se avolumaram no mundo,

como crises ambientais, aumento da poluição, crise energética.

Nos anos 90 implantou-se o Currículo Básico para a Escola Pública do Estado

do Paraná onde apresentou avanços consideráveis para o ensino de Ciências que

buscava responder às necessidades sociais e históricas do Brasil deste período.

Sua proposta baseava-se em três eixos norteadores: Noções de Astronomia;

Transformação e Interação da Matéria e Energia; Saúde: Melhoria da Qualidade de

Vida.

Após a promulgação da lei 9394/ 96 que estabeleceu as Diretrizes e Bases

para a Educação Nacional, foram produzidos os Parâmetros Curriculares Nacionais

(PCN), substituindo o Currículo Básico para o Estado do Paraná pelos PCN cujos

fundamentos contribuíram para a descaracterizacão da disciplina de Ciências. Com

os PCNS, os conteúdos foram reorganizados em eixos temáticos: 1. Terra e

Universo; 2. Vida e Ambiente; 3. Ser humano e Saúde; 4. Tecnologia e Sociedade,

entretanto o ensino desses conteúdos sofreu interferências dos projetos curriculares

e extracurriculares propostos por fundações, organizações não-governamentais e

empresas que passaram intervir na escola pública nesse período histórico.

A partir da reformulação da política educacional do Estado em 2003, institui-

se o currículo escolar como eixo fundante da escola. As Diretrizes Curriculares para

a Educação Básica buscam levar o corpo decente a uma reflexão da sua prática,

incentivando sua formação através de grupos de estudo, seminários estaduais,

simpósios, cadernos pedagógicos, criação do Portal dia-a-dia Educação, Projetos do

Governo do Estado com atividades extraclasse e Jogos Escolares, levando a escola

a uma maior interação com a comunidade.

A educação científica nos dias atuais, a partir do Ensino Fundamental, muito

além da necessidade de preparar os estudantes para inserção em uma sociedade

que baseia cada vez mais seus valores em produtos da ciência e da tecnologia,

deve possibilitar o aprendizado dos conceitos científicos escolares capazes de

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202

inserir os estudantes no debate social a respeito de ciência e tecnologia e suas

implicações.

2 METODOLOGIA

O processo pedagógico deve partir do conhecimento prévio dos estudantes,

no qual se incluem as ideias preconcebidas sobre o conhecimento de Ciências que

deverá ser sistematizada em conhecimento científico.

Destaca-se, também que o ensino de Ciências necessita estabelecer relações

com o cotidiano do estudante, no sentido de criar conexões entre o que estudante já

sabe e o conhecimento específico a ser ensinado pela mediação do professor.

Relacionar a organização dos conteúdos com o cotidiano do estudante de forma não

arbitrária é uma das premissas da teoria da aprendizagem significativa (MOREIRA,

1999).

Essas interações podem se dar auxiliadas por recursos como leituras de

textos diversificados (jornais, revistas, livros, rótulos de produtos, livro didático

público, etc.), utilização de materiais audiovisuais, sites disponíveis na internet e

demonstrações experimentais propiciando aos alunos uma reflexão entre a teoria e

a prática, visando a construção e a elaboração de conceitos.

Serão desenvolvidas algumas temáticas que contemplam as relações étnico-

raciais da cultura afro-brasileira, africana e educação ambiental.

No processo ensino e aprendizagem é fundamental que o aluno possa

compreender melhor os fenômenos e a natureza questionando conscientemente o

meio em que vive e isso pode ser direcionado partindo da observação do próprio

meio.

As atividades experimentais serão estudadas e intercaladas durante os

estudos dos conteúdos onde o aluno observará, acompanhará e/ou aplicará o

experimento que poderá se seguir de um relatório a partir dos dados coletados

relatando sua conclusão sobre os fatos observados.

A utilização de textos pode partir do estudo do livro didático público que

sugere formas de leitura e pesquisa, como também solicitação de textos de

interesse trazidos pelos alunos com apresentação e discussão das questões.

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203

Os conteúdos específicos da disciplina de Ciências devem ser abordados

considerando aspectos essenciais: a história da ciência, a divulgação científica e as

atividades experimentais. A abordagem desses conteúdos específicos deve

contribuir para a formação de conceitos científicos escolares no processo ensino

aprendizagem da disciplina de Ciências e de seu objeto de estudo (o conhecimento

científico que resulta da investigação da Natureza).

Para a integração dos diversos contextos que permeiam os conceitos

científicos escolares devem estar presentes as problematizações, contextualizações

e interdisciplinaridade, lançando mão de fontes textuais (jornais, revistas, livros,

internet); programas de televisão e vídeo; TV pendrive; saber vivencial de

profissionais especialistas, por meio de palestras e entrevistas; aulas expositivas e

dialogadas; trabalhos e dinâmicas em grupos; jogos, debates, dramatizações e

atividades lúdicas; passeios ecológicos vivenciais e informativos; painéis e mostras

de trabalhos; pesquisas e leituras científicas; atividades experimentais; entre outros.

Esta disciplina, assim como as demais áreas do conhecimento, deve articular

em seus conteúdos, a partir das possibilidades abertas pelos seus referenciais, a

abordagem de temas abrangentes e contemporâneos que devem permear o

desenvolvimento dos conteúdos do currículo: saúde, prevenção ao uso indevido de

drogas; sexualidade e gênero, vida familiar e social, assim como os direitos das

crianças e adolescentes de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei

nº 8069/90); preservação do meio ambiente, nos termos da política nacional de

educação ambiental (Lei nº 9795/99); educação para o consumo, educação fiscal,

trabalho, ciência e tecnologia, diversidade cultural, educação para o trânsito (Lei nº

9503/97); História do Paraná (Lei nº 13381/01); Educação Tributária (Dec. Nº

1143/99); música (Lei nº 11769/2008); Direito das Crianças e Adolescentes (Lei

Federal nº 11525/07); A história e as culturas indígenas e afro-brasileiras (Lei nº

11645/2008).

A inclusão dessa Lei possibilita ampliar o leque de referências culturais de

toda população escolar e contribui para a mudança das suas concepções de mundo,

transformando os conhecimentos comuns veiculados pelo currículo e contribuindo

para a construção de identidades mais plurais e solidárias.

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3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS

5ª SÉRIE/6º ANO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

� Astronomia

� Universo

� Sistema solar

� Movimentos terrestres

� Movimentos celestes

� Astros

� Matéria � Constituição da matéria

� Sistema biológico � Níveis de organização celular

� Energia

� Formas de energia

� Conversão de energia

� Transmissão de energia

� Biodiversidade

� Organização dos seres vivos

� Ecossistema

� Evolução dos seres vivos

6ª SÉRIE/7º ANO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

� Astronomia

� Astros

� Movimentos terrestres

� Movimentos celestes

� Matéria � Constituição da matéria

� Sistema biológico

� Célula

� Morfologia e fisiologia dos seres vivos

� Energia � Formas de energia

� Transmissão de energia

� Origem da vida

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� Biodiversidade � Organização dos seres vivos

� Sistemática

7ª SÉRIE/8º ANO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

� Astronomia � Origem e evolução do Universo

� Matéria � Constituição da matéria

� Sistema biológico � Célula

� Morfologia e fisiologia dos seres vivos

� Energia � Formas de energia

� Biodiversidade � Evolução dos seres vivos

8ª SÉRIE/9º ANO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

� Astronomia � Astros

� Gravitação universal

� Matéria � Propriedades da matéria

� Sistema biológico � Morfologia e fisiologia dos seres vivos

� Mecanismos de herança genética

� Energia � Formas de energia

� Conservação de energia

� Biodiversidade � Interações ecológicas

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3 AVALIAÇÃO

A avaliação não possui uma finalidade em si mesma, mas deve subsidiar e

mesmo redirecionar as ações no processo ensino e aprendizagem tendo em vista

garantir a qualidade do processo educacional. Sendo assim, diversas atividades

vivenciadas podem tornar-se atividades de avaliação. Nesse entendimento, deve ser

concebida de forma processual e formativa, devendo ser contínua, diagnóstica e

diversificada nas suas formas de aplicação, com prevalência dos aspectos

qualitativos sobre os quantitativos, é ainda maior a preocupação com aspectos

qualitativos, pois as crianças apresentam maneiras peculiares e diferenciadas de

vivenciar as situações e de interagir com os fenômenos naturais.

Em Ciências o principal critério de avaliação é a formação de conceitos

científicos. Valoriza-se, desta forma, uma ação pedagógica includente dos

conhecimentos anteriores dos alunos e a interação da dinâmica dos fenômenos

naturais por meio de conceitos científicos.

Nesta perspectiva a avaliação dar-se-á por meio de prova oral e escrita,

trabalhos de pesquisas, trabalhos extraclasse (individual/grupo), exercícios

propostos, painéis, debates, grupos de estudo, feira de ciências, experimentos,

textos diversos, dentre outros.

Finalmente é necessário que os critérios e formas de avaliação fiquem bem

claros para os alunos, como direito que têm de acompanhar todo o processo

A avaliação é indispensável no processo de ensino aprendizagem, uma vez

que permite ao professor recolher, analisar e julgar dados sobre a prática

pedagógica e ao mesmo tempo verificar a qualidade do desempenho de seu

trabalho. Deve ser diária e contínua, onde analisa-se a participação do aluno em

sala de aula e interesse nas atividades propostas pelo professor.

É assim que o professor verificará se houve ou não assimilação e

compreensão dos alunos em relação ao que foi trabalhado, bem como independente

dos resultados retomar os conteúdos com novas estratégias metodológicas

proporcionando a recuperação de estudos seguindo o critério estabelecido pela

escola que perfaz a somatória de 100 pontos assim divididos: 50 (prova) e 50 (

trabalhos). O valor da recuperação de estudos é de 100 pontos.

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4 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Secretaria de Estado da Educação

do Paraná-SEED -2008.

Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Secretaria de Estado da Educação

do Paraná. Educação no campo.

GASPARIN, J. L. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. Campinas:

Autores Associados, 2002.

Projeto Político Pedagógico – Colégio Estadual ''Walfredo Silveira Corrêa'' – 2010

Regimento Escolar - Colégio Estadual “Walfredo Siveira Corrêa”.

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EDUCAÇÃO FÍSICA

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A Educação Física encontra-se hoje no âmbito escolar assumindo cada vez

mais o papel de formadora integral e total do “homem”. Pois, nos seus conteúdos a

abordagem critica faz com que haja reflexão, questionamento, superação,

autonomia, comunicação, determinação, respeito, ordem e acima de tudo

aprendizagem, porque quando se trata de “corpo” é impossível isolá-lo da mente. Ou

seja, não tem como executar um trabalho corporal sem pensá-lo ou repensá-lo afinal

é a “mente” que comanda o “corpo”.

Nessa formação continua por meio das práticas corporais, seja esporte,

dança, ginástica, jogos, brincadeiras e brinquedos, busca-se ir além da dimensão

motriz considerando a multiplicidade de experiências produzidas para que haja

entendimento da importância da atividade física para a saúde (qualidade de vida) e

/ou despertar para futuros atletas de rendimento que passa todos pela escola

fundamental.

A disciplina de Educação Física ao longo de sua caminhada escolar

apresentou vários e importantes avanços, apresentando hoje uma proposta de

trabalho baseada em conhecimentos elementares sobre o corpo, as relações

corporais com o mundo e elementos da cultura corporal do movimento.

Como objetivos a disciplina propõe:

� Formar indivíduos (aluno) na sua amplitude que seja motora, social e moral;

� Desenvolver durante o processo escolar, a autonomia da atividade física

voltada para a saúde;

� Contextualizar o esporte, a dança, a corporal idade no mundo e seu

momento;

� Refletir sobre as formas “natulizada” de preconceito entendendo e

respeitando “o diferente” (inclusão), o gordo, o magro, o diferente, etc;

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� Possibilitar a aquisição de conhecimentos dos fundamentos esportivos,

visando a descoberta de talentos; ou mesmo preparando o aluno (que gosta)

para futuramente integrar equipes competitivas;

� Melhorar a concentração, o raciocínio lógico, a estratégia, atenção, a ordem,

o respeito através de jogos de tabuleiro (xadrez, dama, trilha, dominó, etc.);

� Repudiar qualquer espécie de violência, adotando atitude de respeito mútuo,

dignidade e solidariedade nas práticas da cultura corporal do movimento;

� Colaborar para adoção de hábitos saudáveis de higiene, alimentação e

atitudes corporais melhorando a sua saúde e a saúde coletiva;

� Conhecer, organizar e interferir no espaço de forma autônoma bem como

reivindicar locais adequados para promoção de atividades corporais de lazer,

reconhecendo-as como uma necessidade do ser humano e um direito do

cidadão em busca de uma melhor qualidade de vida;

� Desenvolver a aptidão física no contexto das necessidades individuais e de

grupo como uma das bases do crescimento biopsicossocial;

� Formar o aluno como ser pensante critico e responsável social;

� Propiciar ao aluno uma visão critica do mundo e da sociedade na qual está

inserido;

� Propiciar a inclusão;

� Superar a visão de Educação Física como mera atividade “prática pela

prática”.

� Aplicar aos alunos a prática esportiva que privilegie o coletivo, e que todos os

alunos tenham acesso.

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2 CONTEÚDOS ESTRURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA

ENSINO FUNDAMENTAL

CONTÉUDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

� Esporte � Coletivos;

� Individuais.

� Jogos e Brincadeiras

� Jogos e brincadeiras populares;

� Brincadeiras e cantigas de roda;

� Jogos de tabuleiro;

� Jogos cooperativos.

� Dança

� Danças Folclóricas;

� Danças de rua;

� Dança criativa.

� Ginástica

� Ginástica rítmica;

� Ginástica circense;

� Ginástica geral.

6º a

no

� Lutas

� Lutas de aproximação

� Capoeira.

CONTÉUDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

� Esporte

� Coletivos;

� Individuais.

� Jogos e Brincadeiras

� Jogos e brincadeiras populares;

� Brincadeiras e cantigas de roda;

� Jogos de tabuleiro;

� Jogos cooperativos.

� Dança

� Danças Folclóricas;

� Danças de rua;

� Dança criativa.

7º a

no

� Ginástica

� Ginástica rítmica;

� Ginástica circense;

� Ginástica geral.

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� Lutas

� Lutas de aproximação

� Capoeira.

CONTÉUDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

� Esporte � Coletivos;

� Radicais.

� Jogos e Brincadeiras

� Jogos e brincadeiras populares;

� Brincadeiras e cantigas de roda;

� Jogos de tabuleiro;

� Jogos cooperativos.

� Dança � Danças Circulares;

� Danças criativas.

� Ginástica

� Ginástica rítmica;

� Ginástica circense;

� Ginástica geral.

8º a

no

� Lutas � Lutas com instrumento mediador;

� Capoeira.

CONTÉUDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

� Esporte

� Coletivos;

� Radicais.

� Jogos e Brincadeiras

� Jogos Dramáticos;

� Jogos de tabuleiro;

� Jogos cooperativos.

� Dança

� Danças Circulares;

� Danças criativas.

9º a

no

� Ginástica rítmica;

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� Ginástica � Ginástica geral.

� Lutas

� Lutas com instrumento mediador;

� Capoeira.

ENSINO MÉDIO

CONTÉUDOS ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS

• Esporte

• Coletivos;

• Individuais;

• Radicais.

• Jogos e Brincadeiras

• Jogos dramáticos;

• Jogos de tabuleiro;

• Jogos cooperativos.

• Dança

� Danças de rua.

• Danças Folclóricas;

• Danças de salão;

• Ginástica

• Ginástica artística/olímpica

• Ginástica de condicionamento Físico;

• Ginástica geral.

• Lutas

• Lutas de aproximação;

• Lutas que mantém distância;

• Lutas com instrumento mediador;

• Capoeira.

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3 ELEMENTOS ARTICULADORES DOS CONTEÚDOS ESTRUTURANTES PARA A

EDUCAÇÃO BÁSICA.

Visando romper com a maneira tradicional como os conteúdos têm sido

tratados na Educação Física, faz-se necessário integrar e interligar as práticas

corporais de forma mais reflexiva e contextualizada, o que é possível por meio dos

Elementos Articuladores.

Tais elementos não podem ser entendidos como conteúdos paralelos, nem

tampouco trabalhados apenas teoricamente e/ou de maneira isolada. Como

articuladores de conteúdos, podem transformar o ensino da Educação Física na

escola.

Nestas Diretrizes, propõem-se os seguintes elementos articuladores:

� Cultura Corporal e Corpo;

� Cultura Corporal e Ludicidade;

� Cultura Corporal e Saúde;

� Cultura Corporal e Mundo do Trabalho;

� Cultura Corporal e Desportivização;

� Cultural Corporal - Técnica e Tática;

� Cultura Corporal e Lazer;

� Cultura Corporal e Diversidade;

� Cultural Corporal e Mídia.

4 METODOLOGIA

A Educação Física procurando a integração com o trabalho desenvolvido na

escola, coloca o seu programa curricular no mesmo patamar de seriedade e

compromisso com a produção de conhecimento que conduzirá o processo de ensino

e aprendizagem. Este processo será caracterizado pela participação efetiva do aluno

e do professor com o educando.

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O professor exercerá um papel de mediador levando mensagens e

informações, sendo que os alunos também trarão questionamentos e assuntos

relacionados ao tema desenvolvido.

A interação e cooperação promovem a autonomia, sendo assim, atividades

serão elaboradas de forma a favorecer a fala e a escrita como meios de

reorganização e reconstrução das experiências compartilhadas com os alunos.

Serão desenvolvidas atividades teóricas e práticas em pequenos e grandes

grupos, propondo situações desafiadoras para resolução de problemas e

desenvolvimento de projetos educacionais.

O trabalho de elaboração de projetos com os alunos será compartilhado com

outras áreas mais interessantes e significativos, utilizando recursos dos mais

diversos, onde o aluno passa a perceber a inter-relação entre o conhecimento

crítico-teórico e volta novamente para a prática social concreta.

Usando a metodologia histórico-crítica, o conteúdo é transmitido levando-se

em conta o momento político, histórico, econômico e social em que o aluno está

inserido, seguindo os passos sugeridos por Gasparin: prática social inicial,

problematização, instrumentalização, catarse e retorno á prática social (final).

Os seguintes conteúdos serão trabalhados de forma gradativa durante os três

anos do Ensino Médio, mudando o grau de complexidade com atualidades dos

conteúdos.

O esporte individual e coletivo como desenvolvimento prático e como

fenômeno social, a sociedade atual, através de suas várias manifestações sociais,

culturais, de informação de massa, requer a participação de pessoas em atividades

coletivas organizadas. O aluno como parte integrante do Sistema do Ensino Médio,

deve ser contemplado com esses conhecimentos que permitem sua inclusão,

promovendo as relações sociais, privilegiando o coletivo em detrimento do individual.

Os jogos em sua amplitude de ações devem permear o raciocínio lógico, a

socialização, a expressão corporal, a dramatização, o espírito de equipe, como

resgate e potencialização de valores e como possibilidades de lazer.

A ginástica como fator histórico deve levar em consideração a discussão de

vários problemas e modismos atuais. As lutas servem como representação das

desigualdades de classes, seus simbolismos e significados e sua história. A dança,

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o teatro, o folclore, a mímica, seus conhecimentos e suas possibilidades, resgatam

valores sociais e culturais através de suas manifestações sociais.

Esta disciplina, assim como as demais áreas do conhecimento (seja base

nacional comum ou parte diversificada), deve articular em seus conteúdos, a partir

das possibilidades abertas pelos seus referenciais, a abordagem de temas

abrangentes e contemporâneos que devem permear o desenvolvimento dos

conteúdos do currículo: saúde, prevenção ao uso indevido de drogas; sexualidade e

gênero, vida familiar e social, assim como os direitos das crianças e adolescentes,

de acordo com o Estatuto da Criança e Adolescente (Lei nº 8.069/90), preservação

do meio ambiente, nos termos da política nacional de Educação ambiental (Lei

9797/99), educação para o consumo, educação fiscal, trabalho, ciência e tecnologia,

diversidade cultural, educação para o trânsito (Lei nº 9.503/97), História do Paraná

(Lei 13381/01); Educação Tributária (Dec. nº 1143/99); música (Lei nº 11.769/2008);

Direito das Crianças e Adolescentes (Lei Federal nº 11525/07); a história e as

culturas indígenas e afro-brasileiras (Lei nº 11.645/2008). A inclusão dessa Lei

possibilita ampliar o leque de referencias cultural de toda a população escolar e

contribuir para a mudança das suas concepções de mundo, transformando os

conhecimentos comuns veiculados pelo currículo e contribuindo para a construção

de identidades mais plurais e solidárias.

5 AVALIAÇÃO

O processo avaliativo será continuo, incluindo o aluno como participante

contribuindo para o desenvolvimento da responsabilidade e compreensão na

construção do conhecimento.

No decorrer do processo ensino-aprendizagem, o conteúdo programático

pode ser reavaliado e alterado para melhor aproveitamento.

Em relação ás atividades culturais corporais, o procedimento avaliativo

priorizará como ação cooperativa a integração grupal, atitudes de respeito mútuo,

dignidade e solidariedade, respeito ás características físicas de cada aluno, sem

distinções físicas, raciais ou sociais.

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A avaliação consistirá em verificar se o aluno perceberá os limites e

possibilidades corporais com domínio, e aplicá-las na melhoria de sua aptidão física;

bem como a aplicação prática na rotina de vida do aluno visando a promoção da

saúde e da qualidade de vida.

Será uma avaliação diagnóstica num processo contínuo que servirá para

requisitar o processo desenvolvido para identificar lacunas na aprendizagem, bem

como planejar e propor outros encaminhamentos que vise à superação das

dificuldades constatadas nas diversas manifestações corporais, evidenciadas nas

brincadeiras, jogos, ginástica, dança, teatro e manifestações esportivas.

6 REFERÊNCIAS

BRACH. Valter. A Constituição das Teorias Pedagógicas da Educação Física. Caderno CEDES, vol. 19, nº 48. Campinas, 1999.

CRESPO, Jorge. A história do corpo. Lisboa: Diel, 1990.

Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Educação Física, 2008.

Dossiê Corpo Educação. Caderno CEDES, nº 48, Campinas: Unicamp, 1999.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Petrópolis: Vozes, 1990.

FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da educação Física. São Paulo: Scipione, 1992.

GASPARIN, J. L. Uma Didática para a pedagogia Histórico - critica. Campinas: Autores Associados, 2002.

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ENSINO RELIGIOSO

ENSINO FUNDAMENTAL

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O Ensino Religioso no Estado do Paraná tem como objeto de Estudo O

SAGRADO. Ela é uma disciplina que contribui para o desenvolvimento humano,

além de possibilitar o respeito e a compreensão de que nossa sociedade é formada

por diversas manifestações culturais e religiosas.

Para a Disciplina de Ensino Religioso, três são os conteúdos estruturantes a

saber: Paisagem Religiosa, Universo Simbólico Religioso e Texto Sagrado.

Fundamentando-se nos conteúdos estruturantes, a disciplina de Ensino

Religioso tem os conteúdos básicos.

O conhecimento religioso é um patrimônio da humanidade. Refletir sobre esse

fenômeno é pensar criticamente sobre a nossa condição existencial, o que não

passa, necessariamente, pela prática de uma crença em particular. Antes, esse

pensar está marcado pela busca incansável do entendimento das questões ligadas à

própria vida, à transcendência e à orientação ética que dá sentido às realizações

pessoais e sociais. A dimensão religiosa, por constituir uma propriedade humana,

deve ser abordada com seriedade no espaço escolar, de modo que crianças e

jovens estudantes possam estabelecer posições autênticas e referenciadas

eticamente diante das expressões e manifestações religiosas. Há muito essa

discussão deixou de ser privilégio de poucos esclarecidos e transposição para a

escola de dogmas e sacramentos utilizados pela Igreja. Hoje, a liberdade de crença

e de exercício religioso, garantida constitucionalmente, permite a leitura e o debate

crítico dos lugares sagrados, dos textos sagrados orais e escritos, das organizações

religiosas, do universo simbólico que reúne ritos e festas, danças e músicas, forças

sociais que sustentam as tradições religiosas.

As orientações sugeridas neste Caderno Pedagógico O Sagrado no Ensino

Religioso demonstram claramente, sem proselitismos, que é possível organizar

conhecimentos básicos sobre o assunto para ampliar as oportunidades de

desenvolvimento humano. Aqui está o esforço comprometido das equipes

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pedagógicas da SEED e consultoria das IES com a formação de nossos estudantes

do Ensino Fundamental. Trata-se de um trabalho orientado para apresentar

didaticamente a riqueza da diversidade do fenômeno religioso, pela via do sagrado,

para uma escola laica e pluralista.

O Sagrado, na Disciplina de Ensino Religioso, é o objetivo de estudo do

Fenômeno Religioso, que está presente em todas as tradições religiosas,

favorecendo uma abordagem ampla dos conteúdos específicos da disciplina,

perpassando por todo o currículo da disciplina permitindo assim uma análise mais

completa de sua presença nas diferentes manifestações.

São objetivos da disciplina:

6. Propiciar aos alunos a oportunidade de identificação, de entendimento,

de conhecimento, de aprendizagem em relação às diferentes manifestações do

Sagrado através da religiosidade presente na pluralidade e prática social dos povos,

favorecendo o respeito à diversidade de expressão cultural religiosa;

7. Analisar e compreender o Sagrado, como cerne da experiência

religiosa do cotidiano que o contextualiza no universo cultural

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA1

5ª SÉRIE / 6º ANO

CONTÉUDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

� Paisagem Religiosa

� Universo Simbólico Religioso

� Texto Sagrado

� Organização Religiosa

� Lugares Sagrados

� Textos Sagrados orais ou escritos

� Símbolos Religiosos

1 As especificidades de oferta e de frequência dos alunos nesta disciplina não exime o

professor de implementar práticas avaliativas que permitam acompanhar o processo de

apropriação do conhecimento pelo aluno, tendo como objeto de estudo o Sagrado.

(PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica

de Ensino Religioso. Curitiba, 2008.)

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6ª SÉRIE / 7º ANO

CONTÉUDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

� Paisagem Religiosa

� Universo Simbólico Religioso

� Texto Sagrado

� Temporalidade Sagrada

� Festas Religiosas

� Ritos

� Vida e Morte

3 METODOLOGIA

Ao analisar os conteúdos básicos para a 5.ª e 6.ª séries , pode-se identificar

sua proximidade e mesmo sua recorrência em outras disciplinas. Tal constatação

não deve constituir um problema; apenas explicita que, na escola, o conhecimento é

organizado de modo a favorecer a sua abordagem por meio de diferentes

disciplinas, conforme as prioridades de cada uma. No caso do Ensino Religioso, o

Sagrado é o objeto de estudo e o tratamento a ser dado aos conteúdos estará

sempre a ele relacionado.

A organização dos conteúdos deve partir do estudo de manifestações

religiosas menos conhecidas ou desconhecidas, a fim de ampliar o universo cultural

dos educandos. Por exemplo, no conteúdo básico da 5ª série/6º ano, L ugares

Sagrados, devem ser apresentados e analisados com os alunos a composição e o

significado atribuído a esses lugares pelos adeptos da manifestação religiosa que os

consideram Sagrados. Depois serão tratados os lugares Sagrados já conhecidos

pelos alunos, pela comunidade e manifestações religiosas a eles familiares.

Assim, os alunos terão mais elementos para analisar as configurações e

significados dos Espaços Sagrados tanto desconhecidos, quanto conhecidos e

próximos.

As organizações religiosas compõem os sistemas religiosos de modo

institucionalizado. Serão tratadas como conteúdos, sob a ênfase das principais

características, estrutura e dinâmica social dos sistemas religiosos que expressam

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as diferentes formas de compreensão e de relações com o Sagrado. Poderão ser

destacados:

� Os fundadores e/ou líderes religiosos;

� As estruturas hierárquicas.

Ao tratar dos líderes ou fundadores das religiões, o professor enfatizará as

implicações da relação que eles estabelecem com o Sagrado, quanto a sua visão de

mundo, atitudes, produções escritas, posições político-ideológica, etc. Entre os

exemplos de organizações religiosas mundiais e regionais e seus respectivos líderes

estão: o budismo (Sidarta Gautama), o cristianismo (Cristo).

Conforme orientação das Diretrizes Curriculares do Ensino Religioso é

importante também o professor ter sempre em vista a correlação entre os conteúdos

estruturantes, que são: os Símbolos, a Paisagem Religiosa e o Texto Sagrado. Isto

é, apresentar os conteúdos deste tópico mostrando, como em qualquer outro, que

este também faz parte do Conteúdo Símbolos e do Conteúdo Paisagem Religiosa; já

que, neste caso os Textos Sagrados, em boa medida, explicam os Símbolos e se

referem inicialmente, para este tópico, pode-se propor como encaminhamento

metodológico uma pesquisa bibliográfica sobre os textos sagrados de diferentes

tradições religiosas, procurando contemplar o maior número possível de textos

sagrados, relacionando os nomes das tradições religiosas aos seus respectivos

textos sagrados.

Posteriormente, poderão ser elaborados cartazes, murais, colagens ou outras

formas para expor na sala de aula e na escola o resultado da pesquisa. A pesquisa

poderá ser elaborada tomando como base os exemplos de textos sagrados

mencionados na fundamentação deste conteúdo. Ainda, poder-se-ia relacionar,

nesta mesma idéia, algumas frases ou idéias importantes dos textos sagrados que

são significativas em sua tradição religiosa e disponibilizá-las para toda escola. O

professor pode propor também a leitura das frases dos textos sagrados, pois a

oralidade é a base de sua origem, enfatizando-se, com isso, o quanto é importante

nas tradições religiosas a expressão oral da mensagem sagrada.

A seguir, apresentam-se frases ou idéias de tradições religiosas que orientam

os seus seguidores quanto à forma de se viver, que, fundamentalmente, são frutos

do mesmo sentimento, o humano, e, por isso, estas orientações são muito próximas

umas das outras.

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Observa-se que o conteúdo destas idéias é da esfera da alteridade, da

importância do respeito ao próximo, que deve ser a base das inter-relações sociais.

Por meio disto se pode dimensionar aos alunos a necessidade do respeito à

diversidade de culto (cultural), à diversidade religiosa.em à Paisagem Religiosos Na

prática pedagógica, ainda, pode-se organizar um cartaz, no qual os educandos

poderão desenhar uma estante com vários livros, sendo que cada um deles constará

o nome dos livros sagrados pesquisados pela turma.

Na conclusão do conteúdo, em sala de aula, o professor poderá pedir que os

educandos escrevam no quadro negro frases ou palavras relacionadas ao estudo

sobre os textos sagrados. Logo após, quando o quadro estiver repleto de frases e

palavras, solicitar que produzam em seus cadernos, textos a partir do que estiver

exposto.

Esta disciplina, assim como as demais áreas do conhecimento (seja base

nacional comum ou parte diversificada), deve articular em seus conteúdos, a partir

das possibilidades abertas pelos seus referenciais, a abordagem de temas

abrangentes e contemporâneos que devem permear o desenvolvimento dos

conteúdos do currículo: saúde, prevenção ao uso indevido de drogas; sexualidade e

gênero, vida familiar e social, assim como os direitos das crianças e adolescentes,

de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90),

preservação do meio ambiente, nos termos da política nacional de educação

ambiental (Lei nº 9.795/99), educação para o consumo, educação fiscal, trabalho,

ciência e tecnologia, diversidade cultural, educação para o trânsito (Lei nº 9.503/97),

História do Paraná (Lei nº 13381/01); Educação Tributária (Dec. Nº 1143/99); música

(Lei nº 11.769/2008); Direito das Crianças e Adolescente ( Lei Federal nº 11525/07);

A história e as culturas indígena e afro-brasileira (Lei nº 11.645/2008). A inclusão

dessa Lei possibilita ampliar o leque de referências culturais de toda a população

escolar e contribui para a mudança das suas concepções de mundo, transformando

os conhecimentos comuns veiculados pelo currículo e contribuindo para a

construção de identidades mais plurais e solidárias.

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4 AVALIAÇÃO

Para efetivar o processo de avaliação no Ensino Religioso, é necessário

estabelecer os instrumentos e definir os critérios que explicitem o quanto o aluno se

apropriou do conteúdo específico da disciplina e foi capaz de ministrá-lo com as

outras disciplinas. A avaliação pode revelar também em que medida a prática

pedagógica, fundamentada no pressuposto do respeito à diversidade cultural e

religiosa, contribui para a transformação social.

A apropriação do conteúdo trabalhado pode ser observada pelo professor em

diferentes situações de ensino e aprendizagem. Eis algumas sugestões que podem

ser tomadas como amplos critérios de avaliação no Ensino Religioso:

� O aluno expressa uma relação respeitosa com os colegas de classe que têm

opções religiosas diferentes da sua?

� O aluno aceita as diferenças de credo ou de expressão de fé?

� O aluno reconhece que o fenômeno religioso é um dado de cultura e de

identidade de cada grupo social?

� O aluno emprega conceitos adequados para referir-se às diferentes

manifestações do Sagrado?

A avaliação é um elemento integrante do processo educativo na disciplina do

Ensino Religioso. Cabe, então, ao professor implementar práticas avaliativas e

construir instrumentos de avaliação que permitam acompanhar e registrar o

processo de apropriação de conhecimentos pelo aluno em articulação com a

intencionalidade do ensino explicitada nos planos de trabalho docente. O que se

busca, em última instância, com o processo avaliativo é identificar em que medida os

conteúdos passam a ser referenciais para a compreensão das manifestações do

Sagrado pelos alunos.

Diante da sistematização dos resultados da avaliação, o professor terá

elementos para planejar as necessárias intervenções no processo pedagógico, bem

como para retomar as lacunas identificadas na aprendizagem do aluno.

Terá também elementos indicativos dos níveis de aprofundamento a serem

adotados em conteúdos que desenvolverá a posteriori e da possível necessidade de

reorganização do trabalho com o objeto e os conteúdos estruturantes.

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Para a avaliação do conhecimento na disciplina de Ensino Religioso, deve-se

levar em conta as especificidades de oferta e ministra-la dos alunos nesta disciplina

que todo professor ao ministrá-la deve estar ciente, pois tal disciplina está em

processo de implementação nas escolas e, por isso, a avaliação pode contribuir para

sua legitimação como componente curricular.

Apesar de não haver aferição de notas ou conceitos que impliquem

aprovação ou reprovação do aluno, recomenda-se que o professor registre o

processo avaliativo por meio de instrumentos que permitam à escola, ao aluno, aos

seus pais ou responsáveis a identificação dos progressos obtidos na disciplina. A

avaliação permite diagnosticar o quanto o aluno se apropriou do conteúdo, como

resolveu as questões propostas, como reconstituiu seu processo de concepção da

realidade social e, como, enfim, ampliou o seu conhecimento em torno do objeto de

estudo do Ensino Religioso, o Sagrado, sua complexidade, pluralidade, amplitude e

profundidade.

5 REFERÊNCIAS

ARON, R. As etapas do pensamento sociológico. São Paulo: Martins Fontes,

2003.

BRASIL, Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, 1934.

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, 1967.

BRASIL, Lei nº. 4.024, de 20 de dezembro de 1961.

BRASIL, Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

BRASIL, Lei nº. 9.475, de 22 de julho de 1997.

Cadernos Temáticos História da Cultura Afro-Brasileira e Africana - Lei nº. 10639/03.

CALLAI, H. C. Estudar o lugar para compreender o mundo. in: CASTRO GIOVANNI.

A. C. (org.) Ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano. Porto

Alegre: Mediação, 2003.

CLASTRES, P. A. Fala sagrada: mitos e cantos Sagrados dos índios guarani.

Campinas, SP: Papirus, 1990.

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224

COSTELLA, D. O. Fundamento epistemológico do ensino religioso. In:

JUNQUEIRA,S.; WAGNER, R. (Orgs.) O ensino religioso no Brasil. Curitiba:

Champangnat, 2004.

Diretriz Curricular do Estado da Educação do Paraná. SEED, 2008.

ELIADE, M. O Sagrado e o profano. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

ELIADE, M. Tratado de História das Religiões. Lisboa: Cosmos, 1977.

ENSINO RELIGIOSO: MEMÓRIAS E PERSPECTIVAS. Curitiba: Champangnat,

2005, v. 01, p. 51-83.

ESPINOSA, B. Tratado Teológico-Político. Brasília: Imprensa Nacional – Casa da

Moeda. 1988.

FERRATER MORA, J. F. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Loyola, 2001.

FEUERBACH, L. A essência do Cristianismo. Lisboa: Fundação Calouste

Gulbenkian,2002.

FRANCA, L. O Método Pedagógico Jesuítico. O “Ratio Studiorium”: Introdução e

Tradução. Rio de Janeiro: Agir, 1952.

GEERTZ, C. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.

GIL FILHO, S. F. ; ALVES, Luis Alberto Sousa . O Sagrado como foco do Fenômeno

Religioso. In: JUNQUEIRA, Sergio Rogério Azevedo; OLIVEIRA, Lílian Blanck de.

GIL FILHO, S. F. Espaço de Representação e Territorialidade do Sagrado: Notas

para uma teoria do fato religioso. Ra’e Ga O Espaço Geográfico em Análise,

Curitiba, v. 3 n. 3, p 91-120, 1999.

HÖFFE, O. Immanuel Kant. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

KANT, I. A religião nos limites da simples razão. São Paulo: Escala Educacional,

2006.

KANT, I. Crítica da razão pura. 3. ed. São Paulo Nova Cultural, 1987.

LARAIA, R. de B. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar

Editor, 1999.

MARX, K. Contribuição à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel - Introdução.

In:_____. Manuscritos Econômico-filosóficos. Lisboa: Edições 70, 1993.

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RANCIÈRE, J. O dissenso. In: NOVAES, A. (orgs.) A crise da razão. São Paulo:

Companhia das Letras, 1996.

SAVIANI, D. Escola e Democracia. São Paulo: Cortez, 1991.

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FILOSOFIA

ENSINO MÉDIO

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A Filosofia volta a ocupar um espaço no sistema educacional nacional e com

a possibilidade de ajudar os estudantes diante de um mundo cada vez mais

complexo polêmico, multicultural, no qual problemas tais como, o sentido da moral,

da ética, da política, dos valores estéticos e, sobretudo, as concepções em torno da

Teoria do Conhecimento, epistemologia, estão em evidência. Dada a sua

especificidade, a Filosofia problematiza e conceitua a realidade historicamente

construída, possibilitando a discussão crítica e criativa, dessa forma, contribuindo

para a ação transformadora do homem.

Entre seus objetivos, poderíamos citar o desejo de formar cidadãos com uma

visão pluridimensional e democrática, oferecendo aos estudantes a possibilidade de

compreender a complexidade do mundo atual, suas particularidades e

especializações. Num mundo fragmentado, a Filosofia busca alcançar a totalidade,

operando por meio de questionamentos, conceitos e categorias de pensamento que

brota da experiência e das representações humanas.

A Filosofia ainda possibilita o diálogo com outras disciplinas e ciências na

tentativa de racionalizar o mundo. Na perspectiva do ensino-aprendizagem, a

importância da Filosofia também se apresenta no exercício colocado a disposição

dos estudantes para o desenvolvimento de um discurso e estilo próprio,

independente, crítico, contestador, inovador de pensamento. É um conhecimento

que abre para os alunos as amplas possibilidades dos saberes e contribui

plenamente para a formação de um sujeito ativo e integrado ao seu tempo.

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2. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA

ENSINO MÉDIO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

� Mito e filosofia � Saber mítico;

� Saber filosófico;

� Relação Mito e Filosofia;

� Atualidade do mito;

� O que é Filosofia?

� Teoria do conhecimento � Possibilidade do conhecimento;

� As formas do conhecimento;

� O problema da verdade;

� A questão do método;

� Conhecimento e lógica.

� Ética � Ética e moral;

� Pluralidade ética;

� Ética e violência;

� Razão, desejo e vontade;

� Liberdade, autonomia do sujeito e a

necessidade das normas.

� Filosofia política � Relação entre comunidade e poder;

� Liberdade e igualdade política;

� Política e ideologia;

� Esfera pública e privada;

� Cidadania formal e/ou participativa;

� Filosofia da ciência � Concepção de ciência;

� A questão do método científico;

� Contribuições e limites da ciência;

� Ciência e ideologia;

� Ciência e ética.

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� Estética � Natureza da arte;

� Filosofia e arte;

� Categorias estéticas - feias, belas,

sublimes, trágicas, cômicas, grotesco,

gosto, etc.

� Estética e sociedade.

3 METODOLOGIA

O ensino e o trabalho metodológico de Filosofia buscam inicialmente criar no

estudante o desejo, à vontade, a sensibilidade necessária para seu estudo, fazendo-

o ver que essa disciplina trabalha com questões problemas, que para encontrar

respostas, possíveis soluções e novos problemas, é fundamental uma postura

investigativa, que somente será possível com a leitura dos textos filosóficos, o

domínio de categorias e conceitos próprios da filosofia, para que assim, o estudante

possa criar ou recriar conceitos, formar seu pensamento reflexivo, crítico e

questionador da realidade.

O ensino da filosofia está ligado ao ato de filosofar, é inseparável deste. Por

sua especificidade, a Filosofia necessita da exposição clara e objetiva dos seus

temas, a leitura dos clássicos, a apreensão do discurso filosófico e a compreensão

dos contextos nos quais viveram e escreveram os principais pensadores.

Nessa perspectiva, o ensino de filosofia pode começar com a leitura de

frases, textos, literatura, produção jornalística, revistas, apresentação de filmes,

músicas. Todo esse trabalho possibilita iniciar a atividade filosófica propriamente

dita, que visa a problematização, a investigação, a criação de conceitos e a busca

de resoluções dos problemas, sem dogmatismo e absolutismos.

O ensino de Filosofia visa alcançar a leitura reflexiva, o debate democrático, a

contestação do cotidiano, a produção de textos por parte dos alunos. O livro didático

é mais uma ferramenta, que pode e deve ser utilizada, mas não a única, faz parte da

estratégia do professor, que utilizará de recursos de multimídia, pen-drive, internet,

filmes, dvd's, cd's, a biblioteca, jornais, revistas e outros.

Esta disciplina, assim como as demais áreas do conhecimento ( seja base

nacional comum ou parte diversificada), deve articular em seus conteúdos, a partir

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das possibilidades abertas pelos seus referenciais, a abordagem de temas

abrangentes e contemporâneos que devem permear o desenvolvimento dos

conteúdos do currículo: saúde, prevenção ao uso indevido de drogas; sexualidade e

gênero, vida familiar e social, assim como os direitos das crianças e adolescentes,

de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90),

preservação do meio ambiente, nos termos da política nacional de educação

ambiental (Lei nº 9.795/99), educação para o consumo, educação fiscal, trabalho,

ciência e tecnologia, diversidade cultural, educação para o trânsito (Lei nº 9.503/97),

História do Paraná (Lei nº 13381/01); Educação Tributária (Dec. Nº 1143/99); música

(Lei nº 11.769/2008); Direito das Crianças e Adolescente ( Lei Federal nº 11525/07),

A história e as culturas indígena e afro-brasileira (Lei nº 11.645/2008). A inclusão

dessa Lei possibilita ampliar o leque de referências culturais de toda a população

escolar e contribui para a mudança das suas concepções de mundo, transformando

os conhecimentos comuns veiculados pelo currículo e contribuindo para a

construção de identidades mais plurais e solidárias.

Logicamente não descartamos as avaliações estabelecidas pela escola e

pelas diretrizes da educação, e da LDB, são necessárias, e serão solicitadas na

forma de provas, trabalhos, pesquisas, debates, seminários, discussões em sala,

etc. Também serão disponibilizados os instrumentos necessários para a

recuperação de notas e conteúdos, em conformidade com o PPP da escola e outros

instrumentos legais.

4 AVALIAÇÃO

A avaliação na disciplina de filosofia é concebida como função diagnóstica,

não para medir a capacidade de pensar e a quantidade de conhecimento adquirido

pelos alunos. A avaliação ajuda como subsídio para novos caminhos e métodos que

possibilitem o verdadeiro processo de ensino-aprendizagem e a aquisição da

capacidade de pensar e agir filosoficamente. Quando avaliamos em filosofia

devemos levar em consideração as opiniões e posições dos estudantes, pois o que

está em jogo e a capacidade de argumentar e de identificar as limitações das nossas

ideias e posições. Leva-se mais em conta a elaboração de conceitos, a capacidade

de ter uma opinião construída filosoficamente, estruturada e de conformidade com

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os temas abordados, não é o responder e pensar o que o estudante acha que é

certo, e sim, aquilo que está racionalmente fundamentado no conhecimento dado.

4.1 Critérios de Avaliação

1º Ensino Médio

É necessário que o aluno seja capaz de :

� Entender os conceitos de cultura humana, o Cosmo e o ser humano;

� Compreender as característica do ser humano nos seus atos e atitudes o

qual esta inserido nas mais diversas culturas e de modo especial no seu

cotidiano escolar;

� Compreender a importância do trabalho na sociedade humana.

É necessário que o aluno conheça:

� Os conceitos de senso comum e senso crítico;

� Sobre o nascimento da Filosofia na Grécia desde o aspecto mitológico ao

racional;

� As principais questões dos chamados filósofos pré-socráticos, que refletiram

sobre a origem do Cosmo e do ser humano;

É necessário que o aluno compreenda:

� As principais questões e problemas da Teoria do Conhecimento, nas diversas

fases da Filosofia :(Filosofia antiga, Filosofia Medieval, Filosofia moderna,

Filosofia iluminista, Filosofia contemporânea);

� A importância do Mito. Pois é através dos mitos gregos é que se chegou ao

conhecimento racional.

2º Ensino Médio

É necessário que o aluno compreenda:

� As principais questões discutidas pelos filósofos do período Clássico ao

Greco-Romano;

� As questões levantadas refletidas e questionadas pelos Filósofos

modernistas, iluministas, empiristas e criticistas

É necessário que o aluno conheça:

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� A filosofia do período helenístico;

� As principais questões que foram levantadas, e debatidas na chamada

filosofia pagã e o inicio do cristianismo nesse mesmo período;

� As principais ideias discutidas e que posteriormente vieram a fazer parte da

Filosofia Patrística e da Filosofia Escolástica;

� As principais questões/ideias da Filosofia Moderna: destacamos os filosofos

Francis Bacon, René Descartes e outros;

� Sobre o pensamento: romântico, idealista, positivista, hegelianismo e o

pensamento marxista.

3º Ensino Médio

É necessário que o aluno conheça:

� As principais questões/problemas da Filosofia Contemporânea do

existencialismo à Filosofia Pós-Moderna.

É necessário que o aluno analise:

� As principais questões levantadas pela Filosofia da Ciência;

� As questões levantadas pela estética e pela filosofia da arte.

É necessário que o aluno compreenda:

� As principais questões discutidas pela ética e pela filosofia moral;

� O pensamento político e filosófico dos principais pensadores da Filosofia

Política: de Platão a Marx.

4.2 INSTRUMENTOS DE RECUPERAÇÃO

Serão disponibilizados todos os instrumentos para que os alunos possam ter

acesso ao processo de recuperação de conteúdos e notas de acordo com o PPP, o

PPC, o PTD da disciplina e em concordância com as Diretrizes Curriculares da

disciplina de Filosofia, tais como: retomadas de conteúdos, avaliações de

recuperação, provas orais, indicação de trabalhos relacionados com os temas

discutidos em sala e não apreendidos pelos alunos, assim como, outros

instrumentos que possam apoiar no processo pleno de ensino-aprendizagem: textos,

trabalhos escritos, pesquisas, etc. A recuperação terá um valor de 100 pontos.

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5 REFERÊNCIAS

ASPIS, R. O professor de Filosofia: o ensino da Filosofia no Ensino Médio como

experiência filosófica. Cadernos CEDES. Campinas. N.64, 2004

BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Orientações curriculares do ensino

médio.Brasília: MEC/SEB, 2006

Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Secretaria de Estado da Educação

do Paraná.Filosofia.2008

FAVORETTO, c.f. Notas sobre o ensino da filosofia. In: ARANTES, P.E. et all (Org).

A filosofia e seu ensino. Petrópolis/São Paulo: Vozes/Educ, 1995.

Livro Didático Publico: Filosofia; SEED-Pr, 2006.

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233

FÍSICA

ENSINO MÉDIO

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A Física é parte da ciência que estuda os fenômenos da natureza, suas leis e

implicações. Representa uma produção cultural construída pelas relações sociais e

que está em constante evolução, faz parte do conhecimento sistematizado pela

humanidade. É uma ciência voltada ao desenvolvimento tecnológico e social.

A Física deve estar voltada para a formação do educando, proporcionando-

lhe conhecimento para a vida, independente da sua escolaridade futura. Deve

possibilitar aos jovens adquirir instrumentos para a vida, para o raciocínio, para a

compreensão das causas e razões das coisas, para exercer seus direitos, para

cuidar da sua saúde, para participar das discussões em que estão envolvidos, para

atuar, para transformar; enfim, para realizar-se, para viver. Sendo assim, uma

educação para a cidadania.

Esta disciplina, portanto, atua como um campo estruturado de

conhecimentos que permite a compreensão dos fenômenos físicos que cercam o

mundo macroscópico e microscópico. O universo é o objeto de estudo da Física,

considerando sua evolução, suas transformações e as interações que se

apresentam, devendo ser estudada como construção humana, nos aspectos de sua

história e relações nos contextos cultural, social, ambiental, político e econômico.

A disciplina tem como objetivos:

� Garantir uma cultura científica o mais abrangente possível, do ponto de vista

da Física;

� Observar a Física enquanto construção humana, nos aspectos de sua história

e relações nos contextos cultural, social, ambiental, político e econômico

proporcionando ao aluno;

� Compreender a utilidade da Física em outras áreas do saber científico;

� Analisar e interpretar notícias científicas;

� Diferenciar grandezas e identificar parâmetros relevantes;

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� Analisar leis, teorias e conceitos físicos;

� Discutir situações-problema, identificando o aspecto físico;

� Observar o quadro de degradação em que se encontra nosso planeta e

contribuir para revertê-lo .

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

� Movimento � Momentum e Inércia;

� Conservação da quantidade de movimento;

� Variação da quantidade de movimento (Impulso);

� Segunda Lei de Newton;

� Terceira Lei de Newton e condições de equilíbrio;

� Energia;

� Princípio da Conservação da Energia;

� Trabalho e Potência

� Gravitação

� Termodinâmica � Lei Zero,

� Primeira e Segunda Leis da Termodinãmica

� Eletromagnetismo

� Carga elétrica;

� Corrente elétrica;

� Campo e ondas eletromagnéticas,

� Equações de Maxwell;

� Leis de Gauss para eletrostática;

� Lei de Coulomb;

� Lei de Ampère;

� Lei de Gauss magnética:

� Lei de Faraday:

� A Natureza da luz e suas propriedades

3 METODOLOGIA

O Ensino de Física deve desenvolver metodologia que enfatiza construção de

estratégias, comprovação e justificativas de resultados, a criatividade, a iniciativa

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235

pessoal, o trabalho coletivo e a autonomia advinda da confiança da própria

capacidade para enfrentar desafios.

O planejamento do trabalho de sala de aula é a base da construção do

processo de ensino-aprendizagem. Pois assim, tem-se a possibilidade de saber

exatamente o ponto de partida e o de chegada para cada tema abordado em seu

curso. Sendo o ensino-aprendizagem um processo ativo e coletivo, deve estar

baseado nas interações aluno-aluno, aluno-professor, professor-aluno e objetivo do

conhecimento.

Nas DCES (2008 - p.63) também consta:

O processo pedagógico, no ensino de física, parte do conhecimento prévio dos estudantes, no qual se incluem as concepções alternativas ou concepções espontâneas. O estudante desenvolve suas concepções espontâneas sobre os fenômenos físicos no dia-a-dia, na interação com os diversos objetos no seu espaço de convivência e as traz para a escola quando inicia seu processo de aprendizagem.

Cabe, então, ao professor levar o conhecimento científico socialmente

construído e sistematizado ao aluno, para que este supere os limites do

conhecimento vulgar; destacando que não há conhecimento definitivo. E para

embasar melhor seu trabalho, após análise criteriosa, pode utilizar os seguintes

encaminhamentos metodológicos no Ensino de Física: Livros Didáticos; Modelos

Científicos, História da Ciência; Experimentação; Leitura Cientifica e Uso de

Tecnologias (computadores, Tv, pendrive, retroprojetores e outros).

Esta disciplina, assim como as demais áreas do conhecimento (seja base

nacional comum ou parte diversificada), deve articular em seus conteúdos, a partir

das possibilidades abertas pelos seus referenciais, a abordagem de temas

abrangentes e contemporâneos que devem permear o desenvolvimento dos

conteúdos do currículo: saúde, prevenção ao uso indevido de drogas; sexualidade e

gênero, vida familiar e social, assim como os direitos das crianças e adolescentes,

de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90),

preservação do meio ambiente, nos termos da política nacional de educação

ambiental (Lei nº 9.795/99), educação para o consumo, educação fiscal, trabalho,

ciência e tecnologia, diversidade cultural, educação para o trânsito (Lei nº 9.503/97),

História do Paraná (Lei nº 13381/01); Educação Tributária (Dec. Nº 1143/99); música

(Lei nº 11.769/2008); Direito das Crianças e Adolescente ( Lei Federal nº 11525/07);

A história e as culturas indígena e afro-brasileira (Lei nº 11.645/2008). A

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inclusão dessa Lei possibilita ampliar o leque de referências culturais de toda a

população escolar e contribui para a mudança das suas concepções de mundo,

transformando os conhecimentos comuns veiculados pelo currículo e contribuindo

para a construção de identidades mais plurais e solidárias.

4 AVALIAÇÃO

O resultado, a observância e a concepção do conhecimento devem ser

diagnosticados na avaliação. A avaliação deve ser um processo contínuo e

acumulativo, levando-se em conta os pressupostos teóricos da disciplina. Deve estar

presente tanto como meio de diagnóstico do processo ensino-aprendizagem quanto

como instrumento de investigação da prática pedagógica. Assim a avaliação assume

uma dimensão formadora, uma vez que, o fim desse processo é a aprendizagem, ou

a verificação dela, mas também permitir que haja uma reflexão sobre a ação da

prática pedagógica.

A avaliação se caracteriza como um processo que objetiva explicitar o grau de

compreensão da realidade, emergentes na construção do conceito. Isso ocorre com

o confronto de textos, trabalhos em grupos, avaliações escritas, experimentações,

seminários, debates, etc.

Como prática reflexiva, a avaliação direciona a recuperação de estudos que

deverá ser contínua e paralela. A recuperação é o esforço de retomar, de voltar ao

conteúdo, de modificar os encaminhamentos metodológicos, para assegurar a

possibilidade de aprendizagem. Nesse sentido, a recuperação da nota é simples

decorrência da recuperação de conteúdo. Os critérios de avaliação desta disciplina,

presentes nas DCES (2008- p.80) devem averiguar:

� A compreensão dos conceitos físicos essenciais a cada unidade de ensino e

aprendizagem planejada;

� A compreensão do conteúdo físico expressado em textos científicos;

� A compreensão de conceitos físicos presentes em textos não científicos;

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� A capacidade de elaborar relatórios tendo como referência os conceitos, as

leis e as teorias físicas sobre um experimento ou qualquer outro evento que

envolva os conhecimentos da Física.

5 REFERÊNCIAS

COLÉGIO ESTADUAL WALFREDO SILVEIRA CORRÊA - EFM. Regimento

interno, 2011.

_______. Projeto político pedagógico, 2010.

PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação – Diretrizes Curriculares da Rede

Pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Física, Curitiba, 2008.

PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação - Cultura e Sociedade - Prevenção

ao Uso Indevido de Drogas na Escola. Secretaria de Estado da Educação.

Superintendência da Educação. Diretoria de Políticas e Programas Educacionais.

Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos. – Curitiba: SEED – PR,

2010 - 237 p. - (Cadernos temáticos dos desafios educacionais contemporâneos).

_______. Educação Ambiental na Escola. Secretaria de Estado da Educação.

Superintendência da Educação. Diretoria de Políticas e Programas Educacionais.

Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos. – Curitiba: SEED – PR,

2010 - 216 p. - (Cadernos temáticos dos desafios educacionais contemporâneos).

_______. Educando para as Relações Étnico-Raciais II. Secretaria de Estado da

Educação. Superintendência da Educação. Diretoria de Políticas e Programas

Educacionais. Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos. – Curitiba:

SEED – PR, 2008. - 208 p. - (Cadernos temáticos dos desafios educacionais

contemporâneos).

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GEOGRAFIA

ENSINO FUNDAMENTAL E MEDIO

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Cada vez mais, fala-se, de nosso mundo em transformação do crescente

impacto da sociedade sobre o meio ambiente, da influência de uma cultura sobre as

outras culturas, da interdependência cada vez maior dos povos e das nações. Sabe-

se que hoje, mais do que nunca, os eventos de uma parte do mundo têm impactos

diretos e imediatos sobre outras; mas pouca gente conhece esses impactos.

A Geografia têm a responsabilidade de ensinar sobre os lugares, os espaços,

as estruturas e conexões e todas as interrelações do mundo no qual vivemos,

visando à ampliação das capacidades dos alunos do ensino fundamental de

observar, conhecer, explicar, comparar e representar as características do lugar em

que vivem, de diferentes paisagens e espaços geográficos sempre levando em

conta o conhecimento para a intervenção na realidade social.

O objeto de estudo da Geografia é o espaço geográfico, entendido como o

espaço produzido e apropriado pela sociedade (LEFEBVRE, 1974), composto pela

inter-relação entre os objetos – naturais, culturais e sistemas de objetos – naturais,

culturais e técnicos – e sistemas de ações – relações sociais, culturais, políticas e

econômicas (SANTOS, 1996).

O objeto aqui – espaço geográfico – é entendido como interdependente do

sujeito que o constrói. Trata-se de uma abordagem que não nega o sujeito do

conhecimento nem supervaloriza o objeto, mas antes, estabelece uma relação entre

eles, entendendo-os como dois pólos no processo do conhecimento. Assim, o sujeito

torna-se presente no discurso geográfico (SILVA, 1995).

Portanto, para a compreensão desse espaço a ciência geográfica deve levar

em consideração os conceitos de lugar, paisagem, território, redes, região,

sociedade e natureza possibilitando a análise desses espaços sob diversas

abordagens: natural, histórica, econômica, cultural e política em escala local,

regional, nacional e mundial.

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Ao longo do ensino fundamental os alunos devem construir um conceito

critico de conhecimentos que lhes permitam formar opiniões, procedimentos e

atitudes que os possibilite a identificar e avaliar as ações dos homens em sociedade;

conhecer o funcionamento da natureza em suas múltiplas relações; analisar e

compreender a paisagem, o território e o lugar, seus processos de construção,

identificando suas relações problemas e contradições, de forma que ele (o aluno)

possa pensar, agir e compreender as inter-relações entre estes diversos elementos

que compõe o espaço geográfico.

Cabe a Geografia segundo a Dce trabalhar com os alunos as dimensões

econômicas, política, cultural, demográfica e sócio-ambiental do espaço geográfico.

2 BREVE HISTÓRICO DA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA

Desde a mais tenra idade da sociedade humana, constata-se a necessidade

de se estabelecer estratégias para sobrevivência, em um ambiente tão hostil quando

inóspito. Para os povos caçadores e coletores, foi fundamental observar e conhecer

o ciclo reprodutivo da natureza; para os povos pescadores, conhecer a direção e a

dinâmica dos ventos, o movimento das marés e as correntes marítimas eram

condições sine quo non para sua continuidade no espaço geográfico.

Na Antiguidade Clássica, muito se avançou na elaboração dos saberes

geográficos. Ampliaram-se os conhecimentos sobre as relações Sociedade-

Natureza, sobre a extensão e características físicas e humanas dos territórios

imperiais.

Na Idade Média, o pensamento geográfico foi influenciado pela visão de

mundo imposta pelo poder e pela organização socioespacial então estabelecidas

pela nobreza e pela Igreja, esta última portadora de todo saber produzido até então.

A partir do século XVI, de modo especial, as necessidades econômicas foram

mais forte do que qualquer pensamento religioso institucionalizado, e os viajantes

colonialistas passaram a mapear o mundo descoberto conforme suas visões e

experiências pessoais, trazendo a luz do mundo invenções que pudessem auxiliá-los

nestas descobertas.

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Até o século XIX, contudo, não houve uma sistematização de produção do

saber geográfico, cada povo tinha sua visão e resposta para os acontecimentos

geográficos, e principalmente usava um método próprio, dentro de suas

necessidades, para catalogar a natureza.

Humbolt, Ritter estão entre os precursores que tentaram sistematizar esta

ciência, mas foi com Ratzel que ela finalmente elevou-se ao estatos de ciência

definitivamente, não mais agora como simplesmente um compêndio de descrições

naturalistas, mas sim com informações práticas e precisas sobre as relações do

homem com a natureza, e suas conseqüências para as sociedades formadas e ou

descobertas a partir de então.

As idéias geográficas foram inseridas no currículo escolar brasileiro no século

XIX a apareciam de forma indireta nas escolas de primeiras letras; o intuito inicial

era de descrever nosso território, sua dimensão e suas belezas naturais .

Definitivamente começa a fazer parte do currículo escolar a partir de1930, com o

objetivo de servir aos interesses políticos do Estado, na perspectiva do nacionalismo

econômico.

No pós Segunda Guerra Mundial o pensamento geográfico passa por uma

grande modificação; a Geografia Tradicional agora não serve mais para a

sociedades, o que se busca é um cidadão mais atuante, que use o conhecimento

geográfico para atuar mais decisivamente em seu estado; a Geografia passa agora

a ser reconhecida como um instrumento de saber crítico.

Este saber no Brasil, durante o período militar foi duramente combatido e

voltou mesmo aos saberes tradicionais de descrição e de contemplação.

Passado este período hoje nos deparamos com uma ciência que não para de

crescer em sua atitude exploratória do conhecer, mas respeitando sempre os

conceitos originais (espaço geográfico, território, lugar) e as inter-relações destes

com a sociedade humana.

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3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS

ENSINO FUNDAMENTAL

5ª SÉRIE/6º ANO

Dimensão econômica, política, sócio-ambiental e cultural do espaço geográfico:

� Formação e transformação das paisagens naturais e culturais;

� Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de

exploração e produção;

� A formação, a localização, exploração e utilização dos recursos naturais;

� A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do

espaço geográfico;

� As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista;

� A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população;

� A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade

cultural;

� As diversas regionalizações do espaço geográfico.

6ª SÉRIE/7º ANO

Dimensão econômica, política, cultural e demográfica, socioambiental do espaço

geográfico.

� A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território

brasileiro;

� A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de

exploração e produção;

� As diversas regionalizações do espaço brasileiro;

� As manifestações socioespaciais da diversidade cultural;

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� A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população;

� Movimentos migratórios e suas motivações ;

� O espaço rural e a modernização da agricultura;

� A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a

urbanização;

� A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)organização do

espaço geográfico;

� A circulação de mão-de-obra, das mercadorias e informações.

7ª SÉRIE/8º ANO

Dimensão econômica, política, cultural e demográfica, socioambiental do espaço

demográfico.

� As diversas regionalizações do espaço geográfico;

� A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do

continente americano;

� A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;

� O comércio em suas implicações socioespaciais;

� A circulação da mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações;

� A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)organização do

espaço geográfico;

� As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista;

� O espaço rural e a modernização da agricultura;

� A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e os

indicadores estatísticos;

� Os movimentos migratórios e suas motivações;

� As manifestações socioespaciais da diversidade cultural;

� Formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.

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8ª SÉRIE/9º ANO

Dimensão econômica, política, cultural e demográfica, socioambiental do

espaço geográfico.

� As diversas regionalizações do espaço geográfico;

� A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;

� A revolução tecnico-científico-informacional e os novos arranjos no espaço da

produção;

� O comércio mundial e as implicações socioespaciais;

� A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios;

� A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e os

indicadores estatísticos;

� As manifestações socioespaciais da diversidade cultural;

� Os movimentos migratórios mundiais e suas implicações;

� A distribuição das atividades produtivas, a transformação da paisagem e a

(re)organização do espaço geográfico;

� A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de

exploração e produção;

� O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual

configuração territorial.

ENSINO MÉDIO

Dimensão econômica, política, cultural e demográfica, socioambiental do espaço

geográfico.

� A formação e a transformação das paisagens;

� A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de

exploração e produção;

� A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do

espaço geográfico;

� A formação, localização, exploração e a utilização dos recursos naturais;

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� A revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos no espaço da

produção;

� O espaço rural e a modernização da agricultura;

� O espaço em rede: produção, transporte e comunicação na atual

configuração territorial;

� A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações;

� Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios;

� As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista;

� A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a

urbanização recente;

� A evolução demográfica, a distribuição espacial da população e os

indicadores estatísticos;

� Os movimentos migratórios e suas motivações;

� As manifestações socioespaciais da diversidade cultural;

� O comércio e as implicações socioespaciais;

� As diversas regionalizações do espaço geográfico;

� As implicações socioespaciais do processo de mundialização;

� A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.

4 METODOLOGIA

A metodologia de ensino permitirá que os alunos se apropriem dos conceitos

fundamentais da Geografia e compreendam o processo de produção e

transformação do espaço geográfico. Para isso os conteúdos da Geografia serão

trabalhados de forma crítica e dinâmica, interligados com a realidade próxima e

distante dos alunos, em coerência com os fundamentos teóricos propostos.

No ensino de Geografia é importante considerar o conhecimento espacial que

os alunos possuem para relacioná-lo com o conhecimento científico. Cabe a escola

ensinar o conhecimento científico e que os alunos ultrapassem o senso comum e

ampliem suas condições de análise e interpretação da realidade socioespacial.

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Antes da apresentação dos conteúdos serão criadas situações

problematizadoras que leve o aluno a se defrontar com o problema para resolver

envolvendo o conteúdo em estudo e seus conhecimentos.

A problematização inicial tem por objetivo mobilizar o aluno para o

conhecimento. Por isso deve se constitui de questões que estimulem o raciocínio, a

reflexão e a crítica, delegando-lhe o papel de sujeito do seu processo de

aprendizagem.

A contextualização do conteúdo será outro passo metodológico importante.

Contextualizar o conteúdo é mais do que relacioná-lo à realidade vivida do aluno, é,

principalmente, situá-lo historicamente e nas relações políticas, sociais, econômicas

e culturais, em manifestações especiais concretas, nas diversas escalas

geográficas.

Serão feitas também relações interdisciplinares para que os alunos aprendam

os conteúdos e possam posicionar-se de forma crítica frente à realidade social. O

professor ainda conduzirá o processo de aprendizagem de forma dialogada,

possibilitando o questionamento e a participação dos alunos para que a

compreensão dos conteúdos e a aprendizagem crítica aconteçam.

Os conteúdos estruturantes, como dimensões geográficas da realidade,

fundamentam as abordagens dadas aos conteúdos específicos. Então, cada

conteúdo específico deve ser abordado nas dimensões econômica, cultural-

demográfica, política e sócio-ambiental, todas constituidoras do espaço geográfico.

Em algumas situações a depender do enfoque que o professor considerar

necessário, um dos conteúdos estruturantes poderá ser mais enfatizado na

abordagem do conteúdo específico em estudo.

Outras ações serão utilizadas na medida do possível de acordo com as

necessidades surgidas no decorrer das aulas, com são sugeridas a seguir:

� Reconhecimento dos conceitos e categorias geográficas e como operá-los ao

longo dos conteúdos abordados utilizando-se dos procedimentos padrão para

a pesquisa geográfica;

� Uso de leituras de imagens, inclusive imagens gráficas, de dados e de

documentos de diferentes fontes de informação que sejam capazes de

representar a espacialidade dos fenômenos geográficos;

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� A construção de textos, por meio da linguagem escrita e oral, um discurso

articulado sobre as diferenças entre o seu lugar e a pluralidade de lugares

que constituem o mundo;

� Leitura clara de diversas cartas em diferentes escalas, apropriando-se da

representação cartográfica em seu cotidiano;

� Atuação dinâmica diante de questões sociais, culturais e ambientais de seu

espaço de vivência;

� Valorização do patrimônio sociocultural e respeitar a pluralidade cultural,

reconhecendo-os como direitos dos povos e indivíduos e elementos de

fortalecimentos da democracia.

A aula de campo é um rico encaminhamento metodológico para que o aluno

analise a área em estudo, partindo de uma realidade local, bem delimitada para uma

investigação de sua constituição histórica e das relações que estabelece com outros

lugares próximos e distantes.

Serão utilizados filmes, trechos de filmes, programas de reportagens e

imagens em geral (fotografias, slides, charges, ilustrações) para a contextualização

dos conteúdos da Geografia dando dessa forma ao recurso audiovisual o papel de

problematizador, estimulador para pesquisas mais aprofundadas sobre os assuntos

que, podem desvelar preconceitos e leituras rasas, ideológicas ou estereotipadas

sobre os lugares e os povos.

O uso de imagens não animadas (fotografias, pôsteres, cartões -postais,

outdoors) auxiliarão o trabalho com a formação de conceitos geográficos,

diferenciando paisagem de espaço e, dependendo da abordagem dada ao conteúdo,

desenvolverá os conceitos de região, território e lugar.

A cartografia será utilizada como instrumento para que os alunos sejam

capazes de interpretações, problematizações e análises críticas dos mapas e seus

conteúdos, indo além das utilizações dos mesmos como mero instrumento de

localização dos eventos e acidentes geográficos.

Tendo em vista a inclusão, a História e Cultura afro-brasileira e Africana nos

currículos da Educação contemplada com a lei 10.639/03 que garante os direitos

dos cidadãos afro-brasileiros e seus descendentes bem como a lei 11645/08 da

História e Cultura dos Povos Indígenas, sempre que possível, dentro do conteúdo

programático, o tema será abordado.

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5 AVALIAÇÃO

A avaliação faz parte do processo de ensino-aprendizagem, sendo assim

deve ser formativa, contínua, diagnóstica e processual. Ela deve tanto acompanhar

aprendizagem dos alunos quanto nortear o trabalho do professor.

Deve se constituir numa contínua ação reflexiva sobre o fazer pedagógico.

Nessa perspectiva, ela deixa de ser um momento terminal do processo educativo

(como hoje é concebida) para se transformar na busca incessante de compreensão

das dificuldades do educando e na dinamização de novas oportunidades de

conhecimento.

Nessa concepção de avaliação, considera-se que os alunos têm diferentes

ritmos de aprendizagem, identificam-se dificuldades e isso possibilita a intervenção

pedagógica a todo o tempo. O professor pode, então, procurar caminhos para que

todos os alunos aprendam e participem das aulas.

Assim, a avaliação em Geografia é mais do que a definição de uma nota ou

um conceito. Desse modo, as atividades desenvolvidas ao longo do ano letivo

devem possibilitar ao aluno a apropriação dos conteúdos e posicionamento crítico

frente aos diferentes contextos sociais.

O processo de avaliação deve considerar, na mudança de pensamento e

atitude do aluno, alguns elementos que demonstram o êxito do processo de ensino/

aprendizagem, quais sejam: a aprendizagem, a compreensão, o questionamento e a

participação dos alunos.

A avaliação será, através de trabalhos, pesquisas, relatórios, debates,

participação em aulas, leituras, resumos, produção de textos, seminários, provas e

testes.

O sistema de avaliação do Estabelecimento de Ensino é bimestral e composto

e será composto da seguinte somatória dos instrumentos específicos: 4,0 referentes

a atividades diversificadas e 6,0 referentes a provas escritas e/ou orais.

É importante destacar que será proporcionado a recuperação de estudos a

todos os alunos de forma permanente e concomitante ao processo de ensino e

aprendizagem e àqueles que não alcançarem a média 6,0 será proporcionado uma

recuperação bimestral, ou seja, uma nova avaliação no valor 10,0, possuindo valor

substitutivo, prevalecendo sempre a maior nota.

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7 REFERÊNCIAS

BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Fundamental. Brasília:

Ministério da Educação, 2002.

PARANÁ, Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Secretaria de Estado da

Educação do Paraná. Geografia.2008

GASPARIN,J.L. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. Campinas:

Autores Associados, 2002.

SENE, Eustáquio. Espaço Geográfico e Globalização. São Paulo: Scipione. 1999.

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HISTÓRIA

ENSINO FUNDAMENTAL E MEDIO

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A História permanece um campo de batalha, o lugar de confrontos primordiais

onde se joga não tanto o passado enquanto tal mas as grandes escolhas do

presente. É muito importante que o aluno e o professor estejam conscientes de que

toda narrativa é na verdade uma leitura do mundo. Não existem verdades absolutas,

puritanismos, neutralidades, imparcialidades. Todo observador honesto e científico é

também um intérprete e um avaliador da realidade sob um determinado ponto de

vista, essa visão objetiva da história, não pode nos levar a uma via totalmente

subjetivista da história, isso poderia levar a falsa idéia de que todas as versões se

equivalem, portanto, pensar assim seria facilitar manipulações.

Dessa forma, a História aqui apresentada utilizasse das contribuições mais

recentes do pensamento histórico, a saber: Nova História, Nova História Cultural,

Nova Esquerda Inglesa, sem esquecer as importantes contribuições do pensamento

marxista. A História apresenta como seu objetivo de estudo a ação transformadora

do homem - sujeito ativo, todos os seres humanos, não apenas os grandes nomes –

no tempo, na sua relação passado/presente. Entender o processo histórico ajuda-

nos a pensar como poderemos transformar a nossa realidade.

A apropriação desses conteúdos e conceitos produzidos historicamente pelo

conjunto da humanidade é fundamental para a formação dos estudantes, como

sujeitos ativos e críticos da realidade. É importante ressaltar que os conteúdos

selecionados abrem a possibilidade de abordagem de temas antes colocados como

secundários e que na atualidade estão sendo revisados e revisitados com um olhar

mais crítico, procurando corrigir erros do passado, trazendo nova luz para os

mesmo, e merecendo um trabalho todo especial de acordo com as DCE de História:

os temas que serão abordados tratam da história dos povos nativos das Américas e

em especial do Brasil, sua contribuição em todos os aspectos, a história afro-

brasileira e temas atuais de caráter social e relevante para a sociedade brasileira.

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De acordo com os conteúdos estruturantes, básicos e específicos esperamos

que os alunos, entre outros objetivos:

� Compreendam que o ser humano é o resultado de um processo de evolução;

� Saibam trabalhar com as diversas fontes históricas e identificá-las;

� Compreendam o processo de formação humana na Pré-história, a partir da

origem africana;

� Entendam a importância do trabalho transformador dos primeiros seres

humanos e a descoberta da agricultura como uma Revolução dentro desse

processo evolutivo;

� Compreendam a importância do estudo das primeiras civilizações e suas

contribuições;

� Conheçam e analisem os principais aspectos e contribuições da Antiguidade

Clássica para a sociedade ocidental;

� Conheçam o processo de ocupação da América e a formação das primeiras

civilizações americanas e em especial do Brasil;

� Conheçam o processo de feudalização da Europa e a formação dos reinos

medievais;

� Conheçam a cultura do período;

� Compreendam o processo de transição do feudalismo para o capitalismo e

suas conseqüências;

� Conheçam as características principais do renascimento e as mudanças

ocorridas no pensamento ocidental;

� Compreendam o contexto europeu do século XVII;

� Analisem as implicações e conseqüências das Revoluções na Inglaterra do

século XVII;

� Identifiquem as causas do declínio econômico ibérico;

� Conheçam o processo de consolidação do capitalismo;

� Conheçam os motivos e conseqüências da expansão territorial no Brasil

colonial;

� Entendam a importância e as transformações ocorridas no Brasil durante o

ciclo minerador;

� Conheçam a administração portuguesa na colônia brasileira;

� Compreendam o alcance e a importância das idéias iluministas e do

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liberalismo.

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA

ENSINO FUNDAMENTAL

5ª SÉRIE/6º ANO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

� Relações de poder

� A experiência humana no tempo

� Relações de trabalho � Os sujeitos e suas relações sociais no tempo

� Relações culturais

� A cultura local e cultura e a cultura comum

� Cultura paranaense (Lei n° 13.381/01)

� Cultura afro-brasileira (Lei 10.639/03)

6ª SÉRIE/7º ANO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

� Relações de poder � As relações de propriedade

� Relações de trabalho

� A constituição histórica do mundo do campo e do mundo da cidade

� As relações entre campo e cidade

� Relações culturais

� A cultura local e cultura e a cultura comum

� Conflitos e resistências e produção cultural campo/cidade

� Cultura afro-brasileira e indígena

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7ª SÉRIE/8º ANO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

� Relações de poder � História das relações da humanidade com o trabalho

� Relações de trabalho � O trabalho e a vida em sociedade

� Relações culturais

� O trabalho e as contradições da modernidade

� Os trabalhadores e as conquistas de direito

� A questão do trabalho no âmbito do Paraná

� Cultura afro-brasileira e indígena

8ª SÉRIE/9º ANO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

� Relações de poder

� A constituição das instituições sociais

� Relações de trabalho

� A formação do Estado

� Relações culturais

� Os sujeitos, guerras e revoluções

� O estado paranaense

� Cultura afro-brasileira e indígena

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ENSINO MÉDIO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

� Relações de poder � Trabalho escravo, servil, assalariado e o

� Trabalho livre

� Relações de trabalho

� Urbanização e industrialização

� A questão do trabalho no Paraná

� Cultura afro-brasileira e indígena

� Relações culturais

� O Estado e as relações de poder

� Os sujeitos, as revoltas e as guerras

� Conflitos no Paraná

� Movimentos sociais, políticos, culturais

� As guerras e revoluções

� Cultura e religiosidade

� O Estado paranaense

� Cultura afro-brasileira e indígena

3 METODOLOGIA

O trabalho pedagógico com os Conteúdos Estruturantes, básicos e

específicos tem como finalidade a formação do pensamento histórico dos

estudantes. Isso se dá quando professor e alunos utilizam, em sala de aula e nas

pesquisas escolares, os métodos de investigação histórica articulados pelas

narrativas históricas desses sujeitos. Assim, os alunos perceberão que a História

está narrada em diferentes fontes (livros, cinemas, canções, palestras, relatos de

memória, etc.), sendo que os historiadores se utilizam dessas fontes para

construírem suas narrativas históricas.

O aluno deverá ter contato com elementos necessários à análise crítica das

fontes. Para isto:

Organizar o trabalho pedagógico a partir da identificação e exploração de fontes é condição fundamental para que o aluno compreenda como a história é construída. Para além do conhecimento sobre fatos e histórias,

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os alunos devem aprender a lidar com o passado de ima maneira histórica. Isso significa indagar o passado a partir dos vestígios do presente a fim de conseguir determinadas respostas. Para isso, toda produção humana pode ser utilizada em sala de aula como fonte de investigação.[...] O principal objetivo de trabalho com fontes é levar o aluno a fazer interferências válidas, ou sela, perguntas pertinentes sobre o passado e que possam ter na fonte um início de resposta. (Paraná,2010)

Nesse sentido, o trabalho pedagógico com os conteúdos históricos deve ser

fundamentado em vários autores e suas respectivas interpretações, seja por meio de

manuais didáticos disponíveis ou por meio de textos historiográficos referenciais.

Espera-se que, ao concluir a Educação Básica, o aluno entenda que não existe uma

verdade histórica única, e sim que verdades são produzidas a partir de evidências

que organizam diferentes problematizações fundamentadas em fontes diversas,

promovendo a consciência da necessidade de uma contextualização social, política

e cultural em cada momento histórico.

Serão relacionados os conteúdos da história nacional com a história geral,

levando em consideração a abordagem da história das culturas nativas na América e

em especial do Brasil, assim como, a história das sociedades africanas e a cultura

afro-brasileira, respeitando as necessárias seqüências espaços-temporais. A

proposta utilizará para o ensino os temas históricos, com a finalidade de incentivar o

debate democrático e a busca de soluções para os problemas apresentados pela

História. Todo esse trabalho tem como objetivo pedagógico a formação do

pensamento histórico dos educandos, que será realidade no momento em que o

professor e os estudantes possam utilizar no trabalho em sala os métodos de

investigação histórica, dessa forma, os alunos perceberão que a narrativa histórica

utiliza-se de várias fontes, desde as tradicionais às mais modernas fontes

disponibilizadas pela tecnologia atual.

Com essa perspectiva de ensino-aprendizagem, os alunos perceberão que no

encaminhamento das aulas, utilizaremos autores diversos, interpretações múltiplas,

manuais didáticos, documentos, mapas, com a certeza de que os alunos entendam

que a história não pode ser um conhecimento dogmático, uma verdade definitiva,

que ela é construída por interpretações produzidas a partir de evidências,

contextualizadas social, política e culturalmente, respeitando cada momento

histórico particular. Esse tipo de processo, principalmente na História, jamais poderá

alcançar os resultados aqui propostos, sem a prática e o ensino expositivo,

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explicativo, teórico em sala, que faz parte dos métodos de ensino da História,

fundamentais para a formação de uma capacidade intelectual reflexiva, racional e

crítica, que buscamos propiciar para os nossos estudantes.

Além das aulas expositivas, teóricas, serão utilizados instrumentos de

multimídia, TV pen drive, internet, músicas, filmes, documentários, textos

especializados de história, livro didático da disciplina, com o objetivo de ampliar as

possibilidade de ensino e aprendizagem dos conteúdos e uma melhor interação e

participação dos alunos e do professor.

Esta disciplina, assim como as demais áreas do conhecimento (seja base

nacional comum ou parte diversificada), deve articular em seus conteúdos, a partir

das possibilidades abertas pelos seus referenciais, a abordagem de temas

abrangentes e contemporâneos que devem permear o desenvolvimento dos

conteúdos do currículo: saúde, prevenção ao uso indevido de drogas; sexualidade e

gênero, vida familiar e social, assim como os direitos das crianças e adolescentes,

de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90),

preservação do meio ambiente, nos termos da política nacional de educação

ambiental (Lei nº 9.795/99), educação para o consumo, educação fiscal, trabalho,

ciência e tecnologia, diversidade cultural, educação para o trânsito (Lei nº 9.503/97),

História do Paraná (Lei nº 13381/01); Educação Tributária (Dec. Nº 1143/99); música

(Lei nº 11.769/2008); Direito das Crianças e Adolescente ( Lei Federal nº 11525/07),

A história e as culturas indígena e afro-brasileira (Lei nº 11.645/2008). A inclusão

dessa Lei possibilita ampliar o leque de referências culturais de toda a população

escolar e contribui para a mudança das suas concepções de mundo, transformando

os conhecimentos comuns veiculados pelo currículo e contribuindo para a

construção de identidades mais plurais e solidárias.

4 AVALIAÇÃO

A avaliação em História não deve apenas buscar a classificação dos alunos,

embora, ainda esse seja o critério para a passagem de uma etapa para outra, a nota.

O que deveremos buscar nessa proposta de avaliação, é a possibilidade de realizar

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diagnósticos do ensino-aprendizagem, que deveriam permitir o reordenamento

constante das práticas e dos resultados em sala de aula.

A avaliação deverá ser permanente, contínua, no processo, paralela,

buscando a participação efetiva dos alunos, criando neles a responsabilidade na

construção desse processo de ensinar e aprender, portanto, a avaliação deverá ser:

diagnóstica, formativa e somativa. Deve-se avaliar aquilo que foi trabalhado em sala,

valorizando as idéias apreendidas pelos alunos, sua capacidade de pensar

historicamente, sua capacidade de sintetizar, produzir textos coerentes, avaliar o que

ele sabia e o que ela sabe depois da apresentação e estudo dos temas, sua

capacidade de leitura e interpretação dos temas históricos e a utilização das

diversas formas de comunicação e linguagens contemporâneas.

4 REFERÊNCIAS

CADERNOS TEMÁTICOS-LEI N° 10639/03 – A inserção dos conteúdos de História

e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares

HISTÓRIA – uma abordagem integrada – Vol. Único, Nicolina Luiza, Ed. Moderna

HISTÓRIA GLOBAL. Vol. Único. Gilberto Cotrim, Ed. Saraiva

LIVRO PÚBLICO DIDÁTICO DE HISTÓRIA – SEED

NOVA HISTÓRIA CRÍTICA. Mario Schmitd, Ed. Nova Geração

PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Secretaria de Estado da

Educação do Paraná. História. 2010

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Walfredo Silveira Corrêa

– Ensino Fundamental e Médio, 2010.

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LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA - ESPANHOL

ENSINO MÉDIO

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O ensino da Língua Espanhola no sistema educativo brasileiro, remonta aos

últimos cento e vinte anos e, em especial, ao período entre 1888 e 1930 que,

segundo Fernández (2005:18) “mais de quatro milhões de imigrantes dos quais 12%

eram espanhóis os quais ocuparam as terras das regiões Sul e Sudeste em

conseqüência das graves crises econômicas que acometiam a Espanha desde os

meados do século XIX.

No entanto, essa imigração espanhola ao Brasil deixou expressa muito mais a

sua cultura e não a sua língua, a qual deu lugar, no ensino das línguas vivas

estrangeiras, os idiomas francês, inglês e alemão.

Em 1950 com a reforma do ensino, proposta pelo Ministro Gustavo

Capanema, o ensino secundário se dividiu em dois ciclos: O Ginásio (quatro anos) e

o Colegial (três anos).

No caso de línguas estrangeiras foi ressaltada a importância das línguas

clássicas e modernas, ao lhe destinar 35 horas, o que representas 19,6% do

currículo, ao Ensino Instrumental dos idiomas: latim, francês e inglês no então atual

Ensino Fundamental; Francês, inglês e, pela primeira vez, o espanhol substituiu o

latim no Ensino Médio aparece como recomendação do CFE, cujo texto está na

resolução 8/71 cujo teor afirma:

Recomenda-se que em Comunicação e Expressão, a título de acréscimo, se

inclua uma língua estrangeira moderna, quando tenha no estabelecimento condições

de ministrá-la com eficiência.

Retomando momentos históricos significativos quando se analisa a trajetória

do ensino de Língua Estrangeira no Brasil, percebe-se que, a escola pública foi

marcada pela seletividade, tendência e interesses. Então, diante da realidade

brasileira, o acesso a uma língua estrangeira consolidou-se historicamente como

privilégio de poucos. Atualmente, o interesse da escola pública vem demonstrando

mudanças e propostas para que o ensino de Língua Estrangeira possa ter um papel

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democratizante das oportunidades e um instrumento de educação que auxilie ao

aluno como sujeito e construa seu processo de aprendizagem. Ao contrário de

épocas passadas, o ensino de Língua Estrangeira se alicerça em dar suporte aos

educando sobre a língua e cultura da disciplina afim . A Língua Estrangeira Moderna

norteia-se no princípio de que o desenvolvimento do educando, deve incorrer por

meio da leitura, oralidade e da escrita. O que se busca hoje é o ensino de Língua

Estrangeira Moderna direcionada à construção do conhecimento e a formação

cidadã e, que a língua aprendida seja caminho para o reconhecimento e

compreensão das diversidades lingüísticas e culturais já existentes e crie novas

maneiras de construir sentidos do e no mundo. Então, a leitura a oralidade e a

escrita se configuram em discurso como prática social e, portanto, instrumento de

comunicação.

Ao conhecer outras culturas e outras formas de encarar a realidade, o aluno

passa a refletir mais sobre a sua própria cultura e amplia sua capacidade de analisar

o seu entorno social com maior profundidade e melhores condições de estabelecer

vínculos, semelhanças e contraste em ter sua forma de ser, agir, pensar e sentir

outra cultura, fatores que ajudarão no enriquecimento de sua formação.

O caráter prático do ensino de Língua Estrangeira permite a produção de

informação, e o acesso a ela, o fazer e o buscar autônomo, a comunicação e a

partilha com semelhantes e diferentes possibilidades analise de paradigmas já

existentes e cria novas maneiras de construir sentidos do mundo, construir

significados para entender e estabelecer uma nova realidade ser compreender as

diversidades lingüísticas e culturais que influenciarão de forma positiva no

aprendizado da língua como discurso para que o aluno se constitua socialmente.

No Brasil, aprender o Espanhol se faz indispensável tanto do ponto de vista

cultural como econômico, permitindo integrar-se com os países que tenham como

língua oficial o Espanhol.

O Brasil com o advento do MERCOSUL, a Língua Estrangeira Moderna

deixou de ser um luxo intelectual para se tornar uma emergência. Com a exceção de

três pequenos enclaves não hispânicos no extremo norte do continente (a Guiana, o

Suriname e a Guiana Francesa) todos os países desse mercado falam o espanhol.

Mas além da América do Sul, temos a América Central e o México onde também

predomina o idioma espanhol. (SEDYCIAS, 2005: 35).

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2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICO DA DISCIPLINA

2.1 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

A língua, entendida como interação, enquanto espaço de produção de

sentidos, marcada por relações contextuais de poder, terá como conteúdo

estruturante o “Discurso como prática social”, efetivado por meio das práticas

discursivas: leitura, escrita, oralidade.

2.2 CONTEÚDOS BÁSICOS

Leitura Escrita Oralidade

� Identificação do tema;

� Intertextualidade;

� Intencionalidade;

� Vozes sociais presentes no texto;

� Marcadores do discurso;

� Coesão e coerência;

� Funções das classes gramaticais no texto;

� Elementos semânticos;

� Discurso direto e indireto;

� Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;

� Recursos linguísticos (figuras de linguagem);

� Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos (aspas, travessão, negrito);

� Variedade linguística;

� Acentuação gráfica;

� Ortografia.

� Tema do texto;

� Interlocutor;

� Finalidade do texto;

� Intencionalidade do texto;

� Intertextualidade;

� Condições de produção;

� Presença de informações necessárias para a coerência do texto;

� Vozes sociais presentes no texto;

� Vozes verbais;

� Discurso direto e indireto;

� Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;

� Léxico;

� Coesão e coerência;

� Funções das classes gramaticais no texto;

� Elementos semânticos;

� Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

� Variedade linguística;

� Ortografia.

� Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos;

� Adequação do discurso ao gênero;

� Vozes sociais presentes no texto;

� Variações linguísticas;

� Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

� Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;

� Adequação da fala ao contexto;

� Pronúncia.

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Os conteúdos por série serão desdobrados a partir de textos (verbais e não-

verbais) de diferentes gêneros, considerando seus elementos linguísticos-

discursivos (fonético–fonológicos, léxico–semânticos e sintáticos), manifestados nas

práticas discursivas (leitura, escrita e oralidade). Portanto, os textos escolhidos para

o trabalho pedagógico definirão os conteúdos lingüísticos-discursivos, bem como as

práticas discursivas a serem trabalhadas.

Serão, também, explorados temas que falem sobre a cultura afro-brasileira

em músicas de origem espanhola e trechos de filmes norte-americanos que

abordam o problema racial.

3 METODOLOGIA

Envolver os alunos em atividades críticas e problematizadoras, que se

concretizam por meio da língua como prática social.

O texto, enquanto unidade de linguagem em uso (escrita, oral ou visual), será

o ponto de partida da aula de língua estrangeira. Ao interagir com textos

provenientes de vários gêneros, o aluno perceberá que as formas linguísticas não

são sempre idênticas, não assumem sempre o mesmo significado, mas são flexíveis

e variam dependendo do contexto e da situação em que a prática social do uso da

linguagem ocorre.

Os conhecimentos linguísticos serão trabalhados dependendo do grau de

conhecimento dos alunos e estarão voltados para a interação que tenha por

finalidade o uso efetivo da linguagem e não a memorização de conceitos. Serão

selecionados a partir das necessidades de cada gênero trabalhado.

Os textos literários serão apresentados aos alunos de modo que provoquem

reflexão e façam com que os percebam como uma prática social de um determinado

contexto sociocultural particular.

O ensino de língua estrangeira estará articulado com as demais disciplinas do

currículo, objetivando relacionar os vários conhecimentos. Isso não significa

obrigatoriamente, desenvolver projetos envolvendo inúmeras disciplinas, mas fazer

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com que o aluno perceba que conteúdos de disciplinas distintas podem muitas

vezes estar relacionados entre si.

Deve-se propiciar aos alunos a prática de leitura de textos de diferentes

gêneros, encaminhando discussões e reflexões sobre tema, intenções,

intertextualidade, situacionalidade, vozes sociais e ideologia. É necessário relacionar

o tema com o contexto atual, oportunizando a socialização das ideias dos alunos

sobre o texto.

Para melhor estabelecer a referência textual, procurar usar adequadamente

palavras e expressões, estimulando a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero

propostos.

Serão também contempladas as leis abaixo citadas:

� A Lei 10.639/03 - História e Cultura Afro-Brasileira e Africana;

� A Lei 11.645/08 - História e Cultura dos Povos Indígenas; valorizando a

história e cultura de seus povos;

� A Lei 9795/99 - Política Nacional de Educação Ambiental;

Temáticas referentes ao Desenvolvimento Sócio-educacional: Cidadania e

Direitos Humanos (Educação Fiscal e Programa Saúde na Escola); Enfrentamento

à Violência; Prevenção ao uso indevido de Drogas e Educação Ambiental (já citada-

Lei); e a Diversidade: Relações Étnico-Raciais e Afro-descendência; Educação

Escolar Indígena; Relações de Gênero e Diversidade Sexual e Educação do Campo.

Abordagem teórico-metodológica

Leitura: propiciar práticas de leitura de textos de diferentes gêneros;

considerar os conhecimentos prévios dos alunos; formular questionamentos que

possibilitem inferências sobre o texto; encaminhar discussões sobre tema,

intenções, intertextualidade, aceitabilidade, informatividade, situacionalidade,

temporalidade, vozes sociais e ideologia; proporcionar análises para estabelecer a

referência textual; conduzir leituras para a compreensão das partículas conectivas;

contextualizar a produção: suporte/fonte, interlocutores, finalidade, época; utilizar

textos verbais diversos que dialoguem com não verbais, como gráficos, fotos,

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imagens, mapas e outros; relacionar o tema com o contexto atual; oportunizar a

socialização das ideias dos alunos sobre o texto; instigar a identificação e reflexão

das diferenças decorridas do uso de palavras e/ou expressões no sentido denotativo

e conotativo, bem como de expressões que denotam ironia e humor; estimular

leituras que suscitem no reconhecimento do estilo, próprio de diferentes gêneros;

Escrita: planejar a produção textual a partir da delimitação do tema, do

interlocutor, intenções, intertextualidade, aceitabilidade, informatividade,

situacionalidade, temporalidade e ideologia; proporcionar o uso adequado de

palavras e expressões para estabelecer a referência textual; conduzir a utilização

adequada das partículas conectivas; estimular a ampliação de leitura sobre o tema e

o gênero proposto; acompanhar a produção do texto; encaminhar e acompanhar a

reescrita textual: revisão dos argumentos, das ideias, dos elementos que compõem

o gênero; instigar o uso de palavras e/ou expressões no sentido denotativo e

conotativo, bem como de expressões que denotem ironia e humor; estimular

produções em diferentes gêneros; conduzir a uma reflexão dos elementos

discursivos, textuais, estruturais e normativos.

Oralidade: organizar apresentações de textos produzidos pelos alunos

levando em consideração a aceitabilidade, informatividade, situacionalidade e

finalidade do texto; orientar sobre o contexto social de uso do gênero oral

selecionado; preparar apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da

oralidade em seu uso formal e informal; estimular contação de histórias de diferentes

gêneros, utilizando-se dos recursos extralinguísticos, como entonação, expressões

facial, corporal e gestual, pausas e outros; selecionar discursos de outros para

análise dos recursos da oralidade, como cenas de desenho, programas infanto-

juvenis, entrevistas, reportagem, entre outros.

4 AVALIAÇÃO

A avaliação está profundamente relacionada com o processo de ensino

portanto, deve ser entendida como mais um momento em que o aluno aprende. É

um elemento de reflexão contínua do professor sobre sua pratica educativa e revela

aos alunos suas dificuldades, progressão e possibilidades.

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A avaliação da aprendizagem necessita para cumprir o seu verdadeiro

significado, assumir a função de subsidiar a construção da aprendizagem bem

sucedida. Depreende-se, portanto que avaliação da aprendizagem da língua

estrangeira precisa superar a concepção do mero instrumento de mediação da

apreensão de conteúdos, visto que ela se configura como processual e, como tal,

objetiva subsidiar discussões a cerca das dificuldades e avanços dos alunos

sujeitos, a partir de suas produções, no processo de ensino aprendizagem.

Nesse sentido, é necessário que o professor tenha uma visão de conjunto no

processo de avaliação:

� Para que um processo de aprendizagem seja efetivo, ele deve contemplar a

avaliação diagnóstica, contínua, formativa e reflexiva;

� O processo de ensino-aprendizagem do conteúdo deve contemplar o

acompanhamento metodológico e avaliativo;

� Na avaliação contínua, é necessário que o professor e os alunos analisem

quanto e como conseguiram aproximar-se dos objetivos propostos;

� O registro e a observação do desempenho do aluno devem ser feitos pelo

professor de forma contínua e reflexiva;

� A avaliação pressupõe um clima de cooperação e confiança entre professor e

aluno, o que favorece a pratica e auto-avaliação entre ambos;

� A aprendizagem dos alunos deve ser considerada como parâmetro para

realimentação dos encaminhamentos adotados.

Nessa proposta avaliativa, a língua é concebida como prática social e

discursiva. A avaliação formativa, na sua condição contínua e diagnostica deve ser

privilegiada, a fim de promover a análise e reflexão nos encaminhamentos das

intervenções pedagógicas.

A avaliação servirá, além de aferir a aprendizagem do aluno, fazer com que o

professor repense a sua metodologia planeje suas aulas de acordo com as

necessidades de seus alunos. E, através dela, é possível perceber quais são os

conhecimentos lingüísticos, discursivo, sócio-pragmáticos ou culturais – e as práticas

de leitura, escrita oralidade e compreensão auditiva – que ainda não foram

suficientemente trabalhadas e que precisam ser abordadas mais exaustivamente

para garantir a efetiva interação do aluno com os discursivos em língua estrangeira.

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Considerando que alguns alunos apresentam dificuldades de aprendizagem

acentuadas poderão ser utilizados diferentes métodos avaliativos que respeitem seu

ritmo e suas limitações. De acordo com a Lei nº. 10.436 de 24 e abril de 2002, em se

tratando do aluno com deficiências auditivas, deve-se respeitar sua primeira língua

(LIBRAS), que apresenta uma forma de funcionamento lingüístico cognitivo

diferenciado ou podendo também ser avaliado em LIBRAS, com o auxilio de

intérprete.

Para a avaliação será utilizadas as provas objetivas e discursivas, leitura de

textos de diversos gêneros textuais, debates, seminários, interpretação de textos,

diálogos orais e escritos, elaboração de narrações dissertações, resumos, trabalhos

individuais e em grupos, música, teatro, filmes, jogos, dentre outros. As avaliações

para alunos com deficiência auditiva poderão ser em libras e com auxilio de um

intérprete. (Caso o colégio receba algum caso de inclusão).

Para que essa avaliação aconteça com êxito, faz-se necessário que a mesma

deixe de ser utilizada, segundo Luckesi (2005: 166) como “recurso de autoridade e

assuma papel de auxiliadora do crescimento”

5 REFERÊNCIAS

ALMEIDA FILHO, José Carlos P. de Almeida (org.) O professor de Língua

Estrangeira em Formação. 2. ed. Campinas: Pontes,2005.

ALVES, Adda –Nari M. Vale!: Comenzamos : 1 / Adda-Nari.Alves, Angélica Mello, -

2. ed. São Paulo: Moderna, 2002.

BRASIL, Lei nº10639, 09 de janeiro de 2003. Parecer do Conselho Nacional de

educação, Cadernos Temáticos História da Cultura afro-brasileira e Africana.

Ministério da Educação – Ministério de Educação, 2004.

CAZAUX HAYDT, Regina: Avaliação do Processo Ensino-Aprendizagem. 6. ed.

São Paulo: Ática, 2004.

LEFFA, V. J. A interação na aprendizagem das línguas. Pelotas: EDUCAT,2006.

Martin,Ivan. Síntesis: Curso de Lengua Española. São Paulo:Àtica:2010

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265

MEC, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-

Raciais e parta o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília –

DF,2004.

SEED PARANÁ, Inclusão e diversidade: reflexões para a construção do Projeto

Político-Pedagógico. Curitiba 2006.

SEED, Secretaria de Estado da Educação: Língua Estrangeira Moderna - Espanhol

e Inglês / vários autores – Curitiba : SEED-Pr, 2006, - p. 256.

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LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA - INGLÊS

ENSINO FUNDAMENTAL

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O ensino das línguas estrangeiras modernas começa a ser valorizado

depois da chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808.

Em 1837, o Colégio Pedro II, primeiro em nível secundário no Brasil,

apresentava em seu currículo sete anos de francês, cinco de inglês e três de

alemão. Em 1916, com a publicação de Cours de Lingüistic Générale por Ferdinand

Saussure, inauguram-se os estudos da linguagem em caráter científico, sendo a

língua objeto de estudo para a Linguística.

Em 1942, a Reforma Capanema atribui ao ensino secundário um caráter

patriótico e as línguas privilegiadas são o francês, o inglês e o espanhol, que é

introduzido no lugar do alemão.

Após a Segunda Guerra Mundial, a dependência econômica e cultural do

Brasil, em relação aos Estados Unidos, intensificou-se e, com isso, a necessidade

de aprender inglês tornou-se cada vez maior.

Como tentativa de rompimento com a hegemonia de um único idioma

ensinado nas escolas, criou-se, em 1982, o Centro de Línguas Estrangeiras, no

Colégio Estadual do Paraná que, posteriormente, expandiu-se em todo o Estado.

Em 1996, a Lei das Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Nacional, nº

9394, determinou no Ensino Fundamental a oferta obrigatória de pelo menos de uma

Língua Estrangeira Moderna, escolhida pela comunidade escolar. Em relação ao

Ensino Médio, a Lei determina que seja incluída uma Língua estrangeira moderna

como disciplina obrigatória, e uma segunda, em caráter optativo, dependendo das

disponibilidades da instituição.

Uma das argumentações utilizadas para justificar a pluralidade da oferta de

Línguas Estrangeiras é que sua aprendizagem propicia um espaço de reflexão sobre

a língua como “discurso e prática social”, de forma a refletir os sentidos oferecidos

pelas múltiplas culturas inseridas em cada sociedade.

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Por outro lado, se considerarmos que a expansão de uma Língua Estrangeira

é também a expansão de um conjunto de discursos ideológicos, é fundamental

observar se o ensino dessa segunda língua corrobora para a perpetuação de ideias,

de dominação ou emancipação. O ensino de língua estrangeira deve garantir que os

alunos não se tornem consumidores passíveis de cultura e de conhecimento, e sim,

criadores ativos.

Assim sendo, a aprendizagem de uma língua estrangeira adquire um caráter

político como forma de ação para transformar o mundo. Nessa perspectiva, a

responsabilidade do ensino da língua estrangeira amplia-se e exige uma reflexão

ampla do educador sobre o modo como se ensina e por que é ensinado.

Somente assim haverá uma apropriação crítica e histórica do conhecimento

para uma maior compreensão da realidade sócio cultural do aluno, tornando-o um

agente transformador e democrático do seu ambiente de convívio.

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / BÁSICOS

O conteúdo estruturante de Língua Estrangeira Moderna é o discurso como

prática social a partir de diferentes gêneros discursivos manifestados nas práticas

sociais de leitura, escrita e oralidade permeada pela análise linguística.

O trabalho com diferentes gêneros textuais deve levar o aluno a perceber a

gama de discursos existentes nos mais variados contextos, bem como, as vozes que

permeiam as relações sociais e as relações de poder. É preciso que os níveis de

organização linguística sirvam para a compreensão da linguagem na produção

escrita, oral, verbal e não verbal.

Entretanto, os conteúdos específicos para o Ensino Fundamental, por

série, serão desdobrados a partir de textos (verbais e não verbais), considerando

seus elementos linguístico-discursivos (fonético-fonológicos, léxico-semânticos e

sintáticos), manifestados nas práticas discursivas (leitura, escrita e oralidade), pois

serão consequentes e inerentes aos textos trabalhados.

a. Gêneros Discursivos:

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Serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme

suas esferas sociais de circulação. Para o trabalho das práticas de leitura, escrita,

oralidade e análise linguística.

Os conteúdos serão aplicados nas práticas da oralidade, leitura e escrita. A

fala, a leitura e a escrita deverão ser trabalhadas juntas, já que uma atividade

possibilita a outra e vice-versa, permeadas pela análise linguística.

Leitura Escrita Oralidade

� Conteúdo temático;

� Interlocutor;

� Finalidade do texto;

� Intencionalidade;

� Argumentos do texto;

� Contexto de produção;

� Intertextualidade;

� Vozes sociais presentes no texto;

� Discurso ideológico presente no texto;

� Elementos composicionais do gênero;

� Contexto de produção da obra literária;

� Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito;

� Progressão referencial;

� Partículas conectivas do texto;

� Relação de causa e consequência entre partes e elementos do texto;

� Semântica:

� Operadores argumentativos;

� Modalizadores;

� Conteúdo temático;

� Interlocutor;

� inalidade do texto;

� Intencionalidade;

� Informatividade;

� Contexto de produção;

� Intertextualidade;

� Referência textual;

� Vozes sociais presentes no texto;

� Ideologia presente no texto;

� Elementos composicionais do gênero;

� Progressão referencial;

� Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;

� Semântica:

� Operadores argumentativos;

� Modalizadores;

� Figuras de linguagem;

� Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, conectores, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito, etc.;

� Vícios de linguagem;

� Sintaxe de concordância;

� Sintaxe de regência.

� Conteúdo temático;

� Finalidade;

� Intencionalidade;

� Argumentos;

� Papel do locutor e interlocutor;

� Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas...;

� Adequação do discurso ao gênero;

� Turnos de fala;

� Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras);

� Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

� Elementos semânticos;

� Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc.);

� Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.

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� Figuras de linguagem.

2.2 CONTEÚDOS BÁSICOS

5ª SÉRIE/6º ANO

GÊNEROS TEXTUAIS PRÁTICAS DISCURSIVAS:

� Apresentações

� História em quadrinhos

� Charada

� Cartaz em sala de aula

� Sequência de fatos

� Cartaz

� Informações em murais

� Horário escolar

� Organizações de arquivos em tela de computador

� Painel de exposição

� Álbum de retrato

� Entrevista

� Conversa informal

� Caça palavras

� Informações nutricionais em alimentos

� Pôster

� Informações sobre pessoas em revistas

� Reportagem de revistas de celebridades

� Panfleto de promoção turística

� Texto informativo e promocional

� E-mail

� Imagem

� Cartão postal

� Tema do texto;

� Papel do locutor e interlocutor;

� Finalidade do texto;

� Argumentos do texto;

� Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos e outros;

� Discurso direto e indireto;

� Elementos composicionais do gênero;

� Léxico;

� Adequação do discurso ao gênero;

� Turnos de fala;

� Variações linguísticas;

� Contexto de produção;

� Informatividade;

� Divisão do texto em parágrafos;

� Processo de formação de palavras;

� Acentuação gráfica/ortografia;

� Concordância verbal/nominal;

� Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos, função das classes gramaticais, pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem.

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� Letra de música

6ª SÉRIE/7º ANO

GÊNEROS TEXTUAIS PRÁTICAS DISCURSIVAS:

� Páginas principais de Website

� História em quadrinhos

� Descrição pessoal

� Blog – Estratégias de leituras

� Conversa informal

� Pôster

� Newsletter eletrônico

� Diálogo.

� Diário sobre consumo de legumes

� Classificação de vídeos game

� Entrevista

� Cartaz com preferências pessoais

� Questionário de revistas

� Cartaz informativo sobre celebração

� Carta formal

� Games

� Desenho de moda

� Carta Informal (descritiva)

� Rotina diária

� Descrição de rotina

� Recomendações de segurança

� Conversa informal

� Lista de estratégias de escritas

� Comentários de fotos

� Tabela

� Pôster informativo

� Questionários

� Quis

� Tema do texto

� Papel do locutor e interlocutor

� Finalidade do texto

� Argumento do texto

� Intertextualidade

� Ambiguidade

� Informações explícitas e implícitas

� Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos e outros

� Discurso direto e indireto

� Elementos composicionais do gênero

� Léxico

� Adequação do discurso ao gênero

� Turnos de fala

� Variações linguísticas

� Contexto de produção

� Informatividade

� Divisão do texto em parágrafos

� Processo de formação de palavras

� Acentuação gráfica/ortografia

� Concordância verba/nominal

� Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos, função das classes gramaticais, pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem.

� Semântica

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7ª SÉRIE/8º ANO

GÊNEROS TEXTUAIS PRÁTICAS DISCURSIVAS:

� Notícia de jornal

� Reportagens

� Textos informativos

� Blog

� Pôster

� MSN

� História descrevendo ações

� Planos

� Legendas de fatos

� Diálogo

� Diálogo com imagens

� Discrição: hábitos relativos à TV

� Material de referência online

� História em quadrinhos

� Mensagem em código

� Receitas

� Menu

� Narrativa com imagens

� Entrevista

� Texto de referência

� Censo

� Narrativa histórica

� Pôster informativo com resultado de pesquisa

� Jogo de computador

� Jogo projeto virtual

� Diário

� Narrativa de acontecimentos passados

� Linha do tempo

� Resenha

� Propaganda

� Cartas descrevendo problemas

� Entrevista de radio

� Conteúdo temático

� Papel do locutor e interlocutor

� Finalidade do texto

� Argumentos do texto

� Intertextualidade

� Vozes sociais presento no texto

� Informações explícitas e implícitas

� Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos...

� Discurso direto e indireto

� Elementos composicionais do gênero

� Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto

� Léxico

� Adequação do discurso ao gênero

� Turnos de fala

� Variações linguísticas

� Contexto de produção

� Divisão do texto em parágrafos

� Processo de formação de palavras

� Acentuação gráfica/ortografia

� Concordância verba/nominal

� Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos, função das classes gramaticais, pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem.

� Papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomadas e sequenciação do texto

� Semântica: operadores argumentativos/ ambiguidade/ sentido figurado/ significados das palavras/ expressões que denotam ironia e humor no texto.

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8ª SÉRIE/9º ANO

GÊNEROS TEXTUAIS PRÁTICAS DISCURSIVAS:

� Entrevista online

� Apresentação – Palestra

� Blog

� Ficha

� Linha do tempo

� Filmes e fotos

� Diário

� Texto em Camiseta

� Fact File

� Texto informativo

� Discussão online

� Artigos de Jornal

� Entrevista

� Poema

� Cartum

� Textos informativos p/ referência

� Sites

� Quiz

� Texto com diferentes pontos de vista.

� História em quadrinhos

� Diálogo

� Placa informativa

� Faixa – Banner

� Carta (e respostas) sobre problemas pessoais

� Cartão

� Roteiro de Teatro

� Peça de Teatro

� Resenha

� Conteúdo temático

� Papel do locutor e interlocutor

� Finalidade do texto

� Argumentos do texto

� Intertextualidade / Informatividade

� Discurso ideológico no texto

� Vozes sociais presento no texto

� Informações explícitas e implícitas

� Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos...

� Discurso direto e indireto

� Elementos composicionais do gênero

� Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto

� Léxico

� Adequação do discurso ao gênero

� Turnos de fala

� Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódias...)

� Contexto de produção

� Divisão do texto em parágrafos

� Processo de formação de palavras

� Acentuação gráfica/ortografia

� Concordância verbal/nominal

� Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos, função das classes gramaticais, pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem.

� Papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomadas e sequenciação do texto

� Semântica: operadores argumentativos/ modalizadores/ polissemia

� Adequação da fala ao contexto (gírias, repetições, etc.)

� Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito.

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3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA

O que sustenta este documento é uma abordagem que valoriza a escola

como um espaço social, responsável pela apropriação crítica e histórica do

conhecimento enquanto instrumento de compreensão da realidade social e da

atuação crítica e democrática para a transformação da realidade. A escolarização

tem o compromisso de prover aos alunos meios necessários para que não apenas

assimilem o saber enquanto resultado, mas apreendam o processo de sua

produção, bem como as tendências de sua transformação. (DCEs).

Partindo desses princípios, a pedagogia crítica é o referencial teórico que

sustenta este documento de Diretrizes Curriculares, por ser esta a tônica de uma

abordagem que valoriza a escola como espaço social democrático, responsável pela

apropriação crítica e histórica do conhecimento como instrumento de compreensão

das relações sociais e para a transformação da realidade.

Ancorada nos pressupostos da pedagogia crítica, entende-se que a escolarização tem o compromisso de prover aos alunos meios necessários para que não apenas assimilem o saber como resultado, mas apreendam o processo de sua produção, bem como as tendências de sua transformação. A escola tem o papel de informar, mostrar, desnudar, ensinar regras, não apenas para que sejam seguidas, mas principalmente para que possam ser modificadas. Inspirando-se nas palavras de Simon (apud JORDÃO, 2004a, p. 164), (DCE: 2008, p.52).

O estudo da Língua Estrangeira será realizado através da Abordagem

Comunicativa “que favorece o uso da língua pelos alunos, mesmo de forma

limitada, e evidencia uma perspectiva utilitarista de ensino, na qual a língua e

concebida como uma sistema para a expressão do significado, num contexto

interativo.” (DCE 2008).

A proposta metodológica a ser trabalhada, possibilita a análise e reflexão

sobre os fenômenos Linguísticos e culturais como realizações discursivas, as quais

se revelam na/pela história dos sujeitos que fazem parte deste processo. Como

afirma as DCEs.

O Objeto de estudo da Língua estrangeira contempla as relações com a cultura, o sujeito e a identidade. Torna-se fundamental que os professores compreendam o que se pretende com o ensino da Língua Estrangeira na Educação Básica, ou seja: ensinar e aprender línguas, é também ensinar e aprender percepções de mundo e maneiras de atribuir sentidos, é formar subjetividades, é permitir que reconheçam no uso da língua os diferentes propósitos comunicativos, independentemente do grau de proficiência atingido (DCE: 2008, p.55)

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As reflexões discursivas e ideológicas dependem de uma interação

primeira com o texto. Isto não representa privilegiar a prática da leitura em

detrimento às demais no trabalho em sala de aula, visto que na interação com o

texto, há uma simultânea utilização de todas as práticas discursivas: leitura, escrita,

oralidade e compreensão auditiva. É nesta abordagem que leitura, escrita e

oralidade se interagem. Texto e leitura são indissociáveis. Referem-se às estratégias

de compreensão, discussão, organização e produção de textos, bem como ao

contexto social, aos papéis que leitores e escritores exercem em seus grupos sociais

e seus propósitos.

A proposta do Ensino de L.E.M. considera a leitura como interação entre os

múltiplos textos e ocorrem na relação entre o leitor, texto, autor e outros leitores. A

leitura ancorada numa perspectiva crítica promove a construção e a percepção de

mundo do sujeito leitor, tornando-o capaz de criar significados e sentidos que

contribuam para uma maior compreensão diante do texto. Esse processo de

construção de sentido, apoiado na bagagem cultural e com acesso permanente a

língua inglesa, são fundamentais para a prática social do cidadão e interpretação

dos discursos de sua comunidade.

Os conhecimentos linguísticos serão trabalhados dependendo do grau de

conhecimento dos alunos e estarão voltados para a interação que tenha por

finalidade o uso efetivo da linguagem e não a memorização de conceitos. Serão

selecionados a partir das necessidades de cada gênero textual.

Ao trabalhar com as diferentes culturas, é importante que o aluno, ao

contrastar a sua cultura com a do outro, perceba-se como sujeito histórico-crítico e

socialmente constituído e, assim, elabore a consciência da própria identidade. Em

relação à escrita, não podemos esquecer que ela deve ser vista como atividade

sócia interacional, ou seja, significativa.

Os Gêneros do discurso organizam nossa fala da mesma maneira que

dispõem as formas gramaticais. Aprendemos a moldar nossa fala às formas do

gênero. "Se não existissem gêneros e se não os dominássemos, tendo que criá-los

pela primeira vez no processo da fala, a comunicação verbal seria quase

impossível". (Bakhtin, 1998). Portanto, é fundamental que se apresente ao aluno

textos em diferentes gêneros textuais, mas sem categorizá-los.

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O objetivo da língua será o de proporcionar ao aluno a possibilidade de

interagir com a infinita variedade discursiva presente nas diversas práticas sociais.

Apresentar ao aluno textos pertencentes a vários gêneros: publicitários, jornalísticos,

literários, informativos, de opinião, etc., ressaltando as suas diferenças estruturais e

funcionais, a sua autoria, bem como o caráter do público a que se destina e,

sobretudo, aproveitar o conhecimento que ele já tem das suas experiências com a

língua materna, é imprescindível.

Os textos literários serão apresentados aos alunos de modo que provoquem

reflexão e façam com que os percebam como uma prática social de um determinado

contexto sócio cultural particular.

O ensino de língua estrangeira estará articulado com as demais disciplinas

do currículo, objetivando relacionar os vários conhecimentos. Isso não significa

obrigatoriamente, desenvolver projetos envolvendo inúmeras disciplinas, mas fazer

com que o aluno perceba que conteúdos com disciplinas distintas podem, muitas

vezes, estar relacionados entre si.

Serão promovidas reflexões, juntamente com o aluno, de forma a desvendar

os valores subjacentes, abordando criticamente uma leitura do mundo e, ao mesmo

tempo, levá-lo a contemplar a diversidade regional e cultural.

A Lei nº 10.639/03, que trata das Relações Étnico-Raciais e História e

Cultura Afro-Brasileira e Africana na escola, será trabalhado através de ações que

propiciem o contato com a cultura africana e afro-descendente, dentro da Língua

Inglesa, culminando em exposições de obras literárias de escritores negros,

documentários, filmes com temáticas sobre o racismo e preconceito, costumes e

hábitos, procurando destacar a contribuição da cultura dos povos negros, falantes

da língua inglesa.

A Lei nº 9795/99, que afirma “Que a educação Ambiental é um componente

essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma

articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter

formal e não formal.” Sendo assim serão trabalhas nas diferentes disciplinas através

da interdisciplinaridade onde deverá ser uma prática integrada, contínua e

permanente no desenvolvimento dos conteúdos específicos. Sendo assim serão

adotadas metodologias diversificadas, para despertar em todos à consciência de

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que o ser humano faz parte do meio ambiente, lembrando que os problemas

ambientais refletem com a consciência que atinge a todos nós.

A Lei nº 11645/0o8, que trata da História e Cultura dos Povos Indígenas por

fazer parte da nossa história e da cultura de outros países. Além desses temas

serão trabalhados o Desenvolvimento sócio educacional: Cidadania e direitos

Humanos; Enfrentamento à Violência; Prevenção ao uso indevido de Drogas;

Gênero e Diversidade Sexual; Educação do campo e outros temas contemporâneos

de acordo com a necessidade dos alunos, escola e comunidade.

A princípio, é preciso levar em conta o processo de continuidade, ou seja, a

“manutenção de uma progressão entre as séries, considerando as especificidades

da língua estrangeira ofertadas, as condições de trabalho existentes na escola, o

projeto político-pedagógico, a articulação com as demais disciplinas do currículo e o

perfil dos alunos” (DCE: 2008,p.62).

Ao se trabalhar os textos, propõe-se uma análise linguística discursiva dos

elementos não só de natureza linguística, mas, principalmente, os de fins

educativos, visando à abordagem de assuntos polêmicos, adequados à faixa etária,

conforme os interesses dos alunos, ressaltando a importância de se trabalhar os

diversos tipos de textos, com diferentes graus de complexidade da estrutura

linguística.

Propõe-se a participação do aluno na escolha temática dos textos, visto que

um dos objetivos é possibilitar a participação do mesmo, permitindo, assim, a

construção de relações entre ações individuais e coletivas. A prática de tal

experiência permite que os alunos compreendam os interesses do grupo e escolham

conteúdos mais significativos promovendo a participação de todos os alunos

observando a escolha de textos que não priorizem uma “visão monolítica e

estereotipada de cultura” (DCE: 2008 p. 51). Assim, os conteúdos poderão dar ao

aluno indicativo para perceber os avanços nos estudo na medida em que forem

baseados no planejamento estabelecidos entre professores ao longo do ano.

É importante destacar que os conteúdos gramaticais serão definidos a partir

das escolhas textuais, enfatizando o conteúdo e não a forma. O uso do texto é

fundamental para o desenvolvimento da compreensão da leitura, da escrita e da

oralidade.

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Serão observados os diferentes níveis de aprendizagem e bagagem de

conteúdos diagnosticados no início do ano de acordo com cada série.

4 AVALIAÇÃO

No processo educativo, a avaliação deve se fazer presente, tanto como meio

de diagnóstico do processo ensino-aprendizagem quanto como instrumento de

investigação da prática pedagógica. Assim a avaliação assume uma dimensão

formadora, uma vez que, o fim desse processo é a aprendizagem, ou a verificação

dela, mas também permitir que haja uma reflexão sobre a ação da prática

pedagógica.

Para cumprir essa função, a avaliação deve possibilitar o trabalho com o

novo, numa dimensão criadora e criativa que envolva o ensino e a aprendizagem.

Desta forma, se estabelecerá o verdadeiro sentido da avaliação: acompanhar o

desempenho no presente, orientar as possibilidades de desempenho futuro e mudar

as práticas insuficientes, apontando novos caminhos para superar problemas e fazer

emergir novas práticas educativas (LIMA, 2002).

No cotidiano escolar, a avaliação é parte do trabalho. Tem por objetivo

proporcionar subsídios para as decisões a serem tomadas a respeito do processo

educativo que envolve professor e aluno no acesso ao conhecimento. A avaliação se

concretiza de acordo com o que se estabelece nos documentos escolares como o

Projeto Político Pedagógico e, mais especificamente, a Proposta Pedagógica

Curricular e o Plano de Trabalho Docente, documentos necessariamente

fundamentados nas Diretrizes Curriculares.

De acordo com as Diretrizes Curriculares para a Educação Básica, propõe-se

formar sujeitos que construam sentidos para o mundo, que compreendam

criticamente o contexto social e histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao

conhecimento, sejam capazes de uma inserção cidadã e transformadora na

sociedade.

A avaliação, nesta perspectiva, visa contribuir para a compreensão das

dificuldades de aprendizagem dos alunos, com vistas às mudanças necessárias

para que essa aprendizagem se concretize e a escola se faça mais próxima da

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comunidade, da sociedade como um todo, no atual contexto histórico e no espaço

onde os alunos estão inseridos.

Não há sentido em processos avaliativos que apenas constatam o que o

aluno aprendeu ou não aprendeu e o fazem refém dessas constatações, tomadas

como sentenças definitivas. Se a proposição curricular visa à formação de sujeitos

que se apropriam do conhecimento para compreender as relações humanas em

suas contradições e conflitos, então a ação pedagógica que se realiza em sala de

aula precisa contribuir para essa formação.

Para concretizar esse objetivo, a avaliação escolar deve constituir um projeto

de futuro social, pela intervenção da experiência do passado e compreensão do

presente, num esforço coletivo a serviço da ação pedagógica, em movimentos na

direção da aprendizagem do aluno.

Assim, a avaliação do processo ensino-aprendizagem, entendida como

questão metodológica, é determinada pela perspectiva de investigar para intervir. A

seleção de conteúdos, os encaminhamentos metodológicos e a clareza dos critérios

de avaliação elucidam a intencionalidade do ensino, enquanto a diversidade de

instrumentos e técnicas de avaliação possibilita aos estudantes variadas

oportunidades e maneiras de expressar seu conhecimento. Cabe acompanhar a

aprendizagem dos alunos e o desenvolvimento dos processos cognitivos.

a. Critérios de Avaliação

A avaliação deve ser processual, contínua, cumulativa, e concomitante, sendo

que 5,0(cinco pontos) será de trabalhos diversificados e 5,0 (cinco pontos) de prova

escrita, mas sempre considerando o esforço do educando e suas características

individuais no processo de ensino-aprendizagem, havendo preponderância nos

aspectos qualitativos sobre os quantitativos.

Sendo assim, buscaremos em todas as oportunidades, instrumentos de

avaliação que produzam a interação entre professor e aluno em relações de

crescimento e aquisição de conhecimentos que levem nossos educandos a

transformar o meio em que vivem. Caso o aluno não alcance o resultado esperado

pelo professor será necessário à retomada de conteúdos para que posteriormente o

aluno tenha a recuperação de estudos.

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O processo de avaliação será contextualizado dentro da realidade

socioeconômica e cultural dos alunos, para que esta seja alicerçada na vida do

cidadão e suas necessidades. Serão avaliadas a expressão oral, escrita, leitura e

interpretação textual, bem como as produções orais e escritas, análise linguística

abrangendo a oralidade, a leitura e a escrita dentro de situações reais e/ou criadas

em sala de aula. A função da avaliação é alimentar, sustentar e orientar a ação

pedagógica, uma vez que dá retorno ao professor sobre como melhorar o ensino,

possibilitando correções no percurso e retorno ao aluno.

Considerando que alguns alunos apresentam dificuldades de aprendizagem

acentuada poderão ser utilizados diferentes métodos avaliativos que respeitem seu

ritmo e suas limitações.

Serão avaliadas as práticas da oralidade, onde se considerará a participação

nos diálogos, relatos e discussões e a clareza que o aluno mostrar ao expor suas

ideias através da fluência.

Na prática da leitura, o professor avaliará as estratégias que os alunos

empregaram no decorrer da mesma, a compreensão do texto lido e o seu

posicionamento diante do tema.

Em relação à escrita, será importante ressaltar a qualidade e a adequação de

um texto, os elementos linguísticos utilizados nas produções dos alunos precisam

ser avaliados e contextualizados. Serão utilizados diferentes métodos avaliativos

oportunizando diferentes formas de aprendizagens como: seminários, debates,

trabalhos, discussões, avaliação bimestral e testes. Incluem-se ainda trabalhos

individuais e em grupo; leitura de textos para análise oral e gráfica.

b. Instrumentos de Avaliação

Serão utilizados:

� Leitura e debates de textos

� Diálogos orais e escritos

� Produções textuais

� Trabalhos individuais e em grupos

� Interpretações de textos subjetivos e objetivos

� Avaliações

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A recuperação de conteúdos não assimilados será de forma paralela

procurando sanar as dificuldades dos alunos por meio de orientação de estudos,

atividades diversificadas e avaliações orais e/ou escritas.

Na recuperação de Estudos o professor considera a aprendizagem do aluno

no decorrer do processo e, para aferição do bimestre, entre a nota da Avaliação e da

Recuperação, prevalecerá sempre a maior.

Após a apuração dos resultados finais do aproveitamento e frequência serão

definidas as situações de aprovação ou reprovação dos alunos.

Será considerado aprovado o aluno que apresentar:

Frequência igual ou superior a 75% (setenta e cinco por cento) do total da

carga horária do período letiva e média anual igual ou superior a 6,0 (seis vírgula

zero), resultante da média aritmética dos bimestres, nas respectivas disciplinas.

Será considerado reprovado o aluno que apresentar:

Frequência inferior a 75% (setenta e cinco por cento) sobre o total da carga

horária do período letiva e média anual inferior a 6,0 (seis vírgula zero);

Frequência inferior a 75% (setenta e cinco por cento) sobre o total da carga

horária do período letivo com qualquer média anual.

O critério para avaliação acima descrito segue o contido no regimento escolar

e no Projeto Político Pedagógico desse Estabelecimento de Ensino.

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5 REFERÊNCIAS

Cadernos Temáticos História da Cultura Afro-brasileira e Africana – Lei 10639/03.

DCEs: Diretrizes Curriculares da Educação Básica Língua Estrangeira Moderna -

Inglês – EF e EM – 2009.

PPP: Projeto Político Pedagógico – Colégio Estadual Walfredo Silveira Corrêa

Regimento Escolar – Colégio Estadual Walfredo Silveira Corrêa

Língua Estrangeira Moderna – Espanhol e Inglês / Vários autores. Curitiba: SEED –

Paraná, 2006.

BRASIL. Lei – n° 10639, 09 de Janeiro de 2003. Parecer do Conselho Nacional de

Educação. Cadernos Temáticos História da Cultura Afro-brasileira e Africana.

Ministério da Educação – Ministério Nacional de Educação, 2004.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira

Moderna para a Educação Básica. Curitiba, 2008.

SANTOS, Denise MARQUES, Amadeu. Links – English for teens. 1 ed. São Paulo:

Ática, 2009.

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282

LÍNGUA PORTUGUESA

ENSINO FUNDAMENTAL E MEDIO

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Língua Portuguesa, enquanto disciplina escolar passou a integrar os

currículos brasileiros somente nas últimas décadas do século XIX, depois de há

muito organizado o sistema de ensino. Contudo, a preocupação com a formação do

professor desta disciplina teve início apenas nos anos 30 do século XX.

Depois de institucionalizada como disciplina as primeiras práticas de ensino

moldavam-se ao ensino do Latim, para os poucos que tinham acesso a uma

escolarização mais prolongada. Tratava-se de um ensino eloquente, retórico,

imitativo, elitista e ornamental.

Em meados do século XVIII, o Marquês de Pombal torna obrigatório o ensino

da Língua Portuguesa em Portugal e no Brasil. Em 1837, o estudo da Língua

Portuguesa foi incluído no currículo sob as formas das disciplinas Gramática,

Retórica e Poética, abrangendo esta última, a Literatura. Somente no século XIX, o

conteúdo gramatical ganhou a denominação de Português e, em 1871, foi criado, no

Brasil, por decreto imperial o cargo de professor de Português.

O ensino de Língua Portuguesa manteve a sua característica elitista até

meados do século XX, quando se iniciou, no Brasil, a partir de 1967, “um processo

de democratização’’ do ensino, com a ampliação de vagas, eliminação dos

chamados de admissão, entre outros fatores [...].”.

A Lei 5692/71 amplia e aprofunda esta vinculação dispondo que o ensino

devia estar voltado a qualificação para o trabalho. Desse vínculo decorreu, para o

ensino, a instituição de uma pedagogia tecnicista que, na Língua Portuguesa, estava

pautada nas teorias da comunicação, com um viés mais pragmático e utilitário do

que com o aprimoramento das capacidades linguísticas do falante, passou então a

denominar-se Comunicação e Expressão, nas quatro primeiras séries e

Comunicação em Língua Portuguesa, nas quatro últimas séries.

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Durante a década de 1970 e até os primeiros anos da década de 1980, o

ensino de Língua Portuguesa pautava-se então, em exercícios estruturais, técnicas

de redação e treinamento de habilidades de leitura.

No que tange ao ensino da Literatura restringiu-se ao então segundo grau,

com abordagens estruturalistas ou historiográficas do texto literário.

O ensino de Língua Portuguesa e Literatura requerem novos posicionamentos

em relação às práticas de ensino, seja pela discussão crítica dessas práticas, seja

pelo envolvimento direto dos professores na construção de alternativas.

Na atual concepção da disciplina de Língua Portuguesa temos o Discurso

como Prática Social (oralidade, literatura, escrita e análise linguística). E é através

desta concepção que se procurou fundamentar esse trabalho pedagógico. Têm-se

como objetivos Gerais da Disciplina:

� Empregar a língua oral em diferentes situações de uso, sabendo adequá-la a

cada contexto e interlocutor, descobrindo as intenções que estão implícitas

nos discursos do cotidiano e posicionando-se diante dos mesmos;

� Desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas realizadas por

meio de práticas sociais, considerando-se os interlocutores, os seus objetivos,

o assunto tratado, os gêneros e suportes textuais e o contexto de

produção/leitura;

� Refletir sobre os textos produzidos, lidos ou ouvidos, atualizando o gênero e

tipo de texto, assim como os elementos gramaticais empregados na sua

organização;

� Aprimorar, pelo contato com os textos literários, a capacidade de pensamento

crítico e a sensibilidade estética dos alunos, propiciando através da Literatura,

a constituição de um espaço dialógico que permita a expansão lúdica do

trabalho com as práticas da oralidade, da leitura e da escrita.

2. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA

ENSINO FUNDAMENTAL

Discurso como Prática Social

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2.1 Gêneros Discursivos:

Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística

serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas

esferas sociais de circulação.

Os conteúdos serão aplicados nas práticas da oralidade, leitura e escrita. A

fala, a leitura e a escrita deverão ser trabalhadas juntas, já que uma atividade

possibilita a outra e vice-versa, permeadas pela análise linguística.

Leitura Escrita Oralidade

� Conteúdo temático;

� Interlocutor;

� Finalidade do texto;

� Intencionalidade;

� Argumentos do texto;

� Contexto de produção;

� Intertextualidade;

� Vozes sociais presentes no texto;

� Discurso ideológico presente no texto;

� Elementos composicionais do gênero;

� Contexto de produção da obra literária;

� Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito;

� Progressão referencial;

� Partículas conectivas do texto;

� Relação de causa e consequência entre partes e elementos do texto;

� Semântica:

� Conteúdo temático;

� Interlocutor;

� Finalidade do texto;

� Intencionalidade;

� Informatividade;

� Contexto de produção;

� Intertextualidade;

� Referência textual;

� Vozes sociais presentes no texto;

� Ideologia presente no texto;

� Elementos composicionais do gênero;

� Progressão referencial;

� Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;

� Semântica:

� Operadores argumentativos;

� Modalizadores;

� Figuras de linguagem;

� Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, conectores, pontuação,

� Conteúdo temático;

� Finalidade;

� Intencionalidade;

� Argumentos;

� Papel do locutor e interlocutor;

� Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas...;

� Adequação do discurso ao gênero;

� Turnos de fala;

� Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras);

� Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

� Elementos semânticos;

� Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc.);

� Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.

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� Operadores argumentativos;

� Modalizadores;

� Figuras de linguagem.

recursos gráficos como aspas, travessão, negrito, etc.;

� Vícios de linguagem;

� Sintaxe de concordância;

� Sintaxe de regência.

2.2 Conteúdos Básicos

5ª SÉRIE/6º ANO

GÊNEROS TEXTUAIS PRÁTICAS DISCURSIVAS:

Escrita, Leitura e Oralidade – Análise Linguística

� Advinhas/Anedotas

� Bilhetes

� Cantiga de rodas

� Cartão/Convites

� Aviso

� Biografias/Autobiografia

� Contos de fadas

� Tirinhas

� Lendas

� Cartazes

� Músicas

� Piadas

� Quadrinhas

� Receitas

� Trava-língua

� Poemas

� Cartum

� Tema do texto;

� Papel do locutor e interlocutor;

� Finalidade do texto;

� Argumentos do texto;

� Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos e

outros;

� Discurso direto e indireto;

� Elementos composicionais do gênero;

� Léxico;

� Adequação do discurso ao gênero;

� Turnos de fala;

� Variações linguísticas;

� Contexto de produção;

� Informatividade;

� Divisão do texto em parágrafos;

� Processo de formação de palavras;

� Acentuação gráfica/ortografia;

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� Tiras

� Classificados

� Regras de jogo

� Rótulos/Embalagens

� Fábulas

� História em quadrinho

� Narrativas de enigmas

� Concordância verbal/nominal;

� Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição,

recursos semânticos, função das classes gramaticais,

pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito),

figuras de linguagem.

6ª SÉRIE/7º ANO

GÊNEROS TEXTUAIS PRÁTICAS DISCURSIVAS:

Escrita, Leitura e Oralidade – Análise Linguística

� Narrativa: aventura/

Fantástica /mística

� Narrativas de humor

� Crônica de ficção

� Fábulas

� Músicas/ letras

� Paródias

� Lendas

� Diário

� Exposição oral

� Debate

� Causos

� Comunicado

� Provérbios

� Notícia

� Reportagem

� Horóscopo

� Tema do texto

� Papel do locutor e interlocutor

� Finalidade do texto

� Argumento do texto

� Intertextualidade

� Ambiguidade

� Informações explícitas e implícitas

� Elementos extralinguísticos: entonação, pausas,

gestos e outros

� Discurso direto e indireto

� Elementos composicionais do gênero

� Léxico

� Adequação do discurso ao gênero

� Turnos de fala

� Variações linguísticas

� Contexto de produção

� Informatividade / Informatividade

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� Manchete

� Classificados

� Fotos

� Placas

� Pinturas

� Propagandas/slogan

� Histórias em quadrinhos

� Bulas

� Divisão do texto em parágrafos

� Processo de formação de palavras

� Acentuação gráfica/ortografia

� Concordância verba/nominal

� Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias,

repetição, recursos semânticos, função das classes

gramaticais, pontuação, recursos gráficos (aspas,

travessão, negrito), figuras de linguagem.

� Semântica

7ª SÉRIE/8° ANO

GÊNEROS TEXTUAIS PRÁTICAS DISCURSIVAS:

Escrita, Leitura e Oralidade – Análise Linguística

� Contos populares

� Contos

� Memórias

� Resumo

� Debate

� Palestras

� Pesquisa

� Relatório

� Exposição oral

� Mesa redonda

� Abaixo-assinado

� Entrevista oral/escrita

� Seminário

� Carta ao leitor

� Depoimento

� Artigo de opinião

� Cartum

� Charge

� Classificados

� Anúncios

� Crônica jornalística

� Diálogo/discussão

argumentativa

� Conteúdo temático

� Papel do locutor e interlocutor

� Finalidade do texto

� Argumentos do texto

� Intertextualidade

� Vozes sociais presento no texto

� Informações explícitas e implícitas

� Elementos extralinguísticos: entonação, pausas,

gestos...

� Discurso direto e indireto

� Elementos composicionais do gênero

� Relação de causa e consequência entre as partes e

elementos do texto

� Léxico

� Adequação do discurso ao gênero

� Turnos de fala

� Variações linguísticas

� Contexto de produção

� Divisão do texto em parágrafos

� Processo de formação de palavras

� Acentuação gráfica/ortografia

� Concordância verba/nominal

� Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias,

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� Cartazes

� Comercial para tv

� Filmes

� Resenha crítica

� Sinopses de filmes

� Vídeo clip

� Blog

� Chat

� Fotoblog

repetição, recursos semânticos, função das classes

gramaticais, pontuação, recursos gráficos (aspas,

travessão, negrito), figuras de linguagem.

� Papel sintático e estilístico dos pronomes na

organização, retomadas e sequenciação do texto

� Semântica: operadores argumentativos/ ambiguidade/

sentido figurado/ significados das palavras/

expressões que denotam ironia e humor no texto.

8ª SÉRIE/9ºANO

GÊNEROS TEXTUAIS PRÁTICAS DISCURSIVAS:

Escrita, Leitura e Oralidade – Análise Linguística

� Crônicas de ficção

� Literatura de cordel

� Memórias

� Pinturas

� Romances

� Poesias

� Músicas

� Resumo

� Paródias

� Relatório

� Cartazes

� Resenha

� Seminário

� Texto de opinião

� Diálogo/discussão

argumentativa

� Carta ao leitor

� Conteúdo temático

� Papel do locutor e interlocutor

� Finalidade do texto

� Argumentos do texto

� Intertextualidade / Informatividade

� Discurso ideológico no texto

� Vozes sociais presento no texto

� Informações explícitas e implícitas

� Elementos extralinguísticos: entonação, pausas,

gestos...

� Discurso direto e indireto

� Elementos composicionais do gênero

� Relação de causa e consequência entre as partes e

elementos do texto

� Léxico

� Adequação do discurso ao gênero

� Turnos de fala

� Variações linguísticas (lexicais, semânticas,

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� Editorial

� Entrevista

� Notícia/reportagem

� E-mail

� Carta de reclamação

� Carta de solicitação

� Ofício

� Procuração

� Leis

� Requerimento

� Telejornal

� Telenovela

� Teatro

prosódias...)

� Contexto de produção

� Divisão do texto em parágrafos

� Processo de formação de palavras

� Acentuação gráfica/ortografia

� Concordância verbal/nominal

� Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias,

repetição, recursos semânticos, função das classes

gramaticais, pontuação, recursos gráficos (aspas,

travessão, negrito), figuras de linguagem

� Papel sintático e estilístico dos pronomes na

organização, retomadas e sequência do texto

� Semântica: operadores argumentativos/

modalizadores/ polissemia

� Adequação da fala ao contexto (gírias, repetições,

etc.)

� Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e

escrito.

ENSINO MÉDIO

GÊNEROS TEXTUAIS PRÁTICAS DISCURSIVAS:

Escrita, Leitura e Oralidade – Análise Linguística

� Contos

� Crônicas

� Conto de fada

contemporâneo

� Textos dramáticos

� Narrativas em geral

� Romance

� Sinopses de filmes

� Charge

� Conteúdo temático

� Papel do locutor e interlocutor

� Intencionalidade do texto e informatividade

� Finalidade do texto

� Referência textual

� Argumentos do texto

� Conteúdo de produção

� Intertextualidade

� Discurso ideológico no texto

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� Cartum

� Tiras

� Novela fantástica

� Poemas

� Fábulas

� Textos argumentativos

� Diários

� Testemunhos

� Biografia

� Artigos de opinião

� Carta ao leitor

� Manchete

� Letras de músicas

� Editorial

� Paródias

� Propaganda/slogan

� Carta de emprego

� Carta de reclamação

� Carta de solicitação

� Currículo vitae

� Resumo

� Resenha

� Relatório científico

� Debate regrado

� Diálogo/discussão

argumentativa

� Júri simulado

� Telejornal

� Teatro

� Blog

� Vozes sociais presento no texto

� Elementos extralinguísticos: entonação, pausas,

gestos...

� Discurso direto e indireto

� Elementos composicionais do gênero

� Relação de causa e consequência entre as partes e

elementos do texto

� Contexto de produção do texto literário

� Progressão referencial

� Léxico

� Adequação do discurso ao gênero

� Turnos de fala

� Variações linguísticas (lexicais, semânticas,

prosódias...)

� Relação de causa e consequência entre as partes e

elementos do texto

� Partículas conectivas do texto

� Progressão referencial do texto

� Divisão do texto em parágrafos

� Processo de formação de palavras

� Acentuação gráfica/ortografia

� Concordância verbal/nominal

� Sintaxe de regência

� Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias,

repetição, recursos semânticos, função das classes

gramaticais, pontuação, recursos gráficos (aspas,

travessão, negrito), figuras de linguagem.

� Semântica: operadores argumentativos/

modalizadores/ polissemia

� Adequação da fala ao contexto (uso de gírias,

repetições, conectivos, etc.)

� Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e

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� Chat

� Fotoblog

� E-mail

� Notícia/reportagem

� Vídeo clip

� Escolas literárias

escrito.

� Elementos semânticos

8 METODOLOGIA DA DISCIPLINA

O ensino da Língua Portuguesa segue os princípios de interação, baseando-

se nas Diretrizes Curriculares apresentando maneiras possíveis de se trabalhar

atendendo assim a uma perspectiva sociointeracionista, baseado nas teorias de

Bakhtin.

Dessa forma, busca-se trabalhar a clareza de objetivos dos seus conteúdos

estruturantes e encaminhamentos necessários para uma prática contextualizada e

significativa para o aluno, considerando que a sala de aula é um laboratório onde

muitas coisas podem acontecer.

A prática de ensino está baseada na oralidade, leitura e escrita e análise

linguística sendo necessário trabalhar com temas a partir de leituras e estudos de

diferentes tipologias textuais, aproveitando o conhecimento intuitivo de maneira a

despertar o interesse, utilizando assim estratégias com o propósito de atingir uma

meta determinada visando à interdisciplinaridade e à contextualização.

O trabalho a ser realizado em literatura deve ter como um alicerce o fato de

provocar o aluno a estabelecer relações entre os textos selecionados e o contexto.

Isto nos leva a acreditar na capacidade cognitiva de nossos alunos.

Sob essa perspectiva, o ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa visa

aprimorar os conhecimentos linguísticos e discursivos dos alunos, para que eles

possam compreender os discursos que os cercam e terem condições de interagir

com esses discursos. Para isso, é relevante que a língua seja percebida como uma

arena em que diversas vozes sociais se defrontam, manifestando diferentes

opiniões.

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Os conteúdos poderão ser trabalhados na forma de exposição oral e

dialogados, estudo de trabalhos científicos com o auxílio de data-show, vídeos, TV

Pen-drive, TV. Paulo Freire e a própria lousa. Uso da Internet, análise de textos

extraídos da Web, jornais, revistas especializadas, trabalhos de pesquisas para

debates e estudos dirigidos como também apresentações sobre os temas

estudados.

Os Desafios Educacionais Contemporâneos, ou seja, Lei 11645/08 – História

e Cultura dos Povos Indígenas, Lei 10639/03 – História e Cultura Afro-brasileira e

Africana e Lei 9795/99 – Política Nacional de Educação Ambiental; Cidadania e

Direitos Humanos; Educação Fiscal; Enfrentamento à Violência na Escola;

Prevenção ao uso Indevido de Drogas são assuntos que carregam grandes

transformações no espaço escolar e cultural

Sendo assim, os desafios Educacionais Contemporâneos, serão trabalhados de

forma interdisciplinar e também através dos Cadernos Temáticos, pretende-se

apoiar as aulas, aprofundando as reflexões e tomadas de decisões importantes para

o real ensino na escola.

9 AVALIAÇÃO

No processo educativo, a avaliação deve se fazer presente, tanto como meio

de diagnóstico do processo ensino-aprendizagem quanto como instrumento de

investigação da prática pedagógica. Assim a avaliação assume uma dimensão

formadora, uma vez que, o fim desse processo é a aprendizagem, ou a verificação

dela, mas também permitir que haja uma reflexão sobre a ação da prática

pedagógica.

Para cumprir essa função, a avaliação deve possibilitar o trabalho com o

novo, numa dimensão criadora e criativa que envolva o ensino e a aprendizagem.

Desta forma, se estabelecerá o verdadeiro sentido da avaliação: acompanhar o

desempenho no presente, orientar as possibilidades de desempenho futuro e mudar

as práticas insuficientes, apontando novos caminhos para superar problemas e fazer

emergir novas práticas educativas (LIMA, 2002).

No cotidiano escolar, a avaliação é parte do trabalho. Tem por objetivo

proporcionar subsídios para as decisões a serem tomadas a respeito do processo

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educativo que envolve professor e aluno no acesso ao conhecimento. A avaliação se

concretiza de acordo com o que se estabelece nos documentos escolares como o

Projeto Político Pedagógico e, mais especificamente, a Proposta Pedagógica

Curricular e o Plano de Trabalho Docente, documentos necessariamente

fundamentados nas Diretrizes Curriculares.

De acordo com as Diretrizes Curriculares para a Educação Básica, propõe-se

formar sujeitos que construam sentidos para o mundo, que compreendam

criticamente o contexto social e histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao

conhecimento, sejam capazes de uma inserção cidadã e transformadora na

sociedade.

A avaliação, nesta perspectiva, visa contribuir para a compreensão das

dificuldades de aprendizagem dos alunos, com vistas às mudanças necessárias

para que essa aprendizagem se concretize e a escola se faça mais próxima da

comunidade, da sociedade como um todo, no atual contexto histórico e no espaço

onde os alunos estão inseridos.

Não há sentido em processos avaliativos que apenas constatam o que o

aluno aprendeu ou não aprendeu e o fazem refém dessas constatações, tomadas

como sentenças definitivas. Se a proposição curricular visa à formação de sujeitos

que se apropriam do conhecimento para compreender as relações humanas em

suas contradições e conflitos, então a ação pedagógica que se realiza em sala de

aula precisa contribuir para essa formação.

Para concretizar esse objetivo, a avaliação escolar deve constituir um projeto

de futuro social, pela intervenção da experiência do passado e compreensão do

presente, num esforço coletivo a serviço da ação pedagógica, em movimentos na

direção da aprendizagem do aluno.

Assim, a avaliação do processo ensino-aprendizagem, entendida como

questão metodológica, é determinada pela perspectiva de investigar para intervir. A

seleção de conteúdos, os encaminhamentos metodológicos e a clareza dos critérios

de avaliação elucidam a intencionalidade do ensino, enquanto a diversidade de

instrumentos e técnicas de avaliação possibilita aos estudantes variadas

oportunidades e maneiras de expressar seu conhecimento. Cabe acompanhar a

aprendizagem dos alunos e o desenvolvimento dos processos cognitivos.

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a) Critérios de Avaliação

A avaliação deve ser processual, contínua, cumulativa, e concomitante, sendo

que 5,0 (cinco pontos) será de trabalhos diversificados e 5,0 (cinco pontos) de prova

escrita, mas sempre considerando o esforço do educando e suas características

individuais no processo de ensino-aprendizagem, havendo preponderância nos

aspectos qualitativos sobre os quantitativos.

Sendo assim, buscaremos em todas as oportunidades, instrumentos de

avaliação que produzam a interação entre professor e aluno em relações de

crescimento e aquisição de conhecimentos que levem nossos educandos a

transformar o meio em que vivem. Caso o aluno não alcance o resultado esperado

pelo professor será necessário à retomada de conteúdos para que posteriormente o

aluno tenha a recuperação de estudos.

O processo de avaliação será contextualizado dentro da realidade sócio-

econômica e cultural dos alunos, para que esta seja alicerçada na vida do cidadão e

suas necessidades. Serão avaliadas a expressão oral, escrita, leitura e interpretação

textual, bem como as produções orais e escritas, análise linguística abrangendo a

oralidade, a leitura e a escrita dentro de situações reais e/ou criadas em sala de

aula. A função da avaliação é alimentar, sustentar e orientar a ação pedagógica,

uma vez que dá retorno ao professor sobre como melhorar o ensino, possibilitando

correções no percurso e retorno ao aluno.

Considerando que alguns alunos apresentam dificuldades de aprendizagem

acentuada poderão ser utilizados diferentes métodos avaliativos que respeitem seu

ritmo e suas limitações.

Serão avaliadas as práticas da oralidade, onde se considerará a participação

nos diálogos, relatos e discussões e a clareza que o aluno mostrar ao expor suas

ideias através da fluência.

Na prática da leitura, o professor avaliará as estratégias que os alunos

empregaram no decorrer da mesma, a compreensão do texto lido e o seu

posicionamento diante do tema.

Em relação à escrita, será importante ressaltar a qualidade e a adequação de

um texto, os elementos linguísticos utilizados nas produções dos alunos precisam

ser avaliados e contextualizados. Serão utilizados diferentes métodos avaliativos

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oportunizando diferentes formas de aprendizagens como: seminários, debates,

trabalhos, discussões, avaliação bimestral e testes. Incluem-se ainda trabalhos

individuais e em grupo; leitura de textos para análise oral e gráfica.

b) Instrumentos de Avaliação

Serão utilizados:

���� Leitura e debates de textos

���� Diálogos orais e escritos

���� Produções textuais

���� Trabalhos individuais e em grupos

���� Interpretações de textos subjetivos e objetivos

���� Avaliações

A recuperação de conteúdos não assimilados será de forma paralela

procurando sanar as dificuldades dos alunos por meio de orientação de estudos,

atividades diversificadas e avaliações orais e/ou escritas. Na recuperação de

Estudos o professor considera a aprendizagem do aluno no decorrer do processo e,

para aferição do bimestre, entre a nota da Avaliação e da Recuperação, prevalecerá

sempre a maior. Após a apuração dos resultados finais do aproveitamento e

frequência serão definidas as situações de aprovação ou reprovação dos alunos.

Será considerado aprovado o aluno que apresentar: Frequência igual ou

superior a 75% (setenta e cinco por cento) do total da carga horária do período letiva

e média anual igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero), resultante da média

aritmética dos bimestres, nas respectivas disciplinas.

Será considerado reprovado o aluno que apresentar: Frequência inferior a

75% (setenta e cinco por cento) sobre o total da carga horária do período letiva e

média anual inferior a 6,0 (seis vírgula zero); Frequência inferior a 75% (setenta e

cinco por cento) sobre o total da carga horária do período letivo com qualquer média

anual.

Nota-se que e o critério para avaliação acima descrito segue o contido no

regimento escolar e no Projeto Político Pedagógico desse Estabelecimento de

Ensino.

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10 Referências

Cadernos Temáticos História da Cultura Afro-brasileira e Africana – Lei 10639/03.

DCEs: Diretrizes Curriculares da Educação Básica Língua Portuguesa/Literatura –

EF e EM – 2009.

PPP: Projeto Político Pedagógico – Colégio Estadual Walfredo Silveira Corrêa

Regimento Escolar – Colégio Estadual Walfredo Silveira Corrêa

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MATEMÁTICA

ENSINO FUNDAMENTAL E MEDIO

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O homem faz uso da matemática independente do conhecimento escolar, nas

mais diversas atividades humanas, isto é, utiliza-se da matemática não

sistematizada. Nem sempre esta “matemática” permite solucionar e conhecer todos

os problemas, sendo em muitas situações, necessários conhecimentos

sistematizados.

A Ciência Matemática veio se desenvolvendo desde os tempos antigos

juntamente com os processos econômicos e culturais, buscando acompanhar as

necessidades de cada época. Assim também a própria disciplina sofreu

transformações para atender às exigências sociais.

Hoje temos a necessidade de mudar a visão formalista da matemática, pois

aprender matemática é muito mais do que manejar fórmulas ou dominar os

algoritmos, mas sim interpretar, criar significados, construir seus próprios

instrumentos para resolver problemas, desenvolver o raciocínio lógico.

A construção de um conceito matemático deve ser iniciada valorizando os

conhecimentos diversificados do educando e a partir deste promover a aquisição do

conhecimento científico adquirindo assim o conhecimento sintético.

A Educação Básica tem como objetivo a formação básica do cidadão

mediante: o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios

básicos o domínio da leitura, da escrita e do cálculo, o desenvolvimento da

capacidade de aprendizagem, habilidades e a formação de atitudes e valores.

A Matemática é uma das mais importantes ferramentas da sociedade

moderna, apropriar-se dos conceitos e procedimentos matemáticos básicos contribui

para a formação do futuro cidadão, que se engajará no mundo do trabalho, das

relações sociais, culturais e políticas.

Para exercer plenamente a cidadania, é preciso saber contar, comparar,

medir, calcular, resolver problemas, construir estratégias, comprovar e justificar

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resultados, argumentar logicamente, conhecer formas geométricas, organizar,

analisar e interpretar criticamente as informações, localizar, representar, etc.

É fato inquestionável que a matemática está presente em nossas vidas, é

reconhecida como uma disciplina útil que ajuda a organizar, compreender e explicar

problemas da realidade. Perceber isso é compreender o mundo à nossa volta e

poder atuar nele. É preciso que o saber informal, cultural, se incorpore ao trabalho

matemático escolar, diminuindo a distância entre a Matemática da escola e a

Matemática da vida.

A Ciência Matemática veio se desenvolvendo desde os tempos antigos

juntamente com os processos econômicos e culturais, buscando acompanhar as

necessidades de cada época. Assim também a própria disciplina sofreu

transformações para atender às exigências sociais.

Hoje temos a necessidade de mudar a visão formalista da matemática, pois

aprender matemática é muito mais do que manejar fórmulas ou dominar os

algoritmos, mas sim interpretar, criar significados, construir seus próprios

instrumentos para resolver problemas, desenvolver o raciocínio lógico.

A construção de um conceito matemático deve ser iniciada valorizando os

conhecimentos diversificados do educando e a partir deste promover a aquisição do

conhecimento científico adquirindo assim o conhecimento sintético.

A disciplina tem como objetivos:

� Proporcionar ao educando a capacidade de observar, pensar, estabelecer

relações, analisar, interpretar, ensinar, justificar, argumentar, verificar,

generalizar, concluir e abstrair;

� Incentivar estratégias variadas que envolvam tendências matemáticas,

habituando os educandos a procurar o porquê dos fatos matemáticos,

estimulando a argumentação e auxiliando-os na sua formação para que se

tornem cidadãos críticos;

� Proporcionar ao aluno acepção no campo do trabalho, como ser que participa

e contribui na construção de uma sociedade igualitária, levando em

consideração valores éticos, morais, estéticos e humanos associados aos

conteúdos qualitativos e quantitativos;

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� Desenvolver no aluno, valores e atitudes de natureza diversa, por intermédio

do conhecimento matemático, visando a sua formação integral como cidadão.

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA

ENSINO FUNDAMENTAL

ANO CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

� Números e Álgebra

� Sistema de numeração;

� Números Naturais;

� Múltiplos e divisores;

� Potenciação e radiciação;

� Números fracionários;

� Números decimais

� Grandezas e Medidas

� Medidas de comprimento;

� Medidas de massa;

� Medidas de área;

� Medidas de Volumes;

� Medidas de tempo;

� Medidas de ângulos;

� Sistema monetário.

� Geometrias

� Geometria Plana;

� Geometria Espacial.

6º ANO

� Tratamento da Informação � Dados, tabelas e gráficos;

� Porcentagem.

ANO CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

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� Números e Álgebra

� Números Inteiros;

� Números Racionais;

� Equação e Inequação do 1º grau;

� Razão e Proporção;

� Regra de três simples.

� Grandezas e Medidas � Medidas de temperatura;

� Medidas de ângulos.

� Geometrias

� Geometria Plana;

� Geometria Espacial;

� Geometrias não-euclidianas.

7º ANO

� Tratamento da Informação

� Pesquisa Estatística;

� Média Aritmética;

� Moda e mediana;

� Juros simples.

ANO CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

� Números e Álgebra

� Números Racionais e

Irracionais;

� Sistemas de Equações do 1º

Grau;

� Potências;

� Monômios e Polinômios;

� Produtos Notáveis.

� Grandezas e Medidas

� Medidas de comprimento;

� Medidas de área;

� Medidas de volume;

� Medidas de ângulos.

� Geometrias

� Geometria Plana;

� Geometria Espacial;

� Geometria analítica;

� Geometrias não-euclidianas.

8º ANO

� Tratamento da Informação � Gráfico e Informação;

� População e amostra.

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ANO CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

� Números e Álgebra

� Números Reais; � Propriedade dos radicais; � Equação do 2º grau; � Teorema de Pitágoras; � Equações Irracionais; � Equações biquadradas; � Regra de Três composta

� Grandezas e Medidas

� Relações Métricas no

Triângulo Retângulo; � Trigonometria no triângulo

Retângulo.

� Geometrias

� Geometria Plana; � Geometria Espacial; � Geometria Analítica; � Geometria não-euclidianas.

� Tratamento da Informação

� Noções de Análise

Combinatória; � Noções de Probabilidade; � Estatística; � Juros Compostos.

9º ANO

� Funções

� Noção intuitiva de Função Afim;

� Noção intuitiva de Função

� Quadrática.

ENSINO MÉDIO

� Números e Álgebra

� Números Reais;

� Números Complexos;

� Sistemas Lineares;

� Matrizes e Determinantes;

� Polinômios;

� Equações e Inequações Exponenciais, Logarítmicas e Modulares

� Grandezas e Medidas

� Medidas de Área;

� Medidas de Volume;

� Medidas de Grandezas Vetoriais;

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� Medidas de Informática;

� Medidas de Energia;

� Trigonometria

� Geometrias

� Geometria Plana;

� Geometria Espacial;

� Geometria Analítica;

� Geometria não-eucliadianas.

� Tratamento da Informação

� Análise Combinatória;

� Binômio de Newton;

� Estudo das Probabilidades;

� Estatística;

� Matemática Financeira.

� Funções

� Função Afim;

� Função Quadrática;

� Função Polinomial;

� Função Exponencial;

� Função Logarítmica;

� Função Trigonométrica;

� Função Modular;

� Progressão Aritmética;

� Progressão Geométrica.

3 METODOLOGIA

Os conteúdos matemáticos devem ser articulados para possibilitar a produção

de um ensino significativo ao educando, estabelecendo o inter-relacionamento do

assunto presente com os vindouros.

O aluno deve ter consciência que os conteúdos a serem abordados foram

elaborados historicamente e são utilizados e aceitos universalmente pela sociedade.

Quando necessário cabe a cada realidade escolar se aprofundar num ou

noutro tópico, de acordo com as exigências. É preciso que o conhecimento

matemático seja selecionado, organizado e transformado em saber escolar, o qual

deverá ser expresso pelos conteúdos contemplando às tendências matemáticas.

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O homem faz uso da matemática independente do conhecimento escolar, nas

mais diversas atividades humanas, isto é, utiliza-se da matemática não

sistematizada. Nem sempre esta “matemática” permite solucionar e conhecer todos

os problemas, sendo em muitas situações, necessários conhecimentos

sistematizados.

A construção de um conceito matemático deve ser iniciada valorizando os

conhecimentos sincréticos do educando e a partir deste promover a aquisição do

conhecimento científico adquirindo assim o conhecimento sintético. É preciso que o

conhecimento matemático seja selecionado, organizado e transformado em saber

escolar, o qual deverá ser expresso pelos conteúdos.

A definição dos conteúdos é considerada fator fundamental para que o

conhecimento matemático, anterior/fragmentado seja agora visto em sua totalidade.

Daí, a necessidade do desenvolvimento conjunto e articulado das questões relativas

aos números, operações, geometria, tratamento de informações e o papel que as

medidas desempenham ao permitir uma maior aproximação entre matemática e a

realidade.

As atividades diárias deverão ser planejadas de forma a valorizar o trabalho

em grupo, para que os alunos desenvolvam o hábito de discutir e validar resultados.

O professor deve ter consciência de seu papel como mediador.

Os conceitos básicos poderão ser desenvolvidos a partir das Tendências em

Educação Matemática: Resolução de Problemas, Etnomatemática, Modelagem

Matemática, Mídias Tecnológicas e História da Matemática.

Nossa sociedade exige uma informação globalizada, então a matemática não

deve ser vista como um instrumento de forma isolada nas outras áreas da ciência,

mas sim, como um importante elemento para permitir uma visão mais abrangente do

cotidiano e agir criticamente e concretamente sobre ele. É fundamental a

demonstração matemática, através de teoremas e métodos que levam os nossos

alunos a compreensão da sua aplicabilidade, porém não devemos exigir o rigor

dessas abstrações.

Para que os alunos alcancem os objetivos, os recursos didáticos e as

estratégias de ensino visam multiplicar as oportunidades para os alunos construírem

o conhecimento matemático e refletirem sobre o conhecimento adquirido. Os

principais recursos para isso, entre outros são:

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� Diálogo e troca de ideias entre alunos e entre estes e o professor;

� Atividade de pesquisa;

� Jogos em sala de aula;

� Livros didáticos e paradidáticos;

� Vídeos, jornais e revistas;

� Quadro e giz;

� Trabalhos em grupo;

� Computador e calculadora;

� TV multimídia

Esta disciplina, assim como as demais áreas do conhecimento ( seja base

nacional comum ou parte diversificada), deve articular em seus conteúdos, a partir

das possibilidades abertas pelos seus referenciais, a abordagem de temas

abrangentes e contemporâneos que devem permear o desenvolvimento dos

conteúdos do currículo: saúde, prevenção ao uso indevido de drogas; sexualidade e

gênero, vida familiar e social, assim como os direitos das crianças e adolescentes,

de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90),

preservação do meio ambiente, nos termos da política nacional de educação

ambiental (Lei nº 9.795/99), educação para o consumo, educação fiscal, trabalho,

ciência e tecnologia, diversidade cultural, educação para o trânsito (Lei nº 9.503/97),

História do Paraná (Lei nº 13381/01); Educação Tributária (Dec. Nº 1143/99); música

(Lei nº 11.769/2008); Direito das Crianças e Adolescente ( Lei Federal nº 11525/07),

A história e as culturas indígena e afro-brasileira (Lei nº 11.645/2008).

A inclusão dessa Lei possibilita ampliar o leque de referências culturais de

toda a população escolar e contribui para a mudança das suas concepções de

mundo, transformando os conhecimentos comuns veiculados pelo currículo e

contribuindo para a construção de identidades mais plurais e solidárias.

4 AVALIAÇÃO

A avaliação do aprendizado em matemática deve ser diagnóstica. Isso porque

a construção do conhecimento constitui um processo mais amplo. É para o aluno a

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capacidade de buscar soluções utilizando o conhecimento matemático quando

deparar com uma situação.

A avaliação deve ser processual e ocorrer ao longo da aprendizagem,

proporcionando ao aluno múltiplas possibilidades de expressar e aprofundar a sua

visão do conteúdo trabalhado, não perdendo de vista o conhecimento apropriado

pelo aluno e sendo coerente com a proposta pedagógica da escola e com a

metodologia utilizada pelo professor.

Ao avaliar, o professor deve averiguar a compreensão dos conceitos a

criatividade das soluções e do desenvolvimento de atividades e procedimentos.

Além da prova escrita, o professor pode explorar argumentações orais. Elas

fornecem outros aspectos de raciocínio que nem sempre ficam evidentes na escrita.

Através da avaliação, o aluno demonstra o desenvolvimento das capacidades e

competências que serão úteis em sua vida escolar, e, mais tarde, na vida

profissional.

A avaliação é um subsídio para que o professor possa considerar os erros de

raciocínio e de cálculo dos alunos do ponto de vista do processo de aprendizagem e

a partir daí, planejar novos encaminhamentos metodológicos, que vão nortear o

processo de recuperação dos conteúdos, que por muitas vezes a abstração é

presente nas várias áreas científicas.

A avaliação fará parte integrante do processo do ensino aprendizagem

permitindo continuidade ou uma nova abordagem, com alternativas na forma de

encaminhar a aprendizagem como um todo. Contemplará os diferentes momentos

do ensino da matemática com oportunidade de análise pedagógica da metodologia

utilizada e através de erros constatados possibilitar o aluno novas formas de estudo,

ou seja, avaliação será instrumento de medida na aquisição de conhecimento,

tornando o aluno responsável e interessado pelo que deve aprender.

Antes de tudo, a avaliação dever ser uma orientação para o professor, como

ponto de partida, para a continuidade de sua prática, docente levando o aluno a

organizar suas idéias, relacionar conceitos e tomar decisões, ou seja, contínua

diversificada considerando não somente uma formação matemática dirigida para o

desenvolvimento social intelectual do aluno, como também seu esforço individual,

sua cooperação com os colegas, a construção de sua personalidade. Quanto mais o

professor diversificar a avaliação e conseguir interpretá-la como um meio para

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analisar se juntamente com os alunos está conseguindo alcançar os objetivos

propostos, mais ele se aproximará de um novo tipo de avaliação que leva em conta

os sonhos e projetos dos alunos, até mesmo a auto-avaliação.

A recuperação paralela acontecerá durante todo o bimestre, quando se fizer

necessária, baseada na revisão dos conteúdos que o aluno não se apropriou e será

através de teste escrito e/ou oral, trabalhos ou pesquisas.

A avaliação deve ser vista como um diagnóstico contínuo e dinâmico,

tornando-se um instrumento fundamental para repensar e reformular os métodos,

para que realmente o aluno aprenda.

Segundo as DCE(p.69):

Alguns critérios devem orientar as atividades avaliativas propostas pelo professor, possibilitando verificar se o aluno:

• Comunica-se matematicamente, oral ou por escrito (BURIASCO, 2004); • Compreende, por meio da leitura, o problema matemático; • Elabora um plano que possibilite a solução do problema; • Encontra meios diversos para a resolução de um problema matemático; • Realiza o retrospecto da solução de um problema.

Dentro deste processo avaliativo, o aluno deve elaborar e testar suposições,

valendo-se de pesquisa sobre o assunto, organizando o conhecimento adquirido.

Construir generalizações e ter condições de socializar o assunto e argumentar

sobre o mesmo. E, como foi dito anteriormente, a construção de um conceito

matemático deve ser iniciado valorizando os conhecimentos diversificados do

educando e a partir deste promover a aquisição do conhecimento científico

adquirindo assim o conhecimento sintético.

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5 Referências

COLÉGIO ESTADUAL WALFREDO SILVEIRA CORRÊA - EFM. Regimento

interno, 2011.

_______. Projeto político pedagógico, 2010.

PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação – Diretrizes Curriculares da Rede

Pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Matemática, Curitiba, 2008.

PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação - Cultura e Sociedade - Prevenção

ao Uso Indevido de Drogas na Escola. Secretaria de Estado da Educação.

Superintendência da Educação. Diretoria de Políticas e Programas Educacionais.

Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos. – Curitiba: SEED – PR,

2010 - 237 p. - (Cadernos temáticos dos desafios educacionais contemporâneos).

_______. Educação Ambiental na Escola. Secretaria de Estado da Educação.

Superintendência da Educação. Diretoria de Políticas e Programas Educacionais.

Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos. – Curitiba: SEED – PR,

2010 - 216 p. - (Cadernos temáticos dos desafios educacionais contemporâneos).

_______. Educando para as Relações Étnico-Raciais II. Secretaria de Estado da

Educação. Superintendência da Educação. Diretoria de Políticas e Programas

Educacionais. Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos. – Curitiba:

SEED – PR, 2008. - 208 p. - (Cadernos temáticos dos desafios educacionais

contemporâneos).

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QUÍMICA

ENSINO MÉDIO

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A Química é uma ciência que está fortemente inserida em nosso cotidiano

exercendo uma influência muito grande no contexto político, social e econômico sob

diversos ângulos e perspectivas em nossa sociedade.

De acordo com Chassot (1993), o conhecimento químico possibilita às

pessoas uma nova leitura de mundo, o que permite aos indivíduos uma integração

mais ativa e consciente na sociedade. O conhecimento químico permite ao homem

atuação de forma específica na natureza, modificando-se e modificando-a através

das interações e desenvolvimentos tornados possíveis pelo conhecimento químico.

Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná (2008), o

desenvolvimento de saberes e práticas ligadas à transformação dos materiais estão

presentes na formação das diversas civilizações, estimulado por necessidades

humanas, tais como: a comunicação, o domínio do fogo e, posteriormente, o

domínio do processo de cozimento, necessários à sobrevivência.

Estes saberes (manipulação dos metais, vitrificação, chás, remédios,

iatroquímica, entre outros), em sua origem, não podem ser classificados como a

ciência moderna denominada Química, mas como um conjunto de ações e práticas

que contribuíram para a elaboração do conhecimento químico desde o século XVII.

Inicialmente, o ser humano conheceu a extração, produção e o tratamento e

metais como o cobre, o bronze, o ferro e o ouro. As civilizações antigas

desenvolviam artes práticas tais como o preparo da liga metálica de bronze e do

vidro pelos egípcios em cerca de 3000 a.C. Cerâmicas, corantes e vinhos no Oriente

Médio. Enquanto estas artes estavam sendo desenvolvidas, os antigos filósofos da

Grécia, Índia e China tentavam pela primeira vez descrever a composição das

substâncias. Estas atividades levaram à alquimia, que na busca da pedra filosofal

(que teria o poder de transformar qualquer metal em ouro) e do elixir da longa vida

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(que daria a imortalidade), desenvolveram técnicas laboratoriais e descobriram

produtos que são utilizados até hoje.

Segundo a revista Química, Tecnologia e Sociedade a palavra “Química” tem

várias versões para sua origem. Uma hipótese é que ela seja advinda da palavra

egípcia, Khemeia, arte relacionada com mistérios, superstições, ocultismo e religião.

Outra hipótese é que tenha surgido da palavra grega Chyma, que significa fundir ou

moldar metais.

Em outra versão explicada por Sardella (2000, p.8): “o termo química tem

origem no latim Chimica, palavra que deriva de Alchimia, modificação da expressão

árabe al kêmiya, cujo significado é grande arte dos filósofos herméticos e sábios da

Idade Média”.

A Química começou a existir como ciência somente no século XVII, época em

Boyle publicou o livro “O Químico Cético”. E embora Robert Boyle seja considerado

o fundador da Química, “o pai da Química” é Lavoisier, pois a partir das

contribuições desse cientista francês é que ela se desenvolveu de forma rápida e

com características de verdadeira ciência.

O estudo da disciplina de Química no ensino secundário no Brasil foi

implantado em 1862, segundo dados do 3º Congresso sul-americano de Química.

Segundo Schnetzler (1981) em 1875 foi produzido o primeiro livro didático de

Química para o ensino secundário. A construção dos currículos, nessa época, teve

por base três documentos históricos produzidos em Portugal, na França e no Brasil.

As recomendações de Coimbra definiram o que seria o ensino em Portugal e

marcaram fortemente todo o período imperial brasileiro. O texto do cientista Lavoisier

foi decisivo, porque foi adotado nas escolas militares brasileiras, nas escolas de

engenharia e nas escolas preparatórias para o ensino superior. As diretrizes para a

cadeira de Química, elaboradas pelo Conde da Barca, influenciadas por uma carta

do rei de Portugal, reconheciam a importância da Química para o progresso dos

estudos da medicina, cirurgia e agricultura. Além disso, indicavam o ensino dos

princípios práticos da Química e seus diferentes ramos aplicados às artes e à

farmácia para o perfeito conhecimento dos muitos e preciosos produtos naturais do

Brasil. (DCE, 2008).

De acordo com Schwartzman (1979), a Primeira Guerra Mundial (1914 -1918)

impulsionou a industrialização brasileira e acarretou aumento na demanda da

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atividade dos químicos. Em consequência, abriram-se as portas para o ensino de

Química de nível superior, oficializado com um projeto para criação do curso de

Química Industrial, aprovado em 1919, subsidiado pelo governo federal.

A partir de 1931, com a Reforma Francisco Campos, a disciplina de Química

passou a ser ministrada de forma regular no currículo do Ensino Secundário no

Brasil. Documentos da época apontam alguns objetivos para o ensino de Química

voltado para a apropriação de conhecimentos específicos e também despertar o

interesse científico nos alunos e enfatizar a sua relação com a vida cotidiana

(MACEDO; LOPES, 2002).

De acordo com Krasilchik:

Tomando como marco inicial a década de 50, é possível reconhecer nestes últimos 50 anos movimentos que refletem diferentes objetivos da educação modificados evolutivamente em função de transformações no âmbito da política e economia, tanto nacional como internacional. Na medida em que a Ciência e a Tecnologia foram reconhecidas como essenciais no desenvolvimento econômico, cultural e social, o ensino das Ciências em todos os níveis foi também crescendo de importância, sendo objeto de inúmeros movimentos de transformação do ensino, podendo servir de ilustração para tentativas e efeitos das reformas educacionais. (Krasilchik 2000, p. 85).

Em dezembro de 1961, entrou em vigor a lei n. 4.024, na qual a Química

adquire, em diversos países, inclusive no Brasil, configurações semelhantes às

propostas dos EUA, no ensino experimental. Enquanto que nos anos 80, o

documento de Química intitulado Reestruturação do Ensino de 2º grau, apresentava

uma proposta de conteúdos essenciais para a disciplina e tinha como objetivo

principal a aprendizagem dos conhecimentos químicos historicamente construídos.

(DCE, 2008).

No início dos anos de 1990, com a aprovação da nova Lei de Diretrizes e

Base da Educação Nacional (LDB n. 9394/96), priorizou-se a contextualização dos

conteúdos e pela interdisciplinaridade, a fim de evitar a compartimentação do

conhecimento.

Na concepção atual, as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do

Paraná (DCE), a abordagem dos conteúdos no ensino da Química é norteada pela

construção e reconstrução de significados dos conceitos científicos, vinculada a

contextos históricos, políticos, econômicos, sociais e culturais e tem com objetivo

possibilitar novos direcionamentos e abordagens no processo ensinoaprendizagem,

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para formar um aluno que se aproprie dos conhecimentos químicos e seja capaz de

refletir criticamente sobre o meio em que está inserido.

De acordo com Chassot (1995), a Química não deve ser entendida como um

conjunto de conhecimentos isolados, prontos e acabados, mas sim como uma

construção da mente humana, em contínua mudança, que pode proporcionar à

nossa sociedade, meios de se atingir um desenvolvimento sustentável capaz de

garantir saneamento básico, alimentação adequada, saúde e educação. Fatores

estes indispensáveis para assegurar a qualidade de vida e o progresso de uma

nação.

Esse processo de elaboração e transformação do conhecimento ocorre a

partir das necessidades humanas, uma vez que a Ciência é construída pelos

homens e mulheres, falíveis e inseparáveis dos processos sociais, políticos e

econômicos. “A ciência já não é mais considerada objetiva nem neutra, mas

preparada e orientada por teorias e/ou modelos que, por serem construções

humanas com propósitos explicativos e previstos, são provisórios”. (CHASSOT,

1995, p. 68).

Na atualidade é imprescindível pensar em educação sem vinculá-la a questão

da cidadania, no sentido de que os indivíduos estejam preparados para o exercício

de direitos e deveres, voltados à soberania popular. Nesse contexto emerge a

perspectiva de uma educação que restabeleça a ética, resgate os valores, preserve

a cultura, a vida e que, acima de tudo, torne o ensino de disciplinas, como a

Química, algo contextualizado, compreensível e útil.

Deve-se ter como centro do estudo da Química uma proposta (substâncias e

materiais: composição, propriedades e transformações) onde se pretende

estabelecer uma interação do aluno com a Química e se contrapõe à idéia de que

esta ciência reduz-se a um conjunto de inúmeras fórmulas e nomes complexos.

Nessas diretrizes propõe-se que a compreensão e apropriação do

conhecimento químico aconteçam por meio do contato do aluno com o objeto da

Química, que é o estudo da composição, propriedade e transformações da matéria,

que será contemplado através dos conteúdos estruturantes: Matéria e sua natureza,

Biogeoquímica e Química sintética, além dos desdobramentos em conteúdos

específicos, os quais poderão ser abordados durante a prática pedagógica.

A disciplina tem como objetivos:

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� Oportunizar ao aluno o desenvolvimento científico, a apropriação dos conceitos

da Química e sensibilizá-lo para um comprometimento com a vida do planeta;

� Possibilitar ao educando o entendimento do mundo e sua interação com ele,

formando cidadãos capazes de interpretar a linguagem química através da

resolução de problemas, tendo autonomia, oportunidade, liberdade de adquirir

experiências, aprendizado do conhecimento científico em estreita relação com

a tecnologia e suas implicações ambientais, sociais e econômicas.

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA

Entende-se por conteúdos estruturantes os conhecimentos, considerados

fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e ensino: Substâncias e

Materiais.

São conteúdos estruturantes de Química:

� Matéria e sua natureza;

� Biogeoquímica;

� Química sintética.

Matéria e sua natureza

É o conteúdo estruturante que dá início ao trabalho pedagógico da disciplina

de Química por se tratar especificamente de seu objeto de estudo: a matéria e sua

natureza. É ele que abre o caminho para um melhor entendimento dos demais

conteúdos estruturantes.

Biogeoquímica

Biogeoquímica é a parte da Geoquímica que estuda a influência dos seres

vivos sobre a composição química da Terra, caracteriza-se pelas interações

existentes entre hidrosfera, litosfera e atmosfera e pode ser bem explorada a partir

dos ciclos biogeoquímicos.

Adota-se o termo biogeoquímica como forma de entender as complexas

relações existentes entre a matéria viva e não viva da biosfera, suas propriedades e

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modificações ao longo dos tempos para aproximar ou interligar saberes biológicos,

geológicos e químicos.

Química Sintética

Esse conteúdo estruturante tem sua origem na síntese de novos produtos e

materiais químicos e permite o estudo dos produtos farmacêuticos, da indústria

alimentícia (conservantes, acidulantes, aromatizantes, edulcorantes), dos

fertilizantes e dos agrotóxicos.

Como constructos atrelados a uma concepção crítica de educação, os

conteúdos estruturantes da Química devem considerar, em sua abordagem teórico-

metodológica, as relações que estabelecem entre si e entre os conteúdos básicos

tratados no dia-a-dia da sala de aula.

Entende-se por conteúdos básicos, os conhecimentos fundamentais para

cada série, considerados imprescindíveis para a formação conceitual dos estudantes

nas diversas disciplinas da Educação Básica.

3 METODOLOGIA

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná

(2008), é importante que o processo pedagógico parta do conhecimento prévio dos

estudantes, no qual se incluem as ideias pré-concebidas sobre o conhecimento da

Química, ou as concepções espontâneas, como a vivência dos alunos, os fatos do

dia-a-dia, a tradição cultural, a mídia e a vida escolar, busca-se construir os

conhecimentos químicos; a partir dos quais será elaborado um conceito científico.

Uma sala de aula reúne pessoas com diferentes costumes, tradições e ideias

que dependem também de suas origens, isso dificulta a adoção de um único

encaminhamento metodológico para todos os alunos, além disso, torna-se

necessário abordar a cultura e história afro-brasileira Lei n. 10.639/03, a história e

cultura dos povos indígenas respaldado pela Lei n. 11.645/08 e a educação

ambiental com base na Lei 9795/99, que institui a Política Nacional de Educação

Ambiental. Também destacamos neste contexto temas que contemplem o

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enfrentamento à violência nas escolas e prevenção de drogas, relacionando-os aos

conteúdos estruturantes de modo contextualizado.

Essas interações podem se dar auxiliadas por recursos como leitura de textos

diversificados (jornais, revistas, rótulos de produtos...), como elemento motivador

para a aprendizagem da Química, contribuindo para a criação do hábito da leitura.

Utilização de material áudio-visual, TV Pendrive, sites disponíveis na internet,

demonstrações experimentais, propiciando aos alunos uma reflexão sobre a teoria e

a prática, visando à construção e elaboração dos conceitos.

A educação científica nos dias atuais, a partir dos Anos Iniciais do Ensino

Fundamental, muito além da necessidade de preparar os estudantes para inserção

em uma sociedade que baseia cada vez mais seus valores em produtos da ciência e

da tecnologia, deve possibilitar o aprendizado dos conceitos científicos escolares

capazes de inserir os estudantes no debate social a respeito de ciência e tecnologia

e suas implicações.

4 AVALIAÇÃO

Todas as atividades realizadas sobre determinado conteúdo ensinado devem

ser avaliadas de forma processual e formativa, sob os condicionantes do

diagnóstico e da continuidade. Esse processo ocorre em interações recíprocas, no

dia-a-dia, no transcorrer da própria aula e não apenas de modo pontual, portanto,

está sujeita a alterações no seu desenvolvimento.

A avaliação não possui uma finalidade em si mesma, mas deve subsidiar e

mesmo redirecionar as ações no processo ensino-aprendizagem, tendo em vista

garantir a qualidade do processo educacional.

Trata-se de um processo de "construção e reconstrução de significados dos

conceitos científicos" (Maldaner, 2003, 144), permitindo ao professor indicar falhas

durante o processo e retomar um determinado conteúdo.

Diversas atividades vivenciadas podem tornar-se atividades de avaliação.

Nesse entendimento, deve ser concebida de forma processual e formativa. Assim,

deve ser contínua, diagnóstica e diversificada nas suas formas de aplicação.

Os textos podem ser utilizados como forma de avaliação, bem como a

participação nas aulas teóricas e práticas, atividades experimentais com relatórios.

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Destacando também, os instrumentos avaliativos como testes e provas, com

questões que avaliem os alunos nos aspectos de análise, interpretação, ponderação

e avaliação, fundamental para o seu entendimento conceitual. O que se busca é

desenvolver no aluno o questionamento do outro, do mundo e de sis mesmo,

contribuindo para a formação de um cidadão crítico.

São instrumentos que poderão ser utilizados: relatórios de aulas em

laboratórios, apresentação de trabalhos em grupo, leitura e interpretação de textos,

pesquisas bibliográficas, produção de textos, resolução de exercícios, prova escrita

individual e outros.

Finalmente, é necessário que os critérios e formas de avaliação fiquem bem

claros para os alunos, como direito que têm de acompanhar todo o processo.

A recuperação de estudos é direito de todos os alunos, no sentido do

aperfeiçoamento da aprendizagem e não apenas no alcance da média. O

estabelecimento proporcionará a recuperação bimestral no valor 10,0 (dez) a todos

os alunos que não atingirem nota bimestral 6,0 (seis). Quanto ao registro

quantitativo, caso o aluno tenha obtido um valor acima daquele anteriormente

atribuído, no processo de recuperação a nota deverá ser substitutiva, uma vez que a

legislação é clara quanto ao caráter cumulativo, ou seja, a melhor nota expressa o

melhor rendimento do aluno em relação à aprendizagem.

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5 REFERÊNCIAS

CHASSOT, A. Para que(m) é útil o ensino. Canoas: Ed. da Ulbra, 1995.

CHASSOT, A. Catalisando Transformações na Educação. Ijuí, Ed. Unijuí, 1993.

GASPARIN, J.L. Uma didática para a pedagogia histórica-crítica. Campinas: Autores Associados, 2002.

KRASILCHIK, M. Reformas e realidade: o caso do ensino das ciências. Perspectiva. São Paulo, v.14, n.1, p.85-93, jan/mar. 2000.

MACEDO, E; LOPES, A. C. A estabilidade do currículo disciplinar: o caso das ciências. In: LOPES, A. C. MACEDO, E. (org.). Disciplinas e integração curricular: história e políticas. Rio de Janeiro: DP &A,2002.

MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de química:

professor/pesquisador. 2.ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2003.

MORTIMER, E.F.; MACHADO.A.H. Química. São Paulo: Scipione, 2007.

PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação do Paraná. Superintendência da

Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de

Química. Curitiba, 2008.

SARDELLA, A. Química v. único. Série Novo Ensino Médio. São Paulo: Ática, 2000.

SCHNETZLER, R. Um estudo sobre o tratamento do conhecimento químico em ivros

didáticos dirigidos ao ensino secundário de Química de 1875 a 1978. Química

Nova, v.4, n.1, p.6-15, 1981.

SCHWARTZMAN, S. Formação da comunidade científica no Brasil. Rio de Janeiro:

FINEP, 1979.

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SOCIOLOGIA

ENSINO MÉDIO

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Como Ciência a Sociologia delineou-se no rastro do pensamento positivista,

vinculada à ordem das Ciências Naturais. O caráter científico, tão buscado e

valorizado na época (século XIX), estava ligado à lógica da ciências ditas

“experimentais”. Ou seja, para ascender ao estatuto de ciência, deveria atender a

determinados pré-requisitos e seguir métodos “científicos” que pretendiam também a

neutralidade e o estabelecimento de regras.

São representantes desse pensamento Augusto Comte (1798-1857), o

primeiro a usar o termo Sociologia, relacionando-o com a ciência da sociedade, e

Émile Durkheim (1858-1917) que adotou conceitos elaborados por Comte,

especialmente o de ordem social, para delinear uma das correntes representativas

do pensamento sociológico.

Ambos os pensamentos tiveram em comum a busca de soluções para os

graves problemas sociais gerados pelo modo de produção capitalista; isto é, a

miséria, o desemprego e as conseqüentes greves e rebeliões operárias. Cada um

desses sintomas sociais foi analisado por esses pensadores como desvios ou

anomalias da sociedade, que poderiam ser corrigidos ou mesmo solucionados pelo

resgate de valores morais – como a solidariedade – os quais restabeleceriam

relações estáveis entre as pessoas, independentemente da classe social a que

pertencessem.

Um dos mecanismos responsáveis por essa tarefa seria a educação, capaz

de adequar devidamente os indivíduos à nova sociedade. Apesar de sua origem

conservadora e de sua proposta inicial conformista, a Sociologia desenvolveu

também um olhar crítico e questionador sobre a sociedade. De acordo com o

pensamento de Marx, não há soluções conciliadoras numa sociedade cujas relações

se baseiem na exploração do trabalho e na crescente espoliação da maioria. Para

Marx, a teoria apenas tem sentido se transformada em práxis, ou seja, em ação

fundamentada politicamente, para transformar as estruturas de poder vigente e

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construir novas relações sociais, fundadas na igualdade de condições a todos os

indivíduos.

Na realidade contemporânea, não há mais espaço para discussões

pretensamente neutras, como se fazia no século XIX; pois, no presente, a Sociologia

tem a função de ir além da leitura e da interpretação teórica da sociedade. De fato,

tornou-se questionável explicar e compreender normas sociais e institucionais, pelo

interesse de simplesmente adaptar sujeitos ao meio ou, mesmo, para que eles

façam a mera crítica da sociedade. Espera-se da disciplina de Sociologia que ela

contribua para que os sujeitos, nesse contexto, os envolvidos no processo

pedagógico, tenham recursos para desconstruir e desnaturalizar conceitos tomados

historicamente como irrefutáveis, de maneira que melhorem seu senso crítico e

também possam transformar a realidade e conquistar mais participação ativa na

sociedade.

Os grandes problemas que vivemos hoje, provenientes do acirramento das

forças do capitalismo mundial e do desenvolvimento industrial desenfreado, entre

outras causas, exigem sujeitos capazes de refutar a lógica neoliberal da destruição

social e planetária. É tarefa inadiável da escola e da Sociologia a formação de novos

valores, de uma nova ética e de novas práticas que indiquem a possibilidade de

construção de novas relações sociais.

Proporcionar ao aluno o conhecimento sobre o que é a Sociologia, sua

importância, as diferentes formas de explicação de sociedade, suas problemáticas,

suas diferentes formas de organizações sociais, políticas, econômicas, culturais,

institucionais, etc., vai oportunizar uma melhor compreensão da sociedade atual,

para que desenvolva sua capacidade de reflexão, comunicação, observação e

posicionamento, tornando-se dessa forma um cidadão consciente, responsável,

dinâmico e que respeite as diferenças existentes na sociedade.

A concepção sociológica deve ressaltar o indivíduo como elemento

ativo,participante das dinâmicas sociais resultantes das ações sociais

complementares e antagônicas, fornecendo elementos necessários para a formação

de um cidadão consciente de sua realidade social, econômica, política, de suas

potencialidades, capaz de agir e reagir à essa mesma realidade.

A disciplina tem como objetivos:

� Introduzir o aluno no conhecimento das principais teorias sociológicas;

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� Conhecer as diferentes formas de explicação da sociedade;

� Identificar e analisar a problemática dos meios rurais e urbanos dentro do

contexto da sociedade capitalista;

� Proporcionar aos alunos oportunidades de desenvolver suas competências

comunicativas, discursivas, acumulando reflexões e interpretações sobre os

fenômenos sociais;

� Introduzir conceitos-chave com os quais os alunos possam operar para o

resto de suas vidas, mesmo quando surjam fenômenos sociais e culturais

novos, instrumentalizando-os nas suas ações e comportamentos.

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA

ENSINO MÉDIO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

� Processo de Socialização e as Instituições Sociais

� Processo de Socialização e as Instituições sociais: Familiares, Escolares, Religiosas;

� Instituições de Reinserção (prisões, manicômios, educandários, asilos, etc)

� Cultura e Indústria Cultural � Desenvolvimento antropológico do conceito de cultura e sua contribuição na análise das diferentes sociedades;

� Diversidade cultural;

� Identidade;

� Indústria cultural;

� Meios de comunicação de massa;

� Sociedade de consumo;

� Indústria cultural no Brasil;

� Questões de gênero;

� Cultura afro-brasileira e africana;

� Culturas indígenas

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� Trabalho, produção e classes sociais

� O conceito de trabalho e o trabalho nas diferentes sociedades;

� Desigualdades sociais: estamentos, castas, classes sociais;

� Organização do trabalho nas sociedades capitalistas e suas contradições;

� Globalização e Neoliberalismo;

� Relações de trabalho;

� Trabalho no Brasil.

3 METODOLOGIA

A Sociologia se propõe a interpretar o mundo em suas mais diversas faces. É

uma Ciência que se posiciona, influencia posições e ações ao estudar o homem e o

mundo que eles criam ao longo da História.

Para o Ensino Médio, onde encontramos educandos, jovens e adolescentes,

apenas vamos introduzi-los nessa área, ou seja, colocar para os alunos os

fundamentos, conceitos-chave de tal modo que possam beneficiar-se dos seus

conhecimentos para o resto de suas vidas. Essa é uma responsabilidade social que

a educação, a escola e os professores de Sociologia devem ter com os alunos. A

Sociologia crítica, pensa na transformação da sociedade e fundamenta-se no

materialismo histórico, partindo do conhecimento historicamente acumulado e que

parte das Teorias Sociais, Clássicas e Contemporânea. Cada conceito ou tema

precisa ser abordado com várias perspectivas, com várias abordagens, só assim a

Sociologia fará sentido para os alunos.

No ensino de Sociologia, é fundamental a adoção de múltiplos instrumentos

metodológicos, os quais devem adequar-se aos objetivos pretendidos, seja a

exposição, a leitura e esclarecimento do significado dos conceitos e da lógica dos

textos (teóricos, temáticos, literários), a análise, a discussão, a pesquisa de campo,

os recursos áudio visuais, os grupos de estudos, textos suplementares,

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sistematização por meio de produção de um texto ou de outro meio da produção de

um texto ou de outro meio de expressão visual, musical, literário, que compõe a

atividade.

O conhecimento sociológico deve ir além da definição, classificação,

descrição e estabelecimento de correlações dos fenômenos da realidade social. É

tarefa primordial do conhecimento sociológico, explicitar e explicar problemáticas

sociais concretas e contextualizadas, de modo a desconstruir pré-noções e

preconceitos que quase sempre dificultam o desenvolvimento da autonomia

intelectual e de ações políticas direcionadas à transformação social.

O ensino de Sociologia pressupõe metodologias que coloquem o aluno como

sujeito de se aprendizado; não importa que o encaminhamento seja a leitura, o

debate, a pesquisa de campo ou a análise de filmes, mas importa que o aluno seja

constantemente provocado a relacionar a teoria com o vivido, a rever conhecimentos

e a reconstruir coletivamente novos saberes.

Esta disciplina, assim como as demais áreas do conhecimento (seja base

nacional comum ou parte diversificada), deve articular em seus conteúdos, a partir

das possibilidades abertas pelos seus referenciais, a abordagem de temas

abrangentes e contemporâneos que devem permear o desenvolvimento dos

conteúdos do currículo: saúde, prevenção ao uso indevido de drogas; sexualidade e

gênero, vida familiar e social, assim como os direitos das crianças e adolescentes,

de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90),

preservação do meio ambiente, nos termos da política nacional de educação

ambiental (Lei nº 9.795/99), educação para o consumo, educação fiscal, trabalho,

ciência e tecnologia, diversidade cultural, educação para o trânsito (Lei nº 9.503/97),

História do Paraná (Lei nº 13381/01); Educação Tributária (Dec. Nº 1143/99); música

(Lei nº 11.769/2008); Direito das Crianças e Adolescente ( Lei Federal nº 11525/07),

A história e as culturas indígena e afro-brasileira (Lei nº 11.645/2008). A inclusão

dessa Lei possibilita ampliar o leque de referências culturais de toda a população

escolar e contribui para a mudança das suas concepções de mundo, transformando

os conhecimentos comuns veiculados pelo currículo e contribuindo para a

construção de identidades mais plurais e solidárias.

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4 AVALIAÇÃO

A avaliação é uma prática social presente em atitudes cotidianas,

informalmente e em ações organizadas, normatizadas pela Instituição Social e

Educacional.

Avaliar no processo educacional é diferente de avaliar no processo de

produção, porque estamos lidando com a formação humana e não com a produção

de objetos.

A avaliação deve ser diagnóstica e processual e não classificatória. Avaliar

para detectar os problemas no processo educacional e para subsidiar a nossa

intervenção. Assim deve ser entendida a avaliação, ser considerada como

instrumento auxiliar da aprendizagem. Dessa forma, as atividades de avaliação

podem ser processuais, ou seja, a cada conteúdo trabalhado, se estabelece quais

práticas sociais quer se desenvolver no aluno: oralidade, escrita, capacidade de

pesquisar, entre outras, podem ser trabalhadas e avaliadas. Deve-se diversificar as

atividades de avaliação utilizando-se de textos, filmes, teatro, pesquisas, músicas,

seminários, palestras, provas dissertativas e objetivas entre outras.

As formas de avaliação em Sociologia, portanto, acompanham as próprias

práticas de ensino e de aprendizagem da disciplina, seja a reflexão crítica nos

debates, que acompanham os textos ou filmes, seja a participação nas pesquisas de

campo, seja a produção de textos que demonstrem capacidade de articulação entre

teoria e prática, enfim várias podem ser as formas, desde eu se tenha como

perspectiva ao selecioná-las a clareza dos objetivos que se pretende atingir, no

sentido da apreensão, compreensão e reflexão dos conteúdos pelo aluno.

Por fim, entendemos que não só o aluno, mas também professores e a

instituição escolar devem constantemente se auto-avaliarem em suas dimensões

práticas e discursivas e principalmente em seus princípios políticos com a qualidade

e a democracia.

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5 REFERÊNCIAS

Cadernos Temáticos História da Cultura Afro-Brasileira e Africana - Lei nº. 10639/03

GASPARIN,J.L. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. Campinas:

Autores Associados, 2002.

MEUCCI, Simoni. A Institucionalização da Sociologia no Brasil: os primeiros

manuais e cursos. Campinas: UNICAMP, 2000.

MORAES, Amaury César. GUIMARÃES, Elisabeth da Fonseca. TOMAZI, Nelson

Dácio. Orientações Curriculares do Ensino Médio - Sociologia, MEC-SEB-

Departamento de Políticas de Ensino Médio, 2000.

OLIVEIRA, Pérsio Santos. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática. 2000.

PARANÁ, Diretrizes Curriculares de Sociologia para o Ensino Médio. Secretaria de

Estado da Educação. Superintendência

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LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA

CELEM – INGLÊS

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O ensino das línguas estrangeiras modernas começa a ser valorizado

depois da chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808.

Em 1837, o Colégio Pedro II, primeiro em nível secundário no Brasil,

apresentava em seu currículo sete anos de francês, cinco de inglês e três de

alemão. Em 1916, com a publicação de Cours de Lingüistic Générale por Ferdinand

Saussure, inauguram-se os estudos da linguagem em caráter científico, sendo a

língua objeto de estudo para a Linguística.

Em 1942, a Reforma Capanema atribui ao ensino secundário um caráter

patriótico e as línguas privilegiadas são o francês, o inglês e o espanhol, que é

introduzido no lugar do alemão.

Após a Segunda Guerra Mundial, a dependência econômica e cultural do

Brasil, em relação aos Estados Unidos, intensificou-se e, com isso, a necessidade

de aprender inglês tornou-se cada vez maior.

Como tentativa de rompimento com a hegemonia de um único idioma

ensinado nas escolas, criou-se, em 1982, o Centro de Línguas Estrangeiras, no

Colégio Estadual do Paraná que, posteriormente, expandiu-se em todo o Estado.

Em 1996, a Lei das Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Nacional, nº

9394, determinou no Ensino Fundamental a oferta obrigatória de pelo menos de uma

Língua Estrangeira Moderna, escolhida pela comunidade escolar. Em relação ao

Ensino Médio, a Lei determina que seja incluída uma Língua estrangeira moderna

como disciplina obrigatória, e uma segunda, em caráter optativo, dependendo das

disponibilidades da instituição.

Uma das argumentações utilizadas para justificar a pluralidade da oferta

de Línguas Estrangeiras é que sua aprendizagem propicia um espaço de reflexão

sobre a língua como “discurso e prática social”, de forma a refletir os sentidos

oferecidos pelas múltiplas culturas inseridas em cada sociedade.

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Por outro lado, se considerarmos que a expansão de uma Língua

Estrangeira é também a expansão de um conjunto de discursos ideológicos, é

fundamental observar se o ensino dessa segunda língua corrobora para a

perpetuação de ideias, de dominação ou emancipação. O ensino de língua

estrangeira deve garantir que os alunos não se tornem consumidores passíveis de

cultura e de conhecimento, e sim, criadores ativos. Assim sendo, a aprendizagem de

uma língua estrangeira adquire um caráter político como forma de ação para

transformar o mundo. Nessa perspectiva, a responsabilidade do ensino da língua

estrangeira amplia-se e exige uma reflexão ampla do educador sobre o modo como

se ensina e por que é ensinado. Somente assim haverá uma apropriação crítica e

histórica do conhecimento para uma maior compreensão da realidade sócio cultural

do aluno, tornando-o um agente transformador e democrático do seu ambiente de

convívio.

Desta forma, espera-se que o aluno:

� Use a língua em situações de comunicação oral e escrita;

� Vivencie, na aula de Língua Estrangeira, formas de participação que lhe

possibilitem estabelecer relações entre ações individuais e coletivas;

� Compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos e,

portanto, passíveis de transformação na prática social;

� Tenha maior consciência sobre o papel das línguas na sociedade;

� Reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, bem como seus

benefícios para o desenvolvimento cultural do país.

Destaca-se que tais objetivos são suficientemente flexíveis para

contemplar as diferenças regionais, mas ainda assim específicos o bastante para

apontar um norte comum na seleção de conteúdos específicos. Entende-se que o

ensino de Língua Estrangeira deve considerar as relações que podem ser

estabelecidas entre a língua estudada e a inclusão social, objetivando o

desenvolvimento da consciência do papel das línguas na sociedade e o

reconhecimento da diversidade cultural.

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2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS:

O conteúdo estruturante esta relacionado com o momento histórico social. Ao tomar a

língua como interação verbal e espaço de produção de sentidos, buscou-se um conteúdo

que atendesse a essa perspectiva. Sendo assim, define-se como conteúdo estruturante da

Língua Estrangeira Moderna o DISCURSO COMO PRATICA SOCIAL. A língua será

tratada de forma dinâmica, por meio de leitura, de oralidade e de escrita que são as

praticas que efetivam o discurso.

LEITURA ESCRITA ORALIDADE

� Identificação do tema;

� Intertextualidade;

� Intencionalidade;

� Vozes sociais presentes no texto;

� Léxico;

� Coesão e coerência;

� Funções das classes gramaticais no texto;

� Elementos semânticos;

� Discurso direto e indireto;

� Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;

� Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

� Marcas linguísticas: particularidades da língua,

� pontuação; recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito);

� Variedade linguística.

� Acentuação gráfica;

� Ortografia.

� Tema do texto;

� Interlocutor;

� Finalidade do texto;

� Intencionalidade do texto;

� Intertextualidade;

� Condições de produção;

� Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);

� Vozes sociais presentes no texto;

� Discurso direto e indireto;

� Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;

� Léxico;

� Coesão e coerência;

� Funções das classes gramaticais no texto;

� Elementos semânticos

� Recursos estilísticos

( figuras de linguagem);

� Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito);

� Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc;

� Adequação do discurso ao gênero;

� Turnos de fala;

� Vozes sociais presentes no texto;

� Variações linguísticas;

� Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

� Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;

� Adequação da fala ao contexto;

� Pronúncia.

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� Variedade linguística;

� Ortografia;

� Acentuação gráfica.

GÊNEROS TEXTUAIS

1º ANO 2º ANO 3º ANO

Esfera cotidiana

� Adivinhas

� Album de familia

� Fotos

� Anedota

� Bilhete

� Cartao postal

� Cartão

� Comunicados

� Exposicao oral

� Musicas

� Parlendas

� Proverbios

� Quadrinhas

� Receitas

� Trava linguas

Esfera da imprensa

� Anuncio de emprego

� Cartum

� Charge

� Classificados

� Horoscopo

� Manchetes

� Noticias

� Sinopse

� Tiras

Esfera publicitária

� Anuncios

� Comercial

� Slogans

� Placas

� Filmes

Esfera cotidiana

� Adivinhas

� Músicas

� Parlendas

� Anedotas

� Provérbios

� Comunicados

� Carta pessoal

� Receitas

� Trava-línguas

� Exposição oral

� Convite

� Quadrinhas

� Curriculum vitae

� Diário

� Preenchimento de cheques

Esfera da imprensa

� Anúncio de emprego

� Cartum

� Charge

� Manchete

� Notícia

� Sinopse de filmes

� Tiras

� Reportagens

Esfera publicitária

� Anúncios

� Comercial para tv

� E-mail

� Parodias

� Carta de emprego

Esfera cotidiana

� Músicas

� Parlendas

� Provérbios

� Comunicados

� Carta pessoal

� Receitas

� Trava-línguas

� Exposição oral

� Curriculum vitae

� Diário

Esfera da imprensa

� Anúncio de emprego

� Cartum

� Charge

� Manchete

� Notícia

� Sinopse de filmes

� Reportagens

Esfera publicitária

� Anúncios

� Comercial para tv

� E-mail

� Parodias

� Carta de emprego

� Panfletos

Esfera literária

� Biografia

� Contos

� Fábula

� Narrativas

� Poemas

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� Video clip

Esfera literária

� Autobiografia

� Biografia

� Contos

� Fabulas

� Historias em quadrinhos

� Narrativas

� Poemas

Esfera científica

� Resumo

� Verbetes

Esfera escolar

� Cartazes

� Diálogos

� Mapas

� Relatos de experiências

� Panfletos

Esfera literária

� Biografia

� Contos

� Fábulas

� Historia em quadrinhos

� Narrativas

� Poemas

� Lendas

Esfera científica

� Resumo

� Verbetes

� Artigo

Esfera escolar

� Cartazes

� Dialogos

� Mapas

� Relatos de experiencia

� Textos argumentativos

Esfera midiática

� Filmes

� Blogs

� Video clips

� Chat

Esfera de produção e consumo

� Bula

� Manual

� Rotulos

� Embalagens

� Regras de jogo

� Lendas

Esfera científica

� Resumo

� Verbetes

� Artigo

Esfera escolar

� Cartazes

� Dialogos

� Mapas

� Relatos de experiencia

� Textos argumentativos

Esfera midiática

� Filme

ANALISE LINGUISTICA

1º ANO 2º ANO 3º ANO

� Emprego das formas verbais (presente do indicativo)

� Concordância nominal e verbal

� Colocação pronominal

� Concordância nominal e verbal

� Colocação pronominal

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3 METODOLOGIA

O trabalho com a Língua Estrangeira Moderna em sala de aula a partir do

entendimento do papel das línguas na sociedade é mais que meros instrumentos de

acesso à informação. O aprendizado de línguas estrangeiras são também

possibilidades de conhecer, expressar e transformar modos e entender o mundo e

construir significados . Dessa forma, que o ensino de Língua Estrangeira se constitui

por meio da compreensão da diversidade lingüística e cultural para que o aluno se

� Artigo (definido e indefinido)

� Pronomes pessoais

� Advérbios

� Numerais (cardinais, ordinais)

� Horas

� Verbos regulares e irregulares (1ª. 2ª, 3ª conjugações)

� Adjetivos possessivos demonstrativos

� Pronomes possessivos

� Acentuação

� Pronomes indefinidos

� Pronomes interrogativos

� Ortografia

� Preposição

� Adjetivos qualificativos

� Divisão silábica

� Classes gramaticais

� Léxico (vestimenta, objetos de sala, cores, alimentos, corpo humano, partes da casa, dias da semana, meses do ano, estações, e outros que serão trabalhados.

� Verbos: subjuntivo e imperativo

� Condicional

� Tempos e modos verbais (pret. perf. / futuro...)

� Particípio, gerúndio

� Complementos verbais

� Pronomes relativos e interrogativos

� Léxico: vocabulário a partir dos textos trabalhados

� Os héteros

� Perífrase verbal

� Verbos: subjuntivo e imperativo

� Condicional

� Tempos e modos verbais (pret. perf. / futuro...)

� Particípio, gerúndio

� Complementos verbais

� Pronomes relativos e interrogativos

� Léxico: vocabulário a partir dos textos trabalhados

� Os héteros

� Perífrase verbal

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envolva discursivamente e desenvolvas as práticas de leitura, escrita e oralidade

levando em conta o seu conhecimento prévio.

A utilização de diferentes gêneros textuais para que o aluno identifique as

diferenças estruturais e funcionais, a autoria e a que público se destina devem ser

levadas em consideração as estratégicas metodológicas devem voltar-se para que

o aluno conheça novas culturas e que não há uma cultura melhor que a outra, mas

sim diferentes.

A princípio, é preciso levar em conta o processo de continuidade, ou seja, a

manutenção de uma progressão entre as séries, considerando as especificidades da

língua estrangeira ofertadas, as condições de trabalho existentes na escola, o

projeto político-pedagógico, a articulação com as demais disciplinas do currículo e o

perfil dos alunos (DCE: 2006, p.37).

Ao se trabalhar o texto propõe-se uma análise linguístico-discursiva dos

elementos não só de natureza lingüística, mas, principalmente, os de fins

educativos, visando a abordagem de assuntos polêmicos, adequados à faixa etária,

conforme os interesses dos alunos. Vale ressaltar a importância de se trabalhar os

diversos tipos de texto, com diferentes graus de complexidade da estrutura

lingüística.

É importante destacar que os conteúdos gramaticais serão definidos a partir

das escolhas temáticas e textuais, enfatizando o conteúdo e não a forma. O uso do

texto é fundamental para o desenvolvimento da compreensão da leitura, da escrita,

da oralidade.

Serão observados os diferentes níveis de aprendizagem e bagagem de

conteúdos diagnosticados no inicio do ano, bem como será dada especial atenção

ao Ensino Noturno, considerando suas peculiaridades

É importante propiciar ao aluno: práticas de leitura de textos de diferentes

gêneros, reflexões sobre o tema,intertextualidade,aceitabilidade, informatividade,

situcionalidade, temporalidade, vozes sociais e ideologia, proporcionar o uso

adequado de palavras e expressões para estabelecer a referencia textual;conduzir a

utilização adequadas das partículas conectivas sempre partindo do conhecimento

prévio do aluno.

A exploração de vários recursos como aulas expositivas e dialogadas,

trabalhos em grupos, produção escrita e produção oral de forma interativa em busca

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de melhores resultados na aprendizagem, serão utilizados para isso, materiais como

livro didático, dicionário, vídeo, CD, DVD, CD-ROM, internet, TV multimídia serão

utilizados para facilitar o contato e a interação com a língua e a cultura.

Serão trabalhados assuntos sobre vida e sociedade da cultura afro-brasileira

e africana e cultura indígena referente a Lei 11645/08, pelo fato da realidade da

origem e formação da sociedade brasileira e latino-americana e, que no continente

africano há um país que fala o espanhol como língua oficial. A Lei 9795/99 que trata

da Política Nacional de Educação Ambiental; Cidadania e Direitos Humanos,

Educação Fiscal; Enfrentamento a Violência na Escola, Prevenção ao Uso Indevido

de Drogas e Sexualidade, todos esses temas serão abordados para que os alunos

conheçam e analisem de forma critica como outras sociedades tratam tais assuntos.

4 AVALIAÇÃO

A avaliação está profundamente relacionada com o processo de ensino e,

portanto, deve ser entendida como mais um momento em que o aluno aprende. É

um elemento de reflexão contínua do professor sobre sua pratica educativa e revela

aos alunos suas dificuldades, progressão e possibilidades.

A avaliação da aprendizagem necessita para cumprir o seu verdadeiro

significado, assumir a função de subsidiar a construção da aprendizagem bem

sucedida. Depreende-se, portanto que avaliação da aprendizagem da língua

estrangeira precisa superar a concepção do mero instrumento de mediação da

apreensão de conteúdos, visto que ela se configura como processual e, como tal,

objetiva subsidiar discussões a cerca das dificuldades e avanços dos alunos

sujeitos, a partir de suas produções, no processo de ensino aprendizagem.

Nesse sentido, é necessário que o professor tenha uma visão de conjunto no

processo de avaliação.

� Para que um processo de aprendizagem seja efetivo, ele deve contemplar a

avaliação diagnóstica, contínua, formativa e reflexiva;

� O processo de ensino-aprendizagem do conteúdo deve contemplar o

acompanhamento metodológico e avaliativo;

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� Na avaliação contínua, é necessário que o professor e os alunos analisem

quanto e como conseguiram aproximar-se dos objetivos propostos;

� O registro e a observação do desempenho do aluno devem ser feitos pelo

professor de forma contínua e reflexiva;

� A avaliação pressupõe um clima de cooperação e confiança entre professor e

aluno, o que favorece a pratica e auto-avaliação entre ambos;

� As aprendizagens dos alunos devem ser consideradas como parâmetros para

realimentação dos encaminhamentos adotados;

Nessa proposta avaliativa, a língua é concebida como prática social e

discursiva. A avaliação formativa, na sua condição contínua e diagnostica deve ser

privilegiada, a fim de promover a análise e reflexão nos encaminhamentos das

intervenções pedagógicas.

A avaliação servirá, além de aferir a aprendizagem do aluno, fazer com que o

professor repense a sua metodologia planeje suas aulas de acordo com as

necessidades de seus alunos. E, através dela, é possível perceber quais são os

conhecimentos lingüísticos, discursivo, sócio-pragmáticos ou culturais – e as práticas

de leitura, escrita oralidade e compreensão auditiva – que ainda não foram

suficientemente trabalhadas e que precisam ser abordadas mais exaustivamente

para garantir a efetiva interação do aluno com os discursivos em língua estrangeira.

Considerando a necessidade de contemplar a diversos modos de

aprendizagem poderão ser utilizados diferentes instrumentos de avaliação que

respeitem o ritmo dos alunos e limitações.Tais como: seminários,debates,feiras

culturais, pesquisas,jogos entre outros. De acordo com a Lei nº 10.436 de 24 e abril

de 2002, em se tratando do aluno com deficiência auditivas, deve-se respeitar sua

primeira língua (LIBRAS), que apresenta uma forma de funcionamento lingüístico

cognitivo diferenciado ou podendo também ser avaliado em LIBRAS, com o auxilio

de intérprete.

Para a avaliação será utilizadas as provas objetivas e discursivas, leitura de

textos de diversos gêneros textuais, debates, seminários, interpretação de textos,

diálogos orais e escritos, elaboração de narrações dissertações, resumos, trabalhos

individuais e em grupos, música, teatro, filmes, jogos e outras atividades. As

avaliações para alunos com deficiência auditiva poderá ser em libras e com auxilio

de um interprete.(caso o colégio receba algum caso de inclusão).

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Segundo o Projeto Político Pedagógico da escola o valor das avaliações ficou

da seguinte maneira: O valor total de cem pontos sendo, 50 pontos de trabalhos e

50 pontos de avaliações.

A recuperação será de cem por cento do conteúdo trabalhado.

Para que essa avaliação aconteça com êxito, faz-se necessário que a mesma

deixe de ser utilizada, segundo Luckesi (2005,p.166) como “ recurso de autoridade e

assuma papel de auxiliadora do crescimento”.

5 REFERÊNCIAS

ALMEIDA FILHO, José Carlos P. de Almeida (org.) O professor de Língua

Estrangeira em Formação. 2ª Ed. Campinas: Pontes,2005.

ALVES, Adda Nari M. Vale!: Comenzamos : 1 / Adda-Nari.Alves, Angélica

Mello, - 2º Ed. – São Paulo, Ed. Moderna, 2002.

BRASIL, Lei nº10639, 09 de janeiro de 2003. Parecer do Conselho Nacional

de educação, Cadernos Temáticos História da Cultura afro-brasileira e Africana.

Ministério da Educação – Ministério de Educação, 2004.

Cadernos Temáticos História da Cultura Afro-Brasileira e Africana - Lei nº.

10639/03

CAZAUX HAYDT, Regina: Avaliação do Processo Ensino-Aprendizagem.

Editora Ática- 6ªª edição São Paulo – SP, 2004.

COLÉGIO ESTADUAL WALFREDO SILVEIRA CORREA. Regimento

Escolar. Arapongas, 2011.

DCEs. Diretrizes Curriculares Estaduais. Curitiba,SEED,2009

LEFFA, V. J. A interação na aprendizagem das línguas. Pelotas: EDUCAT,

2006.

SEED PARANÁ, Inclusão e diversidade: reflexões para a construção do

Projeto Político-Pedagógico. Curitiba 2006.

SEED, Secretaria de Estado da Educação: Língua Estrangeira Moderna -

Espanhol e Inglês / vários autores – Curitiba : SEED-Pr, 2006, - p. 256.

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