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FACULDADE IETEC Márcio Augusto Lima Teodoro UTILIZAÇÃO DA MODELAGEM DINÂMICA DE SISTEMAS PARA DETERMINAÇÃO DE PRÁTICAS DE GESTÃO DE PAVIMENTOS Belo Horizonte 2017

UTILIZAÇÃO DA MODELAGEM DINÂMICA DE SISTEMAS … · Mestre em Engenharia e Gestão de Processos e Sistemas. Área de concentração: Engenharia e Gestão de Processos e Sistemas

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FACULDADE IETEC

Márcio Augusto Lima Teodoro

UTILIZAÇÃO DA MODELAGEM DINÂMICA DE SISTEMAS PARA

DETERMINAÇÃO DE PRÁTICAS DE GESTÃO DE PAVIMENTOS

Belo Horizonte

2017

Márcio Augusto Lima Teodoro

UTILIZAÇÃO DA MODELAGEM DINÂMICA DE SISTEMAS PARA

DETERMINAÇÃO DE PRÁTICAS DE GESTÃO DE PAVIMENTOS

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado da Faculdade Ietec, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia e Gestão de Processos e Sistemas.

Área de concentração: Engenharia e Gestão de Processos e Sistemas

Linha de pesquisa: Gestão de Processos, Sistemas e Projetos

Orientador: Prof. Dr. Rafael Pinheiro Amantéa. Faculdade Ietec

Belo Horizonte

Faculdade Ietec

2017

Teodoro, Márcio Augusto Lima.

T314u Utilização da modelagem dinâmica de sistemas para determinação de práticas de gestão de pavimentos / Márcio Augusto Lima Teodoro. - Belo Horizonte, 2017.

84 f., enc.

Orientador: Rafael Pinheiro Amantéa.

Dissertação (mestrado) – Faculdade Ietec.

Bibliografia: f. 63-72

1. Gestão de pavimentos. 2. Modelagem. 3. Dinâmica de sistemas. 4. Taxas de manutenção. 5. Tráfego. I. Amantéa, Rafael Pinheiro. II. Faculdade Ietec. Mestrado em Engenharia e Gestão de Processos e Sistemas. III. Título.

CDU: 681.3.03:625.8

Ao meu grande pai

Fernando Marcílio Teodoro da

Silva, que mesmo não estando

fisicamente presente, foi e

sempre será minha fonte de

inspiração e retidão ao longo

desta vida.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, que me iluminou durante mais esta etapa acadêmica.

A minha esposa Luciana e meu querido filho João Gabriel, que tiveram paciência ao

longo destes dois anos de curso, onde por várias vezes estive ausente para me

dedicar aos estudos e desenvolvimento deste trabalho.

A minha mãe, Maria Lúcia, que assim como meu pai, foi e sempre será minha fonte

inspiradora.

Aos meus irmãos Flávio e Paulo, que sempre estiveram ao meu lado.

Aos professores do IETEC, que engrandeceram minha ótica nas várias áreas do

conhecimento, além dos ensinamentos e compartilhamentos de experiências

profissionais e pessoais.

A Sirlene Cassiano, pelo suporte e apoio dado na reta final deste trabalho.

Aos professores Dr. Sérgio Luiz Araújo Vieira e Dra. Gisele Tessari Santos por terem

aceitado o convite de participação na banca da defesa desta dissertação.

Ao meu professor orientador, Dr. Rafael Pinheiro Amantéa, que me apoiou e me

proporcionou um grande avanço acadêmico científico, sendo sempre muito solicito e

atencioso durante todo o desenvolvimento deste trabalho.

“Existem muitas hipóteses em ciência que estão erradas. Isso é perfeitamente

aceitável, elas são a abertura para achar as que estão certas.”

Carl Sagan

RESUMO

Esta dissertação tem como objetivo estudar a utilização da modelagem dinâmica de

sistemas para determinação de práticas de gestão de pavimentos no Brasil a fim de

contribuir para o desenvolvimento e aprimoramento de aplicações de recursos, além

de criar recomendações para melhoria das atuais ferramentas utilizadas pelos

profissionais da engenharia rodoviária. Este estudo utilizou como referência o

modelo proposto por Fallah-Fini et al., 2015. Foram realizadas investigações

científicas e bibliográficas de outros autores para garantir uma experimentação e

análise de dados com proximidade da realidade da engenharia rodoviária brasileira.

Para determinação e simulação das condições de pavimentos, várias variáveis foram

estudadas, como a idade das vias, as taxas de manutenções, as taxas de desgaste

de pavimento, as influências causais de tráfego, entre outras. Os resultados obtidos

ao final das simulações dos modelos desenvolvidos nesta dissertação,

proporcionaram previsibilidades em que são apontados momentos de possíveis

ocorrências de desgastes no pavimento, podendo ser correlacionado à severidade e

prováveis causas dos defeitos, viabilizando tomadas de decisões mitigadoras de

forma analítica para cada aspecto apresentado. Os benefícios alcançados pelos

resultados dos modelos desenvolvidos, podem permitir um apoio substancial ao

planejamento técnico, político e financeiro, no que tange à racionalização de

alocação de recursos, propiciando uma mudança gradual na forma de se gerenciar

pavimentos rodoviários.

Palavras-chave: Gestão de pavimentos. Modelagem dinâmica de sistemas. Taxas de

manutenção. Tráfego.

ABSTRACT

The present dissertation aims to study the use of dynamic systems modeling to

determine pavement management practices in Brazil in order to contribute to the

development and improvement of resource applications, by road engineering

professionals. This study will be done with an analysis of the models proposed by

Fallah-Fini et al., 2015. Scientific and bibliographical investigations of other authors

will be carried out to guarantee an experimentation and data analysis with the

proximity reality of the Brazilian road engineering. For the determination and

simulation of pavement conditions, several study variables, such as maintenance

rates, pavement wear rates, causal influences of traffic, among others. The results

obtained at the end of the simulations of the models developed in this work, provide

forecasts within a space of time where they are pointed the moments of impact are of

ungrounded wear, being able to be correlated to severity and probable causes of

defects, making feasible. Analytical form for each aspect. The benefits achieved by

the results of the models developed can allow a substantial support to the technical,

political and financial planning, regarding the rationalization of resource allocation,

providing a gradual change in the way of managing pavements.

Keywords: Floor. System dynamics modeling. Maintenance fees. Pavement wear

rates. Traffic.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Diversas faixas de variação do IRI dependendo do caso e situação ... 23

Figura 2 - Variação serventia x tráfego ou com o tempo decorrido de

utilização da via .................................................................................... 27

Figura 3 - Interação entre os defeitos em rodovias pavimentadas ....................... 28

Figura 4 - Trincamento e Panelas ........................................................................ 29

Figura 5 - Afundamento de Trilha ......................................................................... 30

Figura 6 - O Sistema de Pavimento ...................................................................... 35

Figura 7 - O Sistema de Gerencia de Pavimento ................................................. 36

Figura 8 - Processo simplificado considerando danos e reparo dos pavimentos . 38

Figura 9 - Modelo simplificado de simulação apresentado por Salini,

Neves e Abelha ................................................................................... 39

Figura 10 - Modelo de um Subsistema que identifica tipos de manutenção do

pavimento devido ao tráfego de veículos de carga .............................. 40

Figura 11 - Diagrama de circuito causal da Deterioração e Manutenção da

Estrada ................................................................................................. 41

Figura 12- Modelo Simplificado representando a estrutura de deterioração do

pavimento ............................................................................................. 43

Figura 13 - Mapa Rodoviário de Minas Gerais (detalhe do trecho estudado) ........ 89

Figura 14 - Seção de um pavimento completo ....................................................... 90

Figura 15 - Exemplo de demarcação de áreas para inventário de defeitos ............ 91

Figura 16 - Etapas do Processo de Restauração ................................................... 92

Figura 17 - Deformação de Pavimento ................................................................... 93

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Gráfico Comparativo (ICP) do Trecho 07 ............................................. 51

Gráfico 2 - Gráfico Comparativo (ICP) do Trecho 04 ............................................. 52

Gráfico 3 - ICP para os 6 trechos simulados ......................................................... 53

Gráfico 4 - Gráfico para Análise de Sensibilidade e Efeito do Parâmetro

Multiplicador Sobre o ICP ..................................................................... 56

Gráfico 5 - Gráfico para Análise de Sensibilidade e Efeito do Parâmetro Dados de

Tráfego Sobre o ICP ............................................................................ 57

Gráfico 6 - Gráfico de Análise de Sensibilidade-Efeito do Parâmetro Perfil de

Classificação dos Veículos sobre o ICP ............................................... 58

Gráfico 7 - Gráfico de Análise de Sensibilidade - Efeito do Parâmetro Fator de

Carga sobre o ICP................................................................................ 59

Gráfico 8 - Gráfico de Análise de Sensibilidade - Efeito do Parâmetro Beta sobre o

ICP ....................................................................................................... 60

Gráfico 9 - Gráfico de Análise de Sensibilidade-Efeito do Parâmetro Idade do

Pavimento sobre o ICP ........................................................................ 61

Gráfico 10 - Gráfico de Análise de Sensibilidade-Efeito do Parâmetro Alfa sobre o

ICP ....................................................................................................... 62

Gráfico 11 - Gráfico de Análise de Sensibilidade-Efeito do Parâmetro Delta sobre o

ICP ....................................................................................................... 63

Gráfico 12 - Taxa de Deterioração do Pavimento (Trecho 1) .................................. 84

Gráfico 13 - Calibração Trecho 1 - ICP .................................................................... 85

Gráfico 14 - Calibração Trecho 2 - ICP .................................................................... 85

Gráfico 15 - Calibração Trecho 3 - ICP .................................................................... 86

Gráfico 16 - Calibração Trecho 4 - ICP .................................................................... 86

Gráfico 17 - Calibração Trecho 5 - ICP .................................................................... 87

Gráfico 18 - Calibração Trecho 6 - ICP .................................................................... 87

Gráfico 19 - Calibração Trecho 7 - ICP .................................................................... 88

Gráfico 20 - Calibração Trecho 8 - ICP .................................................................... 88

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Níveis de serventia ............................................................................... 26

Quadro 2 - Dados experimentais - I.C.P. Índice de Condição do Pavimento

(Segmento 1 ao 8)................................................................................ 48

Quadro 3 - Erro absoluto (%) (Trecho 1 ao 8) ........................................................ 49

Quadro 4 - Erro absoluto (%) Método 2 (Trecho 1 ao 8) ........................................ 50

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AASHTO The American Association of State Highway Transportation Officials

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ASTM American Society for Testing and Materials

CAP Cimento Asfáltico de Petróleo

CBR Califórnia Bearing Ratio

CBUQ Concreto Betuminoso Usinado a Quente

CDH California Division of Highways

CNT Confederação Nacional dos Transportes

DER Departamento de Estradas de Rodagem

DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem

DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

D.S. Dinâmica de Sistemas

HDM-4 Highway Development and Management

E.M.Q. Erro Medio Quadrático

F.C. Fator de Carga

F.E. Fator de Eixo

F.E.O. Fator de Equivalência de Operações

F.V. Fator de Veículos

H.R.B. Highway Research Board

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

I.C.P. Índice de Condição do Pavimento

I.G.G. Índice Geral de Grupo

IP Índice de Plasticidade

ISC Índice de Suporte Califórnia

IRI International Roughness Index

LL Limite de Liquidez

LP Limite de Plasticidade

N Número Permitido de Eixos

PCI Pavement Condition Index

PMF Pré Misturado a Frio

PNMR Plano Nacional de Manutenção Rodoviária

PSI Present Serviceability Index

PSR Present Serviceability Ratio

S.G.P. Sistema de Gestão de Pavimentos

TB Trincas de Bloco

TLC Trincas Longitudinais Curtas

TSS Tratamento Superficial Simples

TSD Tratamento Superficial Duplo

TSP Tratamento Superficial Primário

TST Tratamento Superficial Triplo

TTC Trincas Transversais Curtas

TTL Trincas Transversais Longas

V.M.D. Volume Médio Diário

VSA Valor de Serventia Atual

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 17

2 OBJETIVOS ................................................................................................... 21

2.1 Objetivos específicos ...................................................................................... 21

3 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................. 22

3.1 Rodovia ........................................................................................................... 22

3.2 Pavimento ....................................................................................................... 22

3.3 International Roughness Index ....................................................................... 23

3.4 Índice de Gravidade Global ............................................................................ 24

3.5 Índice de Condição Do Pavimento - ICP......................................................... 24

3.6 Present Serviceability Index ............................................................................ 24

3.7 Serventia ......................................................................................................... 25

3.8 Pavement Condition Index Basics .................................................................. 27

3.9 Problemas em pavimentos rodoviários ........................................................... 27

3.10 Trincas ............................................................................................................ 28

3.11 Trincas por fadiga ........................................................................................... 29

3.12 Afundamento .................................................................................................. 30

3.13 Escorregamentos ............................................................................................ 31

3.14 Desgaste ......................................................................................................... 31

3.15 Desagregação ................................................................................................ 31

3.16 Dinâmica de Sistemas – DS ........................................................................... 32

3.17 Dinâmicas de sistemas aplicadas aos sistemas de gerenciamento de

pavimentos ..................................................................................................... 33

3.18 Sistema de gerenciamento de pavimentos ..................................................... 34

3.19 Modelos de dinâmicas de sistemas de gestão de pavimentos ....................... 37

4 METODOLOGIA ............................................................................................. 41

4.1 O modelo de dinâmica de sistemas para a predição do desgaste

do pavimento .................................................................................................. 41

4.2 Taxa de deterioração do pavimento ............................................................... 43

4.2.1 Taxa de deterioração do pavimento ............................................................... 43

4.2.2 Efeito do tempo de vida pavimento na deterioração ....................................... 44

4.2.3 Efeito da condição atual do pavimento na deterioração ................................. 44

4.2.4 Multiplicador .................................................................................................... 44

4.2.5 Número permitido de ciclos, dados de tráfego, fator de carga e perfil de

classificação dos veículos ............................................................................... 44

4.2.7 Indice de condição do Pavimento – ICP ......................................................... 47

5 CALIBRAÇÃO DO MODELO ......................................................................... 48

6 RESULTADOS ............................................................................................... 49

6.1 Testes de calibração do modelo (método 1) ................................................... 49

6.2 Testes de calibração do modelo (método 2 ) .................................................. 50

6.3 A dinâmica do sistema após calibração .......................................................... 52

6.4 Análise de sensibilidade ................................................................................. 54

6.5 Efeito do parâmetro multiplicador sobre o indice de condição do pavimento . 55

6.6 Efeito do parâmetro dados de trafego sobre o indice de condição do

pavimento ....................................................................................................... 56

6.7 Efeito do parâmetro perfil de classificação dos veículos sobre o ICP ............ 57

6.8 Efeito do parâmetro fator de carga sobre o ICP ............................................ 58

6.9 Efeito do parâmetro beta sobre o ICP............................................................ 59

6.10 Efeito do parâmetro idade do pavimento sobre o ICP ................................... 60

6.11 Efeito do parâmetro alfa sobre o ICP ............................................................. 61

6.12 Efeito do parâmetro delta sobre o ICP ........................................................... 62

7 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS ................. 64

7.1 Conclusões ..................................................................................................... 64

7.2 Sugestões para pesquisas futuras .................................................................. 65

REFERÊNCIAS .............................................................................................. 67

APÊNDICE A – Fórmulas das variáveis ...................................................... 79

APÊNDICE B – Taxa de Deterioração do Pavimento (Trecho 1) ............... 84

APÊNDICE C – Calibrações ......................................................................... 85

ANEXO A – Mapa Rodoviário de Minas Gerais (detalhe do trecho

estudado) ....................................................................................................... 89

ANEXO B – Seção de um pavimento completo .......................................... 90

ANEXO C – Exemplo de demarcação de áreas para inventário de

defeitos .......................................................................................................... 91

ANEXO D – Etapas do Processo de Restauração ...................................... 92

ANEXO E – Deformação de Pavimento ....................................................... 93

17

1 INTRODUÇÃO

Os meios de transporte são fundamentais para o desenvolvimento

econômico e social de qualquer nação. São vários os modais utilizados para

integração de cidades e estados, tornando o deslocamento de cargas e passageiros

mais rápidos e eficientes. Os tipos mais comuns desses modais são os ferroviários,

aeroviários, aquaviários e, por fim, o rodoviário, que será tratado neste trabalho.

No Brasil, o transporte rodoviário é predominante visto que, na segunda

metade do século XX, houve um grande investimento público em implantação de

rodovias para interligar as várias regiões do país. Ainda hoje pode-se destacar que a

porção mais representativa de suas instalações de transporte concentra-se no modal

rodoviário com contribuição aproximada de 60% do total de toneladas transportadas

por quilômetro (IBGE, 2005).

A pavimentação das rodovias garante a trafegabilidade em qualquer

condição climática, e proporciona aos usuários das vias conforto e segurança. Uma

vez que o solo natural não é suficientemente resistente para suportar a repetição de

cargas de roda sem sofrer deformações, faz-se necessária a construção de uma

estrutura denominada pavimento, que é construída sobre o subleito para suportar

cargas dos veículos de forma a distribuir as solicitações às suas diversas camadas e

ao subleito (CRONEY, 1977).

A malha rodoviária brasileira foi estimada como sendo da ordem de 1,6

milhões de quilômetros de rodovias, dos quais apenas 196.000 km (12% do total)

são pavimentados. Da parcela não pavimentada (1,4 milhões de quilômetros), 90,7%

são rodovias municipais, 8,3% estaduais e 1% federais (CNT, 2005).

Apesar de o Brasil ter a quarta maior malha rodoviária do mundo, nota-se

uma ausência significativa de novas ferramentas e inovação nos processos de

gerenciamento de rodovias no país. Considerando a importância em melhorar

continuamente os sistemas de conservação, manutenção e restauração de rodovias

no Brasil, faz-se necessária a utilização de técnicas de modelagem e predição na

gestão de pavimentos.

Os métodos utilizados na modelagem e predição do desgaste dos

pavimentos se encontram em um alto patamar de empirismo. O estudo moderno dos

pavimentos foi iniciado por volta de 1958, com a construção da pista experimental da

American Association of State Highway Officials (AASHO), posteriormente

18

denominada “AASHTO” (CAREY; IRICK, 1960; CAREY; IRICK, 1962). Tais estudos,

totalmente baseados em conceitos empíricos, eram adequados à realidade da época

– limitações tecnológicas, baixo custo dos materiais e mão-de-obra, e pequeno

tráfego nas estradas, mas não são compatíveis com os desafios do século XXI.

Nas últimas cinco décadas, a quase totalidade dos estudos sobre o

comportamento dos pavimentos asfálticos foram baseados em estudos empíricos e

testes de fadiga em laboratório, também conhecidos como métodos “empírico-

mecanísticos” (SALINI, 2010).

Outro fator que vem sendo estudado há muito tempo no processo de

degradação de pavimentos é a influência dos fatores ambientais. Para tanto, torna-

se indispensável o estudo das condições climáticas e ambientais relacionadas aos

materiais e estruturas. Vale ressaltar que os pavimentos rígidos e flexíveis alteram

seus estados de tensões e deformações quando expostos a gradientes térmicos

(ALKASAWNEH et al., 2007; HUANG, 1993; MEDINA; MOTA, 2005; PRADEEP et

al., 2005; SPECHT; BORGES; HELMANN, 2008).

Segundo Bastos, Soares e Barroso (2014), estão sendo desenvolvidos

estudos para um novo método brasileiro mecanístico-empírico de dimensionamento

de pavimentos, com previsão de lançamento para o ano de 2016, e ainda não existe

no Brasil um consenso sobre os modelos de desempenho mais apropriados.

A literatura da engenharia de pavimento foi explorada para representar a

física da deterioração do pavimento (HUANG, 2004). Segundo Sterman J. (2000), os

estudos físicos dessas dinâmicas foram baseados e estudados em conjunto com as

operações de manutenção de nível macro, e essas combinações permitiram a

construção de modelos de simulação que é fundamentada na física das operações

de estradas que podem ser validadas considerando os fatores sociais e gerenciais

(FALLAH-FINI; TRIANTIS, 2009).

Ao ser observada a evolução nos métodos de pavimentação, é identificada

uma filosofia rígida. Segundo Salini et al. (2010), o principal problema na área de

engenharia de pavimentos pode não ser técnico, mas cultural, em que os

profissionais adotam os mesmos procedimentos, mas esperam, de alguma forma,

obter resultados melhores, caracterizados na procura da correlação “perfeita” entre a

vida de serviço dos pavimentos asfálticos e as deformações específicas (extensões)

de tração do concreto asfáltico.

19

A gestão de ativos exige a utilização da engenharia, gestão e princípios de

economia para ajustar os orçamentos dos estados e municípios, com a distribuição

de recursos limitados para a conservação, operação e gestão das estradas e

infraestrutura do país (OZBEK, 2007).

Isso não significa que os atuais métodos empírico-mecanísticos para

pavimentos sejam totalmente inúteis. Eles podem ser úteis se forem consideradas as

limitações dos mesmos (SALINI et al., 2010).

Os novos desafios do século XXI, com a crescente quantidade de veículos

nas estradas, aumento da capacidade de carga dos caminhões, altos custos dos

materiais utilizados nos pavimentos, elevados custos da mão-de-obra e as

crescentes restrições ambientais à extração e uso de jazidas de materiais, impõem a

necessidade de melhoria na qualidade das predições da vida de serviço e

modelagem dos pavimentos asfálticos (FLINTSCH, 2003).

Devido ao comportamento ultra complexo dos pavimentos asfálticos, não é

possível obter a qualidade desejada nas predições, utilizando abordagens empíricas

ou empírico-mecanísticas. Para isso, são necessárias ferramentas robustas capazes

de manusear todas as variáveis relevantes e suas praticamente infinitas

combinações (YANG et al., 2003; BOSURGI; TRIFIRÒ, 2005). Técnicas avançadas

de inteligência evolutiva, incluindo lógica multivariada, computação evolutiva e redes

neurais, têm sido utilizadas na área de pavimentação e melhoria estratégica de

construção de estradas (ANDERSON; NELSON; D’EON, 2006).

Com os avanços do conhecimento especializado em análise e métodos,

“sistemas periciais” tornaram-se populares para a gestão de pavimento para redes

rodoviárias e aeroportuárias (ISMAIL et al., 2009).

Abordagens por meio de modelos analíticos e por dinâmica de sistemas para

o planejamento das operações de manutenção de estradas nas últimas duas

décadas foram desenvolvidas, para formulação de planejamento e manutenção das

estradas. A modelagem dinâmica de pavimentos pode proporcionar melhorias

significativas para os tomadores de decisões, desde a fase de planejamento de uma

implantação, até as etapas de conservação e manutenção, racionalizando a

aplicação de recursos e identificando pontos chaves do processo.

De acordo com Lopes et al. (2015), apesar dos avanços tecnológicos e da

ampliação das redes viárias, as decisões com relação à manutenção e reabilitação

de pavimentos ainda têm sido tomadas apenas com base na experiência de alguns

20

profissionais e, principalmente, por razões políticas. No quadro atual, a gerência é

feita de forma aleatória, com o sentido de resolver as necessidades mais extremas

de reparo, com pouco planejamento prévio.

De acordo com Friedman (2003), a modelagem de gestão de pavimentos é

uma atividade essencial para um sistema de gestão de pavimentos. Este processo

fornece uma maneira de planejar tanto para a manutenção de rotina quanto para a

reabilitação integral das estradas. Estes modelos permitem o desenvolvimento de

planos de longo prazo e a estimativa dos resultados de processos de gestão de

pavimento. Além disso, os modelos ajudam na tomada de decisões em consideração

a fatores responsáveis pela degradação dos pavimentos em estudo.

Segundo Fallah-Fini et al. (2010), a manutenção eficaz das estradas

depende de diversas atividades, incluindo a compreensão do momento atual do

pavimento e a previsão das condições futuras do pavimento, além das decisões para

melhoria na forma de alocação de recursos limitados para operações de

manutenção.

Para Fernandes Jr. (1997), a implementação de um Sistema de Gerência de

Pavimentos depende, principalmente, de três fatores: dados confiáveis, modelos

realísticos e programas amigáveis.

Em busca de atender a necessidade de sistemas de gestão de pavimentos,

a literatura vem apresentando modelos desenvolvidos pela técnica de dinâmica de

sistemas. O conceito principal da modelagem dinâmica de um sistema é o

entendimento de como os elementos se interagem (FORRESTER, 1991). Portanto,

os modelos desenvolvidos buscam compreender a dinâmica do desgaste do

pavimento, como se relacionam os fatores que aceleram ou reduzem o desgaste e

até mesmo propor políticas ótimas de manutenção e alocação de recursos para a

manutenção (FRIEDMAN, 2003; FALLAH et al., 2010; FALLAH,2015).

Conforme artigo de Fallah-Fini et al. (2015), a infraestrutura rodoviária

altamente deteriorada, as grandes restrições orçamentárias e o tráfego de veículos

levam a uma necessidade emergente de melhoria no desempenho das práticas de

manutenção de rodovias. A utilização de modelos de dinâmica de sistemas aliados

às técnicas tradicionais podem apresentar uma alternativa para esta melhoria, sendo

uma boa recomendação o uso de um sistema híbrido nos contratos de manutenções

rodoviárias.

21

2 OBJETIVOS

Sabendo que o Brasil tem a 4ª. maior malha rodoviária do mundo, o estudo e

utilização de modelagens dinâmicas para controle e tomada de decisões na

implantação, conservação, reabilitação e restauração de ruas, avenidas e estradas

vicinais rurais se faz necessário.

O presente trabalho tem como objetivo adaptar e aplicar um modelo de

dinâmica de sistemas para determinação de práticas de gestão de pavimentos,

contribuindo para o desenvolvimento e aprimoramento de aplicação de recursos,

além de criar recomendações para melhoria das atuais ferramentas utilizadas pelos

profissionais da engenharia rodoviária no Brasil.

2.1 Objetivos específicos

a) Adaptar e implementar o modelo de Fallah Fini et al. (2015) proposto para a

predição do desgaste em pavimentos para a realidade brasileira;

b) Utilizar os dados de um trecho rodoviário (MG 818 entre os municípios de

Florestal e Pará de Minas-MG) fornecidos pela empresa XYZ Engenharia

Ltda. para calibrar os parâmetros do modelo;

c) Realizar uma análise de sensibilidade das variáveis de entrada do modelo

proposto.

22

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Rodovia

O artigo 2º do Código de Trânsito Brasileiro considera que são vias

terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os logradouros, os caminhos, as

passagens, as estradas e as rodovias, que terão seu uso regulamentado pelo órgão

ou entidade com circunscrição sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e

as circunstâncias especiais.

A construção de uma rodovia demanda vários estudos e levantamentos,

projetos básicos, executivos e cálculos para que se possa obter um desempenho

satisfatório. A seção tipo básica para construção de uma rodovia é subdividida em

camadas de sub leito, reforço do sub leito, sub base, base e capa asfáltica (ou

pavimento rígido).

Antas (2010) menciona que o anteprojeto apresenta apenas uma visão geral

do tipo de projeto a ser executado, após desenvolver linhas de raciocínio que

definam opções para os possíveis traços da rodovia a ser construída.

O projeto executivo é o projeto mais detalhado, onde as probabilidades de

erros são reduzidas ao máximo, favorecendo na maioria das vezes a segurança,

viabilidade econômica e a melhor coordenação no desenvolvimento da execução.

3.2 Pavimento

Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

(BRASIL, 2006, p. 95), “o pavimento de uma rodovia é a superestrutura constituída

por um sistema de camadas de espessuras finitas, assentes sobre um semiespaço

considerado teoricamente como infinito”.

Para Bernucci et al. (2006, p. 9):

Pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas de espessuras finitas, construída sobre a superfície final de terraplenagem, destinada técnica e economicamente a resistir aos esforços oriundos do tráfego de veículos e do clima, e a propiciar aos usuários melhoria nas condições de rolamento, com conforto, economia e segurança.

De acordo com Balbo (2007, p. 35):

23

O pavimento é uma estrutura não perene, composta por camadas sobrepostas de diferentes materiais compactados a partir do subleito do corpo estradal, adequada para atender estrutural e operacionalmente ao tráfego, de maneira durável e ao mínimo custo possível, considerados diferentes horizontes para serviços de manutenção preventiva, corretiva e de reabilitação, obrigatórios.

3.3 International Roughness Index

Segundo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (BRASIL,

2005), em uma rodovia o pavimento tem grande importância socioeconômica,

levando em consideração uma perspectiva em longo prazo, pois deve apresentar um

desempenho satisfatório constante. Esses desempenhos estão ligados diretamente

a fatores que proporcionam segurança, conforto e economia a seus usuários.

Entre vários índices para “medir” o desempenho da rodovia está o

International Rougheness Index (IRI) – Índice de Regularidade Internacional, que é o

mais frequente utilizado pelo DNIT.

Conforme o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

(BRASIL, 2005, p. 24), “o IRI é definido matematicamente a partir de um perfil

levantado por nível e mira (ou equipamento similar) nas trilhas de rodas, visando

simular os movimentos verticais de um sistema medidor de superfície de pavimento”.

O IRI é um índice estatístico, expresso em m/km, que quantifica os desvios

da superfície do pavimento em relação ao projeto. A Figura 1 mostra as faixas de

variação do IRI em diversas situações. O IRI tem sido utilizado como ferramenta de

controle de obras e aceitação de serviços em alguns países.

Figura 1 - Diversas faixas de variação do IRI dependendo do caso e

situação

Fonte: SAYERS; KARAMIHAS, 1998.

24

3.4 Índice de Gravidade Global

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (BRASIL, 2005)

relata que o Índice de Gravidade Global (IGG) classifica o estado geral de

determinado trecho homogêneo de pavimento em função da incidência de defeitos

na superfície, obtido através do cálculo da medida das profundidades nas trilhas de

rodas.

3.5 Índice de Condição do Pavimento - ICP

Conforme descrito na norma DNIT 062/2004 – PRO, o Índice de Condição

do Pavimento (ICP) é a medida da condição estrutural do pavimento, capaz de

fornecer ao engenheiro de pavimentação, informações para a verificação das

condições da rodovia e para o estabelecimento de políticas de manutenção,

prevenção e de recuperação.

Essa norma destaca que a avaliação dos dados obtidos na inspeção de

trechos de uma rodovia, conjugada com a análise das informações do cadastro

documental dessa rodovia, possibilita que se determine a condição estrutural e o

comportamento da pavimentação rígida dos trechos, bem como as prováveis causas

de seus defeitos.

A seguir são apresentadas as fases da avaliação objetiva para o caso de

pavimentos rígidos:

a) análise dos dados obtidos em inspeção;

b) cálculo dos índices de condição do pavimento (ICP);

c) atribuição de conceitos;

d) análise do cadastro documental;

e) emissão de laudo.

3.6 Present Serviceability Index

O Present Serviceability Index (PSI) é o Índice de Serventia Atual do

pavimento, que é determinado utilizando a mesma ideia que foi aplicada quando do

estudo experimental da AASHO Road Test (1958-1960), em que foi feita a média

aritmética entre duas avaliações independentes:

25

O Present Serviceability Rating (PSR), avaliação de serventia atual, em que

um engenheiro, com experiência quanto à importância que os diversos tipos de

defeitos em seus possíveis níveis de severidade têm para a condição estrutural ou

funcional do pavimento, atribuiu um conceito à condição geral de superfície, tal como

é visualizada com cuidado e em deslocamento à velocidade baixa no segmento

avaliado, incluindo paradas eventuais para melhor identificação visual dos diversos

defeitos existentes; O PSI relacionado única e exclusivamente com o conforto ao

rolamento percebido pelo usuário trafegando na velocidade média operacional da

via. Na AASHO Road Test, os mesmos avaliadores que atribuíram o PSR percorriam

depois o segmento dentro de um automóvel, estando de olhos vendados para que

não houvesse influência de uma avaliação na outra.

3.7 Serventia

Conforme descrito no manual de pavimentação asfáltica da Petrobrás

(BERRNUCCI et al., 2006), a avaliação funcional de um pavimento relaciona-se à

apreciação da superfície dos pavimentos e como esta influencia no conforto do

rolamento. O primeiro método estabelecido de forma sistemática para a avaliação

funcional foi o da serventia de um dado trecho de pavimento, concebida por Carey

Jr. e Irick (1960), para as pistas experimentais da American Association of State

Highway Officials (AASHO), hoje American Association of State Highway and

Transportation Officials (AASHTO).

O valor de serventia atual é uma atribuição numérica compreendida em uma

escala de 0 a 5, dada pela média de notas de avaliadores para o conforto ao

rolamento de um veículo trafegando em um determinado trecho, em um dado

momento da vida do pavimento. Essa escala compreende cinco níveis de serventia,

conforme expresso no Quadro 1, sendo também adotada no país pelo DNIT

009/2003 – PRO (DNIT, 2003d).

26

Quadro 1 - Níveis de serventia

Padrão de conforto ao rolamento Avaliação (faixa de notas)

Excelente 4 a 5

Bom 3 a 4

Regular 2 a 3

Ruim 1 a 2

Péssimo 0 a 1

Fonte: DNIT, 2003d. Nota: Adaptado pelo autor.

Nos Estados Unidos, a avaliação subjetiva de conforto ao rolamento do

pavimento é denominada “presente serviceability ratio (PSR)”, correspondendo no

Brasil ao valor de serventia atual (VSA) (DNIT, 2003d).

O VSA é, em geral, elevado logo após a construção do pavimento, quando

bem executado, pois este exibe uma superfície suave, praticamente sem

irregularidades. A condição de perfeição, sem qualquer irregularidade (VSA=5), não

é encontrada na prática. Como exemplo, nas pistas experimentais da AASHTO, na

década de 1960, foram obtidos valores de serventia atual inicial de 4,2 para

pavimentos asfálticos e de 4,5 para pavimentos de concreto de cimento Portland.

Com o aprimoramento das técnicas construtivas, é possível obter nos dois tipos de

pavimento valores iniciais mais próximos da nota 5. Portanto, o VSA, logo após o

término da construção do pavimento, depende muito da qualidade executiva e das

alternativas de pavimentação selecionadas.

O VSA do pavimento diminui com o passar do tempo por dois fatores

principais: o tráfego e as intempéries. A forma da curva de serventia com o tempo

decorrido de utilização da via é mostrada esquematicamente na Figura 2.

27

Figura 2 - Variação serventia x tráfego ou com o tempo decorrido de

utilização da via

Fonte: DNIT, 2003d.

3.8 Pavement Condition Index Basics

O Pavement Condition Index Basics (PCI) é o índice de condição do

pavimento e avalia o estado da superfície de uma autoestrada. Esse indicador é

complexo e foi originalmente desenvolvido pelo Corpo de Engenheiros do Exército

dos EUA, sendo mais tarde padronizado em ASTM D5340, Método de Teste Padrão

para Condição de Pavimentação de Aeroportos. Esse índice fornece uma

classificação numérica para segmentos/trechos de rodovias, onde 0 (zero) é a pior

condição possível e 100 é a melhor. O PCI mede a extensão e a gravidade das

patologias do pavimento, além da suavidade e conforto para o usuário da via

(PIERCE; MCGOVERN; ZIMMERMAN, 2013).

Esse método é o de avaliação subjetiva, com base em inspeções e

observações. As observações e levantamentos do PCI são realizadas anualmente e

inseridas em bancos de dados para avaliações e utilizações, a fim de se avaliar

possíveis intervenções na estrada.

3.9 Problemas em pavimentos rodoviários

As rodovias são projetadas e executadas para transportar passageiros e

cargas com segurança e conforto, caso ocorra um excesso de tráfego com carga

além do permitido ou se essas estradas forem mal projetadas e construídas, podem

ocorrer patologias que vão das mais simples até as mais graves, podendo se

28

transformar em grandes danos na estrutura do pavimento, demandando alto custo

de recuperação.

Entre as patologias de pavimentos, as mais comuns são as trincas,

afundamentos, escorregamento de massas, desgastes, desagregação, perda de

agregados e panelas. Na Figura 3 é apresentada a interação entre os defeitos em

rodovias pavimentadas.

Figura 3 - Interação entre os defeitos em rodovias pavimentadas

Fonte: DNIT, 2006.

3.10 Trincas

As trincas aparecem em pavimentos flexíveis por meio de mecanismos de

fadiga ou de propagação (ZHOU; SCULLION, 2004).

29

A acumulação de repetições dos carregamentos em ciclos de carga-

descarga pode proporcionar o trincamento e a ruptura do pavimento, ocasionando

degradação da superfície da via.

Segundo Silva (2005), trincas de blocos em pavimentos são causadas por

retração do revestimento e variações de temperatura. As trincas indicam que o

asfalto sofreu endurecimento significativo, devido a sua oxidação ou volatização dos

maltenos, deixando menos flexível. As trincas possuem características visuais

retangulares e podem vir a aparecer em locais com elevado ou não volume de

tráfego. Através de análise gráfica, podem ser observados os limites dos tipos de

progressões de trincas, conforme apresentado na Figura 4.

Figura 4 - Trincamento e Panelas

Fonte: DNIT, 2006.

3.11 Trincas por fadiga

De acordo com Silva (2005, p. 35), “a fadiga está relacionada com a

repetição da passagem de carga de veículo comercial”.

O trincamento por fadiga ocorre quando a estrada já foi muito utilizada, na

maioria dos casos com tráfego acima do previsto em projeto e carga por eixo

superior ao máximo permitido pela legislação. Podem ocorrer trincas por

envelhecimentos, por reflexão e retração térmica.

30

3.12 Afundamento

Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

(BRASIL, 2006, p. 64), afundamento é uma deformação permanente caracterizada

por depressão da superfície do pavimento, acompanhada ou não de solevamento,

podendo vir a ser apresentado em forma de afundamento de consolidação e

afundamento plástico.

Os afundamentos de pavimento podem ser consolidados de trilha de roda,

localizados ou plástico nas trilhas de roda. O momento de restauração do pavimento

em relação ao afundamento de trilha de roda pode ser expressado conforme

demonstrado na Figura 5.

O trânsito de veículos pesados repetidas vezes no mesmo trecho faz com

que apareçam pequenas deformações que, com o passar do tempo, se manifestem

em maiores áreas de pavimento, sendo que uma das suas características é a sua

extensão, superior a 6 metros (PRESTES, 2001).

Conforme apresentado no gráfico abaixo, o afundamento de trilha é avaliado

na relação de quantos milímetros afundados são constatados em uma escala de

tempo. Desta forma, o limite de 50mm condiciona o órgão responsável pela gestão

do pavimento a intervir próximo deste valor, realizando restaurações no segmento

afetado e reduzindo assim a curva ascendente de deformação do trecho.

Figura 5 - Afundamento de Trilha

Fonte: DNIT, 2006.

31

3.13 Escorregamentos

Conforme o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

(BRASIL, 2006, p. 65):

O escorregamento é um movimento horizontal do revestimento ocasionado pelos esforços tangenciais transmitidos pelo eixo dos veículos e que produzem uma ondulação curta e abrupta na superfície em forma de meia lua.

O Tratamento para tal patologia, segundo Senço (2001), seria o nivelamento

pontual com um remendo de superfície.

Entre as patologias caracterizadas como escorregamentos, ainda podem ser

citados os escorregamentos de massa e escorregamentos de revestimentos.

3.14 Desgaste

Balbo (1997, p. 24) define desgaste como sendo o arranchamento

progressivo do agregado do pavimento, caracterizado por aspereza superficial

provocado por esforços tangenciais ao tráfego.

O tráfego acima do projetado associado ao excesso de peso dos veículos

comerciais podem contribuir de forma significativa para a aceleração do desgaste do

pavimento. Quando esses fatores somam-se à presença de água no interior do

revestimento, sobrepressões hidrostáticas podem ocorrer, ocasionando o

deslocamento da película betuminosa.

3.15 Desagregação

Segundo Bernucci et al. (2008), a desagregação decorre do desprendimento

de agregados da superfície ou ainda da perda de mastigue junto aos agregados que

provavelmente não eram de natureza totalmente inerte e tampouco muito facetados.

O atrito dos pneus dos veículos na superfície, perda de adesividade, entre outras,

podem provocar a desagregação em pavimentos asfálticos.

A fratura mecânica da camada de ligante ocorre quando ele perde sua

resistência ou quando a película não possui espessura suficiente para resistir às

solicitações. Isso pode ocorrer devido à evaporação de óleos presentes no cimento,

32

aquecimento excessivo e oxidação do betume. Já a perda de aderência entre o

ligante e o agregado pode ser resultado da qualidade inferior dos materiais da

mistura ou erros no momento da sua dosagem e do seu aquecimento (MAIA, 2012).

3.16 Dinâmica de sistemas

Dinâmica de Sistemas (DS) é uma técnica em que sistemas não lineares,

dinâmicos e complexos podem ser compreendidos e analisados, por meio de

interações, e novas políticas e estruturas podem ser construídas e desenhadas para

melhorar o comportamento do sistema (MOHAPATRA; VAJRAVELU; YIN, 1994).

Segundo Jansen e Laurindo (2005), dinâmica de sistemas é uma ferramenta

que estuda comportamentos dinâmicos, e é fundamentada na teoria de dinâmica

não linear e de controle realimentado (JANSEN; ROTONDARO, 2006).

Senge (2012) apresentou o entendimento do pensamento sistêmico como

um conjunto de informações e ferramentas desenvolvidas nos últimos cinquenta

anos, visando reconhecer padrões e mecanismos para modificá-los efetivamente. A

partir da dinâmica de sistemas é possível interligar variáveis e analisar suas relações

através dos diagramas de causalidade.

Segundo Hermsdorf (2011), os modelos de dinâmica de sistema são

compostos pelos elementos estoques, fluxos e variáveis.

Os estoques são variáveis de estado e podem ser considerados como

repositórios no qual algo é acumulado, armazenado e potencialmente passado para

outros elementos do sistema (DEATON; WINEBRAKE, 2000). Os fluxos, por sua

vez, são variáveis de ação e podem alterar os estoques, aumentando ou diminuindo

seus volumes (POWERSIM, 1996). Os auxiliares servem para formular os dados e

para definir as equações dos fluxos. São usados para modelar as informações, e

não o fluxo físico, sendo capazes de se alterar instantaneamente, sem atrasos

(COVER, 1996).

No modelo causal, ou qualitativo, insere-se uma situação problema e suas

variáveis e parâmetros e, através disso, são apresentadas as possíveis causas e

efeitos, auxiliando na tomada de decisões. Na medida em que o diagrama é

preenchido, ocorrem as chamadas “malhas de realimentação”, que são elementos

que aparecem para reforçar alguma decisão. As malhas de alimentação positivas

são aquelas que mostram se o sistema tem tendência a crescer ou decrescer, de

33

forma exponencial. Já as negativas mostram que não ocorrem mudanças no

sistema, ou seja, o modelo tende a ficar estável. Apesar de ser útil no auxílio de

solução de problemas, o modelo causal não faz previsões exatas do comportamento

de um sistema (SHEPHERD, 2014).

Com o auxílio da dinâmica de sistemas, fenômenos sistêmicos que são

mascarados pelos modelos mentais míopes, como a não linearidade e os atrasos,

podem ser melhor visualizados (REINALDE, 2005).

Villela (2005) define uma série de aplicações para a dinâmica de sistemas,

sendo primeiramente apresentadas as aplicações gerais intituladas de “Relações de

causa e efeito” e “Tempos de resposta e Efeitos de realimentação”, e também as

aplicações específicas para uso em dinâmica de sistemas definidas como “Ciências

Sociais” e “Ciências Físicas, Químicas e Biológicas” e, por fim, as Engenharias, em

que nesta última o pensamento sistêmico atrelado à DS cria uma ligação forte na

construção e controle de sistemas fechados.

Dessa forma, por meio da DS pode-se coletar dados, identificar e definir, cria

hipóteses, moldar e simular o problema, desenvolvendo assim diferentes tipos de

perspectivas, apresentando os impactos das decisões e permitindo que se façam

análises críticas dos resultados encontrados. Como ela fornece a oportunidade de

se prever o comportamento de um determinado objeto de análise ao longo do tempo

por meio de variáveis especificadas, é possível tomar as devidas providências para

que o problema não se intensifique. A simulação possibilita identificar também se os

reparos para determinado problema serão benéficos a longo prazo (FRIEDMAN,

2003; MALLICK et al., 2014).

3.17 Dinâmicas de sistemas aplicadas aos sistemas de gerenciamento de

pavimentos

Segundo de la Garza et al. (2011), as vias de transporte são partes

importantes da infraestrutura de um país e devem ser gerenciadas de forma eficaz,

através da manutenção adequada delas, para que sejam preservadas. Fallah Fini et

al. (20124, p. 26) afirmam que:

Levando em consideração o sistema rodoviário altamente deteriorado, as grandes restrições orçamentárias e o significativo crescimento do tráfego,

34

tem ocorrido um enorme interesse em melhorar o desempenho das práticas de manutenção rodoviária.

A Dinâmica de Sistemas é um tipo de modelo bem fundamentando e

abrangente que pode auxiliar as autoridades rodoviárias na identificação, análise de

impactos a longo prazo e na tomada de decisões preventivas de manutenção das

vias, devido a sua praticidade em comparação a outros tipos de gerenciamento de

pavimentos. Esse modelo permite considerar os fatores que não podem ser

controlados (cargas atuantes e condições climáticas) e fatores controlados (tomada

de decisões) por meio de informações já existentes ou de estimativas realizadas

através do próprio modelo. Dessa forma, as técnicas apresentadas pela dinâmica de

sistemas apresentam estratégias preventivas para que as deteriorações ocorridas no

pavimento não se agravem, evitando altos custos de manutenção (FALLAH FINI et

al., 20104; MALLICK et al., 2014).

Segundo Fernandes Jr. (1997), a implementação de um Sistema de

Gerência de Pavimentos depende, principalmente de três fatores: dados confiáveis,

modelos realísticos para o processamento de dados e programas amigáveis para a

organização dos dados e apresentação dos resultados. Desta forma pode-se

correlacionar Forrester (1991), onde discorre que o conceito principal da modelagem

dinâmica dos sistemas é o entendimento de como os elementos interagem, pois a

mudança em uma variável afeta outras variáveis, que por sua vez volta a afetar a

variável inicial.

3.18 Sistema de gerenciamento de pavimentos

Conforme Oliveira (2002, p. 35), um sistema pode ser definido como: “Um

conjunto de partes integrantes e interdependentes que, conjuntamente, formam um

todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função.” Ainda

conforme o autor, os elementos que constituem um sistema são:

a) Objetivos: é o motivo pelo qual o sistema existe. Sendo esse o propósito a ser

atingido;

b) Entradas: são os dados iniciais inseridos no sistema, a fim de se obter um

resultado diretamente relacionado aos objetivos;

35

c) Transformação do sistema: que possibilita uma ligação entre as informações

inseridas no sistema e as saídas almejadas;

d) Saídas: possíveis resultados relacionados com os dados iniciais inseridos no

sistema interligado com os objetivos para o qual o mesmo foi criado, sendo

necessário parâmetros predefinidos para comparação.

De acordo com o DNIT (2011)1, os componentes revestimento, base, sub-

base e subleito são elementos que se relacionam conjuntamente formando o

sistema de pavimento, conforme mostrado na Figura 6. Tais componentes desse

sistema são submetidos a solicitações externas, como o fluxo de automóveis, as

operações de manutenção e intempéries.

Figura 6 - O Sistema de Pavimento

Fonte: DNIT, 2011, p. 35.

Um sistema gerencial de pavimentos pode ser entendido pela

sistematização eficiente de elementos que devem se relacionar mutuamente como a

elaboração do projeto, o projeto em si, a execução e o suporte para a conservação

do pavimento. Além disso, o sistema é influenciado por fatores externos como os

recursos financeiros estimados, informações necessárias para o funcionamento do

sistema, levando em consideração aspectos políticos e administrativos. A Figura 7

1 Disponível em: <http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-

manuais/manuais/documentos/745_manual_de_gerencia_de_pavimentos.pdf>. Acesso em: 09/10/16.

36

mostra a estrutura de um sistema de gerência de pavimentos. O sistema é

considerado uma ferramenta de suma importância para melhor alocação de recursos

públicos proporcionando um transporte rodoviário mais seguro aos usuários com

economia de tempo e custos de operação dos veículos (VISCONTI, 1995).2

O orçamento e as políticas de manutenção adotadas pelo órgão responsável

pela conservação das rodovias, no caso o DNIT, é demonstrado na Figura 7, com

ênfase para a interação com um banco de dados que vincula o planejamento ao

projeto e finalmente aos processos de manutenções e reconstruções da via.

Figura 7 - O Sistema de Gerencia de Pavimento

Fonte: DNIT, 2011, p. 36.

Visconti (2000) afirma também que o nível de detalhamento das informações

está relacionado com as condições das organizações e os modelos escolhidos para

manejar os dados inseridos a fim de obter o planejamento das intervenções.

Conforme o DNIT (2011), o sistema gerencial de pavimentos (SGP) do DNIT

utiliza o modelo de software HDM-4 (Highway Development and Management), que

se limita a analisar apenas pavimentos flexíveis e semirrígidos, não contemplando

2 Disponível em: <http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-

manuais/manuais/documentos/sistema_gerencial_de_pavimentos_do_dner.pdf>. Acesso em: 09/10/16.

37

assim os pavimentos rígidos que também compõem um tipo de superfície das

rodovias. Segundo esse departamento3, esse modelo de software pode ser definido

como:

Software que define prioridades e cria cenários futuros de condições da infraestrutura rodoviária para diversos níveis de investimento, gerando soluções de manutenção, construção e adequação da rede dentro de um programa plurianual, com a melhor relação custo/benefício.

Os bancos de dados são informações que alimentam o software, essas

informações devem ser confiáveis e coletadas por pessoas treinadas de modo a

fornecer avaliações condizentes com o comportamento do pavimento em serviço. Os

ICP’s e características físicas de cada segmento, são coletados nos trechos das

estradas, sobre diversos aspectos que interferem na vida em serviço dos

pavimentos, como o desempenho funcional, estrutural, operacional e de segurança

(DNIT, 2011).

Outras informações relevantes referentes à pista de rolamento são: a

estrutura, condições climáticas, irregularidades, geometria, tamanho e tipo dos

acostamentos, histórico, idade do pavimento e da última restauração, defeitos,

intensidade do tráfego e características dos veículos. Aspectos que ditam a condição

do pavimento são coletados na sua maioria através de um levantamento visual e

ensaios (VISCONTI, 2000).

3.19 Modelos de dinâmicas de sistemas de gestão de pavimentos

Friedman (2003) esclarece simplificadamente que é possível entender o

comportamento de um pavimento ao longo do tempo, considerando-se que a

estrada, inicialmente apresentando boas condições de uso, se deteriora à medida

que os fatores de influência agem no pavimento. As variáveis apresentadas no

modelo de Friedman (2003), na Figura 8, permitem identificar a deterioração no

pavimento e a necessidade de realizar reparos, auxiliando na escolha da melhor

forma de manutenção.

3 Disponível em: <http://www.dnit.gov.br/planejamento-e-pesquisa/planejamento/planejamento-dos-

sistemas-de-transportes>. Acesso em: 27/11/16.

38

Figura 8 - Processo simplificado considerando danos e reparo dos

pavimentos

Fonte: FRIEDMAN, 2003. Nota: Adaptado pelo autor

De acordo com Salini, Neves e Abelha (2008)4, deve-se considerar como

dados de entrada para realizar a simulação de um sistema de gerenciamento de

pavimento os fatores ambientais, a carga dos veículos e a resposta estrutural do

pavimento, como explicitado em seu modelo que apresenta como dados de saída a

previsão da vida útil do pavimento, o novo design e as decisões no gerenciamento

do mesmo (Figura 9). Já Mallick (2014) concluiu que, para analisar o comportamento

do pavimento, considerando apenas os impactos causados pelo clima ao longo do

tempo, é importante que se apresentem dados como temperatura do pavimento,

número de inundações, temperatura do ar, saturação, precipitação, nível do mar,

terremotos, entre outros.

Na Figura 9, o modelo simplificado de simulação baseado em rede neural,

vincula a previsibilidade da vida útil do pavimento com as informações sobre o clima,

veículos e métodos de elementos finitos aliados a testes não destrutivos.

4 Disponível em:

<http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.549.3392&rep=rep1&type=pdf>. Acesso em: 02/10/16.

39

Figura 9 - Modelo simplificado de simulação

Fonte: SALINI; NEVES; ABELHA, 2008.

Hang, Wen e Li, Xuhong e He, Jie (2007)5, por outro lado, utilizaram a

dinâmica de sistemas para avaliar o regulamento de peso máximo dos caminhões de

carga sobre as rodovias da China. Esse modelo, conforme Hang, Xuhong e He

(2007), possui um subsistema que é diretamente relacionado ao gerenciamento de

pavimentos (FIGURA 10) e se mostra eficaz quando considera como fatores de

entrada as características do pavimento, os fatores de impacto e os parâmetros de

manutenção, gerando resultados como o Índice de Regularidade Internacional (IRI)

e o custo de manutenção do pavimento.

O Modelo de um Subsistema que identifica tipos de manutenção do

pavimento devido ao tráfego de veículos de carga interage com várias variáveis

ordenadas por meio do fluxo apresentado na Figura 10. Essa interação tem muita

similaridade com o modelo tratado neste trabalho.

5 Disponível em:

<https://www.researchgate.net/publication/27484057_Application_of_system_dynamics_for_evaluating_truck_load_regulations_in_Anhui_China>. Acesso em: 02/10/16.

40

Figura 10 - Modelo de um Subsistema que identifica tipos de manutenção do

pavimento devido ao tráfego de veículos de carga

Fonte: HANG, XUHONG E HE, 2007.

Fallah Fini et al. (2014), através de pesquisas, identificou em sua

modelagem que, para encontrar a melhor e mais viável decisão de manutenção, é

necessário que se apresentem informações como a qualidade da rodovia (condições

atuais em que o pavimento se encontra), a taxa de restauração e a taxa de

deterioração, para que assim seja possível perceber como elas se relacionam.

O modelo simplificado que considera danos e reparos dos pavimentos

apresentado por Friedman (2003), aproxima-se substancialmente do modelo de

Fallah Fini et al. (2014), contemplando variáveis que são destacadas pela relevância

em um projeto de gestão de pavimentos, como por exemplo a taxa de deterioração

da rodovia e a taxa de reparo da rodovia.

Já o modelo simplificado de simuação apresentado por Salini et al. (2008),

que tem base nas redes neurais vinculadas às previsibilidades da vida útil do

pavimento, utiliza métodos de elementos finitos e testes não destrutivos, que não

necessariamente foram explorados pelos autores Friedman e Fallah Fini, porem a

métrica de dados de entrada para simulação deste modelo simplificado, utilizou

variáveis similares, como a carga dos veículos e vida útil do pavimento.

41

4 METODOLOGIA

4.1 O modelo de dinâmica de sistemas para a predição do desgaste do

pavimento

O modelo foi desenvolvido e adaptado para a realidade brasileira com base

no modelo proposto por Fallah Fini et al. (2015). A adaptação proposta é feita na

adequação dos critérios para a classificação das rodovias e as variáveis envolvidas

diretamente neste classificação como: número permitido de ciclos, dados de tráfego,

fator de carga e perfil de classificação dos veículos. Para todas as variáveis citadas

os cálculos seguiram os padrões de dimensionamento de pavimento do Manual de

Pavimentação do DNIT.

A Figura 11 apresenta o diagrama causal para o modelo em dinâmica de

sistemas proposto para a previsão do desgaste do pavimento.

Figura 11 - Diagrama de circuito causal da Deterioração e Manutenção da

Estrada

Condição Desejada

da Estrada

Orçamento de

Manutenção Desejada

Área da Estrada

em Perigo

Taxa de Deterioração

da Rodovia

Fatores de Carga e

Deterioração

Taxa de Melhoria

da Estrada

Orçamento de

Manutenção Disponível

Orçamento Atribuidos às

Operações de Manutenção

Déficit de Orçamento

de Manutenção

Atraso na

Manutenção

+

+

-+

+ +

+

++

-

+

Diagrama Causal e Loop da Deterioração e Manutenção da Estrada

.

..

B1

R1

...

....

Fonte: FALLAH FINI et al., 2015. Nota: Adaptado pelo autor

42

Nesse modelo constam as relações causais referentes ao processo de

manutenção de pontos deteriorados do pavimento, correlacionados e interligados à

orçamentação ou recurso disponível.

Tomando como ponto de partida do diagrama a variável “Área da Estrada em

Perigo” (refere-se à eminência de danos nesta parte do pavimento), nota-se que, em

paralelo com a variável “Condição Desejada da Estrada”, essas duas conectam

diretamente ao item “Orçamento de Manutenção Desejada”. No entanto, o

orçamento de manutenção desejado pode ser subdividido em “Orçamento atribuído

às operações de manutenção”, que são ações a serem realizadas de forma

preventiva durante a vida útil do pavimento, e outro ponto que liga a uma variável

em que é considerada a hipótese de Déficit de Orçamento de Manutenção, sendo

que esta última depende do Orçamento Disponível para Manutenção.

No caso de Déficit de Orçamento de Manutenção, fatalmente teremos um

Atraso na Manutenção que afetará diretamente a Taxa de Deterioração da Rodovia,

levando em consideração os Fatores de Carga que contribuem para essa

deterioração.

Sob a ótica da Taxa de Melhoria da Estrada, o Orçamento atribuído às

Operações de Manutenção será diretamente equacionado nesse looping que

aplicará aportes na Área da Estrada em Perigo.

Pode-se observar que, tanto para o conserto/manutenção da rodovia quanto

para a deterioração acelerada, temos duas séries de loopings (B1 e R1) nesse

sistema, onde o looping B1 é de reforço e o looping R1 é o de equilíbrio. A Figura

12 apresenta o diagrama de fluxo para as relações causais que representam a

degradação do pavimento no modelo proposto. Trata-se de um modelo simplificado

representando a estrutura de deterioração do pavimento, já que o módulo de

manutanção não foi implementado por não ser foco de estudo deste trabalho.

43

Figura 12 - Modelo Simplificado representando a estrutura de deterioração do

pavimento

Condição do

PavimentoTaxa de restauracao

devido a manutencaoTaxa de

deterioracao

Número atual de ciclos de

carga imposto ao pavimento

Dados de tráfgegoPerfil de classificação

dos veículos

Fatores de Carga

Taxa de dano

Número de ciclos

permitido pelo pavimento

Multiplicador

Efeito do tempo na

taxa de deterioração

BetaIdade do

pavimento

Efeito da condição dopavimento na taxa de

deterioração

AlfaDelta

ICP - Indice de

Condição do Pavimento Condição Inicial do

Pavimento

Fonte: FALLAH FINI et al., 2015.

Nota: Adaptado pelo autor.

4.2 Taxa de deterioração do pavimento

Algumas variáveis como por exemplo efeito do tempo de vida do pavimento,

danos por volume de tráfego, entre outras, são desenvolvidas e calculadas afim de

mensurar numericamente a taxa de deterioração do pavimento. Adiante serão

apresentadas as formulações para o módulo referente à esta taxa. Estas

formulações a seguir foram desenvolvidas a partir das normas e padrões praticados

nos DER’s e DNIT.

4.2.1 Taxa de deterioração do pavimento

Descreve a taxa de desgaste do pavimento em função das seguintes

variáveis:

a) efeito da condição atual do pavimento na deterioração;

b) efeito do tempo de vida do pavimento;

c) danos por volume de tráfego;

d) condição do pavimento.

Portanto, a equação para a taxa de deterioração do pavimento (1) pode ser

expressa da seguinte forma:

44

Taxa de deterioração do pavimento = Efeito da condição atual do

pavimento na deterioração X tempo de vida do pavimento X danos

por volume de tráfego X condição do pavimento X multiplicador (1)

4.2.2 Efeito do tempo de vida pavimento na deterioração

O efeito do tempo de vida do pavimento na deterioração é calculado através

da equação (2) a seguir:

(2)

4.2.3 Efeito da condição atual do pavimento na deterioração

O efeito da condição atual do pavimento na deterioração é calculado através

da equação (3) a seguir:

(3)

4.2.4 Multiplicador

Esta variável foi utilizada para representar efeitos diversos (qualidade da

fundação do pavimento, fatores climáticos, etc.) que colaboram com a degradação

do pavimento e não são considerados de maneira explicita no modelo proposto. É

um valor constante e é estimado através do processo de calibração descrito no item

5.

4.2.5 Número permitido de ciclos, dados de tráfego, fator de carga e perfil de

classificação dos veículos

O percentual de veículos de uma pesquisa com seus números de eixos

correspondentes, quando multiplicados um pelo outro, nos dá o Fator de Eixo (FE)

45

que transforma o tráfego desses veículos em número de passagens de eixos

equivalentes.

FE = P2 x 2 + P3 x 3 + ... Pn x n ; (4)

em que:

FE = fator de eixo;

P2 = % de veículos de dois eixos;

P3 = % de veículos de treis eixos;

Pn = % de veículos de n eixos;

No caso dos dados utilizados neste trabalho, o percentual de veículos de dois

eixos foi da ordem de 90% e para veículos de treis eixos, na ordem de 10%. Dessa

forma, temos que:

FE = 0,9 x 2 + 0,1 x 3 = 2,1 (4)

O Fator de Carga (FC) ou Fator de Equivalência de Operações (FEO)

relaciona o efeito da passagem de qualquer tipo de veículo com o efeito de

passagem de um veículo padrão. O cálculo do FC é feito por meio da equação (5):

FC = Σ Equivalências / 100 (5)

Dessa forma, podemos escrever a equação do cálculo de Fator de Veículo

(FV) como:

FV = FE x FC (6)

onde:

FV = Fator de Veículo

FE = Fator de Eixo

FC = Fator de Carga

Dando continuidade ao estudo proposto, deve-se observar que a utilização de

ábacos do DNIT (BRASIL, 2006) se faz necessária, na qual o Fator de equivalência

das operações é determinado em função da Carga por eixo em toneladas.

46

Conforme descrito no Manual de Pavimentos Asfálticos do DNIT, o VDM ou

Volume Diário Anual de Tráfego (VMD) correspondente ao tráfego passado,

presente e futuro da rodovia e a taxa de crescimento correspondente ao período da

análise pode ser inferida pelo ajustamento de uma equação (pelo método dos

mínimos quadrados) aos dados existentes de modo a permitir não só o cálculo

desse parâmetro ano a ano durante todo o período do projeto, como também em

anos anteriores, desde a entrada em serviço do pavimento original.

A equação utilizada na regressão linear é do tipo:

VMD = b.eaA :. Log VMD = log b + aA (7)

T=(ea-1)x100 (8)

em que:

VMD ou VDM = Tráfego Médio Diário

e = Número Neperiano

a = Coeficiente

b = Coeficiente

A = Ano desejado

T = Taxa de crescimento do VMD no período

Para determinação do número equivalente de operações do eixo padrão de

8,2 ton, temos a seguinte equação:

N = 365 x VDM x p x FC x FE x FR (9)

N = 365 x VDM x 10 x 3,366 x FE x 1,0

V0 = 2.000 / 2 = 1000 veículos (10)

FE = 0,9 x 2 + 0,1 x 3 = 2,1 (11)

VDM = VDM0 (2+p.t)/2 = VDM = 1000(2+10x0,05)/2 = 1250 (12)

N = 365 x 1250 x 10 x 2,1 x 3,366 x 1

N = 3,2 x 107

Dessa forma, temos que os valores abaixo para inserção e edição das

variáveis no modelo foram:

47

Número permitido de ciclos = 3,2 x 107;

Dados de tráfego = 2,1;

Fator de carga = 3,366;

Perfil de classificação dos veículos = 7,0686;

4.2.6 Taxa de dano

A taxa de dano é calculada pela razão entre o número atual de ciclos e o

número permitido de ciclos, em que o número atual de ciclos é calculado pelo

produto das variáveis: Dados de Tráfego, Fator de carga e Perfil de Classificação

dos veículos.

4.2.7 Indice de condição do Pavimento – ICP

O índice de condição do pavimento é calculado por:

ICP = QualidadedopavimentoX100 (13)

48

5 CALIBRAÇÃO DO MODELO

As variáveis Alfa, Beta, Delta e Multiplicador são incógnitas que foram obtidas

através do algoritmo para estimação de parâmetros disponível no software Vensim

nas versões Professional e DSS. Para a calibração, foram utilizados dados

experimentais de 8 segmentos/trechos de uma rodovia vicinal localizada no centro-

oeste mineiro. Os dados obtidos do Índice de Condição do Pavimento da rodovia,

foram inventariados pela empresa XYZ Engenharia Ltda., no período de 2010 a

2015. Este trecho é referente a estrada MG 818, de responsabilidade do DER-MG e

liga os municípios de Florestal a Pará de Minas-MG.

O Quadro 2 mostra os dados experimentais de cada trecho utilizados para a

calibração do modelo.

Quadro 2 - Dados experimentais - I.C.P. Índice de Condição do Pavimento

(Segmento 1 ao 8)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

Em relação à extensão dos segmentos, foram levantados dados de trechos

com 800m de comprimento cada um, sendo que todos teem a mesma característica

técnico construtiva, contemplando uma seção transversal composta por sub leito,

reforço de sub leito, sub base, base e capa asfáltica em CBUQ.

49

6 RESULTADOS

Fallah Fini et al. (2015) sugerem que a estimação dos parâmetros Alfa, Beta,

Delta e Multiplicador seja feita por meio de apenas um valor para todos os trechos

simulados. Entretanto, os parâmetros alfa e delta possuem relações causais diretas

com a condição atual do pavimento. Utilizar o mesmo valor dos parâmetros para

cada trecho seria equivalente a afirmar que os trechos representados pelo modelo

se desgastam igualmente e assim não levaria em consideração a condição individual

de cada trecho.

Portanto, afim de se investigar a qualidade dos resultados obtidos pela

estimação de parâmetros, serão feitos dois testes de estimação de parâmetros. O

primeiro teste (método 1), será feito buscando apenas um valor de cada parâmetro

para os 8 trechos. Um segundo teste (método 2) será feito procurando por

parâmetros distintos para cada trecho estudado.

6.1 Testes de calibração do modelo (método 1)

Os resultados referentes à estimação de parâmetros foram sintetizados em

uma tabela, em que para cada trecho, foi calculado o erro absoluto entre os anos de

2010 e 2015, conforme resumido no Quadro 3.

Quadro 3 - Erro absoluto (%) (Trecho 1 ao 8)

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Trecho 1 0 1,23 6,17 10,72 15,78 21,19

Trecho 2 0 1,23 6,17 10,72 15,78 21,19

Trecho 3 0 2,55 3,84 8,91 11,25 12,42

Trecho 4 0 1,98 3,89 6,8 2,92 3,38

Trecho 5 0 4,5 8,47 12,79 17,29 22,83

Trecho 6 0 2,56 5,17 7,73 11,24 14,81

Trecho 7 0 0,61 2,06 7,32 12,29 17,89

Trecho 8 0 2,56 5,17 7,73 11,24 14,81

Erro absoluto (%) obtido através do ajuste dos trechos - Método 1

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

50

Em relação à análise dos erros absolutos e do erro médio quadrático (rms)

obtido pelo ajuste dos trechos no método 1, constatou-se que o Trecho 4 apresentou

o melhor resultado (erro médio quadrático = 7,74%) e o Trecho 5 obteve um erro de

26,89% (erro médio quadrático), sendo o pior resultado apresentado entre os oito

trechos estudados. Vale destacar que os segmentos dos Trechos 01 e 02 tiveram

valores iguais no inventario do ICP, assim como os Trechos 06 e 08, mantendo o

mesmo erro absoluto.

6.2 Testes de calibração do modelo (método 2 )

Neste item foi feita a análise dos testes de calibração dos resultados pelo

método 2. Foram sintetizados no Quadro 4 , os erros absolutos obtidos através do

ajuste dos trechos, entre os anos de 2010 e 2015.

Quadro 4 - Erro absoluto (%) Método 2 (Trecho 1 ao 8)

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Trecho 1 0 0,2762 3,479 4,406 2,526 3,855

Trecho 2 0 0,278 3,485 4,423 2,565 3,781

Trecho 3 0 6,867 1,288 2,116 1,525 0,788

Trecho 4 0 2,215 4,692 9,634 2,394 10,24

Trecho 5 0 3,376 4,946 4,619 1,091 4,744

Trecho 6 0 0,178 1,485 2,423 1,065 0,781

Trecho 7 0 0,134 1,325 2,436 1,072 0,711

Trecho 8 0 0,178 1,485 2,423 1,065 0,781

Erro absoluto (%) obtido através do ajuste dos trechos - Método 2

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

Dos oito trechos simulados no teste de calibração do modelo pelo método 2,

serão apresentados os resultados gráficos de apenas dois segmentos, sendo o

primeiro com os melhores resultados de ajuste da calibração (Gráfico 1) e o segundo

com os piores resultados obtidos (Gráfico 2).

O trecho 7 que contempla 0,8 km de estrada foi o que melhor se ajustou na

otimização, apresentando um Erro Médio Quadrático da ordem de 2,32 %.

51

Após otimização/calibração realizada no Vensim, foram obtidos os valores do

ICP entre os anos de 2010 e 2015, correlacionados entre valores coletados em

campo pela empresa XYZ engenharia e os resultados da calibração.

No Gráfico 1, são apresentadas as duas curvas comparativas do Trecho 7

sendo que os pontos em vermelho representam os resultados obtidos pelo modelo e

os pontos em azul representam os dados levantados em campo no inventário da

XYZ Engeharia Ltda.

Gráfico 1 - Gráfico Comparativo (ICP) do Trecho 07

Calibração Trecho 7

100

100

50

50

0

0

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Tempo (anos)

Simulado

Experimental

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

O trecho 4, que contempla 0,8 km de estrada foi o que pior se ajustou na

otimização, apresentando um Erro Médio Quadrático da ordem de 11,91%.

No Gráfico 2 , são apresentadas as duas curvas comparativas do Trecho 4

sendo que os pontos em azul representam os resultados simulados e a curva em

vermelho apresenta os dados levantados em campo. Pode-se observar que neste

gráfico houve um distanciamento maior entre os pontos simulados e os pontos

experimentais. Entretanto os erros obtidos para o pior trecho estão em uma faixa

aceitável para a utilização do modelo.

52

Gráfico 2 - Gráfico Comparativo (ICP) do Trecho 04

Calibração Trecho 4

100

100

50

50

0

0

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Tempo (anos)

Simulado

Experimental

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

6.3 A dinâmica do sistema após calibração

O Gráfico 3 mostra a dinâmica dos 6 primeiros trechos estudados. A

calibração do modelo estudado, gerou dados e informações gráficas que

possibilitaram a análise comparativa de comportamento do ICP, possibilitando um

refinamento e orientação para próximos passos na gestão dos segmentos, como

previsibilidade de intervenções preventivas, corretivas e restauração completa de

trechos que atingiram ou irão atingir resultados inferiores a 50 no ICP.

53

Gráfico 3 - ICP para os 6 trechos simulados

Dinâmica dos trechos

100

100

100

100

100

10050

50

50

50

50

500

0

0

0

0

0

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Tempo(anos)

Trecho1

Trecho2

Trecho3

Trecho4

Trecho5

Trecho6

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

O desenvolvimento deste modelo teve grande relevância no que se refere à

criação de ferramentas de decisões gerenciais. Mais especificamente na Engenharia

Rodoviária, que conforme abordado na revisão bibliográfica, carece de inovações e

desenvolvimento de métodos de controle e planejamento das intervenções a serem

realizadas nas rodovias. O segmento estudado adotando-se a comparação de dados

levantados pelos métodos tradicionais confrontados com modelagens dinâmicas de

sistemas e sequencial calibração de dados, demonstrou que, a predição do

comportamento de um pavimento pode ser prevista, evitando desperdícios,

desprogramações de fluxos de caixas, maximização de pequenas patologias, entre

outras.

Das seis curvas apresentadas no Gráfico 3, podemos observar que os

segmentos de pavimento das curvas 1 e 5 tiveram um desgaste mais lento, ao longo

54

dos cinco anos analisados. Já os trechos 2, 3, 4 e 6 têm um comportamento mais

acelerado de desgaste logo nos dois primeiros anos.

O estudo realizado neste trabalho, abordou especificamente um trecho

rodoviário construído em pavimento flexível, que tem vida útil máxima estimada de

10 anos (com manutenção). Observa-se que o desenvolvimento das curvas do ICP

demonstraram uma degradação dentro da média de acordo com a literatura e

expectativa esperada nos primeiros cinco anos, em que diante do histórico do trecho

pode ser destacado a manutenção preventiva na via, evitando assim um aumento

mais acentuado do desgaste da rodovia.

A taxa de deterioração adotada e simulada neste modelo pode ser

considerada como muito próxima da realidade levantada e trabalhada pelos métodos

tradicionais e convencionais do DNIT e DER/MG por exemplo. Conforme já

destacado na revisão bibliográfica, no Brasil, a padronização e monitoramento das

estruturas de pavimento têm como referência base o Departamento Nacional de

Infra Estrutura de Transportes.

Estas curvas resultantes do modelo proposto e estudado podem auxiliar de

forma significativa na tomada de decisões para direcionamento de equipes, recursos

e priorização de segmentos pré estabelecidos, proporcionando um incremento

metodológico às práticas já existentes nos departamentos de fiscalização , controle e

executivo de rodovias brasileiras.

O modelo de dinâmica de sistema de previsibilidade do ICP (após sua

calibração), se mostrou como uma alternativa no planejamento e desenvolvimento

do PNMR entre outros projetos. O acoplamento do modelo dinâmico à estratégias de

otimização permitirá maior assertividade na alocação de recursos e tomadas de

decisões.

6.4 Análise de sensibilidade

A análise de sensibilidade é muito utilizada em estudos de cunho econômico

e financeiro, a fim de promover a viabilidade de algum projeto a ser executado. Esta

análise é de grande relevância para tomadas de decisão, visto a possibilidade de se

identificar as variáveis do projeto, porem não mensura os riscos associados. A

análise de sensibilidade tem o objetivo de medir a sensibilidade dos indicadores de

55

viabilidade a determinadas variáveis e também o grau de incerteza e risco dos

resultados obtidos.

Segundo Mattos (2006), com o passar dos anos, os pesquisadores foram

verificando que as famosas “curvas de probabiliade” não eram assim tão

indispensáveis, e o risco poderia ser analisado a contento, bastando que se

fornecesse a faixa de variação associada a cada elemento do fluxo, bem como de

seus prazos.

Hillier e Liberman (2006) afirmam que a análise de sensibilidade tem como

um de seus principais objetivos, identificar os parâmetros que são mais sensíveis, ou

seja, aqueles que não podem ser alterados sem alterar a solução ótima do

problema. Almeida (2013) afirma que existem várias formas de realizar a análise de

sensibilidade, destacando a avaliação isolada de parâmetros ou de dados de

entrada de modelos, ou então a avaliação conjunta de todos os parâmetros e dados

de entrada, ou mesmo um conjunto desses dados.

Dessa forma, a análise de sensibilidade deve ser realizada a fim de identificar

se conclusões preliminares provenientes de um modelo são robustas ou se são

sensíveis a alterações (BELTON; STEWART, 2002).

Foi realizado um estudo detalhado do modelo, em que resultados gráficos

proporcionaram determinação dos efeitos das variações em relação às curvas

geradas no processo de calibração.

6.5 Efeito do parâmetro multiplicador sobre o indice de condição do pavimento

O efeito da variável multiplicador sobre o ICP, após simulação de análise de

sensibilidade do modelo, demonstra que se for aumentado o valor deste parâmetro,

o desgaste aumenta e havendo a redução do valor do multiplicador, o desgaste

diminui.

Tal comportamento ilustra que se o valor do multiplicador for dominante,

significa que os efeitos climáticos são dominantes em relação ao desgaste causado

pelo volume de tráfego dos veículos e assim, políticas de conservação voltadas para

fatores climáticos devem ser consideradas para a conservação do pavimento.

56

Gráfico 4 - Gráfico para Análise de Sensibilidade e Efeito do Parâmetro Multiplicador

Sobre o ICP

Efeito do parâmetro multiplicador sobre o ICP

50.0% 75.0% 95.0% 100.0%

ICP[Trecho1]

100

75

50

25

02010 2011 2012 2014 2015

Anos

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

6.6 Efeito do parâmetro dados de trafego sobre o indice de condição do

pavimento

A análise de sensibilidade apresentada no Gráfico 5, mostra que um aumento

na quantidade de veículos em trânsito, levará a um maior desgaste do pavimento,

podendo em níveis extremos comprometer a rodovia em um ano de utilização.

Entretanto, um fator chama a atenção, caso o valor dos dados de tráfego

forem mínimos, um desgaste mínimo persiste, devido a outros fatores como idade do

pavimento, clima/intemperes, desgaste natural dos materiais constituintes do CBUQ

(areia, brita, CAP, pó de pedra).

57

Gráfico 5 - Gráfico para Análise de Sensibilidade e Efeito do Parâmetro Dados de

Tráfego Sobre o ICP

Efeito do parâmetro Dados de Trafego sobre o ICP

50.0% 75.0% 95.0% 100.0%

ICP[Trecho1]

100

75

50

25

02010 2011 2012 2014 2015

Anos

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

6.7 Efeito do parâmetro perfil de classificação dos veículos sobre o ICP

Pode ser observado no Gráfico 6, que um aumento de veículos com mais

eixos (consequente maior tonelagem/carga), levará a um maior desgaste do

pavimento, podendo em níveis extremos comprometer a rodovia já no segundo ano

de utilização.

Por conseguinte, se houver uma redução do fator de eixo (FE), haverá um

menor desgaste da rodovia no período analisado .

58

Gráfico 6 - Gráfico de Análise de Sensibilidade-Efeito do Parâmetro Perfil de

Classificação dos Veículos sobre o ICP

Efeito do parâmetro Perfil de Classificação dos veículos sobre o ICP

50.0% 75.0% 95.0% 100.0%

ICP[Trecho1]

100

75

50

25

02010 2011 2012 2014 2015

Anos

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

6.8 Efeito do parâmetro fator de carga sobre o ICP

O efeito do parâmetro Fator de Carga sobre o ICP é semelhante ao perfil de

classificação dos veículos e ao parâmetro dados de tráfego.

Em termos práticos, um aumento do fator de carga pode ocorrer caso o Fator

de Carga previsto fosse aumentado por exemplo, em razão da instalação de alguma

indústria na região estudada (exemplo uma indústria de extração de blocos de

rochas ornamentais), causando assim um aumento não previsto no fluxo de

caminhões de carga, e provocando uma aceleração temporal do desgaste.

59

Gráfico 7 - Gráfico de Análise de Sensibilidade - Efeito do Parâmetro Fator de

Carga sobre o ICP

Efeito do parâmetro fator de carga sobre o ICP

50.0% 75.0% 95.0% 100.0%

ICP[Trecho1]

100

75

50

25

02010 2011 2012 2014 2015

Anos

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

6.9 Efeito do parâmetro beta sobre o ICP

O Efeito do parâmetro Beta sobre o ICP foi adotado por Fallah-Finn (2015) em

seu modelo base estudado e validado nesta dissertação.

No modelo simulado neste trabalho, foi considerado uma variável nomenclada

de Beta, que tem ligação direta com a variável Efeito do Tempo na Taxa de

Deterioração. Vale destacar que, houve um efeito quase nulo desta variável sobre o

modelo estudado, não tendo tanto valor técnico para equilíbrio deste sistema,

conforme apresentado no Gráfico 8 (Gráfico de Análise de Sensibilidade - Efeito do

Parâmetro Beta sobre o ICP).

60

Gráfico 8 - Gráfico de Análise de Sensibilidade - Efeito do Parâmetro Beta sobre o

ICP

Efeito do parâmetro Beta sobre o ICP

50.0% 75.0% 95.0% 100.0%

ICP[Trecho1]

100

90

80

70

602010 2011 2012 2014 2015

Anos

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

No caso do resultado da simulação de sensibilidade realizada com o

Parâmetro Beta igual a 1, nota-se que o ICP manterá sua tendência de desgaste

superior a 50 nos 5 primeiros anos, não dependendo de restaurações neste período.

Podemos propor a ideia que acaso exista uma incerteza quanto a dados da

idade do pavimento (ausência de históricos catalogados, documentos e projetos

incorretos, entre outros), esta variável Beta poderia ser “minorada” ou “majorada”, a

fim de simular tendências probabilísticas de variações do ICP, tendendo a se

planejar ações de manutenções antecipadas, evitando possíveis desgastes

inesperados no período.

6.10 Efeito do parâmetro idade do pavimento sobre o ICP

Em relação à comparação do efeito do parâmetro Idade do Pavimento sobre o

ICP, conforme observado no Gráfico de análise de sensibilidade 9, todas as faixas

percentuais apresentadas ficam abaixo da curva do ICP gerada na calibração inicial

do modelo.

61

Conforme apresentação gráfica deste resultado, é notório que existe uma

correlação direta de resultados acerca da idade do pavimento, ou seja, quanto mais

velho o pavimento, maior será o desgaste do mesmo.

Gráfico 9 - Gráfico de Análise de Sensibilidade-Efeito do Parâmetro Idade do

Pavimento sobre o ICP

Efeito do parâmetro Idade do Pavimento sobre o ICP

50.0% 75.0% 95.0% 100.0%

ICP[Trecho1]

100

75

50

25

02010 2011 2012 2014 2015

Anos

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

6.11 Efeito do parâmetro alfa sobre o ICP

A escolha do parâmetro Alfa foi feita pelo processo de calibração. O Gráfico

10 apresenta o desenvolvimento desta análise de sensibilidade sobre o ICP.

Basicamente o papel deste parâmetro é ajustar o comportamento obtido aos

dados reais. Fisicamente ele tenta representar a aceleração ou retardo do desgaste

em função da qualidade atual do pavimento.

62

Gráfico 10 - Gráfico de Análise de Sensibilidade-Efeito do Parâmetro Alfa sobre o

ICP

Efeito do parâmetro Alfa sobre o ICP

50.0% 75.0% 95.0% 100.0%

ICP[Trecho1]

100

75

50

25

02010 2011 2012 2014 2015

Anos

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

6.12 Efeito do parâmetro delta sobre o ICP

A variável Delta interconecta diretamente com a variável Efeito da Condição

do Pavimento na Taxa de Deterioração, que por conseguinte age diretamente na

Variável Box Qualidade da Rodovia e determina o ICP no modelo.

É pertinente pontuar que nesta última análise de sensibilidade, a tendência do

ICP em relação à calibração, é uma suavização do desgaste ao longo do tempo,

tendendo a majoração de sua vida útil.

63

Gráfico 11 - Gráfico de Análise de Sensibilidade-Efeito do Parâmetro Delta sobre o

ICP

Efeito do parâmetro Delta sobre o ICP

50.0% 75.0% 95.0% 100.0%

ICP[Trecho1]

100

90

80

70

602010 2011 2012 2014 2015

Anos

Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.

64

7 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS

O último capítulo expõe as conclusões do trabalho, fornece sugestões para

novas pesquisas e aprimoramentos do Modelo Dinâmico de Sistemas para

Gerenciamento de Pavimentos.

7.1 Conclusões

Apesar de o Brasil ter a quarta maior malha rodoviária do mundo, nota-se

uma ausência significativa de novas ferramentas e inovação nos processos de

gerenciamento de rodovias no país. É notório que no século XXI, os órgãos

controladores e fiscalizadores de rodovias no Brasil, ainda demandam avaliações e

identificações das condições das rodovias de formas superficiais, através de

levantamentos de campo, gerando dados sobre os trechos mais críticos para

programação e planejamento de intervenções.

Neste trabalho, a modelagem de um Sistema de Gestão de Pavimentos

Rodoviários foi feita com o auxílio do software Vensim DS x 32, utilizando dados de

8 segmentos da rodovia MG 818, entre os municípios de Florestal e Pará de Minas-

MG, fornecidos pela empresa XYZ Engenharia Ltda. Os resultados apresentados

nas simulações dos modelos trabalhados foram satisfatórios e construtivos sob a

ótica da Engenharia Rodoviária alida à Engenharia de Sistemas.

Os desgastes e defeitos apresentados nas estruturas de pavimentos ocorrem

com temporalidades e recorrências vinculadas a fatores que vão desde o mal

dimensionamento de projeto, má execução da obra, chegando às variáveis de

fatores de carga, clima, excesso de carga, desgaste natural dos materiais, entre

outras.

Com a utilização de modelos de dinâmica de sistemas, foram realizados

experimentos e simulações capazes de apresentar previsibilidades dentro de um

espaço de tempo que apontam os momentos de possíveis ocorrências de desgastes

no pavimento, podendo ser correlacionado à severidade e prováveis causas dos

defeitos, viabilizando tomadas de decisões mitigadoras (manutenção preventiva,

manutenção corretiva e restauração) de forma analítica e estratégica para cada

aspecto apresentado.

65

Do ponto de vista econômico financeiro, essa ferramenta pode ter no futuro

grande impacto no que tange à otimização e previsibilidade de alocação de

recursos, uma vez que a determinação das datas de cada tipo de ocorrência

patológica na via propicia uma melhor programação de desembolso e empenho de

recursos do caixa desses gerenciadores.

Os benefícios alcançados por esse modelo permitem um apoio substancial ao

planejamento técnico, político e financeiro, provendo uma racional aplicação de

recursos e mudando gradualmente a forma atual de gerência de pavimentos.

7.2 Sugestões para pesquisas futuras

Na continuidade dos estudos e aprimoramento do modelo gerado nesta

dissertação (FIGURA 12) a tratativa dos recursos para manutenção e a validação

dos sistemas construídos por Fallah Fin (2015) podem promover uma visualização

mais ampla de cenários de desembolso de recursos para manutenções preventiva,

corretivas e restaurações de rodovias.

As informações a serem utilizadas nas próximas pesquisas têm que garantir

um processo de acompanhamento sistêmico dos pavimentos viários a serem

utilizados, com informações confiáveis e critérios vinculados à realidade brasileira, a

fim de proporcionar uma base para outros aperfeiçoamentos dessa ferramenta

(Vensim).

A metodologia da análise desenvolvida nesta dissertação ainda tem um vasto

campo a ser explorado, podendo ser realizados estudos vinculados às obras

rodoviárias de diversos portes, pública e privatizadas, além de vias urbanas e

demais tipos de serventias viárias. Sendo assim, são feitas as seguintes sugestões

para prosseguimento desta pesquisa:

a) estudar o sequenciamento do modelo apresentado, com a inserção de

variáveis correlatas aos custos de manutenção, tempo de recorrências e

análise de resultados obtidos comparados aos processos tradicionais;

b) implementar modelos dinâmicos de sistemas rodoviários

experimentalmente em órgãos gerenciadores de pavimentos, para obras

de implantação, duplicação, manutenção e restauração das vias, criando

assim uma prototipação mais realista;

66

c) incentivar o desenvolvimento e pesquisa de estudos técnico-científicos nas

áreas de D.S. correlacionado à engenharia rodoviária, tendo em vista a

necessidade de investimentos em infraestrutura no brasil;

d) divulgar os resultados do estudo feito para órgãos e empresas

responsáveis por rodovias federais, estaduais e municipais, além de vias

vicinais rurais.

67

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APÊNDICE A – Fórmulas das variáveis

Fórmulas das variáveis (Método 1) Trecho 1 Units: **undefined** Road Deterioration Rate= Damage Ratio*Effect of aging of pavement on deterioration rate*Effect of Road Quality on deterioration rate*Multiplier*Road Quality Units: **undefined** Road Quality= INTEG ( in-Road Deterioration Rate, 0.98) Units: **undefined** Traffic data= 2.1 Units: **undefined** Vehicle classification profiles= 7.0686 Units: **undefined** Trecho 2 in2= 0 Units: **undefined** Multiplier= 10 Units: **undefined** Road Deterioration Rate 2= Damage Ratio*Effect of aging of pavement on deterioration rate*Multiplier* Road Quality 2*Effect of road quality on deterioration rate2 Units: **undefined** Road Quality 2= INTEG ( in2-Road Deterioration Rate 2, 0.98) Units: **undefined** Trecho 3 in3= 0 Units: **undefined** Multiplier= 10 Units: **undefined**

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Road Deterioration Rate 3= Damage Ratio*Effect of aging of pavement on deterioration rate*Effect of road quality on deterioration rate 3*Multiplier*Road Quality 3 Units: **undefined** Road Quality 3= INTEG ( in3-Road Deterioration Rate 3, 0.77) Units: **undefined** Trecho 4 Multiplier= 10 Units: **undefined** Road Deterioration Rate 4= Damage Ratio*Effect of aging of pavement on deterioration rate*Effect of Road Quality on Deterioration Rate 4*Multiplier*Road Quality 4 Units: **undefined** Road Quality 4= INTEG ( in4-Road Deterioration Rate 4, 0.84) Units: **undefined** Trecho 05 Multiplier= 10 Units: **undefined** Road Deterioration Rate 5 = Damage Ratio*Effect of aging of pavement on deterioration rate*Effect of Road Quality on Deterioration Rate 5*Multiplier*Road Quality 5 Units: **undefined** Road Quality 5= INTEG ( in5-Road Deterioration Rate 5, 0.96) Units: **undefined** Trecho 06 Multiplier= 10 Units: **undefined** Road Deterioration Rate 6= Damage Ratio*Effect of aging of pavement on deterioration rate*Effect of Road Quality on Deterioration Rate 6*Multiplier*Road Quality 6 Units: **undefined** Road Quality 6= INTEG in6-Road Deterioration Rate 6, 0.9) Units: **undefined**

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Trecho 07 Multiplier= 10 Units: **undefined** Road Deterioration Rate 7= Damage Ratio*Effect of aging of pavement on deterioration rate*Effect of Road Quality on Deterioration Rate 7 *Multiplier*Road Quality 7 Units: **undefined** Road Quality 7= INTEG ( in7-Road Deterioration Rate 7, 0.99) Units: **undefined** Trecho 08 Multiplier= 10 Units: **undefined** Road Deterioration Rate 8= Damage Ratio*Effect of aging of pavement on deterioration rate*Effect of Road Quality on Deterioration Rate 8*Multiplier*Road Quality 8 Units: **undefined** Road Quality 8= INTEG ( in8-Road Deterioration Rate 8, 0.9) Units: **undefined**

Fórmulas das variáveis (Método 2)

Trecho 1 ao 8 Age of pavement= 1 Units: **undefined** Allowable number of load Cycles= 1*10^8 Units: **undefined** Alpha[Trecho]= 279005,278809,99883.5,152210,254185,199222,302206,199457 Units: **undefined** Beta= 1 Units: **undefined** Critical Condition Index[Trecho]= Road Quality[Trecho]*100 Units: **undefined** Dados Trecho1:INTERPOLATE::= GET XLS DATA( 'DadosMarcioTrecho1.xls' , 'Plan1' , 'C1' , 'C2') Units: **undefined**

82

Dados Trecho2:INTERPOLATE::= GET XLS DATA( 'DadosMarcioTrecho2.xls' , 'Plan1' , 'C1' , 'C2' ) Units: **undefined** Dados Trecho3:INTERPOLATE::= GET XLS DATA( 'DadosMarcioTrecho3.xls' , 'Plan1' , 'C1' , 'C2' ) Units: **undefined** Dados Trecho4:=GET XLS DATA( 'DadosMarcioTrecho4.xls' , 'Plan1' , 'C1' , 'C2') Units: **undefined** Dados Trecho5:= GET XLS DATA( 'DadosMarcioTrecho5.xls' , 'Plan1' , 'C1' , 'C2') Units: **undefined** Damage Ratio= (Actual number of load cycles to the road+Load factors)/Allowable number of load Cycles Units: **undefined** Delta[Trecho]= 1 Units: **undefined** Effect of aging of pavement on deterioration rate= 1+(Age of pavement/10)^Beta Units: **undefined** Effect of Road Quality on deterioration rate[Trecho]= 1+(Alpha[Trecho]*(1-Road Quality[Trecho])^Delta[Trecho]) Units: **undefined** Initial Condition[Trecho]= 0.98,0.98,0.77,0.84,0.96,0.9,0.99,0.9 Units: **undefined** Load factors= 3.366 Units: **undefined** Multiplier= 11.5205 Units: **undefined** rms1[Trecho1]= abs((Critical Condition Index[Trecho1]-Dados Trecho1)/Dados Trecho1)*100 rms1[Trecho2]= abs((Critical Condition Index[Trecho2]-Dados Trecho2)/Dados Trecho2)*100 rms1[Trecho3]= abs((Critical Condition Index[Trecho3]-Dados Trecho3)/Dados Trecho3)*100 rms1[Trecho4]= abs((Critical Condition Index[Trecho4]-Dados Trecho4)/Dados Trecho4)*100

83

rms1[Trecho5]= abs((Critical Condition Index[Trecho5]-Dados Trecho5)/Dados Trecho5)*100 Units: **undefined** Road Deterioration Rate[Trecho]= Damage Ratio*Effect of aging of pavement on deterioration rate*Effect of Road Quality on deterioration rate [Trecho]*Multiplier*Road Quality[Trecho] Units: **undefined** Road Quality[Trecho]= INTEG ( -Road Deterioration Rate[Trecho], Initial Condition[Trecho]) Units: **undefined** TIME STEP = 0.0078125 Units: Year [0,?] The time step for the simulation. Traffic data= 2.1 Units: **undefined** Vehicle classification profiles= 7.0686 Units: **undefined**

84

APÊNDICE B – Taxa de Deterioração do Pavimento (Trecho 1)

Gráfico 12 - Taxa de Deterioração do Pavimento (Trecho 1)

85

APÊNDICE C – Calibrações

Gráfico 13 - Calibração Trecho 1 – ICP

Gráfico 14 - Calibração Trecho 2 - ICP

86

Gráfico 15 - Calibração Trecho 3 - ICP

Gráfico 16 - Calibração Trecho 4 - ICP

87

Gráfico 17 - Calibração Trecho 5 - ICP

Gráfico 18 - Calibração Trecho 6 – ICP

88

Gráfico 19 - Calibração Trecho 7 - ICP

Gráfico 20 - Calibração Trecho 8 – ICP

89

ANEXO A – Mapa Rodoviário de Minas Gerais (detalhe do trecho estudado)

Figura 13 - Mapa Rodoviário de Minas Gerais (detalhe do trecho estudado)

Fonte: DER/MG.2016.

90

ANEXO B – Seção de um pavimento completo

Figura 14 - Seção de um pavimento completo

FONTE: SENÇO, 2007, p. 16.

91

ANEXO C – Exemplo de demarcação de áreas para inventário de defeitos

Figura 15 - Exemplo de demarcação de áreas para inventário de

defeitos

FONTE:BERNUCCI,2008.

92

ANEXO D – Etapas do Processo de Restauração

Figura 16 - Etapas do Processo de Restauração

FONTE:DNIT,2006.

93

ANEXO E – Deformação de Pavimento

Figura 17 - Deformação de Pavimento

FONTE:DNIT,2006.