UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE · PDF filePatricia Chakur Brum, por me receber em seu laboratório e sempre ... Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo,

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  • UNIVERSIDADE DE SO PAULO

    ESCOLA DE EDUCAO FSICA E ESPORTE

    Caquexia do cncer: potencial teraputico do treinamento fsico aerbio sobre o

    msculo esqueltico

    Christiano Robles Rodrigues Alves

    So Paulo

    2017

  • UNIVERSIDADE DE SO PAULO

    ESCOLA DE EDUCAO FSICA E ESPORTE

    Caquexia do cncer: potencial teraputico do treinamento fsico aerbio sobre o

    msculo esqueltico

    Christiano Robles Rodrigues Alves

    So Paulo

    2017

  • CHRISTIANO ROBLES RODRIGUES ALVES

    Caquexia do cncer: potencial teraputico do treinamento fsico aerbio sobre o

    msculo esqueltico

    Tese apresentada Escola de Educao Fsica

    e Esporte da Universidade de So Paulo, como

    requisito parcial para a obteno do ttulo de

    Doutor em Cincias

    rea de Concentrao: Estudos Biodinmicos

    da Educao Fsica e Esporte

    Orientador: Profa. Dr

    a. Patricia Chakur Brum

    So Paulo

    2017

  • FOLHA DE APROVAO

    Autor: ALVES, Christiano Robles Rodrigues

    Ttulo: Caquexia do cncer: potencial teraputico do treinamento fsico aerbio sobre o

    msculo esqueltico

    Tese apresentada Escola de Educao Fsica

    e Esporte da Universidade de So Paulo, como

    requisito parcial para a obteno do ttulo de

    Doutor em Cincias

    Data:___/___/___

    Banca Examinadora

    Prof. Dr.:____________________________________________________________

    Instituio:______________________________________Julgamento:___________

    Prof. Dr.:____________________________________________________________

    Instituio:______________________________________Julgamento:___________

    Prof. Dr.:____________________________________________________________

    Instituio:______________________________________Julgamento:___________

    Prof. Dr.:____________________________________________________________

    Instituio:______________________________________Julgamento:___________

    Prof. Dr.:____________________________________________________________

    Instituio:______________________________________Julgamento:___________

  • AGRADECIMENTOS

    Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo (FAPESP) pelo suporte

    financeiro durante todo o processo (16/01478-0, 14/03016-8, 12/25240-1 e 12/02528-0).

    Profa. Dra. Patricia Chakur Brum, por me receber em seu laboratrio e sempre

    acrescentar muito para o meu crescimento profissional e pessoal. Agradeo pela orientao

    durante todo o processo do doutorado e pelo constante empenho para desenvolver nossa rea

    de atuao, seja como pesquisadora, comunicadora ou mentora.

    Aos meus colegas do Laboratrio de Fisiologia Celular e Molecular do Exerccio da

    EEFE-USP. Agradeo pelas discusses enriquecedoras do cotidiano e pela dedicao em cada

    experimento realizado. Obrigado a todos pela aprendizagem proporcionada!

    Aos colaboradores de diferentes laboratrios em So Paulo que foram fundamentais

    para a realizao desse estudo e/ou para o incio de novos projetos nessa mesma temtica.

    INCOR FMUSP: Prof. Dr. Carlos Eduardo Negro; ICESP FMUSP: Prof. Dr. Roger

    Chammas, Dr. Doutor Gilberto de Castro Jr, Marcelo V. Negro, Dra. Daniele de P. Faria,

    Camila de G. Carneiro, Alexandre T. Garcez e Dra. Camila M. Melo; ICB-USP: Prof. Dr.

    Niels O. S. Cmara; Instituto Butantan: Dra. Yara Cury e Dra. Vanessa P. Gutierrez; e

    Hospital Srio-Libans: Dra. Anamaria A. Camargo e Dr. Pedro A. Galante.

    Ao Prof. Dr. Ulrik Wislff e ao Prof. Dr. Geir Slupphaug pela superviso durante o

    perodo de intercmbio na NTNU em 2013. Agradeo tambm a todos os meus colegas da

    Noruega que me ajudaram e compartilharam timos momentos durante esse perodo de

    intercmbio. Serei eternamente grato a todos envolvidos nesse processo.

    Ao Prof. Dr. Jorge L. Ruas pela colaborao e por me receber para um estgio em seu

    laboratrio no Karolinska Institutet na Sucia em 2015.

    Profa. Dra. Laurie J. Goodyear, pela superviso no perodo de intercmbio na

    Harvard Medical School em 2016 e aos meus colegas de Boston pelas interminveis

    discusses filosficas fundamentais para renovar as energias nas ltimas etapas do doutorado.

    minha famlia. Sobretudo, minha me e ao meu pai por serem os principais

    responsveis pela minha criao e educao. E minha namorada, Lilian Cruz, que apareceu

    para dar um sentido na minha vida. Agradeo pelo companheirismo, dedicao e pacincia.

    Por fim, agradeo EEFE-USP, onde fiz minha graduao (2008-2011) e doutorado

    (2012-2017). Muito obrigado aos inmeros alunos, funcionrios e docentes pela

    aprendizagem proporcionada durante esses nove anos convivendo na EEFE-USP.

  • "Exercise is not magic. It is series of chemical reactions involving muscle"

    Bruce Spiegelman

    JCI's Conversations with Giants in Medicine (2013)

  • RESUMO

    ALVES, CHRISTIANO ROBLES RODRIGUES. Caquexia do cncer: potencial

    teraputico do treinamento fsico aerbio sobre o msculo esqueltico. 2017. 137 f. Tese

    (Doutorado em Cincias) Escola de Educao Fsica e Esporte, Universidade de So Paulo,

    So Paulo. 2017.

    A caquexia do cncer uma sndrome multifatorial cuja principal caracterstica a atrofia do

    msculo esqueltico, resultando na progressiva incapacidade funcional do paciente. Essa

    sndrome est diretamente associada a uma reduo da tolerncia ao esforo fsico e uma

    menor sobrevida em pacientes com cncer. O tratamento farmacolgico para a caquexia ainda

    muito limitado, possivelmente devido caracterstica multifatorial dessa sndrome. Nesse

    sentido, as evidncias indicam que uma abordagem multimodal necessria para atenuar a

    caquexia, incluindo estratgias no-farmacolgicas como o treinamento fsico. Contudo, os

    mecanismos envolvidos nos efeitos teraputicos do treinamento fsico sobre a caquexia do

    cncer ainda foram pouco explorados. Portanto, esse estudo teve como objetivo central avaliar

    os efeitos do treinamento fsico aerbio sobre a disfuno do metabolismo energtico e a

    atrofia muscular em modelos experimentais de caquexia do cncer, alm de explorar os

    mecanismos envolvidos nos possveis efeitos teraputicos do treinamento fsico. Para isso,

    inicialmente padronizamos um modelo de caquexia em ratos utilizando injeo de clulas

    tumorais Walker 256 na medula ssea. Esse modelo apresentou consistente crescimento

    tumoral e atrofia muscular. Avaliamos sobre esse modelo os efeitos de dois protocolos

    diferentes de treinamento fsico aerbio, a saber: treinamento fsico aerbio contnuo em

    intensidade moderada (MIT, do ingls moderate intensity training) e o treinamento fsico

    intervalado em alta intensidade (HIIT, do ingls high-intensity interval training). Embora no

    tenham sido observados efeitos sobre o crescimento tumoral, o MIT e o HIIT melhoraram a

    capacidade aerbia e aumentaram a sobrevida dos animais, sugerindo que o treinamento fsico

    aerbio induz efeitos benficos durante a progresso da caquexia do cncer. De fato, o HIIT

    normalizou marcadores de estresse oxidativo e reestabeleceu a funo do msculo

    esqueltico. Com o intuito de explorar mecanismos responsveis por esses benefcios,

    realizamos uma anlise protemica de larga escala no msculo esqueltico de ratos controle,

    do modelo Walker e do modelo Walker submetido ao HIIT. Nessa anlise identificamos a

    COP9 signalosome complex subunit 2/Thyroid receptor interacting protein 15

    (COPS2/TRIP15) como uma das principais protenas alteradas, estando o seu contedo

    reduzido no msculo esqueltico de ratos com caquexia e normalizado aps a realizao do

    HIIT. Resultados similares foram observados em outro modelo experimental de cncer

    (B16F10 em camundongos) submetido ou no ao HIIT. Na prxima etapa buscamos avaliar

    se a COPS2/TRIP15 poderia apresentar um papel teraputico no msculo esqueltico. Para

    isso, realizamos a superexpresso dessa protena em miotubos primrios de camundongos. Os

    miotubos foram incubados com meio de cultura previamente condicionado em clulas

    tumorais por 48 horas para induzir disfuno do metabolismo e perda de contedo proteico.

    Contudo, a superexpresso da COPS2/TRIP15 nos miotubos no foi suficiente para impedir

    os efeitos induzidos pelo meio condicionado. Em suma, essa tese de doutorado demonstrou

    que o HIIT foi capaz de atenuar a intolerncia ao esforo fsico e normalizar o contedo de

    COPS2/TRIP15 no msculo esqueltico em diferentes modelos experimentais de caquexia do

    cncer. Esses resultados pr-clnicos abrem perspectivas de avaliar os efeitos do HIIT em

    pacientes com caquexia do cncer. Novos experimentos so necessrios para entender a

    funo da COPS2/TRIP15 no msculo esqueltico durante a progresso da caquexia.

    Palavras-chave: Exerccio; Treinamento fsico aerbio; Cncer; Caquexia; Atrofia muscular.

  • ABSTRACT

    ALVES, CHRISTIANO ROBLES RODRIGUES. Cancer cachexia: potential therapeutic

    effects of aerobic exercise training on skeletal muscle. 2017. 137 f. Tese (Doutorado em

    Cincias) Escola de Educao Fsica e Esporte, Universidade de So Paulo, So Paulo.

    2017.

    Cancer cachexia is a multifactorial syndrome characterized by skeletal muscle wasting,

    resulting in a functional impairment. This syndrome is associated with exercise intolerance

    and early mortality in cancer patients. Pharmacological treatment is still limited, perhaps due

    to the multifactorial characteristics of this syndrome. In this sense, evidences indicate that a

    multimodal approach is necessary to counteract cachex