TÓPICOS ESPECIAIS DE MATEMÁTICA
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1.1 Conceitos essenciais
................................................................................
6
1.3 Exemplos de conjuntos compostos por números
...................................... 8
2. Lógica
..........................................................................................................
12
2.2) Desenvolvimento da Lógica
...................................................................
12
2.3) Cálculo Proposicional
............................................................................
14
2.3.2) SÍMBOLOS AUXILIARES :
..............................................................
15
2.4) Tabela verdade
......................................................................................
16
2.5) O Cálculo Proposicional e A Álgebra dos Conjuntos
............................. 23
2.6) Tautologias, Contradição e Contingências.
........................................... 25
2.7) Noções de Álgebra Booleana
................................................................
28
2.7.1) Aplicações de Álgebra Booleana : Álgebra dos circuitos
................. 30
3. Teoria dos Grafos
.......................................................................................
31
3.1. Definições básicas
................................................................................
31
4. Referências bibliográficas
........................................................................
45
TÓPICOS ESPECIAIS DE MATEMÁTICA
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Frequentemente, o aluno de Ciências Aplicadas possui uma
forte
expectativa de estudos tecnológicos já no início do Curso. De fato,
até o seu
ingresso na universidade, poucos alunos têm uma noção clara da
carga de
disciplinas com ênfase teórico-formal. Assim, quando se deparam com
um
conjunto considerável de disciplinas com esta ênfase, tendem a
considerar os
estudos matemáticos como algo secundário ou de menor importância.
Nessa
apostila abordaremos alguns tópicos de uma disciplina muito
importante:
Matemática Discreta.
A Matemática Discreta aplica-se a várias disciplinas de cursos
como
Computação, Informática, Matemática, Sistemas de Informação, entre
outros...
O conteúdo dessa disciplina é relativamente extenso e é
desenvolvido com
abrangência e profundidade. Tal fato tende a levar o aluno a
centrar seu estudo
no conteúdo, dando pouca atenção aos níveis mais elevados de
raciocínio. A
consequência é que, no meio do semestre letivo (ou até antes),
muitos alunos
se sentem perdidos, não acompanhando mais o desenvolvimento da
disciplina.
A questão fundamental é o entendimento de que, tão importante
quanto o
conteúdo, é o desenvolvimento da capacidade de raciocínio abstrato
(lógico-
matemático), o qual é fortemente explorado junto com o conteúdo. Ou
seja, de
certa forma, o conteúdo é usado como um meio para o desenvolvimento
de um
raciocínio abstrato. É importante observar que o desenvolvimento do
raciocínio
é obtido gradualmente, ao longo do tempo, como conseqüência de
estudos
regulares e sistemáticos, preferencialmente após cada aula ou
tópico estudado.
Alguns conteúdos serão abordados aqui como conjuntos, Lógica
e
Grafos.
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1. TEORIA DOS CONJUNTOS
Teoria dos conjuntos é a teoria matemática que trata das
propriedades dos
conjuntos. Ela tem sua origem nos trabalhos do matemático russo
Georg Cantor
(1845–1918), e se baseia na idéia de definir conjunto como uma
noção primitiva.
Também chamada de teoria ingênua ou intuitiva devido à descoberta
de vários
paradoxos relacionados à definição de conjunto. Estes paradoxos na
teoria dos
conjuntos conduziram a Matemática a axiomatizar as teorias
matemáticas, com
influências profundas sobre a lógica e os fundamentos da
matemática. Essa
teoria teve seu início com a publicação em 1874 de um trabalho de
Cantor que
tratava sobre a comparação de coleções infinitas. O trabalho
apresentava uma
forma de comparar conjuntos infinitos pelo "casamento" 1-1 entre os
elementos
destes conjuntos.
Esta aplicação da correspondência 1-1 permitiu a Cantor introduzir
um
método de diagonalização, que por contradição, permitia provar que
o conjunto
dos números reais não tinha correspondência 1-1 com o conjunto dos
números
inteiros. Isto, mais tarde, levou ao desenvolvimento do conceito de
contínuo por
Richard Dedekind.
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Fig. 2: Richard Dedekind
teoria dos conjuntos abstratos, que constitui-se em uma
generalização do
conceito de conjunto.
Conjunto
Um conjunto é uma coleção de entidades, chamadas de elementos.
A
notação padrão lista os elementos separados por vírgulas e
delimitados por
chaves (o uso de "parênteses" ou "colchetes" é incomum e, em
determinados
contextos, considerado incorreto) como os seguintes exemplos:
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É possível descrever o mesmo conjunto de diferentes maneiras:
listando os
seus elementos (ideal para conjuntos pequenos e finitos) ou
definindo uma
propriedade de seus elementos (o que, se for feito de forma
descuidada, pode
gerar problemas, tais como o paradoxo de Russell).
Dizemos que dois conjuntos são iguais se e somente se cada elemento
de
um é também elemento do outro.
1.1 Conceitos essenciais
letras maiúsculas;
representado por letras minúsculas;
• Pertinência: é a característica associada a um elemento que faz
parte de
um conjunto;
Pertence ou não pertence
Se a é um elemento de A, nós podemos dizer que o elemento a
pertence
ao conjunto A e podemos escrever a A Se a não é um elemento de A,
nós
podemos dizer que o elemento a não pertence ao conjunto A e
podemos
escrever aA
Subconjuntos próprios e impróprios
Se A e B são conjuntos e todo o elemento x pertencente a A
também
pertence a B, então o conjunto A é dito um subconjunto do conjunto
B, denotado
por BA . Note que esta definição inclui o caso em que A e B possuem
os
mesmos elementos, isto é, são o mesmo conjunto (A = B).
Se, ao menos um elemento pertencente a B, não pertence a A, então A
é
chamado de subconjunto próprio de B, denotado por BA . Todo
conjunto é
subconjunto dele próprio, chamado de subconjunto impróprio.
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Todo conjunto também possui como subconjunto o conjunto vazio
representado por { } ou Supondo que o conjunto vazio não pertence
ao
conjunto em questão, então o conjunto vazio deve possuir um
elemento ao
menos que não pertença a este conjunto. Como o conjunto vazio não
possui
elementos, isto não é possível. Como todos os conjuntos vazios são
iguais uns
aos outros, é permissível falar de um único conjunto sem
elementos.
União, interseção e diferença
A união (ou reunião) de dois conjuntos A e B é o conjunto A
composto dos
elementos que pertencem ao menos a um dos conjuntos A eB.
A união de N conjuntos N
i
== é o conjunto formado
pelos os elementos que pertencem ao menos a um dos conjuntos S i
.
A interseção de dois conjuntos A e B é o conjunto composto dos
elementos
que pertencem simultaneamente aos dois conjuntos A e B.
A diferença entre dois conjuntos A e B é o conjunto de todos os
elementos de A
que não estão de B.
Cardinalidade
Se um conjunto tem n elementos, onde n é um número natural, então
diz-
se que o conjunto é um conjunto finito com uma cardinalidade de n
ou número
cardinal n.
Mesmo se o conjunto não possui um número finito de elementos,
pode-se
definir a cardinalidade, graças ao trabalho desenvolvido pelo
matemático Georg
Cantor. Neste caso, a cardinalidade poderá ser (aleph-0), .
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Em teoria dos conjuntos, Aleph () é uma letra usada para
representar
cardinais infinitos. A cardinalidade dos conjunto dos números
inteiros é , o
cardinal seguinte é , etc.
Usando o Axioma da escolha, pode-se demonstrar que qualquer
conjunto
não-vazio de números cardinais tem um elemento mínimo; assim, a
classe dos
números cardinais é bem ordenada e pode ser indexada pelos números
ordinais.
Esta indexação gera a notação para os números cardinais.
Produto cartesiano
O produto cartesiano de dois conjuntos A e B é o conjunto de pares
ordenados:
.
Os conjuntos são representados de diversas formas:
({});
• As propriedades ou descrições de um conjunto são representadas
dentro
das {}, após os elementos e separadas destes por :;
• Diagrama de Venn-Euler: é a representação gráfica dos
conjuntos,
através de entidades geométricas.
1.3 Exemplos de conjuntos compostos por números
Nota: Nesta seção, a, b e c são números naturais, enquanto r e s
são números
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1. Números naturais são usados para contar. O símbolo
usualmente
representa este conjunto. Na literatura matemática, é possível
encontrar
textos que incluem o zero como número natural e textos que não
incluem.
2. Números inteiros aparecem como soluções de equações como x + a =
b. O
símbolo usualmente representa este conjunto (do termo alemão Zahlen
que
significa números).
3. Números racionais aparecem como soluções de equações como a + bx
=
c. O símbolo usualmente representa este conjunto (da palavra
quociente).
4. Números algébricos aparecem como soluções de equações
polinomiais
(com coeficientes inteiros) e envolvem raízes e alguns outros
números
irracionais. O símbolo ou usualmente representa este
conjunto.
Um número algébrico é qualquer número real ou complexo que é
solução
de alguma equação polinomial com coeficientes inteiros. Em um
sentido mais
amplo, diz-se que um número é algébrico sobre um corpo quando ele é
raiz de
um polinômio com coeficientes neste corpo.
Todos os números racionais são algébricos porque qualquer fração do
tipo a
/ b é solução de
bx − a = 0. Alguns números irracionais como √2 e 31 / 3 / 2 são
também
algébricos, porque são as soluções de x2 − 2 = 0 e 8x3 − 3 = 0,
respectivamente.
Mas nem todos os reais são algébricos – como exemplo refiram-se π e
“e”.
A um número complexo não algébrico dá-se o nome de número
transcendente.
Se um número algébrico for solução de uma equação de grau n
com
coeficientes inteiros e de nenhuma de grau inferior, diz-se que é
um número
algébrico de grau n.
5. Números reais incluem os números algébricos e os números
transcendentais. O símbolo usualmente representa este
conjunto.
6. Números imaginários aparecem como soluções de equações como x 2
+ r
= 0 onde r > 0. O símbolo usualmente representa este
conjunto.
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7. Números complexos é a soma dos números reais e dos
imaginários:
. Aqui tanto r quanto s podem ser iguais a zero; então os conjuntos
dos
números reais e o dos imaginários são subconjuntos do conjunto
dos
números complexos. O símbolo usualmente representa este
conjunto.
Exercício resolvido 1
(USP) Depois de n dias de férias, um estudante observa que:
- choveu 7 vezes, de manhã ou à tarde;
- quando chove de manhã, não chove à tarde;
- houve cinco tardes sem chuva;
- houve seis manhãs sem chuva.
Calcule o valor de n.
Solução:
Seja M, o conjunto dos dias que choveu pela manhã e T o conjunto
dos dias que
choveu à tarde. Chamando de M' e T' os conjuntos complementares de
M e T
respectivamente, teremos:
n(T') = 5 (cinco tardes sem chuva) e n(M') = 6 (seis manhãs sem
chuva)
n(M T) = 0 ( quando chove pela manhã, não chove à tarde)
Assim:
7 = n(M) + n(T) – 0
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Então teremos:
n(M) + n(M') + n(T) + n(T') = 11 + 7 = 18
Mas, já temos que perceber: n (M) + n(M') = total dos dias de
férias = n
E que: n(T) + n(T') = total dos dias de férias = n
Portanto, substituindo vem:
n + n = 18
2n = 18
n = 9
Resposta: Foram nove dias de férias ou seja n = 9 dias.
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O aprendizado da Lógica auxilia os estudantes no raciocínio,
na
compreensão de conceitos básicos, na verificação formal de
programas e melhor
os prepara para o entendimento do conteúdo de tópicos mais
avançados.
Esta unidade constitui uma introdução à Lógica elementar
clássica,
procurando alcançar os objetivos gerais e específicos propostos
pela disciplina
Lógica Matemática.
Alguns autores dividem o estudo da Lógica em:
• LÓGICA INDUTIVA: útil no estudo da teoria da probabilidade;
• LÓGICA DEDUTIVA: que pode ser dividida em:
- LÓGICA CLÁSSICA- Considerada como o núcleo da lógica
dedutiva. É o que chamamos hoje de cálculo de predicados de
1a
ordem com ou sem igualdade e de alguns de seus subsistemas.
Três Princípios (entre outros) regem a Lógica Clássica: da
IDENTIDADE, da CONTRADIÇÃO e do TERCEIRO EXCLUÍDO os
quais serão abordados mais adiante.
- LÓGICAS COMPLEMENTARES DA CLÁSSICA:
Complementam de algum modo a lógica clássica estendendo o seu
domínio. Exemplos: lógicas modal , deôntica, epistêmica ,
etc.
- LÓGICAS NÃO - CLÁSSICAS: Assim caracterizadas por
“duvidar” de algum ou alguns dos princípios da lógica
clássica.
2.2) Desenvolvimento da Lógica
· PERÍODO ARISTOTÉLICO (± 390 a.C. a ± 1840 d.C.)
A história da Lógica tem início com o filósofo grego ARISTÓTELES
(384 -
322a.C.) de Estagira (hoje Estavo) na Macedônia. Aristóteles criou
a ciência da
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Lógica cuja essência era a teoria do silogismo (certa forma de
argumento válido).
Seus escritos foram reunidos na obra denominada Organon ou
Instrumento da
Ciência.
Na Grécia, distinguiram-se duas grandes escolas de Lógica, a
PERIPATÉTICA (que derivava de Aristóteles) e a ESTÓICA fundada por
Zenão
(326-264a.C.). A escola ESTÓICA foi desenvolvida por Crisipo
(280-250a.C.) a
partir da escola MEGÁRIA (fundada por Euclides, um seguidor de
Sócrates).
Segundo Kneale e Kneale (O Desenvolvimento da Lógica), houve
durante muitos
anos uma certa rivalidade entre os Peripatéticos e os Megários e
que isto talvez
tenha prejudicado o desenvolvimento da lógica, embora na verdade as
teorias
destas escolas fossem complementares.
Inicia-se com George Boole (1815-1864) e Augustus de Morgan
(1806-
1871). publicaram os fundamentos da chamada álgebra da
lógica,
respectivamente com Mathematical Analysis of Logic e formal
Logic.
Gotlob Frege (1848-1925) deu um grande passo no desenvolvimento
da
lógica com a obra Begriffsschrift de 1879. as idéias de Frege só
foram
reconhecidas pelos outros matemáticos partir de 1905. é devido a
Frege o
desenvolvimento da lógica que se seguiu.
Giuseppe Peano (1858-1932) e sua escola com Burali-Forti, Vacca,
Pieri,
Pádoa, Vailati, etc. quase toda simbologia da matemática se deve a
essa escola
italiana.
Com Bertrand Russell (1872-1970) E Alfred North Whitehead
(1861-1947)
Inicia-se o Período Atual da Lógica, com a obra Principia
Mathematica.
David Hilbert (1862-1943) e sua escola alemã com Von Neuman,
Bernays,
Ackerman e Outros.
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Kurt Gödel (1906-1978) e Alfred Tarski (1902-1983) com suas
importantes
contribuições.
Surgem as lógicas não-clássicas : N.C.A. da Costa com as
lógicas
paraconsistentes , L. A. Zadeh com a lógica "fuzzy" e as
contribuições dessas
lógicas para a informática, no campo da inteligência artificial com
os sistemas
especialistas.
Hoje as especialidades se multiplicam e as pesquisas em Lógica
englobam
muitas áreas do conhecimento.
2.3) Cálculo Proposicional
Como primeira e indispensável parte da lógica matemática, temos o
cálculo
proposicional ou cálculo sentencial ou ainda cálculo das
sentenças.
PROPOSIÇÃO: sentenças declarativas afirmativas (expressão de
uma
linguagem) da qual tenha sentido afirmar que seja verdadeira ou que
seja falsa.
· A lua é um satélite da Terra.
· Esse limão é verde.
· Matemática é uma ciência.
·
as proposições (fórmulas atômicas) .
Esse limão é verde: q
· CONECTIVOS LÓGICOS: As fórmulas atômicas podem ser combinadas
entre
si e, para representar tais combinações usaremos os conectivos
lógicos :
^: e , : ou , → : se...então , : se e somente se , ~: não
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Exemplos:
· A lua é o satélite da Terra e esse limão é verde : p ^ q (p e q
são chamados
conjuntos)
·. A lua é o satélite da Terra ou esse limão é verde: p q ( p e q
são chamados
disjuntos)
· Se a lua é o satélite da Terra, então esse limão é verde: p →q (
p é o
antecedente e q o consequente)
· A lua é o satélite da Terra se e somente se esse limão é verde. :
p q
· A lua não é o satélite da Terra : ~p
2.3.2) SÍMBOLOS AUXILIARES :
Exemplos:
· Se a lua é o satélite da Terra e esse limão é verde então a lua
não é o satélite
da Terra
2. Se A e B são fórmulas então
(A ^ B) , (A B) , (A → B) , (A B) e (~ A) também são
fórmulas.
, → , .
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Exemplo: a fórmula p ^ q ~ r→ p ~ q deve ser entendida como
(((p ^ q) (~ r)) → ( p (~ q)))
2.4) Tabela verdade
A lógica clássica é governada por três princípios (entre outros)
que podem ser
formulados como segue:
I. Princípio da Identidade: Todo objeto é idêntico a si
mesmo.
II. Princípio da Contradição: Dadas duas proposições contraditórias
(uma é
negação da outra), uma delas é falsa.
III. Princípio do Terceiro Excluído: Dadas duas proposições
contraditórias, uma
delas é verdadeira.
Com base nesses princípios as proposições simples são ou
verdadeiras ou
falsas - sendo mutuamente exclusivos os dois casos; daí dizer que a
lógica
clássica é bivalente.
Para determinar o valor (verdade ou falsidade) das proposições
compostas
(moleculares), conhecidos os valores das proposições simples
(atômicas) que
as compõem usaremos tabelas-verdade :
1.Tabela verdade da "negação" : ~p é verdadeira (falsa) se e
somente se p
é falsa (verdadeira).
p ~p
V F
F V
2. Tabela verdade da "conjunção": a conjunção é verdadeira se e
somente
os conjunctos são verdadeiros.
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p q p ^ q
V V V
V F F
F V F
F F F
3. Tabela verdade da "disjunção" : a disjunção é falsa se, e
somente, os
disjuntos são falsos.
V V V
V F V
F V V
F F F
4. Tabela verdade da "implicação": a implicação é falsa se, e
somente se,
o antecedente é verdadeiro e o conseqüente é falso.
p q p → q
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5. Tabela verdade da "bi-implicação": a bi-implicação é verdadeira
se, e
somente se seus componentes são ou ambos verdadeiros ou ambos
falsos
p q p q
V V V
V F F
F V F
F F V
6. A disjunção exclusiva (escrito como ou ≠) é uma operação sobre
dois
ou mais valores lógicos, tipicamente os valores de duas
proposições, que produz
um valor verdadeiro apenas se V(p) V(q).
Ou exclusivo chamada também disjunção exclusiva, conhecido
geralmente
por XOR ou por EOR (também XOU ou EOU), é uma operação lógica em
dois
operandos que resulta em um valor lógico verdadeiro se e somente
se
exactamente um dos operandos tem um valor verdadeiro.
Denotaremos a disjunção exclusiva de p e q, por: p q,
E leremos: “p ou q, mas não ambas”
Ou exclusivo
p q
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V V F
Exemplo 1: Construir a tabela verdade da fórmula : ((p q) ~p) → (q
^p)
uma maneira mais fácil de construir a tabela verdade, é colocar os
valores
lógicos, como segue abaixo:
V V V F V V V
V V F F V F V
F V V V F V F
F F F V F F F
((p V q) ~ p) → (q ^ p)
V V V V V
V F V F V
F V F V F
F F F F F
Resolver
primeiramente
depois...
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V V V F V V V V
V V F F V F F V
F V V V F V F F
F F F V F F F F
((p V q) ~ p) → (q ^ p)
V V V F F V V V V
V V F F F V F F V
F V V V V F V F F
F F F F V F F F F
e por último...
V V V F F V V V V V
V V F F F V V F F V
F V V V V F F V F F
F F F F V F V F F F
NÚMERO DE LINHAS DE UMA TABELA-VERDADE:
agora este...
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Cada proposição simples (atômica) tem dois valores V ou F, que
se
excluem. Para n atômicas distintas, há tantas possibilidades
quantos são os
arranjos com repetição de 2 (V e F) elementos n a n. Segue-se que o
número de
linhas da tabela verdade é 2 n
. Assim, para duas proposições são 2 2
= 4 linhas;
para 3 proposições são 2 3 = 8; etc.
Exemplo: a tabela - verdade da fórmula ((p ^ q) → r) terá 8 linhas
como segue :
p q r ((p ^ q) → r )
V V V V V
V V F V F
V F V F V
V F F F V
F V V F V
F V F F V
F F V F V
F F F F V
A "Ou Exclusivo" (XOR) goza das propriedades da associatividade
e
comutatividade, conforme podemos relembrar:
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Essa disciplina: Lógica Matemática é utilizada nos cursos que
envolve a
Ciência da Computação. Por isso, esclareceremos aqui, algumas
utilidades:
As Portas Lógicas são blocos de construção básicos na Eletrônica
Digital.
A relação entre a(s) Entrada(s) e a Saída de uma Porta Lógica pode
ser expressa
numa Tabela de Verdade.
Portas NÃO OU Exclusivo (XNOR) e OU Exclusivo (XOR)
Uma Porta OU EXCLUSIVO é uma Porta Lógica que tem duas ou
mais
Entradas. A sua Saída é 1 se e só se apenas uma das suas Entradas é
1. O
Símbolo Esquemático de uma Porta OU EXCLUSIVO com Duas Entradas
é
mostrado na Figura a seguir.
A notação da operação lógica de uma Porta OU EXCLUSIVO pode
ser
expressa por:
A B Q
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 0
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Uma Porta NÃO OU EXCLUSIVO é uma Porta Lógica que tem duas ou
mais Entradas. A sua Saída é 1 se e só se todas as Entradas estão
no mesmo
Estado Lógico. O Símbolo Esquemático de uma Porta NÃO OU
EXCLUSIVO
com Duas Entradas é mostrado na Figura 2 e a Tabela 2 é a sua
Tabela de
Verdade.A notação da operação lógica de uma Porta NÃO OU
EXCLUSIVO
pode ser expressa por:
OU EXCLUSIVO
A B Q
0 0 1
0 1 0
1 0 0
1 1 1
O Cálculo Proposicional e a Álgebra dos Conjuntos possuem
estruturas
semelhantes.
entre conjuntos:
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As variáveis proposicionais podem servir como variáveis
simbolizando
conjuntos na nova expressão. Exemplo: (( p q) ~ p)corresponde a ((
p q )
p’)
DIAGRAMAS DE EULER-VENN (John Venn 1834-1923) que são úteis
na
verificação de propriedades de operações entre conjuntos, mas não
devem ser
considerados instrumentos de prova matemática rigorosa.
1.COMPLEMENTAÇÃO : p’que corresponde à NEGAÇÃO :~p
p ~ p
1 V F
2 F V
onde as linhas (1) e (2) da tabela correspondem às regiões (1) e
(2) do diagrama
2. UNIÃO : p q que corresponde à DISJUNÇÃO: p q
p q
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as linhas (1), (2), (3) e (4) da tabela correspondem às regiões
(1), (2), (3) e (4)
do diagrama respectivamente.
A região hachurada no diagrama corresponde às linhas da tabela onde
a
fórmula p q assume valor V.
3. INTERSECÇÃO : p q que corresponde à CONJUNÇÃO: p ^ q
p q
p q p^ q
1 V V V
2 V F F
3 F V F
4 F F F
A região hachurada do diagrama corresponde à linha (1) da tabela,
onde a
fórmula p q assume valor V.
De acordo com o resultado final da tabela verdade, essa assume
nomes
especiais: tautológicas contraditórias ou contingenciais.
2.6) Tautologias, Contradição e Contingências.
A) T AUTOLOGIA ou FÓRMULA LOGICAMENTE VÁLIDA : Fórmula que
possui apenas valor V em sua tabela verdade. Exemplo : p ~ p
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P p~ p ~ p
1 V F V
2 F V V
Leis de De Morgan
Em lógica, Leis de de Morgan ou Theorem de De Morgan estão as
réguas
dentro lógica formal relacionando pares de duplo operadores lógicos
em uma
maneira sistemática expressada nos termos de negação. O
relacionamento
assim que induzido é chamado Duality de De Morgan.
não (P e Q) = (não P) ou (não Q)
não (P ou Q) = (não P) e (não Q)
As leis de De Morgan são baseadas nos verdade-valores equivalentes
de
cada par das indicações.
Augustus de Morgan, filho de John de Morgan, um tenente-coronel
em
serviço na Índia, perdeu a visão do olho direito logo após o
nascimento. Com
sete meses de idade foi para a Inglaterra com a família e aos 10
anos perdeu
seu pai. Na escola foi muitas vezes vítima de piadas e brincadeiras
cruéis de
seus companheiros devido a sua inaptidão física.
De Morgan ingressou no Trinity College, em Cambridge, em 1823, com
16
anos. Ele conseguiu seu grau de bacharel e, por causa de um teste
teológico foi
requerido no mestrado, voltou para a sua casa em Londres em 1826 e
estudou
advocacia. Em 1827 ele solicitou a cadeira de Matemática no recém
fundado
University College de Londres e apesar de não ter publicações
Matemáticas, ele
a conseguiu.
Tornou-se, em 1828, o primeiro professor de \matemática no
University
College. Sua conferência inaugural teve por título "On the study of
mathematics".
Em 1831 deixou a cadeira, mas em 1836 foi novamente chamado,
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permanecendo até 1866. Sua segunda publicação foi o livro Elements
of
Arithmetic em 1830.
O termo "indução matemática" foi definido e introduzido por De
Morgan em
1838 e sua primeira aparição foi no artigo Induction (Mathematics)
na Penny
Cyclopedia, que era publicada pela Society for the Diffusion of
Useful Knowledge.
Esta mesma sociedade também publicou um famoso trabalho de De
Morgan:
The Differential na Integral Calculus.
Outra publicação foi Trigonometry and Double Algebra, em 1849, na
qual
ele fez uma interpretação geométrica dos números complexos. De
Morgan sabia
da existência de álgebras diferentes da álgebra ordinária e
contribuiu para o
desenvolvimento da álgebra abstrata. Uma de suas maiores
contribuições foi à
reforma da lógica matemática. De Morgan se correspondeu com
Charles
Babbage, escrevendo o primeiro programa de computador para ele, e
também
com Hamilton.
Foi co-fundador e o primeiro presidente da London Mathematical
Society
em 1866, e seu filho George, um bom matemático, foi seu primeiro
secretário.
Neste mesmo ano foi eleito Fellow of the Royal Astronomical
Society. Mas ele
recusou este titulo assim como outro que recebeu da University of
Edinburgh.
Muito interessado por números, em 1864, De Morgan notou que teve x
anos
de idade no ano (43 anos no ano 1849). De Morgan faleceu em 8 de
março de
1871 em Londres.
B) CONTRADIÇÃO Fórmula que possui apenas valor F em sua tabela
verdade.
Exemplo : p ^~ p
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C) CONTINGENTE ou INDETERMINADA: Fórmula que possui valores V e F
em
sua tabela verdade.
Exemplo : p → q
2.7) Noções de Álgebra Booleana
Vimos que o Cálculo Proposicional e a Teoria dos Conjuntos
possuem
algumas propriedades em comum ou sejam são estruturas matemáticas
que,
juntamente com operações ou relações entre seus objetos obedecem
certas
regras
E, ao definir uma estrutura matemática, Álgebra Booleana, que
incorpora
as propriedades básicas do Cálculo Proposicional e da Teoria dos
Conjuntos, ou
seja, é um outro modelo de uma mesma estrutura matemática. O
conceito de
Álgebra Booleana foi formulado pelo matemático inglês George Boole
por volta
de 1850.
Por ÁLGEBRA BOOLEANA entendemos um conjunto B={p, q, r , ..}
junto
com duas operações binárias + e · em B, uma operação singular ’ em
B e dois
elementos distintos 0 e 1 de B tais que valem as seguintes
propriedades: (para
todo p , q , r em B ) :
Associativa (p + q) + r = p + (q + r) (p • q) • r = p • (q •
r)
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Idempotente p + p = p p • p = p
Absorção (p • q) + p = p (p + q) • p = p
Distributiva p + (q • r) = (p + q) • (p +
r)
Propriedades do 0 p + 0 = p p • 0 = 0
Propriedades do 1 p + 1 = 1 p • 1 = p
Quaisquer que seja p em
B, existe p’ em B tal que
p + p’ = 1 p • p’ = 0
Indicamos uma Álgebra Booleana por [ B , + , · , ’ , 0 , 1 ].
- A operação p •q pode ser denotada simplesmente por pq eliminando
o
operador • .
p • q : encontro de p e q.
p + q : junção de p e q.
p’ : complemento de p.
0 : elemento zero.
1 : elemento unitário.
Uma expressão booleana, uma fórmula e uma expressão na álgebra
dos
conjuntos, são correspondentes se substituimos ’ , + , • , = , 0 ,
1
respectivamente por ~ , , , , F , V ou ainda por: ’, , , = , ,
U
(considerando-se p , q ,.. como: elementos de B , variáveis
proposicionais ou
conjuntos respectivamente).
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2.7.1) Aplicações de Álgebra Booleana : Álgebra dos circuitos
A introdução de uma Álgebra Booleana no estudo dos circuitos
deve-se ao
matemático americano CLAUDE ELWOOD SHANNON (1916-2001) (A
Symbolic Analysis of Relay and Switching Circuits - 1938). De modo
sucinto
mostraremos esse tipo de relacionamento com a Cálculo Proposicional
e a
Álgebra Booleana.
Um interruptor é um dispositivo ligado a um ponto de um circuito,
que pode
assumir um dos dois estados, "fechado" ou "aberto". No estado
"fechado"
(que indicaremos por 1) o interruptor permite que a corrente passe
através do
ponto, enquanto no estado "aberto" (que indicaremos por 0) nenhuma
corrente
pode passar pelo ponto.
p
Fig. 5: Circuito com um interrruptor
A indicação "fechado" ou "aberto" do interruptor será conhecida com
a
indicação de p=1 ou p=0 respectivamente
2.Circuito com dois interruptores p e q:
Em paralelo indicado por p + q
p
q
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Neste caso não passa corrente se e somente p=0 e q=0 ou seja,
estão
ambos "abertos" o que corresponde no Cálculo Proposicional à tabela
verdade
da disjunção p q .
3. TEORIA DOS GRAFOS
A teoria dos grafos tem a sua origem na necessidade de representar
por
esquemas as relações existentes entre os elementos de um conjunto.
Neste
sentido, constitui um ramo específico da teoria das relações
binárias definidas
num conjunto.
A ligação entre dois vértices (quando existe) faz-se sempre nos
dois
sentidos, podendo representar-se este fato por uma aresta única
(não dirigida).
Obtém-se, assim, um grafo não dirigido (ou, simplesmente, grafo).
Embora a
teoria dos grafos seja um instrumento natural para o estudo das
relações
binárias, há, atualmente, muitos outros tópicos de Matemática quer
pura quer
aplicada para os quais o recurso à teoria dos grafos constitui uma
atitude natural.
Na figura seguinte mostraremos um exemplo de um grafo (não
dirigido).
Fig. 7: Exemplos de grafos não dirigidos Fonte:José Sousa Pinto
(1999)
3.1. Definições básicas
Chama-se grafo G (V,E) a uma estrutura constituída por um
conjunto
finito V de vértices (também designados por nós) e um conjunto
finito “E” de
arestas de tal forma que cada aresta está associada a um par de
vértices como
temos na figura: V = {1, 2, 3, 4, 5}, E = {a, b, c, d, e, f}
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Fonte:José Sousa Pinto (1999)
Se tivermos “e” como uma aresta e “v,w”como dois vértices,
escreve-se
e = {v,w} ou e ={w, v} dizendo-se então que “e” é uma aresta entre
v e w ou
que a aresta “e” liga os vértices v e w que, por este fato, se
dizem adjacentes.
Uma aresta que liga um vértice a si próprio designa-se por
laço.
Na representação de um grafo, os vértices são representados
por
pequenos círculos afetados de um símbolo que constitui o seu nome,
enquanto
que as arestas são representadas por linhas que ligam dois vértices
(segmentos
de reta ou linhas curvas).
Se entre dois vértices existir mais que uma aresta então, se for
necessário
efetuar distinções, o grafo correspondente toma o nome de
multigrafo e as várias
arestas que ligam os mesmos dois vértices também se designam por
arestas
múltiplas. No entanto, na literatura da especialidade, em geral, o
termo grafo é
empregado mesmo quando possui arestas múltiplas.
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33 WWW.INSTITUOINE.COM.BR – (31) 3272-9521
Fonte:José Sousa Pinto (1999)
Neste contexto, chama-se grafo orientado a uma estrutura G (V,E)
onde,
novamente, V é um conjunto finito de vértices e E um conjunto
finito de arcos
dirigidos. A seguir apresenta-se um exemplo de um digrafo com 6
vértices e 10
arcos dirigidos.
Fonte:José Sousa Pinto (1999)
Num dígrafo escreve-se e (v,w) para significar que e é um arco que
liga v a
w orientado de v para w. Neste caso diz-se que v é adjacente ao
vértice w, que
o arco e é incidente sobre w e emergente de v.Um grafo diz-se
simples quando
não possui laços, nem arestas múltiplas, como se segue:
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34 WWW.INSTITUOINE.COM.BR – (31) 3272-9521
Fonte:José Sousa Pinto (1999)
Um tipo de grafos com muita importância em problemas de
emparelhamento (casamentos, distribuição de grupos de tarefas por
grupos de
pessoas, etc.) são os chamados grafos bipartidos que são grafos nos
quais os
vértices podem ser separados em dois conjuntos disjuntos V e W tais
que cada
aresta liga sempre um vértice de V a um vértice de W. Neste caso
denota-se por
G (V,W;E). Na figura que se segue apresenta-se um exemplo de um
grafo
bipartido.
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Fonte: José Sousa Pinto (1999)
Um grafo diz-se nulo se possuir apenas vértices sem arestas
nem
laços; por outro lado, no extremo oposto, um grafo diz-se completo
quando
entre cada par de vértices há uma aresta. Neste último caso, se o
grafo tiver
n vértices é habitual denotá-lo por Kn. Um dígrafo diz-se completo
se entre
cada par de vértices existir pelo menos um arco. Um grafo bipartido
simples
G (V,W;E) diz-se completo se existir uma aresta entre cada vértice
de V e
cada vértice de W. Um grafo bipartido completo denota-se por K p,q
onde p
e q são o número de vértices de V e W, respectivamente.
Grafos isomorfos.
Definindo grafo como um par ordenado constituído por um
conjunto
de vértices e um conjunto de arestas, o mesmo grafo pode aparecer
com
representações pictóricas muito distintas. É por isso que é
importante dispor
de um critério que nos permita saber quando é que dois grafos
(aparentemente) distintos são afinal o mesmo grafo. Tal critério
resulta
imediatamente da noção de isomorfismo de grafos.
Definição: Dois grafos G1 (V1,E1) e G2 (V2,E2) dir-se-ão isomorfos
se
existir uma bijeção
tal que
seja uma aresta de G2 se e somente se se {u, v} for uma aresta de
G1.
Exemplo: Os grafos abaixo são isomorfos:
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Fig. 13: Exemplo de grafo Fonte:José Sousa Pinto (1999)
Para mostrar que dois grafos não são isomorfos é necessário mostrar
que
não existe qualquer bijeção entre os conjuntos de vértices
respectivos que
transformem arestas em arestas. Se dois grafos não tiverem o mesmo
número
de vértices então não são isomorfos; se tiverem o mesmo número de
vértices
mas tiverem diferente número de arestas também não podem ser
isomorfos.
Finalmente, mesmo que dois grafos tenham o mesmo número de
vértices
e o mesmo número de arestas, ainda assim eles podem não ser
isomorfos.
Por exemplo, os dois grafos
Fig. 14: Exemplo de grafo não isomorfos
Fonte:José Sousa Pinto (1999)
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têm ambos 5 vértices e 7 arestas. No entanto, não são isomorfos.
Uma forma de
mostrar é notar que os vértices a, b, d, e de G1 formam um subgrafo
completo
de G1: qualquer isomorfismo com G1 deverá transformar estes quatro
vértices
noutros quatro vértices com a mesma propriedade.
Em G2 não há quatro vértices que induza um subgrafo completo de G2
e,
portanto, este não pode ser isomorfo a G1.
Caminhos de um grafo
Chama-se caminho entre dois vértices v1 e vr num grafo a uma
sequência finita
de vértices e arestas da forma
onde, para cada j, ej é uma aresta que liga vj a vj+1. Os vértices
e as arestas de
um caminho podem não ser todos distintos. Ao número de arestas que
compõem
um caminho dá-se o nome de comprimento desse caminho.
Um caminho diz-se simples se não tiver arestas repetidas e
diz-se
elementar se todos os seus vértices forem distintos.
Um caminho no qual o vértice inicial e o vértice terminal coincidem
chama-
se circuito. Um circuito diz-se simples se não possuir arestas
repetidas e um
circuito no qual nenhum vértice é repetido exceto o vértice inicial
(terminal)
chama-se ciclo. No grafo que se segue, por exemplo,
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Fonte:José Sousa Pinto (1999)
O caminho 3e355e252e121e155e454e343 é um circuito simples (não
há
arestas repetidas e o vértice inicial e terminal coincidem), mas
não é um ciclo já
que para além do vértice inicial (que é também terminal) há outro
vértice, o
vértice 5, que está repetido.
Num digrafo estes conceitos podem ter em conta a orientação.
Chama-se
caminho orientado a uma sequência finita de arcos da forma v1, e1,
v2, e2, . . .
, er-1, vr
onde, para cada j = 1, 2, . . . , r - 1, se tem ej = (vj , vj+1). A
partir daqui define-
se caminho fechado, circuito e ciclo concordantemente.
Graus dos vértices de um grafo
Uma aresta e de um grafo diz-se incidente sobre o vértice v se este
for um
dos seus pontos extremos. Chama-se grau de um vértice v ao número
de arestas
que incidem sobre esse vértice. Um vértice diz-se ímpar ou par de
acordo com
o seu grau seja um número impar ou par respectivamente.
Temos que lembrar que um laço incide duas vezes sobre o mesmo
vértice
pelo que conta duas vezes para efeito do cálculo do grau do vértice
respectivo.
Teorema : Em qualquer grafo a soma dos graus dos seus vértices é
igual a
duas vezes o número das suas arestas.
3.2. Problemas que envolvem grafos
1) Coloração de grafos: o Teorema das quatro cores
O Problema da Coloração
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Um problema comum que ocorre quando se trabalha com a
representação
de regiões na forma de mapas coloridos é como representá-las de
forma que
cada região fique visivelmente clara e distinta das demais. A
solução para esse
problema se torna possível se para cada região for atribuída uma
cor e assim
cada uma das regiões teria uma coloração distinta das demais. Mas
todo esse
esforço em se atribuir uma cor para cada região não é necessário,
pois existe
uma técnica de coloração de mapas que diz ser possível colorir
qualquer mapa
planar, utilizando-se apenas quatro cores.
A teoria da coloração de mapas diz ser possível colorir qualquer
mapa planar
utilizando no mímino quatro cores, sendo para isso necessária a
criação de uma
lista de adjacência de todos as regiões.
Uma possível abordagem seria representar o problema proposto por
uma
lista de adjacências onde temos um vetor com as regiões que devem
ser
coloridas e uma lista com os demais elementos que são as regiões
adjacentes a
este. Para o mapa representado acima, poderiamos ter a
seguinte
representação:
Lista de Adjacências para a região A: [B, C, D]
Lista de Adjacências para a região B: [A, C, E]
Lista de Adjacências para a região C: [A, B, D, E, F]
Lista de Adjacências para a região D: [A, C, F]
Lista de Adjacências para a região E: [B, C, F]
Lista de Adjacências para a região F: [C, D, E]
Essa representação diz que as regiões B, C e D são adjacentes a
A;
as regiões A, C e E são adjacentes a B; as regiões A, B, D, E e F
são
adjacentes a C; e, analogamente é possível chegar às demais
relações.
Sendo assim, o procedimento para se atribuir as cores certas a
cada
região é o seguinte:
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· Escolhe-se uma região inicial, como por exemplo a região A
e
atribui-se uma cor a ela.
· para atribuir uma cor para B é verificado se dentre as
cores
existentes, existe uma que não esteja colorindo nenhuma região
adjacente
a B, então essa cor deverá ser escolhida. Se todas as cores
existentes
estiverem sendo utilizadas em regiões vizinhas a B, então uma nova
cor é
criada.
· o raciocínio é repetido analogamente para cada uma das
regiões
subsequentes.
Assim sendo, pode-se dizer que todas as regiões foram coloridas
com
a utilização de apenas quatro cores e que essas regiões não
possuem
nenhuma região vizinha com a mesma cor que ela possui.
2) Conjuntos de Grafos
Conjunto independente:
Na teoria dos grafos, um conjunto independente de um grafo G é
um
conjunto S de vértices de G tal que não existem dois vértices
adjacentes
contidos em S. Em outras palavras, se a e b são vértices quaisquer
de um
conjunto independente, não há aresta entre a e b.
Todo grafo tem ao menos um conjunto independente: o conjunto
vazio. Um grafo pode ter vários conjuntos independentes
distintos.
Se S é um conjunto independente de G e não existe um conjunto
independente de G maior que S, diz-se que S é um conjunto
independente
máximo de G.
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Fonte:José Sousa Pinto (1999)
3) Problemas de roteamento:
a )Sete pontes de Königsberg:
Sete pontes de Königsberg é um famoso problema histórico da
matemática
que foi uma das principais fundações da teoria dos grafos.
O problema é baseado na cidade de Königsberg (território da Prússia
até
1945, atual Kaliningrado, na Rússia), que é cortada pelo Rio
Prególia, onde há
duas grandes ilhas que, juntas, formam um complexo que na época
continha
sete pontes.. Das sete pontes originais, uma foi demolida e
reconstruída em
1935, duas foram destruídas durante a Segunda Guerra Mundial e
outras duas
foram demolidas para dar lugar a uma única via expressa. Atualmente
apenas
duas pontes são da época de Leonard Euler.
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Fig. 17: Sete pontes de Königsberg
Discutia-se nas ruas da cidade a possibilidade de atravessar todas
as
pontes sem repetir nenhuma. Havia-se tornado uma lenda popular
a
possibilidade da façanha quando Euler, em 1736, provou que não
existia
caminho que possibilitasse tais restrições.
Euler usou o seguinte raciocínio: transformou os caminhos em retas
e suas
intersecções em pontos, criando possivelmente o primeiro grafo da
história.
Então percebeu que só seria possível atravessar o caminho inteiro
passando
uma única vez em cada ponte se houvesse exatamente zero ou dois
pontos de
onde saísse um número ímpar de caminhos. A razão de tal coisa é que
de cada
ponto deve haver um número par de caminhos, pois será preciso um
caminho
para "entrar" e outro para "sair". Os dois pontos com caminhos
ímpares referem-
se ao início e ao final do percurso, pois estes não precisam de um
para entrar e
um para sair, respectivamente. Se não houverem pontos com número
ímpar de
caminhos, pode-se (e deve-se) iniciar e terminar o trajeto no mesmo
ponto,
podendo esse ser qualquer ponto do grafo. Isso não é possível
quando temos
dois pontos com números ímpares de caminhos, sendo obrigatoriamente
um o
início e outro o fim.
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b) Árvore de extensão mínima
Dado um grafo não orientado conectado, uma árvore de extensão
deste
grafo é um subgrafo o qual é uma árvore que conecta todos os
vértices. Um
único grafo pode ter diferentes árvores de extensão. Nós podemos
assinalar um
peso a cada aresta, que é um número que representa quão
desfavorável ela é,
e atribuir um peso a árvore de extensão calculado pela soma dos
pesos das
arestas que a compõem. Uma árvore de extensão mínima (também
conhecida
como árvore de extensão de peso mínimo ou árvore geradora mínima) é
então
uma árvore de extensão com peso menor ou igual a cada uma das
outras árvores
de extensão possíveis. Generalizando mais, qualquer grafo não
direcional (não
necessariamente conectado) tem uma floresta de árvores mínimas, que
é uma
união de árvores de extensão mínimas de cada uma de suas
componentes
conexas.
Um exemplo de uso de uma árvore de extensão mínima seria a
instalação
de fibras óticas num campus de uma faculdade. Cada trecho de fibra
ótica entre
os prédios possui um custo associado (isto é, o custo da fibra,
somado ao custo
da instalação da fibra, mão de obra, etc). Com esses dados em mãos
(os prédios
e os custos de cada trecho de fibra ótica entre todos os prédios),
podemos
construir uma árvore de extensão que nos diria um jeito de
conectarmos todos
os prédios sem redundância. Uma árvore geradora mínima desse grafo
nos daria
uma árvore com o menor custo para fazer essa ligação.
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Objetivo: minimização do custo de percurso de um grafo entre
dois vértices, custo este dado pela soma dos custos de cada
aresta
percorrida.
por exemplo, o Dijkstra e Floyd
• Algoritmo de Dijkstra: determina o custo ou distância
mínima
entre uma origem e um destino.
• Algoritmo de Floyd: determina os custo ou distâncias
mínimas
entre todos os pares de vértices
d) Problema da inspeção de Rotas (também conhecido como o
"Problema
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Percursos Eulerianos: percurso que usa cada ligação exatamente
uma
vez como o Problema do Carteiro Chinês.: “o carteiro deseja
percorrer
todas as ruas da sua rota um número mínimo de vezes
e) Problema do caixeiro viajante
Percursos Hamiltonianos: percurso que visita cada vértice uma
única
vez, como o problema do Caixeiro Viajante:
O problema do caixeiro-viajante consiste na procura de um circuito
que
possua a menor distância, começando numa qualquer cidade, entre
várias,
visitando cada cidade precisamente uma vez e regressando à cidade
inicial
(Nilsson, 1982).
4) Fluxos de rede:
5) conjectura da reconstrução
a. Rotulação canônica?
c. Máximo subgrafo comum
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FRANK AYRES JR. - Álgebra Moderna - - Mcgraw-Hill do Brasil Ltda. -
1971
GERSTING, J.L.; Fundamentos matemáticos para a Ciência da
Computação.
RJ: LTC, (2001).
Didáticos, número 16, (2004), 258 p., ISBN 85-241-0691-3.
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(1981).
PINTO, José Sousa (1999). Disponível em: Tópicos de Matemática
Discreta
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2010.
POZO, J.I.; A solução de problemas: aprender para resolver,
resolver para
aprender. Porto Alegre, ArtMed, (1998), 177 p., ISBN
85-7307-356-X.
SCHEINERMAN, E.R.; Matemática discreta: uma introdução. São
Paulo.
Thomson Learning Ltda, (2003), ISBN 85-221-0291-0.