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AGROECOLOGIA: Princípios e Conceitos

REvolução verde e agroecologia 2

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AGROECOLOGIA:Princípios e Conceitos

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Histórico do Uso da terra:

Sentido da Colonização: Agricultura como nervo econômico Monocultivos Mão de obra escrava Plantio em larga escala Produtos para exportação

Revolução Verde Industrialização da Agricultura EUA 1940 Brasil 1960 Monocultivos, uso intensivo de maquinários, incentivos

governamentais (crédito FARTO, assistência técnica, pesquisa etc) sementes “melhoradas”, insumos: agrotóxicos e adubos

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Revolução Verde

- Objetivo: Teoria Malthus - Crescimento da

população deveria por isso aumentar a produção de alimentos.

Falta (va) alimentos no supermercado? O que se produzia ficava para garantir a segurança alimentar no país?

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- Produção em larga escala- monocultivos- uso intensivo de maquinários e insumos- “Alimentos” - “produtos”- Agri “cultura” - Agro “negócio”- Lógica de produção CONTINUA sendo a do MERCADO

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CONSEQÜÊNCIAS:a- Ambientais:

Sistemas de produção insustentáveis Destruição dos solos Destruição da biodiversidade Avanços sobre áreas de fronteiras

Desmatamento é responsável aproximadamente 30% do dióxido de carbono

Uso intensivo de agrotóxico leva ao surgimento de resistência de doenças aos princípios ativos

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b) ECÔNOMICAS: Aumento do custo de produção, insumos

caros não permitindo retorno econômico suficiente aos pequenos agricultores.

Perda da terra por dívidas Embargos por alguns países principalmente

pela União Européia (carne) Domínio de mercado de insumos (união de

grandes multinacionais) Baixa geração de empregos

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c) SOCIAIS: Exclusão de pequenos agricultores por

endividamento Perda de AUTONOMIA sobre a produção Desemprego: sistemas extensivos geram

poucos empregos Desvalorização do conhecimento

tradicional Êxodo Rural

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d) SAÚDE: E efeitos das aplicações de

agroquímicos organoclorados, usados a partir do pós Segunda Guerra até o início dos anos 1980, são sentidos ainda hoje, sendo causa de várias doenças (a exemplo do câncer de mama), conforme indicam vários estudos e pesquisas.

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Modelo da Revolução Verde

- INSUSTENTÁVEL

- Concentrador de capital (máquinas, sementes, agrotóxicos, adubos)

- Concentrador de terra: Censo Agropecuário 2006 mostra uma elevação no índice de Gini

- Transgênicos: interesses monopólicos transnacionais X setor competitivo nacional; conglomeração de capital (químico, farmacêutico e biotecnológico)

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Ciclo do empobrecimento de agricultures

Industrialização Lucro / mercado crescente

Deterioração da reprodução reduzida economia empresarial

Endividamento

* Desativação (êxodo)

* Recampesinização (nova configuração a partir da privação e dependência – busca por autonomia AGROECOLOGIA

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AGROECOLOGIA:Princípios e Conceitos

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Agriculturas Sustentáveis

Em diversos países, surgiram versões destas agriculturas alternativas, com diferentes denominações: orgânica, biológica, ecológica, biodinâmica, regenerativa, permacultura, etc.

Na busca e construção de novos conhecimentos, foi que nasceu a Agroecologia, os seus princípios passaram a contribuir para o estabelecimento de um novo caminho para a construção de agriculturas de base ecológica

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Conceito de Agroecologia

Agroecologia, mais do que simplesmente tratar sobre o manejo ecologicamente responsável dos recursos naturais, é uma ciência que, partindo de um enfoque holístico e de uma abordagem sistêmica, pretende contribuir para que as sociedades possam redirecionar o curso alterado da coevolução social e ecológica, nas suas mais diferentes inter-relações e mútua influência. Sua matriz disciplinar é integradora de saberes, conhecimentos e experiências de distintos atores sociais.

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Abordagem:

Inter, multi e transdisciplinar; Ensinamentos presentes no saber

popular e nos conhecimentos gerados no âmbito da Física, da Economia Ecológica e Ecologia Política, da Agronomia, da Ecologia, da Biologia, da Educação e Comunicação, da História, da Antropologia e da Sociologia, e outras

Sistêmica e Holística;

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Agroecologia e Complexidade “O pensamento complexo é o

pensamento que se esforça para unir, não na confusão, mas operando diferenciações”. (Morin, 1999)

A Agroecologia não se enquadra no paradigma convencional, cartesiano e reducionista, conhecido como o paradigma da simplificação (disjunção ou redução)

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Princípios da Agroecologia:

Novas relações do homem com outros homens e destes com os outros seres vivos e com o meio ambiente;

Novo enfoque paradigmático, capaz de unir os saberes populares com os conhecimentos criados por diferentes disciplinas científicas, de modo a dar conta da totalidade dos problemas e não do tratamento isolado de suas partes.

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Princípios da Agroecologia:

A Agroecologia articula os diferentes conhecimentos, de distintas disciplinas e campos da ciência, para conformar este novo paradigma do reino da complexidade.

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Fonte: Caporal e Costabeber, 2009

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Princípios Agroecologicos

Transição Agroecológica: a massificação dos processos de manejo e desenho de agroecossistemas mais sustentáveis valorizando o potencial endógeno;

Segurança Alimentar: a necessidade de produção de alimentos em quantidades adequadas e de elevada qualidade biológica para toda a sociedade;

Agroecologia pressupõe o uso de tecnologias heterogêneas adequação às características locais e à cultura. (Não aos pacotes)

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Princípios Agroecológicos:

Pesquisas : lançar mão de conhecimentos científicos e populares que ficaram à margem das propostas desenvolvimentistas.

Metodologias participativas: que levem em conta a diversidade sociocultural e ecológica ;

potencial endógeno constitui um elemento fundamental e ponto de partida de qualquer projeto de transição agroecológica

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Assim.....

Pode-se afirmar que a Agroecologia se constitui num paradigma capaz de contribuir para o enfrentamento da crise socioambiental da nossa época se constituindo numa nova ética.

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Ética

“reflexão sobre as atitudes e ações apropriadas com respeito aos seres e processos com relevância, onde a relevância tem que ver com o fato de que estes seres e processos têm importância em si mesmos” (HEYD, 2003).

“A aplicação da ética ambiental, na prática, significa não somente que temos que ter em conta os efeitos sobre o meio ambiente mais próximo, senão que também os impactos que as atividades podem ter a alguma distância no espaço ou no tempo”

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Nova ÉTICA

Relação com o outro: COOPERAÇÃO

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Interação HOMEM e MEIO AMBIENTE Futuras gerações: solidariedade

intergeracional Respeito às formas de VIDA: respeito à

vida nos remete também à necessidade de desenvolver uma “ética do cuidado”,

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Exemplos de ética ambiental

a emissão de gases que podem causar tanto o aquecimento global, através do aumento do efeito estufa, com conseqüências climáticas catastróficas a médio e longo prazos;

problemas específicos no curto prazo (doenças pulmonares em populações urbanas, decorrentes da poluição do ar, por exemplo);

a difusão de organismos transgênicos sem um estudo prévio de seus possíveis efeitos no ambiente e sobre a saúde humana,;

a contaminação do solo e da água com resíduos químicos de longa persistência

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Sinais de mudanças:

O processo de ecologização em curso, as experiências dos agricultores, as mudanças que começam a aparecer nas instituições de ensino, os grupos de resistência presentes no interior das organizações de pesquisa e extensão rural, além e, principalmente, a crescente consciência da sociedade sobre os problemas sócio-ambientais da nossa época, são sinais positivos de que a mudança é possível.

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Conclusão:

É fundamental que se busquem novas abordagens para o enfrentamento dos problemas agrícolas e agrários, que reconheçam na diversidade cultural um componente insubstituível, que partam de uma concepção inclusiva do ser humano no meio ambiente, com estratégias apoiadas em metodologias participativas, enfoque interdisciplinar e comunicação horizontal. Enquanto ciência integradora de distintas disciplinas científicas, a Agroecologia tem a potencialidade para constituir a base de um novo paradigma de desenvolvimento rural sustentável.

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Obrigada! Jurandi oliveira