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Projeto Político-pedagógico para a EJA - Educação de Jovens e Adultos da Escola Municipal Acadêmico Vivaldi Moreira em Belo Horizonte MG.
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PREFEITURA DE BELO HORIZONTE
ESCOLA MUNICIPAL “ACADÊMICO VIVALDI MOREIRA” EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA - NOTURNO
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
EJA EDUCAÇÃO DE JOVENS
E ADULTOS
BELO HORIZONTE, OUTUBRO/2012
"Educar e educar-se, na prática da liberdade, é tarefa daqueles que pouco sabem - por isto sabem que sabem
algo e podem assim chegar a saber mais - em diálogo com aqueles que, quase sempre, pensam que nada sabem, para que estes, transformando seu pensar que nada sabem em saber que pouco sabem, possam igualmente saber mais".
(Paulo Freire)
Sumário
1. IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA 1
2. IDENTIFICAÇÃO DA DIREÇÃO, COORDENAÇÃO E CORPO DOCENTE 2
3. CARACTERIZAÇÃO DOS ESTUDANTES DA EJA 3
4. FINALIDADE E OBJETIVOS DA PROPOSTA 5
5. CONCEPÇÃO DO TRABALHO 6
6. METODOLOGIA 7
7. ORGANIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS E SABERES 9
7.1. LINGUAGENS E CÓDIGOS 11
A) CAPACIDADES MÍNIMAS A SEREM DESENVOLVIDAS EM LINGUAGENS E CÓDIGOS PARA A CERTIFICAÇÃO 11
B) CAPACIDADES MÍNIMAS A SEREM DESENVOLVIDAS NA PRÁTICA DE PRODUÇÃO DE TEXTO PARA CERTIFICAÇÃO 12
7.2. CIÊNCIAS DA NATUREZA 13
A) CAPACIDADES MÍNIMAS A SEREM DESENVOLVIDAS EM MATEMÁTICA PARA A CERTIFICAÇÃO 14
B) CAPACIDADES MÍNIMAS A SEREM DESENVOLVIDAS EM CIÊNCIAS FÍSICAS E BIOLÓGICAS PARA A CERTIFICAÇÃO 15
7.3. CIÊNCIAS HUMANAS 16
A) CAPACIDADES MÍNIMAS A SEREM DESENVOLVIDAS EM CIÊNCIAS HUMANAS PARA CERTIFICAÇÃO 17
8. ORGANIZAÇÃO DO FUNCIONAMENTO ESCOLAR: O TEMPO DA EJA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL 18
8.1. DURAÇÃO DO TEMPO DAS AULAS 19
8.2. CRITÉRIOS PARA TERMINALIDADE 20
8.3. APURAÇÃO DA FREQUENCIA E AFASTAMENTO TEMPORÁRIO 21
8.4. INGRESSO DO ESTUDANTE E UTILIZAÇÃO DE MECANISMO PARA REENTURMAÇÃO 22
9. PERFIL DOS PROFISSIONAIS E PROCESSO DE FORMAÇÃO 23
10. CONCEPÇÃO E INSTRUMENTO NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO 24
10.1. ESTUDANTES 24
10.2. PROPOSTA PEDAGÓGICA 25
10.3. CORPO DOCENTE 25
10.4. ESCOLA 25
11. ESTRATÉGIA DE DEMOCRATIZAÇÃO DO ESPAÇO E DAS RELAÇÕES ESCOLARES 26
11.1. PARTICIPAÇÃO DOS PROFISSIONAIS E DA COMUNIDADE ESCOLAR NOS PROCESSOS DE DECISÃO DA ESCOLA 26
11.2. REGISTRO E DIVULGAÇÃO DOS ACORDOS E NORMAS ESCOLARES TIRADOS NO COLETIVO, PRINCIPALMENTE QUANTO A NORMA DE CONVIVÊNCIA E AO USO DO ESPAÇO FÍSICO DA ESCOLA. 26
11.3. DESCRIÇÃO DO DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DAS PROPOSTAS (CRONOGRAMA DAS AÇÕES) 27
12. ANEXOS 29
12.1. FOLHA DE PRESENÇA DIÁRIA 29
12.2. FICHA DE AFASTAMENTO TEMPORÁRIO 30
12.3. MAPA CONCEITUAL 31
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1 – IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA
A Escola Municipal “Acadêmico Vivaldi Moreira” funcionou, até 2006,
provisoriamente, no salão paroquial da igreja Nossa Senhora do Belo Ramo. Lá
havia um salão principal, uma quadra de esportes e onze salas que se organizam
em pavimentos. Corredores e escadas fazem a ligação entre esses pavimentos.
Atrás do palco do salão principal há duas pequenas salas. Uma era utilizada pela
comunidade como depósito. A outra era organizada como sala de computadores
para professores. Uma pequena sala ao lado era utilizada como secretaria da
escola. Desse mesmo lado havia uma pequena área de serviço, a cozinha e a
despensa. Na entrada do salão principal foram colocadas mesas e bancos que
utilizados como área de merenda.
Do outro lado do salão foram organizadas três salas com divisórias de
madeira que eram utilizadas da seguinte forma: Sala dos Professores, sala da
Coordenação, sala da Direção. Nesse mesmo lado havia duas pequenas salas
usadas como depósitos: uma pela comunidade e outra pela escola.
A igreja foi construída em cima do salão principal. O pátio que dá acesso a
igreja dá também acesso às salas localizadas no nível superior da construção.
Hoje, em outubro de 2012, o Projeto de EJA já funciona no prédio novo,
estando bem acomodado em suas 8 (oito) turmas, sendo 2 (duas) EPA – Em
processo de Alfabetização com 67 alunos matriculados e 47 frequentes e 6 (seis)
EPC – Em processo de Certificação com 189 alunos matriculados e 151 frequentes.
A estrutura da escola localizada na Rua Agenor de Paula Estrela, 380. Bairro
Jaqueline, é:
Um prédio com dois andares, sendo que no térreo há um pátio coberto, cantina,
biblioteca, sala de audiovisual, banheiros coletivos e dependências para o serviço
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administrativo e pedagógico;
Uma rampa dá acesso ao segundo andar que se constitui com quinze salas de
aulas, banheiros coletivos, sala de informática e laboratório;
Um prédio anexo destinado ao trabalho com educação infantil;
No pátio externo há uma quadra de esportes, vestiários feminino e masculino e
estacionamento.
Além de suas turmas internas a Escola tem perfil e disponibilidade para
atender turmas externas conforme o desejo e as necessidades da Comunidade
Escolar, condicionado apenas à manifestação da demanda pela sociedade ou por
chamada pública pelo Poder público.
2 - IDENTIFICAÇÃO DA DIREÇÃO, COORDENAÇÃO E
CORPO DOCENTE
A direção está sob a responsabilidade de Honorina Alkimim Ribeiro Galvão
(diretora) e Adriana Fernandes Lameirinhas (vice-diretora). A coordenação
pedagógica é realizada por Dalvit Greiner de Paula e a coordenação de turno por
Roberto Carvalho da Silva. A equipe docente é constituída por: Josiane Aparecida da
Silva, Norma Lúcia de Souza, Thaís Gomes da Silva, Sônia Regina Silva Rios,
Dalton Alves Ferreira, Drake Helio Matta Fagundes, Ademária Fernandes da Silva,
Davidson Furtado Moreira, Norma Lúcia de Souza, Jussara Renna de Negreiros
Guerra, Maria Regina Moreira Silva.
Esse grupo de profissionais tem como proposta o trabalho coletivo, a
integração com os profissionais que trabalham em outros turnos da escola e a
relação com a comunidade. Procura organizar o currículo a partir da realidade e
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demanda dos jovens e adultos. A sensibilização em relação às expectativas dos
estudantes é orientadora na busca de formação dos professores, da seleção dos
conhecimentos a serem trabalhados, da escolha das metodologias de trabalho e da
organização dos tempos. Os profissionais têm consciência de sua responsabilidade
quanto às ações de intervenção e estabelecimento de conflito para a construção de
novos conhecimentos por parte do educando. Faz também dessa tensão,
oportunidade para a formação pessoal e profissional. Por isso, utilizam a prática do
planejamento ação e revisão individual e coletiva para a interação dinâmica com os
processos educativos. Assim os caminhos são traçados, trilhados, avaliados e
reconstruídos conforme os encontros e desencontros que vão acontecendo, tecendo
um diálogo entre a teoria e a prática.
Há espaço para a criatividade, o crescimento e o prazer de trabalhar. Há
uma atitude de acolhimento e atenção aos processos de cada sujeito e aos
movimentos da sociedade (sociais, políticos, históricos, religiosos, culturais e
tecnológicos).
A abertura do coletivo de profissionais e estudantes à diversidade tem sido
construída através do diálogo, do respeito e do acompanhamento individualizado
quando necessário.
3 - CARACTERIZAÇÃO DOS ESTUDANTES DA EJA
Os estudantes que participam da Educação de Jovens e Adultos na EMAVM
são pessoas que querem se apropriar melhor do uso da linguagem escrita, ampliar
seus conhecimentos de mundo, buscando instrumentos para uma maior participação
na sociedade. As idades variam de 15 a 80 anos assim distribuídas:
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5% com idade acima de 60 anos;
5% com idade entre 40 e 50 anos;
70% com idade entre 20 a 40 anos;
5% com idade abaixo de 20 anos;
As pessoas com mais idade buscam a escola, na maioria das vezes, como
uma oportunidade que nunca tiveram, devido ao trabalho infantil. Buscam uma
motivação para a vida e um renovar dos pensamentos para a inclusão social nas
famílias, igrejas, comunidade e até no trabalho.
Grande parte destes estudantes não teve a oportunidade de estudar na
infância devido a distante localização das escolas e o ingresso em tenra idade no
mundo do trabalho para auxiliar na renda familiar.
Eles procuram a escola em busca de melhores colocações no trabalho,
adquirirem conhecimentos que auxiliem na educação dos filhos e nas relações
sociais.
Alguns adolescentes que ficaram sem vaga nos cursos regulares, por
motivos diversos, procuram a EJA como uma alternativa de continuação dos
estudos. Estes adolescentes apresentam perfil para EJA por pertencerem à classe
trabalhadora, enfrentando dificuldades em relação ao trabalho, saúde, estrutura
familiar e moradia.
A diversidade de gerações se faz presente e precisa ser considerada afim de
que as especificidades de cada sujeito sejam contempladas na busca de garantir o
acesso e a permanência na escola.
A convivência e a troca favorecem o compartilhar das buscas pessoais; a
interação na troca de informações acerca de oportunidades de trabalho e
solidariedade através de ações de acolhimento e apoio nos momentos difíceis.
A marca da exclusão social é visível na ansiedade e na exigência pessoal no
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processo de aprender na dificuldade em aceitar uma escola que visa fortalecer e
contribuir com a organização dos conhecimentos acumulados na vida; na carência
de serem escutados em suas dores, angústias e lutas, no preconceito em relação às
diferenças, na visão do professor como alguém cheio de poder porque tem
conhecimento.
Em geral, são pessoas cheias de esperança que buscam uma vida melhor.
Encontra na escola instrumentos para defenderem seus direitos saberem aonde ir
quando desejarem algo, vencendo gradativamente a timidez e outros obstáculos
sociais.
4 - FINALIDADE E OBJETIVOS DA PROPOSTA
A proposta pedagógica para a Educação de Jovens e Adultos da Escola
Municipal Acadêmico Vivaldi Moreira tem por finalidade que o educando
desenvolvam habilidades e competências para ler a realidade, interpretá-la e
organizar-se como sujeito crítico, capaz de exercer de forma plena sua cidadania.
O objetivo geral do trabalho é promover uma revisão do mundo atual.
Objetivos específicos:
Reconstruir a realidade a partir de leituras feitas;
Reconhecer-se como protagonista na construção da história;
Perceber-se como parte integrante do meio ambiente;
Promover o autoconhecimento e agir autônomos;
Promover a apropriação dos códigos formais da ciência e das práticas sociais.
Promover a inclusão dos jovens e adultos na sociedade.
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5 - CONCEPÇÃO DO TRABALHO
A democratização da Escola Pública e a universalização do acesso à escola
já são uma realidade que se concretizou tendo em vista a política educacional
implementada pelos governos Federal, Estadual e Municipal.
Contudo, essa conquista, trouxe um desafio para nós, educadores: fazer da
permanência na escola uma oportunidade de efetivo desenvolvimento de
todos, através de um processo de inclusão, no qual estão contemplados os
sujeitos com perfil para Educação de Jovens e Adultos – EJA.
Embora as oportunidades de escolarização tenha se ampliado, os resultados
apontam níveis insatisfatórios de aprendizagem, o que nos leva a repensar as
praticas pedagógicas adotadas.
Diante disso, procuramos fundamentar a Proposta Curricular em concepções
e teorias pedagógicas que acreditam numa prática voltada para a qualidade do
processo educativo, para a formação integral do sujeito portador de direitos e
deveres, sendo capaz de usá-los moral e eticamente. Temos como pressupostos
básicos:
Uma concepção de educação, de cunho humanista, visando o desenvolvimento
integral do sujeito situado em sua existência espaço-temporal, em suas reais
necessidades e interesses, em suas condições de vida e possibilidades.
Professores e estudantes interagem como sujeito situado em um contexto, em
uma realidade social específica.
A ação educativa faz parte do processo de construção da cidadania e dele não
pode ser desvinculada.
A visão interdisciplinar dos conhecimentos anteriores e os conhecimentos novos
que vão sendo incorporados e vivenciados pela experiência concreta do fazer e
do aprender devem ser uma prática contínua do trabalho escolar.
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Frequentemente se nos coloca a questão “sob qual concepção de
aprendizagem desejamos que os sujeitos aprendam? Caminhar passo a passo
decorando os conteúdos e repetindo soluções, ou participar do processo de
construção do conhecimento, observando, refletindo, interpretando e criando?”
O processo construtivo do conhecimento constitui-se como fator essencial
para a efetivação da finalidade fundamental dessa proposta: a de fornecer ao jovem
e adulto os meios para seu posicionamento na luta pela construção da democracia,
habilitando-os ao exercício público da participação, através do desenvolvimento da
competência associada á cidadania.
Nesse sentido, as relações entre teoria e prática, reflexão e ação são
princípios norteadores. Este modo de fazer educação destaca a capacidade de
aprender com outro, de discutir, de procurar soluções para desafios, de selecionar
informações e encontrar estratégias pessoais para solucionar problemas e
demonstrar disponibilidade para aprender sempre mais.
O trabalho empreendido pela escola visa o desenvolvimento da consciência
do coletivo e a importância do grupo. Desse modo, a capacidade de aprender a
partir do contato com o ponto de vista dos outros é fator de desenvolvimento e
amadurecimento.
6 - METODOLOGIA
Nossa metodologia é baseada nos seguintes princípios:
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Significação dos conteúdos;
Construção de novos conhecimentos, tomando com ponto de partida o saber do
estudante;
Adequação das atividades à maturidade e dimensão do mundo dos adultos;
Organização integrada e não linear dos conteúdos (a espiral e a rede de
reações);
Problematização da realidade, a fim de provocar a compreensão de conceitos e a
expressão do estudante;
Exploração das simbologias, dos procedimentos, dos instrumentais das áreas de
conhecimento, tendo como foco as praticas sociais.
Os conteúdos são trabalhados, preferencialmente, sob a perspectiva da
SIGNIFICAÇÃO (busca dos sentidos, dos significados, da compreensão do objeto
de estudo), privilegiando a metodologia da Pedagogia de Projetos, que possibilita
aprender a aprender de maneira reflexiva e com a dinâmica de que as tarefas
diárias desenvolvidas em nossa sociedade exigem: habilidades para planejar,
executar e avaliar objetos, ações, eventos e ideias. Enfim, habilidades para realizar
PROJETOS DE VIDA!
Por isso, são propostas atividades desafiadoras, que promovem o
desenvolvimento do raciocínio e atividades que evocam o contexto social e histórico
do estudante.
A abordagem dos conteúdos e feita de forma a desencadear uma série de
raciocínios que surgem nas situações vividas na escola e fora dela promovidas por
professores, estudantes e/ou por outros sujeitos sociais. Estas experiências e
situações possibilitam análises reflexivas que favorecem a compreensão de
conceitos diversos sobre a linguagem, o pensamento lógico-matemático, o
conhecimento social e a metodologia científica.
A partir da compreensão de conceitos gerais e específicos, o estudante é
desafiado e estimulado a aplicar os conceitos apreendidos nas situações cotidianas
da vida.
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São pilares desta forma de abordar os conhecimentos: a observação, a
experiência, a comparação, o levantamento de hipóteses, a conclusão, a elaboração
oral e escrita dos conceitos, a aplicação e, sempre que necessário, a memorização
dos conceitos apreendidos e ou construídos.
As estratégias adotadas na abordagem do conhecimento visarão possibilitar
ao estudante o desenvolvimento das habilidades de: observar, comparar, analisar,
argumentar, opinar, sintetizar, explicar, elaborar e registrar conceitos, ideias e ações
a fim de transformar a realidade na qual está inserido.
7 – ORGANIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS E SABERES
O currículo está organizado de maneira diversificada em 3 (três) grandes
áreas do conhecimento, a saber: LINGUAGENS E CÓDIGOS, CIÊNCIAS DA
NATUREZA e CIÊNCIAS HUMANAS, com as disciplinas assim distribuídas:
a) LINGUAGENS E CÓDIGOS: compreendendo as disciplinas de LÍNGUA
PORTUGUESA, LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – INGLÊS, ARTE e
EDUCAÇÃO FÍSICA com ênfase na produção da escrita e prática da leitura
através de diversos suportes textuais.
b) CIÊNCIAS DA NATUREZA: compreendendo as disciplinas de MATEMÁTICA,
CIÊNCIAS, FÍSICA E QUÍMICA com ênfase nos princípios da Matemática e seu
uso doméstico e comercial, programas preventivos de saúde, princípios da Física
e da Química no cotidiano doméstico;
c) CIÊNCIAS HUMANAS: compreendendo as disciplinas de HISTÓRIA,
GEOGRAFIA, SOCIOLOGIA e FILOSOFIA com ênfase na conscientização da
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IDENTIDADE, construção da CIDADANIA e reconhecimento da cidade como
condição natural para a QUALIDADE DE VIDA física e mental com especial
atenção à DIVERSIDADE CULTURAL priorizando a História e Cultura Afro-
brasileira e indígena, não apenas em respeito à lei, mas pela convicção de nossa
condição social e histórica.
A opção por uma organização flexibilizada e diversificada do currículo se dá
pela diversidade das expectativas trazidas pelos sujeitos estudantes e as exigências
da vida na sociedade.
Os jovens e adultos trazem diversas expectativas. Dentre elas:
O desejo de “recuperar“ uma experiência perdida na infância – o contato com a
escola do passado (aluno calado e submetido à centralidade do professor);
Esquema mental voltado para o acúmulo de conteúdos isolados e sem sentido
numa visão conteúdista da educação que dificulta a abertura para pensar os
processos de construção do conhecimento
Ampliar os conhecimentos para que possam apresentar melhor desempenho no
trabalho;
Adquirir certificação escolar para a inserção no mundo do trabalho.
A sociedade complexa da atualidade é organizada na lógica da exclusão.
Apresenta inúmeros desafios aos sujeitos nela inseridos. Desafios que exigem
capacidade de análise e síntese – interpretação, organização e expressão de ideias
e pensamentos. A compreensão das múltiplas informações, a seleção conforme as
necessidades e a capacidade de utilizá-las no dia-a-dia são fundamentais.
Procura-se, na proposta pedagógica partir do conhecido para o
desconhecido, ou seja, o trabalho com uma organização diversificada que apresenta
aspectos que atendam, com qualidade, as expectativas dos estudantes e às
exigências de capacitação para a inserção na sociedade.
Por isso, e através de uma prática modular autônoma de ensino, definimos
as seguintes capacidades que deverão ser desenvolvidas pelos estudantes:
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7.1 - LINGUAGENS E CÓDIGOS
Ao final do curso, o aluno deve ser capaz de:
Reconhecer as linguagens como elementos integradores dos sistemas de
comunicação e construir uma consciência crítica sobre os usos que se fazem
delas.
Construir um conhecimento sobre a organização do texto em LEM e aplicá-lo em
diferentes situações de comunicação, tendo por base os conhecimentos de
língua materna.
Compreender a arte e a cultura corporal como fato histórico contextualizado nas
diversas culturas, conhecendo e respeitando o patrimônio cultural, com base na
identificação de padrões estéticos e sinestésicos de diferentes grupos
socioculturais.
Compreender as relações entre arte e a leitura da realidade, por meio da reflexão
e investigação do processo artístico e do reconhecimento dos materiais e
procedimentos usados no contexto cultural de produção da arte.
Compreender as relações entre o texto literário e o contexto histórico, social,
político e cultural, valorizando a literatura como patrimônio nacional.
Utilizar a língua materna para estruturar a experiência e explicar a realidade.
Analisar criticamente os diferentes discursos, inclusive o próprio, desenvolvendo
a capacidade de avaliação de textos.
Reconhecer e valorizar a linguagem de seu grupo social e as diferentes
variedades do português, procurando combater o preconceito linguístico.
Usar os conhecimentos adquiridos por meio da análise linguística para expandir
sua capacidade de uso da linguagem, ampliando a capacidade de análise crítica.
A) CAPACIDADES MÍNIMAS A SEREM DESENVOLVIDAS EM LINGUAGENS E CÓDIGOS PARA A CERTIFICAÇÃO
Interpretar texto não verbal (L04);
Interpretar texto que conjuga linguagem verbal e não verbal (L05);
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Localizar informação explícita em texto verbal (L06);
Reconhecer o assunto de um texto (L07);
Inferir o sentido de palavra ou expressão (L08);
Inferir informação em texto verbal (L09);
Reconhecer o efeito de sentido decorrente de pontuação e outras notações
(L10);
Identificar o gênero de um texto (L11);
Identificar a finalidade de textos de gêneros diversos (L12);
Estabelecer relação de causa/consequência entre partes e elementos do texto
(L20);
Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que compõem a narrativa
(L23).
Reconhecer a estrutura básica da Língua Inglesa (I01);
Saber utilizar expressões básicas (cumprimentos, identificação de pessoas,
lugares e coisas) (I02);
Saber identificar palavras de origem inglesa usadas em nosso cotidiano (I03).
B) CAPACIDADES MÍNIMAS A SEREM DESENVOLVIDAS NA PRÁTICA DE PRODUÇÃO DE TEXTO PARA A CERTIFICAÇÃO
Produzir textos escritos, coesos e coerentes, dentro dos gêneros determinados,
considerando seu destinatário, suas finalidades e as características do gênero
(bilhete, carta, e-mail, cartões diários, outros) (R01).
Organizar ideias de acordo com as características textuais de cada gênero (R02).
Desenvolver a habilidade de fazer resumos, relatos pessoais, esquemas (R03).
Produzir relatórios coletivos e individuais (R04).
Produzir autonomamente notícias (R05);
Produzir entrevistas (R06);
Produzir texto individualmente com apoio para uso de paragrafação, produção de
textos com coerência e coesão, observando os sinais de pontuação (R07).
Produzir textos utilizando estratégias de escrita: planejando o texto, redigindo
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rascunhos, revisando e cuidando da apresentação, controlando a legibilidade do
texto escrito (R07).
Avaliar a qualidade da produção escrita alheia e própria quanto à linguagem, à
organização do conteúdo, ortografia (R08).
7.2 - CIÊNCIAS DA NATUREZA:
Ao final do curso, o aluno deve ser capaz de:
Compreender a Matemática como construção humana, relacionando o seu
desenvolvimento com a transformação da sociedade.
Ampliar formas de raciocínio e processos mentais por meio de indução, dedução,
analogia e estimativa, utilizando conceitos e procedimentos matemáticos.
Construir significados e ampliar os já existentes para os números naturais,
inteiros e racionais.
Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da
realidade, e agir sobre ela.
Construir e ampliar noções de grandezas e medidas para a compreensão da
realidade e a solução de problemas do cotidiano.
Construir e ampliar noções de variação de grandeza para a compreensão da
realidade e a solução de problemas do cotidiano.
Construir e utilizar conceitos algébricos para modelar e resolver problemas.
Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de
gráficos e tabelas, realizando previsão de tendência, extrapolação, interpolação e
interpretação.
Compreender conceitos, estratégias e situações matemáticas numéricas para
aplicá-los a situações diversas no contexto das ciências, da tecnologia e da
atividade cotidiana.
Compreender a Ciência como atividade humana, histórica, associada a aspectos
de ordem social, econômica, política e cultural.
Compreender conhecimentos científicos e tecnológicos como meios para suprir
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necessidades humanas, identificando riscos e benefícios de suas aplicações.
Compreender a natureza como um sistema dinâmico e o ser humano, em
sociedade, como um de seus agentes de transformações.
Compreender a saúde como bem pessoal e ambiental que deve ser promovido
por meio de diferentes agentes, de forma individual e coletiva.
Compreender o próprio corpo e a sexualidade como elementos de realização
humana, valorizando e desenvolvendo a formação de hábitos de autocuidado, de
autoestima e de respeito ao outro.
Aplicar conhecimentos e tecnologias associadas às ciências naturais em
diferentes contextos relevantes para a vida.
Diagnosticar problemas, formular questões e propor soluções a partir de
conhecimentos das ciências naturais em diferentes contextos.
Compreender o Sistema Solar em sua configuração cósmica e a Terra em sua
constituição geológica e planetária.
Reconhecer na natureza e avaliar a disponibilidade de recursos materiais e
energéticos e os processos para sua obtenção e utilização.
A) CAPACIDADES MÍNIMAS A SEREM DESENVOLVIDAS EM MATEMÁTICA PARA A CERTIFICAÇÃO
Identificar a localização/movimentação de objeto em mapas, croquis e outras
representações gráficas (M01);
Identificar propriedades comuns e diferenças entre figuras bidimensionais pelo
número de lados e pelos tipos de ângulos (M05);
Ler horas em relógios de ponteiro ou digital (M14);
Estabelecer relações entre o horário de início e término e/ou intervalo de duração
de um evento ou acontecimento (M15);
Reconhecer e utilizar, em situações-problema, as unidades de tempo: dia,
semana, mês e ano (M16);
Resolver problemas utilizando relações entre diferentes unidades de medida:
km/m/cm/mm, kg/g/cm/mg e kl/l/cl/ml (M17);
Num problema estabelecer a troca entre cédulas e moedas do sistema monetário
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brasileiro, em função de seus valores (M18);
Resolver problema envolvendo o cálculo de perímetro de figuras planas, com ou
sem malhas (M19);
Identificar a localização de números naturais/inteiros/racionais/reais na reta
numérica (M23);
Reconhecer a composição e a decomposição de números naturais nas suas
diversas ordens e na sua forma polinomial (M25);
Relacionar números a diferentes representações escritas (M26);
Identificar fração como representação que pode estar associada a diferentes
significados (M28);
Resolver problema com números naturais envolvendo diferentes significados das
operações – adição, subtração, multiplicação, divisão e potenciação (M34);
Resolver problema utilizando a escrita decimal de cédulas e moedas do sistema
monetário brasileiro (M37);
Resolver problema que envolva porcentagens (M40);
Resolver problema que envolva variação proporcional, direta ou inversa, entre
grandezas (M41);
Ler e selecionar informações e dados apresentados em tabelas (M47);
Ler informações e dados apresentados em gráficos – particularmente em gráficos
de colunas – (M48);
Resolver problema envolvendo informações apresentadas em tabelas e/ou
gráficos (M49);
B) CAPACIDADES MÍNIMAS A SEREM DESENVOLVIDAS EM CIÊNCIAS FÍSICAS E BIOLÓGICAS:
Identificar comportamentos voltados para a preservação da natureza (C01);
Identificar as etapas e a importância do ciclo da água (C05);
Reconhecer as etapas do ciclo vital dos vegetais (C06);
Identificar as propriedades do ar, sua composição e a interferência de agentes
poluidores (C07);
Reconhecer comportamentos de risco à saúde coletiva e pessoal (C09);
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Reconhecer os processos de nutrição como fonte de transformação e obtenção
de energia para o corpo humano (C10);
Identificar órgãos, aparelhos e sistemas do corpo humano, relacionando-os às
suas funções (C11);
Reconhecer as causas de desastres ecológicos como chuva ácida e
intensificação do efeito estufa, relacionada à ação antrópica (C17)
Identificar materiais isolantes e condutores de calor ou eletricidade em situações
cotidianas (C20);
Identificar – no ambiente doméstico – substâncias puras e misturas (C23);
Relacionar formas de geração e produção de energia às atividade humanas
(C25);
Identificar as principais características de alguns avanços científicos na saúde e
na alimentação (C26);
7.3 - CIÊNCIAS HUMANAS
Ao final do curso, o aluno deve ser capaz de:
Compreender processos sociais utilizando conhecimentos históricos e
geográficos.
Compreender o papel das sociedades no processo de produção do espaço, do
território, da paisagem e do lugar.
Compreender a importância do patrimônio cultural e respeitar a diversidade
étnica.
Compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, de
forma a favorecer uma atuação consciente do indivíduo na sociedade.
Compreender o processo histórico de ocupação do território e a formação da
sociedade brasileira.
Interpretar a formação e organização do espaço geográfico brasileiro,
considerando diferentes escalas.
Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente.
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Compreender a organização política e econômica das sociedades
contemporâneas.
Compreender os processos de formação das instituições sociais e políticas a
partir de diferentes formas de regulamentação das sociedades e do espaço
geográfico.
A) CAPACIDADES MÍNIMAS A SEREM DESENVOLVIDAS EM CIÊNCIAS HUMANAS PARA CERTIFICAÇÃO
Identificar formas de representação de fatos e fenômenos histórico-geográficos
expressos em textos e/ou imagens (H01)
Caracterizar processos sociais reconhecendo mudanças e permanências
temporais e espaciais. (H02)
Utilizar mapas, gráficos ou fontes históricas para explicar fatos e processos
histórico-geográficos e seus impactos na sociedade brasileira (H06);
Analisar a formação da sociedade brasileira considerando as dinâmicas dos
fluxos populacionais (H07)
Identificar características do patrimônio cultural ao longo da história. (H11)
Identificar a presença dos recursos naturais na organização do espaço
geográfico, relacionando transformações naturais e intervenção humana. (H12)
Identificar em documentos históricos os fundamentos da cidadania e da
democracia presentes na vida social. (H16)
Relacionar os fundamentos da cidadania e da democracia no presente e do
passado aos valores éticos. (H18)
Identificar representações do espaço geográfico em textos científicos. Imagens e
gráficos. (H21)
Caracterizar formas espaciais criadas pelas sociedades, no processo de
formação e organização do espaço geográfico, que contemplem a dinâmica entre
a cidade e o campo. (H22)
Identificar aspectos da realidade econômico-social de um país ou região a partir
de indicadores socioeconômicos graficamente representados. (H26)
Comparar os diferentes modos de organização do trabalho e suas
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consequências para a vida social. (H28)
8 - ORGANIZAÇÃO DO FUNCIONAMENTO ESCOLAR: O TEMPO DA EJA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
O ser humano constrói conhecimentos através de vários momentos e
aspectos da vida. Os jovens e adultos que retornam a escola trazem experiências
diversificadas.
Desde o nascimento, a convivência familiar vai dizendo para o sujeito de sua
identidade, de sua função no mundo, oferecendo modelos para estar nesse
mundo;
As vivências escolares apresentam o outro a possibilidade de aprender novos
conceitos através dos conhecimentos científicos acumulados pela humanidade;
Pela ação do trabalho a pessoa transforma a natureza e vai sendo transformada
por ela;
O contato com a arte abre o ser humano para o seu potencial criador;
Nos momentos em que o sujeito se ver diante da vida e exercita o filosofar que
abre para o questionamento de todas as coisas;
A resolução de problemas cotidianos vai orientando a busca de caminhos
instrumentalizados, fortalecendo para a resolução de novos problemas.
Os conhecimentos construídos pelos jovens e adultos através de sua
experiência de vida, fazem parte do currículo e são considerados na prática
pedagógica: levantamento e sistematização desse conhecimento através de
atividades significativas e continuidade do processo de aprendizagem entendendo o
apreender numa dinâmica viva e continua.
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Por isso o tempo para o Ensino Fundamental da Educação de Jovens e
Adultos é de quatro anos - ou 1920 horas ou 640 dias letivos -, pensando
naqueles sem nenhuma escolaridade e precisam fazer todo o processo desde a
alfabetização. O tempo mínimo definido é de 240 horas consecutivas – levando-se
em consideração os períodos cursados no mesmo ano letivo em outras instituições
escolares que ofertam a modalidade EJA.
Os estudantes ao seu tempo concluem o curso, conforme seu desempenho
avaliado cotidianamente por si e pelo grupo de professores.
O curso é organizado da seguinte maneira:
Durante o curso:
- em ciclo único dividido em duas etapas, a saber, EPA – EM PROCESSO DE
ALFABETIZAÇÃO e EPC – EM PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO com carga
horária total de 1920 (mil novecentos e vinte) horas divididos em 640
(seiscentos e quarenta) dias letivos sendo este o máximo previsto para que o
aluno conclua o programa.
Durante o ano letivo:
- em ciclo único anual de 480 (quatrocentos e oitenta) horas divididos em 160
(cento e sessenta) dias letivos de 3 (três) horas cada;
- em módulos mensais, planejados pelos professores a partir das necessidades
dos alunos verificados através de avaliação inicial ou do mês anterior;
8.1 - DURAÇÃO DO TEMPO DAS AULAS
A carga horária diária é de três horas, excluído o tempo de recreio. O tempo
diário é organizado em três módulos de 1 (uma) hora cada.
As aulas acontecem em salas de aula, Laboratório de Informática,
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Laboratório de Ciências e outros espaços disponíveis na escola. Eventualmente,
acontecerão aulas coletivas com duas, três ou todas as turmas.
O objetivo das aulas coletivas é propiciar o crescimento do respeito mútuo,
da participação e da integração entre as diversas turmas.
As aulas também acontecem em turmas externas naqueles locais
disponíveis na Comunidade, respeitando-se as condições do mesmo.
8.2. - CRITÉRIOS PARA TERMINALIDADE
Para a conclusão do curso o estudante deverá ter no mínimo quinze anos de
idade, frequentado o curso por, no mínimo 240 (duzentos e quarenta) horas –
somados os períodos cursados em outras instituições de EJA – e ter consolidado as
seguintes capacidades:
Demonstrar um aproveitamento mínimo de 50% (cinquenta por cento) nas
avaliações mensais;
Produzir uma Dissertação com um aproveitamento mínimo de 50% (cinquenta
por cento).
Expressar com clareza suas ideias e opiniões usando a linguagem oral e escrita,
apresentando argumento coerente.
Realizar observações; análises críticas; avaliações e sínteses orais e críticas;
Abertura a construção de novos conhecimentos e consequente possibilidade de
mudança de atitude;
Disposição para o diálogo respeitando a diversidade sociocultural, cultivando os
valores que são necessários para uma convivência pacífica;
Reconhecer a realidade em que vive e refletir sobre ela, posicionando-se
criticamente, participando e comprometendo – se com suas necessidades de
permanências e mudanças, de maneira individual e coletiva, utilizando o
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conhecimento acerca do funcionamento da estrutura sob a qual está organizada
a sociedade em que vivemos.
Cumpridos os quesitos acima o aluno tem direito à Certificação dando por
concluído o ensino fundamental. Tal certificação dar-se-á ao final do ano letivo. A
certificação também pode ocorrer a qualquer tempo desde que requisitada pelo
aluno e acrescida de comprovada justificativa do pedido e a produção de um texto
autoavaliativo.
8.3 - APURAÇÃO DA FREQUÊNCIA E AFASTAMENTO TEMPORÁRIO
A frequência é apurada diariamente e os estudantes são convidados a
informar suas necessidades de ausentarem-se com antecedência ou após o
ocorrido. Isto acontece devido a relação de compromisso dos profissionais e
estudantes com o curso, construída através do diálogo transparente, responsável e
solidário. Para o registro dessa informação foi construído um formulário próprio que
é arquivado junto ao diário de uma turma. (segue formulário em anexo)
Os jovens e adultos que por vários motivos deixam de comparecer ás aulas e
não informar a escola são procurados através da secretaria da escola para averiguar
a situação, suas necessidades de apoio e possibilidades de retorno ás aulas.
A frequência será apurada diariamente de maneira a registrar o número de
horas frequentado pelo aluno, respeitadas as suas necessidades de atraso ou
ausência. Porém, para fazer jus ao módulo e, consequentemente, ao processo
avaliativo mensal, o aluno deverá comparecer a, no mínimo, 50% (cinquenta por
cento) das aulas no mês. Isto se torna necessário na medida em que a EJA é uma
modalidade de ensino presencial e, portanto, é necessário um mínimo de contato
dessa relação professor x aluno para que se construa conhecimento.
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Porém, a perda de um módulo não significa a perda do curso, podendo o
aluno ingressar – a qualquer tempo – no módulo subsequente mantendo assim suas
expectativas de aprendizagem e certificação.
8.4 - INGRESSO DO ESTUDANTE E UTILIZAÇÃO DE MECANISMO PARA REENTURMAÇÃO
A idade mínima para ingresso do estudante no Ensino Fundamental na
modalidade EJA é de quinze anos, completos. Porém com a criação de novas ações
e programas educacionais para a adolescência serão aceitos menores de 18 anos
se com menos de 4 (quatro) anos de escolaridade ou aqueles que tenham outra
indicação, devidamente justificada, mediante a anuência dos pais e/ou responsável.
Ao ingressar o estudante é avaliado em seu conhecimento do código da
escrita, da organização histórica de seu processo escolar através de uma prova
escrita.
O aluno será informado sobre a proposta pedagógica e o funcionamento do
curso.
É enturmado conforme seu nível de conhecimento e convidado a observar-se
no grupo com consciência de que cada um vive seu processo diverso de aprender.
Os professores e professoras acompanham os processos individuais e coletivos da
turma.
A organização das turmas é feito segundo a demanda de aprendizagem dos
jovens e adultos matriculados.
A reenturmação é feita num acordo entre professores e estudantes, de
maneira contínua e flexível conforme as necessidades dos educando.
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9 - PERFIL DOS PROFISSIONAIS E PROCESSO DE FORMAÇÃO
São consideradas profissionais todas as pessoas da escola que prestam
serviço voltado para Educação de Jovens e Adultos.
Organizam-se a partir do trabalho coletivo que envolve planejamento,
execução, avaliação e informação. Têm consciência de sua ação enquanto
funcionários membros da escola e que está inserido na comunidade.
Primam por garantir os direitos de cidadania e pelo cumprimento dos deveres
que dela decorrem, por todos.
São profissionais abertos ao diálogo transparente e responsável
administrando conflitos e compartilhando sonhos. O respeito e a diversidade garante
a autonomia, o colocar-se e abre um leque das contribuições individuais da maneira
crítica e comprometida com a construção da equipe de trabalhos. As falhas e acertos
são trabalhados como pistas para a continuidade do trabalho.
Apresentam-se disponíveis para o desafio de aprender e para o diálogo
cientifico e para diversas áreas do conhecimento. Ao mesmo tempo, propõem-se
rever a própria prática, abrindo-se para novas metodologias no trabalho pedagógico.
Comprometem-se de maneira critico construtiva com as orientações das
diretrizes da Escola Plural, da Resolução do Conselho Municipal da Educação
referente á modalidade de Educação de jovens e Adultos dos parâmetros nacionais
curriculares.
É reservado semanalmente, um tempo coletivo de um dia de trabalho para
formação. A formação acontece em diversos momentos e de várias maneiras:
Através da prática cotidiana com estudantes, colegas de trabalho e comunidade.
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Trocas de experiência no planejamento, execução e avaliação das atividades e
dos processos realizados;
Participação em cursos, fórum, seminários, congressos e afins;
Estudos individuais e coletivos de leituras, palestras, debates;
Curso de especialização
Formação conjunta e regionalizada através da GERED-N e NEJA/CAPE/SMED.
10 - CONCEPÇÃO E INSTRUMENTO NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO
A avaliação é a parte integrante da vida. Permite rever opção e buscar novos
caminhos, confirmar decisões e aperfeiçoá-las. Podemos dizer que avaliação
permite o caminhar, o sair da paralisação das certezas prontas e intocáveis para a
libertação da pessoa. Avaliar é distanciar-se da prática para analisá-la, julgá-la,
transformá-la. Avaliar é estabelecer os limites da existência entre o objetivo (prática
pedagógica) e o sujeito que produz. É realizar os processos de construção do
conhecimento e pensar-se inserido nele. É uma ação que favorece uma concepção
meta cognitiva.
Sendo assim, na proposta pedagógica da EJA/EMAVM a avaliação é
processual e contínua, utilizando os seguintes instrumentos:
10.1 - ESTUDANTES
Auto-avaliação oral e escrita, individual e coletiva, realizada mensalmente;
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Realização de atividades cognitivas cotidianas;
Provas de verificação de aprendizagem de cada professor(a);
Posicionamento e atitudes;
Diagnósticos avaliativos preparados pelo coletivo de professores.
10.2 - PROPOSTA PEDAGÓGICA
Assembleia avaliativa com estudantes;
Observação do fazer cotidiano;
Reunião pedagógica;
Encontros formativos;
10.3 - CORPO DOCENTE
Auto-avaliação constante na prática cotidiana exercitando a escuta dos
estudantes e colegas;
Reuniões pedagógicas;
Encontro de formação;
Assembléia avaliativa com estudantes;
10.4 - ESCOLA Assembleias escolares;
Escuta cotidiana da comunidade escolar através do diálogo informal e das
reuniões do colégio;
Relação com as diversas instâncias da educação.
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11 - ESTRATÉGIA DE DEMOCRATIZAÇÃO DO ESPAÇO E DAS RELAÇÕES ESCOLARES
11.1 - PARTICIPAÇÃO DOS PROFISSIONAIS E DA COMUNIDADE ESCOLAR NOS PROCESSOS DE DECISÃO DA ESCOLA
A todo tempo os profissionais e a comunidade escolar são ouvidos. Sendo
assim a direção assume o papel de coordenar os trabalhos resguardando as devidas
responsabilidades enquanto a autoridade integrante do sistema público da
educação.
Alguns momentos específicos em que acontece a participação:
Assembleias escolares;
Reuniões pedagógicas;
Colegiado.
11.2 - REGISTRO E DIVULGAÇÃO DOS ACORDOS E NORMAS ESCOLARES TIRADOS NO COLETIVO, PRINCIPALMENTE QUANTO A NORMA DE CONVIVÊNCIA E AO USO DO ESPAÇO FÍSICO DA ESCOLA.
As normas escolares são discutidas no início do ano e retomadas a qualquer
momento que a comunidade escolar ou parte dela julga necessário.
As discussões podem ser para tomada de consciência dos envolvidos ou
para reformulação da mesma, adequando às necessidades da realidade.
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São sistematizadas seguindo o processo:
a) Discussão formativa, em sala, com ênfase na reflexão filosófica no aspecto da
ética, seguidas de análises avaliativas das relações e do uso do espaço físico.
Levantamento de propostas a serem apresentadas para discussão coletiva.
b) Assembleia para apresentação das propostas, discussão e deliberação do
Código de Ética da EJA.
c) Registro do Código de Ética e Regimento Interno da EJA-EMAVM e entrega
para todos como instrumento de consta e referência das ações.
11.3 - DESCRIÇÃO DO DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DAS PROPOSTAS (CRONOGRAMA DAS AÇÕES)
2005 - inicio com 3 turmas,como Ensino Regular Fundamental Noturno. Já
se trabalhava numa organização por disciplina e realização de atividades
significativas na ACA.
2006-Autorização da secretaria para implementar a proposta de EJA
Organização por disciplinas e atividades significativas. Alguns projetos coletivos
foram construídos: Projeto Perfil e Projeto Geração de Renda, em função da
elaboração da proposta.
2007- Proposta preliminar concluída e algumas discussões com estudantes e
professores para a elaboração da Proposta definitiva. A ação pedagógica foi
paralelamente sendo implantada.
2011/12 – A proposta encaminhada e experimentada neste ano de 2011
tende a se repetir em 2012 e anos seguintes. Em nossa avaliação ela tornou-se
positiva na medida em que coloca 1 (um) professor em cada grande área do
conhecimento desenvolvendo habilidades e competências a partir da necessidade
de nossos alunos, em trios que se complementam e constroem juntos a globalização
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do conhecimento.
Ao final de cada módulo/mês os alunos são avaliados e o contrato
pedagógico refeito.
Entendemos que a Proposta Pedagógica está pronta enquanto a concepção
e opção de ação para o momento, ou seja, delineia caminhos que vão sendo
construídos numa busca de sempre melhor atender a especificidade dos estudantes
e possibilidades dos profissionais. A proposta é ponto de partida e se reconstrói
conforme as interações que os sujeitos envolvidos vão realizando.
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12- ANEXOS:
12.1 - FOLHA DE PRESENÇA DIÁRIA
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12.2 - FICHA DE AFASTAMENTO TEMPORÁRIO.
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12.3 - MAPA CONCEITUAL DO PPP
Veja modelo ampliado.