Portugues Leitura Analitica e Redacao

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    ELEMENTOS DE GRAMTICA DA LNGUA PORTUGUESA, NOES DE REDAO E DE LEITURA

    ANALTICA

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    SUMRIO Apresentao - 03 PRIMEIRA PARTE - 04 1. Grafia da palavra porqu - 04 2. Uso mau ou mal - 05 3. Menos - 05 4. A nvel de, em nvel ou ao nvel - 06 5. A par e ao par - 06 6. Seno ou se no - 06 7. Desde - 06 8. Em vez de ou ao invs de - 06 9. Emprega-se o hfen - 07 10. Onde e aonde - 08 11. Quite e quites - 09 12. Todo - 09 13. medida que ou na medida em que - 09 14. Ao encontro de ou de encontro a - 09 15. Acentuao grfica - 10 16. Regncia verbal - 12 17. Crase - 15 18. Colocao pronominal - 18 19. O pronome Se - 20 20. Pronomes de tratamento - 21 21. Pronomes possessivos - 21 22. Pronomes demonstrativos - 21 23. Pronomes indefinidos - 22 24. Pronomes relativos - 22 25. Emprego dos pronomes pessoais eu e tu; mim e ti - 23 26. Concordncia nominal - 25 27. Concordncia verbal - 26 28. Regras de pontuao - 31 SEGUNDA PARTE - 34 29. Compreenso de texto: palavras-chave e idias-chave - 34 30. Nveis de linguagem - 37 31. Coeso textual - 38 32. Emprego de conectivos - 45 33. Coerncia textual - 46 34. Nonsense oraes incompletas - 47 35. Funes da linguagem - 54 36. Elaborao de E-mail - 59 37. Tipologia textual - 60 38. Textos persuasivos - 74 39. Dez passos para elaborar um currculo -76 Bibliografia - 79

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    O homem um ser de palavras. E ao inverso: toda filosofia que se serve de palavras est condenada servido da histria, porque as palavras, tal como os homens, nascem e morrem.

    Assim, num extremo, a realidade que as palavras no podem expressar; no outro, a realidade do homem que s pode se expressar com palavras. (Octavio Paz. O Arco e a Lira)

    Apresentao

    A responsabilidade pelo ensino da leitura e produo de textos no

    exclusiva do professor de Lngua Portuguesa, mas seu compromisso primeiro.

    E, para que esse projeto tenha sucesso, necessrio trabalhar no s a Gramtica Normativa, mas tambm a construo de textos, que envolvem

    mecanismos mais complexos do que a mera unio de uma frase ao lado de outra.

    Diante disso, nessa apostila, o aluno encontrar, na primeira parte, questes

    puramente gramaticais que devero, para terem sentido, serem aplicadas s

    produes textuais a serem trabalhadas na segunda parte, que tambm contm

    elementos de coeso e coerncia fundamentais para uma eficaz construo

    textual. Alm disso, este material apresenta questes de leitura e interpretao de

    textos que tem por finalidade fazer com que o aluno desenvolva um ponto de vista

    crtico e analtico.

    Escrever conforme a norma culta que no representa uma camisa-de-

    fora, mas um tesouro das formas de expresso mais bem cultivadas da lngua

    um requisito para qualquer profissional de nvel universitrio que se pretenda

    elevar acima da vala comum de sua profisso. O domnio eficiente da lngua, em

    seus variados registros e em suas inesgotveis possibilidades de variao, uma

    das condies para o bom desempenho profissional e social.

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    PRIMEIRA PARTE Estudos gramaticais

    Procure reescrever corretamente os perodos transcritos abaixo, eliminando possveis ambigidades ou problemas de concordncia:

    1) Fazendo sucesso com sua nova clnica, a psicloga Iracema Leite Ferreira Duarte, localizada na rua Campo Grande, 159. (Correio de Mato Grosso, esse fragmento foi utilizado em questo do Vestibular da Unicamp). Resposta:

    2) Pode-se argumentar, certo, que eram previsveis os percalos que enfrentariam qualquer programa de estabilizao (...) necessrio no Brasil. (Folha de S. Paulo, esse fragmento foi utilizado em questo do Vestibular da Unicamp). Resposta:

    Apresentamos, a seguir, algumas noes de Gramtica da Lngua Portuguesa que o ajudaro a melhorar sua produo textual. Lembre-se de que escrever exige muita leitura, consultas a dicionrios e gramticas, perseverana e um trabalho contnuo com a palavra.

    1. Grafia da palavra porqu. 1.1. Escreve-se por que quando: - inicia ou introduz uma orao interrogativa. Por que voc foi embora? (interrogativa direta = por que razo). No sei por que voc foi embora. (interrogativa indireta = por que razo).

    - quando se subentende a palavra motivo. Ele no explicou por que (motivo) no veio escola. Gostaria de saber por que o defeito no foi reparado.

    - quando puder ser substitudo por uma das expresses: pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais. No vou lhe dizer as razes por que deixei de vir aula. O atendente disse o motivo por que o produto no pode ser trocado.

    1.2. Escreve-se porque quando indicar motivo e for conjuno. Pode ser substitudo pela conjuno explicativa pois.

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    No veio festa porque no quis. (O motivo de no vir foi falta de vontade). Equivale frase: No veio festa, pois estava doente. No veio festa porque estava doente.

    1.3. Escreve-se por qu no final de uma orao interrogativa direta ou indireta. Voc foi embora por qu? Joo no sabia por qu.

    1.4. Escreve-se porqu quando for substantivo (pode ser substitudo por sinnimos, tais como a razo ou o motivo). Eis o porqu de sua atitude. (= Eis o motivo de sua atitude.)

    Exerccios de aplicao: 1. No sei __________ voc tem tanto medo de avio. 2. Ele est assim _________ a me viajou. 3. No fez o trabalho ________ passou a noite inteira jogando cartas. 4. A causa ________ lutamos muito elevada. 5. Todo crime tem seu ________. 6. Isso di e no sei ________. 7. Estava muito cansado, eis ________ no fui sua festa. 8. Isso acontece ________ somos muito acomodados. 9. No me interessa o ________ de sua ausncia. 10. No vou dizer as razes ________ deixamos de trabalhar com o nosso ex-scio.

    2. Uso de mau ou mal. 2.1. Mau adjetivo, palavra varivel, modifica um substantivo. Tem feminino (m) e plural (maus, ms). Seu antnimo bom. Exemplos: livro mau, mau exemplo, mau gosto, mau humor.

    2.2. Mal advrbio, palavra invarivel, modifica um verbo, um adjetivo ou outro advrbio. Seu antnimo bem. Exemplos: falar mal, mal-humorado.

    2.3. Mal pode tambm ser empregado como substantivo; seu plural males. Exemplos: O mal est em todos ns. H males que vm para bem.

    3. Menos palavra invarivel, independentemente de sua categoria gramatical. 3.1. Pronome indefinido: menos chuvas, menos coisas.

    3.2. Advrbio: chove menos.

    3.3. Substantivo: o menos que lhe pode acontecer ser rebaixado de cargo.

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    4. A nvel de, em nvel ou ao nvel 4.1. A forma correta em nvel e no a nvel. A expresso em nvel de significa no plano de, em termos de. Em nvel federal o governo adotar novas medidas para conter as greves.

    4.2. A expresso ao nvel de significa na mesma altura. Exemplo: Santos est ao nvel do mar.

    5. A par e ao par 5.1. No sentido de estar ciente de alguma coisa, emprega-se a par. Exemplo: Jos estava a par do que acontecia.

    5.2. A expresso ao par apenas deve ser empregada em relao a cmbio. Significa em equivalncia de valor, uma moeda em funo de outra. Exemplo: eis... que a subida inesperada do partido conservador, firmando o crdito de Estado, elevou o papel-moeda, deixando o cmbio quase ao par. (Alusio Azevedo. O Coruja).

    6. Seno ou se no 6.1. Se no equivale expresso caso no ou quando no. Emprega-se em frases em que h alternativa, incerteza, impreciso. Se no chover, iremos praia. Iro, se no brincarem agora. Comprarei trs camisas novas, se no quatro.

    6.2. Seno deve ser usado quando corresponder a uma das expresses seguintes: no caso contrrio, de outro modo, a no ser, mas sim. Ande, seno chegaremos tarde. Lute, seno estar perdido! Eis a vantagem, disse, seno ele nunca compraria. No vieram, seno eles dois. No o fez para irrit-lo seno para adverti-lo.

    7. Desde Nunca escreva desde de, nem desda, nem desdo. No o vejo desde 1990. Moramos aqui desde o ano em que chegamos do Cear. Apaixonei-me desde a primeira vez que a vi.

    8. Em vez de ou ao invs de 8.1. A expresso ao invs de deve ser empregada para indicar idia de oposio, contrariedade. Com a chegada da safra, no ocorreu o que se esperava. Ao invs de cair, os preos subiram.

    8.2. A expresso em vez de significa em lugar de.

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    Em vez de ir ao cinema, achei melhor ficar em casa.

    Observao: Quando h idia de oposio, no obrigatrio o uso de ao invs de. Pode-se empregar em vez de com a idia de oposio ou sem ela, mas s se pode usar ao invs de para idias rigorosamente opostas. O time precisava atacar e vencer; ao invs disso (ou em vez disso), ficou na defesa e perdeu. Em vez dos Estados Unidos, escolhi a Itlia para morar. (Nesse caso no possvel usar ao invs de, pois no h idia de oposio).

    9. Emprega-se o Hfen: a) Nos compostos cujos elementos perderam sua significao prpria. Exemplos: gua-marinha, arco-ris, p-de-meia, pra-quedas, tenente-coronel.

    b) Nos compostos com o primeiro elemento empregado de forma adjetiva, reduzida ou no. Exemplos: anglo-brasileiro, greco-romano, histrico-geogrfico, latino-americano, luso-brasileiro.

    c) Nos compostos com os radicais AUTO, NEO, PROTO, PSEUDO e SEMI, quando o elemento seguinte comea por vogal, H, R, ou S. Exemplos: auto-retrato, neo-humanismo, pseudo-revelao, semi-reta, semi-selvagem.

    d) Nos compostos com radical PAN ou MAL, quando o outro elemento comea por vogal ou H. Exemplos: pan-americano, pan-helnico, mal-educado, mal-humorado.

    e) Nos compostos com BEM. Exemplos: Bem-te-vi, bem-aventurana.

    f) Nos compostos com SEM, ALM, AQUM e RECM. Exemplos: sem-cerimnia, alm-mar, aqum-fronteiras, recm-casado.

    g) Com os prefixos CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA, SUPRA e ULTRA, quando seguidos de palavra iniciada por vogal, H, R ou S. Exemplos: contra-almirante, extra-regimental, intra-heptico, supra-sumo, ultra-rpido.

    h) Com os prefixos ANTE, ANTI, ARQUI e SOBRE, quando seguidos de palavra iniciada por H, R ou S. Exemplos: ante-histrico, anti-higinico, arqui-rabino, sobre-saia.

    i) Com os prefixos SUPER e INTER, quando seguidos de H ou R. Exemplos: super-homem, inter-resistente.

    j) Com os prefixos SOB e SUB, quando seguidos de radical iniciado por R.

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    Exemplos: sob-roda, sub-reino.

    l) Com os prefixos VICE e EX. Exemplos: ex-diretor, vice-presidente.

    m) Com os prefixos PS, PR e PR. Exemplos: ps-diluviano, pr-britnico, pr-escolar.

    Exerccios de Aplicao Assinale a resposta correta: 1. Voc no se saiu (mal/ mau) durante o debate.

    2. O (mal/ mau) carter no disse (porque/ porqu/ por que/ por qu) cometeu o crime.

    3. Carlos falou (mal/ mau) do filme mesmo assim irei assisti-lo no sbado (seno/ se no) no domingo.

    4. A empresa teve um (mal/ mau) desempenho no ano passado.

    5. O (superomem/ superhomem/ super-homem/ super homem) foi chamado para executar o plano (anti-inflacionrio/ anti inflacionrio/ antinflacionrio/ antiinflacionrio).

    6. (Ao invs de/ Em vez de) pagode, prefiro ouvir Chico Buarque.

    7. O professor Joo estava (a par/ ao par) de que hoje haveria (menas/ menos) pessoas na escola devido ao jogo do Brasil.

    8. (A nvel de municpio/ Em nvel municipal) haver novas medidas para aumentar a arrecadao de impostos.

    9. uma pessoa lenta, (seno/ se no) preguiosa.

    10. Fale alto (seno/ se no) ningum vai ouvir nada.

    11. (Em vez de/ Ao invs de) de ficar folheando revistas, v estudar.

    12. Maria estava (a par/ ao par) dos fatos (desde o/ desdo) ltimo sbado.

    10. Onde e Aonde Sempre indicam lugar. Aonde: indica movimento para um lugar, destino. Aonde voc vai? Onde: indica lugar esttico, ponto fixo.

    Onde voc mora?

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    Morei em uma cidade onde no havia cinema. Errado: Viver a divina comdia humana, onde nada eterno. (Belchior) Correto: Viver a divina comdia humana, em que (na qual) nada eterno.

    11. Quite e Quites So adjetivos, portanto concordam com o substantivo ou com o pronome ao qual esto ligados. Estou quite com voc. Joo e Maria esto quites com a receita federal.

    12. Todo O pronome todo, quando acompanhado de artigo, particulariza o objeto; sem o artigo, generaliza- Todo o livro perfeito. (significa que o livro a que me refiro perfeito do princpio ao fim). Todo livro traz sempre algum benefcio ao leitor. (significa qualquer livro)

    13. medida que ou na medida em que A primeira expresso d idia de proporo e a segunda de causa. Voc vai melhorar medida que ( proporo que) for tomando esse remdio. O Brasil ser um pas desenvolvido na medida em que (uma vez que) resolver seus problemas sociais.

    14. Ao encontro de ou de encontro a A expresso ao encontro de significa no mesmo sentido. A expresso de encontro a significa em sentido oposto. Incorreto: Ao fazer uma ultrapassagem, o caminho veio ao encontro do nibus. O acidente deixou um saldo de onze feridos. Correto: Ao fazer uma ultrapassagem, o caminho veio de encontro ao nibus. O acidente deixou um saldo de onze feridos.

    Incorreto: O Presidente da Repblica tomou medidas que vieram de encontro aos anseios dos banqueiros, que lhe garantiram total apoio a sua candidatura reeleio. Correto: O Presidente da Repblica tomou medidas que vieram ao encontro dos anseios dos banqueiros, que lhe garantiram total apoio a sua candidatura reeleio.

    Exerccios de aplicao: Empregue todo ou todo o (e suas variantes): 1. ________ eleitorado compareceu s urnas. 2. ________ povo elege seus governantes pensando no futuro. 3. ________ que estavam no local tiveram de prestar depoimento. 4. O homem sai ________ dia bem cedo na esperana de conseguir um emprego. 5. No conheo ________ Nordeste, apenas Bahia e Rio Grande do Norte. 6. O professor ficou satisfeito com ________ turma.

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    7. Isso acontece em ________ pas preocupado com a infncia. 8. ________ vestibular deveria ter redao. 9. Ficou ________ manh de ontem esperando o carteiro. 10. Ele empregou ________ energia que tinha para conseguir o emprego.

    Assinale a resposta adequada: 11. Esqueci o caderno em casa, (onde/ aonde/ em que) havia copiado os exerccios. 12. Viajei para uma cidade (onde/ aonde) no havia cinema. 13. Pedro e Paulo esto (quite/ quites) com o setor financeiro. 14. Foi aprendendo ( medida que/ na medida em que) estudava. 15. Vamos seguir o regulamento ( medida que/ na medida em que) ele foi aprovado. 16. Paulo tomou medidas que foram (ao encontro das/ de encontro s) necessidades de saneamento financeiro da empresa, por isso ele foi promovido de cargo. 17. Carlos disse coisas que foram (ao encontro das/ de encontro s) propostas da gerncia, por isso ele foi demitido.

    15. Acentuao Grfica 15.1. Categorias de palavras quanto ao acento tnico: Oxtonas: palavras cuja slaba tnica a ltima. Exemplos: funil, parabns, rapaz, saci.

    Paroxtonas: palavras cuja slaba tnica a penltima. Exemplos: escola, retorno, bisteca, amvel.

    Proparoxtonas: palavras cuja slaba tnica a antepenltima. Exemplos: lmina, pblico, paraleleppedo.

    15.2. Normas vigentes de acentuao grfica: a) Acentuam-se as MONOSSLABAS tnicas terminadas em: A(S): c, d, gs, ms, ps. E(S): cr, d, l, r, p. O(S): d, n, p, s. Observao: so tambm acentuadas as formas verbais terminadas em A, E, O tnicas, seguidas de LO(S), LA(S). Exemplos: d-lo, v-lo, p-los.

    b) Acentuam-se as OXTONAS terminadas em: A(S): caj, Par, atrs. E(S): caf, sap, portugus, fregus. O(S): palet, cip, domin, av. EM(ENS): tambm, ningum, vintns, Jerusalm, alm. Observao: so tambm acentuadas as formas verbais terminadas em A, E, O, tnicas, seguidas de LO(S), LA(S).

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    Exemplos: repecur-la, vend-la, comp-lo.

    c) Acentuam-se as PAROXTONAS terminadas em: L: gil, amvel, txtil, horrvel, tnel, volvel. N: den, hfen, plen, smen, Nlson, Wlson. R: carter, revlver, ter, acar, reprter. X: trax, nix, Flix, ltex. PS: bceps, frceps, Quops. (S): m, rf. O(S): rfo, bno, sto. I(S): jri, cqui, txi, lpis, grtis. ON(S): prton, eltrons, nutrons. OO(S): abeno, coro, vo, vos. UM(UNS): mdium, lbum, memorndum. US: bnus, vrus, Vnus. DITONGOS: urea, azleas, calvcie, ptios, lbios, bomia, rduo, Pscoa, espcie.

    d) Acentuam-se todas as palavras PROPAROXTONAS. Exemplos: rvore, biolgico, mesclise, sindoque.

    e) Acentuam-se os DITONGOS ABERTOS tnicos: I: anis, atia, europia, assemblia, estria, idia. U: cu, trofu, mausolu, vu. I: herico, jibia, faris, corri, jia.

    f) Acentuam-se o I e o U, como segunda vogal tnica dos HIATOS, quando formam slabas sozinhas ou com S e no seguidas de NH. Exemplos: runa, razes, pases, egosmo, sada, suo, atesmo, Ja, Jacare, Piraju, ba, bas, vivos, rene. Observao: no se deve acentuar, portanto: raiz, ruim, rainha, moinho, tainha, ainda, juiz, Coimbra, ruindade, Raul, cair, cairdes.

    g) Emprega-se o acento diferencial nas seguintes palavras: pde (passado) / pode (presente) pr (verbo) / por (preposio) pra (verbo) / para (preposio) ca(s) (verbo) / coa(s) = com a(s) pra (substantivo) / pera (preposio) plo (substantivo) / polo (contrao arcaica) plo (substantivo) / pelo (contrao) pla (verbo e substantivo) / pela (contrao) plo (verbo) / pelo (contrao)

    h) Acento em formas verbais: ele tem / eles tm ele vem / eles vm

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    ele cr / eles crem ele d / eles dem ele l / eles lem ele v / eles vem ele intervm / eles intervm ele mantm / eles mantm Aplica-se a mesma regra para os verbos derivados de crer, dar, ler e ver. Exemplos: descrer, reler etc.

    i) Emprega-se o TREMA nos grupos GE, GI, QE, QI, desde que o U seja pronunciado e tono. Exemplos: freqncia, eloqncia, freqente, seqestro, tranqilo, eqino, agentar, lingia. Observao: se o U for pronunciado e tnico, teremos averige, argi, obliqe.

    Exerccios de aplicao Coloque o acento grfico na palavra, quando necessrio: Armazem / analise / heroismo / heroi / heroico / Itu / canjica / estariamos / item / caju / caja / peru / delirio / saude / cafe / cafezinho / juri / comessemos / persistencia / misterio / reporter / reportagem / cocaina / tres / fez / mas / porem (conjuno) / tupi / por (verbo) / por (preposio) / paraiso / Aguai / ingles / ele vem / eles vem / ele tem / eles tem / Clovis / orgo / revolver / tambem / lider / liderana / rubrica / atribuia / atribuiu / analisar / historia / atraves / talvez / so / sozinho / somente / silencio / diferena / cadaver / tatu / nuvem / aucar / feliz

    16. Regncia Verbal 16.1. Tipos de Verbos: 16.1.1. Verbo Intransitivo: aquele que, na frase, no vem acompanhado de objeto. Durvalina canta e Benedito samba. Os verbos cantar e sambar expressam de modo completo as atividades atribudas aos seus respectivos sujeitos.

    16.1.2. Verbo de Ligao: aquele que liga o sujeito ao predicativo sem possuir um sentido definido e autnomo. So verbos habitualmente de ligao: ser, estar, ficar, parecer, permanecer, continuar, tornar-se, como ainda outros mais que substituam alguns dos mencionados. Maria continuava indiferente. Meu tio sempre anda (= est) doente.

    16.1.3. Verbo Transitivo: aquele que, na frase, vem acompanhado de objeto. Objeto o ser em que termina ou para o qual se dirige a ao verbal que parte do sujeito.

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    Verbo Transitivo Direto: se o verbo transitivo no exigir preposio para se ligar ao seu objeto, chamado por isso de objeto direto. O pedreiro construiu a casa.

    Verbo Transitivo Indireto: se o verbo transitivo exigir preposio (a, de, em, por etc.) para se ligar ao seu objeto, chamado por isso de objeto indireto. Aquele motorista obedece aos sinais de trnsito.

    Verbo Transitivo Direto e Indireto: aquele que vem acompanhado de dois complementos, chamados de objeto direto e objeto indireto. Joaquim ofereceu rosas vermelhas namorada. Objeto direto rosas vermelhas; objeto indireto namorada.

    16.2. Regncia de Alguns Verbos Aspirar a) Verbo Transitivo Direto quando usado no sentido de sorver, tragar (ar, perfume, p). H mquinas que aspiram o p do assoalho. b) Verbo Transitivo Indireto (emprega-se a preposio a) na acepo de desejar, pretender. Aspirava a uma posio mais brilhante. Observao: Nesse sentido o verbo aspirar no se constri com os pronomes lhe, lhes, mas sim com as formas retas regidas de preposio. No invejo essas honrarias nem aspiro a elas.

    Assistir a) Transitivo Direto ou Indireto indiferentemente quando significa prestar assistncia, confortar, ajudar, proteger, servir. O mdico assiste o doente. As enfermeiras assistem aos doentes. b) Transitivo Indireto (prep. a) no sentido de presenciar, estar presente a. Pedro assistia televiso. Maria assistia ao filme.

    Confiar Verbo Transitivo Indireto, acompanhado da preposio em. A marca em que o mundo confia.

    Contribuir Verbo Transitivo Indireto. Para indica o destinatrio da contribuio. Com indica o instrumento da contribuio. Voc no contribui para as obras assistenciais da igreja? Eu contribu com cem reais.

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    Desculpar A pessoa se desculpa por alguma coisa. Errado: Desculpe a nossa falha. Certo: Desculpe-nos pela falha.

    Esquecer e Lembrar H duas possibilidades de construo para a orao em que esses verbos aparecem. Eu esqueci seu nome. Eu me esqueci de seu nome. Eu no lembro o seu nome. Eu no me lembro do seu nome.

    Implicar Verbo Transitivo Direto na maior parte das vezes em que utilizado. A vitria do Brasil implica a sua classificao. O discurso do presidente implica o recrudecimento da violncia. A criao artstica implica muita dedicao. Somente quando o verbo transitivo direto e indireto que exige preposio. Exemplo: Joo implicou Pedro no crime.

    Informar a) Informar algum de que... Informo V. Sa. de que sua proposta foi aceita. b) Informar a algum que... Apenas lhe informamos que os bens de Domingos Leite haviam sido confiscados.

    Preferir Diz-se preferir uma coisa a outra (e no do que outra). Prefiro um inimigo declarado a um amigo falso. O prisioneiro preferiu a morte escravido.

    Solicitar Na acepo de pedir, rogar, pode-se dizer: solicitar alguma coisa a algum ou solicitar de algum alguma coisa. Solicitei ao (ou do) diretor o adiantamento de mil reais.

    Visar a) Transitivo Direto quando empregado no sentido de apontar a arma contra e pr o visto em. Visei o alvo. O banco visou o cheque. b) Na acepo de ter em vista, pretender, rege objeto indireto (preposio a). A que estariam eles visando com tanta agitao?

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    17. Crase Em gramtica normativa, a crase designa a contrao da preposio a com: a) O artigo a ou as. Exemplo: Fomos cidade assistir s festas. Observao: a crase s pode ocorrer diante de palavras femininas. Exemplos: Assisti regata internacional. Fomos praia de Copacabana. Irei (loja) do centro.

    b) O a inicial dos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo(s). Exemplo: Referiu-se quele fato.

    17.1. Casos em que se exclui a possibilidade do emprego da crase: a) Antes de palavras masculinas. Joo foi ao centro a p.

    b) Antes de verbos. Prestaes a partir de vinte reais.

    c) Antes de pronomes indefinidos, tais como: algum, ningum, algo, outrem, quem, tudo, nada, nenhum etc. No devo nada a ningum.

    d) Antes da palavra casa, a no ser que venha determinada. Maria Benedita veio casa da prima.

    e) Antes das palavras: cuja, quem, ela, esta, mim, V. Sa., V. Exa. ,voc etc. Vamos assistir a esta partida. Referiu-se a V. Sa.. Porm, usa-se crase antes de senhora, senhorita e dona, caso o verbo pea preposio. Diga senhora que iremos a sua casa amanh.

    f) Antes de artigos indefinidos. Fomos a uma loja do centro.

    g) Antes da palavra distncia a crase s existe quando se trata de uma distncia determinada. Estava distncia de cem metros. Fora atirado a distncia.

    h) Antes da palavra terra quando empregada para designar terra firme. O navio chegou e o viajante se dirigiu a terra. Deixei o barco e fui a terra. Os astronautas chegaram Terra (no sentido de planeta Terra).

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    Chegar terra dos pntanos. (a terra est determinada).

    i) Expresses formadas de palavras repetidas. Estavam frente a frente. Caminhavam lado a lado.

    17.2. Expresses Adverbiais: a) Emprega-se a crase antes de expresses adverbiais de tempo, intensidade, modo, lugar, finalidade etc., tais como: s vezes, bea, s claras, vontade, vista, toa, noite. Joo s vezes falta em dias de prova. Lus gosta bea de M.P.B.. O carro foi comprado vista. O objeto estava margem. Os sinos tocavam missa.

    b) No se deve usar a crase antes de expresses adverbiais de instrumento. Exemplos: a cavalo, a mo, a mquina.

    17.3. Emprega-se o acento grave sobre o a nas expresses prepositivas constitudas de um substantivo feminino singular precedido de a e seguido de de. Exemplos: maneira de, moda de, roda de, custa de, sombra de, luz de, distncia de, vista de, espera de, fora de etc. Conseguimos vencer custa de muito sacrifcio. Observao: em certos casos omite-se parte da locuo, ficando o diante de nome masculino. Usava eu, ento, cabelos revoltos (maneira de) Castro Alves. Jogar (moda do) Cornthians.

    17.4. Pode ocorrer ou no crase antes do pronome relativo que. Para descobrir se h ou no a crase, substitui-se o antecedente por um masculino. Se aparecer ao antes do que, haver crase. Idia igual que eu tenho. (pensamento igual ao que eu tenho). A posio a que aspiramos muito alta.

    17.5. No h crase antes de nomes de cidades. Iremos a Curitiba. Eu vou a Roma. Mas quando o nome da cidade tiver um qualificativo, haver crase. Refiro-me Lisboa de Cames.

    17.6. Artifcios para confirmar a existncia da crase: I. (s) + Nome Feminino = Ao(s) + Nome Masculino Exemplo: A sentena foi favorvel r. (A sentena foi favorvel ao ru). Porm, esta regra no deve ser aplicada quando se trata de nomes prprios.

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    II. = Para a ou A = Para Exemplo: Viajaremos Europa. (Viajaremos para a Europa).

    Exerccios de Aplicao Assinale a forma correta: 1) Assistimos o/ ao jogo na casa de uma amiga. Festejamos a derrota do Palmeiras, que implicou em sua/ na sua/ sua desclassificao da Copa do Brasil.

    2) O caixa visou o/ ao cheque com o qual Joo pagou a primeira parcela do carro que comprou / a/ ao crdito.

    3) O garom lhe/ o informa que no servem cafezinho nas mesas.

    4) Joaninha visava a uma/ uma maior compreenso por parte de sua me.

    5) O deputado aspirava a/ concesso de um canal de televiso.

    Complete os espaos com a preposio adequada quando for necessrio. 6) O Plano Real implicou _____ reduo da inflao.

    7) Josefina aspirava ______ cargo de chefe de departamento.

    8) Carlos solicitou ______ diretor o cancelamento de sua matrcula.

    9) Paulo ansiava ______ sair com Josefina.

    10) O guerrilheiro preferiu morrer ______ fugir como covarde.

    11) As autoridades da embaixada visaram ______ passaporte.

    12) objetivo da presente solicitar ______ V. Sa. informaes ______ a situao dessa praa.

    Reescreva corretamente os perodos transcritos abaixo. 13) A princesa Stphanie de Mnaco sorri ao assistir uma corrida de carros antigos. (Folha de S. Paulo, 21/9/96).

    14) Ela ficou to nervosa que desistiu de assistir o jogo na quadra. (Folha de S. Paulo, 21/9/96).

    15) Nunca tenho certeza que vou ganhar. (Folha de S. Paulo, 21/9/96).

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    16) O rbitro diz ter recebido telefonemas de outros juzes lhe apoiando. (Folha de S. Paulo, 21/9/96).

    17) No penso que o fim do sistema sovitico lhe surpreenderia. (Folha de S. Paulo, 07/6/98).

    Coloque o acento indicativo de crase quando for necessrio: 18) Algumas pessoas foram a igreja. 19) Alguns alunos se referiram a voc. 20) Nas frias, irei a bela Blumenau. 21) Ningum encontrou a sada. 22) Comprei um terreno a prazo. 23) Paguei o carro a vista. 24) Esta avenida paralela a rua. 25) No direi nada a Vossa Excelncia. 26) A mulher fez elogios as filhas. 27) Envio esta mensagem a Vossa Senhoria. 28) A decorao era a Lus XV. 29) Amanh iremos a uma festa. 30) Vamos assistir a novela das oito. 31) Todos disseram bom dia a senhorita que lhes cruzou a frente.

    COLOCAO PRONOMINAL 18. PRONOMES PESSOAIS: Retos Oblquos tonos Oblquos Tnicos Singular Eu Me Mim, comigo Tu Te Ti, contigo Ele, ela Se, lhe, o, a Si, consigo

    Plural Ns Nos Conosco Vs Vos Convosco Eles, elas Se, lhes, os, as Si, consigo

    18.1. PRONOMES PESSOAIS TONOS: Incorporam-se foneticamente ao verbo, formando com este uma s palavra. Segundo sua posio junto ao verbo podem ser: a) PROCLTICOS: quando antepostos ao verbo. Exemplo: No a louvo. b) MESOCLTICOS: quando intercalados no verbo. Exemplo: Dar-te-ei tudo. c) ENCLTICOS: quando pospostos ao verbo. Exemplo: Acompanhe-o.

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    18.2. A PRCLISE usada: a) Quando o verbo vier precedido de palavra ou expresso de sentido negativo, tais como: no, nunca, nem, nenhum, ningum, de modo algum, em hiptese alguma etc. No o maltrates. Ningum lhe resiste. Nada a perturba. b) Se o verbo vier precedido de pronomes relativos, tais como: quem, qual, que, cujo, onde, quanto. Sonhos que se vo. c) Pronomes indefinidos, tais como: algum, quem, algum, diversos, qualquer, cada qual, algum outro, quem quer que etc. Todos me invejam, porque elas me perseguem. d) Conjunes subordinativas, tais como: quando, se, como, porque, que, enquanto, embora, logo que etc. H pessoas que nos querem bem. Embora se canse, vai sempre a p. e) Advrbios: talvez, ontem, aqui, ali, agora, pouco a pouco, de vez em quando, de sbito, sempre, bem, onde. Sempre me lembro dele. Aqui se trabalha. De vez em quando nos chamavam. f) Nas oraes exclamativas cujo sujeito estiver anteposto ao verbo. Deus o guarde! A terra lhe seja leve! g) Nas oraes exclamativas iniciadas por palavra ou expresso exclamativa. Como te iludes! Quanto nos custa dizer a verdade! h) Nas oraes interrogativas iniciadas por uma palavra interrogativa. Quando me visitas? Quem se apresenta?

    18.3. A MESCLISE usada: a) A intercalao dos pronomes tonos d-se exclusivamente no FUTURO DO PRESENTE e no FUTURO DO PRETRITO, desde que antes do verbo no haja, na orao principal, palavra que exija a prclise. Seu pai far-me-ia um favor, se me ajudasse a educ-la. b) Em caso algum se haver de pospor o pronome tono ao FUTURO DO INDICATIVO. Direi-lhe a verdade. (errado) Dir-lhe-ei a verdade. (certo) Aprontariam-se depressa. (errado) Aprontar-se-iam depressa. (certo) Observao: Havendo fator de Prclise, esta prevalece mesmo que o verbo esteja no futuro. No nos entregaro o prmio a que fizemos jus. Ningum a ajudaria, pois ela era grosseira com todos.

    18.4. A NCLISE usada: a) No verbo que inicia o perodo, no sendo este verbo forma do futuro. Encostou-se porta e acendeu o charuto. b) Com o verbo no gerndio, no regido da preposio em. Saiu, deixando-me porta da escola.

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    Observao: se o gerndio vier regido da preposio em ou modificado por um advrbio, ter lugar a Prclise. Em se tratando de caso urgente, nada o retinha em casa. No o encontrando ali, voltou triste. c) Nas oraes imperativas afirmativas. Procure suas colegas e convide-as para o jantar. d) Nas oraes coordenadas. Vocs estudam ou divertem-se.

    19. O Pronome SE Pode ser: a) Pronome reflexivo. Forma os verbos reflexivos, nos quais os efeitos da ao verbal recaem sobre o sujeito operante. Exemplos: O caador feriu-se. O condenado suicidou-se.

    b) Pronome apassivador. Apassiva o verbo e torna o sujeito paciente. Nesse caso apenas poder ser empregado junto a verbo transitivo direto. O objeto direto da voz ativa ser convertido em sujeito paciente (o sujeito que sofre o efeito da ao verbal na voz passiva). H dois tipos de voz passiva: - Voz Passiva Pronominal: Verbo Transitivo Direto + SE Alugam-se quartos. Maltrataram-se os presos. Temia-se a conseqncia.

    - Voz Passiva Analtica: Verbo Auxiliar + Particpio do Verbo Apassivado Quartos so alugados. Os presos foram maltratados. A conseqncia era temida. Observao: nos exemplos citados acima, se as oraes forem escritas na voz ativa o sujeito ser sempre indeterminado. No caso de o sujeito da voz ativa ser determinado, ser mais adequada a construo da orao na voz passiva analtica. Nesse caso, o sujeito ativo ir se transformar no agente da passiva e o objeto direto da voz ativa ser o sujeito paciente (o sujeito que sofre o efeito da ao verbal). Voz Ativa: O corretor vende casas. Voz Passiva Analtica: Casas so vendidas pelo corretor.

    c) ndice de Indeterminao do Sujeito. Quando o pronome SE acompanha verbos intransitivos, transitivos indiretos ou de ligao, cabendo-lhe a funo de tornar vaga ou indeterminada a idia do sujeito. O verbo fica, sempre, na terceira pessoa do singular. Precisa-se de operrios. (SE + verbo transitivo indireto) Aqui se est sempre doente. (SE + verbo de ligao)

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    Trabalha-se com prazer. (SE + verbo intransitivo)

    d) Parte integrante de verbos que exprimem sentimentos, mudana de estado, movimento, como queixar-se, arrepender-se, alegrar-se, lembrar-se, afastar-se, converter-se etc.

    20. PRONOMES DE TRATAMENTO So empregados no trato com as pessoas, ou familiarmente ou respeitosamente. De acordo com a pessoa a quem nos dirigimos empregamos as expresses de tratamento que seguem: Vossa Santidade (V.S.), para o Papa. Vossa Majestade (V.M.), Vossas Majestades (VV. MM.), para reis ou rainhas. Vossa Alteza (V.A.), Vossas Altezas (VV. AA.), para prncipes ou princesas. Vossa Eminncia (V. Ema.), Vossas Eminncias (V. Emas.), para cardeais. Vossa Magnificncia, para reitor de universidade. Vossa Reverendssima (V. Revma.), Vossas Reverendssimas (V. Revmas.), para sacerdotes e outras autoridades religiosas do mesmo nvel. Vossa Excelncia (V. Exa.), Vossas Excelncias (V. Exas.), para altas autoridades. Vossa Senhoria (V. Sa.), Vossas Senhorias (V. Sas.), para oficiais, funcionrios graduados e, principalmente, na linguagem comercial.

    Observaes: - Embora os pronomes de tratamento se refiram segunda pessoa do discurso, exigem o verbo na terceira. Vossa Majestade d licena? - O possessivo Vossa dever ser substitudo por Sua, quando a expresso de tratamento se referir terceira pessoa (assunto). Pergunta-me V. Eminncia se Sua Majestade, o rei Lus, esteve hoje em palcio. Confesso que no tenho a honra de ver Sua Majestade h pelo menos cinco dias...

    21. PRONOMES POSSESSIVOS So aqueles que indicam posse com relao s trs pessoas do discurso: 1 pessoa do sing.: meu, minha, meus, minhas. 2 pessoa do sing.: teu, tua, teus, tuas. 3 pessoa do sing.: seu, sua, seus, suas. 1 pessoa do plural: nosso, nossa, nossos, nossas. 2 pessoa do plural: vosso, vossa, vossos, vossas. 3 pessoa do plural: seu, sua, seus, suas.

    22. PRONOMES DEMONSTRATIVOS So aqueles que indicam o lugar ou a posio dos seres com relao s trs pessoas do discurso.

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    a) ESTE, ESTA, ISTO devem ser empregados com referncia ao que est no mbito da pessoa que fala (eu ou ns). Relacionam-se com o advrbio aqui e com os possessivos meu(s), minha(s), nosso(s), nossa(s). Este meu bigode, como me tem criado problemas. Isto aqui, vejam bem, vai desaparecer de minhas mos. Observao: so empregados este, esta, isto quando apontamos o que se vai dizer imediatamente depois. Por essa razo, no comeo de uma carta escreve-se: Espero que estas linhas o encontrem gozando de paz e sade...

    b) ESSE, ESSA, ISSO empregam-se com relao ao que est no mbito da pessoa com quem se fala (tu, vs ou voc, vocs). Relacionam-se com o advrbio a e com os possessivos teu(s), tua(s), vosso(s), vossa(s) e seu(s) (= de voc(s)), sua(s) (= de voc(s)). Esse chapu no cabe em tua cabea, Manuel! Essa papelada a sobre sua escrivaninha, para que serve? Observao: Empregam-se esse, essa, isso quando apontamos o que se acabou imediatamente de dizer. Por essa razo, ao final de uma carta escreve-se: Despeo-me, desejando que essas palavras encontrem acolhida por parte de V. Sa..

    c) AQUELE, AQUELA, AQUILO devem ser empregados com referncia ao que est no mbito da pessoa ou da coisa de quem ou de que se fala (ele(s) ou ela(s)). Relacionam-se com o advrbio l e com os possessivos seu(s) (= dele(s)), sua(s) (= dela(s)). Aqueles prdios, l ao longe, pertencem ao Srgio Naya? Conheces aquilo que ele mostrou?

    Observao: numa enumerao, referimo-nos ao elemento mais prximo com este, esta, isto; e ao anterior com aquele, aquela, aquilo. Escrevi um romance e uma gramtica: esta, h pouco tempo; aquele, em minha juventude.

    23. PRONOMES INDEFINIDOS So os que se referem 3 pessoa do discurso, apontando-a num sentido vago ou expressando quantidade indeterminada. Exemplos: algum, ningum, algo, outrem, quem, tudo, nada, qualquer, todo, demais, nenhum, vrios, mais etc. Locues pronominais: cada qual, cada um, quem quer que, seja quem for, a gente, qualquer um etc.

    24. PRONOMES RELATIVOS So os que representam nomes j mencionados anteriormente (tal nome se diz antecedente do pronome). Exemplos: que, quem, qual, quais, cujo, cuja, onde, quanto, quanta. a) O pronome relativo que pode referir-se: - a um nome de coisa: H palavras que machucam.

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    - a um nome de pessoa: Joo um aluno que muito dedicado.

    b) O relativo quem vem sempre regido de preposio e, na lngua moderna, refere-se exclusivamente a pessoas ou coisas personificadas: So amiguinhas a quem quero bem.

    c) Cujo (e suas flexes) pronome adjetivo, indica posse, e equivale a do qual. O pronome cujo no deve vir acompanhado dos artigos o ou a, mas poder vir antecedido de preposio. O cavalo um animal cujo plo liso. Ela a garota por cujos olhos me apaixonei.

    PS: As preposies so: a, ante, aps, at, com, contra, de, desde, em, entre, per, para, perante, por, sem, sob, sobre, trs.

    d) O relativo o qual (e flexes), principalmente quando regido de preposio, pode substituir o pronome que. um passado extinto e de que (ou do qual) ningum se lembra. Eis o magno problema por que (ou pelo qual) me bato. Observaes: - Pela clareza, ser usado o qual em vez de que, quando este vier distanciado do seu antecedente, ensejando falsos sentidos. Visitei o stio de uma prima, o qual ainda no conhecia. - Certas preposies, tais como: durante, segundo, perante etc., repelem o relativo que, s admitindo o qual. Decorreram trs meses, durante os quais fui provncia vender parte da minha legtima paterna. (Camilo Castelo Branco).

    25. Emprego dos pronomes pessoais EU e TU; MIM e TI. As formas pronominais eu e tu (somente estas) no podem vir precedidas de preposio, em funo de complemento. S podem figurar como sujeito. Como complemento empregamos mim e ti respectivamente. Exemplos: Entre mim e ele Entre ele e mim Entre mim e ti Sem voc e mim Sem elas e ti Perante mim e vs Contra os alunos e mim Sobre mim e V. Sa. De alguns e mim Observao: pode ser, entretanto, que os referidos pronomes eu e tu apaream como sujeitos de um verbo no infinitivo, embora antes deles exista preposio. No vs sem eu mandar. O professor entregou o problema para eu examinar e apontar a soluo.

    Exerccios de Aplicao Nos testes de 1 a 3 assinale a alternativa que apresenta erro de colocao pronominal: 1)a) ( ) Deus te abenoe e te guarde, meu filho!

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    b) ( ) Quanto custou-nos renunciar! c) ( ) Bons ventos o levem! d) ( ) Ningum o criticou, pois todos entenderam seu nervosismo. e) ( ) Diante das dificuldades, retirava-se e deixava aos outros a responsabilidade que lhe cabia.

    2)a) ( ) Naquele momento, poucos mostraram-se felizes com a idia. b) ( ) Meu filho, lembre-se de seus deveres - disse a me. c) ( ) Alguns se dirigiram piscina, outros ao bar. d) ( ) Quem de vocs me far este favor? e) ( ) Amanh, dirigir-se-o ao presidente para question-lo a respeito do novo imposto.

    3)a) ( ) Desesperado, deixou-se levar pelos conselhos irracionais. b) ( ) Era-lhe impossvel crer nas palavras alheias. c) ( ) A moa lhe disse que no ajud-lo-a. d) ( ) Em no se realizando o jogo, o tribunal decidiria a questo. e) ( ) Muitos se predispunham a entregar-lhe o prmio pela vitria.

    4) Passe para a voz passiva: A I.B.M. oferece empregos nesta agncia.

    5) Passe para a voz ativa: Automveis so vendidos pela Fiat.

    6) Complete com este / esta, esse / essa, aquele / aquela: Joo comprou um carro e uma moto: ____________ de marca Yamaha, ____________ de marca Ford.

    7) Use eu ou mim: O professor entregou o trabalho para _________. Ele disse para _________ faz-lo sozinho.

    8) Assinale a alternativa correta: a) ( ) As pesquisas mostram a tendncia do eleitorado, as quais esto mais inseguro. b) ( ) As pesquisas mostram a tendncia do eleitorado, o qual est mais inseguro. c) ( ) As pesquisas mostram a tendncia do eleitorado, o qual esto mais inseguras. d) ( ) As pesquisas mostram a tendncia do eleitorado, as quais est mais inseguras. e) ( ) As pesquisas mostram a tendncia do eleitorado, o qual esto mais inseguros.

    Corrija, quando necessrio, a colocao pronominal nas frases abaixo: 9) Me desculpei pela falta quando vi-o no corredor.

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    10) Me sinto bem quando encontro-a em meu caminho.

    11) Saiu, me deixando porta do colgio.

    12) Mal viam-se as luzes da cidade sob a neblina.

    13) Vossa excelncia deve apresentar o vosso projeto.

    14) O que Vossa Excelncia pensam dos que vos criticam?

    Corrija, quando necessrio, os pronomes utilizados nas frases abaixo: 15) Voc sabe que quem te conhece, no vos esquece jamais.

    16) Prezado diretor, no se esquea de levar contigo as notas fiscais.

    17) Levvamos muitos mapas com ns.

    18) O chefe ter de optar entre voc e eu.

    Corrija, quando necessrio, os pronomes relativos utilizados nas frases abaixo: 19) Existe um tipo de conflito entre pai e filho, onde o filho se espelha nas atitudes do pai.

    20) Um pobre, onde passa horas na fila de um posto de sade.

    26. CONCORDNCIA NOMINAL Regra geral: o adjetivo concorda em gnero e nmero com o substantivo de que depende. Exemplos: menino esperto, meninos espertos, menina esperta, meninas espertas.

    Casos particulares: 26.1. As mulheres devem dizer muito obrigada, eu mesma, eu prpria.

    26.2. Anexo, incluso, apenso, adjetivos, devem variar. Remeto-lhe, anexa, a conta.

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    Anexa, segue a conta. Os documentos anexos devem ser arquivados.

    26.3. Meio Como adjetivo, modificando um substantivo, deve concordar: meio limo, meia laranja, meio-dia. Como advrbio, modificando o adjetivo, permanece invarivel: a porta est meio aberta. Meio usado com relao a horas, formas corretas: meio-dia; meio-dia e vinte; meia-noite e meia.

    26.4. Entrada proibido - A entrada proibida Quando o sujeito do verbo ser tomado em sua generalidade, sem qualquer determinante, o adjetivo que est na funo de predicativo permanece neutro (forma do masculino). Pimenta bom para tempero. Entrada proibido. Pacincia necessrio. Entretanto, se o substantivo, na funo de sujeito, vier determinado, a concordncia do predicativo ser regular. Pimenta bom para tempero, mas esta pimenta no boa para nada. A entrada proibida.

    26.5. Bastante Quando for adjetivo possvel a sua substituio por muitos (caso esteja sendo empregado no plural), faz a concordncia com o substantivo ao qual est ligado. H bastantes exerccios para eu fazer. Quando for advrbio no varia, mesmo que esteja ligado a uma palavra (verbo ou adjetivo) usado no plural; s ser possvel sua substituio por muito. As portas esto bastante abertas.

    27. CONCORDNCIA VERBAL Regra geral: o verbo concorda com o sujeito em nmero e pessoa. Concordar significa que o termo subordinado (o verbo) ajusta suas flexes de nmero e pessoa ao nmero e pessoa do termo subordinante (o sujeito). Exemplos: eu estudo, tu estudas, ns estudamos etc.

    27.1. Coletivos O coletivo singular na forma (povo, exrcito, rebanho, grupo, turma etc.), mas expressa idia de pluralidade. - O verbo ficar no singular se estiver junto do sujeito coletivo. O povo aplaudia o orador. - Se o verbo estiver distanciado do sujeito coletivo, ficar no singular ou ir para o plural conforme se pretender destacar mais a idia de todo (singular) ou a

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    presena dos indivduos (plural). Gramaticalmente, as duas concordncias so corretas. O grupo se afastou; mais adiante, porm, foram presos (ou foi preso).

    27.2. Quem (pronome relativo) O pronome relativo quem de terceira pessoa do singular, mas substitui tambm o antecedente que pode ter outra pessoa. Por isso, o verbo que tem como sujeito o relativo quem tanto pode ficar na 3 pessoa do singular, como concordar com a pessoa do antecedente. Agora sou eu quem fala (ou quem falo).

    27.3. Que (pronome relativo) Se o sujeito o pronome relativo que, o verbo concorda com o antecedente do relativo. Fui eu que falei a verdade. No fui eu que fiz.

    27.4. Verbo HAVER (pessoal) Haver, empregado pessoalmente, ou seja, com sujeito, tem vrios sentidos: a) Ter, possuir. Embora houvesse numerosa famlia, ainda sustentava cinco ces famintos. b) Alcanar, obter. Talvez no tenhamos havido classificao suficiente para a aprovao. c) Portar-se, proceder. No jantar, o garoto se houve com muito pouca discrio. d) Avir-se, entender-se. Talvez ele ainda tenha de haver-se comigo; a ajustaremos as contas. e) Considerar, entender, julgar. Se houverdes que fraqueza morrer em to penoso e triste estado. (Cames).

    27.5. Verbo HAVER (impessoal) Haver, empregado impessoalmente, ou seja, sem sujeito, muito freqente com o sentido de existir. Nesse caso, o verbo haver deve ser empregado sempre na terceira pessoa do singular. Nas duas cabeas havia as mesmas idias. H lugares. Haver lugares. Houve lugares. As estradas, naquele tempo, deviam ser boas para isso, mas no tenho a certeza de que no houvesse estradas para o Japo. (Camilo Castelo BRANCO. Amor de Perdio.).

    Observaes: - Essa concordncia restringe-se ao emprego do verbo haver, se empregarmos o verbo existir a concordncia se far normalmente. Quantos sonhos existiam na ingnua cabecinha. Existem lugares.

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    - Se o verbo haver com o sentido de existir aparecer em locues verbais, seu auxiliar (o primeiro verbo da locuo) ficar na terceira pessoa do singular. Mas, nas locues verbais em que o segundo verbo existir, o auxiliar concordar regularmente. Talvez devam existir seres estranhos em outros mundos. Talvez deva haver seres estranhos em outros mundos. Vo existir lugares. Vai haver lugares.

    27.6. Verbo HAVER quando indicar tempo decorrido permanece no singular, considerado impessoal, equivale a faz. H anos fui visitar a cidade de meus avs. Havia trs anos que no ia a Bahia.

    27.7. Verbo FAZER Esse verbo deve permanecer na terceira pessoa do singular quando se refere a fenmenos atmosfricos ou ao tempo que passou. Torna-se um verbo impessoal, isto , sem sujeito. E quando impessoal, o verbo fazer transmite aos auxiliares (nas locues) sua impessoalidade. Da os auxiliares devem permanecer na terceira pessoa do singular. Faz dez anos que moro aqui. Faz belas manhs naquela ilha. Devia fazer dez horas que o infeliz aguardava a namorada. Pode fazer cinco anos que no vejo Joo.

    27.8. Verbo SER (impessoal) Esse verbo impessoal quando empregado em frases que se referem a fenmenos atmosfricos ou indicam horas ou datas. Em tais casos concorda com o complemento, ou seja, com a palavra que se anexa a ele expressando o fenmeno ou o tempo. Seria muito cedo. noite escura. uma hora. So duas horas. um minuto para as trs. Hoje (ou so) 18 de maio. Hoje dia dezoito de maio.

    27.9. Verbo SER (com sujeito e predicativo de nmeros diferentes) H duas tendncias para a concordncia do verbo ser nesse caso: a) Tendncia mais freqente: colocar o verbo ser no plural. Os Estados Unidos so um povo progressista. A vida so as lutas de todos os dias. b) Tendncia menos freqente: usar o verbo ser concordando sempre com o predicativo. Os Estados Unidos um povo progressista. Os Lusadas um grande poema.

    27.10. Cuidados que devem ser tomados com alguns verbos: a) Incorreto: Se eu ver voc por a... Correto: Se eu vir, revir, previr.

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    Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se eu puser (de pr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se ns dissermos (de dizer), predissermos.

    b) Incorreto: Ele intermedia a negociao. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar. Correto: Ele intermedeia (ou medeia) a negociao. Remediar, ansiar e incendiar tambm seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, eu incendeio.

    c) Incorreto: Ningum se adequa. No existem as formas adequa, adeqe etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse etc. Correto: Ningum se adapta.

    d) Incorreto: Evite que a bomba expluda. Explodir s tem as pessoas em que depois do d vm e e i: explode, explodiram etc. Portanto, no escreva nem fale exploda ou expluda, substituindo essas formas por rebente, por exemplo. Correto: Evite que a bomba rebente.

    e) Incorreto: Governo reav confiana. Correto: Governo recupera confiana. Reaver segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra v: reavemos, reouve, reaver, reouvesse. Por isso, no existem reavejo, reav etc.

    f) Incorreto: A polcia interviu. Correto: A polcia interveio. O verbo intevir conjuga-se como o verbo vir. Outras formas: eu venho, intervenho; eu vim, intervim; ele vem, intervm; ele veio, interveio; ns vimos, intervimos; ns viemos, interviemos; eles vm, intervm; eles vieram, intervieram.

    Exerccios de Aplicao 1) Use bastante ou bastantes: Joo tem _______________ discos, mas as msicas no so _______________ boas.

    2) Faa a concordncia verbal corretamente: a) Os empregos indevidos da pontuao ____________ (poder) interferir no sentido do texto. b) s vezes o uso inadequado de certos termos _______________ (prejudicar) a clareza do sentido do texto. c) Os policiais _______________ (intervir) na discusso.

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    d) E na TV se voc _________ (ver, no futuro do subjuntivo) um deputado em pnico... (Caetano VELOSO. Haiti.). e) Perdi o meu culos / os meus culos. f) O professor _______________ (intervir) no debate. g) As pessoas ________ (ter) o costume de buscar solues fceis. h) Reunimos duas pessoas ________ (haver) tempos distantes. i) No vamos a nossa cidade natal ________ (haver) cerca de oito anos.

    3) O verso abaixo apresenta erro de Portugus? Justifique sua resposta. At parece que s existe ele e voc.

    4) Faa corretamente a concordncia: a) Popular so os outros.

    b) Graas a Deus no vai ser eu quem vai mudar.

    c) No foi eu que fez.

    5) Diga se as concordncias verbais abaixo esto corretas ou incorretas e justifique: a) Consertam-se foges.

    b) Vende-se roupas.

    c) Precisam-se de operrios.

    d) Assiste-se a novelas aqui em casa.

    e) Antes do jogo, observaram-se cinco minutos de silncio.

    f) Compra-se carros.

    g) Vende-se apartamento.

    h) Alugam-se imveis na praia.

    i) Confiavam-se nos alunos.

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    j) Assistem-se a filmes.

    k) Procura-se vendedores experientes.

    6) Corrija as concordncias nominais e verbais se forem necessrias, como tambm os pronomes relativos: a) Maria disse a Joo: _ Muito obrigado por haver enviado os recibos anexo ao relatrio. Joo lhe respondeu: _ Obrigado voc, que sempre se adequa to bem s necessidades da empresa.

    b) J meio-dia e meio e eles ainda no vieram. Devem haver muitas ruas congestionadas.

    c) Foi uma longa conversa com a imprensa, onde o presidente disse que no vo haver reajustes nos preos das tarifas pblicas.

    d) Nesta poca do ano fazem belas tardes ensolaradas. J sete horas e ainda est to claro. Penso que j faziam cinco anos que eu no vinha Bahia.

    28. REGRAS DE PONTUAO 28.1. ASPAS a) Usadas nas transcries ou citaes de frases alheias. b) Para realar ttulos de obras ou publicaes. c) Para realar palavras estrangeiras ou grias.

    28.2. DOIS PONTOS a) Usados para anunciar uma citao. b) Para indicar uma enumerao. c) Para discriminar partes de um todo ou de uma srie. H vrios cmodos em uma casa: sala, quarto, cozinha, banheiro, escritrio etc.

    28.3. PONTO usado para encerrar frase.

    28.4. PONTO E VRGULA O ponto e vrgula denota sempre uma separao mais ampla que a vrgula, mas no a ponto de encerrar o perodo. a) empregado entre oraes coordenadas que poderiam figurar em perodos separados, mas que convm deixar no mesmo perodo por manterem unidade de

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    sentido, ou por terem diversos aspectos em comum (o mesmo verbo, o mesmo sujeito, o mesmo esquema estrutural etc.). Sem virtude, perece a democracia; o que mantm o governo desptico ou tirnico o medo; e a honra seria o substrato do princpio monrquico.

    b) empregado para separar enumeraes longas dentro das quais existam vrgulas. Os velhos, revivendo dias da mocidade; os jovens, cuja ndole os inclina s diverses; e at os doentes, esquecidos dos seus achaques; todos pareciam loucos de alegria.

    28.5. VRGULA No se deve empregar a vrgula para separar termos que mantm entre si estreita ligao lgica, pois a vrgula apenas indica as separaes breves de sentido entre termos vizinhos, as inverses e as intercalaes. Seria, assim, grave erro coloc-la: a) Entre sujeito e verbo. Incorreto: A populao que se encontra abaixo das condies mnimas de vida, tenta descobrir novas formas de conseguir rendimentos. Correto: A populao que se encontra abaixo das condies mnimas de vida tenta descobrir novas formas de conseguir rendimentos.

    b) Entre o verbo e o complemento verbal (objeto direto ou objeto indireto). Incorreto: O programa de renda mnima garante, condies de vida para a populao carente. Correto: O programa de renda mnima garante condies de vida para a populao carente.

    c) Entre o substantivo e o adjunto adnominal. Incorreto: O primeiro, carro eltrico foi construdo em 1970. Observao: adjunto adnominal o termo que modifica o sentido de um substantivo.

    d) Como norma geral, no empregamos vrgula antes da conjuno aditiva e. Exemplo: Maria estudou e fez esplndidos exames.

    A vrgula deve ser empregada para separar: a) Vocativo. Maria, por favor, traga os relatrios.

    b) Aposto. Sartre, o maior filsofo francs do sculo XX, autor de vrios romances e peas de teatro.

    c) Adjunto Adverbial ou expresso circunstancial quando esto na ordem inversa ou ficam entre dois verbos.

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    No final do ano passado, em jantar de confraternizao, conversamos com o gerente sobre a necessidade de remanejar pessoal para nossa filial em Manaus. Pudemos, finalmente, deixar aquela casa.

    d) Elipse de verbo. Finalmente, vo os bons para o cu e os maus, para o inferno. (Padre Vieira).

    e) Expresses e palavras corretivas, explicativas, escusativas, que, por virem sempre intercaladas, devem ser colocadas entre vrgulas. Tais como: isto , por exemplo, ou melhor, digo, ou seja, alis etc. Casamos, isto , juntamos nossos sofrimentos.

    f) Intercalaes, por cortarem o que est logicamente ligado, devem ser obrigatoriamente colocadas entre vrgulas. No o direi, pensei comigo, a ningum. Mariana, ainda que submissa, no quis desta vez obedecer.

    g) No perodo, empregamos vrgula entre as oraes coordenadas assindticas. O palestrante calou-se, dobraram-se as pastas, voltamos para casa finalmente.

    h) As conjunes coordenativas devem ser colocadas entre vrgulas quando intercaladas. Tais como: mas, porm, contudo, entretanto, no obstante, todavia, portanto etc. O governo liberou as verbas, os trabalhos, porm, no prosseguiram.

    i) Nas datas, o nome do lugar. Campinas, 14 de janeiro de 2006.

    j) A palavra POIS, h dois casos: - Como conjuno explicativa: emprega-se a vrgula apenas antes. Regra geral: nesse caso, possvel substituir pois por porque. O exame era difcil, pois nem sequer havamos estudado. - Como conjuno conclusiva: o pois fica entre vrgulas. Regra geral: nesse caso possvel substituir pois por portanto. Est doente, no podendo, pois, viajar.

    Exerccios de aplicao: 1) Reescreva o perodo utilizando adequadamente a pontuao: Joo Havelange, presidente da Fifa h seis mandatos recorde absoluto na entidade ele no descarta uma nova reeleio.

    2) Pontue o seguinte texto: O diretor de Recursos Humanos da Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos declarou que no haver demisses em massa neste ms.

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    3) Imagine que um soldado, prestes a ir para a guerra, recebeu o seguinte telegrama: Irs Voltars No Morrers Como ele poderia ser pontuado?

    4) Pontue adequadamente os perodos abaixo: a) Ultimamente o melhor programa humorstico do pas tem o sido o jornal nosso de cada dia isto o prprio dia-a-dia.

    b) O gerente de vendas das Casas Pernambucanas ser transferido de seo no poder pois assumir esse compromisso.

    c) As crianas viajaro hoje os adultos amanh.

    d) Natal capital do Rio Grande do Norte uma linda cidade.

    5) Ordene as frases abaixo e transforme-as num nico perodo, usando a pontuao adequadamente. a) A situao estava mais calma. Porm as pessoas continuavam assustadas.

    b) Quando nossa situao ficou difcil. Eles nos abandonaram.

    c) Conforme combinamos. A viagem ser no segundo semestre.

    d) A imagem introduz um novo elemento de persuaso. Conseguindo atingir pessoas de qualquer nvel. Quando bem trabalhada. Num outdoor.

    e) Dezenas de profissionais j trabalharam um sem-nmero de horas. Quando a notcia chega at ns. Seja pela televiso, rdio ou jornal.

    f) As pessoas ficam meio perdidas. E digo que sou RP (relaes-pblicas). Como se estivessem diante de um extraterrestre. Quando me perguntam o que fao.

    SEGUNDA PARTE

    29. COMPREENSO DE TEXTO: PALAVRAS-CHAVE E IDIAS-CHAVE As Palavras-chave Ningum chega escrita sem antes ter passado pela leitura. Ler compreender a forma como est tecido o texto. Ultrapassar sua superfcie e inferir

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    da leitura seu sentido maior, que muitas vezes passa despercebido a uma grande maioria de leitores. Leitura e escrita complementam-se. Lendo textos bem estruturados, podemos apreender os procedimentos lingsticos necessrios a uma boa redao. Numa primeira leitura, temos sempre uma noo muito vaga do que o autor quis dizer. Uma leitura bem feita aquela capaz de depreender de um texto ou de um livro a informao essencial. Uma boa estratgia buscar as palavras mais importantes de cada pargrafo. Elas constituiro as palavras-chave do texto, em torno das quais as outras se organizam e criam um intercmbio de significao para produzirem sentidos. Elas constituem o alicerce do texto. A tarefa do leitor detect-las, a fim de realizar uma leitura capaz de dar conta da totalidade do texto. Por adquirir tal importncia na arquitetura textual, as palavras-chave normalmente aparecem ao longo de todo o texto das mais variadas formas: repetidas, modificadas, retomadas por sinnimos. Elas pavimentam o caminho da leitura, levando-nos a compreender melhor o texto. Alm disso, fornecem a pista para uma leitura reconstrutiva porque nos levam essncia da informao.

    As Idias-chave Muitas vezes temos dificuldades para chegar sntese de um texto s pelas palavras-chave. Quando isso acontece, a melhor soluo buscar suas idias-chave. Elas podem ser encontradas em cada pargrafo ou em um conjunto de pargrafos (quando tratam de um mesmo tpico). Nem sempre encontramos uma frase pronta no texto que expresse a idia-chave. Nesse caso, depender da capacidade de sntese do leitor express-la a partir da compreenso de cada fragmento (pargrafo ou conjunto de pargrafos) de texto.

    Exerccio: Leia atentamente o texto transcrito a seguir, possvel estar mal e pensar direito?, de Contardo Calligaris. Procure reconhecer suas palavras-chave, a idia-chave de cada pargrafo, perceba tambm a estratgia argumentativa do autor.

    POSSVEL ESTAR MAL E PENSAR DIREITO? Contardo Calligaris

    Uma das questes mais interessantes da psicologia das ltimas dcadas a seguinte: em que medida o sofrimento psquico de um sujeito deve ser relacionado com um defeito de sua percepo e de seu entendimento do mundo? Obviamente, a pergunta relevante s quando o sofrimento uma condio severa e duradoura. Tomemos, por exemplo, a depresso, um estado patolgico que, em princpio, no nos torna delirantes nem alucinados. Ser depressivo (diferentemente de estar deprimido) significa passar ao longo da vida, por vrios episdios de depresso profunda e sofrer de uma constante dificuldade em encontrar a vontade de viver.

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    Pois bem, ser que ser depressivo implica (como causa ou como efeito) um erro de percepo e de pensamento? Qualquer terapeuta gostaria que fosse assim: bastaria corrigir o erro e, com isso, quem sabe a depresso fosse curada. Se voc depressivo e enxerga o mundo como a brincadeira sdica de um deus malfico, talvez voc seja vtima dessa viso errada. Ao corrigi-la com as palavras certas, a gente transformaria seu humor de vez, faria de voc outra pessoa. Mas sobra a pergunta: ser mesmo que, por voc ser depressivo, sua percepo do mundo est errada? Em 1979, foi publicada uma experincia (Abramson e Alloy, Journal of Experimental Psychology, vol. 108, n 4), na qual dois grupos de sujeitos (os deprimidos e os saudveis) deviam descobrir se suas aes tinham ou no alguma influncia sobre uma lmpada que, de fato, se acendia e apagava ao acaso. Os no-deprimidos, apesar dos desacertos, concluram que suas aes eram eficazes. Os deprimidos concluram (corretamente) que suas aes no tinham eficcia nenhuma e que no havia como fazer a cabea da maldita lmpada. Para alguns crticos, a experincia demonstrava apenas o pessimismo dos deprimidos. Mas resta que, no caso, a concluso dos deprimidos foi certeira; portanto caberia salientar o extravagante otimismo que extraviou os no-deprimidos e constatar o realismo dos deprimidos. Alis, a questo levantada pela experincia de 79 entrou para a histria da psicologia como problema do realismo depressivo (h novas experincias publicadas no recente vol. 134 do Journal of Experimental Psychology). O interesse desse debate no s clnico. Acaba de sair um livro imperdvel, Lincolns Melancholy: How Depression Challenged a Presidente and Fueled His Greatness ( a melancolia de Lincoln: como a depresso desafiou um presidente e alimentou sua grandeza), de Joshua Wolf Shenk. Shenk se baseia nos relatos dos que foram prximos de Abraham Lincoln para confirmar que ele foi clinicamente deprimido durante a vida toda. Logo, o autor se pergunta se essa depresso grave e crnica constituiu um impedimento ou se, ao contrrio, foi uma vantagem na conduta do presidente americano durante a Guerra de Secesso. Ora, Shenk argumenta de maneira convincente que a depresso de Lincoln foi responsvel por suas qualidades de estadistas. A seguir, alguns exemplos:

    a) A depresso clnica sempre acompanhada por um intenso processo de pensamento: reavaliao contnua da realidade, dvidas sobre a ao certa, exame constante de conscincia e por a vai. Esse processo leva o sujeito a um conhecimento especial das contradies de sua prpria alma e da dos outros. Na vida pblica, isso permite negociar sem desprezo pela parte adversa.

    b) O deprimido que ultrapassa suas crises sem sucumbir tem, em regra, a coragem e a capacidade de encontrar motivaes sem recorrer a grandes princpios ( o que pediria um entusiasmo que impossvel na depresso). Lincoln, embora convencido de que a abolio da escravatura fosse moralmente correta, nunca invocou a certeza de que Deus estaria do seu lado, mas alegava (inclusive por escrito) que, quanto a Deus, cada lado podia consider-lo como seu aliado. uma

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    outra qualidade crucial pela vida pblica, a no ser que a gente prefira entregar as rdeas do governo a iluminados e fundamentalistas.

    c) A adversidade, para o deprimido, , por assim dizer, natural (nada existe sem antagonismo). Deparar-se com oposio e derrota , para ele, uma travessia normal. O resultado a perseverana.

    Recentemente, uma psiquiatra (Kay Redfield Jamison, Touched with Fire: Manic Depressive Illness and the Artistic Temperament, tocados pelo fogo: a doena manaco-depressiva e o temperamento artstico) mostrou que uma cura apressada da depresso nos privaria de inmeros talentos artsticos e literrios. Shenk estende o mesmo princpio a uma figura poltica; ele mostra que, no caso de Lincoln, a depresso no foi uma falha de carter que desqualificaria a liderana de um sujeito. Longe de comprometer o pensamento e as decises do presidente, ela foi o trao de carter que fez dele o estadista lcido e necessrio num momento sombrio da histria do pas.

    Em suma, muitas aventuras dolorosas da mente so partes da subjetividade de quem sofre e, s vezes, partes irrenunciveis, cuja cura deixaria o mundo mais pobre e mais estpido.

    (in: Ilustrada, Folha de S. Paulo, 29/09/2005)

    30. NVEIS DE LINGUAGEM Quem determina as transformaes lingsticas o conjunto de usurios, independentemente de quem sejam eles, estejam escrevendo ou falando,uma vez que tanto a lngua escrita quanto a oral apresentam variaes condicionadas por diversos fatores: regionais, sociais, intelectuais etc. A lngua escrita obedece a normas gramaticais e ser sempre diferente da lngua oral, mais espontnea, solta, livre, visto que acompanhada de mmica e entonao, que preenchem importantes papis significativos. Mais sujeita a falhas, a linguagem empregada coloquialmente difere substancialmente do padro culto, o que, segundo alguns lingistas, criou no Brasil um abismo quase intransponvel para os usurios da lngua, pois se expressar em portugus com clareza e correo uma das maiores dificuldades dos brasileiros. Os nveis de linguagem so:

    a) A linguagem popular ou coloquial: aquela usada espontaneamente pelo povo. Quase sempre rebelde s normas gramaticais e carregada de vcios de linguagem (erros de regncia e concordncia, grafia e flexo; ambigidade, cacofonia; pleonasmos viciosos), expresses vulgares e grias ( A gria no um nvel de linguagem, no linguagem popular, mas um estilo que se integra lngua popular. Nem todos que se exprimem atravs de linguagem popular usam grias. A gria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais. Ela pode acabar incorporada pela lngua oficial, permanecer no vocabulrio ou cair em desuso.

    b) A linguagem culta ou padro culto: aquela ensinada nas escolas e serve de veculo s cincias. usada pelas pessoas instrudas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obedincia s normas gramaticais.

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    c) A linguagem vulgar: aquela ligada aos grupos extremamente incultos, aos analfabetos, aos que tm pouco contato com os centros civilizados. Ex: nis vai, ele fica; eu di um beijo nela; Vamo i no mercado.

    d) A linguagem regional: regionalismos ou falares locais so variaes geogrficas do uso da lngua padro. Ex: falares amaznico, nordestino, fluminense, mineiro, sulino.

    Exerccios: 1)Assinale a alternativa em que o emprego da palavra nvel adequado do ponto da norma culta da lngua. a) A nvel de partido esta ser a deciso mais adequada. b) Nunca se viu tanta explorao poltica a nvel de televiso brasileira. c) H pessoas que apreciam mais o clima de cidades que se situam ao

    nvel do mar. d) Este aparelho a nvel de vista compensa muito mais do que a nvel

    de a prazo. e) Ao nvel da Justia, fraudar eleies mais grave, do que roubar

    caminhes.

    2)Assinale a nica alternativa que segue os padres da norma culta. a) Alguns eu no me lembro. Graas a Deus tenho problemas de

    memria (Monique Evans) b) H muito tempo, mas muito tempo mesmo, durante dois anos, eu fiz

    o trajeto Rio-So Paulo. (Xnia) c) Fornecemos a energia que as pessoas precisam para viver melhor.

    (Texto publicitrio) d) proibido pisar na grama. (Cartaz em praa pblica) e) O Felipe deixou ele ficar comigo. (Vera Fischer)

    31. COESO TEXTUAL Quando escrevemos um texto, uma das maiores preocupaes como

    amarrar a frase seguinte anterior. Isso s possvel se dominarmos os princpios bsicos de coeso. A cada frase enunciada devemos ver se ela mantm um vnculo com a anterior ou anteriores para no perdermos o fio do pensamento. De outra forma, teremos uma seqncia de frases sem sentido, sucedendo-se umas s outras sem muita coerncia. A coeso, no entanto, no s esse processo de olhar constantemente para trs. tambm o de olhar para adiante. Um termo pode esclarecer-se somente na frase seguinte. Se minha frase inicial for Maria tinha um sonho, estou criando um movimento para adiante. S vamos saber de que sonho se trata na frase seguinte: Ele queria abrir uma empresa na rea de turismo. Mas no basta costurar uma frase a outra para dizer que estamos escrevendo bem. Alm da coeso, preciso pensar na coerncia. possvel escrever um texto coeso sem ser coerente. Por exemplo:

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    Os problemas de um povo tm de ser resolvidos pelo presidente. Este deve ter ideais muito elevados. Esses ideais se concretizaro durante a vigncia de seu mandato. O seu mandato deve ser respeitado por todos.

    No faltam elementos coesivos nesse pargrafo. Mas qual a idia-chave da qual ele trata?

    Alguns recursos de coeso: a) Eptetos So palavras ou frases que qualificam pessoas ou coisas. Glauber Rocha fez filmes memorveis. Pena que o cineasta mais famoso do cinema brasileiro tenha morrido to cedo.

    b) Termo-sntese O pas cheio de entraves burocrticos. preciso preencher um sem-nmero de papis. Depois, pagar uma infinidade de taxas. Todas essas limitaes acabam prejudicando o importador. A palavra limitaes sintetiza o que foi dito antes.

    c) Pronomes Vitaminas fazem bem sade. Mas no devemos tom-las ao acaso. O colgio um dos melhores da cidade. Seus dirigentes se preocupam muito com a educao integral. H uma grande diferena entre Paulo e Maurcio. Este guarda rancor de todos, enquanto aquele tende a perdoar.

    d) Advrbios pronominais (aqui, ali, l, a) No podamos deixar de ir ao Louvre. L est a obra-prima de Leonardo da Vinci: a Monalisa.

    e) Elipse O ministro foi o primeiro a chegar. Abriu a sesso s oito em ponto e fez ento seu discurso.

    f) Repetio do nome prprio ou parte dele Manuel da Silva Peixoto foi um dos ganhadores do maior prmio da Loto. Peixoto disse que ia gastar todo o dinheiro na compra de uma fazenda e em viagens ao exterior.

    g) Associao Uma palavra retoma a outra porque mantm com ela, em determinado contexto, vnculos precisos de significao. So Paulo sempre vtima das enchentes de vero. Os alagamentos prejudicam o trnsito, provocando engarrafamentos de at 200 quilmetros.

    Recomendaes para garantir a coeso textual 1) Estruture o texto numa seqncia lgica.

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    2) Estabelea relaes entre frases e entre os pargrafos. 3) Faa uma reviso do texto: se houver necessidade, reescreva suas partes, altere suas posies para tornar o conjunto inteligvel. 4) Ao fazer a reviso de seu texto, tente se colocar na posio de seus possveis leitores, observe se a expresso de suas idias est clara, de fcil compreenso, para o outro.

    Faa uma reflexo sobre este pensamento de Millr Fernandes, tente aplic-lo ao redigir seus textos: Pra escrever bem no preciso muitas palavras, s saber como combin-las. Pense no xadrez.

    Exerccios de aplicao: 1) Identifique nos textos a seguir todos os termos que retomam as palavras em itlico:

    Em outubro de 1839 Paris ainda possua a mesma mstica embriagadora que Chopin experimentara ao chegar l em setembro de 1831. A ausncia de 11 meses s servira para aumentar seu apaixonado fascnio pela magnfica metrpole espraiada ao longo das sinuosas margens do Sena. Paris havia-se tornado a amante de Chopin muito antes de ele conhecer Mme. Sand e durante vrios anos subseqentes suas afeies ficariam divididas entre as duas. Ambas o adoravam, do mesmo modo que eram, por sua vez, cultuadas por ele, e ambas eram essenciais sua existncia. Com a sade debilitada, o jovem msico no podia sobreviver ao estmulo de uma sem o amparo da outra.

    2) Identifique no texto a seguir todos os termos que retomam as palavras em itlico:

    Um antigo morador de So Cristvo contava que, na mocidade, viajara diariamente, na barca que fazia o trajeto entre aquela praia e o cais Pharoux, ou dos Franceses, como ento se dizia, com um adolescente aparentando treze ou quatorze anos, magrinho, modesta mas limpamente vestido.

    A barca vinha cedo para a cidade e voltava tarde, conduzindo sempre os mesmos passageiros, gente que tinha emprego no centro. Como era natural, camaradagem se estabeleceu entre esses companheiros dirios, todos conversavam para matar o tempo. S o mocinho magro, sempre com um livro na mo, nunca dirigiu a palavra a ningum. Mal se sentava, logo afundava na leitura e assim ia e voltava, parecendo ignorar os que o cercavam, sem levantar os olhos do livro, indiferente aos espetculos da viagem, beleza da baa, s embarcaes que encontravam. Era Machado de Assis.

    Afinal, a nica informao segura, clara, que nos chega sobre o princpio da adolescncia de Joaquim Maria essa imagem. Com certeza, s sabemos que ia todas as manhs, bem cedo, do seu bairro para o centro urbano. (Lcia Miguel Pereira)

    3) Utilizando os recursos de coeso, substitua os elementos repetidos quando necessrio:

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    Todos ficam sempre atentos quando se fala de mais um casamento de Elizabeth Taylor. Casadoura inveterada, Elizabeth Taylor j est em seu oitavo casamento. Agora, diferentemente das vezes anteriores, o casamento de Elizabeth Taylor foi com um homem do povo que Elizabeth Taylor encontrou em uma clnica para tratamento de alcolatras, onde ela tambm estava. Com toda pompa, o casamento foi realizado na casa do cantor Michael Jackson e a imprensa ficou proibida de assistir ao casamento de Elizabeth Taylor com um homem do povo. Ningum sabe se ser o ltimo casamento de Elizabeth Taylor.

    4) Leia os textos a seguir e escreva os termos retomados pelas palavras em itlico. Distribua-os em duas colunas: coeso dentro da frase e coeso entre as frases.

    Um gel desenvolvido por cientistas americanos para ajudar a cicatrizao de ferimentos profundos e queimaduras graves representar o primeiro resultado comercialmente visvel de uma nova gerao de medicamentos. A pomada cicatrizante, que chegar s farmcias americanas at o incio do prximo ano, ser uma espcie de cola biodegradvel, cuja funo juntar as clulas sadias em torno do ferimento, reconstituindo os tecidos em um tempo 30% mais rpido que qualquer outro remdio. Alm disso, o gel elimina toda cicatriz. O novo medicamento fruto do desenvolvimento de um dos ramos mais recentes da medicina, o que estuda a adesividade das clulas do corpo humano, a partir de uma constatao bvia: os cerca de 100 trilhes de clulas que formam o organismo de uma pessoa podem ser comparados a tijolos de um edifcio, que precisam estar devidamente unidos por camadas de cimento. Se o cimento de m qualidade ou insuficiente, o prdio pode ruir. Da mesma forma, os cientistas trabalham agora com a certeza de que um cimento biolgico d estrutura ao corpo humano e o domnio dessa substncia far a medicina avanar a passos largos no combate a uma srie de doenas. Coeso dentro da frase: que (que chegar) retoma... cuja (cuja funo)... o (o que estuda)... que (que formam)... que (que precisam)... dessa substncia... Coeso entre as frases: pomada cicatrizante retoma... gel... novo medicamento... cimento... cientistas...

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    5) Justifique por que o autor do texto empregou o pronome indefinido toda cicatriz, em vez de toda a cicatriz?

    Leia o texto transcrito a seguir, O princpio esperana e as utopias moda da casa, de Marcelo Coelho, para responder as questes seguintes:

    O PRINCPIO ESPERANA E AS UTOPIAS MODA DA CASA Marcelo Coelho

    Mudar o mundo? No, thanks. Nunca mais. Sem chance. Nem pensar. Frases curtas, de duas palavras, sem nenhuma explicao suplementar, parecem suficientes para exprimir o estado de esprito que predomina no Brasil ou em qualquer outro pas depois de tantas utopias entrarem em descrdito. Pode ser interessante, para quem quiser reanimar-se (ou desistir de vez), dar uma olhada no livro clssico de Ernst Bloch, O Princpio Esperana, cujo primeiro volume foi finalmente publicado no Brasil, pela Uerj, em parceria com a editora Contraponto. Amigo desde a juventude de Georg Lukcs (com quem mais tarde polemizaria apaixonadamente) e pensador com muitos pontos de contato com a Escola de Frankfurt (com Walter Benjamin em particular), Ernst Bloch (1885-1977) certamente o mais romntico, o mais arrebatado e o menos cientfico dos marxistas. O Princpio Esperana apresenta-se como um vasto tratado sobre a utopia, o sonho, o impulso de transformao. Publicado na Alemanha Oriental entre os anos de 1954 e 1959, ou seja, logo aps a morte de Stlin e pouco antes da construo do Muro de Berlim, o livro nada tinha que agradasse aos burocratas do regime. Bloch acabou se mudando para a Repblica Federal da Alemanha, onde sua obra malcomportada, vibrante e ferica haveria de inspirar os movimentos de contestao dos anos 60. O gnio da lmpada maravilhosa; a loja de mveis, com suas promessas de felicidade domstica; Ulisses, Jaso, Colombo e quem quer que se lance em busca de um novo mundo. O circo, o parque de diverses, o teatro; as perspectivas azuladas da pintura renascentista; os prazeres do domingo num quadro de Seurat. As obras de Freud, Lnin, Mozart, Campanella. O Eldorado, a catedral gtica, as colees de selos: tudo entra, tudo admissvel, tudo (quase tudo) bem-vindo no gigantesco panorama construdo por Bloch. Trata-se de um daqueles livros que, assumindo a aparncia de um tratado sistemtico, deixam-se na verdade implodir pelo prprio contedo, catico, agonstico, libertrio. Cada pgina de O Princpio Esperana fervilha de iluminaes, enquanto sua estrutura conceitual vai sendo exposta com a lentido de uma jamanta andando em crculos. Dois conceitos aparecem a todo momento no livro e so, como se diz, prenhes de significado para a filosofia de Bloch: o sonho diurno e o ainda-no-consciente. Polemizando com Freud, e mais ainda com Jung, Bloch observa que os seres humanos de forma alguma sonham apenas noite. Tambm o dia possui bordas crepusculares, tambm ali os desejos se saciam.. Acontece que,

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    diferentemente do sonho noturno, no sonho diurno podemos conduzir nossa fantasia; podemos, diz Bloch, delirar, mas tambm ponderar e planejar. O inconsciente da psicanlise, por sua vez, funciona sempre como um repositrio de lembranas passadas, como o subterrneo, o subsolo de nossa morada mental. O ainda-no-consciente de Bloch corresponde ao futuro, o inconsciente do outro lado, do alvorecer para sempre. Trata-se do local psquico do nascimento do novo. O conceito no dos mais inequvocos, mas ganha fora quando Bloch o traduz numa metfora; o que o sujeito aqui fareja no o bafio de poro, mas o ar da manh. Seja qual for a solidez dos argumentos de Bloch, irresistvel a sua extravagncia literria, a beleza expressionista de algumas passagens. Mesmo antes de se dar conta dos prprios desejos, diz Bloch, todo jovem sonhador gosta de contemplar o horizonte; a razo disso que as nuvens nada mais so do que os traos fabulares da natureza. O encanto do bal clssico, escreve Bloch num curioso excurso sobre a dana, est no que existe ali de sofrimento elegante, jbilo frio. Nada mais distante das exaltaes do prprio autor, cujo otimismo leva at mesmo a elogiar os componentes utpicos da parania. Esta capaz de novas composies, transformaes do mundo, projetos que avanam, em suma, corujas de fogo de uma Minerva louca, mas cheia de vontade de fazer luzir a aurora. Para leitores que conheciam o terror stalinista de perto, essas passagens talvez tivessem conotaes sinistras. Nada mais dj vu, alis, que as observaes esparsas de Bloch contra o decadente modo de vida americano, em oposio s homenagens, obviamente contrafeitas, que o autor ainda dirige ao socialismo sovitico. Mas o desastre dessas utopias de estado, sistemticas, paranicas e assassinas, paradoxalmente torna mais atual o livro de Bloch: seu livro pe em relevo uma esperana estilhaada em mil situaes diferentes, sem a necessidade de que se unifiquem numa ordem nica. Para Bloch, nenhum elogio dos fatos, da realidade tal como ela , pode ser levado s ltimas conseqncias; isto seria o equivalente fixidez da morte. O real, porque est incompleto, exige nossa participao e nossos desejos. Por certo, podemos dizer que esse princpio esperana tem cada vez menos uma traduo poltica e institucional em sentido estrito. O prprio Bloch, alis, encontra-o em toda parte. Logo no incio, ele cita o alvoroo das crianas dentro de casa, quando tocam a campainha. J a necessidade do novo, do diferente, de tudo aquilo que o futuro emite em nossa direo. Haja otimismo. Na Alemanha Oriental, um toque de campainha poderia bem ser a visita da polcia poltica procura de papai ou de mame. Aqui no Brasil, pas de utopias menos srias e de derrocadas sem tragdia, o toque do interfone no possui tais dimenses. Em geral, significa apenas a chegada do entregador de pizza. (in: Ilustrada, Folha de S. Paulo, 07/09/2005)

    6) A partir da leitura do texto O princpio esperana e as utopias moda da casa, de Marcelo Coelho, publicado na Folha de S. Paulo, Ilustrada, de 07/09/2005,

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    identifique os termos que so retomados, dentro do prprio pargrafo, pelas palavras grifadas transcritas a seguir: a) parecem suficientes (2 p.):

    b) com quem (4 p.):

    c) o mais romntico, o mais arrebatado... (4 p.):

    d) o livro (5 p.):

    e) obra malcomportada (5 p.):

    f) so, como se diz, prenhes de significado (8 p.):

    g) o subsolo de nossa morada mental (9 p.):

    h) O conceito (9 p.):

    i) a razo disso (10 p.):

    j) cujo otimismo (11 p.):

    k) dessas utopias de estado (12 p.):

    l) j a necessidade do novo (14 p.):

    7) A partir da leitura do texto O princpio esperana e as utopias moda da casa, de Marcelo Coelho, publicado na Folha de S. Paulo, Ilustrada, de 07/09/2005, identifique os termos que so retomados, do pargrafo imediatamente anterior, pelas palavras transcritas a seguir: a) Amigo... (4 p.):

    b) Bloch (6 p.):

    c) livro (8 p.):

    d) Bloch (13 p.):

    e) necessidade do novo, do diferente, de tudo aquilo que o futuro emite em nossa direo (14 p.):

    8) Qual a diferena entre os conceitos de sonho diurno e sonho noturno, de acordo com Bloch, e conforme apontada por Marcelo Coelho no 8 pargrafo de seu texto? Comente, com suas palavras, essas definies.

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    9) Qual a diferena entre o inconsciente da psicanlise e o ainda-no-consciente de Bloch, de acordo com o que aponta Marcelo Coelho no 9 pargrafo de seu texto? Comente, com suas palavras, essas definies.

    32. EMPREGO DE CONECTIVOS So usados como recursos coesivos que contribuem para estabelecer relaes de coerncia entre termos ou segmentos na construo de um texto. Portanto, os conectivos conferem unidade ao texto. Problemas no emprego dos conectivos podem dificultar a compreenso da idia que se deseja expressar. Os conectivos estabelecem diversos tipos de relao entre as partes do discurso. a) Servem para ACRESCENTAR idias, argumentos: alm de, alm disso, ademais, e, ainda. Alm de sofrer com os constantes choques econmicos a que vem sendo submetida, a classe mdia v-se forada a expandir suas atividades para poder sobreviver.

    b) Estabelecem relao de CONCESSO, de resignao: embora, no obstante, apesar de, ainda que, mesmo que, conquanto, por mais que, por menos que, se bem que. Embora haja empenho das autoridades mdicas em erradicar as doenas tropicais, estas continuam a fazer vtimas.

    c) Estabelecem OPOSIO entre idias: mas, porm, contudo, entretanto, todavia. O ensino pblico vem apresentando gradativas melhoras, contudo, as escolas particulares ainda vm apresentando melhor qualidade de ensino.

    d) Servem para COMPLEMENTAR e CONCLUIR idias: assim, dessa forma, portanto, logo, por conseguinte, por conseqncia. As injustias sociais so apontadas como a principal causa da violncia. Assim, para combat-la preciso buscar a igualdade social.

    e) Estabelecem relao de JUSTIFICAO, de EXPLICAO entre as idias: pois, que, porque, porquanto. O exame era difcil, pois nem sequer havamos estudado. No crie caso, que estamos aqui para ouvi-lo.

    f) Servem para ligar idias que decorrem ao mesmo tempo, estabelecem relao de PROPORO: medida que, proporo que. medida que o professor falava, os alunos iam dormindo.

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    g) Estabelecem relao de CONDIO entre idias: se, caso, salvo se, desde que, a menos que, sem que, contanto que. O passeio ser realizado, caso no chova.

    h) Expressa circunstncia de TEMPORALIDADE entre as idias: quando, enquanto, apenas, mal, logo que, depois que, antes que, at que, que. Quando a vejo, bate-me o corao mais forte.

    i) Estabelecem relao de CAUSA entre as idias: porque, visto que, porquanto, j que, como. Como no estudou, foi reprovado.

    Exerccios de aplicao 1) Rena as diversas frases num s perodo por meio de conjunes e pronomes relativos. Faa as devidas alteraes de estrutura. a) O camembert um dos queijos mais consumidos no mundo. S se tornou popular durante a Primeira Guerra. Conquistou os soldados nas trincheiras.

    b) Tratava-se de uma pessoa. Essa pessoa tinha conscincia. Seu lugar s poderia ser aquele. Lutaria at o fim para mant-lo.

    c) Era um cais de quase dois quilmetros de extenso. Gostvamos de caminhar ao longo desse cais. O tempo era sempre feio e chuvoso.

    d) Era um homem de frases curtas. A boca desse homem s se abria para dizer coisas importantes. Ningum queria falar dessas coisas.

    33. COERNCIA TEXTUAL A coerncia (do latim cohaerentia: o que est junto ou ligado) est relacionada inteligibilidade do texto. Textos coerentes so resultado de um plano definido, que requer idias ordenadas e ligadas de maneira clara e lgica. Sem coerncia impossvel alcanar unidade: preciso que as idias se ajustem e se completem de maneira harmoniosa. A coerncia seria a possibilidade de estabelecer, no texto, alguma forma de unidade ou relao. Essa unidade sempre apresentada como uma unidade de sentido no texto, o que caracteriza a coerncia como global, isto , referente ao texto como um todo. (Ingedore Villaa KOCH e Luiz Carlos TRAVAGLIA. Texto e Coerncia, pp. 11-12). Texto (do latim textu, tecido) significa, de acordo com o dicionrio Aurlio, um conjunto de palavras, de frases escritas. Com base nisso, preciso que se promova entre as partes do texto uma relao de dependncia (as idias ganham sentido de acordo com as relaes que mantm entre si e o texto). A unidade textual indispensvel coerncia.

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    Obstculos COERNCIA (devem ser evitados) 1) Presena de contradies entre frases ou entre pargrafos. Por exemplo, se voc for defender, num texto, a total liberdade de expresso, no caberia apoiar medidas que propem censura televiso ou a qualquer outro meio de comunicao, isso resultaria em contradio.

    2) Falta de encadeamento argumentativo: os argumentos precisam estar em harmonia entre si. Para garantir isso, voc dever selecionar adequadamente evidncias, exemplos e justificativas a serem integrados em seu texto. S h sentido em confrontar argumentos quando o objetivo demonstrar que os argumentos que sustentam o seu ponto de vista so melhores que os opostos. Num texto dissertativo no cabe apresentar prs e contras em relao a um ponto de vista (isso pode resultar em contradies que impediro o leitor de conhecer o real posicionamento do autor), pois supe-se que o autor escreva para convencer o seu leitor de que a posio que defende a melhor.

    3) Circularidade ou quebra de progresso discursiva: a falta de idias no raro leva redundncia - recurso que consiste em apresentar as mesmas idias, mudando apenas as palavras. Dessa forma, o texto no progride, no avana. Deve-se, ainda, evitar o vai-e-vem (abordar um enfoque, interromp-lo e voltar a abord-lo noutro pargrafo). Esgote cada enfoque antes de passar ao seguinte.

    4) Concluso no decorrente do que foi exposto: importante ordenar logicamente as idias, encade-las coerentemente. Para tanto, no se pode perder de vista a idia central do texto (em torno da qual todos os argumentos devem girar). Assim, introduo segue-se o desenvolvimento, que por sua vez conduzir a uma concluso que esteja em consonncia com o que foi defendido ao longo do texto.

    Recomendaes para garantir a coerncia textual: 1) Organize suas idias de forma lgica (sugesto: faa us