Máquinas Sincronas

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Modelos matemáticos de geradores síncronos para análise de sistemas de potência.

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  • PEA 5731

    So Paulo

    Setembro 2003

    Anlise de Redes Eltricas: Conceituao e Mtodos

    Computacionais

    Reviso dos Modelos de Geradores

    Trabalho apresentado Disciplina PEA

    5731

    Aluno: Cassiano Lobo Pires n 336 33 24

  • SUMRIO

    1. INTRODUO ....................................................................................................................... 1

    2. A MQUINA SNCRONA IDEAL ....................................................................................... 1

    3. CLCULO DAS INDUTNCIAS ......................................................................................... 6

    4. TRANSFORMAES DE PARK ......................................................................................... 9

    4.1 Transformaes para correntes .................................................................................................. 9

    4.2 Transformao para tenso ...................................................................................................... 11

    5. EQUAES DA MQUINA SNCRONA ......................................................................... 13

    6. VALORES EM PU ................................................................................................................ 16

    7. MQUINA SNCRONA EM REGIME TRANSITRIO ................................................. 18

    8. EFEITO DO ENROLAMENTO AMORTECEDOR ......................................................... 20

    9. REATNCIAS DA MQUINA SNCRONA ..................................................................... 24

    10. EQUAES MECNICA E ELETROMECNICA ........................................................ 26

    11. MODELOS DE GERADORES PARA ESTUDOS DINMICOS .................................... 29

    12. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................... 35

  • 1

    1. INTRODUO

    A mquina sncrona aquela onde as correntes alternadas so impostas ou obtidas de

    um conjunto de enrolamentos (armadura) e a corrente contnua imposta em um

    outro conjunto de enrolamentos (o campo). O enrolamento de armadura,

    normalmente localizado no estator, produz um campo magntico girante. O campo

    do estator gira velocidade sncrona. O torque produzido atravs da interao dos

    campos do estator e do rotor quando o rotor tambm gira velocidade sncrona.

    2. A MQUINA SNCRONA IDEAL

    A

    A

    BC

    B C

    d

    q

    Figura 1 - Esquema da mquina sncrona

    Hipteses adotadas:

    a) Mquina sem enrolamento amortecedor;

    b) Observador no enrolamento de campo (indutor);

    c) Mquina girando em sentido anti-horrio;

    d) Conveno adotada para o equacionamento do indutor e induzido: receptor.

    As caractersticas essenciais de uma mquina trifsica so mostradas na Figura 1. No

    estator esto os trs enrolamentos A, B e C distribudos um em cada fase e so

    simbolizados pelo enrolamento correspondente. Os eixos magnticos dos

    enrolamentos de cada fase coincidem com os eixos de cada bobina. No rotor est o

    enrolamento de campo (corrente contnua) F. A possibilidade de outros circuitos

  • 2

    eltricos formados pelas barras amortecedoras na mquina prtica ser ignorada por

    enquanto para permitir uma maior concentrao nos eventos mais importantes.

    O rotor tem dois eixos de simetria, o polar, ou direto (d) e o interpolar, ou em

    quadratura (q). Para uma mquina sncrona de plos salientes, o fluxo magntico

    encontra permencias diferentes nos dois eixos. Mesmo em um rotor cilndrico h

    diferenas nos dois eixos criadas na maior parte por ranhuras relativamente grandes

    para o enrolamento de campo. Os eixos d e q giram com o rotor, enquanto que os

    eixos magnticos das trs fases do estator continuam fixas.

    No instante mostrado na Figura 1, o ngulo do eixo da fase A ao eixo d. O ngulo

    correspondente do eixo da fase B para o eixo d +240 (ou -120) e o ngulo da

    fase C para o eixo d +120.

    Conforme o rotor gira, varia com o tempo. Com uma velocidade angular constante,

    t (1)

    Para expandir a anlise, a mquina idealizada ignorando a saturao, histerese e

    correntes induzidas. Assim, os circuitos acoplados so lineares e as superposies so

    aplicveis. Assume-se que a fora magneto motriz no espao e as ondas de fluxo so

    senoidalmente distribudas.

    Todos os circuitos A, B, C e F possuem suas prprias resistncias e suas indutncias

    prprias e mtuas em relao a todos os outros circuitos. Alm disto, as indutncias

    mtuas e prprias associadas aos circuitos do estator so funes da posio do rotor,

    variando periodicamente conforme o rotor gira.

    Para a anlise da mquina idealizada, as relaes entre tenso e corrente so escritas

    da seguinte maneira:

  • 3

    FFFF

    CCCC

    BBBB

    AAAA

    pirv

    pirv

    pirv

    pirv

    (2)

    onde:

    vA,B,C so as tenses nos enrolamentos A,B e C.

    iA,B,C so as correntes nos enrolamentos A,B e C.

    A,B,C so os fluxos concatenados nos enrolamentos A,B e C.

    rA,B,C so as resistncias por fase.

    Analogamente para o enrolamento F.

    v+ -

    i

    Figura 2 Conveno de corrente e tenso na bobina

    Os fluxos concatenados podem ser expressos em funo das correntes em todos os

    enrolamentos:

    F

    C

    B

    A

    FFFCFBFA

    CFCCCBCA

    BFBCBBBA

    AFACABAA

    F

    C

    B

    A

    i

    i

    i

    i

    LLLL

    LLLL

    LLLL

    LLLL

    (3)

    onde:

    Lij so as indutncias prprias das fases e enrolamento de campo, e indutncias

    mtuas entre as fases e o campo.

    O conjunto de equaes diferenciais (2) e (3) permite resolver qualquer problema de

    transitrio eltrico na mquina, conhecidos os parmetros Lij. A determinao das

  • 4

    expresses das indutncias facilitada considerando os eixos direto (d) e em

    quadratura (q) nos quais as relutncias (e permencias) so bem conhecidas.

    Assim, considerando a definio de indutncia por exemplo, a indutncia prpria da

    fase A pode ser dada por:

    A

    AAA

    iL

    (4)

    onde:

    A o fluxo total concatenado com o enrolamento A (fluxo mtuo, com circuito

    magntico comum ao estator a ao rotor, mais fluxo de disperso, ou seja, aquele

    produzido em A e que no atravessa o entreferro).

    Excitada apenas a fase A com iA (senoidal) aplica-se ao circuito magntico uma fora

    magneto motriz A cujo eixo coincide com o da fase A e de amplitude varivel no

    tempo:

    sensen AmxAmxAA iN (5)

    onde NA o nmero de espiras do enrolamento da fase A.

    Pode-se decompor A nos eixo d e q do seguinte modo:

    q

    d

    A

    d

    q

    d

    Acos

    d

    As

    en

    Figura 3 Decomposio da fora magneto motriz nos eixos d e q

    Sendo Pd e Pq as permencias do circuito magntico (atravs do entreferro) segundo

    os eixos d e q, d e q produzem os seguintes fluxos por plo:

  • 5

    sen

    cos

    AqqqqA

    AddddA

    PP

    PP

    (6)

    A parte destes fluxos no entreferro dA e qA, concatenada com a bobina A

    representada pelas respectivas projees no eixo desta bobina. Deste modo,

    q

    d

    A

    dAcos

    qAsen

    Figura 4 Projeo dos fluxos na bobina A

    2cos22

    2cos222

    cos

    cos1cos

    sencos

    sencos

    2

    22

    22

    qdqd

    AAA

    qdqdqAAA

    qddAAA

    qdAAA

    qdAAA

    qAdAAA

    PPPP

    PPPPP

    PPP

    PP

    PP

    (7)

    Da mesma forma, o fluxo produzido por iA concatenado com a fase B igual a:

    )1202cos(

    22qdqdABA

    PPPP

    (8)

    E o fluxo produzido por iA concatenado com a fase C igual a:

    )1202cos(

    22

    qdqd

    ACA

    PPPP

    (9)

    Analogamente,

  • 6

    cos dAFA P (10)

    3. CLCULO DAS INDUTNCIAS

    A indutncia prpria da fase A LAA, considerando NA = NB = NC, dada por:

    A

    AtotalA

    A

    AtotalA

    A

    AAA

    N

    i

    N

    iL

    (11)

    Mas,

    dispAAAtotal (12)

    onde disp o fluxo produzido pela fase A que no atravessa o entreferro.

    Aplicando (7) e (12) em (11),

    2cos22

    2cos22

    22

    2

    qdAqdA

    AAA

    qdqd

    A

    A

    dispA

    AA

    PPNPPNlL

    PPPPN

    i

    NL

    (13)

    onde lA a indutncia de disperso da bobina A.

    Separando os termos constantes do termo que varia de acordo com a segunda

    harmnica tem-se:

    LMLS

    LAA

    Figura 5 Separao dos termos da indutncia LAA

  • 7

    2cos MSAA LLL (14)

    Analogamente, a indutncia mtua entre as fases do estator pode ser expressa do

    seguinte modo:

    1202cos24

    22

    qdAqdA

    A

    dispABA

    AB

    dispABBABAtotal

    A

    BAtotalA

    A

    BAtotalA

    A

    BAAB

    PPNPPN

    i

    NL

    N

    i

    N

    iL

    (15)

    Fazendo,

    A

    dispABAASS

    i

    NlLM

    2 (16)

    Tem-se:

    )1202cos( MSAB LML (17)

    Para a fase C,

    )1202cos( MSAC LML (18)

    A indutncia mtua entre o estator e o rotor dada desenvolvendo (10):

    cos FAF ML (19)

    onde:

    dFAF PNNM (20)

    Os valores das indutncias pode ser assim definidos:

    Indutor (prpria):

  • 8

    dFFF PNL 2

    Induzido (prprias):

    )1202cos(

    )1202cos(

    2cos

    MSCC

    MSBB

    MSAA

    LLL

    LLL

    LLL

    Indutor e induzido:

    )120cos(

    )120cos(

    cos

    FFCCF

    FFBBF

    FFAAF

    MLL

    MLL

    MLL

    Induzido (mtuas)

    2cos

    )1202cos(

    )1202cos(

    MSCBBC

    MSCAAC

    MSBAAB

    LMLL

    LMLL

    LMLL

    A caracterstica mais importante deste conjunto de equaes que as indutncias

    apresentam variaes em funo de resultando, de acordo com (2), em equaes

    diferenciais a parmetros variveis. Deseja-se expressar estas equaes diferenciais

    em equaes diferenciais a parmetros constantes.

    A idia dividir a fora magneto motriz total do estator em componentes ao longo do

    eixo direto e do eixo em quadratura atravs das transformaes de R. H. Park.

    A substituio proposta facilmente percebida quando se trabalha com a mquina

    sncrona com induzido girante.

  • 9

    q

    d

    F

    A

    B

    C

    q

    d

    F

    d

    q

    Figura 6 Transformao do sistema ABC para o sistema dq

    Nota-se atravs da Figura 6 que o enrolamento de campo estacionrio em ambos os

    casos e portanto, no precisa ser modificado.

    4. TRANSFORMAES DE PARK

    4.1 Transformaes para correntes

    As correntes axiais id e iq so definidas como as correntes que circulado nas bobinas

    fictcias, situadas sobre os eixos e tendo um mesmo nmero de bobinas por fase,

    produzem a mesma distribuio de f.m.m. que as correntes reais iA, iB e iC.

    Assim, projetando-se as foras magneto motrizes no eixo dq tem-se:

    )120sen()120sen(sen

    )120cos()120cos(cos

    CBAq

    CBAd

    (21)

    com,

    CCC

    BBB

    AAA

    iN

    iN

    iN

    (22)

    E para o sistema dq :

    qqq

    ddd

    iN

    iN

    (23)

    Adotando,

  • 10

    2

    3

    Tqd

    TCBA

    NNN

    NNNN

    (24)

    Igualando (21) e (23), levando em considerao (22) e (24),

    qT

    CBAT

    dT

    CBAT

    iN

    iiiN

    iN

    iiiN

    2)120sen()120sen(sen

    3

    2)120cos()120cos(cos

    3

    (25)

    Trs variveis esto presentes no sistema ABC. Em um caso geral, trs variveis

    devem aparecer no sistema dq. Como as duas correntes id e iq produzem o campo

    magntico exato, a terceira corrente no deve produzir campo no entreferro. Esta

    condio pode ser satisfeita atravs de:

    30

    CBA iiii

    (26)

    A corrente i0 corresponde corrente de seqncia zero no mtodo das componentes

    simtricas. Quando as correntes de fase esto balanceadas e sua soma for nula, i0

    tambm deve ser nula.

    Assim, na forma matricial tem-se:

    ][][][

    212121

    )120sen()120sen(sen

    )120cos()120cos(cos

    3

    2

    0

    0

    ABCdq

    C

    B

    A

    q

    d

    iTi

    i

    i

    i

    i

    i

    i

    (27)

    ][][][

    1)120sen()120cos(

    1)120sen()120cos(

    1sencos

    0

    1

    0

    dqABC

    q

    d

    C

    B

    A

    iTi

    i

    i

    i

    i

    i

    i

    (28)

  • 11

    4.2 Transformao para tenso

    Para definir completamente a onda de fluxo que em um instante determinado existe

    no entreferro deve-se conhecer uma magnitude e um ngulo. Uma alternativa

    expressar a onda de fluxo em termos dos seus componentes de eixo direto de eixo em

    quadratura Md e Mq. Na prtica, este processo o melhor para se representar o

    valor instantneo do fluxo.

    Segundo a terminologia de R. H. Park, cada um dos componentes Md e Mq que so

    utilizados para representar o fluxo no entreferro se subentende ser o fluxo

    concatenado com uma bobina sobre o eixo correspondente.

    Supondo conhecidos os componentes de fluxo concatenado Md e Mq pode-se

    determinar a tenso induzida em uma bobina e deduzir a equao da tenso do

    circuito do induzido. A tenso induzida na bobina A depende do valor dos

    componentes do fluxo concatenado e da sua posio angular , uma vez que a tenso

    diminui quando o eixo da bobina est defasado em relao ao eixo do fluxo. A tenso

    induzida por Md p(Mdcos) e a tenso induzida por Mq p(Mqsen). A

    tenso interna que se ope tenso induzida pelo fluxo fundamental do entreferro :

    sencos MdMdp (29)

    O fluxo no entreferro produzido pela ao combinada das correntes nos

    enrolamentos do estator e do rotor. As correntes do induzido produzem fluxos locais

    que no cruzam o entreferro mas esto concatenados com a fase A. A corrente iA

    produz uma queda de tenso pelas reatncias de disperso lApiA, onde lA a

    indutncia de disperso da fase A. As correntes iB e iC produzem nesta bobina,

    respectivamente, uma queda de tenso -lMpiB e -lMpiC, onde lM representa a parte da

    indutncia mtua entre as bobinas do induzido correspondente ao fluxo que no

    cruza o entreferro. Estas duas ltimas quedas de tenso possuem um sinal negativo

    porque as bobinas esto defasadas de 120 entre si. Pode-se considerar com

    aproximao suficiente que as indutncias lA e lM no dependem da posio do rotor.

  • 12

    A tenso terminal na fase A igual soma da tenso interna produzida pelo fluxo

    fundamental do entreferro, das quedas produzidas pelos fluxos locais do induzido e

    pela resistncia rAiA. Deste modo, a equao ser a seguinte:

    CMBMAAAMqMdA pilpiliplrpv sencos (30)

    Utilizando a relao (26) e o valor de iA dado por (28), tem-se:

    000

    001

    11

    00

    0

    0

    00

    0

    00

    0

    sencos

    3

    sencos

    sencos3

    sencossencos

    sen

    cossencos3

    sencossencos

    sencos3

    sencossencos

    irpilirpirpv

    irpill

    irilpirilpv

    iririrpil

    iiipllpv

    irir

    iriiiplpil

    iiiplpv

    iiiriipl

    iiiplpv

    AqAqdAdA

    AM

    qAqMqdAdMdA

    AqAdAM

    qdMAMqMdA

    AqA

    dAqdMM

    qdAMqMdA

    qdAAM

    qdAMqMdA

    (31)

    De onde as seguintes grandezas foram introduzidas:

    qMqq

    dMdd

    M

    MA

    il

    il

    lll

    lll

    1

    1

    10

    1

    3

    (32)

    As magnitudes d e q so os fluxos totais concatenados com uma bobina de

    induzido situada sobre o eixo direto ou sobre o eixo em quadratura, e produzidos

    pelo fluxo fundamental de entreferro e pelas disperses no induzido; l1 a indutncia

    efetiva de disperso de qualquer uma das bobinas axiais e produz um fluxo

  • 13

    concatenado devido disperso. l0 o que se chama, como foi dito, de indutncia de

    seqncia zero e produz um fluxo de disperso.

    Mas, segundo R. H. Park,

    0sencos vvvv qdA (33)

    Assim, desenvolvendo (31) e aplicando a relao apresentada em (1) tem-se:

    00

    00

    )sen()cos(

    sencossen

    cossencos

    iplr

    tirptirpv

    iplrtirttp

    tirttpv

    A

    qAdqdAqdA

    AqAqq

    dAddA

    (34)

    O que vale analogamente para as fases B e C.

    Assim,

    000 iplrv

    irpv

    irpv

    A

    qAdqq

    dAqdd

    (35)

    As tenses pd e pq so conhecidas como tenses variacionais e d e q so

    conhecidas como tenses mocionais. Em muitos problemas as tenses variacionais

    so pequenas se comparadas s tenses mocionais.

    5. EQUAES DA MQUINA SNCRONA

    Retomando (2) porm em sua forma matricial tem-se:

    ][][][ ABCABCABC pirv (36)

    E,

    FFF pirv (37)

    Retomando tambm (28),

  • 14

    ][][][ 01

    dqABC iTi

    (28)

    Aplicando as transformaes de Park tambm para as tenses terminais e fluxos

    concatenados obtm-se:

    ][][][ 01

    dqABC vTv

    (38)

    ][][][ 01

    dqABC T

    (39)

    Substituindo (28), (38) e (39) em (36), obtm-se:

    ][][][][][][ 010101 dqdqdq TpiTrvT (40)

    Multiplicando todos os membros de (40) por [T],

    0

    ][][][

    000

    0023

    0230

    3

    2][][][

    ][][][][][][][][

    000

    0

    000

    0

    1

    0

    1

    00

    d

    q

    dqdqdq

    q

    d

    dqdqdq

    dqdqdqdq

    pirv

    pirv

    TpTpTTirv

    (41)

    Deste modo, incluindo (37) tem-se o seguinte conjunto de equaes:

    FFFF

    dqqq

    qddd

    pirv

    pirv

    pirv

    pirv

    000

    (42)

    Comparando (42) com (35) pode-se notar a semelhana entre estas equaes.

    Retomando (3), mas separando os fluxos concatenados das fases A, B e C do fluxo

    concatenado do indutor tem-se:

  • 15

    ][][][][][ 33 FFABCABC

    F

    C

    B

    A

    CF

    BF

    AF

    CCCBCA

    BCBBBA

    ACABAA

    C

    B

    A

    iLiL

    i

    i

    i

    i

    L

    L

    L

    LLL

    LLL

    LLL

    (43)

    ][][][][][ 3 FFFABCt

    FF

    F

    C

    B

    A

    FFFCFBFAF

    iLiL

    i

    i

    i

    i

    LLLL

    (44)

    Substituindo (28) e (39) em (43) e (44) obtm-se:

    ][][][][][][

    ][][][][][][][

    0

    1

    3

    30

    1

    30

    1

    FFFdq

    t

    FF

    FFdqFdq

    iLiTL

    iLiTLT

    (45)

    Aps alguns clculos e substituies trigonomtricas chega-se em:

    dFFFFF

    qqq

    FFddd

    iMiL

    iL

    iL

    iMiL

    2

    3

    000

    (46)

    onde:

    SS

    MSSq

    MSSd

    MLL

    LMLL

    LMLL

    2

    2

    3

    2

    3

    0

    Relembrando que as indutncias LS, LM e MS so as mesmas encontradas em (14) e

    (16).

  • 16

    Nota-se que as equaes (42) e (46) so vlidas para o modelo de Park e substituem

    as equaes clssicas (36), (37), (43) e (44) com a vantagem de serem equaes

    diferenciais a parmetros constantes (Ld, Lq, L0, MF e LFF). Nota-se tambm que para

    o enrolamento indutor (campo, F) nada muda.

    importante observar tambm que todo o equacionamento feito at agora no leva

    em considerao o enrolamento amortecedor.

    6. VALORES EM PU

    Vantagens do sistema pu:

    a) Torna a comparao entre as vrias mquinas muito mais fcil.

    b) Acaba com o nmero de espiras.

    c) Reduz o nmero de parmetros na matriz de indutncias.

    total

    1 2

    iB1 iB2

    Figura 7 Duas bobinas

    A indutncia prpria de base da bobina 1 LB1 dada, considerando o tempo de base

    igual a 1 segundo, por:

    1

    1

    11

    111

    111

    1

    B

    B

    BB

    BBB

    Zi

    vL

    iLv

    dt

    diLv

    (47)

    Analogamente, a indutncia mtua de base entre as bobinas 1 e 2 MB12 dada por:

  • 17

    1

    212

    1122

    1122

    1

    B

    BB

    BBB

    i

    vM

    iMv

    dt

    diMv

    (48)

    A indutncia prpria L1 pode equacionada atravs do fluxo total concatenado com a

    bobina 1 1 do seguinte modo:

    111

    2

    1

    1

    2

    11

    1

    2

    11

    111

    1

    11

    1

    1

    1

    11

    lLL

    R

    N

    R

    NL

    NL

    RiN

    i

    N

    i

    N

    iL

    M

    disp

    disp

    totaltotal

    distotal

    (49)

    onde Rtotal a relutncia total.

    Trabalhando com valores em pu,

    pupuM

    pu

    puM

    B

    pu

    B

    puM

    B

    pu

    B

    M

    B

    pu

    ML

    M

    L

    M

    RNNM

    L

    RNL

    M

    MM

    L

    lL

    L

    LL

    121

    12

    1

    12

    12112

    1

    1

    2

    11

    12

    1212

    1

    11

    1

    11

    1

    (50)

    Nota-se atravs de (50) que N1 = N2 e que a relutncia a mesma tanto para LM1pu e

    M12pu.

  • 18

    7. MQUINA SNCRONA EM REGIME TRANSITRIO

    Retomando as equaes da mquina sncrona segundo o sistema dq0, tem-se:

    FFFF

    dqqq

    qddd

    pirv

    pirv

    pirv

    pirv

    000

    (42)

    dFFFFF

    qqq

    FFddd

    iMiL

    iL

    iL

    iMiL

    2

    3

    000

    (46)

    Usando os valores em pu, as seguintes relaes so vlidas:

    1

    1

    lLL

    LM

    lLL

    Mqq

    MdF

    Mdd

    (51)

    onde:

    LMd est associada ao fluxo mtuo no eixo d, LMq est associada ao fluxo mtuo no

    eixo q e l1 a indutncia efetiva de disperso de qualquer uma das bobinas axiais.

    As magnitudes v0 e i0 esto relacionadas entre si independentemente das outras e em

    muitos casos s preciso utilizar as tenses e correntes axiais.

    Em muitos problemas, no necessrio calcular a corrente iF que pode ser eliminada

    das equaes (42) e (46). Deste modo, o fluxo concatenado d pode ser reescrito, em

    funo de id e vF.

    Reescrevendo a equao de d, presente em (46) e a equao de vF, presente em (42)

    tem-se:

  • 19

    dMdFFFMdFF

    FMddMdd

    piLipLLrv

    iLilL 1

    (52)

    Eliminando iF, tirada da equao de vF em (52) e substituindo na equao para d,

    obtm-se:

    Fdd

    d

    F

    dF

    Mdd

    d

    d

    dd

    dMd

    FFMdF

    dMdFMdd

    vpG

    ipX

    vpTr

    xi

    x

    pT

    pT

    ilLpLLr

    piLvL

    )()(

    '1'1

    '1

    00

    1

    (53)

    Onde Xd(p) conhecida como impedncia operacional.

    O termo T'd e T'd0 so conhecidos respectivamente pela constante de tempo

    transitria com a armadura em curto e constante de tempo transitria com a armadura

    em circuito aberto. Seus valores so dados atravs de:

    MdFFF

    d

    Md

    dFF

    F

    d

    xxr

    T

    xx

    xxx

    rT

    1'

    1'

    0

    1

    1

    (54)

    De forma anloga, pode-se escrever para o eixo q uma expresso semelhante:

    q

    q

    qqq ix

    iL

    (55)

    As expresses (53) e (55) dos fluxos nos eixos d e q combinadas com as expresses

    das tenses vd e vq (aplicadas armadura conforme a conveno adotada) permitem

    qualquer anlise de transitrio na mquina sncrona (admitindo a inexistncia do

    enrolamento amortecedor).

  • 20

    8. EFEITO DO ENROLAMENTO AMORTECEDOR

    Os enrolamentos amortecedores reagem s variaes de fluxo concatenado

    interferindo obviamente nos transitrios eltricos e mecnicos da mquina sncrona.

    Desta forma, provocam alteraes nas equaes de Park anteriormente apresentadas,

    que sob seu efeito devem representar os fenmenos subtransitrios por eles causados.

    Genericamente o enrolamento amortecedor pode ser representado por m bobinas

    curto-circuitadas no eixo d e n bobinas curto-circuitadas no eixo q. Mantendo as

    convenes anteriormente adotadas, as m + n bobinas, fixas em relao aos plos

    devem ser representadas por enrolamentos estacionrios, assim como o indutor (F).

    Entretanto, as expresses que resultam nas impedncias operacionais para este

    sistema so equaes diferenciais e de ordem elevada (m e n), de resoluo

    trabalhosa.

    Por esta razo, suficientemente preciso trabalhar com uma particularizao,

    admitindo dois enrolamentos amortecedores, um para cada eixo, conforme mostra a

    Figura 8.

    q

    d

    F

    d

    q kd

    kq

    Mkq

    Mkd

    MF

    MFkd

    Figura 8 Incluso dos enrolamentos amortecedores

    Em pu, as relaes presentes em (51) podem ser expandidas da seguinte maneira:

  • 21

    kqMqkq

    kdMdkd

    FMdFF

    Mqqq

    Mddd

    Mqkq

    MdFkdkdF

    Mqq

    Mdd

    lLL

    lLL

    lLL

    lLLM

    lLLM

    LM

    LMMM

    lLL

    lLL

    1

    1

    1

    1

    (56)

    Novamente com a inteno de eliminar a corrente do indutor iF e tambm a corrente

    do enrolamento amortecedor do eixo direto ikd da equao do fluxo concatenado d,

    este ser escrito atravs da combinao das seguintes equaes:

    kdkdkdFFkddkdkd

    kdFkdFFFFdFF

    kdkdFFddd

    ipLrpiMpiMv

    piMipLrpiMv

    iMiMiL

    0

    (57)

    Ou em pu,

    kdkdMdkdFMddMd

    kdMdFFMdFdMdF

    kdMdFMddMdd

    iplLrpiLpiL

    piLiplLrpiLv

    iLiLilL

    0

    1

    (58)

    Para o clculo da impedncia operacional Xd(p) e da funo G(p), deve-se calcular a

    corrente id que dada pelo quociente entre os dois seguintes determinantes:

    MdMdd

    kdMdkdMd

    MdFMdff

    LL

    plLrpL

    pLplLrv

    D

    01

    (59)

    1

    2

    lLLpL

    pLplLrpL

    pLpLplLr

    D

    MdMdMd

    MdkdMdkdMd

    MdMdFMdf

    (60)

    De onde se pode deduzir o valor de d:

  • 22

    FFdkd

    ddd

    r

    vL

    pTTpTT

    pT

    iLpTTpTT

    pTTpTT

    2

    3121

    2

    3121

    2

    6454

    1

    1

    1

    1

    (61)

    Os valores das constantes T esto expressas em funo das reatncias:

    kd

    kdkd

    FFMdMd

    FMdkd

    kd

    Md

    Mdkd

    kd

    Md

    MdF

    F

    FMd

    FMdkd

    kd

    kdMd

    kd

    FMd

    F

    r

    xT

    xxxxxx

    xxxx

    rT

    xx

    xxx

    rT

    xx

    xxx

    rT

    xx

    xxx

    rT

    xxr

    T

    xxr

    T

    11

    16

    1

    15

    1

    14

    3

    2

    1

    1

    1

    1

    1

    1

    1

    (62)

    A impedncia operacional Xd(p) e a funo G(p) podem ser retiradas de (61):

    FMdkd

    dd

    r

    x

    pTTpTT

    pTpG

    xpTTpTT

    pTTpTTpX

    2

    3121

    2

    3121

    2

    6454

    1

    1)(

    1

    1)(

    (63)

    De onde as novas constantes de tempo so dadas pelas seguintes identidades:

    pTpTpTTpTT

    pTpTpTTpTT

    dd

    dd

    00

    2

    3121

    2

    6454

    "1'11

    "1'11

    (64)

    As novas constantes de tempo T'd0, T"d0, T'd e T"d so as quatro constantes de tempo

    fundamentais em toda mquina sncrona. T"d0 a constante de tempo subtransitria

  • 23

    de eixo direto em circuito aberto e T"d a constante de tempo subtransitria de eixo

    direto em curto circuito.

    Os valores destas constantes de tempo podem ser calculados exatamente resolvendo

    as equaes quadrticas. Normalmente, estes valores so calculados fazendo uma

    nova aproximao, baseada no fato que a resistncia em pu do enrolamento de

    amortecedor (kd) muito maior que a do enrolamento de excitao (F). T2 e T3 so

    muito menores que T1, e o primeiro membro da segunda equao de (64) difere muito

    pouco de (1+T1p)(1+T3p). Deste modo, T'd0 e T"d0 so aproximadamente iguais a T1

    e T3 respectivamente. De forma similar, T'd e T"d so aproximadamente iguais a T4 e

    T6. Assim, (63) fica:

    FMd

    dd

    kd

    d

    dd

    ddd

    r

    x

    pTpT

    pTpG

    xpTpT

    pTpTpX

    00

    00

    "1'1

    1)(

    "1'1

    "1'1)(

    (65)

    Deste modo, o fluxo d agora pode ser escrito da seguinte forma:

    Fdd

    d vpG

    ipX

    )()(

    (66)

    Para o eixo q, eliminando a corrente ikq, so vlidas as seguintes relaes:

    kqkqkqqkdkd

    kqkqqqq

    ipLrpiMv

    iMiL

    0

    (67)

    Ou em pu,

    kqkqMqkqqMq

    kqMqqMqq

    iplLrpiL

    iLilL

    0

    1

    (68)

    O valor da impedncia operacional Xq(p) obtido eliminando-se ikq das equaes

    presentes em (68):

  • 24

    plLr

    xplL

    lLl

    rpX

    kqMq

    kq

    q

    Mq

    Mq

    kq

    kq

    q

    1

    1

    11

    )(1

    1

    (69)

    q

    q

    q

    q xpT

    pTpX

    0"1

    "1)(

    (70)

    Onde T"q0 a constante de tempo subtransitria do eixo em quadratura em circuito

    aberto e T"q a constante de tempo subtransitria do eixo em quadratura em curto

    circuito.

    E o fluxo q pode ser dado por:

    q

    q

    q ipX

    )(

    (71)

    9. REATNCIAS DA MQUINA SNCRONA

    Reescrevendo as equaes da mquina sncrona, considerando os enrolamentos

    amortecedores e todos os valores em pu tm-se:

    kqMddMdFFMdFF

    dqqq

    qddd

    piLpiLiplLrv

    ipLrv

    pirv

    pirv

    000

    (72)

    onde:

    Fdd

    d vpG

    ipX

    )()(

    (66)

    e,

  • 25

    q

    q

    q ipX

    )(

    (71)

    Atravs destas trs equaes podem-se deduzir dois circuitos equivalentes, um para

    cada eixo, que podem ser utilizados como ajuda na anlise da mquina sncrona.

    vF

    rF

    lF

    LMdp

    l1p

    Lkdp

    rkd

    id

    ikd

    iF

    ikd

    iF

    id

    pd

    LMqp

    l1p

    Lkqp

    rkq

    iq

    ikq

    iq

    pq

    eixo d

    eixo q

    Figura 9 - Circuito equivalente para os eixos direto e em quadratura

    Atravs do circuito equivalente da mquina sncrona pode-se tirar as reatncias da

    mquina sncrona.

    As reatncias sncronas de eixo direto e do eixo em quadratura so dadas por:

    Mqq

    Mdd

    xxx

    xxx

    1

    1

    (73)

    A reatncia transitria de eixo direto dada atravs de:

    FMd

    FMdd

    xx

    xxxx

    1'

    (74)

    A reatncia subtransitria de eixo direto dada por:

  • 26

    FkdFFMd

    kdFMdd

    xxxxxx

    xxxxx

    1

    1" (75)

    A reatncia subtransitria do eixo em quadratura dada atravs de:

    kqMq

    kqMq

    qxx

    xxxx

    1"

    (76)

    interessante notar que para os turbogeradores, que possui um rotor cilndrico, x'd e

    x'q so aproximadamente iguais, e xd e xq so quase iguais.

    10. EQUAES MECNICA E ELETROMECNICA

    As equaes mecnica e eletromecnica fazem a interface na mquina sncrona entre

    as equaes eltricas e a ao da turbina e/ou alteraes da rede eltrica, sendo por

    essa razo igualmente importantes por exemplo, para estudos de estabilidade.

    A conveno adotada para a equao mecnica a do "receptor mecnico", isto

    potncia mecnica fornecida mquina sncrona pela turbina.

    Celetromag

    Cinrcia

    Catrito

    Cturbina

    Figura 10 Conjugados na mquina sncrona

    Assim, de acordo com a Figura 10,

    eletromagatritoinrciaturbina CCCC (77)

    onde:

    Cturbina o conjugado aplicado pela turbina.

    Cinrcia o conjugado de inrcia.

    Catrito o conjugado de atrito.

  • 27

    Celetromag o conjugado eletromagntico da mquina.

    Com,

    k

    DC

    dt

    d

    k

    JC

    atrito

    inercia

    (78)

    Onde:

    J o momento de inrcia.

    D o coeficiente de atrito viscoso.

    k o nmero de pares de plos.

    Para a determinao do conjugado eletromagntico tem-se:

    Ueletromag

    PC

    (79)

    onde:

    PU a potncia til fornecida (instantnea no eixo).

    a velocidade angular do rotor.

    A velocidade angular do rotor tambm pode ser expressa em funo da velocidade

    angular do seguinte modo:

    k

    nkf

    nkf

    22

    (80)

    onde n a freqncia de rotao.

    A potncia til fornecida dada por:

  • 28

    ABCt

    ABCCCBBAAU ivivivivP (81)

    mas,

    ][][][

    ][][][][][

    0

    1

    0

    1

    0

    1

    dqABC

    t

    dq

    tt

    dq

    t

    ABC

    iTi

    vTvTv

    (82)

    Deste modo,

    00

    00

    0

    11

    0

    32

    3

    ][

    300

    0230

    0023

    ][

    ][][][][

    ivivivP

    ivP

    iTTvP

    qqddU

    dq

    t

    dqU

    dq

    tt

    dqU

    (83)

    Substituindo as expresses para vd, vq e v0 j desenvolvidas e presentes em (42) vem:

    0022 32

    3ivipiiripiirP qdqqqdqdddU

    (84)

    Desta potncia nos terminais se obtm a potncia total no eixo que foi convertida de

    mecnica para eltrica.

    Pode-se notar que o termo rid2 + riq

    2 equivale s perdas joule, idpd + idpd

    corresponde a um termo armazenado no circuito magntico e o termo 3v0i0

    corresponde disperso. Assim,

    qddqU iiP

    2

    3

    (85)

    Aplicando (80) e (85) em (79) tem-se:

    dqqdeletromag iikC 2

    3

    (86)

    Desta forma, aplicando (86) e (78) em (77) tem-se:

  • 29

    dqqdturbina iik

    k

    D

    dt

    d

    k

    JC

    2

    3

    (87)

    A variao do ngulo entre um eixo fixo no rotor e um vetor de referncia que gira

    com a velocidade sncrona, s, dada por:

    stdt

    d

    )(

    (88)

    E (87) torna-se:

    dqqdsturbina iik

    dt

    d

    k

    D

    dt

    d

    k

    JC

    2

    32

    2

    (89)

    Estas expresses completam o conjunto necessrio para a anlise de problemas

    dinmicos ligados estabilidade da mquina sncrona.

    11. MODELOS DE GERADORES PARA ESTUDOS DINMICOS

    Durante o estudo dos problemas prticos das mquinas sncronas , em geral, mais

    conveniente conservar as magnitudes vd e vq em vez de utilizar as equaes presentes

    em (72). Deste modo, retomando as expresses de tenso e fluxo para os eixos d e q

    sem a presena de enrolamentos amortecedores tem-se:

    dqqq

    qddd

    pirv

    pirv

    (90)

    qqq

    FFddd

    iL

    iMiL

    (91)

    Aplicando (91) em (90) e considerando regime permanente senoidal (os termos em p

    so nulos) tem-se:

    qddqFFddqq

    qqdqqdd

    eixiriMiLirv

    ixiriLirv

    (92)

  • 30

    onde a tenso eq conhecida como a tenso atrs da impedncia sncrona.

    Trabalhando com valores eficazes,

    qddqq

    qqdd

    EIxIrV

    IxIrV

    (93)

    Extraindo Id e Iq de (93) tem-se:

    qd

    ddqq

    q

    qd

    dqqq

    d

    xxr

    xVrVEI

    xxr

    rVxVEI

    2

    2

    (94)

    A potncia ativa por fase pode ser dada por:

    qqdd IVIVP (95)

    Substituindo (94) em (95) tem-se:

    qd

    dqqdqdqqdq

    xxr

    xxVVVVrrVxVEP

    2

    22

    (96)

    Fazendo:

    2sen21sencos

    sen

    cos

    22

    222

    VVVV

    VVV

    VV

    VV

    qd

    qd

    d

    q

    (97)

    Aplicando (97) em (96),

    qd

    dqqq

    xxr

    xxVVrrxVEP

    2

    22 2sen21cossen

    (98)

  • 31

    Se as resistncias em srie so desprazveis se comparadas s reatncias, a equao

    (98) torna-se:

    2sen

    2sen

    2

    qd

    dq

    d

    q

    xx

    xxV

    x

    VEP

    (99)

    A potncia tambm pode ser expressa em ternos da tenso no eixo de quadratura E'q

    atrs da reatncia transitria, da tenso terminal V e do ngulo entre estas duas

    tenses. A expresso similar equao (99) exceto que a tenso Eq e a reatncia xd

    so substitudas por E'q e xd. O ngulo o mesmo em ambos os casos porque tanto

    E'q quanto Eq esto sobre o eixo em quadratura. Deste modo,

    2sen

    '2

    'sen

    '

    ' 2

    qd

    dq

    d

    q

    xx

    xxV

    x

    VEP

    (100)

    Uma simplificao pode ser feita se o segundo termo de (100) for desprezado.

    Freqentemente esta simplificao levada um passo adiante se transformando no

    modelo clssico da mquina sncrona para estudos de estabilidade como mostra a

    Figura 11.

    Ed

    x'd

    V

    Figura 11 - Modelo clssico de mquina sncrona

    A simplicidade desta representao aproximada da mquina sncrona uma

    caracterstica valiosa quando a dinmica e os transitrios so investigados em redes

    complexas multimquinas.

    O modelo do tipo 2 no leva em conta os enrolamentos amortecedores e algumas

    hipteses so estabelecidas:

  • 32

    0

    0

    qd pp

    r

    (66)

    Deste modo, as equaes presentes em (42) so reescritas do seguinte modo, levando

    em conta que a corrente de seqncia zero no produz campo resultante no

    entreferro; apenas campo disperso:

    FFFF

    dq

    qd

    pirv

    v

    v

    (101)

    Considerando tambm as equaes de fluxo em pu tem-se:

    dMdFFMdF

    qMqq

    FMddMdd

    iLilL

    ilL

    iLilL

    1

    1

    (102)

    Retomando a equao da tenso de campo vF da presente em (101) e multiplicando-a

    por xMd / rF tem-se:

    FFMdMd

    dFMd

    F

    FMd

    F

    FMd

    Md

    F

    FMdFMd

    F

    FMd

    F

    F

    Md

    F

    MdFF

    F

    FMd

    pxx

    xTix

    r

    vx

    pxx

    x

    r

    xxix

    r

    vx

    pr

    x

    r

    xir

    r

    vx

    0'

    (103)

    A tenso e'q, utilizada para calcular os valores iniciais das correntes transitrias, pode

    ser expressa atravs de:

    F

    FMd

    MdF

    FF

    Fq

    lL

    L

    L

    Me

    '

    (104)

    Aplicando (104) em (103) tem-se:

  • 33

    peTixr

    vx

    pe

    Tixr

    vx

    qdFMd

    F

    FMd

    q

    dFMd

    F

    FMd

    ''

    ''

    0

    0

    (105)

    Isolando a corrente iF da equao de F presente em (102) tem-se:

    FMddMdF

    FMd

    dMdFF

    xx

    ix

    lL

    iLi

    (106)

    Aplicando (106) em (105) tem-se:

    peTixxer

    vx

    peTixxe

    r

    vx

    peTixxxx

    x

    r

    vx

    peTxx

    ixx

    r

    vx

    qddddq

    F

    FMd

    qdddd

    q

    F

    FMd

    qdddd

    FMd

    FMd

    F

    FMd

    qd

    FMd

    dMdFMd

    F

    FMd

    ''''

    ''''

    '''

    ''

    0

    0

    0

    0

    (107)

    Isolando e'q de (107),

    F

    FMdqddd

    d

    qr

    vxeixx

    Tpe ''

    '

    1'

    0 (108)

    Considerando a tenso vq em (101) e tambm o fluxo d em (102) tem-se:

    dMdFMdq

    dq

    ilLiLv

    v

    1

    (109)

    Aplicando (106) em (109) tem-se:

  • 34

    ddddqq

    Md

    FMd

    Md

    d

    q

    q

    dMd

    FMd

    dMd

    FMd

    FMd

    q

    dMd

    FMd

    dMdF

    Mdq

    dq

    xxxiev

    xxxx

    xi

    ev

    ixxxx

    ix

    xx

    xv

    ixxxx

    ixxv

    v

    ''

    '1

    2

    1

    2

    1

    (110)

    Multiplicando vq de (110) por -1 tem-se:

    ddddqq xxxiev '' (111)

    Deste modo, combinando (108) e (111) pode-se deduzir um diagrama de blocos cuja

    sada vq. Se a relao para vq apresentada em (101) for acrescentada, a sada para o

    diagrama de blocos ser d. Tambm utilizando a equao para q presente em (102)

    um outro diagrama de blocos pode ser montado, como mostra a Figura 12.

    vF

    F

    Md

    r

    x

    0'

    1

    dT p

    1

    -

    -vq

    1

    d

    xd

    idxd-xd

    +

    ++

    +

    -

    iq

    xq

    q

    Figura 12 - Diagrama de blocos para o modelo do tipo 2

    Fazendo um diagrama de blocos para o fluxo d e para o fluxo q utilizando as

    reatncias operacionais presentes em (66) e (71) tem-se o modelo de gerador do tipo

    3 que leva em considerao o perodo subtransitrio.

  • 35

    vF

    d

    id

    +

    iq

    xq

    q

    dx pT

    pT

    d

    d

    0"1

    "1

    pT

    pT

    d

    d

    0'1

    '1

    pT

    pT

    d

    kd

    0"1pT d 0'1

    1

    F

    Md

    r

    x

    pT

    pT

    q

    q

    0"1

    "1

    +

    Figura 13 - Diagrama de blocos do modelo do tipo 3

    12. BIBLIOGRAFIA

    ANDERSON, P. M.; FOUAD, A. A. Power system control and stability. Ames:

    Iowa State University Press, 1977, 464 p.

    ADKINS, B. The general theory of electrical machines. London: Chapman & Hall,

    1957, 236 p.

    DE MELLO, F. P. Dinmica das mquinas eltricas I. Rio de Janeiro:

    ELETROBRS, 1979. 223 p. (Curso de engenharia eltrica em sistemas de

    potncia srie P.T.I. v.4).

    FITZGERALD, A. E.; KINGSLEY Jr., C. Electric machinery: The dynamics and

    statics of electromechanical energy conversion. New York: McGraw-Hill, 2 ed.,

    1961, 568 p.

    JORDO, R. G. Mquinas sncronas. Rio de Janeiro: Livros Tcnicos e Cientficos

    Editora, 1980, 215 p.

    KIMBARK, E. W. Power system stability: Synchronous machines. New York:

    Dover Publications, 1956, 322 p.

    PENTEADO Jr., A. A. Teoria Geral das Mquinas Eltricas PEA 5751. Notas

    de aula. So Paulo, 2000.