Manual Prime Iros Socorro s

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    ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

    SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA

    BRIGADA MILITAR

    DEPARTAMENTO DE ENSINO

    ESCOLA DE BOMBEIROS

    “ Escola Cel Inchauspe”

     Aposti la de Primei ros Socorros

    Porto Alegre, RS, Fevereiro 2012

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    10 PRIMEIROS SOCORROS

    É o primeiro atendimento prestado no local do acidente, a uma pessoa cujo estado físico

    coloca em perigo sua vida, com o fim de manter as funções vitais (manter a vida) e evitar o

    agravamento de suas condições, até que receba assistência qualificada.

    10.1 MEDIDAS BÁSICAS

    O socorrista deve adotar algumas medidas básicas ao atender. Entre elas estão:

      Assumir a situação;

      Proteger o acidentado;

      Examinar o acidentado.

    10.1.1 Assumi r a Situação

    1.  Evitar o pânico e obter a colaboração de outras pessoas dando ordens claras e concisas;

    2.  Se for necessário avisar a polícia e pedir ajuda qualificada;

    3.  Manter os curiosos afastados para evitar confusão e maiores danos, e para que o

    socorrista possa atuar da melhor maneira.

    10.1.2 Proteger o Acidentado

      Observar rapidamente se existe perigo possível para o acidentado e o socorrista nas

    proximidades, como fios elétricos, tráfego e andaimes. Pode ser necessário mudar o

    acidentado de lugar, identificar pessoas que se encarreguem de desviar o trânsito ou

    construir uma proteção provisória;

      Sempre que possível manter o acidentado deitado de costas até que seja examinado e sesaiba quais os danos sofridos. Não alterar a posição em que se acha o acidentado sem

    refletir previamente qual a conduta mais adequada a ser tomada;

      Tranquilizar o acidentado;

      Se o acidentado estiver vomitando, colocá-lo em posição lateral de segurança, para

    manter as vias respiratórias limpas e desobstruídas;

      Se o acidentado estiver inconsciente, investigar se está respirando e se mantém a função

    cardíaca, se necessário realizar Respiração Cardiorrespiratória;

      Cobrir o acidentado para conservar-lhe o corpo aquecido e protegê-lo do frio, chuva, etc...

      Quando a causa da lesão for um choque violento, deve-se presumir a existência de lesão;

      Deve-se determinar o método apropriado para transportá-lo quando o acidentado

    necessitar;

      Recorra à ajuda qualificada se assim exigirem os ferimentos ou as condições do

    acidentado.

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    10.1.3 Examinar o Acidentado

    Procedimentos no Exame:

    1.  Está consciente?

    2.  Tem Pulso e/ou Respira?

    3.  Tem grandes hemorragias?

    4.  Está envenenado?

    10.2 ABC DO SOCORRISTA AGORA É C.A.B.

    “C” – Circulation – Circulação;

    “A” – Air – Vias Aéreas;

    “B” – Breathing – Respiração.

    Prioridades:

    1.

      Tenha ideia clara do que se deve fazer para não expor desnecessariamente a vítima;2.  Verificar se há outros ferimentos, tendo o cuidado de não movimentar muito a vítima;

    3.  Solicitar o auxílio de pessoas qualificadas, o melhor socorrista não pode substituir uma

    pessoa qualificada e, portanto é muito importante que tome as providências necessárias para que o

    acidentado receba uma assistência apropriada quando possível;

    4.  Alivie a dor, ainda tranquilize o acidentado. O socorrista deve saber que qualquer

    ferimento ou doença dará origem a uma grande mudança no ritmo da vida do acidentado, pois o

    coloca repentinamente numa situação para qual não está preparado, e que foge ao seu controle.

    Em alguns casos pode haver perdido a consciência e encontra-se completamente

    desacordado. Em todas essas situações necessita de alguém que ajude.

    “Se o socorrista atuar de maneira tranquila e hábil, o acidentado sentirá que está sendo bem

    cuidado e não entrará em pânico”. Isto é muito importante, pois a falta de tranquilidade pode piorar

    em muito o seu estado.

    10.3 SINAIS VITAIS

      Níveis de consciência;

      Respiração;

      Pulsação;

      Temperatura;  Pressão sanguínea.

    10.3.1 Níveis de Consciência

    Normal:  O acidentado está lúcido, orientado e coerente, quando indagado a respeito do

    acidente que acabara de sofrer, dá informações lógicas e auxilia o socorrista na localização dos

    ferimentos e lesões;

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    Confuso:  O acidentado está desorientado e quando o socorrista lhe aborda fazendo

    perguntas a respeito do acidente, o mesmo não sabe lhe dar informações precisas a respeito, em

    outras situações a vítima não sabe o que lhe aconteceu.

    Inconsciente:  O acidentado quando abordado pelo socorrista não dá o menor sinal de

    lucidez, quando tocado o acidentado não demonstra qualquer reação, é um estágio em que o

    acidentado requer cuidados redobrados e, onde o socorrista deverá fazer uma averiguação bem

    minuciosa porque o acidentado não vai ajudá-lo na localização dos ferimentos ou lesões pouco

    aparentes, podendo apresentar dificuldade respiratória pelo bloqueio das vias aéreas superiores.

    10.3.2 Respiração

    É a função do organismo, através do qual, os tecidos recebem oxigênio e expelem gás

    carbônico.

    Considerações gerais:

    A falta de oxigênio ao cérebro leva a morte, sendo denominado de hipóxia cerebral;A respiração considerada normal é aquela que ocorre sem esforço, sendo que a artificial é

    executada através de aparelhos ou pelo próprio homem (boca a boca).

    Tipos de respiração:

      Ausente;

      Rápida ou lenta;

      Superficial ou profunda;

      Ofegante;

      Forçada ou asfixiosa.

    Índices normais de respiração:

      Adultos (+ de 8 anos) = 12 a 20 rpm;

      Crianças (idade de 1 a 8 anos) = 20 a 40 rpm;

      Lactentes (0 a 1 ano) = 40 a 60 rpm.

    10.3.3 Pulsação

    É a onda de pressão gerada pelo batimento cardíaco levado pelas artérias.

    Considerações gerais:

    O pulso é tomado onde uma artéria possa ser comprimida contra um osso;As artérias radiais são as mais convenientemente alcançadas e as mais comumente usadas;

    A carótida  normalmente é a artéria na qual a pulsação é tomada com o paciente

    inconsciente;

    A pulsação também pode ser checada com o auxílio de um estetoscópio.

    Locais de Verificação do Pulso:

      Temporal – nas têmporas;

      Jugular pescoço

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      Carotídeo – no pescoço, junto ao esternocleidomastoideo;

      Branquial – na parte interna do braço logo após a articulação;

      Radial – junto ao osso do rádio, no pulso;

      Ulnar - junto ao osso da ulna, no pulso, parte inferior;

      Femoral – junto ao osso do fêmur, região inguinal;

      Poplíteo – junto à articulação do joelho;

      Tibial – junto ao osso da tíbia, próximo ao tornozelo;

      Pedial ou pedioso – no dorso do pé, na parte superior.

    Tipos de pulso:

      Ausente;

      Fraco ou forte;

      Rápido ou lento;

      Irregular (arritmia).

    Índices normais de pulso:

      Adultos = 60 a 100 bpm;

      Crianças = 80 a 140 bpm;

      Lactentes = 85 a 190 bpm.

    10.3.4 Temperatura

    É o equilíbrio entre o calor produzido pelos tecidos e o calor perdido para o meio ambiente.

    Considerações gerais:

    A pele é a nossa reguladora de temperatura;

    A temperatura é tomada através de um termômetro;

    Numa situação de emergência verifica-se a temperatura com o corpo da palma a mão

    (sensação térmica).

    Locais onde se verifica a temperatura:

      Temperatura oral;

      Temperatura axilar;

      Temperatura retal.

    Índices normais de temperatura:  Adultos e crianças independente da faixa etária = 36,5º a 37ºC

      Limite mínimo: 20ºC

      Limite máximo: 42ºC

      Obs: 35ºC Já é considerada situação início de hipotermia e risco eminente.

    10.3.5 Pressão Sanguínea

    É a força exercida pelo sangue contra as paredes das artérias.

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    Considerações gerais:

     A pressão é medida em do is n íveis:

    - Sistólica (pressão alta):  é a pressão exercida junto aos vasos sanguíneos quando o

    sangue é lançado nas artérias pelo coração;

    - Diastólica (pressão baixa): é a pressão exercida junto aos vasos sanguíneos quando o

    sangue retorna para ser filtrado junto aos pulmões e coração, circulando pelas veias.

    A pressão é aferida com a utilização do esfigmomanômetro e com o auxílio do estetoscópio.

    Índices normais da pressão sanguínea:

      Sistólica = 90 a 150 mmHg;

      Diastólica = 60 a 90 mmHg.

    11 PARADA RESPIRATÓRIA

    A vida depende da chegada de ar em qualidade e quantidade adequada aos pulmões.Quando este ar, por alguma causa, tem sua composição alterada ou não chega na quantidade

    necessária aos pulmões, existe o perigo de asfixia. Ainda que várias partes do corpo possam ser

    privadas de oxigênio por várias horas e recuperar-se completamente, o cérebro só pode tolerar a

    ausência de oxigênio durante alguns minutos. Quando a falta de oxigênio ultrapassa esse curto

    espaço de tempo, o cérebro pode sofrer um transtorno crônico, ou pode ocorrer a morte.

     A respiração depende:

      Da adequada concentração de oxigênio no ar inspirado;

      De que as passagens de ar pela garganta, laringe e traqueia estejam desimpedidas;

      Da ação muscular rítmica ativada no tórax e no diafragma para a entrada de ar nos

    pulmões;

      Da circulação adequada de sangue para transportar oxigênio dos pulmões ao cérebro e a

    outros órgãos importantes, e que este sangue retorne aos pulmões.

    Se as funções respiratórias não forem restabelecidas dentro de cinco minutos as atividades

    cerebrais cessarão totalmente ocasionando a morte.

    12.1 CAUSAS DE PARADA RESPIRATÓRIAa) Obstrução da passagem de ar por:

    1. Corpos estranhos (sólidos ou líquidos);

    2. Afogamento;

    3. Estrangulamento;

    4. Soterramento.

    b) Contaminação do ar por gases tóxicos (principalmente emanações de motores, fumaça

    densa).

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    c) Interferência na função do centro respiratório:

    1. Choque elétrico;

    12.1.1 Procediment os Gerais

      Afastar a causa ou a vítima da causa se for necessário;  Verificar o estado de consciência da vítima;

      Desobstruir e manter desobstruídas as vias aéreas;

      Se necessário iniciar imediatamente a respiração artificial;

      Se as vias respiratórias estiverem impedidas, verificar se há corpos estranhos, sólidos ou

    líquidos, na boca e garganta, e retirá-lo;

      Afrouxar as roupas da vítima, principalmente colarinho, cinturão e sutiãs;

      Ajudar a manter as vias aéreas desobstruídas;

      Continuar a ventilação artificial, até que a respiração normal se restabeleça, ou até que

    seja atendido por pessoa especializada;

      A vítima deve permanecer deitada, mesmo depois de ter recuperado a respiração;

      Continuar observando cuidadosamente a vítima para evitar que a respiração cesse

    novamente;

     O transporte para um serviço de saúde é indispensável e deve ser feito sempre com a

    vítima deitada e acompanhada;

    Os músculos de uma pessoa em estado de inconsciência estão completamente relaxados. A

    língua retrai-se e obstruirá a garganta se mantivermos a vítima deitada de costas.

    12.1.2 Procedimentos para desobst rução

      Ajoelhar-se junto à cabeça da vítima;

      Por uma mão na testa e a outra sob o queixo da vítima;

      Empurrar a mandíbula para cima e inclinar a cabeça da vítima para trás até que o queixo

    esteja em um nível mais elevado que o nariz;

      Desta maneira estabelece-se uma passagem livre de ar quando a língua é separada da

    parte posterior da garganta;

      Manter a cabeça nessa posição escuta-se e observa-se para verificar se a vítima

    recuperou a respiração.

    Se a vítima não se recuperar, deve-se iniciar imediatamente a respiração artificial.

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    12.1.3 Respiração Artif icial

    Se a respiração não se iniciar espontaneamente, quando se desobstruir a passagem de ar,

    mediante a inclinação da cabeça da vítima para trás, deve-se proceder imediatamente à respiração

    boca a boca.

    12.1.4 Procedimentos para o Boca a Boca

      Separar rapidamente a vítima da causa ou afastar a causa da vítima;

      Colocar uma das mãos sob a nuca da vítima e a outra mão na testa;  Inclinar a cabeça da vítima para trás até que o queixo fique em um nível superior ao do

    nariz;

      Depois examine a vítima para verificar se começou a recuperar a respiração;

      Se não houver recuperação espontânea, depois da desobstrução, deve-se iniciarimediatamente a respiração boca a boca, adotando o seguinte procedimento:

    a) Apertar o nariz da vítima com o polegar e o indicador da mão que foi colocada

    anteriormente na testa da vítima e inspirar profundamente;

    b) Colocar a boca firmemente sobre a boca da vítima;

    c) Insuflar ar nos pulmões da vítima e fazer compressão moderada na região do estômago

    para expelir o ar;

    d) Levante e vire a cabeça para observar se a caixa torácica baixa;

    e) Inspirar profundamente, outra vez e continuar o procedimento na forma anteriormente

    descrita.

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    Esta forma de respiração deve ser feita em intervalos de cinco a seis segundos para adultos –

    três a cinco segundos para crianças e três segundos para lactentes, até que a vítima recupere

    respiração regular ou até que possa receber assistência médica. (Fonte: apostila SENASP).

    13. PARADA CARDÍACAParada cardíaca ou “morte súbita” é a cessação repentina dos batimentos cardíacos ou

    quando o músculo cardíaco, em condição de extrema debilidade, não se contrai e distende com vigor

    necessário para assegurar suficiente quantidade de sangue á circulação. Pode ser constatada

    quando os batimentos cardíacos e a pulsação em artérias, como a carótida, femoral ou a radial, são

    imperceptíveis.

    Estudos mostram que, com pessoas treinadas, pode-se alcançar um índice de 50% de

    reanimações bem sucedidas. Estima-se que haja 70.000 mortes súbitas por ano no Brasil, das quais

    50% ou aproximadamente 35.000, poderiam ser recuperáveis por manobras de reanimação

    cardiorrespiratória (RCP).

    13.1 CAUSAS DE UMA PARADA CARDÍACA

      Crise cardíaca;

      Choque elétrico;

      Intoxicação medicamentosa;

      Intoxicação por monóxido de carbono ou defensivos agrícolas;

      Afogamento;

      Acidentes graves;

      Processos infecciosos agudos;

      Estrangulamentos;  Outras.

    13.2 SINAIS E SINTOMAS

      Pulso ausente, débil ou filiforme;

      Insuficiência respiratória;

      Dilatação das pupilas;

      Espasmos (contração súbita e violenta) da laringe;

      Perda da consciência;

      Cianose (coloração arroxeada da pele e lábios);

      Ausência de batimentos cardíacos.

    14. REANIMAÇÃO CARDIORESPIRATÓRIA DO ADULTO

    Para efeitos de manobras de ressuscitação, a idade pode ser classificada em 4 (quatro)

    categorias:

    1) Recém-nascido: 1 dia (ou ainda na sala de parto);

    2) Lactente: até um ano de idade;

    3) Crianças: 1 a 8 anos de idade;

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    4)  Adu ltos: acima de 8 anos (ou com sinais de puberdade).

    14.1  CORRENTE DE SOBREVIVÊNCIA PARA ADULTOS

     Ati vação do

    Sistema de Cuidados

    Emergência SBV Desfib rilador SAV Pós PCR

    14.1.1 Conduta inic ial do Socorr ista

    1⁰ ) Avaliação da Segurança do local:

    Avaliar se o ambiente onde está à vítima não oferece risco de vida para o socorrista. Atenção

    para o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como luvas, máscaras e óculos de

    proteção.

    2⁰) Confirmação da Ocorrência de Parada Cardiorrespiratória:

    - O socorrista deve colocar-se ao lado da vítima, bater levemente no ombro e chama-la em

    voz alta. Enquanto estiver chamando pela vítima, observar se está respirando adequadamente

    (avaliar a presença de respiração). Não confundir respiração agônica com respiração normal. Se a

    vítima não estiver respirando ou estiver com respiração agônica deve ser considerada que está em

    parada cardiorrespiratória. Ainda quando está chamando pela vítima e observando a respiração,palpar o pulso central (braquial em lactentes, carotídeo em maiores de 1 ano de idade). Não

    dispender mais que 10 (dez) segundos para verificar o pulso. Na dúvida de presença de pulso

    considerar a vítima em PCR.

    3 ) Chamar Socorro:

    - Se a vítima estiver em parada cardiorrespiratória (PCR), ativar sistema de emergência

    avançado (SAMU-192, Bombeiros/Brigada Militar-193).

    4⁰) Compressões:

    - Posicionar a vítima deitada de costas sobre superfície dura e plana com a cabeça nomesmo plano do tórax.

    5 ) Vias éreas;

    6 ) Ventilações (Boca a Boca); 

    7 ) Desfibrilador;

    8⁰) Suporte Avançado.

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    14.1.2 Resumo dos principais elementos de SBV para Adul tos 

    Elementos de SBV

    - Não responsivo;- Sem respiração ou com respiração anormal;- Sem pulso (verificação de pulso carotídeo em até

    10 seg.).Sequência de RCP - C – A – B.Frequência de compressão - Mínimo 100/min.Profundidade de compressão - Mínimo 5 cm.Retorno da parede torácica - Permitir retorno total do tórax.Interrupções das compressões - Máximo 10 seg.

    Vias aéreas- Elevação modificada da mandíbula (trauma);- Inclinar a cabeça e elevar o queixo (clinico).

    Relação compressão-ventilação 30:2 independente da quantidade de socorristas

    Desfibrilação

    - Instalar o DEA à vítima assim que ele estiverdisponível no local;- Reiniciar a RCP com compressões imediatamenteapós cada choque.

    14.2 MEDIDAS BÁSICAS PARA REANIMAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

    14.2.1 Resumo do Atendimento

    1. Segurança;

    2. Avaliação; 

    3. Chamar Socorro;

    4. C – Compressões;

    5. A – Abertura das Vias Aéreas Superiores;

    6. B – Boca a Boca;

    7. D – Desfibrilador;

    8. Suporte Avançado. 

    Obs.: “ C” - Circulação/compressões: Após identificar a PCR e acionar o socorro avançado,

    devem-se iniciar as compressões torácicas imediatamente.

    14.2.2 Como efetuar a compressão cardíaca externa

    1º) Localizar o ponto de pressão, que se encontra exatamente no terço inferior do esterno,

    acima de sua ponta mole (apêndice xifoide) onde se junta ao abdômen ou na linha dos mamilos (para

    homens e crianças). 

    2º) Coloque uma mão sobre a outra. Com os dedos entrelaçados, a mão que está por cima

    puxa a mão que está embaixo.

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    Aplicar as mãos no ponto de compressão, da seguinte forma: O “calcanhar” da mão que está

    por baixo deverá ser posto sobre o ponto de compressão no tórax com os braços estendidos e

    perpendiculares ao corpo da vítima. O socorrista deverá deixar que seu próprio peso comprima o

    tórax, sem flexionar os braços, numa profundidade de no mínimo 5 (cinco) cm para adultos. Realizar30 (trinta) compressões forte e rápidas, numa velocidade de no mínimo 100 por minuto, seguidas de

    2 (duas) ventilações. Após a compressão, o tórax deverá ser aliviado sem retirar as mãos para que

    volte completamente a posição original. O tempo de compressão de descompressão deverá ser igual. 

    3º) “ A” Abertura das Vias Aéreas Superio res: Na maioria dos indivíduos inconscientes e

    deitados a musculatura da língua obstrui a via aérea. Deve-se então com uma mão na testa,

    posicionar a cabeça para trás, enquanto os dedos indicador e médio da outra mão tracionam a parte

    óssea do queixo para cima.

    4º) “ B” - Boca a Boca: Com os dedos polegar e indicador da mão que está sobre a testa,

    deve-se pinçar o nariz para fechá-lo e assim evitar o escape de ar. Em seguida o socorrista deve

    inspirar colocar seus lábios ao redor dos lábios da vítima e expirar o suficiente para expandir a caixa

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    torácica. Realizar esta manobra 2 (duas) vezes, durando cada uma aproximadamente 1 (um)

    segundo.

    Obs:

    1. Realizar ciclos de 30 (trinta) compressões para 2 (duas) ventilações (30:2) até a chegada do

    socorro avançado, sem realizar pausas.

    2. Se dois socorristas estiverem presentes, estes devem alternar a realização das compressõestrocando a cada 2 (dois) minutos ou após 5 (cinco) ciclos.

    5º) Desfibrilador Automático Externo (DEA): Se houver um DEA no local, utilizá-lo assim

    que estiver disponível. Ligar o aparelho e seguir as instruções. Minimizar o máximo o tempo sem as

    compressões ao ajustar o aparelho. Após a administração do choque, iniciar imediatamente as

    manobras de reanimação.

    As manobras só podem ser interrompidas quando a vítima retornar a ventilação e os batimentos

    cardíacos espontaneamente, ao chegar o socorro avançado que assuma a responsabilidade do

    atendimento à vítima ou a exaustão total do socorrista.

    Conduta com 2 Socorristas:

    A demora no início das compressões torácicas poderá ser reduzida se houver dois socorristas

    presentes: O primeiro inicia as compressões torácicas e o segundo abre as vias aéreas e se prepara

    para aplicar respirações tão logo o primeiro complete a primeira série de 30 compressões torácicas.

    (Referência: Guidelines da American Heart Association Circulation 2010; vol. 122; suppl. 3; pág. 862-875).

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    14.3 REANIMAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA DA CRIANÇA

    14.3.1 Elos da Corrente de Sobrevivência para Crianças

     Ati vação do Siste- Cuid ados

    Prevenção SBV ma de Emergência SAV Pós PCR

    Diferente do que ocorre no adulto, a Parada Cardiorrespiratória (PCR) em crianças e

    lactentes raramente é um evento súbito, pois predominam as causas não cardíacas. Muitas das

    causas de PCR em crianças e lactantes são preveníveis, como a asfixia por corpo estranho e o

    trauma.

    O ritmo elétrico cardíaco de parada mais comum em crianças é a assistolia, um ritmo difícil

    de ser revertido. Mesmo quando a PCR é revertida, a criança tem grandes chances de sofrer danos

    neurológicos.

    14.3.2 Principais causas de morte em Crianças

    - Insuficiência Respiratória;

    - Síndrome da morte súbita Infantil (< 1 ano);

    - Enfermidades Neurológicas;

    - Acidentes (lesões):

    a. Acidentes com automóveis;

    b. Lesões peitorais;

    c. Acidentes com bicicletas;

    d. Queimaduras;

    e. Afogamentos;

    f. Lesões com armas de fogo;

    g. Acidentes com eletricidade.

    14.3.3 Locais de Verificação dos Batimentos Cardíacos em Crianças e Lactentes

    Crianças > 1 ano. Lactentes < 1 ano.

    Carótida Braquial

    14.3.4 Compressões torácicas em Crianças e Lactentes

    Nos lactentes (menores de 1 ano) deverão ser utilizadas as pontas dos dedos, pois nesta

    fase de desenvolvimento, o esterno e as estruturas desta região são muito flexíveis e tenros. O

    pressão deverá ser de aproximadamente 4 cm.

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    Técnica com 1 Socorr ista: Técnica com 2 Socorr istas:

    Técnica com Ressuscitador Manual: Ventilação Boca a boca-nariz: < 1 ano.

    Em crianças acima de 1 ano deverá ser utilizado apenas uma mão, como na imagem abaixo.

    A pressão exercida deve ser de aproximadamente 5 cm.

    14.3.5 Instruções Gerais para a Reanimação Cardiopulmonar

    Reanimação cardiopulmonar é a aplicação de dois recursos técnicos de primeiros socorros:

    A massagem cardíaca externa. A respiração artificial (boca a boca) (CAB).

    É o primeiro socorro que se presta a vítimas de parada cardíaca e respiratória.

    Obs: Crianças e Lactentes: Se o socorrista estiver sozinho, deve primeiro realizar 5 ciclos de

    manobras de reanimação cardiorrespiratória e depois chamar socorro avançado, voltando a retornar

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    as manobras rapidamente. Se houver mais de uma pessoa, um socorrista chama socorro e busca um

    desfibrilador Automático (DEA), se disponível e o outro inicia imediatamente as manobras de

    ressuscitação.

    Caso haja apenas uma pessoa para prestar o socorro este deverá aplicar, após cada 30

    compressões cardíacas, duas inflações de ar, boca a boca, alternadamente, até que chegue outra

    pessoa para auxiliá-la ou até que a vítima se reanime.

    Em caso de o socorrista contar com o auxílio de outra pessoa esta realizará a respiração

    boca a boca e controlará a pulsação carotídea (da artéria carótida), enquanto o socorrista exercerá a

    massagem cardíaca.

    Caso seja necessário o revezamento entre o socorrista e o auxiliar, a pausa para trocar não

    deverá ser maior do que cinco segundos.

     A constatação de que a vítima se reanima pode ser fei ta se:  As pupilas voltarem a se contrair;

      A coloração geral de a pele melhorar;

      Os movimentos respiratórios se reiniciarem;

      As pulsações retornarem.

    14.3.6 Resumo dos principais elementos de SBV para Crianças e Lactentes. 

    Elementos de SBV

    - Não responsivo;- Sem respiração ou com respiração anormal;- Sem pulso (verificação de pulso carotídeo (crianças) e

    braquial (Lactentes) em até 10 seg).Sequência de RCP - C – A – B.Frequência de compressão - Mínimo 100/min.

    Profundidade de compressão- Crianças: Aproximadamente 5cm;- Lactentes: Aproximadamente 4cm.

    Retorno da parede torácica - Permitir retorno total do tórax.Interrupções das compressões - Máximo 10 seg.

    Vias aéreas- Elevação modificada da mandíbula (trauma);- Inclinar a cabeça e elevar o queixo (clinico).

    Relação compressão-ventilação 30:2 independente da quantidade de socorristas

    Desfibrilação

    - Instalar o DEA à vítima assim que ele estiver disponível nolocal;- Reiniciar a RCP com compressões imediatamente após cada

    choque.

    Com esta técnica, uma pessoa vítima de parada respiratória pode ser mantida viva pelo

    menos durante uma hora.

    Obs.: A Reanimação Cardiopulmonar em casos de Afogamento, Asfixia (Obstrução das Vias

    Aéreas - OVACE) e TCE (traumatismo crânio encefálico) continua a sequência do ABC. 

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    15 HEMORRAGIAS

    Hemorragia é a perda de sangue proveniente de ruptura, dilaceramento ou corte de um vaso

    sanguíneo.

    A perda contínua de sangue pode ocasionar o estado e choque e leva a vítima á morte.

    Todas as hemorragias devem ser contidas o mais rápido possível.

    A perda de um terço do sangue em circulação é perigosa para a vida. O total de sangue

    circulante no organismo humano corresponde em litros, de 7% a 8% do peso corporal.

    15.1 IDENTIFICAÇÃO DA HEMORRAGIA

    A hemorragia nem sempre é visível, podendo estar oculta pela roupa ou posição do ferido

    (por ex: hemorragia causada por um ferimento nas costas, se a pessoa estiver deitada de costas). 

    Por isso, a vítima deve ser examinada completamente para averiguar se há sinais de

    hemorragia.

    15.2 SINAIS E SINTOMAS DE UMA HEMORRAGIA  Palidez intensa;

      Mucosas descoradas;

      Pulso rápido e fino;

      Respiração rápida e superficial;

      Vertigens;

      Náusea, vômito;

      Suores abundantes;

      Intranquilidade;

      Sede;

      Desmaio.

    15.3 CLASSIFICAÇÃO DAS HEMORRAGIAS

    Do ponto de vista Anatômico, as Hemorragias podem ser:

    15.3.1 Arterial

    - Sangue vermelho vivo;

    - Fluxo em jatos intermitentes;

    - Sentido do fluxo sanguíneo, do coração para as extremidades.

    15.3.2 Venosa - Sangue vermelho escuro;

    - Fluxo contínuo;

    - Sentido do fluxo sanguíneo, das extremidades para o coração.

    Do ponto de vista clínico, as hemorragias podem ser:

    15.3.3 Internas: produzidas dentro dos tecidos ou no interior de uma cavidade natural.

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    15.3.4 Externas: perda de sangue para o exterior do organismo, podendo ser observada

    visualmente.

    15.4 TÉCNICAS PARA CONTENÇÃO DE HEMORRAGIAS

    a. Pressão direta;

    b. Elevação do seguimento ferido (membro);

    c. Curativo compressivo;

    d. Pontos de pressão;

    e.  Torniquete (Medida extrema e raramente necessária)

    15.4.1 Pressão Direta

    Colocar um chumaço de tecido limpo sobre a hemorragia, fazendo pressão fortemente, com a

    própria mão sobre o mesmo.

    15.4.2 Elevação do Seguimento Ferido

    Se não houver suspeita de fratura, elevar o seguimento ferido a um nível superior ao coração.

    15.4.3 Curativo Compressivo

    Com a utilização de bandagens ou ataduras, fixar a compressa firmemente. A pressão da

    mão é substituída pela bandagem.

    15.4.4 Ponto s de Pressão

    Consiste em comprimir a artéria lesada contra o osso mais próximo a ela, para diminuir a

    fluência do sangue na região do ferimento.

    15.4.5 Torniquete

    Medida extrema, somente utilizada quando nenhuma uma outra providência deu resultado.

    16 ESTADO DE CHOQUE

    A função do sistema circulatório é distribuir sangue com oxigênio e nutrientes para todas as

    partes do corpo. Quando isso, por qualquer motivo, deixa de acontecer e começa a faltar oxigênio nos

    tecidos corporais, ocorre o que denominamos estado de choque, ou seja, as células começam a

    corporais, ocorre o que denominamos estado de choque, ou seja, as células começam a entrar emsofrimento e, se esta condição não for revertida, as células acabam morrendo.

    É uma reação do organismo a uma condição onde o sistema circulatório não fornece

    circulação suficiente para cada parte vital do organismo.

    16.1 AS CAUSAS DO ESTADO DE CHOQUE

    16.1.1 Insuf iciência cardíaca 

    Quando o coração não conseguir bombear quantidade suficiente de sangue. Se o coração por

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    algum motivo deixar de bombear sangue adequadamente ou parar de funcionar (parada cardíaca), o

    choque se desenvolverá de imediato.

    16.1.2  Lesão nos vasos sanguíneos

    O sistema circulatório deve, obrigatoriamente, ser sistema fechado. Se os vasos (artérias,

    veias ou capilares) forem lesados e perderem muito sangue, o paciente entrará em choque.

    16.1.3 Diminuição do volume de sangue circulante

    Se houver uma diminuição no volume de sangue circulante ou se os vasos sanguíneos por

    algum motivo se dilatarem (aumentarem seu diâmetro), impedindo que o sistema permaneça

    preenchido corretamente, o choque se desenvolverá.

    16.2 TIPOS DE CHOQUE

    O choque pode ser classificado de várias formas porque existem mais de uma causa para ele.O Socorrista não necessita conhecer todas essas formas de choque, no entanto, é fundamental que

    ele entenda de que forma os pacientes podem desenvolver o choque.

    16.2.1 Choque Hemorrági co

    É o choque causado pela perda de sangue e/ou pela perda de plasma. Ex.: Sangramentos

    graves ou queimaduras.

    16.2.2 Choque Cardiogênico 

    É o choque cardíaco. Este choque é causado pela falha do coração no bombeamento

    sanguíneo para todas as partes vitais do corpo.

    16.2.3 Choque Neurogênico

    É o choque do sistema nervoso, em outras palavras, a vítima sofre um trauma e o sistema

    nervoso não consegue controlar o calibre (diâmetro) dos vasos sanguíneos. O volume de sangue

    disponível é insuficiente para preencher todo o espaço dos vasos sanguíneos dilatados.

    16.2.4 Choque Anafilático

    É o choque alérgico. Desenvolve-se no caso de uma pessoa entrar em contato com

    determinada substância da qual é extremamente alérgica, por exemplo, alimentos, medicamentos,substâncias inaladas ou em contato com a pele. O choque anafilático é o resultado de uma reação

    alérgica severa e que ameaça a vida.

    16.2.5 Choque Séptico

    É o choque da infecção. Micro-organismos lançam substâncias prejudiciais que provocam uma

    dilatação dos vasos sanguíneos. O volume de sangue torna-se insuficiente para preencher o sistema

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    circulatório dilatado. O choque séptico ocorre geralmente no ambiente hospitalar e, portanto, é pouco

    observado pelos profissionais Socorristas que atuam no ambiente pré-hospitalar.

    16.3 SINAIS E SINTOMAS GERAIS DE CHOQUE

    Agitação ou ansiedade;

    Respiração rápida e superficial;

    Pulso rápido e filiforme (fraco);

    Pele fria e úmida;

    Sudorese;

    Face pálida e posteriormente cianótica;

    Olhos estáveis, sem brilho e pupilas dilatadas;

    Sede;

    Náuseas e vômitos;

    Queda da pressão arterial.

    16.3.1 Sinais e sintomas do choque anafilático

      Prurido na pele;

      Sensação de queimação na pele;

      Edema generalizado;

      Dificuldade para respirar;

      Inconsciência.

    16.3.2 Tratamento Pré-Hospi talar do estado de choque:Avalie nível de consciência;

    Posicione a vítima deitada (decúbito dorsal);

    Abra as VA estabilizando a coluna cervical;

    Avalie a respiração e a circulação;

    Efetue hemostasia;

    Afrouxe roupas;

    Aqueça o paciente;

    Não dê nada de comer ou beber;

    Eleve os MMII (caso haja fraturas, eleve-a após posicioná-la sobre uma maca rígida, excetose houver suspeita de TCE);

    Imobilize fraturas;

    Ministre oxigênio suplementar; e.

    Transporte o paciente imediatamente para o hospital.

    Na entrevista, pergunte se o paciente é alérgico a alguma substância e se teve contato com

    ela. No mais, trate igualmente como outro choque já visto anteriormente. Neste caso, a vítima precisa

    receber medicamentos para combater a reação alérgica.

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    17 TRAUMA EM OSSOS

    17.1 FRATURAS:

    É a ruptura total ou parcial de um osso.

    17.1.1 Classes de fratu ras

    Fechada (simples) - A pele não foi perfurada pelas extremidades ósseas.

     Aberta (exposta) - O osso se quebra, atravessando a pele, ou existe uma ferida associada

    que se estende desde o osso fraturado até a pele.

    17.1.2 Sinais e Sintomas de Fraturas

    Deformidade  - A fratura produz uma posição anormal ou angulação num local que não

    possui articulação;

    Sensibilidade - Geralmente o local da fratura está muito sensível à dor;Crepitação -  Num movimento da vítima podemos escutar um som áspero, produzido pelo

    atrito das extremidades fraturadas. Não pesquisar este sinal Intencionalmente, porque aumenta a dor

    e pode provocar lesões;

    Edema e alteração de coloração   - Quase sempre a fratura é acompanhada de um certo

    inchaço provocado pelo líquido entre os tecidos e as hemorragias. A alteração de cor poderá

    demorar várias horas para aparecer;

    Impotência funcional  - Perda total ou parcial dos movimentos das extremidades. A vítima

    geralmente protege o local fraturado, não pode mover-se ou o faz com dificuldade e dor intensa;

    Fragmentos expostos  -  Numa fratura aberta, os fragmentos ósseos podem ser, projetar

    através da pele ou serem vistos no fundo do ferimento.

    17.2 LUXAÇÃO

    É o desalinhamento das extremidades ósseas de uma articulação fazendo com que as

    superfícies articulares percam o contato entre si.

    17.2.1 Sinais e sinto mas de luxação

    Deformidade - Mais acentuada na articulação luxada;

    Edema;

    Dor: Aumenta se a vítima tenta movimentar a articulação;Impotência funcional: Perda completa ou quase total dos movimentos articulares.

    17.3 ENTORSE

    É a torção ou distensão brusca de uma articulação, além de seu grau normal de amplitude.

    17.3.1 Sinais e sintomas de entorses

    São similares aos das fraturas e aos das luxações. Mas nas entorses os ligamentos

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    geralmente sofrem ruptura ou estiramento, provocados por movimento brusco.

    17.4 AMPUTAÇÕES

    São lesões geralmente relacionadas a acidentes automobilísticos (amputações traumáticas).

    Seu tratamento inicial deve ser rápido, pela gravidade da lesão e pela possibilidade de re-implante.

    O procedimento a ser adotado em caso de amputação é:

      Controlar a hemorragia;

      Aplicar curativo estéril;

      Fixar o curativo com bandagens ou ataduras; e

      Guardar a parte amputada envolta em gaze ou compressa estéril (pano limpo), umedecido

    com solução fisiológica, colocando-a dentro de um saco plástico e este, então, dentro de um

    segundo saco ou caixa de isopor repleta de gelo.

    17.4.1 Razões para a imobi lização provisór ia• Evitar a dor;

    • Prevenir ou minimizar lesões futuras de músculos, nervos e vasos sanguíneos;

    • Manter a perfusão no membro; e

    • Auxiliar a hemostasia.

    17.4.2 Regras Gerais de Imobil ização no Tratamento Pré-Hospitalar

    • Informe o que planeja fazer;

    • Exponha o local. As roupas devem ser cortadas e removidas sempre que houver suspeita

    de fratura, entorse ou luxação;

    • Controle hemorragias e cubra feridas. Não empurre fragmentos ósseos para dentro do

    ferimento, nem tente removê-los. Use curativos estéreis;

    • Observe o pulso distal, a mobilidade, a sensibilidade e a perfusão;

    • Reúna e prepare todo o material de imobilização (use se possível, talas acolchoadas);

    • Imobilize e use tensão suave para que o local fraturado possa ser colocado na tala.

    Movimente o mínimo possível. Imobilize todo o osso fraturado, uma articulação acima e abaixo. Em

    alguns casos a extremidade deve ser imobilizada na posição encontrada;

    • Revise a presença de pulso e a função nervosa. Assegure-se que a imobilização está

    adequada e não restringe a circulação; e

    • Previna ou trate o estado de choque.

    17.5 MATERIAIS UTILIZADOS NA IMOBILIZAÇÃO DE PACIENTES• Talas rígidas;

    • Talas moldáveis;

    • Talas infláveis;

    • Talas de tração;

    • Colares cervicais.

    • Colete de imobilização dorsal;

    • Macas rígidas;

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    • Bandagens triangulares;

    • Ataduras.

    Na maioria das vezes, é impossível saber sem o uso do raio-X, se o paciente é

    verdadeiramente portador de uma fratura, entorse ou luxação. No entanto, até ser provado o

    contrário, deve-se sempre tratá-lo como se fosse portador de fratura.

    18. TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO

    18.1 FRATURAS DE CRÂNIO

    As fraturas de crânio são comuns nas vítimas de acidentes que receberam impacto na

    cabeça. A gravidade da lesão depende do dano provocado no cérebro.

    São mais frequentes lesões cerebrais, nos traumatismos sem fratura de crânio. As fraturas

    poderão ser abertas ou fechadas.

    18.1.1 Fraturas Abertas

    São aquelas que permitem a comunicação entre as meninges ou o cérebro e o meio exterior.

    Há ruptura do couro cabeludo com exposição do local da fratura.

    18.1.2 Fraturas Fechadas

    São as que afetam o osso sem, entretanto, expor o conteúdo da caixa craniana, não existe

    solução de continuidade da pele.

    18.1.3 Lesões Encefáli cas

    Quando uma pessoa recebe um golpe na cabeça ou na face, pode haver uma concussão

    encefálica. Não existe um acordo geral sobre a definição de concussão exceto que esta envolve a

    perda temporária de alguma ou de toda a capacidade da função encefálica. Pode não haver lesão

    encefálica demonstrável. O paciente que sofre uma concussão pode se tornar completamente

    inconsciente e incapaz de respirar em curto período de tempo, ou ficar apenas confuso. Em geral o

    estado de concussão é bastante curto e não deve existir quando o Socorrista chegar ao local do

    acidente.

    Se o paciente não consegue se lembrar dos eventos ocorridos antes da lesão (amnésia)

    existe uma concussão mais grave.

    18.1.4 ContusãoO cérebro pode sofrer uma contusão quando qualquer objeto bate com força no crânio. A

    contusão indica a presença de sangramento a partir de vasos lesados.

    Quando existe uma contusão cerebral, o paciente pode perder a consciência. Outros sinais

    de disfunção por contusão, incluem a paralisia de um dos lados do corpo, dilatação de uma pupila e

    alteração dos sinais vitais. As contusões muito graves podem produzir inconsciência por período de

    tempo prolongáveis e também causar paralisia em todos os membros.

    Mesmo em contusões graves, pode haver recuperação sem necessidade de cirurgia

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    intracraniana.

    As mudanças na recuperação são diretamente proporcionais aos cuidados dispensados ao

    paciente desde o início das lesões. Os pacientes devem receber ventilação adequada, reanimação

    cardiorrespiratória quando necessário, devendo ser transportado para o serviço de emergência para

    uma avaliação e cuidados neurocirúrgicos.

    19 FERIMENTOS

    19.1 CLASSIFICAÇÃO DOS FERIMENTOS

    19.1.1 Ferimento ou Trauma Aberto

    É aquele onde existe uma perda de continuidade da superfície cutânea.

    19.1.2 Ferimento ou Trauma Fechado

    Ocorre quando a lesão é abaixo da pele, porém existe perda da continuidade na superfície, ou

    seja, a pele continua intacta.

    19.2 TIPOS DE FERIMENTOS

    Existem diferentes tipos de ferimentos abertos em partes moles, os mais comuns são:

    19.2.1 Abrasões ou Escoriações

    São lesões superficiais de sangramento discreto e muito doloroso. Usualmente não é um

    ferimento sério, desde que a pele não seja completamente perfurada e a força que causou o ferimento

    não esmague ou rompa outras estruturas. A contaminação da ferida tende a ser o mais sério problema

    encontrado. Devem ser protegidas com curativo estéril de material não aderente, bandagens ou

    ataduras.

    19.2.2 Ferimentos Incisos

    São lesões de bordas regulares produzidas por objetos cortantes, como lâminas de barbear,

    facas e vidros quebrados, que podem causar sangramentos variáveis e danos a tecidos profundos,

    como tendões, músculos e nervos. Devem ser protegidas com curativo estéril fixado com bandagens

    ou ataduras.

    19.2.3 Ferimentos Lacerantes ou Lacerações

    São lesões de bordas irregulares, produzidas por objetos rombos, onde o tecido ao longo da

    extremidade da ferida é rasgado, produzindo extremidades ásperas. Devem ser protegidas comcurativo estéril fixado com bandagens e ataduras.

    19.2.4 Ferimentos Perfurantes ou Penetrantes

    São lesões que avançam através da pele e danificam os tecidos em uma linha transversal.

    Podem ser provocados por objetos pontiagudos e armas de fogo. Uma ferida penetrante pode ser

    perfurante, quando há um ponto de entrada e outro de saída. O Socorrista  deve considerar lesões de

    órgãos internos, quando o ferimento localizar-se nas regiões do tórax ou abdome. As lesões devem

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    ser cobertas completamente com curativo estéril.

    19.2.5 Avulsões

    São lesões que envolvem rasgos ou perda de uma grande parte da pele. Se possível e se a

    pele estiver ainda presa, deve ser recolocada sobre o ferimento, controlada a hemorragia e, a seguir,

    coberta com curativo estéril fixado com bandagens ou ataduras.

    19.2.6 Eviscerações

    Lesão na qual a musculatura do abdome é rompida em decorrência de violento impacto ou lesão

    de objeto penetrante ou cortante, expondo o interior da região abdominal à contaminação ou

    exteriorizando vísceras. É preciso remover vestes para expor a lesão e não recolocar nenhum órgão

    eviscerado para dentro do abdome, em seguida, cobrir com plástico ou curativo oclusivo. Não lavar a

    lesão.

    19.3 TRATAMENTO DE UM FERIMENTO ABERTO

      Utilize proteção individual do Socorrista (EPI);

      Exponha o local do ferimento (se necessário, corte as vestes);

      Cubra o ferimento com um curativo estéril (curativo = compressa de gaze e atadura) para

    controlar sangramentos e prevenir contaminação;

      Mantenha o paciente em repouso e tranquilize-o; e

      Trate o choque.

    Não remova um curativo já colocado, caso não tenha ocorrido hemostasia.

    19.4 TRATAMENTO DE FERIMENTOS FECHADOS

    Estes ferimentos podem variar desde lesões abaixo da pele até lesões severas em órgãos

    internos. Tratamento pré-hospitalar:

      Avalie o acidentado;

      Identifique a lesão; e.

      Trate a hemorragia interna com imobilização, prevenindo o choque.

    20 TRAUMAS ESPECÍFICOS

    A seguir são listados traumas específicos e suas formas de tratamento:

    20.1 COURO CABELUDO

    • Controle a hemorragia com pressão direta (não puntiforme);

    • Suspeite de lesão adicional na cabeça ou pescoço;

    • Não aplique pressão se existir a possibilidade de fratura no crânio; e.

    • Não lave.

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    20.2 FERIMENTOS NA FACE

    • Reviste a boca procurando corpos estranhos ou sangue coagulado;

    • Mantenha as vias aéreas permeáveis;

    • Se houver objeto penetrante nas bochechas, empurre de dentro para fora e cubra com

    compressas interna e externamente;

    • Se necessário, transporte o paciente lateralizado para drenar o sangue da boca;

    • Tenha cuidado se houver lesão associada de pescoço; e

    • Mantenha a posição neutra da cabeça.

    20.3 HEMORRAGIA NASAL

    • Mantenha as vias aéreas abertas;

    • Mantenha há cabeça um pouco fletida, comprimindo um pouco acima das fossas nasais,

    para estancar as hemorragias; e.

    • Se houver saída de líquido cefalorraquidiano, não oclua o nariz.

    20.4 FERIMENTOS NOS OLHOS

    • Não comprima diretamente sobre os olhos;

    • Cubra o globo ocular lesado com curativo úmido e proteja com copo plástico ou bandagem

    triangular em anel e compressas de gaze e esparadrapo;

    • Estabilize objetos cravados e nunca tente removê-los;

    • Tampe os dois olhos; e

    • Dê apoio emocional.

    20.5 LESÕES NO OUVIDO E ORELHAS

    • Não tente remover objetos cravados;

    • Não tampone a saída de sangue ou líquor; e

    • Aplique gaze externamente (frouxa e em grande quantidade) e fixe com esparadrapo.

    20.6 FERIMENTOS NO PESCOÇO

    • Aplique pressão direta com a mão para cessar hemorragias;

    • Aplique curativo com uma bandagem sem comprimir ambos os lados do pescoço;

    • Trate o choque (O2 etc);

    • Observe a respiração; e• Mantenha a posição neutra da cabeça.

    20.7 FERIMENTOS ABDOMINAIS:

    • Órgãos sólidos sangram muito. Ex.: fígado e baço.

    • Órgãos ocos são altamente contaminantes. Ex.: estômago e intestino.

    20.7.1 Sinais e sintomas de traumas fechado s

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    • Dor ou contração;

    • Abdome protegido;

    • Respiração rápida e superficial;

    • Abdome sensível ou rígido.

    20.7.2 Tratamento para ferimentos abdominais abertos

    • Descubra o local e aplique curativo estéril úmido sobre o ferimento;

    • Não recoloque órgãos eviscerados;

    • Não remova objetos cravados;

    • Previna-se para a ocorrência de vômito;

    • Trate o choque (O2 etc); e.

    • Transporte a vítima com as pernas fletidas.

    20.8 FERIMENTOS NA GENITÁLIA• Controle o sangramento com pressão direta;

    • Nas contusões, use bolsa de gelo ou água fria;

    • Não remova os objetos transfixados; e.

    • Preserve as partes avulsionadas, envolvendo-as em plástico, curativos esterilizados ou

    qualquer curativo limpo.

    21. QUEIMADURAS

    Queimadura é uma lesão produzida nos tecidos de revestimento do organismo e causada por

    agentes térmicos, produtos químicos, eletricidade, radiação, etc.

    As queimaduras podem lesar a pele, os músculos, os vasos sanguíneos, os nervos e os

    ossos.

    21.1 CAUSAS DAS QUEIMADURAS

    21.1.1 Térmicas

    Causadas por calor (fogo, vapores quentes, objetos quentes) e por frio (objetos congelados,

    gelo).

    21.1.2 Químicas 

    Inclui vários cáusticos, tais como substâncias ácidas e álcalis.

    21.1.3 Elétricas

    Materiais energizados e descargas atmosféricas.

    21.1.4 Substâncias Radioativas

    Materiais radioativos e raios ultravioletas (incluindo a luz solar) etc.

    21.2 CLASSIFICAÇÃO, SINAIS E SINTOMAS

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    De acordo com sua profundidade, as queimaduras classificam-se em graus, de primeiro a

    terceiro.

    21.2.1 Queimadura de 1º Grau 

    Atinge somente a epiderme (camada mais superficial da pele). Caracteriza-se por dor local e

    vermelhidão da área atingida.

    21.2.2 Queimadura de 2º Grau 

    Atinge a epiderme e a derme. Caracteriza-se por muita dor, vermelhidão e formação de

    bolhas.

    21.2.3 Queimadura de 3º Grau 

    Atinge todas as camadas (tecidos) de revestimento do corpo, incluindo o tecido gorduroso, os

    músculos, vasos e nervos, podendo chegar até os ossos. É a mais grave quanto à profundidade da

    lesão. Caracteriza-se por pouca dor, devido à destruição das terminações nervosas da sensibilidade,

    pele seca, dura e escurecida ou esbranquiçada.

    Em uma queimadura de 3º grau a vítima, geralmente, queixa-se de dor nas bordas da lesão,onde a queimadura é de 2º ou 1º grau.

    De acordo com a extensão da queimadura, usamos percentagens através da regra dos nove

    que permitem estimar a superfície corporal total queimada - SCTQ.

    Neste caso, analisamos somente o percentual da área corpórea atingida pela lesão, sem

    considerar sua profundidade (seus graus).

    A regra dos nove divide o corpo humano em doze regiões. Onze delas equivalem a 9% cada

    uma, e a região genital equivale a 1%, conforme segue:

    22. EMERGÊNCIAS CLÍNICASPode se caracterizar por uma variedade muito ampla de doenças, cuja causa não inclui

    trauma.

    O atendimento às emergências clínicas fundamenta-se na entrevista, nos sinais vitais e

    avaliação física do paciente, para definir o tratamento adequado, não tendo como principal finalidade

    um diagnóstico no atendimento pré-hospitalar.

    Ex:   Se um paciente apresentar pulso acima de 120bpm ou inferior 60bpm indica uma

    possível emergência clínica em uma vítima adulta.

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    E se apresentar uma frequência respiratória maior que 24vpm ou inferior a 8vpm, também a

    uma possibilidade de uma emergência clinica em uma vitima adulta.

    22.1 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM)

    O infarto agudo do miocárdio acontece quando uma área do músculo cardíaco é privada de

    fluxo sanguíneo e de oxigênio por oclusão ou rompimento dos vasos arteriais destinados a nutri-lo,

    durante um período prolongado, causando necrose no tecido cardíaco.

    22.1.1 Sinais e Sintomas

    O sintoma mais importante e típico do IAM é a dor ou desconforto intenso que é muitas vezes

    referida como aperto, opressão, peso ou queimação, podendo irradiar-se para pescoço, mandíbula,

    membros superiores e dorso.

      Náuseas;

      Vômitos;  Sudorese;

      Palidez;

      Agitação;

      Queda de Pressão Arterial;

      Sinais de Choque;

      Dificuldades respiratorias;

      Fraqueza;

      Parada Cardiaca.

    22.1.2 Procedimentos

      Tranquilize a vítima;

      Coloque-o em posição de repouso, permitindo uma respiração mais confortável,

    geralmente na posição semissentada;

      Administre oxigênio;

      Afruxe as roupas;

      Mantenha temperatura corporal;

      Transporte o paciente, monitorando os sinais vitais;

      Oriente o paciente que faz uso de ASS, para utiliza-lo, desde que não tenha historico de

    sangramento.

    22.2 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)

    É o aparecimento de uma disfunção neurológica resultante da interrupção do suprimento

    sanguíneo cerebral.

    22.2.1 Trombose cerebral

    Coágulo de sangue que se forma no interior de vasos.

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    22.2.2 Embol ia Cerebral

    Oclusão provocada por um corpo estranho que se desloca na circulação sanguínea e

    estaciona no vaso cujo calibre.

    22.2.3 Estenose arteri al

    Estreitamento da artéria que irriga o encéfalo, interrompendo a circulação.

    22.2.4 Hemorragia

    É causada por rompimento de uma artéria, deixando uma área do cérebro sem nutrição. O

    sangue que saí do vaso aumenta a pressão intracraniana pressionando o cérebro, interferindo em

    suas funções.

    AVC isquêmico = Provocado trombose, embolia ou estenose arterial

    AVC hemorrágico = Causado por hemorragia

    22.2.5 Sinais e Sintomas

      Dor de cabeça;

      Síncope (Desmaio);

      Alterações de nível de consciência;

      Formigamento ou paralisia, usualmente nas extremidades;

      Dificuldade respiratória;

      Convulsão;

      Pupilas desiguais;

      Perda do controle urinário ou intestinal;

      Hipertensão;

      Dificuldade da fala.

    22.3 DESMAIO

    Significa uma perda súbita e transitória de consciência associada ao relaxamento muscular

    (tônus postural). É provocada pela redução abrupta da irrigação cerebral (oxigênio).

    22.3.1 Sinais e Sintomas

    Turvação visual

    Suor frio

    Náuseas

    Tontura

    Vômitos, às vezes.

    Obs.: Logo após o desmaio não dê água imediatamente a vítima, para evitar com que ela se

    afogue, pois ainda não está com seus reflexos recuperados totalmente.

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    22.4 CRISE CONVULSIVA

    Uma convulsão é um fenômeno anormal temporário que ocorre no cérebro e que resulta numa

    sincronização anormal da actividade eléctrica neuronal. Estas alterações podem reflectir-se a nível da

    tonacidade corporal (gerando contrações involuntárias da musculatura, como movimentos

    desordenados, ou outras reações anormais como desvio dos olhos e tremores), alterações do estado

    mental, ou outros sintomas psíquicos.

    22.4.1 Procedimentos

    A crise convulsiva costuma ser um momento muito estressante. A primeira coisa que deve se

    ter em mente é que a maioria das crises dura menos que 5 minutos e que a mortalidade durante a

    crise é baixa. Assim, deve-se manter a calma para que se possa, efetivamente, ajudar a pessoa.

    Medidas protetoras que devem ser tomadas no momento da crise:

    Deitar a pessoa (caso ela esteja de pé ou sentada), evitando quedas e traumas;

    Remover objetos (tanto da pessoa quanto do chão), para evitar traumas;Afrouxar roupas apertadas;

    Proteger a cabeça da pessoa com a mão, roupa, travesseiro;

    Lateralizar a cabeça para que a saliva escorra (evitando aspiração);

    Limpar as secreções salivares, com um pano ou papel, para facilitar a respiração;

    Observar se a pessoa consegue respirar;

    Afastar os curiosos, dando espaço para a pessoa;

    Reduzir estimulação sensorial (diminuir luz, evitar barulho);

    Permitir que a pessoa descanse ou até mesmo durma após a crise;

    Procurar assistência médica.

    23 MANIPULAÇÃO E TRANSPORTE DE ACIDENTADO

    Manipulação e transporte de acidentado correspondem a qualquer procedimento organizado

    para manipular, reposicionar ou transportar o paciente ou ferido, de um ponto para outro.

    As técnicas de manipulação abordadas são:

    23.1 ROLAMENTO DE 90º 

    Técnica empregada para posicionar o paciente, quando este se encontrar em decúbito dorsal.

    Rolamento de 180º: Técnica empregada para posicionar o paciente na prancha, quando este

    encontrar-se em decúbito ventral.

    23.2 ELEVAÇÃO A CAVALEIRO 

    Técnica utilizada para posicionar o paciente sobre a prancha quando houver impossibilidade

    de executar o rolamento.

    Obs.:  Durante a sua execução, o Socorrista deve agir cautelosamente para não produzir

    novas lesões ou agravar as já existentes.

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    23.3 RETIRADA DE CAPACETE

    Técnica empregada para a retirada de capacete, a fim de facilitar a avaliação e tratamento de

    possíveis lesões que o paciente possa apresentar.

    Obs.: Nunca retirar o capacete, quando ao menor toque o paciente sentir dor, quando houver

    objetos transfixados no capacete ou houver rachaduras recentes.

    Ilustrações: Apostila Pronto Socorrismo - SENASP, 2008.

    24. PSICOLOGIA DAS EMERGÊNCIAS

    Em uma emergência, é necessário além da aplicação dos primeiros socorros que se de

    atenção aos primeiros auxílios psicológicos. A psicologia das emergências vai focar seu trabalho no

    comportamentos das pessoas frente à acidentes e desastres, atuando de forma a prevenir traumas

    maiores decorrentes da situação presenciada e vivenciada.

    A psicologia das emergências estuda o comportamento das pessoas em situações críticas,

    podendo promover desde uma ação preventiva até uma intervenção pós-trauma.

    24.1 SÍNDROME DE BURNOUT

    Essa síndrome envolve atitudes e condutas negativas em relação aos trabalhadores, clientes

    do trabalho. É um esgotamento pessoal que acaba por interferir na relação de trabalho, podendo serdecorrente do estresse do trabalho. Os sintomas são da ordem da exaustão física, emocional e

    psíquica.

    Sintomas: sentimentos de desânimo e desapego, irritabilidade e estados de hipervigilância,

    reiteração do evento, desinteresse em atividades significativas, dificuldade de concentração,

    transtornos psicossomáticos e alteração do estado de animo.

    Muitas vezes, essa síndrome pode estar associada à Angústia Pública. Esta, por sua vez, se

    caracteriza por ser um estado emocional e físico no qual o indivíduo tem um conflito entre seus

    processos interiores e exteriores, sendo desagradável e que pode provocar imenso sofrimento.

    Frente a isso, torna-se preciso o atendimento a esse indivíduo que se encontra em

    sofrimento, para isso oferece-se o suporte no intuito de dar a oportunidade de crescimento e de

    aquisição de novas posturas em relação à vida.

    24.2 CLASSIFICAÇÃO DAS VÍTIMAS E DOS DESASTRES

    24.2.1 Vítimas

    De primeiro grau:   sofrem o impacto direto das emergências ou desastres com perdas

    materiais e danos físicos;

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    De segundo g rau: familiares e amigos;

    De terceiro grau:  equipes de primeiros auxílios, como SAMU, bombeiros, médicos,

    voluntários, defesa civil, etc.

    De quarto grau: a comunidade afetada

    De quinto grau: pessoas que ficam sabendo pelos meios de comunicação;

    De sexto grau: pessoas que não se encontravam no lugar.

    24.2.2 Desastres

    Podem ser classificados em relação à intensidade, nível I – desastres de pequeno porte,

    nível II – desastres de médio porte onde os danos podem ser superados com recursos da própria

    comunidade, nível III – desastres de grande porte onde a comunidade complementa os recursos

    locais com auxilio externo, e nível IV - onde o desastre não é superável pela comunidade

    necessitando de ajuda de fora da área afetada. Evolução que pode ser aguda, lenta ou por efeitos

    parciais. E, em relação à Origem – natural, humana, tecnológica, social e biológica, podendo tambémser mistos, ou seja, associa-se mais de uma origem.

    25 PRIMEIROS AUXÍL IOS PSICOLÓGICOS

    Os primeiros auxílios psicológicos pressupõem agir rápido e de forma a evitar o sofrimento

    mais grave com o objetivo de dar apoio emocional. Para atender é necessário atentar que as pessoas

    são diferentes e respondem de formas distintas aos mesmos eventos, algumas podem ter problemas

    mais graves e cada um tem seu tempo para resolver uma situação de crise.

    Os objetivos principais permeiam dois campos. O da avaliação das manifestações somáticas

    e do sofrimento, e da prevenção do impacto pós-traumático, de forma a restaurar as funções

    psíquicas.

    26. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    Apostila Pronto Socorrismo - SENASP, 2008;

    Manual de Fundamentos de Bombeiros/SP, 1997;

    Aderson Guimarães Pereira - Manuais Técnicos de Seguros, 2000;

    www.enequipa.com;

    https://www.biof.ufrj.br;

    http://pt.wikipedia.org.