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Manual de Textos Academicos Da Faculdade FAIFA Vivian Bueno Cardoso

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SUMÁRIO

PREFÁCIO 7APRESENTAÇÃO 111 A LEITURA PROVEITOSA 152 O RESUMO 233 A RESENHA 334 A DISSERTAÇÃO ACADÊMICA 49

4.1 O projeto da Dissertação Acadêmica 504.2 A Estrutura da Dissertação Acadêmica 53

5 O ARTIGO CIENTÍFICO 695.1 O projeto do artigo científico 69

5.1.1 O tema 695.1.2 O problema 705.1.4 O objetivo geral 735.1.5 Os objetivos específicos 745.1.6 A justificativa 745.1.7 A revisão teórica 765.1.7.1 Citações 775.1.8 A metodologia 815.1.9 O cronograma 85

5.2 A estrutura do Artigo Científico 956 A MONOGRAFIA 127

6.1 O projeto da monografia 1276.2 A relação entre o orientador e o orientando 1286.3 A estrutura da Monografia 1296.4 Apresentação oral da Monografia 161

BIBLIOGRAFIA 165

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PREFÁCIO

O grande desejo de um educador do Ensino Superior é que os educandos tenham uma aprendizagem eficaz que resulte em competências e habilidades necessárias para atuação, dentre outras áreas, profissional. O desejo de ensinar, a doçura no ensino, a preocupação com as dificuldades dos educandos e o desejo de ajudá-los a superar essas dificuldades é o que move um educador a realizar uma tarefa que, efetivamente, dará resultados positivos. Essa tarefa foi realizada pela professora Vivian Bueno Cardoso. E por meio dela não há dúvidas de que o profissional de Teologia, e outros que porventura venham adquirir este manual, serão capazes de desenvolver bem sua profissão que não dispensa uma boa leitura e uma boa elaboração de textos.

Tive a honra de ter a professora Vivian como minha aluna na Universidade Estadual de Goiás e honra maior ainda de tê-la como minha monitora. A professora Vivian está entre os melhores alunos que já tive, além de inteligente é extremamente dedicada em tudo que faz. Quando monitora dedicou-se com afinco e, nessa função, começou a sistematizar com mais clareza a forma de organização de textos. Sua longa caminhada de dedicação ao trabalho e aos estudos resultou neste brilhante Manual de textos acadêmicos da Faculdade Faifa, instituição onde atuou como professora de Metodologia Científica e Língua Portuguesa.

O brilhantismo do trabalho da professora Vivian não se refere ao conteúdo em si, pois há inúmeros manuais nesta área que são mais abrangentes que ele. O objetivo central não foi ser abrangente, mas altamente didático. O objetivo foi alcançar os alunos com dificuldades iniciais de leitura e fazer com que esses alunos consigam dar saltos graduais do mais simples, a leitura proveitosa, ao mais complexo para a graduação, o Trabalho de Conclusão de Curso. Mas também, mesmo os

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trabalhada teoricamente, mas também, como tudo no manual, por meios de exemplos concretos que realmente farão com que o aluno tenha êxito na sua caminhada.

Por todo o exposto, não tenho dúvidas de que o manual da professora Vivian deve ser lido por todos aqueles que anseiam por escrever de forma mais clara e eficiente. Também não tenho dúvidas de que vocês, leitores, concordarão com minhas afirmações quando adquirirem e lerem este manual.

Profa. Dra. Alessandra Grangeiro.

alunos que não têm tantas dificuldades encontrarão prazer em organizar melhor seus textos por meio dos caminhos traçados pela professora.

Assim inicia, então, o percurso da professora Vivian: a leitura proveitosa. Seu percurso é semelhante a um rio que começa a ter existência na sua nascente e vai tomando corpo até alcançar profundidade. Com uma linguagem simples, mas, ao mesmo tempo, muito bem elaborada, o caminho para a produção monográfica é iniciado. Cada etapa é mostrada teoricamente, mas também apresentada por meio de exemplos concretos que, efetivamente, resultam na compreensão do aluno e servem para ele como modelo para que ele próprio construa seu caminho.

Depois da leitura proveitosa vem a elaboração do resumo. Todo o trabalho realizado anteriormente foi aproveitado e, nesse sentido, a técnica utilizada pela professora é fazer o texto tomar corpo do simples ao complexo. Posteriormente, é trabalhada a resenha e o caminho continua o mesmo: demonstração teórica e exemplo concreto.

Depois da resenha, a dissertação acadêmica é trabalhada. Antes de chegar à dissertação em si, foi trabalhado o projeto de dissertação acadêmica completamente contextualizado às discussões teológicas dos alunos da Faifa. O passo a passo evidencia a estrutura da dissertação acadêmica de modo que o aluno tem condições de seguir o modelo e elaborar a sua dissertação com o mais alto rigor estrutural e sequência lógica de ideias que são essenciais num bom texto acadêmico. Em seguida, a dissertação acadêmica é ampliada para o artigo científico que segue a mesma lógica.

Depois de trabalhar o artigo científico a professora apresenta as normas de referências e citações todas exemplificadas e, finalmente, o rio alcança a profundidade máxima da graduação que é o Trabalho de Conclusão de Curso. Cada etapa, a introdução, o desenvolvimento e a conclusão, foi

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APRESENTAÇÃO

Criamos este manual com o objetivo de padronizar os trabalhos orientados e realizados pelos docentes e discentes da Faculdade da Igreja Ministério Fama, FAIFA. Ainda, visamos facilitar a vida acadêmica daqueles que ingressaram no ensino superior pela primeira vez e, também, daqueles que já tiveram contato com o ensino superior, mas continuam com dificuldade em produzir textos acadêmicos.

Os trabalhos técnico-científicos (podemos, também, assim chamar os trabalhos acadêmicos) obedecem às instruções determinadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT. As normas relacionadas a esses trabalhos são as seguintes: NBR 6023:2002 (Referências), NBR 6024:2012 (Numeração progressiva das seções de um documento escrito), NBR 6027:2003 (Sumário), NBR 6028:2003 (Resumo), NBR 6034:2004 (Índice), NBR 10520:2002 (Citações em documentos), NBR 14724:2011 (Trabalhos acadêmicos), NBR 15287:2011 (Projeto de pesquisa) e NBR 12225:2004 (Lombada).

Após a leitura dessas normas, podemos perceber o quanto são objetivas e práticas, porém não oferecem o conhecimento suficiente para a produção de um trabalho. Por isso, geralmente, podemos recorrer a livros e manuais de Metodologia da Pesquisa Científica (MPC) que tratam dos trabalhos acadêmicos. Comumente, as bibliotecas das Instituições de Ensino Superior, IES, garantem uma diversificada e ampla seção relacionada ao assunto.

Tanto a ABNT quanto as obras de Metodologia da Pesquisa Científica oferecem instrumentos necessários para a feitura do trabalho acadêmico. Então, por que as IES desenvolvem os seus próprios manuais/guias? Porque há lacunas (omissões) nos textos da ABNT e divergências nas obras de MPC.

A respeito de como fazer uma capa de trabalho acadêmico, o texto da ABNT (NBR 14724:2011) cita as informações que

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deverão estar contidas, bem como a sua ordenação: a) nome da instituição (opcional); b) nome do autor; c) título; d) subtítulo: se houver; e) número do volume: se houver mais de um; f) local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado; g) ano de depósito (da entrega). Apesar dessas informações podemos nos perguntar: colocamos ou não o nome da instituição? Qual o espaço entre as informações? Podemos negritar alguma informação? Podemos usar caixa alta/maiúsculas? Esse exemplo ilustra a necessidade de cada IES possuir um documento que, respeitando as normas da ABNT, determina uma série de regras que uniformiza os seus trabalhos acadêmicos.

Acerca das obras de MPC, existem inúmeras, algumas mais amplas e outras mais objetivas, mas todas com o mesmo intuito: abordar sobre a pesquisa e a produção científica. Na maioria dessas obras, observamos a preocupação em conceituar e explicar o vocabulário técnico relacionado aos trabalhos científicos, podendo algumas incluir modelos de trabalhos. No entanto, é necessária uma fonte de pesquisa em que o acadêmico não apenas apreenda os conceitos e os padrões dos trabalhos acadêmicos, mas saiba como colocar esse conhecimento em prática. Saber, por exemplo, o que é um artigo científico, não é o mesmo que saber como fazer um artigo científico.

Dessa forma, o conteúdo desenvolvido neste manual buscará conceituar e explicar os diferentes tipos de trabalhos acadêmicos, bem como orientar o acadêmico, utilizando uma didática que facilite o seu aprendizado. A LEITURA

PROVEITOSA

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1 A LEITURA PROVEITOSA

Antes de abordarmos o trabalho acadêmico (conceito, estrutura e desenvolvimento), é importantíssimo termos ciência que todo trabalho inicia-se pela leitura. Não somente a leitura que trata especificamente de determinado tipo de trabalho, mas a leitura necessária para maior abordagem do tema que será desenvolvido na produção do trabalho científico. Por exemplo, se precisamos fazer um resumo de um capítulo de um livro, o texto não deve ser lido de forma mecânica e irrelevante, mas de forma profícua, ou seja, devemos fazê-la de uma forma que apreendamos o máximo de seu conteúdo, por meio da leitura proveitosa.

Com a palavra, quem entende do assunto:

1. Leitura é uma atividade essencial a qualquer área do conhecimento e mais essencial ainda à própria vida do Ser Humano. (O patrimônio simbólico do homem contém uma herança cultural registrada pela escrita. Estar com e no mundo pressupõe, então, atos de criação e recriação direcionados a essa herança. A leitura, por ser uma via de acesso a essa herança, é uma das formas do Homem se situar com o mundo de forma a dinamizá-lo).2. Leitura está intimamente relacionada com o sucesso acadêmico do ser que aprende; e, contrariamente, à evasão escolar. (SILVA, 2005, p. 42).

Para Marconi e Lakatos (1994), são necessários alguns cuidados e técnicas para que o leitor consiga fazer uma leitura proveitosa. Resumidamente, são eles: 1) a escolha do texto; 2) a pesquisa de termos desconhecidos; 3) a marcação do texto. É importante salientar que o primeiro tópico citado, a escolha

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16 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 17A LEITURA PROVEITOSA

do texto, somente será aplicado quando o acadêmico possuir liberdade para a escolha de textos no desenvolvimento de determinado trabalho.

1. A escolha do texto: quando couber a nós a escolha do texto, deveremos dar prioridade aos textos que nos despertam o desejo de leitura, assuntos que nos servirão para determinados propósitos. Por exemplo, se uma pessoa gosta de estudar e pesquisar sobre Teologia, ela deverá dar preferência aos textos voltados para essa área, assim ampliará o seu conhecimento sobre a área que deseja dominar.

2. A primeira leitura: essa fase da leitura é importante, pois iremos verificar se o texto é bom ou não e se ele realmente acrescenta conteúdo para a área que escolhemos obter mais conhecimento. Nessa fase, também, vamos destacando as palavras que nos são desconhecidas para buscarmos os seus significados no dicionário.

3. A segunda leitura: é nessa fase da leitura que iremos analisar com mais crítica o conteúdo do texto, tentando fazer comparações com outros textos e destacando as suas passagens mais importantes, ou seja, aquelas partes do texto que representam a sua essência e que, lendo-as novamente, temos uma noção do todo.

Vejamos um exemplo, partindo de uma hipótese:

A escolha do texto: tendo em mente a vontade de aprender mais sobre a leitura, podemos escolher o primeiro capítulo do livro O que é leitura, da Maria Helena Martins, Falando em leitura.

A primeira leitura:

“Falando em leitura, podemos ter em mente alguém lendo jornal, revista, folheto, mas o mais comum é pensarmos em leitura de livros. E quando se diz que uma pessoa gosta de

ler, ‘vive lendo’, talvez seja rato de biblioteca ou consumidor de romance, histórias em quadrinhos, fotonovelas. Se ‘passa em cima de livros’, via de regra estuda muito. Sem dúvida, o ato de ler é usualmente relacionado com a escrita, e o leitor visto como decodificador da letra. Bastará, porém decifrar palavras para acontecer a leitura? Como explicaríamos as expressões de uso corrente ‘fazer a leitura’ de um gesto, de uma situação; ‘ler o olhar de alguém’, ‘ler o tempo’, ‘ler o espaço’, indicando que o ato de ler vai além da escrita?

“Se alguém na rua me dá um encontro, minha reação pode ser de mero desagrado, diante de uma batida causal, ou de franca defesa, diante de um empurrão proposital. Minha resposta a esse incidente revela meu modo de lê-lo. Outra coisa: às vezes passamos anos vendo objetos comuns, um vaso, um cinzeiro, sem jamais tê-lo de fato enxergado; limitamo-los à sua função decorativa ou utilitária. Um dia, por motivos os mais diversos, encontramo-nos diante de um deles como se fosse algo totalmente novo. O formato, a cor, a figura que representa, seu conteúdo passam a ter sentido, melhor, a fazer sentido para nós.

“Só então se estabeleceu uma ligação efetiva entre nós e esse objeto. E consideramos sua beleza ou feiúra, o ridículo ou adequação, ao ambiente em que se encontra. O material e as partes que o compõem. Podemos mesmo pensar a sua história, as circunstâncias de sua criação, as intenções do autor ou fabricantes ao fazê-lo, o trabalho de sua realização, as pessoas que o manipularam no decorrer de sua produção e, depois de pronto aquelas ligadas a ele e as que o ignoram ou a quem desagrada. Perguntamo-nos por que não tínhamos enxergado isso antes, às vezes essa questão nos ocorre por um segundo, noutras ela é douradora, mas dificilmente voltamos a olhá-lo da mesma maneira, não importa com que intensidade.

“O que acontece? Até aquele momento o objeto era apenas algo mais na parafernália de coisas ao nosso redor, com as quais

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18 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 19A LEITURA PROVEITOSA

temos familiaridade sem dar atenção, porque não dizem nada em particular, ou das quais temos uma visão preconcebida. De repente se descobre um sentido, não o sentido, mas apenas uma maneira de ser desse objeto que nos provocou determinada reação, um modo especial de vê-lo, enxergá-lo, percebê-lo enfim. Podemos dizer que afinal lemos o vaso ou o cinzeiro, tudo ocorreu talvez de modo casual, sem intenção consciente, mas porque houve uma conjunção de fatores pessoais com o momento e o lugar, com as circunstâncias.

“Isso pode acontecer também com relação a pessoas com quem convivemos, ambientes e situações cotidianas, causando um impacto, uma surpresa, até uma revelação. Nada de sobrenatural. Apenas nossos sentidos, nossa psique, nossa razão responderam a algo para o que já estavam potencialmente aptos e só então se tornaram disponíveis. Será assim também que acontece com a leitura de um texto escrito?

“Com freqüência nos contentamos, por economia ou preguiça, em ler superficialmente, ‘passar os olhos’, como se diz. Não acrescentamos ao ato de ler algo mais de nós além do gesto mecânico de decifrar os sinais. Sobretudo se esses sinais não se ligam de imediato a uma experiência, uma fantasia, uma necessidade nossa. Reagimos assim ao que não nos interessa no momento. Um discurso político, uma conversa, uma linguagem estrangeira, uma aula expositiva, um quadro, uma peça musical, um livro. Sentimo-nos isolados do processo de comunicação que essas mensagens instauram – desligados. E a tendência natural é ignorá-las ou rejeitá-las como nada tendo a ver com a gente. Se o texto é visual, ficamos cegos a ele, ainda que nossos olhos continuem a fixar os sinais gráficos, as imagens. Se é sonoro, surdos. Quer dizer: não o lemos, não o compreendemos, impossível dar-lhe sentido porque ele diz muito pouco ou nada para nós.

“Por essas razões, ao começarmos, a pensar a questão da leitura, fica um mote que agradeço a Paulo Freire: ‘a leitura do

mundo precede a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquela’.”

Em negrito estão algumas palavras que poderiam nos ser desconhecidas e, hipoteticamente, buscamos os seus significados no dicionário para melhor compreensão do texto. Podemos anotar os significados no próprio texto, a lápis preferencialmente.

A segunda leitura: percebendo que o texto pode nos infor-mar sobre o que buscávamos, fizemos uma segunda leitura e sublinhamos as partes que achamos essenciais do texto. Para saber se as partes são realmente importantes, podemos fazer uma terceira leitura apenas das passagens que marcamos. Se as passagens nos apresentar um resumo do texto, ou seja, uma breve leitura que nos fornece uma ideia sobre o assunto que o texto trata, então a nossa leitura foi proveitosa.

Quando fazemos a leitura de um texto e conseguimos encontrar as suas passagens essenciais, estamos exercitando a nossa interpretação de texto. Esse é um exercício importante para aumentar a nossa capacidade de análise e, também, de síntese. A análise está ligada à leitura, à capacidade de interpretar um texto e de formular uma crítica (opinião) sobre ele. A síntese liga-se a capacidade de expressar o pensamento sobre o que foi lido e interpretado.

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Com a palavra, quem entende do assunto:

Análise – divisão do tema em partes, determinação das relações existentes entre elas, seguidas do entendimento de toda sua organização.Síntese – reconstituição das partes decompostas pela análise, procedendo-se ao resumo dos aspectos essenciais, deixando de lado tudo o que for secundário e acessório, sem perder a seqüência lógica do pensamento. (LAKATOS; MARCONI, 1994, p. 19).

Para fazermos os trabalhos acadêmicos é necessário o constante exercício de análise e síntese. Essas habilidades, análise e síntese, vão progredindo de acordo com a complexidade exigida dos trabalhos. E, para iniciarmos esse processo de aprendizagem, o Resumo é o mais indicado.

O RESUMO

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2 O RESUMO

O resumo é o resultado da análise e síntese de um texto, é a materialização de um produto intelectual que estará disponível a qualquer tempo para o seu produtor. O resumo também pode ser entendido como uma das formas de documentação de um texto para consultas futuras, pois poderemos utilizar o conteúdo resumido para desenvolver outros trabalhos como a resenha, o artigo científico ou a monografia. Assim, o resumo, além de trabalhar a análise e a síntese textual, é um instrumento que auxilia a memória.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, de maneira objetiva e sucinta, afirma que o resumo é a “apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto” (NBR 6028), podendo apresentar-se de três modos: indicativo, crítico e informativo. O mais comum é o resumo indicativo que, segundo Medeiros (2006, p. 138), “indica apenas os pontos principais do documento; não apresenta dados qualitativos e quantitativos, mas não dispensa a leitura do original”.

Abaixo, temos dois exemplos de resumo indicativo, feitos a partir da leitura proveitosa do primeiro capítulo do livro O que é leitura, da Maria Helena Martins:

Resumo 1 (com o vocabulário da obra original):

O ato de ler é usualmente relacionado com a escrita e o leitor visto como decodificador da letra. Bastará, porém decifrar palavras para acontecer a leitura? Às vezes, passamos anos vendo objetos comuns, limitamo-los à sua função decorativa ou utilitária. Um dia, encontramo-nos diante de um deles como se fosse algo totalmente novo. Só então se estabeleceu uma ligação efetiva entre nós e esse objeto. O que acontece? Até aquele momento o objeto era apenas algo mais na parafernália

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de coisas ao nosso redor. De repente, se descobre um sentido, não o sentido, mas apenas uma maneira de ser desse objeto que nos provocou determinada reação. Será assim também que acontece com a leitura de um texto escrito? Com freqüência nos contentamos em ler superficialmente. Não acrescentamos ao ato de ler algo mais de nós além do gesto mecânico de decifrar os sinais. Reagimos assim ao que não nos interessa no momento.

Podemos perceber que o primeiro resumo foi feito por meio da junção harmoniosa das partes grifadas durante a leitura proveitosa. Dessa maneira, as palavras que aparecem no resumo são as palavras da autora do texto, da Maria Helena Martins. Não podemos esquecer que, ao finalizarmos o resumo, ele deve ser um texto inteligível, pois os fragmentos (partes grifadas) precisam ser unidos de forma coerente.

Resumo 2 (com o vocabulário do resumidor):

Texto que propõe uma reflexão sobre o conceito de leitura. Cita diferentes tipos de objetos de leitura. Apresenta a descoberta de sentido do objeto e a sua interação com o leitor como essenciais para ocorrer a leitura. Aponta a diferença entre o ato de decodificar as palavras e o ato de ler.

O segundo resumo é realizado a partir da leitura do primeiro, por isso ele é ainda mais sucinto. Podemos notar que, apesar das afirmações contidas no Resumo 2 estarem de acordo com as ideias expressas pela autora do texto original, as palavras que o formam não foram organizadas pela autora, mas pelo produtor do trabalho acadêmico, ou seja, as palavras são do acadêmico, mas as ideias são da Maria Helena Martins. Esse tipo de resumo, cujo texto é organizado pelo acadêmico, é o mais solicitado pelos docentes.

Além de atentarmos para as particularidades desse tipo de trabalho, ao fazê-lo devemos observar os seguintes pontos:

1) Respeito à ordenação do texto (início, desenvolvi-mento e conclusão);

2) Coesão (articulação das orações e períodos) e coerên-cia (sentido do todo);

3) Linguagem objetiva e formal. Os resumos produzidos pelos acadêmicos da FAIFA

deverão conter: 1) Capa (espaçamento entre linhas 1,5; nome da IES, do

curso, do aluno, do título e do local com fonte 12 e em caixa alta; se houver subtítulo, não usar caixa alta; se houver citação de títulos e subtítulos de obras, colocá-los em itálico);

2) Folha de rosto (espaçamento entre linhas 1,5; nome do aluno, do título e do local com fonte 12 e em caixa alta; se houver subtítulo, não usar caixa alta; se houver cita-ção de títulos e subtítulos de obras, colocá-los em itáli-co; apresentação do trabalho com recuo de 8 cm, fonte 12, espaçamento simples entre linhas e justificado);

3) Texto; 4) Referência bibliográfica (verificar 5.1.7.1 Citações).

Também, deverão seguir a seguinte apresentação textual:1) Folha: A4;2) Margens: esquerda e superior, 3,0; direita e inferior, 2,0;3) Espaçamento entre linhas: 1,5;4) Recuo do parágrafo: 1,25;5) Fonte: Times New Roman ou Arial, tamanho 12;6) Texto justificado.

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26 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 27O RESUMO

FACULDADE DA IGREJA MINISTÉRIO FAMA – FAIFACURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIA

NOME DO ALUNO

RESUMO: O QUE É LEITURAFalando em leitura

GOIÂNIA2012

NOME DO ALUNO

RESUMO: O QUE É LEITURAFalando em leitura

Trabalho apresentado à disciplina de Língua Portuguesa, do curso de Bacharelado em Teologia, da Faculdade da Igreja Ministério Fama – FAIFA, sob a orientação da professora Vivian Bueno Cardoso.

GOIÂNIA2012

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28 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 29O RESUMO

Texto que propõe uma reflexão sobre o conceito de leitura. Cita diferentes tipos de objetos de leitura. Apresenta a descoberta de sentido do objeto e a sua interação com o leitor como essenciais para ocorrer a leitura. Aponta a diferença entre o ato de decodificar as palavras e o ato de ler.

REFERÊNCIA

MARTINS, Maria Helena. O que é leitura: falando em leitura. 19. Ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

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A RESENHA

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3 A RESENHA

A resenha costuma ser chamada de resumo crítico, pois em sua estrutura constam o resumo e o parecer da obra. Nessa modalidade de trabalho acadêmico, além da capacidade de análise e síntese, precisamos demonstrar poder de crítica. Assim, esse tipo de trabalho é desenvolvido quando possuímos uma bagagem de leitura e de conhecimento que nos permite julgar uma obra.

Com a palavra, quem entende do assunto:

As resenhas têm um papel importante na vida científica, pois é por meio delas que se toma conhecimento prévio do conteúdo e do valor de um livro [...]. (RAMPAZZO, 2005, p. 131).

O autor enfatiza que para valorar uma obra, ou seja, para exprimir um juízo de valor sobre determinada obra, é preciso conhecer o assunto, exigindo do resenhista uma maturidade literária.

Suponhamos que a obra que iremos resenhar seja Como se faz uma tese, de Humberto Eco. O primeiro passo é indicar a referência da obra, conforme a NBR 6023, da ABNT:

ECO, Humberto. Como se faz uma tese. Tradução de Gilson Cesar Cardoso de Souza. 20. ed. São Paulo: Perspectiva, 2006.

Após a referência da obra que desejamos resenhar, passamos às credenciais do autor, ou seja, à apresentação do autor e apontamento das características que lhe dão credibilidade: formação acadêmica, titulação acadêmica, outras

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34 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 35A RESENHA

produções científicas etc, conforme o exemplo abaixo:

Umberto Eco é um intelectual reconhecido internacional-mente. Professor, ensaísta, crítico literário e romancista italiano, nasceu em Alessandria, em 1932. Possui formação em filosofia, tendo interesse especial pela estética e pela semiótica, sendo, desta última disciplina, professor na Universidade de Bolonha. É detentor de diversas nomeações científicas, dentre algumas destacam-se: Curador Honorário da Associação de James Joyce (1965), Membro do Fórum Internacional da UNESCO (1992-1993), Membro Honorário da Academia Americana de Artes e Letras (1998), Membro do Conselho de Assessores da Biblioteca Alexandrina (2003) e Membro estrangeiro da Academia Polo-nesa de Artes e Ciências (2006). Também, detém mais de trinta títulos acadêmicos, somando os títulos honoríficos, e mais de vinte prêmios literários, incluindo o Prémio Médicis Étranger pela obra O nome da rosa que ficou mundialmente famosa após a sua adaptação para o cinema.

Como foi dito, a resenha é também chamada de resumo crítico. Assim, após as credenciais do autor, podemos apresentar o resumo da obra:

A obra é composta por sete capítulos, cujo último refere-se às conclusões do autor. O primeiro capítulo, intitulado Que é uma tese e para que serve, apresenta dois tipos de tese: a de pesquisa e a de compilação. A primeira apresenta um conteúdo original sobre determinado tema e exige tempo e maturidade do pesqui-sador, enquanto a segunda pode ser entendida como um traba-lho de reunião de textos sobre determinado assunto. A escolha do tipo de tese depende de alguns fatores: tempo, capacidade de trabalho e condição financeira do pesquisador. Seja qual for o tipo de tese escolhido, o seu desenvolvimento dará ao pesqui-sador experiência de organização de ideias e de trabalho que lhe

proporcionará mais desenvoltura na feitura de trabalhos poste-riores. Para o seu bom desenvolvimento é necessário observar alguns pontos sobre a escolha do tema: interesse do pesquisa-dor, fontes de pesquisa acessíveis e manejáveis, e metodologia da pesquisa de acordo com a experiência do pesquisador.

No segundo capítulo, chamado A escolha do tema, são exploradas as diferentes formas de abordar o tema de pesquisa. Sobre a delimitação, apresenta dois tipos de tese, a panorâmica, cujo tema é extensivo e pouco delimitado, e a monográfica, cujo tema é bem preciso. Sobre o conteúdo, o pesquisador poderá optar por temas antigos ou contemporâneos, observando a bibliografia disponível para facilitar o seu desenvolvimento. Qualquer que seja a escolha do pesquisador, no que diz respei-to ao tema, ele deverá dispor-se de tempo para desenvolvê-lo a fim de produzir um trabalho sério. Caso sejam necessárias obras estrangeiras para o desenvolvimento do tema, é preferí-vel que o pesquisador utilize-as em sua versão original, portan-to, o pesquisador necessita dominar o idioma das obras e auto-res que pretende consultar.

O terceiro capítulo, A pesquisa do material, trata das fontes de pesquisa. Primeiramente, é apresentada a diferença entre as fontes primárias e as fontes secundárias (ou literatura crítica) do trabalho científico. A primeira configura-se como o próprio objeto de pesquisa; a segunda são os materiais que tratam do objeto de pesquisa. Destaca a importância do pesquisador em saber sobre o local em que se encontram e a sua acessibilida-de. Também, aborda sobre a autenticidade e credibilidade das fontes, diferenciando as fontes de primeira e de segunda mão. Neste capítulo, há um extenso subcapítulo que disserta sobre a pesquisa bibliográfica, explicando sobre o uso da biblioteca, o armazenamento de dados em fichas e as citações bibliográficas.

O quarto capítulo, O plano de trabalho e o fichamento, orien-ta o leitor na preparação de uma espécie de roteiro ou projeto para o desenvolvimento da tese, partindo de um índice hipoté-tico que, juntamente com o título e a introdução, forma o plano de trabalho. Outros elementos são dispostos para que plano de trabalho seja completo: pergunta, núcleo e periferia. Também, neste capítulo, são apresentados diferentes tipos de fichamen-

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36 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 37A RESENHA

tos (de leitura, temático, por autores, de citações e de trabalho), cada um atendendo a determinado objetivo de pesquisa.

No capítulo intitulado A redação há uma preocupação com a maneira pela qual o pesquisador irá se expressar para dissertar sobre a sua pesquisa. É necessário que o produtor do texto acadêmico leve em consideração o leitor, direcionando para este todas as informações possíveis para um bom enten-dimento do conteúdo da tese, com clareza e objetividade. Para isso, o autor aponta uma série de observações, entre elas: não exceder nas subordinadas, abrir parágrafos com freqüência e utilizar a linguagem formal. Este capítulo ainda trata das cita-ções, apresentando dez regras para citar, e das notas de rodapé.

O sexto capítulo, A redação definitiva, orienta o leitor quanto aos últimos detalhes que deverão ser observados pelo produtor da tese, especialmente aos critérios gráficos, à biblio-grafia, aos apêndices e ao índice. Trata-se de um guia prático para estruturar a redação final da tese.

Após o resumo da obra há um tópico destinado às conclu-sões do autor. Neste tópico, apresentamos as conclusões do autor acerca do tema que ele desenvolveu na obra. Assim, o que pode parecer uma continuação do resumo, é, na verdade, uma síntese do autor de todo o conhecimento que ele desen-volveu ao longo da obra e uma retomada desse conteúdo pelo resenhista.

No capítulo final, cujo título é Conclusões, o autor conclui que o desenvolvimento de uma tese precisa ser feita com gosto, pois ela poderá ser a etapa inicial para outros estudos. Também, afirma que o processo de feitura da tese, incluindo as leituras e as fichas, poderá ser aproveitado como material de consulta para outros trabalhos, por isso compara a tese com o porco, cujas partes são todas aproveitadas e nada se desperdiça.

Finalmente, após a apresentação das conclusões do autor,

podemos apontar as nossas críticas sobre a obra resenhada. Atenção: não devemos apontar as críticas de forma pejorativa ou ofensiva, mas de maneira formal e polida, por conta do cará-ter científico do trabalho.

A área da Metodologia Científica é permeada por inúme-ras obras que propõem ser um guia para aqueles que preci-sam de orientação na feitura de trabalhos científicos. Em sua grande maioria, as obras apresentam os mesmos conteúdos de uma forma descontextualizada e distante da realidade e matu-ridade do leitor. Por isso, é necessário um professor para fazer a mediação entre as obras e os futuros produtores de textos acadêmicos.

Possuindo familiaridade com as obras dessa área, é fácil perceber o primor da obra de Umberto Eco que se destaca, principalmente, pela sua didática e sua linguagem incomuns a outros tantos manuais e guias de metodologia. Quanto à didática, não é um autor de livro de Metodologia da Pesqui-sa Científica que expõe inúmeros conceitos e fórmulas para desenvolver o trabalho científico, mas um professor experiente que orienta o leitor/pesquisador em suas escolhas, mostrando o que é mais prático, acessível e ético. Acerca da linguagem, o autor segue os mesmos conselhos que sugere aos seus leitores/pesquisadores: clareza e objetividade. Ainda, justificado por sua grande destreza na escrita, possui um estilo único e raro de se observar em outras obras da área, podendo ser verificados em várias passagens da obra um tom de ironia e uma proximi-dade com o leitor.

A obra, sendo publicada em 1977, não aborda sobre a faci-lidade da internet e do computador no trabalho científico, por isso, em algumas passagens, por exemplo, quando trata das fichas e da pesquisa bibliográfica, parece não oferecer a prática mais fácil para o pesquisador. Também, quando inicia expli-cando sobre a tese na graduação, o leitor pode ficar perdido, uma vez que o trabalho de conclusão de curso mais utilizado no Brasil para esse nível acadêmico é a monografia, mais pare-cido com o conceito de “tese de compilação”.

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38 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 39A RESENHA

A editora do livro poderia ter sido mais atenciosa quan-to às credenciais do autor, por sua projeção e sua importância internacional.

Depois de demonstrarmos conhecimento da obra rese-nhada, por meio do resumo e da crítica, passamos ao último tópico da resenha: Indicação. Nesse tópico, partindo da espe-cificidade do conteúdo da obra, apontamos os seus possíveis interessados. Abaixo, um exemplo:

A obra poderá auxiliar todo e qualquer aluno que objetiva desenvolver uma pesquisa acadêmica ou que esteja em fase de desenvolvimento, pois oferece orientações nas diferentes fases do processo da pesquisa. A obra também oferece um rico conteúdo para aqueles que se interessam em aprofundar na área da metodologia da pesquisa científica.

As resenhas produzidas pelos acadêmicos da FAIFA deverão conter:

1) Capa (espaçamento entre linhas 1,5; nome da IES, do curso, do aluno, do título e do local com fonte 12 e em caixa alta; se houver subtítulo, não usar caixa alta; se houver citação de títulos e subtítulos de obras, colo-cá-los em itálico);

2) Folha de rosto (espaçamento entre linhas 1,5; nome do aluno, do título e do local com fonte 12 e em caixa alta; se houver subtítulo, não usar caixa alta; se houver cita-ção de títulos e subtítulos de obras, colocá-los em itáli-co; apresentação do trabalho com recuo de 8 cm, fonte 12, espaçamento simples entre linhas e justificado);

3) Referência bibliográfica; 4) Credenciais do autor;

5) Resumo; 6) Conclusão do autor; 7) Crítica; 8) Indicação.

Também, deverão seguir a seguinte apresentação textual:1) Folha: A4;2) Margens: esquerda e superior, 3,0; direita e inferior, 2,0;3) Espaçamento entre linhas: 1,5;4) Recuo do parágrafo: 1,25;5) Fonte: Times New Roman ou Arial, tamanho 12;6) Texto justificado.

Além de atentarmos para as particularidades desse tipo de trabalho, ao fazê-lo devemos observar os seguintes pontos:

1) Coesão e coerência;2) Linguagem objetiva e formal.

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40 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 41A RESENHA

FACULDADE DA IGREJA MINISTÉRIO FAMA – FAIFACURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIA

NOME DO ALUNO

RESENHA: COMO SE FAZ UMA TESE

GOIÂNIA2012

NOME DO ALUNO

RESENHA: COMO SE FAZ UMA TESE

Trabalho apresentado à disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica, do curso de Bacharelado em Teologia, da Faculdade da Igreja Ministério Fama – FAIFA, sob a orientação da professora Vivian Bueno Cardoso.

GOIÂNIA2012

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42 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 43A RESENHA

1 REFERÊNCIA

ECO, Humberto. Como se faz uma tese. Tradução de Gilson Cesar Cardoso de Souza. 20. ed. São Paulo: Perspectiva, 2006.

2 CREDENCIAIS DO AUTOR

Umberto Eco é um intelectual reconhecido internacionalmente. Professor, ensaísta, crítico literário e romancista italiano, nasceu em Alessandria, em 1932. Possui formação em filosofia, tendo interesse especial pela estética e pela semiótica, sendo, desta última disciplina, professor na Universidade de Bolonha. É detentor de diversas nomeações científicas, dentre algumas destacam-se: Curador Honorário da Associação de James Joyce (1965), Membro do Fórum Internacional da UNESCO (1992-1993), Membro Honorário da Academia Americana de Artes e Letras (1998), Membro do Conselho de Assessores da Biblioteca Alexandrina (2003) e Membro estrangeiro da Academia Polonesa de Artes e Ciências (2006). Também, detém mais de trinta títulos acadêmicos, somando os títulos honoríficos, e mais de vinte prêmios literários, incluindo o Prémio Médicis Étranger pela obra O nome da rosa que ficou mundialmente famosa após a sua adaptação para o cinema.

3 RESUMO

A obra é composta por sete capítulos, cujo último refere-se às conclusões do autor. O primeiro capítulo, intitulado Que é uma tese e para que serve, apresenta dois tipos de tese: a de pesquisa e a de compilação. A primeira apresenta um conteúdo original sobre determinado tema e exige tempo e maturidade do pesquisador, enquanto a segunda pode ser entendida como um trabalho de reunião de textos sobre determinado assunto.

A escolha do tipo de tese depende de alguns fatores: tempo, capacidade de trabalho e condição financeira do pesquisador. Seja qual for o tipo de tese escolhido, o seu desenvolvimento dará ao pesquisador experiência de organização de ideias e de trabalho que lhe proporcionará mais desenvoltura na feitura de trabalhos posteriores. Para o seu bom desenvolvimento é necessário observar alguns pontos sobre a escolha do tema: interesse do pesquisador, fontes de pesquisa acessíveis e manejáveis, e metodologia da pesquisa de acordo com a experiência do pesquisador.

No segundo capítulo, chamado A escolha do tema, são exploradas as diferentes formas de abordar o tema de pesquisa. Sobre a delimitação, apresenta dois tipos de tese, a panorâmica, cujo tema é extensivo e pouco delimitado, e a monográfica, cujo tema é bem preciso. Sobre o conteúdo, o pesquisador poderá optar por temas antigos ou contemporâneos, observando a bibliografia disponível para facilitar o seu desenvolvimento. Qualquer que seja a escolha do pesquisador, no que diz respeito ao tema, ele deverá dispor-se de tempo para desenvolvê-lo a fim de produzir um trabalho sério. Caso sejam necessárias obras estrangeiras para o desenvolvimento do tema, é preferível que o pesquisador utilize-as em sua versão original, portanto, o pesquisador necessita dominar o idioma das obras e autores que pretende consultar.

O terceiro capítulo, A pesquisa do material, trata das fontes de pesquisa. Primeiramente, é apresentada a diferença entre as fontes primárias e as fontes secundárias (ou literatura crítica) do trabalho científico. A primeira configura-se como o próprio objeto de pesquisa; a segunda são os materiais que tratam do objeto de pesquisa. Destaca a importância do pesquisador em saber sobre o local em que se encontram e a sua acessibilidade. Também, aborda sobre a autenticidade e credibilidade das fontes, diferenciando as fontes de primeira e de segunda mão. Neste capítulo, há um extenso subcapítulo que disserta sobre a

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44 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 45A RESENHA

pesquisa bibliográfica, explicando sobre o uso da biblioteca, o armazenamento de dados em fichas e as citações bibliográficas.

O quarto capítulo, O plano de trabalho e o fichamento, orienta o leitor na preparação de uma espécie de roteiro ou projeto para o desenvolvimento da tese, partindo de um índice hipotético que, juntamente com o título e a introdução, forma o plano de trabalho. Outros elementos são dispostos para que plano de trabalho seja completo: pergunta, núcleo e periferia. Também, neste capítulo, são apresentados diferentes tipos de fichamentos (de leitura, temático, por autores, de citações e de trabalho), cada um atendendo a determinado objetivo de pesquisa.

No capítulo intitulado A redação há uma preocupação com a maneira pela qual o pesquisador irá se expressar para dissertar sobre a sua pesquisa. É necessário que o produtor do texto acadêmico leve em consideração o leitor, direcionando para este todas as informações possíveis para um bom entendimento do conteúdo da tese, com clareza e objetividade. Para isso, o autor aponta uma série de observações, entre elas: não exceder nas subordinadas, abrir parágrafos com freqüência e utilizar a linguagem formal. Este capítulo ainda trata das citações, apresentando dez regras para citar, e das notas de rodapé.

O sexto capítulo, A redação definitiva, orienta o leitor quanto aos últimos detalhes que deverão ser observados pelo produtor da tese, especialmente aos critérios gráficos, à bibliografia, aos apêndices e ao índice. Trata-se de um guia prático para estruturar a redação final da tese.

4 CONCLUSÃO DO AUTOR

No capítulo final, cujo título é Conclusões, o autor conclui que o desenvolvimento de uma tese precisa ser feita com gosto, pois ela poderá ser a etapa inicial para outros estudos. Também, afirma que o processo de feitura da tese, incluindo as leituras

e as fichas, poderá ser aproveitado como material de consulta para outros trabalhos, por isso compara a tese com o porco, cujas partes são todas aproveitadas e nada se desperdiça.

5 CRÍTICA

A área da Metodologia Científica é permeada por inúmeras obras que propõem ser um guia para aqueles que precisam de orientação na feitura de trabalhos científicos. Em sua grande maioria, as obras apresentam os mesmos conteúdos de uma forma descontextualizada e distante da realidade e maturidade do leitor. Por isso, é necessário um professor para fazer a mediação entre as obras e os futuros produtores de textos acadêmicos.

Possuindo familiaridade com as obras dessa área, é fácil perceber o primor da obra de Umberto Eco que se destaca, principalmente, pela sua didática e sua linguagem incomuns a outros tantos manuais e guias de metodologia. Quanto à didática, não é um autor de livro de Metodologia da Pesquisa Científica que expõe inúmeros conceitos e fórmulas para desenvolver o trabalho científico, mas um professor experiente que orienta o leitor/pesquisador em suas escolhas, mostrando o que é mais prático, acessível e ético. Acerca da linguagem, o autor segue os mesmos conselhos que sugere aos seus leitores/pesquisadores: clareza e objetividade. Ainda, justificado por sua grande destreza na escrita, possui um estilo único e raro de se observar em outras obras da área, podendo ser verificados em várias passagens da obra um tom de ironia e uma proximidade com o leitor.

A obra, sendo publicada em 1977, não aborda sobre a facilidade da internet e do computador no trabalho científico, por isso, em algumas passagens, por exemplo, quando trata das fichas e da pesquisa bibliográfica, parece não oferecer a prática mais fácil para o pesquisador. Também, quando

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46 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 47

inicia explicando sobre a tese na graduação, o leitor pode ficar perdido, uma vez que o trabalho de conclusão de curso mais utilizado no Brasil para esse nível acadêmico é a monografia, mais parecido com o conceito de “tese de compilação”.

A editora do livro poderia ter sido mais atenciosa quanto às credenciais do autor, por sua projeção e sua importância internacional.

6 INDICAÇÃO

A obra poderá auxiliar todo e qualquer aluno que objetiva desenvolver uma pesquisa acadêmica ou que esteja em fase de desenvolvimento, pois oferece orientações nas diferentes fases do processo da pesquisa. A obra também oferece um rico conteúdo para aqueles que se interessam em aprofundar na área da metodologia da pesquisa científica.

A DISSERTAÇÃO ACADÊMICA

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49

4 A DISSERTAÇÃO ACADÊMICA

Os textos possuem as suas peculiaridades. Cada tipo de texto possui características que estão relacionadas ao objetivo do seu produtor e à recepção do leitor, ou seja, “o que”, “por que” e “para quem” escrever. Um poema é diferente de um conto, uma crônica de jornal é diferente de uma resenha e um romance é diferente de uma receita de bolo. Isso porque para cada um desses textos houve um produtor que objetivava alcançar o seu leitor de maneiras diferentes.

A dissertação é um tipo de texto com o qual temos contato durante o ensino básico. Geralmente, ela é utilizada quando o seu produtor tem o objetivo de expor, analisar e/ou discutir sobre um assunto, argumentar e/ou defender uma ideia, tentando convencer o leitor da veracidade de seus argumentos, tendo em vista que a dissertação é um texto que trabalha com a linguagem referencial (cuja função é informar sobre fatos da realidade, diferentemente da ficção), fatos e dados reais. Assim, quando quisermos expor, discutir e/ou argumentar sobre determinado assunto, poderemos utilizar a dissertação.

Com a palavra, quem entende do assunto:

[...] a Dissertação é a forma de redação mais usual. Com mais frequência é a forma de redação solicitada às pessoas envolvi-das com a produção de trabalhos escolares, com a administra-ção e produção de pesquisas em Instituições que fazem Ciên-cia, com a administração e execução técnico-burocráticas de serviços ligados à Indústria, Comércio, etc. A prosa disserta-tiva é, assim, predominante nos textos de trabalhos escolares, nos textos de produção e divulgação científicas (monografias, ensaios, artigos e relatórios técnico-científicos) e nos textos técnico-administrativos. (CAMPOS; SOARES, 1993, p. 5).

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50 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 51A DISSERTAÇÃO ACADÊMICA

Logicamente, ao expor, discutir e/ou argumentar sobre determinado assunto, o produtor da dissertação deverá conhe-cer o assunto tratado. Não há possibilidade de discorrermos sobre um assunto que não conhecemos, se assim o fizermos, o texto perderá a credibilidade e a seriedade, características necessárias num texto dissertativo. Por esse motivo, as provas de concursos são tão temidas, pois não sabemos sobre qual assunto teremos que dissertar. Dissertar sobre um assunto que conhecemos e dominamos é tarefa mais fácil e prazerosa.

A dissertação acadêmica mantém a estrutura do texto dissertativo, com a apresentação da introdução, do desenvolvimento e da conclusão, mais a fundamentação teórica pautada na pesquisa bibliográfica. Por isso, para a sua feitura, devemos ter o domínio da estrutura dissertativa, da pesquisa bibliográfica, da argumentação, dos tipos de citação e de referências bibliográficas.

Antes de iniciar esse trabalho, precisamos desenvolver um projeto. Esse projeto nos orientará na pesquisa e na escrita da dissertação acadêmica, pois é necessário traçar um plano antes de começarmos a produzi-la definitivamente.

4.1 O projeto da Dissertação Acadêmica

Sobre qual assunto você irá dissertar? Quais os pontos específicos serão abordados sobre o assunto? Quais fontes de pesquisa serão utilizadas? Essas questões são respondidas no projeto por meio dos tópicos: tema, objetivos e fundamentação teórica.

O tema

O tema diz respeito ao assunto que será dissertado. Para chegar ao tema da dissertação acadêmica é necessário delimitar o assunto. Não é viável desenvolvermos um assunto amplo, pois

podemos nos perder na pesquisa e na escrita. Se decidíssemos escrever sobre Teologia, o número de autores e obras sobre o assunto seria enorme, no entanto, se escolhêssemos uma área específica da Teologia, poderíamos delimitar o nosso campo de trabalho. Facilitaria, ainda mais, se escolhêssemos um assunto abordado por determinada área específica da Teologia. Vejamos um exemplo:

Teologia↓

Teologia Sistemática↓

Fontes da Teologia↓

As Escrituras

Hipoteticamente, a partir de uma área específica da Teologia, “Teologia sistemática”, chegamos a um assunto abordado pela disciplina: “fontes da Teologia”. Ainda, podemos escolher uma fonte específica para ser o assunto a ser dissertado: “as Escrituras”. Dessa forma, chegamos ao tema da dissertação acadêmica, pois podemos responder a questão “Sobre qual assunto você irá dissertar?”. Iremos dissertar sobre as Escrituras como fonte da Teologia, isto é, o nosso tema será as Escrituras como fonte da Teologia.

Objetivos

O texto dissertativo, chamado também de argumentativo ou expositivo, caracteriza-se por apresentar discussões, argumentos ou reflexões sobre determinado tema. Por isso, é fundamental propormos objetivos para o desenvolvimento do texto, pois, a partir deles, construiremos os argumentos/exposições de nossa dissertação acadêmica. Os objetivos

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52 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 53A DISSERTAÇÃO ACADÊMICA

respondem à questão “Quais os pontos específicos serão abordados sobre o assunto?”.

Se tomarmos como exemplo o tema citado acima, “as Escrituras como fonte da Teologia”, de que forma podemos apresentar os argumentos/exposições ao leitor? Precisamos traçar ações para organizar e ordenar as nossas ideias. Sendo assim, podemos propor os seguintes objetivos:

1. Conceituar as Escrituras; 2. Comentar o Antigo e o Novo Testamentos como

Escrituras; 3. Destacar as Escrituras como a “Palavra de Deus”;4. Abordar a inspiração das Escrituras;5. Mostrar a importância das Escrituras como fonte da

Teologia.

Iremos conceituar as Escrituras para que o leitor entenda o conceito adotado no trabalho e, também, possa entender melhor o texto. Comentaremos o Antigo e o Novo Testamentos, pois são eles que formam as Escrituras. Destacaremos as Escrituras como a “Palavra de Deus” para enfatizar o seu caráter divino. Abordaremos a inspiração das Escrituras, também, para acentuar o seu caráter divino. Finalmente, mostraremos a importância das Escrituras como fonte da Teologia, disciplina que é guiada não unicamente pela fé, mas juntamente com a razão.

Cada objetivo será desenvolvido em um ou mais parágrafos, pois cada objetivo deverá se configurar em unidade ou ideia central de parágrafo. Nunca poderão ser desenvolvidos dois objetivos em um parágrafo, pois, se assim o fizermos, estaremos comprometendo a organização e a clareza do texto.

Fundamentação teórica

Escolhidos o tema e os objetivos que serão dissertados, devemos começar a leitura de textos sobre o assunto. A delimitação do assunto e a escolha dos objetivos ajudam a, também, delimitar a nossa leitura, ou seja, ajudam a limitar o número de obras disponíveis para serem consultadas. Essa consulta ou pesquisa que faremos para levantar informações sobre o tema é chamada de pesquisa bibliográfica.

A pesquisa bibliográfica pode ser feita por meio de qualquer tipo de texto, desde que confiável. Assim, temos que prestar atenção a sua origem e à credibilidade do autor. Por isso é importante ter a orientação de algum professor da área do conhecimento em que se insere o tema que pretendemos dissertar.

Após a escolha do material que iremos utilizar, passamos para a leitura proveitosa, isto é, para a leitura e marcações dos textos, pois elas oferecerão subsídios para a nossa fundamentação teórica. A fundamentação teórica acentua o caráter científico da dissertação acadêmica, dando-lhe maior credibilidade e, para tanto, durante o desenvolvimento do trabalho, é preciso citar os autores e as obras que colaboraram para o nosso aprofundamento no tema.

4.2 A Estrutura da Dissertação Acadêmica

A estrutura da dissertação é formada por introdução, desenvolvimento e conclusão, feita por meio de parágrafos articulados com coesão e coerência, num texto único, ou seja, sem tópicos. Para ilustrarmos essa estrutura, utilizaremos e analisaremos a dissertação de um graduando do primeiro período do curso de Bacharelado em Teologia, da faculdade FAIFA.

O parágrafo de introdução deverá ser composto pelos

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54 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 55A DISSERTAÇÃO ACADÊMICA

itens que utilizamos no projeto: 1. Apresentação do tema;2. Citação dos objetivos;3. Fontes de pesquisa (fundamentação teórica).

Exemplo:

O presente trabalho tem por finalidade apresentar as Escrituras como fonte da Teologia. Para tanto se faz necessário conceituar as Escrituras, comentar o Antigo e Novo Testamento, destacar as Escrituras como a “Palavra de Deus”, abordar a inspiração das Escrituras, e, ao final, concluir sobre a importância das Escrituras como fonte da Teologia, utilizando como referências a Bíblia Sagrada e os autores Alister McGrath, Franklin Ferreira e Alan Myatt.

Podemos perceber que o acadêmico seguiu corretamente o esquema acima para desenvolver o seu parágrafo de introdução, informando ao seu leitor exatamente sobre o assunto que ele irá dissertar, bem como de que maneira irá ordená-lo e fundamentá-lo. Vejamos:

1. Apresentação do tema: “O presente trabalho tem por finalidade apresentar as Escrituras como fonte da Teologia.”;

2. Citação dos objetivos: “Para tanto se faz necessário conceituar as Escrituras, comentar o Antigo e Novo Testamento, destacar as Escrituras como a ‘Palavra de Deus’, abordar a inspiração das Escrituras, e, ao final, concluir sobre a importância das Escrituras como fonte da Teologia”;

3. Fontes de pesquisa (fundamentação teórica): “utilizando como referências a Bíblia Sagrada e os autores Alister McGrath, Franklin Ferreira e Alan Myatt.”.

O desenvolvimento será composto por parágrafos que estarão de acordo com os objetivos apresentados na introdução. Assim, cada objetivo citado deverá ser abordado nos parágrafos do desenvolvimento da dissertação. Também, é durante o desenvolvimento que introduzimos a fundamentação teórica, mostrando para o leitor que o nosso pensamento possui base teórica e cientificidade, pois houve uma pesquisa formal que comprova aquilo que estamos expondo. Exemplo:

Os termos Escrituras e Bíblia são sinônimos e aplicados, conceitualmente, ao conjunto dos livros sagrados do Antigo e do Novo Testamento. Este trabalho adota o termo Escrituras, entendendo-o como equivalente à Bíblia. As Escrituras desig-nam um conjunto de textos com credibilidade e autoridade reconhecidas pelo pensamento cristão. Elas não representam apenas um objeto de estudos acadêmicos formais no cristia-nismo, mas também são lidas nos cultos públicos, sendo ainda objeto de meditação e devoção individual pelos cristãos.

As expressões Antigo e Novo Testamentos são tipicamen-te cristãs e de natureza intensamente teológica. As polêmicas teológicas entre essas expressões surgem em função do Antigo Testamento retratar as leis, os profetas e os salmos como cami-nhos para a salvação eterna em Deus, ao passo que o Novo Testamento apresenta a figura de Jesus Cristo cheio de graça e verdade, por meio das boas novas (os evangelhos), das cartas do apóstolo Paulo aos gentios (não judeus) e das outras cartas gerais dos discípulos Pedro, Judas e João.

Segundo McGrath (2005, p. 206):

Toda a Bíblia é ditada pelo Espírito de Deus para, dessa maneira (assim como por meio de sua palavra viva), instruir e governar toda a igreja em ação, até os confins do mundo. Ela compõe-se de duas partes, os Antigo e Novo Testamentos. A base do Antigo Testamento é a Lei, que expõe nosso pecado e traz em si a justiça. A base do Novo Testamento é Cristo, aquele que perdoando os pecados, encerra em si a graça. A síntese da lei são os Dez Mandamentos, mostrados de forma mais detalhada

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56 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 57A DISSERTAÇÃO ACADÊMICA

na Lei e interpretados pelos Profetas [...]. Contudo, tendo em vista que homem algum foi capaz de cumprir a Lei, nem sequer uma parte dela, aprouve a Deus em sua infinita bondade e sabedoria, enviar seu próprio Filho como um de nós, segundo a nossa natureza, para alcançar sua justiça mediante o sacrifício de seu Filho por nós: para que, uma vez que não pudemos ser salvos por nossas obras, pudéssemos ser (ao menos) salvos pela fé. Portanto, a base da Lei da Graça encontra-se nas histórias do nascimento, vida, morte e ressurreição de Cristo.

As Escrituras Sagradas têm outro importante sinônimo como a “Palavra de Deus”. Em sentido geral a “Palavra de Deus” é usada para designar as Escrituras como um todo, podendo ser utilizada também para designar o evangelho de Cristo e, especialmente, para designar o próprio Jesus Cristo que se tornou carne. Conforme McGrath (2005, p. 207): “Ao referir-se a Cristo como a ‘Palavra de Deus encarnada’, a teologia cristã tentou expressar a idéia de que a vontade, os propósitos e a natureza de Deus se manifestam na história por meio da pessoa de Jesus Cristo”.

A inspiração das Escrituras por Deus deve ser compreendida a partir da fé seguida da razão, ou seja, pensar que na ausência de algo maior que Deus, aprouve a Ele vir do seu próprio fôlego, conforme sua origem grega: theopneustos, capacitando homens especiais para a missão de registrar sua Palavra. Conforme 2 Timóteo (3.16): “Toda a escritura é inspirada por Deus [...]”.

Segundo Franklin Ferreira e Alan Myatt (2007, p. 116):

Podemos definir a inspiração das Escrituras como sendo a influência sobrenatural do Espírito de Deus sobre os homens escolhidos por ele mesmo, a fim de que registrassem, de forma inerrante e suficiente, toda a vontade de Deus em relação à salvação e à vida do homem, constituindo-se esse registro na única fonte e norma da fé e prática cristã.

A importância das Escrituras como fonte da Teologia é patente a todos os homens de boa vontade e sensatos na face da

terra, não movidos pela fé cega, mas pela atividade intelectual de pensar Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, em toda sua extensão, soberania e plenitude.

Segundo João (3.16; 18):

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.

Finalmente, a conclusão deverá apresentar uma síntese, crítica, solução ou reflexão do que foi abordado nos parágrafos do desenvolvimento. Vejamos como o acadêmico finaliza o seu texto:

As Escrituras ao lado da Tradição, Razão e Experiência são consideradas as fontes principais da Teologia, e devem ser articuladas intelectualmente para alcançar o maior mistério da humanidade: a vida eterna.

Percebemos que a linguagem utilizada no texto é a linguagem formal, ou seja, o padrão formal/culto da língua. Não podemos utilizar gírias, nem a linguagem coloquial. Para auxiliar na escrita da dissertação acadêmica, podemos recorrer a dicionários, corretores de texto e gramáticas.

Além da estrutura da dissertação acadêmica, que é a sua parte textual, devemos nos lembrar que, por ser um trabalho acadêmico, ela também é composta por mais duas partes: a pré-textual e a pós-textual. A parte pré-textual é formada pela capa e folha de rosto. A parte pós-textual é composta pelas

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58 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 59A DISSERTAÇÃO ACADÊMICA

referências bibliográficas, ou seja, pela exposição dos materiais que foram fontes de pesquisa para o desenvolvimento da dissertação acadêmica, citados no texto. A configuração das referências deverá seguir a ABNT, especificamente a NBR 6023 (conferir o tópico sobre o artigo científico).

De acordo com a dissertação analisada acima, estas são as suas referências bibliográficas:

BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. São Paulo: Vida Nova, 1997.

FERREIRA, Franklin; MYATT, Alan. Teologia sistemática: uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual. São Paulo: Vida Nova, 2007.

MCGRATH, Alister E.. Teologia sistemática, histórica e filo-sófica: uma introdução à teologia cristã. Tradução de Marisa K. A. de Siqueira Lopes. São Paulo: Shedd Publicações, 2005.

Assim como a capa e a folha de rosto, as referências bibliográficas ficam isoladas da parte textual da dissertação acadêmica, por isso devem estar numa folha separadamente, logo após o texto, conforme demonstra o modelo a seguir.

As dissertações acadêmicas produzidas pelos acadêmicos da FAIFA deverão conter:

1) Capa (espaçamento entre linhas 1,5; nome da IES, do curso, do aluno, do título e do local com fonte 12 e em caixa alta; se houver subtítulo, não usar caixa alta; se houver citação de títulos e subtítulos de obras, colocá-los em itálico);

2) Folha de rosto (espaçamento entre linhas 1,5; nome do aluno, do título e do local com fonte 12 e em caixa alta; se houver subtítulo, não usar caixa alta; se houver cita-ção de títulos e subtítulos de obras, colocá-los em itáli-

co; apresentação do trabalho com recuo de 8 cm, fonte 12, espaçamento simples entre linhas e justificado);

3) Texto; 4) Referências.

Também, deverão seguir a seguinte apresentação textual:1) Folha: A4;2) Margens: esquerda e superior, 3,0; direita e inferior, 2,0;3) Espaçamento entre linhas: 1,5;4) Recuo do parágrafo: 1,25;5) Fonte: Times New Roman ou Arial, tamanho 12;6) Texto justificado.

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60 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 61A DISSERTAÇÃO ACADÊMICA

FACULDADE DA IGREJA MINISTÉRIO FAMA – FAIFACURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIA

NOME DO ALUNO

AS ESCRITURAS COMO FONTE DA TEOLOGIA

GOIÂNIA2012

NOME DO ALUNO

AS ESCRITURAS COMO FONTE DA TEOLOGIA

Trabalho apresentado à disciplina de Língua Portuguesa, do curso de Bacharelado em Teologia, da Faculdade da Igreja Ministério Fama – FAIFA, sob a orientação da professora Vivian Bueno Cardoso.

GOIÂNIA2012

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62 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 63A DISSERTAÇÃO ACADÊMICA

O presente trabalho tem por finalidade apresentar as Escrituras como fonte da Teologia. Para tanto se faz necessário conceituar as Escrituras, comentar o Antigo e Novo Testamentos, destacar as Escrituras como a “Palavra de Deus”, abordar a inspiração das Escrituras, e, ao final, concluir sobre a importância das Escrituras como fonte da Teologia, utilizando como referências a Bíblia Sagrada e os autores Alister McGrath, Franklin Ferreira e Alan Myatt.

Os termos Escrituras e Bíblia são sinônimos e aplicados, conceitualmente, ao conjunto dos livros sagrados do Antigo e do Novo Testamento. Este trabalho adota o termo Escrituras, entendendo-o como equivalente à Bíblia. As Escrituras designam um conjunto de textos com credibilidade e autoridade reconhecidas pelo pensamento cristão. Elas não representam apenas um objeto de estudos acadêmicos formais no cristianismo, mas também são lidas nos cultos públicos, sendo ainda objeto de meditação e devoção individual pelos cristãos.

As expressões Antigo e Novo Testamentos são tipicamente cristãs e de natureza intensamente teológica. As polêmicas teológicas entre essas expressões surgem em função do Antigo Testamento retratar as leis, os profetas e os salmos como caminhos para a salvação eterna em Deus, ao passo que o Novo Testamento apresenta a figura de Jesus Cristo cheio de graça e verdade, por meio das boas novas (os evangelhos), das cartas do apóstolo Paulo aos gentios (não judeus) e das outras cartas gerais dos discípulos Pedro, Judas e João.

Segundo McGrath (2005, p. 206):

Toda a Bíblia é ditada pelo Espírito de Deus para, dessa maneira (assim como por meio de sua palavra viva), instruir e governar toda a igreja em ação, até os confins do mundo. Ela compõe-se de duas partes, os Antigo e Novo Testamentos. A base do Antigo Testamento é a Lei, que expõe nosso pecado e traz em si a justiça. A base do Novo Testamento é Cristo, aquele que perdoando os pecados, encerra em si a graça. A síntese da lei são os

Dez Mandamentos, mostrados de forma mais detalhada na Lei e interpretados pelos Profetas [...]. Contudo, tendo em vista que homem algum foi capaz de cumprir a Lei, nem sequer uma parte dela, aprouve a Deus em sua infinita bondade e sabedoria, enviar seu próprio Filho como um de nós, segundo a nossa natureza, para alcançar sua justiça mediante o sacrifício de seu Filho por nós: para que, uma vez que não pudemos ser salvos por nossas obras, pudéssemos ser (ao menos) salvos pela fé. Portanto, a base da Lei da Graça encontra-se nas histórias do nascimento, vida, morte e ressurreição de Cristo.

As Escrituras Sagradas têm outro importante sinônimo como a “Palavra de Deus”. Em sentido geral a “Palavra de Deus” é usada para designar as Escrituras como um todo, podendo ser utilizada também para designar o evangelho de Cristo e, especialmente, para designar o próprio Jesus Cristo que se tornou carne. Conforme McGrath (2005, p. 207): “Ao referir-se a Cristo como a ‘Palavra de Deus encarnada’, a teologia cristã tentou expressar a idéia de que a vontade, os propósitos e a natureza de Deus se manifestam na história por meio da pessoa de Jesus Cristo”.

A inspiração das Escrituras por Deus deve ser compreendida a partir da fé seguida da razão, ou seja, pensar que na ausência de algo maior que Deus, aprouve a Ele vir do seu próprio fôlego, conforme sua origem grega: theopneustos, capacitando homens especiais para a missão de registrar sua Palavra. Conforme 2 Timóteo (3.16): “Toda a escritura é inspirada por Deus [...]”.

Segundo Franklin Ferreira e Alan Myatt (2007, p. 116):

Podemos definir a inspiração das Escrituras como sendo a influência sobrenatural do Espírito de Deus sobre os homens escolhidos por ele mesmo, a fim de que registrassem, de forma inerrante e suficiente, toda a vontade de Deus em relação à salvação e à vida do homem, constituindo-se esse registro na única fonte e norma da fé e prática cristã.

A importância das Escrituras como fonte da Teologia é

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64 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 65A DISSERTAÇÃO ACADÊMICA

patente a todos os homens de boa vontade e sensatos na face da terra, não movidos pela fé cega, mas pela atividade intelectual de pensar Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, em toda sua extensão, soberania e plenitude.

Segundo João (3.16; 18):

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.

As Escrituras ao lado da Tradição, Razão e Experiência são consideradas as fontes principais da Teologia, e devem ser articuladas intelectualmente para alcançar o maior mistério da humanidade: a vida eterna.

REFERÊNCIAS

BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. São Paulo: Vida Nova, 1997.

FERREIRA, Franklin; MYATT, Alan. Teologia sistemática: uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual. São Paulo: Vida Nova, 2007.

MCGRATH, Alister E.. Teologia sistemática, histórica e filosófica: uma introdução à teologia cristã. Tradução de Marisa K. A. de Siqueira Lopes. São Paulo: Shedd Publicações, 2005.

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67

O ARTIGO CIENTÍFICO

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5 O ARTIGO CIENTÍFICO

O artigo científico é um texto que segue a mesma lógica da dissertação acadêmica, no entanto, acrescidos mais alguns elementos, pois é um texto mais complexo e exige mais atenção em sua organização. Assim como a dissertação acadêmica, para desenvolvermos um artigo é necessário traçar um plano, ou seja, um projeto que norteará a pesquisa e organizará a escrita do texto.

5.1 O projeto do artigo científico

Os elementos que compõem o projeto de pesquisa para o desenvolvimento de um artigo científico são os mesmos utilizados para compor o projeto de uma monografia. São eles:

1) Tema;2) Problema de pesquisa;3) Hipótese;4) Objetivos (geral e específicos);5) Justificativa;6) Revisão Teórica;7) Metodologia;8) Cronograma.

Vejamos cada elemento com os seus respectivos exemplos.

5.1.1 O tema

O tema está relacionado ao assunto que será pesquisado e desenvolvido no artigo científico. É importante escolhermos um tema com o qual tenhamos familiaridade e vontade de estudá-lo. Também, é importante verificarmos se há um

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70 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 71O ARTIGO CIENTÍFICO

número significativo de obras e autores que tratam do tema, para facilitar a pesquisa e a fundamentação teórica.

Depois de escolhermos o tema é necessário delimitá-lo, ou seja, colocar limites na expansão do seu assunto. A delimitação do tema é importante para que não nos percamos nas pesquisas. Assim, parte-se de um tema/assunto geral para um tema/assunto específico.

Exemplo:Tema Geral: Educação ReligiosaTema Delimitado/Específico: Os desafios da Educação Religio-sa nas escolas públicas do Brasil.

Poderíamos, se assim quiséssemos, delimitar ainda mais o tema, especificando o estado ou a cidade, a esfera pública (municipal ou estadual), o ano de ensino (primeiro ano, segundo ano, terceiro ano e assim por diante) etc. No projeto, o acadêmico deverá apresentar apenas o tema delimitado.

5.1.2 O problema

Quando escolhemos um tema, consciente ou inconscientemente, detectamos uma questão que será respondida ao longo do trabalho. Partindo do exemplo citado, “Os desafios da Educação Religiosa nas escolas públicas do Brasil”, pode-se ligar o tema a uma questão ou problema a ser respondido. Nesse caso, o problema poderia ser o seguinte:

A implantação da Educação Religiosa nas escolas públicas brasileiras foi uma surpresa para muitos professores, alunos e pais. Qualquer implantação educacional exige organização

e tempo para que as partes envolvidas possam adequar-se à novidade. No caso da referida disciplina, verifica-se que a sua implantação está ligada a uma série de desafios e dificuldades para o seu bom desenvolvimento. Os problemas não foram diagnosticados apenas na escola, mas, também, em outras estruturas. Quais são os problemas enfrentados pelos envolvi-dos no processo de ensino e aprendizagem na implantação da Educação Religiosa nas escolas públicas do Brasil?

A resposta a esse problema será respondida por meio da pesquisa, da fundamentação teórica e da argumentação durante a produção do artigo. O problema também delimita o tema e impõe um caminho a ser percorrido pelo pesquisador.

Com a palavra, quem entende do assunto:

O problema implica: ser dificuldade, ser delimitação, ser expressão de pensamento interrogativo (dúvida curiosidade, necessidade, admiração...). Assim o tema ou assunto “A adoção de criança” [...] pode ser convertido no seguinte tópico [ou delimitação]: “o perfil da mãe cedente no processo de adoção”, e transformando em problema, ao se focalizarem as condições mais preponderantes no processo de decisão que levam mãe a ceder o filho à adoção. Ou como fez Bardavid (1980), citado por Lakatos e Marconi:- tema: o perfil da mãe que deixa o filho recém-nascido para adoção;- problema: quais condições exercem mais influência na decisão das mães em dar os filhos recém-nascidos para a adoção? (SALOMON, 2004, p. 219).

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72 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 73O ARTIGO CIENTÍFICO

5.1.3 A hipótese

Chamamos de hipótese uma possível resposta ao nosso problema de pesquisa. Por meio da nossa familiaridade com o tema, temos competência para sugerir uma ou mais hipóteses. A partir do problema citado anteriormente (Quais são os problemas enfrentados pelos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem na implantação da Educação Religiosa nas escolas públicas do Brasil?), podemos sugerir a seguinte hipótese:

A Educação Religiosa foi implantada no Brasil, no ensi-no público, sem uma organização adequada como as demais disciplinas, gerando uma série de fatores que dificultam a sua execução. Todas as disciplinas, salvo a Educação Religiosa, são integrantes de um documento que norteia o seu processo de ensino, a saber, Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN. Todas as disciplinas são ministradas por profissionais da área, salvo a Educação Religiosa. Os professores são contratados e pagos por suas aulas, salvo o professor de Educação Religiosa. Partindo desses fatores verifica-se a inadequação da implanta-ção da Educação Religiosa nas escolas públicas do Brasil.

A hipótese também orienta a pesquisa do trabalho acadêmico.

Com a palavra, quem entende do assunto:

Hipótese e problema formam um todo indivisível, pense-se no projeto quer metodológica, quer teoricamente.Elementar, mas correta, é a definição da hipótese como resposta provisória ao problema. Como é a “solução” indicada e que precisa ser comprovada pela pesquisa – daí a coleta de dados e sua análise se fazerem em função da (s) hipóteses (s) – sua formulação está intimamente relacionada com o problema. (SALOMON, 2004, p. 219).

5.1.4 O objetivo geral

O objetivo geral está ligado diretamente ao tema. Não escolhemos um tema para desenvolvermos um trabalho acadêmico por acaso, sempre há um objetivo, uma intenção, um propósito. Vamos fazer um exercício, conforme o exemplo, para melhor chegarmos ao objetivo:

A partir do tema "Os desafios da Educação Religiosa nas escolas públicas do Brasil", EU PRETENDO... Diagnosticar os problemas da implantação da Educação Religiosa no ensino público brasileiro, bem como as suas fontes geradoras.

Dessa maneira, o objetivo geral do projeto será “Diagnosticar os problemas da implantação da Educação Religiosa no ensino público brasileiro, bem como as suas fontes geradoras”. É importante ressaltar que o objetivo geral sempre iniciará com um verbo no Infinitivo: diagnosticar, apontar, mostrar, etc.

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74 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 75O ARTIGO CIENTÍFICO

Com a palavra, quem entende do assunto:

O objetivo geral está ligado a uma visão global e abrangente do tema. Relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenômenos e eventos, quer das ideias estudadas. Vincula-se diretamente à própria significação da tese [assunto; tema] proposta pelo projeto. (LAKATOS; MARCONI, 1991, p. 219).

5.1.5 Os objetivos específicos

Os objetivos específicos são desdobramentos do objetivo geral. Se a partir da leitura do objetivo geral temos uma visão ampla do objetivo do projeto, os objetivos específicos mostram, de forma mais detalhada, o que se deve fazer para atingi-lo. Explicamos: para “Diagnosticar os problemas da implantação da Educação Religiosa no ensino público brasileiro, bem como as suas fontes geradoras” será necessário:

a) Comparar a implantação da Educação Religiosa com as demais disciplinas;

b) Verificar o perfil do professor de Educação Religiosa, bem como as suas condições de trabalho.

Os conteúdos citados nas alíneas “a” e “b” são exemplos de objetivos específicos. Novamente, é importante lembrar que os objetivos específicos também se iniciam com um verbo no Infinitivo.

5.1.6 A justificativa

Neste tópico, desenvolveremos um texto justificando a escolha do tema, bem como a sua relevância para uma comuni-

dade específica e/ou para a sociedade. Dessa forma, primeira-mente, devemos expor os motivos e interesses que nos levaram a escolher o tema proposto no projeto. Em seguida, mostramos a importância do estudo do tema para uma comunidade espe-cífica e/ou para a sociedade. Por último, citamos as possíveis contribuições da pesquisa do projeto. Para melhor organização do texto, é importante desenvolvermos, pelo menos, um pará-grafo para cada parte da justificativa, como o exemplo abaixo:

O tema apresentado neste projeto está relacionado à Educação, área muito importante para a formação do indiví-duo. Tendo em vista que o projeto está vinculado ao curso de Bacharelado em Teologia, o tema vincula-se à Educação Reli-giosa. Essa disciplina, componente do ensino fundamental brasileiro, pode oferecer ao aluno a oportunidade de refletir sobre os seus valores e comportamento em sociedade, sendo um importante instrumento de transformação positiva desse cidadão em processo de desenvolvimento. Este projeto foi idealizado para entender e apontar os motivos das dificulda-des encontradas pela Educação Religiosa no que se refere a sua organização e implantação no ensino fundamental das escolas pública brasileiras.

A pesquisa envolvida em qualquer contexto da Educação é de suma importância não apenas para os envolvidos direta-mente no processo de ensino e aprendizagem, mas também para toda a sociedade. Tratando-se da Educação que permeia o ensino fundamental, momento em que os alunos estão em fase de desenvolvimento físico e cognitivo, há que se ter maior preo-cupação. A Educação Religiosa, como componente do ensino básico, é uma disciplina que, quando organizada e valorizada, oferece subsídios para sanar os conflitos existentes nessa fase do educando e, juntamente com as demais disciplinas, objetiva a formação global do aluno. A formação dos jovens de um país é de interesse de toda a sociedade.

Os resultados buscados pelo estudo proposto oferecerão um diagnóstico acerca da Educação Religiosa no Brasil. A partir

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76 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 77O ARTIGO CIENTÍFICO

desse resultado, outras pesquisas poderão ser desenvolvidas no intuito de sanar as dificuldades apontadas.

5.1.7 A revisão teórica

A Revisão Teórica também pode ser chamada de Fundamentação Teórica, Referencial Teórico, Revisão Bibliográfica, Revisão de Literatura etc. O objetivo desse tópico, no projeto, é apresentar os autores e obras que fundamentarão a nossa pesquisa, ou seja, que oferecerão sustentação científica para o nosso trabalho. Vale lembrar que os autores citados em nosso projeto deverão ter estudado sobre o nosso tema.

É necessário que tenhamos conhecimento dos autores e das obras que serão utilizadas, pois, ao longo do texto da Revisão Teórica, deveremos fazer citações referentes a essas obras. Para facilitar o trabalho, poderemos seguir os objetivos, explicando mais amplamente sobre cada um e utilizando passagens de alguma obra para fundamentar o seu pensamento. Exemplo:

Para fazer a comparação da implantação da Educação Religiosa com as demais disciplinas do ensino fundamental, na contemporaneidade, serão utilizados os Parâmetros Curricula-res Nacionais – PCNs da primeira fase do ensino fundamental. No volume de introdução do referido documento, pode ser encontrada a seguinte informação:

Em linha de síntese, pode-se afirmar que o currículo, tanto para o ensino fundamental quanto para o ensino médio, deve obrigatoriamente propiciar oportunidades para o estudo da língua portuguesa, da matemática, do mundo físico e natural e da realidade social e política, enfatizando-se o conhecimento do Brasil. Também são áreas curriculares obrigatórias o ensino da Arte e da Educação Física, necessariamente integradas à proposta pedagógica. O ensino de pelo menos uma língua

estrangeira moderna passa a se constituir um componente curricular obrigatório, a partir da quinta série do ensino fundamental (art. 26, § 5o). Quanto ao ensino religioso, sem onerar as despesas públicas, a LDB manteve a orientação já adotada pela política educacional brasileira, ou seja, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas, mas é de matrícula facultativa, respeitadas as preferências manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis (art. 33). (PCN, 1997, p. 5).

Também, precisamos lembrar que todo texto possui introdução, desenvolvimento e conclusão, assim, da mesma forma, o texto da Revisão Teórica deverá ser estruturado.

5.1.7.1 Citações

Segundo a NBR 10520, da ABNT, citação é a “menção de uma informação extraída de outra fonte”. Há três tipos de citação: indireta, direta e citação de citação.

Citação indireta

A citação indireta é também chamada de paráfrase, pois é uma reprodução da ideia de um autor pesquisado. Quando fazemos um resumo, por exemplo, estamos fazendo um tipo de paráfrase porque reproduzimos, com nossas palavras, ideias que já existem e pertencem a outrem. Abaixo, um exemplo de citação indireta (hipótese: estamos escrevendo um texto sobre o ato de ler, lembramos de um pensamento de Maria Helena Martins que está relacionado ao assunto, reproduzimos o pensamento com as nossas palavras e indicamos a fonte original do pensamento):

Fazer a leitura de um texto não requer apenas a sua deco-dificação, pois ela não está impregnada apenas de letras, mas de conhecimento de mundo (MARTINS, 1994). Por isso, ao

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78 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 79O ARTIGO CIENTÍFICO

lermos um texto, precisamos interagir com ele, escutá-lo para entender o que ele quer nos comunicar.

Citação direta

A citação direta é a transcrição do texto que foi consultado durante a pesquisa acadêmica, ou seja, a inserção de um fragmento textual, tal qual ele se apresenta na fonte de pesquisa, no trabalho acadêmico. Ela pode ser curta ou longa.

A citação curta deve ter no máximo três linhas e ser colocada entre aspas duplas (hipótese: estamos escrevendo um texto sobre o ato de ler, lembramos de uma passagem do texto de Maria Helena Martins que está relacionado ao assunto, transcrevemos essa passagem no trabalho acadêmico e indicamos a sua fonte original):

Fazer a leitura de um texto não requer apenas a sua deco-dificação, pois ela não está impregnada apenas de letras, mas de conhecimento de mundo. Diversos fatores podem contribuir para que não consigamos fazer uma leitura, conforme afirma Maria Helena Martins (1994, p. 9): “Com freqüência nos conten-tamos, por economia ou preguiça, em ler superficialmente, ‘passar os olhos’, como se diz. Não acrescentamos ao ato de ler algo mais de nós além do gesto mecânico de decifrar os sinais”.

A citação longa possui mais de três linhas e, diferentemente da citação curta, deve ser indicada por meio de um espaçamento antes e depois da citação, recuo de 4 cm da margem esquerda, espaçamento simples e com o tamanho da fonte menor (10):

Fazer a leitura de um texto não requer apenas a sua deco-

dificação, pois ela não está impregnada apenas de letras, mas de conhecimento de mundo. Diversos fatores podem contribuir para que não consigamos fazer uma leitura, conforme afirma Maria Helena Martins (1994, p. 9):

Com freqüência nos contentamos, por economia ou preguiça, em ler superficialmente, ‘passar os olhos’, como se diz. Não acrescentamos ao ato de ler algo mais de nós além do gesto mecânico de decifrar os sinais. Sobretudo se esses sinais não se ligam de imediato a uma experiência, uma fantasia, uma necessidade nossa. Reagimos assim ao que não nos interessa no momento.

Citação de citação

É a citação direta ou indireta de um texto em que não temos acesso ao original (NBR 10520), ou seja, a citação pertence a um autor citado por outro autor. Exemplo:

Fazer a leitura de um texto não requer apenas a sua deco-dificação, pois ela não está impregnada apenas de letras, mas de conhecimento de mundo, pois “a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuida-de da leitura daquele” (FREIRE, 1978 apud MARTINS, 1994, p. 10).

Com essa citação, queremos dizer que Maria Helena Martins fez uma citação de Paulo Freire na obra em que estávamos consultando, mas não tivemos acesso ao original de Freire. A expressão apud pode ser entendida como “citado por”.

Para maiores informações e detalhamentos sobre as citações, devemos consultar a NBR 10520, da ABNT, que trata sobre citações em documentos.

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80 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 81O ARTIGO CIENTÍFICO

Supressão e adição de informações na citação

Durante a transcrição do texto da citação, podemos supri-mir ou adicionar uma ou mais palavras quando julgarmos neces-sário. A supressão e a adição de palavras deverão ser indicadas entre colchetes “[ ]”. Quando suprimimos palavras, indicamos essa ação com reticências, “[...]”, como no exemplo abaixo.

Fazer a leitura de um texto não requer apenas a sua decodificação, pois ela não está impregnada apenas de letras, mas de conhecimento de mundo. Diversos fatores podem contribuir para que não consigamos fazer uma leitura, conforme afirma Maria Helena Martins (1994, p. 9):

Com freqüência nos contentamos, por economia ou preguiça, em ler superficialmente, ‘passar os olhos’, como se diz. Não acrescentamos ao ato de ler algo mais de nós além do gesto mecânico de decifrar os sinais [...]. Reagimos assim ao que não nos interessa no momento.

O sinal “[...]” indica que o seguinte fragmento foi retirado da citação: “Sobretudo se esses sinais não se ligam de imediato a uma experiência, uma fantasia, uma necessidade nossa”. É muito importante perceber que a parte omitida não comprometeu o sentido da citação. Assim, também devemos proceder quando adicionarmos alguma (s) palavra (s), o fazemos para esclarecer o sentido da citação para o leitor:

Fazer a leitura de um texto não requer apenas a sua decodificação, pois ela não está impregnada apenas de letras, mas de conhecimento de mundo. Diversos fatores podem contribuir para que não consigamos fazer uma leitura, conforme afirma Maria Helena Martins (1994, p. 9): “Com

freqüência nos contentamos, por economia ou preguiça, em ler superficialmente, ‘passar os olhos’, como se diz. Não acrescentamos ao ato de ler algo mais de nós além do gesto mecânico de decifrar [decodificar] os sinais”.

5.1.8 A metodologia

Metodologia é a disciplina que estuda as etapas do processo da pesquisa científica, incluindo os métodos e técnicas de pesquisa. Também, pode ser considerada como o conjunto de instrumentos utilizados por nós para desenvolver a nossa pesquisa científica. Para abordar o assunto, o texto explicativo a seguir é formado por fragmentos da obra Fundamentos de Metodologia Científica (1994, p.93-112; 174-213), de Eva Maria Lakatos e Marina de A. Marconi.

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82 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 83O ARTIGO CIENTÍFICO

Método

É o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do pesquisador. Alguns métodos:

a) Histórico: consiste em investigar acontecimentos, processos e instituições do passado para verificar a sua influência na sociedade de hoje.

b) Comparativo: realiza comparações, com a finalidade de verificar similitudes e explicar divergências.

c) Monográfico: consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações.

d) Estatístico: significa redução de fenômenos sociológicos, políticos, econômicos, etc a termos quantitativos e a manipulação estatística, que permite comprovar as relações dos fenômenos entre si, e obter generalizações sobre sua natureza, ocorrência ou significado.

e) Tipológico: apresenta certas semelhanças com o método comparativo; ao comparar fenômenos sociais complexos, o pesquisador cria tipos ou modelos ideais, construídos a partir da análise de aspectos essenciais dos fenômenos; a característica principal do tipo ideal é não existir na realidade, mas servir de modelo para a análise e compreensão de casos concretos, realmente existentes.

f) Indutivo: partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal.

g) Dedutivo: partindo de dados gerais, suficientemente constatados, infere-se uma constatação específica, particular.

Técnica

Conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência ou arte; é a habilidade para usar esses preceitos ou normas, a parte prática. Toda ciência utiliza inúmeras técnicas na obtenção de seus propósitos. A pesquisa pode desenvolver-se por meio de: Documentação Indiretaa) Pesquisa Documental (arquivos públicos ou particulares, esta-tísticas de órgãos governamentais, documentos jurídicos, etc);b) Pesquisa Bibliográfica (imprensa escrita, meios audiovisu-ais, material cartográfico, publicações); Documentação Direta a) Pesquisa de Campo (está voltada para o estudo de indivídu-os, grupos, comunidades, instituições e outros campos, visan-do à compreensão de vários aspectos da sociedade, por meio de coleta de dados, observando e registrando fatos e fenôme-nos tal como ocorrem espontaneamente);b) Pesquisa de Laboratório (é um procedimento de investiga-ção mais difícil, porém mais exato; descreve e analisa o que será ou ocorrerá em situações controladas; o pesquisador observa sem tomar parte pessoalmente); c) Estudo de Caso (está relacionado à pesquisa de campo; reali-zação de uma pesquisa sobre um fenômeno em seu contex-to real, por meio de uma exploração intensiva de uma única unidade de estudo).Observação Direta Intensiva: realizada por meio de duas técni-cas, observação e entrevista. Observação Direta Extensiva: realiza-se por meio do questio-nário, do formulário, de medidas de opinião e atitudes e de técnicas mercadológicas.

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84 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 85O ARTIGO CIENTÍFICO

Com a palavra, quem entende do assunto:

A seleção do instrumental metodológico está [...] relacio-nada com o problema a ser estudado; a escolha dependerá dos vários fatores relacionados com a pesquisa, ou seja, a natureza dos fenômenos, o objeto de pesquisa, os recursos financeiros, a equipe humana e outros elementos [...].Nas investigações, em geral, nunca se utiliza apenas um método ou uma técnica, e nem somente aqueles que se conhece, mas todos os que forem necessários ou apro-priados para determinados caso. Na maioria das vezes, há uma combinação de dois ou mais deles, usados conco-mitantemente. (LAKATOS; MARCONI, 1991, p. 163-164).

No tópico “Metodologia”, deveremos mostrar quais os instrumentos que serão utilizados para nortear a nossa pesquisa. Devemos verificar qual/quais o(s) método(s) e técnica(s) mais apropriados para desenvolver o nosso tema e objeto de pesquisa. Podemos utilizar citações de autores que tratam sobre os métodos e técnicas de pesquisa na redação deste tópico. Exemplo:

A metodologia adotada para realizar este trabalho será a pesquisa bibliográfica, pois ela se fará por meio de textos impressos ou digitais. Segundo Marconi e Lakatos:

A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografia, teses, material cartográfico etc., até meios de comunicação orais [...] e audiovisuais [...]. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto [...]. (1991, p. 183).

5.1.9 O cronograma

Neste tópico, devemos traçar um tempo para cada etapa da realização do trabalho acadêmico, com o intuito de melhor aproveitarmos o tempo disponível para realizá-lo. É importante lembrarmos que o cronograma é um instrumento que nos auxilia a não exceder o prazo de entrega do trabalho acadêmico, no entanto, ele poderá ser modificado conforme a nossa necessidade. Abaixo, um exemplo de cronograma:

Ano 2012

Mês/Atividade Fev. Mar. Abr. Mai. Jun.

Elaboração do projeto X

Levantamento de Dados X X

Produção textual X X

Entrega do Artigo X

Observação: o espaçamento entre linhas do cronograma é simples; os meses e as marcações centralizadas.

A seguir, um exemplo de projeto de pesquisa que pode ser utilizado tanto para o desenvolvimento do artigo científico quanto para o da monografia, composto de:

1) Capa (espaçamento entre linhas 1,5; nome da IES, do curso, do aluno, do título e do local com fonte 12 e em caixa alta; se houver subtítulo, não usar caixa alta; se houver citação de títulos e subtítulos de obras, colocá-los em itálico);

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86 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 87O ARTIGO CIENTÍFICO

2) Folha de rosto (espaçamento entre linhas 1,5; nome do aluno, do título e do local com fonte 12 e em caixa alta; se houver subtítulo, não usar caixa alta; se houver citação de títulos e subtítulos de obras, colocá-los em itálico; apresentação do trabalho com recuo de 8 cm, fonte 12, espaçamento simples entre linhas e justificado);

3) Sumário;4) Tema;5) Problema de pesquisa;6) Hipótese;7) Objetivos (geral e específicos);8) Justificativa;9) Revisão Teórica;10) Metodologia;11) Cronograma;12) Referências.

Os projetos de pesquisa da FAIFA deverão seguir a seguinte apresentação textual:

1) Folha: A4;2) Margens: esquerda e superior, 3,0; direita e inferior, 2,0;3) Espaçamento entre linhas: 1,5;4) Recuo do parágrafo: 1,25;5) Fonte: Times New Roman ou Arial, tamanho 12;6) Texto justificado.7) Paginação: iniciar a contagem a partir da folha de

rosto e numerar a partir da primeira página da parte textual.

FACULDADE DA IGREJA MINISTÉRIO FAMA – FAIFACURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIA

NOME DO ALUNO

OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO RELIGIOSA NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO BRASIL

GOIÂNIA2012

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88 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 89O ARTIGO CIENTÍFICO

NOME DO ALUNO

OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO RELIGIOSA NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO BRASIL

Projeto de artigo científico apresentado à disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica, do curso de Bacharelado em Teologia, da Faculdade da Igreja Ministério Fama – FAIFA, sob a orientação da profª. Vivian Bueno Cardoso.

GOIÂNIA2012

SUMÁRIO

1 TEMA 02 PROBLEMA 03 HIPÓTESE 04 OBJETIVO GERAL 04.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 05 JUSTIFICATIVA 06 REVISÃO TEÓRICA 07 METODOLOGIA 08 CRONOGRAMA 0REFERÊNCIAS 0

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90 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 91O ARTIGO CIENTÍFICO

1 TEMA

Os desafios da Educação Religiosa nas escolas públicas do Brasil.

2 PROBLEMA

A implantação da Educação Religiosa nas escolas públicas brasileiras foi uma surpresa para muitos professores, alunos e pais. Qualquer implantação educacional exige organização e tempo para que as partes envolvidas possam adequar-se à novidade. No caso da referida disciplina, verifica-se que a sua implantação está ligada a uma série de desafios e dificuldades para o seu bom desenvolvimento. Os problemas não foram diagnosticados apenas na escola, mas, também, em outras estruturas. Quais são os problemas enfrentados pelos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem na implantação da Educação Religiosa nas escolas públicas do Brasil?

3 HIPÓTESE

A Educação Religiosa foi implantada no Brasil, no ensino público, sem uma organização adequada como as demais disciplinas, gerando uma série de fatores que dificultam a sua execução. Todas as disciplinas, salvo a Educação Religiosa, são integrantes de um documento que norteia o seu processo de ensino, a saber, Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN. Todas as disciplinas são ministradas por profissionais da área, salvo a Educação Religiosa. Os professores são contratados e pagos por suas aulas, salvo o professor de Educação Religiosa. Partindo desses fatores verifica-se a inadequação da implantação da Educação Religiosa nas escolas públicas do Brasil.

4 OBJETIVO GERAL

Diagnosticar os problemas da implantação da Educação Religiosa no ensino público brasileiro, bem como as suas fontes geradoras.

4.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Comparar a implantação da Educação Religiosa com as demais disciplinas;

b) Verificar o perfil do professor de Educação Religiosa, bem como as suas condições de trabalho.

5 JUSTIFICATIVA

O tema apresentado neste projeto está relacionado à Educação, área muito importante para a formação do indivíduo. Tendo em vista que o projeto está vinculado ao curso de Bacharelado em Teologia, o tema vincula-se à Educação Religiosa. Essa disciplina, componente do ensino fundamental brasileiro, pode oferecer ao aluno a oportunidade de refletir sobre os seus valores e comportamento em sociedade, sendo um importante instrumento de transformação positiva desse cidadão em processo de desenvolvimento. Este projeto foi idealizado para entender e apontar os motivos das dificuldades encontradas pela Educação Religiosa no que se refere a sua organização e implantação no ensino fundamental das escolas pública brasileiras.

A pesquisa envolvida em qualquer contexto da Educação é de suma importância não apenas para os envolvidos diretamente no processo de ensino e aprendizagem, mas também para toda a sociedade. Tratando-se da Educação que permeia o ensino fundamental, momento em que os alunos estão em fase de desenvolvimento físico e cognitivo, há que se ter

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92 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 93O ARTIGO CIENTÍFICO

maior preocupação. A Educação Religiosa, como componente do ensino básico, é uma disciplina que, quando organizada e valorizada, oferece subsídios para sanar os conflitos existentes nessa fase do educando e, juntamente com as demais disciplinas, objetiva a formação global do aluno. A formação dos jovens de um país é de interesse de toda a sociedade.

Os resultados buscados pelo estudo proposto oferecerão um diagnóstico acerca da Educação Religiosa no Brasil. A partir desse resultado, outras pesquisas poderão ser desenvolvidas no intuito de sanar as dificuldades apontadas.

6 REVISÃO TEÓRICA

Para desenvolver o tema deste trabalho foi preciso a abrangência nacional, uma vez que, se a delimitação especificasse um estado ou um município, não havia bibliografia suficiente para a sua fundamentação teórica. Ainda, haverá a possibilidade de a pesquisa, se necessário for, abarcar a pesquisa de campo. No entanto, inicialmente, a pesquisa bibliográfica norteará este trabalho.

Para fazer a comparação da implantação da Educação Religiosa com as demais disciplinas do ensino fundamental, na contemporaneidade, serão utilizados os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs da primeira fase do ensino fundamental. No volume de introdução do referido documento, pode ser encontrada a seguinte informação:

Em linha de síntese, pode-se afirmar que o currículo, tanto para o ensino fundamental quanto para o ensino médio, deve obrigatoriamente propiciar oportunidades para o estudo da língua portuguesa, da matemática, do mundo físico e natural e da realidade social e política, enfatizando-se o conhecimento do Brasil. Também são áreas curriculares obrigatórias o ensino da Arte e da Educação Física, necessariamente integradas à proposta pedagógica. O ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna passa a se constituir um

componente curricular obrigatório, a partir da quinta série do ensino fundamental (art. 26, § 5o). Quanto ao ensino religioso, sem onerar as despesas públicas, a LDB manteve a orientação já adotada pela política educacional brasileira, ou seja, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas, mas é de matrícula facultativa, respeitadas as preferências manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis (art. 33). (PCN, 1997, p. 5).

Para Verificar o perfil do professor de Educação Religiosa, bem como as suas condições de trabalho, serão utilizados os autores Sérgio Rogério Azevedo Junqueira e Raul Wagner que abordam a formação de professores no Ensino Religioso e os desafios encontrados na escola por esses profissionais.

Ao longo do desenvolvimento do trabalho, outros autores poderão ser incluídos.

7 METODOLOGIA

A metodologia adotada para realizar este trabalho será composta pela pesquisa bibliográfica, pois ela se fará por meio de textos impressos e digitais. Segundo Marconi e Lakatos:

A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografia, teses, material cartográfico etc., até meios de comunicação orais [...] e audiovisuais [...]. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto [...]. (1991, p. 183).

Havendo necessidade, será feita a pesquisa de campo, acompanhando o dia a dia de alguns professores de Ensino Religioso, em algumas escolas dos municípios de Goiás.

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94 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 95O ARTIGO CIENTÍFICO

8 CRONOGRAMA

Ano 2012

Mês/Atividade Fev. Mar. Abr. Mai. Jun.

Elaboração do projeto X

Levantamento de Dados X X

Produção textual X X

Entrega do Artigo X

REFERÊNCIAS

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.

JUNQUEIRA, Sérgio Azevedo. Um ideal, um caminho, uma proposta. Curitiba: Champagnat, 2011.

JUNQUEIRA, Sérgio Azevedo; WAGNER, Raul (Org.). O ensino religioso no Brasil. 2. ed. rev. e ampl. Curitiba: Champagnat, 2011.

5.2 A estrutura do Artigo Científico

A estrutura do artigo científico é composta por três partes: pré-textual, textual e pós-textual. Pré-textual

1) Capa (espaçamento entre linhas 1,5; nome da IES, do curso, do aluno, do título e do local com fonte 12 e em caixa alta; se houver subtítulo, não usar caixa alta; se houver citação de títulos e subtítulos de obras, colocá-los em itálico);

2) Folha de rosto (espaçamento entre linhas 1,5; nome do aluno, do título e do local com fonte 12 e em caixa alta; se houver subtítulo, não usar caixa alta; se houver citação de títulos e subtítulos de obras, colocá-los em itálico; apresentação do trabalho com recuo de 8 cm, fonte 12, espaçamento simples entre linhas e justifica-do);

3) Resumo;4) Abstract;5) Sumário.

Textual1) Introdução;2) Desenvolvimento ou revisão de literatura;3) Conclusão ou considerações finais.

Pós-textual1) Referências.

A seguir um modelo da estrutura do artigo científico, com orientações para a escrita de cada elemento. Após o modelo,

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96 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 97O ARTIGO CIENTÍFICO

um exemplo prático baseado no artigo “Trânsito religioso: uma revisão exploratória do fenômeno brasileiro” (2009), da teóloga e professora Lázara Divina Coelho.

Os artigos científicos da FAIFA deverão seguir a seguinte apresentação textual:

1) Folha: A4;2) Margens: esquerda e superior, 3,0; direita e inferior, 2,0;3) Espaçamento entre linhas: 1,5;4) Recuo do parágrafo: 1,25;5) Fonte: Times New Roman ou Arial, tamanho 12;6) Texto justificado;7) Paginação: iniciar a contagem a partir da folha de

rosto e numerar a partir da primeira página da parte textual;8) Número de laudas (tratando-se da parte textual): no

mínimo 8; no máximo 15.

FACULDADE DA IGREJA MINISTÉRIO FAMA – FAIFACURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIA

NOME DO ALUNO

OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO RELIGIOSA NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO BRASIL

GOIÂNIA2012

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98 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 99O ARTIGO CIENTÍFICO

NOME DO ALUNO

OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO RELIGIOSA NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO BRASIL

Artigo científico apresentado à disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica, do curso de Bacharelado em Teologia, da Faculdade da Igreja Ministério Fama – FAIFA, sob a orientação da profª. Vivian Bueno Cardoso.

GOIÂNIA2012

RESUMO

O Resumo deve seguir as recomendações da ABNT, especificamente a NBR 6028. Deve conter tema, objetivo, metodologia, resultados da pesquisa e ser construído num parágrafo único, por meio de frases e não de tópicos. Os resumos de trabalhos acadêmicos podem conter de 150 a 500 palavras. Logo abaixo do resumo, devem ser inseridas as palavras-chave que são palavras representativas do conteúdo do trabalho. O número máximo de palavras-chave é 5.

Palavras-chave: Palavra-chave. Palavra-chave. Palavra-chave.

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100 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 101O ARTIGO CIENTÍFICO

ABSTRACT

O abstract é o Resumo em Língua Inglesa. Para construí-lo basta passar todo o conteúdo do resumo que está em Língua Portuguesa para a Língua Inglesa.

Keywords: Keyword. Keyword. Keyword.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 001 TÍTULO 001.1 SUBTÍTULO 002 TÍTULO 002.1 SUBTÍTULO 002.2 SUBTÍTULO 00CONSIDERAÇÕES FINAIS 00REFERÊNCIAS 00

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102 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 103O ARTIGO CIENTÍFICO

INTRODUÇÃO

A introdução do artigo científico deve ser escrita em um texto dividido em parágrafos, sem subtítulos, constando o tema, o problema, a hipótese, os objetivos da pesquisa, a justificativa da pesquisa e a metodologia.

1 DESENVOLVIMENTO

O desenvolvimento é formado pela exposição do que foi verificado durante a pesquisa, conforme apontado pelos objetivos. Por isso, é comum que cada tópico (título) do desenvolvimento esteja relacionado a um objetivo de pesquisa. Segundo a ABNT (NBR 6022), o desenvolvimento é a “parte principal do artigo, que contém a exposição ordenada e pormenorizada do assunto tratado. Divide-se em seções [títulos] e subseções [subtítulos], [...] que variam em função da abordagem do tema e do método”.

Sobre a formatação das seções (títulos) e subseções (subtítulos), da NBR 6024, devemos verificar as seguintes observações:

1. São empregados algarismos arábicos na numeração.2. O indicativo de seção é alinhado na margem esquerda,

precedendo o título, dele separado por um espaço.3. Devemos limitar a numeração progressiva até a seção

quinária, ou seja, podemos dividir uma seção em cinco partes.4. O indicativo das seções primárias deve ser grafado

em números inteiros a partir de 1.5. O indicativo de uma seção secundária é constituído

pelo indicativo da seção primária a que pertence, seguido do número que lhe for atribuído na seqüência do assunto e separado por ponto. Repete-se o mesmo processo em relação às demais seções. Exemplo: 1; 1.1; 1.1.1; 1.1.1.1 e 1.1.1.1.1 ou 2; 2.1; 2.1.1; 2.1.1.1 e 2.1.1.1.1.

6. Não podemos utilizar ponto, hífen, travessão ou qualquer sinal após o indicativo de seção ou de seu título.

7. Devemos destacar gradativamente os títulos das seções, utilizando os recursos de negrito, itálico ou grifo e redondo, caixa alta ou versal e outro. O título das seções

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104 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 105O ARTIGO CIENTÍFICO

(primárias, secundárias etc.) deve ser colocado após sua numeração, dele separado por um espaço. O texto deve iniciar-se em outra linha. Exemplo:

1 SEÇÃO PRIMÁRIA1.1 SEÇÃO SECUNDÁRIA1.1.1 Seção Terciária1.1.1.1 Seção Quaternária1.1.1.1.1 seção quinária

8. Todas as seções devem conter um texto relacionado com elas.

Cada seção (título) deve iniciar uma página. As subseções (subtítulos) não precisam iniciar uma página, devem isolar-se da seção por dois espaços de 1,5.

A apresentação textual das seções e a das subseções devem apresentar-se da mesma forma no sumário.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nessa parte do trabalho, devemos apresentar as conclusões correspondentes aos objetivos da pesquisa. Para isso, construímos um texto composto por parágrafos, sem subtítulos e sem citações. É recomendado que façamos uma síntese dos capítulos relacionando com os objetivos propostos na introdução do artigo científico.

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106 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 107O ARTIGO CIENTÍFICO

REFERÊNCIAS

Nessa parte do artigo científico, devemos ordenar as obras que citamos ao longo do texto. As obras consultadas, mas não citadas no texto do artigo, não compõem as referências.

As referências devem ser dispostas em espaçamento simples, separadas por dois espaço simples e padronizadas conforme a NBR 6023. Geralmente é composta por nome do autor, nome da obra, local de publicação, nome da editora e ano de publicação:

MEY, Eliane Serrão Alves. Catalogação e descrição bibliográfica: contribuições a uma teoria. Brasília, DF: ABDF, 1987.

O nome do autor deve iniciar pelo último sobrenome, todo em caixa alta (conforme o exemplo acima). O título da obra deve ser destacado em negrito ou itálico (não é necessário destacar o subtítulo).

Outras obras podem exigir diferentes apresentações como os exemplos a seguir (em sua maioria, citados pela NBR 6023):

Sobre a autoria

1. Com mais de um autor, separá-los com ponto e vírgula (;):DAMIÃO, Regina Toledo; HENRIQUES, Antônio. Curso de direito jurídico. São Paulo: Atlas, 1995.

2. Com mais de três autores, indicamos somente o primeiro e usamos a expressão “et al”:URANI, A. et al. Constituição de uma matriz de contabilidade social para o Brasil. Brasília, DF: IPEA, 1994.

3. Com vários autores em que há um organizador/coordena-dor, indicamos o nome do organizador/coordenador seguido da abreviatura de sua função:

SCHMIDT, Jean-Claude. (Org.). História dos jovens 2. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

4. Com autor desconhecido, indicamos o nome da obra no lugar do nome do autor:DIAGNÓSTICO do setor editorial do brasil. São Paulo: Câmera Brasileira do Livro, 1993.

Sobre o título

1. Com título e subtítulo, caso queiramos citar o subtítulo, pois a citação não é obrigatória, devemos separá-los por dois pontos, sem destacar o subtítulo:DUBY, George (org.). História da vida privada: da Europa feudal à Renascença. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

2. Sem a existência do título, devemos nomear o conteúdo do texto, entre colchetes:SIMPÓSIO BRASILEIRO DE AQUICULTURA. [Trabalhos apresentados]. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências, 1980.

Sobre o local

1. Com homônimos de cidades, acrescentamos o nome do esta-do ou do país para evitar ambiguidade: Belém, PA; Belém, AL; Belém, PB. 2. Com mais de um local para uma editora, indicamos a primei-ra ou a que estiver em destaque.3. Sem o local, mas podendo identificá-lo, indicamos entre colchetes.LAZZARINI NETO, Sylvio. Cria e recria. [São Paulo]: SDF Editores, 1994. 108 p.

4. Sem o local e não podendo identificá-lo, utilizamos a expres-

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108 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 109O ARTIGO CIENTÍFICO

são sine loco abreviada e entre colchetes [s.l.].

Sobre a editora

1. Com duas editoras, indicamos as duas com os seus respecti-vos locais:MAIA, Carlos A. História da Ciência: o mapa do conhecimento. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura; São Paulo: EDUSP, 1995.

2. Com mais de duas editoras, indicamos a primeira ou a que estiver em destaque. 3. Sem a editora, e não podendo identificá-la, indicamos a expressão sine nomine abreviada e entre colchetes [s.n.].

Data

1. Sem a data de publicação, devemos indicar a data de distri-buição ou copirraite ou impressão ou outra que possa identifi-car o conteúdo.2. Sem nenhum tipo de data, devemos adicionar entre colchetes uma data aproximada:

Exemplo Significado[1990] Data certa não indicada no conteúdo[1990?] Data provável[1990 ou 1991] Um ano ou outro[entre 1990 e 2000] Use intervalos menores de 20 anos[ca. 1990] Data aproximada[199-] Década certa[199-?] Década provável[19--] Século certo[19--?] Século provável

Além dos elementos básicos que constituem as referências, outras indicações poderão ser adicionadas:

Edição

1. Quando houver a indicação da edição, devemos adicioná-la seguida da abreviatura da palavra edição (ed.):LUFT, Celso Pedro. Dicionário prático de regência nominal. 5. ed. São Paulo: Ática, 2010.

2. Com emendas ou acréscimos da edição, podemos indicá-los de forma abreviada:LUFT, Celso Pedro. Dicionário prático de regência nominal. 5. ed. rev. São Paulo: Ática, 2010.

Descrição física

1. Podemos registrar o número total de páginas ou folhas do documento (p. ou f.):PIAGET, Jean. Para onde vai a educação. 7. ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1980. 500 p.

2. Quando o documento for constituído por mais de um volume, podemos indicá-lo seguido da abreviatura de volume (v.):TOURINHO FILHO, F. C. Processo Penal. 16. ed. rev. atual. São Paulo: Saraiva, 1994. 4 v.

3. Sem paginação ou com paginação irregular, podemos indi-car essa característica:SISTEMA de ensino Tamandaré. [Rio de Janeiro]: Colégio Curso Tamandaré, 1993. Não paginado.

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110 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 111O ARTIGO CIENTÍFICO

Ciências Sociais) – Fundação escola de sociologia e política de São Paulo, São Paulo, 1986.

3. Quando o documento é um periódico, devemos indicar o título da publicação, local da publicação, editora, numeração do ano e/ou volume, numeração do fascículo, informação de períodos e datas da publicação e o total de páginas, quando necessário:DINHEIRO: revista semanal de negócios. São Paulo: Editora Três, n. 148, 28 jun. 2000. 98 p.

4. Quando o documento é um artigo de periódico, devemos indicar autor, título do artigo, título e local da publicação, volu-me e/ou data, fascículo ou número, paginação inicial e final:COSTA, V. R. À margem da lei. Em Pauta, Rio de Janeiro, v. 12, p. 131-148, 1998.

Ordenação das referências

1. As referências dos trabalhos acadêmicos da FAIFA deverão ser dispostas em ordem alfabética.

2. No caso de haver mais de uma obra do mesmo autor, o nome do autor poderá ser substituído por um traço sublinear de seis espaços:LUFT, Celso Pedro. Dicionário prático de regência nominal. 5. ed. rev. São Paulo: Ática, 2010. 550 p.

______. Dicionário prático de regência verbal. 9. ed. rev. São Paulo: Ática, 2010. 544 p.

Outros tipos de materiais pesquisados, que aqui não foram expostos, poderão ser incluídos nas referências, nesse caso, devemos pesquisá-los diretamente no documento da ABNT, NBR 6023.

A seguir, um exemplo prático de artigo científico. O sinal

Séries e coleções

1. Quando o documento pertencer a séries e/ou coleções, pode-mos indicá-las entre parênteses, após a referência:RODRIGUES, Nelson. Teatro Completo. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. 1134 p. (Biblioteca Luso-brasileira, Série brasileira).

Documentos eletrônicos

1. Em caso de CD- ROM, devemos indicar a descrição física do meio eletrônico:KOOGAN, André; HOUAISS, Antônio (Ed.). Enciclopédia e dicionário digital 98. São Paulo: Delta, 1998. CD- ROM.

2. Em caso de consultas online, devemos indicar o endereço eletrônico entre os sinais < > e a data de acesso: COELHO, Lázara Divina. A pedagogia teológica de Comenius: um olhar em favor da educação eclesiástica. Vox Faifae. Goiânia, v. 4. n. 1, 2012. Disponível em: < http://www.faifa.edu.br/revista/index.php/voxfaifae/article/view/53 > Acesso em: 15 dez. 2012.

Notas

1. Quando o documento é traduzido, devemos indicar o (a) tradutor (a):DOSTOIÉVSKI, Fiódor. O duplo. Tradução de Paulo Bezerra. São Paulo: Editora 34, 2011. 256 p.

2. Quando o documento é um trabalho acadêmico, devemos indicar o tipo de trabalho, o grau, a vinculação acadêmica, o local e a data de defesa:ARAUJO. U. A. M. Máscaras inteiriças Tukúna: possibilidades de estudo de artefatos de museu para conhecimento do universo indígena. 1985. 102 f. Dissertação (Mestrado em

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112 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 113O ARTIGO CIENTÍFICO

FACULDADE DA IGREJA MINISTÉRIO FAMA – FAIFACURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIA

LÁZARA DIVINA COELHO

TRÂNSITO RELIGIOSO:UMA REVISÃO EXPLORATÓRIA DO FENÔMENO

BRASILEIRO

GOIÂNIA2009

“[...]” é a supressão de partes do texto. Isso significa que o texto não será exposto integralmente. O texto completo pode ser acessado pelo link da revista eletrônica da FAIFA, Vox Faifae: <http://www.faifa.edu.br/revista/index.php/voxfaifae/index>.

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114 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 115O ARTIGO CIENTÍFICO

LÁZARA DIVINA COELHO

TRÂNSITO RELIGIOSO:UMA REVISÃO EXPLORATÓRIA DO FENÔMENO

BRASILEIRO

Artigo científico apresentado à revista eletrônica da Faculdade da Igreja Ministério Fama - FAIFA, Vox Faifae, para a avaliação da equi-pe editorial, visando à publicação.

GOIÂNIA2009

RESUMO

O trânsito religioso é um dos temas transversais mais relevantes da atualidade da religião no Brasil, pois está gerando um novo cenário religioso. É objeto de estudo de órgãos reflexivos dos movimentos sociais da religião bem como das academias de ensino superior espalhados por todo o país, produzindo vasta literatura acadêmico-científica disponível em seus órgãos de publicação oficial. O objetivo desse artigo é investigar o cenário em questão e o faz, exploratoriamente; e, nessa investigação, identifica dois movimentos distintos e complementares entre si: uma intensa circulação de pessoas e uma não menos intensa circulação de ideias dentro do próprio mosaico cristão. Esses movimentos são perceptíveis a partir da análise de pesquisas demográficas oficiais, que visam entender o campo religioso nacional. As análises advêm de variado campo teórico que fundamenta cientistas políticos, antropólogos, sociólogos e religiosos em geral que pesquisam o fenômeno desde a década de 1980, quando começou a fazer-se perceptível no êxodo progressivo e cada vez mais acelerado do Catolicismo Romano para o Protestantismo, de missão ou pentecostal.

Palavras-chave: Trânsito religioso. Religião. Catolicismo. Protestantismo.

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116 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 117O ARTIGO CIENTÍFICO

ABSTRACT

The religion transit is subject transversals more relevant in nowadays in the Brazilian religion, so it is producing a new setting religion. It is object of study by reflexives departments of social activities of religion and as academy of superior teaching all over the country; it is producing a vast academic-scientific literature available in departments of publication official. The objective this article is investigate the setting in the question e what it do, explore it. We identify it two different movements and complementary between them: a circulation intense of people and a no less circulation intense of ideas into own mosaic Christian. These movements are perceptible starting analyze of demographic officials research, that look for understanding the field religious national. The analyzes come of varied theoretical field, that motive Scientifics, anthropologists, sociologists and religions in general that research the phenomenon since 1980 decade, when started to do the perceptivity in the progressive exodus more and more speeded up of Catholicism Roman to the Protestantism, of mission or Pentecostal.

Key-words: Religion Transit. Religion. Catholicism. Protestan-tism.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 001 REVISÃO DA LITERATURA 001.1 PESQUISAS OFICIAIS 001.2 REPERCUSSÃO DOS DADOS OFICIAIS 00CONSIDERAÇÕES FINAIS 00REFERÊNCIAS 00

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118 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 119O ARTIGO CIENTÍFICO

INTRODUÇÃO

A primeira década do século XXI fecha suas cortinas com uma certeza acadêmica: um novo fenômeno instalou-se no campo social e, assim, as Ciências Sociais redescobriram o mundo da religião. Isso se deve a dois fatores: o apocalipse do sagrado nas sociedades contemporâneas preconizado por pesquisadores sociais do século XIX não aconteceu e uma nova forma de manifestação desse sagrado está se instalando, lenta e paulatinamente, dentro das antigas formas religiosas.

Essa nova forma de manifestação do sagrado resulta de uma recomposição do campo religioso que vem experimentando, há várias décadas, a América Latina e, no caso em pesquisa, o Brasil. A situação é recorrente, pois desde que o processo de modernidade se instalou no Continente, no século XIX, seus reflexos religiosos têm sido perceptíveis e objeto de estudos.

No caso do Brasil, processos sazonais de mutação religiosa têm ocorrido, gerando um novo perfil religioso; esse perfil é caracterizado pelo fenômeno que a literatura especializada convencionou denominar trânsito religioso, em estudo desde a década de 1980. Tais estudos foram alavancados com a percepção do êxodo progressivo e acelerado do Catolicismo Romano para o Protestantismo, reconfigurando o cenário religioso do país, ainda que nos limites do Cristianismo.

Portanto, esse artigo, de natureza exploratória, articula-se na área dos movimentos sociais da religião. Seu objetivo é revisar a tese do trânsito religioso como movimento de mão dupla, como também as transformações daí decorrentes no tempo e no espaço de diversas pertenças religiosas, das crenças e práticas reelaboradas nesse processo de justaposições.

Enfim, a abordagem do objeto se dá mediante revisão bibliográfica, pela qual se pretende obter dados oficiais e análises credenciadas por critérios científicos, publicados em órgãos oficiais das instituições patrocinadoras dos mesmos.

Os resultados, portanto, são oferecidos sob os títulos: revisão da literatura, revisão da história, revisão do perfil religioso e revisão da análise.

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120 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 121O ARTIGO CIENTÍFICO

1 REVISÃO DA LITERATURA

A relação entre filiação religiosa e pesquisa demográfica é recente no Brasil, porém essencial para se conhecer a realidade religiosa dos povos que vivem no país. Segundo Bastian, esses dados estatísticos refletem uma tendência, identificam o fator religioso e constituem indicadores preciosos ao conhecimento dessa realidade (1997 apud JACOB, 2003); ademais, as pesquisas demográficas no Brasil têm caráter exaustivo, com cobertura geográfica completa e tradição estatística que se destaca pela qualidade dos dados produzidos. Quanto ao órgão oficial responsável pelos recenseamentos realizados no país a cada dez anos, é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dessa forma, os estudos e as conclusões desse artigo são feitos com base em duas classes gerais de fontes: nas pesquisas oficiais e na repercussão dos dados concluídos pelo IBGE nos órgãos reflexivos dos movimentos sociais da religião.

1.1 PESQUISAS OFICIAIS

Essas pesquisas estão disponíveis em instituições governamentais como os últimos Censos Demográficos do IBGE, especialmente o de 2000, cujos dados resultam de uma pergunta do questionário da Amostra feita a certo número de recenseados sobre religião ou culto, no qual a pergunta aberta, “Qual é a sua religião ou culto?”, deu ao interrogado liberdade para declarar seu credo ou credos religiosos; e a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) 2003 também do IBGE, cuja Amostra, representativa do país inteiro e extraída diretamente do Censo de 2000, faz uso do mesmo tipo de pergunta e especificação do questionário censitário.

1.2 REPERCUSSÃO DOS DADOS OFICIAIS

As conclusões são feitas também mediante repercussão

dos dados concluídos pelo IBGE nos órgãos reflexivos dos movimentos sociais da religião, como o Instituto Superior de Estudos da Religião (ISER), a Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), o Centro de Pesquisa Social (CPS) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV) e outras repercussões engendradas nas academias brasileiras através de pesquisas divulgadas em suas publicações de produção científica.

Dentre esses órgãos está o ISER que, juntamente com o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs no Brasil (CONIC), fez as primeiras tentativas de retratar a religiosidade brasileira com a publicação dos três Cadernos do ISER sob o título geral Sinais dos tempos: tradições religiosas no Brasil (1989a, 1989b e 1990c). Isso se deu na década de 1980, quando surgiram os primeiros sinais de maior circulação de fiéis pelas instituições religiosas.

Outro órgão é a CNBB que, através do Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (CERIS), contribuiu com os estudos religiosos mediante a análise Dinâmica populacional e Igreja Católica no Brasil, 1960-2000 (2002); e através de seu Setor de Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso, com a Coleção Estudos da CNBB sob o título geral A Igreja Católica diante do pluralismo religioso no Brasil (1991, 1993, 1994).

Há também o CPS do IBRE/FGV, que, com base no Censo 2000 e na POF 2003, contribuiu com dois estudos: Retratos das religiões do Brasil (2005), no qual traça um panorama da diversidade religiosa brasileira na medida em que analisa a evolução das diferentes crenças desde a segunda metade do século passado e algumas das principais características sócio-demográficas dos respectivos adeptos; e Economia das religiões (2007), pelo qual dá continuidade à linha de pesquisa lançada anteriormente e disponibiliza amplo banco de dados na rede mundial de computadores (internet) sobre o tema religião.[...]

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122 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 123O ARTIGO CIENTÍFICO

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trânsito religioso é um fenômeno de mão dupla. Isso significa que as pessoas e crenças transitam indiscriminadamente através das várias instituições, em processo constante tanto de ir, quanto de vir; as pessoas, sem culpas ou constrangimentos; as idéias, sorrateiramente. Esse fenômeno tem dimensão também dupla: a primeira é evidenciada no novo cenário religioso desenhado pelos últimos Censos Demográficos (IBGE), cuja síntese é que a identidade religiosa do brasileiro, em matéria de pertença religiosa, não pode mais ser dita católica, ainda que pese a vantagem numérica do Catolicismo (73,9%) sobre o segundo grupo colocado na escala ordinal das religiões no Brasil, o Protestantismo (15,6%). Há intenso trânsito de pessoas caracterizado por infidelidade institucional, ruptura definitiva com a religião em si e até dupla pertença.

A segunda dimensão pode ser sintetizada na nova identidade religiosa do brasileiro, que, em matéria de crenças, dogmas, sistemas de governo e gestão administrativa etc., não pode mais ser dita ortodoxa, ainda que pese a permanência e resistência das instituições tradicionais nos seus credos e sistemas de governo eclesiástico. Há intenso trânsito de ideias caracterizado por um distanciamento da ortodoxia cristã, católica e protestante, e consequente redirecionamento da prática religiosa, num primeiro momento, em favor de uma heterodoxia, e, num segundo, de um sincretismo religioso.

Enfim, alguns temas envolvidos na questão do fenômeno explorado chamam a atenção: o extenso interesse das Ciências Sociais e da ICR pelo fenômeno e o evidente desinteresse das igrejas protestantes de todas as vertentes, inclusive da Teologia Apologética; a certeza da relação trânsito de pessoas-trânsito de crenças e a incerteza da relação ética cristã-ética eclesial (clerical evangélica) no fenômeno; a presença de fatores sociais, filosóficos etc. e a ausência dos elementos fé, salvação,

conversão etc. nas discussões. Essa temática, certamente, deve ser pesquisada, item a item.

Contudo, deve-se considerar aqui a urgência de investigação de outros itens que emergiram na exploração. Trata-se das causas do trânsito religioso, do conceito de pertença religiosa e do conceito cristão-protestante de conversão, que representam o olhar das diversas ciências envolvidas na pesquisa, são dignos de crédito e devem ser investigados com maior profundidade. [...]

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124 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 125

REFERÊNCIAS

AMARAL, Leila. Deus é pop: sobre a radicalidade do trânsito religioso na cultura popular de consumo. Em: SIEPIERSKI, Paulo D.; GIL, Benedito M. (Orgs.). Religião no Brasil: enfoques, dinâmicas e abordagens. São Paulo: Paulinas, 2003. p. 97-108. Coleção Estudos da ABHR.

ALMEIDA, Ronaldo de. A universalização do Reino de Deus. Dissertação de Mestrado. Campinas, IFCH/Unicamp, 1996.

_____. Religião na metrópole paulista. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 19, n. 56, out. 2004, p. 15-27. Disponível em: http://www.anpocs.org.br/portal/content/blogcategory/14/67/. Acesso: 15 mai. 2008.

ALMEIDA, Ronaldo de; MONTEIRO, Paula. Trânsito religioso no Brasil. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 15, n. 3, jul./set. 2001. p. 92-100. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010288392001000300012&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso: 24 mai. 2008.

BASTIAN, J. P. Protestantismos y modernidade latinoamericana: história de umas minorias religiosas activas en América latina. México: Fondo de cultura económica, 1994.

BELLOTTI, Karina Kosicki. Mídia, religião e história cultural. Revista de Estudos da Religião (REVER), do curso de Pós-Graduação em Ciências da Religião – PUC-São Paulo. Número 4 – Ano 4 – 2004. Disponível em: <www.pucsp.br/rever/rv4_2004/index.html>. Acesso: 10 mai. 2008.

BUDKE, Sidnei. Mídia e religião: das peregrinações ao universo das telecomunicações. Protestantismo em Revista, ano 04, n. 03, set.-dez. 2005. Disponível em: http://200.248.235.130/nepp/index.htm.

CAMPOS, Leonildo Silveira. Teatro, templo e mercado. Petrópolis: Vozes, São Paulo: UMESP, 1997.

[...]

A MONOGRAFIA

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127A MONOGRAFIA

6 A MONOGRAFIA

O trabalho de conclusão de curso da FAIFA (TCC), do curso Bacharel em Teologia, é constituído por uma monografia. Será por meio da monografia que o acadêmico de Teologia mostrará se teve um bom aproveitamento do seu curso e se está apto para obter o título de bacharel.

Com a palavra, quem entende do assunto:

[A monografia é] um estudo sobre um tema específico ou particular, com suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia. [...]A característica essencial não é a extensão, como querem alguns autores, mas o caráter do trabalho (tratamento de um tema delimitado) e a qualidade da tarefa, isto é, o nível da pesquisa, que está intimamente ligado aos objetivos propostos para a sua elaboração. (LAKATOS; MARCONI, 1991, p. 235).

A monografia é um trabalho acadêmico cuja estrutura é parecida com a do artigo científico, porém exige mais profundidade na pesquisa e maior atenção à exposição do assunto, pois o seu texto é mais extenso.

6.1 O projeto da monografia

De maneira análoga ao artigo, devemos fazer um projeto que norteará a pesquisa e organizará a escrita do texto. O

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128 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 129A MONOGRAFIA

projeto da monografia é o mesmo do artigo científico.

6.2 A relação entre o orientador e o orientando

Após a escolha do tema e a feitura do projeto, podemos iniciar o desenvolvimento da monografia. Para isso, podemos contar com a ajuda de um orientador que poderá ser indicado por nós, orientandos, ou pela faculdade. Desse encontro, entre orientador e orientando, nasce uma relação baseada em respeito e responsabilidade entre ambos.

Para que dessa relação possa surgir um bom trabalho acadêmico é essencial que tanto o orientador quanto o orientando saibam e cumpram com as suas responsabilidades. Assim, podemos esperar do orientador os seguintes compromissos:

1) Analisar e avaliar os elementos do projeto monográfi-co do orientando;

2) Informar a sua disponibilidade, indicando os locais e horários para se fazer a orientação;

3) Documentar os encontros de orientação, conforme as exigências da faculdade;

4) Acompanhar o desenvolvimento da monogra-fia, indicando, quando necessário, a adequação da linguagem, da organização da parte estrutural e da fundamentação teórica;

5) Auxiliar o orientando em sua apresentação oral da monografia.

Por outro lado, devemos estar cientes e atentos para os nossos compromissos, observando os seguintes apontamentos:

1) Apresentar o projeto monográfico ao orientador, esperando a sua avaliação para iniciar o desenvolvi-mento da monografia;

2) Solicitar, sempre que necessário e mediante a dispo-nibilidade do orientador, os encontros de orientação, procurando ser presente e pontual;

3) Anotar os apontamentos do orientador durante os encontros de orientação;

Com a palavra, quem entende do assunto:

Antes de ir embora [do encontro de orientação], tenha um plano de ação por escrito. Muitos alunos descobrem que, enquanto estavam falando com o orientador, pensavam que haviam entendido o que fazer em seguida, mas que o plano evaporou-se algumas horas depois, quando eles sentaram-se para trabalhar. Antes de despedir-se do orientador, portanto, tenha um plano por escrito [...]. Se o orientador não recomendar ações específicas, pergunte. Você precisa ter um plano que entenda e consiga seguir. (BOOTH; COLOMB; WILLIAMS, 2005, p. 258)

4) Cumprir com as solicitações do orientador no que diz respeito à adequação da linguagem, da organização da parte estrutural e da fundamentação teórica, sendo pontual com os prazos estipulados para essas tarefas;

5) Apresentar a organização da apresentação oral da monografia ao orientador, antes de sua efetiva avaliação pela banca examinadora.

6.3 A estrutura da Monografia

A estrutura da monografia é composta por três partes: pré-textual, textual e pós-textual.

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130 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 131A MONOGRAFIA

Pré-textual 1) Capa (elemento obrigatório): espaçamento entre

linhas 1,5; nome da IES, do curso, do aluno, do título e do local com fonte 12 e em caixa alta; se houver subtí-tulo, não usar caixa alta; se houver citação de títulos e subtítulos de obras, colocá-los em itálico;

2) Folha de rosto (elemento obrigatório): espaçamento entre linhas 1,5; nome do aluno, do título e do local com fonte 12 e em caixa alta; se houver subtítulo, não usar caixa alta; se houver citação de títulos e subtí-tulos de obras, colocá-los em itálico; apresentação do trabalho com recuo de 8 cm, fonte 12, espaçamento simples entre linhas e justificado;

3) Errata (elemento opcional);4) Folha de aprovação (elemento obrigatório);5) Dedicatória (elemento opcional);6) Agradecimentos (elemento opcional);7) Epígrafe (elemento opcional);8) Resumo (elemento obrigatório);9) Abstract (elemento obrigatório);10) Listas (elemento opcional);11) Sumário (elemento obrigatório).

Textual1) Introdução (elemento obrigatório); 2) Desenvolvimento (elemento obrigatório);3) Conclusão (elemento obrigatório).

Pós-textual

1) Referências (elemento obrigatório);2) Glossário (elemento opcional);3) Apêndice (elemento opcional);4) Anexo (elemento opcional);5) Índice (elemento opcional).

As monografias da FAIFA deverão seguir a seguinte apresentação textual:

1) Folha: A4;2) Margens: esquerda e superior, 3,0; direita e inferior, 2,0;3) Espaçamento entre linhas: 1,5;4) Recuo do parágrafo: 1,25;5) Fonte: Times New Roman ou Arial, tamanho 12;6) Texto justificado;7) Paginação: iniciar a contagem a partir da folha de

rosto e numerar a partir da primeira página da parte textual; 8) Número de laudas (tratando-se da parte textual): no

mínimo 45; no máximo 60.

A seguir um modelo da estrutura da monografia, com orientações para a escrita de cada elemento. Logo após, um exemplo prático com base na monografia do teólogo Valquirio Fernandes Barros Junior. O sinal “[...]” é a supressão de partes do texto. Isso significa que o texto não será exposto integralmente. O texto completo está disponível na biblioteca da FAIFA.

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132 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 133A MONOGRAFIA

FACULDADE DA IGREJA MINISTÉRIO FAMA – FAIFACURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIA

NOME DO ALUNO

TÍTULO

GOIÂNIA2012

NOME DO ALUNO

TÍTULO

Trabalho de conclusão de curso, apresentado à Faculdade da Igreja Ministério Fama - FAIFA, como requisito final para obtenção do título de bacharel em Teologia, sob a orientação do Prof. Ms. Wellington Cardoso de Oliveira.

GOIÂNIA2012

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134 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 135A MONOGRAFIA

NOME DO ALUNO

TÍTULO

Trabalho de conclusão de curso, apresentado à Faculdade da Igreja Ministério Fama - FAIFA, como requisito final para obtenção do título de bacharel em Teologia, sob a orientação do Prof. Ms. Wellington Cardoso de Oliveira.

DATA DE APROVAÇÃO: _____/_____/_____.

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________Orientador

Faculdade da Igreja Ministério Fama

________________________________________Examinador I

Faculdade da Igreja Ministério Fama

________________________________________Examinador II

Faculdade da Igreja Ministério Fama

RESUMO

O Resumo deve seguir as recomendações da ABNT, especificamente a NBR 6028. Deve conter tema, objetivo, metodologia e resultados e ser construído num parágrafo único, por meio de frases e não de tópicos. Os resumos de trabalhos acadêmicos podem conter de 150 a 500 palavras. Logo abaixo do resumo, devem ser inseridas as palavras-chave que são palavras representativas do conteúdo do trabalho. O número máximo de palavras-chave é 5.

Palavras-chave: Palavra-chave. Palavra-chave. Palavra-chave.

Page 69: Manual de Textos Academicos Da Faculdade FAIFA Vivian Bueno Cardoso

136 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 137A MONOGRAFIA

ABSTRACT

O abstract é o Resumo em Língua Inglesa. Para construí-lo basta passar todo o conteúdo do resumo que está em Língua Portuguesa para a Língua Inglesa.

Keywords: Keyword. Keyword. Keyword.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 001 TÍTULO 001.1 SUBTÍTULO 002 TÍTULO 002.1 SUBTÍTULO 002.2 SUBTÍTULO 00CONSIDERAÇÕES FINAIS 00REFERÊNCIAS 00

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138 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 139A MONOGRAFIA

INTRODUÇÃO

A introdução da monografia deve ser escrita em um texto dividido em parágrafos, sem subtítulos, constando o tema, o problema, a hipótese, os objetivos da pesquisa, a justificativa da pesquisa e a metodologia.

1 DESENVOLVIMENTO

O desenvolvimento é formado pela exposição do que foi verificado durante a pesquisa, conforme apontado pelos objetivos. Por isso, é comum que cada tópico (título) do desenvolvimento esteja relacionado a um objetivo de pesquisa. Segundo a ABNT (NBR 6022), o desenvolvimento é a “parte principal do artigo, que contém a exposição ordenada e pormenorizada do assunto tratado. Divide-se em seções [títulos] e subseções [subtítulos], [...] que variam em função da abordagem do tema e do método”.

Page 71: Manual de Textos Academicos Da Faculdade FAIFA Vivian Bueno Cardoso

140 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 141A MONOGRAFIA

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nessa parte do trabalho, devemos apresentar as conclusões correspondentes aos objetivos da pesquisa. Para isso, construímos um texto composto por parágrafos, sem subtítulos e sem citações. É recomendado que façamos uma síntese dos capítulos relacionando com os objetivos propostos na introdução da monografia.

REFERÊNCIAS

Nessa parte da monografia, devemos ordenar as obras que citamos ao longo do texto. As obras consultadas, mas não citadas no texto da monografia, não compõem as referências.

As referências devem ser dispostas em espaçamento simples, separadas por um espaço simples e padronizadas conforme a NBR 6023. Geralmente é composta por nome do autor, nome da obra, local de publicação, nome da editora e ano de publicação.

Page 72: Manual de Textos Academicos Da Faculdade FAIFA Vivian Bueno Cardoso

142 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 143A MONOGRAFIA

FACULDADE DA IGREJA MINISTÉRIO FAMA – FAIFACURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIAVALQUIRIO FERNANDES BARROS JUNIOR

A RESPONSABILIDADE SOCIAL DA IGREJA PARA COM OS POBRES

GOIÂNIA2012

VALQUIRIO FERNANDES BARROS JUNIOR

A RESPONSABILIDADE SOCIAL DA IGREJA PARA COM OS POBRES

Trabalho de conclusão de curso, apresentado à Faculdade da Igreja Ministério Fama - FAIFA, como requisito final para obtenção do título de bacharel em Teologia, sob a orientação da Profª. Ms. Lázara Divina Coelho.

GOIÂNIA2012

Page 73: Manual de Textos Academicos Da Faculdade FAIFA Vivian Bueno Cardoso

144 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 145A MONOGRAFIA

VALQUIRIO FERNANDES BARROS JUNIOR

A RESPONSABILIDADE SOCIAL DA IGREJA PARA COM OS POBRES

Trabalho de conclusão de curso, apresentado à Faculdade da Igreja Ministério Fama - FAIFA, como requisito final para obtenção do título de bacharel em Teologia, sob a orientação da Profª. Ms. Lázara Divina Coelho.

DATA DE APROVAÇÃO: _____/_____/_____.

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________Orientador

Faculdade da Igreja Ministério Fama

________________________________________Examinador I

Faculdade da Igreja Ministério Fama

________________________________________Examinador II

Faculdade da Igreja Ministério Fama

RESUMO

O tema desse trabalho de final de curso é sobre “A responsabilidade social da igreja para com os pobres” e convida a igreja a repensar biblicamente sua atitude em meio aos conceitos e ações da sociedade pós-moderna. A justificativa é a grande dificuldade que a igreja cristã tem hoje de entender sua responsabilidade e consequentemente sua atitude frente essa terrível situação de ordem econômica. A solução dessa deficiência encontra-se nas Escrituras, que apontam princípios de transformação de pensamento e mudança de atitudes. Dessa forma será feita uma análise sociológica da sociedade atual, uma pesquisa sobre a realidade da igreja cristã atual e uma análise teológica numa perspectiva da Teologia reformada que defende a Bíblia como sendo única regra de fé e prática e que Deus é soberano em todas as esferas. Os resultados dessa investigação apontam para o seguinte: a sociedade atual vive de acordo com seu pensamento característico de sua época, o que faz a igreja cristã querer absorver as mesmas práticas, mas, com uma roupagem evangélica. As Escrituras mostram que Deus, ao dar ao homem responsabilidades no mandato cultural, social e espiritual, o faz para que viva em paz e livre para obedecê-lo. As leis bíblicas, da mesma forma, mostram um Deus zeloso, como quando estabelece o ano do Jubileu que nada mais é que uma forma de impedir que haja injustiça social entre o povo. Dessa forma, a igreja cristã necessita compreender nesses princípios a soberania de Deus, a graça de Deus, a justiça divina e o perdão.

Palavras-chave: Bíblia. Igreja. Responsabilidade Social.

Page 74: Manual de Textos Academicos Da Faculdade FAIFA Vivian Bueno Cardoso

146 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 147A MONOGRAFIA

ABSTRACT

The theme of this work is the final course on “The social responsibility of the church to the poor” and invites the church to rethink its attitude biblically among the concepts and actions of postmodern society. The justification is the great difficulty that the Christian church today has to understand their responsibility and hence their attitude toward this terrible situation of economic order. The solution of such a defect is found in Scripture, pointing principles of transformation of thought and attitude change. Thus there will be a sociological analysis of modern society, a survey on the current reality of the Christian church and an analysis theological perspective of Reformed theology that defends the Bible as the only rule of faith and practice and that God is sovereign in all spheres . The results of this research point to the following: the current society lives according to their thinking characteristic of his time, which makes the Christian church will absorb the same practices, but with an evangelical garb. Scripture shows that God give man the mandate responsibilities in cultural, social and spiritual, makes for living in peace and free to obey him. The biblical laws, likewise, show a jealous God, as it establishes the year of jubilee that is nothing more than a way to prevent that there is social injustice among the people. Thus, the Christian church needs to understand these principles the sovereignty of God, the grace of God, divine justice and forgiveness.

Keywords: Bible. Church. Social Responsibility.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 001 A SITUAÇÃO ATUAL DA SOCIEDADE E IGREJA PÓS-MODERNA 00

1.1 SOCIEDADE 001.2 IGREJA CRISTÃ 00

2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL PARA COM OS POBRES NO ANTIGO TESTAMENTO 00

2.1 MANDATO CULTURAL 00

CONSIDERAÇÕES FINAIS 00REFERÊNCIAS 00

Page 75: Manual de Textos Academicos Da Faculdade FAIFA Vivian Bueno Cardoso

148 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 149A MONOGRAFIA

INTRODUÇÃO

[...]O tema “A responsabilidade social da igreja para com

os pobres” tem como objetivo mostrar que a igreja atual tem aceitado como modo de vida os valores de nossa sociedade pós-moderna, valores que incentivam o individualismo e o consumismo, que é uma forma exagerada de consumir algo e que tem sido colocada no lugar de princípios cristãos como o do amor ao próximo.

A problemática dessa pesquisa é a falta de entendimento por parte dos cristãos de sua responsabilidade social que consequentemente assumem uma atitude de indiferença em relação aos que sofrem por falta de recursos materiais. Dessa forma, a pesquisa será limitada aos cristãos de modo geral e aos pobres, aqueles que não possuem recursos materiais suficientes para uma vida igual aos seus semelhantes.

A pesquisa que se segue trará em seu conteúdo uma análise sociológica da sociedade pós-moderna seguida de provas escriturísticas dos princípios cristãos e propostas à luz da Bíblia que mostra qual é a responsabilidade da igreja cristã frente os menos favorecidos economicamente. [...]

O enfoque proposto nessa monografia é de mostrar que esse comportamento da sociedade é real, e que de forma direta afeta também o comportamento dos crentes que estão inseridos nela. E por isso, devem estar atentos em não copiar as atitudes da geração do “eu mereço”, mas ao contrário disso, olhar para o pobre com os olhos de cristão, ajudando a sair dessa situação miserável. Esse enfoque será demonstrado através de três autores principais: Zygmunt Bauman (1999), John R. W. Sttot (1989) e T. Sine (1999).

Torna-se necessário, portanto, um estudo dos princípios

bíblicos que resgate a responsabilidade social da igreja para com os pobres, a começar do Antigo Testamento nos mandatos ordenados por Deus em Gênesis 1.26 e 2.25. Isso se vê, principalmente, no que diz respeito ao mandato cultural, o qual tem seu enfoque na administração do homem com os recursos do planeta, afetando diretamente o pobre.

Outro conceito relevante ensinado pela Bíblia é o princípio do Jubileu em Levítico 25.8-38, pelo qual Deus libertava o homem e a terra da escravidão. Trata-se de uma lição de como o homem pode, através da obediência a Deus, em suas ações, acabar com a desigualdade social, consequentemente com a pobreza. Tanto o Jubileu como os mandatos revelam um Deus que cuida dos pobres e ordena ao seu povo que faça o mesmo.

Entretanto, é em Jesus Cristo que todas as promessas de libertação da escravidão do homem e da criação se tornam possíveis (Lc 4.16-21). A encarnação de Cristo é o principal motivo para a igreja de Cristo levar as boas novas de salvação sem desvincular-se da responsabilidade social. O apóstolo Paulo ressalta essa união entre o evangelho e a prática social em 2 Coríntios 8 e 9, quando se preocupa com os pobres que viviam em Jerusalém e faz uma coleta na Igreja de Corinto. Paulo se preocupa com os pobres exortando aos irmãos ricos a contribuírem não por obrigação, mas por amor, com esses pobres.

Ao analisar a Escritura como um todo, se faz necessária uma contextualização para a geração pós-moderna. Por isso, o presente trabalho monográfico insere em seu último capítulo as implicações e algumas propostas que visam uma atitude de inconformismo e luta por parte da igreja pela classe pobre do país, levando as boas novas de Cristo juntamente com a ajuda social.

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150 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 151A MONOGRAFIA

1 A SITUAÇÃO ATUAL DA SOCIEDADE E IGREJA PÓS-MODERNA

1.1. SOCIEDADE

O Titanic somos nós, a nossa sociedade triunfalista, cega, autocongratulante, hipócrita, impiedosa com os pobres – uma sociedade em que tudo é previsto, exceto os meios de prever...[T]odos nós supomos que há um iceberg à nossa espera, escondido em algum lugar no futuro nebuloso, contra o qual nos chocaremos para em seguida afundarmos ao som de música. (ATTALI, 1998 apud BAUMAN, 2000, p. 173).

Uma breve leitura no jornal ou uma rápida análise do que se passa na televisão é o bastante para se ter uma noção da direção à qual a sociedade pós-moderna caminha. O próprio nome pós-moderno já indica que a geração “moderna” com suas grandes ideologias coletivas (NOGUEIRA; RUBIN, p. 2005) já não existe, é coisa do passado, e passado é algo que essa geração “pós” faz questão de apagar de sua história, porque para eles o passado, presente e futuro se fundem no aqui e agora. A nova geração anda na direção de “ideais privatizados” (BAUMAN, 1999, p. 113), isto é, individualizadas, criando suas “tribos” que na geração moderna chamava-se “sociedade”. Uma direção que por mais que os grandes sociólogos tentem, o máximo que encontram é a resposta de que depende de cada pessoa, que a propósito, relatividade é característica dessa sociedade “pós”.

A palavra pós-moderna foi criada por Jean François Lyotard em 1979 ao escrever a pedido do governo de Quebec a respeito das sociedades desenvolvidas (LYOTARD, 1988, p. xvii). Pode ser definida como um movimento intelectual e uma visão de mundo que acredita não haver discursos universais, que independe do tempo “O pós-moderno, enquanto condição da cultura nesta era, caracteriza-se exatamente pela incredulidade perante o metadiscurso filosófico-metafísico, com suas

pretensões atemporais e universalizantes. (LYOTARD, 1988, p. xviii). Isso significa que as teorias ou crenças que antes eram aceitas em sua totalidade, como Deus, verdade, conhecimento, etc., agora são aceitas de forma parcelada, cada um escolhe como, quando e em quê deve acreditar; deixa de pertencer à esfera pública (geral) para se adequar ao privado (particular). (BAUMAN, 2000, p. 84-92).

O grande aliado da sociedade pós-moderna é o fenômeno da globalização ou vice versa. A globalização é um fenômeno que se refere a nova ordem da economia mundial (SINE, 2001, p. 24-29).Teve inicio após o final da Segunda Guerra Mundial em 1945, dando início à implantação de uma nova ordem que ficou chamada de “pós-guerra” na Europa (JEZZINI, 1999, p. 123). Com isso, a facilidade das grandes empresas de se moverem se tornou o fator principal da criação das camadas sociais: mas foi no final do século XX, quando terminou a chamada Guerra Fria no ano de 1990 que, pela primeira vez na história, todas as nações do planeta entraram na corrida capitalista em direção ao topo (SINE, 2001, p. 24).

Para o futurólogo Tom Sine (2001, p. 22), a globalização é a principal causa das mudanças na sociedade pós-moderna: “a globalização é uma das principais forças que vem impulsionando as mudanças nesta nossa corrida rumo ao novo século”. Uma dessas mudanças é analisada pelo sociólogo Zygmunt Bauman (1999, p. 20-29), que apresenta uma diferença entre o espaço “próximo” que é algo que interage no dia-a-dia com o espaço “longe” que pouco ou nada se sabe sobre ele. Essa capacidade de se mover se destacou através dos meios de transporte de maneira rápida e radical, como também de forma assustadora do transporte de informação através da rede mundial de computadores, que eliminou a noção de espaço longe-perto. Com isso, Bauman acredita que se permitiu o afastamento dos conflitos, solidariedade, combates e debates, pelo fato dos espaços se tornarem artificiais e não naturais, nacionais e não

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152 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 153A MONOGRAFIA

locais. Com as distâncias não significando mais nada, cria-se uma elite que passa a ter uma liberdade diante dos obstáculos físicos e uma capacidade de se mover e agir à distância, que isola-se na vida privada, retirando-se dos espaços urbanos públicos evitando assim, o contato: conversas, debates, desafios públicos do interesse privado com a comunidade desprivilegiada. Enquanto as elites escolheram de bom grado pagar um alto preço pelo seu isolamento, o resto da população é forçada a pagar um pesado preço cultural, psicológico e político subsistindo em guetos pós-modernos.[...]

1.2. IGREJA CRISTÃ

A velocidade com que o novo sistema econômico avança, torna a realidade das pessoas em uma mudança constante e cada vez mais rápida. Consequentemente, essa realidade reflete na igreja de Cristo, que por sua vez tenta se adaptar nessa geração consumista do mundo globalizado. Um desafio nada fácil, pois a cada dia o tempo das pessoas é mais escasso, por terem que produzir mais para consumir mais de modo que a igreja se torna uma opção secundária. Mudanças como essas trazem consigo a necessidade de reflexão sobre algumas questões antes indiscutíveis e desnecessárias.

Começa-se pelo conceito de igreja que é de fundamental importância para se delimitar quem são ou não, cristãos nessa sociedade “pluralista”. Há vários grupos que possuem uma filosofia de vida parecida com o evangelho de Cristo de tal forma que tornam-se facilmente confundidos, enganando a muitas pessoas e até crentes que apóiam-se sem medir as consequências de tal atitude; e principalmente, nos dias atuais em que se relativizam tudo, até mesmo a fé, identificando todos que dizem ter fé em Deus participantes do mesmo credo. Igreja vem da palavra grega evkklhsia “para fora de” era uma

palavra usada entre os gregos para descrever um corpo de cidadãos“, reunidos com finalidade de discutir os assuntos do estado; já na versão grega do Antigo Testamento, a Septuaginta é usado como sinônimo de “ajuntamento” de todo o povo de Israel; portanto, no Novo Testamento tem o mesmo significado de povo de Deus no Antigo Testamento. A Igreja primitiva tinha consciência de sua realidade como verdadeiro povo de Deus, desfrutando das bênçãos reveladas no antigo Israel (RIDDERBOS, 2004, p. 374).

A igreja, como instituição, passa a existir no Édito de Milão quando Constantino, Imperador romano e seu colega do Oriente, Licínio, concordaram em conceder tolerância aos cristãos e restituir as propriedades que haviam sidas confiscadas. (CLOUSE; PIERARD; YAMAUCHI, 2003, p. 56). Já no século XVI os Reformadores romperam com o conceito católico-romano da igreja, ensinavam que a igreja era infalível e hierárquica contendo um sacerdócio especial que concede salvação por intermédio dos sacramentos. Para Calvino e os teólogos reformados, a igreja era aquela que pregava fielmente a Escritura, administrava corretamente os sacramentos e também a disciplina na igreja.

Aqueles teólogos acreditavam também numa cooperação do Estado-Igreja (BERKHOF, 2001, p. 511-531). A Confissão de Fé de Westminster (http://www.ipb.org.br/portal/arquivospara-download/category/4) afirma que a igreja é “católica ou universal, e invisível, consta do número total dos eleitos que já foram, dos que agora são e dos que ainda serão reunidos em um só corpo sob Cristo sua cabeça; ela é esposa, o corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todas as coisas”. Portanto, uma definição que expressa o que realmente a Escritura quer falar sobre o conceito de igreja é dada por Robinson Cavalcanti:

Igreja, de origem divina e composição humana, é um mistério, um povo e um pacto: una, santa, católica e

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apostólica. Ela não é reino de Deus, mas expressão, vanguarda, antecipação e sinal desse mesmo reino. Criada segundo coração de Deus, dentro da economia da salvação, ela é formada de gente, com suas personalidades, temperamentos e histórias de vida, situada no tempo e no espaço, na cultura e na conjuntura. (CAVALCANTI, 2000, p. 17).

Segundo o que ficou conhecido como Pacto de Lausane em 1974 (RAMOS; CAMARGO; AMORIM, 2009, p. 21)

[...] igreja é a comunidade do povo de Deus e não uma mera instituição. Ela não deve ser identificada com nenhuma cultura em particular ou qualquer sistema social ou político, ou com ideologias humanas.

Sendo assim, quando se fala de igreja deve-se pensar em algo que vai além das limitações impostas pelos homens, dos interesses de determinados grupos, mas transcende qualquer esforço humano de tentar limitá-la por ser de origem divina.

A igreja do século XXI tem vivido uma época cujos conceitos teológicos são deixados de lado e passa a exigir argumentos racionais e buscar “encontros” que propiciam momentos com o sobrenatural. O sentimento de bem estar social substitui a verdade como valor regulador. Isso significa que o risco de “substituir a teologia por terapia” (VEITH, 1999, p. 207) se torna uma tentação maior para públicos tão exigentes dessa sociedade pós-moderna.

O cristão atual segue de forma semelhante o homem ímpio, pós-moderno, com uma diferença, a roupagem evangélica. Com isso, o Cristianismo contemporâneo tem sua própria “tribo”, com suas festas, shows gospel, discotecas, escolas, livrarias, canal de televisão e até boates. Faz da religião, um produto a ser comercializado para consumidores crentes. E assim como o mercado globalizado incentiva o consumo, a igreja também faz seus produtos e incentiva seus seguidores a consumi-los. [...]

2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL PARA COM OS POBRES NO ANTIGO TESTAMENTO

Uma análise da responsabilidade social para com os pobres só é possível à luz da Escritura. As análises feitas que deixem de lado ou em segundo plano aquilo que a palavra de Deus, a Escritura, diz, são meros ensinos humanos sem vida a oferecer. A Escritura é a única resposta para o homem que deseja descobrir a solução de seus anseios e os de sua comunidade. Não se pode encontrar resposta onde não tem; as teorias diversas que partem de uma visão a partir do homem são tentativas vãs de explicar aquilo que o homem jamais conseguirá com seu próprio esforço. Portanto, só quem pode explicar o homem e sua relação com os outros é quem o criou, o único Deus trino criador de todo universo.

O Congresso de Lausanne definiu a responsabilidade social cristã como algo que abrange uma ação social efetiva como também um serviço social permanente (VILELA, 2009, p. 39):

Serviço social seria o trabalho de auxílio ou socorro com o propósito de demonstrar misericórdia e aliviar o sofrimento e as necessidades do próximo. O conceito de ação social estaria ligado à transformação das estruturas sociais e à promoção da justiça, com o propósito de eliminar as causas da pobreza e da opressão. Os consultantes concordaram que essas duas atividades fazem parte da responsabilidade do povo de Deus.

A posição calvinista acredita que os cristãos devem atuar em cada área de sua vida demostrando o poder transformador de Cristo (VILELA, 2009, p. 39):

Na percepção calvinista, os cristãos precisam atuar em cada esfera da vida para manifestar o poder redentor do evangelho. Isso significa promover uma reforma nas artes, na política na família, no esporte, na justiça, na economia, na educação, na ciência, nas comunicações etc.

A fé reformada acredita que a Escritura é a única regra

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de fé e prática para o cristão. Porque ela é inspirada por Deus, inerrante e infalível, produto da ação sobrenatural do Espírito Santo na vida dos autores bíblicos. Sendo ela revelação da vontade e da pessoa de Deus, todo cristão deve viver conforme o que está escrito nela como se lê em Deuteronômio 8.3b: “não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor viverá o homem”. Por isso, a responsabilidade do homem na área social deve ser fruto daquilo que Deus diz na Escritura, e não do que o homem acredita.

A Escritura mostra Deus criando o homem à sua imagem e semelhança, colocando-o no Jardim do Éden, concedendo-lhe responsabilidades. Deus criou o homem para adorá-lo, cuidar e desfrutar da criação. Vê-se, portanto, que os mandatos são princípios divinos para o homem, que mostram quais são suas responsabilidades diante de Deus, necessários para uma perfeita harmonia entre Criador e criatura.

2.1. MANDATO CULTURAL

Em um mundo de tantas diferenças de pensamento, de uma ampla diversidade de religiões e de uma ciência cada vez mais avançada, fica mais difícil defender uma verdade. Para essa geração pós-moderna, a verdade é subjetiva, depende de cada pessoa, como diz John MacArthur Jr. (2000, p. 19): “Tendo desistido de conhecer a verdade objetiva, o pós-modernista se ocupa em lugar disso, com a busca para ‘entender’ o ponto de vista da outra pessoa”. Diante dessa realidade, a busca pela verdade para o cristão, que é a Escritura, deve ser a prioridade nesse século XXI, extraindo a partir dela, as respostas para o anseio e a necessidade dessa geração. Isso só é possível pelo estudo dos fundamentos bíblicos sobre a responsabilidade do homem diante de Deus nessa terra, isto é, através do resgate da teologia bíblica que confronta os fundamentos que dominam a atual sociedade.

A Escritura, em Gênesis 1.26, mostra que Deus, no sexto dia, do pó da terra, criou o homem à sua imagem e semelhança. A palavra hebraica hf,[]n: é um verbo na primeira pessoa do plural qal que significa “façamos”, vem da raiz hf’[, “fazer” (HARRIS; ARCHER; WALTKE, 1998, p. 1180). Esse verbo significa dar forma ao objeto envolvido, trazer à existência o que não estava presente anteriormente; no caso, o homem. É também uma indicação do Deus Trino, o Deus de mistério, um Deus pessoal e complexo que cria todas as coisas (GRONINGER, 2002, p. 31, 32).[...]

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tema abordado neste trabalho é complexo, contudo se faz necessário abordar algumas considerações finais em relação ao tema pesquisado.

Em primeiro lugar, Deus criou o homem para se relacionar consigo, com seu semelhante e com a responsabilidade de cuidar da terra. Criou-o, dando a ele os mandatos espiritual, social e cultural, com o objetivo de o homem glorificá-lo em tudo quanto fizer. Estabelece o ano do Jubileu como uma regra singular a ser cumprida, pois o povo de Deus tinha crescido e vivido como escravo por muito tempo; portanto, precisava de ordens claras quanto à justiça social. Então a nação aprende que não devera oprimir seus irmãos, mas ser justo, assim como Deus fora com eles ao tirá-los da escravidão do Egito.

Em Segundo lugar, Jesus vem cumprir todas as promessas do ano do Jubileu, promessas que se tornam permanentes na vida do homem. Não era uma libertação política, mas espiritual, que libertava o homem de seus pecados, da escravidão do diabo, da carne e do mundo. Ao mesmo tempo em que sua pregação revolucionava os corações das pessoas a ponto de levá-las a amar ao próximo como a si mesmas e fazer das atitudes delas uma demonstração de amor transformadas pela regeneração do Espírito Santo em suas vidas. Dessa forma, a igreja foi instruída por Paulo que deu ênfase na constituição do povo de Deus como igreja, uma comunidade baseada no amor em Jesus Cristo.

Em terceiro lugar, a realidade dos dias de hoje é que a miséria vem aumentando a cada dia com governos injustos e pessoas mais gananciosas, que pensam somente em seus lucros. O homem deixou de ser humano para ser um produto dos interesses econômicos. E é nesse tempo que a igreja está presente; é nesse contexto que ela está inserida para ser luz do mundo e sal da terra, para mostrar que sua presença é algo

planejado por Deus antes da fundação do mundo, sendo agente de transformação levando as boas novas de Cristo.

Diante dessa realidade, a igreja de Deus precisa cumprir todas as ordenanças, dos mandatos e do Jubileu, que só é possível na encarnação de Cristo. Portanto, é preciso viver a encarnação de Cristo para realizar a missão da igreja na terra. Uma encarnação que leve a igreja a se importar com os pobres deste país, não por pena, mas por afeto, como se portou o próprio Cristo.

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160 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 161A MONOGRAFIA

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CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia da Bíblia: Teologia e Filosofia. São Paulo: Candeia, 1991.

[...]

6.4 Apresentação oral da Monografia

Para obter o título de bacharel em Teologia, na FAIFA, é necessário fazer uma apresentação oral da monografia. Para uma boa apresentação é preciso que estejamos atentos para os seguintes apontamentos:

1) O tempo da apresentação é, no máximo, de 20 minu-tos, por isso é recomendável simular e cronometrar anteriormente a apresentação. Isso faz com que nos sintamos mais seguros e evitemos exceder o tempo.

2) É essencial que cheguemos com antecedência à apre-sentação para a organização do espaço e a verificação dos materiais e recursos que serão utilizados, evitan-do, assim, possíveis atrasos e desordem.

3) O texto da apresentação deve ser um resumo do texto da monografia, portanto segue a mesma ordenação do assunto. Devemos incluir a introdução, os tópicos mais relevantes dos capítulos do desenvolvimento, a conclusão e as referências.

4) É importante um texto bem elaborado, pois, ao utili-zarmos os recursos de multimídia, teremos maior facilidade na sua organização e exposição. Na FAIFA, é permitido utilizar o retroprojetor e o data show.

5) Sobre os slides, prefira os modelos mais discretos, sem imagens e animações.

6) Sobre o vestuário, é recomendável que nos vistamos de maneira formal e discreta, optando pelo chamado esporte fino (também conhecido como traje passeio e tenue de ville). As mulheres devem evitar vestidos ou saias muito acima do joelho, decotes e transparências. Os homens devem evitar o traje esportivo: camiseta, bermuda e tênis.

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162 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 163A MONOGRAFIA

7) Durante a exposição, devemos primar pela objetivi-dade, segurança e clareza. É importante utilizarmos uma linguagem formal, evitando as gírias.

6.5 Apresentação física da Monografia

Após a apresentação oral e posterior aprovação, devemos deixar duas cópias da monografia para fins de registro na FAIFA: uma impressa e outra em CD.

A versão impressa deverá ser encadernada e possuir lombada. A lombada, segundo a NBR 12225, da ABNT, é a “parte da capa que reúne as margens internas ou dobras das folhas, sejam elas costuradas, grampeadas, coladas ou mantidas juntas de outra maneira; também chamada de dorso”. A lombada e a capa devem ser de cor azul petróleo e a escrita dourada, constando as seguintes informações: nome da instituição, nome do aluno, título, local e data (ano), com formatação análoga às capas já referidas, conforme o modelo a seguir.

FACULDADE DA IGREJA MINISTÉRIO FAMA

NOME DO ALUNO

TÍTULO

GOIÂNIA2013

ALU

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(A)

2013

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LO: S

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164 MANUAL DE TEXTOS ACADÊMICOS DA FACULDADE FAIFA 165

Após a lombada, devemos inserir a contracapa composta pela folha de aprovação impressa em papel timbrado da FAIFA.

A versão entregue em CD deve constar a monografia na íntegra em documento de Word. A capa do CD, cuja formatação é análoga à da versão impressa, deve ser azul petróleo, a escrita dourada e apresentar as seguintes informações: nome da instituição, nome do curso, título, nome do aluno, local e data (ano), com formatação análoga às capas já referidas, conforme o modelo a seguir.

FACULDADE DA IGREJA MINISTÉRIO FAMABACHARELADO EM TEOLOGIA

TÍTULO

NOME DO ALUNO

GOIÂNIA2013

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