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Feira Nacional do Mirtilo em Sever do Vouga Physalis: Embrulhada por natureza Director: José Luís Araújo | N.º 249 | 15 de Junho de 2015 | Preço 2,00 www.gazetarural.com O s i n c ê n d i o s f l o r e s t a i s n ã o s e c o m b a t e m . P r e v i n e m - s e ! www.fnapf.pt | www.facebook.com/FNAPF

Gazeta Rural nº 249

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A Feira Nacional do Mirtilo, em Sever do Vouga, está em destaque na edição de 15 de Junho da Gazeta Rural, onde destacamos também a produção de Physalis, um fruto que vem “embrulhado por natureza”. Nesta edição referência especial para as Festas do Padroeiro, em S. João da Pesqueira; as Festas no concelho de Nelas; a nova cara da Feira de S. Mateus 2015; o rescaldo das Festas da Cereja e do Festival Nacional do Pão, bem como o peso da floresta na economia nacional. Chamada de atenção para a preocupação dos portugueses com alterações climáticas, para o projecto CARDOP e para o facto do Arroz Carolino do Baixo Mondego que já tem Indicação Geográfica Protegida. Estas e outras notícias para ler nesta edição. Boa leitura.

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Feira Nacional do Mirtiloem Sever do Vouga

Physalis: Embrulhada por natureza

Director: José Luís Araújo | N.º 249 | 15 de Junho de 2015 | Preço 2,00

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Os incêndios f lorestais não se combatem.

Previnem-se!

 

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Sumário

04 Seia celebra a Festa da Transumância e dos Pastores06 Junho é mês de Festa no concelho de Nelas07 Sever do Vouga recebe VIII Feira Nacional do Mirtilo10 “Só mesmo a exportação pode garantir o escoamento da produção de mirtilo”, diz presidente da COAPE 11 AGIM quer promover consumo do mirtilo em Portugal14 Physalis a Baga D’Ouro da medicina 17 Feira de S. Mateus 2015 “com o melhor cartaz de sempre” e cara nova19 Exportação de vinhos produzidos na Beira Interior aumentou em 201420 Oleiros criou Confraria do Cabrito Estonado22 Feira Nacional do Pão foi um êxito enorme

23 Festa da Cereja atraiu cerca de 50 mil visitantes25 Faltaram visitantes na Semana Gastronómica do Cabrito e da Serra do Caramulo27 Exportações da fileira da cortiça cresceram 6 por cento no primeiro trimestre do ano28 Floresta representa 1,2 por cento do PIB e emprega 135 mil pessoas31 Estudo europeu revela graves deficiências da agricultura portuguesa33 Lisagri comemora 30 anos a ‘olhar’ a agricultura nacional36 Arroz Carolino do Baixo Mondego já tem Indicação Geográfica Protegida38 Seminário O mercado de cereais e oleaginosas na campanha 2015

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Pelo terceiro ano consecutivo, Seia assinala, no próximo dia 27 de Junho, a prática da Transumância com os pastores do concelho, proporcionando a oportunidade de acompanhar os pastores e o gado na tradicional subida à serra.

A iniciativa é organizada pela Associação de Desenvolvi-mento Integrado da Rede das Aldeias de Montanha (ADIRAM), em parceria com o Município de Seia e em articulação com os pastores, tem como principal objectivo preservar e dignificar este ofício, ainda tão enraizado na comunidade pastoril do nosso território.

A anteceder a subida à serra, uma semana antes, a 21 de Ju-nho, celebra-se na aldeia da Folgosa da Madalena a Festa dos Pastores, com a romaria das ovelhas à Festa de S. João. Aqui, a partir das 18 horas, os pastores acompanhados dos rebanhos, vindos das várias aldeias, cumprem a tradição, desfilando, à vez, em volta da capela de São João Batista, pedindo ao pa-droeiro um bom ano de pasto e protecção para o gado. Para o efeito, as ovelhas ostentam os maiores e melhores chocalhos e são enfeitadas com “peras e cabeçadas”.

Depois da romaria, no sábado seguinte, a 27 de Junho, junta-se o gado em rebanhos e sobe-se para a montanha em busca de melhores pastos. Acompanhar os pastores na viagem à serra e descobrir uma das mais simbólicas actividades do pastoreio, a transumância, é a proposta para este dia. O gado, aproximadamente 800 a 1000 cabeças, proveniente das ter-ras chãs (Santa Comba, Folgosa, Maceira), concentrar-se-á no largo da câmara, às 07,30 horas, e atravessará a cidade em direcção à Montanha, prosseguindo a sua viagem pelos secu-lares caminhos da transumância, em direcção àquela que é a aldeia dos pastores, o Sabugueiro. Pelo caminho estão prepa-radas degustações gastronómicas, como a típica merenda do Alforge e um almoço com os pastores.

No próximo dia 27 de Junho

Seia celebra a Festa da Transumância e dos Pastores

Lapa dos Dinheiros recebe Festival de comun-hão entre a música e a natureza

A aldeia de Lapa dos Dinheiros, em Seia, recebe, nos dias 26, 27 e 28 de Junho a primeira edição do Festival Músicas do Bos-que, que propõe um encontro com a música e com a natureza. O evento é organizado pela Associação de Desenvolvimento Integrado da Rede de Aldeias de Montanha, com o apoio do Município de Seia e da União das Freguesia de Seia, São Ro-mão e Lapa dos Dinheiros.

A organização anunciou que o festival de música desafia o público a subir à montanha e a "deixar-se levar por uma autên-tica sinfonia de Homem e Natureza, onde não há lugar para os espectáculos comuns". O Festival Músicas do Bosque é apre-sentado como sendo um evento "onde a natureza e a música se encontram". Segundo os promotores, a iniciativa, que acon-tece longe da agitação dos grandes festivais de verão, é uma proposta "para a fruição da música com a natureza exuberante da Serra da Estrela".

A organização "quer lançar um conceito de festival que se assume, claramente, como não sendo um evento de 'massas', mas sim de comunhão perfeita entre a música e a beleza na-tural da montanha". "Apresentar, em ambiente de anfiteatro natural, projectos musicais alternativos e inovadores é a pro-posta para esta primeira edição", acrescentam os promotores.

A organização explica que no cartaz do programa do Festival Músicas do Bosque estão confirmados nomes de grupos musi-cais como Pensão Flor, Mancines, Yanan Dans, Tranglomango e Dorahoag. Durante o evento haverá várias actividades para-lelas podendo os "festivaleiros", por exemplo, participar na su-bida dos rebanhos de ovelhas à Serra da Estrela, na companhia dos pastores que ainda praticam a transumância.

Os participantes podem igualmente assistir a sessões de cinema no bosque, participar em caminhadas e passeios fo-tográficos nos trilhos das Aldeias de Montanha e saborear a gastronomia típica da região. "São estas algumas das propos-tas que fazem deste festival um espectáculo único no país", concluem os promotores.

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Por São João da Pesqueira os dias 23 e 24 de Junho são muita animação. As festas em nome do padroeiro, São João, contam este ano com um programa bastante atractivo, com destaque para a presença da DJ e apre-sentadora de televisão Isabel Figueira na noi-te de 23 de Junho.

O programa contempla várias actividades, com destaque para um desfile de marchas populares. As festas começam no dia 23, pe-las 18,30 horas, com o desfile das marchas na Av. Marquês de Soveral “Infantis/Futuro e Se-niores Concurso”, seguindo-se pelas 19 horas o início das coreografias das marchas, com apresentação de Isabel Figueira no recinto do Anfiteatro Municipal. Depois da actuação da banda Inovação 3, a agora DJ Isabel Figueira vai animar a malta noite dentro.

Para quarta-feira, dia de S. João, estão marcadas as cerimónias religiosas em nome do padroeiro. Pelas 18 horas terá lugar a mis-sa, seguida da procissão em honra de S. João, com as duas associações filarmónicas do concelho e a Fanfarra dos Bombeiros Volun-tários de S. João da Pesqueira.

Mas não só de animação se fazem as Fes-tas em São da Pesqueira. Para aconchegar o estômago dos visitantes, as tasquinhas de São João, junto à Câmara Municipal, mostra-rão o melhor da gastronomia e os vinhos des-te concelho do Alto Douro Vinhateiro.

A sardinha assada, eleita uma das 7 maravilhas gastronómi-cas de Portugal, é um dos pratos principais em cerca de uma centena de restaurantes de Setúbal, no âmbito de um evento gastronómico que se realiza entre 20 de Junho e 5 de Julho.

O Festival da Sardinha, uma das iniciativas ligadas à gas-tronomia com grande tradição na cidade organizadas pela Câmara de Setúbal, é mais um incentivo para a promoção dos produtos regionais e a dinamização da restauração.

Ao longo de quinze dias, 82 restaurantes mostram a razão pela qual a sardinha assada de Setúbal é tão apreciada e pro-põem em alguns casos novas formas de confeccionar e apre-sentar o peixe.

No último dia, 5 de Julho, ao fim da tarde, a Casa da Baia apresenta um live cooking – “Sardinha… by chef Carlos Olivei-ra”, do restaurante Sushizoo. Nesta sessão, com o valor de seis euros, os participantes têm oportunidade de ver de perto as diferentes formas de cozinhar esta espécie de pescado.

Em Setúbal, de 20 de Junho e 5 de Julho

Sardinha assada é o prato principal em Festival Gastronómico

Nos dias 23 e 24 de Junho

Marchas populares animam Festas de S. João na Pesqueira

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“Junho em Festa” é uma iniciativa do Município de Nelas que reúne um vasto programa de actividades que decorrem até 4 de Julho e que levará às ruas desta Vila do Coração do Dão vida, cor, alegria e animação.

O ponto alto das comemorações é a 24 de Junho, Dia do Mu-nicípio, com as celebrações do 95º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Nelas, que inicia com o hastear da Bandeira, seguindo-se um desfile apeado, missa e romagem ao cemitério de Nelas para homenagem aos bombeiros, directores e associados já falecidos. Decorrerá ainda um Desfile Motorizado, por volta das 16 horas, pelas ruas da Vila de Nelas.

Às 16,30 horas, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, o presidente da Câmara, José Borges da Silva vai atribuir a Me-dalha de Bons Serviços a dois colaboradores do Município já aposentados, por se distinguirem exemplarmente no cumpri-mento dos seus deveres, com assiduidade, zelo e dedicação. Pelas 17,30 horas, será atribuído o nome "José Lopes Correia" ao Complexo Desportivo Municipal com descerramento de Placa, em homenagem pelo exercício do cargo de presidente da Câmara e pelos resultados que alcançou.

O último Santo Popular, São Pedro, celebra-se dia 28, pelas 21 horas, com o habitual desfile e dança da Marcha do Cimo do Povo e participação da Marcha do Bairro da Igreja, à qual associa este ano o desfile da Marcha do Bairro Alto de Lisboa. A noite termina com a tradicional sardinhada e caldo verde na sede do Cimo do Povo.

As festas prolongam-se até dia 4 de Julho nas Caldas da Felgueira com um encontro das quatro Marchas Populares do Concelho, Paço e Rossio de Canas de Senhorim, Bairro da Igreja e Cimo de Povo de Nelas, acompanhadas pelas Bandas Filarmónicas do Concelho, Carvalhal Redondo, Santar e Vilar

Seco, numa organização da Associação Recreativa e Cultural das Caldas da Felgueira.

Em mês de Santos Populares, a Marcha do Bairro da Igreja desfilou pelas ruas no passado dia 12, com a participação tam-bém da Marcha do Cimo do Povo, e que culminou num arraial no Largo de Santo António, em Nelas.

No mesmo dia em Canas de Senhorim, iniciou-se o evento “Canas em Movimento”, com o Sarau dos Alunos do Agru-pamento de Escolas de Canas de Senhorim, nas Piscinas da Freguesia, e que se prolonga durante sete dias com variadas actividades.

No dia 23, as Marchas das quatro Associações que celebram os Santos Populares (Bairro da Igreja e Cimo do Povo em Nelas e Paço e Rossio em Canas de Senhorim) desfilam e dançam nas respectivas freguesias, pela noite de São João, que em Nelas termina com um arraial e uma "Sardinhada Solidária", onde não faltará animação musical com o grupo Soma e Segue.

Até dia 4 de Julho

Junho é mês de Festa no concelho de Nelas

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Sever do Vouga vai receber, de 25 e 28 de Junho a VIII Feira Na-cional do Mirtilo. O evento, que terá por palco o Parque Urbano da Vila e espaços adjacentes, irá contar com cerca de uma centena de expositores e espera atrair largas dezenas de milhares de visi-tantes durante os quatro dias.

A Feira vai aliar uma componente lúdica com outra direcciona-da para os profissionais do sector. Assim, o certame vai manter a aposta numa forte componente técnica, onde estarão repre-sentados expositores directamente ligados à fileira do mirtilo, em particular, e à dos pequenos frutos, em geral. Pretende-se que este seja um espaço dedicado aos agentes que operam na área, com particular incidência no mirtilo, onde possam trocar ideias e experiências e ficar a par das mais recentes inovações relaciona-das com esta fileira e estabelecer negócios e contactos.

Outra aposta será a realização de palestras técnicas. Este ano, uma dessas palestras irá contar com a participação de uma co-mitiva de uma associação de produtores de pequenos frutos do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, que irão falar sobre as téc-nicas de produção de mirtilos naquela região do Brasil. A comitiva

De 25 e 28 de Junho no Parque Urbano da Vila

Sever do Vouga recebe VIII Feira Nacional do Mirtiloaproveitará a estadia em Portugal para visitar vários produtores de mirtilos da região e ficarem, assim, a par da realidade portu-guesa.

Estão também previstas outras palestras técnicas durante os quatro dias da Feira. A organização irá ainda manter as visitas abertas ao Campo Experimental de Pequenos Frutos da Agim, situado junto ao recinto da Feira do Mirtilo, bem como as visitas técnicas a pomares de mirtilos na região.

Outras actividades relacionadas com o certame serão a apa-nha do mirtilo, onde o visitante pode pegar numa cesta e ex-perimentar a tarefa de apanhar este fruto, os passeios pela vila em comboio turístico, animação musical, animação infantil e workshops de culinária.

A Feira Nacional do Mirtilo terá, como habitual, espaços dedi-cados às artes e ofícios, à gastronomia, aos viveiristas e aos pro-dutores que vendem o mirtilo em fresco e seus derivados. Des-taque ainda para a transmissão em directo do programa da SIC “Portugal em Festa” durante toda a tarde de domingo, dia 28 de Junho.

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Sever do Vouga vai receber Feira Nacional do Mirtilo, certame que vai ter a visita da ministra da Agricultura no segundo dia do certame. O presidente da Câmara de Sever do Vouga destaca a importância da Feira para a fileira dos pequenos frutos, espelhada no facto de rece-ber dois governantes, pois além da visita de Assunção Cristas, no dia 26 de Junho, o Secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar passará pelo certame no dia de encerramento. António Coutinho revelou que Nuno Vieira de Brito “mostrou muito interes-se” em visitar a Feira.

O autarca, à Gazeta Rural, referiu “a dinâmica” da Fei-ra, esperando que a edição deste ano “seja um rotundo êxito”.

Gazeta Rural (GR): Que haverá de novo na Feira do Mirtilo deste ano?

António Coutinho (AC): Temos um programa bastante completo, variado e esperamos que seja uma feira tão boa ou melhor do que a do ano passado, com muito e bom mirtilo e muita gente.

GR: Sever assumiu-se como a “Capital do Mirtilo”. Como vê a fileira deste fruto?

AC: Acho que pode ser reforçada e que tem futuro. Conti-nuo a dizer que o mirtilo tem futuro em Sever do Vouga, bem como noutros locais. Direi que não é tão bom como o nosso, mas o marroquino também não é igual e vende-se cá.

Hoje, a grande maioria do fruto vai para exportação, mas há uma margem de crescimento com a introdução do mirtilo na alimentação normal do consumidor nacional, o que tem vindo gradualmente a acontecer. Para além disso, hoje já se encontra facilmente mirtilo nos super-mercados.

GR: Uma das apostas da Feira tem sido as sessões de showcooking, com chefs de cozinha, em que a utilização do mirtilo é obrigatória na confecção dos pratos?

AC: Para além das muitas qualidades que tem, nomeadamente como antioxidante, o mirtilo come-ça a ser moda na cozinha. É nisso que aposta-mos também e, para o efeito, trazemos alguns chefs conhecidos, que pro-movam utilizando o fruto na con-fecção dos seus pratos.

GR: Que espectativas tem

para a feira deste ano?AC: São óptimas. Espero que

esteja bom tempo, pois, se assim for, haverá muita gente em Sever

Assunção Cristas e Nuno Vieira de Brito passam por Sever do Vouga

Dois governantes visitam a Feira Nacional do Mirtilo

do Vouga. Este ano, contamos com mais de uma centena de expositores, num espaço que cresceu e com um programa vas-to e atractivo.

Estamos a ultimar o arranjo do prolongamento do parque, que servirá de apoio à Feira. Estamos, também, a criar con-dições que beneficiam a vinda de mais expositores e mais vi-sitantes, nomeadamente estacionamentos. Portanto, temos melhores condições para termos uma feira ainda melhor do que as anteriores.

GR: O Centro Experimental é também um motivo de

interesse? AC: Com certeza que é um motivo adicional de interesse na

Feira. No parque experimental os visitantes apercebem-se do que se faz e como se faz. Destaco também as vistas às quintas e aos campos de produtores fora da vila, o que cria uma grande dinâmica durante a feira.

GR: Sever do Vouga foi pioneira na criação da bol-sa de terras. Em que fase se encontra?

AC: Estamos na fase terminal do anterior quadro comunitá-rio. Tivemos um hiato de tempo entre a aprovação das candi-daturas e a execução das mesmas. Agora, estamos a entrar em velocidade cruzeiro no arranque de execução dessas candida-turas. Das 28 candidaturas, apenas desistiram dois, que rapi-damente foram trocados por outros. A Bolsa de Terras de Sever é um projecto vencedor.

Queria destacar a importância de Sever do Vouga na imple-mentação da bolsa de terras, de tal forma que o Coordenador Nacional estará cá para fazer uma apresentação primária do que é a bolsa de terras nacional e a dinâmica que vai trazer para a produção e para a utilização de campos abandonados

ou de espaços que não eram cultivados.Sever do Vouga deu o exemplo com a sua bolsa e

esta apresentação mostra a importância que teve na dinâmica inicial, porque antecipámo-nos à bolsa nacional e começámos com uma bolsa municipal.

GR: Apesar de Sever do Vouga ser a ‘Capi-tal do Mirtilo”, na verdade estão a aparecer outras culturas na área dos pequenos fru-tos?

AC: Através da Agim, foram feitas can-didaturas, já com algum tempo de

execução, nomeadamente com a criação do cluster dos pequenos frutos e a dinâmica criada nes-ta área. Neste momento temos produções de groselha, frambo-esa, amora e também de physa-lis. Claro que a grande mancha é de mirtilo, mas há muita gente a apostar noutros pequenos fru-tos.

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Por Mangualde começou este ano a grande azáfama da co-lheita de mirtilo. É que o protocolo estabelecido entre a Coo-perativa Agro-pecuária dos Agricultores de Mangualde (CO-APE) e a Euroberry, empresa comercializadora de mirtilo, só permite a colheita do fruto ao terceiro ano de plantação.

O presidente da COAPE diz que “esta primeira experiência está a correr muito bem, com muita fruta e de excelente ca-libre”. Rui Costa, à Gazeta Rural, diz que “só mesmo a expor-tação pode garantir o escoamento da produção de mirtilo”, referindo ser “um mito, exagerado, dizer que o mirtilo não é conhecido pelo consumidor nacional”, defendendo, contudo, uma campanha de promoção de divulgação das qualidades deste fruto.

Gazeta Rural (GR): Qual a realidade da produção de Mirtilo na região de Mangualde e no âmbito da COAPE?

Rui Costa (RC): A realidade no contexto Mangualde/COA-PE é a mesma, porque há poucas plantações no concelho que não estejam ligadas à cooperativa. Temos já cerca de 60 hec-tares de plantações de mirtilos e temos projectos para, a curto prazo, atingir os 75 hectares.

Esta primeira experiência está a correr muito bem. Os nossos campos estão com muita fruta e de excelente calibre. Para além disso, a campanha deste ano começou com preços superiores à anterior, o que nos trás algum conforto, na medida em que o produtor vai ser melhor remunerado que em 2014.

GR: Como tem reagido o mercado nacional? Há quem defenda uma grande campanha de promoção e divulgação do mirtilo, das suas qualidades e o seu uso na culinária, junto do consumidor?

RC: O mercado nacional vale o que vale. Há um mito, que me parece exagerado, quando se diz que o mirtilo não é conhecido pelo público em geral. Garantidamente, não somos o país com menos consumo per capita, pois há países muito mais desenvol-vidos em que o consumo é inferior ao nosso. Embora tenhamos uma grande margem de progressão, que tem que ser garantida com campanhas de marketing e informação junto do consumi-dor, mas sempre partindo do princípio que estamos a falar de um produto de excelente qualidade, que não é de primeira ne-cessidade, mas um complemento ao nosso bem-estar físico.

Quanto ao facto de se dizer que o mercado nacional pode vir a suprir as dificuldades que alguns players tem no escoamento

do seu fruto, parece-me de todo exagerado, na medida em que somos um mercado muito pequeno e mesmo que toda a gente começasse a consumir mirtilo, estaríamos longe das necessida-des de venda que hoje as plantações aportam. Penso que, só mesmo a exportação pode garantir o escoamento da produção. Tudo é necessário, mas não concordo com esse conceito de que aumentando o consumo em Portugal temos o problema resol-vido.

GR: Tem aparecido gente nova a querer projectos na área dos pequenos frutos?

RC: Têm aparecido muitos projectos na área dos pequenos frutos, como mirtilo, amora, framboesa, groselha, morango, fi-sális, entre outros. Penso, que é um sector com um grande cam-po de crescimento. Na Coape somos diariamente ‘cilindrados’, passe a expressão, por jovens que querem implementar projec-tos nas áreas acima descritas, gente que está muito interessada em desenvolver este tipo de plantações.

GR: O próximo quadro comunitário pode ajudar es-ses jovens, especialmente aqueles que estiverem asso-ciados a organizações de produtores?

RC: Sim. Terão algumas majorações interessantes. O PDR2020 não é tão pródigo como o anterior ProDeR, mas des-de que os projectos sejam elaborados de forma consciente e profissional e desde que as pessoas se queiram empenhar na re-alização desses projectos, garantidamente contam com apoios muito substanciais e suficientes para levarem os projectos até ao fim, de uma forma sustentada, sustentável e rentável.

Diz Rui Costa, presidente da COAPE

“Só mesmo a exportação pode garantir o escoamento da produção de mirtilo”

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A AGIM – Associação para os Pequenos Frutos e Inovação Empresarial vai “promover acções” para o aumento do con-sumo de pequenos frutos, nomeadamente de mirtilo, no mer-cado nacional. Para a coordenadora da AGIM, “é importante sensibilizar a população em geral para o consumo do fruto em fresco”. Sandra Santos, à Gazeta Rural, adiantou que o novo PDR2020 está a ter “uma grande afluência”.

Gazeta Rural (GR): Como foi o último ano na Agim? Sandra Santos (SS): Tem corrido muito bem, pois temos

tido desafios constantes. O próximo é a Feira Nacional do Mir-tilo, evento em que estamos bastantes focados.

Estamos a trabalhar a todo o gás, pois temos projectos e clientes novos, para além dos serviços de apoio técnico às candidaturas, que não podemos esquecer, e em que estamos empenhados.

GR: Na área do mirtilo, houve, numa determinada altu-ra, alguma preocupação face ao aumento da produção. Os novos produtores estão consciencializados da ne-cessidade de entender a produção?

SS: Parece-me que sim, pois ultimamente tem havido mais comunicação acerca do que se passou o ano passado sobre o excesso de fruta e os jovens agricultores estão sensibilizados para isso. Tem havido palestras e troca de informação, bem como reuniões com comercializadores para perceber como está o mercado.

Os produtores estão sensibilizados para a necessidade de terem que se reunir para melhor conseguirem comercializar a fruta, bem como exportar. É que, nas candidaturas, há uma majoração para quem estiver inserido numa organização de produtores.

É importante, também, sensibilizar a população em geral para o consumo do fruto. Isso também nos cabe a nós. Um dos nossos projectos, e a Feira do Mirtilo vem nesse seguimento, é promover acções para o consumo do fruto em Portugal.

GR: Conhecimento é a palavra-chave para os produ-tores, mas também para quem comercializa e para quem consome?

SS: O conhecimento é importante, porque quem produz o mirtilo e quem comercializa tem que ter noções de gestão, tem que perceber que isto é um negócio como outro qualquer. É importante saber que antes de começar a produzir tem que saber como escoar o produto. Tem que se fazer um bom plano de negócios, como qualquer outro, e conhecimento dos co-mercializadores. Um preço justo é fundamental para fomentar e incentivar a produção e depois, muito importante também, que o consumidor tenha conhecimento da importância do fru-to e dos seus benefícios para a saúde.

GR: Os comercializadores têm a noção da necessi-

dade de apoiarem os produtores? SS: Acho que têm. Temos tido várias reuniões com comer-

cializadores e eles têm partilhado isso mesmo. Às vezes con-

Diz Sandra Santos, Coordenadora da AGIM

“É preciso promover o consumo de pequenos frutos em Portugal”

seguem melhor, outras nem tanto também por causa do mer-cado externo. É preciso haver uma grande cooperação a nível nacional.

GR: Este ano houve a tal janela de mercado no início da campanha. O tempo ajudou?

SS: Sim. Já temos bastante fruto. A Espanha ainda está a produzir, mas vai durar pouco tempo. Mas, a verdade é que nós também já estamos a produzir bastante fruto e é importante abrir os olhos e ter um plano B. Pensar como escoar a fruta é muito importante.

GR: Quais são os principais mercados do fruto na-cional?

SS: São, para já, a Holanda e Alemanha, mas também o Du-bai. O mercado árabe já começa a ser uma aposta, bem como o Brasil. Nestes casos é preciso gerir bem o transporte e essa é a grande dificuldade. Mas, já se estão a analisar outros merca-dos, para além dos europeus.

GR: O que espera do próximo quadro comunitário PDR2020?

SS: Na Agim estamos a ter uma afluência muito grande. Não é a mesma coisa que o ProDeR, mas acho que incentiva os jo-vens, que estão a acreditar e estão a apostar. Com certeza que vão nascer mais jovens agricultores apoiados neste PDR.

Os jovens agricultores têm uma maior sensibilidade para a busca do conhecimento. Os que vão meter novos projectos já sabem o que vão fazer e eles próprios buscam o conhecimento. Acho que é muito bom haver cada vez mais jovens no sector primário.

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Depois das muitas preocupações do ano passado, a cam-panha de 2015 do mirtilo está a deixar os produtores satisfei-tos. O tempo, apesar das últimas trovoadas, está de feição e o fruto que está a chegar aos centros de recepção é de muito boa qualidade.

Para o presidente da Mirtilusa, “está a ser um ano muito bom”. José Sousa diz que a campanha começou bem, com o preço médio do mirtilo, em relação a 2014, a ser superior em cerca de um euro.

Gazeta Rural (GR): Como está a ser a produção este ano?

José Sousa (JS): Está a ser muito boa, tanto em quan-tidade como em qualidade do fruto, pois o clima assim o tem permitido. Houve umas trovoadas, recentemente, mas não caiu granizo e esperamos que assim continue, para não dani-ficar o fruto, como aconteceu o ano passado em alguns pro-dutores. Este ano está a ser muito bom para o fruto, que tem bom calibre e é resistente. Diria, que é o tempo ideal para o mirtilo.

GR: Em 2014 mostrou-se muito preocupado com o início da campanha. Este ano é diferente?

JS: Não. Este ano continuo preocupado enquanto não chegarmos ao fim da campanha, pois ainda estamos na fase ascendente e não chegámos o pico da mesma. Enquanto isso não acontecer não ando descansado. Só depois de passar o pico da campanha e conseguir preços razoáveis, posso rela-xar um pouco.

GR: Como está o preço, nesta altura, comparativa-mente com o ano passado?

JS: Está muito melhor. O preço está acima da média do que se pagou o ano passado. Se assim se mantiver, poderá andar acima cerca de um euro o quilo em relação ao que foi pago em 2014, o que é óptimo.

GR: O mercado tem absorvido o aumento da pro-

Diz José Sousa, presidente da Mirtilusa

“Está a ser um ano muito bom

para o mirtilo”

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dução que se tem verificado todos os anos?JS: A situação pode ser um pouco complicada. A produção

vai aumentar significativamente, de ano para ano. O que, em meu intender, está a faltar é a promoção do mirtilo, que devia ser mais divulgado. Embora já se faça muito trabalho nessa área, ainda é muito pouco.

Devíamos trabalhar mais com as grandes superfícies. De-veria haver uma entidade, o Governo por exemplo, a desafiar ou a convencer as grandes superfícies, na época do mirtilo nacional, a baixar o preço final, que serviria de incentivo ao consumidor a optar por este fruto.

GR: Consume-se pouco mirtilo em Portugal?JS: Se cada português consumisse anualmente 250 gra-

mas de mirtilo, a actual produção nacional ficava toda no país. Dou-lhe um exemplo. Na Mirtilusa, nesta altura (NR – final da primeira semana de Junho) já recebemos cerca de 40 toneladas de mirtilo, das quais menos de 5% ficaram no país. O resto foi para exportação. Seria bom que andasse nos 50%/50%.

GR: Falta divulgação das qualidades des-te fruto junto do consumidor?

JS: Penso que sim. Deveria ser feito um trabalho mais aprofundado de promoção e incentivo ao consumo de fruto nacional, mas também convencer os comerciantes, aqueles que faz a venda ao público, a baixar o preço.

Ao preço a que o fruto sai do produtor, se vendessem a 10 euros o quilo a margem de lucro rondaria os 100%.

GR: O aumento da produção, que se vai verificar nos próximos anos, pode ser compensado pelo au-mento do consumo em Portugal?

JS: Em meu intender pode. Basta que o consumidor che-gue ao supermercado e veja a cuvete de 125 gramas abaixo de um euro. Pagando por uma cuvete de 125 gramas um euro, o consumidor está a comprar o mirtilo a oito euros o quilo. As empresas que recebem a fruta, e que fazem todo o processo logístico até chegar as grandes superfícies, colocam lá o fru-to na ordem dos cinco euros.

Penso que é esta área que se devia trabalhar, organizan-do a produção e a comercialização, de modo a que o fruto

chegue ao consumidor a um preço mais acessível.

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Pouco conhecida em Portugal, a physalis é uma planta originária da Amazónia e dos Andes e que possui varie-dades cultivadas na América, Europa e Ásia. A Colômbia é o maior produtor mundial de physalis, fruta conhecida por purificar o sangue, fortalecer o sistema imunológico, aliviar dores de garganta e ajudar a diminuir as taxas de colesterol.

Esta foi a opção de Sandra Figueiredo e Carlos Rodri-gues, ela bancária e ele serralheiro, quando decidiram dar um novo rumo à vida e viraram-se para a agricultura e para a produção de physalis. Quando tudo apontava que fossem “mais um produtor de mirtilo”, procuraram algo mais interessante, diferenciador e por um fruto des-tinado a um nicho de mercado que hoje procura coisas diferentes. Assim nasceu a Baga D’Ouro.

Em Presas e Silva Escura, no concelho de Sever do Vouga, têm já uma plantação de quatro mil plantas, num hectare de terreno, mas em vias de aumentarem a área plantada. A primeira fruta da campanha de 2015 vai che-

gar lá para o final do mês de Agosto. Sandra Figueiredo, à Gazeta Rural, diz que “as perspectivas são muito posi-tivas”.

Gazeta Rural (GR): Como surgiu a ideia para produzir physalis?

Sandra Figueiredo (SF): Pela diferenciação e para explo-rarmos um novo nicho de mercado, mais difícil, porque não há linhas de saída do produto. Todavia, conseguimos encontrar escoamento para a nossa produção. É muito mais rentável, do que fazermos o mesmo que os outros produtores da região. Estamos com perspectivas muito positivas.

GR: Fez estudos no terreno para saber da adaptação da planta?

SF: Fizemos um estudo climatológico da zona de Sever e foi-nos indicado que seria das melhores regiões do país para fazermos este tipo de plantação. No resto do país, a maior par-te das plantas morre no inverno. Na nossa plantação, conse-guimos uma taxa de sobrevivência muito grande das plantas que plantámos o ano passado.

Produzida em Sever do Vouga

Physalis ou a “Baga d’Ouro da medicina”

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GR: Também existe uma janela de mercado, como acontece com o mirtilo?

SF: Sim. É uma fruta muito consumida na Holanda, Suíça e Suécia. Os países nórdicos são, em geral, grandes consumido-res de physalis.

GR: E em Portugal?GR: Não há hábito do consumo da physalis. Começa agora

a haver, nomeadamente pessoas diabéticas, para baixar os ní-veis de diabetes. Houve quem conseguisse praticamente parar de injectar insulina, consumindo physalis de forma regular.

Ainda há pouco conhecimento dos benefícios deste fruto para a saúde em geral.

GR: Quando fez a plantação já tinha a questão do escoamento resolvido?

SF: Sim. Já estava praticamente assegurado para a Holan-da. Depois de termos o produto, começamos a fazer contactos com clientes em Portugal e a entregar amostras.

Já conseguimos escoar algum fruto para o nosso país.

GR: Aquilo que muitos dos novos agricultores fazem é começar a produzir e só depois pensam onde colocar o produto e isso tem sido fatal para muitos. No vosso caso, começaram pelo fim?

SF: Temos que começar por saber quem nos escoa o produ-to. Tem que se começar sempre por aí, procurando quem nos escoa a maior parte do fruto e depois encontrar outros clien-tes para continuarmos a crescer, nomeadamente quando, no início da colheita, temos pouco fruto. É que não dá para en-viarmos para o estrangeiro 30 ou 40 quilos, mas também não conseguimos escoar 200 quilos numa semana para Portugal. Portanto temos que ter dois mercados para não estragarmos fruta, nem haver descidas de preços brutais.

GR: A apanha deste fruto também é manual?SF: Sim. Não há máquinas para fazer apanha de physalis.

Depois, é preciso fazer a secagem da campânula e a escolha do fruto. Todas as campânulas têm que ser abertas para ve-rificar se o fruto não tem defeitos, se o calibre está dentro do que é exigido pelo mercado e posteriormente o embalamento. Também, em termos de prazo de conservação, é muito melhor que o mirtilo. Temos um prazo de 20 dias entre a colheita e a colocação do produto no cliente final.

GR: Qual a produção de cada planta e o preço médio deste produto?

SF: A produção média de cada planta, segundo estudos co-lombianos, é de cerca de três quilos. O preço médio de merca-do no cliente final ronda os 12 euros. No produtor anda entre os 6 e os 7 euros.

GR: Se estivesse para iniciar um projecto, não hesita-ria em plantar physalis?

SF: Não. 2014 foi o nosso primeiro ano e foi bom, pois nem

eu nem o Carlos tínhamos conhecimentos de agricultura. Con-seguimos escoar toda a produção. O importador só recebeu elogios da nossa fruta e os clientes já pedem Baga d’Ouro em detrimento da physalis colombiana.

Este ano vamos lançar uma nova embalagem para o mer-cado gourmet com physalis de calibre superior. O responsável pelo nosso logótipo e desenho de etiquetas, José Alves, tem estado a desenvolver uma nova imagem e mais apelativa para este nicho de mercado e que também é produtor de physalis. Entretanto já existem mais alguns entusiastas deste frutos a iniciar projectos.

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dos cabos de iluminação e a renovação da rede de água e es-gotos, bem como a construção de tasquinhas e de um palco permanentes.

Na edição deste ano, o autarca realçou a exposição ao ar livre de uma parte do património arqueológico local, que é uma novidade da feira. Um festival hípico e uma corrida de galgos são outras novas propostas do programa destacadas pela ve-readora Ana Chaves, responsável pelo evento.

A Pimel é inaugurada no dia 26, contando com uma sessão de culinária ao vivo sobre os “sabores do rio”, uma animação teatral e as actuações do Coro da Universidade Sénior do Tor-rão, do grupo musical Jaime Batista & Convidados e do DJ Fresh P. No dia seguinte, além de baptismo equestre, há torneio de futebol, exercício físico e demonstração de zumba e outros estilos de dança logo pela manhã. Um espectáculo de Mickael Carreira, concurso de doçaria, festival hípico, demonstração de karaté e aula de kizomba são outras das iniciativas progra-madas para o dia 27.

José Cid encerra os festejos do último dia da Pimel, que tam-bém oferece corrida de galgos, desfile equestre pelas ruas da cidade e corrida de toiros, com os cavaleiros Rui Salvador, Luís Rouxinol e Miguel Moura e os grupos de forcados amadores de Santarém, que celebram o seu centenário, e de Vila Franca de Xira.

Exposição de gado e de carros antigos, torre de escalada e baptismo de mergulho, insufláveis, espaço de leitura e hora do conto são mais algumas das formas de passar o tempo na Pi-mel.

Música, desporto, cavalos e toiros são alguns dos “argumen-tos” da XXI edição da feira Pimel, que decorre em Alcácer do Sal, entre 26 e 28 deste mês, para promover as potencialidades tu-rísticas, agrícolas e florestais do concelho.

Ligada ao tema “Alcácer do Sal - rio de culturas”, a Feira do Tu-

rismo e Actividades Económicas apresenta, este ano, um pro-grama “fortíssimo”, que representa a “afirmação” deste even-to, cujo propósito é “elevar” o concelho de Alcácer do Sal, no distrito de Setúbal, “no panorama regional”, disse o presidente do município, Vítor Proença.

Nesta edição da Pimel participam cerca de 20 empresas, cerca de 50 expositores e 17 tasquinhas, que, de acordo com o autarca, vão dar a conhecer produtos como os vinhos, o arroz, o pinhão e outras “riquezas” desta zona do litoral alentejano, como a própria paisagem.

Vítor Proença indicou que estão “praticamente concluídas” as obras de renovação do Pavilhão Gracieta Baião, onde de-corre uma parte das actividades do certame, num investimen-to municipal de cerca de 200 mil euros.

A autarquia, referiu, tenciona também avançar com a re-qualificação do espaço exterior, que irá incluir, num projecto superior a um milhão de euros divido em três fases, o calceta-mento da zona envolvente da praça de toiros, o enterramento

Entre os dias 26 e 28 deste mês

Pimel em Alcácer do Sal promove agricultura e floresta

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A 623.ª edição da Feira de S. Mateus, a mais antiga fei-ra franca viva da Península Ibérica, já tem data marcada. Vai decorrer em Viseu de 7 de Agosto a 13 de Setembro. Ao todo, estão confirmados 50 concertos, cerca de 300 expositores e 30 tascas e restaurantes, num espaço que ronda os 50 mil me-tros quadrados, sendo nove mil metros quadrados dedicados às diversões.

Daniela Mercury, Anselmo Ralph, Xutos, Pedro Abrunhosa, Azeitonas, D.A.M.A, José Cid, Tony Carreira e António Zambujo são alguns dos nomes que compõem o cartaz da Feira de S. Mateus 2015. Na primeira apresentação do certame, que de-correu junto à estátua de Viriato, o presidente da Câmara de Viseu, adiantou que a Feira tem um orçamento que ronda os 1,2 milhões de euros, que cresceu 20% em relação ao ano anterior. “Este projecto de revitalização paga-se a si mesmo, sem cus-tos para o município”, referiu o edil viseense.

O autarca acrescentou que "a edição de 2015 consolida o projecto de revitalização deste grande certame histórico e po-pular de Viseu. Um novo 'layout' da Feira, um novo palco, uma nova marca, uma programação mais atractiva para todos os públicos e uma maior reconciliação com a história e a memó-ria prometem surpreender", disse o presidente da Câmara de Viseu.

Um novo 'layout'

Segundo Almeida Henriques, a feira vai apresentar um novo 'layout' e o cartaz mais arrojado de sempre. "Em 2015, a Feira de São Mateus revoluciona o seu 'layout' e apresenta-se mais bonita, mais segura, mais amiga da mobilidade e vai de encon-tro ao imaginário do 'velho picadeiro'. Uma nova avenida - a Avenida do Centro - irá rasgar o campo da Feira, da Porta de Viriato ao novo palco", revelou. Segundo o autarca de Viseu, a mobilidade e a segurança saem também reforçadas, assim como a organização dos expositores e feirantes.

Cartaz musical para todos

Sobre o cartaz da feira, Almeida Henriques garante que apresenta "mais qualidade e diversidade, para todos os pú-blicos. "Será sem dúvida o melhor cartaz dos últimos anos. Nomes como Banda do Mar, Diabo na Cruz, D.A.M.A., Anselmo Ralph, AGIR, Slimmy e KURA farão a reconciliação dos jovens com o grande palco da Feira, mas privilegiamos também con-certos que cruzem gerações, são os casos de Xutos & Ponta-pés e José Cid", informou.

Feira gera 44 ME de negócios

O presidente da Câmara de Viseu disse que a Feira de São Mateus é um certame auto-sustentável, que gera um volume de negócios de 44 milhões de euros. Almeida Henriques refe-riu que o estudo económico encomendado à Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu conseguiu apurar

Afirmou o presidente da Câmara de Viseu

Feira de S. Mateus 2015 “com o melhor cartaz de sempre” e cara nova

que a Feira Franca "gera um volume de negócios directo e indi-recto de pelo menos 44 milhões de euros".

"O estudo económico que realizámos diz-nos ainda que o acréscimo da actividade produtiva do concelho, durante a Feira, é de pelo menos 6,5 milhões de euros. Diz-nos também que se criam mais 200 empregos em Viseu, num total de 1.100 postos no certame", apontou.

“Feirar está-nos no sangue”

“Feirar está-nos no sangue” é o slogan da edição 2015 da Feira de S. Mateus, que tem na segurança uma das apostas de revitalização da feira. "Toda a infra-estrutura eléctrica será enterrada, para evitar acidentes como o que aconteceu em 2014”, revela o autarca.

A entrada na Feira de São Mateus 2015 será gratuita em 70% dos dias da feira. Os ingressos serão de 2,5 e 5 e 7,5 euros, este valor para os dias dos concertos de Anselmo Ralph e Danie-la Mercury. No ano passado, foram registadas 850 mil entra-das.

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Resultados: Medalhas de ouroClasse I Vinhos Tranquilos - Categoria I Vinhos BrancosCasal de Sta Maria – Sauvignon ♦ IG Lisboa ♦ 2014 ♦ Adraga – Explorações Vitivinícolas, LdaConfraria – Arinto & Chardonnay ♦ IG Lisboa ♦ 2014 ♦ Adega Cooperativa de Cadaval, CrlConfraria – Moscatel – Leve – Colheita Selecionada ♦ IG Lisboa ♦ 2014 ♦ Adega Cooperativa de Cadaval, CrlCSL – Viosinho ♦ IG Lisboa ♦ 2014 ♦ Casa Santos Lima – Companhia das Vinhas, S.A.Dory – Reserva ♦IG Lisboa ♦ 2013 ♦ Adega Mãe – Sociedade Agrícola, LdaQuinta das Cerejeiras – Reserva ♦DO Óbidos ♦ 2012 ♦ Companhia Agrícola do Sanguinhal, LdaQuinta de S. Jerónimo – Chardonnay ♦ IG Lisboa ♦ 2014 ♦ Sartal – Sociedade Agrícola de Repovoamento Florestal, LdaQuinta do Gradil – Reserva ♦ IG Lisboa ♦ 2013 ♦ Quinta do Gradil – Socieda-de Vitivinícola, S.A.Quinta do Gradil – Sauvignon Blanc & Arinto ♦ IG Lisboa ♦ 2014 ♦ Quinta do Gradil – Sociedade Vitivinícola, S.A.Solar da Marquesa – Leve ♦ IG Lisboa ♦ 2014 ♦ Carlos Miguel Santos NicolauStanley – Chardonnay ♦ IG Lisboa ♦ 2012 ♦ Fundação Stanley Ho

Categoria III Vinhos TintosCabra Cega ♦IG Lisboa ♦ 2013 ♦ Casa Santos Lima – Companhia das Vinhas, S.A.Dory – Reserva ♦IG Lisboa ♦ 2012 ♦ Adega Mãe – Sociedade Agrícola, LdaEspiga ♦IG Lisboa ♦ 2014 ♦ Casa Santos Lima – Companhia das Vinhas, S.A.Lisbon’s Mustache ♦IG Lisboa ♦ 2013 ♦ Sociedade Agrícola Quinta do Garrido Unipessoal, LdaMar da Palha ♦ IG Lisboa ♦ 2011 ♦ Casa Agrícola das Mimosas, LdaMula Velha - Selection ♦ IG Lisboa ♦ 2014 ♦ Parras Vinhos – Produção e Distribuição, LdaQuinta de S. Jerónimo – Syrah & Touriga Nacional ♦IG Lisboa ♦ 2013 ♦ Sartal – Soc. Agríc. Repovoamento Florestal, LdaQuinta de S. Sebastião – Touriga Nacional – Grande Escolha ♦IG Lisboa ♦ 2012 ♦ Multiwines, LdaQuinta do Gradil – Cabernet Sauvignon & Tinta Roriz ♦ IG Lisboa ♦ 2013 ♦ Quinta do Gradil – Sociedade Vitivinícola, S.A.

Concurso galardoou 34 vinhos e aguardentes

Vinhos de Lisboa atribuem 29 medalhas de ouro

A Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa (CVR Lisboa) divulgou a lista de premiados do Concurso Vinhos de Lisboa 2015, composta por 29 medalhas de ouro e 5 de prata. De um total de 95 agentes económicos com vinhos colocados no mercado em 2014, 35 concorreram ao Concurso.

No universo dos que comercializam acima de 100 mil garra-fas - 21 – foram 16 os participantes na competição (76%), sen-do que, ao todo, foram 119 os vinhos e aguardentes a concurso, dos quais 61 passaram ao júri final.

Após apreciação por um júri internacional especializado, fo-ram premiados com medalha de ouro (88 a 95 pontos numa escala de 0 a 100): 14 vinhos tintos, 11 brancos, 1 espumante, 1 licoroso e 2 aguardentes. Com medalha de prata (83 a 87 pontos numa escala de 0 a 100) foram agraciados 5 vinhos: 2 tintos, 2 brancos e 1 espumante.

“É para nós uma grande satisfação atribuir aos vinhos da re-gião de Lisboa estas merecidas distinções, a profissionais cuja grande motivação é produzir vinhos de grande qualidade com cada vez mais aceitação nos mercados internacionais”, afirma Vasco d’Avillez, presidente da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa (CVR Lisboa).

Recorde-se que o Concurso de Vinhos de Lisboa decorre conforme as normas oficiais do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) e consequentemente segundo as orientações da Orga-nização Internacional do Vinho (OIV).

Quinta Vista ♦IG Lisboa ♦ 2014 ♦ Sociedade Agrícola Quinta do Conde, S.A.Reserva das Côrtes – Reserva ♦IG Lisboa ♦ 2013 ♦ Paço das Cortes – Produ-ção e Comércio de Vinhos, LdaReserva da Família – Reserva ♦IG Lisboa ♦ 2013 ♦ Paço das Cortes – Produ-ção e Comércio de Vinhos, LdaSanguinhal – Syrah & Touriga Nacional ♦ IG Lisboa ♦ 2009 ♦ Companhia Agrícola do Sanguinhal, LdaS. Sebastião ♦ IG Lisboa ♦ 2014 ♦ Multiwines, Lda

Classe II Vinhos EspumantesConfraria – Moscatel - Reserva ♦ Seco ♦ IG Lisboa ♦ 2013 ♦ Adega Coopera-tiva de Cadaval, CrlClasse III Vinhos LicorososCasa Manoel Boullosa ♦ DO Carcavelos ♦ 1991 ♦ Tege – Gestão e Técnica Comercial, LdaClasse IV Aguardente com Denominação de OrigemAdega Cooperativa da Lourinhã ♦ 20.ª Série ♦ DO Lourinhã ♦ Aguardente Velha ♦ XO ♦ Adega Cooperativa da Lourinhã,CrlQuinta do Rol - DO Lourinhã ♦ Aguardente Velha ♦ XO ♦ Sociedade Agrícola Quinta do Rol, Lda

Medalhas de prataClasse I Vinhos Tranquilos - Categoria I Vinhos BrancosQuinta do Pinto – Sauvignon Blanc ♦ IG Lisboa ♦ 2014 ♦ Quinta do Pinto – Sociedade Comercial e Agrícola, LdaVelhos Tempos ♦ DO Alenquer ♦ 2014 ♦ Adega Cooperativa da Carvoeira, Crl

Categoria III Vinhos TintosFonte das Moças ♦ IG Lisboa ♦ 2012 ♦ João Melicias Unipessoal, LdaMula Velha - Reserva ♦ IG Lisboa ♦ 2013 ♦ Parras Vinhos – Produção e Distribuição, Lda

Classe II Vinhos EspumantesScorpio – Arinto - Reserva ♦ Bruto ♦ IG Lisboa ♦ 2012 ♦ Quinta da Barreira – Vitivinicultura e Serviços, S.A.

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O Governo Regional dos Açores estima que dentro de três a quatro anos 350 hectares de vinha na ilha do Pico estejam em produção, disse o presidente do executivo, Vasco Cordeiro. Quando a paisagem da vinha da ilha do Pico foi classificada como património mundial pela Unesco, a agência das Nações Unidas para a educação e cultura, há cerca de dez anos, es-tavam em produção 130 hectares, sublinhou Vasco Cordeiro.

O presidente do Governo Regional falava aos jornalistas em São Mateus, concelho da Madalena, ilha do Pico, durante uma visita a uma área de 32 hectares de antiga vinha que está a ser recuperada pela empresa Azores Wine Company. Vasco Cor-deiro referiu que “o desenvolvimento do potencial vitivinícola” dos Açores é uma aposta deste Governo Regional, por consi-derar que esta área “pode dar um grande contributo” a nível da “criação de emprego e da criação de riqueza” na região.

A exportação de vinho produzido na Beira Interior tem evoluído “de forma positiva” e em 2014 aumen-tou 8,6 por cento em relação ao ano anterior, anunciou a Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI), com sede na Guarda.

“No último ano aumentámos as exportações em cerca de 8,6 por cento. A colocação de vinhos no mercado externo tem evoluído de forma positiva”, disse o técnico da CVRBI Rodolfo Queirós.

O responsável, que falava no arranque do VIII Concurso de Vinhos da Beira Interior, que decorreu no espaço do futuro Museu de Arte Sacra da Guarda, referiu que os vinhos da CVRBI também estão a conquistar novos mercados no estrangeiro, dando o exemplo de países como o Canadá, a Suécia e o Japão. “Estamos a conseguir vender para o Japão, que é, talvez, o mercado mais difícil de entrar”, reconheceu Rodolfo Queirós. O técnico disse ainda que a produção de vinho tem aumentado na re-gião da Beira Interior de ano para ano, tendo sido produzidos cerca de 20 milhões de litros em 2014.

“O vinho deve ser o sector agrícola mais importante da região. As cinco cooperativas têm cerca de sete mil viticultores associados e, depois, temos 40 e tal produtores que dão trabalho directo ou indirecto, mais temporário ou menos temporário, a muita gente”, apontou.

A CVRBI abrange as zonas vitivinícolas de Castelo Rodrigo, Pinhel e Cova da Beira, nos distritos de Guarda e Castelo Branco, onde existem cerca de 50 produtores.

No VIII Concurso de Vinhos da Beira Interior, organizado com a finalidade de promover a qualidade e aumentar a notoriedade dos vinhos da região, participaram 27 produtores com 75 vinhos tintos, brancos, espumantes e frisantes. O júri, composto por enólogos, escanções, membros das câmaras de provadores e representantes de outras comissões vitivinícolas, foi presidido pelo crítico de vinhos Aníbal Coutinho.

Os vinhos premiados serão conhecidos no dia 04 de Julho, durante um jantar de gala, a realizar em Idanha-a-Velha, no distrito de Castelo Branco. O evento foi organizado pela CVRBI com a colaboração da Associação Empresarial da Região da Guarda e da Associação Empresarial da Beira Baixa.

Dentro de três a quatro anos

Açores esperam ter 350 hectares de vinha em produção no Pico

Segundo os dados que referiu, os apoios públicos regionais à recuperação e desenvolvimento de vinha e à “dinamização desta área” duplicaram desde 2012, passando de 500 mil eu-ros nesse ano para mais de um milhão em 2014.

Vasco Cordeiro acrescentou que o projecto da empresa que está a recuperar a área de vinha que visitou é “um exemplo” do que está ser feito no Pico e que passa também por projectar a região para um “patamar de excelência”, usando os “recursos regionais”.

António Maçanita, da Azores Wine Company, disse que o objectivo da empresa é produzir 250 mil garrafas de vinho do Pico por ano e aliar a produção ao enoturismo, por exemplo. Neste momento, produz 13 mil garrafas anuais, que estão a ser vendidas para a Bélgica, Canadá, França e Holanda, para res-taurantes com estrelas Michelin e outro tipo de “público exi-gente, que tem critério”.

Canadá, Suécia e Japão são novos mercados

Exportação de vinhos produzidos na Beira Interior aumentou em 2014

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Foi criada em Oleiros a Confraria do Cabrito Estonado, que tem como objectivo promover este prato típico, a gastronomia e o turismo do concelho. “A criação desta Confraria era uma aspiração das gentes do concelho que tem este prato único em Portugal e que não se come em outro local do país como aqui em Oleiros”, afirmou o presidente da Câmara de Oleiros.

Fernando Marques Jorge revelou que a constituição desta confraria gastronómica tem como objectivo não só a promo-ção do cabrito estonado, mas também o concelho de Oleiros, no distrito de Castelo Branco. “A ideia passa pela promoção do turismo no concelho. Queremos trazer mais gente a Oleiros”, disse o autarca.

Para valorizar a gastronomia local

Oleiros criou Confraria do Cabrito EstonadoA Câmara de Oleiros foi um dos principais impulsionadores

da constituição da Confraria do Cabrito Estonado que, neste momento, conta com a adesão de todos os restaurantes do concelho e mais de duas dezenas de confrades.

Fernando Marques Jorge adiantou ainda que o traje e o logó-tipo da confraria foram criados pela Escola Superior de Artes Aplicadas (ESAT) de Castelo Branco. “O município contactou a ESART para desenhar o traje e para criar um logótipo, ambos já apresentados no acto da assinatura da escritura pública”, referiu.

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A segunda edição da Feira Nacional do Pão, que decorreu em Albergaria-a-Velha, saldou-se por “êxito enorme”. O presi-dente da Câmara de Albergaria destacou o facto de “não haver nenhum evento a nível nacional que consiga juntar 70 varieda-des diferentes de pão de vários pontos do território nacional”, sustentou António Loureiro.

O autarca referiu a “enorme adesão de pessoas” que durante os três dias passaram pelo recinto, “prova evidente de que era um evento desejado e que promove a economia nacional”.

António Loureiro destacou a “melhoria” do espaço, com um “aumento de 800 metros quadrados de área”, mas também “das condições para os expositores, em relação ao ano ante-rior. O autarca de Albergaria-a-Velha prometeu que, no próxi-mo ano, “haverá ainda melhores condições e aumentaremos ainda mais o espaço para termos mais gente nesta exposição”.

O edil referiu que a Feira Nacional do Pão é uma “homena-gem a todos os moleiros que temos no nosso território”, sa-lientando que Albergaria “é o concelho da Europa com mais de 350 moinhos de água e as pessoas não tem essa precessão”.

António Loureiro referiu o esforço da autarquia na recupera-ção dos moinhos, “uma pequena parte já são visitáveis”, diz o autarca, adiantando que “estamos a recuperar outros”. “Hoje já temos um parque de moinhos e um circuito para os visitar”, diz António Loureiro, acrescentando o facto de a autarquia já ter registo a marca de farinha ‘Alva’, que está a passar pelo pro-

António Loureiro ficou muito satisfeito

Feira Nacional do Pão foi um “êxito enorme”cesso de certificação para começar a ser comercializada. “Isto é um reconhecimento para todos os moleiros, para a panifica-ção do nosso concelho, que é extremamente rica, e para todas as pessoas que trabalham neste sector”, referiu o autarca, su-blinhando que esta “é uma forma dos nos diferenciarmos, em termos territoriais, dos outros municípios”. “É a cereja no topo do bolo”, diz o autarca.

Criada a Confraria Gastronómica de Albergaria-a-Velha

A Feira Nacional do Pão serviu de apresentação da Confraria Gastronómica de Albergaria-a-Velha, que teve em Zé Lu Mar-tins o seu grande impulsionador. A novel associação tem por objectivo “divulgar a qualidade da gastronomia de Albergaria, que é muito variada e que vai desde o leitão, ao cabrito e à vitela”, diz Zé Lu Martins, que sublinha a qualidade da restau-ração do concelho, como nota de destaque.

O mentor da Confraria sublinhou a importância desta apos-ta, numa altura em que, diz,

“o turismo gastronómico está cada vez mais na moda e é uma forma de atrair gente a à região”. Zé Lu Martins destacou também a aposta da autarquia de Albergaria na cultura, onde a gastronomia se insere. “Aqui nenhuma proposta fica sem res-posta e, muitas vezes, não é preciso dinheiro”, referiu.

Bolos para todas as festas...

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Cerca de 50 mil visitantes e 100 toneladas de cereja vendidas são os números estimados da edição 2015 da Festa da Cereja, que decorreu durantes três dias em Alcongosta, no concelho do Fundão.

O certame contou com a presença do primeiro-ministro, Pas-sos Coelho, que inaugurou o certame, elogiou a qualidade da ce-reja e fez questão de provar o fruto que os produtores lhe ofere-ceram. Antes, o primeiro-ministro visitou um pomar de cerejeiras e a respectiva colheita do fruto, terminado o dia com a degus-tação de um jantar à base de produtos regionais, confeccionado por conhecidos chefes de cozinha.

Cereja representa mais de 20 milhões de euros por ano na economia local

No concelho do Fundão existem cerca de 300 produtores de que dão emprego directo, durante a época da cereja, a perto de duas mil pessoas, A cereja do Fundão e os produtos criados com este fruto representam mais de 20 milhões de euros por ano na economia local, revelou o presidente da Câmara do Fundão, de-fendendo a necessidade de valorização dos produtores agrícolas.

Paulo Fernandes afirmou que o maior desafio é “dar o máximo de valor aos produtores”, referindo que em 2014 o preço da cereja que lhes foi pago bateu “o recorde absoluto”. “No ano passado, estivemos muito perto de pagar dois euros em média ao produtor por quilo de cereja”, disse o autarca, acrescentando que o tra-balho de promoção deste produto está a potenciar o valor pago para a economia local.

Por ano, o concelho colhe “perto de seis mil toneladas de cere-ja”, o que equivale a mais de 50% da cereja nacional. “A economia da cereja é já muito mais do que vender quilos de cereja”, frisou o autarca, esclarecendo que “vale mais de 20 milhões por ano”. Num concelho com perto de 28 mil pessoas, “é um valor muito significativo”, admitiu o presidente da Câmara do Fundão.

Também o presidente da Junta de Alcongosta destaca a im-portância deste fruto para a freguesia. António Miguel Batista lembrou que “a festa não é apenas da aldeia, mas de todo o con-celho”, destacando o forte impacto económico que o certame tem na economia local. “Os hotéis ficam lotados, os restaurantes

Realizada em Alcongosta, a aldeia do concelho do Fundão

Festa da Cereja atraiu cerca de 50 mil visitantesenchem e as vendas crescem significativamente”. Estimou que ao longo dos três dias, em todo o concelho, sejam comercializadas cerca de 100 toneladas de cereja, 80 das quais no próprio cer-tame. “Só para a festa vendemos 40 mil caixas de dois quilos”, acrescenta António Miguel Batista.

À cereja, que, diz o autarca, “este ano é de grande qualida-de”, juntam-se ainda as centenas e centenas de litros de licor, o artesanato com inspiração na cereja, bem como as mil e uma iguarias à base de cereja. Os licores, as espetadas de cereja e chocolate, o pão e as tripas de cereja têm já lugar cativo numa lista infindável de produtos, a que se junta o cada vez mais fa-moso Pastel de Cereja do Fundão. Em nome da qualidade, nesta edição em Alcongosta foi apenas permitida a venda do “Pastel de Cereja receita original”, tendo sido vendidas cerca de 30 mil unidades.

Com a particularidade de ser dinamizado pelos habitantes da localidade, que transformam os pisos térreos das casas em tas-cas e espaços de exposição, a Festa da Cereja contou com 100 expositores e foi palco do lançamento de novos produtos, no-meadamente do iogurte grego artesanal com cereja do Fundão.

Chefes Michelin participam na Festa da Cereja no Fundão

Conceituados chefs, três dos quais com uma estrela Michelin, participaram este ano na Festa da Cereja. “O desafio dos chefs foi criar pratos com produtos da região, nomeadamente com a nossa cereja”, disse António Miguel Batista. Presentes os chefes Benoit Sinthon, Miguel Laffan, Henrique Sá Pessoa e Vincent Farges, aos quais se juntaram vários milhares de visitantes que passaram pelo certame.

Estão ainda previstas atividades como os “live cookings”, “workshops”, atividades desportivas e a colheita de cerejas nos pomares.

A animação e música também estão garantidas com vários grupos de música tradicional e popular, que vão atuando pelas diferentes ruas da aldeia.

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O presidente da Junta de Ferro considerou que a edição 2015 da Feira da Cereja “ultrapassou as expectativas, apesar do ca-lor infernal que se fez sentir”. Nos três dias do certame, “mais de 12 mil visitantes passaram pelo evento”, estimou Augusto Macedo, revelando a sua satisfação pelo facto de “ter havido muitas excursões para visitar a Feira, mas também o Centro In-terpretativo da Cereja”.

Para além de produtores de cereja, a Feira é aproveitada para promover outros produtos da terra, tendo estado presen-tes outros produtores da região, nomeadamente de queijos e de pão. Tal como já havia acontecido em 2014, a ruas desta freguesia do concelho da Covilhã, foram ficaram decoradas, com muita animação, diferente em cada rua ou canto. Enquan-to isso, nas tasquinhas podia-se degustar a gastronomia local, que no evento teve a cereja como ingrediente principal.

Face ao sucesso alcançado, a Feira da Cereja é um evento para continuar a crescer, de forma a promover os produtos da freguesia de Ferro.

A Feira Nacional de Agricultura bateu este ano o recorde do número de expositores e a organização estima que tenha mo-vimentado dezenas de milhões de euros, apesar de o público ter diminuído em cerca de 20 mil pessoas.

A 52.ª Feira Nacional da Agricultura, que decorreu em San-tarém, “foi a maior de sempre em termos de ocupação”, afir-mou Luis Mira, secretário-geral da Confederação dos Agricul-tores de Portugal (CAP), no balanço do certame que ao longo de nove dias promoveu o sector agrícola português e que de-verá ter gerado “dezenas de milhões de euros de volume de negócios”.

Com um orçamento de um milhão de euros, a feira contou com a presença de 710 expositores quando no ano passado não chegou aos 700, afirmando-se como “a grande montra” do sector que hoje “utiliza tecnologia de ponta, drones, com-putadores e internet e não o burro, o arado e a enxada”, expli-cou o mesmo responsável.

Exemplo dessa evolução foi, segundo Luis Mira, “a demons-tração clara da dimensão e interesse” do ciclo de conferências “Conversas de Agricultura”, com a realização de 33 debates sobre o sector, organizados por 35 entidades e a que assisti-ram seis mil pessoas.

O interesse em torno da feira revelou-se ainda, segundo o secretário-geral da CAP, “ao nível dos concursos nacionais” que decorreram entre Dezembro e Maio, resultando numa selecção dos melhores produtos nacionais que estiveram ex-postos, nos últimos nove dias no salão “Prazer de Provar” e no

Revelou o presidente da Junta de Ferro

Feira Agrícola e da Cereja “ultrapassou as expectativas”

Menos 20 mil visitantes no certame

Feira Nacional de Agricultura bateu recorde de expositores

espaço “Portugal sou eu”, onde as provas de cozinha ao vivo contabilizaram este ano 77 acções.

O evento apostou este ano numa melhoria das condições de “bem-estar animal” que se reflectiram na climatização da área de exposição de animais, onde estiveram 557 exemplares em permanência e de passagem outros 446, entre touros, vacas, cabrestos, cães e outros.

Idêntico esforço foi realizado na melhoria das condições de visitação, com a criação de áreas de sombra e de aspersão para refrescar o público que, reconheceu o mesmo responsá-vel, “deverá ter registado um decréscimo de cerca de 20 mil a 25 mil pessoas”, relativamente às 203 mil entradas contabili-zadas o ano passado.

Número que fizeram desta edição “a terceira melhor de sem-pre” em termos de público, mas ficou aquém das expectativas da organização, que não atingiu “o objectivo de não ter ne-nhum dia abaixo dos 10 mil visitantes”.

Largadas de touros, desfiles, provas de campinos, activida-des equestres, demonstrações de escolas de toureio, treino de forcados, provas de velocidade, perícia e condução de ca-brestos, a par com um programa de espectáculos diário foram algumas das atracções a concorrer para a adesão do públi-co, que este ano teve que pagar mais pelas entradas, as quais aumentaram de seis para sete euros. “Durante quatro anos suportámos o aumento dos impostos sem o reflectir no preço dos bilhetes, mas, sendo esta uma organização que não recebe fundos públicos tem que ser sustentável”, explicou Luis Mira.

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Apesar da aposta na promoção do evento, a IX Semana Gastronómica do Cabrito e da Serra do Caramulo ficou aquém das expectativas. “Correu bem, mas esperávamos mais visi-tantes”, afirmou António Dias, da Confraria Gastronómico do Cabrito e da Serra do Caramulo, que juntamente com a Junta de Freguesia do Guardão or-ganizaram o evento.

“Em comparação ao ano anterior fi-cámos um pouco abaixo das expec-tativas, mas dentro do que era es-pectável”, r e f e r i u , a d i a n t a n d o que o encerra-mento do Hotel do Caramulo, que poderá reabrir em breve, foi a prin-cipal razão para a falta de vi-sitantes.

“A falta de oferta hoteleira é uma das lacunas do Caramulo”, aponta António Dias, destacando que o hotel “era uma unidade de referência também em ter-mos de restauração, para além de ser um parceiro do evento”.

Ainda assim, António Dias sustenta a importância do evento

A Quinta Holminhos, produtor de vinho em Sei-xo de Manhoses, no concelho de Vila Flor, inau-gurou no início deste mês uma WineHouse. O projecto, co-financiado no âmbito do PRODER, destaca a importância da vinha e todo o proces-so de produção dos vinhos Holminhos, que serão, certamente, uma referência neste novo espaço no concelho de Vila Flor.

Atendendo às necessidades da empresa e do concelho onde estão inseridos, a Quinta de Hol-minhos apresenta, em paralelo, uma Winehouse, um espaço que integra degustação de vinhos, azeites e outros produtos da terra, para além de uma sala de formação com acesso à adega, aliando a vertente da tradição à cultura. Segun-do o administrador, Vítor Teixeira, esta é também uma aposta no turismo rural, que pretende ainda dinamizar o município de Vila Flor.

Durante o fim-de-semana gastronómico

Faltaram visitantes no Caramulona promoção da gastronomia e da Serra do Caramulo, no-meadamente o cabrito, o rei do fim-de-semana, que depois se estende ao longo do ano. “Promovemos o Cabrito da Ser-ra do Caramulo, mas temos também uma restauração atenta

que sabe tirar partido desse produto, servindo--o ao longo do ano”.

Um dos pontos alto do evento foi um seminário em torno da

produção de cabri-to, que António Dias esperava “fosse mais co n co r r i d o”. Ainda assim e s t i v e r a m p r e s e n t e s

mais de duas dezenas de pesso-

as, na sua maioria di-recta e indirectamente

ligados à actividade. “São potenciais jovens

agricultores, que podem vir a produzir este produto”, refere Antó-

nio Dias, que destacou a qualidade dos pa-lestrantes que deram excelentes dicas aos presentes,

nomeadamente quanto aos apoios do quadro comunitário de Portugal 2020 que, refere, “é generoso para este tipo ac-tividades”.

No concelho de Vila Flor

Quinta Holminhos abriu Wine House

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A ministra da Agricultura disse que as exportações da fileira da cortiça cresceram quase 6% no primeiro trimestre de 2015 relativamente a 2014, ano em que o sector exportou 846 mi-lhões de euros.

Assunção Cristas esteve em Coruche na Feira Internacional da Cortiça (FICOR), que decorreu sob o tema “Montado e Lezíria – a sua importância para a conservação dos solos”, associando-se ao Ano Internacional dos Solos, depois de ter feito uma visita ao montado, onde assistiu ao início da campanha de descorti-çamento.

A ministra realçou o facto de esta ser “das poucas áreas em que Portugal é ‘número 1’ a nível do mundo”, tanto na produção de cortiça como na exportação, havendo ainda uma empresa no ‘top 100’ das empresas florestais a nível mundial.

Assunção Cristas destacou o contributo do sector para a criação de postos de trabalho e no desenvolvimento e inova-ção, apontando o exemplo da máquina de tirar cortiça que viu em funcionamento. Referindo a investigação em curso nesta área, tanto para resolver problemas fitossanitários como para

Números adiantados por Assunção Cristas

Exportações da fileira da cortiça cresceram 6% no primeiro trimestre do ano

melhorar a produtividade, a ministra disse que, a partir de Junho, estarão abertas candidaturas a medidas de apoio nesta área, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural PDR 2020.

Assunção Cristas apontou os 82 milhões de euros contrata-dos para investimento no sobreiro no anterior Proder e disse esperar que esse valor seja superior no PDR 2020. Além dos apoios para investimentos na arborização, prevenção e limpeza das florestas contra incêndios, pela primeira vez, haverá pos-sibilidade de financiamento para serviços de aconselhamento florestal e também para a criação de organizações comerciais de produtores florestais, afirmou.

A ministra anunciou ainda que a cortiça será elegível em ac-ções financiadas por fundos europeus para informação e pro-moção de produtos agrícolas. Por outro lado, disse esperar ter concluído em breve o regulamento que permitirá introduzir a indicação nos rótulos das garrafas de vinho de que são rolhadas com cortiça, uma iniciativa que não será obrigatória, mas que considerou ser mais uma forma de valorizar os produtos nacio-nais.

Assunção Cristas assistiu ainda à abertura da sexta edição da plataforma de transacção da cortiça, fazendo a entrega dos prémios que distinguem a melhor cortiça transaccionada nesta ‘bolsa da cortiça’ desde a sua primeira edição em 2010.

Consigo levou um “farnel com os sabores do montado” e uma mala de cortiça que lhe foram oferecidos pelo presidente da Câmara de Coruche, juntamente com um dossier que procura sensibilizar o Governo para a urgência da reabilitação da ponte de Santa Justa, travessia “fundamental para o escoamento dos produtos do vale do Sorraia”.

Francisco Oliveira pediu ainda solução para “outra condicio-nante para o desenvolvimento do concelho”, a necessidade de uma nova travessia que acabe com a dificuldade que representa a passagem pelas sete pontes que separam a vila da zona indus-trial e do acesso a Lisboa e ao Alentejo. Uma situação que, disse, se agravará em 2017 quando a DAI voltar a produzir açúcar a partir de beterraba, devido ao aumento do tráfego pesado que isso representará.

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Este ano a Feira Nacional da Agricultura elegeu como tema central a floresta portuguesa. No decurso deste certame foram realizados três seminários de temática florestal, dos quais gosta-ria de destacar o seminário organizado pela CAP intitulado “Di-nâmica da ocupação florestal do território – Economia e Regula-ção”, que tive a oportunidade de assistir.

Nesse seminário foi possível conhecer, com maior detalhe, as dinâmicas da evolução recente do coberto florestal em Portugal e que confirmam que a floresta portuguesa tem grande dinamis-mo, determinado por três factores principais: as opções dos pro-prietários florestais na procura da maior rentabilidade dos seus activos florestais, o risco de perda dos investimentos decorrente dos incêndios florestais e da incidência de pragas e doenças e a disponibilidade de fundos de apoio comunitário.

Da conjugação destes três factores, resulta o declínio do pinhal bravo, o aumento da área ocupada pelas plantações de eucalipto e pelo pinhal manso, a estabilização da área de sobreiro e a re-gressão da área de montado de azinho.

De fato, o último inventário florestal nacional de 2010 aponta o eucalipto como a principal espécie no coberto florestal nacional, com uma área superior a 800 mil hectares e que resultam de um continuado aumento das plantações de eucalipto, motivado pela crescente rentabilidade económica do material lenhoso e que beneficia do aumento da procura de matéria-prima por parte da indústria da pasta e do papel, nomeadamente da entrada em fun-cionamento da nova fábrica de papel do Grupo Portucel-Sopor-cel em 2009. De acordo com a informação produzida pelo INE, o preço da madeira para triturar tem vindo a registar um aumento de valor desde 2004 (apenas interrompido pela crise internacio-nal de 2008/2010) e em 2012 estava cifrado em 55 ♦/ton à porta da fábrica.

O menor risco de perda do investimento realizado, devido ao ciclo produtivo de curta rotação desta essência florestal, é um outro aspecto que pesa na hora da realização do investimento e que explica, em parte, a reconversão operada em 70.000 hecta-res de povoamentos de pinheiro bravo entre 1995 e 2010. Aliás, com frequência, após os incêndios florestais observa-se a substi-tuição do pinhal pelo eucaliptal.

Já o pinhal bravo prossegue num processo de regressão acen-tuada, ocupando actualmente cerca de metade da área que de-tinha nos idos dos anos 80 do século passado. Ou seja, no perí-odo de apenas 30 anos, o pinheiro bravo terá perdido cerca de 600 mil hectares. Nos últimos 15 anos registou-se uma taxa de decréscimo de 17.600 hectares/ano, em parte na reconversão para plantações de eucalipto, mas sobretudo de áreas que foram simplesmente abandonadas em resultado de incêndios florestais recorrentes, da incidência de problemas fitossanitários e da perda de rentabilidade da madeira de pinho e hoje não passam de ma-torral de reduzido valor económico.

Por outro lado, o pinhal manso e o montado de sobro têm sido os principais beneficiários dos fundos comunitários disponíveis para o apoio à arborização, nomeadamente para a florestação de terras agrícolas no sul do Pais. E, se no caso do pinheiro manso, após uma florestação massiva de solos esqueléticos do vale do Guadiana, actualmente, assiste-se a uma nova lógica de arbori-zação, localizada em terrenos de maior potencial produtivo, com o objecto da obtenção de fruto – na ultima campanha, um kilo de

Floresta - Economia e Futuropinhas chegou a valer 1,5 euros.

O montado de azinho manteve o declínio, que tal como o pi-nheiro bravo tem associado a perda da rentabilidade dos pro-dutos que lhe estavam associados a que se soma o continuado processo de desertificação do interior e a mortalidade associada aos processo de declínio.

Em suma, apesar da redução de 350 mil hectares da área flo-restal registada entre 1995 e 2010, a floresta portuguesa prosse-gue o processo dinâmico que tem caracterizado os últimos 100 anos. A Estratégia Nacional para as Florestas estabeleceu como meta 3.500 mil hectares de floresta em 2020, ou seja, repor a área existente em 1995. Parece ser uma meta pouco ambiciosa, mas quando se constata que na vigência do ProDeR apenas fo-ram contabilizados 16.500 ha de novas arborizações, percebe-se que o interesse no investimento na floresta está a diminuir.

Portanto, quando nos encontramos no início de um novo ciclo de programação comunitário, importa questionar se as medidas florestais inscritas no PDR 2020 irão dinamizar o investimento no setor florestal. Foi essa questão que coloquei ao painel de orado-res que representavam três das quatro principais federações de produtores florestais no referido debate e a resposta não se fez esperar: existem reservas sérias quanto à atractividade das me-didas florestais.

Assim, para além do atraso que se regista na regulamentação das medidas, que registam um já atraso de três meses face às pre-visões apontadas pelo Ministério da Agricultura em Novembro. A programação publicitada pelo Ministério da Agricultura aponta para que a regulamentação ocorra no segundo semestre deste ano e num quadro de incerteza quanto ao teor dos apoios para a gestão florestal.

Esta preocupação é também veiculada pela ANEFA num comu-nicado recentemente difundido. A ANEFA renova as preocupa-ções que recorrentemente tem vindo a apresentar ao Ministério da Agricultura sobre o ma funcionamento da linha de apoio ao floresta (neste caso, invoca que um ano volvido, as candidaturas apresentadas a coberto do regime de transição ainda não come-çaram sequer a ser analisadas e nem sabem dizer aos investido-res quando irão começar a ser aprovadas…) e que, mais uma vez demonstra que o slogan “Portugal pela Floresta” não passa disso mesmo de um mero slogan da máquina de marketing da Ministra Assunção Cristas.

O cenário que se afigura é pessimista e o atraso no processo de regulamentação das medidas florestais do PDR 2020 confir-mam que o sector florestal é o “elo mais fraco” do Ministério da Agricultura, quando deveria estar no topo da agenda política go-vernamental.

O sector florestal nacional tem agentes capazes para afirmar a floresta como um sector estratégico para alavancar o cresci-mento económico e como um pilar central da coesão ambiental e territorial do Pais. Mas, para concretizar esse desígnio continua a faltar determinação política no Governo para concretizar, no ter-reno, a política florestal que o pais necessita e que, aliada a uma visão ambiciosa de futuro, permita criar bases sólidas de confian-ça para atrair o investimento privado necessário para dinamizar o sector florestal.

Miguel Galante Engenheiro Florestal

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A floresta, sector que esteve em destaque na Feira Nacio-nal da Agricultura, representa 1,2 por cento do Produto Interno Bruto Nacional e 9% das exportações de bens, empregando directamente mais de 135 mil pessoas.

A importância económica, social e ambiental da floresta portuguesa, que ocupa 3,15 milhões de hectares de terreno, correspondentes a 35 por cento do território nacional, este-ve patente numa área de 600 metros quadrados que a Asso-ciação para a Competitividade da Indústria da Fileira Florestal (AIFF) ocupou no certame no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém.

João Ferreira do Amaral, presidente da AIFF, realçou o “forte contributo” do sector para o país “por ser um grande expor-tador de bens transaccionáveis e pela grande competitividade e liderança das indústrias da fileira florestal”. “O Valor Acres-centado Bruto do sector representa 1,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) Nacional. Tratando-se de uma actividade que usa matéria-prima proveniente da floresta portuguesa, o Valor Acrescentado Nacional representa mais de 70 por cento do Valor Acrescentado Total”, disse.

Floresta representa 1,2 por cento do PIB e emprega 135 mil pessoas

Ferreira do Amaral salientou o facto de a balança comercial florestal apresentar, historicamente, um saldo positivo cres-cente, tendo, em 2013, sido de 2.474 milhões de euros, repre-sentando 9 por cento do total das exportações nacionais de bens e 3 por cento do total das importações nacionais de bens. “As exportações, que representam sensivelmente o dobro das importações, têm aumentado de forma significativa para todo o mundo, mas sobretudo para países fora da União Europeia (UE)”, afirmou. “Também ao nível social, a fileira florestal re-presenta um forte contributo para o país, nomeadamente na criação de emprego em zonas mais desfavorecidas, contri-buindo para a fixação das populações nesses territórios”, su-blinhou.

Segundo o presidente da AIFF, estima-se que o sector flo-restal empregue directamente mais de 135 mil pessoas, dados do Eurostat, 2010, envolvendo mais de 400 mil proprietários, representando a fileira industrial florestal 12% do número total de pessoas ao serviço nas empresas das indústrias transfor-madoras e 2% do total de pessoas ao serviço das empresas em Portugal.

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Para Ferreira do Amaral, o sector tem ainda potencial de crescimento, podendo contribuir para o proces-so de reindustrialização do país, que classificou de “estratégico”. Os produtos com maior impacto económico, e com peso relevan-te nas exportações, são os que provém das principais espécies da floresta portuguesa, o euca-lipto, o pinheiro e o sobreiro, ou seja, a pasta e papel, a cortiça, e os painéis de madeira, que, subli-nhou, apresentam elevado valor acrescentado. “Estamos cientes da importância económica des-tes produtos e, por isso, estamos a trabalhar para valorizá-los e au-mentar a sua presença no mercado externo”, adiantou.

Para a importância económica do sector contribuem igualmente outros bens e produtos, como a resina, o mel, os frutos, as plantas aromáticas e medi-cinais, os cogumelos e a produção forra-geira, bem como a caça e outros usos recre-ativos dos espaços florestais, disse.

Ferreira do Amaral destacou ainda o contri-buto da investigação e da inovação para o au-mento da competitividade do sector, sublinhando que a evolução registada na última década faz com que existam actualmente em Portugal alguns dos líderes euro-peus e mundiais nos segmentos onde actuam. Como exemplo, apontou as iniciativas em inovação da fileira florestal, que re-presentaram 5,8% do número total de projectos e 10,8% do vo-lume total de investimento aprovados no âmbito do Sistema de Incentivos à Inovação do QREN, bem como os 2,4% do total de projectos e 2,7% do total de investimento aprovados ao abrigo do programa de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico.

Área florestal diminuiu nas últimas décadas em Portugal

A área florestal tem vindo a diminuir nas últimas décadas em Portugal, a favor do aumento de áreas de mato e impro-dutivas. Quem o garante é o presidente da Associação para a Competitividade da Indústria da Fileira Florestal (AIFF). “Esta situação demonstra o crescente abandono do território que se tem verificado e tem tido impacto na redução do potencial de crescimento do sector”, situação que “reforça a importância de aumentar a produtividade das áreas já existentes”, disse João Ferreira do Amaral.

A floresta portuguesa ocupava em 2010 cerca de 3,15 mi-lhões de hectares, representando 35% do território continental (de acordo com os resultados preliminares do sexto Inventário Florestal Nacional), existindo capacidade e sendo “relevante aumentar a área florestal nacional”, afirmou.

Segundo os últimos dados recolhidos pela AIFF, as principais espécies florestais em Portugal Continental são o eucalipto (25,8%), o sobreiro (23,4%) e o pinheiro bravo (22,7%), que re-presentam cerca de 72% das áreas florestais existentes.

Ferreira do Amaral sublinhou o contributo da floresta na mi-tigação dos efeitos das alterações climáticas, na melhoria da qualidade da água, na conservação dos solos, dos habitats e da biodiversidade, entre outros. A floresta portuguesa tem sido, re-

gra g e ra l , um sumi-douro de carbono, com excepção de dois anos em que foi um emissor líquido, em 2003 e 2005, devido à elevada área ardida e ao uso de material queimado pela indústria, afirmou.

“Não podemos deixar de referir que a utilização de produtos de base florestal, como aqueles que saem das nossas indús-trias todos os dias, e que vão desde as rolhas ao papel, pas-sando pelos pavimentos ao mobiliário, são uma das melhores formas de garantir que o carbono fica em ‘stock’ e não é nova-mente lançado para a atmosfera”, realçou Ferreira do Amaral.

A AIFF é a entidade dinamizadora do Polo de Competitivi-dade e Tecnologia das Indústrias de Base Florestal, criado em 2009, e representa os três principais subsectores industriais tradicionais (as indústrias da cortiça, da madeira e a da pasta e papel), reunindo empresas, associações empresariais e de produtores e entidades dos sistemas científico e tecnológico e de educação e formação.

“A AIFF norteia a sua actividade segundo dois princípios: o princípio da harmonia e equilíbrio entre as três espécies flo-restais, ou seja o sobreiro, o pinheiro bravo e o eucalipto, e o princípio da exploração sustentável da floresta, nas dimensões económica social e ambiental», realçou. Para Ferreira do Ama-ral, “importa promover uma visão holista e realista da floresta como bem colectivo e gerador de riqueza”.

O projecto da AIFF Certifica+, que tem por objectivo elevar a área florestal com gestão certificada dos atuais 10% para 50% até 2018, é um dos temas que esteve em destaque na área ex-positiva da associação durante a Feira Nacional da Agricultura 2015.

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PROGRAMA10h • concentração na casa da Vigilância Florestal, na aldeia de Cabreiros;

• pequena pausa para conhecer a aldeia, partida de carro até aos Viveiros da Granja onde se encontra o trilho de 3km até à aldeia da Ameixieira; • pausa para almoço piquenique, num prado com cober-to florestal e uma nascente de água cristalina;

• apresentação do projecto Semear Vida na Serra da Freita – onde se inclui o programa de vigilância florestal – pelo Movimento Terra Queimada – MTQ;

• apresentação, por Eduardo Oliveira, Presidente da Associação de Compartes do Baldio da Ameixieira, do seu ambicioso projeto para este baldio em parceria com o MTQ;

• apresentação da associação de conservação da natureza MONTIS por Henrique Pereira dos Santos;

• pequeno percurso até aos velhos moinhos da Ameixiei-ra que funcionavam com a força da correnteza do rio Urtigosa, que nasce no planalto da Freita e desagua no rio Paiva e onde vivem lontras, salamandras e trutas. Iremos ouvir o cuco, os gaios e melros de água e deli-ciar-nos na frescura dos freixos e dos velhos carvalhos centenários;

18h • regresso aos Viveiros da Granja.

inscrições obrigatórias (para o seguro) através do link:http://goo.gl/forms/CDJscTHiYK

conhecer e protegera Serra da Freita

5 de julho 2015 – 10hAldeia de Cabreiros

MTQMovimento Terra Queimada

MONTISAssociação de Conservação da Natureza

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Num tempo em que os agricultores em toda a europa enfren-tam grandes mudanças determinadas pela pressão dos merca-dos, a agricultura portuguesa continua a registar sérias defici-ências em muitos domínios, como aponta o mais recente estudo financiado pela Comissão Europeia que tem a participação de investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

Liderado pela Universidade alemã de Hohenheim, neste estu-do, conhecido por PRO AKIS, uma equipa da UTAD é responsá-vel pelo inventário dos Sistemas de Conhecimento e Informação para a Agricultura (AKIS) em Portugal, Espanha, Chipre, Grécia, Itália e Malta. Esta equipa, dirigida pela docente e investigadora Lívia Madureira, coordenou os 12 casos estudo que observaram em detalhe fluxos de conhecimento na agricultura e o papel dos sistemas de aconselhamento em vários países europeus, sendo responsável pela sua análise e síntese comparativa.

O inventário do AKIS português evidenciou, segundo Lívia Madureira, a centralidade das organizações de agricultores na prestação de serviços de aconselhamento agrícola e o desin-vestimento público neste domínio. Uma característica negativa do AKIS português é a sua fragmentação por múltiplas organi-zações sem que existam estruturas de coordenação que impri-mam eficácia à sua acção.

O declínio do sector público neste domínio traduz-se em im-portantes lacunas na geração de conhecimento aplicado e na escassez de aconselhamento técnico de qualidade. A geração,

Liderado pela Universidade de Hohenheim e com a participação da UTAD

Estudo europeu revela graves deficiências da agricultura portuguesa

conversão e partilha de conhecimento está muito dependente da capacidade dos agricultores se organizarem de forma a en-volverem investigadores e técnicos experientes e a mobilizarem a experiência de agricultores leaders ou pioneiros.

A constituição de redes de conhecimento e inovação, como o caso estudado do cluster dos pequenos frutos, mostra que estas são uma ferramenta capaz de preencher algumas das lacunas do AKIS português, mas que apenas o fazem conjunturalmente pois são redes que tendem a dissolver-se na ausência de finan-ciamento e que dependem do envolvimento de agentes das es-truturas públicas de conhecimento e aconselhamento que não cada vez menos para as crescentes solicitações.

Ainda de acordo com a investigadora da UTAD, a crescente atractividade do sector agrícola para novos agricultores, mui-tos deles sem experiência no sector, em particular os “jovens agricultores”, como evidenciado pelo caso estudado dos “No-vos pequenos agricultores produtores de pequenos frutos em Portugal”, alerta para a necessidade de investimento em alguns domínios fundamentais, desde logo, “nas estruturas de pro-dução de conhecimento técnico aplicável às condições agro--climáticas locais”, mas também “no aconselhamento agrícola multidimensional de qualidade, feito por técnicos do sector público, associativo ou privado”, e ainda “no apoio à inovação incremental e organizacional com vista a assegurar-se a sus-tentabilidade e competitividade dos agricultores, em particular dos recém-chegados ao sector”.

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A maioria dos portugueses está “muito preocupada” com as alterações climáticas, segundo os resultados de um inquérito realizado em Lisboa, inserido num debate global sobre o clima, que envolveu cidadãos de dezenas de países.

Os resultados foram divulgados por Luísa Schmidt, do Insti-tuto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, que, em conjunto com Ana Delicado, organizou o debate em Por-tugal.

Estes resultados mostram que 56% dos portugueses estão “muito preocupados” com as alterações climáticas, 43% estão “preocupados” e apenas 1% não se mostraram preocupados.

A iniciativa, iniciada pelo governo francês, tinha como ob-jectivo reunir, em simultâneo, 100 cidadãos por 100 países para que pessoas comuns pudessem debater e apresentar soluções para as questões climáticas, tendo em vista a realização, em Dezembro, da conferência das Nações Unidas sobre o clima, na qual os países tentarão chegar a um novo acordo que subs-titua o protocolo de Quioto.

Em Portugal, foram 120 os cidadãos participantes escolhi-dos pelo ICS, de acordo com critérios de representatividade da sociedade portuguesa, “que vieram de todas as regiões, de to-das as idades, de quase todas as profissões e também de todos os ‘status’ sociais e graus de educação diferentes”, explicou a investigadora.

No final dos debates organizados por grupos, os cidadãos responderam a um inquérito cujos resultados foram enviados ao Governo e inseridos nos resultados globais que serão enviados aos decisores políticos presentes na cimeira. “A questão inte-ressante é que 81% dos inquiridos em Portugal, ao contrário dos outros países onde já obtivemos resultados, não sentem as al-terações como uma ameaça, mas sim como uma oportunidade

Segundo os resultados de um inquérito realizado em Lisboa

Maioria dos portugueses “muito preocupada” com alterações climáticas

para melhorar a qualidade de vida”, explicou Luísa Schmidt.Para melhorar essa qualidade de vida, a grande medida, es-

colhida por 57% dos inquiridos, sugere que se devem dar subsí-dios às fontes de energia com baixa emissão de carbono, como as energias eólica, solar, de ondas do mar e geotérmica. Por outro lado, 32% sugerem que se deveriam cortar os subsídios aos combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão.

Os inquiridos defenderam também mais apoios para a inves-tigação sobre energias mais eficientes e a adopção de siste-mas de transporte público menos poluentes.

Do ponto de vista da responsabilidade, 84% considera que os resultados das negociações do clima levados a cabo pelas Nações Unidas não foram suficientes e que a conferência de Paris deve fazer muito mais para evitar a subida das tempera-turas. “Quando se pergunta o que é que acham relevante para combater este problema desde já, os portugueses dizem que é sobretudo a criação de programas de educação sobre altera-ções climáticas e a energia”, salientou.

Cerca de 60% reconhecem que as alterações climáticas não são uma prioridade, mas defendem que o deveriam ser, mesmo que outros países não assumam compromissos nesse sentido.

Em relação ao acordo de Paris, 95% concordam que os pa-íses deveriam assumir um compromisso forte contra as alte-rações climáticas e que as Nações Unidas deveriam ter mais autoridade para fazer aplicar esses compromissos.

De acordo com a agência France Presse, que divulgou os resultados globais de 75 países participantes, quase 80% dos cidadãos dizem estar “muito preocupados” com os impactos do desregulamento do clima e mais de 71% consideram que as negociações climáticas feitas no quadro da ONU, desde 1992, “não fizeram o suficiente” para atacar o problema.

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A polpa “é congelada e vendida para a indústria alimentar” para confecção de gelados, bolos ou iogurtes, acrescenta.

Segundo a empresária, a fruta fresca é vendida através de uma cooperativa de produtores de figos da índia, a Exotic Fruits, criada no ano passado e que já conta com 74 sócios, a maioria com plantações a sul do rio Tejo. “Este ano, a coope-rativa está a abrir canais de escoamento da fruta fresca no es-trangeiro”, estando “a negociar a sua comercialização com um cliente em França e com uma das cadeias de hipermercados” em Portugal, realça.

Teresa Laranjeiro reconhece que a presença de figo da ín-dia nas “prateleiras” dos supermercados portugueses ainda é escassa, mas frisa que “as plantações estão agora a começar a produzir”. “No ano passado, a cooperativa, com 60 produ-tores, recolheu uma tonelada de figos da índia, mas este ano esperamos já trabalhar com 10 toneladas de fruta fresca”, an-tecipa.

A empresária investiu mais de 250 mil euros, com o apoio do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) na plantação e na construção da fábrica, criando três postos de trabalho na quinta e cinco, três dos quais sazonais, na unidade fabril. Para além de figos da índia, produz também ervas aromáticas, como salvia, menta e erva-cidreira.

Uma empresária do Alentejo está a apostar na produção e transformação de figo da índia, que vende como fruta fresca ou em polpa e das suas sementes produz óleo para fins cosméticos.

Teresa Laranjeiro possui uma quinta, com seis hectares de fi-gueiras da índia, e uma unidade fabril, onde transforma o fruto, situadas em Vimieiro, no concelho de Arraiolos, distrito de Évora.

O projecto “nasceu” há cerca de quatro anos para dar “renta-bilidade à quinta que estava parada” e a escolha do figo da índia aconteceu “quase por acaso”, conta a empresária e agricultora. “Fiquei curiosa e fui investigar e quanto mais investigava mais fascinada ficava com a figueira da índia”, lembra, considerando que se trata de “uma planta que tem muitas aplicações e tanto potencial”.

Na quinta de Teresa, que antes trabalhou como consultora informática, algumas plantas já começaram a florescer, mas os frutos só vão amadurecer no final de agosto, ocorrendo, nessa altura, a colheita. A agricultora e empresária prevê produzir este ano cerca de uma tonelada de figos da índia, uma parte para vender como fruta fresca e a restante entra na sua fábrica para transformar o fruto em polpa e as sementes em óleo. “O óleo é muito hidratante e antioxidante”, refere Teresa Laranjeiro, indi-cando que já lançou um óleo de sementes de figo da índia, que pode ser comprado em feiras ou em lojas de produtos naturais.

Em Vimieiro, no concelho de Arraiolos

Empresária alentejana aposta na produção e transformação de figo da índia

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Gazeta Rural (GR): Que balanço faz destes 30 anos?Gabriel Pereira (GP): A Lisagri assistiu aos altos e baixos do

sector agrícola, que também se reflectiram na sua actividade, pelo que a celebração dos 30 anos constitui um marco na sua história. Somos neste momento o importador exclusivo dos equipamentos de poda eléctricos da INFACO, marca inventora da primeira tesoura de poda eléctrica há mais de 30 anos, o que nos enche de orgulho, dada a importância desta marca a nível mundial.

GR: Que tipo de equipamentos vende a Lisagri?GP: A Lisagri vende sistemas e equipamentos de rega, pul-

verização e equipamentos de poda manuais e eléctricos, entre outros. Dentro dos equipamentos de poda eléctricos destaca-mos a tesoura eléctrica F3010 da INFACO e a sua gama Power-

Empresa importa equipamentos de poda eléctricos da INFACO

Lisagri comemora 30 anos a ‘olhar’ a agricultura nacional

coup, com soluções para o olival, vinha e fruticultura.

GR: Como viu o crescimento do sector primário?GP: Com esperança que se mantenha nos próximos anos.

O crescimento do sector primário permite aumentar o consu-mo interno e reduzir a nossa dependência das importações de bens alimentares. Temos muita margem para evoluir.

GR: A evolução tecnológica marcou as últimas déca-das? Qual a que mais o marcou?

GP: Sim, neste momento temos tractores, pulverizadores e sistemas de rega mais evoluídos do que tínhamos há 30 anos, há que reconhecê-lo. Para mim, a evolução tecnológica que mais me marcou, foi a tesoura de poda eléctrica, pela impor-tância que representou para a empresa. Quando o Sr. Delmas inventou a primeira tesoura de poda eléctrica a bateria, em 1984, estava longe de imaginar que passados estes anos, a Li-sagri estaria a importar este tipo de equipamento, de que nun-ca se tinha ouvido falar em Portugal.

GR: Que tipo de equipamento, no seu entender, mais pode evoluir?

GP: Toda a gama de equipamentos eléctricos de poda tem margem para evoluir, quer seja ao nível da duração da bate-ria, da diminuição do peso, da ergonomia e sabemos que com a INFACO teremos sempre, a qualquer momento, os produtos mais evoluídos do mercado, como acontece actualmente com a tesoura eléctrica F3010, a única com lâminas intermutáveis, que permite cortar diâmetros até 55mm.

Criada em 1985, a Lisagri é uma empresa que acompanhou o desenvolvimento da agricultura portuguesa nas últimas três décadas. Depois de ter iniciado a sua actividade como agente dos Pulverizadores Rocha para o distrito de Leiria, alargou a sua gama de equipamentos e marcas representadas ao longo dos anos, com destaque para os equipamentos de poda eléc-tricos da INFACO, de que é importador exclusivo para Portugal.

Para o gerente da Lisagri, a celebração dos 30 anos constitui “um marco na história” da empresa. Gabriel Pereira destaca os equipamentos da INFACO, marca que inventou a primeira te-soura de poda eléctrica há mais de 30 anos, “o que nos enche de orgulho”, dada a importância a marca a nível mundial.

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O CARDOP é um projecto técnico-científico que valoriza os recursos genéticos, paisagísticos, culturais e humanos, endó-genos de todo o território DOP do queijo Serra da Estrela. O pretérito dia 3 de Junho assinalou o culminar de mais uma fase, com a instalação de cinco campos de recursos genéticos, per-fazendo um total de mais de 5.000 plantas de cardo na região de denominação de origem do queijo Serra da Estrela.

O último campo de recursos genéticos foi integrado no es-paço nobre dos jardins da Casa da Ínsua, revelando a impor-tância que hoje a componente agrícola da casa atribui a esta espécie e que se traduz na mais-valia da qualidade do queijo Serra da Estrela produzido. A plantação realizada neste es-paço contou com colaboração de alunos da Escola Superior Agrária de Viseu (ESAV), formandos da APPACDM e reclusos do Estabelecimento Prisional do Campo, que constituíram uma equipa com uma motivação e capacidade técnica notáveis. Este projecto conta ainda com a colaboração de outras insti-tuições de referência na região, como a Escola Superior Agrá-ria do IPV, Universidade Católica – Centro Regional das Beiras, Associação Nacional de Produtores de Ovinos Serra da Estrela (ANCOSE), Casa da Ínsua, Queijaria de Germil, Queijaria La-meiras, Confraria do Queijo Serra da Estrela, APPACDM (Viseu), Estabelecimento Prisional do Campo e UC Biotech.

O CARDOP tem vindo a desenvolver um conjunto de acções de cariz técnico-científico, no sentido de contribuir para a promoção e valorização de um ícone do mundo rural, o quei-jo “Serra da Estrela”, privilegiando uma das suas matérias--primas, a flor do cardo, que contém um coagulante vegetal imprescindível para a produção deste queijo DOP.

Os promotores do CARDOP acreditam que o trabalho cien-tífico, sistemático, criativo e inovador, fruto da biodiversidade genética e bioquímica do cardo, da tipicidade das pastagens e

CARDOP, na Ciência como na Sociedadepaisagens, da excelência das raças autóctones de ovinos “Ser-ra da Estrela” e do labor dos seus produtores, técnicos e cola-boradores, tem-se vindo a traduzir em mais-valias para este sector que revela ainda um enorme potencial de valorização.

Terminada esta fase de instalação de campos de recursos genéticos, que incluem o da ESAV, da Casa da Ínsua, de Vale Papas, do Estabelecimento Prisional do Campo e a ampliação do da ANCOSE, os promotores asseguram que nos próximos anos o projecto terá autonomia de produção de flor de car-do para seguramente 200.000 queijos Serra da Estrela DOP, o que representa um esforço notável de um trabalho que co-meça na selecção de sementes, estabelecimento de plantas e instalação em campo.

O trabalho desenvolvido no âmbito do CARDOP pretende dar resposta aos anseios dos produtores para que o queijo Serra da Estrela DOP se constitua como a imagem da “Ruralidade” mais capaz e inovadora, marca de um vasto território, das suas paisagens, dos seus recursos genéticos animais e vegetais, das suas gentes, cultura e tradições, traduzido num número exclu-sivo de produtores que se pretende ajudar a inovar na tradição num mercado extremamente competitivo, marcando presença ao lado dos melhores produtos agroalimentares.

A uma qualidade e cuidado na produção e apresentação, que representa toda uma geografia, junta-se a “Alma” dos seus criadores, um pouco à imagem do Care, Love and Soul, característicos da excepcionalidade de poucas criações, entre as quais este ícone se tem que incluir.

Paulo BarracosaCoordenador do projecto e docente da Escola Superior

Agrária de Viseu - [email protected]

OPI

NIÃ

O

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36 www.gazetarural.comF I C H A T É C N I C A

Ano X - N.º 249Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), [email protected] | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda.Redacção Luís Pacheco | Departamento Comercial Filipe Figueiredo, Fernando Ferreira e José MartinsOpinião Miguel Galante | Apoio Administrativo Jorge Araújo Redacção Praça D. João I Lt 363 Fracção AV - 3510-076 Viseu | Telefones 232436400 / 968044320E-mail: [email protected] | Web: www.gazetarural.comICS - Inscrição nº 124546Propriedade Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal, Limitada | Administração José Luís AraújoSede Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica NovelGráfica | Telf. 232 411 299 | E-mail: [email protected] | Rua Cap. Salomão 121-123, 3510-106 ViseuTiragem média Mensal Versão Digital: 80000 exemplares | Versão Impressa: 2000 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

A Comissão Europeia acrescentou o arroz carolino do Baixo Mondego à lista de produtos com Indicação Geográfica Prote-gida. O arroz carolino cultivado na região do Baixo Mondego é de grão longo e branco e, em termos climáticos, o Baixo Mon-dego, é uma região distinta de todas as outras produtoras de arroz, designadamente do Vale do Tejo e do Sado, havendo na fase de maturação do grão de arroz uma acentuada descida da radiação global, tornando o processo mais constante e mais prolongado, designando-se por maturação lenta e específica do Arroz Carolino do Baixo Mondego.

O Baixo Mondego tem menor número de horas de luz, tem-peraturas médias mais amenas e amplitudes térmicas mais su-aves, com uma humidade relativa do ar considerável e ainda uma menor radiação global.

A produção do Arroz Carolino do Baixo Mondego, desde a sementeira à colheita, tem lugar na área geográfica que está circunscrita às freguesias de Ançã, do concelho de Cantanhe-de; Ameal, Antuzede, Arzila, Ribeira de Frades, São João do Campo, S. Martinho do Bispo e Taveiro, do concelho de Coim-bra; Anobra, do concelho de Condeixa-a-Nova; Alqueidão, Lavos, Paião, Borda do Campo, Maiorca, Ferreira-a-Nova, Santana e Vila Verde, do concelho da Figueira da Foz; Tentúgal, Meãs do Campo, Carapinheira, Montemor-o-Velho, Gatões, Abrunheira, Liceia, Verride, Ereira, Vila Nova da Barca, Pereira e Santo Varão, do concelho de Montemor-o-Velho; Louriçal, do concelho de Pombal; Alfarelos, Brunhós, Gesteira, Granja do Ulmeiro, Samuel, Soure, Vila Nova de Anços e Vinha da Rainha, do concelho de Soure.

O arroz carolino do Baixo Mondego junta-se à lista de mais de 1.200 produtos já protegidos como Indicação Geográfica Protegida (IGP).

Reconhecimento é “importante” mas não chega O coordenador da Associação Portuguesa dos Oriziculto-

res (APOR), Isménio Oliveira, considerou que a atribuição pela

Anunciou a Comissão Europeia

Arroz Carolino do Baixo Mondego já tem Indicação Geográfica Protegida

Comissão Europeia de Indicação Geográfica Protegida (IGP) ao arroz carolino do Baixo Mondego é “importante”, mas não chega.

A Comissão Europeia acrescentou o arroz carolino do Baixo Mondego à lista de produtos com IGP, o que é, para Isménio Oliveira, uma iniciativa “importante”, há muito exigida pelos produtores, mas que peca por falta de “medidas nacionais” que promovam e incentivem a produção e consumo deste ar-roz. “Esta indicação valoriza e pode incrementar a produção e consumo de arroz carolino do Baixo Mondego por parte dos portugueses”, mas seria necessário que a decisão “fosse com-plementada com a promessa feita pelo Ministério da Agricultu-ra de promoção deste arroz a nível nacional”, disse o dirigente da APOR.

Mais de 50% da área de produção do arroz carolino no Bai-xo Mondego está por emparcelar, registou, considerando ser “urgentíssimo” avançar com o emparcelamento, que permiti-ria que os orizicultores ficassem “com toda a sua cultura numa área contínua e não espalhada, como acontece” actualmente. A medida permitiria um melhoramento “de caminhos, regas e drenagem” e, por consequência, “um aumento acentuado de produção de arroz por hectare”.

O arroz carolino cultivado na região é de grão longo e branco e, em termos climáticos, o Baixo Mondego é uma região distin-ta de todas as outras produtoras de arroz, designadamente do Vale do Tejo e do Sado, havendo na fase de maturação do grão de arroz uma acentuada descida da radiação global, tornando o processo mais constante e mais prolongado, designando-se por maturação lenta e específica do Arroz Carolino do Baixo Mondego.

A IGP identifica um produto ou género alimentício produzi-do numa determinada região, tendo também já sido atribuída esta classificação ao arroz carolino das Lezírias Ribatejanas, em 2008.

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Breves

Festival de Músicas do Bosque “onde a natureza e a música se encontram”Longe da agitação dos grandes Festivais de Verão, acontece na Aldeia da Lapa dos Dinheiros, em Seia, de 26 a 28 de Junho, o Festival “Músicas do Bosque”, uma proposta para a fruição da música com a natureza exuberante da serra da Estrela. Apresentar, em ambiente de anfiteatro natural, projectos musicais alternativos e inovadores é a proposta para esta primeira edição, uma organização da Associação de Desenvolvimento Integrado da Rede de Aldeias de Montanha (ADIRAM), com o apoio do Município de Seia e da União das Freguesia de Seia, São e Lapa dos Dinheiros.

Caldas da Rainha recebe Congresso Nacional de SuiniculturaA Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS) realiza nos dias 23 e 24 de Junho, nas Caldas da Rainha, o VII Congresso Nacional de Suinicultura, onde está prevista a discussão de diversos temas ligados ao sector.“O futuro do Comércio Internacional”; “O mercado europeu e Perspectivas de Futuro”; “Potencialidades do sector a nível de exportação”; “Últimos dados no controlo e eliminação da Diarreia Epidémica Suína na América”; “A Suinicultura em 2020”; “Zootecnia de Precisão. O futuro hoje” e “Métodos de destruição de cadáveres” são temas em debate. Assunção Cristas, ministra da Agricultura, marcará presença na sessão de abertura do Congresso, que contará com a participação de diversos profissionais do sector.

José Graziano da Silva foi reeleito director-geral da FAO O brasileiro José Graziano da Silva foi reeleito director-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, com sede em Roma, com o maior número de votos na história do organismo. José Graziano da Silva foi eleito com 177 votos de entre os 182 possíveis, depois da cerimónia de abertura da 39.ª conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Depois de conhecer o resultado, José Graziano da Silva, que era o único candidato nestas eleições, agradeceu aos participantes a confiança demonstrada e confessou estar surpreendido perante “um apoio tão grande”.

Circuito enoturístico promove vinhos da Península de SetúbalUm almoço com produtos regionais e a visita a duas adegas fazem parte de um circuito enoturístico a realizar no dia 27 de Junho no âmbito de um programa de promoção da vitivinicultura da Península de Setúbal.O passeio, em autocarro, “Terras da Arrábida – Vinho, Arte e Natureza”, organizado pela Câmara de Setúbal, em parceria com Rota de Vinhos da Península de Setúbal, tem início marcado para as 10 horas, na Casa da Baía. O circuito enoturístico, no âmbito de um programa de promoção dos vinhos produzidos na Península de Setúbal, volta a realizar-se a 31 de Outubro.

Marchas Populares em OleirosO Rancho Folclórico e Etnográfico de Oleiros (RFEO), em parceria com o Município local, leva a efeito no próximo dia 21 de Junho, pelas 20,30 horas, na zona envolvente edifício dos Paços do Concelho, as Marchas Populares 2015. No sábado seguinte, dia 27 de Junho, será a vez de o RFEO organizar o Encontro de Ranchos Folclóricos.Durante aqueles dias, para além de muita música a cargo dos artistas da terra, haverá ainda um desfile de moda, uma mostra de artesanato local, torneios de malha e sueca, uma aula de zumba ao ar livre, insufláveis e serviço de bar e restaurante com a típica sardinha assada e caldo verde.

São João 2015 em ArmamarAs Festas do Município de Armamar em honra de São João vão ser cinco dias de festa com muita música, marchas populares, missa e procissão solene. O espectáculo de Iran Costa no sábado, dia 20, promete animar, e bem, a primeira noite. O palco da segunda noite, dia 21, está entregue ao Grupo Alma Nova e Carla Maria. A 22 a Associação Cultural Couto Mineiro Pejão vai estar presente para um concerto de apadrinhamento da Banda de Música de Armamar. Logo de seguida a armamarense Lúcia Lopes protagoniza um momento dedicado ao fado.A noite de 23 é de arraial com o desfile das marchas populares e exibição em frente ao edifício da Câmara Municipal. Pela noite dentro os Douro Latino prometem pôr todos a dançar. Para o dia de São João haverá missa de manhã, ao final da tarde procissão solene, o momento alto das festas, e à noite o encerramento será com o espectáculo dos Minhotos Marotos e fogo-de-artifício.

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A Associação Nacional de Armazenistas Comerciantes e Importadores de Cereais e Oleaginosas (ACICO) vai levar a efeito, no próximo dia 25 de Junho no Hotel dos Templários, em Tomar, um seminário subordinado aos temas “O mercado de cereais e oleaginosas na campanha 2015/2016” e “Quali-dade das matérias-primas. Valor económico e o seu impacto no campo e na fábrica”.

O seminário terá duas partes distintas. A primeira assegurar por membros das mesas de “trading” das principais empresas do sector associadas da ACICO, que abordará o mercado das mais importantes matérias-primas alimentares destinadas à indústria de rações e das massas e farinhas. A segunda, cujo tema é “Qualidade das matérias-primas. Valor económico e o seu impacto no campo e na fábrica”, será tratada numa mesa redonda que abordará o impacto que as características qua-litativas das matérias-primas têm no campo e na fábrica, bem como eventuais efeitos contratuais e económicos.

Esperam-se perto de uma centena de participantes, na sua maioria de empresas dos diversos sectores da fileira, com re-alce para a indústria de alimentos compostos para animais e indústrias de transformação e pecuária, bem como de sec-tores de actividade conexos (logística, serviços portuários, etc.).

No próximo dia 25 de Junho, em Tomar

Seminário debate “O mercado de cereais e oleaginosas na campanha 2015/2016”

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§ Alivia sintomas de infeções urinárias, renais e vesiculares.§ Melhora a miopia, já que previne problemas de visão causados pela rutura de pequenos vasos da retina.§ O mirtilo é rico em vitaminas A, B, C, E e K. Tem um grande número de minerais: Cálcio, Ferro, Magnésio, Fósforo, Potássio, Zinco, Selénio e Manganês; é de salientar, os altos níveis Manganês, mineral essencial na dieta humana.§ Cura as in�amações bocais graças as suas propriedades desinfetantes.

§ Fortalece as paredes dos vasos capilares, sendo utilizado para o caso de veias varicosas, �ebites e hemorroidas.§ Contribui para melhorar a memória.§ Previne Caries.§ Reduz as infeções do aparelho auditivo e respiratório.§ Previne complicações de diabetes.§ Atua sobre doenças das gengivas e articulações.§ Previne e trava a progressão da catarata senil, em combinação com a vitamina E.§ Combate a diarreia quando seco e contêm propriedades laxantes quando fresco.

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