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www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 226 | 15 de Junho de 2014 | Preço 2,00 Euros Agroleite 2014 com procura “muito superior a edições anteriores” Feira do Mirtilo Aspectos técnicos da fileira em debate

Gazeta Rural nº 226

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A Feira Nacional do Mirtilo, em Sever do Vouga, e uma entrevista a José Oliveira, presidente da Leicar, estão em destaque na edição nº 226 de 15 de Junho da Gazeta Rural. Mas outros temas merecerem referência, como a Fatacil, em Lagoa, o Congresso da Agricultura Familiar, em Viseu, a Feira da Vinha e do Vinho, em Anadia, os prémios atribuídos aos vinhos portugueses em concursos nacionais e internacionais, assim como reportagens e acontecimentos de interesse na última quinzena para o sector primário.

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w w w . g a z e t a r u r a l . c o mDirector: José Luís Araújo | N.º 226 | 15 de Junho de 2014 | Preço 2,00 Euros

Agroleite 2014 com procura “muito superior a edições anteriores”

Feira do MirtiloAspectos técnicos da fileira em debate

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Sumário04 Agroleite com procura “muito superior a anos anteriores”

06 Feira Nacional do Mirtilo 2014 aposta na vertente técnica

08 Início da campanha do mirtilo “é o mais fraco dos últimos anos”

11 Município de Viseu promove Congresso da Agricultura Fa-miliar

12 Fatacil de Lagoa é dedicada ao mar

15 Feira da Vinha e do Vinho de Anadia com cartaz de luxo 16 Festival do Vinho do Douro Superior 2014 foi o mais con-corrido

17 Quinta das Marias Touriga Nacional Reserva foi o melhor na sua categoria 18 Acreditação da CVR Açores “valoriza a produção de vinha e de vinho”

19 Vinhos portugueses obtiveram 50 medalhas em Itália

20 AMPV promove programa “Vinho com moderação” 22 Cooperativa de Numão conquista medalha de ouro em concurso internacional

23 Festival do Pão-de-ló de Ovar foi um sucesso

24 Coruche recebe Centro de Competências do Sobreiro e da Cortiça

25 Alfândega da Fé vendeu 10 toneladas de fruto na Festa da Cereja

27 I Expo Mortágua foi um êxito e autarquia prepara próxima edição

29 Mogadouro cria centro interpretativo do mundo rural

30 Proença-a-Nova diz ser urgente revitalizar a indústria da resina

31 Assunção Cristas defende regulação para prevenir proble-mas no sector leiteiro

33 Jornadas técnicas em Carregosa evidenciam forte compo-nente associativa

34 CAULE apresenta propostas para melhorar Estratégia Na-cional para as Florestas

36 Feira Agrícola Açores potencia agricultura e agricultores da Região

37 Vencedores do Concurso de Vinhos da Beira Interior co-nhecidos a 28 de Junho

38 Colmeal da Torre recebe a Feira do Pão

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A cerca de um mês da realização da edição 2014 da Agroleite, que tem lugar de 17 a 20 de Julho, a procura de stands para expositores tem sido muito superior a anos anteriores. A garantia foi dada por José Oli-veira, presidente da Leicar, em entrevista à Gazeta Rural.

O dirigente traça um quadro positi-vo sobre o momento actual do sector do leite, apesar da quebra nos preços à pro-dução verificada já este ano. A diminuição do número de explorações não afectou a produção, pois as restantes absorveram a quebra de produção, que ainda assim fica aquém, cerca de 10%, do máximo permi-tido para Portugal. A este propósito, José Oliveira garante que o fim das cotas, pre-

Revela o presidente da Leicar

Procura de espaços para a Agroleite “foi muito superior a anos anteriores”

visto para 2015, não significa a liberaliza-ção do sector, pois a União Europeia está a criar um mecanismo de controlo, que não alterará muito o actual cenário.

Gazeta Rural (GR): Disse, há uns tempos, que a partir de 2015 haverá a extinção das cotas leiteiras, mas haverá um mecanismo de controlo?

José Oliveira (JO): Sim. Aquilo que, neste momento, se perspectiva na União Europeia é que, face ao fim das contas em 2015, se vá encontrar um modelo de controlar a produção. Inicialmente esta ideia não era bem vista, mas hoje há já um número significativo de Estados Membros

a defender que é necessário criar um siste-ma de controlo de produção.

Tive a oportunidade de estar em Bruxelas numa reunião que a direção da CAP teve com o gabinete do Comissario Europeu e, nessa altura, coloquei essa questão. O que me foi dito foi que se está a estudar o modelo. Dei como exemplo o caso dos Estados Unidos, do Canadá e da Austrália, que são os maiores produ-tores mundiais de leite, e nesses países existe controlo de produção. Portanto, o que na União Europeia se poderá fa-zer é adoptar um sistema parecido. Foi--me dito que há abertura e que se está a estudar o problema, portanto, estou convencido que quando terminar o sis-tema de cotas vigentes em 2015 teremos outro sistema, que poderá ser a nível do país, mas que, de alguma forma, vai controlar a produção para que não haja excedentes, para que não se criem pro-blemas gravíssimos como aconteceu há umas décadas atrás.

GR: Muda alguma coisa ou, no fundo, ficamos na mesma?

JO: Penso que ficaremos praticamente na mesma. Julgo que, se este sistema de controlo de produção for implementado, não haverá muitas alterações relativa-mente aquilo que neste momento existe.

A razão para acabar com o sistema de cotas, quando foi tomada a decisão em Conselho de Ministros da Agricultura, foi que o sistema que existia penalizava muitos países, porque cada um tem a sua cota atribuída e há um grupo muito sig-nificativo de países que não preenche a sua cota e que outros a ultrapassam e são penalizados. Portanto, aquilo que poderá vir a acontecer é que, a nível da União Eu-ropeia, haja uma gestão da cota global e que aqueles que produzem acima da cota possam compensar os que estão abaixo. Isso não leva a que haja grandes penali-zações e multas como existiram em anos passados em que se penalizou fortemente alguns agricultores.

GR: Isso é bom ou mau para Por-tugal?

JO: Esta medida é boa, porque neste momento estamos abaixo da cota cer-ca de 10%, mas também derivado à crise do preço do leite que se verificou há dois anos, mas, normalmente, andamos sempre no limite da cota e já a ultrapassamos duas vezes.

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GR: Como está o sector nesta al-tura?

JO: Neste momento bastante melhor do que estava há ano e meio atrás, em-bora a partir de Março os preços tenham já decido. Há, neste momento, um exces-so de produção de leite nalguns países da União Europeia, como a França, a Alema-nha, a Holanda e a Espanha, e isso fez com que os preços à produção tenham caído. Penso, no entanto, que esta quebra não será parecida com aquela que se verificou há cerca de dois anos.

GR: Previa o arranque da Leicar-coop para o primeiro trimestre deste ano, mas há um ligeiro atraso?

JO: Sim, motivado por aspectos que estamos a tentar resolver e a ultrapas-sar. Se tudo correr bem, penso o projecto estará concluído em meados do próximo ano.

GR: A cerca de um mês da Agro-leite, o que espera da edição deste ano?

JO: As espectativas são boas. A pro-cura de stands foi muito grande, superior a anos anteriores, e isso resulta do facto da Agroleite ser, como se tem vindo a com-provar, o maior certame dedicado ao sec-tor e o local por onde passam os principais empresários agrícolas que se dedicam a produção de leite e também as empresas que trabalham com o sector leiteiro.

GR: Este ano com um factor im-portante, que é o apoio da Câmara da Póvoa do Varzim?

JO: Sim, a colaboração da Câmara da Povoa do Varzim para a edição deste ano da Agroleite será bastante diferente do que foi ao longo dos últimos anos, por-que a autarquia nunca colaborou, a não ser com o palco, umas bancadas, umas bases e pouco mais. O actual presidente da Câmara tem uma percepção diferente do que é a Agroleite e o impacto que tem no concelho e na região e, por esse facto, foi possível chegarmos ao entendimento de que a Câmara deveria apoiar mais o evento. O actual presidente anuiu a esse meu pedido, o que é importante, porque alivia bastante os custos que o grupo Lei-car terá que suportar com a realização da Agroleite.

GR: Há, nesta altura, renovação no sector do leite?

JO: Sim. O número de explorações tem vindo a diminuir, mas que as que fi-cam conseguem absorver na totalidade a produção daquelas que desaparecem. Posso-lhe dizer que, neste momento, no

universo dos produtores da Leicarcoop, desde Janeiro, houve um aumento de cer-ca de 15% na produção de leite. Isto prova que as explorações se estão a modernizar, se estão a adaptar e a criar escala para poderem ser mais competitivas. Penso que o futuro do sector leiteiro passa por criar escala, criar dimensão, para fazer face às exigências do mercado, porque

os preços nunca irão ser muito diferentes daqueles que se praticam neste momento e não haverá grandes oscilações. Portan-to, para ter uma empresa rentável e viá-vel é preciso ter escala, tal como noutros sectores. O sector leite vai passar por ai e registo, com muito agrado, que na minha região isso se está a verificar.

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O Parque Urbano de Sever do Vouga recebe de 26 a 29 de Junho a VII edição da Feira Nacional do Mirtilo, este ano mais vi-rada para os aspectos técnicos da fileira. O certame, que está a gerar bastante interesse, tendo em conta a evolução da fileira, contará com a cimeira de produtores, comercializadores e ou-tros intervenientes na economia deste pequeno fruto.

A edição 2014 alia a componente lúdica com outra direccio-nada para os profissionais do sector. Deste modo, a Feira Nacio-nal do Mirtilo volta a apostar numa forte componente técnica, onde estarão representados expositores directamente ligados à fileira do mirtilo em particular e à dos pequenos frutos em geral. Pretende-se que este seja um espaço dedicado aos agentes que

Em Sever do Vouga de 26 a 29 de Junho

Feira Nacional do Mirtilo aposta na vertente técnica

operam na área, onde possam trocar ideias e experiências e ficar a par das mais recentes inovações relacionadas com esta fileira e estabelecer negócios e contactos. Uma mais-valia nesta edição do evento será a interacção que poderá ser feita com o Campo Experimental de Pequenos Frutos da AGIM, que poderá ser visi-tado, e que está localizado junto ao recinto da feira. A completar, estão previstas palestras técnicas relacionadas com a fileira do mirtilo.

Presidente da Câmara tem “as melhores expectativas”

O presidente da Câmara de Sever do Vouga diz que “as ex-pectativas são as melhores”, num certame que, segundo António Coutinho, “tem vindo a melhorar e a ultrapassar as expectativas”, esperando “que este ano seja mais uma grande feira, melhor do que em anos anteriores”.

O autarca de Sever do Vouga, que é também presidente da AGIM, olha hoje para a fileira do mirtilo “de maneira diferente”, depois de há sete anos ter sido lançada a feira, que, diz António Coutinho, “serviu para impulsionar a cultura, em especial nos últi-mos anos, desde no número de projectos a área cultivada”.

Sever do Vouga assumiu a frente da fileira e o autarca diz que o concelho quer “continuar a ser a Capital do Mirtilo e dos pe-quenos frutos” e, nesse sentido, “fazemos todo o tipo de promo-ção, de ajuda, de incentivo e acompanhamento das produções, para continuarmos a ter esse título”.

Num mundo muito competitivo, há produtores, porque me-nos informados, têm sentido dificuldades na cultura dos peque-nos, havendo alguns a abandonar a actividade. “Há sempre ris-cos e nem todos os projectos são levados até ao fim, como em qualquer outro sector de actividade”, referiu António Coutinho, que se mostra optimista. “Alguns projectos não serão concluídos

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ou mesmo abandonados, mas haverá outros para compensar”, afirmou o autarca.

A Feira Nacional do Mirtilo é uma organização da Associação para os Pequenos Frutos e Inovação Empresarial (AGIM), Câmara de Sever do Vouga e SEMA - Associação Empresarial.

Certame aposta na vertente técnica e informativa

Sandra Santos, técnica da AGIM, mostra-se convicta da im-portância do certame para os produtores, já que a aposta, este ano, “é na vertente técnica e informativa”. “Vamos ter uma fei-ra dinâmica, bastante técnica, virada para o mirtilo”, adiantou a técnica da AGIM, para quem a “aposta nos aspectos técnicos da fileira tem vindo a crescer bastante e isso vai reflectir-se no cer-tame”, dado que “vamos ter mais expositores técnicos”.

A Feira contempla palestras, visitas técnicas ao campo expe-rimental de mirtilo, acompanhadas pelos técnicos da AGIM. Se-gundo Sandra Santos, “também os expositores poderão la levar os seus visitantes e clientes para dar exemplos, fazer amostras e os ensaios que entenderem”.

Para além dos aspectos mais técnicos da Feira, a animação será uma constante ao longo dos quatro dias. “O visitante pode vir pas-sar um dia ou um fim-de-semana em família e terá sempre o tempo ocupado”, diz Sandra Santos, destacando, entre outras actividades, sessões de show cooking, de manhã para crianças e de tarde para adultos, animação infantil e de palco, uma feira do livro, a decorrer na biblioteca, e no dia da abertura o desfile dos ‘mirtilitos’. “Vamos ter um programa bem recheado”, diz aquela responsável da AGIM, lembrando também as visitas aos pomares, “em que os visitantes poderão apanhar o mirtilo e pagar a saída”.

Colheita do mirtilo arranca com atraso

Condições climatéricas desfavoráveis retardaram a matu-ração do mirtilo no nosso país. Chuvas extemporâneas, baixas temperaturas e ausência de sol fizeram com que o processo de maturação do mirtilo se tenha atrasado durante o segundo tri-mestre do ano.

Embora não tendo um impacto significativo no volume de produção, que se prevê normal, as condições climáticas não favoráveis a uma maior precocidade podem resultar em menor rendimento para os agricultores. Efectivamente, a campanha em

Portugal iniciou-se com um atraso de três semanas, enquanto no centro e norte da Europa está antecipada, tendo já alguns países iniciado a colheita, o que se reflecte numa maior pressão no mercado e numa tendência de abaixamento de preços.

O mirtilo português beneficia do facto de amadurecer e co-meçar a ser colhido antes de estarem disponíveis as produções do norte e centro da Europa, nomeadamente França, Alemanha e Polónia, importantes produtores europeus. Tal antecipação às outras colheitas, que apenas encontra paralelo na vizinha Es-panha, proporciona, durante algumas semanas, preços de co-mercialização mais elevados, típicos das situações de início de época. No corrente ano, os produtores portugueses não estão a beneficiar desse preço extra pelos motivos expostos. Tratando--se de uma situação completamente anómala e cuja ocorrência tem sido bastante rara.

AGIM leva produtores de amora e mirtilo aos EUA

A Associação para os Pequenos Frutos (AGIM) vai realizar uma visita de estudo aos Estados Unidos da América, para produtores, com o objectivo de conhecer a realidade da produção de mirtilo e amora naquele país. A visita irá decorrer entre 12 e 20 de Julho de 2014 aos estados norte-americanos da Califórnia e Oregon.

Os participantes vão tomar contacto com a produção da amora e, sobretudo, do mirtilo, nomeadamente no que respeita à exploração, sistemas de produção, variedades, principais opera-ções culturais, sistemas de rega e fertirrigação, bem como com máquinas e equipamentos que os congéneres norte-americanos utilizam na cultura do mirtilo e da amora.

É também objectivo desta visita ficar a conhecer a experi-mentação que se está a realizar na óptica do produtor relati-vamente a estes pequenos frutos. O grupo participará ainda no “Blueberry Field Day”, organizado pelo North Willamette Resear-ch and Extension Centre, do Oregon, para ficar a conhecer a ex-perimentação que está a ser realizada.

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O início da campanha do mirtilo está aquém das expectativas. O preço por quilo no mercado “é o mais fraco dos últimos anos”, adiantou o presidente da Mirtilusa à Gazeta Rural. José Carlos Sousa mostra--se preocupado, afirmando que o sector não é um mar de rosas como muitos que-rem fazer crer. O dirigente diz mesmo que há gente a dizer que vende o fruto a um preço que não corresponde à verdade e questiona mesmo onde pára o ‘ouro azul’?

Gazeta Rural (GR): Como olha para o sector dos pequenos frutos?

José Carlos Sousa (JCS): É compli-cado. Faz-se crer que estamos a caminhar para atingir um objectivo muito positivo, mas não é isso que acontece. Há anos em

Diz o presidente da Mirtilusa

“Início da campanha é o mais fraco dos últimos anos”

que o preço é bom e há gente que vive em torno do sector, que não da produção, que se agarra a isso para fazer uma ‘publicida-de enorme’, como se tudo fosse um mar de rosas, quando isso é um engano.

É que, podemos conseguir um bom pre-ço numa campanha e, no ano seguinte, ter preços miseráveis, que nos dão vontade de atirar a toalha ao chão. No caso do mirtilo, a produção tem a ver com o clima e o preço no mercado internacional. Neste momento, não sabemos o preço a que vamos pagar esta campanha, que, para já, começa a um preço inferior ao do ano passado.

GR: Ou seja, não sabe a que preço vai pagar aos produtores?

JCS: Não consigo dizer isso a ninguém.

GR: Mas tem alguma perspectiva?JCS: Não. Tenho consciência de que,

juntamente com todos os colaboradores da Mirtilusa, estamos a fazer o melhor possível para que no final da campanha consigamos apresentar o melhor preço por quilo de fruto. Agora, assumir um pre-ço no início de campanha nunca o farei, porque não sei como começa, tampouco como acaba.

GR: O sector andou ‘enganado’ durante muito tempo?

JCS: Penso que sim. Os preços são muito variáveis. Há um ano podíamos es-tar a vender fruto a 8 ou 9 euros e o mes-mo cliente, este ano, paga-nos a 5 euros. É complicado. No próximo ano, por esta altura, não sei se vou vender o mirtilo a 8

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ou a 4 euros o quilo. Por isso, acho que é preciso ter os pés

bem assentes na terra e não fazer des-te sector aquilo que não é e ‘empurrar’ as pessoas para a sua cultura. Se o preço vier para menos de 5 euros, toda a gente vai atirar a toalha ao chão e os pomares ficam ao abandono.

GR: Mas já há pomares abandona-dos?

JCS: Porque, provavelmente, as pes-soas que fizeram essas plantações foram mal informadas. Se calhar, foi-lhe dito que conseguiriam vender o fruto a um preço interessante, quando isso é impossível. E tenho a certeza do estou a dizer.

Já estive em vários encontros de pro-dutores de mirtilo, a nível nacional, e ouvi pessoas, da plateia, a dizer que vendiam o fruto a 10 euros, o que não é verdade. Há pessoas que fazem plantações, que inves-tem algumas economias, pensando que isto é o ‘ouro azul’, como li num jornal da região. Mas, onde está o ouro azul?

GR: Qual é a realidade no terreno?JCS: Para além de estar à frente da Mir-

tilusa, sou produtor de mirtilo, já de algu-mas toneladas. Daqui a meia dúzia de anos posso ter uma colheita entre as 15 e as 20 toneladas de fruto.

Vejo isto do seguinte modo. Ando no ter-reno todos os dias a lidar com as plantas, a tratar da adubação, da rega e a fazer colhei-ta, para chegar no final e ter algum resultado. Temos que nos dedicar às plantações a sério, de alma e coração. Muitas vezes deixo coisas que gostava de fazer nos tempos livres, para poder dizer que as minhas plantações estão bonitas, mas para isso é preciso dedicar-lhe muitas horas. É preciso podar, fazer as adu-bações, a rega e cortar as infestantes no mo-mento certo. Há uma série de situações que têm de ser feitas na altura ideal. Porém, po-demos tratar muito bem da plantação e che-gamos ao início da colheita e não sabemos quanto vamos receber.

Estamos a fazer a colheita e sei a que preço, nesta altura, a Mirtilusa está a ven-der o quilo do mirtilo, que não é ao preço de que gostaria, para conseguir uma boa mé-dia no final. Na Mirtilusa não valorizamos mais o fruto que entrou no início ou no final da campanha. Fazemos a média e é assim que pagamos aos produtores. Agora, este arranque de campanha, em termos de pre-ço, é o mais fraco dos últimos anos.

Tel. 232 430 450 | Avenida da Bélgica - ViseuVendas & Peças & O�cina & Assistência Técnica

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OPINIÃO

Os desafios à fileira do mirtilo

O mirtilo já era um fruto utilizado pelo homem desde o século XVI, principalmente devido às suas excelentes propriedades an-tioxidantes e antibacterianas. Esta pequena, grande baga, está no topo dos alimentos com maior teor de antioxidantes e é rico em Fibra, vitaminas A,B e C e sais minerais (Mg, Ca, P, Fe, Zn, Se, Mn, K).

Pela ausência de sódio e colesterol, é indicado para prevenir doenças cardiovasculares e hipertensão arterial. Devido aos al-tos teores de antioxidantes, previne as várias doenças degene-rativas, como Alzheimer, bem como o envelhecimento precoce, como as cataratas.

Actualmente há laboratórios por todo o mundo a investigar e estudar os benefícios que o mirtilo aporta à saúde, pelo que existem já muitas propriedades cientificamente provadas.

Pelas razões expostas, o consumo desta fruta tem crescido a cada ano que passa, embora em Portugal ainda seja pouco utilizado, talvez devido ao seu preço elevado.

Em Portugal a produção de mirtilos começou em Sever do Vouga, na década de 90, numa parceria entre a Fundação Lo-ckorn e uma cooperativa local. Presentemente as plantações distribuem-se por todo o território nacional. Os principais produ-tores encontram-se no Canadá, USA, Chile, Uruguai, Argentina, África do Sul, Nova Zelândia, Itália, Inglaterra, Bélgica e Holanda.

A Coape - Cooperativa Agro-Pecuárias dos Agricultores de Mangualde, atenta a todo este potencial e às solicitações dos seus associados, criou uma secção específica, a MBerries, para a fileira dos frutos vermelhos. A primeira preocupação teve a ver com a formação e informação técnica. De facto, o panorama geral português apresentava uma ignorância e desinformação preocupantes. Havia também necessidade de prevenir o suces-so económico das plantações, garantindo a venda do produto.

A resposta a estas situações foi a criação de uma parceria com uma empresa estrangeira, líder mundial na distribuição des-tes produtos, com extensas áreas de plantações. Esta parceria aportou o know-how necessário ao sucesso destes investimen-tos e abrange todas as áreas do investimento, como estudo do terreno; preparação da terra; definição do lay-out; escolha das variedades; plantação; rega; fertirrega; poda; apanha; emba-lagem; armazenagem e distribuição. Para além disto, coloca a

Coape na vanguarda da evolução, a todos os níveis, no que diz respeito a todas as envolvências desta fileira.

O crescimento exponencial das plantações acarreta uma maior oferta no mercado e, consequentemente, uma redução no preço ao consumidor. Esta situação obriga a um exercício de análise rigoroso, que nos leve a ganhar mais ou, pelo menos, a não ganhar menos, vendendo a um preço menor. A pergunta é: Como?

Vários factores podem concorrer para garantir este objetivo. Desde logo uma melhor qualidade nas plantações (preparação do terreno; lay-outs bem elaborados; rega; fertirrega; varieda-des; poda; … ), o que vai maximizar os resultados; a redução de custos (água; fertilizantes; mão-de-obra; …); o estudo fenológi-co das variedades, por forma a antecipar problemas e garantir o bom estado das plantas e, consequentemente, maior produtivi-dade; o melhor produto (calibre; sabor; textura;…) e uma menor percentagem de fruta para transformação.

Esta é a fórmula para atingir o objetivo de não reduzir o lucro da actividade, mesmo se se tiver que vender a um preço mais baixo.

A partir da década de 50, a agricultura da União Europeia (UE) conseguiu significativos aumentos, através do maior con-sumo de factores de produção (adubos; fitofármacos; combus-tíveis; …), tendo para isso contribuído a Ciência Agronómica. A década de 50 da agricultura da UE é a década de hoje dos frutos vermelhos.

A crescente investigação científica a respeito desta fileira vai concorrer para maior quantidade e melhor qualidade de pro-duto. Podemos ter preços menores no consumidor, mas maior lucro na venda. Por outro lado, cada vez mais os consumidores estão dispostos a pagar por produtos que respeitem e preser-vem o ambiente, bem como a sua saúde, para além da qualidade fazer toda a diferença.

É este o desafio. Quem estiver consciente destas premissas e as souber ultrapassar, terá sucesso no seu investimento.

João Almeida(COAPE)

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A Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), a Associação Por-tuguesa de Tração Animal (APTRAN), a Parques Sintra - Monte da Lua e a Câmara de Lisboa vão promover nos dias 20 e 21 de Junho o Simpósio e Workshop Prático subordinado ao tema “Tração Ani-mal - Impacto Ecológico, Económico e Social”.

O Simpósio irá decorrer no Edifício dos Serviços Sociais da Câ-mara de Lisboa, e contará com a participação do Presidente da Fédération Européenne du Cheval de Trait pour la promotion de son Utilization (FECTU), Pit Schlechter, do director geral de Servi-ços de Trouville-sur-Mer, Olivier Linot, do director técnico da Par-ques Sintra para o Património Natural, Nuno Oliveira, do presiden-te da APTRAN, João Brandão Rodrigues e do Ponto Focal Nacional da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), Lúcio do Rosário.

Nesta sessão teórica serão abordadas as temáticas relacio-

A Câmara Municipal de Viseu, em parceria com várias entida-des da região, assinala o Ano Internacional da Agricultura Familiar com um congresso dedicado ao tema, nos próximos dias 20 e 21 de Junho.

Com esta iniciativa, o Município pretende trazer a Viseu um evento de referência para celebrar o Ano Internacional, propor-cionando à comunidade dois dias dedicados a esta temática, na presença de diversos especialistas e testemunhos.

Além da aposta na vertente formativa ligada a este domínio, com o congresso na Aula Magna do Instituto Politécnico de Viseu, no dia 20, a valorização dos produtos endógenos é outra peça central do evento e dará lugar à realização de uma mostra regio-nal no Mercado Municipal de Viseu, no dia 21 de Junho.

O congresso, no dia 20, apresenta um programa com três painéis centrais que colocarão em debate a importância socioe-

Nos dias 20 e 21 de Junho, em Lisboa

Tração Animal no século XXI em debate nadas com o uso da tração animal na gestão e a manutenção de meio urbano, bem como a gestão e manutenção florestal.

No dia 21 de Junho decorrerá o Workshop Prático de Tração Animal, na Abegoaria da Quinta da Pena, que tem como princi-pais objectivos aproximar os participantes à realidade da tração animal e permitirá o contacto com os cavalos Ardennais da Par-ques de Sintra, no seu ambiente natural de trabalho.

Os temas deste workshop prático versarão sobre a selec-ção, maneio e doma de animais para a tração animal, bem como a gestão agro-florestal com recurso à tração animal. Esta formação destina-se a profissionais e estudantes na área da Medicina Veterinária, Municípios, Associações de Municípios, Associações de Produtores Florestais, Organizações Não Go-vernamentais de Ambiente e ao público em geral.

Nos próximos dias 20 e 21 de Junho.

Município de Viseu promove Congresso da Agricultura Familiar

conómica e ambiental da agricultura familiar, as oportunidades e desafios do sector e ainda os apoios ao financiamento e a le-gislação. O ano de 2014 foi determinado pela Assembleia Geral das Nações Unidas como o Ano Internacional da Agricultura Fa-miliar, com o objectivo de dar maior visibilidade a esta vertente da agricultura, promovendo a sua importância num momento em que se definem políticas determinantes para o seu desen-volvimento.

A iniciativa do Município resulta de uma parceria com a Asso-ciação de Desenvolvimento do Dão, Lafões e Alto Paiva, a Asso-ciação de Criadores de Gado da Beira Alta, a Comissão Vitivinícola Regional do Dão, a FELBA – Promoção das Frutas e Legumes da Beira Alta, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, o IPV e a Escola Agrária, a União de freguesias da cidade e a Direc-ção Regional da Agricultura e Pescas do Centro.

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A XXXV edição da Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indústria de Lagoa (Fatacil) arranca a 15 de Agosto dedicada ao mar, com entradas mais baratas e várias novidades, adiantou o presidente da câmara local.

A feira tem vindo a diversificar o seu cartaz de concertos e este ano deslocou o palco principal para uma área mais ampla, que permite receber entre 10 a 12 mil pessoas, com as actuações de Pedro Abrunhosa, António Zambujo, Deolinda, Quim Barrei-ros, Lucky Duckies, Richie Campbell, UHF, Ana Moura, a banda de tributo aos Bon Jovi “Bom Giove” e os Xutos e Pontapés, entre 15 e 24 de Agosto.

A organização criou ainda um espaço de diversão para os mais jovens, preparou animação para as ruas do recinto e es-

Pelo segundo ano consecutivo, Seia assinala a prática da Transumância com os pastores do concelho, proporcionando a oportunidade de acompanhar os pastores e o gado na tradicio-nal subida à serra. A iniciativa é organizada pela Associação de Desenvolvimento Integrado da Rede das Aldeias de Montanha (ADIRAM), em parceria com o Município de Seia e em articulação com os pastores. A Festa da Transumância e dos Pastores vai ter lugar no dia 28 de Junho e tem como principal objectivo preser-var e dignificar este ofício, ainda tão enraizado na comunidade pastoril do nosso território.

A anteceder a subida à serra, uma semana antes, a 22 de Junho, celebra-se na aldeia da Folgosa da Madalena a Festa dos Pastores, com a romaria das ovelhas à Festa de S. João. Aqui, a partir das 19 horas, os pastores acompanhados dos rebanhos, vindos das várias aldeias, cumprem a tradição, desfilando, à vez, em volta da capela de São João Batista, pedindo ao padroeiro um bom ano de pasto e protecção para o gado. Para o efeito, as ovelhas ostentam os maiores e melhores chocalhos e são enfei-tadas com “peras e cabeçadas”.

Depois da romaria, no sábado seguinte, a 28 de Junho, junta--se o gado em rebanhos e sobe-se para a montanha em busca de melhores pastos. Acompanhar os pastores na viagem à serra e descobrir uma das mais simbólicas actividades do pastoreio, a transumância, é a proposta para este dia. O gado (aproximada-mente 800 a 1000 cabeças), proveniente das terras chãs (Santa

Entre 15 e 24 de Agosto

XXXV Fatacil de Lagoa é dedicada ao mar

No dia 28 de Junho o rebanho sobe à montanha

Seia celebra a Festa da Transumância e dos Pastores Comba, Folgosa, Maceira), concentrar-se-á no largo da câmara, às 07,30 horas, e atravessará a cidade em direcção à monta-nha, prosseguindo a sua viagem pelos seculares caminhos da transumância, em direcção àquela que é a aldeia dos pastores, o Sabugueiro. Pelo caminho estão preparadas degustações gas-tronómicas, como a típica merenda do Alforge, um almoço com os pastores e os chefs, na Sr.ª do Espinheiro, uma conversa com Urban Sketchers (Desenhos em caminhada), entre outros.

pera que as novidades e a reorganização do evento permitam relançá-lo e aumentar as entradas entre 20 a 25 por cento face a 2013, ou seja, ter mais de 150 mil pessoas no certame. “Estamos empenhados em fazer uma grande feira que possa relançar a Fa-tacil enquanto principal evento do género a sul do Tejo”, afirmou o presidente da Câmara de Lagoa, Francisco Martins.

Escolhido como tema desta edição, o mar e os seus produtos vão estar em destaque em vários momentos e espaços do recin-to, tendo o autarca destacado a forte aposta na área da restau-ração, onde os 11 restaurantes participantes prepararam menus que privilegiam os produtos algarvios, a pesca e o marisco.

Na zona da restauração vai estar um segundo palco por onde vão passar músicos e bandas algarvias. “Uma das grandes no-vidades que vamos ter é precisamente a redução do preço dos ingressos de forma a adequar a entrada na Fatacil àquilo que é a realidade económica das famílias de todo o país”, explicou Fran-cisco Martins.

O autarca destacou que, a dois meses e meio do início do certame, a organização já tem 80 por cento dos espaços de ex-posição reservados, estando já garantidas presenças de perto de 20 novos expositores.

A organização tentou ainda tornar a presença na feira mais apetecível para as empresas do concelho, tendo disponibilizado 20 espaços de exposição a 50 por cento do valor normal. “No espaço ‘Amar a terra’, alargado este ano, vamos ter tudo o que são produtos do algarve, do mar à serra, tertúlias, um concur-so de mel e o concurso de vinho do Algarve”, adiantou o edil al-garvio, acrescentando que o sector equestre vai continuar a ser animado com vários espectáculos e competições e uma noite temática, a “noite ibérica”.

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Pela Bairrada

Em 2008, a Câmara da Mealhada lançou o programa ‘4 Ma-ravilhas” e o restaurante ‘O Castiço’, junto à Estrada Nacional 1, foi dos primeiros a ganhar esta certificação. Trata-se de um res-taurante que oferece sobretudo conforto e atendimento familiar, onde o leitão à Bairrada é a referência.

Com cerca de 40 anos de existência, a actual proprietária, Carla Carvalheira nasceu praticamente dentro desta casa, que os pais fundaram. “Temos um compromisso com o nosso fornecedor, no sentido de nos trazer os leitões directamente do produtor, de preferência de raça bísara, com um peso entre os 4 e 5 kg, de forma a garantirmos qualidade do produto que oferecemos aos nossos clientes”, diz Carla Carvalheira.

Este restaurante tem matadouro próprio, pelo que os leitões são adquiridos vivos, permitindo assim que todo o processo seja desenvolvido dentro de portas. “Os leitões chegam vivos, matamo-los, preparamo-los com um molho especial, cuja receita é segredo da casa, assamo-los no forno a lenha e por isso temos sempre o leitão fresco’, refere a proprietária.

No ano passado, numa iniciativa da Câmara Municipal, foi lançando o desafio para se criar um pastel ou uma sobremesa com, pelo menos, dois ingredientes das ‘4 Maravilhas’. Carla Car-valheira aceitou o convite, lançou as ‘mãos à massa’ e criou o ‘casticito’, com que ganhou o primeiro prémio. “Não se trata de um pastel muito doce”, diz Carla Carvalheira, acrescentando que

Restaurante ‘O Castiço’ oferece leitão fresco e o ‘Casticito’

esta sobremesa tem duas ‘Maravilhas’: água e espumante. “A receita não a posso divulgar, mas posso dizer que é um pastel de uva”, acrescenta.

Refira-se ainda que este pastel está a ter bastante su-cesso e já foi presente em algumas feiras, nomeadamente em Lisboa e na Guarda, onde foi muito apreciado.

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Pela Bairrada

Casa Queirós: 40 anos a assar leitão à BairradaEm Avelãs de Caminho, na Estrada Nacional 1, encontra-

mos a Casa Queirós, que proporciona um ambiente familiar, onde os 40 anos de experiência falam por si. Neste restauran-te, onde toda a família trabalha, os seus fundadores ainda se encontram no activo e o leitão é uma referência.

Com as constantes exigências normativas, na região não é fácil encontrar leitão suficiente para garantir a procura, já que a maior parte dos produtores acabaram por desistir. Para satisfazer as suas necessidades, a Casa Queirós socorre-se do Alentejo para garantir o leitão de qualidade, através de um fornecedor fiel à sua casa.

Para os responsáveis deste restaurante, além do peso, a qualidade do produto é um aspecto fundamental para se ofe-recer aos clientes o verdadeiro leitão à Bairrada, já que o as-sar e o tempero são os mesmos. “Se tivermos um leitão bom e outro de menor qualidade, o primeiro apresenta uma pele crocante, toda direita, ao passo que o segundo, mal sai do forno passado 10 minutos começa a ficar com a pele mole e já não se consegue fazer nada dele”, dizem os responsáveis da Casa Queirós. “Apenas se consegue ver se o leitão é de boa qualidade quando se começa a assar”, dizem.

Para além do famoso leitão da Bairrada, a Casa Quei-rós proporciona aos seus clientes chanfana de cabra velha, cuja rota fica “às portas do restaurante”. Para quem gosta de apreciar a boa gastronomia, fica o convite, pois tem a certeza que a recepção terá toda a simpatia.

Há cerca de 72 anos, Álvaro Pedro era o proprietário de uma pequena mercearia situada onde actualmente é o parque privativo do restaurante Pedro dos Leitões. Nessa altura, resolveu assar um leitão e ir confeccionando francesinhas para os camionistas e para quem por ali parasse. Como começou a ter sucesso, em 1949 fundou o restaurante onde ainda hoje se situa. Estavam lançados os dados para o império.

Sandra Simões, neta do fundador, é uma das sócias, com mais dois irmãos, e praticamente nasceu dentro do negócio, acabando por tirar uma licenciatura na área da gestão hoteleira. “O segredo do sucesso é a qualidade do produto, a simpatia com os clientes e gostar daquilo que fazemos. Este é o segredo do sucesso”, sustenta Sandra Simões.

Um dos segredos do leitão à Bairrada é o peso. “Depois de confeccionado e pronto para ir para a mesa, o leitão deverá pesar entre os 4 e os 5 quilos”, diz aquela responsável, sublinhando que “é necessário que o leitão tenha alguma gordura, que vai derretendo ao longo da assadura, criando uma camada muito pequena de gordura que o torna mais gostoso”.

Além desse pormenor, Sandra Simões refere-nos que o outro segredo do verdadeiro leitão à Bairrada está na arte de o assar. “O molho não tem segredo nenhum e é feito por banha, sal, alho e pimenta, a diferença está no assar o leitão, principalmente no corar, que são os primeiros 20 minutos. É aqui que reside a arte do bom leitão e esta arte não está ao alcance de todos”, diz a proprietária.

Pedro dos Leitões: tradição e experiênciaEste restaurante faz questão de adquirir todos os leitões

em território nacional, pois não é possível encontrar na zona produtores para satisfazer a procura. Sandra Simões diz, gracejando, que “a Bairrada é muito grande e vai do Minho ao Algarve”, pois “em todo o lado se oferece leitão à Bairrada”.

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Anadia promove nove dias dedicados ao vinho e à vinha. De 21 a 29 de Junho, vai decorrer a décima primeira edição de um certame que é já um local de encontro entre os apreciadores de bom vinho e produtos da região da Bairrada.

A Feira da Vinha e do Vinho tornou-se num espaço de promo-ção da vinha e do vinho e conta com a participação dos principais agentes económicos da região, contribuindo para a divulgação e valorização da marca Bairrada. Além da componente vitivinícola, a Feira da Vinha e do Vinho apresenta um diversificado cartaz de animação.

Para a presidente da Câmara de Anadia, este é um evento “aguardado com expectativa por quem já não prescinde dos nove dias de animação, onde confraternização e trabalho se conjugam da melhor forma”, refere Maria Teresa Cardoso. A autarca realça que todos os anos “a feira é preparada com renovado empenho, procurando-se adequá-la aos gostos e às necessidades de quem a visita, mas tendo sempre em vista contribuir para a divulgação do concelho e dos seus agentes económicos e socioculturais”.

Depois do enorme êxito que foi a edição 2013, em que Anadia entrou para o Guiness Book com o maior brinde de espumante, a autarca espera “muitos visitantes”, num certame que visa tam-bém promover a gastronomia, o turismo, o termalismo e o patri-mónio cultural do concelho.

Tradicionalmente palco de grandes concertos, a edição deste ano da Feira da Vinha e do Vinho não deixa os seus créditos por

mãos alheias. Expensive Soul, Deolinda, Quim Barreiros, Amor Eletro, Azeitonas, Pedro Abrunhosa e Ana Moura são nomes que vão atrair até Anadia muitos milhares de visitantes.

Para além da animação, o programa do certame engloba também eventos ligados ao sector, nomeadamente sessões técnicas, “show-cooking” e outras acções (ocorrendo algumas delas fora do recinto da Feira), que ajudarão a enquadrar a forte presença dos produtores vitivinícolas da Bairrada. “Esta consti-tui a pedra de toque do certame e revela-nos um sector dinâ-mico e empenhado em consolidar os sucessos que vão sendo construídos, não obstante a crise que vivemos”, refere a autarca de Anadia, que destaca a aposta dos produtores da região na exportação, mas também ao mercado nacional. “Os especialis-tas apontam cada vez mais o vinho português como sinónimo de excelência, os nossos produtores apostando na exportação, não descuram o mercado interno, também ele em constante evolução e cada vez mais atento aos grandes néctares que so-mos capazes de produzir”, refere Teresa Cardoso.

A autarca diz que “a grande bandeira” de Anadia é o espu-mante, um produto que “acolhemos e ao qual soubemos dar um cariz especial, tornando-o ‘nosso’, quer na escala local quer na escala regional”, sublinhando “a aposta na qualidade” feita pe-los produtores, capazes de “dar resposta a consumidores cada vez mais exigentes, acompanhando gostos e tendências, ino-vando e, simultaneamente, respeitando a tradição”.

De 21 a 29 de Junho, em Anadia

XI Feira da Vinha e do Vinho com cartaz de luxo

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A edição 2014 do Festival do Vinho do Douro Superior (FVDS) saldou-se por mais um êxito e um evento vínico de sucesso na cidade de Vila Nova de Foz Côa. A terceira edição foi a mais con-corrida. 6.500 pessoas visitaram o Festival e 5.000 fãs assistiram ao concerto da fadista Mariza, na ExpoCôa - Pavilhão de Feiras e Exposições, espaço que acolheu 72 stands de vinhos e sabores ao longo de três dias.

A terceira edição do certame voltou a surpreender e afirma--se já como uma referência nos encontros de vinhos e sabores realizados em Portugal. Aqui reúnem-se das mais prestigiadas casas produtoras de vinhos do Porto e DOC Douro e seus prota-gonistas, que assim quiseram estar em contacto com o público que aderiu em massa ao evento e a provar néctares únicos que reflectem o terroir e a singularidade do Douro Superior.

Ao evento não faltaram, por exemplo, José Maria Soares Franco (Duorum), Francisco Olazabal (Quinta do Vale Meão), Luís Sottomayor (enólogo da Sogrape), Manuel Lobo Vasconcelos (Quinta do Crasto), João Nicolau de Almeida (Ramos Pinto) e David Guimaraens (The Fladgate Partnership), entre outros. Os dois últimos acompanharam Luís Antunes, da Revista de Vinhos, numa mítica e bastante aplaudida prova comentada de vinhos do Porto.

Para além dos mais conhecidos, o FVDS foi também palco da apresentação de novas marcas, de vinhos e azeites, que con-tinuam a surgir e a apostar nesta sub-região para desenvolver projectos que se adivinham promissores. Destaque ainda para a presença de jornalistas, bloggers e representes do comércio que aqui tiveram a oportunidade de enriquecer o seu conhecimento e cultura vínica, e não só.

O carácter e singularidade dos vinhos do Douro Superior, berço de grandes marcas e de grandes vinhos, voltou a ser re-forçado neste certame que reuniu quase 60 produtores. Além de Vila Nova de Foz Côa, cada vez mais a capital do Douro Superior, estiveram representados mais sete concelhos vinícolas: Carra-zeda de Ansiães, Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espa-da à Cinta, Mêda, São João da Pesqueira, Torre de Moncorvo e Vila Flor, num total de cerca de 220 referências dadas à prova e 3.000 garrafas de vinhos abertas.

Os melhores vinhos do Douro Superior

‘Muxagat Os Xistos Altos Rabigato branco 2011’, ‘Quinta da Touriga Chã tinto 2011’ e ‘Quinta do Vesúvio Porto Vintage 2012’ foram os três grandes vencedores da terceira edição do ‘Con-

6.500 visitaram o evento e 5.000 assistiram ao concerto da fadista Mariza

Festival do Vinho do Douro Superior 2014 foi o mais concorridocurso de Vinhos do Douro Superior’, que decorreu no âmbito do ‘Festival de Vinhos do Douro Superior’, em Vila Nova de Foz Côa.

Um alargado painel de jurados avaliou centena e meia de vinhos oriundos da sub-região do Douro Superior. O painel era composto maioritariamente por jornalistas da especialidade e proprietários de lojas de vinho. Os 26 provadores avaliaram brancos, tintos e vinhos do Porto. Os três vinhos mais pontuados em cada uma das três categorias passaram à finalíssima. Estes nove vinhos foram depois avaliados por todos os jurados, que escolheram os vencedores. Estes receberam o galardão “Melhor Vinho” em cada categoria.

Destaque para a categoria de tintos, onde o ‘Quinta da Touri-ga Chã’ conseguiu destronar o ‘Quinta do Vale Meão’, marca que tinha ganho a categoria de tintos nas duas últimas edições. O vinho vencedor é produzido por Jorge Rosas, mas a enologia está a cargo de Fernando Lázaro e João Brito e Cunha. Nos brancos, a casta Rabigato deu origem ao campeão, a uma das três me-dalhas de ouro e a ainda a duas medalhas de bronze (e é mais que provável que entre no lote de outros vinhos premiados). O vinho vencedor foi criado por Mateus Nicolau de Almeida, pro-dutor e enólogo da empresa Muxagat. Finalmente, na categoria vinho do Porto, foi com alguma surpresa que um Vintage de 2012 conseguiu superar um fantástico tawny colheita de 1989 e vários tawnys com 10, 20 e 30 anos. No total, a organização atribuiu 12 medalhas de ouro, 17 de Prata e 26 de Bronze.

Brancos:Melhor Tinto: Muxagat Os Xistos Altos Rabigato 2011 (Muxa-

gat Vinhos)Medalhas de OuroValle do Nídeo Sauvignon Blanc 2013 (H. Abrantes - Douro

Wines)Duas Quintas Reserva 2011 (Adriano Ramos Pinto Vinhos)Quinta da Canameira Rabigato Reserva 2010 (Sampaio e

Melo Cabral) TintosMelhor Vinho: Quinta da Touriga Chã 2011 (Jorge Rosas Vinhos)Medalhas de OuroQuinta do Vale Meão 2011 (F. Olazabal & Filhos)Excomungado 2011 (Quinta Vale de Pios)Dona Berta Sousão Reserva Especial 2011 (Hernâni Verdelho)Quinta da Leda 2011 (Sogrape Vinhos)Palato do Côa Escolha 2011 (5 Bagos)D. Graça Grande Reserva Selecção Privada 2011 (Vinilourenço)Pathernos Grande Reserva 2009 (Cabanas do Castanheiro) Vinhos do PortoMelhor Vinho:

Quinta do Vesúvio Vintage 2012 (Sy-mington Family Esta-tes)

Medalhas de OuroBarão de Vilar Co-

lheita 1989 (Barão de Vilar - Vinhos)

Duorum Vintage 2011 (Duorum Vinhos)

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O Instituto Português da Qualidade vai realizar em Moimenta da Beira, no dia 26 de Junho, a partir das 14 horas, o I Encontro Regional Douro Sul “A metrologia legal no sector vitivinícola” em colaboração com a Cooperativa Agrícola do Távora e a Comis-são Vitivinícola Regional Távora-Varosa.

O evento, que terá lugar no Auditório Municipal padre Bento da Guia”, em Moimenta da Beira, pretende dar a conhecer, aos agentes económicos e profissionais do sector, o actual enqua-dramento legal, ao nível europeu e nacional, e as actividades metrológicas aplicadas ao sector vitivinícola. No encontro serão ainda abordadas questões técnicas e metodologias de natureza legal inerentes a este sector.

Os organizadores consideram que o objectivo da iniciativa “possa ser relevante à actividade e à oportunidade que se coloca aos participantes de trocarem experiências e de obterem escla-

Os vinhos Quinta das Marias Touriga Nacional Reserva, do Dão, Rozés Porto Tawny 40 anos e Terras d’ Alter Reserva, este do Alentejo, venceram o Concurso Vinhos de Portugal 2014 nas suas catego-rias.

O primeiro, do produtor suíço Peter Eckert, com a assinatura enológica de An-tónio Narciso, impôs-se na categoria va-rietal, ao passo que o Rozés ganhou na ca-tegoria destinada aos vinhos fortificados e o Terras D’ Alter na de vinhos de lote, ou seja, para os que são feitos com mais do que uma casta.

Organizado pelo segundo ano conse-cutivo pela ViniPortugal, o concurso en-volveu 1070 vinhos de todas as regiões

No dia 26 de Junho, a partir das 14 horas

Encontro sobre a “Metrologia” na vitivinicultura em Moimenta da Beira

recimentos”. A participação é gratuita, mas a presença deve ser confirmada, até dia 20 de Junho, para o e-mail [email protected] indicando o nome, e-mail e entidade a que pertence.

A metrologia é a ciência das medições e engloba os aspectos teóricos e práticos de todas as medições que são realizadas nas mais diversas ciências e tecnologias, neste caso na vitivinicultu-ra. Além da aplicação trivial da metrologia no estudo e padroni-zação dos pesos e medidas e na implementação de sistemas de unidades, a metrologia também encontra larga aplicação práti-ca nos mais diversos processos de produção, situação em que visa garantir a qualidade de produtos e serviços por intermédio de ensaios destrutivos e não-destrutivos e da aferição de gran-dezas físicas com o uso de instrumentos de medição, além da própria calibração desses instrumentos, sejam eles analógicos ou digitais.

Concurso Vinhos de Portugal 2014

Quinta das Marias Touriga Nacional Reserva foi o melhor na sua categoria

vitivinícolas de Portugal e “cerca de 80 atingiu pontuação para ter medalha”, disse o presidente daquela associação interpro-fissional, adiantando que “só há medalhas para 25%” dos vinhos concorrentes”, refe-riu Jorge Monteiro.

O dirigente explicou que nesta edição “a qualidade média foi muito elevada”, sendo este o motivo por que não serão en-tregues medalhas de bronze. “Esgotamos as de prata”, afirmou, observando que “os vinhos em prova surpreenderam tanto os especialistas nacionais como internacio-nais pela qualidade, diversidade e a con-sistência”.

Aquele responsável salientou ainda que “a taxa de vinhos com defeito está

abaixo dos 3%”, o que, em sua opinião, “é extremamente bom”. “Estamos no bom caminho”, realçou.

Os prémios foram entregues numa cerimónia efectuada no Palácio da Bolsa, no Porto. Foram distinguidos 280 vinhos, dos quais 45 com a medalha grande ouro e 22 com a de ouro. “O Douro é a região que mais medalhas alcançou, seguida do Alentejo, mas o Dão e a Bairrada atingiram resultados muitíssimo interessantes”, no-tou Jorge Monteiro.

O dirigente destacou ainda que “a tou-riga nacional foi a casta que maior pontua-ção alcançou entre as dez que a ViniPor-tugal está a promover” a favor dos vinhos nacionais. Os vinhos durienses conquista-ram 67 medalhas, enquanto os do Alentejo conseguiram 59. As regiões do Dão e da Bairrada estiveram “muito bem, pois cada uma delas obteve três medalhas grande ouro”.

Os vinhos premiados foram eleitos por mais de 100 jurados, entre eles “25 espe-cialistas internacionais”.

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A acreditação da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) dos Açores como ‘Organismo de Certificação de Produtos’ contribui “para a valorização da produção de vinha e de vinho” na Região. A afirmação foi feita pelo Secretário Regional dos Recursos Na-turais, na Madalena, na ilha do Pico.

Para Luís Neto Viveiros, esta primeira acreditação conferida pelo Instituto Português de Acreditação (IPAC) a uma organiza-ção de certificação de produtos nos Açores representa também “o reconhecimento da qualidade do importante trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela Comissão Vitivinícola Regional”.

“Esta torna-se, assim, mais uma ferramenta ao dispor do sector vitivinícola regional e da estratégia que defendemos para o potenciar, conforme a medida criada no âmbito da Agenda Açoriana para a Criação de Emprego e Competitividade Empre-sarial que se encontra em implementação”, afirmou o Secretário Regional, que falava terça-feira na cerimónia que assinalou a acreditação da CVR Açores.

Luís Neto Viveiros sublinhou que “a qualidade e, por maioria de razão, a qualidade certificada, são para o Governo dos Açores factores essenciais à implementação dos produtos açorianos em mercados cada vez mais exigentes e globalizados”.

Na sua intervenção, defendeu que, além da existência no ar-quipélago de três regiões demarcadas para a produção de vinho

Afirmou o Secretário Regional dos Recursos Naturais

Acreditação da CVR Açores “valoriza a produção de vinha e de vinho”

(Pico, Graciosa e Biscoitos, na Terceira), “existem ainda diversas zonas de produção de vinho sem denominação de origem, bem como extensas áreas de vinhas abandonadas presentes em to-das as ilhas” que importa potenciar.

Nesse sentido, recordou que o Governo dos Açores definiu objectivos estratégicos com vista “à dinamização e ao fortale-cimento do sector, quer ao nível da produção, quer ao nível da transformação”, como a melhoria do rendimento dos viticulto-res, a recuperação, conservação e valorização do património genético das principais castas existentes no arquipélago e a consolidação da produção de vinhos com Denominação de Ori-gem e Indicação Geográfica.

O Secretário Regional referiu ainda o fortalecimento do apoio técnico à cultura da vinha e à produção do vinho, a rees-truturação da vinha em várias ilhas, a formação de técnicos e viticultores e a consolidação da qualidade do produto. “Vamos continuar a desenvolver todos os esforços de investimento pú-blico na melhoria das condições da produção agrícola e indus-trial, assim como facultar apoio técnico para que as organiza-ções ou associações reconhecidas candidatem os seus produtos a uma certificação que representa uma mais-valia comercial e, até mesmo, cultural”, assegurou Luís Neto Viveiros.

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No Concurso “La Selezione del Sindaco” 2014

Vinhos portugueses obtiveram 50 medalhas em Itália

Portugal marcou, uma vez mais, presença excelente na XIII Edição do Concurso Internacional de Vinhos “La Selezione del Sindaco” que este ano decorreu na cidade Italiana de Bolzano. Os vinhos portugueses obtiveram 50 medalhas, o que colocou o nosso país, novamente, em segundo lugar, depois de Itália, com mais prémios.

Este é o único concurso de vinhos internacional que prevê a participação conjunta do produtor e do municí-pio de proveniência das produções e tem como elemento diferenciador de outros concursos, a missão de valorizar as produções, fruto da tradição e de um território distinto.

No seguimento dos outros anos, a Associação de Mu-nicípios Produtores de Vinho (AMPV) continuou a ser par-ceira na organização deste Concurso da RECEVIN – Rede Europeia das Cidades do Vinho e da Cittá del Vino – Asso-ciação de Cidades do Vinho Italianas, contribuindo com a divulgação deste concurso no território nacional e com a presença de cinco provadores portugueses no concurso.

Nesta edição, dos 1000 vinhos a concurso, 145 eram portugueses, sendo que 50 foram medalhados, sendo três Grandes Medalhas de Ouro, seis de Ouro e 41 de Pra-ta, correspondendo a 15 Municípios, também premiados, Azambuja, Barcelos, Bombarral, Cantanhede, Cartaxo, Lamego, Loures, Gouveia, Montijo, Nelas, Palmela, Penal-va do Castelo, Reguengos de Monsaraz, Rio Maior, Santa Marta de Penaguião.

“Mediante os resultados obtidos, congratulamo-nos pela excelente participação dos vinhos e dos territórios vitivinícolas portugueses, através dos seus municípios, que deram uma vez mais provas de estarem na vanguar-da da promoção da excelência dos vinhos produzidos em Portugal”, adianta a AMPV em comunicado.

1

XIII Concurso Internacional do Vinho “La Selezione del Sindaco”

Grande Medalha de Ouro Pontos Vinhos Categoria DO / IGP Ano Casta Produtor Município

92.5 CASA DA PASSARELA – ABANICO RESERVA DE 2010 TINTO DÃO 2010 TOURIGA

NACIONAL PASSARELA SOCIEDADE DE VINHOS, LDA GOUVEIA

92.25 QUINTA DA BADULA - RESERVA TINTO TEJO 2010 TOURIGA

NACIONAL QUINTA DA BADULA,LDA RIO MAIOR

92.00 POLIPHONIA – RESERVA TINTO 2012 TINTO ALENTEJO 2012 SYRAH GRANACER ADMINISTRAÇÃO DE BENS, SA

MONTE DOS PERDIGÕES REGUENGOS DE

MONSARAZ

Medalha de Ouro

Pontos Vinhos Categoria DO / IGP Ano Casta Produtor Município

89.40 ADEGA DA CORGA RESERVA 2011 TINTO DÃO 2011 TOURIGA

NACIONAL ADEGA DA CORGA PENALVA DO CASTELO

89.00 FIDALGAS DE SANTAR RESERVA TINTO DÃO 2011 TOURIGA

NACIONAL VINASSANTAR SOCIEDADE

AGRICOLA NELAS

88.50 CASA DA INSUA TINTO COLHEITA DE 2010 TINTO DÃO 2010 TOURIGA

NACIONAL CASA DA INSUA – EMPRENDIMENTOS

TURISTICOS DE MONTEBELO PENALVA DO CASTELO

88.20 ADEGA DE PEGÕES –

COLHEITA SELECIONADA SELECTED HARVESTE 2013

BRANCO PENINSULA DE SETÚBAL 2013 ARINTO COOPª AGRICOLA STO. ISIDRO DE PEGÕES MONTIJO

88.00 DONA ERMELINDA BRANCO PALMELA 2013 FERNÃO PIRES CASA AGRICOLA ERMELINDA DE FREITAS, VINHOS, LDA PALMELA

87.40 MONSARAZ - TOURIGA NACIONAL TINTO ALENTEJO 2011 TOURIGA

NACIONAL CARMIN – COOPª AGRIª DE REGUENGOS DE

MONSARAZ,CRL REGUENGOS DE

MONSARAZ

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Alicerçar a importância do sector no desenvolvimento eco-nómico das regiões e países da Europa, na promoção dos benefí-cios do consumo moderado de vinho, é o objectivo do programa “Vinho com Moderação”, apresentado pela Associação de Muni-cípios Portugueses do Vinho (AMPV), em Santarém.

O seminário, organizado pela AMPV em parceria com a Con-fraria da Gastronomia do Ribatejo durante a Feira Nacional de Agricultura, pretendeu ser “lugar de reflexão sobre o papel do sector vitivinícola no desenvolvimento económico nacional”, ex-plicou o presidente da Câmara do Cartaxo e do Conselho Directi-vo da AMPV, “aliando o que hoje consideramos indissociável – o vinho e a gastronomia – e trazendo-os para a discussão sobre a necessidade de enquadrar o sector, nas decisões estratégicas sobre turismo e economia nacional”, justificou Pedro Magalhães Ribeiro.

A “Gastronomia e os Vinhos no Turismo e na Economia Na-cional” foi o tema ao qual se subordinou o seminário, que con-tou com a presença de representantes do Turismo do Alentejo e Ribatejo, de Confrarias Gastronómicas e Báquicas e de Câmaras Municipais de todo o país.

Associação empenhada na sensibilização para o consumo moderado de vinho

No âmbito do seminário, Pedro Magalhães Ribeiro apresen-tou o programa “Vinho com Moderação”, ao qual já aderiram 24 municípios que integram a associação, afirmando que “este é um programa não só de responsabilidade social, como de acção concreta para a promoção da saúde” explicando que “o facto de ser uma iniciativa do próprio sector vinícola europeu e de fazer parte do contributo deste sector no âmbito da sua participação no Fórum da Saúde e do Álcool na Comissão Europeia, é sinal de que o consumo moderado é tido com essencial para o cresci-mento sustentável, do próprio sector”.

0 programa visa contribuir para a alteração de hábitos, en-corajando uma mudança cultural na abordagem ao álcool, pro-movendo a responsabilidade no consumo e a afirmação do vinho como produto de excelência, o que implica que seja apreciado em cada uma das suas características diferenciadoras e, por isso, não compatível com o consumo excessivo.

A AMPV posicionou-se como “interlocutora privilegiada, en-quanto associação municipal, junto dos municípios nacionais, com o intuito de desencadear acções concretas que conduzam à consolidação de hábitos moderados de consumo, especialmente junto dos mais jovens, que são quem, enquanto adultos, definirá que hábitos de consumo vão prevalecer nas nossas comunida-des”, explicou Pedro Magalhães Ribeiro, que considera “como

Iniciativa foi apresentada num seminário em Santarém

AMPV promove programa europeu “Vinho com moderação”

factor de motivação para a AMPV, o carácter muito concreto e mensurável do Programa”.

Até ao momento 24 os municípios associados já aderiram à iniciativa - Penalva do Castelo, Mealhada, Reguengos de Mon-saraz, Melgaço, Cartaxo, Cadaval, Praia da Vitória, Tomar, Beja, Tábua, Santarém, Loures, Lagoa, Bombarral, Vidigueira, Viana do Castelo, Setúbal, Monção, Sintra, Oeiras, Lourinhã, Palmela, Ne-las e Ponte da Barca.

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A Cooperativa de Viticultores e Olivicultores de Freixo de Numão, associada da Federação Nacional das Adegas Cooperativas de Portugal (FENADEGAS), viu o seu Azeite Virgem Biológico Extra Casa Grande reconhecido com medalha de ouro pela organização Union des Œnologues de France na segunda edição do concurso internacional Les Olivalies Cannes 2014.

O presidente da cooperativa considera que “esta medalha de ouro é mais um incentivo para os asso-ciados e colaboradores. Só com inovação e melho-ria contínua no trabalho diário de todos é possível garantir a excelência dos produtos comercializa-dos”, afirmou Ilídio Santos.

Na segunda edição do concurso internacional “Les Olivalies Cannes”, realizado em França, o azei-te Virgem Biológico Extra Casa Grande foi premiado pela sua excelência, tendo-lhe sido conferido um di-ploma de “três remarquable”.

A avaliação dos diversos azeites foi levada a cabo por um júri composto por cinco elementos que analisaram, durante dois dias, os azeites que esta-vam em prova, recorrendo a critérios como o olfacto e o paladar.

Os azeites Biológico Casa Grande, Casa Grande Gold, Virgem Extra Casa Grande e Casa Grande fo-ram também distinguidos devido às suas caracterís-ticas únicas e inigualáveis, permitindo à Cooperativa de Viticultores e Olivicultores de Freixo de Numão afirmar-se como uma empresa de grande potencial.

Para o presidente da Fenadegas, “o mercado do azeite é uma oportunidade de crescimento para o sector agrícola. Não só Portugal tem excelentes condições de produção, como também tem o co-nhecimento técnico para a produção de produtos de azeite e derivados de grande qualidade”, afirmou Basto Gonçalves.

No concurso internacional Les Olivalies Cannes 2014

Azeite da Cooperativa de Freixo Numão conquistou medalha de ouro

Colheitas de Verão apresentadas pelo enólogo António Ventura

Quinta do Gradil lançou novos brancos de 2013A Quinta do Gradil, cuja tradição vitivi-

nícola remonta ao século XVIII, altura em que foi propriedade do Marquês de Pom-bal, lançou os vinhos brancos da colheita de 2013.

Da vindima de 2013 surgem três refe-rências de vinhos brancos: o clássico Sau-vignon Blanc & Arinto, e dois monovarietais que se encaixam dentro da filosofia “O Me-lhor do Ano”, característica da gama Quin-ta do Gradil: um Viognier e um Viosinho.

“Os brancos da colheita de 2013 re-flectem bem o potencial existente na Quinta do Gradil para a produção de vi-nhos brancos de excelência, mercê do seu microclima dominado pela serra do Mon-tejunto e influenciado pela proximidade do

Oceano Atlântico” refere António Ventura, enólogo na Quinta do Gradil há 30 anos e este ano eleito “Enólogo do Ano”.

“A mineralidade, a frescura genuína e os aromas de frutos de caroço com al-gum perfil vegetal são vectores comuns aos vinhos desta colheita. O facto de toda a vindima de brancos ter tido lugar antes das chuvas ajudou em muito a garantir a integridade das uvas e a sua perfeita sani-dade, fatores essenciais para a obtenção da superior qualidade que constatamos nestes vinhos da colheita de 2013”, desta-ca António Ventura.

A mineralidade e a frescura das castas Sauvignon Blanc & Arinto, Viognier e Vio-sinho são a companhia ideal deste Verão

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Ovar recebeu mais uma edição do Festival do Pão de Ló, ini-ciativa que este ano se saldou por “mais um êxito”. O evento visa a promoção e valorização da doçaria local e regional, com destaque para o Pão-de-ló de Ovar e seus derivados, uma doçaria secular que integra o património cultural e gastronómico daquela cidade.

“O Pão-de-ló de Ovar é um doce de tão elevada qualidade e excelência, que qualquer festival que se faça é um sucesso”, afir-mou o presidente da Associação de Produtores de Pão-de-Ló de Ovar, entidade detentora da marca ‘Pão-de-ló de Ovar’, que juntamente com a Câmara de Ovar organiza o Festival.

O presidente da Associação de Produtores sublinha a impor-tância do Pão-de-ló de Ovar, “um produto que contribui econo-micamente para o distrito de Aveiro”, com “um consumo anual de vários milhões de ovos”. É que há uma directiva que obriga a que os ovos sejam comprados no distrito de Aveiro. “Veja o im-pacto que isto tem nos produtores de ovos, nos agricultores e nos lavradores da região”, refere Rui Catalão, destacando a qua-lidade dos ovos, que “têm características especiais, pois os pro-dutores não podem usar farinha na alimentação das galinhas”, explicou o dirigente.

A Associação tem em marcha um processo de indicção geo-gráfica protegida (IGP), pelo que os associados têm regras de fabrico, como a certificação dos ovos ou “a utilização do barro e do papel”, afirmou Rui Catalão.

O dirigente defende que o festival se deve estender a outros produtos, aliando o Pão-de-ló à gastronomia local. “Para o ano podemos ter um festival com stands de enguias e outros doces regionais”, diz o dirigente, que elogiou a novidade deste ano, com a presença de pão-de-ló de outras regiões. “Uma mudança de estratégia”, ressalvou.

Diz o presidente da Associação de produtores

“O Pão-de-ló de Ovar é um doce de tão elevada qualidade

que qualquer festival é um sucesso”“Um dos melhores do país”

O Pão-de-ló de Ovar é “considerado um dos melhores do país”, porque “é cozinhado em barro, tem a característica de se húmido, de paladar único, agradável e fofo”, diz Fátima Reis Liz, também dirigente da Associação de Produtores de Pão-de-Ló de Ovar. Também a produtora destaca a importância do festival, considerando que “dinamiza a cidade e movimenta a economia da região”.

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Sob o mote “Pela Sustentabilidade do Montado, por um Fu-turo Melhor”, Coruche recebeu mais uma edição da Ficor – Fei-ra Internacional da Cortiça, certame que este ano teve lugar no edifício da antiga central de camionagem, um espaço adquirido pelas autarquia e que permite dar melhores condições e mais potencialidades ao certame, assim como a outras actividades promovidas pelo município.,

A edição deste ano da Ficor ficou marcada pela realização do I Congresso da Fileira do Sobreiro e da Cortiça, organizado pela FILCORK, e pela assinatura de um protocolo entre várias entidades que permitiu a criação do Centro de Competências do Sobreiro e da Cortiça.

Na inauguração do certame esteve presente o secretário de Estado das Florestas. Na ocasião, Francisco Gomes da Silva des-tacou a importância do trabalho que o município tem feito na promoção desta fileira. “Coruche vai sendo a capital do conjun-to de actividades em torno do sector do sobreiro e da cortiça”, destacou o governante, que se mostrou esperançado no projec-to da DAI - Sociedade de Desenvolvimento Agro-Industrial, em Coruche, de que foi quadro superior entre 1999 e 2001, para que retome a produção de açúcar a partir de beterraba. Francisco Gomes da Silva garantiu ter “mantido conversas” com a empresa e que “esta perspectiva tem todo o interesse para Portugal”.

Por sua vez o autarca de Coruche destacou a importância da Ficor na promoção de um sector, que tem um peso significativo na economia. Francisco Oliveira lembrou que Coruche “há mui-tos anos que definiu a fileira da cortiça e do sobreiro como uma área de grande importância estratégica” para o concelho.

Centro de Competências do Sobreiro e da Cortiça

O Sobreiro e a Cortiça vão passar a ter um centro de com-petências para promover o desenvolvimento da fileira da cortiça portuguesa pela via do reforço da investigação, da promoção da inovação e da transferência e divulgação do conhecimento.

Denominado Centro de Competências do Sobreiro e da Cor-tiça (CCSC) este organismo vai resultar de um acordo de coope-ração entre os responsáveis políticos, as entidades institucionais da administração, os agentes da fileira da cortiça e as entidades de investigação do sistema científico e tecnológico. O respecti-

Certame promoveu fileira importante da economia

Criação do Centro de Competências do Sobreiro e da Cortiça marcou a FICOR 2014

vo acordo foi assinado, pelos responsáveis das várias entidades aderentes, nomeadamente pela ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas.

O CCSC tem como objectivos ser um fórum de congregação e partilha das competências existentes entre várias entidades, de forma a permitir dar respostas mais prontas, completas e eficazes aos diversos desafios que se colocam à exploração do sobreiro e da cortiça; contribuir activamente para a definição de uma agenda de investigação suberícola nacional aplicada; promover a competitividade da fileira da cortiça pela via da pro-dutividade e sustentabilidade da cultura suberícola, assim como salvaguardar das florestas de sobreiro, com realce para a sua vertente de uso múltiplo. É, ainda, objectivo do centro poten-ciar a divulgação do conhecimento científico em estreita ligação com os agentes da fileira, nomeadamente no espaço de aplica-ção suberícola; criar condições no terreno para o desenvolvi-mento da actividade experimental que se considere necessária à melhoria da produtividade e do estado sanitário dos sobreiros em Portugal; e constituir-se como veículo de transferência de conhecimento e adopção das melhores práticas disponíveis.

O acordo de cooperação do CCSC foi assinado em Coruche, durante a realização do I Congresso da Fileira do Sobreiro e da Cortiça subordinado ao tema “Visão de Futuro para a Fileira da Cortiça”, que decorreu no âmbito da FICOR – Feira Internacional da Cortiça, e que contou com um dia cheio de apresentações sobre as temáticas da produção e da indústria.

Para o presidente da Apcor, e que assume o mesmo cargo na Filcork, “numa altura em que a cortiça tem o seu maior momento de notoriedade internacional, este debate serviu para apontar caminhos e novos desafios para a nossa fileira, fortalecendo a cooperação entre todos os estádios, parceiros institucionais e também o próprio governo”, referiu João Rui Ferreira,

O congresso foi organizado pela Filcork (Associação Inter-profissional da Fileira da Cortiça) e teve como objectivo contri-buir para a reflexão sobre o Futuro da Fileira da Cortiça, assu-mindo-se como o espaço privilegiado para o debate aberto e construtivo entre os diferentes agentes da fileira, sendo também o momento de apresentação dos principais resultados da ope-ração cofinanciada pelo Programa INALENTEJO “Programa de Valorização da Cortiça no Alentejo”.

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Cerca de 10 toneladas de fruto foram vendidas durante os três dias da Festa da Cereja de Alfândega da Fé. O evento atraiu milhares de pessoas ao recinto municipal de exposições daquela vila transmontana, de tal forma que ao início da tarde de domin-go o fruto esgotou.

A Cooperativa Agrícola, único produtor de cereja represen-tado no certame, vendeu cerca de 10 toneladas de Cereja, es-coando o stock disponível para o evento. O que é facto é que, apesar de a apanha decorrer em simultâneo com a Festa, a pro-cura excedeu todas as expectativas. De acordo com os respon-sáveis não houve mãos a medir e só restou nas árvores a cereja que não estava madura, consequência também do frio que se fez sentir nos últimos dias, que não permitiu a maturação do fruto.

A Câmara de Alfândega da Fé, principal entidade organiza-dora do evento, fez um balanço positivo do certame, destacan-do o papel da iniciativa enquanto montra do concelho, valori-zando as vertentes económicas, culturais, sociais e turísticas.

Caviar de cereja entre os aperitivos da festa

Caviar de cereja, compotas com cálcio ou um chupa-chupa dietético foram alguns das novidades apresentadas na Festa da Cereja. Reinventar o tradicional e inovar é aposta do município, em colaboração com produtores e empresários locais.

Quem passou pelo certame teve oportunidade de degustar as cerejas e produtos derivados, com algumas inovações asso-ciadas a outros produtos locais, como o caviar de cereja para consumir com requeijão de amêndoa sem lactose ou glúten, e que foi a novidade da festa.

A nova iguaria tem o toque do ‘chef’ António Mauritti, um “novo povoador”, que há meio ano decidiu trocar o litoral por Alfândega da Fé e está a trabalhar com produtores, restaurantes

Procura excedeu todas as expectativas

Alfândega da Fé vendeu 10 toneladas de fruto na Festa da Cereja

e autarquia locais na recuperação e reinvenção de receitas tra-dicionais à base do que é da terra.

Entre as novidades da festa da cereja contam-se um azeite para barrar, inspirado nas antigas torradas de azeite, pasta de amêndoa, compotas com cálcio e um chupa-chupa “que faz bem aos dentes, feito com açúcar alcalino que combate a placa bacteriana e não é absorvido pelo organismo, portanto compa-tível com diabéticos”. Novas geleias de cereja com rosas, zimbro ou ervas aromáticas são algumas experimentações que estarão também disponíveis.

A cereja tornou-se na imagem de marca de Alfândega da Fé por ter sido um dos primeiros concelho de Portugal a produzir este fruto, que representa um volume de negócios anual “en-tre os 100 mil e o 200 mil euros”, com um preço médio pago ao produtor de “um a dois euros”, valores muito inferiores a outros produtos locais, nomeadamente os três milhões garantidos pelo azeite. Ainda assim a cereja continua a ser um símbolo e a au-tarquia local está apostada conseguir classificar este fruto como DOP (Denominação de Origem Protegida).

Esta protecção atribuída pela União Europeia seria, para mu-nicípio, como “um impulso para o reconhecimento e valorização de outros produtos, exclusivos do concelho, como é o caso da doçaria típica, nomeadamente os Rochedos e os Barquinhos”, que também aspiram a esta denominação.

Produtores das “Terras de Alfândega”criaram 30 postos de trabalho

Os produtos locais de Alfândega da Fé ajudaram a criar nos últimos três anos 30 postos de trabalho e ganharam a marca “Terras de Alfândega” com que a autarquia quer valorizar o que é típico do concelho.

A Câmara local deu o impulso com um gabinete de apoio ao produtor que agiliza o licenciamento e encaminha projectos para “ajudar a criar postos de trabalho e a vender e a criar mais--valias com os produtos locais, mas também dar visibilidade ao território, atrair turistas”, como explicou a autarca Berta Nunes.

Da cereja, ao queijo, amêndoa, compotas, fumeiro ou outros produtos regionais feitos em casa surgiram negócios organiza-dos, que até então se deparavam com algumas restrições. Os produtores que quiserem podem utilizar o selo de garantia “Ter-ras de Alfândega”, a nova marca chapéu do concelho transmon-tano, que obriga quem aderir a submeter-se a um controlo de qualidade.

“Temos vindo a trabalhar na valorização do saber fazer tra-dicional, o que corresponde ao licenciamento das unidades pro-dutivas que já existiam, mas não estavam licenciadas e por isso não tinham uma marca, não podiam comercializar, mesmo nas feiras onde tradicionalmente se vendiam os queijos que eram feitos em casa, ou a compotas, o fumeiro”, concretizou.

O gabinete de apoio ao produtor ajudou a ultrapassar as burocracias legais e ali “as pessoas são orientadas em todos os passos de uma forma muito célere, podem licenciar uma activi-dade em menos de dois, três meses”.

O município já licenciou 15 cozinhas regionais e ao saber tra-dicional, Alfândega da Fé está também a acrescentar a inovação “de jovens locais que criaram novos produtos como a cerveja artesanal com cereja e outros produtos locais como castanha, mel, etc”.

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A Festa da Cereja do Fundão, que se realizou em Alcongosta, ultrapassou todos os recordes em número de visitantes e de vendas, disse o presi-dente do município. “Esta edição foi aquela em que conseguimos ter o maior número de sempre de visitantes e de venda de cerejas, isto apesar de o primeiro dia ter sido praticamente perdido devido à chuva”, referiu Paulo Fernandes.

O autarca adiantou que “nos restantes dias a resposta em termos de procura foi absolutamente extraordinária”, como comprovam os números re-gistados pela organização: mais de 300 excursões, mais de 50 mil visitantes, e uma venda superior a 60 toneladas de cereja e a 15 mil pastéis de cereja de receita original. “Para a venda directa de cere-ja, por exemplo, tínhamos mandado fazer 20 mil caixas e no domingo (08) esgotaram. A verdade é que, não só superámos as melhores expectativas, como as conseguimos duplicar”, apontou.

O presidente do município sublinhou que os nú-meros apresentados “comprovam a repercussão gigantesca” que a Festa da Cereja do Fundão tem na “economia local”, uma vez que além do negócio realizado na festa propriamente dita os restantes sectores de actividade também são beneficiados.

Mais de 50 mil visitantes passaram em Alcongosta

Festa da Cereja do Fundão bateu todos os recordes

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A primeira edição da Expo Mortágua constituiu um enorme sucesso, estimando-se que cerca de 15 mil pessoas visitaram o evento, promovido pelo Município de Mortágua. Dedicada às temáticas da Floresta, Energia, Ambiente e Turismo, o certame contou com a presença de mais de 100 expositores, a maioria constituída por empresas ligadas à actividade florestal, como a produção, exploração, comercialização de madeiras, recolha de biomassa florestal e produção de pellets.

Numa área da feira destaque para a exposição de máqui-nas e equipamentos pesados utilizados na recolha, rechega, transporte e transformação de madeira, bem como na recolha e transformação de biomassa florestal. Para além da exposição dos equipamentos, houve empresas que realizaram acções de demonstração, dando a conhecer algumas novidades tecnoló-gicas, como uma máquina de corte e destroçamento de matos com controle remoto.

Presentes, também, empresas dedicadas à produção de pe-llets e venda de equipamentos de queima de material lenhoso e pellets para aquecimento doméstico, assim como stands espe-cializados no comércio de material e equipamento de segurança e protecção individual, para além de empresas de prestação de serviços técnicos de apoio à área florestal, Associações e Fede-rações de produtores florestais.

A área do Ambiente e das Energias Renováveis teve também um lugar de destaque na Feira, através de empresas de equipa-mentos a pellets e empresas fornecedoras de soluções técnicas e de engenharia nas áreas da energia solar, térmica, eólica, cli-matização. O comércio de árvores e plantas de jardim, a produ-ção de cogumelos, foi outra das áreas associadas à Floresta e ao Ambiente, para além de artesãos e produtores locais, com venda de trabalhos em madeira, tecido, bijuteria, costura criativa, pin-tura, e produtos à base de mel.

Mais de 100 expositores e cerca de 15 mil visitantes passaram pelo certame

Expo Mortágua foi um sucessoUma aposta ganha e já se pensa

na próxima edição

O balanço final do evento não podia ser mais positivo, tendo sobretudo em conta que foi uma primeira experiência. “Ficámos todos agradavelmente surpreendidos com a adesão de exposito-res e de visitantes, que superou todas as expectativas iniciais. Foi notoriamente uma aposta ganha, uma conquista de Mortágua, que traduz de forma exemplar a máxima ‘o homem sonha e a obra nasce’, referiu o presidente da Câmara, José Júlio Norte.

Para o sucesso, explicou o autarca, contribuiu também o local escolhido para acolher o evento, “com uma localização e um en-quadramento muito favorável, com condições e perto do centro da Vila, com amplo espaço para os expositores, bons acessos, zonas de estacionamento”.

O evento constituiu ainda uma mais-valia em termos econó-micos. “Sabemos que algumas empresas concretizaram negó-cios, outras estabeleceram contactos com potenciais clientes, e de uma forma geral todas puderam promover os seus produtos e serviços, o que vai ao encontro dos objectivos da Feira, ou seja, a dinamização económica do concelho e da região e a criação de oportunidades”, afirmou o autarca.

E José Júlio Norte já pensa no futuro. “Agora é preciso conti-nuar, pensar já na próxima edição, procurando melhorar aspectos que porventura não estiveram tão bem, até porque já temos uma referência. Vamos agora fazer uma avaliação geral do evento, o nosso objectivo é que ano para ano seja cada vez melhor, até porque temos a ambição de que este evento se torne numa re-ferência a nível nacional”, afirma José Júlio Norte, que aproveitou para agradecer a todos os expositores, em particular aos do con-celho, “que aderiram em grande número e contribuíram em muito para o sucesso desta primeira edição”.

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A Selectis promoveu em Nelas, no revendedor Loja do Agricultor, uma ac-ção de promoção e convívio, que serviu também de divulgação dos seus produ-tos, ao mesmo tempo aproveitada para esclarecer e tirar dúvidas aos agriculto-res.

“Esta acção serviu ainda para escla-recer os agricultores acerca das doen-ças que estão a afectar a agricultura na região, nomeadamente o míldio e o black rot que tem vindo a aparecer nal-gumas vinhas da região”, afirmou o res-ponsável da Loja do Agricultor.

Paulo Costa adiantou que a iniciati-va foi aproveitada para esclarecer e tirar dúvidas aos agricultores acerca daque-las doenças, uma vez que “os agriculto-res têm pouco conhecimento e fazem alguma confusão entre o black rot e o míldio”. “Esclarecer as dúvidas é impor-tante, de modo a que o agricultor co-nheça as diferenças e quais os produtos mais indicados para o combate dessas doenças”, afirmou Paulo Costa.

Na Loja do Agricultor, em Nelas

Selectis promoveu acção de divulgação e apoio técnico

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A Câmara de Mogadouro vai investir cerca de 900 mil euros na criação de um Centro Interpretativo do Mundo Rural (CIMR) para permitir aos alunos das escolas um melhor conhecimento das tradições agrícolas nordestinas.

O futuro equipamento chegou a estar programado para ocu-par um edifício que no passado albergou uma dependência ban-cária situada no centro da vila, entendendo o actual executivo municipal fazer a sua transferência para o Parque Urbano da Ri-beiro do Juncal que se encontra em fase de construção. “Quando chegamos à câmara, entendemos que este não seria o melhor local. Já estava em fase de execução do parque urbano e faria todo sentido ali instalar o novo equipamento de forma a alavan-car este novo espaço”, explicou o vice-presidente da Câmara, Evaristo Neves.

De acordo com a autarquia, o novo equipamento será dota-da de uma forte componente multimédia, o que permitirá, com o recurso às novas tecnologias, fazer do espaço uma referência

Para dar a conhecer as tradições agrícolas nordestinas

Mogadouro cria centro interpretativo do mundo rural

no seio da comunidade escolar. “Com o CIMR, queremos colocar Mogadouro nas rotas das visitas de estudo dos alunos das esco-las de vários pontos da região e do país”, acrescentou. O novo centro interpretativo vai ter a orientação técnica da Universida-de de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), entidade com a qual o município já estabeleceu um protocolo para o efeito. “Como o centro é composto por uma forte componente multimédia e ou-tras tecnologias, o conteúdo poderá ser alterado ciclicamente, o que é uma vantagem para quem visite o espaço”, frisou.

O futuro equipamento será, ao mesmo tempo, a porta de en-trada sul na Rota da Terra Fria que engloba, para além do conce-lho de Mogadouro, os de Miranda do Douro, Vimioso, Bragança e Vinhais. Os acessos ao local são feitos através de uma estrada construída recentemente e que liga o Pontão ao IC5 e através das ligações ao complexo desportivo local, o qual está situado nas imediações.

SAPEC Agro realizou dias de campo dedicados à batata

A SAPEC Agro realizou dois dias de campo dedicados à cultu-ra da batata. O primeiro decorreu no final de Maio em Salvaterra de Magos e o segundo, no início de Junho, em Ouca - Vagos.

Estas duas acções juntaram diferentes distribuidores, técnicos e agricultores da fileira da bata-ta, junto dos quais a SAPEC Agro apresentou a estratégia fitossa-nitária adoptada para a cultura e o posicionamento dos fungicidas Torero, Ekyp´s e Vitipec´s, e dos insecticidas Judo Combi, Corsário e Delstar.

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O presidente da Câmara de Proença-a-Nova considera ser urgente revitalizar a indústria da resina e considerou o projecto apresentado pela Associação de Destiladores e Exploradores de Resina (Resipinus) como uma “excelente solução”. “É um exce-lente projecto, que vem ao encontro daquilo que tenho vindo a defender, ou seja, há necessidade e é urgente revitalizar a indús-tria da resina e por essa via alavancar a produção do pinheiro bravo”, referiu João Paulo Catarino.

A Associação de Destiladores e Exploradores de Resina (Re-sipinus) defendeu e a reactivação do sector da resinagem e disse já ter apresentado um programa de acção que quer ver integra-do no Plano de Desenvolvimento Regional (PDR) 2014-2020. “O programa foi enviado ao secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural em Março e, até hoje, não teve qualquer resposta. O objectivo é reactivar uma produção que tem escoa-mento garantido e que presta um serviço público de enorme importância na defesa contra os incêndios”, disse Pedro Cortes, dirigente da Resipinus.

O presidente da Câmara de Proença-a-Nova e da Comu-nidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB) falava no final do encontro promovido pela Resipinus, na vila de Proença-a-Nova. O autarca referiu que o projecto “é uma forma que o sector en-controu de, no novo quadro comunitário de apoio, arranjar uma solução para que volte a haver resineiros e também, por essa via,

Afirmou o autarca de Proença-a-Nova, no encontro da Resipinus

“Revitalizar a indústria da resina é urgente”

fazerem um trabalho de vigilância da floresta”.“Se a ministra da Agricultura e do Mar estiver sensível, como

espero que esteja, para esta proposta, isto possibilita que no pró-ximo quadro comunitário os proprietários de pinhal adulto pos-sam beneficiar de um rendimento que de outra forma não tinham e incentiva as pessoas a limpar a floresta”, sublinhou.

João Paulo Catarino referiu ainda que este projecto “possibi-lita que volte a haver um rendimento periódico anual ao proprie-tário”, uma das grandes lacunas do pinheiro bravo.

“As pessoas levam muito tempo a retirar rendimentos da sua propriedade de pinheiro bravo e isso tem sido um grande incenti-vo ao abandono” da floresta, adiantou o autarca.

A criação de postos de trabalho na região foi outro dos pon-tos que o presidente do município de Proença-a-Nova realçou. “Estamos numa região em que grande parte das pessoas teve emprego na floresta. Foi uma das principais fontes de rendimento desta região e por esta via julgo que podemos voltar a ter gente na floresta”, concluiu.

Na década de 1970, Portugal tinha 1,3 milhões de hectares de pinho bravo e, actualmente, a mancha florestal pouco ultrapassa os 500 mil hectares. Nesse período, o país chegou a produzir 100 mil toneladas de resina, sendo que hoje não consegue ultrapas-sar as seis mil toneladas/ano.

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A ministra da Agricultura realçou o “bom momento” que o sector atravessa, uma fase de crescimento e dinamismo patente na Feira Nacional da Agricultura (FNA). Acompanhada por Isa-bel García Tejerina, ministra da Agricultura espanhola, Assunção Cristas inaugurou a FNA e percorreu demoradamente os pavi-lhões e o espaço exterior, um certame que, realçou, cresceu este ano 20% em relação à edição de 2013 tanto em área como em número de expositores.

“É isto também o que se passa na agricultura”, que tem vindo a aumentar a produção e as exportações, afirmou, sublinhando que o crescimento de 7,8% nas exportações em 2013, depois de ter crescido 7% em 2012, é demonstrativo de que o sector “está

Assunção Cristas na FMA, em Santarém

Agricultura nacional atravessa “bom momento”

vivo, com dinâmica, a crescer e a rejuvenescer-se”.Assunção Cristas realçou a presença, “em peso”, da floresta

na edição deste ano da FNA, bem como o esforço que tem sido feito pela produção nacional para mostrar que os produtos por-tugueses “têm qualidade e se estão a sofisticar e a inovar”.

A ministra realçou o trabalho realizado por Portugal em Bru-xelas para conseguir “ganhos quer nos subsídios do primeiro pilar (pagamentos directos aos agricultores) quer na parte dos apoios ao investimento e ao desenvolvimento do mundo rural”.

A FNA, que decorre no Centro Nacional de Exposições e Mer-cados Agrícolas (CNEMA), em Santarém, teve por tema “a produ-ção nacional”, voltando a apostar na vertente profissional e na promoção junto dos consumidores, aliadas a uma componente mais tradicional (com a presença dos toiros, dos campinos, da música tradicional e do folclore) e à animação.

O certame integrou o “Salão Prazer de Provar” - que agregou o Salão Nacional do Azeite, o Salão Nacional da Alimentação e o Festival Nacional do Vinho - a “Fersant” (Feira Empresarial da Região de Santarém), organizada pela Nersant, a “Lusoflora de Verão”, promovida pela Associação Portuguesa de Produtores de Plantas e Flores Naturais, e as “Conversas de Agricultura”.

Na zona exterior, uma exposição de maquinaria e equipa-mentos agrícolas permitiu conhecer as novidades do sector, existindo uma zona de demonstrações para apresentação de algumas inovações e um espaço dedicado à fileira florestal, pro-movido pela Associação para a Competitividade da Indústria da Fileira Florestal.

A presença das diferentes raças autóctones bovinas nacio-nais e internacionais, dezenas de equinos representando as prin-cipais coudelarias nacionais, suínos de raça bísara e raça alente-jana, caprinos, ovinos e aves (incluindo 500 galinhas poedeiras) constituíram, segundo o CNEMA, “a maior mostra de gado do país”, sendo a sua qualidade atestada em dezenas de concursos.

A ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, defen-deu a criação de mecanismos de regulação para minimizar o fim das quotas leiteiras na União Europeia, que permitam reagir no-meadamente às variações de preços.

Falando na Conferência “Dynamics in fully liberated UE-US Dairy market”, que decorreu em Lisboa, Assunção Cristas refe-riu que têm de “existir mecanismo de regulação para antecipar e prevenir problemas”, nomeadamente as variações de preços e o aumento de produção de alguns países da União Europeia. “Um aumento de um por cento na Dinamarca ou na Holanda, que é o que Portugal produz na totalidade, é um risco para o sector dos lacticínios, daí que estejamos atentos”, salientou.

Assunção Cristas realçou a “incontornável relevância” do sector leiteiro em Portugal por representar 11 por cento do valor da produção agrícola, ter sete mil produtores e as explorações terem aumentado em área e em número de efectivos, com a produtividade anual média, por vaca, a situar-se actualmen-

Para minimizar o fim das quotas leiteiras na União Europeia

Assunção Cristas defende mecanismos de regulação para prevenir problemas no sector leiteiro

te acima da média europeia. “O sector leiteiro em Portugal tem mais de 100 por cento em termos do grau de aprovisionamento de leite líquido, embora o país não seja auto-suficiente, nomea-damente nos queijos e iogurtes”, salientou.

A ministra garantiu que o sector leiteiro tem mecanismos para prevenir o impacto do fim do regime de quotas leiteiras, chamou a atenção para necessidade de haver “um equilíbrio ao nível da cadeia de produção” e disse que o Governo pode ajudar através dos fundos de desenvolvimento da agricultura para que haja mais “inovação e desenvolvimento e internacionalização”.

Nesta última vertente, chamou a atenção para o acordo ao nível do sector dos lacticínios e da agro-indústria fechado com a China. “Nos últimos 20 anos o sector leiteiro reconverteu-se e aumentou a dimensão das suas explorações, agora é preciso aproveitar os mercados internacionais, pois somos um país com produtos de qualidade e que garante a segurança alimentar”, concluiu.

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O emparcelamento rural dos Coutos de Moura, zona de oli-vais abandonados situada à volta da cidade, foi aprovado, o que vai permitir um projecto de rega integrado no sistema global do Alqueva.

Em comunicado, a Empresa de Desenvolvimento e Infra-es-truturas do Alqueva (EDIA) refere que o projecto de Emparcela-mento Rural Integrado dos Coutos de Moura foi aprovado pelas entidades locais e por 99,8 por cento dos proprietários, tendo já terminado a terceira e última fase de exposição. A aprovação do projecto, explica a empresa, vai permitir à EDIA “avançar com um projecto de rega conjunto e ambientalmente sustentável, inte-grado no sistema global de rega do Alqueva”.

Segundo a EDIA, os Coutos de Moura abrangem uma área de 4.671 hectares situada num anel à volta do perímetro urba-no da cidade de Moura, “onde a cultura ancestral e de sequei-ro resulta hoje numa zona de olivais com baixa produtividade e um elevado grau de abandono”. A situação, “consequência de uma teia fundiária de muito pequena dimensão e de um enorme fraccionamento e dispersão de prédios rústicos, tornou inviável uma actividade, que muito contribuía para o autoconsumo e a economia familiar, mas deixou de ter estrutura compatível” com

Uma zona de olivais abandonados situada à volta da cidade

Emparcelamento rural em Moura permite projecto de rega integrado do Alqueva

a actual actividade de olivicultura, explica a EDIA.Neste sentido, a EDIA, em colaboração com a Cooperativa

Agrícola de Moura e Barrancos e o apoio da Direcção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, desenvolveu, desde 2008, o projecto de emparcelamento rural dos Coutos de Moura, o qual envolveu 2.020 prédios rústicos e cerca de 760 proprietários. A intervenção permitiu reduzir em 34 por cento o número de pré-dios por proprietário, aumentar em 50 por cento a área média por prédio e corrigir a configuração geométrica dos prédios rústicos, precisa a EDIA.

“A garantia de uma estrutura fundiária mais competitiva, com uma rede de caminhos e drenagens adaptada e corroborada com a vontade de reconverter a actividade abandonada de olivicultura de sequeiro num produto com garantias de viabilidade económica e sustentabilidade do próprio concelho de Moura”, permite à EDIA avançar com um projecto de rega na zona dos Coutos de Moura, frisa a empresa.

Segundo a empresa, o concelho de Moura é considerado uma das zonas do país “com maior importância no que se refere à fi-leira do azeite”, produto que é “a maior realidade económica da região”.

A Associação de Desenvolvimento Dão, Lafões e Alto Paiva (ADDLAP) procedeu, em Vouzela, à entrega de 25 novos con-tratos, referentes a projectos de investimento aprovados no âmbito do Subprograma 3 do PRODER/Abordagem LEADER. O investimento total ascende a 2,2 milhões de euros, com um financiamento comunitário de 1,3 milhões.

Os investimentos em causa inserem-se na Estratégia Local de Desenvolvimento proposta para o território de intervenção da ADDLAP (Viseu, Vila Nova de Paiva, São Pedro do Sul, Vouzela e Oliveira de Frades), designadamente a dinamização da economia local, a valorização dos produtos da terra, a inovação no mundo rural e a criação de postos de trabalho sustentáveis.

Neste contexto, foram apoiadas candidaturas de entida-des públicas, privadas e particulares, nomeadamente municí-pios; juntas de freguesia; instituições de solidariedade social; microempresas e grupos culturais e desportivos.

Os projectos envolvem acções de valorização do patri-mónio religioso da região; benfeitorias sociais; optimização de espaços através da criação de infraestruturas para percursos pedestres; inventário e salvaguarda do património natural e construído; modernização e inovação de microempresas com o apoio ao processo de fabrico e exposição de produtos; e di-versificação e promoção de actividades turísticas através da reconstrução de casas com tipicidades características da re-gião.

Através do Subprograma 3 do PRODER, a ADDLAP apoiou, no seu território de intervenção, 125 projectos de investimento que totalizaram aproximadamente 15,5 milhões de euros. No total, estes investimentos criam 85 postos de trabalho.

No valor de 2,8 milhões de euros

ADDLAP celebra novos contratos de investimento

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A dinâmica associativa da freguesia de Carregosa, no con-celho de Oliveira de Azeméis, é um dos atributos locais para con-tinuar a ser valorizado, afirmou a coordenadora da Associação de Desenvolvimento Rural Integrado das Terras de Santa Maria (ADRITEM), Teresa Pouzada.

“Carregosa é uma terra dinâmica e de projectos, com várias ideias e ambições”, disse, sublinhando “a manifestação demons-trada pelos representantes locais em promover a mudança e evolução da freguesia ”.

Teresa Pouzada falava à margem das Jornadas Técnicas para o Desenvolvimento Local dedicadas à freguesia de Carre-gosa, que decorreram nas instalações da Junta de Freguesia. O ciclo de jornadas, que arrancou no passado mês de Fevereiro em Cesar, acontece no contexto dos “Encontros para o Desenvolvi-mento Local”, promovidos pela ADRITEM.

A iniciativa está aberta a toda a comunidade e constitui a forma de expressão e envolvimento da mesma na definição da estratégia de desenvolvimento local 2014-2020.

Grupos de trabalho

A freguesia de Carregosa tem condições ao nível do solo para uma agricultura forte, desde que seja corporizada numa associação ou cooperativa de produção, preferencialmente apostando numa cultura. Esta foi uma das ideias surgidas no tema “Agricultura, Ambiente e Recursos Naturais”, que apontou outros caminhos a seguir em termos de limpeza dos espaços nas

Afirmou a coordenadora da ADRITEM

Jornadas técnicas em Carregosa evidenciam forte componente associativa

áreas de lazer e no rio, com recurso a um grupo de voluntariado e à Associação Florestal de Entre Douro e Vouga. A criação de um percurso pedestre e de BTT, nova área de lazer e parque de me-rendas junto ao campo de futebol com circuito de manutenção, foram outros dos projectos a ter em linha de conta para o futuro.

Na temática “Emprego e Capital Humano” foi dado enfoque à necessidade da existência de um gabinete de apoio ao empre-go, a ser dinamizado pela Junta de Freguesia, tendo em vista a realização, entre outras actividades, de workshops para procura activa de emprego, formação e acções sociais.

A falta de um Lar e Centro de Dia, a necessidade de forma-ção na área da gestão familiar e financeira em tempos de crise económica e a pertinência de obras de requalificações no Centro Social de Carregosa, foram algumas das conclusões em plano de destaque do grupo “Sector Solidário e Inclusão”.

Os trabalhos sobre “Cultura e Património” chamaram a aten-ção para a importância da criação de um espaço de manutenção e de lazer, surgindo como um novo pólo de atracção da freguesia. Reavivar a Escola de Música da Banda, requalificar os moinhos, criar um lugar de memória a D. Manuel Correia Bastos Pina e construir de pavilhão desportivo, são anseios reivindicados.

No tema “Economia e Competitividade” falou-se da neces-sidade da criação de um núcleo local de formação profissional, da construção de um parque de lazer junto ao rio Ínsua/Antuã (com praia fluvial) e de uma pista de BTT associada ao percurso pedestre.

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O presidente da CAULE - Associação Florestal da Beira Serra, foi ouvido na Assembleia da República, numa audição conjunta onde marcaram presença diversas entidades e individualidades do sector florestal, com o objectivo de apresentarem propostas no âmbito do processo de revisão da Estratégia Nacional para as Florestas.

Considerado pelo Grupo do PS na AR um dos especialistas e conhecedores da fileira florestal no país, o presidente da CAU-LE defendeu, nesta audição, o agravamento do Imposto Muni-cipal sobre Imóveis (IMI) , mais concretamente sobre os prédios rústicos, para os proprietários que não “façam gestão” das suas terras ou, pura e simplesmente, não cumpram com os planos de gestão florestal (PGF) preconizados para os seus territórios, ao mesmo tempo que propôs uma redução ou até isenção do IMI para os proprietários “cumpridores” e que pratiquem actos de gestão de acordo com o estabelecido com os PGF.

Outra das propostas que José Vasco Campos apontou para “melhorar” o documento foi a necessidade de ver clarificada a questão da “compensação aos proprietários florestais pelo ser-viço dos ecossistemas”, isto é, para aqueles cujas terras se en-contrem localizadas em áreas cuja principal função para a flo-resta é a protecção/conservação da natureza e não a produção florestal. “Estamos a referir-nos concretamente a áreas de mon-tanha, consideradas importantes em termos de paisagem, do seu potencial turístico, da influência na qualidade dos recursos hídri-cos”, exemplifica Vasco Campos, para quem são fundamentais mais apoios públicos para estes casos específicos.

O presidente da CAULE referiu-se ainda à importância de fi-car vertido neste documento a realização de acções relaciona-

Vasco Campos defende agravamento da carga fiscal para quem não faça gestão das terras

CAULE apresenta propostas para melhorar Estratégia Nacional para as Florestas

das com a sensibilização e vigilância dos espaços florestais, esta última, centrada no trabalho dos sapadores florestais. “Alertá-mos para o papel dos sapadores na vigilância, chamando ainda a atenção para a importância da primeira intervenção, na genera-lidade, em incêndios florestais”, afirmou.

Relevante para este documento regulador da Estratégia Na-cional para as Florestas, segundo o dirigente da CAULE, é, ainda, a necessidade de se avançar com “políticas mais incisivas para a fileira do pinho”, nomeadamente a inevitabilidade de “uma gestão activa das áreas florestais de pinheiro bravo” e ainda a continuidade do apoio ao combate às pragas e doenças, desig-nadamente o nemátodo da madeira do pinheiro que é hoje um dos maiores flagelos da floresta de pinheiro bravo em Portugal.

Dirigente de uma associação gestora de 12 Zonas de Inter-venção Florestal (ZIF) - Vasco Campos aproveitou ainda para sugerir uma clarificação sobre o modelo de cadastro que está previsto para estas áreas, também apelidadas de condomínios florestais, uma vez que os proprietários aderentes das ZIF já es-tão identificados, estando também identificadas a maioria das suas parcelas junto da entidade gestora.

Esta é a segunda audição do presidente da CAULE na Assem-bleia da República, no espaço de poucos meses, a primeira foi com o objectivo de colher o seu contributo no âmbito do grupo de trabalho que está a analisar a problemática dos incêndios flo-restais, e esta, a convite do PS, com vista a apresentar propostas para a Estratégia Nacional para as Florestas, o que é o reconhe-cimento politico do trabalho e do conhecimento que esta asso-ciação florestal tem do sector.

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OPINIÃO

A floresta portuguesa ocupa 40 por cento do território nacional e está na base de um sector industrial forte e dinâmico, que é responsável por 15% das exporta-ções nacionais. Este é um cenário possível da evolução, ainda que simplista, do sec-tor florestal nacional no médio prazo.

Todavia, a sua materialização carece de uma política florestal objectiva, alicer-

Uma nova estratégia para o sector florestal nacional (s)em debate

çada numa estratégia coerente e num programa de acção ro-busto que a concretize. Escrevo estas linhas num momento em que já terminou o processo de auscultação pública da “Atualiza-ção da Estratégia Nacional para as Florestas”, desenvolvido pelo ICNF durante o mês de Maio.

A proposta de actualização da Estratégia Nacional para as Florestas colocada pelo ICNF em “auscultação pública” proce-deu a uma actualização da informação de enquadramento, ten-do adoptado, de um modo geral, as recomendações de revisão apresentadas pela Equipa Técnica do Estudo de Avaliação da ENF. Nesse estudo, a Equipa Técnica propunha a manutenção da arquitectura de base da ENF, assente em seis eixos estratégicos de intervenção, sugerindo uma profunda revisão dos objectivos operacionais e estratégicos que os concretizam, tendo presente as linhas de tendência de evolução do sector florestal nacional, europeu e mundial, bem como dos impactos resultantes das al-terações climáticas.

Não obstante, impõe-se uma crítica ao modo “meramente” digital da solução adoptada pelo ICNF proceder à consulta pú-blica de um documento que deve constituir-se como a “trave--mestra” da política florestal em Portugal. De igual modo, o tempo limitado (apenas um mês) e “fora de tempo” em que esta consulta ocorreu também merece uma leitura crítica. A nova ENF (actualizada) surgirá desfasada da preparação das medidas de apoio comunitário do próximo ciclo de políticas públicas 2014-2020.

A forma e o timing desta consulta pública evidencia que para o actual Governo a floresta e o sector florestal não passam de uma campanha de marketing político, destinada a criar alguns tempos de antena junto da comunicação social, em vez de en-carar a floresta como um recurso endógeno estratégico para a economia e para o desenvolvimento do mundo rural.

Ou seja, a actualização da Estratégia Nacional para as Flo-restas está longe de concretizar um sinal político da mesma in-tensidade que foi dado em 2006, sobre a importância estratégi-ca da floresta para o país e, também, para a acção governativa, tendo-se verificado uma forte influência das linhas orientadoras da Estratégia Nacional para as Florestas na preparação das Me-didas Florestais inscritas no ProDeR 2007-2013

E para fundamentar essa ideia, sublinho desde logo a ausên-cia de uma visão política para a “renovada” Estratégia Nacional para as Florestas. Parece-me lógico e óbvio que um documento desta natureza – estratégico – deva apresentar aquela que é a visão que irá nortear a sustentabilidade do desenvolvimento do sector florestal no curto, no médio e no longo prazo. No entan-to, o documento colocado à “auscultação pública” nada arrisca nessa visão de futuro…

Aliás, uma das principais lacunas desta versão “actualiza-da” da ENF prende-se com a falta de estabelecimento de metas quantificadas para o desenvolvimento do sector. A meta avan-

çada de 450.000 ha área florestal certificada até 2020 constitui uma excepção num dos aspectos centrais para o delineamento da estratégia de evolução de um sector que se caracteriza por longos ciclos de retorno do investimento.

Não obstante essa importante lacuna, verifico com satisfa-ção a manutenção da arquitectura de objectivos estratégicos que estava presente no documento adoptado em sede de Con-selho de Ministros em Agosto de 2006; a proposta de actuali-zação da ENF compreende seis objectivos estratégicos, que são concretizados em 38 objectivos estratégicos. Uma arquitectura que reconhece a importância crescente da indústria de base florestal e no potencial de internacionalização dos produtos flo-restais portugueses, geradores de um importante input para a economia nacional pelo Valor Acrescentado Nacional que gera.

A arquitectura de eixos também identifica, e bem, a impor-tância da redução dos riscos percebidos como uma prioridade nacional, sobretudo quando os cenários das alterações climá-ticas, os cenários das alterações climáticas prevêem um agra-vamento das condições meteorológicas de risco de incêndio e de propagação de pragas e doenças no Sul da Europa e que constitui, a par da potencial perda de produtividade da produção florestal primária, aspectos que certamente irão nortear a evo-lução do sector em Portugal. No entanto, o papel da valorização económica e energética da biomassa florestal, que constitui um subsector em afirmação na produção florestal é tratada de for-ma marginal.

Provavelmente, tal deve-se à pressa do Governo em aprovar esta actualização da ENF, uma pressa que já era invocada pelo actual titular da Pasta das Florestas no Governo (Francisco Go-mes da Silva) numa entrevista ao Jornal Económico em Novem-bro 2013, onde afirmou que “gostaria muito de arrancar o ano de 2014 já com a ENF aprovada ou pronta para a aprovar”. Dai, a forma apressada como foi realizada a consulta pública minima-lista e digital que o ICNF promoveu no seu sítio digital na Internet.

Por tudo isto, saúda-se a iniciativa desenvolvida pelo deputado Miguel Freitas, coordenador para a agricultura e florestas do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, que promoveu a realização de uma audição pública com os vários agentes do sector sobre a pro-posta de revisão da ENF. Enfim… era uma iniciativa deste género que seria desejável que o ICNF ou o próprio Ministério tivesse realizado em prol do debate sério sobre o futuro do sector.

O ideal seria uma jornada de trabalho, como sucedeu em 1997, em torno da regulamentação da Lei de Bases da Política Florestal. No entanto, uma reunião do Conselho Consultivo Flo-restal do ICNF já seria um avanço interessante na promoção do debate de ideias sobre o documento que deverá nortear o de-senvolvimento do sector florestal no médio e no longo prazo. Mas, criar essa plataforma sólida de diálogo estratégico com o sector é, seguramente, pedir muito a uma casa que ainda anda à procura da sua própria identidade.

Miguel Galante(Eng.º Florestal)

Nota: o autor destas linhas integrou a Equipa Técnica do IESE – Ins-tituto de Estudos Sociais e Económicos que, sob a coordenação do Dr. Oliveira das Neves, produziu o “Estudo de Avaliação da implementação da Estratégia Nacional para as Florestas”, entregue ao ICNF em Setem-bro de 2012 e que seria objecto de discussão pública precisamente em Maio de 2013.

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36 www.gazetarural.comF I C H A T É C N I C A

Ano X - N.º 226Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), [email protected] | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda.Redacção Luís Pacheco | Departamento Comercial Filipe Figueiredo, João Silva, Fernando Ferreira, José Martins e Helena MoraisOpinião Miguel Galante | Apoio Administrativo Jorge Araújo Redacção Praça D. João I Lt 363 Fracção AT - Lj 11 - 3510-076 Viseu | Telefones 232436400 / 968044320E-mail: [email protected] | Web: www.gazetarural.comICS - Inscrição nº 124546Propriedade Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal, Limitada | Administração José Luís AraújoSede Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuDelegação Edifício Vouga Park, Sala 42 - Sever de VougaCapital Social 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica Sá Pinto Encadernadores | Telf. 232 422 364 | E-mail: [email protected] | Zona Industrial de Coimbrões, Lote 44 - 3500-618 ViseuTiragem média Versão Digital: 80000 exemplares | Versão Impressa: 2500 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores

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A Expodemo – Mostra de Produtos, Actividades e Serviços da Região, que se realiza anualmente em Moimenta da Beira no penúltimo fim-de-semana do mês de Setembro, lançou um con-curso de ideias para a criação da “Mascote” e a produção de uma “Curta-Metragem”, aberto aos estudantes de Artes, Design, Audiovisual (e outras áreas) das universidades e demais institui-ções de ensino do país O primeiro classificado ganha 300 euros,

Expodemo lança concurso de ideias para mascote e curta-metragem

o segundo 150 e o terceiro 50. O prazo de entrega dos trabalhos prolonga-se até 29 de

Agosto e, uns dias depois, a 6 de Setembro, serão divulgados os resultados. O regulamento do concurso e a respectiva ficha de candidatura estão disponíveis no site da autarquia, em www.cm--moimenta.pt.

O Secretário Regional dos Recursos Na-turais afirmou, na Ribeira Grande, que a Feira Agrícola Açores é um “certame de reconhe-cida importância para o desenvolvimento da agricultura da Região”, salientando que este evento anual “promove as potenciali-dades dos agricultores, dos produtores e da agroindústria de todas as ilhas”.

Para Luís Neto Viveiros, que falava na apresentação da edição deste ano da Feira Agrícola Açores, que decorre de 20 a 22 de Junho, no Parque de Exposições de São Mi-guel, o certame “tem contribuído para a di-

Afirma o Secretário Regional dos Recursos Naturais

Feira Agrícola potencia Agricultura e agricultores dos Açores

vulgação externa do potencial genético das explorações leiteiras da ilha de São Miguel”.

O Secretário Regional dos Recursos Naturais salientou ainda que o certame “reúne e potencia os contributos de di-versas instituições públicas e privadas”, revelando que a edição deste ano conta com o reconhecido Concurso Micaelense da Raça Holstein Frísia, organizado pela Associação Agrícola de São Miguel.

Na sua intervenção, Luís Neto Vivei-ros frisou que o sector agrícola açoriano “tem contribuído para o desenvolvimento

comum”, acrescentando que se posiciona actualmente como “um parceiro activo para o desempenho de uma agricultura sustentável”.

A realização da Feira Agrícola Açores permite também, segundo o Secretário Regional, “potenciar negócios e ajudar na consolidação económica das empresas participantes”, salientando que se trata de “divulgar e dinamizar um conjunto de acti-vidades económicas basilares” da econo-mia regional.

Luís Neto Viveiros referiu ainda que o Parque de Exposições de São Miguel, re-centemente inaugurado, onde se realizará o certame, “dignifica não só a agricultura e a pecuária dos Açores, mas também todas as actividades económicas, culturais ou lúdicas que pretendam promover o que de bom se faz na Região”.

Relativamente à presença dos Açores na Feira Agrícola de Santarém, o Secretário Re-gional dos Recursos Naturais esclareceu que este ano o certame não foi contemplado na programação do Governo Regional, destacan-do, no entanto, a boa presença da Associação Agrícola de São Miguel neste evento. Questio-nado pelos jornalistas, Luís Neto Viveiros não excluiu que a Região possa voltar a participar nesta feira em próximas edições.

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Participaram 72 vinhos de mais de 25 produtores da região

Vencedores do VII Concurso de Vinhos da Beira Interior conhecidos a 28 de Junho

Nos dias 20 e 21 de Junho

Capital recebe mostra de vinhos e iguarias do Dão

O Palacete Henrique de Mendonça, em Lisboa, vai receber, nos dias 20 e 21 de Junho, o “Dão Capital – Mostra de Vinhos e Iguarias”, evento organizado pela Comissão Vitivinícola Re-gional do Dão que tem como objectivo promover a Rota do Vinho do Dão, os vinhos e os produtos endógenos da Região. A iniciativa será dirigida aos profissionais do sector e ao públi-co em geral, estando previstas duas Provas Comentadas e um Seminário/Workshop.

Para além do espaço destinado à venda e prova de vinhos DOP Dão e IGP Terras do Dão, haverá um outro espaço desti-nado à venda de sandes e de produtos tradicionais da Região. A componente do queijo Serra da Estrela será da responsa-bilidade Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Ser-ra da Estrela (ANCOSE), através da sua empresa “Sabores & Ambientes”. Os produtos fumeiro, doçaria e frutas (maçã bravo de Esmolfe e maçã Beira Alta) serão da responsabilidade de entidades devidamente qualificadas da Região.

Este evento conta com o co-financiamento do Programa Operacional da Região Centro – PO Mais Centro e com o apoio da Comunidade Intermunicipal de Viseu Dão Lafões (CIMDL), da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal (ER-TCP) e, na divulgação, da Associação da Hotelaria, Restaura-ção e Similares de Portugal (AHRESP).

Decorrerão, ainda, duas provas harmonizadas comenta-das, no dia 20, pelas 11 horas, “Vinho do Dão Encruzado com Queijo Serra da Estrela”, por Osvaldo Amado, e no dia 21, no mesmo horário, “Vinho do Dão Touriga Nacional com Queijo Serra da Estrela”, por Carlos Lucas. No dia 21, às 18 horas, de-correrá um workshop “Vinhas e Vinhos do Dão”, orientado por Rui Falcão.

Estarão presentes 34 produtores de vinho do Dão.

São conhecidos no próximo dia 28 de Junho os premiados do VII Concurso de Vinhos da Beira Interior, que se realizou em meados deste mês, onde participaram 72 vinhos (46 tintos, 20 brancos, quatro espumantes e dois rosés), em representa-ção de mais de 25 produtores da região.

O evento, promovido pela Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI), com a colaboração da Associação Empresarial da Guarda (NERGA) e da Associação Empresarial de Castelo Branco (NERCAB), pretende “promover a qualidade dos vinhos” da região da Beira Interior.

O concurso decorreu durante dois dias no futuro Museu de Arte Sacra da Guarda e o júri, presidido por Aníbal Coutinho, crítico de vinhos e autor de diversos livros publicados nesta área, foi composto por enólogos, escanções, membros das câmaras de provadores e representantes de outras comissões vitivinícolas. Os vinhos premiados serão conhecidos no dia 28 de Junho, durante um jantar a realizar no Picadeiro d´El Rey, na vila de Almeida.

Comercialização de vinhos produzidos na região cresceu em 2013

As previsões para o ano de 2014 apontam para “um au-mento das vendas”, tanto no mercado nacional como inter-nacional A comercialização de vinhos produzidos na Beira In-terior aumentou no ano de 2013 e a tendência de crescimento deverá manter-se este ano.

Rodolfo Queirós, técnico da CVRBI, diz que a região “vem ano após ano a consolidar a sua presença no mercado na-cional, onde aumentou as vendas 16,3% no último ano e, no internacional, onde cresceu 21% em 2013”.

Aquele responsável adiantou que no ano passado foram vendidos 3,2 milhões de garrafas de vinho daquela região, no país e no estrangeiro. O aumento nas vendas “é devido ao tra-balho de promoção no país e fora de Portugal, como nos Esta-dos Unidos da América, no Reino Unido, no Brasil, em Angola e na Suíça”, referiu Rodolfo Queirós, referindo que as previsões para o ano de 2014 apontam para “um aumento das vendas”, tanto no mercado nacional como internacional.

A CVRBI, que abrange as zonas vitivinícolas de Castelo Ro-drigo, Cova da Beira e Pinhel, tem actualmente 45 produtores de vinho, sendo 40 particulares e cinco adegas.

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Muita animação, festividades religiosas, gastronomia e as tradicionais marchas de São João são destaques nas tradicionais Festas de S. João, que durante quatro dias vão animar o Coração do Douro Vinhateiro.

O programa das festividades do padroeiro de S. João da Pes-queira começa no domingo com uma Feira Franca, a Missa e Pro-cissão do Corpo de Deus, numa dia com muita animação e que termina com a transmissão, em ecrã gigante, do jogo Portugal – Estados Unidos.

Para segunda-feira, ao fim da tarde, está marcado um dos pontos altos das festas, com o desfile e concurso de Marchas Po-

De 22 a 25 de Junho, na Pesqueira

Festas de São João animam Coração do Douro Vinhateiro

pulares, que decorrerá no recinto do anfiteatro municipal.No dia de São João o programa, ao fim do dia, inclui uma mis-

sa e procissão em honra do padroeiro, assim como a bênção das viaturas dos Bombeiros Voluntário da Vila. O dia 25 fica marcado com a transmissão do programa Verão Total da RTP.

Para além de muita animação, os visitantes que passarem pelo Coração do Douro Vinhateiro podem deliciar-se com a boa gastronomia local, regada com os melhores néctares, mas tam-bém ficar a conhecer as paisagens da região, marcadas pelos vi-nhedos nos socalcos do Douro.

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