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Director: José Luís Araújo | N.º 267 | 1 de Abril de 2016 | Preço 2,00 Euros | www.gazetarural.com Floresta? Sim!

Gazeta Rural nº 267

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A floresta está em destaque na Gazeta Rural nº 267, de 31 de Março, com a ExpoMortágua; a II Feira Florestal Ibérica, em Plasencia, Espanha, a I Feira Nacional da Floresta, em Pombal, e o rescaldo do Dia Nacional da Floresta. Para além destes, referência para a Agro 2016, em Braga, o Festival das Sopas, em Proença-a-Velha, o XVII Fórum Nacional de Apicultura, que este ano vai decorrer nos Açores; o “Despertar da Cereja”, na Vila de Ferro; a Festa do Alvarinho e do Fumeiro em Melgaço, o Programa “Selecção Gastronomia e Vinhos Viseu Dão Lafões” e o Rally Vinho do Dão, que regressa a Nelas em Maio. Para além de outros temas, uma menção especial para o ‘desaparecimento’ de Manuel Castro Brito. O ‘Senhor Ovibeja’ deixou-nos e a Gazeta Rural associa-se à perda de um “Homem do Campo”, que sempre defendeu o “seu Alentejo” e a agricultura em geral e que sempre esteve connosco ao longo destes 12 anos.

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Director : José Luís Araújo | N.º 267 | 1 de Abri l de 2016 | Preço 2,00 Euros | www.gazetarural .com

Floresta? Sim!

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Sumário04 ExpoMortágua 2016 aposta num aumento de visitantes05 Cidade de Plasencia recebe II Feira Florestal Ibérica06 Feira Nacional no Pombal quer reunir fileira do sector florestal07 Escola Superior Agrária de Castelo Branco realiza VI Feira Agro-Agrária08 Agro 2016 mostra as principais novidades do sector agrícola09 Manuel Castro Brito: O “senhor Ovibeja” deixou-nos10 Proença-a-Velha promove o Maior Festival das Sopas11 Aurea confirmada na Feira do Município da Mealhada12 Açores recebe XVII Fórum Nacional de Apicultura13 Vila do Ferro celebra o “Despertar da Cereja”14 Confraria dos Vinhos Transmontanos promove acção em Miranda do Douro15 Associação de Municípios do Vinho aprovou criação de rede de aldeias vinhateiras~16 Festa do Alvarinho e do Fumeiro promove produtos locais e afirma o território17 Restaurantes da região Dão Lafões ‘convidados’ a apostar na qualidade

19 A velocidade e adrenalina do Rally Vinho do Dão estão de regresso a Nelas20 Vidigueira lança rota de vinhos para promover concelho22 Odemira cria marca para valorizar medronho23 Produção de azeite na região de Valpaços pode duplicar nos próximos 10 anos24 Fórum discutiu o futuro da agricultura e da produção alimentar25 Bagas de Portugal integra grupo para melhorar a produção de mirtilos27 Capoulas Santos considera a agricultura “fundamental” para desenvolver interior29 Sabugal projecta Centro Interpretativo das Fagáceas30 Governo quer recuperar 150 mil hectares de floresta na próxima década33 Seminário discutiu a importância de preservar o “diamante” Caramulo35 Festival Internacional ‘dá’ Música em Viseu durante 27 dias38 Câmara de Castelo Branco e a Ovibeira assinaram um protocolo

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Numa iniciativa da Câmara de Mortágua, vai decorrer de 27 a 29 de Maio a edição 2016 da ExpoMortágua, certame que pre-tende mostrar a dinâmica da indústria da floresta no concelho e na região, mas também as outras actividades económicas.

O certame vai na terceira edição e pretende divulgar a ac-tividade económica das empresas ligadas à Floresta, energia, agricultura, indústria, comércio e serviços, ambiente, turismo, desporto, entre outras.

“O que há dois anos era uma simples mostra de produtos locais, transformou-se rapidamente talvez na maior Feira da Floresta da região e do país”, refere a autarquia, sublinhando que o certame é “representativo da diversidade, dinâmica e potencialidades do tecido económico do concelho e da região, dos recursos endógenos do território”.

A ExpoMortágua é “uma janela aberta para os expositores

Decorre de 27 a 29 de Maio

ExpoMortágua 2016 aposta num aumento de visitantes

promoverem os seus produtos e serviços, estabelecerem con-tactos com o público e parcerias com outros empresários, au-mentarem vendas e gerarem oportunidades de negócio”.

A edição 2015 contou com 120 expositores e de cerca de 40 mil visitantes, duplicando os números da primeira edição. A ex-pectativa para este ano é um aumento significativo de visitan-tes, fruto da aposta da Câmara de Mortágua num programa de animação mais atractivo, mas também na gastronomia, com um programa que se pretende para toda a família.

Do programa destaque para o Fórum Florestal de Mortágua, a realizar no dia 28 de Maio, que se pretende seja um espaço de debate, troca de conhecimentos e experiências, em torno de temáticas do sector florestal, desde a produção, exploração, comercialização, até às mais recentes novidades sobre práti-cas, técnicas e equipamentos.

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Após o sucesso e o impacto da anterior edição, a cidade de Plasencia, perto de Cáceres, recebe de 21 a 23 de Abril a se-gunda edição da Feira Florestal Ibérica - Iber-Foresta, um dos mais importantes encontros da Península Ibérica no âmbito das florestas e do ambiente.

Ao longo destes três dias o setor florestal e o meio natural serão os verdadeiros protagonistas. Palestras, demonstra-ções, exposições, vídeos, conferências e atividades paralelas irão permitir conhecer e compreender melhor o nosso meio.

Mas a IBER-FORESTA não pretende ser apenas um lugar de exposição e comércio, mas sim um espaço de encontro entre instituições, profissionais, associações e visitantes de Espanha e de Portugal, encaminhada a partilhar soluções para salva-guardar, conhecer e respeitar o nosso meio natural e oferecer oportunidades de negócio aos profissionais do setor a ambos lados da fronteira.

Os setores representados nesta Feira são as empresas flo-restais, biomassa, recursos hídricos florestais, recursos flo-

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Iber-Foresta decorre de 21 a 23 de Abril

Cidade de Plasencia recebe II Feira Florestal Ibérica

restais alternativos, produtos biológicos, jardinagem, vivei-ros, indústria da cortiça e derivados, resinagem, sementeiras, maquinaria, veículos, industria auxiliar, logística, fabricantes, turismo e desporto na natureza, distribuidores, associações e instituições.

Em relação à programação paralela, destaque para as confe-rencias previstas sobre espécies invasoras, alterações climáti-cas, incêndios, novas tecnologias aplicadas ao sector florestal, micologia e turismo e desporto na natureza, que contarão com oradores de reconhecido prestígio de ambos lados da raia.

Os organizadores da IBER-FORESTA 2016 esperam superar este ano o número de expositores e visitantes portugueses numa feira que na sua primeira edição já demostrou o seu ca-ráter transfronteiriço.

A Feira é organizada pela associação EXTREFOR e conta com o apoio da Junta da Extremadura, Assembleia da Extre-madura, Universidade da Extremadura, Diputación de Cáceres e a Câmara Municipal de Plasencia, entre outros.

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Evidenciar o papel da floresta na economia, do emprego e do desenvolvimento sustentável são alguns dos objectivos da Câmara de Pombal ao organizar a I Feira Nacional da Flores-ta, evento que conta com o Alto Patrocínio da Presidência da República. O evento vai decorrer de 22 a 25 de Abril no Centro Municipal de Exposições (Expocentro), e a Câmara do Pombal com conta com a parceria da Cooperativa Agrícola do Conce-lho (Copombal), da Associação de Produtores Florestais (APF) e da Associação de Desenvolvimento e Iniciativas Locais (Adil-pom).

“O Senhor Presidente da República reconheceu o interesse Nacional deste evento, correspondendo afirmativamente ao pedido que tínhamos formulado. Penso que este é o primeiro evento que o novo Presidente da República, Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, reconhece interesse, com certeza a pensar bastante naquilo que é a importância económica, so-cial e cultural da Floresta Portuguesa”, afirmou o autarca Dio-go Mateus na apresentação do certame.

Para o edil, pretende-se que este certame “seja um pro-pulsor da economia e que possa retomar a importância que a Floresta pode ter para a nossa região”. “Esta foi também uma matéria que nós, em termos de comunidade Intermunicipal abordamos”. Portanto, “esta é uma organização que con-ta com o apoio da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, como sendo uma das áreas territoriais de Portugal com

De 22 a 25 de Abril, em Pombal

Feira Nacional quer reunir fileira do sector florestal

maior expressão florestal e da própria importância que tem para a economia local, que estimam, por exemplo, as papelei-ras, que só no negócio à volta da pasta de papel, no concelho de Pombal, haja negócios anuais de cerca de sete milhões de euros”, explicou o autarca.

Para Diogo Mateus “é importante ter também presente toda a estrutura de vigilância e detenção de fogos, que foi instituída em 2006-2007, dos Voluntários para a Floresta, que achamos importante terem a oportunidade de se mostrarem publica-mente, bem como os meios envolvidos, humanos e materiais e que correspondem ao esforço que é feito pelos nossos bom-beiros, pela GNR, através dos GIPS, no que respeita à preven-ção”.

Segundo o presidente da Câmara, “pretende-se ter uma vi-são o mais ampla e transversal de toda a Floresta e perceber que os fogos não são desejados, mas são factos”. Esta compo-nente, realçou, “também terá que estar presente na Feira, mas com uma abordagem pela positiva, quer pela demonstração das boas práticas, das boa técnicas, das boas formas de ex-plorar a Floresta, a sua certificação, as modernas tecnologias e, no fundo, aquilo que é uma verdadeira oportunidade para, através da Floresta, poder tirar mais rendimento do investi-mento.

Diogo Mateus revelou que a Feira Nacional da Floresta terá um carácter bienal.

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A Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Caste-lo Branco realiza, de 9 a 12 de Abril, a sexta edição da Feira Agro-Agrária. O evento irá decorrer na Quinta da Senhora de Mércules, em Castelo Branco, e compreende a exposição de animais, equipamentos, produtos agrícolas e factores de pro-dução directa ou indirectamente associados às actividades do sector.

O principal objectivo da feira é realçar perante a comunidade a importância que a agricultura tem na região e no país, divul-gando a Escola Superior Agrária e todos os agentes do sec-tor agrícola e florestal presentes na exposição. Por outro lado, através desta feira, a Escola pretende sensibilizar os jovens e respectivas famílias para a agricultura, quer enquanto activi-dade económica, quer enquanto actividade produtiva que está na base da auto-suficiência alimentar do país, sempre imbuída de responsabilidades ambientais.

Para além do espaço de exposição, a feira incluirá um elenco de actividades diversas, nomeadamente um concurso das ra-ças autóctones Merino da Beira Baixa, Charnequeira e Churra do Campo (participação da Ovibeira e respectivos livros ge-nealógicos), demonstração de cães de pastoreio, concurso de queijos DOP (participação do CATAA), concursos hípicos

De 9 a 12 de Abril, na Quinta da Senhora de Mércules

Escola Superior Agrária de Castelo Branco realiza VI Feira Agro-Agrária

de dressage (integrado no Concurso Regional de Dressage Centro) e de saltos de obstáculos, apresentação de poldros de raça Lusitana, passeio em bicicleta pela Quinta Senhora de Mércules e apresentação de um novo percurso BTT, Open de orientação e passeio a cavalo.

Integrado na feira haverá ainda um evento de jornadas téc-nicas para apresentação e discussão de temas técnicos da área agrícola de interesse regional e atual e de divulgação das novas medidas e oportunidades de apoio ao sector agrícola e rural.

A exposição conta com a participação de variados interve-nientes, que irão apresentar produtos regionais como o mel, queijos e vinhos, produtos de utilização agrícola como trac-tores e alfaias, adubos, fitofármacos, material para vedações, rega, ordenha e equipamentos para utilização de energias renováveis. Estarão também representadas diversas associa-ções agrícolas e florestais. Desta forma, espera-se reforçar nos visitantes a ligação ao território natural nas dimensões lúdica, cultural e económica.

De referir ainda que a feira conta com o apoio das autarquias de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Fundão, Proença-a-Nova, Vila Velha de Ródão e Oleiros.

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O Parque de Exposições de Braga volta a acolher mais uma edição da Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação (Agro 2016), de 31 de Março a 3 de Abril. A 49ª edição do certame vai reunir 250 expositores representan-tes do “melhor que se produz em Portugal” e, segundo estima a organização, deverá atingir os 100 mil visitantes e reforça o programa de seminários e conferências a pensar nos pro-fissionais do sector. O Ministro da Agricultura, das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, visita o certame.

Aquela que é “maior” feira do sector primário no norte de Portugal e da Galiza, organizada pela InvestBraga, terá con-ferências, seminários, “showcookings”, concursos pecuários e espectáculos musicais.

Segundo o responsável pela InvestBraga, Carlos Oliveira, a “revitalização” da Agro, vocacionada para áreas económicas como a Agro indústria, a pecuária e a alimentação, é prova que a Câmara de Braga e a InvestBraga “apostam com muita intensidade” naqueles sectores.

“Esta feira é uma das referências do sector a nível nacional. Desde que iniciamos funções, a Agro tem vindo a crescer de ano para ano, quer em qualidade que em área de exposição. Para esta edição, e fruto de um conjunto de parcerias que

Certame espera cerca de cem mil visitantes

Agro 2016 mostra as principais novidades do sector agrícola

conferem ainda mais qualidade ao evento, estão reunidas as condições para que esta edição seja a maior e melhor de sempre”, garantiu Carlos Oliveira.

Na edição de 2016 vão estar presentes também represen-tantes dos sectores das carnes, da agricultara biológica e da floresta, sendo que este último representa cerca de 1,5 por cento do Produto Interno Bruto nacional e nove por cento das exportações, assegurando 140 mil postos de trabalho. “A fileira florestal é um sector a ter em conta e um dos mais im-portantes a nível de exportações”, referiu o vereador do Am-biente da Câmara de Braga, Altino Bessa.

Em 2016, a Agro terá um aumento de 25 por cento no nú-mero de expositores, o que, segundo o responsável pelo Par-que de Exposições de Braga, local onde se realizará o evento, “reflecte a preocupação em inovar e contribui para que os profissionais do sector encontrem na Agro novas soluções para aumentarem a produtividade”.

Os bilhetes para a Agro 2016 estão disponíveis “online” na Ticketline e na bilheteira do PEB com um custo único de 3,5 euros. À semelhança de 2015 a CP disponibiliza um bilhete es-pecial de 2 euros (ida e volta) nos comboios urbanos do Porto (linhas Urbanas de Braga, Guimarães, Caíde e Aveiro), a quem apresentar o ingresso para a Agro.

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O presidente da ACOS - Agricultores do Sul, a promotora da Ovibeja, e da Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo, Castro e Brito morreu na madrugada do passa-do dia 29 de Março, em casa, na aldeia de Baleizão, no conce-lho de Beja, vítima de doença súbita.

Natural de Baleizão, onde nasceu, a 25 de Setembro de 1950, Manuel Castro e Brito era agricultor e presidente da ACOS e da comissão organizadora da Ovibeja desde 1989 e da Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo desde 2004.

Em 2005, durante a sessão de inauguração da Ovibeja, Manuel Castro e Brito foi condecorado pelo então Presiden-te da República, Jorge Sampaio, com o grau de comendador da Ordem de Mérito Agrícola, Comercial e Industrial na Classe de Mérito Agrícola. Em 2003, Manuel Castro e Brito foi conde-corado pela Assembleia Municipal de Beja com a Medalha de Mérito Municipal (Grau Prata).

Numa reacção à morte de Castro Brito, o Presidente da Re-pública louvou a “persistente e mobilizadora luta” na defesa da agricultura de Manuel Castro e Brito e o “papel essencial na organização e presidência da Ovibeja”, apresentando as con-dolências à família pela sua morte.

Numa mensagem na página oficial de internet da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa enviou condolências à família de Manuel Castro e Brito. “O Presidente da República louva a persistente e mobilizadora luta do Senhor Engenheiro Manuel Castro e Brito na defesa da agricultura e dos agriculto-

Presidente da ACOS desde 1989

Manuel Castro Brito: O “senhor Ovibeja” deixou-nos

res, e sublinha o papel essencial na organização e presidência da Ovibeja”, refere a nota.

O chefe de Estado “recorda, com saudade, a sua amiga pre-sença e solidariedade em momentos cívicos vividos em con-junto”, testemunhando “o seu profundo pesar à família e às instituições a que dava as suas constantes dedicação e expe-riência”.

Já o ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, con-siderou que a morte de Manuel Castro e Brito constitui “uma grande perda para o Alentejo e para a agricultura da região”. O ministro diz que Manuel Castro e Brito “deixa como legado principal a Ovibeja, um certame que é hoje uma referência na-cional e a melhor montra de tudo o que o Alentejo tem de bom e positivo.”

“Foi uma notícia que me comoveu bastante, dado tratar-se de uma pessoa com quem tinha um relacionamento de mais de 30 anos, sempre pautado por um grande respeito mútuo”, disse o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural.

Por sua vez o secretário-geral da Confederação dos Agri-cultores de Portugal, Luís Mira, ao Diário de Noticias, diz que a “agricultura no Baixo Alentejo está de luto”, justificando que “acabou de perder o seu líder dos últimos 20 anos”. Luís Mira refere que, por ter sido um dos grandes empreendedores da Ovibeja, a morte de Castro e Brito traduz “uma grande perda para o mundo associativo”, recordando a “voz reivindicativa” do Baixo Alentejo na defesa da região, justificando que “os lí-deres têm precisamente essa característica”.

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O maior Festival de Sopas Tradicionais do país está de volta a Proença-a-Velha, concelho de Idanha-a-Nova, no fim-de--semana de 2 e 3 de Abril, com uma edição que promete ul-trapassar a centena de sopas a concurso. A prova das sopas está marcada para domingo, a partir das 13,30 horas, com transmissão em directo na TVI ao longo da tarde, através do programa “Somos Portugal”.

Particulares, instituições e restauração de toda a região vão mostrar o seu talento culinário numa competição em que são os visitantes a eleger as melhores receitas a concurso.

O XIV Festival das Sopas Tradicionais vai ser antecedido, como é habitual, com mais um Encontro de Acordeonistas e

No fim-de-semana de 2 e 3 de Abril

Proença-a-Velha promove o Maior Festival das Sopas

Tocadores de Concertina que no sábado, dia 2, vai encher de música e alegria o recinto da festa. Na tarde de domingo tam-bém poderá contar com muita música, com a presença da TVI e o grande evento Toques e Cantares Raianos. Sobem ao palco cerca de uma dezena de grupos tradicionais, entre as 15,30 e as 19,30 horas.

É um certame a não perder, com organização do Município de Idanha-a-Nova e da Junta de Freguesia de Proença-a--Velha, que vai ao encontro das orientações do Provere Bei-ra Baixa e é co-financiado pelo Portugal 2020, no âmbito do Centro 2020 e pela União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

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Aurea é a artista convidada para encerrar a Festame – Feira do Município da Mealhada. A cantora é o primeiro nome confirmado na programação do evento, que se reali-zará de 7 a 12 de Junho.

Aurea, que lançou recentemente o álbum “Restart”, pro-mete encher o recinto com as novas músicas e recordar as mais antigas, nomeadamente as do primeiro álbum “Aurea”, que a catapultou para os tops, em 2010.

A Festame contará, este ano, com seis dias de festa e de encontro dos artesãos, dos empresários, dos comerciantes e das colectividades do concelho. De 7 a 12 de Junho, a zona do Complexo Desportivo da Mealhada volta a ganhar vida própria com a música - com dois palcos (um dedicado aos

A Câmara da Mealhada assinala o Dia Nacional dos Moi-nhos com actividades abertas a toda a população nos moi-nhos do concelho, no Lograssol e em Santa Cristina, durante quatro dias.

De 7 a 10 de Abril e, mais uma vez, o Município da Mealha-da associa-se à Rede Portuguesa de Moinhos com um vasto programa de actividades em torno dos moinhos de água de Santa Cristina e do Lograssol, situados na freguesia da Va-cariça.

As actividades programadas são diversas e abrangentes. Os visitantes terão oportunidade de ver e ouvir o antigo mo-leiro Armindo Lopes a mostrar como funciona o moinho de Santa Cristina ou a antiga moleira Laurinda Oliveira a mostrar como se coze pão no forno do moinho do Lograssol. Podem usufruir das tasquinhas e do certame de sopas, da mostra de produtos apícolas e da feira de artesanato, ou de uma ses-são de relaxamento na natureza. Será possível também visi-tar a exposição fotográfica e audiovisual “Percurso de Água”

Com quatro dias de actividades

Mealhada celebra Dia Nacional dos Moinhos

e participar no passeio em bicicleta ou na caminhada pelos percursos da água, que parte da Fonte de São João no Luso e vai até ao Lograssol.

Também o Centro de Interpretação Ambiental se associa à data com diversas atividades dirigidas às Instituições Parti-culares de Solidariedade Social do concelho, dia 8 de abril.

Serão quatro dias dedicados unicamente aos moinhos de água, com atividades gratuitas para todas as idades e que não necessitam de qualquer inscrição prévia. O município convida a população a estar presente e a usufruir deste património - e dos espaços verdes adjacentes – únicos no concelho.

A iniciativa é realizada pela Câmara Municipal da Mealha-da e pela Fundação Mata do Buçaco, com o apoio da Jun-ta de Freguesia da Vacariça, da Junta de Freguesia do Luso, da Rede Portuguesa de Moinhos, do Grupo Cénico de Santa Cristina, da Escola Profissional Vasconcellos Lebre, da Asso-ciação Recreativa e Cultural Os Amigos do Pego e da Asso-ciação de Apicultores do Litoral.

De 7 a 12 de Junho, com entradas gratuitas

Aurea confirmada na Feira do Município da Mealhada

artistas de índole nacional outro para as colectividades do concelho) -, com as tasquinhas, os trabalhos ao vivo dos ar-tesãos, a exposição empresarial, a exposição agrícola, com mostra de animais, e com os momentos de animação que vão preenchendo as tardes e noites. Durante a semana o horário de funcionamento será das 18 às 24 horas, enquan-to no sábado, domingo e no feriado, de 10 de Junho, abrirá às 16 horas.

De sublinhar que a Festame – Feira do Município da Mea-lhada é o único evento do género da região em que as en-tradas são totalmente gratuitas, bem como a participação dos expositores. As inscrições para os expositores já come-çaram e terminam dia 30 de Abril.

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A Ilha Terceira, na Região Autónoma dos Açores, recebe de 14 a 16 de Outubro o maior evento nacional do sector apícola. o XVII Fórum Nacional de Apicultura e a XV Feira Nacional do Mel assumem anualmente primordial importância, pelo ênfase e projecção que emprestam à apicultura nacional, cá e além--fronteiras.

A edição de 2016 de ambos os eventos acrescenta um es-tímulo extra, desafiando todos os intervenientes do sector apícola a rumarem aos Açores, pelo que neste momento se apresenta fundamental proporcionar a todos os interessados informação relevante, com vista a que possam preparar a sua deslocação à Terceira, de forma atempada e convenientemen-te.

O evento organizado pela Federação Nacional dos Apicul-tores de Portugal (FNAP) tem como parceiros a Associação Agrícola da Ilha Terceira (AAIT), a Cooperativa Agrícola da Ilha Terceira (CAIT), a Câmara da Praia da Vitória (CMPV), a Câmara de Angra do Heroísmo (CMAH) e o Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores (DCA-UAc).

Santarém recebe Concurso Nacional de Mel

Entretanto, a 4 de Maio decorrerá a VII edição do Concurso Nacional de Mel, que a Feira Nacional de Agricultura/Feira do Ribatejo realiza em conjunto com a FNAP. Os resultados das edições anteriores atestam o interesse do Concurso, não só

De 14 a 16 de Outubro, na Ilha Terceira

Açores recebe XVII Fórum Nacional de Apicultura e XV Feira Nacional do Mel

pelo número de participantes, mas também pela qualidade dos produtos apresentados. Nas anteriores edições foram levados a concurso mais de 200 méis de 100 produtores e organiza-ções. O objectivo principal do concurso é dar a conhecer e pre-miar os méis portugueses de elevada qualidade, contribuindo para a sua promoção e divulgação, junto dos consumidores.

O êxito das anteriores edições “leva-nos a realizar a sua quarta edição, de modo a premiar, de acordo com o Regula-mento, as embalagens mais votadas”, refere a FNAP em comu-nicado. Este concurso enquadra-se no âmbito de um conjunto de iniciativas promovidas pela Feira Nacional de Agricultura/Feira do Ribatejo, onde se incluem os Concursos Nacionais de Azeite Virgem Extra, Queijos, Enchidos, Sal, Ervas Aromáticas, Condimentos, Chocolates, Vinagres, Frutos Secos, Vinhos, Do-çaria Conventual e Popular, Doces de Fruta, Licores, Pão, Con-servas de Pescado, Carnes e Bolo-Rei, destacando-se o Salão Prazer de Provar.

IV Congresso Ibérico de Apicultura decorre de 8 a 10 de Abril

Foi apresentado durante a Feira Apícola Internacional de Pastrana, o IV Congresso Ibérico de Apicultura. Este evento, cuja organização a FNAP integra, realiza-se de 8 a 10 de Abril em Salamanca e será ponto de encontro para investigadores, técnicos e apicultores de ambos os países da Península Ibérica.

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O Monte da Nossa Senhora do Bom Sucesso, em Tavares, no concelho de Mangualde, acolhe no fim-de-semana de 2 e 3 de Abril a III Edição da Feira de Março. O evento, que é organiza-do pela União de Freguesias de Tavares, conta com o apoio da Câmara de Mangualde e tem como parceiro a Real Confraria do Porto.

Assim, no dia 2 de Abril, pelas 17 horas, tem início uma Mos-tra Gastronómica, acompanhada pela actuação de um Ran-cho Folclórico e de uma Tuna. No dia seguinte, a programação começa pelas 10 horas com um Concurso de Ovinos e às 11,15 horas decorre uma Eucaristia na Capela da Nossa Senhora do Bom Sucesso. Da parte da tarde tem lugar o Concurso do Vi-nho do Produtor e, pelas 14,30 horas, a festa continua coma actuação da artista Maria Lisboa.

O “Despertar da Cereja” é um evento que pretende cele-brar a chegada da Primavera no maior cerejal contínuo de Portugal, localizado na Vila do Ferro, concelho da Covilhã. A Câmara da Covilhã e a Junta de Freguesia do Ferro oferecem uma oportunidade única para assistir a um deslumbrante es-pectáculo natural que alia a beleza ao melhor da música e da gastronomia, entre outras experiências sensoriais que mar-carão certamente a memória de todos os que se associarem a este grande evento.

Workshops para descobrir tudo sobre a “Essência da Cere-ja” e sobre bonsais, provas de degustação e passeios comen-tados em que a cereja ocupa o papel principal, passando ain-da pelos concertos de música clássica a cargo do Coro Misto da Beira Interior, conduzido pelo Maestro Luís Cipriano, e dos talentosos alunos da Escola Profissional de Artes da Covilhã (EPABI). Tudo isto e muito mais em pleno cerejal da Quinta

No próximo dia 3 de Abril

Vila do Ferro celebra o “Despertar

da Cereja”das Rasas, no Ferro.

Tendo como mote o interesse cultural do povo japonês face às cerejeiras em flor e as potencialidades turísticas, gastro-nómicas e económicas associadas à cereja, o Município da Covilhã convidou o embaixador do Japão em Portugal a parti-cipar neste evento tão importante para o marketing territorial covilhanense. Esta aproximação da Covilhã ao Japão permite a abertura a outros mercados e futuras parcerias em variadas áreas.

Dia 3 de Abril descubra o mais esplendoroso manto de flo-res de cerejeira que existe em Portugal, num programa que conta com um workshop de Bonsai (9 horas), um passeio co-mentado pelo cerejal (14 horas), apresentação e workshop da “Essência da Cereja” (15 horas), actuação do Coro Misto da Beira Interior (17 horas), uma Oficina Gastronómica (17 horas) e a actuação dos alunos da EPABI (18 horas).

Nos dias 2 e 3 de Abril, com o apoio da Câmara de Mangualde

União de Freguesias de Tavares recebe III Feira de Março

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A Confraria dos Vinhos Transmontanos tem previsto a rea-lização de várias actividades ao longo deste ano, a próxima já no dia 24 de Abril, bem como a participação numa feira em Londres no próximo mês de Outubro. “Em Miranda do Douro iremos fazer uma “Elevação” a S. Martinho, o nosso Santo Padroeiro, e aos vinhos de Trás-os-Montes, ao mesmo tem-po que promovemos, valorizamos e divulgamos os nossos produtos regionais”, afirmou o Grão-Mestre da Confraria.

Telmo Moreira adiantou que a Confraria vai estar pre-sente numa feira em Londres, no próximo mês de Outubro, “com os nossos produtos regionais, como o vinho, o azei-te, a castanha, os frutos secos, bem como outros produtos

No próximo dia 24 de Abril

Confraria dos Vinhos

Transmontanos promove acção

em Miranda do Douroagrícolas”.

A Confraria dos Vinhos Transmontanos, para além do vi-nho, procura também promover os produtos e a cultura da região. “Nos nossos Capítulos, jantares temáticos ou nas deslocações a eventos, para além da promoção dos nossos vinhos, procuramos também valorizar a nossa cultura, com a apresentação de livros, escritores, artistas plásticos ou gente das artes e da música da região”, referiu Telmo Morei-ra, adiantando, também, que ao longo deste ano terão lugar “mais dois jantares temáticos na região, um no lado oposto a Miranda do Douro e outro na região de Valpaços, sempre como a solenidade que os nossos vinhos merecem”.

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A Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) aprovou em Palmela a criação de uma rede nacional de aldeias vinhateiras, que deverá reforçar a oferta turística que já existe no sector do vinho em diversos pontos do país.

“Esta rede tem como objectivo procurar financiamentos co-munitários para criarmos a possibilidade de se visitar as seis aldeias que já estão constituídas na zona do Douro, mas tam-bém outras aldeias vinhateiras um pouco por todo o país”, dis-se José Arruda, secretário-geral da AMPV, que representa 65 municípios de todo o país.

“Existem aldeias em que o tema do vinho é importante em termos sociais, culturais e económicos. Esperamos ter cerca de uma centena de aldeias vinhateiras dentro de dois ou três anos. O que nós queremos é construir essa rede e introduzi-la no mer-cado do turismo”, acrescentou José Arruda, salientando que já houve manifestações de interesse de algumas aldeias vinhatei-ras de diversos pontos do país, incluindo Madeira e Açores.

O Conselho Directivo da AMPV reuniu em Palmela para apro-var a candidatura à presidência da Rede Europeia das Cidades do Vinho, e da Assembleia Intermunicipal, que, além do projec-to das aldeias vinhateiras, aprovou a admissão dos municípios de Arcos de Valdevez (Vinhos Verdes) e Carregal do Sal (Dão) e o regresso do município de Arruda dos Vinhos (Lisboa).

“Temos a noção de que, cada vez mais, o vinho tem uma im-portância muito grande para as pessoas visitarem Portugal”, frisou José Arruda, salientando que a importância do vinho na

Reunida em Palmela

Associação de Municípios do Vinho aprovou criação de rede de aldeias vinhateiras

promoção turística é reconhecida pela Organização Mundial de Turismo.

“Num estudo feito no ano passado pela Organização Mun-dial do Turismo, na questão colocada aos turistas sobre o mo-tivo que os levava a visitar Portugal, o tema do vinho foi um dos temas prioritários. Antes indicavam o sol e a praia”, disse o responsável da AMPV, destacando a importância do trabalho desenvolvido pela associação na última década.

O presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, que tam-bém sublinhou a importância do sector na região e no país, anunciou a intenção do município palmelense de corresponder à estratégia da AMPV de valorização das aldeias vinhateiras e do enoturismo. “Estamos empenhados na estratégia da asso-ciação para a criação da Rede nacional de Aldeias Vinhateiras, que até agora estava confinada à região do Douro”, disse o an-fitrião do encontro da AMPV.

O autarca palmelense adiantou que a autarquia já apresen-tou o projecto ‘Centro Rural Vinho’ na localidade de Fernando Pó, que terá sido recebido com entusiasmo pelos vitivinicul-tores e pela população local. “Está assegurado financiamento público para a requalificação de espaços, reaproveitamento da antiga escola primária, que será um centro de interpreta-ção, a par de oportunidades para pequenos negócios, para que quem visita Fernando Pó possa ali permanecer mais algum tempo, não se limitando a visitar as adegas da região”, concluiu o presidente da Câmara de Palmela.

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O Alvarinho e o Fumeiro são os protagonistas em Melgaço de

22 a 24 de Abril. Todos os anos são muitos os que de Portugal, e não só, se

deslocam ao município mais a Norte de Portugal para participar Festa do Alvarinho e

do Fumeiro, um certame de renome no país. Dedicado ao que de melhor se cria na região de Mel-

gaço, esta festa tradicional tem evoluído ao longo dos anos, sem nunca perder a sua identidade e sempre focada na pro-moção e valorização da região e das suas principais caracte-rísticas. Em Melgaço, durante três dias assiste-se a uma mostra dos produtos locais ao Minho, a Portugal e ao mundo.

Dos vinhos Alvarinhos, ao fumeiro e ao artesanato, passan-do pelo turismo e pela gastronomia, a Festa do Alvarinho e do Fumeiro reúne as características populares que estiveram na sua origem e a evolução natural assinalada ao longo dos anos. Hoje é um evento incontornável na rota das festas gastronó-micas nacionais, trazendo ao território turistas fidelizados e de todo o país.

“Não podemos descurar a grande importância deste evento para toda a economia local que, há mais de 20 anos, é impul-sionada também através deste evento, sejam os produtores de Vinho Alvarinho, sejam os do Fumeiro que há um ano viram este produto ser distinguido pela Comissão Europeia, através da integração do presunto e da chouriça de carne na lista dos produtos com Indicação Geográfica Protegida (IGP)”, refere a autarquia de Melgaço.

De 22 a 24 de Abril, em Melgaço

Festa do Alvarinho e do Fumeiro

promove produtos locais e afirma o território

Afirmação da Sub-região de Monção e Melgaço

O presidente da Câmara de Melgaço, Manoel Batista, con-siderou a Festa do Alvarinho e do Fumeiro como “um dos eventos mais importantes do município”, que este ano aposta numa nova imagem e definiu para a edição deste ano muitas novidades e um conceito renovado de afirmação deste grande momento.

Manoel Batista considera este evento como “uma montra da afirmação do território” e também, e muito, da Sub-região de Monção e Melgaço. O autarca recorda “os ataques de que esta Sub-região tem sido alvo com o alargamento da zona ex-clusiva de produção do Alvarinho a toda a região dos Vinhos Verdes”.

Mantendo-se firme na defesa do seu território, Manoel Ba-tista afirma “estar a assistir-se a um atentado contra a Sub-re-gião e contra a fama conquistada por esta para o vinho verde Alvarinho”, contra o qual se tem manifestado, juntamente “com os diversos agentes locais, que em nada beneficiará Portugal”. Aliás, aponta o autarca, “trará consequências graves para a economia local”.

O certame contará este ano com 30 expositores de Vinho Al-varinho; seis expositores de fumeiro; sete tasquinhas, uma área de degustações com capacidade para 140 pessoas sentadas; auditório de showcooking, com chefes de renome e provas co-mentadas de vinhos, onde críticos e sommeliers conduzem a assistência por diferentes tipologias de Alvarinho.

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Promover a qualificação dos estabelecimentos de restau-ração dos 14 concelhos da região de Viseu Dão Lafões, pre-miando a qualidade que os distingue, é o objecto do Programa “Selecção Gastronomia e Vinhos Viseu Dão Lafões”, que vai decorrer nos próximos meses.

A iniciativa da Associação da Hotelaria, Restauração e Simi-lares de Portugal (AHRESP) e a Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal (TCP), que espera a adesão de cerca de 200 restaurantes, pretende, ao mesmo tempo, ser um ins-trumento determinante na orientação e defesa das expecta-tivas dos consumidores, nomeadamente de todos os turistas e excursionistas que visitam a região, mas também suporta a promoção dos próprios estabelecimentos de restauração e bebidas.

A apresentação da iniciativa contou com a presença do pre-sidente da AHRESP, Mário Pereira Gonçalves, do vice-presi-dente da AHRESP, Jorge Loureiro, do presidente do Turismo do Centro de Portugal, Pedro Machado, do presidente da Câma-ra Municipal de Viseu, Almeida Henriques e do presidente da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões, José Morgado; entre outros parceiros.

Após apresentação dos objectivos e enquadramento do programa, foi assinado um protocolo de cooperação entre as entidades envolvidas. Além da AHRESP e da TCP, a Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra e a empresa ControlVet são parceiros activos na avaliação e monitorização dos diversos indicadores técnicos a implementar pelos estabelecimentos de restauração aderentes ao programa. “Este é um momento úni-co para a nossa gastronomia poder dar o salto”, referiu Jorge Loureiro, convicto de que o programa irá “ajudar a alavancar os negócios, a trazer mais turistas e a fixá-los mais tempo”.

O Programa Selecção Gastronomia e Vinhos Viseu Dão La-fões visa assumir-se como um instrumento determinante na orientação e defesa das expectativas dos consumidores, as-sim como um meio estratégico para a promoção dos próprios estabelecimentos de restauração e bebidas. A TCP assume a responsabilidade de dinamizar e divulgar o programa junto dos estabelecimentos de restauração, bem como, junto da popu-

Programa “Selecção Gastronomia e Vinhos Viseu”

Restaurantes da região Dão Lafões ‘convidados’ a apostar na qualidade

lação local, e de turistas e excursionistas que visitem a região. Por sua vez, entre outras cláusulas, a AHRESP compromete-se a assegurar todo o processo de inscrição e recepção de candi-daturas; formar os técnicos das entidades que irão executar as auditorias técnicas e as auditorias gastronómicas e de serviço; acompanhar a execução das auditorias técnicas e das audi-torias gastronómicas e de serviço; ou comunicar aos estabe-lecimentos candidatos o resultado das respectivas auditorias, através do envio do relatório de auditoria. A Escola de Hotela-ria e Turismo de Coimbra irá executar as auditorias gastronó-micas e de serviço, enquanto a Controlvet é responsável pelas auditorias técnicas aos estabelecimentos de restauração.

O protocolo vigora até dia 31 de Dezembro de 2016, preven-do-se, contudo, que até final do verão, a após o desenvolvi-mento das diversas acções inscritas no programa, seja possí-vel a realização de uma Gala para distribuir os selos “selecção Gastronomia e Vinhos” pelos estabelecimentos de restauração cujo serviço e desempenho cumprem os critérios de qualidade verificados pelas equipas auditoras.

Espera-se a adesão “espontânea” de cerca de 200 estabe-lecimentos de restauração dos 14 concelhos que integram a Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões. “Não há qual-quer impacto financeiro para os empresários, a não ser aque-le que decorra de eventuais adaptações que queiram fazer”, esclareceu Jorge Loureiro. O programa visa também promover os produtos endógenos da região, estimulando o seu uso nas ementas dos estabelecimentos aderentes.

Para o presidente do Turismo Centro de Portugal “não há ninguém em Portugal que não saiba que em Viseu se come bem” uma característica que deve ser realçada. Pedro Macha-do referiu a possibilidade deste “projecto-piloto” ser estendido a outras regiões do centro do país.

Já o presidente da Câmara de Viseu confessou que a criação de um selo que qualificasse a restauração era uma ambição que tinha, porque, independentemente de Viseu ser conhecida coma uma cidade onde se come bem, “a qualidade do serviço dos restaurantes muitas vezes não corresponde à qualidade da comida que é servida”, justificou.

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No ano em que se comemoram as Bodas de Prata da Fei-ra do Vinho do Dão, a velocidade e adrenalina do Rally estão de regresso a Nelas já no próximo mês de Maio, resultado da aprovação do protocolo entre o Município de Nelas e o Clube Automóvel do Centro, em reunião de Câmara.

O “Rally Vinho do Dão” agrega duas competições, dois cam-peonatos: será a terceira Prova do Campeonato Nacional de Ralis FPAK e a primeira Prova do Campeonato Regional do Centro, expectativas, portanto, para um crescimento quanto ao número de participantes em virtude do calendário de pro-vas em questão.

Depois do sucesso da primeira edição do “Rally Vinho do Dão”, em Outubro do ano passado, o concelho de Nelas re-toma novamente a presença nas provas e campeonatos de automóvel com a segunda edição do Rally, numa prova que devolve a paixão automobilística ao concelho, ao mesmo tem-po que pretende dinamizar a economia local, gastronomia, co-mércio, turismo e património e reafirmar o dinamismo de pro-

Nos dias 27 e 28 de Maio

A velocidade e adrenalina do Rally Vinho do Dão estão de regresso a Nelas

moção territorial que Nelas faz acontecer sempre em torno de um produto e de uma marca tão forte como é o Vinho do Dão.

A prova, organizada pelo Clube Automóvel do Centro (CAC) e Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), conta com o apoio da Câmara de Nelas, e tem início na noite de 27 de Maio com a Prova Super Especial nocturna em períme-tro urbano e que este ano conta com novidades. No dia 28 de Maio os pilotos competem pelos melhores tempos e melhores performances nos diferentes troços que percorrem o concelho de Nelas ladeados por Vinhas do Dão, como é caso do troço de Santar.

O Rally Vinho do Dão integra a estratégia da autarquia de Nelas que visa a promoção e dinamização dos produtos e do enoturismo do concelho, acrescentando também maior noto-riedade ao principal produto da região - o Vinho do Dão - e consequentemente à XXV edição da Feira do Vinho do Dão, a realizar nos dias 2, 3 e 4 de Setembro, que promete ser um evento repleto de novidades e surpresas.

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A Vidigueira Wine Lands (VWL), uma associação que junta produtores de vinho e a Câmara da Vidigueira, anunciou que vai lançar este ano uma rota de vinhos para promover o con-celho.

O presidente da VWL, o suíço Reto Jörg, adiantou que o pro-jecto está em fase de conclusão e deve arrancar até ao verão.

A VWL, que integra metade das adegas da Vidigueira (adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito, Herdade do Monte da Ribeira, Enolea, Herdade Grande, Quinta do Quetzal e Ribafrei-xo) e representa cerca de 90% da produção, foi fundada em 2014. Para já, a rota vai ter sede e início no posto de turismo da autarquia, mas em 2017 partirá da futura Casa do Vinho e do Cante.

A Câmara vai apresentar uma candidatura aos fundos co-munitários para recuperar a antiga, até Outubro deste ano, de-vendo o edifício entrar em obras no início de 2017, segundo o presidente do município, Manuel Narra.

Reto Jörg explicou que o objectivo da rota é “incluir vinho, azeite, gastronomia e cultura”, para proporcionar aos visitan-tes uma oferta diversificada e dar visibilidade à região. “Desta forma, ganhamos todos”, salientou. A rota vai ter uma sina-lética e um site próprios, que estão ainda a ser preparados, podendo cada visitante escolher os percursos em função dos seus interesses.

Projecto está em fase de conclusão e deve arrancar até ao verão

Vidigueira lança rota de vinhos para promover concelho

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Mais de cem profissionais provaram, recentemente, os Vi-nhos Verdes apresentados na Annual Tasting Estocolmo e na Annual Tasting Oslo, duas acções que integraram seminários sobre a Região e provas comentadas que deram a conhecer vinhos brancos, tintos e rosados também a dezenas de consu-midores suecos e noruegueses.

Jan Rosborn e Merete Bo, reconhecidos sommeliers e wine educators na Suécia e na Noruega, respectivamente, orienta-ram as sessões que contaram, no total, com cerca de 20 pro-dutores de Vinhos Verdes.

Destinadas a fomentar os contactos comerciais entre as en-tidades locais e os produtores, assim como a reforçar a pre-sença da marca Vinho Verde junto dos consumidores, as duas acções de promoção externa foram dirigidas a importadores, distribuidores, jornalistas especializados, restauração e con-sumidor final.

Acções de promoção da Região decorreram na Suécia e na Noruega

Mais de cem profissionais provaram os Vinhos Verdes

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A Câmara de Odemira, no Alentejo, criou uma marca para valorizar o medronho produzido no sudoeste de Portugal e au-mentar a penetração do produto no mercado e a margem de comercialização de produtores e comerciantes.

A marca “Medronho SW”, que pode ser usada pelos produ-tores interessados e tem o slogan “Medronho que é medronho é do SW!”, visa valorizar o produto e “todas as suas potencia-lidades”, explica a Câmara de Odemira. Por outro lado, refere, o slogan pretende “afirmar a marca, aumentado a penetração no mercado e elevando, consequentemente, a margem de comer-cialização de produtores e comerciantes”.

Segundo a autarquia, a génese de criação da marca “en-tronca na estratégia de consolidação” do medronho como um produto do sudoeste de Portugal, que “extravasa” as fronteiras do concelho de Odemira e pretende “atrair a produção de qua-lidade” de outros concelhos, como os de Almodôvar, Ourique e Portel, no Alentejo, e Aljezur e Monchique, no Algarve.

A ideia “passa por não limitar” a marca “a um só território” e “Medronho SW” não deve ser encarada como uma marca do concelho de Odemira, mas “de um território com grande tra-

Extensível a outros concelhos da região

Odemira cria marca para valorizar medronho

dição na produção de medronho, como é todo o sudoeste de Portugal”, sublinha o município.

De acordo com o vereador da Câmara de Odemira, Ricardo Cardoso, “a marca é suficientemente ampla e, ao mesmo tem-po, confinada, para que possa ser absorvida por um conjunto de produtores interessados, que se identifiquem com o pro-jecto e queiram acrescentar valor ao trabalho que está a ser criado, desenvolvido e promovido”.

O medronho e a aguardente à base do produto têm “grande produção e qualidade” em Odemira e são considerados “pro-dutos estratégicos para o desenvolvimento e dinamismo eco-nómico do interior do concelho” e “daí a vontade municipal em criar um programa de valorização” para o medronho, explica a autarquia.

Segundo o município, o “expoente máximo” do medronho é a aguardente, mas as potencialidades do fruto “vão mais além”, já que também é usado para produção de outros produtos, como geleia, licor, melosa e bombons, “entre outras formas mais inovadoras de utilização actualmente em desenvolvi-mento”.

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Gazeta Rural (GR): Ultimamente só tem havido boas notícias para os azeites de Valpaços?

Paulo Ribeiro (PR): Sim, recentemente o nosso azeite ficou em segundo lugar no Top 20 num concurso em Itália. Aliás, ga-nhar prémios é uma coisa normal para nós, pois sabemos que temos azeites de grande qualidade.

GR: Mas ser considerado o segundo melhor azeite do mundo não é um prémio que se receba todos os dias?

PR: Naturalmente que não é todos os dias, nem todos os anos. A colheira deste ano foi muito boa e esperamos ter mais anos como este. Procuramos sensibilizar os nossos oliviculto-res a tratar bem do olival e colher a azeitona na altura certa, para que a possamos transformar em azeite de grande qua-lidade.

GR: Ao contrário de outras regiões, em Trás-os-Mon-tes houve quebra na produção?

PR: Para nós foi um ano mau, em termos de quantidade. Houve menos azeitona, porque na altura da floração veio o frio e a chuva e a azeitona abortou e, logo a seguir, vieram dias de muito calor. Temos uma quebra na ordem dos 20%. Em 2015 ti-vemos cerca de 1,6 milhões de quilos, enquanto este ano pou-co passou de 1,3 milhões.

GR: Estes prémios ajudam à comercialização do azei-te?

PR: O nosso azeite está sempre vendido. Os preços não são aqueles que desejaríamos, mas felizmente temos conseguido pagar aos nossos olivicultores, que merecem muito mais, mas ditam as leis do mercado. Temos clientes certos, garantindo o escoamento da nossa produção.

GR: Há gente nova no sector?PR: Tem aparecido muita gente a plantar olival, nomeada-

Segundo o presidente da Cooperativa de Valpaços

Produção de azeite na região pode duplicar

nos próximos 10 anos

mente jovens. Esta é uma região agrícola e é na agricultura que temos que apostar, mas produzindo em qualidade, que é o que esta gente nova está a fazer, pois aceita melhor as condições que a Cooperativa impõe.

Para atingirmos este patamar de qualidade tivemos que convencer os nossos associados a apanhar a azeite cedo e, para isso, demos incentivos de 40 cêntimos em litro, o que também entusiasmou os mais velhos, porque perceberam que valia a pena. Nesta campanha, por altura do Natal, a azeitona já estava apanhada, de que resultou melhor azeite.

GR: Há incentivos?PR: Há, não só a nível do PDR, mas também da autarquia. O

actual presidente da Câmara de Valpaços tem dado um forte apoio ao sector e à agricultura em geral, cumprindo uma pro-messa que fez por altura das eleições. Já estivemos nalgumas feiras apoiados pela Câmara.

Aliás, tem apostado em promover os vários produtos da ter-ra.

GR: Com os novos olivais, é possível quantificar au-mento de produção de azeite na região?

PR: Acredito de dentro de 10 anos vamos duplicar a actual produção, porque há muitos novos hectares de olival. Todos os anos aparecem novos olivicultores a querer aderir à Coo-perativa. Temos cerca de 500 em espera, alguns porque não conseguem vender o azeite e sabem que a Cooperativa está funcionar bem. Temos sócios de Valpaços, de Macedo de Ca-valeiros, Murça e de Mirandela. Os produtores de Mirandela correspondem a cerca de 30% do volume total da nossa pro-dução. O facto de pagarmos a azeitona em Agosto incentiva o olivicultor a produzir bem.

Só admitimos novos associados conforme a procura. Claro que queremos crescer e ter dimensão, mas dando um passo de cada vez. É que concorrência é grande e, se não tivermos qua-lidade, o preço cai e isso não interessa aos nossos agricultores.

Com a plantação de muitos hectares de novos olivais, a produção de azeite na região de Valpaços “pode duplicar nos próximos 10 anos”. A convicção é de Paulo Ribeiro, presidente da Cooperativa dos Olivicultores de Valpaços (COV).

A Cooperativa viu recentemente o azeite Rosmaninho Premium obter o segundo lugar no Top 20 dos me-lhores do mundo, em Itália. Aliás, prémios é uma coisa que não surpreende, pois é a mais premiada do país, produzindo azeite que aparece sempre entre os melhores do mundo.

Criada em 1951 por 26 olivicultores de Valpaços, a COV tem hoje cerca de 2000 associados espalhados pelos concelhos de Valpaços, Mirandela, Murça e Macedo de cavaleiros e tem mais 500 em fila de espera. A dirigir a Cooperativa desde 1990, Paulo Ribeiro defende a entrada gradual de novos associados, pois quer “dar um passo de cada vez”.

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O IX Fórum para o Futuro da Agricultura (FFA), realizado em Bruxelas, apelou à fileira agroalimentar, aos decisores políticos mundiais e às ONGs para que se unam de forma proactiva e urgente em torno dos desafios da segurança alimentar e am-biental elencados pela ONU, no âmbito da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

O FFA é uma iniciativa da European Landowners’ Organization (ELO) e da Syngenta, onde anualmente se reúnem entidades de vários quadrantes da sociedade para discutir o rumo que a Agricultura Europeia deve seguir para responder aos desafios da segurança alimentar e ambiental.

Nesta edição, onde participaram cerca de 1500 pessoas, os temas dominantes da Conferência foram a necessidade de re-formar o modelo agrícola dominante; de mudar comportamen-tos sociais, caminhando para um consumo mais responsável e de repensar e transformar o modelo de inovação, com vista a cumprir os 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, fixa-dos na cimeira da ONU, em Setembro de 2015 (Agenda 2030). Esta agenda é fruto do trabalho conjunto de governos e cida-dãos de todo o mundo para criar um novo modelo global para acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar de todos, proteger o ambiente e combater as alterações climá-ticas.

O FFA foi inaugurado com um vídeo do secretário-geral da ONU, onde este afirmou que “só poderemos acabar com a fome no mundo se mudarmos a forma como produzimos, transfor-mamos, distribuímos e consumimos os alimentos”. Ban Ki-moon apelou à “gestão mais cuidadosa dos recursos naturais – solo e água – e à preservação da biodiversidade” e disse que “os no-vos sistemas agroalimentares, devem estar focados na saúde, na protecção do ambiente, na promoção da justiça social, no empoderamento das mulheres e devem dar mais oportunidades aos jovens e mais apoio aos pequenos agricultores”.

O subsecretário geral da ONU reforçou a ideia de Ban Ki-mo-on, dizendo que “repensar a agricultura é fulcral num mundo de 9 biliões de consumidores, onde as alterações climáticas e a es-cassez de recursos são uma ameaça. A agricultura deve ser uma parte integral das soluções para a Agenda 2030”. Achim Steiner lembrou que um terço da terra arável, a nível mundial, está per-dido ou comprometido, o que condiciona a nossa capacidade de alimentar a população mundial. Por outro lado, um terço dos alimentos que produzimos no mundo Ocidental acabam no lixo, o que não é aceitável, atendendo a que milhões de pesso-as ainda morrem de fome. “Todo o sistema está orientado para aumentar a produtividade, no entanto, o futuro da agricultura terá de ser radicalmente diferente”, sendo “necessário redefinir

Syngenta reuniu 1500 conferencistas em Bruxelas

Fórum discutiu o futuro da agricultura e da produção alimentar

o caminho da agricultura pela via da sustentabilidade e a Europa tem um papel fundamental, o que ocorrer na Europa influenciará o resto do Mundo”, concluiu.

O Comissário Europeu da Agricultura, Phil Hogan, sublinhou o papel de liderança da União Europeia no que respeita ao desen-volvimento sustentável e disse que este é transversal a toda a PAC e está presente no esforço de investigação e inovação agrí-cola da UE e na política comunitária de comércio agroalimentar: “A PAC assume a liderança no que respeita à implementação da Agenda 2030 e esta liderança deverá evoluir e ser aprofundada nos próximos anos, tanto internamente como em colaboração como outras políticas internacionais”.

Na opinião do director-geral da Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, “a Agenda 2030 apresenta uma visão global e reformadora do Desenvolvimento que reflete as mais profundas aspirações da Humanidade para um mundo mais justo, mais seguro, mais in-clusivo e mais pacífico”.

Jeffrey Sachs, director do The Earth Institute, da Universida-de de Colombia, nos EUA, deu algumas sugestões do que deve ser feito para concretizar os objectivos da Agenda 2030. Estes, afirmou, “são difíceis, mas tecnicamente exequíveis. O desafio consiste na ligação entre os técnicos e os decisores políticos. É preciso uma visão holística do problema, os Governos não po-dem actuar de forma estanque”. Na perspectiva deste investi-gador, “educação de qualidade generalizada a nível mundial é a base para a resolução dos problemas” e é sobretudo através da educação das mulheres africanas, com vista à diminuição da taxa de fertilidade, que poderemos evitar o aumento exponen-cial da população: «não podemos deixar que a população mun-dial atinja os 11,2 biliões em 2100”, exortou.

Os oradores da Conferência concordaram que é necessária uma colaboração mais estreita e efectiva entre todas as partes – governos, investigação, empresas e ONGs – por forma a pôr em prática a Agenda 2030, traduzindo-a em políticas e práticas ajustadas às diferentes realidades regionais.

A este propósito John Parr, Chief Operation Officer da Syngen-ta e co-fundador do FFA, disse que “ninguém tem todas as res-postas. Se os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável são para ser de facto atingidos, então o modelo actual não serve. Isto aplica-se à Syngenta e a toda a fileira agroalimentar, aos governos e às ONGs. Significa que temos de pôr de lado os pre-conceitos e as velhas formas de trabalhar e de inovar – não só no que respeita à tecnologia, mas também às práticas agrícolas e à partilha de conhecimento -, colaborando de forma intensa para atingir os objectivos”.

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A Cooperativa Bagas de Portugal integra o grupo operacional que prepara um documento científico para a gestão sustentável da produção de mirtilos, numa iniciativa que ambiciona resolver os principais constrangimentos identificados pelos produtores.

O consórcio – onde se destacam na equipa de trabalho a Uni-versidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a Biobaga e a Naturpassion – tem como foco a nutrição das plantas, gestão da cobertura do solo e reduzida população de fauna auxiliar, em particular insectos polinizadores.

“A nossa tarefa vai ao encontro do que preconiza o Progra-ma de Desenvolvimento Rural (PDR2020), promovendo a cria-ção de grupos operacionais destinados a apoiar a Inovação no sector agrícola nacional, no quadro da Parceria Europeia para a Inovação (PEI) para a produtividade e sustentabilidade agrí-cola”, afirma o presidente da Cooperativa Bagas de Portugal, Paulo Lúcio Costa Gomes.

“Ecomirtilos - Gestão sustentável da produção de mirtilos no norte de Portugal” é a designação do documento que começou a ser gizado no início do ano, procurando o aumento da efici-ência dos recursos na produção e a consequente melhoria da qualidade do fruto. “Pretendemos, no fundo, melhorar a eficiên-

Equipa de trabalho envolve a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Bagas de Portugal integra grupo operacional para melhorar a produção de mirtilos

cia do ecossistema através da gestão sustentável dos recursos naturais, apoiada em novas tecnologias, de forma a obter uma produção rentável e segura, ao nível ambiental dos consumido-res”, explica.

Para Paulo Lúcio Costa Gomes, “estes trabalhos de coopera-ção, traduzido no futuro num plano de acção, são cruciais nesta fase de crescimento da fileira e respondem a problemas concre-tos ou oportunidades que se colocam à produção”.

Fundada a 08 de Janeiro de 2016, a Cooperativa Bagas de Portugal nasceu a partir de um grupo de produtores de peque-nos frutos oriundo de vários pontos do País.

A aposta numa nova política de comercialização, assente na defesa dos interesses de quem produz, norteou este projecto que pretende imprimir um novo ritmo à fileira.

Além da comercialização, quer diferenciar-se em áreas como a conservação, armazenagem, transformação, promoção, pro-dução, importação, exportação e qualidade do fruto e seus de-rivados.

A sede desta estrutura de âmbito nacional localiza-se no edi-fício VougaPark, em Sever do Vouga, concelho que detém o tí-tulo de Capital do Mirtilo.

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Os produtores de porco alentejano estão a viver um período de vendas “muito bom”, devido à procura “bastante grande” de animais da raça por parte de indústrias espanholas para produ-ção de presuntos, segundo uma associação de criadores.

“Felizmente”, o porco preto de raça alentejana, criado no montado e alimentado a bolota, está “a viver um período muito bom a nível de mercado, esperemos que seja estável, para du-rar”, disse Nuno Faustino, presidente da Associação de Criado-res de Porco Alentejano (ACPA), com sede em Ourique, no dis-trito de Beja.

Segundo o responsável, a produção de porco alentejano, “obviamente”, enfrenta “alguns problemas”, sobretudo de legis-lação, nomeadamente em questões como as medidas agroam-bientais e as raças autóctones, mas a nível de mercado está, “de facto”, a viver “um período favorável, contrariamente” ao que se passa com o porco branco do regime intensivo.

Em Espanha, está em “grande recuperação” e “a voltar para níveis anteriores à crise” o consumo de “jamón ibérico puro de bolota”, presunto produzido a partir de porco alentejano e da sua raça “irmã” espanhola, o porco ibérico, que são abrangidos por uma norma de qualidade no país vizinho.

Por isso, explicou Nuno Faustino, “tem havido uma procu-ra bastante grande” de porcos das raças alentejana e ibérica, sobretudo da parte das indústrias espanholas para produzirem “jamón ibérico puro de bolota” em Espanha.

Na altura da crise, as indústrias compraram poucos porcos e, agora, como a venda de presuntos está “a voltar em grande força”, os “stocks” de animais “foram-se abaixo”, salientou. Por isso, as indústrias necessitam de repor os “stocks” de porcos das duas raças para terem matéria-prima para produzirem “jamón

Devido à procura espanhola

Porco alentejano vive período de vendas “muito bom”

ibérico puro de bolota”, explicou, referindo que “a maior parte da produção nacional” de porcos de raça alentejana é exportada para Espanha.

“Daí que o porco alentejano esteja com uma situação de mer-cado muito boa, porque não existem assim também tantos ani-mais como isso e existe bastante procura”, disse, frisando que “é o mercado a funcionar” e os preços dos porcos daquela raça têm estado “muito bons”.

Segundo Nuno Faustino, no mercado português, “também se nota uma procura de porco alentejano superior à registada nos últimos anos por parte das indústrias nacionais”, mas estas “ab-sorvem pouca matéria-prima”, já que são médias e pequenas e têm “pouca capacidade de escoar” a produção de animais em Portugal, “que já de si é pequena”.

“Tem havido crescimento” da procura por parte das indústrias portuguesas, sobretudo de duas empresas, uma de Barrancos e outra de Ourique, que “são as que têm mais expressão” e com-pram porcos de raça alentejana para fazerem presuntos e en-chidos.

Mas, “a nível de presunto, porque o porco alentejano se desti-na sobretudo à produção de presunto, o grande cliente e quem de facto marca este mercado e dita as regras deste mercado são os espanhóis, que são os grandes consumidores” de porcos de raça alentejana.

Já o mercado de carne de porco alentejano, de Denominação de Origem Protegida (DOP), “está praticamente a zero”, porque “matam-se poucos” animais para o processo de venda de carne fresca e “o grosso da coluna dos porcos” destina-se à produção de presuntos e enchidos em Portugal e “sobretudo para o mer-cado espanhol” para produção de presuntos.

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O ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, disse que “é fundamental” o país continuar a apostar no sector agrícola, considerando que, sem competitividade nesta área, “não há desenvolvimento” dos territórios do interior.

“Continuo a pensar que não há desenvolvimento do interior, não há desenvolvimento das zonas rurais, se não tivermos uma agricultura competitiva, uma agricultura pujante”, afirmou Ca-poulas Santos na aldeia de Bendada, concelho do Sabugal, na abertura de um debate sobre “Que fazer com o país das al-deias?”.

Segundo o ministro, com uma agricultura “pujante” existem as oficinas que reparam as máquinas, as lojas que vendem fac-tores de produção e os gabinetes que têm que fazer as conta-bilidades. “Existe um conjunto de actividades tão conexas com a agricultura que se ela desaparece, elas desaparecem com ela. Por isso, é fundamental continuar a apostar na agricultu-ra”, assumiu.

Capoulas Santos referiu na sua intervenção que Portugal deu o exemplo, nas três décadas de integração europeia, em que “os agricultores conseguiram fazer um milagre gigantes-co”. “Entrámos há 30 anos na União Europeia numa agricultura em que nós íamos num pequeno carro utilitário, daqueles que se podem conduzir sem carta de condução e fomos competir com os nossos outros parceiros europeus que já andavam de Ferrari”, referiu.

Acrescentou que, ao fim de 30 anos, no “pequeno utilitá-

Num debate organizado pela Câmara do Sabugal

Capoulas Santos considera a agricultura “fundamental”

para desenvolver interiorrio”, os agricultores nacionais não ganharam “ao Ferrari”, mas encurtaram “muito” a distância. “Se nós conseguimos fazer nos últimos 30 anos aquilo que conseguimos, que foi passar de uma agricultura muito atrasada, para uma agricultura que compete com as superpotências mundiais, hoje em muitos aspectos, se conseguimos fazer este trajecto, conseguiremos progressivamente prossegui-lo nos próximos anos”, afirmou.

O governante referiu ainda na sua intervenção que “a área da agricultura, das florestas e do desenvolvimento rural, quer dar o máximo contributo que puder dar para combater a deser-tificação” do país, “estimulando a fixação de jovens, de jovens qualificados, de jovens empreendedores, ajudando a comba-ter o êxodo, garantindo alguns rendimentos suplementares aos agricultores” e criando empregos na floresta.

Capoulas Santos anunciou ainda que o Governo está a pre-parar criação de um banco de terras com o património do Es-tado, para arrendamento, “dando prioridade a jovens agricul-tores”, admitindo a posterior venda.

Disse que será mantida a bolsa de terras do anterior Gover-no, que disponibiliza terras de privados. “A intenção é manter essa bolsa de terras, mas só para o património privado, porque o do Estado vai passar para o novo banco de terras”, explicou.

No debate organizado pela Câmara do Sabugal, o autarca António Robalo, disse que o município está disponível para criar no território um fórum permanente das aldeias “com a es-pecialização para criar redes colaborativas de aldeias”.

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Paixão pela cor

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Os participantes num debate realizado na aldeia de Benda-da, no concelho do Sabugal, distrito da Guarda, sobre coesão territorial, concluíram pela necessidade de serem criados “po-los de excelência rural”, com uma aposta na especialização das aldeias.

O debate, de âmbito nacional, intitulado “Que fazer com o país das aldeias?”, decorreu no auditório da Casa da Música de Bendada, por iniciativa da Câmara do Sabugal.

No encerramento dos trabalhos, o presidente da Câmara do Sabugal, António Robalo, fez um resumo das conversas e re-feriu que, no futuro, é necessário “identificar aldeias com uma génese idêntica e que consigam especializar-se numa deter-minada função e conseguir fazer dessa função a marca”.

O autarca disse que é necessário activar “polos de exce-lência rural, que podem ser desenvolvidos em cima de temá-ticas específicas”. “Temos de encontrar as especializações e, depois, dinamizar esses polos”, referiu, dando o exemplo das Aldeias Históricas de Portugal, que “têm a sua estratégia devi-damente definida em torno do património medieval”. António Robalo também referiu a necessidade de debates desta natu-

Tema debatido na aldeia de Bendada, no concelho do Sabugal

Futuro das aldeias passa pela criação de “polos de excelência rural”

reza, sobre a temática específica de as aldeias continuarem a ser realizados no território nacional.

O debate juntou cerca de 150 especialistas em desenvolvi-mento e coesão territorial, autarcas, empresários e técnicos de marketing rural, de vários pontos do país.

O ministro da Agricultura, Capoulas dos Santos, o antigo mi-nistro da Economia, Augusto Mateus, a coordenadora da Uni-dade de Missão para a Valorização do Interior, Helena Freitas, o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, o dirigente da organização Novos Povoadores, Frederico Lucas, e o presidente da Associação Nacional de Freguesias (Anafre), Pedro Cegonho, foram alguns dos oradores convidados.

O encontro teve por objectivo apontar soluções, caminhos e estratégias ganhadoras que voltem a colocar no mapa do de-senvolvimento milhares de aldeias do país.

A aldeia de Bendada, onde a discussão decorreu, tem menos de 300 habitantes e, segundo os promotores, “é uma daque-las aldeias do interior que, estatisticamente, está condenada a desaparecer em poucos anos”, porque “não nascem crianças e os velhos estão a morrer”.

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A Câmara do Sabugal anunciou que pretende instalar um Centro Interpretativo das Fagáceas na antiga Colónia Agrícola Martim Rei com o objectivo de dinamizar o espaço e de explo-rar a vertente pedagógica.

Segundo o vereador Vítor Proença, responsável pelo pelou-ro das obras públicas da autarquia do Sabugal, no distrito da Guarda, o projecto, inserido na estratégia “Sabugal + Valor”, será candidatado a fundos europeus do Portugal 2020.

O autarca adiantou que o projecto de criação do Centro Interpretativo das Fagáceas, da família das árvores folhosas, está integrado num plano mais abrangente que prevê a reabi-litação de alguns edifícios da antiga Colónia Agrícola do Sabu-gal, que são propriedade da autarquia.

A Colónia Agrícola Martim Rei, localizada na área da União de Freguesias de Aldeia de Santo António e Sabugal, foi criada em 1936 pela então Junta de Colonização Interna do Ministério da Agricultura, mas em 1974 entrou em declínio, o que resultou num sucessivo abandono das terras e das actividades agríco-las.

O futuro Centro Interpretativo das Fagáceas está previsto para o edifício principal da antiga Colónia Agrícola, onde fun-cionou a casa do responsável pela gestão do complexo. “É um projecto de milhões, mas ainda não está devidamente quanti-ficado”, disse Vítor Proença, adiantando que o processo “ainda está muito na génese”.

Hugo Joia, que representa o Fórum Florestal na iniciativa “Sabugal + Valor”, explicou que “a lógica é o centro ter uma va-

Com o objectivo de dinamizar o espaço e de explorar a vertente pedagógica

Sabugal projecta Centro Interpretativo das Fagáceas para Antiga Colónia Agrícola

lência de todas as actividades desenvolvidas, como micologia, aproveitamento de frutos e agricultura tradicional”, entre ou-tras. O mesmo terá como objectivo a valorização de um recur-so “de interesse económico, social e ambiental” e contemplará as vertentes de exposição, acções de formação e actividades de demonstração.

A intenção dos promotores é a de criar um parque que seja ponto de atracção de visitantes e que também possua “a ver-tente pedagógica”, disse.

Hugo Joia explicou que a Colónia Agrícola Martim Rei é en-carada pela estratégia “Sabugal + Valor” como a “estrutura charneira” do ponto de vista da investigação, experimentação, boas práticas e concentração de tecnologia e conhecimento específico sobre o sector primário.

Para além do Centro Interpretativo das Fagáceas estão pre-vistos outros projectos para o local, como a adaptação do ac-tual Leilão e Mercado do Gado às novas condições de oferta e a criação de um Centro de Promoção Agrária.

A valorização da castanha do Alto Côa através do seu registo de Indicação Geográfica Protegida, a melhoria e recuperação dos habitats direccionados para a caça e a aplicação de um programa de pesca desportiva no rio Côa são outros dos pro-pósitos a atingir no âmbito da iniciativa “Sabugal + Valor”.

O Município do Sabugal, promotor da iniciativa, tem como parceiros o Fórum Florestal, o Instituto Nacional de Investi-gação Agrária e Veterinária, o Instituto Politécnico de Castelo Branco e a ADES - Associação Empresarial do Sabugal.

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O grande objectivo do Governo é “recuperar numa déca-da 150 mil hectares de floresta perdidos nos últimos 15 anos”, aproveitando os instrumentos financeiros à disposição do país, anunciou o ministro da Agricultura disse em Mação. “Infeliz-mente, fomos o único Estado-membro que perdeu floresta”, disse Capoulas Santos, que apontou para o objectivo de “re-cuperar 150 mil hectares de floresta na próxima década”, refe-rindo ainda os “300 mil hectares que podem ser potenciados e que estão por aproveitar no nosso país”.

O ministro da Agricultura, que falava no âmbito da sessão comemorativa do Dia Internacional das Florestas, que se assi-nalou em Mação, disse que a visita a este município do distrito de Santarém “visa unicamente exemplificar que é isto que que-remos fazer”, apontando para o exemplo do “aproveitamento da regeneração natural do pinheiro bravo, com o trabalho que envolve os municípios e as organizações de produtores flores-tais”, entre outros.

O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, esteve em Mação com uma vasta comi-tiva ministerial, liderada pelo Primeiro-Ministro, António Costa, e em que o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernan-des, a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, e o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, plantaram diversas árvores, entre azinheiras, medronheiros e carvalhos e assistiram a uma demonstração de boas práticas

florestais desenvolvidas no município. A sessão teve lugar no Alto da Caldeirinha, uma área in-

tervencionada em povoamentos de regeneração natural de pinheiro bravo, tendo sido feita, pela Câmara de Mação, uma descrição técnica dos trabalhos que tem desenvolvido.

O conceito apresentado ao Primeiro-Ministro consiste num projecto-piloto de gestão total de Zonas de Intervenção Flo-restal (ZIF), que assenta numa lógica de agregação de todas as pequenas parcelas de terreno e dos seus proprietários, tendo como objectivo estruturar e ordenar a floresta para criar ri-queza e protecção contra os incêndios.

O vereador da Câmara de Mação, António Louro, disse que a ideia assenta na “agregação de territórios de minifúndio com um mínimo de mil hectares, ganhando escala e estruturando empresarialmente o conceito de gestão do território, com a abertura a fundos de investimento e com solidez jurídica, res-peitando a propriedade privada, e definindo racionalmente modelos de utilização agrícola e florestal dos espaços”.

Com 41 mil hectares de área, 122 lugares e aldeias onde re-sidem cerca de 8.000 habitantes e 90% de mancha florestal, o cadastro territorial de Mação identifica mais de 20 mil pro-prietários de pequenas parcelas de terreno (minifúndio), com 0,7 hectares.

O ordenamento florestal é “uma das maiores preocupações” dos responsáveis autárquicos, face ao historial de grandes in-

Anunciou o ministro da Agricultura disse em Mação

Governo quer recuperar 150 mil hectares de floresta na próxima década

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cêndios florestais, sublinhou António Louro. Com o novo modelo, a gestão é única e assegurada pelos

técnicos da Associação Florestal do Concelho de Mação (Aflo-mação) e da Câmara Municipal, além dos proprietários que contribuem com os terrenos e dos investidores que entram com o capital. “Todos terão direito à sua quota-parte de uma riqueza que o território, devidamente ordenado e protegido, vai gerar”, defendeu o autarca, engenheiro florestal de forma-ção, que hoje pediu ao primeiro-ministro que tivesse “a ou-sadia de elaborar um plano a candidatar ao plano Junker que pode alavancar 300 mil milhões de euros”.

Segundo o autarca, “os 500 milhões de euros da União Eu-ropeia, a dividir por sete anos, são insuficientes para a reforma que é necessário fazer nas florestas nacionais”.

Costa defende ordenamento florestal para minimizar risco de incêndio

Na ocasião, o primeiro-ministro sublinhou a importância do ordenamento florestal para minimizar riscos de incêndio, considerando que é necessário apostar numa floresta “mais robusta” e “mais resiliente ao fogo”. António Costa afirmou que se a reflorestação “for meramente confiada à natureza e não for objecto do devido ordenamento florestal”, vão-se voltar a observar tragédias iguais “à de 2003”, em que foram consu-midos 22.000 hectares pelas chamas, no concelho de Mação, distrito de Santarém.

“Hoje, temos um sistema de prevenção e de combate mais robusto. Mas aquilo que temos de ter, sobretudo, é uma flores-

ta mais robusta, mais resiliente ao fogo e por isso mais suscep-tível de criar riqueza”, defendeu o primeiro-ministro na sessão comemorativa do Dia Internacional das Florestas, na Zona de Demonstração de Boas Práticas Florestais da Caldeirinha, em Mação.

Portugal é um país “onde 90% da floresta é privada” e ca-racterizada por uma estrutura “de micro-minifúndio”, referiu, apontando para um “pequeno perímetro florestal” em Mação onde há “mais de 1.500 propriedades e mais de 500 proprie-tários”.

Face às características da floresta portuguesa, o primeiro--ministro disse ser necessário dotar as autarquias “dos instru-mentos legais e eficazes para poderem intervir”, apoiando os proprietários produtivos e fazendo-se substituir “aos não pro-dutivos”, para que se possa ter “uma floresta mais protegida, que gere maior rendimento para todos e sobretudo que o país não subaproveite uma enorme riqueza nacional”.

Para António Costa, ter uma floresta mais ordenada significa ter menos árvores, mas significa também ter “árvores com me-nor risco de serem destruídas pelo incêndio e, portanto, sus-ceptíveis de gerarem riqueza para os seus proprietários e para a economia nacional”.

O governante salientou que o investimento feito no passado no combate aos incêndios foi uma forma de se ganhar tempo para fazer “aquilo que é mais importante”, que, no seu entender, é “o trabalho de intervenção estrutural” na floresta portuguesa.

Para tal, será necessário criar uma floresta “mais diversifi-cada nas suas espécies”, combinando árvores de rápido cres-cimento e de maior risco de incêndio e árvores de crescimento mais lento e mais resistentes ao fogo, ao mesmo tempo que se abrem e se criam caminhos dentro da floresta “e espaço para que as árvores possam desenvolver-se”.

O primeiro-ministro visitou o Alto da Caldeirinha, uma área intervencionada em povoamentos de regeneração natural de pinheiro bravo, em que é aplicada uma lógica de agregação de todas as pequenas parcelas de terreno. “O trabalho que aqui tem vindo a ser feito por este município é exemplar e serve de exemplo de boas práticas para todos os outros municípios”, realçou.

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Associação para gerir o projecto

Seis municípios do Marão unidos na reflorestação da serra

A reflorestação do Marão arranca em Novembro por inicia-tiva dos seis municípios que rodeiam a serra e que decidiram criar uma associação para gerir o projecto e promover “o re-nascimento” deste território.

O Marão que os separou é agora o Marão que une os con-celhos de Amarante, Baião, Mesão Frio, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião e Vila Real que querem criar uma marca à volta da serra que seja factor de atracção.

No Dia Mundial da Árvore, os autarcas, acompanhados de crianças dos seis concelhos, subiram ao cume mais alto da serra para uma plantação de árvores simbólica e que quis dar o pontapé de saída para a reflorestação do Marão, definida como a prioridade do projecto.

Depois de uma reunião, Luís Machado, presidente da Câ-mara de Santa Marta de Penaguião e impulsionador do pro-jecto, anunciou que a reflorestação deste território arranca em Novembro. “O primeiro grande passo do projecto Marão será dado em Novembro com o arrancar da reflorestação, que queremos que seja um projecto global para todo o Ma-rão”, afirmou.

Esta iniciativa irá ser desenvolvida em conjunto com o Ins-tituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e fará ainda, segundo o autarca, uma forte aposta na prevenção contra incêndios. “Foi feita uma grande reflorestação há 20 anos, mas depois do grande incêndio que aqui houve isto está de facto desertificado. A nossa preocupação é desenvolver-mos sustentavelmente a serra”, frisou.

O plano de acção já delineado para este primeiro ano de projecto contempla ainda a realização em Abril, em Vila Real, de umas jornadas técnicas onde se vão debater as áreas de intervenção do projecto: reflorestação, gastronomia, turismo de natureza e aventura, a conservação do património, a sina-lização e segurança deste território.

Depois, na primeira semana de Maio decorrerá uma con-ferência sobre o Marão, em Baião, onde serão apresentadas as conclusões das jornadas técnicas e serão elencadas as potencialidades e os constrangimentos a ultrapassar para transformar esta serra “num destino de excelência”.

Luís Machado referiu que ficou defendida a “forma de gover-nança” do projecto, que passará pela criação de uma associa-ção de municípios, que deverá ser instalada ainda este ano, e através da qual se pretende apresentar candidaturas aos fun-dos comunitários. Objectivo do projecto é, segundo Luís Ma-chado, ter “o Marão reflorestado, um destino turístico seguro e também um território onde será criada riqueza para todos”.

O autarca de Santa Marta de Penaguião elencou ainda o potencial ao nível do turismo de natureza, com trilhos para caminhadas, trails ou percursos de BTT. Mas pretende-se também que sejam os próprios habitantes destes concelhos a investir em “pequenos negócios” para que se possam fixar nestes territórios.

Os municípios vêem a serra como uma oportunidade para alavancar estes territórios através do turismo e da criação de pequenos negócios que para aqui atraiam e fixem pessoas.

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Gazeta Rural (GR): A Serra do Caramulo é um tesouro que é preciso preservar?

Fátima Antunes (FA): É um diamante bruto e temos que reunir várias sinergias para o conseguir. O incêndio de 2013 teve um impacto brutal e fez acordar algumas consciências adormecidas. Os agentes locais tomaram consciência da ne-cessidade de se intervir, pois aquele diamante tem que ser trabalhado.

Nada do que queiramos que seja duradouro é conseguido de um dia para o outro. Tem que se trabalhar na educação e nos projectos educativos no seio da comunidade escolar, mas também com outros intervenientes, nomeadamente as autar-quias e empresas, envolvendo-os e fazer com que se associem a algo que é de todos nós. “A floresta somos nós” é o mote para o queremos que todos pensem no nosso concelho.

GR: Como está a ser feito o trabalho de reflorestação da Serra?

FA: O trabalho de reflorestação tem duas vertentes. Uma, que é a parte pública e onde temos intervindo, e a outra é a parte privada, sobre a qual não temos o domínio.

Não posso deixar de dizer que a alteração legislativa que ocorreu em 2013, um pouco antes do incêndio, veio alterar um conjunto de dinâmicas e que está a ser um obstáculo naquilo que deveria ser a política de ordenamento do terri-tório, nomeadamente a manutenção da biodiversidade. A legislação actual, nesta área, não valoriza a biodiversidade dos espaços e por isso entendemos que a parte educativa é importante, não só dos jovens, mas na parte de quem tem o poder de reflorestar, tanto nos privados como nas autarquias.

No domínio privado a reflorestação teve uma dinâmica própria, inerente aos interesses económicos. A maior parte da área ardida foi de eucalipto, em médio crescimento, e os

Promovido pela autarquia de Tondela

Seminário discutiu a importância de preservar o “diamante” Caramulo

proprietários viram cair essa receita. Houve a ânsia, por parte dos privados, em reverter essa perda, que temos que enten-der e temos que nos saber posicionar perante ela. Daí a reflo-restação com eucalipto. Em 2014 promovemos várias acções de sensibilização, com vários projectos, junto dos privados.

Nos baldios houve dois momentos importantes no Cara-mulo, onde tivemos envolvidos cerca de 1500 voluntários, tendo já sido plantadas 20 mil árvores. Pelo conhecimento que temos, nestas áreas, a germinação espontânea está a ocorrer de forma correcta e activa.

Como foi dito, não podemos estar a plantar novas espécies, mas sim manter as que temos. Daí que em 2015, na acção que decorreu no Caramulo, introduzimos uma nova terminologia, que é ‘plantar e cuidar’. Por isso criámos os padrinhos da flo-resta, com o objectivo de haver uma entidade responsável por uma área reflorestada, que terá a obrigação de a tratar e cuidar.

GR: Há alguma possibilidade de vir a ser criada uma entidade parecida com a que existe no Bussaco?

FA: Isso dependerá dos passos que forem dados no futuro. O município de Tondela tem projectos muito ambiciosos para o Caramulo, mas que dependem de financiamento público. Não sei se algum dia haverá condições para a constituição de uma Fundação semelhante à que existe no Bussaco. O que posso dizer é que da parte das autarquias, Câmara e Juntas, há um grande empenhamento em preservar o que temos no Caramulo, dar-lhe valor acrescentado e divulgar a Serra como um todo, nas diversas vertentes, mas também na sua preservação ambiental, nomeadamente a biodiversidade, com as espécies magníficas que lá existem.

Sim. Gostaria de poder dizer, daqui a uns anos, que temos ali um segundo Bussaco.

“A floresta somos nós” foi o tema de um seminário promovido pela Câmara de Tondela, onde a Serra do Caramulo esteve em destaque. A reflorestação e a defesa da biodiversidade da mesma foram os assuntos abordados por vários especialistas.

Em conversa com a Gazeta Rural, a vereadora com os assuntos da floresta da Câmara de Tondela defende a aposta em projectos educativos, de forma a incutir nos jovens e nos agentes locais a consciência da ne-cessidade de se intervir a defender a Serra. Fátima Antunes referiu que a Câmara de Tondela tem “projectos muito ambiciosos “para o Caramulo, mas que “dependem de financiamento público”.

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A Quercus, Associação Nacional para a Conservação da Na-tureza, e a Federação Nacional das Associações de Proprie-tários Florestais (FNAPF) celebraram o Dia Internacional das Florestas em Oliveira do Hospital, alertando para as ameaças à floresta portuguesa.

“As pressões e ameaças à floresta portuguesa são crescen-tes, destacando-se a destruição de bosquetes autóctones, os incêndios florestais, as pragas e doenças, a expansão das monoculturas e das invasoras lenhosas, as más práticas de gestão, o absentismo e o abandono dos espaços florestais, a especulação imobiliária e as alterações climáticas”, adverte a Quercus em comunicado.

A associação ambiental afirma que as áreas de floresta na-tural em Portugal estão a regredir “de forma acentuada”, real-çando “o aumento do declínio do montado de sobreiro devido a pragas e doenças associadas a más práticas de gestão e também a mortalidade nas florestas de pinheiro-bravo provo-cada pelo nemátodo da madeira do pinheiro, com as frequen-tes conversões para novos eucaliptais”.

Ao assinalar o Dia Internacional das Florestas, a Quercus e a FNAPF pretenderam sensibilizar para este problema, desta-cando a necessidade da “preservação da floresta autóctone” e a “importância da existência de infraestruturas de defesa da floresta contra incêndios, à existência de uma floresta multifun-cional e à importância de uma compartimentação da floresta que quebre a continuidade dos povoamentos mono específicos, sejam de eucalipto, sejam de pinheiro bravo, ao combate às in-vasoras lenhosas e ao combate a pragas e doenças”.

A associação defende que “a floresta é um património de va-

No Dia Internacional das Florestas

Quercus e FNAPF alertam para ameaças à floresta portuguesa

lor incalculável que ainda não é devidamente valorizado pela sociedade, que tende a exaltar a sua dimensão económica e a depreciar a sua dimensão social e ambiental”, destacando que os espaços florestais prestam um “conjunto de benefícios notável à sociedade, como o processo de formação e conser-vação de solo, fixação de carbono, preservação da biodiversi-dade e da paisagem ou a regularização do regime hídrico e da qualidade da água”.

É na defesa desta perspetiva comum que a Quercus e a FNA-PF unem-se para comemorar o Dia Internacional das Florestas, que se celebra hoje, em Oliveira do Hospital, concelho que in-tegra a área de atuação da ‘Caule’, uma das 43 Associadas da FNAPF, “como forma de realçar a importância do trabalho re-alizado nos últimos anos, suportado por um forte investimen-to público na gestão da floresta, com o combate a muitas das pressões e ameaças”.

As associações vão desenvolver ações de sensibilização, in-formação e divulgação, visitando os trabalhos realizados pela ‘Caule’, mas também os trabalhos de silvicultura preventiva que estão a ser realizados por equipas de sapadores flores-tais, estando ainda previstas intervenções dos presidentes da Quercus e da FNAPF.

A instituição do Dia Internacional da Floresta a 21 de mar-ço foi decidida a 30 de novembro de 2012, pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) e surgiu na sequência do Dia Mundial da Floresta, instituído pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em 1971, com o objetivo de sensibilizar as populações para a importância da floresta na manutenção da vida na Terra.

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Vai decorrer em Viseu, de 8 a 30 de Abril, o Festival Interna-cional de Música da Primavera que conta com cerca de quatro centenas de músicos. Ao longo de 27 dias haverá concertos com reputados músicos nacionais e internacionais, culminando o festival com II Concurso Internacional de Guitarra de Viseu, de 26 a 30 de Abril.

“Este é um evento que terá dois grandes momentos: o festi-val em si e o concurso internacional de guitarra. Serão 27 dias de festival, com 27 concertos e 368 músicos nacionais e inter-nacionais”, revelou a vereadora da cultura da câmara de Viseu, Odete Paiva.

Na apresentação do programa do IX Festival de Música da Primavera de Viseu, Odete Paiva explicou que, neste grupo de quase quatro centenas de músicos, 12 são internacionais, das áreas da guitarra, piano, saxofone e bandoneon. “Vamos abrir o festival à cidade, mas também aos que não podem vir. Esta é a marca mais distintiva do festival: vem ouvir música quem quer, mas também levamos a música a quem não pode vir”, informou. Ao longo de 27 dias, a iniciativa passará por 12 palcos e salas da cidade, com destaque para o Teatro Viriato, aula magna do Instituto Politécnico de Viseu e Solar do Vinho do Dão.

O evento contempla também uma vertente pedagógica, que vai levar a música a mais de 500 pessoas de diferentes institui-ções, entre as quais o Estabelecimento Prisional de Viseu, Lar

De 8 a 30 de Abril há 27 concertos

Festival Internacional ‘dá’ Música em Viseu durante 27 dias

Viscondessa de São Caetano, a Associação Portuguesa Pais e Amigos Cidadão Deficiente Mental (APPADCM) e ala pediátrica do Hospital de São Teotónio.

De acordo com a autarca, durante a nona edição deste festi-val, terá também lugar, de 26 a 30 de Abril, o II Concurso Inter-nacional de Guitarra de Viseu, em que estarão presentes con-correntes de pelo menos seis nacionalidades, desde Espanha a Hong Kong.

O primeiro classificado neste concurso receberá um prémio monetário no valor de oito mil euros e terá a oportunidade de actuar na edição de 2017, além de actuar ainda em outros três festivais internacionais de guitarra: Paris, Sevilha e Bratislava. Os prémios a atribuir têm o valor total de 14 mil euros.

A edição deste ano do Festival da Primavera “aposta nova-mente na formação e qualificação de jovens alunos, músicos profissionais e docentes”, reunindo em Viseu “13 professores de música para ministrar ‘masterclasses’, nas áreas de guitarra, sa-xofone, canto, percussão e guitarra portuguesa, contando ainda com tutores internacionais”.

O IX Festival de Música da Primavera de Viseu é organizado pela Proviseu/Conservatório Regional de Música Dr. Azeredo Perdigão e é apoiado pelo Município de Viseu, no âmbito do programa de apoio à criatividade e cultura “Viseu terceiro”, com uma dotação financeira de quase 87 mil euros.

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36 www.gazetarural.comF I C H A T É C N I C A

Ano XII | N.º 267 | Periodicidade: QuinzenalDirector: José Luís Araújo (CP n.º 7515) | [email protected] | 968044320Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda | Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel GalanteDepartamento Comercial: Coordenação Filipe Figueiredo Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: [email protected] | Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada | Administração José Luís Araújo | Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica: Novelgráfica | Tel. 232 411 299 | E-mail: [email protected] | Rua Cap. Salomão 121, 3510-106 ViseuTiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares | Versão Impressa: 2000 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

Mangualde continua a apostar na tradição e promove mais um curso de “Pon-tos de Bordados Tradicionais/ Bordados de Tibaldinho”. A iniciativa realiza-se de 11 a 22 de Abril, das 14 às 19 horas, na sede da Sociedade da Banda Filarmónica de Tibaldinho, e resulta da parceria entre a Câmara de Mangualde e o Centro de Formação Profissional do Artesanato (CEARTE).

Enquadrado nas Unidades de Formação de Curta Duração (UFCD), esta for-mação tem como objectivo manter viva a confecção dos bordados de Tibal-dinho e preservar, promover e valorizar este património cultural que constitui parte da identidade mangualdense. Esta formação tem como destinatários de-sempregados e outros profissionais com interesse de competências específicas nesta área, com escolaridade igual ou superior ao 6º ano.

As inscrições são gratuitas mas obrigatórias e podem ser feitas no Gabinete de Inserção Profissional da Câmara de Mangualde, de 14 de Março a 5 de Abril.

Novo curso decorre de 11 a 22 de Abril, em Tibaldinho

Bordados de Tibaldinho é tradição que passa

de geração em geração

Um grupo de estudantes italianos, alunos do ensino profis-sional nas regiões de Roma e Bolonha, encontra-se em Ida-nha-a-Nova a realizar um estágio em agricultura biológica.

A iniciativa é enquadrada no programa Erasmus+ e desen-volvida pela associação cultural Adamastor, especializada em intercâmbios comunitários, em parceria com o Município de Idanha-a-Nova e a associação Bagaraia.

O presidente da Câmara Municipal, Armindo Jacinto, rece-beu e deu as boas-vindas aos 16 estudantes e dois profes-sores que, durante um mês, terão oportunidade de conhe-

Iniciativa enquadrada no programa Erasmus+

Jovens italianos aprendem agricultura biológica em Idanhacer a realidade agrícola do concelho e desenvolver as suas competências técnicas.

O estágio inclui uma componente prática, que permitirá aos alunos um contacto privilegiado com o tecido produ-tivo local, a desenvolver na Incubadora de Base Rural, na exploração da Uniberry, na produção de mirtilos em modo biológico.

A iniciativa contempla ainda aulas de língua e cultura por-tuguesas e um programa cultural que levará os jovens a des-cobrir as potencialidades do concelho de Idanha-a-Nova.

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Breves

ÚLTIMAS

Vinhos Biológicos da Beira Interior a Bordo da KLM/Air France

O produtor Rui Roboredo Madeira Vinhos, com adega loca-lizada na Vermiosa, no concelho de Figueira de Castelo Rodri-go, viu um dos seus vinhos da marca Beyra, seleccionado en-tre cinco a nível mundial por uma das maiores companhias do Mundo de aviação - Grupo KLM/AIR France.

A empresa seleccionou dois Brancos e três Tintos, sendo um destes o Beyra BIO Tinto DOC Beira Interior 2015. Este é um motivo de enorme satisfação para o Produtor e para a Região que começa a ver a qualidade dos seus vinhos a voar cada vez mais alto!

CLDS 3G de Vila de Rei promove seminário so-bre Enologia e Prova de Vinhos

A equipa do CLDS 3G de Vila de Rei, com o apoio da Câmara Municipal, vai organizar, nos dias 8 e 9 de Abril, duas iniciativas relacionadas com a temática da enologia.

No dia 8 de Abril, a Biblioteca Municipal José Cardoso Pires vai receber, a partir das 19 horas, o Seminário “Vitivinicultura – Enologia”, com a presença, enquanto orador, de Vasco Tomás.

No dia seguinte, pelas 10 horas, terá lugar, no Restaurante Paraíso do Zêzere, a acção “Iniciação à Prova de Vinhos – Ní-vel II”, sobre o tema “Aromas e Defeitos”.

Sabores do Toiro Bravo em CorucheA XIII edição dos Sabores do Toiro Bravo vai ter lugar de 29

de Abril e 1 de Maio, em CorucheA carne do Toiro Bravo é o mote principal deste evento gas-

tronómico único, que a vila de Coruche promove há treze anos, a que estão associados os valores tradicionais da cultura tau-romáquica. Todos os anos em Maio, Coruche lança o desafio: “Faça uma pega de caras...no prato!”

A acompanhar este evento, a exposição de Clássicos - auto-mobilia, carros, motos e bicicletas, organizada pelos Clássicos de Coruche, complementa a oferta de programação.

II Jornadas Técnicas do Castanheiro em Miran-da do Douro

São Martinho de Angueira, em Miranda do Douro, recebe no dia 9 de Abril, sábado, a partir das 14 horas, as II Jornadas Téc-nicas do Castanheiro, na Sede da Florest Á́gua.

Esta é uma iniciativa do Município de Miranda do Douro em colaboração com o Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Florest’ Água – Associação de Produtores Florestais e Regan-

tes de São Martinho e Junta de Freguesia de São Martinho de Angueira.

Além de palestras, as jornadas contemplam uma visita téc-nica a um souto.

III Feira Medieval de Estremoz Irá decorrer nos dias 21 e 22 de Maio, no Castelo de Estre-

moz, o “Festival da Rainha - III Feira Medieval de Estremoz”, evento que tem como objectivos a promoção turística e o de-senvolvimento económico do Concelho de Estremoz, através da evocação dos valores subjacentes à sua História e Patri-mónio, recorrendo para tal a uma recriação histórica do pe-ríodo medieval, em concreto no que diz respeito às temáticas relacionadas com a figura da Rainha Santa Isabel (séculos XIII/XIV).

O evento está aberto à participação de associações, colec-tividades, artesãos e mercadores locais (nacionais e estran-geiros), a entidades particulares e outros agentes locais, assim como a outros participantes que a organização entenda que preenchem os requisitos de enquadramento no evento.

Esta iniciativa é uma organização do Município de Estremoz e da Escola Secundária Rainha Santa Isabel de Estremoz (Cur-so Técnico de Turismo e Curso Técnico de Turismo Ambiental e Rural). As inscrições estão abertas até 6 de Maio.

Trilho da Montanha Sagrada em Viana do Cas-telo

No dia 16 de Abril realiza-se mais um percurso “Passos de Memória”, com a designação de “Trilho da Montanha Sagrada” (PR1), na Montaria, integrados na Rede Municipal de Percursos Pedestres do Município de Viana do Castelo

A Rede é mais do que uma ementa de trilhos de mar, rio e de montanha. Pé ante pé, leva o caminhante ao encontro de si mesmo, através da relação com a natureza e com as idiossin-crasias das comunidades locais.

Estes trilhos desvendam a riqueza paisagística, patrimonial e arqueológica da emblemática Serra d’Arga. Pontos de interes-se dos Trilhos PR1: Porta do Sítio da Serra d’Arga, Antigo Viveiro Florestal, Mosteiro de S. João d’Arga, Fonte da Urze, Srª do Mi-nho e Porta da Vila.

Como este trilho é mais longo e apenas deverá terminar por volta das 15,30 horas, será necessário levar um reforço ali-mentar, privilegiando comida leve, fruta e água nos seus man-timentos.

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A Câmara de Castelo Branco e a Ovibeira assinaram um protocolo que visa a colaboração técnica para funcionamento do Parque de Leilões de Gado, vindo ao encontro do interesse dos produtores. “Este protocolo será bastante benéfico para esta actividade, pelo que a au-tarquia consegue dar mais um passo na estratégia agro-alimentar, com parceiros importan-tes nesta área”, reiterou Luís Correia, presidente da edilidade albicastrense.

Segundo o edil, este protocolo “nasce da necessidade de criar parcerias na estratégia da autarquia no agro-alimentar”, considerando “a colaboração técnica que a Associação pode prestar no Parque de leilões”. Todavia, Luís Correia admite que a parceria pode abranger outras áreas, pois o protocolo prevê “apoiar a extensão ao sector dos pequenos ruminantes, ou seja podemos ter no Parque de leilões não só o comércio do gado bovino, mas também de pequenos ruminantes (ovinos e caprinos)”.

Por sua vez Vítor Carmona, presidente da direcção da Ovibeira, considerou o documento “bastante importante, no sentido de conseguir melhores soluções para o desenvolvimento regional, pelo que estamos no bom caminho, para servir cerca de 1800 associados, ajudan-do a desencravar a região na obtenção de bons resultados”. Está dado mais um passo na es-tratégia Agro-alimentar da autarquia albicastrense. O Parque de leilões, criado em Alcains, está pronto a ser utilizado.

A OviBeira tem cerca de 1800 associados espalhados pelos concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Vila Velha de Ródão e Penamacor, com 150 mil pequenos ruminantes (gado ovino e caprino) e 25 mil grandes ruminantes (gado bovino).

Visa a colaboração técnica para o Parque de Leilões de Gado

Câmara de Castelo Branco e a Ovibeira assinaram um protocolo

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