Furb 1 a Eng.trafego - Circulacao de Trafego 2012-2

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    Circulao de Trfego2012-2

    TTRRAAVVEESSSSIIAASS SSEEMMAAFFOORRIIZZAADDAASSTTOOKKYYOO

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    NNDDIICCEE

    APRESENTAO ..................................................................................................02

    Introduo ..................................................................................................................04

    1. Pesquisas de Trfego ..............................................................................................07Roteiro de Pesquisa ................................................................................................07Fases de Pesquisa ....................................................................................................08

    TIPOS de PESQUISA.................................................................................................09

    1.Pesquisa de Fluxo de Trfego .................................................................................092. Pesquisa de Velocidade Pontual.............................................................................153. Pesquisa de Atraso em Intersees ......................................................................16

    4. Pesquisa de Estacionamento .................................................................................165. Pesquisa de Observncia a Sinalizao ................................................................176. Pesquisa de Ocupao de Veculos .......................................................................177. Pesquisa de Capacidade ........................................................................................188. Pesquisa de Origem e Destino (OD) .................................................................199. Inventrio Virio ...................................................................................................1910. Outras Pesquisas ...................................................................................................20

    2. Planos de Circulao de Trfego ..........................................................................21

    Produtos de um Plano de Circulao.......................................................................22

    Etapas de um Plano de Circulao ............................................................................23Exemplos Reais de Planos de Circulao ..................................................................27

    BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................... 36

    Documento elaborado por: AALLEEXXAANNDDRREE GGEEVVAAEERRDD

    Bacharel em Engenharia CivilUniversidade Federal de Santa Catarina - Florianpolis - SC - BRASIL (1976-1980)

    Mestre em Engenharia de TransportesVirginia Polytechnic Institute & State University - Blacksburg - Va - USA (1983-1984)

    Blumenau, Agosto de 2012

    DIREITOS RESERVADOS

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    Circulao de Trfego

    Esta apostila aborda caractersticas e parmetros relativas ao Planejamento da Circulao Viria,atividades desenvolvidas atravs dos procedimentos cientficos da Engenharia de Trfego .

    Pode-se dizer no recomendvel mexer no trnsito ou nos transportes sem levantamento e anlise dedados, visto que necessrio inicialmente diagnosticar as causas e abrangncia dos problemas para

    estudo de solues. Assim, um dos passos mais importantes na Engenharia de Trfego so as pesquisasou levantamento de dados de trfego. Paralelamente primordial a vistoria em campo dos problemas eplanos para antes, durante e depois do desenvolvimento do projeto.

    So inmeros os tipos e aplicaes das pesquisas. Neste documento, sero abordadas as pesquisas maisutilizadas no manejo da circulao viria urbana, com destaque as contagens volumtricas. Aspesquisas de trfego so imprescindveis para estudos de melhorias na circulao viria, uma vez quesem quantificao e avaliao de dados, no se pode dimensionar a intensidade dos problemas etambm prognosticar solues eficazes.

    Um dos pontos bsicos para o bom funcionamento de uma cidade a circulao de pessoas, veculos, e

    produtos, movimentao estas dependentes da maneira como as vias urbanas so projetadas e comoelas so utilizadas. No suficiente o sistema virio ser amplo, h necessidade de se racionalizar edisciplinar seu uso entre os vrios usurios: pedestres, bicicletas, motocicletas, automveis, nibus,caminhes, etc..

    Neste contexto, a elaborao de Planos de Circulao de Trfego visando ordenar e regulamentar acirculao dentro das caractersticas geomtricas disponveis, utilizando-se basicamente de dispositivosde controle, sinalizao e segurana de trfego.

    Similarmente, os Planos de Circulao de Trfego, ou planos funcionais de uma (ou mais) nova via ouinterseo, so fundamentais para definio dos movimentos e largura de cada trecho da via, das

    interseo, localizao das travessias, necessidade de ilhas e/ou semforos, e principalmente adefinio do sentido das vias.

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    En enharia de Trfe o

    Introduo

    Elementos e Produtos na Engenharia de Transportes

    Eng. de Transportes: formalmente definido como sendo a aplicao de cincia ematemtica de tal maneira que propriedades de matrias e recursos de energia nanatureza sejam utilizados para movimentao de passageiros e coisas, em benefcios dahumanidade.

    Segundo o Instituto de Engenheiros de Transporte dos EUA-ITE, a engenharia de trfego a fase daengenharia de transportes que trabalha com o planejamento, projeto geomtrico e operao de trnsitodas estradas, vias e caladas, suas redes, terminais, terrenos lindeiros e seu relacionamento com outrosmodos de transporte.

    O envolvimento entre os transportes e outros setores fundamentais do espao so ilustradosesquematicamente a seguir.

    A DESENVOLVIMENTO URBANO

    B SISTEMAS DE TRANSPORTES

    C COMPONENTES DO TRFEGO

    D SEGURANA DE TRNSITO

    Uso do solo

    Sistema Virio Transporte Coletivo/ / Cargas

    Sistema Virio

    CirculaoDe Trfego

    Transporte Coletivo

    Meio

    Veculo Usurio

    Fiscalizao Educao

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    PLANO DETRANSPORTEURBANO

    O ramo da engenharia de transportes abrange estudos, planos e projetos em reas gerais e especficasdo campo dos transportes. Pode-se destacar assim, alguns produtos (planos ou projetos) prticosresultantes da atividade da engenharia dos transportes.

    - PLANO DIRETOR (Setor Transportes)

    - PLANO VIRIO

    - PLANO DE CIRCULAO

    - PLANO DE TRANSPORTE COLETIVO

    - PLANO DE OPERAO DE TRANSPORTE COLETIVO

    - PLANO DE MOVIMENTAO DE CARGA TERRESTRE, MARTIMA E

    AREA

    - PLANO DE PAVIMENTAO

    - PLANO DE CONSTRUO E MANUTENO DE OBRAS DE ARTE

    - PROJETO GEOMTRICO (Intersees, terminais, vias)

    - PROJETO DE SINALIZAO VIRIA

    - PLANO DE SEGURANA E EDUCAO DE TRNSITO

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    O DENATRAN (2006) descreve trnsito como sendo a utilizao de vias por pessoas, veculos e

    animais, isoladas ou em grupos, conduzidos ou no, para fins de circulao, parada, estacionamento e

    operao de carga e descarga

    Assim, um dos objetivos da Engenharia de Trfego disciplinar o fluxo de pessoas e mercadoriasde forma eficiente, conveniente e segura, definindo padres de circulao viria, regulamentada pormeio de dispositivos de sinalizao que oficializam a circulao adotada.

    No Brasil, a Engenharia de Trfego evoluiu como um ramal da Engenharia a partir do final dadcada de 50, face ao aumento do processo de urbanizao causado pela industrializao doscentros urbanos. Ainda uma cincia nova no Brasil, com crescente aplicao, notadamente nosgrandes centros, tipo So Paulo, onde a Engenharia de Trfego tem ajudado a minimizargrandemente o caos geral.

    A Engenharia de Trfego atua em vrios nveis de Planos e Projetos de Transportes / Mobilidade,conforme mostrado abaixo, no Plano Virio, no Plano de Circulao de Trfego, nos ProjetosGeomtricos de Vias/Intersees e Terminais,como tambm num Plano de Transporte Coletivo.

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    1. PESQUISAS DE TRFEGO

    Roteiro de Trabalho na Engenharia de Trfego

    O tempo necessrio para desenvolvimento de um estudo de engenharia de trfego varia em funoda natureza e abrangncia do trabalho. Subdivide-se estes passos em:

    Definio do ProblemaA partir do conhecimento de tcnicos e informao da prpria populao / usurios, deve-sedesenvolver um diagnstico da situao ou questo problema ou necessidade), em termos desegurana, acidentes, acessibilidade e fluidez, lembrando de preservar a paisagem urbana e aqualidade de vida. A partir desta pr-anlise, pode-se verificar a gravidade e a abrangncia dasituao , estabelecendo-se pontos bsicos de avaliao.

    Aprendam a dar retorno, a populao merece muito respeito.

    Levantamento ou Pesquisa de Dados

    Nesta fase, so coletados os dados acerca do local de estudo e seus usurios, trata-se aqui dapesquisa de trfego. comum a pesquisa detectar problemas ou necessidades no diagnosticadasna sua pr-anlise ou que problemas ou necessidades considerados irrelevantes, agora passam a termaior importncia.Alm das pesquisas de trfego, pode ser necessrio um cadastro bsico das dimenses do sistemavirio na rea de influncia, incluindo localizao de equipamentos e mobilirios urbano, vegetaoe redes de abastecimento de gua, energia, comunicao, gs, etc. Eventualmente estecadastramento pode advir de levantamento topogrfico, embora este ocorra somente na fase deprojeto executivoOs levantamentos englobam ainda a identificao do tipo de intensidade da ocupao na rea.Sem pesquisa, no se deveria mexer no trnsito, muito menos sem mapa na mo.

    Avaliao de Dados e Formulao de AlternativasAps os levantamentos, os dados levantados so tabulados e mapeados (em vrios nveis) demaneira a facilitar a avaliao e formulao de alternativas de correo ou melhoria na segurana,fluidez, acessibilidade.

    Esta etapa requer um tempo mnima para maturao das idias.

    Geralmente h mais que uma soluo para um determinado problema, sendo bem importanteformular-se mais de uma alternativa, visando no s comparar entre possveis solues,mastambm permitir que se amaduerea a soluo.

    Nesta fase fundamental ter-se uma idia dos custos envolvidos na alternativa.

    Discusso e DecisoNesta fase, a partir da elaborao de textos, tabelas, grficos e mapas, as alternativas de correoe/ou melhoria devem ser discutidas com demais setores pblicos e privados, permitindo a sociedadecivil ter conhecimento do problema, das alternativas, custos e benefcios esperados para tomada dedeciso. Nesta fase de debate, importante estabelecer algum critrio para tomada de deciso.Projetos ExecutivosAps a fase de discusso, a equipe tcnica parte pra detalhamento do projeto conceitual,

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    produzindo-se as plantas,especificaes, memoriais, e oramentos das obras civis e de sinalizaonecessrias. Neste momento, dependendo da abrangncia do estudo,deve ser necessrio algum tipode levantamento topogrfico.

    Implantao

    A fase de implantao precedida ainda pelas aes legais de ordenao de compras de material econtratao de servios, bem como de um cronograma e programao das responsabilidades deimplantao por parte dos setores envolvidos., visando minimizar o impacto aos usurios epopulao durante a execuo. Independentemente do sucesso do plano, fundamental avaliaodos resultados para provveis ajustes; o monitoramento da circulao tem que ser constantes e aescorretivas imediatas.

    Fases Preliminares de Pesquisa de Trfego

    Para estudo e/ou projeto de um dado problema ou necessidade, no sentido de obter-se dadosapropriados, evitando dados incompletos ou inconsistentes, e para otimizar-se tempo e recursos, asseguintes fases de levantamento / pesquisa devem ser definidas a partir dos objetivos do estudo, dosrecursos disponveis, da preciso e tempo necessrio.

    Tipo de DadosDepende basicamente do tipo da pesquisa, se de origem x destino, do modo ou rota de deslocamento,de volume de pedestres e / ou veculos, de velocidade, de opinio / satisfao, de acidentes, deestacionamento, etc.

    AbrangnciaDefinindo-se a rea de anlise e os pontos de levantamentos, funo do tamanho do empreendimentoou do local o problema (um ponto ou uma regio);

    Mtodo UtilizadoNo caso de contagens por equipamento eletrnico, manual, por meio eletrnico, pelo correio. Osequipamentos eletrnicos de contagem tm a desvantagem de no contar as converses e no separartipo de veculos;

    Local, hora, data e amostraDefinindo-se os pontos ou locais dos levantamentos, perodo de contagem, dia nico ou mais em cadaponto, a partir do que se define a equipe e /ou equipamentos necessrio;Ficha e InformaesFormulrio de campo ou pesquisa eletrnica, atentando-se para facilitar o preenchimento doresponsvel e compreenso do entrevistado, visando ainda facilitar a tabulao e anlise dos dados;RecursosQuantificao da equipe necessria, material de apoio (lpis / caneta, prancheta, cronmetro, radar,sombrinha, cadeira, computador), forma de deslocamento (veculos prprio, nibus, bicicleta, a p); Instruo a EquipeFornecendo-se orientaes e cuidados bsicos, linguagem quando h entrevista, posicionamento emcampo, condies do tempo, definindo-se chefe de equipe;Tipos de Pesquisa

    1. Pesquisa de Fluxo de Trfego

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    Objetivo

    O objetivo deste tipo e pesquisa determinar a quantidade, a direo e a composio (tipo de veculo)do fluxo de veculos ou pedestres que utilizam uma seo ou interseo do sistema virio (pista,passeio, caminhos atravs de praas) numa dada unidade de tempo.

    Um dado paralelo que pode ser coletado neste tipo de pesquisa o nmero total de passageiros,multiplicando-se o fluxo de veculos pelo nmero mdio de passageiros observado.

    Utilizaes

    Dentre as vrias utilizaes deste tipo de pesquisa esto:

    Verificao de demanda, sentido e movimento, e tipo de veculos.

    Comparao da demanda com a capacidade da via ou interseo.

    Anlise e apoio na definio do tipo de controle ou interveno geomtrica.

    Clculo de tempos de verde necessrios na operao de um semforo.

    Apoio na definio da classificao funcional da via (transito rpido, arterial, coletora, local) eda importncia relativa da via (principal ou secundria).

    Dimensionamento de pedestres em caladas, passarelas e caminhos em praas, necessidade deporta foco para especfico e tempo de travessia em semforos.

    Dimensionamento ciclistas em ciclofaixas e ciclovias, necessidade de porta foco para especficoe tempo de travessia em semforos.

    Variaes no Fluxo Horrio

    O perodo de tempo bsico de contagem e tabulao de uma hora, embora a contagem deva ocorrerem intervalos de 15 minutos, uma vez que dentro de cada um deste perodos h variao e a definiodos picos no necessariamente ocorre dentro de uma hora cheia.Neste sentido, deve-se contar sempre um perodo maior que uma hora para poder perceber-se avariao horria e os picos.

    A variao de fluxo ao longo do dia naturalmente bastante grande em funo das atividades e hbitosda populao que gera as demandas. Normalmente, verifica-se picos mximos no incio da manh e nofim da tarde.

    A compreenso desta variao importante na tentativa de expanso de contagens de algumas horaspara o dia todo, a preciso desta estimativa vai depender tanto o perodo coberto pela pesquisa comotambm na definio dos fatores de expanso.

    Variaes no Fluxo Semanal

    Similarmente a variao horria ao longo do dia, o fluxo de veculos registrado em um dia til dasemana no igual ao outro, sendo ainda mais diferente de um dia til para um dia de final de semana.

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    Normalmente, o trfego em um dia til gira em torno de +/- 5 % da mdia semanal entre dias teis, oque mostra que no h grande diferena entre eles.Normalmente deve-se contar no mnimo duas vezes cada cruzamento ou ponto de avaliao para tirar-se uma mdia e para minimizar eventuais erros ou fatores no normais que ocorre na corrente detrfego.

    Embora as caractersticas variem de cidade para cidade, existem uma tendncia no sentido de aceitarque os fluxos de trfego de 3*, 4*, 5* feira so aproximadamente iguais, enquanto que o de 2* feira ligeiramente inferior mdia e o de 6* feria superior. No sbado observa-se volumes menores que osdemais dias, sendo domingo o ia de menor trfego em geral.

    Por outro lado, no caso de cidades tursticas e naturalmente no caso de grandes eventos, os picospodem ocorrer nos finais de semanas.

    Variaes no Fluxo Mensal

    Os meses do ano tambm no apresentam fluxos dirios mdios iguais. Os meses letivos apresentamvolume superior aos meses de frias, exceto em cidades tursticas e litorneas onde a situao seinverte pelo afluxo de pessoas para estes lugares.

    Pode-se usar como exemplo So Paulo, onde uma pesquisa da CET (Cia de Engenharia de Trfego)registrou que o trfego mdio dirio foi 2 % menor nos meses de julho e 6 % menor em janeiro.Dezembro tambm no um bom ms de contagem.

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    Mtodo deContagem Manual de Veculos

    Realizadas por pesquisadores localizados ao lado da via que utilizam contadores manuais fixados a umprancheta, onde se fixa tambm o formulrio padro para marcao dos dados. Tem como vantagem aflexibilidade quanto a mudana de local e cobrir os vrios movimentos que venham a existir. Suadesvantagem est em no permitir contagens prolongadas, considerando economicidade.

    Mtodo deContagem Automtica de VeculosRealizadas por aparelhos instalados ao lado ou sobre a via que registram a passagem dos veculos,atravs de sensores estendidos no pavimento. A vantagem deste tipo permitir pesquisas prolongadasdo mesmo local para medir variao dos fluxos ao longo de grandes perodos, tendo como desvantagemno poder separar movimentos quanto a sua direo e tambm no poder classificar os veculos.

    Mtodo deContagem de Pedestres

    A contagem de pedestres pode ser manual para baixos volumes e em locais onde o deslocamento definido e previsvel. Onde h grandes concentraes, o mtodo utilizado passa a ser filmagem oufotografia, os quais embora registrem todos os dados, requerem muito trabalho de tabulao(recuperao) dos dados.

    Exemplo Praa 15 Florianpolis:Radiografia dos pontos passagem dos pedestres visando canalizar os fluxos para travessias com algumdispositivo de segurana de Trfego (faixa, passarela, semforo), criando-se caminhos internosdirecionados.

    Exemplo Rua 7 Setembro Blumenau:Contagem do nmero de usurios do transporte coletivo, nos pontos de parada, visando quantificarquantos atravessam a via para seus detsinos.

    Tabulao de Dados

    Os dados de fluxo de trfego contados em campo tm que ser estrategicamente tabulados visandoanlise e comparaes, agrupando-se em perodos de tempo escolhido pelo planejador, separados portipo de veculos e / ou em veculo equivalente. A Figura 3 apresenta um quadro resumo do pico decontagem para cada ponto avaliado no exemplo do Residencial Sagres e a Figura 4 apresenta um mapaesquemtico do volume de pico de cada movimento dos pontos de contagens realizados, sendo ovolume de pico avaliado conjuntamente, somando-se os intervalos de cada aproximao de cadacruzamento.

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    Definio dos Pontos de Contagem

    Esta uma fase importante no processo pois a escolha dos locais, trecho intermedirio de via oucruzamento, devem permitir uma avaliao suficiente das condies de fluxo e segurana da malha nasituao atual e na situao modificada pela introduo de alguma melhoria na circulao bemcomo que de algum empreendimento gerador de trfego.

    Deve-se abranger os locais com maior fluxo e aqueles onde se tem as entradas e sadas da rea deestudo (permetro). Alguns pontos intermedirios podem ser deduzidos a partir das contagensperifricas.

    Nada impede que se volte na are e se faa novas pesquisas caso se perceba durante a evoluo dotrabalho.que faltou algum local de pesquisa.

    A Figura 1 a seguir apresenta os pontos mde contagens selecionados para avaliao dos impactosgerados pela implantao do CONDOMNIO RESIDENCIAL E COMERCIAL BLACKPANTHER, na divisa dos Bairros Centro e Victor Konder em Blumenau. Figura 1 - Mapa Pontos de Contagem

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    Formulrios

    As Figura 2 e 3 apresentam planilhas bsicas elaboradas para contagens de trfego no perodo da tarde,visando anlise do impacto no trnsito e transportes do Residencial de Sagres, na Fortaleza, emBlumenau. O volume de motociclistas foi desconsiderado, o de ciclistas esto garantidos pela presenadas ciclofaixa naquelas reas, enquanto que os pedestres foram levados em considerao para definirlocalizao e forma de travessia e utilizao dos pontos de nibus.

    Figura 2Quadro de Contagem Volumtrica de Veculos

    C O N T A G E M D E T R F E G O VEICULAR P01

    Local: Rua Fco. Vahldieck x Hermann Tribess

    Data: 19/02/2010

    Contador (1 de 4): Luana

    Observaes:

    Hora

    M 1 M 2

    HoraAutomveis nibus Caminhes

    Total ( emveculo padro)

    Automveis nibus CaminhesTotal ( em

    veculo padro)

    17:15 s17:30

    24 1 6 45 68 2 7 9517:15 s

    17:30

    17:30 s

    17:4518 0 3 28 59 1 4 74

    17:30 s

    17:45

    17:45 s18:00

    20 0 2 26 70 0 0 7017:45 s

    18:00

    18:00 s18:15

    24 2 4 42 73 2 2 8518:00 s

    18:15

    18:15 s18:30

    26 0 0 26 65 0 0 6518:15 s

    18:30

    18:30 s18:45

    26 1 2 35 58 0 1 6118:30 s

    18:45

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    As contagens, tabuladas a cada 15 minutos de pesquisa, foram classificatrias por tipo de veculo:automveis, nibus e caminhes acima de 4 toneladas. Os caminhes abaixo de 4 ton podem serconsiderados como automveis.

    Subsequentemente os caminhes e nibus foram, como equivalncia, considerados iguais a 3 a 5(locais com muito caminho carreta ou container) automveis cada para transformao dos volumes emveculo padro.

    O pico deve ser ento deduzido paralelamente entre todos os movimentos do cruzamento, associando-se os demais cruzamentos da malha em questo,a dotando-se o horrio de 4 intervalos consecutivos demaior volume como o horrio de pico a ser usado na anlise.

    A Figura 4 apresenta os resultados por movimento na hora de pico.

    Figura 3Quadro Resumo de Pico

    Sagres

    M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 M8 M9 M10 M11 M12

    PC1 17:15 - 18:15

    Local: Rua Fco. Vahldieck x Fritz Koegler

    132 595 332 83 66 57 1265

    PC2 17:15 - 18:15

    Local: Rua Fco. Valhdieck x Otto Shuhardt x Manoel P.da Silva Neto

    7 7 10 3 5 21 6 8 6 4

    PC3 17:15 - 18:15

    Local: Rua Fco. Vahldieck x Hermann Tribess

    141 324 42 35 115 111 108 321 155 178 117 102

    Figura 4Mapa de Movimentos de Pico

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    2. Pesquisa de Velocidade Pontual

    Objetivo

    O objetivo da pesquisa de velocidade determinar qual a velocidade que os veculos passam por umdeterminado ponto ou seo da via, ou seja a velocidade instantnea.Este tipo de velocidade fundamental na Engenharia de Trfego para a anlise das condies de

    segurana na circulao, uma vez que reflete o desejo dos motoristas de imprimirem ao veculo avelocidade que julgam adequada para as condies geomtricas, ambientais e de trfego existentes nolocal.

    Esta caracterstica importante para distinguir ao estudo da velocidade pontual dos estudos develocidade mdia global, que a mdia aritmtica simples das velocidades pontuais de cada veculoobservado.

    Utilizaes

    Dentre as utilizaes deste tipo de pesquisa esto:

    Estudo de locais crticos (pontos de reclamao da populao) ou de alto ndices de acidentes,tentando comparar a as velocidades medidas com as ideais (em termos de segurana) e tentarrelacion-los com os acidentes.

    Determinao da velocidade de segurana nas aproximaes de intersees e curvas.

    Determinao de locais com velocidade excessiva para implantao de fiscalizao seletiva.

    Estudo da efetividade de projetos de trfego ou da implantao de dispositivos de sinalizao(estudos antes x depois da interveno).

    Determinao de elementos de projeto geomtrico de vias, tais como raio de curvatura,superelevao, faixas de acelerao e desacelerao, etc.)

    Determinao da distncia de visibilidade e dos trechos de no ultrapassagem.

    Naturalmente que a utilizao de radar ou qualquer instrumento semelhante o dispositivo maisadequado para pesquisa de velocidade pontual. Entretanto, devido ao seu alto custo, e tambm devidoa legalidade existente pelos rgos de segurana, pode-se utilizar mtodos a partir da medio dotempo que o veculo entra e sai de pr-marcado trecho / percurso (atravs de um cronmetro oudispositivo eletrnico acoplado controladores de velocidade ou semforos.)

    Outro mtodo que pode ser utilizado ainda, embora tambm caro, a aerofotogrametria, atravs dacomparao de duas fotografias sucessivas, com intervalos de tempos pr-fixados.Outra opo seria,simplismente circulando de carro de cima em baixo em vrios horrios.

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    3. Pesquisa de Atraso em Intersees

    O objetivo deste tipo de pesquisa avaliar o tempo gasto a mais pelos veculos em funo da interseoe seu tipo de controle de trfego, bem como da presena dos veculos. Esta percepo de tempo extra serefere a diferena de tempo livre de percurso (feito a velocidade constante sem impedimentos) e otempo real, incluindo as desaceleraes, paradas, aceleraes na passagem atravs da interseo.

    UtilizaesO tempo de atraso, ou de retardamento, envolvido na interseo permite avaliao de gastos,relacionando o atraso com o consumo e tempo perdido pelos ocupantes.

    Deve-se observar que a medio do atraso apenas uma dentre vrias medidas destinadas a avaliar aperformance da interseo, mas importante sob ponto de vista da fluidez, pois mostra qual o grau deimpedimento imposto pela interseo aos veculos que trafegam atravs.

    Outra utilizao desta varivel avaliar antes x depois a interseo, onde se trocou o controle(dispositivo de sinalizao ou um elemento geomtrico) anterior por outro mais eficiente.

    4. Pesquisa de Estacionamento

    O objetivo da pesquisa de estacionamento determinar as caractersticas (localizao, quantidade, graude utilizao, etc.) do estacionamento na via ou fora dela. Este estudo importante para a engenhariade trfego pois a atividade de estacionar interfere diretamente nas condies gerais de circulao e estintimamente ligada forma como a cidade utilizado. Os levantamentos devem abrangerestacionamentos particulares.

    UtilizaesOs dados deste tipo de pesquisa so utilizados para :

    Quantificao da oferta de vagas nas vias numa determinada rea;

    Determinao do grau de solicitao de um determinado trecho de via, quantos veculos queremestacionar e no conseguem, neste casp pode-se optar por manter o E neste trecho queverificou-se uma maior demanda de usurios atrs de vaga.

    Determinao das caractersticas do estacionamento a ser formado em um determinado local,em funo das caractersticas do estacionamento existente: quantas vagas devem ser oferecidas,dimenses, operao de longa ou curta durao, distncia mxima que pessoas aceitariamandar.

    Um levantamento de vagas numa area ou via e fundamental para justiuficar alguma alteracao detransito onde se pretende elimar alguns locais, ou seja, quanto se perde e quanto se ganha.

    Definio de incentivo ou restrio a construo de edifcio garagem / ptios de estacionamento/ dispensa ou aumento nmero de vagas em novas construes.

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    5. Pesquisa de Observncia de Sinalizao

    O objetivo desta pesquisa avaliar a eficincia de uma dada sinalizao como indutora decomportamento do usurio. uma das pesquisas mais importantes da Engenharia de Trfego pois asinalizao o canal de comunicao entre a tcnica e o usurio da via, sendo que da sua compreensoe observncia depende a segurana e eficincia da circulao.

    Esta pesquisa de suinalizacao e geralmente visual, tentado se perceber as dificuldades dos usuarios emrespeitar a placa ou o semaforo.Utilizaes

    Esta pesquisa permite, por exemplo, saber qual o nvel de observncia dos semforos, aos sinais deparada obrigatria, de velocidade mxima, curvas, estabelecimentos escolares, etc..

    Outra utilizao a comparao do tipo antes x depois de duas sinalizaes ou controle alternativo (ouat dimenses ou da posies diferentes), visando decidir qual a mais eficiente. Ainda outrautilizao diz respeito ao relacionamento entre a observncia sinalizao e a ocorrncia de acidentes.

    6. Pesquisa de Ocupao de Veculos

    O objetivo desta pesquisa de ocupao avaliar quantas pessoas so transportadas em mdia porveculos, segregando-se por auto, taxi e nibus. Se vale a pena ou nao reservar um das faixas paraveiculos (nao so onibus) com alta ocupacao.

    Utilizaes

    Estes dados servem para diretamente medir a populao que passa em determinado corredor, servindode do bsico na tomada de deciso quanto a implantao eventual de uma faixa preferenciual paraveculos com alta ocupao.

    Outra utilizao desta pesquisa comparativa, quando vias diferentes so comparadas e se desejadiferenci-las segundo a populao que servem, para fins de decidir em qual delas devem ser utilizadosrecursos disponveis para melhorias virias.No caso especfico de planejamento de transportes, os dados de ocupao so fundamentais noprocesso de modelagem de viagens, como parmetro dentro dos clculos da taxa de gerao / atraode viagens.

    Os mtodos de levantamento de ocupao so geralmente visual e anotao, no caso de taxis eautomvel, estando o pesquisador ao lado da via onde se pretende fazer o levantamento.

    No caso de nibus ou em abrigos, diferentemente, estes so enquadrados em faixas de ocupao, de 20em 20, processo este que naturalmente implica em erro. Outro mtodo, mais caro e raro, quando opesquisador se coloca dentro do nibus, anotando a ocupao do nibus no ponto inicial e o nmero depassageiros embarcados / desembarcados em cada ponto de parada.

    7. Pesquisa de Capacidade

    O objetivo da pesquisa de capacidade obter a quantidade de veculos que a via consegue atender ouliberar numa unidade de tempo, dentro das condies predominantes da via, trfego e do ambiente.

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    Constitui-se na Engenharia de Trfego num dos elementos bsicos da anlise tcnica, ao refletir aquantidade de veculos que pode passar por uma via dentro das condies predominantes.

    H toda uma tcnica desenvolvida para o clculo de capacidade de vias expressas, com fluxoininterrupto, e de outras vias com fluxo interrupto, bem como de cruzamentos e outros equipamentosde transporte. Tcnicas de clculo de capacidade de vias so discutidas na disciplina Tcnica eEconomia dos Transportes, enquanto que capacidade de cruzamentos ser apresentado na Apostila 2deste curso.

    Utilizaes

    A utilizao mais comum da capacidade na comparao com o fluxo de veculos que deseja passarpela via. Esta relao pode ser usada tanto para avaliar a situao presente quanto a situaes futuras,considerando-se o crescimento do fluxo ao longo do tempo,bem como eventuais intervenes que propiciem aumento de capacidade.

    Em outras palavras, abaixo algumas formas de utilizao:

    Diagnosticar a situao atual de uma via quanto a relao volume / capacidade, se est abaixo,prxima, ou acima da capacidade;

    Fazer prognsticos sobre a situao atual e futura de uma via, considerando-se o aumento dovolume de trfego para um dado ano horizonte de 2, 5 ou 10 anos;

    Prognosticar a alterao no grau de saturao (V/C) de uma via com a mudana de suascondies fsicas ou de circulao;

    Calcular ciclo e tempo de verde em intersees semaorizadas;

    Prever consequncias de alteraes na circulao com o desvio do fluxo para outra via.

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    8. Pesquisa de Origem e Destino (O D)

    O objetivo bsico deste tipo de pesquisa levantar a origem e o destino da pessoa ou veculopesquisado. Esta pessoa pode estar, na mesma pesquisa, em vrias situaes como pedestre, motorista,passageiro de automvel ou transporte coletivo.

    Afim de possibilitar uma anlise mais completa do fenmeno, a pesquisa, normalmente feita porentrevista pessoal, pode incluir dados gerais sobre a pessoa ou veculo, tais como:

    Idade Sexo Profisso Local de moradia Local de trabalho ou estudo Meio(s) de transporte(s) utilizado

    A pesquisa origem e destino a mais importante no planejamento de transportes macro, uma vez quepermite caracterizar de forma global vrios aspectos inerentes a viagem.Esta pesquisa usada basicamente num Plano de Transporte de Massa (tipo do modal a ser usado) etambm num Plano Virio, para eventual deciso de localizao de uma ponte ou tnel

    9.Cadastro / Inventrio Virio

    O objetivo do levantamento do inventrio virio, ou cadastro virio, fornecer uma viso geomtricaou situacional do local em estudo. Como nas demais pesquisas, a profundidade ou complexidade doslevantamentos depende dos objetivos do projeto e dos recursos disponveis. O inventrio virio podeabranger levantamentos rpidos e simplificados como tambm outros demorados e complexos.Naturalmente que em determinados projetos j se tenha um levantamento topogrfico disponvel ou separte direto para faze-lo, ou seja no necessariamente se faz topografia antes das propostas oualternativas iniciais. Os itens mais comuns so:

    Uso do solo no local

    Mapeamento dos polos, particularmente as escolas.

    Classificao funcional das vias envolvidas

    Caractersticas geomtricas e topogrficas

    Dispositivos de sinalizao presentes

    Circulao e movimentos

    Transporte Coletivo: linhas e pontos de parada

    Mobilirio urbano, rvores, e demais equipamentos no passeio;

    Tipo de pavimento, redes de d gua, esgoto, drenagem, telefone e energia.

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    10. Outras Pesquisas

    Pesquisa de fluxo de pedestres

    Embora os volumes de pedestres j possam ser foco de pesquisas volumtricas e de capacidade,uma pesquisa especfica de fluxo de pedestres vai alm das quantidades destes no sistema numatravessia de via ou mesmo num passeio, passarela, elevador etc.

    Na verdade, este tipo de pesquisa procura identificar as rotas preferencias de grupos especficos depedestres, sua dificuldades e provveis alternativas de melhorias de sua mobilidade. Esta pesquisa visual e por quadra ou faixa de pessoas juntas numa travessia, ou rota ou ponto de parada.

    Pesquisa de rota veculos pesados

    Similarmente ao caso dos pedestres, este tipo de pesquisa vai alm da quantificao dos volumesde caminhes por corredor ou interseo. Os estudos aqui procuram identificar necessidades, etendncias nas rotas, pontos de carga / descarga, distribuio e armazenamento de cargastransportadas por veculos de porte. O impacto deste tipo de veculo na rota e entorno de depsitos

    normalmente causam problemas e precisam ser monitorados

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    2. PLANOS de CIRCULAO de TRFEGO

    O desenvolvimento de um Plano de Circulao para uma malha ou regio j estabelecida ou emplanejamento, requer vrias etapas de trabalho, sendo algumas delas extremamente importante paragarantir-se razovel confiabilidade nos resultados.

    Sempre que se esta lidando com trnsito e transportes, dados de uso e ocupao, geomtricos,

    topogrficos, e, principalmente, de fluxos so fundamentais. Assim, no se deve conceber qualquerestudo ou plano de circulao sem que no mnimo se desenvolva levantamentos cadastrais da rea deestudo e pesquisas volumtricas de trfego.

    No caso de definio do esquema funcional de uma nova via ou interseo, o plano englobabasicamente pesquisas de ocupao e trfego, estudo de traado e circulao, mapas de sentido edesenhos conceituais de geometria, incluindo-se naturalmente os provveis controles (travessias,dispositivos fsicos, semforos) necessrios. Os produtos, naquele caso, so no sentido da definiode conceito e traado, para em seguida partir-se para as fases de anti-projeto, projetos executivos ecomplementares.

    Novamente, h que se fazer referncia ao fato que todo estudo de circulao geralmente apresenta maisde um caminho ou soluo alternativa. Assim, recomendvel a criao de sistemas alternativos decirculao na malha como um todo, ou mesmo de cruzamentos, para avaliao, discusso e tomada dedeciso.

    Esta estratgia deve ser apoiada em mapas e tabelas contendo os destaques de cada alternativa paravisualizao, aprofundamento e avaliao.

    Diferentemente definio de uma nova ligao, tnel ou ponte, quando do desenvolvimento demacro estudo de Plano Virio, as avaliaes entre alternativas de circulao relacionam muito maisaspectos da circulao propriamente dita (fluidez e segurana) do que custos e benefcioseconmicos.

    Neste sentido, quando o sistema virio existente apresenta problemas e/ou necessidades demodernizao na circulao, o objetivo pode no ser no momento significativas intervenesgeomtricas. Na verdade, muitas vezes simples falta ou incoerncia na aplicao de dispositivos desinalizao viria pode ser to prejudicial ao sistema de circulao quanto eventual falta dealternativa viria.

    Os procedimentos corretos no sentido de obter-se um bom Plano de Circulao passa primeiro porestabelecer-se os objetivos e abrangncia do trabalho, as provveis etapas necessrias, e os produtosdesejados.

    Embora as etapas so descritas separadamente, e em seqncia, varias etapas podem ocorrerconjuntamente, ou terem alterao da seqncia, ou ainda requererem adaptaes e simplificaes. Hque se olhar para estas etapas como roteiro sugestivo de trabalho, cabendo ao planejador definio deseu prprio esquema.

    Independentemente do roteiro ou modelo de trabalho estabelecido para se chegar ao Plano deCirculao, nunca deve-se partir direto para o mapa de sentidos, sem no mnimo realizar-se aspesquisas.

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    Produtos de um Plano de Circulao de Trfego

    Para o caso de uma malha viria onde no est se considerando grandes intervenes virias, taiscomo novas vias e pontes, quando projetos de terraplanagem, drenagem, pavimentao, obras dearte, recuperao vegetal estariam incluidos, um Plano de Circulao pode englobar vriasatividades e produtos, podendo compreender vrios dos itens abaixo relacionados.

    - Mapa de volumes de pico

    - mapa de sentidos de trfego (mo dupla, nica, faixas exclusiva, etc.)

    - quadros comparativos de vantagens e desvantagens

    - quadros comparativos de volumes

    - projetos geomtricos de intersees de ilhas, canteiros, rtulas, baias para nibus (aps tomadadeciso)

    - projeto de intersees semaforizadas (localizao / programao) (depois de tomada deciso)

    - projeto de localizao de pontos de paradas de nibus

    - projetos de estacionamentos, carga e descarga e rota de veculos pesados.

    - projetos de sinalizao vertical e horizontal (depois de tomada deciso)

    - projetos de ciclofaixas e ciclovias

    - projetos de canalizao e proteo para pedestres

    - oramento e cronograma de implantao

    - regulamentaes legais

    - relatrio com capa, apresentao, objetivos, justificativas, levantamentos e resultados.

    - Anexos complememntares- quadros de ccontagem

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    Etapas de um Plano de Circulao

    As etapas propostas a seguir podem ser alteradas ou simplificadas, dependendo das abrangncias (paraum cruzamento, bairro, regio ou para uma cidade inteira) e da disponibilidade de tempo, pessoal erecursos. As abrangncias do estudo no devem, em princpio, ir alm da provvel rea de problema einterveno.

    Novamente, h que se frisar a necessidade inicial de reconhecimento da rea de estudo e levantamentosde fluxos e capacidade do sistema. No mnimo, para se pensar em proceder alguma alterao detrnsito, contagens volumtricas de veculos (s vezes at pedestres) so fundamentais nos estudos dealternativas.

    O plano de circulao desenvolvido dentro de um traado e geometria existente. Ou seja, no seprocura criar novas vias ou propor-se alargamento de grande parte do sistema virio. Eventualmenteat, pode ser necessrio pequenos alargamentos de via, correo de curvas, implantao de baias paraparada de veculos.

    Na verdade, no final do processo de estudo de circulao pode-se chegar a concluso de quesignificativas melhorias de fluxo e segurana numa dada rea de trabalho s podem ocorrer com aimplantao de macro alternativas virias, de porte tipo tnel ou ponte, projetadas ou projetar.

    Outra opo quando temos que fazer um estudo de circulao para uma malha que ter uma novavia/ponte/trevo, etc, a ser introduzida que naturalmente requer definio da circulao no entorno.

    H que se fazer referncia ao fato que todo estudo de circulao geralmente apresenta mais de umcaminho ou soluo alternativa. Assim, recomendvel a criao de mais de uma alternativa desoluo para discusso, amadurecimento, e tomada de deciso. Este processo deve ser apoiado emmapas e tabelas contendo dados, vantagens e desvantagens de cada alternativa.

    A que se ressaltar ainda que praticamente todas as etapas involvem servio em escritrio e emcampo

    ETAPAS

    Caracterizao da rea de Estudo

    Pesquisas de Trfego

    Gerao de Solues Alternativas

    Avaliao e Definio das Alternativas

    Projetos Executivos

    Implantao e Operao

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    1. Caracterizao da rea de Estudo

    O plano de circulao comea com o levantamento de diversos dados bsicos que serviro paradiagnosticar a rea. Estes dados podem j indicar possveis alternativas, embora seja provvel que umaou mais pesquisas especficas devero ser desenvolvidas na seqncia.

    Delimitao da rea (englobar reas adjacentes envolvidas), cuidando para no abranger uma rea

    muito grande cujas implicaes no seriam relevantes naquele estudo. Caracterizao do uso do solo da rea e seu entorno e identificao dos plos geradores de trfego

    (hospitais, grandes escolas, shoppings, supermercados, mega conjunto residencial)

    Inventrio do sistema virio bsico e transportes (vias / cruzamentos relacionados, hierarquia,capacidade, sinalizao, terminais, pontos de nibus e transportes especiais)

    Anlise de planos e projetos j existentes para circulao viria, podendo englobar tambm planosde ocupao urbana e transporte coletivo)

    2. Pesquisas de Trfego

    Esta etapa compreende uma ou mais pesquisas necessrias para quantificao de elementosenvolvidos. A pesquisa mais comum para o desenvolvimento de um plano de circulao acontagem de volume. As demais so mais especificas para determinados estudos.Minimamente para um Plano ou Interveno na Circulao precisa realizar (1) pesquisa de volumeou de fluxo (2) Rotas e pontos do transporte coletivo e de carga e (3) Inventrio Virio Bsico (noincio sem topografia, aps decidido ser necessrio levantamentos topogrficos.

    Contagens volumtricas classificadas

    Conta-se todos os veculos cruzando determinados trecho de via ou cruzamento durante umperodo de tempo. Pode no ser prejudicial no fazer diferenciao entre veculos pequenos (autose pequenos utilitrios) e grandes (nibus e caminhes), os quais eqivalem pelo menos 3 a 5 vezesos pequenos. Pedestres, bicicletas, motos, se desejado quantificar, tm que ser classificadas aparte.

    Recomenda-se contagens em dias teis (exceto em casos de eventos recreacionais ou tursticoscom foco nos finais de semana), nos horrios de pico, com at trs contagens no mesmo perodopara ter-se uma mdia mais fiel. Formatao de quadro para pesquisa, montagem de equipe,tabulamento e manuseio de dados fazem parte desta etapa .

    -= Nao necessario contar todos os movimentos de cada cruzamentos pois pode-se agrupardados contados a montante e juzante.

    3. Gerao de Solues Alternativas

    Naturalmente que durante as etapas de caracterizao da rea de estudo e as pesquisas especficas decirculao, alternativas de soluo de problemas e melhorias so previamente pensadas. Entretanto, oimportante nesta etapa relacionar as vrias possveis medidas alternativas, de forma a inclusivepoder agrupar as alternativos para tomada de deciso.

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    Na verdade, recomendvel a gerao de mais de uma alternativa de soluo ( ou de conjuntos),visando comparar a eficcia e custo de cada uma antes de tomada de deciso.

    As intervenes vo englobar medidas relacionadas com tens tais como:

    criao de sentido nico de trfego, binrios e mo inglesa de trfego (distribuio dos fluxosfavorece inclusive o desenvolvimento econmico, aumento capacidade de vias, diminuio deacidentes )

    Para auxiliar / complementar um sistema binrio, pode-se utilizar a mo inglesa,preferencialmente implantada em trechos ou vias curtas, quando necessrio para minimizarconflitos nos emboques da transversal. O ideal que as transversais funcionem em sentidonico.

    Sempre deve-se pensar em espalhar ; deslocar ; desviar trafego dos cruzamentos

    controle de estacionamentos (restries, rotatividade)

    alterao ou melhoria da sinalizao vertical ou horizontal dispositivos para aumento da segurana de trfego: faixas de travessia, passarelas, tneis, redutores

    de velocidade para acalmar o trfego, controladores eletrnicos de velocidade

    implantao de semforos, dimensionamento de tempos e sincronismo (aumento da capacidade,prioridade aos pedestres)

    correo geomtrica da via e/ ou cruzamento (abertura de raios, implantao de baias para nibus,ilhas/rtulas/ canalizao para veculos e pedestres)

    normatizao dos fluxos de veculos pesados (rotas com menor impacto, horrios e tonelagensapropriadas, carga e descarga)

    alterao de itinerrio e/ou pontos de nibus

    faixas preferencias e corredores de nibus

    criao de ciclofaixas e ciclovias

    dispositivos de segurana para travessias de pedestres

    4. Avaliao e Definio das Alternativas

    Esta etapa prev avaliao comparativa das solues alternativas para tomada de deciso.Considerando a necessidade de geralmente haver discusso com a comunidade envolvida, asalternativas devem ser formatadas em mapas, quadros e tabelas com as respectivas intervenes decada uma, vantagens e desvantagens, volumes e capacidade de trfego, custos e demais informaescompletares.

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    importante haver considerao alternativa existente, a qual serve de ponto de comparao e podeat eventualmente mostrar-se mais interessante do que qualquer das novas alternativas.

    Um dos grandes benefcios oriundo das discusses de alternativas de circulao o fato de surgiremdurante o processo novas alternativas que podem levar a obteno de melhores resultados ou aindaamadurecer a deciso para consolidar uma das j elencadas.

    H que se fazer uma meno particular discusso com a comunidade no sentido que hajam regrasmnimas para o debate, visando haver condies para entendimento das alternativas, bem como paratomada de deciso.

    Neste ponto, apesar de toda as informaes tcnicas envolvidas, estas no podem ser soberanas esuperiores a vontade da populao. Por outro lado, cuidados devem ser tomados no processo visandoevitar que a discusso seja desvirtuada totalmente do aspecto tcnico, quando os prejuzos podem serainda piores.

    Haver momentos que o tcnico ter que se impor, educadamente,e induzir / convencer a deciso.

    5. Projetos Executivos

    Uma vez definida circulao desejada e respectivas intervenes, h ento necessidade dedesenvolvimento de todos os projetos executivos (operacionais de trfego, geomtricos, sinalizao ecomplementares) necessrios para garantir coerente implantao do projeto. Neste momento, algunslevantamentos ainda podem ser necessrios, particularmente de topografia pois durante a fase deproposies e discusses de alternativas, os desenhos so ainda a nvel preliminar de conceito, semnecessidade de preciso geomtrica total.

    6. Implantao e Operao

    Finalmente, aps todos as definies de projeto, parte-se para preparao dos cronogramas paraimplantao propriamente dita, tomando-se os devidos cuidados com as regulamentaes necessriaspara tornar legal as intervenes.

    Na verdade, a fase de transio das mudanas devem ser bem planejadas para evitar-se gastosdesnecessrios, acidentes, prejuzos maiores ao trfego em geral. Uma vez concretizado a implantaodo plano, ao dar-se incio a fase operacional, constantes avaliaes do desempenho das medidas devemser realizadas para eventuais correes, alteraes e/ou complementaes. Se houver muita demora nacorreo, pode todo plano ser comprometido.

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    Exemplos Reais de Planos de Circulao

    A seguir alguns exemplos so trazidos para servir de suporte na formatao de mapas, quadros etabelas para avaliao e discusso.

    Plano de Circulao Viria para o Centro (Blumenau1993)

    A Figura 5 apresenta um Quadro Resumo do estudo de circulao elaborado para o Centro deBlumenau, em 1993, quando da inaugurao do Shopping Newmart, o qual resultou naimplantao da Alternativa 3 (Inverso da Rua 15 e Mo nica Rua 7).

    Plano de Circulao Viria Central (Brusque1996)

    A Figura 6 apresenta um Quadro Comparativo de Volumes elaborado para as Alternativas Criadasdurante o Plano de Circulao de Brusque, em 1996, quando criou-se um binrio entre as 2 pontescentrais da cidade e os corredores de acesso a estas pontes.

    Novo Plano de Circulao Viria Central (Brusque2010)As Figuras 7, 8 e 9 apresentam o Mapa da Alternativa Global no Novo Plano de Circulao, oMapa de Simulao de Volume elaborado para Brusque em 2010, bem como de alteraocomplementar em 2012, quando as Pontes e Artrias Centrais tiveram sentido de circulaoinvertidas e transformadas em sentido nico de circulao.

    Plano Virio e Plano de Circulao de Trfego para Rio do Sul20052010

    As Figuras 10, 11, 12 e 13 mostram mapas e quadros de alternativas de novas ligaes e binrios decirculao desenvolvidas para um Plano Virio Estrutural e um Plano de Circulao de Trfego

    entre 2005 e 2010.Um Plano Virio, embora mais abrangente que o Plano de Circulao de Trfego, pode serdesenvolvido paralelamente.

    Os vrios tipos de mapas e quadros a serem montados devem ser concisos e compreensveis visandogarantir entendimento das proposies, facilitar o debate e a tomada de deciso. Eventualmente,dependendo do contedo, pode-se elaborar um quadro resumo nico das alternativas de circulao,relacionando as vantagens, desvantagens, volumes, custos e prazos de implantao de cada uma.

    Por outro lado, as experincias mostram ser mais vantajoso separar dados numricos de trfego, custos,

    benefcios, dos dados qualitativos urbansticos, ambientais e sociais se houverem.