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Fitness Business Fitness Business MAI/JUN 2011 N O 53 LATIN AMERICA ACADEMIAS VIRTUAIS ELAS ESTÃO INVADINDO O BRASIL E AUMENTAM A INTERATIVIDADE PUBLICAÇÃO ESPECIAL VAI TERCEIRIZAR? QUAIS OS SERVIÇOS CAMPEÕES DESSA PRÁTICA DENTRO DAS ACADEMIAS MARTHA OLIVEIRA: ELA RESPONDE PELA REGULAÇÃO ASSISTENCIAL DA ANS E ENCABEÇA UMA NOVA RESOLUÇÃO QUE PROMETE SER O DIVISOR DE ÁGUAS NO CENÁRIO WELLNESS. PESSOAS QUE PARTICIPAM DE PROGRAMAS DE ENVELHECIMENTO ATIVO NO BRASIL TERÃO DESCONTO EM PLANOS DE SAÚDE. O QUE AS ACADEMIAS GANHAM COM ISSO? CELEBRIDADES NO MARKETING PRÓS E CONTRAS NO USO DE FIGURAS PÚBLICAS PARA CONSTRUÇÃO DE IMAGEM E MAIS: LANÇAMENTOS EM APARELHOS PARA EXERCITAR OS GLÚTEOS E AS ROUPAS TÉRMICAS PARA QUEM PRATICA ATIVIDADES NO INVERNO O Moisés dos novos tempos

Fitness Business 53

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FitnessBusinessFitnessBusinessmai/jun 2011 no 53

LaTin amERiCa

AcAdemiAs virtuAisElaS ESTão invadindo o BraSil

E aumEnTam a inTEraTividadE

publicação especial

vAi terceirizAr?quaiS oS SErviçoS campEõES dESSa

práTica dEnTro daS acadEmiaS

marTha olivEira: Ela rESpondEpEla rEgulação aSSiSTEncial da anSE EncaBEça uma nova rESoluçãoquE promETE SEr o diviSor dE águaSno cEnário wEllnESS.

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e mAis: lançamEnToS Em aparElhoS para ExErciTar oS glúTEoSE aS roupaS TérmicaS para quEm praTica aTividadES no invErno

O “Moisés” dos novos tempos

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conselho editoriAlPresidente do Instituto Fitness Brasil: Waldyr SoaresCEO e Presidente da IHRSA: Joe Moore

Fitness brasil contato:Gustavo de [email protected]

ihrsA contato:Jacqueline [email protected]

Projeto editoriAl e redAção

Rua Sud Menucci, 154 – Vila MarianaCEP: 04017-080 – São Paulo – SP – BrasilTel./Fax: (11) 5080-9100

diretora de redação:Leila Gasparindo – MTB [email protected]

editora-chefe:Helen Garcia – MTB [email protected]

editor:Adriano Zanni – MTB [email protected]

reportagens:Adriano Zanni, Caroline Pellegrino, Claudia Dias, Fernando Stella,Juliana Lanzuolo e Marcelo Jucá

Projeto gráfico e diagramação:Arthur Siqueira

revisão:Gisele C. Batista Rego (Istárion)

Para assinar e/ou anunciar:[email protected]: (11) 5095-2699 ramal 635

Impressão: EGM Gráfica

A Fitness Business Latin America é uma publicação bimestral do Instituto Fitness Brasil em parceria com a IHRSA. É editada pela Trama Comunicação que não se responsabiliza por informações, conceitos ou opiniões emitidos em artigos assinados, bem como pelo teor dos anúncios publicitários. A tiragem desta edição, de 10 mil exemplares, é comprovada pela BDO Trevisan.

PArceiros oFiciAis

e mAis:05 Termômetro 06 Websurf 08 Eventos 21ª Fitness Brasil Internacional09 Express12 Mercado & Tendências

Bebidas isotônicas16 Mercado & Tendências

Academias Virtuais20 Vitrine Roupas térmicas22 Políticas Públicas Novos membros do Instituto Fitness Brasil30 Gestão Os benefícios do outsourcing34 Mercado & Tendências Raio X das academias no Brasil38 Mercado & Tendências Esportes para turbinam as aulas42 Caso de Sucesso Gabriel Pires de Amorim44 Inovação Treinamento funcional em grupo48 Gestão Como cuidar das piscinas52 Marketing Construção de imagem via celebridades56 Equipamentos & Cia Aparelhos para trabalhar glúteos58 Artigo

cAPA Governo prepara-se para lançar resolução que deve beneficiar pessoas que participam de programas de envelhecimento ativo. Academias e planos de saúde poderão buscar aproximação. Martha Oliveira, da ANS, fala sobre o assunto

Sumário

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Revista Fitness Business

FitnessBusinessFitnessBusinessLaTin amERiCa

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A canção quase homônima imor-talizada por Tom e Elis falava metaforicamente, talvez, de obs-

táculos, adversidades, que comumente enfrentamos pela vida. Era “pau”, “pe-dra”, “o fim do caminho”, “um resto de toco”, “um pouco sozinho”. Mas, seguin-do com o paralelismo, podemos dizer que as águas de maio chegam acompa-nhadas de bons ventos, principalmente para a indústria do bem-estar.

Parafraseando um célebre político contemporâneo, “nunca antes na histó-ria desse País” pudemos observar a im-plementação de uma política afirmativa que promete revolucionar a qualidade de vida dos cidadãos. A reportagem de capa desta edição traz o divisor de águas que promete se instalar no Brasil graças à resolução normativa da Agência Nacio-nal de Saúde Suplementar (ANS) que já estipulou uma consulta pública acerca de descontos nos planos de saúde para pessoas que comprovarem realizar ativi-dades físicas regularmente.

A excelente matéria assinada por Adriano Zanni e Caroline Pellegrino traz uma entrevista exclusiva com Martha Oli-veira, gerente geral de Regulação Assisten-cial da ANS e que também será palestrante da IHRSA Fitness Brasil, em setembro, na qual abordamos os descontos de até 30%

que usuários de planos de saúde poderão ter nas mensalidades, caso comprovem a inscrição em programas de envelhecimen-to ativo e promoção da saúde.

Todos nós sabemos: somos uma po-pulação que envelhece. Segundo os resul-tados do Censo 2010, do IBGE, os idosos representam 7,4% da população brasilei-ra. No Censo 2000, os idosos eram 5,9% e, em 1991, este número não passava dos 5%. Então, é mais do que fundamen-tal criarmos políticas públicas promoto-ras do bem-estar. As academias podem e devem se engajar nesse movimento; sobretudo, porque serão as grandes beneficiadas com esse enorme contin- gente que pode adentrar, finalmente, ao universo das atividades físicas.

A Fitness Business ainda traz as po-líticas do governo Obama nesse sentido, um especial sobre aparelhos para malhar o glúteo, a tendência das academias vir-tuais, os benefícios do outsourcing e a utilização de celebridades como garotas-progapaganda das academias. Juju Pani-cat é uma das personagens.

Você vai perder tudo isso? Eu não! Boa leitura, grande abraço.

Waldyr SoaresPresidente do Instituto Fitness Brasil

São as águas de maioeditorial

Na edição 52, na coluna Equipamentos & Cia, sobre nadadeiras e palmares, houve uma inversão dos quadros que continham informações básicas sobre cada tipo de equipamento, como preço e demais especificidades técnicas. Onde são lidas informações sobre palmares, favor considerá-las como pertencentes às nadadeiras. E vice-versa!

Erramos

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termometro_

Índia emergenteO último relatório do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para 2010, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, mostra a Índia na 119ª posição entre 169 países que integram o documento. Apesar de ocupar o final da lista que mensura os níveis de qualidade de vida da população, a Índia comprova sua força como mercado em expansão. Com o interesse de incluir os indianos em ambientes que proporcionam o bem-estar, a Ozônio Fitness Spa Franchise é uma das que apostam no crescimento do setor nesse país tão peculiar. A rede planeja abrir 50 novas academias e spas ao longo dos próximos cinco anos. A empresa, que opera atualmente cinco clubes-boutique em Délhi, Hyderabad e Gurgaon, tomará a rota da franquia para fortalecer sua presença em toda a Índia.

Virgin compra riValA rede de academias britânica Virgin Active está quase dobrando de tamanho no Reino Unido com a aquisição de 55 unidades da rede rival Esporta, em um negócio estimado em mais de 77,6 milhões de libras. Com a operação, a Virgin, que já possui 194 clubes de saúde no Reino Unido, África do Sul, Itália, Espanha e Portugal, deve atingir grande crescimento nos próximos dois anos. Todas as academias com a marca Esporta terão seus nomes rebatizados para a bandeira da Virgin. É ficar de olho no que vem por aí!

1, 2, 3, 4, 5! Este é o número de franquias que a Pelé Club quer inaugurar até o final de 2011. A rede já conta com quatro unidades em funcionamento: uma em Sampa, duas em Minas e outra em Belém. Teresina

(PI), Londrina (PR), Fortaleza (CE), Curitiba (PR) e Brasília (DF) estão no foco da expansão. O modelo de negócio desenvolvido pode ser implementado em pontos estratégicos de rua, shoppings e centros comerciais. A área mínima exigida é de 1.000 m² e a população da região escolhida deve ser de, no mínimo, 200 mil habitantes. O investimento necessário para cada franquia é da ordem de R$ 2,5 milhões e o prazo de retorno varia de 36 a 45 meses.

“gastadeiras” de plantão Mais de 60% das transações em sites de compra coletiva são feitas por mulheres interessadas, prioritariamente, em serviços de estética e saúde. Uma análise realizada pelo site OfertaDia mostra que o público feminino é hoje pioneiro no consumo de produtos e serviços. A faixa etária dominante das consumidoras do OfertaDia varia entre 20 e 35 anos. Elas representam entre 60% e 70% do total dos usuários do portal. Segundo estudo recente da e-bit, 49% dos consumidores de e-commerce no País são formados por esse gênero, um crescimento de sete pontos percentuais em relação a 2005. De olho nelas, inclusive nas redes sociais!

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websurf_

alimentação funcional A web designer Patrícia Heilman, 35 anos, era obesa. Porém, há um ano e seis meses, fez reeducação alimentar, ingressou em atividades físicas regulares e emagreceu 70 kg. Patrícia adora cozinhar (até por isso chegou aos 163 kg). Mas decidiu usar a paixão pela culinária e criou diversas receitas saborosas e de baixas calorias. A jovem utilizou a dieta dos atletas, conhecida também como alimentação funcional, entre outras receitas que aceleram o processo de emagrecimento. Heilman aprendeu a dieta pesquisando em revistas científicas, na internet. É claro que a conquista foi aliada à academia, praticada cinco vezes por semana. No blog www.comidanamedida.wordpress.com, há dicas muito produtivas.

curso a distânciaO curso de extensão em capacitação profissional e gestão de academia, do Instituto Phorte, é totalmente on-line e pode ser acessado em qualquer horário e dia da semana. O custo da inscrição é de R$ 120. O interessado acessa o site (www.institutophorte.com.br), escolhe o curso, clica em comprar e preenche um pequeno cadastro. Em até 48 horas, quando o pagamento é confirmado, o sistema envia por e-mail uma senha para início das aulas. A partir do primeiro acesso, o aluno tem 90 dias para concluir o curso.

Blog com atiVidades de inVernoQuem gosta de praticar exercícios físicos no inverno pode encontrar dicas de roupas térmicas e condicionamento físico no blog da The North Face (www.thenorthface.com.br/blog). Esse é mais um exemplo de que a comunicação com o público-alvo pela internet aumenta a interação entre a marca e seus consumidores, auxiliando no processo de construção de imagem.

fitness no ipadO aplicativo Fitness HD é gratuito e para iPad. É possível encontrá-lo na categoria cuidados com a saúde e criar séries de exercícios. Os tablets estão, cada vez mais, sendo usados pelas empresas para divulgar produtos e serviços. O tamanho do App é de 13,5 MB. O aplicativo pode ser utilizado nos idiomas inglês, alemão e russo.

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Para gestores, ProPrietários de academias, Personal trainers e estudantes que não Puderam comParecer ao mais imPortante evento do setor wellness da américa latina, deixamos a lição de casa Pronta. agora, é Pegar a cartilha e trabalhar

sPor AdriAno ZAnni

seis tendênciasque você precisa saber

21ª Fitness Brasil Internacionaleventos

abe aquela sensação de quando você arruma as malas para uma viagem, traça o roteiro turístico e imagina que não encontrará nada de novo em um destino que

você já visitou por mais de uma ou duas vezes?

Pois é, era exatamente essa a impressão que tínhamos quando nos preparamos para a cobertura de mais uma edição da Fitness Brasil Internacional. E, novamente, “quebramos” a cara, no bom sentido. Embora já tivésse-mos antecipado muita coisa em edições anteriores da re-vista, o mais importante evento latino-americano na área do bem-estar nos apresentou tendências mercadológicas trazidas por profissionais de fora, discussões científicas e uma infinidade de equipamentos novos que deixaram todos com gostinho de quero mais.

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Por fim, outra grande novida-de: o Sh’Bam, da Body Systems. Era disco, ritmos latinos, funk, hip-hop, a mistura de ritmo na aula com 45 minutos de duração traz canções de Lady Gaga, Beyoncé, Black Eyed Peas e até Shakira. Além de pura diversão, melhora o condicionamento cardio-vascular e a coordenação, entre ou-tros benefícios.

2. clAsse c

Responsável por mais de 55% da população brasileira e já respon-dendo por 43,2% da renda nacional, esse contingente precioso de consu-midores é hoje o principal target da indústria do bem-estar. “É a porção do bolo que ainda tem mais fatias para serem distribuídas”, anali-sa Waldyr Soares, presidente da Fitness Brasil.

Se sua academia ainda não aten-tou para isso, é bom correr atrás do tempo perdido. A lógica é sim-ples: melhor distribuição de ren-da, logo melhores condições para se alimentar e o despertar de uma consciência sobre a importância da prática de exercícios físicos para le-var a vida com qualidade. Trata-se de um público exigente, mas que deseja tratamento diferenciado. As academias precisam estar atentas às demandas da nova classe média brasileira. Empresas de fitnesswear e indústria alimentícia também!

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realidades de um determinado desti-no, lembre-se sempre de que é possí-vel ainda lançar um novo olhar sob as mesmas paisagens. Assim também caminha a indústria do bem-estar.

1. AulAs coreogrAFAdAs

É a grande aposta para os pró-ximos anos. São aulas que uti-lizam salas amplas e que conse-guem reunir nesses ambientes um grande número de usuários, o que auxilia na operacionalização dos custos, revertendo em uma relação de custo-benefício muito próspera. Conforme noticiamos na última edição da Fitness Bu-siness, Madonna está apostando neste filão em sua recém-inau-gurada rede de academias Hard Candy onde é possível fazer aulas com músicas da cantora e, em al-gumas classes, é utilizado todo o aparato dos shows, com ilumina-ção e som específicos.

O Zumba, mistura de ritmos latinos com exercícios físicos, que acaba de chegar às academias brasileiras, é outra grande sensa-ção que movimentou centenas de participantes em um dos workouts do evento. O Waacking, idealiza-do por Tyrone Proctor, um dos mestres da dança nos Estados Unidos, e baseado em movimen-tos da disco music também atraiu diversos olhares.

Entre os dias 21 e 24 de abril, Santos (SP) recebeu cerca de 80 mil pessoas que circularam pelo Mendes Convention Center, SESC, Unique 1 Academia e Unimes – os quatro lo-cais escolhidos para abrigar o even-to. Durante os quatro dias, a feira movimentou mais de R$ 13 milhões em negócios, cifra que superou a ex-pectativa dos organizadores e dos mais de cem expositores.

Segundo Waldyr Soares, presi-dente da Fitness Brasil, entidade responsável pelo evento, os núme-ros indicam a ascensão do wellness brasileiro e uma conscientização maior por parte dos profissionais de que é preciso se especializar e se atualizar de maneira constante para atender públicos específicos que, até ontem, estavam fora das academias de ginástica, e que têm procurado atividades diversificadas e prazero-sas em função da qualidade de vida.

“Esse evento confirma que o bra-sileiro tem o bem-estar no DNA e que a sociedade realmente se im-porta com a saúde e de forma pre-ventiva. O grande desafio para os próximos anos, enquanto segundo maior mercado mundial em número de academias, é continuar inovan-do e gerando commodities, já que oBrasil é um grande produtor de know-how em serviços e equipa-mentos, exportamos tecnologia na área”, completa Soares que, junto aos membros do Instituto Fitness Brasil, fez questão de listar seis ten-dências vistas na feira e que já estão invadindo o cenário. Tome nota e mãos à obra!

Ah, e que fique registrada a se-guinte filosofia: sempre que viajar achando que já conheceu todas as

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4. nAdA de comPlicAções e esForço PesAdo

Outra característica latente do mercado é que as aulas de ginástica estão mais fáceis atualmente, o que também deve atrair os sedentários (80% dos brasileiros, segundo a última pesquisa realizada pelo Mi-nistério da Saúde). Logicamente, a turma da “maromba” vai continuar dando o ar da graça, mas não repre-sentam a grande massa de frequen-tadoras dos clubes de saúde e lazer.

Sim, o Brasil, definitivamente, co-meça a adotar o conceito praticado há anos nos Estados Unidos, amplian-do a funcionalidade das academias. “Quem nunca fez exercício na vida terá agora a oportunidade. As acade-mias de ginástica precisam ser espa-ços de inclusão social, com iniciativa para todos os segmentos”, completa o presidente da Fitness Brasil.

5. treinAmento FuncionAl em gruPo

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Trazida ao Brasil com exclusivi-dade pela Body Systems, o CX30 alia todos os benefícios do treinamento

funcional com os da ginástica em gru-po. Com exercícios focados na região do Core, o objetivo da aula é esculpir pernas, barriga e bumbum, além de eliminar 400 calorias em apenas 30 minutos. Sem dúvida, uma inovação e a grande aposta das academias em relação a atividades direcionadas a públicos que já estão acostumados a uma carga e intensidade maiores nos treinamentos.

6. AtividAdes PArA idosos e obesos

Segundo os últimos números do Ministério da Saúde, a população com sobrepeso no Brasil soma hoje 48%, e os obesos 15% (ante 42% e 11%, res-pectivamente, em 2006). Além disso, há uma população idosa ativa infini-tamente maior do que dez anos atrás, fruto do aumento da expectativa de vida do cidadão brasileiro.

Dessa forma, é fundamental inves-tir na capacitação dos profissionais. Equipes multidisciplinares, que in-cluem fisioterapeutas, nutricionistas e profissionais de educação física, de-vem ser formadas para orientar alunos com mais idade ou condições médicas específicas. Eles devem estar prepara-dos para identificar situações de saúde que podem gerar restrições temporá-rias à prática de exercícios.

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3. PilAtes: A sAgA continuA

Já bem estabelecido no mercado wellness, a modalidade ainda conta com grande adesão de praticantes do sexo feminino. No entanto, va-riedades “turbinadas” da aula co-meçam a despertar a atenção dos homens. Febre nos Estados Unidos e na Austrália, o CoreAlign/Physio Pilates chegou ao Brasil e promete invadir os melhores estúdios e aca-demias. O “queridinho” une, em um único aparelho, atividades que melhoram a postura e auxiliam no bom equilíbrio e ainda permitem realizar exercícios variados e desa-fiantes que movimentam o corpo de forma funcional.

Balé com Pilates: motivadas por uma espécie de resgate do antigo sonho de tornarem-se dançari-nas, mulheres de 30 a 60 anos têm procurado cada vez mais o balé no portfólio de atividades oferecidas pelas academias. O balé envolve sensibilidade, equilíbrio e força fí-sica, atributos que se encaixam no conceito wellness do qual lançam mão as academias. Um dos exem-plos é o lançamento Xtend Barre, modalidade que mistura balé e Pilates, destinada a pessoas que dispõem de pouco tempo para se exercitar e buscar resultados rápi-dos. Vale a pena ficar de olho.

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Concurso de fotos 21ª Fitness Brasil Internacional

express

1º Lugar - Amábile Lapa

5º Lugar - Tatiana Taniguchi (empate)

2º Lugar - Adriana Loris

4º Lugar - Saulo Ouverney 5º Lugar - Edna Silva Nascimento (empate)

3º Lugar - Leco Leite

5º Lugar - Angélica Salom (empate)

valE a pEna curTir o pErFil da rEviSTano FacEBookwww.facebook.com/revistafitnessbusiness

no TwiTTEr@fitbusinessla

conheça os vencedores

A 21ª Fitness Brasil Internacional acabou, mas o evento continuou repercutindo, sobretudo, nas mídias sociais, como o Facebook e o Twitter. Prova disso é o concurso de fotos que rolou entre a galera que curte o perfil da Fitness Brasil no Facebook. Os participantes registraram os melhores ângulos do evento em Santos e postaram as fotos que consideraram as melhores, dignas de esta-rem em qualquer álbum.

Daí, rolou uma votação na própria rede social, e os autores das cinco fotos mais votadas na internet ganharam uma inscrição para o workout completo da 22ª edição do evento, em 2012, um kit Olympikus contendo tênis, camiseta, bermuda (homens) legging ou shorts (mulheres) e um par de meias. Além, é claro, de terem o registro de suas imagens aqui na Fitness Business.

olhA o PAssArinho!FAlAndo em mídiAs sociAis

Em breve, promoções de assinaturas nas redes sociais

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isotônicosmiram academias para alavancar

negócios

Bebidas isotônicasmercado & tendências

com crescimento de mercado de 48%, nos últimos cinco anos, fabricantes de bebidas isotônicas amPliam estratégia de Penetração no cenário wellness Para atingir novos Públicos

e olho em um mercado atrativo e multifa-cetado, fabricantes de bebidas isotônicas começaram a inovar quanto às estratégias

de marketing para atingir novos consumidores, entre eles, pessoas que deixaram o sedentarismo de lado e passaram a frequentar academias.

Gigantes do setor como Coca-Cola (fabricante da marca Powerade), Ambev (Gatorade) e Globalbev (detentora da marca Marathon) trabalham

dPor CAroline Pellegrino

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para atender a demanda daqueles que têm sede, literalmente. Dados recentes da Nielsen consultoria especializada em pes-quisas de trade, registram que o consumo de bebidas isotônicas passou de 36 milhões de litros, em 2006, para 70 milhões de li-tros, em 2010, um aumento de 48%.

Isotônicos sempre foram facilmente associados aos praticantes de esportes radi-cais e de alto impacto. Porém, o cenário tem mudado muito, influenciado também pelo aumento do poder de compra dos brasilei-ros, que passaram a consumir outras moda-lidades de bebida.

“A Marathon possui estratégias de marketing relacionadas com as academias. Há degustação dos produtos em locais onde acontecem aulas de ginástica, corri-das de rua, ou mesmo atividades ligadas a esporte radicais. O sampling é feito em praças e maratonas esportivas. Ações de concurso cultural em supermercados e no Facebook fazem parte de nossa estratégia de divulgação. As embalagens têm tama-nhos diferenciados e aparência atraente, para atingir diferentes tipos de público e o que está dentro das academias, sem dú-vida, é um target”, afirma Luciana Bruzzi, diretora de Trade Marketing da Globalbev.

você tem sede de quê?Todo esse potencial de consumo de

atletas, amantes de exercícios e esportes radicais, assim como de pessoas comuns que buscam hidratação nas bebidas iso-tônicas representa o eldorado tanto para os fabricantes, quanto para as academias de ginástica que estiverem atentas a este novo perfil de consumidor. Certamente, elas poderão unir ações que desenvolvem para exposição e consolidação da imagem por meio de parcerias bem-costuradas com as marcas.

As academias ganharam um conside-rável incremento de alunos nos últimos anos e os fabricantes sabem disso. Estão sedentos por esse público. Segundo o Global Report IHRSA (International He-

alth, Racquet & Sportclub Association) e Fitness Brasil, a quantidade de membros de academias no País saltou de pouco mais de 3,9 milhões, em 2008, para 4,6 milhões, em 2010, crescimento de 15,3%.

A Coca-Cola Brasil é outra que está com suas baterias voltadas para este ni-cho de mercado e também possui em seu portfólio a i9, uma bebida à base de carboi-dratos e sais minerais. Ela se diferencia da Powerade (outro produto do fabricante) por apresentar uma menor concentração de sais. É mais leve e ideal para pessoas que praticam atividades físicas de menor impacto. “Investimos muito em pesqui-sas que apontam tendências de consumo e receptividade a esses produtos. Temos um mar de possibilidades a explorar”, diz John Pinto, diretor de marketing de novas bebidas da Coca-Cola Brasil.

crescimento do mercAdoFaz parte da cartilha das fabricantes

aplicar tais pesquisas de mercado com fre-quência para conhecerem as mudanças de perfis dos consumidores e atender ao au-mento da demanda por isotônicos. E isso é algo que também pode utilizar os ambien-tes de uma academia de ginástica como campo, o que rende inúmeras e amplas possibilidades de networking e negócios nessa via de mão dupla.

Somente a Coca-Cola Brasil investiu, em 2011, o montante de R$ 2,5 bilhões para toda a operação do sistema e come-mora resultados, mesmo sem revelar nú-meros. A Marathon também registrou aumento de market share em função do investimento em ações estratégicas e pesquisas. “Em 2010, a marca teve cresci-mento de 65% no faturamento”, informa Luciana Bruzzi.

O crescimento espantoso das classes C e D e a sofisticação do consumo da popu-lação levaram os fabricantes a ampliar ini-ciativas para todos os níveis de atividades. A apelação deve ser incrementada com a proximidade dos eventos esportivos que

São conhecidos como repositores hidroeletrolíticos, pois são formulados a partir de concen-trações variadas de carboidratos e sais minerais. O objetivo principal é a reposi-ção hídrica e eletro-lítica, em função da prática de atividade física. Existem bebi-das indicadas para cada tipo de ativida-des e impacto.

Bebidas isotônicasmercado & tendências

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serão realizados no País. “Além do cená-rio favorável do mercado brasileiro, em 2014 teremos outra excelente oportuni-dade: a Copa do Mundo, evento do qual a Coca-Cola é um dos mais tradicionais patrocinadores. A Powerade teve papel de destaque na Copa da África, sendo a be-bida esportiva oficial dos jogadores. Isso gerou resultados bacanas”, diz John Pin-to, diretor de Marketing de novas bebidas da Coca-Cola Brasil. E ainda com base no aumento de cons-

cientização a respeito da importância da prática de atividades físicas regulares que a indústria de bebidas isotônicas espera dar ainda fôlego a seu plano de ação.

A Powerade, presente em 70 países e que também foca seu portfólio em atletas de alto rendimento e praticantes de atividades físi-cas prolongadas, reforça os benefícios de seus produtos. Estes prometem, entre outras coi-

sas, repor rapidamente os sais minerais que se perdem pelo suor, garantindo um suprimento rápido de energia, forne-cendo carboidratos em concentração ideal para atletas que, segundo a pró-pria empresa fabricante, são os grandes

garotos-propaganda.

Pelo que se observa, é um mercado que, no Brasil,

está repondo não somen-te as energias de novos e diferenciados consumi-dores, mas também im-pulsionando negócios para proprietários de academias, tradicio-nais parceiros dos fabricantes de bebi-das. A ordem é se reidratar!

A MArAthon Possui estrAtégiAs de MArketing relACionAdAs CoM As ACAdeMiAs. há degustAção dos Produtos eM loCAis onde AConteCeM AulAs de Alto iMPACtoluCiAnA BruZZi, gloBAlBev

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tecnologiadefine corpo

e novosnegócios

Academias virtuaismercado & tendências

baseadas nos “exergames”, academias virtuais ganham força no brasil e rePresentam vantajosa oPção Para quem deseja aProveitar recursos e aumentar a interatividade entre os alunos

Por CAroline Pellegrino

pinning em 3D, campeonato de jogos para PlayStation, professores virtuais e bike com games acoplados são exemplos da mistura

entre tecnologia e a gestão de academias. Estas alternativas podem ajudar na retenção de alunos, mas devem ser usadas como complemento das ati-vidades presenciais, segundo especialistas.

As principais academias do País seguem as ten-dências internacionais e adaptam as instalações para aproveitar os espaços e os equipamentos. “Estamos preparando uma estrutura para oferecer aulas virtuais, nos horários mais vazios, das 10 ho-ras às 12h30 e das 14 horas às 17 horas. Haverá

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um telão com a atividade e um instru-tor estagiário na sala. Nosso desejo é que esteja funcionando em agosto de 2011”, diz Luís Amoroso, consul-tor em esportes e superintendente da Monday Academia.

Este segmento de mercado exi-ge investimento que, inicialmente, pode ser considerado relativamente pequeno, embora com resultados ex-tremamente significativos. “Com uma gravação de qualidade, uma tela de 42 polegadas e um DVD player já é possí-vel ter a aula gravada, como os famo-sos vídeos dos anos 80, interpretados pela atriz Jane Fonda. Esta é uma ma-neira de popularizar a prática de ativi-dades físicas”, sugere Amoroso.

De acordo com o Ministério da Saúde, menos de 15% da população brasileira adulta é ativa no tempo li-vre que dispõe. A Organização Mun-dial de Saúde (OMS) recomenda a prá-tica de 30 minutos de atividade física em cinco dias ou mais, por semana. A inatividade física, no entanto, é res-ponsável por aproximadamente 54% dos riscos de morte por distúrbios cardiovasculares, 50% dos riscos de derrames fatais e 37% dos riscos de casos de câncer, segundo o Ministério.

A Bio Ritmo Academia, por sua vez, traz opções de interatividade com um telão em 3D para os alu-nos que fazem spinning (exercício aeróbico com bicicleta ergométrica). “O professor fica na sala, acompanhando, em um canto. Há um telão com tecnologia 3D, que ainda está em teste, cada aluno recebe óculos e faz o per-curso, que possui trajetos planos e com subidas. O mecanismo facilita a per-

Academias virtuaismercado & tendências

cepção e o ritmo do aluno. A aula dura uma hora”, explica o professor Giba Ambrogi, da unidade Paulista.

Já na Cia. Athletica, do Rio de Janeiro (RJ), os alunos podem fa-zer as aulas com o console Wii ou com o PlayStation. “Temos Wii, no espaço See Ya!, que é voltado para crianças e adolescentes. Confor-me o jovem pedala, ele consegue movimentar o jogo. O Sport Wall também parece com um jogo e ajuda os alunos a desenvolverem os funda-mentos dos desportos e a parte mo-tora. Esses equipamentos são usados dentro das aulas. Não todos os dias, mas são implementos delas. Já a bike com game é concorrida e utilizada dia-riamente”, revela o gerente da unida-de, Rodrigo Valentim.

A Cia. Athletica inaugurou um sistema, em 2011, chamado de GPA (Gestor de Precisão de Atividades), que gera treinos personalizados, con-siderando as necessidades de cada aluno. Quando entra na academia, o usuário é reconhecido pelo toque em um dispositivo e são, assim, identi-ficados pelos professores. O software

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segue as diretrizes do American Col-lege of Sports Medicine e outras instituições como American Heart Association, Arthritis Foundation e Sociedade Brasileira de Cardiolo-gia. Os alunos recebem uma lista de exercícios ideais, que são aumentados com o tempo.

Um campeonato de jogos de PlayStation relacionados com fitness também foi realizado recentemente na rede de academias Runner. Tudo para dinamizar as aulas nas unidades insta-ladas em São Paulo. “O espaço virtual,dedicado a jogos eletrônicos, da uni-dade Paulista, conta com os apare-lhos X-Box 360, com o simulador de movimentos Kinnect acoplado, e PlayStation 3. É uma nova forma de praticar exercícios físicos por meio dos simuladores. Além de incentivar a prática, a Runner pretende promover a convivência entre os alunos”, revela o supervisor técnico da unidade, Cezar Grecco.

homem x máquinA

Segundo Paulo Henrique Mar-chetti, doutor em esportes pela Universidade de São Paulo (USP) e professor de Educação Física da Uninove, é importante que as aulas

com uso de equipamentos interati-vos sejam acompanhadas por profis-sionais. “Acredito que as atividades com professor virtual e jogos sejam eficazes, contanto que tenham um professor acompanhando o nível do exercício que está sendo realizado. Quando os alunos estão cansados, por exemplo, há aspectos para se-rem adaptados”, alerta.

Ainda de acordo com Marchetti, os exercícios com equipamentos autoex-plicativos ainda não podem prescin-dir da presença física de professores na sala de ginástica. “A máquina não consegue fazer a correta percepção do aluno, de forma completa. Isso é tarefa do educador físico”, pondera o professor.

Amoroso, no entanto, acredita que a tecnologia não é uma ameaça às academias, mas uma aliada. “Exis-te público para diferentes maneiras de exercícios. Os games de exercícios, por exemplo, podem servir como um estímulo para o usuário buscar se re-lacionar com outras pessoas.”

Existem também as academias to-talmente virtuais, mas estas ainda não

se tornaram populares no Brasil. Elas consistem no preenchimento de ques-tionários, na emissão de um diagnós-tico pessoal e na prática com vídeos de exercícios. Algumas oferecem também aulas ao vivo, formação de grupos de praticantes de determinadas ativida-des, entre outros incentivos.

“Muitas destas academias on-line constituem, até mesmo, opções de negócios para investidores e empresá-rios do ramo. Em vez de comprar ou estruturar uma academia, o empreen-dedor afilia-se a uma unidade on-line já existente. Isso é muito comum nos Estados Unidos e ainda deve chegar ao Brasil”, informa Amoroso.

dicAHá três exemplos bem sucedidos de academias virtuais. Para quem pretende montar um negócio e investir capital na criação desses ambientes virtuais, vale a consulta:http://wexer.comhttp://www.virtualgym.tvhttp://www.virtualgym247.com

Alunos usam a parede interativa na Cia. Athletica do Rio. Espaço é destinado para crianças e adolescentes

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vitrine_Roupas termicas

rincipalmente para quem possui o hábito de exer-citar-se ao ar livre. Fabricantes investem alto em tecnologia e novos tecidos. Tudo para não deixar

os praticantes com aquela vontade de ficar em casa, em-baixo das cobertas!

Tecnologias térmicas empregadas em roupas de inverno são a solução para quem gosta de praticar exercícios ao ar li-vre, mesmo em dias mais “gelados”. Entre as opções de mo-delos, estão as que protegem contra vento, chuva, baixas temperaturas e, até mesmo, neve, já que em algumas regiões do País tem se tornado comum a ocorrência de geadas.

As peças mais procuradas são as utilizadas em ativida-des de corrida. Além de proporcionarem conforto e aque-

cimento, camisetas, calças, jaquetas e acessórios – como luvas, gorros e cachecóis – são desenvolvidos com mate-riais especiais, inovadores. Aveludados, tecidos sintéticos e lã estão entre as matérias-primas mais recomendadas pela indústria de fitnesswear.

“As peças com tecnologia Zig Tech, por exemplo, além de serem térmicas, contêm fibras que absorvem a energia do corpo e a devolvem criando uma elevação no nível de oxigênio em até 7%”, diz Renata Barcellos, coordenadora de Marketing da Reebok. No entanto, a especialista res-salta que roupas para inverno, com tecnologias avança-das, exigem cuidados especiais. Por isso, vale observar e seguir as recomendações, de lavagem e conservação, ofe-recidas pelos fabricantes.

PO friO nãO é Mais desculpa

nike Jaqueta mayflyDesenvolvida para a prática de running, é confeccionada em tecido tafetá, 100% poliéster e tem recortes perfurados nas costas e embaixo dos braços para maior ventilação. Possui bolso frontal para gerenciamento de iPod, capuz com identidade running e detalhes reflexivos nos braços e capuz para maior segurança nas corridas noturnas. Swoosh aplicado no lado esquerdo próximo ao ombro.preço: R$ 359,90onde encontrar: www.nikevoce.com.br

reeBok Jaqueta Zig techPeça em Ripstop, 100% poliéster, estilo quebra-vento, abertura frontal em zíper personalizado emborrachado, forro interno das costas em mesh, dois bolsos frontais, com fechamento em zíper e um bolso invisível nas costas. Tamanhos P, M, G e GG. preço: R$ 169,90onde encontrar: www.reebok.com.br

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asics aBBy pantCalça legging 7/8 justa, tem bolso com zíper invisível. A composição é 88% poliamida e 12% elastano. O produto pode ser encontrado nos tamanhos PP, P, M e G. As tecnologias usadas são as seguintes: Asics Atomic Wash – um padrão de durabilidade; Breathability – respirabilidade nos tecidos, aplicados em pontos estratégicos da peça; Key Pocket – os produtos com esse selo possuem um bolso interno ou externo para acondicionar conveniências; Retroreflectivity – aplicações de material refletivo em regiões estratégicas para aumentar a visibilidade noturna; UV Protection – proporciona proteção contra a radiação solar de 15-40+UPF; e Fitted – modelagem justa ao corpo.preço: R$ 119,90onde encontrar: www.asics.com.br

mundo terra t-shirt thermoskinT-shirt de mangas longas tipo raglã e gola careca. Para ser usada como segunda pele, mantendo o corpo seco e aquecido em ambientes de baixa temperatura. Seu design anatômico garante liberdade de movimentos em qualquer atividade física. Internamente, seu exclusivo tecido bifuncional é aveludado e macio. Costuras desenvolvidas para garantir resistência e proporcionar total conforto em contato direto com a pele.preço: R$ 118,00onde encontrar: www.mundoterra.com.br

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Instituto Fitness BrasilPolíticas Públicas

instituto fitness brasil nomeia novos membros e imPulsiona Projetos voltados ao desenvolvimento de centros de lazer e atividade física em Praças, Parques Públicos e Praias de todo o brasil

Combate à inatividade ganha força

Instituto Fitness Brasil, criado em 2010, planeja diversas estratégias para ampliar a promoção de bem-

estar. Os principais pilares para as futuras ações são a capacitação de profissionais, o atendimento à comunidade em parceria com empresas privadas e entidades sem fins lucrativos, além da produção de pesquisa com teor científico-acadêmico que poderá pautar futuras ações governamentais nas três esferas administrativas.

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Por CAroline Pellegrino

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“O Instituto está com projetos e parcerias em estruturação. Queremos nos tornar parceiros de empresas do setor e de instituições públicas nos três níveis: municipal, estadual e federal”, afirma Fabio Saba, diretor de Conteúdo de Gestão, Negócio e Carreiras, que acaba de assumir o cargo e atuará em conjunto com o diretor de Conteúdo Técnico Tavicco Moscatello.

“O Instituto já vem desenvolvendo atividades que envolvem políticas públicas. Em 2010, estruturamos uma academia, no Centro Educacional Unificado (CEU) do Campo Limpo, para uso da população. Atualmente, cerca de 50 pessoas são atendidas, no local, mensalmente. Estes projetos são desenvolvidos para a geração de bem-estar na sociedade”, completa Moscatello.

Ambos os profissionais serão os res-ponsáveis por concretizar os objetivos do Instituto Fitness Brasil em constituir o principal centro de estudos do bem-estar na América Latina nos próximos cinco anos. “Uma das principais metas é apoiar pesquisas. Os cursos oferecidos futuramente serão de capacitação téc-nica e extensão acadêmica, nas compe-tências técnicas, comportamentais e ge-renciais, que incluem a própria gestão de carreira e questões administrativas”, completa Saba.

A falta de espaço e de ambientes propí-cios para a realização de atividades físicas é um dos problemas que devem ser reduzi-dos com os projetos da entidade. Um dos objetivos é aumentar a participação da po-pulação, criando atividades em praças, par-ques, centros educacionais e empresariais. Informações nutricionais e recomendações físicas à população também fazem parte das iniciativas.

Algumas empresas já mostraram-se interessadas em tornarem-se mante- nedoras do Instituto, casos da Fit4 e

Fabio saba é mestre em educação Física pela universidade de são Paulo. Foi professor da escola de educação Física e esporte da usP e, atualmente, é coordenador e professor do curso de pós-graduação (lato sensu) em Administração e Marketing Esportivo da Universidade gama Filho MBA. Publicou 42 trabalhos científicos em congressos de educação Física no Brasil e no exterior. Foi diretor das academias runner por três anos (de 2005 a 2008) e também esteve à frente de outras redes de academias no Brasil como a Cia. Athletica e a Bio ritmo. site:www.fabiosaba.com.br

contAto

Os empresários, gestores e profissionais do bem-estar que quiserem se tornar mantenedores ou parceiros dos projetos podem contatar o Instituto Fitness Brasil pelo e-mail [email protected]

Instituto Fitness BrasilPolíticas Públicas

eM 2010, estruturAMos uMA ACAdeMiA no Ceu CAMPo liMPo, eM são PAulo, PArA uso dA PoPulAção. AtuAlMente, CerCA de 50 PessoAs utiliZAM o loCAl MensAlMentetAviCCo MosCAtello,instituto Fitness BrAsil

da fabricante Movement. O mesmo acontece com a Abimac (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), outro agente fomentador das iniciativas.

O conceito do Instituto Fitness Brasil está focado no conteúdo e no relacionamento com os principais profissionais da área para aumentar a promoção de bem-estar, fazendo que a prática de atividades físicas ganhe espaço na sociedade e que seja popularizada. A previsão é que, em 2012, a atuação da entidade torne-se ainda mais efetiva, com a aplicação dos projetos que estão sendo formatados.

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Por AdriAno ZAnni e CAroline Pellegrino

ANS reAlizA coNSulTA públicA pArA meNSurAr A AceiTAção dA reSolução que diSpõe Sobre A oferTA de deScoNToS NAS meNSAlidAdeS doS uSuárioS de plANoS de SAúde que prATiquem ATividAdeS fíSicAS regulArmeNTe. A medidA deve Ser o primeiro grANde diviSor de águAS No ceNário wellNeSS, beNeficiANdo AS AcAdemiAS

acadeMias eplanOs de saúde: cada vez Mais próxiMOs

capa

questionário da Agência Nacional de Saú-de Suplementar (ANS) sobre descontos nos planos de saúde começou no dia 16

de maio e deve se estender até 14 de junho. O tema é a criação de incentivos para a participação dos beneficiários de planos de saúde em programas de envelhecimento ativo e promoção da saúde, como também de prevenção de riscos e doenças. O Insti-tuto Fitness Brasil irá participar ativamente desta consulta pública.

Martha Oliveira, gerente geral de Regulação As-sistencial da ANS, trata com exclusividade da pro-

posta de reformar a relação entre planos de saúde e associados. O principal objetivo é estimular há-bitos saudáveis nos brasileiros e cobrar mensalida-des menores para as pessoas que estão dispostas a fazer exercícios. A proposta beneficiará academias de todo o País, estimulando, ao que tudo indica, o crescimento da demanda por atividades físicas.

A resolução normativa da ANS deve entrar em vigor no segundo semestre de 2011, após a compila-ção dos dados da consulta pública nº 42. Segurados dos planos de saúde, de qualquer idade, poderão re-ceber descontos de até 30%. Para isso, os usuários

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deverão ingressar em programas de exercícios físicos ou acompanhamento nutricional, por exemplo.

Também será possível a oferta de incenti-vos por parte dos planos de saúde como oferecer descontos em remédios e em pacotes de mensa-lidade nas academias. Ainda segundo a ANS, os planos de saúde não serão obrigados a participar dos programas, que podem receber alterações, de acordo com o resultado da consulta públi-ca. Outras informações no endereço eletrônico www.ans.gov.br.

É evidente a importância de um projeto

que estimule a prevenção e desonere os cui-dados com a saúde, especialmente na terceira idade. A proposta é baseada em alguma solu-ção que já existe fora do País ou é um desdo-bramento do que já vem sendo debatido com o mercado?

Martha Oliveira – As duas opções. Em 2005, a ANS estabeleceu as primeiras diretrizes para o incentivo à adoção, implementação e qualificação de programas de promoção da saúde, prevenção de riscos e doenças pelas operadoras de planos de saúde. Dentro desse cenário, a atual agenda regu-latória da ANS incorporou a questão do envelhe-cimento populacional como uma de suas priorida-des. Além disso, foi criado um grupo de trabalho para a análise dos temas correlatos à questão do envelhecimento populacional. Vale destacar que o sistema de saúde tem sido tradicionalmente pauta-do pelo ciclo de tratamento da doença e não da saú-de. É preciso criar benefícios indutores, inclusive financeiros, para o cuidado com a saúde de forma preventiva e regular.

Existe alguma proposta complementar em

avaliação?Martha Oliveira – Sim. Para lidar com temas

como envelhecimento são necessárias ações que, em conjunto, possam traduzir uma nova realidade.

É possível pensar em um cenário em que o

benefício seja estendido a toda a população? Há uma previsão para que isso aconteça?

Martha Oliveira – Em um primeiro momento, tanto a participação em programas de envelheci-

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capamento ativo quanto a oferta, por parte das operadoras, são facultativas. A pro-posta de resolução normativa em con-sulta pública apresenta características indutoras de uma nova prática. A ideia é possibilitar que as operadoras, com base no perfil dos beneficiários de sua carteira e em sua capacidade organiza-cional, delineiem programas próprios. Não podemos descartar, no entanto, que no futuro possam ser analisadas outras alternativas.

Esta seria também uma medida

para evitar que a demanda crescen-te deste público chegue a ser um problema em função da configura-ção etária da população?

Martha Oliveira – A estrutura etária da população não deve ser en-tendida como um problema. É um fato e deve ser vista como oportunidade. Como lidar com essa nova dinâmica demográfica – acelerado processo de envelhecimento populacional – é um desafio que temos de enfrentar com criatividade, transparência e seriedade.

Como vê o papel das academias neste projeto?

Martha Oliveira – A prática regular de atividades físicas é reco-nhecidamente importante para a promoção da saúde. Estudos epide-miológicos demonstram uma expres-siva associação entre estilo de vida ativo, melhor qualidade de vida e menor possibilidade de morte. A ati-vidade física e o exercício previnem efetivamente a ocorrência de eventos cardíacos, reduzem a incidência de acidente vascular cerebral, hiperten-são, diabetes melito tipo 2, cânceres de cólon e mama, fraturas osteopo-róticas, doença vesicular, obesidade, depressão e ansiedade.

A preocupação do governo com

a prevenção de doenças e com o

bem-estar pode ser considerada uma consequência do novo pata-mar econômico que o País atingiu nos últimos anos ou é possível detectar políticas que já haviam

sido adotadas e que serviram de subsídios para a resolução?

Martha Oliveira – O desenvolvi-mento permitiu-nos avançar em vários aspectos das políticas sociais vigentes,

A estruturA etáriA dA PoPulAção não deve ser entendidA CoMo uM ProBleMA. é uM FAto e deve ser vistA CoMo uMA oPortunidAde

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inclusive as referentes à assistência à saúde da população. Esse tema já vem sendo trabalhado há algum tempo. Neste período de cinco anos, a ANS vem acom-panhando programas de promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças. Existem operadoras que desenvolvem programas de excelente qualidade e ou-tras que apresentam grandes dificuldades para a sua formatação. Para auxiliá-las te-mos na Agência uma equipe responsável por atender e procurar sanar as dúvidas das operadoras. Mas é fato que evoluí-mos muito nesse período. Todos agora já sabem a importância da prevenção.

exemPlos do hemisFério norte

Nos Estados Unidos, iniciativas governamentais também vêm sendo implementadas para estimular a prática de exercícios físicos. Alguns planos de saúde norte-americanos já incluem coberturas que vão desde associação em academias de ginástica a clínicas de estética. E isso não é de hoje.

Alguns estudos revelam que grande parcela dos custos dos planos de saúde é utilizada para remediar doenças causadas pelo excesso de peso. Segundo o Centro para Bioética e Dignidade Humana, dos Estados Unidos, entre as dez causas mais comuns de morte, metade está relacionada à escolha do estilo de vida.

A International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA) também realiza parcerias em programas governamentais de saúde e bem-estar. Joe Moore, CEO e presidente da mais importante associação mundial do trade, comenta os principais projetos que estão sendo realizados no País que está entre os mais “acusados” de incentivar involuntariamente o sedentarismo e obesidade por conta do estilo de vida de sua população. “Uma das perguntas que os operadores de academias me fazem é:‘o que posso fazer para retribuir à comunidade?’. Aqui está uma resposta excelente: acesse healthclubs.com e inscreva sua academia no programa mantido pela IHRSA, batizado como Unindo as Forças”, diz Moore. O executivo detalha que, na tarde do dia 9 de maio, ele e o amigo Scott Goudeseune, CEO do Conselho Americano de Exercício (ACE), compartilharam o palco com a primeira-dama norte-americana Michelle Obama, montado no gramado da Casa Branca, durante o evento em que ela apresentava dois novos interessantes programas, ambos destinados a apoiar as famílias de militares da nação.

“O primeiro, administrado pela IHRSA, é o Unindo as Forças. A IHRSA concordou em oferecer afiliações gratuitas em

academias de ginástica dos Estados Unidos aos familiares imediatos dos alocados da Guarda Nacional e Reserva”, explicou Michelle Obama. “Eles estão com o objetivo de oferecer mais de 100 mil afiliações, o equivalente a mais de 18 milhões de dias de acesso a clubes esportivos e academias, em todo o país”, detalhou a primeira-dama.

O Conselho Americano de Exercício (ACE), por sua vez, concordou em estimular personal trainers a fornecerem, pelo menos, 1 milhão de horas de instrução gratuita para o mesmo grupo de famílias. Ambos os programas estão alinhados com os projetos liderados pela senhora Obama, como o Let’s Move! que, inclusive, tem angariado o apoio de muitas celebridades como a diva pop Beyoncé.

“Muitas academias de todo o País já responderam ao chamado. O presidente Obama tem sido apoiador de diversas iniciativas da IHRSA e disse-me que está muito satisfeito pelo fato de termos alinhado as ações desenvolvidas pelas academias e centros de saúde às campanhas da primeira-dama”, conclui Moore.

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a resPosta é não. esPecialistas mostram as diferenças entre os conceitos, seus benefícios e a atenção que se deve ter ao entregar determinado serviço aos cuidados de outra emPresa

uando abriu as portas da unidade da Body One Club, em 2006, os executivos da

academia localizada em Porto Alegre (RS) sabiam que seria impossível “abra-çar o mundo” e manter-se à frente das mais diversas atividades oferecidas a seu público-alvo. Isso poderia atrapalhar o core business (a vocação da empresa). Ou seja, eles precisavam terceirizar alguns serviços como o de restaurante e de con-trole de estacionamento.

Assim, identificaram as necessida-des internas e foram até o mercado bus-car empresas capacitadas para atender as respectivas demandas. Desde então,

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Os benefícios do outsourcinggestão

terceirização ou outsourcing? Mas não são a mesma coisa?

Por FernAndo stellA

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segundo esPeCiAlistAs, As eMPresAs gAnhAM eM exPertise, teM PArA si uMA série de soluções PensAdAs estrAtegiCAMente de ACordo CoM seus niChos de nEgóCios E MAis tEMpo livrE pArA dEdiCArEM-sE Ao Core Business Ao ProMover uM outsourCing

a prática mostrou-se eficaz no atendi-mento dos 2 mil alunos espalhados pelos três andares da academia gaúcha. “Além de mais tempo livre para nos dedicarmos ao core business, passamos de operadores desses serviços a monitores de sua pres-tação, o que garantiu um aumento sig-nificativo na qualidade, imediatamente percebida por nosso cliente”, explica a gerente geral Gabryelle Sperotto.

A terceirização promovida pela Body One Club já é uma realidade den-tro do setor fitness. No entanto, ou-tro daqueles termos importados por nosso vocabulário corporativo tam-

bém começa a fazer parte do cotidia-no das academias brasileiras. Trata-se do outsourcing.

Mas não seria a mesma coisa que terceirização?

De acordo com Augusto Gomes, di-retor do Royall Group, empresa espe-cializada em Outsourcing Integrado, a palavra terceirização provém do termo outsourcing e, para fins práticos, am-bas têm o mesmo conceito: de passar a uma empresa externa alguma função específica que a empresa não tem a qualificação ou mão de obra suficiente para assumir.

Mas, segundo o executivo, existe sim diferença. “Por terceirização, entendem-se atividades mais rotineiras, de menor valor percebido. As áreas de limpeza, segurança, transporte e logística são bons exemplos. Enfim, atividades que, embora importantes operacionalmente, influem pouco nos as-pectos estratégicos e até comerciais de uma empresa. O outsourcing, em sua essência, também é uma terceirização; contudo, re-lacionada à estratégia de áreas-chave para o core business, como controle financeiro, força de vendas, sistemas de informação, prospecção e TI”, define o especialista.

Em muitos casos, uma empresa ampa-ra-se no outsourcing para planejar o cresci-mento sustentável. Em um plano de expan-são dos negócios, muitas empresas utilizam mão de obra terceirizada para a redução de custos até que atinja o break-even da ope-ração, ou que o projeto atinja seu ponto de maturação ou, até mesmo, para testarem o

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mercado com um custo mais baixo e sem vínculos empregatícios.

Além disso, segundo especialistas, as empresas ganham em expertise, têm para si uma série de soluções pensadas estrategica-mente de acordo com seus nichos de negó-cios e mais tempo livre para dedicarem-se de fato ao que precisam.

Dos 200 profissionais que trabalham diretamente no dia a dia das seis unidades da Monday, rede de academias da capital paulista, 25% são provenientes de outras empresas. Aliás, os dois conceitos fazem parte da política da academia. Atualmente, segundo Luís Amoroso, superintendente da rede, algumas aulas específicas, como yoga e pilates, limpeza e avaliação física são todos serviços terceirizados nas academias.

Áreas como contábil e marketing, que têm relação direta com o resultado da aca-demia, também foram repassadas a tercei-ros. “Já tivemos internamente profissional de marketing. Mas a empresa acaba ficando vulnerável. Imagine se ele recebe uma pro-posta para trabalhar em outro local. Nosso trabalho fica parado por um bom tempo. Por isso, optamos em disponibilizar esse serviço a uma empresa especializada. Fun-ciona melhor”, define Amoroso.

Diante disso, Augusto Gomes acredita que todo o tipo de serviço para o qual não é necessário manter uma equipe interna re-lacionada exclusivamente à função pode ser terceirizado ou realizado via outsourcing. “Podemos fazer ações pontuais de marke-ting para a captação de novos alunos. Por outro lado, por que se preocupar com o se-gurança que faltou ou com o filho doente da

Os benefícios do outsourcinggestão

faxineira? Se temos estes serviços alocados em um terceiro, podemos focar os esforços no crescimento dos negócios enquanto eles resolvem tais contratempos”, acrescenta.

Por outro lado, em sua opinião, ape-nas uma função não deve ser terceirizada: professores e instrutores. “Toda empresa depende dos profissionais que atuam di-retamente com o público final e estes têm, no geral, uma relação próxima com o aluno, que não gostaria de ver seu instrutor que conhece seu treino e histórico ser trocado por questões negociais”, explica.

desemPrego? A terceirização/outsourcing mexem

diretamente com um assunto em especial: o temor pelo desemprego. Uma empresa de fora é contratada para desenvolver um trabalho que, até então, era feito por um colaborador da academia. O que fazer com esse profissional? Realocá-lo em outra área ou demiti-lo?

Na visão do diretor da Royall Group, a transparência é sempre o caminho mais eficaz. “Há de ser esclarecido aos colabora-dores que um outsourcing é uma operação destinada às tarefas que não fazem parte do core business, ou seja, um terceiro com experiência no mercado executa as tarefas para as quais a empresa não tem expertise, enquanto os colaboradores fazem o que sa-bem e o que foram de fato contratados para fazer”, salienta Augusto Gomes.

Executivos das academias vão além e acreditam que esse medo pode se transfor-mar em algo positivo para o crescimento profissional de cada um. “Em uma empresa

focada na obtenção e manutenção de pa-drão de excelência na prestação de todos os serviços, é inevitável que este tipo de temor ocorra. Por outro lado, sentimos que isso também funciona como um estímulo a que nossos colaboradores busquem sempre o melhor em termos de aprimoramento profissional”, assegura Gabryelle Sperotto, gerente geral da Body One Clube.

Mas o especialista em outsourcing é en-fático ao “abrir os olhos” de quem pensa em promover esse tipo de mudança na acade-mia. Seja uma terceirização ou outsourcing. “Assim como em todos os outros setores do mercado, temos de nos atentar às empresas aventureiras. Muitas não têm bagagem ne-cessária para executar um trabalho e a con-ta pode sair bem cara ao final do mês”, diz.

“Procure saber quem é o seu futuro par-ceiro, o que ele já praticou e quais os resul-tados obtidos. Este cuidado nunca é demais quando trazemos um terceiro para dentro da empresa”, finaliza.

diFerençAs

Por terceirização, entendem-se atividades mais rotineiras, de menor valor percebido, aquelas mais distantes hierarquicamente do core business. Limpeza e segurança são alguns exemplos.

o outsourcing, em sua essência, também é uma terceirização; contudo, relacionada à estratégia em áreas-chave, como controle financeiro, força de vendas, sistemas de informação, marketing, prospecção e tecnologiada informação.

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AnÚncioAthletic

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Floresta de bonsais

Raio X das academias no Brasilmercado & tendências

usP finaliza a Primeira edição de estudo sobre o Perfil das academias brasileiras e mostra que 88% dos estabelecimentos no País são de médio ou menor Porte. dados servirão como fonte Para emPresários e Profissionais da área direcionarem estratégias de negócios

Escola de Educação Física e Es-portes, da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o

Instituto Fitness Brasil, trabalha na fi-nalização do primeiro estudo completo sobre o cenário das academias brasilei-ras. Intitulada “Caracterização e Tipo-logia de Fitness e Wellness no Brasil”, a pesquisa servirá como fonte de in-formações para empresários do setor e educadores físicos.

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Por CAroline Pellegrino

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“A primeira grande constatação é de que a maioria das academias é clas-sificada como micro (25%), pequenos (31%) e médios (32%) empreendimen-tos, com faturamento bruto anual de até R$ 2,4 milhões. Elas estão cada vez mais oferecendo atividades diver-sificadas para públicos segmentados, como mulheres, idosos, pessoas em reabilitação e crianças. Essas caracte-rísticas acompanham uma tendência internacional”, diz Flávia Cunha Bas-tos, professora do Departamento de Esportes da Escola de Educação Física e Esportes da USP, uma das coordena-doras da pesquisa.

Autoclassificação do porte da academia

Fonte: USP/Instituto Fitness Brasil

micro25%

Pequena31%

Média32%

grande10%

me1

ga%

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O estudo também revela que 67% das academias estão atualmente lo-calizadas em ruas, 4% em centros comerciais, 3% dentro de empresas e apenas 1% em condomínios residen-ciais. Outros 25% encontram-se em outras localizações.

Quanto aos aspectos financeiros, a predominância do valor do ticket mé-dio cobrado por unidade de negócio situa-se na faixa compreendida entre R$ 51 e R$ 100. Quase a integralida-de dos estabelecimentos ouvidos na pesquisa oferece todos os serviços bá-sicos de uma academia como muscula-ção, ginástica localizada e aulas com personal trainer.

metodologiA rigorosAAo todo, 263 gestores responde-

ram à pesquisa on-line, entre agosto e setembro de 2010. Destes, 77 eram de redes de academias e 186 de unidades isoladas. Vários critérios foram consi-derados, como a área das instalações, a quantidade de funcionários, o fatura-mento e oferta de atividades.

Raio X das academias no Brasilmercado & tendências

Localização das academias

A ideiA é ContinuAr CoM As PesquisAs. sABeMos que o MerCAdo de ACAdeMiAs no BrAsil é eMergente e que oFereCe MuitAs oPortunidAdes de negóCiosFláviA CunhA BAstos, dePArtAMento de esPortes dA esColA de eduCAção FísiCA e esPortes dA usP

shopping / Comercial4%

Condomínio1%

Empresas3%

rua67%

outros25%

Segundo os pesquisadores, este é o maior estudo que contempla o perfil das atividades físicas oferecidas por es-tes estabelecimentos em vários estados brasileiros. “Muitas pesquisas foram realizadas, mas todas sem consistência de dados nacionais”, informa a professora.

O mercado na região Sudeste é o maior do País, principalmente na cidade de São Paulo. Grande parte das academias está em prédio alugado, o equivalente a 49%, as demais estão em centros comerciais ou em empresas. O regime trabalhista predominante (60%) dos professores de academia é o da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), na sequência, estão os profissionais terceirizados.

Apesar de a pesquisa oferecer in-formações inéditas sobre o mercado, as tendências consistentes sobre o setor só poderão ser observadas nas próximas etapas do estudo. A intenção dos pesquisadores é realizar a entre-vista anualmente.

“O objetivo de caracterizar e clas-sificar as academias foi concluído. A ideia é continuar com as pesquisas. Sabemos que o mercado de academias no Brasil é emergente e que oferece muitas oportunidades de negócios. O desafio principal para o empresário está na oferta de instalações, serviços de qualidade e bons profissionais”, complementa Bastos.

Fonte: USP/Instituto Fitness Brasil

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Nós vamos invadir sua praia

Os esportes que turbinam as aulasmercado & tendências

ACAdEmiAs inspiRAm-sE em novos formatos de aula e adaPtam esPortes Praticados em outros ambientes Para dentro dos emPreendimentos com o objetivo de trabalhar músculos, equilíbrio, coordenação motora e o conceitodE bEm-EstAR

Por MArCelo JuCá

FoToS: divulgação

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novidade que ganha força e fide-liza alunos atualmente é a va-riedade de atividades esportivas

oferecidas pelas academias, com opções para todos os gostos e idades, tornando o próprio ambiente mais agradável para di-ferentes turmas em busca de socialização.

Como explica o professor e assessor es-portivo Rogério Cardoso, da Fit Labore, as academias estão cada vez mais buscando o conceito do bem-estar e, com isso, adaptam esportes que estejam diretamente ligados à sensação de liberdade e que gerem prazer aos adultos por meio do lúdico. “Talvez, as pessoas não estejam percebendo, mas toda a atividade física que seja trabalhada pelo brincar com o corpo, ou brincar com o outro, leva ao desenvolvimento de uma melhor relação interpessoal”, dispara.

Especialista no assunto, Tavicco Mos-catello concorda e acrescenta que “as acade-mias têm a necessidade de lançar produtos novos dada a demanda do público. Estas atividades, além de novidades, atraem es-portistas para dentro do ambiente, público este com poder aquisitivo interessante.

Assim, com o crescente interesse por parte de todos os envolvidos, as academias saem ganhando nessa história e podem al-cançar saldos positivos no caixa em pouco tempo. E o melhor de tudo: parte das ativi-dades não necessita de altos investimentos.

uni, duni, teAgora, entre tantas atividades possí-

veis, qual a melhor forma de escolher o que o público quer?

As estratégias de comunicação podem indicar muitos caminhos; contudo, inde-pendentemente do tamanho da academia, o diálogo simples e direto pode ser uma das melhores soluções. Tavicco Moscatello in-dica que o ideal é trabalhar com várias fer-ramentas ao mesmo tempo.

A academia pode, por exemplo, di-vulgar aulas de capoeira no mural, além

A

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de distribuir flyers na recepção, anunciar nos alto-falantes durante as aulas e in-vestir no boca a boca com os alunos mais próximos, pois, como foi comprovado há tempos, essa é a melhor forma de circular a notícia.

Do mesmo modo, devem estudar a situação ao longo de um ou dois semes-tres, no mínimo, antes de tomar decisões finais. As atividades que não exigem tan-tos equipamentos e grandes alterações na estrutura podem ser oferecidas em horá-rios ociosos como oficinas, primeiramen-te. Então é questão de conversar com o profissional especializado para entender se vale a pena contratá-lo ou mantê-lo como freelancer na academia.

Badminton e squashMuito populares no exterior, representam

ainda grandes apostas, segundo Rogério Car-doso. O primeiro refere-se ao esporte – seme-lhante ao tênis – praticado individualmente ou em duplas, com o objetivo de manter a peteca por mais tempo no ar. Outra modalidade no mesmo grupo seria o squash, em que os com-petidores rebatem a bola de borracha em uma quadra fechada.

escaladas

Praticantes de esportes radicais têm a opção de manter a forma e testar novas técnicas em segurança nas academias. O esporte também agrada o público que não tem condições de fazê-la em seu ambiente natural. Trabalha força, equi-líbrio e confiança e adaptá-lo para as academias não é tão complicado quanto se pensa.

stand uP Paddle (suP)

Quem nunca pensou em surfar um dia? Como exige muita dedicação, que tal ficar em pé na prancha e remar dentro da piscina? Esse pode ser o primeiro passo para os que querem dominar os mares ou simplesmente tirar uma onda.

mergulho

Dica de Tavicco Moscatello, o mergulho é uma atividade pouco explorada nas acade-mias brasileiras. Assim como o SUP, a ideia não é substituir o ambiente natural do espor-

te, mas adaptar aos poucos o aluno com os equipamentos e em um meio perigoso como é a água.

boxeApesar de certa violência associada às práti-

cas, as intenções da academia e o trabalho com profissionais éticos e responsáveis garantem mais uma opção de atividade física sem conse-quências e com número alto de interessados.

Ginástica olímpicaO interesse pelas modalidades da ginástica

vem crescendo no Brasil pelo sucesso de seus atletas e por ser também um esporte de impor-tância mundial. Dada a situação negativa de clu-bes esportivos, as academias podem conquistar uma fatia do público interessada em dança olímpica, barras, cavalo e outras opções, sem estresse e somente pelo prazer do exercício.

Le parkour

Seus praticantes também são, por vezes, chamados de “ninjas modernos”, pois a práti-ca ensina as pessoas a superarem obstáculos e despertarem todas as forças do corpo. A prática é uma mistura de diversas filosofias e os resulta-dos são impressionantes, com seus praticantes conseguindo pular alturas assustadoras, subir paredes sem equipamentos e ter total contro-le do corpo. Contudo, essa prática necessita de investimentos altos e exige uma série de equi-pamentos e adaptações no espaço.

Por mais que a resposta pareça óbvia, ela não é tanto assim. As duas opções são vantajosas por um lado e desvantajosas por outro lado. Por isso, ao invés de tentar listar um quadro de prós e contras aqui, cada ges-tor deve traçar o perfil do público que pre-tende conquistar de acordo com a atividade oferecida e o modelo de profissional que está lidando para ministrar tais atividades em suas dependências.

sete tendênciAs PArA incrementAr A AcAdemiA

Os esportes que turbinam as aulasmercado & tendências

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Gabriel Pires de Amorimcaso de sucesso

O grande dragao

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kung fu é uma arte marcial de ori-gem chinesa e, de acordo com es-tudiosos, sua denominação corre-

ta é “wushu” (arte da guerra). Essa prática tem aproximadamente 3,5 mil anos e suas origens são envoltas em lendas e mistérios. A modalidade foi desenvolvida por um sábio chamado Ta-Mo, que passou anos observando os reflexos e instintos dos ani-mais, movimentos denominados de katis. A partir de então, foram criados os varia-dos estilos. Os mais populares são: Garra de Águia, Tigre, Louva-a-Deus, Serpente, Garça, entre outros.

No Brasil, a luta popularizou-se nos anos 70, com o sucesso dos filmes do Dragão Chinês-Bruce Lee e pelo seriado que tornou conhecido o ator norte-americano David Carradine. O instrutor de kung fu Gabriel Pires de Amorim, 53, é um dos expoentes nacionais dos esportes e tem no currículo uma trajetória de superação pessoal, além de ser proprietário de uma rede de academias, conhecida como TSKF (www.tskf.com.br).

Atualmente, o mestre das artes mar-ciais está à frente de 13 unidades de ne-gócios e uma décima quarta já está em fase de construção, em São Paulo. São 1,7 mil alunos e faturamento bruto anual de aproximadamente R$ 3 milhões, o que comprova a rentabilidade do negócio e também a perspectiva de crescimento da modalidade, ainda desconhecida por grande parte do público leigo brasileiro em comparação a outras artes marciais como o judô e o caratê.

bAnho de sAbedoriAEu nasci no sertão da Bahia. Morava

em uma casa de pau a pique, que não tinha luz elétrica, água encanada e nem banhei-ro. Tomávamos banho de bacia e esfregáva-mos os pés com um pedaço de pedra para tirar a sujeira. Eu tomei banho de chuveiro somente aos 17 anos, depois de muito tem-po, quando já morava em São Paulo. Creio que essa seja a máxima da vida: alguns se

enfraquecem por causa de seu passado, desistem, param e não seguem adiante. Outros se fortalecem.

mudAnçA de rumosSou formado em Tecnologia da Informa-

ção (TI), fui programador e analista de siste-mas por mais de 20 anos. Sempre gostei da área de TI, entretanto, o nível de estresse nes-se setor é gigantesco. Então, em 1980, com 23 anos de idade, já casado, estava obeso com 15 quilos acima do peso recomendado. Foi, então, que tomei a decisão de realizar meu sonho: o de praticar kung fu.

A inFluênciA dA mídiAMeu primeiro contato com a modalida-

de foi pelo seriado de TV Kung fu. A magia não estava nas cenas de luta, mas sim na essência das filosofias que tão sabiamente eram ali transmitidas. Não é comum en-contrar boas escolas de kung fu, mas acho que tive sorte, pois me identifiquei assim que adentrei à Associação Shaolin de Kung fu do mestre Dirceu Amaral Camargo. Mais ou menos um ano depois de ter iniciado meus treinamentos com o mestre Amaral, eu havia emagrecido 14 quilos. Hoje, de-pois de 30 anos praticando kung fu, tenho um desempenho físico e mental muito su-perior do que quando não fazia nada.

esPírito emPreendedorEu percebi que meu mestre tinha mui-

tos alunos e o crescimento de sua academia não era proporcional à demanda. Cheguei a desenvolver um projeto; entretanto, o mesmo foi rechaçado pela maioria dos ins-trutores. Aquele foi meu último dia com meu mestre. O projeto que apresentei e não foi aceito, ou bem compreendido, tor-nou-se o que, hoje, é a TSKF. Durante 12 anos, investi naquilo que acredito ser nos-so bem mais precioso que é o tempo. Foi o que chamo de preparação. Depois, investi cerca de R$ 25 mil para estruturar minha primeira academia.

cAPAcitAçãoNão existe a profissão formalizada de

instrutor, professor e mestre de kung fu. Entretanto, podemos dizer que a grande maioria dos que dão aulas não consegue sobreviver do esporte. Em minha acade-mia, há raríssimos instrutores. A maioria ganha muito pouco porque estão apenas em treinamento para serem sócios. Meus sócios, em geral, ganham acima de R$ 3 mil. Para um profissional estar apto a abrir uma academia, não é preciso muito tem-po: quatro anos de treino são suficientes. O que é extremamente necessário é uma capacitação empresarial e isso poucos pos-suem, por isso que muitos negócios não vão além.

crescimento dAs Artes mArciAisExiste uma ilusão muito grande em

relação a isso. O crescimento do MMA, do boxe e do Muay Thai nas academias de ginástica é uma tendência. Mas quantas academias existem exclusivamente para a prática dessas modalidades? A maioria dessas atividades encontra-se inserida em um contexto de competitividade com a musculação, as aulas de ginástica localiza-da, de dança do ventre, entre outras opções oferecidas nas academias. Em geral, ingres-sam 40 pessoas em uma aula de kung fu e, no próximo mês, essas mesmas 40 já desis-tiram. Ou seja, é um sucesso talvez ilusó-rio. É preciso refletir sobre esse público que deseja frequentar as aulas e como essa ati-vidade pode agregar valor para a academia enquanto negócio.

Ambição e cAPitAlismoO que o Brasil e o mundo precisam são

de pessoas bem-sucedidas. Sou capaz de dizer que o que mais impede o desenvolvi-mento do kung fu é exatamente a aversão que a maioria dos praticantes e mestres têm da ambição e do capitalismo. Isso ocorre, principalmente, por ignorância. Precisamos urgentemente mudar essa cultura de pobre-za. Se eu tivesse de dizer alguma coisa para fazer com que nossa arte cresça, eu diria: sejam bem-sucedidos, façam sucesso, sejam ricos e felizes ensinando kung fu. Isso certa-mente desenvolverá a nossa arte.

o

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Primeira aula coletiva baseada em exercícios funcionais chega ao brasil. além de fortalecer a musculatura corPoral, o cx30™, novidade da body systems Promete incrementar o faturamento das academias

Por ClAudiA diAs

Treinamento funcional em grupoinovação

razida ao Brasil com exclusividade pela Body Systems Latin Ame-rica, a aula de CX30™ alia todos os benefícios dos exercícios funcio-nais com os da ginástica em grupo. O treino consiste em atividades

focadas nos músculos da região do core, que juntos formam o núcleo do cor-po e de onde são geradas forças para os movimentos do tronco.

Ativar este “cinturão de força” traz muitas vantagens. O abdome fica mais tonificado e as estruturas da coluna (como as vértebras e os discos) são preservadas de impactos e sobrecargas, aliviando as dores que são comuns na região lombar. E tudo isso em apenas 30 minutos.

Para as academias, a nova aula chega para aportar uma solução. Mui-tas pessoas, hoje em dia, procuram alternativas para entrar em forma de maneira rápida e objetiva. Elas buscam resultados consistentes em rápidas sessões, fruto do cotidiano agitado.

Por ter processos sistematizados na metodologia dos exercícios, o CX30™ atinge em cheio estas necessidades. “Oferecer ao consumidor

t

Reforço para o corpo e para os cofres

FoTo

S: d

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ão

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uma enorme variedade de produtos e não somente os mais vendidos ou hits é a gran-de estratégia, chamada de cauda longa”, diz Paulo Akiau, CEO da Body Systems. A “cau-da”, nesse caso, é medida não apenas pela variedade de aulas oferecidas, mas também pela quantidade de pessoas que têm acesso à nova aula, apresentada na 21ª edição da Fitness Brasil Internacional, em Santos, no mês de abril.

O CX30™ é uma modalidade que pode ser praticada por qualquer pessoa, desde um atleta profissional ao sedentário e ido-so. Por ser uma aula que busca resistência e força muscular, consegue também levar aquele aluno que normalmente treina ape-nas musculação para a sala de aula. “Quem faz ginástica tem mais chance de renovar a matrícula porque está integrado ao grupo, está ligado a uma tribo”, afirma Akiau.

A grande sacada do CX30™ está relacio-nada ao marketing. As pessoas compram experiências. A ginástica em si já é conhe-cida, mas a forma pela qual ela é vendida é que deve arrancar suspiros, desde o instan-te do lançamento da aula. “A promoção, a mensagem que vai ser disseminada, a co-municação com os professores e a sensação que vai ser gerada devem estar em primeiro plano, ser a verdadeira causa”, ressalta Ju-nior Crocco, idealizador do #SalaCheia (mo-vimento nacional que busca influenciar e estimular o mercado para fazer que as aulas de ginástica estejam sempre lotadas).

O especialista exemplifica que em uma academia com 500 alunos, com 30 aulas por semana e com cerca de 20 alunos por aula, é possível aumentar o faturamento dos negócios em 10% com a implementa-ção do CX30™. “Um bom produto, um bom momento e o consumidor certo constroem a experiência de um lançamento com força no caixa”, finaliza Crocco.

Em entrevista exclusiva à Fitness Business, Sheldon McBee, master trainer do CX30™ nos Estados Unidos e que veio es-pecialmente ao Brasil para o lançamento da

modalidade, revela como a aula foi recebida ao redor do mundo e o que espera dos pro-fissionais brasileiros.

Você acredita que programas de aula como este podem atrair a aten-ção de sedentários, que optam por treinar em casa, por exemplo?

Sheldon McBee – Eu acredito que nos Estados Unidos exista uma grande tendên-cia voltada ao treinamento em casa. Uma das razões é por causa da economia. Mui-tas pessoas trabalham diversas horas ou têm uma vida muito atribulada e não têm tempo para treinar. É típico treinar em casa com um DVD de exercícios, por exemplo. O CX30 é um treino de apenas 30 minutos. Mesmo sendo curto é muito intenso, mui-

to divertido e muito agradável. As pessoas sentem isso e se veem estimuladas a voltar para a academia e treinar novamente. En-tão, creio que sirva como estímulo aos se-dentários também.

Como você analisa o mercado bra-sileiro? Que comparações podem ser feitas entre a realidade do Brasil e a dos Estados Unidos quando o assunto é busca pela qualidade de vida?

Sheldon McBee – Eu sei que existe uma grande diferença na indústria fitness bra-sileira. Os grupos de academia que existem aqui são muito maiores do que os grupos do país de onde venho e pelos quais viajo. Aqui o fitness é uma verdadeira cultura e estilo de vida. Eles colocam emoção intensa em torno

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do que está acontecendo na sala de aula, sem-pre muito cheia. A minha expertise mostra que com o CX30 eles estão sentindo e fazen-do algo único e diferente que nunca fizeram antes. Por isso, já é tão popular no Brasil e revela-se uma atividade muito diferente de outros programas de fitness.

Mas todos os públicos podem par-ticipar dessa aula de 30 minutos? Ou trata-se de um treinamento muito “puxado”, apenas para aqueles que go-zam de bom condicionamento físico?

Sheldon McBee – Quando você lança mão do CX30, não importa quais são seus objetivos no fitness. Você terá um treino forte. Não importa se você é um homem, se você é uma mulher, se você é um atleta ou tem outra condição física, você precisa de um treino forte. Você pode colocar esse tipo de condição em seu cronograma de ta-refas diárias, como um investimento. Cada

vez mais o número de pessoas evoluindo em seus treinos dentro das academias e clubes de bem-estar torna-se notável. Nos Estados Unidos, detínhamos 27% do mercado das aulas de fitness. Com o CX30, passamos para 34%. Apenas para ilustrar.

Por que pensar em um treinamen-to funcional em grupo? Você acredita que isso representa uma tendência ir-reversível nas academias?

Sheldon McBee – Há vários aspectos que podem responder a essa pergunta. O primeiro deles é que as pessoas gostam de fazer aulas em conjunto, em um grande salão. Talvez as pessoas gostem da música. Talvez as pessoas gostem do professor em sala de aula, com o qual elas possam se ins-pirar. Talvez elas gostem de um desafio. Em pelo menos um desses pontos, é possível conquistar os alunos. Tudo isso cria uma atmosfera que pode ser adaptada à cultura

de mercado onde o CX30 está sendo imple-mentado. Por tudo isso, acredito que as au-las em grupo vieram para ficar, mesmo em treinamentos mais voltados à força.

Se fosse para recomendar aos em-presários brasileiros a adoção de ati-vidades em suas academias, quais se-riam os nichos mais promissores?

Sheldon McBee – Eu investiria em pessoas mais jovens. Cada vez mais, as pes-soas querem fazer exercícios e começam a malhar desde cedo. E quando se tornam mais velhas já estão acostumadas a praticar. Nos Estados Unidos, já existe incentivo do governo federal para as crianças praticarem mais atividades físicas. A primeira-dama Michelle Obama está trabalhando em proje-tos dessa natureza e com vistas à redução da obesidade infantil. Esse é um dos grandes temas da atualidade e no qual as academias deveriam investir mais.

Treinamento funcional em grupoinovação

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Piscinas em academias, como cuidar?gestão

natação, hidroginástica e outras atividades aquáticas estão entre as Preferidas do Público, mAs pARA quE o sERviço sEjA ComplEto, dEvEm-sE dobrar os cuidados na hora da manutenção

Mergulhe com segurança

iscinas em academias, geralmente, são um investimento seguro e que garante um retorno financeiro positivo dada

a alta procura de alunos em todas as épocas do ano. Elas funcionam quase como o curin-ga das práticas esportivas, pois atendem to-dos os públicos com diversas possibilidades. Crianças, jovens, adultos e terceira idade re-vezam-se entre lazer e cuidados com o corpo em busca de uma vida saudável.

Mas, por conta da alta demanda, os ges-tores dos estabelecimentos devem se aten-tar para outras questões e ficar de olho em problemas que podem surgir se não forem

combatidos com planejamento e inteligên-cia, como é o caso da limpeza e manutenção diária das piscinas.

Para Marcelo Ferreira, da Associação Bra-sileira de Academias (Acad), manter a piscina limpa e segura tornou-se uma obrigação vital para qualquer gestor de academia. “Não há a menor possibilidade de sobrevivência no mercado sem o devido cuidado com higiene, limpeza e segurança. Isso não é um diferen-cial, mas a obrigação mínima”, diz.

Afinal, nada mais negativo para a ima-gem da academia do que clientes com pro-

PPor MArCelo JuCá

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TTEr

STo

ck

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verdAde ou mentirA?

cloroÉ o tratamento mais conhecido e barato. Pode ser dosado manualmente ou por meio de do-

sadoras automáticas, o que traz um resultado bem melhor na qualidade da água. A desvantagem de seu uso é que os banhistas confundem os desconfortos como sendo causados por ação do cloro. Na verdade, estes desconfortos são causados pelas chamadas cloraminas, que são um sub-produto do cloro e têm um cheiro muito semelhante à substância. Para não haver desconfortos, é necessário utilizar-se de um sistema que elimine (por oxidação) estas cloraminas.

ULtrAvIoLEtA (Uv)O sistema ultravioleta é outra opção tecnológica. Com a recirculação constante da água,

quando ela retorna ao filtro é esterilizada pelo raio UV, purificando e exterminando os mi-cro-organismos. Há a vantagem de não trazer efeito residual - como é uma luz, seu efeito acontece somente na casa de máquinas, onde está instalado. É importante notar que o UV não tem ação oxidante, portanto, não elimina suor, urina, excreções presentes na água, bem como as cloraminas.

sAlinizAçãoA salinização ganhou força nas academias na última década. O método usa da própria

natureza do sal em contato com a água para criar um cloro “natural”, não tão agressivo às pessoas como o industrial. Ao invés de jogar o cloro de uma só vez na piscina, ele funciona como um “dosador”, fornecendo aos poucos a quantidade de cloro necessária para a pisci-na. O sal dissolvido na água passa por um equipamento onde existe uma descarga elétrica e separam-se os íons de Sódio (Na) e Cloro (Cl). Esse processo, por si só, gera o cloro residual, dispensando dosagens externas. Mas é importante controlar bem o processo, pois é comum a formação acima do limite permitido de THM (trihalometanos) que são compostos cancerí-genos formados a partir do cloro.

ozônioÉ a opção que tem conquistado mais clientes ultimamente. Consiste em um processo

elétrico que transforma o oxigênio do ar em ozônio e, assim, purifica a água em um processo de filtragem constante. O ozônio também tem a desvantagem de não ter efeito residual na água (portanto, não haverá contato dos usuários com o ozônio na piscina) e, por esta razão, da mesma forma que todas as outras tecnologias, deve ser mantido o cloro residual.

blemas de saúde por conta do uso de suas dependências. E, nesse caso, se um aluno sai prejudicado, pode-se deduzir que a possibilidade de outros usuários também apresentarem os mesmos sintomas é muito alta.

FiscAlizAção rigorosAComo o assunto é muito sério e a

preocupação sanitária está cada dia mais em pauta, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) oferece um manual com orientações básicas e úteis para estabelecimentos prestado-res de atividades física e afins.

No que diz respeito ao uso e manu-tenção de piscinas, o documento (que não possui valor legal, mas serve como instrumento de referência) sugere preocupação e limpeza diária do piso ao redor para não acumular mofo, além do cuidado e vistoria dos azulejos e ladrilhos que revestem a piscina pelo mesmo motivo, pois o excesso de umi-dade, combinado com o vapor das pis-cinas (geralmente aquecidas), propicia a formação de bolor e fungos.

O documento traz ainda que “a manutenção do registro dos processos de controle da qualidade da água deve

Tipos de tratamento e os riscos à saúde

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se dar, mediante a supervisão formal, com assinatura e carimbo do respon-sável técnico, em livro próprio e exclu-sivo, incluindo as medições de cloro, pH e temperatura (da água e ambien-te), com periodicidade mínima de 12 (doze) horas”.

Além disso, exames médicos de-vem ser realizados rotineiramente nos usuários (inclusive professores) a fim de diagnosticar qualquer mínimo incômo-do que possa vir a ser um problema.

O tratamento, limpeza e manuten-ção da água diária têm como objetivo “manter sua qualidade estética (cris-talinidade, sem resíduos e sem odo-res desagradáveis) e a qualidade sa-nitária, bem como mantê-la saudável e segura para a saúde dos usuários e demais pessoas.”

cloro, esse “velho Amigo”Depois de cumprida a primeira eta-

pa, os cuidados devem ser direcionados para a parte da limpeza química. O mer-cado tem aumentado a oferta de algu-mas opções além do tradicional cloro, e produtos como ozônio, salinização, tratamento à base de íons de cobre e ul-travioleta (UV) começaram a conquistar cada vez mais espaço.

A tendência de utilizar outros tra-tamentos vem da Europa e dos Esta-dos Unidos, sendo adotada para com-petições internacionais que envolvam esportes aquáticos. Apenas há alguns anos começaram, de fato, a ser utiliza-dos no Brasil.

Contudo, antes de apresentar os

diferentes tratamentos, Carlos Hein-se, diretor-presidente da Panozon Am-biental S.A., faz questão de esclarecer que o cloro deve ser usado em conjunto com qualquer outro método, pois é o mais eficaz no combate a organismos bactericidas e orgânicos, garantindo a higiene das piscinas.

de olho no bolsoOs fabricantes apontam diferenças e

destaques para seus produtos e há uma variação de preço que deve ser levada em consideração. O uso simples do cloro, ob-viamente, é o mais barato, seguido pelo processo UV, e o de ozônio e salinização, com estes últimos hipoteticamente al-cançando o mesmo valor (no caso de uma piscina semiolímpica, em média, o custo seria a partir de R$ 25 mil.

Portanto, o mais recomendado para escolher o tratamento é o dono de acade-mia entrar em contato com os fornecedo-res que mais lhe interessarem e marcar vi-sitas técnicas para escolher o que está de acordo com o perfil do empreendimento.

Quanto à manutenção da piscina e vistoria, o mais recomendado é que um profissional da própria empresa a faça regularmente, para evitar que danos me-nores e solucionáveis transformem-se em desastres financeiros. Marcelo Ferreira, da Acad, ainda sugere que os próprios professores façam cursos básicos de ma-nutenção, afinal, são eles que acompa-nham as atividades diariamente e podem relatar pareceres informativos sobre a qualidade da água.

Para Marcus Gasparotto, da hth, além das recomendações citadas, as academias não podem se esquecer, em nenhuma hipótese, de confiar o serviço a bombas e filtros de qualidade. “O sis-tema de filtragem e manutenção é ex-tremamente importante no tratamento, chegando a representar, em muitas pisci-nas, 50% do tratamento da água”, desta-ca o profissional.

Fábio Forlenza, responsável técnico por treinamentos para tratamento de água da hth concorda, dizendo que toda e qualquer opção de tratamento deve ser acompanhada da adição de cloro. “O cloro é o produto que eliminará qualquer pos-sibilidade de contaminação por micro-organismos”, garante.

verdAde ou mentirA?

Dr. Piscina, da hth, fala sobre mitos e verdades sobre as consequências do uso constante de piscinas

1. Ardência nos olhos e cabelos ressecados

Não é o excesso de cloro que causa a irritação nos olhos, mas, sim, a falta dele. A ardência pode ser causada pela presença de cloraminas na água, um composto químico resultante do encontro do cloro com compostos de nitrogênio. As cloraminas exalam forte odor, geralmente confundido também com o excesso de cloro.

2. Cabelos? Mudança de cor?É muito comum, no uso contínuo da piscina por pessoas loiras ou de cabelos claros, que os cabelos fiquem com um toque levemente esverdeado com o passar do tempo. Ao contrário do que muita gente pensa, não é o cloro que deixa o cabelo verde, mas a presença de cobre encontrado nas tubulações da piscina ou em alguns produtos químicos usados na manutenção diária ou pontual. O cobre dissolve-se com os ácidos adicionados à água para reduzir o nível do pH encontrado nela. Ao poucos, ele se transforma em sal solúvel, depositando-se nos cabelos e nas unhas, provocando o esverdeamento.

3. infecçõesO contato do banhista com uma água maltratada pode acarretar algumas infecções transmitidas por bactérias que se aproveitam da falta de cloro para proliferar-se.

Piscinas em academias, como cuidar?gestão

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Construção de imagem via celebridadesMarketing

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esPecialistas comentam sobre as vantagens e os cuidados que devem ser tomados ao oferecer Permutas Para que celebridades ou Personalidades usufruam do ambiente das academias em troca de Publicidade

fama pode ser um verdadeiro divisor de águas na vida da-queles que se submetem aos

holofotes das câmeras. A imagem em evidência na mídia tornou-se um bem valioso, sobretudo, quando se refere a alguém que tenha talento, beleza e cujo perfil profissional seja referência para determinados públicos.

Já faz algum tempo que o sucesso não serve só para vender discos, esgo-tar bilheterias de teatros ou elevar a au-diência de programas de TV. As celebri-dades também ajudam a comercializar produtos e serviços; por isso, muitos empresários optam por atrelar a marca de seus negócios à imagem de persona-lidades famosas.

“Esta é uma técnica conhecida no marketing esportivo como endorsement. Sobretudo no eixo Rio-São Paulo, essa as-sociação pode ser feita diretamente com a pessoa em questão e o empresário pode

oferecer determinados privilégios como, por exemplo, a permuta de atividades fí-sicas gratuitas em troca de publicidade”, explica Sylvio Maia, professor do curso de MBA em Gestão e Marketing Esporti-vo da Trevisan Escola de Negócios, uni-dade Rio de Janeiro.

Maia, que reside na capital carioca, ressalta que no Leblon, por exemplo, esse recurso está um tanto banalizado entre as grandes redes. Para ele, a ação surte mais efeito para marcas que ainda estão em processo de construção de imagem.

“É importante lembrar que as aca-demias se ligam a atributos como bele-za, juventude e vigor. E isso quem tem é o jovem. Há um limite de idade para você associar sua marca a uma imagem de pessoa famosa, caso contrário, você destorce conceitos perante o público-alvo e a intenção principal – que é re-lacioná-lo àquele serviço oferecido – cai por terra”, pondera.

dA tv PArA A mAlhAção Há dois anos e meio, Juliana Salime-

ni, a “Juju”, trabalha como assistente de palco do Programa Pânico na RedeTV!. Além da boa forma exibida pela loira, a simpatia e o carisma foram alguns dos atributos que chamaram atenção de Cló-vis Correia Penteado Filho, que há três anos gerencia a academia Movement, na zona norte de São Paulo (SP).

“Logo que fui apresentado à Juju, marquei uma entrevista por meio da qual percebi que vincular o nome da academia a sua imagem seria um ótimo negócio. Logo nos primeiros dias, ob-servamos a reação de nossos alunos, sua postura diante deles e a maneira como ela conduzia seus treinos. A interação foi sadia e respeitosa: ela tem seu mo-mento com os fãs sem se privar da ati-vidade física diária”, comenta Penteado.

Há seis meses a modelo assinou um contrato temporário como garota-

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Por JuliAnA lAnZuolofla$h

de olho no

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Construção de imagem via celebridadesMarketing

propaganda da academia, colocando-se à disposição para participar de eventos, divulgação, fotos etc. “A convivência tem sido muito bacana e, por enquanto, não elaboramos nenhuma ação de marke-ting. Mas lembro-me de ter fotografado algumas vezes para revistas nas depen-dências da academia, o que também foi proveitoso, pois pudemos divulgar o nome da Movement”, conta Juju.

Penteado pretende dar início às cam-panhas vinculadas à imagem da modelo com os pacotes promocionais de inverno e, mais para frente, desenvolver banners e folders com a loira em destaque. O gestor conta que as campanhas internas já estão previstas em contrato. Já as ações exter-nas podem demandar uma nova negocia-ção com o empresário de Juliana.

Para Marcelo Miyashita, consultor líder e palestrante da Miyashita Consul-ting, empresa especializada em marke-ting de relacionamento em São Paulo, a permuta é uma ótima ferramenta de marketing, pois gera mídia espontânea a um custo zero. “Diferentemente de uma joalheria que deve dispor de certa quantia ao oferecer uma peça para uso de um famoso, a academia pode dispo-nibilizar o serviço sem interferir em sua receita. Desde que o estabelecimen-to já esteja em funcionamento, a ope-ração será paga por outras matrículas”, explica Miyashita.

Embora seja a favor da estratégia, o especialista alerta que não basta abrir a concessão para a celebridade sem explorá-la adequadamente por meio de um projeto de comunicação estrutura-do, que irá potencializar a divulgação da marca paralelamente ao artista.

Fora dos grandes centros metropoli-tanos, onde não existem celebridades, e sim personalidades famosas, formado-res de opinião e socialites, Sylvio Maia acredita que essa ação perca um pouco o valor. Para ele, é preferível fazer outro

tipo de associação que não seja a ativida-de física em si.

Ele explica por que: “Digamos que tratemos de uma academia em Uber-lândia, em Minas Gerais, por exemplo. O fato de o empresário escolher um for-mador de opinião da cidade para repre-sentar sua marca apenas irá posicioná-la como academia de elite, mas não dará projeção em um cenário de marketing capaz de transcender as barreiras da re-gião, pois um ícone de Uberlândia não necessariamente terá a mesma visibili-dade em Uberaba ou fora do Estado”.

tiro certeiroA escolha do (a) garoto (a)-propagan-

da da marca não deve ser aleatória. “O perfil da celebridade tem de se aproxi-mar ao máximo do usuário da academia para não ficar muito fora da realidade. O gestor deve refletir se o artista se encai-xa em sua empresa, se pertence ao mes-mo universo, tem os mesmos gostos de seus usuários e se irá representá-los com maestria”, sugere Miyashita.

Ao observar as conversas de Juliana e seus alunos, o gestor da Movement parece satisfeito com a opção. “Frequen-temente, a vejo dando dicas de alimenta-

ção e hábitos saudáveis e, principalmen-te, entre as mulheres, percebo que ela virou uma referência estética. As alunas estão mais disciplinadas e passaram a treinar mais pesado porque se espelham em Juju”, nota Penteado.

Sylvio Maia explica que, normalmen-te, os ícones escolhidos têm uma história de sucesso para contar. Então, essa inicia-tiva pode agregar atributos como: lide-rança, força, ousadia e coragem à marca.

“Fique atento, principalmente para o estilo de vida, hábitos de consumo e o relacionamento da pessoa em questão com a mídia. No caso das academias, essa preocupação deve ser redobrada por con-ta da valorização de boa forma, beleza e saúde, que devem estar implícitas nessa escolha”, recomenda o especialista.

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equipamentos & cia_ Aparelhos para glúteos

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de equipAmeNToS volTAdoS à ToNificAção doS glúTeoS?

A escolha da máquina ideal para trabalhar os músculos dos glúteos deve ser muito cuidadosa por parte dos gestores da academia. Há diversas opções no mercado; porém, se o uso não seguir a recomendação dos fabricantes e a orientação profissional, o aparelho pode gerar prejuízos para a empresa e para os alunos.

Tais equipamentos de ginástica podem ser encontrados por R$ 2 mil a R$ 4 mil. “Existem mais de 600 grupos musculares no corpo humano. O ideal seria ter na academia 12 ou 13 equipamentos para pernas, todos com aplicações distintas. O recomendado é exercitar-se em várias angulações, uma vez que nosso corpo é tridimensional. O uso inadequado desses aparelhos que trabalham quadril e membros inferiores pode causar lesões principalmente na coluna”, explica Newton Nunes, doutor em Educação Física pela Universidade de São Paulo (USP) e colaborador da Unidade de Reabilitação Cardiovascular e Fisiologia do Exercício, no Instituto do Coração (Incor).

As opções destes produtos variam muito. Os modelos mais comuns são o “glúteo quatro apoios” e o “glúteo em pé”. “A grande diferença está na robustez e no conforto. Os equipamentos com mais qualidade possuem espuma com densidade maior. O apoio para o pé, por exemplo, também deve ser anatômico”, diz Daniella Marim, coordenadora de produtos da Fit4.

Há modelos feitos de metal, aço, com espumas para absorver impacto, coro no revestimento e ferro usinado nas colunas. Para a manutenção, os consultores indicam a lubrificação constante dos cabos, das colunas, dos pesos, além da higienização. “Alguns modelos apresentam software acoplado. Eles exigem manutenção com frequência. Nesse caso, é importante que os profissionais conheçam a funcionalidade”, sugere Nunes.

Por CAroline Pellegrino

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Marcelo Mariaca

Artigo

o assédio moral é uma questão que recebe, cada vez mais, a atenção das organizações. A maior conscienti-zação das pessoas e a pressão da

sociedade organizada exigem das empresas políticas e práticas que coíbam a exposição de trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções.

O principal fator que torna o assédio moral mais indefectível é a forma como é manipu-lado. Antigamente, era possível culpar as rea-ções de fúria de um chefe, mas, hoje, são usa-das formas mais sutis. Isolar um funcionário, deixá-lo sem nada para fazer ou sobrecarre-gá-lo com tarefas inúteis são atitudes que arruínam a saúde mental de qualquer profis-sional, ao mesmo tempo em que minam seu futuro dentro da empresa.

Qualquer um pode sofrer com esse tipo de agressão, mas as principais vítimas são as mulheres. Segundo pesquisa feita com cer-ca de 2 mil funcionários de 97 empresas de São Paulo, 42% dos entrevistados afirma-ram ter vivido história de humilhação no ambiente de trabalho. Desses, 65% eram mulheres e 29%, homens.

Ser ignorado por um colega de trabalho ou pelo chefe ou levar uma bronca não significa necessariamente assédio moral. O proble-ma reside no comportamento intimidador, persistente e abusivo, detonado com o único objetivo de deixar a pessoa humilhada, cha-teada e aterrorizada. Outro ponto a esclare-cer: o assédio moral pode ser praticado por chefes ou colegas de trabalho, pessoas de qualquer escalão.

Algumas pesquisas traçam o comporta-mento padrão do algoz, que tende a adotar táticas como culpar os outros pelos erros, viver criticando a habilidade profissional dos colegas, fazer exigências sem sentido ou mesmo cometer delitos, como roubar os créditos profissionais dos integrantes da equipe. As vítimas não são as únicas que perdem. As empresas também são afetadas pela queda na produtividade, pelo envene-namento do clima organizacional, perda de bons profissionais e, em casos extremos, por processos judiciais que resultam em pagamento de indenizações.

Para prevenir a prática de assédio moral, as empresas devem estabelecer políticas claras, a começar pela criação de códigos de ética e de conduta cujos princípios e orientações devem ser difundidos por toda a empresa. Antes de qualquer coisa, é preciso deixar bastante explícito para os profissionais quais comportamentos são aceitos e quais não são tolerados pela organização.

A parte mais difícil, contudo, é vigilância no dia a dia. Em primeiro lugar, os gesto-res devem se conscientizar de que o assé-dio moral é um tipo de violência intolerá-vel, que não se admite mais na sociedade em que vivemos e deve ser punido de for-ma exemplar. Além disso, pode trazer gra-ves consequências para o agressor e para a própria instituição.

Em segundo lugar, os gestores devem estar atentos a qualquer tipo de conduta de seus liderados que possa resultar em assédio mo-ral e tomar providências para prevenir essas práticas e não deixar que se instaure a cultu-ra da impunidade.

cuidado com o Assédio morAl

Marcelo Mariaca é presidente do Conselho de sócios da Mariaca e

professor da Brazilian Business school

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