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OVERBOOKING DE VERÃO SUA ACADEMIA LOTOU? E AGORA, O QUE FAZER? MARCELO SCHULMAN, PRESIDENTE DA VITA DERM, ANALISA O CRESCIMENTO DA INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS QUE LEVOU O PAÍS AO POSTO DE 3º MAIOR MERCADO CONSUMIDOR MUNDIAL PUBLICAÇÃO ESPECIAL IHRSA 2011 O QUE VAI ROLAR NO MAIS IMPORTANTE EVENTO mundial do trade, em São FranciSco (eua) SPAS ELES MUDARAM DE PERFIL PARA SE TORNAREM MAIS LUCRATIVOS Fitness Business Fitness Business NOV/DEZ 2010 N O 50 Fusões e aquisições agitam a indústria do bem-estar no BRASIL. GRANDES “TUBARÕES” VINDOS DE OUTROS MARES JÁ COMEÇAM A CIRCULAR POR AQUI. O QUE FAZER PARA SE MOSTRAR ATRATIVO A INVESTIDORES E O QUE ESSAS OPERAÇÕES INFLUENCIAM O SETOR? LATIN AMERICA I ca cobiçada ESPECIAL EM BUSCA DA BATIDA PERFEITA RELÓGIOS/MONITORES CARDÍACOS PARA TURBINAR O TREINO

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Principal fonte de informação para gestores de academias e empresas provedoras de soluções para o segmento.

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OverbOOking de verãOSUa academIa loToU?

e agora, o qUe Fazer?

MarcelO SchulMan, preSIdenTe da vITa derm, analISa o creScImenTo da IndúSTrIa de coSméTIcoS qUe levoU o paíS ao poSTo de 3º maIor mercado conSUmIdor mUndIal

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SpaSeleS mUdaram de perFIl para Se

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FitnessBusinessFitnessBusinessnov/dez 2010 no 50

Fusões e aquisições agitam a indústria do bem-estar no braSil. grandeS “tubarõeS” vindOS de OutrOS MareS já cOMeçaM a circular pOr aqui. O que fazer para Se MOStrar atrativO a inveStidOreS e O que eSSaS OperaçõeS influenciaM O SetOr?

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e MaiS:05 Termômetro 06 Vitrine/Websurf18 Eventos

IHRSA 2011 (EUA)24 Inovação Plataforma vibratória30 Mercado & Tendências Pesquisa USP/Instituto Fitness Brasil32 Gestão/RH Sua academia lotou? E agora, o que fazer?36 Marketing A receita do bom e-mail marketing39 Mercado & Tendências O design faz toda a diferença40 Mercado & Tendências Spás: eles mudaram de concepção44 Políticas Públicas Circuito para idosos - São Paulo (SP)48 Gestão/RH O Ecad e as academias54 Caso de Sucesso Luciano D´Elia56 Equipamentos & Cia Relógios/Monitores cardíacos58 Artigo

capaFusões e aquisições movimentam o setor do bem-estar no Brasil. Grandes “tubarões” internacionais já circulam por esses mares

entreviStaMarcelo Schulman, presidente da Vita Derm, analisa o crescimento da indústria de cosméticos no País12

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Sumário

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l embro-me quando pescava com familiares, ainda criança, era o menor da turma e, então, havia uma espécie de “barreira de proteção” em torno da minha pessoa, como se apenas os mais adultos e experientes pudessem

adentrar o leito do rio, com as águas já acima da linha da cintura. Eu ficava ape-nas ali, com um tímido anzol, pescando filhotes de peixe que se aventuravam em águas mais rasas.

Os mais velhos sempre exclamavam: “acalme-se menino, em breve você adquire tamanho para entrar conosco lá no meio da lagoa ou até mesmo de barco e vai pegar seus tucunarés”. Custava a acreditar que esse dia chegaria. E não é que chegou mesmo?

Com o Brasil foi a mesma coisa, quando iniciamos no fitness, tínhamos a noção do imenso potencial do País, mas o rio estava muito mais para pegar lambari, naquela época, do que para pescar um imenso pintado. No entanto, insistimos, investimos e, hoje, vemos a pujança da indústria do bem-estar por aqui, tanto que o rio tornou-se um imenso oceano de possibilidades. Somos a isca de vez, mas nos damos ao luxo de criar e ditar tendências, escolhendo agora qual “peixão” queremos fisgar.

Em 2010, logo no mês de janeiro, trouxemos na capa da Fitness Business a escolha do Brasil como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, e as implicações que essa decisão trará para os profissionais do wellness. Não diferente disso, encerramos o ano, abordando que um grande número de investidores in-ternacionais, verdadeiros tubarões dessa indústria, como é o caso da rede norte- americana Beverly Hills Weight Loss & Wellness, já começam a anunciar sua che-gada no País e futuras parcerias.

Movimento que irá se acentuar com a virada do ano. Sem dúvida, 2011 pro-mete em termos de fusões, aquisições, abertura de capital na bolsa etc. Dê uma olhada na matéria de capa e tire suas reflexões. É importante estar preparado para quem deseja se mostrar atrativo aos olhos do mercado e de investidores. A própria Madonna, agora atacando de empresária do setor, já comunicou sua intenção de abrir uma filial da Hard Candy Fitness no Brasil e estaria à procura de parceiros.

No mais, só nos resta agradecer pelo excelente ano que tivemos, pelo apoio dos parceiros e desejar boas vindas aos que chegam para incrementar o mercado, so-mando esforços nessa pescaria que, há muito tempo, deixou de ser feita com rede e sarrafo e tornou-se algo profissional. Boa leitura. Feliz Ano Novo.

Waldyr SoaresPresidente do Instituto Fitness Brasil

fisgar peixe grande

editorial

cOnSelhO editOrialPresidente do instituto Fitness Brasil: Waldyr Soaresceo e Presidente da iHrSa: Joe moore

fitness brasil contato:Gustavo de [email protected]

ihrSa contato:Jacqueline [email protected]

prOjetO editOrial e redaçãO

rua Sud menucci, 154 – Vila marianaceP: 04017-080 – São Paulo – SP – Brasiltel./Fax: (11)5080-9100

diretora de redação:leila Gasparindo – mtB [email protected]

editora-chefe:Helen Garcia – mtB [email protected]

editor-assistente:adriano Zanni – mtB [email protected]

reportagens:adriano Zanni, Francisco arruda, Juliana lanzuolo e Simone Bernardes

colaboradores desta edição:andréa maciel aquino, Fernanda da Silvae cássia chicolet

Projeto gráfico e diagramação:arthur Siqueira

revisão:Gisele c. Batista rego

para assinar e/ou anunciar:Fone: (11) [email protected]

impressão: Gráfica ideal

a Fitness Business latin america é uma publicação bi-mestral da Fitness Brasil e iHrSa. É editada pela trama comunicação que não se responsabiliza por informa-ções, conceitos ou opiniões emitidos em artigos assina-dos, bem como pelo teor dos anúncios publicitários. a tiragem desta edição, de 10 mil exemplares, é compro-vada pela Bdo trevisan.

parceirOS OficiaiS

FitnessBusinessFitnessBusinessLATIn AMeRICA

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termometro_

Mercado eM criseO aumento significativo de 5% para 23% do valor dos impostos cobrados sobre os serviços oferecidos pelas academias de Portugal pode fazer que, pelo menos, um terço dos empresários da área feche as portas dos estabelecimentos no País. “Desde o anúncio feito pelo governo, o número de cancelamentos de filiação em clubes tem subido a níveis nunca vistos antes. Ao menos 30% das academias de ginástica devem deixar de funcionar em 2011”, alerta Pedro Ruiz, CEO da Vivafit, uma das maiores redes de academias de Portugal.

sob MedidaA Technogym, empresa fabricante de equipamentos de ginástica, inaugurou, em novembro, sua primeira loja e showroom em Nova York, Estados Unidos. A loja oferecerá produtos, serviços e soluções para desenvolver projetos sob medida que possam ser utilizados dentro das próprias residências. Marcus Eave, personal trainer de diversas celebridades, guiará os clientes dentro do novo espaço da Technogym e experimentará juntamente com eles as novidades. O serviço de treino pessoal é assegurado também depois da compra, graças à assistência domiciliar.

Madonna ataca de eMpresária fitnessA cantora pop que já vendeu milhões de álbuns em todo o mundo lançou a rede de academias “Hard Candy Fitness”. A Cidade do México foi o local escolhido para receber a primeira unidade com 2.787 m2, aulas de dança e fitness inspirados nas sessões de malhação da cantora. Entre os convidados para a inauguração da academia, estavam o prefeito da Cidade do México, Marcelo Ebrard, e Carlos Slim Domit, filho do homem mais rico do mundo, Carlos Slim. No início de dezembro, Madonna anunciou que a inauguração da segunda unidade da Rede acontecerá em Moscou, na Rússia, entre março e abril de 2011. Outros países como Brasil e Argentina também estão na lista de futuros investimentos da cantora no setor.

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websurf_

calculadora da saúdeA ferramenta foi criada pela empresa de convênio médico Unimed para que os internautas descubram sua idade interior. De forma lúdica e divertida, os usuários respondem perguntas sobre alimentação, saúde e estilo de vida. O resultado mostra a idade interior de cada um. Os dados podem ser compartilhados com amigos por meio da interação da ferramenta com sites de redes sociais como Facebook, Orkut e Twitter. Interessou? Acesse o site www.idadeinterior.com.br e saiba se você anda levando uma vida saudável!

caMpanhas de sucessoAs campanhas da academia norte-americana Leo’s Sport Club desenvolvidas especialmente para um canal da marca no Youtube têm gerado muitos elogios entre especialistas e também internautas. Isso porque a academia é pioneira na criação de peças inovadoras que utilizam a internet para se relacionar e atingir seus públicos. Vale conferir a página da Leo’s Sport Club em www.youtube.com

vitrine_

livro de cabeceiraO Instituto Fitness Brasil, em parceriacom a Universidade da Inteligência,lançou o livro Ser mais saudável emelhorar o seu bem-estar.A obra reúne artigos assinados por22 especialistas que abordam temasrelacionados ao bem-estar, saúde,qualidade de vida, educação física,fitness, carreira, medicina, longevidadee cuidados especiais com a saúde.

Um coquetel no Camarote Reebok da Loja do São Paulo Futebol Clube, no Estádio do Morumbi, em São Paulo, marcou o lançamento da obra. Cerca de 200 convidados ilustres marcaram presença no evento.

preço: R$ 43,90onde encontrar: livrarias Nobel e Saraiva ou pelos siteswww.fitnessbrasil.com.br e www.drjofurlan.com.br.

para enfrentar o solProteção com estilo é o que oferece a viseira Haai da SKARP. O acessório foi confeccionado com X-Bio, tecido inteligente que possui fator de proteção FPU 50+, que bloqueia mais de 98% dos raios UVA e UVB. A viseira também possui ação bacteriostática, tecnologia que evita proliferação de bactérias causadoras do cheiro de suor. A modelagem anatômica e elástico de regulagem na parte traseira ainda proporcionam conforto aos usuários. O produto está disponível nas cores preta, branca, cinza e estampado.

preço: R$ 44,90onde encontrar: www.skarp.com.br

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marcelo Schulmanentrevista

O ano era 1984. Estávamos em pleno auge da aeróbica, difundida à exaus-tão por atrizes consideradas ícones de beleza, como a norte-americana Jane Fonda. Na mesma esteira das vaidades, estava também a indústria

de cosméticos que, desde aquela época, despontava como um dos mais promis-sores nichos de negócios do século que estava por vir.

É certo que dos tempos “áureos” do fitness, nos anos 80, ao conceito de bem-estar e qualidade de vida que vivenciamos hoje, o cenário evoluiu consi-deravelmente. No entanto, não foi apenas a tecnologia que se reinventou. A própria ascensão das classes sociais menos favorecidas, que passaram a ter acesso a mais serviços de beleza e saúde, assim como o aumento da quali-dade de vida da população, fizeram que a cadeia do bem-estar abrisse um leque de oportunidades, com nichos de negócios amplamente interligados.

Nesse sentido, o judeu Marcelo Schulman pode ser considerado um visionário, quando há 16 anos fundou a Vita Derm, uma dos maiores fa-bricantes nacionais de cosméticos nas áreas de estética facial, corporal e capilar. Iniciou suas atividades como uma farmácia de manipulação e hoje conta com mais de 600 postos de vendas espalhados em todo o País, além de sua rede de franquias Day Clinic, projetando crescimento de 30% em relação ao faturamento obtido em 2009.

Por AdriAno ZAnni

AlheiA àS “AlergiAS” que ASSolArAm A indúStriA do bem-

eStAr no período póS-criSe, Setor de coSméticoS regiStrA

AnuAlmente tAxAS de creScimento AcimA do produto interno

bruto (pib) brASileiro. mArcelo SchulmAn, preSidente dA

VitA derm, AnAliSA AS rAzõeS que leVAm o pAíS Ao pAtAmAr de

terceiro mAior mercAdo conSumidor de produtoS e SerViçoS

eStéticoS. o que o bem-eStAr tem A Ver com iSSo tudo?

Sem manchaS, tonificadae longe daS impurezaS

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Fábrica da Vita Derm localizada no bairro da Água Branca, zona oeste de São Paulo (SP), com 5 mil m² de área construída

Em entrevista exclusiva, Schulman fala também sobre a “batalha” travada junto ao Congresso Nacional e ao governo com vistas à redução das taxações que incidem sobre os produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, um tratamento que perdura há anos, mas que está bem próximo de surtir seus primeiros efeitos, segundo o executivo.

Fitness Business - Como está es-truturada hoje a Vita Derm?

Marcelo Schulman - A marca atua em todos os estados, sendo representada pela sua rede de franquias Day Clinic e por mais de 600 pontos de venda. Até o final de 2010, esperamos crescer 30% em rela-ção ao faturamento do ano passado. Esse crescimento se deu por causa da ampliação no canal do varejo. Nos últimos seis meses, dobramos o número de pontos de venda em que a marca está presente e, em 2011, nós esperamos conquistar outros 600 lo-cais. O portfólio da marca é composto por mais de 300 cosméticos hipoalergênicos, destinados aos profissionais de beleza e aos consumidores finais. As linhas de pro-dutos contam com itens para tratamento facial, corporal, capilar, masculino, bem-estar e perfumaria.

Fitness Business - Como o senhor

analisa essa mudança de paradigma,

do conceito fitness para o wellness? De que forma essa transformação tem impulsionado o setor de cosméticos?

Marcelo Schulman - Analiso de for-ma muito positiva a mudança do conceito. Hoje, as pessoas estão mais conscientes e buscam bem-estar. Elas sabem que, para ter um corpo esbelto, é necessário o con-junto de várias ações, como a aplicação diária de cosméticos específicos à pele e/ou tratamento, alimentação balanceada, exercícios regulares e sempre ter serenida-de para evitar ou lidar com os períodos de estresse, que são cada vez mais comuns em nossas vidas.

Fitness Business – Com base nisso,

quais as perspectivas de crescimento para o setor de cosméticos nos próxi-mos anos?

Marcelo Schulman - As perspectivas para este setor são excelentes. Esta é uma das poucas áreas que vêm crescendo dois dígitos de alguns anos para cá, bem acima do PIB. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfuma-ria e Cosméticos (Abihpec), o Brasil já é o terceiro maior consumidor de produtos e serviços de beleza. Entre os fatores res-ponsáveis por essa expansão, destacam-se a evolução da tecnologia e o consequente aumento da qualidade dos produtos na-

cionais, a ascensão das classes C e D, o aumento da expectativa de vida, além dos lançamentos que têm atendido às necessidades dos consumidores.

Fitness Business - O que espe-

rar de incentivos para o setor em termos de políticas públicas para os próximos meses? O setor discute atualmente algum tipo de ajuste nas políticas tributárias e fiscais?

Marcelo Schulman - Esperamos que haja uma redução da carga tribu-tária sobre higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, o que acreditamos que vá acontecer, pois este é um segmento muito representativo para a economia do País e o governo está sensível à ques-tão. Esta medida tornaria as empresas muito mais competitivas e fortaleceria ainda mais esse mercado.

Fitness Business - Em termos de

competitividade, como está posicio-nada a indústria brasileira de cosmé-tico frente às principais indústrias mundiais? O que trazemos de colabo-ração a esse mercado em termos de inovação e estratégia de negócios?

Marcelo Schulman - A indústria brasileira está muito bem posiciona-da, pois investe forte em tecnologia.

marcelo Schulmanentrevista

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Por acompanhar tanto as tendências de mercado é que se torna preparada para concorrer com as marcas internacionais em nível de igualdade.

Fitness Business - Como o senhor

analisa o papel das academias e clu-bes de saúde enquanto divulgadores do uso de cosméticos em benefício da saúde? Vocês desenvolvem algum tipo de ação para atingir esses canais for-madores de opinião?

Marcelo Schulman – A academia é um canal direto com o consumidor e saúde e beleza andam juntas. Não dá para ser um ícone de beleza sem qualidade de vida e as-sociar estes dois segmentos – academias e cosméticos – é um viés de negócio que vejo com muita eficiência. No momento, temos como projeto para 2011 estreitar o relacio-namento com as academias por meio de eventos e comercialização de produtos e serviços da marca em suas dependências.

Fitness Business - Nos anos 80 e 90, tivemos o início da corrida em bus-ca do corpo perfeito e de padrões de beleza muito acentuados. De que for-ma a indústria de cosméticos pegou carona nisso?

Marcelo Schulman - Entendendo as necessidades dos consumidores e criando

produtos mais eficientes para problemas que incomodavam as mulheres, como a celulite. Em paralelo, muitas indústrias desenvolveram uma conscientização entre seu público-alvo que se resume no uso re-gular de cremes, em forma de tratamento, além de uma alimentação balanceada e da necessidade de atividades físicas regulares. Atualmente, é isso que uma cliente quer: cosmético eficaz, mas com princípios ati-vos que, usados a longo prazo, tragam mui-to mais benefícios.

Fitness Business - Como o senhor

analisa o varejo de cosméticos pela internet? É um meio confiável?

Marcelo Schulman - As vendas por meio do e-commerce não param de crescer no Brasil. Esse é um mercado muito pro-missor que, em 2009, faturou em torno de R$ 10 bilhões e este ano promete cres-cer ainda mais. O índice de confiança dos consumidores que compram pela internet está em um patamar muito satisfatório, resultado da boa qualidade de atendimen-to, facilidade de compra e da entrada das grandes marcas. O medo de comprar on-line ainda representa uma barreira para o e-commerce, mas as empresas têm apri-morado cada vez mais as ferramentas de segurança, tornando as transações muito mais confiáveis.

Fitness Business - A Vita Derm está plugada de que forma às no-vas mídias? Vocês desenvolvem al-gum tipo de estratégia nesse sen-tido para chegar ao consumidor mais eficazmente?

Marcelo Schulman - A Vita Derm é uma marca com forte presença nas re-des sociais, com perfis no Twitter, Orkut, Facebook e YouTube. Além disso, possui um blog – Beleza Hoje – que traz diversas dicas de beleza, sugestões de produtos e informações sobre eventos desenvolvi-dos ou apoiados pela empresa. Frequen-temente, produzimos alguns concursos culturais em que, para participar, os in-ternautas têm de interagir com a marca para concorrer a prêmios, como produtos e inscrições para congressos.

Mas as lojas franqueadas – em

shoppings e de rua – são tambémcanais de vendas eficazes, pois associam o comércio de produtos com o de servi-ços. Tais unidades ensinam o cliente a usar corretamente os cosméticos que adquirem e facilitam o acesso às diver-sas massagens e tratamentos estéticos. É um diferencial e vai ao encontro do chamado marketing sensorial ou de ex-perimentação, contribuindo para a fide-lização do cliente.

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capa Fusões e aquisições no wellness

quecido internamente, o cenário wellness brasileiro desperta cada vez mais a atenção de grupos in-

ternacionais, interessados em adentrar, ou mesmo, em ampliar suas bases de negó-cios. Estratégias de penetração de merca-do adotadas pelos investidores costumam estar sedimentadas na busca por parceiros para firmar sociedades, ou então, para rea-lizar transações comerciais – de compra e venda – com o objetivo de facilitar a aber-tura de portas.

Nesse sentido, fusões e aquisições pas-saram a ditar o ritmo ao longo dos últimos cinco anos na indústria do bem-estar. Mas, antes de colocar o negócio à venda diante do interesse de um investidor internacio-nal, especialistas alertam: há inúmeras li-ções de casa que precisam ser feitas.

a

Que venham os grandes tubarões

Em um mar agitaDo E com chEiro DE BonS nEgócioS, é PraticamEntE imPoSSíVEl não atrair o intErESSE DE granDES gruPoS intErnacionaiS. SaiBa, Então, o quE Sua EmPrESa DEVE FazEr Para não SE SEntir um PEixE Fora D’Água DEntro DESSE imEnSo aquÁrio, PrinciPalmEntE SE tratanDo DE FuSõES E aquiSiçõES

Um dos grupos que parece ter se-guido a cartilha e que acaba de anun-ciar a chegada ao Brasil, prevista para o primeiro semestre de 2011, é a com-panhia norte-americana Beverly Hills Weight Loss & Wellness. “Acreditamos que o País experimentará um grande crescimento no fitness. Estudamos os indicadores brasileiros e decidimos in-troduzir novos negócios como forma também de dar continuidade ao cres-cimento da Contours Express. Sem dúvida, o Brasil apresenta uma reali-dade bastante atrativa hoje”, enfatiza Daren Carter, CEO do grupo Contours Express International, rede de fran-quias que possui academias em todos os continentes e também responsá-vel pelas operações da Beverly Hills Weight Loss & Wellness.

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capa

“O Brasil é um mercado altamente competitivo e sofisticado. A escala popu-lacional e a dimensão global do cenário resultam em oportunidades enormes de crescimento. O nível de penetração da indústria fitness junto às variadas cama-das da população continua a subir e isso mostra que a demanda ainda é muito forte”, salienta Frabrizio Balli, CEO da Gold’s Gym Peru, rede de academias pre-sente na Ásia, Europa, Austrália e Amé-rica Latina e que também estuda realizar operações em solos tupiniquins.

Indicadores de mercado ratificam a opinião dos investidores. Segundo relatório publicado pela consultoria PricewaterhouseCoopers, entre janei-ro e outubro deste ano, foram registra-das 613 transações envolvendo fusões e aquisições no País. Número recorde, e cerca de 20% maior ao verificado no mesmo período de 2009.

Para Thiago Scuro, professor do MBA em Gestão e Marketing Esportivo da Trevisan Escola de Negócios e executivo da Brunoro Sport Business, o aumento do número de operações dessa natureza no mercado wellness é um processo co-mum a um segmento novo, que se cons-

tituiu primeiramente de forma muito pulverizada, com pequenos empreende-dores, e que agora demonstra uma curva de crescimento contínua.

“Os empresários brasileiros estão mais capitalizados, o volume de investi-mento estrangeiro nas nossas empresas vem crescendo e o mercado entra nessa onda. A tendência é ver a consolidação de grandes grupos que vão responder por uma parcela significativa do cenário. A outra parte ficará com as academias de bairro, mais modestas”, prevê Scuro.

adiantandO etapaSTalvez um dos cases de maior expres-

sividade no Brasil em relação a processos de fusões ou aquisições seja o do grupo A! Body Tech, cuja sede está localizada no Rio de Janeiro. “Por intermédio de fusões, a rede de academias A! Body Tech vem crescendo muito, comprou a Fórmu-la, que é uma referência no mercado pau-lista, e agora está em um processo acele-rado de expansão”, destaca Scuro.

Para o professor e consultor espor-tivo, a opção de adquirir uma empresa é uma boa estratégia a ser adotada por quem pretende ampliar a capilaridade

o nível de PenetrAção dA indústriA

fitness junto às vAriAdAs cAmAdAs

dA PoPulAção continuA A subir e isso mostrA que A demAndA AindA é

muito fortefrAbriZio bAlli,

Gold’s Gym Peru

Fusões e aquisições no wellness

A! Bodytech: investimentos de R$ 120 milhões para expansão dos negócios por meio de aquisições de outras redes

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A! Bodytech: investimentos de R$ 120 milhões para expansão dos negócios por meio de aquisições de outras redes

da rede e o leque de atividades ofere-cidas aos clientes. “Quando a A! Body Tech decidiu adquirir a Fórmula, ela pu-lou algumas etapas, como a conquista de público e referência da marca. Dessa forma, essa transação foi uma alternati-va muito viável para o crescimento sus-tentado, aumento do faturamento e do volume de negócios”, explica.

Durante esse processo de expansão, a rede investiu, de 2008 até o momen-to, mais de R$ 120 milhões, valor que, em 2015, pode chegar a R$ 400 milhões. Além disso, a empresa pretende realizar abertura de capital na bolsa de valores. “O objetivo é fazer uma oferta primá-ria e secundária de ações para conti- nuarmos crescendo, consolidando o mercado e o retorno do capital investido aos sócios”, afirma Luiz Urquiza, presi-dente da A! Body Tech.

O crescimento da rede virá por meio de novas aquisições, fusões, crescimen-to orgânico e parcerias com shoppingcenters de todo o Brasil. Adquirir outras redes de academia é parte da estratégia de expansão e estamos sempre anali-sando as oportunidades de mercado”, ressalta Urquiza, que pretende chegar ao

ano de 2015 com 85 unidades para aten-der 150 mil alunos.

eStratégia diverSificadaNa contramão da tendência, mas

com metas não menos ousadas, a Bio Ritmo pretende abrir 12 novas unida-des. “Preferimos o crescimento orgâni-co, construindo nossos próprios clubes”, afirma Edgard Corona, CEO da rede lo-calizada em são Paulo (SP).

Segundo o executivo, não faz parte dos planos da Bio Ritmo adquirir uma rede de academias ou mesmo se unir a um grupo internacional. O empresário ressalta que, entre as ações que planeja para expandir os negócios estão conti-nuar investindo no time de profissionais e na qualidade dos serviços, além de um significativo investimento em técnicas e novas tecnologias.

Independentemente da estratégia adotada, um consenso entre empresá-rios e especialistas é o bom momento que o mercado brasileiro atravessa como explica Luiz Urquiza: “Acreditamos que o percentual da população que pratica exercícios regulares em academia irá crescer nos próximos cinco anos, pas-

o objetivo é fAZer umA ofertA PrimáriA

e secundáriA de Ações PArA

continuArmos crescendo,

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capa

sando dos atuais 2,4% para 4,5%. Este aumento será resultado de fatores como melhor distribuição de renda, maior conscientização das pessoas quanto à prática regular de exercícios físicos como medida preventiva de saúde, en-velhecimento mais saudável da popula-ção e eventos esportivos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016”, complementa.

aprender a vender O peixePara as empresas que pretendem

participar de fusões e aquisições, consul-tores recomendam haver um negociador à frente das operações. “Para fazer com-pra e venda de uma empresa é preci-so ter alguém que saiba lidar com essa linguagem. Assim, você cria um valor para a sua marca também”, afirma Ale-xandre Pierantoni, sócio da consultoria PricewaterhouseCoopers.

O consultor afirma que tais operações também podem se configurar como im-portantes ferramentas de negócios, uma vez que há um grande número de fusões de empresas de pequeno e médio portes com vistas ao oferecimento de melhores serviços e fortalecimento dos empreen-dedores e das próprias empresas.

Já Thiago Scuro aconselha as empre-sas que tiverem a ambição de ser adquiri-das por grandes grupos a se comportarem como eles. “É preciso deixar de ter aquela visão de bairro, de empresa familiar e ter um processo de gestão, planejamento, controle orçamentário e valores bem-definidos. Além de construir uma base administrativa que possibilite ao investi-dor conhecer o seu trabalho”, salienta.

Em transações de fusões e aquisições, alguns fatores não podem ser esquecidos, como fazer uma boa avaliação do negócio

que está sendo adquirido, ter um bom plano de transição e incorporação dessa empresa ao grupo, além de cultivar o res-peito aos regionalismos e aos hábitos. “O ser humano é reativo a mudanças, então, se ela não for bem construída, corremos o risco de perder clientes durante a fase transitória”, afirma Scuro.

de fOra para dentrOPara o investidor estrangeiro que de-

seja entrar no mercado brasileiro, Daren Carter, CEO do grupo Contours Express International, destaca dois aspectos fundamentais: “Primeiramente, é preci-so saber se a empresa que está adquirin-do o negócio tem capital suficiente. Eu aconselho a ter em caixa, pelo menos, o triplo da quantidade de dinheiro que idealizam gastar na operação. De-pois, você deve ter um grande parceiro no País em que está buscando a inserção. Se não fosse por nosso sócio brasi-leiro, por exemplo, nunca te-ríamos feito tanto sucesso por aqui”, diz.

Fabrício Balli acrescenta: “Um estudo de mercado amplo e completo também deve ser feito. Demografia, poder aqui-sitivo, demanda local, concor-rência, entre outros fatores, devem ser analisados conjun-tamente. As regras do jogo são diferentes em cada país e ter um sócio local que esclareça e interprete essas informações é sempre recomendável”, pondera o CEO da Gold’s Gym Peru.

Fusões e aquisições no wellness

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eventOS 30th iHrSa international conVention & trade SHoW

b anhada pelo oceano Pacífico e rodeada por 42 colinas, São Francisco possui uma das paisagens naturais mais encantadoras dos Estados Unidos. Além de abrigar a

Golden Gate, famoso cartão postal, a cidade é ancoradouro de boas oportunidades e reduto da diversidade étnica e cultural, o que inspira a criação de modelos de negócios inovadores.

O cenário, portanto, é mais do que favorável para receber a 30ª edição da IHRSA International Convention & Trade Show, entre 16 e 19 de março de 2011, que reunirá convidados de 90 países, mais de 150 palestras educativas e workshops, um trade show com 350 expositores, além do Fórum Latino-Americano de negócios voltados ao bem-estar.Por AdriAno ZAnni

colAborou jAcqueline Antunes(de Boston, eUA)

A 30ª edição dA iHRSA, mAioR FEira munDial DE nEgócioS Do Bem-eStAR, Acontece em mARço, noS EStaDoS uniDoS, Em uma DaS ciDaDES maiS coSmoPolitaS Do PlanEta. motiVação E oPortuniDaDES São aS PalaVraS quE nortEarão o EVEnto quE DEVE ReuniR mAiS de 350 expoSitoReS

razões para ir a São francisco

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eventOS 30th iHrSa international conVention & trade SHoW

Segundo Joe Moore, presidente e CEO da International Health, Racquet and Sports club Association (IHRSA), os temas centrais dos debates são mo-tivação, disciplina e a criação de novas oportunidades como alternativas para o crescimento sustentado das academias e clubes de saúde.

“O nosso mercado evoluiu conside-ravelmente, ao longo desses 30 anos, quanto a seu alcance global por inter-médio também de estratégias de pe-netração realizadas por grandes redes ao redor do mundo, assim como da so-fisticação dos produtos e serviços ofe-recidos. É uma feira importante para a troca de experiências entre gestores e empresários, que tem como foco o aprendizado colaborativo”, diz Moore.

Para engrossar o coro foram convida-dos alguns dos maiores keynotes interna-cionais, mentores de pesquisas e diversas obras publicadas sobre essas questões dentro das empresas. Daniel Pink é uma das atrações do evento.

• mais de 150 palestras educativas e workshops

• trade show com mais de 350 expositores

• Programação especial com tradução simultânea para o espanhol

• Fórum latino-americano• eventos sociais – abertura, Planeta

iHrSa e recepção de encerramento• oportunidades de networking• discussão de tendências futuras

30th ihrSa

Autor de quatro best-sellers provocan-tes sobre o mundo dos negócios em mu-tação, o palestrante revela, em seu último livro (Drive: The Sur-prising Truth About What Motivates Us), que o segredo para a alta performance e satisfação hoje é a necessidade pro-fundamente huma-na de dirigir nossas próprias vidas, para aprender, criar coi-sas novas e fazer me-lhor por nós mesmos e nosso mundo.

Com base em da-dos que revelam que as pessoas precisam de motivação intrínseca ao invés de ex-terna, o trabalho de Pink revoluciona a forma como olhamos para o desempe-nho e a motivação. Perspectiva que vai ao encontro da temática central de outra palestra agendada para o evento a ser proferida por Tony Hsieh: Felicidade - um Caminho para o Resultado, Paixão e Propósito.

Tony é CEO da Zappos.com, empre-sa de venda de calçados on-line que al-cançou um crescimento fenomenal por meio de abordagens revolucionárias de marketing, recursos humanos e atendi-mento ao cliente. O keynote falará sobre a cultura organizacional da empresa e de que forma se torna possível conta-giar a todos sobre a missão e os valores de uma instituição com vistas ao au-mento da lucratividade.

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eventOS 30th iHrSa international conVention & trade SHoW

atraçõeS turíSticaSPara quem pretende aproveitar

o evento e ainda fazer um tour pelos arredores, é bom saber que São Francisco reúne atrações para os aficionados por na-tureza, história, gastronomia e arquitetu-ra. O prédio central em formato de agulha, batizado de TransAmerica Pyramid, por exemplo, é o principal ícone arquitetônico do centro financeiro.

O bondinho puxado por cabos subter- râneos – um sistema único no mundo – é outra grande atração turística de São Francisco. Das oito linhas originalmente existentes, agora só restam três e, mes-mo assim, porque a população não per-mitiu que eles fossem extintos. O pas-seio vale o investimento, pois se torna possível visitar os principais vilarejos da cidade, entre eles, o China Town, um dos maiores bairros chineses dos Estados Unidos, repleto de antiguidades e culi-nária exótica.

Na região à beira-mar, entre o Pier 39 e o Fisherman’s Wharf, existem de-zenas de barcos oferecendo roteiros pela baía de São Francisco, ou então, passeios mais longos, em mar aberto. O Pier 39

Fique atento à obtenção e à renovação de visto para entrada nos estados unidos. o consulado americano está marcando entrevistas com bastante antecedência. as inscrições para a 30th iHrsa international Convention & trade Show podem ser feitas pelo site www.ihrsa.org/convention. informações e contato com Jacqueline antunes, pelo email [email protected], ou por telefone (+1) 617-316-6742.

de OlhO nO paSSapOrte

é um gigantesco parque de diversões so-bre as águas, ideal para quem curte aven-turas radicais. O Fisherman’s Wharf já é uma lenda da cidade. Na beira da baía, este antigo atracadouro de pescadores agora é um ponto turístico animadís-simo, com diversos restaurantes, museu de cera e lojinhas de todo tipo.

Chegou a hora do almoço e você não sabe aonde ir?

Fácil, ao longo da avenida Columbus, no bairro North Beach, você vai encontrar dezenas de simpaticíssimos restaurantes italianos, alguns simples, com mesinhas

nas calçadas, outros sofisticados, onde todo mundo veste paletó e gravata.

À tarde, visite a Golden Gate, cartão postal da cidade, inaugurada em maio de 1937. Para quem quiser ver a ponte de um bom ângulo, há duas alternati-vas: embarcar num dos passeios maríti-mos que zarpam de hora em hora do cais do Fisherman’s Wharf e que costumam passar por baixo dela, ou então, visitar o Golden Gate National Recreation Area. Este parque, um dos recantos mais boni-tos da cidade, é formado por uma sucessão de áreas verdes, simpáticas, repletas de pe-nhascos, o que exige certo fôlego.

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acaDEmiaS DE ginÁStica E EStúDioS VoltaDoS ao trEinamEnto Funcional inVEStEm na aquiSição DE EquiPamEntoS Para DiVErSiFicar PacotE DE atiViDaDES, o quE ajuDa a criar noVoS nichoS DE mErcaDo Para EmPrESÁrioS E ProFiSSionaiS

inOvaçãO Plataforma vibratória

Por AdriAno ZAnni

o cenário wellness, o que costumeiramente chamamos de treinamento funcional parece realmente representar uma tendência em relação não apenas à demanda por profissio-

nais competentes para ministrá-lo, mas também como oportunidade para a descoberta de novos nichos de negócios, sobretudo em acade-mias focadas em um atendimento personalizado ou mesmo instala-das dentro de condomínios, clubes de serviços e empresas.

Situada no Jockey Club Brasileiro, na lagoa Rodrigo de Freitas, área nobre da capital fluminense, a academia Fisilabor viu na aqui-sição de equipamentos voltados ao treinamento funcional uma oportunidade para ampliar o número de atividades oferecidas a seus 500 alunos, além de conseguir ampliar os índices de fideliza-ção e, consequentemente, a rentabilidade.

A unidade com cerca de 400 m² de área cons-truída, frequentada por um público elitizado e com idades acima dos 30 anos, queria en-contrar novas maneiras de promover experiências diferenciadas aos usuários e começou a buscar alternativas para a equação. Ape-sar de já ofertarem

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boas vibrações para os negócios

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atividades como pilates, yoga e aulas de ginástica localizada, constataram, por intermédio de análises de mercado, que era preciso inovar.

Foi então que, em 2009, a Fisilabor

resolveu apostar nos exercícios realiza-dos em cima de uma plataforma vibra-tória, do fabricante Power Plate, como maneira de atrair um número maior de praticantes, sobretudo do sexo femini-no, interessados em exercícios físicos para tonificar músculos e, ao mesmo tempo, reduzir medidas e combater vi-lões como a celulite.

O investimento inicial para aqui-sição de um único equipamento foi de R$ 32 mil. Sem dúvida, um valor de alto risco para os proprietários. Além dis-

so, estratégias adotadas inicialmente para a divulgação do novo serviço qua-se colocaram tudo a perder, segundo Fernando Valle, diretor de Marketing e Operações da Fisilabor.

“Escondíamos o equipamento em uma sala e não aproveitávamos a rotativi-dade de alunos na academia para promo-vê-lo. Acabamos criando um concorrente para o personal trainer dentro de nosso

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Fisilabor, no Rio, utilizou aulas diferenciadas feitas com o auxílio da plataforma para impulsionar número de alunos

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inOvaçãO Plataforma vibratória

espaço. Aguardamos um ano para ver o faturamento e a satisfação dos clientes em torno da utilização do equipamento. Como ficou abaixo da expectativa, decidi-mos tomar outro caminho”, conta Valle.

queM nãO é viStO...A saída foi levar a plataforma para a

sala de musculação, certificando todos os professores da academia sobre seu uso e oportunizando o acesso ao equipamento para clientes durante exercícios de alon-gamento supervisionado, com duração de apenas cinco minutos.

“Criamos também uma política de re-muneração que interessasse ao personal e o trouxesse para nosso lado, como deve ser. Para nós, os professores são parceiros de sucesso e não meros aproveitadores de nosso investimento, como muitos donos de academia acreditam. A adesão foi sen-

sacional. Ficou mais rentável dar aulas na plataforma e os alunos ficaram extrema-mente satisfeitos”, complementa o dire-tor de Marketing e Operações.

O faturamento das aulas realizadas em cima do equipamento cuja tecnolo-gia teve origem na Holanda subiu 115% no primeiro mês após a adoção da nova estratégia, fazendo com que o pay back em relação a sua aquisição fosse atingi-do em apenas oito meses. A meta agora é cativar também o público masculino, já que 90% dos usuários do Power Plate na Fisilabor são mulheres.

Dificuldade que promete ser so-lucionada com o mais recente lança-mento feito pelo fabricante: o modelo pro6. A grande novidade fica por conta de uma tecnologia que transfere a vi-bração através de cabos de alta resis-tência para os músculos dos membros superiores. À medida que a velocidade de execução do exercício aumenta, o sistema proporciona maior resistência, intensificando o treinamento.

“Os cabos triplicam as possibilidades de exercícios quando comparados aos mo-delos anteriores, que permitiam apenas atividades de isometria para os braços. A tecnologia também é uma grande aliada do treinamento funcional, pois permite que grupamentos superiores e inferiores sejam trabalhados proporcionalmente, além de ajudar alunos em processo de re-cuperação de perda de massa muscular e com dificuldades motoras”, garante Gui-lherme Marques, diretor Comercial do escritório da Power Plate no Brasil.

MercadO eM aScenSãOOutros modelos de aplicabilidade

da plataforma recaem geralmente sobre estúdios especializados em treinamento funcional, onde a estratégia de negócios está focada em públicos mais reduzidos que lançam mão de personal trainers que os atendem individu-almente e com hora marcada.

Na Vila Nova Conceição, um dos metros quadrados mais caros e disputa-dos pela elite da capital paulista, fun-ciona o primeiro estúdio da América Latina especializado na utilização de plataformas vibratórias para realiza-ção de atividades físicas. A Kowarick Vibration Academy, fundada em 2002, tem hoje cerca de 120 alunos e deseja ampliar em até 50% sua capacidade de atendimento nos próximos anos.

O estúdio começou com apenas duas máquinas e focado em usuários que bus-cavam algum tipo de reabilitação por in-termédio de exercícios feitos com menos carga. Os investimentos iniciais para ela-boração do espaço chegaram a R$ 200 mil e são fruto de um amplo estudo de merca-do e pesquisas acerca da tecnologia feitas por seu proprietário, o norte-americano Rick Kowarick.

O empresário, que conta em seu cur-rículo com mais de 35 mil aulas ministra-das em cima da plataforma, revela que, atualmente, apenas 30% do público usuá-rio do Power Plate possui algum tipo de necessidade especial e enxerga com oti-mismo o crescimento deste nicho, porém, alerta: “não se trata de modismo, mas uma maneira de fazer exercícios de forma mais consciente. Há toda uma estrutura que promove a certificação dos profis- sionais aptos a trabalhar com o equipa-mento. Isso é muito importante para quem pretende investir na oferta de aulas dessa natureza”, complementa.

Kowarick diz que o ticket médio das aulas em seu estúdio gira em torno

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de R$ 70 por 30 minutos de atividades, e o preço pode chegar a R$ 55 depen-dendo da frequência do aluno. Cerca de 60% dos usuários realizam treina-mentos com meia hora de duração. Outros 30% optam por 40 minutos de aula e apenas 10% chegam a fazer uma hora ininterrupta.

“Atualmente, temos oito máqui-nas em funcionamento e pretendemos adquirir outras novas. Em 2008, atin-gimos crescimento de 63% em relação ao faturamento. No entanto, tivemos a crise econômica, no início de 2009, e o índice e crescimento despencou para 26% no ano passado. O mercado ainda é um pouco cético em relação à adoção de novos métodos de treinamento. Al-gumas pessoas são desinformadas e acreditam que a plataforma consiste em uma espécie de ginástica passiva, mas a proposta nada tem a ver com isso. Pelo contrário. Nesse caso, os edu-cadores físicos são os maiores aliados do negócio, pois são eles que irão dis-seminar os benefícios que as atividades

feitas em cima da plataforma trazem”, atesta Kowarick.

aMplitudeA estratégia utilizada pela Power

Plate para difusão de seus equipamentos em escala mundial diz respeito, em par-tes, à associação da plataforma vibratória com o tipo de treinamento físico execu-tado por atletas de esportes que exigem alta performance. Entre os garotos-pro-paganda mais ilustres estão, por exem-plo, os tenistas Rafael Nadal e Serena Williams, além de astros do golfe mundial e jogadores da NBA.

A empresa também fechou recente-mente acordo com a equipe Williams de Fórmula 1 para cessão de equipamentos com vistas ao treinamento de seus pilotos e da equipe de mecânicos. O brasileiro Ru-bens Barrichello é um dos beneficiados.

Durante o Grande Prêmio Brasil, realizado no início de novembro, o personal trainer da equipe britânica, Nicholas Harris, concedeu entrevista

exclusiva na qual apontou os benefícios das atividades realizadas nas platafor-mas para os pilotos, não apenas no as-pecto físico, mas também emocional.

“A principal coisa que procuramos atin-gir em nossa preparação física e mental é de melhorar a capacidade de resistência a situações de extrema pressão. Toda vez que fazemos uma sessão de treinamento, procu-ramos reduzir o nível de estresse do corpo. A máquina ajuda a ter uma visão mais ho-lística sobre o próprio corpo humano, esta-bilizando as áreas da coluna cervical, ombro e quadril, que são constantemente exigidas dentro do cockpit e onde estão dois terços de nossos músculos”, complementa Harris.

“Posso realmente sentir os benefícios do aparelho, em especial para alongamen-to. Normalmente, eu me sinto forte depois de uma corrida e saio do carro de maneira mais solta e flexível. É também uma óti-ma maneira de incrementar a resistência para lidar com as forças gravitacionais que atuam sobre nosso corpo em corridas de alta velocidade”, diz Rubens Barrichello.

A máquinA AjudA A ter umA visão mAis holísticA

sobre o PróPrio corPo humAno, estAbiliZAndo As áreAs dA colunA

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ESSE E outroS DaDoS imPactantES Para o SEtor São rEVElaDoS Em uma PESquiSa inéDita DESEnVolViDa PEla uniVErSiDaDE DE São pAulo (uSp) em pARceRiA com o inStituto FitneSS BRASil

MercadO &tendênciaS Pesquisa uSP/instituto Fitness Brasil

no Brasil,72% das academiasnão têm prédio próprio

mercado nacional de academias é formado por pequenas e médias empresas. No País, 72% delas não

têm prédio próprio e 71% possuem apenas uma unidade, com faturamentos anuais que não ultrapassam R$ 244 mil. Esses e outros dados impactantes fazem parte de uma pesquisa inédita que está sendo reali-zada pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Administração Esportiva (GPEA), da Uni-versidade de São Paulo (USP), em parceria com o Instituto Fitness Brasil.

O estudo, que ouviu 279 empresários do setor, demonstrou ainda que o preço da mensalidade em 38% desses estabele-cimentos está abaixo de R$ 100. No que diz respeito à contratação de profissionais, a maioria dos empresários adere ao regi-me da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 60% dos casos. Apenas 1% dos empreendedores contratam colaboradores por meio de cooperativas.

“Atualmente, os estudos do setor usam critérios diferentes para classificar as academias de acordo com seu porte: número de usuários, espaço físico, nú-mero de funcionários. A iniciativa inédita propõe um padrão para conhecer melhor a realidade brasileira das academias e, assim, gerar o desenvolvimento da área”, afirma Flávia Bastos, professora da USP e coordenadora do projeto.

Ainda segundo a pesquisadora, a ideia é que a pesquisa seja feita periodi-camente, mostrando a evolução do setor, o que beneficiaria também os gerentes dos estabelecimentos. “O princípio bási-co da gestão é o monitoramento do que está acontecendo no mercado. Quando oferecemos essas informações, o gestor pode observar tendências, conhecer as fragilidades e pontos fortes do mercado e, assim, ampliar seu leque de produtos e serviços”, ressalta.

Para Waldyr Soares, presidente do Instituto Fitness Brasil, a definição de cri-térios de classificação pode impulsionar a indústria de equipamentos. “Os fabrican-tes vão conhecer mais as academias para quem estão vendendo”, comenta. O estudo completo dará origem a um documento que contém os critérios oficiais de clas- sificação das academias brasileiras, que será divulgado pelo GPEA até março de 2011.

cenáriO glObalFora do Brasil, as pesquisas sobre

wellness não são uma novidade. Anual-mente, a International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA) cole-ta dados do setor em todo o mundo e os divulga em publicações próprias, como a CBI Magazine. Na edição de julho de 2010, a revista divulgou uma lista com as 25 maiores academias do mundo.

Entre as empresas citadas, a única empresa brasileira é a A! Body Tech, que apresentou um aumento em relação a seu faturamento em 2009 da ordem de 60%, o segundo maior do mundo no período men-surado. A pesquisa levou em conta infor-mações como o número de filiais, quanti-dade de franquias e público total atendido. O resultado completo do estudo está dis-ponível (em inglês) no site www.ihrsa.org/ magazine-downloads.

O

o estudo também revelou a relação dos serviços oferecidos pelas academias brasileiras, em maior ou menor escala. tome nota!

atividades regulares musculação - 90% Ginástica - 79%

Serviços adicionaisavaliação física - 90%lojas de roupa - 43%

nichos menos exploradoscrossfit ou condicionamento físico - 4%atividades circenses - 3%

Fonte: usP/instituto Fitness brasil

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geStãO/rh Sua academia lotou? e agora, o que fazer?

OverbOOking

Oa EStação maiS quEntE Do ano traz conSigo uma granDE quantiDaDE DE cliEntES Para aS acaDEmiaS. maS até quE Ponto SEu nEgócio EStÁ EFEtiVamEntE PrEParaDo Para rEcEBEr ESSE contingEntE?

termo é de origem inglesa e fi-cou demasiadamente conheci-do na aviação civil nos últimos

tempos. Traduz uma prática realizada em todo mundo que consiste na ven-da de bilhetes aéreos em quantidade maior que a disponível em um voo, considerando a média de passageiros desistentes em voos anteriores.

Das poltronas das aeronaves lota-das, fato muito comum nessa época, para a fila de espera diante de estei-ras, bicicletas ergométricas e demais

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Sua academia lotou? e agora, o que fazer?

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exercícios. Por isso, desenvolvemos uma metodologia que permite um período de experimentação antes que a pessoa adquira nosso plano”, destaca Sousa.

O diretor técnico denomina a vivência como “carro-chefe” da Bio Ritmo, que vem acompanhado de es-tratégias de fidelização no verão. “O primeiro passo que damos para pres-tar um atendimento eficaz aos nos-sos clientes acontece cerca de três meses antes da temporada, por vol-ta de outubro, quando aumentamos o nosso contingente, contratamos mais profissionais para a recepção, consultores de vendas e profes- sores”, pontua.

Os consultores e recepcionistas realizam uma semana de treinamen-to, já para os professores a adaptação é de cerca de três meses. “Aumenta-mos também nosso quadro de fun-cionários de manutenção e limpeza, visto que ocorrem mais problemas em função do maior trânsito de pes-soas e também das chuvas de verão”.

eStiMular O fluxOOutra estratégia é o planejamento

do tour do aluno na academia. “Anali-samos sua chegada, utilização de apare-lhos e vestiário. Nesse período, os no-vos alunos procuram serviços básicos como ergometria, aulas de alongamen-to, abdominais e ginástica localizada. Sabendo disso, quando a pessoa chega à academia já encontra banners pró-ximos, por exemplo, das esteiras com a divulgação de uma aula de bike, que ocorre em uma hora, em uma sala que permite reunir mais pessoas e, como isso, desafogamos a entrada da acade-mia e os vestiários”, exemplifica Sousa.

aparelhos na sala de musculação com-pletamente tomada, o sentimento assemelha-se: impaciência e irritação.

O overbooking nas academias tor-nou-se um grande problema para em-presários e gestores, principalmente quando não existe um bom planeja-mento. De acordo com a Associação Brasileira de Academias (ACAD), du-rante a estação mais quente do ano, ocorre uma elevação de cerca de 30% no número de alunos matriculados.

Mas se o crescimento é inevitá-vel e bem-vindo aos olhos do mer-cado, fica a pergunta: como realizar uma boa administração neste período de modo a fidelizar quem se matricu-lou e a não descontentar os já assíduos frequentadores?

Investir em um atendimento efi-caz, adquirir novos equipamentos, ministrar aulas criativas e fazer que o aluno perceba que malhar não deve ser apenas algo sazonal, e sim uma tarefa contínua para a manutenção e cultivo de uma boa saúde são aspectos que de-vem ser levados em consideração.

A estratégia da “promoção de verão” é coisa do passado e só fun-ciona se houver uma continuidade das ações, é o que garantem espe-cialistas. Segundo Saturno de Sou-sa, diretor técnico da Academia Bio Ritmo, em São Paulo, a fidelização só é conquistada quando as academias oferecem seus serviços baseados na qualidade e não na geração de uma disputa de preços.

“O aluno deve vivenciar uma ex-periência, observar que obterá re-sultados com a prática constante de

A fideliZAção só é conquistAdA

quAndo As AcAdemiAs

oferecem seus serviços bAseAdos

nA quAlidAde e não nA GerAção de umA disPutA de Preços

sAturno de sousA,bio ritmo

Rodolfo Salles, professor de edu-cação física, acredita que a aquisição de novos aparelhos também é funda-mental, isso sem falar das aulas que têm como base a criatividade, o ritmo e são de fácil assimilação. “Tudo isso auxilia a gerar encantamento nos alunos. Costumamos também dis-ponibilizar os aparelhos que fazem mais sucesso na entrada da academia e os mais simples no fundo, que são os preferidos dos novos clientes por eles ainda não terem tanta experiên-cia. Isso permitirá maior transitabili-dade no local”, avalia.

O educador físico explica que o quadro de alunos durante o verão é representado por 53% de mulheres e 47% de homens. E elas utilizam as academias de forma mais diversifi-cada e os homens preferem mesmo a prática da musculação.

O que também acontece na Vibe Academia, localizada na zona oeste de São Paulo. “Os homens costumam procurar as academias durante o ano

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geStãO/rh Sua academia lotou? e agora, o que fazer?

todo e as mulheres mais no verão. Elas preferem atividades como boxe, musculação, pilates. Os homens fre-quentam aulas de jiu-jítsu, Muay Thai e de bike”, enfatiza Roberto Zogbi, coordenador e sócio-proprie-tário da Vibe.

fatOreS externOSE quando o assunto é lucro, Ro-

berto conta que até os fenômenos naturais interferem, pois observou que, quando ocorre o La Niña, o mo-vimento do segundo semestre do ano na academia é bem mais forte em função da ausência de chuvas. Porém, quando acontece o El Ninõ, o segundo semestre pode ser consi-derado fraco, por conta da ocorrên-cia de maior pluviosidade. “Quando começa a chover em São Paulo, por exemplo, as pessoas entram em pâ-nico e querem ir para a casa e as aca-demias acabam sendo prejudicadas”.

Mas a chuva parece não ser pá-reo para as estratégias criativas de Roberto e sua equipe. Para animar os alunos, são elaboradas aulas es-peciais como ginástica de Carnaval,

bike ao ar livre, ducha para refres-car, apresentações de banda ao vivo e distribuição de bebidas eletrolíticas para que ninguém fique desidratado.

Além das aulas animadas, os no-vos alunos da Vibe Academia contam também com a vivência da experi-mentação, onde fazem uma avaliação física e ganham 15 treinos ou 45 dias para se exercitarem. Após esse pe- ríodo passam por uma reavaliação que elucida os resultados obtidos e, em se-guida, é montado o próximo treino.

E quando a questão é fidelização, Roberto explica que o segredo é fugir das promoções para que não ocorra a superlotação. Caprichar no atendimen-to, cobrar bastante dos profissionais e estar atento às possíveis reclamações e dicas feitas pelos alunos é o caminho.

Ideia que vem ao encontro da fi-losofia de Laudelino Aparecido Gallo, coordenador da academia K@2, no bairro do Morumbi, em São Paulo. “Temos de vender o que podemos oferecer com um atendimento pri-mordial, bons aparelhos, realizar ma-

nutenções constantes das máquinas e da estrutura da academia. Postura que vem dando certo, pois atualmen-te temos a fidelização de diversos alunos após o período do Carnaval, situação que há alguns anos não acontecia”, finaliza.

cAPrichAr no Atendimento,

cobrAr bAstAnte dos ProfissionAis e estAr Atento às Possíveis

reclAmAções e dicAs feitAs Pelos Alunos

é o cAminhoroberto ZoGbi,vibe AcAdemiA

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Marketing a receita do bom e-mail marketing

correio lucrativo

comunicaDo Virtual é altErnatiVa Econômica Para arrEBanhar cliEntES E Fixar Sua marca no mErcaDo

Por juliAnA lAnZuolo

O mês de fevereiro de 2010 foi muito fraco em adesão de alunos na academia Corpus,

há 12 anos no mercado de Curitiba (PR). Preocupada com esse quadro atípico para a época, Edriene Gui-lherme, gerente de vendas, pensou em alternativas para revertê-lo.

“Normalmente, o pessoal volta das férias e nos procura para retomar os exercícios, mas, neste ano, não foi o que aconteceu. Então, em parceria com a agência de publicidade com a qual trabalhamos, ‘bolamos’ uma

estratégia para trazer nossos alunos de volta. Resgatei antigos contatos e disparei um e-mail marketing com uma promoção que rendeu aumento de aproximadamente 35% no núme-ro de matrículas no mês de março”, conta Edriane.

Walter Hamann, sócio-diretor da Olimpo Publicidade, empresa que elabora as ações de marketing para a Corpus, explica que a estratégia foi recorrer não somente ao envio de pro-moções, mas também às redes sociais, fixando a marca entre os internautas.

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autorização

privacidade

cancelamento

frequência

e-mail agradável

assunto

links

contato

personalização

Marca

Sempre trabalhe com destinatário opt-in (aqueles que autorizam o recebimento).

informe sua política de privacidade de forma clara no site e no corpo do e-mail.

deixe a opção opt-out sempre ativada. assim, o usuário pode cancelar o recebimento quando desejar.

controle a frequência de comunicação.

leves, atraentes e sem anexos.

Seja simples. coloque no assunto o teaser do e-mail.

abuse deles no corpo do e-mail.

não se esqueça de deixar claro suas informações de contato.

Personalize o comunicado não somente com o nome do destinatário, mas também com a informação, oferta ou notícia.

construa a sua. identifique sua empresa.

Paulo kendzerski elenca os quesitos e observações que servem de guia para um e-mail marketing criativo e atraente:

Siga OSMandaMentOS

De acordo com um estudo realizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-tica (IBGE) e Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatís-tica (Ibope), o principal meio de acesso à internet no Brasil é o e-mail. Com isso, o envio de mensagens eletrônicas com con- teúdo de marketing tem papel importante para as empresas no relacionamento com clientes.

“O e-mail é a principal ferramenta de comunicação no mun-do atual. Primeiramente, porque é a empresa que irá determinar o tipo de informação e a frequência de envio. Em segundo lugar, porque é mais eficiente na geração de negócios e na fidelização da marca”, afirma Paulo Kendzerski, diretor de marketing da WBI Brasil, empresa gaúcha que desenvolve soluções integradas em co-municação on-line e aplicações web.

Segundo o especialista, a ferramenta pode ser usada para captar prospects, divulgar produtos e serviços, reforçar ou de-senvolver uma marca, criar ou aprimorar o relacionamento com os alunos, além de aumentar a base de clientes cadastrados no site da empresa.

Na academia de Curitiba, as ações são pensadas mensalmente de acordo com a demanda. “Já trabalhamos com desconto, envio de brindes, arrecadação de roupas e brinquedos para instituições carentes. O importante é impactar o aluno dentro ou fora da aca-demia”, explica Walter Hamann.

Edriane se lembra de uma promoção que eles lançaram durante o inverno. “Fixamos logo o slogan: o que te faz sair de casa com chuva e frio? Só um bom desconto. Conseguimos excelentes resul-tados, já que reduzir o valor das mensalidades é sempre um bom atrativo”, comenta.

esquive-se dos sPamsMas como praticar tal estratégia adequadamente sem prejudi-

car o receptor, ou então, ser classificado como emissor de mensa-gens indesejadas?

Kendzerski explica que o ideal é enviar e-mails somente quan-do for autorizado pelo destinatário. É preciso também conhecer as regras antispam que os provedores utilizam, evitando que os e-mails autorizados sejam classificados como tal.

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Marketing a receita do bom e-mail marketing

ObjetivOS

comunicação

geração de vendas

formação de mailing

Suporte

relacionamento

tiPos de e-mail marketing

newsletterrelease para a imprensa

up e cross selling (aumento de vendas e vendas cruzadas)aquisição de prospects

indicação

respostas a solicitações de suporte e Sacextratos

confirmação de inscriçãoem eventos, concursos,campanha etc.

“todA veZ que um usuário recebe

Um e-mAil e clicA nele, é disPArAdo

um Processo de neGócio

imPrescindível PArA seu sucesso. temos exemPlos

de emPresAs que 20% de seu fAturAmento

provêm do e-mAil mArketinG”

PAulo kendZerski,wbi brAsil

É importante alinhar o objetivo ao tipo de comunicado on-line que irá ser disparado. Veja mais dicas do especialista:

“Uma mensagem que utilizar no as-sunto palavras em letras maiúsculas ou termos como frete grátis, promoção, compre já, irá receber uma pontuação muito alta, será classificado como spam e não será entregue a seu destinatário. Com muitos envios simultâneos, as em-presas podem cair na lista negra dos pro-vedores e seu domínio ou IP podem ser bloqueados, impedindo que os usuários destes provedores recebam seus comu-nicados”, explica o diretor de marketing.

A empatia com os clientes também contribui para que os e-mails não se-jam descartados. “Nós consideramos somente as pessoas conhecidas da em-presa na elaboração do mailing. Den-tre eles estão: alunos ativos, inativos e os seguidores das mídias sociais da Corpus. Dificilmente o destinatário descarta os comunicados, pois prima-mos pelo bom relacionamento entre os clientes e a academia. Mas quando isso

acontece, recebemos o aviso e, assim, vamos atualizando os dados”, comenta.

benefíciOSPara extrair o melhor resultado do

e-mail marketing, é importante planejar adequadamente para evitar extremos: abusar do envio ou deixar um espaço grande entre um comunicado e outro.

Kendzerski ressalta dois benefí-cios da estratégia. Um deles referente à ativação e lembrança da marca, “já que toda vez que os usuários recebem o e-mail e verificam o conteúdo, es-tão identificando a marca da empresa, mantendo-a na mente”. O outro está li-gado diretamente aos resultados. “Toda vez que um usuário recebe um e-mail e clica nele, é disparado um processo de negócio imprescindível para seu suces-so. Temos exemplos de empresas nas quais 20% do faturamento provêm do e-mail marketing”, conclui.

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MercadO & tendênciaS o design faz toda a diferença

DESignErS BraSilEiroS conquiStam mErcaDo com ProjEtoS inoVaDorES. ProFitnESS rEcEBE PrEmiaçõES Por aParElhoS Da linha DE muSculação E “BikE inDoor”

desenho industrial é uma das quatro formas de registro de pro-priedade industrial existentes no

Brasil, de acordo com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), órgão fe-deral responsável por concessão de paten-tes de software e de marcas.

Segundo relatório divulgado pelo INPI, os empreendedores brasileiros au-mentaram o volume de invenções que demandam a formalização do design. O número de registros de desenhos indus-triais cresceu 43% somente na última década. Apenas para ter uma ideia da evo-lução, foram feitos, no ano 2000, 3,6 mil pedidos junto ao órgão. Em 2009, foram contabilizados outros 5,1 mil.

A Profitness, fabricante de equipamen-tos para academias de ginástica, é uma das empresas que contribuem para engrossar essas estatísticas. Reconhecida pelos inves-timentos constantes em pesquisa e desen-volvimento de novos produtos, a empresa recebeu, em novembro, dois prêmios do Serviço Nacional da Indústria de São Pau-lo (Senai-SP) pelos projetos da bike indoor NOOXI e da linha de musculação Origym.

A cerimônia de premiação ocorreu no Teatro do Sesi, e os vencedores em diver-sas categorias foram escolhidos por um júri composto de representantes de insti-tuições de ensino e especialistas em design entre um total de 52 produtos que haviam

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criativos e funcionais

de 2000 A 2009,o inPi recebeu

mAis de

48,6 milPedidos de

reGistro de PAtentes de desiGns

Afonso lodovico, diretor comercial da profitness, recebeu a premiação em cerimônia que reuniu mais de 300 convidados

sido selecionados por outra comissão julga-dora, em agosto. Além dos troféus Prêmio Senai-SP Excellence Design destinados aos vencedores, todos os 52 produtos receberam o Selo Senai-SP de Excelência em Design.

De acordo com Sheila Brabo, gerente do Senai-SP, a intenção do prêmio é valorizar o design aliado a novas técnicas, materiais alternativos e tecnologias de ponta na con-cepção e desenvolvimento de produtos.

“Pretendemos destacar a importância do conhecimento em design na formação dos profissionais, como também as suas múltiplas aplicações pela indústria paulis-ta”, complementa Walter Vicioni Gonçal-ves, diretor do Senai-SP.

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MercadO & tendênciaS a nova concepção dos spas

Relaxardá dinheiro

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com fAturAmentos médios mensAis que Podem cheGAr A r$ 25 mil, os spAs tornArAm-se AtrAtivA opção de investimento, PrinciPAlmente em GrAndes centros urbAnos, onde todos querem “APenAs” fuGir do estresse

partir da década de 1980, o Brasil co-meçou a abrir as portas para um novo segmento de negócios voltado ao público

obeso ou com sobrepeso, cujo objetivo era ema-grecer. Uma sucessão de atividades físicas obri-gatórias, dietas hipocalóricas e acompanhamento médico interdisciplinar compunham a rotina dos pacientes dos spas.

“O conceito inicial tinha um tom de sacrifício em que as pessoas se enxergavam distantes da fa-mília e dos amigos, em uma corrida contra o tem-po para eliminar peso, comendo pouco, praticando uma série de exercícios, supervisionadas por uma equipe médica”, diz Margot Verrino, gerente admi-nistrativa do Resort e Spa Recanto das Águas, em Balneário Camboriú (SC).

A gerente conta que, aos poucos, foi sentindo a necessidade de considerar um espaço para rece-ber os filhos dos internos. Hoje, o estabelecimen-to disponibiliza atividades de recreação no resort para as crianças, enquanto os pais são submetidos aos tratamentos. “O que também mudou é que, anteriormente, os frequentadores contavam os dias para deixarem o spa, quando hoje desejam permanecer com prazer, pois estão em busca de qualidade de vida, bem-estar e da reeducação ali-mentar”, afirma Margot.

O conceito foi se remodelando conforme a de-manda de mercado e perfil dos clientes. Bem-estar, tratamentos relaxantes e cuidados com a mente são os novos pilares dos spas modernos. Os trata-mentos de emagrecimento e estética ainda estão nos menus oferecidos por essas clínicas, mas já não são os principais requisitos exigidos pelos fre-quentadores, pelo menos nos spas urbanos.

“O estresse passou a ser o principal motivo pelo qual os clientes buscam hoje um spa, aliado, claro, a programas de beleza e rejuvenescimento. Enquanto o emagrecimento não tinha um perfil de idade claramente definido, o novo usuário de spa tem entre 40 e 60 anos, é economicamente ativo e busca ter uma aparência jovem”, afirma Tânia Gin-jas, proprietária da Salon & Spa Club, empresa de consultoria e gestão no segmento.

“SpaS” urbanOSBeleza e relaxamento a poucos metros de casa

ou do trabalho. É nesse filão que spas urbanos e clínicas de bem-estar apostam para conquistar cada vez mais adeptos aos tratamentos estéticos, mas que não podem tirar uma semana para relaxar em locais mais afastados.

É possível montar um spa urbano em salas co-merciais, casas ou em parcerias com hotéis. Eles po-dem oferecer serviços iguais aos centros de beleza distantes das cidades grandes. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (Sebrae-SC) o retorno do investi-mento leva, em média, dois anos. O chamariz atual desses centros é oferecer o day spa ou o half day spa, no qual o cliente passa o dia, ou parte dele, fazendo tratamentos de beleza e relaxamento.

A Associação Brasileira de Clínicas e Spas (ABC Spas) estima que haja em torno de mil spas no País, com faturamento mensal médio de R$ 25 mil por unidade. Ao todo, o segmento gira em torno de R$ 300 milhões de faturamento anual. “Nos últimos anos, os spas ampliaram seus pro-dutos e serviços, correlacionando-os à saúde e ao bem-estar, benefícios que o consumidor em ge-ral procura. Por isso, o mercado está em franca

a

Por juliAnA lAnZuolo

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MercadO & tendênciaS

expansão e, para 2011, projetamos um crescimento de 20%”, afirma Gustavo Albanesi, presidente da Associação.

Antigamente, frequentar spa era privi-légio do cliente premium. Hoje, os estabe-lecimentos partem rumo à popularização e criam nichos específicos de atendimento, tentando se aproximar das camadas com menor poder aquisitivo, mas que se da-riam ao luxo de passar um fim de semana em um estabelecimento como esse.

“O consumidor passou a buscar esse tipo de experiência quando está em férias nos centros urbanos, daí mais uma de-manda a ser atendida pelo day spa. Além disso, os preços têm se ajustado gradati-vamente para atender às diferentes clas-ses sociais”, explica Tânia Ganjias.

A consultora ressalta também a ação de sites promocionais e de marketing que impulsionam o mercado. Outro exemplo foi o Spa Week, cuja primeira edição, em abril de 2010, tornou mais acessíveis os serviços estéticos. Somente em São Pau-lo, o evento reuniu mais de 30 spas, que ofereceram massagens, hidratações e outros serviços por um preço fixo e mais baixo que o encontrado normalmente.

elaS SãO a MaiOriaA mulher ainda é o cliente em po-

tencial, totalizando 70% do público

que procura pelos serviços oferecidos. “Elas frequentam os spas para fazer tratamentos de beleza, terapias à base de água, massagens como shiatsu e re-flexologia e até consultas de ayurveda, linha indiana que analisa as zonas de energia do ser humano”, explica Tânia.

A clientela masculina, embora em menor número, cresce em ritmo cons-tante e já constitui 20% do público dos spas. “O perfil desse grupo é o executivo que vive sob alta pressão e está atento a sua boa condição men-tal e emocional”, diz a consultora. Os 10% restantes são pessoas da terceira idade, que buscam a longevidade com qualidade de vida.

Para os curiosos de plantão vale lem-brar que a palavra spa deriva da expres-são latina “salus per aquam”, que signifi-ca “saúde pela água”, em função do fato dos primeiros estabelecimentos datarem da época do Império Romano, quando eram comuns os tratamentos termais feitos em casas de banho. Para Tânia, a mudança na concepção do setor trouxe à tona esse conceito. “Como dizia o fa-moso médico grego Hipócrates, a receita de saúde é um banho aromático e uma massagem diária. O homem moderno resgatou isso e, desde então, centros de beleza e bem-estar se multiplicaram nas cidades”, conclui.

a nova concepção dos spas

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pOlíticaS públicaS São Paulo (SP)

ão precisa ir muito longe. Levan-tamento feito pela Secretaria de Estado da Saúde, realizado em

2008, revela: um em cada cinco paulistas é sedentário ou não pratica atividade física de maneira adequada para manter a saúde em dia. Até aí, nenhuma novidade aparente.

Quem se recorda da pesquisa, que ouviu 2,6 mil pessoas de ambos os sexos, acima de 14 anos, de diferentes faixas etárias, escolaridade, classes sociais e profissões na cidade de São Paulo e em

ProcurAndo deixAr de lAdo o estiGmA de metróPole “PreGuiçosA”, cAlcAdA em hábitos noturnos, são PAulo criA esPAços Públicos voltAdos à PráticA de AtividAdes físicAs. AlGuns deles já têm Até mesmo filA de esPerA

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pOlíticaS públicaS São Paulo (SP)

outras 13 regiões do estado, sabe que 19,4% desses entrevistados não aten-dem, portanto, às recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o acúmulo de 30 minutos de ati-vidades físicas diárias.

Também não precisa ir muito lon-ge para relembrar uma matéria da pró-pria Fitness Business, na edição 47, que abordava justamente a inaugura-ção de espaços que tendem a mudar esse cenário, como a academia recém-instalada no Centro Educacional Uni-ficado (CEU), no bairro Campo Limpo, na capital paulista, para ver que inicia-tivas em prol do conceito de bem-estar começavam a surgir.

Se, ainda assim, restavam dúvidas quanto à importância das ativida-des físicas no cotidiano das pessoas, mesmo aquelas menos esclarecidas, e como o poder público deve centrar es-forços e investimentos para a adoção de políticas preventivas em vez de de-dicar-se exclusivamente à ampliação de postos de saúde e hospitais, não precisa ir muito longe novamente.

Basta um “pulinho” até a mesma academia, no extremo da zona sul pau-listana, e verificar a longa lista de espe-ra de pessoas interessadas em utilizar o espaço. Seis meses após sua imple-mentação, já são mais de mil cidadãos na fila. Outros 365 já desfrutam da uni-dade que está bem próxima de chegar a sua capacidade limite: 420 usuários.

expectativa certeiraSegundo Marivaldo Luiz Ferraz,

coordenador do Núcleo de Esporte e Lazer do CEU Campo Limpo, a alta de-manda já era uma realidade aguardada em função do aumento de consciência por parte da população em relação aos benefícios da atividade física para pre-venir o surgimento de doenças e au-mentar a longevidade.

“Apesar do pouco tempo de exis-tência do projeto, temos recebido inúmeros relatos, por parte dos alu-nos, informando que já perderam peso, estão mais dispostos e ativos e até conseguiram controlar a hi-pertensão. Tais relatos de sucesso e melhoria na vida dos usuários nos motiva a realizar um trabalho de atendimento cada vez melhor. Pre-tendemos atender a cerca de 600 alunos, mas, para isso, será preciso envolver um número maior de par-ceiros e profissionais”, destaca.

Para Mary Elisabeth de Mello Mandina, gestora do CEU Campo Limpo, a adoção de campanhas e polí-ticas públicas voltadas à qualidade de vida trouxeram novo alento também aos profissionais ligados à atividade física. “O prefeito Gilberto Kassab e o secretário de Educação Alexandre Alves Schneider entenderam o quan-to seria benéfico para a população, principalmente no que diz respeito à prevenção de doenças causadas pela falta de atividade física, como diabe-tes, osteoporose e hipertensão. Essa

A Adoção de cAmPAnhAs e PolíticAs PúblicAs

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novo Alento tAmbém Aos ProfissionAis

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implementação foi uma ação pionei-ra, promovendo o acesso das pessoas carentes a um equipamento relativa-mente caro e quase inacessível à co-munidade das regiões mais periféri-cas da cidade”, complementa.

nOvOS hOrizOnteSEm novembro, São Paulo deu o

pontapé inicial a outro importante projeto que promete levar qualidade de vida às pessoas com mais de 50 anos. O pioneiro Circuito de Exercícios para Equilíbrio e Prevenção de Quedas de Idosos foi idealizado pela Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPED) e deve abrir diversas frentes de trabalho para educadores físicos e fisioterapeutas na capital paulista.

O circuito foi elaborado na UniSant’Anna, instituição de ensino loca-lizada na zona norte de São Paulo, onde os fisioterapeutas desenvolveram os proto-colos de aula, com os exercícios de aque-cimento, alongamento, as estações de tra-balho e o desaquecimento.

Segundo o professor Marcelo Muniz Rossa, um dos coordenadores do projeto, outra etapa da metodologia de trabalho consistiu na aplicação de um ques-tionário de avaliação, feito com todos os idosos que adentraram ao circuito com o objetivo de mensurar o risco de queda aos quais estavam expostos, bem como a frequência com que tais incidentes aconteciam.

“Também desenvolvemos ativida-des para serem feitas em dias de chu-va. Tudo isso se transformará em um manual que acompanhará a instalação de futuros circuitos que implementa-remos junto com as Secretarias Mu-nicipais de Esportes e da Saúde. Já realizamos diversas ações em parques da capital e ou-

tras áreas públicas e a adesão foi tama-nha que, agora, o projeto será perma-nente”, destaca Rossa.

Para o especialista nesse tipo de ati-vidade, há uma certa carência de pro-postas de exercícios viáveis, técnica e economicamente, para a prevenção de quedas nessa faixa etária da popula-ção. O circuito conta com 12 estações, podendo ser iniciado em qualquer uma delas e completado em cerca de 30 mi-nutos. Durante a primeira fase de trei-namentos, foram realizadas dez sessões, duas vezes por semana, de 45 minutos cada, em 26 indivíduos idosos.

O resultado da pesquisa, que será pu-blicado em 2011, mostrou que os exercí-cios de equilíbrio promoveram a melhora significativa entre os escores obtidos pela Escala de Equilíbrio de Berg no pré e no pós-teste, e redução considerável do risco de quedas (redução do Índice de Possibilidade de Queda – IPQ) entre os idosos que aderiram

ao programa, explicita Marcelo, que faz questão de ressaltar a importância das parcerias público-privadas para que mais ações dessa natureza sejam levadas até a comunidade.

A ONG Instituto Fitness Bra-sil aderiu ao projeto e deve divulgar por intermédio do site www.fitnessbrasil.com.br vagas existentes para profissionais de edu-cação física e fisioterapia interessa-dos em prestar serviços nos circui-tos de forma remunerada. O valor da hora-aula deve girar em torno de R$ 50. Além disso, o Instituto viabilizará a doação de acessórios esportivos para realização das atividades propostas por meio de parcerias que estão sendo firma-das com fabricantes.

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geStãO/rh o ecad e as academias

dançando conforme

a músicaão é de hoje que especialistas e pro-fissionais das mais diversas áreas tra-vam debates em torno de uma ques-

tão bastante polêmica: os direitos autorais. Para regulamentar as ações que envolvem o assunto, o Brasil revogou, em 1998, a Lei Federal 9.610, ou Lei dos Direitos Autorais, criada ainda no final da década de 1970, dan-do origem a um novo texto.

nmaiS DE 8 mil EStaBElEcimEntoS jÁ aDEriram à lEi DoS DirEitoS autoraiS quE rEgulamEnta a utilização Do Som amBiEntE Em SuaS DEPEnDênciaS

Por simone bernArdes

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geStãO/rh o ecad e as academias

A legislação atual determina que toda pessoa física ou jurídica, como promotores de eventos, donos de es-tabelecimentos comerciais, hotéis, sa-lões de festas, redes de comunicação, entre outros, que faça uso de músicas em locais de frequência coletiva deve efetuar o pagamento da retribuição autoral. O Escritório Central de Ar- recadação e Distribuição (Ecad) é o ór-gão responsável por arrecadar e distri-buir os direitos autorais provenientes da execução pública musical no País.

O gerente-executivo de Arrecada-ção do Ecad, Márcio Fernandes, ex-plica que a finalidade dessas ações é fazer que o empresário compreenda a importância de valorizar o trabalho de compositores e artistas. “Como em qualquer outra atividade, quem cria a obra deve receber o devido reconhe-cimento e tem o direito de autorizar seu uso por terceiros”, afirma.

O Ecad possui 28 unidades próprias espalhadas pelo Brasil e outras 136

agências credenciadas. Os representan-tes do órgão são responsáveis por fazer as visitas aos estabelecimentos que uti-lizam música, além de realizar cadas-tros e informar sobre a importância da retribuição autoral, a existência da Lei dos Direitos Autorais, como é feita a distribuição, as possíveis sanções e me-didas judiciais previstas caso o usuário não efetue o pagamento.

“O valor cobrado de cada estabe-lecimento é calculado com base na metragem das áreas sonoras. Em São Paulo (SP), por exemplo, cada 10 m2

corresponde a R$ 46,96. Esses números variam de uma região para outra”, com-pleta Fernandes. O site do Ecad (www.ecad.org.br) disponibiliza uma calcu-ladora que informa as taxas e valores completos de cada estabelecimento.

a favOr da MaréAinda segundo o gerente-execu-

tivo de Arrecadação, os empresários e gestores de academias revelam-se muito conscientes em relação à im-portância de respeitar a lei. “O Ecad possui mais de 8 mil academias cadas-tradas. Desse total, menos de 1% já

de acordo com levantamentos feitos pelo ecad no mercado de academias do Brasil, o número de estabelecimentos que aderem à lei cresce a cada ano. o gráfico abaixo mostra esses índices:

panOraMa de arrecadaçãO

23,7%

20,7%

17,1%

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8 mil AcAdemiAscAdAstrAdAs. desse totAl,

menos de 1%já recebeu AlGumAnotificAção Pelo nãocumPrimento dA lei

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o ecad é administrado por dez associações que representam os titulares de obras musicais como intérpretes, produtores fonográficos, músicos e editores nacionais e estrangeiros que a elas são filiados. Veja como é feita a distribuição de valores arre-cadados pelo órgão:

aS fatiaS dO bOlO

75,5%

17%7,5%

recebeu alguma notificação pelo não cumprimento da norma desde que ela foi reformulada”, enfatiza.

Francisco Alder é um dos empre-sários do setor fitness que cumprem a legislação por acreditar na importân-cia do que ela estabelece. “Vale a pena seguir a determinação, uma vez que a música é uma ferramenta imprescindí-vel aos negócios que tocamos”, ressalta.

Alder é proprietário das duas uni-dades da academia Gym e também da Fitseven, localizadas em São Luís, no Maranhão. Somadas as áreas sono-rizadas dos três estabelecimentos, o empresário paga o valor de arrecada-ção sobre 1.100 m2. “Acho o valor jus-to e trata-se de uma despesa fixa em meu orçamento”, finaliza.

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FitnessBrasilFitnessBrasilFitness

2011Programe já sua agenda:as maiores feiras de bem-estar do ano estão com data marcada e você não pode faltar!

www.fi tnessbrasil.com.br

21 a 24 de abril • Santos, SP

14 a 16 de julho • Rio de Janeiro, RJ

30 de setembro a 2 de outubro • Salvador, BA

1 a 3 de setembro • São Paulo, SP

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FitnessBrasilFitnessBrasilFitness

2011Programe já sua agenda:as maiores feiras de bem-estar do ano estão com data marcada e você não pode faltar!

www.fi tnessbrasil.com.br

21 a 24 de abril • Santos, SP

14 a 16 de julho • Rio de Janeiro, RJ

30 de setembro a 2 de outubro • Salvador, BA

1 a 3 de setembro • São Paulo, SP

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caSO deSuceSSO luciano d’elia

le cresceu dentro da academia e o resultado não poderia ser outro: a paixão pelos esportes e a busca

pela qualidade de vida. Luciano D’Elia, 35 anos, paulistano, casado, pai de dois filhos, afirma ter o pai como espelho quando o as-sunto é direcionamento de carreira.

Poderia ter sido mais um no cenário, mas resolveu ir além, tornou-se pionei-ro de uma modalidade conhecida como treinamento funcional, propagada aos quatros cantos do planeta, mas que pou-co contamina ainda o universo das acade-mias. Hoje, o empresário dedica boa parte de seu tempo à sociedade composta pela Body Systems, o Portal da Educação Física e a W12, que integram a Tribes Company.

Sua empresa, a Core 360º, nada de braçada quando o assunto é capacitação de educadores físicos para trabalharem com treinamento funcional. Somente em 2010, 800 professores passaram pelos cur-sos ministrados por Luciano e sua equipe. O empreendedor espera um crescimento de 100% em relação ao faturamento obti-do no ano anterior.

“Ter vivido nesse ambiente durante tanto tempo, junto do meu pai, com cer-teza foi decisivo e teve uma influência positiva na minha orientação. Mas o fato é que interferir de maneira saudável na vida das pessoas, trabalhando com saúde e movimento e, desde o início, com o trei-namento funcional me deu a possibilidade de criar, inovar, ampliar as possibilidades do mercado”, diz.

berçO eSplêndidOMeu pai, Ricardo D’Elia, foi um dos

pioneiros do fitness no Brasil e empreende-dor de academias como Marathon, Com-panhia Athletica, Physis e Fórmula, crian-do as primeiras grandes redes. Desde que me entendo por gente, estive ao lado dele e com meus irmãos dentro da academia, diariamente, vivendo de maneira bastante intensa o dia a dia e o ambiente do negó-cio. Sempre estive envolvido com espor-tes desde muito cedo, começando com o caratê, passando por várias artes marciais como jiu-jítsu, capoeira e também ginásti-ca olímpica, basquete, entre outros.

priMeirOS paSSOSMeu trabalho com treinamento fun-

cional começou em 1998. Fazia a prepa-ração de lutadores de jiu-jítsu. Na época, tinha uma academia chamada Única, em Moema, na zona sul de São Paulo, em que comecei a adaptar exercícios para conse-guir fazer com que os treinamentos desses atletas pudessem se tornar mais específi-cos. Em uma viagem aos Estados Unidos, vi que começava a surgir um termo que definiria uma forma diferente de os atle-tas treinarem, que era o functional trai-ning. Trouxe a modalidade para o Brasil e, a partir daí, me envolvi com a preparação de atletas das mais diversas atividades es-portivas. Os resultados começaram a ser tão bons que, em 2000, decidi que come-çaria a disseminar esse conceito, promo-vendo cursos gratuitos. Como resultado, promovi o primeiro evento internacional de treinamento funcional, em outubro de 2001. Comecei um trabalho com o Sesc-

filho de peixee

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nov/dez 2010 | FITneSS BUSIneSS 55

São Paulo de introdução do treinamento funcional em todas as suas unidades.

MaSSificaçãOO clima foi se tornando tão positivo

que, em 2006, fui convidado pela Nike para lançar um produto novo, o tênis Nike Free, com um evento de treina-mento funcional, que reuniu 500 pes-soas. Observando a demanda, percebi que havia chegado o momento que es-perava desde 1998: a aplicação do trei-namento funcional em larga escala, no Brasil todo.

jOgO de xadrezComecei a planejar qual seria a me-

lhor forma de estruturar o negócio de modo que permitisse essa expansão. Numa reunião sobre esse tema com meu pai, falando a respeito do merca-do, comentamos que a única empresa que fazia isso com sucesso no Brasil era a Body Systems, liderada por Paulo Akiau. Conhecíamos o Paulo desde os tempos da Fórmula Academia, quando ele e meu pai trabalharam juntos. Suge-ri marcarmos uma reunião para falar-mos sobre certificação em treinamento funcional. Foi o xeque-mate para cria-ção do Core 360º, que surgiu depois de um ano de muitas conversas.

a virada dO tabuleirONão houve apenas um, mas vários

momentos decisivos que ajudaram a construir esse caminho de conquis-tas. O mais importante foi em 2007, quando decidi abrir mão de meus

outros negócios, do meu estúdio e da empresa de consultoria, para me dedicar ao novo projeto em parceria com a Body Systems. A sociedade trouxe-me exatamente o que precisa-va: logística, distribuição e inteligên-cia empresarial. Isso faz toda a dife-rença em nossos resultados.

durOS na quedaQuando comecei a falar de treina-

mento funcional, há mais de dez anos, tinha todo tipo de reação negativa. Com o passar dos anos, a reação dimi-nuiu, mas outros desafios surgiram, principalmente em relação à viabilida-de e à aplicabilidade prática do concei-to. Sempre encarei as dificuldades como desafios e oportunidades, o que sempre favoreceu que avançasse.

verSatilidadeHoje, o termo treinamento fun-

cional gera bastante interesse. Nossa marca está baseada na aplicação prática de 12 anos, nas referências científicas mais atuais, no trabalho de mais de 80 colaboradores no Brasil e no exterior. Nós existimos para atender uma ne-cessidade de nossos clientes: o personal trainer, o fisioterapeuta e o preparador físico. Vejo o treinamento funcional como treinamento de movimento, uma solução completa de condicionamento físico, onde se treina para explorar todo potencial que o corpo possui, seja você um atleta de alto nível ou uma criança, um idoso ou alguém que busca melho-rar a forma física.

calcanhar de aquileSÉ fato que o treinamento funcional

vem sendo apontado como tendência mundial, mas ainda não é um produto encontrado nas academias. Isso acon-tece por vários motivos. Os principais, na minha visão, são a falta de uma me-todologia bem-estabelecida, falta de um espaço próprio para a prática dessa atividade e a não formatação da emba-lagem para apresentação ao cliente.

naturalMente eMpreendedOreSEm janeiro de 2011, inauguraremos

o primeiro Centro Oficial de Treina-mento do Core 360º, onde oferecere-mos a possibilidade de vivência prática de nossa metodologia. Atualmente, temos 40 colaboradores entre a opera-ção do escritório, treinadores, a área de pesquisa e desenvolvimento e a equipe comercial. Em 2010, tivemos 250 cur-sos de formação, número que irá dobrar em 2011. Cerca de 2.800 professores passaram por nossos treinamentos e projetamos um crescimento de 100% para o ano que vem. Quanto às ten-dências, vejo um cenário onde Brasil cria as tendências e não mais as segue. Somos um país com economia forte e que sediará, na mesma década, Copa do Mundo e Olimpíadas. Esse cenário gera a possibilidade real de sermos, em cur-to tempo, a maior potência mundial do fitness. Então, mais do que olhar para fora para enxergar tendências, creio que nosso foco está em olhar para den-tro e aproveitar nosso potencial para inovar e criar.

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equipamentos & cia_ relógios / monitores cardíacos

em buSca da batida perfeita

Por simone bernArdes

oS noVoS recurSoS de relógioS e monitoreS cArdíAcoS

AuxiliAm oS prAticAnteS de AtiVidAdeS fíSicAS nA melhoriA de

Seu deSempenho

Os relógios e monitores cardíacos deixaram de se ater apenas ao cronômetro para tornarem-se ainda mais funcionais durante a prática de exer-cícios físicos.

Diversas marcas lançam, a todo o momento, pro-dutos que unem diversos recursos tecnológicos que auxiliam os praticantes na melhoria de seu

desempenho. “Quanto maior o número de infor-mações disponibilizado pelos aparelhos, melhor será o desempenho nas atividades”, afirma Mauro Guiselini, diretor do Instituto Mauro Guiselini de Ensino e Pesquisa e especialista na área.

Confira o quadro comparativo e escolha o mo-delo ideal!

eStiMativa de gaStO calóricO

MOnitOrde treinO

frequência cardíaca

diferencial

garantia

preçO

OndeencOntrar

FITneSS BUSIneSS | nov/dez 201056

Page 59: Fitness Business 50

ar7200 – armani ti5J985 – timexPm 18 - Beurer Ft1 tra/Blk - Polar

0800-770-1212 0800-055-48980800-727-4200 www.proximus.com.br

medidor de consumo de caloria e gordura

registra batimentos de 30 e 180 bpm

aponta os batimentos cardíacos e calcula a média de batimentos em cada atividade.

também possui controle de batimentos com alarme

sonoro

aponta os batimentos cardíacos ideais para a

melhora do condicionamento físico

calcula média e o máximo da frequência cardíaca

1 ano 1 ano3 anos 1 ano

Sensor meteorológico indica a previsão do tempo

equipado com GPS fornece leitura dos pontos cardeais

durante o percurso

informações sobre a capacidade aeróbica resistência à água

r$ 2.050,00 r$ 2.912,00r$ 299,00 r$ 209,00

contador que registra até 99.999 passos. além de programa de intervalos

Sistema que o ritmo ideal de passos para cada atividade. também possui controle de

velocidade para cada exercício

Sensor de atividade que calcula o número de passos

e um programa que sugere a zona-alvo de treinamento

controle da zona-alvo de exercício e memória que registra o tempo total de

exercício

nov/dez 2010 | FITneSS BUSIneSS 57

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FITneSS BUSIneSS | nov/dez 201058

carlos dranger

artigo

q uando avaliamos a forma e a utili-zação das marcas pelas empresas, independentemente do segmen-

to ou do porte, podemos notar uma ver-dadeira proliferação no uso indevido da imagem pelas companhias. No entanto, a marca deve ser vista como expressão de valor e, dessa forma, antes de aplicá-la de-sordenadamente, é preciso avaliar onde, quando e por que devemos expor o princi-pal símbolo da companhia.

Na maioria dos casos, o que vemos é o uso da marca como expressão de posse, ou seja, como um registro de propriedade. As companhias aplicam a marca para reforçar que aquele material, ou equipamento, per-tence a ela. Porém o objetivo da exposi-ção não deve ser demarcar território, mas contribuir para a valorização da marca e da empresa. Quando utilizada indiscrimi-nadamente, a exposição, ao invés de criar valor, gera um resultado contrário e con-duz a sua banalização.

De modo geral, há alguns conceitos que devem ser claros para uma boa gestão de marca. O primeiro, e o mais importante, é não utilizar a marca como carimbo. Não podemos automatizar o uso da marca, aplicando-a em tudo que vemos pela fren-te. É necessário sempre questionar a razão pela qual a marca deve ser aplicada nos materiais. Casos de materiais degradáveis ou sujeitos à depreciação, por exemplo,

capachos, lixeiras, guardanapos etc. Nós queremos ver nossa marca pisada, suja, deteriorada? Quando a aplicação for por uma questão fiscal ou jurídica, o recomen-dável é utilizar apenas a razão social.

Assim, podemos elencar alguns locais onde não devemos incluir a marca: placas de trânsito ou de segurança, sinalização de serviços, paredes de instalações indus-triais, caixas d’água, chaminés, etique-tas de patrimônio (como as incluídas em computadores e mobiliário, por exemplo), equipamentos diversos genéricos, que não têm relação com a atividade da empresa, entre outros.

Considerando o objetivo de sempre agregar valor, a marca deve ser utilizada em locais que demonstre esta valorização. De modo geral, ela deve estar em nosso peito e em nossa mente; assim, a aplicação em uniformes e capacetes é recomendada. Também devemos expor nossa marca para aqueles que chegam à companhia, o que significa sempre incluí-la nas portarias, recepções, identificação de prédios, se-tores ou áreas específicas. Se há a neces-sidade de dialogar com consumidores ou clientes, as mensagens também devem ser assinadas com a marca para reforçar a cre-dibilidade necessária.

Marca não é registro de propriedade. Marca é expressão de valor.

não BaSta uma Boa marca.é preciSO Saberutilizá-la

carlos dranger é diretor associado da cauduro associados e arquiteto formado

pela Faculdade de Arquitetura

e urbanismo da universidade de

São paulo (1974). Dirigiu o setor de comunicações da olivetti do Brasil.

como diretor de criação, foi

responsável por inúmeros projetos

de identidade de marca para grandes

empresas brasileiras. Foi diretor da aDg

Associação dos designers Gráficos,

possui diversos projetos e artigos

publicados no Brasil e no exterior

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