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ENEM 2015 A OBSERVAÇÃO, A ANÁLISE E A E A IDENTIFICAÇÃO

Enem - Língua Portuguesa

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ENEM 2015

A OBSERVAÇÃO, A ANÁLISE E A E A IDENTIFICAÇÃO

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Falando sobre competências e habilidades em exames e provas, a aula de hoje apresenta na prática textos e atividades que exigem  OBSERVAÇÃO, IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE.Observar, identificar e analisar são ações que fazemos corriqueiramente e nem sequer percebemos. Esses processos são, muitas vezes, inconscientes, mas diante de uma avaliação, costumamos executá-los de maneira consciente, atenta e com um objetivo: acertar a questão.A seguir, veremos uma atividade prática que aborda essas ações. Todas as questões apresentadas abaixo, guiarão o seu processo de observação, identificação e análise. Tente perceber como você executa esses diferentes processos durante a atividade proposta.

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Colocando em práticaObserve a imagem por alguns minutos e enumere alguns elementos presentes.

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Exemplos:Cenário: BrasíliaTronco da árvore: parlamentares disfarçadosFolhas da árvore: dinheiroBotânica: Nome científico de árvores1.Qual o gênero discursivo do texto acima?Cartum: desenho que satiriza comportamentos humanos, geralmente publicados em jornais e revistas, promove a reflexão crítica por meio do humor.A identificação de elementos extralinguísticos que definem o contexto específico de um texto é o ponto de partida para a reflexão. Você deverá reconhecer características estruturais de um determinado gênero discursivo.2.O texto de linguagem mista, acima, tem similaridade com qual outro gênero discursivo?O verbete (de dicionário ou enciclopédia). Ligado à botânica: nome científico de árvores e plantas.

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3.Por que a escolha do nome da árvore é muito importante?Fraudulência relaciona-se à fraude. Como ela representa a fauna brasiliense, é pelo nome que o leitor vai identificar a função crítica do texto.4.Como as imagens ajudam o leitor a entender o sentido do nome escolhido pelo cartunista?Pelos elementos identificados anteriormente e pela relação deles com o contexto da política brasileira. Um comportamento associado ao governo federal: fincada no Planalto Central.Observe o nome em latim (Vegetale Corruptus) e a identificação da família a que pertence essa árvore (Maracutaias). 5.O que teria levado o autor do cartum a escolher esses nomes?Todos os nomes estão relacionados ao contexto da política nacional brasileira: fraude, corrupção e maracutaia. Há uma relação “criativa” entre botânica (nomes científicos), política (parlamentares corruptos) e região do Brasil (Brasília).

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CONCLUINDO

Observar é perceber, notar, considerar, verificar algo.Identificar é reconhecer dados ou distinguir traços característicos de um elemento no texto.Analisar é decompor, detalhar em algumas partes, identificando seus componentes fundamentais, examinar as relações que eles têm entre si e evidenciar de que modo essas relações constroem o sentido do texto.

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QUESTÕES PARA...

A OBSERVAÇÃO, A ANÁLISE E A E A IDENTIFICAÇÃO

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1. A crônica muitas vezes constitui um espaço para reflexão sobre aspectos da sociedade em que vivemos.

Eu, na rua, com pressa, e o menino segurou no meu braço, falou qualquer coisa que não entendi. Fui logo dizendo que não tinha, certa de que ele estava pedindo dinheiro. Não estava. Queria saber a hora. Talvez não fosse um Menino De Família, mas também não era um Menino De Rua.

É assim que a gente divide. Menino De Família é aquele bem-vestido com tênis da moda e camiseta de marca, que usa relógio e a mãe dá outro se o dele for roubado por um Menino De Rua. Menino De Rua é aquele que quando a gente passa perto segura a bolsa com força porque pensa que ele é pivete, trombadinha, ladrão.

[...] Na verdade não existem meninos De rua. Existem meninos NA rua. E toda vez que um menino está NA rua é porque alguém o botou lá. Os meninos não vão sozinhos aos lugares. Assim como são postos no mundo, durante muitos anos também são postos onde quer que estejam. Resta ver quem os põe na rua. E por quê."

COLASSANTI, Marina. In: Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

No terceiro parágrafo em .... não existem meninos De rua. Existem meninos NA rua.., a troca de De pelo Na determina que a relação de sentido entre “menino” e “rua” Seja (A) de localização e não de qualidade.(B) de origem e não de posse.(C) de origem e não de localização.(D) de qualidade e não de origem.(E) de posse e não de localização. 

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Resolução: letra APara identificar a alternativa A, é necessário conhecer o significado das preposições EM e DE. Ao compararmos "borra DE café" e "borra NO café", "vinho DE mesa" e "vinho NA mesa", perceberemos que a troca de "DE" por "EM" implica mudança de significado, como afirma a alternativa A. 

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2.Érico Veríssimo relata, em suas memórias, um episódio da adolescência que teve influência significativa em sua carreira de escritor. 

Lembro-me de que certa noite eu teria uns quatorze anos, quando muito encarregaram-me de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia Municipal haviam carneado. [...] Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode aguentar tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando esta lâmpada para ajudar o doutor a costurar esses talhos e salvar essa vida? [...] Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a ideia de que o menos que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos nosso posto.VERÍSSIMO, Érico. Solo de Clarineta. Tomo I. Porto Alegre: Editora Globo, 1978. 

Neste texto, por meio da metáfora da lâmpada que ilumina a escuridão, Érico Veríssimo define como uma das funções do escritor e, por extensão, da literatura, (A) criar a fantasia. (B) permitir o sonho.(C) denunciar o real.(D) criar o belo. (E) fugir da náusea.

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Resolução: letra CAo usar, no texto, a expressão "fazer luz sobre a realidade de seu mundo [...] a despeito da náusea do horror", o autor deixa claro seu objetivo de denunciar a realidade. Note que isso elimina as alternativas A e B. Em momento algum, Érico Veríssimo afirma o que diz a alternativa D. Por fim, a alternativa E está equivocada, pois, na verdade, o autor afirma que deve cumprir sua missão, a despeito da náusea que possa sentir.